BAURU, domingo, 19 de outubro de 2014 Mulheres de 40 vivem a melhor fase da vida Estudiosos apontam essa etapa como a segunda adolescência, unindo na mulher contemporânea a busca pelo bem-estar físico e emocional com segurança e maturidade RITA DE CÁSSIA CORNÉLIO Sim, elas sabem o que querem João Rosan O universo feminino está em festa. A cada avanço da ciência e da tecnologia mais se descobre sobre o ser humano, e as mulheres se apropriam dos conhecimentos a favor de si. Redesenham o físico, as emoções e a estética e vivem uma “nova adolescência” ao atingir os 40 anos. A nova era chega para as mulheres com mais beleza, segurança profissional e uma grande carga de responsabilidade ausente na primeira adolescência. Os psicólogos americanos já se renderam à mudança. Um estudo recente orienta esses profissionais a tratarem como adolescentes as pessoas com até 25 anos. Se eles são adolescentes até os 25, aos 40 estão vivendo a segunda fase dessa mesma etapa. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1991 a 2010 houve um aumento na longevidade do brasileiro de 9,2 anos, ou seja, vivemos quase 10 anos a mais. Viver de forma mais intensa, esse foi o start para o mundo das mulheres. Elas foram buscar as ferramentas para viver melhor. Mas quem é essa mulher do século 21? É aquela que descobriu um mundo de possibilidades, que acompanha as mudanças da revolução científica e da moda. Tem foco e admite novos rumos para viver, com juventude e disposição. Psicóloga Andrea Georges: “Querer ter saúde e pele bonita sem abandonar outros aspectos não é vaidade, é amor próprio” ‘ A nova mulher de 40 é forte e determinada. Sincera e focada em seus objetivos’ João Rosa Psicanalista e tarólogo [ O psicanalista e tarólogo João Rosa, acostumado a atender estrelas de TV, admite que a mulher de 40, 50 e 60 do nosso século não é a mesma do passado, que vivia de coque no cabelo fazendo crochê e guloseimas para os filhos e netos. “Ela se atualizou, buscou equilíbrio, prazer não só sexual, mas de vida. É forte e determinada. Sincera e focada em seus objetivos. Muito diferente da Amélia que eram as nossas avós.” Na opinião dele, a mulher de 40 nesse novo contexto não quer só cuidar do filho, marido e casa. “Ela quer cuidar dela, ela pensa nela, sabe dividir o seu tempo e ser mãe, mulher e amiga. Busca o bem-estar emocional, o corpo e a beleza que satisfaçam sua autoestima.” Na espiritualidade, a mulher com 40 anos atinge o que o psicanalista considera como sabedoria. “Ela é madura e cuida da beleza interior também. Consegue expor melhor suas ideias e ideais. Antigamente, elas eram tolhidas. Somente algumas, como Coco Chanel, se sobressaíam. Ela conquistou a sabedoria intelectual e entendeu seu papel em todos os campos da vida”, diz João Rosa. (Leia mais na página 3) [ Determinação A psicóloga Andrea Georges enfatiza que a mulher aos 40 anos atinge uma conscientização melhor em todas as áreas. “Os estudos e avanços tecnológicos proporcionaram a essa mulher uma consciência do que ela é, do que ela quer e para onde ela deve seguir. Elas buscam qualidade de vida, o bem-estar consigo mesma. Isso reflete em beleza, saúde do corpo e da mente. É uma forma delas se gostarem, de viverem também para elas sem abrir mão de seu papeis de mãe e esposa.” A perspectiva de vida aumentou e, aos 40, a mulher atinge a metade de sua vida. “Ela percebeu que tem muito a viver. Em geral, nessa etapa de suas vidas ela está estável profissionalmente, financeiramente e viveu várias experiências de vida, portanto, está pronta para se valorizar. Diferentemente da mulher de décadas passadas, que ao atingir a casa dos 40 já era uma senhora se preparando para a velhice.” Outros diferenciais são apontados na comparação entre a “quarentona” de antigamente e a contemporânea. “As mulheres eram focadas só na família e não se enxergavam como pessoa. Hoje, elas colaboram com a família, mas têm sua profissão e preservam sua individualidade. Elas buscam ferramentas para lidar com os conflitos e angústias. Elas sabem que têm o direito a ser feliz.” Quando confusas, essas mulheres buscam auxílio imediato, constata a psicóloga. “Não só atendimento psicológico, mas nutricional, físico, espiritual e de embelezamento. Elas querem aprender sobre si e resolver aquilo que as incomoda. Temos que distinguir a vaidade do amor próprio. Querer ter saúde, pele bonita, corpo redesenhado sem abandonar outros aspectos da vida não é vaidade, é amor próprio.”