VIII TERÇA-FEIRA 15 de Dezembro de 2009 maisresponsável BOLSA DE VALORES INVESTIMENTO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Com o apoio de: BVS conta já com mais de 200 investidores sociais activos Aos quatro projectos sociais cotados desde o dia 2 de Novembro e que “inauguraram” a Bolsa de Valores Sociais (BVS) em Lisboa, juntam-se agora mais três: ETNIA, com o projecto “Escolas de Todos; PAR, com “Agentes dos ODM” e ADC Moura, com “Capital Aldeia”. Privilegiando as áreas da Educação Social e do Empreendedorismo Social, a BVS realizou, no seu primeiro mês de actividade, cerca de 310 transacções, num montante superior a 16 mil euros C om os novos projectos e contando com os iniciais – Dianova, Operação Nariz Vermelho, Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 e Terra Chã – o valor do investimento social colocado na BVS ascende ao seu primeiro milhão de euros, um marco assinalável para qualquer que seja o negócio ou, neste caso em particular, a “causa”. A partir da disponibilização de vouchers a empresas e organizações com o objectivo de oferecer uma solução simples e transparente para a aplicação de recursos de responsabilidade social e, designadamente na época natalícia em que nos encontramos, estes vouchers constituem uma oferta original e solidária para colaboradores, clientes e parceiros que queiram investir em acções de projectos sociais cotados e monitorizados pela BVS. E quais os pontos fortes dos novos projectos que, entre as 54 candidaturas recebidas de organizações da sociedade civil, foram eleitos para figurar na BSV? O Projecto “Escola para Todos”, da responsabilidade da associação cultural portuguesa ETNIA e cuja missão é valorizar a inclusão social, propõe envolver toda a comunidade da Baixa-Chiado, caracterizada por uma enorme diversidade cultural, numa articulação entre a Escola (a de Passos Manuel) e a sociedade civil, com vista a transformar os jovens em agentes da mudança na área em causa. Com uma miríade de actividades previstas – espectáculos, exposições, criação de rádios e televisões comunitárias/escolares, grupos interculturais de artes cénicas e musicais, entre outras – o projecto pretende ainda dedicar-se a acções de incentivo e promoção de micro-empreendedorismo e soluções de auto-emprego junto das comunidades migrantes locais. PUB Com um público-alvo prioritário que elege os jovens universitários dos 18 aos 30 anos, a Associação PAR – Respostas Sociais visa, com o seu “Agência ODM” consciencializar o público em geral e os jovens em particular para a existência dos Objectos de Desenvolvimento do Milénio, cujos compromissos assinados pela grande maioria dos países desenvolvidos não têm vindo a ser cumpridos. Como Portugal se insere no grupo do “incumprimento”, estes novos “agentes” terão como missão, em todo o país, sensibilizar os seus pares para desenvolverem campanhas de defesa em prol dos ODM, bem como a opinião pública e os decisores políticos. O que será feito através da criação e capacitação de núcleos descentralizados em todo o país, nos meios universitário e politécnico, para além de facilitar a troca de experiências e conhecimentos entre os Agentes ODM, através de encontros e da criação de uma plataforma virtual. Por último mas não menos importante, o projecto “Capital Aldeia”, promovido pela ADC Moura, que promove o desenvolvimento integrado do Concelho de Moura e de outras áreas rurais da margem esquerda do Guadiana, visa fortalecer, em parceria com diversas entidades, as competências de empreendedorismo comunitário na Aldeia de Safara (onde já intervém há uma década) a partir do desenvolvimento de projectos estruturantes para a aldeia e território envolvente. Através da capitalização dos seus recursos naturais, humanos e culturais, o projecto visa a criação de empresas e empregos locais, aumentando assim o bemestar e a coesão social da aldeia. A partir da formação de uma rede de facilitadores comunitários, de destacar ainda a actividade da ADC Moura na ex- perimentação de um modelo inovador de ninho de empresas. Para quem ainda não está ao corrente do que representa uma Bolsa Social de Valores, a segunda no mundo a seguir à da Bovespa, a explicação é simples: replicar o ambiente de um mercado de capitais no sector social. Contudo, existem algumas condições para que os projectos sejam elegíveis para cotação: não constituírem, obviamente, projectos de autarquias, entidades governamentais ou de empresas privadas e cumprirem o critério essencial de serem inovadores e com capacidade para resolverem efectivamente um problema social. Em parceria com a Euronext, a Fundação Gul benkian e a Fundação EDP, a BVS integra igualmente um Conselho de Embaixadores que reúne algumas personalidades de diferentes esferas da sociedade: João Duque, Pedro Couceiro, Nuno Delgado, Eunice Muñoz, António Barreto, João Lobo Antunes, Carlos Santos Ferreira e José Soares dos Santos.