Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015 AVALIAÇÃO DO FOLÍOLO CENTRAL DA FAVA (Phaseolus lunatus L.) EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO VERDE PEDRO LUAN FERREIRA DA SILVA¹*; ISMAEL ROMÃO DOS SANTOS¹; DANIEL BATISTA MEIRA JÚNIOR²; RAUNIRA DA COSTA ARAÚJO³; ADAILZA GUILHERME DA SILVA4 1-Graduandos em Agronomia, CCA-UFPB. Areia-PB, (83) 9869-9512, [email protected]*; [email protected]; 2- Mestrando em Tecnologia Agroalimentar CCHSA-UFPB, Bananeiras-PB, [email protected]; 3- Professor orientador, Departamento de Agropecuária, CCHSA-UFPB, Bananeiras-PB, [email protected]; 3- Graduando em Agroecologia, CCHSA-UFPB, Bananeiras-PB. Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015 15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO O folíolo central compreende um meio de grande importância para se determinar o tamanho da espécie e sua área foliar, além de sua eficiência na produção de compostos clorofilados. Objetivou-se com esse trabalho avaliar a largura e o comprimento do folíolo central da fava (Phaseolus lunatus L.) cultivar orelha de vó, em função da adubação verde. O experimento foi conduzido no período de maio a outubro de 2014, em área experimental do Setor de Agricultura, Campus III da UFPB, localizado no município de Bananeiras-PB. Em um delineamento experimental de Blocos ao acaso, contendo 11 tratamentos com 3 repetições. As medidas foram coletadas com auxílio de uma régua graduada em 30 cm, medindo-se o comprimento e largura do folíolo central da fava. As médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o Software estatístico ASSISTAT, versão 7.7 beta. Verificou-se que a largura e o comprimento do folíolo central da fava não diferiram estatisticamente quando submetidas à adubação verde, destacando-se os tratamentos 9 com 2,55 cm de largura e 3,83 cm de comprimento e 10 com 2,62 centímetros de largura e 3,72 de comprimento. PALAVRAS CHAVE: Folíolo central, adubação verde, área foliar. EVALUATION OF THE CENTRAL LEAFLET FAVA (Phaseolus lunatus L.) AS A FUNCTION OF GREEN MANURE ABSTRACT The central leaflet comprises a means of great importance to determine the size of the species and their leaf area, and their efficiency in production of chlorophyll compounds. The objective of this study was to evaluate the width and length of the central leaflet of bean (Phaseolus lunatus L.) cultivar ear grandmother, due to green manuring. The experiment was conducted in the period May to July 2014 in the experimental area of the Department of Agriculture, Campus III UFPB, located in the municipality of Bananeiras-PB. In an experimental design of randomized blocks, containing 11 treatments with 3 repetitions. Measurements were made with the aid of a ruler graduated in 30 cm, by measuring the length and width of the central leaflet of fava. Means were compared by Tukey test at 5% probability using statistical ASSISTAT Software, version 7.7 beta. It was found that the width and length of the central leaflet of fava did not differ when subjected to green manuring, highlighting the 9 treatments with 2.62 cm wide and 10 with 3.83 cm in length. KEY WORDS: Central leaflet, green manure, leaf area. INTRODUÇÃO A fava é uma das espécies do gênero phaseolus de maior consumo no país, com uma diversidade de cultivares que apresentam características de crescimento determinadas e indeterminadas. O folíolo central da fava, além de compreender um meio de grande importância para se determinar o tamanho da espécie e sua área foliar, também serve como um indicador na produção de compostos clorofilados (BENINCASA et al., 1976). Em programas de melhoramento genético para o desenvolvimento de novas espécies de vegetais, um dos parâmetros utilizados é o tamanho da área foliar Queiroga et al. (2003), procurando-se elevar ao máximo a eficiência na produção de compostos clorofilados produzidos pelos vegetais, sob a influência da interceptação dos raios solares (BERGAMIN FILHO et al., 1997). O aumento da área foliar e a produção de compostos clorofilados não depende apenas do potencial genético da espécie, mas sim de boas condições de química e fertilidade do solo. A utilização de fontes de nutrientes minerais como os adubos, influenciam consideravelmente no desenvolvimento da parte aérea dos vegetais. Porém a descapitalização do pequeno produtor e a falta de acesso as novas tecnologias, interfere em muito na produção de alimentos, principalmente, quando relacionado a aquisição de fertilizantes químicos, o preço desse tipo de insumo encarece a produção no campo, tornando-se inviável para o pequeno produtor. Surge daí então, a adubação verde, técnica pela qual se incorporam plantas, sobretudo fabáceas, produzidas no local ou não, com a finalidade de preservação e ou restauração de teores de matéria orgânica no solo e de nutrientes (WHTKE; MATEUS, 2006). É cientificamente comprovado que a adubação verde melhora os atributos químicos, físicos e biológicos do solo, com o acúmulo de nutrientes provenientes de sua matéria orgânica em decomposição. A adubação verde pode se tornar uma alternativa para o desenvolvimento dos vegetais e suas respectivas áreas foliares, em substituição a ação promovida pelos fertilizantes minerais industrializados. Diante do exposto, objetivou-se com esse trabalho avaliar a largura e o comprimento do Folíolo central da fava (Phaseolus lunatus L.) cultivar orelha de vó, em função da adubação verde. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de maio a outubro de 2014, em área experimental do Setor de Agricultura, localizado no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, Campus III, da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de Bananeiras-PB. O município de Bananeiras encontra-se inserido na Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do Brejo Paraibano, com as coordenadas geográficas de 6°45‟10‟‟S e 35°37‟41‟‟W, a 520 m de altitude. A área do município é de 272,64 km2 e corresponde a 22,8% da superfície do Brejo Paraibano (GONDIM, 1999). O solo do município corresponde a um Latossolo Amarelo Distrófico Típico. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso contendo 11 tratamentos com 3 repetições. Os tratamentos foram constituídos do plantio e incorporação de adubos verdes, sendo eles: T1Mucuna preta; T2- Mucuna cinza; T3- Crotalaria juncea; T4- Crotalaria spectabilis; T5- Guandu anão; T6- Crotalaria juncea+ Guandu anão+ Mucuna preta+ Mucuna cinza; T7- Crotalaria spectabilis+ Guandu anão+ Mucuna preta+ Mucuna cinza; T8- Guandu anão+ Mucuna cinza; T9Guandu anão+ Mucuna preta; T10- Mix de todos os adubos verdes; T11- Controle. A incorporação da adubação verde aconteceu quando 50% das espécies estavam florescendo. Realizou-se o plantio da fava (Phaseolus lunatus L.) em consórcio com milho, em parcelas de 24m², com dimensões de 1m entre parcelas, plantas e blocos, totalizando uma área de 1.248m² como mostra a Figura 1. A unidade experimental constituiu-se de 12 plantas por parcelas, totalizando 36 plantas por tratamento. Os dados foram coletados 80 dias após a emergência das plântulas de fava; avaliando-se a largura e o comprimento do folíolo central. As medidas foram realizadas com auxílio de uma régua graduada em centímetros, medindo-se o folíolo central da última folha trifoliada existente na extremidade distal do ramo central da planta, como proposto por Toebe et al. (2012). Para análise dos dados adotou-se o Software estatístico ASSISTAT versão 7.7 beta, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Figura 1. Área experimental do setor de Agricultura Figura 2. Folíolo central da fava RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se na Tabela 1. que a adubação verde não influenciou quanto a variação de largura e comprimento do folíolo central da fava. Uma das explicações para a falta de variação dessas medidas se deve ao caso de que a cultivar utilizada no experimento possui característica de crescimento indeterminado, ocasionando assim a variação de sua área foliar, mesmo o solo apresentando boas condições para o seu desenvolvimento. Porém os tratamentos que apresentaram as maiores variações foram os tratamentos 9 com 2,55 cm de largura e 3,83 cm de comprimento e 10 com 2,62 cm de largura e 3,72 cm de comprimento. Silva et al. (2013) trabalhando com métodos de avaliação foliar, verificaram que a área foliar do guandu sofreu aumento de 40,04% quando se utilizou a adubação orgânica, um incremento de 57,27 folhas em relação a testemunha. Outro fator que deve ser levado em conta, mesmo em função de não ter havido significância estatística quanto as medidas analisadas; o método de análise através de régua graduada, mostrou-se muito favorável e eficaz, dispensando-se métodos destrutivos, em que se coletam as folhas para posterior medição em laboratório. Ainda existe uma carência de estudos referente as características botânicas e agronômicas da fava, principalmente quando se relaciona a avaliação do folíolo central. Necessitando-se assim de mais estudos referentes a área, com uso de fontes variadas de fertilizantes, sendo eles orgânicos ou minerais. TABELA 1.Variação de Largura e Comprimento de Folíolo Central em fava sob influência da adubação verde. Tratamentos CFC LFC cm cm 1 – MP 2,46 a 3,43 a 2 – MC 2,34 a 3,19 a 3 – CJ 2,22 a 3,01 a 4 – CS 2,50 a 3,40 a 5 – GD 2,47 a 3,06 a 6 - CJ+GD+MP+MC 2,24 a 3,12 a 7 - CS+GD+MP+MC 2,46 a 3,74 a 8 - GD+MC 2,06 a 3,06 a 9 - GD+MP 2,55 a 3,83 a 10 - MIX 2,62 a 3,72 a 11 - Controle 2,43 a 3,21 a 3,34 Médias 2,39 12,15 11,85 CV (%) MP- Mucuna Preta; MC-Mucuna Cinza; CJ- Crotalária Juncea; CS- Crotalária Spectabilis; GD- Guandú; MIXMistura de todos adubos verdes; LFC- Largura do Folíolo Central; CFC-Comprimnto do Folíolo Central. Médias na coluna seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (p < 0,05). CONCLUSÕES Conclui-se que a adubação verde não exerceu influência sobre as medidas de largura e comprimento do folíolo central da fava. Necessitando-se assim de estudos referentes ao folíolo central com a utilização de outras fontes de fertilizantes, sendo na forma de adubo orgânico ou mineral. REFERÊNCIAS BENINCASA, M. M. P.; BENINCASA, M.; LATANZE, R. J.; JUNQUETTI, M. T. G. Método não destrutivo para estimativa de área foliar de Phaseolus vulgaris L. (feijoeiro). Científica, Jaboticabal, v. 4, n.1, p. 43-48, 1976. BERGAMIN FILHO, A.; CARNEIRO, S. M. T. P. G.; GODOY, C.V.; AMORIM, L.; BERGER, R. D.; HAU, B. Angular leaf spot of Phaseolus beans: relationships between disease, healthy leaf area, and yield. Phytopathology, St. Paul, v.87, n.5, p. 506-515, mai. 1997. DAVIS, J. F. The relationship between leaf área and yield of the field bean with a statistical study of methods for determining leaf area. 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