CorelDraw
H
á algum tempo tenho
recebido e-mails de
leitores que me pedem, baseados no fato das
matérias que escrevo serem
em sua maioria sobre o Corel
Draw e o Photoshop, que eu
escreva sobre dicas, macetes,
e segredos destes programas.
Pobre de mim, o pessoal pensa
que eu sou um “ás” da computação gráfica e que só não
escrevi uma “Bíblia” do Corel
ou Photoshop porque este
nome já está sendo usado.
Para atender aos amáveis
leitores da Digital Designer,
e comemorando os 50 números de sucesso da revista, resolvi então pôr mãos à
obra e compilar, pesquisar,
catalogar, etc., etc., o maior
número possível de dicas, atalhos, “segredos”, etc.., etc..,
etc.. desta dupla de programas, começando pelo Corel
Draw(versão 10 e/ou 11) nesta
edição, e prometendo retornar em breve, falando sobre
o Photoshop(quem sabe na
versão 8!!).
Claro que é muito difícil agradar a gregos e troianos, paulistas e baianos, portanto é
natural que muitos achem que
algumas “dicas” são muito
óbvias ou primárias, mas lembrem que o nível de conheci30
por Joaquim Borges Martinez
mento das pessoas é variável e
o que parece bobo para uns é
novidade para outros, principalmente aqueles que são autodidatas, que certamente não
são poucos. Vamos lá então!
O controle que a tecla CTRL nos dá
Uma das primeiras coisas para
as quais eu costumo chamar a
atenção dos meus alunos é o uso
de “teclas de apoio” no Corel
Draw; não se tratam de atalhos,
mas do uso conjunto de algumas
teclas com o mouse, modificando
o comportamento de algumas
operações. A primeira tecla a ser
comentada será o CTRL(Control); esta
tecla possui muitas funções no Corel
Draw, sendo normalmente associada
a uma idéia de regularidade
ou precisão. Mas, como dizia o
compactador de múltiplos volumes,
vamos por partes:
1- Ao mover objetos – Quando
pressionada, a tecla CTRL “liga” o
modo ortogonal, ou seja, só permite
a movimentação na horizontal ou
vertical, a partir da posição inicial.
Figura 01
Digital Designer - edição 50
2- Ao redimensionar/espelhar objetos.
Se utilizada, a tecla CTRL só permite
“passos” de 100%; logicamente isso
somente se aplica para o aumento
de tamanho do objeto, nunca para a
redução(um passo de -100% significaria
tamanho de 0%, ou seja, o objeto
sumiria!). Na figura 1 podemos observar
uma ampliação do objeto para 200%
exatos, como podemos conferir pela
barra de status(em destaque!).
3- Ao rotacionar/inclinar objetos
– Somente permite “passos” definidos
Figura 02
Figura 03
www.digitaldesigner.com.br
nas opções do Corel Draw (menu Tools
Options); o valor padrão é de 15º, eu
particularmente adoto 5º, porque dá mais
flexibilidade (eu acho, e você?!?!). Outro
importante uso neste caso é se o usuário
mover o eixo de rotação do ponto central
do objeto e quiser colocá-lo de volta com
precisão; mantendo o CTRL pressionado o
eixo de rotação “grudará” nos pontos de
atração do objeto, como se Alinhar pelos
Objetos(Snap To Objects) estivesse ligado,
mas ao contrário deste, afetando apenas
o próprio objeto e nenhum outro mais.
4- O que foi dito pode ser válido em
diversos casos, quando estivermos
operando em linhas retas, ou seja, o
raciocínio dos passos de 15º(ou outro
valor) pode ser aplicado muitas vezes
no programa. Exemplo: a ferramenta
Borracha(Eraser Tool), permite apagar
à mão-livre(é só clicar e arrastar sobre
o objeto selecionado) ou em linhas
retas, bastando para isso clicar-se
uma vez no início e outra vez no
final da linha imaginária por onde
apagaremos. Neste último caso,
poderemos usar o CTRL para criarmos
a referida linha de apagamento em
passos como já descrito.
5- Ao manusear grupos de objetos
– Permite o acesso a elementos
dentro do grupo; se houver grupos
“aninhados”(grupos dentro de grupos),
pode-se clicar repetidamente, sempre
com CTRL, até selecionar o objeto
desejado. Vale ressaltar que os objetos
“filhos” dentro de um grupo são
mostrados selecionados com alças
de seleção redondas, ao invés das
tradicionais quadradas; além disso a barra
de status chama o objeto de “Child”,
indicando sua dependência do grupo,
como pode-se ver na figura 2.
6- Ao desenhar linhas - A ferramenta
Mão-livre(Free-hand Tool) é conhecida
pelos autodidatas por permitir desenhos
à mão-livre, obviamente! O que não
é tão óbvio, para muitos, é que esta
ferramenta é ótima para desenhar linhas
retas(embora também possam ser feitas
com a ferramenta Bézier).
Para isto deve-se clicar e soltar o
botão(esquerdo) do mouse no ponto
inicial desejado para a linha e depois
mover o cursor até o ponto seguinte
e clicar novamente. Se for um clique
simples, desenha-se um segmento de
reta, simplesmente; se for dado um
duplo-clique, desenha-se o segmento
e já se inicia um próximo, conectado
ao primeiro. Pode-se desta última
maneira desenhar polígonos assimétricos
quaisquer.
E onde fica o CTRL nisso tudo?? Bem o
CTRL forçará o mesmo comportamento
visto no terceiro item, ou seja, as linhas
desenhadas ficam “restritas” a ângulos
de Xº (normalmente 15º, mas que
podemos modificar no menu Tools, e..
ora, isso você já sabe!!).
31
7- Ao criar retângulos/elipses/polígnos/
espirais/papéis gráficos/formas perfeitas
– No desenho destes elementos, o uso do
CTRL forçará a criação de formas exatas,
ou trocando em miúdos: retângulos serão
quadrados perfeitos, elipses serão círculos
perfeitos e assim por diante. Aviso aos
mais distraídos, para não pensarem que
algo está errado no programa: via de regra,
quando temos um objeto “exato”, como
um quadrado ou círculo, isso pode ser
comprovado pela barra de propriedades
ou pela barra de status, verificando-se se
a altura e a largura(height e width) do
objeto são iguais... Mas para polígonos
simétricos isso não se verifica; neste caso
o uso do CTRL força que todos os lados
do polígono sejam iguais. Isso pode ser
comprovado utilizando-se as ferramentas de
medida(Dimension Tools) do Corel Draw...
A figura 3 ilustra o que acabamos de
comentar, pois o triângulo possui a mesma
altura do quadrado, mas as medidas dos
seus lados são iguais entre si...
8- Ao colorir objetos – Todos sabem(?) que
ao clicar com o botão esquerdo do mouse
na paleta de cores “pintamos”(preenchi
mento) o(s) objeto(s) selecionado(s) com
a cor escolhida, certo?!? E se for o botão
direito(por menos de 1 segundo, senão
surge o menu pop-up da paleta!), mudamos
a cor de contorno(outline), certo?!? Bem,
se usarmos o CTRL ao efetuarmos estas
operações, nós estaremos adicionando
cerca de 10% da cor selecionada à cor
atual do objeto!! Esta opção é ótima para
aqueles casos tipo: “é quase esta cor, só
um pouquinho mais escura!”, evitando
entrar no quadro de diálogo ou usar uma
janela de encaixe(Docker Window).
Roubando descaradamente o bordão
de Russell Brown(Diretor Criativo Senior
da Adobe), quando está descrevendo os
procedimentos de um dos seus sensacionais
tutoriais: “But wait, there’s more!”. Para
degradês(gradientes) a coisa funciona de
2 maneiras! Se for usada a ferramenta
Preenchimento Interativo(Interactive Fill),
pode-se arrastar cores da paleta para
os “pontos de controle” do degradê,
como todos já devem estar carecas de
saber(nenhuma alusão, Russell! :))) )... Só
que podem ser arrastadas as cores com o
CTRL pressionado, gerando a adição dos
10% já citada(neste caso o cursor acusa um
pequeno +, como podemos ver na figura
4). Por outro lado(a segunda maneira),
32
clicando-se na cor com o CTRL pressionado,
adiciona-se 10% da mesma a todas as
cores do degradê!! Cool!!
“But wait, there’s even more!” Isso
também funciona para preenchimentos de
padrão de 2 cores(Two-color Pattern)!! E
das duas maneiras descritas!! Ultra-cool!!
Pena que não funciona para os padrões
Multicoloridos e Bitmaps, Texturas e
Postscript Fill... Pensei que talvez na versão
11 isso acontecesse, mas nada feito...
Quem sabe na versão 12?? :)))
9- Manusear PowerClips – Na versão
10 do Corel Draw houve grande
ênfase na funcionalidade do programa e algumas pessoas não perceberam isso. Uma das novidades é
que nos PowerClips não é necessário
usar o comando Edit Contents(menu
EffectsPowerClip) para se “mexer”
com o conteúdo de um PowerClip,
basta clicar nele usando o CTRL!
Funciona da mesma forma que nos
grupos(ver o quarto item deste tópico), sendo realmente uma implementação muito prática.
Figura 04
Figura 05
Digital Designer - edição 50
Para retornar ao modo normal (sair
do PowerClip), pode-se usar o menu
ou clicar em uma área vazia, sempre
usando o CTRL. Vale a pena lembrar
que, como nos grupos, podemos ter
PowerClips aninhados(um dentro de
outro), e o recurso do CTRL + clique
funciona da mesma maneira...
10- A tecla CTRL na aplicação de perspectivas – Quando usamos o comando
de Adicionar Perspectiva a um objeto,
podemos fazer uso da tecla CTRL para
mover os pontos de controle da persFigura 06
Figura 07
www.digitaldesigner.com.br
pectiva apenas ortogonalmente, e não
de maneira livre, como normalmente.
11- Quando usamos a ferramenta
Forma (Shape Tool) em textos – Todos
sabemos(??) que podemos usar a ferramenta Forma em textos, quando
torna-se possível mover caracteres de
posição livremente através de seus
nós(nodes), ou alterar interativamente
o espaçamento entre linhas e/ou caracteres, usando-se os pontos de controle
adequados (o Corel chama estes símbolos de Interactive Horizontal/Vertical
Spacing Arrow). Com o CTRL pode-se
alternar espaçamento entre linhas para
espaçamento entre parágrafos (em textos de parágrafo, claro!) e espaçamento entre caracteres para espaçamento
entre palavras (Figura 5).
No caso de arrastarmos um caracter
com a ferramenta Forma pelo seu
nó, o uso de CTRL somente permitirá
o movimento horizontal do mesmo,
mantendo-o “grudado” à linha de
base do texto (Figura 6).
12- Falando em textos, podemos utilizar a tecla CTRL em conjunto com as
teclas do teclado numérico reduzido
para ampliar ou reduzir o tamanho
(corpo) da fonte de texto. Para isso é
imprescindível que o Num Lock esteja
ligado, ou o Corel “pensará” que
desejamos mover o objeto selecionado,
conforme o especificado no quadro de
diálogo Opções (Options), no item Deslocamento (Nudge).
Usando CTRL+8 e CTRL+2, aumentamos e diminuímos o texto, respectivamente, em passos de 1 ponto; já utilizando CTRL+6 e CTRL+4, aumentamos
e diminuímos, respectivamente, em
passos iguais aos da lista drop-down
de tamanhos de texto(8, 10, 12 e
assim sucessivamente) até atingirmos o
valor de 100 pontos, quando passamos
a “dar passos” de 10 pontos.
13- Todos sabemos(?!?) que podemos mover objetos selecionados no
Corel Draw usando-se as teclas de
setas, processo que chamamos de
Deslocamento (Nudge). Podemos
configurar quanto de deslocamento
as setas infligirão ao(s) objeto(s)
selecionado(s) no quadro de diálogo
Opções (Options), onde também
podemos especificar um Super-Nudge
e um Micro-Nudge, ou seja, deslocamentos maiores ou menores que o
normal(usando-se apenas as setas),
acionados com a combinação de
outras teclas. Veja estes ajustes em
destaque na figura 7.
Podemos portanto usar a tecla CTRL
para acionarmos o modo MicroNudge, deslocando o(s) objeto(s)
selecionado(s) em passos menores
que o normal, quando a combinamos
com as setas. Veja também os tópicos
de Shift e ALT.
33
A tecla Shift
Assim como o CTRL, a tecla Shift
também proporciona aos usuários várias
“modalidades” nas operações costumeiras,
ou mesmo naquelas menos usadas... Vamos
então descobrir algumas possibilidades:
1- Criando objetos – O desenho básico
de qualquer objeto no Corel Draw, com
exceção de linhas, segue o princípio de
clicarmos e arrastarmos com o botão esquerdo pressionado, de um ponto até um
outro, diagonalmente oposto ao primeiro;
dessa maneira, um retângulo, por exemplo,
é criado de um canto para o outro. O uso
da tecla Shift muda este conceito, criando o
objeto do centro para fora (o ponto inicial
será o centro).
2- Redimensionando/espelhando objetos
– Aqui a função será a mesma da criação de
objetos: o ponto fixo da transformação será
o centro e não mais o canto oposto àquele
que está sendo manipulado.
3- Rotacionando objetos – Na versão 10 do
Corel Draw a seguinte funcionalidade foi
adicionada: se mantivermos o Shift pressionado ao rotacionar o objeto, ao mesmo
tempo poderemos redimensioná-lo (sempre
proporcionalmente). A figura 8 mostra esta
operação.
4- Desenhando à mão-livre – Uma grande
função da tecla Shift, desconhecida por
muitos, e implementada a partir da idéia
original do Xara, programa que já foi distribuído pela Corel (maiores detalhes no
meu artigo da revista nº 32, onde eu analiso
o Xara X). Ao desenharmos uma linha à
mão-livre, poderemos a qualquer momento,
antes de soltar o botão do mouse, segurar a
tecla Shift e retornar, pelo caminho inverso,
apagando a linha desenhada! Muito bom!
5- Shift na ferramenta Faca (Knife) – A ferramenta Knife permite ao usuário “cortar”
um objeto (infelizmente apenas um de cada
vez), separando-o em duas partes; isso pode
ser feito basicamente de duas maneiras: se
clicarmos e arrastarmos com a ferramenta,
o corte será à mão-livre, e se dermos um
clique no ponto inicial e outro no final, o
corte será uma linha reta (neste último caso,
podemos usar a tecla CTRL para passos exatos, veja o tópico anterior).
O que muitos ignoram é que podemos
fazer cortes curvos bastante suaves, utilizando a tecla Shift; mantendo a mesma
pressionada antes de começarmos a usar
a ferramenta Knife, poderemos trabalhar
exatamente como na ferramenta Bézier!!
34
Muito boa opção!! Vale ressaltar que
também neste “corte à Bézier” a tecla ALT
cumpre a mesma função da Bézier “normal” (veja o tópico seguinte, sobre a tecla
ALT). Na figura 9 esta operação Bézier da
ferramenta Knife é apresentada.
6- Ferramenta Borracha (Eraser Tool) – Neste
caso, o Corel Draw foi buscar inspiração no
seu irmão, o Photo-Paint; se mantivermos
a tecla Shift pressionada, ao deslocarmos
o cursor no sentido vertical com o botão
esquerdo do mouse pressionado, pode-
remos variar o tamanho da borracha, para
mais ou para menos!! Sensacional idéia,
que poderia (e deveria) ser implementada
em outras ferramentas, como as de Mídia
Artística (Artistic Media Tool). Devemos notar que também é possível variar o tamanho
da borracha utilizando-se as teclas de seta
para cima e para baixo. Um pequeno bug
(ao que me parece) às vezes impede que o
tamanho diminua além de um certo ponto,
quando usamos o recurso do Shift, o que
não acontece quando usamos as setas.
Figura 08
Figura 09
Digital Designer - edição 50
7- Ao usarmos a paleta de cores
– Essa também é tão interessante quanto
desconhecida! Se clicarmos em qualquer
cor de uma paleta de cores com a tecla
Shift pressionada, abriremos um quadro
de diálogo que nos permitirá localizar a
cor desejada pelo seu nome. A escolha
é feita através de uma lista drop-down,
que contém todas as cores da paleta, mas
também é possível digitarmos o nome,
com recurso de autocompletar!! Muito
legal, principalmente em paletas grandes,
Figura 10
Figura 11
www.digitaldesigner.com.br
como Pantone (figura 10)!
8- Ao usarmos as setas do teclado,
como vimos no tópico anterior, no item
13, podemos deslocar o(s) objeto(s)
selecionado(s) em passos definidos, e se
combinarmos as mesmas com a tecla
Shift, teremos um Super-deslocamento,
ou seja, conforme definido no quadro de
diálogo Opções, teremos passos maiores
que os normais.
9- Utilizando-se a tecla Shift, podemos
deslocar as réguas para qualquer parte
da área de trabalho, clicando e arrastando nelas (figura 11); notem que se não
mantivermos o Shift pressionado, na verdade estaremos “puxando” linhas-guias
das réguas. Podemos também arrastar
o ponto de encontro das réguas, que
normalmente define o ponto zero, para
reposicionar ambas as réguas e o ponto
zero, simultaneamente. Com um duplo
clique nas réguas (ainda com Shift pressionado!) retornamos as mesmas aos seus
locais de origem.
10- Para textos, uma interessante combinação de teclas pode ser usada para ajustarmos interativamente o kerning entre os
caracteres selecionados (com a ferramenta
de texto!): CTRL+Shift+< ou CTRL+Shift+>.
Claro que podemos usar o quadro de
diálogo de formatação de texto, se não
quisermos decorar mais estes atalhos!
11- Na dobradinha de Conta-gotas e Balde
de tinta (Eyedropper e Paintbucket Tools)
– Esta interessante dupla, introduzida
na versão 9 do Corel Draw, pode, a um
simples olhar, nos parecer algo inútil, já
que aparentemente serve para copiarmos
as cores de preenchimento e/ou contorno
de um objeto para outro. O Corel Draw
sempre nos possibilitou esta operação utilizando-se o menu Editar à Copiar propriedades de.. ou usando-se o botão da direita
do mouse, arrastando-se o objeto “origem”
sobre o “destino” (falaremos mais sobre
isso adiante)...
Onde está o “tchan” destas ferramentas, então?! Bem, com elas não apenas
podemos “absorver” um preenchimento
qualquer (gradiente, padrão, textura) e
aplicar em outro objeto, como podemos
“absorver” apenas uma cor “dentro” deste
preenchimento ou mesmo, absorver uma
cor específica de um bitmap importado,
aplicando ao contorno/preenchimento do
objeto que quisermos. Mas não é só isso,
podemos amostrar uma média das cores de
uma área, como no Photoshop, em esquemas 3X3, 5X5 ou, melhor ainda, numa área
definida por nós (esta opção faz falta no
Photoshop, Adobe!!. Todas estas variações
são definidas através da nossa velha conhecida barra de propriedades (Property Bar).
E todo este blá, blá, blá com o Shift??
Simples, não importa qual das duas ferramentas estamos usando, o Shift “chaveia”
momentaneamente para a outra, agilizando
o trabalho e evitando idas e vindas à caixa
de ferramentas. Simples e efetivo, não?!?
35
entrevista
12- Nas perspectivas – Como vimos no
tópico anterior, usando-se CTRL pode-mos
restringir os movimentos dos pontos de
controle da perspectiva, forçando a ortogonalidade... Se usarmos ao mesmo tempo
o Shift, movimentaremos os dois pontos de
controle opostos ao mesmo tempo.
Tecla ALT – uma injustiçada
Não estranhem este nome para o
tópico; realmente poucos usuários dão
o devido valor à tecla ALT, talvez porque
muitos ignorem as suas funções dentro
do Corel Draw. Mas a “bichinha” (no
bom sentido) é capaz de nos prestar
grandes serviços, na hora certa, como
veremos agora:
1- Na seleção de objetos – Para dizer
a verdade, na hora de selecionar objetos
a tecla ALT tem 2 funções; no primeiro
caso, se você quiser selecionar um objeto
que está “debaixo” (atrás) de um outro,
pode clicar no “da frente” com o ALT pressionado, que selecionará o que está atrás.
Caso haja muitos objetos “empilhados” é
só ir clicando (sempre com ALT) até atingir
o objeto desejado.
Já na seleção múltipla de objetos é
comum a utilização da janela de seleção:
você clica e arrasta o cursor numa área
vazia, criando um retângulo tracejado azul,
e tudo que estiver inteiramente dentro da
área tracejada será selecionado. Ora, às
vezes seria mais fácil se bastasse a janela
tracejada tocar nos objetos; e é justamente
isso que acontece quando usamos o ALT
em conjunto com a janela de seleção.
2- Ao redimensionar/espelhar objetos
– Não sei se muitos usuários repararam,
mas o Corel Draw não segue muito os
“padrões” dos outros programas, em
relação ao seu comportamento; inclusive,
de uma versão para cá (acho que da versão
7 ou 8, não lembro mais), podemos perceber no quadro de diálogo de Opções (Options> Workspace> Toolbox> Pick Tool)
itens onde se pode optar para que as teclas
CTRL e Shift se comportem como o tradicional do Corel Draw (como foi descrito
aqui) ou como no padrão do Windows.
Este comportamento “diferente” em
relação à outros programas também se
aplica no redimensionamento e espelhamento de objetos; em ou-tros softwares,
normalmente deve-se utilizar uma tecla
(quase sempre o Shift) junto com o arrasto
do mouse se desejamos uma operação
36
36
com proporção mantida. Já o Corel Draw
possui este comportamento automaticamente, desde que utilizemos as alças de
seleção dos cantos; porém pode-se desejar
um redimensio-namento (ou espelhamento) nas duas direções simultaneamente,
mas não-proporcionalmente, e é aí que
entra a tecla ALT. Mantendo-a pressionada, podemos rescalar ou espelhar objetos não-proporcionalmente nos eixos X e
Y, ao mesmo tempo.
3- Ao importar objetos – O mesmo com-
por Fulano de Tal
portamento de não-proporcionalidade
pode ser conseguido com objetos sendo
importados, se no momento de colocarmos os mesmos na página mantivermos o
ALT pressionado e clicarmos e arrastarmos,
definindo o tamanho desejado.
4- Ao rotacionar objetos – Se mantivermos
a tecla ALT pressionada ao rotacionar
objetos, ao mesmo tempo estaremos inclinando (skew) os mesmos; a operação
lembra muito o uso da ferramenta de
transformação livre.
Figura 12
Figura 13
Digital Designer
Designer -- edição
edição 50
37
Digital
entrevista
5- Inclinando objetos com o ALT
– Semelhante ao item anterior, se
estivermos inclinando objetos e mantivermos ALT pressionada, faremos a
operação livremente (nos dois eixos,
X e Y, ao mesmo tempo). Notem que
neste caso, diferentemente do anterior, não ocorrerá rotação.
6- Ao desenhar com a ferramenta Bézier –
Acredito que todos os leitores conheçam
o funcionamento da ferramenta Bézier,
a qual permite criar segmentos retos
Figura 14
Figura 15
www.digitaldesigner.com.br
www.digitaldesigner.com.br
ou curvos; o uso da tecla ALT, enquanto
desenhamos, nos dá a possibilidade
de movermos o último ponto da linha
(aquele onde estamos no momento),
reposicionando-o a nosso bel-prazer (veja
montagem ilustrativa na figura 12). Esta
opção é muito interessante, poupando
bastante trabalho em alguns casos.
Falando no desenho com Bézier, podemos
usar as teclas C e S, para transformarmos
o node corrente em Cúspide e Suavizado,
respectivamente, enquanto desenhamos.
7- Misturando objetos – Quando
usamos a ferramenta Mistura Interativa (Interactive Blend), normalmente
clicamos e arrastamos a mesma de
um objeto até o outro, provocando a
transformação gradual dos mesmos
em uma linha reta; se usarmos o ALT
ao arrastarmos do primeiro objeto
para o segundo, poderemos criar um
caminho à mão-livre, que será usado
para a mistura (figura 13).
8- Na seleção de nós (nodes) – Poucos
usuários conhecem esta ótima implementação: ao utilizarmos a tecla ALT
com a ferramenta de forma (Shape
Tool), poderemos criar um tracejado
de formato irregular para englobar
os nodes que desejarmos selecionar,
como podemos conferir na figura 14.
Pena que a Corel ainda não tenha
criado um meio de fazermos este tipo
de seleção para objetos, com a ferramenta Pick Tool.
9- No uso da ferramenta Faca (Knife),
combinado ao Shift – Como foi descrito no tópico anterior, quando usamos o Shift com a ferramenta Knife,
podemos fazer cortes à la Bézier;
aqui também, como dito no item 5,
podemos usar ALT para reposicionar o
último ponto do desenho.
10- Conforme já falamos nos dois
tópicos anteriores, podemos usar as
setas do teclado, para deslocar o(s)
objeto(s) selecionado(s) em passos
definidos. Porém, se as usarmos com
a tecla ALT pressionada, na verdade
deslocaremos a área de trabalho nas
direções das setas, como uma alternativa ao uso da ferramenta Enquadramento (Hand).
11- Quando queremos personalizar
o Corel Draw – Um dos pontos mais
fortes da Suíte Corel é também um
dos mais “desprezados” pela maioria
dos usuários: a personalização quase
que absoluta que é permitida, seja
dos atalhos, das diversas barras, do
ambiente de trabalho (workspace)
enfim!! A maioria dos usuários que
eu conheço instala o programa e
trabalha com ele da maneira como
ele está!! Caramba! Existem tantas
possibilidades de melhorar o nosso
trabalho fazendo ao menos algumas
personalizações que isto chega a ser
um verdadeiro crime!
37
37
entrevista
Só para citar um caso, muita gente
que trabalhou com versões antigas se
queixa que nas mais recentes foi retirada a caixa drop-down para escolha do
modo de vizualização (aramado, normal, etc..) da barra padrão.. Verdade,
porém é só incluirmos o mesmo, na
posição que quisermos... Muita gente
também pensava que o comando Print
Merge (Impressão Mesclada) tinha
sido retirado do programa na versão
8, porém o pessoal da Corel apenas o
retirou do menu, podendo ser recolocado via persona-lização (neste caso,
admito, eu também caí na esparrela,
só percebendo o fato depois... Foi
“golpe baixo” da Corel, mesmo!!
Bem, e o ALT nisto tudo?? É que,
com ele, a personalização (customização, como às vezes deixamos escapar,
para terror dos nossos professores de
português!!) das barras fica muito
simples, bastando arrastarmos o botão
desejado para fora da barra (com o
ALT pressionado) para que ele seja
apagado, ou mover o botão de uma
barra para outra ou mesmo copiá-lo
(neste caso devemos usar o CTRL, além
do ALT). Notem que isso funciona nas
barras de propriedade e de status, e
também nos menus!!
Um TAB para lá, um TAB para cá
Talvez mais injustiçada que a
tecla ALT seja a TAB, que quase
todos ignoram solenemente, a não
ser quando estão trabalhando com
texto (às vezes, nem isso! Se eu contar quantos alunos meus, que dizem
conhecer WordTM, na “hora H” não
sabem usar tabulações, vocês ficariam
surpresos!!).
No Corel Draw a tecla TAB tem
várias outras funções, algumas bastante interessantes, como veremos a
seguir. Vamos lá:
1- A mais básica das funções – No
Corel Draw, podemos “ciclar” pelos
objetos da página, utilizando-se TAB,
ou se quisermos ir em caminho inverso, Shift+TAB. Isso é muito útil para
“pegarmos” aquele objeto escondido
atrás de outro (como vimos anteriormente, podemos usar ALT para este
mister), ou quando temos dificuldade
em selecionar o objeto Controle em
uma mistura (Blend) ou Contorno
38
38
(Contour), especialmente neste último.
Notem que se não houver objeto(s)
selecionado(s), o Corel começa selecionando o último objeto criado, e daí
vai, em ordem inversa, até o primeiro
a ser criado.
2- Ao movermos um(uns) objeto(s),
se a função Enable RealTime Preview
estiver habilitada, poderemos utilizar
TAB para mudarmos a aparência do
mesmo entre aramado e aperfeiçoado. Notem que isto nada tem a ver
com os comandos do menu Visualizar
(View), somente funciona enquanto
movemos o(s) objeto(s). Em versões
anteriores à 10, podíamos ciclar entre três modos de visualização dos
objetos ao movê-los: aramado, semitransparente e normal. Se a visualização RealTime estiver desabilitada no
quadro de diálogo Options, somente
veremos o aramado ao mover o(s)
objeto(s). Confiram na figura 15 uma
montagem ilustrativa do uso do TAB
ao mover um objeto.
3- Com a ferramenta Forma (Shape
Tool) – De maneira similar ao item
número 1, neste caso o TAB “cicla”
entre os nós (nodes) do objeto sendo
editado no momento. Interessante
notar que a repetição automática do
teclado fica inativa neste caso, obrigando-nos a teclar repetidas vezes,
até atingir o node desejado.
por Fulano de Tal
4- No uso da Borracha (Eraser Tool)
– Como já foi comentado no tópico
da tecla CTRL, a borracha pode apagar
em linhas retas, bastando clicar-se no
início e final do percurso desejado.
Porém podemos usar TAB para o ponto final (sem clicarmos com o mouse),
o que efetuará o apagamento e iniciará outro a partir deste ponto final;
desta maneira, podemos apagar vários
segmentos retos conectados. Neste
caso, se usarmos Esc, cancelaremos
todos os apagamentos.
5- Ferramenta Mão-livre (Free-hand
Tool) – Nesta ferramenta, podemos
usar o TAB para “chavearmos” entre o desenho à mão-livre e o de
segmentos retos, o que pode ser
bastante útil em alguns casos. Veja o
item seguinte para mais detalhes.
6- Mídia Artística (Artistic Media
Tool) – Em todas as ferramentas do
conjunto, com exceção do Espalhador de Imagens (Sprayer), pode-se
usar TAB para “chavear” entre desenho à mão-livre e em linhas retas;
se usarmos de um pouco de malícia,
clicando TAB duas vezes seguidas
a cada ponto, podemos construir
nossos objetos inteiramente com
segmentos retos. Notem que o
próprio acionar do TAB já desenha
os segmentos, sem precisarmos usar
o botão do mouse.
Figura 16
Digital
Digital Designer
Designer -- edição
edição 50
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entrevista
Quando usarmos este recurso de
linhas retas com o TAB, devemos estar
atentos para o fato de que o padrão
para as ferramentas de Mídia Artística é
o suavizamento de 100%, o que pode
fazer com que o traçado não se apresente como imaginamos (em segmentos
estritamente retos), mas em segmentos
curvos. Neste caso, antes de desenharmos, baixamos para 0% o valor
da suavização na barra de propriedades
(Property Bar).
7- Com a ferramenta Faca (Knife Tool)
– Nesta ferramenta, o TAB permite que
se escolha que parte do objeto “cortado” seja mantida e qual parte seja
descartada; por padrão, sem usarmos a
tecla, as duas partes são mantidas. Clicando-se TAB, repetidamente, pode-se
“ciclar” entre as partes a serem mantidas, porém devemos estar atentos para
o fato de que isso só pode ser feito antes do comando ser finalizado, ou seja
antes do corte efetivamente ser dado;
como pode-se “cortar” à mão-livre, em
linhas retas ou Bézier, devemos ser cuidadosos neste aspecto (Figura 16).
8- Não sei se um dos leitores de Digital
Designer alcançou o Corel Draw 5 (ou
mais improvável ainda, uma das versões
anteriores!), mas naquela época, o
programa era mono-documento, ou
seja, apenas podíamos ter um arquivo
aberto de cada vez; a partir da malFigura 17
fadada versão 6 (terrivelmente cheia
de bugs!) o Corel passou a ser multidocumento, facilitando enormemente
a movimentação de objetos entre vários
arquivos. Embora possamos nos valer
dos serviços do menu Janela (Window)
para “chavearmos” entre as várias janelas, o conjunto CTRL+TAB nos servirá
de forma bem mais rápida e prática
(CTRL+Shift+TAB “anda” em sentido
contrário!).
Um pequeno espaço para descansarmos
Antes de prosseguirmos na nossa
jornada, falando de mais “segredos”
ou dicas sobre o programa, vamos falar
de uma tecla com poucos usos, mas
bastante interessantes. Estou falando
da barra de espaço, ou simplesmente
espaço.
Sim, ela não serve apenas para
separarmos as palavras que digitamos
com a ferramenta de texto; ela também
cumpre algumas outras funções, poucas, é verdade, mas importantes, como
veremos agora :
1- Troca de ferramentas – Ao usarmos
a barra de espaço “chaveamos” da
ferramenta atual para a ferramenta de
seleção (Pick Tool) e vice-versa. A única
exceção, por motivos óbvios, é a ferramenta de texto, mas neste caso podemos usar CTRL + barra de espaço.
2- Ao arrastarmos (mover) um objeto
– Se usarmos a barra de espaço ao
movermos objetos com a ferramenta
de seleção (Pick Tool) poderemos criar múltiplas cópias dos mesmos; vale
ressaltar que podemos pressionar a
tecla apenas quando quisermos uma
cópia, ou podemos mantê-la pressionada, o que gerará um “rastro”
de objetos ao longo do percurso do
mouse (Figura 17).
3- Ao importarmos um arquivo bitmap
(testei com formatos vetoriais e não
funcionou!?!), e surgir o cursor de inserção, podemos usar a barra de espaço
(Enter também serve!) para posicionarmos a imagem exatamente no centro
da página. Claro que assim teremos de
redimensionar a imagem em um passo
posterior, se for este o caso.
Mais um ano se acaba...
... E o nosso espaço também!!!
Não por acaso, nosso último tópico
dava “um espaço para descansarmos”; devemos prolongá-lo até o
próximo mês, quando voltaremos com
a segunda e última parte deste artigo,
envolvendo dicas mais complexas e
espero, interessantes.
Não fiquem tristes nem chateados
com esta interrupção, afinal estamos no
mês das festas : Natal e Ano Novo!! Não
sei quando vocês, leitores, estarão lendo
estas palavras (afinal eu as escrevo com
uma certa antecedência, e a distribuição
das revistas neste nosso imenso país às
vezes pode atrasar), mas gostaria de
desejar a todos muitas felicidades e um
novo ano repleto de desafios a serem
vencidos, pois é quando isso acontece
que nos tornamos melhores, mais
sábios, mais fortes!! Nos encontraremos
no próximo ano, se Deus quiser, aqui
nas páginas de nossa Digital Designer!!
Até lá!!
Joaquim Borges Martinez é instrutor de Computação
Gráfica no Senac/Ba e pode ser contactado pelo email : [email protected]
www.digitaldesigner.com.br
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