Editorial Ano 3 - nº 13 - 2011 Esta revista é uma publicação independente da Correcta Editora Ltda e de público dirigido Diretora de Redação Kelly Lubiato - MTB 25933 [email protected] Diretor Executivo Francisco Pantoja [email protected] Diretor Financeiro Luciano Silva [email protected] Editor Zeca Rodriguez [email protected] Diretor Comercial Ricardo Cury [email protected] Diretora de Projetos Elaine Barreto [email protected] Diagramação e Arte Paloma Bessa [email protected] Viviane Kohl [email protected] Foto de Capa Reuters Tiragem: 15.000 exemplares Circulação: Nacional Periodicidade: Bimestral CORRECTA EDITORA LTDA Administração, Redação e Publicidade: CNPJ: 00689066/0001-30 Rua Loefgreen, 1291 - cj. 133 - V. Clementino Cep 04040-031 - São Paulo/SP Telefones (11) 5082-1472 / 5082-2158 Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião desta revista. Acesse nosso site www.newgolf.com.br Apagando a segunda velinha Uma história de sucesso se constrói assim; primeiro dia a dia, depois mês a mês. Quando se chega no estágio do “ano a ano” já é um sinal e tanto de que as coisas estão andando bem. No lançamento da New Golf 13, comemoramos também, com muito orgulho, o nosso segundo aniversário. Neste cenário, é inevitável fazer um rápido “flash back”, um breve comparativo da situação de abril de 2009 em relação ao atual momento. Parece uma eternidade. É como fazer cooper subindo uma ladeira, não tão íngreme, mas extremamente constante. Você só nota o quanto já subiu quando olha para trás. É assim que nos sentimos folheando nossa revista, cada vez maior, mais encorpada e, acima de tudo, mais respeitada. Começar grande é ótimo, mas melhor ainda é poder evoluir pouco a pouco, atingindo o auge no momento certo. Ainda não estamos nele, mas nunca nos desviamos de seu endereço. O resto é questão de tempo. Nesta edição mais do que especial, trazemos como matéria de capa o memorável Masters de Augusta, que teve a vitória de Charl Schwartzel. O sul-africano de 26 anos se aproveitou dos erros de Rory McIlroy, vestiu o cobiçado paletó verde e embolsou quase 1 milhão e meio de dólares. Que tal? A nova New Golf ainda traz a cobertura dos principais torneios do Brasil, como os Abertos do Rio de Janeiro e do Clube de Golfe de Brasília. O domínio foi dos gaúchos Leonardo Conrado e Felipe Lessa, também por isso os dois foram os destaques como entrevistados do mês. A inauguração do primeiro campo de golfe do Estado da Paraíba também ganhou seu espaço. O oitavo campo do nordeste brasileiro teve seu lançamento em grande estilo e atraiu a atenção de golfistas de todo o País. As já tradicionais seções de preparação física, fisioterapia, dicas técnicas e equipamentos seguem firmes. Marco Antonio Rodrigues e Paco Alemán dão suas opiniões de peso sobre o golfe internacional. E o time de colunistas da New Golf não pára de crescer. Os estreantes são os respeitados Henrique Fruet, Paulo Pimentel e Claudio Golombek. Sejam bem-vindos! Boas tacadas e ótima leitura! Zeca Rodriguez Sumário Torneios 12 Nationwide Bogotá Open 28 Aberto da FGERJ 32 Aberto de Brasília 18 42 Masters de Augusta Rory McIlroy sente a pressão e vê Charl Schwartzel vestir o paletó verde Colômbia se firma como palco no Nationwide Tour na América do Sul Leonardo Conrado volta aos torneios nacionais com vitória no Rio Torito confirma boa fase, vence de ponta a ponta e vira o nº1 do Brasil Aberto Bandeirantes Em Arujá (SP), Pedro da Costa Lima leva mais um título para sua galeria 46 Open do Club Med 48 Chevrolet Golf Cup 56 Volta ao mundo (ABGS) Terravista Golf Course foi palco para a 4ª edição do evento Damha Golf Club (SP) recebe a 1ª das cinco etapas da temporada Golfistas seniores vão à Miami para disputar torneio no Doral Destaques 40 24 36 44 Novo palco Entrevista Inaugurado o primeiro campo de golfe da Paraíba, o oitavo do nordeste Gaúchos Torito e Leonardo Conrado falam sobre os títulos e boa fase 54 Rio 2016 Robert Trent Jones Jr. vem ao Brasil e formaliza intenção de construir campo olímpico Open TAM / Embrase Circuito leva participantes a destinos de golfe pelo Brasil e exterior HSBC LPGA Brasil Cup As melhores do mundo retornam ao Rio para a 3ª edição do evento 58 Menino de ouro Daniel Stapff se destaca nos EUA e ganha prêmio de melhor do ano Colunas 10 60 62 63 68 70 74 76 86 88 90 92 80 Coluna do Amador Por Humberto Monte Neto 64 Associação Pta de Golfe Equipamentos New Golf Argentina Por Antonio Padula São Bento Golfe e Brasil Golf mostram as novidades do mercado Paco Alemán comenta sobre o que faz o Augusta National e o Masters serem especiais Golfe Nota 10 Por David Oka Tacada Cidadã Por Rafael Jun Opinião Por Marco Antonio Rodrigues 66 Preparação Física Por Africa Madueño Alarcón Fisioterapia Por trás dos campos Por Claudio Zezza Saiba porque a China tem se tornado o centro mundial do crescimento da indústria do golfe Dicas técnicas Por Dino Pádua Muito além do jogo Por Henrique Fruet Golfe empresarial Por Paulo Pimentel 96 Analisando os campos Por Claudio Golombek New Golf Cervejas Por Gustavo Sanches Buraco 19 Os segredos do raro George Dickel e do famoso Jack Daniel's na rota do whiskey no musical estado do Tennessee Apoio coluna do amador Feliz aniversário por Humberto Monte Neto * A Revista New Golf comemora seu 2º aniversário alcançando o patamar de uma revista atuante que está sendo lida a cada bimestre por mais golfistas e empresários de todo o Brasil. No entanto, para alcançar o ponto mais alto no segmento - tarefa nada fácil - a New Golf, juntamente com sua equipe de colaboradores, buscou não alterar a forma da comunicação e o conteúdo de suas edições. E creio que está conseguindo. Em março de 2009, os criadores da New Golf botaram a mão na massa e lançaram a publicação, projetada para jogadores iniciantes e interessados no golfe. A revista iniciava a caminhada para entrar na lista de empresas de comunicação esportiva no Brasil. A Coluna do Amador teve um lançamento discreto, oferecendo aos leitores algumas novidades sobre o golfe no Brasil. Me propus a colocar um produto de fácil compreensão a todos aqueles que praticam ou querem iniciar no esporte. As críticas e elogios vieram rapidamente e foram bem recebidos. Na época, os especialistas no mercado chegaram a desprezar o conteúdo criado por nós. O motivo? Consideravam nossos artigos simples e pouco evolutivos. Todavia, sempre acreditamos que se continuássemos com a filosofia das primeiras edições em pouco tempo estaríamos no mercado das melhores revistas especializadas no esporte. O poder de transmitir o entusiasmo que sinto pelo golfe me conduz na direção de continuar lutando para que surjam novos golfistas e mais investidores. Popularizar este esporte no Brasil será a maior conquista das minhas colunas nesta revista. Nestes dois anos, sinto em cada edição um ótimo astral. As capas envolventes, motivos e matérias atualizadas, chegam às casas, clubes, resorts e nos escritórios dos nossos anunciantes e patrocinadores, como uma façanha comercial para a época. Em 2010 o objetivo foi alcançado realmente, com o lançamento de novos empreendimentos com campos de golfe. O período ficará marcado também pela atuação do Brasil no PGA Tour, com Alexandre Rocha ajudando na popularização do esporte em nosso País. O novo campo para a Olimpíada de 2016 e todo o cenário político econômico a ser lançado nos próximos anos, garantirão o sucesso do desenvolvimento do golfe. A Coluna do Amador, embora reconheça que o número de golfistas jovens continua como sombra no processo de renovação, manterá esta comunicação com as atualizações de assuntos que motivem a maioria dos leitores a continuar jogando golfe. Especula-se que o ano de 2011 será marcado pelo lançamento de grandes eventos e recheado de novidades, com oportunidades para vocês iniciarem no golfe. Feliz aniversário, Revista New Golf, e um grande abraço a todos os leitores golfistas. * Humberto Monte Neto Empresário / Golfista Hcap Index 13,5 e-mail: [email protected] 10 torneios internacionais Chuva sul-africana Pacific Rubiales Bogotá Open em Bogotá ❙❙ Brenden Pappas Etapa do Nationwide Tour na Colômbia ganha força com sua segunda edição e confirma presença do PGA Tour na América do Sul. Tempestade em Bogotá abrevia torneio e sul-africano Brenden Pappas é declarado campeão com apenas 36 buracos disputados Por Zeca Rodriguez 12 Fotos: Carlos Suescún Fotos: Carlos Suescún ❙❙ Foto: Juan Alejandro A forte chuva que suspendeu o torneio ❙❙❙❙ Francisco Santos, ex vice-presidente da Colômbia, e José Francisco Arata, presidente de Pacific Rubiales Energy U m ano após a vitória do norte-americano Steve Pate na primeira edição de um torneio oficial da PGA já realizado na América do Sul, o Nationwide Tour retorna ao continente, novamente na Colômbia. Tendo como palco o Country Club de Bogotá, o Pacific Rubiales Bogotá Open, oferecido por Samsung e Comcel, dis- tribuiu uma premiação de mais de 600 mil dólares, a maior na história do país. Com o apoio da Proexport, o torneio aconteceu de 23 a 27 de fevereiro e contou com a presença de alguns dos melhores jogadores circuito, que traziam em seus currículos importantes títulos do golfe mundial, como Notah Begay, quatro vezes vencedor no PGA Tour e reconhecido por sua grande amiza- de com Tiger Woods. Mas quem levou a melhor foi o sul-africano Brenden Pappas. Após ter fechado a segunda rodada na liderança com 133 tacadas, o golfista de 41 anos foi beneficiado em função das fortes chuvas que castigaram a capital colombiana, que acabaram suspendendo a disputa prematuramente. Para efeito de classificação final, ficaram valendo os resultados somados 13 14 Foto: Juan Alejandro Foto: Carlos Eduardo González apenas até as duas primeiras rodadas. “É um misto de sentimentos. Por um lado, não estou tão satisfeito por ter vencido desta maneira, mas fico muito feliz pelo título e pela premiação”, disse o campeão, que já havia vencido um torneio do Nationwide Tour em 2006, no The Rex Hospital Open, além de ter levado um vice-campeonato no Southern Farm Bureau Classic, torneio do PGA Tour. Vale lembrar que o triunfo não foi considerado oficial porque foram disputados somente 36 buracos. “Temos que estar preparados para todas as condições que nos aparecem. No ano passado o campo estava rápido e firme e agora estava muito molhado, úmido. Na verdade posso jogar bem aconteça o que aconteça, mas sempre jogo melhor com o campo molhado”, destacou Pappas, que jogou 66 na segunda rodada e terminou com nove abaixo do par no campeonato para garantir a vitória e os 108 mil dólares. O vice-campeão foi o norteamericano Matt Every, que jogou 67-67 nos dois primeiros dias e completou a segunda rodada apenas uma tacada atrás de Brenden Pappas, com 134 no total e oito abaixo do par. Pelo resultado, Every levou para casa o prêmio de quase 65 mil dólares. Cinco golfistas dividiram o terceiro lugar, todos com 135 tacadas, sete abaixo do par do campo, a duas tacadas do campeão; os norte-americanos Clayton Rask e Scott Brown, o argentino Julian Etulain, o australiano Woon Joon Lee, além do colombiano David Vanegas, que se destacou como melhor golfista da casa jogando 66-69. “Quando a terceira rodada foi suspensa eu era um dos líderes, então é um sentimento ❙❙ David Vanegas, o melhor colombiano do torneio ❙❙ Cantor Carlos Vives e o ator Manolo Cardona na festa de encerramento amargo. Mas sem dúvida, saio com um saldo positivo”, disse o colombiano Vanegas, campeão de um Challenge Tour, em Medellín, no ano passado. Sete dos dez jogadores locais passaram o corte: David Vanegas, Manuel Villegas, Óscar David Álvarez, Robert Herrera, Andrés Echavarría e José Manuel Garrido. O palco da festa Situado dentro da cidade, o impressionante e exclusivo Country Club Bogotá, é a sede da etapa sulamericana do Nationwide Tour. Fundado no mês de setembro de 1917, foi o primeiro clube a ter campo de golfe no país e está localizado ao norte da capital, em um dos melhores lugares da cidade. Rodeado de shoppings e hotéis, atualmente tem dois campos de golfe, construídos pelo engenheiro John Van Kleek. A Cancha Fundadores é considerado um dos melho- res campos do país, graças à grande dificuldade que apresenta aos jogadores. É o único campo em âmbito nacional que tem fairways, roughs e greens semeados em Bent Grass. Durante seu trajeto, o golfista poderá encontrar um lago que chega aos buracos 5, 6, 9, 10, 13 e 18. O campo, de par 72, possui fairways planos e roughs arborizados. É utilizado para campeonatos, dos quais participam jogadores de handicaps baixos e profissionais. Resultado final do 2º Pacific Rubiales Bogotá Open 1º Brenden Pappas (AFS) 67+66 / 133 tacadas (-9) US$ 108.000,00 2º Matt Every (EUA) 67+67 / 134 tacadas (-8) US$ 64.800,00 3º David Vanegas (COL) 66+69 / 135 tacadas (-7) US$ 27.060,00 3º Julián Etulain (ARG) 67+68 / 135 tacadas (-7) US$ 27.060,00 3º Scott Brown (EUA) 69+66 / 135 tacadas (-7) US$ 27.060,00 3º Woon Jonn Lee (AUS) 69+66 / 135 tacadas (-7) US$ 27.060,00 3º Clayton Rask (EUA) 66+69 / 135 tacadas (-7) US$ 27.060,00 Country Club de Bogotá 15 ❙❙ Club Militar de Golf As tacadas na Colômbia O país sede do único evento do PGA Tour na América do Sul é um dos melhores destinos internacionais para os amantes do golfe, com mais de 55 campos à disposição. A Colômbia é o terceiro país com o maior número de campos na América Latina e conta com opções variadas, que permitem jogadas à beira mar ou a uma altitude de 2.600 metros acima do nível do mar. Rodeados por bosques, águas termais, riachos, lago e plantas típicas da região e pela altura das cidades e condição dos ventos, os campos apresentam 16 níveis de dificuldades distintos para bom proveito de turistas, amadores ou profissionais. Na zona atlântica colombiana, principal área marítima do país, estão situados três campos de golfe. São eles: Campestre, em Cartagena de Índias, e Country e Caujaral, em Barranquilla. Em Cartagena, o turista pode desfrutar de um campo de muita qualidade e também de momentos agradáveis com belezas naturais, história e arte. Sua excelente atividade noturna combinada às variedades gastronômicas, eventos culturais e a possibilidade de encontrar o Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, caminhando pelas românticas ruas da cidade, fazem com que os jogos de golfe se transformem em experiências inesquecíveis. Outro expoente do golfe às margens do Atlântico é o renomado Club Lagos de Caujaral, situado nos arredores da cidade de Barranquilla, e que tem este nome porque grande parte do terreno está coberto de “Cajuaro”, árvore silvestre típica da região. O lugar conta com um variado e desafiante campo de golfe, projetado pelo renomado arquiteto Joseph L. Lee, de Boynton Beach, Flórida. Ao redor dos greens, armadilhas colocadas com malícia exigem grande destreza por parte do jogador. Todos os fairways são rodeados por bosques, águas ou abismos, o que inspirou um comentário geral sobre o Caujaral ser “aquele que não perdoa um golpe ruim”. O Country Club Barranquilla tem 18 buracos, par 72 e conta com duas temporadas muito distintas entre si, geradas pela intensa variação do clima. Rodeado por uma paisagem incomparável, o campo conta com roughs amplos e que podem chegar a medir 50 jardas. Os greens, por sua vez, são planos e pesados, fazendo com que a bola reaja de maneira inesperada. Tudo isto faz deste campo de golfe uma experiência relaxante, mas também muito desafiadora. Bogotá Com 24 acessíveis clubes, incluindo o Country Club Bogotá, é possível desfrutar dos mais variados campos na capital colombiana, feitos por famosos projetistas do mundo. Uma das melhores propostas da cidade é o Clube El Rincón, com seus 18 buracos, obra desenhada por Robert Trent Jones. Este é um campo extenso e difícil. O rio Bogotá passa por parte do campo. Na savana de Bogotá também se destaca o Clube Campestre Hato Grande. São 18 buracos projetados por Gary Player Design C.O. e Boris Sokoloff. Catalogado como par 72, este campo apre- senta uma topografia plana e fairways amplos. Grandes lagos e jardins fazem parte da paisagem. Outra boa opção é o San Andrés Golf Club, que conta com um magnífico campo, par 72 de 7.145 jardas, desenhado pela famosa empresa Thompson & Jones e reconhecido pela sua arborização. É um campo clássico, relativamente plano, no qual a topografia determina as características do jogo. Na capital da Colômbia há ainda o Clube Militar de Golfe. Localizado a 40 minutos de Bogotá, o campo de 18 buracos, projetado por Fernando Gamboa, é difícil e de muita precisão nas saídas e nos tiros ao green. Com um par 72, este campo é plano, mas com ondulações determinantes na hora de realizar uma boa tacada. ❙❙ Clube El Rincón 17 torneios internacionais Com tudo que um Masters de Augusta major tem direito O campeão Charl Schwartzel 18 Cheia de surpresas, emoções e recordes, a final do Masters de Augusta 2011 entra para o hall das mais emocionantes da história. Em cartaz a estrela do campeão Charl Schwartzel, um dia inspirado de Tiger Woods e a pressão sentida pelo garoto Rory McIlroy Por Zeca Rodriguez Fotos: Reuters Q uando o irlandês Rory McIlroy virou para o último dia em primeiro com quatro tacadas à frente do grupo de vice-líderes, esbanjando frieza e confiança, jogando sempre abaixo do par e mostrando um golfe seguro, de primeira qualidade, dizer que o garoto de 21 anos conquistaria o Masters 2011 não era um palpite lá dos mais arrojados. Mas o que o destino reservava para aquela final de 10 de abril no Augusta National Golf Club era muito mais do que uma mera confirmação das expectativas da maioria. Quem viu o placar do torneio no sábado, por algum motivo não pôde assistir à última rodada e foi conferir o resultado final no domingo tomou um susto com as reviravoltas na classificação e com um tal de Charl Schwartzel vestindo o cobiçado paletó verde. Já quem teve o privilégio de acompanhar ❙❙ O norte-irlandês Rory McIlroy a decisão, certamente não se esquecerá tão cedo desta que foi uma das mais emocionantes finais da história de um major. Chegando com um score de 65, 69 e 70, o talentoso McIlroy apareceu para a final de domingo como grande nome do Masters e grande favorito ao título, mas claramente sentiu a pressão e teve um dia desastroso, fechando com 80 tacadas. Foram nada menos do que quatro bogeys, um double bogey e um triple bogey, mais do que o suficiente para lhe tirar quaisquer chances de título e para fazê-lo despencar da liderança para a 15ª colocação. “Estou muito desapontado. Liderava até a metade da rodada final. Bati um tee shot ruim no buraco 10 e não me recuperei mais”, contou o irlandês. “Será muito difícil lembrar-me de tudo disso por alguns dias, mas irei superar”, completou Rory. Com o então favorito fora da briga, o posto estava vago e quem surgiu para ocupar com propriedade este lugar foi o sul-africano de 26 anos Charl Schwartzel, que chegou no domingo como um dos vice-líderes, no bolo dos primeiros colocados, e logo de cara mostrou que estava em seu dia, marcando um birdie no buraco 1 e um eagle no 3. Daí para frente teve uma sequência de jogo regular, com muitos pares, mas a surpresa estava reservada para a 19 reta final. Inspirado, Schwartzel marcou nada menos do que quatro birdies nos últimos quatro buracos, resultado histórico, que lhe deu o título de seu primeiro major na carreira. “Foi um dia incrível. Todo o clima da torcida, a atmosfera que cercava o dia, tudo estava fenomenal”, comentou o campeão. “Ainda é muito cedo para pensar em tudo isso que está acontecendo. É um sonho se tornando realidade”, disse o sul-africano após a vitória. Para completar a festa, os espectadores ainda foram brinda- dos com uma exibição de gala de Tiger Woods. O ex-número 1 do mundo mostrou porque é um jogador diferenciado, colocando o público de pé ao jogar 67, com cinco birdies e um eagle no cardápio do dia. No total, o norteamericano fechou com 278 tacadas, em quarto lugar empatado com o australiano Geoff Ogilvy e com o britânico Luke Donald. Tiger ficou a quatro tacadas do campeão e a duas dos vice-campeões, os australianos Jason Day e Adam Scott, que fecharam o Masters com 276 tacadas. Fatos, números e curiosidades Charl Schwartzel tornou-se o terceiro sul-africano a vencer o Masters. Antes dele, Gary Player já havia conquistado três títulos em 1961, 1974 e 1978 - enquanto Trevor Immelman vestiu o paletó verde em 2008. O título de Schwartzel no Augusta National aconteceu exatamente na comemoração do aniversário de 50 anos da primeira conquista de um sul-africano neste major, façanha de Gary Player, em 1961. Os quatro birdies nos buracos 15, 16, 17 e 18 da rodada final, fizeram com que o campeão Schwartzel entrasse para a história como dono da melhor sequência dos quatro últimos buracos de um Masters em todos os tempos. Com 23 birdies assinalados durante a semana, o australiano Jason Day foi o líder da estatística no Masters 2011. O campeão Schwartzel marcou 17. Jason Day dividiu o vice-campeonato com seu compatriota Adam Scott. Jason Day também foi o dono da melhor volta do torneio. O australiano de 23 anos fechou o segundo dia em apenas 64 tacadas, com oito birdies e 10 pares. A segunda melhor volta foi de Rory McIlroy, com 65 no primeiro dia. Após jogar muito bem nos três primeiros dias, o norte-irlandês Rory McIlroy marcou 80 tacadas na rodada final. Foi o pior score dos quatro dias de torneio entre todos os 49 jogadores que passaram o corte. 20 Classificação final do Masters de Augusta 2011 1º Charl Schwartzel (AFS) 69+71+68+66 / 274 tacadas (-14) US$ 1.440.000,00 2º Jason Day (AUS) 72+64+72+68 / 276 tacadas (-12) US$ 704.000,00 2º Adam Scott (AUS) 72+70+67+67 / 276 tacadas (-12) US$ 704.000,00 4º Tiger Woods (EUA) 71+66+74+67 / 278 tacadas (-10) US$ 330.667,00 4º Luke Donald (ING) 72+68+69+69 / 278 tacadas (-10) US$ 330.667,00 4º Geoff Ogilvy (AUS) 69+69+73+67 / 278 tacadas (-10) US$ 330.667,00 7º Angel Cabrera (ARG) 71+70+67+71 / 279 tacadas (-9) US$ 268.000,00 8º K. J. Choi (COR) 76+70+71+72 / 280 tacadas (-8) US$ US$ 240.000,00 8º Bo Van Pelt (EUA) 73+69+68+70 / 280 tacadas (-8) US$ 240.000,00 10º Ryan Palmer (EUA) 71+72+69+70 / 282 tacadas (-6) US$ 216.000,00 Charl Schwartzel 21 Ilustração: Marco Antonio Rodrigues inauguração A oitava maravilha Águas da Serra Golf Club do Nordeste Desenhado por Sebastião Neres, da NGA Golf, o primeiro campo de golfe da Paraíba é o oitavo da região nordeste e faz parte de um projeto de R$ 4 milhões. A inauguração do Águas da Serra Golf Club movimentou Bananeiras (PB) e atraiu dezenas de golfistas Por Zeca Rodriguez Fotos: Guy Joseph 24 N asce um novo palco para o golfe brasileiro. Em uma festa que atraiu mais de mil pessoas e jogadores dos quatro cantos do País, foi inaugurado o Águas da Serra Golf Club, primeiro campo do Estado da Paraíba. A festa aconteceu no dia 19 de março e movimentou a cidade turística de Bananeiras. O torneio que marcou a abertura oficial do oitavo campo do Nordeste movimentou cerca de R$ 1 milhão, demonstrando o alto potencial turístico que o esporte pode representar para o turismo local. Todos os hotéis de Bananeiras e das cidades num raio de 50 km do campo ficaram com 100% de ocupação por conta da festa. Cerca de 200 pessoas tomaram sua primeira aula de golfe, ministrada pelo profissional Luiz Menezes. Com nove buracos, o novo campo é um projeto de R$ 4 milhões e foi desenhado por Sebastião Neres. Possui par 31 e quatro tees de saída, proporcionando desafios diferenciados aos diversos níveis de jogadores, que encontrarão no trajeto todos os desafios que tornam o esporte mais emocionante, como bancas de areia e lagos. “É um campo de traçado bastante ❙❙ A prefeita Marta Ramalho e Sebastião Neres descerram placa de inauguração amigável, ideal para atrair novos praticantes para o esporte”, diz Sebastião Neres, da NGA Golf, uma das mais atuantes empresas de construção e reformas de campos de golfe do Brasil. “Os empreendedores imobiliários e investidores na área de turismo estão descobrindo que o golfe só agrega valor a seus empreendimentos. Esse é um fenômeno que está acontecendo no Bra- ❙❙ Alírio e Mirian Trindade, proprietários do empreendimento ❙❙ Sebastião Neres, designer do campo 25 sil inteiro”, conta Neres, que já havia falado à New Golf sobre o projeto há cerca de dois anos, na matéria sobre construção de campos de golfe. O Águas da Serra faz parte de um complexo que está ligado a hotel e condomínio. Além de Club House com vestiário, bar, varanda e sala de TV, o empreendimento possui também driving range, chipping green e putting green. O cartão-postal do campo é o buraco nove, que possui um green em formato de ilha. Todo o campo possui irrigação automatizada, grama Celebration nas raias e grama Tifton Dworf nos greens. ❙❙ Fachada do Serra Golfe Hotel O complexo e o turismo O Águas da Serra Golf Club faz parte do Águas da Serra Haras & Golf, um empreendimento que reúne condomínio de 665 lotes de 450 m² a 8.000 m², sendo 60 deles ao redor do campo. O empreendimento possui ainda o ❙❙ Clubhouse 26 ❙❙ A cidade de Bananeiras Serra Golf Hotel, instalado num casarão restaurado de 1920 e localizado no centro da cidade, a 5 minutos de carro do condomínio e do campo. A cidade turística de Bananeiras fica a 141 km de João Pessoa, capital do Estado, a 150 km de Natal (RN) e a 70 km de Campina Grande (PB). Numa altitude superior a 600 metros, possui clima ameno que atrai turistas o ano inteiro e que combina muito com a prática do golfe. O condomínio Águas da Serra Haras & Golf, o Águas da Serra Golf Club e o Hotel Serra Golfe são projetos do Grupo LTL Construções, do empresário Alírio Trindade Leite. “Investimos no golfe por acreditar no crescimento do esporte e por saber de seu forte potencial turístico”, diz Trindade Leite. “Campos de golfe atraem turistas e um valor imensurável ao empreendimento”, completa. Estudos internacionais mostram que o turista de golfe gasta de 50% a 100% a mais do que o turista convencional. ❙❙ Show da cantora Renata Arruda Primeiros campeões Pala celebrar a abertura oficial do Águas da Serra Golf Club, o campo recebeu, no dia 19 de março, seu primeiro torneio, que foi vencido por Jorge Vasconcelos Lima, com 74 tacadas, seguido por Amadeo Romaguera, com 75, ambos do Caxangá Golf Club, de Recife (PE). Participaram da com- petição golfistas de São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. À noite foi realizada a entrega de prêmios e a festa de inauguração, com show da cantora paraibana Renata Arruda e apresentação de dança de crianças atendidas por entidades da região. O evento contou com patrocínio da MercedesBenz e apoio da Azul Linhas Aéreas e da Bahia Golf Car. ❙❙ Golfistas de São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia participaram do torneio 27 torneios nacionais Voltando para Aberto da FGERJ ser campeão Em seu retorno à disputa pelo ranking nacional, Leonardo Conrado mostra força e vence no Rio de Janeiro. Entre as mulheres, Larissa Pombo contou com a regularidade para levantar o troféu Por Zeca Rodriguez Fotos: Fábio Vicente Leonardo Conrado 28 Regularidade foi a chave ❙❙ Ivan Tsukazan E le não pôde disputar os dois primeiros eventos do ano válidos pelo ranking nacional amador, mas logo em seu retorno aos principais torneios do Brasil, Leonardo Conrado mostrou competitividade e já reencontrou o caminho das vitórias. De 8 a 10 de abril, o gaúcho conquistou o título do Campeonato Aberto da Federação de Golfe do Rio de Janeiro, disputado no Búzios Golf Club & Resort, na Região dos Lagos. No feminino, a jovem paranaense Larissa Pombo garantiu o primeiro lugar após os três dias. Conrado jogou 77, 72 e 74 para confirmar a vitória com 223 tacadas no total dos três dias. Após bater bem na bola, mas errar muitos putts na rodada inicial, o jogador se recuperou no dia seguinte, quando completou em 72 tacadas e entrou de vez na briga pela taça. Na volta final, mesmo com momentos irregulares como o triple bogey no buraco 9, ele conseguiu se manter na liderança e conquistar o título com três tacadas de vantagem para o vice-campeão, Clay Hamlin, que fechou o campeonato em 226. Empatados em terceiro, com 228, ficaram o paulista Ivan Tsukazan e o gaúcho Felipe Lessa. “Fui muito consistente nas horas em que tive que ser. Consegui me manter concentrado nos bons momentos e não perder o controle do jogo nos buracos mal jogados”, comentou o campeão. “Acredito que a maior dificuldade do jogo tenha sido a velocidade dos greens, mas o título veio porque joguei muito bem os últimos nove buracos”, acrescentou o jogador, que é médico, natural de Pelotas-RS, e tem que se virar para conciliar a paixão pelo golfe com o seu diaa-dia. “Trabalho todos os dias das 8h00 da manhã até às 18h00, mas moro a 500 metros do clube e isso facilita bastante. Treino às quartas e sextas-feiras e nos finais de semana. Também corro e faço musculação duas ou três vezes por semana”, completa Conrado, que é sócio do Porto Alegre Country Club. O destaque na competição feminina foi Larissa Pombo, do Paraná. Com apenas oito jogadoras na disputa, a jogadora do Alphaville Graciosa Clube foi um verdadeiro relógio, jogando 81 nos três dias para chegar ao título com 243 tacadas no total, seis à frente da paulista Ruriko Nakamura, sócia do Terras de São José, de Itu (SP), e atual líder do ranking nacional amador. “Foi além das minhas expectativas. Consegui manter regularidade no jogo mesmo sendo um campo muito difícil. Consegui me adaptar com o forte vento e a velocidade dos greens. Estava conseguindo jogar bem os putts longos, acertando a força para cada distância”, comentou ❙❙ Discurso da campeã Larissa Pombo 29 Campeões do Aberto da FGERJ – Búzios (RJ) Masculino Scratch Leonardo Conrado (Porto Alegre Country Club) Handicap até 8,5 Ivan Tsukazan (Santos São Vicente Golf Club) Handicap de 8,6 a 14 Sérgio Gariano (Búzios Golf Club & Resort) Handicap de 14,1 a 22,1 Edisio Gomes (Clube de Golfe de Brasília) Feminino Scratch Larissa Pombo (Alphaville Graciosa Clube) Com handicap Adriana de Oliveira (Graciosa Country Club) Os campeões Leonardo e Larissa Larissa, de 21 anos, que chegou à sua primeira conquista de um torneio válido pelo ranking nacional. “Essa vitória me inspirou e me fez começar a pensar na Copa Los Andes, o Sul-Americano adulto”, conta a jogadora, que é golfista desde os seus 12 anos e se interessou pelo esporte quando começou a acompanhar seu irmão Henrique, que também joga. O Campeonato Aberto da FGERJ, que valeu para os rankings mundial, nacional e do Rio de Janeiro, contou com o apoio do Hotel Atlântico Búzios e da Prefeitura de Búzios, através da Secretaria de Turismo, que distribuiu, durante o jogo, Hidrotônico I9 da Coca-Cola, e disponibilizou voucher para sorteio de diversos restaurantes da 30 cidade, como Tartaruguinha, Boom, Rocca, Salsa e Lorenzo. A Faculdade Unilagos, através do Dr. Gustavo Suarez, deixou uma ❙❙ Adriana Oliveira e Ruriko Nakamura equipe de enfermagem à disposição dos jogadores. A Privilège Búzios forneceu cortesias para a noite de sábado. torneios nacionais Show de Torito 28º Aberto do Clube de Golfe de Brasília e virada de Nakamura ❙❙ Os campeões Felipe Lessa e Ruriko Nakamura Felipe Lessa confirma excelente fase, vence seu terceiro torneio do ano e torna-se o número 1 do Brasil. No feminino, Ruriko Nakamura rouba a liderança de Lucia Guilger no último buraco e conquista título com pitadas de dramaticidade Por Zeca Rodriguez Fotos: Bruno Spada / Tripé Foto 32 D os quatro primeiros torneios do ano válidos pelo ranking nacional, dois foram para as mãos dele. O gaúcho Felipe Lessa, conhecido como Torito, vem confirmando a condição de grande revelação do golfe amador brasileiro dos últimos tempos. De 21 a 24 de abril, o jogador deu um verdadeiro show na 28ª edição do Aberto do Clube de Golfe de Brasília e conquistou o título do Lessa somou 215 tacadas (7271-72) nos três dias de competição. Com a vitória, o gaúcho, que já havia vencido em casa o Aberto do Rio Grande do Sul em fevereiro, assumiu a liderança do ranking nacional amador. Na final, ele entrou em campo com uma vantagem de cinco tacadas para o segundo colocado, o paulista Giordano Junqueira. Mas após os primeiros três buracos, a diferença estava caindo. No buraco 4, Torito fez um hole in one, quando ampliou novamente sua vantagem. “Sem dúvida, foi o momento mais importante do final de semana. Foi uma tacada perfeita e na hora certa, porque me deu tranquilidade para administrar o meu jogo”, lembrou Felipe Lessa. O vice-campeonato ficou com Giordano Junqueira, sócio do Ipê Golf Club, de Ribeirão Preto, que fechou os três dias somando 222 tacadas (80-68-74), enquanto o terceiro colocado foi outro gaúcho; Octavio Villar, que fechou a competição com 224 tacadas no total (75-76-73). A virada na hora certa Se o campeão masculino foi o mesmo jogador que liderou a competição desde o início, já não é possível falar a mesma coisa sobre o jogo das damas, que esbanjou emoção até o último buraco. Lucia Guilger, a Barata, liderou a competição desde o primeiro dia, quando largou com um belo 73, contra 78 tacadas da vice-líder, Ruriko Nakamura, campeã do torneio em 2010. Na segunda rodada, Ruriko repetiu as 78 tacadas e ficou a apenas uma de Lucia, que jogou 82. Já no último dia, Ruriko embocou um birdie de fora do green no buraco 16 e conseguiu empatar a partida - nos 51 buracos anteriores, sempre esteve atrás de Lucia. No 17, ambas somaram três tacadas, o par do buraco. A vitória de Ruriko, que manteve seu posto de número 1 do Brasil, veio no 18, quando embocou um putt de quatro metros para birdie, evitando o playoff e sagrando-se ❙❙ Lucia Guilger deixou o título escapar nos últimos buracos tradicional torneio candango de forma incontestável, liderando de ponta a ponta e ficando sete tacadas à frente do vice-campeão. O triunfo do jovem de 22 anos teve até direito a hole in one no buraco 4 da volta final para coroar a festa. “Fui muito regular durante o torneio inteiro, fiz poucos bogeys e emboquei bons putts. Acho que a paciência foi minha maior virtude”, avaliou o campeão, que é sócio do Porto Alegre Country Club. 33 campeã pela segunda vez consecutiva em Brasília. Condições do campo e receptividade ❙❙ ❙❙ Giordano Junqueira, vice-campeão Todos os campeões 34 O campo de Brasília foi muito elogiado pelos participantes. Os golfistas puderam sentir a diferença graças à instalação, há cerca de dois anos, de um novo e moderno sistema de irrigação. Implementada pela empresa brasileira Regatec, representante no país da Rain Bird, a nova irrigação deixou o campo mais verde e mais macio. “Os greens nunca estiveram tão bons”, disse Roberto Gomez, tetracampeão brasileiro, que participa do Aber- to de Brasília há vários anos. “O campo estava muito melhor do que ano passado. Acredito que o investimento que eles estão fazendo está dando resultado”, disse o campeão Felipe Lessa. A receptividade do Clube de Golfe de Brasília também foi marcante, principalmente considerando que o torneio só contou com apoiadores. No final do dia de treinos, o clube ofereceu um coquetel aos participantes. No dia seguinte, foi servido um rodízio de pizzas com chope ao longo de toda a tarde. No sábado, dia da segunda rodada, os golfistas foram agraciados com um churrasco que durou até o começo da noite. No dia da final, foi servido um almoço buffet a todos os participantes. O Oba Hortifruti, marca conhecida na cidade, ofe- Campeões do 28º Aberto do Clube de Golfe de Brasília Masculino ❙❙❙❙ Alexandre Cordeiro (Fecong) Péricles Toledo e Agnelo Queiroz receu frutas e bebidas aos golfistas durante a partida. No final do torneio, foi sorteada ainda uma passagem para os Estados Unidos pela American Airlines. O 28º Aberto de Brasília contou com o apoio da American Airlines, Golden Tulip Brasília Alvorada, Governo do DF, Secretaria de Esportes do DF, Brasília Convention & Visitors Bureau, Concessionária Brasal, G3 Comunicação, Gol Linhas Aéreas, Mapfre Seguros, Oba Hortifruti, Portal Brasileiro do Golfe, Revista Golf & Turismo e Revista New Golf. O evento foi organizado pelo Clube de Golfe de Brasília e Fecong e teve o apoio da Confederação Brasileira de Golfe. ❙❙ Ruriko Nakamura Scratch Felipe Lessa (Porto Alegre Country Club) Handicap até 8,5 Rogério Ribeiro (Clube de Golfe de Brasília) Handicap de 8,6 a 14 Rodrigo Ribeiro (Clube de Golfe de Brasília) Handicap de 14,1 a 22,1 Fernando Bandeira (Clube de Golfe de Brasília) Handicap de 22,1 a 32,9 Pedro Alvim (Clube de Golfe de Brasília) Feminino Scratch Ruriko Nakamura (Terras de São José Golf Club) Handicap até 16,4 Ruriko Nakamura (Terras de São José Golf Club) Handicap até 16,5 a 31,7 Hyekyoung Cho (Clube de Golfe de Brasília) 35 entrevista especial O momento é dos gaúchos Com três vitórias nos quatro primeiros torneios do ano válidos pelo ranking nacional amador, Felipe Lessa e Leonardo Conrado recolocam o Rio Grande do Sul em destaque no cenário nacional Foto: Zeca Resendes Foto: Bruno Spada Por Zeca Rodriguez ❙❙ Felipe Lessa 36 ❙❙ Leonardo Conrado ❙❙ Das gerações “Gonzalez” até os dias de hoje, é nestes primeiros meses de 2011 que o golfe amador do Rio Grande do Sul está podendo retornar mais fielmente aos seus dias de glória. Pelo menos até o quarto torneio do ano válido pelo ranking nacional, três foram vencidos pelos gaúchos, com Felipe Lessa e Leonardo Conrado como protagonistas. O maior símbolo da força da nova safra do Estado é Felipe Lessa, o Torito. Aos 22 anos, ele vem justificando nesta temporada porque é considerado por muitos como uma das maiores revelações do golfe brasileiro dos últimos tempos. “Atualmente me acho mais paciente e estrategista. Antes eu jogava muito no momento, na habilidade, sem medir as consequências. Estou treinando com mais intensidade agora, mas às vezes é difícil conciliar a faculdade com o golfe”, conta Lessa, que começou a jo- Foto: Divulgação M uitas das linhas que contam a história do golfe amador brasileiro passam pelo sul do País, mais especificamente pelo Rio Grande do Sul. Aparecendo como fortes competidores, os gaúchos sempre tiveram tradição nas disputas de torneios nacionais. O maior representante deste grupo dispensa apresentações. Nascido em Santana do Livramento (RS), Mario Gonzalez surgiu para o esporte em 1939 e se tornou um dos maiores fenômenos do golfe brasileiro de todos os tempos. Com apenas 17 anos, ele impressionou a todos ao conquistar o título do Campeonato Amador do Brasil, iniciando uma série de conquistas que marcariam para sempre a história do esporte no País e dariam origem a uma verdadeira legião de seguidores, alguns em sua própria família, como Marinho e Jaime Gonzalez. ❙❙ Felipe Lessa Foto: Zeca Resendes Leonardo Conrado 37 Clube de Golfe de Brasília, título que teve direito até a hole in one no último dia. “Me defino como um bom jogador de jogo curto, mas sinto que ainda preciso melhorar meu jogo longo”, avalia o golfista. “Uma das coisas mais importantes que o golfe pode ensinar é o sentido de honestidade”, diz o jogador. Entre uma vitória e outra de Felipe Lessa, ainda houve tempo para mais um título gaúcho em um torneio do ranking nacional. Ele veio com Leonardo Conrado, no Aberto da Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro, de 8 a 10 de abril. Após ter ficado de fora dos dois primeiros torneios importantes do ano, o médico de Pelotas comprovou sua força voltando às principais disputas do País com vitória no Búzios Golf Club & Resort, na Região dos Lagos (RJ). “A chave para a minha vitória foi a forma como consegui jogar nos últimos nove buracos do campeonato. Bati perfeito na bola, acertei oito greens e entrei no buraco 18 com três tacadas à frente, vantagem que me possibilitou jogar para fazer bogey e ainda ser campeão”, lembra Conrado, de 35 anos, que começou a jogar Foto: Bruno Spada gar em 1996 depois de assistir a uma aula de sua mãe, Lurdinha, com Nico Barcellos. Logo no início do ano, ele venceu o 5º Aberto de Golfe Florense, em Xangri-Lá (RS). Na sequência, em fevereiro, conquistou em casa seu primeiro torneio válido pelo ranking nacional amador em 2011, ao superar o carioca Felipe Navarro no playoff e levantar a taça do 56º Aberto do Rio Grande do Sul. Não satisfeito, Torito voltou a ser campeão dois meses depois, desta vez de forma incontestável, de ponta a ponta, no 28º Aberto do Perfil Nome completo: Felipe Verlangieri Lessa Data de nascimento: 23/07/1988 Onde nasceu: Porto Alegre Onde vive: Porto Alegre Signo: Leão Ídolo: Ronaldo “Fenômeno” Ídolo no golfe: Jack Nicklaus Filme: Gladiador Livro: Autobiografia do Andre Agassi Comida: Churrasco Atriz: Fernanda Lima Um momento: Copa Los Andes 2002 Sua melhor qualidade: Honestidade Seu pior defeito: Perfeccionismo Estilo musical: Sertanejo Perfume: Aqua, da Bulgari Viagem inesquecível: Austrália (Mundial 2008) Lugar que gostaria de conhecer: St. Andrews Escócia Sonho: Vencer o Masters de Augusta 38 Foto: Fábio Vicente Perfil Nome completo: Leonardo Menegaz Conrado Data de nascimento: 23/01/1976 Onde nasceu: Pelotas - Rio Grande do Sul Onde vive: Porto Alegre Signo: Aquário Ídolo: Meu pai Ídolo no golfe: Tiger Woods Filme: Rock IV Comida: File ao molho madeira (feito pelo meu pai) Ator: Sylvester Stallone Atriz: Fernanda Montenegro Um momento: O nascimento do meu filho Sua melhor qualidade: Honestidade Seu pior defeito: Achar que a sinceridade é uma grande virtude Estilo musical: Rock Banda / cantor (a): Dire Straits (música Sultans of Swing) Hobby: Golfe Perfume: L’Eau d’Issey Pour Homme, da Issey Miake Viagem inesquecível: Campeonato Mundial Juvenil de Golfe no Japão Lugar que gostaria de conhecer: Itália Sonho: Assistir a um Major ao vivo aos nove por incentivo de seu pai, Ricardo. “Ele é um grande jogador. Inclusive ganhou o Aberto da Cidade de Pelotas no mesmo final de semana que ganhei em Búzios”, conta o gaúcho, que tem em seu currículo, entre outros títulos, um tricampeonato do Aberto Sul-Brasileiro em 1993, 2009 e 2010. Para falar do golfe de seu Estado, Leonardo Conrado também lembra de seu conterrâneo mais novo, Felipe Lessa, mas destaca uma escassez de grandes jogadores nos últimos anos. “O golfe gaúcho passou por um período longo sem renovação de bons jogadores. O Felipe Lessa, um dos maiores fenômenos do golfe nacional, foi o último grande campeão que apareceu no Estado. Ele ainda é jovem, mas já começou a fazer história no ranking nacional com 13 anos. Portanto, nestes últimos nove anos não apareceram talentos de peso. Agora o Rio Grande do Sul está apostando todas suas fichas no Mateus Balestrin, excelente jogador”, comenta Conrado. “Acredito que o golfe amador brasileiro está passando por um período de tran- sição, com uma nova direção técnica assumindo o gerenciamento, uma equipe com excelentes nomes, pessoas que fazem parte da história do golfe brasileiro e de grande qualidade técnica. Eles têm a oportunidade de mudar o rumo do golfe amador, ainda mais pela impulsão que a Olimpíada pode dar. Estamos no momento em que mais se deve investir financeiramente nos jogadores, no ranking nacional, em torneios internacionais e em um programa de treinamento para os atletas”, completa o pelotense. 39 Foto: Sigfrido Cisternas / funfsports.com campo olímpico Mais uma fera no páreo ❙❙ Robert Trent Jones Jr., Marco Antonio Rodrigues e Freddy Alcantara R obert Trent Jones II, um dos melhores arquitetos de campos de golfe do mundo, esteve no Brasil na última semana de fevereiro, ao lado de seu principal executivo, o venezuelano Freddy Alcantara, do R&A of Saint Andrews, para formalizar o interesse em apresentar seu projeto para o campo de golfe olímpico de 2016. Sua grande preocupação é fazer com que a construção deste campo, que deve durar em torno de três anos, sirva como aprendizado para futuros arquitetos. Ter sua assinatura no campo que abrigará a volta do golfe às Olimpíadas após 112 anos de ausência é o sonho de qualquer arquiteto. É o caso de Jack Nicklaus, que propôs construir 40 um campo em conjunto com Annika Sorenstan, ex-número 1 do mundo, e também de Gary Player, Nick Faldo e Arnold Palmer, todos ansiosos por deixar seu legado olímpico. Robert Trent Jones, Jr., filho do lendário Robert Trent Jones, pode ser mais um nome de peso para concorrer com todas essas feras do golfe mundial. A novidade, revelada por Marco Antonio Rodrigues, da ESPN, é que Trent Jones, Jr. conseguiu um aliado de peso para esta campanha; Mario Gonzalez, grande amigo de seu pai e o melhor golfista brasileiro de todos os tempos, que faria parte de sua equipe e assinaria o campo ao seu lado. A proposta de parceria foi feita num encontro com Gonzalez no Rio de Janeiro e o convite foi prontamente aceito. “Queremos ter um olhar local no campo, que será um grande legado das Olimpíadas para o Brasil”, disse o designer ao Blogolfe, de Henrique Fruet. “O Mario, que é um grande amigo meu, ficou muito feliz com o convite”, completa. “Ele dará o toque brasileiro no projeto.” Em sua passagem pelo Brasil, Trent Jones Jr. também aproveitou para visitar o Teresópolis Golf Club, que foi desenhado por seu pai em parceria com Stanley Thompson em 1934, e que foi destruído pelas fortes chuvas que destroçaram a região no começo do ano. “É uma chance de aproveitar para remodelar o campo e deixá-lo mais moderno. Vou dar minhas sugestões”, comentou Jones. 41 torneios nacionais Mais uma taça Aberto Bandeirantes para Pepê 42 Confirmando a condição de um dos melhores amadores do País, o paulista Pedro da Costa Lima sagra-se campeão em Arujá. Entre as mulheres, quem brilhou foi a paraguaia Alessandra Arza O final de semana de 18 a 20 de março foi marcado por mais uma importante conquista para o paulista Pedro da Costa Lima. Sócio do São Paulo Golf Club, Pepê se firma a cada ano e a cada torneio como um dos melhores golfistas amadores do Brasil. O título da categoria scratch do Campeonato Aberto Bandeirantes de Golfe, no Arujá Golf Club, veio com a soma de 224 tacadas, com parciais de 74/73/77. A com- petição contou pontos para os rankings mundial, brasileiro e paulista de amadores, masculino e feminino. Foram três dias de torneio, totalizando 54 buracos em jogo. O vice-campeonato coube a Giordano Junqueira, do Ipê Golf Club, de Ribeirão Preto (SP). O jogador fechou as três rodadas com 226 tacadas, contra 227 do paranaense Henrique Souza da Rocha Pombo, que liderou no primeiro dia, mas fechou em terceiro lugar na classificação geral. Ele ficou com a vitória na categoria de handicap índex até 8,5. Na sênior scratch, o título foi para Manuel Gama, presidente da Federação Paulista de Golfe, com 257 tacadas, enquanto na categoria pré-sênior, o campeão scratch foi Roberto Gomez, com 230 tacadas. Na competição feminina, a paraguaia Alessandra Arza sagrou-se campeã scratch, com 221 tacadas (77/71/73). Ruriko Nakamura, do Terras de São José, de Itu (SP), ficou em segundo lugar, com 240, seguida por Lucia Guilger, a Barata, sócia do Clube de Campo de São Paulo, com 244. A Azul Linhas Aéreas apoiou o evento e premiou os campeões com uma passagem para qualquer parte do Brasil e sorteou outro bilhete, que ficou com o jogador Vanderlei Senhorini, sócio do Arujá. No final, Manuel Gama homenageou com uma placa o clube anfitrião, representado pelo presidente Wilson Yoshio Mizumoto, por ter recebido a edição deste ano do Campeonato Bandeirantes. Campeões do Aberto Bandeirantes Masculino Scratch Pedro da Costa Lima (São Paulo Golf Club) Handicap até 8,5 Henrique Pombo (PR) Handicap de 8,6 a 14 Ademilton Borges de Queiroz (Paradise Golf Club) Handicap de 14,1 a 19,4 José Trude da Conceição (Santos São Vicente Golf Club) Handicap de 19,5 a 25,7 Leonardo Grebler (São Paulo Futebol Clube Golfe) Feminino Scratch Alessandra Arza (Paraguai) Handicap até 16,0 Larissa Pombo (PR) Handicap até 16,1 a 25,7 Larissa Altmann (Damha Golf Club) 43 1º Open TAM Viagens Embrase e jogando golfe Fotos: Divulgação eventos Viajando ❙❙ Representantes da TAM, da Embrase e da Federação Paulista de Golfe Lançado o 1º Open TAM Viagens Embrase, circuito que terá disputas em destinos nacionais e internacionais durante o ano e dará prêmios como passagens e descontos em roteiros de viagem 44 C om o objetivo de oferecer um calendário de viagens para que o jogador possa competir em campos paradisíacos contra adversários de clubes do Brasil e do exterior, a TAM Viagens, operadora de turismo da TAM Linhas Aéreas, criou o 1º Open TAM Viagens Embrase de Golfe, aberto a golfistas amadores de todo o País, que será realizado em três destinos nacionais e dois internacionais ao longo de 2011. O circuito foi lançado no dia 6 de abril, em um coquetel no Hotel Transamérica, na capital paulista. Durante o evento, os convidados conheceram um pouco mais sobre os destinos dos torneios: o Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba (Bahia), Bogotá (Colômbia), Amazônia Golf Resort (Amazonas), o Club Med Trancoso / Terravista Golf Course (Bahia) e o Doral (Miami, EUA). Os golfistas participaram de um torneio de nearest to the pin, que teve como prêmio um pacote completo para a etapa de Comandatuba. O ganhador foi Prentice de Oliveira, presidente do Guarapiranga Golf & Country Club, de São Paulo. Também foram sorteados entre os convidados um pacote completo para a etapa do Amazônia Golf Resort, passagens aéreas para Bogotá, Porto Seguro e Miami, além de vouchers de descontos para as etapas do circuito. O 1º Open TAM Viagens conta com o patrocínio máster da Embrase Segurança e Serviços, patrocínio da Proexport Colômbia e apoio da Federação Paulista de Golfe. A organização técnica é da Golfe & Cia. Mais sobre o circuito Os torneios de cada etapa serão disputados em sete categorias de handicap: masculino de 0 a 15, 16 a 24 e 25 a 36, feminino de 0 a 18 e 19 a 36, sênior e iniciantes. Haverá premiação para os três primeiros colocados de cada categoria individual. Os campeões de cada uma delas, com exceção dos iniciantes, ganharão troféus e concorrerão a um pacote da TAM Viagens para outra etapa do torneio. Já o iniciante campeão ganhará uma aula de golfe na etapa seguinte do circuito. Os vencedores da primeira etapa, em cada categoria, ganharão um prêmio especial: um jogo de nove buracos com Rogelio González, treinador do golfista profissional Camilo Villegas. O campeão do 1º Open TAM Viagens Embrase, em cada categoria, será aquele que obtiver o maior número de pontos na somatória de duas etapas, após descartar seus piores resultados, caso participe de mais de dois torneios. O prêmio será uma viagem para um campo de golfe internacional, com passagem aérea e hospedagem. Outra atração do circuito será o Torneio Interclubes, do qual participarão campos de golfe que possuam jogadores em ao menos ❙❙ Douglas Delamar (Embrase), Prentice de Oliveira e Carla Monteiro (TAM Viagens) três categorias. Os integrantes da equipe campeã, além de troféu, ganham também dois mil pontos Multiplus e descontos em roteiros do Open TAM Viagens. “A Embrase acredita muito no golfe e investe constantemente no esporte. O patrocínio ao 1º Open TAM Viagens é mais uma ação que demonstra nossa ligação com todas as vertentes do golfe, pois já apoiamos torneios empresariais, abertos de clubes, eventos beneficentes, competições profissionais e confraternizações de golfistas. Todos esses eventos resultam em grandes parcerias como essa com a TAM”, diz Wagner Martins, presidente da Embrase. “A TAM Viagens acumula grande experiência em eventos esportivos. Só no segmento de golfe temos mais de nove anos de trabalho, por meio da venda de produtos para as principais competições. Agora, pela primeira vez, criamos um Open próprio. Mais do que acreditar em seu sucesso, cremos em sua consolidação como um dos principais torneios amadores do País”, declara Sylvio Ferraz, diretor da TAM Viagens. Calendário Coquetel de lançamento - Hotel Transamérica São Paulo - 06/04 1ª Etapa - Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba 28/04 a 01/06 2ª Etapa - Bogotá (Colômbia) 08 a 12/06 3ª Etapa - Amazônia Golf Resort - 04 a 07/08 4ª Etapa - Club Med Trancoso 20 a 23/10 Final - Doral Golf & Resort Miami (EUA) - 04 a 09/12 Para obter mais detalhes, basta entrar no site da TAM Viagens (www. tamviagens.com.br). Informações sobre todos os pacotes para o torneio, condições de pagamento e saídas de outras cidades são fornecidas também pelos telefones 0800 772-0340 ou (11) 3272-2512, opção Golfe. 45 torneios nacionais As tacadas no IV Open Club Med divulgação paraíso de Trancoso O Terravista Golf Course, um dos mais belos campos da América Latina, foi palco para o IV Open de Golf Club Med, torneio que ganha em tradição a cada ano. A paisagem do village Trancoso, na Bahia, dispensa comentários. Os golfistas se divertem e agradecem 46 A s dezenas de jogadores que tiveram o privilégio de participar do IV Open de Golfe Club Med certamente levarão esse evento na memória por muitos anos. De 19 a 23 de abril, o village Trancoso, na Bahia, abriu suas portas e recebeu o torneio em um dos mais suntuosos cenários do golfe brasileiro; o Terravista Golf Course. No dia 20, os golfistas já puderam aproveitar o campo para os treinos, mas o campeonato foi disputado nas manhãs dos dias 21 e 22. O evento contou com o apoio da TAM Viagens Crédito: Bruno Ryfer Crédito: Bruno Ryfer ❙❙ Crédito: Bruno Ryfer Ricardo Ramos e Carlos Lovatelli ❙❙ Roana dos Santos e Michael Rumpf ❙❙ O ator global Rodrigo Lombardi venceu sua categoria e teve a organização da GT Golfe. Diversas personalidades estiveram presentes, entre elas o cantor Toni Garrido e o ator global e “golfemaníaco” Rodrigo Lombardi, que provou estar treinando firme e levando o esporte a sério ao conquistar o título de sua categoria, a de handicap 14,1 a 23, uma das mais acirradas do torneio. Jogando com um hcp índex 20,3, Lombardi garantiu a vitória fechando os dois dias com 141 tacadas net, colocando cinco à frente do vice-campeão, Jeferson Soares. Já nas categorias scratch, as principais do final de semana, os títulos ficaram com os anfitriões. Ricardo Ramos dominou a disputa no masculino, enquanto Roana dos Santos levantou a taça no feminino, ambos jogadores do Terravista Golf Course. O campo Com 18 buracos, sobre as falésias da Costa do Descobrimento, o Terravista Golf Course fica ao lado do Club Med Trancoso e atrai golfistas de todo Brasil procurando desafios e beleza. Desenhado e construído de acordo com os padrões americanos, foi projetado por Dan Blankenship, da Golf Tee Golf International, e é capaz de entreter iniciantes e profissionais pela sua beleza e qualidade de manutenção. O campo tem mais de 300 hectares, o que propicia a existência de dois micro-climas bastante distintos. A primeira volta está inserida em local cercado pela Mata Atlântica preservada, com temperatura e umidade características, enquanto a segunda é jogada junto à praia, sendo quatro buracos à beiramar, sobre as falésias, quando normalmente entra em jogo o vento, exigindo mais habilidade dos golfistas. O cartão-postal é o buraco 14, que exige uma tacada precisa por cima do despenhadeiro de 40 metros, de onde é possível avistar o oceano, a praia e tartarugas-marinhas nadando no mar. Campeões do IV Open de Golf Club Med Masculino Scratch Ricardo Ramos (Terravista Golf Course) Handicap até 14 Hisaka Mizuki (Itanhangá Golf Club) Handicap de 14,1 a 23 Rodrigo Lombardi (Itanhangá Golf Club) Handicap de 23,1 a 36 Leonardo Cestari (Federação Baiana de Golfe) Feminino Scratch Roana dos Santos (Terravista Golf Course) Handicap até 25 Kimiko Onodera (Federação Norte de Golfe) Handicap até 25,1 a 36 Valéria Carvalho (Clube Capixaba de Golfe) 47 Fotos: Divulgação torneios nacionais Primeiras tacadas da Chevrolet Golf Cup Com mais de 100 golfistas em campo, Damha Golf Club recebe a primeira etapa da Chevrolet Golf Cup, circuito que terá cinco torneios, com a final marcada para 14 de setembro, em São Paulo 48 R epresentantes de 14 clubes do interior do Estado de São Paulo em um total de 102 golfistas deram início à Chevrolet Golf Cup. O palco para a primeira etapa foi o Damha Golf Club, em São Carlos (SP), no dia 23 de março. A competição aconteceu na modalidade scramble e o título foi para a equipe formada por Jorge Chan, Ismael Lima, Marcio Juruna e Sam Russell, que fechou com 39 tacadas. O time ganhou também o direito de disputar a final do circuito, marcada para acontecer no Clube de Campo de São Paulo, no dia 14 de setembro, na etapa que irá definir os campeões da temporada. Os vice-campeões foram Felipe Gonzalez, Lucio Patracon e Cecília Ninomiya, com 42 tacadas, seguidos por Giordano Junqueira, Marcos Prado, Maria Izabel Gomes e Alfredo Pedreschi, também com 42. O time de Marcelo Giumelli, Milton Borba, Osmar da Costa Sobrinho e Cristiano Verdi venceu na categoria scratch, com 63 tacadas. Além das taças, os premiados receberam presentes exclusivos oferecidos pela Chevrolet, como bolsas de golfe, drivers, putters, mochilas e jaquetas. Organizado pela Eagle Sports, de Roberto Gomez, o torneio no Damha foi um sucesso. Os golfistas foram recepcionados em grande estilo e convidados a participar de diversas atividades durante o dia. Uma delas foi conhecer o novo modelo Camaro e realizar o test drive com a linha Malibu 2011. Já com o jogo em andamento, os convidados não-golfistas ou iniciantes participaram de uma clínica ministrada pelo profissional do clube anfitrião, Antônio Araújo, o Peba. Ao final da aula, os alunos disputaram uma competição de ❙❙ As mulheres marcaram presença putting green valendo prêmios. Após 4h20 de jogo, os 27 grupos retornaram ao clubhouse para acompanhar a música ao vivo do trio Piragine e da cantora Paula Nicolucci. A Chevrolet Golf Cup é um circuito de cinco etapas, que terá a sequência no dia 14 de maio, no Alphaville Graciosa Club, em Curitiba. A terceira etapa acontece em 15 de junho, no Itanhan- gá Golf Club, Rio de Janeiro e a quarta etapa terá como sede o Clube de Golfe de Brasília, no Distrito Federal, no dia 13 de agosto. A final acontece no 14 de setembro, no Clube de Campo de São Paulo. A equipe campeã net ao final da temporada receberá como prêmio uma viagem ao Rio de Janeiro para assistir a Copa Los Andes, no Gávea Golf & Country Club, em novembro. ❙❙ Equipe campeã com os organizadores e patrocinadores do evento 49 in memoriam O adeus a Augusto de Pádua Soares O golfe perdeu, no dia 16 de março de 2011, uma de suas personalidades mais marcantes e um de seus mais importantes incentivadores. Aos 87 anos, morreu Augusto de Pádua Soares, deixando um legado cheio de realizações no esporte, com uma vida dedicada ao trabalho de disseminação da modalidade pelo Brasil. Carioca de nascimento, teve boa parte de sua história vivida em São Paulo. Participou da fundação da Federação Paulista de Golfe e foi o segundo presidente da entidade. Também presidiu o Clube de Campo de São Paulo e participou do surgimento da Confederação Brasileira de Golfe, além de ter sido vice-presidente da Associação Brasileira de Golf Senior, da qual era o atual presidente de honra. Alguns dos atuais dirigentes do golfe brasileiro manifestaram suas condolências. “É uma perda lamentável. O golfe brasileiro está de luto”, disse Rachid Orra, presidente da Confederação Brasileira de Golfe. “Ele dedicou grande parte de sua vida ao golfe e sempre foi um dos maiores entusiastas e apoiadores do golfe sênior”, lembrou Paulo Pacheco, presidente da ABGS. Pádua Soares sempre foi um apaixonado por esportes. Antes de se dedicar ao golfe, chegou a praticar natação e vôlei. “O esporte é necessário. Aproxima as 50 Foto: Revista Mais Vida (Clube de Campo de São Paulo) pessoas. Facilita tudo. Famílias se unem em torno de um esporte”, disse Pádua Soares em entre- vista concedida em 2010 à revista Mais Vida, veículo do Clube de Campo de São Paulo. Foto: Zeca Resendes in memoriam Golfe perde Yoshito Nomura O mês de março foi mesmo de perdas importantes no golfe brasileiro. Duas semanas após o falecimento de Augusto de Pádua Soares, o esporte no País deu 52 adeus à outra grande personalidade; Yoshito Nomura, que morreu em sua casa no dia 28 de março, a menos de um mês de completar seu 86º aniversário. Nascido em Registro (SP), no dia 24 de abril de 1925, “Nomu- ra-Sam” foi um dos mais atuantes incentivadores do golfe no País, sobretudo na categoria infanto-juvenil. Não é por menos que um dos principais torneios para crianças golfistas leva o seu nome, a Taça Yoshito Nomura. Foi também presidente da Associação Nikkey de Golfe do Brasil e era atualmente o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Golfe, entidade que presidiu por duas gestões - primeiro de 1988 a 1990, depois em 1993 e 1994 e da qual foi diretor técnico por mais de 35 anos. Era um dos maiores conhecedores das regras do esporte e fazia questão de estar presente na vistoria dos campos e nas comissões de arbitragem dos eventos. Sua última participação em um evento da FPG foi uma semana antes de sua morte, no Aberto Bandeirantes, disputado no Arujá Golf Club, onde esteve todos os dias, sempre orientando os jogadores. Yoshito Nomura também influenciou sua família a enveredar-se para os lados do golfe. Sua esposa, Emi, e sua filha, Tiemi, são golfistas. Parte de sua modéstia e simplicidade pode ser notada neste depoimento concedido em uma entrevista à revista GolfExpress, em 2005. “Acho que fiz alguma coisa em prol desse esporte. E ajudei muito a difundir o golfe dentro da colônia japonesa”. HSBC LPGA Brasil Cup do mundo no Rio Fotos: Divulgação eventos As melhores Distribuindo 720 mil dólares em prêmios, HSBC LPGA Brasil Cup 2011 vai reunir no Rio de Janeiro algumas das principais golfistas da atualidade nos dias 28 e 29 de maio 54 ❙❙ Foto: Zeca Resendes Meaghan Francella, campeã em 2010 ção de US$ 720 mil, a maior do continente, já seria um bom atrativo, mas o que chamou a atenção das atletas foi o fato de o Rio de Janeiro sediar em 2016 o retorno do golfe aos Jogos Olímpicos. “As Olimpíadas serão a maior oportunidade que o golfe feminino já teve”, diz Cristie Kerr, ganhadora de dois majors (LPGA Championship 2010 e US Women’s Open 2007) e de US$ 12 milhões na carreira. “O Rio 2016 será um marco importante”, diz Pettersen, que já acumulou mais de US$ 7 milhões em prêmios e venceu o LPGA Championship de 2007. Este ano, o torneio reunirá 30 jogadoras, entre elas as campeãs das edições anteriores. Vencedora em 2009, a escocesa Catriona Matthew chamou a atenção do mundo inteiro, pois estava grávida de cinco meses em sua conquista. A americana Meaghan Francella só pôde erguer a taça em 2010 depois de um emocionante playoff de seis buracos e cerca de uma hora de duração contra a colombiana Mariajo Uribe, que acabou conquistando a torcida brasileira. Angela Park, a brasileira que já acumulou US$ 2 milhões na carreira, não deve jogar, pois este ano não está disputando o LPGA Tour. Aparentemente, ela tirou um período sabático do golfe. A paulista Priscila Iida, que vive e joga no Japão, participará do torneio pelo segundo ano consecutivo. As outras duas brasileiras em campo serão Vicky Alimonda, paulista que disputa torneios do Futures Tour (circuito de acesso ao LPGA Tour) e Luciana Bemvenuti, gaúcha que foi a primeira brasileira a disputar o LPGA Tour e que atualmente vive nos Estados Unidos. Foto: Zeca Resendes P elo terceiro ano consecutivo, o Rio de Janeiro será palco da edição brasileira do principal circuito de golfe feminino do mundo. O HSBC LPGA Brasil Cup 2011 acontece nos dias 28 e 29 de maio e trará ao Itanhangá Golf Club algumas das melhores e mais premiadas golfistas da atualidade. Já estão confirmadas as presenças de feras como a americana Cristie Kerr e a norueguesa Suzann Pettersen, respectivamente terceira e quinta no ranking mundial da modalidade. A bolsa de premia- ❙❙ Catriona Matthew venceu em 2009 O evento terá novamente entrada gratuita. O LPGA Brasil Cup 2011 tem o patrocínio do HSBC, Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Esportes e Lazer, e da BMW. O evento também conta com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte e chancela da Confederação Brasileira de Golfe. O torneio tem apoio da Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro, Fashion Mall, Granado e Nespresso. O cronômetro oficial é da Rolex. 55 Volta ao mundo com a ABGS em Miami Jogadores seniores participaram de mais uma edição da Volta ao Mundo com a ABGS. Sylvio Cecin, Paulo Pacheco e Alice Ito foram os campeões gerais do torneio, no Doral Golf Resort & Spa Miami ❙❙ Alex e Gisaburo Owa, Celso Teixeira e Mauro Pinheiro 56 Fotos: Divulgação eventos internacionais Os golfistas da ABGS A Associação Brasileira de Golf Senior promoveu mais uma etapa da Volta ao Mundo com a ABGS. Na primeira semana de abril, cerca de 50 membros da entidade e seus familiares participaram do evento, realizado no Doral Golf Resort & Spa Miami, nos Estados Unidos. Os campeões gerais do torneio, definidos após quatro rodadas de jogo, foram Sylvio Cecin, com 341 tacadas gross, Paulo Pacheco, presidente da entidade, que somou 283 tacadas net, e Alice Ito, vencedora entre as damas, marcando 311 tacadas net. A programação elaborada pela ABGS e pela Golf Travel foi intensa. Os golfistas foram recebidos com um coquetel no Doral. No dia seguinte, a competição começou com 18 buracos no Gold Course, desenhado por Raymond Floyd. Os acompanhantes nãogolfistas fizeram um city tour terrestre e de barco por Miami. O dia seguinte, sem programação de golfe, serviu para que todo o grupo visitasse o outlet Sawgrass Mills para aproveitar as ofertas de compras. ❙❙ Campo do Blue Monster ❙❙ Contantino Mendonça, Gisaburo Owa, Paulo Pacheco e Mauro Pinheiro O torneio prosseguiu no desafiador Jim McLean Signature Course, projeto de autoria do consagrado instrutor Jim McLean. A soma dos resultados dos dois primeiros dias de competição revelou os vencedores do Torneio de Abertura. O título masculino ficou com Gisaburo Owa, com 145 net, seguido por Mauro Pinheiro, com 146 net. Já entre as damas a campeã foi Eliana Botelho, com 165. Os dois dias finais de jogo, que fizeram parte do Torneio de Encerramento, aconteceram no White Course, desenhado por Greg Norman, e no Blue Monster Course, desenhado por Dick Wilson. O campeão foi Ernesto Freixosa, com 135 net, seguido por Ewaldo Curlin, com 139. Montserrat Segura foi a campeã entre as damas com 145 net. Cleverson Zanetti venceu o torneio Amigos da ABGS ao somar 295 tacadas, seguido por Wilson Pinheiro, com 309. Um dos destaques do evento foi o hole in one do associado Satoshi Kurita no White Course. A próxima Volta ao Mundo com a ABGS acontece de 4 a 12 de julho e levará os membros da entidade a Paris e à Normandia, numa viagem inesquecível, com jogos de golfe, passeios a castelos e muitas outras atrações. 57 Crédito: Zeca Resendes brilhando no exterior Menino de ouro ❙❙ Daniel Stapff O paranaense Daniel Stapff foi eleito Golfista do Ano pela Sunshine State Conference, que reúne nove universidades da Flórida participantes da divisão II da NCAA, um dos circuitos universitários mais importantes dos Estados Unidos. Stapff, que defende a Barry University, também foi escolhido para o All-Sunshine State Conference Men’s Golf Team, um prêmio concedido aos estudantes que se destacam nos esportes e nos estudos. Em 26 rodadas de golfe que disputou, Stapff teve uma média de 71,96 tacadas. Terminou cinco vezes entre os cinco primeiros, incluindo duas vitórias individuais, uma delas no SSC Championship, quando fez um eagle no segundo buraco do playoff para garantir o título, e outra no Cougar Invitational, em outubro do ano passado. Durante o St. Edward’s Invitational, quando foi 58 vice-campeão, o brasileiro jogou uma volta de 65 tacadas na terceira rodada, igualando o recorde da Barry University de melhor volta em uma competição. Título Com um eagle no segundo buraco do playoff, o paranaense Daniel Stapff venceu no início de abril a competição individual do Sunshine State Conference Golf Championships. Stapff jogou 215 nos 54 buracos da competição. A performance do brasileiro fez sua equipe, a da Barry University, ser vice-campeã do torneio, com um total de 874 tacadas, contra 873 da Nova Southeastern, equipe campeã. * Informações: Confederação Brasileira de Golfe (www.cbg.com.br) entidades Pé Duro e Taça Cid Associação Paulista de Golfe Andrade em destaque Finais do 38º Torneio Pé Duro e quebra de recordes na abertura da 39ª edição do evento movimentam o Centro Paulista de Golfe. No VistaVerde GC, destaque para a disputa da 1ª Taça Cid Andrade Por Antonio Padula * Fotos: Divulgação N este primeiro trimes- Tudo foi registrado pelas câmeras da tre do ano, a Associação APG e publicado no youtube. (pesquiPaulista de Golfe já rea- se por Finais do 38º Torneio TAM Vializou mais uma edição gens Pé Duro de Golfe e assista aos do tradicional Torneio Pé vídeos postados). Vale lembrar que na Duro, foi a 38ª, que teve sua final rea- Super A se classificam apenas os três lizada no dia 29 de março, no FPG Golf melhores jogadores pontuados. Na CaCenter (CPG). A cerimônia de entrega tegoria A o campeão foi Fred Nassel. dos troféus aos vencedores aconteceu Henrique Fruet ficou com o título da logo após o jantar de confraterniza- categoria B, enquanto Maurício Nakata ção e contou com muita gente ligada levantou o troféu na C. Já no mini torao mundo do golfe. Um dos destaques neio X Cake, o campeão foi Adão Silda noite foi a carta de intenção para as va. Veja todos os resultados no site da bases de criação do torneio exclusiva- APG: www.apg.org.br mente feminino, que deve aconTodos os campeões do 38º Torneio TAM Viagens tecer às quartas-feiras, também no CPG. Estiveram presentes as jogadoras Adriana Cinelly, Lie Gwen Chang e Sonia Siffredi, que irão desenvolver esse novo trabalho dentro da APG. Em campo, na disputada Categoria Super A, Mário Nagayama venceu o duelo contra seus dois adversários; Gilberto Aguitoni, que foi o vice-campeão, e Sérgio Fernandes, terceiro colocado. ❙❙ 60 Recordes e três “hole in ones” na 1ª etapa do 39º Pé Duro Para abrir a temporada que marca as comemorações do 10º aniversário do Pé Duro, grandes jogos aconteceram no dia 5 de abril. Para começar, Sérgio Fernandes, em dia inspirado no putter, fez 11 birdies e jogou 44 gross. Essas duas marcas são recordes do CPG e fazem com que o jogador escreva seu nome nos anais da APG como um dos grandes golfistas da entidade. Além da façanha de Fernandes, a qualidade dos jogadores foi comprovada com outra marca histórica; com 64 jogadores em campo, três “hole in ones” foram feitos. Os autores foram Rafael ❙❙ Sérgio Fernandes ❙❙ Os grandes vencedores da 1ª Taça Cid andrade no VistaVerde Golf Club Miranda (Tacada Cidadã), Dorival Rebelato e Humberto Polati. Todos comemoraram bastante no buraco 19 do Eagle Bar. A etapa foi de altíssimo nível, com 17 jogadores marcando abaixo ou par do campo, mostrando que os membros da APG estão com seu jogo curto em alta nesse começo de temporada. VistaVerde recebe a 1ª Taça Cid Andrade O campo do VistaVerde Golf Club recebeu, no dia 3 de abril, a 1ª Taça Cid Andrade, torneio que reuniu os associados da APG em um clima de descontração no interior paulista, em Araçariguama. A chuva começou a cair na segunda volta, mas não atrapalhou o jogo. Além do almoço especial com tema asiático, a diretoria da APG entregou duas placas comemorativas. A primeira ao patrocinador do evento, Tito Global Trade Services, de Hermeto Alcides Bermudez, que marcou presença para prestigiar e abrilhantar o torneio. A segunda placa foi entregue ao Sr. Hiragami, como agradecimento da APG ao campo que recebeu o evento. Neste ano, a Taça Cid vai acumular pontos nos torneios do Pé Duro e ao final os grandes campeões terão seus nomes impressos no troféu especial que está no CPG. Os campeões da 1ª etapa foram Eduardo Bradaschia (categoria A), que jogou 69 net, Clóvis Maretti (categoria B), com 70 net, além de Cecília Higashi, que dominou a categoria Sócios e Convidados e ainda fez um lindo Hole In One no buraco 16, completando a festa no buraco 19 ao lado de seu marido Júlio Nakao e de todos os jogadores. Para mais informações, acessem www.apg.org.br * Antonio Padula é vicepresidente da Associação Paulista de Golfe 61 golfe nota 10 Até onde vai o limite dos pais ? por David Oka* A cada dia que passa, mais jovens começam a jogar golfe, principalmente com o fenômeno Tiger Woods que aos três anos já dava as suas tacadas na televisão, aos nove jogava par do campo e foi quebrando vários recordes como juvenil, amador e profissional. Chegou rapidamente no auge da carreira de um golfista e se transformou em um dos cinco maiores ganhadores de todos os tempos. A grande influência de seu pai na carreira arrastou pais que querem que seus filhos trilhem o mesmo caminho. Porém, pais sem limites estão obrigando os filhos a treinarem exaustivamente, como militares de elite, e cobrando desempenhos a cada jogo, a cada torneio, como se fossem profissionais do PGA Tour. Em um dos últimos torneios do Golfe Nota 10, na etapa disputada no Centro Paulista de Golfe, verifiquei que os pais acompanham tacada a tacada, querem jogar pelo filho, querem carregar a bolsa de tacos do filho, querem ser o técnico, preparador físico, nutricionista e psicólogo esportivo, e acabam extrapolando, pois reclamam das tacadas erradas, da decisão errada ou por não ter seguido a opinião ou a ordem do pai, e o clima no campo acaba até ficando tenso. Os pais querem o melhor para os filhos, mas não se dão conta que tudo tem um limite e que estas cobranças em excesso vão prejudicar o futuro da criança, colocando pressão no futuro golfista que está jogando, o que acaba inibindo as outras crianças do grupo. Disciplina e perseverança são importantes, mas o lúdico também. A alegria de jogar sem responsabilidade, sem obrigação é ainda mais importante. É isso que formará melhores pessoas e melhores jogadores também. Por isso, nos torneios do Golfe Nota 10, os pais só podem acompanhar os filhos menores de sete anos. As crianças com idades de sete até doze anos devem jogar sozinhos ou com a ajuda de um amigo, com os pais devendo ficar a pelo menos 30 metros de distância. Torneio infantil foi feito para as crianças se divertirem e se identificarem com a atividade. Queremos ensinar os pontos positivos da educação esportiva e desta modalidade que amamos tanto; o golfe. * David Oka é árbitro de golfe e coordenador do projeto Golfe Nota 10, da Federação Paulista 62 * Por Rafael Jun Mabe N o dia 12 de fevereiro foi realizada, no departamento de golfe do Clube de Campo São Paulo (CCSP), a I Taça Amigos do Tacada Cidadã. A confraternização foi um sucesso e contou com a adesão de 90 participantes. Organizado pelo grupo “Amigos do Tacada Cidadã” e coordenado pelo golfista Fernando Carramaschi, o evento foi realizado entre os associados do clube com o intuito de divulgar as ações do programa além de captar recursos para a realização das atividades do primeiro semestre de 2011. A taça foi disputada na modalidade stroke play, em categoria única. Os vencedores foram Stephan Matter, que jogou 65 net para ficar com a primeira colocação, e Carlos Alberto Alves, com 66 net assegurando o segundo lugar. Após o jogo foram servidos salgados doados pela empresa Salgados do Brasil Delivery e uma bela paella preparada pelos chefs Guilherme Tse Cândido e Juliana Amorin, do Buffet de Gastronomia Ecully. Durante o almoço, que contou com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Rachid Orra, do diretor de golfe do CCSP, Augusto Cândido, e de associados de outros departamentos do clube, foram realizados sorteios e um leilão de vinhos doados pelos “Amigos do Tacada Cidadã” e de uma serigrafia do artista plástico Manabu Mabe, doada pelo Instituto Manabu Mabe. No animado leilão, organizado pelo golfista Luís Fernando Aguiar, os convidados puderam contribuir com o Programa Tacada Cidadã desfrutando de momentos de descontração. Agradecemos a adesão, participação de todos e o apoio dos parceiros do evento: Grupo Amigos do Tacada Cidadã, Clube de Campo de São Paulo, Credit Suisse Hedging Griffo, Ecully, Salgados do Brasil Delivery, Iporanga Campos, Golf 4 All, Instituto Manabu Mabe e os artistas plásticos Regina Tsuchimoto e Dan Mabe, que doaram um vaso de cerâmica e um acrílico sobre tela, respectivamente. Novidades Estamos em conversação com a prefeitura de São Paulo para viabilizarmos a construção do Centro de Treinamento de Golfe e Educação Ambiental na Avenida Atlântica, na zonal sul da capital paulista, (antiga Av. Robert Kennedy), onde está sendo implantado o Parque Praia São Paulo. Para saber mais acesse: www.tacadacidada.org * Rafael Jun Mabe, diretor do Instituto Vem Ser Sustentável e responsável pelo Programa Tacada Cidadã, é arquiteto pós-graduado em gestão ambiental 63 tacada cidadã Golfe, paella e solidariedade New Golf Argentina Não há outro igual Por Francisco “Paco” Aleman* É a semana mais esperada do ano e por isso vamos dedicar nossa coluna desta edição a ela. O Augusta National Golf Club abre suas portas por sete dias a alguns poucos felizardos que conseguiram ingressos, mas a televisão permite que milhões acompanhem um evento em um lugar de rara beleza, impossível de traduzir em palavras. Sempre pensei que todo golfista deveria ter a oportunidade de, pelo menos uma vez na vida, entrar em Augusta ❙❙ Foto: Divulgação Augusta National Golf Club 64 e ver ao vivo o que é esse campo. A pergunta é sempre a mesma: o que tem o Masters que o faz diferente dos outros? Aqui seguem algumas das respostas. 1. É o torneio mais bem organizado do mundo: Isso não é uma conclusão minha. Os próprios membros do PGA Tour assim o reconhecem. Tudo é pensado para que os jogadores se sintam confortáveis, para que o público aproveite ao máximo e para que a imprensa faça seu trabalho da melhor maneira possível. É verdade que às vezes algumas regras parecem exageradas, mas acredito que são assim para todos, sem exceção. Uma boa história é a de um espectador que acompanhava correndo desde o tee do buraco 8 até o green do 18 quando um segurança lhe deteve e pediu que caminhasse ao invés de correr. “Qual é o problema de que eu corra?”, perguntou o torcedor. E a resposta foi: “Imagine se as quatro mil pessoas que aqui estão começassem a correr ao mesmo tempo”. E fim de discussão. 2. O cenário é único: Não sei se é o melhor campo do mundo Foto: Reuters ❙❙ Tiger Woods no Masters de 2010 ou o número 5 na lista, mas o que sei é que não deve haver no planeta uma área tão bem cuidada como é a do clube. O verde é tão intenso que chega a impressionar, a areia das bancas é tão branca que brilha, os relevos do terreno são tão definidos que parecem imagens em 3D e os últimos nove buracos são perfeitos para se definir um campeonato. Além disso, é nele que é jogado o único Major que acontece sempre no mesmo lugar, o que faz com que todos já se acostumem com o campo, tornando-o ainda mais atrativo. 3. O mistério que cerca o clube: Digam-me a verdade; quem não gostaria de ser sócio do Augusta National? Todos morrem de vontade de ser membros dessa confraria que reúne gente de todos os lugares do mundo e que tem algo especial que os fazem merecedores do convite para pertencer ao mesmo. Nos últimos anos temos visto uma nova geração de sócios. Caras novas que asseguram ao clube uma continuidade deste grande evento, para que o Masters siga sendo o que é. 4. A ausência de publicidade: Para quem ainda não notou, não existe sequer um painel de publicidade no clube, nem mesmo o relógio nas imediações do tee do buraco 1. Isso faz com que a paisagem não fique poluída e que somente se veja o verde do campo. Claro que existem patrocinadores do Masters, mas estão em lugares nos quais o público não tem acesso. O único que as pessoas podem ver é o do automóvel oficial do evento e que cada jogador pode dirigir durante a semana. Poderia continuar elencando outras muitas razões, mas não haveria espaço suficiente para tanto. Espero que todos tenham acompanhando e desfrutado do Masters. E não se desesperem; só faltam 51 semanas para que o clube volte a abrir suas portas. * Francisco “Paco” Aleman é comentarista de golfe da ESPN Internacional desde 1994 65 Por Mark Diedrich* ❙❙ Nine Dragons Hills Clubhouse (Shanghai, China) R ecentemente, voltando de uma participação no China Golf Show de Pequim, realizado no mês de março, nós da Kuo Diedrich Architects continuamos impressionados pela maneira como a China tem se tornado o centro do crescimento da indústria do golfe. A feira contou com mais de 300 expositores, incluindo os principais designers de campo de golfe e produtores de equipamentos do mundo. As estimativas dizem que o número de golfistas chineses atinge a marca de um milhão e a quantidade de campos de golfe por volta de 600, o que me parece impressionante considerando que o esporte estava banido pelos comunistas até os anos 80 por ser considerado “burguês”. Atualmente esses números são relativamente baixos para um país de mais de um bilhão de pessoas. Como no Brasil, entretanto, por lá o crescimento do golfe tem enfrentado muitos obstáculos, incluindo o fato de que empreender um campo é tecnicamente ilegal sob 66 a legislação atual chinesa, que proíbe a construção de campos de golfe. Apesar dessas barreiras, a China continua a ser o mercado de golfe que cresce mais rapidamente no mundo. A classe média em crescimento não somente aumentou a demanda por produtos de consumo como aparelhos eletrônicos e vestuário, anteriormente reservados somente às famílias chinesas ricas, mas também aumentou o desejo por viagens e lazer. Os campos de golfe têm se tornado parte integrante dessa próspera indústria de resorts na China. Considerados verdadeiros símbolos de status e riqueza, os golfistas chineses procuram os melhores campos de golfe com os mais impressionantes clubhouses. Como uma empresa de arquitetura de clubhouse de golfe, a Kuo Diedrich tem colhido frutos a partir desse desejo da China por instalações de golfe de qualidade. Não é de se surpreender que os clubhouses no país estão entre os maiores do mundo. Afinal de contas, eles têm a maior população do mundo e a Gran- Foto: Howard M. Kuo por trás dos campos China é destaque do crescimento do golfe de Muralha. Existem várias razões para os clubhouses chineses serem tão grandes, dentre elas está o fato de ter de acomodar um crescente número de sócios, a popularidade do restaurante, a necessidade por espaços de conferências e eventos e a necessidade de acomodações de hospedagem. Ao mesmo tempo, devido ao baixo custo da mão-de-obra, construir uma instalação grande não é tão mais caro como em outros mercados de golfe mais desenvolvidos. Os clubes de golfe chineses estão num ambiente muito competitivo na busca por novos sócios e uma maneira de se destacar entre os novos membros é justamente através do clubhouse. Características comuns nessas construções incluem lobbies extravagantes, vestiários impressionantes, amplas instalações de restaurante, grandes salas de conferências e áreas vip. Devido às grandes distâncias entre os campos de golfe e os grandes centros urbanos, os jogadores chineses geralmente curtem uma escapada de golfe aos finais de semana. Os clubes, muitas vezes incluem a hospedagem para seus clientes. Se hospedar no clubhouse, em “vilas” próximas ou em um hotel anexo se torna um importante ponto a ser considerado. O Mission Hills, em Shentzen, é o maior resort de golfe no país, com 12 campos de nível internacional e um grande hotel. A área do “Bar and Grill” ou do “Buraco 19”, como é conhecido na maior parte do mundo, não é um elemento tão importante na China. A maior parte do convívio social acontece dentro do restaurante. Enquanto a tradição de bebidas alcoólicas ainda está crescendo na China, o bar não é o elemento central do con- vívio social do golfe. Os jogadores também tendem a fazer uma longa pausa entre os primeiros nove buracos e os últimos, o que também favorece o business. Com golfistas no restaurante, principal antes, durante e depois do jogo, fica fácil ver como essa área pode se tornar importante e ampla no projeto do clubhouse de golfe. Com o poder econômico da China, os negócios e os interesses corporativos são componentes vitais no projeto do clubhouse. A maioria dos clubhouses de golfe em estilo ocidental têm salas de conferências e instalações de reuniões, todas projetadas para acomodar as necessidades de um evento corporativo. Entretanto as empresas na China usam essas salas de conferências para eventos ainda maiores. Os homens de negócios endinheirados com seu dedicado staff de apoio demandam instalações de trabalho mais amplas. Muitos desses usuários não jogam golfe, o que faz as salas de conferências e as instalações de reuniões funcionarem como um retiro de negócios separado, dentro de um ambiente atrativo. Como no Brasil, a inclusão do golfe como um esporte olímpico estimulou seu crescimento também na China, pois o governo chinês continua a sua política de se destacar em todos os esportes olímpicos, investindo nos atletas e em instalações de treinamento excepcionais. Nos próximos anos a China está preparada para oferecer oportunidades interessantes para aqueles da indústria do golfe, que querem participar do crescimento do esporte no mundo. Embora ambos os países estejam num período de crescimento econômico, me parece que a China está alguns anos à frente do Brasil na expansão do seu mercado de golfe, mas não é difícil de prever tal crescimento de demanda quando consideramos um país que tem quase sete vezes a população do Brasil. Quem sabe nós, no Brasil, não vamos nos beneficiar das lições aprendidas em outra nação da BRIC? Mark Diedrich Mark Diedrich, diretor da Kuo Diedrich, é arquiteto de clubhouses de golfe há cerca de 17 anos. Escreve sobre o tema e ministra palestras pelo mundo todo, incluindo Febragolfe e Brasil Golf Show, no Brasil, Harvard Graduate School of Design e a Emory University, em Atlanta (EUA). [email protected] http://www.kuodiedrich.com 67 opinião O Masters e os piratas por Marco Antonio Rodrigues* 68 Ilustração: Marco Antonio Rodrigues N a coluna desta edição eu poderia falar somente de todas as emoções que rolaram no Masters de 2011, mas deixo para meu amigo e colega de ESPN Francisco “Paco” Alemán, que escreve sua segunda coluna aqui na New Golf. Contudo, não posso deixar de registrar minha opinião sobre o assunto. Tiger foi, é e será por muito tempo o melhor jogador de golfe do mundo. É disparado o melhor dos últimos 20 anos, sem nenhuma comparação nem aproximação. Vencer um Masters aos 21 anos não é para qualquer um, muito menos para o norte-irlandês Rory McIlroy, que tem talento, mas não tem experiência nem uma cabeça formada para enfrentar o que enfrentou. Por isso afirmo que ele não “amarelou” no domingo, apenas sucumbiu à pressão para a qual ele não estava preparado. Nada demais para quem tem 21 anos e toda uma vida pela frente. Com certeza os majors virão na hora certa. O que aconteceu com Tiger Woods em 1997 era o início da caminhada do melhor jogador do mundo, um fenômeno de verdade. Tiger tinha vencido seis grandes torneios amadores da USGA, três Juniors e três Amateurs. Tornou-se profissional no Tiger Woods segundo semestre de 1996 e, antes do Masters de 1997, em menos de um ano no tour, venceu três grandes torneios; o Las Vegas Invitational e o Walt Disney World / Oldsmobile Classic em 96, além do Mercedes Championships, em 97. Jogou o Masters pela primeira vez como profissional e venceu batendo todos os recordes imagináveis. Comparar com Rory McIlroy? Com três anos como profissional ele tem duas vitórias, sendo uma na Europa e outra nos Estados Unidos. Tiger com três anos no Tour tinha 16 títulos sendo dois majors. Vamos cair na real? No Masters deste ano, quando Tiger terminou os primeiros nove buracos, o ambiente mudou, a torcida se inflamou e o torneio pegou fogo. Foi ele quem incendiou Augusta, foi ele que deu emoção à vitória de um quase desconhecido Charl Schwartzel. Se não fosse o ataque de Tiger, o Masters de 2011 teria sido tão morno quanto foi o de 2003, com a vitória de Mike Weir, o de 2007, com Zach Johnson, e o de 2008, com Trevor Imelmann; três craques, mas sem nenhum carisma. Se alguém discorda, por favor, me mostre os fatos e estatísticas do contrário. O que Tiger foi e é para o golfe está no mesmo patamar de Michael Jordan para o basquete, Muhammad Ali para o boxe e Pelé para o futebol. E fim de papo. Jeitinho brasileiro Mudando de assunto, vou abordar um tema delicado e que tem me incomodado um pouco nos últimos meses. A televisão, o rádio e a mídia em geral estão na época dos direitos de arena, de imagens e de transmissão etc etc. Estamos vivendo exatamente um período no qual duas grandes emissoras lutam com todas as armas para adquirir os direitos de transmissão dos campeonatos regionais e brasileiro. Isso é coisa séria, gente! Quem paga dá banquete, ou seja, quem compra os direitos quer ser respeitado. Os direitos de transmissão dos torneios do PGA Tour em TV por assinatura pertencem parte ao Golf Channel e parte à ESPN. Estes direitos se estendem para a internet. No Brasil, só o Golf Channel e a ESPN podem transmitir por TV paga e por internet. Por isso os sites americanos ou europeus que transmitem por internet fora do Brasil são obrigados, por lei, a bloquear o acesso daqueles que tem seu “IP Address” (Impressão Digital da Internet) registrado no caso no Brasil. Aí vem o jeitinho brasileiro. Baixa um programinha pirata aqui e outro ali, mascara seu “IP Address” e você já pode assistir o que quiser nos sites americanos ou europeus. Certo? Não. Está erradíssimo! As empresas estrangeiras já estão sendo alertadas para o que está ocorrendo no Brasil, inclusive no golfe. O contra argumento é que: (*) “Não há uma lei no Brasil que diga que é crime o usuário camuflar o IP ao navegar na Internet”, como diz o advogado especialista em direito na Web, Athayde Delphino Júnior. Mas o que está ocorrendo não é apenas isso. O cidadão no Brasil que baixa o “programinha pirata”, esconde seu endereço de IP e navega anônimo, não está cometendo nenhum crime (tirando o “programinha pirata”, claro). Mas o mesmo advogado afirma: “O que pode dar problema é o que este usuário fará depois que estiver com o IP anônimo. Se o cidadão se aproveitar do anonimato para fraudar páginas de bancos ou direitos autorais, aí sim será crime”. Não sou nenhum especialista, mas não precisa ser um gênio para perceber que assistir na internet, em um site americano, um programa cujos direitos pertencem a outro site no Brasil é uma clara violação de direitos autorais, aos quais se refere o nobre advogado. Outro advogado especialista, Renato Ópice Blum, diz que quem fica anônimo na web e assiste programas não permitidos no Brasil está cometendo “ato ilícito”, sim. A advogada Patrícia Peck Pinheiro, também especialista em direito digital, afirma que não é possível analisar a situação como um todo, mas conclui que uma coisa é navegar anônimo, outra coisa é o que fazer quando está anônimo. No caso de captar programas proibidos significa burlar os direitos autorais. Portanto é bom todos ficarem espertos porque os donos dos direitos de transmissão são mais espertos do que nós e tem advogados mais caros que os nossos. * Informações obtidas no artigo de Sérgio Vinícius, para o UOL Tecnologia *Marco Antonio Rodrigues é comentarista e narrador de golfe na ESPN. preparação física Prevenindo a dor lombar por Africa Alarcón* C onsiderada a queixa número 1 dos golfistas amadores e profissionais, a dor lombar é a principal responsável por afastar jogadores dos campos e dos drive ranges. Existe um grande número de causas que podem provocar a dor lombar: técnica incorreta, postura errada nas funções do dia a dia, equipamento inapropriado, defeitos do swing, desequilíbrio muscular ou simplesmente excesso de treino. A lista é grande e cada caso é um caso, mas a prevenção é sempre a melhor opção. Todos nós já sofremos algum dia de dor lombar. O problema é que, ao invés de buscar prevenir a dor, as pessoas normalmente buscam eliminá-la, uma vez que esta já se instalou. Os métodos usados para isto podem ser fisioterapia, acupuntura, massagem, alongamento, automedicação (um perigo na nossa sociedade) e por último, quando nada disso funcionou, visitar um médico especialista. Existe um velho ditado que diz: “É mais fácil manter a saúde do que tentar recuperá-la”. Nada mais certo! Vamos pensar em algo mais simples. No seu carro, 70 por exemplo. Não é mais fácil e barato trocar o óleo regularmente do que ter que fazer o conserto no caso de uma quebra? No nosso corpo é a mesma coisa. Se você trabalhar para prevenir lesões, o resultado no futuro será melhora da performance e longevidade no seu jogo. Para ser ter mais saúde dentro e fora do campo e não ter que se preocupar com soluções paliativas, siga as recomendações a seguir. Se quando você estiver lendo este artigo já for tarde demais, seguem também algumas sugestões de exercícios que podem ser realizados em casos de dor aguda de lombar. Se ela persistir, procure um médico especialista ou um fisioterapeuta. Faça um fortalecimento sério dos músculos do centro Nem todo mundo gosta de fazer abdominais, mas existem maneiras de trabalhar seus músculos do centro sem perceber. Um exemplo é o pilates, método de treinamento muito divulgado atualmente entre esportistas, que tem como princípio a ativação do centro em todos os exercícios. Ou seja, para realizar qualquer movimento devemos sempre ter o abdômen engajado e ativo. Perfeito para o golfista que tenta evitar movimentos bruscos de torção do tronco. O fortalecimento do abdômen deve considerar não somente o reto abdominal, que é aquele músculo típico do abdômen “tanquinho”. Devemos incluir movimentos que trabalhem os oblíquos, o transverso e os músculos para vertebrais. Para quem já está com dor lombar, os exercícios de estabilização são mais recomendados do que os de mobilização. Alongue sempre Músculos que perdem elasticidade por falta de alongamento apresentam menor número de sarcômeros, que é a menor parte do músculo. Além da perda da capacidade de se alongar, o músculo encurtado também perde a capacidade de se contrair eficientemente. A boa notícia é que este efeito é reversível. A amplitude de movimento é essencial para a saúde de qualquer articulação. A falta de mobilidade em uma articulação provoca a compensação em outra que pode não ser tão preparada para aquele movimento. No golfe é evidente que uma boa rotação de tronco permite uma maior amplitude de backswing, mas para obter resultados mais completos, o trabalho de flexibilidade não deve conter somente rotação de tronco. Para evitar lesões decorrentes do swing rígido devemos enfatizar o alongamento de peitoral, ombros, região posterior da coxa, músculos do quadril e logicamente a rotação de tronco. Faça alongamentos estáticos três vezes por semana para ter músculos alongados e eficientes. Trabalhe a mobilidade lombar A coluna vertebral é uma parte do nosso corpo que envolve um grande número de ossos, músculos e tendões. A estrutura da coluna é feita para se mover, mas a falta de uso provoca rigidez em alguns pontos da coluna. É muito comum em adultos com pouca consciência corporal apresentar rigidez nos movimentos de flexão e extensão da lombar. Esta rigidez compromete a potência da tacada. Mas o efeito mais desagradável é a dor lombar. Exercícios de mobilidade lombar são fáceis de fazer e não cansam. Inclua em sua rotina movimentos de articulação da lombar para melhorar sua propriocepção e a saúde de sua lombar. Aperfeiçoe sua técnica com um profissional Na busca pela performance em qualquer esporte existem quatro pontos que devemos considerar. O primeiro não é modificável, que é o talento. Os outros podem ser trabalhados. São eles: a tática, o condicionamento físico e a técnica. Para aperfeiçoar a técnica procure um profissional qualificado e faça muitas aulas. Digo muitas porque com 10 aulas o máximo que você pode conseguir é um aprendizado superficial da técnica a para adquirir um movimento eficiente com memória muscular é necessário praticar muito. A melhora da técnica envolve comprometimento e dedicação. Mesmo jogadores com handicap baixo continuam procurando a ajuda de profissionais para “polir” seu movimento. Por isso nunca pense que já adquiriu um swing perfeito, porque isso não existe. Invista no aprendizado da técnica e pratique sempre. Não sobrecarregue seu corpo O “overuse” ou excesso de uso está em primeiro lugar nas causas para o desenvolvimento de lesões entre jogadores profissionais. A falta de preparação física e um excesso de treinamento podem sobrecarregar seu corpo ao ponto de causar lesões graves que irão afastar você do campo. Por isso se está tentando recuperar o tempo perdido antes de um torneio, lembre-se que nem sempre “mais” é “melhor”. Está comprovado cientificamente que realizar mais que 300 swings por dia já é considerado “overuse” por isso poupe seu corpo, treine com consciência e não exagere no fim de semana. Não é porque você pagou um green fee que você deve jogar 12 horas seguidas. Poupe sua coluna. Realize aquecimentos sempre O aquecimento já foi alvo de diversas pesquisas científicas no golfe e todas comprovaram que jogadores que tem o hábito de se aquecer regularmente antes de jogar estão menos propensos a lesões. Aquecer não significa bater um balde de bolinhas no drive range antes do tee time. Significa realizar movimentos suaves, porém intensos o suficiente para aumentar a temperatura corporal e preparar o corpo para a atividade física que virá a seguir. O aquecimento de golfe deve envolver movimentos funcionais que simulem o swing e deve ter duração de pelo menos 10 minutos. Compre equipamentos apropriados para seu biotipo e habilidade Se você é iniciante, por enquanto não vale a pena investir em um conjunto de tacos de milhares de dólares. Ao procurar um vendedor, ou melhor, um “clubmaker”, especifique seu nível de habilidade ou seu handicap, se tiver. Um bom profissional vai saber lhe indicar o material adequado e a marca que mais se adapta às suas necessidades. Com o tempo e a evolução da sua técnica, fazer um “clubfitting” será sua melhor opção para obter um equipamento totalmente personalizado. *Africa Madueño Alarcón é formada em Educação Física (USP) e especializada em treinamento físico para golfe pela Hole in One Pilates for Golf USA. Certificada Personal Trainer pelo American College of Sports and Medicine. [email protected] 71 preparação física Exercícios de relaxamento da coluna 1. Alongamento dos isquiotibiais na parede Deitado em um colchonete ou toalha, aproxime-se ao máximo da parede encostando seu glúteo e mantendo as pernas a 90 graus. Mantenha as plantas dos pés paralelas ao chão com a ajuda de uma toalha ou de uma faixa elástica. Fique nesta posição por 5 minutos. 2. “Imprinting” de lombar: Deitado no chão com a coluna neutra e os joelhos flexionados, inspire mantendo a coluna neutra e na expiração faça o “imprinting”, ou seja, grude sua lombar no chão contraindo seu abdômen. Inspire e retorne à posição neutra. Este exercício é perfeito para quem tem dificuldade em contrair o músculo transverso do abdômen e de diferenciar a coluna neutra da retificada. 3. “Child’s pose” Sentado nos calcanhares com os joelhos afastados na altura dos ombros, arredonde a coluna em flexão até colocar as mãos no chão. Continue descendo até chegar numa posição confortável e 72 relaxe a coluna. Mantenha os braços estendidos e respire normalmente. Fique nesta posição por 30 segundos e retorne à posição inicial arredondando as costas. fisioterapia O uso do gelo no tratamento de lesões por Claudio Zezza* A ntes de iniciar a matéria gostaria de parabenizar a revista por seus dois anos de vida e dizer que é com muita alegria e satisfação que me empenho em colaborar de alguma forma e é com muito orgulho que faço parte dessa maravilhosa equipe. Parabéns colaboradores, editores, diretoria, repórteres, enfim, todos que participam ou já participaram de alguma forma da New Golf. Como citei na última edição, após descrever um pouco de cada articulação e seu envolvimento no golfe de maneira geral, chega a hora de tentar esclarecer alguns tratamentos relacionados à fisioterapia esportiva, principalmente no golfe. Nada de técnicas complicadas e específicas demais. A ideia é somente esclarecer alguns pontos que considero importantes e úteis. Como recurso fisioterápico inicial, escolhi o gelo. Seu uso, já de certa forma disseminado, ainda pode causar certa polêmica no que tange ao tempo de aplicação, forma e quando utilizar. Crioterapia A crioterapia, ou terapia pelo frio, como é conhecida, é utilizada em larga escala para um 74 número quase infinito de casos, desde rebaixamento do metabolismo em cirurgias complicadas até para pequenas queimaduras. Cada uma tem um método e tempo específico para o objetivo que se deseja alcançar. No caso dos esportes, o principal objetivo é a diminuição do processo inflamatório agudo e analgesia. Como dissemos na edição em que tratei sobre lesões musculares, o golfe é um esporte que submete o jogador a esforços não-comuns no dia a dia, portanto passíveis de lesões musculares. Logo após uma lesão do tipo estiramento muscular, por meio de reações químicas, existe um aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos, por conseguinte, uma quantidade de líquido sai do vaso para a área lesionada, provocando o edema. Esse processo fisiológico, natural para uma lesão, pode ser amenizado exatamente com o uso do gelo imediatamente após a lesão. O frio reduz o aumento do diâmetro do vaso, diminuindo a quantidade de líquido no local lesionado. Resumindo: o gelo diminui o edema local após uma lesão aguda. Isso tem consequências benéficas, pois menos edema é sinal de menor incapacidade e menos dor. Ação anestésica O gelo também é uma forma de diminuir a dor, diferentemente do dito popular, que diz que o gelo é analgésico, cientificamente ele é um anestésico. Isso mesmo, anestésico, devido à irritação que o frio provoca na região onde é aplicado, ele de certa forma e por determinado tempo inibe a sensação de dor local. A irritação do gelo é bem visível e sentida por nós. Basta observarmos a vermelhidão no local após a aplicação e também a sensação de perda de sensibilidade temporária. Normas e cuidados Seguindo o raciocínio do uso do gelo inerente ao tempo e às formas de aplicação, temos que considerar algumas normas para nossa segurança e melhor aproveitamento do mesmo: A primeira, e particularmente a mais importante por poder causar lesões sérias na pele, cabe à colocação do gelo diretamente na pele. Da mesma forma que ao desenformarmos o gelo em casa, é comum a pedra de gelo grudar em nossa mão. O gelo quando ainda seco pode grudar em nossa pele e causar uma grande queimadura química de desas- trosa consequência. Para evitar isso, basta colocar as pedras de gelo em um saco plástico, seco e limpo, e aí sim, aplicá-lo no local lesionado. Algumas pessoas colocam panos e toalhas entre o gelo e a pele diminuindo a efetividade da terapia do gelo. Podemos, sim, colocar um pano fino para fazer essa interface, e assim aproveitaremos seu máximo efeito. Com relação ao tempo de aplicação não é recomendável ultrapassar 30 minutos, pelo mesmo risco de lesões na pele. O tempo muito curto, menos de 10 minutos, também não é recomendado por não trazer os benefícios do frio. Ficamos, então, com uma média que pode variar entre 15 e 30 minutos. Essa variação tem que ser considerada pelo tamanho e profundidade da lesão. Aqui também deve ficar claro que colocar e tirar o gelo durante a aplicação anula o efeito que queremos. E aos que reclamam da ardência causada pelo frio, ela é completamente normal quando não passa a ser insuportável, e deve cessar com aproximadamente 12 minutos de aplicação contínua. Não há problema algum em repetir o uso de gelo por várias vezes. Devemos somente deixar um intervalo mínimo de uma hora após a retirada da última aplicação, ou seja, se colocamos o gelo no joelho as 13h00 e ficamos com ele 20 minutos, poderemos repetir a aplicação às 14h20. Cabe ressaltar que é de fundamental importância procurar um médico para avaliação da lesão. Dicas Vale dizer também que uso de bolsas de gel - aquelas que ficam no freezer - deve ser consi- derado, mas com uma ressalva: a tendência de equilíbrio térmico com bolsas de gel é muito maior que com o gelo, ou seja, a temperatura da bolsa eleva-se muito mais rápido que o gelo em si, necessitando da troca da bolsa em aproximadamente 10 minutos. Outro ponto muito comum no uso do gelo é a mistura com álcool. Alguns dizem que serve para o gelo não ficar tão duro e outros ainda afirmam que é para aumentar seu efeito. Na realidade, quando colocamos álcool na água para fazer o gelo “misturado”, não aumentamos o efeito do gelo. Aumentamos, sim, a velocidade da troca de calor, ou seja, essa combinação vai fazer a temperatura do local diminuir mais rapidamente, não valendo os tempos que comentei acima e correndo o risco de uma queimadura local. Como dica pessoal, acho muito mais fácil o gelo tradicional em um saco plástico envolvido em um pano fino. Muito mais fácil de achar e com um risco muito menor. Contraindicações Existe uma mínima quantidade da população mundial que tem contraindicação ao uso do gelo. Chamada de Síndrome de Renault, a doença que contra indica a aplicação é extremamente rara e facilmente identificada. O portador da síndrome, quando exposto ao gelo, apresenta falta de circulação periférica, deixando as extremidades arroxeadas, dedos das mãos e pés. No caso disso ocorrer, basta retirar o gelo imediatamente e aquecer as extremidades. No caso de incômodo insuportável ao uso do gelo ou sensação de piora da dor após o seu uso recomenda-se a inter- rupção do tratamento. Como última consideração ao uso do gelo, fica extremamente claro que, por seu efeito anestésico, não é recomendado usálo antes do jogo ou de qualquer outra atividade física. Essa aplicação é muito questionável e somente utilizada em profissionais por profissionais da área e em casos extremos, pois se corre o risco de aumentar a lesão ao invés de ajudar. Existem ainda inúmeras técnicas de tratamento com o frio, mas acredito que essas ficam a cargo dos profissionais que estão habilitados a utilizá-las da maneira correta e na hora exata. O objetivo deste artigo é esclarecer o uso da crioterapia de forma simples e clara, para que todos nós possamos aproveitar desse recurso barato, simples e com grande valia dentro da atividade esportiva. Mais uma vez agradeço a atenção e espero profundamente sempre ajudar aos amigos do golfe, com esclarecimentos e dicas que acredito serem úteis para o nosso bem estar e um jogo sempre melhor. Bom jogo a todos e até a próxima edição. * Ft. Cláudio A. M. Zezza [email protected] Mestre em fisioterapia esportiva pela UNIFESP-EPM Especialista no aparelho locomotor no esporte UNIFESP-EPM Especialista em Ortopedia e Traumatologia UMC 75 técnica O sobe e desce dos campos Os relevos do terreno e suas respectivas intensidades fazem parte do conjunto de dificuldades que um campo de golfe pode apresentar. Os desníveis não estão lá por acaso e a bola se alojar ali não é mera coincidência. É bom saber enfrentar essas situações 76 S e houvesse uma regra no esporte que determinasse que a bola só poderia ser jogada de um terreno plano, certamente esse esporte não seria o golfe. Aqui, na verdade, impera uma máxima que é bem o oposto: “Jogue a bola como ela está”. Portanto, se ela decidir fazer morada em um local tão desnivelado que fica até difícil se equilibrar em pé, é de lá mesmo que o jogador terá de bater. São alguns dos exemplos que se encaixam no grupo das famosas “tacadas especiais”. E como toda situação espe- cial que se preze, medidas especiais se fazem necessárias. Vários casos podem aparecer e para cada um há uma série de dicas e orientações importantes para que o golfista não faça deste episódio um pesadelo. “São tacadas que exigem cuidados diferenciados. O jogador tem que saber a hora de escolher um taco alternativo que equilibre uma ação natural do terreno ou uma direção diferente que compense uma possível tendência do movimento”, ensina o professor Dino Pádua, que ilustra alguns dos casos mais comuns e dá as suas orientações: Em aclive Não tente compensar o desnível do terreno com uma possível inclinação do corpo, pois desta forma o taco poderá ficar preso na grama na hora da descida antes do impacto com a bola. Fique apenas numa posição confortável para se equilibrar, mas sempre buscando manter o nível dos ombros paralelo ao solo. Pela própria ação do terreno, aqui a tendência é de que a tacada suba bastante, portanto você pode optar por um taco com uma angulação menor do que a jogada pediria. Se fosse escolher um ferro 7, por exemplo, poderá optar por um ferro 6, 5 ou 4, dependendo da intensidade da subida. Há um cuidado também com a direção da bola neste momento. Normalmente ela irá tomar uma trajetória fechada, indo à esquerda (caso do destro). Para compensar essa tendência, posicione-se mirando um pouco mais à direita do objetivo na hora da tacada. 77 Em declive Com relação ao posicionamento, o joelho direito deverá se flexionar um pouco, mas novamente apenas o suficiente para o equilíbrio e nunca buscando uma compensação total do terreno. Neste caso, a opção mais correta na hora da escolha do taco é buscar uma angulação maior para fazer a bola subir um pouco mais, já que o declive a jogará para baixo na tacada. Ao contrário da situação em aclive, aqui a tendência é a bola abrir, o que pede um alinhamento mais à esquerda do objetivo para compensar essa direção e ela chegar mais perto do alvo desejado. Abaixo dos pés Procure manter o peso mais nos calcanhares, mas dobrando os joelhos o mínimo possível. Busque posicionar o corpo mais acima da bola e um pouco mais próximo a ela. Aqui a pegada volta a ser normal, com o taco ficando longo, já que a bola está abaixo dos pés e, portanto, um pouco mais longe para ser alcançada. A direção novamente é importante. A tacada naturalmente será mais aberta, indo à direita do objetivo. Compense fechando mais a face do taco e mirando à esquerda de seu objetivo. 78 Acima dos pés Nesta situação você acaba tendo que flexionar os joelhos para ficar mais no nível da bola e se colocar numa posição mais confortável para que o impacto ocorra de forma natural. Tente manter o peso na ponta dos pés. Outra boa dica neste caso é diminuir um pouco o seu grip, pegando mais embaixo no taco, deixando-o mais curto, também com o objetivo de equilibrar uma possível intensidade do desnível. Aqui a tendência é a de que a bola assuma uma trajetória fechada, girando à esquerda. Sempre procure um posicionamento com o corpo mais à direita do alvo e abra um pouco a face do taco. Professor Dino Pádua Fernando Figueiredo Pádua Soares, do Clube de Campo de São Paulo, tem 49 anos, é golfista desde 1966 e profissional desde 1999. Classificado pela PGA Brasil (Associação dos Golfistas Profissionais do Brasil) e pelo CREF (Conselho Regional de Educação Física) para ministrar aulas e cursos de golfe. Já fez diversos cursos no exterior com profissionais renomados como Jim McLean, Mitchell Spearman, Kevin Perkins, entre outros. Dino Pádua promove clínicas abordando todos os fundamentos do esporte, é professor de golfe e palestrante em importantes eventos do País. Contatos: Fones: (11) 9612-3939 ou (11) 7865-4523 / Nextel E-mail: [email protected] 79 Equipamentos São Bento Golfe Rua Mateus Grou, 152 São Paulo – SP www.saobentogolfe.com.br Fone: (11) 3086-3117 Sapato Oakley New Servodrive R$ 460,00 ▪▪Numeração de 38 a 43. ▪▪Cores: Branco/Marrom – Preto/Preto. ▪▪À prova d’água. ▪▪Net Shape Stability - absorve e ajuda a transferência de peso durante o swing. Bolsa Oakley Stand Bag 2.0 R$ 752,00 Bolsa Exotics Xtreme Cart Bag R$ 599,00 ▪▪Bolsa com design inovador e arrojado, com vários bolsos forrados e divisões individuais para seus tacos ficarem bem cuidados. Abertura de 10”, 14 divisões para tacos, 10 Bolsos com zíper, bolso com fechamento magnético para bolas, cooler com capacidade para várias bebidas, porta guarda-chuva protegido, porta toalha e capa protetora para tacos 80 Marcador Champ On Line R$ 8,90 Pop a Putt R$ 21,00 Base para colocar dentro do buraco. Quando a bola cai ela automaticamente a joga de volta. Boa diversão para usar com os amigos Cinto Puma Golf Preto R$ 86,00 Putting Cup R$ 28,50 ▪▪Base plástica (putting cup) para treino indoor de putting. Acompanha bandeira plástica. 81 Bolas Zero Friction – Caixa c/12 R$ 90,00 ▪▪A história das bolas de golfe Zero Friction ZF Distance começa na sua construção. A escolha de uma superfície de 312 dimples toi tomada em virtude da baixa resistência do ar que a bola recebe durante seu vôo, enquanto que a construção de duas peças a consolida como uma verdadeira bola de distância. Ela possui compressão 80 com uma macia camada de surlyn. Quando todos estes aspectos são colocados juntos, o jogo no green ganha um stroke diferenciado. O padrão de 312 dimples e a compressão 80 proporcionam um toque macio que permite uma rolagem suave e consistente. ▪▪As bolas Zero Friction ZF Distance são o mais novo item em seu portfólio de produtos ecologicamente corretos. Do núcleo a sua cobertura, elas são produzidas com materiais 100% renováveis e com uma mistura exclusiva de polímeros e materiais sintéticos não tóxicos, que a tornam uma alternativa mais saudável para o meio ambiente. ▪▪Cada trio de bolas é acompanhado por três tees Zero Friction biodegradáveis, líder em performance nos campeonatos de Longest Driver nos Estados Unidos, sendo um tee tamanho 3 1/4 para drivers, um tee 2 3/4 para madeiras e um tee 1 3/4 para híbridos e ferros. * Tudo em até 3 vezes no cartão de crédito 82 Brasil Golf ® (SPGC) Golf Shop (CPG) Rua Deputado João Bravo Caldeira, 273 São Paulo – SP Fones: (11) 3884-6411 Sapatos FootJoy Junior * De R$ 250,00 por R$ 165,00 Luva FootJoy Junior * De R$ 55,00 por R$ 45,00 Stand Bags * R$ 550,00 83 Bolas Pro V1 e Pro V1x * De R$ 197,00 por R$ 180,00 Bolas Pinnacle Platinum * De R$ 129,00 por R$ 95,00 Bolas DT Carry e DT Roll * De R$ 129,00 por R$ 95,00 84 Personalização de bolas Durante o mês de aniversário da New Golf, a Brasil Golf personaliza sua bola gratuitamente na compra de caixas de bolas. Consulte para mais informações. Jogo de tacos Cobra Junior * De R$ 950,00 por R$ 690,00 Cobra Baffler TWS * De R$ 750,00 por R$ 450,00 Toalha Titleist * R$ 85,00 Cobra FP Grafite * Preços promocionais para o mês de aniversário de dois anos da Revista New Golf. O cliente deve informar que viu o anúncio na New Golf nº 13. As ofertas são válidas até o dia 30 de maio ou enquanto durarem os estoques. * R$ 900,00 85 muito além do jogo Sonho de criança * por Henrique Fruet A bola está no tee e não tenho direito a mulligan. Atendendo ao convite do amigo Luiz Carlos Silva e do competente Zeca Rodriguez, que já conhecia de outras aventuras jornalísticas, resolvi encarar esse novo desafio e estrear minha coluna na New Golf. O golfe é para mim mais do que uma profissão. É até mais do que uma paixão. Trabalhar hoje com o esporte é a realização de um sonho de criança. E sonho de criança é coisa séria. Lembra quando você sonhava em ser piloto de avião, jogador de futebol, astronauta ou coisa parecida? Pois é. Eu sonhava em ser jornalista. E também sonhava em jogar golfe. Hoje uni os dois sonhos. Para quem não sabe, sou jornalista especializado no esporte. Para minha sorte, escrevo melhor do que jogo, pois se meu texto fosse pior do que o meu swing passaria fome. Quando eu tinha por volta de 10 ou 12 anos - e lá se vão uns 25 anos - tive meu primeiro contato com o esporte. Foi no Porto Alegre Country Club. Quando passava as férias na casa de meus primos ia junto com eles para as aulas de golfe com o Sr. Flores - só me recordo do sobrenome dele e de seu sotaque estrangeiro, provavelmente uruguaio. Foi lá que bati as primeiras bolas. Foi lá que joguei os primeiros 18 buracos. Nossos ídolos 86 na época não eram jogadores de futebol, mas dois jovens amadores do Country que prometiam muito - Nico e Rafa Barcellos e uma dama que sabíamos ser uma das melhores do país - Beth Nickhorn. Adorava acompanhar as partidas de meu tio, Fernando Cláudio, já falecido - ele chegou a presidir a Federação Riograndense. O golfe, aliás, é uma paixão que passa na minha família de tio para tio - o primeiro Fruet golfista foi meu tio avô Hélio, que jogava em Rio Grande e que incentivou também o início da carreira do profissional Vinicius Muller, cuja tia era casada com meu parente. Quando retornava a São Paulo, não conseguia dar continuidade à minha paixão, pois os clubes eram afastados de casa e não havia chance de convencer meu pai a se associar a um deles. A minha saída era improvisar e transformar a vila onde eu morava em campo de golfe. Como ainda não tinha tacos - só um ano depois de ter a primeira aula é que fui ganhar de meu tio o meu primeiro taco, um ferro 9 bem baleado –, eu e meus amigos usávamos uma vassoura de brinquedo, daquelas de criança, que se transformava em driver, ferros e putter. A brincadeira acabou quando meu amigo Marcus Baldini, hoje badalado cineasta, que dirigiu recentemente o filme Bru- na Surfistinha, bateu um ótimo ferro 7 (com a vassoura, claro) e arrebentou a janela da frente de minha casa com a bola. Antes de pensar na reação de minha mãe, fiquei tão impressionado com a tacada do Marcus que fui cumprimentá-lo imediatamente, como manda a etiqueta golfística. O vôo foi perfeito. Acreditem: a bola subiu bastante, mesmo sendo batida com uma vassoura de, digamos, loft 8,5º ou algo próximo. Só depois é que fiquei preocupado com a reação de minha mãe, que certamente não combinou com a calma e a boa educação que reinavam até então em nosso Augusta National improvisado. A tacada mais bonita (e mais desastrosa) foi a dele, mas o longest drive foi meu e ninguém tasca. Certa vez, dei um top na bola (sempre com a vassoura, claro) e ela correu para a rua. Assim que saiu da calçada, a bola foi atingida por um Monza que passava por lá. O motorista não entendeu nada. E a bola voou como nunca havia voado, já que pegou bem na parte da frente do carro, que é bastante inclinada. Como era uma descida, a bola deve ter andado, por baixo, uns sete quarteirões, quicando no asfalto e rolando pela sarjeta. Nunca mais foi vista. Época boa, aquela - crianças ainda podiam brincar na rua, em São Paulo, sem muitos temores (além, é cla- ro, de bolas de golfe perdidas). Voltei a jogar em 2001, quando trabalhava na ISTOÉ e meu colega Chico Silva publicou uma reportagem sobre o então Kaiser Golf Center, que li assim que foi paginada. Cheguei ao driving range antes que a revista chegasse às bancas e não desgrudei mais do meu sonho. A partir desta edição, pretendo contar nesse espaço algumas boas histórias de golfe, falar das curiosidades que envolvem o esporte, dar dicas de campos e de viagens e sempre recordar que sonhar vale a pena, ainda mais quando o sonho se torna realidade nos campos de golfe da vida. São Pedro, São José, São Jorge e o golfe Por falar em sonho, recentemente passei por uma experiência incrível: acompanhar o nascimento de um novo campo. Fui ❙❙ Lua cheia no campo da Paraíba em abril à inauguração do Águas da Serra Golf Club, na cidade paraibana de Bananeiras, a 140 km da capital João Pessoa. O primeiro campo de golfe do Estado gerou curiosidade e chamou a atenção das pessoas. Logo, logo os paraibanos irão invadir os campos de todo o país. Pode apostar. A festa de inauguração, o torneio, o desenho de Sebastião Neres, da NGA Golf, o condomínio e o charmoso e confortável hotel bem no centro da cidade foram nota 10. Mas nada supera a arte de receber do povo local, a começar pelo proprietário do empre- endimento, o simpático Alírio Trindade, e sua esposa, Miriam. São Pedro, São José e São Jorge também deram uma mão e tanto à inauguração do campo. São Pedro mandou as nuvens para bem longe dali. São José, que comemorava sua data bem no dia da abertura do campo, deixou a cidade mais bonita, pois na frente de várias casas no caminho do empreendimento havia fogueiras a ele dedicadas. Já São Jorge mandou para nós a maior lua cheia dos últimos 18 anos. Com um começo desses, não tem como dar errado. ❙❙ Campo da Paraíba 87 golfe empresarial O joelho torcido que virou negócio *por Paulo Pimentel D izem que há males que vem para o bem. No meu caso, o mal a que me refiro aconteceu em 1977. Na época, jogava muito futebol. Sempre estive na seleção dos colégios nos quais estudei. Jogava bola toda semana e, modéstia à parte, era um bom jogador. Pelo menos até torcer o joelho esquerdo durante uma partida no Esporte Clube Pinheiros. Perdi todos os ligamentos, fiz várias cirurgias, fiquei meses com a perna imobilizada e tomei muitos remédios. Foi o fim de minha carreira no futebol e de minhas corridas diárias. Se não fosse pelo acidente, talvez eu não estivesse escrevendo esta coluna, espaço do qual muito me orgulho e que espero usar para passar a você, leitor, um pouco da minha experiência como fundador da Golfe & Cia, empresa de marketing esportivo pioneira em golfe no Brasil. Se eu não tivesse rompido os ligamentos e me afastado dos demais esportes, talvez eu não tivesse olhado para o golfe com a atenção que olhei quando meu filho Cristiano me mostrou um anúncio e me convidou para irmos ao Aberto do São Paulo Golf Club, em 1987. Resolvi assistir ao torneio e gostei muito da habilidade dos jogadores. Achei que nunca fosse conseguir acertar aquela 88 bolinha branca, mas resolvi tomar aulas. Foi amor à primeira batida. Meu primeiro professor foi o Ferrugem, no São Fernando Golf Club. Depois das primeiras aulas, me associei ao Guarujá Golf Club, onde continuei a treinar com o saudoso Amadeu, e no São Francisco Golf Club. Dediquei-me com muito afinco, pois estava muito feliz por ter encontrado finalmente um esporte envolvente que eu podia praticar, apesar do meu problema no joelho. Cheguei a ser handicap 12. Pioneirismo em organização de eventos Em 1995, realizei o meu primeiro evento de golfe, o Golfe no Parque, junto com a Federação Paulista de Golfe e com a PGA do Brasil. Nós transformamos um pedaço do Parque Ibirapuera num imenso driving range e em um dos dias mais frios daquele ano, convidamos os frequentadores a bater bolas flutuantes em direção ao lago. Foi um sucesso. No ano seguinte nasceu a Golfe & Cia. Levei para a empresa todo know-how da área de eventos que adquiri trabalhando com leilões pecuários. Eu e meus sócios na época tínhamos trazido para o Brasil o sistema de comercia- lização de animais por meio de leilões, algo inédito até então. Chegamos a fazer um leilão de cavalos em pleno Hotel Maksoud Plaza no início de suas atividades, em 1981. Fazendo leilões, aprendi a fazer grandes eventos, pois tínhamos que ter uma estrutura completa, som, buffet, cenários, catálogos, entre outros itens. Juntei essa expertise com o meu conhecimento de golfe e uma bela dose de paixão pelo esporte e criamos a empresa pioneira no Brasil na organização de eventos de golfe. O começo não foi fácil. Nos primeiros anos, organizávamos apenas dois ou três eventos anuais, mas isso foi mudando aos poucos. A Golfe & Cia hoje se orgulha de ter organizado torneios memoráveis. Nosso evento mais conhecido é o Circuito Empresarial de Golfe, que começou em 2003 e chega este ano à sua 9ª edição consecutiva, sempre prestigiado por empresas de ponta e convidados do mais alto padrão. Mas já fizemos de tudo: torneios de networking, torneios de turismo, torneios profissionais nacionais e internacionais, torneios de celebridades, noturnos, beneficentes, torneios amadores internacionais e por aí vai. Até agora a Golfe & Cia já organizou mais de 250 eventos de golfe, num total de quase 450 dias de esporte, festa, diversão e networking. Sou um apaixonado por golfe e pela profissão que escolhi. Tenho procurado transmitir todo esse entusiasmo aos meus clientes, entre eles algumas das maiores empresas do país. A Golfe & Cia enxerga no golfe uma poderosa ferramenta de marketing de relacionamento, que pode trazer benefícios e negócios para as empresas. Trabalhamos de ❙❙ Experiência na organização de eventos forma profissional para que todos possam aproveitar todo esse potencial do golfe e, ao mesmo tempo, para que possam ajudar o esporte a crescer. Já perdi a conta de quantos empresários se iniciaram no golfe após participar de um torneio ou uma clínica organizados pela Golfe & Cia. Assim como já perdi a conta de quantos negócios nossos eventos ajudaram a nascer. Quero utilizar esse espaço para dividir um pouco com vocês minha experiência na área e contar histórias saborosas do mundo do golfe recolhidas em centenas de buracos 19 espalhados por todo o Brasil. Perdi parte da mobilidade por conta de um joelho machucado em 1977, é verdade, mas não trocaria todos os amigos que fiz até hoje no golfe e o prazer que esse esporte me proporciona por um joelho novo. Estou aberto a dicas, sugestões e dúvidas dos leitores. Não hesitem em entrar em contato. Um forte abraço e até a próxima edição. * Paulo Pimentel é diretor da Golfe & Cia Golfe & Cia Eventos Esportivos Ltda. Visite o site: www.golfecia.com.br Contato: [email protected] 89 analisando os campos No palco de dois majors por Claudio Golombek* 90 USGA 2009 US Open Official Program V amos iniciar uma análise por alguns buracos de famosos campos do mundo. Neste primeiro artigo, o escolhido foi o buraco 1, do Black Course, Bethpage, Long Island, que já recebeu dois US Opens (2002 e 2009). O campo pertence à cidade de Nova Iorque, sendo público e, portanto, aberto ao jogo para qualquer pessoa que queira se aventurar. Desenhado por A.W. Tillinghast nos anos 30, faz parte de um complexo de cinco campos de golfe municipais, próximo a NY. Localizado no Bethpage State Park, o Black Course foi reformado pelo arquiteto Rees Jones para o US Open de 2002 oferecendo um percurso de cerca de 7.426 jardas. Esse buraco, de par 4, tem cerca de 430 jardas, se caminharmos pelo centro do fairway, a partir do fundo do tee até o meio/final do green. O drive batido por cima do canto do “dogleg” tem que ultrapassar 275 jardas de vôo, para ficar muito bem posicionado para um “wedge” já visando o green. Essa tacada tem um risco enorme, pois os roughs estão altos e a chance de perder-se uma jogada é grande. Então para quem quer arriscar, tem que ter, além de boa distância, uma grande precisão a partir do tee. O tee está colocado a cerca de 10 metros acima do nível da área de pouso no fairway, o que favore- ❙❙ Buraco 1 do Black Course, Bethpage (Long Island) ce um pouco atingir-se a distância adequada para o atalho pela direita. Quem escolhe o caminho mais conservador, não tem moleza também por duas razões: primeiramente, o fairway tem cerca de 27-28 jardas de largura nas condições do US Open, o que é razoavelmente estreito, e segundo porque o tiro para o green será mais longo, exigindo uma tacada de cerca de 165 jardas, longa se considerarmos um green pequeno (310 m²) e estreito (oscilando entre 10 e 15 m de largura). Já o green tem seu terço anterior caído de trás pra frente de forma acentuada, então, se a bandeira estiver no meio, a distância do “approach” tem que ser bem precisa pois uma bola curta ou com “backspin”, pegará a rampa e retornará para o início do green. Como ele é bem estreito, exige do jogador a colocação do drive próximo ao meio do fairway. Uma tacada vinda de um dos cantos do fairway terá que ter um elevado grau de precisão ou “hit-stop” para que não corra para fora do green, onde a recuperação é complicada. A bandeira curta também guarda uma armadilha: as bancas que cercam o green nos dois lados estendem-se mais próximas ao green nesse local, entrando em jogo e complicando a tacada. * Claudio H. Golombek, da Golombek Golf Design, é arquiteto de campos de golfe (www.golombekdesign.com.br) New Golf Cervejas Tradição milenar da arte cervejeira Atual cenário econômico favorece o crescimento do mercado de cervejas no Brasil e o público começa a conhecer novos rótulos dos tipos Premium e Super Premium, entre eles a Infinium, que traz uma história de mais de mil anos, e a brasileiríssima Göttlich Divina! Por Gustavo Sanches * Fotos: Divulgação O Brasil vem se desenvolvendo em muitos segmentos devido ao recente ambiente econômico favorável. Até aí, sem novidades. Mas investigando alguns mercados de grande volume, como o de cervejas, notamos um claro reflexo deste novo momento. Está em pleno curso uma demanda crescente por produtos cada vez mais sofisticados, com tradição e 92 qualidade inquestionáveis. Nasce o mercado de cervejas Premium e Super Premium, muito aguardado pelos apreciadores acostumados com cervejas de corpo, paladar e aromas apurados. A oferta aumenta a cada dia, conforme o consumidor brasileiro vai conhecendo este novo nicho, apreciando os produtos que ali estão e reconhecendo os valores nele agregados. Vale lembrar que esta tendência segue em outros países, talvez não com tanta intensidade, pois já são mercados mais maduros. Neste cenário, recentemente aconteceram dois lançamentos inovadores aqui no Brasil. O primeiro já chega ao mercado com uma história de 1.000 anos de tradição. É a Infinium, feita entre a cerveja e o champagne. Produzida por dois ícones do mundo cervejeiro, a Weihenstephan - cervejaria estatal alemã com 971 anos de idade, que produz oficialmente desde o ano 1.040 - e a americana Samuel Adams, com 29 anos de inovações e liderança no maior mercado de consumo do mundo. A Infinium é uma cerveja com estilo belga, que é produzida sob a Lei da Pureza alemã de 1516, regulamentação que limita a produção de cervejas a quatro ingredientes básicos: água, malte, lúpulo e fermento. Ela apresenta-se em uma garrafa exclusiva de 750 ml com rolha, como uma cerveja tipo Strong ALE (alta fermentação). Produzida com fermento da região de Champagne e dupla fermentação que lhe confere a graduação alcoólica de 10.5%, a Infinium apresenta coloração dourada profunda, com sabores e aromas complexos. Em resumo, trata-se de uma bebida fina, seca e muito elegante. O segundo lançamento é a brasileiríssima Göttlich Divina!, uma cerveja artesanal, tipo Lager (baixa fermentação), produzida em Santa Catarina. Trata-se de uma Pilsen Extra, com uma história muito interessante, pois une a tradição milenar europeia com a contemporânea escola cervejeira do Brasil. Mescla os ingredientes importados das regiões mais tradicionais do mundo, como Hallertaü e Weihenstephan, na Alemanha, e Saaz, na República Tcheca, com o típico guaraná da Amazônia. A cerveja não tem gosto de guaraná, porém o fruto contém cafeína natural e transforma cada copo em uma dose de energético. Para inovar e diferenciar ain- da mais, a Göttlich Divina! passa pelo processo de Dry Hopping, método que adiciona mais lúpulos de aroma ao final da produção, tornando a cerveja ainda mais saborosa e aromática. Como comprar: Envie um email para [email protected] com o assunto “Cerveja Especial” e retornaremos com as informações completas. * Gustavo Sanches é sóciodiretor da On Trade, importadora e distribuidora de bebidas especiais 93 94 95 Buraco 19 A rota do Tennessee whiskey ❙❙ Placa da George Dickel com fábrica ao fundo Elaborados basicamente de milho, mas com sabor distinto dos lendários bourbons, do vizinho Kentucky, o raro George Dickel e o famoso Jack Daniel’s fazem parte do patrimônio do musical estado sulista norteamericano Por Rick Anson * Fotos: Rafa Martinelli e Rick Anson 96 A mistoso. Essa pode ser a palavra que melhor define o surpreendente estado do Tennessee. Poucas vezes notei, em minhas viagens etílicas, um lugar tão acolhedor. Além disso, rico culturalmente - afinal foi lá que nasceu a melhor música da história norte-americana - desde o country na capital Nashville até Memphis, é berço do rock and roll. Contudo, é no interior que percorremos um caminho que partiu da cidade de Chattanooga, passando pela pequena Tullahoma, até chegar à histórica Lynchburg. Trata-se da famosa rota do “Tennessee whiskey”, que ao contrário do Kentucky e seus inúmeros bourbons, possui apenas dois produtores: George Dickel e Jack Daniel’s. Em pleno inverno, uma belíssima e bem cuidada estrada secundária nos leva à pequena Tullahoma. Cercada por fazendas e celeiros de grãos, a cidade abriga num sítio o raro George Dickel. Ao chegar, fomos recebidos pela especialista, Cheetah Fletcher. Ela nos guiou a uma visitação pela fábrica, que de forma quase artesanal produz uísque que mal atende à demanda no país. Elaborado com uma mistura de malte, centeio e milho, o produto é chamado de “whisky”, pois o próprio George Dickel acreditava que sua bebida mais se parecia com os scotchs do que com os whiskeys americanos. É fato, pois o sabor é muito agradável, levemente defumado, um dos melhores que já bebi. Detalhe: degustações são proibidas, pois o local está em uma área cuja lei determina a possibilidade de produção e venda, mas não do consumo. Seguindo pela Highway 55, em menos de uma hora chegamos a Lynchburg. Com uma estrutura mais adequada a visitação turística, a propriedade histórica de Jack Daniel sempre foi motivo de peregrinação dos americanos boêmios, que ajoelham em louvor, de forma hilária, ao chegar à destilaria. O que mais impressiona é o estado de conservação da propriedade, com museu, bar original e espaçoso centro de vi- ❙❙ Entrada da Jack Daniel’s sitantes e compras. Quase uma viagem no tempo, desse que se tornou ao longo do século XX um ícone da cultura pop americana. Jack Daniel’s é um whiskey diferente de tudo. Filtrado com carvão vegetal feito com a madeira maple queimada, cada gota da bebida leva dez horas para ser filtrada, o que faz disso lema e motivo de orgulho: “charcoal mellowed drop by drop” (melado gota a gota). Seu sabor é único ame ou odeie. Mas tal fama não se deve apenas à simplicidade do rótulo retangular preto escrito em branco. Foi através de uma graciosa e espontânea propaganda, que a marca adquiriu notabilidade - de Sinatra a Guns’n Roses. Nos anos 40, Frank Sinatra era o maior artista pop do planeta. Fanático bebedor de Jack Daniel’s, propagandeava tanto sua predileção que a empresa o presenteou com uma cota vitalícia da bebida; Janis Joplin chegou a ser garota propaganda da marca e as bandas de rock de arena faziam questão de colocar caixas de Jack na sua lista de exigências nos camarins. Isso fez com que o whiskey se tornasse favorito entre o público roqueiro, tanto que no próprio centro de visitantes há uma guitarra Gibson (também original do Tennessee) em tamanho gigante customizada com o rótulo da marca. Fundada em 1866, pelo destilador Jack Daniel, leva 51% de milho com malte e cevada misturados à água isenta de ferro. O clima da região, com grandes diferenças entre o calor forte e o inverno rigoroso, faz com que o destilado não precise passar tanto tempo no carvalho americano. Seu sabor amadeirado, resinoso e curiosamente picante garante sua tipicidade e aroma adocicado. Atualmente, o Old Nº 7, principal ❙❙ Rick Anson e Cheetah Fletcher, da George Dickel produto da marca, é um dos uísques mais vendidos no mundo. No ano de 1941, o congresso americano reconheceu a tipicidade do Tennessee whiskey e apesar da notoriedade do Bourbon, finalizamos essa matéria com a frase que nem sempre os americanos atestam por total desconhecimento: “Jack Daniel’s não é Bourbon”! * Rick Anson é mestre em bebidas e professor do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo 97 charge “Nao sei por que perdemos tantas bolas neste buraco” charge de Marco Antonio Rodrigues Frase do mês “Vou ganhar tanto dinheiro este ano que meu caddie vai estar entre os Top 50 no Money List” Frase do golfista americano Lee Trevino Piada do mês Após uma ausência de casa por mais de cinco meses tentando se classificar para jogar a turnê europeia, Dick McDry, um jovem golfista americano, finalmente voltou à sua casa, para cama com sua esposa para tentar compensar o tempo perdido. No início da madrugada os dois estavam adormecidos quando alguém bate à porta bem forte. Os dois acordam assustados e meio grogues sem saber onde estão: “Meu Deus! Deve ser seu marido!”, exclamou McDry, ainda tonto. “Não pode ser”, disse sua esposa. “Ele está na Europa jogando golfe” 98