0 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS EM SAÚDE ANDRÉIA PAULA DA SILVA LIMA IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SERRA TALHADA-PE RECIFE 2011 1 ANDRÉIA PAULA DA SILVA LIMA IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SERRA TALHADA-PE. Plano de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde Pública do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. ORIENTADOR: Dr. Carlos Cunha Miranda RECIFE 2011 2 Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães L732i Lima, Andréia Paula da Silva. Implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica do Hospital Regional de Serra Talhada - PE. / Andréia Paula da Silva Lima. - Recife: [s.n.], 2011. 31 p. Plano de Intervenção (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde Pública) - Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz. Orientadora: Carlos Cunha Miranda. 1. Cuidados de enfermagem. 2. Diagnóstico de Enfermagem. 3. Continuidade da Assistência ao Paciente. I. Miranda, Carlos Cunha. II. Título. CDU 614.39 3 ANDRÉIA PAULA DA SILVA LIMA IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA DE ENFERNAGEM NA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SERRA TALHADA-PE Plano de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde Pública do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Aprovado em: _____/ ______/ ________ BANCA EXAMINADORA _________________________________ Dr. Carlos Cunha Miranda UFPE _________________________________ Dra. Ana Lucia Ribeiro de Vasconcelos CPqAM/Fiocruz/PE 4 Dedico este trabalho aos meus pais, Pedro e Maria, para que tenham certeza da minha gratidão por possibilitarem chegar aonde cheguei. 5 AGRADECIMENTOS A Dra. Ana Lúcia Ribeiro Vasconcelos pela luz na condução e viabilização deste trabalho. Ao meu esposo Rubelvan de Sousa, pela compreensão, apoio e paciência nos momentos que estive ausente para a elaboração deste trabalho. A minha família, pela paciência e entendimento nos momentos de minhas ausências nos encontros familiares. Ao Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães através dos Coordenadores, Professores e a Semente que participaram de todo processo. 6 LIMA, Andréia Paula da Silva. Implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica do Hospital Regional de Serra Talhada PE. 2011. Plano de Intervenção (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife 2011. RESUMO A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma metodologia de planejamento, organização e execução de ações sistematizadas, que são realizadas pela equipe durante o período em que o cliente se encontra sob a assistência de enfermagem. O grande desafio da gestão é organizar o processo de trabalho a fim de proporcionar aos pacientes e seus familiares a atenção oportuna e qualificada. Assim, este plano de intervenção tem por objetivo implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica de um hospital público de Pernambuco. No plano operacional destaca-se: a sensibilização dos gestores e profissionais do referido setor, por meio de reunião para demonstração das metas; as capacitações e a instituição da educação continuada a fim de promover melhorias no atendimento aos clientes internos da referida unidade. Sendo assim, os principais resultados esperados desse plano de intervenção são: a reorganização da assistência de enfermagem na clínica médica; a instituição do diagnóstico e plano de ação de enfermagem para cada cliente; a efetivação de ações integradas na atenção ao paciente e o estabelecimento do uso da informação produzida na reorganização do processo de trabalho. Palavras-Chave: Cuidados de Enfermagem. Diagnóstico de Enfermagem. Continuidade da Assistência ao Paciente. 7 LIMA, Andréia Paula da Silva. Implantation of the Systematization of Nursing at the Medical Clinic Unit of the Regional Hospital of Serra Talhada - PE. 2011. Intervention Plan (Specialization in Management of Systems and Public Health Services) - Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz Foundation, Recife 2011. ABSTRACT The Systematization of Nursing is a methodology for planning, organizing and execution of systematic actions that are performed by the team during the period in which the client is under nursing care. The challenge of management is to organize the work process in order to provide patients and their families, qualified timely attention. Thus, this intervention plan aims to implement the Systematization of Nursing Care at the Medical Clinic Unit of a public hospital in Pernambuco. At the operational level stands out: the awareness of managers and professionals of this sector, through meeting to demonstrate the targets; the training and the institution of continuing education in order to promote improvements in customer service internal to that unit. Thus, the main expected outcomes of this intervention plan are: the reorganization of nursing care at the medical clinic; the institution of diagnosis and plan of nursing action for each customer; the effectiveness of integrated care for patients and the establishment of the use of information produced in the reorganization of the work process. Keywords: Nursing Care. Nursing Diagnosis. Continuity of Patient Care. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 09 2 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL ........................................................ 11 2.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem ................................. 11 2.2 O Interesse da Sistematização da Assistência de Enfermagem no Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães de Serra Talhada -PE ... 13 2.2.1 Caracterização do Município de Serra Talhada – PE ............................ 13 2.2.2 Caracterização do Hospital Regional Agamenon Magalhães(Hospam). 14 2.2.3 Caracterização do Setor de Clínica Médica do Hospam ....................... 15 3 OBJETIVOS ........................................................................................... 16 3.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 16 3.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 16 4 METAS ................................................................................................... 17 5 RESULTADOS ESPERADOS ............................................................... 18 6 PLANO OPERATIVO ............................................................................. 19 7 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................. 20 8 CRONOGRAMA DO PLANO OPERATIVO .......................................... 21 9 ORÇAMENTO ........................................................................................ 22 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 23 REFERÊNCIAS....................................................................................... 24 APÊNDICES........................................................................................... 26 A: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM B: GRAU DE DEPENDÊNCIA DO PACIENTE ANEXOS…….......................................................................................... A: CARTA DE ANUÊNCIA B: CARTA DE ANUÊNCIA 29 9 1 INTRODUÇÃO A enfermagem iniciou sua caminhada para a adoção de uma prática baseada em conhecimentos científicos a partir de Florence Nightingale, abandonando gradativamente a postura de atividade caritativa, iminentemente intuitiva e empírica (DANIEL,1979). No Brasil, a preocupação com o desenvolvimento de teorias de enfermagem surgiu na década de 70. Nessa época difundiu-se o ensino das Teorias de Enfermagem nas escolas, a partir da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (HORTA, 1979). A implementação de um módulo e/ou uma fórmula predeterminada de assistência, não é garantia de maior qualidade na assistência de saúde, se fazendo necessário estabelecer complexas relações e interações profissionais para apreender o ser humano de forma ampla e integral. Isso faz com que o desejo de compreender a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a partir de novas referencias, capazes de ampliar o campo de visão para além das formulas prescritas e normativas, e, sobretudo para além dos modelos formalmente instituídos como norteadores de uma assistência centrada no ser humano (NASCIMENTO, 2008). A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma metodologia de planejamento, organização e execução de ações sistematizadas, que são realizadas pela equipe durante o período em que o cliente se encontra sob a assistência de enfermagem (NEVES, 2010). O planejamento da assistência de Enfermagem é um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnicoscientíficos no cuidado com o paciente. A aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições de saúde apresenta como aspectos positivos: a segurança no planejamento, na execução e na avaliação das condutas de enfermagem; a individualização da assistência; e a visibilidade e autonomia para o enfermeiro (LIMA, 2004). Para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições de saúde é necessário conectar a prática de enfermagem a estrutura das organizações do trabalho de Enfermagem; e a elementos que encerram crença, valores, conhecimento, habilidade e prática do enfermeiro (ROSSI,1997). 10 A Resolução COFEN nº 272/2002, reforça a importância e necessidade de se planejar a assistência de enfermagem e afirma em seu Art 2º que a Sistematização da Assistência de Enfermagem deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada (COFEN, 2000). Portanto, a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, na Unidade de Clínica Médica do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM) de Serra Talhada - PE vem atender a essa Resolução. Além disso, sua implantação reveste-se da importância de agir como estratégia de organização da assistência de enfermagem na instituição, de modo a propiciar a identificação de situações de saúde/doença, da pessoa que demanda o cuidado, e de sua coletividade, subsidiando ações que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde dos envolvidos. 11 2 MARCO TEÓRICO-CONCEITUAL 2.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem Estar doente é estar exposto ao risco de ser invadido em sua privacidade, deixando expostas as suas intimidades física, mental e emocional (ANDRADE, 2006). Nesse contexto reside à importância do cuidado de enfermagem como a finalidade de conquistar a confiança e a aproximação do cliente (REPPETTO, 2005). As habilidades de uma observação minuciosa e precisa, requerida do(a) enfermeiro(a) pela Sistematização da Assistência de Enfermagem, vão além das informações para relatar os fatos ocorridos ao médico, como ocorria na época de Florence Nightingale, sendo necessário obtenção de informações técnico-científicas em saúde que possam ser praticadas para benefícios dos sujeito(s) (GEOVANINI, 2002). A enfermagem, como qualquer atividade humana, possui um conjunto de idéias e modos de atuar que constituem o conhecimento, o saber em que se baseia sua prestação de serviço à sociedade. Pensando assim, a enfermagem moderna defende ser obrigação de cada profissional de sua equipe, contribuir para o crescimento e a renovação dos conhecimentos de sua área, resultando na autonomia profissional. A aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem além de constituir a essência de sua prática profissional possibilita o enfermeiro atingir essa autonomia profissional (SOUZA, 1988). A implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem passou a ser exigida, para as instituições de saúde pública e privada de todo o Brasil, desde a Resolução do COFEN nº 272/2002 (COFEN, 2000). Todavia, passados mais de dez anos, vem sendo aplicada em apenas algumas instituições (CRUZ, 2008). A Resolução do COFEN nº272/2002 define seis fases para a Sistematização da Assistência de Enfermagem, que devem ser registradas no prontuário do(a) cliente. São elas: (1) histórico de enfermagem (conhecer hábitos individuais e biopsicossociais, visando à adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas); (2) exame físico (inspeção, ausculta, palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico); (3) diagnóstico de enfermagem (o enfermeiro após 12 ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo e da família aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais); (4) prescrição da assistência de enfermagem (é o conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde); (5) evolução da assistência de enfermagem (é o registro dos problemas novos identificados. Trata-se de um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subseqüentes); e (6) relatório de enfermagem (é o registro feito pelo enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente) (COFEN, 2000). Essas seis fases sofrem adaptações conforme a realidade da instituição. Um estudo realizado por HERMIDA (2006), apontou várias etapas para o processo de implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, concluindo ser este um processo complexo e por isso se fazendo necessário conhecer a realidade, o interesse e a estrutura institucional onde será implantado. Emprega-se para a Sistematização da Assistência de Enfermagem um impresso (Apêndice A), o qual é subdividido em campos. O campo 01 da ficha destina-se ao histórico de enfermagem, preenchido pelo enfermeiro(a), que descreverá de forma sucinta a anamnese do paciente (doença(s) em tratamento, aguda(s) ou crônica(s); os antecedentes pessoais (doença(s) anterior(es); os antecedentes familiares (presença de doença(s) hereditária(s)); a história atual da doença (queixa(s) principal(is) e tempo que iniciou os primeiros sinais e sintomas). O campo 02 reserva-se para informações relativas ao exame físico. Nesse momento o enfermeiro realizará á avaliação da cabeça e pescoço; da motricidade; da respiração; do sistema cardiovascular; da integridade cutânea; do sistema gastrointestinal; do abdomem e do sistema geniturinário do paciente, descrevendo de forma clara e objetiva as anormalidades verificadas. No campo 03 descreve-se o diagnóstico de enfermagem. Ou seja, o enfermeiro realizará a identificação dos problemas, das necessidades básicas afetadas e o grau de dependência do paciente segundo recomendado por Wanda Horta (1989) – Apêndice B –. 13 O campo 04, reservado á prescrição da assistência de enfermagem, será o local onde o enfermeiro preencherá e coordenará ações da equipe de enfermagem no cuidado adequado as necessidades básicas e específicas do paciente (HORTA, 1989). No campo 05, referente á evolução da assistência de enfermagem, será feito o registro após a avaliação diária do estado geral do paciente (CAMPEDELLI, 1989). Em seguida, deverá ser relatado numa ficha específica, como a sugerida no Apêndice A, diariamente ou em período pré estabelecido (máximo 12 horas), as mudanças sucessivas que ocorrem na pessoa assistida enquanto estiver na instituição (HORTA, 1979). Por último no campo 06, tem-se o relatório de enfermagem, onde são relatadas as alterações dos sinais e sintomas detectados, e outras informações que justifiquem qualquer modificação feita na prescrição de enfermagem. Algumas normas devem ser seguidas para o correto preenchimento do relatório de enfermagem: as anotações deveram ser feitas por todos da equipe de enfermagem, imediatamente após a realização do cuidado; deve-se ter atenção para anotar a execução dos cuidados prescritos, pois, estes deverão ser checados no campo 04 (prescrição da assistência de enfermagem), deixando este espaço apenas para a anotação das intercorrências, se houver (ARAÚJO, 2006). 2.2 O Interesse da Sistematização da Assistência de Enfermagem no Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães de Serra Talhada - PE 2.2.1 Caracterização do Município de Serra Talhada – PE O município de Serra Talhada está localizado na Mesorregião do Sertão Pernambucano, microrregião do Pajeú, com uma área territorial de 2.952,8 Km2, com população total de 79.232 hab.(IBGE, 2010). Limita-se ao Norte com o Estado da Paraíba; ao Sul com o municipio de Floresta-PE e parte do municipio de BetâniaPE; a Leste com os municípios Calumbí-PE e Santa Cruz da Baixa Verde-PE e parte do municipio de Betânia-PE; e a Oeste com os municípios São José do BelmontePE e Mirandiba-PE. A cidade de Serra Talhada está situada a 420 Km da capital pernambucana, Recife, e tem sua posição geográfica determinada pelo paralelo de 07º 59' 10" E e 14 38º 17' 47" S. Pertence a bacia hidrográfica do Rio Pajeú, seu clima é semi-árido quente, sua vegetação predominante é a Caatinga Hiperxerófila. O município de Serra Talhada possui uma rede de saúde municipal composta por 01 Centro de Saúde; 14 Unidades de Saúde da Família (USF) na zona urbana e 01 USF na zona rural; 13 equipes de Saúde Bucal (ESB); 151 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), totalizando uma cobertura de 74% na atenção básica. O municipio conta ainda com dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e uma central de Marcações de consultas. 2.2.2 Caracterização do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM) O município de Serra Talhada é considerado o quarto pólo médico de Pernambuco, por assistir os habitantes do Alto Sertão do Pajeú, tendo o Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM) como referência para esse atendimento, desde 1941, quando foi inaugurado. Essa Unidade Hospitalar é mantida pelo governo estadual e classificada como de média complexidade, oferecendo atendimento, principalmente para os residentes dos dez municípios da XI Gerência Regional de Saúde (GERES), o que representa cerca de 230 mil habitantes. Atende, também, usuários de outras GERES e até de outros estados, devido à localização geográfica privilegiada. São cerca de 4 mil atendimentos/mês na emergência geral e 80 cirurgias/mês. Tem no total 250 funcionários sendo 100 médicos. Na sua estrutura física, interna, o HOSPAM possui 91 leitos, as enfermarias de pediatria, clínica médica, cirurgia e obstetrícia, sendo disponibilizados também, leitos para observação nos setores de emergências pediátrica e geral. Possui, também, uma central de material de esterilização; uma lavanderia; uma farmácia central; o departamento de epidemiologia; quartos para repouso dos funcionários; sala para a chefia médica e outra para a chefia de enfermagem; refeitório com serviço de nutrição dietética, serviço de ultrassonografia, raio-x, eco-cardiografia, cardiologia, oftalmologia, entre outras especialidades. Sua estrutura física, externa, é composta por um setor de expurgo, necrotério, e um heliponto, que facilita o pouso de aeronaves para a remoção de pacientes graves para as UTI’s fora do município. Possui, também, um amplo estacionamento, que serve aos 15 funcionários, pacientes, e como ponto de parada para as unidades móveis de saúde especializadas, que se instalam por tempo determinado para atender determinado público regional, tais como, o odontomovél. 2.2.3 Caracterização do Setor de Clínica Médica do HOSPAM A infra-estrutura da Clínica Médica comporta 25 leitos, sendo 12 leitos femininos, 12 masculinos e um leito de isolamento, para pacientes portadores de patologias transmissíveis. Possui ainda, um posto de enfermagem equipado com carro de parada e armários para o armazenamento dos prontuários e exames de forma organizada, impressos, medicamentos, lençóis, material para curativo e cuidados diários, acessos venosos entre outros materiais indispensáveis para uma boa assistência aos usuários. Quanto à equipe de profissionais, possui 02 médicos plantonistas (escala de 01 médico a cada 12horas), 10 enfermeiros (escala de 02 enfermeiros por plantão de 24horasx36horas) e 08 técnicos de enfermagem (escala de 02 técnicos por plantão de 12horasx36horas), um psicólogo, um nutricionista, um assistente social entre outros que compõem a equipe de suporte para todo o hospital. 16 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM) de Serra Talhada - PE. 3.2 Objetivos Específicos • Elaboração do plano de intervenção a partir da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica do HOSPAM, incluindo critérios de avaliação dessa intervenção; • Apresentação do plano de intervenção a gestora do HOSPAM e profissionais do setor de Clínica Médica; • Capacitação dos profissionais de enfermagem do setor de Clínica Médica; • Implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no setor de Clínica Médica; • Avaliação da intervenção com ajustes necessários. 17 4 METAS • Elaborar o plano de intervenção da Sistematização da Assistência de Enfermagem e apresentá-lo a gestora do HOSPAM e aos profissionais da Clínica Médica até julho de 2011; • Capacitar os profissionais de enfermagem do setor de Clínica Médica até agosto de 2011; • Implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem no setor de Clínica Médica até setembro de 2011; • Iniciar o monitoramento da intervenção a partir de setembro de 2011; • Avaliar a intervenção 6 meses e 1 ano após sua implantação. 18 5 RESULTADOS ESPERADOS a) Reorganizar o processo de trabalho da assistência de enfermagem na Unidade de Clínica Médica do HOSPAM; b) Produzir diagnósticos de enfermagem com plano de ação para cada tipo de cliente e situação; c) Efetuar ações integradas na atenção ao paciente atendido na Clínica Médica do HOSPAM; d) Estimular o uso da informação produzida na reorganização das ações desenvolvidas. 19 6 PLANO OPERATIVO Este projeto de implantação terá um impresso (Apêndice A) simples, objetivo e coerente com a realidade da Unidade de Clínica Médica, o qual foi baseado no impresso elaborado por Araújo (1996). Como ponto inicial o plano de intervenção será demonstrado para à direção hospitalar, visando melhorias no processo de trabalho de atendimento aos clientes internos da unidade de clínica médica. Em seguida será feita a sensibilização dos profissionais da Clínica Médica, em especial os de enfermagem, sobre a importância da implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na Unidade de Clínica Médica. Os aspectos operacionais da Sistematização da Assistência de Enfermagem (Apêndice A) têm sua relevância para integração da atenção ao paciente. Trata se de uma atividade privativa do enfermeiro, cujas ações de assistência serão desenvolvidas para contribuir com a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo e família. Numa segunda etapa será necessário conhecer as responsabilidades individuais e conjuntas das atividades desenvolvidas pelos profissionais da Unidade de Clínica Médica do HOSPAM. Com base nessas informações serão produzidos impressos de enfermagem, que facilitarão o trabalho de evolução clínica dos profissionais de enfermagem de nível superior e técnico. Através da capacitação os profissionais, de enfermagem da unidade de clínica médica, conhecerão os impressos que serão implantados para a Sistematização da Assistência de Enfermagem, e como deverão preencher corretamente os mesmos. A execução do Plano será realizada pelos profissionais de enfermagem da unidade de clínica médica do HOSPAM. Os recursos materiais e humanos já estão disponibilizados no setor, com orçamento já previsto dentro da execução orçamentária da unidade hospitalar assinalada. 20 7 ASPECTOS ÉTICOS Por se tratar de um plano de intervenção, baseado em práticas aceitas e normatizadas pelo Conselho Federal de Enfermagem (Resolução do COFEN nº 272/2002), e adotadas no ensino de graduação das Universidades de Enfermagem do Brasil, as implicações éticas estão na falta dessa atenção ao paciente e não na implantação da mesma. As Cartas de Anuência (Anexo A e B) preenchem os impositivos éticos que devem ser adotados na presente proposta. 21 8 CRONOGRAMA DO PLANO OPERATIVO ANOS / MESES Atividades 2011 Jul Elaboração do plano Ago Set Out Nov Dez de intervenção, incluindo critérios X de avaliação. Apresentação do gestora HOSPAM do profissionais da plano a e Clínica X Médica. Capacitação dos profissionais de enfermagem Implantação X da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade X de Clínica Médica Monitoração da intervenção X X Avaliação da intervenção com 6 meses após (março 2012) e ajustes necessários. Fonte: Autora, 2011 1 ano após (setembro 2012) X X 22 9 ORÇAMENTO RECURSO MATERIAL PARA IMPLANTAÇÃO VALORES R$ Gráfica (500 impressos) 500,00 Capacitação 500,00 Total Fonte: Autora, 2011 1.000,00 23 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido a sua complexidade, dimensão e fatores intercorrentes, a resolutividade do processo saúde/doença vai além das competências da gestão, exigindo novas formas de abordagens das ações de rotina no serviço de atenção ao paciente. A Sistematização da Assistência de Enfermagem permite que haja melhoria no atendimento da população e, consequentemente, que haja ações dirigidas aos seus determinantes. A implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Clínica Médica do HOSPAM, embora tardia é oportuna. 24 REFERÊNCIAS ANDRADE, Andréia de Carvalho. A enfermagem não é mais uma profissão submissa. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 60, n. 1, Fev. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672007000100018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 mar. 2011. ANDRADE, Joseilze Santos de; VIEIRA, Maria Jésia. Prática assistencial de enfermagem: problemas, perspectivas e necessidade de sistematização. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 58, n. 3, Junho 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672005000300002&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 26 mar. 2011. ARAÚJO, Izilda et al. Sistematização da assistência de enfermagem em uma unidade de internação: desenvolvimento e implementação de roteiro direcionador relato de experiência. Acta Paul. Enf. 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São Paulo: EPU/EDUSP, 1989. 25 LIMA, A.F.C. Significados que as enfermeiras assistenciais de um hospital universitário atribuem ao processo de implementação do diagnóstico de enfermagem como etapa do sistema de assistência de enfermagem. 2004. Tese (Doutorado) - São Paulo: Escola de Enfermagem da USP, 2004. NEVES, R. S. Análise da implementação da Sistematização de Enfermagem em uma unidade de reabilitação. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 63, n. 2, p. 222-9, Mar-Abr 2010. REPPETTO, Maria Ângela; SOUZA, Mariana Fernandes de. Avaliação da realização e do registro da Sistematização da Assistência de enfermagem (SAE) em um hospital universitário. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 58, n. 3, Jun 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672005000300014&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 26 mar. 2011. ROSSI, L.A. 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Acta Paulista de Enfermagem. v. 1, n. 3, 1988. 26 APÊNDICES 27 APÊNDICE A: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (Demonstrativo dos seis campos previstos na Resolução COFEN 272/2002) ADMISSÃO DE ENFERMAGEM CLÍNICA MÉDICA PACIENTE:_____________________________ ENFERMARIA:____ 01 DATA:___/___/_____ LEITO:_____ - HISTÓRICO DE ENFERMAGEM: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ 02 - EXAME FÍSICO: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 03 – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DATA:___/___/_____ DATA:___/___/_____ DATA:___/___/_____ 04-PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA 04-PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA 04-PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DE ENFERMAGEM DE ENFERMAGEM 05-EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 05-EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 05-EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ENFERMAGEM ENFERMAGEM 06-RELATÓRIO DE ENFERMAGEM 06-RELATÓRIO DE ENFERMAGEM 06-RELATÓRIO DE ENFERMAGEM 28 APÊNDICE B: GRAU DE DEPENDÊNCIA DO PACIENTE GRAU TIPO DE DEPENDÊNCIA DEFINIÇÃO DA DEPENDÊNCIA 1 Cuidados Intensivos 2 Cuidados Semi-intensivos 3 Alta Dependência 4 Cuidados Intermediários Pacientes graves e recuperáveis, com risco iminente de vida, sujeitos à instabilidade de funções vitais, que requeiram assistência de enfermagem e médica permanente e especializada. Pacientes recuperáveis, sem risco iminente de vida, sujeitos à instabilidade de funções vitais que requeiram assistência de enfermagem e médica permanente e especializada. Pacientes crônicos que requeiram avaliações médicas e de enfermagem, estável sob o ponto de vista clínico, porém, com total dependência das ações de enfermagem quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas. Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de enfermagem que requeiram avaliações médicas e de enfermagem, com parcial dependência de enfermagem para o atendimento das necessidades humanas básicas. 5 Auto Cuidado Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de enfermagem que requeiram avaliações médicas e de enfermagem, mas fisicamente auto-suficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas. 29 ANEXOS 30 Anexo A Carta de Anuência Att: Karla Millene Sousa Lima. A Gestora do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães se compromete a prover os meios que se façam necessários à execução do Projeto intitulado: IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SERRA TALHADA-PE cuja pesquisadora responsável é a Enfermeira Andréia Paula da Silva Lima, CPF 012.988.634-30 sob a orientação do Dr. Carlos Cunha Miranda, que contará com as seguintes etapas: • Sensibilização da gestora do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães sobre a importância da implantação da sistematização da assistência de enfermagem; • Capacitação dos profissionais de enfermagem; • Implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na unidade de Clínica Médica. Gestora do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães 31 ANEXO B Carta de Anuência Att: Hênola Magalhães Novaes Vieira. A chefia da equipe de enfermagem do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães se compromete a prover os meios que se façam necessários à execução do Projeto intitulado: IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL REGIONAL DE SERRA TALHADAPE cuja pesquisadora responsável é a Enfermeira Andréia Paula da Silva Lima, CPF 012.988.634-30 sob a orientação do Dr. Carlos Cunha Miranda, que contará com as seguintes etapas: • Sensibilização da gestora do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães sobre a importância da implantação da sistematização da assistência de enfermagem; • Capacitação dos profissionais de enfermagem; • Implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem na unidade de Clínica Médica.