ESTÁGIO CLÍNICA MÉDICA 6º ano médico/2012 Preceptor Responsável Dr. Pedro Fernando Capputti Coordenador da Disciplina Prof. Dr. Carlos Rodrigues da Silva Filho Preceptor do Internato Dr. Alex Pessa Pio Ciclo Pedagógico Dra. Fátima Adriana D’Almeida Secretaria: Mariângela / Cláudia Fone: (14) 3402-1730 Ramal: 1730 E-mail: [email protected] Local do estágio: Hospital de Clínicas I Secretaria Epidemio: Rosa Fone: (14) 3402-1831 Ramal: 1831 E-mail: [email protected] 1 Imagem – Objetivo (IO) A IO do internato está incluída na missão da FAMEMA que é: “Desenvolver elevados padrões de excelência no exercício da medicina, na geração e disseminação do conhecimento científico e das práticas de intervenção que expressem efetivo compromisso com a melhoria da saúde e com os direitos das pessoas”. (Guia do processo de ensino/aprendizagem – Curso de Medicina 2002). Dessa forma, a IO do internato consiste em integrar, desenvolver e aprimorar na prática diária recursos cognitivos, psicomotores e afetivos para o exercício profissional, visando à formação de um médico capaz de abordar o paciente de forma integral, identificando as necessidades de saúde individual e as da comunidade para amenizar o sofrimento e realizar ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde. No caso específico do 6º ano de Medicina Interna, a meta é centrar a atenção na implementação da medicina baseada em evidências para o dia a dia do cuidado aos pacientes, utilizando-se do conceito de melhores práticas (o que de melhor se pode oferecer na assistência levando-se em conta as restrições do entorno) de ambientes de ensino-aprendizagem não estruturados e das diretrizes clínicas, que vêm progressivamente sendo implementadas pela disciplina. 2 Competência Entende-se por competência profissional a capacidade circunstancial de mobilizar de forma articulada e integrada, recursos cognitivos, psicomotores e afetivos para abordar/resolver problemas complexos de saúde individual ou coletiva (Fig. 1). Não é possível observar a competência diretamente. Ela é inferida pela observação do desempenho de um profissional (estudante) na realização de uma tarefa. A tarefa é o trabalho que um profissional realiza num determinado tempo. A forma como essa tarefa é realizada denomina-se desempenho. A tarefa pode ser realizada com ou sem mobilização articulada e integrada dos recursos cognitivos, psicomotores e afetivos, e o desempenho é considerado, respectivamente, satisfatório (S) ou insatisfatório (I). Pela observação do desempenho pode-se inferir a competência do profissional. A atuação do profissional pode ser com ou sem competência. A competência pode-se manifestar ou não dependendo de uma série de fatores como cansaço, irritação, contratransferência. Portanto, o profissional não é capaz de demonstrá-la em um determinado momento, pois a competência se revela na execução da tarefa. A pessoa não é detentora de competência, mas sim dos recursos. 2.1 Tarefas A tarefa é o trabalho (intelectual e/ou manual) que um profissional (estudante) realiza num determinado intervalo de tempo. No desenvolvimento curricular as tarefas são distribuídas de 1ª a 6ª série em ordem crescente de complexidade. O estudante realiza as tarefas nos cenários de prática (problematização) e participa das tutorias na Unidade Educacional Sistematizada (ABP) ao longo do curso desenvolvendo/adquirindo os diferentes recursos necessários para o exercício da profissão. As tarefas, no internato, podem ser classificadas em comuns e específicas. 2.1.1 Tarefas a) Realizar história e exame clínico junto ao paciente/familiar e/ou cuidador, utilizando-se não mais do instrumental utilizado na anamnese blográfica, mas sim da baseada em problemas, promovendo a identificação do perfil de risco dos pacientes, como o exercitado durante o 5º ano, para a identificação de necessidades de saúde individual e coletiva, visando a integridade do cuidado e gestão em saúde. b) Obter informações/dados do familiar e ou cuidados ou prontuário, quando não for possível obtê-las juntamente com o paciente. c) Formular os problemas do paciente/família e ou cuidador, de forma ampliada nas dimensões biológica, psicológica e social/antropológica e sistematizada na forma de diagnóstico sindrômico, sistêmico e etiológico provável, com os diferenciais pertinentes. d) Solicitar os exames complementares de conformidade com os problemas formulados, de forma que o resultado do processo de validação diagnóstica se resume num diagnóstico simples (parcinômia) e altamente provável, capaz de explicar as principais manifestações clínicas (adequação), coerente nas suas relações causais e fisiopatológicas, conhecendo os fundamentos de cada um e levando em consideração custo-benefício e risco-benefício. e) Propor um plano de cuidados levando em consideração a singularidade orgânica, social e psico-afetiva dos pacientes, em equipe, pautado em princípios éticos e preceitos da Prática Baseada em Evidências. f) Comunicar-se com a família/cuidador para obtenção de informações, consentimento para procedimentos relacionados ao paciente, informação diagnóstica e prognóstica, estes últimos com supervisão, orientação de cuidados necessários e esclarecimento de dúvidas. g) Registrar no prontuário de forma clara, concisa e com caligrafia legível, a evolução diária, os procedimentos realizados, cuidados indicados, mantendo-o organizado e atualizado, identificando-as com seu carimbo e assinatura. h) Prescrever medicamentos considerando características farmacocinéticas e fármaco dinâmica de cada um, além da relação custo benefício da intervenção. i) Realizar os procedimentos: passagem e cuidados com sonda nasogástrica e enteral e uretral, traqueostomia, manuseio de curativos, punção venosa e arterial, realização de ECG, manobras de reanimação cárdio-respiratória e entubação endotraqueal. j) Elaborar plano de cuidados com a equipe e desencadear o processo de alta hospitalar desde o momento em que se der a estabilização clínica do cliente, antecipando a resolução de problemas, tais como os que ocorrem com os pacientes que se mostram muito dependentes ou necessitarão de cuidados e apoios extraordinários em domicílio (aspiração, manipulação de traqueostomias, oxigenioterapia e outros) encaminhando o paciente na alta, ao serviço de origem, unidade de saúde a qual ele pertence ou ambulatório de especialidade com contra referência. 3 Avaliação A avaliação do estudante no internato é realizada através dos formatos (F): F1, F6, F4 E F5 (vide Manual de Avaliação do Internato). É oportuno lembrar que a competência é inferida através da observação do desempenho do profissional (estudante) na realização de tarefas nos diferentes cenários de prática ( ambulatório, hospital/emergência), entendendo o desempenho como forma pelas quais as tarefas são executadas. Estas podem ser realizadas com ou sem a mobilização articulada e integrada de recursos requeridos. Quando realizadas com mobilização articulada e integrada de recursos o desempenho é considerado S e quando não, I. No primeiro caso, o desempenho é considerado com competência e no segundo, desempenho sem competência. Assim, ao final do estágio/curso, espera-se que o estudante esteja apto a mobilizar, articulada e integradamente, os recursos cognitivos, psicomotores e afetivos necessários à realização da tarefa de acordo com a sua complexidade. Haverá uma avaliação cognitiva das discussões das Diretrizes Clínicas na última semana do estágio. 4 Atividades * Enfermaria de Clínica médica Duração: 3 semanas Local: Ala D frente Ao chegar ao estágio o grupo deve ser dividido em três subgrupos com três internos em cada, sendo que o primeiro grupo se responsabilizará pelo suporte clínico ao paciente cirúrgico juntamente com um R2 e o Dr. Amauri Álvares e os outros dois grupos realizarão estágio na enfermaria da Clínica Médica juntamente com o R1 e R2 respectivos e o Dr. Pedro Fernando Capputti a cada terço do estágio haverá o rodízio dos grupos, perfazendo um terço no suporte clínico e dois terços nas enfermarias o programa de suporte clínico ao paciente cirúrgico está em anexo. 2ª feira 7h 30min às 8h 30min 8h30min às 11 h 13 h às 17 h 3ª feira Evolução Evolução Discussão Prescrição Condutas Visita Discussão Prescrição Condutas Visita UPP – Dra. Fátima Implementar as decisões matutinas, seminário e visita da tarde Plantão 4ª feira Reunião Clínica da Clínica Médica Discussão Prescrição Condutas Visita Área de estudo 5ª feira 6ª feira Evolução Evolução Discussão Prescrição Conduta Visita Discussão Prescrição Conduta Visita UPP – Dra. Fátima Implementar as decisões matutinas, seminário e visita da tarde Plantão Sábado Domingo Evolução do plantão de acordo com a escala Evolução do plantão de acordo com a escala Discussão Prescrição Conduta Visita Plantão Discussão Prescrição Conduta Visita Plantão Plantão Plantão * Plantões Os plantões acontecerão de segunda à domingo, no período diurno das 07h00min às 19h00min horas e no período noturno das 19h00min às 07h00min h, um aluno(a) por período. Os estudantes do 6º ano ficam responsáveis pelas atividades que envolvem o cuidado regular e urgente aos pacientes internados para a Medicina Interna, juntamente com os estudantes do 5º ano, R1 e R2 da Clínica Médica e docentes responsáveis pelos plantões noturnos dos dias de semana e noturnos e diurnos nos finais de semana e feriados. Nos sábados, domingos e feriados, os plantões se desenvolverão com atividades de prescrição dos leitos, realização de toda a atividade referente às novas internações, cobrança dos resultados dos exames complementares requeridos e atendimentos de intercorrências, juntamente com os internos do 5º ano e residentes, sob a autoridade dos assistentes de plantão. ESCALA DE OPÇÕES PARA O RODÍZIO 1 semana 2 semana 3 semana 4 semana 5 semana 6 semana 7 semana 8 semana 9 semana 10 semana 2ª feira A H E B I F C J G D 3ª feira B I F C J G D A H E 4ª feira C J G D A H E B I F 5ª feira D A H E B I F C J G 6ª feira Sábado Domingo E F G B C D I J A F G H C D E J A B G H I D E F A B C H I J 1 semana 2 semana 3 semana 4 semana 5 semana 6 semana 7 semana 8 semana 9 semana 10 semana 2ª feira A B C D E F G H I J 3ª feira A B C D E F G H I J 4ª feira A B C D E F G H I J 5ª feira A B C D E F G H I J 6ª feira Sábado Domingo A I J B G H C E F D I J E G H F A B G C D H E F I C D J A B Carga horária 3 semanas: 139 h e 50 min. Plantões: 12 h X 7 dias = 84 h OBS: A designação de internos por letras deverá ser entregue na Secretaria da Clínica Médica uma semana antes do início do estágio. OBS: O interno em pós-plantão não será dispensado das atividades. OBS: Toda semana o coordenador do grupo receberá a palavra-chave via email (palavra esta que direcionará as reuniões da Clínica Médica às quartasfeiras) e ficará incumbido de repassar aos demais participantes do grupo a qual ele pertence. Coordenador da Disciplina Prof. Dr. Carlos Rodrigues da Silva Filho 2012 Proposta de Estágio de Avaliação e Apoio em Medicina Interna aos Leitos Cirúrgicos do HC1 O apoio clínico aos serviços hospitalares representa uma parcela importante da atividade dos serviços de Medicina Interna. Essa atividade raramente é quantificada e frequentemente é sub-dimensionada e subvalorizada. Essa vertente de atividade assistencial representa uma importante carga de trabalho adicional com crescente relevância na qualidade dos cuidados médicos prestados. Dados provenientes da literatura mostram que mais da metade dos pedidos de consulta ocorrem a partir das 16 horas, sendo cerca de 20% delas requisitadas em caráter de urgência. Mais de 90% desses pedidos são atendidos no próprio dia, nos hospitais que desenvolvem serviço de consultoria intra-hospitalar sistematizada. A maioria dos pedidos de interconsultas é proveniente das áreas de Ortopedia e Traumatologia (33%), Cirurgia Geral (18%) e Unidades de Cuidados Cirúrgicos Intermediários (Pequenas Cirurgias) com 17% dos pedidos. Com esses dados e conhecendo a realidade semelhante do HC1, propomos um serviço de consultoria e estágio em Medicina Interna intrahospitalar, que de conta dessa demanda. Essa proposta contempla inicialmente vaga para Residente de Clínica Médica de 2º ano, com a possibilidade de, desenvolvendo-se bem no decorrer do ano, passar a receber um dos Residentes do 1º da Clínica Médica da FAMEMA. Processo de Trabalho: Coordenação: Dr. Amauri Álvares Responsável pela introdução das melhores práticas: Dr. Carlos Rodrigues da Silva Filho. 1 residente de 2º ano de Clínica Médica. 1 preceptor em CM. 3 internos de 6º ano, estagiando na Disciplina. Todas as atividades se relacionam ao cuidado clínico diário dos pacientes cirúrgicos, oferecendo aos participantes, campo de atividade médico assistencial com responsabilidades progressiva, sob supervisão direta do médico responsável, distribuídas em ao menos uma visita diária, matutina ou vespertina, além das atividades teóricas programadas. O treinamento proposto para os estagiários contemplaria, além dos temas referentes ao atendimento clínico dos pacientes cirúrgicos, estágio nos serviços de Anestesiologia, UTI e Cardiologia, que ocorrerão no decorrer do programa. Essa atividade se desenvolveria num período de 8 horas de atividades matutinas, entre as visitas matutinas e vespertinas com os respectivos preceptores. Esse grupo é ainda responsável pela introdução de diretrizes clínicas para assistência multidisciplinar das patologias cirúrgicas mais prevalentes e que vem ao longo do tempo sendo desassistidas com qualidade. Já se encontra pactuada a primeira dela que é a assistência ao trauma nos idosos. Capacitação teórica: Os temas que serão progressivamente discutidos ao longo das visitas são: A função e responsabilidade do consultor clínico. Exames laboratoriais pré-operatórios. Profilaxia antimicrobiana. Suporte nutricional ao paciente cirúrgico. Profilaxia da trombose venosa profunda e da embolia pulmonar no paciente cirúrgico. Avaliação perioperatória dos pacientes com distúrbios hematológicos. Cirurgia não cardíaca no paciente cardiopata. Complicações e tratamento das afecções mais comuns no perioperatório. Cuidado perioperatório do paciente idoso. Cuidado Perioperatório do paciente ortopédico. Cirurgia dos pacientes que abusam de drogas. Princípios da tomada de decisão. Identificação de sinais e sintomas que denotam URGÊNCIA, EMERGÊNCIA E GRAVIDADE. O estudo do fenômeno da interação de múltiplas morbidades num mesmo indivíduo e seu impacto na condução do processo diagnóstico e terapêutico. Identificando as situações de grande probabilidade de investimento diagnóstico e terapêutico fútil. Protocolos clínicos de avaliação objetiva de RISCO cirúrgico. Boa comunicação como elemento chave para a qualidade da assistência. Fluxograma padrão de atividades: Uma visita aos leitos dos pacientes cirúrgicos internados, pela manhã ou à tarde. Caracterização do risco do paciente e mobilização dos recursos necessários a diminuí-lo, quando possível. Determinação de colocá-lo na mesa operatória o mais rápido que a condição permitir, de preferência dentro de 24 h da internação. Identificação dos pacientes cuja prescrição ou complementação de prescrição melhor seria oferecido pelo grupo de consultores, e aqueles que seriam regularmente prescritos por docentes e residentes da própria especialidade cirúrgica. Os estagiários permanecerão no serviço durante as 8 horas diurnas devendo os casos serem adequadamente transmitidos à equipe de plantão noturno e dos finais de semana. Os finais de semana serão regularmente assistidos pela equipe de plantonista. A atividade formativa será realizada nos horários apropriados a que outros residentes, das especialidades cirúrgicas, possam também delas participar. Semana padrão: Turno 2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira MANHÃ ou EVOLUÇÃO EVOLUÇÃO EVOLUÇÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO Discussão PRESCRIÇÃO PRESCRIÇÃO Prescrição EVOLUÇÃO EVOLUÇÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO PRESCRIÇÃO PRESCRIÇÃO TARDE VISITA VISITA VISITA VISITA VISITA Avaliação: Serão realizados estudos epidemiológicos visando avaliar o impacto da consultoria, em termos de indicadores clínicos (complicações intrahospitalares, mortalidade, consumo de antibiótico, profilaxia de tromboembolismo pulmonar, tempo de internação pré e pós cirurgia, mortalidade), adesão aos protocolos adotados e se possível os impactos econômicos. Os resultados serão encaminhados e discutidos em reuniões da disciplina com a Direção do HC1. Observações: O objetivo da interconsulta intra-hospitalar é aperfeiçoar os cuidados prestados e tal só é possível se existir uma responsabilidade partilhada na assistência ao paciente. Os protocolos de conduta serão desenvolvidos baseados nos preceitos das melhores práticas. Sua implantação seguirá as orientações teóricas das melhores formas de se traduzir o conhecimento científico e evidências para as práticas clínicas. O desenvolvimento do programa poderá requerer um subprojeto voltado para a segurança dos pacientes.