UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA RECOMENDAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ALVENARIA ANA TÁLIA PINTO GUILHERME MOSSORÓ-RN 2011 ANA TÁLIA PINTO GUILHERME RECOMENDAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ALVENARIA Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas – DCAT como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientadora: Profª. Drª. Sc. Halane Maria Braga Fernandes Brito – UFERSA MOSSORÓ-RN 2011 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA G586d Guilherme, Ana Tália Pinto Recomendações para execução de diferentes tipos de alvenaria. / Ana Tália Pinto Guilherme. – Mossoró-RN, 2011. 54f. il. Monografia (Graduação em Bacharelado em Ciência e Tecnologia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador: Profº. Dr. Sc. Halane Mª. Braga Fernandes Brito 1.Alvenaria. 2.Construção civil. projetos. I.Título. 3.Racionalização de CDD: 637.1 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo CRB5 1013 ANA TÁLIA PINTO GUILHERME RECOMENDAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ALVENARIA Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas – DCAT como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. DATA DE APROVAÇÃO: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Profª. Drª. Sc. HALANE MARIA BRAGA FERNANDES BRITO – UFERSA Orientador ___________________________________________ Profª. Drª. Sc. MARINEIDE JUSSARA DINIZ – UFERSA Primeiro Membro ____________________________________________ Profº. Drª. Sc. MARILIA PERREIRA DE OLIVEIRA – UFERSA Segundo Membro Aos meus pais: Eloi Guilherme Lopes e Francisca Elizabete Pinto Guilherme. A minhas irmãs: Lays Lorena Pinto Guilherme e Deize Daiane Pinto Guilherme. A minha prima Ilana Souza Pinto. Dedico AGRADECIMENTOS A Deus, pois foi pela fé que despejo nele que pude concluir essa etapa da minha vida. E por ele me dar forças e está sempre presente na minha vida. A meus pais, Eloi Guilherme Lopes e Francisca Elizabete Pinto Guilherme, pelo exemplo de pessoas, por todo amor e dedicação que sempre me deram, por todos os momentos que estiveram ao meu lado, me apoiando e não me deixando desistir dos meus sonhos e desejos. Enfim, pelo incentivo primordial para elaboração desse trabalho. A minhas irmãs, Lays Lorena Pinto Guilherme e Deize Daine Pinto Guilherme, pelo carinho e atenção, e por estarem sempre comigo nos momentos mais importantes. Agradeço por acreditarem no meu potencial. A minha prima que considero como irmã, Ilana Souza Pinto, pelo apoio e carinho. As minhas amigas, Daphne, Laíse, Mariana e Diane pelo apoio e paciência durante esse tempo de trabalho. A amiga Ana Cláudia, pela amizade, orientação e incentivo para realização deste trabalho. A minha turma, pela amizade verdadeira que construímos no decorrer do curso, em especial a: Bruno, Eda, Dayse, Iasmyn, João Batista, Leydja, Mayra e Skorzenny. A minha orientadora, Halane Maria Braga Fernandes Brito, pela paciência na orientação, ensinamentos e incentivo, que foram de fundamental importância para elaboração deste trabalho. “Há homens que lutam um dia e são bons, Há outros que lutam um ano e são melhores, Há os que lutam muitos anos e são muito bons, Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”. (Bertold Brecht) RESUMO Apesar da expansão no cenário da construção civil, com aceleração da economia brasileira, por geração de empregos, os profissionais desse ramo enfrentam dificuldades na aplicação dos projetos, quanto ao uso de material adequado para determinada finalidade. Daí surge à necessidade de realizar uma pesquisa que aprimore os conhecimentos de tais funcionários para a execução mais eficiente, significativa e diferenciada de uma obra. Esse setor construtivo encontra-se em destaque e com mercado bastante competitivo, o que impulsiona melhorias desde mão-de-obra qualificadas a redução dos custos, além de implantação de novas técnicas construtivas. A solução atualmente para superar os custos, e conciliar a produtividade, vem sendo a racionalização das etapas de construção. O sistema construtivo em estudo é a alvenaria. Ela se destaca por ser de fácil execução, já que é resultado apenas da sobreposição de blocos unidos por argamassa ou não. Além disso, é bastante durável. A alvenaria é um material de construção tradicional, já usado há milhares de anos. Obras realizadas na antiguidade ainda podem ser vistas nos dias de hoje, o que prova a eficiência do referido sistema. Em virtude de tal fato, este trabalho busca facilitar a eficiência nesse processo, propondo recomendações, quanto ao uso de diferentes tipos de alvenaria, considerando suas limitações. Palavras-chave: Alvenaria. Construção Civil. Racionalização de projetos. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Pirâmides do Antigo Egito ....................................................................................... 16 Figura 2: Muralha da China ..................................................................................................... 17 Figura 3: Construções Maias ................................................................................................... 17 Figura 4: O edifício do Excelsior Hotel, totalmente em alvenaria ............................................. 18 Figura 5: Importância aplicáveis às paredes em alvenaria ao longo do tempo ........................... 22 Figura 6: Alvenaria de Pedra ................................................................................................... 22 Figura 7:Alvenaria Aparente ................................................................................................... 24 Figura 8: Gesso Acartonado .................................................................................................... 25 Figura 9: Levantamento de uma alvenaria estrutural ................................................................ 27 Figura 10: Capacidade de influenciar os custo de um empreendimento .................................... 29 Figura 11: Juntas de argamassa ............................................................................................... 31 Figura 12: Métodos para assentamento de tijolos maciços ....................................................... 31 Figura 13: Representação das diferentes espessuras das alvenarias .......................................... 32 Figura 14: Locação de paredes ................................................................................................ 33 Figura 15: Marcação das paredes a partir dos eixos de referência ............................................. 33 Figura 16: Equipamentos auxiliares na execução das alvenarias .............................................. 34 Figura 17: Fixação entre alvenarias e pilares com o emprego de tela metálica galvanizada....... 35 Figura 18: Ligações entre alvenarias e pilares .......................................................................... 36 Figura 19: Ligação da alvenaria com estrutura metálica ........................................................... 37 Figura 20: Ligação da alvenaria com estrutura metálica ........................................................... 37 Figura 21: Levatamento da alvenaria ....................................................................................... 38 Figura 22: Tipos de amarração ................................................................................................ 40 Figura 23: Encunhamento com tijolos maciços ........................................................................ 41 Figura 24: Encunhamento com cimento expansor .................................................................... 42 Figura 25: Encunhamento com espuma expansora ................................................................... 42 Figura 26: Vergas e contravergas no contorno de vãos de janelas ............................................ 43 Figura 27: Vergas e contravergas contínuas em alvenaria com aberturas sucessivas ................. 43 Figura 28: Execução de rasgos para embutimento de tubulações .............................................. 44 Figura 29: Emprego de blocos quadrado para embutimento de tubulações ............................... 44 Figura 30: Analise de tendências ............................................................................................. 48 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação das alvenarias ..................................................................................... 19 Tabela 2: Riscos associados às condições gerais na execução de alvenaria e conseqüentes medidas de proteção aplicáveis ............................................................................................... 46 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 14 2.1 Objetivo Geral....................................................................................................... 14 2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 14 3 METODOLOGIA .................................................................................................. 14 4 ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................................... 15 5 GENERALIDADES SOBRE AS ALVENARIAS ................................................. 18 5.1 Definição e classificação ....................................................................................... 18 5.2 Função das alvenarias e principais exigências ........................................................ 19 5.3 Tipos de Alvenarias............................................................................................... 22 5.3.1 Alvenaria de Pedra ........................................................................................... 22 5.2 Alvenaria Aparente ............................................................................................. 23 5.3 Alvenaria de Gesso Acartonado.......................................................................... 24 5.4 Alvenaria de Vedação ......................................................................................... 26 5.5 Alvenaria Estrutural ........................................................................................... 26 6 IMPORTÂNCIA DO PROJETO .......................................................................... 28 7 EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS ....................................................................... 30 7.1 Juntas de Assentamento ......................................................................................... 30 7.1.1 Assentamento com juntas desencontradas ...................................................... 30 7.1.2 Espalhamento da massa ...................................................................................... 31 7.2 Espessura das alvenarias........................................................................................ 31 7.3 Locação das paredes .............................................................................................. 32 7.4 Nível da primeira fiada .......................................................................................... 33 7.5 Ligação da alvenaria com pilar de concreto ........................................................... 34 7.6 Ligação da alvenaria com estruturas metálicas....................................................... 36 7.7 Levantamento das paredes ..................................................................................... 37 7.8. Amarração entre as fiadas das alvenarias .............................................................. 39 7.9. Encunhamento das paredes ................................................................................... 41 7.10. Vergas e contravergas ........................................................................................ 42 8 INSTALAÇÕES ..................................................................................................... 43 9 MEDIDAS DE SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS .............. 45 9.1. Eliminação dos riscos ........................................................................................... 45 9.2. Riscos devido às condições de trabalho ................................................................ 45 10 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ......... 47 11 CONCLUSÕES .................................................................................................... 49 12 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 50 12 1 INTRODUÇÃO Nesses últimos anos, no Brasil, o ramo da construção civil mostrou significativas mudanças em seus sistemas e práticas. Movido pelo crescimento econômico, juntamente com a estabilidade da economia, o setor encontra-se no “auge”, e para permanecer em tal posição é importante melhorias nas mais diversas etapas do processo. Por exemplo, é preciso de funcionários qualificados, materiais de qualidade, execução rápida, economia de custos, que garantam a duração da obra, além de coligar uma política de preservação do meio ambiente. A economia brasileira vem crescendo consideravelmente com a alta da edificação civil, foram gerados inúmeros empregos diretos, além daqueles que são obtidos conseqüentemente pela ação gerada por tal área. Com essa expansão no cenário da construção civil, surge então o aumento da concorrência de mercado nesse setor, daí a preocupação em economizar gastos e adquirir novas técnicas eficazes na realização de um trabalho; construir passa então a aliar-se a relação de controle e custos. É essa relação harmoniosa que torna os empreendimentos mais viáveis, pois assim é capaz de se obter mais qualidade com o mesmo preço. “Em engenharia não existe soluções prontas para vencer a batalha entre custo e benefícios. Somente um bom planejamento, baseado nas necessidades especificas de cada obra, na sua localização e nos recursos disponíveis para sua execução é que podem definir alternativas” (PORTAL ..., 2011). A engenharia civil desempenha uma função importantíssima na sociedade. É o engenheiro civil, o profissional responsável por projetar obras de cunho social, como estradas, barragens, edifícios, aeroportos, entre outras. Com todo esse papel, é difícil de imaginar o mundo sem sua existência. O homem sempre necessitou de material estrutural, seja nos primórdios, para se proteger dos ataques naturais quantos das guerras, com abrigos feitos por agrupamento de pedras, como nos dias atuais, com uso da alvenaria com blocos regulares. A 13 alvenaria é possivelmente a técnica de construção mais antiga inventada pelo homem. E com os estudos e avanços tecnológicos, atualmente, é possível construir fascinantes obras. Quando nos referimos a alvenaria, não podemos considerar apenas como um estágio da obra, esta deve ser reconhecida como com um sistema construtivo. Além de longa duração e economia de manutenção, a alvenaria se destaca pela facilidade no processo de aplicação, que baseia na sobreposição de blocos uniformes unidos ou não por argamassa. 14 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral O propósito do trabalho é poder contribuir para o aprimoramento das obras, quanto à execução dos diferentes tipos de alvenaria. Também pretende- se reunir o maior número de informações a ser possível servir de modo bibliográfico para auxilio de estudantes e profissionais da área. 2.2 Objetivos Específicos A finalidade principal da presente pesquisa é fazer um parecer sobre os tipos alvenarias, para favorecer a racionalização do projeto, além de propor economia quanto aos custos financeiros e tempo da obra, favorecendo assim lucro no setor da construção civil. Pretende-se também esclarecer os critérios a ser tomado para a escolha do melhor tipo de alvenaria para determinado trabalho, podendo assim, recomendar a execução dos diferentes tipos de alvenaria. 3 METODOLOGIA O método utilizado para realização desse trabalho será fundamentado em dissertações cientificas sobre tal tema. Também serão colhidas informações em livros da área. Outro recurso empregado para o desenvolvimento da pesquisa serão os sites atuais com materiais referentes ao assunto. A união dos dados, além de oferecer um material teórico, propõe discutir opiniões entre vários autores, propondo uma possível conclusão sobre o tema trabalhado. 15 4 ASPECTOS HISTÓRICOS O fato da alvenaria ser o principal material estrutural responsável pela construção de moradias, e outras obras de interesse social, quanto de monumentos construídos pelo homem, propõe uma grande importância histórica. “A arquitetura, atividade humana existente desde que o homem passou a se abrigar das intempéries, sempre teve a função de atender às necessidades elementares de construção de um espaço vivencial, como habitar, trabalhar, estudar e se alimentar” (D´ALAMBERT, 1993). No início eram empregados blocos de rochas como elemento de alvenarias, mas depois, no ano de 4.000a.C., passou-se a se trabalhar com a argila e conseqüentemente com a produção de tijolos (MARTINS, 2010). A evolução do sistema construtivo desenvolveu-se primeiramente pelo empilhamento simples de unidades. Os vãos eram construídos com peças auxiliares, como viga. Com o tempo, foram-se descobrindo novas técnicas de construção, e uma alternativa para a execução dos vão foi criada: os arcos, que seriam obtidos pelo arranjo entre as unidades. Assim foi possível a construção de pontes e outras obras, obtendo beleza juntamente com qualidade (GREGORIO, 2010). Os primeiros abrigos encontrados eram feitos de materiais encontrados na natureza, tais como: troncos de árvores, palha, barro e até pele de animais. As cavernas foram esses primeiros tipos de abrigo, evoluindo progressivamente para as grutas escavadas, e logo em seguida as construções. As construções se desenvolveram de acordo com os fatores característicos de cada região. Eram levados em consideração os materiais da região, as condições climáticas, a cultura artística e o conhecimento de técnicas adquiridas com o tempo e experiência. Tais itens reunidos proporcionaram soluções construtivas que originaram os caminhos da arquitetura (GREGORIO, 2010). Nas obras do Japão eram prodominantes a madeira, por ser um material facilmente encontrado naquela região. Já na Grécia, eram as pedras que sobresaiam nas construções, devido as enormes pedreiras de mármores existentes lá. Na Mesopotâmia o material mais utilizado foi a argila, que proporcionou o desenvolvimento da produção de tijolos, utilizado até os dias atuais (MUMFORD, 1998 apud MELO, 2006). As primeiras habitações permanentes em alvenaria não argamassada encontrada 16 eram de estrutura circular com diâmetros entre 6m e 10m, semi-enterradas com profundidade de aproximadamente 0,70m. As paredes eram de pedra e a cobertura era formada por uma armação coberta por camadas de barro. A mudança da estrutura circular para o retangular ocorre em 7.700-7.600 a.C. Esta mudança é relevante porque esta forma permite ampliações e reflete um certo cuidado com o espaço urbano. (LOURENÇO, 1999). Desde os primórdios da civilização, o tijolo de barro seco ao sol (adobe) era considerado uma boa alternativa à construção civil. Por serem fáceis de moldar, tinham o peso reduzido, e eram capazes de produzir paredes duráveis e resistentes ao fogo. No oriente médio, a abundância de argila, o clima quente e seco necessário para secar o tijolo e a falta de madeira e pedra para construção proporcionaram o desenvolvimento do tijolo de barro. (LOURENÇO, 1999) A alvenaria é um material de construção tradicional, já usado há milhares de anos. De acordo com Bassala (1991), as construções em alvenaria encontram-se entre as obras com maior aceitação, desde antiguidade, até os dias remotos. Entre o século XII e o século XVII, as alvenarias foram bastante utilizadas nas construções, podem-se observar vários exemplos que ainda continuam em perfeito estado (MAGALHÃES, 2006). São exemplos deste tipo de técnica construtiva as Pirâmides do Antigo Egito (Figura 1), a muralha da China (Figura 2) ou as construções Maias (Figura 3). Figura 1: Pirâmides do Antigo Egito Fonte:http://mapa-mundi.com 17 Figura 2: Muralha da China Fonte:http://ultradownloads.uol.com.br Figura 3: Construções Maias Fonte: http://www.doismiledoze.com Durante o século XIX, com a Revolução Industrial acompanhada da Revolução nos transportes, foi desenvolvida a mecanização na produção dos materiais de construção, que possibilitou que os produtos e insumos para a construção civil fossem mais acessíveis. (GREGORIO, 2010) A alvenaria continua sendo até hoje a técnica mais usada para construção de paredes de edifícios, e houve um grande avanço na tecnologia dos materiais utilizados. Isto permite a construção, nos tempos atuais, de edifícios grandes e sofisticados, feitos inteiramente em alvenaria, como se pode ver na Fig. 4. 18 Figura 4: O edifício do Excelsior Hotel, totalmente em alvenaria Fonte: http://processo-industrial.blogspot.com 5 GENERALIDADES SOBRE AS ALVENARIAS 5.1 Definição e classificação Entende-se por alvenaria a associação de um conjunto de unidades de alvenaria (tijolos,blocos, pedras, etc.) e ligante(s) que resulta num material que possuiu propriedades mecânicas intrínsecas capaz de constituir elementos estruturais. (VALLE,2008). Sabbatini (1984) conceitua alvenaria da seguinte maneira: “A alvenaria é um componente complexo utilizado na construção e conformado em obra, constituído por tijolos ou blocos unidos entre si por juntas de argamassa formando um conjunto rígido e coeso”. Sistema de uso corriqueiro na área de construção civil, as alvenarias possuem ainda diversas subdivisões, conforme mostra a Tabela 1 . 19 Tabela 1: Classificação das alvenarias CLASSIFICAÇÃO Capacidade de suporte Componentes da alvenaria Componentes de ligação Proteção TIPO Alvenaria Resistente: alvenaria estrutural não armada, alvenaria estrutural armada não protendida e alvenaria estrutural protendida. Alvenaria de vedação Alvenaria de blocos de concreto. Alvenaria de tijolos cerâmicos Alvenaria de blocos de cerâmicos Alvenaria de blocos de sílico-calcáreos Alvenaria de blocos de concreto celular Alvenaria de tijolos se solo estabilizado. Junta seca (Sem argamassa de preenchimento entre as unidades de alvenaria) Junta tomada Aparente Revestida Fonte: Adaptado de SABBATINI et. al., 1988 5.2 Função das alvenarias e principais exigências As principais exigências funcionais que devem ser satisfeitas pelas alvenarias são (SILVA, 2004): • Estabilidade: a parede deverá ter a capacidade de assegurar um perfeito comportamento durante a construção e durante todo o seu período de vida util. A análise da estabilidade de paredes deve levar em consideração as ações do peso próprio incluindo revestimentos, cargas suspensas, vento, impacto, deformação dos suportes, ações térmicas (variações de temperatura e choque térmico) e ações acidentais (sismo, incêndio e explosões). A forma de avaliação da estabilidade é feita por cálculo e ensaio. • Segurança contra riscos de incêndio: as alvenarias devem ser concebidas, dimensionadas e construídas de forma a limitar os riscos de incêndio e do seu desenvolvimento. O comportamento ao fogo dos materiais de construção e elementos construtivos caracteriza-se por determinadas reações (contribuição dos materiais constituintes para a origem e desenvolvimento do incêndio) e uma resistência ao fogo (impedimento da propagação do incêndio de um local para outro) de acordo com as disposições regulamentares. Para as paredes estruturais interessa a estabilidade ao fogo 20 (tempo entre o início do fogo e o momento que se esgota a capacidade resistente). Para as de compartimentação interessa o momento que se atingem determinados limiares de temperatura na face não-exposta. Para elementos que desempenham as duas funções temos que analisar os dois critérios. • Segurança na utilização: traduz-se pela segurança no contato (segurança dos utilizadores em evitar lesões por contato) e pela segurança às intrusões humanas ou de animais. • Estanquidade à água: as paredes devem ser estanques à água quer ela seja proveniente do exterior quer do interior. A garantia de estanquidade corresponde a: ausência de infiltrações para o interior por efeito da chuva e vento e ausência de infiltrações na parede que provoquem o seu umedecimento exagerado e prolongado com deterioração. O clima e exposição do local condicionam a penetração de água nas paredes. Os principais fatores que condicionam a estanquidade são: a existência e tipo de revestimentos, constituição do tosco da parede, solução arquitetônica e exposição da construção. A estanquidade pode ser avaliada por ensaios e pode haver soluções testadas para determinadas condições. A resistência à penetração da chuva depende de: materiais constituintes da parede, existência de corte hídrico, existência de parede dupla corretamente executada e existência de revestimento exterior estanque. • Estanquidade ao ar: na estanquidade ao ar e aos gases deve-se ter em atenção a ventilação mínima imprescindível e os limites máximos de forma a evitar desconforto. • Conforto térmico: no interior do edifício devemos ter condições ambientais satisfatórias em termos de temperatura, umidade, velocidade e qualidade do ar. O conforto higrotérmico traduz-se pelo isolamento térmico (resistência da parede à passagem de calor), pela secura dos paramentos interiores (inexistências de condensações superficiais) e pela secura interna (inexistência de condensações internas). • Conforto acústico: a concepção das paredes em termos acústicos deverá assegurar: isolamento sonoro aos ruídos exteriores, respeitando as exigências regulamentares; tempos de reverberação adequados à utilização dos espaços, minimização dos ruídos de 21 percussão e dos ruídos emitidos pelas paredes. O isolamento é muito condicionado pelo tratamento dos vãos. • Conforto visual: o aspecto das paredes deve caracterizar-se pela retilinearidade das arestas, planeza das superfícies, e homogeneidade de cor e brilho. • Conforto tátil: limitação das superfícies rugosas, pegajosas ou viscosas. • Higiene: traduz-se pela emissão ou desenvolvimento de substâncias nocivas ou insalubres. • Durabilidade: as condições primordiais para aumento da durabilidade são: concepção em termos de estanquidade e revestimentos, qualidade construtiva e dos materiais constituintes e compatibilidade física e química dos materiais constituintes. A alvenaria, dessa forma, deve possui resistência aos agentes climáticos, aos movimentos da fachada, à erosão das partículas em suspensão no ar, à corrosão eletroquímica e aos agentes biológicos. • Utilização, execução, economia e produtividade: deve-se considerar: a aptidão para receber acabamentos, facilidade de integrar outros elementos, geometria que facilite o armazenamento, realização de rebocos e remates, como também a existência de elementos complementares, novos materiais e geometrias otimizadas. Além de procurar racionalizar o assentamento e privilegiar sistemas. • Sensibilidade à qualidade construtiva: a disponibilidade de mão de obra experiente, adquirida a longos períodos de aprendizagem como acontecia no passado tem-se reduzido muito, sendo substituída por mão de obra indiferenciada realizando tarefas específicas para as quais não teve, em geral, a aprendizagem adequada. Os ritmos mais acelerados de construção praticados atualmente e algumas soluções arquitetônicas tornam as construções mais sensíveis à qualidade construtiva, e também indispensável a preocupação em conseguir soluções para as paredes mais simples, menos susceptíveis à eventual falta de qualidade da mão de obra, por redução do número de operações em obra, pela sua maior simplicidade e pela disponibilização de materiais preparados industrialmente para as várias situações particulares. 22 A importância relativa de algumas exigências aplicáveis às paredes em alvenaria ao longo do tempo é representada no seguinte gráfico (Figura 5). Figura 5: Importância aplicáveis às paredes em alvenaria ao longo do tempo Fonte: SOUSA, 2002. O gráfico exposto mostra que com a mesma estabilidade as construções antigas ofereciam pouco conforto, porém eram mais duráveis, diferentemente das obras atuais, que apresentam alto nível de conforto, mas com pouca durabilidade. 5.3 Tipos de Alvenarias 5.3.1 Alvenaria de Pedra A alvenaria de pedra (Figura 6) deve ser executada obedecendo ao projeto, quanto a dimensões, alinhamento e indicações, sempre requerendo atenção ao tamanho, a estrutura e a cor da pedra. Figura 6: Alvenaria de Pedra Fonte: http://www.ufrrj.br 23 Alvenaria de Pedra Seca O assentamento das pedras deve formar um elemento compacto, de forma de as pedras fiquem firmemente engastadas, casualmente serão necessários encaixes de calhaus e seixos. Para tal execução devem ser utilizadas pedras bem acabadas, dispostas em fiadas, de forma que garantam estabilidade (NORMAS ..., 2011). Alvenaria de Pedra com Argamassa A argamassa usada na alvenaria de pedra deve ter consistência úmida e granulação de acordo como o tipo de pedra e tamanho previsto das juntas. Podem ser dividas em (NORMAS ..., 2011): Aparelhada: Apresentam forma retangular, facetada a martelo cortante. São dispostas em camadas e ligadas entre si por argamassa. Não Aparelhada: Apresentam tamanho irregular em forma e dimensão, são feitas toscamente a martelo. São ligadas entre si por argamassas ordinárias Duas Faces: São paredes de pedras argamassada, geralmente irregular de forma angular dispostas em duas folhas, uma exterior e a outra interior, preenchidas por uma material de pequenas dimensões juntamente com argamassa ordinária. 5.2 Alvenaria Aparente Deve-se tomar bastante cuidado ao construir com alvenaria aparente, já que essas são usadas visando à estética. É necessária uma boa execução e manutenção, com uma série de cuidados, para garantir a qualidade e a durabilidade da mesma, principalmente se esta for externa. Na Figura 7 pode ser visto um exemplo claro de uma casa com alvenaria aparente. 24 Figura 7:Alvenaria Aparente Fonte: http://www.lapintijolos.com.br Além do cuidado no assentamento, é importante a escolha do tijolo. Deve procurar um tijolo resistente à exposição aos intempéries e mais durável. Para conservação, é recomendável a ação de limpeza periodicamente, para menor proliferação de fungos. Quando se refere à proteção contra ação da água, é sugerida a impermeabilização da alvenaria com produtos à base de silicone, que evitam a penetração e a infiltração, porém esses produtos alteram a cor e a aparência dos tijolos. Não devem ser aplicados em áreas que o sol incida diretamente, ou em áreas que já tenham recebidos tratamentos (PROTEJA ..., 2011). 5.3 Alvenaria de Gesso Acartonado Salgado (2009) define a alvenaria de gesso acartonado (Figura 8) da seguinte maneira: Trata-se, simplesmente, de uma estrutura de capa de aço revestido com zinco pelo processo de imersão a quente posicionado de acordo com as divisões dos cômodos ou áreas seguindo uma incorporação de chapas de gesso fixadas, em ambos os lados, por parafusos nessa estrutura. Essas chapas são fabricadas a partir de uma mistura de gesso e aditivos e, para dar sustentação ou estruturação à placa, o gesso é comprimido por laminação, entre duas folhas de papel-cartão. 25 As principais vantagens desse método são a estética e a praticidade. Possuem baixo peso, e pela menor espessura proporciona um ganho de área útil. Também possuem resistência ao fogo, resistência mecânica e isolação térmica e acústica (YAZIGI, 2009). Outra ótima vantagem é que as instalações, tanto elétrica, hidráulica e telefônica, são testadas e executadas durante a construção das paredes, o que evita a reabertura das paredes, evitando desperdícios tanto de materiais como de mão-de-obra. Também é possível fazer reparos nessas instalações, e esses são facilitados pelo fato das instalações passarem pelo espaço entre as chapas, e não é necessário a demolição completa da parede (FERRAMENTA ..., 2011). Figura 8: Gesso Acartonado Fonte: http://santos.olx.com.br 5.3.3.1 Tipos de chapa de Gesso Acartonado Salgado (2009) classifica as chapas de gesso da seguinte forma: Standard (ST) – Chapa branca: Utilizadas em áreas onde não haja necessidade de se preocupar com a umidade, como, por exemplo, divisórias de salas, quartos, escritórios, etc. Resistente à umidade (RU) – Chapa verde: Usada para ambientes úmidos, como banheiros e cozinhas. É por tempo limitado e de maneira intermitente. 26 Resistente ao fogo (RF) – Chapa rosa: Utilizadas em ares onde há necessidade de se preocupar côo os efeitos do fogo. 5.4 Alvenaria de Vedação As paredes de vedação são elementos da construção, que têm como função permitir compartilhar espaços. São levados em consideração os seguintes critérios para opção do tipo de parede a ser projetada (RAMALHO, 2003): - Economia na execução e manutenção; - Resistência ao fogo; - Estética; - Materiais e processos disponíveis. Tendo ou não funções estruturais, essas paredes internas devem apresentar estabilidade e resistência aceitáveis aos esforços que nela podem ser induzidos. 5.5 Alvenaria Estrutural Como o próprio nome já supõe, a alvenaria estrutural tem como principal função suportar todas as cargas. Assim as paredes de uma edificação devem suportar além do próprio peso, as ações das lajes, cobertas e cargas, bem como os fatores externos como o vento. Esse tipo de alvenaria é capaz de substituir dois principais sistemas de uma construção: a estrutura do concreto armado e os fechamentos das alvenarias, além de dispensar o uso de vigas e pilares; enquanto que a alvenaria comum possui função apenas de vedação (ALVENARIA..., 2011). A Figura 9 mostra a execução de uma obra com uso da alvenaria estrutural. 27 Figura 9: Levantamento de uma alvenaria estrutural Fonte: http://www.em.com.br Camacho (2006) define Alvenaria Estrutural como o processo construtivo onde, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional. Os blocos utilizados para erguer as paredes de alvenaria estrutural são os estruturais de cerâmica, silicocalcário ou concreto. Os fabricantes desses produtos dispõem de blocos de diversas medidas, pois os mesmo não podem ser quebrados. Não pode ser utilizado bloco de vedação comum nesse sistema, pois o mesmo não é capaz de suportar o peso da casa. Deve se atentar também a argamassa utilizada, essa tem que ter boa aderência e resistência a compressão de no mínimo 5MPa (ALVENARIA ...,2011). O emprego adequado da alvenaria estrutural pode trazer as seguintes vantagens técnicas e econômicas: redução de custos, menor diversidade de materiais empregados, redução da diversidade de mão-de-obra especializada, maior rapidez de execução e robustez estrutural. Porém, tem o projeto arquitetônico limitado pela concepção estrutural, que não permite a construção de obras ousada. Esse método também não permite adaptações para um novo uso (CAMACHO, 2006). 28 6 IMPORTÂNCIA DO PROJETO O ramo da construção civil brasileira mostrou-se nesses últimos anos, grande evolução no que se refere às técnicas construtivas, profissionalismo, mecanização dos canteiros e segurança dos funcionários. Porém ainda deve-se aprimorar quanto a qualidade e eficiência dos projetos. O projeto é visto como uma etapa desprezível em relação às outras etapas de uma obra. Em muitos casos, o projeto é elaborado apenas como a intenção de cumprir as ordens legais, o que acaba reduzindo o investimento e o prazo dos projetos, e conseqüentemente grande parte das decisões acabam sendo tomadas na execução da obra, e que, por fim, acarreta no comprometimento final do empreendimento. É mais vantajoso corrigir um projeto, que arcar com as conseqüências do mau planejamento, e consertar possíveis patologias (GREGÓRIO, 2010). Franco e Agopyan (1993) afirmam que qualquer decisão tomada após a etapa do projeto acarretará em danos na etapa da execução do empreendimento, enquanto que medidas tomadas na fase do projeto causariam interferência apenas no trabalho dos projetistas. O projeto estar entre as etapas iniciais de uma construção, é nesta fase que são definidas as características da edificação, levando em consideração os aspectos relacionados à sua qualidade e custo. Possui assim, influencia decisiva na execução da obra, como também no desempenho (RAUBER, 2005). Segundo Oliveira e Melhado (2005), o projeto é o elemento responsável pelo alcance dos objetivos estratégicos dos empreendedores, como também é capaz de viabilizar o crescimento das empresas. A Figura 10 mostra o gráfico que de fato as primeiras etapas de um empreendimento são as que têm maior capacidade de influenciar no custo final (GREGÓRIO, 2010). 29 Figura 10: Capacidade de influenciar os custo de um empreendimento Fonte: GREGÓRIO, 2010 Projetos mal elaborados podem causar sérios problemas durante a construção, que vem a provocar, geralmente, retrabalhos, patologias e até mesmo a redução da durabilidade da obra (GREGÓRIO, 2010). Para Salgado (2009) o projeto deve sempre considerar detalhes da execução de uma alvenaria, para que haja uma racionalização na execução com diminuição dos desperdícios, assim proporcionando uma maior produtividade. Neste aspecto, um projeto de alvenaria deve prever: - Tipo de elemento de alvenaria (tijolos comuns, blocos cerâmicos, blocos de concreto, blocos silício-calcários, alvenaria estrutural, etc); - Dimensão dos vãos para colocação das janelas e portas; - Projeto das fiadas dos elementos; - Posição das instalações elétricas e hidráulicas; - Detalhe de execução das vergas e contravergas; - Ligação entre a alvenaria e a estrutura, geralmente os pilares; - Listar detalhadamente todos os materiais empregados; - Detalhes construtivos gerais (encunhamentos, encontro entre as paredes, juntas, etc); 30 - Discrição de todo o processo de execução das paredes. 7 EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS O procedimento de execução das alvenarias deve seguir minuciosamente as orientações do projeto, traços de argamassa, vãos e outros detalhes que pertençam à obra. O termo “fiada”, bastante utilizado quando nos referimos a alvenaria, significa a camada de tijolos ou blocos assentados. Os seguintes tópicos propõem orientações à execução de qualquer tipo de alvenaria. Já que nas pequenas obras, geralmente, não existe um projeto de alvenaria, deve-se ter bastante cuidado com as técnicas de execução escolhida, além do bom senso (SALGADO, 2009). 7.1 Juntas de Assentamento As juntas devem ser executadas obedecendo criteriosamente o projeto. Devem ter espessuras e aparência padronizadas, exceto quando especificado de outra maneira. Se for indicado que as juntas transversais não são preenchidas, as faces anexadas das unidades de alvenaria devem ser firmemente encostadas. Caso contrário, as juntas podem continuar abertas, por exemplo, para ventilação, drenagem ou assentamento por juntas descontinuas (MARTINS, 2009). As juntas de assentamento podem ter espessuras de 1 a 2 cm. Devem ser em amarração a fim de distribuir de modo adequado as tensões, movimentações térmicas, sempre com diferença de meio bloco para melhor modulação das fiadas, como também para facilitar a passagem de instalações nos seus furos. As juntas podem ser frisada ou reta em ambas as faces da alvenaria, devendo, se estes ficarem expostas a umidade, implantar sistema de impermeabilização (SALGADO, 2009). Para Martins (2009), as seguintes recomendações devem ser verificadas: 7.1.1 Assentamento com juntas desencontradas - Junta horizontal : 1,5 cm - Junta Vertical: 1,0 cm 31 Figura 11: Juntas de argamassa Fonte: MARTINS, 2009 7.1.2 Espalhamento da massa O assentamento da argamassa de assentamento é feito da seguinte forma: - Primeiro método: é colocado argamassa em grande quantidade por cima de cada fiada e o excesso é rebatido com a colher. - Segundo método: é posto no tijolo, com a colher, a argamassa. Figura 12: Métodos para assentamento de tijolos maciços Fonte: MARTINS, 2009 7.2 Espessura das alvenarias De acordo com o posicionamento dos blocos, as espessuras das alvenarias podem variar. Para Salgado (2009) são comuns as seguintes denominações: - Alvenaria de cutelo: executada no sentido da menor espessura do bloco. - Alvenaria de meia vez: construída com os blocos assentados no seu sentido longitudinal, um após o outro. 32 - Alvenaria de uma vez: quando os blocos são executados no seu sentido transversal. - Alvenaria de uma vez e meia: quando os blocos são assentados considerando os sentidos longitudinais e transversais. A Figura 13 mostra a montagem de uma alvenaria considerando tijolos comuns. Recomenda-se que as juntas verticais desencontrem das juntas verticais da juntas da fiada seguinte inferior para que haja uma melhor distribuição das tensões e das cargas geradas do peso da alvenaria (SALGADO, 2009). Figura 13: Representação das diferentes espessuras das alvenarias Fonte: ARAÚJO, 2003 7.3 Locação das paredes Salgado (2009) recomenda que antes da locação das paredes (Figura 14), é preciso verificar a posição de componente estrutural, como vigas, pilares e etc. O início da marcação da alvenaria é dado em relação à primeira fiada, com posição de eixo de cada parede, ou como na maioria das vezes, o alinhamento da face do lado em que o pedreiro irá trabalhar. É necessário usar trenas de aço nas medições, para evitar distorções, marcando inicialmente os cantos e encontro das paredes. Um esquadro de 90° é fundamental na marcação e colocação da primeira fiada. 33 Figura 14: Locação de paredes Fonte: Salgado, 2009 7.4 Nível da primeira fiada Só depois de uma rigorosa locação das alvenarias, feita com base na transferência de cota e dos eixos de referência (Figura 15) para o andar onde estão sendo realizados os serviços, é que dever ser assentado a primeira fiada. A posição de cada parede deve ser demarcada independentemente dos possíveis desvios da estrutura. Se o projeto de estrutura ou de alvenaria suponha a constituição de juntas de dilatação ou de controle, a marcação da alvenaria deve obedecer o posicionamento e aberturas das juntas (THOMAZ et. al, 2009). Figura 15: Marcação das paredes a partir dos eixos de referência Fonte: THOMAZ et. al, 2009 Na execução desta marcação aplica-se uma fina camada de argamassa de cimento e areia, com largura compatível coma espessura da parede a marcar, onde é implantada inicialmente os ângulos, em seguida os alinhamentos retos e a localização das aberturas (MARTINS, 2009). 34 O assentamento dos blocos da primeira fiada é responsável pela qualidade de todas as demais características da alvenaria, como: modulação horizontal e vertical, nivelamento das fiadas e espessura da camada de assentamento, folgas para instalação de esquadrias, folgas para execução do encunhamento das paredes, etc. Esse assentamento deve -se então ser desenvolvido com todo o cuidado, usando equipamentos d e precisão com teodolito ou nível de lazer, trena metálica, fio de prumo, esquadros de braços longos, régua de alumínio, etc (THOMAZ et. al, 2009). A Figura 16 mostra alguns equipamentos auxiliares para a marcação e também a elevação das paredes, como por exemplo, esquadro e escantilhão. Figura 16: Equipamentos auxiliares na execução das alvenarias Fonte: (THOMAZ et. al, 2009) 7.5 Ligação da alvenaria com pilar de concreto São várias formas de ligações entre a alvenaria e a estrutura de concreto, de maneira que forma uma amarração entre esses elementos, são essas: Tela Galvanizada: as telas metálicas (Figura 17) são aplicadas a cada duas fiadas e fixadas no concreto por pinos metálicos. Neste caso, a tela deve ser dobrada justamente a 90°, como mostra a figura a seguir, colocando os pinos e as respectivas arruelas o mais perto possível da dobra da tela. Essa ligação pode ser mais resistente adotando cantoneira metálica entre a tela a arruela (cabeça do pino). A fim de evitar riscos de corrosão, devem-se recortar as telas em 1 ou 2 cm de largura menor que a dos blocos(THOMAZ et. al, 2009). 35 Figura 17: Fixação entre alvenarias e pilares com o emprego de tela metálica galvanizada Fonte: (THOMAZ et. al, 2009) Chapisco: Deve-se chapiscar argamassa de cimento e areia no traço em volume de 1:3 na superfície da estrutura de concreto. Tem-se que adicionar à argamassa de chapisco um adesivo, para melhor aderência. Antes de execução do chapisco é preciso retirar os restos de desmoldantes utilizados, assim como também toda a poeira (SALGADO, 2009). Ferro de espera: Pode-se obter ligações mais fortes fazendo uso de amarrações de espera introduzidas na armadura do pilar, ou com “ferros-cabelos” posteriormente colados em furos executados com brocas de Φ 8mm (colagem com resina epóxi); nos casos comuns é recomendável o uso de ferro de Φ 6mm a cada 40 ou 50 cm, com transpasse em torno de 50 cm para o interior da alvenaria e com penetração no pilar de 6 a 8 cm. Canaletas assentadas na posição dos “ferros-cabelo”, preenchidas posteriormente com graute, é capaz de produzir ligações ainda mais resistentes e absorvem diferenças no posicionamento das amarrações em relação às fiadas (THOMAZ et. al, 2009). A Figura 18 esclarece a forma de ligação entre alvenaria e pilares por meio de ganchos de aço com dois ramos ou com auxilio de blocos de tipo canaleta. 36 Figura 18: Ligações entre alvenarias e pilares Fonte: THOMAZ et. al, 2009. 7.6 Ligação da alvenaria com estruturas metálicas Em engenharia, ligação das alvenarias refere-se as soluções adotadas para unir ou desunir as alvenarias no contato com a estrutura suporte. A escolha do modelo de ligação é tomada a partir dos conhecimentos dos mecanismos de fixação e suas capacidades de desempenho (NASCIMENTO, 2004). A diferença da natureza dos materiais interfere diretamente na vida útil da obra. As estruturas também estão cada vez mais esbeltas, o que torna mais propício os problemas nas ligações entre alvenaria e estrutura (SILVA et. al, 2006). Para SALGADO (2009) existem dois casos em relação à execução das alvenarias com as estruturas metálicas: Caso 1(Figura 19): A alvenaria absorve as movimentações – Situação aplicada em pequenas estruturas e em pequenos vãos. Trata-se da fixação de ferros de espera soldados na estrutura a cada três ou quatro fiadas na direção da junta de assentamento. 37 Figura 19: Ligação da alvenaria com estrutura metálica Fonte: SALGADO,2009 Caso 2 (Figura 20): A alvenaria não absorve as movimentações – Executada independentemente da estrutura metálica. São soldados na estrutura metálica dois perfis de ferro em “L” distanciados de acordo com a espessura da alvenaria, para garantir a estabilidade da alvenaria. É colocada entre esses perfis, ao longo de toda a estrutura no sentido longitudinal, para evitar a aderência da alvenaria com a estrutura, uma junta de trabalho. Essa junta pode ser colocada com chapas de isopor na espessura entre 1,5 a 2 cm. Figura 20: Ligação da alvenaria com estrutura metálica Fonte: SALGADO,2009 7.7 Levantamento das paredes Quando a base de assentamento já estiver nivelada, os ferros de espera já fixados na estrutura (quando for o caso), e marcação das alturas das fiadas já feita, começa o levantamento da alvenaria (Figura 21). O procedimento, segundo Salgado (2009), é: 38 1. Assentamento dos elementos nas extremidades, obedecendo o alinhamento determinado pela linha esticada segundo o gabarito. 2. Complementam-se os elementos entre as extremidades já assentadas. 3. Continua então assentando as próximas fiadas, respeitando as alturas de cada fiada marcada no elemento estrutural ou da régua graduada (escantilhão). 4. Caso as marcações das fiadas estejam niveladas, o nivelamento é automático. Mesmo assim, é recomendável verificar o nível a cada, pelo menos, três ou quatro fiadas assentadas. Da mesma maneira deve-se proceder à verificação do prumo. Figura 21: Levatamento da alvenaria Fonte: Salgado, 2009 Na elevação das paredes, SALGADO (2009) recomenda os seguintes cuidados: - É aconselhável que as paredes apoiadas sobre vigas ou lajes continuas sejam levantadas simultaneamente em todos os vãos, não sendo recomendável a diferença de altura superior a 1 m entre os vãos. - Para reaproveitamento da argamassa raspada das juntas, deve-se manter sempre limpo o lado da parede a ser erguida, ou recoberto por lona plástica. - Os blocos cerâmicos deve-ser molhados, para que estes não absorvam a água da argamassa, a fim de evitar que a argamassa torne-se desagregável. - A argamassa excedente das juntas tem que ser raspada cuidadosamente, para não mover o bloco, e reconduzida à caixa de massa. Só devem ser realizadas correções no nível e no prumo do bloco imediatamente após o assentamento. 39 - No caso de juntas frisadas, o frisamento deve ocorrer entre uma a duas horas após o assentamento, com bastante cuidado para não retirar os blocos de suas posições, usando para isso ferramentas adequadas. - No encontro com pilares, mais do que em outras posições, são essencial a compactação e o refluxo de argamassa. Caso resultar nesse encontro juntas com mais de 3 cm de largura, tem que se aplicar o microconcreto,com máximo adensamento possível, em vez de argamassa. - Os encunhamentos não poderão ser executados logo após o assentamento da última fiada de blocos. - Para proteger contra a incidência de chuvas e evitar possíveis problemas de fissuras e deslocamentos, parciais ou totais, é necessário a prática do chapisco nas faces externas das paredes de fachadas, logo após a elevação da alvenaria. 7.8. Amarração entre as fiadas das alvenarias Geralmente não há necessidade da ligação entre a alvenaria e a estrutura. Nestes casos as alvenarias de diferentes alinhamentos são assentadas com as “amarrações” entre as suas fiadas, ou seja, a ligação entre as paredes ou o engastamento (SALGADO, 2009). A amarração de paredes influencia muito na prevenção do colapso progressivo, já que provê a estrutura caminhos diferentes para transferência de forças no caso de uma ruína localizada gerada por uma ação excepcional. contrataventamento para as paredes (ACCETTI, 1998). A Figura 22 apresenta alguns exemplos de amarrações: Também serve de 40 Figura 22: Tipos de amarração Fonte: MARTINS,2009 41 7.9. Encunhamento das paredes Na execução das alvenarias deve-se deixar um pequeno vão entre a alvenaria e a viga estrutural, pois se elevá-las até o final, pode acontecer um destacamento da alvenaria da estrutura devido à acomodação entre as diversas fiadas da alvenaria, além da acomodação estrutural (SALGADO, 2009). Nesse pequeno vão é feita a ligação entre o topo da parede e a viga ou laje de concreto armado que se situam acima, tal processo denomina-se por encunhamento. A fim de evitar esforços não esperados nas alvenarias, principalmente em edifícios altos, o encunhamento deve ser realizado só após a execução do último andar, onde deve ser iniciado neste último pavimento em direção ao térreo (A EXECUÇÃO ..., 2009). Se o espaço entre a parte superior da alvenaria e o teto for muito grande, o encunhamento deve ser executado com tijolos assentado e inclinados com argamassa normal, como mostra a Figura 23. Outro método usado para substituir a prática anterior, em relação ao uso de novos materiais e melhor rendimento, é a utlização de cimento expansor (Figura 24), que é consiste em uma argamassa pronta à base de cimento, cuja a adição de água proporciona sua expansão, ocupando os vazios (MARTINS, 2009). Para distancias menores, com até 3 cm, pode ser utilizado no preenchimento espuma expansiva (Figura 25) de poliuretano (SALGADO, 2009). Figura 23: Encunhamento com tijolos maciços Fonte: http://www.uepg.br 42 Figura 24: Encunhamento com cimento expansor Fonte: http://www.uepg.br Figura 25: Encunhamento com espuma expansora Fonte: http://www.uepg.br 7.10. Vergas e contravergas A presença de vãos nas alvenarias faz necessária a utilização de vergas e contravergas para os esforços concentrados na região dos vãos sejam melhores distribuídos. Araújo (2003) apresenta as seguintes definições: Vergas: elemento estrutural posto sobre o vão de portas e janelas, para evitar a sobrecarga das esquadrias (Figura 26). A verga tem de ultrapassar o vão cerca de 30 cm 43 em ambos os lados. Pode ser moldada in loco ou pré- fabricada, sendo a última a situação mais utilizada. Contravergas: é o reforço aplicado sob o vão para evitar possíveis trincas (Figura 26). Figura 26: Vergas e contravergas no contorno de vãos de janelas Vergas Contravergas Fonte: Adaptado de THOMAZ et. al, 2009 Se os vãos forem sucessivos, as vergas e contravergas devem ser contínuas. Em casos particulares, como janelas ou portas com grandes dimensões ou paredes muito altas, as vergas e contra-vergas devem ser dimensionadas como vigas (THOMAZ et. al, 2009), conforme Figura 27. Figura 27: Vergas e contravergas contínuas em alvenaria com aberturas sucessivas Fonte: THOMAZ et. al, 2009. 8 INSTALAÇÕES A maneira mais comum de se embutir as instalações em alvenarias é o corte da parede (Figura 28), seguida do preenchimento com argamassa. Recomenda-se o uso de 44 tijolos comum em paredes ou trechos de paredes onde serão instaladas as tubulações de maior diâmetro, como as de banheiros, por este tipo de tijolos resistirem melhor aos cortes, ao contrário dos furados são mais frágeis e possivelmente venha a quebrar. Aconselha-se também riscar a parede antes do corte, para melhor precisão do mesmo, que deve ser feito com auxilio do disco de serra diamantado (A EXECUÇÃO ..., 2009). Tanto para instalação hidráulica como para instalação elétrica, as tubulações podem ser embutidas nos furos (Figura 29) dos blocos cerâmicos, caso os furos sejam verticais. Recomenda-se, sempre que possível, o caminhamento horizontal das tubulações através das lajes. Nos blocos quadrados, os furos podem estar tanto vertical como horizontalmente, sem necessidade de quebra da modulação da alvenaria e recortes nas paredes. A figura a seguir mostra os dois casos (THOMAZ et. al, 2009). Figura 28: Execução de rasgos para embutimento de tubulações Fonte: THOMAZ et. al, 2009 Figura 29: Emprego de blocos quadrado para embutimento de tubulações Fonte: THOMAZ et. al, 2009 45 9 MEDIDAS DE SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS A indústria da construção civil apresenta um elevado índice de acidentes de trabalho, o que gera enormes perdas de recursos humanos e financeiro. Este setor ocupa a segunda posição nos registro de acidentes de todo o país (SEGURANÇA ... , 2010). A fim de diminuir esses números, o mercado da construção civil está cada vez mais intensificando a preocupação com a segurança. Adotando medidas que proporcionem resultados significativos na redução dos acidentes de trabalho. 9.1. Eliminação dos riscos Para poder prevenir os acidentes, deve-se ter uma preocupação quanto à eliminação dos seus riscos, referente às seguintes ações (OS PRINCÍPIOS..., 2010): - Quanto ao projeto – deve-se prever o máximo dos riscos e suas possíveis eliminações, com auxilio de soluções de concepção adequadas. - Quanto à segurança inerente – tem-se que selecionar produtos, equipamentos e materiais que minimizem os riscos. - Quanto aos métodos e processos de trabalho – Deve-se organizar o ambiente de trabalho, para diminuir a presença de riscos. 9.2. Riscos devido às condições de trabalho A tabela 2 mostra os riscos oferecido pelo trabalho e o meio, e suas supostas soluções. 46 Tabela 2: Riscos associados às condições gerais na execução de alvenaria e conseqüentes medidas de proteção aplicáveis Riscos Medidas de Proteção Coletivas Individuais Utilização de guarda- Utilização de cinto de Queda em altura corpos, nas bordaduras das segurança. lajes dos pisos e aberturas neles existentes (vão, caixas de elevadores, courettes); - Montagem de redes de grande extensão; - Execução adequada de andaimes e plataformas de trabalho; - Correta utilização da escada de mão. - Limpeza do estaleiro e - Calçado de sola antiQueda ao mesmo nível arrumação dos materiais e derrapante. equipamentos; - Delimitação das zonas de circulação. - Execução de rodapé nos - Utilização de capacete de Queda de objetos guarda-corpos; proteção (EPO) *; - Colocação de uma rede - Utilização de botas de de proteção na periferia do palmilha e biqueira de aço edifício; (EPO). - Execução de passadeiras com cobertura de proteção. Derrube da parede por - Colocação de escoras ou cunhas de madeiras até perda de estabilidade fixação definitiva (por exemplo padieiras); - Fasemaento da execução em altura para elementos de grande dimensão. - Execução de coberturas Utilização de Intempéries e Insolação proteção; equipamento de proteção - Suspensão dos trabalhos adequado (vestuario). em condições climáticas desfavoráveis (chuva, vento forte). *EPO(Equipamento de proteção obrigatório) Fonte: Adapatado de Martins, 2009 O uso dos equipamentos de proteção individual é obrigatório e deve ser exigido em todo e qualquer momento, para assegurar a segurança dos trabalhadores. 47 10 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL A competitividade no cenário da construção civil, no que envolve um mercado cada vez mais exigente, preocupa os profissionais da área, que procuram formas de ação que os permitam acompanhar essas mudanças. A busca para atingir um processo de produção mais eficiente, com maior produtividade, redução de desperdícios e adequadação da qualidade do produto final, deve manter uma boa relação de custo e beneficio (BARROS, 1998). BARROS (1996) explica o surgimento de novas tecnologias construtivas como sendo um conjunto organizado de conhecimento científicos e empíricos, usado na criação, produção e demais fases do processo de construção de um edifício, orientado pela otimização dos recursos empregado. A dificuldade não está em implantar novas tecnologias, essa pode ser aplicada por qualquer empresa. O desafio é tornar essas novas tecnologias uma verdadeira inovação tecnológica. Ou seja, aplicá-las no sistema produtivo da empresa de modo a gerar significativas mudanças na produção, atingindo assim um patamar mais elevado, quanto ao desenvolvimento tecnológico. O setor da construção civil tem que acompanhar o desenvolvimento sustentável e a consciência ambiental, aliado a questões de segurança, qualidade e saúde, na realização das obras e ainda nos matérias e processos construtivos (BARROS, 1998). Analisando o setor da construção civil no Brasil, é possível identificar as principais tendências, conforme a figura a seguir: 48 Figura 30: Analise de tendências Fonte: Corrêa, 2011. A figura 29 mostra a ligação entre as variáveis geradas pelas tendências no setor da construção civil. Estas podem ser esclarecidas da seguinte maneira (TENDÊNCIAS..., 2011): - Tecnologia de Operações: em relação a novos materiais e novas técnicas produtivas; -Qualidade: em relação ao controle de qualidade e normalização de materiais e processos; -Legislação: quanto a analise de questões associadas à regulamentação e fiscalização; -Sustentatibilidade Ambiental: quanto a aspectos ligados a iniciativas de uso de sistemas produtivos ambientalmente responsáveis; -Mercado de trabalho: está relacionada à mão de obra, quanto a organização e capacitação; -Hábitos de consumo: está associada com as preferências do consumidor, geralmente no mercado imobiliário; -Organização da Indústria: relacionado a questões de capacidade de investimentos, infra-estrutura e integração no ramo da construção civil. 49 11 CONCLUSÕES O conhecimento sobre os tipos de alvenaria permite a escolha do melhor método a ser empregado, levando em consideração a função, o desempenho e a estética. Proporcionando uma racionalização do projeto, permitindo redução tanto nos custos financeiros quanto no tempo da obra. O caminho para a modernização do mercado da construção civil está direcionado as necessidades de alteração no processo de projeto. Mas apenas a elaboração de projetos não é suficiente para a instalação da alvenaria. É necessário investir em equipamentos, treinamento da mão-de-obra, além de conscientização de todos os comprometidos no desenvolvimento da mesma para que haja um bom desempenho. O interesse em realizar um bom processo de produção das alvenarias possibilita melhoria na qualidade da construção de toda a obra, bem como é capaz de gerar soluções a outras etapas de construção. Atualmente, o setor da construção civil encontra-se num cenário de alta competitividade, o que estimula as empresa à inovar, para garantir o sucesso. O momento está propicio à inovação. Essas empresas sofrem uma forte limitação de mercado, o que tem impulsionado o desenvolvimento de novas técnicas de racionalização da organização produtiva, com o objetivo de manter ou até aumentar o desempenho das atividades construtivas. Além de todos esses cuidados, outro fator importante ao referido tema é as medidas de segurança adotas durante tal procedimento, pois estas oferecem mais credibilidade a obra, quanto ao produto final, e também garantem qualidade de trabalho aos operários . É importante ressaltar a importância de realização de trabalhos relacionados ao desenvolvimento tecnológico que venha a trazer respostas para muitas dúvidas relacionadas ao desempenho dos diversos detalhes construtivos, e também permitir a evolução continua das técnicas de construção utilizadas na realização de cada processo de construção. 50 12 REFERÊNCIAS ACCETTI, K. M.; CONTRIBUIÇÕES AO PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA. 261 f. 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