Celebramos, no dia 2 de fevereiro, a grande festa da Apresentação de Jesus no templo. Cumprindo a tradição judaica, Ele foi levado por sua Mãe, Maria Santíssima, e por seu pai adotivo, São José, com todo o carinho, e também por respeito à lei que pedia essa apresentação do primogênito, após os quarenta dias de vida. Esta festa remonta aos primórdios do cristianismo. Pelo seu simbolismo da luz, a tradição conservou-a com o nome de Festa de “Nossa Senhora das Candeias” ou de “Nossa Senhora da Purificação”, porque era comemorada com uma procissão, na qual os participantes portavam velas acesas, relembrando o trajeto de Maria ao templo, para apresentar o Filho e cumprir o ritual de purificação após o parto. A Liturgia atual enfatiza, principalmente, a figura de Jesus daí o nome de “Festa da Apresentação” - mas manteve, antes da Missa, a tradicional bênção de velas com procissão. Em 1997, o Papa João Paulo II associou a essa celebração o Dia da Vida Consagrada, “a fim de chamar a atenção dos fiéis sobre esta vocação fundamental para a vida da Igreja e para o bem da sociedade”, conforme suas próprias palavras, na Alocução do Angelus de 1º de fevereiro do ano seguinte. Por isso, é uma festa celebrada, sobretudo, pelas Congregações religiosas e por todos os consagrados e consagradas, que vêem nessa apresentação de Cristo ao Pai o modelo da entrega total de cada um a Deus, através da profissão dos votos. Toda a beleza desta tradição tem um significado humano, e, especialmente, divino e salvífico. O Antigo Testamento prescrevia uma lei, segundo a qual todo primogênito seria consagrado ao Senhor (cf. Êx 13,2). Deveria ficar no templo, ou ser resgatado por alguma doação, ainda que simbólica (cf. Êx 13,12-13). Por Jesus ofereceram dois pombinhos; era a oferta dos pobres, que não podiam sacrificar animais de grande porte (cf. Lv 5,7). Os pombinhos estão ligados a um significado muito rico. São freqüentemente lembrados para simbolizar a paz e a pureza. No Evangelho, vemos o Espírito Santo descer sobre Jesus em forma de pomba. Tudo isso encontramos realizado na Pessoa de Jesus, a melhor oferenda que poderia ser entregue a Deus. Deste modo, Lucas centraliza a narrativa do primeiro ato cultual de Jesus, através do rito de consagração do primogênito, na Cidade Santa, a ser resgatada, ponto de partida e de culminância da missão salvífica do messias. Com a oferenda dos pobres, Lucas define esta missão como prioritária em relação aos empobrecidos e sofredores. Aquele que nasceu despojado, atrairá os pastores, evangelizará os pobres e dará prioridade aos empobrecidos ou marginalizado. A apresentação no templo é marcadamente e celebrativa. Nela a alegria, fruto do Espírito. Simeão, definido como homem justo e piedoso; possui e é movido pelo Espírito Santo Ele bendiz a Deus como o Menino nos braços , reconhecendo a missão universal que o investe: ser salvação para os povos e luz para as nações Abençoa Maria e José mas, logo após, profetiza a contradição e a dor, seja para a Criança, seja para a Mãe . A missão salvífico universal do messias será marcada pela hostilidade e a rejeição. Ana, descrita como consagrada a Deus e intérprete e seus desígnios, agradece a Deus .