Saúde da Comunidade – Situações de Saúde Perfil da Família Brasileira Elaborado pela monitoras Beatriz Khater e Fernanda Proa – abril de 2007 Definição de família pelo IBGE Família •Conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, todos residentes na mesma casa; Família unipessoal •pessoa que mora sozinha em uma casa Famílias conviventes •são aquelas famílias compostas por, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residam na mesma unidade domiciliar (domicílio particular ou unidade de habitação em domicílio coletivo). Relação de dependência doméstica •é a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados domésticos e agregados da família; Normas de convivência •são as regras estabelecidas para o convívio de pessoas que moram juntas, sem estar ligadas por laços de parentesco ou dependência doméstica. Pessoas de referência da família •Pessoa responsável pela família , ou assim considerada pelos demais membros. Padrão da família brasileira O padrão de família no Brasil apresentou algumas mudanças nas últimas décadas do século XX e início do XXI. Dentre essas, se destacam: •Queda substancial do tamanho da família; Tamanho da família brasileira O tamanho da família brasileira diminuiu em todas as regiões: de 4,3 pessoas por família em 1981, chegou a 3,3 pessoas em 2001. O número médio de filhos por família é de 1,6 filhos. Em 2002, o número médio de pessoas na família se manteve o mesmo em quase todas as regiões e por isso a média para o país se manteve em 3,3 pessoas, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2003. O número médio de filhos apresentou uma diferença mínima em relação do ano anterior: de 1,6 para 1,5 filhos na família em domicílios particulares. Número de filhos por casal Fonte: Jornal Nacional, 2003 Fatores que corroboram essa tendência Fonte: Jornal Nacional, 2003 Padrão da família brasileira • Aumento do número de famílias do tipo mulheres sem cônjuge com filhos: No entanto, ainda há predomínio do padrão histórico de família: casal com filhos. Novo padrão de família: mulheres sem cônjuge com filhos • Mais claramente definido no Norte e Nordeste durante os anos 90. • Apresentou, no mesmo período (1992-1999), um crescimento relativo maior no Sudeste e no CentroOeste. Norte – 20,4% das famílias eram famílias de mulheres sem cônjuge com filhos Nordeste – 18,5% das famílias eram famílias de mulheres sem cônjuge com filhos Crescimento relativo do tipo "mulheres sem cônjuge com filhos" Grandes Regiões Crescimento Norte 9,68% Nordeste 12,20% Sudeste 15,33% Sul 7,50% Centro-Oeste 13,91% Mulheres como pessoa de referência na família • Aumento do número de famílias cujas pessoas de referência são mulheres: Mudanças ao longo dos anos 90 famílias comandadas por mulheres passaram de 18% para 25% do total; a média de anos de estudo dessas chefes de família saltou de 4,4 para 5,6; a renda média das trabalhadoras passou de R$ 281 para R$ 410. Retrato da mulher brasileira chefe de família mulher independente, vive nos centros urbanos em 2000, já representava 13% da população feminina critério para escolha do responsável pela família: maior remuneração renda média das chefes de família: 70% do orçamento familiar 5,5 milhões das chefes de família não ultrapassam a renda de R$ 276 mensais, havendo grande defasagem em relação aos homens 20% das chefes de família são analfabetas e 37,7% são analfabetas funcionais 90% das chefes de família não têm cônjuge 90% das chefes de família se ocupam de afazeres domésticos, implicando dupla jornada de trabalho Fonte: Estadão, 2003 Aspectos socioeconômicos Despesas: A despesa total média mensal familiar no Brasil, em 2002, foi de R$ 1.778,03, apresentando variações de acordo com a região geográfica. (No Sudeste, por exemplo, a média mensal das despesas foi de R$ 2.163,09 ao passo que no Nordeste o valor encontrado foi de R$ 1.134,44). Essas variações também foram percebidas nos estados e no Distrito Federal. maiores despesas Distrito Federal R$ 3.195,21 Rio de Janeiro R$ 2.343,45 São Paulo R$ 2.337,17 menores despesas Piauí R$ 975,67 Paraíba R$ 904,24 Maranhão R$ 842,66 Padrão da família brasileira •Qualidade de vida: Percepções da família em relação à qualidade de vida: •85% das famílias do país disseram sentir alguma dificuldade para chegar ao final do mês com seus rendimentos. Por outro lado, apenas 4,9% admitiram ter facilidade e 0,7%, muita facilidade. Essa dificuldade é sentida de forma mais acentuada nas áreas rurais quando comparadas às áreas urbanas. •Da mesma forma, metade das famílias com rendimento mensal de até R$ 400,00 também têm muita dificuldade de chegar ao final do mês com seus rendimentos. •47% das famílias acham insuficiente a quantidade de comida que consomem. •73% das famílias disseram que nem sempre ou raramente os alimentos consumidos eram do tipo preferido. Para 93% destas famílias a insuficiência de rendimentos é a explicação para o problema. •Para 53,3% das famílias a quantidade de alimentos consumidos no mês é suficiente e para 47% delas a quantidade é normalmente ou eventualmente insuficiente. Percepções da família em relação às condições físicas do domicílio: •pouco espaço - 42% •telhado com goteira - 34% •portas e assoalhos deteriorados - 30% •umidade do chão - 31% Percepções das famílias sobre o entorno do domicílio: •violência ou vandalismo - 28% •ruas ou vizinhos barulhentos - 23% •poluição ou degradação ambiental - 20% Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares/ IBGE, 2002-2003 Padrão da família brasileira Perfil da classe média brasileira: base da economia brasileira, representa 23% da sociedade (0,6% são ricos; 42,3% são emergentes; 19,6% são pobres e 14,5% são miseráveis) detém 38,8% da renda nacional compra 54% dos remédios vendidos faz 55% das compras de supermercado compra 90% de todos os aparelhos de televisão vendidos vem aumentando, mas sua renda vem decaindo Os desejos da classe média brasileira Há 30 anos Hoje comprar casa própria 75% das pessoas já compraram aquisição do carro da família surgimento do carro popular, (proporção carro/habitante = 1/31) proporção carro/habitante = 1/8 fila de espera para linha de telefone oficial mais de 90% tem telefone celular “As pessoas perceberam que Mudança de prioridades: •Queda de 19% e 50% na participação de gastos com alimentos e roupas, respectivamente •Aumento de 35% em gastos com habitação e 40% em gastos com saúde e educação correspondem a 10% do orçamento podem morar de aluguel, podem andar de taxi ou ônibus,(...), mas ninguém pode mais viver sem uma boa formação educacional, um seguro-saúde de qualidade ou um plano de previdência privada confiável”. (Sérgio Abranches, cientista político) Situação das Famílias da Região do Campo Grande (proximidades da PUC II) Região caracterizada por: • grandes adensamentos populacionais habitacionais; • moradores de baixa renda; • condições precárias de urbanização, infra-estrutura, serviços e empregos; • região degradada em termos ambientais e urbanísticos. Situação das Famílias da Região do Campo Grande Aspectos demográficos: • em 130 famílias pesquisadas na região do São Judas, 48,6% das pessoas eram homens e 51,4% mulheres; • 30% das famílias têm mais de 6 pessoas (maior número de filhos por casal – 2,6 em média – e presença de agregados – netos, sobrinhos, sogra, outras famílias); • 21,9% dos chefes de família são mulheres; • somente 6,1% das famílias são originárias do próprio município. Aspectos socioeconômicos • em relação à escolaridade: 16% são analfabetos (sendo 22,3% mulheres e 8,9% homens); 82% dos indivíduos com 15 anos ou mais não concluiu o Ensino Fundamental 96,9% das crianças de 7 a 14 anos já estavam freqüentando o Ensino Fundamental. média de estudo: 5,3 anos! Aspectos socioeconômicos • em relação à ocupação: 26,7% são desempregados (sendo 18,8% homens e 7,8% mulheres); 40,4% das mulheres são do lar; 18,6% das mulheres são domésticas – entre os homens, maior porcentagem de trabalhadores estão ligados à construção civil (como pedreiros e ajudantes) e ao setor de serviços (como vigilantes) rendimento: 2,97 salários mínimos por família (meio salário mínimo per capita)! Aspectos socioeconômicos •em ralação à vida urbana: 66,2% das residências são de alvenaria, localizadas em terrenos pequenos (10x15m) sendo que 31,5% têm dois ou três cômodos; iluminação pública; coleta de lixo regularmente duas vezes por semana (apenas 10% do lixo tem destino irregular); todas as residências são abastecidas com água por sistema de hidrômetro coletivo por quadra; sistema de esgoto irregular (falta de espaço, inviabilidade do terreno, falta de investimento municipal); 83,1% da rede de energia elétrica é oficial (somente 16,9% é clandestina) Aspectos socioeconômicos • em relação aos hábitos dos moradores: 76,2% utilizam o Centro de Saúde com freqüência; atividades de lazer: atividades religiosas, em organizações locais (associação de bairro) e esportivas; 53,1% das famílias possuem pelo menos um fumante. Panorama da região •Quadro de morbidade altamente complexa, conjugando-se doenças infectoparasitárias, carenciais, crônico-degenerativas e danos decorrentes de causas externas, nos ambientes domésticos ou aos devidos a violência urbana; •A ação da equipe de saúde, frente a esse quadro, pode ser muito mais resolutiva se ampliar o arsenal tecnológico de intervenções preventivas e, principalmente, a busca de apoio multisetorial e multi-profissional; Referências Bibliográficas GARCIA, Maria Alice A. As condições de vida em uma região de Campinas, São Paulo. In: Revista de Ciências Médicas, Campinas. Vol. 10. p. 11-18. jan-abr, 2001 Site do Jornal Nacional. Disponível em: http://jornalnacional.globo.com . Acesso em 23/03/2003 Site do Jornal “O Estado de São Paulo”. http://www.estado.estadao.com.br. Acesso em 2003 Disponível Site do IBGE. Disponível em www.ibge.gov.br. Acesso em 15/03/2007 em Situação decorrente da atividade do 1º ano – visita em 2007 Elaboração de Projeto Terapêutico Singular (PTS) 5º ano – internato – Saúde da Família • Panorama inicial: L. S.M, 29 anos – CS Ipaussurama – Grávida - 25 semanas (agora 28) – Mãe de outros 6 filhos – Esposa de Odair, déficit motor em perna D – Insatisfeita com CS – Problemas na moradia Insatisfação com CS – Não ofereceram laqueadura antes – Não há disponibilidade de GO e pediatra – Tem dificuldade para marcar consultas Após Investigação em prontuário... – Paciente não aguarda ser chamada para as consultas – Não marcou consultas em pediatra – Laqueadura tem critérios para encaminhamento dos pacientes Familiograma Domiciliograma Genograma ANTONIA ODILO FATIMA Manoel ROSANA G 42 29 ODAIR LUCIANE 13 11 8 LUAN JOSE ANTONIO 4 LUCAS 2 CACHORROS MARIA ANTONIA 2 11m ELISA INGRID VITORIA Sebastiana QUARTO COZINHA QUARTO SALA BANHEIRO CASA ÁREA COMUM CASA JARDIM DISPENSA Planta da Casa PROBLEMAS DA CASA • • • • • • Iluminação Má ventilação Comida no chão Criança nova só no carrinho Casal + três crianças no mesmo quarto Cachorro no mesmo local das crianças Projeto Terapêutico • Curto Prazo Assistência Pré-Natal para a gestação atual - em andamento em 2007/2008 Hoje nenê com 7 meses Encaminhamento para Planejamento Familiar realizado, resultando em laqueadura Projeto Terapêutico • Médio Prazo Vínculo com a UBS Alguns resultados: - Acompanhamento pré-natal e das crianças Controle do tabagismo Satisfação da sra LSM com os resultados Solicita, neste momento, apoio para obtenção de vaga na creche para poder trabalhar