Nº 682
SEMANÁRIO / 6ªf
António
Figueiredo
Diretor
€1 (IVA incluído)
8
MAIO 2015
P.6 VISEU DÚVIDAS E CERTEZAS NAS LISTAS PARA AS LEGISLATIVAS DE 2015
Deputados com lugares marcados
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P.2 AO CENTRO | ROTA DA ÁGUA E DA PEDRA
Descobrir a
vida secreta
das montanhas
mágicas
P.11 HOSPITAL
OBRAS NAS
URGÊNCIAS SEM
CONFIRMAÇÃO
P.20 S.C. DÃO
VICE-PRESIDENTE
ENTREGA
PELOUROS
P.25 V.N. PAIVA
CORTADO IMI
PARA FAMÍLIAS
COM FILHOS
P.10 VISEU
OS ALFAIATES
DA CIDADE
REINVENTADA A MODA
DO FATO POR MEDIDA
MEMÓRIAS DOS
MESTRES COM MAIS
DE 80 ANOS
P.14 ENTREVISTA FERNANDO FIGUEIREDO - UDACA
P.28 CINEMA
UDACA NÃO É INIMIGA
DAS ADEGAS
DOCUMENTÁRIO
PREMIADO
EM VISEU
P.8 COMPORTAMENTOS DE RISCO
P.31 FUTSAL
ABORDAR CONSUMOS SEM MORALISMOS
CHECK-IN NA SEMANA ACADÉMICA
AO CENTRO P.2 / REGIÃO P.6 / ENTREVISTA P.14 / CULTUR A P.28 / DESPORTO P.31
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EQUIPAS FAZEM
HISTÓRIA NA TAÇA
NACIONAL
/ OPINIÃO P.36 / CRÍTICA P.39
AO CENTRO
2
MONTANHAS MÁGICAS
Texto Sandra Rodrigues / Fotos Nuno Rodrigues
PERCORRER AS
SERRAS É ANDAR
PELA HISTÓRIA
DA TERRA
AS SERRAS NÃO SÃO SÓ ESPAÇOS DE LAZER OU FONTE DE
RIQUEZA. SÃO LOCAIS QUE SE PODEM TORNAR VIVOS E ONDE
O HOMEM CONVIVE COM A BIODIVERSIDADE. NATUREZA,
CULTURA, ARQUEOLOGIA, BIOLOGIA, DESPORTOS RADICAIS,
SILÊNCIO, GASTRONOMIA, MÚSICA... TUDO PODE SER
ENCONTRADO NA ROTA DA ÁGUA E DA PEDRA QUE LEVA O
VISITANTE POR VIAGENS DE HISTÓRIAS NA HISTÓRIA
H
á 480 milhões de anos insetos
marinhos gigantes (trilobites)
viviam nos antigos oceanos.
Quando os mares começaram a desaparecer, esta espécie teve necessidade
de se adaptar às mudanças. Passou a
viver em locais húmidos, junto à costa. Algumas das viagens que fizeram
para encontrar comida ficaram para
sempre registadas. Hoje, pode desco-
brir as formas desta espécie de escaravelho gigante que viveu nas profundezas dos mares bem no alto da Serra
de S. Macário.
Nas rochas da Serra estão as marcas
destes e outros animais que por ali
andavam (icnofósseis), as mesmas rochas onde se encontram as “dobras”
que são testemunhos das forças que
formaram as cadeias montanhosas.
Milhões de anos de
história e de evolução
da terra. Tudo para
descobrir à luz de novos
conhecimentos.
São Macário
Fraguinha
8 MAI
Mariola
Icnofósseis
“Dobras” rochosas
Esta é uma das muitas lições de história que o maciço composto pelas Serras da Freita, Arada, Gralheira, Montemuro e S. Macário tem para ensinar.
Maravilhas da natureza que são desvendadas através da Rota da Água e
da Pedra que acabou de ser implementada no concelho de S. Pedro do
Sul. Uma iniciativa que transforma lugares desertificados em espaços vivos.
Aqui há 17 painéis que identificam
outros tantos lugares que merecem
ser olhados com uma nova perspetiva.
Esta é uma região fértil, onde a pedra
e a água marcam a paisagem. É uma
região onde se podem encontrar geologias distintas e centenas de espécies
botânicas. Não é de estranhar, por
exemplo, a mais de 1000 metros de altitude dar de caras com azinheiras.
“Identificámos locais no concelho
que estavam esquecidos mas têm um
interesse turístico único. Em Portugal, talvez a Serra da Estrela e o Gerês tenham uma vantagem maior
que este maciço, mas aqui há aldeias
vivas que tornam estas montanhas
mágicas”, esclarece Paulo Pereira,
biólogo e responsável pela Rota.
Este amante da natureza, que trocou
a vida em Lisboa pelas alegrias da
montanha, realça a particularidade
das propostas turísticas por valorizarem o património natural que alia
a biodiversidade, a arqueologia e a
cultura. “A cultura anda a par com o
território natural e isto é o mais importante”, frisa.
Importante também, lembra, é saber conciliar a ação do homem com
o seu meio, mas sem “fanatismos”.
“Temos a prova de que o homem passa, o resto fica e serve de memória”.
AO CENTRO
3
Aldeia e Livraria da Pena
“Identificámos locais no concelho que estavam esquecidos mas têm um interesse
turístico único. Em Portugal, talvez a Serra da Estrela e o Gerês tenham uma
vantagem maior que este maciço, mas aqui há aldeias vivas que tornam estas
montanhas mágicas”
Paulo Pereira, biólogo
ANDAR PELA HISTÓRIA
DA TERRA
As rotas podem ser feitas seguindo as
informações nos painéis. Não estão
pré-definidas, cabe a cada um escolher para onde ir. Pode-se só fazer a
parte da água ou a da pedra. Misturar as duas.
O Jornal do Centro aceitou o convite
dos responsáveis por implementar a
Rota no concelho de S. Pedro do Sul
e partiu numa viagem pela história
da terra e descoberta do lugar.
Do centro da cidade, partiu-se para
Manhouce. Primeira paragem os poços localizados no troço mais alto do
Rio Teixeira, habitat da salamandra-lusitânica e do narciso-das-turfeiras. Seguiu-se para a Fraguinha, local único das turfeiras, as mais bem
preservadas a sul do Douro, relíquias do tempo das glaciações que
Fraguinha
ocorreram há cerca de 10.000 anos.
A caminho das mariolas de Arada, o
olhar perde-se nas cores roxa e amarela das urzes e carquejas que pintam
a serra rasgada pelas eólicas. Pelo
meio e aqui e além, as “bruxas”. Estruturas de pedra que podem atingir
os cinco metros e que marcavam caminhos e orientavam em dias de nevoeiro os pastores. Hoje, cumprem o
mesmo papel. Torres compostas por
pedras devidamente empilhadas e
que não raras vezes eram relacionadas com atos de magia ou feitiçaria.
Pelo caminho até S. Macário, descobriram-se as “dobras” junto à estrada e que são o registo fotográfico
da formação das montanhas. Camadas em curvas que mostram a forma
como a serra foi moldada.
Do alto do S. Macário, onde as duas
capelas dão vida à lenda do padroei-
Paulo Pereira
ro que se refugiou nas serranias depois de, por engano, ter matado o
próprio pai, vê-se o vale do Deilão,
leito de espécies botânicas únicas
que nascem num espaço que tem o
seu microclima. Daqui, desceu-se até
à Aldeia da Pena. Conhecida por ser
um dos poucos locais ainda habitado e preservado com as suas casas de
xisto, há muito mais para descobrir.
Uma longa caminhada por campos
e mato foi recompensada com a chegada às “portas” da Livraria da Pena.
Uma formação montanhosa feita por
camadas (como se de livros se tratassem) em que cada uma representa uma era da terra. A história a ser
perpetuada em fragas dispostas verticalmente e que levam até à Ribeira
da Pena e daí até à aldeia de Covas
do Rio. Para descobrir as mais de 20
espécies de carvalhos numa pequena
floresta que só ali consegue existir.
O dia nas serras não termina sem
uma passagem pela aldeia de Gourim. Ali, só se chega com muito esforço que depois é recompensado
com o acolhimento da Casa Margou, um local de meditação, um retiro para quem se quer “encontrar”
ou “encontrar-se” com a natureza. A
aldeia, em tempos viva com a extração mineira, ficou abandonada e foi
pela mão da última habitante da aldeia, desabitada desde 1986, e a filha
mais nova de onze irmãos, que ressurge no tempo Gourim.
A viagem termina com uma paragem na Quinta da Comenda, local
que pertenceu à Ordem de Malta e
por onde passaram os templários
que iam combater os infiéis em Jerusalém. Hoje, local de turismo rural e
berço de frutas e vinhos biológicos.
8 MAI
AO CENTRO
4
Apresentação de produtos típicos na Quinta da Comenda, S.P. do Sul
Apresentação de valências da Casa Margou, Gourim
Comida regional servida na aldeia da Pena
Capela de S. Macário
POR ONDE VAI A ROTA
A Rota da Água e da Pedra é uma
rota turística que atravessa o território de sete municípios (Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães,
São Pedro do Sul, Sever do Vouga e
Vale de Cambra). Vai do Douro até
ao Vouga, passando pelas serras da
Freita, Arada e Montemuro. A Rota
convida a uma descoberta diferente
das serras, já que se propõe desvendar o património natural e cultural
da região, centrado nos rios e nas
serras que a constituem.
Trata-se de um projeto promovido
pela ADRIMAG, entidade gestora da
marca territorial “Montanhas Mágicas”. O cofinanciamento é assegurado pelos programas operacionais regionais do norte – ON.2 – e do centro
- +Centro – no âmbito do PROVERE –
Programa de Valorização Económica
de Recursos Endógenos.
A Rota da Água e da Pedra constitui
uma rede de visitação com mais de
100 painéis de interpretação, onde
cada painel destaca um ponto de interesse central e um a três pontos de
interesse complementares, visitáveis
através de um percurso proposto, a
fazer a pé ou de carro. Graficamente, a organização desta rede é semelhante à das redes urbanas de metropolitano, com linhas de cor diferente
a que correspondem eixos naturais
de comunicação da biodiversidade,
como por exemplo a linha do Caima,
a linha do Vouga, a linha do Bestança ou a linha do Paiva, mas também
a linha da Freita, a linha da Arada
e a linha do Montemuro. A visitação dos pontos de interesse da Rota
da Água e da Pedra pode ser apoiada
por um guia de campo.
Sete
produtos
turísticos
estratégicos
para o
território
A Rota da Água e da
Pedra constitui uma
rede de visitação com
mais de 100 painéis de
interpretação, onde cada
painel destaca um ponto
de interesse central e um
a três pontos de interesse
complementares
- Águas bravas
- Águas termais
- Geologia
- Montanhas
- Património e Cultura
- Gastronomia
- Vinho
MONTANHAS MÁGICAS
As “Montanhas Mágicas” correspondem à área geográfica das serras de
Montemuro, Freita, Arada e Arestal, abrangendo o território encaixado entre os rios Douro e Vouga. Na
sua área localizam-se quatro sítios de
interesse comunitário, no âmbito da
Rede Natura 2000 – serras da Freita e
Arada, serra de Montemuro, rios Paiva e Vouga, e um espaço classificado
no âmbito das redes europeia e global de geoparques sob os auspícios da
UNESCO, o Arouca Geopark.
As “Montanhas Mágicas” são reconhecidas como destino turístico ao
abrigo da Carta Europeia de Turis-
mo Sustentável em áreas protegidas.
A candidatura resultou na identificação de sete produtos turísticos estratégicos para o território – as águas
bravas, as águas termais, a geologia,
as montanhas, o património e cultura, a gastronomia e o vinho. Além
da “Rota da Água e da Pedra”, há outros projetos a serem desenvolvidos
como a criação de um “Caderno de
Viagem” das Montanhas Mágicas a
disponibilizar nas unidades de alojamento, de um plano visual e de um
plano virtual do território, de pontos de venda de artesanato e produtos locais, bem como a elaboração de
uma carta de actividades de ar livre.
Produção vitivinícola na Quinta da Comenda
8 MAI
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AF_PG_DesfileModa_JCentro_255x340.pdf
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28/04/15
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REGIÃO
6
VISEU
Texto António Figueiredo
LISTAS DE DEPUTADOS COM LUGARES RESERVADOS
AQUECEM OS MOTORES PARA AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS DE 2015. AS LISTAS DOS
CANDIDATOS A DEPUTADOS TÊM QUE ESTAR FECHADAS ANTES DO VERÃO. SE
AINDA HÁ MUITAS DÚVIDAS, HÁ TAMBÉM ALGUMAS CERTEZAS. OS BASTIDORES
DA POLÍTICA LOCAL ESTÃO EM GRANDE ALVOROÇO
J
á há dois lugares reservados na
próxima lista dos candidatos a
deputados pela coligação PSD/
CDS, em Viseu. Após o acordo de
coligação selado no dia 25 de abril
pelos líderes nacionais Pedro Passos
Coelho, do PSD, e Paulo Portas,
do CDS, ficou estabelecido que as
listas de deputados iriam respeitar
os resultados obtidos, por cada um
dos partidos, nas últimas eleições.
Em 5 de junho de 2011, no distrito
de Viseu, o PSD atingiu os 48,38%
(98.098 votos) e elegeu cinco deputados. O CDS com 12,37% (25.090
votos) garantiu a eleição de um
deputado. Aplicando o método de
Hondt, utilizado para a distribuição
dos mandatos, o primeiro candidato
do CDS tem que surgir na lista da
coligação, pelo menos, em quarto
lugar. Embora o processo da elaboração das listas ainda esteja no
início há para já uma certeza entre
os dirigentes locais dos dois partidos.
Pedro Alves, atual deputado do PSD,
e Hélder Amaral, do CDS, têm lugar
reservado em posição elegível. Entre
os social democratas a influência que
Pedro Alves ganhou, como deputado
coordenador dos eleitos por Viseu,
com a saída de Almeida Henriques,
primeiro para o governo e depois
para a Câmara Municipal de Viseu,
“dá-lhe a certeza de ter um lugar
com eleição garantida”. A influência
que tem na distrital social – democrata de Viseu e junto de dirigentes
nacionais do partido é também
“uma grande mais valia”, referem
dirigentes do PSD. Pedro Alves não
esconde que gostaria de continuar
como deputado mas sobre os lugares
da lista “gosto de contribuir para a
solução e não ser um problema”, refere. Hélder Amaral do CDS embora
vá lembrando que a decisão final é do
líder Paulo Portas, não coloca para já
outro cenário que não seja o de ser o
primeiro nome do CDS por Viseu. Ir
em quarto lugar é uma posição que
“respeita o acordo firmado entre os
dois partidos”.
CABEÇA DE LISTA
HOMEM OU MULHER
A posição do primeiro candidato
centrista na lista da coligação pode
ficar condicionada pelo cabeça de
8 MAI
Pedro Alves
PSD
Héder Amaral
CDS
Pedro Alves
não esconde
que gostaria
de continuar
como deputado
Hélder Amaral,
do CDS, tem
lugar reservado
em posição
elegível
lista, escolhido pelo PSD, que vai
ser indicado pelo líder do partido. A
ministra das Finanças, Maria Luís
Albuquerque, é um nome bem aceite
por sociais-democratas e centristas
de Viseu. Essa possibilidade obrigaria a um acerto de forças por causa
da paridade de género que é necessário respeitar. Não pode haver três
homens ou mulheres seguidos. Se o
cabeça de lista, indicado pelo PSD,
for uma mulher e se os dois nomes
seguintes, segundo e terceiro, forem
homens, o quarto lugar voltaria a
ser uma mulher o que inviabilizaria
a indicação de Hélder Amaral pelo
CDS. Há quem defenda, no PSD, que
a ser assim teriam que ser os centristas a indicar uma mulher para ocupar a quarta posição. Hélder Amaral,
embora não conheça os pormenores
do acordo assinado entre os dois
partidos para as legislativas de 2015,
recorda que nas coligações para as
eleições autárquicas “ficou sempre
para o maior partido a indicação de
soluções para a paridade de género”.
Outra das soluções é o primeiro
nome indicado pelo CDS passar
para a terceira posição e no quarto
lugar iria uma segunda mulher do
PSD. Na calha estariam as atuais
duas deputadas sociais-democratas,
Teresa Santos, de Lamego, e Ester
Vargas, de São Pedro do Sul, que já
terão mostrado disponibilidade para
se recandidatarem.
Para cabeça de lista da coligação em
Viseu também se fala do atual líder do
grupo parlamentar do PSD. Luís Montenegro, que tem ligações familiares a
Lamego, poderia encontrar em Viseu
a solução para ser cabeça de lista num
círculo eleitoral, não o podendo ser no
seu distrito, Aveiro, onde Paulo Portas
tem liderado a lista do CDS e será
naturalmente, se assim o entender,
o cabeça de lista da coligação. “Seria
também uma indicação bem aceite”,
referem fontes sociais-democratas. Pedro Passos Coelho também anunciou
a inclusão de independentes nas listas
“que poderá ser uma mais valia para
Viseu, se for um cabeça de lista com
prestígio nacional”.
LISTA DO PS SEM “COSTISTAS”
Embora o líder da Federação Distrital
do PS Viseu, António Borges, diga que
a formação da lista dos candidatos a
deputados é assunto que ainda não
foi tratado em nenhum órgão do
partido e que tudo o que se possa dizer
“ é especulação”, há uma lista que
corre entre os apoiantes de Borges que
dizem ser a que vai ser apresentada na
Comissão Política Distrital socialista.
Depois do cabeça de lista, que caberá
ao secretário-geral indicar, surge
António Borges e em terceiro uma
mulher. O lugar estará reservado para
Marisabel Moutela, antiga líder da
concelhia do PS de Lamego, apoiante
indefetível de Borges. Quem não
esperava ficar de fora é Lúcia Silva.
A antiga presidente da Concelhia
socialista de Viseu estava convencida
que a presidência do Departamento
das Mulheres Socialistas de Viseu lhe
garantia um lugar elegível na lista de
deputadas o que pode não acontecer.
Para quarto lugar é proposto Miguel
Ginestal, antigo braço direito de Seguro, e depois José Rui Cruz de Santa
Comba Dão. Uma lista de “seguristas”
que deixa de fora qualquer apoiante de
António Costa no distrito de Viseu.
Perante este cenário, há quem garanta
que o secretário-geral socialista, para
além de indicar o cabeça de lista, irá
“impôr”, em lugar elegível, o atual
deputado Acácio Pinto, apoiante de
Costa desde a primeira hora. Para cabeça de lista do PS aponta-se o nome
do antigo ministro da Saúde, Correia
de Campos, natural de Torredeita.
Quanto aos outros deputados do PS,
José Junqueiro, que é “severamente
criticado” pelos elementos do atual
secretariado distrital socialista, não
esconde que gostaria de renovar o
mandato de deputado. Apoiante de
Seguro nas diretas, falou com António Costa aquando da última visita
do líder socialista a Viseu. Espera não
ser esquecido pela direção do Partido.
Elza Pais, natural de Mangualde e
apoiante de Costa, tem a ambição de
liderar o Departamento Nacional das
Mulheres Socialistas.“Terá lugar na
quota nacional do secretário-geral”,
garantem dirigentes socialistas.
A “guerra surda” entre a direção da
Distrital socialista e os deputados
eleitos por Viseu é cada vez mais
evidente. Cada um tem a sua agenda.
Nos comunicados assinados por
António Borges não há uma referência ao trabalho dos deputados. Os
comunicados do deputados não têm
nenhuma referência às posições da
direção distrital socialista.
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REGIÃO
8
OPINIÃO
PEDRO SANTOS GUERREIRO
Jornalista
ADEUS TAP, OLÁ TAP
CHECK-IN DE VISEU EXISTE HÁ SEIS ANOS
Texto Sandra Rodrigues
CONSUMO DE DROGA E ÁLCOOL SEM
MORALISMOS NEM JULGAMENTOS
VOLUNTÁRIOS ESTÃO NOS BARES, DISCOTECAS, CONCERTOS E OUTROS EVENTOS FESTIVOS.
DÃO CONSELHOS E INFORMAÇÕES E FAZEM TESTES DE ÁLCOOL. PARA BREVE ESTÁ O
LANÇAMENTO DE UMA CAMPANHA QUE ALERTA PARA O “BINGE DRINKING”
Talvez não pareça mas falta
pouco mais de uma semana
pa ra que o governo receba
as propostas para comprar a
TAP. Se houver propostas (a
expectativa é de que haja pelo
menos duas), o negócio será
fechado pouco depois. E esta
greve e toda a polémica fica
arrumada. Certo? Talvez não.
A privatização da TAP sempre
foi um nervo sensível, só superado talvez pela privatização
da RTP – e pela das ág uas,
c a so ela u m d ia ava nce. A
maioria dos leitores desta coluna, aliás, será provavelmente
contra a venda da companhia
a privados. Eu sou a favor, há
vários anos.
Adoramos a TAP por boas razões e queremo-la por motivos
ainda melhores: porque o turismo é essencial para o país.
Mas ao contrário da imagem
sugerida, a TAP não está bem
operaciona l mente. Porque
tem hoje aviões envelhecidos
(sobretudo os de longo curso),
o que a obr iga a comp e t i r
pelo preço, o que lhe baixa a
rentabilidade, sendo que toda
a rentabilidade é sorvida pelo
custo da dívida. A injeção de
capital na TAP é indispensável
e a p o s si bi l id a d e d e s e r o
Estado a fa zê-la tem como
consequência reestruturar a
empresa, tornando-a mais pequena. A Comissão Europeia
assim obriga.
A greve em curso na TAP é
uma autodestruição difícil de
compreender, porque nada
mais sagrado existe numa empresa do que a relação com os
seus clientes. Mas a adesão reduzida que está a ter acaba por
encorajar o governo. Ou muito
me engano ou a privatização
vai mesmo ser fechada. E, se
o interessado for idóneo e o
contrato de venda acautelar os
interesses do país, ainda bem.
8 MAI
A
ingestão de uma grande quantidade de álcool em pouco
tempo (binge drinking) é uma
tendência que está a tomar conta das
noites. Os jovens cada vez mais procuram bebidas que tenham um efeito
rápido. Este é um padrão de consumo
com um elevado risco e que o grupo
Check-In quer ajudar a combater. Em
forja está uma campanha feita com
“humor”, que vai ser lançada em maio
e serve para alertar os consumidores
para a forma como se relacionam com
o álcool. Os menos “consumistas” vão
ser premiados. Nas próximas noites
vai ser possível encontrar voluntários
nos bares, discotecas, concertos ou
outros eventos festivos.
Desde 2009 que este grupo existe em
Viseu e tem vindo a informar e apoiar
os consumidores de drogas e álcool.
Nos últimos dias, participaram nas
noites académicas.
O sítio ideal para atuar e onde foram
“mais que bem vindos”. Todas as noites, no Pavilhão onde se realizaram
os concertos, os voluntários conversaram, distribuíram informação, preservativos e, acima de tudo, fizeram
testes de álcool no sangue a pedido
dos consumidores.
“Este é o tipo de festa onde se consome
muita cerveja e a maioria das pessoas
vem ter connosco para saber o quanto
já beberam, alguns por curiosidade,
outros para perceberem a relação
que têm entre o que beberam e o que
acusa”, explicou Cristiana Pires a
coordenadora nacional do Check-In.
Na tenda montada à entrada do recinto, os membros da equipa quase que
passaram como um dos milhares de
jovens que por ali andaram. E é essa a
ideia: de uma forma informal, iguais
a todos os outros, intervir sem julgar.
“Não temos moralismos. Não somos
uma entidade, fazemos parte da festa”,
sublinhou a coordenadora.
Além dos testes de álcool, a curiosidade foi também para o consumo
de estupefacientes. Uma vez mais, o
conselho não é para parar, mas sim “o
que te pode acontecer”.
“As pessoas fazem muitas perguntas
sobre os efeitos, o que acontece quando se misturam drogas, há também
quem queira mais informação sobre
determinada substância que começou a consumir e qual a legislação”,
contou Cristiana Pires, lembrando
que quando se começou a falar em
smartshops, por exemplo, as dúvidas
eram essencialmente sobre o que
estava à venda e o que isso provocava a
quem consumia.
Na tenda, os jovens recolheram preservativos e os panfletos sobre vários
tipos de substâncias psicoativas, desde
os cogumelos mágicos ao MDMA
(vulgarmente conhecido por ecstasy),
passando por cannabis, speed, LSD,
cocaína, álcool e ketamina. Os pan-
fletos descrevem não só os efeitos das
drogas e os cuidados a ter para consumi-las, como a legislação nacional
aplicável.
O QUE É O CHECK-IN
Ao fim de cinco cervejas qual o grau
de alcoolémia no sangue? A partir de
quanto é “irresponsável” conduzir?
Quais os sintomas quando se toma
MDMA? Qual a legislação para o consumo de drogas? Estas são algumas
das perguntas que os voluntários do
Check-In respondem sem “moralismos” nem “julgamentos”. Este é
um projeto da Agência Piaget para
o Desenvolvimento (APDES), que
arrancou em Lisboa e em Viseu.
“O Check-In não é moralista em
relação aos comportamentos de risco
de qualquer espécie, procura antes informar e apoiar os consumidores para
aquilo que classificam como gestão
de prazeres e riscos”, pode-se ler na
página de facebook do grupo.
As atividades do Check-In em festas
podem incluir:
- Informação verbal ou em f lyers
acerca das substâncias e DSTs.
- Distribuição/disponibilização de
preservativos.
- Análise ao conteúdo de substâncias
psicoativas.
- Auxílio em situações de crise relacionadas com o consumo de substâncias
psicoativas.
REGIÃO
9
CONSUMO DE DROGAS
Texto Micaela Costa
“JOGOS + VIDA” TRABALHA COM ALUNOS E PAIS
PROJETO É PROMOVIDO PELA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE VISEU E INTERVEM EM CONTEXTO
ESCOLAR E JUNTO DA COMUNIDADE EM GERAL
760 crianças e jovens
já receberam a visita
do projeto “Jogos +
Vida”, que arrancou
em abril de 2014
D
esde abril do ano passado
que o projeto “Jogos + Vida”
tem alertado os jovens do
concelho de Viseu para a prevenção
do consumo de substâncias psicoativas (SPAS). A ação não é nova,
existiu no terreno entre 2008 e 2012,
mas ganhou agora novos contornos,
sobretudo com uma vertente mais
generalizada, “pretendendo intervir
não só em contexto escolar, mas
também em contexto comunitário”,
como explicou Ana Rita Peres, uma
das responsáveis pelo projeto.
O “Jogos + Vida” é promovido pela
Associação de Futebol de Viseu, sob
a orientação do SICAD (Serviço de
Intervenção nos Comportamentos
Aditivos e nas Dependências), e
tem como fundamentos “afastar os
jovens de comportamentos de risco,
através da adoção de estilos de vida
saudáveis, aliando atividades des-
portivas ao treino de competências
pessoais e sociais”.
Este projeto tem ações para alunos
do 3º ciclo/secundário e profissional
e para os pais e proporciona um
atendimento personalizado aos
jovens e famílias com fatores de risco
e formação para assistentes operacionais e outros técnicos.
O consumo e despiste de drogas não
é um tema fácil e, como explicou
a responsável, “não é uma tarefa
simples motivar este tipo de população-alvo”. Para isso são criadas
várias ações adaptadas ao público
em questão, com objetivo de captar
a atenção dos mais jovens para a
problemática do consume do drogas.
Associar o despor to é uma das
formas de motivação, pois ajuda “na
intervenção, quer com os jovens em
risco identificados, quer com as suas
famílias”, frisou Ana Rita Peres.
ALGUMAS AÇÕES:
“Estás Fora! - Treino de Competências e Arbitragem”, direcionado para jovens dos 15 aos 19
anos. Aborda as temáticas relacionadas com a
tomada de decisão, resistência à pressão de pares/
grupos e consumos de álcool, cannabis e outras
substâncias psicoativas. Os jovens que participarem nesta ação vão arbitrar os jogos dos torneios
de futebol da ação “Entra no Jogo!”
“Em Linha! - Treino de Competências e Monitor
Desportivo”, para jovens jovens dos 15 aos 19.
Pretende-se com esta atividade que os jovens
identificados comecem a estruturar o seu projeto
O projeto d ispon ibi l i z a a i nd a
u m gabi nete de atend i mento “Checkpoint”, para pais e jovens
dos 15 aos 19 anos, que funciona
nas instalações da Associação de
Futebol de Viseu. O espaço pretende
apoiar na resolução de problemáticas
relacionadas com a prevenção do
consumo de drogas e é destinado
aos jovens em risco e respetivas
famílias. Segundo Ana Rita Peres,
o gabinete, que já apoiou 14 jovens,
“não é necessáriamente direcionado
para adolescentes que já tenham
consumido algum tipo de SPAS, mas
também para jovens com fator de
riscos associados e que podem desencadiar em consumos”, sublinhou.
Desde que o projeto “Jogos + Vida”
arrancou, em abril do ano passado,
760 crianças e jovens já foram alertados para o prevenção do consumo de
substâncias psicoativas.
de vida através da formação pessoal em monitor
desportivo na área de futebol. No fi nal da ação
os jovens irão ser motivados e incentivados a
participarem em outras ações, e sob a supervisão
do técnico de desporto do projeto, interagir com
crianças de bairros sociais, freguesias problemáticas sociais e lares de acolhimento de crianças
“Entra no Jogo!” - Torneios de futebol para
pais e jovens dos 15 aos 19 anos- Pretende-se
com esta atividade que os jovens identificados e
que participaram na ação “Estás Fora!” e “Em
Linha!” demonstrem em ambiente escolar as
competências adquiridas, podendo, por exem-
FERNANDO SANTOS EM
SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
A Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens (CPCJ)
de S. João da Pesqueira está
a organizar um workshop,
“Prevenção do Uso de
Substâncias Psicoativas”, que
vai contar com a presença
do selecionador nacional de
futebol, Fernando Santos.
A ação decorre quartafeira, dia 13, no Cineteatro
João Costa e destina-se à
comunidade escolar, pais,
técnicos de ação social,
técnicos das CPCJ e para
todos os interessados.
plo, orientar equipas em torneios realizados nas
escolas, facilitando a interação entre alunos mais
velhos e mais novos
“Quem sai aos seus...” - Treino de Competências
Parentais, uma ação destinada a famílias
“Part&lha” - Grupos de encontro destinados a pais
para que estes possam partilhar experiências e dúvidas
“Eu e os Outros” - Treino de Competências
Pessoais e Sociais para jovens dos 15 aos 19 anos,
das turmas de especialização profissional, lares
ou grupos criados na comunidade
8 MAI
REGIÃO
10
OPINIÃO
JERÓNIMO COSTA
Director dos Cadernos Aquilinianos
UM PRÉMIO PARA
REVISITAR AQUILINO
RIBEIRO
OFÍCIOS
Texto Laeticia Leite
O CONCEITO DE ALFAIATARIA ESTÁ
A REINVENTAR-SE
Talvez a obra de Aquilino tenha
sido, na história da língua
portuguesa, um ponto extremo,
um ápice, porventura suspenso,
porventura interrompido no seu
impulso profundo, mas expectante de novas leituras que voltem
a pô-lo em movimento. Surgirão
essas leituras novas?
José Saramago, Retratos para Aquilino, ed. Do Município
de Paredes de Coura (Junho de 2000)
Convocar Saramago para este breve
intróito, em torno da literatura, não
é inocente. Tem um propósito e uma
subtileza: No ano dois mil, trinta e
sete anos após a morte de Aquilino,
o Centro de Estudos Aquilino
Ribeiro, o Município de Oeiras e o
Governo Civil de Viseu lançavam,
neste formato, a primeira edição
do Prémio Aquilino Ribeiro 2000.
Decorridos quinze anos, vários
acontecimentos de vulto, em torno
do mestre escritor, acentuaram
sinergias, que são, também, largos
caminhos para visitarmos a sua
obra. A trasladação para o Panteão
Nacional (2007) foi, de algum modo,
a pedra de toque para o reconhecimento e, concomitantemente, para
um celebrado convívio com a sua
obra que, desde essa data, conta
já com a reedição de mais de duas
dúzias de títulos, raros ou esgotados,
no mercado dos leitores.
Era preciso um novo passo para
que um dos dois escritores mais
influentes, na literatura portuguesa,
da primeira metade do Séc. XX
cativasse mais leitores e dispusesse
para a escrita novas ou consagradas
figuras que têm, através dessa via, o
seu poder de afirmação e divulgação. Desse modo – e respondendo
a Saramago – o CEAR, O Museu
Grão Vasco e A Fundação Aquilino
Ribeiro, enquanto organizadores,
com o alto patrocínio do Município
de Viseu e o apoio das comarcas dos
territórios aquilinianos, entenderam, num esforço conjunto, relançar
o Prémio Aquilino Ribeiro. Por aqui
passarão novas leituras, pertinentes
interrogações e, sobretudo, um
acréscimo de memória e convívio
com um dos escritores que, na
sua plêiade de estilos, merece, em
tempos de vaga esperança e pouco
futuro, estar próximo, como caução,
de um caminho que, depois de mais
de oitocentos anos percorridos, queremos continuar a desbravar lado
a lado com a máxima aquiliniana
Alcança quem não cansa.
8 MAI
Armando Sousa
Artur Figueiredo,
O ALFAIATE MAIS ANTIGO
Artur Figueiredo, alfaiate há 75
anos, é um dos mais antigos da cidade de Viseu. Com uma loja na rua
dos Casimiros há mais de 60 anos,
assume que apenas a mantém aberta
para “passar o tempo”.
A completar 88 anos, afirma que
em tempos tinha muitos clientes e
o que mais fazia eram fatos. “Fazia
dois fatos por semana, demorava
três a quatro dias para completar
um. As pessoas traziam o tecido e
eu fazia à mão, com a ajuda de uma
máquina a pedal e um ferro antigo
que pesa alguns quilos”, recorda.
Após o falecimento da mulher, e
com o peso da idade, diz que agora
é um passatempo. “Venho para
aqui passar o tempo, para não estar
em casa sozinho sem ter nada para
fazer”.
Com a casa ainda aberta, garante
que só costura acertos para familiares e amigos. Fatos completos
já não se lembra de os fazer. “Faço
a lg uns toques em peças que os
meus a migos ou fa mi liares me
pedem mas fatos já não faço há uns
40 anos”, diz ironicamente Artur
Figueiredo. Ainda assim, e com a
crise, o alfaiate garante que recusa
trabalho.
UM JOVEM PROMISSOR
Carlos Ferreira criou o atelier AC
Alfaiates, em parceria com o pai há
uma década. Com 38 anos e apenas
dez de aprendizagem nesta área ,assume que o negócio está a crescer.
“Na altura, o meu pai, que sempre
foi alfaiate, achou que já era tarde
para eu aprender todas as técnicas
que a alfaiataria envolve, visto que
eu já tinha 28 anos, mas mesmo
assim investi porque era aquilo que
realmente queria”, confessa.
For mado em ge st ão hotelei r a ,
afi rma que esta arte nunca foi algo
que o motivasse. “Depois de me
licenciar e trabalhar, percebi que
não era aquilo que eu queria. Falei
com o meu pai, fui para Londres
onde tirei um curso de técnicas de
costura de alfaiataria e depois disso
nunca mais parei”. Com o apoio do
progenitor, que lhe ensinou toda a
prática, efetuam entre seis a sete encomendas por semana, valores que
estão a subir, afi rma. “Demoramos
cerca de 60 a 80 horas para criar
um fato de raiz, mas essas horas
têm de ser repartidas por todos os
clientes. Desta forma, a confeção de
um fato demora entre três a quatro
semanas”, frisa Carlos Ferreira.
À procura de uma colaboradora,
alfaiate há 72 anos
alfaiate há 75 anos
o alfaiate tem ainda dois locais,
um em Lisboa e outra no Porto.
“Inicialmente, as moradas serviam
para criar lá lojas. Como não encontrei ninguém apropriado para
estar nesses sítios e eu não podia
porque tinha que me dedicar a
Viseu, acabei por manter apenas as
moradas mas as pessoas têm de se
deslocar até cá. Não ponho de parte
abrir ateliers fora de Viseu, mas
por enquanto, não penso nisso”,
sublinha.
O que ma is fa z s ão fatos , ma s
Carlos Ferreira assegura que são
ta mbém produ zidos conju ntos
de c a s aco e c a lç a apropr iados
para usar no dia a dia. Apesar de
realizar acertos em vestuários garante que a prioridade é a confeção.
“Quando um cliente vem aqui é
para pedir um conjunto de raiz, ou
seja, escolhem tecido, botões, forro,
camisa, tudo o que um fato envolve.
Também fazemos acertos ou fatos
com tecido que o cliente traz mas
isso é raro acontecer”.
Quem entra na porta do primeiro
andar na rua Direita sabe ao que
vai. “Não nos interessa ter uma
montra. Isso é bom para o comércio que quer atrair o público. Se
fizéssemos isso aqui as pessoas
REGIÃO
11
SAÚDE
O TEMPO DE SE PEDIR APENAS UM CASACO E UMAS CALÇAS À
MEDIDA ACABOU. PEÇAS COMO A CAMISA, BOTÕES, FORROS,
GRAVATAS E PADRÕES SÃO HOJE MODELOS COM QUE OS
JOVENS ALFAIATES SE PREOCUPAM. DOS ANTIGOS AOS MAIS
NOVOS PROFISSIONAIS, ESTE CONCEITO NÃO É ESQUECIDO,
ANTES REINVENTADO
Carlos Ferreira, alfaiate com 38 anos, e seu pai Avelino Ferreira
entravam, mexiam e remexiam nos
tecidos e acabavam por não levar. O
cliente que vem aqui já sabe para o
que vem”, confessa Carlos Ferreira.
Com clientes de classe média e
mé d i a a lt a c omo ad vogado s e
empresários, o atelier recebe ainda
muitos portugueses emigrados. “A
faixa etária também é diversificada.
Temos clientes de todas as idades
mas já recebemos muitos jovens a
partir dos 30 anos. 50% dos clientes
são de Viseu”.
Confeciona apenas vestuário para
homem e garante que vestuário de
mulher não é um objetivo. “Não
trabalhamos em vestuário de senhora porque esse é muito complexo e não tem limites. Assim iríamos
misturar o trabalho de alfaiataria
com estilismo”, diz.
Carlos Ferreira sublinha que não
procura reconhecimento e que, por
isso, não lhe interessa participar em
prémios internacionais. “Participo
em feiras, como a Viseu Noivos,
mas gosto de passar despercebido”.
Sobre o futuro, o alfaiate pretende
garantir o crescimento da empresa.
A desenvolver uma parceria com
o Condado de Beirós em Serrazes,
e m S ã o Pe d r o d o S u l , C a r l o s
Ferreira garante que já está a dar
frutos. “Teremos um showroom
onde expomos o nosso trabalho e
oferecemos ao cliente um serviço
personalizado”.
“É UMA ARTE MUITO
INGRATA”
Armando Sousa conta com 72 anos
de trabalho em alfaiataria. Com
84 anos fechou no ano passado a
loja que tinha na rua D. Duarte
em Viseu há 58 anos. “Fechei a loja
porque o senhorio me pedia uma
renda que não podia pagar e porque
já não tinha clientes como nos tempos antigos”. Produzia fatos, entre
sete a oito encomendas por semana,
para a classe média mas afirma que
há 15 anos se notou uma grande
quebra. “A confeção acabou com os
alfaiates a trabalhar por medida”,
lamenta. Apesar de reformado,
ainda se entretém a realizar acertos
para a família. “Fazia vestuário
para homem e mulher, eles traziam
os tecidos e eu aplicava os forros”,
recorda. Apesar de ter sido a sua
profissão a vida inteira, admite que
“é uma arte ingrata” porque havia
muita gente que “não pagava”.
OBRAS NAS URGÊNCIAS DE VISEU
SEM CONFIRMAÇÃO
Ninguém confirma as obras anunciadas para ampliação, remodelação e modernização das urgências
do hospital de Viseu. Primeiro foi
o presidente da Câmara de Viseu,
A lmeida Henriques, que num
encontro com a Liga de Amigos e
Voluntariado do Centro Hospitalar
Tondela-Viseu referiu que as obras
na urgências gerais iam avançar.
Poucos dias depois o presidente da
CIMVDL – Comunidade Intercomunicador Viseu Dão Lafões, José
Morgado, anunciou publicamente
que a presidente da CCDRC – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro,
tinha garantido o financiamento de
dois milhões e 200 mil euros para
a obras na urgências do hospital de
Viseu, onde estariam também contemplados exames complementares
de diagnostico, na área da oncologia e o serviço de radioterapia.
D u a s s e m a n a s d e p oi s d e s t e s
anúncios, ninguém oficialmente
conf irma a concretização das
obras. A administração do Cent ro Hospita la r Tondela Viseu
w(CHTV), embora faça a gestão
de um serviço público, recusa-se
a prestar informações, aos utentes
e contribuintes, sobre o projeto de
remodelação das urgências que
apresentou aos serviços de saúde.
Na Administração Regional de
Saúde do Centro (ARSC), que terá
candidatado o projeto das urgências de Viseu ao financiamento
do próximo quadro comunitário,
remete os pedidos de informação
para a administração do CHTV
e para o Ministério da Saúde que,
duas semanas depois de ter sido
questionado, ainda não prestou
qualquer tipo de esclarecimento. A
presidente da CCDRC – Comissão
de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana
Abrunhosa, que faz a gestão das
verbas comunitárias para a região
centro diz agora, depois de ter
anunciado aos autarcas da CIM
que o projeto estava aprovado,
que embora esteja “previsto apoiar
um investimento no hospital de
Viseu no âmbito do Centro 2020,
mas como o processo ainda não
está fechado, não é possível ainda
fornecer mais detalhes”.
OBRAS HÁ MUITO
RECLAMADAS
A última ampliação do serviço de
urgência do Hospital São Teotónio
realizou-se há mais de dez anos.
Os profissionais que lá trabalham,
médicos e enfermeiros, dizem
que o espaço é mais que insuficiente para o número de doentes
que são atendidos. O projeto de
remodelação apresentado, em
2014, ao ministro da Saúde estava
ava liado em cerca de 750 mi l
euros. No início deste ano, 2015, a
Liga de Amigos e Voluntariado do
Centro Hospitalar Tondela-Viseu
lamentava em comunicado que a
ARSC – Administração Regional
do Centro Centro tivesse informado o CHTV que mais uma vez
“não há dinheiro para as obras no
serviço de urgência de Viseu! É lamentável! Não podemos calar-nos
quando vemos que os recursos
são sempre canalizados para os
mesmos e, por coincidência (?)
se esquecem sempre de Viseu”.
Diziam, há três meses, os promotores da nova Liga de Amigos do
CHTV: “não podemos calar esta
discriminação e vamos diligenciar
e exigir junto da Administração
Regional de Saúde do Centro para
que se ponha a par do problema,
pondere a situação, explique ao Sr.
Ministro que são urgentes obras
no serviço de urgência de Viseu e
disponibilize as verbas necessárias
à sua consecução”.
8 MAI
REGIÃO
12
OPINIÃO
AMÉRICO NUNES
Classe Média
Em pretérita edição, este semanário analisou o PORTUGAL 2020,
publicando um mapa de Portugal
continental atípico:- apenas uma
faixa do litoral ocidental, interrompida pelo litoral alentejano
e, parte substantiva do Algarve,
escaparam à classif icação de
“territórios de baixa densidade”.
No interior do nosso País, apenas
o município de Viseu escapa
àquela classificação, constituindo
uma “ilha” mais desenvolvida.
Há duas décadas, no “Governo
em Diálogo”, o P.-M. de então,
especulou sobre “donut”, sublinhando que o “buraco” deste
correspondia a Viseu. O motivo
era outro, mas foi e é bom Viseu
ser o tal “buraco”, sendo preocupante não haver mais “buracos”
idênticos.
Quem pretende governar o País
tem que mostrar a sua agenda
para a resolução deste problema.
Por que razão Viseu é uma “ilha”
por bons motivos e o mesmo não
se verifica no Interior? O que
é preciso fazer para que todas
estejam, pelo menos, ao nível de
Viseu?
O Governo ava nçou u m t ratamento positivo para os 164
Municípios que revelam: - baix a den sid ade p opu l ac iona l,
problemas demog rá f icos, de
povoamento, condições físicas
adversas, acessibilidades deficientes e,essencial, debilidade
socioecónomica.
Concursos específicos; bonificações e majoração de taxas de
co-fi nanciamento para projetos,
sustentáveis e de acrescido valor;
constituem uma discriminação
positiva que contribuirá para
amenizar a situação.
Os Municípios acrescenta m,
há mu ito, a sensível mel ho ria das condições de atração
de investimento, construindo
infraestruturas materiais e imateriais; lutando, também, pelo
esbatimento das suas assimetrias
internas ao encontro de uma
coesão propiciadora da fixação
dos seus Cidadãos; sem esquecer
o, ainda, necessário “betão” que
complete a rede capilar de acessibilidades às principais rodovias,
indispensável ao escoamento da
produção local.
Com esta nova perspectiva, o
2020 será uma excelente oportunidade para o progresso deste
Interior que é Portugal.
8 MAI
MERCADO 2 DE MAIO
Texto Sandra Rodrigues
MEIA CENTENA DE ARQUITETOS
PEDIU CADERNO DE ENCARGOS
CONCURSO DE IDEIAS PARA REVITALIZAR E COBRIR PRAÇA
REDESENHADA POR SIZA VIEIRA
O
presidente da Câmara de
Viseu, Almeida Henriques,
anunciou que mais de meia
centena de arquitetos já pediu o
caderno de encargos do concurso de
ideias para a revitalização e cobertura do Mercado 2 de Maio.
O concurso foi lançado em fevereiro
e a receção de propostas decorre até
ao final do mês de maio.
“Foram 56 arquitetos que pediram
o caderno de encargos, o que denota
o interesse que o concurso está a
suscitar”, disse Almeida Henriques,
anunciando que a partir deste mês
vai estar em debate público com
os viseenses a proposta para este
espaço. O autarca espera que até ao
final do ano seja tomada uma deci-
são. “Depois, queremos avançar de
imediato com as obras porque este
Mercado necessita, urgentemente,
de obras para ter outro tipo de
utilização”, sublinhou.
A intervenção nesta praça antiga
que foi requalificada por Siza Vieira
não é consensual. Logo a começar
pelo próprio a rqu iteto que, ao
Jornal do Centro, disse ser uma “asneira” cobrir o único espaço aberto
do Centro Histórico de Viseu.
Já o presidente da Câmara recorda
qu e e m c au s a n ã o e s t á s ó u m
concurso que é apenas um projeto
de arquitetura, mas também de
otimização de um espaço situado
em zona nobre da cidade, entre o
Rossio e o Centro Histórico.
“Uma das propostas que apresentei
foi precisamente cobrir este mercado e essa é uma das ideias que está
no concurso que está a decorrer.
Estou certo que alguns vão defender
u ma posição e out ros out ra. A
democracia é exatamente isto. É
podermos debater abertamente
quais as soluções que podemos encontrar”, disse Almeida Henriques
no final do discurso de abertura da
“temporada” do Mercado 2 de Maio
e de uma recriação histórica sobre
a discussão que há 100 anos foi
lançada sobre se o Mercado deveria
ou não sofrer obras. “Tal como há
100 anos, a discussão repete-se”,
concluiu Almeida Henriques.
VISEU
PARQUES DE ESTACIONAMENTO PARA RESIDENTES
DO CENTRO HISTÓRICO
A Câmara Municipal de Viseu vai
avançar com a disponibilização
de 60 lugares para residentes do
Centro Histórico no Centro Comercial Académico. Um parque de
estacionamento que deverá ter um
custo mensal entre os 10 e os 20 euros e que, segundo o presidente da
autarquia, Almeida Henriques, “é
para colocar ao serviço dos residentes”. Esta é uma das medidas que
o autarca avança para atrair mais
habitantes ao Centro e que poderá
vir a ser complementada, no futuro,
com outros parques previstos para
junto do funicular e na Capitão
Silva Pereira. “Vamos arrancar com
esta experiência”, disse o autarca,
adiantando que se tratam de medidas que estão inseridas no Plano
de Mobilidade que será apresentado
em breve.
Em estudo está ta mbém o la nçamento de cartões de estacio-
namento para residentes, o que
deverá acontecer depois de lançado
o concurso para a concessão dos
transportes e parcómetros.
Para Almeida Henriques, estas
são medidas que visam dar vida
ao C ent ro Histór ico e que são
complementadas com outras como
a requa lif icação de edifícios, a
passagem da Escola Profissional
Mariana Seixas para a Rua Direita e
a construção de um hostel. – SR
REGIÃO
13
PU B
NELAS
ESCOLA PARA
DESENVOLVER ANDEBOL
AUTARQUIA ASSINOU PROTOCOLO COM FEDERAÇÃO DE
ANDEBOL DE PORTUGAL. ESCOLA NASCE NA PRÓXIMA ÉPOCA E
DIRIGE-SE A ATLETAS ATÉ AOS 10 ANOS
Está também a ser pensada a criação de
uma escola de rugby, mas que, para já,
ainda está em estudo
N
a próxima época desportiva,
2015/2016, vai nascer em Nelas uma escola de andebol. A
iniciativa surge de um protocolo entre
a autarquia e a Federação de Andebol
de Portugal.
A escola de andebol será desenvolvida
pelo ABC de Nelas, clube com grandes
ligações à modalidade e que atualmente
dispõe de duas equipas, com mais de 40
praticantes. Números que se esperam
vir a aumentar, como explicou Borges
da Silva, presidente da Câmara Municipal de Nelas. “O andebol é já uma
realidade do concelho, mas a criação
da escola surge para potenciar o crescimento do número de atletas, nesta
MAIO
modalidade”, sublinhou.
A autarquia vai apoiar o projeto em
dois mil euros, por época, com o
grande objetivo de “desenvolver o
andebol no concelho e criar oportunidades em diferentes modalidades,
para além das já existentes”, frisou
Borges da Silva.
Esta nova escola, que arranca na próxima época desportiva, é direcionada
para atletas até aos 10 anos e insere-se
no plano de desenvolvimento do
andebol, no concelho de Nelas.
Borges da Silva fez ainda saber que
está também a ser pensada a criação
de uma escola de rugby, mas que, para
já, ainda está em estudo.
ARMAMAR
MÊS DA SAÚDE
COM RASTREIOS
E ATIVIDADES
MAIS MATERIAL
PARA OS
BOMBEIROS
A Câmara Municipal de Nelas está
a organizar mais uma edição do
“Maio em Nelas - Saúde, Bem-Estar,
Termalismo e Turismo”. A terceira
edição decorre até 6 de junho e do
programa fazem parte um conjunto
de iniciativas, de onde se destacam
vários rastreios gratuitos para toda a
comunidade.
À autarquia aliaram-se algumas entidades privadas a quem cabe a realização dos rastreios que vão desde a saúde
oral, visual, auditiva ou de nutrição.
Uma das entidades são as Termas das
Caldas da Felgueira que, para além de
workshops, disponibiliza um conjunto
de tratamentos com descontos para os
nelenses e trabalhadores de empresas
do concelho.
Das várias atividades desenvolvidas
ao longo do mês da saúde, destaca-se a
“Caminhada Solidária – o que nos liga”,
no próximo dia 16. Uma ação que tem
como objetivo apoiar a Liga Portuguesa
Contra o Cancro. Nesse dia vai ser produzido um “bolo gigante” e onde vão
ser pintados ao vivo os logotipos da Liga
Portuguesa Contra o Cancro, autarquia
e restantes parceiros.
Os Bombeiros Voluntários de
Armamar receberam das mãos do
presidente da Câmara Municipal
de Armamar, João Paulo Fonseca,
novos equipamentos de proteção
individual.
Trata-se de novos fardamentos agora disponíveis para o corpo ativo da
corporação que foram adquiridos
com verbas resultantes de uma
candidatura ao QREN.
8 MAI
ENTREVISTA
14
COOPERATIVAS DO DÃO
Entrevista António Figueiredo
A UNIÃO (DAS ADEGAS) FAZ A FORÇA
Com que intenção é que a UDACA
participa na Rota dos Vinhos do Dão?
Seria muito mau que a UDACA não
estivesse neste projeto. Podemos acolher os turistas com provas de vinhos,
mostrando os nossos produtos e vender. Para nós não é uma atividade que
vá ter grande impacto financeiro mas
para a região pode ser muito importante para a promoção turística, gastronómica e dos vinhos, etc.
O setor cooperativo do vinho deve
aproveitar os fundos comunitários
que aí vêm?
Os investimentos devem ser ponderados com cuidado. A comparticipação do novo quadro comunitário
não chega aos 50% do investimento. O resto é depois necessário pagar.
Têm que se fazer bem as contas para
não comprometer o futuro.
Recentemente foi chamado para
Para os produtores individuais,
“salvar” a Adega Cooperativa de São
sócios do setor cooperativo, a Rota
Paio, em Gouveia, como já o tinha
dos Vinhos do Dão não são muito
feito em Silgueiros e na UDACA.
importante?
Como está o processo?
Terão mais proveito as quintas de Eu apenas ajudei a direção da Adega
produtores que já estão organizadas de São Paio a encontrar os caminhos.
turisticamente, mas não deixa de ser Como sempre disse, em relação a ouimportante para a região.
tras que estiveram em situações aflitivas, os associados é que têm de ser
As adegas cooperativas de Penalva e
parte da solução porque são eles os
primeiros responsáveis quando eleMangualde entraram já na Rota dos
gem para os lugares da direção pesVinhos do Dão, mas a de Silgueiros,
soas sem capacidade, competência e
de que também é presidente, ficou de
fora. Porquê?
credibilidade para gerir as adegas. O
As adegas de Mangualde e Penalva plano de recuperação foi aprovado
fizeram obras recentemente e têm pelos associados e está a ser aplicado.
condições para receber os turistas. Continuo a lamentar que em relação
Em Silgueiros vamos fazer obras e às adegas de Tondela e Nelas, que encerraram, não se tenha feito o mesmo.
depois podemos aderir.
FERNANDO FIGUEIREDO
PRESIDENTE DA DIREÇÃO
DA UDACA
R
elançada a Rota dos Vinhos do Dão, o presidente
da UDACA - União das Adegas Cooperativas do
Dão considera o projeto importante para a região
mas sem grande impacto na economia individual dos
produtores. Fernando Figueiredo, que recuperou da asfixia financeira a UDACA e a Adega de Silgueiros, continua a defender a fusão do setor. Espera que Viseu, sem
excluir ninguém, se assuma como o coração do Dão para
dar a visibilidade que o vinho merece.
8 MAI
Como está o resto do setor
cooperativo vitivinícola do Dão?
Está bem e recomenda-se. Em relação às duas pequenas adegas da região, São Paio (Gouveia) e Ervedal
da Beira (Oliveira do Hospital), a
UDACA garante a compra de toda
a produção. As adegas de Silgueiros
e Penalva do Castelo estão também
muito bem. Em Mangualde estão a
resolver-se os problemas que vinham
do grande investimento que se fez
há uns anos. A Adega de Vila Nova
de Tázem (Gouveia) está a trabalhar
bem, tem vinhos de boa qualidade e
Em termos financeiros, a adega de
consegue escoar a sua produção. A
Silgueiros continua a ser a jóia da
UDACA continua bem, apostamos
coroa do setor cooperativo?
Somos das maiores ao nível da pro- fundamentalmente no mercado indução, um pouco abaixo da Adega ternacional. A ideia é comprarmos
de Penalva do Castelo. Temos novos cada vez mais vinhos às adegas asassociados que antes entregavam as sociadas para assim conseguirmos
ir ao encontro da ideia inicial de seruvas a operadores privados.
mos uma empresa de comercializaPorque a Adega de Silgueiros paga na ção e promoção dos vinhos do Dão.
hora aos produtores...
Somos na região o operador que me- Em 2008 defendeu, em entrevista
lhor remunera os produtores nossos ao Jornal Centro/ Rádio NOAR, que
associados que nos entregam as uvas. o futuro das adegas cooperativas
Pagamos nos prazos com que nos passaria pela união através de
comprometemos. Temos uma exce- uma fusão. Isso não se concretizou.
Dificilmente se fará?
lente situação financeira.
Continuo a dizer que a salvaguar-
O que vão fazer na Adega de
Silgueiros?
Utilizando os fundos comunitários,
vamos fazer um investimento avaliado em cerca de dois milhões de euros.
Entre outras coisas, vamos criar um
espaço com dignidade para receber
quem nos visita com sala de provas
e uma loja para exposição dos nossos produtos. Está também prevista
uma nova área de armazém para depois podermos dinamizar a área da
adega para receber turistas.
ENTREVISTA
da do setor cooperativo tem que
passar pela fusão ou união. O futuro será o que os dirigentes das adegas quiserem. Na altura não interiorizaram as vantagens da fusão.
A adega de Silgueiros, em que sou
dirigente, tem uma boa situação financeira, e embora talvez seja das
que menos precise desse processo,
penso que para a globalidade do setor cooperativo esse tem que ser o
caminho. Há sinergias que podem
ser potencializadas. Todos teremos
a ganhar se as adegas cooperativas
se dedicarem a fazer vinhos de boa
qualidade e deixarem para outra
entidade, neste caso a UDACA, a
promoção, marketing e comercialização dos vinhos.
As marcas de cada uma das adegas,
que estão implantadas no mercado, devem permanecer e serem comercializadas por essa nova entidade. As adegas têm que deixar de
olhar para a UDACA como concorrente, mas sim como um aliado
para os seus negócios. Penso que
isso se está a conseguir cada vez
mais. As adegas devem preocupar-se em fazer vinhos com melhor
qualidade e a UDACA deve preo-
As adegas cooperativas devem fazer
vinhos de boa qualidade e deixarem
para a UDACA, a promoção, marketing
e comercialização dos vinhos
cupar-se em vender cada vez melhor esses mesmos vinhos. Depois
também se poderiam ter ganhos
com a centralização das questões
administrativas, comerciais, compras em conjunto, etc.
Sempre defendeu que a Comissão
Vitivinícola Regional do Dão
(CVRDão) devia fazer mais e melhor
marketing em defesa da marca Dão.
Tem sido feito?
A CVRDão levou uma grande volta.
Tem sido feito um bom trabalho na
promoção. Sempre que um prémio
de um produtor do Dão é divulgado
eu também beneficio porque quando
chego ao mercado os consumidores
já conhecem a palavra Dão.
Viseu quer assumir-se como cidade
vinhateira. Faz bem?
Sem querer ofender ninguém, nem
outras zonas, sempre considerei estranho que a cidade de Viseu não se
assumisse como o coração do Dão.
O novo executivo da Câmara Municipal já tem feito algumas realizações. Penso que juntando esforços é
possível fazer mais.
15
Sempre considerei
estranho que a cidade de
Viseu não se assumisse
como o coração do Dão
em todo o mundo. Fazer uma conferência para ter projeção e impacto. Mas tinha que ser uma iniciativa
para realizar todos os anos, sem falhas, para começar a fazer parte da
agenda do mundo dos vinhos.
Há excedentes no Dão ou está tudo
escoado?
O que devia ser feito?
Julgo que já há a intenção de criar Não há excedentes.
uma semana do vinho do Dão, durante a Feira de São Mateus.
O mercado externo continua a ser o
caminho?
Para a UDACA é. Vamos agora aposDeve ser um certame de venda
tar no México e nos países daquela
e promoção ou colóquios com
zona onde a economia está em deespecialistas?
As duas coisas. Exposições, vendas, senvolvimento o que nos abre novas
promoção e também ter alguém, perspetivas de crescimento. Conticom credibilidade, a falar sobre vi- nuamos bem na China onde querenhos, mercados, etc... era importan- mos alargar o mercado. Apostamos
te. Teria que ser alguém com impac- também na Europa Central. No Cato a nível mundial, especialistas que nadá e países nórdicos não estamos
escrevem em revistas que são lidas tão bem, mas estamos atentos.
8 MAI
REGIÃO
16
CONCURSO DE IDEIAS INOVADORAS
Texto Sandra Rodrigues
MUNICÍPIO PREPARA NOVA EDIÇÃO DO “TONDELA +10”
CONHECIDAS AS DEZ IDEIAS VENCEDORAS. JOVENS VÃO DESENVOLVER
IDEIAS NO EDIFÍCIO “CARMELITANA”
O
edifício “Carmelitana”, que
abre este sábado ao público,
vai ser o centro de inovação do
concelho de Tondela e onde vão ficar
instalados os projetos vencedores do
“Tondela +10”. Chega assim ao fim o
primeiro ciclo desta iniciativa pioneira
no concelho, mas a próxima edição
já está a ser preparada. O projeto foi
pensado para ajudar 10 jovens licenciados que pretendiam apresentar 10
projetos, que tenham como fundo a
criação de negócio e emprego.
“Os jovens vão agora ser acolhidos na
nova sede, desenvolver o seu estágio e
contamos daqui a nove ou dez meses
ter as suas ideias transformadas em
microempresas. Em paralelo, estamos já a divulgar a edição deste ano”,
OS JOVENS
EMPREENDEDORES
O júri do “Tondela+10” selecionou
a s dez ideia s de negócio e que
envolvem projetos de áreas como
agricultura biológica, animação
cultural, arquitetura, investigação
médica, reciclagem e energia
Bruno Miguel dos Santos
Dias
Molelos – Tondela
Licenciatura em Engenharia
Mecânica
Ideia :Agricultura de precisão: deteção remota
Joana Anastácio Ramos
Nazaré
Mestrado - Bioengenheria e
Nanossistemas
Ideia: Produção de Óleo Essenciais de Plantas Aromáticas e Medicinais
anunciou o presidente da Câmara
de Tondela. “Este é o início de um
caminho”, disse José António Jesus,
admitindo que quando o “Tondela
+10” foi lançado, e como não havia indicadores que pudessem antever a sua
amplitude, as expetativas “não eram
quantificáveis”. “Agora, já podemos
dizer que é um sucesso, quer no número de ideias que se apresentaram
a concurso, quer nos projetos em
si”, disse. O autarca destacou ainda
a “ligações determinantes” às instituições de ensino que possibilitou
aos jovens avançarem com os seus
projetos, lembrando que numa fase
de abertura do novo quadro de financiamento comunitário, muitas destas
ideias, se tiverem em conta a ligação
Zaida Maria Marques
Fernandes
Castelões-Tondela
Licenciatura, Pós-graduação Relações Internacionais
Ideia: Aproveitar a fertilidade agrícola do
território promovendo a ligação à saúde
e bem-estar como marca de origem do
concelho.
Francisca Margarida
Ramos Elias
Tondela
Licenciatura em Animação
Cultural e Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e da Educação
Ideia: A Fábrica - centro de formação pessoal
e escolar
Joana Jorge da Costa
Ovar
Mestrado - Bioengenharia e
Nanossistemas
Ideia: A micronização do
PRÉMIO
ALUNA DA ESCOLA PROFISISONAL VENCE
“ARTES DE MESA”
A Escola Profissional de Tondela esteve presente em
Lousada na segunda etapa regional do “Jovem Talento
da Gastronomia 2015”. A Escola Profissional de Tondela esteve representada pelos alunos Rafael Mota, que
concorreu na categoria de Barmen Schweppes, e pela
Fernanda Maria Coelho que concorreu na categoria
Artes de Mesa e que foi a vencedora. Com esta vitória, a
jovem irá estar presente na final nacional, que se realizará no final do ano.
8 MAI
ao território, terão instrumentos
facilitadores para desenvolver o seu
próprio projeto de negócio”.
“Sem dúvida que o “Tondela +10” é
um projeto visionário e um desafio
coerente que o município pretende
continuar a trilhar nos próximos
anos”, sustentou José António Jesus.
EDIFÍCIO CARMELITANA
A sessão pública de abertura do edifício “Carmelitana” decorre no próximo
dia 9 de maio com a presença do secretário de Estado do Desenvolvimento
Regional, Manuel de Castro Almeida.
Além de receber os dez jovens, o
imóvel poderá ainda albergar outros
serviços, nomeadamente ligados à
juventude.
fusidato de sódio, composto “bacterioestático” utilizado para o tratamento de infecções
dermatológicas e oftalmológicas.
Pedro Rainho
Porto Alto
Mestrado - Engenharia Química
Ideia: A Reutilização - Orientação alargada um caso de estudo
e aplicação extremamente positivo.
José João Prata Oliveira
Laranjeira da Silva
Tondela
Mestre em Sistemas Energéticos
Sustentáveis
Ideia: Bestbus - Rede de transportes públicos
regulares de passageiros ao nível urbano no
Município de Tondela.
Ricardo Alexandre
Sampaio Figueiredo
Após o descerrar da placa evocativa da
inauguração da requalificação deste
espaço (que foi um café), irá decorrer
a apresentação do primeiro ciclo de jovens e projetos selecionados no quadro
do Tondela+10.
Do programa faz também parte
uma mesa redonda subordinada ao
tema “Territórios de valor, espaços
de oportunidades - Boas Práticas que
são exemplos, ou exemplos que são
boas práticas!” e que contará com a
participação de João Tomás da Casa
da Penhas Douradas, de Manteigas, e
Marta Cortegano, do Centro de Excelência para a Valorização dos Produtos
Mediterrânicos, de Almodôvar. A
moderação estará a cargo do vereador
Pedro Adão.
Organizacional - Marketing
Ideia: Criação de um directório de micro e
pequenas empresas, Distinto e Inovador, com um
conceito Low Cost.
Rui Manuel Vidal
Marques
Pedaçães – Águeda
Licenciatura - Arte Edificatória
Ideia: Turismo Sustentável,
reconstrução e reabilitação de edifícios e valorização das paisagens, produtos e arquitetura
locais.
Marta Daniela da Silva
Antunes
Canas de Santa Maria - Tondela
Licenciatura - Engenharia do
Ambiente
Ideia: Parque de campismo com bungalows
energeticamente sustentáveis na Serra do
Caramulo
Carvalhais – São Pedro do Sul
Licenciatura - Comunicação
VALE DE BESTEIROS
QUARTEL DOS BOMBEIROS VAI SER AMPLIADO
O quartel de bombeiros do Vale de
Besteiros, no concelho de Tondela, vai
sofrer obras de ampliação e remodelação no valor de 400 mil euros, para
passar a ter camaratas e vestiários.
De acordo com o presidente da
direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
do Vale de Besteiros, Tito Almiro,
o quartel inaugurado em 1989
não contempla a uniformidade de
géneros. “Estas obras centram-se
essencialmente na construção
de novas camaratas e vestiários
para o nosso corpo feminino, que
atualmente é composto por 10 a 12
elementos. Pretendemos que haja
igualdade de condições”, disse.
Atualmente com cerca de 80 efetivos,
o corpo de bombeiros do Vale de
Besteiros deverá ter as obras no quartel “terminadas até ao final do ano”.
REGIÃO
MANGUALDE
MOVIMENTO DE CIDADÃOS CONTRA
POLUIÇÃO NO RIO DÃO
O MOVIMENTO
CUIDADÃO, DE
CIDADÃOS QUE
MORAM PERTO
DO RIO DÃO, NO
CONCELHO DE
MANGUALDE, ESTÁ
PREOCUPADO
COM OS NÍVEIS
DE POLUIÇÃO E
DEGRADAÇÃO
DO AMBIENTE
NO VALE DESTE
CURSO DE ÁGUA.
A AUTARQUIA JÁ
REAGIU E PROMETE
RESOLVER EM
BREVE A SITUAÇÃO
17
CINFÃES
ESCOLA DE
DESAMPARADOS
PARA ASSOCIAÇÃO
LOCAL
A Câmara Municipal de Cinf ãe s cedeu a E scola EB 1 de
Desamparados, em Oliveira do
Douro, à Associação Recreativa e Cultural dos Jovens dos
Desamparados.
Esta associação que comemora
este ano o 17º aniversário tem a
partir desta data uma nova sede
onde se propõe desenvolver um
vasto conjunto de atividades
de âmbito cultural, recreativo,
de sp or t ivo, a rqu ite tón ico e
ambiental.
A zona da Lavandeira despeja efluentes diretos no rio Dão
O
movimento de cidadãos Cuidadão, de Mangualde, está preocupado com os níveis de
poluição que estão a ser despejados no rio Dão.
O grupo está a fazer a monitorização de cerca de 500
metros do rio, acima e abaixo da ribeira dos Frades, um
curso de água que consideram problemático.
O Cuidadão alerta atualmente para as várias formas
de poluição que podem observar-se diariamente no
Dão. Por um lado, “há semanas com poluição em
forma de espuma que causam bolas de um metro junto
aos rápidos do rio”. Outras semanas há que, segundo
o Cuidadão, aparecem “águas pouco claras com cor
cinza e cheiro a esgoto”.
Por outro lado, o Cuidadão alerta para o facto de haver
semanas em que “a água parece limpa e clara no rio,
mas com cheiro a sabão e com uma camada de resíduo
cinzento escuro no fundo das águas. Há quase sempre
sinais de poluição”, acusam.
ESGOTOS A CÉU ABERTO
O grupo ambientalista lembra que falta uma Estação de
Tratamento de Águas Residuais (ETAR) no concelho o
que poderia fazer com que acabassem os problemas de
poluição no Dão e de esgotos a céu aberto na zona da
Lavandeira.
O Cuidadão reforça a ideia de construção da ETAR
de Tabosa, mostrando preocupação com o que poderá
acontecer nos referidos cursos de água até à construção
deste empreendimento.
O presidente da Câmara de Mangualde, João Azevedo,
concorda com a preocupação do Cuidadão e adiantou
ao Jornal do Centro que, “dentro de pouco tempo”,
será lançado o concurso para o novo empreendimento,
orçado em cerca de três milhões de euros.
Já no passado dia 13 de março, durante a cerimónia
de inauguração da ETAR de Santa Luzia, o secretário
de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, referiu que a
grande ETAR da Lavandeira já devia ter sido feita
há muito tempo e felicitou a “persistência do autarca
mangualdense na resolução do problema”.
NOVA ETAR EM TABOSA
A nova ETAR não será construída no mesmo local,
mas sim na zona de Tabosa, onde já estão comprados
alguns terrenos. No atual local das Lagoas, apenas será
desativada a descarga e limpo o local, por onde passará
o emissário em direção a Tabosa. A nova ETAR estará
também capacitada para fazer o tratamento da Zona
Industrial do Salgueiro e receber a recolha de esgotos
feita por particulares.
Segundo a autarquia de Mangualde, a substituição da
ETAR de Lavandeira por uma nova, perto de Tabosa,
poderá vir a resolver os problemas detetados pelo Cuidadão, ou seja, o depósito direto de efluentes no rio Dão.
NESPEREIRA
MAIO CULTURAL
PARA ATRAIR
VISITANTES
A freguesia de Nespereira, no
concelho de Cinfães, está a comemorar os meses da primavera
com uma programação cultural
que se estende até 1 de junho.
Trata-se de uma iniciativa que,
segundo o presidente da Junta
de Freguesia local, Mário Leitão, visa “dinamizar a freguesia
através da divulgação e da promoção das atividades culturais e
das tradições”.
“A freguesia tem muitas dificuldades e a população anseia pela
iniciativa, porque, além de uma
atracão é um meio de realização
de algum negócio”, disse.
O fim de semana de 8 e 9 de maio
é dedicado à Feira Rural, certame que este ano contará com a
participação de expositores de
produtos locais.
SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
AMIGOS PROMOVEM CAMINHADA PARA AJUDAR JOVEM
QUE SOFREU ACIDENTE DURANTE AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Os alunos do Agrupamento de Escolas
de S. João da Pesqueira estão a promover, em colaboração com a autarquia
local, uma caminhada solidária para
angariar verba para ajudar na reabilitação física de uma das alunas daquele
estabelecimento de ensino.
Maria Manuel, conhecida como
“Mané”, sofreu um grave acidente
numa aula de preparação física,
tendo fraturado algumas vértebras
da coluna cervical. Há dois meses que
a jovem de 17 anos está internada no
Hospital de S. João, no Porto.
Para fazer face às elevadas despesas
médicas, os colegas juntaram-se e
apelam a toda a comunidade para
participar nesta iniciativa que vai
decorrer a 10 de maio. A concentração está marcada para a Escola
Secundária, às 9h30, e o percurso (de
dificuldade baixa) tem oito quilómetros. “Caminhe pela sua saúde”, mas
também pela saúde da jovem “Mané”,
é o lema desta atividade. Com uma
longa recuperação pela frente, a jovem mantém-se otimista e agradece,
através das redes sociais, a todos os
que a estão a ajudar. “Acredito sinceramente que com toda a força que me
dão esta batalha será vencida porque
sei que não estou sozinha! Nunca me
esquecerei de tudo o que fizeram e
continuam a fazer por mim!”, lê-se
numa das inúmeras mensagens que
Mané partilha.
8 MAI
REGIÃO
18
Secundária
de Vouzela foi
construída há
cerca de 30 anos
e apresenta nesta
altura vários
constrangimentos
VOUZELA
Texto José Ricardo Ferreira
ESCOLA SECUNDÁRIA NECESSITA
DE UMA “INTERVENÇÃO URGENTE”
DIREÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E CÂMARA MUNICIPAL RECLAMAM OBRAS
DE FUNDO. SECRETÁRIO DE ESTADO DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO RECONHECE
QUE A ESCOLA PRECISA DE SER REABILITADA
A
Escola Secundária de Vouzela
está a precisar de ser requalificada. Segundo as contas que
foram feitas pelos serviços técnicos
da Câmara Municipal, para resolver
os principais problemas que afetam
o estabelecimento de ensino, inaugurado há cerca de três décadas, são
necessários pelo menos três milhões
de euros.
Uma das intervenções mais prementes prende-se com a substituição da
cobertura de dois dos quatros pavilhões existentes na instituição “para
evitar que algumas infiltrações das
águas das chuvas continuem a causar
transtornos nos edifícios”, adiantou o
adjunto do diretor, Mário Jorge.
Para além dos telhados, é também
necessário melhorar os acessos dos
alunos com dificuldades de locomo-
ção a espaços como a biblioteca, os
serviços administrativos ou a sala de
convívio dos alunos, que funcionam
no primeiro andar dos blocos. É preciso ainda melhorar a canalização,
a rede elétrica, o piso exterior e o
próprio bar que já é pequeno para
acolher uma comunidade escolar
com cerca de 500 pessoas, entre alunos e pessoal docente e não docente.
“Só com uma requalificação de fundo é que poderemos melhorar estas
situações”, sublinhou o responsável.
O vice-presidente e vereador da
educação no município também
defende uma intervenção urgente
no estabelecimento de ensino, caso
contrário “corre-se o risco de num
dos próximos invernos as coisas
entrarem em colapso”. Apesar de
tudo, Carlos Lobo garantiu que
os resultados escolares “ainda não
foram postos em causa”.
GOVERNO SENSIBILIZADO
O secretário de Estado do Ensino
Básico e Secundário, Fernando Reis,
reconheceu no passado dia 30 de
abril, depois de ter visitado a instituição, que a escola está a “precisar
de facto de uma intervenção”. “Claro
que eu compreendo o problema e
fico sensibilizado com ele, agora
terá que haver uma articulação
entre o Ministério da Educação e
Ciência, os seus serviços regionais,
que já fizerem um trabalho inicial de
levantamento, e os Programas Operacionais Regionais no sentido de
decidirem quais serão as primeiras e
prioritárias intervenções”, explicou o
governante.
PARTICIPAÇÃO
NAS OLIMPÍADAS
INTERNACIONAIS DA
CRIATIVIDADE AMEAÇADA
O Agrupamento de Escola de
Vouzela Campia está em risco
de não poder participar na final
mundial das Olimpíadas da
Criatividade, que vai decorrer
de 11 a 14 de junho, numa
universidade pública do estado
americano do Iowa, por não ter
dinheiro para pagar a viagem,
a estadia e a inscrição de três
alunos e uma professora.
Os estudantes do 8º ano e a
docente foram selecionados no
escalão médio, que corresponde
ao 3º ciclo, para representar
Portugal na prova, depois de
o ano passado terem ganho
“na modalidade de assuntos
globais”. Vouzela foi o único
estabelecimento de ensino
público a ser apurado para a fase
internacional da competição
dedicada à resolução criativa de
problemas. “É uma honra e uma
responsabilidade representar
o nosso país, contudo a
nossa participação não está
completamente assegurada
porque a nossa escola não dispõe
de muitos recursos económicos”,
refere Gabriela Castro Silva,
professora orientadora do grupo
de alunos vencedor.
Para que os estudantes
vouzelenses possam representar
as cores nacionais já no próximo
mês são precisos cerca de sete
mil euros, pelo que a docente
apela à população e empresas
da região para apoiarem o
estabelecimento de ensino.
“Precisamos da ajuda da
comunidade. As pessoas têm
sido muito simpáticas e dizemme que nós temos que ir, mas na
verdade é preciso dinheiro. Por
isso apelo a quem puder e estiver
na disposição de nos ajudar para
contactar a direção da escola”,
afirma Gabriela Castro Silva.
SERNANCELHE
OBRAS NO EXTERIOR DO MOSTEIRO DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
O espaço envolvente do convento
da Tabosa do Carregal, em Sernancelhe, está a ser alvo de melhoramentos. Arrancou a segunda
fase da empreitada, no valor de 21
mil euros, e que engloba pequenas
obras de embeleza mento deste
espaço. “É uma pequena empreit a d a , m a s que é i mp or t a nt e ”,
8 MAI
realçou o presidente da Junta de
Freguesia, Vítor Rebelo. Já antes,
todo o recinto exterior tinha sido
requalificado (novos candeeiros
e chão), mantendo a disposição
original.
As obra s de requa l i f ic aç ão do
espaço exterior ficam assim concluídas e juntam-se aos trabalhos
já rea lizados, nos últimos dois
anos, na Igreja do Mosteiro que
foi alvo de uma recuperação dos
seus elementos arquitetónicos,
nomeadamente na sacristia que
permitiu recuperar o teto.
O Mosteiro de Nossa Senhora da
Assunção de Tabosa, no lugar de
Carregal, é um dos cinco edifícios
cistercienses existentes nesta região e o último a ter sido edificado
na história portuguesa daquela
ordem, já no final do século XVII.
É um templo que está inserido na
Rota do Douro Religioso.
A Igreja pertence ao povo, mas o
restante imóvel, que está em ruínas, é propriedade de um privado.
REGIÃO
MOIMENTA DA BEIRA
PENEDONO
APRESENTADO DISPOSITIVO
DISTRITAL DE COMBATE
AOS INCÊNDIOS
ABERTAS INSCRIÇÕES
PARA PASSEIO SÉNIOR
A autarquia escolheu a região do Gerês para
que, mais uma vez, todos os participantes
possam conhecer ou rever lugares com história
e tradição
Guimarães foi o destino escolhido
para mais uma edição da atividade
Viagem de Turismo Sénior, que decorre há já vários anos no concelho
de Penedono.
Para a edição deste ano, marcada
para dia 21, a autarquia escolheu a
região do Gerês para que, mais uma
vez, todos os participantes possam
conhecer ou rever lugares com
história e tradição.
As inscrições para o passeio, que
vai levar os mais velhos a visitar o
castelo e Paço dos Duques em Guimarães e o Santuário de S. Bento da
Porta Aberta, em Rio Caldo - Terras
de Bouro, podem ser feitas até ao
próximo dia 14, na Loja Interativa
de Turismo, juntas de freguesias,
19
A apresentação pública do Dispositivo Especial de
Combate aos Incêndios Florestais (DECIF/2015), para
o distrito de Viseu, vai ser feita esta sexta-feira, 8 de
maio, às 18h30, no salão nobre da Câmara Municipal
de Moimenta da Beira.
O Comandante Operacional Nacional, José Manuel
Moura, fará a apresentação da operação planeada para
a época de incêndios florestais deste ano, no distrito,
e dará também uma explicação sobre as principais alterações, em termos de meios e organização, previstas
para a campanha de 2015.
É a primeira vez que em Moimenta da Beira as estruturas de topo dos bombeiros e da Proteção Civil
Nacional fazem a apresentação pública do DECIF,
que antecede a fase “Bravo”, a segunda mais crítica de
combate aos fogos florestais, que começa a 15 de maio.
Segue-se à noite, a partir das 21 horas, mas no quartel
dos Bombeiros Voluntários de Moimenta da Beira,
uma reunião ordinária da Assembleia Geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viseu que dará
posse aos membros do Conselho Consultivo e apreciará, e votará também, a proposta de Regimento/Guião
do Dia Distrital do Bombeiro, entre outros assuntos
agendados. – PP
lares de terceira idade, Centro Paroquial de Penedono e no Centro de
Convívio de Antas.
Tal como tem acontecido em edições anteriores podem participar
no passeio pessoas residentes no
concelho de Penedono, com 60
ou mais anos ou, no caso de um
casal, um dos cônjuges cumprir este
requisito.
Segundo a autarquia, a ação Viagem de Turismo Sénior tem como
objetivo “proporcionar aos seniores
do concelho de Penedono, experiências diferentes do quotidiano,
a possibilidade de conhecer novos
espaços, usos, costumes, tradições, lugares com muita história e
estórias”.
PUB
8 MAI
REGIÃO
20
Vereador demite-se se base de
helicópteros sair de
Santa Comba Dão
SANTA COMBA DÃO
Texto Clemente António Pereira
VICE-PRESIDENTE ABANDONA FUNÇÕES
E PASSA A VEREADOR SEM PELOUROS
VICE-PRESIDENTE DA
CÂMARA MUNICIPAL DE
SANTA COMBA DÃO, MÁRIO
SILVA DEIXOU O CARGO
ALEGANDO MOTIVOS
PESSOAIS E ESTRITAMENTE
FAMILIARES. AGORA É
VEREADOR SEM PELOUROS
M
á r io Si lva (engen hei ro
civil), vice-presidente na
Câmara de Santa Comba
Dão anunciou a sua saída durante o
fi nal da última reunião de Câmara
descentralizada, em Treixedo.
O antigo número dois do executivo
socia l ista l iderado por L eonel
Gouveia justificou a sua decisão ao
esclarecer que decidiu abandonar a
vice-presidência “devido a motivos
do foro pessoal e estritamente familiares, que me impedem de conciliar
a minha vida familiar, com a minha
agenda e vida política ao serviço da
autarquia, por manifesta falta de
tempo, situação que não me permite
vir à Câmara todos os dias, como
desejaria”.
M á r io Si l v a , qu e t a mb é m er a
vereador a tempo inteiro, deixa os
pelouros do Apoio ao Investimento,
de Apoio ao Turismo, Recursos
Humanos e Serviços Administrativos, que agora foram redistribuídos
pelo presidente, Leonel Gouveia,
e pela vereadora em permanência
com o pelouro da Economia, Carla
Cunha.
VEREADOR DO PSD
AMEAÇA DEMITIR-SE SE
A BASE PERMANENTE
DE HELICÓPTEROS FOR
DESACTIVADA
O vereador do PSD, João Onofre,
não se conteve quando soube que
existe a possibilidade de a Estrutura
do Centro de Meios Aéreos da Base
Permanente de Helicópteros sair de
Santa Comba Dão.
Perante este cenário, o vereador
afirmou categoricamente que colocaria o seu lugar à disposição caso
a Base ao serviço do Ministério da
Administração Interna e da ANPC-Associação Nacional da Proteção
Civil, criada em Santa Comba Dão,
for deslocalizada para outro local,
nomeadamente para o Aeródromo
de Viseu, onde se pretende que
fique instalado Centro Nacional
Alternativo de Operações e Socorro
e onde já funciona o GPIAA – Gabinete de Prevenção e Investigação
de Acidentes Aéreos.
João Onofre lembrou aos presentes
que “esta estrutura só existe aqui
graças à iniciativa, empreendedorismo e empenho da AHBVSCD –
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba
Dão que com o apoio e cooperação
incond iciona l dos d iferentes e
sucessivos executivos autárquicos
conseguiram disponibilizar ao País
este importante equipamento a
custo zero para o Estado Português
ao longo destes mais de 15 anos,
contribuindo para salvar muitas
vidas”.
ATUAIS ESTRUTURAS
VÃO SER INSPECIONADAS
A Base Permanente de
Helicópteros do Centro
de Meios Aéreos de Santa
Comba Dão, cujo contrato
com a Autoridade Nacional
de Proteção Civil (ANPC) vai
terminar em outubro, vai ser
alvo de uma avaliação técnica
no sentido de averiguar se
pode ou não entrar num
novo concurso e revalidar o
contrato que já existe há 15
anos.
Os Bombeiros foram
notificados pela ANPC no
âmbito de uma avaliação
de localização geográfica,
operacional e segurança que
está a ser feita em todas as
estruturas do género no país.
Foi na sequência desta
situação que João Onofre
disse ter encetado uma
série de contactos políticos
e outras diligências junto
de interlocutores ligados à
área da Proteção Civil no
sentido de “sensibilizar para
a necessidade de manter esta
importante infraestrutura
aqui em Santa Comba Dão” .
PENALVA DO CASTELO
III JORNADAS DA MISERICÓRDIA SOBRE “A FAMÍLIA COMO CAPITAL SOCIAL”
A Santa Casa da Misericórdia de Penalva do Castelo realiza no próximo
dia 15 de maio a terceira edição das
suas Jornadas de reflexão, a ter lugar
na Casa da Ínsua a partir das 9h00,
iniciativa que contará com discursos
de abertura de Michael Batista,
provedor, e de Francisco Carvalho,
8 MAI
presidente da Câmara Municipal de
Penalva do Castelo, e ainda de uma
intervenção do bispo da diocese de
Viseu, D. Ilídio Leandro.
Esta edição terá como tema geral
“A Família como Capital Social”
e será dividida em dois painéis
de c on ferênc i a s . No pr i mei ro
será abordada a “Família do Séc.
XXI” e no segundo “A Família e o
Trabalho”. Ambos contarão com
oradores de relevância na área
nomeadamente António Tavares,
provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Pa ra encerra r esta ed ição será
realizado um jantar conferência
moderado pelo padre José António, que terá como oradores a atriz
Rita Ribeiro, o treinador do Académico de Viseu, Ricardo Chéu,
e o vice-presidente da União das
Misericórdias Portuguesas, Carlos
Andrade.
PUB
REGIÃO
22
OLIVEIRA DE FRADES
Texto José Ricardo Pereira
CÂMARA EXCEDE LIMITES DE ENDIVIDAMENTO
CONTRIBUIÇÃO DE 426
MIL EUROS PARA O FUNDO
DE APOIO MUNICIPAL
ATIRA O MUNICÍPIO
PARA CIMA DOS LIMITES
DE ENDIVIDAMENTO.
EDILIDADE DIZ TER A
GARANTIA DA TUTELA QUE
NÃO SAIRÁ PENALIZADA
PELA SITUAÇÃO
P
or ter contribuído com 426
mil euros para o Fundo de
Apoio Municipal (FAM), um
instrumento criado pelo Governo
para socorrer as autarquias em
dificuldades e que é financiado a
meias pelo poder central e local,
a Câmara de Oliveira de Frades
terminou 2014 acima dos limites
de endividamento. O município
encerrou as contas do ano passado
com uma dívida de sete milhões
184 mil euros. São mais 146 mil euros do que os parâmetros traçados
pela lei das fi nanças locais.
Apesa r desta u lt rapassagem, a
autarquia não deverá sofrer quaisquer consequências, garantiu à
oposiç ão socia l ista , na ú lt i ma
Assembleia Municipal, o presidente
da Câmara. Luís Vasconcelos disse
ter a informação da Direção Geral
das Autarquias Locais que a subscrição do FAM “não conta para o
endividamento”.
O autarca também não perdeu a
oportunidade de contestar mais
uma vez esta contribuição para o
fundo. “Acho que nós não temos
que apoiar aqueles que não cumpriram. Os que ultrapassaram os
limites de endividamento deviam
conseguir resolver os seus problemas junto à banca e não à custa do
sacrifício e do esforço dos outros
municípios”, defendeu.
CANDIDATURAS A
OVERBOOKING
Luís Vasconcelos aproveitou ainda
o assunto para revelar que pela
primeira vez, desde que há apoios
europeus disponíveis, a edilidade
está a realizar duas empreitadas que
irá candidatar ao QREN em regime
de overbooking. “Desde o início
dos apoios comunitários, nunca
este município tinha conseguido
submeter a overbooking uma obra
e nós neste momento, não é uma
obra de 100 ou 200 mil euros como
alguns municípios têm, temos duas
(a requalificação urbana da vila e
a reabilitação das piscinas municipais) que totalizam dois milhões e
200 mil euros”, sublinhou.
ECOPISTA DO VOUGA PODERÁ
NÃO SER COMPARTICIPADA,
ALERTA AUTARCA
O Presidente da Câmara de Oliveira
de Frades, Luís Vasconcelos, não
acredita que a construção da Ecopista
do Vouga venha a receber apoio
comunitário. O projeto que visa a
reabilitação da antiga linha férrea do
Vale do Vouga, à semelhança do que
já foi feito no ex-caminho de ferro do
Dão, envolve para além da autarquia
oliveirense os municípios de Vouzela,
S. Pedro do Sul e Viseu. “Eu não
acredito que se consiga encontrar
um apoio para esta iniciativa e digo
isto porque só no nosso concelho
estamos a falar de 26 quilómetros e
se executarmos o que está previsto
são 5 milhões de euros. E mesmo que
o município tenha um apoio de 85%,
teríamos que comparticipar com
750 mil euros. Depois a caminho de
Viseu há um traçado que foi muito
danificado, ou seja, teria que haver
ali algumas obras de envergadura por
causa da A25”, referiu o autarca, na
última Assembleia Municipal.
Segundo o edil, pelos contactos que
têm sido feitos a obra não deverá
receber financiamento europeu, pelo
que serão as autarquias a avançar às
expensas próprias. No caso de Olivei-
ra de Frades, a Câmara só irá intervir
na antiga linha ferroviária depois
de terminar algumas obras que o
executivo considera prioritárias,
como a pavimentação dos acessos às
habitações que em alguns casos ainda
são em terra batida.
Apesar das tentativas o Jornal do
Centro não conseguiu ouvir o Presidente da CIM Viseu Dão Lafões, José
Morgado.
Autarquia terminou
2014 com uma dívida
de sete milhões 184
mil euros
TAROUCA
PRIMEIRO CONGRESSO NACIONAL SOBRE CULTURA DO SABUGUEIRO
A região do Varosa, uma zona com
condições, sobretudo climatéricas,
propícias à cultura da baga do sabugueiro, foi a escolhida para receber
o primeiro Congresso Nacional da
Cultura do Sabugueiro.
Entre os dias 16 e 17 de maio, Tarouca
recebe o evento que “pretende dar a
conhecer uma cultura com elevado
potencial e que se assume cada vez
mais como uma forte e válida alter8 MAI
nativa às culturas tradicionais”, como
frisou a organização, da responsabilidade da Associação Inovterra,
em parceria com Associação Flor do
Sabugueiro, a revista AGROTEC e a
Câmara Municipal de Tarouca.
O Auditório Municipa l Acácio
Pestana é o palco do evento que pretende ainda valorizar “uma cultura
com elevado potencial e que se assume cada vez mais como uma forte
alternativa às culturas tradicionais”.
A sessão de abertura do congresso,
no dia 16, está agendada para as
10h00, seguida da apresentação do
trabalho das Associações Inovterra
e Flor do Sabugueiro, no Vale do Varosa. Durante a tarde, as universidades, representadas por professores e
investigadores, respondem à questão
“O que se sabe sobre o sabugueiro”.
O último dia ficará marcado pelo
painel de debate “Perspetivas futuras
do Sabugueiro” e a apresentação
de uma publicação técnica sobre a
cultura do sabugueiro, que se quer
como um manual de boas práticas
para a cultura.
Para mais informações e inscrições
os interessandos podem entrar em
contacto via e-mail, [email protected] ou através do telefone
254 677 510.
REGIÃO
23
Vítimas do
atropelamento foram
a sepultar na última
terça-feira
MORTÁGUA
Texto Clemente António Pereira
MORTE DE PEREGRINOS CANCELOU
CAMINHADA PELA FÉ ATÉ AO SANTUÁRIO
PEREGRINAÇÃO AO
SANTUÁRIO POR PARTE
DO GRUPO DE MORTÁGUA
DO QUAL FAZIAM PARTE
OS CINCO PEREGRIMOS
MORTOS NO DESPISTE DE UM
AUTOMÓVEL FOI CANCELADA
N
enhum dos 80 peregrinos
do grupo de Mortágua quis
prosseguir a caminhada
até ao Santuário de Fátima. Uma
peregrinação manchada de sangue,
interrompida abruptamente e mais
tarde cancelada por causa do brutal
atropelamento de cinco peregrinos
naturais e residentes em Mortágua e
que acabaram por morrer.
Cerca de uma dúzia de peregrinos
deste mesmo grupo admitiu, no
entanto, voltar à estrada novamente
em peregrinação “lá para o ano, em
2016”, contou ao Jornal do Centro
José Júlio Norte, presidente da autarquia de Mortágua.
O autarca disse que “nenhum dos
80 peregrinos está em condições
psicológicas para prosseguir esta
peregrinação ao Santuário devido ao
duro trauma causado pela morte dos
seus amigos e companheiros” nesta
caminhada pela fé até Fátima.
REITOR DO SANTUÁRIO
SOLIDÁRIO
O reitor do Santuário, padre Carlos
Cabecinhas, disse durante uma
eucaristia realizada no Santuário
de Fátima, logo após o acidente,
que “vamos ter particularmente
presentes as cinco vítimas mortais
do acidente” daquela trágica madrugada em Cernache.
O reitor anunciou também que nas
orações a realizar “vamos também
pedir pelos quatro feridos graves,
que estão no hospital. Rezar pelos
familiares que vivem um momento
de dor e se interrogam sobre o porquê de um momento assim. Vamos
também confiar à misericórdia do
Senhor aqueles que faleceram”.
O Jornal do Centro apurou junto do
Santuário de Fátima que o Bispo de
Leiria-Fátima, D. António Marto,
que está em Roma a participar num
Fórum Internacional de Mariologia
sobre Fátima, prevendo-se que
durante as celebrações de 13 maio
venha prestar homenagem à morte
dos cinco peregrinos de Mortágua.
MILHARES DE PESSOAS
DESPEDIRAM-SE DOS
PEREGRINOS MORTOS
A maioria dos estabelecimentos
comerciais, escolas e instituições do
concelho encerraram na tarde de
terça-feira (5 de maio) para prestar
a última homenagem aos cinco
peregrinos de Mortágua mortos no
IC2 junto Cernache quando seguiam
para o Santuário de Fátima.
As autoridades policiais e municipais apontavam para mais de 4000
pessoas vindas das redondezas e
também de vários pontos do país.
A estas cerimónias fúnebres juntaram-se ainda várias representações
de agrupamentos Nacionais de
escuteiros, autarcas da região de
Viseu e Coi mbra, ent re out ras
individualidades.
Entretanto, o condutor que causou
esta tragédia, Levani Moseshevili,
de 24 anos, nascido na Geórgia, mas
com dupla nacionalidade, foi constituído arguido pelo Juiz de Instrução
Criminal de Coimbra acusado de
homicídio negligente de cinco pessoas e está a aguardar julgamento em
liberdade.
SÁTÃO
CONCURSO DE IDEIAS DE NEGÓCIO NA CASA DA CULTURA
A Casa da Cultura de Sátão recebe,
no próximo dia 14, o concurso municipal de ideias de negócio. Uma
ação que se insere no âmbito do
projeto de empreendedorismo nas
escolas da região Dão Lafões, ano
letivo 2014/2015, e que tem como
objetivo premiar as melhores ideias
de negócio, apresentadas por alunos
do ensino secundário e profissional.
Orga n i z ado pela C omu n id ade
Intermunicipal Viseu Dão Lafões
e com o envolvimento das escolas e
dos municípios da região, o projeto
chega à Casa da Cultura de Sátão
pelas 14h00, onde será escolhida
uma ideia que irá à final intermunicipal, no próximo dia 5 de junho,
em Viseu.
As três ideias vencedoras, entre
os catorze municípios, vão ter a
possibilidade de estar presente
em várias cidades europeias, em
missões de empreendedorismo. A
ideia que ficar em primeiro lugar
vai a Barcelona durante quatro
dias para a Missão de Empreendedorismo. O segundo lugar viaja
até Madrid, durante três dias, e o
terceiro classificado vai à Missão
de Empreendedorismo em Lisboa,
durante dois dias.
8 MAI
REGIÃO
24
CASTRO DAIRE
PREJUÍZOS
ACUMULADOS
NAS TERMAS
DO CARVALHAL
As Termas do Carvalhal, em
C a s t ro D a i re , t i ver a m u m
decréscimo de aquistas de 5,9%
durante o ano de 2014. A autarquia justifica que tal “esteve na
origem da abertura tardia das
termas”. Três meses mais tarde
do que no ano de 2013.
No Relatório de Gestão da Câmara de 2014, apresentado na
última Assembleia Municipal,
na secção Termas pode ler-se
uma faturação de 238.577,64€.
Muito abaixo da despesa corrente daquela unidade termal,
que nas contas do relatório não
se encontravam na secção, mas
que o deputado do PSD, Paulo
Almeida, descobriu para questionar o executivo sobre o défice
daquela unidade.
Paulo Almeida considerou “lamentável que as receitas tenham
vindo a cair e que os custos com
pessoa l tenham aumentado
substancialmente nos últimos
anos”. O deputado criticou a
câmara socialista de “falta de
políticas de gestão e promoção
das Termas do Carvalhal”. Em
resposta o presidente da Câmara diz que é preciso divulgar
mais a unidade “cá dentro”
tomando como exemplo “o que
ele próprio faz”. “Ser cliente
das Termas e i ncent iva r os
familiares e amigos a visitar”,
disse. Quanto à estratégia para
consolidar a unidade termal,
Fernando Carneiro escusou-se
em detalhes, dizendo que passa
apenas pela sua dinamização e
promoção.
Na aprovação das contas do
exercício de gestão da autarquia
de 2014, o novo programa oficial
contabilístico das autarquias
(POCAL) e a nova legislação
foram a justificação dada para
o saldo negativo de mais cem
mil euros. Fernando Carneiro
sublinhou o rigor das contas,
“como o espelho da realidade”,
e os rácios de execução e diminuição da dívida. O autarca de
Castro Daire “ao contrário do
que encontrou quando chegou à
Câmara”, quer “deixar uma boa
herança em 2021”, assumindo
a recandidatura para o terceiro
mandato.
8 MAI
CARREGAL DO SAL
Texto Clemente António Pereira
AUTARQUIA APOSTA NA PLANTAÇÃO
DE PINHEIRO MANSO
A CULTURA DO PINHEIRO MANSO ESTÁ CADA VEZ MAIS ENRAIZADA
NO CONCELHO ATRAVÉS DA ADESÃO DE NOVOS PRODUTORES
INTERESSADOS EM CULTIVAR ESTA ESPÉCIE, ENQUANTO VALOR
ACRESCENTADO PARA A ECONOMIA LOCAL
O
mu n icípio de Ca r rega l
do Sal tem estado bastante
empenhado em incentivar a
plantação do pinheiro manso, uma
espécie autóctone do concelho e que
tem estado a registar um crescimento rápido em termos de negócio.
Nesse sentido, a Câmara Municipal
decidiu ajudar os pequenos e médios agricultores do concelho que
pretendam plantar “pomares” de
pinheiro manso.
A decisão foi tomada em reunião
do executivo que aprovou incluir
no Orçamento e Grandes Opções
do Plano para o próximo ano, uma
verba de cinco mil euros a atribuir a
potenciais interessados que oportunamente possam proceder à respetiva
candidatura.
O presidente da autarquia de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, referiu-se a este incentivo municipal
durante abertura de uma sessão
de trabalho direcionada para os
“Apoios à Agricultura e Floresta”, O
autarca referiu-se à importância da
cultura do pinheiro manso, recordando que o concelho de Carregal
do Sal assumiu essa centralidade
em finais do ano passado (2014),
tendo lançado um desafio aos presentes a investirem nesta espécie,
a que chamou “ouro branco” para
sustentar a grande rentabilidade
que daí pode surgir.
Na altura, Rogério Abrantes garantiu que a Câmara Municipal “está
empenhada em fazer proliferar o
pinheiro manso”. Prova disso, foi
quando o autarca de Carregal do Sal
resolveu adiantar em primeira mão,
“o facto de a autarquia ter aprovado
apoiar todos os interessados em
plantar esta espécie de árvores e
torná-la num negócio sustentável”.
O edil defendeu a importância da
agricultura ao afirmar “que deve
voltar a ser uma mais-valia para
o concelho, para a região e para o
país”. Nessa linha de orientação,
Rogério Abrantes não tem dúvidas
de que o novo quadro comunitário
“vem reforçar esta ideia ao permitir,
entre outras novidades, pagamentos adiantados aos agricultores,
suprimindo os habituais atrasos
das verbas previstas, em função dos
investimentos a efetuar”.
Regina Lopes, coordenadora da
ADICES, falou mais do enquadramento legal das novas medidas de
apoio à agricultura/agricultores
e f loresta; prazos de candidatura;
despesas elegíveis e não elegíveis,
pagamentos diretos e adiantamentos; incentivos aos jovens empresários; majorações às candidaturas e
investimentos excluídos.
O importante é que os agricultores
e empresários ligados ao setor da
floresta, e especificamente à fileira
do pinheiro manso, ficaram agradados com a perspetiva de futuro
deste negócio e da sua viabilidade
e sustentabilidade económica para
gerar ainda mais valor acrescentado
à economia local.
REGIÃO
VILA NOVA DE PAIVA
25
AGUIAR DA BEIRA
Texto Pedro Pontes
AUTARQUIA ALERTA PARA PRAGA DA
VESPA DAS GALHAS DO CASTANHEIRO
O IMI, IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS, FICA MAIS
SUAVE PARA AS FAMÍLIAS COM FILHOS. A PROPOSTA,
DE UM DEPUTADO DO CDS, TEVE APOIO UNANIME DA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL
O mês de maio é a altura para
os produtores de castanheiros
verificarem se os soutos correm
o risco de estar afetados pela conhecida vespa das galhas do castanheiro. Este inseto, que ataca
os vegetais do género Castanea e
que é considerado como uma das
maiores ameaças para os soutos,
já foi avistado na região Norte,
o que está a deixar preocupados
produtores e técnicos.
Para prevenir esta praga, que
p o de me smo chega r a mat a r
os c a st a n hei ros , a aut a rqu ia
de Aguiar da Beira, através do
Centro de Interpretação Vivo do
Castanheiro e da Castanha e do
protocolo que foi assinado com a
Universidade de Trás-os-Montes
e A lto Douro (UTA D), está a
alertar os produtores da região,
150 em Aguiar da Beira, para
que f a ç a m a ver i f ic a ç ão do s
castanheiros plantados durante
o último inverno e das plantas
que ten ha m origem fora de
FILHOS REDUZEM IMI
DAS FAMÍLIAS
Jose Manuel
Rodrigues
O
deputado José Manuel Rodrigues do CDS/PP apresentou,
na Assembleia Municipal de
Vila Nova de Paiva, uma proposta de
recomendação ao executivo camarário para baixar o imposto municipal
sobre imóveis (IMI) a todas as famílias com filhos.
A proposta de recomendação foi incluída na ordem de trabalhos da última
Assembleia Municipal e “pretende
consolidar a manutenção das famílias,
reduzindo a fatura fiscal e incentivando
a natalidade”. O deputado centrista
espera que esta “recomendação”
contribua ainda para criar mais e
melhores condições de vida a todas as
famílias que pretendem permanecer no
concelho, obtendo por isso benefícios
em função do número de filhos.
José Manuel Rodrigues propõe que
já para o próximo o ano a Câmara
Municipal pondere introduzir este
modelo como forma de incentivo à
natalidade e consequente combate à
desertificação acelerada. O deputado
municipal propõe a seguinte redução:
as famílias com um filho obteriam
uma redução de 10%, as famílias
com dois filhos uma redução de 15%
e as famílias com três ou mais filhos
a redução de taxa de IMI seria de
20%. Esta proposta é válida para os
casos em que “o imóvel é destinado
a habitação própria e permanente
Trás-os-Montes ou que não se
conheça a sua origem. A ideia é
que os produtores, até ao fim do
mês de maio, período em que se
iniciam os novos voos da vespa,
e façam as inspeções semanais
aos castanheiros que plantaram,
cortando um galho novo, pois
na zona exterior a praga não é
detetável, e verifiquem se está
infetado.
A vespa-das-galhas-do-castanheiro é uma praga originária
da China, tendo iniciado a sua
dispersão mundial, primeiro na
Ásia (Japão, Coreia e Nepal) e,
posteriormente, na América do
Norte (Estados Unidos da América) e na Europa, com a primeira
deteção referenciada em Itália em
2002 e, posteriormente, em França, Eslovénia, República Checa,
Hu n g r i a , C r o á c i a , E s p a n h a
(Catalunha, Andaluzia e Castela-Leão) e, mais recentemente,
em Portugal, em junho do ano
passado, e na Alemanha.
PU B
coincidente com o domicílio fiscal do
proprietário e atendendo ao número
de dependentes nos termos previstos
do código do IMI.
A proposta foi aprovada por unanimidade e o presidente da Câmara
socialista respondeu com uma análise
pormenorizada em próxima reunião
de executivo. José Morgado ficou
satisfeito pela iniciativa, complementando que também ele “está a preparar medidas de incentivo à natalidade
e de combate à desertificação”. Sobre
esta proposta, o autarca vai auscultar
o impacto que a medida terá no
orçamento municipal. Também o
Presidente da Assembleia Municipal
aclamou a iniciativa, considerando
a proposta “merecedora de análise e
ponderação”, uma vez que se trata de
uma iniciativa para o bem comum do
concelho.
A taxa de IMI em Vila Nova de Paiva
é de 0,03%, e as reduções propostas,
a serem aprovadas para o 2016, incidem sobre a taxa aplicada.
Na mesma sessão da Assembleia
Municipal foram aprovadas as contas
de gerência da Câmara que obtiveram
saldo positivo de mais de um milhão
de euros. “Para efeitos de melhor gestão de tesouraria e de gestão corrente”
a autarquia viu aprovada a proposta
para a concessão de um crédito em
curto prazo até 400 mil euros.
8 MAI
REGIÃO
26
SÃO PEDRO DO SUL
Texto José Ricardo Ferreira
QUARTEL DOS BOMBEIROS
DE SANTA CRUZ DA TRAPA
REQUALIFICADO
OBRAS ORÇADAS EM 395 MIL EUROS DEVEM ARRANCAR NO
PRÓXIMO MÊS. CORPORAÇÃO ASSEGURA QUE OS TRABALHOS
NÃO VÃO ATRAPALHAR O SOCORRO À POPULAÇÃO, NEM O
COMBATE AOS FOGOS DE VERÃO
Com as obras será retirado o telhado em amianto existente na infraestrutura
O
quartel dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz da Trapa,
no concelho de S. Pedro do
Sul, vai ser remodelado e ampliado. Há
muito que os diretores e os soldados da
paz que prestam serviço na corporação
desejam ver o imóvel com outras
condições. Nesse sentido, foi apresentada uma candidatura ao Programa
Operacional de Valorização do Território (POVT), que recentemente foi
aprovada em regime de overbooking.
O presidente direção da associação
humanitária, João Fraga, justifica a
realização das obras, orçadas em 395
mil euros, com imperativos de “operacionalidade, segurança, ambiente
e saúde”. Segundo o responsável, a
empreitada permitirá a ampliação
do parque automóvel, que já não tem
espaço suficiente para albergar todos
os veículos existentes, o que representa
um risco quer para a manutenção e
conservação dos mesmos como para
a “prontidão no socorro às pessoas”
porque “tem de andar-se a tirar umas
viaturas para saírem outras”. Está
também prevista a substituição da
cobertura do espaço que ainda é em
fibrocimento, uma substância cancerígena que coloca em “risco a saúde dos
trabalhadores”. O projeto prevê igualmente a construção de balneários, um
refeitório, uma sala para a instrução
dos bombeiros e uma nova central
de comunicações. A intervenção
pretende dar sobretudo “mais conforto
para quem trabalha e dá a vida pela
causa”, isto numa altura em que “há
cada vez mais bombeiros a emigrar
e a dispersar”, afirma o comandante
da corporação, Francisco Lima. Os
responsáveis da instituição esperam
ainda que esta requalificação ajude a
atrair mais voluntários.
EMPRÉSTIMO DE 100 MIL
EUROS
As obras de reabilitação do quartel receberam um financiamento de 85 por
cento do POVT. Os restantes 15 por
cento são suportados pela instituição,
que para isso contraiu um empréstimo
de 100 mil euros junto da banca. João
Fraga admite que será “complicado”
pagar o montante em causa, tanto
mais que a corporação vive “no fio
da navalha em termos de receitas e
despesas”, ainda assim realça que esta
era uma oportunidade que tinha que
ser agarrada porque podia não haver
outra tão próxima.
Para além de servir para pagar a
empreitada, o empréstimo também
ajudou a pagar as despesas da candidatura aos fundos comunitários e permitirá a compra de algum equipamento,
nomeadamente material para a central
de comunicações e armários para os
bombeiros guardarem os equipamentos de proteção individual.
OBRAS NA ÉPOCA CRÍTICA
DE INCÊNDIOS
Os trabalhos de requalificação do
quartel deverão arrancar já no próximo mês. As regras do apoio comunitário ditam que a empreitada terá
que estar concluída “o mais tardar em
setembro”. Prazos que batem em cima
da época crítica de incêndios florestais.
Para evitar problemas, está a ser ponderada a transferência dos bombeiros
para umas instalações provisórias até
que a intervenção termine. Se tal não
acontecer, e mesmo que as obras saiam
“prejudicadas”, “o socorro às pessoas
será prioritário”, sublinha o presidente
da direção. O mesmo assegura o
comandante. Francisco Lima diz que
“a operacionalidade ficará salvaguardada” e que “toda a máquina estará a
trabalhar” como até aqui.
TABUAÇO
O MELHOR NA FEIRA IBÉRICA DE TURISMO
O concelho de Tabuaço marcou
presença na 2º edição da Feira
Ibérica de Turismo, realizada até ao
fim de semana passado na cidade da
Guarda. No espaço reservado para
o efeito foram centenas os visitantes
que não hesitaram em tomar contacto com o território duriense de
Tabuaço, a gastronomia, os vinhos e
8 MAI
as diversas tradições e costumes.
A cultura também marcou presença
com a participação dos grupos Teatraço - Teatro Amador de Tabuaço, e do
Rancho Granja do Tedo que percorreram todo o espaço do evento interagindo e proporcionando momentos de
diversão com todos os visitantes.
A presença dos representantes de
Tabuaço permitiu mais uma vez
promoção e divulgação do nome
do concelho e de todas as suas
potencialidades nas várias vertentes
a inúmeros turistas portugueses e
espanhóis, despertando na grande
maioria a vontade de visitar a região,
permitindo uma cada vez maior
procura turística do concelho.
OPINIÃO
AUGUSTO ANTUNES
Doutorado em Gestão
Bancário
BAVA: DA GESTÃO
À INDIGESTÃO?
Numa rápida pesquisa no Portal da
Liderança são apresentadas 15 lições de
liderança de Zeinal Bava. Para não ser
exaustivo, seleciono;
- Focar nos resultados
- Ser transparente e incutir confiança
- Correr riscos e assumir os erros
- Conhecer e estar próximo do cliente
Bava é recente Doutor Honoris Causa
pela UBI onde lhe foi reconhecida a sua
ideia de inovação. Engenheiro de formação é ratificado como um dos gestores
de maior competência no País, mesmo
tendo em conta o percurso mais agitado
dos últimos tempos.
Zeinal Bava foi distinguido como o melhor CEO no setor de Telecomunicações
da Europa em 2013, 2011 e 2010 e como
o melhor CEO em Portugal em 2013 e
2012 pela Institutional Investor e por outras instituições. É também um exemplo
para os universitários, segundo Tribolet.
“Este posicionamento intelectual e
profissional de Zeinal Bava está em total
sintonia com o sentido mais profundo
da missão da universidade na sociedade”, afirmou, elencando “o gosto pela
ação informada e competente, humildade perante a ignorância e a vontade
indomável de a vencer pela conquista do
conhecimento” e “a disciplina do trabalho, a promoção de equipas, a ambição
de realizar mais e melhor e a capacidade
de tomar decisões, sem medo de errar e
assumindo as consequências”!
Há que lembrar que este ilustre gestor
nacional ex-presidente da PT foi o mesmo
que reconheceu na comissão de inquérito
parlamentar ao BES não se lembrar de
muitas situações inerentes aos 900 milhões
de euros que a PT enterrou na Rioforte,
por exemplo, “Não guardo na memória
que me tenha sido transmitida informação
sobre a aplicação na Rioforte”! Também
ficámos a saber naquela CIP que Bava e o
ex-presidente do BES, duas empresas com
fortes ligações e participações cruzadas,
encontravam-se poucas vezes !!!
O caro leitor deve conhecer que em Portugal pagamos dos preços mais elevados da
Europa nas telecomunicações e que anos
a fio suportamos aumentos superiores à
inflação. Dez anos consecutivos, o setor
continua a liderar as queixas dos consumidores à Deco – a falta de transparência
e informações omitidas são as principais
reclamações e a PT costuma estar mal
posicionada neste ranking …mas a alma
da PT já foi encomendada ao Criador!
As lições acima são mera retórica?
Vamos confrontá-las com a realidade
atual? Imagina como podíamos ser
todos bons gestores? De facto, Jorge Marques no seu livro que
interliga a Gestão à Biologia e, em especial
ao corpo humano, ajuda a perceber
melhor que da Gestão à indigestão vai um
pequeno passo. Esta ilustração diz bem
que estes grandes gestores, líderes, têm
falhas imperdoáveis que põem os cabelos
em pé ao mais pacato cidadão e que não
são passíveis de tratamento com simples
pastilhas Rennie. O que mais deve perturbar? Existirem inúmeras entidades e
personalidades a atestarem todas as doutas
competências. De olhos vendados?
REGIÃO
27
CONSULTÓRIO JURÍDICO
EMANUEL SIMÕES
Advogado
RECIBOS DE RENDA
ELECTRÓNICOS
“Os senhorios (...)
estão obrigados
a emitir recibos
electrónicos mensais
aos seus inquilinos”
D e a c ordo c om a L ei n .º 82
-E/2014, de 31 de Dezembro
e face à entrada em v igor da
Portaria n.º 98-A/2015, de 31 de
Março, que aprovou a declaração
de comunicação de contratos
de arrendamento e o modelo do
recibo electrónico de quitação de
rendas, a obrigação de emissão
dos recibos de renda electrónicos
produz efeitos desde o dia 1 de
Janeiro de 2015.
Assim, os sen horios que, no
total do ano, auf iram rendas
superiores a 838,44 euros (rendas
mens a is ac i ma de 70 eu ros)
estão obrigados a emitir recibos
electrónicos mensais aos seus
inquilinos através do Portal da
Autoridade Tributária.
Mas há excepções, nomeadamente, o facto de o presente regime
não se aplicar às rendas tituladas
por contratos de arrendamento
rural, a dispensa da obrigatoriedade de emissão do recibo de
renda electrónico para os sujeitos
passivos que tenham, a 31 de Dezembro do ano anterior àquele a
que respeitam os respectivos rendimentos prediais, idade igual ou
superior a 65 anos e a dispensa
para quem aufira rendas anuais
totais inferiores a 838,44 euros
(desde que não possua, nem esteja obrigado a possuir caixa postal
electrónica).
De salientar, que se previa que a
referida obrigação se aplicaria a
partir do dia 1 de Maio de 2015,
no entanto, através de despacho
do secret á r io de E st ado dos
Assuntos Fiscais, adiou-se para
o dia 1 de Novembro de 2015 a
aplicação das competentes coimas em caso de incumprimento.
Ou seja, os recibos electrónicos
já se encont ra m d isponíveis
para emissão desde o dia de 1 de
Maio de 2015, mas os senhorios
poderão continuar a emitir os
mesmos em suporte de papel até
ao mês de Outubro do corrente
ano.
LAMEGO & RESENDE
Texto Laeticia Leite
MAU TEMPO ESTRAGA
CEREJA E PÕE
EM CAUSA PRODUÇÃO
DO PRÓXIMO ANO
APESAR DOS ESTRAGOS, OS FESTIVAIS QUE
CELEBRAM O FRUTO GARANTEM QUALIDADE
O
mau tempo que se sentiu
nos últimos dias, sobretudo no início da semana,
causou vários estragos na produç ão da cereja . Os concel hos
de Resende e La mego, maiores
produtores de cereja no distrito,
tiveram estragos elevados o que
está a preocupar os produtores.
Em Resende os estragos foram de
70%. Segundo Rogério Silva, presidente da associação de promoção
CER Resende – Cerejas de Resende,
“a chuva provocou o rachamento da
cereja e o vento provocou a queda
daquela que ainda estava verde”.
Para além destes estragos, as produções do próximo ano estão ameaçadas. “O vento forte estragou algumas
árvores”, lamenta Rogério Silva.
Sobre os 30% que não foram danificadas e sobre o Festival da Cereja,
esperado para os dias 30 e 31 de
maio, a Associação frisa que “se o
tempo permitir a qualidade será
assegurada, mas que o preço de
venda pode ser agravado. Mas ainda
sem certezas”.
Apesar de não haver uma segunda
produção, Rogério Silva garante que
há entre 20 a 30 variedades de cereja
e que são vendidas nos mercados.
Já em Lamego, Romeu Sequeira,
presidente da associação Amijóia
(Amigos e Produtores da Cereja
de Penajóia), afirma que 90% da
produção foi afetada causando o rachamento do fruto. “A quantidade
que sobrou (10%) é de qualidade e
assegura o valor da cereja de Penajóia”, sublinha.
Ape s a r dos e st r a gos , a i nd a se
espera uma segunda produção,
onde as expetativas são positivas.
“Estão previstos melhores dias, por
isso estamos confiantes”, sublinha
Romeu Sequeira.
A cereja de Penajóia é “a primeira a
nascer na Europa” e “está num processo de pré-certificação”. Quanto
ao escoamento da cereja, Romeu
Sequeira explicou que “não tem problemas”, estando este “totalmente
assegurado”. A exportação é um
objetivo e que, segundo o responsável, “pretende ser potenciada”. A
associação tem ainda apostado nos
derivados da cereja, como a cerveja
ou a compota.
Apesar destes factos, os eventos
celebrados pela característica da
cereja como a Montra da Cereja de
Penajóia, em Lamego, e o Festival da
Cereja, em Resende, ambos a realizar
este mês, não serão prejudicados e a
qualidade do fruto está garantida.
CERVEJA PRODUZIDA COM
CEREJA É NOVIDADE DA 5ª
MONTRA DA PENAJÓIA
A quinta edição da Montra da
Cereja de Penajóia, marcada para os
próximos dias 16 e 17 de maio, tem
como grande novidade a mostra da
cerveja artesanal produzida com
a cereja daquela região. A Cerveja
Vadia, uma das empresas de cerveja
tradicional mais reconhecidas do
país, é a grande parceira neste projeto. Uma ideia há muito pensada
e que agora ganha forma e vai estar
disponível para prova em mais uma
edição da montra.
Para além desta novidade, o evento
volta a receber vários produtores da região. Segundo Romeu
Cequeira, presidente da Amijóia Amigos e Produtores da Cereja da
Penajóia, são esperados entre 25 a
30 produtores, números superiores
aos da edição passada, onde marcaram presença 22 agricultores.
Apesar da primeira fase de produção
não ter a quantidade de cereja esperada, motivada pelas más condições
meteorológicas das últimas semanas, “espera-se que até ao arranque
da Montra da Cereja de Penajóia os
números sejam mais animadores”,
sublinhou Romeu Cequeira.
Para a quinta edição do certame
são esperados perto de 10 mil
visitantes, na Avenida Dr. Alfredo
de Sousa, em Lamego.
Apesar do evento se realizar na
próxima semana, a organização
está a preparar para este domingo,
dia 10, um seminário dirigido a
todos os produtores, com o objetivo de proporcionar uma troca
de experiências, dar a conhecer
as medidas de apoio do próximo
quadro comunitário e promover
a discussão sobre temas que vão
desde a produção ao escoamento
da cereja. – MC
8 MAI
CULTURA
28
EM MAIO
ATÉ 7 DE JUNHO, EM VISEU
MAIS DE DUAS DEZENAS DE GRUPOS
NO FESTIVAL DE TEATRO
FESTIVAL
DE BLUES EM
QUATRO FINS
DE SEMANA
O FESTIVAL DE TEATRO DE VISEU ARRANCA COM MAIS DE DUAS
DEZENAS DE PEÇAS E DECORRE ATÉ 7 DE JUNHO
O
auditório do IPDJ, o auditório Mirita Casimiro e o
Teatro Viriato são os palcos de mais uma edição do Festival de Teatro de Viseu. Até junho,
mais de duas dezenas de grupos,
compostos na sua maioria por jovens, apresentam as suas peças. Na
sua 16.ª edição, esta é já uma inicia-
tiva que se assumiu como a maior
montra de teatro do concelho e onde os muitos grupos, mais amadores, escolares ou já profissionais,
dão a conhecer os seus trabalhos.
Nesta edição, e à semelhança das
outras, em exibição estão peças
escritas ou adaptadas por cada
grupo e que são para toda a famí-
lia. Este ano, a entrada nos espetáculos é paga (sempre entre os 1,75
e 2,50 euros), sendo da responsabilidade de cada grupo definir o
valor de bilhete do seu espetáculo
(dentro dos valores estipulados).
No final, a receita da bilheteira
reverterá para o grupo de teatro
em palco.
Hugo “Pé Descalço”, projecto a
solo de Hugo Silva de 26 anos,
de Oliveira de Azeméis, abre
a 8 de maio o “Penedro Blues
Fest” que se realiza pela primeira vez em Viseu. Durante este mês, todos os fi ns de semana
são dedicados ao blues com concertos ao vivo. Segue-se o inglês Tim Holehouse e o projeto
de Portalegre “Little Orange”.
A encerrar, o músico do Barreiro
Fast Eddie Nelson. O alter ego de
Nelson Oliveira começou a escrever, gravar e editar música no início dos anos 90. Integrou projectos como Gasoline, The Sullens,
Los Santeros, Big River Johnson e
Fast Eddie & the Riverside Monkeys e tem editado os últimos
trabalhos em nome individual.
DOCUMENTÁRIO RECEBEU O GRANDE PRÉMIO DO CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS
“PÁRA-ME DE REPENTE O PENSAMENTO” COM EXIBIÇÃO EM VISEU
O documentário “Pára-me de repente o pensamento” de Jorge Pelicano é
exibido a 19 de maio em Viseu. Um
trabalho que, para o realizador, foi
uma surpresa perante a lucidez do
pensamento que encontrou no hospital psiquiátrico Conde de Ferreira,
no Porto, local que serviu de cenário
a esta obra cinematográfica.
“Interessa-me, do ponto de vista cinematográfico, retratar lugares ou instituições desconhecidas. Os hospitais
psiquiátricos fazem parte desse leque
do desconhecido porque ao longo de
décadas nunca foram espaços abertos
8 MAIO
à sociedade em geral e muito menos
ao cinema”, explicou Jorge Pelicano,
o mesmo realizador dos premiados
documentários “Páre, Escute, Olhe”
e “Ainda Há Pastores?”.
Em “Pára-me de repente o pensamento”, cujo título advém de um poema de Ângelo de Lima, o ator Miguel
Borges entra no hospital e lá permanece durante três semanas para preparar uma peça de teatro sobre loucura, acabando por fazer parte do
elenco de uma outra peça sobre os
mais de 130 anos da instituição.
“É um filme muito difícil de fazer, com
muitas limitações, a câmara não anda
livre, o realizador não pode andar livre, se há uma censura também é minha. Às vezes havia utentes que não
tinham noção do que eu estava a fazer. Houve histórias que não consegui
contar porque não sabia a maneira de
as contar”, reconheceu Jorge Pelicano.
Isto porque, para além de o próprio hospital ter de cumprir a sua missão de proteger os utentes, uma das premissas do
documentário “era tentar contar uma
história, mas uma que conseguisse respeitar aqueles utentes que lá estão”.
“É um filme duro, mas também com
algum riso, porque há personagens
que são engraçados e que nos ajudam
a rir e que livram alguma dureza que
o próprio filme tem. É um filme de
amor, porque há muito amor naquele filme. O Miguel Borges sentiu muito amor, muito carinho, muito afeto”,
realçou o realizador.
Desde a apresentação no DocLisboa,
o filme já recebeu vários prémios, como o grande prémio do Caminhos do
Cinema Português, onde também recebeu o prémio do público e de melhor realizador, para além do prémio
Signes, no festival Signes de Nuit.
CULTURA
29
ATÉ 16 DE MAIO EM LAMEGO
“RISO COM SISO”
A 6.ª edição do festival internacional
de humor “Riso com Siso” que se realiza em Lamego tem várias surpresas
para a apresentar até ao próximo dia
16. São duas semanas de humor, riso e
boa disposição que irá passar pelas escolas, instituições e ruas da cidade, sem
esquecer o Teatro Ribeiro Conceição.
Ana Bola, Miguel Sete Estacas, Peter
Punk (Espanha) e Amaury Moraes (Brasil) são os nomes deste festival que também não irá esquecer o cinema com os
filmes “Padington” e “Faz-te Homem”.
LIMPEZA DE CAMARIM
– 8 DE MAIO
Limpeza de Camarim
É um espetáculo de humor, onde Miguel Sete Estacas vai reunir alguns dos
personagens que criou nos últimos
tempos. Durante 90 minutos, haverá
uma mistura de algumas vertentes de
humor, tais como stand-up comedy,
personagens, interação com o público
e magia cómica.
Luís Filipe, presidente
do Centro Cultural
Distrital de Viseu
APROVADO PLANO E RELATÓRIO DE CONTAS
Texto Sandra Rodrigues
CCDV: ATIVIDADES PARA 2015 SÃO
AS “FINANCEIRAMENTE” POSSÍVEIS
DINAMIZAÇÃO DO MERCADO 2 DE MAIO E ATIVIDADES DE RUA
ENTRE AS INICIATIVAS PREVISTAS
O
Centro Cultural Distrital de Viseu (CCDV) teve de cortar no plano de atividades que tinha
desenhado para 2015 e avançar apenas com as
iniciativas que foram apoiadas no âmbito do concurso
promovido pela autarquia “Viseu Terceiro”. “Não temos capacidade financeira para fazer mais”, lamentou
Luís Filipe, presidente do CCDV.
O plano de atividades para 2015 foi aprovado na última assembleia geral na qual participaram menos de 20
associações das cerca de duas centenas que fazem parte
do CCDV. O “desinteresse” levou a que muitas coletividades se afastassem desta federação, depois de há um
ano a polémica ter envolvido direção e um grupo de associações que contestava a sua atuação, nomeadamente
sobre a utilização do auditório Mirita Casimiro, locali-
zado no centro de Viseu e palco de “poucas” iniciativas.
“Há também o caso de muitas das associações já terem
acabado”, explicou ainda Luís Filipe.
Polémicas à parte, o presidente do CCDV anunciou que
as atividades para este ano envolvem atividades de rua
e dinamização no Auditório Mirita Casimiro, Feira de
S. Mateus e Mercado 2 de Maio. “Tínhamos um conjunto de atividades para 60 mil euros que passavam
pela exibição de cinema regular, teatro infantil, teatro
amador e um encontro de poetas que ainda estamos a
tentar ver se conseguimos avançar”, sublinhou.
Sobre o Auditório Mirita Casimiro, disse, novamente,
que têm de ser as associações a apresentarem ideias e a
assumir a sua dinamização, colocando esperança em
novas associações que estão a ser criadas.
PETER PUNK – 9 DE MAIO
Peter Punk é um dos clowns e humoristas mais destacados e programados
de Espanha.
Ao longo da sua carreira, ganhou vários prémios, como é o caso do Mundoclown em 2008 e o Festiclown em
2013 e 2014. Nos seus espetáculos assistimos a um repertório variado, versátil e de qualidade que os torna inovadores, mas sobretudo, mantêm a pureza do humor como linha de trabalho fundamental.
AMAURY MORAES
– 14 DE MAIO
O Fabuloso Mundo de Amaury
Amaury Moraes participou no workshop realizado pelas produções Fictícias na Universidade do Minho, que teve como orientador Eduardo Madeira.
Foi em 2009 e nunca mais parou. Participou em várias iniciativas de humor,
entre elas, no concurso de stand up comedy em Vieira do Minho em 2009 do
qual saiu vencedor. Comadivulgaçãodassuasapresentações,
tem sido convidado a atuar em diversos
locais no Minho e no Douro. Atualmente, tem um programa na Antena Minho,
O Fabuloso Mundo de Amaury.
ANA BOLA – 16 DE MAIO
Sem Filtro
Um monólogo. Uma atriz, Ana Bola. Ainda que de uma forma ligeira e
bem-disposta, este espetáculo procura uma crítica direta e sem papas na
língua a uma realidade gritante: a total falta de respeito pela arte, pelos artistas e pelo trabalho sério, que é substituído por atentados ao talento e à
experiência.
8 MAIO
CULTURA
30
OPINIÃO
RUI MACÁRIO
Investigador
ALFORRECAS
No paradoxo da
alforreca, não se fala
de cultura, fala-se
de fobia
As alforrecas, gelatinosas criaturas, são engraçadas à vista e perigosas ao/no contacto. São uma
espécie de “bem-te-quero à distância”. Um outro tipo de “bem-te-quero” é o da cultura. Toma-se
a dita por um certo senso comum
desnorteado por intervenções de
falta absoluta de senso; um trivial pursuit onde a perseguição
se faz pelos apodos individuais,
nomeadamente quando derivando de políticos que do que falam
sabem as normas e raramente a
essência.
Os tempos dizem-nos que a marca de uma comunidade se perfaz
pelo que ela constrói, pelo que ela
materializa, independentemente
do suporte e técnica. A cultura
dos políticos é a cultura do bem
parecer, embora sem os decisores
(políticos), sua vontade e meios/
recursos, pouca marca se possa
deixar e pouco legado se possa
transmitir. A isso se chama o paradoxo (mais um neste sector) da
alforreca.
Ao “bicho” queremos a existência em aquário contido e ausência nas praias que se escolha frequentar. Os decisores querem
manifestações culturais (locais,
regionais, nacionais, etc.) que
incentivem, mesmo se desligadas
do que afirmam representar, enquanto não necessitem de nelas
imergir; as manifestações – por
via dos seus “organizadores” –
querem ser o que sempre foram
ou de novo se cria, sem que para
tal baste simplesmente o ontológico consagrar.
No paradoxo da alforreca, não se
fala de cultura, fala-se de fobia.
Dois agentes distintos que interagem sem partilhar os códigos
comunicacionais (sem se entenderem, de facto) e da execução retiram cada o que a cada aprouver.
Têm ambos os agentes medo de
não existir mas nunca chegarão a
estabelecer um contacto directo.
Há muitos peixes no mar; há
também imensas alforrecas.
8 MAIO
Noite com José
Cid foi das mais
concorridas na
Semana Académica
ENSINO
Texto Sandra Rodrigues
PRESIDENTE DEIXA FEDERAÇÃO
ACADÉMICA DE “PORTAS ABERTAS”
MÁRIO COUTINHO
ANUNCIOU QUE NÃO SE
VOLTA A RECANDIDATAR
E QUE FEDERAÇÃO
CONQUISTOU A
CREDIBILIDADE
A
Semana Académica de Viseu superou as expetativas,
disse o presidente da Federação, Mário Coutinho. Em média,
pelas noites do Pavilhão passaram
cerca de 1500 pessoas. Os concertos de José Cid e D.A.M.A. foram os
mais concorridos. É com o espírito
de “missão cumprida” que o ainda
presidente da Federação Académica
de Viseu deixa a direção.
A vida profissional já não lhe permite continuar à frente dos destinos
da academia e também é chegada a
hora de dar o lugar aos outros. “Foram dois anos de algumas dificuldades, mas também de conquistas”,
sublinha na hora da despedida Má-
rio Coutinho. “Conseguimos recuperar uma federação que estava descredibilizada quer junto dos estudantes,
quer da sociedade em geral. Conseguimos resolver o flagelo que eram
os problemas financeiros e, acima de
tudo, conseguimos abrir a Federação
a novos parceiros institucionais, entre eles a Câmara de Viseu”, resume.
Mário Coutinho vai falar agora com as
associações de estudantes para ser marcado o novo ato eleitoral. “Deixamos a
Federação de portas abertas”, conclui.
MORTÁGUA
FESTIVAL DE TEATRO COM COMPANHIAS IBÉRICAS
A organização do Festival de Teatro
de Mortágua prevê que mais de mil
espetadores assistam aos espetáculos de teatro amador de seis companhias ibéricas, que sobem ao palco
ao longo de mais de um mês.
De acordo com o diretor do Teatro
Experimental de Mortágua, António João, são esperados mais de mil
espetadores, “superando os números dos últimos anos que têm vindo
a crescer gradualmente”.
“Vamos contar com grandes espetáculos, já que tentamos trazer todos
os anos a Mortágua do melhor que
encontramos a nível amador. Este é
também um dos motivos que nos leva a pensar que teremos mais espetadores que nos últimos anos”, alegou.
O Festival de Teatro de Mortágua
(FESTEM) arranca no sábado, es-
tendendo-se até ao dia 06 de junho.
Estão previstos seis espetáculos de
companhias ibéricas de teatro amador, que sobem ao palco do Centro
Cultural de Mortágua aos sábados.
A estreia do festival vai estar a cargo da
Companhia Taller de Teatro de Pinto,
que, de Espanha, apresenta a peça “La
Reina de la Belleza de Leenane”.
“Esta companhia de Madrid, com
mais de 40 produções, vai apresentar um espetáculo que retrata a Irlanda rural dos anos 80, através da
história de uma rude campesina que
vive em casa da sua mãe”, descreveu
a companhia.
No dia 09 de maio sobe ao palco a peça “A Mosqueta”, do Grupo GETAS,
enquanto que no dia 16 é a vez Teatro
de Carnide apresentar as “Mulheres
de Otelo”.
Já a 23 de maio, o Teatro Independente de Loures apresenta as “Histórias para Contar”, ficando o dia
30 de maio reservado para a companhia anfitriã, fundada oficialmente
em 1981, mas cuja atividade remonta
aos anos 1970.
A encerrar o festival, no dia 06 de
junho, a peça “Azalon”, do Naco Núcleo de Animação Cultural de
Oliveirinha.
O Festival de Teatro de Mortágua é
uma organização do Teatro Experimental de Mortágua e conta com o
apoio do Município de Mortágua.
“O orçamento para este ano ronda
os 7.500 euros, destinados essencialmente ao apoio logístico. É um festival que dá muito trabalho, sai do
corpo dos elementos, mas que vamos
conseguindo manter”, concluiu.
DESPORTO
31
FUTEBOL
Foto Gil Peres
Texto Micaela Costa
1
Tondela
2
Sp. Covilhã
TONDELA COM A CONCORRÊNCIA “À PERNA”
O Tondela escorregou, mas ainda
não caiu. Uma inesperada derrota
frente ao Desportivo das Aves, por
3-0, atrasou os tondelenses na corrida à I Liga, mas a formação orientada por Quim Machado continua na
frente e com uma vantagem ainda
confortável – cinco pontos sobre o
Sporting da Covilhã, agora no segundo lugar, e mais seis que o Desportivo de Chaves.
Contas feitas, e a três jogos do final,
com nove pontos em jogo, está ainda tudo em aberto, mas o Tondela
continua a ter uma vantagem que
lhe permite depender apenas de si
próprio para conseguir a subida.
O jogo deste domingo representa assim como que mais uma final
para o Clube Desportivo de Tondela. A vitória pode selar a subida ou
então adiar as contas para as próximas rondas, em que os tondelenses
recebem o Desportivo de Chaves,
num jogo que poderá ser fulcral, ou,
na pior das hipóteses, na derradeira
jornada, em Freamunde.
A pesada derrota do líder, por 0-3,
frente ao Desportivo das Aves foi
um balde de água fria para os adeptos que se preparavam para festejar
a tão aguardada subida ao principal
escalão. Uma jornada onde os tondelenses não conseguiram gerir a pressão e onde as ausências de Piojo e Fábio Pacheco acabaram por se notar.
Domingo, em jogo a contar para a
44ª jornada, a formação de Quim
Machado volta a entrar em campo
com os “ses” em mente. Isto porque se o Tondela vencer em casa do
Olhanense e se o Chaves empatar, a
festa da subida está garantida. Mas
os “ses” não se têm concretizado e
os tondelenses têm arrastado a promoção à Primeira Liga para as últimas jornadas. Volte-se aos “ses”... Se
a jornada deste fim de semana voltar a rasteirar o Tondela, as decisões
podem ficar guardadas para as últimas jornadas onde ainda vai defrontar o Chaves e Freamunde.
Para já as atenções estão viradas para
o jogo em casa do Olhanense, equipa
que apenas luta por uma melhor posição na tabela classificativa, uma vez
que a manutenção já está garantida.
ACADÉMICO EM VILA DAS AVES
PARA CHEGAR AO “TOP TEN”
O Académico de Viseu joga este
domingo frente ao Desportivo das
Aves, agora com o único objetivo de
chegar ao “top ten”, depois de a manutenção já estar mais do que garantida. Os academistas viajam até Vila
das Aves vitaminados com a vitória
da última jornada, em casa, por 1- 0,
frente ao Olhanense, partida que ficou marcada pela superioridade do
Académico e pelos desacatos que
acontecerem fora das quatro linhas,
envolvendo elementos das equipas
técnicas e dirigentes das duas equi-
pas e que acabaram com a expulsão
de três elementos do banco do Olhanense e um do Académico de Viseu.
Quanto ao jogo deste domingo, não
se esperam facilidades uma vez que
o Aves também venceu na passada jornada e frente ao líder Tondela. Uma motivação extra que vai
complicar as contas a Ricardo Chéu
que, na verdade, também já não tem
nada a perder e que na primeira
volta impôs, em casa, uma derrota
ao adversário deste domingo, com
uma goleada por 3 a 0, com golos de
Dalbert, Luisinho e Clayton. Resultado que os academistas vão querer
repetir para garantire pontos que
permita subir alguns lugares na tabela classificativa, quando faltam
três jogos para o final do campeonato da Segunda Liga.
Para além do Desportivo das Aves,
o Académico vai ainda defrontar o
Portimonense, em casa, e encerra o
calendário a 24 de maio, em Aveiro,
onde tem pela frente o Beira-Mar.
Domingo o jogo na Vila das Aves
está marcado para as 16h00.
J
79
43 21 16 6
74
V
E
D
43 21 11
11
3
Chaves
73
43 18 19
6
4
Sporting B
73
43 21 10
12
5
Feirense
71
43 20 11
12
6
U. Madeira
71
43 19 14
10
7
Benfica B
70
43 20 10
13
8
Freamunde
69
43 18 15
10
9
Guimarães B
61
43 18
7
18
10
FC Porto B
60
43 17
9
17
11 Portimonense
59
43 15 14
14
12 Beira-Mar
58
43 15 13
15
13 Farense
58
43 15 13
15
14 Ac. Viseu
55
43 15 10
18
15 Oriental
55
43 14 13
16
16 Oliveirense
54
43 14 12
17
17 Santa Clara
50
43 10 20
13
18
Tondelenses perderam por 0-3 frente ao Aves, mas subida continua próxima
P
50
43 11 17
15
19 Leixões
Desp. Aves
49
43 13 10
20
20 Olhanense
48
43 11 15
17
21 SC Braga B
45
43 11 14
18
22 Atlético CP
40
43
9
13
21
23 Marítimo B
39
43 10
9
24
24 Trofense
33
43
9
26
8
44ª JORNADA
Olhanense
10/05 - 11:15
Tondela
Benfica B
10/05 - 16:00
Sporting B
Desp. Aves
10/05 -16:00
Ac. Viseu
Farense
10/05 -16:00
Oliveirense
Desp. Chaves
10/05 -16:00
Trofense
U. Madeira
10/05 - 16:00
Sp. Covilhã
Beira-Mar
10/05 - 16:00
Freamunde
Sp. Braga B
10/05 - 16:00
Marítimo B
Santa Clara
10/05 - 17:00
Feirense
Portimonense
10/05 - 16:00
Atlético
Oriental
10/05 - 16:00
Leixões
V. Guimarães B
12/05 - 16:00
FC Porto B
45ª JORNADA
Oliveirense
17/05
Olhanense
Ac. Viseu
17/05
Portimonense
Sp. Covilhã
17/05
Farense
Sporting B
17/05
Marítimo B
Feirense
17/05
Oriental
Atlético
17/05
Desp. Aves
FC Porto B
17/05
Benfica B
Trofense
17/05
Freamunde
Leixões
17/05
Beira-Mar
U. Madeira
17/05
Santa Clara
Tondela
17/05
Desp. Chaves
V. Guimarães B
17/05
Sp. Braga B
8 MAI
DESPORTO
32
OPINIÃO
MADALENA NUNES
Professora de Educação Física
A FAMÍLIA E A PRÁTICA
DE ATIVIDADE FISICA DOS
JOVENS
As atividades desportivas são, nos
dias de hoje, um dos fenómenos
de maior impacto na sociedade e
a sua prática, bem orientada e desenvolvida, representa uma importante fonte de valorização das pessoas e da sua qualidade de vida. Por
isso deve ser praticada desde cedo
e está consagrado internacionalmente que a prática da educação
física e do desporto como um direito fundamental, mas também
como elementos essenciais da educação e da cultura no desenvolvimento das aptidões, da vontade e
do auto controlo das pessoas humanas, visando a sua inserção social e o pleno desenvolvimento das
suas capacidades.
Os “praticantes de desporto são
hoje os homens e as mulheres na
pluralidade e diversidade dos seus
estados de desenvolvimento, de
comportamento e rendimento, são
por isso crianças, jovens, adultos,
idosos, maridos e esposas, pais e
mães, avôs e avós, cultos e incultos,
formados e não formados, ricos e
remediados, solteiros, casados e
divorciados, saudáveis e doentes,
“normais” e “deficientes”.
A contemporaneidade é marcada
por sintomas psicossomáticos: depressões, ansiedade, sentimentos
de frustração crescente e são alguns
das razões que levam os jovens,
adolescentes à prática desportiva.
A preocupação com a aparência, o
divertimento, a melhoria da auto
estima, o auto conceito mas também o combate à depressão e ao
stress são motivos que levam os jovens à prática desportiva.
A família pode ter um papel importante, na aquisição de hábitos
de prática desportiva, as reações
dos pais, às tentativas de realização
dos jovens, como por exemplo, encorajar os filhos, felicitá-los ou dar-lhes conselhos podem criar emoções e motivações que favoreçam
o aparecimento de certos afetos reforçando a sua orientação para a
competência. As experiências positivas levam a que mais facilmente continuem a sua participação
em atividades desportivas em idade adulta.
8 MAI
CICLISMO
Texto Clemente António Pereira
ANICOLOR CONQUISTA PRIMEIRO
TROFÉU INTERNACIONAL
A EQUIPA DE CICLISMO DE
MORTÁGUA VENCEU A CLÁSSICA DA PÁSCOA, A 1ª CORRIDA DO TROFÉU LUSO-GALAICO, DISPUTADA NA GALIZA,
NA VIZINHA ESPANHA
A
nível individual também o
ciclista mortaguense Renato
Macedo, da equipa de ciclismo ANICOLOR, ganhou a Clássica
de Páscoa, primeira corrida do Troféu Luso-Galaico, disputada na pequena cidade de Padrón, na Galiza,
no passado mês.
A prova de 115 quilómetros foi animada por constantes tentativas de
fuga, mas foi uma iniciativa de três
corredores, já no circuito final, nos
derradeiros 20 quilómetros, que viria a decidir a prova.
Renato Macedo saiu do pelotão
acompanhado por Pedro Merino
(Supermercados Froiz) e por David
Francisco (Construciones Paulino).
O trio entendeu-se bem na frente de
corrida e, apesar de o pelotão conseguir juntar-se aos três da frente,
em plena reta da meta, não conseguiu impedir que Macedo, Merino
e Francisco fossem, por esta ordem,
FUTSAL
VISEU 2001 E AJAB
SONHAM, ABC JÁ
CUMPRIU, PEDRELES
DESPROMOVIDO
A II Divisão Nacional de futsal está
de regresso. Depois de uma pausa,
os clubes do distrito voltam a entrar
em campo, numa fase que vai ser de
todas as decisões.
O Viseu 2001, que integra a fase de
TAÇA NACIONAL
SEVER DEFRONTA
BRAGA, BOAVISTA
E BEIRA-MAR
A equipa júnior de futsal do Centro Social de Sever, de Moimenta da
Beira, vai defrontar o Braga, Boavista e Beira-Mar, em jogos da Taça Nacional. Nesta 2ª fase, a formação de
Moimenta da Beira, está entre as 16
os primeiros a cortar a meta. Além
da vitória individual, a Anicolor
triunfou coletivamente.
O Troféu Luso-Galaico é uma competição aberta a corredores Elite e Sub23 das equipas de clube portuguesas
e espanholas, embora para efeitos da
geral individual apenas pontuem ciclistas com menos de 23 anos.
A segunda e última prova pontuável para o Troféu Luso-Galaico terminou em Sangalhos, concelho
de Anadia, no passado domingo e
coincidiu com a celebração das bodas de diamante do Sangalhos Desporto Clube, levando o pelotão a
percorrer 159,5 quilómetros, com
partida e chegada em Sangalhos. O
vencedor desta prova foi o ciclista
Zulmiro Magalhães, da Liberty Seguros, enquanto, que o melhor ciclista da equipa de Mortágua (Anicolor), Daniel Freitas alcançou o
terceiro lugar do pódio.
subida Norte, joga este sábado em
casa do líder Gualtar, numa altura
em que já não depende apenas de si
próprio. Os viseenses partem para
esta segunda volta com a “obrigação” de vencer os cinco jogos, que
restam até ao final do campeonato,
e esperar que o Gualtar perca pontos. A começar já este sábado. Outro resultado que não seja a vitória
enterra, quase por completo, as ambições de subida. O Viseu 2001 está
em quarto lugar, com menos cinco
pontos que o líder.
Na fase de manutenção, a duas jornadas do fim, a AJAB de Tabuaço,
na série B, está três pontos acima
da linha de água e com a manutenção mais próxima. Sábado, os tabuacences defrontam o JACA, segundo
classificado. Na série C, o ABC de
Nelas, com a manutenção garantida, cumpre calendário. Nesta jornada recebe o Lobitos Futsal. Já o
Pedreles, na mesma série, está já virtualmente despromovido aos distritais e vai a São Romão disputar a penúltima jornada.
melhores do país, um feito inédito
para o clube.
Os jogos começam este domingo, dia 10, às 16h00, com o Sever a
deslocar-se a Braga. A formação de
Moimenta joga depois três jornadas
em casa, com receção ao Boavista,
dia 17, Beira-Mar, a 23, e Braga, a 31.
Os dois últimos jogos disputam-se
fora em junho, no Boavista, dia 7, e
em casa do Beira-Mar, a 14.
Também a equipa feminina do Lusitano já conhece as adversárias para
a 2ª fase da Taça Nacional, onde
chegou pela primeira vez na história do futsal feminino, em Viseu. O
sorteio ditou que as trambelas integram a série B, com as equipas do
Nun’Álvares, de Fafe, das aveirenses
do Always Young e o Porto D’Ave,
formação da Póvoa do Lanhoso, em
Braga. Esta fase joga-se em seis jornadas e apenas as primeiras classificadas de cada uma das quatro séries
subirá à primeira divisão nacional
da modalidade. O Lusitano começa este domingo, dia 10 de maio, em
Fafe, frente ao Nun’Alvares.
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para Viseu (m/f)
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Recrutamos assistente Viseu
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EMPRESA
Comunicação
Social / Media
SAÚDE
34
FALTA DE MEIOS
MAIS ATIVIDADE FÍSICA
MÊS DO CORAÇÃO ALERTA PARA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
NESTE MÊS DE MAIO,
DEDICADO AO CORAÇÃO, A
SOCIEDADE PORTUGUESA DE
MEDICINA INTERNA ALERTA
PARA A NECESSIDADE DA
ATIVIDADE FÍSICA NA
MANUTENÇÃO DA SAÚDE
CARDIOVASCULAR
A
insuficiência cardíaca (IC) é um
problema de saúde pública em
Portugal e na Europa. É uma
síndrome com elevada morbilidade e
mortalidade, identificada como causa
principal de internamento hospitalar
após os 65 anos. Em maio assinala-se
o Mês do Coração e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)
lembra que em Portugal quase metade
dos doentes que tiveram um internamento por IC são internados de
novo ao fim de seis meses. É, portanto,
fundamental alertar a população para
a importância das atitudes preventivas,
uma vez que não são ainda reconhecidas estratégias terapêuticas que consigam reduzir esta morbilidade na IC.
Paulo Bettencourt, médico internista
e especialista no tratamento da IC,
afirma que “a redução da qualidade
de vida destes doentes e o maior
consumo de verbas estão sobretudo
relacionados com a re-hospitalização, isto é, mais de dois terços dos
gastos diretos estão relacionados com
hospitalizações. O problema passa
por ainda não serem reconhecidas
estratégias terapêuticas que consigam
reduzir esta morbilidade na IC, apesar
de alguns estudos sugerirem que estratégias baseadas nas características
e necessidades específicas de cada
doente poderão estar associadas a
menor morbilidade e maior qualidade
de vida”.
OPINIÃO
JOSÉ ANTÓNIO FERREIRA
Enfermeiro no Hospital de Viseu.
Vogal do Conselho Regional Centro da Ordem dos
Enfermeiros
SOMOS ENFERMEIROS
365 DIAS
12 DE MAIO, DIA INTERNACIONAL
DO ENFERMEIRO
8 MAI
ATENDIMENTO
COMPLEMENTAR
DO CENTRO DE
SAÚDE DE VOUZELA
VOLTA A FECHAR
O especialista realça também que “de
facto é espetável que com o envelhecimento populacional se observe um
aumento do número de doentes com
IC. As medidas que poderão atenuar
esta tendência são as que se relacionam
com estilos de vida mais saudáveis e
com o controlo mais rigoroso de condições que lhe estão associadas como
a diabetes e a hipertensão arterial. Os
doentes com IC são geralmente idosos
e frágeis, de estratos socioeconómicos
mais desfavorecidos e com várias doenças em simultâneo, como a doença
respiratória crónica, a diabetes a anemia e as arritmias. Todos estes fatores
fazem destes doentes uma população
particularmente vulnerável”.
Segundo a Sociedade Portuguesa
de Medicina Interna, é importante
desenvolver campanhas que alertem
estes doentes para a importância da atividade física na manutenção da saúde
cardiovascular. “Existiram já diversas
campanhas de sensibilização da população para a identificação e controlo
de fatores de risco cardiovasculares
- controlo de diabetes, ingestão de sal,
tabagismo. Mas existe ainda pouca
sensibilização na generalidade da população quer para os riscos associados
ao sedentarismo, quer aos benefícios da
atividade física moderada mas regular”,
refere o médico internista
O principal problema que a IC apresenta hoje em dia é a incapacidade e
a redução da qualidade de vida, uma
vez que nas últimas décadas tem
havido uma redução muito significativa da mortalidade associada à IC.
A sua prevalência em Portugal varia
entre 1,36 por cento no grupo etário
dos 25 aos 50 anos e 16 por cento
acima dos 80 anos. Prevê-se que vá
aumentar em 50 a 75 por cento até
2030.
Por falta de recursos humanos,
o Ser v iço de Atend i mento
Complementar no Centro de
Saúde de Vouzela esteve encerrado nos dias 1, 2, 3 e 5 de maio.
As consultas, que funcionam de
segunda a sexta-feira, das 20h
às 24h, e aos fins de semana e
feriados das 08h às 24h, não se
realizaram por culpa do reduzido número de assistentes técnicos e operacionais, informou
o diretor do Agrupamento de
Centros de Saúde Dão Lafões,
Lu ís Botel ho. O responsável
e s t á a t e nt a r c o l m a t a r e s t a
carência de profissionais com
a mobilidade e com o apoio de
unidades de saúde vizinhas, nomeadamente de S. Pedro do Sul
e Oliveira de Frades. Ao Jornal
do Centro, Luís Botel ho não
afastou a hipótese de as consultas complementares voltarem
a fechar enquanto o problema
não for resolvido.
Entre os meses de novembro
e dezembro de 2014 o serviço
esteve encerrado devido a uma
greve dos funcionários às horas
e x t r a ord i n á r i a s c o nv o c a d a
pela Federação Naciona l dos
Sindicatos dos Trabalhadores
em Funções Públicas e Sociais
e que na reg ião te ve apena s
impacto em Vouzela. – JRF
Por sermos enfermeiros todos os
dias, reservo este Dia Internacional
do Enfermeiro para falar de vós, e
para vós, cidadãos. Já antes o fiz. No
entanto, reforço, somos enfermeiros
porque vós existis e necessitais dos
nossos cuidados de saúde. Desde a
nascença até à idade de despedida
somos parceiros neste caminho
que é a vida. Esta parceria carece
de responsabilidade e de responsabilização. De responsabilidade,
pela nossa parte, e dos locais onde
exercemos enfermagem, para que o
ato de cuidar seja de excelência. De
responsabilização, pela vossa parte,
impondo às instituições, prestadoras
e reguladoras, o cumprimento do
seu dever - assegurar cuidados de
saúde de excelência.
Não sendo eu apologista dos dias
especiais mas, antes, de pessoas
especiais, assim sugiro que se lembre
o Dia Internacional do Enfermeiro,
12 de maio, como o dia 132 dos 365
dias do ano em que algures por aí
haverá sempre um enfermeiro; seja
no Centro de Saúde, no Hospital, no
Lar; seja em qualquer local perto de
si. Os enfermeiros estarão em alerta
para o caso de necessitar.
Quereria também dizer-vos que,
sendo a saúde o bem mais valioso
que nasce connosco, não deixem
que nada nem ninguém a ponha
em causa. Para tal, seja um atento
observador, responsável, insistente e
exigente cidadão no exercício da sua
cidadania. Batalhe para que os seus
deveres e direitos, no geral, e na saúde
em particular, não passem a estar somente do lado de quem nos governa.
Como curiosidade histórica: O Dia
Internacional do Enfermeiro foi
escolhido, pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN - International Council of Nurses), para o dia
12 de maio por ser o aniversário do
nascimento de Florence Nightingale,
considerada a fundadora da enfermagem moderna.
Sugestão de leitura: Quem foi Florence Nightingale conhecida como
“a dama da lâmpada” e a sua importância na guerra da Crimeia.
http://www.findagrave.com/cgi-bin/
fg.cgi?page=gr&GRid=2579
Centro
Comercial
35
NELAS
O “EX LIBRIS” DOS SABORES NUM SÓ ESPAÇO
Situado na estrada nacional
231, às portas de Santar, pode
encontrar o espaço que prima
pelo requinte
T
udo o que queremos...Produtos
de referência prontos a satisfazer a nossa exigência num ambiente calmo e tranquilo. Caráter, elegância e personalidade. A conjunção
está feita e tem tudo para ser perfeita.
O empresário João Rego, seguindo a
sua grande paixão pelo vinho, faz uma
clara aposta num conceito distinto e
especial. Situado na estrada nacional
231, às portas de Santar, pode encontrar o espaço que prima pelo requinte
aliado à marca, fundada em 2011, Fidalgas de Santar. “Dar continuidade à
tradição marcada pela história e dinamizar os sabores da região” é o objetivo claro de João Rego.
Apaixonar-nos pelo espaço, é fácil.
Melhor é conjugar esse amor à primeira vista com a família de vinhos
com os quais somos brindados, produto da região que carrega anos de
história e prémios na bagagem. “Desenvolvemos produtos de excelência
que vão ao encontro dos desejos dos
nossos clientes”, reforça.
O público somos nós. Nós que apreciamos bons produtos e valorizamos
o que de melhor temos, por isso, não
se espante se quando visitar este espaço encontrar também outros produtos
característicos da região, como compotas, mel, queijo e azeite, porque Fidalgas de Santar Gourmet oferece-nos
uma diversidade de produtos carregados de tradição.
Obrigatório visitar. Apreciar. Degustar.
Produtos com alto teor de excelência e
aromas onde o bom gosto casa com o
conjunto de quatro paredes e dá equilíbrio a uma visita tranquila e única.
Por um centro cheio de vida e comércio
[email protected]
Daniela Cardoso: 969 331 055
SÁTÃO
A DIFERENÇA NUM SÓ ESPAÇO
I
deias que se fundem e criam dois
conceitos num só. Casa de turismo e de refeições rápidas, onde a
sobremesa é a aclamada “cereja no
topo do bolo”.
A falta de um conceito assim fez despoletar as obras na casa 113 da rua
Dr. Hilário de Almeida Pereira. Uns
meses depois nascia a Eat & Meet,
um conceito único e inovador para
o concelho de Sátão. Mariano Costa criou um espaço público, onde o
turismo regional e local são partilha
obrigatória com a população, “não
apenas a residentes locais, mas também com os emigrantes e turistas
que visitam a nossa vila”.
Graças a várias parcerias com fornecedores nacionais e internacionais,
pode-se orgulhar de ter os únicos
hambúrgueres caseiros da vila, assim como os seus kebabs importados sendo que, os cachorros, saladas
e francesinha, são refeições concebidas através dos melhores produtos
que a região tem para oferecer.
“A satisfação do cliente é o nosso objetivo principal, para isso procuramos melhorar o serviço dia após dia”,
afirma Mariano Costa, após ter confirmado a grande adesão dos satenses a um espaço com uma decoração
simples, onde o rústico se enquadra
perfeitamente no panorama atual.
E, por fim… mas não menos importante, muito pelo contrário, falemos
dos gelados que nos derretem a alma,
com as sensações de aromas e uma
cremosidade única. O fabrico próprio
de gelados é uma das características
que eleva o espaço a um patamar superior, provocando em nós uma vontade única de experimentar todos os
gelados à disposição. Daí o conselho:
quando visitar não se esqueça de trazer apetite para a sobremesa.
O fabrico próprio de gelados é uma
das características que eleva o
espaço a um patamar superior
8 MAI
OPINIÃO
36
BE
JOSÉ VASCONCELOS
A “CRISE” NÃO FOI MESMO
PARA TODOS…
PS
JOSÉ JUNQUEIRO
Deputado na Assembleia da República
NEM TODOS SENTEM O
SUCESSO DO PRESIDENTE
DA CÂMARA DE VISEU
PSD
FILIPA MENDES
Presidente da JSD Concelhia de Viseu
NADA DE NÓVOA
8 MAI
Os portugueses
puderam perceber
perfeitamente como
(alguns) “aguentam…
aguentam!!!” os cortes
que a referida crise
provoca
Durante o mês de Abril foram conhecidos diversos elementos muito importantes sobre a “Crise” em que caímos
(ou para que fomos empurrados…) a
partir de 2008. Muitos desses factos
sobre economia real tornados públicos
parecem-me merecer alguma/muita
atenção por parte dos cidadãos. Resumidamente, nas empresas do PSI20 (e
não só), voltaram os salários milionários das administrações, continuaram
as distribuições de dividendos “milhãonionários” aos accionistas e…, aumentaram as suas dívidas em 23%...!!!
Por exemplo, ficamos a saber que o
BPI, apesar de não ter apresentado
“grandes contas” no ano passado, entendeu voltar a pagar aos seus administradores os anteriores salários (+/- 1
milhão/ano). E, ainda mais relevante,
esse pagamento terá efeitos retroactivos. Curiosamente, não tive conheci-
mento de qualquer aumento nos salários dos seus trabalhadores. Conclusão
óbvia, os portugueses puderam perceber perfeitamente como (alguns)
“aguentam… aguentam!!!” os cortes
que a referida crise provoca.
Claro que, imediatamente, os habituais e mediatizados “fazedores” da
“opinião pública” vieram a terreiro defender aquele banco com o extraordi-
Em março deste ano o desemprego registado nos centros do IEFP no distrito de Viseu atingiu mais de 22 mil pessoas. Significa que, em quase 4 anos,
face ao início de governo desta maioria (PSD/CDS) e à imposição de um
programa de austeridade, muito para
além da troika, o desemprego registado aumentou 30%: mais de 5 mil
desempregados.
Este número é muito impressionante.
E mais seria se fosse possível contabilizar, a nível distrital, o que as autoridades estatísticas chamam de desemprego em sentido lato ou sejam: o número
de desencorajados, de subemprego e
de ocupados que engrossariam as estatísticas, mas cuja divulgação por
distrito, por concelho ou nuts3 não
acontece.
No entanto, para termos uma ideia
da realidade distrital, durante este período, sabemos que a nível nacional o
número de “desencorajados” aumentou 76%; o “subemprego” subiu 22% e
o número de “ocupados”, em programas de emprego e formação profissional, cresceu 518%.
O desemprego nos jovens com menos de 25 anos está acima dos 3.300,
um crescimento de 62% face ao início
deste governo. Portanto, se o aumento do desemprego no distrito, de 30%,
é muito preocupante, como classificar o aumento do desemprego jovem
que cresceu o dobro? Alarmante, no
mínimo!
Mais de metade dos desempregados
inscritos nos centros de emprego não
tem qualquer tipo de prestação inerente e isso quer dizer que 58% não tem
subsídio de desemprego, realidade
que nos conduz a 13 mil pessoas nestas condições.
Ao mesmo tempo, o governo reduziu
a proteção aos mais carenciados. É de
Quando há uma candidatura a um
cargo público político, o candidato
deve ter em consideração as funções
que irá exercer e quais serão as suas
competências. Isto não parece estar
a acontecer com Sampaio da Nóvoa,
candidato a Presidente da República
nas eleições do próximo ano.
Se é verdade que o cargo de Presidente da República em Portugal é
de representação, regulação, defesa e cumprimento da Constituição
da República Portuguesa, o discurso deste candidato na sua apresentação a 29 de abril não passou essa
mensagem.
De facto, apontou o problema da
desconfiança das instituições. Qual
a solução apresentada por Sampaio
da Nóvoa? Nenhuma.
Criticou o sistema político português culpado pela atualidade política e financeira atual para depois
Apontou o problema
da desconfiança das
instituições. Qual a
solução apresentada
por Sampaio da Nóvoa?
Nenhuma
afirmar que “não podemos perder o
país que conquistamos nas últimas
décadas”. Estava o antigo reitor a referir-se ao défice excessivo acumulado, ao empurrar o problema da natalidade ou às ideias megalómanas
que hipotecaram o futuro das novas
gerações?
Invoca a independência, isenção e
nário e profundo argumento de se tratar de “uma empresa privada, que até já
pagou a dívida resultante do empréstimo patrocinado pelo Estado” e, assim,
pode determinar o regresso do pagamento daqueles valores!!!
Certo… só que ninguém contestou
essa matéria. Evidentemente porque
não é essa a questão que se coloca com
o conhecimento do facto concreto acima mencionado. A questão é de princípio. A questão é que aquela deliberação demonstra cabalmente o que é e
o que pretende este modelo económico
que tem dominado as nossas vidas. A
crise visou conseguir que uma minoria com poder suficiente para a provocar, pudesse transferir o “pagamento”
da mesma para a maioria da população. Essa é que é a questão…
Este texto está escrito de acordo com a anterior ortografia
Mais de metade dos
desempregados inscritos
nos centros de emprego
não tem qualquer tipo
de prestação inerente e
isso quer dizer que 58%
não tem subsídio de
desemprego
4.000 o número de crianças e jovens
que deixaram de receber abono de família, tal como mais de 3.600 pessoas
que deixaram de receber o complemento social para idosos ou as mais de
1500 famílias que já não usufruem do
rendimento social de inserção. Parafraseando o primeiro-ministro, Passo
Coelho, na sua hora “zen”, nem todos
sentem o sucesso do presidente da câmara de Viseu.
responsabilidade no exercício das
funções mas também avisa que não
será espetador impávido e que terá
um sentido reformista. Das duas
uma ou pretende interferir na esfera
política e executiva portuguesa ou
apenas quer iludir os eleitores tentando passar a ideia de que terá poderes para fazer todas as mudanças
que apregoa.
Desde a primeiro hora que Sampaio da Nóvoa se quer afastar da
máquina partidária e de qualquer
ideologia mas continua à espera do
apoio do Partido Socialista que tanto anseia.
Há claramente um vazio de ideias e
de política, aliado a uma incoerência de discurso e de posição pública.
O Presidente da República não deve
saber apenas citar Zeca Afonso,
deve acima de tudo saber ser Chefe
de Estado em sentido lato.
OPINIÃO
37
CARTOON
CDU
FILOMENA PIRES
Professora do Ensino Secundário
PELA RADIOTERAPIA
NO CHTV
CDS/PP
MARINA VALLE
Professora
SER PROFESSOR
Depois de uma moção aprovada por
unanimidade na Assembleia Municipal de Viseu, o PCP questionou
recentemente o governo sobre a disponibilização de um serviço de radioterapia em Viseu.
O Hospital de S. Teotónio dispõe já
do serviço de oncologia com um volume de doentes em algumas patologias semelhante ao do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra.
Todos os anos há mais 1.000 doentes
(cólon/recto + 200; esófago / estômago
+ 100; mama + 200; próstata + 300) e
não existe um serviço de radioterapia.
A não existência da radioterapia em
Viseu, implica a deslocação de todos os
doentes para Coimbra, com os inconvenientes económicos, de bem-estar e
de eficácia médica que isso implica.
Com espanto e indignação tomámos
conhecimento, pela comunicação
social, que o Presidente da Câmara
Municipal de Viseu teria “negociado”
com o Ministro da Saúde, a instala-
A Educação é uma temática complexa, delicada que gera poucos consensos entre os seus vários atores e
nos seus diversos cenários.
As políticas educativas têm focalizado as problemáticas do aluno /
Encarregado de Educação, a racionalização de pessoal docente e não
docente, dos espaços e de todos os
meios pedagógico / educativos.
O Professor é a peça fundamental
no processo de aprendizagem dos
alunos sem com isto querer dizer
que é o centro desse mesmo processo que é, indubitavelmente, o próprio Aluno.
Mas o que é um Professor?
É alguém que …
Tem de ser extraordinariamente
adaptável a novas e constantes reformas que se tornam inconclusivas
ção de uma Unidade de Radioterapia
num hospital privado. A confirmar-se este “negócio”, estaremos perante mais um ataque premeditado ao
SNS, privilegiando a satisfação dos
interesses dos grupos económicos
privados do sector da saúde.
Será por altruísmo que o sector privado quer investir numa unidade de
radioterapia em Viseu? Não. Simplesmente porque o governo se propõe
desviar do hospital público, por falta
de resposta, os doentes, garantindo o
lucro aos privados (modelo PPP) com
o dinheiro dos contribuintes.
Este será sempre um “negócio” absolutamente contrário aos interesses
dos utentes que deveriam estar no
centro das políticas de saúde.
Ao governo cabe dizer: se aconteceu
o “negócio” com uma Unidade Privada de Saúde? A ser verdade, que critério clínico, terapêutico e de defesa dos pacientes e do SNS presidiu
à decisão que pretende deslocalizar
Porque é que o Professor
não está a ser devida e
justamente respeitado?
porque não há tempo para as testar;
Suporta a inesgotável burocracia
dos papéis, dos documentos, dos relatórios que poderiam ser reduzidos
a informações curtas e objectivas;
É responsabilizado pela desresponsabilização dos próprios
responsáveis;
Tantas vezes não tem tempo nem
Com espanto e
indignação tomámos
conhecimento, pela
comunicação social, que
o Presidente da Câmara
Municipal de Viseu
teria “negociado” com
o Ministro da Saúde,
a instalação de uma
Unidade de Radioterapia
num hospital privado
doentes para fora do local onde lhes
foi diagnosticada a doença, onde são
acompanhados através de consultas
regulares, onde lhes são ministrados
os tratamentos de quimioterapia?
paciência para a sua família porque
a esgotou com a Escola;
Trabalha por imperativos de consciência de quem sabe que tem nas
suas mãos o futuro do País;
Não desiste de exercer cabal, dedicada e atentamente a sua profissão apesar dos constrangimentos
que advêm das responsabilidades
acrescidas e das desconsiderações
constantes;
Ensinou, formou, ajudou a crescer
todos aqueles que hoje são responsáveis pelos diversos sectores da sociedade nomeadamente da área da
Educação.
Então porque é que o Professor
não está a ser devida e justamente
respeitado?
Esta é a questão que coloco e a que,
se alguém souber, dê a resposta.
8 MAI
ENTRETENIMENTO
38
Signos
Agenda
CARNEIRO (21/3 a 20/4)
As relações atravessam uma fase de definição e em que os sentimentos revelam muita intensidade.
Uma decisão tomada por quem gosta pode dilacerar o seu coração. Vai absorver as influências dos
meios que frequentar; tente manter as suas posturas coerentes.
VISEU
McDonald’s e IPDJ
Exposição/Sernancelhe
até 28 de maio
–
TOURO (21/4 a 21/5)
Está muito precipitado e ansioso, o que o pode levar a cometer alguns erros ou a fazer com que se
cansem de si. Procure cativar e seduzir e evite cenas ou manifestações de insegurança. Organize a
agenda da semana com pormenores. Poderá sentir estrangulamento económico.
GÉMEOS (22/5 a 21/6)
Terá dificuldade em definir sentimentos e em aceitar decisões de outros. Nalguns casos vai confundir
amor com ódio ou mesmo com orgulho. Não vai conseguir atingir todos os objetivos de desejados, o
que pode torná-lo inquieto e nem sempre justo com quem colabora.
O concelho de Sernancelhe está em
destaque durante o mês de maio no
Instituto Português do Desporto
e Juventude (IPDJ) e também no
Restaurante McDonald’s, em Viseu, com a
exposição “Um Olhar sobre as Origens”.
Uma mostra para dar a conhecer as
paisagens, o património e a cultura que
define a Terra da Castanha.
CARANGUEJO (22/6 a 22/7)
Aumente os momentos de convívio. A semana é muito propícia ao estabelecimento de novos relacionamentos. Favorecidas as viagens. Se tem algo para dizer ou confessar deve fazê-lo esta semana,
pois terá compreensão. Boa altura para desfazer ou resolver equívocos.
MUSEU GRÃO VASCO
Shortcutz Viseu
8 de maio
–
LEÃO (23/7 a 23/8)
Deve limar algumas arestas para que as relações possam evoluir; será um erro não dar ouvidos aos
outros. Algumas condutas devem ser revistas ou evitadas em público. Deve usar sempre o fator
surpresa. Poderá vir a ser confrontado com novos dados de análise económica.
VIRGEM (24/8 a 23/9)
Uma relação pode começar a complicar-se inesperadamente e por motivos insignificantes. Notará
algum afastamento ou frieza nos sentimentos e nas ligações. Tenha calma a discutir os assuntos, pois as
suas decisões não deverão ser apressadas ou mesmo pressionadas.
BALANÇA (24/9 a 23/10)
Separe assuntos sociais de assuntos meramente pessoais para evitar discussões desnecessárias. Saia
um pouco mais porque a sua vida está a cair numa monotonia que pode levar a consequências
negativas. Não caia em desorientação só por ausência de decisões.
ESCORPIÃO (24/10 a 22/11)
Tente ser muito transparente no que respeita a sentimentos e intenções. Atue de modo a não ser
surpreendido por reações que não espera mas que são merecidas. Boa semana para se lançar em
projetos e atividades, embora dentro das suas esferas habituais.
SAGITÁRIO (23/10 a 20/12)
Poderá sentir novas emoções ou uma intensidade mais forte nos sentimentos. Conseguirá sentirse mais feliz e realizado nesta área mesmo que opte por estar só. Terá evoluções muito positivas e
uma profusão de dados ou incentivos que vão diretos aos seus interesses.
CAPRICÓRNIO (21/12 a 20/1)
Tem tendência a cometer imprudências que podem comprometer a boa evolução dos relacionamentos. Manifestações excessivas perante pequenos desagrados. Terá de prestar provas dos
conhecimentos, mas tende a ser bem sucedido. Poderão criar-lhe condições adversas.
AQUÁRIO (21/1 a 19/2)
Terá coragem e alento para novas conquistas ou para ir mais longe nos afetos atuais. Conseguirá
boas provas de estima. Não tente mostrar que sabe tudo; é uma boa altura para aprender. Em caso
de propostas profissionais, faça uma análise criteriosa antes de decidir.
PEIXES (20/2 a 20/3)
Tente não ser muito direto ou prosaico nas manifestações sentimentais, o que pode revelar pouco
da sua sensibilidade. Procure dar uma imagem muito realista acerca dos seus propósitos. Procure
atuar de forma mais correta desde o início das suas atividades.
Curtas-metragens em competição: Sam
Samurai - Rui Ribeiro (com a presença
do realizador), The Prisoners - Margarida
Madeira
Projeto convidado: Shortcutz Amsterdam
com a presença de Alexa Rodrigues e João
Carlos Rodrigues
Filmes: Pony Place - Joost Reijmers, Rotor
- Maarten Groen e Facing the News Wiep Teeuwisse.
ESTUDANTINO
Quinteto Explosivo e Dor na Rótula
8 de maio
–
A partir das 22h00, no Estudantino, para
ver Quinteto Explosivo e Dor na Rótula.
CENTRO HISTÓRICO DE VISEU
Arte ao Centro
Ilustrações, desenho, pintura
9 de maio
–
Rosário Pinheiro, Liliana Rodrigues e
Mauro Correia são os artistas convidados
para presentearem alguns bares e lojas
do Centro Histórico com trabalhos da
sua autoria. Para ver também ao vivo na
Galeria Saguão, Cabazes Lusitanos, Só
Sabão, PortVs Calle e AndaVer Viseu.
A partir das 16h00.
PALÁCIO DO GELO
7.º aniversário
9 de maio
–
O Palácio do Gelo Shopping assinala
no próximo sábado, às 21h30, o seu
7º aniversário com o “Palácio do Gelo
Fashion Show”, um espectáculo de moda
apresentado por Catarina Furtado. A
brasileira Leticia Birkheuer, conhecida
pelo público português como actriz na
actual novela “Império”, será a estrela de
um elenco de luxo, de onde se destacam
ainda Helena Coelho, apresentadora
e modelo da Triumph, e Luís Borges,
presença assídua nas campanhas internacionais de marcas de topo como Tommy
Hilfiger, Paul Smith, Benetton ou Etro,
considerado um dos ‘Trending Men’ da
actualidade, de entre todos os modelos
masculinos relevantes para a indústria a
nível internacional.
MANGUALDE
Biblioteca
Exposição
até 31 de maio
–
A Câmara de Mangualde promove uma
exposição que é uma fusão temporal entre
o passado e o futuro, intitulada “Avós”,
composta por 30 painéis em pastel de óleo
sobre papel.
A mostra, que ficará patente até ao fim
do mês, é da autoria da artista plástica
Rute Gonzalez e pode ser visitada gratuitamente na Biblioteca Municipal.
“O título deste projeto artístico estrutura-se
na contemplação da fusão temporal entre o
passado e o futuro, o tempo vivido e as suas
marcas e uma antevisão dessas marcas em
cada um de nós”.
VILA NOVA DE PAIVA
Piscinas
Atividade física
9 de maio
–
O Município de Vila Nova de Paiva
promove no sábado, das 15h00 às 19h00,
o programa de atividades físicas ALL IN
FIT. Esta iniciativa decorre nas Piscinas
Municipais e engloba atividades aquáticas
juntamente com modalidades de fitness,
direcionadas para todas as faixas
etárias. O programa inclui a natação
pura, com uma Maratona de Natação
durante 240 minutos (6 horas) ininterruptamente, para a qual os interessados
se deverão inscrever. Paralelamente a
esta atividade que é transversal a todo o
evento, decorrem aulas de Hidroginástica
(hidrosénior, hidrokids, hidropower)
e atividades de fitness (step, attack,
zumdance, localfit).
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FRAÇÃO
Rua Alexandre Herculano, 27-29
PENALVA DO CASTELO
VENDE-SE
Imóvel com Rendimento
Localizado em zona habitacional, Freguesia de Ínsua, Penalva do Castelo.
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designadamente, a efetivação de todas as diligências e a obtenção de todas as informações junto das entidades oficiais competentes, sobre o imóvel, não tendo a Estamo - Participações Imobiliárias, S.A. nenhuma responsabilidade nesta matéria e não podendo ser inovada contra ela para nenhum efeito, a eventual insuficiência ou falta de digligências ou informações disponíveis.
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Mais informações: [email protected] / [email protected] / www.estamo.pt
FICHA TÉCNICA
Diretor A. Figueiredo, C.P. n.º 2153 - [email protected] • Redação ([email protected]) / Micaela Costa, C.P. n.º 10054 - [email protected] // Sandra Rodrigues, C.P. n.º 4367 - [email protected] •
Cartoonista Ricardo Ferreira [email protected] • Correspondentes / Colaboradores José Ricardo Ferreira, C.P. n.º8624 // Pedro Pontes - Colaborador // C. António Pereira, C.P. n.º 9053 // Laeticia Leite - Colaboradora
Departamento Comercial ([email protected]) / Luís Duarte [email protected] T. 967 475 664 / Daniela Cardoso ([email protected]) T. 969 331 055 // • Departamento Gráfico ([email protected]) / Projeto Gráfico DPX
Design /Paginação Tânia Ferreira / Nuno Rodrigues • Impressão Coraze - Oliveira de Azeméis T. 910252676 / 910253116 / [email protected] • Distribuição Vasp • Tiragem 5.300 ex. / edição • Sede e Redação Av. Alberto Sampaio, 132 - 2º, 3510-028 Viseu •
Contatos T. 232 431 311 / 969 331 031 / [email protected] • Propriedade Legenda Transparente, Lda. / Contribuinte Nº 510 803 636 / Capital Social €10.000 / Depósito Legal Nº 44 731 - 91 / Título registado na ERC sob o nº 124 008 •
Gerência João Rebelo Cotta / João Paulo Rebelo / Francisco Rebelo dos Santos • www.jornaldocentro.pt
1 MAI
CRÍTICA
39
MÚSICA
CINEMA
LEITURAS
IDEIAS
VÍTOR COSTA
CRISTÓVÃO CUNHA
DAVID BARBOSA
JOÃO DIAS
PULP: VIDA, MORTE &
SUPERMERCADOS
UMA LEITURA INESPERADA
DA SEXUALIDADE
A ULTIMA...
Agora que os Pulp
acabaram, todos
ficaram por lá, ficando
a sensação que os Pulp
foram um sonho e
nunca existiram
Há um mês que não me encontrava com a Daniela. Deslocara-se de
férias à Grécia. Finalmente, ontem
apareceu. Trazia uns jeans, uma
camisola branca e umas sapatilhas gastas. O cabelo preto caía-lhe
sobre os ombros, formando uma
moldura para o rosto moreno e o
azul dos olhos. Entrou sem pressas
no quarto, sorriu, descalçou-se, e
foi como se acabasse de chegar de
comprar tabaco no café da esquina.
Eu recebi-a como se a não visse há
décadas.
De repente, a propósito de uma
expressão minha, disse-me: «Não
gosto de foder. Não gosto do sentido que se concentra nessa palavra.
Há qualquer coisa de obsceno, de
vulgar, de mecânico nesse termo
que me incomoda, que me provoca
mal-estar. Odeio pensar, quando te
amo, que estou a foder. Nem sequer
fazer amor é uma expressão apropriada. Tem ressonâncias fabris,
evoca uma linha de montagem,
uma produção material. Num filme porno fode-se, é verdade. Mas é
mesmo por isso que esses filmes são
a manifestação de um certo vazio
e pobreza humanas. Como a escravatura. Talvez sejam piores, porque suponho que os intervenientes
deem o corpo ao manifesto voluntariamente. O que é belo é o sentido de elevação, a plenitude, a sublimação do natural. O meu desejo
prende-se com a busca de um sentido místico, sagrado, espiritual. E
claro que o corpo é um elemento
dessa vivência sublime».
Observei-lhe que um padre não teria muitas razões para não subscrever aquela exposição. Ela redarguiu
que também não teria problemas
em subscrever a doutrina da igreja.
Espantei-me com o paradoxo. Não
era o estilo de vida dela, um desmentido do que dissera? Sorriu, disse-me que a interpretação que fazia da doutrina não era literal, mas
que sobretudo compreendia o apelo a uma maior espiritualização da
sexualidade, que, segundo ela, não
deve anular-se no jogo de dois corpos. O teu lugar é num convento, respondi-lhe eu. Ela disse que sim, que
muitas vezes pensava nessa opção.
Olhei-a estupefacto, e, sem saber
porquê, aquela ideia excitou-me. Os
caminhos que depois percorremos
tornam-se de difícil descrição, agora que ela excomungara as palavras
habituais.
VÁRIOS
MUSIC FOR MACHINES
[DELSIN]
Nascido no início da década de 70,
o género musical que Brian Eno viria a baptizar como ambient, enquanto o aproximava de um público mais alargado, ganhava novo
fôlego ao acompanhar a explosão
da electrónica de dança na viragem
dos anos 80 para a década seguinte.
Pouco depois era esquecido, só recuperando alguma atenção há relativamente pouco tempo, com artistas como Loscil ou as compilações
anuais Pop Ambient lançadas pela
Kompakt. Menos minimal e mais
melódica que estas é a selecção escolhida por John Beltran em Music
For Machines, na Delsin, uma editora de relevância crescente, especializada na cartografia das coordenadas mais experimentais do techno.
Dezoito tranquilas composições de
rara beleza que, combinando simplicidade e engenho, contribuem
para instalar uma atmosfera límpida onde quer que se façam escutar.
MATT TOLFREY
FABRIC 81 [FABRIC]
Há dez anos uma presença regular
nos pratos do clube londrino Fabric,
Matt Tolfrey tem finalmente a oportunidade de gravar um dj set para a
numerosa colecção de cd’s. Sem dúvida um dos mais inspirados volumes
da série, e até ao momento a melhor
mix do ano, percorrendo uma impecável sequência de tech house sofisticada e distante de estereótipos. Cada
nova faixa muda o rumo numa direcção inesperada, mantendo o factor ritmo no vermelho, enquanto arranjos
futuristas se acotovelam com familiares sons vintage. O retrato fidedigno
de um dj cujo gosto refinado não deixa dúvidas quanto ao potencial ainda
por explorar nesta área musical.
Têm saído alguns títulos bastante interessantes, nomeadamente
Shut Up and Play the Hits sobre
os LCD Soundsystem e Mistaken
for Strangers realizado pelo irmão
do vocalista dos The National.
Estes documentários revelam um
lado desconhecido das bandas e
aproximam os fãs das estrelas, e,
geralmente mostram parte dos
bastidores e de como se (des)constroem os mitos do rock. Pulp, filme de Florian Habicht não foge
à regra. Mas neste caso, filma o
último concerto da mítica banda dos 90’s em Sheffield, a cidade natal do grupo. Enquanto se
vêem imagens do último concerto no Reino Unido, de uma carreira de 25 anos, são entrevistados
os membros da banda, intercalados com entrevistas a “common
people” de Sheffield, sobre sonho,
vida, fama e mortalidade. Apesar
de haver coisas no documentário
que irritam profundamente, como
estar agarrado a alguns “personagens” entrevistados em comparação a outros, o filme consegue
ser desconcertante na forma crua
como filma os elementos dos Pulp.
Falam da fama como qualquer coisa gira (“fun”), sem um pingo de
falsa modéstia ou tique de estrelas,
como se nunca tivessem saído da
sua condição de gente de Sheffield.
E aí apercebemo-nos de um pequeno elo mágico que une todo o filme. A coragem daqueles que persistiram no sonho (Pulp) contando
a vida daqueles que não o conseguiram atingir (Common People).
Que no fundo sempre foram gente de Sheffield e que nunca teriam
sucesso se não fossem de lá (aliás
ouve-se isso no início do filme). E
agora que os Pulp acabaram, todos ficaram por lá, ficando a sensação que os Pulp foram um sonho
e nunca existiram. Mas a verdade
é que os Pulp foram o sonho das
gentes de Shefield tornado realidade, mesmo que por vezes não o
reconheçam.
Vai ser pelo caminho
que mais feliz me fez! ou
vai ser por aquele trilho
que não experimentei
até agora, mas sempre
quis!
Será a última verdadeiramente a
derradeira?
Se for a última vez que um indivíduo anda de bicicleta, pode ser
ao mesmo tempo a primeira vez
que alguém o vê andar, e pode ao
mesmo tempo ser a primeira vez
que outro pode usar essa mesma
bicicleta.
Ainda numa última vez que alguém
anda de bicicleta, por exemplo, não
sabendo essa pessoa que é a sua última “volta” pode estar a fazer o
caminho que sempre fez, mas pode
também dirigir-se por um caminho novo para si. Mas sabendo que
esta é a última, carrega uma certa
nostalgia, uma espécie de carinho
da despedida - a ultima volta de bicicleta, vai ser pelo caminho que
sempre gostei! vai ser pelo caminho
que mais feliz me fez! ou vai ser por
aquele trilho que não experimentei até agora, mas sempre quis! É a
ultima hipótese de ter novas recordações neste veículo, sendo esta a
ultima.
Seja como for a última é também o
início de muitas outras (coisas). E
muito dificilmente a última é a derradeira, só em casos muito extremos sem pontos de perspectiva exterior ou de fuga.
...nunca acaba
Mas se olharmos para a coisa em si,
essa acaba. Agarramos numa lata
de coca-cola, bebemos o conteúdo, esmagamos a lata, acabou! ficou uma transformação, uma derivação do “simbolo”, transporta em
si remetências a essa última existência da coca-cola como ela realmente foi, mas nunca mais será a
mesma.
Vendo agora um cinzeiro feito de
uma lata de coca-cola vejo que já
não pode mesmo voltar a ser o que
era.
Por isso sim, também haverá alguma
coisa que acaba defi nitivamente...
8 MAI
Jornal do Centro
2070
71%
120 HORAS
Ano em que haverá mais
muçulmanos do que cristãos
no mundo
Sites de comércio eletrónico que aumentaram o número de clientes no quarto trimestre de 2014 face ao período homólogo
Tempo que um nepalês de 15 anos, vítima
do recente terramoto, esteve debaixo de
escombros até ser resgatado com vida
(in Observador)
(Fonte: Barómetro ACEPI/Netsonda)
(in India Today)
TEMPO
NO MUNDO
“MÃE BABADA” A TEMPO
INTEIRO EM PARIS
Sandra Albuquerque, para muitos mais
conhecida como Maria Albuquerque,
trocou Viseu e Nelas por Paris.
Formada em Relações Internacionais,
foi no Jornalismo que cresceu profissionalmente. Há cinco anos e meio juntou-se ao marido na cidade francesa.
Consigo foi o André, tinha na altura
três anos, e dentro da barriga o Tiago.
Atualmente, afirma, sou “uma mamã
cada vez mais babada e dedico o meu
tempo quase inteiramente aos meus filhos. Paralelamente, desenvolvo actividades ligada a artesanato e artes criativas”.
“No ano anterior à minha partida, inesperadamente, um aliciante desafio profissional tinha sido lançado ao meu
marido, como iOS developer. Por isso,
a minha decisão de vir para Paris foi
tomada com a convicção da importância de reunir a família. Na altura, pensamos as opções e concluímos que em
Portugal nem eu nem o meu marido
conseguiríamos uma oportunidade
profissional semelhante a que lhe era
oferecida”, conta Sandra Albuquerque.
Foi “cheia de receios” e “coração apertadinho” (nunca quis viver fora de
Portugal) que fez as malas e partiu.
Recorda que quando chegou a Paris,
como não tinha nenhum apoio familiar
e estava grávida, a decisão foi ficar em
8 SEX.
18º / 11º
casa sem trabalhar, até porque para o filho mais novo a mudança era enorme.
Ficar em casa e ser mãe a tempo inteiro só é possível porque, economicamente, as diferenças são algumas quando se fala de salários em Portugal ou
em França. “O salário do meu marido
permite-nos que eu continue sem trabalhar. Mas os gastos também são diferentes, as rendas das casas são elevadíssimas, o valor dos impostos também,
os bens de primeira necessidade são relativamente mais caros. Depois há outros bens que inexplicavelmente são
mais baratos que em Portugal, como
os combustíveis, a electricidade, as comunicações. Uma coisa que me deixou
surpreendida foi, por exemplo, o preços das consultas privadas de pediatria!
Em Portugal eu já pagava na altura 65
euros, aqui continuo a pagar menos de
30! E no final a Segurança Social ainda
me reembolsa uma parte”, exemplifica.
Quanto à integração social, a jovem
mãe garante que nunca se sentiu alvo
de xenofobia ou discriminação. “Claro
que há os estereótipos óbvios... A
maior parte das vezes, as pessoas partem do princípio que o meu marido
trabalha nas obras, só porque é português, mas de um modo geral os portugueses em França são vistos como
pessoas de confiança, trabalhadoras e
respeitadoras”, realça.
Passados cinco anos e meio da sua chegada a Paris, afirma que apesar da muito apregoada gastronomia francesa,
continua a preferir a comida nacional,
admitindo que também tem saudades
do sol em Portugal
“Adoro a cidade de Paris! É seguramente uma das mais belas do mundo! Há
manifestações artísticas em cada canto. Há cultura. Há alegria! Adoro o rio
Sena e as pontes que o atravessam. Mas
odeio o trânsito”, conclui.
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OPINIÃO
Olho de Gato
JOAQUIM ALEXANDRE RODRIGUES
O CARTEL
9 SÁB.
22º / 11º
10 DOM.
26º / 12º
11 SEG.
28º / 13º
12 TER.
27º / 16º
13 QUA.
21º / 10º
14 QUI.
19º / 7º
1. Todos os partidos, todos numa comovente unanimidade, acabam de “regulamentar” o controle das contas
dos grupos parlamentares pelo Tribunal Constitucional,
em vez de o entregarem ao Tribunal de Contas.
É este que tem a experiência e a capacidade para verificar e sancionar as contas dos organismos públicos, ainda
não há muito ele encontrou irregularidades no próprio
Tribunal Constitucional, mas os partidos, todos eles,
preferem entregar o serviço a quem não tem os meios
para o fazer.
Porque será?
2. Depois da terceira bancarrota, depois da austeridade e
do armarfanhamento da nossa soberania, cresceu a insatisfação com o cartel partidário. Há mais abstenção,
há mais votos nulos e em branco e há mais votos de protesto, como se viu nas últimas autárquicas com a eleição
de muitos independentes e nas europeias com o voto em
Marinho e Pinto.
O “arco da corrupção” — PS, PSD e CDS — está capturado pelo negocismo e o rentismo. As nossas elites
não produzem riqueza, só sabem viver aconichadas ao
estado.
O “arco do protesto” — Bloco e PCP — é formado por
virgens que, para não pecarem, são sempre do contra e
nunca querem ir para o governo.
Ora, este bloqueio ainda não vai ser resolvido nas próximas legislativas. Em cinco meses, é difícil que apareça
um partido como o Ciudadanos espanhol capaz de causar um rombo eleitoral significativo nos partidos do cartel. O PDR de Marinho e Pinto vai entrar no parlamento
mas não parece capaz de fazer grandes estragos.
3. A nossa Segurança Social, para além de um fundo de
reserva de 11 mil milhões de euros, tem 14 mil milhões
de receitas por ano e gasta 13 mil milhões em pensões.
Está, portanto, equilibrada e é sustentável.
Entretanto, apareceram uns “macroeconomistas” do PS
de António Costa a quererem cortar 1,7 mil milhões de
euros de receitas anuais da Segurança Social.
E se fossem antes mexer na herança da vovó deles e deixassem o futuro das pensões em paz?
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região - Jornal do Centro