Ano VII - nº 91 São Paulo - SP - Setembro de 2011 - Publicação mensal Comunidade A mulher que lidera os bancários de São Paulo SESC Bom Retiro: cultura, esporte e lazer em grande escala Pág. 5 Saúde no Centro Cura de micose com LED e alta frequência Pág. 8 Vegetarianismo é igual a menos colesterol Pág. 9 Empreendimentos Centrais O engenheiro que vende moda feminina Piscina semi-olímpica aquecida à luz solar, com teto retrátil, teatro para 200 pessoas e scanner de leitura para deficiente visual são algumas das atrações da nova unidade do SESC na região central. Pág. 3 Pág. 11 Artes e Cultura Projeto Voz e Violão na Mário de Andrade Divulgação Artes e Cultura Theatro Municipal: 100 anos de história. Pág. 4 Pág. 13 visite o site www.jornalcentroemfoco.com.br e anuncie 2 Pontos de distribuição do Jornal. Retire seu exemplar gratuitamente Centro Velho Banca Líbero – rua Líbero Badaró, 413 Banca Martinelli – Pça Antonio Prado Banca Pça Antonio Prado – Pça Antonio Prado Banca Largo do Café – Lgo do Café Banca das Apostilas – rua Boa Vista Liberdade Banca Shinozaki – Pça da Liberdade Banca Portal da Liberdade – rua Galvão Bueno, 161 Revistaria Brasilis - Av. Liberdade, 472 Bela Vista Banca Maria das Graças – rua Maria Paula, 23 Banca do Heitor – rua Maria Paula, 243 Banca Estadão – viaduto Nove de Julho, 185 Banca Consolação – viaduto Nove de Julho Banca da Rocha – Rua Rocha, 132 Banca do Toninho - Rua da Consolação Banca GV - Av. 9 de Julho, 2029 Banca Vd. Jacareí (em frente Pharma & Cia); Centro Novo Banca São Bento – rua Barão de Itapetininga Banca Corredor Cultural – Pça. Dom José Gaspar Banca São Luís – av. São Luís República Banca Av. São Luis 84 – av. São Luís Banca Itália – av. Ipiranga Banca Mealhada – av. São João, 629 Arouche Banca Mester – av. São Joao, 1050 Banca Nova Arouche – Largo do Arouche, 276 Banca do Olavo – av. Duque de Caxias, 436 Sta Cecília Banca Angelical – av. Angélica, 500 Banca Amália – al. Barros, 303 Banca Sta Cecília – Largo Sta Cecilia Vila Buarque Banca Praça do Rotary – rua Gal. Jardim Banca Consolação – rua Dona Antonia de Queiroz, 436 Expediente www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Linhas Centrais Comunidade da Maria Antônia reflete sobre a iluminação da rua Dezesseis luminárias de va p o r d e s ó d i o d e 25 0W foram substituídas por luminárias de LED - luz branca - de 140W, ao longo dos 400 m de extensão da rua Maria Antônia, que liga a rua da Consolação à Vila Buarque. O trabalho realizado pela Secretaria de Serviços, por meio do Departamento de Iluminação Pública (Ilume), fez as alterações, que de acordo com a pre fei tura, visa modernizar a iluminação pública e promover eficiência energética. Os investimentos na modernização da rede de iluminação e outros equipamentos vem acontecendo desde 2007, segundo informações oficiais publicadas. No caso específico da rua Maria Antonia, a prefeitura noticiou que a nova iluminação é resultado da busca de inovaç ão te cnológic a, aliada a eficácia e econo mia. A Ilume estima que a melhoria, reduzirá em 45% o consumo de energia no local, isto porque a tecnologia LED alonga a vida útil do sistema in s t a l a do, p a r a r e du zir o número de manutenções, além de distribuir uniformemente a luz. Para Edgar Menezes, da A s s o ci a ç ã o d e A migo s e M o r a d o r e s d a Ru a M a r i a Antônia, a mudança pode significar avanço tecnológico: “Mas a rua continua com alguns pontos escuros que deveriam ser mais bem observados. Para tanto, deveria ocorrer uma ação conjunta da prefeitura c om algun s do s p r é dio s, para obtermos iluminação acionada pela passagem de pedestres, complement ando a iluminação vinda dos postes. No entanto, toda economia de energia com manutenção da qualidade é bem-vinda”. O arquiteto e urbanista Sérgio Saraiva, morador da rua Maria Antônia, aponta para problemas mais const ante s no loc al, ante s da aplicação das LED: “Sugiro repensarmos preceitos qu a n t o à s qu a li d a d e s d e vidas urbanas, como as de segurança condigna à cidadania, desde esta opor tunidade, com a iluminação limpa, econômica e prospectiva da mais moderna urbanidade possível”. Ele aprovou a intervenção na rua, por constituir um projeto piloto, mas entende que a iluminação continua insuficiente, talvez por não ser a mais adequada para as características e demanda locais. Moradora e síndica de um prédio re sidencial na rua, Marise Mar tins pon dera sobre a melhoria. “A sua luminosidade não é tão intensa como a incandesc e n t e o u a f l u o r e s c e n t e, considerada a distância atual entre os postes. Na condição de pedestres e moradores, constatei com outros usuários que essa luminosidade ainda não transmite a almejada segurança”, conclui. Acontece A Poesia E então: quantas poesias você já fez até hoje? Muitas? Parabéns, você é uma pessoa capaz de entender estrelas, como diria Olavo Bilac. A h! Vo c ê n ã o f e z nenhuma? Está mais que na hora de começar. O quê? Não sabe? Como assim, não sabe! Vou mostrar que você é capaz. Mas, antes, temos que considerar o que é poesia. Sabe, no fim da tarde, aquele edifício escuro e enorme recortado na pouca claridade do céu? É poesia. O gato, sobre a árvore, pulando atrás de uma pomba? Aquela maçã vermelha do lanche da manhã? O sorriso do seu filho? O cheiro do café recém- coado? Os balões coloridos do vendedor, domingo, no parque? A onda do mar que se quebrou nos seus joelhos? A nuvem negra do temporal de sábado? O aperto de mão e o abraço do amigo preferido? Aquele livro maravilhoso que você leu ano passado, durante as férias na casa da tia Sonia? A folha seca que acaba de cair à sua frente? O picolé de coco? Tudo isso é poesia: aquela que se vive, no dia a dia, aquela que se sente. Para torná-la visível, palpável, e poder transmitir aos outros sua felicidade (ou outro sentimento qualquer), transforme esses sentimentos em palavras escritas. Você se tornará um poeta. Certa vez, um poeta e professor espanhol assim respondeu à pergunta de uma aluna: “- Que é poesia? - dizes enquanto cravas em minha pupila tua pupila azul - e você me pergunta? Poesia...é você!” Bons versos!!! Alberto Gattoni Aluno de Espanhol Fisk República [email protected] Nilson De Lourenço professor de inglês [email protected] Viaduto Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] / Editor : Carlos Moura - DTR/MS 006 / Colaboradores: Cecília Queiroz, Giscard Luccas, José Eduardo Bernardes Jr. e Paulo de Souza - Depto Comercial: Carlos Moura - Editoração Eletrônica, Composição e Arte: Douglas Borba Fotografia: Joca Duarte – MTB 36.520. Tiragem: 20.000 exemplares - Distribuição Gratuita. As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 3 Empreendimentos Centrais Fotos: PS SESC Bom Retiro: Cultura, Esportes e Lazer em grande escala. Na inauguração, uma mostra do que sempre haverá na nova unidade. O Serviço Social do Comércio (SESC) inaugurou no dia 27 de agosto a unidade Bom Retiro, com mais de 12 mil m2 de área construída. O novo equipamento, com capacidade para atender 1.000 usuários por dia, foi instalado no bairro para receber, principalmente, trabalhadores e moradores do próprio Bom Retiro, Campos Elísios, Luz e Santa Efigênia. A nova unidade oferece piscina semi-olímpica aquecida - com teto retrátil - no quarto andar, teatro com capacidade para mais de 200 pessoas, ginásio poliesportivo, comedoria, cafeteria, salas de ginástica, espaço infantil, oficinas, serviço de internet, biblioteca - com um scanner de leitura para deficiente visual -, área de exposições, consultórios odontológicos (presença do SESC Odontologia), estacionamento e muito espaço para convivência, com todo o conforto e acessibilidade. A atuação do SESC no Bom Retiro começou com ações como o Dia do Desafio, Turismo Social, Mesa Brasil e a Mostra SESC de Artes. Desses, o programa Mesa Brasil figura entre os mais atuantes na região, atendendo a mais de 3.000 crianças, adolescentes e pessoas com deficiência e em situação de abandono, por meio de parcerias com centros de convivência, albergues e abrigos. Diversidade étnica - Localizado na zona central da cidade, a região em que se ergue o SESC Bom Retiro tem como maior marca a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que separa os bairros do Bom Retiro e Campos Elísios, antes formados por chácaras e casas de veraneio da população abastada da capital. O Bom Retiro, nome atribuído ao local pela função que tinha de receber os imigrantes que lá chegavam por via férrea, vindos de Santos, foi se transformando sem ter perder algumas características originais. O Bom Retiro é reconhecido como local de chegada e residência de diferentes grupos étnicos e mantém, até hoje, a capacidade de acomodar os imigrantes. Assim, italianos, judeus e gregos, chineses, bolivianos e coreanos imprimiram à região a característica industrial-mercantil na área da tecelagem. Ali se encontram também diversas instituições culturais, como a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca, a Sala São Paulo, as Oficinas Culturais do Estado, Museu de Arte Sacra, Museu da Língua Portuguesa, o Museu da Energia, e educacionais como o Liceu de Artes e Ofícios, Colégio Dom Bosco, Liceu Coração de Jesus e a Faculdade de Tecnologia (FATEC), entre outros, que são exemplos de instituições de ensino com reconhecimento em todo o país. “Faz seis meses que começamos a abrir as portas aos sábados e depois aos domingos”, disse a coordenadora do Museu da Energia, Maria Paula Cruzinel. O casarão, que foi de Henrique Dumont -irmão de Alberto Santos Dumont e que hoje integra o acervo da Fundação do Patrimônio Histórico da Energia, começa a mudar a sua rotina por causa do novo vizinho. Outros depoimentos – “A nossa expectativa com a abertura do SESC bem em frente ao nosso Museu é de que tenhamos um aumento no número de visitantes”, prevê a coordenadora do Museu da Energia, cuja maior parte de seus visitantes é formada por estudantes de escolas da rede pública, que agendam as visitas previamente. A inauguração do SESC contou com presenças marcantes, como a do ex-jogador de futebol e recordista de par tidas pelo Corinthians, Vladimir. “O Bom Retiro era uma área com muito espaço, mas sem lazer e este novo equipamento é um verdadeiro ‘oásis’ e centro de maturação de novos talentos em quaisquer segmentos esportivos e culturais”, sentenciou. Ao lado dele, o músico Eduardo Gudin afirmou que o SESC Bom Retiro surge para valorizar o bairro “e sai daquela coisa de centralizar o parque do Ibirapuera, como principal ponto de cultura e lazer nos finais de semana”. Moradora há três anos no Bom Retiro, Milena Gouveia foi à inauguração do SESC levando a filha de dois anos. “Só estou preocupada com a segurança, que espero que melhore por causa deste novo ponto de atração no bairro”, desabafou. Junto dela, a amiga Jaqueline Ferreira da Silva, residente há dois anos no bairro, afirma que anteriormente tinha como opção de lazer o SESC na zona norte e constata: “Agora temos uma ótima opção e mais próxima de casa”. Por Paulo de Souza As amigas Milena e Jaqueline O compositor Eduardo Gudin e Vladimir Maria Paula, do Museu da Energia 4 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Empreendimentos Centrais O engenheiro que vende moda feminina no Centro GEM (Global Entrepreneurship Monitor) em 2010. O segmento de vestuário, aposta de César para seu primeiro negócio, é um dos destaques do setor produtivo brasileiro, apresentando índices de crescimento expressivos nos últimos anos, saltando de 1,4% em 2005 para 8,4% em 2010. Ameaçado pelas importações, o mercado nacional é alvo constante de incentivos do governo federal. Aproveitando esta maré de estabilidade e crescimento vertiginoso do país, o empresário teve a ideia de criar uma linha de roupas, inicialmente voltadas para a prática de ginástica. Durante quatro anos se dedicou Arquivo Xtorm Quando se graduou no curso de engenharia de alimentos, o empresário César Novaes, 38, não imaginava empreitar seu próprio negócio, muito menos no ramo das confecções femininas. Deixando para trás dez anos de uma carreira estável como consultor na área de nutrição animal, César reuniu coragem e adentrou o mercado têxtil, inaugurando em 2006 a fábrica de roupas Xtorm. O caminho trilhado pelo empresário coaduna com os números, sempre em ascensão, do empreendedorismo no país. Entre os 17 países membros do G20, o Brasil é o que possui a maior taxa de novos empreendedores com 17,5%, seguido da China, com 14,4% e da Argentina com 14,2%, segundo estudo da exclusivamente a este mercado, até que, insatisfeito com a crescente concorrência, usou a inventividade para desenvolver, a partir da moda ‘fitness’, “peças femininas modernas, como vestidos, regatas e jaquetas e, peças mais arrojadas e desafiadoras, como as ‘leggins’ (carro-chefe da Xtorm) e os modelos em lycra Cirré”, conta o empresário. César ousou, optando pela criação de roupas em cores fortes e tecidos mais justos. E “como as empresas que adquiriam minha coleção ainda tinham receio de comprar as peças nas cores mais variadas, concentrando-se somente no famoso ‘pretinho básico’, em 2010, decidi abrir minha própria loja”, declara. O local escolhido para ingressar no mercado varejista foi o centro de São Paulo, mais precisamente a galeria ‘R. Monteiro’, na rua 24 de Maio. Para o empresário, o pólo financeiro do país “é um local com trânsito intenso de pessoas, o custo-benefício é barato em relação às lojas nos shoppings e, principalmente, é um local que permite aprender bastante sobre o comércio”, comenta. Grande parte do público da loja é composto por transeuntes, ou pessoas que trabalham na região central segundo o empresário. “Essa é uma das coisas que me entristecem no Centro, existe pouco movimento de moradores. Um exemplo são as ruas que ficam completamente abandonadas nos finais de semana”, completa. Na iminência de completar seu primeiro ano de existência, a Xtorm deve ganhar nos próximos meses uma nova unidade no Shopping D, corroborando o objetivo inicial do empresário de expandir o negócio por toda a região metropolitana. Até 2013, há também a expectativa de uma outra unidade em São Paulo. Por José Eduardo Bernardes www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 5 Comunidade A mulher que lidera os Bancários de São Paulo “Agora somos presidenta, secretária geral e tesoureira, não por imposição de regimento, mas porque aqui existe igualdade mesmo”, comenta sorrindo a primeira presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvândia Moreira. Eleita com larga maioria dos votos e empossada no cargo no último mês de julho, a bancária não bate o martelo, não diz sim, quando perguntada se após o mandato via disputar um cargo eletivo na política, mas admite a possibilidade de um futuro no Legislativo: “Talvez aconteça, talvez não... é uma coisa que ainda vamos avaliar”. À frente de um dos sindicatos mais representativos da classe trabalhadora, ela é conhecida por sustentar de maneira firme suas posições, mas demonstra delicadeza, até certa timidez, ao falar de si, da sua história, principalmente quando se lembra de sua cidade natal (Nova Soure - BA) e de sua chegada à ‘cidade grande’. “O pessoal me falava da discriminação com os nordestinos que existia por aqui (São Paulo) e outras tantas coisas, mas como estava decidida a trabalhar e estudar, resolvi vir assim mesmo”. Sócio-fundadora do Instituto Lula, criado no mês passado pelo ex-presidente para gerir congressos, debates, políticas sociais e manter cooperação com o continente africano, Juvândia ainda mantém na memória as palavras do metalúrgico durante as campanhas petistas à presidência. Bem jovem, na militância que fazia na Igreja, ficava comovida ao ouvir o Lula falar sobre a possibilidade de um país mais justo, com os trabalhadores vivendo dignamente. A dirigente sindical lembra seus primeiros contatos com os movimentos coletivos, a relação Jairton Garcia/Seeb Agora somos presidenta, secretária geral e tesoureira, não por imposição de regimento, mas porque aqui existe igualdade, mesmo. da mulher com o poder e de suas bandeiras à frente do Sindicato. Centro em Foco: A eleição da primeira presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo é singular, como foi da presidenta do Brasil. O que isso representa? Juvândia: Representa uma consolidação de lutas. A mulher foi educada historicamente - e acho que ainda tem muito dessa herança - para a vida privada, doméstica. E por isso ela nunca se relacionou com o poder como os homens. Para ir à vida pública, nós (mulheres) temos que dizer: somos 52% da população e não dá mais para os espaços públicos serem ocupados majoritariamente por homens. CF: Como conciliar os anseios de inclusão feminina no mercado de trabalho, com as necessidades gerais dos trabalhadores filiados ao sindicato? Juvândia: O Sindicato precisa olhar a classe trabalhadora como ela é. Ela tem dois sexos e é tratada de maneira diferente no mercado. Na nossa categoria, o problema não é a conquista do emprego, já que elas somam a metade dos bancários. O problema ainda é a diferença salarial e a ascensão profissional. CF: Durante a infância, em sua família houve algum “gatilho” político que a levou à militância política? Juvândia: Não, na verdade eu despertei para a vida coletiva na igreja católica. Participei de grupos de jovens e essa foi uma base importante, que já me levava a pensar na comunidade e não somente nas decisões individuais. Saí da Bahia, de uma cidadezinha no norte do estado, e como queria estudar Direito e trabalhar vim para São Paulo. Tinha parentes em Salvador, mas preferi São Paulo, já que imaginava Salvador como uma cidade de turismo. Cheguei em um domingo, 7 de setembro, dia da independência, e já comecei a trabalhar na terça-feira, em uma loja no Brás. Fiquei por lá sete meses, quando saí foi para ingressar em um banco. CF: Quando começou seu engajamento na política partidária? Juvândia: Na Bahia mesmo, aos 16 anos, quando via as propagandas eleitorais do PT (Partido dos Trabalhadores) na TV e pensava que aquela era a mudança que o país precisava. Só de ouvir o Lula falando sobre as transformações sociais, distribuição de renda e um país mais justo, ficava emocionada. Quando cheguei em São Paulo fiz campanha para candidatos petistas, pois acreditava que um cidadão consciente precisava se engajar. CF: Então o Lula é o teu grande espelho político? Juvândia: Não, na verdade para mim ele é resultado de uma construção coletiva. Ele materializa toda uma história de lutas e é o grande símbolo das batalhas dos movimentos sociais, sindicais, de intelectuais, enfim, de pessoas que tinham a mesma visão de mundo e queriam mudar o nosso país. CF: Além de fazer o debate dos direitos e questões trabalhistas, o sindicato possui alguma outra frente de atuação social? Juvândia: Sim, o Sindicato atua sob o conceito de “Sindicato Cidadão”. Aqui no Centro, região que há um grande número de crianças moradoras de rua, nós criamos o projeto Travessia. Um projeto que não apenas retira a criança da rua, mas também faz a ponte com sua família, por meio de um educador que acompanha essa criança, entende seus problemas e busca promover sua re-inserção na família. O Travessia tem apresentado resultados bem interessantes. CF: Com essa expressiva vitória nas urnas (mais de 80% dos votos), você espera, ou tem objetivos de participar de eleições legislativas ou executivas futuramente? Juvândia: As coisas foram acontecendo naturalmente na minha vida. Eu não entrei no sindicato com essa pretensão e tão pouco assumi a presidência com essa intenção. Isso pode acontecer? Talvez aconteça, talvez não... é uma coisa que ainda vamos avaliar. CF: Qual é a expectativa de resultados da campanha salarial dos bancários este ano? Juvândia: Esperamos fazer um acordo bom para a categoria, que distribua salários e uma maior participação dos trabalhadores nos lucros. Outra preocupação é melhorar as condições de trabalho, já que as metas dentro dos bancos têm sido um grande fator de stress e outras doenças no ambiente de trabalho. Hoje o bancário vive sob pressão. Por isso o nome da campanha é “Bancário não é máquina”, com a intenção de proteger o trabalhador destes abusos. Por José Eduardo Bernardes 6 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Fiscalização faz arrastão em mesas e cadeiras nas calçadas Terça-feira, 20 horas, véspera do feriado de 7 de setembro. Uma noite agradável para muitas pessoas que junto aos amigos, aproveitavam a temperatura amena, mesmo para uma noite de inverno, para saborearem salgados com bebidas, além de um bom bate-papo. O happy-hour estava avançando na noite e a maioria nem pensava em ir para casa. Este era o panorama em um bar na esquina das ruas João Adolfo e Quirino de Andrade, no começo da ladeira da Memória, próximo ao Metrô Anhangabaú. Para surpresa de todos os clientes e de comerciantes, a noite agradável praticamente terminou por ali, com a chegada de fiscais da Prefeitura de São Paulo, acompanhados por guardas civis Metropolitana, para cumprirem uma ordem de serviço (OS) emitida pela Subprefeitura da Sé: recolher todas as mesas e cadeiras que estivessem em calçadas. “Este é o oitavo bar em que passamos para cumprir uma OS”, afirmou um fiscal enquanto funcionários públicos recolhiam oito mesas e 37 cadeiras. “Deveriam cuidar para que não fôssemos molestados pelos ‘noinhas’, os quais furtam objetos que estão nas mesas, como aconteceu agora mesmo”, desabafou o supervisor Josimar Gadelha que, ao lado de sua esposa, aproveitava a noite apreciando salgados e bebidas, antes de seguirem viagem para casa, na zona leste. “Nós somos os principais prejudicados com tudo isto”, lamentou após vociferar que pela segunda vez desarrumaram e levaram a mesa em que estavam. “Eu não deveria pagar por isto.” Sem permissão de uso – Surpreendidos com a ação de fiscais, funcionários do bar não desejavam se identificar, alegando que o proprietário não estava no local. “É um absurdo que isto esteja acontecendo com a gente pela segunda vez, em 15 dias”, lamentou um deles, seguido pelo colega já consternado, enquanto as mesas eram apreendidas. “Eu queria saber se fazem o mesmo na Vieira de Carvalho, onde existem muitos bares”, exclamou. De acordo com o fiscal que realizou a apreensão, as OSs que receberam indicavam estabelecimentos que apresentavam irregularidades. “Todas as indicações que recebemos são para aqueles bares que não apresentam o Termo de Permissão de Uso (TPU) que deve ser solicitado junto à subprefeitura ou mesmo na prefeitura”, esclareceu. No mesmo momento, um cliente revoltado se aproxima afirmando que um funcio- nário público teria atirado sua comida ao chão para recolher a mesa e as cadeiras. “O senhor tem o nome dele? Consegue identificá-lo? Se nada disto for possível, nada podemos fazer, senhor”, replicou o fiscal. Muitos clientes debandaram após terem a mesa com as cadeiras apreendidas pela fiscalização. Alguns se reuniam ao lado do bar para terminarem consumindo seus pedidos antes de partirem. Outro funcionário da casa, que não quis se identificar, disse que há mais de um ano o proprietário do estabelecimento deu entrada com o pedido de TPU. “Até agora nada de liberarem este termo. A lei determina que devemos deixar 1m50 de espaço livre para pedestres e se olharem bem, mesas e cadeiras ficam encostadas na parede do bar e sobram uns 10 metros de espaço livre na ladeira. Não atrapalhamos em nada”, refletiu. A verdade é que a cada dia que passa cresce o número de bares e restaurantes que ocupam boa parte das calçadas, de forma regular e irregular, tirando dos transeuntes a prioridade no uso das calçadas, conforme diz a lei. Para muitos moradores da região, de acordo com manifestações feitas ao Centro em Foco, o uso do espaço público no Centro está desordenado, exige que a Prefeitura, inclusive reveja algumas autorizações emitidas. Em outubro de 2010 (edição nº 81) o Centro em Foco mostrou, em matéria de capa, alguns estabelecimentos que mantém toldos fixos sobre o espaço público, ao arrepio da Lei Cidade Limpa, outros que mantém floreiras, mesas com cadeiras o dia todo na calçada, assumindo-a como espaço exclusivamente seu, expulsando o transeunte para o meio da via carroçável, nos horários do rush. (PS) Saúde no Centro Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 91 Árvore que não balança com o vento, quebra! 1 - Flexionar as pernas e projetar as palmas 2 - Cruzar as pernas e projetar a palma 4 - Girar o tronco e a cabeça 3 - Circulando de cima para baixo Você consegue fazer uma ligação telefônica, apertando várias vezes uma mesma tecla? Não? Então por que os que te rodeiam tem que compreender a sua repetição de atitudes e de palavras? Articulações e Extremidades, o significado destas duas palavras vai além de ossos, músculos e tendões. É harmonizar-se com sua vida e com as vidas que te rodeiam; ter consciência de que mudar é bom e necessário para evoluir e acrescentar; mudar hábitos alimentares, combater o sedentarismo, evitar de recla- mar das mesmas coisas, “bater na mesma tecla”, entre outros. A matemática aprendida no ensino fundamental da escola já nos mostrava o que temos que fazer em nosso cotidiano: somar, multiplicar, dividir e subtrair. Resistir a essas situações, ações, emoções e ati- 5 - Esticar o calcanhar esquerdo e direito tudes, resulta no “emocional afeta o físico”, neste caso - dores articulares. Por isso, aqui estão alguns exercícios de Lian Gong (ginástica chinesa). Sua prática trabalha, através de alongamentos e respiração, os pontos da acupuntura e as emoções que 6 - Chutar para os quatro lados eles despertam. Aproveite! Experimente! E até o próximo mês! Ana Paula Leijoto HOLUS Terapia Alternativa [email protected] www.holusterapia.com.br 8 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 91 Nossos pés Nossos pés sempre foram alvo de muitos cuidados. Cuidamos pela aparência, pelas dores, pelo bem-estar, pelo carinho que eles necessitam. O pé é a estrutura que suporta todo o peso do corpo. Possui anexos: pele (estrutura de revestimento e proteção do pé), pêlo, unhas, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Unhas: é um anexo da pele, situado na porção distal da última falange, formada por: queratina (proteína insolúvel) também, em proporções menores, de água, nitrogênio, lipídios, cálcio, magnésio, ferro, cobre, zinco, sódio e enxofre. Sua rigidez se deve à grande quantidade de matriz proteica com alto teor de enxofre, que contrasta com a quantidade de queratina da epiderme. Dura, sem elasticidade, translúcida, com pouca flexibilidade, tem como função recobrir e proteger as extremidades dos artelhos (entre os dedos, na planta, ou dorso dos pés), quando instalada nas unhas (onicomicose – onico = unha + micose) pode engrossar a mesma causando dor pela pressão do calçado. Mulheres cuidam mais O fungo é oportunista - por dos seus pés. Talvez, porque ser parasita, aproveita-se fiquem mais expostos do estado de debilidade devido ao uso de sandálias, do organismo: quando o elas têm um pouco mais de Acima, tratamento de micose com alta problemas e dores, também frequência; abaixo, tratamento de micose com LED. sistema imunológico está em baixa, por algum propelo uso de sapatos com blema emocional ou físico, saltos altos e “bico fino”. No como uma gripe, ou qualentanto, homens ou mulhequer outra doença, ele se res, jovens ou idosos, todos aproveita desse estado e se temos pés e precisamos desenvolve. Muitas vezes o cuidar deles. Afinal, existem tratamento, com remédio várias patologias (doenças) vai muito bem, e de repente, que os acometem, a micose para a melhora. Tratamentos é uma delas. com remédio ou exame de alimentam de queratina, uma diagnóstico: cultura ou micoO que é micose: doença causada proteína encontrada na pele, na lógico direto, exigem consulta por fungos. Existem muitos unha, e gostam do meio quente médica. De qualquer forma é tipos de fungos, porém vamos e úmido. A micose é muito preciso tratar. nos ater aos que se instalam comum e bastante desagradável. nos pés - são microorganismos Pode causar grande desconforto O trabalho do podólogo é parasitas, pois precisam de um social (vergonha); odor, coceira essencial no tratamento. Ele hospedeiro para sobreviver; se (dedos). Seu crescimento varia: nas mãos cresce de 2 mm a 4,8 mm por mês. Nos pés, é mais lento, varia de 1 mm a 1,5 mm por mês. vai aconselhar sobre a higiene dos pés e calçados, vai indicar produtos naturais, como o óleo de melaleuca, cuja limpeza da área com micose, tanto na pele quanto na unha, facilita a entrada de remédios, acelerando a cura. Hoje o uso de aparelhos possibilita, de maneira não tóxica e não invasiva, o tratamento dessa patologia, de forma eficaz e natural. Para aqueles que já estão em tratamento, acelera a cura. E para aqueles que não podem ou não conseguem tratar com remédios é uma boa alternativa. A alta freqüência - através do ozônio (um gás), mata bactérias, fungos e vírus - sua aplicação é simples. LED e Laser (de baixa potência), faz o tratamento com luz, em que o tripé: comprimento de onda, potência, tempo, faz com que o resultado seja muito positivo e natural. Marlei Perrotti, Prof. podologa, reflexoterapeuta. www.delpe.com.br tel: 11 3255-4641 Equipamentos públicos de Saúde no Centro: serão melhores se você usar. COE Humaitá Prof. Alfredo Reis Viegas - Rua Humaitá, 520 - Tel.: 3241-4403 / 3115-0759 HM Infantil Menino Jesus - Rua dos Ingleses, 258- Tel.: 3016-0500 UBS Humaitá Dr. João de Azevedo Lage - Rua Humaitá, 520 - Tel.: 3241-1632 UBS Nossa Senhora do Brasil Armando D’Arienzo - Rua Almirante Marques Leão, 684- Tel.: 3284-4601 UBS República - Pça da Bandeira, 15 - Tel.: 3104-7442 Hosp. do Servidor Público Municipal - HSPM - Rua Castro Alves, 60 - Tel.: 3208-2211 AMA Boracea - Rua Ribeiro de Almeida, 14 - Tel.: 3392-1944 AMA Especialidades Santa Cecília Dr. Humberto Pascale - Rua Vitorino Carmilo, 599 - Tel.: 3662-0781 / 3666-2034 AMB Multiprof de Criança e Adolescente – Programa Equilíbrio - Rua Anhanguera, 484 - Tel.: 3392-5624 NIR Santa Cecília Dr. Humberto Pascale - Rua Vitorino Carmilo, 599 - Tel.: 3826-0096 / 3826-7970 NISA Santa Cecília Dr. Humberto Pascale - Rua Vitorino Carmilo, 599 - Tel.: 3826-0096 / 3826-7970 PSM Barra Funda Álvaro de Almeida - Rua Vitorino Carmilo, 717 - Tel.: 3826-5666 / 3828-2178 SAE DST/AIDS Campos Elíseos - Al. Cleveland, 374 - Tel.: 3331-1216 / 3331-1317 UBS Boráceia - Rua Boráceia, 270 - Tel.: 3392-1281 / 3392-1882 UBS Santa Cecília Dr. Humberto Pascale - Rua Vitorino Carmilo, 599 - Tel.: 3826-0096 / 3826-7970 URSI SÉ - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3826-0096 / 3826-7970 AMA SÉ - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3101-8841 / 3101-8833 CAPS do Centro - Rua Frederico Alvarenga, 259 - 2º And. - Tel.: 3241-5460 / 3241-0901 CAPS Infantil SÉ - Rua Frederico Alvarenga, 259 - - Tel.: 3101-0156 / 3104-3210 CRST André Grabois - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3241-0418 / 3105-5330 CTA DST/AIDS Henfil - Henrique de Souza Filho - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3241-2224 UBS SÉ - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3101-2344 / 3101-3013 Unidade de Diagnótico por Imagem - SÉ - Rua Frederico Alvarenga, 259 - Tel.: 3105-2742 / 3107-3371 Unidade de Medicinas Tradicionais - Centro - Rua Frederico Alvarenga, 259 - 3º and. - Tel.: 3112-8133 UBS Bom Retiro Dr. Octávio Augusto Rodovalho - Rua Tenente Pena, 8 - Tel.: 3222-0619 / 3224-9903 UBS CambuciI - Av. Lacerda Franco, 791 - Tel.: 3276-6480 / 3209-3304 Legenda: AE - Ambulatório de Especialidades / AESM Ambulatório de Especialidades de Saúde Mental AMA - Assistência Médica Ambulatorial / CAPS Adulto - Centro de Atenção Psicossocial Adulto / CAPS ad - Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas / CAPS Infantil Adolescência Juventude Centro de Atenção Psicossocial Infantil / CRIA Centro de Referência para Infância e Adolescência CR INFANTIL - Centro de Referência Infantil / CASA SER - Centro de Atenção à Saúde Sexual e Reprodutiva / CECCO - Centro de Convivência e Cooperativa / CEO - Centro de Especialidades Odontológicas / COE - Clínica Odontológica de Especialidades / CR DST/AIDS - Centro de Referência em DST/AIDS / CTA DST/AIDS - Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/AIDS / SAE DST/AIDS - Serviço de Atendimento Especializado em DST/AIDS CRST - Centro de Referência Saúde do Trabalhador / HM - Hospital Municipal / NIR - Núcleo de Integração e Reabilitação / PA - Pronto Atendimento / PSM - Pronto Socorro Municipal / UBS Unidade Básica de Saúde / URSI - Unidade de Referência à Saúde do Idoso. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 9 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 91 Especialistas garantem sorrisos saudáveis unindo Odontologia e estética O tratamento implica trabalhar a face, pele e corpo do cliente. A época de submeter-se a um tratamento odontológico dolorido ficou no passado. Hoje, não são poucos os especialistas que atingiram um grande grau de maturidade profissional a ponto de ir além de devolver a esperada autoestima de seu cliente. Isto a partir de avançados recursos tecnológicos e de parcerias que resultam em verdadeiras “obras de arte”. De acordo com clientes da clínica, esta satis fação é garantida no Centro Odontológico Copan. Encabeçado pelos sócios e especialistas dr. Guilherme Henrique D’Almeida (or todontia e ortopedia facial) e dr. Daniel Augusto Machado Filho (implantodontia e clínica geral), que constantemente se atualizam como outros membros da equipe, o Centro Odontológico Copan garante ao cliente, além da saúde bucal, estética facial e corporal. Pode parecer algo futurista, porém estes dois especialistas, que há seis anos uniram seus conhecimentos, incluíram no rol de possibilidades de trabalho a recuperação do maxilar, face e pele, como afirma o dr. Guilherme D’Almeida: “Promovemos o rejuvenescimento facial por intermédio da odontologia. Ou seja, temos uma clínica que trata boca, rosto e todo o corpo.” Os profissionais contam que a clientela é composta por moradores e trabalhadores da região, entre os 20 e 50 anos. Este público naturalmente acorre à clínica, a princípio, devido a quebra de uma restauração, um processo doloroso e algum tipo de fratura dental. Mas para sua surpresa, acaba descobrindo um universo de possibilidades para melhorar a qualidade de vida, a partir da área odontológica. Aplicação do Botox é um dos serviços O dr. Guilherme D’Almeida destaca o desenvolvimento de implantes “cuneiforme e ortodônticas auto ligadas que tornam o trat amento mais rápido: com articulações que se movem rapidamente e exigem menor quantidade de ajustes. Estes aparelhos reduzem o tempo e o número de visitas”. Para que o trabalho surta o efeito desejado, o Centro Odontológico Copan cont a com equipamentos tecnológicos de ponta. Um deles, por exemplo, é capaz de aumentar a visualização de uma única cárie em até 60 vezes além do seu tamanho natural, possibilitando um dores de cabeça, de pescoço e faciais. De sde 19 9 5, a A nv i s a ( A g ê n c i a Nacional de Vigilância Sanitária) e outras instituições congêneres reconh e c e m o B o t ox como elemento preventivo, em casos de aplicação contra dores de cabeça, por exemplo. Doutores Daniel Machado e Guilherme D’Almeida trabalho mais concentrado. “Nossa clínica dispõe de oito profissionais altamente qualificados, cada um deles especializado em um ou mais segmentos”, detalha o dr. Daniel Machado. E eles dispõem de recursos voltados ao atendimento diversificado. “Hoje a Odontologia caminha no sentido preventivo e isto tem a ver com a visita regular do paciente a seu dentista a cada seis meses”, assegura. Alguns dos diferenciais oferecidos pela clínica, são ser viços singulares. Um destes é a utilização de “Botox para trabalhar a articulação, sorriso gengival e bruxismo entre outras situações”, conta o dr. Daniel Machado. Neste c a s o o B otox é u t iliz a do também em tratamentos para Trauma da face Outro atrativo do Centro Odontológico Copan é uma nova técnica de tratamento de canal, que pode ser realizado em apenas uma hora, numa única sessão. “O medo que algumas pessoas têm de ir ao dentista continua, mas está diminuindo em razão da tecnologia que acaba com este temor, e também porque é um serviço atualmente acessível a todos”, garante o dr. Guilherme de Almeida. A Odontologia está mais multidisciplinar, ele explica. “Deixou de ser algo agressivo, por isso também atuamos contra a apneia do sono.” De acordo com os dois sócios da clínica, hoje o paciente entra em seu estabelecimento seguro de que será totalmente atendido em suas necessidades. Eles tratam também do trauma de face, inicialmente assistido em hospital e depois acompanhado no Centro Odontológico, onde o paciente pode, inclusive, passar por uma reconstituição maxilar ou do arco da boca, se necessário. “O atendimento inicial acontece no hospital, mas nós cuidamos desta função não apenas estética, mas de retomada de qualidade de vida ao paciente”, conta o dr. Daniel Machado. O Centro Odontológico Copan mantém parcerias com entidades e empresas, através de convênios, inclusive voltados aos serviços que complementam aqueles considerados comuns da Odontologia, como tratamentos de dermatologias clínica e cirúrgica, estética facial e corporal, além das tecnologias de carboxiterapia, luz intensa pulsada, laser CO2 fracionado, laser para depilação e radiofrequência. Todos esses serviços realizados por uma equipe de profissionais gabaritados, que podem garantir aos clientes trabalho de qualidade a preços acessíveis. Serviço Centro Odontológico Copan Av. Ipiranga, 200 - Sala 28 Fone (11) 3237-1124 http://www.odontologiacopan.com.br/ - [email protected] Por Paulo de Souza 10 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - edição n° 91 Comida vegetariana é igual a menos colesterol A cada semana, três ou quatro pessoas se tornam veget arianas em todo o mundo. Este fato decorre de fatores como: respeito aos animais; mudança de hábitos alimentares, visando melhor qualidade de vida; e conscientização de que a produção animal consome grandes volumes de combustível fóssil (produto não renovável). Neste artigo apresentamos a relação entre a dieta vegetariana e as dislipidemias, ou seja, a disfunção do metabolismo de gorduras no organismo. A t u a l m e n t e, a s d o e n ças crônico-degenerativas mantem taxas de mortalidade altíssimas nos países ocidentais; as dislipidemias, que englobam colesterol alto (LDL al to e HDL baixo) e triglicérides alto, são a maior causa de infarto do m i o c á r d i o, p o i s com o tempo obstruem as artérias, dificultando a circulação sanguinea. A dieta ocidental atual, rica em gorduras trans e saturadas, contribui com o aparecimento da doença, e apenas a mudança de antigos hábitos alimentares, associada à prática de atividade física diária pode trazer de volta a saúde e o bem-estar. No veget aria nismo, com a retirada da carne e o aumento na ingestão das fibras alimentares, contidas nos vegetais, cereais e leguminosas, ocorre consequentemente uma significativa diminuição das concentrações de LDL colesterol e triglicérides no sangue, bem como o aumento da fração HDL (conhecido como “bom” colesterol). Quando se reduz também a ingestão de ovos estas mudanças são ainda mais relevantes. E quanto às proteínas da carne? Podemos manter uma adequada inges t ão diária de proteínas dos vegetais, dos laticínios e suplementos alimentares hiperprotéicos. Assim, pode-se retirar a carne da alimentação e ainda melhorar a dieta, pois a escolha do vegetarianismo inclui uma nova visão dos alimentos, levando a pessoa a se importar com a escolha do alimento, sua procedência e o local onde se alimenta. Cláudia P. Barbosa Araújo CRN 21238 [email protected] Saúde no Centro é um caderno do Jornal Centro em Foco. site: www.jornalcentroemfoco.com.br - e-mail: [email protected] Fones: (11) 2864-0770/ 3255-1568 - Conteúdo: matérias da redação e artigos assinados por especialistas colaboradores. Os artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Edição: Carlos Moura - DRT/MS 006 - Editoração e arte: Douglas Borba. 12 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Artes e Cultura Fernando Pereira/SECOM Theatro Municipal: 100 anos de história. O centenário do Theatro Municipal de São Paulo teve grande celebração na segunda-feira, 12 de setembro, quando o prefeito Gilberto Kassab, ao lado de outras autoridades, realizou o lançamento de uma medalha e um selo comemorativo em homenagem a este símbolo da cidade, respectivamente produzidos pela Casa da Moeda e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. E para abrir a programação especial de aniversário desse templo paulistano da música lirica, houve a apresentação da ópera Rigoletto, de Giuseppe Verdi, em uma montagem inédita. O prefeito falou da importância da cidade preservar o prédio centenário, afirmando: “Quando foi inaugurado, este teatro era ponto de referência da cidade e do país. Passados 100 anos, continua sendo um prédio belíssimo, restaurado e pronto para levar a cultura para quem mora em São Paulo e para quem nos visita. É nossa responsabilidade continuarmos preservando este equipamento, não apenas o edifício, mas a cultura que ele abriga”. Dada a impor tância da cerimônia, além do vice-governador Guilherme Afif Domingos, Gilberto Kassab e Carlos Augusto Calil tiveram ao seu lado a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, assistidos pela diretora do teatro, Beatriz Franco Amaral. Após o lançamento do selo e da medalha, as autoridades descerraram a placa comemorativa do centenário. As autoridades lembraram iniciativas importantes da cidade na área da Cultura, destacando a trajetória do teatro. “Este monumento da cultura, novinho em folha como há cem anos, resgata a história de São Paulo”, disse o vice-governador. A ministra Ana Hollanda, destacou o papel decisivo da Semana de Arte Moderna de 22: “Somente do Theatro Municipal de São Paulo poderia ter saído o movimento modernista, vanguarda que mudou a cultura do Brasil”. Já o secretário de Cultura Augusto Calil, apontou para a manutenção do papel central do espaço na cultura paulistana e brasileira, destacando: “Com a política de valorização, o Theatro Municipal, no seu ano 100, recomeça sua trajetória com vigor renovado”. A continuidade da comemoração deu-se com a apre- sentação da ópera Rigoletto, que tem a direção musical e a regência do maestro Abel Rocha, conta com direção cênica de Felipe Hirsch e cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Rigoletto é baseada na peça Le Roi s’Amuse. Entre os pontos mais conhecidos da composição, estão as árias La Donna È Mobile e Caro Nome. Programação de aniversário A programação comemorativa do centenário acontece durante todo o mês de setembro. No dia 18, às 11h, a Orquestra Experimental de Repertório (OER) apresenta um concerto com a participação da soprano Rosana Lamosa e do tenor Fernando Portari, que interpretam árias de óperas, como o dueto final do primeiro ato de La Bohème, de Giacomo Puccini. No dia 25, também às 11h, Abel Rocha, diretor ar tístico do Theatro Municipal e regente da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), conduz o conjunto na execução de peças de João Guilherme Ripper, Camille Saint-Saëns, Frederico Richter e Maurice Ravel. A apresentação conta com a participação dos solistas Gilberto Tinetti e Fernando Lopes nos pianos. O Balé da Cidade de São Paulo encerra as comemorações com a coreografia Paraíso Perdido. Criado pelo coreógrafo grego Andonis Foniadakis, o espetáculo tem figurinos assinados pelo estilista João Pimenta e será encenado entre os dias 27 e 30. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 13 Artes e Cultura A Biblioteca Mário de Andrade apresenta: Projeto Voz e Violão vêm se dedicando intensamente à pesquisa e à divulgação de um repertório originalmente escrito para canto e violão, e também encomendando obras com essa formação a compositores brasileiros contemporâneos. Programação: 21 de outubro - Música Latinoamericana / 18 de novembro - O século XIX / 16 de dezembro - Programa de Natal. Um pouco sobre os músicos Adélia Issa - uma das mais importantes cantoras líricas brasileiras, iniciou seus estudos de canto com Herminia Russo em São Paulo, prosseguindo-os na Manhattan School of Music, em Nova York. Participou de cursos de aperfeiçoamento operístico com Nico Castel, na Metropolitan Opera de Nova York e, em música de câmara, trabalhou sob a orientação do renomado Divulgação Toda terceira sexta-feira de cada mês, às 12h30, até 16 de novembro, a Biblioteca Mário de Andrade oferece, gratuitamente, uma apresentação do Projeto Voz e Violão, com o duo formado pela soprano Adélia Issa e o violonista Edelton Gloeden, dois dos mais destacados intérpretes da música de concerto em nosso país. O repertório do duo é fascinante e raro, composto de canções originais para a formação de voz e violão. Obras dos maiores compositores do século XX, que têm em comum a apropriação, recriação e o reaproveitamento de melodias, ritmos e textos populares, tradicionais, ou folclóricos de vários países. Adélia Issa e Edelton Gloeden se apresentam em todo o Brasil e exterior há 20 anos. Nesse período, os dois músicos pianista Dalton Baldwin. Apresenta-se regularmente em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa, em recitais, concertos sinfônicos e em óperas, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, Eugene Kohn, John Neschling, Aylton Escobar, Abel Rocha, Osvaldo Colarusso, e vários outros maestros de igual renome. Dentre suas atuações mais importantes destacam-se as óperas Un Ballo in Maschera de Verdi, ao lado do tenor Carlo Bergonzi e Carmen de Bizet, com Plácido Domingo. Adélia Issa gravou em LP as Modinhas Imperiais - recolhidas por Mário de Andrade - para o selo Eldorado, e participou da gravação dos CDs Remeiros do São Francisco, com obras de Ernst Widmer (Paulus), e Missa, interpretando obras do barroco mineiro, com regência de Naomi Munakata. Edelton Gloeden - um dos mais destacados músicos brasileiros da atualidade, o violonista teve entre seus mestres Henrique Pinto, Eduardo Fernandez, Guido Santórsola e Abel Carlevaro. Apresenta-se em recitais solo, com grupos de câmara, e em concertos com orquestra em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. Tem se dedicado intensamente ao repertório brasileiro, realizando inúmeras primeiras audições de Loja 1 - Rua Barão de Itapetininga, 88 Loja 2 - Rua Nossa Senhora de Fátima, 40 Lojas 4 e 5 • Centro • São Paulo Santa Paula • São Caetano • São Paulo Fone: 11 3255 3677 / 11 3255 3679 F o n e : 1 1 4 2 2 1 - 9 0 0 1 [email protected] [email protected] blog: newsmarashoes.blogspot.com obras de compositores como Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Cláudio Santoro, Mário Ficarelli, Paulo Costa Lima e Gilberto Mendes. É doutor em Artes pela Universidade de São Paulo, onde atua como professor no Departamento de Música da ECA. É presença constante nos mais importantes festivais de música em todo o Brasil, entre eles os de Campos do Jordão, Brasília, Londrina, Porto Alegre, Ouro Preto, Poços de Caldas, Guaratinguetá e João Pessoa. Serviço: Projeto Voz e Violão Biblioteca Municipal Mário de Andrade Rua da Consolação, 94 - Centro Tel.: (11) 3256-5270 / Gratuito É necessário retirar senha, uma hora antes da apresentação 14 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 Artes e Cultura Os irmãos Martins: do Brasil para a França e de lá para o mundo ouvir. Iara e Bruno, entre os pais, Marise e Sérgio a Fantasia e Fuga Cromática BWW 903 (Bach), e extasiou ao acompanhar o coro da Associação de Moradores e Amigos da Rua Maria Antônia (AMAR) no III Canto de Ellen op. 52 n° 6, de Franz Peter Schubert. Em sua viola, Iara Martins passeava pelas cordas, num estilo de valsar nas passadas das notas musicais. As mesmas notas que magicamente saiam de um piano, executado como cravo, em composições cuja interpretação de Bruno possivelmente faria anjos sorrirem e dançarem numa celebração à vida. Som do coração – Desde 2004, Bruno estuda na França, onde se gradou em Musicologia e recebeu licenciatura em cravo. Os sons o levaram mais adiante, a ponto de agora estudar para Fotos: PS Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia. Gênesis 1.31. Assim afirma o registro bíblico a respeito da criação do mundo. Mas para o craviologista Bruno Martins não bastou apenas imaginar a obra divina. Ele trouxe para o piano, em apresentação única na Universidade Mackenzie, na tarde do derradeiro dia de agosto, o Concerto n° 1 para viola em ré maior, de Stamitz. “Este é o som da criação no sétimo dia”, definiu. Ao lado de sua irmã, a violista Iara Teixeira Martins, o jovem Bruno conseguiu levar a plateia, composta de professores e convidados, ao enlevo quando executou a Iª suíte para violoncelo em Sol Maior BWW 1007, de Johann Sebastian Bach; trouxe alegria com o mestrado, além de realizar pesquisas não apenas sobre a música, mas também relativas à arte e costumes de época, que compunham o cenário de vida de um músico clássico. Iara tem a virtude similar a de Polímnia - musa da música sacra, dosada a Euterpe - musa da música. Mesmo sem ser uma semideusa ou filha de Zeus, esta musicóloga e vio- lista - também graduada pela Sorbonne e prestes a alçar para o mestrado - apresenta sua sonoridade à viola, que parece ter a capacidade de romper portões selados. “A música do sétimo dia é aquela que está dentro de cada um de nós. É a que vibra a partir do coração. É a reação de cada um de nós.” Com estas palavras, Bruno traduz a musicalidade reinante em cada ser vivo, como resultado da criação divina. Depois das férias escolares no Brasil, no último dia 9, os irmãos Martins retornaram a Paris, levando saudades, mas deixando naqueles que assistiram às suas interpretações, a certeza de haver um sopro divino ecoando dentro de pessoas inspiradas. Por Paulo de Souza Romulo Fróes toca “Um Labirinto em Cada Pé” no Sesc Bom Retiro da banda que o acompanha (Marcelo Cabral no baixo, Guilherme Held na guitarra, Pedro Ito na bateria e os recém-integrados Thiago França no sax e Rodrigo Campos no cavaquinho) desde o álbum anterior e do processo de criação, onde as músicas foram pensadas para o formato que a banda assumiu. Este é o quarto disco do artista plástico, que somente há um ano decidiu viver exclusivamente de música. Identificado com a criação artística desde garoto, Romulo partiu dos rabiscos e desenhos para o curso de artes plásticas, mas logo viu que “nunca seria um grande artista”, brinca. Apesar de ter se aventurado aos 18 anos com a banda Losango Cáqui - a qual Romulo tem “prazer” de deixar à sombra nunca foi tão importante produzir e eu, graças a Deus, tenho facilidade e gosto de criar”. Nos próximos meses o músico deve lançar - somente na internet - um novo trabalho em conjunto com os parceiros Rodrigo Campos e Kiko Dinucci, chamado “Passo Torto”. A inventividade e inquietude de Romulo, no entanto, não para por aí. Ele revelou estar trabalhando em seu novo álbum, que inclusive já tem nome de batismo: “Barulho Feio”. Segundo Romulo, a tendência é que a sonoridade se aproxime mais de seu primeiro disco: “deve ter o barulho do ‘Calado’, mas o veneno que encontrei neste novo álbum. Deve ser lento, para baixo, com uma tristeza que incomode mesmo”. O lançamento, porém, Fernanda Prado Fruto da “promiscuidade” e da coesão musical de uma nova geração da MPB o álbum “Um Labirinto em Cada Pé”, recém-lançado pelo músico Romulo Fróes, ganhará nova apresentação na capital paulista. Desta vez, o palco será o novíssimo Sesc Bom Retiro, dia 30 de setembro, às 20h, com ingressos entre R$ 6 e R$ 24. “O álbum é mais orgânico e menos didático como era o ‘No Chão Sem o Chão’ (2006), mais formatado. Acho até que consegui firmar uma linguagem”, confessa Romulo, que ainda apostava na canção de maneira abstrata em seu disco anterior, mas encontrou linearidade - mesmo que de maneira singular - em seu novo álbum, viajando do samba - espinha dorsal de sua criação musical - ao jazz e o groove. Muito dessa linearidade, revela o artista, vem da coesão da história - foi só após o encontro com o artista plástico Nuno Ramos e com o cineasta Clima (seus parceiros inseparáveis no processo de composição), que a carreira deslanchou, culminando em seu álbum de estreia “Calado” (2004). Lançado há dois meses, “Um Labirinto em Cada Pé” já não é mais novidade. Para Romulo, “a quantidade de novos artistas é absurda, perdemos o filtro da gravadora e por isso ainda não se encontra em um horizonte próximo: “Pode me cobrar, daqui um ano e meio, dois anos”, sorri o músico. Mais otimista em relação à “nova cena” da MPB, da qual muitos o apregoam como porta-voz, Romulo acredita que os novos meios de produção individual e de distribuição (via internet) criaram uma nova identidade para a música brasileira. Para ele, a tal “promiscuidade” artística que permite que os seus músicos toquem seus próprios projetos e participem de shows com outros artistas dessa mesma geração, impulsiona novas sonoridades. “A gente pode até não ter mudado a música brasileira do ponto de vista da composição, mas mudamos do ponto de vista do som, tenho certeza absoluta”. Por José Eduardo Bernardes www.jornalcentroemfoco.com.br SP - Setembro 2011 15 Artes e Cultura “Estranho Casal” reestreia em São Paulo no Teatro das Artes para o cinema e recebeu três indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro. No Brasil, a montagem foi encenada pela primeira vez em 2009, no Rio de Janeiro e desde então, já pôde ser apreciada por mais de 150 mil espectadores. Para o ator Carmo Dalla Vecchia a comicidade leve do texto é o segredo para o sucesso longevo: “É um clássico da comedia americana, não tem um palavrão. As pessoas se divertem pela situação que é colocada em cena”. O espetáculo faz uma análise das relações humanas por meio do conflito e da amizade entre dois sujeitos totalmente diferentes. Dois amigos divorciados passam a conviver na mesma todas as pessoas. É uma comédia envolvente, que faz rir muito sem apelar para um humor ‘escrachado’”, afirma Edson Fieschi. Para ele, a peça é atemporal: “Na última temporada em São Paulo, uma senhora de 80 anos foi nos assistir várias vezes e levou toda a sua família: filhos, netos e o marido”. A parceria entre os dois atores, que contracenam em “Estranho Casal”, não é recente na dramaturgia. Carmo Dalla Vecchia e Edson Fieschi fizeram o primeiro espetáculo juntos em 1996, na peça “Giovanni”, de James Baldwin. Voltaram aos palcos em 2003, na peça “1/4 de amor”, de Sérgio Abritta, além de participações conjuntas em telenovelas. Paula Kossatz Após viajar por Angra dos Reis, Fortaleza, Vitória, Salvador, Jundiaí, Campinas e São José dos Campos, “Estranho Casal” retorna à capital paulista para sua última temporada. A peça reestreiou dia 16 no Teatro das Artes, onde fica em cartaz até 27 de Novembro. Estrelada por Carmo Dalla Vecchia e Edson Fieschi, é uma adaptação de Gilberto Braga, dirigida por Celso Nunes. Em sua terceira temporada na Broadway, o texto do norte-americano Neil Simon, já foi visto por mais de 10 milhões de espectadores e coleciona mais de 1.000 montagens ao redor do globo. A peça também recebeu quatro prêmios “Tony”, o Oscar do Teatro Americano, incluindo o de melhor texto. Em 1968, o premiado texto ganhou versão casa, até que a rotina da relação desemboca em uma crise entre o “casal”. Enquanto Felix (Edson Fieschi) é sistemático e fanático por limpeza, Oscar (Carmo Dalla Vecchia) é desleixado e despreocupado, desfrutando sua vida de solteiro. “O texto extremamente familiar de Neil Simon é comum para “Um dos grandes trunfos do ‘Estranho Casal’ é a afinidade pessoal e profissional que eu tenho com o Carmo. Isso é meio caminho andado, pois fica transparente em cena. Nosso entendimento é levado para os palcos”, revela Edson Fieschi. O elenco conta ainda com as participações de Bel Garcia, Clara Garcia, Alexandre Mofati, Marcos Ácher, Renato Wiemer e Rogério Freitas. Por José Eduardo Bernardes Serviço: Teatro das Artes Avenida Rebouças, 3970 Temporada: até 27 de novembro Horários: sex: 21h30, sáb: 21h30 e dom: 19h00 Ingressos: de R$ 20 (meia-entrada) a R$ 50 Comunidade Manifestantes fazem caminhada no Dia Internacional da Juventude Pe l o m e no s um a c e n tena de jovens participou da manifestação pacífica no Dia Internacional da Juventude, em 12 de agosto, quando percorreram algumas das principais ruas na região central. Qualidade de vida em condições precárias, falta de perspectivas de vida, desestímulo nas áreas educacional e profissional, entre outros temas, compuseram a pauta da manifestação. A mobilização ocorreu por meio das redes sociais. A partir das 9 horas, jovens se reuniram após ciclo de palestras no Sindicato dos Bancários. De lá, os jovens saíram em caminhada e passaram pela praça Patriarca, Secretaria do Esporte, Lazer e da Juventude até a Secre- Fotos: PS Sem motivo para comemorarem os jovens reivindicaram melhor qualidade de vida. taria de Educação do Estado de São Paulo. A manifestação foi acompanhada de perto por policiais militares. Os organizadores da mobilização acreditam terem al c an ç a do o obje t i vo em divulgar o dia 12 de agosto como uma data para reflexão “e não de comemoração”, de t alhou Luciana Chaga s Geremias, secretária estadual da Juventude da Central Únic a do s Tr ab alh a dor e s (CUT ). “ Temos problemas com a Educação e na área profissional. Exemplo disso, são os ‘escraviários’, como estagiários ganham pouco e fazem de tudo”, refletiu. Reivindicações – Durante a caminhada os manifestantes distribuíram à população panfletos constando propostas como valorização dos profissionais da Educação, com implantação de planos de carreira e do Piso Nacional de Salários em todos os municípios; destinar 10% do PIB e 50% dos valores financeiros que compõe o Fundo Social advindo da camada pré-sal à educação pública, e a criação de um Fundo Nacional de Assistência Estudantil composto por 2% do orçamento do MEC e 2% da arrecadação das instituições privadas de ensino superior, para financiar a política nacional de assistência estudantil. Segundo os organizadores da manifestação, estas e outras propostas deverão ser apresentadas na 2ª Conferência Nacional da Juventude que será desenvolvida de 9 a 12 de dezembro, em Brasília. E recentemente o Papa Bento X VI anunciou que participará em 2012, da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Ele antecipa em um ano a visita programada ao país. (P.S.)