Esporte adaptado, Paraolimpíadas e Olimpíadas Especiais
CLAUDIA APARECIDA STEFANE, EFRAIN MACIEL
E
SILVA, LEONARDO MATARUNA
E
SÉRGIO JOSÉ
DE
CASTRO
Adapted Sport, Paralympics e Special Olympics
Historical registers show that the sensory impaired, particularly
the deaf, were the first disabled individuals to engage in formal
programs of physical activities, as schools in the state of Ohio-U.S.
developed baseball games for the deaf in 1870. Twenty years later,
the Imperial Instituto de Meninos Cegos (Imperial Institute of Blind
Children), today Instituto Benjamin Constant, in Rio de Janeiro,
offered gymnastics for the visually impaired. In the following
decades, sports for disabled individuals had different development
in various countries until Dr. Ludwig Guttman, who had been asked
to create a rehabilitation program for injured World War II soldiers
from England, instituted a sports program which grew into the
Stoke Mandeville Wheelchair Games in the 1950s. Eight years
later, Antônio Maglia proposed that the World Stoke Mandeville
Games become Paralympic Games, taking place where the Olympic
Games would be held, which happened in Seoul, in 1988. Programs
of adapted sports began in Brazil in 1958 with the foundation of
the first Brazilian club for disabled people. The Comitê Paraolímpico
Brasileiro (Brazilian Paralympic Committee-CPB) and the
Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais
(Brazilian Association for the Cognitively Impaired-ABDEM) were
founded in 1995, both located in Brasília today. The Sydney
Paralympic Games, in 2000, had 4,000 athletes, including 65
Brazilian athletes who earned 22 medals (6 gold, 10 silver and 6
bronze medals) and were accompanied by 37 professionals of the
administrative, technical, medical and support sectors. Brazil ranked
24th among the 180 participating teams from all over the world.
Brazilian athletes broke 3 world records in athletics and soccer for
amputees became 4 times champion. Today in Brazil Adapted Sports
are administered by six large organizations and CPB, according to
the type of physical disability (see Table 1). In addition, another
considerable number of physically disabled and cognitively impaired
athletes do their training in institutions such as SESC, SESI,
Sociedade Pestalozzi, APAEs, among others.
Origens Existem registros históricos de que os deficientes
sensoriais foram os primeiros a praticarem atividades físicas
formais, particularmente os atletas surdos. Por volta de 1870,
escolas do estado de Ohio-EUA desenvolveram atividades
esportivas para surdos com jogos de beisebol. Em 1885 o estado de
Illinois-EUA introduziu o futebol, também para esta população. A
prática do esporte para pessoas surdas na Europa começou na
década de 1880 e em 1888, na Alemanha, quando um grupo de
surdos resolveu fundar um clube desportivo (Perez, 1994). A
Holanda, Suécia, França, Finlândia, Dinamarca e Itália fundaram
em seguida clubes semelhantes (Santos, 1995). No Brasil, na década
de 1880, há relatos de pescaria e de uma espécie de deslocamento
aquático (natação) para pessoas cegas. No final da década seguinte,
encontram-se publicações que apresentam a prática de ginástica
para deficientes visuais no Imperial Instituto de Meninos Cegos,
hoje Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. A prática
desportiva entre as Pessoas com Necessidades Educativas
Especiais-PNEE iniciou-se formalmente na Alemanha em 1918,
com um grupo de ex-combatentes, lesionados durante a I Guerra
Mundial. Em 1932, na Inglaterra, fundou-se a Associação de
Jogadores de Golfe de um só Braço. No entanto somente em 1945,
em Aylesbury-Inglaterra, é que o esporte adaptado se consolida no
contexto europeu, quando Ludwig Guttman cria um centro de
tratamento de prática desportiva para a reabilitação física e
emocional de deficientes medulares no hospital de Stoke
Mandeville. Nesse mesmo período, nos EUA, soldados lesionados
percorrem o país divulgando o esporte, jogando basquete em
cadeiras de rodas. Em 28 de julho de 1948, em Londres, Ludwig
Guttmann fundou os Ios Jogos de Stoke Mandeville-Inglaterra e
criou uma competição esportiva para cadeirantes (atletas em
cadeira de rodas) que envolveu veteranos da Segunda Guerra
Mundial que tinham ferimentos na coluna vertebral. Quatro anos
mais tarde, os competidores da Holanda aderiram aos jogos, e o
movimento internacional, agora conhecido como Paraolimpíadas,
estava criado. Foi fundada então a Federação Internacional de Jogos
de Stoke Mandeville-ISMGF na cidade de Aylesbury. Os primeiros
jogos, com o estilo das olimpíadas para atletas com inabilidades,
foram organizados pela primeira vez em Roma, em 1960. Em TorontoCanadá, no ano de 1976, outros grupos de deficientes foram
adicionados, e surgia assim a fusão de diferentes grupos de
deficiência para competições esportivas internacionais. No mesmo
ano ainda, os primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno foram
realizados na Suécia. O termo “para” refere-se à paraplegia, e foi
substanciado como Paraolimpíadas pela primeira vez por uma
paraplégica, Alice Hunter, paciente do Hospital de Stroke
Mondeville, que escreveu originalmente para a revista “The Cord
Journal of the Paraplegics” o artigo intitulado “Alice at the
Paralympiad” (Alice nas paraolimpíadas), descrevendo sua história
no esporte, (Freitas; Cidade, 2002). Segundo o Comitê Paraolímpico
Internacional, a palavra “Paralympics” (Paraolimpíadas) deriva da
preposição grega “para” (ao lado de, em comparação de, junto de)
justaposta à palavra “olympics” (Olimpíadas). O Comitê argumenta,
também, que as Paraolimpíadas são jogos que ocorrem em paralelo
às Olimpíadas e não tem relação com a Paraplegia, que é uma
lesão cervical. No início do movimento, o Dr. Ludwig Guttmann
desejava que os Jogos se chamassem “Olimpíadas dos Paralisados”,
mas já havia o interesse em ampliar a participação a outros tipos
de deficiências, além da lesão medular. Em 1976, no Canadá, os
jogos passaram a ser chamados de “Olimpíadas dos Deficientes
Físicos”, porém este termo nunca foi aceito pelo Comitê Olímpico
Internacional-COI, órgão que acompanhava e auxiliava a
organização dos eventos. Em 1984, o COI aceitou a sugestão do Dr.
Robert Jackson, presidente do ISMGF à época, para a adoção e
utilização do termo Paraolimpíadas (ICP, 2001 apud Freitas; Cidade,
2002). A necessidade de organizar mais eficientemente os jogos, e
falar com uma voz mais ativa ao Comitê Olímpico Internacional
resultou na fundação do Comitê Internacional de Coordenação de
organizações dos esportes do mundo para os descapacitados-ICC,
no ano de 1982, tendo como presidente o Dr. Robert D. Steadward.
O Comitê Paraolímpico Internacional-IPC foi criado em 1989, na
Cidade de Düsseldorf-Alemanha e o Comitê Paraolímpico Brasileiro
em 1995, na cidade de Niterói-RJ, tendo como Presidente João
Batista De Carvalho. O corpo mais elevado do IPC compreende os
Comitês Nacionais Paraolímpicos, dos esportes e das diferentes
deficiências. As Paraolimpíadas de Inverno, ocorridas em 1994 em
Lillehammer, foram os primeiros Jogos desta natureza sob a
gerência de IPC.
IOSDs, que estão filiadas ao Comitê Paraolímpico Internacional,
International Paraolympic Committee-IPC. As organizações
internacionais estão estabelecidas por grupos de deficiência com
características semelhantes, e não por modalidades esportivas como
no esporte em geral. As organizações internacionais são : Comitê
International des Sports des Sourds-CISS; Cerebral Palsy
International Sport and Recreation Association-CP-ISRA;
International Sports Association for Persons with Mental HandicapINAS-FMH; International Blind Sports Association-IBSA;
International Stoke Mandeville Wheelchair Sports FederationISMWSF; International Sports Organization for the Disable-IOSD
e também as Olimpíadas Especiais, Special Olympics International
que atua em todo o mundo, e que atualmente congrega 26
modalidades. No Brasil, em 2002, foi extinta tendo sido criada, em
seu lugar, a Confederação Brasileira de Desportos de ParticipaçãoCBDP. Segundo Varela(1991), a CISS foi fundada no dia 15 de
agosto de 1924, em Paris. É a associação desportiva internacional
mais antiga do esporte para deficientes. Os primeiros Jogos
Internacionais aconteceram em Paris, em 1924, e o último em
1994, em Sofia-Bulgária. A CISS é membro do IPC e é filiada
diretamente ao Comitê Olímpico Internacional desde 1995.
Importante ressaltar que os deficientes auditivos não participaram
dos Jogos Paraolímpicos pois negaram o convite realizado antes
da década de 1970 e que perdura até o presente momento, porque
a Instituição acredita que a deficiência sensorial pela qual é
responsável não diferencia seus atletas de um esportista do
segmento do esporte regular. Quando abordamos o Paradesporto,
devemos defini-lo como manifestação esportiva realizada por atletas
que competem de acordo com o tipo de deficiência e classificação
funcional contra outros atletas com funções similares. As categorias
de deficiência são: Deficiência Visual, Auditiva, Física, Mental ,
Múltipla. Explanando sobre as especificidades classificatórias
temos: Amputados são atletas que apresentam perda de pelo menos
uma articulação ou membro importante, por exemplo cotovelo,
punho, joelho, tornozelo. Dependendo do esporte, alguns amputados
competem como atletas em cadeira de rodas. Paralisia cerebral é
um distúrbio de movimento ou postura devido a uma área ou áreas
do cérebro que controlam e coordenam o tônus muscular, reflexos,
postura e movimento. Cerebral significa que existe uma deficiência
no cérebro que causa falta de controle muscular. Os atletas com
paralisia cerebral são divididos em oito classes diferentes. O
processo de determinação do nível da capacidade funcional
remanescente para desempenho de uma modalidade esportiva é
denominado Classificação Funcional e é definido por profissionais
entendidos como classificadores funcionais, formados em cursos
estruturados pelas entidades específicas de cada modalidade para
esse fim. (a classificação funcional consta de Box adiante). O
resultado da avaliação determina em qual categoria de deficiência
o atleta poderá competir permitindo assim uma harmonização
mais equilibrada interequipes ou mesmo individuais, quando da
realização de competições. Os sistemas de classificação funcional
diferem de esporte para esporte, consoante as diferentes
habilidades necessárias a cada modalidade paradesportiva. Por
exemplo, uma amputação abaixo do joelho é diferente para um
nadador e um jogador de voleibol. Segundo a CP-ISRA, as classes
CP1, CP2, CP3 e CP4 de atletas com paralisia cerebral utilizam
uma cadeira de rodas durante a competição (excluindo natação).
CP5, CP6, CP7 e CP8 descrevem atletas com paralisia cerebral
que não utilizam uma cadeira de rodas durante a competição.
Os Jogos Paraolímpicos foram realizados sempre no mesmo ano
que os Jogos Olímpicos, entretanto somente após 1988 (Seul,
Jogos de Verão) e 1992 (Albertville, Jogos de Inverno) passaram a
ser realizados na mesma cidade e nos moldes que são disputados
os Jogos Olímpicos. Em 19 de junho de 2001, um acordo foi assinado
entre o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paraolimpico
Internacional assegurando que, a partir dos Jogos Paraolímpicos
de 2008, ocorrerão sempre logo após os Jogos Olímpicos, usando
os mesmos locais e facilidades. Em março de 2003 foi lançada uma
nova visão do IPC. Há uma proposta tramitando no cenário
internacional para que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos ocorram
quase que simultâneos, e assim o nome Paraolímpicos e Olímpicos
serão abolidos e substituídos por Jogos de Verão. Esta proposta,
segundo os idealizadores, visa reduzir os custos e as diferenças
existentes entre participantes de ambos os eventos. Sabe-se que o
montante de patrocinadores dos Jogos Olímpicos é muito superior
ao dos Paraolímpicos, e a idéia é de que os investimentos abranjam
a ambas as áreas. Os órgãos internacionais responsáveis pela
organização do evento estão desenvolvendo estudos para avaliar
quais as modalidades que possuem maior semelhança entre os
dois segmentos, ou seja, quais esportes possuem regras
convencionais sem muitas alterações para que se possa mantê-los.
Esta medida pode ser um indicador negativo que acarretará a
extinção gradativa de algumas atividades ou provas. Entretanto a
proposta objetiva uma maior aceitação de mercado, por meio de
patrocinadores e conseqüentemente, maior visibilidade. Outro
objetivo é a difusão do conceito de superação máxima de limites,
com o intuito de que o esporte paraolímpico não seja entendido
como caridade, mas como esporte de rendimento. Os jogos teriam
um formato único e uma duração de 20 a 25 dias. As modalidades
paraolímpicas seriam reduzidas e três modalidades olímpicas
suprimidas. Pretende que o número de participantes seja reduzido,
fato este que já está acontecendo com as delegações que
participarão dos Jogos Paraolímpicos de Atenas / 2004, no qual o
número de pessoas envolvidas não deverá exceder o montante de
3.000, ente atletas, acompanhantes e comissões técnicas.
Definições A estrutura internacional se compõe a partir das
Organizações Internacionais de Esporte para Pessoas Deficientes,
International Organization of Sport for People with Disabilities-
ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL
645
Deficiência intelectual é aquela na qual o indivíduo deva apresentar:
(a) Limitação substancial no funcionamento atual caracterizado
pelo funcionamento intelectual. A Associação Americana de Retardo
Mental define esta condição como um QI de 70 ou inferior, em uma
medida de inteligência padronizada; (b) Limitações em uma ou
mais das seguintes áreas de habilidade adaptativa: comunicação,
cuidados pessoais, vida doméstica, habilidades sociais, uso
comunitário, auto direção, saúde e segurança, atividades
acadêmicas funcionais, lazer e trabalho; (c) Adquirida sua condição
antes dos 18 anos de idade. “Les autres” é uma expressão francesa
que significa os outros. É um termo utilizado para descrever atletas
com uma gama de condições que resultam em distúrbios de
locomoção tais como distrofias musculares, nanismo, esclerose
múltipla, pólio e que não se encaixam nos sistemas de classificação
funcional tradicional dos grupos de deficiência estabelecidos. Para
competir nesta categoria de Cadeira de rodas o atleta deve
apresentar uma perda de função dos membros inferiores de, pelo
menos, 10%. Algumas das doenças mais comuns que podem causar
a “elegibilidade” (características individuais que habilitam um
indivíduo a participar de uma determinada modalidade
paradesportiva) incluem: paraplegia traumática e quadriplegia
(exemplo, lesões na coluna vertebral); espinha bífida; poliomielite;
amputações; paralisia cerebral; e todos os outros atletas (les autres)
não ambulantes ou andantes. Deficiência visual: refere-se a
qualquer condição de grupo que interfira com a visão normal. Inclui
toda a gama de dificuldades visuais, desde distúrbios corrigíveis
até cegueira. Classificação Esportiva: B1: atletas totalmente cegos,
B2: atletas com um mínimo de percepção de luz remanescente, B3:
atletas com alguma percepção de luz remanescente. Deficiência
Auditiva é considerada genericamente como diferença existente
entre a performance do indivíduo e a habilidade normal para a
detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela
American National Standards Institute-ANSI, em 1989. Zero
audiométrico (0 dB N.A) refere-se aos valores de níveis de audição
que correspondem à média de detecção de sons em várias
freqüências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz, entre outras.
Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à
habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de
audição). Segundo a O.M.S. (1994) estima-se que 1,5% da
população brasileira, ou seja, cerca de 2.625.000 habitantes são
portadores de deficiência auditiva, estando esta em terceiro lugar
entre todas as deficiências do país. Estima-se que 42 milhões de
pessoas acima de 3 anos de idade são portadoras de algum tipo de
deficiência auditiva, de moderada a profunda (OMS). Há expectativa
que o número de perdas auditivas na população mundial chegue a
57 milhões no ano 2000. Os níveis de limiares utilizados para
caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva podem
ter algumas variações entre os diferentes autores. Segundo critério
de Davis e Silverman, 1966: Audição Normal: Limiares entre 0 a 24
dB nível de audição. Deficiência Auditiva Leve: Limiares entre 25 a
40 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Moderada: Limiares
entre 41 e 70 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Severa:
Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição. Deficiência Auditiva
Profunda: Limiares acima de 90 dB. Indivíduos com níveis de perda
auditiva leve, moderada e severa são mais freqüentemente
chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com
níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos. Nos Jogos
Paraolímpicos as modalidades são designadas por deficiências.
Atletas com deficiência visual praticam judô e golbol; jogam futebol
os atletas com paralisia cerebral, amputados e cegos; enquanto as
modalidades de natação e atletismo estão abertas a todas às seis
categorias de deficiência. Os anões, pessoas portadoras de
distúrbios do crescimento que se incluem no grupo dos les autres
podem competir na classe T-40 do atletismo e S-6 na natação. Um
fato curioso é que os anões participam das Paraolimpíadas nestas
modalidades e nas Olimpíadas no levantamento de peso.
1958 O esporte adaptado chega ao Brasil através de Robson de
Almeida Sampaio e Sérgio Del Grande, os quais fundam o primeiro
clube brasileiro. Ainda neste ano, Antônio Maglia propõe que os
Jogos Mundiais de Stoke Mandeville passem a ser chamados de
Jogos Paraolímpicos e que sejam realizados no mesmo local que os
Olímpicos, o que nem sempre aconteceu.
1971 Primeira participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos,
realizados em Jamaica.
1972 Primeira participação brasileira nos Jogos Paraolímpicos de
verão, em Heidelberg, Alemanha. Apesar da participação, o Brasil
646
ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL
não obteve nenhuma das medalhas laureadas entre os 1400
participantes de 44 delegações.
1973 O esporte para portadores de deficiência mental teve seu
início no Brasil em 1973, com a Federação Nacional das APAEs.
Criou-se a Olimpíada Nacional das APAEs realizada a cada 2 anos
e que, em suas primeiras edições, além dos portadores de deficiência
mental contou também com a participação de portadores de
deficiência visual e auditiva. Somente após a 5ª Olimpíadas , em
1981, a competição passou a ser praticada somente por atletas
deficientes mentais. Foram criadas as Associações Regionais de
Deficientes Mentais-ARDEM que levaram à criação da Associação
Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais-ABDEM, reconhecida
pelo Conselho Nacional de Desporto mediante a deliberação 04/
85 (Pettengill, 1997). Participação brasileira nos Jogos PanAmericanos, realizados no Peru-PER.
durante 16 anos, participando de Seul‘1988, Barcelona 1992,
Atlanta 1996, Sydney 2000 e esteve até o mês de abril de 2004 na
seleção permanente, mas não participará de Atenas 2004.
1990 Neste período, o então o Presidente Fernando Collor, através
da Lei 8.028, criou o Departamento de Pessoas Portadoras de
Deficiência. na Secretaria de Desportos. Houve participação brasileira
nos Jogos Pan-Americanos realizados na Venezuela. A Associação
Brasileira de Desportos para Amputados-ABDA é criada e seu
reconhecimento, atribuído pelo Conselho Nacional do Desporto como
entidade nacional dirigente, ocorre no ano seguinte, em 1991. Tem
sua sede em Niterói-RJ e favorece a prática do atletismo, natação,
halterofilismo, ciclismo e futebol. Neste período, ainda, é fundada a
Associação Olimpíadas Especiais Brasil segundo os princípios da
Special Olympics Inc. Suas competições priorizam o nível de
habilidade em detrimento da preocupação com o alto rendimento.
1975 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos do México
a partir da qual foi criada a Associação Nacional de Desportos para
Deficientes-ANDE, que aglutinava as cinco grandes associações
nacionais, organizadas por tipos de comprometimentos e não por
modalidades esportivas. Atualmente tem sede no Rio de Janeiro e
disponibiliza a prática de futebol de sete, bocha, natação, atletismo,
halterofilismo, hipismo, ciclismo, vôlei sentado e polibatch entre os
900 atletas com paralisia cerebral e les autres cadastrados nos 32
clubes filiados.
1992 Nos Jogos Paraolímpicos de Barcelona participam 3020
atletas e 82 países, tendo os brasileiros se colocado em 32º lugar
entre as 82 delegações, com sete medalhas no total: 3 de ouro e 4
de bronze. De 13 a 23 de setembro de 1992, em Madrid-Espanha,
aconteceu a primeira paraolimpíada oficial para portadores de
deficiência mental, os “I Juegos Paraolímpicos para Discapacitados
Psíquicos”. Participaram 2.000 atletas de 70 países em 5
modalidades: tênis de mesa, basquetebol, futebol de salão, natação
e atletismo (Inserso, 1991).
1976 O Primeiro Jogo Paraolímpico de Inverno é realizado no ano
de 1976 na cidade de Ornskoldsvik, na Suécia. O Brasil consegue
as primeiras medalhas nos Jogos Paraolímpicos realizados na cidade
de Toronto-Canadá, com os atletas Robson Sampaio de Almeida e
Luís Carlos “Curtinho” na bocha, por equipe, classe 2, 3, 4, 5, 6,
assumindo a 31ª colocação geral entre as 42 delegações.
1994 Realizaram-se os Jogos Paraolímpicos de Inverno, em
Lillehammer, Noruega para todas as deficiências locomotoras e
contou com a participação de 31 países e mais de 1000 atletas. O
Brasil não teve participantes nessa competição. Fundação da
Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada-SOBAMA, na
cidade de São Paulo. É uma sociedade civil de caráter científico e
educacional sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria
que visa o progresso dos estudos da atividade motora adaptada em
todas as suas áreas. Professores renomados fizeram parte da
Instituição ou contribuíram para o desenvolvimento da área e devem
ser citados como referência de todo o processo de construção do
conhecimento da área como os docentes e pesquisadores: Prof. Edison
Duarte, Prof. Apolônio Abadio do Carmo, Prof. Alberto Costa, Prof.
José Julio Gavião, Prof. Paulo Araújo, Prof. Pedro Américo de Souza
Sobrinho, Prof. Sydney Rosadas, Prof. Antônio Menescal, Prof.
Carmelino Vieira, Prof. Eliane Mauerberg de Castro, Prof. Verena J.
Pedrinelli, Prof. Ruth Eugênia Amarante Cidade e Souza.
1978 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados
no Brasil.
1980 A delegação brasileira é representada na Holanda pelo time
de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador, mas não
obteve medalhas.
1982 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados
no Canadá. Funda-se o Comitê Coordenador Internacional Esportivo
para Deficientes-ICC, com o objetivo de administrar os Jogos
Paraolímpicos e representar as entidades dirigentes esportivas
internacionais junto ao Comitê Olímpico Internacional. As quatro
Federações Internacionais sob gestão do ICC foram: CP-ISRA, IBSA,
ISMGF e ISOD. Logo após as Paraolimpíadas de Barcelona, no ano
de 1992, o ICC foi substituído pelo Comitê Paraolímpico
Internacional-IPC.
1984 Os Jogos Paraolímpicos ocorrem em duas sedes: Aylesbury,
na Inglaterra, e Nova Iorque, nos Estados Unidos. Nos EUA, o
Brasil obteve a 29ª colocação entre as 41 delegações, obtendo seis
medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Em
Stoke Mandeville, o Brasil obteve a 14ª entre as 45 delegações,
com 22 medalhas, sendo seis de ouro, 14 de prata e duas de bronze.
Ainda neste período, foi criada a Associação Brasileira de Desportos
em Cadeira de Rodas-ABRADECAR a qual está sediada em
Brasília-DF. Conta com 2000 atletas cadeirantes filiados, em mais
de 60 clubes. A Associação desenvolve ainda atividades de atletismo,
natação, basquete, esgrima, tênis, tênis de mesa, halterofilismo e
tiro. Neste mesmo período, foi criada ainda a Associação Brasileira
de Desportos para Cegos-ABDC a qual disponibiliza a prática do
atletismo, da natação, do goalball, do judô, do xadrez e do futsal
para pessoas com deficiência visual. Atualmente tem sua sede em
São Paulo e conta com 1500 atletas, filiados em 53 clubes.
1986 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados
em Porto Rico. Em 01 de fevereiro de 1986, na Holanda, foi criada
a Federação Internacional de Desporto para portadores de
deficiência mental- INAS-FMH filiada ao Comitê Olímpico
Internacional-COI.
1988 Em Seul, os Jogos Paraolímpicos voltam a ser realizados nas
mesmas instalações dos Jogos Olímpicos. A delegação brasileira
contou com 65 participantes e obteve a 25ª colocação entre as
sessenta e duas delegações com 27 medalhas, sendo quatro de
ouro, 10 de prata e 13 de bronze. Destaque para o atleta, deficiente
visual, Leonel Cunha que ganhou nesta competição como medalha
de bronze no Judô e permaneceu como titular da Seleção Brasileira
1995 Criação do Comitê Paraolímpico Brasileiro-CPB em NiteróiRJ e fundação da Associação Brasileira de Desportos para
Deficientes Mentais-ABDEM, ambos com sede atual em Brasília.
A ABDEM conta com 9500 atletas filiados a onze entidades reunidas
na Associação Recreativa de Deficientes Mentais-ARDEM, com a
responsabilidade de disponibilizar a prática desportiva entre os
portadores de deficiência mental em basquetebol, atletismo, futebol,
futsal, natação, tênis de mesa, ginástica olímpica e ginástica rítmica.
1996 Os Jogos Paraolímpicos de verão correm em Atlanta-EUA
com 4912 participantes. O Brasil concorre com 58 atletas, que
garantem 21 medalhas: duas de ouro, 6 de prata e 13 de bronze,
obtendo a 37ª posição, entre as 104 delegações.
1998 Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Nagano, Japão, com a
participação de 571 atletas. Foram os Primeiros Jogos Paraolímpicos
de Inverno realizados fora da Europa. O Brasil não teve atletas
nesta competição.
1999 Foi fundada a Federação de Basquetebol em Cadeira de
Rodas do Estado do Rio de Janeiro-FBCRERJ em 10 de junho, pelo
Professor de Educação Física Sérgio Castro.
2000 Em Sydney, Austrália, ocorreram os Jogos Paraolímpicos de
Verão (18 a 29 de outubro) com a presença de 4000 atletas. O
Brasil contou com 102 pessoas envolvidas, sendo 65 atletas e 37 do
setor administrativo, técnico, médico e de apoio. Foram conquistadas
22 medalhas, sendo seis de ouro, 10 de prata e 6 de bronze. O
Brasil ficou com a 24ª posição entre as 180 delegações. O país
quebrou três recordes mundiais no atletismo, e o futebol para
amputados sagrou-se tetracampeão. O time de basquetebol da
Espanha ganha a medalha de ouro no basquete para Deficientes
Mentais-DM nos Jogos Paraolímpicos. Dentre os atletas da equipe
campeã, um jornalista forjou a deficiência e apresentou a fragilidade
do sistema, fazendo com que os DM ficassem fora dos próximos
jogos. O escândalo assombrou o meio paraolímpico, o qual passou
a ser mais rígido para evitar fraudes. No referente ao programa
geral de esportes das Paraolimpíadas de Sydney 2000, havia 18
modalidades competitivas para um total de 3824 atletas de 122
países ou 123 delegações, incluindo atletas independentes do Timor
Leste. Mais de 300 recordes mundiais e Paraolímpicos foram
quebrados, tendo sido distribuídas 550 medalhas de Ouro nas
modalidades disputadas. Não houve modalidades de demonstração.
totaliza-se com os “permanentes” Luiz Silva e Clodoaldo Silva
(CPB, 2004). O CPB faz, juntamente com a UNIFESP e
pesquisadores da Rede Cenesp, uma avaliação completa do estado
de saúde e do potencial de treinamento dos atletas paraolímpicos.
Pela primeira vez a UNIMED, VISA e LOTERIAS CAIXA apóiam o
CPB durante a preparação dos atletas e durante os Jogos
Paraolímpicos, fato que melhorou o volume de treinamentos,
concentrações e intercâmbios internacionais..
2002 Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Salt Lake City, EUA.
Contou com a participação de 416 pessoas. Neste evento onde
ocorreu o primeiro caso de dopping na história, com o alemão Thomas
Oelsner, de 31 anos. Até essa data, o Brasil não havia enviado
representantes para os jogos de inverno. A Associação das Olimpíadas
Especiais alterou sua razão social para CBDP por desvincular-se das
Special Olympics Inc. A partir daí, a Confederação passa a promover
o esporte para todos os PNEE (Deficientes Mentais e Paralisados
Cerebrais - PC), mas com objetivos semelhantes aos da antiga
Associação. A sede permanece em Valinhos, no estado de São Paulo.
A CBDP promove a prática do atletismo, basquetebol, bocha, futebol,
futsal, ginástica artística, ginástica rítmica desportiva, handebol,
hóquei adaptado, natação, patinação de velocidade sobre rodas,
tênis e tênis de mesa. Conta com 20.000 atletas e 4.500 técnicos
filiados às 14 associações estaduais, compostas por 130 núcleos,
distribuídos em cerca de 75 cidades. É importante salientar a
participação de atletas não portadores de deficiência durante os
Jogos Unificados, que foram criados a partir de 1980, a fim de
promover princípios de igualdade e inclusão.
Situação Atual Hoje, após 10 anos de história, ao fazer um
breve retrospecto, pode-se observar 160 nações como membros
institucionais. O crescimento do movimento é explicitado com a
ascensão fenomenal dos Jogos Paraolímpicos. Em Sydney 2000
participaram 123 nações, um número muito superior de países que
estiveram presentes aos Jogos Olímpicos de Munique, de 1972. A
criação do Departamento de Pessoas Portadoras de Deficiência na
Secretaria de Desportos, apoiada na Lei 8.028, em 1990, representou
o passo inicial de um efetivo compromisso no Brasil de iniciar o
resgate da participação de pessoas deficientes nas atividades
esportivas. Em princípio, a experiência internacional indica que
intervenções governamentais como estas contribuem de maneira
significativa para que os portadores de deficiência sejam cada vez
mais reconhecidos e valorizados quanto às suas potencialidades,
por meio da prática de atividades físico-desportivas. Estas
atividades, por sua vez, constituem o que se denomina de “esporte
adaptado” e envolve várias modalidades esportivas que podem, ou
não, ter caráter competitivo e são praticadas por Pessoas com
Necessidades Educativas Especiais-PNEE. Diferentemente das
demais organizações esportivas, o esporte adaptado está ordenado
segundo as necessidades educativas especiais dos participantes.
Algumas destas modalidades foram criadas especificamente para
atender a necessidades dos praticantes. O goalball, por exemplo, é
praticado exclusivamente por deficientes visuais. Outros esportes
sofreram adaptações com relação às regras dos jogos convencionais,
como o judô, atletismo, natação, entre outros. Atualmente, o Esporte
Adaptado é administrado por seis grandes organizações: ANDE,
ABDC, ABRADECAR, ABDA, ABDEM e a Confederação
Brasileira de Desportos para Surdos (voltada para a deficiência
auditiva e não vinculada ao CPB). Além dos praticantes filiados a
estas instituições estima-se haver outro número considerável de
PNEE praticando modalidades esportivas em outras instituições,
tais como SESC, SESI, Sociedade Pestalozzi, APAEs, entre outras.
A difusão deste esporte, associado aos bons resultados
conquistados nos últimos eventos internacionais, constitui fator
importante para o desenvolvimento do esporte adaptado no país,
uma vez que hoje está concentrado na região sudeste. De qualquer
forma, o esporte adaptado necessita do incentivo dos órgãos
competentes para capacitar adequadamente os profissionais em
sua atuação e para assegurar farta divulgação e fácil acesso as
PNEE de todo o país. Além das competições regionais e nacionais
promovidas pela Confederação Brasileira de Desportos de
Participação-CBDP, pelas entidades associadas ao Comitê
Paraolímpico Brasileiro-CPB e pela Special Olympics Inc. ocorrem
eventos internacionais como os Jogos Paraolímpicos-JP e as
Olimpíadas Especiais-OE. Ambos os eventos envolvem pessoas
com comprometimento mental, sendo que os JP ainda conta com
pessoas com deficiência física, visual e les autres. As OE e os JP
2003 É formada, pela Associação Niteroiense de Deficientes
Físicos-ANDEF, a primeira equipe masculina e feminina de Voleibol
Sentado, praticado por pessoas amputadas de membros inferiores.
Ainda em 2003, o Brasil participa do Panamericano de Mar del
Plata, na Argentina, e fica em segundo lugar com um total de 165
medalhas: 81 de ouro, 53 de prata e 31 de bronze. Vale a pena
ressaltar que esse índice não computa as medalhas conquistadas
pelos deficientes mentais, que participarram dos Jogos
Paraolímpicos apenas em provas de exibição.
2004 Em maio deste ano, na Cidade de São Paulo, realizaram-se
os I Jogos Paraolímpicos do Brasil. As XII Paraolimpíadas serão
realizadas na Grécia, na cidade de Atenas, no período de 17 a 28 de
setembro de 2004, onde estão previstos mais de 4000 atletas de
130 países. O CPB organizará o I Workshop de Mídia para capacitar
sobre a metodologia de entrevistas com atletas Paraolímpicos.
Nasce o G-8, um grupo de oito nadadores paraolímpicos de ponta
como “membros natos” e dois integrantes permanentes, nessa
organização institucional, e verdadeiramente virtual, já que não
tem sede nem local fixo para reunião de seus componentes. Com o
sentimento de identificação e amizade nascido dos freqüentes
encontros da Equipe Permanente de Natação do Comitê
Paraolímpico Brasileiro-CPB surge o G-8, Grupo dos Oito que, a
exemplo do conhecido Clube dos 13, tem mais participantes do que
o número que o nome indica. É um grupo que quase sempre é
convocado em sua totalidade e que está, de fato, completo para os
Jogos na Grécia. É composto pelos “natos” Fabiano Machado,
Danilo Glasser, Moisés Batista, José Afonso de Medeiros – o Caco,
Mauro Brasil, Marcelo Collet, Gledson Soares e Genezi Andrade –
possuem edições de verão e de inverno, as quais ocorrem a cada
quatro anos; sendo que todo ano ocorre um destes eventos. As
modalidades esportivas que compõem os jogos mundiais das
Olimpíadas Especiais são os esportes aquáticos, atletismo,
badminton, basquete, bocha, boliche, ciclismo, equitação, futebol,
golfe, ginástica, levantamento de peso, patinação, iatismo, softball,
tênis de mesa e de campo, handebol e voleibol e a demonstração
de caiaque, judô e pitch-and-putt. Nas Paraolimpíadas de verão,
as seguintes modalidades estavam presentes: o atletismo, com
corridas, saltos, lançamentos, eventos combinados e de rua; o
arco e flecha, basquete, bocha, ciclismo, esgrima, futebol, futsal,
goalball, halterofilismo, hipismo, iatismo, judô, natação, rugby,
tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa e de campo, tiro, vela,
voleibol, provas eqüestres. Já nas Paraolimpíadas de inverno,
foram exibidos: o esqui no gelo, o esqui cross-country, o hockey
no gelo e dança esporte de cadeira de rodas.
Fontes Michigan State University; edweb6.educ.msu.edu/kin866/
spsummer.htm.; Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de
Rodas, www.abradecar.org.br; Associação Brasileira de Desporto
para Cegos, www.abdcnet.com.br; Associação Brasileira de
Desportos para Deficientes Mentais, www.abdem.com.br;
Associação Brasileira de Desportos para Amputados,
www.abda.org.br; Associação Desportiva para Deficientes,
www.add.org.br; Associação de Desporto para Deficientes,
www.ande.org.br; Bowers, Louis . Eu Sou Especial. Brasília –
Secretaria dos Desportos da Presidência da República, 1991. 69p.;
Comitê Paraolímpico Brasileiro, www.brasilparaolimpico.org.br;
Confederação Brasileira de Desporto de Participação,
www.cbdp.org.br; Federação de Basquetebol em Cadeira de Rodas
do Estado do Rio de Janeiro, www.fbcrerj.org.br; Federação
Paulista de Basquetebol sobre Rodas, www.basqueteso
brerodas.com.br; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
www.ibge.gov.br; International Federation of Adapted Physical
Activity, www.ifapa.net;International Paralympic Committee,
www.paralympic.org; Organização Mundial de Saúde, www.who.int;
Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada,
www.sobama.org.br; Revista Sentidos, Canal Esporte Vivo
www.sentidos.com.br/subhome/esportevivo.asp; Paralympic
Games 2004 – Athens, www.olympic.org/uk/games/paralympic/
index_uk.asp; Special Olympic Games (26 sports),
www.specialolympics.org/; Esportes Unificados das Olimpíadas
Especiais, www.specialolympics.org/Special+Olympics+Public+
Website/English/; Compete/Unified_Sports/default.htm;
Deficiências, www.entreamigos.com.br/textos/temas.htm; National
Sports Center for the Disabled; Freitas, P.S.; Cidade, R.E.
Paraolimpíadas: Revisando a História. Revista da Sobama, dezembro
2002, v.7., n.1, p.21-27.; www.dwarfism.org/; 64.4.26.250/cgibin/
postrd BR?hm_action=http%253a%252f%252fsearch%2
52eabout%252ecom%252ffullsearch%252ehtm&terms
=paralympic+games+; www.lpaonline.org/; Mataruna, L.; Verardi,
P.H.; Nazareth, V.; Duarte, E. Mudanças Estruturais no Desporto
Paraolímpico: uma análise do período 1998-2002. I Congresso de
Atividade Motora Adaptada do Mercosul (2002, Porto Alegre). A
Atividade Motora Adaptada a Serviço das Diferenças: anais [CDROM], Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, Porto
Alegre: PUCRS, 2002; Disability Sports Web Site.
ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL
647
Tabela 1 / Table 1
Perfil de competições de esporte adaptado para Pessoas
com Necessidades Educativas Especiais no Brasil, 2004
Profile of adapted sports competitions to persons with special needs in Brazil, 2004
Instituição
Institutions
Clubes filiados
Affiliated clubs
ANDE
32
ABRADECAR
ABDC
ABDA
Confederação
Brasileira de
Desporto de
Participação
ABDEM
67
75
Em
levantamento
14 Associações
Estaduais
filiadas com
mais de 130
núcleos
distribuídos em
75 cidades.
11
Estimativa de atletas
Participants estimates
Principais modalidades
Main disciplines
Futebol de 7
Bocha
Natação
900
Atletismo
Halterofilismo
Hipismo
Ciclismo
Vôlei sentado
Polibatch
Atletismo
2000 (participantes nos Natação
últimos jogos regionais Esgrima
paradesportivos
das Basquete
cinco regiões)
Tênis
Tênis de mesa
Halterofilismo
Tiro
Atletismo
Natação
1700
Futsal
Goalball
Judô
Xadrez
Futebol
Atletismo
Natação
Em levantamento
Halterofilismo
Ciclismo
Tênis de Mesa
Atletismo
Basquetebol
Bocha
Futebol
Futsal
Ginástica Artística
20.000
Ginástica Rítmica
4.500 Técnicos
Desportiva
Handebol
Hóquei Adaptado
Natação
Patinação de
Velocidade sobre
Rodas
Tênis
Tênis de Mesa
Atletismo
Basquete
Futebol
9500
Natação
Tênis de mesa
Ginástica rítmica
Futsal
Ginástica olímpica
(1) Pessoas com Necessidades Educativas Especiais
PNEE participante (1)
Disability grouping
Les autres
PC
Classificação funcional de atletas com paralisia cerebral
Athletes with cerebral palsy
CP1: atletas que apresentam prejuízo na gama de movimento funcional e prejuízo na
força funcional nos braços, pernas e tronco. Os atletas utilizam cadeira de rodas elétrica
ou ajuda para locomoverem-se. São incapazes de impulsionar uma cadeira de rodas. Os
atletas competem em cadeira de rodas.
CP2: atletas com prejuízo da força funcional nos braços, pernas e tronco. Os atletas
conseguem impulsionar uma cadeira de rodas. Os atletas competem em cadeira de
rodas.
CP3: o atleta mostra algum movimento de tronco ao empurrar uma cadeira de rodas,
mas o movimento de tronco para frente é geralmente limitado durante o movimento
forçado. Embora apresentem algum movimento de tronco, o movimento de arremesso é
geralmente feito pelo braço. Os atletas competem em cadeira de rodas.
Cadeirantes
Muletantes
CP4: o atleta mostra boa força funcional com limitações mínimas ou problemas de
controle nos braços e tronco. O atleta apresenta equilíbrio insatisfatório. Os atletas
competem em cadeira de rodas.
Deficiência visual
Cegos
CP5: o atleta possui equilíbrio estático normal, mas apresenta problemas no equilíbrio
dinâmico. Uma pequena mudança no centro de gravidade pode levar a perda de equilíbrio.
O atleta pode necessitar de um dispositivo de assistência para andar, mas não
necessariamente quando em pé ou arremessando (eventos de campo no atletismo). O
atleta pode ter função suficiente para correr em pista.
CP6: o atleta não tem capacidade de manter-se parado; apresenta movimentos cíclicos
involuntários e geralmente todos os quatro membros são afetados. O atleta consegue
caminhar sem qualquer assistência. Geralmente apresenta maior problema de controle
com os braços e melhores funções que um atleta CP5, especialmente na corrida.
Amputados
Todos
Deficiência mental
CP7: o atleta apresenta espasmos musculares incontroláveis em uma metade do corpo.
Apresenta boas habilidades funcionais no lado dominante do corpo. Anda sem assistência,
mas geralmente manca devido a espasmos musculares incontroláveis na perna. Ao
correr, pode parar completamente de mancar. Seu lado dominante possui é mais
desenvolvido e apresenta boa de seqüência de movimento ao andar ou correr. O controle
do braço ou perna apenas é afetado no lado não dominante; o lado dominante apresenta
bom controle funcional.
CP8: o atleta apresenta um mínimo de espasmos incontroláveis em um dos braços, uma
das pernas ou metade do corpo. Para serem elegíveis, estes atletas precisam ter um
diagnóstico de paralisia cerebral ou outro dano cerebral não-progressivo.
Políticas públicas / Public policies
Em estudos realizados sobre as mudanças estruturais no desporto paraolímpico analisando
o período 1998-2002, Mataruna, Verardi, Nazareth e Duarte (2002) apontaram as seguintes
alterações nas políticas públicas do esporte adaptado, segundo a cronologia:
- 24/março de 1998: lei 9.615: normas gerais sobre o desporto;
- 29/abril de 1998: decreto lei nº 2.574: projeto de fomento da prática desportiva para
pessoas portadoras de deficiências;
- janeiro de 1999: criação do Ministério do Esporte e Turismo, com a composição do
Indesp e Embratur;
- dezembro 1999: reuniões do Comitê Paraolímpico Brasileiro para a discussão da
avaliação dos atletas junto a universidades brasileiras (UPE e UNIFESP);
- 2000: criação da Comissão Nacional de Atletas e Câmara Setorial de Atletas;
- março de 2000: o Indesp elaborou portarias que visam o esporte de rendimento para
pessoas portadoras de deficiência (portaria nº 21/2000) e criação da Rede de Excelência
CENESP (portaria nº14/2000); (26/out) 2000 – extinção do Indesp.
648
ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL
Instituições esportivas especializadas
Specialized sport institutions
CP-ISRA Associação Internacional de Esporte e Recreação
para Paralisados Cerebrais Esta organização foi criada em 1978,
com a finalidade de proporcionar maiores oportunidades
desportivas e recreativas a pessoas com paralisia cerebral ou
com lesões cerebrais não progressivas, congênitas ou adquiridas
que provoquem disfunção motora. Auxilia os países membros a
concretizar os seus projetos de desenvolvimento desportivo e
recreativo nessa área de deficiência. A CP-ISRA promove
seminários, demonstrações, cursos e participa da organização
de eventos nacionais nos países membros. A CP-ISRA realiza
os seus Jogos Internacionais de 2 em 2 anos; seus atletas têm
competido nas Paraolimpíadas desde 1980.
INAS-FMH Associação Internacional de Esporte para
Deficientes Mentais Foi fundada em 1988, com o objetivo de
organizar e dinamizar o esporte de competição para deficientes
mentais, bem como dar suporte adequado para o desenvolvimento da modalidade em países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento. A Associação organiza seus próprios Campeonatos Mundiais em diferentes modalidades e envia para os
campeonatos mundiais de responsabilidade do Comitê
Paraolímpico Internacional, atletas de natação e atletismo, como
o acontecido nas Paraolimpíadas de Atlanta, quando 52 atletas
de diferentes países participaram como demonstração nessas
duas modalidades.
IBSA Federação Internacional de Esporte para Cegos. A
Associação foi criada em 1981, em Paris, e desde então os
atletas cegos e deficientes visuais parciais têm competido nas
Paraolimpíadas. Sua ação está em enviar atletas cegos aos
eventos e assistir os países com programas de desenvolvimento
de esportes para cegos. A IBSA realiza seus Jogos Internacionais de 2 em 2 anos.
ISMGF/ISMWGF Federação Internacional do Jogos em Cadeira
de Rodas de Stoke Mandeville. Talvez seja a mais conhecida
federação internacional, que surgiu através do trabalho pioneiro
de Ludwig Guttmann, em Stoke Mandeville, com pessoas portadoras
de lesão medular. A partir de 1988 a ISMGF passou a se chamar
ISMWGF, para englobar todos os atletas em cadeira de rodas com
deficiências motoras distintas. A Federação regulamenta e organiza
as provas em cadeira de rodas, a Competição Internacional acontece
todos os anos, exceto no ano Paraolímpico. Os primeiros Jogos
Internacionais para paraplégicos que aconteceram oficialmente
em 1952, iniciaram o movimento Paraolímpico e conseqüentemente
os Jogos Paraolímpicos, realizados pela primeira vez oficialmente,
em 1960, em Roma.
IOSD Organização Internacional do Desporto para Deficientes.
Esta organização surgiu logo após os Jogos Paraolímpicos de
1976, para atender às necessidades de organização e
desenvolvimento desportivo, agrupando as deficiências que não
estavam incluídas em outras federações, como os amputados e
“les autres” (distrofias musculares, esclerose múltipla, nanismo,
pólio). A IOSD insere esses atletas em competições de nível
Internacional e Paraolímpico, colaborando na organização das
atividades.
SPECIAL OLYMPICS Entidade Internacional destinada a
reforçar o movimento de deficientes mentais, procurando conduzilos a um caminho fisicamente saudável, produtivo e respeitado
pelos membros da sociedade através dos esportes. Atualmente
as Olimpíadas Especiais- OE atendem mais de um milhão de
pessoas com retardo mental em mais de 200 Programas
espalhados por aproximadamente 150 países. A Special Olympics
teve seu início em 1968, quando Eunice Kennedy Shriver organizou
os Primeiros Jogos Internacionais das Olimpíadas Especiais em
Soldier Field, Chicago/Illinois-EUA. Neste primeiro
campeonato participaram 1000 atletas com retardo mental de
26 estados do Canadá competindo nas modalidades de
atletismo, natação e hóquei de quadra. Em 1988, o Comitê
Olímpico Internacional assinou um acordo histórico,
reconhecendo oficialmente as Olimpíadas Especiais. Special
Olympics conta com programas credenciados em 17 países da
América Latina, beneficiando mais de 75.000 atletas com
treinamento e competições esportivas durante todo o ano,
graças ao trabalho de mais de 15.000 técnicos voluntários.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se
que existam na América Latina 17 milhões de pessoas
portadoras de deficiência mental. Special Olympics na América
Latina tem o objetivo ambicioso de atingir 190.000 atletas até
2005. O esporte direcionado às pessoas portadoras de
deficiência mental surgiu quando Eunice Kennedy Shriver
convidou um grupo de crianças com deficiência mental para
participarem de um churrasco e de jogos externos em sua
casa. Foi quando percebeu que seus convidados apresentavam
um potencial maior do que o atribuído a eles. Assim tiveram
início as Olimpíadas Especiais, em 1962, nos Estados Unidos,
através da Fundação Kennedy, um programa nacional de
atividades esportivas que oferece a oportunidade de reunir
crianças, praticar esportes e treinar para competições anuais
em muitas modalidades. Entretanto já existia na Europa
alguma atividade esportiva para pessoas portadoras de
deficiência mental, com caráter demonstrativo(Pueschel,1995;
Pettengill,1997). O programa SPECIAL OLYMPICS
INTERNATIONAL da Fundação Kennedy foi implantado no
Brasil em dezembro de 1990. Trata-se de um programa com
características próprias e desvinculadas da Federação Nacional
da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAEs.
Associação de Desporto para
Deficientes-ANDE – www.ande.org.br
Associação Brasileira de Desporto
para Cegos-ABDC – www.abdcnet.com.br
Associação Brasileira de Desporto em Cadeira
de Rodas-ABRADECAR – www.abradecar.org.br
Entidades filiadas por cidades
Affiliated institutions per location
Entidades filiadas por cidades
Affiliated institutions per location
Entidades filiadas por cidades
Affiliated institutions per location
Rio de Janeiro-RJ: 04; Niterói-RJ: 01; Mogi das Cruzes-SP: 02;
Curitiba-PR: 02; Florianópolis-SC: 01; Rondônia-RO: 01;
Roraima-RR: 01; Natal-RN: 02; Santa Catarina-SC: 01; BrasíliaDF: 01; Goiânia-GO: 01; Petrópolis-RJ: 01; União Vitória-ES:
01; Cricuíma-SC: 01; Recife-PE: 03; Londrina-PR: 01; Campo
Grande-MS: 01; Uberlândia-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01;
Caruaru-PE: 01; Vitória-ES: 01.
Blumenau-SC: 01; Ribeirão Preto-SP: 01; Florianópolis-SC:
01; Canoas-RS: 01; Sarandi-PR: 01; Juiz de Fora-MG: 01;
Chapecó-SC: 01; Joinville-SC:01; Guarulhos-SP: 01; PoáRS: 01; Uberlândia-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01; TeresinaPI: 01; Natal-RN: 01; São José do Rio Preto-SP: 02; Campos
dos Goytacazes-RJ: 01; Ituiutaba-MG: 01; Uberava-MG: 01;
Taubaté-SP: 02; São Carlos-SP: 01; João Pessoa-PB: 02;
Campina Grande-PB: 01; Recife-PE: 01; São Luis do
Maranhão-MA: 02; Manaus-AM: 01; Belém-PA: 01; Rio
Branco-AC: 01; Brasília-DF: 02; Goiânia-GO: 01; Campo
Grande-MS: 02; Cuiabá-MS: 02.
Boa Vista-RR: 01; Porto Velho-RO: 02; Manaus-AM: 02; Juiz
de Fora-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01; Rio de Janeiro-RJ: 04;
Vitória-ES: 01; São Paulo-SP: 06; São José do Rio Preto-SP:
01; Mogi das Cruzes-SP: 02; Caruaru-PE: 01; Recife-PE: 06;
Salvador-BA: 01; Paratibe Paulista-PE: 01; Natal-RN: 04;
Fortaleza-CE: 01; Maceió-AL: 01; Ceará Mirim-CE: 01;
Maracanaú-CE: 01; João Câmara-RN: 01; Arco Verde-PE: 01;
Goiânia-MS: 01; Campo Grande-MS: 03; Cuiabá-MT: 01;
Planaltina-DF: 01; Uberlândia-MG: 01; Brasília-DF: 01; UberabaMG: 01; Curitiba-PR: 02; Porto Alegre-RS: 04; Joinville-SC: 02;
Florianópolis-SC: 01; Criciúma-SC: 01; Porto União-SC: 01;
Itajaí-SC: 01; Londrina-PR: 01; São Miguel do Oeste-SC: 01;
Ponta Grossa-PR: 01; Maringá-PR: 02: Campo Mourão-PR: 01.
Total – 32
Total – 53.
Total – 67
Associação Brasileira de Desporto para
Deficientes Mentais-ABDEM – www.abdem.org.br
Entidades filiadas por cidades / Affiliated institutions per location
Cada uma das 11 cidades adiante listadas tem 1 representação: Fortaleza-CE; São Luís do
Maranhão-MA; João Monlevade-MG; Belém-PA; Teresinha-PI; Rio de Janeiro-RJ; Porto AlegreRS; Biguaçu-SC; São Paulo-SP; Araguaína-TO; Campo Grande-MS.
Confederação Brasileira de Desporto de Participação-CBPD
Entidades filiadas por estados / Affiliated institutions per state
14 Associações Estaduais filiadas com mais de 130 núcleos distribuídos em 75 cidades. Os
estados são: Bahia, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina, Rondônia, Rio Grande do Sul,
Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais.
ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL
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