Esporte adaptado, Paraolimpíadas e Olimpíadas Especiais CLAUDIA APARECIDA STEFANE, EFRAIN MACIEL E SILVA, LEONARDO MATARUNA E SÉRGIO JOSÉ DE CASTRO Adapted Sport, Paralympics e Special Olympics Historical registers show that the sensory impaired, particularly the deaf, were the first disabled individuals to engage in formal programs of physical activities, as schools in the state of Ohio-U.S. developed baseball games for the deaf in 1870. Twenty years later, the Imperial Instituto de Meninos Cegos (Imperial Institute of Blind Children), today Instituto Benjamin Constant, in Rio de Janeiro, offered gymnastics for the visually impaired. In the following decades, sports for disabled individuals had different development in various countries until Dr. Ludwig Guttman, who had been asked to create a rehabilitation program for injured World War II soldiers from England, instituted a sports program which grew into the Stoke Mandeville Wheelchair Games in the 1950s. Eight years later, Antônio Maglia proposed that the World Stoke Mandeville Games become Paralympic Games, taking place where the Olympic Games would be held, which happened in Seoul, in 1988. Programs of adapted sports began in Brazil in 1958 with the foundation of the first Brazilian club for disabled people. The Comitê Paraolímpico Brasileiro (Brazilian Paralympic Committee-CPB) and the Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais (Brazilian Association for the Cognitively Impaired-ABDEM) were founded in 1995, both located in Brasília today. The Sydney Paralympic Games, in 2000, had 4,000 athletes, including 65 Brazilian athletes who earned 22 medals (6 gold, 10 silver and 6 bronze medals) and were accompanied by 37 professionals of the administrative, technical, medical and support sectors. Brazil ranked 24th among the 180 participating teams from all over the world. Brazilian athletes broke 3 world records in athletics and soccer for amputees became 4 times champion. Today in Brazil Adapted Sports are administered by six large organizations and CPB, according to the type of physical disability (see Table 1). In addition, another considerable number of physically disabled and cognitively impaired athletes do their training in institutions such as SESC, SESI, Sociedade Pestalozzi, APAEs, among others. Origens Existem registros históricos de que os deficientes sensoriais foram os primeiros a praticarem atividades físicas formais, particularmente os atletas surdos. Por volta de 1870, escolas do estado de Ohio-EUA desenvolveram atividades esportivas para surdos com jogos de beisebol. Em 1885 o estado de Illinois-EUA introduziu o futebol, também para esta população. A prática do esporte para pessoas surdas na Europa começou na década de 1880 e em 1888, na Alemanha, quando um grupo de surdos resolveu fundar um clube desportivo (Perez, 1994). A Holanda, Suécia, França, Finlândia, Dinamarca e Itália fundaram em seguida clubes semelhantes (Santos, 1995). No Brasil, na década de 1880, há relatos de pescaria e de uma espécie de deslocamento aquático (natação) para pessoas cegas. No final da década seguinte, encontram-se publicações que apresentam a prática de ginástica para deficientes visuais no Imperial Instituto de Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. A prática desportiva entre as Pessoas com Necessidades Educativas Especiais-PNEE iniciou-se formalmente na Alemanha em 1918, com um grupo de ex-combatentes, lesionados durante a I Guerra Mundial. Em 1932, na Inglaterra, fundou-se a Associação de Jogadores de Golfe de um só Braço. No entanto somente em 1945, em Aylesbury-Inglaterra, é que o esporte adaptado se consolida no contexto europeu, quando Ludwig Guttman cria um centro de tratamento de prática desportiva para a reabilitação física e emocional de deficientes medulares no hospital de Stoke Mandeville. Nesse mesmo período, nos EUA, soldados lesionados percorrem o país divulgando o esporte, jogando basquete em cadeiras de rodas. Em 28 de julho de 1948, em Londres, Ludwig Guttmann fundou os Ios Jogos de Stoke Mandeville-Inglaterra e criou uma competição esportiva para cadeirantes (atletas em cadeira de rodas) que envolveu veteranos da Segunda Guerra Mundial que tinham ferimentos na coluna vertebral. Quatro anos mais tarde, os competidores da Holanda aderiram aos jogos, e o movimento internacional, agora conhecido como Paraolimpíadas, estava criado. Foi fundada então a Federação Internacional de Jogos de Stoke Mandeville-ISMGF na cidade de Aylesbury. Os primeiros jogos, com o estilo das olimpíadas para atletas com inabilidades, foram organizados pela primeira vez em Roma, em 1960. Em TorontoCanadá, no ano de 1976, outros grupos de deficientes foram adicionados, e surgia assim a fusão de diferentes grupos de deficiência para competições esportivas internacionais. No mesmo ano ainda, os primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno foram realizados na Suécia. O termo para refere-se à paraplegia, e foi substanciado como Paraolimpíadas pela primeira vez por uma paraplégica, Alice Hunter, paciente do Hospital de Stroke Mondeville, que escreveu originalmente para a revista The Cord Journal of the Paraplegics o artigo intitulado Alice at the Paralympiad (Alice nas paraolimpíadas), descrevendo sua história no esporte, (Freitas; Cidade, 2002). Segundo o Comitê Paraolímpico Internacional, a palavra Paralympics (Paraolimpíadas) deriva da preposição grega para (ao lado de, em comparação de, junto de) justaposta à palavra olympics (Olimpíadas). O Comitê argumenta, também, que as Paraolimpíadas são jogos que ocorrem em paralelo às Olimpíadas e não tem relação com a Paraplegia, que é uma lesão cervical. No início do movimento, o Dr. Ludwig Guttmann desejava que os Jogos se chamassem Olimpíadas dos Paralisados, mas já havia o interesse em ampliar a participação a outros tipos de deficiências, além da lesão medular. Em 1976, no Canadá, os jogos passaram a ser chamados de Olimpíadas dos Deficientes Físicos, porém este termo nunca foi aceito pelo Comitê Olímpico Internacional-COI, órgão que acompanhava e auxiliava a organização dos eventos. Em 1984, o COI aceitou a sugestão do Dr. Robert Jackson, presidente do ISMGF à época, para a adoção e utilização do termo Paraolimpíadas (ICP, 2001 apud Freitas; Cidade, 2002). A necessidade de organizar mais eficientemente os jogos, e falar com uma voz mais ativa ao Comitê Olímpico Internacional resultou na fundação do Comitê Internacional de Coordenação de organizações dos esportes do mundo para os descapacitados-ICC, no ano de 1982, tendo como presidente o Dr. Robert D. Steadward. O Comitê Paraolímpico Internacional-IPC foi criado em 1989, na Cidade de Düsseldorf-Alemanha e o Comitê Paraolímpico Brasileiro em 1995, na cidade de Niterói-RJ, tendo como Presidente João Batista De Carvalho. O corpo mais elevado do IPC compreende os Comitês Nacionais Paraolímpicos, dos esportes e das diferentes deficiências. As Paraolimpíadas de Inverno, ocorridas em 1994 em Lillehammer, foram os primeiros Jogos desta natureza sob a gerência de IPC. IOSDs, que estão filiadas ao Comitê Paraolímpico Internacional, International Paraolympic Committee-IPC. As organizações internacionais estão estabelecidas por grupos de deficiência com características semelhantes, e não por modalidades esportivas como no esporte em geral. As organizações internacionais são : Comitê International des Sports des Sourds-CISS; Cerebral Palsy International Sport and Recreation Association-CP-ISRA; International Sports Association for Persons with Mental HandicapINAS-FMH; International Blind Sports Association-IBSA; International Stoke Mandeville Wheelchair Sports FederationISMWSF; International Sports Organization for the Disable-IOSD e também as Olimpíadas Especiais, Special Olympics International que atua em todo o mundo, e que atualmente congrega 26 modalidades. No Brasil, em 2002, foi extinta tendo sido criada, em seu lugar, a Confederação Brasileira de Desportos de ParticipaçãoCBDP. Segundo Varela(1991), a CISS foi fundada no dia 15 de agosto de 1924, em Paris. É a associação desportiva internacional mais antiga do esporte para deficientes. Os primeiros Jogos Internacionais aconteceram em Paris, em 1924, e o último em 1994, em Sofia-Bulgária. A CISS é membro do IPC e é filiada diretamente ao Comitê Olímpico Internacional desde 1995. Importante ressaltar que os deficientes auditivos não participaram dos Jogos Paraolímpicos pois negaram o convite realizado antes da década de 1970 e que perdura até o presente momento, porque a Instituição acredita que a deficiência sensorial pela qual é responsável não diferencia seus atletas de um esportista do segmento do esporte regular. Quando abordamos o Paradesporto, devemos defini-lo como manifestação esportiva realizada por atletas que competem de acordo com o tipo de deficiência e classificação funcional contra outros atletas com funções similares. As categorias de deficiência são: Deficiência Visual, Auditiva, Física, Mental , Múltipla. Explanando sobre as especificidades classificatórias temos: Amputados são atletas que apresentam perda de pelo menos uma articulação ou membro importante, por exemplo cotovelo, punho, joelho, tornozelo. Dependendo do esporte, alguns amputados competem como atletas em cadeira de rodas. Paralisia cerebral é um distúrbio de movimento ou postura devido a uma área ou áreas do cérebro que controlam e coordenam o tônus muscular, reflexos, postura e movimento. Cerebral significa que existe uma deficiência no cérebro que causa falta de controle muscular. Os atletas com paralisia cerebral são divididos em oito classes diferentes. O processo de determinação do nível da capacidade funcional remanescente para desempenho de uma modalidade esportiva é denominado Classificação Funcional e é definido por profissionais entendidos como classificadores funcionais, formados em cursos estruturados pelas entidades específicas de cada modalidade para esse fim. (a classificação funcional consta de Box adiante). O resultado da avaliação determina em qual categoria de deficiência o atleta poderá competir permitindo assim uma harmonização mais equilibrada interequipes ou mesmo individuais, quando da realização de competições. Os sistemas de classificação funcional diferem de esporte para esporte, consoante as diferentes habilidades necessárias a cada modalidade paradesportiva. Por exemplo, uma amputação abaixo do joelho é diferente para um nadador e um jogador de voleibol. Segundo a CP-ISRA, as classes CP1, CP2, CP3 e CP4 de atletas com paralisia cerebral utilizam uma cadeira de rodas durante a competição (excluindo natação). CP5, CP6, CP7 e CP8 descrevem atletas com paralisia cerebral que não utilizam uma cadeira de rodas durante a competição. Os Jogos Paraolímpicos foram realizados sempre no mesmo ano que os Jogos Olímpicos, entretanto somente após 1988 (Seul, Jogos de Verão) e 1992 (Albertville, Jogos de Inverno) passaram a ser realizados na mesma cidade e nos moldes que são disputados os Jogos Olímpicos. Em 19 de junho de 2001, um acordo foi assinado entre o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paraolimpico Internacional assegurando que, a partir dos Jogos Paraolímpicos de 2008, ocorrerão sempre logo após os Jogos Olímpicos, usando os mesmos locais e facilidades. Em março de 2003 foi lançada uma nova visão do IPC. Há uma proposta tramitando no cenário internacional para que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos ocorram quase que simultâneos, e assim o nome Paraolímpicos e Olímpicos serão abolidos e substituídos por Jogos de Verão. Esta proposta, segundo os idealizadores, visa reduzir os custos e as diferenças existentes entre participantes de ambos os eventos. Sabe-se que o montante de patrocinadores dos Jogos Olímpicos é muito superior ao dos Paraolímpicos, e a idéia é de que os investimentos abranjam a ambas as áreas. Os órgãos internacionais responsáveis pela organização do evento estão desenvolvendo estudos para avaliar quais as modalidades que possuem maior semelhança entre os dois segmentos, ou seja, quais esportes possuem regras convencionais sem muitas alterações para que se possa mantê-los. Esta medida pode ser um indicador negativo que acarretará a extinção gradativa de algumas atividades ou provas. Entretanto a proposta objetiva uma maior aceitação de mercado, por meio de patrocinadores e conseqüentemente, maior visibilidade. Outro objetivo é a difusão do conceito de superação máxima de limites, com o intuito de que o esporte paraolímpico não seja entendido como caridade, mas como esporte de rendimento. Os jogos teriam um formato único e uma duração de 20 a 25 dias. As modalidades paraolímpicas seriam reduzidas e três modalidades olímpicas suprimidas. Pretende que o número de participantes seja reduzido, fato este que já está acontecendo com as delegações que participarão dos Jogos Paraolímpicos de Atenas / 2004, no qual o número de pessoas envolvidas não deverá exceder o montante de 3.000, ente atletas, acompanhantes e comissões técnicas. Definições A estrutura internacional se compõe a partir das Organizações Internacionais de Esporte para Pessoas Deficientes, International Organization of Sport for People with Disabilities- ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL 645 Deficiência intelectual é aquela na qual o indivíduo deva apresentar: (a) Limitação substancial no funcionamento atual caracterizado pelo funcionamento intelectual. A Associação Americana de Retardo Mental define esta condição como um QI de 70 ou inferior, em uma medida de inteligência padronizada; (b) Limitações em uma ou mais das seguintes áreas de habilidade adaptativa: comunicação, cuidados pessoais, vida doméstica, habilidades sociais, uso comunitário, auto direção, saúde e segurança, atividades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho; (c) Adquirida sua condição antes dos 18 anos de idade. Les autres é uma expressão francesa que significa os outros. É um termo utilizado para descrever atletas com uma gama de condições que resultam em distúrbios de locomoção tais como distrofias musculares, nanismo, esclerose múltipla, pólio e que não se encaixam nos sistemas de classificação funcional tradicional dos grupos de deficiência estabelecidos. Para competir nesta categoria de Cadeira de rodas o atleta deve apresentar uma perda de função dos membros inferiores de, pelo menos, 10%. Algumas das doenças mais comuns que podem causar a elegibilidade (características individuais que habilitam um indivíduo a participar de uma determinada modalidade paradesportiva) incluem: paraplegia traumática e quadriplegia (exemplo, lesões na coluna vertebral); espinha bífida; poliomielite; amputações; paralisia cerebral; e todos os outros atletas (les autres) não ambulantes ou andantes. Deficiência visual: refere-se a qualquer condição de grupo que interfira com a visão normal. Inclui toda a gama de dificuldades visuais, desde distúrbios corrigíveis até cegueira. Classificação Esportiva: B1: atletas totalmente cegos, B2: atletas com um mínimo de percepção de luz remanescente, B3: atletas com alguma percepção de luz remanescente. Deficiência Auditiva é considerada genericamente como diferença existente entre a performance do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute-ANSI, em 1989. Zero audiométrico (0 dB N.A) refere-se aos valores de níveis de audição que correspondem à média de detecção de sons em várias freqüências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz, entre outras. Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição). Segundo a O.M.S. (1994) estima-se que 1,5% da população brasileira, ou seja, cerca de 2.625.000 habitantes são portadores de deficiência auditiva, estando esta em terceiro lugar entre todas as deficiências do país. Estima-se que 42 milhões de pessoas acima de 3 anos de idade são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva, de moderada a profunda (OMS). Há expectativa que o número de perdas auditivas na população mundial chegue a 57 milhões no ano 2000. Os níveis de limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva podem ter algumas variações entre os diferentes autores. Segundo critério de Davis e Silverman, 1966: Audição Normal: Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Leve: Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Moderada: Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Severa: Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição. Deficiência Auditiva Profunda: Limiares acima de 90 dB. Indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são mais freqüentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos. Nos Jogos Paraolímpicos as modalidades são designadas por deficiências. Atletas com deficiência visual praticam judô e golbol; jogam futebol os atletas com paralisia cerebral, amputados e cegos; enquanto as modalidades de natação e atletismo estão abertas a todas às seis categorias de deficiência. Os anões, pessoas portadoras de distúrbios do crescimento que se incluem no grupo dos les autres podem competir na classe T-40 do atletismo e S-6 na natação. Um fato curioso é que os anões participam das Paraolimpíadas nestas modalidades e nas Olimpíadas no levantamento de peso. 1958 O esporte adaptado chega ao Brasil através de Robson de Almeida Sampaio e Sérgio Del Grande, os quais fundam o primeiro clube brasileiro. Ainda neste ano, Antônio Maglia propõe que os Jogos Mundiais de Stoke Mandeville passem a ser chamados de Jogos Paraolímpicos e que sejam realizados no mesmo local que os Olímpicos, o que nem sempre aconteceu. 1971 Primeira participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, realizados em Jamaica. 1972 Primeira participação brasileira nos Jogos Paraolímpicos de verão, em Heidelberg, Alemanha. Apesar da participação, o Brasil 646 ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL não obteve nenhuma das medalhas laureadas entre os 1400 participantes de 44 delegações. 1973 O esporte para portadores de deficiência mental teve seu início no Brasil em 1973, com a Federação Nacional das APAEs. Criou-se a Olimpíada Nacional das APAEs realizada a cada 2 anos e que, em suas primeiras edições, além dos portadores de deficiência mental contou também com a participação de portadores de deficiência visual e auditiva. Somente após a 5ª Olimpíadas , em 1981, a competição passou a ser praticada somente por atletas deficientes mentais. Foram criadas as Associações Regionais de Deficientes Mentais-ARDEM que levaram à criação da Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais-ABDEM, reconhecida pelo Conselho Nacional de Desporto mediante a deliberação 04/ 85 (Pettengill, 1997). Participação brasileira nos Jogos PanAmericanos, realizados no Peru-PER. durante 16 anos, participando de Seul1988, Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sydney 2000 e esteve até o mês de abril de 2004 na seleção permanente, mas não participará de Atenas 2004. 1990 Neste período, o então o Presidente Fernando Collor, através da Lei 8.028, criou o Departamento de Pessoas Portadoras de Deficiência. na Secretaria de Desportos. Houve participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados na Venezuela. A Associação Brasileira de Desportos para Amputados-ABDA é criada e seu reconhecimento, atribuído pelo Conselho Nacional do Desporto como entidade nacional dirigente, ocorre no ano seguinte, em 1991. Tem sua sede em Niterói-RJ e favorece a prática do atletismo, natação, halterofilismo, ciclismo e futebol. Neste período, ainda, é fundada a Associação Olimpíadas Especiais Brasil segundo os princípios da Special Olympics Inc. Suas competições priorizam o nível de habilidade em detrimento da preocupação com o alto rendimento. 1975 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos do México a partir da qual foi criada a Associação Nacional de Desportos para Deficientes-ANDE, que aglutinava as cinco grandes associações nacionais, organizadas por tipos de comprometimentos e não por modalidades esportivas. Atualmente tem sede no Rio de Janeiro e disponibiliza a prática de futebol de sete, bocha, natação, atletismo, halterofilismo, hipismo, ciclismo, vôlei sentado e polibatch entre os 900 atletas com paralisia cerebral e les autres cadastrados nos 32 clubes filiados. 1992 Nos Jogos Paraolímpicos de Barcelona participam 3020 atletas e 82 países, tendo os brasileiros se colocado em 32º lugar entre as 82 delegações, com sete medalhas no total: 3 de ouro e 4 de bronze. De 13 a 23 de setembro de 1992, em Madrid-Espanha, aconteceu a primeira paraolimpíada oficial para portadores de deficiência mental, os I Juegos Paraolímpicos para Discapacitados Psíquicos. Participaram 2.000 atletas de 70 países em 5 modalidades: tênis de mesa, basquetebol, futebol de salão, natação e atletismo (Inserso, 1991). 1976 O Primeiro Jogo Paraolímpico de Inverno é realizado no ano de 1976 na cidade de Ornskoldsvik, na Suécia. O Brasil consegue as primeiras medalhas nos Jogos Paraolímpicos realizados na cidade de Toronto-Canadá, com os atletas Robson Sampaio de Almeida e Luís Carlos Curtinho na bocha, por equipe, classe 2, 3, 4, 5, 6, assumindo a 31ª colocação geral entre as 42 delegações. 1994 Realizaram-se os Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Lillehammer, Noruega para todas as deficiências locomotoras e contou com a participação de 31 países e mais de 1000 atletas. O Brasil não teve participantes nessa competição. Fundação da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada-SOBAMA, na cidade de São Paulo. É uma sociedade civil de caráter científico e educacional sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria que visa o progresso dos estudos da atividade motora adaptada em todas as suas áreas. Professores renomados fizeram parte da Instituição ou contribuíram para o desenvolvimento da área e devem ser citados como referência de todo o processo de construção do conhecimento da área como os docentes e pesquisadores: Prof. Edison Duarte, Prof. Apolônio Abadio do Carmo, Prof. Alberto Costa, Prof. José Julio Gavião, Prof. Paulo Araújo, Prof. Pedro Américo de Souza Sobrinho, Prof. Sydney Rosadas, Prof. Antônio Menescal, Prof. Carmelino Vieira, Prof. Eliane Mauerberg de Castro, Prof. Verena J. Pedrinelli, Prof. Ruth Eugênia Amarante Cidade e Souza. 1978 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados no Brasil. 1980 A delegação brasileira é representada na Holanda pelo time de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador, mas não obteve medalhas. 1982 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados no Canadá. Funda-se o Comitê Coordenador Internacional Esportivo para Deficientes-ICC, com o objetivo de administrar os Jogos Paraolímpicos e representar as entidades dirigentes esportivas internacionais junto ao Comitê Olímpico Internacional. As quatro Federações Internacionais sob gestão do ICC foram: CP-ISRA, IBSA, ISMGF e ISOD. Logo após as Paraolimpíadas de Barcelona, no ano de 1992, o ICC foi substituído pelo Comitê Paraolímpico Internacional-IPC. 1984 Os Jogos Paraolímpicos ocorrem em duas sedes: Aylesbury, na Inglaterra, e Nova Iorque, nos Estados Unidos. Nos EUA, o Brasil obteve a 29ª colocação entre as 41 delegações, obtendo seis medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Em Stoke Mandeville, o Brasil obteve a 14ª entre as 45 delegações, com 22 medalhas, sendo seis de ouro, 14 de prata e duas de bronze. Ainda neste período, foi criada a Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas-ABRADECAR a qual está sediada em Brasília-DF. Conta com 2000 atletas cadeirantes filiados, em mais de 60 clubes. A Associação desenvolve ainda atividades de atletismo, natação, basquete, esgrima, tênis, tênis de mesa, halterofilismo e tiro. Neste mesmo período, foi criada ainda a Associação Brasileira de Desportos para Cegos-ABDC a qual disponibiliza a prática do atletismo, da natação, do goalball, do judô, do xadrez e do futsal para pessoas com deficiência visual. Atualmente tem sua sede em São Paulo e conta com 1500 atletas, filiados em 53 clubes. 1986 Participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos realizados em Porto Rico. Em 01 de fevereiro de 1986, na Holanda, foi criada a Federação Internacional de Desporto para portadores de deficiência mental- INAS-FMH filiada ao Comitê Olímpico Internacional-COI. 1988 Em Seul, os Jogos Paraolímpicos voltam a ser realizados nas mesmas instalações dos Jogos Olímpicos. A delegação brasileira contou com 65 participantes e obteve a 25ª colocação entre as sessenta e duas delegações com 27 medalhas, sendo quatro de ouro, 10 de prata e 13 de bronze. Destaque para o atleta, deficiente visual, Leonel Cunha que ganhou nesta competição como medalha de bronze no Judô e permaneceu como titular da Seleção Brasileira 1995 Criação do Comitê Paraolímpico Brasileiro-CPB em NiteróiRJ e fundação da Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais-ABDEM, ambos com sede atual em Brasília. A ABDEM conta com 9500 atletas filiados a onze entidades reunidas na Associação Recreativa de Deficientes Mentais-ARDEM, com a responsabilidade de disponibilizar a prática desportiva entre os portadores de deficiência mental em basquetebol, atletismo, futebol, futsal, natação, tênis de mesa, ginástica olímpica e ginástica rítmica. 1996 Os Jogos Paraolímpicos de verão correm em Atlanta-EUA com 4912 participantes. O Brasil concorre com 58 atletas, que garantem 21 medalhas: duas de ouro, 6 de prata e 13 de bronze, obtendo a 37ª posição, entre as 104 delegações. 1998 Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Nagano, Japão, com a participação de 571 atletas. Foram os Primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno realizados fora da Europa. O Brasil não teve atletas nesta competição. 1999 Foi fundada a Federação de Basquetebol em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro-FBCRERJ em 10 de junho, pelo Professor de Educação Física Sérgio Castro. 2000 Em Sydney, Austrália, ocorreram os Jogos Paraolímpicos de Verão (18 a 29 de outubro) com a presença de 4000 atletas. O Brasil contou com 102 pessoas envolvidas, sendo 65 atletas e 37 do setor administrativo, técnico, médico e de apoio. Foram conquistadas 22 medalhas, sendo seis de ouro, 10 de prata e 6 de bronze. O Brasil ficou com a 24ª posição entre as 180 delegações. O país quebrou três recordes mundiais no atletismo, e o futebol para amputados sagrou-se tetracampeão. O time de basquetebol da Espanha ganha a medalha de ouro no basquete para Deficientes Mentais-DM nos Jogos Paraolímpicos. Dentre os atletas da equipe campeã, um jornalista forjou a deficiência e apresentou a fragilidade do sistema, fazendo com que os DM ficassem fora dos próximos jogos. O escândalo assombrou o meio paraolímpico, o qual passou a ser mais rígido para evitar fraudes. No referente ao programa geral de esportes das Paraolimpíadas de Sydney 2000, havia 18 modalidades competitivas para um total de 3824 atletas de 122 países ou 123 delegações, incluindo atletas independentes do Timor Leste. Mais de 300 recordes mundiais e Paraolímpicos foram quebrados, tendo sido distribuídas 550 medalhas de Ouro nas modalidades disputadas. Não houve modalidades de demonstração. totaliza-se com os permanentes Luiz Silva e Clodoaldo Silva (CPB, 2004). O CPB faz, juntamente com a UNIFESP e pesquisadores da Rede Cenesp, uma avaliação completa do estado de saúde e do potencial de treinamento dos atletas paraolímpicos. Pela primeira vez a UNIMED, VISA e LOTERIAS CAIXA apóiam o CPB durante a preparação dos atletas e durante os Jogos Paraolímpicos, fato que melhorou o volume de treinamentos, concentrações e intercâmbios internacionais.. 2002 Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Salt Lake City, EUA. Contou com a participação de 416 pessoas. Neste evento onde ocorreu o primeiro caso de dopping na história, com o alemão Thomas Oelsner, de 31 anos. Até essa data, o Brasil não havia enviado representantes para os jogos de inverno. A Associação das Olimpíadas Especiais alterou sua razão social para CBDP por desvincular-se das Special Olympics Inc. A partir daí, a Confederação passa a promover o esporte para todos os PNEE (Deficientes Mentais e Paralisados Cerebrais - PC), mas com objetivos semelhantes aos da antiga Associação. A sede permanece em Valinhos, no estado de São Paulo. A CBDP promove a prática do atletismo, basquetebol, bocha, futebol, futsal, ginástica artística, ginástica rítmica desportiva, handebol, hóquei adaptado, natação, patinação de velocidade sobre rodas, tênis e tênis de mesa. Conta com 20.000 atletas e 4.500 técnicos filiados às 14 associações estaduais, compostas por 130 núcleos, distribuídos em cerca de 75 cidades. É importante salientar a participação de atletas não portadores de deficiência durante os Jogos Unificados, que foram criados a partir de 1980, a fim de promover princípios de igualdade e inclusão. Situação Atual Hoje, após 10 anos de história, ao fazer um breve retrospecto, pode-se observar 160 nações como membros institucionais. O crescimento do movimento é explicitado com a ascensão fenomenal dos Jogos Paraolímpicos. Em Sydney 2000 participaram 123 nações, um número muito superior de países que estiveram presentes aos Jogos Olímpicos de Munique, de 1972. A criação do Departamento de Pessoas Portadoras de Deficiência na Secretaria de Desportos, apoiada na Lei 8.028, em 1990, representou o passo inicial de um efetivo compromisso no Brasil de iniciar o resgate da participação de pessoas deficientes nas atividades esportivas. Em princípio, a experiência internacional indica que intervenções governamentais como estas contribuem de maneira significativa para que os portadores de deficiência sejam cada vez mais reconhecidos e valorizados quanto às suas potencialidades, por meio da prática de atividades físico-desportivas. Estas atividades, por sua vez, constituem o que se denomina de esporte adaptado e envolve várias modalidades esportivas que podem, ou não, ter caráter competitivo e são praticadas por Pessoas com Necessidades Educativas Especiais-PNEE. Diferentemente das demais organizações esportivas, o esporte adaptado está ordenado segundo as necessidades educativas especiais dos participantes. Algumas destas modalidades foram criadas especificamente para atender a necessidades dos praticantes. O goalball, por exemplo, é praticado exclusivamente por deficientes visuais. Outros esportes sofreram adaptações com relação às regras dos jogos convencionais, como o judô, atletismo, natação, entre outros. Atualmente, o Esporte Adaptado é administrado por seis grandes organizações: ANDE, ABDC, ABRADECAR, ABDA, ABDEM e a Confederação Brasileira de Desportos para Surdos (voltada para a deficiência auditiva e não vinculada ao CPB). Além dos praticantes filiados a estas instituições estima-se haver outro número considerável de PNEE praticando modalidades esportivas em outras instituições, tais como SESC, SESI, Sociedade Pestalozzi, APAEs, entre outras. A difusão deste esporte, associado aos bons resultados conquistados nos últimos eventos internacionais, constitui fator importante para o desenvolvimento do esporte adaptado no país, uma vez que hoje está concentrado na região sudeste. De qualquer forma, o esporte adaptado necessita do incentivo dos órgãos competentes para capacitar adequadamente os profissionais em sua atuação e para assegurar farta divulgação e fácil acesso as PNEE de todo o país. Além das competições regionais e nacionais promovidas pela Confederação Brasileira de Desportos de Participação-CBDP, pelas entidades associadas ao Comitê Paraolímpico Brasileiro-CPB e pela Special Olympics Inc. ocorrem eventos internacionais como os Jogos Paraolímpicos-JP e as Olimpíadas Especiais-OE. Ambos os eventos envolvem pessoas com comprometimento mental, sendo que os JP ainda conta com pessoas com deficiência física, visual e les autres. As OE e os JP 2003 É formada, pela Associação Niteroiense de Deficientes Físicos-ANDEF, a primeira equipe masculina e feminina de Voleibol Sentado, praticado por pessoas amputadas de membros inferiores. Ainda em 2003, o Brasil participa do Panamericano de Mar del Plata, na Argentina, e fica em segundo lugar com um total de 165 medalhas: 81 de ouro, 53 de prata e 31 de bronze. Vale a pena ressaltar que esse índice não computa as medalhas conquistadas pelos deficientes mentais, que participarram dos Jogos Paraolímpicos apenas em provas de exibição. 2004 Em maio deste ano, na Cidade de São Paulo, realizaram-se os I Jogos Paraolímpicos do Brasil. As XII Paraolimpíadas serão realizadas na Grécia, na cidade de Atenas, no período de 17 a 28 de setembro de 2004, onde estão previstos mais de 4000 atletas de 130 países. O CPB organizará o I Workshop de Mídia para capacitar sobre a metodologia de entrevistas com atletas Paraolímpicos. Nasce o G-8, um grupo de oito nadadores paraolímpicos de ponta como membros natos e dois integrantes permanentes, nessa organização institucional, e verdadeiramente virtual, já que não tem sede nem local fixo para reunião de seus componentes. Com o sentimento de identificação e amizade nascido dos freqüentes encontros da Equipe Permanente de Natação do Comitê Paraolímpico Brasileiro-CPB surge o G-8, Grupo dos Oito que, a exemplo do conhecido Clube dos 13, tem mais participantes do que o número que o nome indica. É um grupo que quase sempre é convocado em sua totalidade e que está, de fato, completo para os Jogos na Grécia. É composto pelos natos Fabiano Machado, Danilo Glasser, Moisés Batista, José Afonso de Medeiros o Caco, Mauro Brasil, Marcelo Collet, Gledson Soares e Genezi Andrade possuem edições de verão e de inverno, as quais ocorrem a cada quatro anos; sendo que todo ano ocorre um destes eventos. As modalidades esportivas que compõem os jogos mundiais das Olimpíadas Especiais são os esportes aquáticos, atletismo, badminton, basquete, bocha, boliche, ciclismo, equitação, futebol, golfe, ginástica, levantamento de peso, patinação, iatismo, softball, tênis de mesa e de campo, handebol e voleibol e a demonstração de caiaque, judô e pitch-and-putt. Nas Paraolimpíadas de verão, as seguintes modalidades estavam presentes: o atletismo, com corridas, saltos, lançamentos, eventos combinados e de rua; o arco e flecha, basquete, bocha, ciclismo, esgrima, futebol, futsal, goalball, halterofilismo, hipismo, iatismo, judô, natação, rugby, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa e de campo, tiro, vela, voleibol, provas eqüestres. Já nas Paraolimpíadas de inverno, foram exibidos: o esqui no gelo, o esqui cross-country, o hockey no gelo e dança esporte de cadeira de rodas. Fontes Michigan State University; edweb6.educ.msu.edu/kin866/ spsummer.htm.; Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas, www.abradecar.org.br; Associação Brasileira de Desporto para Cegos, www.abdcnet.com.br; Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais, www.abdem.com.br; Associação Brasileira de Desportos para Amputados, www.abda.org.br; Associação Desportiva para Deficientes, www.add.org.br; Associação de Desporto para Deficientes, www.ande.org.br; Bowers, Louis . Eu Sou Especial. Brasília Secretaria dos Desportos da Presidência da República, 1991. 69p.; Comitê Paraolímpico Brasileiro, www.brasilparaolimpico.org.br; Confederação Brasileira de Desporto de Participação, www.cbdp.org.br; Federação de Basquetebol em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro, www.fbcrerj.org.br; Federação Paulista de Basquetebol sobre Rodas, www.basqueteso brerodas.com.br; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, www.ibge.gov.br; International Federation of Adapted Physical Activity, www.ifapa.net;International Paralympic Committee, www.paralympic.org; Organização Mundial de Saúde, www.who.int; Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada, www.sobama.org.br; Revista Sentidos, Canal Esporte Vivo www.sentidos.com.br/subhome/esportevivo.asp; Paralympic Games 2004 Athens, www.olympic.org/uk/games/paralympic/ index_uk.asp; Special Olympic Games (26 sports), www.specialolympics.org/; Esportes Unificados das Olimpíadas Especiais, www.specialolympics.org/Special+Olympics+Public+ Website/English/; Compete/Unified_Sports/default.htm; Deficiências, www.entreamigos.com.br/textos/temas.htm; National Sports Center for the Disabled; Freitas, P.S.; Cidade, R.E. Paraolimpíadas: Revisando a História. Revista da Sobama, dezembro 2002, v.7., n.1, p.21-27.; www.dwarfism.org/; 64.4.26.250/cgibin/ postrd BR?hm_action=http%253a%252f%252fsearch%2 52eabout%252ecom%252ffullsearch%252ehtm&terms =paralympic+games+; www.lpaonline.org/; Mataruna, L.; Verardi, P.H.; Nazareth, V.; Duarte, E. Mudanças Estruturais no Desporto Paraolímpico: uma análise do período 1998-2002. I Congresso de Atividade Motora Adaptada do Mercosul (2002, Porto Alegre). A Atividade Motora Adaptada a Serviço das Diferenças: anais [CDROM], Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, Porto Alegre: PUCRS, 2002; Disability Sports Web Site. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL 647 Tabela 1 / Table 1 Perfil de competições de esporte adaptado para Pessoas com Necessidades Educativas Especiais no Brasil, 2004 Profile of adapted sports competitions to persons with special needs in Brazil, 2004 Instituição Institutions Clubes filiados Affiliated clubs ANDE 32 ABRADECAR ABDC ABDA Confederação Brasileira de Desporto de Participação ABDEM 67 75 Em levantamento 14 Associações Estaduais filiadas com mais de 130 núcleos distribuídos em 75 cidades. 11 Estimativa de atletas Participants estimates Principais modalidades Main disciplines Futebol de 7 Bocha Natação 900 Atletismo Halterofilismo Hipismo Ciclismo Vôlei sentado Polibatch Atletismo 2000 (participantes nos Natação últimos jogos regionais Esgrima paradesportivos das Basquete cinco regiões) Tênis Tênis de mesa Halterofilismo Tiro Atletismo Natação 1700 Futsal Goalball Judô Xadrez Futebol Atletismo Natação Em levantamento Halterofilismo Ciclismo Tênis de Mesa Atletismo Basquetebol Bocha Futebol Futsal Ginástica Artística 20.000 Ginástica Rítmica 4.500 Técnicos Desportiva Handebol Hóquei Adaptado Natação Patinação de Velocidade sobre Rodas Tênis Tênis de Mesa Atletismo Basquete Futebol 9500 Natação Tênis de mesa Ginástica rítmica Futsal Ginástica olímpica (1) Pessoas com Necessidades Educativas Especiais PNEE participante (1) Disability grouping Les autres PC Classificação funcional de atletas com paralisia cerebral Athletes with cerebral palsy CP1: atletas que apresentam prejuízo na gama de movimento funcional e prejuízo na força funcional nos braços, pernas e tronco. Os atletas utilizam cadeira de rodas elétrica ou ajuda para locomoverem-se. São incapazes de impulsionar uma cadeira de rodas. Os atletas competem em cadeira de rodas. CP2: atletas com prejuízo da força funcional nos braços, pernas e tronco. Os atletas conseguem impulsionar uma cadeira de rodas. Os atletas competem em cadeira de rodas. CP3: o atleta mostra algum movimento de tronco ao empurrar uma cadeira de rodas, mas o movimento de tronco para frente é geralmente limitado durante o movimento forçado. Embora apresentem algum movimento de tronco, o movimento de arremesso é geralmente feito pelo braço. Os atletas competem em cadeira de rodas. Cadeirantes Muletantes CP4: o atleta mostra boa força funcional com limitações mínimas ou problemas de controle nos braços e tronco. O atleta apresenta equilíbrio insatisfatório. Os atletas competem em cadeira de rodas. Deficiência visual Cegos CP5: o atleta possui equilíbrio estático normal, mas apresenta problemas no equilíbrio dinâmico. Uma pequena mudança no centro de gravidade pode levar a perda de equilíbrio. O atleta pode necessitar de um dispositivo de assistência para andar, mas não necessariamente quando em pé ou arremessando (eventos de campo no atletismo). O atleta pode ter função suficiente para correr em pista. CP6: o atleta não tem capacidade de manter-se parado; apresenta movimentos cíclicos involuntários e geralmente todos os quatro membros são afetados. O atleta consegue caminhar sem qualquer assistência. Geralmente apresenta maior problema de controle com os braços e melhores funções que um atleta CP5, especialmente na corrida. Amputados Todos Deficiência mental CP7: o atleta apresenta espasmos musculares incontroláveis em uma metade do corpo. Apresenta boas habilidades funcionais no lado dominante do corpo. Anda sem assistência, mas geralmente manca devido a espasmos musculares incontroláveis na perna. Ao correr, pode parar completamente de mancar. Seu lado dominante possui é mais desenvolvido e apresenta boa de seqüência de movimento ao andar ou correr. O controle do braço ou perna apenas é afetado no lado não dominante; o lado dominante apresenta bom controle funcional. CP8: o atleta apresenta um mínimo de espasmos incontroláveis em um dos braços, uma das pernas ou metade do corpo. Para serem elegíveis, estes atletas precisam ter um diagnóstico de paralisia cerebral ou outro dano cerebral não-progressivo. Políticas públicas / Public policies Em estudos realizados sobre as mudanças estruturais no desporto paraolímpico analisando o período 1998-2002, Mataruna, Verardi, Nazareth e Duarte (2002) apontaram as seguintes alterações nas políticas públicas do esporte adaptado, segundo a cronologia: - 24/março de 1998: lei 9.615: normas gerais sobre o desporto; - 29/abril de 1998: decreto lei nº 2.574: projeto de fomento da prática desportiva para pessoas portadoras de deficiências; - janeiro de 1999: criação do Ministério do Esporte e Turismo, com a composição do Indesp e Embratur; - dezembro 1999: reuniões do Comitê Paraolímpico Brasileiro para a discussão da avaliação dos atletas junto a universidades brasileiras (UPE e UNIFESP); - 2000: criação da Comissão Nacional de Atletas e Câmara Setorial de Atletas; - março de 2000: o Indesp elaborou portarias que visam o esporte de rendimento para pessoas portadoras de deficiência (portaria nº 21/2000) e criação da Rede de Excelência CENESP (portaria nº14/2000); (26/out) 2000 extinção do Indesp. 648 ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL Instituições esportivas especializadas Specialized sport institutions CP-ISRA Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais Esta organização foi criada em 1978, com a finalidade de proporcionar maiores oportunidades desportivas e recreativas a pessoas com paralisia cerebral ou com lesões cerebrais não progressivas, congênitas ou adquiridas que provoquem disfunção motora. Auxilia os países membros a concretizar os seus projetos de desenvolvimento desportivo e recreativo nessa área de deficiência. A CP-ISRA promove seminários, demonstrações, cursos e participa da organização de eventos nacionais nos países membros. A CP-ISRA realiza os seus Jogos Internacionais de 2 em 2 anos; seus atletas têm competido nas Paraolimpíadas desde 1980. INAS-FMH Associação Internacional de Esporte para Deficientes Mentais Foi fundada em 1988, com o objetivo de organizar e dinamizar o esporte de competição para deficientes mentais, bem como dar suporte adequado para o desenvolvimento da modalidade em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A Associação organiza seus próprios Campeonatos Mundiais em diferentes modalidades e envia para os campeonatos mundiais de responsabilidade do Comitê Paraolímpico Internacional, atletas de natação e atletismo, como o acontecido nas Paraolimpíadas de Atlanta, quando 52 atletas de diferentes países participaram como demonstração nessas duas modalidades. IBSA Federação Internacional de Esporte para Cegos. A Associação foi criada em 1981, em Paris, e desde então os atletas cegos e deficientes visuais parciais têm competido nas Paraolimpíadas. Sua ação está em enviar atletas cegos aos eventos e assistir os países com programas de desenvolvimento de esportes para cegos. A IBSA realiza seus Jogos Internacionais de 2 em 2 anos. ISMGF/ISMWGF Federação Internacional do Jogos em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville. Talvez seja a mais conhecida federação internacional, que surgiu através do trabalho pioneiro de Ludwig Guttmann, em Stoke Mandeville, com pessoas portadoras de lesão medular. A partir de 1988 a ISMGF passou a se chamar ISMWGF, para englobar todos os atletas em cadeira de rodas com deficiências motoras distintas. A Federação regulamenta e organiza as provas em cadeira de rodas, a Competição Internacional acontece todos os anos, exceto no ano Paraolímpico. Os primeiros Jogos Internacionais para paraplégicos que aconteceram oficialmente em 1952, iniciaram o movimento Paraolímpico e conseqüentemente os Jogos Paraolímpicos, realizados pela primeira vez oficialmente, em 1960, em Roma. IOSD Organização Internacional do Desporto para Deficientes. Esta organização surgiu logo após os Jogos Paraolímpicos de 1976, para atender às necessidades de organização e desenvolvimento desportivo, agrupando as deficiências que não estavam incluídas em outras federações, como os amputados e les autres (distrofias musculares, esclerose múltipla, nanismo, pólio). A IOSD insere esses atletas em competições de nível Internacional e Paraolímpico, colaborando na organização das atividades. SPECIAL OLYMPICS Entidade Internacional destinada a reforçar o movimento de deficientes mentais, procurando conduzilos a um caminho fisicamente saudável, produtivo e respeitado pelos membros da sociedade através dos esportes. Atualmente as Olimpíadas Especiais- OE atendem mais de um milhão de pessoas com retardo mental em mais de 200 Programas espalhados por aproximadamente 150 países. A Special Olympics teve seu início em 1968, quando Eunice Kennedy Shriver organizou os Primeiros Jogos Internacionais das Olimpíadas Especiais em Soldier Field, Chicago/Illinois-EUA. Neste primeiro campeonato participaram 1000 atletas com retardo mental de 26 estados do Canadá competindo nas modalidades de atletismo, natação e hóquei de quadra. Em 1988, o Comitê Olímpico Internacional assinou um acordo histórico, reconhecendo oficialmente as Olimpíadas Especiais. Special Olympics conta com programas credenciados em 17 países da América Latina, beneficiando mais de 75.000 atletas com treinamento e competições esportivas durante todo o ano, graças ao trabalho de mais de 15.000 técnicos voluntários. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que existam na América Latina 17 milhões de pessoas portadoras de deficiência mental. Special Olympics na América Latina tem o objetivo ambicioso de atingir 190.000 atletas até 2005. O esporte direcionado às pessoas portadoras de deficiência mental surgiu quando Eunice Kennedy Shriver convidou um grupo de crianças com deficiência mental para participarem de um churrasco e de jogos externos em sua casa. Foi quando percebeu que seus convidados apresentavam um potencial maior do que o atribuído a eles. Assim tiveram início as Olimpíadas Especiais, em 1962, nos Estados Unidos, através da Fundação Kennedy, um programa nacional de atividades esportivas que oferece a oportunidade de reunir crianças, praticar esportes e treinar para competições anuais em muitas modalidades. Entretanto já existia na Europa alguma atividade esportiva para pessoas portadoras de deficiência mental, com caráter demonstrativo(Pueschel,1995; Pettengill,1997). O programa SPECIAL OLYMPICS INTERNATIONAL da Fundação Kennedy foi implantado no Brasil em dezembro de 1990. Trata-se de um programa com características próprias e desvinculadas da Federação Nacional da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAEs. Associação de Desporto para Deficientes-ANDE www.ande.org.br Associação Brasileira de Desporto para Cegos-ABDC www.abdcnet.com.br Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas-ABRADECAR www.abradecar.org.br Entidades filiadas por cidades Affiliated institutions per location Entidades filiadas por cidades Affiliated institutions per location Entidades filiadas por cidades Affiliated institutions per location Rio de Janeiro-RJ: 04; Niterói-RJ: 01; Mogi das Cruzes-SP: 02; Curitiba-PR: 02; Florianópolis-SC: 01; Rondônia-RO: 01; Roraima-RR: 01; Natal-RN: 02; Santa Catarina-SC: 01; BrasíliaDF: 01; Goiânia-GO: 01; Petrópolis-RJ: 01; União Vitória-ES: 01; Cricuíma-SC: 01; Recife-PE: 03; Londrina-PR: 01; Campo Grande-MS: 01; Uberlândia-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01; Caruaru-PE: 01; Vitória-ES: 01. Blumenau-SC: 01; Ribeirão Preto-SP: 01; Florianópolis-SC: 01; Canoas-RS: 01; Sarandi-PR: 01; Juiz de Fora-MG: 01; Chapecó-SC: 01; Joinville-SC:01; Guarulhos-SP: 01; PoáRS: 01; Uberlândia-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01; TeresinaPI: 01; Natal-RN: 01; São José do Rio Preto-SP: 02; Campos dos Goytacazes-RJ: 01; Ituiutaba-MG: 01; Uberava-MG: 01; Taubaté-SP: 02; São Carlos-SP: 01; João Pessoa-PB: 02; Campina Grande-PB: 01; Recife-PE: 01; São Luis do Maranhão-MA: 02; Manaus-AM: 01; Belém-PA: 01; Rio Branco-AC: 01; Brasília-DF: 02; Goiânia-GO: 01; Campo Grande-MS: 02; Cuiabá-MS: 02. Boa Vista-RR: 01; Porto Velho-RO: 02; Manaus-AM: 02; Juiz de Fora-MG: 01; Belo Horizonte-MG: 01; Rio de Janeiro-RJ: 04; Vitória-ES: 01; São Paulo-SP: 06; São José do Rio Preto-SP: 01; Mogi das Cruzes-SP: 02; Caruaru-PE: 01; Recife-PE: 06; Salvador-BA: 01; Paratibe Paulista-PE: 01; Natal-RN: 04; Fortaleza-CE: 01; Maceió-AL: 01; Ceará Mirim-CE: 01; Maracanaú-CE: 01; João Câmara-RN: 01; Arco Verde-PE: 01; Goiânia-MS: 01; Campo Grande-MS: 03; Cuiabá-MT: 01; Planaltina-DF: 01; Uberlândia-MG: 01; Brasília-DF: 01; UberabaMG: 01; Curitiba-PR: 02; Porto Alegre-RS: 04; Joinville-SC: 02; Florianópolis-SC: 01; Criciúma-SC: 01; Porto União-SC: 01; Itajaí-SC: 01; Londrina-PR: 01; São Miguel do Oeste-SC: 01; Ponta Grossa-PR: 01; Maringá-PR: 02: Campo Mourão-PR: 01. Total 32 Total 53. Total 67 Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais-ABDEM www.abdem.org.br Entidades filiadas por cidades / Affiliated institutions per location Cada uma das 11 cidades adiante listadas tem 1 representação: Fortaleza-CE; São Luís do Maranhão-MA; João Monlevade-MG; Belém-PA; Teresinha-PI; Rio de Janeiro-RJ; Porto AlegreRS; Biguaçu-SC; São Paulo-SP; Araguaína-TO; Campo Grande-MS. Confederação Brasileira de Desporto de Participação-CBPD Entidades filiadas por estados / Affiliated institutions per state 14 Associações Estaduais filiadas com mais de 130 núcleos distribuídos em 75 cidades. Os estados são: Bahia, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL 649