Entrevista:
Carlos Arthur
Nuzman
Daniel e Edênia:
os melhores
de 2010
Brasil
número
35
PARAOLÍMPICO
revista do comitê paraolímpico brasileiro // março/abril 2011 // www.cpb.org.br
mundial
de Atletismo
Brasil brilha na Nova Zelândia e conquista inédito terceiro lugar
Editorial
Andrew Parsons
presidente do comitê
paraolímpico brasileiro
O Movimento Paraolímpico Brasileiro começou com tudo o ano de 2011. O Campeonato Mundial de Atletismo foi um sucesso em todos os sentidos. Primeiro pela
performance espetacular de nossos atletas, que colocaram o País no terceiro lugar
geral da competição, atrás apenas de China e Rússia e à frente de potências como
Grâ-Bretanha, Estados Unidos e Austrália.
Em segundo lugar, pelo resultado de uma
gestão eficiente, planejada e executada por
diversos setores do Comitê Paraolímpico
Brasileiro – CPB. Entenda-se por CPB, toda
a comunidade paraolímpica envolvida neste processo, desde a diretoria técnica, passando pelos diversos departamentos do
CPB, até nossa comissão técnica – que é
do mais alto nível – profissionais de apoio,
técnicos de base, clubes e, obviamente, os
próprios atletas.
O resultado de 30 medalhas, sendo de
12 de ouro, 10 de prata e 8 de bronze não
foi conquistado por acaso. Houve trabalho duro por trás dessas conquistas. De
muitos profissionais. Aliás, essa tem que
ser a palavra de ordem no meio esportivo: profissionalismo. Se por um lado atingir resultados tão expressivos é ótimo, ao
mesmo tempo nos traz a certeza de que o
esporte paraolímpico será muito mais cobrado daqui por diante. Não apenas a modalidade atletismo, mas todo o conjunto
de modalidades paraolímpicas. A resposta está sendo dada. Se começamos 2011
com um resultado bastante expressivo,
2010 não foi diferente.
As conquistas do ano passado nos dão a
certeza de que o CPB e as Confederações
Um grande abraço,
Andrew Parsons
Paraolímpicas Brasileiras estão no caminho
certo. Exemplos não faltam: a confirmação
de títulos importantes como os obtidos
nos Mundiais de Natação, Bocha, Futebol
de Cegos e Judô, além da Copa América de
Futebol de PCs; aliados às conquistas que
mostram evolução como o inédito pódio
100% verde-amarelo do Mundial de Ciclismo, a medalha de prata no Mundial de
Remo, o título Parapan-americano do Voleibol, o título Sul-Americano do Basquete;
e mesmo resultados de outras modalidades que, se ainda não trouxeram medalhas,
apontam para o cumprimento fiel do Planejamento Estratégico do CPB 2010-2016,
com brasileiros subindo de posição de forma consistente do ranking mundial.
Outro destaque já de 2011 foi a repercussão dos resultados do Mundial de Atletismo na mídia brasileira. Fruto de um investimento bem sucedido do CPB já de
muitos anos, esse reconhecimento da imprensa reverbera na sociedade e faz com
que o País inteiro se impressione, admire e se torne fã dos atletas brasileiros com
deficiência. É nesse momento em que
além de orgulhar o Brasil, o esporte paraolímpico adquire a capacidade de mudar
a percepção de milhões de brasileiros em
relação às pessoas com deficiência.
Começamos bem, o caminho é esse, mas
2011 está só no início. Em novembro, temos os IV Jogos Parapan-americanos
Guadalajara 2011. Mais uma vez, vamos
brigar para ganhar. Mas a vitória será uma
conseqüência de nossos esforços, disciplina, planejamento e foco. Esse é o movimento paraolímpico brasileiro hoje.
4
Grandes nomes do esporte
5
Paulo César Tavares
Revista
Brasil Paraolímpico
Revista
Brasil Paraolímpico
sumário
edição 35 // mar/abr 2011 // www.cpb.org.br
“Meu nome ficou na
história”
Aos 62 anos de idade, o carioca Paulo César Tavares não
tem dúvidas da importância que teve para o basquete
“em cadeira de rodas” brasileiro
10
Mundial de atletismo
Com 30 medalhas, sendo 12 de ouro,
Brasil supera expectativas e fica em
terceiro no Mundial de Atletismo da Nova
Zelândia, atrás apenas de China e Rússia.
“Sou da era dos campeões”, diz, orgulhoso,
o cestinha do Mundial da Inglaterra de 1977,
o primeiro título conquistado pelo Brasil.
Paulo César conheceu o Clube dos Paraplégicos ainda jovem, aos 13 anos, quando procurava emprego. Foi lá que começou a praticar esportes e dedicava-se a
diversas modalidades. Aos 15 anos, começou a chamar a atenção no basquete: ganhou medalhas de destaque, cestinha da partida, o mais rápido em quadra.
Em 1968 veio a primeira convocação para a seleção brasileira. No ano seguinte, a primeira competição internacional
com a camisa verde e amarela: o Panamericano de basquete na Argentina. A
seleção ficou em terceiro lugar.
6
18
24
Daniel Dias e Edênia Garcia
Circuito Caixa
Congresso Paraolímpico
Nadadores brilham do Mundial
e são escolhidos os melhores do
ano no Prêmio Brasil Olímpico.
Etapas regionais ajudam a
descobrir novos talentos.
Jonathan Santos brilha.
Encontro reúne principais nomes
do Esporte paraolímpico do
Brasil e do mundo.
9
20
22
27
29
Colunista Convidado
entrevista
promessa 2016
workshops
novas ferramentas
Renato Peters
Carlos Arthur
Nuzman
Natália Mayara
Qualificação
das entidades
Seja bem-vindo ao
novo site do cpb
Paulo César ainda defendeu o Brasil na
Jamaica e Lima. No primeiro Mundial na
Inglaterra, em 1974, não foi. Mas foi no de
1977, em comemoração aos 25 anos de
Stoke Mandeville – cidade inglesa onde o
Esporte Paraolímpico nasceu e que recebeu o primeiro campeonato para pessoas com deficiência. Foi a principal competição de sua carreira: na Inglaterra, Paulo
César fez parte da conquista do primeiro título mundial do Brasil, contra a Itália.
“Foi a competição de maior brilho. Eu
lembro até hoje daquela final. Marcamos por pressão. Quando pegávamos a
bola, eu saía em velocidade, enfiava para o Cláudio, ele para mim, e, ali, ganhamos o jogo. Chego a me arrepiar. A bola
do campeonato terminou na minha mão,
eu vendo o cronômetro passar”, recorda.
Paulo César foi também o cestinha do
Mundial. O segredo, segundo ele, sempre foi a dedicação.
“A gente treinava muito, insistia, errava.
Quando colocava a camisa da seleção
brasileira, parecia que eu estava defendendo minha família”, diz.
Além do trabalho pesado na quadra de basquete, Paulo César também praticava outra
modalidade: era velocista no atletismo. Ganhou diversas medalhas em competições
nacionais. Mas o forte era mesmo a bola ao
cesto. Os treinos na pista, no entanto, ajudavam dentro de quadra, garante.
Paulo César defendeu a seleção até 83.
Foram 15 anos vestindo a camisa verde e amarela.
Eu era muito veloz, então comandava os contraataques das minhas equipes e por isso fazia tantos
pontos, de 25 a 28 por partida
6
Os melhores atletas de 2010
Revista
Brasil Paraolímpico
Daniel e Edênia
7
Ano Dourado
Revista
Brasil Paraolímpico
O caminho é de muito
trabalho: entrega total,
foco, dedicação e, acima
de tudo, acreditar que
é possível
O melhor
técnico
Paraolímpico
do ano
Daniel Dias subiu no lugar mais alto do pódio 25 vezes em 2010 e se
destaca como um dos maiores nomes do esporte paraolímpico mundial
Vinte e cinco ouros, uma prata, cinco recordes mundiais e um recorde das Américas. Esse foi o desempenho de Daniel Dias no ano de 2010, o mais vitorioso de sua carreira. Além das medalhas e recordes,
Daniel ganhou também o Prêmio Brasil Olímpico pela quarta vez e foi indicado ao Laureus 2011, o Oscar
do esporte mundial.
No prêmio máximo do esporte, Daniel não conseguiu
repetir a conquista de 2009. Dessa vez, Verona Benteler, que conquistou cinco ouros no Mundial de Esqui, foi quem recebeu a honraria.
Sobre a conquista do Prêmio Brasil Olímpico 2010,
na categoria atleta paraolímpico masculino , Daniel foi sucinto:
“Já levei esse prêmio outras três vezes, mas a cada ano
sinto uma emoção diferente. Estou muito feliz. É um
reconhecimento do meu trabalho”.
O Mundial Paraolímpico de Natação de 2010, realizado em Eindhoven, na Holanda, é o principal motivo de tamanho sucesso. Daniel foi o grande nome
da competição e, com seus oito ouros (sendo um
deles em prova de revezamento) e uma prata (também em revezamento), ajudou o Brasil a alcançar a
quinta colocação geral.
“Foi um feito inédito para a minha carreira, o que mostra como o ano foi incrível”, lembra.
Foi um feito inédito para a
minha carreira, o que mostra
como o ano foi incrível
Com tanto sucesso , como manter a
motivação, de onde tirar forças para
tantos treinos?
“Da vontade de divulgar o esporte paraolímpico e ajudar as pessoas com
deficiência. Acho que o bom trabalho
dos últimos anos gerou mais reconhecimento. A ideia é continuar nesse caminho e deixar o Movimento Paraolímpico cada vez maior.”
ouro
paraolímpico
Em busca do
Depois de ano vitorioso, Edênia sonha com o degrau mais
alto do pódio em Londres 2012
Em 2010, Edênia Nogueira Garcia tornou-se
a primeira mulher brasileira tricampeã mundial de natação paraolímpica. A conquista
dos 50m costas, na Holanda, mostra que a
cearense está no caminho certo e injeta dose
extra de ânimo e confiança para os Jogos Parapan-americanos deste ano, em Guadalajara, e a Paraolimpíada de Londres, em 2012.
“O ouro paraolímpico é o maior objetivo de
todos os atletas. Já tenho a prata e o bronze.
Quem sabe se ano que vem não é a vez de a
dourada fazer parte da família também?”, diz.
No Mundial, Edênia ganhou mais duas medalhas: prata no revezamento 4x50m livre e
bronze nos 50m livre. Os resultados lhe garantiram o Prêmio Brasil Olímpico.
Ainda faltam quase dois anos para os
Jogos Paraolímpicos de Londres, mas
Daniel sabe muito bem o que deseja:
“Quando fiquei sabendo, não acreditei! Foi
inesperado! É um prêmio que representa muito na carreira de qualquer atleta”, declarou.
“Meu sonho é conquistar oito medalhas
de ouro numa única Paraolimpíada”, diz.
Agora, os planos são continuar treinando forte para baixar ainda mais seus tem-
pos e subir no topo do pódio nos Jogos de
Guadalajara.
“Quero muito ser tricampeã (dos 50m costas) também nos Jogos Parapanamericanos.
Para isso, pretendo nadar no tempo do meu
recorde (51s51).
No Mundial, a equipe brasileira enviada à Holanda conquistou 14 medalhas de ouro, três de
prata e nove de bronze, alcançando o quinto lugar no quadro de medalhas e ficando à frente,
por exemplo, da gigante China. Para Edênia, isso fortalece o Movimento Paraolímpico.
“Juntos, Daniel Dias e André Brasil conquistaram mais medalhas do que muitos países. Isso
ajuda o Movimento a se tornar mais profissional e ganhar a confiança da sociedade. Temos
um longo caminho para chegar ao ideal, mas
hoje o Brasil tem os melhores atletas do mundo em várias modalidades, e o trabalho do CPB
está sendo muito profissional. O esporte paraolímpico está perdendo a fama de reabilitação e
já é visto como profissão”, finaliza.
O italiano Romolo
Lazzaretti fez boa
campanha com a
equipe de ciclismo
no Mundial e foi
homenageado
no Prêmio Brasil
Olímpico, recebendo
o prêmio de melhor
técnico paraolímpico
de 2010.
“Este prêmio coroa
a modalidade e os
atletas. O trabalho
vem sendo feito e o
esporte começa a
ter uma visibilidade
maior. Em nível
pessoal, é um prazer.
Ainda mais por eu
não ser brasileiro.
Ressalto a conquista
como uma melhora
geral no desempenho
coletivo”, declarou
Lazzaretti.
Dez atletas
representaram o
Brasil no Mundial
que aconteceu em
Baie-Comeau, no
Canadá, em agosto. O
resultado foi o melhor
da história: um ouro,
uma prata e dois
bronzes.
8
Judô Paraolímpico. Um esporte
que, antes de a luta começar,
já tem dois vencedores.
9
Renato Peters
Revista
Brasil Paraolímpico
A primeira vez, deu medo
E
ra 2004. A pauta, confesso, deixou-me um tanto quanto preocupado. Na época, eu era repórter
de esporte da TV Globo em Brasília e fui cobrir a reunião dos atletas
paraolímpicos que estavam na Capital
Federal, preparando-se para uma competição internacional.
anúncio infraero
Colunista convidado
Era a primeira vez que eu faria uma reportagem com eles. Estava aflito porque não sabia como conduzir a matéria. Meus conflitos
eram: e se eu falo algo que não é adequado?
Como cumprimentar alguém que não tem
mão? Pergunto o por quê de tal deficiência?
As dúvidas eram muitas quando desembarquei no local da gravação da matéria.
Lá fui recebido por um coordenador e logo depois pelos atletas.
Sim, havia muitas deficiências, muitas
limitações, mas também encontrei um
alto astral de dar inveja a muitos que se
consideram “normais ”.
Outra coisa que me fez ficar mais a vontade foi o fato de eles mesmos brincarem
com as próprias deficiências. “Ei, ceguinho, senta aqui!”, dizia um. “Corre, manquinho!”, gritava outro, tudo seguido de
muitas risadas.
Saí de lá com uma bela reportagem e com
a certeza de que nós temos uma visão
muito distorcida do mundo das pessoas
com deficiência, que no Brasil somam 25
milhões. Gente que vive inúmeras difi­
O que vem a seguir
mudou minha vida para
sempre: nada de tristeza,
frustrações, choro. Os
atletas eram as pessoas
mais felizes da pista
culdades e enfrenta olhares atravessados.
O meu já foi assim.
Depois daquele primeiro encontro não
consegui mais esquecer os sorrisos e as
brincadeiras e resolvi arregaçar as mangas para doar um pouco do meu tempo
em prol do esporte paraolímpico.
Em 2008, criei o programa SEM BARREIRAS no canal SPORTV, ao lado da jornalista e mesatenista cadeirante Carla Maia.
Estamos no ar mostrando para o Brasil do
que esses brasileiros tão especiais são
capazes. O trabalho é voluntário e a maior
recompensa vem dos e-mails que recebemos de telespectadores admirados com a
força de vontade e, acima de tudo, com os
resultados de nossos atletas. E tudo isso
começou com aquela pauta, lá em Brasília, em 2004. E eu com medo dela.
*Renato Peters é repórter da TV Globo de
São Paulo, editor e apresentador do programa
SEM BARREIRAS do SPORTV
Renato Peters e Carla Maia,
do Sem Barreiras
Através do judô, deficientes visuais provam
que o esporte tem poder de superação e que
impossível é uma palavra que não deveria existir.
Infraero. Patrocinadora oficial
do Judô Paraolímpico Brasileiro.
10
10
Mundial de atletismo
Mundial de atletismo
11
Brasil Top 3
Revista
Brasil Paraolímpico
Revista
Brasil Paraolímpico
andré oliveira
Alan Fonteles
Odair dos Santos e Carlos Antônio Santos
O melhor
de todos os tempos
Com 30 medalhas, Brasil conquista o
terceiro lugar na classificação geral do
Mundial, disputado na Nova Zelândia,
ficando atrás apenas de China e Rússia
Shirlene Coelho
Carlos Bartô e Cássio Henrique Damião
Lucas Prado e Justino Barbosa Santos
A
fotos beto monteiro
Terezinha Guilhermina e Guilherme Santana
Yohansson do nascimento
Ádria dos Santos e Luiz Rafael Krub
seleção brasileira deu
um show no Campeonato Mundial de Atletismo, na Nova Zelândia.
Os 25 atletas que representaram
o Brasil em nove dias de competição conquistaram 30 medalhas e o
histórico terceiro lugar geral, atrás
apenas de China e Rússia. Com 12
medalhas de ouro, 10 de prata e oito de bronze, o Brasil terminou a
competição à frente da Grã-Bretanha que teve o mesmo número de
ouros, mas uma prata a menos.
“Disputamos a terceira posição
com a Grã-Bretanha, que receberá as Paraolimpíadas ano que vem
e tem tido investimento. Isso significa que estamos fortes. Temos
que aproveitar essa oportunidade
de sediar uma Paraolimpíada para investir também. Existem áreas que ainda estão descobertas”,
ressaltou o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB),
Andrew Parsons.
O resultado em Christchurch foi
acima da meta estabelecida pela comissão técnica, que era de pelo menos igualar ao resultado das
Paraolimpíadas de Pequim 2008,
quando o País ficou em 10º, com
15 medalhas, quatro delas de ouro.
Uma evolução grande: no Mundial
de Assen, em 2006, o Brasil ficou
em 17º no quadro geral de medalhas.
“Não foi por acaso. O Brasil Paraolímpico cresceu com bastante planejamento e uma gestão séria”,
explicou o presidente do CPB.
A seleção brasileira se preparou
por mais de um ano para o Mundial. Além do acompanhamento constante da comissão técnica e das competições nacionais e
internacionais, os atletas tiveram
quatro encontros durante 2010
para avaliações físicas, treinamento, orientação técnica e testes fisiológicos.
12
12
Revista
Brasil Paraolímpico
Mundial de atletismo
Mundial de atletismo
13
Brasil Top 3
Revista
Brasil Paraolímpico
Brasil Top 3
“Isso é uma coroação especial porque trabalhei muito para chegar aqui. Eu prometi que neste Mundial não erraria. Fechar com
as quatro medalhas de ouro mostrou que consegui chegar ao
meu 100% e, mais importante, que consegui fazer o meu melhor
em cada prova”, comemorou Terezinha.
Os medalhistas do Brasil
Ouro
Terezinha Guilhermina
100m T11
200m T11
Além disso, em Christchurch as mulheres brasileiras foram responsáveis por nove medalhas, o maior número até aqui. Em Pequim 2006 elas subiram ao pódio oito vezes e no Mundial de
Assen, no mesmo ano, apenas cinco. A evolução é resultado de
um trabalho constante desenvolvido pelo CPB.
"O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) tem por meta desenvolver o esporte para pessoas com deficiência severa, os casos mais graves, e o esporte para mulher. No CPB não é diferente. O Circuito está sendo uma ferramenta muito importante para
o surgimento de novas atletas. Agora elas têm competições o
ano todo para se manter treinando e motivadas", explicou o diretor técnico do CPB, Edílson Rocha Tubiba.
"Chegamos a ter cotas de convocação de mulheres em nossas
delegações. Dos 30 nomes, por exemplo, 12 tinham que ser do
sexo feminino. Em algumas modalidades ainda precisamos desse
incentivo, mas o atletismo mostrou sua rápida evolução. Todas as
atletas que vieram ao Mundial foram por índice próprio. E os resultados mostram a qualidade delas", justificou o diretor técnico.
400m T11
Terezinha Guilhermina
4x100m T11-13
Ádria dos Santos
Jerusa dos Santos e
Ana Tércia Soares
Odair dos Santos
1.500m T11
5.000m T11
10.000m T11
Lucas Prado
100m T11
200m T11
400m T11
Yohansson do Nascimento
100m T46
Shirlene Coelho
Lançamento de dardo F37
prata
Paulo Douglas
Lançamento de dardo F35
Jerusa dos Santos
100m T11
200m T11
Mais de dois terços
dos atletas da seleção
brasileira estão entre os
três primeiros do mundo
Andrew Parsons
“O Brasil é hoje uma das potências do Esporte Paraolímpico. Agora, todo mundo
quer nos superar. Por isso precisamos aumentar a base de medalhistas. Temos que
consolidar algumas provas e investir na
renovação”, destacou o diretor técnico do
CPB, Edílson Rocha Tubiba.
Qualidade concentrada
“O crescimento técnico em relação ao
último Mundial e às Paraolimpíadas foi
grande. Isso é fruto da nossa estratégia
de trazer um número menor de atletas.
Assim conseguiríamos prepará-los melhor e teríamos maior qualidade”, explicou Tubiba.
Dos 24 atletas brasileiros que entraram
em ação (Delfino se contundiu na véspera
da competição e não pôde participar), 19
conquistaram medalha na Nova Zelândia.
Um aproveitamento de quase 80%.
“Essa posição mostra a força do atletismo paraolímpico brasileiro. Mais de
dois terços dos atletas da seleção brasileira estão entre os três primeiros do
mundo”, destacou o presidente do CPB,
Andrew Parsons.
Terezinha é a melhor do Brasil
e mulheres evoluem
As mulheres também se destacaram na
delegação brasileira neste mundial. Terezinha Guilhermina conquistou quatro
medalhas douradas e foi a maior campeã da competição ao lado da norteamericana Tatyana McFadden.
Yohansson do Nascimento
200m T46
Jonathan Santos
Lançamento de disco F40
André de Oliveira
Salto em Distância F44
Daniel Silva
200m T11
400m T11
Carlos Bartô
800m T11
Tito Sena
Maratona T46
bronze
Daniel Silva
100m T11
Edson Pinheiro
100m T38
Shirlene Coelho
Lançamento de disco F37
João dos Santos
Lançamento de disco F46
14
14
Revista
Brasil Paraolímpico
Mundial de atletismo
Mundial de atletismo
15
Brasil Top 3
Revista
Brasil Paraolímpico
Brasil Top 3
Quadro geral de medalhas
lucas prado
e Laércio Martins
Ouro
Prata
Bronze
Total
1o
China
21
22
15
58
2o
Rússia
18
11
6
35
3o
BRASIL
12
10
8
30
4o
Grã-Bretanha
12
9
17
38
5o
Polônia
12
7
6
25
6o
EUA
9
10
15
34
7o
África do Sul
9
7
9
25
8o
Ucrânia
8
10
9
27
9o
Alemanha
8
8
8
24
10o
Austrália
8
8
7
23
A evolução do Brasil no quadro de medalhas foi impressionante. No Mundial de Assen, em 2006, o país terminou na décima-sétima colocação, com 15 medalhas.
Na Nova Zelândia, foram trinta medalhas e o terceiro lugar geral, à frente de países com muito mais investimento, como Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha
Operação de mídia do CPB impressiona o IPC
Não foi apenas dentro das quadras, piscinas e pistas que o Movimento Paraolímpico do Brasil deu provas de sua excelência. O CPB foi o protagonista de uma
ação de imprensa exemplar, que rendeu elogios do Comitê Paraolímpico Internacional, mereceu reportagem no jornal ThePress, da Nova Zelândia, e deixou
os gestores de comunicação dos Comitês Paraolímpicos de Estados Unidos, Grã
Bretanha e Austrália impressionados.
“O nível de profissionalismo do Brasil
nesse sentido é incrível. Vocês realmente sabem o que estão fazendo”, elogiou o
chefe de imprensa do IPC, Craig Spencer.
Nos Mundiais de Natação, em Eidhoven,
Fut 5 para Cegos, em Hereford, e também
no de Atletismo o contingente de jornalistas brasileiros era o maior entre os cre-
denciados. Na Holanda, acompanhando
as medalhas dentro d’agua, estavam jornalistas de TV Globo/SporTV, O Estado
de SP, O Globo, Correio Braziliense e Terra. Estes veículos, desta vez ainda com a
presença da Record/RecordNews, foram
à Nova Zelândia noticiar o show da equipe verde-amarela no atletismo. Em Hereford, com o Fut 5, estiveram presentes a
TV Brasil e a Revista FUT do LANCE!.
Sempre acompanhados da equipe de comunicação do CPB, com jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Ao todo, foram dezenas de horas de
transmissão e milhares de centímetros
na mídia impressa. Contando Eidhoven e
Christchurch, as medalhas do Brasil renderam 12 inserções no Jornal Nacional, o
que significa dizer um retorno de visibilidade espontânea equivalente a mais de
R$ 5,5 milhões no principal telejornal da
televisão brasileira.
Em ambos os campeonatos, o CPB investiu ainda na aquisição dos direitos de
transmissão de TV, o que possibilitou ao
canal SporTV mostrar, diariamente, provas
ao vivo e os melhores momentos dos atletas brasileiros, bem como permitiu ao CPB
enviar imagens de provas para emissoras
de todo o país sem qualquer custo.
“Os feitos dos atletas paraolímpicos brasileiros, ao serem retratados pela imprensa, têm papel decisivo na mudança de
percepção da sociedade brasileira em relação às pessoas com deficiência”, diz o
presidente do CPB, Andrew Parsons.
Dilma: “um orgulho para cada
cidadão desse país”
O reconhecimento da conquista dos
atletas brasileiros veio logo que chegaram ao Brasil. No dia seguinte ao desembarque no país, eles foram recebidos
em Brasília pela Presidenta da República, Dilma Rousseff. No encontro no gabinete presidencial, os atletas receberam
um a um o cumprimento da presidenta,
que elogiou as conquistas e brincou com
o peso das medalhas.
“Fiquei muito feliz em recebê-los. Acho
que devo a vocês um agradecimento,
porque demonstram que o trabalho de
equipe pode fazer com que cheguemos
lá. Qualquer preconceito cai por terra ao
ver as medalhas e a superação dos atletas
paraolímpicos. É um imenso orgulho ver
vocês competindo e um orgulho especial
quando vocês sobem ao pódio. É um or-
gulho que vocês dão não só a cada pessoa
com deficiência, mas a cada cidadão desse
país”, ressaltou a Presidenta da República.
Terezinha Guilhermina aproveitou a oportunidade e mais uma vez quebrou o protocolo: presenteou Dilma Rousseff com um
Kiwi – animal símbolo da Nova Zelândia.
“Espero que ele me dê a mesma sorte que
lhe deu”, agradeceu Dilma.
Abraçada pela presidenta, a atleta ainda
deu-lhe as medalhas de ouro conquistadas em Christchurch. Dilma agradeceu
a gentileza, mas devolveu o símbolo da
conquista de Terezinha.
“Estamos aqui hoje simplesmente para agradecer o apoio do Governo Fede-
ral. Gostaríamos de dividir com o Brasil
a alegria dessa conquista”, disse o presidente do CPB, Andrew Parsons. “O Brasil Paraolímpico é um Brasil que dá certo.
O apoio da CAIXA foi fundamental para
essa profissionalização”, destacou o presidente do CPB.
O Ministro do Esporte, Orlando Silva, elogiou o planejamento do Comitê Paraolímpico Brasileiro, que começa a apresentar
seus primeiros frutos.
“O CPB foi exemplar ao apresentar, ano
passado, um planejamento detalhado até
2016. Isso com certeza trará resultados
de sucesso. Se conseguimos ter esse resultado fantástico no Mundial, na Nova
Zelândia, nas Paraolimpíadas de Londres
será melhor ainda.”
caixa.gov.br
SAC CAIXA 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios)
0800 726 2492 (atendimento a pessoas com deficiência auditiva e de fala)
OUVIDORIA CAIXA 0800 725 7474
16
anúncio Caixa
anúncio Caixa
Alan Fonteles
Atleta patrocinado pelas Loterias CAIXA
Quase metade do que é arrecadado pelas Loterias CAIXA é destinado a áreas sociais do
nosso país, como o esporte. Em 2010, só o Comitê Paraolímpico Brasileiro recebeu mais de
R$ 25 milhões. Para as Loterias CAIXA, apostar no nosso esporte é ver o Brasil inteiro tirar a sorte.
18
Circuito Loterias CAIXA
Revista
Brasil Paraolímpico
Evolução
*
Seis recordes mundiais
foram quebrados
no Circuito, três por
Jonathan Santos
Circuito cresce
e se consolida
E
19
Evolução
Revista
Brasil Paraolímpico
O sucesso em números
Mais de 1800 atletas, de todas as regiões
do País, disputaram as três fases regionais. As etapas nacionais, em média, contaram com cerca de 500 atletas. Entre os
principais nomes da temporada do Circuito ficou o alagoano Jonathan Santos, que
quebrou três recordes mundiais, no arremesso de peso e lançamento de disco
F40, durante o ano.
As outras marcas mundiais foram quebradas por Yohansson do Nascimento,
nos 200m T45, e Paulo Douglas, no lançamento de dardo F36, ambos em Fortaleza, em maio. Durante a etapa de São
Paulo, em agosto, foi a vez da venezuelana Tatiana Briceño derrubar a marca
do lançamento de dardo classe F12 (para pessoas com baixa visão).
Comitê amplia o número
de etapas, criando
eventos regionais para
ajudar a detectar novos
talentos para o esporte
brasileiro. Cerca de 2 mil
atletas participaram das
competições do Circuito
Loterias CAIXA Brasil
Paraolímpico de Atletismo,
Natação e Halterofilismo
na temporada 2010
m 2010, o Circuito Loterias CAIXA
Brasil Paraolímpico de Atletismo,
Halterofilismo e Natação cresceu.
Foram realizadas três etapas regionais, classificatórias para as três etapas nacionais. Desta forma, as etapas
regionais tiveram como foco a revelação
de novos talentos. Para tanto, os atletas que
tinham índice equivalente a, em média,
80% do recorde mundial, se classificaram
automaticamente para as três etapas nacionais do Circuito.
Circuito Loterias CAIXA
Os atletas brasileiros ainda superaram 219
recordes nacionais e 83 marcas do Circuito.
Novos talentos
Daniel Dias e Andre Brasil confirmaram,
durante todo o ano, por que são os melhores nadadores do Brasil e do mundo
em suas classes e venceram todas as provas que disputaram no Circuito Loterias
CAIXA Brasil Paraolímpico 2010.
Ao mesmo tempo, novos nomes não pararam de surgir a cada etapa do Circuito.
Em Fortaleza, São Paulo e Porto Alegre,
cada cidade teve um atleta diferente como destaque da competição.
“Posso ressaltar que os jovens atletas estão crescendo muito. Essa nova geração,
de atletas com até os 17 anos, vem evoluindo tecnicamente, o que nos deixa muito animados”, afirmou o técnico chefe nacional da modalidade, Rui Menslin, após a
etapa de Porto Alegre, em dezembro.
Força feminina
As mulheres foram o grande destaque
das provas de halterofilismo. Elas foram
responsáveis pela quebra de 11 recordes
brasileiros durante a temporada. René Belcasse, (até 48kg), Cleide Inês Campos
(até 40kg), Edilândia Araújo (acima de
82,5Kg), Dádila do Carmo Rodrigues (até
52kg), e Josilene Ferreira, a Josi, da classe
até 75kg, foram as estrelas.
O Circuito Brasil Paraolímpico de Atletismo,
Halterofilismo e Natação em 2011
A fórmula deu certo. Tanto que, em 2011,
será mantida com apenas uma alteração:
São Paulo deixa de fazer parte da Centro
/Sul e ganha uma regional exclusiva, por
ser o estado com maior número de atletas do País.
“Com esse novo formato conseguimos
oferecer o atendimento específico que cada grupo necessita”, justifica Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico
Brasileiro (CPB).
O presidente do CPB destaca ainda que,
com esse formato de 2010, as fases regionais se transformaram em momentos
de observação e detecção de talentos
para o Esporte Paraolímpico, enquanto
as nacionais passaram a ser dedicadas à
elite das modalidades.
“O caminho a ser percorrido pelo atleta no Esporte Paraolímpico brasileiro fica cada vez mais claro”, ressalta o presidente do CPB.
1 Daniel Dias e Andre Brasil, dupla de ouro
2 Jonathan Sanos, três recordes mundiais
3 Josilene Ferreira, destaque no halterofilismo
18 a 20 de mar
Etapa Regional Norte/Nordeste
Fortaleza/CE
15 a 17 de abr
Etapa Regional Rio/Sul
Curitiba/PR
27 a 29 de mai
Etapa Regional Centro Leste
Brasília/DF
24 a 26 de jun
Etapa Regional São Paulo
Campinas/SP
05 a 07 de ago
1ª Etapa Nacional
Fortaleza/CE
02 a 04 de set
2ª Etapa Nacional
São Paulo/SP
02 a 04 de dez
3ª Etapa Nacional
Porto Alegre/RS
20
Entrevista
Revista
Brasil Paraolímpico
Rio 2016
As instalações construídas para os Jogos
também deixarão um legado para o país e
para a juventude. O Parque Olímpico e Paraolímpico vai se transformar em um Centro Olímpico de Treinamento após o evento,
com estrutura para receber atletas olímpicos
e paraolímpicos de todo o Brasil. E o Parque
Radical, em Deodoro, área com a mais alta
concentração de jovens abaixo dos 18 anos
do Rio de Janeiro, será aberto à população.
A indústria do esporte neste novo século é uma das que mais vão crescer no mundo
e já se percebe isso no Brasil e em vários países do mundo. Os Jogos de Londres lançaram vários pólos de treinamento para as Delegações. Isso movimenta as cidades social
e economicamente. Faremos isso no Brasil
também. As cidades brasileiras devem crescer como indústrias do esporte.
Carlos ARTHUR Nuzman
“COB e CPB estão em
perfeita
sintonia”
RBP // O Sr. acredita que o Rio de Janeiro
sofrerá intervenções necessárias para
deixar um legado de acessibilidade?
RBP // Em visita no final do ano passado,
os inspetores do COI gostaram muito do
que encontraram. Quais pontos deixaram
os representantes internacionais mais
impressionados?
Nuzman // Impressionou o início em tempo recorde de uma série de obras relacionadas ao
Projeto Olímpico e Paraolímpico, principalmente a Vila Olímpica e Paraolímpica e a linha quatro do metrô. Impressionaram também os esforços para despoluição das lagoas
da Barra; e os projetos a cargo da administração do Prefeito Eduardo Paes, como a
Transoeste, a Transcarioca, a Transolímpica,
o BRT da Avenida Brasil, o Parque dos Atletas e o Centro Olímpico de Treinamento. A
política de Segurança do Governador Sérgio
Cabral, as UPPs, também foi reconhecida como referência e legado que a Rio 2016 já está entregando à cidade e ao país.
RBP // O
comprometimento dos três
níveis de governo, municipal, estadual
e federal, foram fundamentais para a
vitória da candidatura do Rio. E agora,
como estão este envolvimento e
comprometimento para a realização do
megaevento?
Nuzman // A união dos três níveis de Governo continua sendo primordial para que o cronograma estipulado com o COI esteja sendo
cumprido à risca e, em muitos casos, adiantado. Os Governos Municipal, Estadual e Federal também estão trabalhando em co­
ope­ração absoluta com o Comitê Rio 2016,
através de uma série de Comitês Temáticos,
que são compostos por integrantes dos entes governamentais e do Comitê Organizador
e tratam dos temas Instalações, Transporte,
Acomodações, Infraestrutura, Garantias, Comunicação, Coordenação e Integração.
O comprometimento do Prefeito Eduardo
Paes e do Governador Sérgio Cabral têm sido
essencial e a Presidente Dilma Rousseff reiterou ao Presidente do COI, Jacques Rogge, todas as garantias que haviam sido dadas pelo Presidente Lula – de que o Brasil realizará
um grande evento.
responsável pelo planejamento e pela organização dos Jogos. As obras e os investimentos
em infraestrutura, construções e segurança
são de atribuição dos três níveis de Governo.
Acompanhamos os projetos com os Governos, através dos Comitês Temáticos e sabemos que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos vão trazer para o Brasil uma série de
benefícios para a população.
A vitória da candidatura do Rio teve uma
repercussão recorde do Brasil no mundo inteiro. A realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 promoverá ainda mais
a imagem do país no cenário internacional
por muitos e muitos anos.
Essa projeção internacional já está trazendo e atrairá ainda mais investimentos privados e negócios para o Brasil, gerando, como
uma de suas consequências, uma qualificação
profissional enorme da população brasileira.
RBP // A palavra legado passou a ser uma
das mais importantes no vocabulário
olímpico e paraolímpico. Na opinião do
Sr, quais serão os principais legados
para o Brasil?
RBP // E
Inicialmente, é preciso um esclarecimento. O Comitê Organizador Rio 2016 é o
Nuzman //
no campo esportivo?
Nuzman // A
conquista da candidatura do Rio
é um marco para o país como fator de transformação. A população e todos nós vamos
sentir o grande interesse que hoje há na evolução do esporte no Brasil, no oferecimento
do esporte à juventude do país.
Nuzman // Com certeza as instalações esportivas
e não esportivas dos Jogos Rio 2016 incorporarão os padrões mais altos de acessibilidade.
Como disse o Governador Sérgio Cabral
no lançamento da pedra fundamental da Vila
Olímpica e Paraolímpica, esse será um pro­jeto
que servirá de modelo de acessibilidade para
a arquitetura brasileira.
RBP // Como está hoje em dia a integração
entre o Comitê Organizador e o
Comitê Paraolímpico Brasileiro para o
planejamento e realização dos Jogos
Paraolímpicos de 2016?
Nuzman // Esta integração acontece desde
o início do processo de candidatura. O CPB
participou ativamente da construção do
Dossiê de Candidatura, trazendo sua expertise em Jogos Paraolímpicos. e o Presidente
Andrew Parsons tem assento no Conselho
Executivo Rio 2016. O Departamento Técnico do CPB constantemente é consultado pelo Departamento de Esportes do Rio 2016,
sempre ajudando com questões técnicas específicas dos esportes paraolímpicos.
O Rio 2016 tem uma área de Integração dos Jogos Paraolímpicos, responsável
por garantir que cada departamento e cada
área funcional planeje suas operações para
os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de forma
paralela e no mesmo nível de serviço. Os Jogos Paraolímpicos tem o mesmo tratamento e atenção.
Entre COB e CPB a relação é de perfeita sintonia e cooperação constante. Os dois
Comitês trabalham sempre em parceria e estão alinhados em todas as questões comuns,
tanto sobre o desenvolvimento do esporte no
Brasil quanto no que diz respeito aos Jogos
Rio 2016.
As instalações que serão construídas estão sendo planejadas levando em consideração as necessidades dos esportes olímpicos e
paraolímpicos em relação ao legado. Em especial o Parque Olímpico e Paraolímpico, que
sediará períodos de treinamento para atletas
dos dois Comitês, antes e após os Jogos.
RBP // O esporte hoje movimenta valores
altíssimos em patrocínio. Quais
parceiros já estão fechados para 2016?
Como funciona esta questão em relação
aos Jogos Paraolímpicos?
Fechamos o primeiro contrato de
patrocínio oficial no fim do ano passado, na
mesma época do lançamento do projeto comercial olímpico. Assinamos com Bradesco
e Bradesco Seguros nas categorias Serviços
Financeiros e Seguros por um valor recorde,
um resultado que reflete o reconhecimento
do mercado brasileiro da oportunidade única
que os Jogos Rio 2016 representam.
A equipe comercial do Comitê Rio 2016
trabalha atualmente no desenvolvimento do
plano comercial para os Jogos Paraolímpicos,
e estamos confiantes que os resultados deste plano demonstrarão que o mercado também valoriza as possibilidades que se abrem
com a associação a um evento de tamanha
importância.
Nuzman //
RBP // O Sr. acompanha o desempenho
dos atletas paraolímpicos brasileiros?
Nuzman // O Esporte Paraolímpico brasileiro vive um momento fantástico, e o trabalho
do CPB e seu Presidente, Andrew Parsons,
é excelente. A posição final do Brasil na úl-
Entrevista
21
Rio 2016
Revista
Brasil Paraolímpico
tima edição dos Jogos Paraolímpicos, entre
os 10 primeiros do quadro de medalhas, foi
marcante e o recente desempenho dos atletas brasileiros no Campeonato Mundial Paraolímpico de atletismo, na Nova Zelândia,
conquistando 30 medalhas e terminando na
inédita terceira colocação geral, só veio comprovar essa evolução.
Com certeza as
instalações esportivas
e não esportivas
dos Jogos Rio 2016
incorporarão os
padrões mais altos de
acessibilidade.
RBP // Como o Sr. vê o desenvolvimento
do Movimento Paraolímpico no mundo
e no Brasil?
Nuzman // O Movimento Paraolímpico está
passando por um desenvolvimento mundial
muito grande. Os Jogos Paraolímpicos crescem em cada edição, tanto no que diz respeito ao número de atletas quanto ao interesse
e participação do público e da mídia.
No Brasil, desde Atenas 2004 o movimento vem crescendo. Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 foram o primeiro
evento paraolímpico continental a ser realizado no mesmo formato dos Jogos Paraolímpicos, organizado pelo mesmo Comitê Organizador e utilizando as mesmas instalações.
Foi um grande impulso para o movimento no Brasil, aumentando o conhecimento do
público sobre os esportes paraolímpicos. Hoje o público em geral reco­nhece alguns dos
nossos principais atletas paraolímpicos.
Temos a certeza de que realizaremos os
Jogos Paraolímpicos de maior sucesso da
história em 2016 e levaremos essa mensagem de superação para o Brasil e o mundo,
transformando a vida de milhões de pessoas.
Promessa 2016
Revista
Brasil Paraolímpico
Natalia Mayara
Joia rara
22
23
Revista
Brasil Paraolímpico
Segundo Natália, o objetivo de todo esse esforço é alcançar o
seu maior sonho:
“Hoje o tênis significa boa parte da minha vida, porque foi através
dele que eu tive minhas maiores conquistas e realizações. Meu sonho é o mesmo de todo atleta: estar no topo, ser a número um do
ranking mundial adulto feminino e ser reconhecida por isso”.
Em 2010, a tenista trouxe para o país o vice-campeonato do Masters
Cup Juvenil, torneio que reuniu apenas os quatro melhores tenistas
em cadeira de rodas do mundo. Foi a primeira vez que o Brasil teve
representante na competição. A garota repetiu a façanha em janeiro
de 2011 e novamente sagrou-se vice-campeã. No torneio de duplas
foi campeã, ao lado colombiana Maria Angélica.
O ditado de que
meninas são café-comleite quando jogam
contra meninos não é
de todo verdade. Pelo
menos para a mineira
radicada em Brasília
Natalia Mayara.
Principal atleta
brasileira do tênis
em cadeira de rodas
júnior, a menina de 16
anos perdeu as contas
de quantas vezes
venceu meninos
Segunda colocada no ranking mundial júnior de tênis,
Natalia Mayara coleciona títulos em seu currículo:
quatro de simples e oito de duplas em competições
válidas pela NEC Wheelchair Tennis Tour (Circuito
Mundial de Tênis em Cadeira de Rodas).
“O reconhecimento internacional é muito gratificante. Quando
eu estava aprendendo a jogar, já tinha na cabeça que queria ser
uma atleta paraolímpica internacional, então é muito bom ver
que tudo isso vem dando certo”, comentou Natalia.
A qualidade técnica de Natalia surpreende. Há apenas quatro
anos na modalidade, a tenista tem como principais habilidades o
saque e a batida fortes.
“O Wanderson tem trabalhado muito comigo, se dedica mesmo, e eu me esforço para retribuir com a mesma dedicação nos
jogos. Ainda pretendo melhorar muita coisa, como as trocas de
bola e o condicionamento físico”, comentou a atleta.
ACIDENTE EM RECIFE
No dia 26 de setembro de 1996, Natália, com três anos, estava
com a mãe em uma das paradas de ônibus da Avenida Agamenon Magalhães, em Recife, quando um ônibus subiu na calçada e atropelou a menina. O acidente foi tão grave que ela sofreu
edema cerebral, diversas escoriações e teve as pernas amputadas. Internada por 95 dias, Natalia foi operada 12 vezes. Em busca de tratamento na Rede Sarah Kubitschek, Natalia e a família
se mudaram para Brasília quando a garota tinha oito anos.
o Esporte Paraolímpico no Brasil,” avaliou Wanderson Cavalcante, técnico de Natalia e da seleção masculina brasileira de tênis em cadeira de rodas.
Concentração e agilidade são algumas das qualidades da bela jovem. Campeã das Paraolimpíadas Escolares 2010, Natalia demonstrou força ao vencer o
paulista Pedro Rocha no tie break (6-2/1-6/10-8).
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
A rotina de treinos da atleta não é das mais fáceis.
Atualmente são duas horas de treinos nas quadras,
além de trabalho muscular reforçado, em dois dias
da semana. No segundo ano do ensino médio, a atleta divide as atenções entre o esporte e os estudos.
“Ela é uma menina de muito talento. Se bem trabalhada, pode obter grandes conquistas na carreira, como o almejado ouro nos Jogos de 2016. Essa geração
será responsável também por desenvolver e divulgar
“É complicado dividir os estudos e o tênis, mas graças a Deus eu tenho aprendido a manter os dois na
linha (risos). As minhas amigas também sempre me
ajudam a repor os conteúdos das aulas”.
O primeiro contato com o esporte foi aos 12, com a natação. Aos
13 conheceu o tênis e se apaixonou pela modalidade.
Ela é uma aposta da Federação
Internacional de Tênis, que a apoia em
eventos esportivos fora do país, o que
demonstra o interesse na jovem revelação
Wanderson Cavalcante, técnico
Categorias
do tênis em
cadeira de
rodas
Quad
Comprometimento
funcional em três ou
mais extremidades.
Open
Comprometimento
dos membros
inferiores.
24
Congresso Paraolímpico
Revista
Brasil Paraolímpico
Profissionalismo
Congresso Paraolímpico
25
Profissionalismo
Revista
Brasil Paraolímpico
O 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro
marca uma nova era, uma era de
profissionalismo
1º Congresso
Paraolímpico
Brasileiro
foi um sucesso
Andrew Parsons
universidades federais para a realização do
Congresso – ele foi realizado pelo CPB em
parceria com a Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP), a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
“O Brasil é uma potência paraolímpica, ficou em nono em Pequim. O nosso desafio é
fazê-lo avançar mais ainda. Tanto que a meta brasileira paraolímpica, de ficar em quinto em 2016, é bem ousada. Espero que as
reflexões desse Congresso possam ser assimiladas pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro, para que se tornem iniciativas a serem
acolhidas pelo Governo”, ressaltou o Ministro do Esporte.
Encontro realizado em Campinas reuniu
profissionais e estudiosos do Esporte
Paraolímpico do Brasil e do Mundo
O
1º Congresso Paraolímpico Brasileiro terminou sob aplausos. O encontro, que ocorreu
em novembro de 2010, visava à aproximação entre as universidades e os profissionais que desenvolvem o Esporte Paraolímpico, fomentando a pesquisa e sistematização do conhecimento.
periências estrangeiras, profissionais do Brasil relataram
suas experiências de pesquisa no Esporte Paraolímpico.
Ainda foram oferecidos aos participantes minicursos de
esgrima, remo, rúgbi em cadeira de rodas e vôlei sentado. Para completar, mais de 50 trabalhos de todo o país
foram apresentados durante o Congresso.
Foram quatro dias de discussões. Nos dois dias de pré-Congresso, turmas reduzidas, de no máximo 50 pessoas, puderam aproveitar as palestras dos convidados
estrangeiros Collin Higs, Marco Cardinale e Peter Van
de Vliet. Entre os temas estavam a formação de recursos humanos para o Esporte Paraolímpico, classificação funcional e treinamento e avaliação em Esporte Paraolímpico.
“O 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro marca uma
nova era, uma era de profissionalismo”, disse ao final
do evento o presidente do CPB, Andrew Parsons.
Os outros dois dias foram de discussões mais amplas,
e marcaram a presença de mais de 500 estudantes e
profissionais de todos os cantos do país. Além das ex-
“Com este Congresso, o Movimento Paraolímpico dá
uma prova de que sabe para onde está indo. Nossas
metas para Londres 2012 são bastante ousadas, ficar
em 7º, e é imprescindível o apoio da ciência para que
cheguemos lá”, argumentou o presidente do CPB.
De cima para baixo
Colin Higgs, membro do Conselho
Internacional para Ciência do Esporte e
Educação Física, e um dos pioneiros na
invenção da cadeira de rodas para corridas.
Marco Cardinale, chefe de Ciência do Esporte
e Pesquisa da Associação Olímpica Britânica
Orlando Silva , Ministro dos Esportes
O Ministro do Esporte, Orlando Silva, que participou
da abertura do evento, elogiou a iniciativa do CPB e das
Peter Van de Vliet, diretor científico
e médico do IPC
Segunda edição com
casa marcada
O 1º Congresso Paraolímpico brasileiro
começou já sabendo quando e onde seria
sua segunda edição. Este ano será a vez
de Uberlândia, outro centro de formação
de referência, sediar o 2º Congresso Paraolímpico Brasileiro, de 28 a 30 de outubro de 2011.
Se seguir no ritmo do primeiro, quem desejar participar deve ficar atento quando
as inscrições forem lançadas, cerca de um
mês antes. Na primeira edição do Congresso, em apenas dois dias, mais de 180
pessoas de todo o país já haviam garantido sua participação. As 500 vagas foram
preenchidas em menos de um mês.
Estrangeiros aprovam evento
Os palestrantes estrangeiros presentes
deram seu depoimento sobre 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro. E gostaram
muito dos debates.
“O Congresso foi uma oportunidade maravilhosa de partilhar experiências com os
colegas brasileiros. Fiquei satisfeito de ver
a variedade de atividades nas quais o Comitê Paraolímpico Brasileiro está engajado e, em particular, nas ligações entre as
universidades e os grupos de esporte para
pessoas com deficiência físicas. A qualidade das apresentações foi marcante. Aprendi bastante”, disse o canadense Colin Higgs,
membro do Conselho Internacional para Ciência do Esporte e Educação Física e um
dos pioneiros na invenção da cadeira de rodas para corridas.
“Fiquei impressionado pelo número de pessoas interessadas no Esporte Paraolímpico
e a paixão e vontade de aprender de todos
organizadores e participantes. Existe um
senso claro de que algo grande está sendo
desenvolvido no Brasil. Considerando que
isso foi só o 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro, as coisas só podem melhorar. Quando muitas pessoas são apaixonadas por algo, coisas boas acontecem. E do que eu vi,
tenho certeza que o Rio terá um evento
Olímpico e Paraolímpico de sucesso!”, testemunhou Marco Cardinale, chefe de Ciência do Esporte e Pesquisa da Associação
Olímpica Britânica.
26
Workshops
27
Formação
Revista
Brasil Paraolímpico
CPB investe na
qualificação das entidades
esportivas paraolímpicas
Curso de Mobilização de Recursos será realizado em oito capitais
anúncio Reatech
Iniciativa de sucesso no ano passado, o Curso de Mobilização de
Recursos está de volta em 2011. Desta vez, oito estados brasileiros irão receber o workshop oferecido pelo Comitê Paraolímpico
Brasileiro (CPB). As cidades sedes do curso serão: Goiânia/GO;
Teresina/PI; Fortaleza/CE; São Paulo/SP; Porto Alegre/RS; Maceió/AL; Belém/PA e Vitória/ES
O Curso de Mobilização de Recursos pretende mostrar e detalhar às entidades do esporte paraolímpico formas de captar recursos de fontes alternativas, além de ajudá-las na construção
de projetos e na orientação dos recursos adquiridos. Todos os
participantes vão aprender, durante dois dias, detalhes sobre arrecadação e captação de recursos de fontes alternativas.
“Conseguimos cumprir uma promessa do início de nossa gestão:
oferecer ferramentas para que os nossos dirigentes tenham possibilidades de pensar em projetos bons e eficientes para a área.
Todos nós do CPB, em especial a diretoria executiva, comemoramos os resultados obtidos, pois temos a absoluta certeza de que
conseguimos atender o apelo da sociedade, de ter o nosso comitê próximo, com um paradesporto consolidado e cada vez mais
forte”, avaliou o vice-presidente do CPB, Luiz Claudio Pereira.
Confira o calendário de 2011
1- Goiânia/GO 19 e 20 de Fevereiro
“Tendo em vista o grande sucesso que foram as nove edições
em 2010, que abrangeu um público de quase 350 pessoas, de
várias associações e entidades ligadas ao segmento de pessoas com deficiência, o CPB resolveu reeditar o curso neste
ano, em cidades que ainda não foram contempladas”, completou Luiz Claudio.
2- Teresina/PI 26 e 27 de Março
3- Fortaleza/CE 09 e 10 de Abril
4- São Paulo/SP 07 e 08 de Maio
5- Porto Alegre/RS 04 e 05 Junho
Em 2010, o workshop foi realizado em sete cidades brasileiras:
Manaus/AM; Belo Horizonte/MG; Curitiba/PR; Itajaí/SC; Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ e Brasília.
6- Maceió/AL 16 e 17 de Julho
7- Belém/PA 27 e 28 de Agosto
8- Vitória/ES 24 e 25 de Setembro
28
Notícias
Novas ferramentas
29
Inovação
Revista
Brasil Paraolímpico
Revista
Brasil Paraolímpico
Novos cargos no ipc
O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC)
pretende adicionar dois novos cargos ao seu
organograma: o de gestor de antidoping e o
de gerente sênior de esportes. O primeiro ficará responsável por reforçar o cumprimento
total do Código Mundial de Antidoping, gerir programas e projeto de educação antidoping. O segundo coordenará e supervisionará
a equipe de esportes do IPC, com a missão de
gerenciar todos os eventos que acontecem
com apoio do Comitê, além de desenvolver
planos de atividades e orçamentos para ajudar na criação de novos NPCs, com o intuito
de difundir o Movimento Paraolímpico.
Guadalajara acessível
Entre os dias 17 e 21 de janeiro, Bernie Clifford, especialista do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), esteve na cidade mexicana
que sediará os Jogos Pan e Parapanamericanos desse ano. Clifford gostou do que viu e, a
295 dias do início do evento, afirmou que a
cidade está pronta para receber os atletas paraolímpicos de toda a América.
Canoagem e triatlo em 2016
Após análise do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), a canoagem e o triatlo entraram no programa dos Jogos Paraolímpicos de
2016. Os esportes venceram a concorrência
contra outras cinco modalidades: badminton, golfe, futebol em cadeira de rodas elétrica, tae­kwondo e basquete para deficientes
intelectuais. Assim, a Paraolimpíada do Rio,
receberá 22 modalidades, duas a mais que
Londres: tiro com arco, atletismo, bocha, ciclismo, canoagem, hipismo, futebol de 5 para
cegos, futebol de 7, goalball, judô, halterofilismo, remo, vela, tiro esportivo, triatlo, natação, tênis de mesa, vôlei sentado, basquete
em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de
rodas, rúgbi em cadeira de rodas e tênis em
cadeira de rodas.
Marcelo Collet busca
novo feito histórico
Primeiro paraolímpico a atravessar o
Canal da Mancha, brasileiro encara
o desafio de Gibraltar em 2011
Seja bem-vindo, sinta-se em casa!
Conheça detalhes do novo portal do Comitê Paraolímpico Brasileiro
Depois de entrar para a história da natação mundial ao se tornar o
primeiro atleta paraolímpico a fazer a temida travessia do Canal da
Mancha, em setembro, o baiano Marcello Collet busca novos desafios em 2011. Collet quer ser o primeiro paraolímpico a fazer a travessia de ida e volta do Estreito de Gibraltar, entre a Europa (Espanha) e
a África (Marrocos).
“Foi uma emoção grande estar entre os 10% que completaram a travessia do Canal da Mancha, mas agora está na hora de olhar para
frente e este ano tenho dois objetivos: Gibraltar e disputar o Parapan de Guadalajara”, disse o nadador, que pretende tentar a travessia em agosto.
A travessia do Canal da Macha aconteceu justamente dia 17 de setembro de 2010, quando Collet completou 30 anos, um verdadeiro
presente de aniversário. Durante o feito, o nadador contou com o auxílio de seu técnico, Murilo Barreto.
“Não é um travessia simples. Alguns dizem que é o maior desafio do
homem, maior até que escalar o Everest. A gente sabe que ele é um
guerreiro, que não desistiria jamais”.
O
Comitê Paraolímpico Brasileiro
apresentou no fim de 2010 seu
novo portal, com o intuito de
ampliar a visibilidade das ações
desempenhadas pelo Esporte Paraolímpico
no país. O site (www.cpb.org.br) estreou
com o compromisso de divulgar dados,
notícias, regras, classificações e instruções para atletas, treinadores, imprensa e
demais interessados.
co para imprensa. Também há espaço para
a agenda de eventos futuros, avisos de licitações e inscrição de clubes. À direita, um
calendário interativo para acompanhar as
próximas ações e eventos em que o CPB
se envolve. Links levam aos nossos canais
no microblog Twitter e no site de compartilhamento de vídeos Youtube e os usuários poderão baixar todos os exemplares
da revista Brasil Paraolímpico em PDF.
Informação de cara nova
Na página inicial, as notícias ganham destaque, bem como as competições e eventos. Os internautas podem acessar uma
vasta galeria de imagens em alta resolução, produzidas por nossa equipe.
Conheça o CPB
O menu Conheça o CPB abre espaço para a história, os objetivos, as missões e os
princípios do Comitê, bem como sua estrutura e diretoria executiva.
Ainda na primeira página, a coluna da esquerda dá acesso a um ambiente específi-
Comunicação
No menu, estão todas as notícias já publicadas, o acervo de vídeos e fotogra-
fias e um ambiente para cadastro de
jornalistas.
Esportes
Na área de Esportes estão disponíveis
descrições das modalidades, um guia sobre classificação funcional e informações
sobre doping. O usuário poderá aproveitar para se informar sobre os Jogos Paraolímpicos e iniciativas como as Paraolimpíadas Escolares, o Clube Escolar
Paraolímpico e a APB.
Financeiro
Informações sobre gestão de recursos
(lei 9.615, de 1998), acesso ao sistema de licitações, o extrato de quando o
CPB dispensou tais licitações e um espaço para cadastrar empresas interessadas, estão lá.
30
Revista
Brasil Paraolímpico
Expediente
Presidente
Andrew Parsons
Coordenação
Media Guide Comunicação
Vice- Presidente
Mizael Conrado
Jornalista Responsável
Diogo Mourão MTB 19142/RJ
Vice-Presidente
Luiz Claudio Pereira
Edição e Textos
Janaína Lazzaretti
Thalita Kalix
Superintendente Administrativo,
Finanças , Contabilidade e Eventos
Carlos José Vieira de Souza
Estagiário
Rodrigo Antonelli
Diretoria Técnica
Edilson Alves da Rocha
Imagens
Exemplus Comunicação
Gerência de Marketing
Frederico L. Motta
Projeto gráfico e diagramação
Inventum design
Conselho Fiscal
José Afonso da Costa
Hélio dos Santos
Impressão
Gráfica Clicheria Chromos
anúncio Unidonto
Turma da Mônica
Brasil Paraolímpico é uma publicação bimestral do
Comitê Paraolímpico Brasileiro e esta edição teve 3.500
exemplares impressos em fevereiro de 2011.
Endereço Sede CPB
SBN Qd- 2- Bl. F- Lt. 12
Ed. Via Capital – 14º andar
Brasília/DF – CEP: 70040-020
Fone: 55 61 3031 3030
Fax: 55 61 3031 3023
www.cpb.org.br
www.twitter.com/cpboficial
www.youtube.com/cpboficial
Painel do Leitor
Compartilhe com a equipe de imprensa do
CPB dúvidas, sugestões ou críticas. Este espaço é reservado para você, leitor. Contate-nos
através de cartas pelo endereço: SBN, Quadra
02, Bloco F, ED. Via Capital, 14º andar. Brasília,
DF, Brasil. Cep: 70.040-020.
Se preferir, mande email: [email protected].
32
anúncio Caixa
Download

paraolímpico - Comitê Paralímpico Brasileiro