IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO
Nome do grupo/entidade – Mutirão da Gambiarra – coletivo editorial
Endereço eletrônico (sítio) http://mutirao.metareciclagem.org
O grupo pertence a alguma comunidade tradicional? não
Qual? não se aplica
De qual localidade? não se aplica
Nome do dirigente responsável pela entidade ou do representante do grupo
Felipe Schmidt Fonseca
INTEGRANTES DO GRUPO/ENTIDADE QUE PARTICIPARÃO DO EVENTO
Relação dos integrantes do grupo/entidade que participam desta solicitação
Quantidade de integrantes 14
INTEGRANTE 1
Nome: Felipe Schmidt Fonseca
Função do integrante no grupo: Articulador do grupo editorial Mutirão da Gambiarra.
Organizou a primeira edição da publicação, lançada em janeiro de 2009.
Função do integrante no evento: Editor da segunda edição do Mutirão da Gambiarra, a
ser lançada durante o evento.
INTEGRANTE 2
Nome: Luciana Magalhães Tognon de Souza
Função do integrante no grupo: web documentarista, cineclubista, pesquisadora de
novas linguagens e estéticas audiovisuais.
Função do integrante no evento: colaboradora editorial do Mutirão da Gambiarra fotógrafa e editora de vídeo
oficineira e participante de grupos de trabalho específicos
INTEGRANTE 3
Nome: Elenara Vitoria Cariboni Iabel
Função do integrante no grupo: colaboradora editorial do Mutirão da Gambiarra –
direitos humanos e outros conceitos jurídicos; comunicação digital
Função do integrante no evento: colaboradora editorial do Mutirão da Gambiarra
participante de grupos de trabalho específicos
INTEGRANTE 4
Nome: Tatiana Ribeiro Prado
Função do integrante no grupo: Integrante do grupo editorial.
Função do integrante no evento: Produtora executiva.
INTEGRANTE 5
Nome: Angelo Moscozo Silveira
Função do integrante no grupo: Integrante do grupo editorial.
Função do integrante no evento: articulador e oficineiro; assistente de produção
INTEGRANTE 6
Nome: Tatiana Maria Wells
Função do integrante no grupo: Integrante do grupo editorial.
Função do integrante no evento: Colaboradora editorial do Mutirão da Gambiarra,
oficineira.
INTEGRANTE 7
Nome: Fernanda Scur
Função do integrante no grupo: designer de interface e usabilidade do site
Função do integrante no evento: apresentação de trabalho acadêmico na área de gestão
de parcerias em projetos de inclusão digital; participante em grupos de trabalho
específicos
INTEGRANTE 8
Nome: Patricia Fisch
Função do integrante no grupo: programação e customização de software livre, rádio
web
Função do integrante no evento: participante em grupos de trabalho específicos;
oficineira
INTEGRANTE 9
Nome: Orlando G. da Silva
Função do integrante no grupo: integrante do grupo editorial
Função do integrante no evento: participante de grupos de trabalho específicos
INTEGRANTE 10
Nome: Maira Rita Begalli Nunes
Função do integrante no grupo: integrante do grupo editorial
Função do integrante no evento: participante de grupos de trabalho específicos
INTEGRANTE 11
Nome: Daniel de Luna Martins Varga
Função do integrante no grupo: colaborador – experimentação multimídia e audiovisual
Função do integrante no evento: oficineiro – TV comunitária e meios de comunicação
alternativos
INTEGRANTE 12
Nome: Marcelo Bráz Garcia
Função do integrante no grupo: Educador comunitário e tecnólogo.
Função do integrante no evento: Participante em grupos de trabalho; Oficineiro.
INTEGRANTE 13
Nome: Vanessa Florentino de Jesus
Função do integrante no grupo: colaboradora – cooperativa e iniciativas comunitárias
Função do integrante no evento: participante de grupos de trabalho específicos
INTEGRANTE 14
Nome: Otávio Módolo Vicentin
Função do integrante no grupo: colaborador – cooperativa e iniciativas comunitárias
Função do integrante no evento: participante de grupos de trabalho específicos
CURRÍCULO GRUPO
Tempo de formação 2 anos (+5)
Área de atuação
A Rede MetaReciclagem é formada por pessoas e organizações em todo o Brasil que
atuam na desconstrução e apropriação crítica das tecnologias de informação e
comunicação.
Grande parte do que é publicado nas diferentes estruturas online e nas ações
presenciais da rede concentra-se em questões relacionadas a conhecimento livre,
transformação social, meio ambiente, arte, educação, sustentabilidade e tecnologia.
Também acontece uma conversa continuada sobre a natureza da própria rede, e
como ela se desdobra em diferentes contextos geográficos, institucionais e
simbólicos.
O Mutirão da Gambiarra é uma iniciativa independente e autônoma que se utiliza das
propostas da Rede MetaReciclagem para estabelecer diálogo com ela, ampliando e
ressignificando seus campos de investigação e reflexão, simultaneamente. No caso
específico da 2ª edição da publicação impressa experimental a ser lançada neste
evento, a fundamentação encontra eco na gambiologia. Hernani Dimantas,
colaborador deste coletivo editorial, a define da seguinte maneira:
A gambiologia é uma proto ciência que começa a ser importante nesse
momento de transformação [pos-modernidade]. Diferente das outras
ciências, a gambiologia acontece como uma TAZ, uma impermanência que
surge na necessidade e desaparece na conclusão. A gambiarra é a
experimentação nas veias abertas do espirito hacker. O faça voce mesmo é
fundamental. Dominar o mundo sem a necessidade de apresentar um
relatório. A documentação está atrelada na replicação. E não mais como
objeto de serventia. É prova de conceito.
Um conceito que se mistura na proposta hacker. O fluxo de idéias
compartilhadas para catalisar a inovação e ordenar o caos em redes de
inteligências coletivas. Gambiarra é remontar o inimaginável. Um quebra
cabeça com peças jogadas, desmontadas. O céu se mistura com a água. A
construção vira lama. As imagens recriam um novo desenho. Montam uma
nova realidade. Na Web, a onda é a bricolage. Desconstruímos o
conhecimento em partes desconexas. E conectamos pela apropriação da
plataforma tecnológica. Cada um busca sua verdade. E, essa verdade não é
real. É um caminho, um percurso para encontrar aquilo que nunca se
imaginou.
(em: http://comunix.org/node/725)
Discorra sobre o grupo/entidade
O coletivo editorial da iniciativa Mutirão da Gambiarra é organizado no ambiente
online http://mutirao.metareciclagem.org e é formado por pessoas que a ele se
candidatam por meio de cadastro espontâneo, convites ou chamadas abertas nos
ambientes online relacionados à Rede MetaReciclagem.
As pessoas podem enviar textos, trechos, artigos, vídeos, fotos, entrevistas, e o que
mais considerarem relevante para a construção desse mosaico que caracteriza a
iniciativa editorial colaborativa.
Todos os textos enviados são publicados no site indicado, sendo que alguns deles
podem ser selecionados para uma compilação em PDF e possivelmente impressa,
como já foi feito em janeiro de 2009 e será feito no evento “Encontrão
TransdiMensional de MetaReciclagem – Bailux Parti 2” em setembro deste ano.
Os integrantes do grupo têm formação e experiência em diversas áreas: tecnologia,
comunicação, meio ambiente, educação, artes, projetos sociais e outras. Suas
funções variam conforme seus interesses, disponibilidade e habilidades para a
elaboração dos produtos a que a proposta está aberta.
É importante lembrar que o grupo inscrito neste edital se encontra cadastrado no
site até o presente momento e pode ser modificado até o lançamento do material,
programado para ocorrer no evento aqui descrito.
Mencione os três últimos trabalhos realizados
Pelo fato do coletivo editorial não ser fixo, seria inadequado listar seus últimos
trabalhos, pois sua natureza impermanente não favorece uma seleção pautada pela
linearidade cronológica. Acredita-se que sua realização constante e mutável é o
ambiente online: http://mutirao.metareciclagem.org
Entretanto, pode-se destacar a publicação experimental editada pelo representante
deste grupo aqui inscrito, com a participação de alguns de seus integrantes: Mutirão
da Gambiarra – Edição 1 – História da MetaReciclagem; Histórias de
MetaReciclagem, impressa em janeiro de 2009.
Destaque as principais realizações
A Rede MetaReciclagem participou de intercâmbio internacional com a plataforma
Waag-Sarai (Holanda/Índia), foi mencionada como História de Sucesso no site do
IFAP (Programa Informação para Todos da Unesco), e exerceu papel ativo na
elaboração e implementação de políticas públicas de tecnologia em projetos como os
Pontos de Cultura, GESAC, Casas Brasil, Acessa São Paulo e muitos outros.
Tendo em vista a representatividade das contribuições empreendidas pela rede no
cenário da cultura digital no Brasil, a iniciativa independente “Mutirão da
Gambiarra”se revela cada vez mais necessária, pois o formato “publicações” torna
ainda mais evidente as possibilidades de compartilhamento das experiências e
reflexões decorrentes das ações. As publicações são, em última instância, recortes e
olhares diferentes sobre os mesmos fatos; e, num processo coletivo, aberto e
impermanente de construção dos conceitos são revelados percursos diversos e
entrecruzados, que permitem análises ou conclusões temporárias igualmente
diversificadas e múltiplas.
Prêmios recebidos
A MetaReciclagem recebeu menção honrosa no Prêmio APC Betinho de
Comunicações (2005), no Prix Ars Electronica, categoria Comunidades Digitais
(2006), e foi pré-selecionada no Prêmio APC Chris Nicol de Software Livre (2007).
Recentemente, foi também classificada no Prêmio de Mídia Livre do Ministério da
Cultura.
IDENTIFICAÇÃO DO EVENTO
Nome Encontrão TransDimensional de MetaReciclagem – Bailux Party
Cidade Porto Seguro – BA / Distrito de Arraial d´Ajuda
País Brasil
Período de realização de 11/09/2009 a 13/09/2009
Há quanto tempo o evento é realizado? 6 anos
Discorra detalhadamente sobre o evento, sobre sua importância, no que consiste e qual é a
sua contribuição cultural
As ações da MetaReciclagem se caracterizam, entre outras coisas, pela autonomia e
independência. Sua abrangência nacional exige que cada pessoa, grupo local autoorganizado ou instituição a ela relacionada interprete essa premissa conceitual de
diferentes maneiras, mantendo o pressuposto de compartilhamento das experiências.
Esta troca se dá essencialmente via internet e outros tipos de contato se tornam,
para aqueles que circulam pela rede, um desejo e uma necessidade cada vez mais
prementes.
O primeiro encontro presencial de caráter nacional ocorreu durante a “Campus
Party”, um evento com foco em tecnologia, promovido em São Paulo entre os dias 19
e 25 de janeiro de 2009. Muitos dos participantes estavam mobilizados também para
outras programações ali realizadas.
Na ocasião, o “Encontrão Intergaláctico de MetaReciclagem” tinha por motivação
alinhar as expectativas e traçar possibilidades de colaboração e articulação entre os
diferentes projetos da Rede. Para tanto, foram programadas duas tardes de discussão
que abordaram questões gerais comuns a ela, grupos de trabalho com temáticas
específicas, um espaço de experimentação para oficinas permanentes (intitulado
Metalab) e outro para o convívio social (denominado Metabar). Houve ainda o
lançamento da versão experimental da publicação Mutirão da Gambiarra#1 (pdf
disponível
em
http://mutirao.metareciclagem.org),
focada
no
histórico
da
MetaReciclagem.
Participaram destas ações pelo menos 45 pessoas de diferentes estados: São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Pará, Paraná, Rio
Grande do Sul e Distrito Federal. Um dos jovens membros do Bailux – Movimento de
reapropriação tecnológica para transformação social no Arraial D´Ajuda, também
esteve presente no encontro.
Como um encontro de cultura digital, este evento cultural está sendo desenvolvido
coletivamente e tem por objetivo central ser um momento de reunião tribal,
reconhecimento e troca presencial. É promovido pelo agrupamento social informal
Bando Bailux, instalado no distrito de Arraial d`Ajuda – Porto Seguro/BA, com o
intuito de:
• Ampliar as alianças e consolidar a inserção do Bailux – Movimento
reapropriação tecnológica para transformação social no Arraial D´Ajuda
comunidade local;
de
na
• Apresentar e discutir, de modo aprofundado, experiências específicas desenvolvidas
nos Esporos de MetaReciclagem em diferentes regiões do país;
• Elaborar propostas concretas para intercâmbios de documentação a partir do
mapeamento de interesses e parcerias já iniciadas/ latentes entre Esporos e/ou
integrantes da rede
• Fomentar a prática de documentação das experiências e incentivá-las por meio do
lançamento do Mutirão da Gambiarra #2, uma publicação que pretende justapor as
referências práticas e teóricas da MetaReciclagem, sob a ótica da Gambiologia.
A programação do evento é elaborada com base na proposta de “desconferência”.
Partindo do princípio de que toda e qualquer pessoa, independente do seu repertório
ou experiências anteriores, pode contribuir com ideias interessantes e tem
habilidade para compartilhar, este modelo aberto e colaborativo depende dos
participantes.
Trabalha-se, assim, na perspectiva de levantamento prévio dos temas de interesse do
grupo A descentralização e a imprevisibilidade são características inerentes à
desconferência e por isso, a estrutura apresentada a seguir se configura apenas
como um exemplo e uma possibilidade de organização. Os temas indicados foram
sugeridos até o momento e a programação continuará em construção permanente até
o início do evento.
Nome da entidade realizadora Bailux – Movimento de reapropriação tecnológica para
transformação social no Arraial D´Ajuda
Sítio eletrônico da entidade realizadora http://bailux.wordpress.com
Nome do dirigente responsável pela organização do evento
Anivaldo Braz Regis
Correio eletrônico (e-mail) [email protected]
Endereço eletrônico do evento (sítio) http://bailux.wordpress.com
Discorra sobre a entidade realizadora do evento
O Bailux – Movimento de reapropriação tecnológica para transformação social no
Arraial D´Ajuda ou Bando Bailux é um grupo informal que agrega jovens e outros
colaboradores da comunidade física, de Arraial d´Ajuda, e virtual, de diferentes
localidades.
Seguem o modelo “puxadinho”, isto é, espaços mínimos de baixo custo com conexão
a internet e computadores descartados pelo mercado, geralmente obtidos através de
doações. Após a instalação de software livre, os equipamentos são colocados em uso
como ferramenta para pessoas com motivação de compartilhar. Trabalham com
formação de replicadores, que passam a atuar na comunidade e a convidar o vizinho
a ampliar e rede.
Mais informações podem ser obtidas neste vídeo: http://bailux.wordpress.com/fotos/
Há quanto tempo existe a instituição promotora do evento? 4 anos
ROTEIRO DE VIAGEM
Origem Porto Alegre-RS,
Curitiba-PR,
São Paulo-SP,
Ubatuba-SP,
Cabedelo-PB,
Pipa-RN
Destino Porto-Seguro-BA
Data prevista para a saída 01/09/2009
Data prevista para o retorno 14/09/2009
ATIVIDADE A SER REALIZADA/DESENVOLVIDA
Sinopse
O coletivo aqui inscrito participará do evento com o intuito de lançar a segunda
edição do Mutirão da Gambiarra. A publicação experimental propõe uma
investigação mais conceitual sobre as possibilidades e desdobramentos desse traço
cultural muito nosso que é a gambiarra. Ela já foi assunto de artigo, dissertação,
debate, conversa. Será que dá pra ir além? Propõe o começo de uma Gambiologia,
uma exploração informal sobre o ideário e as potencialidades que perpassam a
gambiarra.
As formas de inserção de cada membro do grupo no evento são variáveis:
· oficinas de experimentação: atuando como propositores-participantes nestes
espaços, podem realizar oficinas de xxx [qual o melhor nome para indicar áudio,
vídeo, texto, documentação, blabla?]
· grupos de discussão: assumindo o papel de debatedores, poderão compartilhar sua
experiência de concepção e produção da publicação, abordando desde os conceitos
ali explicitados até o processo colaborativo de execução
· [com]vivências sociais culturais: o convívio informal entre as pessoas é aqui
reconhecido como um importante elemento formador e imprescindível para a
dinâmica cultural
Ficha Técnica
não se aplica
JUSTIFICATIVA DA SOLICITAÇÃO
De que forma a sua participação representará o Brasil? Quais são as perspectivas de
repercussão e desdobramentos?
A participação do grupo editorial Mutirão da Gambiarra no Encontrão
Transdimensional é essencial para dar corpo e profundidade ao desenvolvimento de
material editorial para a publicação multimídia, indo além do contato meramente
online. Esses encontros funcionam também como referência de identidade de um
grupo de pessoas que trabalha de maneira
distribuída e colaborativa, estabelecendo as bases para outros níveis de produção.
Explique de que maneira o trabalho a ser apresentado fortalecerá a identidade da cultura
brasileira?
A MetaReciclagem estabeleceu as bases de um grupo aberto e auto-organizado que
propõe uma maneira tipicamente brasileira de entender e usar a tecnologia, uma
atualização da antropofagia com o movimento hacker, do tropicalismo com o
software livre, um mutirão da gambiarra que só é possível por conta de sua natureza
de rizoma autônomo, que se infiltra em diferentes estruturas de poder e promove o
agenciamento coletivo de ações em rede.
Uma formação inovadora, original e tipicamente brasileira, que propõe um modelo
de organização coletiva adequada ao século XXI, ao cenário de crescente
disseminação de tecnologias e à problemática de inclusão e engajamento social que
acompanha esses processos.
Drica Veloso, especialista em cultura digital, localiza a origem do software livre no
Brasil e suas palavras justificam a relevância de uma publicação aberta como o
Mutirão da Gambiarra#2, reafirmando a importância da participação de seu coletivo
editorial no evento de lançamento:
O marco da entrada do software livre no Brasil deu-se com o lançamento
do Conectiva Red Hat, que a partir de 1996 disponibilizou uma versão
traduzida ao português brasileiro do sistema operacional Gnu/Linux.
Os avanços das interfaces gráficas e dos programas multimídia também
foram de suma importância para a abrangência do uso do software livre,
mas principalmente sua filosofia de livre distribuição, possibilidade de
modificação e customização, entre outras, atraiu muitas pessoas. A cultura
de uso desta nova ferramenta fez com que os ideais de livre distribuição,
compartilhamento e faça você mesma migrassem para outras áreas, como
a produção midiática e musical.
(…)
Com a receita da feijoada disponível para todo mundo, cada região do país
reinventou sua versão, adicionou um tempero regional. O licenciamento
que permite executar, estudar, aperfeiçoar e distribuir, originário da GNU
General Public License (GPL), passa a ser aplicado em outras esferas que
não a do software. O que ocorreu no caso do Brasil, nos últimos dez anos, é
que o sistema operacional livre e sua ideologia foi encarado e utilizado
como um catalisador para ações que sempre existiram no “mundo
analógico”.
Cultura e tecnologia
A partir da distribuição de uma documentação sobre como produzir, aliada
à popularização de mídias como gravadores de CDs e DVDs, tornou-se
muito mais acessível divulgar realidades regionais. Pois, em contraposição
à diversidade brasileira, o monopólio das mídias trabalha em função do
jabá, representando na telinha ou no rádio uma cultura muito mais
estadunidense (*) que nacional. Quando muito destaca o sudeste e um
nordeste rotulado em jargões comerciais.
Paralelamente, a interlocução das mídias livres trabalha mais diretamente
com as pessoas, possibilitando que muitas outras vozes e opiniões sejam
protagonistas. Conseqüentemente a diversidade é muito maior. Um
simples exemplo sobre a produção musical brasileira: quem é mais
representativo, a Sony/BMG e seus 38 artistas nacionais contratados ou os
mais de 30 mil musicistas cadastrados no Trama Virtual que
disponibilizam suas músicas em licenças livres?
(…)
Reapropriação das ferramentas
Em se tratando da realidade brasileira não faz sentido falar em
investimentos milionários em hardware (computadores, filmadoras, etc)
para promover essa difusão e produção cultural descentralizada. A grande
questão fica em como trabalhar com a diversidade cultural e criatividade
com poucos recursos.
O diferencial da abordagem brasileira com relação às ferramentas
tecnológicas, ou o hardware, é que de fato temos disponível sucata e para
nós o lixo tecnológico deve ser reaproveitado. Um máquina de última
geração pode até chegar à classe média alta, porém para fazer inclusão
digital, entenda-se lá como for o que esta expressão indique, é preciso ter
em mente que reciclar é dar acesso.
(em http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/12/24/...)
Qual a relevância de sua participação para a ocorrência do evento?
O movimento do software livre conseguiu provar a viabilidade do desenvolvimento de
produção intelectual de maneira descentralizada e emergente. Centenas de milhares
de programadores em todo o mundo são responsáveis pelo desenvolvimento de uma
miríade de soluções para qualquer necessidade de software.
Essa maneira de produzir tem influenciado outras áreas de conhecimento. Muitas
experiências têm sido realizadas com base nos princípios do software livre.
Entretanto, acabam muitas vezes se limitando à distribuição de obras acabadas, e
não ao profundo processo de catalisação da colaboração que o software livre propõe.
Propor a geração de conhecimento livre não se trata apenas de permitir a sua livre
distribuição, mas de criar processos efetivamente abertos e colaborativos, amparados
em comunidades ativas de desenvolvimento.
A ideia de publicações de código aberto vem, nesse sentido, propor mais do que a
mera disseminação de conhecimento, mas a adoção de princípios colaborativos para
todo o processo da obra - publicação das fontes, material bruto, entrevistas,
referências, artigos, criação de uma comunidade editorial colaborativa e processos
coletivos de decisão.
Portanto, garantir que o coletivo editorial de uma publicação feita com tais objetivos
esteja presente durante o lançamento e entre contato com demais participantes do
evento, é possibilitar que os princípios colaborativos sejam vivenciados em sua
plenitude. A qualidade e intensidade das relações estabelecidas presencialmente
alcançam esferas de convívio de natureza diferenciada em relação à internet.
Soma-se a isso o fato do coletivo ser formado por pessoas de diferentes regiões do
país com formações e áreas de atuação distintas, faixas etárias também variadas, tal
como são as características dos participantes do evento. Esta diversidade se revela
como um diferencial significativo, pois as possibilidades de encontro se mostram
muito promissoras como dinâmica cultural: há um cruzamento de linguagens (áudio,
vídeo, texto, etc.), relações intergeracionais (adolescentes e jovens convivendo com
adultos, aprendendo e ensinando uns aos outros), modos de comunicação múltiplos
(escrita, oral, acadêmica, informal, “tribal”) e repertórios distintos (pesquisadores,
especialistas, iniciantes, interessados em teoria ou prática).
A presença deste grupo editorial no distrito de Arraial d´Ajuda certamente trará
novas referências culturais ao Bando Bailux, cujo princípio é conectar pessoas e
construir redes de solidariedade. Um de seus fundadores, Regis Bailux, afirma
“nosso hardware são as pessoas” e o desenvolvimento deste grupo tem se pautado
por elas, isto é, muitas têm sido determinantes para que novos patamares sejam
alcançados.
CONTRAPARTIDA CULTURAL
Atividade a ser desenvolvida
Apresentação artística
Oficina
Curso
Disponibilização de material cultural
Outro:
Discorra detalhadamente sobre a atividade de contrapartida a ser oferecida à época de seu
retorno.
A iniciativa Mutirão da Gambiarra continuará a ser desenvolvida no ambiente online
e tem em vista, no mínimo, mais uma publicação experimental para ser lançada.
Enquanto o primeiro volume se propôs a levantar alguns fatos ligados à Rede
Metareciclagem e a segunda se debruça sobre os principais conceitos que lhe são
inerentes, a terceira está assim concebida até o momento:
Mutirão da Gambiarra #3 - Metamitogênese
Se por algum tempo a MetaReciclagem tentou definir-se como um
movimento que buscava a desmitificação da tecnologia, hoje existe uma
compreensão que vê o mito como fundamental na aprendizagem social
instintiva, na identidade de grupo e na proposição de uma imanência
cultural. Hoje a MetaReciclagem não tenta mais somente destruir os mitos
que acompanham o desenvolvimento da indústria tecnológica, mas também
usar seus restos como base para novos mitos que ajudem na construção de
arranjos sociais abertos e colaborativos, com ênfase no humano. Esta seção
vai todo tipo de experimentação narrativa relacionada à rede
MetaReciclagem: música digital low-tech, ficção tecnomágica, vídeos
documentais, quadrinhos pedagógicos, e todas as possíveis combinações
desses elementos.
É possível afirmar que o primeiro volume tem uma natureza descritiva, o segundo é
analítico-reflexivo, enquanto o terceiro pretende ser simbólico. Espera-se assim,
após o lançamento da terceira publicação experimental, avaliar o conjunto e avançar
em direção a uma nova etapa. A experiência irá dizer se o caminho é seguir por uma
publicação multimídia única, o aprofundamento de alguma ou todas as versões
experimentais, ou mesmo pensar uma nova série com abordagens a serem
investigadas. Estão sendo consideradas também outras chamadas para colaborações
com textos em inglês, visando coletar contribuições de pessoas em diversos países
que travaram contato com a MetaReciclagem ao longo dos últimos anos.
É importante observar que a imprevisibilidade do processo - aberto e colaborativo,
com um coletivo editorial que não é fixo - é também o seu grande potencial. Esta
contrapartida aqui apresentada se restringe à continuidade do trabalho do grupo
editorial. Porém, vale lembrar que as pessoas aqui inscritas encontram-se atreladas
a outras iniciativas em seus locais de residência ou campo de atuação específicos.
Por isso, outras possibilidades de contrapartida individuais se desdobram em:
–
oficinas e cursos (por exemplo: TV Comunitária; vídeo com a técnica timelapsie; softwares livre, como Moodle, Wordpress e Drupal, etc)
–
apresentações artísticas (por exemplo: intervenções artísticas urbanas,
exibição em praças públicas e escolas)
–
mobilização econômico-social (por exemplo:
formação de Cooperativa no
Centro Público de Economia Popular e Solidária, em Osasco-SP)
–
disponibilização de material cultural sobre temas correlatos (por exemplo:
alternativas e soluções para sustentabilidade de iniciativas e espaços independentes)
Onde será realizada a contrapartida?
Disponibilizada via internet.
Quando ocorrerá a atividade?
De setembro a dezembro 2009
Como se dará a sua comprovação?
A principal forma de comprovação se traduz na disponibilização pública e com
licenças livres por meio do site: http://mutirao.metareciclagem.org.
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IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO Nome do grupo/entidade