Plantas espontâneas em área com cobertura de centeio (Secale cereale
L.) cultivado com e sem adubação nitrogenada.
Leidimara da Silva1; Tadeu Ricardo Cerutti1; Leandro do Prado Wildner2; Rosiane
Berenice Nicoloso Denardin1; Francisco Migliorini1; Adriano Giuriatti1
1
Unochapecó, Centro de Ciências Agro-Ambientais e de Alimentos - CCAA, Curso de Agronomia. Av. Attílio
Fontana, 591-E. Cx.P. 747, Chapecó, SC. CEP 89809-000.
2
Epagri/Cepaf, Serv. Ferdinando Tusset, s/n, Bairro São Cristóvão, Chapecó, SC. CEP 89801-970.
RESUMO
O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da fitomassa de centeio em cobertura no solo,
produzida com e sem adubação nitrogenada (N), sobre a evolução da densidade,
dominância e cobertura do solo pelas espécies espontâneas. O trabalho foi conduzido na
área experimental da Epagri/Cepaf (Chapecó, SC), sendo as avaliações realizadas em
duas áreas contíguas, cultivadas com centeio. Parte da área recebeu 100 kg de N.ha-1
(centeio 100) e parte não recebeu adubação nitrogenada (centeio 0). A avaliação da
cobertura do solo pela fitomassa de centeio foi realizada semanalmente em cinco
“Parcelas Fixas Limpas”, nas quais não foi permitido o crescimento de plantas
espontâneas. Também foram demarcadas outras cinco parcelas de 1m2 (1m x 1m),
denominadas “Parcelas Fixas Sujas”, nas quais as plantas espontâneas cresceram
livremente, sendo avaliada a evolução da cobertura do solo por estas espécies. Em cinco
parcelas de 0,25m-2, distribuídas aleatoriamente, semanalmente foram colhidas amostras
da fitomassa remanescente em cobertura (kg MS.ha-1). A fitomassa de centeio, produzida
com ou sem adubação nitrogenada, apresenta uma decomposição relativamente lenta,
mas sob efeito do N, há um maior acúmulo de fitomassa e uma menor incidência de
plantas espontâneas. Picão preto (Bidens pilosa L.), guaxuma (Sida rhombifolia ) e picão
branco (Galinsoga parviflora Cav.), foram as princicais espécie ocorrentes na área sem
adubação nitrogenada e nesta condição não foi verificada a presença de santos filhos
(Leonurus sibiricus L.). Ao contrário, na área do centeio 100, o grande predomínio foi do
picão preto, picão branco e santos filhos, com o grupo “outras” e a guaxuma com pouca
expressão. No centeio 0 a baixa dominância e baixa cobertura das espécies espontâneas
(cerca de 20%) foi mantida até o 28º DAM, já no centeio 100 este período se estendeu
até o 35º DAM, períodos que podem garantir um manejo diferenciado para as culturas
subsequentes.
Palavras-chave: Secale cereale L., cobertura do solo, adubação verde, decomposição da
fitomassa
ABSTRACT – Spontaneous palnts as a biomass soil cover of common rye (Secale
cereale L.) grown with and without nitrogen fertilization.
This work had the objective to evaluating the effect of biomass of common rye of soil
covering, produced with and without nitrogen fertilization (N), on the evolution of density,
dominancy and soil covering of the spontaneous species. The essay was carried out in the
experimental area of the Epagri/Cepaf (Chapecó, SC), being the evaluations carried
through in two contiguous areas, cultivated with common rye. Half of the area received
100 kg N.ha-1 (rye 100) and half did not receive nitrogen fertilization (rye 0). Evaluation of
the soil covering of the biomass of common rye was done weekly, in five "Clean
Permanent Parcels" with 1m2, in which was not allowed the growth of spontaneous plants.
Others five parcels of 1m2 had been demarcated (1m x 1m), was called "Dirty Permanent
Parcels", in which the spontaneous plants had grown freely, being evaluated the evolution
of the soil covering of these species. In five parcels of 0,25m-2, samples of remaining
biomass were, weekly and randomly, collected (kg MS.ha-1). The biomassa common rye,
produced with or without nitrogen fertilization, presents a relatively slow decomposition,
but under effect of the N, it has a bigger accumulation of fitomassa and a lesser incidence
of spontaneous plants. Bidens pilosa L. , Sida rhombifolia L., and Galinsoga parviflora
Cav.), had been the mains species in the area without nitrogen fertilization and in this
condition the presence of Leonurus sibiricus L. it was not verified. In contrast, in the area
of rye 100, the great predominance was of the Bidens pilosa L., Galinsoga parviflora Cav.
e Leonurus sibiricus L., with the group "others" and Sida rhombifolia L., with a little
expression. In rye 0 the smaller dominancy and smaller soil cover of the spontaneous
species (about 20%) was kept until 28º days of handling, no longer 100 rye this period if it
extended until 35º º days of handling, periods that can guarantee different management
for the subsequentes cultures.
Keywords: Secale cereale L., soil cover, green manuring, biomass decomposition
INTRODUÇÃO
A cobertura do solo no sistema plantio direto é uma prática que proporciona elevado efeito
sobre as plantas espontâneas. A presença de plantas espontâneas na lavoura é um dos
grandes problemas enfrentados por agricultores, pois as perdas de produtividade das
culturas comerciais, em decorrência da competição com as plantas espontâneas podem
ser muito elevadas.
A adubação verde visa à utilização de espécies de alta produção de fitomassa, porém no
caso do Brasil, a produção de palhada está vulnerável a rápida decomposição devido as
condições de umidade e temperaturas elevadas. Por essa razão, resíduos com maior
relação C/N (carbono/nitrogênio), como os de culturas comerciais, ou de plantas de
cobertura, principalmente gramíneas, que tem sua decomposição mais lenta, deverão ser
mais utilizadas em plantio direto quando a finalidade é cobertura do solo, a fim de reduzir
a compactação, erosão e de diminuir a incidência de plantas espontâneas (CALEGARI et
al., 1993).
No sul do Brasil, os agricultores dispõem de várias espécies de cobertura do solo no
inverno, com a possibilidade de utilizá-las em sucessão ao milho e a soja em sistema de
plantio direto. Dentre as espécies mais utilizadas estão as gramíneas, destacando-se a
aveia preta (Avena sativa Schreb.) e pode-se utilizar o centeio (Secale cereale L.) em
substituição a aveia preta. O centeio, espécie cultivada principalmente em climas frios, é
reconhecido pela sua rusticidade, adapta-se a solos pouco férteis especialmente os
arenosos, e usa seu sistema radicular profundo para a absorção de nutrientes pouco
disponíveis a outros vegetais. Por tudo isso é recomendado para produção de fitomassa
para cobertura morta em sistemas de manejo conservacionistas do solo, além da
recuperação de solos degradados ou em processo de desertificação (BAIER et al., 1989).
Os efeitos dos adubos verdes podem ser visualizados através da interferência que
promovem sobre o crescimento de outras espécies por meio da liberação de substâncias
químicas com propriedades de atração, estímulo ou inibição interferindo negativamente
ou positivamente no desenvolvimento de outras espécies, efeitos conhecidos como
alelopáticos (RICE, 1984), ou pelos efeitos físicos, em função da formação de uma
barreira de massa vegetal morta que impede ou retarda o crescimento das plantas
espontâneas.
A manutenção de cobertura com resíduos de gramíneas sobre o solo, como no caso do
centeio, em virtude da alta relação C/N favorece a ampliação do tempo de decomposição
da fitomassa e proporciona a redução da incidência de luminosidade sobre o solo, que
diminuem a germinação e o desenvolvimento de plantas fotoblásticas positivas, além da
produção de substâncias alelopáticas, reduzindo assim a competição com a espécie
cultivada e possibilitando uma maior produtividade.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito supressor da fitomassa do centeio
(Secale cereale L.) em cobertura no solo, sobre a evolução da cobertura e da incidência
de plantas espontâneas.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na área experimental do Centro de Pesquisa para a Agricultura
Familiar (Cepaf), da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), em Chapecó, SC, localizada a uma altitude de
674m, cujas
coordenadas geográficas são de 27°23’ de latitude Sul e 52°37’ de longitude Oeste. O
clima da região é do tipo Cfa, segundo a classificação de Köeppen, ou seja, subtropical
úmido mesotérmico, com verões quentes e invernos com geadas bastantes freqüentes,
com tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação de seca
definida (SANTA CATARINA, 1991). A temperatura média anual é de 23°C e a mínima
média anual 14,1°C, com precipitação média anual de 2039 mm (dados fornecidos pela
Estação Meteorológica da Epagri/Cepaf). O experimento foi instalado em uma área de
2.000 m2 cujo solo foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico. O centeio foi
semeado no dia 08 de junho de 2004, a lanço, com uma densidade de 110 kg de
sementes.ha-1, incorporadas através de gradagem. Metade da área cultivada não recebeu
adubação nitrogenada (centeio 0) e a parte restante foi adubada com 100 kg N.ha-1 em
cobertura (centeio 100). A adubação nitrogenada foi dividida em duas etapas: a primeira,
logo após o início do afilhamento (50 kg N.ha-1); e, a segunda, com o restante da dose, 30
dias após a primeira. Durante o ciclo da cultura não foi realizado nenhum tipo de manejo
de doenças, pragas ou plantas espontâneas. O manejo da fitomassa do centeio foi
realizado em 05 de outubro de 2004, na fase de grão leitoso, utilizando-se um rolo faca de
tração mecânica. Logo após o manejo da cobertura do solo, foram demarcadas 5 parcelas
de 1m2 (1m x 1m) nas quais as plantas espontâneas cresceram livremente (Parcelas
Fixas Sujas – PFS). Também foram demarcadas outras 5 parcelas de 1m2 (1m x 1m),
denominadas Parcelas Fixas Limpas (PFL), nas quais não foi permitido o crescimento de
plantas espontâneas. Semanalmente foram realizadas avaliações da cobertura do solo
pela fitomassa remanescente, nas PFL, e pelas plantas espontâneas, nas PFS, utilizandose o método do quadrado trançado proposto por Veiga e Wildner (1993) (Figuras 1 e 2).
A dinâmica de crescimento das plantas espontâneas foi avaliada, semanalmente, em 5
amostras de 0,25m2 (0,5m x 0,5m), escolhidas aleatoriamente dentro da área
experimental. Todas as plantas espontâneas encontradas nesta área foram coletadas,
identificadas, contadas e armazenadas em embalagens de papel, sendo posteriormente
secas em estufa à 60º C, para estimativa da massa seca total. A partir do número e da
massa seca das plantas espontâneas pode-se calcular a densidade (plantas.m-2) e a
dominância (g MS.m-2) de cada espécie, ao longo do período de decomposição da
fitomassa do centeio. Após a coleta das espécies espontâneas, toda a fitomassa de
centeio ainda existente sobre o solo, era coletada, colocada em estufa a 60ºC até peso
constante e pesada para estimativa da massa seca remanescente.
Para a compilação dos dados foram consideradas as quatro espécies de plantas
espontâneas de maior incidência na área e um grupo denominado de “outras”,
representando todas as demais espécies ocorrentes na mesma área.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão, considerando a cobertura do
solo pela fitomassa do centeio, cobertura das plantas espontâneas, em função dos dias
após o manejo (DAM), sendo que para a dominância e a densidade geraram-se gráficos
de tendência. Os dados climáticos de precipitação pluviométrica e temperaturas para o
período experimental foram obtidos junto à Estação Meteorológica da Epagri/Cepaf, em
Chapecó, SC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Figura 3 pode-se observar que na área que recebeu adubação nitrogenada (centeio
100) o acúmulo de fitomassa foi maior (5.400 kg MS.ha-1), refletindo numa maior
cobertura do solo (Figura 4) e em uma mais lenta evolução da cobertura pelas espécies
espontâneas (Figura 5) durante o experimento, mantendo uma menor incidência de
plantas espontâneas. Schneider (2004) avaliando a cobertura do solo pela fitomassa do
centeio, na mesma área experimental (Epagri/Cepaf), com o centeio cultivado sem
adubação nitrogenada, relata acúmulo de fitomassa de 6.000 kg MS.ha-1 e 5.600 kg
MS.ha-1, nos anos de 2002 e 2003. Rowe (1997), também afirma ter encontrado produção
de 5.571 kg MS ha-1 de centeio, sem adubação nitrogenada. Os menores valores de
fitomassa acumulados neste trabalho, devem-se, provavelmente, às baixas precipitações
registradas no período de estabelecimento e desenvolvimento da cultura, uma que nos
meses de junho e agosto de 2004 choveu cerca de 30% do esperado para o período.
Na Figura 4 estão representadas as linhas de monitoramento da cobertura do solo pelo
centeio 100 e centeio 0. Apesar da pequena diferença, o centeio 100 manteve uma maior
cobertura do solo durante todo período do experimento, que deve estar relacionado com a
maior quantidade de fitomassa produzida. No entanto, da mesma forma como já foi
relatado por Marcon et al. (2007 a e b) , Miotto et al. (2007) e Furlanetto et al. (2005),
apesar da semelhança no comportamento da cobertura do solo (Figura 4), o
comportamento da decomposição da fitomassa é distinto (Figura 3). A diminuição da
fitomassa é bem mais acentuada do que a cobertura que ela proporciona, tanto que aos
91 DAM, com uma redução de 50% da fitomassa inicial, as áreas permaneciam com mais
de 90% de cobertura. Por outro lado, pode-se considerar que uma redução de 50% da
fitomassa em 91 dias, reflete uma lenta degradação que pode ser justificada pelos
períodos de deficiência hídrica que ocorreram nos meses de novembro e dezembro de
2005. Além disso, a baixa umidade do solo pode resultar em uma menor atividade
microbiana e, conseqüentemente, a lenta degradação do material em cobertura. Giuriatti
et al. (2006), em trabalho realizado com aveia preta (Avena strigosa Schreb.), relatam que
ao final do experimento, 90 DAM da fitomassa em cobertura, restavam apenas 30% da
fitomassa inicial
sobre o solo na área com N e na área sem N restavam 35% da
fitomassa.
Na Figura 5 pode-se observar que na área de centeio 100, a cobertura pelas plantas
espontâneas é mais lenta. Aos 28 DAM a cobertura por espécies espontâneas no centeio
0 era praticamente o dobro da área do centeio 100 e, aos 42 DAM, era de cerca de 64%
maior. Os dados de cobertura e fitomassa (Figuras 3, 4 e 5) evidenciam a importância da
“quantidade” de fitomassa em cobertura no solo.
As espécies espontâneas observadas na área experimental, com suas respectivas
famílias, nome comum e científico, encontram-se na Tabela 1. No decorrer do
experimento constatou-se a presença de 33 espécies de plantas espontâneas, sendo que
as de maior ocorrência foram: santos filhos (Leonorus sibiricus L.), picão branco
(Galinsoga parviflora Cav.), picão preto (Bidens pilosa L.) e guaxuma (Sida rhombifolia L.).
Dentre as quatro espécies consideradas, observou-se que na área do centeio 0
predominaram picão preto (Bidens pilosa L.), guaxuma (Sida rhombifolia ) e picão branco
(Galinsoga parviflora Cav.), além do grupo “outras”, que também se destacou. Nesta área
praticamente não foi verificada a presença de santos filhos (Leonurus sibiricus L.). Ao
contrário, na área do centeio 100, o grande predomínio foi do picão preto, picão branco e
santos filhos, com o grupo “outras” e a guaxuma pouco expressivas.
Verifica-se nas Figuras 6, 7, 8 e 9 que as altas densidades das plantas espontâneas nem
sempre correspondem a altas dominâncias, em função do estádio de crescimento das
plantas e do hábito de crescimento destas.
Tanto na área do centeio 100 quanto na área do centeio 0 (Figura 6 e 8), observou-se
altas densidades de plantas espontâneas a partir do 35º DAM, com cerca de
250
plantas.m-2, ou seja, 2.500.000 de plantas.ha-1, sem, no entanto, corresponder a um
grande aumento na evolução da sua cobertura (Figura 5). Por outro lado, nas duas áreas
observou-se que o incremento de massa ou da dominância das plantas espontâneas
(Figuras 7 e 9) está intimamente relacionado com a evolução da cobertura (Figura 5). No
centeio 100 verificou-se altas densidades desde o início das avaliações, mas com
aumento da dominância ao longo do período experimental. No caso do picão branco
verificou-se tendência para o aumento da dominância, apesar da sua densidade
comportar-se de forma muito variável. Já no caso do picão preto, nas duas áreas, foram
observadas as maiores densidades no início das avaliações, tendendo a diminuir com o
tempo, sendo que no centeio 100 o picão preto se destacou como espécie dominante ao
final das avaliações. Na área do centeio 0 a dominância do picão preto não foi tão
evidente. É provável que a redução na densidade deva-se à competição inter-específica;
mas, neste caso, também em função da competição intra-específica. Já a maior
dominância do picão preto na área do centeio 100, pode ser um indicativo da resposta
desta espécie à adubação nitrogenada, pois nesta área é provável que tenha ocorrido
maior mineralização de N, originado da fitomassa do centeio em cobertura.
O picão branco se destacou tanto em densidade, como em dominância no centeio 0,
apesar de apresentar valores consideráveis no centeio 100. No centeio 0 também foi
observada alta densidade e dominância da guaxuma e do grupo “outras”. Isso pode ser
explicado por duas hipóteses: no centeio 0, pela menor quantidade de fitomassa
acumulada, houve menor barreira para o impedimento da germinação das sementes e do
crescimento das espécies espontâneas, pois permite uma maior incidência de luz que
possibilita a germinação de espécies fotoblásticas positivas e ainda um menor
impedimento físico. A outra hipótese é que estas espécies possuam adaptações
fisiológicas que permitam alto desempenho sob baixa disponibilidade de nutrientes, como
neste caso o nitrogênio.
Um dos motivos da baixa dominância inicial, segundo Souza e Furtado (2002), pode ser
explicado pelo fato do centeio, durante a sua decomposição, liberar vários compostos
que exercem papel inibidor de crescimento de plantas espontâneas, fato este, também,
relatado por Denardin et al. (2005) e Denardin et al. (2006), que constataram o efeito
alelopático de diferentes extratos obtidos da fitomassa do centeio, que inibiu a
germinação e o desenvolvimento de diferentes espécies espontâneas e cultivadas.
CONCLUSÕES
A fitomassa de centeio, produzida com ou sem adubação nitrogenada, apresenta uma
decomposição relativamente lenta, mas sob efeito do N, há um maior acúmulo de
fitomassa e uma menor incidência de plantas espontâneas. Picão preto (Bidens pilosa L.),
guaxuma (Sida rhombifolia ) e picão branco (Galinsoga parviflora Cav.), foram as
princicais espécie ocorrentes na área sem adubação nitrogenada e nesta condição não foi
verificada a presença de santos filhos (Leonurus sibiricus L.). Ao contrário, na área do
centeio 100, o grande predomínio foi do picão preto, picão branco e santos filhos, com o
grupo “outras” e a guaxuma com pouca expressão. No centeio 0 a baixa dominância e
baixa cobertura das espécies espontâneas (cerca de 20%) é mantida até o 28º DAM, já
no centeio 100 este período se estende até o 35º DAM, períodos que podem garantir um
manejo diferenciado para as culturas subsequentes.
LITERATURA CITADA
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Tabela 1 - Plantas espontâneas ocorrentes na área sob
centeio (Secale cereale L.). Chapecó, SC. 2005.
NOME COMUM
Picão branco
Picão preto
Guaxuma
Rubim
Aveia
Azévem
Buva
Corda de viola
Erva gorda
Milhã
Maria pretinha
Erva botão
Leiteiro
Caruru
Serralha
Nabo comum
Capim arroz
Papuã
Alecrim
Língua de vaca
Sempre Viva
Ervilhaca
Almeirão do campo
Carrapicho bravo
Macelinha
Hortelã do campo
Gervão Branco
Mamona
Radiche do mato
Mata campo
Hortelã de espiga
Nabo forrageiro
Losninha
cobertura de fitomassa de
NOME CIENTIFICO
Galinsoga parviflora Cav.
Bidens pilosa L.
Sida rhombifolia L.
Leonurus sibiricus L.
Outras
Avena strigosa Schreb.
Lolium multiflorum L.
Erigeron bonariensis (L.) Cronquist
Ipomoea grandifolia (Dammer) O’ Donell
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
Digitaria horizontalis Willd.
Solanum americanum Mill.
Eclipta prostrata (L.) L.
Euphorbia heterophylla L.
Amaranthus deflexus L.
Sonchus oleraceus L.
Raphanus raphanistrum L.
Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv.
Brachiaria plantaginea (Link) R. Webster
Alternanthera tenella Colla
Elephantopus mollis Kunth
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze
Vicia sativa L.
Hypochoeris brasiliensis (Less.) Griseb.
Xanthium strumarium L.
Gamochaeta pensylvanica (Willd.) Cabrera
Hyptis cana Pohl.
Croton glandulosus L.
Ricinus communis L.
Taraxacum officinale F.H.Wigg.
Vernonia ferruginea Less.
Hyptis lophanta Mart.ex Benth.
Raphanus sativus L. var. oleiferus L.
Artemisia verlotorum Lamotte
FAMÍLIA
Asteraceae
Asteraceae
Malvaceae
Lamiaceae
Poaceae
Poaceae
Asteraceae
Convolvulaceae
Portulaceae
Poaceae
Solanaceae
Asteraceae
Euphorbiaceae
Amaranthaceae
Asteraceae
Brassicaceae
Poaceae
Poaceae
Amaranthaceae
Asteraceae
Amaranthaceae
Fabaceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Lamiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Asteraceae
Asteraceae
Lamiaceae
Brassicaceae
Asteraceae
Figura 1 - Avaliação da cobertura do solo pela fitomassa remanescente de centeio com a
utilização do quadrado trançado (Parcela Fixa Limpa - PFL). Chapecó, SC.,
2005.
Figura 2 - Avaliação da cobertura do solo pelas plantas espontâneas com a utilização do
quadrado trançado (Parcela Fixa Suja - PFS). Chapecó, SC, 2005.
-1
Fitomassa remanescente (MS kg.ha )
Centeio 100
Centeio 0
6000
5500
5000
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
y
Centeio 0
4399,24
e
y 4399,24 e
R2
0,0074x
0,0074x
R 2 0,664
0,664
Centeio 100
y
R2
y
5294,35 e
2
0,739
R
5294,35
e
x
0,0074x
0,0074
0,739
Centeio 0
Centeio 100
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
Dias após o manejo (DAM)
Cobertura do solo (%)
Figura 3 - Monitoramento da decomposição da fitomassa de centeio (Secale cereale L.),
no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó, SC.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Centeio 0
Centeio 100
y 99,22 - 0,0413 x
Centeio 0 y 98,73 - 0,0581xCenteio 100
y
R2
98,73 - 0,0581
x
R 2 0,749
0,749
y
R2
99,22R-2 0,0413
0,886x
0,886
Centeio 0
Centeio 100
0
7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
Dias após o manejo (DAM)
Figura 4. Monitoramento da cobertura do solo proporcionado pela fitomassa de centeio
(Secale cereale L.), no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó,
SC.
Cobertura plantas espontâneas (%)
Centeio
0 0
Centeio
80,69
80,69
y
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
y
34,44
x x34,44
8,77
1 e
1 2e
R
2
R
yy
x x45,1345,13
1 e
8,77
0,979
0,979
Centeio100
100
Centeio
85,99
85,99
R
R
2
2
10,10
1 e
10,10
0,986
0,986
Centeio 0
Centeio 100
0
7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
Dias após o manejo (DAM)
Figura 5 - Monitoramento da cobertura nas parcelas fixas sujas (PFS) proporcionado
pelo crescimento de plantas espontâneas na área com cobertura de centeio
(Secale cereale L.), no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005.
Chapecó, SC.
Densidade (nº plantas m-2)
500
495
320
300
280
260
240
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
SANTOS FILHOS
PICÃO PRETO
GUAXUMA
PICÃO BRANCO
OUTRAS
21
28
35
42
49
56
63
70
77
Dias após o manejo (DAM)
Figura 6 - Monitoramento da densidade (plantas.m-2) das principais espécies espontâneas ocorrentes sob cobertura de centeio (Secale cereale L.) sem N
(centeio 0), no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó, SC.
125
120
65
SANTOS FILHOS
PICÃO PRETO
GUAXUMA
PICÃO BRANCO
OUTRAS
60
Dominância (g m-2)
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
21
28
35
42
49
56
63
70
77
Dias após o manejo (DAM)
Figura 7 - Monitoramento da dominância (g MS.m-2) das principais espécies espontâneas
ocorrentes sob a cobertura de centeio (Secale cereale L.) sem N (centeio 0),
no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó, SC.
400
375
SANTOS FILHOS
PICÃO PRETO
GUAXUMA
PICÃO BRANCO
OUTRAS
350
Densidade (nº de plantas m-2)
325
300
275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
21
28
35
42
49
56
63
70
77
Dias após o manejo (DAM)
Figura 8 - Monitoramento da densidade (plantas.m-2) das principais espécies espontâneas ocorrentes sob cobertura de centeio (Secale cereale L.) com N (centeio
100), no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó, SC.
130
120
110
100
70
65
Dominância (g m-2)
60
55
SANTOS FILHOS
PICÃO PRETO
GUAXUMA
PICÃO BRANCO
OUTRAS
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
21
28
35
42
49
56
63
70
77
Dias após o manejo (DAM)
Figura 9 - Monitoramento da dominância (g MS.m-2) das principais espécies espontâneas
ocorrentes sob cobertura de centeio (Secale cereale L.) com N (centeio 100),
no período de outubro de 2004 a janeiro de 2005. Chapecó, SC.
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Plantas espontâneas em área com cobertura de centeio (Secale