Caderno de Resumos do 25º Congresso da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião. Os textos publicados são de responsabilidade de cada autor. Projeto Gráfico: Studio Ninho Diagramação: Seth Design Capa: Tiago Parreiras Impressão e Acabamento: Gráfica e Editora O Lutador FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais S678 Sociedade de Teologia e Ciências da Religião. Congresso (25.: 2012, Belo Horizonte, MG) Cadernos de resumos: mobilidade religiosa: linguagens, juventude e Política. 2. ed. rev. aum. / organizador: Geraldo Luiz De Mori ... [et al.]. Belo Horizonte: PUC Minas, 2013. 304p. ISSN 2236 – 5680 Realização: Sociedade de Teologia e Ciências da Religião – SOTER; Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas; Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE; Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA. 1. Religiosidade – Brasil. 2. Pluralismo religioso. 3. Juventude – Religião. 3. Religião e política. I. Mori, Geraldo Luiz de. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. III. Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. IV. Instituto Santo Tomás de Aquino. V. Título. CDU: 291(81) Diretoria da SOTER Dr. Valmor da Silva (Presidente) Dr. Geraldo Luiz De Mori (Vice-Presidente) Dr. Pedro Ribeiro de Oliveira (1º Secretário) Drª. Anete Roese (2ª Secretária) Ms. Manoel José de Godoy (Tesoureiro) Secretaria da SOTER Jamir Paulo Moreno (Secretário da SOTER) Tânia da Silva Mayer (Secretária do Congresso) Av. Dom José Gaspar, 500 – Coração Eucarístico PUC Minas, Prédio 4, 2º Piso | Belo Horizonte – MG | CEP 30.535-610 [email protected] | www.soter.org.br SOTER Sociedade de Teologia e Ciências da Religião 25º CONGRESSO SOTER Mobilidade Religiosa Linguagens - Juventude - Política 2ª Edição 2013 Comissão Organizadora Presidente: Prof. Dr. Geraldo Luiz De Mori (FAJE) Membros: Profa. Dra. Áurea Marin Burochi (ISTA/PUC Minas) Prof. Dr. Carlos Frederico Barboza de Souza (PUC Minas) Prof. Dr. Roberlei Panasiewicz (PUC Minas) Prof. Dr. Paulo Agostinho Nogueira Baptista (PUC Minas) Prof. Me. Carlos Alberto Motta (FAJE) Realização Sociedade de Teologia e Ciências da Religião – SOTER Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA Apoio CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ADVENIAT – Bischofliche Aktion Adveniat MZF – Missionzentrale der Fransziskaner Patrocínio Editora Vozes Edições Loyola Paulus Paulinas Editora Sinodal CEBI Editora Santuário Editora PUC Minas Sumário O CONGRESSO Apresentação Instituição Promotora Justificativa Conselho Científico Objetivos Destinatários 7 9 9 11 12 13 13 PROGRAMAÇÕES Programação Geral Programação dos GTs 15 16 20 GRUPOS TEMÁTICOS GT 1 GT 2 GT 3 GT 4 GT 5 GT 6 GT 7 GT 8 GT 9 GT 10 GT 11 GT 12 GT 13 51 53 64 90 107 125 134 148 156 162 174 192 210 222 5 GT 14 GT 15 GT 16 GT 17 GT 18 GT 19 231 239 251 259 269 287 MAPA DA PUC MINAS 300 REALIZAÇÃO 303 6 Apresentação O 25º congresso da SOTER – Sociedade de Teologia e Ciências da Religião -, que ocorrerá entre os dias 09 e 12 de julho de 2012 na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), aprofundará o tema: Mobilidade Religiosa. Linguagens - Juventude - Política. Com esta temática a SOTER quer contribuir na discussão dos resultados das últimas pesquisas sobre o novo mapa religioso do Brasil (tal como aparece nas pesquisas da FGV e que deverá ser enriquecido com o resultado do CENSO de 2010), sobre as novas tendências religiosas presentes no país, as linguagens que exploram e o lugar que nelas ocupam as juventudes, bem como o espaço que dão à relação entre religião e política. A Diretoria e a Comissão Organizadora propõem para 2012 uma série de Conferências, Mesas Redondas e Grupos Temáticos (GTs) que propiciarão o encontro e a discussão do tema central do congresso, bem como a apresentação das pesquisas que a Teologia, as Ciências da Religião e as Áreas Afins têm realizado atualmente no Brasil. Instituição Promotora A SOCIEDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA RELIGIÃO SOTER - (www.soter.org.br) é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em julho de 1985 por um grupo de teólogos/as e cientistas da religião do Brasil. Com sede em Belo Horizonte, MG, seus objetivos são: incentivar e apoiar o ensino e a pesquisa no campo da Teologia, das Ciências da Religião e de Áreas Afins; divulgar os resultados da pesquisa; promover os serviços dos/as teólogos/as e cientistas da religião às comunidades e organismos não governamentais na perspectiva da construção da cidadania e da inclusão social; facilitar a comunicação e a cooperação entre os/as sócios/as e defender sua liberdade de pesquisa (cf. Estatuto, Art.3.). 9 Concretizando seus objetivos, a SOTER promove congressos gerais anuais, seminários e encontros de pesquisa nos Regionais; patrocina publicações e cadastro de professores/as e pesquisadores/as de Teologia, Ciências da Religião e Áreas Afins, e trienalmente organiza sua Assembleia eletiva. A sociedade conta atualmente com cerca de 500 sócios/as e permanece aberta à adesão de novos/as associados/as, dentro das normas do Estatuto (Art. 5.), acolhendo professores/as e pesquisadores/as que atuem academicamente na área da Teologia, das Ciências da Religião e de Áreas Afins, possuindo ao menos o grau acadêmico de mestre na sua área de conhecimento. No último quadriênio, cerca de 120 novos/as sócios/ as foram aceitos na Sociedade, mostrando sua vitalidade e capacidade de agregar novos valores. Desde sua fundação, há quase 27 anos, a SOTER tem se fortalecido continuamente. Seus Congressos, de periodicidade anual, têm abordado temas relevantes no contexto dos estudos de Teologia e das Ciências da Religião e gerado diversas publicações importantes, que se encontram inclusive traduzidas fora do Brasil. Os Anais desses Congressos são publicados anualmente e, a partir de 2008, em parceria com as Edições Paulinas, é publicado o livro digital (E-book) com todas as comunicações científicas aprovadas e efetivamente apresentadas nos GTs (Cf.: www. ciberteologia.org.br). O Congresso de 2012 será realizado na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, cujo apoio e cessão da infraestrutura têm sido fundamentais para ampliar o raio de alcance do Congresso. Reconhecida pela sua seriedade acadêmica no âmbito nacional, a PUC Minas prestigia e honra a SOTER com seu importante apoio, pois além de sediar os Congressos, sedia também a secretaria e a sede jurídica da SOTER. Da Comissão Organizadora fazem parte pesquisadores da PUC Minas, da FAJE e do ISTA. 10 Justificativa A SOTER sempre se preocupou em entender e mostrar o papel das religiões na sociedade. Em seus últimos congressos isso se deu pela retomada da relação entre Ciência, Tecnologia e Religião (congresso 2009), Religiões e Paz (congresso 2010), Religião, Educação e Cidadania (congresso 2011). Interpretar o atual caleidoscópio religioso do Brasil é um desafio importante. Tanto do ponto de vista da constatação quantitativa, quanto do ponto de vista de sua compreensão de fundo. O que nos revela a grande mobilidade e o trânsito religioso em curso em nosso país? Como interpretar as linguagens daí decorrentes, bem como as novas formas de organização da pertença religiosa, seu maior ou menor grau de institucionalização, seu aporte à transformação social? Que influência essa massiva presença do religioso tem na formação de valores éticos e que relações estabelece com a política? Como os jovens se situam dentro desse processo de recomposição do campo religioso nacional? As teorias da perda progressiva do papel das religiões nas sociedades modernas, que serviram para interpretar a situação de secularização na Europa, não conseguem explicar a situação brasileira e latino-americana. De fato, o período em que nosso país sofreu o maior impacto de modernização e urbanização (anos 60-90 do séc. XX), viu nascer e se consolidar entre nós duas grandes recomposições da religião. De um lado, a da teologia da libertação, com sua leitura profética, ética e política do cristianismo, de outro lado, a dos pentecostalismos e neo-pentecostalismos, que sinalizam para modificações substanciais, quer na experiência religiosa quer na compreensão do papel da religião na sociedade contemporânea. As duas tendências questionam os teóricos da secularização e suas apostas de enfraquecimento ou desaparecimento da religião. Constata-se, é verdade, um número cada vez maior dos que se declaram sem religião, mas não necessariamente isso significa ateísmo, agnosticismo ou não referência à transcendência. Percebem-se, também, processos acelerados de desinstitucionalização, tanto no catolicismo quanto no protestantismo 11 histórico. O que mais impressiona em tudo isso é o trânsito constante de uma confissão a outra, a múltipla pertença, a construção de religiosidades à medida do indivíduo e de expressões religiosas “à la carte”, que dá origem ao clientelismo do mercado de serviços religiosos. Constata-se igualmente a crise da tradição latino-americana do cristianismo libertador, que tanto contribuiu na formação de valores éticos e cidadãos, e na formação para a política. Constata-se enfim a redescoberta e a valorização de tradições que foram marginalizadas ao longo da história do país: indígenas, africanas, orientais, islâmica e judaica. Ao propor para 2012 o tema Mobilidade Religiosa. Linguagens Juventude - Política, o 25º Congresso da SOTER aborda um tema relevante na atualidade, que necessita ser interpretado por cientistas sociais, teólogos/as, filósofos/as e cientistas da religião, contribuindo assim para uma melhor compreensão do fenômeno em questão. Conselho Científico Prof. Dr. Eduardo Silva Arévalo: Universidad Alberto Hurtado y Pontificia Universidad Católica de Chile - Santiago, Chile Prof. Dr. João Batista Libanio: FAJE, MG, Brasil Prof. Dr. Márcio Fabri: Centro Universitário São Camilo, SP, Brasil Prof. Dr. Luis Carlos Susin: PUC/RG, RG, Brasil Prof. Dr. Paulo Fernando Carneiro de Andrade: PUC/Rio, RJ, Brasil Prof. Dr. Afonso Soares: PUC/SP, SP, Brasil Prof. Dr. Steven Engler: Mount Royal University, Calgary, Alberta, Canadá Profa. Dra. Brenda Maribel Caranza Dávila: PUC/Campinas, SP, Brasil Prof. Dr. Gilberto Cavasos-Gonzáles: Catholic Theological Union in Chicago, IL – USA 12 Objetivos 1. Analisar, em perspectiva multidisciplinar, os resultados das últimas pesquisas sobre a pertença e a mobilidade religiosa no Brasil; 2. Oferecer chaves de interpretação para o processo de recomposição do campo religioso nacional e internacional, sobretudo no que diz respeito ao fenômeno da mobilidade e do trânsito religioso; 3. Refletir mediante pesquisa filosófica, teológica, das ciências sociais e das ciências da religião, sobre as linguagens e instituições que emergem do atual caleidoscópio de crenças nacional; 4. Discutir os parâmetros analíticos que estabelecem relações entre juventude e religião na atual dinâmica sociocultural do Brasil, tendo em conta o protagonismo juvenil em vários processos sociopolíticos em curso (primavera árabe, estudantes chilenos, movimento dos indignados etc.); 5. Analisar a relação que as novas tendências religiosas em curso no Brasil estabelecem com a política; 6. Oferecer amplo espaço para exposição - por meio de Grupos Temáticos (GTs) - das pesquisas em andamento na área da Teologia e das Ciências da Religião e de Áreas Afins. Destinatários O 25o Congresso se dirige aos (às) sócios (as) da SOTER, constituídos de mestres (as) e doutores (as) em Teologia e Ciências da Religião, aos (às) pesquisadores (as) dessa área e de áreas afins que estejam interessados (as) em aprofundar e discutir a questão da mobilidade religiosa no contexto atual do Brasil, as linguagens daí decorrentes, o lugar e papel da juventude nesse processo e a relação que os novos sujeitos que emergem desse novo panorama religioso estabelece com a política. A Comissão Organizadora. 13 Programação Geral 9 de Julho PUC MINAS - Prédio 43 9h às 16h 15h Oficina de editores de revistas da área de Teologia e Ciências da Religião, organizada pela SOTER com o apoio da ANPTECRE Sala 204 Reunião da Diretoria Sala 202 A partir Credenciamento. O acesso ao auditório do evento só Hall do das 16h será permitido com o uso de credencial. Auditório 3 16h Reunião com os Conselheiros Regionais Sala 202 19h30 Abertura oficial do 25º Congresso com a presença de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Grão- Auditório 3 chanceler da PUC Minas e Dom Joaquim Mol Guimarães, magnífico Reitor da PUC Minas. 20h Apresentação do Madrigal SCALA, sob a regência Auditório 3 do Maestro Álvaro Antônio Rodrigues. 20h30 Conferência de Abertura: Mobilidade Religiosa. Linguagens - Juventude - Política: Profa. Dra. Auditório 3 Brenda Maribel Caranza Dávila, da PUC/Campinas. 21h30 Coquetel 16 Hall do Auditório 3 10 de Julho PUC MINAS - Prédio 43 (exceto Mesa 2*) 7h30 Café para os hóspedes da Casa de Retiro São José 8h30 Momento de espiritualidade 8h45 Conferência: O que os homens e as mulheres podem fazer com números que fazem coisas - Auditório 3 Profa. Dra. Clara Cristina Jos Mafra - UERJ 10h15 Intervalo para Café 10h30 Mesas redondas simultâneas: Auditório 3 Mesa 1: Juventude e religião: Prof. Dr. Jorge Cláudio Auditório 3 Noel Ribeiro Júnior - PUC/SP e Pesq. Solange dos Santos Rodrigues - ISER/Assessoria Mesa 2: A religião no espaço público brasileiro atual: Auditório 2 Prof. Dr. Paulo Fernando Carneiro de Andrade – * Prédio 4 PUC Rio e Prof. Dr. Ricardo Mariano - PUC/RS 12h Intervalo para Almoço 13h30 às 17h GTs/COMUNICAÇÕES (Veja cronograma na Programação dos GTs) 16h30 Intervalo para Café 17h às 18h Reuniões das Regionais: Regional Norte Sala 202 Regional Nordeste Sala 203 Regional Centro-Oeste Sala 204 Regional São Paulo Sala 205 Regional Sudeste Sala 206 Regional Sul Sala 207 17 18h Intervalo para Jantar 19h Sessão de autógrafos de livros lançados em 2012 Livrarias 19h15 Lançamento do livro: Educar para a sabedoria do Auditório 3 amor, de Luis Carlos Dalla Rosa, vencedor do 3º Concurso de Teses SOTER/Paulinas 2011. 19h45 Homenagem a João Batista Libanio, 1º Presidente Auditório 3 da SOTER, por ocasião de seus 80 anos de vida. 20 às 21h30 Sessão Comemorativa dos 50 anos de abertura do Auditório 3 Concílio Vaticano II – Mesa Redonda com Dom José Maria Pires - Arcebispo Emérito da Paraíba e P. Dr. Walter Altmann - Presidente da IECLB de 2002-2010 e Professor da EST, RS. 11 de Julho PUC MINAS - Prédio 43 (exceto Mesa 2 e Confraternização*) 7h30 Café para os hóspedes da Casa de Retiro São José 8h30 Momento de espiritualidade 8h45 Auditório 3 Conferência: La religion dans les sociétés surmodernes (A religião nas sociedades Auditório 3 ultramodernas): Prof. Dr. Erwan Dianteill - Paris - Descartes, França 10h15 Intervalo para Café 10h30 Mesas redondas simultâneas: Mesa 1: Linguagens e hermenêuticas religiosas: Prof. Dr. Auditório 3 Johan Konings - FAJE e Prof. Dr. Carlos Alberto Steil – UFRGS 18 Mesa 2: Mobilidade religiosa: Prof. Dr. Gilberto Cavasos- Auditório 2 Gonzáles - Catholic Theological Union in Chicago, * Prédio 4 IL - USA e Profa. Dra. Carolina Teles Lemos - PUC/ Goiás 12h Intervalo para Almoço 13h30 às 17h GTs/COMUNICAÇÕES (Veja cronograma na Programação dos GTs) 16h30 Intervalo para Café 18h Assembleia da SOTER (Somente Sócios) 20h Confraternização Auditório 3 * Retiro São José 12 de Julho PUC MINAS - Prédio 43 (exceto Mesa 2*) 7h30 Café para os hóspedes da Casa de Retiro São José 8h30 Momento de espiritualidade 8h45 Auditório 3 Conferência: Hacia una teología de los signos de los tiempos latinoamericanos. Consideraciones Auditório 3 hermenéuticas y de lenguaje teológico: Prof. Dr. Eduardo Silva Arévalo - Universdidad Alberto Hurtado y Pontificia Universidad Catolica de Chile, Santiago, Chile 10h15 Intervalo para Café 10h30 Releituras do congresso - Prof. Dr. Luis Carlos Auditório 3 Susin - PUC/RS e Profa. Dra. Ana Maria Tepedino - PUC/Rio 12h Intervalo para Almoço 13h Encerramento do Congresso 19 Programação dos GTS GT 1: Protestantismos Coordenação: Prof. Dr. Adilson Schultz - PUC Minas ; Prof. Dr. Ronaldo Cavalcante - Faculdade Unida de Vitória 10 de julho | Sala 204 13h30 às Reforma - 500 anos: reavaliação teológica no contexto 14h das crises da atualidade – Dr. Walter Altmann 14h às Teologias pentecostais em mudanças – Dr. Leonildo 14h30 Silveira Campos 14h30 às A dinâmica do reino: uma breve nota sobre as 15h relações entre escatologia e política na subcultura fundamentalista protestante norte-americana – Me. Daniel Rocha 15h às A missão dos padres protestantes: uma análise 15h30 histórica das suas contribuições para a inserção do protestantismo no Brasil – Me. Rafael Souza Rodrigues 15h30 às A Teoria do Design Inteligente e suas relações com 16h a ciência, a religião e o movimento criacionista – Me. Roney Seixas Andrade 16h às Reações protestantes às tendências pós-modernas – 16h30 Me. Wagner Lima Amaral 11 de julho | Sala 204 13h30 às A prosperidade das denominações evangélicas 13h50 decorrente da preferencia na seleção de emprego na construção civil de Balneário Camboriú, SC – Me. Fábio Roberto Tavares 20 13h50 às Arca líquida universal: uma leitura da Igreja Universal 14h10 do Reino de Deus como um movimento “líquido” fruto dos desafios da globalização – Me. Samuel Marques Campos 14h10 às O protestantismo e o deficiente visual: a experiência 14h30 religiosa do Ministério Siloé, em Belo Horizonte – MG – Graduados Andréa Rodrigues Brunelli Donnard e Marcos Adriano. 14h30 às Neopentecostalismo: uma análise histórica dos 14h50 aspectos teológicos e sociológicos dessa nova religião brasileira – Graduado Gerson Bento Freire 14h50 às “Minha vida, então, mudou”: o pentecostalismo e as 15h10 novas maneiras de ser evangélico – Graduada Priscila Ribeiro Jeronimo Diniz 15h10 às A interpretação dos clássicos cristãos a partir da 15h30 conversação: um olhar hermenêutico através da obra “Pluralidad y Ambigüedad: Hermenêutica, Religión, Esperanza”, de David Tracy – Graduado Tiago de Freitas Lopes 15h30 às “Jesus, Cavaleiro do Céu”: uma breve reflexão semiótica 15h50 sobre o cancioneiro pentecostal – Graduado Valdevino de Albuquerque Júnior GT 2: Filosofia da Religião Coordenação.: Prof. Dr. Agnaldo Cuoco Portugal – UNB; Prof. Dr. Flávio Augusto Senra Ribeiro – PUC Minas 10 de julho | Sala 205 13h30 às As Críticas de Nietzsche e o Mero Cristianismo de C. S. 14h Lewis – Dr. Agnaldo Cuoco Portugal 14h às “Quatro grandes erros”. Filosofia e religião a propósito 14h30 do Crepúsculo dos ídolos em Nietzsche - Dr. Flávio Senra 21 14h30 às 15h 15h às 15h30 15h30 às 16h A filosofia da religião em Carl Gustav Jung – Dra. Lilian Wurzba Messianismo e estado de exceção em Giorgio Agamben – Dr. Mauro Rocha Baptista A Teoria do Imaginário no estudo das Religiões: uma nova Convergência Religiosa buscando os elos profundos – Dr. Carlos André Macêdo Cavalcanti 16h às Que conceito de Deus nos resta após o Holocausto? 16h30 Uma reflexão a partir dos escritos de Hans Jonas e Etty Hillesum – Dr. Renato Kirchner 16h30 às A desrazão do mal. Escândalo para o pensamento e 17h desafio para a fé – Dr. Walter Ferreira Salles 13h30 às 13h50 13h50 às 14h10 14h10 às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 15h50 15h50 às 16h10 22 SUBSESSÃO A: 11 de julho | Sala 205 Religião Racional: a verdadeira religião segundo Kant – Me. Rose Silvania Figueiredo do Vale Regresso ao Homem como Encontro com a Essência Humana – Me. Anderson Geraldo Pinheiro Malta A Religião na Nova Filosofia de Ludwig Feuerbach – Eliezer Guedes de Magalhães O divino entre o trágico e o ascético - Carla Bianca Costa de Oliveira O problema do niilismo em Nietzsche e Dostoiévski – Cássia Cristina Costa de Oliveira O Übermensch nietzschiano como proposta de um tipo superior ao homem – Eduardo Marcos Silva de Oliveira A religião cristã sob o viés do trágico: a Sentença de Sileno e o inexorável destino dos homens - Roberto Lúcio Diniz Júnior A Questão da Moral a partir de Humano, Demasiado Humano – Um Livro para Espíritos Livres - Vinícius Andrade de Almeida 16h10 às 16h30 16h30 às 16h50 16h50 às 17h10 A angústia diante do bem: a noção do demoníaco em Kierkegaard - Elias Gomes da Silva Que cristianismo para a contemporaneidade? Vattimo e suas críticas à religião - Marcos Paulo de Oliveira Bueno O Problema do Relativismo Contemporâneo segundo Paul Valadier - Júlio Cesar Rodrigues SUBSESSÃO B: 11 de julho | Sala 206 13h30 às A relação entre Deus e o Belo em Anselmo da 13h50 Cantuária - Emmanuel Roberto Leal de Athayde 13h50 às Wittgenstein: sobre a impossibilidade de proposições 14h10 religiosas a partir da Conferência sobre Ética - Ana Cláudia Archanjo Veloso Rocha 14h10 às Creio, logo Existo - Márcio Eurípedes Gomide 14h30 14h30 às O sentido moral e Deus na filosofia de Francis 14h50 Hutcheson - Rodrigo de Abreu Oliveira 14h50 às O Bem para além da essência: a releitura levinasiana 15h10 de Platão - Fabiano Victor de Oliveira Campos 15h10 às A narrativa de Deus em Emmanuel Lévinas - Luiz 15h30 Fernando Pires Dias 15h30 às Religião de adultos: judaísmo e ética em Emmanuel 15h50 Lévinas - Ubiratan Nunes Moreira 15h50 às As condições do conhecimento teológico 16h10 Provocações de Michel Foucault para a teologia na pós-modernidade - Irenio Silveira Chaves 16h10 às Religião em sociedades pós-seculares: numa 16h30 perspectiva filosófica e política em Habermas - Paulo Sérgio Araújo 16h30 às Da Agonia da Religião - Crismário Rocha Silva 16h50 23 16h50 às Linguagem e Religião no pensamento de Rubem Alves 17h10 - Fabiano Veliq GT 3: Religião e Educação Coordenação: Prof. Dr. Afonso Maria Ligorio Soares – PUC/SP; Prof. Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira – PUC/PR GT 3A – Ensino Religioso 13h30 às 13h50 13h50 às 14h20 14h20 às 14h40 14h40 às 15h 15h às 15h30 15h30 às 16h 24 10 de julho | Sala 207 A formação integral do educando: o desafio do ensino religioso na educação básica brasileira – Me. Bruno Luciano de Paiva Silva O ensino religioso na escola pública no estado de São Paulo nas disciplinas de História e Filosofia – Dr. Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira Religião e ética em sala de aula: um desafio para o professor de ensino religioso – Mestranda Joelma Aparecida dos Santos Xavier A cosmovisão como pressuposto dialógico no ensino religioso: apontamentos da pedagogia Waldorf Mestrando Jouberth Gandhy Maranhão Piorski Aires A questão epistemológica do Ensino Religioso – apontamentos iniciais para um balanço dos anos da vigência do artigo 33 da LDBEN – Drª. Laude Erandi Brandenburg Conexões entre ensino religioso, alfabetização e prática pedagógica no ensino fundamental – Me. Lourival José Martins Filho 13h30 às 13h50 13h50 às 14h10 14h10 às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 16h 11 de julho | Sala 207 Há espaço para o ensino religioso na escola pública? Uma análise sobre os debates recentes entre grupos laicos e religiosos no Brasil – Doutorando Marcio Hoff Artigos Científicos publicados em periódicos: uma produção de conhecimento - Mestranda Maria Eunice Rodrigues Chaves e Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Ensino Religioso sob o olhar do educando: relatos de experiências do PIBID Ciências da Religião da UNIMONTES, norte de Minas Gerais – Doutoranda Maria Socorro Isidório O ensino religioso e a educação para a morte – Mestrando Rodrigo Oliveira dos Santos Uma aproximação entre literatura e Ensino Religioso: sugestões buscadas em Grande Sertão: Veredas – Mestranda Roseane do Socorro Gomes Barbosa Coerências e ambivalências no ensino religioso escolar – Me. Sidney Cristóvão Eleutério Laicidade e ensino religioso: possibilidades para a educação pública – Mestranda Wellcherline Miranda Lima GT 3B– Religião e Educação 10 de julho | Sala 208 13h30 às A instrução como princípio da tolerância religiosa: uma 13h50 análise a partir da visão de Tertuliano - Doutorando Eduardo Soares de Oliveira 25 13h50 às A psicologia do espectador: Padre Guido Logger e a 14h10 educação cinematográfica na teoria – Doutorando Geovano Moreira Chaves 14h10 às A dinâmica da fé no processo de crescimento dos 14h30 jovens: uma abordagem a partir de James Fowler e da Pastoral da Juventude Nacional – Me. Helder de Souza Silva Pinto 14h30 às Educação: sugestões com implicações ontológicas – 14h50 Me. Iêda de Oliveira Caminha Silva 14h50 às A interface da religião na educação via ritos escolares – 15h10 Mestrando Jailson da Silva 15h10 às Cemitérios: um espaço religioso e educativo – 15h30 Doutoranda Kate Fabiani Rigo 11 de julho | Sala 208 13h30 às Tempos de intolerância: a barbárie segue o seu caminho 14h na educação e nas artes – Doutorando Lamartine Gaspar de Oliveira 14h às Paralelo entre a Literal Educação Indígena e a 14h30 Interpretação do Ministério da Educação e Cultura sobre a Educação Escolar Indígena – Doutorando Luiz Alberto Sousa Alves 14h30 às Educação com Princípios Bíblicos: possibilidades de 15h uma educação com qualidade - Doutoranda Monica Pinz Alves 15h às Constructos e símbolos do universo infantil a respeito 15h30 de Deus – Me. Soraya Cristina Dias Ferreira 26 GT 4: Pluralidade Espiritual e Diálogo InterReligioso Coordenação: Prof. Dr. Gilbraz Aragão – UNICAP; Prof. Dr. Roberlei Panasiewicz – PUC Minas 10 de julho | Sala 302 13h30 às Igreja Nossa Senhora do Rosário(Museu Xucurus): 13h50 Espaço para um diálogo Inter Religioso, possível e necessário – Me. Ana Cristina de Lima Moreira 13h50 às A Experiência religiosa e o Fenômeno Eucarístico sob 14h10 a égide do numinoso apriori – Me. Celeide Agapito Valadares Nogueira 14h10 às Presença do Islã em Belo Horizonte: aspectos da vida 14h30 religiosa da Sociedade Beneficente Muçulmana de Minas gerais — SBM – Doutorando Edmar Avelar de Sena 14h30 às Foucauld: um nômade da fraternidade – Elcione Leite 14h50 de Paula 14h50 às A oração ritual diária no Islã – Mestrando Francesco 15h10 Sorrentino 15h10 às Um olhar sobre a religiosidade da juventude da periferia 15h30 a partir do estudo da tipologia da linguagem religiosa nos raps: rap gospel, rap sincrético e rap feito de salmos – Mestrando George Harrison Sena Santos 15h30 às A libertação desdobra-se em diálogo?! – Dr. Gilbraz de 15h50 Souza Aragão 15h50 às Tradução, mercado religioso e novidade religiosa: 16h10 considerações sobre a Seicho-no-Ie do Brasil – Me. João Paulo de Paula Silveira 27 16h10 às A revelação como maiêutica histórica: Uma 16h30 compreensão do amor de Deus na perspectiva de Andrés Torres Queiruga – Mestrando José Pedro Romualdo Diogo Gomes. 13h30 às 13h50 13h50 às 14h10 14h10 às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 15h50 15h50 às 16h10 16h10 às 16h30 16h30 às 17h 28 11 de julho | Sala 302 A relação guru-discípulo no Budismo praticado no Brasil – Me. Klara Maria Schenkel Os Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola: na pluralidade espiritual, um instrumento para o diálogo inter-religioso – Me. Maria Teresa Moreira Rodrigues Da Demografia das Religiões ao Consumo Sem Pertença: um percurso real-virtual . Me. Mariano Vicente da Silva Filho «Pelos Muitos Caminhos de Deus»: para uma teologia Pluralista Transreligiosa da Libertação – Me. Maruilson Menezes de Souza Um visão da «bricolagem» religiosa inspirada em Darcy Ribeiro – Me. Moisés Abdon Coppe Blogs: caminhos meditados em diálogo – Mestranda Monica Ciscotto Magalhaes As diversas faces do sagrado feminino no Brasil – Doutorando Reinaldo da Silva Júnior Do Exclusivismo ao Inclusivismo: uma análise das mudanças no espaço sagrado da Igreja São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte – MG – Dr. Roberlei Panasiewicz e Me. José Carlos Talim Paul Tillich e as Religiões: cultura e diálogo no pensamento inter-religioso – Mestrando Thiago Santos Pinheiro Souza A missão em Aparecida a partir da Teologia do Pluralismo Religioso – Me. Wellington da Silva de Barros GT 5: Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo Coordenação: Prof. Dr. Érico Hammes – PUC/RS; Prof. Dr. João Décio Passos – PUC/SP 10 de julho | Sala 303 13h30 às A pastoral da saúde como teologia pública no exercício 14h da cidadania – Especialista Jaqueline Sena Durães e Dr. Waldir Souza 14h às Gestão humanizadora nas empresas à luz da fé cristã 14h30 Ozenildo Santos Xavier da Rocha 14h30 às As rupturas da conversão, as relações simbióticas entre 15h o pentecostalismo e o PCC e as continuidades sócioespaciais na favela do Tijuco Preto -SP – Me. Vagner Aparecido Marques 15h às Epistemologia da Teologia Cristã: o lugar da teologia 15h30 na sociedade, igreja e academia – Doutorando Carlos Alberto Motta Cunha 15h30 às Perspectivas da teologia pública no horizonte da 16h esperança: a contribuição de Jürgen Moltmann – Mestrando Matteo Ricciardi 16h às Teologia Pública como Teologia para o Desenvolvimento 16h30 – Me. Felipe Gustavo Koch Buttelli 11 de julho | Sala 303 14h30 às “Os dois reinos”: o ano eleitoral mais religioso “na 15h história desse país” – Mestranda Daniela Senger 15h às O absoluto do corpo na contemporaneidade: sintoma 15h30 de uma nova gnose? – Dr. Geraldo Luiz De Mori 15h30 às Ensaio da cristologia Schillebeeckxiana: A ressurreição 16h de Jesus a partir da experiência das primeiras comunidades cristãs – Me. Valdete Guimarães 29 GT 6: Mística e Espiritualidade Coordenação: Profª. Drª. Ceci Baptista Mariani – PUC Campinas; Profª. Drª. Maria José Caldeira do Amaral – PUC/SP 10 de julho | Sala 304 13h30 às A Iniciação como Experiência: O caminho dos Padres da 14h Igreja Nascente – Drª. Rosemary Fernandes da Costa 14h às Mística e alegoria em Orígenes – Me. Edson Matias Dias 14h20 14h20 às A mística das trevas de Gregório de Nissa na obra “Vida 14h40 de Moisés” – Mestrando Moisés Nonato Quintela Ponte 14h40 às De São Boaventura a Wittgenstein: itinerarium silentii 15h in Deum – Mestrando Carlos Magno Teixeira 15h às Espiritualidade e Humanismo em São Francisco de 15h20 Sales: Estudo a partir do Livro IX do “Tratado do Amor de Deus” – Graduado Thiago Nunes Barros 15h20 às A vontade de Deus em Chiara Lubich como acesso à 15h50 Santidade que realiza a Pessoa – Dr. German Calderon Calderon 15h50 às Enlevo e remissão na arduidade da ayahuasca sob a 16h15 ótica do numinoso – Mestrando José Altran 11 de julho | Sala 304 13h30 às A Mobilidade religiosa nas margens do Velho Chico. Um 14h estudo sobre a peregrinação à Lapa do Bom Jesus no contexto do encontro - Doutorando Krzysztof Dworak 14h às Mística e alegoria em Orígenes – Me. Edson Matias Dias 14h20 14h20 às Coisas de Deus nas panelas de Riobaldo – Doutoranda 14h50 Ursulina Maria Silva Santana 30 14h50 às Elementos para uma mística afro-indígena-católica15h20 sertaneja na obra de Ariano Suassuna – Doutorando Claudio Santana Pimentel 15h20 às Magia e Religião: um olhar sobre a atuação das 15h40 benzedeiras – Mestrando Antonione Rodrigues Martins 15h40 às Filosofia na Escola: Espiritualidade e Ensino – Dr. José 16h10 Antônio Transferetti 16h10 às Cura ou Busca de Sentido: O Caso das Benzedeiras em 16h40 Alagoas – Doutoranda Maria Jeane dos Santos Alves 16h40 às Psicoterapia e Religião: uma busca de si mesmo – 17h10 Priscila de Camargo Nunes Silva GT 7: Teologia(s) da Libertação Coordenação: Prof. Dr. Paulo Agostinho – PUC Minas; Profª. Drª. Luiza Tomita – ITESP 10 de julho | Sala 305 13h30 às Aproximações entre a Teologia da Esperança de Jürgen 14h Moltmann e a Teologia Latino-Americana da Libertação em uma perspectiva escatológica – Dr. Cesar Augusto Kuzma 14h às A resistência cristã na América Latina e o despertar 14h30 islâmico no Irã: um estudo sobre o papel da religião nas transformações políticas e sociais do século XX – Mestrandos Adnan Abdallah El Sayed e Patrícia Simone do Prado 14h30 às A Teologia da Libertação e os desafios dos novos 15h cenários – Dr. Paulo Agostinho N. Baptista 15h às A grounded theory da circularidade entre fé e migrações: 15h30 Uma proposta metodológica para pesquisa de campo em teologia – Me. Carmem Lussi 15h30 às Teologia desde a América Latina: experiência e 16h interpretação – Me. Fábio César Junges 31 16h às 16h30 Questões epistemológicas para a Teologia da Libertação a partir de perspectivas étnicas e culturais: provocações e desafios – Drª Luiza Tomita 11 de julho | Sala 305 14h às Imagens de Deus e Liberdade: Decorrências 14h30 no compromisso histórico de humanização e transformação da sociedade – Mestrando Anastácio Ferreira de Oliveira 14h30 às Cristologia e libertação: a humanização de Deus15h humanização do ser humano – Mestranda Rosana Araujo Viveiros GT 8: Religião, Ecologia e Cidadania Planetária Coordenação: Prof. Dr. Afonso Murad – FAJE; Prof. Dr. Pedro Ribeiro de Oliveira – PUC Minas 10 de julho | Sala 306 13h30 às Introdução à Temática. Histórico do GT e sua proposta 13h45 – Dr. Afonso Murad e Dr. Pedro Ribeiro de Oliveira 13h45 às Análise das «práticas ambientais» realizadas nas redes 14h15 sociais e redes religiosas no município de Rio Grande da Serra – Doutorando Claudio Pereira Noronha 14h15 às Ecologia e Espiritualidade: o testemunho de um 14h45 seringueiro – Doutorando José Rocha Cavalcanti filho 14h45 às Edgar Morin: pensamento para tempos de crise – 15h05 Mestrando Thiago Franco 15h05 às O pensamento complexo diante do antropocentrismo 15h25 cristão - Mestrando Luiz Eduardo de Souza Pinto 32 15h25 às Teologias e Direitos: O Ordenamento de Uma 15h55 Democracia na Perspectiva da Inclusão dos Direitos e das Narrativas dos Povos. Apontamentos Sobre a Questão Ecológica – Dr. Manoel Ribeiro de Moraes Júnior 15h55 às Cúpula dos Povos e Rio+20. Balanço inicial à luz da 16h25 Ecoteologia – Dr. Afonso Murad GT 9: Interculturalidade Coordenação: Prof. Dr. Ênio José da Costa Brito – PUC/SP; Prof. Dr. Alain Pascal Kaly – UFRRJ; Prof. Doutorando Marcos Rodrigues da Silva – FURB e Profª. Me. Selenir Gonçalves Kronbauer – EST 10 de julho | Sala 307 13h30 às A experiência do sagrado guarani: o Território e a 14h Palavra – Victor Rene Villavicencio Matienzo 14h às Cultura. Religião. Saúde – Me. Antonio Alone Maia 14h20 14h20 às Religiosidade e a medicina tradicional na cultura 14h50 africana – Dr. Luis Tomás Domingues 14h50 às Umbanda no Santo Daime: uma tensão cultural – Me. 15h10 Celso Luz Gusman Neto 15h10 às A religiosidade Afro-Brasileira nos Cultos da Igreja 15h30 Universal do Reino de Deus-IURD - Me. Marcelo Frezarini 15h30 às Os Voduns estão em São Paulo! Cosmovisão e tradição 15h50 jeje nas religiões afro-brasileiras – Mestranda Érica Ferreira da Cunha Jorge 15h50 às Na trilha dos Orixás: origem e extensão do espaço 16h20 sagrado das religiões de matriz africanas em Belo Horizonte - MG (1960 aos dias atuais) – Dr. Amauri Carlos Ferreira; Me. Carlos Evangelista Veriano 33 13h30 às 14h 14h às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 16h 11 de julho | Sala 307 O catolicismo como uma experiência cultural – Doutorando Antonio Lopes Ribeiro Teologia de libertação e interculturalidadeaproximações e avaliação crítica – Dr. Roberto Ervino Zwetsch A linguagem simbólica da liturgia a caminho da inculturação em meios afro brasileiros – Me. Josuel dos Santos Boaventura Vale do Amanhecer: um exemplo de pluralismo nos novos movimentos – Mestrandos Narcisa Castilho Melo, Cleiton Machado Maia A onda do momento: um estudo sobre a experiência dos jovens adeptos da Bola de Neve Church – Me. José Antonio Boareto Mercado Religioso Tupiniquim – Dr. José Maria da Silva GT 10: Exegese e teologia bíblica Coordenação: Prof. Dr. Geraldo Dondici Vieira – PUC Rio; Prof. Dr. Leonardo Agostini Fernandes – PUC Rio; Prof. Dr. Paulo Jackson Nóbrega de Sousa – FAJE 10 de julho | Sala 308 13h30 às Campo e cidade na Bíblia – Dr. Valmor da Silva 14h 14h às O estrangeiro, a noiva e o poço – Drª. Eunice Simões 14h30 Lins Gomes e Me. Michelle de Kássia 14h30 às O imaginário simbólico do sacerdote no rito sacrificial 14h50 de expiação em Levítico – Me. Josefa Vênus de Amorim 14h50 às “Ou os šēdîm ou YHWH!”: diversidade religiosa e crítica 15h10 teológica em Deuteronômio 32.10-22 – Me. Ruben Marcelino Bento da Silva 34 15h10 às O pré-exílio imediato e o exílio babilônico: uma leitura 15h30 paralela de 2 Rs 25, 1-21, Jr 39,1-10 e 2 Cr 36,1-21 – Me. Alessandra Serra Viegas 15h30 às “Consolai, consolai o meu povo!”. Análise exegética de 15h50 Is 40,1-11 – Me. Sue’Hellen Monteiro de Matos 15h50 às 2Sm 7,1-17: O projeto de Davi confronta-se com o 16h20 projeto de Deus – Dr. Leonardo Agostini Fernandes 16h20 às A questão da felicidade e infelicidade em Coélet – Me. 16h40 José Reinaldo de Araújo Quinteiro 16h40 às A amizade e a fidelidade segundo Sirácida – Me. Nelson 17h Maria Brechó da Silva 13h30 às 13h50 13h50 às 14h10 14h10 às 14h30 14h30 às 15h 15h às 15h20 15h20 às 15h40 11 de julho | Sala 308 Princípios de análise literária para a interpretação das narrativas bíblicas – Me. Dário de Araújo Cardoso Hermenêutica tanatológica bíblica: considerações sobre a morte no Antigo Testamento – Me. Sônia Sirtoli Färber O senhor esteve aqui, neste lugar, e eu não sabia – Me. Neuza Silveira de Souza Tradução da Bíblia: problemas e desafios: a propósito da publicação de Evangelhos e Atos dos Apóstolos: novíssima tradução dos originais. Por Cássio Murilo Dias da Silva e Irineu José Rabuske. São Paulo: Loyola, 2011 – Dr. Irineu José Rabuske Mateus 23:15: um possível sentido de poiêsai héna prosélyton – “para fazer um prosélito” - Me. César Motta Rios Seguimento (Akolouthia) e serviço (Diakonia) das mulheres no Evangelho de Marcos. Aplicação da Análise Narrativa na leitura de Mc 15,40-16,8 – Me. Júnior Vasconcelos do Amaral 35 15h40 às 16h10 16h10 às 16h30 Rm 15,14-33: Paulo entre a Galácia, Jerusalém e a Espanha – Dr. Paulo Jackson Nóbrega de Sousa Jesus como o Filho do Homem na Teologia do Novo Testamento: Ladd e Goppelt em perspectiva – Me. Marcos Paulo Nogueira da Silva 16h30 às Judas e o mistério da revelação – Dr. José Neivaldo de 17h Souza 17h às Evolução do pensamento teológico em Jó: uma 17h20 progressão no entendimento dos fundamentos da relação com Deus – Me. Flávia Luíza Gomes Costa 17h20 às Bem-aventurados ou felizes? A visão escatológica e 17h40 paradoxal das bem-aventuranças e suas implicações para o hedonismo contemporâneo - Especialista Karina Andrea Pereira Garcia Coleta GT 11: Religião, Arte e Literatura Coordenação: Prof. Doutorando Alex Villas Boas – PUC/SP; Prof. Dr. Joe Santos – PUC/RS 10 de julho | Sala 501 13h30 às A representação de Cristo no expressionismo alemão e 14h brasileiro – Dr. Etienne Alfred Higuet 14h às 14h30 A Fenomenologia das paixões e dos sentidos: a linguagem teológica dos Sermões do Século XVII – Dr. Marcio Luiz Fernandes 14h30 às O Corpo Incompleto numa Leitura Fenomenológica – 14h50 Me. Maria Cristina Pratis Hernández 14h50 às Ensino Religioso e Literatura: Reencantando Áreas de 15h10 Conhecimento – Me. Maria Augusta de Sousa Torres 15h10 às A “Compadecida” da obra de Ariano Suassuna ‘Auto 15h30 da Compadecida’ e suas raízes teológicas – Mestrando Jonas Nogueira da Costa 36 15h30 às A Ressignificação da Experiência Religiosa do Teatro 15h50 Oficina no contexto de Os Sertões – Mestranda Gisele Nallini 15h50 às José Saramago e a cultura religiosa contemporânea – 16h10 Esp. José Geraldo da Silva Marques 16h10 às Diálogos da ação: uma análise comparativa entre o 16h40 Evangelho Segundo São João e o Sermão do Advento de Padre António Vieira – Ana Clara Magalhaes de Medeiros; Augusto Rodrigues da Silva Junior. 16h40 às A amizade e a fidelidade segundo Sirácida – Me. Nelson 17h Maria Brechó da Silva 13h30 às 14h 14h às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 15h50 15h50 às 16h15 SUBSESSÃO A: 11 de julho | Sala 501 Religião, Arte e Literatura em Ernesto Cardenal – Dr. Getulio Antonio Bertelli Diálogo entre René Girard e Dostoiéviski – Dr. Edivilson de Godoy O Amor e a Arte vencem a morte – uma análise teológica d’O cego Estrelinho de Mia Couto. – Me. Vera Lúcia de Castro A conversão e o Cristo na totalidade poética de Jorge de Lima. – Me. Flávio Ferreira de Mello Literatura infantil, teologia e Fabulação – Me. Anaxsuell Fernando da Silva Sinais da Presença para além da morte – Me. Maria das Graças Ferreira de Araújo Museu ao Céu Aberto: Arte tumular como expressão religiosa – Me. Thiago Nicolau de Araujo 37 13h30 às 14h 14h às 14h30 14h30 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 15h50 15h50 às 16h10 16h10 às 16h40 SUBSESSÃO B: 11 de julho | Sala 502 Representações do divino na lírica feminina de Adélia Prado e Hilda Hilst – Dra. Cleide Maria de Oliveira Motivações bíblicas em Memórias póstumas de Brás Cubas – Dr. Paulo Sérgio de Proença A Experiência Estética do Sagrado em C. S.Lewis – Me. Alessandro Garcia da Silva A conversão e o Cristo na totalidade poética de Jorge de Lima. – Me. Flávio Ferreira de Mello O mal na literatura machadiana: uma leitura teológica da obra Quincas Borba. – Mestranda Ivna Maia Fuchigami O Mal em “Anticristo” de Lars Von Trier – Mestranda Flávia Santos Arielo O Rito Fúnebre de Deus no niilismo de Nietzsche na obra A Hora da Estrela de Clarice Lispector – Luis Augusto Barbosa Teixeira Política, Juventude e Religião a partir do dialogo entre Ulisses e Telêmaco a partir da Moderna Odisseia de Nikos Kazantizakis – Doutorando Alex Villas Boas GT 12: Religião e Gênero Coordenação: Profª. Drª. Anete Roese – PUC Minas; Profª. Drª. Sandra Duarte de Souza – UMESP; Prof. Dr. Clóvis Ecco – PUC Goiás 10 de julho | Sala 503 13h30 às O feminino nas práticas religiosas do/no Terreiro de 13h50 Candomblé Ilê Wopo Olojukan – Me. Amarildo Fernando de Almeida 13h50 às A experiência religiosa no cárcere. O caso do Centro de 14h10 Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão em João Pessoa – PB – Me. Anaize Anália de Oliveira 38 14h10 às Homossexualidade e fé: confessionalidade homossexual 14h30 a partir do discurso ético de Bernardino Leers – Me. Daniel Cordeiro Martins 14h30 às A inserção das mulheres no campo profissional 14h50 teológico pós regulamentação da teologia no Brasil – Mestranda Maria Elise Gabrielle Baggio Machado Rivas 14h50 às Religião, estado laico e autodeterminação sexual e 15h10 reprodutiva das mulheres – Mestranda Romi Márcia Bencke 15h10 às A participação das mulheres nos espaços de poder das 15h30 Assembleias de Deus em Belém do Pará – Mestranda Rosinda da Silva Miranda 15h30 às Percurso histórico da configuração de uma sacerdotisa 16h afro-brasileira: interface entre história, classe e gênero – Mestranda Sumaia Miguel Gonçalves; Pós-graduada Neusa Miguel Gonçalves; Esp. F. Rivas Neto 16h às Igreja, gênero e juventude: Reflexões sobre Gênero na 16h20 Igreja Assembleia de Deus em São Bernardo do Campo e suas influências na juventude – Mestrando Valter Borges Dos Santos 11 de julho | Sala 503 13h30 às Religião, gênero e sexualidade: o caso dos soropositivos 14h para o HIV – Doutorando Clóvis Ecco 14h às Gênero, Religiões de Matriz Africana e Políticas Públicas 14h30 em Belém, Pará – Dra. Daniela Cordovil Corrêa dos Santos 14h30 às Maria enquanto figura mítica: uma análise sobre a 15h mariologia tradicional – Doutoranda Daniele Ventura 15h às A persistência das Deusas: representações simbólicas 15h30 do feminino na atualidade – Dra. Izildinha Konichi 39 15h30 às Igreja e políticas públicas: refletindo sobre a mobilidade 16h da população de rua na cidade de Uberlândia/MG nos anos 2010-2011 – Drª. Clélia Peretti 16h às Política religiosa e religião política: os evangélicos e o 16h30 sexo nas eleições de 2010 – Drª. Sandra Duarte de Souza GT 13: Ética, Teologia e Religião Coordenação: Profª. Drª. Maria Inês Miller – CES-JF e Prof. Dr. Márcio Fabri – São Camilo-SP 10 de julho | Sala 504 13h30 às O pecado para os teólogos e para outras áreas do saber: 14h análise comparativa de bases indexadoras para artigos latino-americanos – Dra. Renata Ferrarez Fernandes Lopes 14h às Ética de matriz judaica – Dr. Flavio Schmitt 14h30 14h30 às A virtualidade ética e a historicidade como constituições 15h essenciais do ser humano: breve abordagem, a partir da obra de Padre Vaz – Me. Raquel ferreira de Souza 15h às Repensar a ética jesuânica no e para o contexto atual – 15h30 Me. Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães 15h30 às Possibilidades de uma Ética do Amor em Kierkegaard e 16h30 Dostoiévski – Gr. Rodrigo Costa Silva 16h às Anarquismo cristão: A ética da não violência como 16h20 forma de liberdade do Corpo e da Alma – Gr. Daivid Tiago Oliveira Sousa 11 de julho | Sala 504 13h30 às Globalización y exclusión: Nuevo marco de la ética de la 14h liberación en E. Dussel – Dr. Salustinao Alvarez Gomez 40 14h às 14h30 14h30 às 15h Frei Bernardino Leers e a renovação da Teologia Moral no Brasil – Dr. Oton da Silva Araújo Júnior Ética e Catolicismo Popular: uma reflexão a partir das prédicas de Antonio Conselheiro – Me. Geová Nepomuceno 15h às As Associações religiosas Católicas Mineiras – Me. 15h30 Mário Henrique Resende Melo 15h30 às A Pastoral Coletiva de 1915 e a Nova Face da Igreja 16h Católica – Esp. José William Barbosa Costa GT 14: Sociedade, laicidade e tolerância religiosa Coordenação: Profª. Drª. Marília De Franceschi Neto Domingos – UFPB e Prof. Dr. Luis Tomas Domingos – UNILAB 10 de julho | Sala 505 13h30 às A tolerância religiosa no Brasil - Os tratados de 1810 – 14h Dra. Marilia De Franceschi Neto Domingos 14h às Aspectos da Movimentação do Campo Religioso Afro14h30 Paraibano – Dr. Ivonildes da Silva Fonseca 14h30 às “Aviso: Não dê dinheiro ao falso profeta, ligue para a 15h UPP”. Religião e Segurança Pública no Jardim Batan – Me. Vinicius Esperança 15h às A devoção do Sonho de Nossa Senhora na comunidade 15h30 de Olhos D’água/MG – Esp. Edivaldo Alves Nunes 15h30 às Valorização cultural: geografia, educação e modo de 16h vida do RKBAKT da Aldeia Babaçuzal em Cotriguaçu – MT – Dra. Marina Silveira Lopes; Gr. Juliane Ferreira Garcia 16h às Ruy Barbosa, uma proposta de tolerância religiosa – Gr. 16h30 Elizabeth Regina Silva Ferreira; Priscila Mikaelle Costa de Araújo 41 16h30 às Jackson do Pandeiro: fonte para o combate à 17h intolerância às religiões afro-brasileiras – Gr. Daniel de Oliveira GT 15: Juventude, educação e ação estudantil Coordenação: Prof. Dr. Emerson José Sena da Silveira – UFJF e Prof. Dr. Flávio Munhoz Sofiati – UFG 10 de julho | Sala 506 13h30 às Ofensiva da Juventude Carismática: Recristianizar a 14h Europa! – Dr. Brenda Carranza 14h às Religiosidade e ritos de passagem do jovem no contexto 14h30 tecnológico da Paraíba – Me. Anna Thereza Patricio Beuttenmuller Bezerra 14h30 às O futuro em questão: a esperança entre jovens 15h universitários – Dr. Leomar Brustolin 15h às Juventude e Universidade: qual sociabilidade estão 15h30 fazendo os jovens nos Grupos de Oração Universitários? – Dr. Carlos Eduardo Pinto Procópio 15h30 às Religião e juventude: tensões entre o sagrado e o 15h50 mundo – Gr. Dorath Rodrigues Barbosa; Matheus da Costa Oliva; Ângela da Rocha Santana; Wallace Ferreira Sousa 15h50 às A participação dos jovens em movimentos religiosos: 16h10 CEBs x RCC e seus reflexos na vida social – Esp. Cesar Portantiolo Maia 16h10 às A juventude carismática católica: o caso do PHN na 16h50 Canção Nova – Dr. Flávio Munhoz Sofiati 42 13h30 às 14h 14h às 14h20 14h20 às 14h50 14h50 às 15h10 15h10 às 15h35 15h35 às 16h 16h às 16h30 10 de julho | Sala 506 Religião e religiosidades – revisitando conceitos a partir das juventudes – Dra. Sílvia Regina Alves Fernandes Experiência Religiosa das Juventudes Contemporâneas: novos modos de crer [e] ser – Me. Carlos Eduardo da Silva Moraes Cardozo Música gospel: estratégia urbana de conquistas cristãs – Gr. Dayana Dar’c da Silva e Silva; Giovana dos Anjos Ferreira O trânsito religioso da juventude: a presença das religiões nas biografias juvenis – Clélia Peretti; Elizabet Terezinha Castaman Nogoseke Uma análise do estatuto da juventude sob o olhar weberiano – Esp. Janine Huguenin Corrêa Juventude: música e dança a serviço da fé nas cristotecas (baladas) católicas – Me. Luzia Maria de Oliveira Sena Empoderamento e Tecnologias políticas do Self entre jovens carismático-católicos brasileiros – Dr. Emerson José Sena da Silveira GT 16: Linguagem e religião: perspectivas bakhtinianas Coordenação: Prof. Dr. Paulo Fernando Dalla-Déa – UFSCar; Profª. Drª. Ivenise T. Gonzaga Santinon – PUC Campinas e Prof. Dr. Ângelo Cardita – UFSCar 10 de julho | Sala 507 13h30 às Desafios Teológicos da “Filosofia do Ato”de M. Bakhtin 14h – Dr. Ângelo M. dos Santos Cardita 14h às Leitura bakhtiniana do Concílio Vaticano II: uma cunha? 14h30 – Dr. Paulo Fernando Dalla-Déa 43 14h30 às 15h 15h às 15h30 15h30 às 16h M. Bakhtin: em busca do outro – Me. Manoel H. de Melo Santana O dialogismo e a construção de sentido nas cartas encíclicas de Bento XVI – Me. Nanci M. Blanco A restituição do Diaconato Permanente na Igreja Católica Ocidental – Gr. Ana C. Souza Mendes 11 de julho | Sala 507 13h30 às O sincretismo religioso contemporâneo a partir da 14h análise das práticas discursivas da Irmandade da Luz – Gr. Alice T. L. da Silveira 14h às As memórias de futuro apocalípticas e o discurso 14h30 religioso/histórico – Gr. Allan Tadeu Pugliese 14h30 às Perspectivas bakhtinianas acerca de religião nos 15h quadrinhos japoneses publicados no Brasil – Gr. Felipe Mussarelli 15h às Cultura popular e catolicismo popular: usos e 15h30 configurações sobre um estudo de caso na minas setecentista – Gr. Mariana Gino 15h30 às A força criativa e organizadora da palavra: uma leitura 16h bakhtiniana da função da palavra no hino X-125 do Rig-Veda e nos capítulos 1 e 2 de Gênesis – Gr. Valmir Nascimento Souza GT 17: Movimentos sociais - ciências sociais teologia Coordenação: Prof. Dr. Luis Carlos Susin – PUC/RS e Prof. Dr. Francisco de Aquino Junior – Faculdade Católica de Fortaleza 10 de julho | Sala 702 13h30 às Teologia e ciências sociais – Dr. Francisco de Aquino 14h Júnior 44 14h às 14h30 14h30 às 15h 15h às 15h30 Conhecer pelo sofrimento em diálogo com Veena Das – Me. Alan da Silva Coelho O Beato franciscano – um caso de messianismo no sertão alagoano? – Me. Gilvan Gomes das Neves Título da comunicação: Religião, tradição e museologia: manutenção das tradições da e pela religiosidade nos movimentos migratórios – Me. Gyorgy Henyei Neto 15h30 às Um objeto sagrado: as Pílulas de Frei Galvão – Gr. Dirceu 16h Rodrigues da Silva 11 de julho | Sala 702 13h30 às Para um diálogo entre marxistas e cristãos a partir dos 14h escritos de Gramsci sobre a religião – Me. José Antônio Correa Lages 14h às Indivíduo desviante: uma breve análise sócio-religiosa – 14h30 Me. José do Nascimento Lira Júnior 14h30 às O movimento de Jesus e os camponeses: vestígios de 15h uma reação popular – Me. Mariana de Matos Ponte Raimundo 15h às A religião, uma via possível para a superação de rua: 15h30 desalienação e integração das experiências marginais – Me. Werbert Cirilo Gonçalves GT 18: Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade: mudanças e permanências Coordenação: Profª. Drª. Rosalira dos Santos Oliveira – FUNDAJ e Profª. Drª. Zuleica Dantas Pereira Campos – UNICAP 10 de julho | Sala 703 13h30 às Segredos Transversais: reconversão cultural das 13h50 religiões de matriz africana e afro-brasileiras – Me. Alfredo Sotero Alves Rodrigues 45 13h50 às Da reafricanização à sincretização: uma casa com 14h10 múltiplas vertentes afro-religiosas – Mestranda Lucielma Lobato Silva 14h10 às Terreiros 2.0: Nação Xambá na cibercultura – Me. Carla 14h30 Patrícia Pacheco Teixeira 14h30 às Afronautas em Pernambuco: modernização em 15h mudança – Dra. Zuleica Dantas Pereira 15h às A “velha nova” “guerra afro-pentecostal”: um olhar a 15h20 partir das redes sociais – Gr. Wagner Marreira Freire 15h20 às Protestantismo afro-brasileiro – Me. Jair Gomes de 15h40 Santana 15h40 às O Culto às Iya-mi Osorongá nos templos afro-brasileiros 16h do Recife – Esp. Andréa Caselli Gomes 16h às Memória da umbanda e umbanda da memória em João 16h30 Pessoa – Dr. Antonio Giovanni Boaes Gonçalves 16h30 às Os Territórios Sagrados do Candomblé e da Umbanda 17h na cidade de Contagem, Minas Gerais – Dr. Aurino José Góis 13h30 às 13h50 13h50 às 14h10 14h10 às 14h30 14h30 às 14h50 46 11 de julho | Sala 703 Cruz do Patrão: mistérios, mortes e lutas negras – Me. Ceci Medeiros de Oliveira Itan Àsé: O Culto aos Orixás em Belém do Pará – Gr. Wanderlan Gonçalves do Amaral “A Jurema abala, e seus discípulos não tombam”: desafios de uma abordagem historiográfica – Gr. Fábio Luiz Pimentel “A Jurema Manda!”: A Jurema Sagrada e sua decisiva representatividade territorial em Recife e Região Metropolitana – Gr. Alexandre Alberto Santos de Olivera (L’Omi L’Odò) 14h50 às 15h10 15h10 às 15h30 15h30 às 15h50 15h50 às 16h10 16h10 às 16h30 16h30 às 16h50 16h50 às 17h10 17h10 às 17h30 17h30 às 17h50 Um ensaio sobre a alimentação ritual afro-brasileira – Dra. Dilaine S. Sampaio de França Religiosidades afro-brasileiras e ritual terapêuticoreligioso: a prática da apometria em Juiz de Fora – Me. Izabela Matos Floriano Mendonça Salve preto, salve preta... As muitas facetas da linha dos Pretos velhos – Me. Letícia Guimarães Araújo Terreiros como instituições empresariais – Me. Maria da Penha de Carvalho Vaz Em nome da ancestralidade: militantes negros e adesão às religiões afro-brasileiras – Dra. Rosalira dos Santos Oliveira Religiões de matriz africana e convivência com a diversidade – Me. Silvania Maria Maciel Identidade Negra do Recife: A Casa da dupla pertença – Gr. João Amaro Monteiro da Silva Noite dos tambores silenciosos: resistência negra ou construção coletiva – Me. Luiz Justino da Silva Junior Tem branco na guma: a nobreza europeia montou corte no tambor de mina – Dra. Taissa Tavernard de Luca GT 19: Iniciação científica Coordenação: Profª. Drª. Áurea Marin Burochi – ISTA; Prof. Dr. Cesar Alves – FAJE e Prof. Dr. Cleto Caliman – PUC Minas e ISTA 10 de julho | Sala 704 13h30 às Tensões religiosas no Juazeiro do Norte: um estudo 13h55 sobre a atuação evangélica no combate ao Padre Cícero e a concorrência das igrejas neopentecostais na oferta de bens religiosos – Gr. Itamara Freires de Meneses 47 13h55 às Moradores e romeiros em interação: contribuições para 14h20 a compreensão das romarias em Juazeiro do Norte - CE – Gr. Jakeline Pereira Alves 14h20 às Demarcando espaços: Um estudo das relações de força 14h45 no cenário religioso de Juazeiro do Norte – Gr. José Erivan Lima de Carvalho 14h45 às Romaria e juventude: práticas lúdicas vivenciadas em 15h10 tempo de romaria – Gr. Patricia Sutel da Costa 15h10 às Turistificando a religião: uma análise sobre os interesses 15h35 econômicos e políticos no espaço religioso – Gr. Rosana Dayara Correia De Alcantara 15h35 às O imaginário simbólico e religioso do culto anglicano – 16h Gr. Josilene Silva da Cruz 13h30 às 13h55 13h55 às 14h20 14h20 às 14h45 14h45 às 15h10 15h10 às 15h35 15h35 às 16h 16h às 16h25 48 11 de julho | Sala 704 A Figura indígena no Nican Mopohua – Gr. Leandro Faria de Souza O ensino religioso na visão infantil: uma análise da influência familiar na religiosidade da criança – Gr. Léia Nascimento de Souza; Anaíze Anália de Oliveira Dilemas e desafios do ser professor de ensino religioso – Gr. Neusiana Vieira Fernandes Rui Barbosa e a escola laica: passado, presente e... futuro??? Gr. Rivânia da Silva Carneiro; Reginaldo Severino dos Santos; Verônica Maria Silva O tempo escatológico à luz do método transcendental – Gr. Alexandre Boratti Favretto O conceito de tempo na efetividade do círculo hermenêutico – Gr. Anderson Luis Ribeiro Finitude e culpabilidade. Um dilema humano e religioso em Dostoievski – Gr. João Ricardo de Moraes 16h25 às 16h50 16h50 às 17h15 “A tipologia simbólica do idiota em Jesus” – Gr. Erick Gustavo de Oliveira Sales Trabalhos científicos teológico-pastoral. O Sagrado na cidade, a cidade no sagrado – Gr. Flávia Boavista Fernandez Ruiz 17h15 às Símbolos Secretos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII: 17h40 Mística Cristã, Imaginário e simbologia hermética – Gr. José Carlos de Abreu Amorim 49 GT 1: Protestantismos ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Ronaldo Cavalcante - Faculdade de Teologia Unida de Vitória,ES Prof. Dr. Adilson Schultz – PUC Minas, MG Ementa O universo protestante tem passado por mudanças estruturais e conjunturais de significativa relevância. O surpreendente dinamismo do fenômeno evangélico, particularmente no Brasil e América Latina, exige reflexões multidisciplinares, forjadas especialmente no campo da Teologia e das Ciências da religião, em constante diálogo com outras áreas do saber. Nesse sentido, o GT Protestantismos recolhe perguntas e reflexões sobre o futuro do protestantismo, entre elas: o papel público da teologia, a identidade da teologia evangélica em relação à cultura brasileira, o universo multifacetado de teologias protestantes, a questão da confessionalidade em relação ao diálogo ecumênico e inter-religioso, os êxitos e fracassos das igrejas e teologias protestantes na tarefa de articulação da revelação de Deus no mundo. 53 1. Reforma - 500 anos: reavaliação teológica no contexto das crises da atualidade Nome: Walter Altmann Titulação: Doutor Instituição: EST Resumo: Em 2017 se comemorarão os 500 anos da Reforma. À medida que a data se aproxima, as igrejas luteranas do mundo, mas também numerosas instituições teológicas, se preparam para o evento. É uma ocasião nem tanto para celebrações, mas principalmente para, em espírito ecumênico, efetuar um reexame crítico e autocrítico do legado teológico da Reforma, em face do crescente pluralismo religioso e do fenômeno de globalização da atualidade. Palavras-chave: Reforma Luterana. 500 anos da Reforma. Martim Lutero. 2. Teologias pentecostais em mudanças Nome: Leonildo Silveira Campos Titulação: Doutor Instituição: UMESP Resumo: É difícil montar um feixe de teologias surgidas nos EUA no decorrer do século XIX e chamá-lo de “teologia pentecostal”. Mesmo assim há um consenso entre os estudiosos de que a doutrina do Espírito Santo e a ideia de que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e voltará em breve, representam uma síntese do pentecostalismo dos primeiros 50 anos (1900-1950). No decorrer de um século o pentecostalismo se expandiu pelo mundo, se adaptando e assimilando novas características e teologias. Novas ênfases teológicas começaram a ser pregadas, como cura divina, exorcismo, prosperidade, sacrifício, quebra de maldições, cair no Espírito, dinheiro, ascensão social, e tantas outras. Há grupos minoritários 54 GT 1 que colocaram em dúvida a trindade (falando em uma quarta pessoa um ser feminino - caso da Igreja Apostólica, de São Paulo, Brasil -, a Santa Vó Rosa). Para tentar dar conta de tantas mudanças novos nomes tem sido formulados; entre outros, o de neopentecostalismo. Mas não estaria caminhando o pentecostalismo para uma situação de pluralismo, concorrência, fragmentação ou de disputa entre instituições, que usam teologias como se fossem ideologias? Palavras-chave: Pentecostalismo. Neopentecostalismo. Novas doutrinas pentecostais. Ideologia e teologia. 3. A dinâmica do reino: ua breve nota sobre as relações entre escatologia e política na subcultura fundamentalista protestante norte-americana Nome: Daniel Rocha Titulação: Mestre Instituição: UFMG Instituição financiadora: Capes Resumo: A presente comunicação faz uma reflexão histórica sobre as relações que se estabeleceram entre expectativas escatológicas e questões políticas na trajetória da subcultura fundamentalista norte-americana. Inicialmente far-se-á uma breve análise de algumas controvérsias sobre o conceito de fundamentalismo, levando em conta as perspectivas teológicas, sociológicas e historiográficas sobre o tema. Em seguida trabalhar-se-á com as implicações e dimensões políticas do que optamos por chamar de subcultura política fundamentalista, subcultura esta herdeira de três grandes matrizes de onde retira os elementos para construir seu ideário e discurso: o conservadorismo, a cultura política norte-americana e, especialmente, as crenças milenaristas. Por fim, partindo das reflexões anteriores, estudar-se-á os elementos milenaristas do fundamentalismo protestante no século XX, em especial na sua majoritária vertente prémilenarista/dispensacionalista, e as relações que tais crenças estabeleceram Protestantismos 55 com o contexto sociopolítico. Nesta contextualização das expectativas escatológicas, momentos de pessimismo e de discursos condenatórios em relação à nation under God que teria se afastado dos seus valores fundantes se intercalam com explosões de euforia nacionalista e perspectivas oníricas do reestabelecimento da luminosa cidade no alto da colina idealizada pelos pioneiros puritanos. Palavras-chave: Fundamentalismo. Milenarismo. Estados Unidos. Culturas Políticas. 4. A missão dos padres protestantes: uma análise histórica das suas contribuições para a inserção do protestantismo no Brasil Nome: Rafael Souza Rodrigues Titulação: Mestre Instituição: EST Resumo: Este texto pretende analisar as contribuições dos primeiros expadres brasileiros convertidos às principais denominações protestantes históricas de missão, que chegaram ao Brasil no século XIX. O primeiro deles é José Manuel da Conceição, ordenado a diácono e presbítero da Igreja Católica Romana em 1845, sendo acusado de pregar mensagens com conteúdo protestante, como o incentivo à leitura bíblica pelo povo. Converteu-se ao presbiterianismo em 1864, e atuou como evangelista em diversas cidades do interior de São Paulo e do sul de Minas Gerais. O segundo, Antônio Teixeira de Albuquerque, foi o primeiro batista brasileiro. Ordenado padre em 1871, deixou esse ofício três anos depois, e em 1880 foi batizado e ordenado pastor na Igreja batista de Santa Bárbara d’Oeste. Esses ex-padres tiveram em comum o papel de relevância na expansão de suas respectivas denominações protestantes no século XIX. Palavras-chave: Padres protestantes. José Manuel da Conceição. Antônio Teixeira de Albuquerque. História da inserção do protestantismo no Brasil. 56 GT 1 5. A Teoria do Design Inteligente e suas relações com a ciência, a religião e o movimento criacionista Nome: Roney Seixas Andrade Titulação: Mestre Instituição: UFJF Resumo: Este texto é resultante da dissertação do proponente elaborada no curso de mestrado em Ciência da Religião na UFJF, na qual abordou-se o tema do criacionismo e sua postura antievolucionista no âmbito da cultura norte-americana. Dentre as propostas estudadas acerca da controvérsia criacionismo-evolucionismo, destaca-se no presente artigo aquela elaborada pela chamada Teoria do Design Inteligente (TDI). Essa teoria, que se apresenta como científica e desprovida de qualquer compromisso religioso, se propõe detectar empiricamente se o design observado na natureza é um design genuíno (produto de uma inteligência organizadora) ou um produto do acaso, de necessidades e leis puramente naturais. A tese básica que essa teoria procura demonstrar é que a complexidade do universo, da vida e da própria natureza é de tal ordem que estes não teriam capacidade de se criar por si mesmos, isto é, à maneira darwiniana, exibindo, portanto, evidências de um design inteligente. Palavras-chave: Criacionismo. Design inteligente. Antievolucionismo. 6. Reações protestantes às tendências pós-modernas Nome: Wagner Lima Amaral Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: Vivemos em que época? Esta pergunta, quando direcionada ao contexto protestante, tem como resposta expressões como: “é o fim do mundo!”, ou “o mundo de hoje está perdido!”. Diante de análise teológica e cultural própria, as igrejas veem um mundo estranho, por agredir seu Protestantismos 57 arcabouço conservador. Assim, aplica-se um discurso catastrófico, em meio a um fim escatológico. Em sua visão teológica reside a convicção de que, substancialmente, o homem sempre fora o mesmo, o que deslocaria o centro da discussão para o seu contexto, e sugerindo, talvez, que a mudança esteja nas tendências temporais que promoveriam oportunidades singulares. Avaliaremos algumas das tendências teóricas e práticas, como o desconstrutivismo e a pluralidade, apresentando sugestões de como estas se encaixariam no perfil protestante, negativa ou positivamente. Palavras-chave: Protestantismo. Pós-modernidade. 7. A prosperidade das denominações evangélicas decorrente da preferencia na seleção de emprego na construção civil de Balneário Camboriú, SC Nome: Fábio Roberto Tavares Titulação: Mestre Instituição: UNISSAL Resumo: O objetivo deste texto é investigar a participação preferencial de evangélicos na construção civil de Balneário Camboriú/SC, e como essa preferência pode afetar a vida e o relacionamento entre as igrejas evangélicas e outras denominações. Busca-se entender o que pode gerar essa preferência na expressividade numérica dos integrantes de diferentes denominações; que influências estão motivando esta realidade de contratação identificada; o que isso representa como mudança individual e grupal na evolução diferenciada das famílias atingidas por esta realidade, e que outros fatores sócio culturais são acrescentados nesta preferência. A pesquisa investiga três grupos diferentes: O primeiro grupo é formado por empresários da construção civil, e também os funcionários das empresas. O segundo grupo são acadêmicos do curso de graduação em teologia da Unissal. Um terceiro grupo, mais abrangente, menos formal e talvez sem muito respaldo representativo, vai se manifestar a partir da internet, das redes sociais e de sites que abrem seu espaço para questionamentos, para 58 GT 1 chats, para grupos de estudo. Palavras-chave: Trabalho. Evangélicos na construção civil. Preferência por evangélicos no trabalho. Evangélicos em Balneário Camboriú. 8. Arca líquida universal: uma leitura da Igreja Universal do Reino de Deus como um movimento “líquido” fruto dos desafios da globalização Nome: Samuel Marques Campos Titulação: Mestre Instituição: UEPA Resumo: Este texto pretende fazer uma leitura da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) à luz da reflexão teórica de Zygmunt Bauman sobre a Modernidade Líquida, e ancorada nas ressonâncias da globalização neoliberal em nossa sociedade ocidental e, como consequência, na religião. Partindo desse prisma, ler-se-á a IURD como um movimento neopentecostal com características da liquidez baumaniana, verificando a relação existente entre as suas práticas (como por exemplo, a lógica da “prosperidade”) e a reconhecida “sociedade de consumo” na qual estamos vivendo. Palavras-chave: Igreja Universal do Reino de Deus. Zygmunt Bauman. Modernidade Líquida. Globalização. 9. O protestantismo e o deficiente visual: a experiência religiosa do Ministério Siloé, em Belo Horizonte - MG Nomes: Andréa Rodrigues Brunelli Donnard e Marcos Adriano Titulação: Graduada e Graduado Instituição: PUC Minas Resumo: Os estudos relacionados a pessoas portadoras de deficiência visual no Brasil, sobretudo no contexto religioso e espiritual, constituem um campo relativamente novo de pesquisas, cuja produção acadêmica Protestantismos 59 evidencia-se escassa. Sendo assim, buscou-se na cidade de Belo Horizonte (MG) algum trabalho pastoral com cegos. Foi encontrado um grupo protestante que possui um ministério denominado Siloé, cuja origem data de 1998, surgido a partir da visita de um casal de deficientes visuais à Igreja Batista da Lagoinha buscando uma Bíblia falada, gravada em fita cassete. A liderança da igreja procurou ajudá-los e, a partir daí, criou um ministério ligado à inclusão de deficientes visuais. A partir da metodologia da história oral e da observação participante em um dos encontros anuais do ministério Siloé, foram coletados dados com o objetivo de compreender a origem e extensão do trabalho pastoral desenvolvido por esse ministério. Assim, essa pesquisa demonstrou que o trabalho de evangelismo com deficientes visuais é um elemento novo do protestantismo em Belo Horizonte, o que demonstra a preocupação com a ação pastoral no campo da inclusão. Palavras-chave: Pessoas portadoras de deficiência visual. Ministério Siloé. Inclusão. Pastoral com cegos. 10. Neopentecostalismo: uma análise histórica dos aspectos teológicos e sociológicos dessa nova religião brasileira Nome: Gerson Bento Freire Titulação: Graduado Instituição: PUC Minas Resumo: Este texto apresenta de forma objetiva o desenvolvimento do processo sócio-religioso ocorrido na esfera protestante no Brasil a partir da década de 1970. O texto faz uma relação histórica desse processo com o protestantismo clássico. A presente pesquisa apresenta a fé neopentecostal como uma manifestação de espiritualidade sincrética brasileira e que cria uma forma pseudo-protestante de atuação social. O texto também faz menção ao caráter economicista dessa nova religiosidade. Palavras-chave: Neopentecostalismo. Sincretismo. História do protestantismo. 60 GT 1 11. “Minha vida, então, mudou”: o pentecostalismo e as novas maneiras de ser evangélico. Nome: Priscila Ribeiro Jeronimo Diniz Titulação: Graduada Instituição: UFPB Resumo: O objetivo desse trabalho é pensar o pentecostalismo como uma dinâmica diferenciada dentro do movimento dos evangélicos, na medida em que é o segmento religioso que mais cresce no Brasil. Suas principais características são a ênfase dos dons do Espírito Santo e o evangelismo massificado. Esse trabalho prima mostrar aspectos importantes sobre algumas igrejas pentecostais visitadas, como a Assembleia de Deus (a pioneira do pentecostalismo e a glossolalia), a Universal (com a ênfase na tríade cura-exorcismo-prosperidade) e a Quadrangular (com a cura massificada). A metodologia da pesquisa compreende a análise das observações de cultos realizados em Juazeiro do Norte, CE, no período de um ano e seis meses. A pesquisa evidencia os diferenciais dessas igrejas para atrair fiéis, como exemplo os cultos de curas, cultos de orações, cultos específicos para crianças e o lugar delas nas igrejas. Mostra também os resultados exitosos que essas igrejas vêm apresentando para um novo evangelismo, como ter um crescimento contínuo de fiéis no Brasil. O movimento pentecostal também consegue passar por um fortalecimento, usando do sincretismo, para reelaborar o caldo da religiosidade brasileira. Palavras-chave: Pentecostalismo. Sincretismo. Novo evangelismo. Evangélicos em Juazeiro do Norte. 12. A interpretação dos clássicos cristãos a partir da conversação: um olhar hermenêutico através da obra “Pluralidad y Ambigüedad: Hermenêutica, Religión, Esperanza”, de David Tracy Nome: Tiago de Freitas Lopes Titulação: Graduado Protestantismos 61 Instituição: FAJE Agência financiadora: FAPEMIG Resumo: David Tracy, um importante expoente de Teologia Pública nos EUA, percebe que os clássicos cristãos (a Bíblia e sua interpretação através dos séculos), necessitam ser compreendidos pela conversação. Este artigo mostrará a partir da obra de Tracy “Pluralidad y Ambigüedad: Hermenêutica, Religión, Esperanza, 1997 (Título original: Plurality and Ambiguity: Hermeneutcs, Religion, Hope, 1987), que a conversação não é um debate, mas um diálogo real que promove a integração entre um pluralismo responsável, uma interpretação consistente, uma compreensão libertadora e esperançosa da Palavra de Deus, e uma abertura ao diálogo entre as religiões, sem abrir mão de Cristo como sentido irrenunciável da fé cristã. O texto discute: a) O sentido e a necessidade da conversação para a interpretação da tradição cristã protestante diante do pluralismo cultural e religioso; b) o texto bíblico como um clássico religioso: aproximações e desafios; c) a condição para a conversação com os clássicos cristãos: pluralidade, ambiguidade e esperança. A conclusão aponta para o resultado de uma conversação – uma melhor compreensão pública da Bíblia e consequentemente da afirmação da fé cristã; um diálogo religioso tolerante e uma vida baseada na esperança e no testemunho que vem de Cristo como resposta ao mundo contemporâneo. Palavras-chave: Conversação. Clássicos Cristãos. Protestantismo. Diálogo. Cristologia. 13. “Jesus, Cavaleiro do Céu”: uma breve reflexão semiótica sobre o cancioneiro Nome: Valdevino de Albuquerque Júnior Titulação: Graduado Instituição: UFJF Resumo: Há muito que o segmento protestante pentecostal marca 62 GT 1 presença notável no campo religioso brasileiro. No entanto, entre as variadas características que fazem desse estilo [altamente sincretizado] de ‘pregar o evangelho’ objeto de pesquisa tão investigado nas últimas décadas, nota-se uma carência de abordagens que investiguem os aspectos semiológicos desses cultos (com referência aos ‘constructos’ de vivência mística), particularmente às experiências semióticas das ‘canções extáticas’, os ‘corinhos de fogo’, elemento importante na condução da catarse nas denominações pentecostais, especialmente no pentecostalismo autônomo. A proposta deste trabalho é evidenciar a importância desse fenômeno comunicacional na estrutura desses cultos, utilizando a Semiótica de Peirce como ferramenta auxiliar na busca pela compreensão da relação sígnica intersubjetiva entre os crentes. Perseguindo uma síntese lógica que aproveite – e/ou adeque – certos conceitos formulados por Peirce a questões tanto de ordem cultural da visão de Geertz quanto a alguns aspectos fenomenológicos, do ponto de vista de Rudolf Otto (já que, embora permeado por elementos absorvidos da cultura popular e ressignificados na esfera ritual, o êxtase pentecostal não deixa de representar, para o fiel, aquela Unyo Mística com o Numinoso), intenta-se breve reflexão sobre a ‘semiose mágica’ dessas músicas – e seus efeitos – no universo pentecostal. Nesse sentido, encontra-se no bojo deste trabalho o desejo de um alargamento da compreensão sobre a ‘atmosfera’ do culto pentecostal, considerando-se que a estrutura de plausibilidade que legitima os aspectos performáticos e estéticos a serem apreciados encontra suas bases na legitimação doutrinária e teológica que repousa no sistema de crenças desses grupos. Palavras-chave: Cancioneiro pentecostal. Uso da música no pentecostalismo. Corinhos evangélicos. Análise semiótica. Protestantismos 63 GT 2: Filosofia da Religião ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Agnaldo Cuoco Portugal – UNB Prof. Dr. Flávio Augusto Senra Ribeiro – PUC Minas Ementa O GT de Filosofia da religião da SOTER vincula-se aos interesses da pesquisa no campo de conhecimento que pretende desenvolver uma investigação de natureza filosófica sobre as questões relativas ao fenômeno religioso. Serão aceitos trabalhos de docentes de ensino superior (mestres e doutores) e de estudantes de pós-graduação stricto sensu, da área de Filosofia, Teologia e Ciências da religião. As comunicações poderão abordar temas referentes ao problema de Deus em distintos autores, correntes e perspectivas filosóficas, à questão da religião na modernidade e na contemporaneidade e ao papel da Filosofia da religião na atualidade. 64 1. As Críticas de Nietzsche e o Mero Cristianismo de C. S. Lewis Nome: Agnaldo Cuoco Portugal Titulação: Doutor Instituição: UnB Resumo: O trabalho pretende apresentar uma síntese das principais críticas de Friedrich Nietzsche ao cristianismo, tal como ele as formula em suas obras mais importantes, organizadas segundo os seguintes temas: 1) o cristianismo é a religião da moral ascética, que nega o corpo e desvaloriza tudo que é físico; 2) é religião da compaixão, que valoriza a dor e desvaloriza a vida, levando ao niilismo; 3) o cristianismo se baseia em ficções contrárias à natureza, sem contato com a realidade efetiva; 5) o ascetismo cristão é vaidoso e enganador; 6) o cristianismo é religião de escravos e de ovelhas de rebanho. Após apresentação dessas objeções Nietzsche à religião cristã, será feito um balanço crítico de cada um dos pontos levantados pelo filósofo alemão, comparando a imagem do cristianismo assumida por ele com a proposta por C. S. Lewis em “Mere Christianity” (1952). Ao final, o texto vai avaliar a hipótese de se a célebre máxima nietzscheana “o que não me mata me fortalece” (Crepúsculo dos Ídolos, Cap. I, §8) pode ser aplicada ao cristianismo como fenômeno histórico, ou se essas observações negativas feitas por ele já não se encontram dentro da própria tradição cristã como crítica de si mesma. Palavras-chave: Cristianismo. Nietzsche. C. S. Lewis. 2. Wittgenstein: sobre a impossibilidade de proposições religiosas a partir da Conferência sobre Ética Nome: Ana Cláudia Archanjo Veloso Rocha Titulação: Mestre Instituição: UNIMONTES Resumo: A Conferência sobre Ética foi proferida pelo filósofo contemporâneo Filosofia da Religião 65 Ludwig Wittgenstein em 1929. Esta conferencia trata, sobretudo, do mau uso da linguagem quando se pretende expressar aquilo que é de domínio místico e, portanto indizível. Wittgenstein delega grande importância ao místico, ao conceber que este abrange o que há de verdadeiramente essencial. Sendo assim, o místico envolve a religião, a ética e a estética. A perspectiva filosófica do jovem Wittgenstein compreende que uma proposição só é capaz de ser autêntica e, por conseguinte, fazer sentido quando se remete a elementos que estão situados no mundo. Quando se trata da esfera mística e, especificamente, da religião, Wittgenstein entende que não há possibilidade de emitir nenhuma proposição sobre tal, por esta ser transcendental. Nesse sentido, faz-se compreensível a impossibilidade de um discurso religioso, já que pelas diretrizes do filósofo, a religião não pode ser expressa através da linguagem científica. Os elementos que constituem o âmbito do religioso não são factuais, isto determina uma ausência de conteúdo descritivo. Para o filósofo, a impossibilidade de proposições religiosas é devido a natureza transcendental da religião. Nesse sentido, uma proposição só é possível quando está no âmbito do mundo. Este não é o caso da religião. Aquilo que revela a impossibilidade de “se falar” é porque necessariamente “se mostra”. É de ordem da graça, deste modo, é essencialmente contemplativo. Levando em consideração o desenvolvimento de tais diretivas, percebemos que a tentativa de colocar a religião em proposições significa fazer uso inadequado da linguagem. Tema este que abordaremos em nossa apresentação. Palavras-chave: Religião. Ética. Wittgenstein. 3. Regresso ao Homem como Encontro com a Essência Humana Nome: Anderson Geraldo Pinheiro Malta Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A hipostasiação traduz a mobilidade do sujeito que se nega como referência primeira de si “transportando-se” para o mundo das 66 GT 2 ilusões a partir das experiências religiosas. Esta comunicação quer realçar a contribuição de Feuerbach para a análise crítica do ser religioso e de seu universo. Tomaremos como método a análise teórica alicerçada no pensamento feuerbachiano que apresenta o medo, o fascínio, a crença no sobrenatural, no transcendente como indicativos da necessidade de um estudo sobre a abertura do ser humano ao presumível divino. Tal atitude coloca como objeto de análise do fenômeno religioso a natureza humana visando uma melhor compreensão de sua essência. Ludwig Feuerbach vai nos mostrar que a religião se encontra estritamente ligada à infinitude da consciência humana que uma vez não se reconhecendo infinita não reconhece que o que atribui ao transcendente, divino é a mais pura tradução daquilo que faz parte de sua essência. Voltar a si mesmo tornase a necessidade mais urgente do ser humano que uma vez se entregando ao suposto além deixa de cumprir com seu papel aqui no aquém. Numa época como a nossa, tão marcada pela busca de respostas para perguntas que brotam de desejos dos mais absurdos, as experiências religiosas acabam por traduzir esse desnorteamento. A abertura ao presumível divino será analisada, portanto, como busca do reencontro do humano consigo mesmo, a partir da dificuldade de enxergar-se como ser insatisfeito e incompleto. Palavras-chave: Regresso ao Homem. Feuerbach. Essência Humana. 4. O divino entre o trágico e o ascético Nome: Carla Bianca Costa de Oliveira Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Essa comunição se objetiva a apresentar o resultado de minha pesquisa de mestrado em Ciências da Religião em que trabalhei a temática do ascetismo e do trágico enquanto concepções ou tipos para se pensar o divino segundo a interpretação do filósofo Friedrich Nietzsche. A perspectiva trágica é o ponto de partida com o qual o filósofo interpreta Filosofia da Religião 67 o mundo na contramão da tradição ascética que tem na crença no Deus do ideal um princípio e um fim último para assegurar a existência Para Nietzsche a existência é desprovida de causalidade, finalidade e sentido sendo, desta forma marcada por seu caráter trágico. É através do elemento dionisíaco descortinado pelo jovem filósofo em sua interpretação da tragédia grega que o filósofo alemão dá inicio a sua filosofia trágica que é simultaneamente uma dura crítica filosófica ao idealismo tradicional e ao supremo valor atribuído à racionalidade. Nossa comunicação se estruturará, portanto, da seguinte forma: apresentar o divino engendrado pelo ideal ascético e a concepção do divino na perspectiva trágica para ao final contrastar tais perspectivas pelo viés da afirmação e da negação da vida. Palavras chaves: Nietzsche. Trágico. Ascético. Divino. 5. A Teoria do Imaginário no estudo das Religiões: uma nova Convergência Religiosa buscando os elos profundos Nome: Carlos André Macêdo Cavalcanti Titulação: Doutor Instituição: UFPB Resumo: A aplicação dos Direitos Humanos para as religiões está nas atribuições do conceito de Diversidade Religiosa. Vislumbramos daí uma nova noção, que denominamos de Convergência Religiosa. Não uma convergência baseada apenas na exteriorização diplomática da aceitação e da tolerância entre as religiões, mas uma Convergência profunda que relança, agora para as religiões, o projeto do Mestre Gilbert Durand de localização dos elos profundos do Imaginário através do banco de dados que ele denominou inicialmente de Cristal. A Teoria Geral do Imaginário – TGI, que será revisitada sob este aspecto elencado, é o melhor instrumento para discernir e tipificar tal Convergência. Durand indicou a necessidade de elencarmos os mitos e os símbolos em suas constelações profundas no imaginário, que é visto como o “capital pensado da humanidade”. Um dos 68 GT 2 objetivos dos que trabalhamos com a TGI é criar as condições necessárias para localizar esta universalidade “real” que congrega os seres humanos das diversas culturas. São elos dinâmicos também presentes nas convergências simbólicas e míticas das religiões e religiosidades. Apresentamos uma reapropriação da TGI para os que estudam religiões. Fizemos uma espécie de arqueologia teórica, que discerne cada passo que dá sentido ao Imaginário, ressaltando na própria Teoria o caminho do fenômeno religioso. As convergências simbólicas e míticas localizadas através da mitanálise, da mitocrítica e do AT-9, métodos do Imaginário, ajudam a combater a Intolerância e permitem cruzar os dados do imaginário, elencando narrativas pretensamente “universais”, aproximativas das diversas religiões. Palavras-chave: Imaginário. Diversidade Religiosa. Mitanálise. 6. O problema do niilismo em Nietzsche e Dostoiévski Nome: Cássia Cristina Costa de Oliveira Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Essa comunicação pretende apresentar o resultado de minha pesquisa de mestrado em Ciências da Religião cujo tema foi a seguinte interrogação: Se Deus não existe tudo é permitido? Um estudo a partir de Nietzsche e Dostoiévski. Essa pergunta trata fundamentalmente em querer saber se existe a necessidade de uma estruturação moral para existência humana e se sem ela tudo é permitido. Tanto o filósofo alemão quanto o romancista russo foram pensadores do século XIX que refletiram de forma especifica a temática do niilismo e da religião. Para Nietzsche a origem do problema do niilismo está na interpretação moral da existência para Dostoiévski o problema do niilismo aparece justamente na negação dos valores morais. Junger (1994) afirma que enquanto o alemão fixou seus olhos na dimensão espiritual-construtiva juntamente com um sentimento de aventura e audácia superior que acompanhava sua mirada, o russo Filosofia da Religião 69 preocupou-se com os conteúdos morais e teológicos, apesar das diferenças ideológicas entre os autores, ambos se tornaram críticos da cultura ao colocarem a razão moderna sob suspeita vendo nela a responsável pelo niilismo. Nossa comunicação terá a seguinte configuração: apresentar a interpretação nietzschiana sobre o niilismo, em seguida o niilismo em Dostoiévski chegando numa síntese entre as interpretações dos dois autores. Para isso buscamos referências em estudiosos tanto da filosofia nietzschiana quanto da literatura de Dostoiévski. Palavras-chave: Dostoiévski. Nietzsche. Niilismo. Religião. Razão. 7. Da Agonia da Religião Nome: Crismário Rocha Silva Titulação: Especialista Instituição: PUC Minas Resumo: A comunicação apresenta o resultado da pesquisa desenvolvida no Curso de Especialização em Ciências da Religião da PUC Minas que investigou o fenômeno religioso cristão no contexto atual diante dos desafios da razão moderna na ótica de Rubem Alves. Diante da ratio moderna, as afirmações teológicas fideístas da religião perderam seu status de verdade absoluta e foram assumidas como verdade narrativa e sapiencial. A conhecida expressão nietzschena sobre a “morte de Deus” é analisada e entendida não como fim da experiência religiosa, mas sim, como interdição da linguagem, ou ainda, como impossibilidade do humano na modernidade de afirmar Deus para além da sua subjetividade. Dessa forma, a religião em sua forma institucionalizada é percebida em agonia, mas não em seu aspecto vital, como religiosidade, pois, a esperança e a utopia promovidas também pela dimensão religiosa, são entendidas como partes estruturantes do humano. O problema é analisado segundo a percepção teológica humanista de Rubem Alves,com destaque para sua perspectiva de um ateísmo necessário como forma possível de religiosidade no contexto hodierno. 70 GT 2 Palavras-chave: Religião. Contemporaneidade. Ateísmo necessário. Rubem Alves. 8. O Übermensch nietzschiano como proposta de um tipo superior ao homem Nome: Eduardo Marcos Silva de Oliveira Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Quando Nietzsche descreve o além-do-homem como proposta de ultrapassamento do homem, ele o faz também como forma de romper com a cultura cristã, com isso, buscando o que ele chamava de transvaloração de todos os valores, expressão que sintetizara os pilares de sua filosofia. A proposta desta comunicação é apresentar o almejo de Nietzsche de atingir com sua proposta o centro gravitacional do ser humano. Dessa forma pretendemos nessa comunicação apresentar o além-do-homem como forma de criação e afirmação da vida, devido seu conhecimento de si mesmo e sua proposta de aniquilação dos conceitos morais da tradição socrático-cristã, promovendo, com isso, um amor à Terra através da transvaloração de todos os valores. Palavras chaves: Alémdo-homem, morte de Deus, cristianismo. Palavras-chave: Além-do-homem, morte de Deus, cristianismo. 9. A angústia diante do bem: a noção do demoníaco em Kierkegaard Nome: Elias Gomes da Silva Titulação: Mestrando Instituição: UMESP Instituição financiadora: Capes Resumo: A pesquisa pretende analisar a noção do demoníaco na filosofia Kierkegaard. Grosso modo, tal noção é compreendida sobre Filosofia da Religião 71 a emblematicidade daquilo que o autor denomina como sendo a Angústia diante do bem. Nesse sentido, o estudo está preferencialmente embasado na obra O conceito de Angústia de 1844 de Vigilius Haufniensis (pseudônimo de Kierkegaard). Do ponto de vista justificativo, a pesquisa é válida, sobretudo, na medida em que nos permite melhor compreender a noção antropológica de Kierkegaard, como sendo uma antropologia da interioridade, cuja instância maior é pautada sobre a consciência de liberdade. Nesse sentido, não é possível descrever a doutrina da angústia em Kierkegaard sem que antes, se reconheça que a mesma encontra-se inserida como reflexo direto da dialética entre o finito e o infinito, ou seja, entre estar diante de si mesmo e de Deus. Quando a existência é forjada na liberdade, a presença da angústia é inevitável, tal fenômeno é ambíguo, pois, ao mesmo tempo, que abre as possibilidades para o indivíduo, mostra também que não há nenhuma garantia de realização de alguma dessas possibilidades. O indivíduo é convidado ao risco e, naturalmente sente o medo de abandonar o já conhecido, o familiar. Procurando escapar da pura possibilidade, pode o indivíduo mergulhar na imediaticidade, procurando assim mascarar a sua angústia. Esse tipo de angústia (subjetiva) pode ser encontrado sob a forma da angústia do Mal ou da angústia do Bem, está última designada também como o demoníaco. Palavras-chave: Kierkegaard. Angústia. Demoníaco. Liberdade. Subjetividade. 10. A Religião na Nova Filosofia de Ludwig Feuerbach Nome: Eliezer Guedes de Magalhães Titulação: Mestrando Instituição: UFOP Resumo: Ludwig Feuerbach é comumente considerado como um dos precursores do ateísmo contemporâneo. Não obstante, o pensador teutônico ambicionava esclarecer que aspirações, desejos e receios estariam na origem do processo religioso. Cuida-se de compreender que elementos 72 GT 2 são responsáveis pela constituição das crenças; trata-se de uma descida às raízes, com o intuito de identificar que mecanismos e segredos subjazem à formação do ponto de vista da religião, analisando-os de uma perspectiva filosófica. Para além das contingências, o objetivo é encontrar o que há de comum entre as diversas construções religiosas. Outrossim, o filósofo alemão pretendia resgatar o lugar central do humano na construção da realidade e do universo de significações que compõem a contextura do mundo. A presente reflexão tem por meta, portanto e em linhas gerais, averiguar a crítica feuerbachiana dirigida à religião, buscando entender como o filósofo alemão interpreta e aborda o fenômeno religioso enquanto criação humana. Posteriormente, visa compreender como evolui o pensamento do autor até desaguar na proposição do homem integral e da nova filosofia para, finalmente, examinar como a religião sobrevive na filosofia do futuro, de cariz eminentemente antropológico e integralista. Palavras-chave: 11. A relação entre Deus e o Belo em Anselmo da Cantuária Nome: Emmanuel Roberto Leal de Athayde Titulação: Mestre Instituição: PUC São Paulo Resumo: A proposta dessa comunicação está diretamente relacionada com a tese que está sendo desenvolvida, que consiste num trabalho que busca olhar o assunto sob a perspectiva da Estética da Religião, um campo de estudos ainda não bem definido e ainda por ser raras pesquisas nesse campo aqui no Brasil, isso reflete então a pouca contribuição acadêmica sobre o assunto, algo que pode ser considerado uma grande e imperdoável lacuna no país, já que as religiões são constituídas num vasto ambiente simbólico, rico em signos que remetem ao transcendente, por isso, a Estética da Religião pode contribuir à pesquisa religiosa. Por fim, uma outra inquietação que se apresenta sobre esse assunto está na limitação como esse assunto é tratado, pois quando se fala de Belo na Idade Média, é Filosofia da Religião 73 comum classificar Tomás de Aquino como um dos principais expoentes. A questão aqui não é contradizer tal crença, mas apresentar Anselmo como um personagem também significativo nessa discussão, pois observa-se que ele trata do Belo sob uma abordagem diferente, diga-se de passagem de Aquino, que tem uma perspectiva aristotélica, já o pré-escolástico, platônica, questão essa que ao longo do trabalho será melhor elucidada. Para Anselmo percebe-se a presença do Belo, com o nome, “Deus”, o ser que Anselmo busca elucidar acerca de sua existência em seu Proslogion, na expressão “o ser do qual não é possível pensar nada maior”, sob esse ser, para Anselmo, inicia-se e encerra-se a existência de todas as coisas, pois Ele é a causa da existência de tudo aquilo que os seres humanos conhecem. Anselmo, chamará esse ser ainda de “Bem Supremo” e um ser que é algo “sumamente bom, grande e superior a tudo o que existe” como aquele que não é apenas o único ser preexistente, mais também, o padrão de qualidade perfeita, onde se encontram a harmonia, o perfume, o sabor, a beleza, de maneira inefável e completamente própria, atributos esses que doou às suas criaturas. A partir dessa concepção prévia da existência, ou melhor, do tratamento de um belo nas obras de Anselmo, é possível identificar traços platônicos em suas concepções, pois para Platão, o belo é o bem, a verdade, a perfeição. Assim, ao ler Anselmo, observa-se que ele nomeia, ou melhor, classifica Deus como o Belo absoluto, aquele que detém todas as qualidades em sua essência. Palavras-chave: 12. Linguagem e Religião no pensamento de Rubem Alves Nome: Fabiano Veliq Titulação: Mestre Instituição: FAJE Resumo: O tema central deste trabalho é a relação entre linguagem e religião no pensamento de Rubem Alves. Procurou-se evidenciar como se dá a relação entre estes dois conceitos no pensamento do referido autor. 74 GT 2 Para isso, partimos da análise e comparação das principais obras de Alves sobre a questão da religião e evidenciamos que, para ele, a religião visa garantir um sentido para a existência do homem. Utilizou-se também a análise do debate atual sobre Deus para compreender como essa questão é abordade por Rubem Alves. Percebeu-se que a imagem de Deus enquanto “entidade metafísica” é abandonada no discurso moderno para se tornar uma exigência da interioridade humana. A linguagem sobre Deus não apontaria mais para um “objeto” que estaria lá fora, mas sim para o próprio homem. Dessa forma, a religião só pode ser vista como uma linguagem que falará dos anseios deste homem, da esperança desse homem de construir um mundo com sentido. A metodologia utilizada no trabalho é de caráter hermeneutico e tem como eixo a comparação entre as obras de Rubem Alves e o estudo do atual debate sobre a religião na tentativa de elucidar os conceitos de linguagem e religião. Palavras-chave: Religiao. Linguagem. Deus. 13. O Bem para além da essência: a releitura levinasiana de Platão Nome: Fabiano Victor de Oliveira Campos Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: O presente trabalho visa apresentar a releitura que Levinas empreende acerca da ideia platônica do Bem como caminho para pensar o sentido de Deus para além da ontologia. Pretende-se mostrar que, ao retomar a fórmula platônica que coloca o Bem além da essência, Levinas estabelece uma oposição entre a ordem do ser e a “intriga” do Bem, de modo que Deus é pensado a partir desta última, angariando uma significação meta-ontológica ou “ética”. A relação com o outro humano é entrevista como a concretude fenomenológica na qual se delineia esse sentido ético de Deus para além da ontologia. Palavras-chave: Deus. Ser. Ontologia. Ética. Outro. Filosofia da Religião 75 14. “Quatro grandes erros”. Filosofia e religião a propósito do Crepúsculo dos ídolos em Nietzsche Nome: Flávio Senra Titulação: Doutor Instituição: PUC Minas Resumo: Entre autores cristãos, o pensamento de Friedrich Nietzsche tem sido lido ainda como o responsável por certo declínio de práticas religiosas, como diagnóstico equivocado sobre o declínio da cultura cristã ou ainda como um tipo de profecia antirreligiosa sobre os séculos vindouros. A comunicação procura evidenciar que essa recepção do pensamento de Nietzsche encontra-se defasada. Apesar do estilo observado na escrita nietzschiana, o leitor interessado na posição do filósofo acerca da religião precisará se debruçar sobre uma temática mais ampla, ou seja, aquela que versa sobre o declínio de uma cultura baseada na crença das categorias da razão, o que ultrapassa em muito o fenômeno estritamente religioso. O problema evoca o pensamento sobre o sentido da explicação moral e metafísica do mundo. Essa posição implica uma atenção à genealogia da cultura ocidental operada pelo pensamento desse autor, tornando necessária a investigação sobre o valor atribuído a certa interpretação da existência que considera o homem como valor absoluto, que assumiu o otimismo da razão frente ao sofrimento e ao mal, e difundiu o saber a respeito dos valores absolutos como um meio de conservação. Fundado na contestação da crença das categorias da razão, o diagnóstico nietzschiano propõe uma monumental transvaloração de valores. No horizonte das questões concernentes à filosofia da religião, a comunicação pretende abordar essa questão centrando-se na leitura e comentário do capítulo de Crepúsculo dos Ídolos, dedicado por Nietzsche à abordagem de “quatro grandes erros” no pensamento ocidental. Palavras-chave: Filosofia da religião. Categorias da razão. Nietzsche. 76 GT 2 15. As condições do conhecimento teológico - Provocações de Michel Foucault para a teologia na pós-modernidade Nome: Irenio Silveira Chaves Titulação: Mestre Instituição: PUC Rio Resumo: Quais as condições do conhecimento teológico e o que torna o discurso teológico possível em qualquer momento da história? Essa questão pode ganhar um novo sentido a partir do projeto arqueológico e genealógico de Michel Foucault levando-se em consideração a possibilidade da Teologia como uma forma de saber que se constrói historicamente. O discurso teológico emerge em cada período da história conforme as estruturas epistemológicas que se encontram estabelecidas, o que pode ser visto pelo princípio arqueológico. Ele também emerge da relação entre as pessoas e as instituições, das formas com que as relações de poder são estabelecidas dentro das circunstâncias vividas, o que pode ser visto pelo princípio da genealogia. Isso interfere, por exemplo, no modo como se compreende a revelação e no modo como se dá o trabalho exegético, de acordo com os regimes de conhecimento em voga em determinado momento. Este aspecto da historicização da compreensão teológica pode ser percebido nos modos de contestação que envolvem a relação entre cultura e teologia, de tal modo que a correlação da teologia com a cultura contemporânea é o fator chave para a reflexão entre a tradição cristã e o debate teológico na pós-modernidade. Cada tipo de teologia se diferencia pelos modos de recepção no contexto da cultura. O problema essencial da produção teológica, atualmente, tem a ver com a crítica da Modernidade e a fronteira tênue entre teologia e cultura. O pensamento de Michel Foucault contribui para a compreensão a respeito das relações que há entre tradição, espaço, autoridade e poder na teologia, principalmente no pensamento ocidental, trazendo-a de volta para dentro da própria história através de uma crítica aos fundamentos do conhecimento teológico. Filosofia da Religião 77 16. O Problema do Relativismo Contemporâneo segundo Paul Valadier Nome: Júlio Cesar Rodrigues Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A religião é, sem dúvida, um dos temas mais enfatizados nos últimos tempos, principalmente quando é pensada a partir da perspectiva da juventude atual. Isso porque, a marca social, filosófica, ideológica do cotidiano é baseada, principalmente, na multiplicidade de opções apresentadas pela realidade. Essa multiplicidade por sua vez, ampara-se na prática relativista, isto é, na compreensão de que todas as situações têm o mesmo valor e por esse motivo, não podem ser diferenciadas em sua essência. O relativismo em si mesmo possibilita alcançar uma vertente negativa e destrutiva características do niilismo, enquanto processo de nadificação de todos os significados. O professor Paul Valadier, jesuíta francês e especialista em Nietzsche, faz uma reflexão diferenciada sobre o tema supracitado. Segundo ele, o relativismo não deve ser compreendido apenas como um “ponto final” sobre qualquer atitude contemporânea, mas como um questionamento profundo sobre os rumos do ser humano em sua existência. Dessa forma, essa comunicação tem como objetivo, ressignificar a compreensão de uma relatividade enquanto espaço de abertura para uma nova perspectiva religiosa, política e humana que escapa de uma absolutização das reflexões. Para construir esse caminho, utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica das obras de Paul Valadier, amplamente discutidas em minha dissertação de mestrado – “A inevitabilidade do relativismo e a secularização: A situação da Igreja Católica, segundo Paul Valadier” (2010). Portanto, o que se busca não é finalizar o problema do relativismo, mas compreendê-lo sob a perspectiva da relatividade. Palavras-chave: Relativismo. Niilismo. Absolutização. Multiplicidade. Religião. 78 GT 2 17. A filosofia da religião em Carl Gustav Jung Nome: Lilian Wurzba Titulação: Doutora Instituição: PUC/SP Resumo: Nas discussões acadêmicas no campo da filosofia da religião, sejam obras, sejam Congressos, quase nada, ou melhor, nada encontramos sobre Carl Gustav Jung. Por quê? Talvez porque suas ideias e teorias ainda encontrem-se envoltas pelas névoas da incompreensão. Alvo de inúmeros e divergentes adjetivos – ocultista, materialista, religioso, ateu, herético, místico, charlatão, filósofo, cientista, anticientista, entre outros –, Jung foi um crítico feroz da ciência materialista e da maneira racional, de alguns teólogos, de se abordar a religião, pois negam o que para ele é a essência da religião: a realidade do mistério. Podemos observar que desde muito cedo, em suas Conferências para o Clube Zofíngia, quando ainda era um jovem estudante de medicina, Jung já apresentava as questões que o perturbavam, aquelas que iriam nortear todo o desenvolvimento de sua obra posterior: o propósito da vida, o significado espiritual da vida, a realidade da alma, o sentido do sofrimento humano, o problema do mal, a relação do homem com o numinoso. Não são as mesmas questões com as quais se ocupa a filosofia da religião? O modo como Jung tentou responder estas questões é o objetivo desta comunicação, ressaltando seu método, comparativo histórico, a partir de, principalmente, dois momentos: o da juventude, com as Conferências de Zofíngia, e o da maturidade, com Resposta a Jó, para, desta forma, aproximarmo-nos de sua preocupação central: a única coisa que pode “aliviar as ruínas de nossa época são os fatos que diretamente estabeleçam a validade de algo além dos sentidos”. Palavras-chave: Jung. Religião. Mistério. Numinoso. Mal. Filosofia da Religião 79 18. A narrativa de Deus em Emmanuel Lévinas Nome: Luiz Fernando Pires Dias Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: O atual cenário religioso sugere um desafio a nossa reflexão: como engendrar um discurso sobre Deus sem resvalar nos fundamentalismos, que se fecham ao diálogo e rejeitam quaisquer outras perspectivas hermenêuticas. Tais radicalismos utilizam-se, frequentemente, de caracterizações definitivas na narrativa de Deus, com pretensões à universalização. Tal fato constitui uma violência conceitual, na medida em que a experiência com o Sagrado se dá de diferentes maneiras, sendo muitas as formas de se expressá-la. A presente comunicação trata da abordagem de Deus no pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas, que antes de se apressar em nomear o Infinito de maneira soberana, buscou a sua significação a partir da trama ética. Para o filósofo lituano a questão de Deus é mais que um conceito ou uma ideia definitiva, envolvendo uma atitude perene de escuta e de abertura em relação ao Outro. Palavras-chave: 19. Creio, logo Existo Nome: Márcio Eurípedes Gomide Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Seja na cultura ou em sua constituição individual o homem é muito mais do que um corpo biológico, ele é substancialmente simbólico. Cada ente somente se constitui como humano à medida que cria vínculos. Pelos símbolos é que seu universo linguístico, afetivo e intelectual se estabelecem. Aspectos como pensamento e comportamento simbólico são os traços mais característicos da condição humana. As formas elementares 80 GT 2 de manifestação cultural como os mitos e as religiões são simbólicas e defini-las essencialmente, a partir de análises racionalistas em sentido cartesiano do termo é um equivoco. Ao delinearmos o universo cultural, psicológico e ontológico poderemos nos aproximar de uma base mais precisa da relação homem-cultura-religião. Pois a religião antes de tudo é uma ação poli(s)tica, pois integra o homem ao mundo. A partir da matriz teórica do filosofo alemão Ernst Cassirer e sua obra “a filosofia das formas simbólicas” nos propomos nessa comunicação apresentar um fragmento da dissertação de mestrado defendida no programa de pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Minas. Palavras-chave: 20. Que cristianismo para a contemporaneidade? Vattimo e suas críticas à religião Nome: Marcos Paulo de Oliveira Bueno Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A presente comunicação trata das críticas elaboradas por Gianni Vattimo acerca da religião no cenário atual. Mostra a constituição e a contribuição de sua teoria do pensamento enfraquecido para o cenário contemporâneo e as nuances de resgate da idade da interpretação. A partir do pensamento de Gianni Vattimo, busca-se compreender o retorno do religioso no mundo da técnica. É nesse cenário que a comunicação discute temas como cristianismo, pós-modernidade, estética e a relação existente entre ética e caridade a fim de procurar responder a questões de sobrevivência da religião no cenário cultural contemporâneo. Palavras-chave: Filosofia da Religião 81 21. Messianismo e estado de exceção em Giorgio Agamben Nome: Mauro Rocha Baptista Titulação: Doutor Instituição: UEMG Instituição financiadora: FAPEMIG Resumo: Em 1992, três anos antes de publicar O poder soberano e a vida nua, primeiro livro da série Homo Sacer, Giorgio Agamben profere na Universidade Hebraica de Jerusalém a conferência O messias e o soberano: O problema da lei em Walter Benjamin, nela apresenta alguns aspectos importantes na relação entre a conceituação política da soberania e seu viés religioso. Com o resgate deste texto, é possível compreender alguns desdobramentos posteriores da filosofia agambeniana em direção à análise do messianismo como paradigma do estado de exceção que é capaz de fazer com que o tempo e o espaço sejam reavaliados e a lei seja suspensa. O objetivo desta apresentação é fomentar o debate acerca do estado de exceção a partir da filosofia da religião, possibilitando uma releitura do papel paradoxal assumido pela lei, que, neste contexto, ao mesmo tempo representa a estrutura ordenadora e aquilo que precisa ser suspendido e reparado. A abordagem da filosofia política, ou da jurídica, permite compreender parte do problema apresentado por Agamben, sobretudo no seu aspecto mais social, com a compreensão religiosa da relação entre exceção e messianismo a lei deixa de ser apenas uma estrutura fundamental para a manutenção da ordem social para se revalidar como ordenadora do mundo em si, logo, também compreendida como responsável por todos os dramas da atualidade. O estado de exceção é mais bem compreendido através da figura do messias que ao mesmo tempo precisa representar esta lei que ordena, e reparar a desordem que se encontra em seu seio. Palavras-chave: 82 GT 2 22. Religião em sociedades pós-seculares: numa perspectiva filosófica e política em Habermas Nome: Paulo Sérgio Araújo Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: O percurso que trilharemos tem a finalidade de explicitar, segundo Habermas, as possibilidades de um convívio pacífico entre cidadãos religiosos e seculares, no âmbito da esfera pública política, em sociedades pluralistas e amplamente secularizadas. A teoria da ação comunicativa, que interpreta as ações sociais na dimensão de uma prática discursiva, formulada através do entendimento racionalmente estabelecido numa relação intersubjetiva; será capaz de estabelecer as condições necessárias para tal intento? Tendo como pressuposto seu marco teórico, buscaremos demonstrar a validade dos pressupostos cognitivos oriundos da religião, que constituem o vínculo necessário para a integração social e compõem as fontes pré-políticas do Estado constitucional. A importância dada por Habermas à cognitividade da religião no contexto atual possui uma perspectiva filosófica e política ao reconhecer sua presença no plano axiológico da cultura, contrariando os postulados do desencantamento do mundo. Com isso, ele dá continuidade à crítica à razão moderna nomológica, na expressão da secularização que é superada pela constituição de um pensamento pós-secular, presente nas sociedades europeias. Esse conteúdo revela algumas matizes do pensamento habermasiano, presente nas últimas obras, assim como, perfaz o curso dessa comunicação. Palavras-chave: pós-secular, intersubjetivo, axiológico, desencantamento, secularização. Filosofia da Religião 83 23. Que conceito de Deus nos resta após o Holocausto? Uma reflexão a partir dos escritos de Hans Jonas e Etty Hillesum Nome: Renato Kirchner Titulação: Doutor Instituição: PUC Campinas Resumo: No texto “O conceito de Deus depois de Auschwitz” o filósofo Hans Jonas nos permite repensar a experiência do divino em nossos dias. Assim, conforme o próprio título enuncia, a reflexão que aqui se propõe parte da seguinte inquietação: que conceito de Deus nos é possível pensar após as atrocidades humanas cometidas durante o Holocausto? No intuito de esboçar ou delinear uma possível resposta a esta intrigante questão filosófico-teológica, objetiva-se, de um lado, fazer um estudo das contribuições de Hans Jonas em vista de uma teologia depois do Holocausto e, de outro lado, compreender o testemunho de Etty Hillesum, uma jovem judia holandesa que, em 1942, dispôs-se de forma voluntária a ir para o campo de concentração de Westerbok, a fim de ajudar e compartilhar o destino de seu povo, antes de ser levada para a câmara de gás em Auschwitz. Palavras-chave: 24. A religião cristã sob o viés do trágico: a Sentença de Sileno e o inexorável destino dos homens Nome: Roberto Lúcio Diniz Júnior Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Em sua obra O Nascimento da tragédia, Nietzsche delineia sua polêmica teoria da “serenojovialidade” grega (griechische Heiterkeit). Nietzsche vê a moral cristã e os valores de seu tempo em completa dissonância com o modo grego de se valorar a vida. Para o filósofo alemão, 84 GT 2 os gregos possuíam um modo singular de valorar a existência e lidar com o sofrimento. O sofrimento na religiosidade grega era tido, na percepção nietzschiana, como um componente inerente ao próprio existir. Com efeito, o objetivo da presente comunicação é o de investigar a partir do mito de Sileno, narrado na supracitada obra, como Nietzsche procura resgatar na cultura clássica grega o conceito da tragédia. Conceito este que, em sua opinião, seria o único capaz de oferecer aos homens uma experiência ético-religiosa da vida em toda a sua complexidade. Palavras-chave: 25. O sentido moral e Deus na filosofia de Francis Hutcheson Nome: Rodrigo de Abreu Oliveira Titulação: Especialista Instituição: PUC Minas Resumo: O ser humano tem uma natureza boa ou má? A virtude é identificada pela razão ou somente pela sensibilidade se pode distinguir o certo do errado? Grande parte das respostas a essas questões, à época de Francis Hutcheson, envolvia o âmbito religioso. Ações virtuosas e viciosas entrelaçavam-se com o sagrado e o profano. Dificilmente, por conseguinte, a virtude seria glorificada (simplesmente) por ser virtuosa, visto que o medo do castigo e a esperança de se obter uma recompensa divina caracterizavam a moral desde os primórdios da humanidade. Hutcheson, entretanto, resolveu seguir uma via secular (ao menos no que diz respeito ao método de pesquisa). Seguindo o caminho percorrido por Shaftesbury, eximiu-se de qualquer prerrogativa religiosa. Isso, todavia, não significa a exclusão de “Deus” no que se refere a sua filosofia moral. Diferentemente da rígida concepção estabelecida pelas instituições religiosas de sua época/nação – influenciadas pela tradição calvinista –, o filósofo irlandês contempla Deus pela sua criatura, isto é, pelo humano enquanto ser que constitui, em sua natureza, um senso de benevolência. Ora, em vez de estabelecer o princípio moral pela existência de Deus, Hutcheson inverte essa lógica, Filosofia da Religião 85 inferindo do fenômeno moral, o qual provoca no sujeito um sentimento prazeroso perante ações virtuosas e dor ao se deparar com alguma espécie de vício, a existência de um Autor benevolente. Destarte, propõe-se examinar, de modo sucinto, como o filósofo concebe a existência de Deus mediante o princípio do sentido moral (moral sense). Palavras-chave: 26. Religião Racional: a verdadeira religião segundo Kant Nome: Rose Silvania Figueiredo do Vale Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A presente comunicação pretende estudar, a partir da obra “A religião nos limites da simples razão” de Kant, motivos que impulsionam o ser humano à mobilidade religiosa. Nesta obra, o autor afirma que pode haver vários tipos de fé (judaica, Cristã, Luterana, etc.), mas, verdadeiramente, existe somente uma religião. Isso porque para Kant a religião não deve ser expressa como fé de uma Igreja, a verdadeira religião vem do interior do homem e depende de suas disposições morais. Segundo Kant, somente uma religião moral, baseada na pura razão, buscará cumprir, com sincera intenção, todos os deveres do homem como mandamentos divinos, sem a observância de dogmas, servidores ou funcionários (KANT, 2006, p. 74). Desse modo almejo analisar quais são os fatores que impedem o homem de seguir a pura fé religiosa, seguindo a metodologia de perpassar pela questão levantada por Kant sobre o mal radical na natureza humana, ponderar as considerações sobre os servidores de fé religiosas institucionais, que segundo ele, esquecem do fim último se atendo aos elementos históricos da fé da Igreja, e fazer distinção entre religião natural e revelada. Seguindo esse caminho pretendo concluir demonstrando, segundo o pensamento de Kant, que cabe ao homem por si mesmo e pela sua razão encontrar a verdadeira religião. Palavras-chave: Religião. Razão. Moral. Fé. Igreja. 86 GT 2 27. Religião de adultos: judaísmo e ética em Emmanuel Lévinas Nome: Ubiratan Nunes Moreira Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Numa religião de adultos, ou numa religião adulta, para Lévinas, as questões doutrinárias e dogmáticas não significam mais do que a relação ética. A questão a ser pensada é: em que sentido o judaísmo pode reclamar para si a situação de religião de adultos, ou, em que momento propriamente dito o judaísmo é religião e ética. Para tanto, Levinas aproxima a tradição do monoteísmo ao pensamento rabínico e talmúdico. Transita da noção de Deus único à relação ética em seu sentido vivencial, anterior às formulações logocêntricas. Frente às religiões do culto, o valor ético no judaísmo não se adquire num sacramento, está na realização da justiça, que se ancora na noção de eleição, onde a responsabilidade é anterior à liberdade. Trata-se de uma dessacralização do judaísmo frente às religiões do numinoso. A abertura à transcendência, portanto, se dá na ética, tal como defenderam o movimento profético de Israel. O que Lévinas faz é associar o modelo predominantemente logocêntrico do pensamento ocidental à filosofia do eu ou da consciência, ao mesmo tempo em que propõe o pensamento judaico como religião do Outro, isto é, ética em seu sentido originário. Palavras-chave: Eleição. Judaísmo. Religião. Outro. Ética. 28. A Questão da Moral a partir de Humano, Demasiado Humano – Um Livro para Espíritos Livres Nome: Vinícius Andrade de Almeida Titulação: Mestre Instituição: FAJE Resumo: Este trabalho analisa a crítica histórico-genealógica da moral, a partir de Humano, demasiado humano: Um livro para espíritos livres de Filosofia da Religião 87 Nietzsche. O ponto central do projeto de Nietzsche consiste em fazer a crítica genealógica, reescrevendo a história dos valores morais ocidentais. O filósofo critica, ao fazer sua genealogia, o caráter absoluto dos valores morais e do seu caráter utilitário para a vida, entendendo que o processo histórico é uma sucessão de erros interpretados pela razão de que existe um em si dos valores e sentimentos morais apoiados em um mundo ideal do qual advém os valores. O filósofo critica os valores morais como benevolência, compaixão, virtude, justiça e bem, que remetem a uma vontade de verdade que se pretende absoluta. Dessa forma, a vontade de verdade que se apoia num primado finalístico, visa à própria conservação do homem, dominando-o e domesticando-o. A pesquisa constata que a reflexão da gênese dos valores e sua exigência pela verdade instigam o pensamento não na pura destruição dos valores, mas sim numa investigação que possa levar à origem dos mesmos, na incessante busca pela formulação de novos valores, mostrando assim que os valores, justamente porque foram criados pelo homem, podem ser novamente pensados e reformulados constantemente. Essa dissertação aponta, portanto, que não se pode fazer afirmações morais em que o caráter absoluto da verdade prevaleça. Não existe uma única verdade moral que não esteja ligada a um tempo histórico ou a uma situação que não seja sintoma cultural e, portanto, humano, demasiado humano. Palavras-chave: Moral. Humano, demasiado humano. Friedrich Nietzsche. 29. A desrazão do mal. Escândalo para o pensamento e desafio para a fé Nome: Walter Ferreira Salles Titulação: Doutor Instituição: PUC Campinas Resumo: O presente trabalho terá por tema a desrazão do mal, compreendida como ausência de sentido e como injustiça. Com este trabalho, desejo mostrar de que maneira a reflexão do filósofo francês Paul Ricoeur ajuda a fundamentar o engajamento contra o mal e a pensar o sentido da 88 GT 2 fé em Deus apesar da existência do mal. Trata-se de uma investigação descritiva e interpretativa a partir de um estudo de cunho bibliográfico que buscará evidenciar a pertinência do entrelaçamento entre a ideia de “homem capaz” desenvolvida por Ricoeur e o humanismo de inspiração evangélica. Acredito que esse entrecruzamento permite clarificar o ideal da busca pela “vida verdadeira com e para o outro em instituições justas”. Desejo igualmente mostrar que essa busca está em consonância com a noção religiosa de salvação que supõe a maximização das capacidades humanas de ser bom e justo. Isto porque a estupefação face ao mal cometido ou padecido pressupõe a ideia de um ser humano constitutivamente bom, mas que apesar dessa constituição antropológica é capaz de fazer o mal. Por isso, a religião deve levar aquele que crê a se engajar na luta contra o mal, o que talvez exija o abandono de certas imagens de Deus construídas ao longo da história, para que a fé nele seja ainda hoje algo humano e razoável, continue a dar sentido à vida. Palavras-chave: Fé. Justiça. Mal. Religião. Filosofia da Religião 89 GT 3: Religião e Educação ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Afonso Maria Ligorio Soares – PUC/SP, SP Prof. Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira - PUC/PR, PR Ementa Um campo que se abre sistematicamente aos pesquisadores na Teologia e nas Ciências da religião refere-se aos estudos e pesquisas cujo objeto é a educação, seja ela formal na escola, como o caso do Ensino Religioso e das diferentes formas de evangelismo sistemático escolar, seja no processo não formal, que ocorre nas comunidades e diferentes movimentos. Sabese que a inferência da religião no universo da educação confunde-se com a história do país, desde o projeto político dos europeus nas terras brasileiras às diferentes formas de implantação da população por ações educativas formais e não formais. Portanto, a relação entre educação e religião é temática que desperta interesses e olhares dos mais variados e controversos, pois subsidia elementos que devem ser observados para que constituam marcos de relações entre os povos e as civilizações. Tais elementos estão relacionados à compreensão e transformação das práticas e conduções da vida, políticas educacionais apresentadas como plataformas para a ordenação e direção das relações da humanidade com seu entorno (natureza, transcendência, alteridade). A proposta deste GT é acolher pesquisas em Teologia ou em Ciências da religião que visem compreender as relações e implicações do universo religioso no âmbito educacional. 90 Grupo A : Ensino Religioso 1. A formação integral do educando: o desafio do ensino religioso na educação básica brasileira Nome: Bruno Luciano de Paiva Silva Titulação: Mestre Instituição: Centro Universitário Newton Paiva Resumo: O Objetivo é apresentar o grande desafio do Ensino religioso (ER) na Educação Básica. A formação integral do educando contempla as diversas dimensões da condição humana: a antropológica; a ética; a política; e a religiosa. Desse modo, a comunicação tem dois momentos: no primeiro, mostra que o conceito tradicional de ER proporciona uma formação parcial do educando, ao se concentrar apenas na dimensão religiosa (fé); no segundo, apresenta o novo conceito de ER, que proporciona uma formação integral do ser humano ao trabalhar com as várias dimensões da vida humana. Palavras-chave: Educação. Religião. Ensino Religioso. Educação Básica. Educando. 2. O ensino religioso na escola pública no estado de São Paulo nas disciplinas de História e Filosofia Nome: Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira Titulação: Doutor Instituição: Unicamp Instituição financiadora: CNPq Resumo: O Ensino Religioso tem como proposta analisar e pesquisar o campo religioso dentro de sua diversidade cultural a partir de uma visão ampla. A comunicação propõe-se a compartilhar ferramentas de Religião e Educação 91 análise para o Ensino Religioso na escola pública de uma forma geral, como também analisar as políticas do Estado de São Paulo para o Ensino Religioso na disciplina de História e Filosofia. Palavras-chave: Ensino Religioso. Escola pública. História. Filosofia. 3. Religião e ética em sala de aula: um desafio para o professor de ensino religioso Nome: Joelma Aparecida dos Santos Xavier Titulação: Mestranda Instituição: PUC Minas Resumo: O intuito aqui não é dizer que se necessita de uma única religião, mas sim de valores éticos referenciais. Principalmente no espaço escolar, um lugar privilegiado de contato com várias referências éticas, que permeiam grades curriculares. O presente trabalho tem o objetivo de socializar reflexões sobre o processo pedagógico utilizado nas aulas de Ensino Religioso em uma escola estadual, de forma a favorecer a troca de conhecimento dos alunos e suas crenças pessoais sobre religião, bem como a difícil tarefa do professor em trabalhar os valores éticos em sala de aula. Palavras-chave: educação. ética. ensino religioso. religião 4. A cosmovisão como pressuposto dialógico no ensino religioso: apontamentos da pedagogia Waldorf Nome: Jouberth Gandhy Maranhão Piorski Aires Titulação: Mestrando Instituição: UFPB Resumo: Pretende-se abordar o ensino religioso como promotor de uma visão antropológica da religião. Para isso, escolheu-se um percurso de diálogo com a filosofia das formas simbólicas de Ernst Cassirer. Para denotar apontamentos práticos de um possível caminho de investigação, 92 GT 3 foi escolhida a pedagogia Waldorf e sua ciência das imagens. Buscou-se aí pontos de encontro com a filosofia de Cassirer como busca de ampliação e aprofundamento de uma vida interior nas crianças e jovens, capaz de despertar a cosmovisão intrínseca a toda experiência religiosa. Palavras-chave: Cosmovisão. Dialógico. Ensino religioso. Pedagogia. Waldorf. 5. A questão epistemológica do Ensino Religioso – apontamentos iniciais para um balanço dos anos da vigência do artigo 33 da LDBEN Nome: Laude Erandi Brandenburg Titulação: Doutora Instituição: Escola Superior de Teologia Resumo: O artigo apresenta apontamentos iniciais para um balanço sobre a questão epistemológica do Ensino Religioso desde a aprovação da versão modificada do artigo 33 da LDB, de julho de 1997 até a presente data. O material consultado trata de artigos, projetos e outros escritos ligados a instituições formadoras e ao FONAPER que enfoquem a dimensão epistemológica. O artigo visa levantar dados que possam indicar os rumos epistemológicos do Ensino Religioso nos 15 anos da vigência do artigo 33 e verificar que perspectivas se apresentam para o assunto. Palavras-chave: Epistemologia. Ensino religioso. LDB 33. 6. Conexões entre ensino religioso, alfabetização e prática pedagógica no ensino fundamental Nome: Lourival José Martins Filho Titulação: Doutor Instituição: PUC/PR Resumo: O trabalho é fruto de pesquisa sobre o lugar do componente curricular Ensino Religioso (ER) na formação docente para os anos iniciais Religião e Educação 93 do Ensino Fundamental em Santa Catarina. Vivenciou-se na pesquisa a exclusão da discussão por parte das instituições formadoras, mas o desejo dos professores nas unidades educativas em alfabetizar e lecionar ER nos anos iniciais do ensino fundamental. Percebeu-se o processo de construção de suas identidades docentes, na área do ER, pois a partir dos referenciais curriculares e dos textos legais, o ER é componente curricular que deve estar, obrigatoriamente, em todos os currículos escolares. Com a concepção de prática pedagógica como sendo todas as relações e ações que são estabelecidas entre os diferentes sujeitos (adultos e crianças) que compõem o universo do cotidiano escolar, entende-se que pensar a prática pedagógica do ER e sua relação com o processo de alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental é refletir criticamente sobre os processos de ensino e aprendizagem das crianças/adolescentes/jovens/adultos e afirmar a importância da mediação qualificada do docente neste processo. Palavras-chave: Ensino religioso. Alfabetização. Prática pedagógica. Ensino fundamental. 7. Há espaço para o ensino religioso na escola pública? Uma análise sobre os debates recentes entre grupos laicos e religiosos no Brasil Nome: Marcio Hoff Titulação: Doutor Instituição: PUC/RS Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar os debates e conflitos envolvendo a laicidade do Estado brasileiro, tendo como objeto de pesquisa as controvérsias a respeito do ER nas escolas públicas. A atual legislação institui a obrigatoriedade do ensino religioso em escolas públicas e o Estado subsidia sua oferta. Como não há consenso sobre um modelo único de ER, alguns Estados adotam a modalidade na forma confessional e contratam professores na qualidade de representantes de grupos religiosos. O modelo confessional, criticam seus adversários, contraria a Constituição. Já os religiosos, alegam que o ER está em consonância com 94 GT 3 os desejos da maioria cristã presente no país. As disputas ocorrem em torno da constitucionalidade do ER e da correta definição da laicidade estatal, opondo grupos religiosos e educadores, laicistas, entre outros. Palavras-chave: Ensino religioso. Laicidade estatal. Escola pública. 8. Artigos Científicos publicados em periódicos: uma produção de conhecimento Nome: Maria Eunice Rodrigues Chaves e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Titulação: Mestranda e Doutor Instituição: PUC/PR Resumo: A construção da identidade histórica do Ensino Religioso tem sido demonstrada sistematicamente a partir das legislações e seus diferentes impactos, e propomos uma nova variável para essa compreensão: os eventos de divulgação, com aspectos formadores e científicos. Este é o primeiro relatório de uma pesquisa de abordagem qualitativa utilizando uma metodologia histórico-analítica apoiada em documentos impressos e mídia digital para estabelecer essa identidade para uma disciplina que progressivamente assume um perfil de área de conhecimento. Trata-se de pesquisa em andamento, e será necessária ainda uma análise de conteúdo dos trabalhos apresentados nesses eventos e posteriormente publicados. Palavras-chave: Ensino Religioso. Produção científica. História do Ensino Religioso. 9. Ensino Religioso sob o olhar do educando: relatos de experiências do PIBID Ciências da Religião da UNIMONTES, norte de Minas Gerais Nome: Maria Socorro Isidório Titulação: Doutoranda Instituição: PUC/SP Religião e Educação 95 Resumo: Este trabalho foca a disciplina Ensino Religioso (ER) na sala de aula pelo olhar de estudantes do Ensino Fundamental de uma escola pública de Montes Claros - MG. Através de dados coletados sobre a disciplina pela via de relatos de estudantes, objetiva levantar, de um lado, a concepção que os educandos têm da mesma e, de outro, o processo de construção desta concepção. Os aspectos apresentados são frutos de ações advindas de nossa inserção no Programa Institucional de Bolsa de Incentivo a Docência- PIBID- da Unimontes. A metodologia para a coleta foi o Grupo Focal (GF) que se constitui de um método de levantamento de dados a partir de uma discussão conduzida por perguntas pontuais e realizada em grupo. Além de colhermos dados dos estudantes via GF, o fizemos também através da observação de aulas. Os dados coletados nos apresentaram parcialmente que, de um lado, a disciplina é conduzida de forma enviesada pela professora e de outro, não há motivação por parte dos discentes para o diálogo com a disciplina e, pior, uma visão negativa e distorcida da mesma. Destacamos que esta é uma primeira socialização de dados levantados pelo programa que se encontra em andamento. Palavras-chave: Ensino Religioso. Educação. PIBID. 10. O ensino religioso e a educação para a morte Nome: Rodrigo Oliveira dos Santos Titulação: Mestrando Instituição: UFPA Instituição financiadora: Capes Resumo: O presente estudo busca destacar, por meio da pesquisa bibliográfica e da análise interpretativa, as contribuições da temática da morte e do morrer no ER, considerando a legislação educacional, os parâmetros curriculares nacionais da disciplina (PCNER) e as principais produções teórico-metodológicas acerca desse componente curricular. Nesses termos, o ER objetiva a leitura e decodificação do fenômeno religioso na diversidade cultural religiosa da sociedade e apresenta-se como 96 GT 3 a busca do ser frente à ameaça do não-ser, possibilitando no espaço escolar o conhecimento e a reflexão de diversas elaborações e respostas acerca da finitude. Logo, o ER pode ser um espaço privilegiado no currículo da escola para promoção de uma educação para a morte. Palavras-chave: Ensino religioso. Educação. Morte. Finitude 11. Uma aproximação entre literatura e Ensino Religioso: sugestões buscadas em Grande Sertão: Veredas Nome: Roseane do Socorro Gomes Barbosa Titulação: Mestranda Instituição: PUC/SP Instituição financiadora: Capes Resumo: Quando religião e literatura se juntam coisas surpreendentes podem acontecer, pois dessa aproximação emerge um rico mundo no qual não há lugar para dogmatismos. Nesse universo literário, que não é uma “terra de ninguém”, muito pelo contrário, aqui povoam indivíduos singulares, o escritor e o leitor, que dominam esse território, não como ditadores, mas como reguladores de um padrão de qualidade textual perene. No texto literário, aquele que escreve ao apresentar o seu texto, sempre “propõe” algo de modo explicito ou mesmo nas entrelinhas. O leitor por sua vez “dispõe” do que foi escrito e dele se torna não um inquisidor, mas um interlocutor, a quem compete ler, compreender, interpretar e emitir juízo de valor ou crítica, tanto em relação conteúdo, quanto a mensagem. Já no texto religioso ou teológico, a dinâmica é outra, pois se o leitor for também um crente, o texto muda de figura, pois neste caso não cabe contestações, pois este é considerado sagrado, e no sagrado ninguém “põe a mão”. É claro que isso entendido no âmbito da institucionalização, pois sendo um crente ou mesmo um ateu, ao leitor cabe sempre uma posição crítica diante qualquer texto. Uma vez que este não é estático, isto é, o teor de um texto literário ou teológico, poderá afetar ao leitor, seja de forma positiva ou não, desse modo, o leitor sempre será o sujeito da leitura. Religião e Educação 97 Aqui se propõe uma aproximação entre literatura e ER a partir da obra Grande Sertão: Veredas. Nosso objetivo é elucidar que uma obra literária pode se constituir como um recurso pedagógico a ser utilizado nas aulas de ER, bem como evidenciar que no ER cabem muitas abordagens da cultura religiosa de modo que as diferentes linguagens não se excluem desse componente curricular. Palavras-chave: Literatura. Ensino Religioso. Grande Sertão: Veredas. Cultura religiosa. Componente curricular. 12. Coerências e ambivalências no ensino religioso escolar Nome: Sidney Cristóvão Eleutério Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Instituição financiadora: Capes Resumo: O trabalho traz o resultado de uma pesquisa feita em duas escolas: uma municipal no estado do Rio de Janeiro e uma particular no Estado de São Paulo, em que se procurou verificar se o modelo apresentado pelas duas escolas eram ministradas nas duas escolas: coerências e ambivalências. Os conflitos gerados nas aulas do Ensino Religioso entre professores e alunos. Qual modelo existente responde ao fenômeno da pluralidade religiosa presente entre os alunos no ER? Palavras-chave: Ensino religioso. Pluralidade religiosa. Modelo e prática. Conflitos. 13. Laicidade e ensino religioso: possibilidades para a educação pública Nome: Wellcherline Miranda Lima Titulação: Mestranda Instituição: UNICAP Resumo: Introduz no percurso entre os limites e as possibilidades 98 GT 3 da laicidade na garantia do espaço livre do proselitismo religioso nas instituições e na inibição da religiosidade do sujeito de forma expressiva do campo religioso visto no ER inserido no espaço escolar dentro do contexto da educação brasileira. É apresentado com panorama histórico da legislação e qual foi significativo para assegurar a diversidade religiosa de crenças e a liberdade de consciência e, por sua vez, para a construção da cidadania. Palavras-chave: Religiosidade. Diálogo inter-religioso. Laicidade. Ensino religioso. Educação pública. Grupo B: Religião e Educação 1. A instrução como princípio da tolerância religiosa: uma análise a partir da visão de Tertuliano Nome: Eduardo Soares de Oliveira Titulação: Doutorando Instituição: PUC/GO Resumo: O trabalho visa refletir sobre como a instrução, o conhecimento, a educação podem favorecer o diálogo religioso, evitando assim o florescer de posturas radicais, extremistas e fundamentalistas. O parâmetro de análise é a perspectiva de Tertuliano, que defende justamente a instrução para a convivência plural e harmônica. Palavras-chave: Educação. Religião. Diálogo religioso. Tertuliano. Tolerância. 2. A psicologia do espectador: Padre Guido Logger e a educação cinematográfica na teoria Nome: Geovano Moreira Chaves Titulação: Doutorando Religião e Educação 99 Instituição: UFMG Instituição financiadora: Cineclube universitário da UFV Resumo: Esta comunicação tem por objetivo analisar a atuação do Padre Guido Logger como intelectual teórico e crítico cinematográfico e seu projeto de educação pelo cinema de meados do século passado. Padre Guido Logger é um representante importante da difusão no Brasil das mensagens do Papa Pio XI na encíclica Vigilant Cura de 1936, e além disso por defender a idéia de um cinema pautado em uma noção de moral cristã, propondo assim um projeto de educação pelo cinema, cursos de cinema e cine-fóruns, além de ser dirigente e participante de cineclubes católicos. Os aspectos psicológicos do espectador, assim como a educação cinematográfica na teoria, também eram elementos que faziam parte do objeto de análise e engajamento do Padre Guido Logger. Palavras-chave: Psicologia do espectador. Padre Guido Logger. Educação cinematográfica. 3. A dinâmica da fé no processo de crescimento dos jovens: uma abordagem a partir de James Fowler e da Pastoral da Juventude Nacional Nome: Helder de Souza Silva Pinto Titulação: Mestre Instituição: Instituto de Pastoral da Juventude Leste II Resumo: A fé supõe uma atividade, um compromisso, um meio de experimentar a vida, sendo assim é um fenômeno também humano. Nascemos com capacidades para desenvolver a fé. A fé, em seu nível antropológico básico, é uma capacidade humana de se abrir para uma dimensão de autotranscendência. Embora seja uma capacidade pessoal, ela é formada ou orientada por uma tradição que chamamos de religiosa. Consideramos aqui a importância do grupo de jovens como um espaço importante para ajudar os jovens em um momento concreto de suas 100 GT 3 vidas, quando ampliam os horizontes da experiência religiosa rompem o círculo familiar e descobrem a sociedade. Analisamos com cuidado a proposta da Pastoral da Juventude Nacional para essa etapa de vida dos jovens e procuramos apontar as ferramentas necessárias para a vivência do protagonismo juvenil nos diferentes estágios da fé. Destacamos o trabalho a ser feito pelas pessoas que se colocam como animadores, assessores ou educadores e que reconhecem os jovens como principais atores de sua própria experiência de fé. Esse acompanhamento se qualifica em nossa prática introduzindo e animando os jovens no conhecimento e na vivência da mística e da espiritualidade proposta pela Pastoral da Juventude e pela Igreja do Brasil. Palavras-chave: Fé. Jovens. James Fowler. Pastoral da Juventude Nacional. 4. Educação: sugestões com implicações ontológicas Nome: Iêda de Oliveira Caminha Silva Titulação: Mestre Instituição: UFPB Resumo: O objetivo é propor o uso da linguagem mito-simbólica na educação, compreendendo ser uma linguagem na qual o educando estabelece um diálogo em que são construídas resposta as questões humanas mais profundas. Através da linguagem mito-simbólica o mundo concreto concebido como real é organizado pelo poder subjetivo que o símbolo possui de desvelar a objetivação do mundo. A metodologia da pesquisa é descritiva, qualitativa e para análise usa a hermenêutica simbólica de Gilbert Durand. A educação é via de transmissão de conhecimentos cultural. A cultura se move pelos processos simbólicos. Assim, compete à educação apontar um saber ontológico ao ser que contemple suas necessidades de como fazê-lo refletir acerca do relacionar-se com ele, com o outro e com a transcendência de forma que proporcione equilíbrio a si mesmo e aos que com ele coexistem. Considera-se que quando se faz uso da linguagem mito-simbólica transita-se pela via de uma educação Religião e Educação 101 da sensibilidade, que tem sido destruída por toda sorte de exclusão, dor e sofrimento que muitos educandos padecem. Com a linguagem mitosimbólica o sensível, a intuição, a percepção é reavivada e pode fazer surgir novas perspectivas a existência. Palavras-chave: Educação. Mito-simbólica. Ontológico. 5. A interface da religião na educação via ritos escolares Nome: Jailson da Silva Titulação: Mestrando Instituição: UFPB Resumo: A pesquisa enfoca o imaginário presente nos ritos escolares. Nesse contexto busca identificar quais os ritos presentes e qual o imaginário que eles despertam. Considera as imagens corporais e verbais construídas durante o dia-a-dia, em sala de aula e nas dependências das escolas, o modo como os alunos se comportam nas práticas celebrativas no cenário da escola, tais como primeiro dia de aula, mudança de um para vários professores, datas comemorativas, fardamento escolar, fila para o lanche e rituais cívicos. São práticas que fazem parte do arcabouço simbólico educacional brasileiro, evidenciando a trama de relações entre imaginário, cultura e sociedade. A metodologia é pesquisa descritiva e bibliográfica. Trabalho no campo simbólico, desenvolvendo uma pesquisa com um analise fundamentada na teoria geral do imaginário de G. Durand e dos ritos presentes no cotidiano do espaço escolar. Palavras-chave: Religião. Educação. Ritos. Imaginário. 6. Cemitérios: um espaço religioso e educativo Nome: Kate Fabiani Rigo Titulação: Doutoranda Instituição: EST Instituição financiadora: Capes 102 GT 3 Resumo: A comunicação apresenta o espaço cemiterial como uma ferramenta educativa para as aulas de Ensino Religioso, uma vez que o mesmo fornece inúmeros atributos para o estudo da religiosidade, da arte, da morte e da história. Apresenta uma metodologia que incentive novas práticas pedagógicas que atendam o adolescente contemporâneo que a cada dia está mais inserido na realidade virtual e distanciado do cotidiano real. Nosso suporte teórico está nos estudos de James Fowler (“Estágios da Fé: a psicologia do desenvolvimento Humano e a busca de sentido”), de Laude Brandenburg (“Religiosidades e Práticas Educativas”) e de Gisela Streck (“Adolescência e Identidade: desafios educacionais em tempos de Pré-modernidade”). O estudo contribuirá na aproximação deste indivíduo com as questões ligadas à religiosidade, além de propiciar a aluno e professor um espaço de troca, identificação e de reflexão sobre os mais variados temas e valores. Palavras-chave: Cemitérios. Educação. Religiosidade. Adolescência. 7. Tempos de intolerância: a barbárie segue o seu caminho na educação e nas artes. Nome: Lamartine Gaspar de Oliveira Titulação: Doutorando Instituição: MACKENZIE Resumo: Paulo Freire inicia a sua obra Pedagogia da Tolerância, apresentando-nos a relação do bárbaro com a história do assassinato de Galdino Jesus dos Santos, o índio Pataxó que, despertado pela dor que era indescritível de seu corpo em chamas pôde provocar a atenção daqueles que, até então, não haviam parado para refletir que a intolerância acompanhada da barbárie já estava em nós e fazia parte de nós e que já tornava a educação refém. Espancar o nosso índio é espancar a nossa cultura, é sepultar a nossa educação. É destruir a nossa arte. É cantar parabéns para a intolerância. É dizer sim, que venha a barbárie, pois as Religião e Educação 103 portas estão abertas. A intolerância é caminho para a barbárie. Palavras-chave: Intolerância. Barbárie. Educação. Artes. 8. Paralelo entre a Literal Educação Indígena e a Interpretação do Ministério da Educação e Cultura sobre a Educação Escolar Indígena Nome: Luiz Alberto Sousa Alves Titulação: Doutorando Instituição: PUC/SP Instituição financiadora: CNPq Resumo: O trabalho enfoca a educação indígena com sua ênfase na coletividade. Ela oferece meios para o indivíduo realizar-se como pessoa e ser proveitoso para a vida da comunidade. Sua ação pedagógica tradicional se apoia no sistema de relações caracterizado por língua/economia/grau de parentesco; destes, a língua é a mais importante, ampla e complexa, pois através dela a tradição é ensinada. O modo como este sistema de relações é vivenciado irá caracterizar cada povo indígena. A Educação Escolar Indígena proposta pelo Ministério da Educação e Cultura, ao longo dos anos vem sendo repensada e modificada. Apesar dos avanços, ela traz inúmeras dificuldades, a saber: corpo docente, metodologia, material didático, espaço físico da escola, grade curricular e objetivos, os quais serão explanados nesta comunicação. O procedimento metodológico é o da pesquisa bibliográfica, principalmente: Melià, Fernandes, Tommasino, Albuquerque, Santos e Schaden. A conclusão apontada é reforçar o que já vem sendo posto em prática pelas instituições responsáveis e lideranças indígenas, que é a participação ativa da comunidade na determinação da educação. Palavras-chave: Educação Indígena. Educação Escolar Indígena. Tradição Ancestral. 104 GT 3 9. Educação com Princípios Bíblicos: possibilidades de uma educação com qualidade Nome: Monica Pinz Alves Titulação: Doutoranda Instituição: EST Instituição financiadora: CAPES Resumo: Este artigo reflete sobre a possibilidade de existir uma educação com qualidade quando ela é centrada na pessoa do educador e na valorização e ensinamento dos princípios bíblicos sem perder de vista a proposta curricular estabelecida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Palavras-chave: Educação. Qualidade. Princípios bíblicos. Educador. 10. Constructos e símbolos do universo infantil a respeito de Deus Nome: Soraya Cristina Dias Ferreira Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A neurociência apresenta diversos estudos sobre o cérebro em desenvolvimento, nele as redes neurais formam conexões que ajudam o ser na assimilação e decodificação do mundo circundante. A psicologia enfatiza que esta estratégia não é isenta de comunicações simbólicas advindas também das experiências do vivido. Porém, pouco ainda se tem explorado sobre estas ocorrências do aparelho mental e psíquico na fase de vida infantil, muito menos sobre as influências imaginativas sobre Deus que ganham expressão no ato criativo. Esta comunicação propõe apresentar dados de uma investigação que vem analisando as representações cognitivas e simbólicas do universo infantil a respeito de Deus. Como público alvo a faixa etária escolhida é de crianças de quatro a dez anos, divididas em grupos que recebem educação religiosa e participam de alguma vivência Religião e Educação 105 religiosa com seus familiares e outro que recebe esta influência apenas no âmbito educacional. Palavras-chave: Vida infantil. Deus. Representações cognitivas e simbólicas. Educação religiosa. 106 GT 3 GT 4: Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Gilbraz Aragão - UNICAP/PE Prof. Dr. Roberlei Panasiewicz - PUC Minas, MG Ementa Diante do contexto culturalmente plural em que nos encontramos e que desafia as tradições religiosas, surgem, por um lado, movimentos intolerantes e fundamentalistas e, por outro lado, grandes oportunidades para o diálogo. Trata-se de reconhecer, no convívio com a diversidade, o que há de único e irrevogável em cada religião; ao mesmo tempo, é fundamental que se manifeste e reflita sobre o dinamismo espiritual que está entre e para além das religiões, mesmo daquelas expressões laicas e sem divindades. O diálogo “inter-religioso” que todas proporcionam faz repensar o compromisso ético das religiões com a paz mundial. O GT se propõe, então, a debater pesquisas sobre Pluralidade Espiritual e Religiosa, Tolerância e Diálogo. 107 1. Igreja Nossa Senhora do Rosário (Museu Xucurus): Espaço para um diálogo Inter Religioso, possível e necessário. Nome: Ana Cristina de Lima Moreira Titulação: Mestre Instituição: UNEAL Resumo: Este artigo objetiva apresentar a Igreja/museu como um espaço de um possível diálogo inter-religioso. O pluralismo religioso será enfatizado através da História, da Antropologia e das Ciências da Religião. Tal abordagem será pautada em análises textuais e documentais, da imagem e da oralidade. Uma igreja que cedeu espaço físico para instalação de um museu será o objeto desta pesquisa. O Museu Xucurus, localizado em Palmeira dos Índios-Alagoas, foi construído por escravos em 1805 sobre a égide da Igreja Católica, após um período de catequese dos índios pelo Frei Domingos de São José que recebera um lote de terras, em 1770, para criação de uma missão, esta ação teve como pano de fundo a substituição do Ouricuri (prática ritualística tida como politeísta) pelo Cristianismo, religião oficial dos donatários da Capitania. Os índios substituíram a igrejinha de taipa por uma suntuosa igreja de alvenaria no sopé da serra. Este templo abriga, na atualidade, a Catedral Diocesana e é localizada há poucos metros da Igreja dos negros, argumento usado pelo Bispo Dom Otavio, para desativá-la alegando que tal proximidade provocava uma evasão de fieis naquela igreja. Assim nasceu o Museu Xucurus com nome indígena, edificação dos afros brasileiros em um espaço católico, contexto que camufla uma situação de sincretismo cultural e religioso e será o fio condutor da pesquisa em andamento, numa abordagem dialógica entre a pluralidade religiosa e o espaço de memória. Palavras-chave: Igreja. Museu. Afrodescendente. Índios. Pluralismo. 108 GT 4 2. A Experiência religiosa e o Fenômeno Eucarístico sob a égide do numinoso apriori. Nome: Celeide Agapito Valadares Nogueira Titulação: Mestre Instituição: UFJF Resumo: O intuito desta comunicação é relatar o resultado de uma pesquisa com fiéis que participam do rito eucarístico e buscar nas entrelinhas como se mostra a experiência religiosa no campo fenomênico da vivência. Diante do que revelaram esses fiéis, descrever em que medida se aproxima ou se afasta da compreensão do fenômeno religioso como consideraram Rudolf Otto e Mircea Eliade. À luz do aporte teórico desses dois autores clássicos da Ciência da Religião, buscaremos descrever a experiência religiosa pelo rito eucarístico. A leitura ou hermenêutica do fenômeno religioso que se revela no campo terá como ponto de partida duas comunidades de Juiz de Fora: Igreja de São Sebastião e Igreja de Santa Luzia. Importando aqui as narrativas do vivido como expressão máxima do apriori apriorístico da experiência religiosa. Refletindo sobre o numinoso que revela na alma humana uma orgé – força ou poder –, um sentimento de amor que desabrocha um amor trans-humano no fundo da alma humana. Terminamos nos perguntando como esse fenômeno, no campo católico, deve se dar em outras tradições religiosas. Palavras-chave: Experiência Religiosa. Fenomenologia. Numinoso. Hierofania. 3. Presença do Islã em Belo Horizonte: aspectos da vida religiosa da Sociedade Beneficente Muçulmana de Minas gerais — SBM Nome:Edmar Avelar de Sena Titulação: Doutorando Instituição: PUC Minas Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 109 Resumo: Este artigo analisa as transformações ocorridas na Comunidade muçulmana de Minas Gerais. A Sociedade Beneficente Muçulmana de Minas Gerais (SBM), foi fundada em 1961 por famílias sírias e libanesas que desde antes da metade do século passado atuavam no comércio da cidade. O objetivo inicial deste grupo era preservar hábitos e costumes, assim como a história e a identidade. Em 1989 foi colocada a pedra fundamental da construção da Mesquita de Belo Horizonte e em 1991 a mesma foi concluída. Atualmente, o grupo é composto por imigrantes e seus descendentes, por estrangeiros muçulmanos que moram no Brasil e por mineiros sem ascendência muçulmana que se converteram ao islã. Esse movimento de conversões deixa vislumbrar mudanças na composição do grupo, fator que também justifica este estudo. Assim, a comunidade muçulmana de Minas Gerais vem mantendo discreta relação com a sociedade local. Entretanto, esta comunidade vem crescendo e, ultimamente, está se constituindo com nova configuração. Palavras-chave: Islamismo no Brasil. Transformações na religião. Diálogo inter-religioso. 4. Foucauld: um nômade da fraternidade Nome: Elcione Leite de Paula Instituição: Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Resumo: Este texto trata da conversão e testemunho de Charles de Foucauld. Foi um jovem indisciplinado. Afastou-se do exército francês, mas depois voltou a campo pelo amor à sua pátria. Em síntese, Foucauld, o irmão universal, viveu em oração no deserto, imitou a vida oculta de Jesus de Nazaré, abandonou-se à vontade de Deus no serviço aos tuaregues em Tamanrasset. Testemunhou o Evangelho: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40). A reflexão enseja uma análise da via contemplativa e a serviço da vida do outro, como caminho para o diálogo inter-religioso, sobretudo entre cristãos e muçulmanos. Palavras-chave: Seguimento de Jesus. Peregrino. Abandono. 110 GT 4 5. A oração ritual diária no Islã Nome: Francesco Sorrentino Titulação: Mestrando Instituição: FAJE Resumo: Nestes últimos tempos, fundamentalismo e violência têm sido os substantivos mais usados para identificar o Islã. Trata-se, naturalmente, de uma visão superficial e, muitas vezes, também preconceituosa, que simplesmente ignora o vasto patrimônio cultural e espiritual dos seguidores de Maomé. Diante disso, a comunicação pretende resgatar a riqueza da espiritualidade islâmica, tratando o tema da oração ritual diária. Começar-se-á apresentando brevemente os cinco pilares do Islã, entre os quais a oração ritual cotidiana ocupa o segundo lugar. Sucessivamente, o estudo mostrará a importância fundamental que a oração tem para a vida do muçulmano e qual é o conceito de Deus que a ela está ligado. Após estas questões preliminares se procederá a um aprofundamento dos ricos aspectos rituais dos cinco momentos litúrgicos diários, no horizonte mais amplo de todo o ano litúrgico. Demonstrar-se-á, enfim, que a oração ritual diária no Islã não é, como muitas vezes se pensa, uma obrigação frustrante e vazia, mas meio proporcionado por Deus mesmo, para que a criatura alcance sua união profunda com seu Criador. Palavras-chave: Oração. Islamismo. Ritualidade. 6. Um olhar sobre a religiosidade da juventude da periferia a partir do estudo da tipologia da linguagem religiosa nos raps: rap gospel, rap sincrético e rap feito de salmos. Nome: George Harrison Sena Santos Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: O mundo contemporâneo apresenta um campo religioso Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 111 profundamente transformado e reordenado, onde diferentes formas de expressão religiosa convivem no contexto de um pluralismo bem diverso. E essa nova configuração do campo religioso se expressa de maneira particular na juventude. Diante disso os jovens de hoje são chamados a fazerem suas escolhas nesse campo religioso mais plural e competitivo, assim, a participação social religiosamente motivada inclui o mundo das Igrejas, mas certamente não se resume ao que está institucionalizado. E uma das maneiras para a busca de sentido religioso desses jovens inclui falar de Deus através da cultura hip hop, que de acordo com Regina Novaes existe uma articulação entre o rap e crenças religiosas, não está presente em todas as letras, mas se trata de uma conjugação bastante recorrente e significativa. Ela estabelece uma tipologia na linguagem religiosa desses raps: rap gospel pela sua pertença confessional evangélica; rap sincrético representativo dos empréstimos múltiplos entre católicos e afro-brasileiros; e rap feito de salmos que fala uma linguagem religiosa descompromissada das igrejas e agentes religiosos, caracterizando-se como fenômeno contemporâneo da ‘desinstitucionalização’ e dos ‘religiosos sem religião. Percorrer o processo do fenômeno juventude(s) na interface com a(s) religião (ões) no meio urbano a partir das manifestações religiosas de determinados subconjuntos da juventude, como o hip hop, é de fundamental importância para formar uma ideia mais qualitativa desse universo. A metodologia se desenvolverá a partir da discussão de textos sobre juventude e religião no meio urbano. Tendo como autor base: Regina Novaes. Palavras-chave: Religiosidade juvenil. Música e religião. Religiões na cidade. 112 GT 4 7. A libertação desdobra-se em diálogo?! Nome: Gilbraz de Souza Aragão Titulação: Doutorado Instituição: UNICAP Resumo: Esta comunicação reflete sobre como o nosso cristianismo libertador vem assimilando a libertação religiosa à libertação sociocultural, como vem assumindo em suas opiniões teológicas o desafio do pluralismo religioso e do diálogo entre as religiões. Não sem razões, pois nunca como em nosso tempo de pluralismo e/ou de fundamentalismo, as crenças religiosas precisam ser contextualizadas e interpretadas, para não virem a se tornar armas políticas dos homens uns contra os outros, que aumentam as trevas desse mundo, ao invés de refletirem luzes que esclarecem e religam os humanos entre si e com o Além. A amostra mais eloquente desse desdobramento da temática libertadora em teologia do diálogo está expressa na iniciativa coordenada José Maria Vigil: um conjunto de cinco livros, com o título geral “Pelos muitos caminhos de Deus”, escritos com os seus colegas da Associação Ecumênica de Teólogos(as) do Terceiro Mundo. A coleção buscou responder à questão: Como deveria ser a teologia da qual o mundo precisa hoje para que as religiões decidam, pela primeira vez na história, unirem-se para trabalhar pela salvação da Humanidade e da Natureza? A última obra, “Hacia uma teologia planetaria” (Quito: Abya Yala, 2010) esboça uma teologia multirreligiosa e pluralista da libertação. “Caminhamos a passo rápido – escrevem os autores – rumo a uma teologia aberta e livre”. Aonde esse caminho irá conduzir ainda não se sabe, mas é possível pensar que levará ao nascimento de uma teologia nova, uma teologia pós-religiões que vá além não de uma religião, mas das religiões enquanto tais, enquanto “configuração sócio histórica humana congruente com o período ‘agrário’ da humanidade, período que já está perto do fim, progressivamente substituído pela ‘sociedade do conhecimento’”. Uma teologia “sem dogmas, sem leis, sem verdades nem doutrinas”, “uma teologia laica, simplesmente humana”, “libertada Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 113 do serviço a uma ‘religião’ enquanto instituição hierarquicamente sagrada com o seu sistema de crenças e ritos e cânones”, centrada na espiritualidade. O que queremos nesta comunicação é desenvolver a intuição central desse mutirão de teólogos, sobretudo apontando novos fundamentos lógicos para se continuar pensando sobre o pluralismo. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Diálogo Inter-religioso. Atitude Trans-religiosa. 8. Tradução, mercado religioso e novidade religiosa: considerações sobre a Seicho-no-Ie do Brasil Nome: João Paulo de Paula Silveira Titulação: Mestrado Instituição: UFG Resumo: Essa comunicação trata de forma geral do desenvolvimento de uma nova religião de origem japonesa no Brasil, a Seicho-no-Ie (Lar do Progredir Infinito). A preocupação é compreender o contato entre universos religiosos considerando o processo tradutor, responsável por engendrar um tipo de religiosidade polifônica, típica da modernidade tardia. Acreditamos, por um lado, que a apropriação é parte da ideação legítima que cruza referências religiosas distintas e, por outro, da estratégia de proselitismo em âmbito universal que visa o sucesso no mercado religioso. Nossa concepção de novidade religiosa parte das reflexões de Peter Clarke (2006), enquanto a de mercado religioso parte do corolário da Teoria da Escolha Racional desenvolvida por Rodney Stark e Willian S. Bainbridge (2008) e Stark (1996; 1997). Palavras-chave: Sociologia religiosa. Movimentos religiosos japoneses. Transformações na religião. 114 GT 4 9. A revelação como maiêutica histórica: Uma compreensão do amor de Deus na perspectiva de Andrés Torres Queiruga Nome: José Pedro Romualdo Diogo Gomes. Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: Andrés Torres Queiruga em sua obra “Repensar a Revelação: A revelação Divina na realização humana” (2010) nos apresenta um Deus revelador por amor. Esta revelação é irrestrita por abarcar a todas as diferentes denominações religiosas. Se existe limites na revelação ele é fruto apenas da incapacidade, da limitação por parte dos seres humanos, por não conseguir reconhecer a revelação de Deus em sua máxima plenitude. A reflexão discorrerá sobre dois pilares cruciais. O primeiro, a revelação de Deus como ditado, e o segundo, a revelação de Deus como maiêutica histórica. Esta comunicação pretende mostrar que, segundo Queiruga, compreender a revelação de Deus como maiêutica histórica demarca a identidade cristã e favorece, com maiores ganhos, o diálogo inter-religioso. A indagação presente é: a partir de uma sociedade pósmoderna é possível à percepção de um Deus amor que se revela em ato pleno a todas as diferentes denominações religiosas favorecendo o diálogo entre elas? Palavras-chave: Revelação. Ditado. Maiêutica. Diálogo. 10. A relação guru-discípulo no Budismo praticado no Brasil Participante: Klara Maria Schenkel Titulação: Mestrado Instituição: UFPB Resumo: A História da Religião, na perspectiva de Hock (2010), encontrase repleta de momentos de ruptura que levam ao surgimento de uma nova religião ou de um novo movimento religioso (como o protestantismo e a Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 115 formação da mística islâmica). Segundo o autor, o Budismo é um momento de ruptura paradigmático, por ter, grosso modo, substituído a dependência soteriológica do ritual sacrifical sacerdotal pela responsabilidade da pessoa individual, fator que favoreceu a difusão de novas formas econômicas e possibilitou a ascensão de novas camadas sociais na arcaica sociedade de castas indiana do período do Buda histórico. As figuras individuais são, nesta perspectiva, os agentes por excelência do processo de transformação religiosa. Assim, para apreendermos melhor a expansão do Budismo pelo mundo ocidental e sua chegada relativamente recente ao Brasil, haveremos de investigar a importância do “guru” neste processo. Tendo em vista, ainda, a pluralidade de credos da cultura brasileira e a natureza eminentemente sincrética do Budismo (uma religião mundial cujo processo de expansão se deu de forma pacífica, incorporando elementos das crenças locais ao invés de “converter” fiéis pela dominação territorial e cultural), o objeto deste trabalho é compreender aquilo que Rocha (2011) denomina como “crioulização” das práticas budistas no Brasil. Trata-se, portanto, de um estudo preliminar acerca das relações entre os gurus e os discípulos no contexto ocidental e o modos pelos quais estas relações sofrem ressignificações a partir de necessidades específicas da comunidade budista brasileira contemporânea. Palavras-chave: Budismo. Guru. História da religião. Transformação religiosa. Contemporaneidade. 11. Os Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola: na pluralidade espiritual, um instrumento para o diálogo inter-religioso Nome: Maria Teresa Moreira Rodrigues Titulação: Mestrado Instituição: Consultório de Psicanálise Resumo: O livro dos Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola é um texto que data de 500 anos, e continua sendo atual pelas suas peculiaridades próprias. Considerá-lo atual, não é negar o momento e condições históricas 116 GT 4 em que surgiu, pois o homem Iñigo nele imprimiu as marcas de seu tempo e lugar; no entanto, não fez dos EE um relato de sua própria experiência pessoal de Deus, mas sim a elaborou num método a ser seguido. E é isso que permite que cada um, à sua maneira, ritmo e tempo, possa fazer a escrita de sua própria subjetividade, ao buscar a presença e o desejo de Deus para sua vida. Por traçar um caminho, acreditamos que a leitura do texto dos EE consegue escapar a “controles” e a manipulações, permitindo um encontro genuíno entre leitor e receptor, sobretudo porque não são matéria para ser lida, mas para ser feita. Para tratar disso, traremos o olhar do Cardeal Carlo Martini, que considera útil definir a atualidade dos EE, pois responde ao desejo de síntese e de unificação interna, em contraposição ao secularismo e tecnicismo que estão presentes em todos nós. E também o olhar de Roland Barthes, que aponta o texto dos EE como capaz de gerar, no leitor-exercitante, uma “escrita própria e transformadora”. E é por isso que podemos pensá-lo como um instrumento que atravessa a pluralidade espiritual e pode facilitar o diálogo inter-religioso. Palavras-chave: Santo Inácio. Exercícios Espirituais. Diálogo através da espiritualidade. 12. Da Demografia das Religiões ao Consumo Sem Pertença: um percurso real-virtual Nome: Mariano Vicente da Silva Filho Titulação Máxima: Mestrado Instituição: UNICAP Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar a dinâmica da relação da mobilidade entre o fenômeno religioso de pertença e os novos modos de manifestações de fé (ou de descrença), nos dias hodiernos, considerandose o uso de novas tecnologias, bem como, o ambiente virtual da internet. A investigação dá-se através da leitura crítica transdisciplinar dos dados demográficos das religiões no mundo e, sobretudo, na América Latina e no Brasil, onde o contexto de religiosidade é tradicionalmente cristão. Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 117 Paradoxalmente, em tempos de efervescência religiosa e renovações do cristianismo em novas Igrejas, o “religioso” tem se tornado assunto privado e subjetivo. Está estreitamente ligado a uma difusa mentalidade de consumidor, em que o indivíduo, na sua identidade, escolhe como melhor lhe parecer, não somente a pertença, mas um sincretismo de religiosidade, guiado somente pelas preferências, gostos e estilos, determinadas por seu histórico de vida social. Questões sobre a religiosidade na internet abrem um leque de reflexões, apontando que a religiosidade que aí emerge é mais de baixo para cima ou, melhor ainda, na direção do mistério que se esconde e manifesta “entre e além” das diversas tradições. Cada pessoa é hoje mais capaz de aprender e oferecer feedback. A religião até então tinha a ver só com credos e doutrinas, enquanto a religiosidade agora é uma espécie de wiki-teologia, pluralista, o que pode trazer novos aportes e desafios para o diálogo inter-religioso. Palavras-chave: Mobilidade e pertença religiosa. Religião e mercado. Religiosidade na internet. Diálogo inter-religioso. 13. “Pelos Muitos Caminhos de Deus”: para uma teologia Pluralista Transreligiosa da Libertação Nome: Maruilson Menezes de Souza Titulação: Mestrado Instituição: UNICAP Resumo: Nesse início de século XXI, o pluralismo se firma cada vez mais como paradigma emergente “que perpassa e interpela as culturas, os povos, todas as tradições e formas de religião”, exigindo “posturas novas”, “mudança epistemológica”, “salto de qualidade”, “purificação” das “memórias”, das “linguagens” e dos “entendimentos teológicos”. Tudo isso provoca “uma reviravolta hermenêutica”, tarefa essa que é “difícil, exigente e provocadora”. Diante disso, não são poucos os autores que vem afirmando que a teologia cristã clássica chegou ao seu limite, necessitando-se de uma nova teologia. Levando em consideração 118 GT 4 os desafios contemporâneos do fazer teologia nesse novo paradigma, a Associação Ecumênica de Teólogo(a)s do Terceiro Mundo (ASETT), através da coleção “Pelos muitos caminhos de Deus”, cruzou as teologias da libertação e das religiões, com suas ênfases respectivas nos “muitos pobres” e na “pluralidade positiva das religiões”, e como resultado surge a proposta da construção de uma nova teologia, laica, não institucional, que dialogue não somente com as diversas religiões, mas também com os movimentos sociais seculares, com a ciência, com o agnosticismo e com o ateísmo. A presente comunicação se propõe a apresentar uma síntese dos cinco volumes da coleção “Pelos muitos caminhos de Deus”, na qual é esboçada a proposta dessa nova teologia. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Diálogo Inter-religioso. Atitude Trans-religiosa. 14. Um visão da “bricolagem” religiosa inspirada em Darcy Ribeiro Participante: Moisés Abdon Coppe Titulação: Mestrado Resumo: A questão da religião, de alguma forma presente na antropologia dialética e na Teoria da Cultura de Darcy Ribeiro, entretanto ofuscada pela sistemática antropológica e o vastíssimo campo das ciências sociais, é visitada em nossa pesquisa, com a finalidade de sugerir a percepção da identidade religiosa dos brasileiros e a concepção da metáfora da bricolagem. A presente pesquisa procura introduzir o leitor na tessitura de um percurso exequível e complexo que lê a referida antropologia e os romances confessionais do autor brasileiro sob as lentes hermenêuticas do filósofo Paul Ricoeur, visando interpretar o sentido dado, ampliando-o – com a finalidade de reivindicar outros horizontes interpretativos da religião dos brasileiros – buscando-se, enfim, a reconstrução da significação que não se pretende absoluta. Busca, além disso, ampliar as argumentações presentes no campo das Ciências da Religião com o objetivo mais abrangente de contribuir com a leitura do fenômeno religioso que se desenvolve no Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 119 contexto brasileiro, onde convivem sincretismos, fundamentalismos e diálogos. Palavras-chave: Teologia. Narrativa. Cultura. Religião. Alteridade. Ética. Bricolagem. 15. Blogs: caminhos meditados em diálogo Participante: Monica Ciscotto Magalhaes Titulação: Mestranda Instituição: UFJF Resumo: Os cenários plurais da atualidade sinalizam um mundo contínuo onde as pessoas têm diferentes olhares de pertencimento. Consideramos que os espaços virtuais acenam como territórios para a manifestação, troca, apresentação e representação do religioso, portanto, legítimos ao acolhimento da atual dinâmica espiritual, compreendida para além das institucionalizações. Especificamente, traremos à reflexão, a sugestão da contribuição dos blogs enquanto topografias para “meditar caminhos”, para “se dizer” e “ir ao encontro do outro”. Os sujeitos religiosos serão compreendidos a partir de Stuart Hall, enquanto “processos em andamento”, seres fragmentados pela desestabilização das identidades herdadas, marcados pelo multipertencimento e pela “costura” autônoma dos sentidos em estratégias representacionais performáticas. Assim, pautamo-nos na perspectiva de que no movimento bricoleur da existência, os sujeitos religiosos têm necessidade de validar e intercambiar o sentido das experiências entre si para além das tradições disponíveis, celebrando a pluralidade e exercitando o diálogo a partir de novas formas de expressão e sociabilidade religiosa. Palavras-chave: Identificação. Blogs. Diálogo inter-religioso. 120 GT 4 16. As diversas faces do sagrado feminino no Brasil Participante:Reinaldo da Silva Júnior Titulação: Doutorando Instituição: UFJF Resumo: Procuramos apresentar a relação do povo brasileiro com um Sagrado feminino, disseminado na religiosidade popular e que promove uma relação direta com o mesmo, o que vemos como uma mística popular. Encontramos na figura de maria um elemento simbólico que permite um sincretismo envolvendo as diversas tradições culturais da base de formação da nação brasileira (africanos, povos pré-colombianos e europeus). Nas Figuras de Yemanjá, Rainha da Floreta e Nossa Senhora o Sagrado feminino reverbera entre as práticas de adoração e devoção do povo, criando espaços onde a manifestação hierofânica e a experiência mística ganham um colorido mais acentuado. Entendemos que esta característica está incrustado nas raízes do que definimos por brasilidade, algo que dá uma identidade cultural a partir de uma identidade espiritual moldada pelo encontro de tradições que se completam. Diálogo inter religioso, sincretismo, representações simbólicas do sagrado (arquétipos junguianos) e a questão do gênero, mística e espiritualidade, a percepção da essência numa perspectiva multicuturalista. Palavras-chave: Psicologia junguiana. Sagrado feminino. Religiões no Brasil. 17. Do Exclusivismo ao Inclusivismo: uma análise das mudanças no espaço sagrado da Igreja São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte – MG Participantes: Roberlei Panasiewicz e José Carlos Talim Titulação: Doutor e Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Podemos pensar o Concílio Vaticano II como um divisor de Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 121 águas e como o emergir de uma nova consciência ante o diálogo da Igreja Católica com as religiões e com a cultura moderna. No interior da Teologia das Religiões emergem paradigmas que procuram tematizar o momento anterior e posterior ao Concílio Vaticano II denominados de exclusivismo (ou eclesiocentrismo) e inclusivismo (ou cristocentrismo). Essa mudança paradigmática teológica provocou transformações na maneira de compreender o espaço sagrado refletindo em transformações na arte e na arquitetura de alguns templos. A presente comunicação visa apresentar como esta mudança paradigmática influenciou nas mudanças ocorridas na Igreja São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A metodologia aplicada foi de análise de documentos, reflexões teológicas e observação do templo em análise. As perguntas que perpassam e finalizam a reflexão são: O Concílio Vaticano II aponta para uma nova forma de pensar o espaço sagrado e a espiritualidade? O que provocou as mudanças na arte e na arquitetura da Igreja São Francisco das Chagas? Palavras-chave: Concílio Vaticano II. Paradigmas. Arte e arquitetura. Igreja São Francisco das Chagas. 18. Paul Tillich e as Religiões: cultura e diálogo no pensamento interreligioso Nome: Thiago Santos Pinheiro Souza Titulação: Mestrando Instituição: UFJF Resumo: A Paul Tillich é atribuída uma grande contribuição no intuito de abrir espaço para o diálogo inter-religioso. Esse fato, entretanto, não se encontra de modo explícito em sua maior obra, a Teologia Sistemática. No entanto, em 1960, cinco anos antes da sua morte, ele viaja ao Japão e mantém contato com essa outra cultura religiosa. Após esse fato, seus últimos escritos passam a estar permeados pela temática das outras religiões. Assim, é de se perguntar se o diálogo inter-religioso pertence a todo pensamento de Tillich, ou houve uma virada ao fim da sua vida. A 122 GT 4 preocupação do presente trabalho é fazer uma breve e tímida abordagem sobre os indícios de diálogo inter-religioso nas obras de Tillich, tanto das anteriores quanto as posteriores à sua viagem ao oriente. A começar com pontos fundamentais da sua biografia até a pergunta pelo outro e pelo Totalmente Outro, tentaremos perceber o pensamento do grande teólogo teuto-americano sobre a dinâmica entre cultura e religião. Isso pretende justificar, por assim dizer, o motivo de Paul Tillich ser considerado um genuíno buscador do diálogo. Palavras-chave: Teologia sistemática. Cristianismo e religiões. Paul Tillich. 19. A missão em Aparecida a partir da Teologia do Pluralismo Religioso Nome: Wellington da Silva de Barros Titulação: Mestrado Instituição: ITESP Resumo: A conversão pastoral que pede o Documento Conclusivo de Aparecida (DAp) consiste na mudança de um continente de batizados para um continente de discípulos missionários. Para realizar esta conversão, o DAp saliente a necessidade de um encontro pessoal com Jesus Cristo. A vida que o discípulo missionário irradia é a vida de Jesus Cristo. Só há vida plena em Jesus Cristo. Para quem adere a fé cristã católica, a afirmação acima, tem todo sentido e fundamentação teológica. Para o cristão não há vida a não ser em Jesus! Mas o DAp ao tratar da missão, estabelece a mesma relação no encontro dos cristãos com os povos do continente, especialmente os que não são cristãos. Revelando o caráter inclusivista do DAp também na sua empreitada missionária. Todo ato de fé, não somente cristão, é em sua perspectiva pessoal inclusivista. Não há no mundo nenhum cristão que deposite a sua confiança em outra mediação a não ser em Jesus Cristo. É no encontro do discípulo missionário com as demais religiões e crenças, que este ato de fé deve ser pluralista. Desafiando aos cristãos a um relativismo sadio da mediação de Jesus Cristo para aqueles que não pertencem a Ele, e que muito provavelmente nunca pertencerão. Pluralidade Espiritual e Diálogo Inter-Religioso 123 O DAp é inclusivista tanto como ato de fé pessoal como também na ação missionária. Com o DAp iremos além do mesmo, trabalhando a ação missionária a partir da pluralidade das religiões. Sem negar a necessidade da unicidade da salvação de Jesus Cristo para os cristãos, mas considerando as demais religiões cada qual com seu valor salvifico, comportando igual importância no plano divino. Ao relermos o conceito de Missão a partir da Teologia do Pluralismo Religioso, estaremos indo com o DAp além do DAp. Buscando oferecer um conceito de missão pluralista e uma visão positiva do pluralismo religioso. Palavras-chave: Missiologia. Diálogo Inter-religioso. Documento de Aparecida. 124 GT 4 GT 5: Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Érico Hammes – PUC/RS Prof. Dr. João Décio Passos – PUC/SP Prof. Dr. Vitor Feller – ITESC Ementa O GT aborda a Teologia enquanto Ciência da Fé que, ao refletir sobre os desafios da realidade, das relações sociais e internacionais, repensa os seus temas fundamentais e contribui para novas compreensões do papel da fé na sociedade atual. Como principais objetivos se propõe: 1) dialogar com os avanços científicos e tecnológicos; 2) propor uma compreensão transformadora da existência de fé no contexto político social do país; 3) trazer à consciência religiosa a necessidade de superação da violência em suas diferentes manifestações; 4) repercutir teologicamente os movimentos mundiais de correntes dos processos de globalização. 125 1. A Pastoral Da Saúde Como Teologia Pública No Exercício Da Cidadania Nome: Jaqueline Sena Durães e Waldir Souza Titulação: Especialista e Doutor Instituição: UFPR e PUC/PR Resumo: Esta comunicação apresenta a trajetória da compreensão da saúde coletiva ao longo da história e enfatiza a importância da Pastoral da Saúde atuar nos Conselhos de Saúde sem, contudo abandonar a espiritualidade, demonstrando, assim, o caráter público da teologia nas questões de cidadania. O objetivo da comunicação é destacar o papel da Pastoral da Saúde em sua dimensão Político-Institucional que é a atuação direta da Pastoral da Saúde junto aos Conselhos de Saúde e à conscientização da comunidade sobre seus direitos e deveres como cidadãos junto ao SUS. O método utilizado foi o de Revisão de Literatura. Os resultados demonstram que, nos locais em que a Pastoral foi implantada verificou-se a melhoria no Sistema Único de Saúde local embora haja ainda muitas comunidades que não têm Pastoral da Saúde. Reforça-se também a importância de uma Teologia Pública engajada nas causas sociais, especialmente no mundo da saúde e no exercício da cidadania. Palavras-chave: Teologia. Teologia Pública. Pastoral da saúde. Bioética. Cidadania. 2. Gestão humanizadora nas empresas à luz da fé cristã Nome: Ozenildo Santos Xavier da Rocha Instituição: FAJE Instituição Financiadora: Junta de Educação da Convenção Batista Mineira Resumo: A sociedade contemporânea tem passado por mudanças significativas a partir do advento da modernidade. Essas mudanças 126 GT 5 trouxeram consigo situações sociais, políticas, econômicas e religiosas que chamam à atenção para os impactos que produziram. O mundo do trabalho, em sua especificidade tem ocupado um lugar de destaque na agenda mundial à medida que o desenvolvimento de cada nação não inclui em suas categorias de análise e medição a situação social, mais especificamente, o papel das empresas, do trabalhador e do sentido do trabalho em sua compreensão mais significativa. Desse modo, investigar o quadro atual da gestão empresarial bem como compreender o lugar do trabalhador dentro da Organização poderá nos apontar para situações de ordem desafiadoras. Para essa compreensão será importante verificar tal tema tendo como referenciais os olhares da Ciência Econômica, da Ética, iluminando-os sob o prisma da fé cristã. Nesse caminho busca-se sentido para a Gestão nas empresas, dando a contribuição da fé cristã em um horizonte de instabilidades. Palavras-chave: Gestão humanizadora. Empresas. Trabalhador. Trabalho. 3. As rupturas da conversão, as relações simbióticas entre o pentecostalismo e o PCC e as continuidades sócio-espaciais na favela do Tijuco Preto - SP Nome: Vagner Aparecido Marques Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: A comunicação quer realizar uma análise nos significados dos atos da conversão/adesão ao pentecostalismo e as relações simbióticas dos conversos com o crime organizado – PCC, do mesmo modo, compreender o território do Tijuco Preto enquanto um ambiente propulsor de relações e de espaços sociais; neste caso, as igrejas pentecostais fazem parte do cenário social, juntamente com o crime organizado/PCC, bares e outros. A historiografia sobre o pentecostalismo não concebe espaço para relações simbióticas entre a conversão e crime organizado. Será utilizado o conceito de adesão religiosa como fundamento que sustenta o objeto formal desta Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo 127 apresentação. Diferentemente das categorias tradicionais de conversão ao pentecostalismo: conversão = negação do mundo – o asceticismo intramundano na sociologia weberiana – as relações estabelecidas na favela do Tijuco Preto na Zona Leste de São Paulo são vivenciadas como um momento de rupturas no universo da conversão. A partir de mudanças significativas no seio do pentecostalismo e com o surgimento de grupos denominados de neopentecostais o crente “evangélico” nas periferias passou por um significativo processo de mutação. O território do Tijuco Preto é um espaço de disputas e lutas diárias pela sobrevivência. É justamente aqui que o pentecostalismo cruza com o PCC, mas não em embates e confrontos, mas sim em uma coexistência pacífica e duradoura. Ser crente no Tijuco significa saber realizar o trânsito entre os diversos espaços. O trânsito entre os espaços sociais existentes e a crise no paradigma da conversão, somado à adesão ao pentecostalismo de indivíduos do PCC é o centro desta comunicação. Palavras-chave: Pentecostalismo. PCC. Tijuco Preto. Conversão. 4. Epistemologia da Teologia Cristã: o lugar da teologia na sociedade, igreja e academia Nome: Carlos Alberto Motta Cunha Titulação: Doutorando Instituição: FAJE Instituição Financiadora: Capes Resumo: O que é teologia cristã? Qual é a sua tarefa? Qual é o lugar das ciências humanas no estudo da teologia? Abordagens propedêuticas ou instrumentos teóricos que perpassam o interior das disciplinas teológicas? Como manter o elemento da fé – único diferencial da teologia, que é ser um discurso da fé e a partir da fé – em um ambiente acadêmico que preza pelo ateísmo metodológico (exclusão da transcendência)? Como evitar que a teologia seja reduzida a ciência da(s) religião(ões), que analisa externamente o fenômeno religioso por meio do método interdisciplinar? 128 GT 5 É no conjunto destas perguntas fundamentais que este estudo propõe analisar a legitimidade epistemológica da teologia pública no Brasil. Palavras-chave: Teologia. Epistemologia. Teologia Pública. 5. Perspectivas da teologia pública no horizonte da esperança: a contribuição de Jürgen Moltmann Nome: Matteo Ricciardi Titulação: Mestrando Instituição: UFJF Resumo: A comunicação verterá sobre as principais características da teologia pública de Jürgen Moltmann, e sua relevância para a discussão atual frente ao desafio plural. O objetivo será apresentar os principais eixos temáticos do autor que vinculam sua teologia pública à categoria do Reino de Deus, que por sua vez é por ele elaborada em relação à ideia do bem comum. Como em toda a produção de Moltmann em geral, essas categorias são ampliadas a partir do horizonte da esperança cristã, que lhe permite trazer uma perspectiva novidadeira sobre a tensão entre o presente e o futuro da humanidade. Ao mesmo tempo isso lhe dá condição de responder ao desafio contemporâneo acerca do papel da teologia no mundo pós-moderno, evidenciando sua relevância tanto no âmbito da discussão acadêmica quanto na interlocução com a sociedade. Além disso evidencia-se o caráter dialogal das propostas do autor. Para tanto será realizada uma pesquisa bibliográfica das principais obras do autor, a fim de identificar os conteúdos inerentes à discussão proposta acima. Por fim, será proposta a conclusão da investigação bibliográfica: a contribuição de Jürgen Moltmann para uma teologia pública no horizonte da esperança. Palavras-chave: Moltmann. Teologia pública. Reino de Deus. Bem comum. Esperança. Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo 129 6. Teologia Pública como Teologia para o Desenvolvimento Nome: Felipe Gustavo Koch Buttelli Titulação: Mestre Instituição: EST e USJ Instituição Financiadora: CNPq e Capes Resumo: Duas reflexões têm sido realizadas em diversos contextos teológicos e eclesiais. A primeira é a Teologia Pública. Teologia Pública tem sido concebida como uma reflexão sobre o papel da teologia e das igrejas na esfera pública brasileira, caracterizada pelos embates de uma sociedade que há quase 30 anos aprende a viver em democracia. Outra discussão que tem tomado contornos maiores é sobre o papel das igrejas em iniciativas que fomentam desenvolvimento social, desenvolvimento humano. Nesse sentido, a ONU vem já elaborando metas e organismos ecumênicos internacionais e nacionais têm agregado em seus projetos essa perspectiva, de efetivar direitos humanos através de programas que fomentem o desenvolvimento. Exercício da fé na esfera pública, direitos humanos e ações para fomentar o desenvolvimento humano e social numa dimensão mais integral e profunda do que a meramente econômica são, portanto, temas recorrentes na reflexão teológica brasileira e, por isso, pertinentes. A contribuição deste trabalho será elaborar, em diálogo com o contexto teológico sul-africano, que já tem uma caminhada rica nessas temáticas, algumas ideias para se pensar o exercício da reflexão teológica e das igrejas no espaço público com vistas ao desenvolvimento humano e social. Palavras-chave: Teologia Pública. Desenvolvimento. África do Sul. 130 GT 5 7. “Os dois reinos”: o ano eleitoral mais religioso “na história desse país”. Nome: Daniela Senger Titulação: Mestranda Instituição: EST Instituição Financiadora: CNPq Resumo: A apresentação busca promover uma reflexão teórica acerca de dois reinos: a igreja e o estado, a religião/fé e a política. Para tanto, proporcionamos um labor conceitual sobre as esferas pertinentes a esse estudo, a saber, igreja, estado, religião, fé e política; um breve levantamento contextual concernente às intervenções práticas dos grupos religiosos no discurso político no pleito eleitoral brasileiro em 2010 e suas consequências nas “batalhas” discursivas dos candidatos. O trabalho investigativo é corroborado por meio de um mapeamento teórico/estado da arte que contou com autores e estudiosos dos campos em questão especialmente Martin Marty, Jim Wallis, João Batista Libanio e Ricardo Mariano; recursos midiáticos proporcionaram dados contextuais sobre as eleições 2010 e seus desdobramentos discursivos protagonizados pelos candidatos, partidos políticos, cidadãos brasileiros e certas denominações religiosas – tradicionais e contemporâneas. Evidencia-se uma “batalha” real entre os “dois reinos”: “os dois âmbitos de atuação de Deus”, a religião e a política, como pontua Altmann. As relações dualísticas comuns em qualquer esfera da vida também se concretizam nesse âmbito de forma ampla. Há uma contraposição acirrada entre o sagrado e o profano, a fé pessoal/ institucional e a política partidária ou governamental. Tais discussões e intervenções, principalmente em termo morais e concernentes a novas diretrizes, programas e leis nacionais de conscientização e erradicação de ações desumanas foram veementes pautadas nas eleições de 2010 e altamente disseminadas pelas mídias e na internet. E isso é só o começo. Palavras-chave: Religião. Política. Fé. Eleições. Leis. Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo 131 8. O absoluto do corpo na contemporaneidade: sintoma de uma nova gnose? Nome: Geraldo Luiz De Mori Titulação: Doutorado Instituição: FAJE Resumo: É inegável a centralidade do corpo na contemporaneidade. Seja o corpo como objeto de desejo e prazer, posto em evidência a partir da revolução sexual de 1968, seja o corpo como expressão do belo e do lúdico, trabalhado nas academias, passarelas de moda e clínicas estéticas, ou valorizado pelos diferentes esportes, seja, enfim, o corpo visado pelas ciências da saúde e pela farmacologia. David le Breton, sociólogo francês com vasta pesquisa sobre o corpo na atualidade, sustenta que essa aparente apoteose do corpo é na verdade sua negação, o que aproximaria essa tendência cultural da gnose, que no passado desvalorizava ou demonizava o corpo ou a matéria. A comunicação aqui proposta retoma as contribuições deste sociólogo num diálogo com a reflexão teológica proposta recentemente por Xavier Lacroix e Adolphe Geschè, mostrando algumas contribuições para o discernimento cristão diante desta tendência atual. Palavras-chave: Corpo. Carne. David le Breton. Adolphe Geschè. Encarnação. 9. Ensaio da cristologia Schillebeeckxiana: A ressurreição de Jesus a partir da experiência das primeiras comunidades cristãs Nome: Valdete Guimarães Titulação: Mestrado Instituição: ICESPI - Instituto católico de estudos superiores do Piauí Resumo: A ressurreição é, juntamente com a atividade histórica de Jesus, o 132 GT 5 fundamento constitutivo e o coração da fé cristã de todos os tempos. Mas, não obstante o caráter central que a ressurreição sempre teve, nos dias de hoje, ela tende a ficar em segundo plano. Em alguns ambientes sociais e eclesiais, a fé cristã é significativa enquanto motiva uma vivência ética com os irmãos, mas não está, necessariamente, ligada à esperança futura. Além disso, em determinadas tendências das Igrejas cristãs, percebe-se um certo retorno à leitura mítica e milagrosa da ressurreição, fruto de uma mistura de elementos de ordem religiosa, psicológica e até mesmo esotérica. Estes exageros desviam a ressurreição do centro da experiência cristã e fazem dela uma verdade de fé a mais entre as outras, perdendo, por isso mesmo, o lugar central que lhe caberia na existência cristã. Nosso artigo busca aprofundar a temática da ressurreição com base no pensamento de Edward Schillebeeckx. Este teólogo nos ajuda a recuperar a experiência vital do que significou a ressurreição de Jesus nas origens cristãs e favorece uma reflexão atualizada para que ela continue sendo significativa na vida do homem e da mulher hodiernos. Palavras-chave: Ressurreição, Jesus Cristo, cristologia, experiência, interpretação, primeiras comunidades cristãs, tradições primitivas, atualização da fé, Schillebeeckx. Teologia no Espaço Público e no Mundo Contemporâneo 133 GT 6: Mística e Espiritualidade ______________________________________ Coordenadoras Profª Drª Ceci Baptista Mariani – PUC Campinas Profª Drª Maria José Caldeira do Amaral – PUC/SP Ementa O GT pretende apresentar e debater os fundamentos teológicos e filosóficos que estão presentes na linguagem utilizada para descrever a experiência mística como experiência direta de Deus. Partimos do princípio de que, a partir de relatos de místicos e místicas, de santos e pecadores, da arte, da prática da ascese e da oração, da vida no mundo, enfim, de inúmeras fontes originais, a experiência mística, que se configura na consciência direta da presença da divindade, se constela com a presença de uma intuição ao movimento intrínseco à uma experiência que coincide com a experiência do outro. A linguagem do amor, da misericórdia, da compaixão, além dos temas do aniquilamento de si mesmo, do despojamento, da humildade, que se encontram presentes nos relatos e textos místicos, são a expressão da abertura da alma para a alteridade. Coincidir com o outro supõe uma disposição a um esforço de compreensão de linguagens no movimento em direção a esse e desse mesmo outro, movimento que se desdobra em uma nova e outra maneira de relação ética e política. 134 Experiências Místicas e Mistagogia 1. A Iniciação como Experiência: O caminho dos Padres da Igreja Nascente Nome: Rosemary Fernandes da Costa Titulação: Doutorado Instituição: PUC Rio Resumo: O tema da Iniciação religiosa vem sendo retomado em várias instâncias de reflexão e de atuação, tanto no âmbito interno às expressões religiosas, como no campo dos estudos das mesmas (como nas Ciências das Religiões, Antropologia, Sociologia, Psicologia). Dentro de tarefa tão complexa, nos propomos a, neste artigo, retomar o tema da Iniciação em sua dimensão antropológica e a originalidade deste processo na Igreja dos primeiros séculos, especialmente, final do século III, quando os padres da Igreja compreenderam a Iniciação como experiência mistagógica. Para tanto, faremos uma breve trajetória resgatando a origem do conceito e a identidade da iniciação no campo da antropologia. Prosseguiremos trazendo a relação entre fé e prática, como processo dialógico entre realidades dinâmicas e abertas. Fé e prática não caminham isoladas ou em etapas sucessivas, mas caminham juntas, alimentam-se mutuamente, são realidades dinâmicas e abertas ao processo de Revelação, que é vida para cada homem e cada mulher que se abre ao Mistério que lhes é revelado. A fé não é um fato que se adquire automaticamente. Demanda um processo, uma aprendizagem prolongada e identificadora, um itinerário marcado pela Iniciação. É entrada no mistério de Deus, sem deixar de viver a existência humana. Palavras-chave: Iniciação como experiência. Padres da Igreja Nascente. Mistagogia. Mística e Espiritualidade 135 2. Mística e alegoria em Orígenes Nome: Edson Matias Dias Titulação: Mestre Instituição: PUC/GO Resumo: A mística nasce de uma experiência imediata do sagrado. Não se trata de uma manifestação tranqüila. O místico sofre as erupções do divino. Mais vítima do que provocador. A poesia, a explicação pela via negativa, o cantar ou o silenciar, são meios que os místicos utilizam para lidar com o que não entendem, mas que os atraem. A alegoria é uma dessas maneiras usadas no diálogo com o mistério sofrido. Ela é didática, possibilita uma organização básica na relação com sagrado. O místico utiliza a interpretação alegórica para elucidar tal erupção. Orígenes de Alexandria, grande padre da igreja antiga, aprofunda sua compreensão do mistério relendo as sagradas escrituras. Sua especulação é alegórica basicamente ilimitada. Palavras-chave: Mística. Alegoria. Orígenes. 3. A mística das trevas de Gregório de Nissa na obra “Vida de Moisés” Nome: Moisés Nonato Quintela Ponte Titulação: Mestrando Instituição: FAJE Agência financiadora: FAPEMIG Resumo: Esta comunicação visa apresentar a mística das trevas de Gregório de Nissa a partir da obra Vida de Moisés (VM). Presente nas mais distintas tradições religiosas, a simbologia das trevas desde cedo ganhou espaço na tradição mística. Na mística cristã, a simbologia das trevas desenvolveu fecunda tradição, cuja expressão mais célebre se encontra na obra Noite Escura, de São João da Cruz. Nos primórdios desta tradição, num lugar de quase esquecimento, encontra-se a obra VM. Acolhendo o legado deixado 136 GT 6 por seus antecessores, Gregório de Nissa, em VM, marcou de modo indelével a mística cristã das trevas. Resgatar o legado de Gregório constitui o desafio fundamental que esta comunicação pretende afrontar. Por razões metodológicas, mas também práticas, apresentar-se-á a mística das trevas de Gregório de Nissa fundamentalmente, mas não exclusivamente, a partir da obra VM, mostrando sua importância no desenvolvimento ulterior da mística cristã das trevas bem como sua relevância atual. Palavras-chave: Mística. Gregório de Nissa. “Vida de Moisés”. 4. De São Boaventura a Wittgenstein: itinerarium silentii in Deum Nome: Carlos Magno Teixeira Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: A pesquisa tem por objeto a demonstração das similaridades entre o itinerário místico de São Boaventura e o de Ludwig Wittgenstein através de seus livros Itinerário da mente a Deus e Tractatus respectivamente, este sob a ótica do prof. Paulo Roberto Margutti Pinto através de seu livro Iniciação ao silencio: análise do Tractatus de Wittgenstein. São Boaventura procura além de si mesmo as semelhanças (similitudines) de Deus nos divinos nomes do ser e da bondade, um tipo de Deus místico. Quer alcançar o misticismo do divino. Ser capaz de refletir sobre alguma coisa que está além de nossa experiência finita. Esse movimento alcança o pico da comunicação em uma mística que envolve, ao mesmo tempo, uma profunda entrega e uma satisfação. É a mística da cruz, do sofrimento e espera pela Ressurreição. O fim ainda não é atingido, somente o fim da habilidade para descrever essa experiência. O ápice da comunicação mística, o pico do Itinerário é alcançado quando se penetra em um mundo de silêncio onde todas as coisas estão em repouso, muito além do direcionamento e da claridade. A linguagem teológica dos místicos é uma tentativa de descrever encontros indizíveis. Alguém realmente pode encontrar palavras para expressar os mistérios de nossa vida? O Mística e Espiritualidade 137 fato é que uma experiência mística não pode ser demonstrada. Por mais que os místicos medievais como São Boaventura tentassem, seu objetivo jamais seria alcançado. Por mais que se fale não se chega à mostração. Para Wittgenstein, mostrar é diferente de dizer. Mostrar leva à intuição mística e à clarificação; dizer, ao silêncio e à contemplação silenciosa. A filosofia do Tractatus não envolve uma doutrina, e sim, um trabalho de clarificação que, assim como o de São Boaventura, termina no silêncio. Palavras-chave: São Boaventura. Wittgenstein. 5. Espiritualidade e Humanismo em São Francisco de Sales: estudo a partir do Livro IX do “Tratado do amor de Deus” Nome: Thiago Nunes Barros Titulação: Graduação Instituição: UNISAL-SP Resumo: São Francisco de Sales (1567-1622) é reconhecido como líder de um humanismo denominado devoto e um dos fundamentos da espiritualidade moderna. Seu grande mérito histórico está em afirmar que a perfeição da caridade é possível para todas as pessoas, sem a fuga do mundo. Fruto do seu tempo, ele tinha uma profunda cultura clássica e, sobretudo, um humanismo de fundo. Por temperamento, nutria a confiança no homem; daí seu otimismo. A solidez e a profundidade de seu “Tratado do amor de Deus” tornam-no uma referência para a compreensão da vida interior: da meditação dos iniciantes à descrição precisa da morte de amor, seu texto é coerente, ordenado e completo. Especialmente, essa obra coloca o eixo da vida espiritual no coração do homem, em sua capacidade de amar que o torna partícipe do Amor que Deus é em si mesmo. Para chegar até lá, basta deixar Deus agir, isto é, deixar operar-se a expansão de um amor que vem dEle e leva a Ele. Assim, se entrevê porque, para o Santo, a busca de Deus e a paixão pelo ser humano sempre constituíram o núcleo de sua ação. Com objetivo de entender, com precisão, essa dinâmica, constituinte dos elementos essenciais da espiritualidade salesiana e da sua 138 GT 6 ressonância no humanismo, estudamos o livro IX do referido Tratado, dada sua singularidade e importância nevrálgica no conjunto da obra. Palavras-chave: Espiritualidade. Humanismo. São Francisco de Sales. “Tratado do amor de Deus”. Mística e Mistificações na Contemporaneidade 6. A vontade de Deus em Chiara Lubich como acesso à santidade que realiza a pessoa Nome: German Calderon Calderon Titulação: Doutor Instituição: UNICENTRO-PR Resumo: Trata-se de reflexionar a vontade de Deus em Chiara Lubich que, propõe uma espiritualidade positiva ou de engajamento que procura e leva o crente a santificar-se junto e com os outros, em comunidade. O estudo busca identificar na comunidade de vida e de ação a realização do desejo de Jesus “que todos sejam um” (Jo 17,21), primeiro, nos princípios e recursos que nutrem esta espiritualidade e segundo, como os membros vivem, participam e encontram o sentido e a realização da sua vida na historia pessoal e no contexto social, eclesial e político. Aplica-se o método bibliográfico, leitura, análise e hermenêutica dos escritos, especialmente os relacionados com a vontade de Deus; também se recolhe o testemunho dos diversos grupos de focolares no mundo e realiza-se uma analogia com outras espiritualidades. Deduz-se que nesta espiritual idade a experiência de Deus suscita no crente, um movimento de abertura, ação e relação amorosa para com o semelhante, vivido comunitariamente, no momento presente, observando o pedido de Jesus Cristo: que todos sejam um. Viver o momento presente como vontade de Deus é um dos pilares desta espiritualidade. Diz Chiara: A vontade de Deus é o nosso “dever ser”, o nosso verdadeiro ser, a nossa plena realização. Palavras-chave: Vontade de Deus. Chiara Lubich. Santidade. Mística e Espiritualidade 139 7. Enlevo e remissão na arduidade da ayahuasca sob a ótica do numinoso Nome: José Altran Titulação: Mestrando Instituição: PUC/SP Resumo: Sabe-se que o ritual com a ayahuasca, bebida sacramental indígena cuja ingestão induz o adepto a um estado de consciência alterado, é muitas vezes uma prova exaustiva e temível. As dificuldades em se acalmar frente ao transe, o sujeito estando suscetível a intenso desconforto físico e desregramento do pensamento, nos fazem questionar qual é o motivo que o leva a repetir tão difícil experiência. O que se relata é que, por alguma explicação que foge à apreensão racional, tamanho desafio é compensado pela purificação do eu e pelo enlevo beatífico experimentado quando em contato com o divino através do chá. O presente trabalho propõe-se a comparar depoimentos de praticantes assíduos com os aspectos Fascinans e Augustum do pensamento de Rudolf Otto, procurando flagrá-los conceitualmente nos elementos da experiência relatada, a fim de apresentar uma reflexão fenomenológica para este caráter místico que encanta e atrai o indivíduo mesmo frente à intimidação. Palavras-chave: Ayahuasca. Numinoso. Remissão mística. Enlevo místico. 8. A Mobilidade religiosa nas margens do Velho Chico. Um estudo sobre a peregrinação à Lapa do Bom Jesus no contexto do encontro Nome: Krzysztof Dworak Titulação: Doutorando Instituição: PUC/SP Resumo: A romaria ao Santuário do Bom Jesus da Lapa, situado no Sertão baiano, que há mais de três séculos atrai milhares de peregrinos, pode ser estudada sob vários aspectos. Nesta comunicação pretendemos 140 GT 6 olhar o fenômeno da peregrinação à Lapa do Bom Jesus como uma realidade marcada profundamente pelo encontro. Pretendemos fazer tal estudo levando em conta a definição da religião apresentada por Gustav Mensching, na qual ele afirma de que a religião é um encontro baseado na experiência vivida com o sagrado e na ação mediante a qual o ser humano, tocado pelo sagrado, responde a ele. A partir daí faremos as nossas reflexões acerca deste encontro, fruto da mobilidade religiosa, marcado por diversas experiências do sagrado vivenciadas pelos peregrinos no contexto do Santuário do Bom Jesus da Lapa. Palavras-chave: Romaria. Santuário do Bom Jesus da Lapa. Peregrinação. Experiência religiosa. 9. “Vamos todos para a Lapa visitar o Bom Jesus”: O itinerário da romaria a partir dos benditos cantados pelos romeiros do Bom Jesus da Lapa – BA Nome: Giuliana Frozoni Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: O objeto desta comunicação são os benditos entoados pelos romeiros durante a romaria ao Santuário do Bom Jesus da Lapa – BA, estudados e analisados através de uma perspectiva ritual. Estes cantos populares da tradição oral cantados em novenas, terços e procissões representam uma das mais antigas manifestações do catolicismo popular que ainda se conservam em algumas comunidades, principalmente interioranas e rurais, do nordeste brasileiro. Trabalhamos com a hipótese de que por meio do estudo e da análise dos benditos cantados pelos romeiros do Senhor Bom Jesus da Lapa é possível sistematizar a romaria, reconhecendo todas as etapas deste itinerário, identificar os mitos de origem do Santuário e compor uma espécie de “ordinário da romaria”, com seus cantos e benditos próprios que, ao serem cantados, contribuem para a atualização desta tradição religiosa e para confirmar suas especificidades. A Mística e Espiritualidade 141 partir desta análise podemos concluir que os romeiros e peregrinos do Bom Jesus da Lapa não cantam simplesmente na romaria, mas, ao contrário, cantam “a” própria romaria, com seu ordinário próprio; e ao cantar a romaria, os romeiros cantam a si mesmos. Sendo assim, podemos afirmar que, de fato, os benditos são parte integrante da romaria e condição sine qua non para sua efetiva realização. Palavras-chave: Religiosidade popular. Catolicismo sertanejo. Romaria. Benditos. Música sacra. 10. Coisas de Deus nas panelas de Riobaldo Nome: Ursulina Maria Silva Santana Titulação: Doutoranda Instituição: PUC/SP Resumo: As várias possibilidades de leitura que o romance escrito por Guimarães Rosa, Grande sertão:veredas oferece, permite que possamos encontrar no texto uma multiplicidade infinda de interpretações. A quantidade e variedade de estórias contadas por Riobaldo nos indica que podemos caminhar pelo texto buscando roteiros e ideias que nos façam compreender a formação do imaginário brasileiro. E um desses caminhos são as referencias em seus “ditos” que a personagem faz sobre a comida que é produzida e consumida pelo grupo durante as estadas no interior do sertão. E nesse movimento de preparo ou de consumo, Deus age diretamente nas ações humanas por meio da comida, ou é aclamado por permitir que o grupo se mantenha vivo exibindo força para sobreviver nas andanças do sertão. A relação intensa entre comida e religiosidade contextualizada na fala do sertanejo brasileiro indica proximidade entre a divindade e a natureza enquanto relações de encontro entre Deus e os jagunços. Assim, a partir desse olhar especifico, é possível identificar as interrelações entre Deus, os dissabores e as alegrias do grupo mediado pela comida que organiza o cotidiano, reafirmando os laços de solidariedade e amizade. É a confraternização em torno da mesa, espaço onde podemos 142 GT 6 exercer a condição de irmãos e amigos, tendo a comida como mediadora e o elo mais visível do encontro dessa irmandade. Oferece-se o que há de melhor. Atitude dispensada apenas àqueles que nos são caros e respeitados. Só se oferta com bondade quando existe um reconhecimento do outro. Palavras-chave: Coisas de Deus. Riobaldo. Guimarães Rosa. 11. Elementos para uma mística afro-indígena-católica-sertaneja na obra de Ariano Suassuna Nome: Claudio Santana Pimentel Titulação: Doutorando Instituição: PUC/SP Instituição financiadora: Capes Resumo: “Poética da recriação” é o conceito desenvolvido por Idelette Muzart Fonseca dos Santos para se referir à reelaboração de temas e modelos artísticos populares por Ariano Suassuna e demais artistas do Movimento Armorial. Em nossa pesquisa, temos demonstrado que a recriação do universo popular por Suassuna refere-se não somente à dimensão estética e poética, mas entrelaça esses elementos a referências religiosas encontradas nas matrizes afro-brasileira, indígena e do catolicismo popular do sertão nordestino. O objetivo desta comunicação é apresentar e suscitar a discussão a respeito dos elementos de uma vocação mística plurirreligiosa que se revela no texto suassuniano, refletindo e explicitando desde o entrelaçamento estético-poético-religioso as múltiplas faces da experiência mística nordestina sertaneja. Palavras-chave: Matriz religiosa. Mística plurirreligiosa. Poética. Mística e Espiritualidade 143 12. Magia e Religião: um olhar sobre a atuação das benzedeiras Nome: Antonione Rodrigues Martins Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Instituição financiadora: Capes Resumo: O ato de benzer constituí um importante elemento da cultura popular brasileira. Em inúmeras cidades, sobretudo nas do interior, encontramos facilmente a figura do(a)benzedeiro(a). Esse profissional se caracteriza como um elemento da própria comunidade que recebeu os ensinamentos por tradição familiar através da oralidade, o que torna inexistentes registros de eventuais fórmulas. Dessa maneira, o estudo busca através da análise de discurso oral de uma benzedeira da cidade de Campo Belo/MG, retratar um pouco as formas de atuação espiritual, bem como seus elementos constitutivos. Busca-se, ainda, com base numa leitura de Marcel Mauss, Lévi-Strauss e Malinowski compreender as características dessa expressividade religiosa percebida com atributos mágicos. Palavras-chave: Magia. Religião. Benzedeiras. A Espiritualidade no Contexto Educacional e Terapêutico 13. Filosofia na Escola: espiritualidade e ensino Nome: José Antônio Transferetti Titulação: Doutor Instituição: PUC Campinas Resumo: Trata-se de discutir questões vinculadas á espiritualidade no contexto do ensino da filosofia. A espiritualidade marca a história da filosofia uma vez que grandes pensadores como Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino realizaram uma síntese que engloba a fé e a 144 GT 6 razão enquanto componentes essências do labor filosófico e teológico. O teólogo Wolfhart Pannenberg afirma que sem um conhecimento sólido da filosofia não é possível compreender a doutrina crista em sua forma histórica, nem chegar a um juízo próprio fundamentado, a respeito da pretensão a verdade da doutrina crista na atualidade. Para Pannenberg na historia do cristianismo, desde a época dos padres da Igreja, a teologia sistemática sempre foi formulada em discussão com a filosofia. A disciplina Filosofia por ser obrigatória nos currículos do ensino médio a partir de 2008 tem sido objeto de um grande debate. Por meio desta disciplina é possível discutir espiritualidade no contexto dos filósofos que transpassaram seu pensamento levando em consideração a fé cristã como expressão da espiritualidade e da mística mais profunda. Os pensadores considerados ateus de uma forma ou de outra realizaram uma mística cuja busca em direção do absoluto marcou suas vidas de uma forma extremamente profunda. A recuperação da filosofia como uma ciência racional dos princípios de toda a realidade coloca a questão da mística no centro da pergunta sobre Deus. Neste sentido, a pergunta sobre Deus e a sua mística torna-se uma questão central no âmbito do labor filosófico da realidade teológica e do ensino médio em nosso país. Palavras-chave: Filosofia. Escola. Espiritualidade. Ensino. 14. Cura ou Busca de Sentido: O Caso das Benzedeiras em Alagoas Nome: Maria Jeane dos Santos Alves Titulação: Doutoranda Instituição: UNICAP Resumo: A benzeção é uma prática terapêutica cultural e religiosa das mais antigas e ainda presente em muitas localidades. Ligadas às práticas sincréticas que vão desde o catolicismo popular as religiões afro indígenas. Apresenta uma variedade de características de acordo com cada região do país, em geral o toque, a escuta, o olhar e principalmente o acolhimento por parte do benzedor é o que a diferencia de outras práticas terapêuticas. Mística e Espiritualidade 145 Dotada de uma espiritualidade e mística própria as benzedeiras em geral utilizam em suas curas ramos verdes, rosários, terços, santos e outros objetos religiosos. O contexto social, plural, global e fragmentado provocam no indivíduo encantamento, mas ao mesmo tempo pode eva-lo o ao desencantamento e a uma crise de sentido. Esta pesquisa tem como objetivo estudar os motivos que levam os indivíduos a buscarem a cura através da prática da benzeção enquanto forma terapêutica paralelamente enquanto buscam os tratamentos cientificamente comprovados. Cura ou busca de sentido? O que procuram quando busca esta forma terapêutica? O tema será abordado utilizando os referenciais teóricos fenomenológicos de Alfred Schultz. O estudo abrange os municípios Alagoanos de Maceió, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco e Pilar. Pretende compreender os fatores e as razões pelas quais as pessoas procuram as benzedeiras, bem como analisar a permanência desta prática curativa da benzeção ao longo dos tempos. Palavras-chave: Cura. Busca de Sentido. Benzedeiras. 15. Psicoterapia e Religião: uma busca de si mesmo Nome: Priscila de Camargo Nunes Silva Titulação: Aprimoramento Pós Graduação em Psicologia Clìnica Instituição: PUC/SP Resumo: A experiência religiosa foi um tema recorrente nos estudos de Jung e em alguns momentos chegou a ocupar lugar central em seus escritos. Em suas investigações científicas Jung se deparou constantemente com o fenômeno religioso e, mantendo-se em rigor científico, ele observou as manifestações do que chamamos de fator religioso, tomado em sua amplidão universal, abrangendo as representações religiosas tanto do homem primitivo como nas religiões mais avançadas. Pode reconhecê-la como conteúdo arquetípico da alma humana. Mesmo sem falar de Deus com o propósito de demonstrá-lo, ele admite na estrutura do homem uma potencialidade nata que exerce uma função transcendente e que o 146 GT 6 impulsiona a procurar Deus e com Ele se relacionar. (Jung, 2011). De acordo M.-L. Von Franz (1964, p. 163), há um processo natural na experiência humana onde o indivíduo vive a vida procurando desenvolverse. Conscientemente ou não ele busca a sua totalidade, uma aproximação com o si mesmo. Entendendo o homem contemporâneo que traz em si, ainda hoje, a experiência religiosa como conteúdo arquetípico e que ao mesmo tempo tem à sua disposição descobertas e estudos sobre a psique, como a que se propõe a Psicologia Analítica, evidencia-se a possibilidade um caminho complementar entre um e outro, de integração das duas experiências rumo à busca do homem por si mesmo, por sua totalidade. A religião, como experiência transcendente, sendo uma possibilidade de conectar o homem e Deus, e a psicoterapia, de outra forma, também promovendo um encontro, a integração entre inconsciente e consciente na busca de si mesmo, entre ego e Self. Palavras-chave: Processo de individuação. Alma. Religião e psicoterapia. Mística e Espiritualidade 147 GT 7: Teologia(s) da Libertação ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Paulo Agostinho – PUC/Minas Profª Drª Luiza Tomita – ITESP Ementa O GT TdL objetiva reunir pesquisadores (as) que investigam sobre as diversas formas de teologia contextuais que se compreendem como “da libertação”, que articulam teologia e libertação, a defesa da dignidade ecohumana, e da justiça e solidariedade. Também se abre, nessa perspectiva, às questões de metodologia e epistemologia teológica; às articulações entre mediações filosófico-científicas e hermenêuticas e as perspectivas praxísticas; aos embates com as ciências da religião, às mudanças de paradigma. Considera os novos sujeitos e lugares teológicos, assim como as diferentes categorias de análise como gênero, raça/etnia, além de classe social, privilegiando os mais diversos temas na perspectiva da libertação e do diálogo interdisciplinar e suas interfaces com o contexto atual de busca de ecumenismo, pluralismo e diálogo inter-religioso. 148 1. Aproximações entre a Teologia da Esperança de Jürgen Moltmann e a Teologia Latino-Americana da Libertação em uma perspectiva escatológica Nome: Cesar Augusto Kuzma Titulação: Doutor Instituição: PUC/PR Resumo: A Teologia da Esperança de Jürgen Moltmann é, seguramente, uma das obras que mais influenciou a teologia contemporânea, sobretudo do ponto de vista da escatologia, realçando em seu discurso o compromisso com uma teologia pública. Jürgen Moltmann propõe um novo enfoque à escatologia, destacando a realização da esperança escatológica por meio da justiça, da humanização do ser humano, da socialização da humanidade e da paz para toda a criação. O contexto em que esta obra foi escrita retrata as mudanças políticas, culturais, teológicas e religiosas da década de 1960, do século XX. No final da década de 1960, influenciada pela abertura eclesial provocada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e pela Conferência Episcopal de Medellín (1968), surge na América Latina um novo jeito, uma nova forma de se fazer teologia, o que trazia uma nova postura de Igreja e do ser cristão na sociedade. Fala-se aqui da Teologia Latino-Americana da Libertação ou da forma como é conhecida: Teologia da Libertação. Para este trabalho, propõe-se uma aproximação entre elas a partir de uma perspectiva escatológica, destacando a esperança que se encontra em cada teologia e a maneira como esta interage e fortalece a missão em prol do Reino de Deus. Palavras-chave: Teologia da Esperança. Jürgen Moltmann. Teologia Latino-Americana da Libertação. Escatologia. Esperança. Reino de Deus. Teologia(s) da Libertação 149 2. A resistência cristã na America Latina e o despertar islâmico no Irã: um estudo sobre o papel da religião nas transformações políticas e sociais do século XX Nome: Adnan Abdallah El Sayed e Patrícia Simone do Prado Titulação: Mestrando e Mestranda Instituição: UFRGS e PUC Minas Instituição financiadora: Bolsistas Capes Resumo: O cenário internacional na segunda metade do século XX foi marcado por golpes de Estado e implementação de regimes ditatoriais nos mais diversos países em todos os continentes. Neste contexto, surgem movimentos de libertação que, sob diversas inspirações ideológicas, se unem na esfera política em oposição a tais regimes. Em alguns desses movimentos a religião se apresenta como uma força mobilizadora nas ações de conscientização e resistência. Na América Latina este tipo de ação será vista em movimentos como o da Teologia da Libertação que, inspirada nos evangelhos e na pessoa de Jesus, busca nas fontes cristãs os princípios de sua luta contra a opressão e a exploração. No Irã, por sua vez, ocorre o despertar islâmico vivenciado na Revolução Iraniana que busca na religião as bases da luta por justiça contra a tirania estabelecida. Inseridos em continentes diferentes e com perspectivas teológicas distintas, a Teologia da Libertação e a Revolução Iraniana apresentavam algo em comum: a busca por uma sociedade mais justa e a libertação do oprimido. Baseados em uma teologia contextualizada, tais movimentos marcaram sua época e deixaram na história rastros não apenas de uma resistência, mas de uma fé prática que não se desvincula da realidade política em sua missão religiosa. O presente trabalho procura identificar, a partir de um enfoque teórico-analítico, as bases teóricas que respaldam a atuação de ambos os movimentos religiosos nas transformações políticas e sociais, buscando também verificar os possíveis diálogos entre eles. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Revolução Iraniana. Religião. 150 GT 7 3. A Teologia da Libertação e os desafios dos novos cenários Nome: Paulo Agostinho N. Baptista Titulação: Doutor Instituição: PUC Minas Resumo: A presente Comunicação objetiva refletir sobre as perspectivas da Teologia da Libertação (TdL) nos novos cenários: o contexto atual da Igreja, os novos sujeitos e lugares teológicos e os diversos desafios da sociedade globalizada. Diante da situação eclesial e eclesiástica contemporânea, das mudanças na sociedade, na cultura e nas religiões, dos desafios econômicos, políticos e ambientais é necessário que se dê continuidade – na perspectiva que tem sido realizado pelo Fórum Mundial da TdL – ao debate sobre as possibilidades desse teologia como resposta aos grandes problemas que impactam o mundo atual. Primeiramente, aborda-se a situação histórica dos atuais cenários e mudanças. No segundo momento se discute os novos sujeitos e lugares teológicos que emergem dessa realidade. O terceiro tópico aborda as perspectivas que se abrem e os problemas que provocam a TdL, na América Latina e no mundo globalizado, a continuar sendo fiel ao seu método e a produzir sua palavra libertadora. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Fórum Mundial da Teologia da Libertação. Sujeito teológico. Lugar teológico. Igreja. Libertação. 4. A grounded theory da circularidade entre fé e migrações. Uma proposta metodológica para pesquisa de campo em teologia Nome: Carmem Lussi Titulação: Mestre Instituição: PUC Rio Resumo: A circularidade entre o dinamismo das migrações e a vitalidade na fé é uma teoria, formulada com base empírica, a partir de uma pesquisa de campo junto a migrantes internacionais. A pesquisa foi realizada em base Teologia(s) da Libertação 151 aos procedimentos de um método rigoroso para o estudo de fenômenos dinâmicos, com abordagem qualitativa, conhecido como Grounded Theory (GT) ou Teoria Fundamentada nos Dados. A reflexão teológica sobre a vivência cristã, a partir da análise dos dados empíricos referentes ao fato migratório, fornece categorias e insights para a interpretação da experiência migratória e sua incidência na vivência cristã e eclesial. A fé, por sua vez, determina os fatos e os significados da migração. Após uma dúplice introdução sobre a pesquisa que originou o presente estudo e sobre a importância de um discurso metodológico na produção teológica, o texto apresenta brevemente o método da GT e os principais resultados obtidos na referida pesquisa. Palavras-chave: Migração. Fé. Grounded Theory. Abordagem Interdisciplinar. Metodologia Teológica. 5. Teologia desde a América Latina: experiência e interpretação Nome: Fábio César Junges Titulação: Mestre Instituição: EST Instituição financiadora: CNPq Resumo: Nesta pesquisa, por meio de uma inflexão de pensamento de Theodor Adorno, procura-se apontar elementos e condições de possibilidade da Teologia da Libertação hoje. Articulada desde a contribuição de Adorno, a pesquisa se constitui a partir de dois movimentos: o primeiro crítico, enquanto renúncia de chegar à totalidade da realidade; e o segundo positivo, enquanto preservação da esperança de uma vez se chegar à realidade de modo justo. A Teologia da Libertação se revela, nesta perspectiva, como o irromper do instante interpretativo em meio à desesperança da realidade danificada. Ao invés de querer desenvolver, a partir de si mesma, o conceito de realidade e de toda realidade, a tarefa da reflexão teológica consiste em interpretar os entrelaçamentos históricos, o que exige um olhar audacioso para as pequenas coisas, para dentro das 152 GT 7 brechas, das fissuras da realidade enclausurada e sufocada pelo sistema. Não há, contudo, chave segura para esta interpretação da realidade. Isso significa, primeiro, que a realidade não poderá ser enclausurada no modelo interpretativo constituído e assegurado como válido e, segundo, que a chave hermenêutica que abre de golpe a realidade já terá cumprido a sua função quando esta for aberta e se esvai junto com a pergunta quando solucionada a questão. O que importa, neste caso, não é o método, não são as regras interpretativas, mas a verdade. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Experiência. Interpretação. 6. Questões epistemológicas para a Teologia da Libertação a partir de perspectivas étnicas e culturais: provocações e desafios Nome: Luiza Tomita Titulação: Doutora Instituição: UNISAL Resumo: Ao se comemorar os 40 anos da Teologia da Libertação latinoamericana, ou melhor, das teologias da libertação latino-americanas, somos levados a refletir sobre o que significa exatamente uma teologia “da libertação”. Assim, questões epistemológicas nos desafiam a discutir o significado desta expressão. Nos últimos anos, teólogos adeptos de teologias contextuais, como as indígenas (de todo o planeta), a teologia minjung (da Coréia), a teologia Dalit (da Índia), a afro-americana, etc., estão afirmando que a teologia da libertação não contempla suas aspirações, pois há indícios de que se tenha transformado em uma teologia acadêmica, que discrimina as teologias étnicas e populares. No nosso entender, existem diferentes modalidades de teologias da libertação, pois partem dos mesmos pressupostos que nortearam a elaboração da teologia da libertação latinoamericana nos anos setenta: a opção pelos pobres, partir da realidade/ contexto de opressão e marginalização, utilização de mediações sócioanalíticas, e, em sua maioria, o uso de uma mediação hermenêutica a partir da Escritura e das fontes da tradição cristã. Queremos abrir um espaço de Teologia(s) da Libertação 153 provocações e debate: por que algumas teologias de cunho étnico não se sentem contempladas enquanto teologia da libertação? Propõe-se aqui um debate sobre questões epistemológicas de cunho ideológico, tais como preconceitos, pertenças, opções, mediações, entre outras. Palavras-chave: Libertação. Epistemologia. Etnias e Culturas. Pluralismo. Pertença. 7. Imagens de Deus e Liberdade: Decorrências no compromisso histórico de humanização e transformação da sociedade Nome: Anastácio Ferreira de Oliveira Titulação: Mestrando Instituição: FAJE Resumo: A comunicação propõe, a partir das leituras de José Comblin (Vocação para a liberdade) e de Juan Luís Segundo (Teologia abierta para el laico adulto 3. Nuestra Idea de Dios), uma reflexão teológica sobre as imagens de Deus transmitidas no processo histórico da evangelização. A pesquisa perpassa elementos antropológicos, cristológicos, pneumatológicos, trinitários e eclesiológicos, com vistas a uma aproximação da revelação de Deus Encarnado na história, à luz do Mistério Pascal de Jesus Cristo, identificando as decorrências para a liberdade humana no compromisso histórico de humanização e transformação da sociedade atual. Percebese nessa sociedade insistente tendência a rejeitar uma noção de Deus encarnado, reduzindo-o a um Deus inacessível, impassível, cristalizado em conceitos metafísicos, distante da realidade humana e em oposição a ela. Apresentar-se-á o Deus Encarnado historicamente em Jesus, seus gestos e práticas, sintonizado com o Pai, sob a condução do Espírito, dando sentido à existência humana revelando-lhe sua identidade relacional. Evidenciar-se-á os influxos da experiência do Deus-Comunidade que é liberdade em busca da liberdade humana, sem violentá-la e o que significa, numa sociedade marcadamente utilitarista e individualista, crer num Deus de pura gratuidade; identificar-se á as implicações éticas da concepção do 154 GT 7 Deus relacional, numa sociedade que uniformiza e desumaniza a pessoa. Palavras-chave: Deus. Cristo. Liberdade. História. Humanização. Sociedade. 8. Cristologia e libertação: a humanização de Deus-humanização do ser humano Nome: Rosana Araujo Viveiros Titulação: Mestranda Instituição: FAJE Agência financiadora: CAPES Resumo: A comunicação propõe, a partir da leitura das obras de Gabino Uríbarri, La singular humanidad de Jesucristo, e de José Maria Castillo, La humanización de Dios, uma reflexão cristológica como caminho de libertação. O percurso consistirá em refletir sobre a pessoa de Jesus como destinatário do Espírito e, ao mesmo tempo, como remetente do Espírito. Pretende-se, assim, refletir sobre a integração dos dois movimentos da cristologia: o ascendente e o descendente. Demonstrar-se-á que, o caminho da humanização de Deus torna possível a humanização do ser humano no seguimento de Jesus, pelo Espírito, isto é, num processo de libertação. Segue-se daí a necessidade de auferir as consequências para a vida cristã, vivida no interior de sua tradição, numa perspectiva de abertura e acolhida diante da pluralidade e da multiculturalidade na qual o cristão vive hoje. Palavras-chave: Libertação. Jesus Cristo. Espírito. Humanização. Teologia(s) da Libertação 155 GT 8: Religião, Ecologia e Cidadania Planetária ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Afonso Murad – FAJE. MG Prof. Dr. Pedro Ribeiro de Oliveira – PUC Minas. MG Ementa O GT terá por objetivo dar continuidade ao trabalho realizado no GT 8 do 24º Congresso (2011), priorizando as questões teóricas e experiências relevantes na relação entre Religião, ecologia e cidadania planetária. Será dada prioridade a comunicações que (i) abordem problemas teóricos envolvidos no debate atual, (ii) analisem experiências de formação da consciência ecológica/planetária, ou (iii) apresentem dados de pesquisa empírica sobre o tema. Os temas deverão favorecer uma discussão sobre a contribuição religião para a educação ambiental, a consciência ecológica e a cidadania planetária, bem como os obstáculos por ela colocados para seu desenvolvimento. 156 1. Análise das “práticas ambientais” realizadas nas redes sociais e redes religiosas no município de Rio Grande da Serra Nome: Claudio Pereira Noronha Titulação: Doutorando Instituição: UMESP Resumo: O presente trabalho se propõe analisar o desenvolvimento de uma “consciência ecológica”, através da construção de “práticas ambientais”, organizadas a partir de grupos religiosos. O município de Rio Grande da Serra (região do Grande ABC paulista e RMSP), está, desde 1976, inserido em uma Legislação de Proteção de Mananciais, fato que dificultou a implantação de um grande número de indústrias, mas não impediu práticas degradantes, como o despejo de lixo em vias públicas, ou mesmo a ocupação de áreas de preservação. Apresentaremos exemplos dessas práticas, entre eles: seminários organizados pela “Rede Social” (associação que reúne igrejas e sociedade civil) sobre a importância de uma consciência ecologia no município e o desenvolvimento de uma educação ambiental no “Projeto Pequeno Samuel”, organizado pela Igreja Batista. Palavras-chave: Práticas ambientais. Redes sociais. Redes religiosas. 2. Ecologia e Espiritualidade: o testemunho de um seringueiro Nome: José Rocha Cavalcanti Filho Titulação: Doutorando Instituição: PUC/SP Resumo: Temas ecológicos não podem ser abordados sob a ótica polêmica das catástrofes, naturais ou promovidas pelo homem, com possível geração de violência à vida e ao equilíbrio planetário. Ecologia, ciência do Oicos, estuda as relações dos seres vivos entre si e destes com a matéria não viva do planeta Terra. A temática ‘Ecologia e Espiritualidade’ reflete a interação Religião, Ecologia e Cidadania Planetária 157 de todo o meio vivo e não vivo que se comunicam e se completam sem excluir ou auto-excluir. Espiritualidade, como Espírito maior, diz respeito à integração de tudo e de todos em um grande elo; para entender essa relação há que perceber-se e perceber-nos como parte, sem perder a consciência do todo. O homem tem consciência dos sérios problemas que cria e também tem consciência de ser capaz de buscar meios para evitar a destruição do meio ambiente e encontrar saída com justiça social para superar: pobreza, analfabetismo, fome, miséria, – tudo o que possa subtrair a dignidade humana. Na discussão de Ecologia e Espiritualidade é preciso levantar questões: que sociedade desejamos construir? que valores e virtudes devem reger as relações e interações do homem com os demais seres vivos e com a matéria não viva do planeta? como suplantar a condição homicida, fratricida, infanticida e suicida no homem frente ao ter? como recuperar o ser, ou seja, tornar-se à imagem e semelhança de Deus. A reflexão deste trabalho busca aliar a espiritualidade à ecologia, pois a espiritualidade pode e deve contribuir muito com essa e outras problemáticas da atualidade. Palavras-chave: Ecologia. Espiritualidade. 3. Edgar Morin: pensamento para tempos de crise Nome: Thiago Franco Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: Crise, inicialmente um termo da medicina de Hipócrates, que indicava a transformação ocorrida no curso de uma doença em sentido favorável ou não. O autor diz que “A crise não é o contrário do desenvolvimento, mas a própria forma deste”. Ilustra a situação de crise como se a Terra fosse um avião quadrimotor, sendo seus motores a ciência, a técnica, a economia e o lucro; entretanto esta aeronave encontra-se sem piloto vagando rumo a catástrofes. O autor então questiona sobre qual seria nosso caminho. A metáfora do veículo movido por um quadrimotor 158 GT 8 que, de maneira desordenada, nos aponta ao abismo, traz dois possíveis futuros: a catástrofe ou um processo de metamorfose. A busca desenfreada das sociedades por progresso, desenvolvimento científico e técnico, ou seja, a exaltação da razão culminou no que o mesmo denomina crise planetária. Uma policrise, algo generalizado entre as civilizações, presente em todas as áreas do saber, em todos os domínios da ciência. (PETRAGLIA, 1995, p. 63-64). Neste momento “há uma busca da unidade do verdadeiro, do bem, do belo, da restauração da comunhão e do sagrado. Nas ruínas de tudo o que o progresso destruiu, ele próprio doravante em ruína, há uma busca de verdades perdidas...”. Tal questão é o ponto principal desta comunicação: buscar no pensamento de Edgar Morin o papel e lugar da religião em meia a essa crise planetária, compreender o que ele chama de evangelho da perdição ou dos homens perdidos na crise planetária. Palavras-chave: Edgar Morin. Religião. Crise planetária. 4. Antropocentrismo e biocentrismo no horizonte da Igreja Católica Apostólica Romana Nome: Luiz Eduardo de Souza Pinto Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: A religião cristã apresenta características antropocêntricas. Desde o século XX observam-se críticas ao paradigma cartesiano que coloca a espécie humana em um patamar diferenciado das demais espécies. Diante da sociedade integrada e da inter-relação global dos elementos naturais que sustentam a vida no planeta, há uma nova perspectiva em emersão, o biocentrismo. Este fato impõe à Igreja Católica Apostólica Romana a necessidade de repensar os aspectos antropocêntricos que norteiam sua doutrina e seus valores religiosos. Em todo o planeta, movimentos ecológicos ganham destaque e gradativamente novos elementos colaboram para a constituição da cidadania planetária fruto da interação harmônica entre humanos e meio ambiente. A questão da cidadania planetária se Religião, Ecologia e Cidadania Planetária 159 sustenta na visão unificadora do planeta e de uma sociedade mundial ecologicamente sustentável. Este panorama abarca um conjunto de princípios, valores, atitudes e comportamentos e demonstra percepção da Terra como uma comunidade universal o que traz implicações ao cristianismo, e em especial, para a sua maior instituição, a Igreja Católica Apostólica Romana. Palavras-chave: Antropocentrismo. Biocentrismo. Igreja Católica Apostólica Romana. 5. Teologias e Direitos: O ordenamento de uma democracia na perspectiva da inclusão dos direitos e das narrativas dos povos. Apontamentos sobre a questão ecológica Nome: Manoel Ribeiro de Moraes Júnior Titulação: Doutor Instituição: UEPA Resumo: Não há justiça sem simbiose e simbolização com o outro. A justiça ecológica e a justiça étnica só existem quando elas se realizam nos espaços e nas vivências dos mundos de seus concernidos. Só há justiça ecológica e étnica quando as narrações sobre a vida e o mundo ganham audição e participação de todos, quando as teologias se entrecruzarem participativamente na vida pública. Faremos uma reflexão sobre a necessidade de uma constituição local e fluída do ordenamento e da identidade jurídica de uma democracia sob o ponto de vista de uma hermenêutica teológica. Objetivo: Discutir o ordenamento jurídico e o direito ecológico sob a condição da inclusão radical das concepções dos povos na própria definição efetiva de justiça e direito. Palavras-chave: Teologia. Direito. Ecologia. 160 GT 8 6. Cúpula dos Povos e Rio+20. Balanço inicial à luz da Ecoteologia Nome: Afonso Murad Titulação: Doutor Instituição: FAJE e ISTA Resumo: A cúpula dos Povos (evento da Sociedade Civil) e a Rio+20 (evento oficial intergovernamental) polarizaram a atenção do mundo. Com elas e a partir delas levantaram-se novas expectativas em torno da sustentabilidade. Articularam-se iniciativas de caráter tecnológico, científico, ético, cultural e espiritual. Esta comunicação, em parceria com o Prof. Pedro Ribeiro, apresentará uma síntese do evento, na perspectiva da consciência planetária. Que possibilidades surgem destes eventos? À luz da fé cristã, quais seriam os “sinais dos tempos” que daí afloram? Palavras-chave: Cúpula dos Povos. Rio+20. Ecoteologia. Religião, Ecologia e Cidadania Planetária 161 GT 9: Interculturalidade ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Ênio José da Costa Brito – PUC/SP, SP Prof. Dr. Alain Pascal Kaly – UFRRJ Prof. Doutorando Marcos Rodrigues da Silva – FURB Profª Me. Selenir Gonçalves Kronbauer – EST Ementa As culturas e religiões afro-brasileiras e indígenas, presentes desde os primórdios na formação da sociedade brasileira, contribuíram efetivamente para a construção de sua identidade. Contribuição nem sempre reconhecida pelos grupos culturais e religiosos hegemônicos. Na atualidade, a sociedade brasileira passa por um crescente e vertiginoso processo de Globalização, provocando um maior contato entre diversas culturas e religiões, contato gerador de tensões e desafios. A interculturalidade é a tomada de consciência de que todas as culturas estão em um processo de gestão de seus próprios universos de sentido e, ainda, sem a possibilidade teórica de subsumir mais plenamente o outro nos seus sistemas de interpretações. No entanto, traz também no seu bojo uma proposta de convivência pacífica e democrática entre as diferentes culturas e religiões. Proposta que pode contribuir para a constituição de uma sociedade mais equitativa, responsável e solidária. Este GT quer analisar e discutir os desafios decorrentes dos atuais processos de hibridação e pluralismo para as culturas, para as crenças e para as diversas linguagens religiosas, consciente da complexidade e dos riscos presentes nos processos derivados da interculturalidade, que se não forem bem compreendidos podem esconder desigualdades e intolerâncias. 162 1. A experiência do sagrado guarani: o Território e a Palavra Nome: Victor Rene Villavicencio Matienzo Matienzo Instituição: PUC Minas Titulação: Doutor Resumo: Atualmente, uma das maiores tradições espirituais do continente Sudamericano vive o maior exilio da sua experiência do sagrado: a usurpação do seu território. O território no universo guarani, manifesta a densa experiência histórica da revelação guarani. A dimensão histórica dessa revelação compreende-se na manifestação da Palavra humana, isto é, da realidade que autentifica o ser humano no mundo com ouvinte da Palavra. A Palavra guarani manifesta a densa relação do ser humano com território; pois nele manifesta-se a realidade da vida humana no mundo. O território revela o lugar teológico e histórico do senhorio da Palabra humana sobre o mundo e da comunicação do mundo ao ser humano. O uso autêntico da linguagem humana determina a intensidade da experiêcia do sagrado. Neste sentido, a experiência do sagrado revela uma tradição onde a relação do ser humano com sua história é apenas possível na relação semantica com a vida humana dada na linguagem guarani e da relação poética com o território, dado na revelação do canto humano. A experiência da Palavra guaraní foi anunciada para superar dois dilemas do humanidade no mundo: o problema do destino humano – entendido como um presságio inevitável – e da construção de humanidade – entendida como uma vontade de poder humana; nesta superação revela o verdadeiro sentido da experiência sagrada: a descoberta do humano e do seu território, no pleno exercicio da liberdade. O cuidado do humano e sua relação com o território éa principal experiência religiosa do sagrado do guarani. O objetivo dessa experiência religiosa é humanizar e ao humanizar produzir o conteúdo da Palavra como uma Palavra cantada, dialogadaque apontam para a vida humana no território. Assim, pode se dizer que, a revelação desta Palavra é práticamente a revelação da verdadeira condição humana no mundo. O processo de humanização passa pela capacidade de cultivar Interculturalidade 163 e cuidar o valor da Palavra, pois sem ela o territorio deixa de humanizar-se. Palavras-chave: Hermenêutica. Fenomenologia. Tradição guarani. Fenomenologia religiosa. 2. Cultura. Religião. Saúde Nome : Antonio Alone Maia Instituição: USP Titulação: Mestre Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo geral falar sobre a representação social da doença, isto é, doença como um fenômeno que preocupa o ser humano como um todo, não interessa sua procedência epidérmica. Especificamente a pesquisa pretende apresentar modelos endógenos construídos que explicam a saúde, doença e cura como um fenômeno ligado à cultura. Pretende-se dar ênfase no papel da cultura na constituição da experiência emotiva. Sendo assim, a cultura enquanto sistema de símbolos e significados modela a subjetividade humana. Desta forma, buscaremos fazer uma analise metacultural comparando as concepções de saúde, doença e cura do povo africano Nyungwe de Moçambique com outros povos. Partimos de uma hipótese de que todos os povos sentem a doença como ameaça, como algo que tem uma causalidade externa e por isso mesmo precisa ser combatida. Cada povo tem a sua forma de como perceber e buscar os meios de diagnosticar a mesma. Ou seja, há modelos etiológicos construídos culturalmente assim como há modelos terapêuticos igualmente moldados pela cultura. O ser humano é de todos, aquele que possui cultura e religião. Não só possui cultura, mas também inventa cultura. Não obstante, a doença constitui um desafio e uma ameaça para ele. Por isso mesmo, a visão cultural e religiosa da doença participam do processo terapêutico para garantir a saúde e em ultima instancia o bem-estar. Palavras-chave: Cultura. Modelo. Representação. 164 GT 9 3. Religiosidade e a medicina tradicional na cultura africana Nome : Luis Tomás Domingues Instituição: UNILAB Titulação: Doutor Resumo: A religiosidade e a medicina tradicional na cultura africana A medicina tradicional na África está profundamente ligada ao sistema religioso Africano. Esta relação se caracteriza pela crença de seres sobrenaturais através dos processos rituais das etapas da vida do ser humano na sua dimensão natural e espiritual. E crenças e as praticas religiosas estão presentes nas atividades de vida quotidiana, nas atitudes e ocorrências eventos diários, etc. assim como, nas cerimonias especiais. E os rituais, estão sempre presentes e vinculados às principais fases do homem: nascimento, iniciação, casamento, morte e às determinadas estações da natureza: plantação, colheitas, secas, etc. Nessa dinâmica os espíritos constituem os intermediários entre Deus e os seres humanos, entre o mundo natural e o sobrenatural. A medicina tradicional, através dos seus mestres, se encontra profundamente engajada nesse processo de reconquista do equilíbrio do homem. A observância das obrigações e rituais, o comportamento adequado são necessários para a manutenção da longevidade e harmonia do homem, da comunidade e da sociedade africana em geral. Os lideres das religiões tradicionais em África são considerados como verdadeiros profissionais e cada etapa do aprendizado requer certo período de formação especifica no mundo espiritual para o seu exercício como médico tradicional. Por conseguinte, nós constatamos que dentro das diversidades étnicas existentes em África, especificamente em Moçambique, existe uma profunda ligação entre medicina tradicional e o sistema religioso na cultura Africana. Palavras-chave: Medicina tradicional. Religiosidade. Cultura Africana. Moçambique. Interculturalidade 165 4. Umbanda no Santo Daime: uma tensão cultural Nome : Celso Luz Gusman Neto Instituição: PUC/SP Titulação: Mestre Resumo: O Santo Daime é uma religião que foi fundada na década de 1930, mas foi só a partir da década de 1980, em função da expansão para fora dos limites da floresta amazônica, que a Umbanda passou a adquirir visibilidade na cosmovisão daimista. Sebastião Mota de Melo foi o responsável por comandar esta expansão, fazendo de seu grupo o segmento o mais expressivo dentre aqueles que derivaram do tronco original de Mestre Irineu, fundador do Santo Daime. A integração da Umbanda significou uma flexibilização do controle característico dos rituais no Santo Daime, significou a entrega ao fluxo do corpo ao invés da contensão dos impulsos, significou a possibilidade do instituinte diante do instituído. Assim, na dialética da relação entre Umbanda em Santo Daime, foram surgindo pontos de tensão tanto de ordem institucional, como de ordem moral e cultural. Palavras-chave: Interculturalidade. Sagrado Selvagem. Santo Daime. Umbanda 5. A religiosidade Afro-Brasileira nos Cultos da Igreja Universal do Reino de Deus-IURD Nome : Marcelo Frezarini Instituição: PUC/SP Titulação: Mestre Resumo: O texto procura abordar diversos elementos da cultura afrobrasileira presentes na Igreja Universal do Reino de Deus a partir dos cultos de exorcismo ocorridos nesta. Após estudo do processo de 166 GT 9 demonização das entidades afro-brasileiras nos cultos de exorcismo da IURD, destaca alguns elementos afro-brasileiros que lá aparecem e que são demonizados por um lado, e encontram no neopentecostalismo um ambiente de manifestação de práticas afro-brasileiras agora legitimadas sob a forma de cristianismo por outro. Ao mesmo tempo em que se dá uma tensão entre cultura afro-brasileira e cristianismo, ocorre também um ambiente propício para a continuidade da primeira imersa na segunda. A comparação dos cultos de exorcismo atuais com os cultos de exorcismo de outras fases da Igreja permite ressaltar que mais elementos afros ganharam espaço dentro do neopentecostalismo. Palavras-chave: Neopentecostalismo. Cultura afro-brasileira. Igreja Universal do Reino de Deus. Demonização. 6. Os Voduns estão em São Paulo! Cosmovisão e tradição jeje nas religiões afro-brasileiras Nome: Érica Ferreira da Cunha Jorge Instituição: UFABC Titulações: Mestranda Resumo: O presente trabalho procura resgatar elementos da tradição jeje para as religiões afro-brasileiras praticadas na capital paulista. Muitas contribuições teóricas esclareceram o quadro analítico das nações africanas no Brasil e dos rituais do candomblé (BASTIDE, 1958; RODRIGUES, 1976 CARNEIRO, 1977). Outras favoreceram a compreensão da migração cultural e religiosa do candomblé baiano para a São Paulo (PRANDI, 1991) ou ainda a tese da umbanda como uma religião brasileira adaptada ao processo de urbanização e industrialização nos anos 30 do século passado (PRANDI, 1990; ORTIZ, 1999). Nossa proposta é analisar como a tradição da nação jeje se configura na capital paulista recuperando a cosmovisão desta tradição, hierarquia de divindades e a organização social dos terreiros jejes. A ênfase na análise será em Vivaldo da Costa Lima (1977), e Luis Nicolau Parés (2011) a fim de que estas Interculturalidade 167 deem substrato teórico para uma interpretação apurada deste campo religioso afro-brasileiro, tendo em vista analisar e discutir os desafios decorrentes dos atuais processos de hibridação e pluralismo para as para esta linguagem religiosa. Palavras-chave: Tradição Jeje. Interculturalidade. Pluralismo. Sincretismo. 7. Na trilha dos Orixás: origem e extensão do espaço sagrado das religiões de matriz africanas em Belo Horizonte - MG (1960 aos dias atuais) Nomes: Amauri Carlos Ferreira; Carlos Evangelista Veriano Instituição: PUC Minas Titulações: Doutor; Mestre Resumo: Diferente de outras capitais brasileiras a investigação sobre as religiões de matriz africanas em Belo Horizonte- MG é recente. As pesquisas que abordam essa temática são raras. Com objetivo de dar visibilidade e iniciar discussões sobre o modo de compreender os rituais e as narrativas sagradas que essa comunicação apresenta uma pesquisa em desenvolvimento na qual procura mapear a origem e a extensão dos orixás na cidade de Belo Horizonte, MG. Essa pesquisa está vinculada teoricamente aos estudos sobre imaginário religioso e procedimentos metodológicos interdisciplinares. Assim essa comunicação discute os rituais no espaço sagrado da cidade e o modo como são vistos. Tal abordagem permite compreender e discutir os preconceitos que os adeptos dessas religiões sofrem. Palavras-chave: Cidade. Imaginário. Orixás. Rituais. Preconceito 8. O catolicismo como uma experiência cultural Nome : Antonio Lopes Ribeiro. Instituição: PUC/GO Titulação: Doutorando 168 GT 9 Resumo: Por longos séculos o cristianismo se apresentou ao mundo como uma monocultura, engessado que sempre esteve à Cultura Ocidental. No caso específico do catolicismo dos países ibéricos (Espanha e Portugal), isso foi decisivo para a formação da identidade religiosa da América Latina, resultando num misto sincrético de religião dos brancos europeus, dos povos pré-colombianos que aqui viviam antes da invasão e colonização e dos negros trazidos da África como escravos. Devido ao pluralismo multicultural e religioso pós-moderno observa-se no âmbito do catolicismo romano, a partir da realização do Concílio Vaticano II, no que se refere à proposta pastoral de evangelização, um deslocamento da concepção monocultural cristã, para uma concepção de experiência multicultural de evangelização. Pretende-se no presente artigo, analisar, por meio de pesquisa bibliográfica, como se deu essa evolução religiosa que vai desde uma proposta monocultural de evangelização, a um projeto de nova evangelização, que tem por objetivo, a inculturação do Evangelho, respeitante à cultura do outro. Palavras-chave: Catolicismo popular. Inculturação. Sincretismo religioso. Monoculturalismo. Multiculturalismo. 9. Teologia de libertação e interculturalidade - aproximações e avaliação crítica Nome: Roberto Ervino Zwetsch Instituição: EST Titulação: Doutor Resumo: Desde os anos de 1990, houve uma ampliação na abordagem das culturas por parte da Teologia da libertação. Não por acaso, se assume o plural nessa forma de fazer teologia na América Latina e outros lugares. A filosofia intercultural já há muito vem desenvolvendo pesquisas que apontam para os desafios que as culturas colocam para a sociedade a partir de diferentes contextos. No campo da reflexão teológica, porém, a elaboração de uma teologia intercultural recém começa a ser enfrentada. Interculturalidade 169 A partir da publicação dos trabalhos apresentados no Primeiro Encontro Latino-Americano de teologias da libertação e interculturalidade, realizado na cidade de San José, Costa Rica, em 2010, esta comunicação pretende demonstrar a pertinência dessas aproximações teóricas e adiantar uma primeira avaliação crítica. Palavras-chave: Teologias da Libertação. Interculturalidade. Aproximações. Análise Crítica. 10. A linguagem simbólica da liturgia a caminho da inculturação em meios afro brasileiros Nome : Josuel dos Santos Boaventura Instituição: PUC/RS Titulação: Mestre Resumo: A liturgia cristã é rica pelo Mistério que celebra, mas também por possibilitar espaços para a criatividade. Ela se tornou ainda mais rica em contato com as culturas. Deve-se reconhecer que a Igreja precisa das culturas para evangelizar, pois sem as culturas não há evangelização. A idéia de inculturação nasce, então, a partir da aproximação, diálogo e intercâmbio cultural. No caso das culturas afro-brasileiras, este encontro evangelizador foi dramático, marcado pela imposição de códigos culturais, insensíveis à realidade dos interlocutores, acontecendo o mesmo no sentido litúrgico. A linguagem não cumpriu a sua verdadeira finalidade: ser um instrumento que favorece uma comunicação integradora intersubjetiva. Deste encontro impositivo, nasce uma releitura e um resgate: a possibilidade de celebrar com um novo jeito, com um novo rosto, que se chamou ‘Missa dos Quilombos’, ‘Missa afro’, ‘Missa inculturada’. Atualmente, por causa dos excessos, tensões e conflitos, convém dizer: liturgia a caminho da inculturação em meios afro-brasileiros, por estar ainda longe do ideal. A presente pesquisa quer trabalhar a inculturação litúrgica a partir da linguagem de alguns símbolos das culturas afro-brasileiras, resgatados na liturgia católica, como proposta de adaptação do rito romano, prevista em 170 GT 9 documentos do Magistério da Igreja, como, por exemplo, a Sacrossanctum Conicilium do concílio Vaticano II (1962-1965). A proposta é de uma liturgia que se caracteriza pelo dinamismo e alegria, envolvendo muita dança, ao som dos atabaques e outros símbolos da cultura negra. Com muito gingado, o ato de celebrar torna-se assim rico e diversificado, abrindo espaço para a criatividade dos gestos e das expressões litúrgicas, inovando-as de forma notável. Trata-se de uma experiência que envolve todo o corpo. Desta forma, o canto, a dança, o toque dos atabaques, a natureza, os Ancestrais, a comida e as vestes de tradição africana são valores indispensáveis nesta proposta litúrgica. Palavras-chave: Linguagem. Cultura. Símbolos. Liturgia. Afro-Brasileiros. Inculturação. 11. Vale do Amanhecer: um exemplo de pluralismo nos novos movimentos Nomes : Narcisa Castilho Melo, Cleiton Machado Maia Instituição: UFRRJ Titulação: Mestranda e Mestrando Resumo: O presente trabalho se propõe a refletir sobre o xamanismo, percebido muitas vezes como fenômeno religioso, no contexto dos novos movimentos religiosos, utilizando como ponto central o Vale do Amanhecer, no templo mãe de Brasília e em todos os templos espalhados pelo Brasil e exterior, e suas técnicas; demostrando como essa religião enquadra-se nos novos movimentos religiosos e apresenta um perfil de destaque sincrético. Pretende discutir a complexidade presente na técnica xamânica, utilizando características específicas presentes no Vale - símbolos, cores, ritos, canto, objetos sagrados, viagem, curas - para exemplificar a complexidade deste sistema religioso. Para tal, será abordado o caso de Tia Neiva, figura que surge como líder fundadora e xamã da comunidade, onde suas experiências vividas atuam na propagação e formação da doutrina. Cabe ainda ressaltar a representatividade do Vale do Amanhecer enquanto religião participante dos novos movimentos religiosos, conhecidos também como Nova Era, Interculturalidade 171 onde o Templo Mãe em Brasília surge como o único capaz de suportar e abranger todas as formas ritualísticas da tão emblemática figura de Tia Neiva, apesar da presença de mais de cinco mil templos espalhados no Brasil e mais de 350 espalhados no restante do mundo. Sem contar com os vinte e oito mil médiuns iniciados na doutrina existentes só em Planaltina, considerando que mais de mil conviveram e vivenciaram as histórias de Neiva. Palavras-chave: Diversidade Religiosa. Novos Movimentos Religiosos Brasileiros. Vale do Amanhecer. Sincretismo. 12. A onda do momento: um estudo sobre a experiência dos jovens adeptos da Bola de Neve Church Nome : José Antonio Boareto Instituição: PUC Campinas Titulação: Mestre Resumo: O objeto de estudo deste trabalho são os jovens adeptos da Bola de Neve Church. Procuramos aproximar de suas experiências e com isto corroborar com os estudos em Ciências da Religião numa perspectiva de análise partindo do instituinte ao invés da instituição. Através da pesquisa de campo e da análise interdisciplinar oferecemos pistas para uma compreensão deste fenômeno religioso juvenil. O desafio de localizálo dentro do Campo Religioso Brasileiro faz com que elaboremos outra conceituação necessária para descrevê-lo: neo-tribalismo-pentecostal. As delimitações para o estudo são os pensamentos sobre neopentecostalismo como visto em Ricardo Mariano e neo-tribalismo como visto em Michel Maffesoli. A experiência dos jovens é analisada através de três referências: conversão, estética e experiência religiosa; da perspectiva de Rodney Stark, Edin Abumanssur e Luiz Felipe Pondé respectivamente. Considerando este conceito, oferece-se uma chave de compreensão para as características tribais da igreja como teenfágica e propiciadora da emergência do sagrado selvagem, e segundo o pensamento de Roger Bastide atuando como uma 172 GT 9 “serva dos orixás”. Palavras-chave: Neopentecostalismo. Juventude. Neo-tribalismo. Conversão. Estética. Experiência religiosa. Sagrado selvagem. 13. Mercado Religioso Tupiniquim Nome : José Maria da Silva Instituição: Faculdades Integradas Vianna Júnior e Estácio Titulação: Doutor Resumo: Esse tema – talvez inusitado! – quer dar a idéia de que também no campo religioso, assim como no futebol, no carnaval etc., o povo brasileiro comporta-se de maneira sui generis. A temática é o mercado de bens religiosos e a maneira como eles são apreendidos pelos fiéis das diversas religiões e seitas no Brasil. O recorte utilizado é a forma como esses bens apresentados são interiorizados pelo crente. O autor do presente trabalho corrobora a teoria de que existe no Brasil, em escala cada vez maior, um mercado de bens religiosos. O objetivo desses escritos é esboçar sua especificidade. Seu sui generis, modo próprio, tupiniquim está na maneira como os fiéis absorvem os bens religiosos colocados na ‘feira’. E, mais do que isso ainda, está na capacidade desses fiéis de montar internamente sua ‘feira’, livrando-se, dessa forma, de ficar às expensas das instituições. Alguns autores serão arrolados, promovendo-se um diálogo com eles e entre eles naqueles pontos de seus textos em que se discute a questão do mercado religioso brasileiro. Tal diálogo possibilitará a apresentação da hipótese do presente trabalho segundo a qual os bens religiosos são oferecidos sim, mas sua apreensão pelos fiéis consumidores brasileiros se dá de uma maneira muito própria, diferente daquela percebida no mercado religioso exposto por Berger. Palavras-chave: Mercado. Mercado religioso. Feira. Tupiniquim. Pósmodernidade. Interculturalidade 173 GT 10: Exegese e teologia bíblica ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Geraldo Dondici Vieira – PUC Rio, RJ Prof. Dr. Leonardo Agostini Fernandes – PUC Rio, RJ Prof. Dr. Paulo Jackson Nóbrega de Sousa – FAJE Ementa A Bíblia é um tecido literário que nasce - e, em parte, é lido - numa comunidade de crentes que vivem num determinado ambiente sóciohistórico. A temática da mobilidade religiosa é bastante presente na experiência de Deus registrada neste livro. Nestes últimos anos, tanto os métodos histórico-críticos quanto as abordagens e métodos sincrônicos deram grandes contribuições aos estudos bíblicos e se estabeleceram como possibilidade de influxos recíprocos com várias outras áreas do saber. O presente GT se pergunta, portanto, como os estudos bíblicos podem ajudar na interpretação e na compreensão das novas tendências religiosas que acompanham o fenômeno da mobilidade humana no mundo globalizado. Os novos horizontes, de uma época que se está delineando, desafiam a reflexão bíblico-teológica a repensar a experiência do Deus bíblico em termos de mobilidade. Por isso, este GT pretende recolher contribuições e investigações sobre a temática do congresso que têm em ambos os Testamentos da Bíblia Sagrada o seu chão nascedouro. Ademais, ele quer ser um espaço onde exegetas, teólogos e cientistas da religião possam interagir e ajudar a gestar uma reflexão capaz de promover relações de tolerância e de diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural. 174 1. Campo e cidade na Bíblia Nome: Valmor da Silva Titulação: Doutorado Instituição: PUC/GO Resumo: A comunicação retoma o conflito entre campo e cidade com ajuda da sociologia, da geografia, da história e da sociolinguística. Analisa a discussão atual sobre espaço urbano e espaço rural, com a superação de dicotomias e com diferenças a serem superadas, a partir da realidade do centro-oeste brasileiro. Enfoca a realidade bíblica do Antigo Testamento, onde a cidade concentra saberes e poderes, impondo a lógica de exploração e dominação sobre o campo, com a marca decisiva do sistema monárquico. Compara com a realidade bíblica do Novo Testamento, onde o movimento camponês de Jesus rapidamente se insere na realidade urbana das cidades greco-romanas. Apresenta exemplos ilustrativos para cada uma dessas realidades. Palavras-chave: Campo. Cidade. Conflito campo X cidade 2. O estrangeiro, a noiva e o poço Nomes: Eunice Simões Lins Gomes e Michelle de Kássia Fonseca Barbosa Titulação: Doutorado e Mestrado Instituição: UFPB Resumo: Pela perspectiva da hermenêutica simbólica, as histórias bíblicas do encontro das esposas de Isaac, Jacó e Moisés apresentam uma imagem mítica universal e um mesmo enredo. Esta redundância destaca uma mensagem e símbolo que reaparece ao longo da história humana. O trabalho tem por objetivo destacar e analisar estas características. Justificamos na busca por significado de uma história sagrada que inspirou e instruiu um povo – hebreus. A partir de Mircea Eliade, Gilbert Durand, Joseph Campbell, Arnold Van Gennep, Gershom Sholém, entre outros, Interculturalidade 175 fazemos uma leitura destas histórias bíblicas. A metodologia utilizada é a de pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa tendo como referência a Bíblia hebraica e livros especializados em mito e símbolo, atentos para uma análise amparada na escola antropológica da religião. Resultados em destaque: Um cenário redundante – casal que se encontra em um poço; Enredo que evolui para um desfecho - um estrangeiro pára e descansa em um poço. Uma mulher o encontra. Há diálogo entre eles e oferecimento de água. A mulher volta a sua casa e relata o ocorrido. O estrangeiro permanece no poço. Parentes da mulher vão ao encontro dele e o convida para entrar. O estrangeiro permanece algum tempo com eles. Ocorre um casamento; O mito do andrógeno primordial como justificativa para o casamento no judaísmo. Trabalho que reflete partes de uma dissertação em Ciências das Religiões da UFPB. Palavras-chave: Poço. Arquétipo. Coincidentia Oppositorum. Casal primordial. Encontro das matriarcas. 3. O imaginário simbólico do sacerdote no rito sacrificial de expiação em Levítico Nome: Josefa Vênus de Amorim Titulação: Mestrado Instituição: UFPB Resumo: Neste artigo serão discutidos alguns significados atribuídos ao imaginário simbólico do sacerdote no rito sacrificial de expiação em Levítico. Sendo a principal figura desse rito, o Sacerdote era um homem chamado por Deus para pregar; qualificado e consagrado para os deveres no Tabernáculo e ser pastor de um povo para este fim. A investidura de qualidades e poderes especiais aos sacerdotes é um fato comum a várias culturas. A reflexão proposta visa analisar o sacerdote como símbolo do pai, do herói, do mestre, do sábio, um arquétipo sugestivo para o ser, representando unificação, renovação, guia, através de dons e carismas, sugerindo um mergulho no in/consciente, mobilizando seus significados: 176 GT 9 religioso, simbólico, psicológico. Para a compreensão do tema utilizamos à hermenêutica simbólica de Gilbert Durand, a psicologia profunda de Jung, a religião em Eliade, a sociologia em Berger, o sacrifício em Mauss, autores que tratam com propriedades dessas questões. Palavras-chave: Imaginário. Sacerdote. Rito Sacrificial. Levítico. 4. “Ou os šēdîm ou YHWH!”: diversidade religiosa e crítica teológica em Deuteronômio 32.10-22 Nome: Ruben Marcelino Bento da Silva Titulação: Mestrado Instituição: EST Instituição financiadora: CNPq Resumo: A comunicação investiga uma possível conexão entre o uso do termo hebraico šēdîm em Deuteronômio 32 e a crítica deuteronomista dirigida à diversidade religiosa da época do rei Manassés (697/687 – 642 a.C.). Há três objetivos: a) Analisar as condições políticas e religiosas de Judá durante a primeira metade do século VII a.C., principalmente o modo pelo qual a administração real visava à consolidação do Estado judaíta através da sujeição à Assíria; b) Pesquisar a simbologia do šedu (touro alado colossal de cabeça humana que protegia a entrada dos palácios assírios) e sua relação com os šēdîm; c) Examinar exegeticamente Deuteronômio 32.10-22, um recorte do “Cântico de Moisés”, para conferir prováveis memórias relacionadas às medidas tomadas por Manassés, recriminadas pela teologia deuteronomista pós-exílica, a qual constitui o fundamento ideológico do texto. A metodologia de trabalho consiste na aplicação do método de exegese bíblica histórico-crítica. Por referenciais hermenêuticos, tomam-se a pesquisa arqueológica de Israel Finkelstein e a interpretação da história deuteronomista proposta por Thomas Römer. Aparentemente, a política de Manassés almejava a recuperação econômica de Judá, devastado pela campanha neoassíria de Senaqueribe durante o reinado de Ezequias, pai do rei judaíta. Com esse fim, restabeleceu os cultos das zonas Interculturalidade 177 rurais, ao lado do culto de YHWH, e difundiu a cultura neoassíria em Judá. Na percepção deuteronomista, os šēdîm/šedu, em Deuteronômio 32, resumiriam a negação do Deus de Israel (elōah/YHWH) em prol da submissão aos suseranos neoassírios. Isso teria causado a destruição de Jerusalém e o exílio na Babilônia. Palavras-chave: Šēdîm. Manassés. Assíria. YHWH. Deuteronômio. 5. O pré-exílio imediato e o exílio babilônico: uma leitura paralela de 2 Rs 25, 1-21, Jr 39,1-10 e 2 Cr 36,1-21 Nome: Alessandra Serra Viegas Titulação: Mestrado Instituição: PUC Rio Resumo: Cada sociedade escreve e re-escreve seus textos a partir da visão que possui de seu contexto social de produção, de seu Sitz im Leben, ou, nas palavras de Paul Ricoeur, do mundo do(s) autor(es). No ambiente bíblico, tal fato é potencializado, já que há uma mensagem comunicativa a ser re-passada, e que envolve a fé de um povo em um Deus que des-vela sua Palavra paideticamente. Assim, o presente trabalho visa a colocar em paralelo os textos de 2 Rs 25,1-21, Jr 39,1-10 e 2 Cr 36,1-21 e demonstrar – tendo como metodologia o estudo e a análise comparativos – os pontos de continuidade e de descontinuidade entre os textos e, ainda, apontar as idiossincrasias de cada um deles de acordo com os ambientes em que foram produzidos e com a intencionalidade de cada autor. Com isto, pode-se trazer a lume a discussão e a avaliação das diferentes perspectivas dos textos em estudo sob os pontos de vista literário e teológico, bem como apontar algumas conclusões acerca da correlação entre os elementos intrínsecos à tessitura dos textos e o ponto de vista de seus autores na configuração dos mesmos. Palavras-chave: Exílio babilônico. Sitz im Leben. Leitura comparativa. 178 GT 9 6. “Consolai, consolai o meu povo!”. Análise exegética de Is 40,1-11 Nome: Sue’Hellen Monteiro de Matos Titulação: Mestrado Instituição: UMESP Instituição financiadora: FATIP – CAPES Resumo: O exílio babilônico foi um acontecimento histórico que trouxe inúmeras implicações ao povo de Israel, desde políticas até teológicas. Com a crise, o status de Deus havia sido colocado em xeque. A nação monoteísta de Israel havia sido subjugada por uma nação pagã. A ameaça de perda da fé era iminente. A religião de Israel estava sendo provada numa situação de vida ou morte. Havia a necessidade de esclarecer sua posição diante das grandes nações e de seus deuses, da tragédia nacional e de sua significação, ou então perecer. A profecia exílica vem para explicar esse acontecimento e, principalmente, florescer a esperança. Nossa pesquisa trabalha com os escritos do Dêutero-Isaías. Compreendendo que esse grupo de profetas, escondido por detrás de suas palavras, é um dos principais responsáveis pela profecia de esperança e a proclamação de salvação, realizaremos uma análise exegética do prólogo do Dêutero-Isaías (Is 40,1-11), cujos temas da consolação, do preparo do caminho e do perdão divino se encontram nesses versos e perpassam todos os capítulos dêutero-isaiânicos. A metodologia a ser empregada para análise consiste na metodologia desenvolvida por Milton Schwantes com seus alunos de pós-graduação, a qual segue as seguintes etapas: tradução, características formais, época e ambiente vivencial, análise de conteúdo. Esta análise, portanto, busca mostrar quão profundo e rico é o conteúdo teológico do Dêutero-Isaías expresso em seu prólogo. Palavras-chave: Dêutero-Isaías. Exegese. Exílio babilônico. Interculturalidade 179 7. 2Sm 7,1-17: O projeto de Davi confronta-se com o projeto de Deus Nome: Leonardo Agostini Fernandes Titulação: Doutorado Instituição: PUC Rio Resumo: Davi vivia, enquanto líder bélico, em contínua mobilidade e conduzia as suas campanhas militares, visando expandir o seu domínio e estabelecer a paz sobre o território que lhe caberia reinar. O sucesso nas campanhas, desde que venceu o gigante filisteu, foi confirmando-o, aos olhos do povo, como o eleito de Deus. Contudo, para estabelecer, plenamente, o seu domínio sobre Israel, Davi não só devia edificar a sua casa, mas necessitava estabelecer uma casa digna para a Arca da Aliança, sinal visível da presença de Deus. A construção da capital, do palácio real e do templo, seria o sinal da bênção que garantiria a perenidade régia de Davi e de seus descendentes. Essa certeza, porém, foi desmentida por Deus, que, através do seu profeta, advogou a favor da sua ação e mobilidade na história do seu povo. Nota-se que, por um lado, o ser humano possui o desejo de “aprisionar” Deus para se sentir seguro. Por outro lado, 2Sm 7,117 anuncia que a verdadeira segurança não depende dos sinais de grandeza alcançados, mas se encontra na pertença e na obediência a Deus, que não se deixa aprisionar por alguma instituição humana ou condição sócioreligiosa privilegiada. O estudo do presente texto, abordado de forma sincrônica, pretende confrontar o projeto humano com o projeto divino, a fim de demonstrar que a ação de Deus, em cada época ou sociedade, não depende das grandes façanhas e tampouco das vantagens obtidas, mesmo se, aos olhos humanos, parecerem ser sinais de prosperidade e de bênção divina. Palavras-chave: Bênção. Exegese. Mobilidade. Profecia 180 GT 9 8. A questão da felicidade e infelicidade em Coélet Nome: José Reinaldo de Araújo Quinteiro Titulação: Mestrado Instituição: PUC/GO Resumo: Esta comunicação objetiva apresentar a questão da felicidade e da infelicidade a partir do livro do Eclesiastes sob a ótica do Método Histórico-crítico e Sociológico pelo modelo conflitual. Defende que por detrás da intenção do texto sagrado há um teólogo ou uma teóloga do aqui e do agora em que se envolve na relação conflitante entre o povo escravizado e os dominadores personificados em Ptolomeu II (Filadelfo) – 285-246 a.C. Esta situação evidencia que o conteúdo do Eclesiastes tem o sabor do confronto, da tensão entre dominados e dominantes. O povo dominado deseja buscar a felicidade e a realização humana, deseja trabalhar e muito, mas usufruir o fruto deste trabalho, escolher para si a porção deste trabalho. Caso haja desvio deste fruto, tem-se, portanto, presente a frustração e a causa da infelicidade da pessoa humana. Na conclusão, apresenta o que se chama de dinâmica da vida social à época em seus aspectos econômico, social, político, militar, jurídico, ideológico e, neste, o religioso servindo como chave de leitura para a reflexão sobre a mobilidade religiosa atualmente. Palavras-chave: Felicidade. Aqui e agora. Mobilidade. Trabalho. 9. A amizade e a fidelidade segundo Sirácida Nome: Nelson Maria Brechó da Silva Titulação: Mestrado Instituição: PUC/SP Instituição financiadora: Capes Resumo: Esta comunicação pretende examinar a perícope de Sirácida 6,14-17 referente à temática da amizade. Para o autor, ela se desenvolve Interculturalidade 181 a partir do encontro pessoal, com o objetivo de vivenciar a fidelidade e o amor recíproco. Vale ressaltar que ela se vincula ao temor, por meio do acatamento da Palavra do Senhor. Disso decorre o diálogo como elemento importante para não se perder a aliança no Senhor. Ele, por sua vez, apresenta-se como o grande sábio. Assim, a amizade é uma virtude sapiencial para reforçar a identidade do povo no Senhor e, principalmente, no desejo de exercitar no cotidiano a Sua sabedoria. Nesse sentido, analisase o sentido da amizade sapiencial e como ela se relaciona com o temor do Senhor e com a fidelidade. Acredita-se que tais interpelações possibilitarão novos horizontes na compreensão do Sitz im Leben, contexto vital, do Sirácida. Palavras-chave: Amizade. Fidelidade. Temor do Senhor. 10. Princípios de análise literária para a interpretação das narrativas bíblicas Nome: Dário de Araújo Cardoso Titulação: Mestrado Instituição: MACKENZIE Resumo: A leitura e pregação do texto bíblico é uma das características presentes no cristianismo tanto nas vertentes católicas quanto nas evangélicas. Nessas leituras e pregações, as narrativas, por sua natureza, ocupam um importante espaço no discurso religioso. Considerando a extensão das narrativas bíblicas, especialmente as do Antigo Testamento, vê-se a necessidade do desenvolvimento de uma ferramenta hermenêutica que leve em conta as características literárias do texto, sua unidade e que busque atender à tarefa de estabelecer o propósito do texto para com seus primeiros leitores de forma a estabelecer uma referência para a análise das leituras contemporâneas. A teoria narrativa, através de suas diversas técnicas de estudo, procura lidar com esses elementos e constitui-se uma promissora opção de estudo. A presente comunicação busca, a partir das propostas de Robert Alter, Adele Berlin, Jan Fokkelman e Shimon Bar182 GT 9 Efrat, descrever os princípios e considerações básicas para uma abordagem literária das narrativas bíblicas, em particular aquelas ligadas à função do narrador, à caracterização dos personagens e o desenvolvimento do enredo. Palavras-chave: Bíblia. Interpretação. Narrativas. Análise. Enredo 11. Hermenêutica tanatológica bíblica: considerações sobre a morte no Antigo Testamento Nome: Sônia Sirtoli Färber Titulação: Mestrado Instituição: EST Resumo: A presente comunicação pretende propor um viés de leitura bíblica que contemple os fatos tendo a morte como imperativo hermenêutico. O conceito de morte na literatura veterotestamentária se fundamenta na consciência empírica a respeito da vida e das suas relações. O conhecimento revelado agrega novos elementos que, com o passar do tempo, vão se sedimentando, e dando origem a novos desdobramentos. Na antropologia semita, o ser humano é corpo vivente, sem distinção de matéria e espírito. Por isso, a morte põe fim à vida, e nada resta. A aproximação com o pensamento egípcio e grego cria possibilidade de nova interpretação: o ser humano é um todo psicossomático, dotado de corpo mortal e alma imortal; entrando em óbito, morre o corpo, não o espírito. A evolução deste pensamento não foi linear nem se tornou convenção. Antropologia e Tanatologia fazem aproximações importantes na tentativa de desvendar o enigma humano. A Tanatologia presente nos relatos bíblicos projeta luz nos eventos e enaltece a vida e seu valor, e o exercício de leitura tanatológica da Bíblia provoca a discussão sobre o escopo do evento pascal como pedagogia e educação para a morte e o morrer. Palavras-chave: Tanatologia. Hermenêutica. Morte. Antigo Testamento. Interculturalidade 183 12. O senhor esteve aqui, neste lugar, e eu não sabia Nome: Neuza Silveira de Souza Titulação: Mestrado Instituição: FAJE Resumo: Uma reflexão sobre a presença do Senhor no meio de nós, partindo da experiência da vida e no decorrer da história de caminhada do povo da Bíblia, do Antigo e do Novo Testamento. Uma teologia da presença que nos ajuda a compreender como o povo da Bíblia percebeu a presença de Deus no universo e na sua história. Como seres humanos, nunca chegaremos a compreender, definir e apreender a totalidade da presença de Deus que se revela no universo às suas criaturas. Mas, a partir das experiências que vamos fazendo, vamos atribuindo a Deus qualidades e ações que o revelam como justo, misericordioso, bondoso, Pai, criador... Realizando um passeio pelo Antigo Testamento, podemos ver que a relação de aliança que sempre existiu entre Deus e Israel mostra como a comunidade judaica jamais se viu destituída da presença divina. No Novo Testamento, após a Ressurreição de Jesus Cristo, a comunidade cristã viu na sua pessoa, palavras e gestos, o novo lugar da manifestação da presença de Deus. Pode-se dizer que a comunidade é o lugar da presença de Deus. Como a comunidade dos filhos de Israel, que tem sua consciência própria de eleição e de aliança, assim, também a comunidade cristã faz uma experiência particular, especial, dessa presença de Deus no meio de nós. Ele assume nossa humanidade como lugar de sua habitação. Fez de nós “o caminho da sua presença”. Ele desceu até nós através dessa humanidade, para que nós pudéssemos subir até ele. Palavras-chave: Experiência. Transcendência. Imanência. Encontro. Alianças. 184 GT 9 13. Tradução da Bíblia: problemas e desafios: a propósito da publicação de Evangelhos e Atos dos Apóstolos: novíssima tradução dos originais. Por Cássio Murilo Dias da Silva e Irineu José Rabuske . São Paulo: Loyola, 2011 Nome: Irineu José Rabuske Titulação: Doutorado Instituição: PUC/RS Resumo: No quadro mais amplo de uma edição completa da Bíblia, em nova tradução, foram publicados os Evangelhos e Atos dos Apóstolos, com introduções e notas exegético-teológicas. A partir desta experiência, serão apresentados alguns problemas que atingem de maneira mais específica a tradução dos evangelhos sinóticos. Em primeiro lugar, situa-se a questão de uma tradução linear de cada evangelho, como geralmente ocorre nas traduções, ou, em nosso caso, a opção pela tradução seguindo a ordem das perícopes na sinopse. Em segundo lugar, será tratado o problema do vocabulário: desde Jerônimo, que utilizou um vocabulário anteriormente elaborado por Pápias de Hierápolis, sabe-se que o desafio consiste em estabelecer um vocabulário padrão na língua de chegada (português), que reflita o mais exatamente possível, o vocabulário presente no texto dos evangelhos sinóticos. Não se trata de um simples trabalho mecânico, razão pela qual poucas traduções seguiram este procedimento. Problemas concretos surgidos na tradução serão detalhadamente analisados. Palavras-chave: Bíblia. Tradução. Evangelhos Sinóticos. Vocabulário 14. Mateus 23:15: um possível sentido de poiêsai héna prosélyton – “para fazer um prosélito” Nome: César Motta Rios Titulação: Mestrado Instituição: UFMG Interculturalidade 185 Resumo: A frase de Jesus em Mateus 23:15 tem sido utilizada como evidência de uma atividade proselitista do judaísmo do século I d.C. e período anterior. Contudo, uma observação detida do que nos chegou daquele período deixa essa evidência isolada como único testemunho a favor do judaísmo como religião missionária. A reação de alguns estudiosos é negar a veracidade histórica da frase atribuída a Jesus. De modo destacado, Orrieux e Will, que na década de noventa publicaram um livro desconstruindo a ideia de que os judeus antigos se esforçavam para converter novos adeptos, afirmam que a Mateus 23:15 traz uma afirmação deliberadamente errônea, motivada pelo contexto polêmico entre cristãos e judeus. Por outro lado, há ainda poucos que insistem em uma leitura que simplesmente desconsidera a inexistência de outras evidências e continuam atribuindo ao texto de Mateus o status de única evidência necessária, por vezes, criando um argumento cíclico: leem o versículo argumentando com base no conhecimento contextual, que, por sua vez, só é gerado a partir do mesmo versículo. Minha proposta é dar um passo na investigação da possibilidade de uma leitura diferente, que considere a relevância da ausência de outras evidências e, ao mesmo tempo, não afirme simplesmente a impertinência do verso. Para tanto, proponho uma observação detida e talvez reconsideração da semântica da expressão poiêsai héna prosélyton – “para fazer um prosélito”. Palavras-chave: Novo Testamento. Conversão. Judaísmo Antigo. Cristianismo Primitivo. Evangelho de Mateus. 15. Seguimento (Akolouthia) e serviço (Diakonia) das mulheres no Evangelho de Marcos. Aplicação da Análise Narrativa na leitura de Mc 15,40-16,8. Nome: Júnior Vasconcelos do Amaral Titulação: Mestrado Instituição: FAJE Resumo: No Evangelho de Marcos, é possível perceber a presença e a 186 GT 9 importância de algumas mulheres no cenário narrativo, principalmente no que diz respeito à perícope de Mc 15,40-16,8. Nesta, averigua-se, com nitidez narrativa, a função teológico-social das mulheres na comunidade do Segundo Evangelho. No início, na cena inaugural, as mulheres estão ao pé da cruz, de longe, contemplando o crucificado. Em um segundo momento, elas estão no sepulcro, observando onde depositam o corpo de Jesus. Depois, no clímax narrativo da perícope, desenlaça-se com a ida das mulheres, de madrugada, ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus. No sepulcro, elas se deparam com o jovem-diácono que lhes anuncia a ressurreição e as envia a proclamarem o Ressuscitado na comunidade fiel: “Ide dizer aos discípulos dele e a Pedro [que]: Ele vos precede à Galileia. Lá o vereis, como ele vos disse” (Mc 16,7). Do texto bíblico, depreendemse os ministérios das mulheres na comunidade marcana: seguimento e serviço. Destarte, o Evangelho de Marcos pode ser considerado um locus privilegiado para o estudo e aplicação do Método de Análise Narrativa. Palavras-chave: Evangelho de Marcos. Método de Análise Narrativa. Mulheres. Seguimento. Serviço. 16. Rm 15,14-33: Paulo entre a Galácia, Jerusalém e a Espanha Nome: Paulo Jackson Nóbrega de Sousa Titulação: Doutorado Instituição: FAJE Resumo: A interpretação da Carta aos Romanos depende necessariamente da correta compreensão da relação de Paulo com três ambientes: a Galácia, Jerusalém e a Espanha. A presença e a resistência de missionários de caráter judaizante nas comunidades gálatas questionaram profundamente a compreensão paulina do Evangelho. Seu olhar, contudo, está voltado para a Espanha, pois seu projeto mira aos confins ocidentais do Império. A coleta para os santos de Jerusalém realizada nas comunidades da Galácia, da Macedônia e da Acaia não é somente um gesto de caridade fraterna do apóstolo dos gentios: é uma declaração de unidade na autonomia. Neste Interculturalidade 187 entreato, durante o inverno de 56, em Corinto, Paulo escreve a Carta aos Romanos. Esta minha contribuição, portanto, pretende: a) estudar as relações de Paulo e de sua hermenêutica do Evangelho com Jerusalém e com o gentilismo; b) compreender a face das comunidades cristãs de Roma, marcadas pela presença de inúmeros migrantes, mas nascidas nos ambientes contíguos às sinagogas, especialmente entre os tementes e adoradores de Deus; c) colher intuições hermenêuticas que ajudem as comunidades cristãs de hoje a experimentar a inculturação do Evangelho e a postura eclesiológica da comunhão na autonomia. Palavras-chave: Roma. Hermenêutica paulina do Evangelho. Judeus. Gentios. 17. Jesus como o Filho do Homem na Teologia do Novo Testamento: Ladd e Goppelt em perspectiva Nome: Marcos Paulo Nogueira da Silva Titulação: Mestrado Instituição: PUC Minas Resumo: Em estudos sobre Teologia do Novo Testamento a cristologia dos títulos ocupa lugar de destaque. De fato, não é possível conceber uma teologia neotestamentária sem a devida atenção aos títulos cristológicos e sua recepção pelas comunidades cristãs nascentes. Dentre os vários títulos atribuídos a Jesus, o de Filho do Homem, se não é o mais complexo, certamente é o que mais tem tomado tempo e atenção dos especialistas. Essa afirmativa torna-se evidente pela simples observação do número de páginas destinadas ao assunto em comparação com os demais. Embora citada mais de oitenta vezes nos sinóticos e em João, a expressão Filho do Homem jamais é explicada. Isso sugere que seu significado já era pressuposto. Compreender esse [ou “esses”] significado e sua relação com a pessoa de Jesus tem sido a linha guia dos pesquisadores da área. Assim, a presente pesquisa, de cunho bibliográfico, pretende situar a designação de Jesus como o Filho do Homem no contexto da Teologia Bíblica do Novo 188 GT 9 Testamento de dois grandes estudiosos: o conservador-evangélico George Eldon Ladd e o crítico-luterano Leonard Goppelt. Palavras-chave: Jesus. Filho do Homem. Cristologia dos títulos. Teologia do Novo Testamento. 18. Judas e o mistério da revelação Nome: José Neivaldo de Souza Titulação: Doutorado Instituição: FEPAR Resumo: A “Maecenas Foundation for Ancient Art” de Basileia (Suíça) e a revista “National Geographic” publicaram em maio de 2006, o conteúdo de um manuscrito dos primeiros séculos do Cristianismo, retomando uma velha discussão: o Evangelho de Judas é apostólico ou apócrifo? Encontrado numa tumba egípcia, juntamente com outros escritos, o Evangelho de Judas fazia parte de uma literatura própria do gnosticismo. Provavelmente fora escrito em grego, por volta do século II e copiado em copta, língua falada pelos egípcios, por volta do século III e IV. São 26 páginas de papiro que mostram a relação de Judas e Jesus, assim como o drama da traição. Logo que surgiu a publicação, uma pergunta pairou no ar: tal descoberta vai abalar a fé cristã? Certamente não, pois tais escritos já existiam na época em que o cânon foi organizado, e controvérsias sempre existiram e ajudaram na sistematização dos dogmas. Esse trabalho pretende analisar o Evangelho Apócrifo de Judas no contexto de oposição entre a doutrina cristã, que visa manter a fé a partir da ideia de unidade, e o gnosticismo que, sob a sincronia mistério e filosofia, investe numa visão dualista da realidade, onde a sombra não só se opõe à luz, mas a revela. Palavras-chave: Salvação. Dualismo. Gnose. Mistério. Diálogo Interculturalidade 189 19. Evolução do pensamento teológico em Jó: uma progressão no entendimento dos fundamentos da relação com Deus Nome: Flávia Luíza Gomes Costa Titulação: Mestrado Instituição: PUC Minas Resumo: A comunicação propõe analisar a mobilidade do pensamento teológico sobre o fundamento da relação com Deus a partir do livro de Jó. Por meio de uma leitura que perpasse pelo processo prévio de análise do contexto histórico da emergência desse livro observar-se a partir das características da época de sua elaboração a mensagem catequética tencionada pelo autor ao povo judeu. Nesse processo é possível perceber que entre as questões de fundo do livro encontra-se a reflexão sobre a religião interesseira a partir da Teologia da Retribuição apontando para a evolução do pensamento teológico na direção de uma prática religiosa gratuita. Jó é um livro que faz brotar muitas perguntas e entre elas podemse destacar algumas fundamentais: existe religião gratuita ou ela sempre será um comércio interesseiro? O pobre o é por que está em pecado e por que não tem fé em Deus? Qual é o sinal da bênção de Deus? Riqueza, prosperidade, ou apenas o fato de temer a Deus? A tentativa de respostas a tais questionamentos torna clarividente uma progressão no pensamento religioso da época. Num tempo de regresso do exílio a esperança do povo se frustra no projeto da restauração diante das adversidades externas e internas enfrentadas. Ao contrário do que até então se veiculava, o autor deseja elaborar uma mensagem para um povo que se vê em meio ao fracasso de suas esperanças a fim de que não se fiem no abandono de Deus e nem no sinal da sua bênção baseado na riqueza, mas antes percebam o seu amor em meio a tempestade que traz a convicção de poder viver bem mesmo quando nem tudo pode ser previsível e respondido. A mutação da reflexão teológica é apreendida no ensinamento final de que se deve amar a Deus simplesmente porque ele é amável e que a benção está no fato de temer a Javé. 190 GT 9 Palavras-chave: Mobilidade Teológica. Retribuição. Gratuidade. Religião. 20. Bem-aventurados ou felizes? A visão escatológica e paradoxal das bemaventuranças e suas implicações para o hedonismo contemporâneo Nome: Karina Andrea Pereira Garcia Coleta Titulação: Especialização Instituição: FAJE Resumo: A presente comunicação propõe uma leitura do trecho referente às bem-aventuranças nos evangelhos segundo Mateus, Marcos e Lucas. Destaca-se a questão sinótica envolvida na perícope; a inversão escatológica presente nas declarações de Jesus sobre os bem-aventurados; e as implicações deste paradoxo, bem como da escolha tradutória “felizes” para o termo hoi makarioi, tendo em vista o credo contemporâneo da felicidade. Tal leitura sugere que a tensão entre o “já” e o “ainda não” fortalece as esperanças para o futuro, efeito contrário ao produzido pelo anseio moderno de felicidade “aqui e agora”. Além disto, conclui-se que encarar as bem-aventuranças com a visão atual do termo “feliz” e deslocálas da visão escatológica significa porta aberta para exatamente o oposto. O eudemonismo cristão não é guiado pela disposição interna do indivíduo, mas pelo que Deus declara a seu respeito, não se restringe às pequenas porções de felicidade já experimentadas nesta vida, mas mantém os olhos fitos na plenitude que o aguarda. Palavras-chave: Bem-aventuranças. Inversão escatológica. Escolha tradutória. Hedonismo contemporâneo. Interculturalidade 191 GT 11: Religião, Arte e Literatura ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Joe Santos – PUC/RS Prof. Doutorando Alex Villas Boas – PUC/SP Ementa O GT propõe refletir sobre o tema central “Mobilidade religiosa: linguagens - juventude - política” a partir das novas linguagens e racionalidades possíveis do mundo da arte e da literatura, religiosa ou não, na medida em que arte e religião possuem uma centralidade antropológica, e de per si, uma missão sensibilizadora tanto à responsabilidade quanto à inventividade social. 192 1. A Experiência Estética do Sagrado em C. S.Lewis Nome: Alessandro Garcia da Silva Titulação: Mestre Instituição: IUPERJ Resumo: C.S. Lewis é reconhecidamente um dos autores cristãos de maior apelo popular do século XX. Escreveu obras de fantasia e ficção científica, livros devocionais, obra de apologia, além é claro, de sua produção acadêmica. A obra deste autor é profundamente influenciada por sua experiência cristã única. Lewis, em sua trajetória até o cristianismo, passou por diversas etapas. Foi ateu, panteísta, idealista, teísta e por fim cristão. É importante notar que todo seu trajeto é marcado pela tentativa de repetir uma experiência que vivenciou poucas vezes em sua vida e que denominou alegria. A alegria, tal como pensada por C. S. Lewis, pode ser considerada uma experiência estética que desperta um desejo pelo infinito. Em diversas de suas obras este conceito é mencionado, no entanto é melhor explicitado em suas duas autobiografias, Suprised by Joy e The Pilgrim’s Regress. O objetivo do presente trabalho é expor e aprofundar o conceito de alegria a partir dos dois relatos biográficos mencionados e, a partir de experiência de C. S. Lewis, apontar relações entre a experiência estética e o desejo pelo infinito. Palavras-chave: C.S. Lewis. Experiência Estética. Desejo pelo Infinito. 2. Política, Juventude e Religião a partir do dialogo entre Ulisses e Telêmaco a partir da Moderna Odisseia de Nikos Kazantizakis Nome: Alex Villas Boas Titulação: Doutor Instituição: PUC Rio Resumo: Nikos Kazantzákis (1883-1957) concentra mística e poética em sua obra como duas faces de uma mesma moeda. Leitor atento de Religião, Arte e Literatura 193 Nietzsche se propõe a transvalorização do Ocidente em sua obra, e escolhe como rota da aventura uma revisitação da Odisseia, onde apresenta uma releitura dos valores do Ocidente, a começar do problema da polis de Ítaca que já não é mais a mesma, e assim se inicia um dialogo entre seu filho Telêmaco entusiasta de Ítaca e Ulisses do qual Ítaca já não há. No embate levantado, Ulisses irá partir para uma navegação na história, encontrado personagens importantes da história que ocuparam espaços significativos na Política e na Religião, como Lenin, Dante Alighieri, um novo Jesus Cristo e um Velho Pescador. Na discussão se choca o idealismo de Telêmaco e o realismo de Ulisses, porém ao voltar a navegar abre caminho e lança novas luzes para que a nova geração reconstrua seu tempo. Pretendemos aqui nos aproximar deste diálogo da Odisseia kazantzakiana, que de per si já nos oferece uma releitura da mudança de época ao reescrever o clássico grego, a fim de extrair um referencial para o papel da juventude e sua autoconsciência entre política e religião na sociedade neomoderna. Palavras chave: Literatura. Teologia. Política. Juventude. Nikos Kazantzákis. 3. Diálogos da ação: uma análise comparativa entre o Evangelho Segundo São João e o Sermão do Advento de Padre António Vieira Nomes: Ana Clara Magalhaes de Medeiros; Augusto Rodrigues da Silva Junior Titulação: Granduanda e doutor Instituição: UnB Resumo: Uma perspectiva de análise literário-religiosa que se propõe a ser dialógica permite a aproximação comparativista de passagens bíblicas a excertos daqueles que diante delas labutaram, os grandes pregadores. Nesse sentido, almeja-se delinear, aqui, um percurso de análise que parte do Prólogo e de caracteres do Evangelho segundo São João e percorrer o Sermão da Primeira Dominga do Advento (1655), de padre António Vieira. No primeiro, cingir a percepção do Verbo – a ação, a luz verdadeira, o próprio Deus feito carne. Do segundo, colher a perscruta da perfeição do 194 GT 11 agir, a pregação de uma cristandade e uma respondibilidade. A proposta desta crítica polifônica, que deixa ecoar as vozes de São João e de padre Vieira, fundamenta-se na similaridade que avulta das produções desses evangelizadores argutos. A Bíblia de Jerusalém apresenta-nos o discípulo amado de Jesus como o evangelista que privilegiou uma “teologia da encarnação” (1995, p. 1980), enquanto Vieira sempre apostou em uma “teologia da ação”: o verbo feito carne para salvar o mundo; a palavra feita ação para mover os homens em direção à salvação. Os evangelhos sinóticos enfatizam a chegada do Reino no pós-morte. O joanino, por sua vez, insiste na vida eterna que precisa ser alcançada ainda na existência terrena, como o jesuíta luso-brasileiro, que focalizava a ação como modo imediato da salvação dos homens. Assim, busca-se estabelecer a diegese por meio do Verbo evangélico e do advérbio sermonístico a fim de apontar a palavra como aquilo que não passa e que convoca à transformação dos homens. Palavras-chave: Pe. Vieira. Sermões. Literatura Joanina. 4. Literatura infantil, teologia e Fabulação Nome: Anaxsuell Fernando da Silva Titulação: Mestre Instituição: UNICAMP Resumo: Nesta comunicação abordaremos os desafios que se apresentam na nossa investigação sobre a trajetória biográfica de Rubem Alves (1933 - ), teólogo, escritor e educador brasileiro. Nela buscamos discutir a literatura - de modo específico, a literatura infantil - deste autor. Compreendemos, assim como Paul Ricoeur que o imaginário representa ponto nodal para a construção da história, pois para relacionar o tempo vivido ao tempo do mundo seria necessário construir conectores para manejar essa relação. Aos conectores seria assegurada a virtude de tornarem o tempo legível aos olhos humanos, tal qual faz o calendário. Nesse sentido, história e ficção, ambas matrizes de pensamento recorrem às mediações imaginárias Religião, Arte e Literatura 195 na refiguração do tempo, o que justifica, por exemplo, os empréstimos tomados da literatura pela história, quanto aos modos de discurso que apresentam. Assim, consideramos a capacidade do nosso autor-pesquisado de fabular por meio da literatura infantil um elemento primordial na constituição de um saber teológico marcado por sua trajetória individual. Palavras-chave: Rubem Alves. Literatura Infantil. Teologia e Fabulação. 5. Representações do divino na lírica feminina de Adélia Prado e Hilda Hilst Nome: Cleide Maria de Oliveira Titulação: Doutora Instituição: PUC Rio Resumo: A comunicação pretende, a partir da leitura de dois poemas de Adélia Prado e Hilda Hilst, perceber certas recorrências temáticas e imagéticas que animam a ambas poetas, a saber: a singular articulação entre uma religiosidade mística (mas não dogmática ou proselitista) e um erotismo candente, isso fortemente vinculado a um enunciar poético marcadamente feminino que se inscreve a partir de uma profunda consciência da temporalidade humana. Pretende-se perceber, nessas poetas que foram entre si contemporâneas, aproximações e recuos no aproveitamento de um tema idiossincrático na tradição literária brasileira, qual seja: a interseção entre erotismo e mística, fato que, apesar de freqüente em diversas tradições religiosas, espantou público e critica desavisados dessas aproximações, quiçá ontológicas, entre ambas experiências de alteridade. Palavras-chave: Lírica contemporânea. Mística. Erotismo. Adélia Prado. Hilda Hilst. 196 GT 11 6. Diálogo entre René Girard e Dostoiéviski Nome: Edivilson de Godoy Titulação: Doutor Instituição: PUC/SP Resumo: Diálogo entre René Girard e Dostoiévski: Aplicação da teoria mimética na literatura de Dostoiévski René Girard descobriu e explicou a teoria do mecanismo vitimário, segundo a qual, o desejo mimético é a origem da cultura e da religião. O ponto de partida dos estudos girardianos é a literatura. A obra de Dostoiévski despertou grande interesse de Girard. O Antropólogo franco-americano comenta em vários livros o escritor Russo e o dedica o livro: Dostoiévski: do duplo à unidade. Proponhome discutir o diálogo entre René Girard e Dostoiévski. Mostrando como Girard vê e aplica o paradigma do mecanismo vitimário na obra do Escritor Russo. Palavras-chave: René Girard. Dostoiéviski. Teoria Mimética. 7. A representação de Cristo no expressionismo alemão e brasileiro Nome: Etienne Alfred Higuet Titulação: Doutor Instituição: Universidade Católica de Louvain (Bélgica) Resumo: Breve história, contextualização e caracterização do expressionismo como corrente artística no início do século XX, especialmente na pintura. O movimento é uma insurreição, uma revolta, cuja busca formal expressa com toda a força o tormento interior dos artistas. Os poetas e pintores expressionistas inventaram o estilo da angústia e a técnica do mal-estar na civilização. A “desfiguração” de Cristo na pintura ocidental do século XX, especialmente no expressionismo alemão: escârnio ou confissão? crítica ou profecia? Teologia ou anti-teologia? O expressionismo como estilo religioso na concepção de Paul Tillich: avaliação crítica. Tillich Religião, Arte e Literatura 197 não interpretava o expressionismo como um movimento apenas de teor subjetivo, mas que, pela dissolução das formas individuais, buscava uma expressão metafísica objetiva, evocando o abismo do ser, em novas linhas, cores e formas.Método: Análise de alguns quadros representando Cristo: Nolde, Jawlensky, Schmidt-Rottluff, Portinari (Via Crucis da Pampulha), em perspectiva estética, sócio-histórica, semiótica e teológica. Conclusão: o estilo expressionista na representação de Cristo aparece como um poderoso aliado do seu sentido religioso, mas não deixa de carregar fortes ambiguidades, tanto na sua intenção quanto na sua recepção. Palavras-chave: Pintura. Expressionismo. Estilo religioso. Paul Tillich. Interpretação. 8. O Mal em “Anticristo” de Lars Von Trier Nome: Flávia Santos Arielo Titulação: Mestranda Instituição: PUC/SP Resumo: O que é o mal? Algo incrustado na origem do homem desde sua criação? Seria uma invenção ancestral que vem sendo transformada e rechaçada, principalmente a partir do que chamamos de modernidade? A essência do mal está na natureza humana? Após assistir ao filme “Anticristo”, do diretor dinamarquês Lars Von Trier veio-me a sensação de ver explicitamente uma nova perspectiva sobre o mal. Nova perspectiva, pois muito já se pensou e escreveu sobre o assunto, tanto filosófica quanto religiosamente. O filme de Von Trier abarca através de um roteiro pouco palatável o assunto do mal, mas não torna clara a proposição nem a origem deste mal. É neste ínterim que proponho uma análise mais profunda e pontual sobre o assunto. O mal se mostra de diferentes maneiras ao longo da história; o diretor joga com conceitos, imagens e diálogos que merecem uma imersão mais detalhada. Um estudo sistemático sobre o mal só pode ser plenamente desenvolvido se embasado teologicamente. Parte das religiões trazem em sua íntima formação as noções de bem e 198 GT 11 mal; neste caso há maior interesse em pesquisar essa formação dentro do cristianismo reformado – já que as bases do diretor do filme, Lars Von Trier, estão inseridas no contexto de seu país, a Dinamarca; o filme se propõe, portanto, como exemplo de produção de arte pela qual o protestantismo revela sua identidade. Faz-se necessário aqui também um conhecimento mais aprofundado da filosofia da religião e de filósofos que adentraram neste debate. Palavras-chave: Cinema. Mal. Religião. Filosofia. 9. A conversão e o Cristo na totalidade poética de Jorge de Lima Nome: Flávio Ferreira de Mello Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: Jorge de Lima transitou por diversos caminhos da Arte (fotografia, pintura, poesia, prosa, etc.), mas se encontrou na poesia em Cristo (3ª Fase), poesia essa que faz parte de sua Restauração da poesia em Cristo, iniciada por ele e pelo poeta surrealista Murilo Mendes, por quem Jorge tinha grande amizade. Essa Restauração em Cristo revela um poeta mais humano e preocupado com elementos orgânicos, líricos e metafísicos tecendo com isso versos que têm como raiz elementos Bíblicos. A partir dessas informações, iniciamos uma pesquisa e um maior aprofundamento desses elementos estruturais de sua poesia, nos baseando em teóricos como Boff, Chardin e Eliade. Com isso críamos um ciclo de artigos e palestras a respeito do assunto, sempre englobando um livro, e aqui apresentamos A Túnica Inconsútil e uma breve reflexão sobre ele. Palavras-chave: Jorge de Lima. Cristo. Túnica Inconsútil. 10. Religião, Arte e Literatura em Ernesto Cardenal Nome: Getulio Antonio Bertelli Titulação: Doutor Religião, Arte e Literatura 199 Instituição: PUC Rio Resumo: A presente proposta de trabalho pretende abordar religião, arte e literatura num expressivo escritor latino americano, e expoente da teologia da libertação: Ernesto Cardenal. Ex-noviço de Thomas Merton no mosteiro Trapista de Gethsemani, EUA, é o maior poeta latino americano depois de Pablo Neruda. Concentramo-nos em seus três livros de Memórias: Vida Perdida, Las Ínsulas Extrañas e La Revolución Perdida. Ali apresenta a religião como fermento de transformação na sociedade, como ocorreu na Nicarágua sandinista; apresenta a arte como expressão da beleza, inata em todos os seres humanos, potencialmente poetas, artistas, escritores (como desenvolveu com os nativos na Ilha de Solentiname); sua literatura, tanto em prosa como em poesia, é da mais alta mística revolucionária. Nela faz uma feliz síntese entre as mais recentes intuições científicas e as intuições religiosas. Destacamos também os últimos livros de Cardenal, a saber: Este Mundo y Otro, e The Origin of Species and Other Poems, ambos de 2011, onde encontramos os tres sub-temas do GT 11 acima mencionados. Palavras-chave: Ernesto Cardenal. Poesia Latino Americana. Teologia. 11. A ressignificação da experiência religiosa do teatro oficina no contexto dos sertões Nome: Gisele Nallini Titulação: Mestranda Instituição: PUC/SP Resumo: Quando o terceiro sinal tocar, no próximo dia 16 de agosto de 2012, a Associação Teatro Oficina Uzina Uzona, dirigida por José Celso Martinez Corrêa, completará 54 anos. Percorrendo a historicidade do Oficina, entrelaçamos o processo de sua metamorfose identitária via possibilidades utópicas, sem perder de vista os acontecimentos históricos e os conceitos sobre sincretismo, no que se refere a abordagem das experiências religiosas e culturais, contidas na construção dessa identidade. Ousado e 200 GT 11 irreverente, Zé Celso, introjetou em seu repertório a experimentação de linguagens que ultrapassaram os limites da criação, buscando relacionar, em constante diálogo, às artes cênicas, a música, a religião, o vídeo e o cinema. Entrelaçamentos que viabilizaram a concepção de diversos DVD’s preservando a memória do grupo. Extraímos então a filmografia da encenação de OS SERTõES, baseado na obra de Euclides da Cunha, adaptada por Zé Celso, dando especial atenção aos DVD’s: O HOMEM I – Do Pré-Homem à Revolta e O HOMEM II – Da Revolta ao TransHomem, apontando ressignificações das experiências no campo simbólico religioso, inter-culturalmente constituídos na concepção dos espetáculos. Palavras-chave: Sincretismo. Identidade. Utopia. Teatro Oficina. 12. O mal na literatura machadiana: uma leitura teológica da obra Quincas Borba Nome: Ivna Maia Fuchigami Titulação: Mestranda Instituição: UMESP Resumo: O MAL NA LITERATURA MACHADIANA: uma leitura teológica da obra Quincas Borba Ivna Maia Fuchigami Universidade Metodista de São Paulo Resumo O presente trabalho visa estudar o mal a partir da leitura da obra Quincas Borba, de Machado de Assis, tendo como referência um viés da Teologia uma vez que este problema historicamente suscitou questionamentos neste campo do conhecimento. O mal, que vem suscitando análises, reflexões e considerações de diferentes áreas do conhecimento e vários setores da sociedade, ora é visto como um problema de fora de nós mesmos, ora como de dentro de nós mesmos. Se, de um lado, podemos afirmar que boa parte da tradição filosófica e teológica do Ocidente tratou o problema do mal como externo ao ser humano, de outro, podemos afirmar também que, principalmente diante das grandes tragédias que marcaram o século XX, bem como diante do fracasso em que incorreram os esforços da modernidade pela autonomia humana e da Religião, Arte e Literatura 201 razão, atualmente o problema do mal vem sendo estudado como interno ao homem. Para tanto, propomos como autores de base os teólogos Juan Antonio Estrada e Andrés Torres Queiruga e o filósofo Paul Ricœur. Palavras-chave: Mal. Machado de Assis. Juan Antonio Estrada. Andrés Torres Queiruga. Paul Ricœur. Teodiceia. 13. A “Compadecida” da obra de Ariano Suassuna ‘Auto da Compadecida’ e suas raízes teológicas Nome: Jonas Nogueira da Costa Titulação: Mestrando Instituição: FAJE Agência financiadora: CAPES Resumo: Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida, apresenta a Virgem Maria como “Compadecida”. A presente proposta de comunicação pretende mostrar como essa figura se insere na obra suassuniana em destaque e como ela está ligada à teologia desde o século X, com Santo Odo, aos dias de hoje. Também pretende situar essa questão em relação com a escatologia medieval, que via em Jesus um terrível juiz onde as pessoas precisavam da misericórdia e da intercessão de sua mãe, com a figura de um Cristo mais humanizado e atento à dimensão social. Palavras-chave: Ariano Suassuna. Auto da Compadecida. Cristologia. 14. José Saramago e a cultura religiosa contemporânea Nome: José Geraldo da Silva Marques Titulação: Especialista Instituição: PUC Minas Resumo: A intenção da comunicação é apresentar um enfoque sobre a relação existente entre religião e contemporaneidade tomando como referência o escritor português José Saramago. Para tal intento, a primeira 202 GT 11 parte desta comunicação apresentará José Saramago e a sua relação com a religião e a cultura. No segundo tópico serão apresentados os romances em que José Saramago fala sobre o papel da religião no contexto da cultura ocidental. O terceiro ponto procurará explicar qual a principal intenção de Saramago ao escrever romances em que a temática religiosa tem grande destaque. Finalizando, a comunicação destacará em que medida José Saramago serve como referencial para compreender no homem contemporâneo o embate entre religião e tradição. Palavras-chave: Cultura. Contemporaneidade. Religião. José Saramago. 15. O Rito Funebre de Deus no niilismo de Nietzsche na obra A Hora da Estrela de Clarice Lispector Nome: Luis Augusto Barbosa Teixeira Titulação: Instituição: UEPA Resumo: O artigo intitulado “O Rito Fúnebre de Deus no Niilismo de Nietzsche na Obra A Hora Da Estrela de Clarice Lispector” tem como intuito de “problematizar” a colossal afirmação que Nietzsche discute na sua obra “Assim Falava o Zaratustra” que deus esta morto, a partir dessa afirmação irei comparar deus com a personagem Macabéa do romance “A Hora Estrela” observando o esquecimento de deus/macabéa na literatura a partir da indagação “O Homem busca Deus ou Instituição?” Assim o trabalho apresenta uma comparação de Deus e Macabéa observando esse rito funerário deles a partir do esquecimento que o homem tem pela sua divindade, pois na sociedade que esta inserido caracterizou esse nãonomear de deus, mas sim da Instituição. Palavras-chave: Niilismo. Morte de Deus. Clarice Lispector. Nietzsche. Religião, Arte e Literatura 203 16. A Fenomenologia das paixões e dos sentidos: a linguagem teológica dos Sermões do Século XVII Nome: Marcio Luiz Fernandes Titulação: Doutor Instituição: PUC/PR Resumo: O objetivo do presente trabalho é apresentar os elementos essenciais que caracterizam a teologia da pregação, no período da Escolástica Barroca a partir do sermão das chagas de São Francisco. Neste sermão o padre Antonio Vieira reconhece em Francisco de Assis a segunda estampa de Cristo crucificado. Além disso, discute as questões das paixões da alma na sua relação com os sentidos humanos e apresenta a unio mystica e a categoria de abandono de si para afirmar que as chagas abertas de São Francisco são cinco bocas ou línguas e, desse modo, estrutura o sermão com a apresentação dos instrumentos com as quais a voz de Cristo ressoa por meio de testemunhas que, como Francisco de Assis, mantêm vivo a possibilidade da imitação de Cristo. Palavras-chave: Pe. Vieira. Sermões. Escolástica Barroca. Cristologia mística. 17. Ensino religioso e literatura: reencantando áreas de conhecimento Nome: Maria Augusta de Sousa Torres Titulação: Mestra Instituição: UERN Resumo: O trabalho discute a importância do Ensino Religioso como área de conhecimento para propiciar a religação dos saberes, atributo necessário à educação do sujeito crítico e afeito as exigências de uma cidadania planetária. Ancorada nesse propósito, a extensão universitária - Ensino Religioso e Literatura: Reencantando Áreas de Conhecimento, do curso de Ciências da Religião da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte 204 GT 11 – UERN em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Cultura – SEEC, assenta-se em 03 cidades do interior do Estado, com o objetivo de exercitar o diálogo entre o Ensino Religioso e Literatura, extraindo lições de responsabilidade e solidariedade, qualidades indispensáveis a formação do cidadão. Com projeção de desenvolvimento nos anos de 2011 a 2013, o projeto envolve professores e alunos do Ensino Fundamental da rede Estadual de Ensino, através de planejamentos transdisciplinares, ciclos de leituras e seminários. A empreitada do ano de 2011 serviu-se da obra Morte e Vida Severina, do Poeta João Cabral de Melo Neto, como operador cognitivo no aprofundamento das noções de identidade e religiosidade. Palavras-chave: Literatura e Ensino Religioso. João Cabral de Melo Neto. Cidadania. 18. O Corpo Incompleto numa Leitura Fenomenológica Nome: Me. Maria Cristina Pratis Hernández Titulação: Mestra Instituição: Centro Universitário Franciscano do Paraná Resumo: Vazios e crenças existem porque o ser humano é um ser inacabado. Paradoxalmente, essa dicotomia conduz o a busca de solução para o seu existir. Pois onde está a esperança ali também está a religião. Vivese numa guerra permanente entre os desejos “do corpo” e as exigências sociais de uma presumível boa educação. Ao longo dos tempos a educação baseada na estética e na ética tem desempenhado um importante papel social. Porque a esperança é uma antecipação do futuro, é o vir-a-ser. Em Fédon, Platão considerava que a única maneira de ficarmos mais perto do pensamento é abstermo-nos mais possível da companhia do corpo e de qualquer comunicação com ele. Pois o pensador grego via o corpo como fonte de corrupção. Já Nietzsche tinha uma opinião diferente de Platão em relação ao corpo, para ele tudo é corpo e nada mais. A proposta desse estudo é comparar as diferentes concepções de corpo, tomando como base um estudo transdisciplinar de caráter crítico-interpretativo. De maneira Religião, Arte e Literatura 205 que a fenomenologia da religião se interaja com a arte. Palavras-chave: Corpo. Religião. Arte e Filosofia. 19. Sinais da Presença para além da morte Nome: Maria das Graças Ferreira de Araújo Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Sinais da Presença para além da Morte desde os tempos primitivos, os homens deram sepulturas aos seus mortos. Suas construções podem ser interpretadas como prova de humanização. O túmulo perpetua a memória do morto e evoca uma resposta aos vivos diante da dor e perda dos seus entes. De acordo com Áries, os túmulos tornam-se assim, os “sinais da presença para além da morte” (Philippe Ariès, 1977). Uma presença entendida como uma resposta à afeição dos que ficam e à sua inexorabilidade diante da morte dos que partem. Neste sentido, em conformidade e sintonia com a temática do Congresso da Soter 2012, e tendo como pano de fundo a proposta do GT da reflexão sobre o tema central “Mobilidade religiosa: linguagens - juventude - política” a partir das novas linguagens e racionalidades possíveis do mundo da arte e da literatura, religiosa ou não, a comunicação pretende mostrar, a importância das construções e existência dos túmulos para a sociedade, em especial no dia 02 de novembro, como local ritual de manifestação da saudade, piedade e memória aos antepassados. Palavras-chave: Escatolologia. Arte tumular. Memória. 20. Motivações bíblicas em Memórias póstumas de Brás Cubas Nome: Paulo Sérgio de Proença Titulação: Doutor Instituição: USP 206 GT 11 Resumo: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma obra que sempre intrigou os críticos; para uns, é o divisor de águas na ficção machadiana, inaugurando a fase madura de sua produção; para outros, é a objetivação de uma maturação de que já se podia colher indícios em escritos anteriores. Em todo caso, a obra inova por seus elementos formais. Dentre outras características sobressalentes, deve-se destacar a intertextualidade soberba que a obra incorpora. Autores, obras e áreas de pensamento são evocados à farta pela pena do narrador. Praticamente toda tradição cultural do Ocidente está representada. Uma interessante incorporação textual se dá com a Bíblia, em plots significativos para o contexto em que aparecem e para a economia geral da obra. A partir dessa percepção, o objetivo principal desta proposta é a análise das motivações bíblicas para a composição do romance, a partir de levantamento e análise das ocorrências mais expressivas e da hipótese de que os vínculos bíblicos foram apropriados de forma particular e intencional e cooperam para o suporte ideológico dos temas e das intenções que o romance apresenta. Personagens, eventos e trechos bíblicos são evocados quase sempre de forma inusitada, pelo narrador, o que ocorre com outras fontes também, de acordo com a “desfaçatez” (Schwartz) própria do protagonista, representante da classe dominante e de sua forma de agir no panorama histórico da época. A combinação desses elementos faz supor que, de fato, há inspiração bíblica para a composição do enredo do romance. Palavras-chave: Machado de Assis. Bíblia. Intertextualidade. Interdiscursividade. Memórias póstumas de Brás Cubas. 21. Museu ao Céu Aberto: Arte tumular como expressão religiosa Nome: Thiago Nicolau de Araujo Titulação: Mestre Instituição: EST Resumo: Percebemos diferentes maneiras das sociedades expressarem o sentimento sobre a morte, mas sempre mantendo a ideia de conservar Religião, Arte e Literatura 207 a memória do morto pela imagem, numa tentativa de manter viva sua identidade. Para o cristão, a fé na vida eterna representa um elo entre o mundo dos vivos (profano) e o mundo dos mortos (sagrado). Daí surge à necessidade de conservar a memória do morto, criando uma relação permanente entre o mundo profano e o mundo sagrado. Assim, as construções tumulares dentro dos cemitérios públicos e privados revelam essa preocupação de preservar a memória através de obras de renomados artistas plásticos, túmulos de personalidades de relevância, textos e outros traços que contam a história das pessoas ali enterradas, tornando o espaço um museu ao céu aberto. Analisamos as obras funerárias como uma forma de discurso, pois quando uma família escolhe uma estátua de Cristo, de algum santo e insere outros elementos da fé cristã, está reafirmando sua crença religiosa ou da comunidade em que vive. Dessa forma, o túmulo é uma representação de uma identidade cultura individual. Se um mesmo elemento escultórico aparece repetidas vezes em um curto espaço de tempo, percebemos a representação de identidade cultural coletiva. Assim, é na diversidade de adereços que compões a arte funerária que se torna possível identificar as concepções religiosas presentes em um campo santo. Palavras-chave: Cemitérios. Arte tumular. Religiosidade. 22. O Amor e a Arte vencem a morte – uma análise teológica d’O cego Estrelinho de Mia Couto Nome: Vera Lúcia de Castro Titulação: Mestre Instituição: UMESP Resumo: O objetivo deste artigo é analisar teologicamente o conto O cego Estrelinho de Mia Couto. O autor chega a beirar um messianismo em algumas de suas narrativas. Neste conto, quero destacar para a interface Teologia e Literatura os seguintes aspectos: 1) a inversão da vida como possibilidade de encontrar o novo, por exemplo, encontrar vida, onde se vê apenas morte (referindo-me, inclusive, ao contexto de pós-guerra 208 GT 11 de Moçambique); 2) a criação do mundo por meio da linguagem, pelo personagem Gigito; 3) a criação dos neologismos representando uma nova linguagem para um novo mundo; 4) a celebração da vida: o Amor e a Arte como vencedores da morte. Essa leitura fundamenta-se em conceitos teológicos sobre cultura do teólogo Paul Tillich, em conceitos filosóficos/ literários de Walter Benjamim, em dois teóricos da narrativa/conto: Júlio Cortázar e Ricardo Piglia, no conceito de poesia do formalista Russo V. Shklovski, e nos textos bíblicos citados. Palavras-chave: Literatura. Teologia. Mia Couto. Escatologia. Linguagem. Religião, Arte e Literatura 209 GT 12: Religião e Gênero ______________________________________ Coordenadores Profa. Dra. Anete Roese – PUC Minas, MG Profa. Dra. Sandra Duarte de Souza – UMESP, SP Prof. Doutorando Clóvis Ecco – PUC/GO, GO Ementa O GT Religião e Gênero se propõe ser um espaço de diálogo transdisciplinar no campo das Ciências da Religião, articulando áreas como teologia, sociologia, antropologia, história, psicologia e filosofia em perspectiva de gênero. O GT se dedicará à análise teórica feminista de fenômenos, movimentos religiosos e manifestações espirituais do mundo contemporâneo. Objetiva-se acolher estudos e reflexões críticas acerca do papel das religiões/religiosidades/espiritualidades e suas implicações sobre as relações de gênero na sociedade, do lugar dos sexos nas diferentes religiões ao redor do mundo e das experiências que mulheres e homens fazem em terreiros, igrejas, templos, mesquitas, sinagogas, casas de oração e outros espaços de celebração. O GT também prevê propostas que abordem os significados das experiências de libertação no contexto religioso e hermenêuticas críticas de textos sagrados escritos ou orais e seus sentidos para a humanidade. 210 1. O feminino nas práticas religiosas do/no Terreiro de Candomblé Ilê Wopo Olojukan Nome: Amarildo Fernando de Almeida Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: Refletir sobre a questão do feminino nas práticas religiosas de um Terreiro de Candomblé, mais precisamente, do/no Ilê Wopo Olojukan implica, necessariamente, uma reflexão acerca do gênero. Os estudos de gênero aparecem como categoria de estudo, na década de 80, com o objetivo de reconstruir conceitos ligados ao sexo feminino e ao masculino, e, também, como categoria relacional. Contudo, percebe-se que a construção do conceito de gênero, como é conhecida no Ocidente, onde esta construção e prática circunscrevem, não pode ser aplicada com todo rigor no universo mítico de um Terreiro de Candomblé. Pressupõe que os mitos revelam os procedimentos pertinentes a cada sexo, mas não somente o sexo biológico da pessoa (macho ou fêmea), mas o sexo do orixá. O fato de ser biologicamente do sexo feminino ou masculino, não dá ao fiel ou adepto o direito de realizar toda e qualquer atividade ou tarefa dentro das práticas religiosas de um Terreiro de Candomblé. Palavras-chave: Gênero. Terreiro de Candomblé. 2. A experiência religiosa no cárcere. O caso do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão em João Pessoa – PB Nome: Anaize Anália de Oliveira Titulação: Mestre Instituição: UFPB Resumo: Este trabalho é fruto da conclusão da pesquisa de campo realizada no Centro de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, um presídio destinado ao confinamento de mulheres infratoras, situado na cidade de Religião e Gênero 211 João Pessoa-PB. Trata da compreensão da experiência religiosa vivida por prisioneiras e tem como objetivo principal analisar o campo religioso prisional feminino. Durante a pesquisa pudemos observar que grupos religiosos se revezam aos sábados para possibilitarem que a palavra de Deus seja pregada mesmo no confinamento. De caráter sócio-antropológico, a pesquisa buscou observar e ouvir as detentas quanto as suas atitudes diante do fator religioso, as prováveis mudanças comportamentais atribuídas a fé em Deus e a religião e suas expectativas de vida pós prisão. Nesse contexto, buscamos conduzir o texto que traz em suas considerações a caracterização do sistema penitenciário brasileiro e paraibano, a situação das mulheres encarceradas e as possibilidades de reabilitação que o cárcere oferece, bem como, relatos de experiências de mulheres que se vêem transformadas pela fé que lhes foi apresentada dentro da prisão. Palavras-chave: Sistema prisional feminino. Religião. 3. Homossexualidade e fé: confessionalidade homossexual a partir do discurso ético de Bernardino Leers Nome: Daniel Cordeiro Martins Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: A pesar da diversidade de denominações cristãs, são poucas as que abrem espaço para os homossexuais, mesmo assim quando os aceitam impõem a eles uma vida celibatária partindo sempre de um discurso ético e moral com base referencial a “normalidade” da heterossexualidade. Hoje, porém, há pessoas homossexuais que querem levar adiante a sua espiritualidade e profissão de fé, sem abrir mão de sua sexualidade, isso se torna possível porque temos de um lado os movimentos homossexuais que ganham cada vez mais relevância e com isso os homossexuais se sentem mais livres para se expressarem e contar ainda com uma pluralidade religiosa que inclui igrejas que aceitam sem preconceito esse público, e há um grande número de homossexuais que por tradição familiar ou por 212 GT 12 identificação permanecem nas igrejas, mesmo sabendo que o discurso delas vai contra as práticas homossexuais, algumas até muito agressivas. Partindo desse princípio o tema desse trabalho é homossexualidade e fé: A confessionalidade homossexual a partir do discurso ético de Bernardino Leers, ele trabalha a homossexualidade dentro do contexto da libertação e emancipação dos gays no princípio ético do respeito mais do que a simples tolerância. Palavras-chave: Homossexualidade. Confessionalidade. Bernardino Leers. 4. A inserção das mulheres no campo profissional teológico pós regulamentação da teologia no Brasil Nome: Maria Elise Gabrielle Baggio Machado Rivas Titulação: Mestranda Instituição: PUC/SP Resumo: O trabalho analisa a inserção das mulheres no campo profissional da teologia após a regulamentação da teologia no Brasil. O trabalho possui ênfase empírica com estudo em cinco instituições de ensino superior regulamentadas na grande São Paulo. A escolha das instituições deveu-se à participação das mesmas no grupo de trabalho do Conselho Nacional de Educação entre 2009 e 2010, o qual discutiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o bacharelado em Teologia. O trabalho tem uma abordagem qualitativa com entrevistas abertas com diretores e coordenadores das instituições, bem como alunos (homens e mulheres). O trabalho discute quem teve maior absorção no mercado de trabalho (homens ou mulheres) a fim de apresentar um quadro claro sobre o campo profissional teológico. Palavras-chave: Campo profissional teológico. Inserção das mulheres. Religião e Gênero 213 5. Religião, estado laico e autodeterminação sexual e reprodutiva das mulheres Nome: Romi Márcia Bencke Titulação: Mestranda Instituição: UFJF Resumo: Religião, estado laico e autodeterminação sexual e reprodutiva das mulheres Em um estado laico é presumível que as políticas públicas não sofram influências religiosas. Porém, quando analisamos a saúde sexual e reprodutiva da mulher brasileira percebe-se que a laicidade ao estilo brasileiro vislumbra uma zona de porosidade entre religião e estado. Apesar do conceito de saúde integral da mulher ter sido cunhado nos anos 1980, no caudal de uma longa trajetória de lutas e debates feministas, as pressões religiosas sobre as políticas públicas relativas a saúde sexual e reprodutiva da mulher se fazem presentes. Isso indica que a separação entre Igreja e Estado no Brasil não resultou na privatização do religioso, nem na exclusão mútua entre religião e política. Essa laicidade ao estilo brasileiro, quando tomamos como quadro de análise as políticas de saúde sexual e reprodutiva, deixa a mostra alguns sérios desafios para a saúde pública, entre os quais, os processos de invisibilização e criminalização de mulheres que, por um motivo ou outro, tiveram que interromper uma gravidez. Para debater isso, recorreremos às discussões de Hervieu-Léger, Berger e outros sobre secularização, laicidade e religião, além de enfocar as formulações de políticas e os bastidores das pressões religiosas. Palavras-chave: Religião. Estado laico. Autodeterminação sexual feminina. 6. A participação das mulheres nos espaços de poder das Assembleias de Deus em Belém do Pará Nome: Rosinda da Silva Miranda Titulação: Mestranda Instituição: UEPA 214 GT 12 Resumo: O presente trabalho analisa a participação das mulheres nos espaços de poder nas Assembleias de Deus em Belém do Pará, sendo esta, a primeira igreja pentecostal na Amazônia. Verificou-se que o número de mulheres que frequentam as Assembleias de Deus em Belém é maior que a quantidade de homens, porém elas continuam em minoria nos cargos decisórios das igrejas. Conclui-se, então, com apoio dos escritos de Pierre Bourdieu, que, esse cenário é possível devido à manifestação de um poder simbólico orientado pela visão patriarcal espiritualizada, em outras palavras, as mulheres estão seguindo a vontade de Deus, pois Este deixara o sacerdócio exclusivo ao sexo masculino. Por outro lado, as mulheres vêm conquistando poder nos espaços de decisão a partir de seus carisma e dedicação aos trabalhos da igreja. Palavras-chave: Assembleia de Deus. Ministério feminino. Pierre Bourdieu. 7. Percurso histórico da configuração de uma sacerdotisa afro-brasileira: interface entre história, classe e gênero Nomes: Sumaia Miguel Gonçalves; Neusa Miguel Gonçalves; F. Rivas Neto Titulação: Mestranda; Pós graduanda; Especialista Instituição: PUC/SP; PUC/SP e USP Resumo: O presente trabalho visa recuperar a trajetória histórica de Mãe Antônia até se configurar como uma sacerdotisa de umbanda. Nosso trabalho possui uma abordagem qualitativa pressupondo pesquisa de campo nos rituais de seu terreiro e entrevistas abertas. O método utilizado é o da história oral favorecendo nosso artigo na medida em que postula a fase de recolhimento das fontes necessárias à análise e a posterior crítica às mesmas. O referencial teórico quanto ao método está pautado sobretudo em Thompson (1988). Já quanto à literatura afro-brasileira nos aprofundaremos em Prandi (1991), Rivas Neto (2002, 2012) e Vaz (2009). As trajetórias de vida de sacerdotes e sacerdotisas afro-brasileiros Religião e Gênero 215 tem revelado muito mais sobre este amplo universo religioso do que análises puramente teóricas. Nesse sentido, esperamos contribuir a este campo de estudos por encontrar neste objeto um olhar interdisciplinar entre as categorias de classe, gênero e religião. Palavras-chave: Umbanda. Mãe Antônia. Sacerdotisa afro-brasileira. 8. Igreja, gênero e juventude: Reflexões sobre Gênero na Igreja Assembleia de Deus em São Bernardo do Campo e suas influências na juventude Nome: Valter Borges Dos Santos Titulação: Mestrando Instituição: UMESP Instituição financiadora: CAPES Resumo: O artigo buscará apresentar reflexões da abordagem de gênero na Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério de São Bernardo do Campo, a partir dos postulados de seu Estatuto e Regimento Interno reformados em 2007, a fim de perceber a influência dessa abordagem e seus reflexos, contradições e ambiguidades na juventude assembleana desse ministério. Propõe-se analisar essa conjuntura a partir das obras “A Construção Social da Masculinidade” do Dr. Pedro Paulo de Oliveira; “Gênero, Corpo, Conhecimento” de Alison M. Jaggar e Susan R. Bordo; “Religião e Sexualidade: Convicções e Responsabilidades”, e organizado por Emerson Giumbelli, inclusive considerando temas da laicidade. Problematiza-se essa reflexão através das seguintes questões: A atual influência permitirá ao jovem desabsolutizar a hegemonia masculina? Superará, o jovem assembleano, a hegemonia masculina nas questões de gênero ou enrijecerá suas posturas dificultando as possibilidades de diálogo nas questões de gênero. Palavras-chave: Igreja. Gênero. Juventude. Assembleia de Deus. 216 GT 12 9. Religião, gênero e sexualidade: o caso dos soropositivo para o HIV Nome: Clóvis Ecco Titulação: Doutorando Instituição: PUC/GO Resumo: Esta comunicação reúne reflexões sobre o modo como o soropositivo para o HIV e a religião têm sido abordados pela mídia. A análise tem por base dados obtidos em pesquisa de campo realizada na AAVE – (AIDS- apoio, vida, esperança), no Município de Goiânia, Goiás, com entrevista semi-estruturada. Os sujeitos foram 25 pessoas, sendo 15 homens soropositivo para o HIV e 10 conjugues (homens e mulheres), quase todos oriundos de famílias de baixa renda, moradores de Goiânia e municípios vizinhos. Os dados foram coletados entre janeiro a julho de 2011. O objetivo foi verificar a relação entre HIV, mídia, família e religião, tendo gênero e sexualidade como categorias de análise. Entende-se que a eclosão da AIDS/HIV no mundo e no Brasil trouxe consigo o medo de uma doença desconhecida, sem cura e fatal, tal como publicada pela mídia no final do século XX. Isto significou não somente um problema de epidemia em saúde pública, mas também gerou na sociedade um clima de punição moral, reflexo do preconceito presente nos diferentes ideários religiosos que compõem as concepções de sexualidade e de doença no Ocidente. Palavras Chave: Mídia. Soropositivo. Família. Religião. Gênero. 10. Gênero, Religiões de Matriz Africana e Políticas Públicas em Belém, Pará Nome: Daniela Cordovil Corrêa dos Santos Titulação: Doutora Instituição: UNB Resumo: Esta comunicação pretende discutir como as tradicionais Religião e Gênero 217 relações de gênero estabelecidas no interior das religiões de matriz africana no Brasil, especialmente o Candomblé, impactam e são impactadas pela construção de políticas públicas com recorte de gênero, tomando como base empírica o estudo da militância política de alguns “terreiros” de Belém, Pará, organizados em forma de associações civis ou ONGs. No interior dessa nova forma de associativismo dos afrorreligiosos, lideranças femininas tornam-se conhecidas no cenário político local e nacional, dialogando com políticas públicas para mulheres elaboradas por diferentes esferas de governo e entidades civis. Tradicionalmente, as religiões de matriz africana possuem uma proeminência da presença feminina em seus cultos e na sua própria ideologia religiosa. Recentemente nota-se uma presença cada vez maior de intelectuais nas fileiras dos cultos, que possuem uma elaboração ideológica, inclusive de referencial feminista, sobre participação feminina no candomblé. O objetivo desta comunicação será refletir sobre este possível encontro entre ideias e políticas feministas e o mundo do candomblé em Belém. Palavras-chave: Gênero. Religião. Política pública. 11. Maria enquanto figura mítica: uma análise sobre a mariologia tradicional Nome: Daniele Ventura Titulação: Doutoranda Instituição: PUC/GO Resumo: A Mariologia Tradicional tem sedimentado uma imagem de Maria enquanto sinal de pureza, obediência e resignação. Pensando nisso, visamos na presente abordagem analisar que imagem de Maria é projetada pela Mariologia Tradicional, a partir dos dogmas católicos marianos, bem como observar de que maneira esta imagem propagada pelos grupos mais tradicionais é capaz de determinar o modelo de conduta a ser seguido por muitas religiosas. Para tanto, traremos o gênero enquanto categoria de análise, a fim de que possamos identificar como a 218 GT 12 imagem de Maria projetada pela Mariologia Tradicional serve de base para moldar comportamentos que revelam submissão, resignação e silêncio naturalizados, principalmente, por mulheres religiosas e por homens que observam nesta imagem o papel que a mulher deve ocupar na sociedade. Palavras-chave: Mariologia tradicional. Gênero. Maria. 12. A persistência das Deusas: representações simbólicas do feminino na atualidade Nome: Izildinha Konichi Titulação: Doutora Instituição: PUC/SP Resumo: A pesquisa tem por objetivo investigar quais as representações simbólicas do feminino se encontram presentes na mulher na atualidade. As transformações que vêm ocorrendo no âmbito social nas últimas décadas, principalmente nos países ocidentais, apontam para uma mudança no padrão de conscientização do feminino, tomado aqui em seu sentido mais amplo, universal e, portanto, simbólico. O estudo aborda a temática a partir de mitos de deusas gregas, como expressões de imagens arquetípicas, portanto, presentes em todas as mulheres. A comparação dos dados, obtidos a partir de amostras coletadas em campo, em períodos distintos, e sua posterior análise qualitativa dentro do referencial da psicologia analítica, nos permitem visualizar uma discrepância, nesses dois momentos, na maneira como o feminino está sendo integrado à consciência. Palavras-chave: Representações simbólicas. Feminino. Deusas. 13. Igreja e políticas públicas: refletindo sobre a mobilidade da população de rua na cidade de Uberlândia/MG nos anos 2010-2011 Nome: Clélia Peretti Titulação: Doutora Religião e Gênero 219 Instituição: EST Resumo: O presente artigo faz uma explanação dos fatores que propiciaram a reprodução do fenômeno população em situação de rua de homens portadores de HIV e Aids na cidade de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, no período de 2010 e 2011 e, descreve, ações de conscientização da Igreja Católica Romana e do governo voltadas a este segmento da sociedade. A existência de indivíduos em situação de rua traz na própria dominação “rua” a marca do estigma e da exclusão a que são submetidas e torna patente a profunda desigualdade social brasileira. Este segmento populacional encerra em si o trinômio exprimido pelo termo exclusão: expulsão, desenraizamento e privação. Várias são as causas que movem esta população ir para a rua, assim como são múltiplas as realidades da população em situação de rua: vínculos familiares quebrados ou interrompidos, desemprego, fatores estruturais e biográficos, desastres naturais e doenças. Esta realidade interpela a Igreja que tende manter no esquecimento o rosto do outro, especialmente, do pobre e da vítima. Na origem da revelação, a misericórdia é uma forma para mostrar o último da realidade de Deus, de Jesus Cristo e do ser humano. A misericórdia divina se historiza em Jesus de Nazaré. Ele é a aproximação do amor-misericórdia de Deus que se inclina sobre a humanidade ferida para redimi-la e salvála. A religião assume, dessa forma, um papel salutar na restauração e na reinserção social deste seguimento populacional que encontra nas ruas seu espaço principal de sobrevivência e de ordenação de suas identidades. Palavras-chave: Igreja Católica Romana. Política pública. 14. Política religiosa e religião política: os evangélicos e o sexo nas eleições de 2010 Nome: Sandra Duarte de Souza Titulação: Doutora Instituição: UMESP 220 GT 12 Resumo: O Brasil é um país predominantemente cristão, apesar de ser internacionalmente conhecido como o país da diversidade religiosa. Segundo as últimas pesquisas, nada menos que 88,6% da população brasileira se afirma cristã, sendo 68,4% católicos declarados (a menor porcentagem de fieis desde que se iniciou o levantamento estatístico da presença das religiões no país) e 20,2% evangélicos das mais diversas denominações. Esses dois segmentos têm se destacado na arena política nacional, influenciando o voto dos eleitores, apoiando campanhas eleitorais de candidatos mais afeitos aos seus interesses políticos e religiosos, se posicionando contrariamente à candidatura de pessoas que destoem desses interesses e incentivando ou obstaculizando o desenvolvimento de políticas públicas. A presente comunicação se dedicará especialmente ao segmento evangélico, buscando entender sua atuação no processo eleitoral de 2010, analisando as tensões entre a afirmação política de uma moral sexual religiosa e a proposição de um Estado laico, voltado para os interesses dos cidadãos e cidadãs a despeito de sua confissão religiosa. Palavras-chave: Religião. Política. Evangélicos. Religião e Gênero 221 GT 13: Ética, Teologia e Religião ______________________________________ Coordenadores Profa. Dra. Maria Inês Miller – CES-JF, MG Prof. Dr. Márcio Fabri – São Camilo-SP, SP Ementa A necessidade da Ética para a sobrevivência e bem-estar da Humanidade emerge em nossos tempos com novas características e urgentes desafios. Os avanços científicos fazem crescer de diferentes formas a responsabilidade humana por seus próprios destinos, ao mesmo tempo em que ao lado dos individualismos, a complexidade, pluralidade e interdependência se tornam, entre outras, as novas condições da consciência para o viver em sociedade. A Religião e suas Teologias prestam uma indubitável contribuição para a construção do discernimento sobre valores e critérios, avaliações e normas, virtudes e práticas que guiam o agir humano em todas as suas dimensões. Dentro deste quadro, o presente GT visa incentivar, acolher e debater estudos que abordem aspectos e interfaces das Religiões e suas Teologias com a Ética, seja em termos de fundamentação, análises históricas, tendências, propostas; seja em estudos de casos contextuados. Pretende-se com isto contribuir para que as Religiões e suas Teologias, através da reflexão ética, superem seus fundamentalismos e isolacionismos e possam melhorar a qualidade de suas reflexões éticas, bem como em meio à sociedade plural possam interagir de forma dialogada e participativa. 222 1. A virtualidade ética e a historicidade como constituições essenciais do ser humano: breve abordagem, a partir da obra de Padre Vaz Nome: Raquel Ferreira de Souza Titulação: Mestre Instituição de origem: FAJE Resumo: Breve trabalho sobre as duas possibilidades de constituição dos ser humano, a partir da proposta de Padre Vaz, a saber: a historicidade do ser humano, que inserido no ethos aprende o bem e o mal, assim como aprende a como viver; e a virtualidade ética, que seria uma característica originária do ser humano, que busca continuamente pelo bem. Palavras-chave: Historicidade. Ethos. O bem e o mal. 2. Possibilidades de uma Ética do Amor em Kierkegaard e Dostoiévski Nome: Rodrigo Costa Silva Titulação: Graduado Instituição de origem: UFJF Resumo: Este trabalho visa tratar dos principais conceitos presentes no pensamento de Kierkegaard e Dostoiévski a cerca da temática do Amor. Apontaremos as possibilidades de uma ética do Amor fundamentada no Cristianismo. O imperativo do “Tu deves amar” de Kierkegaard como passagem do “amor egoístico” para a vivência de uma relação de amor maximamente alterativa, que reconhece no próximo, ou seja, em qualquer ser humano, o objeto do amor. Em Dostoiévski, abordaremos a disputa entre o Bem e o Mal no coração do homem, sede dos conflitos interiores, e a vitória do amor que rompe com as estruturas e as forças do mal e humaniza o ser humano. A importância de Deus como fundamento para a vivência do amor cristão nos dois pensadores. Palavras-chave: Ética do Amor. Kierkegaard. Dostoiévski. Ética, Teologia e Religião 223 3. Ética de matriz judaica Nome: Flavio Schmitt Titulação: Doutor Instituição: UFJF Resumo: A ética tem se apresentado como um ponto de equilíbrio, como alternativa mundial para um entendimento entre os diferentes povos, culturas e nações. Em vista dos princípios éticos comuns é possível elaborar uma agenda mínima em torno das principais questões que hoje comprometem a sustentabilidade humana no planeta. A ética de matriz religiosa tem uma importânte contibuição a oferecer à sustentabilidade ética da humanidade. O livro “Ética da Felicidade” do Dalai-Lama é uma evidência de que as religiões tem algo a dizer quando o assunto é ética. Este estudo investiga a contribuição ética da tradição religiosa judaica. Tem o propósito de verificar a contribuição à ética da matriz religiosa judaica a partir de textos da Biblia Hebraica. Analisa textos da Bíblia Hebraica e relaciona os mesmos com as teorias éticas modernas. Palavras-chave: Sustentabilidade humana. Ética judaica. Teorias éticas modernas. 4. Repensar a ética jesuânica no e para o contexto atual Nome: Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães Titulação: Mestre Instituição: FAJE Resumo: Entre os desafios da reflexão teológica cristã destaca-se a tarefa irrenunciável de interpretar, ressignificar e atualizar continuamente a experiência fontal. Historicamente o Cristianismo, inúmeras vezes, assumiu configuração dogmática fixista, com pretensão do monopólio da plenitude da verdade. Esta pretensão impediu o cultivo do diálogo aprendiz com as outras tradições religiosas, com as ciências e com as 224 GT 13 demais posturas antropológicas. Consequentemente, por não ter dado a devida atenção às transformações culturais, não percebeu a tentação da fossilização histórica, nem a necessidade do contínuo repensar suas tradições. Percebe-se grande distância entre a moral cristã e a práxis de Jesus de Nazaré. Em outras palavras, a moral cristã hegemônica, por não ter conseguido manter a vivacidade da memória perigosa de Jesus e deixado orientar-se pelos eixos estruturantes da ética jesuânica, não conseguiu manter historicamente viva a experiência de vigor profético e de fidelidade ao Reino até as últimas consequências. Buscamos extrair dos textos fontais princípios éticos centrais dos ensinamentos e da práxis libertadora de Jesus, procurando interpretá-los no horizonte da cultura atual. O intuito é contribuir na superação de posturas moralistas infantilizantes e apresentar de modo significativo a “ética jesuânica”. Palavras-chave: Moral cristã. Prática de Jesus de Nazaré. Fidelidade ao Reino. 5. Anarquismo cristão: A ética da não violência como forma de liberdade do Corpo e da Alma Nome: Daivid Tiago Oliveira Sousa Titulação: Graduado Instituição: UEPA Resumo: O artigo intitulado “Anarquismo Cristão: A ética da não violência como forma de liberdade do corpo e da alma” tem como objetivo analisar e demonstrar como a doutrina da não violência era levada a cabo pelo escritor, romancista e pacifista do século XIX Leon Tolstoi em suas obras O REINO DE DEUS ESTÁ EM VÓS (1894) e CARTAS A UM HINDU (1908). A partir destas obras irei levantar o debate a cerca dos eixos centrais de analise que são: primeiro é necessário saber se a doutrina da não violência como filosofia de vida pode ou não libertar o corpo e a alma; segundo como esta está em acordo ou desacordo com os ensinamentos de Cristo e o último eixo de analise é se podemos considerar as doutrinas Ética, Teologia e Religião 225 de cristo e do próprio Tolstoi como Anarquia no sentido debatido pelo Teólogo Frances Jacques Ellul (Anarquia e Cristianismo, 1991) e a termo de comparação a definição de anarquia do Jornalista Nicolas Walter (O que é anarquismo, 2007), assim como traçar um parâmetro comparativo com o momento histórico e o anarquismo revolucionário, combatido por Leon, do teórico e militante anarquista Mikhail Bakunin (Deus e o Estado, 1882). Através das linhas de pensamento destes três teóricos pretendo alcançar as linhas mestras do anarquismo e situar Leon Tolstoi dentro desta corrente de pensamento com o seu “anarquismo cristão”. Palavras-chave: Anarquismo. Não-Violência. Corpo. Alma. 6. O pecado para os teólogos e para outras áreas do saber: análise comparativa de bases indexadoras para artigos latino-americanos Nome: Renata Ferrarez Fernandes Lopes Titulação: Doutora Instituição: UFU Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão sistemática sobre o tema pecado, enquanto uma categoria moral negativa, realizada em dois indexadores que se distinguem no que diz respeito ao público que os acessa: o LILACS(BVS), indexador dirigido aos profissionais das ciências da saúde e o Sumários.org que, embora também indexe revistas da área da saúde, trata-se de um indexador eminentemente ligado às ciências humanas, incluindo revistas de Teologia e de Ciências da Religião. O unitermo utilizado em ambos os indexadores foi a palavra-chave “pecado”. Não foi utilizado nenhum critério para a limitação da busca. O LILACS (BVS) apontou 41 itens, sendo 32 artigos, 6 monografias e 3 teses. Destes, 30 artigos foram publicados em português, 10 em espanhol e 1 em inglês. Outras palavras-chave associadas a pecado foram : (4) comportamento sexual; (4) mulheres; (6) transtorno depressivo; (2) transtorno de ansiedade; (2) amor; (2) narcisismo; (1) pedofilia, etc. O Sumário.org apontou 6 artigos publicados, sendo 5 em português e 1 em espanhol. As palavras226 GT 13 chave associadas a pecado não se repetiram, como no outro indexador e caracterizaram-se por: casamento, discurso clerical, doença, sacrifício e justiça. A análise comparativa mostrou que a compreensão tradicional de pecado relacionada à culpa e punição (doença) continua presente entre os profissionais da área de saúde, apesar da virada renovadora da Teologia Moral. Por outro lado, as publicações feitas por teólogos e cientistas da religião estão numa linha histórico/bíblica, o que inibe a aproximação deste diferentes campos do saber. Palavras-chave: Pecado. Punição. Culpa. Doença. 7. Globalización y exclusión: Nuevo marco de la ética de la liberación en E. Dussel Nome: Salustiano Alvarez Gomez Titulação: Doutor Instituição: PUC Minas Resumo: Podemos atestar a necessidade humana de globalização desde tempos remotos. Experiências universalizantes como a semana de sete dias ou ideal romântico de uma aldeia global estiveram presentes no imaginário social. Desde a Modernidade aparece um tipo de globalização que se impõe pela força. Na análise de Enrique Dussel acontece de forma organizada e pensada. Tem como base o consumo, a produção para a acumulação, e a individualização, princípios que conduzem à exclusão de grupos sociais e culturais, provocando uma globalização sem ética. Se de fato podemos aceitar e compreender a necessidade da globalização, constata-se uma ambivalência do modelo de globalização que se vive na atualidade, pois gera exploração, falta de dignidade e, em definitivo, provoca e multiplica o número de vítimas do sistema imperante. Trata-se de uma globalização desde padrões europeus e norte-americanos. Para Dussel este tipo de globalização inicia-se tardiamente na Modernidade com a chegada do sistema liberal. Impõe-se um centralismo europeu e liberal que esquece e oprime culturas milenares. Dussel propõe uma superação desta Ética, Teologia e Religião 227 Modernidade a partir do conceito de “Trans-modernidade” para colocar no patamar digno os povos e as culturas do Terceiro Mundo, ao tempo que defende uma nova racionalidade baseada na utopia da liberação. Palavras-chave: Globalização. Centralismo europeu e liberal. Transmodernidade. 8. Ética e Catolicismo Popular: uma reflexão a partir das prédicas de Antonio Conselheiro Nome: Geová Nepomuceno Titulação: Mestre Instituição: FAPAM Resumo: O objetivo deste artigo é trabalhar as prédicas de Antonio Conselheiro. Perceber em suas prédicas uma “ética cristã” que poderia contribuir para a mesma observação da religiosidade na atualidade. Palavras-chave: Antônio Conselheiro. Ética cristã. Religiosidade na atualidade. 9. Frei Bernardino Leers e a renovação da Teologia Moral no Brasil Nome: Oton da Silva Araújo Júnior Titulação: Doutor Instituição: Casa de Santo Antonio Resumo: Mediante a proposta conciliar de que a Teologia Moral deveria revelar ‘grandeza da vocação dos fiéis em Cristo e a sua obrigação de dar frutos na caridade para vida do mundo’ (OT 16), o frade franciscano, Frei Bernardino Leers (1919-2011), se empenhou de modo singular em favorecer tal renovação, unindo a reflexão teológica à sua experiência pastoral junto à população interiorana de Minas Gerais. O diálogo entre estes dois ambientes fez nascer uma nova concepção de Teologia Moral, buscando inserir-se na história de nossa gente, desejosa de seguir o caminho 228 GT 13 do bem (Sl 100,2), embora nem sempre identificados com os padrões oficiais propostos pela Igreja. A moral proposta por Frei Bernardino revelou o rosto brasileiro, com seu bom humor, seu ‘jeitinho’, o valor do diálogo entre os produtores da moral. Ao se referir aos cristãos do interior, Frei Bernardino tocava na essência da experiência humana, em seus anseios mais primitivos, mas muitas vezes negados ou ridicularizados. O humano sonha, quer viver, quer viver sua fé, quer conviver em harmonia, quer que seus filhos tenham um futuro melhor. Tudo isso se pode notar na obra de Frei Bernardino. Palavras-chave: Vaticano II. Rosto brasileiro. Nova concepção da TM. 10. A Pastoral Coletiva de 1915 e a Nova Face da Igreja Católica Nome: José William Barbosa Costa Titulação: Especialista Instituição: PUC Minas Resumo: Esta comunicação pretende fazer uma breve apreciação da Pastoral Coletiva de 1915, enfocando de modo especial os aspectos que reformaram o catolicismo vivido no Brasil, a nova maneira como a Igreja católica se faz presente na sociedade brasileira e sua influência social no início do século XX. Palavras-chave: Igreja Católica, Sociedade Reestruturação, Pastoral, República e Bispos. 11. As Associações religiosas Católicas Mineiras Nome: Mário Henrique Resende Melo Titulação: Mestre Instituição: PUC Minas Resumo: O trabalho aborda o fenômeno das irmandades religiosas, desde a consideração de suas motivações mais básicas, tais como a superação Ética, Teologia e Religião 229 do isolamento existencial e a inserção social mediada pelo catolicismo, até sua tipificação enquanto confrarias, arquiconfrarias e ordens terceiras, passando pela descrição das atividades dos seus membros, de suas ações assistencialistas, da estratificação social determinada por suas devoções (p.ex.: Ordem do Carmo, destinada a pessoas mais abastadas, Ordem do Rosário a escravos) etc. O estudo das manifestações institucionais e religiosas das Minas Gerais permite-nos refletir sobre o rico universo religioso e a complexa forma de organização funcional cotidiana. A intenção é refletir sobre o surgimento das associações religiosas, a organização interna, o papel social, político e religioso das ordens terceiras em Minas Gerais. Para tanto, contaremos com o aporte, principalmente de pensadores como: Caio Boschi (1983), Fritz Teixeira (2007) e Eduardo Hoornaert (1998), entre outros. Palavras-chave: Irmandades religiosas. Universo religioso de Minas Gerais. Papel social e político das Ordens terceiras. 230 GT 13 GT 14: Sociedade, laicidade e tolerância religiosa ______________________________________ Coordenadores Profa. Dra. Marília De Franceschi Neto Domingos – UFPB, PB Prof. Dr. Luis Tomas Domingos – UNILAB, CE Ementa O objetivo do GT é discutir as relações entre as diversas religiões, na sociedade atual. Em um momento em que os conflitos religiosos têm acirrado as discussões políticas, gerando mesmo a queda de regimes, a questão da necessidade do respeito ao princípio da laicidade e de seus conceitos se torna urgente como tema, além de nos obrigar a voltar os olhos para o aumento da intolerância no Brasil e no mundo. 231 1. A tolerância religiosa no Brasil - Os tratados de 1810 Nome: Marilia De Franceschi Neto Domingos Titulação: Doutora Instituição: UFP Resumo: O ano de 1810 é apresentado comumente como aquele em que foi instituída a tolerância religiosa no Brasil, a partir de dois Tratados assinados pelo regente do trono português, Dom João e o rei inglês George III: o Tratado de Amizade e Aliança; e o Tratado de Comércio e Navegação. Esses acordos que visavam regular a “amizade” e o “comércio” entre os dois reinos teriam instituído então a tolerância religiosa aos cultos não-católicos. Pesquisas bibliográficas e documentais realizadas, dentro de um projeto maior sobre a história da laicidade no país, nos levaram a concluir que essa tolerância somente era reconhecida aos ingleses, diferentemente do que nos fazem crer diversos autores comumente citados que erroneamente estendem às demais religiões cristãs reformadas os mesmos privilégios. Se o tratado de Amizade e Aliança instituiu que o Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição não seria estabelecido no Brasil, foi o de Comércio e Navegação que tratou das questões religiosas; mas ambos asseguram apenas aos ingleses o direito ao culto. Boa parte dos autores que encontramos, utilizou a citação dos artigos dos Acordos a partir de cópias encontradas nos livros dos “viajantes” ingleses, sem preocupação maior de checar os originais dos mesmos; pesquisa hoje possível graças à digitalização dos textos. Ao lermos os documentos originais, percebemos o erro na transcrição e consequentemente na análise sobre a tolerância aos acatólicos no período compreendido entre 1810 e 1823, modificados quando da Constituição do Brasil Império. Buscamos com nosso trabalho corrigir esse equívoco. Palavras-chave: Tratados ingleses de 1810. Tolerância religiosa. Religiões acatólicas. Liberdade religiosa. 232 GT 14 2. Aspectos da Movimentação do Campo Religioso Afro-Paraibano Nome: Ivonildes da Silva Fonseca Titulação: Doutor Instituição: UEP Resumo: O campo religioso é um espaço social e no seu interior há uma movimentação liderada por representantes de grupos, os agentes, que disputam posição social, legitimidade, prestígio. A partir desse conceito pretendo abordar a mudança que o campo religioso afro-paraibano, considerado feitiçaria/magia, sofreu ao ser estruturado como religião. Essa mudança tem momento histórico específico às suas localidades e no estado da Paraíba o marco dessa mudança é oficializado na década de 1960. A mudança de caráter legal impõe a substituição da identificação do campo de feitiçaria/magia para religião, todavia, a partir de dados coletados em pesquisa, constata-se que a ocorrência não foi efetivada e um dado explicativo repousa sobre o local de emissão dessas práticas religiosas. Ao usufruir da legalidade as religiões afro-brasileiras passaram a ganhar algumas características de uma burocracia possibilitando a correlação entre a instituição igreja e o terreiro com as/os suas/seus filhas/os de santo que corresponde aos fieis; as autoridades máximas correspondem as mães e pais-de-santo. Vê- se então, no meu ponto de vista, que as religiões afro-brasileiras atendem a algumas das características de organização burocrática. Entretanto, após identificar a diversidade no campo marcada pela formação de cultos em que predominam os encontros entre as tradições religiosas europeias, tradições indígenas e africanas, verifica-se uma movimentação para o alcance de medidas que alterem a concepção do lugar de emissão. Palavras-chave: Religiões afro-paraibanas. Magia e religião. Legalidade e religiões afro-brasileiras Sociedade, laicidade e tolerância religiosa 233 3. “Aviso: Não dê dinheiro ao falso profeta, ligue para a UPP”. Religião e Segurança Pública no Jardim Batan Nome: Vinicius Esperança Titulação: Mestre Instituição: Pesquisador associado/ISER Resumo: A pesquisa no campo religioso do Batan é o segundo momento de uma pesquisa maior do ISER sobre UPPs a ser entregue à FAPERJ, no ano de 2012. Na primeira etapa do campo, percebeu-se o protagonismo religioso e a relação estabelecida entre as igrejas e a questão da segurança pública, que ocorria destacadamente no Batan, em comparação a outras comunidades pacificadas. O trabalho de campo, nessa segunda fase, se deu nos meses de março e abril de 2012, onde, além da observação, estabelecemos contatos e realizamos entrevistas com as lideranças anteriormente destacadas, moradores, outras lideranças religiosas e na área da segurança pública, além de frequentar os cultos religiosos de parte das instituições mapeadas no levantamento. O objetivo do trabalho é refletir a respeito daquilo que observamos quanto à religião no Batan, em especial ênfase na forma peculiar como ela se relaciona com aspectos da segurança pública. Tivemos o cuidado metodológico de não chegar à comunidade com teorias prontas sobre como a religião deveria se relacionar com a UPP, mas sim em ouvir e dar voz às diferentes interpretações sobre a questão, reconhecendo seu valor na construção do texto. Acreditamos que a melhor avaliação da UPP e das mudanças que visivelmente ocorreram na comunidade nos últimos cinco anos não está no olhar do cientista social, mas daqueles que vivenciaram cotidianamente e na porta de suas casas o passado de extrema violência e o atual momento de pacificação. Palavras-chave: Favela. Segurança Pública. Violência. Religião. 234 GT 14 4. A devoção do Sonho de Nossa Senhora na comunidade de Olhos D’água/MG Nome: Edivaldo Alves Nunes Titulação: Especialista Instituição: PUC Minas Resumo: A presente pesquisa de campo teve por objetivo analisar a oração do sonho de Nossa Senhora e como ocorre o imaginário religioso católico no contexto sócio-antropológico do município de Olhos D’água/ MG, tendo por base a religiosidade devocional Mariana. Ao realizamos o levantamento da oração: o sonho de nossa senhora, pudemos perceber que esta oração se apresenta ponto comum, vinculado a outras realidades religiosas, de resquício de um catolicismo medieval; do suporto fim do mundo e de uma tradição que sobrevive sem a figura religiosa. Esta oração é conhecida pelas rezadeiras da região, que as mesmas e conforme diz a oração quem rezar é avisado da sua morte. A pesquisa parte da oralidade e dos escritos apócrifos sobre a figura de Maria, a mãe de Jesus. Utilizamos à pesquisa, através de relatos e conversas direcionadas com as participantes da pesquisa; sobre a amostragem de 10 pessoas da comunidade religiosa do município de Olhos D’água/MG. Consideramos a realização desta pesquisa importante para adentramos no campo das religiosidades populares brasileira, marcadas pela simplicidade, piedade devocional e continuidade da memória da tradição religiosa. Palavras-chave: Nossa Senhora. Devoção. Rezadeiras. 5. Valorização cultural: geografia, educação e modo de vida do RKBAKT da Aldeia Babaçuzal em Cotriguaçu – MT Nomes: Marina Silveira Lopes; Juliane Ferreira Garcia Titulação: Doutor; Graduanda Instituição: Ajes – Faculdades do Vale do Juruena Sociedade, laicidade e tolerância religiosa 235 Resumo: Na Terra Indígena do Escondido localizada à margem esquerda do rio Juruena, no norte-noroeste do Estado de Mato Grosso, encontramos o aldeamento Babaçuzal. Uma região isolada que sofre com ausência de referências históricas e de estudos arqueológicos e culturais que dificultam a datação da ocupação humana naquele espaço geográfico. Nessa aldeia, vive uma das etnias do povo Rikbaktsa. Os rikbaktsa, dessa aldeia lutam desesperadamente para manter sua cultura e sua língua mãe, que se misturam cada vez mais, às expressões da sociedade envolvente. Nesse estudo in loco, pela geografia cultural, procura-se evidenciar tais mudanças mostrando a eles como a ciência geográfica pode atuar como aliada à preservação e à manutenção da cultura dessa etnia. A geografia num contexto interdisciplinar pode aflorar a percepção da comunidade tradicional com a sociedade envolvente. Existem muitos jovens indígenas que já frequentam as escolas públicas onde têm a base do nosso conhecimento. Entretanto, nossa proposta é levar a geografia à aldeia, onde existem crianças, jovens e adultos que com seus ensinamentos tradicionais, poderão fazer pela Geografia Cultural, o resgate da memória tribal com relação aos acidentes geográficos propagados pelos mitos. A ideia de relacionar os ensinamentos mitológicos aos geográficos vem no intuito de preservar o patrimônio da cultura material dessa comunidade. Palavras-chave: Geografia. Educação. Cultura. Mito 6. Ruy Barbosa, uma proposta de tolerância religiosa Nomes: Elizabeth Regina Silva Ferreira; Priscila Mikaelle Costa de Araújo Titulação: Graduandas Instituição: UFP Resumo: Tendo com referência resultados de pesquisas e revisão biográfica, atentamos para o fato de que a proposta aventada por Ruy Barbosa, ainda no século XIX, nos estabelece respaldo suficiente para reflexão das problemáticas que norteiam o ensino no Brasil. Partindo desse pressuposto consideramos as atribuições dadas por Ruy se torna relevante 236 GT 14 e significativa para a sociedade atual, sobretudo, no tocante a “escola laica”. As ideias ilustradas em seus pareceres, que embora não tenham sido de fato efetivadas se mostram ainda hoje como suporte das observações dos aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais e educacionais daquela época, uma vez tida como preocupações à frente de seu tempo. A postura de Ruy em relação à proposta de laicidade ia muito além do confronto ao monopólio religioso, ele defendia seguramente um dos princípios básicos das ideias liberais: “a liberdade de consciência”. Dessa forma, a imposição da religião católica na escola, atrelada à obrigatoriedade do ensino da mesma não seriam princípios aceitos por Ruy Barbosa, contudo, sua maior defesa era em prol do respeito às diversas confissões existentes. Sabemos que a discussão em torno do Ensino Religioso esta longe de ser resolvida, e que, até os dias de hoje, não se encerraram os questionamentos sobre o tema. Identificamos que, tanto na escola, quanto na sociedade a ausência de espaços para debate, fomenta um obstáculo ao bom entendimento em relação à proposta de laicização nas escolas públicas. Palavras-chave: Ruy Barbosa. Laicidade. Tolerância Religiosa. Ensino Religioso. 7. Jackson do Pandeiro: fonte para o combate à intolerância às religiões afro-brasileiras Nome: Daniel de Oliveira Titulação: Graduando Instituição: UEP Instituição financiadora: CNPq Resumo: Este resumo apresenta o desenvolvimento da pesquisa ora, desenvolvida no Programa de Iniciação Científica – PIBIC- Af na modalidade de inclusão social da Universidade Estadual da Paraíba UEPB, campus III cujo objetivo geral é analisar a representação das religiões afro-brasileiras tomando como fonte as letras de músicas interpretadas por Jackson do Pandeiro. Uma das justificativas do projeto é Sociedade, laicidade e tolerância religiosa 237 o reconhecimento da importância da linguagem musical para o processo da comunicação, sobretudo na sala de aula e proporciona amplos elementos para o exercício de desmonte do fenômeno da intolerância religiosa. Também se constitui como justificativa a singularidade de Jackson do Pandeiro no cenário artístico-musical e a pouca exploração analítica da sua ligação com as religiões afro-brasileiras. Inicialmente fizemos a audição de aproximadamente 230 letras e em seguida, iniciamos a identificação dos elementos e os classificamos nas modalidades das referidas religiões. A partir dessa identificação partimos para a contextualização histórico-social das modalidades religiosas que aponta para a emergência da industrialização e da urbanização no Brasil e da modernização na Paraíba. As conclusões as quais estamos chegando apontam a estreita relação de Jackson do Pandeiro com as religiões afro-brasileiras. Esta relação é evidenciada nas músicas que atravessam a linha do tempo e são cantadas, dançadas e festejadas por muitas pessoas e, que podem ser importantes instrumentos para a desconstrução do preconceito, discriminação e intolerância religiosa. Palavras-chave: Jackson do Pandeiro. Religiões afro-brasileiras. Cenário religioso afro–paraibano. Intolerância religiosa. 238 GT 14 GT 15: Juventude, educação e ação estudantil ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Emerson José Sena da Silveira – UFJF, MG Prof. Dr. Flávio Munhoz Sofiati – UFG, GO Ementa Ligados estreitamente à questão da mobilidade religiosa, estão os ambientes urbanos e a juventude que opera movimentações e inserções em movimentos sociais, partidos políticos e outras agremiações civis, impactando tanto o espaço público, quanto o campo e o mercado religioso a partir de mobilidades intra e inter-religiosas. Abrindo-se para contribuições de variadas tradições epistemológicas, este grupo pretende ser um espaço de debates e reflexões afinadas com a temática da juventude, cidade e inserção sócio-político-religiosa. Assim, podemos destacar algumas questões norteadoras: quais as relações entre religião, juventude e movimentos sociais e políticos no ambiente urbano? Como os jovens se situam dentro desse processo? A partir dessas questões, acolhemse investigações teóricas e/ou empíricas que contribuam para uma maior compreensão da temática relativa ao ambiente urbano e sua relação com as diversas formas de inserção sócio-político-religiosa da juventude. 239 1. Ofensiva da Juventude Carismática: Recristianizar a Europa! Nome: Brenda Carranza Titulação: Doutora Instituição: PUC Campinas Resumo: No marco da última Jornada Mundial da Juventude, presidida por o Papa Bento XVI, na cidade de Madri em agosto de 2011, a Renovação Carismática Católica (RCC) do Brasil inicia um novo ciclo de expansão missionária ao se propor realizar uma “ofensiva” de recristianização além-fronteiras. Tal iniciativa de evangelizar os espanhóis da cidade de Pamplona, ao norte da Espanha, colocou a RCC na mira dos novos fluxos migratórios internacionais por motivos religiosos, inserindo-se no cerne da problemática que se estabelece entre os fervorosos jovens missionários e o contexto de ampla vivência de secularização que os recebe, revelando assim a dinâmica deflagrada ao tentar converter os nativos europeus. Essa missão denominada, provisória e polemicamente, de “missão invertida” ou “missão reversa” trouxe à tona a dificuldade teórica e empírica de apreender a complexidade das propostas missionárias que partem dos territórios latinoamericanos – outrora colonizados espiritualmente pelo berço cristão – e hoje retornam para “catequizar” seus catequistas. Com base nos dados de pesquisa, em andamento, nesta comunicação pretendese discutir a compreensão que as lideranças carismáticas têm sobre sua missão de cristianizar a Europa; propõe-se apresentar os projetos e atividades que formam a juventude carismática para ser missionária numa terra que “esqueceu Deus”; e, a título de exploração hipotética, discutese o impacto que esta nova fase da Renovação Carismática implica num contexto de retradicionalização e reinsticionalização deflagrada pelo catolicismo contemporâneo. Palavras-chave: Juventude carismática. Ofensiva. Recristianização. Europa. 240 GT 15 2. Religiosidade e ritos de passagem do jovem no contexto tecnológico da Paraíba Nome: Anna Thereza Patricio Beuttenmuller Bezerra Titulação: Mestranda Instituição: IFPB Resumo: Este artigo tem como objetivo refletir e conhecer as expressões de religiosidade apresentadas pelos jovens na atualidade, em particular os jovens alunos dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus João Pessoa. Como processo psíquico e social, cada sociedade produzirá em seus jovens, características particulares do seu meio, que deixarão marcas no seu corpo e na sua alma. Em algumas tradições, o jovem entra no mundo adulto, após participação em uma cerimônia religiosa elaborada. Nas sociedades menos desenvolvidas o marco de passagem para a vida adulta, dava-se através da presença de ritos; da doutrinação dos novos adultos nas tradições grupais; pela aprendizagem da técnica da caça. No Instituto Federal, esse rito de passagem é vivenciado no trote recebido pelos calouros. A presença da religiosidade da juventude no ambiente educacional tecnológico pode ser confirmada a partir dos registros da presença de ritos, símbolos e imagens contidos nos eventos e na organização religiosa do grupo JOTEC - Jovens de Cristo. Diante das observações realizadas e das conversas com os líderes e participantes deste Grupo, podemos afirmar que esses jovens parecem permanecer carentes de atividades que orientem para as questões como a fé, a solidariedade e os valores morais, encontrando na religião refúgio e suporte para o enfrentamento dos medos e conflitos próprios desta etapa do seu desenvolvimento. Palavras-chave: Religiosidade. Juventude. Rito de Passagem. Contexto tecnológico. Juventude, educação e ação estudantil 241 3. O futuro em questão: a esperança entre jovens universitários Nome: Leomar Brustolin Titulação: Doutor Instituição: PUC/RS Resumo: A indagação sobre o futuro sempre preocupou homens e mulheres de diferentes condições no planeta. No tema estão implicadas as questões da esperança e da transcendência. Nos últimos tempos insiste-se na ideia de eternização do presente. As preocupações com o devir e a transcendência, perdem espaço diante das ocupações para alcançar a felicidade imediata, mesmo que provisória. A pesquisa propõe-se a investigar como os jovens universitários gaúchos pensam o futuro, a esperança e a transcendência. Através de entrevistas com universitários, pretende-se verificar o quanto a eternização do presente e a redução da escatologia a sonho de consumo é constatável nas ideias e nos discursos dos jovens contemporâneos. Após o tratamento dos dados da pesquisa de campo, o estudo faz uma análise comparativa com a revisão bibliográfica a respeito do tema. Palavras-chave: Juventude. Universidade. Esperança. 4. Juventude e Universidade: qual sociabilidade estão fazendo os jovens nos Grupos de Oração Universitários? Nome: Carlos Eduardo Pinto Procópio Titulação: Doutor Instituição: IFSMG Resumo: Os Grupos de Oração Universitários (GOUs) são uma novidade dentro do campo religioso brasileiro, sobretudo por ser um pedaço da Renovação Carismática Católica (RCC) dentro de um espaço laicamente consagrado. Por mais que sejam coerentes as preocupações elaboradas pelas ciências sociais no que tange a compreensão destes grupos como um braço forte da RCC dentro das universidades, por serem estas as 242 GT 15 responsáveis pela formação da maioria das lideranças, das mais diversas áreas, esses grupos fazem jus a um imaginário juvenil pautado numa tradição modernamente orientada que não pode ser negligenciada. Seus discursos e comportamentos refletem certo marco geracional, os colocando como portadores de uma linguagem onde a emoção, a individualização e os laços provisórios ganham contornos reais, por onde canalizam um discurso tradicional católico carismático. São através das suas redes de sociabilidade estabelecidas a partir do grupo de oração em que frequentam que podemos observar aqueles desdobramentos. A proposta deste trabalho é apresentar tais desdobramentos e os seus sentidos possíveis. Palavras-chave: Juventude. Universidade. Sociabilidade. GOUs. 5. Religião e juventude: tensões entre o sagrado e o mundo Nomes: Dorath Rodrigues Barbosa; Matheus da Costa Oliva; Ângela da Rocha Santana; Wallace Ferreira Sousa Titulação: Graduandos Instituição: UNIMONTES Resumo: No século XX podemos observar grandes transformações no mundo, especialmente no período pós-guerra, sendo essas transformações mais visíveis nos aspectos socioculturais, em especial com relação aos jovens. O sociólogo Luís A. Groppo (2007) afirma que podemos ver a juventude como uma categoria social, categoria essa que sempre é uma representação simbólica de cada sociedade. As religiões também se preocupam com essa categoria de transição social, buscando desde cedo aplicar-lhes algum tipo de formação. Neste estudo objetiva-se investigar as tensões que os jovens neopentecostais – IURD – e católicos carismáticos – RCC – sentem ao entrar em contato com o sagrado existente nos grupos de jovens que participam. Para tanto, buscamos entrelaçar as observações de campo e entrevistas realizadas em uma sede da Igreja Universal do Reino de Deus e em grupos de jovens da Renovação Carismática Católica, com teorias que nos auxiliem na compreensão deste estudo. A teoria da religião weberiana Juventude, educação e ação estudantil 243 mostra-se como uma interessante ferramenta para o entendimento da postura dos jovens religiosos diante do mundo secularizado. Em um mundo onde vários sistemas simbólicos coexistem, gerando tensões, buscamos na sociologia de Berger (1985) um alicerce para a análise de tal situação onde a juventude se encontra, e assim interpretar as possíveis tensões vividas por estes jovens. Palavras-chave: Juventude. Negação do mundo. Neopentecostais. RCC. 6. A participação dos jovens em movimentos religiosos: CEBs x RCC e seus reflexos na vida social Nome: Cesar Portantiolo Maia Titulação: Especialista Instituição: UNISINOS Resumo: A partir da releitura dos autores clássicos da sociologia e da sociologia da religião buscou-se analisar os processos vividos por dois grupos que convivem em oposição dentro da Igreja Católica, um deles as Comunidades Eclesiais de Base e o outro a Renovação Carismática Católica, buscando analisar como se estrutura o trabalho desses grupos com a juventude e quais as perspectivas sociais desse trabalho. Comparando os seus processos históricos, essa produção chega a conclusões a respeito dos modelos de Igreja pregados por eles e que rumos sociais estão seguindo. Através da realização de pesquisa empírica, com observação e entrevistas e da problematização dos aspectos como metodologia de trabalho, temas discutidos, visão a respeito do envolvimento dos jovens em questões sociais, buscou-se verificar quais são as perspectivas de participação e envolvimento nos problemas da sociedade dos jovens carismáticos e das comunidades de base. Palavras-chave: Juventude. Comunidades Eclesiais de Base. Renovação Carismática. 244 GT 15 7. A juventude carismática católica: o caso do PHN na Canção Nova Nome: Flávio Munhoz Sofiati Titulação: Doutor Instituição: UFG Resumo: O artigo tem o objetivo de apresentar algumas considerações acerca dos elementos que contextualizam a relação do pentecostalismo católico com sua juventude. O trabalho enfatiza os aspectos sociológicos da Renovação Carismática, tendo como foco a juventude do PHN (Por Hoje Não vou mais pecar) da Comunidade de Vida e Aliança Canção Nova. Palavras-chave: Religião. Juventude. Catolicismo. Carismáticos. PHN. 8. Religião e religiosidades – revisitando conceitos a partir das juventudes Nome: Sílvia Regina Alves Fernandes Titulação: Doutora Instituição: UFRRJ Resumo: A partir do início da nossa década percebe-se um crescimento no interesse dos analistas acerca da temática juventude e religião, ampliandose, portanto, a conjunção das categorias normalmente associadas aos estudos de juventude, tais como política, sexualidade e lazer. Este trabalho visa discutir os conceitos de religião e religiosidade a partir da análise de pesquisas sobre juventude e religião que vêm sendo desenvolvidas no Brasil e nos Estados Unidos. Embora as categorias religião e religiosidade sejam frequentemente apresentadas como campos dicotômicos pretendese explorar outras possibilidades interpretativas sob o aporte da sociologia da religião. Sugere-se, considerando os dados das pesquisas, que a composição das religiosidades juvenis está ancorada em elementos fortes da tradição embora mosaicos religiosos que exercem atração sobre os jovens implementem arranjos inusitados. Juventude, educação e ação estudantil 245 Palavras-chave: Juventudes. Religião. Religiosidades. Brasil. EUA. 9. Experiência Religiosa das Juventudes Contemporâneas: novos modos de crer [e] ser Nome: Carlos Eduardo da Silva Moraes Cardozo Titulação: Mestrando Instituição: UFRJ Resumo: O presente trabalho objetiva estabelecer alguns parâmetros de compreensão e discutir conceitos heurísticos que nos permitam situar algumas abordagens sobre a experiência religiosa da juventude contemporânea que evocam uma experiência de construção identitárias, assim como algumas práticas juvenis que incorporam sentidos e valores identificados com o campo religioso. Ou seja, pretendo compreender como hábitos religiosos de pertença a grupos e doutrinas religiosas passam a fazer parte de sistemas de crenças religiosas na esfera da subjetividade, ao mesmo tempo em que uma experiência do sagrado, que busca conectar o indivíduo com a natureza, passa a fazer parte de um sistema de crenças institucionais. A convergência entre estes dois universos conceituais parece indicar horizontes comuns entre juventude e religião. Ao lado de outros recortes (de classe, de gênero, de raça ou cor, de local de moradia, de orientação sexual, de estilo ou gosto musical), a religião tem sido vista como um dos aspectos de grande importância no mosaico da diversidade das juventudes. Esse pressuposto teórico se verifica em uma pesquisa a se realizar em um “grupo de jovens” da Comunidade Shalon. E, surpreendentemente, temas como multipertença e multiculturalismo emergem no universo de jovens que fazem percursos na construção de suas identidades. Com isso, configura-se novos modos de crer [e] ser. Palavras-chave: Juventude. Religião. Multiculturalismo. Multipertença. Identidade 246 GT 15 10. Música gospel: estratégia urbana de conquistas cristãs Nomes: Dayana Dar’c da Silva e Silva; Giovana dos Anjos Ferreira Titulação: Graduandas Instituição: UEPA Resumo: A música como elemento contemporâneo de influência direta nos grupos sociais é potencializada principalmente nos grupos de jovens, algo visível no universo urbano, especialmente nas igrejas evangélicas. O estudo visa fazer uma análise acerca dos discursos e práticas utilizados pelas igrejas de Belém, especificamente por meio da música gospel para atraírem o público jovem. A presente pesquisa pretende fazer uma reflexão sobre a relação entre a música gospel, juventude e religiosidade na capital paraense. O estudo em questão é construído a partir de entrevistas e pesquisas de campo e reflete sobre a relação que é colocada em prática a partir dos discursos das igrejas evangélicas, buscando fazer um breve exame sobre a forma que os grupos religiosos se utilizam de vários recursos, principalmente a música, para atrair os jovens. Religiosidade. Juventude. Religião. Palavras-chave: Música gospel. Estratégias de conquista. Urbanidade. Conquista cristã. 11. O trânsito religioso da juventude: a presença das religiões nas biografias juvenis Nomes: Clélia Peretti e Elizabet Terezinha Castaman Nogoseke Titulação: Doutora e Mestranda Instituição: PUC/PR Resumo: A presença do religioso e das religiões na juventude brasileira contemporânea, o envolvimento dos/das jovens em grupos religiosos, o espaço da religião nas políticas públicas de juventude e nos grupos se constituem em vetores Juventude, educação e ação estudantil 247 importantes para a construção de identidades juvenis. Estatísticas mostram que há nas últimas três décadas uma intensa mobilidade de pessoas entre as religiões. O contexto urbano vem sendo considerado como um dado relevante para a compreensão dessas relações. No espaço da cidade desenha-se um contexto de pluralidade de religiões em que a prática de seus adeptos tem sido mais transitiva com novas representações sociais, étnicas e de gênero. A situação econômica da juventude, as novas expressões do sagrado, a busca de independência, do grupo, a sensibilidade pelas produções artísticas e culturais são alguns dos fatores que revelam a mobilidade e o trânsito religioso da juventude. Noticiários e pesquisas acadêmicas mostram que embora aparentemente contraditórias as duas ideias: crise de religião como fonte distribuidora de imagens estáveis do mundo e presença das religiões no espaço público e nas biografias convive, nos jovens, hoje. Há uma nova identidade religiosa do jovem brasileiro, que, em matéria de crenças e dogmas não pode mais ser dita ortodoxa, ainda que pese a permanência e resistência das instituições tradicionais nos seus credos e sistemas de governo eclesiástico. Há intenso trânsito de ideias caracterizado por um distanciamento da ortodoxia cristã, católica e protestante, e consequente redirecionamento da prática religiosa, num primeiro momento, em favor de uma heterodoxia, e, num segundo, de um sincretismo religioso. Palavras-chave: Juventude. Trânsito religioso. Experiência religiosa. Gênero. 12. Uma análise do estatuto da juventude sob o olhar weberiano Nome: Janine Huguenin Corrêa Titulação: Especialista Instituição: Instituto Castelo Branco Resumo: Este trabalho propõe discutir como a juventude moderna, herdeira da jaula de ferro do mundo capitalista, estabelece suas escolhas profissionais e o julgamento de si a partir do lugar social que lhe é dado. Utilizaremos a metodologia de análise do discurso e do sujeito para 248 GT 15 analisarmos a lei 4.529 de 2004, que consolida no Brasil os direitos da juventude brasileira e inaugura o reconhecimento pelo Estado desta como um setor da sociedade. Os dados são interpretados a partir de uma perspectiva da escolha laboral como meio-fim de atuação social e valorização do eu, a partir da relação das ideias de Max Weber, com sua investigação de como a religião influenciou na formação do homem racional moderno e na vocação profissional, tendo como foco o atual momento brasileiro. Palavras-chave: Estatuto da juventude. Weber. Juventude moderna. 13. Juventude: música e dança a serviço da fé nas cristotecas (baladas) católicas Nome: Luzia Maria de Oliveira Sena Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: As cristotecas (baladas católicas) surgiram na cidade de São Paulo em 2003 e, em seguida, foram se espalhando por várias cidades dos diversos Estados do Brasil. Promovidas pelo Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia, visam, segundo seus idealizadores, oferecer uma alternativa às discotecas ou baladas “mundanas”, nas quais os jovens, não raro, se envolvem com o mundo das drogas, do alcoolismo, da promiscuidade. As cristotecas objetivam “atrair o jovem com aquilo que o seduz no mundo-balada, danceteria, vibe, rave - e usar esse meio para levá-los a conhecer Jesus”. Nas cristotecas, portanto, a música e a dança são utilizadas, não apenas como um meio de lazer e entretenimento para a juventude, mas, especialmente, como estratégia de evangelização: atrair os jovens e proporcionar-lhes uma experiência religiosa, um encontro com Deus, e trazê-los para o convívio da Igreja Católica. Nessa Comunicação apresentaremos como tudo isso ocorre. Palavras-chave: Cristotecas. Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia. Juventude, educação e ação estudantil 249 14. Empoderamento e Tecnologias políticas do Self entre jovens carismático-católicos brasileiros Nome: Emerson José Sena da Silveira Titulação: Doutor Instituição: UFJF Resumo: A partir de eventos lúdicos e festivos, a sociabilidade dos jovens carismáticos católicos será analisada a partir de duas categorias: empoderamento e tecnologias do self. Quais as transformações que a modernidade e “pós-modernidades” trouxeram ao campo católico, especificamente, ao horizonte de intersubjetividade e corporeidade dos jovens católico-carismáticos? Orientada por esta pergunta, a presente comunicação buscará em etnografias feitas em eventos lúdico-festivos na cidade de Juiz de Fora (MG) e estudo dos discursos contidos nas propagandas, sítios eletrônicos e outras publicidades do movimento carismático católico. A partir dessas ferramentas metodológicas, serão delineadas as complexas relações entre religião e cultura a partir da situação vivida pelos sujeitos em termos de uma “tecnologia política dos indivíduos”. Ressaltando a ótica fenomenológica, na linha de Schutz e Csordas, argumenta-se que a corporeidade e o self podem ser abordados desde uma perspectiva não dicotômica, em que novos espaços de interação entre religiosidade católica e a cultura contemporânea emergem tensas, mas mergulhadas em processos polifônicos e dialógicos. Palavras-chave: Empoderamento. Juventude. Pós-Modernidade. Carismáticos. 250 GT 15 GT 16: Linguagem e religião: perspectivas bakhtinianas ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Paulo Fernando Dalla-Déa – UFSCar, SP Profª. Dra. Ivenise T. Gonzaga Santinon – PUC Campinas, SP Prof. Dr. Ângelo Cardita – Université de Laval, Québec, Canadá Ementa Para além das questões ligadas à linguagem e à análise linguística - já com algum impacto na teologia e exegese bíblicas -, as perspectivas e os conceitos bakhtinianos abrem caminhos para o entendimento crítico das questões e problemas ligados à atual situação religiosa, pois o que Bakhtin propõe é que nos ponhamos à escuta, na disposição para a ação e o diálogo, das vozes dos outros que constituem as várias identidades, desenvolvendo, ao mesmo tempo, olhares oblíquos capazes de observar os fenômenos populares que escapam às identidades institucionais e políticas oficiais. Como tal, o principal objetivo do GT é promover o debate e a reflexão sobre a dimensão religiosa do pensamento e obra de Bakhtin e do círculo bakhtiniano, com a finalidade dedesenvolver uma teoria sobre a situação religiosa hodierna em diálogo com as ciências da linguagem e outras correntes filosóficas com preocupações em comum com o pensador russo. Assim, o GT integrará comunicações que correspondam aos seguintes temas: 1) Dimensões religiosas do pensamento e obra de Bakhtin (e do círculo bakhtiniano): - sua importância para a compreensão da religião hoje; - pontos de contato e temas comuns a outros autores e correntes filosóficas (escola de Frankfurt, filosofia judaica do séc. XX, pós-modernismo e outros); 2) Discussões epistemológicas inspiradas em Bakhtin: - sobre as teorias da religião; - sobre a dimensão linguística da religião e a dimensão religiosa da linguagem; 3) Análises de textos bíblicos e/ou religiosos com o método bakhtiniano. 251 1. Desafios Teológicos da “Filosofia do Ato”de M. Bakhtin Nome: Ângelo M. dos Santos Cardita Titulação: Doutor Instituição: Faculté de Théologie de l’Université de Laval Resumo: Nesta comunicação, centramo-nos na breve referência cristológica que Bakhtin insere na sua filosofia do ato, de forma a determinar os desafios teológicos daí decorrentes. Isto implica, em larga medida, uma recriação imaginativa da ética religiosa que Bakhtin nunca escreveu, na busca de uma forma de pensar. Palavras-chave: Cristologia. Bakhtin. Filosofia. Teologia. 2. Leitura Bakhtiniana do Concilio Vaticano 2: uma cunha? Nome: Paulo Fernando Dalla-Déa Titulação: Doutor Instituição: UFSC Resumo: Aos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano 2, temos um impasse teológico e eclesial. Há leituras “conservadoras” e “avançadas” dele. Ambas se denominam legítimas e verdadeiras, acusando a outra parte de manipulação do “espírito” do Concílio. Se continuarmos lendo o Vaticano 2 assim, não chegaremos a nenhum lugar. A possibilidade é ver a partir das categorias do filósofo russo M. Bakhtin a polifonia e as muitas vozes que aparecem nos documentos do Vaticano 2, dando-lhes direito de cidadania e vendo como podem compor uma realidade polifônica e eclesial de forma corajosa e caritativa. Essa é uma leitura nova e necessária dos mesmos textos, levando em conta a letra do texto e o espírito que levou a assembleia conciliar a colocar todas as vozes num mesmo documento, declarando implicitamente que a cidadania eclesial se faz igual para todos. Palavras-chave: Concilio. Vaticano II. Bakhtin. Teologia. 252 GT 16 3. Mikhail Bakhtin: em busca do outro Nome: Manoel Henrique de Melo Santana Titulação: Mestre Instituição: CESMAC Resumo: Bakhtin estava de forma genial no início de um novo caminho filosófico, aliando-se a outros na estrada que o ser humano percorre ao encontro de si mesmo, através do sacramento do outro, numa nova linguagem teológica. A questão do Ser está fora do alcance da ciência e exige outra racionalidade, que pense o sentido do Ser. Ser significa comunicar-se (1961, p.293). Mais tarde, o filósofo vai confirmar que “Eu não posso me arranjar sem outro, eu não posso me tornar eu mesmo sem outro: eu tenho de me encontrar num outro para encontrar um outro em mim”(1961, p. 287). E ainda afirma: “Viver significa tomar parte no diálogo: fazer perguntas, dar respostas, dar atenção, responder, estar de acordo, e assim por diante (1961, p 293). O diálogo com Bakhtin, em sua obra “Para uma Filosofia do Ato Responsável”, nos abre caminhos para compreender as consequências que outros filósofos contemporâneos abordariam: Hegel, Heidegger, Emmanuel Lévinas e Gabriel Marcel. No outro lado da reflexão filosófica está a ditadura da razão ocidental sobre o Ser. Na continuidade deste pensamento filosófico hodierno, o Ser humano passa a ser, então visto como sujeito e protagonista da história humana. Palavras-chave: Bakhtin. Outro. Busca. Filosofia. Levinas. 4. O dialogismo e a construção do sentido nas cartas encíclicas de Bento XVI Nome: Nanci Moreira Blanco Titulação: Mestre Instituição de origem: UFSC Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar como se dão as relações Linguagem e religião: perspectivas bakhtinianas 253 dialógicas e a construção do sentido no discurso religioso católico atual, aqui representado pelas cartas encíclicas do papa Bento XVI. Um discurso tão consolidado como o religioso sofre influências de vários outros com os quais partilha e aos quais contrapõe idéias ou delas faz uso para estabelecer o sentido do seu discurso.A análise desenvolvida busca compreender, a partir da observação da dialogia nos documentos em questão, como se organiza tal gênero discursivo (as encíclicas), e depois estabelece, a partir da constitutividade inegável do extraverbal sobre o verbal, qual a relação que tais textos têm com os que circulam na sociedade. Considero, para tanto, que as relações dialógicas podem ser de convergência ou divergência, de aceitação ou recusa. A questão fundamental desta análise é, portanto, entender os discursos dos quais é preciso se defender e os discursos aos quais é preciso recorrer para constituir o sentido pretendido nas cartas encíclicas.Assim, esta análise busca verificar como se dá, na linguagem, o confronto de ideias que constitui o discurso dessas cartas, analisando como a voz do Outro entra em tal discurso. O pensamento que norteia esta análise é os estudos do filósofo russo Mikhail Bakhtin sobre Dialogismo e Ideologia. Palavras-chave: Bakhtin. Bento XVI. Dialogismo. Construção de sentido. 5. A restituição do Diaconato Permanente na Igreja Católica Ocidental Nome: Ana C. Souza Mendes Titulação: Graduada Instituição: UFG Resumo: O diaconato faz parte do sacramento da ordem dentro da Igreja Católica. Existem dois tipos de diáconos: o transitório e o permanente, neste último o indivíduo mesmo sendo casado pode receber o sacramento da ordem. O diaconato foi instituído pelos 12 discípulos e pela assembléia após Pentecostes, o fato se deu porque o número de cristãos havia aumentado muito e os discípulos não poderiam deixar de pregar a palavra para servir os fiéis, então foram escolhidos 7 homens de boa fama para 254 GT 16 servir e ainda hoje essa é a principal função do diácono dentro da Igreja Católica: o serviço. O diácono não deve obediência ao padre porque não é leigo, mas sim ao bispo, porque recebe o sacramento da ordem. Nos dias atuais, o diaconato tem ganhado mais força a cada dia. É importante ressaltar que ele está localizado no grau mais inferior da ordem, também que estava apagado nas práticas religiosas da Igreja Católica Ocidental até pouco tempo. Com isso, a pesquisa procura respostas e levanta hipóteses para tais fatos, tendo como suporte a Análise do Discurso em uma perspectiva bakhtiniana. Palavras-chave: Discurso. Religião. Catolicismo. Diaconato. 6. O sincretismo religioso contemporâneo a partir da análise das práticas discursivas da Irmandade da Luz Nome: Alice T.L. Silveira Titulação: Graduada Instituição: UFG Resumo: O objetivo deste estudo é compreender uma das formas de ocorrência do processo sincrético cristão na atualidade a partir da análise das práticas discursivas da Ordem Missionária Esótero-espiritualista Cristã Mariana Irmandade da Luz. Como sugere a denominação autoexplicativa, esta é uma ordem religiosa organizada e hierarquizada de caráter missionário, inserida em uma perspectiva cristã-mariana, a qual pugna pela crença na comunicação entre planos. A Ordem Irmandade da Luz define-se como uma casa de saúde espiritual, na qual aqueles que vão em busca do auxílio oferecido pela Ordem são vistos como pacientes, e não adeptos. A constituição sincrética da Irmandade da Luz compreende ao menos cinco diferentes doutrinas, a saber: Catolicismo, Espiritismo, Umbanda, Vale do Amanhecer e Santo Daime. Neste momento inicial, realizaremos a descrição dos gêneros discursivos que compõem parte das atividades abertas ao público da Ordem Irmandade da Luz. A partir das categorias da análise do discurso textualmente orientada, por meio da Linguagem e religião: perspectivas bakhtinianas 255 apropriação das noções Bakhtin (2006), Fairclough (2001) e Foucault (2006). Intencionamos observar os processos de produção, distribuição e consumo textuais e reconhecer neles o modo como ocorre a articulação, a rearticulação e a estruturação dos discursos religiosos diversos constitutivos da Irmandade. Palavras-chave: Sincretismo. Gêneros do discurso. Irmandade da Luz. 7. As memórias de futuro apocalípticas e o discurso religioso/histórico Nome: Allan Tadeu Pugliese Titulação: Graduado Instituição: UFSC Instituição financiadora: Capes e CNPq Resumo: Um estudo sobre os discursos apocalípticos na historia, como e por que eles foram construídos e como e qual o fato para eles perdurarem pelos tempos se ressignificando. O que eles refletem e refratam e como eles ajudam na construção dos discursos apocalípticos modernos Palavras-chave: Memória. Futuro. Bakhtin. Apocalipse. Discurso. 8. Perspectivas bakhtinianas acerca de religião nos quadrinhos japoneses publicados no Brasil Nome: Felipe Mussarelli Titulação: Graduado Instituição: UFSC Instituição financiadora: FAPESP Resumo: Este trabalho tem por objetivo selecionar e analisar nos quadrinhos de origem japonesa publicados no Brasil passagens relacionados a religião através das perspectivas bakhtinianas acerca da palavra estrangeira e a questão do gênero. Palavras-chave: Religião. Quadrinhos. Bakhtin. 256 GT 16 9. Cultura popular e catolicismo popular: usos e configurações sobre um estudo de caso na minas setecentista Nome: Mariana Gino Titulação: Graduada Instituição: UFJF Instituição financiadora: Capes e CNPq Resumo: Este trabalho analisa as características do catolicismo popular e catolicismo tradicional sobre Processo inquisitorial contra Antônia Maria, que fora acusada de desacato ao Santíssimo Sacramento, no contexto colonial mineiro do setecentos. Para os redatores do processo, Antônia Maria ao guardar as Eucaristias na bolsa, estava comentando “crime”, contra a fé, os dogmas e a Santa Madre Igreja. Entretanto, ninguém poderia levar em contra que ré pertencia( poderia representar) a uma cultura religiosa que não estava ligada a cultura erudita dos padres e palacianos mais sim a cultura do catolicismo popular dos becos e senzalas, que surgi a partir das assimilações entre os elementos simbólicos tanto da cultura erudita( catolicismo tradicional) como da cultura popular fruto de uma circularidades cultural. Por isto, para tentar elucidar esta reconfiguração religiosa, nossa principal referência teórica estão no campo da História Cultural, especialmente em Bakhtin (1993), que define o conceito ‘circularidade cultural’ com sendo visões de mundo elaboradas no decorrer dos séculos pela cultura popular e que se contrapõem ao dogmatismo. Ainda serão esboçadas as condições históricas culturais antes e durante a transcorrência do processo. Destarte, são demonstradas as possíveis configurações religiosas tanto para a acusação da ré quanto para o seu entendimento sobre o sagrado. Palavras-chave: Cultura. Catolicismo. Popular. Bakhtin. Minas. Linguagem e religião: perspectivas bakhtinianas 257 10. A força criativa e organizadora da palavra: uma leitura bakhtiniana da função da palavra no hino X-125 do Rig-Veda e nos capítulos 1 e 2 de Gênesis Nome: Valmir Nascimento Souza Titulação: Licenciatura Instituição: UFP Instituição financiadora: CAPES e CNPq Resumo: O presente trabalho tem por objetivo construir um diálogo entre a teoria da linguagem de Bakhtin e as realidades míticas de dois sistemas do sagrado diferentes, a saber, o dos Vedas na cultura hinduísta e do Gêneses na cultura judaico-cristã com respeito à função da linguagem quanto estruturadora do mundo, do sujeito e da realidade. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. Entendemos que, como diz Eliade, “mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada através de perspectivas múltiplas e complementares.” Para Bakhtin, a natureza da linguagem é dialógica, e a partir desse dialogismo, torna-se o lugar de formação dos sujeitos e da realidade. É pela apropriação da linguagem que nascem os papeis e funções dos sujeitos, sendo ela, lugar de conflito. Partiremos da análise discursiva mediada pela teoria bakhtiniana da linguagem do Hino X-125 do Rig-Veda e dos dois primeiros capítulos do Gêneses que tratam do poder criativo, estabilizador e ordenador da palavra. Acreditamos que há uma troca de saberes não excludentes manifesta em dois tipos de discursos, um mítico e outro filosófico que se explicam mutuamente. Palavras-chave: Mito. Linguagem. Dialogismo. cultura hindu. Cultura judaico-cristã. 258 GT 16 GT 17: Movimentos sociais - ciências sociais - teologia ______________________________________ Coordenadores Prof. Dr. Luis Carlos Susin – PUC/RS, RS Prof. Dr. Francisco de Aquino Junior – Faculdade Católica de FortalezaCE, CE Ementa Considerando a teologia como “reflexão crítica da práxis histórica à luz da Palavra de Deus” (G. Gutiérrez), o GT quer abordar teologicamente a práxis dos movimentos sociais em nível local, regional, nacional e mundial em vista da transformação da realidade, explicitando sua dimensão teologal, bem como a necessidade e a importância dessa dimensão em sua própria atuação. Para isso, faz-se necessário um diálogo interdisciplinar e transdisciplinar, particularmente entre a teologia e as ciências sóciohistóricas. Nesta perspectiva, o GT pretende acolher trabalhos que tenham a interconexão entre movimentos sociais, ciências sociais e teologia: leitura/interpretação teológica dos movimentos sociais, analisados e compreendidos em diálogo com as ciências sociais. Movimentos de resistência e de construção de alternativas como os que se reúnem no Fórum Social Mundial e o exercício da teologia no Fórum Mundial de Teologia e Libertação e das motivações teológicas em atuações pastorais junto aos movimentos sociais podem encontrar neste GT um laboratório fecundo e criativo. 259 1. Conhecer pelo sofrimento em diálogo com Veena Das Nome: Alan da Silva Coelho Titulação: Mestre Instituição: UNIFEG Resumo: Os estudos sobre as teorias pós-coloniais permitem um profícuo debate entre as mais variadas áreas de estudos, sempre em busca da perspectiva da subalternidade. Este tentativa já é uma experiência valiosa no cristianismo de libertação e nos estudos das Ciências das Religiões. Na América Latina, pensadores como Enrique Dussel e Franz Hinkelammert, referenciais de minha pesquisa de Doutor, na tradição da filosofia da libertação, permitem uma leitura perspectivada local das dinâmicas sociais, consolidando uma metodologia para as ciências sociais, aplicadas ao estudo das religiões. Cada dia está mais claro que existe uma ciência social, positiva, cientificista, com presunção de neutralidade ideológica, que se torna alheia à dor do outro, ao sofrimento da vítima. Percebemos que existe mesmo algumas ciências das religiões insensíveis ao sofrimento individual ou social. Neste contexto, esta pesquisa de aproveitamento dos estudos do colóquio de Doutor “Teorias Pós-coloniais e estudos de religião” busca inspirações na obra da indiana Veena Das, como uma contribuição a uma proposta metodológica que considere a dimensão profundamente humana do sofrimento, como uma forma de conhecimento perspectivado. Este estudo procura delinear um esboço de como a religião exerce um papel importante na obra da antropóloga indiana, atuando seja na superestrutura como ideologia sacralizada de legitimação das instituições sociais que causam (ou são coniventes) como o sofrimento social, seja como uma forma de conhecimento significativo, que no cotidiano da existência concreta, permite que a compaixão tornese uma forma de conhecer sem silenciar a dor da vítima. A linguagem religiosa possui uma gramática específica, própria, que permite a aproximação solidária que apreende melhor o conhecimento gestado na paixão. Tornar-se conhecedor da dor da vítima supõe uma aposta ética 260 GT 17 de reconhecimento (que no dizer de Veena Das é uma crença, um ato de acreditar ). Portanto a linguagem religiosa aparece no momento em que se busca silenciar a vítima em uma teodicéia legitimadora do sofrimento, bem como no cotidiano em que a vítima sujeitifica-se impondo sua existência (testemunho) como uma forma de resistência ao sofrer. Para dialogar com este referencial teórico, propomos algumas pistas de relação com Enrique Dussel e Franz Hinkelammert, buscando nesta proposta metodológica para as ciências sociais (em especial as ciências das religiões) um papel da linguagem religiosa como conhecimento significativo. Palavras-chave: Sofrimento. Veena Das. 2. Um objeto sagrado: as Pílulas de Frei Galvão Nome: Dirceu Rodrigues da Silva Titulação: Graduando Instituição: UNESP Resumo: A proposta de trabalho é apresentar uma análise de um fenômeno religioso brasileiro que vem ganhando grande repercussão na mídia nos últimos anos, nos referimos às pílulas de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro reconhecido pela Igreja Católica. Frei Antônio de Sant’Anna Galvão foi um franciscano do século XVIII que ficou famoso por distribuir pílulas que curavam milagrosamente. Nosso objetivo é apresentar a construção religiosa no entorno das pílulas do santo, utilizando para tal, as teorias de um importante estudioso da religiosidade, Mircea Eliade, que fundamenta suas teorias sobre as construções do sagrado, em sua dicotomia com o profano, ou seja, as construções religiosas estão diretamente ligadas a uma existência natural. No caso das “Pílulas” de Frei Galvão, essa assimilação do objeto religioso a uma existência profana (medicamentos) é clara. Demonstrar como ocorre a construção e como ela se legitima no imaginário religioso, necessitando de algumas “provas” de sua ordem sagrada como: um criador com poder acima do natural, uma produção ligada a um ritual de transição de planos e um conjunto de hierofanias Movimentos sociais - ciências sociais - teologia 261 aceitas. Mesmo com o aumento das discussões sobre o tema, poucos são os trabalhos acadêmicos que se debruçam sobre o “fenômeno,” que certamente demonstra importância para melhor entendermos a complexa religiosidade brasileira e como a construção de um objeto sagrado ocorre nela. Palavras-chave: Sagrado. Frei Galvão. 3. Teologia e ciências sociais Nome: Francisco de Aquino Júnior Titulação: Doutor Instituição: FCF Resumo: As ciências sociais se tornaram uma das interlocutoras mais importantes da teologia na América Latina nas últimas décadas. Há quem pense até que elas chegaram a substituir a filosofia como mediação teórica fundamental no quefazer teológico. Deixando de lado os excessos, reais e/ou interpretativos, não há como negar o fato dessa interlocução nem sua importância, tanto para o fazer, quanto para o produto teológicos. Mas se o fato e a importância dessa interlocução entre teologia e ciências sociais são inegáveis e facilmente constatáveis, sua estrutura teórica, isto é, o modo como ela se dá ou deve se dar, não é nada evidente nem tranqüila. Nem entre os teólogos da libertação nem, muito menos, entre eles e seus críticos. Aliás, isso tem sido motivo de debates, conflitos, críticas, acusações e até condenações. Grosso modo, pode-se identificar no debate acerca da natureza ou da estrutura teórica da “relação” entre teologia e ciências sociais na América latina duas posturas fundamentais. Para alguns, a maioria, as ciências sociais ajudam a teologia a compreender melhor a realidade social na qual os cristãos estão inseridos e que deverá ser refletida teologicamente. Para outros, além de ajudar a compreender a realidade social, as ciências sociais ajudam a explicitar a dimensão social da teologia e, com sua “suspeita ideológica”, ajudam a evitar e/ou superar sua instrumentalização ideológica. No primeiro caso, o uso das ciências 262 GT 17 sociais na teologia é considerado como um momento “pré-teológico”, portanto, anterior ao fazer propriamente teológico. No segundo caso, ele é considerado como um momento do processo teológico como um todo, dando-se, portanto, também, no interior do exercício estritamente teológico. Nossa pretensão, aqui, é apresentar essas posturas em suas diferenças e em suas complementaridades e, através delas, explicitar, teórica e teologicamente, a estrutura teórica da “relação” entre teologia e ciências sociais. E o faremos a partir de seus principais representantes: Gustavo Gutiérrez e Clodovis Boff, de um lado; Juan Luis Segundo e Ignácio Ellacuria, de outro lado. Palavras-chave: Ciências Sociais. Teologia. Análise social. Suspeita ideológica. 4. O Beato franciscano: um caso de messianismo no sertão alagoano? Nome: Gilvan Gomes das Neves Titulação: Mestrando Instituição: UCP Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa ainda em andamento para a minha dissertação de Mestre em Ciências da Religião da UNICAP, onde o meu objeto é um beato alagoano Antônio Fernandes Amorim – o “Beato Franciscano”, seu aparecimento em 1936, no sertão alagoano, logo após a morte do Padre Cícero Romão, a sua intenerância, até se instalar em Serra Grande, município de Batalha-AL, donde nasce um povoamento à sua volta, a perseguição política e religiosa e como ele se insere nos movimentos messiânicos –religiosos do nordeste brasileiro. Palavras-chave: Religião. Política. Igreja. Beatos. Messianismo. 5. Religião, tradição e museologia: manutenção das tradições da e pela religiosidade nos movimentos migratórios Nome: Gyorgy Henyei Neto Movimentos sociais - ciências sociais - teologia 263 Titulação: Mestre Instituição: PUC/SP Resumo: O trabalho irá centrar a discussão num tema que concerne dois grandes interesses acadêmicos: primeiro a questão da religião como conteúdo de tradições que se perpetuam apenas por serem transmitidas, e só serão transmitidas se se perpetuar a condição de patrimônio cultural e imaterial. Segundo, a questão concernente a museologia como processo de continuidade, ressignificação e manutenção da tradição religiosa. Palavras-chave: Religião. Tradição. Museologia. 6. Para um diálogo entre marxistas e cristãos a partir dos escritos de Gramsci sobre a religião Nome: José Antônio Correa Lages Titulação: Mestre Instituição: UMESP Resumo: Este trabalho trata do pensamento do pensador marxista italiano Antônio Gramsci sobre o fenômeno religioso. É uma produção intelectual que podemos situar no campo da sociologia da religião, mas totalmente inovadora se comparada às visões marxistas mais ortodoxas. Ele vê a religião como ideologia das classes subalternas situada historicamente, ou seja, ora assumindo até um papel revolucionário de transformação social, ora se restringindo a um papel conservador das estruturas sociais. A partir da crítica a Croce e a Weber, Gramsci elabora um conjunto conceitual que ele aplica de forma ímpar ao fenômeno religioso e que o coloca como um verdadeiro protagonista no diálogo político entre religiosos e não religiosos. Para ele a religião leva o homem a considerar a realidade em termos de um universo simbólico que orienta a experiência humana a partir de um sistema religioso em sua origem. A religião é, pois, uma concepção de mundo que se opõe a outras concepções de mundo, segundo relações de força que se exprimem politicamente no decorrer da história, mas nada 264 GT 17 nos permite pensá-la como uma alienação, na visão de Feuerbarch, Hegel, Marx e tantos outros. Palavras-chave: Marxista. Cristianismo. Antônio Gramsci. 7. Indivíduo desviante: uma breve análise sócio-religiosa Nome: José do Nascimento Lira Júnior Titulação: Mestre Instituição: MACKENZIE Resumo: A história conta com pensadores que analisaram as relações dos homens com as sociedades pela ótica não religiosa – como os pioneiros: Platão (429-341 a.C) e Aristóteles (384-322 a.C). Contudo é sabido que a religião – de acordo com seus contextos históricos específicos – sempre influenciou, de alguma forma, na maneira de se enxergar e analisar essa relação (homens/sociedades), pelo menos até o século XIX [..] Nessa análise de relações, o desvio, do ponto de vista cristão, por exemplo, origina-se na temática bíblica da queda (Gênesis Cap. 3), quando Adão e Eva desobedecem à ordem divina ao comer o fruto da árvore proibida. A partir de então o desvio (ou pecado no ponto de vista cristão) passa a fazer parte da humanidade. O primeiro homicídio relatado, de que se tem notícia na história, foi cometido alguns anos depois da queda quando o primogênito de Adão e Eva espancou e matou o seu irmão Abel (Gênesis 4.8-16) [...] A aplicação de pena capital ou de exclusão social foi sendo adotada pela religião na medida em que esta última foi se desenvolvendo no decorrer dos séculos. O padre Bruno Trombeta, em seu livro A Igreja, os Presos e a Sociedade, diz que a preocupação com o individuo desviante – bem como com as penas aplicadas a ele – já fora observada pela igreja cristã, desde os primeiros séculos, no pensamento dos chamados Padres da Igreja que buscavam combater o desvio através da concretização dos direitos humanos. João Crisóstomo (347-407), por exemplo, protestava dizendo “Como a riqueza tem uma arrogância ridícula, como o luxo suscita o ladrão” (1989, p. 17) [...] A autonomia da sociologia como Movimentos sociais - ciências sociais - teologia 265 ciência permitiu – dentre outras coisas – uma análise mais detalhada sobre o indivíduo desviante e o seu contexto. O crime por sua vez, como já foi dito, passa a ser denominado como um fato social: “O crime é portanto necessário; ele está ligado às condições fundamentais de toda vida social e, por isso mesmo, é útil; pois as condições de que é solidário são elas mesmas indispensáveis à evolução normal da moral e do direito” (DURKHEIM, op.cit., p. 71). A sociologia, portanto, começa a se tornar um instrumento indispensável na reflexão do crime bem como do indivíduo que o pratica. A religião por sua vez parece reconhecer a importância dessa análise sociológica ao mesmo tempo em que parece não abrir mão do status de principal ferramenta na contribuição dessa reflexão [...] O fato é que o indivíduo desviante é muito mais complexo do que uma simples definição de termos, ou um simples artigo, poderia tentar explicar. Contudo, fica evidente que o esforço da ciência consiste não apenas em definir termos, estudar e reconhecer a anormalidade como um fenômeno sociológico, mas, também, de tentar entender cada vez melhor a atuação do indivíduo desviante no seu contexto social e na sua relação com o outro. Trata-se de uma análise sem conclusão prevista. Palavras-chave: Religião. Sociologia. 8. O movimento de Jesus e os camponeses: vestígios de uma reação popular Nome: Mariana de Matos Ponte Raimundo Titulação: Mestre Instituição: UFJF Resumo: A Galileia, região norte da Palestina, foi o local em que o cristianismo foi germinado no século I. Os galileus, entre os quais esse acontecimento ocorreu, eram, em sua maioria, camponeses que viviam em aldeias e, que décadas antes, vivenciaram uma significativa mudança de caráter político e que, desde então, tiveram suas vidas transformadas pelo modo de dominação imposta pelo Império Romano, baseado na opressão 266 GT 17 e na extorsão. Nesse contexto sucedeu o aparecimento de Jesus de Nazaré que – muitas vezes identificado com as vítimas pauperizadas da política romana –, conquista seguidores através de um discurso de reestruturação da sociedade igualitária. Os camponeses galileus que, outrora, foram marginalizados pelo poder imperial, encontram na figura e nas pregações de Jesus a esperança de uma alteração da ordem instituída. Nesse sentido, questionar-se-á se essa adesão dos camponeses ao movimento de Jesus pode ser interpretada como uma reação popular à política opressora do Império Romano, bem como o significado e os efeitos do choque cultural provocado por essa dominação. Palavras-chave: Movimento de Jesus. Camponeses galileus. 9. A religião, uma via possível para a superação de rua: desalienação e integração das experiências marginais Nome: Werbert Cirilo Gonçalves Titulação: Mestrando Instituição: PUC Minas Resumo: Discutir a Religião no contexto do povo de rua é algo tão complexo quanto caracterizar este grupo marcadamente heterogêneo por definição. Apesar de algumas práticas assistencialistas que desconstroem estratégias políticas de auxílio ao cidadão e que recriam a dependência ao invés da autonomia do sujeito, outras tantas ações religiosas têm favorecido enormemente a superação da condição de miséria social e oferecido algo mais, quando ampara – na crise biográfica do indivíduo – a miséria de sentido humano e espiritual de muitos. Além disso, devemos dizer que as ações religiosas são grandes contribuintes para a promoção social, visto ser reconhecido que os esforços das políticas sociais em prol da superação da condição de rua estão aquém da necessidade ideal. Assim, em meio à crise anômica, a Religião tem oferecido uma identidade ao sujeito quando inserido no grupo dos fiéis e quando atentamente se observa a organização dos movimentos da população de rua alavancados Movimentos sociais - ciências sociais - teologia 267 por institutos religiosos, se descobre que a Religião não se porta como alienação da criatura oprimida, mas como o grito desalienador de um grupo que deseja autonomia e protagonismo na sua história. Palavras-chave: Religião. Desalienação. 268 GT 17 GT 18: Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade: mudanças e permanências ______________________________________ Coordenadoras Profa. Dra. Rosalira dos Santos Oliveira – FUNDAJ, PE Profa. Dra. Zuleica Dantas Pereira Campos – UNICAP, PE Ementa Nos últimos anos, o estudo das religiões afro-brasileiras tem ganhado força, principalmente entre jovens pesquisadores. Grande parte desse recente interesse pelo tema se deve às mudanças que essas religiões têm sofrido, bem como às mudanças sociais, políticas e culturais pelas quais vem passando a sociedade brasileira, apontando para conquistas dos chamados “afrodescendentes”. Somem-se a isso, as transformações internas que inserem as religiões afro-brasileiras nas tendências atuais do mercado religioso. O cuidado com a (re)criação de uma estética própria, da espetacularização de símbolos e ritos; da criação/resgate de rituais apresentados como antigos, montado para o grande público, estão presentes e fazem parte da nova face que o mundo afro-brasileiro vem assumindo no acirrado mercado religioso. As religiões afro-brasileiras, portanto, estão em evidência. Deixaram de ser religiões étnicas e locais para se universalizarem. Seguem tendências do mercado religioso mundial, influenciadas por fatores culturais, sociais e políticos e passam a se inserir em questões da ordem do dia. Questões de gênero, saúde, educação, além de se constituírem em um elemento central nas reivindicações políticas dos movimentos sociais negros objetivando obter uma legitimidade política (com destaque para o candomblé), afirmando-se como “religiões negras” ou “a religião do povo negro”, ressaltando, assim, a sua centralidade na constituição da identidade afrodescendente no Brasil. Esta nova realidade constitui o objeto de debate deste GT. 269 1. Segredos Transversais: reconversão cultural das religiões de matriz africana e afro-brasileiras Nome: Alfredo Sotero Alves Rodrigues Titulação: Mestre Instituição: UNICAP Resumo: As práticas religiosas dos escravos e afrodescendentes foram, são consideradas inconvenientes, “demoníacas”, pela cultura religiosa hegemônica. As religiões de matriz africana e afro-brasileiras foram impelidas a se tornarem religiões fechadas ou que fecharam-se. Esse refúgio forçado levou os afroreligiosos a limitar ou impedir a propagação de informações das suas práticas religiosas do espaço sagrado – o terreiro, com o exterior. A partir dessas premissas, este artigo objetiva analisar as estratégias de reconversão cultural utilizadas pelas religiões de matriz africana e afro-brasileiras, no processo de hibridação com a cultura religiosa hegemônica. O texto busca, especialmente, perceber as reconversões culturais ocasionadas e influenciadas por fatores históricos, bem como essas doutrinas procediam para preservar suas práticas consuetudinárias e estar inseridas no contexto da mundialização das culturas religiosas. Palavras-chave: Reconversão cultural. Hibridação. Comunidades de terreiro. Religiões de matriz africana. Religiões afro-brasileiras. 2. Da reafricanização à sincretização: uma casa com múltiplas vertentes afro-religiosas Nome: Lucielma Lobato Silva Titulação: Mestranda Instituição: UEPA Resumo: A lei 10.639/2003 ao tornar obrigatório, via o ensino formal, tem contribuído para o reconhecimento da importância dos negros e seus descendentes, o que provocou uma espécie de “retorno à etnia africana”, 270 GT 18 no plano religioso, para muitos sacerdotes/sacerdotisas e adeptos/adeptas, se expressa no esforço de se processar exclusivamente no Candomblé Ketu, rito Nagô. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar o Centro de Manifestações Mediúnicas Oshalufã, no município de Abaetetuba-PA, que apesar de se autodefinir como “afro” é um espaço religioso que pratica simultaneamente o Candomblé Ketu, a tradição Mina Nagô, além de elementos da Umbanda, o que leva o artigo a constatar junto à pesquisa de campo (MALINOWSK, 1984) e bibliográfica (TRIVIÑOS, 1996), que a “africanização” do culto não implica, necessariamente, num retorno às “origens africanas”, mas pode sim, existir a partir de novas fusões e arranjos de velhas matrizes religiosas. Palavras-chave: Lei 10.639/2003. Religiões de Matriz Africana e Religiões afro no Pará. Africanização Religiosa. 3. Terreiros 2.0: Nação Xambá na cibercultura Nome: Carla Patrícia Pacheco Teixeira Titulação: Mestra Instituição: UNICAP Resumo: As constantes mudanças na forma de veicular e compartilhar informações, provocadas pelo desenvolvimento crescente da web, tem atingido também as religiões afro-brasileiras. Pautadas pelas tradições, elas encontram no ambiente virtual uma forma de ampliar o alcance do seu discurso religioso. Pretendemos com esta pesquisa analisar os canais de inclusão do Terreiro Xambá no ambiente virtual, especificamente o site xamba.com.br e o uso das redes sociais facebook, twitter e picasa. A análise se deteve na observação da forma como as informações são agrupadas ou compartilhadas, levando em consideração os recursos visuais e de hipermídia utilizados, bem como a interatividade oferecida em cada um dos meios citados. O contraste entre o tradicional e o novo vai apontar para a tradução e negociações das religiões afro-brasileiras na inserção em novos processos de comunicação. Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 271 Palavras-chave: Religiões afro-brasileiras. Hibridismo. Design. Web 2.0. Hipermídia. 4. Afronautas em Pernambuco: modernização em mudança Nome: Zuleica Dantas Pereira Titulação: Doutora Instituição: UNICAP Resumo: O objetivo desse trabalho é fazer uma reflexão dos usos do mundo virtual pelas religiões afro-pernambucanas no sentido de modernizar e ampliar suas redes de relações com os fiéis. Denominamos de afronautas essa população de fiéis que fazem uso desse mundo virtual para divulgar e discutir a religião. Como instrumental metodológico para construção deste texto foi utilizada a netnografia, uma vez que parte do objeto de pesquisa localiza-se no mundo virtual ou no “não-lugar” (sites elaborados para a divulgação dos terreiros). As técnicas utilizadas foram a observação participante, entrevistas semiestruturadas, e o uso do diário de campo. Palavras-chave: Religião afro-pernambucana. Mundo virtual. 5. A “velha nova” “guerra afro-pentecostal”: um olhar a partir das redes sociais Nome: Wagner Marreira Freire Titulação: Graduando Instituição: UFPB Resumo: O objetivo deste trabalho é trazer um olhar sobre os conflitos afro-pentecostais a partir do uso de redes sociais que possuem grande utilização em nossa sociedade contemporânea: o facebook e o orkut. O facebook foi utilizado como veículo para que diferentes agentes sociais se manifestassem em relação à desconstrução de um terreiro paraibano feita por um pastor da igreja Assembleia de Deus Pentecostal da Fé. E o 272 GT 18 orkut, bem como o site da instituição religiosa da qual o referido pastor é líder, foram utilizados para a exposição de uma série de fotografias em que o líder religioso aparece quebrando diversas imagens sagradas do universo afro-brasileiro, bem como imagens de santos católicos que também são cultuados por umbandistas. O ato de destruição e exposição do material destruído, tomado pelo pastor não como uma invasão, mas como algo permitido, tendo em vista a conversão da mãe-de-santo, desencadeou uma discussão via facebook e ainda repercutiu fortemente em sites e blogs vinculados as religiões afro-brasileiras, além de ter gerado denúncia pela Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB/PB junto ao Ministério Público Federal e Estadual contra o referido pastor. A pesquisa, ainda em caráter exploratório, buscará uma análise das referidas controvérsias, tomando como fonte as diferentes manifestações expostas no facebook bem como os sites e blogs envolvidos. Como fundamentação teórica, será utilizada tanto a literatura antropológica, que há muito discute os conflitos afro-pentecostais, quanto os trabalhos no âmbito da comunicação social que tratam das redes sociais. Palavras-chave: Religiões afro-brasileiras. Pentecostalismos. Redes sociais. 6. Protestantismo afro-brasileiro Nome: Jair Gomes de Santana Titulação: Mestre Instituição: UNICAP Resumo: Nesta comunicação pretendemos analisar o movimento do Divino Mestre, uma seita formada por um negro chamado Agostinho, no Recife na primeira metade do século XIX. Este movimento preocupou as autoridades provinciais por sua semelhança com o movimento dos Malês (na Bahia),isto é, negros alfabetizados, professando uma fé diferente da sociedade brasileira (islâmica) e, no caso do Recife, tendo à frente um líder que nutria simpatias pela revolução do Haiti. Demonstraremos como esse movimento tinha raízes protestantes e precedeu a chegada dos Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 273 missionários americanos ao Brasil (após 1850). Assim um protestantismo afro-brasileiro precedeu o protestantismo missionário no Recife. A análise desse movimento será feita a partir das concepções de Ernst Troeltsch (1865-1923) sobre Igreja e seitas, e de Michel Foucault(a circularidade do poder). Palavras-chave: Seita. Divino Mestre. Ernst Troeltsch. Michel Foucault. 7. O Culto às Iya-mi Osorongá nos templos afro-brasileiros do Recife Nome: Andréa Caselli Gomes Titulação: Especialista Instituição: UNICAP Resumo: O presente trabalho propõe enfocar uma recente mudança nas formas de religiosidade das casas de Candomblé do Recife: o culto às Iyá-mi, entidades femininas presentes na religiosidade yorubá. Culto originalmente secreto e exclusivamente feminino às entidades ancestrais designadas como Iyá-mi, tem sido assunto polêmico e controverso entre os adeptos das religiões afro-brasileiras, principalmente entre os que buscam a reafricanização em suas vivências religiosas. Na cidade do Recife, há templos e adeptos que exercem esse culto deliberadamente, sem conhecer profundamente suas raízes tradicionais; observa-se um resgate contemporâneo de uma atividade que há muito tempo perdeu seu significado original, visto que as novas práticas acarretam recentes elaborações de mito e de rito sobre o aspecto feminino. Trata-se de uma lucidez afirmar que a referida atividade vem sendo adotada e explorada por adeptos do sexo masculino, sendo eles os responsáveis pela recente popularização do culto, principalmente entre os novos adeptos. Palavras-chave: Candomblé. Religião afro-brasileira. 274 GT 18 8. Memória da umbanda e umbanda da memória em João Pessoa Nomes: Antonio Giovanni Boaes Gonçalves e Hermana Cecília Oliveira Ferreira da Silva Titulação: Doutor e Graduanda Instituição: UFPB Resumo: Foca-se o repertório mnemônico de uma velha mãe de santo da umbanda na cidade de João Pessoa, em busca da composição de um mundo de sentidos e significados veiculados pela narrativa enquanto atividade autopoiética. Relembrar é criar. Verifica-se como a narradora constrói um enredo mítico particular que reproduz estruturas míticas gerais: a origem distante da heroína; o sofrimento e a exclusão; a perda dos familiares; a iniciação com a descendente de escravos; a chegada à nova terra; a luta contra os opressores; a libertação e o reconhecimento. A composição mescla fatos e sentimentos, memória (realidade e imaginação), e aos poucos vai se tornando, de uma história particular, na história da umbanda em João Pessoa. Concorrem para isso os processos de conformação do emergente campo, o que tem dado a mãe de santo, o reconhecimento de ser uma das mais antigas, ainda viva e em atividade na cidade. Contudo, o reconhecimento não ocorre de forma pacífica, devido às direções que as linhas de força assumem dentro do campo, mas a narrativa, provavelmente, servirá de ponto de partida, não só para as continuidades, como para críticas, descontinuidades e recriações do enredo, uma vez que a narradora passa a falar de um lugar reconhecido. O corpus derivou de entrevistas realizadas no ano de 2011, além de observação participante feita desde 2005, no Terreiro de Umbanda Ogum Beira-Mar, onde a mãe de santo é titular. Houve ainda registros audiovisuais e anotações em diário de campo. Palavras-chave: Umbanda. Memória. História de vida. Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 275 9. Os Territórios Sagrados do Candomblé e da Umbanda na cidade de Contagem, Minas Gerais Nome: Aurino José Góis Titulação: Doutor Instituição: PUC Minas Resumo: A comunicação é parte da pesquisa de Doutor sobre o espaço e território do candomblé e da umbanda, na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. A falta de visibilidade dessas religiões na paisagem urbana da cidade reflete ainda a discriminação do período colonial e pós-abolicionista, atribuída a esses cultos e aos seus adeptos pela sociedade brasileira. O mapeamento e a identificação dos terreiros de candomblé e centros de umbanda aqui propostos, tem como objetivo verificar o modo e as condições em que se opera essa invisibilidade. A análise compreende trinta e seis, dos cinqüenta e cinco terreiros identificados na região de estudo. O tema se inscreve no campo da geografia humanista e cultural, mais especificamente no campo da geografia da religião. O perfil das lideranças e dos adeptos, bem como as características e as funções do local utilizado para seus rituais, delineiam o espaço e território sagrados dessas religiões. A pesquisa demonstra que, embora as religiões pesquisadas não tenham visibilidade na paisagem urbana, elas têm, contudo, uma presença significativa na cidade e tanto seu espaço quanto seu território se estende muito além dos lugares onde estão instaladas. Palavras-chave: Geografia cultural. Espaço. Território. Candomblé. Umbanda 10. Cruz do Patrão: mistérios, mortes e lutas negras Nome: Ceci Medeiros de Oliveira Titulação: Mestranda Instituição: UNICAP 276 GT 18 Resumo: Essa comunicação objetiva discutir as várias representações que foram construídas a respeito da Cruz do Patrão, localizada no atual Cais do Porto do Recife, Pernambuco. Sem data certa de surgimento, apenas especulações entre 1814 e 1816, a Cruz do Patrão trata-se de uma coluna dórica com uma cruz no alto e imerge em meio aos fortes do Recife Antigo, beirando as águas do Rio Beberibe.O monumento, por muito tempo, foi fonte de histórias fantásticas sobre fantasmas e demônios, evocados através de rituais mágicos, construindo em torno de si uma esfera de mistério, medo e curiosidade. A cruz foi criada para servir de baliza a embarcações que chegavam ao porto do Recife. Local também onde se jogavam negros moribundos, doentes, pagãos e sem serventia. A partir daí estabeleceu-se como forte símbolo da história dos negros na cidade. A Cruz do Patrão, então, além de se constituir num marco histórico, surge também como símbolo político cultural do Recife. Palavras-chave: Cruz do Patrão. Símbolo religioso. 11. Itan Àsé: O Culto aos Orixás em Belém do Pará Nome: Wanderlan Gonçalves do Amaral Titulação: Graduando Instituição: UFPA Resumo: Este trabalho pretende discutir o Candomblé Keto praticado em Belém do Pará. Não é de hoje que os estudiosos das religiões afro-brasileiras têm se preocupado em compreender as formas de ritual existentes na capital paraense, procurando mapear a pluralidade litúrgica e definir a tradição local (FIGUEIREDO, 1968, LEACKOCS, 1972, VERGOLINO, 1976, LUCA, 2010), no entanto, esses estudos enfocaram principalmente a Pajelança e o Tambor de Mina. O Candomblé chega a Belém na década de 1950 com Pai Astianax, que foi à Salvador para ser “feito no santo”, mas é durante os anos de 1970 que o Culto aos Orixás começa a estruturar-se em Belém. Por ser a mais recente das matrizes de culto estabelecida nesta Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 277 cidade, o candomblé ainda é um campo de pesquisa pouco explorado (CAMPELO, 2001; PERDIGÃO, 2011). Desafiado por essa lacuna vou a campo, com o objetivo de discutir as práticas litúrgicas do candomblé Ilê Ìyá Omi Axé Ofá Karê. Pretendo também estabelecer uma comparação entre este terreiro e a casa mater baiana a qual o mesmo está ligado por linha de ancestralidade: o Terreiro do Gantois. Palavras-chave: Camdomblé Keto. Liturgia. 12. “A Jurema Manda!”: A Jurema Sagrada e sua decisiva representatividade territorial em Recife e Região Metropolitana Nome: Alexandre Alberto Santos de Olivera (L’Omi L’Odò) Titulação: Graduando Instituição: UNICAP Resumo: Neste artigo proponho uma reflexão sobre a importância religiosa e a condição de invisibilidade do culto à Jurema Sagrada, e, sua representatividade e protagonismo territorial e indígena-afro-teológica em Recife e Região Metropolitana. Segundo dados da Pesquisa Socioeconômica e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros do MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome e UNESCO, publicados em 2010, os terreiros de Jurema compõem mais de 70% das casas pesquisadas. Este dado inédito e importante nos ajudará a repensar o lugar de Pernambuco, ou Recife como “terra do Xangô”, ou local onde há predominância do culto nagô unicamente, ideia esta, intensamente publicada em diversas bibliografias históricas sobre o tema. Também, com este texto, pretendo avaliar historicamente o porquê da religiosidade da Jurema ser recalcada por parte do povo de terreiro, mesmo ela “mandando” estatisticamente em quantidades de casas e na prática litúrgica no campo pesquisado. Palavras-chave: Catimbó, Protagonismo da Jurema, Intolerância InterReligiosa. 278 GT 18 13. “A Jurema abala, e seus discípulos não tombam”: desafios de uma abordagem historiográfica Nome: Fábio Luiz Pimentel Titulação: Graduado Instituição: UFPB Resumo: O território que atravessa cidades situadas no litoral nordestino, Natal, João Pessoa e Recife, e se estende ao sertão da região Nordeste, revela um universo cultural pontuado pelas religiões afrobrasileiras, no qual a presença ativa da Jurema circula nas crenças e práticas dos terreiros. Há um corpus documental em que, desde o período colonial, indícios do combate do Estado às práticas indígenas ligadas ao uso da Jurema podem ser evidenciados. Não obstante, o Sítio do Acais, localizado no município de Alhandra, litoral sul da Paraíba - territorialidade sagrada para o povo da Jurema – tem sido o palco contemporâneo de negociações identitárias e resistências populares articuladas no seu processo de tombamento. Objetivamos levantar questões relacionadas à construção de uma abordagem que articule uma perspectiva historiográfica às implicações antropológicas que recaem sobre esta pesquisa em andamento. Palavras-chave: Religião afro-brasileira. Historiografia. 14. Um ensaio sobre a alimentação ritual afro-brasileira Nomes: Dilaine S.Sampaio de França; Silvia Mancini Viesi Titulação: Doutora; Mestra Instituição: UFPB Resumo: O ato de alimentar-se ultrapassa a função biológica de ingerir alimentos para a manutenção da espécie humana, é a manifestação de um conjunto de fatores sociais, históricos, econômicos, culturais e religiosos que representam uma sociedade. A construção da culinária brasileira recebeu grande influência da nativa cultura indígena, dos portugueses Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 279 e dos africanos que foram trazidos como escravos para o Brasil durante o período colonial. Embora não seja uma temática nova, a questão da alimentação tem sido bastante explorada na atualidade em seus mais diversos segmentos, inclusive no âmbito da Antropologia, como uma “Antropologia da alimentação”. A partir disso, a proposta deste trabalho é recuperar a bibliografia existente sobre o tema em seu contexto religioso, particularmente no âmbito das religiões afro-brasileiras. Partindo dos primeiros autores que trataram dessas religiões (Nina Rodrigues, Arthur Ramos, Edson Carneiro, Ruth Landes, Roger Bastide, Pierre Verger, etc) passando por alguns mais recentes (Vivaldo da Costa Lima, Reginaldo Prandi, Raul Lody, Arno Voguel, etc), buscaremos construir um quadro referencial em torno daquilo que foi dito sobre alimentação ritual e oferendas bem como sobre o papel que o alimento exerce nos banquetes e festas realizadas nas comunidades de candomblé, haja vista que há uma escassez de trabalhos neste sentido. Como não são muitas as referências que tratam analiticamente da alimentação ritual nas religiões afrobrasileiras, faz-se necessário recuperar o pouco que existe de modo que se possa construir um referencial para análise. Palavras-chave: Alimentação. Ritual. Religiões afro-brasileiras. 15. Religiosidades afro-brasileiras e ritual terapêutico-religioso: a prática da apometria em Juiz de Fora Nome: Izabela Matos Floriano Mendonça Titulação: Mestre Instituição: UFJF Resumo: A utilização de terapias religiosas sempre estiveram presente no campo religioso brasileiro, principalmente as terapias adivindas das religiões mediúnicas que sempre foram alvo de discussões tanto no campo religioso como no científico. Em 1965, surge dentro de um hospital espírita em Porto Alegre, a técnica de cura espiritual apometria. Aberta ao sincretismo, hibridismo e bricolagem, ela utiliza de toda a cosmologia 280 GT 18 das religiões mediúnicas espíritas a fim de obter a cura de doenças. Nesse sentido, objetiva-se a partir de observação etnográfica e entrevistas, mostrar como as religiosidades afro-brasileiras, através de seus adeptos, estão presentes dentro do ritual apomêtrico do Grupo de Apometria Elos de Amor e Paz de Juiz de Fora, que atende na cidade de Juiz de Fora, MG. Palavras-chave: Religiosidade afro-brasileira. Ritual apomêtrico. 16. Salve preto, salve preta... As muitas facetas da linha dos Pretos velhos Nome: Letícia Guimarães Araújo Titulação: Mestranda Instituição: EST Resumo: Este artigo visa caracterizar o arquétipo dos pretos e pretas velhas na linha de umbanda sob diversas perspectivas. Em um primeiro momento traremos informações acerca das falas destas entidades no espaço da terreira, e em relatos registrados em sites e jornais de religião de matriz africana. Em um segundo momento pretendemos visualizar como se constitui este arquétipo nas visões de dois autores umbandistas Rivas Neto e Rubens Sarraceni, e nas visões de dois autores espíritas como Robson Pinheiro e Gasparetto. Por fim trataremos do processo de apropriação destas entidades pela literatura espírita e suas possíveis consequências. Palavras-Chave: Ancestralidade. Arquétipos. Pretos-velhos. Pretas-velhas. Umbanda. 17. Terreiros como instituições empresariais Nome: Maria da Penha de Carvalho Vaz Titulação: Mestra Instituição: UNICAP Resumo: Visualizando um cenário diferenciado para a abordagem das religiões de matriz africana, particularmente, a religião Candomblé, o Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 281 artigo trata da administração e a liderança de terreiros como instituições empresariais. Assim, consideram-se aqui, as habilidades dos líderes de “roças” como ação que utiliza recursos, tais como: pessoas, materiais e conhecimento. Particularidades das lideranças de terreiros, suas relações de troca com seus filhos-de-santo e, também, fatores do poder exercido, farão parte da reflexão. O artigo é um estudo comparativo, dentro de uma perspectiva socioantropológica, unindo raciocínios e conceitos de duas ciências distintas: Ciências da Religião e Ciência da Administração. Para fortalecer os argumentos, foram utilizados os seguintes conceitos: “habilidades” de Chiavenato, “contrato psicológico” de Limongi França e Rodrigues e, também, o conceito de “trocas” de Marcel Mauss. A ideia central é a de apresentarmos “o contrato psicológico” que existe entre lideranças afro-religiosas e seus seguidores, comparando-o com aquele que existe em organizações empresariais. Palavras-chave: Religião. Administração. 18. Em nome da ancestralidade: militantes negros e adesão às religiões afro-brasileiras Nome: Rosalira dos Santos Oliveira Titulação: Doutora Instituição: FUNDAJ Resumo: Desmobilizado a partir do golpe militar de 1964, o movimento negro inicia no final dos anos 1970 um processo de rearticulação, que vai culminar com a fundação, em 1978, do MNU – Movimento Negro Unificado. Este novo movimento negro toma como uma das suas tarefas centrais a denúncia do “racismo à brasileira” e a desconstrução do mito da democracia racial. Uma bandeira importante dessa retomada da mobilização negra é a identificação com as raízes africanas. Sob esta perspectiva, as lutas contra o racismo passam a ter como uma das premissas básicas a promoção de uma identidade étnica específica do negro. O discurso da negritude e do resgate das raízes ancestrais tem um impacto direto sobre o 282 GT 18 comportamento da militância contribuindo para a produção de um novo script para o negro brasileiro que se faz presente na estética, na música, na alimentação e, principalmente na adesão às religiões afro-brasileiras, agora denominadas de “matriz africana”. Na verdade, a pertença (ou ao menos a proximidade) às religiões afro-brasileiras passa a ser vista como um sinal de maior negritude, o que equivale a dizer uma maior consciência da sua “diferença” em relação à sociedade nacional. Esta trajetória política se reflete na vida e nas falas de adeptos das religiões afro-brasileiras em Recife que, oriundos do movimento social negro, reinterpretam a sua trajetória individual buscando vislumbrar nela um chamado mítico que não apenas justifica como, num nível mais profundo, antecipa esta adesão. Nesse processo, a categoria “ancestralidade” é acionada como uma chave explicativa que coloca sob uma nova luz as experiências vividas antes do encontro com a religião. Palavras-chave: Movimento negro. Religião afro-brasileira. 19. Religiões de matriz africana e convivência com a diversidade Nome: Silvania Maria Maciel Titulação: Mestra Instituição: UNICAP Resumo: As religiões de matriz africana vêm ganhando cada vez mais visibilidade na sociedade brasileira. Neste trabalho nos propomos a relatar a sociabilidade religiosa afro-brasileira no bairro do Ipsep, na cidade do Recife, capital de Pernambuco. É também de nosso interesse mostrar através deste relato as representações do sagrado afro-brasileiro que se constrói a partir da interação respeitosa entre a diversidade de saberes e percepções de seus praticantes, independentemente de suas pertenças religiosas e das restrições impostas pelas igrejas cristãs. Este estudo tem como referência teórico-metodológica, a noção de sociabilidade de Baechler e rede de relações de Boissevain. Palavras-chave: Religiosidade afro-brasileira. Inclusão. Baechler. Boissevain. Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 283 20. Identidade Negra do Recife: A Casa da dupla pertença Nome: João Amaro Monteiro da Silva Titulação: Graduado Instituição: UNICAP Resumo: Este artigo se propõe a ratificar a significação histórica da Casa de Badia, no tradicional bairro de São José em Recife. Espaço que provavelmente o Nagô pernambucano teve suas bases rituais estruturadas, tornando-se referência da cultura nagôcentrica em nossa cidade. O que se reflete no respeito que todas as Casas religiosas tradicionais de Matriz africana tem à memória dos que ali moraram. Um lugar estratégico que presenciou momentos importantes de nossa história social e cultural, local de um acúmulo de historicidade. Nela, as tradições do catolicismo popular conviveram “harmoniosamente” com as tradições yorubanas, desde o Culto aos ancestrais ao de Orixás, mantidas pelas Tias Sinhá-Vivina Rodrigues Braga e Yayá - Emília Rodrigues Castro. A dedicação ao frevo e a todos os ritmos que dão vida ao carnaval do Recife eram sazonalmente retroalimentados por elas, contribuíram para o brilho das fantasias do período Momesco, especialmente Badia – Maria de Lourdes da Silva, bordou, costurou e fundou várias agremiações que arrastam milhares de foliões. A Casa é localizada no Portal Sul da entrada do Recife no bairro mais negro da cidade durante a passagem do século XIX ao XX, onde a grande massa de negras e negros libertos ocupou os mangues e alagados e deram vida à diversidade cultural da cidade, sendo hoje tombada como Patrimônio histórico de Pernambuco. Palavras-chave: Casa da Badia. Religião afro-brasileira. 21. Noite dos tambores silenciosos: resistência negra ou construção coletiva Nome: Luiz Justino da Silva Junior Titulação: Mestrando 284 GT 18 Instituição: UNICAP Resumo: Um dos eventos mais concorridos pelo folião no carnaval do Recife é a Noite dos Tambores Silenciosos. Evento religioso de matriz africana que ocorre na noite da segunda para terça-feira no Pátio do Terço, bairro de São José, centro da cidade. Seria esse evento fruto de uma construção coletiva ou uma forma de resistência utilizada pelos adeptos do xangô pernambucano perante as classes hegemônicas? Partindo do pressuposto de que são muitos e antigos os fundamentos religiosos nos brincantes pernambucanos, partimos em busca de uma reflexão mais atenta sobre esse evento intitulado de “Noite dos Tambores Silenciosos” no intuito de analisarmos, numa perspectiva histórica e antropológica, o hibridismo atuante nesse estudo de caso. Em se tratando de uma reflexão acadêmica, é sempre oportuno lembrar que a análise realizada é um recorte possível, podendo e devendo haver outras. Palavras-chave: Noite dos tambores silenciosos. Religião afro-brasileira. 22. Tem branco na guma: a nobreza europeia montou corte no tambor de mina Nome: Taissa Tavernard de Luca Titulação: Doutora Instituição: UEPA Resumo: A presente comunicação tem por objetivo apresentar o panteão da religião de matriz africana mais antiga de Belém do Pará: a mina. Analisa principalmente uma categoria de entidades denominadas senhores de toalha ou nobres gentis nagô, reis ou aristocratas europeus que possuem ligação com o processo de cristianização da Europa, expansão marítima e colonização do Brasil. Neste sentido, recupera parte da história de vida desses personagens na tentativa de entender a construção mítica e a lógica interna do processo de divinização dos mesmos. Procura também apontar valores que estão subjacentes a todas as narrativas míticas dentre os quais Diversidade afro-religiosa e contemporaneidade 285 destaca o simbolismo da branquidade. Palavras-chave: Mina. Narratividade. Símbolo religioso. 23. A Igreja no Brasil durante o processo de sesescravização dos africanos e afro-descendetnes (1871-1888) Nome: Sylvana Maria Brandão de Aguiar Titulação: Doutora Instituição: UFPE Resumo: A Lei de 1871, mais conhecida na Historiografia Brasileira, como a Lei do Ventre Livre, determinou o fim da escravidão negra no Brasil antes de 1888, pois estancou a última fonte de abastecimento do mercado de mão de obra escrava negra que era através do nascimento, pois em 1850 a Lei Euzébio de Queiróz já havia interrompido o tráfico internacional. Depois de promulgada a mencionada Lei todas as zonas de conflitos entre senhores e escravos foram transferidas para os poderes judiciários, políticos e eclesiásticos e as unidades produtivas não pararam de funcionar, diminuindo concomitantemente as fugas urbanas e as formações de quilombos e quilombolas. Ficou estabelecido, a partir de então, livros de registro especiais para os filhos de escravos nascidos depois de 28 de setembro de 1871. Aqui poderia ocorrer fraude. O pároco poderia alterar e manter a criança como escrava. Nossas pesquisas revelam que a Igreja tratou de obedecer a Lei e denunciou aos presidentes das províncias tentativas de fraudes advindas tanto de senhores como de escravos. Desta maneira, consolidou-se no Brasil uma transição gradual para o mercado de trabalho livre sem rupturas da produção, com todo ônus transferido aos ex escravizados. Palavras-chave: Escravidão. Igreja católica. Resistência. 286 GT 18 GT 19: Iniciação Científica ______________________________________ Coordenadores Profª. Dra. Áurea Marin Burochi – ISTA, MG Prof. Dr. Cesar Alves – FAJE, MG Prof. Dr. Cleto Caliman – PUC Minas e ISTA, MG Ementa O presente GT tem por objetivo propiciar aos estudantes de Graduado e pós-Graduado (atualização e especialização), assim como a bolsistas de iniciação científica, um espaço para apresentar e discutir os resultados de suas pesquisas dentro da temática do Congresso. Com isto, favorecer-se-á a divulgação de suas pesquisas, bem como propiciar-se-ão o aprimoramento e amadurecimento da capacidade de investigação e da participação em ambiente acadêmico. 287 1. Tensões religiosas no Juazeiro do Norte: um estudo sobre a atuação evangélica no combate ao Padre Cícero e a concorrência das igrejas neopentecostais na oferta de bens religiosos Nome: Itamara Freires de Meneses Titulação: Graduado Instituição: URC Resumo: O cenário religioso brasileiro tem apresentado, nas últimas quatro décadas, um quadro marcado pela trajetória declinante do catolicismo, acompanhado da expansão evangélica. Juazeiro do Norte (CE), grande centro de romarias populares em devoção ao Padre Cícero, não foge a este quadro, apresentando um aumento expressivo de evangélicos, apesar da hegemonia católica. Analisaremos a dinâmica religiosa em Juazeiro, focalizando o tensionamento entre católicos e evangélicos que se revela, sobretudo, a partir de dois elementos: primeiro, o combate à idolatria, tendo como foco central o Padre Cícero, considerado pelos católicos como santo popular e, em segundo lugar, no caso das igrejas neopentecostais, na concorrência face à oferta de bens e serviços religiosos relacionados à resolução de problemas de ordem física, emocional ou material, através de bênçãos e graças. Palavras-chave: Tensões. Idolatria. Trânsito religioso. 2. Moradores e romeiros em interação: contribuições para a compreensão das romarias em Juazeiro do Norte - CE Nome: Jakeline Pereira Alves Titulação: Graduado Instituição: URC Resumo: A presente comunicação trata de temática relacionada a articulação de significados tendo em conta as interações que ocorrem entre romeiros e moradores no processo de recepção e hospedagem em romarias 288 GT 19 ocorridas em Juazeiro do Norte, no Nordeste brasileiro. O objetivo deste trabalho é identificar como a partir das interações determinadas pelos processos de hospedagem, tensões entre demandas diversas de devoção e diversão contribuem para a constituição de identidades e alteridades entre os agentes participantes das romarias. Por meio das observações empíricas e entrevistas a moradores e romeiros nos ambientes de recepção localizadas no centro urbano da cidade, foram identificadas modalidades de hospedagem que foram classificadas como: rancho, “casa-rancho”, “casa-parentesco” e pousadas. Há variações também no interior dessas modalidades, principalmente relacionadas à permanência ou não do dono da casa durante o período de estada do romeiro, isso oferece mais elementos para perceber como processos diferentes de aproximação e distanciamento complexificam a romaria e a constroem. Também foram identificados contextos de vizinhança em áreas da cidade onde ocorrem maior oferta de hospedagem, nesses espaços são articulados sentidos a partir de uma construção diferenciada do ambiente que se torna um espaço de práticas juvenis relacionado a atividades de interação geracional, música e consumo de bebidas e que, por sua recorrência, acabam por ser incorporados nas expectativas de experiências nas romarias. Palavraschave: Moradores. Romeiros. Recepção. Construção de significados. Palavras-chave: Moradores. Romeiros. Recepção. Construção de significados. 3. Demarcando espaços: Um estudo das relações de força no cenário religioso de Juazeiro do Norte Nome: José Erivan Lima de Carvalho Titulação: Graduado Instituição: URC Resumo: Ponto de convergência de milhares de romeiros e devotos do Padre Cícero Romão Batista, Juazeiro do Norte (CE) é um espaço predominantemente católico. Entretanto, apesar da forte presença do Iniciação científica 289 catolicismo, nos últimos anos a expansão evangélica tem sido notável no município. Neste sentido, este trabalho visa analisar as movimentações em curso no campo religioso juazeirense, à luz dos dados do campo religioso no Brasil contemporâneo, considerando o avanço pentecostal e as reações promovidas da igreja católica, a partir da análise das relações de força no jogo constituído entre esta e as igrejas evangélicas. A partir de observações junto a igrejas pentecostais e a instituições que congregam diversas denominações evangélicas, bem como a realização de entrevistas semiestruturadas com fiéis e lideranças religiosas, percebe-se a constituição de um intenso campo de disputas entre católicos e evangélicos, que se notabiliza através das ações da Ordem dos Ministros do Cariri (OMEC), criada com a finalidade de congregar lideranças religiosas de diferentes denominações, ao mesmo tempo em que funciona como um elemento catalisador da força evangélica na região que, através do discurso da evangelização, tem demarcado sua presença, num esforço evidente de ocupação de espaços políticos e econômicos (e, porque não dizer, culturais), provocando uma reorientação das relações de força no cenário político da localidade, na medida em que, ao reivindicar maiores espaços, as lideranças evangélicas produzem uma redefinição de limites entre os universos da política e da religião. Palavras-chave: Juazeiro do Norte. Evangélicos. Conflitos 4. Romaria e juventude: práticas lúdicas vivenciadas em tempo de romaria Nome: Patricia Sutel da Costa Titulação: Graduada Instituição: URC Instituição financiadora: PIBIC/CNPq Resumo: A presente comunicação se assenta na discussão sobre influências intergeracionais em manifestações religiosas coletivas. Com o objetivo de melhor compreender o tempo das romarias, estas são tomadas como 290 GT 19 espaço onde ora são transmitidos conteúdos rituais marcados pelos interesses simbólicos da sociedade, ora são assimiladas novas possibilidades de práticas. Num processo dinâmico, as romarias adquirem formatos associados a conteúdos característicos da cena contemporânea, envolvendo principalmente praticas lúdicas contrapondo e, às vezes, superando as práticas que dão conta da dimensão de significado sagrado à romaria. A partir de entrevistas e observação sistemática de sucessivos períodos de romarias em Juazeiro do Norte, no Ceará, percebeu-se que essas práticas são articuladas de maneira mais evidente para os que interagem no cenário da festa religiosa, onde outras necessidades relacionadas à sociabilidade são evocadas, transformando o ambiente de penitencia e oração em um espaço de diversão e entretenimento para todos os públicos e faixas etárias. Essas mudanças podem ser pensadas como efeitos de geração levando-se em conta a amplificação das demandas de lazer na contemporaneidade, mas também devem ser vistas a partir de seu potencial de descaracterizar ou “ressignificar” a prática religiosa. Nesse sentido, é entre os jovens, mas não só que essas demandas parecem mais evidentes, inclusive, oferecendo novas formas aos rituais que envolvem o período de permanência dos romeiros e construindo de forma mais ampla os significados da romaria. Palavras-chave: Romaria. Gerações. Práticas lúdicas. 5. Turistificando a religião: uma análise sobre os interesses econômicos e políticos no espaço religioso Nome: Rosana Dayara Correia De Alcantara Titulação: Graduada Instituição: URC Resumo: A proposta de comunicação procura atualizar os elementos que são discutidos pela literatura no contexto de tensões entre práticas de romarias e práticas turísticas. Os objetivos são voltados para compreender como vivencias de visitantes que se nomeiam turistas e frequentam a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, em períodos de romaria, Iniciação científica 291 contribuem para a construção de novos significados para esses eventos. Na contemporaneidade com as atividades desgastantes do mundo do trabalho, com o acumulo de funções e obrigações, o individuo sente se expropriados do seu tempo, um vazio subjetivo ou como diria Sapir um “vácuo espiritual”. O mercado investe na venda lugares de lazer e constrói “paraísos” para o descanso, alimenta e até mesmo cria a ideia de que é necessário um lugar de refugio dos males. Nesse estudo foram realizadas observações sistemáticas e entrevistas durante acompanhamento empírico a grupos de turistas em duas romarias em 2011. Ao analisar o turismo na cidade de Juazeiro do Norte pôde-se perceber que a “publicização” da imagem da cidade como uma “terra santa” é de interesse tanto de autoridades religiosas locais, como políticas e econômicas, cada uma empregando seus esforços no sentido de atender a demandas específicas dos usuários do espaço e com isso contribuindo para dimensionar mais amplamente significados atribuídos às práticas de romarias. Palavras-chave: Turismo. Romaria. Interesses políticos e econômicos 6. O imaginário simbólico e religioso do culto anglicano Participante: Josilene Silva da Cruz Titulação: Graduado Instituição: UFPB Resumo: Neste estudo pretendemos descrever sobre alguns resultados referente à pesquisa desenvolvida na qual buscamos identificar quais as imagens que são evocadas nos fiéis durante o culto litúrgico da igreja anglicana. Pensamos o homem como homo symbolicus, apoiados em Cassirer (2001) e percebemos na relação com a religiosidade um “jogo simbólico” (MARDONES, 2005) que realiza pelas permutações interferências no seu processo educativo. Neste sentido buscamos analisar o imaginário simbólico do culto anglicano. Nosso método de investigação foi a pesquisa descritiva, de campo, com o uso da etnografia e observação participante, além da hermenêutica simbólica proposta por Gilbert 292 GT 19 Durand. Obtivemos alguns resultados iniciais em função das informações levantadas e catalogadas nas observações dos cultos das quais relacionamos com a teoria por nós selecionada para análise das imagens evocadas pelos fiéis da igreja. Palavras-chave: Religião. Simbolismo. Imaginação. 7. A Figura indígena no Nican Mopohua Participante: Leandro Faria de Souza Titulação: Graduado Instituição: PUC/SP Resumo: O intuito do presente trabalho foi discutir e observar aspectos da devoção à de nossa Senhora de Guadalupe está intimamente ligada ao processo de colonização mexicana. Objetivou-se determinar na narrativa de Nican Mopohua, versão de 1649, a forma de elaboração da figura indígena. A análise textual fundamentou-se na localização dos fragmentos de diálogos entre Juan Diego e a Virgem Maria, além dos dados fornecidos pelo documento em questão, podendo assinalar o duplo caráter, ora indígena, ora cristão. Dessa maneira foi possível apontar que o indígena passou a assumir parâmetros colonizadores e aparece, assim, como catequizado. Para tal, Juan Diego representa uma figura coletiva, e, dessa maneira como mensageiro de uma nova profecia de fé, o cristianismo. E por último, Juan Diego é representado como filho de Deus já pertencente à unidade cristã. Palavras-chave: Nican Mopohua, indígena, catequizado. 8. O ensino religioso na visão infantil: uma análise da influência familiar na religiosidade da criança Nomes: Léia Nascimento de Souza e Anaíze Anália de Oliveira Titulação: Graduados Instituição: UFPB Iniciação científica 293 Resumo: Este artigo traz em seu contexto algumas considerações sobre o ensino religioso destinado às crianças e a influência da família na religiosidade infantil. Suas considerações foram baseadas em pesquisa de campo realizada na escola João Paulo II, situada na cidade de João Pessoa – PB. Numa tentativa de desmistificar e diferenciar o ensino religioso do ensino de religião apresentamos reflexões sobre esse paradoxo, uma vez que percebemos a busca das famílias por escolas que tenham princípios religiosos que se adequem aos seus, impondo-os às crianças. Refletiremos sobre o pluralismo religioso, o estado laico e o ensino religioso tendo como ponto de partida a observação do comportamento infantil durante as aulas ministradas. Palavras-chave: Criança. Religião. Religiosidade. Ensino Religioso. 9. Dilemas e desafios do ser professor de ensino religioso Participante: Neusiana Vieira Fernandes Titulação: Graduada Instituição: UFPB Resumo: É uma pesquisa em andamento, que faz parte de um projeto de iniciação científica com término previsto para Dezembro de 2012, desenvolvido na UFP – UFPB, através dos departamentos de Pedagogia e Ciências das Religiões, e tem como objetivo central buscar compreender o que significa ser professor de ensino religioso na cidade de João Pessoa PB. Palavras-chave: Ensino religioso. Dilemas. Desafios. 10. Rui Barbosa e a escola laica: passado, presente e... futuro??? Nomes: Rivânia da Silva Carneiro; Reginaldo Severino dos Santos e Verônica Maria Silva Titulação: Graduados Instituição: UFPB 294 GT 19 Resumo: Nos anos de 1800, alguns países manifestavam-se contra o ensino religioso catequético nas suas escolas públicas e entre eles destacamos o Brasil, que tinha a frente desta difícil missão, o corajoso Rui Barbosa, que no afã de trazer o progresso para o nosso país, buscava, através de uma reforma pedagógica geral, inserir atualizar os métodos do ensino, em especial do ensino religioso, onde se fazia necessário a introdução da laicidade. Quase dois séculos após a apresentação das suas reformas, ainda não utilizamos na pedagogia atual suas idéias revolucionárias e para reiterar os dados da nossa pesquisa científica, utilizamos como fonte o Capítulo V, “Da Escola Leiga”, do livro “Obras Completas de Rui Barbosa”, Vol. X Tomo I, do ano de 1883. Palavras-chave: Rui Barbosa. Escola Leiga. Ensino Religioso. 11. O tempo escatológico à luz do método transcendental Nome: Alexandre Boratti Favretto Titulação: Graduado Instituição: PUC Campinas Resumo: Considerando que a virada antropológica na teologia fundamental contemporânea, proporcionada por Karl Rahner (1904-1984) trouxe à tona a concepção de que a revelação cristã é o encontro entre Deus e os seres humanos, e que a escatologia é uma dimensão imprescindível da revelação e que a categoria tempo é fundamental na escatologia; objetivase desenvolver o conceito cristão de tempo escatológico na perspectiva da teologia transcendental de Karl Rahner, visando conceber o significado da plenitude da mencionada revelação Palavras-chave: Tempo. Escatologia. Método transcendental. Iniciação científica 295 12. O conceito de tempo na efetividade do círculo hermenêutico Nome: Anderson Luis Ribeiro Titulação: Graduado Instituição: PUC Campinas Resumo: Este projeto visa sistematizar e explicitar o conceito de tempo presente na obra “Der Begriff der Zeit-O conceito de tempo” de Martin Heidegger. Assim sendo, procurando inferir elementos heideggerianos referentes à concepção de tempo, identificando-os com o círculo hermenêutico descrito em “Sein und Zeit-Ser e Tempo” uma de suas principais obras. De maneira que as investigações sejam compartilhadas junto com as experiências reflexivas sobre o tema. Palavras-chave: Tempo. Círculo hermenêutico. 13. Finitude e culpabilidade. Um dilema humano e religioso em Dostoievski Nome: João Ricardo de Moraes Titulação: Graduado Instituição: PUC Campinas Resumo: A literatura é um lugar fecundo para narrar as experiências humanas com o sagrado devido à sua atividade criativa e criadora de sentido que não se contenta simplesmente em traduzir a realidade em sua forma bruta, uma vez que busca novas formas de expressá-la e habitá-la. A literatura é, ainda, a arte de narrar e imitar a vida ao recriar em palavras as experiências vividas, como a pintura reproduz ou recria cenas da vida em contornos e cores. Imitar no sentido apresentado pelo filósofo francês Paul Ricoeur (1913-2005): a possibilidade da tessitura de um texto se desdobrar em uma situação refigurada no e para o leitor, e, portanto, de reconstruir a sua identidade cultural e religiosa. É o que faz, por exemplo, o romance que por meio de uma narrativa ficcional conduz o leitor a uma 296 GT 19 hermenêutica de si mesmo, da sua história e da sua existência, diante do espelho das palavras. Palavras-chave: Finitude. Culpabilidade. Religioso. Humano. 14. “A tipologia simbólica do idiota em Jesus” Nome: Erick Gustavo de Oliveira Sales Titulação: Graduado Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina Resumo: O presente trabalho tem por objetivo demonstrar e analisar porque Nietzsche se utilizou da tipologia simbólica do idiota atribuída ao caráter de Jesus e de que forma a tradição teológica cristã introduziu ao longo dos anos traços sobrenaturais e morais recheados de incongruências axiológicas na verdadeira práxis evangélica de Jesus. É neste ponto fundamental da obra “O Anticristo” de Nietzsche que o mesmo compreende que houve uma distorção entre a mensagem original de Jesus e a recepção dessa mensagem no mundo cristão, já que o Jesus de Nietzsche (tipo psicológico) agia como um tipo inocente dotado de amor e destituído de ressentimentos, totalmente diferente daquele Jesus “simbólico” crucificado e adotado pela cristandade como símbolo da moralidade. Assim, Nietzsche considerava que a própria palavra “cristianismo”, por si só, seria um verdadeiro equívoco, porque em seu pensamento só existiu um cristão e esse mesmo morreu na cruz juntamente com seu evangelho. Todavia, Nietzsche também afirmava que os sacerdotes teriam manipulado e inserido alterações em todos os valores da antiguidade se utilizando de um símbolo religioso, “o crucificado”, onde tais representantes teriam operado uma transvalorização de todos os valores antigos – valores estes da verdadeira práxis evangélica de Jesus de Nazaré. Portanto, defenderemos nesse trabalho a tese de que a real crítica de Nietzsche não estava voltada ao Cristo propriamente dito, mas sim à instituição do cristianismo e para isso teremos como sustentáculo a leitura da obra “O Anticristo”, considerada por muitos como uma obra polêmica, contudo mal compreendia. Iniciação científica 297 Palavras-chave: Práxis evangélica. Moralidade Cristã. Tipologia simbólica. 15. Trabalhos científicos teológico-pastoral. O Sagrado na cidade, a cidade no sagrado Nome: Flávia Boavista Fernandez Ruiz Titulação: Graduada Instituição: PUC Campinas Resumo: O projeto Internacional e interdisciplinar de pesquisa “Pastoral Urbana: desafios do atual processo de transformação das cidades latinoamericanas para a pastoral”, desenvolvido pelo grupo de trabalho Igreja Mundial da Universität Osnabrück, em seis países da América Latina, propõe-se observar empiricamente as mudanças que os contextos urbanos trazem para os discursos e práticas pastorais da Igreja católica e em que medida essas respondem aos ensejos dos homens mulheres urbanos. Esta comunicação apresenta o andamento da pesquisa realizada no Brasil, em Campinas/SP. Como exigência desse estudo comparativo, foram escolhidas duas regiões contrastantes da cidade. A primeira na área central, consolidada nos equipamentos urbanos, comercio sofisticado, classe média e média alta. A segunda, distante 50 Km do centro, em franca expansão imobiliária e econômica da classe “C”, com demanda de múltiplos bens de consumo, simbólicos e culturais. Nesta comunicação serão apresentadas as referências da dimensão quantitativa e qualitativa da pesquisa, o processo de elaboração dos instrumentos, suas dificuldades, resultados parciais e impasses surgidos até o momento, bem como, o conjunto de ações em que os agentes de pastoral e os pesquisadores estabeleceram trocada de saberes: acadêmico-pastorais. Palavras-chave: Pastoral. Urbana. Sagrado. Cidade. 298 GT 19 16. Símbolos Secretos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII: Mística Cristã, Imaginário e simbologia hermética Nome: José Carlos de Abreu Amorim Titulação: Graduando Iinstituição: UFPB Resumo: O presente trabalho propõe uma abordagem da obra clássica “Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII” publicada primeiramente em Altona, Alemanha, no ano de 1785. Usamos como base a edição em português, lançada pela Editora Renes em 1973. Esta obra traz textos e imagens que revelam uma ligação peculiar entre o cristianismo dos séculos XVI e XVII, e os movimentos herméticos e alquímicos. Nossa análise é pautada na semelhança, que percebemos, entre uma consagrada abordagem científica, que é a Teoria do Imaginário de Gilbert Durand, e o misticismo moderno. Propomos a hermenêutica do livro em questão, assim como também uma abordagem do misticismo entendido como moderno. O presente trabalho permite um diálogo com questões de ordens ontológicas, das bases míticas e místicas da religiosidade de um grupo, em especial, os místicos de base cristã, rosacruzes, maçons e outros “iniciados”. A imensa riqueza e singularidade iconográfica deste livro iniciático, aqui analisado, nos permite propor as bases para a mitocrítica e mitanalítica do texto, seja em suas passagens escritas, seja em suas misteriosas passagens imagéticas. Ao tempo que analisamos o clássico setecentista com o olhar das Estruturas do Imaginário de Durand, mostramos também as semelhanças desta Teoria com o pensamento místico. Palavras-chave: Simbologia. Hermetismo. Imaginário. Misticismo cristão. Iniciação científica 299 Mapa da PUC Minas 300 301 Realização: Versão On-line. Disponível em: http://soter.org.br/biblioteca/cadernoderesumos_25_congresso_soter.pdf Diagramação: www.sethdesign.com.br