Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 1 A Lei da Indução de Faraday – Lei de Lenz B v =BA Lei de Lenz Definimos fluxo magnético como a grandeza: B dS s B nˆdS Ou seja: s Aqui N mf n̂ é o vetor unitário normal à superfície S. d dt Figura 1 - Espira se movendo com velocidade 1 v A: Área da espira em uma região com Campo magnético B externo. Observe que, na superfície fechada: M B dS 0 S A Lei de Gauss é dada por: E E dS S Unidade: Weber: 1Wb = 1T. m2. Lei de Faraday Qualquer mudança no fluxo magnético sobre uma espira causará uma voltagem ¨induzida¨ na espira. Não importa como esta variação de fluxo é feita, haverá voltagem gerada. Esta mudança pode ser produzida movendo-se um magneto sobre a espira, onde haverá mudanças nas linhas de força de campo magnético que atravessarão a área da espira. A Lei de Faraday é uma relação fundamental cuja origem está nas equações de Maxwell. Resumidamente ela diz que uma voltagem (fem) pode ser gerada por mudança (variação) do fluxo magnético. A fem induzida na espira é igual a menos a taxa de variação do fluxo magnético em uma espira; multiplicando por N espiras, teremos a fem em uma bobina. qi 0 Lei de Lenz Quando uma força eletromotriz é gerada pela mudança do fluxo magnético de acordo com a Lei de Faraday, a polaridade da força eletromotriz induzida é tal que produz uma corrente cujo campo magnético se opõe às mudanças às quais. A indução magnética dentro de qualquer fio em forma de espira sempre atua de forma a conservar o fluxo magnético sobre a espira constante. Exemplo 1 – Aproximação ou afastamento de um ímã sobre uma bobina. Figura 2 - Aproximação de um ímã sobre uma bobina Bi Bf B e v de aproximação. O sentido da corrente na Bobina é indicado de forma a gerar o campo induzido Bind contrário à B. d dt Como primeiro exemplo, veja que o campo magnético induzido atua de forma a opor às variações do campo aplicado. Suponha que num instante inicial, o ímã esteja numa posição em relação à bobina e o 1 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 2 campo gerado pelo ímã seja B i . Nesse momento, há linhas de campo atravessando a área da seção transversal da bobina, gerando assim um fluxo inicial. Ao afastarmos o ímã com uma velocidade v ou aproximarmos, essas linhas de campo também se afastarão ou aproximarão. Assim, o campo magnético final externo sobre a bobina gerado pelo ímã será Bf . Assim o aumento ou a diminuição do fluxo segue à mesma variação do campo magnético: B A Bf Bi A 2 Para sabermos o campo induzido sobre a bobina Bin d , precisamos lembrar que, pela Lei de Lenz, ele se opõe à variação do campo externo aplicado. Assim precisamos sempre encontrar o sentido do vetor: B Bf Bi Para depois encontrarmos o sentido da corrente elétrica induzida na expira para dar origem ao campo magnético induzido Bin d contrário à variação de B.A figura abaixo representa esse esquema, dependendo se aproximamos o ímã com velocidade v . Figura 3 – Aproximação de um ímã num circuito. 2 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 3 3 3 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 4 BA Blx Exemplo 2 – Aproximação ou afastamento de uma espira numa região de campo magnético uniforme. Outro exemplo interessante é quando temos uma espira se deslocando numa região onde há um campo magnético uniforme. Observamos que, durante a passagem da espira o fluxo varia, pois a área da espira sobre a região de campo magnético uniforme varia (A). Sendo v a velocidade da espira. v dx dt A d BLx dt BL d dt dx dt Bl dx dt Blv A direção da corrente deve antihorário, pois, de acordo com a Lei de Lenz, provoca um campo contrário ao aumento de fluxo magnético sobre o circuito elétrico. A força sobre a Barra é dada por: F L x F d BA dt d dt A força eletromotriz induzida no circuito é dada por: qv B Ilˆj B( kˆ) Idl B BIlˆj kˆ 4 BIliˆ Ou seja, a força sobre a barra está para a esquerda, contrária a velocidade. B L v Exemplo 4 – Campo e corrente induzida sobre uma espira. Aplicação da regra da mão direita para o caso em que o campo externo sobre a espira aumenta ou diminui. Aplicação: guitarra elétrica. Regra da mão direita para relacionar a corrente induzida i com o campo magnético Bi que é produzido quando o campo magnético externo B através da espira aumenta (a,c) ou diminui (b,d) Figura 5 – Fluxo sobre espira. Figura 4 – Espira em movimento numa região de campo magnético uniforme. Exemplo 3 – Movimento de uma barra condutora sobre trilhos em uma região de campo magnético uniforme. A figura a seguir mostra uma barra condutora que escorrega sobre dois trilhos condutores ligados a um resistor. Um campo magnético uniforme está distribuído na direção –k . Observe que o fluxo magnético através do circuito está variando, pois a barra se move com velocidade v. O fluxo magnético em um dado instante é dado por: 4 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 5 Esquema de uma bobina aplicada para o uso de uma guitarra elétrica Quando ao corda da guitarra oscila, há variação do fluxo sobre sobre a área de seção reta da bobina, induzindo uma corrente. Definimos fluxo magnético como a grandeza: B dS s B nˆdS Ou seja: s Aqui n̂ é o vetor unitário normal à superfície S. v dx dt A d dt d BLx dt L x 5 d BA dt dx BL BLv dt A figura a seguir mostra uma barra condutora que escorrega sobre dois trilhos condutores ligados a um resistor. Um campo magnético uniforme está distribuído na direção –k . Observe que o fluxo magnético através do circuito está variando, pois a barra se move com velocidade v. Figura 8 – Fluxo Figura 6 Exemplo 5 – Esquema indicando como varia as linhas de campo ao mover a espira sobre uma região de campo magnético uniforme. Observar o sentido da corrente elétrica induzida na espira. Figura 7 – Fluxo sobre espira. 5 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 6 O fluxo magnético em um dado instante é dado por: BA Blx Figura 9 – Se a corrente está aumentando, então uma voltagem em oposição é criada pelo campo magnético da bobina. A força eletromotriz induzida no circuito é dada por: d dt Bl dx dt Blv A direção da corrente deve anti-horário, pois, de acordo com a Lei de Lenz, provoca um campo contrário ao aumento de fluxo magnético sobre o circuito elétrico. A força sobre a Barra é dada por: F qv B Idl B Ilˆj B( kˆ) BIlˆj kˆ 6 F BIliˆ Ou seja, a força sobre a barra está para a esquerda, contrária a velocidade Indução Eletromagnética Indutor A indutância é a característica do comportamento de uma bobina em resistir a qualquer mudança de corrente elétrica sobre a espira. Da Lei de Faraday, teremos: d dt d dt 0 N IA l 0 N dI A l dt L dI dt ou seja, a indutância L pode ser definida em termos da fem ( ) gerada para se opor à mudança da corrente elétrica. d dt L dI dt Verificamos que a indutância L depende das características Geométricas do circuito. Se tivermos um solenóide, o fluxo será dado por: BNA 0 nINA 0 L I n2lAI 0 n2 Al N lAI l L I 2 A 0N l 0n Exemplo 6 – Calcular a auto-indutância de um solenóide de 10 cm de comprimento, 5 cm2 de área e 100 espiras. n N L 100 103 0,1 L L 4 10 7 103 A l 5 10 5 0 2 N2 2 10 5 H Unidade: Henry (H) 1H = 1 V.s/A (1Henry=1 Volt.1Segundo/1 Ampére). 6 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 7 Figura 10 – Variações i na corrente chegando no I (t ) indutor: V [1 e ( R / L)t ] R Observe que quando t aumenta sem limite, I tende para V/R, que é a corrente prevista pela lei de Ohm quando não há indutância presente. Figura 11 – Circuito RL. 7 (a) Se a corrente i está aumentando, a força eletromotriz induzida l aparece ao longo da bobina numa direção que se opõe ao aumento. (b) Se a corrente i está diminuindo, a fem induzida aparece na direção que se opõe ao crescimento. Circuito RL A auto-indutância num circuito impede a corrente de aumentar ou diminuir instantaneamente. Os circuitos que contém bobinas ou solenóides com muitas espiras têm uma grande auto-indutância. Esta bobina ou solenóide é um indutor. O símbolo de um indutor é Pode-se muitas vezes desprezar a auto-indutância do restante do circuito em comparação com a indutância do indutor. Nos circuitos que possuem batertias, resistores e indutores chamamos de circuitos RL. Um circuito RL simples consiste em um resistor R e um indutor L ligados em série, conforme ilustrado na figura ao lado, com uma força eletromotriz constante V. Fechado o interruptor em t=0s, segue-se e uma das leis de Kirchhoff para circuitos elétricos que,se t>0, a corrente I satisfaz a equação diferencial: Vc –Vc =Vc-Vb + Va – Vc + Vb-Va = V Figura 12 – Gráfico da corrente em função do tempo. dI RI 0 dt dI L RI V . dt L Expresse I em função de t. Circuito RL simples. Podemos escrever a equação como: dI R V ( R / L)dt I e e( R / L)t dt L L Multiplicando-se a equação pelo FI Dt ( Ie( R/ L)t ) ( R / L)t I e V L V ( R / L )t e L e ( R/ L)t dt Circuito RL, Chave S1 aberta e S2 fechada, após a corrente no indutor atingir o máximo valor. 7 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 8 No circuito RL simples da figura anterior, as chaves S1 e S2 são colocadas de modo que a bateria seja removida do circuito. Depois da corrente no indutor ter atingido seu máximo valor, com a chave S1 fechada, a chave S2 é fechada e a S1 aberta. A corrente diminuirá com o tempo conforme mostra a figura a seguir. Nesse caso a soma das tensões é igual a zero: dI dt I dI I I0 L I ln I0 RI 0 t R dt L 0 I (t ) I0e tc R t L L , aqui é a chamada constante de tempo; R I (t ) I 0 e 8 R t L t tC Indutância Mútua O Fluxo através de um circuito pode ser relacionado à corrente no circuito e às correntes em oputros circuitos vizinhos, caso não existam ímãs nas vizinhanças. Considere os esquemas dos circuitos a seguir: Figura 13 – (a) Se a corrente na bobina (1) i1 muda, aparecerá uma fem induzida na bobina (2). (b) Se a corrente na bobina (2) i2 muda, aparecerá uma fem induzida na bobina (1). O Campo magnético em um ponto P constituise da soma vetorial de dois campos, criados pela passagem da corrente i1 no circuito 1 e pela passagem da corrente i2 no circuito 2. Como esses campos são proporcionais às correntes, podendo ser calculados pela Lei de Biot-Savart, pode-se, portanto, encontrar o fluxo através do circuito 2 pela equação: L2 I 2 m2 M12I1 Aqui, L2 e M12 são constantes. A constante L2 é denominada a auto-indutância do circuito 2, depende da disposição geométrica deste circuito. A constante M12, a indutância mútua dos dois circuitos, depende da configuração geométrica de ambos. Quando os circuitos estiverem muito afastados, a indutância mútua será pequena, pois o fluxo no circuito 2 devido à corrente i1 será menor. Podemos escrever para o fluxo no circuito 1: L1I1 M 21I 2 m1 Podemos mostrar que: M12 M 21 Quando os circuitos estão fixos e apenas as correntes variam, as forças eletromotrizes induzidas são, pela lei de Faraday: d 1 m1 dt L1 dI 1 dt M dI 2 dt Analogamente, no circuito 2, a fem será dada por: d 2 m2 dt L1 dI 2 dt M dI 1 dt 8 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 9 Dessas equações vemos que o Henry, unidade do SI de indutância, é dada por: 1T .m2 A 1H 1 VsA Observe que quando há um só circuito, a fem induzida pela lei de Faraday é: L dI dt Exemplo 6 – Calcular a taxa de variação na corrente para um solenóide de 10 cm de comprimento, 5 cm2 de área e 100 espiras quando a fem induzida for de 20V. Exemplo 7 – Projetar uma bobina de raio R e número de voltas N para um circuito RL de resistência 1K de forma que a constante de tempo seja de 10 s. L L R tc L R R 2 , teremos: Como: A 2 A R t c 10 3 10 L 0N l tc 10 4 0 R2 l 2 0N 10 7 N 2 4 A l N2 R2 l 9 2 L dI dt dI dt 20 2 .10 5 L 3,18.105 10 4 A s x c a L Se montarmos uma bobina com comprimento de l = 3 cm e raio 2 cm teremos: 2,533 10 9 l R Para calcular o fluxo através da espira retangular, devemos efetuar uma integração, onde o elemento de área é dA = cdx d m B dA I cdx 2 x b b 0I d m cdx 2 x a a 0 m b Ic 1 dx 2 ax 0 m M m I 2,533 10 9 3 10 2,5.10 2 2 LI dI dt RI 2 0 O termo associado ao armazenamento de energia no Indutor é: b m um Energia Magnética Quando instala-se uma corrente no circuito da figura acima, apenas parte da energia fornecida pela bateria é dissipada no resistor, o restante da energia é armazenada no indutor. Observar que EI d 7 2,533 109 l R N N I R l R2 N2 l 10 7 N 2 104 4 2 10 Um exemplo para o cálculo de indutância mútua: Exemplo 6 – Calcular a indutância mútua entre um fio comprido e uma espira retangular: A figura aparece dois circuitos para os quais se pode calcular a indutância mútua. 2 4 0 m 0 2 c 2 ln b a Ic ln b a dU m dt LI dI dt Um Um dU m LI 2 f LI dI LI 2f 2 2 B lA 2 0 2 (Energia magnética armazenada num indutor) Quando a corrente elétrica diminui, diminui a energia no indutor e o campo magnético também diminui. Analogamente, o mesmo acontece quando temos um capacitor carregado, para o caso do campo Elétrico E. A energia eletrostática armazenada num capacitor de placas paralelas. Ue QV 2 0 E 2 Ad 2 (Energia eletrostática armazenada num capacitor) 9 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 10 Em geral, numa região do espaço onde há campo elétrico e magnético, definimos densidade de energia à relação: U V 1 2 0 E B2 2 0 2 I (t) Imax sen( t) Figura 15 – Circuito LC. (a) Gráficos de carga versus tempo e corrente versus tempo. Circuito LC: Suponha um capacitor inicialmente carregado com uma carga Q0 e em t = 0 fechamos a chave do circuito abaixo: Figura 14 – Circuito LC. 10 (b) Transferência de energia magnética e elétrica pelo indutor e capacitor. Depois da chave fechada, a corrente é oposta e a carga nas placas do capacitor e a corrente estão relacionadas por I dQ . No capacitor, de c para d, há dt uma queda de potencial Q/C e de a para b no indutor LdI/dt. A regra de Kirchhoff aplicada ao circuito dá: L dI dt Q C 0 ou d 2Q dt 2 1 Q LC 0 A solução desta equação diferencial é dada por: Q(t ) A cos( t ) Onde: 1 é a frequência num circuito LC LC Vamos supor Então teremos: = 0 para a fase desse circuito. Q(t) Qmax cos( t) I (t) Q0 sen( t) 10 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 11 Exemplo 8 – Num circuito LC, o valor da indutância é L =2mH e da Capacitância C = 47 F. A carga inicial do Capacitor vale Q0. Determine a frequência e os gráficos Q(t) e I(t). 1 LC 1 2 10 47 10 3, 2613 103 rads 3 6 Figura 16 – Circuito LC. (a) Gráficos da energia armazenada no capacitor (UC) versus tempo e a energia armazenada no indutor (UL) versus tempo. 11 Observe que a corrente oscila com a mesma frequência da carga e está 900 fora de fase com a carga. As Amplitudes são diferentes, como indicam nos eixos. Veja que se fizermos um balanço das energias magnética no indutor e eletrostática no capacitor, teremos: UT (b) Analogia mecânica. UE UL ) 2 Q2 2C L LI 2 2 Q0 sen( t 2 UT Q0 cos( t 2C UT 1 1 2 LC LC 2 2 LQ 1 2 Q0 cos2 ( t ) 0 sen 2 ( t 2C 2 1 2 UT Q0 2C ) Substituindo Ou seja, a energia total é constante no tempo. 11 ) 2 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 12 Figura 18 – Circuito RLC – gráfico (t,Q ). Circuito RLC: (a) Caso: No circuito RLC teremos um resistor em série a um capacitor e a um indutor. Para a regra de Kirchhoff incluimos a queda de potencial RI no resistor: R 4L C Figura 17 – Circuito RLC. 12 (b) Caso: R 4L C Observe a queda brusca da carga em pouco tempo. L dI dt Q C RI (c) Analogia mecânica. 0 Derivando a equação com respeito a t teremos: d 2I d 2t R dI L dt 1 I 0 LC Ou seja, se chamarmos de: 1 LC 0 d 2I d 2t R dI L dt 2 0 I 0 A solução proposta é do tipo: I H (t ) Aei n t Be i n t e R 2L t Aqui IH(t) a solução da equação diferencial homogênea, com: 1 R 2 com LC 4L2 n 2 0 n f Caso 0> f2 R 2L f a solução é dada por: Tipos de soluções da equação diferencial para a carga: I H (t ) c1 cos n t c2 sen n t e R 2L t (a) 1 LC R2 1 (b) 2 4L LC R2 1 (c) 2 4L LC R2 4 L2 12 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 13 Tensão Alternada Introdução Mais de 99% da energia elétrica produzida no mundo é obtida por geradores elétricos oeprando com corrente alternada (AC). A vantagem sobre a corrente contínua é que pode ser transportada a longas distâncias, a baixo valores de corrente e altos de tensão, para ser reduzida a perda de energia por efeito Joule; podendo assim, ser transformada com o transformador, o qual utiliza o princípio da indução magnética. Gerador de corrente alternada: Um gerador simples de corrente alternada é uma bobina girando em um campo magnético uniforme, como ilustramos na figura abaixo: Figura 19 – Gerador e esquema de hidrelétrica. O princípio básico para um gerador de corrente alternada é uma espira condutora girando em um campo magnético uniforme. Na prática, a força eletromotriz alternada induzida na espira de muitas voltas de um fio é feita pelo contato entre o anel conectado com a espira rotativa, cada um conectado eletricamente por uma escova metálica ao resto do circuito elétrico. O vetor unitário normal n ao plano da bobina faz um ângulo com o campo magnético uniforme B. m N B A cos Aqui, N é o número de espiras, e A a área da13 bobina. Seja a velocidade angular da bobina, que é mecanicamente acionada. Então: t. m N B A cos t A força eletromotriz induzida será dada por: m d m dt NBAcos t NBA sen t Ou m m sen t NBA Pode-se gerar uma tensão senoidal numa bobina fazendo-a girar com a velocidade angular constante num campo magnético. Num diagrama de um circuito, um gerador de corrente alternada (ca) simboliza-se pelo símbolo: A seguir discutiremos os circuitos de tensão alternada simples e o circuito RLC. 13 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 14 Circuitos de tensão alternada. Em eletrônica, representam-se fenômenos ondulatórios por funções oscilantes como a seno e o cosseno. Exemplificando na teoria de corrente alternada, temos uma tensão variando da forma senoidal, assim, para cada caso, a corrente e a tensão serão estudadas quando submetemos essa tensão à um: Corrente alternada com um Resistor: Figura 20 – Circuito AC com resistor. (a) Gráficos de tensão e corrente versus tempo ediagrama de fasores (b). 14 Figura 21 – Circuito AC . Corrente (a) e corrente média em função do tempo (b). Equações: Equações (Lei de Ohm) U U m cos t Reatância resistiva: X R R 0 Fase: = 0 14 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 15 Corrente alternada num Indutor: Figura 22 – Circuito AC com indutor. (a) Gráficos de tensão e corrente versus tempo ediagrama de fasores (b). 15 UL Equações: Um sen t UL Um sen t dI dt Um sen t L dI dt Um sen tdt L Um sen L XL Reatância Indutiva: IL Um cos t L IL L Fase: t 2 L = -900 UL adianta-se 900 em relação a IL 15 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 16 Corrente alternada num Capacitor Figura 23 – Circuito AC com capacitor. (a) Gráficos de tensão e corrente versus tempo ediagrama de fasores (b). 16 UC Equações: Q CUm sen t IC Um Q C Um sen t C cos t Reatância Capacitiva: Fase: IC dQ dt Um cos XC XC t 2 1 C = + 900 UC atrasa-se 900 em relação a IC Recordar por: ELI the ICE man… 16 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 17 Valores médios, máximos e eficazes Como discutimos, uma tensão CA é aquela que varia em módulo e sua polaridade varia periodicamente, levando um intervalo de tempo T e uma freqüência f. Pode ser produzida por um alternador. Figura 24 – Esquema do alternador e forma da tensão produzida. Podemos escrever o fluxo magnético sobre as N espiras por: N B A cos t B : fase Pela Lei de Faraday-Lenz: B t N B A t t sen m t t 17 N B A 2 T m 2 sen f 1 T f Valores de tensão e corrente: Uma onda CA de tensão ou de corrente possui vários valores instantâneos ao longo do ciclo. São eles: Vm, Im: Valor máximo ou de pico. Aplicado tanto ao pico negativo como ao pico positivo. Vpp ou Ipp: Vpp = 2 Vp = 2VM. Valor Médio: V Média sobre todos os valores sobre uma onda senoidal em meio período. 1 T 2 V 1 T 2 V Vm sen V Valor t dt 0 cos 2 Vm T 2 T V V t dt 0 T 2 2 Vm T V T 2 2 cos Vm rms cos 0 V (root T 2 t 0 t t 0.637Vm mean square): Vrms Quantidade de corrente ou tensão contínua capaz de produzir a mesma potência de aquecimento. É definido matematicamente por: Esquemas de geradores AC e DC. 1 T Vrms Vrms 1 T T V t 2 dt 0 T Vm sen t 2 dt 0 T Vrms 1 2 Vm sen2 T 0 t dt 17 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 18 Vrms Vrms T 1 2 1 cos 2 Vm T 0 2 1 2 Vm T t sen 2 2 2 t t dt t 2 t 0 Vrms Vrms Vm 2 2 1 2 Vm T 2 Vrms 18 0.707 Vm 18 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 19 Circuito ca R ca Lei de Kirchhoff Reatância Um cos t RI(t) Fase Ief (corrente efetiva) Im (corrente Máxima) XR Resumo: L ca U m cos t R XL C ca L dI dt L U m cos t Q C XC 1 C 00 -900 +900 U ef U ef U ef XR Um XR XL Um XL XC Um XC 19 (b) Figura 25 - 19 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 20 Circuito RLC Um importante circuito com muitas características da maior parte dos circuitos ca é o circuito RLC em série com um gerador. Discutimos esse circuito anteriormente sem o gerador, e vimos que a corrente oscila com frequência angular aproximadamente igual a 0 1 LC A regra de Kirchhoff aplicada a este circuito aplicada a esse circuito com gerador é: Figura 26 - dI dt L Q C RI U m sen t ou 2 d I dt 2 R dI L dt Um sen t L 1 I LC Esta equação diferencial é análoga à equação do oscilador forçado, a primeira parcela é análoga à m d 2x . A segunda parcela é análoga ao termo de dt 2 amortecimento bv e o terceiro ao termo kx. A solução desta equação é composta por dois 20 termos: O primeiro termo, denominado transiente, que chamaremos por IT, é solução da equação diferencial homogênea associada: d 2I dt 2 R dI L dt 1 I LC 0 Sua solução já foi discutida no capítulo que tratamos o circuito RCl. Assim: IT (t ) e R t 2L onde ( A cos[ t ] B sen[ n t ]) R 4L2 2 0 n n A denominação de transiente provém deste termo diminuir exponencialmente com o tempo. O segundo termo é oscilatório e permanente e não diminui exponencialmente com o tempo. I IT I m sen( t ) Quando t o termo transiente da corrente vai a zero e a solução pode ser dada por: I I m sen( t ) Onde: Im Um Z Um R 2 (XL tg XL R2 (XL X C )2 XC R O termo: Z X C )2 é denominado de impedância do circuito RLC e podese utilizar para análise o mesmo diagrama de fasores dado anteriormente. 20 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 21 Diagrama de Fasores de um circuito RLC: Potência A potência instantânea dissipada num resistor é dada por: Pode-se mostrar o diagrama de fasores de um circuito RCL indicado pelos “vetores” UL ,UR , UC e U abaixo: R I2 P R I m2 sen 2 ( t) Essa potência varia desde 0 até o valor y UL RI m2 , conforme aparece na figura a seguir. máximo A maior parte de amperímetros e voltímetros medem os valores médios quadráticos ou eficazes da corrente ou da tensão. Define-se como valor médio eficaz como: Um = Z Im UR = R Im t I 2 Onde a corrente média quadrática é 21 I ef dada por: t- T 1 T I2 x I 2 dt 0 2 I2 UC Assim, da figura observa-se que: Um U 2 R (U L UC ) I m2 sen 2 ( t )dt 2 0 2 2 I2 I m2 2 0 Veja que: Um ZI m Im Um Z Um Im R2 ( L 1 2 ) C Observe que a corrente será máxima para a frequência da fonte for igual à frequência de ressonância: 0 1 , quando isso ocorrer, a LC impedância Z será mínima e Z = R. Essa condição de ressonância é a mesma de um oscilador harmônico forçado. Na ressonância, =00 e os fasores UL=UC. A corrente está em fase com a força eletromotriz aplicada. I 2 I 2 m 1 cos( 2 t ) dt 2 1 sen(2 t ) t 2 4 2 2 0 Para a potência média, sobre um ciclo completo, teremos: I m2 I2 2 I 2 teremos: Como I ef I ef I m2 2 Im 2 I ef A potência média fornecida pelo gerador é igual à dissipada pelo resistor. Pmed U I Pmed Pmed R I2 med R I m2 2 Um I m 2 Uef I ef Analogamente: U ef U m2 2 U ef Um 2 21 med Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 22 Potência instantânea P(t) e Potência média Figura 27 - Pmed A potência instantânea fornecida pelo gerador num certo instante é dada por: P(t) UI Um sen tIm sen( t ) P(t) UmIm sen t sen( t ) Desenvolvendo a expressão teremos: P(t) UmIm sen t(sen t cos P(t ) U m I m (sen 2 t cos sen cos t) sen sen t cos t ) 22 Quando fazemos a média temporal sobre o período T (T=2 / ) da potência instantânea, temos a potência média, que denominaremos por Pmed. Assim: P(t ) U m I m (sen 2 t cos sen sen t cos t ) T 1 P (t )dt T 0 Pm ed Observe que apareceram duas integrais, cujos valores são 0 (funções par e ímpar integradas num período)e ½ (como demonstrado anteriormente): T 1 sen t cos tdt T 0 T 1 sen 2 tdt T 0 0 1 2 Assim, a potência média dará: Pmed 1 U m I m cos 2 Ou Pmed U ef I ef cos No diagrama de fasores, veja que o triângulo fornece: cos tg UR U XL R Z Xc Z Como Uef = Z Ief Substituindo na equação da Potência média, teremos: Pmed Potência média versus freqüência angular. U ef U ef R Z Z U ef2 R Z2 22 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 23 R U ef2 Pmed 1 C L 0 2 R2 Chamando de: Podemos ainda escrever, dividindo e multiplicando por L o termo ( )2: 1 2 Pmed U ef2 R 2 ( R 2L R e 2L 0 2 A largura será dada por: 2 2 0 2 ) R R 2L 0 2 1 2 Em analogia à Mecânica, esta equação mostra que o fornecimento médio de potência do gerador é o mesmo que o de um oscilador forçado, com R no lugar do amortecimento b, L no lugar da massa m e Uef substituindo a força motriz máxima F0. O gráfico abaixo mostra a potência média em função da frequência no caso de valores de resistência R grande e pequeno. R L 23 Definimos a largura de ressonância por um parâmetro adimensional, que chamamos de Q do circuito, definido pela razão entre a frequência de ressonância e a largura da curva: Q L 0 R 0 Note que para R pequeno temos fator Q grande e vice-versa. Uma aplicação comum nos circuitos de ressonância em série encontra-se nos receptores de rádio, onde se varia a frequência de ressonância do circuito mediante a variação da capacitância. A ressonância ocorre quando a frequência natural do circuito for igual à frequência das ondas de rádio captada pela antena. Quando L2 2 2 0 2 2 R2 U ef2 Pmed R Ou seja, a potência terá a metade de seu valor máximo. Podemos estimar que isso ocorrerá para as frequências: L L 2 2 0 R 0 0 Na ressonância, há uma corrente relativamente grande no circuito da antena. Se o valor Q for suficientemente elevado, as correntes devido às outras estações transmissoras, fora da ressonância, terão valor desprezível em comparação com as da estação na qual o circuito está sintonizado. 0 X C1 1 C X C2 1 C R 0 L( Exemplo 9 – Um capacitor de 20 F está ligado a um gerador de força eletromotriz máxima de 100 V. Calcular a reatância e a corrente máxima quando a frequência for de 60 Hz e 5000Hz. ) 0 R I m1 Assim: 0 R 2L I m2 2 2 Um X C1 Um X C2 1 60 20 10 6 133 1 1,59 5000 20 10 6 100 0,754 A 133 100 1,59 62,8 A 23 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 24 Exemplo 10 - Um circuito RCL em série, com L = 2H, C = 2 F e R = 20 está alimentado por um gerador de fem máxima de 100 V e frequência variável. Determinar quando a frequência angular do gerador for de = 400 rad/s: (a) A frequência de ressonância (b) A fase (c) Acorrente máxima Im. 0 . 1 1 1250 C 400 2 10 6 XL L 400 2 800 Para calcular a impedância, o valor de XL – XC é muito maior que R nas condições afastadas da ressonância. Então teremos para a Impedância Z: (a) X C Z (b) tg (c) I m (XL X C )2 X L Xc Z Um Z R2 450 20 450 22,5 100 0,222A 450 870 c) O Transformador: O transformador básico é formado por duas bobinas isoladas eletricamente e enroladas em torno de um núcleo comum. Para transferir energia elétrica de uma bobina para outra se usa o acoplamento magnético. A bobina que recebe energia da fonte de corrente alternada é chamada de primário. A bobina que fornece energia para uma carga é chamada de secundário. Os núcleos dos transformadores usados em aplicações de baixa freqüência são feitos geralmente de material magnético, de aço laminado. Os núcleos dos 24 transformadores de uso em altas freqüências são feitos de ferro em pó e cerâmica ou de materiais não magnéticos. Algumas bobinas são enroladas em torno de formas ocas não magnéticas, como por exemplo papelão ou plástico, de forma que o material que forma o núcleo é o ar. Figura 28 – Esquema de transformadores: Vp Relação: Vs Vp Np Vp Vs Ns Vs Is Ip Onde: Vp: Tensão na bobina do primário. Vs: Tensão na bobina do secundário. Np: Número de espiras da bobina do primário. Ns: Número de espiras da bobina do secundário. Especificações: kVA. Figura 29 – Esquema do núcleo do transformador. 24 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 25 Figura 30 – Aplicações, modelos e representação. Portanto, a fim de transportar potência com mínima perda de calor RI2 nas linhas de transmissão, é econômico usar tensão elevada e corrente baixa. Por outro lado, considerações de segurança, por exemplo, isolamento, tornam conveniente o uso de tensão baixa e corrente alta para operar motores e outros aparelhos elétricos. Consegue-se esse efeito usando-se um transformador, dispositivo que modifica a voltagem alternada e a corrente alternada sem perda apreciável de energia. Símbolo: trafo 25 Sendo V a voltagem e I a corrente, a potência instantânea é VI. Se a voltagem for modificada, sem alteração na potência, a corrente também deve ser modificada. A figura abaixo mostra o diagrama de um transformador simples, constituído por duas bobinas enroladas num núcleo comum de ferro doce. A bobina que recebe energia é o primário e a outra bobina é o secundário. Qualquer uma das duas bobinas do transformador pode ser usada como primário ou secundário. A função do núcleo de ferro é aumentar grandemente o fluxo, para uma dada corrente, e confiná-lo de modo que quase todo o fluxo que passa por uma bobina passe pela outra. O núcleo de ferro é laminado para evitar perdas pelas correntes de Foucault (correntes circulantes, provocadas por fluxos variáveis). Outras perdas possíveis estão nas resistências das bobinas (RI2), que podem ser reduzidas usando-se fios de baixa resistência nas bobinas e perdas por histerese no núcleo, que podem se reduzir usando núcleos de ferro doce. É relativamente fácil projetar um transformador em que a potência é transferida do primário ao secundário com eficiência de 90 a 99%. Discutiremos a seguir um transformador ideal, no qual não há perdas de energia. A força eletromotriz induzida no primário é dada por: V1 N1 d esp dt O fluxo no secundário, admitindo não ocorrer fugas para fora do núcleo, é dado por: V2 N2 d esp dt Assim, teremos a relação: V2 N2 V1 ou N1 25 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 26 com a mesma taxa de variação, isto é, o fluxo no núcleo de ferro deve continuar o mesmo como se não houvesse a resistência de carga ligada ao secundário. Então, o primário puxa da fonte uma corrente adicional I1 a fim de manter o fluxo original esp. O fluxo através de cada espira, provocado por esta corrente adicional, é proporcional a NpIp. Então a corrente adicional no primário Ip está relacionada à corrente Is no secundário por: NS VP NP Vs Figura 31 – Esquema. NpI p Aplicando a Lei de Kirchhoff no primário, teremos: d dt d dt O sinal negativo indica que as correntes estão defasadas 1800, em virtude de provocarem fluxos 26 opostos. Uma vez que Is está em fase com Vs, a corrente adicional no primário Ip está em fase com a fem aplicada. A figura a seguir mostra as relações de fase entre as tensões e as correntes. A corrente total no primário é a soma “vetorial” entre a corrente de magnetização original Im e a da corrente adicional Ip, que usualmente é muito maior que Im. 0 V1 Vp I1= Ip Então: Vs V2 I N2 N1 Im O transformador é denominado de alta se : Ns N p ; N2 N p ; N2 N1 ou seja, a tensão de saída é menor que a tensão de entrada. I2=Is N1 ou seja, a tensão de saída é maior que a tensão de entrada. O transformador é denominado de baixa se : Ns Ns Is Corrente elétrica no transformador Não há corrente no secundário quando este circuito está em aberto. A corrente Im é muito pequena no primério e está defasada de 900 com a tensão. Nesta bobina. Considere agora o que ocorre quando ligamos uma resistência de carga no secundário. Haverá uma corrente I2 no circuito secundário que estará em fase com a tensão V 2 na resistência. Esta corrente estabelece um fluxo adicional em cada espira ’esp proporcional a NsIs. Este fluxo superpõe-se ao fluxo esp estabelecido pela corrente de magnetização original no primário, Im. No entanto, a voltagem do enrolamento primário está determinada pela fem do gerador, que não é afetada pelo enrolamento no secundário. O fluxo no núcleo de ferro doce deve continuar Potência no transformador: A potência fornecida pelo gerador é o produto da força eletromotriz eficaz aplicada pela corrente eficaz Ief no primário e pelo fator de potência cos , onde este é o ângulo de fase entre a corrente total I e a fem aplicada. Como Ip está em fase com a fem aplicada, é o ângulo entre Ip e I. Note que Icos é igual à corrente adicional Ip, de modo que a injeção de potência no primário é: P I ef ef cos ef I pef Usando as relações anteriores, teremos: Ip Np Vs Ns IS Np I p,ef Vs ,ef I s ,ef Ns Vs I s Então: ef 26 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 27 A potência despendida no primário é igual à saída de potência no secundário, como se admitiu no transformador ideal sem perdas. Na maior parte dos casos, a corrente Ip no primário é muito maior que a corrente de magnetização inicial I m, sem carga. O que se pode demonstrar colocando em série uma lâmpada com o primário: a lâmpada brilha muito mais quando há carga no secundário do que quando o secundário está em aberto. Se Im puder ser desprezada, a relação: Np Ip Ns I s dá a lei das correntes totais no primário e no secundário. As correntes Is e Ip podem ser relacionadas com a resistência de carga por: 27 Vs R Is Como: NS VP NP VS NS NP e: Ns Is NP Ip NS VS NP R NS 2 NS NP NS Ip NP R NP R Pode-se escrever a corrente no secundário e sua tensão em termos da corrente no primário e da força eletromotriz no primário, . Assim: Ip 2 Np R Ns A corrente Ip é a mesma que circularia se estivesse ligada ao gerador a resistência: Np Ns 2 R Esse efeito é denominado de transformação de impedância, pois em geral a carga no secundário é constituída de uma combinação de capacitâncias, indutâncias e resistências, com impedância Z, ligadas ao secundário do transformador. 27 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 28 Motores elétricos O motor é uma máquina que transforma a energia elétrica em energia mecânica. O princípio de funcionamento do motor elétrico, baseia-se na indução eletromagnética. Todo condutor, quando percorrido por uma corrente elétrica, apresenta um campo magnético que o circunda. Se este condutor for colocado ao lado de um outro que apresenta também um campo magnético, então os dois campos interagirão entre si atraindo ou repelindo de acordo com o sentido da corrente elétrica que o percorre. Classificação dos motores: Podemos classificar em dois grupos: Motor de corrente contínua simples 28 Figura 31 – (a) Esquema de motor de corrente contínua. (b) Motor síncrono. Um único motor elétrico pode ser alimentado por uma bateria ou um pequeno gerador. Porém, é indispensável numa rede de alimentação em escala nacional para fornecer energia aos milhões de unidades de potência elétrica instalada e que são convertidos em energia mecânica nas linhas de montagem de automóveis, nas máquinas de mineração, nas locomotivas elétricas, etc. Apesar dos automóveis, 28 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 29 navios, locomotivas a diesel, caminhões e aeroplanos não dependerem de energia da rede elétrica, todos utilizam motores elétricos, que são partes essenciais em condicionadores de ar, refrigeradores, máquina de lavar, etc. Discutiremos os diversos tipos de motores detalhadamente a seguir. Os motores simples, de corrente contínua (cc), é mostrado na figura (a). A corrente da bateria magnetiza a armadura em ferro doce que pode girar em torno do eixo AA´, e tende a se alinhar com o campo magnético produzido pelo ímã de pólos N e S. Quando a armadura gira, arrasta consigo o comutador, cujos segmentos invertem a direção da corrente no instante em que a armadura atinge sua posição de equilíbrio. A inércia da armadura assegura a continuação do movimento além da posição de equilíbrio; então, graças à inversão de polaridade, há uma nova rotação de meia volta. Uma vez que o comutador inverte a direção da corrente a cada 180º, consegue-se a rotação contínua. O eixo do motor pode então fornecer um trabalho útil. DESVANTAGENS: 1. Quando a corrente é desligada, o motor tem a tendência de parar na posição de equilíbrio e, por isso, pode não haver um torque de partida. 2. O torque é nulo duas vezes a cada volta. Se a armadura tiver pólos e enrolamentos adicionais, e se o comutador for dividido em maior números de segmentos, o torque é mais uniforme e o motor sempre dá a partida. Quando o campo for originado por um ímã permanente, como nos trens de brinquedo e na maior parte dos brinquedos operados por pilha, a velocidade depende da tensão de alimentação e se modifica com a carga.; Nas aplicações em que são necessárias quantidades significativas de potência, o campo é provocado por eletroímãs. A ajustagem da corrente do campo possibilita controlar a velocidade, independentemente da corrente na armadura. Em geral, quando a carga num motor cc aumenta, a velocidade diminui e é preciso aumentar a corrente da armadura. A corrente de campo pode ser ajustada a fim de manter a velocidade constante. Nos motores cc usam-se freqüentemente controles automáticos desses parâmetros. Os motores cc com bobinas de campo são muito flexíveis. Podem ser ligados em série, de modo que a corrente na armadura é também a corrente de campo, em paralelo (ou em shunt), de modo que a corrente de campo seja independente da corrente da armadura, ou em ligação composta, com duas bobinas de campo, uma ligada em série e outra em paralelo. Esses motores são amplamente utilizados para tração (em metrôs e trens elétricos) e em aplicações onde o controle de velocidade seja crítico. O motor cc torna-se um motor síncrono quando o comutador for substituído por um anel contínuo (b) e a alimentação for corrente alternada. Apesar de este dispositivo simples não Ter torque de partida, uma vez acelerado por um meio externo, opera em fase com uma velocidade síncrona, (determinada pela frequência da linha de alimentação). Quando a carga aumenta, a corrente na armadura aumenta, mas a velocidade permanece constante, a menos que a carga seja suficientemente grande para fazer o motor estancar. Os motores síncronos projetados para corrente trifásica podem ser autoderramantes. Quando a potência é elevada, a corrente de campo é muito menor que a da armadura. Para que se possa injetar a pequena corrente através dos anéis coletores, a maioria desses motores têm uma armaduraestacionária quando o campo gira 29 com o eixo que aciona a carga. O motor universal em série tem muitas aplicações em dispositivos de pequena potência, como furadeiras manuais e pequenas serras. Praticamente, quase toda a potência elétrica fornecida nas redes comerciais é trifásica, com tensão senoidal em 60Hz. O termo trifásico significa que existem três tensões senoidais de igual amplitude e frequência, cujos picos sucessivos são separados por um terço de ciclo. As três tensões são usualmente conduzidas por uma linha de transmissão em três condutores, comumente visíveis nas redes urbanas. Existe uma fase de potência entre cada par de condutores. As residências são, quase sem exceção, abastecidas por uma única fase; as indústrias recebem, comumente, todas as três. No motor de indução trifásico, as bobinas de cada três pares de pólos estão ligadas a fases diferentes. As correntes nas bobinas, por isso atingem valores máximos sucessivamente, e o resultado é um campo magnético girante na região entre os pólos. Um rotor estacionário, de material condutor, teria corrente induzidas caso estivesse imerso nesse campo. O campo magnético das correntes induzidas interagiria com o campo girante para provocar um torque. Caso não haja carga, o torque acelera o rotor até uma velocidade 29 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 30 quase igual à velocidade síncrona da de rotação do campo. (Caso o rotor atinja a velocidade síncrona, desapareceria o movimento relativo entre o rotor e o campo, não existiriam correntes e, por isso, desapareceria também o torque). Quando o motor está em carga, a velocidade do rotor diminui, isto provoca uma corrente induzida maior e, correspondentemente, maior torque. A velocidade pode diminuir a 75% da velocidade síncrona antes de o motor estancar. Não existem contatos elétricos móveis no motor de indução trifásico, que pode ser construído para Ter centenas de cavalos de potência. A eliminação de qualquer possibilidade de centelhamento torna estes motores especialmente atrativos para aplicações atmosferas explosivas, como em moinhos de trigo ou em minas. O motor de indução prático, tem, usualmente, um rotor cilíndrico de ferro, com barras isoladas de cobre embutidas na superfície e ligadas de modo a oferecer bons circuitos condutores às correntes induzidas. Em alguns motores o enrolamento do rotor, em lugar de estar em curto, é ligado a anéis coletores, de modo que se possam usar resistores para controlar a velocidade.; os contatos móveis assim existentes eliminam uma vantagem importante do motor. Caso apenas uma fase esteja ligada, não há campo magnético girante e não há torque de partida. Porém se uma segunda bobina for ligada em série com um capacitor de grande capacitância (centenas de microfarads) e for alimentada pela mesma fase que a da primeira bobina, as correntes nas duas estarão suficientemente defasadas para provocar o campo magnético girante e fornecer o torque de partida. É este dispositivo empregado nos motores de indução monofásicos, que se usam nos refrigeradores, máquinas de lavar roupa, condicionadores de ar e ventoinhas dos fornos. . Referência: Texto e figura adaptados e extraídos de: Física - Paul Tipler, V2 pg794-796 Editora Guanabara Dois. A seguir discutiremos detalhadamente a ação do motor e os tipos de motores. Ação do Motor: A força eletromagnética que atua num condutor é dada por: F BIlsen Quanto a construção, o motor elétrico dividese basicamente em duas partes, o Rotor e o Estator. 30 O rotor ou induzido, é a parte girante do motor e o estator ou indutor é a parte fixa do mesmo. Os motores elétricos são divididos em três segmentos: (a) Motores de corrente contínua; (b) Motores de corrente pulsante(motor de passo); (c) Motores de corrente alternada. Os motores de corrente contínua subdividemse em ímã permanente, ligação série, paralelo (shunt) e misto(compound). Em corrente alternada, os motores dividem-se em três sistemas, monofásico, linear e trifásico. Para nosso estudo, analisaremos os monofásicos e trifásicos. Tanto os motores monofásicos quanto os trifásicos dividem-se em dois segmentos, os motores síncronos e os assíncronos. Motores monofásicos assíncronos (indução): (a) Rotor bobinado: repulsão, partida à repulsão e repulsão indução. (b) Rotor gaiola de esquilo: fase dividida, capacitor de partida, capacitor permanente, duplo capacitor e campo distorcido. Motores monofásicos síncronos: ímã permanente, histerese, relutância e indutor. Motores trifásicos assíncronos(indução): rotor bobinado e gaiola de esquilo. Motores trifásicos síncronos: ímã permanente, rotor bobinado e relutância. Em nosso estudo, trataremos dos seguintes tipos de motores: a) Motores de corrente contínua de ímã permanente, série, paralelo e misto. b) Motores de corrente alternada monofásico de repulsão, indução, partida capacitiva e polo partido. c) Motor de corrente alternada trifásico rotor gaiola de esquilo. d) Motor monofásico universal. Começaremos o estudo experimental com os motores de corrente contínua. 30 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 31 Motor de ímã permanente: Neste motor, teremos dois ímãs onde cada um apresentam uma superfície com um polo norte e um polo sul. Fixando sobre este ímã uma sapata polar (material ferromagnético), podemos criar um campo norte e um campo sul mais intenso de acordo com posicionamento destes ímãs. É convencionado a utilização da cor azul para identificar o polo sul e a cor vermelha para o polo norte. Com isso teremos, de acordo com a figura mostrada, a Exemplo 2 – Um campo magnético uniforme faz um ângulo de 300 com o eixo de uma bobina circular de 300 espiras com 4 cm de raio. O campo está variando à razão de 85 T/s. Determine o módulo da tensão induzida na bobina. Solução: Pela Lei de Faraday: d m dt maioria das linhas de campo saindo do polo norte e chegando ao polo sul. d N B A cos dt N A cos 300 0.042 cos30 85 111V Exemplo 3 – Um campo magnético B é perpendicular ao plano do papel e uniforme em uma região circular de raio R. Do lado de fora da região circular dB B é nulo. A taxa de variação de B 31. dt Determine o módulo do campo elétrico induzido (a) a uma distância r < R do centro da região circular. (b) a uma distância r > R onde B = 0. Referências 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Página_principal Exemplos Resolvidos – Tipler Exemplo 1 – Determinar o fluxo magnético através de um solenóide de 40 cm de comprimento, 2.5 cm de raio e 600 espiras, percorrido por uma corrente de 7.5A. Solução: r2 A m A N B A m 0.0252 N N 0 I l Solução: Pela Lei de Faraday: (a) d N I r2 l 6002 4 10 7 7.5 0.0252 0.4 1.66 10 2Wb m m 0 Exemplo 2 – Um campo magnético uniforme faz um ângulo de 300 com o eixo de uma bobina circular de 300 espiras com 4 cm de raio. O campo está variando à razão de 85 T/s. Determine o módulo da tensão induzida na bobina. Solução: Pela Lei de Faraday: d m m dt N B A cos E m dt E dl r2 dl C E 2 r C 2 m dB dt d m dt d B A r2 dt dB dt dB dt r 2 dB r dB E E ;r R 2 r dt 2 dt d m d B A dB R2 (b) dt dt dt dB E 2 r R2 dt 2 R dB E ;r R 2 r dt E 2 r r2 31 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 32 Exemplo 4 – Um campo magnético uniforme B é aplicado a uma bobiba de N espiras. A bobina está ligado a um integrador de corrente ©, um dispositivo capaz de medir a carga total que o atravessa. Determine a carga que atravessa a bobina quando ela sofrer uma rotação de 180° em torno de seu diâmetro. dQ Q I Idt R d m dt d dB dt N r2 dB 1 I R dt N r2 dB 1 4 30 dt 80 0.052 dB T 191 dt s d m 1 dt Q dt R 1 Q mf mi R 1 Q NBA NBA R 2N B A Q R 1 R m Solução: (a) I = 0 pois o fluxo não varia! (b) m N B A N m d Solução: m N B A m N B m dt r2 m B dB dt 32 m Exemplo 5 – Uma bobina de 80 espiras tem 5 cm e sua resistência é de 30 . Qual deve ser a taxa de variação de um campo perpendicular para que a corrente induzida na espira seja 4.0 A ? m dt 1 dt dt R Q Q d Exemplo 6 – Uma bobina retangular de 80 espiras, 20 cm de largura e 30 cm de comprimento, é submetida a um campo magnético B = 0.8 T dirigido para dentro do papel, com apenas metade da bobina na região em que existe campo magnético, que se extende indefinidamente para a esquerda e direita. A resistência da bobina é de 30 . Determinar o módulo, a direção e o sentido da corrente induzida se a bobina está se movendo com uma velocidade de 2 m/s (a) para a direita; (b) para cima; (c) para baixo. Solução: Q Pela Lei de Faraday: N 1 N r2 d m 2 r dt d I m dt R B 20 x dx N B 20 dt d m R I dt dx N B 20 dt I R 32 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 33 I 0.853A F A corrente está no sentido anti-horário. (c) A corrente será a mesma que em (b) porém no sentido horário. I Exemplo 7 – No esquema da figura, faça B = 0.6 T ,v = 8m/s, l = 15 cm e R = 25 ; suponha que a resistência da barra e dos trilhos possa ser desprezada. Determine: (a) a tensão induzida no circuito; (b) a corrente no circuito; (c) a força necessária para fazer com que a barra se desloque com velocidade constante. (d) a potência dissipada no resistor. Solução (a) m dt 1 (b) I (c) F (d) P R I I I Bl F R I2 N B l dx dt N B l v 0.6 0.15 8 0.72V 0.72 25 28.8mA F 0.0288 0.6 0.15 2.59mN 20.7mW Ou P F v 20.7mW Exemplo 8 – Uma barra de massa m desliza sem atrito sobre trilhos condutores em uma região onde existe um campo magnético uniforme constante . No instante t = 0, a barra está se movendo com velocidade inicial v0 e a força externa que agia sobre ela é removida. Determine a velocidade da barra em função do tempo. Solução F m a F m dv dt I R R 33 F d I Bl Bl v B l v I R B l v I B l F B l R B2 l 2 v F R dv B2 l 2 v m dt R 2 2 dv B l dt v m R v t dv B2 l 2 dt v m R 0 v0 ln v ln v0 B2 l 2 t m R v t v v0 ln v0 e B2 l 2 t m R B2 l 2 t mR Exemplo 9 – Determine a auto-indutância de um solenóide de comprimento l = 10 cm, área 5 cm2 e 100 espiras. Solução L 0 n2 A l 2 L 4 100 10 5 10 0.1 L 6.28 10 5 H 7 4 0.1 Exemplo 10 – Uma certa região do espaço contém um campo magnético de 200 G e um campo elétrico de 2.5.106 N/C. Determine: (a) a densidade de energia na região. (b) a energia contida em uma caixa cúbica de lado l = 12 cm. 33 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 34 Solução: Densidade de energia elétrica: 1 2 ue 0 Exemplo 12 – Determine o calor total produzido pelo resistor R da figura quando a corrente no indutor diminui do valor inicial I0 até 0. E2 1 8.85 10 12 2.5 106 2 J ue 27.7 3 m ue 2 Densidade de energia magnética: 1 B2 2 0 um 34 1 0.022 2 4 10 7 J um 159 3 m um P Solução: dW dt dW I (t ) u ue um u 27.7 159 J u 187 3 m W u l3 U U U R I0 e R I 02 e W 2 R t L dt 2R t L dt 0 t 187 0.123 0.323J W Exemplo 11 – Uma bobina de auto-indutância 5.0 mH e resistência 15.0 é ligada aos terminais de uma bateria de 12 V cuja resistência interna é despresível. (a) Qual é a corrente final? (b) Qual a corrente após 100 s? I0 e R t L 0 Energia no interior da caixa: u V R I 2 (t )dt W 0 Densidade de energia: U P dt Solução: W R I 02 e 2R t L 2R L t 0 R L 2 I0 0 1 2R L I 02 W 2 t (a) I (t ) If L R Com If (b) Exemplo 13 – Determine o valor das correntes I1, I2 e I3: (a) imediatamente após a chave S ser fechada; (b) um longo tempo após a chave S ser fechada. Depois de permanecer fechada por um longo tempo, a chave S é aberta. Determine as três correntes (c) imediatamente a chave S ser aberta; (d) um longo tempo após a chave S ser aberta. 1 e 0 R L R If 12 15 I f 0.8 A 5 10 15 3 I (t 100 s ) 333 s 0.8 1 e I (t 100 s) 100 333 0.207 A 34 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 35 Solução: (a) A corrente através do indutor é zero, antes da chave ser fechada. Assim: I1 I2 150V 10 20 I3 I1 I2 5A I1 1 20 Req 10 (c) Quando a chave é reaberta, I1 deve ser 0 e a corrente no indutor permanece I3 = 3.75A. I2 = - I3 = -3.75A. (d) Depois de um longo tempo que a chave é aberta, as correntes são nulas I3 0A Exemplo 14 – Uma bobina de 250 voltas e 3 cm2 de área gira a 60 Hz sob um campo magnético uniforme de 0.4T. Qual a fem máxima produzida? Vrms 12 2.832 Pav 1 20 I2 Vrms R Vp 48 Vrms Vrms 33.9411V 2 2 33.94 35 Irms 12 Irms 2.83A 2 (b) Potência média: Pav R I rms I rms 150V I1 7.5 A 10 10 I2 I3 3.75A I1 Solução: (a) 0A (b) depois de um longo tempo, a corrente se estabiliza e o indutor atua como um curto circuito. 1 Req (a) A corrente rms. (b) a potência média. (c) a máxima potência. Pav 96W 2 (c) Potência máxima: Pmax R I max Vmax I max R 48 I max I max 4 A 12 Pmax 192W Exemplo 16 – Encontre: (a) a corrente média Im. (b) a corrente rms Irms. A função da corrente com o tempo é dada por: I (t ) I 0 t T Solução: d m dt d N B A cos dt N B A sen t t N B A N B A2 f m 250 0.4 3 10 4 2 60 Solução: (a) m m m 11.3V Im I av I av 1 T 1 T T T I0 0 I (t )dt 0 t dt T Exemplo 15 – Um resistor de 12Ω está conectado a um gerador AC de pico 48 V. Encontre: 35 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 36 T I0 T2 I av tdt I0 t 2 T2 2 I av 0 I av t T t 0 I max1 (b) X L2 L 2 X L2 I0 T 2 T2 2 I0 Iav 2 X L2 2 I 1 T I T 1 T I 2 0 T t I0 T 0 ___ 2 I 02 T3 ___ 2 2 0 3 I I T I I max2 I (t ) dt I max 2 2 dt t 2 dt 0 t T t 0 3 I 02 T I T3 3 ___ I 02 I2 3 ___ 2 ___ 2 I rms I I rms Solução: (a) X C1 X C1 X C1 I 02 3 2 X C1 I max1 3 Solução: (a) X L1 1 L X L1 I max1 I max1 (b) 2 X L1 15.1 I max1 Vmax X L1 I max1 120 15.1 36 1 2 f1 C 1 60 20 10 6 133 Vmax X C1 100 133 0.752 A C 1 2 f2 C 1 2 2000 20 10 6 X C2 1.59 Vmax I max 2 X C2 X C2 f1 L 60 40 10 120 503 0.239 A 1 X C2 2 2 Vmax X L2 C 1 Exemplo 17 – Um indutor de 40 mH é ligado a um gerador AC que possui fem máxima de 120 V. Encontre a reatância indutiva e a corrente máxima nas freqüências: (a) f 1 = 60 Hz (b) f 2 = 2000 Hz. X L1 503 1 I0 I rms 3 Exemplo 18 – Um capacitor de 20 µF é colocado com um gerador de CA com tensão máxima de 100V. Encontre a reatância capacitiva e a máxima corrente quando a freqüência for de: (a) f 1 = 60 Hz (b) f 2 = 2000 Hz. T t3 3 f2 L 2000 40 10 I max 2 ___ 2 ___ 2 2 X L2 ___ 2 (b) I rms 7.95 A 3 X C2 36 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 37 I max2 I max 2 100 1.59 62.9 A Exemplo 19 – Um capacitor de capacitância eletrostática C = 20 µF é carregado a 20 V e colocado com um indutor de indutância L = 6 µH. (a) Qual é a freqüência de oscilação? (b) Qual a máxima corrente? 37 Solução: (a) f Solução: (a) f 2 f 2 f f 2 f (b) I max f 1 L C 1 2 L C 1 6 10 6 20 10 4.59 104 Hz Q0 I max 6 1 Q0 L C Q0 I max C V0 C V0 I max L C 20 10 6 20 6 10 6 20 10 Imax 11.5A 6 Exemplo 20 – Em um circuito RLC, R = 20 Ω, a capacitância eletrostática C = 2 µF e a indutância do indutor vale L = 2 H. O valor máximo da fem do gerador é max = 100V. (a) Qual é a freqüência de ressonância f0? (b) Qual o valor do fator Q? (c) Encontre a largura de ressonância f. (d) Qual o máximo valor de corrente na ressonância? 1 L C 1 2 L C 1 2 2 2 10 6 f 79.6Hz 0 L (b) Q R 2 f L Q R 2 79.6 2 Q 20 Q 50 f0 79.6 (c) f f Q 50 f 1.59Hz Emax (d) I max R 100 I max Imax 5 A 20 Exemplo 21 – Em um circuito RLC, R = 20 Ω, a capacitância eletrostática C = 2 µF e a indutância do indutor vale L = 2 H. O valor máximo da fem do gerador é max = 100V e a freqüência do gerador é f = 60 Hz. (a) Qual é a máxima corrente Imax? (b) Qual o ângulo de fase ? (c) O fator de potência. (d) A potência média liberada? 37 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 38 Pav 0.305W Exemplo 22 – Em um circuito RLC, R = 20 Ω, a capacitância eletrostática C = 2 µF e a indutância do indutor vale L = 2 H. O valor máximo da fem do gerador é max = 100V e a freqüência do gerador é f = 60 Hz. Encontre o valor máximo da voltagem no resistor, do indutor e do capacitor na freqüência de ressonância. Solução: Solução: (a) I max VR ,máx VL,máx max XL Z X R2 Z R2 Z R2 Z Z 20 XL 2 Z f L 60 2 202 VC ,máx 1 f C 2 754 1326 1 XC 2 1 60 2 10 2 L XL 2 X L 1000 VL ,máx 5000V 2 0 f0 L XC 1 f0 L 2 1000 VC ,máx 2 X C I máx XC C 38 X L I máx 0 2 1 C L 2 2 Xc R I máx 5000V 6 2 Z 572 max I max Imax Z 100 572 Imax 0.175 A (b) ângulo de fase: XL tg Xc R 754 1326 tg 20 tg 28.6 88 Exemplo 23 – Um resistor R e um capacitor C estão ligados em série com um gerador . A tensão do gerador é dada por: Vent V0 cos t Determine o valor rms da tensão entre os terminais do capacitor, Vsai,rms em função da freqüência angular . (c) Fator de potência: cos 0.0349 (d) Potência média: Pav Pav Pav 1 2 1 2 R I max 2 0.306W max Imax cos Solução: Vsai ,rms X C I rms 38 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO VI – Lei de Faraday e Indução Eletromagnética 39 Vent , rms I rms Z Z R2 Vsai ,rms XC Vsai ,rms XC 1 C 1 C Vsai ,rms 1 C Vsai ,rms Vsai ,rms X C2 Vent ,rms Z Vent ,rms XC Vsai ,rms V2 I 2 V1 I1 R2 1 C Vent ,rms R2 2 2 V0 2 2 X C2 2 1 C2 I1 6 0.4 120 I1 0.02 A V2 I2 V1 Exemplo 25 – Uma linha de transmissão tem uma resistência de 0.02 /km. Calcule a perda de energia se uma potência de 200 kW for transmitida de uma usina geradora para uma cidade situada a 10 km de 39 distância (a) com uma tensão de 240V; (b) com uma tensão de 4.4 kV. V0 2 2 C R2 1 2 C2 V0 2 2 C R2 1 C 1 C 2 R2 1 I1 Solução: (a) I P 200kW I I 833A V 240V P R I2 P 0.2 8332 P 139kW (b) I P 200kW I I 45.5 A V 4.4kV P R I2 P 0.2 45.52 P 414W Observação: é vantajoso transportar a alta tensão. Observação: Esse circuito é denominado de filtro RC passa baixas. Exemplo 24 – Uma campainha de porta funciona com 6V e consome corrente de 0.4A. A campainha é alimentada por um transformador cujo rolamento está ligado a uma rede elétrica de 120V AC. (a) Quantas espiras tem o rolamento secundário do transformador? (b) Qual é a corrente no circuito primário? Solução n N2 N1 20 N2 N1 N2 V2 V1 6 1 120 20 2000 N2 100 20 39