Comunicação Empresarial | 2011-2012 | Ciências da Comunicação Relatório de análise e aplicação da matéria Ana Catarina Pinto, Joana Gomes, Sara Rocha (T1), Andreia Almeida, Vanessa Silva (T4) Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Índice Índice ....................................................................................................... 1 Introdução ................................................................................................ 2 Contextualização ..................................................................................... 3 Análise da empresa/marca ...................................................................... 4 Identidade da Marca ................................................................................ 5 Componentes visuais............................................................................... 6 Tipos de Marcas ...................................................................................... 8 Posicionamento ................................................................................ 8 Prisma da Identidade da Marca ............................................................. 10 Marketing ............................................................................................... 11 Personagens da marca .......................................................................... 13 Os três pilares da marca ........................................................................ 13 Os produtos da marca ........................................................................... 14 Valor da marca ...................................................................................... 14 Fidelidade à marca ................................................................................ 15 Identidade corporativa – Modelo Balmer ............................................... 15 Conceito de serviço ............................................................................... 16 Sistema de servucção............................................................................ 17 Aspetos positivos ................................................................................... 18 Críticas................................................................................................... 18 Sugestões .............................................................................................. 19 Conclusão .............................................................................................. 21 Bibliografia ............................................................................................. 22 1 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Introdução No âmbito da unidade curricular de Comunicação Empresarial decidimos, por unanimidade, averiguar a comunicação empresarial do Jardim Zoológico da Maia. O trabalho consiste na análise e posterior aplicação da matéria lecionada nas aulas de forma a demonstrar a comunicação de uma determinada empresa. O nosso principal objetivo é analisar a forma como esta empresa se apresenta em termos de divulgação de serviços, de produtos e, acima de tudo, da sua comunicação para com o público e o pessoal de contacto. Analisaremos, também o estado das suas instalações, direcionadas essencialmente para as crianças. Assim, analisaremos esta empresa ao nível dos seus componentes visuais, como o logótipo ou o nome, do seu tipo de marca, da sua identidade, do seu marketing, entre outros aspetos. Tencionamos ainda apontar tanto os aspetos positivos e negativos da empresa, como fazer algumas sugestões que poderão, no futuro, ajudar o Zoo a melhor desenvolver a sua comunicação. 2 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Contextualização O Jardim Zoológico da Maia foi criado em 1985 por iniciativa da Junta de Freguesia da Maia, com o objetivo inicial de criar um espaço pedagógico e de lazer para as crianças. No entanto, existem outros objetivos inerentes a este projeto: sensibilizar diretamente a sociedade em geral para questões como o ambiente, preservação e proteção de espécies, procriação de animais e colaboração com autoridades e instituições que trabalham diretamente na proteção animal. Como complemento de atratividade para as crianças, existe um parque infantil no interior do Zoo e uma unidade designada por Quintinha da Criança, onde estão expostas, em regime de rotatividade, espécies que servem a curiosidade e o conhecimento das crianças. Podemos encontrar também parques de merendas, o pavilhão das Foquinhas da Maia, o Jardim dos Répteis e a Arca de Noé. O Zoo tem ainda uma Clínica Veterinária que serve as necessidades diárias de prevenção e tratamento dos animais em cativeiro e que serve igualmente todos os animais que chegam ao zoo, com a tentativa de tratar e recuperar para posterior libertação em ambiente natural. Um médico veterinário e uma técnica de tratamento e acompanhamento dos animais dirigem a equipa de tratadores. Dentro do Zoo, existe um café esplanada e nas imediações um restaurante. 3 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Análise da empresa/marca Como é sabido, a comunicação empresarial é um dos pontos fulcrais para a afirmação e o bom funcionamento de uma empresa. Segundo Jorge Madeirinha Gomes, Rui Meireles e Miguel Peixoto (Sociologia, Problemas e Práticas,1996), “a comunicação é também um elemento essencial para a estruturação dos processos; de funcionamento da realidade organizacional. Com efeito, é através da comunicação que os sistemas sociais, pelo menos parcialmente, se produzem e reproduzem, e que os indivíduos se reconhecem a si próprios, aos outros e ao meio envolvente, contribuindo assim para a génese de uma determinada identidade cultural.” (Caetano & Rasquilha, 2007) No entanto, para ser possível entender a comunicação empresarial, é fundamental ter-se a noção do que é uma empresa e em que consiste. De acordo com os autores Joaquim Caetano e Luís Rasquilha, “a empresa é um sistema. Como unidade socioeconómica voltada para a produção de um bem de consumo ou serviço, a empresa é um sistema que reúne capital, trabalho, normas, políticas e tecnologia. Uma empresa, contudo, não tem apenas por objectivo gerar bens económicos para uma relação de troca entre produtor e consumidor; procura também desempenhar um papel significativo no tecido social, missão que deve cumprir qualquer que seja o contexto político.” Depois de uma pesquisa sobre a comunicação relativa à empresa escolhida, o Jardim Zoológico da Maia, é possível perceber que o parque não adota muitas das medidas comunicacionais benéficas para a organização da instituição. Ficamos a saber, desde o início, que algumas das principais funções da comunicação empresarial como, por exemplo, o planeamento e edição de publicações em forma de revista, boletim ou jornal, a atualização da página na Internet, a organização de eventos ou a criação e divulgação de campanhas institucionais, são inexistentes. Isto acontece porque não há um departamento responsável pelo marketing e dinamização da empresa. O Zoo tem uma imagem consideravelmente conhecida pela população. É necessário ter em conta que a imagem institucional é um ser vivo dinâmico que apenas funciona da melhor maneira quando existe uma boa comunicação empresarial. Assim sendo, “aplicada ao fenómeno empresarial, a imagem é uma representação mental que um individuo faz de uma organização, como reflexo da sua cultura, práticas e comunicação. Ou seja, trata-se de um conjunto de representações, tanto afectivas como racionais, que um individuo ou grupo de indivíduos associam a uma empresa (ou a uma marca); representação essa que é o resultado liquido das experiências, crenças, 4 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia atitudes, sentimentos e informações do dito grupo de indivíduos (...)” (Ruão, 2006). Desta forma, antes de partimos para a própria gestão da marca, é importante perceber primeiro em que consiste uma marca. “Sob muitos aspectos, a melhor definição de marca foi elaborada por Gardner e Levy em 1955: É um símbolo complexo que representa uma variedade de ideias e atributos. Transmite muitas coisas ao consumidor, não apenas pelo modo como soa (e pelo seu significado literal, se o tiver) mas, mais importante, através do conjunto de associações que construiu e adquiriu como entidade pública ao longo de um período de tempo.” (Miller & Muir, 2009) Assim, a marca e a sua gestão são pontos relevantes e, ao nível da comunicação empresarial, é imperatório que haja vários meios cujo objetivo é reforçar a mensagem da marca – Comunicação Integrada de Marketing. Sobre este tema, a autora Teresa Ruão explica que “uma das tendências mais importantes da comunicação de marketing da última década, é designada Comunicação de Marketing Integrada ou simplesmente CMI. Tratase da prática de «unificar todas as ferramentas de comunicação de marketing, de forma a enviar às audiências mensagens consistentes e persuasivas, no sentido de promover os propósitos da empresa», (Burnett e Moriarty)”. Identidade da Marca Apesar disto, sabemos que uma marca tem de ter uma identidade ou algo que a identifique. Temos, então, em mãos um “(...) novo e fundamental conceito (...) de análise, o de identidade da marca. Durante muito tempo, a atenção das investigações sobre as marcas centrou-se no estudo da recepção, ou seja, no consumidor, e a questão central analisada foi a da imagem da marca. Só na década de 1990 isso foi compensado com a introdução do conceito de identidade.” (Ruão, 2006) No entanto, não é suficiente apenas criar uma identidade. “Uma vez definida a identidade da marca, seria necessário levar a efeito a sua implementação, pelo desenvolvimento dos programas de marketing adequados. É só uma identidade com um núcleo bem definido, que contemple uma proposição de valor única e seja a base de relacionamento com os consumidores, estará em condições de resultar no mercado” (Ibidem). Podemos, então, dizer que a identidade central de uma marca diz respeito à sua designação, ou seja, ao nome que deve indicar a sua função. Relativamente à marca escolhida, a sua identidade ou o seu nome é simples e facilmente reconhecível pelo público – “Zoo da Maia”. No entanto, ao nível da comunicação empresarial, existe um mix relativo à identidade, o Identity-Mix, que engloba o nome, que deve pertencer ao núcleo 5 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia central e que não deve ser objeto de alteração, o logótipo, que pode ser alterado, e outros aspetos como a assinatura ou a embalagem e o rótulo de produtos, se houver. No que toca ao Zoo, podemos ver que: Identity-Mix Não existe comercialização de produtos associados ao Zoo; não há marcas-produto; apenas existem preços distintos Logótipo: Vários logótipos e de várias cores Nome: Zoo da Maia 6 Componentes visuais Outro aspeto importante da gestão da marca são os seus componentes. “As empresas, instituições, produtos ou serviços são identificados por seu nome que, por segurança, razoes legais e direitos de propriedade, é registrado oficialmente. Isso constitui uma marca registrada, reconhecida (…) pelos elementos visuais que a identificam. Esses elementos de identificação em geral compreendem a marca propriamente dita, o logotipo, o símbolo, as cores (…) integrando um conjunto que pode ser sistematizado como um programa mais abrangente de identidade visual (…)” (Fonseca, 2008) Assim sendo, “os elementos de identidade visual podem ser organizados em um sistema planejado e coordenado, coerente, uniforme e controlado, que compreende todos os aspectos visuais de uma publicação, um produto ou uma organização. (…) Os elementos da programação visual são geralmente os Comunicação Empresarial - Zoo da Maia componentes da marca, ou seja, nome, símbolo, logotipo, cor e alfabetopadrão, que são seus diversos itens característicos, diferenciadores e identificadores, aplicados em impressos e formulários; (…) instalações; equipamentos; (…) produtos; (…) publicidade (…)” (Ibidem). A comunicação institucional de uma marca é, então, feita, entre muitos outros meios, através do nome, do logótipo, dos símbolos, do jingle, da assinatura e até de personagens. Aplicando estes conceitos ao Zoo, é facilmente percetível que o seu nome é “Zoo da Maia”, que reflete o seu posicionamento e a sua missão. O logótipo da marca é um assunto que pode gerar algum desconforto. Primeiro, é preciso entender o que é um logótipo - “Logótipo é a representação gráfica do nome de uma marca, constituído por um grupo de letras, sigla ou palavra, especialmente desenhadas para personalizar, caracterizar e identificar de forma inequívoca e padronizada uma instituição, empresa, grupo, serviço ou produto. Um logótipo é por vezes denominado também de logomarca, especialmente quando inclui um símbolo ou outro elemento gráfico.” (Ibidem). Trata-se de um dos aspetos essenciais de uma marca e pode ser percebido como um cartão-de-visita da própria empresa, por isso é extremamente importante a boa planificação do logótipo. Depois de uma visita ao local e de uma conversa com uma das responsáveis, ficamos a saber que não foi feita uma pesquisa prévia nem uma delineação de objetivos que levassem à criação do logótipo. Assim, existem vários logótipos de várias cores. Figura 1: Logótipo do Zoo Figura 2: Logótipo do Zoo A assinatura da marca é apenas o seu nome, como se pode ver nas imagens. Os restantes componentes da marca, quando aplicados ao Zoo da Maia, são inexistentes. Tanto o símbolo, como o jingle e personagens não fazem parte dos meios adotados para a divulgação da marca. Todos estes componentes têm um objetivo principal: comunicar para vários públicos e transformar o Zoo numa marca emocional que crie vínculos emocionais com esses públicos. É de salientar que “o trabalho de definição da imagem da marca tem como suporte as emoções ou os grupos emocionais. O processo de trabalho começa com a identificação das emoções associadas ao produto. Depois selecionamos os grupos emocionais positivos e negativos ligado a ele até chegarmos ao estilo de comunicação da marca ou seu 7 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia posicionamento emocional, com espírito, alma, conceito competitivo e, por fim, as características físicas do produto.” (Martins, 2007) É, de facto, percetível que a emoção tem uma influência inegável na decisão da compra de um serviço ou produto, uma vez que “existe uma predisposição natural das pessoas a dar valor maior àquilo que as agrada, seja com relação ao nome interessante de um produto, e seu design ou campanha bonita. Se tiverem elementos emocionais adequados ao posicionamento, o design, a publicidade e os eventos promocionais que envolvem a marca vão agregar ao produto uma percepção maior de seu valor. Com isso, tanto o preço quanto a participação de mercado tendem a crescer, uma vez que o valor percebido e a atratividade aumentaram.” (Ibidem) Apesar da relação emocional com o público ser um objetivo implícito da marca, tal não se comprova, já que não existe uma antropomorfização da marca, ou seja, a marca não é associada a termos humanos pelo simples facto de não ser adequadamente desenvolvida e divulgada. Podemos mesmo dizer que a marca, inserida num meio envolvente de constante mudança, não acompanha essa transformação e, por isso, traduz-se numa marca desatualizada e que não procede às mudanças necessárias. Tipos de Marcas Existem três categorias principais de marcas: a marca institucional, a marca produto e a marca umbrella. Relativamente à marca institucional, esta divide-se em três vertentes: marca institucional pura, marca institucional umbrella e marca institucional híbrida. O Zoo da Maia é uma marca institucional umbrella, uma vez que a marca institucional coloca a sua designação nos seus serviços, neste caso. É, também, uma marca nacional, porque existe apenas em Portugal. O Zoo é uma marca que exprime a sua área de atividade, ou seja, é um presságio daquilo que comunica e do seu posicionamento em relação às funções a desenvolver; é fácil de memorizar e pronunciar, exceto a nível internacional; e não tem conotações negativas. Posicionamento O posicionamento de uma marca diz, então, respeito ao lugar mental ocupado pela marca num determinado mercado e reflete a diferenciação da instituiçao relativamente à funçao a desempenhar, ao mercado e público alvos e ao benefício procurado. 8 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Assim, o posicionamento é formado por um conjunto de traços salientes e distintivos da imagem da marca que fazem com que o público situe o produto no universo dos produtos semelhantes e o distinga dos outros. Os atributos principais da marca devem manter-se, de forma a preservar a sua coerência, isto é, o seu posicionamento. No entanto, a marca deve, simultaneamente, manter-se atualizada, acompanhando a evolução. Podemos afirmar que na zona Norte do país, o Zoo tem um posicionamento muito acentuado, uma vez que os seus traços e atributos são bastante conhecidos. É uma marca que se familiarizou com a população do Porto, essencialmente. A marca porquê? Dar a conhecer os animais selvagens, preservar a vida animal A marca para quem? Família, especialmente as crianças A marca para quando? Fins-de-semana, férias, altura do Verão A marca contra quem? O Zoo da Maia pode ter como concorrente prioritário o Zoo de Santo Inácio, em Avintes, Vila Nova de Gaia. 9 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Prisma da Identidade da Marca A comunicação institucional, alem de permitir a identificação de uma empresa/produto/instituição, permite a criação de uma identidade. 10 Exteriorização Físico Qualquer marca tem uma componente física, ou seja, o seu lado corpóreo, quer seja tangível ou intangível O Zoo da Maia só tem as instalações como componente física; não tem qualquer tipo de produto. Relação A forma como a marca interage com o público-alvo A interação com o público é quase inexistente devido à falta de meios publicitários, de eventos, entre outros. Imagem Refletida Imagem exterior do públicoalvo Interiorização Personalidade Antropomorfização da marca No caso do Zoo não se verifica a antropomorfização da marca porque nao é dotado de traços humanos. Cultura Sistema de valores ao qual se encontra associada O Zoo não é característico de Portugal mas enquadra-se bem na sociedade e na cultura portuguesa. Imagem Própria Interiorização que o consumidor faz relativamente a uma Comunicação Empresarial - Zoo da Maia certa marca Público, geralmente, com Público dirige-se ao Zoo para intenção de momentos de lazer momentos de diversão com em família. familiares e amigos. Marketing “Marketing é o desempenho das actividades dos negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. É o processo de planeamento e execução da criação, estabelecimento de preço, comunicação e distribuição de ideias, produtos e/ou serviços, com o objectivo de criar os intercâmbios que irão satisfazer as necessidades dos indivíduos e organizações.” (Ferreira, Marques, Caetano, Rasquilha, & Rodrigues, 2011, p. 19) O marketing é, então, responsável pela criação de uma personalidade, a personalidade da marca – “o termo «personalidade» foi há já algum tempo emprestado pela psicologia aos Marketing para permitir a definição da identidade psicológica das organizações ou das marcas, através de um processo metafórico assente no paralelismo com a identidade do individuo. Relativamente à personalidade da marca, entendemo-la como o conjunto de características humanas que lhe sao associadas pela empresa e pelo consumidor (...)” (Ruão, 2006) Após nos termos dirigido ao Zoo da Maia, foi-nos informado que este estabelecimento não possui departamento de Marketing, não explorando assim as estratégias necessárias para desenvolver e promover o local. Existem alguns instrumentos relacionados com a comunicação que são viáveis quando utilizados pelo marketing: “A: Publicidade Corresponde a qualquer forma de comunicação paga, identificável e destinada a ter ideias, produtos ou serviços, com recurso ao espaço media.” Sabemos que o Zoo da Maia não leva a cabo qualquer tipo de publicidade. “B: Relações Públicas Integram um esforço coordenado de meios para criar uma imagem favorável e/ou marca na mente do público, através da realização de determinadas atividades ou programas de suporte.” O Zoo não está provido de pessoal nem de um departamento de relações públicas. “C: Promoções É um tipo de comunicação exclusiva do produto e inclui as atividades de 11 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Marketing que acrescentam valor ao produto por um período limitado de tempo e que estimulam directamente a compra pelo consumidor.” São poucas as promoções que existem, até porque não existem muitos eventos aos quais estão normalmente associadas. No entanto, as pessoas naturais da Maia não pagam a entrada no Zoo. “F: Merchandising Inclui os materiais de exposição e demonstração dos produtos, que enviam mensagens de Marketing no ponto de venda, e que aumentam a probabilidade de compra por um processo de sedução do consumidor.” Não havendo produtos associados ao Zoo destinados à venda, não existe merchandising. “G: Patrocínios Correspondem a apoios financeiros de uma empresa a um acontecimento ou causa, em troca de uma associação ao evento, procurando a boa vontade e simpatia do público para com a empresa.” O Zoo foi patrocinado pela marca Rik&Rok, pelo Círculo de Leitores e pelo Visionarium – Centro de Ciência do Europarque. (Ruão, 2006) 12 Existe, ao nível da comunicação institucional, o conceito de marketingmix, que engloba o produto, o preço, a distribuição e a comunicação. Este conceito diz respeito à mensagem transmitida, aos meios utilizados, ao site, à apresentação das lojas, ao atendimento, etc. “Nas comunidades primitivas, o produtor interagia directamente com os seus clientes e não precisava de encontrar outros meios para divulgar os seus produtos para além da comunicação boca-a-boca. Hoje, a relação entre quem vende e quem compra encontra-se profundamente alterada e dificultada, devido à diversidade de estímulos que atingem o consumidor. Desta forma, o mercado passou a ser uma entidade muito mais abstrata. Hoje, as empresas têm produtos, com preços adequados aos mercados e aos clientes, colocados nos canais seleccionados, mas têm também a necessidade de os comunicar.” (Beirão, et al., 2008) Incluindo o Zoo da Maia neste conceito, podemos afirmar que os meios utilizados para que seja possível o bom funcionamento do marketing-mix são quase nulos. Como já dissemos, não são postas em prática campanhas promocionais nem qualquer tipo de evento que dinamize a empresa. Por outro lado, o site, segundo o que nos foi dito, não é atualizado há bastante tempo, estando em marcha um projeto de atualização e dinamização do mesmo. O Zoo não se complementa com lojas que eventualmente poderiam vender produtos associados à marca, existe, de facto, uma pequena loja no recinto, Comunicação Empresarial - Zoo da Maia mas é alugada a um privado que lá comercializa vários produtos não associados ao Zoo. Personagens da marca Com a atribuição de personagens, o objetivo é tentar maximizar a rentabilidade da instituição através da comercialização de produtos alusivos a essa personagem. É possível, adotando esta estratégia, criar uma ligação emocional com o público e pode ser o ideal para comunicar com o público mais jovem e para dar a conhecer a marca de uma forma mais presencial e amigável. No entanto, o Zoo da Maia não adotou, até agora, uma mascote. Nunca houve nem uma celebridade nem uma personagem criada associada à instituição, o que mostra a falta de organização comunicacional que, a médio prazo, poderia beneficiar o parque. Os três pilares da marca 13 Objeto (marketing-mix) MARCA Emissor (identity-mix) Recetor (public-mix) O vértice do objeto, ou seja, do marketing-mix diz respeito à forma como se pretende que a marca seja conhecida. O vértice do emissor, isto é, do identity-mix, refere aquilo que a marca é, o que a identifica. Por fim, o vértice do recetor e do public-mix remete para a forma como a marca é identificada e que presença tem no nosso espirito. Resumindo, o public-mix é o conjunto de informação retida por cada consumidor. Aplicando os pilares ao caso concreto do Zoo da Maia, vemos que o objeto, ou seja, o que diz respeito ao marketing-mix, é bastante reduzido, já que o Zoo não organiza qualquer tipo de ação de marketing. O emissor, ou Comunicação Empresarial - Zoo da Maia identity-mix, segue o mesmo caminho do marketing-mix; a instituição tem um logótipo mas todos os restantes elementos (slogan, jingle, personagens) são nulos. Por último, o recetor, ou public-mix, é “intermédio”, isto é, a informação retida pelos consumidores não é positiva devido a todos os aspetos que faltam organizar na instituição, mas não é negativa de todo, já que é uma marca familiar e agradável. Os produtos da marca Como já referimos, o Zoo não tem qualquer tipo de produto à venda que seja associado à marca. No entanto, os produtos são fontes de identidade da marca que pretendem expressar a sua missão. Valor da marca Notoriedade 14 FONTES DE VALOR DE MARCA Imagem Envolvimento A notoriedade remete para a capacidade de um certo público-alvo conseguir identificar um conjunto de elementos relativos a um marca, ou seja, quanto mais informações sobre uma determinada marca, maior é a notoriedade para os indivíduos. É um conceito que se baseia na divulgação do maior número possível de informações da empresa e o seu principal objetivo é a associação imediata da marca com o tipo de categoria. O Zoo da Maia é uma empresa que tem uma indiscutível notoriedade no mercado. É uma instituição conhecida pela maioridade da população do Norte do país, essencialmente, e, presente num determinado mercado há vários anos, é uma marca cuja associação ao seu serviço é imediata. Acima de tudo, o Zoo depende da comunicação não controlada pela empresa, ou seja, os rumores, os boatos, etc. Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Podemos afirmar que, quando eventualmente questionado pela categoria de “jardim zoológico”, o consumidor é capaz de identificar o Zoo da Maia. Relativamente à imagem, que se trata do conjunto de perceções resultantes de associações que o cliente faz a uma certa marca, esta não é a melhor junto dos consumidores. O Zoo é, de facto, visto como uma empresa de confiança e de caráter familiar, mas o facto de não apostar em ações de marketing e publicidade denigre a sua imagem por não haver divulgação da mesma. A teoria diz que não devem coexistir diferentes imagens da mesma marca simultaneamente no mercado, o que acontece no caso do Zoo. O parque não tem um sistema de escolha de imagem e, por isso, existem diferentes imagens. Por último, o envolvimento, constituído por uma relação funcional e uma relação emocional, é um dos aspetos positivos da empresa. Os clientes mostram ter confiança na marca e no serviço pelo envolvimento próximo e local e também devido à antiguidade dos mesmos. Por outro lado, não existe uma ligação emocional diretamente com a marca, já que a comunicação institucional da empresa não abre vias para esse relacionamento, mas pode haver uma relação emocional com os animais e com a vida animal. Fidelidade à marca O conceito de fidelidade à marca remete para o número de consumidores que adquirem um serviço de forma sistemática porque lhe reconhecem qualidades superiores. Acreditamos que o Zoo da Maia tem vários clientes leais precisamente pela sua antiguidade e pelo facto de os cidadãos naturais da Maia não pagarem entrada no parque. Identidade corporativa – Modelo Balmer A identidade corporativa, seguindo o modelo Balmer, é constituída por vários tipos de identidade. A primeira trata a identidade real, isto é, os valores da organização sustentados pela organização; relativamente ao Zoo, esta identidade reflete os seus valores que são a direção para a família, a preservação do meio animal e até o envolvimento da população na natureza. A identidade comunicada, aquela que é identificada através dos meios de comunicação internos ou externos e que denota o tipo de comunicação empresarial, é praticamente inexistente no Zoo; a comunicação empresarial é 15 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia realmente fraca nesta instituição e, por isso, a identidade comunicada tem grandes falhas. A identidade concebida, ou seja, a identidade baseada nas perceções dos consumidores, não é extremamente forte, isto porque as perceções dos consumidores baseiam-se essencialmente nos aspetos visuais que, no caso do Zoo, são poucos ou mesmos nulos. A sua identidade ideal – o seu posicionamento no mercado tendo em conta o contexto e o meio envolvente – deve ser pensada com especial cuidado; o posicionamento de uma empresa deve transmitir a sua missão e os seus ideais e, por isso, é um aspeto fulcral na identidade da empresa. Consideramos que o Zoo não atingiu ainda a sua identidade ideal, uma vez que o contexto e o meio em que insere se encontram muito mais evoluídos do que a própria instituição. Por fim, a identidade desejada, aquela que é procurada pela direção, é a de uma marca confiável, que preste serviços agradáveis e que receba a população de forma afável. Conceito de serviço Serviço de base 16 OFERTA Serviços facilitadores Serviços diferenciadores Serviços periféricos O serviço-base do Zoo da Maia é a apresentação de animais em cativeiro, selvagens ou domésticos. Os serviços facilitadores presentes nas instalações do Zoo são um bar/restaurante e uma loja de venda de produto, ambos alugados a privados. Comunicação Empresarial - Zoo da Maia O Zoo não apresenta serviços diferenciadores, o que se trata de mais uma falha na sua organização comunicacional. Sistema de servucção O sistema de servucção divide-se em três partes distintas: a parte invisível, a parte visível e a orientação ao mercado e ao cliente. A parte invisível, que diz respeito à organização interna da instituição, no Zoo é reduzida, uma vez que existem apenas três responsáveis superiores na empresa. Ainda em relação à organização interna, não existem medidas de planeamento e edição de publicações em formato de revista ou boletim. Relativamente à parte visivel, o Zoo conta apenas com as suas instalações que, neste momento, se encontram em obras. Não existem produtos comercializados associados à instituição e, no que diz respeito ao pessoal de contacto, este pode ser encontrado apenas na receção, no bar/restaurante e alguns tratadores que vão dando explicações e demonstrações, o que denota a falta de balcões de informação/atendimento. Por fim, a orientação do Zoo relativamente ao mercado pode ser bemintencionada mas, na realidade, é de grande afastamento, devido, mais uma vez, à falta de ações promocionais. 17 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Aspetos positivos Acima de tudo, pretendemos evidenciar os aspetos positivos do Zoo da Maia. Apesar da sua comunicação empresarial e institucional não ser recomendável, existem alguns pontos que merecem algum destaque. Um deles permite a aproximação da população maiata à instituição, uma vez que as pessoas naturais da Maia não pagam entrada no Zoo. Por outro lado, existem celebrações básicas como o Dia do Animal e a paisagem agradável contribuem para uma maior afluência, assim como os fáceis acessos e as boas indicações. Outro aspeto que importa enfatizar é o facto de haver uma grande preocupação quanto ao aspeto visual, uma vez que estão a ser realizadas obras de melhoramento do espaço. Por último, o Zoo tem indicações para mostrar como se chega ao parque, assim que se chega à Maia. Críticas O Zoo da Maia deveria compreender o mundo como um tecido social em constante mutação, cheio de oportunidades. Como tal, deveria adaptar-se à modernização dos tempos adotando novos meios de comunicação com o público. Pelo contrário, o que encontramos foi um Zoo com potencial futuro, principalmente após a conclusão das obras de extensão, mas sem qualquer projeção de imagem. O público consumidor tem conhecimento da sua existência quase estritamente pela comunicação dita “de boca em boca”, pois espalha a palavra. Verificamos que as ações promocionais são quase inexistentes, e que os clientes não têm sequer conhecimento das atividades dinâmicas que são desenvolvidas ao longo do ano, visto que, a sua página na internet é também pouco esclarecedora e é permanente, ou seja, não sofre alterações constantes dos seus conteúdos. Conseguimos verificar poucos outdoors nas proximidades da Maia a publicitar o Zoo e algumas indicações, mas a falta de informações é enorme. Uma vez que nos encontramos no Zoo, apesar do fácil acesso, não possuem estacionamento próprio, de modo que este tem de ser feito nas ruas de acesso, onde os lugares são poucos. O projeto inicialmente teve um maior impacto com as visitas dos alunos das escolas primárias e pré-primárias, tratando-se assim o Zoo da Maia uma instituição bem falada e apelativa. Com o passar dos anos não conseguiu acompanhar completamente a mudança e atualmente não é vista pelo público como uma instituição forte mas antes como uma organização pouco cativante e estática, sem preocupações com a sua posição no mercado. 18 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Sugestões Como já referimos, o Zoo da Maia tem um potencial futuro, mas para isso ainda tem muitas alterações para fazer. A alteração que deve ser prioritária é a projeção da imagem do Zoo, visto que não existe quase nenhuma informação ou publicidade para se dar a conhecer a potenciais consumidores. Desta forma, será preciso que a empresa conheça o meio que a envolve, nomeadamente a sua coexistência com o público, os fatores psicológicos, educacionais, culturais, entre outros. Neste caso, a empresa deverá considerar o investimento e a utilização de meios audiovisuais, que, no início, poderão ser considerados caros, mas que trará benefícios a longo prazo, uma vez que atrai público mais facilmente. “Os meios audiovisuais reforçam a exposição. Devem ser planeados essencialmente para esse fim e não para se sobreporem ao apresentador. O bom orador simplifica todo o material complexo para o tornar facilmente compreensível. Os apoios visuais ajudam neste processo, realçando e reforçando através da visão para caminharem a par e passo com a palavra falada.” (Katz, 1993) Ainda relativamente ao investimento dos meios audiovisuais, a empresa podia apostar em atrações para as crianças, como, por exemplo, numa sala com vídeos explicativos sobre a vida animal. Para além das atividades que o Zoo proporciona para as crianças (festas de aniversário, “vamos dar de comer à bicharada”, sala de incubação, pedizoopaper, entre outros), podia criar também outras atividades, como um ATL, para os períodos de férias escolares – Páscoa, Verão e Natal –, celebrar o Dia do Zoo. Apesar de já possuírem alguns outdoors, o Zoo precisa de apostar em outdoors mais atrativos e colocá-los noutros lugares, que não sejam necessariamente próximos do estabelecimento. Os outdoors “têm grande poder de comunicação, apelo visual e leitura instantânea. Possibilitando exibição em grandes dimensões, são instalados em locais de boa visibilidade e intenso fluxo de pessoas” (Fonseca, 2008), para que assim a informação chegue mais longe, uma vez que esta escassa. Além disso, os panfletos também são uma forma dinâmica de espalhar informação e que exige uma aproximação da empresa e do público. 19 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Uma vez que o Zoo já possui uma loja, podia aí ter produtos alusivos à marca. A venda de lápis, porta-chaves, canetas, peluches, t-shirts, porta-retratos, borrachas, cadernos, estojos, livros de histórias, copos, canecas e bolas ajudaria a circular a marca e a atrair cada vez mais consumidores. Relativamente à envolvente interna da empresa, era necessário que esta possuísse um departamento de relações públicas. Este iria contribuir para a construção e afirmação de uma boa imagem relacionada com o zoo, através de estudos que permitiriam analisar o público que envolve a empresa e a imagem que eles têm desta. Um profissional de relações públicas destina-se “a promover a imagem de uma instituição e a assegurar a boa vontade do público relativamente a ela, à sua prática e aos serviços que presta ou pretende prestar à coletividade” (Caetano & Rasquilha, 2007). Daí, ser um bom investimento para a empresa, visto que, se os clientes tiverem uma boa imagem e se identificarem com o Zoo, irão frequentá-lo mais vezes e divulgar uma ideia positiva acerca dele. Paralelamente, seria importante que o Zoo da Maia tomasse em consideração a utilização dos meios de comunicação. Desta forma, podia utilizar a rádio, a televisão e a imprensa para passar publicidade para abordar a população nacional e não só regional como atualmente faz. Além disso, o Zoo podia também utilizar as redes sociais, como o Facebook, para criar uma página que informasse os clientes das suas atividades, assim como deveria constantemente utilizar o seu site na Internet, uma vez que este se encontra com informações desatualizadas. 20 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Conclusão Ao longo da realização deste trabalho deparamo-nos com algumas dificuldades, uma vez que a empresa que estamos a estudar não recorre a quase nenhuma estratégia de divulgação da mesma. No entanto, recorrendo a outros meios, conseguimos, de certa forma, concretizar o trabalho. Optamos por dar mais valor às críticas e sugestões do esperavamos devido, precisamente, à pouca informação que conseguimos recolher na visita ao Zoo. Concluimos, então, que todas as empresas devem ter mecanismos adequados de divulgação dos seus serviços, eventos ou produtos, bem como um contacto frequente com o seu público-alvo, o que não se verifica no caso concreto do Jardim Zoológico da Maia. Em suma, este relatório serviu para esclarecer a nossa ideia préconcebida relativamente ao Zoo da Maia. O grupo julgava que a instituição tinha uma boa comunicação empresarial, o que, de certa maneira, acabou por se revelar falso. Compreendemos que a empresa necessita da implementação de várias medidas promocionais e de divulgação dos seus serviços. 21 Comunicação Empresarial - Zoo da Maia Bibliografia Beirão, I., Vasconcelos, P., Rasquilha, L., de Matos, L., Fernandes, A., & Nunes, M. I. (2008). Manual de Comunicação Empresarial. Plátano. Caetano, J., & Rasquilha, L. (2007). Gestão da Comunicação. Lisboa: Quimera. Ferreira, B., Marques, H., Caetano, J., Rasquilha, L., & Rodrigues, M. (2011). Fundamentos de Marketing. Lisboa: Sílabo. Fonseca, J. d. (2008). Tipografia & Design Gráfico. Bookman. Katz, B. (1993). Comunicação: Poder da Empresa. Clássica Editora. Martins, J. S. (2007). A Natureza Emocional da Marca: Construçao de Empresas Ricas. Campus. Miller, J., & Muir, D. (2009). O negócio das marcas: Constuir marcas fortes para valorizar as empresas. Tinta da China. Ruão, T. (2006). Marcas e Identidades: Guia da concepção e gestão das marcas comerciais. Porto: Campo de Letras. 22