SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA LUCILVANE LUCIANO MENDONÇA FELIX ERRO E LINGUAGEM MATEMÁTICA: O QUE PODEMOS APRENDER COM ELES? MARINGÁ-PR 2012 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA ERRO E LINGUAGEM MATEMÁTICA: O QUE PODEMOS APRENDER COM ELES? LUCILVANE LUCIANO MENDONÇA FELIX Material Didático Pedagógico (Unidade Didática) elaborado como parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da secretaria De Estado da Educação, vinculado à Universidade Estadual de Maringá Orientadora: Prof. Dra. Lilian Akemi Kato MARINGÁ- PR 2012 1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2012 Título: Erro e linguagem matemática: o que podemos aprender com eles? Autor Disciplina/Área PDE) Lucilvane Luciano Mendonça Felix (ingresso no Matemática Escola de Implementação do Colégio Estadual Emílio de Menezes. Ensino Fundamental e Projeto e sua localização Médio Município da escola Japurá Núcleo Regional de Educação Cianorte Professor Orientador Lilian Akemi Kato Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa (UEM) (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho) Resumo (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples) O presente trabalho tem o propósito de ampliar a concepção de aprendizagem matemática, destacando diferentes formas de linguagem matemática utilizadas por alunos do 6º ano em sala de aula e possíveis erros por eles cometido. As investigações apoiadas nos erros, tem o propósito de contribuir para compreender como o aluno se apropria de um determinado conhecimento e quais as dificuldades que ainda precisam ser superadas. Erro e linguagem matemática: o que podemos aprender com eles? Palavras-chave palavras) ( 3 a 5 Análise de erros. Linguagem matemática. Metodologia de ensino. Formato do Material Didático Unidade Didática Público Alvo Alunos do 6º ano (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...) 2. APRESENTAÇÃO Este trabalho, parte integrante das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), realizado pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria do Estado da Educação e da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), tem a finalidade de se constituir em um material didático pedagógico, resultando em uma unidade didática. Nossa experiência como professora das séries iniciais e como professora de Matemática do Ensino Fundamental, tem nos levado a refletir sobre a aprendizagem matemática e a compreender que existem dificuldades no ensino da matemática que se referem à própria natureza do conhecimento matemático, mas existem também, dificuldades decorrentes de uma visão um tanto irreal ou distorcida da disciplina, uma espécie de preconceito que surge logo a partir dos primeiros contatos da criança com a matemática. Por outro lado, a importância da disciplina Matemática na educação de crianças e jovens parece inquestionável. Como ciência, a importância da Matemática é indiscutível, pois ela se constitui em ferramenta indispensável para o desenvolvimento da maioria das ciências. Como ramo do conhecimento ou forma de pensamento, em praticamente todos os sistemas filosóficos, a Matemática recebe tratamento diferenciado por si só e principalmente pela influência do papel que lhe é atribuído para relacionamentos interdisciplinares. As ações planejadas e desenvolvidas ao longo do processo de orientação, contribuem para a superação de desafios enfrentados pelo professora PDE, revendo sua prática pedagógica enquanto professora de Matemática. Considerando a necessidade de novas metodologias torna-se relevante um estudo aprofundando diferentes formas de ensinar Matemática. Com esta Produção Didático-Pedagógica, constituída na forma de Unidade Didática, pretende-se verificar a contribuição da análise de erros, como recurso para a melhoria do ensino da Matemática. O presente trabalho tem o propósito de ampliar a concepção da aprendizagem matemática, destacando diferentes formas de linguagem matemática utilizadas por alunos do 6º ano em sala de aula. Pretende-se portanto, criar em sala de aula, contextos em que o aluno, diante de situações problemas e outras atividades propostas envolvendo as quatro operações, se posicione, tome decisões, relacione sua capacidade de argumentar e comunique suas ideias. Mais importante do que o estudante apresentar respostas certas ou erradas, é que ele tenha a compreenção do que produziu, contribuindo para uma aprendizagem mais efetiva e significativa a partir dos erros cometidos. 3. MATERIAL DIDÁTICO - ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS No decorrer de seu desenvolvimento, o conhecimento matemático assume muitas faces como: percepção (discriminação de quantidades), linguagem (a gramática das palavras usadas para contar), resolução de problemas (problemas verbais), procedimentos mentais (cálculo mental), compreensão (esquema parte-todo), dedução, indução, generalização, localização espacial e temporal, etc. As atividades matemáticas não estão restritas apenas às atividades que utilizam números, está presente tanto em conteúdos no contexto da educação formal, quanto em atividades extraclasses, compreendendo tanto o conhecimento intuitivo quanto codificações abstratas escritas. Ele envolve as mais elevadas formas de criatividade humana. Propõe-se portanto, a investigação de diferentes formas de linguagem e estratégias utilizadas por alunos, da análise dos erros cometidos, afim de desenvolver estratégias de ensino que possam auxiliá-los em suas dificuldades. Cury (2008) apresenta uma visão geral sobre a análise dos erros, fazendo um retrospecto das primeiras pesquisas na área e indicando teóricos que subsidiam investigações sobre erros. A autora defende a ideia de que a análise dos erros é uma abordagem de pesquisa e também uma metodologia de ensino, se for empregada em sala de aula com o objetivo de levar os alunos a questionarem suas próprias soluções. Na prática escolar, quem garante que os acertos mostram o que o aluno sabe? E quem diz que os erros evidenciam somente o que o aluno não sabe? A análise das respostas, além de ser uma metodologia de pesquisa, pode ser, também, enfocada como metodologia de ensino, se for partindo dos erros detectados e empregada em sala de aula, levando os alunos a questionarem suas respostas, para construir o próprio conhecimento (CURY, 2008, p.13). Portanto, a análise das produções dos estudantes não é um fato isolado na prática do professor, mas sim, um dos componentes dos planos pedagógicos e metodológicos, levando em conta os objetivos do ensino de cada disciplina. Nesse contexto, o papel a ser desempenhado pelo professor de Matemática no Ensino Fundamental assume nova dimensão: a de organizador da aprendizagem. Para isso, deve considerar as expectativas e as diferenças individuais dos alunos e escolher atividades e problemas que possibilitem a construção de conceitos tendo em vista os objetivos a serem alcançados. O professor deve também estimular a cooperação entre os alunos, pois o contato com diferentes formas de interpretar e resolver um mesmo problema estabelece uma aprendizagem significativa, dando oportunidades aos interlocutores para argumentar, cooperar na resolução, questionar, verificar e validar as soluções, o que certamente contribui para o aprimoramento da linguagem. Discutindo e aprendendo a respeitar diferentes pontos de vista, o estudante pode compreender melhor seus erros e estar aberto para outras formas de resolução, superando obstáculos. Assim sendo, o aluno constrói esse conhecimento relacionando-os com outros, em diferentes contextos, tentando adaptá-lo às novas situações e resistindo em abandoná-lo. Ainda com base nas sugestões para análise e uso dos erros, Cury (2008) destaca que é necessário elaborar questionamentos sobre as respostas dadas pelos alunos e aproveitar os erros para a criação de uma nova estratégia. A comunicação nesse caso, surge então, como característica desse ambiente investigador. Para Alro e Skovsmose (2006, p.12) “o contexto em que se dá a comunicação afeta a aprendizagem dos envolvidos no processo”. A comunicação envolve linguagem corrente (oral ou escrita), linguagem matemática, linguagem gestual – interações e negociações de significados os quais são essenciais à aprendizagem, por nós entendida como um processo de produção e construção de significados. No entanto, numa atividade autêntica, professor e aluno, encontram-se interessados na ocorrência de aprendizagens e, no processo de negociação, cada um assume seu papel, que o aluno sintase encorajado a posicionar-se, sem medo de errar, pois sabe que suas contribuições são importantes para o processo. O presente estudo será desenvolvido com alunos do 6º ano do Colégio Estadual Emílio de Menezes. Ensino Fundamental e Médio, no município de Japurá, estado do Paraná no primeiro semestre de 2013. Com a implementação, pretende-se investigar as linguagens matemáticas e as diferentes estratégias utilizadas em sala de aula na resolução de atividades matemáticas, envolvendo principalmente as quatro operações básicas, com o objetivo de enriquecer a prática com a aprendizagem matemática. Inicialmente será aplicado um questionário, de natureza exploratória, individualmente aos alunos, com a intenção de obter informações sobre sua relação com a matemática, o como percebem seus próprios erros e a importância da matemática para a vida. Pretende-se com a análise das respostas dadas identificar se os mesmos acreditam na importância do ensino da matemática, como algo que se apresenta na realidade escolar e também forneça subsídios para uma futura comparação entre as respostas do questionário com as resoluções das atividades, facilitando a compreensão do professor investigador. QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO – 6º ANO NOME:______________________________________ IDADE____________ 1-Você gosta de vir para a Escola? ( ) sim ( ) não 2-Você gosta de estudar? ( ) sim ( ) não 3-Já reprovou algum ano? ( ) sim ( ) não 4-Você gosta de Matemática? ( ) sim ( ) não 5-Você tem muitos erros quando realiza atividades de matemática? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes 6- Você se lembra de um fato marcante (bom ou ruim) durante as aulas de matemática? ( ) sim ( ) não Relate-o: 7-Você acha importante aprender matemática? ( ) sim ( ) não Justifique: 8- No que você usa a Matemática na sua vida ( ou no seu dia a dia )? Após o questionário será proposto um diálogo com a turma, a partir das respostas dos alunos. Nessa atividade espera-se a descontração, a socialização da turma, procurando manter um clima de segurança e liberdade para que realizem as próximas etapas do trabalho naturalmente, fortalecendo a análise das respostas e que sirva também de um material de apoio à investigação. Num segundo momento serão propostas listas de atividades envolvendo números e operações. Os alunos deverão realizar as atividades individualmente relatando (por escrito, através de desenhos ou outra estratégia) a estratégia utilizada, ou seja, o caminho percorrido para chegar a tal resposta. Cada uma das listas de atividades serão propostas e realizadas em aulas diferentes, de acordo com um horário que normalmente a Escola apresenta a cada professor e futuramente estabelecido em um cronograma com a turma. As listas foram organizadas com no máximo três exercícios, que serão entregues digitadas aos alunos, tomando o cuidado para não deixar espaços para a resolução entre uma e outra, afim de não limitar o espaço para o desenvolvimento da mesma. Serão entregues portanto a folha de atividade e outra em branco para a resolução dos exercícios. Uma lista para cada aula. As listas poderão sofrer alterações de acordo com a necessidade da investigação, ou seja, poderão ser aumentados ou diminuídos os exercícios referentes a cada lista se o professor achar conveniente, até que o objetivo de cada lista seja alcançado. Apesar das listas apresentarem situações e linguagens diversificadas, com ou sem imagens, tem o mesmo potencial, alcançar os objetivos de: - Investigar diferentes estratégias e linguagens utilizadas pelos estudantes na resolução de atividades matemáticas, envolvendo as quatro operações básicas. - Reconhecer o modo como o aluno se expressa na escrita ou na comunicação oral na resolução de atividades matemáticas. - Favorecer a compreensão dos conceitos para solução de atividades matemáticas. Todas a listas apresentam situações diferenciadas. As listas 1 e 2 foram adaptadas do livro Dante, (2010) apresentam atividades com imagens cujo o objetivo é facilitar a compreensão pela visualização, além de despertar o interesse. Nelas os alunos terão que assimilar ideia de quantidade, contagem direta, formação de sequencia envolvendo adição, subtração e multiplicação de valores. Nas listas 3 e 4, (Dante, 2010) encontram-se situações aparentemente simples, mas que requer maior atenção. Contam com um argumento para resolução de esquemas e desenhos, tentativas, estimativas, coerência, além das quatro operações. Essas listas não apresentam imagens, para que o aluno estabeleça relações e estratégias próprias para a visualização e melhor compreensão As listas 5 ,6 e 7 apresentam imagens e situações em que o aluno precisa tomar decisões, fazer escolhas, conjecturas, além de usar a lógica , medidas de tempo envolvendo assunto do dia a dia e cálculo mental. As listas 8 e 9, são atividades investigativas, ou seja, atividades em que o próprio aluno irá registrar suas conclusões, descobertas e regularidades. Nesta fase espera-se conhecer as opiniões dos alunos sobre o conhecimento matemático, o conhecimento construído, as dificuldades na resolução de problemas e na compreensão de conceitos matemáticos. Diante das respostas apresentadas e de posse do questionário, será feito um estudo e levantamento individual do professor, a fim de verificar as formas utilizadas no desenvolvimento das atividades LISTA 1 Atividades adaptadas, DANTE ( 2010). Para prender 5 camisas no varal, Lola usou 6 prendedores. Quantos serão necessários para prender 17 camisas? a) Em busca do tesouro perdido Juca e José estavam xeretando do baú da vovó. De repente, uma grande surpresa: encontraram um mapa todo amarelado pelo tempo. Era um mapa do tesouro e estava cheio de números. Atrás do mapa havia desenhos de dados e estava escrito: “No jogo do dado, uma charada. 1 jogada máxima. Liga com 4 jogadas mínimas. Liga com 5 jogadas médias. Liga com a soma de tudo. Liga com 1 a menos da soma de tudo. Aí está o tesouro perdido.” Vamos ajudar Juca e José a decifrar a charada e encontrar o tesouro? Como você faria para descobrir essa charada? Observação: problemas desse tipo, que incluem mapas de tesouro, charadas, mistérios, etc, envolvem muito os estudantes, sentem-se motivados a resolvê-los, dão oportunidade para que se expresse por meio de desenhos, identifique algumas formas de resolução, crie suas próprias conjecturas. Espera-se que o aluno assimile a ideia de quantidade e a contagem direta, pois nesta primeira lista envolve-se adição, subtração e a multiplicação de valores. Solução – letra a. Espera-se que o aluno faça a relação: 1camisa = 2 prendedores 2 camisas = 3 prendedores 3 camisas = 4 prendedores… e assim sucessivamente. Então para prender 17 camisas precisaremos de 18 prendedores. Observando a sequencia poderão obter a resposta para qualquer quantidade de camisas. Solução – letra b. 1 jogada máxima: 6 Liga com 4 jogadas mínimas: 4 x 1= 4. Então, ligamos o 6 com o 4. 5 jogadas médias: 5 x 3 = 15. Ligamos o 15 com o 25. Um a menos da soma de tudo: 25 – 1 = 24. E o caminho para se chegar até o tesouro – debaixo da árvore, no número 24. E o caminho para chegar até ele já ficou traçado. LISTA 2 a) Trocando fichas Observe as caixas com fichas abaixo. Mude as fichas de caixa de modo que cada caixa continue com três fichas e a soma em cada caixa seja 15. Não esqueça de anotar todas as trocas que fez até conseguir. Fonte: DANTE ( 2010). b) O colar de bolas Na figura abaixo, há uma sequência de bolas pretas e brancas, descubra esta sequência. Quantas bolas estão escondidas? Quantas bolas tem o colar? Quantas bolas pretas tem o colar? O que você observou para completar o colar? Você consegue desenhar o colar todo fora da caixa? Fonte: DANTE ( 2010) O problema item a, trocando fichas é uma espécie de quebra-cabeça, que envolve todas as adições possíveis de 3 parcelas cujo resultado seja 15 e cujas parcelas sejam 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Uma solução possível é a seguinte: 7,3 e 5; 8,6 e 1; 9,4 e 2. Já no item b, o colar de bolas, é um problema que requer muita observação do aluno para descobrir a lei de formação da sequência, ou seja, descobrir como o colar vai sendo formado com bolas brancas e pretas, para isso requer a ideia de quantidade e contagem. Solução: o colar está sendo formado por: 1 bola branca e 1 bola preta; 1 bola branca e 2 bolas pretas; 1 bola branca e 3 bolas pretas; 1 bola branca e 4 bolas pretas. Na sequencia viriam: 1 bola branca ( fora da caixa) e 5 bolas pretas ( escondidas); 1 bola branca e 6 bolas pretas ( escondidas ); 1 bola branca e 7 bolas pretas ( das quais 2 estão fora da caixa). Assim, as bolas escondidas são 18; o número total de bolas do colar são 45 e as bolas pretas são 36. LISTA 3 a) Decifrando uma foto Tirei uma foto de algumas crianças brincando com cachorros. Na foto há 7 cabeças e 22 pernas. Quantas crianças estão na foto? b) A lesma persistente Uma lesma está no fundo de um poço de 6 m de altura. Ela sobe 2m por dia, para um pouquinho e cai 1m. Quantos dias ela levará para chegar ao topo do poço? c) Procurando idades Dona Luisa tem 42 anos. A sua idade, junto com as idades de seus dois filhos gêmeos, é de 66 anos. Qual é a idade de cada um dos seus filhos? *Não se esqueça de descrever o caminho percorrido até a resposta. Na lista 3 encontramos atividades aparentemente simples, mas que exigem maior atenção dos alunos. Contam com um argumento do desenho para esquematizar as situações, buscam soluções e apresentam operações como adição, subtração, multiplicação e divisão. a) Decifrando uma foto: temos, 7 cabeças e 22 pernas. * Cada criança tem 2 pernas; * Cada cachorro tem 4 pernas (patas); Supondo que tanto a criança como o cachorro tivessem 4 pernas. Como temos 7 cabeças, então: 7 x 4 = 28 pernas, o problema diz que temos 22 pernas. Então 28 – 22= 6, aparerecem porque supusemos as crianças com 4 pernas também. Ao aumentarmos 2 pernas em cada criança ( 4 – 2 = 2 ), o número total dicou aumentado de 6. Logo, o número de crianças é 3 ( 6 : 2 = 3 ) e, como são 7 cabeças, temos 4 cachorros ( 7 – 3 = 4 ). Verificando: 3 crianças = 3 x 2 = 6 pernas; 4 cachorros = 4 x 4 = 16 pernas. 6 + 16 = 22 pernas e 3 + 4 = 7 cabeças. Na foto então estão 3 crianças e 4 cachorros. OBS: Esta é uma estratégia, os alunos poderão chegar a resposta através de tentativas e estimativas. b) A lesma persistente – este é um problema que exige um pouco mais de atenção. Ele é simples, mas “pega” muitos alunos apressados. Como a cada dia ela sobe 2 m e desce 1m, nos 4 primeiros dias ela sobe 4 m. No 5ª dia, ela sobe 2 m e já chega ao topo ( 4 + 2 = 6m ). Então, ela levará 5 dias para chegar ao topo. c) Procurando idades – Como os filhos gêmeos têm a mesma idade, então: 42 + 2 x (idade de um filho) = 66 – 42 = 24 ; (idade de um filho) = 24 : 2 = 12 Verificação: 42 + 12 + 12 = 66; logo, a idade de cada filho gêmeo é de 12 anos. LISTA 4 Nesta lista será apresentado outro tipo de situação. Será abordada atividade sem números, fazendo com que o aluno coloque alguns dados na atividade e a resolva. Também será apresentado atividade em que faltam dados, para que o aluno os descubra. a) Numa excursão ao zoológico irão__________ alunos. Cada ônibus pode levar necessários? até __________ alunos. Quantos ônibus serão b) Sandro tinha muitos chaveiros. Guardou-os em 3 caixas, divididos em quantidades igual. Você é capaz de dizer quantos chaveiros Sandro tinha? Como você descobriu isso? Esse tipo de atividade motivará o aluno a ler, compreender e resolver o problema, porque são seus os dados colocados. Saber formular, no caso colocar os números que estão faltando requer do aluno, estímulo, criatividade, coerência com a quantidade. LISTA 5 a) Numa distribuidora de doces, as balas são vendidas em pacotes com estas quantidades. Fonte: TOSATTO; TOSATTO E PERACCHI ( 2011). De quantas maneiras diferentes podemos formar 1 Kg? ( juntando quais pacotes? b) Observe o anúncio: Fonte: BONJORNO; AZENHA E GUSMÃO ( 2011). *Qual é o preço a prazo deste carro? *Qual a diferença de preço entre os pagamentos a prazo e a vista? *Você compraria este carro a vista ou a prazo? Porque? Esta lista consiste em explorar as operações básicas e ao mesmo tempo de questões abertas e individuais, onde cada aluno tome suas decisões para resolver a questão, valendo-se da sua auto confiança e corência. LISTA 6 a) Que número completa o círculo? Como você pensou? b) Como se chama? * O Luís e o João usam camisa xadrez. • O Antônio e o João têm um balão. • O Rui e o Antônio têm cabelo negro. • Como se chama cada um destes meninos? Trata-se de situações em que serão desenvolvidos o pensamento,o raciocínio e a lógica. LISTA 7 a) Descubra qual é a regra da sequência e determine os números que as letras representam. Fonte: VIEIRA,RIBEIRO E PESSOA ( 2012). b) Esta história você deve conhecer.O coelho e a tartaruga resolveram disputar uma corrida. O coelho, confiante de sua velocidade, parou para dar um cochilo durante a prova e acabou pegando no sono. Veja o que aconteceu: Depois de quanto tempo da largada a tartaruga cruzou a linha de chegada? E o coelho, cruzou a linha de chegada, no mínimo, em que horário? O que você acha que aconteceu depois da corrida? Fonte: adaptado de TOSATTO; TOSATTO e PEERACCHI (2011). A atividade a, está propondo que os alunos descubram a sequência, que esta associada a soma do próprio número ou ao dobro, trabalhando portanto com o raciocínio, soma e multiplicação. Já a atividade b, trata-se de medidas de tempo, um assunto do dia a dia do aluno, podendo este fazer os cálculos mentalmente. LISTA 8 a) Plantando árvores Como podemos plantar 10 árvores em 5 filas, cada fila com 4 árvores? b) A camponesa Uma camponesa necessitava de 5 litros de água para fazer uma receita de pães. Utilizando apenas duas jarras de barro sem marcas, uma para 7 litros e outra para 3, como conseguiu trazer da fonte exatamente a quantidade de água que desejava? c) Atravessando o rio Um senhor de 80kg e suas 2 filhas cada uma com 40kg precisam atravessar uma ilha com um barco. Só que há um problema, o barco só suporta 80kg. Como farão para atravessar? Essa lista propõe forma de raciocínio, lógica, criatividade. Pode ser feitos através de tentativas e erros, estimativas, além de desenhos. LISTA 9 a)Exploração com números. Procure descobrir relações entre os números: 0123 4567 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 ... ... ... ... Registre todas as conclusões que for obtendo. Fonte: Investigações na sala de aula. Ponte et al, Autêntica (2003). b)Observe sequencia: * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Qual é a próxima figura da sequencia? Desenhe: E a seguinte? Desenhe: Escreva qual é a sequencia que você descobriu. Há várias maneiras de resolver um mesmo problema. É fundamental explorar isso com o aluno, sua estratégia, seu raciocínio, sobretudo seu jeito de pensar. Com as atividades ( listagem de exercícios) temos o propósito de investigar e valorizar mais a análise dos erros, as estratégias utilizadas, os procedimentos que podem levar à sua solução e a revisão da solução obtida, e não simplesmente a busca pela resposta correta. Diante da realização dessas atividades, o professor fará observações nos moldes da etnografia, ou seja, uma estratégia que envolve não só a observação direta, mas todo um conjunto de técnicas metodológicas ( incluindo se necessário, entrevistas, questionários e consulta a diversos materiais) pressupondo um intenso envolvimento da pesquisadora na situação estudada durante as aulas, verificando como os alunos resolveram as atividades (situações problemas) e como participaram de discussões sobre as estratégias utilizadas e as possíveis contribuições para o processo de ensino aprendizagem. Com certa experiência profissional, nota-se que por não haver valorização das estratégias próprias, muitos alunos apagam as suas contas e procedimentos, deixando para o professor apenas a resposta final. Nessa unidade didática propõem-se situações adequadas para que os conhecimentos matemáticos “aflorem”, desenvolva a capacidade de planejar, elaborar estratégias de compreensão do problema, tentar soluções e avaliar a adequação do raciocínio desenvolvido e os resultados encontrados. Aprender a dar uma resposta correta, que tenha sentido, pode ser convincente, mas não é garantia de apropriação do conhecimento envolvido. Além disso, é necessário desenvolver habilidades que permitam pôr a prova os resultados, testar seus efeitos, comparar diferentes caminhos, para obter a solução. Nessa forma de trabalho, o valor da resposta correta cede lugar ao valor do processo de resolução. Através dele, o aluno aprende a aprender através de seus próprios erros. Dessa forma, e nesse contexto, o erro, ao invés de ser visto puramente como evidência de fracasso, reveste-se também de significado pedagógico positivo, tornando-se um desafio à criatividade, à inteligência, à engenhosidade e, por que não dizer, também a paciência e à perseverança. O erro torna-se, portanto, mais uma oportunidade de aprender. Nesse contexto, que contribuições uma investigação acerca da linguagem matemática e dos erros dos alunos, em sala de aula, pode trazer para o processo de ensino aprendizagem da Matemática? Mesmo sendo a aplicação deste material didático em tempo delimitado, percebemos potencialidades em continuar com a metodologia futuramente em nossa prática diária. 4. REFERÊNCIAS ALRO, Helle; SKOVSMOSE. Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Tradução de Orlando Figueiredo Belo Horizonte: Autêntica editora, 2006. Coleção Tendências em Educação Matemática – 160 p BONJORNO, José Roberto; AZENHA, Regina; GUSMÃO, Tânia. Matemática pode contar comigo. 1. ed. São Paulo: Ftd, 2011. (Hoje é dia de matemática). BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ens. Fundamental – Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. CURY, Helena Noronha. Análise de erros: o que podemos aprender com as respostas dos alunos. 1. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2008. DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de matemática: Teoria e prática. 1. ed. São Paulo: Ática, 2010. 192 p FIORENTINI Dario; LORENZATO, Sergio. Investigação em educação matemática. Percursos teóricos e metodológicos. 3. Ed. Coleção formação de professores. Campinas: Autores Associados Ltda, 2009. MACHADO, Nilson José; CUNHA, Marisa Ortegoza. 2. ed. Lógica e linguagem cotidiana: verdade, coerência, comunicação, argumentação. Belo Horizonte: Autentica, 2008. NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS Carmen Lúcia Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: Tecendo fios do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autentica, 2009. Coleção Tendências em Educação Matemática NUNES, Terezinha; CAMPOS, Tânia Maria Mendonça; MAGINA, Sandra. Educação matemática: números e operações numéricas. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino Fundamental. Versão Preliminar, Julho, 2006. PINTO, Thiago Pedro. Linguagem matemática: um mapeamento de usos na sala de aula. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual Paulista. Rio Claro. Disponível em <www.ghoem.com>. Acesso em: 04 mai 2012, 15:10h SMOLE, KÁTIA C. S.; DINIZ, MARIA I. (Org.) Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Teoria e prática matemática: como dois e dois. 1. ed. São Paulo: Ftd, 2009. de TOMAZ, Vanessa Sena; DAVID, Maria Manuela M. S. Interdisciplinaridade e aprendizagem da matemática em sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Coleção Tendências em Educação Matemática. TOSATTO, Carla Cristina; TOSATTO, Claúdia Miriam; PERACCHI, Edilaine do Pilar F.. Matemática. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2011. (Hoje é dia de matemática). VIANA, Carlos Roberto; CURY, Helena. Ângulos - uma história escolar. Revista Historia da educação matemática. v. 1, nº 1, p. 23-37 Jan/jun- 2001. VIEIRA, Fábio; RIBEIRO, Jackson; PESSÔA, Karina. A escola é nossa matemática. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2012. (Hoje é dia de matemática).