Folclore Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo. Deve-se lembrar que o folclore não é um conhecimento cristalizado, embora se enraíze em tradições que podem ter grande antiguidade, mas transforma-se no contato entre culturas distintas, nas migrações, e através dos meios de comunicação onde se inclui recentemente a internet. Parte do trabalho cultural da UNESCO é orientar as comunidades no sentido de bem administrar sua herança folclórica, sabendo que o progresso e as mudanças que ele provoca podem tanto enriquecer uma cultura como destruí-la para sempre. Características do fato folclórico • Para se determinar se um fato é folclórico, segundo a UNESCO, ele deve apresentar as seguintes características: tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade e aceitação coletiva; • Tradicionalidade, a partir de sua transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, e se constróem sobre esse passado. • Dinamicidade, ou seja, sua feição mutável, ainda que baseada na tradição. • Funcionalidade, existindo uma razão para o fato acontecer e não constituindo um dado isolado, e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo. • Aceitação coletiva: deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico. Um exemplo disso é a literatura de cordel brasileira, geralmente com autoria definida, mas tida como elemento genuino da cultura popular. O Boi-bumbá de Parintins Bloco de maracatu em Olinda Linguagem As principais manifestações do folclore na linguagem popular são as seguintes: • Adivinhações: também chamados de adivinhas. Consistem em perguntas com conteúdo dúbio ou desafiador. – Exemplo: • O que é o que é? – Está no meio do começo, está no começo do meio, estando em ambos assim, está na ponta do fim? – Branquinho, brancão, não tem porta, nem portão? – Uma árvore com doze galhos, cada galho com trinta frutas, cada fruta com vinte e quatro sementes? – Uma casa tem quatro cantos, cada canto tem um gato, cada gato vê três gatos, quantos gatos têm na casa? – Altas varandas, formosas janelas, que abrem e fecham, sem ninguém tocar nelas? • Respostas: – – – – – A letra M Ovo Ano, mês, dia, hora Quatro Olhos • Parlenda: são palavras ordenadas de forma a ritmar, com ou sem rima. • Provérbios: ditos que contém ensinamentos. – "Dinheiro compra pão, mas não compra gratidão." – "A fome é o melhor tempero." – "Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão." – "Pagar e morrer é a última coisa a fazer." • Quadrinhas: estrofes de quatro versos sobre o amor, um desafio ou saudação. • Piadas: Piada ou Anedota é uma história curta de final geralmente surpreendente e engraçado com o objetivo de causar risos ou gargalhadas (ou sensação de) no leitor ou ouvinte. É um tipo específico de humor que, apesar de diversos estilos, possui características que a diferenciam de outras formas de comédia. • Literatura de Cordel: livrinhos escritos em versos, no nordeste brasileiro, e pendurados num barbante (daí a origem de cordel), sobre assuntos que vão desde mitos sertanejos às situações social, política e econômica atuais. • Frases prontas: frases consagradas de poucas palavras com significado direto e claro. • Frases de pára-choque de caminhão: frases humorísticas ou religiosas que caminhoneiros pintam em seus pára-choques. • Trava-Língua: É um pequeno texto, rimado ou não, de pronunciação difícil. Podemos definir os trava línguas como frases folclóricas criadas pelo povo com objetivo lúdico (brincadeira). Apresentam-se como um desafio de pronúncia, ou seja, uma pessoa passa uma frase difícil para um outro indíviduo falar. Estas frases tornam-se difíceis, pois possuem muitas sílabas parecidas (exigem movimentos repetidos da língua) e devem ser faladas rapidamente. Estes trava línguas já fazem parte do folclore brasileiro, porém estão presentes mais nas regiões do interior brasileiro. Usos e costumes • Neste campo inclui-se itens a respeito da alimentação, cultivo, vestuário, comportamento, etc, de um povo de uma região, que tem costumes de ir a vários lugares. Brinquedos e brincadeiras • Os brinquedos são artefatos para serem utilizados sozinho, como a boneca de pano, o papagaio (pipa), estilingue (bodoque), pião , arapuca, pandorga, etc. • As brincadeiras envolvem disputa de algum tipo, seja de grupos ou individual, como o pega-pega, bolinha-de-gude, escondeesconde, resgate, nunca 3, pique bandera, etc. • As brincadeiras se modificam de acordo com sua região, pode ser mudar o nome ou então a forma de brincar. Lendas e mitos mais conhecidos • Boitatá - Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre". • Boto - Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto. • Caipora - uma entidade da mitologia tupiguarani. É representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça. • Chupa-cabra - é, supostamente, um animal desconhecido para a zoologia que mata sistematicamente animais rurais em regiões da América, como Porto Rico, Flórida (Estados Unidos), Nicarágua, Chile, México e Brasil. O nome da criatura deve-se à descoberta de várias cabras mortas em Porto Rico com marcas de dentadas no pescoço e o seu sangue alegadamente drenado. Esta lenda moderna não é autóctone do Brasil e sim uma assimilação de lendas hispânicas divulgadas com fervor até pela mídia norte-americana. • Cuca - um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Diz a lenda que era uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. • Curupira - Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira. • Lobisomem - Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coraçãoseria capaz de matá-lo. • Iara - Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãed'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas. • Mula-sem-cabeça - uma mulher, virgem ou não, que tivesse coito com um padre católico, se transformaria em Mula-sem Cabeça. Outra versão é que, se um padre engravidasse uma mulher e a criança fosse do sexo feminino viraria mula-sem cabeça e se fosse menino seria um lobisomem. • Corpo-seco - É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada. • Pisadeira - É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio. • Mapinguari - Seria uma criatura coberta de um longo pêlo vermelho vivendo na Floresta Amazônica. Segundo povos nativos, quando ele percebe a presença humana, fica de pé e alcança facilmente dois metros de altura. Seus pés seriam virados ao contrário, suas mãos possuiriam longas garras e a criatura evitaria a água, tendo uma pele semelhante a de um jacaré. • Mãe-de-ouro- Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias. • Saci Pererê - O Saci-Pererê é representado por um menino negro, que tem apenas uma perna. Está sempre com seu cachimbo, e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas. A lenda também diz, que o Saci tem o poder de andar dentro de redemoinhos de vento, e folhas secas. Crenças e superstições • Sabença: sabedoria popular utilizada na cura de doenças e solução de problemas pessoais através de benzeduras. • Crendice: crença absurda, também chamada de alusão. • Superstição: explicações de fatos naturais como consequências de acontecimentos sobrenaturais. Fonte: • Wikipédia Organizado por: Profª Rafaela da Silva