Antenas e Propagação Objetivo O texto de Antenas e Propagação, escrito sob a forma de curso, compreende o princípio de funcionamento, projeto e construção prática dos principais tipos de antenas para diversas freqüências com o mínimo de fórmulas. Engloba a teoria da propagação ionosférica, o conceito de antena isotrópica e a descrição das antenas mais utilizadas como as antenas dipolo, verticais plano-terra, antena “J”, antena colinear, antenas de maior ganho como a Delta Loop. O livro inclui projetos práticos para construção de antenas direcionais tipo Yagi para as faixas de radioamador e para a Faixa do Cidadão (PX), projetos de antenas direcionais Yagis para qualquer freqüência até 17 elementos, antena cúbica de quadro, antena Loop para recepção e transmissão em ondas médias (OM). Conheça também as antenas utilizadas na faixa de Radiodifusão em FM e as antenas para Internet sem fio (Wireless) na Faixa de 2,4 GHz, além do estudo das Linhas de Transmissão, da Relação de Ondas Estacionárias – ROE e aprenda como ajustar e testar a sua antena corretamente para o melhor desempenho. Finalmente, é incluído um estudo interessante sobre a Radiação Não Ionizante provocada pelas Torres das operadoras de Telefonia Celular (Serviço Móvel Pessoal) com respectivas medidas de intensidade de campo em diversos locais e a sua respectiva conclusão. Eng. S. Rocha ISBN 978-85-908626-1-1 2 Antenas e Propagação Prefácio da 1° Edição de Antenas e Propagação Agradeço aos amigos e colaboradores o incentivo da 1°Edição deste Curso, que tem como propósito auxiliar a Radioamadores, estudantes e Profissionais de Telecomunicações a compreender os princípios básicos da propagação das ondas radioelétricas, o funcionamento de diferentes tipos de antenas, suas principais características, instalação, ajustes e noções de medidas da Radiação Não Ionizante. Assim, a exemplo dos Cursos anteriores de Transmissão e de Radiointerferência,o texto também é constantemente atualizado e oferecido aos leitores de maneira independente para diminuição dos custos finais de edição e distribuição. Esta publicação é o produto e a experiência de mais de 29 anos em Engenharia de Telecomunicações e este trabalho representa o esforço e trabalho contínuo do Autor. Constitui uma produção independente, através da editoração própria e respectivos direitos em função de facilitar a divulgação de textos técnicos para reduzir os custos finais para os leitores. Todos os Cursos foram elaborados e desenvolvidos pelo Autor sob a luz da Lei de Direitos Autorais Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, relativa à Propriedade Intelectual.O autor não autoriza, de forma nenhuma, a revenda deste Curso, reprodução por qualquer meio ou repasse a terceiros sem a sua autorização expressa. Veja em www.studiumtelecom.com os outros Cursos disponíveis do Autor: Acústica e Sonorização Áudio Valvulado Transmissão Recepção Radiointerferência – Casos e Soluções Iniciação ao Radioamadorismo Tecnologia de Televisão Analógica e Digital Todas as sugestões e comentários desta obra poderão ser enviados para o e-mail: [email protected] Rio de Janeiro, 27 de junho de 2006 Eng. Samuel Rocha 3 Antenas e Propagação ÍNDICE GERAL 1. PROPAGAÇÃO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 2. MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO 2.1 Reflexão e Refração 2.2 Zona de Silencio 2.3 Máxima Freqüência Utilizável - MUF 2.4 Variação Ionosférica 2.5 Teorema da Reciprocidade 3. COMPRIMENTO DE ONDA 4. TIPOS DE ANTENAS 4.1 Antena Isotrópica e Unidades de Ganho 4.2 Antena Dipolo e Monopolo Vertical 4.2.1 Cálculo de Antena Vertical 88-108 MHz 4.3 Antena Dipolo Meia Onda 4.3.1 Cálculo de Antena Dipolo Meia Onda 88-108 MHz 4.3.2 Cálculo de Antena Dipolo Meia Onda 7,1 MHz 4.3.3 Cálculo de Antena Dipolo Meia Onda 27 MHz 4.3.4 Antena Multibanda para as Faixas de Radioamador tipo G5RV–3.5 MHz a 28 MHz 4.4 Antena Dipolo Dobrado 4.5 Antena Colinear Vertical 4.6 Antena Delta Loop 4.6.1 Antena Loop Skywire 4.7 Antena Zepelin ou End-Fed 4.8 Antenas Especiais 4.9 Antena Slim Jim 4.10 Antena vertical “J” 5. ANTENAS DIRETIVAS 5.1 Cálculo de Antena Direcional de 2 Elementos para 6,10, 15, 20 e 40 Metros 5.2 Cálculo de Antena Direcional de 3 Elementos para 6, 10, 11, 15 e 20 Metros 5.3 Antena Direcional de 3 Elementos com Espaçamento curto para 20 Metros 5.3.1 Antena Direcional de 3 Elementos para 27,10 MHz / 11 Metros 5.4 Antena Direcional de 5 Elementos para a Faixa de 88 a 108 MHz 5.5 Cálculo de Antenas Direcionais até 17 Elementos para VHF e UHF 5.6 Métodos para Casamento de Impedâncias no Elemento Irradiante 5.6.1 Construção Prática de Antena YAGI de 6 Elementos para 2 Metros – 144/148 MHz 5.6.2 Construção Prática de Antena YAGI de 11 até 22 Elementos para UHF 430/440 MHz 5.7 Empilhando Antenas Direcionais YAGIS 5.8 Antenas Log-Periódicas 5.9 Interferências e Soluções na Recepção de TV 5.10 Antenas Curtas para 27 MHz 5.11 Antenas de Ondas Médias para Transmissores de Alta potência 4 Antenas e Propagação 5.12 Antena Vertical para Ondas Médias para Recepção ou Transmissores de Baixa Potência 5.13 Antena Loop para Ondas Médias 5.14 Antena Cúbica de Quadro para 27 MHz 5.15 Antenas parabólicas 5.16 Antenas Slot 5.17 Antena Omnidirecional 2.4 GHz com 6 dB de Ganho para Internet Wireless. 5.18 Antena Omnidirecional 2.4 GHz para Internet Wireless. 6. LINHAS DE TRANSMISSÃO 6.1 Baluns 6.2 Como ajustar a relação de Ondas Estacionárias (ROE) de uma antena 6.3 Esquema de um Medidor de ROE para 50 e 75 Ohms 6.4 Esquema do Wattímetro Direcional BIRD 43 6.5 Gráfico Para Cálculo da ROE com a Potência Refletida e a Incidente 7. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ALCANCE DE UMA TRANSMISSÃO 7.1 Escolha do Local de Instalação de uma Antena 7.2 Alcance de uma Transmissão em VHF/UHF 7.3 A Recepção em Ondas Médias e HF 8 RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE (RNI) DAS EMISSÔES DE R.F. EM TORRES DE TELEFONIA CELULAR 8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 Procedimento das Medidas RNI Escolha dos Locais das Medidas das Estações Rádio-Base Tabela de Resultados das Medidas em diversas Operadoras Conclusão Fornos de Micro-Ondas A Sociedade Versus Torres de Transmissão 9. TABELAS E GRAFICOS ÙTEIS 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 Tabelas de Faixas de Freqüência de Radioamadores e Ondas Curtas Freqüências dos Canais do Sistema Doméstico Brasileiro de Satélite utilizadas em Antenas Parabólicas Tabela de Freqüências do Serviço Móvel Celular Diagrama para confecção do Conector em Cabos Coaxiais Gráfico da Atenuação de diferentes Cabos Coaxiais com a Distância Tabela de Freqüências da Faixa do Cidadão – 27 MHz 5 Antenas e Propagação 1. A PROPAGAÇÃO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS Uma antena é um dispositivo que converte em sinal elétrico em uma onda eletromagnética e irradia para o espaço, ou vice-versa. Essa onda de rádio é composta de duas partes ortogonais, uma componente elétrica e outra magnética, sendo a energia distribuída igualmente entre as duas. Considerando uma onda propagando no espaço livre, sem obstáculos nem atmosfera, a propagação dessa onda será em forma de esferas a partir do ponto inicial, com a mesma velocidade da luz, aproximadamente 300 000 km/s. A grandes distâncias desse ponto a onda se tornará plana, assim como as ondas de rádio propagadas em ondas curtas cujo meio consiste na atmosfera terrestre, composta de diversos gases de diferentes densidades ionizados com altura variando de 40 km até 700 km. A ionosfera é influenciada pelo constante bombardeio da atmosfera terrestre pela radiação e chuvas de partículas provenientes do sol e também pelos raios cósmicos. A radiação solar não compreende apenas os raios luminosos que podemos ver, mas também todos os raios componentes do espectro, desde o infravermelho ao ultravioleta, além da chuva de partículas – prótons e elétrons. Estas diferentes formas de irradiação aproximamse da atmosfera terrestre e atingem níveis críticos onde a densidade dos gases é de tal ordem que se tornam susceptíveis de ionização, formando várias camadas ionizadas. Através de sondagens ionosféricas foram identificadas quatro camadas distintas na ionosfera sendo denominadas, em função da sua altura e de suas intensidades de ionização, de camadas D, E, F1 e F2. A altura em relação a terra e a intensidade de ionização destas camadas variam de hora para hora, de dia para dia, de mês para mês, de estação para estação e de ano para ano. A camada D situa-se em alturas entre 50 km a 90 km, a camada E entre alturas de 90 km a 145 km e a camada F entre alturas de 145 km a 380km. Durante o dia a onda ionosférica ou espacial, sofre uma acentuada absorção nas camadas mais baixas, camada D ou na parte inferior da camada E, de forma que este meio de propagação pode ser desprezado. Presume-se que a acentuada absorção observada durante o dia é devida a grande ionização das camadas inferiores combinadas com um leve abaixamento de toda região ionizada, de modo a penetrar em regiões de alta pressão atmosférica. Durante a noite, no entanto, esta absorção é relativamente pequena e a propagação ionosférica deve ser considerada. No período noturno o limite inferior da ionosfera comporta-se como uma parede refletora para a onda ionosférica, ou espacial, fazendo com que a cobertura da emissora aumente consideravelmente em relação à cobertura que ela possui no período diurno.Esta é a razão porque as emissoras em Ondas Médias devem reduzir a potência no período noturno. A onda de rádio também sofre influência da radiação e atividade solar conforme ciclos de 11 anos. Para enlaces de longas distâncias, várias reflexões na ionosfera são necessárias para que o sinal alcance o ponto desejado. Como essas camadas variam de altura e de densidade, o sinal refletido chegará mais forte ou mais fraco, sendo somado ou subtraído, dependendo da fase, e o resultado será o fenômeno de fading, ou desvanecimento 6 Antenas e Propagação no receptor, fenômeno comum em ondas curtas.Esse problema pode ser evitado com o uso de duas ou mais antenas separadas de um comprimento de onda, pelo menos. O desvanecimento também pode ser provocado por múltiplos percursos, quando diversos obstáculos proporcionam a reflexão indesejada do sinal, provocando o fenômeno conhecido por “fantasmas” na recepção de TV, quando diversos sinais são somados e subtraídos devido a percorrerem diferentes distâncias. 2. MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO Quando uma onda eletromagnética abandona uma antena transmissora, ela se propaga em todas as direções. Uma parte do sinal se propaga ao longo da terra e é denominada onda terrestre ou onda de superfície. Outra parte do sinal se propaga através da baixa atmosfera, em uma direção quase paralela à superfície da Terra; esta componente do sinal é denominada onda espacial, ou onda troposférica. Uma outra parte se propaga para cima e para fora, fazendo um ângulo com a superfície terrestre; esta componente é, geralmente, denominada onda ionosférica. Na região acima de 30 MHz, as componentes de onda, terrestre e espacial, se propagam a curtas distâncias, raramente excedendo 40 ou 48 quilômetros devido à curvatura da Terra. Já a componente ionosférica do sinal pode ser propagada a maiores distâncias, tornando possível a comunicação, por ondas curtas, a longas distâncias. À medida que a onda ionosférica abandona a antena transmissora para se dirigir ao espaço, ela irá sei propagando em linha reta até que se choque com uma região de gases eletrizados, que começa a uma altitude em torno de 96 km; esta região é denominada ionosfera. As medidas efetuadas por meio de foguetes e satélites mostram que a ionosfera se estende até 700 km sobre a superfície da Terra. ONDA TERRESTRE A superfície da Terra, a presença dos mares e as diferentes camadas que compõem a atmosfera afetam a propagação das ondas de rádio, que são classificadas em ondas terrestre ou ondas de superfície. 7 Antenas e Propagação ONDA TROPOSFÉRICA Ondas Troposférica ou Espaciais são observadas em freqüências com comprimento de onda menores do que 10 m e distâncias superiores a 1000 km. ONDA IONOSFÉRICA OU CELESTE A propagação é realizada em grandes distâncias por meio de reflexões na ionosfera e com comprimentos de onda maiores do que 10 metros. Para receber um sinal de uma estação em ondas curtas na Europa são necessários mais do que 4 reflexões, por isso o sinal chega atenuado ao receptor. 2.1 REFRAÇÃO E REFLEXÃO A Ionosfera é formada, inicialmente, de radiação ultravioleta vinda do Sol. À medida que esta radiação interage com os gases na atmosfera superior, estes gases, que são constituídos, principalmente, por moléculas neutras, absorvem a energia ultravioleta e, durante este processo, perdem um elétron. Isto deixa elétrons livres e moléculas de gás positivamente carregadas, as quais são denominadas íons; a formação de íons é chamada ionização. A Ionosfera tem a propriedade única de ser capaz de refletir ondas de rádio e devolvê-las à Terra, a distâncias consideráveis do ponto de transmissão. Ao penetrar na Ionosfera, as ondas de rádio cedem sua energia eletromagnética aos elétrons livres da região, e estes, por sua vez, começam a vibrar e a "re-irradiar" esta energia, do mesmo modo que os elétrons, em uma antena transmissora, irradiam energia. À medida que a onda penetra mais profundamente na Ionosfera, ela sofre maior desvio para baixo. Como resultado, este desvio, ou refração, pode, eventualmente, mudar a direção da onda tão radicalmente que ela seja devolvida à Terra, em algum ponto distante; este processo é comumente denominado reflexão. À medida que uma onda eletromagnética se choca com a parte inferior da ionosfera, a velocidade da onda é alterada, de acordo com as densidades iônicas e de elétrons livres desta região rarefeita. Na representação abaixo, altamente simplificada, a parte superior da frente de onda (designada por "I") começa a se acelerar, em relação à parte inferior da frente de onda (designada por "2"). Esta aceleração obriga a frente de onda a se curvar e emergir da parte inferior da camada ionosférica. Embora isto seja, tecnicamente, um processo de refração, esta ação de espelho (em propagação de ondas) é denominada “reflexão”. 8 Antenas e Propagação A Ionosfera não é uma região única; na verdade, ela é constituída por diversas camadas distintas, e as características destas variam, na dependência de vários fatores. Uma das camadas, a camada F, é a de maior importância e a maioria das comunicações mundiais de alta freqüência, a longa distância, é efetuada por meio da reflexão das ondas de rádio nesta região da Ionosfera. A camada F está a cerca de 280 km acima da Terra. Os sinais de rádio que são refletidos pela camada F podem ser devolvidos à Terra, a distâncias da ordem de 300 km do transmissor. No ponto em que o sinal retorna à Terra, ele pode ser refletido pela superfície e retornar, novamente, à Ionosfera, onde o processo de refração é repetido e o sinal é devolvido à Terra uma segunda vez. O processo pode ser repetido muitas vezes e, embora o sinal se enfraqueça em cada "salto", ele pode ser freqüentemente transmitido a pontos remotamente distantes por meio deste método de "saltos" múltiplos de propagação de ondas eletromagnéticas. As condições retratadas no desenho simplificado acima são as encontradas em uma típica manhã de inverno. Uma alta freqüência (tal como 26 MHz) não é refletida de volta à Terra, mas atravessa a parte. parte superior da Ionosfera. Uma baixa freqüência (tal como 4 MHz) é refletida, porém, por causa da densidade Iônica, a maior parte do sinal é absorvida antes que possa emergir da Ionosfera. As freqüências entre 7 e 21 MHz são refletidas sob ângulos diferentes porque, para um dado valor da densidade iônica, as freqüências mais altas necessitam penetrar mais na Ionosfera, antes de serem refletidas de volta à Terra. A maior freqüência que pode ser propagada não depende apenas da densidade Iônica, mas também do ângulo sob o qual a frente de onda de alta freqüência se choca com a Ionosfera. Desde que a superfície terrestre é "curva", pode ser impossível obter este ângulo: como mostrado aqui, o espectro de freqüência de reflexão, utilizável, está entre 7 e 21 MHz. Note-se como a “zona de silêncio" é criada, e como os receptores, na zona de recepção de saltos múltiplos, podem estar aptos a receber os sinais chegados em diversos saltos simples, duplos e triplos, dependendo da freqüência. 2.2 ZONA DE SILÊNCIO Perto da antena transmissora os componentes de onda, terrestre e espacial, são fortemente recebidos. A intensidade do sinal decresce muito ràpidamente à medida que aumenta a distância em relação à antena transmissora e, dentro de relativamente poucos quilômetros, ele está fraco demais para ser recebido. Além dos limites de recepção da onda terrestre e espacial fica uma zona de silêncio, na qual o sinal não pode ser ouvido; esta é chamada 9 Antenas e Propagação zona de silêncio. Em seguida, a uma maior distância ainda, um forte sinal é, subitamente recebido outra vez. Isto acontece onde a componente de onda ionosférica do sinal retorna, pela primeira vez, à Terra, após ser refletida pela Ionosfera. A distância entre a antena transmissora e este ponto é denominada largura de zona de silêncio. As zonas de silêncio, excetuando-se a primeira, raramente ocorrem durante a propagação de saltos múltiplos, visto que a energia eletromagnética é amplamente dispersada, tanto pela Ionosfera quanto pela própria Terra. Quando um sinal de rádio penetra na Ionosfera, ou é refletido de volta à Terra, ou penetra nela e se perde no espaço exterior, ou ainda, está tão fraco que se perde totalmente. O efeito da Ionosfera sobre o sinal depende, principalmente, da freqüência da onda eletromagnética, do ângulo sob o qual esta abandona a antena e do estado da Inosfera, o qual está sujeito a grandes variações. 2.3 MÁXIMA FREQUÊNCIA UTILIZAVEL – MUF Com poucas exceções, a Ionosfera refletirá uma faixa de freqüências, cujo valor depende do grau de ionização da Ionosfera. Freqüências superiores ao valor máximo da faixa penetrarão na Ionosfera e continuarão pelo espaço exterior; freqüências abaixo do mínimo serão absorvidas no interior da Ionosfera. Em um ou outro caso, a comunicação à longa distância, por meio da Ionosfera, não será possível. A freqüência mais alta que a Ionosfera refletirá entre dois pontos é denominada Freqüência Máxima Utilizável ou "MUF", do inglês “Maximum Usable Frequency"; a mais baixa é denominada Freqüência Mínima Utilizável" ou "LUF" “Lowest UsefuI Frequency". A freqüência crítica (fc) para uma determinada camada é a maior freqüência que pode ser devolvida para a Terra pela camada, para um raio de incidência normal. É a maior freqüência que pode ser refletida pela camada para determinado ângulo de incidência da onda eletromagnética. A MUF geralmente não ultrapassa 35 MHz e é dada pela equação: MUF = Freqüência crítica ÷ cos θ , sendo θ o ângulo formado entre a tangente no ponto de reflexão total na ionosfera e a normal ao plano. Na prática a MUF serve para determinar a escolha da freqüência correta para a comunicação em HF em determinado horário do dia. 2.4 VARIAÇÕES IONOSFÉRICAS 10 Antenas e Propagação Como a ionização depende, principalmente, dos efeitos do Sol, mudanças na posição da Terra, em relação ao Sol (devido à sua rotação anual e revolução diária), provocam variações correspondentes na Ionosfera. A intensidade da ionização e, por esta razão, o grau no qual as ondas de rádio são refletidas, varia, consideràvelmente, do dia para a noite, de estação para estação, e geogràficamente. Como a radiação ultravioleta é máxima durante o dia, a ionização é, então, mais intensa, e a faixa de freqüências que a Ionosfera pode refletir é, relativamente, ampla. À noite, na ausência de luz solar, a Ionosfera se enfraquece porque não estão sendo formados novos íons, e aqueles já formados tendem a se recombinar com elétrons livres para tornarem-se, novamente, moléculas neutras de gás. Como resultado, freqüências mais baixas que as usadas durante o dia, devem ser utilizadas durante as horas da noite. Se as altas freqüências, do período diurno, forem usadas à noite, o sinal penetrará nas camadas fracamente ionizadas, noturnas, e não retornarão à Terra. Durante as horas do dia, dos meses de inverno, a freqüência máxima que a Ionosfera pode refletir é geralmente maior que aquela de durante as horas do dia dos meses de verão, porque o Sol está mais próximo da Terra no inverno (o fato do hemisfério norte ser mais frio é devido ao menor ângulo zenital do Sol) e a intensidade da radiação ultravioleta que varre a atmosfera superior é muito maior. Contudo, durante as horas noturnas do inverno, a situação é invertida. Devido às longas noites invernais, há muito mais tempo disponível para que as recombinações se efetuem, dando como resultado que as camadas noturnas da Ionosfera, no inverno, se enfraqueçam consideràvelmente, resultando em muito menores freqüências que durante o período noturno do verão. 2.5 TEOREMA DA RECIPROCIDADE Um dos teoremas básicos da teoria de antenas estabelece o principio básico que todos os parâmetros básicos de uma antena (Ganho, polarização, impedância característica, largura de banda, ROE, etc...) são válidos tanto para a transmissão quanto para recepção. 3. COMPRIMENTO DE ONDA Chamamos de comprimento de onda o espaço pelo período de um ciclo entre 2 máximos da onda: 11 Antenas e Propagação Ao circular corrente por uma antena, são criados no espaço dois campos, um campo magnético e o outro elétrico, perpendiculares entre si. Estes campos propagam-se no espaço e ao encontrarem condutores elétricos, produzem neles, por indução eletromagnética, uma diferença de potencial (ddp) e, desta forma, induzem correntes elétricas nestes mesmos condutores. Uma outra antena, dentro do alcance desse campo elétrico, captará todas as freqüências, porém com maior eficiência as faixas de freqüência para as quais ela é ressonante e na direção correspondente. Desta forma, teremos numa antena diversas diferenças de potencial e correntes criadas, ou melhor, induzidas por diversos campos elétricos, que variam de acordo com as características de cada antena. Embora existam várias correntes e tensões elas não se misturam, isto devido ao fato de que cada uma possui uma freqüência de ressonância e o melhor rendimento será correspondente ao sinal que mais se aproximar a múltiplos ou submúltiplos do comprimento de onda da antena. Quando a antena está em ressonância possuímos a máxima eficiência, com a maior transferência de energia do transmissor, e em conseqüência, com a melhor relação de ondas estacionárias (ROE) ou Taxa de Ondas Estacionárias (TOE). As condições de ressonância podem ocorrer em outros casos. Condição de ressonância: • Um ou mais comprimentos de onda (λ) • ½λ • 1/4 λ Antenas Curtas: • Possuem comprimento físico inferior a 1/10 λ, por exemplo em Ondas médias, onde a própria torre é isolada e utilizada como monopolo vertical. A resistência de radiação é mínima quando a antena está em ressonância. Essa resistência recebe o nome de impedância característica da antena.Uma antena apresenta perdas caso a impedância da linha de alimentação for diferente da impedância da antena na freqüência de trabalho utilizada. A impedância de uma antena é dada em ohms (Ω).As antenas possuem uma largura de banda, ou seja, uma antena projetada para ressonar em uma determinada freqüência irá ter um ganho maior para esta freqüência e para as freqüências próximas a ela. Essa faixa de freqüências é denominada de largura de banda ou banda de operação. Ela depende do diâmetro do condutor e do projeto da antena. Antenas construídas com tubos têm largura de faixa maior do que antenas de fio. Para uso em receptores de TV - VHF (52 a 88 MHz) e (174 a 213 MHz) ou UHF ( canais 14 a 83) - uma antena receptora deve apresentar uma faixa passante larga para cobrir toda a faixa do VHF, sendo comum em instalações prediais coletivas a instalação de mais de uma antena: uma para canais baixos e outra para os altos. 4. TIPOS DE ANTENAS 4.1 ANTENA ISOTRÓPICA E UNIDADES DE GANHO É uma antena imaginária e apenas teórica, com forma de uma esfera suspensa no ar irradiando igualmente em todas as direções. Uma antena vertical irradia ao redor da sua 12 Antenas e Propagação haste vertical, porém, não existe a irradiação nas suas extremidades, a irradiação nas laterais será aumentada de +0,3 dBi. A Antena Isotrópica irradia em todas as direções igualmente Na antena dipolo de meia onda (2 x 1/4 λ) a irradiação será nas laterais que também acumularão a irradiação não gerada nas extremidades passando a ter um ganho de 2,14 dBi. (em relação ao isotrópico). Dipolo com o comprimento L igual a meia onda Para efeito de cálculo utilizamos a unidade de referência em dBi. Para efeito comparativo utiliza-se como referência a antena básica, ou seja: nas antenas direcionais o ganho é dado sobre o dipolo de meia onda = 0 dBd. Se uma antena direcional de 3 elementos tem 8 dBd, significa que ela tem 8 dB de ganho sobre o dipolo. O dipolo de meia onda de 0 dBd tem ganho unitário, isto é, como o dipolo é a própria referência de ganho, o ganho será igual a 1. Para as antenas verticais a referência é a antena de 1/4 λ com 3 ou 4 radiais que fazem o plano terra. Assim, para uma antena de 1 x 5/8 λ, cujo tamanho físico é de 2 x 1/4 λ terá 3 dB de ganho sobre a antena vertical de 1/4 λ .Uma antena de 2 x 5/8 λ terá ganho de 6 dB, já uma antena com 3 x 5/8 λ terá apenas 7 dB sobre a vertical de 1/4 λ . 4.2 MONOPOLO VERTICAL No monopolo vertical de 1/4 λ, o outro elemento é composto de radiais, geralmente 3 a 4, que funcionam como plano artificial, substituindo o plano de terra. Podem variar o ângulo de 30°, 45° ou 90°, sendo o ângulo de 90° indicado para comunicações de curta distância. As antenas verticais recebem e transmitem em todas as direções. Como o ruído provocado por escovas de motores, sistemas de ignição de veículos e rede elétrica têm, geralmente a polarização vertical, esse tipo de antena irá receber mais ruído devido a sua polarização. 13 Antenas e Propagação Essa antena pode operar invertida, caso se deseje concentrar a R.F. em uma área menor, como em um prédio ou shopping. Os radiais devem ser dimensionados para ¼ λ mais 5%. 4.2.1 Exemplo de Cálculo de Antena Vertical Plano Terra para a Faixa de 88 a 108 MHz para Radiodifusão Para um monopolo vertical, conhecido como plano terra (ground plane), utilizamos um tubo central de alumínio, de diâmetro variando de ½” até 1”, dependendo do comprimento. A fabricação do plano de terra compreende 3, 4 ou mais radiais, quanto maior o número deles, melhor o efeito da terra artificial. Esta antena possuí a impedância característica menor do que o dipolo horizontal de meia-onda, sendo o melhor casamento de impedâncias realizado com cabo coaxial de 50 Ohms. Exemplo de antena plano-terra (ground-plane) para a Faixa de 88 a 108 MHz 14 Antenas e Propagação 4.3 ANTENA DIPOLO DE MEIA ONDA A antena dipolo de meia onda é composta de dois elementos de ¼ λ. na vertical ou na horizontal, com o diagrama de irradiação em forma de “8” irradiando o máximo na direção perpendicular à antena. É a antena mais simples de construir e ideal para baixas freqüências, nas faixas de 80 e 40 metros e funciona bem mesmo quando instalada em baixas alturas. A tensão se apresenta máxima nos extremos e é nula em seu centro, quando o valor zero de tensão é coincidente na antena dipolo de meia onda a partir do seu centro para os extremos a tensão aumenta e a corrente diminui, indicando que os extremos da antena são os pontos de tensão máxima e de corrente mínima, enquanto no centro da antena a corrente é máxima e a tensão é mínima. Por este motivo podemos aterrar o ponto central de um dipolo. Dicas práticas para a instalação de Antenas: Antes de instalar a antena, observe onde fica localizado o Norte Geográfico (diferente em poucos graus do Norte Magnético) e oriente o dipolo perpendicular à direção de maior interesse. Nas pontas são utilizados isoladores e cordas com fios de nylon em vez de fios para diminuir o efeito capacitivo e não alterar a sintonia da antena. No centro da antena também é empregado outro isolador de porcelana, acrílico, pexiglass ou, melhor ainda, um isolador de antena blindado contra umidade, tipo Osledi, onde os condutores da antena são ligados à linha de transmissão conectada ao receptor ou transmissor. Em antenas dipolos podemos usar o cabo coaxial de 75 ohms RG-59U ( pequeno diâmetro) para distâncias até 30 metros e potências de R.F. até 430 Watts e empregamos o cabo coaxial RG-11U (baixa perda) para distâncias acima de 30m e potências até 2 kW. Para monopolos verticais utilizamos cabos coaxiais com impedância característica de 50 Ohms. 15 Antenas e Propagação 4.3.1 - Exemplo de Cálculo de Antena Dipolo de Meia Onda para a Faixa de 88 a 108 MHz: Vamos calcular uma antena dipolo para a faixa de FM de 88 a 108 MHz, dimensionada para o centro da faixa, 100 MHz, pois neste caso a largura total da faixa de FM é de 20 MHz: Cálculo do Comprimento de Onda: Utilizaremos a fórmula: λ = v/f Como a velocidade de propagação da onda = 300 000 000 m/s e sendo a freqüência = 100 000 000 Hz, temos que λ = 3 metros. Como o dipolo é de meia onda, o seu comprimento físico será a metade de um λ , ou seja, ½ metro. Levando-se em conta o efeito das pontas, onde existe um acúmulo de cargas na extremidade do fio condutor e efeitos dos isoladores quando a antena é suportada, o valor do comprimento fica reduzido de cerca de 5 %, (este fator depende do diâmetro do condutor), devendo a seguinte fórmula ser empregada: λ/2 ( m ) = 142/f (MHz) onde f é a freqüência central de operação. λ/2 = 1,42 m, e o comprimento de cada lado do dipolo (λ/4) será de aproximadamente 0,71 m para cada lado. Na linha de alimentação poderemos usar um cabo coaxial de 75 Ohms com um balun, que adapta a estrutura balanceada do dipolo com a o cabo que é eletricamente desbalanceado, conforme veremos no capítulo relativo aos Baluns. 4.3.2 - Exemplo de Cálculo de Uma Antena Dipolo de Meia Onda para 7,1 MHz – Faixa de 40 metros: Usando a fórmula acima, onde o comprimento de onda, λ/2 ( m ) = 142/f (MHz), Temos: 142/7,1=20 metros, sendo 10m para cada lado do isolador central, devendo o fio de cobre isolado ou esmaltado, calibre # 2,5 mm² ser utilizado, alimentado por um cabo coaxial de 75 Ohms com menor comprimento possível. 4.3.3 - Exemplo de Cálculo de Uma Antena Dipolo de Meia Onda para 27 MHz Usando a fórmula acima, onde o comprimento de onda, λ/2 ( m ) = 142/f (MHz), observamos o centro da Faixa do Cidadão: 26.965 a 27.605 MHZ (canal 30). Temos: 142/27,285= 5,20 metros, sendo 2.60m para cada lado. 16 Antenas e Propagação Como prender o cabo coaxial em torno do isolador central para evitar entrada de água: Importante: Por motivo de segurança para evitar choques elétricos, instale a antena longe de redes elétricas, em local alto e de preferência, longe de objetos metálicos, levando em consideração que a direção máxima de recepção/transmissão será à perpendicular ao dipolo, devendo ser o mesmo orientado na direção de interesse. O fabricante de antenas Electril recomenda: “As antenas dipolo para 80, 40 e 30 metros são as mais utilizadas. Para as faixas de 20, 17 e 15 metros, antenas direcionais de 3 elementos são aconselháveis.Para as faixas de 12, 11 e 10 metros em operação normal podem ser utilizadas antenas verticais de 5/8 λ com ótimos resultados, antenas direcionais com 5 ou mais elementos com rotor de direção para operação em DX (contatos de longa distância)”.Princípio válido, pois nunca instale uma antena direcional sem o rotor, é pior que uma antena vertical.” 4.3.4 – Antena Multibanda para as Faixas de Radioamador tipo G5RV – 3.5 MHz a 28 MHz Utilizei essa antena por muitos anos com excelentes resultados. Segundo o seu criador, Louis Varney: “A antena G5RV, com o arranjo do seu alimentador especial, é uma multibanda alimentada no centro e capaz de uma operação eficiente em todas as bandas de HF, de 80 a 10 metros. Suas dimensões foram projetadas especialmente para que seja possível instalar em áreas de espaço limitado, mas que possam acomodar um percurso razoavelmente reto de 31 metros”. Uma observação importante: caso não haja espaço suficiente para estender os 31 metros da antena, é possível dobrar as pontas para que caiba no espaço disponível – pode-se dobrar até ¼ da antena sem que haja perda de desempenho perceptível. Segundo seu autor: 17 Antenas e Propagação “Ao contrário das antenas multibandas em geral, a G5RV não foi concebida como uma dipolo de meia onda na sua mais baixa freqüência de operação, mas com uma antena long wire de 2/3 onda em 20 metros, onde a seção casadora em linha aberta com 10 metros de comprimento serve como um transformador de impedância. “ Isto permite que um cabo coaxial de 50 ou 72 ohms veja uma impedância bem casada com uma conseqüente baixa ROE. Entretanto, em todas as outras bandas de HF, a função desta seção casadora é a de acomodar aquela parte da ROE (componentes de corrente e tensão) que, em certas freqüências de operação, não pode ser completamente acomodada pela parte irradiante. O projeto na freqüência central é 14,15 MHz e o comprimento total é de 31 metros”. Como a antena não usa traps (armadilhas ressonantes), a porção do dipolo torna-se eletricamente maior à medida que aumenta a freqüência de operação. Este efeito confere certas vantagens sobre as antenas com traps, ou carregadas linearmente, pois o aumento do comprimento elétrico leva a um menor ângulo de irradiação. Assim, para 20 metros, a maior parte da energia ocorre em ângulos adequados para DX. Ainda que o casamento de impedância para o coaxial de 75 ohms seja bom em 20 metros, e mesmo com o uso de coaxial de 50 ohms resulte em ROE menor que 1,8:1, o uso de um sintonizador de antena é necessário em todas as demais bandas. Teoria de funcionamento: Em 80 metros: Nesta banda, a antena atua como uma meia onda encurtada, com aproximadamente 5 metros do comprimento total feito pela seção casadora. O restante desta seção introduz uma reatância à antena. O diagrama polar de irradiação é essencialmente o mesmo de um dipolo de ½ onda. Em 40 metros: A parte irradiante, mais 4,8 metros constituem uma antena long wire colinear de 1 λ parcialmente dobrada. O diagrama de irradiação é mais agudo que o dipolo devido à sua característica colinear. O casamento de impedância é degradado devido à reatância introduzida pelo comprimento extra da seção casadora. Esta reatância pode ser facilmente compensada por um sintonizador de antena. Em 20 metros: Nesta banda a G5RV realmente brilha, operando como long wire colinear de 3/2 onda, multi-lóbulo, baixo ângulo (em torno de 14 graus) que é bastante efetivo para trabalhar em longa distância (DX). A antena apresenta uma carga de 90 ohms, basicamente sem reatância presente. Em 15 metros: A antena trabalha como uma long wire colinear de 5/2 λ, multi-lóbulo, ângulo baixo, com alta impedância resistiva, sendo uma antena altamente eficiente para contatos em DX. Em 10 metros: Nesta banda, a antena atua como uma long wire colinear de 3 λ. Aqui também a irradiação é do tipo multi-lóbulo, mas com ganho ainda maior devido ao efeito de duas 3/2 λ em fase. A impedância é elevada, com baixa reatância. 18 Antenas e Propagação 4.4 ANTENA DIPOLO DOBRADO Se voltarmos ao gráfico que representa a tensão e a corrente numa antena veremos que o centro da mesma possui tensão nula no nosso exemplo o ponto A, para fixar mecanicamente este dipolo dobrado será este o ponto ideal para aterramento, pois não possuindo tensão, não terá afetado suas características de funcionamento. O dipolo dobrado em tubo na forma circular é utilizado na Faixa de FM devido a suas características omnidirecionais. 4.5 ANTENAS VERTICAIS COLINEARES Geralmente são conjunto de 4 antenas empilhadas para obter um maior ganho do que um monopolo de λ/4, cerca de 6 a 9 dB, e a sua distribuição em torno da torre pode apresentar ganho em uma determinada direção ou em todas, por igual (características omnidirecional). Segue um exemplo de colinear para a faixa de 2 metros 144 a 148 MHz. 19 Antenas e Propagação ANTENA COLINEAR COM 4 ELEMENTOS, GANHO 6 dB, PARA 2 METROS Balun casador: Para a faixa de 2 m, o comprimento do cabo coaxial de 75 ohms é de 1,04 m para as seções A,B,C e D; enquanto as seções E e F devem ser cortadas em 1,62m. O espaçamento entre os dipolos é de 1,5m, e podem ser cortados dipolos de λ/2 em vez de dipolos fechados como na figura. Após a junção de E com F usar cabo de 50 Ohms. 4.6 ANTENA DELTA LOOP É uma das melhores antenas que já utilizei. É de baixo custo e simples de construir. Utiliza um comprimento total de 1 λ e possui maior ganho do que um dipolo de meia onda.Pode ser construída em forma de um triângulo isósceles, alimentada em um vértice. Possui uma impedância em torno de 150 ohms e devemos utilizar um balun casador de 4:1 para utilizar um cabo de 50 ohms. O balun é formado por um cabo de 75 ohms cujo comprimento depende da banda utilizada (vide tabela). A condutividade do solo é importante em 7 MHz, pois sua influência é maior nas freqüências baixas do que nas altas.A altura da antena deve ser de 12 metros no mínimo para melhores resultados. Observe as conexões no isolador central. O comprimento da antena não é crítico mas a proximidade de prédios influenciam no ajuste de ROE desta antena. Esquema da Antena Delta Loop Detalhe do isolador 20 Antenas e Propagação 4.6.2 Antena Loop Skywire É de construção semelhante à antena Delta Loop, mas precisa de 4 suportes para sua instalação: Faixa metros Frequência MHz Comprimento Antena - L Comprimento do Balun - cabo 75 ohms – L1 160 80 40 20 15 10 6 1,9 3,75 7,10 14,20 21,25 28,40 50,20 161,22 81,68 43,10 21,57 14,41 10,78 6,10 26,05 13,20 6,94 3,48 2,33 1,74 0,99 Cálculo do comprimento total da antena – L: L ( em Metros)= 306,324 / frequência (MHz) 4.7 ANTENA ZEPELIN OU END-FED Antena alimentada pelo extremo, onde é necessário um casador de impedâncias para a faixa de operação, pois apresenta uma impedância de até 5000 Ohms no ponto de alimentação da linha de transmissão. Utilizada em aeronaves navios e seu nome deriva da utilização no dirigível Zeppelin. 21 Antenas e Propagação 4.8 ANTENAS ESPECIAIS Antena Bi-cônica,possui uma larga faixa de freqüências comparado com o dipolo de meia onda. Outros tipos: Antena rômbica,micro-fita, guia de onda aberto para freqüências acima de 10 GHz. 4.8 Antena Vertical Slim Jim para 2 metros (J Integrated Matching = JIM) Esta antena omnidirecional usa um acoplador do tipo da antena J. Apresenta um ganho de 6 dB sobre a de 5/8 λ e ângulo de irradiação muito baixo de 150° contra 300° da antena vertical de 5/8 λ. Nenhuma parte dessa antena é aterrada. As dimensões apresentadas são para a faixa de 2 metros. 4.10 ANTENA VERTICAL “J” 22 Antenas e Propagação Antena J fabricada por WB8ERJ, com tubo de cobre Ponto de alimentação 75mm da base A seção de cabo coaxial de 1,70m é enrolada em voltas para assegurar proteção contra descargas atmosféricas. Como construir a antena “J” para a Faixa de 2 metros: Corte o tubo de 20 mm em 2 seções: 1,50 m e 0,50 m; da mesma maneira corte o tubo de 16mm em 0,60 m e 0,20 m; junte os tubos da seguinte maneira: 20mm/1,50m + 16mm/0,60m e 20mm/0,50m + 16mm/0,20 m de forma a obter 2 mastros: 1,80m e 0,53m. 23 Antenas e Propagação Próximo passo: fure a base do mastro mais curto e atravesse a base com um parafuso de 6mm; faça o mesmo a 0,53m da base do mastro maior; mantendo o espaçamento entre os mastros de 29 mm. Monte o conector SO239 usando uma chapa de cobre ou zinco no mastro de 1,80 m, acima alguns centímetros do parafuso de 6mm. Ponto de alimentação do cabo coaxial: A malha do cabo é conectada ao mastro mais comprido de 1,80 m e a parte central do cabo ao mastro mais curto. Faça 2 furos espaçados de 50 mm e com diâmetro de 20 mm no tubo de PVC de 32 mm passando através dos mastros, esse espaçador isolado deve ficar a 0,30m do conector SO239. A base do mastro maior pode ficar com qualquer tamanho abaixo do parafuso de 6 mm pois será usado como suporte da antena. Quanto maior o diâmetro do tubo, maior será a faixa de freqüências de operação da antena. Na antena da foto foi obtida a ROE de 1:1 em toda a faixa de 2 metros. Para a sintonia manter o comprimento do mastro de 1,80m fixo, e ajustar o comprimento do outro.Após a sintonia, vedar a caixa contra água e umidade com silicone. 5. ANTENAS DIRETIVAS Torre da TV Globo No Sumaré/RJ Diagrama de Radiação de uma Antena Direcional Torre com Antenas de Transmissores de TV Características das antenas quanto à Polarização: - Vertical, Horizontal ou Circular,combinação das duas primeiras, à direita ou à esquerda. Características das antenas quanto à Diretividade: - As antenas Direcionais possuem o diagrama de radiação maior em determinada direção, como, por exemplo, as antenas YAGI e parabólica. 24 Antenas e Propagação Diagrama de uma antena direcional mostrando a maior intensidade de campo na direção 0° (Direção de Maior ganho) - A relação frente-costa é a diferença entre o Ganho para a frente e o ganho da antena para trás em dB. Ângulo de Irradiação => Direção em que o lóbulo da antena é maior. Ângulo de meia potência => Abertura do lóbulo de Irradiação para pontos de meia potência (-3dB). - As Antenas Omnidirecionais são antenas que transmitem e recebem em todas as direções (monopolo vertical, por exemplo). Possuem o ganho menor do que antenas direcionais. O eixo Z representa a antena em polarização vertical. Os diagramas em azul representam a radiação da antena visto em corte em azimute e em elevação. Este tipo de antena acima cujo diagrama de irradiação é uniforme em todas as direções recebe o nome de antena isotrópica ou não direcional. 5.1 Estudo das Antenas YAGI 25 Antenas e Propagação Essa interessante patente foi feita em 06/03/1931 pela Rádio Áustria de uma antena direcional, onde uma série de dipolos mostrados em A, espaçados λ/2 e posicionadas na horizontal em relativa baixa altura, conectados por linhas de alimentação L e L1. As antenas YAGI-UDA são assim denominadas em homenagem aos engenheiros japoneses Hidetsugu YAGI e Shintaro UDA que a projetaram em 1926. Apesar do invento ser atribuído a UDA, com a colaboração de Yagi, este último publicou um artigo em inglês com o invento em 1928 e a antena passou a ser conhecida apenas com o seu nome. Foi utilizada em aplicações de radar na 2°Guerra Mundial. A antena YAGI mostrada acima possuí uma característica direcional, com uma relação de sinal maior para frente do que para trás, essa relação entre os ganhos em dB é chamado de relação frente-costa. Os diagramas de irradiação servem para verificar o quanto a antena é direcional em determinada direção. Quanto mais afastada da antena estiver a “curva”, maior será o ganho naquela direção. Sendo assim, podemos perceber que no último diagrama a direção correspondente ao ponto. O elemento da antena cuja linha de alimentação é conectado recebe o nome de irradiante. O refletor pode ser formado por um tubo ou um conjunto de vários tubos ou ainda, uma tela para melhorar a eficiência. Como exemplo, mostramos abaixo uma antena YAGI com 6 elementos: refletor, irradiante e os 4 elementos menores, chamados diretores. REFLETOR IRRADIANTE DIRETORES Fotos de duas Antenas Direcionais YAGI, polarizadas verticalmente, alimentadas com Cabo Coaxial de 50 Ohms 26 Antenas e Propagação O irradiante é o segundo maior elemento, denominado dipolo, o elemento diretor tem por função direcionar ou aumentar mais o ganho da antena, ou seja, estreitar mais ainda o diagrama de radiação. Uma antena pode ter um, dois, ou mais diretores. Para aumentar a diretividade (ganho) da antena devemos colocar diretores e um Existem antenas direcionais Yagi, como as refletor (maior elemento). representadas acima, de 2, 3, 4 , 5 ou mais A colocação dos elementos parasitas (que elementos. não têm alimentação da linha de A frente de uma antena Yagi sempre é o lado transmissão) como os diretores e o refletor geralmente diminui a impedância do dipolo. que possui o elemento menor (diretor). Detalhe da fixação mecânica com braçadeiras O único elemento que tem ligação com a dos elementos na gôndola (boom) da antena linha de transmissão de descida é o direcional irradiante ou dipolo, que deverá ser alimentado com uma linha de transmissão de 50 ohms. Para melhor casamento de impedâncias entre o cabo e o dipolo podemos utilizar um acoplador do tipo gama ou T match, conforme veremos mais adiante. 5.1 Cálculo para Antenas Direcionais de 2 Elementos Antena Direcional de 2 Elementos para 6 ou 10 Metros Antena Direcional de 2 Elementos para 11,15 ou 20 Metros Ganho= 4,8 dB Relação Frente-Costas=12 dB Ganho= 5.3 dB Relação Frente-Costas=12 dB Dipolo (m) =143,6/freq(MHz) Diretor (m) = 132,6/freq(MHz) Dipolo (m) = 144,8 /freq(MHz) Diretor (m) = 136,5/freq(MHz) Espaçamento entre elementos =36,6/freq(MHz) Espaçamento entre elementos = 36,6 /freq(MHz) 27 Antenas e Propagação Diâmetro dos Tubos Telescopados 40 metros = 2 polegadas 10 metros= 1 ½ polegada 6 metros = 1 polegada 5.2 Diâmetro dos Tubos Telescopados 20 metros= 1 ½ polegada 15 metros = 1 polegada 11 metros = 1 polegada Cálculo para Antenas Direcionais de 3 Elementos Antena Direcional de 3 Elementos para 11,15 ou 20 Metros Antena Direcional de 3 Elementos para 6 ou 10 Metros Ganho= 8,0 a 8,5 dB Relação Frente-Costas=25 dB Ganho= 7,5 a 8,0 dB Relação Frente-Costas=20 dB Dimensionamento Dipolo (m) =144,2/freq(MHz) Diretor (m) = 135,6/freq(MHz) Refletor (m) = 152,7/freq(MHz) Dimensionamento Dipolo (m) = 144,8 /freq(MHz) Diretor (m) = 132,9/freq(MHz) Refletor (m) = 153,9/freq(MHz) Espaçamento entre elementos =42,7/freq(MHz) Espaçamento entre elementos = 56,4 /freq(MHz) Diâmetro dos Tubos Telescopados 20 metros= 1 ½ polegada 15 metros = 1 polegada 11 metros = 1 polegada Diâmetro dos Tubos Telescopados 10 metros = 1 ½ polegada 11 metros = 1 polegada 5.3 Antena Direcional de 3 Elementos com Espaçamento curto para 20 Metros Uma antena monobanda para a faixa de 20 metros possuí dimensões entre elementos de 3,17m (0,15 λ) e 3,59m (0,17 λ), mas podemos encurtar um pouco a estrutura da gôndola, sacrificando o ganho em função da menor dimensão, obtendo para a freqüência central de 14,20 MHz as seguintes dimensões: 28 Antenas e Propagação Os tubos de alumínio empregados são de 1” no centro, 7/8” e ¾” telescopados e com braçadeiras para permitir ajuste fino da freqüência de ressonância e da mínima ROE. Geralmente são vendidos em peças de 6 metros. Operei com esta antena durante muitos anos com excelentes resultados. O acoplamento com o cabo coaxial de 50 ohms pode ser feito com T ou Gama Match. 5.3.1 Antena Direcional de 3 Elementos para 27 MHz / 11 Metros A gôndola que suporta os 3 elementos pode ser fabricada com um tubo de ferro ou cantoneiras de alumínio em “L” de 1 ¼” x 1/16” e ¾” x 1/8”, formando uma escada, o comprimento total da gôndola será de 4,5m. Os elementos são todos aterrados no centro, com maior proteção contra descargas atmosféricas. Usei esta antena muitos anos com ótimos resultados utilizando um acoplador Gama match composto de um capacitor de 100 pF em série com o tubo de alumínio, veja capítulo 5.6 para a descrição do mesmo. O capacitor deverá ser protegido em uma caixa plástica contra chuva. Na época, a faixa de 11 metros possuía somente 23 canais, para sintonizar em 27,30 MHz, o centro da faixa atualmente, as dimensões deverão ser ligeiramente reduzidas e ajustada para o melhor rendimento com o auxílio de um medidor de ROE. 5.4 Antena Direcional de 5 Elementos para a Faixa de 88 a 108 MHz 29 Antenas e Propagação 5.5 Cálculo de Antenas Direcionais até 17 Elementos para VHF e UHF em função do comprimento de onda (λ) COMPRIMENTO DA YAGI em (λ) COMPRIMENTO DO REFLETOR em (λ) COMPRIMENTO DO DIRETORES (λ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 2,2 0,482 xxx 0,432 0,415 0,407 0,398 0,39 0,39 0,39 0,39 0,398 0,407 xxx xxx xxx xxx xxx 3,2 0,482 xxx 0,428 0,42 0,407 0,398 0,394 0,39 0,386 0,386 0,386 0,386 0,386 0,386 0,386 0,386 0,386 ESPAÇAMENTO ENTRE DIRETORES E ENTRE REFLETOR E IRRADIANTE (λ) GANHO EM RELAÇÃO AO DIPOLO (dBd) 0,2 0,2 12,25 13,4 A segunda coluna representa a opção do projeto com ganho maior e maior tamanho físico da gôndola (boom) da Yagi. Após o cálculo do comprimento de onda (λ), multiplique pelo fator para encontrar o comprimento do elemento da antena desejado. 5.6 Métodos para Casamento de Impedâncias no Elemento Irradiante No dipolo irradiante utilizamos uma estrutura dupla denominada T-Match (dois lados do dipolo) ou o simples Gama-Match (somente um lado do dipolo) para adaptar a baixa impedância da antena direcional, em torno de 20 a 25 ohms com um cabo de 50 Ohms. A menor ROE é obtida através do ajuste de um capacitor variável em série com um tubo paralelo ao dipolo. Duplo no caso do T-Match e apenas de um lado como no Gama-Match. 30 Antenas e Propagação Nas antenas com Casador Tipo Gamma Match, ajustar o comprimento do stub e depois do capacitor em série, caso usado, para o mínimo de ROE na freqüência central de operação 5.6.1 MHz Construção Prática de Antena YAGI de 6 Elementos para 2 Metros -144-148 Em 1977 esta direcional foi construída e testada por mim otimizando ganho e largura de banda. Para os ajustes, foi utilizado um equipamento da Scientific Atlanta que possui uma antena padrão fixa enquanto em outra torre a antena sob teste gira em 360° para obter o diagrama de radiação. O comprimento total da gôndola de alumínio de seção quadrada de 2” é de 2,27 m, enquanto os tubos utilizados para o irradiante e gama match são de 12,5mm e os demais são tubos de alumínio de 15mm de diâmetro com as dimensões representadas acima. Os tubos recebem pontas de borracha nas extremidades para evitar a 31 Antenas e Propagação entrada de água. Utilizar parafusos de aço inox para evitar oxidação.Regular o comprimento do gama match e depois o capacitor variável em série para o mínimo de ROE. 5.6.2 Construção Prática de Antena YAGI de 11 até 22 Elementos para UHF – 432 MHz Incluo outra antena Yagi, de fácil fabricação e baixo custo que proporciona excelentes resultados na faixa de UHF. Pode ser fabricada com até 22 elementos, conforme tabela com respectivas dimensões. O projeto apresentado a seguir configura uma versão menor de 10 elementos com elementos passando através da gôndola (não isolados). Utilizar como sustentação dos elementos uma gôndola de alumínio de perfil quadrado de seção de 1 polegada com o comprimento de 1,5 m para 10 elementos. Os tubos para refletor, irradiante e diretores são de ½”. O balun é confeccionado com uma seção de 22,7 cm de cabo coaxial, enquanto o T Match usa um fio de cobre de 2,5 mm² (antigo fio #12 AWG) nas dimensões do esquema. - Cálculo do balun: λ/2 x 0,654 ( fator velocidade do cabo ) = 0,694/2 x 0,654 = 22,7 cm Tabela de Dimensionamento dos Elementos da Yagi para UHF 32 Antenas e Propagação Elemento Refletor Irradiante Diretor 1 Diretor 2 Diretor 3 Diretor 4 Diretor 5 Diretor 6 Diretor 7 Diretor 8 Diretor 9 Diretor 10 Diretor 11 Diretor 12 Diretor 13 Diretor 14 Diretor 15 Diretor 16 Diretor 17 Diretor 18 Diretor 19 Diretor 20 5.7 Distância do Elemento em mm com referência ao início do lado direita da gôndola ( linha “0”) 30 134 176 254 362 496 652 828 1020 1226 1444 1672 1909 2152 2403 2659 2920 3184 3452 3723 3997 4272 Comprimento do Elemento (mm) 346 340 321 311 305 301 297 295 293 291 289 288 286 285 284 283 281 280 279 278 277 276 Empilhando Antenas YAGIS e COLINEARES Para aumentar ganho e diretividade, podemos empilhar horizontal ou verticalmente as Yagis, desde que sejam idênticas e acopladas em fase com o cabo de alimentação. Para duas antenas YAGIS podemos espaçar em 1/2 λ e para antenas quadra cúbica em 5/8 λ para mínima interação. Casador de Impedância: Lembrando que uma seção de λ/4 x o fator de velocidade do cabo coaxial (0.66) produz uma transformador de 1:1 e uma seção de λ/2 x o fator de velocidade do cabo coaxial (0.66) produz uma transformador de 1:2 de impedância. Assim ao ligar em paralelo duas antenas colineares ou Yagis, temos a que a impedância resultante será a metade com seções múltiplas de λ/4 e depois teremos que adicionar um transformador composto de uma seção múltiplo de λ/2 para retornar à impedância de uma antena. Levar em consideração a dimensão do conector para esse cálculo do comprimento físico do cabo coaxial. 33 Antenas e Propagação Caso sejam instaladas no mesmo mastro duas antenas de freqüências diferentes, a menor deverá ficar acima da antena maior. 5.8 ANTENAS LOG-PERÍODICAS São antenas de banda larga. O comprimento físico dos elementos e dos espaçamentos é escolhido de maneira que o padrão de radiação bi-direcional, impedância e outros fatores são repetidos para diversas freqüências. A largura de faixa é aproximadamente a relação entre o comprimento do elemento do dipolo maior para o menor. A log-periódica possuí a característica principal do ganho menor do que a Yagi, porém uniforme em uma larga faixa de freqüências, por isso é amplamente empregada na recepção de TV – canais baixos de 2 a 6 (VHF); canais altos de 7 a 13 (UHF) ou nos canais de 14 a 83 (UHF). Uma antena logperiódica da marca Plasmatic, modelo Senior para TV com 8 elementos para os canais altos e 8 para os baixos possui um ganho estimado de 4,5 dB em 54-108 MHz e 9,0 dB na faixa alta de 175 a 216 MHz. A tabela seguinte relaciona os canais e as respectivas faixas de freqüências: CANAIS 2 3 4 5 6 7 FAIXA DE FREQUÊNCIA 54-60 60-66 66-72 76-82 82-88 174-180 CANAIS 8 9 10 11 12 13 FAIXA DE FREQUÊNCIA 180-186 186-192 192-196 198-204 204-210 210-216 Nos cálculos do comprimento físico dos elementos utilizar a freqüência central da faixa. As antenas abaixo são projetadas para a faixa de HF, de 10 a 30 MHz. 34 Antenas e Propagação Para o complexo projeto dessas antenas foi utilizado Software específico denominado NEC-WIRES / NEC-2 projetado pelo radioamador K6STI e Nec-Win Plus+, um produto para Windows da Nittany Scientific. Atenção para a linha de transmissão que interliga os elementos devido ao seu projeto ser crítico. Numa antena log-periódica, o ângulo entre o eixo e os irradiadores, influi na diretividade da mesma. Antena Log –Periódica no Sumaré – R.J. 5.9 Antenas Parabólicas na Faixa de SHF da Estação da EMBRATEL no Sumaré/R.J. INTERFERÊNCIAS E SOLUÇÕES NA RECEPÇÂO DE TV Quando o sinal chega no receptor de TV fortemente atenuado devido à distância entre o transmissor e o receptor não devemos empregar amplificadores de banda larga do tipo booster, pois estes amplificam o ruído além do sinal fraco. São susceptíveis a intermodulação e facilmente recebem sinais de outras freqüências, como de estações de radioamadores e pioram a recepção. Devemos optar sempre pelas antenas de maior ganho e sempre utilizar cabo coaxial em vez de linha aberta para evitar sinais interferentes. Evitar passar a antena pelo videocassete ou gravador de DVD, pois atenuam o sinal da metade (3 dB) devido a chave comutadora de antena a diodo existente no videocassete ou DVD. Para dividir o sinal para 2 ou 3 receptores, devemos empregar divisores blindados de qualidade. Assim temos uma perda teórica de 3 dB para um divisor de 2 saídas; 4,8 dB para 3 saídas e 35 Antenas e Propagação 6 dB para 4 saídas. ( na prática a atenuação é um pouco maior, da ordem de 3,5dB; 5,5 dB e 7 dB respectivamente). Para melhorar a recepção em FM em um sintonizador ou sistema de som na falta de uma antena para 88-108 MHz podemos substituir a antena interna pela antena de TV, adaptando com um casador de impedâncias de 75 para 300 ohms. No caso da transmissão digital de TV, uma simples antena garante uma excelente recepção, sem os tradicionais problemas encontrados na TV analógica como fantasmas e reflexões do sinal. 5.10 ANTENAS CURTAS PARA 27 MHz As antenas móveis encurtadas utilizam bobinas de carga e são construídas com fio enrolado sobre uma forma isolante, de forma que essa indutância compensa o menor comprimento físico. O diâmetro desta forma, a bitola do fio e a separação das espiras determinam quanto a antena será encurtada. Para efeito de cálculo de rendimento de uma antena encurtada usase o seguinte principio: a perda de uma antena encurtada será proporcional ao quadrado do seu encurtamento. As antenas móveis utilizam bobinas de carga, encurtando as antenas até 5 vezes o seu comprimento físico com menor rendimento. Neste caso, o segundo lado da antena, o plano-terra, é substituído pelo veículo e como está isolado pelos pneus, atua como uma parte da antena aumentando o seu rendimento em determinada direção.O local de instalação de uma antena numa viatura é crítico devido a irregularidade do plano terra, isto é, o local ideal é o centro do carro e para cada ponto escolhido o comprimento físico da antena irá variar. A seguir é dado, a título de exemplo, o esquema básico de construção de uma antena muito fabricada nos anos 70, na época da febre da Faixa do Cidadão. A antena de maior ganho era o monopolo de ¼ λ, denominado de “Maria-Mole”, devido ao balanço da vareta de aço inox com mais de 2,70m. Utilizar forma isolante de PVC ou celeron, com diâmetro de 5/8”, cerca de 16 mm, nas extremidades utilizar o conector coaxial macho PL-259 (UHF) 5.11 Antenas de Ondas Médias para Transmissores de Alta Potência Devido ao grande comprimento de onda os monopolos são antenas eletricamente curtas. As fotos seguintes mostram uma antena com os 120 radiais distribuídos de 3° em 3°, com comprimento de ¼ λ +5%, enterrados e operando na freqüência de 1350 kHz. 36 Antenas e Propagação Base da Antena Isolada Torre com Estais Construção com caixa de sintonia 5.12 Antena Vertical para Ondas Médias (OM) para Recepção ou Transmissores de Baixa Potência A bobina para OM possui 145 espiras de fio esmaltado #20 AWG, espaçamento cerrado em forma de PVC, diâmetro de 3,5”, aproximadamente 90 mm,fornecendo uma indutância de 3,5 mH, a antena é um tubo de alumínio vertical com comprimento de 2,40m. O RX ou Tx deverá ser acoplado a 3 a 4 espiras do terra, enquanto as derivações são feitas de 10 em 10 espiras, para melhor acoplamento. Fonte: Jon Smick's info-packed messages on the Community Radio USA O FCC permite transmissores na Faixa de OM, pois estabelece limite máximo de 100 mW: § 15.219: Operation in the band 510-1705 kHz. (a) The total input power to the final radio frequency stage (exclusive of filament or heater power) shall not exceed 100 milliwatts. 5.13 Antena Loop para Ondas Médias (OM) Uma antena tipo Loop consiste em uma ou mais espiras de um condutor, geralmente sintonizado e ressonante através de um capacitor conectado nos terminais da antena. A antena abaixo é fabricada com cabo coaxial de 50 Ohms, RG-8U e utiliza um capacitor variável de recepção para sintonia na faixa de Ondas Médias. A estrutura de suporte pode ser construída com tubos de PVC. Observar a abertura de 3 cm na malha do cabo coaxial. 37 Antenas e Propagação 5.14 Antena Cúbica de Quadro para Faixa do Cidadão -27 MHz Uma antena de Quadro possui em cada lado um comprimento físico equivalente a uma antena de λ/4, no total de l λ, com isso, uma antena de 2 quadros possui um ganho maior do que uma antena Yagi de 2 elementos, sendo equivalente a uma Yagi de 3 elementos. A antena descrita a seguir foi construída e usada com sucesso por muitos anos na década de 70 por Cesar Castelo. A construção é simples e barata, pois utiliza varas de bambu envernizados e tratados contra intempéries e tubos de PVC ou madeira nas funções dos quadros. Dimensionamento da antena: -Cálculo do comprimento de Onda: λ = 300/27,125 = 11,06m -Cálculo do Espaçamento = 0,15 x 11,06 = 1,64m -Lado do Quadro irradiante: 2,75m (λ/4 = 2,76m) -Lado do Quadro refletor: 2,80m (1,8% maior que o comprimento do quadro irradiante) -Utilizar fio de cobre #14 ou #12 AWG ( 2,5 mm²) 38 Antenas e Propagação -Ajustes: Utilizar “stub” com comprimento variável de 0,40m no refletor para a melhor relação frente-costa utilizando-se um medidor de intensidade de campo ou receptor com medidor distante da antena. -“Stub” de 30cm no quadro irradiante para o ajuste de mínima ROE da antena. -Distância dos isoladores utilizados no refletor e irradiante de 5 cm. -Distância entre os quadros = 1,64 m (0,15λ) -Casamento de impedâncias: Utilizar cabo coaxial de 75 Ω, com balun de 1,83m (λ/4 x 0,66 = 2,75x0,66 =1,83m) distante de 2,5cm do cabo de descida, proteger contra umidade. -Utilizar múltiplos de λ/2xVF (fator de velocidade do cabo) na descida, isto é, em múltiplos de 1,83m. Balun no quadro Irradiante com 1,83m de comprimento, distante 2 cm do cabo Para freqüências mais baixas, como 20 metros devemos ter cuidados com a rigidez mecânica do conjunto. È possível montar antenas multibandas para as faixas de 10, 15 e 20 metros, porém uma antena irá interagir na sintonia da outra. Para VHF e UHF os quadros tornam-se menores, com a vantagem de se utilizar um numero maior de elementos.Veja como alimentar a antena de forma a obter a polarização desejada na figura abaixo: 39 Antenas e Propagação Solde perpendicularmente 4 tubos com seção quadrada de 30 a 35 cm para inserir os tubos de fibra ou bambu e aparafuse esse conjunto à gôndola. N° de Elementos da Quadra Cúbica Ganho sobre o Dipolo (dB) Relação FrenteCostas (dB) 2 5 12 3 10 15 4 12 25 5 12.1 30 6 12.2 30 7 12.3 32 8 12.4 32 Observações Somente com o refletor Tabela de Número de Elementos versus Ganho e Relação Frente-costas para Quadra Cúbica 5.15 ANTENAS PARABÓLICAS Para o estabelecimento de enlaces ponto a ponto em aplicações de repetição de sinais ou até mesmo retransmissão de sinais, a exigência de antenas com elevado ganho nas faixas de UHF e Microondas tornam as antenas parabólicas a solução mais indicada. Ao instalar uma parabólica, observe os ângulos de azimute e elevação que são críticos devido a grande distância de apontamento para o satélite. 40 Antenas e Propagação Em aplicações de Radiodifusão, as parabólicas mais utilizadas recaem na categoria de antenas tipo “focal point” onde o alimentador ou “feeder” está situado geometricamente no ponto focal da parábola configurada pelo refletor. A foto anterior ilustra uma antena parabólica deste tipo, onde o refletor é do tipo sólido. Em UHF, dado o maior comprimento de onda e dimensão do refletor parabólico, utilizam-se telas ou grades como superfície refletora. Uma Antena parabólica foi utilizada na chegada do homem à Lua em 20 de julho de 1969 A vantagem do refletor parabólico é aumentar o ganho, isto é, a energia radiada da antena proveniente do satélite. Quanto maior o refletor, maior a quantidade de energia captada. Mas não basta captar essa energia, é preciso enviá-la ao receptor da forma mais eficiente possível, concentrando toda a radiação que incide na antena num só ponto. Como os satélites estão muito distantes, o que, para a óptica, significa estar no infinito, utilizam-se refletores parabólicos, que são estigmáticos para pontos localizados no infinito. Dessa forma, toda a radiação converge para o foco do refletor. Uma propriedade importante acentua a vantagem do refletor parabólico. Ao contrário da esfera, cuja forma é única, existem parabolóides mais abertos ou fechados, o que torna possível projetar antenas com foco na posição tecnicamente mais propícia utilizando até mesmo focos secundários, como nas antenas parabólicas menores ( utilizadas pela Sky, Direct TV). 5.16 ANTENAS SLOT As Antenas Slot apresentam soluções versáteis e econômicas para transmissão de sinais de TV nas faixas de VHF (canais 7 até 13) e UHF dentro de uma gama de níveis de potência, possuem ganhos e diagramas possíveis sem similares dentre os demais tipos de antenas estudados, o que as tornam quase que uma categoria de antenas que se enquadram como solução universal para a maior parte das situações (ganho: 4 a 21 dBd). Antenas Slot são constituídas basicamente por uma cavidade de RF com geometria e dimensões adequadas à ressonância e conformação de diagramas de radiação especificados, a alimentação da cavidade é, via de regra, desbalanceada e o acoplamento de energia entre a linha de transmissão e as fendas (aberturas da cavidade) se dá por elementos de acoplamento externamente à cavidade são ainda incorporados elementos parasitas para conformação dos diagramas de radiação especificados. 41 Antenas e Propagação 5.17 ANTENA OMNIDIRECIONAL PARA A FAIXA DE 2.4 GHz COM GANHO DE 6 dB para Internet Wireless. Para obter o ganho de 6 dB são empregados 8 setores. Iniciamos o cálculo dessa antena para o meio da faixa de 2.4 GHz, na freqüência de 2.441GHz.Como usaremos o cabo coaxial RGU-213, o fator de velocidade será de 0.66. Cálculo do Comprimento de Onda λ = 300x0.66 /2.441 = 81,1 mm λ /2 = 40.5 mm O trecho da antena de λ/4 não é preenchido pelo dielétrico do cabo coaxial, logo não multiplicamos pelo fator de velocidade de 0.66: λ /4 = 122,90/4 = 30.7 mm O comprimento total da antena será de 355mm mais os lides. Material necessário: 1 m de cabo coaxial, conector N, se utilizar cabo fino poderá ser usado o conector BNC; 20 mm de conduite PVC de diâmetro interno de 20mm para o acabamento externo. Cortando cada setor de cabo: Corte o cabo conforme o diagrama acima deixando 6mm para ambas as extremidades de fio para facilitar a soldagem. O comprimento será de 37 +6 +6 +1 = 50mm de cabo para cada setor, para os 8 setores, mais a seção de ¼ λ, total de 420 mm de cabo para a antena. 42 Antenas e Propagação As 3 seções superiores da antena ficarão assim: A melhor maneira é cortar as seções com uma serra pequena. Separando as seções Corte com uma faca e torça os condutores. A próxima marca é 37mm abaixo (68mm do final do cabo) e é o corte para a outra extremidade da seção blindada do setor superior. A próxima marca será 13mm abaixo e 81 mm do final e consiste de 6mm de cada setor e 1mm para o corte entre setores. A próxima marca será de 37 mm, 13mm, e 37mm, respectivamente até ter marcado todas as seções da antena:. 43 Antenas e Propagação Corte em V no cabo para soldagem do conector Finalmente, teste a continuidade com um ohmímetro para verificar se tudo foi soldado corretamente e a ausência de curto-circuito.Utilize o menor comprimento de cabo coaxial necessário devido a alta perda em 2.4 GHz! 5.17 Antena Vertical Omnidirecional para 2.4 GHz para Internet Wireless. Uma antena mais simples, porém sem o ganho da antena anterior, poderá ser fabricada com um conector fêmea N e 4 radiais como mostrado na figura abaixo: 44 Antenas e Propagação 6. LINHAS DE TRANSMISSÃO Uma linha de transmissão ideal seria sem resistência, que não irradiasse e que possuísse a mesma impedância característica do que a antena, para total transferência da potência do transmissor à antena. Sabemos que diversos fatores influenciam a impedância de uma antena, tais como: altura, objetos metálicos e antenas próximas, influência da resistividade do solo, vegetação, que absorve R.F., etc.Em uma torre composta de diversas antenas, a menor deverá ficar mais alta do que as antenas menores. 6.1 Baluns Como uma antena dipolo é uma estrutura balanceada, utilizamos um casador denominado balun ( balanced/unbalanced) para adaptar uma linha desbalanceada (cabo coaxial) até a antena. Seu comprimento é calculado como um múltiplo de λ/4 multiplicado pelo fator de velocidade do cabo, que varia de 0,66 até 0,82 e ligado conforme a figura acima. Os baluns podem atuar como transformadores com relação de 1:1; 1:4; etc. A impedância característica de um dipolo de meia onda é próxima de 75Ω e de um dipolo dobrado é de 300 Ω devido a seu comprimento físico. Empregando um cabo coaxial de 75 ohms, podemos fabricar um transformador de 4:1, utilizando um balun de λ/2, a impedância da antena de 300 ohms será facilmente casada com um cabo de 75 ohms, conforme mostrado na figura. As perdas inseridas pelo balun são inferiores a 0.5dB e podem ser fabricados pelo amador utilizando um núcleo de ferrite de antena de Ondas Médias ou com o próprio cabo coaxial. 6.1.1 Fator de Velocidade: A velocidade de propagação dentro do cabo coaxial é menor do que no ar, por isso aplicamos um fator de redução, para obter o comprimento de onda em linhas de transmissão. Fator de velocidade para fitas de 300 Ω = 0.89 e linhas abertas = 0.98. Fator de velocidade dos cabos: RG-58 e RG-213 = 0,66 UT-141 semi-rígido; RGC-58 e RGC-213 = 0,82 45 Antenas e Propagação O tipo RGC possui revestimento celular. Os Cabos com isolantes comuns suportam potências maiores. Os cabos celulares têm tensão de ruptura do dielétrico menor que o tipo com polietileno. Utilize cabo de baixa perda em antenas de VHF e UHF. Quando cortamos o cabo coaxial em múltiplos ímpares de λ/2 fazemos com que a impedância da antena seja a mesma na outra extremidade do cabo coaxial. Exemplo de Balun de 1:1: Utilizando o cabo RGC 213, de fator de velocidade 0,82, para operar na faixa de 11 metros: Calculamos o centro da faixa, que é a freqüência de 27,305 MHz λ = v/f = 300/27,305 = 10,987m λ/2 = 5,493m Comprimento do cabo coaxial celular RGC-213 = 5,493 X 0,82 = 4,504 m, isto é, utilizamos múltiplos impares deste valor, por exemplo: 3 x 4,504 = 13,512 m 6.2 Como ajustar a Relação de Ondas Estacionárias (ROE) da Antena Todo medidor de ondas estacionárias possui a leitura direta, onde a portadora é ajustada para o final da escala do medidor e a leitura da porcentagem de RF que não é casada pela antena e retorna pela linha de transmissão, é denominada onda refletida. Para ajustar o comprimento físico da antena dipolo para a menor Relação de Ondas Estacionárias (ROE), devemos transmitir em dois extremos da faixa e anotar os valores medidos.Se a ROE estiver menor na freqüência alta, a antena está curta e deverá ser aumentada. Caso a ROE estiver menor na freqüência mais baixa a antena está com seu comprimento físico maior e deverá ser encurtada. Nesta antena móvel com base imantada para VHF e UHF existem 2 ajustes de comprimento, um na base e outro acima da bobina de carga conforme indicam as setas vermelhas. O ajuste é feito com uma chave Allen no centro de cada banda para obter o valor mínimo. Inicialmente, anotar as leituras nos extremos da faixa e ajustar o melhor comprimento para a mínima potência de retorno. Para antenas com Gamma Match, ajustar o comprimento do stub e depois do capacitor em série,caso usado, para o mínimo de ROE na freqüência central de operação. Observe a impedância para o qual o medidor de ROE utilizado se foi fabricado para 75 ou 50 Ohms. O Wattímetro direcional BIRD modelo 43 possui elementos (pastilhas) para cada faixa de potência e freqüência. São detectores, formados por diodos,resistores e capacitores para cada faixa de freqüências e possui um ajuste fino através de um capacitor tipo trimmer sob a etiqueta da pastilha.A seta indica o sentido da R.F. na pastilha. Esse medidor indica a 46 Antenas e Propagação potência em Watts direta e a refletida porém possui um erro de até 5% nas medidas. Observar os diferentes conectores disponíveis: N e UHF. A ROE pode ser calculada pela seguinte fórmula, onde Wr é a potência Refletida e Wp é a potência direta: Fórmula do Cálculo da ROE com a Potência Incidente e Refletida Dica: Para medidas de potência refletida podemos colocar pastilhas de menor faixa de potência, para maior precisão da leitura e realizar a leitura no meio e nos extremos da faixa de operação da antena. Exemplo: utilizando um elemento de 100 W para a leitura direta e 10 W para a leitura refletida para maior precisão: Potência direta=80 W, Potência refletida = 0,5 W, ROE= 0,5/80= 0.6% ou aproximadamente ROE = 1: 1,16 Fotos do Wattímetro Direcional BIRD 43 e o Elemento utilizado 47 Antenas e Propagação Tabela de Referência para ROE 1: ROE % Potência Direta % Potência Refletida 1.5 96 4 2.0 89 11 2.5 82 18 3.0 75 25 3.5 70 30 4.0 64 36 4.5 60 40 5.0 56 44 6.0 50 50 7.0 44 56 8.0 40 60 9.0 36 64 10.0 33 67 6.3 Esquema de um Medidor de ROE para 50 e 75 Ohms De construção simples, pode ser montado em uma caixa de alumínio para facilitar os ajustes de antenas: Componentes Utilizados: 1 Caixa, de preferência de alumínio ou cobre 48 Antenas e Propagação 2 Chaves H-H 1 Potenciômetro de 100KΏ 2 Resistores de 150 Ώ – ¼ W 2 Resistores de 100Ώ – ¼ W 1 Microamperímetro, preferência de 0-100 µA 2 Conectores fêmea PL-259 (UHF fêmea) Ponte de terminais e parafusos 2 Diodos de Germânio 1N34 ou 1N60 2 Capacitores cerâmicos de 1 KpF 6.4 Esquema do Wattímetro Direcional BIRD 43 6.5 Gráfico Para Cálculo da ROE com a Potência Refletida e a Incidente Podemos utilizar o gráfico abaixo quando temos ambas as leituras das Potências de R.F. incidente na carga ou na antena e a potência refletida. A potencia máxima é obtida com a carga não irradiante colocada na saída do transmissor, pois se a antena não possuir a mesma impedância característica da linha e do transmissor a potência direta (irradiada) será menor. 49 Antenas e Propagação O gráfico acima correlaciona a potência direta e a potência refletida, obtendo o valor da Relação de Ondas Estacionárias - ROE 50 Antenas e Propagação 7. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ALCANCE DE UMA TRANSMISSÃO O sinal de radiofreqüência transmitido depende de muitos fatores; do relevo do terreno, da propagação, da freqüência escolhida, da hora do dia, potência do transmissor e antenas, sendo importante o estudo prévio desses fatores para a previsão da área de cobertura do sistema. 7.1 Escolha do Local de Instalação de uma Antena O local para a instalação de um sistema irradiante deve obedecer alguns requisitos básicos: - Distante de sub-estações de energia elétricas linha de alta tensão. - Longe de objetos metálicos, outras antenas, telhados metálicos e prédios. - A altura do solo influencia o ângulo de irradiação de antena, a freqüência de ressonância e conseqüentemente no ajuste da ROE e, por isso, a altura deve ser superior a meio comprimento de onda. - Observar a proteção contra descargas elétricas, assegurando o aterramento da estação transmissora/receptora como fator básico de segurança. 7.2 – A Lei da Antena Um dos maiores problemas enfrentados pelos radioamadores ou empresas que utilizam equipamentos de rádio-comunicação é instalar antenas dipolo ou antenas diretivas no topo dos prédios onde residem ou têm escritório.Na maioria das vezes os condomínios se recusam a dar a autorização para a instalação com medo das antenas atraírem descargas atmosféricas, da radiação ou mesmo da rádio-interferência. Em muitos casos, a alegação dos condôminos se restringe apenas a fatores estéticos e o cidadão que necessita do seu rádio para se comunicar até desiste do seu intento. A solução surgiu em 15 de julho de 1994, quando o Governo Federal, através do Presidente Itamar Franco, editou a Lei N.º 8.919, na qual é assegurado ao permissionário, o direito de instalação de sua estação em prédio próprio ou locado, observados o projeto técnico e as normas de engenharia aplicáveis. Obviamente, as despesas decorrentes dessa instalação incluindo-se os reparos de danos causados a terceiros, bem como o sistema de proteção contra descargas atmosféricas, se preciso for, correrão por conta do interessado na instalação do sistema irradiante. 7.1. Enlaces em VHF e UHF A comunicação nas faixas de VHF/UHF tem uma propagação semelhante à da luz, limitada pela curvatura da Terra. Sempre que haja linha visual entre os dois pontos, (transmissão e 51 Antenas e Propagação recepção) é possível uma comunicação. Podendo ainda ser atenuada ou bloqueada totalmente, ou parcialmente por objetos sólidos entre os dois pontos, apresentando ainda os fenômenos da reflexão (multipercurso) e refração. A potência é importante quando não existe linha visual e a comunicação depende do grau de atenuação dos objetos sólidos no percurso da propagação. Além da distância, a ionização do ar é outro fator que atenua a irradiação, variando todos os dias. (a ionização é produzida principalmente pela radiação solar). A fórmula que relaciona a Potência transmitida com o Campo Elétrico (V/ m) em condições de Campo Distante ( mais do que 10 λ ) é: E V/ m = √(30Pt.Gt ) /r Onde: r = distância das antenas em metros Pt =Potência de transmissão Gt =Ganho da Antena de transmissão Os objetos sólidos são opacos às ondas de rádio, e apresentam diferentes graus de atenuação, dependendo do material, tamanho, etc. Onde: Densidade de Potência Recebida = Pt . Gt / 4 Π R² Pt=potência transmissão Gt=ganho da Antena de transmissão R=distância entre as antenas de TX e RX em metros A distância, o ganho e a altura das antenas do receptor e do transmissor são os principais fatores de atenuação das ondas de rádio, quando existe linha visual entre os dois pontos. A Fórmula de Friis é usada para se encontrar a potência transmitida a uma determinada distância R (km) , descontando–se as perdas referentes a freqüência em MHz e distância: Prx ( dBm) = P tx (dBw)+ G ant tx (dB) + G ant rx (dB) - 20 log R (km) – 20 log f(MHz) – 2,44 Se Prx for dado em dbw, diminuir 30dB, assim: P rx ( dBm) = P tx (dBm)+ G ant tx (dB) + G ant rx (dB) - 20 log R (km) – 20 log f (MHz) – 32,44 Dicas: Para passar de dBW para dBm some 30. Para converter dBuV em dBm : dBµV = dBm + 107 E dB(µV) = P dbm + 107 52 Antenas e Propagação 7.2. A Recepção em Ondas Médias e HF Nos projetos de implantação de estações na faixa de ondas médias (540 a 1710 kHz), por exemplo, utilizam-se as curvas de nível de intensidade de campo em dBµv/m, para avaliação do alcance da estação transmissora em função da distância e do tipo de terreno.Após o calculo teórico, um receptor e um GPS podem ser empregados para verificar ponto a ponto os níveis de intensidade nos locais de maior relevância para verificação da conformidade com o projeto inicial. Para os ouvintes de ondas curtas e amantes do DX em HF recomendo: - A recepção à noite geralmente é melhor do que de dia devido ao menor ruído e melhor propagação, assim como no inverno é melhor do que no verão. - As melhores faixas diurnas são: 13, 15, 16, 19 e 22 metros, sendo a melhor recepção nas faixas de 16 e 19 metros. À noite, as bandas de 25, 31, 41 e 49 metros, com os sinais melhores em 31m e 49m. - Uma excelente hora para recepção a longa distância (DX) é na hora do por do sol e no amanhecer. - Use sempre antena externa devido à blindagem formada pelas ferragens de um prédio que prejudicam a recepção em HF. 8. RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE DAS EMISSÔES DE R.F. – RNI – EM TORRES DE TELEFONIA CELULAR Painéis de uma ERB 53 Antenas e Propagação RNI - Um assunto controverso! Instrumento da Wandel & Goltermann e respectivas antenas omnidirecionais para Campos Elétricos e Magnéticos utilizados para Medidas de Radiação Não Ionizante. Este medidor fornece valores máximos, médios e instantâneos do somatório de todos os campos existentes no local em um determinado intervalo de tempo. . Atualmente muitas estações rádio-base (ERB) do Sistema Móvel Pessoal são foco da preocupação da população, em relação à Radiação Não Ionizante, devido à freqüência de operação das mesmas, altura das torres e ao possível efeito da radiação. Neste caso, o contínuo efeito da radiação não é somado no corpo humano, ao contrário das emissões de raios-X. Em algumas cidades, já existe legislação sobre a distância mínima de construção (200m) das torres de colégios e hospitais. Incluo alguns estudos e medidas realizadas por Engenheiros de uma Operadora para comprovar o nível de radiação de ERBs e apresento, a seguir, as medidas realizadas em 2006 sobre a radiação emitida por torres do Serviço Móvel Pessoal. 8.1 Procedimento das Medidas Realizadas: Foi utilizado o medidor de Radiação Não Ionizante da Wandel & Goltermann modelo ERM–300 que realiza a soma dos vetores dos Campos Elétricos presentes no espectro compreendidos entre 300 kHz e 3 GHz. Poderíamos realizar a mesma medida utilizando vários equipamentos e antenas para diversas freqüências mas com o ERM-300 é mais prático e rápido. O campo elétrico máximo foi medido durante 6 minutos e registrado no equipamento. Como o equipamento registra todos os sinais presentes na faixa de freqüências de 100 kHz a 3 GHz e o limite máximo de exposição a campos elétricos permitido na Resolução N°303 varia em função da freqüência, considerou-se como limite máximo de exposição o caso mais crítico na faixa de operação do medidor, ou seja, o limite mínimo de exposição segura contido na Resolução 303, que é de 28 V/m. O limite para a Taxa específica de absorção,SAR, na Austrália, Estados Unidos e Canadá é de 1.6 milliwatts por grama. 8.2 Escolha dos Locais das Medidas das Estações Rádio Base – ERBs No local de instalação de cada torre, realizou-se a varredura na região em áreas de circulação, como ruas, calçadas, residências e terrenos vizinhos ao local de instalação dos sistemas de telecomunicações, a fim de identificar o local onde o apresentasse o maior valor de Campo Elétrico (pior caso de exposição). 54 Antenas e Propagação Os limites para a exposição da população em geral a Campos Elétricos, Magnéticos, e Eletromagnéticos na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz a 300 GHz – CEMRF varia de acordo com a sub-faixa estabelecida na Tabela II da Resolução 303. Como exemplo, para a faixa de freqüências acima de 2 GHz é tolerável até 61 V/m. Já para a faixa de 10 MHz a 400 MHz é tolerável até 28 V/m. Cada operadora do Serviço Móvel Pessoal tem que dispor em cada local um Relatório de Conformidade com a Resolução N°303 informando valores calculados de RNI. Caso haja mais de um serviço de telecomunicações instalado, esse Laudo deverá incluir o somatório total das radiações. O uso do próprio telefone celular produz um nível de radiação superior ao da ERB devido à proximidade do corpo. Em cada manual de celular existe o valor máximo de SAR medida pelo fabricante. Por este motivo aconselho a mudar o celular de um ouvido para outro em ligações longas. 8.3 Tabela de Medidas de RNI Realizadas nas ERBS de diversas Operadoras no R.J. RNI Distância MEDIDA MEDIDOR (V/m) ERB (m) Limite Máximo ( V/m) Atende a Resolução N°303 2,18 56 28 SIM 1,05 56 28 SIM 1,45 41 28 SIM 3,43 30 28 SIM 2,55 41 28 SIM 3,85 61 28 SIM 1,35 30 28 SIM 1,77 56 28 SIM 1,55 105 28 SIM 0,90 340 28 SIM 1,70 41 28 SIM 2,18 30 28 SIM 5,13 201 28 SIM 1,65 64 28 SIM 1,17 209 28 SIM 2,77 209 28 SIM 55 Antenas e Propagação 8.4 Conclusão A Resolução n° 303, de 2 de julho de 2002, publicada no Diário Oficial da União do dia 11/07/2002 estabelece os limites de exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. Considerando os valores medidos nas 16 ERBS acima, em nenhuma delas foi detectado valores acima do máximo admissível e nenhuma irregularidade foi observada nas medidas de radiação não ionizante em todos os locais.Até o presente momento, mesmo em Estações multi-usuários, nenhum local que atingiu um valor crítico de RNI. 8.5 Fornos de Micro-Ondas As emissões em microondas, assim como as ondas de rádio, a luz visível, o infravermelho, fazem parte do espectro eletromagnético, ou seja, são uma forma de radiação eletromagnética. São classificadas como radiação não-ionizante, pois, diferentemente dos raios-X e dos raios Alfa, Beta e Gama, seus efeitos são estritamente térmicos e, portanto, não alteram a estrutura molecular do item que está sendo irradiado. Os fornos de micro-ondas emitem Radiação na faixa de 2,4 GHz e o vazamento de R.F. pode ser testado com detectores apropriados. Existe vazamento pela parte frontal,onde a tela ou a abertura da porta deixa passar alguma radiofreqüência. Como o corpo humano é constituído basicamente por água e gorduras, as microondas podem causar queimaduras profundas em nosso organismo, assim como fazem com os alimentos, no caso da ocorrência de vazamentos. A norma internacional utilizada como base para realização dos ensaios, estabelece o nível máximo de exposição às microondas de até 5 miliwatts por centímetro quadrado como seguro para os usuários. Todo equipamento elétrico por motivo de segurança deve ser ligado a terra através do terceiro pino da tomada e nos casos dos fornos de micro-ondas para que a blindagem seja eficiente e evitar vazamento de radiação. A ligação a terra também é necessária pois em caso de curto-circuito de um lado da fase com a caixa do forno, o disjuntor irá desarmar, protegendo, assim o usuário. 8.6 A Sociedade Versus Torres de Transmissão Existem muitas ações na Justiça contra a instalação e operação de Torres de Telefonia Celular e de Torres de Estações de Radiodifusão. A própria altura da torre, em si, dá a falsa idéia que os transmissores utilizados pelo Serviço Móvel Pessoal são de alta potência. Por exemplo, em Sidney, na Austrália, Estações de Radiodifusão em AM serão forçadas a mudar o local de suas antenas de Home Bush Bay, devido a riscos de segurança e níveis de radiação de uma área residencial com 1200 apartamentos próximos. A Sociedade deve optar entre a comodidade de sinal de várias operadoras disponíveis ou a 56 Antenas e Propagação não poluição visual e de campos eletromagnéticos em alguns casos. Na região da Restinga da Marambaia, R.J., uma reserva ecológica, não existe torre de telefonia celular. Em vez da tradicional torre de telefonia celular, um coqueiro, no centro, disfarça as antenas e atenua o visual destoante de uma torre de 30 metros em um condomínio fechado de casas. 9. TABELAS E GRÁFICOS 9.1 TABELA DE FAIXAS DE RADIOAMADORES E ONDAS CURTAS – Região II da UIT – Brasil O Espectro de Radiofreqüências é de uso finito, assim a sua boa administração recomenda que seja utilizado por estações com critérios planejados e estudados para minimizar ou eliminar possíveis interferências entre estações do mesmo ou de diferentes países. O Brasil é signatário da União Internacional das Telecomunicações (UIT), com sede em Genebra, Suíça, onde existe o compromisso dos países membros de participarem em conjunto de Normas e Procedimentos estudados e debatidos continuamente para a melhor utilização do Espectro. As freqüências podem ser remanejadas ou compartilhadas, conforme a criação ou extinção de novos Serviços de Telecomunicações. Como exemplo, as faixas de radioamadores em outras Regiões da UIT são diferentes e por isso encontramos estações de Broadcasting operando dentro da nossa faixa de 40 metros. 57 Antenas e Propagação Espectro de Radiofreqüências Ondas Longas (Long Wave) • 30 - 300 kHz 150 - 280 KHz LW – Radiodifusão Rádio-farol, navegação 2 000 m - 1 071 m Ondas Médias (Medium Wave) • 300 - 3 000 kHz 530 - 1 710 KHz 1 830 - 1 850 KHz MW - Radiodifusão 160 Metros - Radioamador - LSB 565 m - 187 m 160 m Ondas Curtas (Short Wave) • 3 000 kHz - 30 000 kHz 3 150 - 3 450 KHz 3 600 - 3 800 KHz 3 850 - 4 050 KHz 4 700 - 5 100 KHz 5 900 - 6 250 KHz 7 040 - 7 100 KHz 7 100 - 7 400 KHz 9 400 - 10 000 KHz 10 000 – 10150 kHz 11 500 - 12 150 KHz 13 500 - 13 900 KHz 14 100 - 14 350 KHz 15 000 - 15 700 KHz 17 450 - 18 000 KHz 18 068 - 18 155 KHz 21 100 - 21 450 KHz 21 450 - 21 950 KHz SW - Radiodifusão 90 m 80m Metros - Radioamador - LSB 80 m SW - Radiodifusão 75 m SW - Radiodifusão 60 m SW - Radiodifusão 49 m 40 Metros - Radioamador - LSB 40 m SW - Radiodifusão 41 m SW - Radiodifusão 31 m 30 Metros - Radioamador - LSB 30 m SW - Radiodifusão 25 m SW - Radiodifusão 22 m 20 Metros -Radioamador - USB 21 m SW - Radiodifusão 19 m SW - Radiodifusão 16 m 17 Metros Radioamador - USB 17 m 15 Metros Radioamador - USB 15 m SW - Radiodifusão 13 m 58 Antenas e Propagação Espectro de Radiofreqüências 24 890 - 24 990 KHz 25 600 - 26 100 KHz 26 965 - 27 605 KHz 28 000 - 29 700 KHz 12 Metros -Radioamador -USB 12 m SW - Radiodifusão 11 m CB - Faixa do Cidadão –60 canais 11 m 10 Metros Radioamador - USB / FM 10 m VHF - Freqüências Muito Altas • 30 - 300 MHz 50 - 68 MHz 50 - 54 MHz 87.5 - 108 MHz 117.975 a 137 MHz 144 - 146 MHz 180 - 230 MHz TV - VHF Banda Baixa 6m-4m 6 Metros - Radioamador 6m FM - Radiodifusão 3m-2m Serviço Móvel Aeronáutico - AM 2 Metros - Radioamador - FM 2m-2m TV - VHF Banda Alta 1m-1m UHF - Freqüências Ultra Altas • 300 - 3 000 MHz 222 – 225 MHz 430 - 440 MHz 475 - 865 MHz 1 240 -1 300 MHz 2 300 - 2 450 MHz 1,25 m - Radioamador - FM 1,25 metros 70 cm - Radioamador - FM 70 cm TV - UHF 63 cm - 34 cm Radioamador - FM / Satélite 24 cm - 23 cm Radioamador 13 cm - 12 cm SHF - Freqüências Super Altas • 3 000 - 30 000 MHz 5 650 - 5 850 MHz 10 000 - 10 500 MHz 10 700 - 12 800 MHz Radioamador / Satélite 53 mm - 51 mm Radioamador / Satélite 30 mm - 28 mm TV - Satélite 28 mm - 23 mm BANDA C – 3,6 A 7,025 GHz BANDA X – 7.25 A 8.4 GHz SATÈLITE 59 Antenas e Propagação BANDA Ku – 10,7 A 14,5 GHz BANDA Ka – 17.3 A 31 GHz Veja a tabela completa de alocação de freqüências em: http://www.ntia.doc.gov/osmhome/chp04chart.pdf 9.2 FREQUÊNCIAS DE CANAIS DO SISTEMA DOMÉSTICO BRASILEIRO DE SATELITE UTILIZADOS EM ANTENA PARABÓLICA 9.3 Freqüência (MHz) Polarização Transponder 3720 H 1A Rede Globo Emissora 3734 V 1B SBT 3750 H 2AL Rede Brasil 3770 H 2AU TV Escola 3780 V 2B Rede TV 3860 H 3A Rede Bandeirantes 3860 V 4B Rede Record 3870 H 5AL Canal do Boi 3890 H 5AU Rede Vida 3910 H 6AL Canal Saúde e TV Jockey 3930 H 6AU Rede Internacional de TV 4066 V 9B 4070 H 10AL TV Canção Nova TV Diária 4090 H 10AU TV Câmara 4090 V 10BL Canal Futura 4110 V 10BU Shoptime 4110 H 11AL TV Gazeta 4130 H 11AU TV Senado Rádio Senado FM 4150 V 11BU Rede Mulher 4150 H 12AL TV Século XXI 4170 H 12AU Canal Rural 4170 V 12BL Canal Amazônia TABELA DE FREQUENCIAS DO SERVIÇO MOVEL CELULAR Serviço Móvel Pessoal - SMP Freqüências (MHz) BANDA Estação Móvel (MHz) ERB (MHz) 824-835 869-880 845-846,5 890-891,5 835-845 880-890 Banda A Banda B 60 Antenas e Propagação 846,5-849 891,5-894 910-912,5 955-957,5 1710-1725 1805-1820 912,5-915 957,5-960 1740-1755 1835-1850 898,5-901 943,5-946 907,5-910 952,5-955 1725-1740 1820-1835 1775-1785 1870-1880 Banda D Banda E Sub-faixas de Extensão As sub-faixas de extensão em 1800 MHz foram divididas em 10 Blocos de extensão apresentados na tabela a seguir. Serviço Móvel Pessoal - SMP Freqüências (MHz) Blocos de Extensão Freqüência 9.3 Estação Móvel (MHz) ERB (MHz) 1 1.725 a 1.727,5 1.820 a 1.822,4 2 1.727,5 a 1.730 1.822,5 a 1.825 3 1.730 a 1.732,5 1.825 a 1.827,5 4 1.732,5 a 1.735 1.827,5 a 1.830 5 1.735 a 1.737,5 1.830 a 1.832,5 6 1.737,5 a 1.740 1.832,5 a 1835 7 1.775 a 1.777,5 1.870 a 1.872,5 8 1.777,5 a 1.780 1.872,5 a 1.875 9 1.780 a 1.782,5 1.875 a 1.877,5 10 1.782,5 a 1.785 1.877,5 a 1.880 TABELA DE FREQUÊNCIAS DO SERVIÇO RADIONAVEGAÇÃO AERONÁUTICA ILS - Localizer 108 a 111,975 MHz ILS - Glide Slope - 328,6 a 335,4 MHz. 61 Antenas e Propagação VOR - 112 a 117,975 MHz 9.4 DIAGRAMA PARA CONFECÇÃO DO CONECTOR TIPO “UHF” EM CABO COAXIAL Os conectores mais utilizados são UHF (SO239), N, F e BNC em antenas. Os cabos podem ser soldados ou simplesmente pressionados conforme as fotos e o diagrama fornecido abaixo. Colocação de conector com redutor para cabo coaxial fino, neste caso a malha aceita solda ao conector. 9.5 GRÁFICO DA ATENUAÇÃO DE DIFERENTES CABOS COAXIAIS COM A DISTÂNCIA 62 Antenas e Propagação Gráfico da atenuação de diferentes Cabos Coaxiais com a Distância 9.6 Tabela de Freqüências da Faixa do Cidadão – 27 MHz A faixa do espectro de radiofreqüência entre 26,96 e 27,61 MHz está dividida em 65 canais com separação de 10 kHz entre portadoras adjacentes, com largura de faixa ocupada de 8 kHz por canal, de acordo com a seguinte canalização: CANAL Nº FREQÜÊNCIA MHz 1 26.965 29 27.295 2 26.975 30 27.305 3 26.985 31 27.315 1T 26.995 32 27.325 4 27.005 33 27.335 5 27.015 34 27.345 6 27.025 35 27.355 7 27.035 36 27.365 2T 27.045 37 27.375 8 27.055 38 27.385 9 27.065 39 27.395 63 CANAL Nº FREQÜÊNCIA MHz Antenas e Propagação 10 27.075 40 27.405 11 27.085 41 27.415 3T 27.095 42 27.425 12 27.105 43 27.435 13 27.115 44 27.445 14 27.125 45 27.455 15 27.135 46 27.465 4T 27.145 47 27.475 16 27.155 48 27.485 17 27.165 49 27.495 18 27.175 50 27.505 19 27.185 51 27.515 5T 27.195 52 27.525 20 27.205 53 27.535 21 27.215 54 27.545 22 27.225 55 27.555 23 27.235 56 27.565 24 27.245 57 27.575 25 27.255 58 27.585 26 27.265 59 27.595 27 27.275 60 27.605 28 27.285 64 Antenas e Propagação 10. BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS - Antenna Book, ARRL - Edição 2001 - Radio Amateurs Handbook – ARRL, Edição 2001 - Antenna Handbook, Jasik - VHF/UHF Manual, Radio Society of Great Britain, G.R. Jessop, G6JP - Sites da Anatel e Ministério das Comunicações - Jon Smick's info-packed messages- Community Radio USA - Eletrônica Popular – Dezembro de 1965 -VHF UHF Manual, G.R Jessop 65