UMA IDEOLOGIA DO COLONIALISMO PORTUGUÊS NA DÉCADA DE 1960 Janaina Fernanda Gonçalves de Oliveira (UEM) Resumo: O objetivo desta comunicação é analisar uma proposta de manutenção do império colonial português na África feita no decorrer da década de 1960 pelo escritor Fernando Pacheco de Amorim em sua obra Três Caminhos da Política Ultramarina, publicada em 1962. Mais propriamente, sua distinção entre a “política de associação”, que ele considera a principal característica da ação do Estado português, e a “política de assimilação”, que ele atribui às antigas potências coloniais. Na época, Portugal ainda mantinha sob seu domínio várias colônias na África e estava a ser duramente pressionado pelo desencadeamento das lutas armadas pela independência e cobrado a tomar medidas descolonizadoras por parte da Organização das Nações Unidas (ONU). Amorim deseja convencer a população do seu país (Portugal), assim como os membros da ONU, que as suas ideias apontam o melhor caminho a ser seguido para o desenvolvimento tanto das metrópoles como de suas colónias. Analisaremos então os meios que o autor usa nesse processo de convencimento, trabalhando a ideia do desenvolvimento de uma só nação, ou seja, a colônia seria uma extensão da metrópole e ambas seriam regidas por um único governo administrativo. Palavras-Chave: Império Colonial Português, África, descolonização. 1 UMA IDEOLOGIA DO COLONIALISMO PORTUGUÊS NA DÉCADA DE 1960 Janaina Fernanda Gonçalves de Oliveira (UEM) Introdução O português Fernando Pacheco de Amorim teve uma de suas mais interessantes obras publicada em 1962. O livro Três Caminhos da Política Ultramarina aponta uma série de questões sobre o processo de independência que ocorreu no século XX, onde podemos notar que grandes potências daquele momento — como é o caso de Portugal — estão perdendo suas colônias, ou seja, toda a sua fonte de enriquecimento. O livro trás um ponto de vista muito peculiar sobre o tema, pois o autor tem uma postura que nos mostra o ponto de vista da metrópole, ou seja, o que o intelectual metropolitano pensa sobre perder as suas tão preciosas colônias no além-mar. As colônias que fazem o seu país ser tão grande, ser um império! Um contato íntimo entre a vida da metrópole e a vida da colônia deveria ser estabelecido, para, assim garantir o de laços de unidade. Ambas teriam autonomia, mas, é claro, de forma que essa autonomia jamais pudesse prejudicar alguma das partes. Partindo então de toda diversidade étnica, cultural e política, que todas as regiões colonizadas podem apresentar, seria ideal aplicar uma prática política de domínio humano baseada na igualdade civil e administrativa, só assim seria possível criar uma nação plurirracial e multicontinental. Todas essas ideias são apontadas pelo autor que sempre tenta nos demonstrar que são próprias do povo português, povo esse que tem fortes tradições de raízes cristãs, de fraternidade entre culturas e raças diferentes. Para Fernando Pacheco Amorim, que neste aspecto endossava o vocabulário administrativo colonial de Portugal, os territórios do além-mar são províncias e nações e não colônias e dependências. Para tratar da Política de Associação, Amorim apresenta-nos que o fator dominante dessa é o econômico, sendo que o território e as pessoas que nele vivem não são considerados como parte da nação é tirar o máximo de proveito dos seus bens naturais e da mão-de-obra dos colonos. Sendo assim, toda a diversidade existente, não é um motivo de unidade, mas uma razão fundamental para tratar os diferentes de forma diferente. Ou seja, a política administrativa e governamental é outra, não a mesma que é defendida na metrópole, mas a que define um mercado irrestrito, que defenda e assegure o lucro desejado pelo capitalista. Pois este tipo de colônia foi criada, segundo o autor, com o objetivo de expandir o capitalismo, o protecionismo e a exploração econômica dos territórios é a forma mais efetiva de expandi-lo. A especialidade das leis, da administração e do governo seria uma necessidade para manter a organização social e administrativa na colônia. Amorim mostra-nos que é necessário isolar os territórios no que concerne a acontecimentos nas demais localidades, de modo a manter o controle, evitando, assim, sempre, que tomassem conhecimento sobre os seus direitos. Desenvolvimento O autor abre o livro com uma passagem de Oliveira Salazar tirada da obra Discursos e Notas Políticas: Quanto a nós, o caminho seguido define-se por uma linha de integração num Estado unitário, formado de províncias dispersas e construído de raças diferentes. Trata-se, se bem interpreto a nossa história, de uma tendência secular, alimentada por uma força peculiar de convivência com os povos de outras raças e cores que descobrimos e a que levamos, com a nossa organização administrativa, a cultura e a religião comum aos portugueses, os mesmos meios de acesso à civilização (pp. 426 cit. in Amorim, 1962, p. 5). Ao lermos atentamente somos levados a pensar sobre a escolha desta passagem para a abertura pois ela está intimamente ligada a toda ideia que Amorim deseja passar em seu discurso. Notamos o desejo português em expandir sua cultura e religião, formando um Estado unitário com as demais localidades por eles encontradas, tendo sempre em mente que isto ocorreu por uma vontade sobre humana. A primeira frase do autor, na introdução do livro, é bastante enfática: “A pátria está em perigo!” (Amorim, 1962, p. 11). No momento em que o autor escreve, a maioria dos portugueses acredita nesse ideário. Alegando escrever a obra para suprir a ainda existente inconsciência sobre tão importante tema no ideário da nação, o autor abre um debate para alertar os portugueses com o propósito de lhes fazer refletirem e tomarem uma posição mais clara sobre como preceder, no que diz respeito à permanência de Portugal no Ultramar. Em seguida é mencionado o Sr. Engenheiro Cunha Leal — escritor do livro A Pátria em Perigo (Lisboa, 1962) —, onde apresenta uma ideia de pátria e principalmente da corrida Ultramarina que é repudiada por Fernando Pacheco de Amorim, sendo, portanto, um dos objetivos deste trabalho apresentado em 1962 refutar a tese de Leal, mas, sobretudo, homenagear ao escritor, mesmo lhe sendo totalmente contrário. Na parte que o autor denomina “As Relações Entre a Metrópole e o Ultramar”, onde por uma série apontamento são-nos mostradas, de forma esquemática, as relações fundamentais entre a metrópole portuguesa e o ultramar. A primeira posição seria a intenção de formar uma Nação pluricultural e pluricontinental, onde 1962 seria um momento intermediário para alcançar tão desejoso objetivo. Esta tese defende uma unidade autônoma, de forma que esta autonomia não coloque em risco os interesses futuros da unidade entre a colônia e a metrópole. O segundo posicionamento seria aquele apoiado pelo Sr. Engenheiro Cunha Leal, onde seria entregue às colônias a sua plena independência. O terceiro posicionamento defendido por aqueles que desejam uma autêntica integração, i.e., aqueles que acreditam em uma unidade política, administrativa e civil, onde todo o território da metrópole e das colônias transformar-seiam em uma só nação, com uma única lei, um único governo e administração. Para que isso se torne real, é de suma importância que a centralização aconteça, mas uma descentralização administrativa já muito bem conhecida pelos portugueses torna-se necessária. Estas são as três posições apresentadas à nação portuguesa para a resolução dos problemas com o ultramar, e os pormenores de cada uma passarão a ser desenvolvidos pelo autor na páginas seguintes. Uma das principais mudanças na política ultramarina apresentada por Amorim aconteceu durante o século XIX, onde a política de integração antes utilizada passa a ser 3 uma política de integração influenciada pelo momento que estavam sob domínio da França (cf. Amorim, 1962, p. 20), alinhando dessa forma a política de colonização de Portugal a das grande nações ultramarinas — política essa destinada a rapidamente explorar economicamente os territórios, com o desejo de trazer benefícios às metrópoles. Tendo em vista os aspectos que fazem essas nações diferentes de Portugal, principalmente o fato de estarem vivendo a Revolução Industrial onde o Colonialismo Econômico então aplicado objetivava satisfazer as necessidades o progresso das populações indígenas era das menores preocupações dos senhores. Assim sendo, para o Amorim o alinhamento com as demais potências, implicou em muitas mudanças nos métodos, nos objetivos e na maneira de ver o ultramar para os portugueses que, até então, não haviam sofrido os imperativos da Revolução Industrial. “A dominante humana foi substituída pela dominante económica, a fraternidade pela coexistência, a política de integração pela política de associação” (Ibid., p. 25) Desta forma, somos levados a entender que havia muita diferença entre o espírito e os objetivos da colonização feita pelas demais nações versus a feita pelos portugueses. Partindo desta ideia, o autor deseja apresentar-nos documentos que podem mostrar tais diferenças. O primeiro documento apresentado é do início do século XVII, onde podemos notar que a Índia e as demais terras do ultramar aparentam ser tratadas como terras não separadas do Reino, pois são governadas pelas mesmas leis; desta forma português é considerado tanto aquele que nasce no Brasil, Goa, Angola ou que vive em Lisboa. Pelo segundo documento intitulado Directório que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão — publicado em 03 de Maio de 1757, pelo governador e capitão general Mendonça Furtado — passam a valer alguns decretos para todo o Brasil, e.g. o uso dos sobrenomes para os índios que tenham nomes iguais, os mesmo utilizados pelos brancos em Portugal. É também necessário terem-se cuidados com a forma através da qual será feito o desterramento dos índios — com brandura e suavidade —, para que não se virem contra a Igreja, que é para quem eles devem se voltar, de modo a ajudá-los a deixarem seus costumes bárbaros, ensinando-lhes com bons exemplos. Desta forma, torna-se importante conservar paz e concórdia com os índios, plena civilidade considerando-os iguais, tratando-os com brandura de acordo com seus postos, de forma a que se possa extinguir a distinção entre índios e brancos, que é um dos maiores desejos de Sua Majestade, pedindo que isso seja feito também por meio da promoção de casamentos. Os exemplos por meio desta documentação são para justificar a política de integração com domínio humano, aplicada pela metrópole portuguesa: Vê-se com toda clareza que neste documento que na política prática em curso estava implícita uma política de unidade, assimilacionista, integradora, que exprimia no domínio das relações humanas, a fraternidade que sempre caracterizou a nossa atitude em face de outros homens, de outras raças e de outras culturas.” (Ibidem., p. 30) As tradições já implantadas em outras nações, começaram tardiamente em Portugal, no século XIX. Com isso Amorim apresenta-nos a Revolução de 1820 (p. 31), feita aos moldes da Revolução Francesa, que definia uma política de assimilação tradicional muito diferente da utilizada até então — onde deveria haver igualdade entre todos os portugueses sem distinção de raças e também o fim da implantação de diferentes regimes (Metrópole Vs. Ultramar). Para o autor, essa nova política portuguesa de assimilação estava sendo implantada numa época na qual não haviam possibilidades tecnológicas nem compreensão da população para executar esses métodos, o que acabou levando a fracos resultados que implementaram modificações — já que essas ideias eram claramente contrárias à tradicional política de assimilação. Simplificar o sistema de assimilação implica, em matéria financeira, no pagamento de todas as despesas, tanto da metrópole quanto da colônia, por um mesmo cofre; no cálculo e distribuição de um só orçamento; na indistinção de bens e propriedades. Enfim, uma doutrina que aplica um contato íntimo entre as condições de vida da metrópole e das colônias, estabelecendo laços de unidade, mas com autonomia. Partindo então da diversidade étnica, cultural e política, teria como colocar em prática uma política de domínio humano baseada na igualdade civil e administrativa para uma nação plurirracial e multicontinental onde todos obedeceriam uma só lei e um só governo. Dando continuidade o autor passa a se referir a um “Confronto entre a Política de Integração e a Política de Associação” e, como o nome já nos diz, irá possibilitar compreendermos melhor as diferenças colocadas pelo autor entre as duas políticas aplicadas no Ultramar. E apontando as principais diferenças entre elas, Amorim acaba demostrando a sua preferência. Existe uma ênfase sempre colocada pelo autor quando vai falar sobre a política de integração tradicional, mostrando que a sua fundamental característica era de dominante humana, onde o território e a sua população faziam parte da nação, principalmente por sua diversidade geográfica e étnica, onde existe uma unidade moral e política, já que esses fatores não mostram motivos para uma diferenciação. É bem colocado que esta doutrina vai ao encontro das tradições de raízes cristãs, de fraternidade entre culturas e raças diferentes. Tratando da política de associação, o autor coloca como dominante o fator econômico. Neste caso somos remetidos a pensar que os territórios e as pessoas não fazem parte da nação, isto é, a diversidade étnica e geográfica não são um motivo de unidade, mas uma razão fundamental de diferenciação irremediável (e portanto de futura e inevitável autonomia), necessária, aliás, aos objetivos para que foi criada, isto é, à expansão capitalista, ao protecionismo, à exploração económica dos territórios, em que a elevação das populações indígenas é a mínima das preocupações (Ibiden, p. 43). No primeiro caso, os territórios do Além-Mar são considerados províncias e nações, e para o segundo como colônias e dependências — termos esses utilizados por Harmand e pelo ministro Almeida Ribeiro. Em seguida o autor começa a tecer uma crítica aquilo que ele demonomina de ‘A Política de Autodeterminação’, sendo esta a mesma que o Sr. Engenheiro da Cunha Leal vê que a admissão desta seria a melhor forma de salvar a Pátria, Amorim acredita que Leal esta tão apaixonado por essa ideia que não consegue sequer ver os perigos que essa representa. O autor nos mostra que como o mundo possuí inúmeras nações o isolamento faz com que as pequenas nações se tornem presas fáceis de serem esmagadas pelas grandes. E ainda coloca que seria necessário que a O.N.U. reavalisse e desse uma nova definição ao significado de auto determinação, pois é necessário levar em consideração a necessidade de preparar gradualmente a população autócne as novas províncias a tomarem esse passo tão largo e ainda que fosse dado a esse povo o direito de escolherem se realmente querem a independência ou ainda desejam permanecerem ligados a Portugal de forma que seja lucrativa para ambas as localidades. 5 Para Amorim o argumento de Leal que contrapõe o seu é totalmente invalido tendo em vista que esse aponta que a colônia do Brasil enquanto esteve sob domínio português foi utilizada apenas como um espaço econômico, que se destinava a manter a Nação, mas Nação nesse caso não abrange todas as localidades de domínio português e sim apenas Portugal. Desta forma o que alimentava a expansão ultramarina seria apenas o desejo de garantir a economia. Amorim contrapõe essa justificativa dizendo que, Portugal em um dado momento estava muito interessado em manter a economia aquecida, porém isso só ocorreu durante o período que se encontrava ameaçado pela Espanha e ainda, que toda a expansão foi feita em prol da religião, afim de expandir o catolicismo e evitar que a ameaça muçulmana cobrisse a Europa. Amorim aumenta seu apelo, aumentando o valor que teria ser um pertencente a Nação portuguesa afim de ‘emocionar’ seus leitores que na maioria são portugueses. Dizendo que, A Nação Portuguesa construiu-se através da História como um todo indivisível. A cisão do Ultramar representaria a destruição da própria Nação. Somos todos portugueses e todos deixaríamos de sê-lo, a prazo mais ou menos curto, se nos viessemos a separar. A História criou-nos assim. A sua unidade é-nos necessária, não tanto pelos benefícios económicos que ela podem advir, nem mesmo por que represente um espaço económico vital, mas especial e fundamentalmente porque representa um espaço moral indispensável à justificação íntima da nossa missão no mundo, como Nação e como Povo — a continuidade da razão moral que nos sustentou através dos séculos, como Nação e como Povo, no redemoínho de tantas tormentas. (Ibiden, p. 115) Conclusão A política de integração acredita ser inadmissível a especialidade das leias, da administração e do governo, pois o que existia era uma só nação, portanto esta deveria ser governada por uma única lei, um único governo e uma só administração. Claro, sem desconsiderar o fato de que se fosse necessário deveria haver leis que se aplicassem às necessidades locais, mas que estas não poderiam contrariar as leis fundamentais da nação. Controvérsia que, para o autor, é mantida com a política de associação, já que esta via os territórios como colônias, partindo portanto do princípio da especialidade das leis, da administração e do governo, pois esta era uma necessidade para a organização da exploração do sistema colonial: buscava-se, por necessidade, isolar os territórios sobre os acontecimentos que ocorriam na metrópole, para que pudessem realizar qualquer ação que desejassem mesmo que estas fossem proibidas na metrópole, garantindo assim a sua impunidade. Porém os portugueses também passam a adotar a política usada pelas grande potências colonizadoras, e as suas províncias passam a serem também colônias, ocorrendo então uma mudança geral nas leis. Segundo o autor, essa grande mudança na forma de pensar dos portugueses, só foi possível graças a uma propaganda diferente sobre os indígenas, onde eles passam a ser vistos como mão-de-obra necessária em grande quantidade e a baixo preço. Passando assim a ver o nativo como um ser inferior, fica implícito que deve ser tratado de forma diferente por meio de leis diferentes, pois são como uma subespécie da raça humana, insusceptíveis de serem assimilados — principalmente os negros. Cada vez mais pautados os argumentos por meio de teorias que vão surgindo nesse momento, passam a aumentar o preconceito, que é apontado pelo autor como meio de manter os métodos políticos e econômicos utilizados nas colônias. Após a admissão da inferioridade dos indígenas, foi também necessário criar leis que regessem e organizassem cada localidade em particular. Desta forma, com o intuito de aliená-los do que acontecia nas metrópoles, para ter cada vez mais a garantia de satisfazer as necessidades da exploração econômica. Em seguida Fernando Pacheco de Amorim transcreve a primeira parte da Lei Orgânica do Ultramar, criada em 1953, em Lisboa, que substitui a Carta Orgânica do Império Colonial Português, pois é por meio dessa lei que se define o princípio da especialidade das leis, das administrações e dos governos para cada um dos territórios ultramarinos, e é por meio desse documento que a política de associação é legitimada. O documento é apresentado com o intuito de mostrar como tal política é perigosa, o quão ultrapassada, absurda e incapaz ela é de servir os interesses nacionais. A especialidade das leis, da administração e do governo seria uma necessidade para manter a organização social e administrativa na colônia. Amorim mostra-nos que é necessário isolar os territórios no que concerne a acontecimentos nas demais localidades, de modo a manter o controle, evitando, assim, sempre, que tomassem conhecimento sobre os seus direitos. Um fato muito interessante para mim é que se observarmos todo o discurso elaborado ao longo do livro o autor esta escrevendo não apenas para os portugueses, mas também afim de convencer sobre suas ideias os membros da Organização das Nações Unidas — tendo em vista todos os países que fazem parte desses reuniões periódicas. Ainda que em várias passagens faça criticas as medidas tomadas pela O.N.U. o autor mostra a necessidade de que eles percebam a importância de seus argumentos na tentativa de convencer os membros. Porém a todo momento ou ele se refere a O.N.U, ou aos portugueses e em outras passagens ainda as grandes potências europeias. Mas não esta escrevendo na tentativa de convencer aos seus colonos sobre suas ideias, será que essas pessoas que ele diz que fazem parte dessa Nação estavam de acordo com tudo isso e gostariam de continuar fazendo parte dessa História? O que levou o autor a escrever a obra foi o fato de que, por influência das demais potências europeias daquele momento, Portugal adotou a Política de Associação e, assim, as suas províncias passaram a ser colônias. Para Amorim essa grande mudança na forma de pensar do português só foi possível graças a uma forte propaganda sobre o indígena, fazendo com que este passe a ser visto apenas como uma mão-de-obra barata, de fácil acesso e grande quantidade. Fernando Pacheco de Amorim escreve buscando que os portugueses se conscientizem da mudança errônea que estão cometendo, passando para o lado dos que visam apenas o lucro. Nossa análise centralizar-se-á em entender sua argumentação que é dada por meio de definição conceptual das políticas de assimilação e de associação. Podemos concluir que Fernando Pacheco de Amorim escreveu pois Portugal estava sendo pressionado pela O.N.U a se retirar de suas colônias, mas a história nos mostrou que mesmo assim, eles foram os últimos a deixarem o continente africano. REFERÊNCIAS 7 AMORIM, F. P. Três Caminhos da Política Ultramarina. Segunda Edição. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 1962.