Ano VIII • nº 173 12 de novembro de 2009 R$ 5,90 Sem título, 1942, acervo do artista empoucaspalavras Quem, nos idos de 1990, escolhia morar no recém-fundado Sudoeste era logo motivo de chacota dos amigos: “Você vai se mudar para o Barroeste?”. Afinal, o novo bairro – fundado com apenas quatro quadras residenciais e oito comerciais – estava em fase de implantação e o asfalto ainda não havia chegado a todas elas. Com o tempo, e muita poeira depois, novas quadras foram criadas e o Sudoeste ficou com cara de bairro, com tudo o que isso implica, inclusive o trânsito caótico. Mas isso já é outra história... Naquela época, e até há bem pouco tempo, podia-se contar nos dedos de uma mão as opções de bares e restaurantes, o que “obrigava” o morador da região a ir buscar diversão de fim de semana na Asa Sul ou na Asa Norte. Mais recentemente, e com uma ajudinha da Lei Seca, muitos comerciantes do ramo decidiram investir na região. Em pouco tempo, novos bares e restaurantes foram se instalando no bairro, principalmente na quadra 101. Nasceu, assim, o Baixo Sudoeste, região visitada pelo repórter Vicente Sá numa animada sexta-feira (página 60). Nem bem terminou o Festival Internacional de Cinema, o FIC Brasília, e já vem aí a 42ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 17 a 24 deste mês. Infelizmente, sem o glamour e as grandes estrelas do passado, como lamenta o crítico Sérgio Moriconi (página 30), que vê o festival assumir uma cara cada vez mais provinciana. Se preferir assistir a um clássico do cinema francês, então a pedida é aproveitar a mostra O cinema de Claude Lelouch, que apresenta dez filmes do diretor (inclusive Um homem, uma mulher) entre 19 e 29 de novembro, no Museu da República. Opções, portanto, não faltam para sua agenda cultural. Boa leitura e até a próxima quinzena. Maria Teresa Fernandes Editora 28 galeriadearte Livro sobre a obra do artista plástico Athos Bulcão revela sua forte presença no dia a dia da cidade 6 10 12 13 14 15 16 19 20 24 25 26 27 28 30 águanaboca picadinho garfadas&goles pão&vinho espaçocidadão palavradochef roteirogastronômico queespetáculo dia&noite caianagandaia graves&agudos culturapopular objetosdodesejo galeriadearte luzcâmeraação ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207 Fax: 3964.0207 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Redação [email protected] | Editora Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Carlos Roberto Ferreira sobre foto de Rodrigo Oliveira| Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Beth Almeida, Catarina Seligman, Diego Recena, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Contato Comercial Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/ Financeiro Daniel Viana | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Coronário. 5 águanaboca Baixo Sudoeste Com ajuda da lei seca, a quadra 101 do bairro tornou-se um dos mais badalados points etílico/gastronômicos da cidade Por Vicente Sá Fotos Rodrigo Oliveira O Baixo Leblon foi uma feliz coincidência geográfica que ocorreu na parte efetivamente mais baixa do bairro carioca, em que charmosos barzinhos, restaurantes e até uma antiga piz zaria formavam um virtuoso “triângulo das bermudas” que virou point de intelectuais, artistas e gente bonita no final dos anos 70 e começo dos 80. Lá, a partir das dez da noite, tudo acontecia e todo mundo se encontrava. Ou, como dizia Caetano Veloso, “deixa ao destino, deixa ao acaso, quem sabe eu te encontre de noite no Baixo”. Depois disso, “baixo” virou sinônimo de concentração de bares e restaurantes de sucesso. E assim vieram o Baixo Gávea, o Baixo Laranjeiras e, aqui em Brasília, o Baixo Jorjão (os bares do empresário Jorge Ferreira, na 202 Norte). Agora, começa a 6 destacar-se no mapa arquétipo da cidade o Baixo Sudoeste. Localizado na quadra 101 do bairro, o point reúne desde um charmoso botequim de esquina até pizzarias, barzões, restaurantes bem comportados ou agitadinhos, com clipes e músicas baianas, bares com garçons caracterizados, cafés e choperias. De tudo um tanto. Se você não teve ainda a oportunidade de conhecer o Baixo Sudoeste, que tal nos acompanhar num passeio etílico/gastronômico por uma dúzia da estabelecimentos sempre lotados de gente bonita, que se diverte à vontade em meio ao burburinho e ao movimento dos garçons? Logo na primeira esquina encontramos o Buteko 101, aberto há menos de dois meses, que trouxe como contribuição ao bairro seu caneco super gelado, que conserva por mais tempo a temperatura do chope ou da cerveja, e a linguiça de Formiga, tradicional petisco mineiro. Para quem quiser jantar, aconselhamos o filé ao molho rôti com gorgonzola (custa R$ 29,90 e serve bem duas pessoas). Justamente por ser de esquina, o boteco é bem arejado, permite que os clientes fumem e tem um bom estacionamento ao lado. O Cocoricó é o irmão mais velho da turma. Na quadra há mais de dez anos, tem como um de seus segredos a “máqui- O chope estupidamente gelado do Buteko 101 na de fritar frango”, equipamento que garante um petisco sequinho e bem temperado que é marca da casa, querido por adultos e crianças. O “frango ao curica”, outra especialidade do boteco, é um filé grelhado (de frango, claro) que vem acompanhado de arroz com brócolis, batata frita e feijão tropeiro (R$ 38,60, também para duas pessoas). Fernando Barini, engenheiro civil, 45 anos, é um dos mais antigos fregueses. Morador do Sudoeste, como a grande maioria dos frequentadores, ele adora passar os finais de tarde no Cocoricó com suas duas cadelinhas, Pichuta e Mel. Diz que o atendimento é nota 10 e a cordialidade é o logotipo da casa: “Aqui a cerveja também está sempre gelada, no ponto certo. Não dá para não beber”. O Sweet Gift é um café – localizado também numa esquina – que detém a representação dos produtos do Empório do Café, do sul de Minas, nas seis variedades de grãos mais conhecidas. Pequeno e aconchegante, em apenas sete meses conquistou uma clientela fiel tanto para os chocolates belgas quanto para os presentes descolados que oferece. Nos finais de semana, uma boa pedida para quem mora ou está passeando no Sudoeste é o seu café da manhã, com grande variedade de salgados, croissants, pão de queijo caseiro e doces especiais, como o bem-casado de castanha com recheio de nozes. Fausto & Manoel: casa cheia todas as noites. Abaixo, o bufê de frios do Café São Jorge Ao lado da lei Mais abaixo, na outra esquina do Bloco A, encontramos a Choperia Sudoeste, que, com sete anos de existência, já virou tradição na quadra. Em seus 400 lugares, jovens e coroas se misturam em animadas conversas regadas a muito chope, servido em tulipas de vidro fino, “que reforçam o sabor da bebida”, garante o gerente, Sebastião Torres. Entre os tira-gostos da casa, o escondidinho de bacalhau é um dos mais pedidos, assim como a carne de sol com mandioca. Recomendamos o “amigo do peito”, um peito de frango com queijo na chapa e batatas fritas que sai por R$ 23,50 e serve bem, como petisco, até quatro pessoas. Sebastião Torres afirma que sua freguesia é, na grande maioria, composta por moradores do próprio Sudoeste que temem a lei seca. “Para mim, os restauran- tes e bares fora das duas asas do Plano Piloto ganharam muito com essa lei. Poucos vinham de lá para cá, e muitos iam daqui para lá. Houve um aumento considerável no número de clientes para todo mundo, aqui no Sudoeste”. Na esquina em frente, já no Bloco B, fica o Café São Jorge, com dois ambientes – bar e cachaçaria – e tendo como destaque, entre os drinks, as caipiroskas de frutas da época, por R$ 9,90 (com promoção de dose dupla de domingo a terça-feira). Oferecido todos os dias das 17 horas até o encerramento, o bufê de frios (R$ 5,60 cada 100 gramas) é outra atração do São Jorge que, aos sábados, serve também uma fei- joada self-service, cozida no estilo tradicional, por R$ 24,90 – a caipirinha é por conta da casa. A descontração é a marca forte do São Jorge: à noite, os garçons trabalham com exóticos chapéus, que podem ser emprestados aos fregueses mais animados. Logo em seguida vem o Fausto & Manoel, casa cheia toda noite, há cinco anos. Qual seria o segredo? Para o gerente Oscar Korb, é o atendimento caprichadíssimo e o som ambiente bem baixinho, que permite uma prosa tranquila e sem exaltação. Em suas dezenas de mesas, os destaques são os bolinhos de bacalhau e a picanha na tábua. O aeroportuário Miguel Martinho, 7 águanaboca um pequeno espaço de comida tipicamente mexicana. Em suas oito mesas, o proprietário Alexandre Amorim serve das 17 às 24 horas cinco versões do burrito, o tradicional prato da culinária do México, espécie de tortilla de farinha geralmente recheada com carne bovina, suína ou frango (no Ramirez há também uma versão vegetariana). Para beber, a casa oferece sucos, refrigerantes, cervejas mexicanas e, é claro, tequila. Ambientes familiares O casal Felipe e Yasmine no Nana Bar um dos fregueses mais fiéis, acha que “o bom da casa, além do atendimento, é a oportunidade de ver muita gente bonita”. E a freguesia do Fausto & Manoel é mesmo assim, uma mistura de mulheres bonitas, casais jovens e homens de todas as idades. Eclético, o bar agrada ao estagiário de jornalismo Vitor de Moraes “porque está sempre cheio e com muita animação”. Para o jovem de 24 anos, o almoço em família nos fins de semana é uma ótima pedida. Torres de cerveja De cima já dá para ver a animação do subsolo, mas somente descendo uma pequena escada conseguimos chegar ao Nana Bar, que homenageia a banda Chiclete com Banana e seus fãs e em apenas cinco meses criou uma clientela fiel e numerosa que se amarra no bobó de camarão (R$ 9,90) e no acarajé (R$ 7). No telão, rola o tempo inteiro música baiana, e a jovem clientela um pouco ouve e um pouco conversa enquanto bebe a “torre de cerveja” de 3,5 litros. Tal qual uma pequena chopeira, ela enfeita diversas mesas do Nana Bar. “É uma das nossas atrações. Os clientes adoram porque a cerveja fica sempre bem gelada”, afirma Eliane Aguiar, gerente da casa. Para o casal Felipe e Yasmine, o Nana Bar tem um ambiente descontraído, agradável para os jovens, “um bom lugar para encontrar a turma e assistir a jogos e clipes”. Saindo do ambiente baiano, logo ao lado temos o Ramirez Mexican Foods, 8 Na galeria ao lado, também no subsolo, mas com parte de suas mesas ao ar livre, a Pizza à Bessa recebe, noite após noite, uma gigantesca clientela. Entre os frequentadores, é comum encontrar famílias inteiras – quase sempre com muitas crianças – comemorando aniversários, ou grupos de jovens atraídos pelo afamado rodízio da pizzas da casa. “Faço questão de que os clientes encontrem aqui um ambiente bem familiar, em que se sintam inteiramente à vontade”, diz o proprietário, Paulo Bessa. Alguns metros adiante, na mesma galeria, uma novidade: a Escondederia, especializada, como não poderia deixar de ser, num dos pratos mais populares dos Estados de Pernambuco, Bahia e Minas Gerais: o escondidinho. O freguês pode escolher entre dez tipos de recheios (os mais procurados são os de carne seca, camarão e filé acebolado) e três tipos de purê – mandioca, batata ou abóbora. Para quem prefere ambientes mais tranquilos, outras boas opções são o Café Contemporâneo Creperia, com seu rodízio de crepes, e a Tratoria 101 Ristorante, de comida italiana. A elas vai se juntar em breve, o Mokay Sushi, mais um japonês no Baixo Sudoeste, onde já fazem sucesso, principalmente entre o público jovem, nada menos do que quatro temakerias. Buteko 101 Bloco A – Loja 2 (3341.2082). De 2ª a 6ª, das 16 à 1h; sábado e domingo, das 11h30 à 1h. Cocoricó Bloco A – Loja 28 (3344.1177). De 3ª a domingo, das 16h30 às 2h. Café Sweet Gift Bloco A – Loja 44 (3257.9296). De 3ª a sábado, das 9 às 20h; domingo, das 10 às 16h. Choperia Sudoeste Bloco B – Loja 48 (3344.8424). De 2ª a 4ª, das 16h30 à 1h; de 5ª a 6ª, das 16h30 às 2h; sábado, das 11h30 às 2h; domingo, das 11h30 à 1h. Café São Jorge Bloco C – Lojas 2/80 (3344.1549). De 3ª a domingo, das 9 à 1h. Fausto & Manoel Bloco C – Lojas 8/10/12 (3039.6407). De domingo a 4ª, das 10 às 2h; de 5ª a sábado, das 10 às 3h. Nana Bar Bloco C – Loja 75 (3032.8989). Diariamente, das 17 às 2h. Ramirez Mexican Foods Bloco B (subsolo) – Loja 94 (3344.4860). De 3ª a sábado, das 17h até o último cliente. Pizza à Bessa Bloco B, subsolo (3344.0990). Diariamente, das 18 às 24h. Tratoria 101 Ristorante Bloco C – Lojas 38/42 (3344.8866). De 2ª a domingo, das 12 às 15h e das 19 às 24h (2ª, só jantar; domingo, só almoço). Escondederia Bloco B (subsolo) – Loja 34 (3344.1763). De 3ª a sábado, das 12 às 23h; domingo, das 12 às 16h. Café Contemporâneo Creperia Bloco B – Loja 142 (3341.5475). De 3ª a domingo, das 18 às 24h. Os garçons do Café São Jorge, com seus exóticos chapéus, ajudam a descontrair o ambiente picadinho Entrada: consomé com pãozinho crocante de alho. Prato principal: filé ao molho de gorgonzola com arroz piemontese e farofinha crocante. Sobremesa: parfait de queijo Minas com calda quente de goiabada. Preço: R$ 29,90. Será possível? Isso mesmo. É a promoção deste mês de novembro no Villa Borghese, da chef Ana Toscano. O cliente ainda pode trocar o prato principal por um filé ao molho mediterrâneo, acompanhado de linguini com ervas, e a sobremesa por um abacaxi caramelado com merengue. No cardápio normal também há boas novidades: camarões de Taormina e abadejo com pesto mediterrâneo. Natal do Pontão Outra boa promoção, já com foco nos festejos de Natal, é a que prepararam os cinco restaurantes do Pontão do Lago Sul. De 20 de novembro a 25 de dezembro, os clientes encontrarão nessas casas menus compostos por entrada, prato principal e sobremesa a um preço único de R$ 39 (por mais um real pode-se ajudar instituições de caridade). O especial do Bargaço, por exemplo, será a casquinha de siri, de entrada, seguido do peixe ao alecrim com arroz de brócolis e batata sauté e, de sobremesa, a tradicional cocada. A lista completa dos pratos está em www.pontaodolagosul.com.br. lascas de tangerina, escarola refogada e salada de legumes assados. Italiano Feijoada diferente Divulgação Trio gourmet O Carpe Diem rebatizou sua casa do Terraço Shopping de La Cuccina Carpe Diem D’Italia, transformando-a em restaurante especializado em comida italiana. A proposta é de pratos fartos e saborosos a preços acessíveis, com muitas opções de saladas, massas, risotos, carnes, peixes e frutos do mar. Happy hour imperial Já o chef Dudu Camargo acaba de lançar uma feijoada branca com frutos do mar no restaurante Fatto (QI 9 do Lago Sul). Todos os sábados, das 12 às 17h, a iguaria estará no bufê (R$ 70 por pessoa) junto com outras invenções mediterrâneas como caldo de peixe, caldo de frutos do mar, sushi de salmão com atum, farofa de lula, salada de risone, peixe assado com molho de ervas, O fim de tarde da recém-inaugurada choperia Villa Imperial (210 Sul) já está fazendo o maior sucesso. Além de chope dose dupla das 17 às 20 horas, o cliente pode aproveitar o bufê de queijos e frios ou – se estiver em grupo – pedir uma das versões de 650 gramas de carne que vem à mesa numa chapa, para ser grelhada na hora. Festival de camarão Enquanto isso, nos restaurantes Dom Francisco do ParkShopping e do Pátio Brasil o que rola, até 9 de dezembro, é o Festival de 9 Francisco ensina Começa no dia 16 mais uma turma do curso Cozinhando com Francisco, a última do ano. Durante cinco segundas-feiras consecutivas o chef Francisco Ansiliero orientará os alunos no preparo de pelo menos três pratos por aula. Inscrições: 3224.5679 / 3224.8429. 10 A vinícola Miolo acaba de lançar um vinho elaborado especialmente para exportação. O Alísios, que acaba de desembarcar na Inglaterra, é resultado de um ano de pesquisa de tendências que resultou num vinho despojado e elegante, segundo o produtor. As pesquisas apontaram que o ritmo de vida acelerado provocou no Velho Mundo uma mudança no consumo de vinhos, antes dominado pelos produtos mais encorpados e com bastante tanino. Iogurte congelado Chega a Brasília mais uma franquia da Yogoberry, rede especializada em iogurte congelado de diversos sabores e com deliciosas opções de coberturas, como frutas frescas ou em calda, granola, castanhas, nozes, mel e vários tipos de chocolate. A nova loja fica no Conjunto Nacional. Aniversário Zuu O Zuu a.Z.d.Z. comemora seu quinto aniversário em novembro com um menu especial no almoço, a R$ 39,90. O prato principal mudará toda semana, mas a entrada será sempre a meia salada mediterrânea (folhas, burrata, tomates, azeite, limão siciliano, manjericão, grana padano, parma San Danielle e favo de mel) e a sobremesa o suflê de doce de leite. Varanda nova Quem já considerava o ambiente do Outback (ParkShopping) um dos grandes atrativos da steak house vai se surpreender com a varanda, que acaba de ser reformada. O espaço ganhou mais 30 lugares, colunas de pedra, mesas de madeira e árvores decorativas. Um ótimo lugar para aproveitarem a Billabong Hour, em que diversos drinks da casa são servidos em dose dupla. Divulgação Faro Fotografia Camarão. Serão servidas quatro opções de entrada e seis de pratos principais, entre os quais se destaca a lasanha de camarão (R$ 88 para duas pessoas). Durante o festival, o cliente que pedir um dos vinhos recomendados para harmonizar com os pratos – Santa Digna Sauvignon Blanc Reserva (R$ 63,90) e Santa Digna Rosado (R$ 69) – ganha meia garrafa deste último. Tipo exportação Aos amigos, Luiz Recena garfadas&goles [email protected] 11 F quase tudo eriadões ou fins de ano são vésperas de casa cheia, ou com gente nova, ou habitués, no pedaço. Foi assim no final de outubro, começo de novembro, passados. Primeiro chegaram Márcia, Laerte e Fernandinho, o “fofo”, filho do casal, próximo dos cinco anos de idade. Depois agregou-se Sonia, “Soninha”, com inusitada silhueta, mais esbelta, a ressaltar-lhe as costumeiras gargalhada e simpatia. Por fim, ou por sempre, posto que é tio da criança, ajuntamos o tio “Jacaré”, um trepidante que atende pelo nome de Zé Henrique. Aos marinheiros de primeira viagem é tempo de mostrar o que já foi descoberto e conhecido. Assim, e pela ordem, Barraca do Francês, na Pedra do Sal, pastel de camarão e peixinho pititinga frito (as entradas), vermelho frito com acompanhamentos e risoto de camarão e palmito (os pratos fortes). Ótimos. A mão de Rozilda está cada vez melhor nas artes de encantar quem gosta de comer. Próxima parada, Praia de Interlagos, para visitar a forte aliança Falcão-Tapioca. Cervejas de vários calibres e rótulos, com comidinhas baianas no aperitivo. Gostosos filés de peixe e carne, na surpreendente (por boa) cozinha do clube do condomínio, fecharam o sábado. Domingo, depois da piscina do garoto e da incansável máquina de fazer rir, esgrimida pelo tio Jacaré, parada obrigatória na Toca do Dinho, em Stella Maris. Pititinga, vermelho frito com acompanhamentos e a já famosa salada mista de polvo e camarão. Com geladas, é claro. Fome noturna saciada com fusilli al pesto (caseiro, com manjericão da hortinha do jardim). Despedidas rápidas, cervejas lentas e lágrimas marcaram a segunda-feira. Os amigos vão, as saudades ficam... Jorjão, o furacão Poucos dias antes do feriadão, um telefonema anunciou que Jorge Ferreira, nosso querido Jorjão dos bares, estava na capital baiana. Era um dia útil, previamente destinado ao ofício de escrever. Mas quis o destino que assim não fosse. Um peremptório “quero ver vocês!” ecoou pelo fio do “grambél”. Jorjão é assim, voz poderosa, tonitroante. O amigo é mais do que isso, é carinhosamente mandão mesmo. Deixemos claro: a cumplicidade do escriba só precisava de um bom motivo, e ele estava ali. Tínhamos pouco mais de três horas, o que requeria um plano rápido. E eficiente. A caminho do aeroporto, primeira parada, obrigatória, conhecer a casa e abrir os trabalhos. Louras rápidas. Em seguida, A Brasa, que mesmo com esse nome é um restaurante alemão. Tem cardápio variado, mas sua especialidade é mesmo a cozinha germânica. E tem chope. O menino não acertou a mão no colarinho e o creme, desta vez, não compensou. Nosso herói até um poeminha declamou, mas, não surtindo o efeito desejado, voltamos às louras. Essas sim, estavam geladas. E galhardamente acompanharam os anéis de lulas, fritos no estilo milanesa, e as salsichas com mostarda alemã. Um aperitivo desses requer, exige um complemento, e ele estava ali perto, o steinhaeger com cara de pidão. Foi feita a sua vontade. No final, encontro e papo rápido e saudações ao dono, herr Probucka, com direito, ao sair, a um solene auf widersehen! (aufiderzein, adeus em alemão), declamado com pronúncia perfeita. Conclusão: o Jorjão sabe alemão!... As rimas, segundo ele, são para “matar a galera”. E requereu: “Manda essa pro Luizinho”. Está mandada, mestre e amigo. Aufiderzein! Pelo telefone Poucas notícias de novos bares, novas garfadas e goles chegam daí. Parece que vou ficando aqui para sempre. Mas os fiéis de sempre informam: abriu o Heat, um novo conceito, misto de restô e casa de baladas, com grandes ideias, cores, sabores e som. Longa vida! E o Claude Capdeville, agora com a parceria do Wanir Júnior, volta a barbarizar no Toca do Chopp, agora nas Águas Claras, que, no dizer de Vicente Sá, é “o novo eldorado, a cidade mais vertical do DF”. Vamos em frente! 11 Viva Porto Alegre! 12 a novidade em espumante nacional, também oferecida pela Vinhos do Mundo, foi o Fabian, nas versões branca e rosé, por preço extremamente atraente, na casa dos R$ 30. Entre as visitas gastronômicas comuns à maioria das minhas viagens a Porto Alegre, tais como a Usina das Massas, a Na Brasa e o Marco, sobressaiu-se novamente o fantástico Le Bateau Ivre, que continua sendo, na minha opinião, o melhor restaurante do sul do país. O proprietário, Gerard, que já havia passado pela Bahia, esteve em terras brasilienses por um bom período e acabou se estabelecendo em definitivo na gaúcha Porto Alegre, onde vem desenvolvendo uma alta gastronomia cada vez mais sólida e maravilhosa. Recebeume com sua tradicional simpatia e com novos e sensacionais pratos. De entrada, ostras gratinadas ao champanhe, que fiz acompanhar por duas taças do espumante Adolfo Lona, sempre muito correto, com leves aromas de fermento e torrada. Como prato principal, uma boa surpresa: confit de canard à redução de vinho tinto com emulsão de foie gras. Apresentação impecável, nota 10. Macio, o molho sedoso e saboroso, levemente picante. Acompanhando, uma batata assada ao creme de queijos, muito suave e ao mesmo tempo marcante, e uma garrafa de Château Tarreyrots 2006, bordeaux de categoria superior, com fruta madura e apimentada, corpo de médio a bom, madeira bem integrada, traduzindo-se em vinho charmoso e elegante. Fazia tanto tempo que eu não tinha uma refeição como essa que me senti propenso, ao final, a ajoelhar para uma reza em agradecimento. Na impossibilidade, optei ao menos por dispensar a sobremesa para curtir por mais tempo toda a impressão gustativa do jantar. Imperdível para quem passar por aquelas bandas! ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO paoevinho @alo.com.br pão&vinho M ais uma vez em viagem, passei uma semana em terras gaúchas. Cinco dias trabalhando em Porto Alegre me permitiram reviver um pouco da gastronomia local e do vinho, não só o nacional, confesso, mas também alguns bons importados. Como sempre, o que mais me impressiona na nossa produção de vinhos do sul do país é o espumante, que não apenas continua sendo ótimo, mas, creio, vem melhorando cada vez mais, inclusive pela diversidade de produtores. Estando em Porto Alegre, eu não poderia deixar de visitar a importadora Vinhos do Mundo, que sempre considerei e vem comprovando ser uma das melhores do país. Seus rótulos de importação exclusiva nos oferecem algumas preciosidades – e, como sempre, eu dou mais importância às que representam grandes oportunidades em termos de custo/benefício. O Riesling Spatlese Troken da Anselman, com seus atuais 13% de álcool (já foram 14%), continua exuberante, uma surpresa em termos de alcolicidade em brancos, e sempre preservando seu equilíbrio e sabor. Está na faixa do R$ 60 e, por esse preço, talvez seja hoje o branco mais interessante do mercado. Ainda no campo dos brancos: um exemplar de Semillion, da Austrália, o Stevens da Tyrrels, altamente premiado e também de qualidade exuberante, encontrava-se em promoção, com 50% de desconto, na casa do R$ 50, tornando-se outra grande opção para o verão que se aproxima. Entre os tintos, a excepcional oferta, diria até imperdível, foi o Quinta Generación, vinho premium da Casa Silva Chilena, de qualidade muito superior a seu preço. Finalmente, com Santa Felicidade em Brasília raimundo ribeiro espaçocidadão municacaoraimundoribeiro @gmail.com 13 L ei seca do trânsito, horários rígidos novidades interessantes estejam surgindo, de fechamento, protestos contra como o polo gastronômico em instalação os decibéis, punição à fila dupla... na cabeceira da Ponte JK, onde haverá cerca Nos últimos tempos, uma carga negativa de de 45 estabelecimentos em funcionamento notícias, em Brasília, cercou o setor de bares dentro de pouco tempo (alguns muito e restaurantes, que na maioria das grandes ci- interessantes já estão funcionando e vale dades assume o papel de reduto da felicidade a pena frequentá-los). (em Curitiba, por sinal, ficou famosa a região A questão dos bares e restaurantes que muito apropriadamente chamada de Santa funcionam nas comerciais locais me preocupa Felicidade). e eu defendo a retomada da discussão sobre No Distrito Federal, é como se estivéssemos os estacionamentos subterrâneos. Creio que a vilanizando esse setor que tanto prazer nos Polícia Militar deve manter a fiscalização con- proporciona, nos alegres encontros com tra os abusos na chamada fila dupla, punindo a família e com os amigos. Estaremos os exageros e principalmente os motoristas transformando Brasília numa comunidade que param seus carros nas esquinas. mal-humorada? A Capital Federal progrediu mais do que No Plano Piloto, principalmente, está passando da hora de se reunir todos os interessa- o previsto, com 2,6 milhões de habitantes dos num amplo seminário, estabelecendo-se e mais de 1,1 milhão de carros. De repente, regras de convivência dos bares e restaurantes aquele barzinho que você via de longe, da ja- com a cidade, mas sem impedir que Beirute, nela do seu prédio, realmente cresceu e che- Libanus, Xique Xique, Camarão 206 e muitos gou perto do playground. Mas nada impede outros patrimônios históricos possam receber que passemos a discutir essas questões com o seus clientes. reconhecimento de que os estabelecimentos são vitais para o nosso bem-estar. Como cidadão, constato esse tipo de cho- Volto ao apelo original: não vamos deixar que o mau humor tome conta da gente quando formos abordar diariamente essa questão. que que envolve o serviço de bares e restau- Bares e restaurantes nos fazem felizes e mere- rantes. Reconheço que não existe uma política cem ser tratados com bom senso na hora da pública voltada para o setor, embora algumas aplicação das regras e das leis. 13 Galos e galinhas variedade de produtos sofisticados, como vizinho do Pouso da Chica acorda linguiça de cordeiro, queijos variados, cervejas a turma do quintal. Estou de férias. artesanais e uma adega com vinhos nacionais Retomo meu sono, deixando ao galo o difícil e importados muito bem escolhidos. A própria labor de acordar o sol nessa época chuvosa dona aconselhava os compradores indecisos – em Diamantina. Cot-cot-cot... São oito horas no meu caso, ela me comprovou, com uma e as frenéticas galinhas festejam o amanhecer degustação de cachaças de alambiques reno- botando ovos. mados e de pequenos produtores, a fama dos No sobe e desce pelas ruelas e becos de destilados mineiros. Na despedida, sugeriu-me Diamantina, procuro o antigo Mercado dos ir ao IV Festival de Frango Caipira, no distrito Tropeiros, um galpão com toda a estrutura de São Gonçalo do Rio das Pedras. em madeira que inspirou o arquiteto Oscar No dia seguinte fui, debaixo de chuva, com Niemeyer nos esboços de seu projeto para o duas amigas de Caruaru, até o pequeno povoa- Palácio da Alvorada. Hoje Mercado Municipal, do, situado a 34 km da cidade, para descobrir ele abriga aos sábados uma feira de pequenos a origem do festival e experimentar alguns dos produtores e quituteiras da cidade e dos pratos. A estrada de terra que leva até São Gon- arredores. Uma grande miscelânea que vai çalo do Rio das Pedras é um regalo para a vista: de produtos da horta a comidinhas, doces, cadeias de rochas negras, jardins de pedras bro- cristais e artesanato. tadas, fachadas de palácios góticos esculpidos Saindo da feira, eu já levava na minha cesta alguns ingredientes regionais como o maxixe fofo, em formato de pimentão verde alongado, pelas águas e ventos, mata nativa e pastos verdes banhados por pequenos riachos e cachoeiras. A escolha do ingrediente de base para ca- bem diferente do maxixe bojudo e espinhoso racterizar o festival é a carne de frango caipira, que nas receitas tradicionais, após escaldado, por ser a mais utilizada nas refeições dos 834 é servido recheado com carne moída, brotos moradores do povoado, explicou-me o dono de samambaias a serem fervidos para tirar do restaurante Angu Duro. As receitas são ela- o amargo e depois picados e refogados na boradas nos fogões a lenha, que têm a particu- manteiga, um punhado de jambo branco laridade, nessa região, de serem construídos com seu delicado sabor de rosa. A Praça do Velho Mercado estava toda sobre pés de madeira. Nos cardápios dos restaurantes e pousadas, frango com enfeitada por estandartes com imagens de ora-pro-nobis, frango ao molho pardo, santos e instrumentos musicais. Lá estava o frango com creme de milho, frango com retrato de um galo, nas portas e balcões das quiabo, ensopado de frango com vinho, lojas, nos postes, nos caminhões, anunciando frango afro-mineiro. as “Bandas de Cá”, convidando todos a assistir ao festival de bandas tradicionais do interior de Minas no domingo, na praça. Nos arredores, deparei-me com uma delicatessen, a Athenas do Norte. Lá encontrei uma 14 No dia seguinte, na pousada, o canto do galo despertou em mim a memória dos sabores dos pratos experimentados no festival. E pedi dois ovos fritos na Quentin Geenen de Saint Maur palavradochef @alo.com.br palavradochef C inco da manhã, o có-có-ró-có do galo manteiga no café da manhã. 14 roteirogastronômico MÚSICA AO VIVO ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA DELIVERY FRALDÁRIO MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Armazém do Ferreira QI 21 do Lago Sul (3366.3531) 412 Sul (3345.3531) Cardápio variado, sabor e qualidade. Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 39,90 ( 2ª a 6ª) e R$ 44,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. 506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos Bar do Mercado buffet de restaurante Camarão 206 Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos. Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor. Em ambiente aconchegante, com decoração pontuada por arte e história, pode-se tomar um cafezinho ou um chope para acompanhar o pastel de bacalhau, o sanduíche de mortadela ou o autêntico Bauru. No almoço, cardápio paulistano. 206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping cc: todos Scenarius Grill De segunda a sexta-feira serve executivos e servidores públicos do centro da cidade. Aos domingos, o público se transforma: são famílias inteiras que vão saborear delícias como a anchova negra e o bife ancho. 509 Sul (3244.7999) CC: todos SCS Q. 3 Bl. A - Ed. Paranoá (3224.0585 / 3039.1234) CC: Todos Bar Brahma Café das 5 Revistaria A casa de Brasília segue a proposta das outras filiais, com shows, ótima comida e o tradicional chope cremoso. Frequentado por grandes personalidades da política e da música. A decoração é inspirada nas décadas de 50 a 70. Aos sábdos, a tradicional feijoada acompanhada de chorinho, samba de raiz e outras atrações. O cardápio assinado pelo chef Olivier Anquier. Neste charmoso Café, você encontra deliciosos sanduíches, snacks, saladas, milk shakes, chás...Tudo para uma estadia aconchegante em companhia de suas leituras favoritas. Happy Wine Hour, todas as quintas a partir das 17h, com selecionados vinhos da parceira Zahil. 3ª a sáb. 11h à 0h / Dom. 11h à 16h. SHIS QI 5 Cj. 9 Bl. D - Espaço Maria Tereza (3248.0124) CC: V e M confeitarias 201 Sul (3224.9313) CC: todos brasileiros É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras. Bar Brasília cafés BARes 202 Norte (3327.8342) CC: Todos Sweet Cake buffet de festa Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os frequentadores. Praliné O cardápio é bastante variado, com tortas doces e salgadas, bolos, geleias, quiches, tarteletes, chás, cafés e sucos naturais. Promoção: Café da manhã, de segunda a sexta por R$ 12,90 e Chá da tarde às terças por R$ 20,50 (Buffet por pessoa). 205 Sul Bl. A lj. 3 (3443.7490) CC: V 15 BSB Grill San Marino O Rodízio de massas e galetos está com preços especiais: de domingo a quarta por R$ 15,80 e de quinta a sábado por R$ 17,80. No almoço, Buffet com saladas, pratos executivos e grelhados 209 Sul (3443.5050) CC: Todos Villa Borghese Desde 1998 oferece as melhores e os mais diversos cortes nobres de carne: Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe, Picanha, além de peixe na brasa, esfirras, quibes e outras especialidades árabes. Adega climatizada e espaço reservado completam os ambientes das casas. O charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto diariamente para almoço e jantar. Sugestão: Tagliatelle Del Mare (Tagliatelle em saboroso molho de azeite extra virgem, tomate, alho, manjericão e camarões grandes), por R$ 45,00. 304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V ITALIANOS Pontão do Lago Sul (3248.7755) CC: Todos contemporâneos Café Antiquário À beira do lago, diante da vista mais bela de Brasília, a casa atrai todos que desejam unir ambiente agradável, boa cozinha e música. Almoçar um rico grelhado e tomar café ao fim da tarde são apenas algumas das ecléticas delícias do restaurante. O piano sofistica o ambiente de 18h às 20h30 todos os dias. As noites são de jazz e blues ao vivo. 201 Sul (3226.5650) CC: Todos Fast food de comida mexicana com mais de 20 opções no cardápio. Nachos (a partir de R$ 3,90), tacos, burritos, quesadillas e molhos que podem ser combinados em combos pequenos ou grandes e ainda pratos executivos (a partir de R$ 9,90). Para a sobremesa, churros, casquinhas, sundaes e milk shakes. Dom. a 4ª de 12h à 0h. 5ª a sáb. de 12h às 5h. MEXICANOS GRELHADOS Tacolino Mexican Fast Food 405 Sul CC: V, R, VR, Sodexho Roadhouse Grill Oliver Próximo ao Eixo Monumental, apresenta espetacular vista para um tranquilo campo de golfe, sem prédios ao redor. O ambiente composto por piso de pedras vindas de Pirenópolis e móveis de Tiradentes (MG) conferem ainda mais rusticidade ao restaurante. Elaboradas pelo gourmet Carlos Guerra, as receitas internacionais têm base na culinária mediterrânea. Brasília Golfe Center - SCES Trecho 2 (3323.5961) CC: Todos www.restauranteoliver.com.br 16 INTERNACIONAIS .Clubes Sul Tr. 2 ao lado do S Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535) Oca da Tribo naturais Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres. Saboroso e diversificado buffet, com produtos orgânicos e carnes exóticas. No domingo, pratos especiais, como o bacalhau de natas e o arroz de pequi. Horário: de segunda à sexta, das 11:30 às 15h e sábados, domingos e feriados, das 12 às 16h. SCS trecho 2 (3226.9880) CC: Todos MÚSICA AO VIVO roteirogastronômico ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA DELIVERY FRALDÁRIO MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE Mitzu O maior restaurante japonês de Brasília, com capacidade para atender até 240 pessoas em seus cinco salões e dez tatames. Serve buffet de 3ª a domingo, com mais de 50 deliciosas sugestões, entre sushi, sashimi e pratos quentes, além de cardápio á la carte. Restaurante Badejo A tradicional moqueca capixaba leva o tempero mineiro no Restaurante Badejo, com 19 anos de história em Belo Horizonte e 15 em São Paulo. Agora é a vez de Brasília conhecer o autêntico sabor da cozinha capixaba. SCES - Trecho 4 - Lote 1B Academia de Tênis Setor de Clubes Sul (3316.6866) CC: V e M Nippon Baco Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito. Premiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as. 403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos 309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: Todos Baco Delivery (3223.0323) PIZZARIAS ORIENTAIS 116 Sul (3245.1780) CC: Todos Peixes e frutos do mar CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Gordeixo Ambiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato. Belini Feitiço Mineiro A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria e restaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda. A culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos. Peixes e frutos do mar 113 Sul (3345.0777) CC: Todos Peixe na Rede A vedete do cardápio é a tilápia, servida de 30 maneiras. O frescor é garantido pela criteriosa criação em cativeiro na fazenda exclusiva do restaurante, a 100 Km de Bsb. Há também pratos de camarão e bacalhau. 405 Sul (3242.1938) 309 Norte (3340.6937) CC: Todos Regionais Padaria 306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D 306 Norte (3272.3032) CC: Todos Fulô do Sertão Ambiente colorido e acolchegante. No cardápio, pratos tradicionais como escondidinho, arrumadinho, galinha cabidela, tapiocas e cuscuz, além das exclusividades da casa como o acarajé paraibano e nhoque do sertão. À noite, música de qualidade com clima romântico à luz de velas, perfeito para momentos especiais. 404 NORTE – Bloco B (3201-0129) CC: V, M, D 17 queespetáculo Era uma vez... No teatro do CCBB, clássicos da literatura infantil brasileira N ão fosse a versão de Walt Disney, talvez Pinóquio não teria ficado conhecido como é até hoje, e as histórias dos Três Porquinhos e da Branca de Neve também poderiam ter caído no esquecimento. No Brasil, as adaptações para a TV do Sítio do picapau amarelo mantiveram vivos por várias gerações os personagens que nasceram da imaginação de Monteiro Lobato. Essas e outras experiências mostram que qualquer recurso é válido para introduzir as crianças no mundo fantástico criado pelos mestres da literatura. É com o objetivo de aproximar as novas gerações dos clássicos da nossa literatura que o CCBB recebe, de 20 de novembro a 6 de dezembro, o projeto Contos clássicos brasileiros. Ao longo de três finais de semana, obras de Câmara Cascudo, Graciliano Ramos e Manoel de Barros serão apresentadas com roupagem bem atraente para o público infanto-juvenil, e embaladas pela rica música instrumental brasileira. No primeiro espetáculo, de 20 a 22 de novembro, os atores Antonio Karnevale e Marcê Porena protagonizam o musical Histórias de Alexandre, de Graciliano Ramos. Alexandre é um contador de causos do sertão nordestino, meio caçador, meio vaqueiro, alto, já velho e com um olho torto. Ele transforma a realidade e reinventa o mundo com histórias mirabolantes, sempre confirmadas pela mulher, Cesária. O roteiro é de Heloisa Pinheiro e a trilha sonora, executada ao vivo, foi desenvolvida especialmente para o projeto pelo grupo Pedra Lispe. No fim de semana seguinte, os contos Histórias pintadas, do historiador, folclorista, antropólogo e jornalista Câmara Cascudo, ganham uma versão teatral adaptada por Rebeca Queiroz, que também protagoniza a peça. As histórias se desenrolam ao mesmo tempo em que o 18 cenário vai sendo construído, pouco a pouco, com pinturas de Rebeca, enquanto o músico Ranier Oliveira apresenta ao vivo música instrumental e cantigas populares, sob a direção de Itiberê Zwarg. No terceiro e último fim de semana, o grupo Os Tapetes Contadores de Histórias apresenta de forma lúdica a poesia de Manoel de Barros, no espetáculo Passarinho à toa. A peça traz poemas e fragmentos de textos de Cantigas para passarinhos à toa, Exercícios de ser criança e Poeminha em língua de brincar. Enquanto os atores cantam, narram e recitam a poesia de Manoel de Barros, o violeiro Luciano Câmara executa ao vivo a trilha sonora, desenvolvida pelo grupo Água Viva. No cenário, objetos de tecido remetem a uma praça com árvores, luzes, plantas, bancos e brinquedos. Cada um dos três espetáculos apresen- ta uma linguagem teatral diferente, mas todos têm um objetivo comum: “Buscamos apagar as fronteiras entre as diversas manifestações artísticas e culturais do nosso país, por meio do regionalismo e do diálogo entre o tradicional e o contemporâneo”, explica Isabel Seixas, coordenadora do projeto ao lado de Mariane Moraes. Assim, ao mesmo tempo em que mostra a variedade de linguagens, representações, estilos e gêneros presentes em nossa cultura, o projeto procura diminuir o distanciamento entre o público infanto-juvenil e a literatura, desenvolvendo nas crianças uma nova percepção do olhar para as artes. Contos clássicos brasileiros De 20/11 a 6/12, no CCBB. Sextas, às 16h; sábados e domingos, às 15h30 e 18h. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. Bilheteria: 3310.7087. O grupo Os Tapetes Contadores de Histórias vai apresentar o espetáculo Passarinho à toa. Nana Morais dia&noite luizapossi somdenatal Músicas de Bach, Mozart, Haydn, Haendel, Vivaldi e dos russos Bortniansky, Kalinnikov e Shnittke fazem parte do repertório da Siberian Virtuosi, a orquestra de câmara russa que se apresenta dia 15, às 17 h, no Parkshopping. Trazida pelo Projeto Bancorbrás Cultural, a Siberian Virtuosi é dirigida por Fabio Mastrangelo e tem 12 integrantes. Nos últimos 14 anos, já fez turnês por toda a Europa e pelo Japão. Entrada franca. Cadu Cinelli filarmônicademinas Divulgação Pela primeira vez em Brasília, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresenta dia 26, às 20h30, na Sala Villa-Lobos, com participação especial do pianista Arnaldo Cohen. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a orquestra foi criada em fevereiro de 2008 e vem se apresentando nos concertos regulares no Palácio das Artes, em outras cidades mineiras, em praças e em parques. O pianista Arnaldo Cohen apresentará solo de concerto de Franz Liszt. malandromorengueira steelpulse A banda inglesa de reggae com mais de 30 anos de estrada estará em Brasília, dia 22, para participar da Semana da Consciência Negra. Considerada um exemplo de luta contra o racismo, a Steel Pulse já viajou por mais de 40 países e coleciona 12 discos, um deles premiado com o Grammy (Babylon the bandit). A turnê começa em Porto Alegre, dia 18, passa pelo Rio, Salvador e termina aqui na cidade com o show que acontece no Centro Comunitário da UnB. Ingressos a R$ 30 à venda no Bar Raízes (408 Norte), e na Pizza Dom Bosco (306 Norte / Sudoeste / CNB1 Taguatinga). Divulgação Divulgação Depois do sucesso conquistado na turnê do DVD ao vivo A vida é mesmo agora, a cantora começa agora a divulgação do novo Bons ventos sempre chegam. No repertório, as novas Vou adiante, Tudo certo e Queixo caído, de sua autoria. No show que fará dia 14 na Sala VillaLobos, às 21h, Luiza virá acompanhada de sua banda: Ramon Montagner (percussão), Alexandre Cavallo (baixo), Zeppa (violão, guitarra e vocais), Pedro Braga (violões, guitarra e bouzouki) e Renato Fonseca (teclados). Ingressos a R$ 80 e R$ 40. Quem melhor do que Jards Macalé e Maria Alcina para homenagear o inesquecível Moreira da Silva, ou Kid Morengueira (1902/2000), para os íntimos? Pois é essa a proposta do show Homenagem ao malandro, de 13 a 15 de novembro, na Caixa Cultural. Juntos no palco pela primeira vez, Macalé e Maria Alcina vão relembrar os sucessos do compositor que imortalizou o chamado sambade-breque. Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos a R$10 e R$ 5. 19 Divulgação n.a.s.a Valéria Carvalho O ex-DJ do Planet Hemp Zé Gonzáles, o Zegon, conheceu o americano Squeak E. Clean numa festa em 2003, e no dia seguinte os dois já estavam fazendo música juntos. A dupla precisou de pouco tempo para já ter músicas suficientes para lançar seu primeiro disco, sob a alcunha de N.A.S.A (North America/South America). A música dos DJs coloca no mesmo caldeirão Tom Waits, MIA, George Clinton, John Frusciante (Red Hot Chili Peppers), David Byrne e Seu Jorge, entre outros. Depois de uma turnê pelos Estados Unidos, o N.A.S.A faz um giro pelo Brasil, passando em Brasília no dia 14. A festa será no Arena Futebol Clube a partir das 22h, com ingressos a R$ 30. averara Divulgação Rosa Passos, sua madrinha musical, costuma chamá-lo de “Chet Baker brasileiro”, pela maneira mansa “de carregar a música no colo”. Desta vez, o cantor Leonel Laterza escolheu o compositor Edu Lobo para homenagear em seu próximo show, dia 21, às 21h, na Sala Cássia Eller da Funarte. Laterza afirma que não tem a pretensão de traçar um histórico, nem tão pouco uma cronologia focada na carreira de Edu, mas sim de trazer para o palco uma pequena amostra da obra desse mestre da MPB. No repertório, Beatriz, Ponteio e Ave Rara, música que dá nome ao show. Ingressos a R$ 10 e R$ 5. elevoltou Bento Viana O Clube da Bossa Nova de Brasília tem agora novo endereço: o Teatro Sílvio Barbato, do Sesc (SCS, Edifício Presidente Dutra). A proposta continua a mesma, ou seja, divulgar o trabalho de artistas da cidade ligados à MPB e à Bossa Nova, claro. Presenças constantes nas “reuniões” desse clube são as cantoras Sandra Duailibe, Cely Curado, Célia Rabelo, Anna Donizete, Paula Nunes e Marabeau (na foto, a partir da esquerda). Todo sábado, das 10h30 às 13h30, com entrada franca. matricó Esse pernambucano chegou ao Planalto Central há pouco mais de sete anos e já declara seu amor pela região em forma de música que fala dos pássaros e rios do Cerrado. Dias 18 e 19, Paulo Matricó estará no mesmo Teatro Sílvio Barbatto, no Setor Comercial Sul, para gravar Coração no Cerrado (CD e DVD). No repertório, a música Fogo no Mato, que pede: “Apague essa chama, acabe esse terror, apague esse fogo cruzado, se não o cerrado não dá flor”. Às 20h30. Informações: 9908.4963. 20 dia&noite Marvel Entertainment homem-aranha Em outubro, ele escalou as paredes do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. No começo deste mês, preferiu se exibir no Maracanãzinho, no Rio. Nos dias 21 e 22, o Homem-Aranha promete encantar os brasilienses pequenos e grandes que forem conhecê-lo no Ginásio Nilson Nelson. Vem aí o herói de 47 anos que não envelhece nunca e continua ágil na sua missão de escalar altos edifícios. Realizado pelas produtores Aines e W/Eller, O Homem-Aranha ação e aventura trará as acrobacias e voos espetaculares do jovem órfão Peter Parker. Com direito a efeitos especiais de última geração, 40 toneladas de equipamentos, diversas projeções de vídeo em alta resolução e tirolesa com 60 metros de altura. Antes de chegar ao Brasil, a superprodução passou pelo Chile e pela Argentina, com sua equipe de 100 profissionais, entre eles 23 atores, nove deles brasileiros. Sábado e domingo, às 15 e às 19h. Ingressos entre R$30 e R$ 200, à venda no Brasília Shopping. Quem assinar a Roteiro por um ano (R$ 96 à vista) leva de presente dois ingressos na cadeira de setor (3964.0207). estreianacional arteinconsciente O compositor Jorge Mautner e a cantora e psicóloga Cida Moreira são os convidados do CCBB para a próxima rodada do projeto Arte/Inconsciente, dia 18, às 19h30. No debate, os dois devem falar sobre seus processos de trabalho e os temas que orientam suas carreiras, bem como a relação entre criação artística e inconsciente, claro. Entrada gratuita mediante retirada de senha, distribuída meia hora antes do início do debate. Informações: 3310.7087. carretéis Divulgação “Elas trabalham num bordel decadente onde quase não entram mais homens. Fisicamente, são apenas elas em cena, mas, ao abrirem as memórias, o palco é povoado de tipos”, conta o jornalista e dramaturgo Sérgio Maggio, autor de Cabaré das donzelas inocentes, peça em cartaz no CCBB até 6 de dezembro que discute a condição feminina por meio da história de quatro prostitutas. “O texto não explora o fato de serem prostitutas, mas de serem mulheres, com seus dramas pessoais”, explica Murilo Grossi, que assina a direção junto com William Ferreira. No elenco, Adriana Lodi, Bidô Galvão, Carmem Moretzsohn e Catarina Accioly. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. A proposta é valorizar os autores da cidade e fazer com que o público conheça o trabalho de quatro deles: Marcelo Saback, Maurício Witzack, Áurea Liz e Marcos Pacheco. Assim é a peça Carretéis, quatro esquetes, quatro textos, interpretados por quatro atrizes e um só ator, sob direção de Áurea Liz. Dias 20, 21, 22, 27, 28 e 29, no recém-inaugurado Espaço Cultural Gê Martu (Escola Parque 210/211 Norte). Ingressos: R$ 20 R$ 10. 21 Guto Muniz Anderson Brasil batman O grupo de dança mineiro traz a Brasília o espetáculo Isso aqui não é Gotham City, uma recriação de personagens inesquecíveis das histórias em quadrinhos, “numa leitura contemporânea dos vilões e heróis que povoam a memória de diferentes gerações”. Com direção artística de Suely Machado e direção teatral de Paulinho Polika, o Grupo de Dança Primeiro Ato transporta para o palco do Teatro Brasília quadros e takes dançados, inspirados nos desenhos animados, em especial no homem morcego Batman. Dias 13, 14 e 15 de novembro, com ingressos a R$ 30 e R$ 15. Informações: 34247169. Igo Estrela galeno Dezoito obras inéditas de Galeno estão expostas até dia 29 na Referência Galeria de Arte (CasaPark). Segundo definição do próprio artista plástico, Pintando e Bordando é uma mostra intimista, “baseada em coisas que fui buscar lá atrás, no passado, e que eu achava que não tinha desenvolvido direito”. É nesse passado que estão as referências artísticas de Galeno, mais exatamente na infância vivida em Parnaíba, no Piauí, observando a mãe, que era rendeira. Vêm daí os carretéis, linhas e rendas recorrentes em seus trabalhos. O artista mora em Brasília desde os oito anos e atualmente prepara uma mostra com a qual pretende homenagear os 50 anos da cidade. De segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos, das 14h às 20h. Entrada franca. Marcelo Prates artechilena ospássarosdemarcelo Cleiton Torres Há doze anos, Marcelo Prates causou comoção ao fotografar um casal de canários em plena Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A partir daí, e com a mesma sensibilidade, o repórter jornalístico passou a buscar em outras praças e avenidas belas imagens de pardais, pintassilgos, periquitos e outros pássaros incorporados ao cotidiano da cidade grande. Agora seu trabalho está registrado no recém lançado Pássaros da liberdade, livro com textos de Nilseu Martins e Roberto Mendonça que Marcelo vem lançar em Brasília dia 18, a partir das 19h, no Bar Brama (201 Sul). artedesucata Trapos de pano, brinquedos, sobras de bijuteria, latas, papelões, tudo serviu de matéria prima para os 300 trabalhos realizados por estudantes de escolas públicas de cidades satélites de Brasília para o 5° Concurso Meliá Arte Brasília Ambiental. Dias 14 e 15, os 16 melhores trabalhos estarão expostos no lobby do Meliá Brasil 21 (SHS), hotel que hospedará, durante esse fim de semana, os estudantes vencedores. Para muitas crianças, será o primeiro contato com o Plano Piloto, mesmo morando a alguns quilômetros da cidade. 22 Divulgação Carlos Maturana, mais conhecido como Bororo, Samy Benmayor e Matías Pinto D’Aguiar são o que se pode chamar de legítimos representantes da Nova Pintura Chilena. Fundadores da Geração de 80, seu enfoque não era a polêmica, mas o desejo de fazer do pintar algo tão urgente e vital como é o comer e o dormir. Até 12 de dezembro o brasiliense terá oportunidade de conhecer o trabalho do trio, reunido na mostra Pintura em el camino, no Instituto Cervantes (707/907 Sul), com entrada franca. Rodrigo Oliveira caianagandaia Samba, futebol e cerveja Gafieira Esporte Clube anima as noites de quarta-feira no Calaf Por Guilherme Guedes Q ue quarta-feira é dia de futebol, todo mundo está cansado de saber. Sejam do Campeonato Brasileiro, dos estaduais ou de competições internacionais, os jogos das noites de quarta têm espaço cativo na agenda dos apaixonados por futebol, que muitas vezes enfrentam o dilema de escolher entre ficar em casa, para ver o jogo de seu time do coração, ou sair para se divertir na noite brasiliense. Pensando nisso, os produtores da festa apropriadamente batizada de Gafieira Esporte Clube resolveram juntar as duas coisas. Todas as quartas, fãs de música e de futebol podem desfrutar do melhor da gafieira enquanto assistem a partidas transmitidas ao vivo num telão instalado do lado do palco. A festa acontece no Calaf, apelidado carinhosamente de “oásis do Setor Bancário Sul”, com capacidade para mais de 800 pessoas. O bar/restaurante é conhecido dos festeiros da cidade por oferecer uma programação diversificada durante toda a semana. Faltava a noite de quartafeira. Para Chico Gorman, produtor da festa junto com Flávio Rubens, a quarta sempre foi um dia complicado para fazer festas, justamente por causa do futebol: “Muita gente acaba demorando pra sair de casa, para assistir aos jogos, ou às vezes nem sai. Mas, como todos os envolvidos na nossa produção são fãs de futebol, não foi difícil unir as duas coisas”. A música fica sempre a cargo da banda Santo Sem Dia, formada por experientes músicos da cidade. Os oito integrantes fazem parte de outros projetos musicais, e se uniram em prol do bom e velho samba. “A gente gosta de fazer aquele samba sincopado, com mais ritmo, não o do tipo samba-enredo”, explica o violonista Lucas Campos. Tocando obras compostas por mes- tres como Geraldo Pereira, Ary Barroso, Chico Buarque, Cartola e João Nogueira, a banda não perde a animação nem quando o foco é o jogo que rola no telão ao lado. Nos intervalos do show, a música não para. “Toda semana homenageamos um compositor diferente na discotecagem”, informa Chico Gorman, ao som de Jorge Ben Jor, autor de canções que exaltam craques de futebol, como Fio maravilha e O camisa 10 da Gávea. Os namorados Douglas e Carolina Mesquita, fãs incondicionais da música brasileira, são frequentadores assíduos da festa. “Já é a terceira vez que a gente vem aqui”, conta Douglas. Enquanto bebiam uma cerveja gelada, os dois aprovaram o ambiente, que consideram ideal para dançar e curtir uma boa música. “Esse negócio de pop-rock já enjoou”, decreta Carolina. Gafieira Esporte Clube Todas as quartas-feiras, a partir das 21h, no Calaf – Setor Bancário Sul, Edifício Empire Center (3325.7408). Ingresso: R$10. 23 graves&agudos Dois na estrada Por Heitor Menezes P rimeiro de tudo: se o leitor ainda tem o hábito de adquirir música em CD, pode procurar, encontrar e colocar Na estrada ao lado dos grandes discos de jazz que tiver em casa. Pode baixar também, não tem jeito. Na estrada pode ficar ao lado do memorável Beyond the Missouri sky (1997), de Pat Metheny & Charlie Haden; do clássico Alone together (1973), de Jim Hall & Ron Carter; ou de alguma outra raridade, tipo Joe Pass & Niels-Henning Orsted Pedersen ou Ralph Towner & Gary Peacock, jazz cabeção do selo ECM. Discos de duos de guitarra/violão e baixo são difíceis de achar e, por isso, Na estrada, da dupla Paulo André Tavares e Oswaldo Amorim, lançado há poucos meses, merece a reverência do ouvinte, que será brindado com música das mais prazerosas, digna de ser igualada à dos artistas citados. P.A. Tavares (violões de nylon e aço, guitarra) e Oswaldo Amorim (baixos acústico e elétrico sem trastes) dão sequência aos shows de lançamento do CD e também celebram a parceria de 15 anos, com quatro apresentações ao longo de novembro. A partir desta quinta-feira, 12, o brasiliense terá a chance de conferir ao vivo os sons reunidos no primeiro trabalho do duo, na creperia C’est si bon. Gravado no ano passado no estúdio Beco da Coruja, no Colorado, com direção de Ricardo Nakamura (a quem os dois tecem muitos elogios pelo controle de qualidade da gravação e mixagem), o disco tem 12 composições instrumentais autorais (seis de cada) e nenhum standard ou cover. Às vezes lembra as obras mencionadas, às vezes lembra as paisagens sonoras de New Chautauqua, de Pat Metheny, ou o fino violão brasileiro de Baden Powell. 24 Débora Amorim Paulo André Tavares e Oswaldo Amorim cantam em Brasília as músicas de seu primeiro CD, 100% autoral Mas o certo é que Na estrada reúne muito bem as influências e o desenvolvimento musical de P.A. e Amorim num caminho pavimentado com muitas histórias, jazz, samba, forró, pop, música brasileira, a nata, enfim. Os dois têm muito em comum: são amigos de longa data, músicos requisitadíssimos e professores do Centro de Ensino Profissional/Escola de Música de Brasília, igualmente graduados em Música pela Universidade de Brasília (UnB) e com mestrado em Jazz Performance nos EUA. Entre 1997 e 2003, cada um, a seu modo, passou por uma conexão em Nova York, que tanto serviu de aprendizado quanto de orientação profissional nessa vida estradeira. P.A. garante que o disco foi realizado muito mais como forma de celebrar a amizade musical com Amorim do que com intenções comerciais. Os dois pretendem continuar os projetos pessoais, mas não excluem a possibilidade de carreira como duo.Tanto que estudam o lançamento de Na estrada no mercado americano. Dedos cruzados, pois qualidade não falta. Pule para a faixa 3 do CD e ouça, como exemplo: Na horta do Ton, oportuna homenagem a Toninho Horta, com balanço brazilian jazz irresistível, e parece ter uma bateria, uma seção de percussão, um piano, mas na verdade são só os dois e seus truques. O ouvinte que limpa o ouvido com boa música agradece. Oswaldo Amorim & Paulo André Tavares Duo 12/11 – Creperia C’est si bon (408 Sul). 19/11 – Sala Funarte Cássia Eller (Eixo Monumental, próximo à Torre de TV). 26/11 – Pocket show na Livraria FNAC (ParkShopping). 27/11 – Casa Thomas Jefferson (906 Sul). culturapopular pisado Por Akemi Nitahara P Alvaro Villela restes a completar 50 anos, Brasília tem tradição cultural, ninguém duvida. E muita. Seja o rock das quadras dos anos 80, o choro que se intensificou nos anos 90 ou os que desafiaram a ditadura e foram fazer arte nas ruas na década de 70. Embora criado há apenas cinco anos, já pode também ser considerado como tal o Calango Voador, brincadeira da cultura popular que se pretende transmitir de uma geração para outra. O responsável pela ideia, e também por sua apresentação à cidade, é o grupo Seu Estrelo e Fuá de Terreiro, criado na mesma época. Misturando dança, música, teatro e circo, o grupo bebeu na fonte cultural de outros Estados e da própria cidade mestiça (como é chamada Brasília em outro projeto do grupo, Caravana Seu Estrelo rumo à cidade mestiça). Juntando as alfaias Mariene de Castro do maracatu nação, o gonguê e a caixa do maracatu rural, os abês dos afoxés e o caracaxá do caboclinho, nasceu o samba pisado, para ser um ritmo típico de Brasília. Nesses cinco anos, o grupo apresentou-se sempre no Festival de Cultura Popular. “O primeiro foi na Torre de TV, durou um dia e participaram mil pessoas. No segundo ano foram quatro dias na Funarte, com a participação de mais de 30 mil pessoas”, orgulha-se o coordenador do festival, Tico Magalhães, pernambucano radicado em Brasília e fundador do Seu Estrelo. O festival, já realizado também no Museu da República, volta este ano ao gramado da Funarte. Entre as atrações, o Maracatu Piaba de Ouro, do saudoso Mestre Salustiano, Samba de Coco Raízes de Arcoverde, Mambembrincantes, Carimbó Quente da Madrugada e Ilê Aiyê. Estão programadas também oficinas de dança e percussão, a Mostra Brasis (acessórios e figurinos do Maracatu Rural e do Maracatu Nação) e a Tenderê, espaço para as crianças despertarem sua criatividade e conhecerem melhor a cultura popular do país. O grupo Seu Estrelo e Fuá de Terreiro vai aproveitar o festival para lançar seu primeiro CD. O samba pisado, com suas viradas, melodias e ritmos inovadores, ganha letra para apresentar a nova brincadeira da cidade. Tico Magalhães explica que cada figura tem seu toque, seu figurino e sua fala. “São figuras sagradas que vêm para brincar, o terreiro é ao mesmo tempo um picadeiro”. Hoje, a brincadeira do Calango Voador tem 25 figuras, como a Caliandra, Seu Estrelo, a Tromba D’água, os Candangos e o Gavião. Participaram também da gravação do CD Petit Mamady Keita, da Guiné, Dinda Salustiano, seu Zé do Pife e a orquestra Marafreboi. José Magalhães Samba Calango Voador apresenta na Funarte, dias 20, 21 e 22, o ritmo típico de Brasília Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro V Festival Brasília de Cultura Popular De 20 a 22/11, no gramado da Funarte. 20/11 – 20h, Maracatu Piaba de Ouro (PE); 21h, Seu Estrelo e Fuá do Terreiro (DF); 23h, Samba de Coco Raízes de Arcoverde (PE) 21/11 – 16h, Roda de Palhaço; 17h, Mambembrincantes (DF); 18h, Cacuriá Filha Herdeira (DF); 19h, Passarinho do Cerrado (GO); 20h, Vozes da Mussuca (SE); 21h, Maciel Salú (PE); 23h, Carimbó Quente da Madrugada (PA); 24h, Mariene de Castro (BA). Palco Alternativo: Pé de Cerrado (DF). 22/11 – 16h, Roda de Mamulengo; 17h, Baianas do Coqueiro Seco (AL); 18h, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF); 19h, Paito e Los Gaiteros de Punta Brava (COL); 20h, Ilê Aiyê (BA). Palco Alternativo: Mestre Zé do Pife e as Juvelinas (DF). Classificação indicativa: livre. 25 objetosdodesejo Arte pré-histórica Por Luciano Milhomem Fotos Rodrigo Oliveira A 530 quilômetros de Teresina, capital do Piauí, esparrama-se, por quase 130 mil hectares, o Parque Nacional Serra da Capivara. Trata-se do mais importante patrimônio cultural préhistórico brasileiro. Ali se concentram centenas de sítios arqueológicos, ricos em pinturas e gravuras rupestres. O trabalho arqueológico realizado no local comprova que seres humanos habitaram aquela área há pelo menos 50 mil anos. Há vestígios de aldeias do período Holoceno, por volta de 8.900 anos atrás, que denunciam a pre- 26 sença dos primeiros ceramistas da região. Um lugar assim, com essa história, tem servido de inspiração à publicitária e designer brasiliense Cristiane Dias, que acaba de lançar mais uma linha de cerâmica, a Koripó, em homenagem ao grupo indígena homônimo, já extinto, que viveu no sul do Piauí. Em seu trabalho anterior, a linha de cerâmica Rupestra, ela já havia chamado a atenção para a arte rupestre brasileira. Lançadas na semana passada em Brasília, as peças da Koripó estão à venda em todas as lojas Tok & Stok do país. Jogo de jantar, de sobremesa, tigelas média e grande, copos e vasos decorativos compõem a linha Koripó. Os motivos gravados em baixo relevo nas peças são inspirados em grafismos encontrados na Serra da Capivara, que remetem a grafismos indígenas atuais. A ideia da designer é apresentar inicialmente seis desenhos e ir ampliando a coleção. “Minha intenção é fazer uma homenagem à estética indígena em geral, pois os Koripó se foram sem deixar vestígios visuais. Quero chamar a atenção para as expressões dos índios”, afirma Cristiane. Tal como a linha Rupestra, a produção da Koripó se dá na Oficina de Cerâ- Achados arqueológicos da Serra da Capivara inspiram nova linha de cerâmicas mica Serra da Capivara. “A proposta é mesmo estimular o desenvolvimento socioeconômico da região”, explica Cristiane, uma apaixonada pela cultura e patrimônio históricos nacionais, especialmente os achados arqueológicos da região da Serra da Capivara, que ela visita com frequência e onde descobriu que antigos habitantes do Piauí foram dizimados sem deixar vestígios, exceto por alguns hábitos alimentares ainda presentes no cotidiano da população local. A designer inspirou-se no trabalho de pesquisadores da região, segundo os quais, provavelmente, dois grupos provenientes da área do Rio São Francisco – os Koripó e os Prassaniú – deram origem aos índios Pimenteira (o nome do grupo é obra dos colonizadores e está relacionado à região onde eles se estabeleceram, no Piauí). “Com esse trabalho, gostaria também de poder fazer um alerta para a importância de se preservar a cultura indígena. Com essa nova linha de cerâmica, busco homenagear os primeiros ceramistas brasileiros, dos quais nem sempre temos remanescentes. De alguma forma, eles agora podem estar presentes na nossa sala, na nossa mesa”, diz Cristiane. Tuca Reinés galeriadearte O artista ao nosso lado Por Alexandre Marino O artista plástico Athos Bulcão morreu no dia 31 de julho de 2008, mas, ao contrário do que se possa imaginar, esta história não começa pelo fim. Sua marca já estava cravada no pavilhão dos grandes artistas brasileiros, o que significa dizer que, se a obra foi concluída, ele, na verdade, permanece vivo. A presença da obra de Athos é perceptível em Brasília e outras cidades do Brasil e do exterior, como comprova o livro intitulado simplesmente Athos Bulcão, lançado em setembro pela fundação que leva seu nome. O trabalho de Athos identifica-se com Brasília tanto quanto as formas de Oscar Niemeyer, não por acaso o grande responsável pelo perfeito casamento entre sua arte e a arquitetura. Os azulejos da Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima, os relevos do Teatro Nacional e os desenhos nas paredes laterais do interior do Cine Brasília são alguns de seus trabalhos mais vistos e conhecidos. Athos Bulcão fez parte do grupo de artistas que deu forma e personalidade a Brasília antes mesmo de sua inauguração. Ao observar com vagar e atenção as inúmeras fotografias de suas obras, reunidas no livro de 404 páginas impresso em papel couché, no formato de 30 x 30cm, percebe-se como a integração do artista Livro sobre a obra de Athos Bulcão revela sua forte presença no dia a dia de Brasília com a cidade foi suave e fluente. Quem já frequentou o Congresso Nacional, fez caminhadas no Parque da Cidade, utilizou a Rodoferroviária, rezou na Catedral Metropolitana ou entrou no Hospital das Forças Armadas certamente se deparou com sua criação. Não foi à toa que, de todos aqueles que pensaram Brasília e contribuíram para enriquecê-la artisticamente, Athos Bulcão foi o único a adotá-la para viver. Aqui ele integrou as cores e a luminosidade da natureza à arquitetura de parceiros como Niemeyer e João Filgueiras Lima, o Lelé. A partir de 1991, ele passou a travar intensa luta contra o Mal de Parkinson, e nos últimos anos de vida perdeu o controle motor e a percepção das cores. É irônico que tenha vivido seus últimos momentos no Hospital Sarah Kubitschek, onde 27 Athos Bulcão Valéria Cabral (organizadora) 404 páginas, R$ 200. Venda: Fundação Athos Bulcão (SAN Q1 Bl. E) ou no site www.fundathos.org.br (com acréscimo de tarifa postal) Informações: 3322.7801 28 Tuca Reinés Edgar César Filho Edgar César Filho Tuca Reinés lançou a revolucionária proposta de acalmar os doentes com a exuberância das cores, trocando a neutralidade do branco pela cromoterapia. Foi com o artista plástico Cândido Portinari que Athos aprendeu os segredos das cores. Depois, conviveu com o paisagista Burle Marx, quando conheceu Oscar Niemeyer, que o trouxe para Brasília. Outro grande parceiro foi João Filgueiras Lima, autor das sedes dos tribunais de contas de Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo, que possuem obras de Athos – relevos, azulejos, divisórias. Lelé também projetou vários hospitais da Rede Sarah, em Belo Horizonte, Salvador, São Luís e Brasília, onde Athos também deixou sua marca. Para ele, Athos Bulcão é o artista que melhor integrou as artes plásticas e a arquitetura. No livro, há uma entrevista de Filgueiras, concedida menos de um mês antes da morte de Athos, e outra do próprio Athos, à jornalista Carmen Moretzsohn, em que ele recorda sua trajetória desde a infância. E há um material iconográfico precioso, que mostra a parte de sua obra inacessível para o espectador comum, como a pintura do teto da capela do Palácio da Alvorada e os azulejos que decoram residências particulares. Outro grande mérito do livro é mostrar em detalhes as obras menos conhecidas de Athos Bulcão, como uma série de fotomontagens que ele desenvolveu na década de 1950, os delicados desenhos em nankim, aquarela ou hidrocor e as miniesculturas em durepoxi com pintura acrílica. Na parte final do livro, revela-se o lado oculto do artista, porém tão iluminado e colorido quanto aquele que criou os azulejos que parecem ter o poder de tirar nossos pés do chão. Com o livro nas mãos e revendo os sinais de Athos Bulcão, é impossível não ocorrer a pergunta: por que o Governo do Distrito Federal demora tanto a repor os relevos do Tea- luzcâmeraação Marcos Camargo É proibido fumar, de Anna Muylaert É hora de mudar Por Sérgio Moriconi nada menos que duas produções daqui da cidade, O homem mau dorme bem, de Geepois de quatro décadas e meia, o raldo Moraes, e Perdão Mister Fiel, de JorFestival de Brasília do Cinema ge Oliveira. Geraldo volta aos longas quaBrasileiro resiste como uma das se uma década depois. Autor de A difícil principais datas do calendário cultural da viagem, O círculo de fogo e No coração dos cidade, mesmo deixando a impressão de deuses, o diretor se debruça agora sobre ter chegado a um impasse conceitual. Aintrês personagens cujos dramas vão se deda que nenhuma grande crise tenha se senvolver a partir de um encontro casual abatido sobre ele, existe um consenso tácinum posto de gasolina. Já Perdão Mister to de que o mundo e o país mudaram e o Fiel é um documentário, com algumas cefestival permaneceu no mesmo lugar. Dinas dramatizadas, enfocando a morte sob ferentemente, outros eventos cinematotortura do operário Manuel Fiel Filho na gráficos do mesmo porte – o de Gramado década de 70, durante os anos negros da e o Festival Internacional do Rio de Janeiditadura militar. É a estreia do jornalista ro, por exemplo – cresceram e se adequaJorge Oliveira em longas. ram melhor aos novos tempos. Afora esIndependentemente de sua qualidade, sas e outras questões, a 42ª edição do Fesos dois filmes devem reacender a eterna tival de Brasília, de 17 a 24 deste mês, traz polêmica de que o Festival de Brasília vem mais uma vez, como marca registrada de se tornando cada vez mais provinciano à sua programação competitiva, a diversidamedida que diminui sua importância e de da produção. impacto no plano nacional. Vários profisNa mostra de longas em 35mm há filsionais de cinema, especialmente produGarapa tores com ambições de grandes lançamenmes de várias regiões do país, entre eles D tos nas salas de exibição convencionais, acreditam não ser conveniente submeter seus filmes a plateias e críticos muito mais voltados para um tipo de cinema “menos comercial”, se é que se pode colocar a questão desta maneira. O Festival de Brasília acabou se consolidando e notabilizando por ser o espaço para as chamadas produções independentes, para um cinema cultural, de “arte”, herdeiro do Cinema Novo. O festival, ninguém pode negar, mantém a característica de abrir espaço para produções menores, de muito menor apelo midiático, realizadas nas mais diferentes regiões do país. Uma prova disso é a ausência, para muitos impensável (!), entre os longas 35mm, de produções do Rio de Janeiro. Os outros selecionados deste ano são A falta que me faz, de Marília Rocha, de Minas Gerais, o paulista É proibido fumar, de Anna Muylaert, o baiano Filhos de João, admirável mundo novo baiano, de Henrique Dantas, e Quebradeiras, de 29 Divulgação Divulgação Perdão Mister Fiel, de Jorge Oliveira Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel Ausência de cineastas do Rio de Janeiro e inclusão de duas produções locais na mostra de longas em 35mm acentuam caráter provinciano do Festival de Brasília Evaldo Mocarzel, também de São Paulo. Entre os curtas 35mm e entre as mídias digitais, prevalece a mesma diversificação regional, com o Rio de Janeiro incluído e com presença marcante. Fazem parte da seleção quatro filmes de Brasília: Verdadeiro ou falso, de Jimi Figueiredo, Dias de greve, de Adirley Queirós, A noite por testemunha, de Bruno Torres, filho de Geraldo Moraes, e Vladimir Palmeira – a história sem mitos, de Roberto Stefanelli. Talvez o impasse conceitual do festival esteja emblematicamente metaforizado nas ruínas de seu templo sagrado, o Cine Brasília. Fisicamente degradado, a magnífica e incomparável sala de cinema projetada por Oscar Niemeyer, e que abriga numa de suas paredes interiores painel de Athos Bulcão, foi palco de edições memoráveis do primeiro festival de cinema brasileiro deste país. Isso mesmo! O Festival de Brasília é o primeiro do gênero no Brasil. Para quem não conhece a história, o festival e o espírito que o norteou só po30 dem ser inteiramente compreendidos se historicamente contextualizado. Em pleno ano do golpe militar (1964), o professor Pompeu de Souza pediu que Paulo Emílio Salles Gomes, o maior teórico do cinema brasileiro, desse um curso de “apreciação cinematográfica”, com exibições de clássicos nacionais na Escola Parque da 307/308 Sul. Entusiasmado com o sucesso, Paulo Emílio propôs à Fundação Cultural do DF a realização de uma Semana do Cinema Brasileiro, que aconteceu no ano seguinte e contou, em sua programação, com filmes como A falecida, de Leon Hirzman, O menino de engenho, de Walter Lima Jr., A hora e a vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, São Paulo S.A., de Luis Sérgio Person, Veredas da salvação, de Anselmo Duarte, e O desafio, de Paulo Cezar Saraceni. Um incauto que se depare com essa programação hoje pensará tratar-se de um pequena retrospectiva de alguns dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Estávamos, isto sim, em plena ebulição do Cinema Novo. A segunda Semana do Cinema Brasileiro, em 1966, tinha o mesmo nível, com obras-primas como O padre e a moça, de Joaquim Pedro de Andrade, Todas as mulheres do mundo, de Domingos de Oliveira, e A grande cidade, de Cacá Diegues. Mas foi no ano seguinte, 1967, que a Semana ganhou o status de festival, abrindo espaço não só para a produção mais engajada dos cinemanovistas como para a dissidência igualmente radical, mas à sua maneira, dos chamados marginais. Cara a cara, de Júlio Bressane, e A margem, de Ozualdo Candeias, foram duas das obras presentes na programação oficial. Até o fim dos anos 70, o Festival de Brasília continuou abrigando o melhor da produção nacional da época. Continuou sendo o principal fórum de contestação à ditadura militar. O festival era político. Imaginem: em suas primeiras edições, o festival acontecia em meio ao barro e aos 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro De 17 a 24/11 no Cine Brasília, com reprise nos dias seguintes em várias outras salas de exibição da cidade. Abertura dia 17/11, às 20h, na Sala Villa-Lobos, com apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e exibição do filme Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto, apenas para convidados. Encerramento dia 24/11, no Cine Brasília, com entrega dos prêmios Candango e exibição de Brasília, a última utopia, de Pedro Anísio, Geraldo Moraes, Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Moacir de Oliveira e Roberto Pires. Longas A falta que me faz – Marília Rocha É proibido fumar – Anna Muylaert Filhos de João, admirável mundo novo baiano – Henrique Dantas O homem mau dorme bem – Gerald Moraes Perdão Mister Fiel – Jorge Oliveira Quebradeiras – Evaldo Mocarzel Curtas A noite por testemunha – Bruno Torres Água viva – Raul Maciel Amigos bizzaros do Ricardinho – Augusto Canani Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos – Camilo Cavalcante Azul – Eric Laurence Bailão – Marcelo Caetano Carreto – Marilia Hughes E Claudio Marques Dias de greve – Adirley Queirós Faço de mim o que quero – Sergio Oliveira e Petronio Lorena Homem-bomba – Tarcísio Lara Puiati Recife frio – Kleber Mendonça Filho Verdadeiro ou falso – Jimi Figueiredo Digital A última quinta – Fernando Arze Apreço – Gabriel Trajano Cerol – Bruno Mello Castanho De muro a muro – Marina Watanabe e Rebeca Damian Dois Mundos – Thereza Jessouroun Dois pra lá, dois pra cá – Marcela Bertoletti Ensaio de cinema – Allan Ribeiro Inexorável – Juliano Coacci Silva Lembrança – Maurício Osaki Mas na verdade uma história só – Francisco Craesmeyer O canalha – Latege Romro Filho e Rodrigo Luiz Martins Obra prima – Andréa Midori Simão e Thiago Faelli Os pais – Lello Kosby Quase de verdade – Jimi Figueiredo Roteiro para minha morte – Pablo Gonçalo Sala de Montagem – Umberto Martins Santa Bárbara do Oeste – Tato Carvalho Vladimir Palmeira - A história sem mitos – Roberto Stefanelli A falta que me faz, de Marília Rocha Divulgação MOSTRA COMPETITIVA O homem mau dorme bem, de Gerald Moraes Paulo Acântara esqueletos de prédios ainda em construção na cidade nova. Se você viu no YouTube as cenas de Jean-Paul Belmondo em O homem do Rio, de Philippe de Broca, rodado aqui na cidade em 1964, pode ter uma idéia do que era Brasília em seus tempos pioneiros. Com o fim dos governos autoritários, com o processo de redemocratização, o festival ficou meio que órfão, bezerro desmamado, refém de si mesmo. A mentalidade pragmática e neoliberal dos dias de hoje, o amortecimento dos questionamentos políticos, existenciais, o incremento do consumismo, transformaram o festival numa tia velha. Não há dúvida de que ele precisa mudar. As mentalidades também precisam mudar. Um novo, dinâmico, culturalmente relevante e vital Festival de Brasília do Cinema Brasileiro não vai ser nem um fênix renascido das cinzas com as mesmas características do passado, nem tampouco um sucedâneo dos modelos que estão por aí, balcões de venda a serviço da frivolidade e inexpressividade midiática. Marília Rocha luzcâmeraação Filhos de João, admirável mundo novo baiano, de Henrique Dantas 31 Cinema e romance No Museu Nacional, a obra do cineasta mais popular da França C que move boa parte das histórias. A trilha sonora tem vida própria. Em Retratos da vida (1981), por exemplo, o Bolero de Ravel foi popularizado. A cena em que o bailarino Jorge Donn executa coreografia de Maurice Béjart em frente à Torre Eiffel entrou para a história do cinema. Os títulos selecionados pelo crítico de cinema Sérgio Moriconi, colaborador da Roteiro, oferecem uma imersão nesse cinema regido pelo espírito da vontade e da curiosidade. Estão na programação dez filmes fundamentais da cinematografia de Lelouch e vários títulos inéditos no circuito comercial brasileiro, como Mulheres e homens: modo de usar, de 1996. O público poderá (re)ver clássicos como Um homem, uma mulher, de 1966, que consagrou Claude Lelouch no universo cinematográfico mundial, e produções recentes, como A coragem de amar, de 2005, que voltou a acender o interesse do público e da crítica por seu trabalho. A grade de programação percorre todas as décadas de produção de Lelouch, que assina a direção de mais de 50 filmes – e o roteiro de 42. Assim, serão exibidos ainda Itinerário de um aventureiro (1988), com Jean-Paul Belmondo no papel de um empresário que joga tudo para o alto e some na África; Tem dias de lua cheia (1990) e Tudo isso... pra isso?! (1993), dois filmes que constroem um mosaico humano; O bom e os maus (1976), no qual o diretor aborda a resistência francesa durante a Segunda Guerra; Atenção bandidos! e Sorte ou coincidência, inéditos no circuito comercial brasileiro. Esta é a terceira mostra realizada pelo projeto Cinema da República – as anteriores foram A Escola de Lodz (filmes de diretores poloneses que passaram pela famosa escola) e Cinema Experimental em Perspectiva (filmes inéditos que fazem parte da história história do cinema de experimentação). O Cinema de Claude Lelouch De 19 a 29/12 no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República. De 3ª feira a sábado, às 19h; domingo, às 18h. Entrada franca. Fotos: divulgação laude Lelouch é um fenômeno. Embora grande parte da crítica internacional trate seu cinema de forma indiferente e outra parte costume ser cruel com seus filmes, ele foi eleito, em pesquisa realizada em 1989, o diretor de cinema mais popular da França. De 19 a 29 deste mês, sua obra estará ao alcance do público brasiliense na mostra O Cinema de Claude Lelouch, que tem curadoria de Sérgio Moriconi e patrocínio dos Correios. Ao longo de dez dias será possível apreciar, gratuitamente, os grandes sucessos da carreira de Lelouch, como A Dama e o gângster, que será exibido na abertura da mostra, dia 19, às 19h. Com roteiro ágil e trilha sonora de Farnis Lai, o filme tem um charmoso elenco e uma trama inteligente, bem típica da escola de cinema europeia. A obra de Lelouch tem características inconfundíveis: o próprio diretor manipula a câmera e se mostra fascinado pela música e pelos enredos amorosos. É a paixão Um homem, uma mulher, de 1966 32 Mulheres e homens: modo de usar, de 1966 Divulgação luzcâmeraação Verão e outono Por Reynaldo Domingos Ferreira C om referências a filmes, músicas e quadros famosos, o estreante Mark Webb, egresso da produção de vídeoclipes, faz, em 500 dias com ela, uma comédia romântica, poética e bem humorada, de uma corriqueira conquista amorosa narrada num formato original, não-cronológico, e com a utilização de variados recursos estéticos e fantasiosos. O roteiro de Scott Neustadter e Michael Weber se apoia num narrador (Richard McGonagle) para expor o período de 500 dias em que transcorre o envolvimento dos protagonistas – Tom Hanson (Joseph Gordon-Lewitt) e Summer Finn (Zooey Deschanel). Mas, se a primeira cena acontece no 488º dia, quando ambos aparecem numa audiência judicial, a seguinte já não obedece à cronologia, pois nela Tom está reunido com seu chefe, Vance (Clark Gregg), quando este lhe apresenta Summer, sua nova assistente. Tom se encanta com a beleza de Summer e sobre isso comenta com os colegas. O narrador explica que ele cresceu ouvindo a história de que existem almas gêmeas que, um dia, podem se encontrar. E outras lorotas que tais!... E, pior, na adolescência, nos anos 60, ele entendeu de maneira errônea a mensagem de A primeira noite de um homem, de Mike Nickols, símbolo da contracultura da época. Embalado por essa sua convicção, Tom se mostra ansioso por uma oportunidade para conversar, com mais vagar, com Summer, sem as atribulações do dia a dia no trabalho. Isso acontece, certa noite, quando a encontra no karaokê que ele frequenta com os amigos. Então, mais seduzido fica ainda ao vê-la cantar com um sorriso insinuante, que atribui ser para ele... E de fato é, pois logo depois, aceitando sentar-se à mesa, com ele e com os amigos, Summer lhe dá bem noção disso. Mas ressalva que a ela interessa apenas a amizade, já que, em sua opinião, não há sentimento que sempre dure. Todo o castelo de sonhos de Tom, ao final daquela noite, despenca, vem abaixo. A Summer, que desde o colégio tivera algumas “amizades”, não custa testar até aonde vai a resistência de Tom. Ele é um apaixonado por arquitetura, mas trabalha como simples ilustrador de cartões de saudações de nascimento, aniversário, casamento e até de morte. Quando ele sai, em companhia dela, pelas ruas de Los Angeles, admirando a linha arquitetônica de edifícios construídos ao início do século XX, revela o seu conservadorismo. Mas o teste maior a que Tom se submete acontece na noite em que Summer o convida a ir ao seu apartamento (decorado com a reprodução de um quadro de Cézanne) para passar a noite com ela. Então, na manhã seguinte, opera-se repentina alteração no comportamento de Tom, que, julgando-se previamente vencedor e divagando pelas ruas e avenidas, em contato com os transeuntes, passa a ver a vida como se fora um verdadeiro musical. É a partir daí que a linguagem de Webb ganha intenso brilho, auxiliada não só por uma trilha sonora de excepcional qualidade, de Mychael Danna e Rob Simonsen, como também por dois intérpretes que se ajustam cabalmente à linha de sua direção. Esta abrange, além de outras especificidades de mise-en-scène e do esmero na composição de planos captados pela fotografia de Eric Steelberg, a repartição da tela em quadros – expectativa/realidade –, a coreografia, o grafismo e a animação. A par disso, Webb expõe, en passant, suas preferências por filmes suecos e franceses e por Guerra nas estrelas, de George Lucas. Mas, como advertira o narrador, a película não conta uma história de amor. Por isso, Tom, vendo-se forçado a esquecer Summer, e não tendo condições de se entregar à literatura, como Henry Miller, volta a ficar na expectativa de que outra criatura, próxima de seus sonhos, um dia lhe apareça. E não é que ela vai surgir?... Justo num ambiente de arquitetura tradicionalista, e com que nome?... Autumn, que sugere, afinal, o sentido da maturidade, de que Tom precisa. Uma joia. 500 dias com ela (500 days of Summer) EUA/2009, 95min. Direção: Mark Webb. Roteiro: Scott Neustadter e Michael Weber. Com Joseph Gordon-Lewitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Clark Gregg, Patricia Belcher e Rachel Boston. 33 34