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Espetáculo La Fábula
será apresentado
amanhã na Cidade
Operária e seguirá
em turnê pelo
Maranhão. P. 5
O ESTADO DO MARANHAO · São Luís, 12 de setembro de 2013 - quinta-feira
Marcelo Bratke - Pianista
Noite de clássicos no palco
O pianista Marcelo Bratke apresenta hoje, às 20h, no Teatro Arhur Azevedo, o espetáculo Cinemúsica Brasil - Série
Clássicos Brasileiros, em homenagem à obra de Heitor Villa-Lobos e Dorival Caymmi; a apresentação é gratuita
Ricardo Alvarenga
Da equipe de O Estado
C
elebrar dois grandes nomes da música brasileira,
Heitor Villa-Lobos e Dorival Caymmi, é o objetivo do
espetáculo Cinemúsica Brasil Série Clássicos Brasileiros, idealizado pelo pianista Marcelo
Bratke. O projeto traça um paralelo entre as obras dos dois
compositores, na qual o erudito e o popular nutrem-se mutuamente e se completam para
revelar ao público a diversidade da cultura e da música brasileira. O concerto terá única
apresentação em São Luís, hoje, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro). A entrada é franca e os ingressos serão distribuídos na bilheteria do
teatro uma hora antes do início.
No programa do concerto, a
introdução será feita com a
obra, In a Landscape, do compositor norte-americano John
Cage. Em seguida oito canções
de Caymmi serão executadas .
Depois será interpretado Trenzinho do Caipira e Cirandinhas,
de Villa-Lobos. Tom Jobim aparece neste espetáculo com três
obras simbolizando a natureza.
“Jobim está presente, pois ele situa-se entre Villa-Lobos e Caymmi esteticamente e achei isso
muito interessante”, ressaltou
Marcelo Bratke.
No palco do TAA, além do
próprio Marcelo Bratke, a Camerata Brasil, uma orquestra
profissionalizante formada por
jovens músicos. A orquestra é
formada por jovens de 15 a 30
anos. O projeto foi criado em
2007 em parceria com a Fundação Vale e dá aos participantes
a oportunidade de se profissionalizarem em nível de excelência musical para então seguir
uma carreira profissional. Para
o pianista, a Camerata Brasil é
uma orquestra que simboliza o
próprio Brasil, com seus contrastes socioculturais. “Há uma
complementaridade entre os
opostos. É assim que deveria ser
na vida real, na sociedade. A
música aqui mostra que isso é
possível, mas cabe a nós colocarmos em prática de um modo mais amplo”, avaliou Bratke.
Além das composições que
refletem os elementos da natureza, o cenário será outro elemento de ligação do público com as
composições. Ao longo do concerto será projetado no fundo do
palco, um filme da artista plástica Mariannita Luzzati, com imagens de ambientes naturais do
Brasil. No filme é explorado o
conceito artístico das paisagens
imaginárias propostas pelas composições que se encontram com
as reproduções na tela.
Os concertos são gratuitos e
contam com o patrocínio da Vale, por meio da Lei Rouanet e já
passaram pelas cidades de São
Paulo e Mariana (SP). Está previsto ainda que o projeto visite
além de São Luís, as cidades de
Vitória (ES), Belém (PA), Corumbá (MS), Nova Lima (MG),
Aracaju (SE), Parauapebas (PA),
Marabá (PA), Rio de Janeiro (RJ)
e países da África.
Segundo Marcelo Bratke, a
intenção é concretizar o concerto em mídias como CD e
DVD. Em entrevista a O Estado, o pianista conta como foi o
processo de criação do projeto,
da escolha do repertório e a
emoção que sentiu em voltar
ao Maranhão.
O Estado - No concerto composições de dois grandes nomes da música brasileira. Co-
“
Fotos/Divulgação
O ponto de
encontro do
concerto é a
natureza que
inspirou ambos
os compositores.
Em Villa-Lobos;
a Terra, em
Caymmi; o mar”
Marcelo Bratke, pianista.
“
Villa-Lobos é um
compositor
erudito com
alma popular e
Caymmi
é um compositor
popular com
espírito erudito”
Marcelo Bratke, pianista
mo costurar as obras do erudito Villa-Lobos e do popular
Dorival Caymmi em um só
concerto?
Marcelo Bratke -Villa-Lobos
é um compositor erudito com
alma popular e Caymmi é um
compositor popular com espírito erudito. É aí onde eles se encontram. Neste espetáculo procuro deixar explícitos os ecos da
cultura popular em Villa-Lobos
e ao mesmo tempo procuro enfatizar a estética limpa e de certa forma erudita de Dorival
Caymmi, com sua economia de
meios de expressão, sua singeleza e sua perfeição formal.
O Estado - Os dois compositores têm vasta produção. Como
aconteceu a construção do repertório desse concerto? Qual
o critério utilizado para a escolha das composições?
Marcelo Bratke - Cada concerto desta turnê, que visitará
o Brasil e em seguida irá para a
África, apresenta um formato
que vou alterando conforme
vamos viajando. Vou adicionando algumas obras e tirando outras. Trata-se de um trabalho
em progresso. Nada está definitivamente pronto. Em São
Luís o programa trará como introdução uma obra interessantíssima do compositor norteamericano John Cage intitulada In a Landscape.
O Estado - Foram conservados
os arranjos originais das composições ou criados novos arranjos?
Marcelo Bratke - Os arranjos das obras de Caymmi são de
autoria de seu filho Dori, que
escreveu estas orquestrações
especialmente para o projeto,
O pianista Marcelo Bratke e a orquestra Camerata Brasil apresenta hoje concerto baseado na obra de Villa-Lobos e Dorival Caymmi
Terra e o Mar com imagens que
entram em lentas fusões com
os próprios trabalhos em pintura da artista, que enfocam estes mesmo temas.
no qual comemoramos o Centenário do Nascimento de Dorival Caymmi (2014). Os arranjos de Villa-Lobos e Jobim são
meus, do maestro Abel Rocha
e de Felipe Senna. A obra de
John Cage é original, mas faremos uma interferência nela
com apitos de caça de Cachoeiro de Itapemirim, usados
neste caso para simbolizar os
cantos dos pássaros.
O Estado - O concerto acontece em parceria com a Camerata Brasil. Qual a sensação de
estar ao lado desses que são os
novos músicos do país?
Marcelo Bratke - Criei a Camerata Brasil em 2007 com o
apoio da Vale, que também patrocina algumas de nossas turnês, como esta que agora está
visitando São Luís. De lá para
cá, o conceito dessa pequena
orquestra profissionalizante
vem mudando e amadurecendo. Fomos de pequenas apresentações em vilarejos rurais no
Brasil ao Carnegie Hall de Nova York e Suntory Hall em Tóquio. O projeto foi endossado
pela BBC de Londres e pelo jornal The New York Times. Foi
mesmo uma surpresa para
mim a dimensão que isso tudo
tomou. No início a Camerata
era integrada por jovens vindos
de áreas desprivilegiadas da sociedade brasileira que tinham
por volta de 16 anos de idade,
haviam aprendido a tocar seus
instrumentos de maneira informal, nas comunidades, nas
igrejas ou até nas ruas. Hoje a
Camerata integra novos participantes entre 15 e 30 anos. A
Camerata Brasil é uma orquestra que simboliza o próprio Brasil, com seus contrastes socioculturais, mas nos palcos esta
junção ocorre de fato.
O Estado – Construir concertos ao lado de nomes mais novos da música não é uma novidade na sua carreira. Algum
tempo atrás você realizou um
projeto ao lado da cantora
Sandy. Qual a sua avaliação sobre esse projeto que você realizou ao lado dela?
Marcelo Bratke - Admiro a
Sandy imensamente. Como
cantora, artista e como pessoa.
Minha experiência com ela foi
muito interessante e sempre
que é possível estamos juntos
no palco. Ao meu lado, ela canta de Tom Jobim a Duke Ellington passando pelos clássicos
como Villa-Lobos e Gershwin.
Da bossa Nova ao Jazz, passando pelos eruditos.
O Estado - O cenário do concerto é uma produção de Ma-
O Estado – Essa não é sua primeira vinda ao Maranhão.
Quais as expectativas para essa apresentação?
Marcelo Bratke - Adoro o
Maranhão. O ritmo da música
me interessa muitíssimo. Sempre gosto também de fazer um
passeio pela cidade antes de
subir ao palco, assim já vou
entrando no clima.
Serviço
O pianista Marcelo Bratke comanda a orquestra Camerata Brasil
riannita Luzatti. Como você
percebe a importância de um
bom cenário para um espetáculo?
Marcelo Bratke - Toda a
ideia é da artista plástica Mariannita Luzzati. Ela teve esta
ideia de colocar uma tela no
fundo do palco e de fazer um
filme sobre a natureza brasileira. O filme dialoga com a música e o público fica hipnotizado
por ambos. No projeto atual, o
filme/cenário é sobre o Céu, a
• O quê
Concerto Cinemúsica Brasil Série Clássicos Brasileiros
• Quando
Hoje, às 20h
• Onde
Teatro Arthur Azevedo
• Entrada Franca
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