CEMAG-COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTÔNIO GOMES: INSTITUÍDO PARA ATENDER AS RAÍZES INDÍGENAS NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS DO PARANÁ Célia Rejane Gonçalves - [email protected] Maria Isabel Moura Nascimento Resumo O presente anteprojeto tem como objetivo de pesquisa resgatar o processo histórico de constituição e de institucionalização do: ”CEMAG - COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTÔNIO GOMES", nos Campos Gerais - Paraná, na República Velha, mais especificamente de (1920 -1930), buscando articular-se aos objetivos específicos: descrever através de seus personagens históricos, aspectos de integração dos índios na região e sua organização, seu cotidiano, sua cultura e seu significado para aquela sociedade; registrar as mudanças e as características principais desse grupo étnico na colônia no Paraná; descrever e analisar o Processo de Institucionalização da Escola CEMAG em Reserva; analisar a importância da criação da escola e o que conservou da cultura inicial da região, levando em conta os grupos étnicos que surgiram com o passar do tempo. Para alcançar esses objetivos, o estudo será estruturado e organizado tendo o ponto vista teórico-metodológico no materialismo histórico. A metodologia será através levantamento e catalogação de fontes primárias e secundárias feitas na Escola CEMAG, Casa da Memória de Ponta Grossa, Arquivo Público do Paraná - PR, Museu Campos Gerais - PR, Arquivos particulares dos descendentes de índios, Fontes Iconográficas e Fontes Documentais: Leis, Decretos, Regulamentos, Portarias, Atas de reuniões, Projeto Pedagógico da Escola CEMAG de Reserva bem como Jornais da época. Todo esse material será catalogado e digitalizado em um banco de dados específico, para no final da pesquisa seja armazenado em um CD-ROM e disponibilizado na página do Grupo de Pesquisa, para colaborar com outras pesquisas em História da Educação. Palavras- chave: Instituição Escolar; Política Educacional; Estado e Etnia. 1. INTRODUÇÃO O presente anteprojeto tem como objetivo de pesquisa resgatar o processo histórico de constituição e de institucionalização do: ”CEMAG - COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTÔNIO GOMES", nos Campos Gerais - Paraná, na República Velha, mais especificamente de (1920 -1930). O período delimitado , para o estudo foi marcado por inúmeros levantes populares contra o Governo, numa esfera de grandes transformações, chocavam-se movimentos como: tenentistas e messiânicos. Na esfera cultural o País era sacudido pela Semana de Arte Moderna de 1922 e na esfera econômica estava às margens da “Grande Depressão”, com a crise de 1929 que acabaria por abalar todo o mundo. Do ponto de vista das Instituições Escolares Indígenas são poucos os escritos que abordam o processo histórico de constituição e de institucionalização, assim, há uma lacuna que precisa ser estudada para o entendimento histórico desta. Daí a importância de investigação do período. A presente pesquisa tem por objetivo geral analisar o processo de criação e instalação da escola cujo patrono sempre foi defensor e protetor da comunidade indígena na região dos Campos Gerais, buscando articular-se aos objetivos específicos, a saber: Descrever através de seus personagens históricos, aspectos de integração dos índios na região e sua organização, seu cotidiano, sua cultura e seu significado para aquela sociedade; Registrar as mudanças e as características principais desse grupo étnico na colônia no Paraná; Descrever e analisar o Processo de Institucionalização da Escola CEMAG em Reserva; Analisar a importância da criação da escola e o que conservou da cultura inicial da região, levando em conta os grupos étnicos que surgiram com o passar do tempo. Para alcançar esses objetivos, o estudo será estruturado e organizado tendo o ponto vista teórico-metodológico no materialismo histórico, onde serão consideradas as análises da sociedade [...] através de uma perspectiva que, além de procurar estabelecer as leis de mudança que regem os fenômenos, parta do estudo dos fatos concretos, a fim de expor o movimento do real em seu conjunto[...] As relações que os homens estabelecem, o modo como produzem seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações. [...] as formas econômicas sob as quais os homens produzem, consomem e trocam são transitórias e históricas.[...] (QUINTANEIRO, 1995, p.67). 2. A PROBLEMÁTICA E A QUESTÃO DE PARTIDA Um primeiro pressuposto de toda existência humana e, portanto, de toda história, a saber, [é] que os homens devem estar em condições de poder viver a fim de “fazer a história”. Mas para viver, é necessário, antes de mais, beber, comer, ter um teto onde se abrigar, vestir-se, etc. O primeiro fato histórico é, pois, a produção dos meios que permitem satisfazer essas necessidades, a produção da própria vida material; trata-se de um fato histórico; de uma condição fundamental de toda a história, que é necessário, tanto hoje como há milhares de anos, executar, dia a dia, hora a hora, a fim de manter os homens vivos. (MARXS E ENGELS,s/d, p .33) Com isto, queremos dizer, de certa forma, o homem “reconstrói” a história, e daí a importância do conhecimento da história como forma de descoberta das relações de poder. Buscando o acervo da Casa de Memória (Enciclopédia dos Municípios), verificouse que o topônimo “Reserva” surgiu, por ter a cidade sido localizada na área primitivamente destinada aos indígenas que habitavam a região denominada “Reserva dos Índios”. Na primeira metade do século XIX aportaram a esta localidade os primitivos povoadores de que há notícia efetiva na formação e evolução do atual município de Reserva. José Mariano de Maríns, vindo de Fosunal, província de São Paulo, portanto título possessório de uma gleba de terras que lhes fôra doada pelo governo da Província de São Paulo, localizando a margem esquerda do rio Tibagi, chegou ao local por volta do ano de 1840, aproximadamente. Acompanhado de pequena comitiva, José Mariano de Maríns , sertanista, procurou estabelecer-se nas proximidades das nascentes do rio Imbaú – Pr , afluente do Tibagi-Pr. As atividades iniciais do sertanista consistiram em angariar a amizade e o apoio dos indígenas que habitavam e dominavam inteiramente a região .Mais tarde, também procedente de São Paulo, chegava àquele simples acampamento de homem branco no sertão de Tibagi – José Florentino de Sá Bittencourt, que se ligou a José Mariano de Maríns, estabelecendo-se e tomando posse das terras situadas na zona hoje conhecida pela denominação de Campinas Belas. Por volta do ano de 1845, vindo de Apiaí, província de São Paulo, apareceu no lugar o aventureiro José de Morais Cunha com o intuito de garimpar ouro de aluvião que constava existir nas margens do Tibagi, entrando em contato com Mariano de Maríns, foi por este informado de que nas proximidades de seu acampamento ainda existiam terras que não tinham sido tocadas e que constituíam reserva, por pertencerem a uma tribo de índios denominada “Kaingang”, aquela área de terras pertencia à reserva dos selvagens, de onde surgiu o nome que, muitos anos mais tarde, foi dado à localidade. A criação do distrito de Reserva somente se deu em virtude da Lei municipal, nº 22, de 20 de abril de 1906. Pela Lei estadual nº 2038, de 26 de março de 1921, foi elevado à categoria de vila e de município, tendo sido desmembrado do município de Tibagi. O primeiro Prefeito Municipal foi o Coronel Rogério Borba, que, entretanto, não chegou a tomar posse do cargo, em virtude de ter sido, por vingança política, traiçoeiramente assassinado, numa das vias principais da vila. Em substituição ao Prefeito assassinado, tomou posse o coronel Manoel Antônio Gomes, que exerceu o mandato por doze anos ininterruptos. O Município de Reserva localiza-se na região Centro-Oeste do Estado do Paraná, limita-se ao Norte com Ortigueira, Sul com Ivaí, Leste com Tibagi, Oeste com Cândido de Abreu e Grandes Rios, e Nordeste com Telêmaco Borba. A distância de Reserva a Ponta Grossa é de 117 Km. Em 1930 deu-se a Revolução Constitucionalista , neste período dirigiu o País em Regime de Exceção o Presidente Getúlio Vargas, que determinou que os municípios seriam dirigidos por interventores.. Com o advento da Revolução Getuliana, o Coronel Manoel Antônio Gomes foi deposto junto com os companheiros políticos da época; entregando a Prefeitura aos revolucionários, governada então pelos gaúchos que eram nomeados pelo Governo Interventorial do Estado. Por várias vezes durante o Governo Ditatorial de Getúlio Vargas, foi convidado pelos governos do Paraná, a assumir a Prefeitura a qual não aceitou. Nas décadas de 1920 e 1930 surge a idéia de Plano Nacional de Educação, com órgãos específicos tentando criar uma linha de diretrizes curriculares. Em 1924 criou-se a Associação Brasileira de Educação (ABE), contribuindo para a formação de nova consciência educacional, referente ao papel do Estado na educação, à necessidade de expandir a escola pública, à exigência de uma política nacional de educação, com o Poder Central exercendo papel de coordenador, orientador e supletivo na incrementação de ensino em âmbito nacional. Várias dessas idéias consubstanciaram-se em proposições do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, e em dispositivos da constituição de 1924. A Revolução de 1930 caracteriza a passagem progressiva de uma sociedade artesanal, pré-capitalista e agrário-comercial para urbano-industrial, implementando profundas transformações sociais, alterando o “status quo” da mulher, aumentando e diversificando a classe média, formada prioritariamente por pessoas ligadas ao processo produtivo. Tais pessoas buscam o mesmo modelo de escola da elite, visando a conquista de melhores posições na estrutura social. Em conseqüência, a política educacional não busca ajustar a organização escolar à nova e heterogênea clientela, acarretando altos índices de evasão e repetência. Com o fim das oligarquias e o esvaziamento do regionalismo, o Estado passa a ter ação mais intervencionista em todos os setores, inclusive na organização do ensino em todo o território nacional, criando o Ministério de Educação e Saúde Pública, em 1930, e, em 1931, o Conselho Nacional de Educação, órgão consultivo destinado a assessorar o ministro Francisco Campos, que promoveu a reforma do ensino secundário (Decreto nº 19.890, de 18/04/31), dando a todos os estabelecimentos dessa modalidade a oportunidade de se equipararem ao Colégio Federal Pedro II, superando definitivamente os exames parcelados, estabelecendo currículo seriado, freqüência obrigatória, divisão do curso em dois ciclos e ampliação do mesmo para sete anos. Sendo a educação uma necessidade para todos, sem distinção de raça, credo, classe social ou gênero, para que a totalidade da população seja efetivamente atendida são necessárias ações diversas e de diferentes instituições no sentido da mobilização políticosocial e na ressignificação dos conteúdos curriculares, para que os mesmos possam fomentar o desenvolvimento de novas mentalidades e mobilizar todos os atores envolvidos numa proposta reflexiva sobre as ações educativas e seus resultados (avaliação). Na realidade a instituição escolar deveria ser um equipamento determinante, com condições de indicar e estabelecer o modelo socioeconômico ao invés de ser definida por ele. Na verdade, o modelo de sociedade, de desenvolvimento adotado, concentrador de renda, segregacionista, baseado no acúmulo de capital das elites, acabou por influenciar o modelo de ensino e de educação do país. E a educação não tem conseguido influenciar a sociedade como um todo no sentido de transformá-la, pois está condicionada a manter o “status quo”. Nesse contexto, os planos de educação foram vários e diversas foram as iniciativas colocadas à prova como resultado de esforços de educadores como Francisco Campos, Anísio Teixeira e Darci Ribeiro. No entanto, as políticas implementadas por sucessivos governos, em diferentes esferas de poder, não conseguiram romper com o paradigma da sociedade que vem se reproduzindo ao longo das décadas. Pode-se constatar que nenhuma reforma ou lei conseguiu alcançar totalmente os verdadeiros fins e objetivos da educação. Esses objetivos transformam-se dinamicamente, sobretudo nos dia atuais, mediante as significativas mudanças que estão acontecendo no mundo contemporâneo e que caracterizam esta sociedade do conhecimento e da informação que determina novas demandas para o sistema educacional e pressiona a educação a assumir novos papéis, como por exemplo o de inclusão. A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927). Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de abrangência estadual, como a de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928. O clima desta década propiciou a tomada do poder por Getúlio Vargas, candidato derrotado nas eleições por Júlio Prestes, em 1930. 3. JUSTIFICATIVA Para compreender a organização escolar precisa ter uma visão do contexto social, do qual ela é parte e estabelece uma relação de quantidade e de qualidade; a mesma deveria atender a toda criança em idade escolar, mas não consegue com qualidade; (RIBEIRO, 1978). Diante disso a importância, como compreender a institucionalização indígena e entender géo-historicamente a identidade do Município de Reserva a partir de situações bem definidas: a primeira, espacial, quando a cidade de Reserva passou por diferentes etnias como indígena, poloneses, ucranianos, alemães e italianos; a segunda, política educacional, abrangendo as políticas públicas, e aos interesses regionais. Neste entender a realidade social de Reserva pode apontar para história da educação de diferentes grupos sócio-culturais existentes. Que num primeiro momento ocorreu para grupos étnicos indígenas e posteriormente com o crescimento da população e a chegada de novos moradores de outras etnias. Considerando que Reserva é um lugar onde a maior parte da população tem baixo poder aquisitivo e baixa produtividade no setor agrícola, com a pouca oferta de trabalho, provoca evasão. A maioria dos alunos provém de pais analfabetos e sem emprego fixo. A cultura e a religião atualmente são fortemente influenciadas pelos poloneses e ucranianos, e, de outro lado, a investigar a posição dos agentes da educação que procuram formar cidadãos críticos e comprometidos com a realidade. Segundo o pensamento do materialismo histórico, na construção da sociedade o historiador está envolvido com a produção do conhecimento a partir do seu presente e da sua posição no social, razão pela qual entende-se que a sociedade capitalista exige níveis sempre superiores de escolaridade, haja vista repousar mais no domínio teóricometodológico do que na mera experiência, esse processo requer definições mais amplas das políticas públicas. Com base nessa idéia de que para ser cidadão, ou melhor, para participar ativamente da vida urbana, conforme Saviani no livro que surgiu do IV Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”, do mesmo modo que para ser trabalhador produtivo, é necessário ingressar na cultura letrada, a escola é uma instituição que representa a forma mais desenvolvida e mais avançada da sociedade moderna, pois, não é possível compreender a educação sem escola. 4. OBJETIVOS Compreender a constituição e institucionalização da escola de Reserva . Entender o funcionamento de ensino da escola . Compreender as políticas públicas para a formação do sistema de ensino da Escola de Reserva. 5. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO A metodologia será através levantamento e catalogação de fontes primárias e secundárias feitas na Escola CEMAG, Casa da Memória de Ponta Grossa, Arquivo Público do Paraná - PR, Museu Campos Gerais - PR, Arquivos particulares dos descendentes de índios, Fontes Iconográficas e Fontes Documentais: Leis, Decretos, Regulamentos, Portarias, Atas de reuniões, Projeto Pedagógico da Escola CEMAG de Reserva bem como Jornais da época. Todo esse material será catalogado e digitalizado em um banco de dados específico, para no final da pesquisa seja armazenado em um CD-ROM e disponibilizado na página do Grupo de Pesquisa, para colaborar com outras pesquisas em História da Educação. Entendo que a História depende do ponto de vista que é interpretada, apresentada e elaborada acerca da vida, capaz de tornar presente o que está ausente, modificar vidas, direcionar sociedades inteiras, [...] nesse sentido, a história das instituições escolares é uma tentativa de formular uma representação da instituição no que se refere a atitudes e condutas que foram sendo constantemente elaboradas e rearticuladas por meio de seus membros... a história das instituições escolares trabalha também com representações no sentido de tornar presente o que está ausente – presentificação do ausente -, como um esforço de construção de uma imagem da escola, como memória. (WERLE, 2004, p. 15). O estado do conhecimento desta investigação está sendo organizado através de levantamento de teses e dissertações defendidas no país nos cursos de pós-graduação structo sensu com a preocupação em localizar os trabalhos de Instituições Escolar Indígena, pois através do mesmo receberei auxílio das produções já elaboradas sobre essa temática. MEIRELLES, Lídia, ao defender sua dissertação “Educação e Etnografia: A experiência do Museu do Índio da Universidade Federal de Uberlândia (1987-2000)”, pretende reconstruir a trajetória nesse período, destacando sua ação educativa, particularmente, o Programa Museu Escola. Composto de atividades, projetos e cursos, esta proposta busca mudar uma concepção, por vezes distorcida da realidade, qual seja: a forma com que professores e alunos compreendem a questão indígena brasileira. A interface com a Etnografia e Museologia são fundamentais neste trabalho. Em primeiro lugar, por situar a questão indígena, vista pela antropologia, e, difundida pelo Museu do Índio. No segundo momento, é relevante trazer o contexto da museologia e dos museus em geral, cuja abordagem procura identificar as bases teóricas e referências conceituadas do Museu do Índio. Pela Universidade de São Paulo, em sua dissertação “Cultura e memória entre os índios Terena: conflitos, transformações e preservação”, SOLANGE BERTOZI DE SOUZA, estuda a influência da memória social na preservação da identidade indígena. Também observa se a cultura e a tradição indígena estão sendo repassadas pelos índios idosos urbanos para seus descendentes; analisa como os índios idosos percebem que seus descendentes as recebem; observa se tem ocorrido a descaracterização cultural na população urbana e de que modo isso se expressa na percepção dos sujeitos; identifica se há (e como) formas de resistência cultural; avalia a barbárie no confronto desigual de culturas e os silêncios para a construção de uma sociedade realmente democrática. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e as técnicas de coleta de dados são: observações e entrevistas gravadas, ambas subordinadas a roteiros. A observação proporciona a análise dos hábitos, do local de residência, das roupas e de como estas práticas confirmam (ou não) os discursos nas entrevistas. Os dados obtidos na pesquisa concluem: a memória social influencia na preservação da identidade indígena; a cultura e a tradição indígena estão sendo transmitidas pelos idosos, já residentes nas cidades Foram encontrados outros trabalhos que considero importante citar, pois falam de Instituições Escolares. NASCIMENTO, Maria Isabel Moura, em 2003 defendeu sua tese de doutorado intitulada “A Primeira Escola de Professores dos Campos –PR", pela Universidade Estadual de Campinas. Esta pesquisa investiga o processo histórico de constituição e instituição da primeira escola de professores na região dos Campos Gerais do Estado do Paraná, delimitando-se ao período histórico compreendido entre a criação da Província do Paraná 1853 e a abertura da Escola Normal de Ponta Grossa em 1924. E, as múltiplas e complexas relações presentes na formação dos Campos Gerais. Neste sentido, analisa os determinantes políticos, econômicos e sociais que geram, naquela região, as condições para a criação da primeira escola de professores. Este trabalho está estruturado em três capítulos: No primeiro capítulo, buscou-se entender e reconstruir o contexto de formação dos Campos Gerais - PR, com base nos documentos e estudos publicados para a compreensão do desenvolvimento histórico da educação na região. No segundo capítulo a autora buscou realizar a análise do processo de transformações educacionais na fase inicial do regime republicano e seus desdobramentos na região dos Campos Gerais produzidas; No terceiro capítulo analisamos a criação da primeira escola de professores nos Campos Gerais, em 1924, no contexto das reformas republicanas para a educação. Maristela Iurk Batista em sua dissertação, defendida em 2002, intitulada: “Mãos e mentes na arte de aprender: a memória da escola profissional ferroviária Col Tiburcio Cavalcanti, de Ponta Grossa (1940 – 1973),” registra a primeira escola ferroviária da região sul no Brasil, fundada em 1940 sob a égide do Estado Novo (1937-1945), num contexto de industrialização que se efetivou no país a partir da Era Vargas. O trabalho está organizado em três capítulos: O primeiro contextualizando Ponta Grossa do século XVIII ao XX, enfocando a chegada dos imigrantes europeus. O segundo faz uma análise sobre a trajetória dos imigrantes e no terceiro, o enfoque dirige-se as especificidades da escola por ela pesquisada, desde a sua fundação. STATE CEMAG-COLLEGE MANOEL ANTONIO GOMES: INSTITUTED FOR ATTEND THE NATIVE ROOTS IN THE REGION OF THE GENERAL FIELDS OF THE PARANÁ Abstract This research project has as its objective the historical process of constitution and institutionalization of “ CEMAG – COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTÕNIO GOMES” , in Campos Gerais – Paraná, during the Early Republic, specifically from 1920 to 1930, searching to articulate to its specific goals: to describe through historical actors, aspects of the integration of the Indians from this region and their organization, their daily routines, their culture and its meaning to that society; register the changes and the principal characteristics of this ethnic group in Paraná’s colonization; describe and analyze the institutionalization process of CEMAG in Reserva; analyze the importance of setting the school and what was kept from the original culture of the region, taking into consideration the ethnic groups that appeared as the time passed by. To reach these goals, the study will be structured and organized having theorical - methodological support on the historical materialism. The methodology used will be developed through the raising and cataloguing of primary and secondary sources at CEMAG, in the Memory House of Ponta Grossa, The Public Archives of Paraná, Campos Gerais Museum, private archives form the Indians descendents, iconographic sources and documental ones: Laws, Decrees, Dispositions, Juridical directives, Minutes, Pedagogical Project of CEMAG in Reserva as well as period Newspapers. All this material will be catalogued in a data bank, so that , in the end of the research they will be stored in a CD-Rom and be available at the Research Group page, to collaborate with other researches in History of Education. Key words: School Institution, Educational Politics, State and Ethnic REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LOMBARDI, J.C. e NASCIMENTO, M.I.M. (Orgs.). Fontes, História e Historiografia da Educação. Autores associados: HISTEDBR Campinas São Paulo 2004. MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã. Crítica da filosofia alemã mais recente na pessoa dos seus representantes: Feubach, B. Bauer e Stiner, e do socialismo alemão nos seus diferentes profetas. 3a. ed. Lisboa/Portugal Editorial Presença; São Paulo Livraria MARTINS Fontes, [s.d] v.1. SAVIANI, D(Org.). História e História da Educação: o debate teórico-metodológico atual. Campinas: Autores Associados/ HISTEDBR, 1998. QUINTANEIRO, T. Um toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber Belo Horizonte. Editora UFMG, 1995.