ENTREVISTAS NA PESQUISA SOCIAL: O RELATO DE UM GRUPO DE FOCO NAS LICENCIATURAS AGUIAR, Victor Rafael Laurenciano – UNIVILLE [email protected] MEDEIROS, Claudio Melquiades – UNIVILLE [email protected] Eixo Temático: Políticas Públicas e Gestão da Educação Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo Dentre os diversos métodos de coletas de dados na pesquisa social, a entrevista é uma das formas que permite uma maior interação entre o pesquisador e o pesquisado, considerando as entrevistas estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas ou, entre um pesquisador e um grupo de pessoas, no caso das entrevistas em grupo ou focais. Naturalmente é uma metodologia que também possui algumas limitações como, por exemplo, o gasto de tempo e de dinheiro para a sua realização. Dentro deste contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar os tipos de entrevistas, suas características e os cuidados na utilização de cada uma das técnicas, além de indicar uma maneira que se julga adequada de conduzir uma entrevista e de analisá-la. O texto apresenta ainda um exemplo de aplicação prática da técnica de grupos de foco, em uma pesquisa realizada junto a alunos ingressantes nas licenciaturas de uma universidade do sul do país, no ano de 2008, com o objetivo de descobrir como é o processo de escolha de um curso superior. Foram realizados três grupos de foco, com um total de 29 alunos, dos cursos de Pedagogia, Ciências Biológicas, Artes Visuais, História, Letras, Geografia e Matemática. Por meio deste relato foi possível a Instituição conhecer melhor o processo de escolha do curso superior, nas licenciaturas e adotar ações estratégicas para melhor comunicar-se com futuros estudantes e oportunizar melhores condições de acesso ao ensino superior. O presente texto é uma síntese dos principais conceitos apresentados na disciplina Seminários Teórico-Metodológicos II, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação ainda em processo. Palavras-chave: Entrevistas. Pesquisa social. Licenciaturas. Introdução Dentre as diversas técnicas de pesquisa social, a entrevista caracteriza-se pela interação entre pesquisador e pesquisado (ou pesquisados), ou seja, formulam-se perguntas ao respondente com o objetivo de coletar informações que possam ou ajudem a resolver o problema de pesquisa, em um determinado estudo. Para Gil (1999, p. 117) “é a técnica em 10711 que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que lhe interessam a investigação”. May (2004, p. 145) afirma que “as entrevistas geram compreensões ricas das biografias, experiências, opiniões, valores, aspirações, atitudes e sentimentos das pessoas”. O objetivo deste texto, portanto, é apresentar os tipos de entrevistas, suas características e os cuidados na utilização de cada uma das técnicas, alem de indicar uma maneira que se julga correta de conduzir uma entrevista e de analisá-la. O texto apresenta ainda um exemplo de aplicação prática da técnica de grupos de foco, em uma pesquisa realizada junto a alunos ingressantes nas licenciaturas de uma universidade do sul do país, no ano de 2008, com o objetivo de descobrir como é o processo de escolha de um curso superior. TIPOS DE ENTREVISTAS Normalmente os pesquisadores dispõem de alguns tipos de entrevistas, definidas por diferentes nomenclaturas. Para May (2004) denominam-se como estruturadas, semiestruturadas, não estruturadas e em grupo, ou focais. Para de Richardson (1999) classificamse como dirigida, guiada e não-diretiva. Mas, independente da nomenclatura, o que se considera é o “seu grau de estruturação” (BIKLEN e BOGDAN, 1994. p. 135). Entrevista estruturada Este tipo de entrevista baseia-se na utilização de um questionário como instrumento de coleta de informações o que garante que a mesma pergunta será feita da mesma forma a todas as pessoas que forem pesquisadas. Gil (1999, p. 121) explica que “a entrevista [...] desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanece invariável para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número”. Sendo assim, esta técnica permite que em sua aplicação, sejam utilizados entrevistadores auxiliando o pesquisador, ou gestor do projeto de pesquisa que para May (2004, p. 148) faz “a supervisão do desempenho” após capacitar as pessoas para que realizem adequadamente a atividade de pesquisa. Em função desta possibilidade, Gil (1999) alerta que se deve cuidar para que o entrevistador não influencie ou interprete as respostas, apenas as reproduza e que não improvise. Lembrando que para Richardson (1999, p. 208) “o termo entrevista refere-se ao 10712 ato de perceber realizado entre duas pessoas” mas, seguindo um rigor metodológico e científico. Entrevista semi-estruturada Se na pesquisa estruturada o entrevistador segue um roteiro rígido e perguntas padrão, na entrevista semi-estruturada, de acordo com May (2004, p. 149) a diferença central “é o seu caráter aberto”, ou seja, o entrevistado responde as perguntas dentro de sua concepção, mas, não se trata de deixá-lo falar livremente. O pesquisador não deve perder de vista o seu foco. Gil (1999, p. 120) explica que “o entrevistador permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada”. Percebe-se que nesta técnica, o pesquisador não pode se utilizar de outros entrevistadores para realizar a entrevista mesmo porque, faz-se necessário um bom conhecimento do assunto. Entrevista não-estruturada Denominada como não diretiva, por Richardson (1999), a entrevista não-estruturada caracteriza-se por ser totalmente aberta, pautando-se pela flexibilidade e pela busca do significado, na concepção do entrevistado, ou como afirma May (2004, p. 149) “permite ao entrevistado responder perguntas dentro da sua própria estrutura de referências”. Novamente não se trata de deixar o pesquisado falar livremente, pois o entrevistador tem um foco, que é o assunto central da pesquisa e que será apresentado ao entrevistado no início, porém em comparação com as demais técnicas, é a mais informal, mas segundo Gil (1999, p. 119) “se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados”. Entrevista em grupo ou focais Diferentemente das demais técnicas, esta pressupõe que a atividade seja realizada em grupo, que de acordo com May (2004, p. 151), compõem-se de “8 a 12 pessoas que, guiadas por um entrevistador, discutem o(s) tópico(s) em pauta”. Novamente percebe-se que é uma técnica que não permite facilmente que o pesquisador utilize diversos entrevistadores mesmo porque, deve-se ter um bom domínio sobre o assunto pesquisado para poder conduzir o 10713 processo. Pode-se constatar que na maior parte da vida, as pessoas passam em interação com os outros, ou seja, não é nenhuma surpresa que suas opiniões e concepções sejam modificadas de acordo com a situação social na qual se encontram. Neste sentido, Richardson (1999, p. 207) afirma que “a melhor situação para participar na mente de outro ser humano é a interação face a face”. ENTREVISTAS: SUA ELABORAÇÃO, CONDUÇÃO E ANÁLISE A elaboração de uma entrevista e a sua condução tem alguns aspectos muito importantes e que contribuem positivamente para o sucesso do trabalho. Inicialmente será abordada a elaboração da entrevista, dentro das técnicas já estudadas e, na seqüência, como deve ser conduzida e seu resultado, analisado. A elaboração de uma entrevista Elaborar o conteúdo de uma entrevista, principalmente no caso de estruturadas e semiestruturadas, requer alguns cuidados. Richardson (1999, p. 216) afirma que “toda entrevista precisa de uma introdução, que consiste, essencialmente, nas devidas explicações e solicitações exigidas por qualquer diálogo respeitoso”, ou seja, cabe ao pesquisador, ou aos entrevistadores, contextualizar o entrevistado, ou o grupo, para que entendam do que se trata e qual o objetivo. No caso de uma entrevista estruturada, a escolha das perguntas é mais importante ainda, pois este será o roteiro de questionamentos a ser utilizado pelo pesquisador ou pelos entrevistadores que contratar para auxiliá-lo e, por isso, conforme Gil (1999, p. 124), “as perguntas devem ser padronizadas na medida do possível a fim de que as informações obtidas possam ser comparadas ente si”. Cabe um treinamento adequado aos entrevistadores para que todos compreendam os termos adotados e a correta forma de aplicação do instrumento. A condução de uma entrevista Na condução de uma entrevista Seltiz (1987, p. 35) ressalta que “a introdução do entrevistador deve ser breve, informal e positiva” sendo que, para Biklen e Bogdan (1994, p. 135) “a maior parte das entrevistas começam por uma conversa banal”. No caso das 10714 entrevistas estruturadas, semi e não–estruturadas, os cuidados na condução são muito semelhantes. Se for o caso, Richardson (1999, p. 216) sugere que “o anonimato do entrevistado e o sigilo das respostas” seja assegurado. Mas em linhas gerais, os cuidados dizem respeito a não influenciar nas respostas, colocar-se em uma postura de ouvinte, procurar manter um bom ambiente, amigável e estimulador. Em entrevistas focais, por lidar-se com grupos, alguns cuidados extras devem ser adotados, como por exemplo, May (2004, p. 156) ressalta que “o estabelecimento de relação amigável nas entrevistas focalizadas é de importância suprema”. A análise de uma entrevista Para que se possa analisar o conteúdo de uma entrevista, faz-se necessário que tenha sido previamente registrado, sendo que, para Gil (1999, p. 125) “o único modo de reproduzir com precisão respostas é registrá-las durante a entrevista, mediante anotações ou com o uso de um gravador”. Sugere-se que seja solicitada ao entrevistado, autorização para gravação, todavia, Seltiz (1987, p. 37) ressalta que uso de um gravador pode “inibir respostas”. Deve-se observar ainda que o pesquisador, principalmente em se tratando de entrevistas semi e não estruturadas ou nas focais, onde o respondente tem mais liberdade de expressar-se segundo seus padrões, deve considerar o contexto em que foram feitas as perguntas e o comportamento expresso pelo respondente, por meio de sua linguagem não verbal. Neste sentido, May (2004, p. 164) ratifica o uso de um gravador, “pois permite que o entrevistador concentre-se na conversa e registre os gestos não-verbais do entrevistado durante a entrevista”. O conteúdo das gravações deve ser transcrito e analisado, sendo que, atualmente já existem softwares que facilitam esse trabalho considerando que, na visão de Biklen e Bogdan (1994, p. 139) “os entrevistadores têm que ser detetives, reunindo partes de conversas, histórias pessoais e experiências, numa tentativa de compreender a perspectiva pessoal do sujeito”. ENTREVISTAS: VANTAGENS E DESVANTAGENS Se existem diversos métodos de pesquisa, naturalmente é pelo fato que cada um apresenta vantagens e desvantagens em relação ao objetivo da pesquisa. Neste sentido, May (2004, p. 169) afirma que “as entrevistas são utilizadas como um recurso para entender como 10715 os indivíduos decifram o seu mundo social e nele agem”, mas suas vantagens e desvantagens devem ser observadas. Em se tratando das entrevistas estruturadas, devido a possibilidade de utilizar entrevistadores para auxiliar na pesquisa, Selltiz (1987, p. 19) afirma que “a entrevista quase sempre produz uma melhor amostra da população em estudo” pelo seu caráter face a face, principalmente na comparação com um questionário, quando este é enviado pelo correio, pois índice de respostas de uma entrevista é bem maior. Richardson (1999, p. 207) salienta ainda que “é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas”, ou seja, ressalta-se novamente a interação entre entrevistado e entrevistador, a criação de um contato próximo e estimulador. Dentro de uma abordagem mais prática, Gil (1999, p. 118) afirma que na entrevista “os dados obtidos são suscetíveis de classificação e de quantificação”, naturalmente referindose principalmente as entrevistas estruturadas. Por fim, avaliando-se aspectos favoráveis a esta metodologia, nota-se que a possibilidade de entrevistar grupos, no caso da técnica de entrevista focal pode ser bastante interessante quando, conforme May (2004, p. 151), deseja-se explorar “as normas e dinâmicas grupais ao redor de questões e tópicos”. Por outro lado as entrevistas também têm as suas limitações, como por exemplo, o tempo necessário para sua execução, “os custos com treinamento de pessoal e a aplicação das entrevistas” (GIL, 1999, p. 119) ou no caso das técnicas onde se faz necessário que o próprio pesquisador realize as entrevistas, a concentração da atividade em apenas uma única pessoa. Além disso, May (2004, p. 169) chama a atenção para o fato de que “as entrevistas estruturadas não refletem o positivismo simplesmente, nem as não-estruturadas refletem uma abordagem de construção social associada ao idealismo”. Por caracterizar-se por uma forte interação social, podem surgir respostas erradas ou imprecisas, pois de acordo com Gil (1999), pode ocorrer alguma influência pelo aspecto pessoal do entrevistador sobre o entrevistado ou por suas opiniões pessoais. O RELATO DE TRÊS GRUPOS DE FOCO COM INGRESSANTES DAS LICENCIATURAS DE UMA UNIVERSIDADE DO SUL DO PAÍS Com o objetivo de descobrir a motivação, fatores de escolha, a influência da escola na escolha, imagem inicial da instituição, expectativas e imagem da universidade junto aos 10716 calouros, localização, etc, foram realizados três grupos de foco com ingressantes nos cursos de licenciatura da Instituição. Compareceram alunos de Pedagogia, Ciências Biológicas, Artes Visuais, História, Letras, Geografia e Matemática em um total de 29 participantes. Foi elaborado um questionário estruturado, composto de 12 perguntas e apresenta-se a seguir a síntese das respostas para cada pergunta, a partir da análise dos registros gerados durante o processo. Pergunta 1 - A Universidade era o que vocês esperavam? A maioria dos calouros demonstrou estar muito satisfeito. Utilizaram expressões como: “é mais do que esperava”, “é um outro mundo”, “é um mundo todo tecnológico” e “estou fascinada”. Surgiram alguns comentário quanto a acharem os cursos “puxados”. Pergunta 2 - Como vocês foram recebidos na Universidade? Todos se sentiram bem recebidos e, os que participaram acharam o trote mais interessante do que a “gincana do calouro” (evento oficial da universidade), mais integrativa com o curso e os veteranos. Pergunta 3 - Por que escolheram essa universidade? Em alguns casos, por ser a única da região a ter determinado curso, porém, reconhecem que é a melhor instituição da cidade (por ser Universidade / pela estrutura / pelos professores). Pergunta 4 - E os seus colegas, como escolheram onde estudar? Primeiro escolhem o curso, depois a Instituição. Verificam a imagem (conceituação) e depois localização e preço. Percebe-se que na ótica deste grupo, quem deseja se destacar, quem “está interessado”, vai para uma Universidade. Este grupo demonstrou valorizar muito estar em uma Universidade. Pergunta 5 - Qual é a melhor e a pior Instituição de Joinville? Sem dúvida nenhuma a melhor é a A, com algumas referências à B (Engenharias). As piores são as que oferecem o ensino à distância, a C e o D, estes últimos pela banalização do ensino (principalmente o acesso – “o vestibular é uma redação”)1. Pergunta 6 - Por que escolheram uma licenciatura? Vocação, esta é a palavra chave para este grupo. Esta vocação surge em função de exemplos em casa (pais professores) ou na escola (professores brilhantes e incentivadores). Pergunta 7 - Como as pessoas reagiram a sua escolha? A pergunta que sempre surge, por parte de amigos, no local de trabalho e, em algumas famílias é “Vai ser professor?!” Excetuando as famílias de professores (em alguns casos), na grande maioria os candidatos são 1 Optou-se por preservar os nomes das Instituições citadas neste relato. 10717 totalmente discriminados, criticados e desestimulados. Muitos avaliam que “faltou coragem para encarar, para muitos amigos”. Pergunta 8 - Como você avalia o seu futuro profissional (vocação x remuneração)? Todos estão cientes das dificuldades (profissionais e financeiras), mas motivados a mudar a educação no Brasil. Muitos sentem que os professores na Universidade são apaixonados pelo que fazem e isto contagia. Pergunta 9 - Como avaliam as licenciaturas virtuais (à distância)? Desaprovam totalmente por entenderem que o contato professor / aluno é fundamental. Em relação às alunas de pedagogia há uma certa controvérsia da validade de ter um dia (sexta-feira) destinado a atividades virtuais. Pergunta 10 - Vocês acham que deveria ser oferecido o bacharelado em suas áreas? Alguns demonstraram não ter um bom entendimento do significado, todavia são unânimes em afirmar que deveria ser oferecida esta opção principalmente no curso de artes e ciência biológicas, estes últimos inclusive, “vão brigar por isso”. Pergunta 11 - Você gostaria de estar fazendo algo diferente? Não, todos somente se identificam com as licenciaturas. Pergunta 12 - Você gostaria de comentar mais alguma coisa? Todos gostaram de serem ouvidos, ficaram até surpresos com a preocupação da universidade em ouvi-los e esperam ter novas oportunidades como esta. Por meio deste relato foi possível a Instituição conhecer melhor o processo de escolha do curso superior, nas licenciaturas e adotar ações estratégicas para melhor comunicar-se com futuros estudantes e oportunizar melhores condições de acesso ao ensino superior. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio da pesquisa realizada junto aos ingressantes foi possível conhecer melhor o processo de escolha do curso superior, mais especificamente nas licenciaturas e adotar ações estratégicas para melhor comunicar-se com os futuros estudantes e também oportunizar melhores condições de acesso ao ensino superior. A universidade desenvolveu uma nova política de comunicação junto aos concluintes do ensino médio, demonstrando as possibilidades profissionais que os cursos de licenciatura geram aos candidatos e, em paralelo, promoveu uma reestruturação da matriz curricular que possibilitou a redução do valor da mensalidade. Estas ações foram adotadas no decorrer do ano de 2008 e que já surtiram um bom efeito na relação candidato / vaga no vestibular de verão do ano de 2009. Percebe-se assim, que a entrevista em grupo ou focal, como uma das formas de coleta de dados na pesquisa social, é uma técnica que possibilita alcançar bons resultados, apesar de suas limitações, citadas no texto, como por exemplo, a dificuldade de reunir os participantes e 10718 o tempo gasto para sua realização. Estas limitações são compensadas pela riqueza de dados que podem ser obtidos. REFERÊNCIAS BIKLEN, Sari K, e BOGDAN, Roberto C. Investigação qualitativa na educação. Porto: Porto Editora, 1994. GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. MAY, Tim. Pesquisa social: questões, métodos e processos. Porto Alegre: Artmed, 2004. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. SELTIZ, Wrightsman e Cook. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: EPU, 1987.