O estudo da Língua Portuguesa é, geralmente, confundido com o estudo de análise sintática. Esse estudo normalmente está desvinculado do uso real da língua e apartado da estrutura textual. Esse mistério do mundo sintático traz aos alunos um verdadeiro “terror”. Isso leva-os a pensar que o objetivo do estudo da língua portuguesa é desvendar esses segredos. Neste capítulo, vamos trabalhar alguns aspectos da sintaxe da língua portuguesa, do ponto de vista produtivo - quanto maior o conhecimento e o domínio das estruturas frasais do português, mais eficiente será o desempenho oral e escrito do aluno. A fonologia, a morfologia, a sintaxe e a semântica constituem o estudo da estrutura interna de uma língua - aquilo que a distingue das outras línguas do mundo - e que não é resultado direto de condições da vida social ou do conhecimento do mundo. Já o léxico se distingue da gramática propriamente dita: nele estão colocadas as informações que não se reduzem a regras gerais. Temos que pensar também no aspecto pragmático da linguagem, que, diferentemente do aspecto sintático (propriedades formais das construções lingüísticas) e do aspecto semântico (relação entre as unidades lingüísticas e o mundo), se relaciona à situação concreta de uso e à influência do contexto na interação falante/ouvinte (motivações psicológicas do falante, reações dos ouvintes ou leitores). Para um ensino produtivo da língua e da literatura, nas atividades de leitura, compreensão e produção de textos, consideramos essencial que o estudante perceba que: · existe uma hierarquia na estrutura da oração, isto é, a oração apresenta constituintes e estes contêm outros constituintes; · cada constituinte oracional apresenta uma estrutura interna própria; · os constituintes da oração têm comportamento sintático variado, apresentando relações de ordem, de concordância e de regência; · a partir de estruturas sintáticas simples (núcleo + elementos adjacentes), é possível produzir estruturas mais complexas, com base em processos de ampliação. 1. A classe dos sintagmas Sintagma é uma unidade formada por uma ou várias palavras que, juntas, desempenham uma função na frase. A combinação das palavras para formarem as frases não é aleatória; precisamos obedecer a determinados princípios da língua. As palavras se combinam em conjuntos, em torno de um núcleo. E é esse conjunto (o sintagma) que vai desempenhar uma função no conjunto maior, que é a frase. Exemplos: O turista O jovem turista estrangeiro Aquele jovem turista Nenhum turista O turista estrangeiro O turista estrangeiro O turista e sua família viajou. viajou. viajou. viajou de trem. viajou de trem para São Paulo. viajou de trem para São Paulo ontem. viajaram. Por unidade sintagmática deve ser entendido um agrupamento intermediário entre o nível do vocábulo e o da oração. Desta maneira, um ou mais vocábulos se unem (em sintagmas) para formar uma unidade maior, que é a oração. Os vocábulos que compõem a unidade sintagmática se organizam em torno de um núcleo; dependendo do núcleo, podemos falar em sintagma nominal e sintagma verbal. Chama-se sintagma uma seqüência de palavras que constituem uma unidade (sintagma vem de uma palavra grega que comporta o prefixo sin, que significa com, que encontramos, por exemplo, em simpatia e sincronia). Um sintagma é uma associação de elementos compostos num conjunto, organizados num todo, funcionando conjuntamente. (…) sintagma significa, por definição, organização e relações de dependência e de ordem à volta de um elemento essencial. (Dubois-Charlier. Bases de Análise lingüística) Diferentes vocábulos que pertencem a um mesmo sintagma desempenham, dentro dele, funções distintas: no sintagma nominal, por exemplo, o nome substantivo que funciona como núcleo pode ser determinado por artigos, pronomes e numerais e modificado por adjetivos, locuções adjetivas e/ou orações subordinadas adjetivas. Desta maneira, é evidente que existe, dentro do sintagma, uma organização em que os vocábulos, dependendo de sua posição e da relação que estabelecem entre si, desempenham diferentes funções. Os princípios sintáticos da língua (sistema de unidades hierarquizadas) apresentam-se sob a forma de palavras, sintagmas, orações e são relacionadas por um conjunto de mecanismos formais. Conforme Azeredo (1990), "A estrutura gramatical do português comporta vários níveis. O morfema é a menor unidade dessa estrutura; e o período, a maior. Acima do nível dos morfemas acha-se o dos vocábulos; acima deste, o dos sintagmas, a que se superpõe o das orações. Esquematicamente, temos: PERÍODO ORAÇÃO SINTAGMA VOCÁBULO MORFEMA Vamos ler o poema de Cecília Meireles e observar os níveis de estruturação do enunciado: Texto 1 Colar de Carolina Com seu colar de coral, Carolina corre por entre as colunas da colina. O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina. E o sol, vendo aquela cor do colar de Carolina, põe coroas de coral nas colunas da colina. Discutindo o texto 1 Neste poema, a autora faz um jogo de palavras, tirando proveito principalmente do aspecto sonoro. Os diversos níveis a que nos referimos acima podem ser apontados no texto: nível do período: nível da oração: O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina. O colar de Carolina colore o colo de cal / torna corada a menina. nível dos sintagmas: nível dos vocábulos: O colar de Carolina/ SN colore o colo de cal, SV torna corada a menina. SV Com/ seu/ colar/ de/ coral / Carolina / corre / por/ entre/ as/ colunas / de/ a /colina. nível dos morfemas: O / colar / de / Carolina / color/e / o / colo/ de/ cal/, torn/a / corad/a /a/ menin/a. As gramáticas descrevem os níveis da oração e do período dentro da sintaxe e os níveis do morfema e do vocábulo, dentro da morfologia. No entanto, geralmente não tomam conhecimento do nível do sintagma - intermediário entre vocábulos e oração. E, como mostra Azeredo: "... os vocábulos não se unem para formar a oração do mesmo modo que os gomos se unem para formar uma laranja. Os vocábulos não formam a oração senão indiretamente. Eles se associam em grupos, os sintagmas, que são os verdadeiros constituintes da oração." Com o poema "Colar de Carolina" , podemos exemplificar as palavras citadas acima; temos diversos vocábulos que se organizam em blocos, os sintagmas, para então formarem orações. O que nos interessa mais de perto é exatamente esse nível intermediário, o sintagma, essa espécie de ponte entre os vocábulos e a oração. Surgem então algumas perguntas: Como podemos reconhecer um sintagma? Basta haver mais de um vocábulo para existir sintagma? Como são formados os sintagmas? Há mais de um tipo de sintagma ou apenas um? Todas as classes podem formar sintagmas? Outras perguntas podem aparecer, mas, por enquanto, vamos tentar responder a essas que nos parecem mais prováveis de ocorrer. Vejamos. Em primeiro lugar, encontramos também no livro Iniciação à sintaxe (Azeredo: 1990), uma boa resposta para a primeira questão: Como podemos reconhecer um sintagma? Segundo o autor, três são as maneiras de isolar as unidades que constituem a oração, ou seja, os sintagmas: - o deslocamento, a substituição e a coordenação. Lemos logo no início do livro A hora dos ruminantes, de José J. Veiga: "A noite chegava cedo em Manarairema. Mal o sol se afundava atrás da serra - quase que de repente, como caindo - já era hora de acender candeeiros, de recolher bezerros, de se enrolar em xales. A friagem até então contida nos remansos do rio, em fundos de grotas, em porões escuros, ia se espalhando, entrando nas casas, cachorro de nariz suado farejando." A primeira frase vai nos servir para explicar com clareza a questão levantada. A noite chegava cedo em Manarairema. Qualquer um de nós rejeitaria ou perceberia como estranhas as seqüências formadas pelos mesmos vocábulos, porém agrupados assim: *Noite a chegava cedo em Manarairema. *Em chegava noite a cedo Manarairema. Essa inversão da ordem é possível porque nós mantivemos os grupos (A noite, em Manarairema), apenas mudamos sua posição. Essa possibilidade de deslocamento prova que cada grupo é um sintagma. Além disso, podemos fazer substituição de seqüência por unidade simples: A noite chegava cedo em Manarairema. Ela chegava cedo em Manarairema. A noite chegava cedo em Manarairema. A noite chegava cedo lá. Aqui também estamos diante de sintagmas: a possibilidade de substituição por unidades simples. Finalmente, podemos usar um elo coordenativo e que vai mostrar a união de duas unidades do mesmo nível. (Como professor e aluno, serra e mar...) Teremos então: A noite e a escuridão chegavam cedo em Manarairema. em que "a escuridão" é equivalente a "a noite" e por isso pode substituí-la: A escuridão chegava cedo em Manarairema. Assim, reconhecemos um sintagma através do deslocamento ou mobilidade, da substituição por unidades simples e da coordenação. Por outro lado, apesar de nos referirmos a "grupo de vocábulos", o sintagma pode também ser formado de um só vocábulo, como em: Manarairema vai sofrer a noite. Manarairema esperou impaciente. Portanto não basta haver um vocábulo para existir sintagma, nem é nessário mais de um vocábulo para haver sintagma. Como são formados os sintagmas? Há mais de um tipo de sintagma ou apenas um? Todas as classes podem formar sintagmas? As três perguntas acima estão intimamente relacionadas, por exemplo, se alguém pergunta: "Como são formados os sintagmas?“ - a resposta provavelmente será: Depende do tipo de sintagma. Daí concluímos que há mais de um tipo. Ou então, se a pergunta é: "Todas as classes podem formar sintagmas?" -responderíamos que as classes de vocábulos entram na formação dos sintagmas, mas a participação não é igual; -há classes que são núcleo, outras determinantes, outras modificadores, depende do tipo... e assim por diante. Por tudo o que foi dito até agora, é possível afirmar que: · podemos reconhecer a classe dos sintagmas; · há procedimentos para provar a sua existência; · há mais de um tipo de sintagma; · os vocábulos se unem para formar sintagmas; · os sintagmas formam a oração. Convém lembrar que a natureza do sintagma depende do seu núcleo. Assim, temos, em português, duas classes de sintagmas: o sintagma nominal (SN) - que tem o nome como núcleo - e o sintagma verbal (SV) - que tem o verbo como núcleo. Funcionando como modificador de um ou de outro, temos o sintagma preposicionado. 1. O sintagma nominal As reflexões feitas até agora nos levam a afirmar, com Koch e Silva (1986), que "O sintagma consiste num conjunto de elementos que constituem uma unidade significativa dentro da oração e que mantêm entre si relações de dependência e de ordem. Organizamse em torno de um elemento fundamental, denominado núcleo, que pode, por si só, constituir o sintagma." A natureza do sintagma depende do seu núcleo. Neste texto trataremos mais especificamente do sintagma nominal (SN), cujo núcleo é um nome, considerando seus constituintes. Ao abordar a noção de classe, Perini (1985) observa: "Admite-se sempre a necessidade de classificar as palavras, e a doutrina fornece nomes para essas classes ("verbos", "advérbios", "pronomes" etc). Além dessas classes, existem outras, que não são explicitamente reconhecidas como tais, mas que também recebem nomes: termos como "oração", "frase", "oração subordinada" se referem na verdade a classes de formas, ou a suas subclasses. E, como quaisquer outras classes, podem ser definidas pela sua distribuição sintática, sua estrutura interna, ou ( com as limitações que conhecemos) suas propriedades semânticas. No entanto, nem todas as classes são explicitadas. Vejamos o caso de uma classe extremamente freqüente e importante, mas que não é em geral reconhecida pela gramática tradicional (salvo em raríssimas exceções): a dos sintagmas nominais". Em seguida mostra que, mesmo apresentando grandes diferenças estruturais, elementos como: substantivo próprio - Júlio, Maria, Joaquim Santos, Brasil, França, África artigo + substantivo próprio - o Lula, a Petrobrás, o Brasil pronome + substantivo - esta terça-feira, meu avô, algum país artigo + substantivo + oração adjetiva - o país em que eu vivo, o livro que você leu, a escola em que você estuda têm comportamento sintático semelhante, isto é, são portadores de "traços sintáticos" comuns": . podem ser sujeito de uma oração . podem ser objeto direto . podem vir precedidos de preposição e funcionar como adjunto adnominal ou objeto indireto. Perini acrescenta: "Uma das funções essenciais das classes de formas ( por exemplo, das classes de palavras) é justamente permitir a descrição compacta do comportamento sintático das formas. As quatro formas (dos exemplos acima) deveriam, pois, ser colocadas em uma classe, o que a gramática tradicional não faz; não existe sequer um termo tradicional para essa classe. Aqui utilizaremos "sintagma nominal", designação consagrada em Lingüística." A inexistência de uma noção clara do sintagma nominal deixa de considerar uma generalização importante da língua, tratando como coincidência um aspecto estrutural da maior importância: a mesma classe de formas (o sintagma nominal) pode aparecer em diversas funções sintáticas. Considerando o sintagma nominal como uma classe de formas, podemos analisar e verificar a sua estrutura interna: o sintagma nominal (SN) se compõe de um substantivo, ou de artigo + substantivo, ou de pronome pessoal, etc e podemos afirmar que o sujeito é sempre formado de um SN, assim como o objeto direto, e que o objeto indireto se compõe de preposição + SN (a não ser o objeto indireto representado por "lhe"). Leia este trecho do romance de João Ubaldo Ribeiro: Viva o povo brasileiro: Texto 2 Viva o povo brasileiro "Dia lavadíssimo, esta terça-feira, véspera de Santo Antônio, em que Perilo Ambrósio estuprou a negra Daê, mais chamada por Venância. Lavado mesmo, porque choveu até de manhãzinha, chuva grossa, chuvarada como os aguaceiros de verão, nada dessas brueguinhas regelantes que nunca vão embora e ficam ensopando os ossos das criaturas durante os meses de junho e julho, muitas vezes passando por agosto, quantas e quantas vezes entrando mais ou menos por setembro, vindo as primeiras águas desde abril, chuvas mil. E esta ilha, já diziam os antigos, é verdadeiramente o bispote do céu, por assim falar, um ponto que as nuvens escolhem para arrebanharse antes de seguir viagem. Desde segunda-feira pelas onze da noite que bateu uma pancada, bateu outra, bateu mais outra, chuva mesmo, das que fazem aluviões, das que levantam um cheiro de terra tão safado que muita gente fica perturbada, os comedores de barro não se agüentando e metendo os dentes até em telhas e cacos de moringa molhados. Logo depois o tempo clareia de repente, o céu aparece com um azul muito levinho, o sol vai esquentando sem ficar tão quente como em fevereiro e o dia nasce desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, as folhas com lustro, o ar limpíssimo, muitas novidades em cada canto, grande movimentação de bichos e uma certa alegria despropositada, uma certa crença em que, lavado assim, luminoso assim, o universo não é indiferente, mas propício." Discutindo o texto 2 No nosso contato com um texto, é importante perceber não só o assunto tratado, mas também como o texto é estruturado. Assim, podemos observar que essa descrição poética de um dia de chuva está organizada em cinco períodos: (Como já vimos, período é uma unidade gramatical que contém uma ou mais orações e que pode funcionar como frase.) - no primeiro período temos a introdução do tempo, do tema e dos personagens: "Dia lavadíssimo, esta terça-feira, véspera de Santo Antônio, em que Perilo Ambrósio estuprou a negra Daê, mais chamada por Venância." - o segundo período se detém na descrição da chuva: "Lavado mesmo, porque choveu até de manhãzinha, chuva grossa, chuvarada como os aguaceiros de verão, nada dessas brueguinhas regelantes que nunca vão embora e ficam ensopando os ossos das criaturas durante os meses de junho e julho, muitas vezes passando por agosto, quantas e quantas vezes entrando mais ou menos por setembro, vindo as primeiras águas desde abril, chuvas mil." - no terceiro período aparece a justificativa para tanta chuva, fornecendo argumentos, a razão para o período anterior: "E esta ilha, já diziam os antigos, é verdadeiramente o bispote do céu, por assim falar, um ponto que as nuvens escolhem para arrebanhar-se antes de seguir viagem." - no quarto período, de conotação negativa, temos a repercussão, os efeitos da chuva nas pessoas e na terra: "Desde segunda-feira pelas onze da noite que bateu uma pancada, bateu outra, bateu mais outra, chuva mesmo, das que fazem aluviões, das que levantam um cheiro de terra tão safado que muita gente fica perturbada, os comedores de barro não se agüentando e metendo os dentes até em telhas e cacos de moringa molhados." - e, finalmente, no quinto período, há uma espécie de corte introduzindo o aspecto positivo da chuva: "Logo depois o tempo clareia de repente, o céu aparece com um azul muito levinho, o sol vai esquentando sem ficar tão quente como em fevereiro e o dia nasce desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, as folhas com lustro, o ar limpíssimo, muitas novidades em cada canto, grande movimentação de bichos e uma certa alegria despropositada, uma certa crença em que, lavado asssim, luminoso assim, o universo não é indiferente, mas propício." Cada período assim estruturado vai apresentar também a sua feição, a sua organização. Como já foi dito, o primeiro período traz a introdução do tempo, do tema e dos personagens. Nele encontramos vários SN, na verdade ele é formado basicamente de SN. "Dia lavadíssimo, esta terça-feira, véspera de Santo Antônio, em que Perilo Ambrósio estuprou a negra Daê, mais chamada por Venância. O sintagma nominal apresenta um núcleo, que pode ser um substantivo, próprio ou comum; pode ser ainda um pronome substantivo (pessoal, demonstrativo, indefinido, interrogativo, possessivo ou relativo). No exemplo acima, cada núcleo de SN marcado em negrito é representado por substantivo próprio ou comum. No segundo período, encontramos que nunca vão embora , no terceiro, que as nuvens escolhem; nesses casos o núcleo é um pronome relativo. Já no quarto período, temos: bateu outra, bateu mais outra, chuva mesmo, das que fazem aluviões, das que levantam um cheiro de terra tão safado... em que o núcleo é um pronome indefinido outra, um pronome demonstrativo as, ou pronome relativo que. No quinto período... desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, encontramos núcleos representados por um substantivo comum jeito, por pronome relativo que e ainda o caso de dois núcleos terra / areia, dois substantivos comuns. Quando o núcleo for um pronome substantivo, este por si só representará o SN. Pode acontecer também o caso da ausência do SN, como em "Lavado mesmo, porque choveu até de manhãzinha," no segundo período. Dizemos que nesse caso o SN sujeito não se atualiza ou que sua posição não está lexicalmente preenchida. Além do núcleo, o SN pode apresentar determinante(s), e/ou modificador(es). Os determinantes antecedem o núcleo e os modificadores são antepostos ou pospostos. Voltemos ao texto: "Dia lavadíssimo, esta terça-feira, véspera de Santo Antônio, em que Perilo Ambrósio estuprou a negra Daê, mais chamada por Venância. Lavado mesmo, porque choveu até de manhãzinha, chuva grossa, chuvarada como os aguaceiros de verão, nada dessas brueguinhas regelantes que nunca vão embora e ficam ensopando os ossos das criaturas durante os meses de junho e julho, muitas vezes passando por agosto, quantas e quantas vezes entrando mais ou menos por setembro, vindo as primeiras águas desde abril, chuvas mil. E esta ilha, já diziam os antigos, é verdadeiramente o bispote do céu, por assim falar, um ponto que as nuvens escolhem para arrebanhar-se antes de seguir viagem. Desde segunda-feira pelas onze da noite que bateu uma pancada, bateu outra, bateu mais outra, chuva mesmo, das que fazem alviões, das que levantam um cheiro de terra tão safado que muita gente fica perturbada, os comedores ( ... ) ...e o dia nasce desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, as folhas com lustro, o ar limpíssimo, muitas novidades em cada canto, grande movimentação de bichos e uma certa alegria despropositada, uma certa crença em que, lavado assim, luminoso assim, o universo não é indiferente, mas propício." Como podemos observar, as marcações em negrito indicam que artigo, numeral e pronome adjetivo podem funcionar como determinantes do núcleo e que alguns podem vir juntos, outros, não. Assim, em esta ilha, esta terça-feira temos um único determinante, o pronome demonstrativo; já em uma certa alegria despropositada, uma certa crença temos dois determinantes. Isto porque o artigo e o pronome demonstrativo se excluem, mas o mesmo não acontece entre os artigos e os pronomes indefinidos, nem entre artigos e numerais, como em: as primeiras águas; o mesmo se dá entre pronomes possessivos e numerais e entre pronomes demonstrativos, possessivos e numerais. Dissemos que o SN pode ainda apresentar modificador ou modificadores. Retomando o texto, percebemos logo no início o SN Dia lavadíssimo, em que o núcleo Dia está sendo modificado por lavadíssimo. O mesmo vai acontecer em vários SN deste texto, isto é, vários núcleos serão "modificados" por adjetivos ou por locuções adjetivas; em certos casos, o modificador pode ser um advérbio ou locução adverbial. Podemos então afirmar que o SN apresenta mais de uma possibilidade de estruturação, isto é, o SN não é fixo, imutável. Ele é formado ora por determinante (Det) + núcleo (N) + modificador (Mod); ora por N + Mod; ora por Det+ Mod + N + Mod; ora por Det + N. Enfim, não há grande rigidez na sua formação. É o texto que vai nos ajudar a entender bem todas essas siglas: os aguaceiros de verão Det + N + Mod essas brueguinhas regelantes as folhas com lustro o ar limpíssimo muitas novidades em cada canto chuva grossa uma certa crença N + Mod Det + Det + N a terra e a areia assentadas Det + N + Det +N + Mod grande movimentação de bichos Mod + N + Mod uma certa despropositada alegria Det + Det + N + Mod Vamos ler o texto em que Jorge Amado descreve as roças de cacau: Texto 3 São Jorge de Ilhéus A sombra das roças é macia e doce, é como uma carícia. Os cacaueiros se fecham em folhas grandes que o sol amarelece. Os galhos se procuram e se abraçam no ar, parecem uma árvore subindo e descendo o morro, a sombra de topázio se sucedendo por centenas e centenas de metros. Tudo nas roças de cacau é em tonalidades amarelas, onde, por vezes, o verde rebenta violento. De um amarelo aloirado são as minúsculas formigas pixixicas que cobrem as folhas dos cacaueiros e destroem a praga que ameaça o fruto. De um amarelo desmaiado se vestem as flores e as folhas novas que o sol pontilha de amarelo queimado. Amarelos são os frutos precoces que pecaram ao calor demasiado. Os frutos maduros lembram lâmpadas de oiro das catedrais antigas, fulgem com um brilho resplandecente aos raios do sol, que penetram a sombra das roças. Uma cobra amarela - uma papa-pinto - acalenta o sol na picada aberta pelos pés dos lavradores. E até a terra, barro que o verão transformou em poeira, tem um vago tom amarelo, que se prende e colore as pernas nuas dos negros e dos mulatos que trabalham na poda dos cacaueiros. Dos cocos maduros se derrama uma luz doirada e incerta que ilumina suavemente pequenos ângulos das roças. O sol que se filtra através das folhas desenha no ar colunas amarelas de poeira, que sobem para os galhos e se perdem além, por cima das folhas mais altas. Os juparás, macacos plantadores de cacau, pulam de galho em galho, numa algazarra, sujando o oiro dos cacaueiros com o seu amarelo fosco e sujo. A papa-pinto desperta, estira seu dorso cor de gema de ovo, parece uma vara de metal que fosso flexível. Seus olhos amarelos de cobiça fitam os macacos que passam, bando buliçoso e alegre. Caem gotas de sol através dos cacaueiros. Vão rebentar em raios no chão, quando batem nas roças de água lhe dão um colorido de rosa-chá. Como se houvesse uma chuva de topázio caindo do céu, virando pétalas de rosa-chá no chão de poeira ardente. Há todos os tons de amarelos na tranqüilidade da manhã nas roças de cacau. E, quando corre uma leve brisa, todo aquele mar de amarelo se balança, as tonalidades se confundem, criam um amarelo novo, o amarelo das roças de cacau, ah! O mais belo do mundo! Um amarelo como só os grapiúnas vêem nos dias de verão do paradeiro. Não há palavras para descrevê-lo, não há imagem para compará-lo, um amarelo sem comparação, o amarelo das roças de cacau! Discutindo o texto 3 Para descrever as roças de cacau, o autor se coloca em íntimo contacto com a natureza, numa descrição afetiva, pessoal, atribuindo características humanas a seres inanimados, personificando elementos da natureza: "De um amarelo demasiado se vestem as flores e as folhas novas..." Encontramos também muitas imagens baseadas nos sentidos, principalmente impressões visuais: "Tudo nas roças de cacau é de tonalidades amarelas..." O texto é extremamente rico em metáforas, que ajudam a construir a descrição, essencial ao desenvolvimento da narrativa. Vamos agora examinar o sujeito da frase: Uma cobra amarela acalenta o sol. Neste sujeito, a palavra mais importante é cobra, o seu núcleo. As palavras uma e amarela limitam o sentido do núcleo cobra, são seus determinantes. Quando construímos nossos textos, usamos esses elementos determinantes para limitar, como em uma cobra, ou para dar mais um sentido aos substantivo, como em cobra amarela. Assim, algumas palavras e expressões servem para limitar ou dar mais um sentido aos substantivos que acompanham: · Os cacaueiros se fecham em folhas grandes. · Quando corre uma leve brisa, aparece um amarelo novo. Vejamos só a frase: Os frutos maduros lembram lâmpadas de ouro de catedrais antigas. Para descrever os substantivos frutos, catedrais e lâmpadas, o autor empregou adjetivos e locuções adjetivas: substantivos adjetivos/locuções frutos maduros catedrais antigas lâmpadas de ouro olhos amarelos gotas de sol Podemos concluir, portanto, que o texto é todo construído com elementos que vão caracterizando, descrevendo as roças de cacau. Além de adjetivos e locuções adjetivas, o autor usou também várias orações que têm o valor de um adjetivo: são as orações adjetivas. Elas se referem ao termo anterior e vêm sempre introduzidas por um pronome relativo: Amarelos são aqueles frutos precoces que pecaram ao calor demasiado. aqueles frutos precoces que pecaram ao calor demasiado. Nestas outras frases também se realiza esse processo de detalhamento do substantivo: · O sol que se filtra através das folhas desenha colunas no ar. · As colunas amarelas de poeira que sobem para os galhos. · A "papa-pinto" que parece uma vara de metal. Usamos as orações subordinadas adjetivas para ampliar o sentido dos nomes. Observemos: Os juparás pulam de galho em galho. Os juparás, que são macacos plantadores de cacau, pulam de galho em galho. Dos cocos maduros se derrama uma luz doirada e incerta. Dos cocos maduros se derrama uma luz doirada e incerta que ilumina suavemente pequenos ângulos das roças. O sol desenha no ar colunas amarelas de poeira. O sol que se filtra através das folhas desenha no ar colunas amarelas de poeira. O sol que se filtra através das folhas desenha no ar colunas amarelas de poeira que sobem para os galhos e se perdem além. 2.2 O nome como núcleo funcional No nosso dia-a-dia, fazemos um uso muito freqüente de nomes, para dois tipos de função: a) identificar seres e objetos (substantivos); b) caracterizar, especificar, especializar seres e objetos (adjetivos); Substantivos e adjetivos fazem parte da ampla classe dos nomes. Existe uma diferença entre eles, mas essa diferença só se evidencia funcionalmente, quando aparecem combinados no sintagma nominal, numa ordem linear, o substantivo funcionando como núcleo, e o adjetivo como modificador. Quando isolados, nem sempre é possível uma distinção nítida entre substantivos e adjetivos, porque eles têm características mórficas semelhantes, isto é, flexionam-se para expressar as categorias de gênero e número. Percebemos que os substantivos podem ser modificados por adjetivos, elementos capazes de precisar o seu sentido, e que esse processo constitui um mecanismo produtivo na língua, dada a capacidade dos adjetivos de expandir a idéia básica definida pelos substantivos. Texto 4 Rios de Petrópolis A poluição faz rios coloridos. Não é tão feia assim. Como atração reproduz, em matizes escolhidos, as belas cores da televisão. (Carlos Drummond de Andrade) Discutindo o texto 4 Neste texto podemos observar a relação núcleo (termo determinado) e modificador (termo determinante) de maneira muito clara. modificador (adjetivos) núcleo (substantivos) feia poluição belas cores núcleo (substantivos) modificador (adjetivos) rios coloridos matizes escolhidos O nome substantivo é, por excelência, o núcleo do sintagma nominal. Os pronomes pessoais têm, como uma de suas características básicas, a possibilidade de constituírem, sozinhos, um SN. Exemplo: Ele chegou atrasado. Outros pronomes podem também funcionar como núcleos de SN ou constituírem, sozinhos, um SN. Exemplos: Tudo era silêncio em Manarairema. "Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo." (Cecília Meireles) Qualquer vocábulo de outra classe, que ocupe a função de núcleo do sintagma nominal, será entendido como um substantivo. Exemplos: " Viver é muito perigoso …" (Guimarães Rosa) Recebi um sonoro não como resposta ao meu pedido. Os elementos determinantes do sintagma nominal são representados pelos artigos, pelos pronomes, e pelos numerais. Texto 5 O engenheiro A luz, o sol, o ar livre envolvem o sonho do engenheiro. O engenheiro sonha coisas claras: superfícies, tênis, um copo de água. O lápis, o esquadro, o papel; o desenho, o projeto, o número: o engenheiro pensa o mundo justo, mundo que nehum véu encobre. (Em certas tardes nós subíamos ao edifício. A cidade diária, como um jornal que todos liam, ganhava um pulmão de cimento e vidro). A água, o vento, a claridade, de um lado o rio, no alto as nuvens, situavam na natureza o edifício crescendo de suas forças simples. (João Cabral de Mello Neto) Discutindo o texto 5 Este poema focaliza a função do engenheiro, que é dar forma à matéria. O substantivo é a classe que indica a corporificação da matéria representada. Por isso, na construção do poema, o autor privilegiou a seqüência de substantivos (as palavras destacadas). Como podemos perceber, há inúmeros SN com seus núcleos substantivos, determinados por artigos e pronomes, como destacamos nos quadros abaixo: Sintagma nominal a luz o sol o ar livre o engenheiro a água as nuvens um jornal um copo d' água nenhum véu certas tardes suas forças simples determinante a (artigo) o (artigo) o (artigo) o (artigo) a (artigo) as (artigo) um (artigo) um (artigo) nenhum (pronome) certas (pronome) suas (pronome) núcleo luz sol ar engenheiro água nuvens jornal copo véu tardes forças Texto 6 Trecho de entrevista "... a sala, apesar de não ser grande, dá dois ambientes perfeitamente separados. O primeiro ambiente da sala de estar tem um sofá de couro, uma forração verde, as almofadas verdes, ladeado com duas mesinhas de mármore, abajur, um quadro, reprodução de Van Gogh. Em frente tem uma mesinha de mármore e em frente a esta mesa e portanto defronte do sofá tem um estrado com almofadas areia, o aparelho de som, um baú preto. À esquerda desse estrado tem uma televisão enorme, horrorosa, depois tem em frente à televisão duas poltroninhas vermelhas, de jacarandá, e aí termina o primeiro ambiente. Depois, então, no outro, no alargamrnto da sala tem uma mesa grande com seis cadeiras com um abajur em cima ..." (Projeto NURC/RJ - entrevista sobre o tema Casa, informante do sexo feminino, com idade entre 25 e 35 anos) Sintagma nominal determinantes núcleos dois ambientes dois ambientes o primeiro ambiente o, primeiro ambiente duas mesinhas de mármore duas mesinhas duas poltroninhas vermelhas duas poltroninhas seis cadeiras seis cadeiras O nome adjetivo, do ponto de vista funcional, ocupa a posição de modificador do núcleo do sintagma nominal. Em alguns casos, como nos exemplos destacados do Texto 4 (Rios de Petrópolis), a relação entre núcleo e modificador do sintagma nominal pode ser facilmente observada. Em outros, verifica-se uma forte semelhança entre o adjetivo e o substantivo, por isso é preciso recorrer ao critério funcional para perceber qual é o vocábulo determinado (substantivo) e qual é o vocábulo determinante (adjetivo). Observemos estas frases: O campeão da Copa de 94 foi o Brasil. O time campeão marcou muitos gols. Quando dizemos "O campeão da Copa de 94 foi o Brasil", a palavra campeão é o núcleo do sintagma, a base, o centro da informação contida em o campeão da Copa de 94. Estamos falando do campeão. Quando dizemos "O time campeão marcou muitos gols", o centro da informação contida no sintagma o time campeão é a palavra time. Estamos falando do time. No trabalho com a produção de textos, é importante mostrar a semelhança de função entre o adjetivo e a locução adjetiva, ambos modificadores do núcleo do sintagma nominal. A locução é formada por uma preposição mais um substantivo (sintagma preposicionado). No poema "O Engenheiro" temos: o sonho do engenheiro, um pulmão de cimento e vidro, um copo de água. No texto retirado da entrevista temos: sofá de couro, mesinha de mármore, duas poltroninhas vermelhas de jacarandá. Na função de modificadores, os adjetivos e as locuções adjetivas podem especificar, caracterizar ou expressar uma avaliação do falante sobre os substantivos. Para especificar e caracterizar os substantivos, usamos, com maior freqüência, as locuções adjetivas; para avaliar, são mais freqüentes os adjetivos simples. Relembremos o que já foi dito no capítulo dos nomes: Especificação Bola de futebol de basquete de gude Panela de arroz de feijão de pipoca Forma de bolo de queijo de pudim de pizza Pista de corrida de atletismo de dança Caracterização Bola de plástico de couro de meia Santo de barro de madeira de gesso Panela de barro de ferro de alumínio Avaliação Bola Juiz estragada velha nova bonita educado honesto ladrão trabalhador É muito importante que o usuário perceba essas diferenças para aplicá-las na produção de sintagmas mais complexos. 2.3 Processos de ampliação do sintagma nominal Os processos de ampliação do SN compreendem, além do acréscimo de adjetivos, as locuções adjetivas e as orações adjetivas. Para refletir um pouco mais sobre essa questão, vamos examinar estes trechos, publicados no Jornal do Brasil: Texto 7 a) "A história do brasileiro b)"As dúvidas e os atrasos estão pobre que ficou rico fazendo levando o clube à falência." gols, do garoto talentoso que JB, 11/12/93) virou ídolo internacinal e do craque rebelde que virou herói nacional já não nos pertence mais, é do mundo." (JB, 18/7/94 - p.24) Discutindo texto 7 Enquanto no texto a os núcleos são especificados por adjetivos, os substantivos do texto b não apresentam um único adjetivo. Há, portanto, textos em que substantivos se bastam (texto b), enquanto em outros o centro da expressão é especificado, especializado, precisado, embelezado, caracterizado, enfim, por adjetivos. A adjetivação do substantivo pode se dar também por meio: a) de uma locução (expressão): Enquanto houver um passe de calcanhar, um gol de placa, um drible de craque, valerá a pena torcer pelos campeões do mundo. b) de uma frase: O público que lota os estádios vibra com os lances. O time que jogou contra o Brasil era muito bom. Vejamos outros exemplos: Aquele time europeu virou um verdadeiro balcão de negócios. O técnico da seleção brasileira não ouve os apelos que a torcida faz. Em 94, pelo menos três seleções surpreenderam : Nigéria e Arábia Saudita, além dos Estados Unidos, que eliminaram a Colômbia, que foi apontada como uma das favoritas e que se revelou a grande decepção do torneio. Desde que assumiu a direção técnica do Milan, conquistando dois títulos de campeão italiano, foi o mais aplicado e bem sucedido adepto da marcação por zona. Seu prestígio continua intacto : além do convite para dirigir a seleção japonesa, nos últimos meses Telê recebeu convites de times de Roma e da Arábia Saudita. O jogador, que ontem se apresentou nas Laranjeiras, custou duas vezes o valor do passe. Vimos que é através do acréscimo de adjetivos, locuções adjetivas e orações subordinadas adjetivas que se dá a expansão do substantivo - base, núcleo da expressão. Observemos o texto abaixo: Texto 8 Bola Carijó Já estou começando a ficar encafifado com essa pelota malhada, com esse couro branco, pintalgado de preto ou preto, salpicado de branco, que os altíssimos mentores da FIFA oficializaram para o Mundial de 66. Embora corintiana também como eu, olho-a com suspeição e desconfiança a rolar enganosamente pelo gramado: bola-não-bola, branca-não-branca, preta-não-preta, branca-ou-preta, preta-oubranca, branca-e-preta, preta-e-branca, prenca, branta. E cinza quando em alta rotação. Que diabo de nem-bola é essa afinal? Caleidoscópica, hipócrita, camuflada, mesmérica-bola-de-Tróia? (Décio Pignatari) Discutindo o texto 8 Nesta crônica, o autor descreve a bola de futebol que foi usada na Copa do Mundo de 66. Ela era bicolor, com gomos pretos e brancos. A presença da adjetivação contribui para a ampliação dos núcleos substantivos (especificando, especializando, precisando, caracterizando, enfim) pelota malhada couro branco, pintalgado de preto ou preto, salpicado de branco altíssimos mentores da FIFA (bola) Caleidoscópica, hipócrita, camuflada (bola) corintiana. Texto 9 Os Tubarões Os tubarões são bichos interessantíssimos. Infelizmente, não são tão conhecidos pelo público, que acha que eles são assassinos cruéis e devoradores de homens. Os estudiosos acreditam que os primeiros tubarões surgiram há mais ou menos 300 milhões de anos. Isso é muito tempo. Os dinossauros surgiram há cerca de 220 milhões de anos e desapareceram há 65 milhões. Quer dizer, os tubarões apareceram bem antes deles e ainda continuam nadando por oceanos e mares do mundo. Os tubarões têm esqueleto feito de cartilagem e não de ossos. São parentes das arraias e das quimeras, que também têm esqueleto cartilaginoso. O maior tubarão do mundo é o tubarão-baleia, que pode medir até 18 metros de comprimento e só come peixes pequenos. Muito interessante é a gestação dos tubarões. Há algumas espécies, como o cação-gata, que botam um "ovo" na vegetação marinha. Dentro dele o filhote se desenvolve até o momento de romper a casca. Na maioria das outras espécies, o filhote passa toda a gestação dentro do útero materno. O olfato dos tubarões é tão desenvolvido que muitos pesquisadores os apelidaram de "narizes nadadores". Experiências comprovam que o tubarão consegue localizar, pelo cheiro, uma gota de sangue misturada em um milhão e meio de gotas de água, e isso a uma distância de 30 metros. Seria assim como pingar uma gota de sangue numa piscina olímpica. Uma coisa que quase ninguém fala é que os homens estão matando muitos tubarões. Hoje em dia já existem pesquisadores preocupados com este problema, porque os tubarões comem uma grande quantidade de animais marinhos, ajudando a manter o equilíbrio do ecossistema. Mas não é só por isso que devemos proteger os tubarões. Eles são também uma rica fonte de proteína animal, que é muito útil na medicina. (Revista Ciência Hoje das Crianças ) Discutindo o texto 9 O texto explica, em uma linguagem acessível, como são os tubarões, seu processo de gestação, seu tempo de vida na terra, seus sentidos, principalmente o olfato. Apresenta ainda algumas razões para justificar a preocupação com a matança e a extinção dos tubarões, alertando para o papel dos tubarões na manutenção do equilíbrio ecológico do ecossistema. Muitos sintagmas nominais foram empregados pelo autor para descrever os tubarões, os substantivos (núcleos) os substantivos nomeando algumas partes do tubarão, os adjetivos (modificadores) fornecendo detalhes sobre essas partes do animal. substantivos bichos esqueleto adjetivos interessantíssimos cartilaginoso olfato narizes desenvolvido nadadores proteína assassinos peixes piscina animais pesquisadores animal cruéis pequenos olímpica marinhos preocupados Além dos adjetivos, podemos combinar uma preposição e um substantivo (sintagma preposicionado) quando queremos descrever as características de algum objeto, de algum animal ou pessoa. locução adjetiva = preposição + substantivo substantivo adjetivo locução adjetiva proteína animal dos animais bichos interessantíssimos de muito interesse esqueleto cartilaginoso de cartilagem útero materno da mãe pesquisadores preocupados com preocupação animais marinhos do mar Veja outros exemplos de locuções adjetivas no texto: substantivo adjetivo mares oceanos gestação do mundo do mundo dos tubarões olfato dos tubarões gota de sangue gota equilíbrio fonte de água do ecossistema de proteína Existe uma outra maneira de incluir informações novas em nossos textos, além do uso de adjetivos e locuções adjetivas: Esse é um filme assustador que assusta O tubarão é fonte de proteína animal útil na medicina que é útil na medicina Os adjetivos podem ser substituídos por orações completas, chamadas de orações subordinadas adjetivas. Isso é muito comum tanto na nossa linguagem do dia-a-dia quanto na linguagem formal escrita. É fácil entender como essas orações são formadas: o rapaz é meu amigo + o rapaz subiu no ônibus o rapaz que subiu no ônibus é meu amigo oração adjetiva Essa combinação das duas frases só foi possível porque usamos o pronome relativo que. Ele tem a função de substituir o vocábulo repetido, quando uma frase se encaixa na outra. O tubarão-baleia pode medir até 18 metros de comprimento. + O tubarão-baleia só come peixes pequenos que = O tubarão-baleia, que só come peixes pequenos, pode medir até 18 metros de comprimento. ou O tubarão-baleia só come peixes pequenos. O tubarão-baleia pode medir até 18 metros de comprimento. que = O tubarão-baleia, que pode medir até comprimento, só come peixes pequenos. 18 metros de Texto 10 De onde vem o ouro O ouro é um dos metais mais valiosos e procurados em todo o mundo. Tamanho sucesso se deve principalmente a dois motivos: seu brilho tão bonito e sua resistência à corrosão, isto é, o ouro não enferruja. Essas características o tornam muito bom para a fabricação de diversos objetos, desde jóias e moedas até peças de aparelhos eletrônicos e blocos para obturações de dente. As pessoas se sentem atraídas pelo ouro há muito tempo. Cerca de 3.200 anos antes de Cristo, os egípcios já se serviam dele -acredita-se que como dinheiro. Mais tarde, a corrida em busca desse metal, que foi chamada "febre do ouro", levou os homens a explorar outros lugares do mundo, como as Américas e a África. O Brasil é um dos países que mais têm ouro no mundo. Mas, afinal, onde está o ouro e como podemos consegui-lo? O ouro, assim como outros metais, fica escondido em muitos lugares do nosso planeta. Pode estar em uma enorme montanha, embaixo da terra, na praia ou no fundo do mar. O ouro e outros metais ficam dentro de um material, chamado minério. A área que reúne os minérios é denominada reserva mineral. Ele está espalhado em pequenas quantidades no meio do minério: é preciso explorar aproximadamente uma tonelada de minério para conseguir não mais do que 4 ou 5 gramas de ouro no final ! Depois de encontrado, o ouro precisa passar por um tratamento industrial para que tenha alguma utilidade. A primeira etapa do processo é quebrar o minério em pedaços menores, para que o ouro se solte. Esta etapa é feita com a ajuda de equipamentos chamados britadores e moinhos. Também são usadas peneiras, que ajudam a separar o ouro do minério. Após a quebra, o minério é levado a tanques enormes, com uma solução que é capaz de dissolver o ouro. Essa solução é feita da mistura de água com cianeto de sódio, um sal venenoso, parecido com o sal que usamos na cozinha (cloreto de sódio). Forma-se uma polpa e o ouro vai se soltando do minério e se misturando à solução. Depois disso, a solução passa por um filtro e é misturada então com pedaços de carvão ativado. O ouro fica grudado nesse carvão e passa novamente pelo cianeto de sódio para desgrudarse do carvão. A etapa seguinte é a eletrólise, que é feita numa banheira com chapas de metal eletrificadas. Quando a solução é colocada sobre as chapas, forma-se uma fina camada sólida de ouro, que fica grudada na chapa e pode ser retirada como se fosse uma fita adesiva. A seguir, ele é derretido e solidificado, ficando pronto para ser vendido. (Revista Ciência Hoje das Crianças) Discutindo o texto 10 O texto, além de fornecer informações de ordem geral sobre o ouro, como suas características, os lugares onde é encontrado, as razões pelas quais é considerado um metal valioso, etc., descreve com detalhes as diversas etapas de tratamento desse metal. Observemos com cuidado os sintagmas nominais utilizados no texto para descrever o ouro e o processo de tratamento: substantivos metal adjetivos valioso metal procurado brilho bonito Vejamos outros exemplos de locuções adjetivas do texto: substantivo adjetivo febre do ouro lugares do mundo fundo do mar tonelada de minério cianeto de sódio cloreto de sódio chapas de metal Existe uma outra maneira de incluir informações novas em nossos textos, além do uso de adjetivos e locuções adjetivas. Podemos empregar orações subodinadas adjetivas. assustadora Essa é uma história que assusta muito valorizado O ouro é um metal que é muito valorizado Observemos como estas orações são formadas o ouro atrai muito os homens + o ouro é um metal valorizado o ouro que é um metal valorizado atrai muito os homens oração adjetiva A combinação das duas frases foi possível porque usamos o pronome relativo que. Ele tem a função de substituir o vocábulo que se repete, quando uma frase se encaixa na outra. Observemos: A corrida em busca do ouro enlouquece os homens. A corrida em busca do ouro é chamada "febre do ouro". que = A corrida em busca do ouro, que é chamada "febre do ouro", enlouquece os homens ou A corrida em busca do ouro é chamada "febre do ouro". + A corrida em busca do ouro enlouquece os homens. que = A corrida em busca do ouro, que enlouquece os homens , é chamada "febre do ouro". 2.4 Funções do sintagma nominal Retomando o trecho extraído do romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, vamos agora avançar um pouco mais no nosso estudo do SN: considerar a possibilidade que ele tem de exercer diversas funções sintáticas. Consideremos o quinto período em que há uma espécie de corte introduzindo o aspecto positivo da chuva: "Logo depois o tempo clareia de repente, o céu aparece com um azul muito levinho, o sol vai esquentando sem ficar tão quente como em fevereiro e o dia nasce desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, as folhas com lustro, o ar limpíssimo, muitas novidades em cada canto, grande movimentação de bichos e uma certa alegria despropositada, uma certa crença em que, lavado asssim, luminoso assim, o universo não é indiferente, mas propício." O assunto aqui gira em torno do universo - tempo, céu, sol, dia e exatamente esses são os núcleos dos SN na função de sujeito. Vejamos: o tempo clareia de repente o céu</TD> aparece com um azul muito levinho, o sol vai esquentando o dia nasce desse jeito lavado o universo não é indiferente, mas propício Ainda neste período, vamos encontrar o SN como modificador nominal aposto: ...o dia nasce desse jeito lavado que todo mundo conhece, a terra e a areia assentadas, as folhas com lustro, o ar limpíssimo, muitas novidades em cada canto, grande movimentação de bichos e uma certa alegria despropositada, uma certa crença ... [ em que, lavado asssim, luminoso assim, o universo não é indiferente, mas propício.] O SN na função de predicador vai aparecer no terceiro período: E esta ilha, já diziam os antigos, é verdadeiramente o bispote do céu, por assim falar, um ponto que as nuvens escolhem para arrebanhar-se antes de seguir viagem. No primeiro período, em que temos a introdução do tempo, do tema e dos personagens, vamos encontrar o SN na função de objeto direto: "Dia lavadíssimo, esta terça-feira, véspera de Santo Antônio, em que Perilo Ambrósio estuprou a negra Daê, mais chamada por Venância." Também o segundo período, que se detém na descrição da chuva, vai apresentar o SN na função de objeto direto: ... essas brueguinhas regelantes (...) ficam ensopando os ossos das criaturas durante os meses de junho e julho, Portanto, o SN pode ser sujeito, objeto direto, predicativo, aposto ... Além disso, é preciso considerar as orações subordinadas substantivas, que são verdadeiros SN formados pelas conjunções integrantes que ou se + oração. Nesse caso, essas orações exercem, no período composto, as mesmas funções que o SN no período simples. 3. A questão da transitividade Transitividade - Caráter dos nomes e verbos que exigem algo para lhes integrar o sentido. É o que ocorre com os verbos transitivos. Também substantivos, adjetivos e advérbios podem exigir complemento: necessidade de, necessário a, referente a, etc. A transitividade admite graus, indo do zero (intransitividade) à necessidade absoluta: Pedro dançava. Maria dançava uma valsa. Ela é útil ao pai. Tem precisão de assistência. (Zélio dos Santos Jota - Dicionário de Lingüística) A transitividade costuma ser tratada em nossas gramáticas somente quanto aos verbos. Ora, é preciso considerar também a transitividade nominal. Vejamos o texto abaixo, adaptado de matéria publicada na Revista Veja (29/07/98). Texto 11 O outro vestibular A disputa por um emprego nas maiores empresas brasileiras está começando para os estudantes que concluirão a faculdade no final do ano. Quem já passou pela experiência sabe que, perto dela, o funil do vestibular parece brincadeira. Dos numerosos jovens que se candidataram a uma vaga da firma Cargill, que atua no ramo de alimentos, apenas uma pequena parcela revelou inclinação para o tipo de trabalho a ser desenvolvido. Em todas as grandes companhias que adotam a política de recrutar profissionais recém-formados, a disputa por uma vaga é mais pesada do que nas mais concorridas universidades brasileiras. Durante o programa de treinamento, o jovem trainee terá acesso a diferentes departamentos da empresa. Se ele tiver domínio do uso de computadores, suas chances de ser escolhido aumentarão. "Hoje as empresas querem pessoas com senso crítico, que saibam apontar problemas e sugerir soluções", afirma a responsável pelo programa de treinamento da Gessy Lever. A primeira triagem é feita entre os currículos que chegam às empresas. Nesta fase, mais da metade dos candidatos é eliminada. A capacidade para trabalhar em equipe e a desenvoltura para lidar com problemas serão muito úteis ao candidato que estiver lutando por uma vaga como jovem trainee. (…) Discutindo o texto 11 Neste texto, o assunto abordado é a dificuldade de conseguir uma vaga como trainee em uma grande empresa. Existe uma diferença entre ser estagiário e ser trainee: o estágio pressupõe uma permanência curta na empresa, com data para começar e terminar, enquanto para os trainees a proposta é ficar. A concorrência é muito grande, pois as empregadoras oferecem pouquíssimos postos em relação ao número de candidatos que se apresentam. O salário inicial é atraente; além disso, existe a chance de fazer carreira. Escolhemos esse texto, escrito em linguagem clara, para mostrar a questão da transitividade de verbos e de nomes. Para isso, fizemos algumas modificações no que foi originalmente publicado na revista. Como lemos na definição, existem "verbos que exigem algo para lhes integrar o sentido". Isso acontece com os seguintes verbos do texto: · concluirão (verbo transitivo direto) · a faculdade (SN - objeto direto) · se candidataram (verbo transitivo indireto) · a uma vaga da firma Cargill (SP - objeto indireto) · querem (verbo transitivo direto) · pessoas (SN - objeto direto) · apontar (verbo transitivo direto) · problemas (SN - objeto direto) · sugerir (verbo transitivo direto) · soluções (SN - objeto direto) · lutar (verbo transitivo indireto) · por uma vaga (SP - objeto indireto) Existem também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) "que exigem algo para lhes integrar o sentido". As expressões abaixo servem para comprovar essa afirmação. disputa (substantivo) por um emprego inclinação (substantivo) para o tipo de trabalho acesso (substantivo) domínio (substantivo) a diferentes departamentos da empresa do uso de computadores responsável (adjetivo) capacidade (substantivo) pelo programa de treinamento da Gessy Lever para trabalhar em equipe desenvoltura (substantivo) para lidar com problemas úteis ao candidato (adjetivo) Nos exemplos acima, os termos que completam o sentido dos substantivos e adjetivos (por um emprego, para o tipo de trabalho, a diferentes departamentos da empresa, etc) são sintagmas preposicionados que recebem o nome de complemento nominal. Embora com menor freqüência na língua, os advérbios também podem ser complementados por sintagmas preposicionados. Exemplos: A oposição votou favoravelmente ao governo. SP - complemento nominal Nada será resolvido relativamente a esse problema. SP - complemento nominal 4. Perspectivas quanto ao ensino E o ensino, como será que o estudo do sintagma nominal e do sintagma verbal pode contribuir para o aperfeiçoamento da expressão oral e escrita do aluno? Antes de mais nada, precisamos acreditar realmente que as aulas de português e de literatura podem ser prazerosas e que, para um ensino produtivo, podemos apontar caminhos, não necessariamente novos. Ao examinar mais detalhadamente o SN e o SV, sua estrutura e função, ocorre a pergunta: E o aluno, como fica? Como trabalhar essas questões tendo em vista o "desligamento" do Rica, a falta de atenção da Flavinha, ou a motivação dessa meninada despertada por concorrentes tão empolgantes a nossa volta? Esta não é uma pergunta fácil de responder e nem poderia ser, uma vez que estamos frente a constatações do tipo: "só aprendemos o que é do nosso interesse" ou "sem motivação não há disponibilidade para o aprendizado". Apesar de muitas teorias a respeito, na verdade, sabemos que na prática isso acontece mesmo, principalmente em se tratando de adolescentes. De uns tempos para cá, os livros didáticos têm procurado incentivar os estudantes através de ilustrações interessantes; é claro que isso pode ajudar, mas não basta. O aluno precisa descobrir o que há de importante no material ou na "matéria" que lhe está sendo apresentada. E é aí que, no caso do SN e do SV, temos a grande chance de mostrar como um texto se organiza em torno de núcleos, de idéias centrais, inclusive fazendo "ganchos" com o seu dia-a-dia, com os seus assuntos preferidos, sua leitura do mundo. Pensando nessas questões, inúmeras atividades de sala de aula podem ser propostas pelo professor, de modo que o aluno compreenda e exercite a capacidade de criar estruturas mais complexas a partir de estruturas mais simples, reconhecendo a função de cada elemento dentro do conjunto em que ele se insere. Isso possibilitará ao aluno aprimorar a sua produção de textos. Perceber como um texto se constrói, como os vocábulos se organizam é uma aventura diante de qualquer texto, seja ele oral ou escrito, literário ou não literário, popular ou culto, específico de uma área ou mais geral. Enfim, qualquer que seja a mensagem compreensível, ela é estruturada na base de seu vocabulário e dos seus sintagmas. A possibilidade de ampliação dos sintagmas também constitui uma fonte para que o estudante exercite a sua linguagem e vai se refletir na sua produção dos textos. Como vimos, as locuções, as orações substantivas e as orações adjetivas têm a característica de ampliar o SN e o SV; isto pode auxiliar na produção dos textos dos alunos e pode servir para que ele compreenda uma das razões para estudar esse tipo de oração, ou seja, as orações subordinadas. 5. Quadro dos textos comentados Texto Autor texto 1 - Colar de Carolina Cecília Meireles texto 2 - Viva o povo brasileiro João Ubaldo Ribeiro texto 3 - São Jorge de Ilhéus Jorge Amado texto 4 - Rios de Petrópolis Carlos Drummond de Andrade texto 5 - O engenheiro João Cabral de Mello Neto texto 6 - Trecho de entrevista Projeto NURC/RJ texto 7 - Parágrafos Jornal do Brasil texto 8 - Bola Carijó Décio Pignatari texto 9 - Os Tubarões Revista Ciência Hoje das Crianças texto 10 - De onde vem o ouro Revista Ciência Hoje das Crianças texto 11 - O outro vestibular 6. Indicações bibliográficas 1. AZEREDO, J.Carlos. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1990. 2. BENVENISTE, E. Problemas de lingüística geral. Campinas, Pontes,1989. 3. CAMARA, Jr., J. Mattoso. Princípios de lingüística geral. Rio de Janeiro, Acadêmica, 1969. 4. ---------------- História e estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Acadêmica, 1970. 5. 1977. ---------------- Dicionário de lingüística e gramática. Petrópolis, Vozes, 6. CUNHA, C.F. & CINTRA, C. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. 7. D'ÁVILA Suzana. Gramática da língua portuguesa - uso e abuso. São Paulo, Editora do Brasil, 1997. 8. DUBOIS-CHARLIER, Françoise. Bases de análise lingüística. Coimbra, Livraria Almedina, 1977. 10 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. 11. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, FGV, 1978. 12. JOTA, Zélio dos Santos. Dicionário de lingüística. Rio de Janeiro, Presença/INL - MEC, 1981. 13. KOCH, Ingedore V. e SILVA, M. Cecília P.S. Lingüística aplicada ao português: sintaxe. São Paulo, Cortez, 1985. 14. KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e dicionário ilustrado. Rio de Janeiro, Edições Delta, 1997. 15. MEIRELES, Cecília. Obra Completa. Aguilar. 16. MIRA MATEUS, M.H. et alii. Gramática da Lingua Portuguesa. Coimbra, Livraria Almedina, 1983. 17. OLIVEIRA, Elisabeth B. et alii. Encontro com a linguagem. São Paulo, Atual, 1977. 18. PERINI, M. Gramática descritiva do português. São Paulo, Ática, 1995. 19 --------------- Para uma nova gramática do português. São Paulo, Ática, 1985. 20. ----------------- Sofrendo a gramática. São Paulo, Ática, 1997. 21. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no primeiro e segundo graus. São Paulo, Cortez,1996. 22. VEIGA, José J. A hora dos ruminantes. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966. 23. RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.