Beberibe-CE | dezembro de 2013 Ficha técnica Diretoria da Condsef (2011/2014) SECRETARIA-GERAL Josemilton Maurício da Costa Fazenda (RJ) 1º Adjunto _ Rogério Antônio Expedito (MG) 2º Adjunto _ Walter Matos de Moraes (AM) SECRETARIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS José Carlos de Oliveira (PE) 1º Adjunto _ Maria das Graças Oliveira (PE) 2º Adjunto _ Maria Jurgleide de Castro Oliveira (RJ) SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO José Maurício Valença Scotelaro Funasa (RJ) 1º Adjunto _ Marconi Alves Batista (PB) 2º Adjunto _ José Alberto Wanderley de Oliveira (PE) SECRETARIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS Neide Rocha Cunha Solimões (PA) 1º Adjunto _ Maria das Graças Gomes Albert (SC) 2º Adjunto _ Luís Cláudio de Santana (RJ) SECRETARIA DE FINANÇAS Pedro Armengol de Souza (PI) 1º Adjunto _ Valter Cézar Dias Figueiredo (MA) 2º Adjunto _ Agnaldo Coelho de Lima (RJ) SECRETARIA DE GÊNERO RAÇAS E ETNIAS Jussara Griffo (MG) 1º Adjunto _ Erilza Galvão dos Santos (BA) 2º Adjunto _ Francisco de P.B. Correia (RS) SECRETARIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO Sérgio Ronaldo da Silva (DF) 1º Adjunto _ Luiz Marcos da Silva (PE) 2º Adjunto _ Maria do Socorro Ribeiro da Costa (PI) DIREÇÃO NACIONAL – SUPLENTES José Alves de Souza Filho (PR) José de Arimatéa Moraes da Silva (TO) Carlos Alberto de Almeida (MT) João Bernardino Gonçalves Neto (GO) Regina Maria Nunes da Silva (SC) Carlos Antônio de Abreu (DF) José de Assis (CE) Enos Barbosa de Souza (DF) Gilberto Rosas (RN) Marcos Antônio de Lima Nunes (AP) Aguinaldo Barbosa da Silva (PA) SECRETARIA DE POLÍTICA SINDICAL E FORMAÇÃO Carlos Henrique Bessa Ferreira (DF) 1º Adjunto _ Victor Marcos Madeira Costa (RJ) 2º Adjunto _ Cedício de Vasconcelos Monteiro (PA) SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS, PARLAMENTARES E DE CLASSE Luís Carlos de Alencar Macedo (CE) 1º Adjunto _ Abdon Bandeira André (PB) 2º Adjunto _ Gilberto Jorge Cordeiro Gomes (GO) SECRETARIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Edvaldo Andrade Pitanga (BA) 1º Adjunto _ Antonio Pereira Lima Sobrinho - Capila (BA) 2º Adjunto _ Ismael José César (DF) SECRETARIA DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS Hérclus Antônio Coelho de Lima (RO) 1º Adjunto _ José Francisco dos Santos (DF) 2º Adjunto _ Flávio Santos (RO) Organização do caderno de teses: Geni Bandeira e Graziela Pereira de Almeida Diagramação: Ronaldo Alves Tiragem: 2.000 exemplares CONSELHO FISCAL Severino Alves Araújo (PB) Angelina Cali Jung (RS) Raimundo Pereira de Souza (MA) CONSELHO FISCAL – SUPLENTES Olair dos Santos (SP) Luis Carlos O. Filho (SE) Lírio José Téo (SC) Sumário Tese 1 | MOVIMENTO PELA RETOMADA DO SOCIALISMO – MRS Perspectivas de um sindicalismo autonomo e independente 9 9 Tese 2 | GRUPO DOS INDEPENDENTES E ALIADOS 23 Unidade dos federais, para avançar nas reivindicações 23 Tese 3 | UNIDOS PRA LUTAR 41 Os trabalhadores não vão pagar pela crise41 Tese 4 | CSP-CONLUTAS AVANÇAR NA UNIDADE RUMO A UMA NOVA DIREÇÃO Tese 5 | MOVIMENTO LUTA de CLASSES – MLC Por um sindicalismo classista, em defesa dos direitos dostrabalhadores e do socialismo! Tese 6 | Artcond “Valorizando o debate politico “ ! Tese 7 | GERALDO COSTA - APOSENTADO DO DNOCS/CE Na busca de uma solução mais razoável para todos os trabalhadores da esfera pública federal, especialmente os aposentados e pensionistas Tese 8 | ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA SINDICAL Em defesa do Serviço Público de Qualidade Social e de transformações profundas no Brasil Tese 9 | O TRABALHO Com a Condsef e a CUT: unidade para conquistar as reivindicações 55 55 73 73 87 87 107 107 115 115 129 129 ESTATUTO149 Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal 149 1 2 3 4 Programação do XI Concondsef 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 QUARTA-FEIRA – DIA 11/12/2013 ♦ 9h: Início do Credenciamento; ♦ 12h: Início da Hospedagem dos Delegados; ♦ 12h30 às 14h30: Almoço; ♦ 17h às 17h30: Abertura Solene do XI Congresso; ♦ 17h30 às 19h: Leitura, Discussão e Aprovação do Regimento Interno; ♦ 19h às 19h30: Eleição da Comissão Eleitoral; ♦ 19h30 às 20h: Apresentação e Deliberação sobre Recursos; ♦ 20h30 às 21h30: Jantar. 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 QUINTA-FEIRA – DIA 12/12/2013 ♦ 9h: Continuação do Credenciamento; ♦ 9h às 12h: Apresentação das Teses; ♦ 12h: Encerramento do Credenciamento de Delegados e Início do Credenciamento de Suplentes; ♦ 12h às 14h: Almoço; ♦ 14h às 17h: Debate sobre a Conjuntura e Desafio dos Trabalhadores para o Próximo Período; 41 6 XI CONGRESSO | caderno de teses ♦ 17h às 18h30: Debate sobre as Opressões das Minorias; ♦ 18h30: Encerramento do Credenciamento de Suplentes; ♦ 19h: Jantar; ♦ 20h às 23h: Atividade Cultural. SEXTA-FEIRA – DIA 13/12/2013 ♦ 9h às 12h30: Debate sobre Conjuntura Nacional e Internacional nos Grupos de Discussão; ♦ 12h30 às 14h30: Almoço; ♦ 14h30 às 16h: Debate sobre Balanço do Movimento, Organização Sindical da CONDSEF nos Grupos de Discussão; ♦ 16h às 19h: Debate sobre Pauta de Reivindicação, Plano de Lutas; ♦ 19h: Jantar; ♦ 21h: Atividade Cultural. SÁBADO – DIA 14/12/2013 ♦ 9h: Reunião da Comissão de Sistematização; ♦ 9h às 12h30: Plenária dos Departamentos (12 Departamentos); ♦ 12h30 às 14h: Almoço; ♦ 14h às 17h: Continuidade das Plenárias dos Departamentos; ♦ 17h às 21h: Plenária de Discussão e Aprovação das Resoluções; ♦ 21h: Jantar; ♦ 22h: Atividade Cultural. XI CONGRESSO | caderno de teses 7 DOMINGO – DIA 15/12/2013 ♦ 9h às 10h: Prestação de Contas; ♦ 10h às 11h: Inscrição de Chapas; ♦ 11h às 12h: Defesa das Chapas; ♦ 12h às 15h: Votação da Nova Direção da CONDSEF, Coordenadores de Departamentos e Conselho Fiscal; ♦ 14h: Almoço; ♦ 15h às 16h: Apuração dos Votos; ♦ 16h: Encerramento. 8 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 4 Tese 1 5 MOVIMENTO PELA RETOMADA DO SOCIALISMO – MRS 2 3 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Perspectivas de um sindicalismo autonomo e independente 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 A dinâmica do movimento de 2012 sindical brasileiro da forma como o governo Fernando Henrique o fez; os patamares altíssimos de inflação do período 1979-1994 praticamente exigiam das diferentes categorias de trabalhadores o recurso sistemático à greve, sobre pena de graves perdas salariais. 1. As greves de 2012 constituem o maior movimento grevistas dos servidores públicos federais pelo menos desde 1993, superando bastante em número e combatividade todos os movimentos desde o Plano Real, inclusive a greve contra a Reforma da Previdência de 2003. Este é um fato importante, que precisa ser entendido e explicado, inclusive por que o tamanho e a profundidade do movimento pegaram o Governo Federal (e mesmo grande parte das lideranças grevistas) de surpresa. 3. Em segundo lugar, o governo Fernan- do Henrique deslanchou uma contraofensiva pesada contra o movimento sindical, cujo momento decisivo foi a derrota imposta à greve dos petroleiros em 1995. Essa contraofensiva tem raízes nas modificações impostas ao mundo do trabalho pela adoção do receituário neoliberal a partir do Plano Real. As próprias categorias de trabalhadores foram redefinidas nesse processo, sendo os servidores públicos federais um exemplo claro. A terceirização e outras formas de contratação precária enfraqueceram 2. O Plano Real aparece necessaria- mente como um divisor de águas no movimento sindical brasileiro, ao reduzir drasticamente a inflação e as expectativas inflacionárias. Sem esse pré-requisito, não teria sido possível disciplinar o movimento XI CONGRESSO | caderno de teses 9 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 a categoria, diminuindo seu poder de barganha, sua capacidade de paralisar os serviços, sua autoconfiança e combatividade. Essa mudança de política contribuiu para frear a retomada das greves no serviço público federal. À sensação de que não adiantava lutar se substituiu um consenso de que lutar não era necessário. 4. Finalmente, se o governo Fernando Henrique soube usar o chicote nos seus enfrentamentos com os servidores públicos federais, não descuidou da cenoura. Apostando na divisão dos servidores, ao mesmo tempo em que fechava a porta dos reajustes e reposições anuais de salário, entreabria a porta da formação de carreiras diferenciadas. Foi uma tática tão bem sucedida que manteve o funcionalismo quieto não apenas durante os oito anos de FHC, mas também durante o período seguinte. 7. A transição do governo Lula para o governo Dilma começou a modificar essa percepção. Em 2011, o governo mudou as regras para as concessões de reajustes anuais, amarrando-as firmemente à Lei Orçamentária Anual, colocando uma data limite rígida às negociações salariais entre governo e servidores, o fatídico 31 de agosto. Em seguida fez valer esse limite, arrastando as negociações com os servidores até o fim de agosto, quando ficou, então, em posição confortável para impor unilateralmente um reajuste pífio, que sinalizou o fim da recuperação salarial ocorrida durante o governo Lula. E agiu em 2012 de forma a deixar clara a intenção de repetir o procedimento de 2011. 5. A força considerável do movimento de 2012 está diretamente ligada ao esgotamento do trinômio Plano Real/ desmonte/divisão da categoria. 6. O primeiro desses elementos a se esvaziar foi à questão inflacionária. Por algum tempo a queda da inflação do patamar de dois dígitos mensais para um dígito anual, sossegou o movimento sindical. Mas já em 1998, com a crise asiática, ficou claro que o controle do governo sobre os fundamentos da economia não era tão seguro. Para os servidores públicos, submetidos a um regime de reajuste zero, a situação era ainda mais dura. No início do governo Lula, a política de arrocho salarial já era insustentável, e uma recomposição tímida, mas real, das perdas salariais foi iniciada. 8. O desmonte do serviço público foi mais duradouro. No governo FHC, vimos uma orgia de destruição do regime jurídico estatutário, cujo ápice foi a Emenda Constitucional 19, que aboliu o RJU. Terceirizados, estagiários, consultores, contratados temporários, conveniados do SERPRO e DATAMEC, pessoal do PNUD, e até mesmo celetistas, substituíram em grande número os estatutários no exercício das suas funções, e os concursos públicos para a renovação dos quadros foram abandonados. 10 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 9. Essa balbúrdia teve efeitos negativos se aprofundou, durante quase todo o governo Lula. sobre a capacidade de luta dos servidores. Instalou-se a percepção de que as paralisações não seriam capazes de impedir a continuidade dos serviços; isso resultou em paralisações pífias... Que foram incapazes de impedir a continuidade dos serviços. Daí resultou uma dinâmica profundamente negativa para o movimento dos servidores públicos. As greves não davam resultados, deixando o governo com as mãos livres para aprofundar o desmonte do Estado; quanto mais se aprofundava o desmonte do Estado, menos efeito tinham as greves. 12. Durante o governo FHC, sempre foi claro que as carreiras privilegiadas seriam as mais ou menos diretamente ligadas à acumulação do capital e à ordem pública. As diferenças políticas entre as coligações partidárias de Lula e de FHC embaralharam a questão. O governo Fernando Henrique era um governo abertamente pró-capital; era lógico que privilegiasse as categorias de servidores mais importante para a acumulação capitalista. O governo Lula não era; fazia sentido esperar que privilegiasse outros setores do funcionalismo, particularmente os ligados ao atendimento à população de baixa renda. 10. Essa situação perdurou até 2007, quando o STF derrubou o artigo central da EC 19. Por outro lado, o governo Lula mudou a política do governo FHC em um aspecto importante: reverteu a política de esvaziamento do serviço público, passando a realizar concursos sistematicamente. Assim, embora o processo de terceirização dos serviços públicos ocorrido durante o governo Fernando Henrique não tenha sido revertido a fundo, a categoria ganhou musculatura com o ingresso de uma quantidade considerável de servidores de faixa etária muito mais jovem do que a média existente em 2002. 13. O efeito dessa percepção foi o aprofun- damento da divisão entre os servidores e uma crise da concepção sindical de sindicatos gerais. Com reajustes nulos, implicando perdas salariais catastróficas sob Fernando Henrique, e depois com a perspectiva de reajustes salariais reais, mas pequenos sob Lula, o eixo das expectativas dos servidores mudou na direção da implementação de carreiras específicas. Não se tratava mais de unir os servidores para lutar pelas reivindicações de todos, mas de nos dividirmos, para provar a importância de cada setor para o projeto político do governo. Tal lógica, é claro, enfraqueceu os sindicatos gerais, fez surgir tendências no sentido da criação de sindicatos específicos, e acirrou a competição entre os setores do funcionalismo. 11. O mais duradouro dos elementos do tripé Plano Real/desmonte/estratificação foi a divisão promovida entre os servidores na expectativa de criação de carreiras específicas. Essa ilusão não só se manteve, mas XI CONGRESSO | caderno de teses 11 Tese 1 1 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 14. O governo Lula participou dessa di- por FHC, os servidores voltaram a ver a greve como uma possibilidade. Ora, num dos últimos atos de atendimento de reivindicações específicas, o governo Lula havia beneficiado, através da Lei 12.277, um grupo de cargos do PGPE; a extensão da lei a todo o PGPE surgiu então como a reivindicação que unificava a maioria dos servidores. O resultado dessas mudanças foi a greve de 2012. nâmica enquanto ela lhe permitia atender algumas reivindicações e postergar outras, atendendo aquelas que, mais uma vez, tinham mais importância do ponto-de-vista do capital. Isso durou enquanto o atendimento particularizado permitiu beneficiar alguns segmentos sem comprometer o orçamento, e enquanto os setores cujas reivindicações iam sendo proteladas podiam acreditar que participavam de alguma espécie de “fila” em que todos, afinal, seriam contemplados. As greves diante de um governo “democráticopopular” e os erros das organizações sindicais 15. Quando o atendimento às reivindica- 17. O movimento sindical do funciona- ções dos que ainda não haviam sido contemplados se tornou obviamente mais caro que uma política salarial geral, ou seja, quando o governo já tinha atendido os setores privilegiados e os demais setores começaram a perceber o engodo, o governo voltou atrás, decidindo não mais tratar as questões no varejo. Isso ocorreu no fim do governo Lula, sendo então ainda compensado pelos reajustes reais que o governo concedia sem precisar ser muito pressionado. lismo público errou relativamente pouco na luta pelas reivindicações dos servidores públicos sob um governo em tese comprometido com as lutas da classe trabalhadora. O erro mais óbvio teria sido acreditar que, estando o governo comprometido com a classe trabalhadora, os trabalhadores não precisariam mais lutar pelo atendimento de suas reivindicações. Um segundo erro foi o de identificar os governos democrático-populares aos governos burgueses em geral, passando a avançar palavras de ordem semelhantes às que o movimento sindical já tinha esgrimido contra Collor e Fernando Henrique (fora Collor, fora FHC). 16. Com o fim da política de reajustes “fáceis” do governo Lula, a “corrida por carreiras específicas”, em que os servidores competiam entre si em vez de se unirem na luta, se esgotou. Com os efeitos imaginários do Plano Real esgotados, sem perspectiva de obter ganhos reais sem luta, e com a categoria parcialmente recomposta do massacre administrativo imposto 18. Esse segundo erro tem base numa avaliação equivocada das relações entre o sindical e o político. Fernando Collor não foi apeado do governo 12 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 por causa do tratamento indigno que deu aos servidores públicos, mas por causa do fracasso de suas políticas econômicas, que não conseguiram implementar a agenda neoliberal no Brasil, e por que os diferentes descontentamentos com essa situação (que, para a burguesia, era descontentamento com o fracasso, e para os trabalhadores era descontentamento com a tentativa) puderam ser unificados pela repulsa generalizada pelos métodos corruptos de Collor. Contra Fernando Henrique, as tentativas de deslegitimar o governo fracassaram, embora evidências de corrupção fossem abundantes, por que, enquanto a classe trabalhadora sofria as consequências do neoliberalismo, a burguesia se comprazia com a aplicação eficiente da doutrina. Contra Lula – e agora contra Dilma – é impossível unir o movimento sindical pelo impeachment do(a) presidente por que a base do movimento resistiria a essa palavra de ordem, assim como a burguesia não vê motivos para remover um governo que lhe permite continuar a acumular ao mesmo tempo que legitima sua dominação pelo mesmo fato de não ser o seu governo próprio e favorito. e deliberado (e esta foi uma condição importante para a realização da greve de 2012: as direções cutistas teriam sido incapazes de liderá-la se tivessem ativamente propagado esse erro). 20. Mas isto não significa que erros não tenham sido cometidos. A CONDSEF, particularmente, em vez de assumir seu papel dirigente e combater a tendência então generalizada à corrida pelas carreiras, deixou-se envolver por essa lógica, permitindo que as ilusões da base prosperassem, com grande prejuízo para a unidade da categoria. Em certa medida essa linha equivocada da CONDSEF foi compensada pela política dos sindicatos gerais, que trabalharam no sentido oposto, e souberam avaliar corretamente a brecha representada pela Lei 12.277 como possibilidade de unificação da categoria. 21. Mas aqui interessa mais analisar os erros cometidos durante a greve. Estes foram com certeza, inúmeros, e é preciso ignorar aqui os menores. De maior importância foi à tendência permanente da direção da CONDSEF a tratar as negociações com o governo como matéria burocrática, ignorando o seu impacto político sobre o desenvolvimento da greve: as posições do governo, em vez de permanentemente divulgadas à categoria, de forma transparente, eram submetidas primeiro ao crivo técnico da assessoria da entidade, com o resultado previsível da proliferação de boatos nocivos ao movimento. 19. De uma maneira geral, o segundo erro permaneceu circunscrito aos setores que buscavam utilizar o movimento sindical como instrumento político-partidário, e o primeiro, embora tenha permeado a prática geral do movimento, não foi jamais transformado em política consciente XI CONGRESSO | caderno de teses 13 Tese 1 1 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 22. Essa prática burocrática foi muito po- minação de outros de mesmo teor. Naturalmente, o clima de disputa política pela direção da greve pesou nesse processo, não sendo possível isentar algumas lideranças – cutistas inclusive – que, em vez de preservar o fundamental – a unidade dos servidores em de greve – permitiram e até colaboraram na proliferação desses boatos, que na prática serviram apenas para esvaziar e dificultar o movimento. tencializada pela existência prévia de algumas práticas políticas nefastas no interior da categoria. Já em 2011, setores de direita dentro do movimento haviam aproveitado a falta de transparência da CONDSEF para circular boato, anti-sindicais. Entre estes, o boato de que, em 2011, a CONDSEF teria rejeitado uma “boa” proposta do governo, sendo assim o reajuste pífio daquele ano atribuído a um erro, ou mesmo traição, da CONDSEF, em vez de à intransigência do governo ou à falta de mobilização da categoria. Essa (na verdade inexistente) proposta governamental que teria sido rejeitada pela CONDSEF, quando questionada, se resume a uma proposta que seria melhor para o nível superior... e pior para os níveis intermediário e auxiliar. A suposta rejeição da inexistente proposta pela CONDSEF é então atribuída a um maior compromisso da entidade com o nível intermediário – ou mesmo ao “monopólio” da direção da entidade pelos servidores de NI. 25. No fim da greve, as correntes de ul- traesquerda tentaram capitalizar o descontentamento de uma parcela dos servidores com o resultado do movimento, tentando então tirar conclusões políticas – contra o governo, contra o PT, contra a CUT – que lhes permitissem o processo de crescimento por acréscimo que caracteriza tantas correntes de esquerda. Mas, durante a greve, essas tendências respeitaram de maneira geral a unidade do movimento e as instâncias de deliberação. Pesou nisso o fato de que a greve do PGPE foi amplamente dirigida pelas direções cutistas. 23. É claro que esse absurdo se articula 26. Em resumo, a condução da greve foi com a tentativa promovida por alguns setores ligados à SDS de construir um sindicato “do nível superior” para dividir a luta dos servidores e capitalizar o descontentamento dos servidores de NS do PGPE numa direção política específica: a oposição de direita ao governo Dilma. no fundamental correta, priorizando a luta dos trabalhadores em relação à propaganda política. Uma caracterização correta do governo Dilma e de suas hesitações e decisões em termos de política econômica 24. Ora, durante a greve, a postura burocrática da CONDSEF contribuiu para a revitalização desse boato e a disse- 27. O governo Lula foi caracterizado por 14 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 uma ruptura parcial, mas importante, com as políticas econômicas tradicionais no Brasil. A burguesia brasileira sempre adotou uma postura de extrema cautela em relação à sua posição internacional, preferindo uma postura subordinada ao imperialismo norte-americano a veleidades de independência. Essa timidez sempre se manifestou como uma peculiar inapetência da burguesia brasileira, uma mentalidade que sistematicamente prefere a associação com o capital estrangeiro ao desenvolvimento capitalista autônomo. exatamente uma dessas janelas de oportunidade, fazendo com que a burguesia brasileira pudesse expandir sua base produtiva sem receio de retaliações imperialistas. Trata-se do projeto do governo Lula de energizar o capitalismo brasileiro através de uma política de sustentação da demanda agregada. 30. Embora o governo Lula tenha desde o seu início estabelecido políticas que apontavam nessa direção, elas não puderam desabrochar numa expansão maior da economia até que a crise de 2008, que tornou a burguesia brasileira mais segura em relação à sua própria capacidade de liderar o crescimento capitalista do país sem gerar maiores atritos com o imperialismo, se combinasse com a proximidade das eleições de 2010, que tornou o governo mais sequioso por um crescimento econômico forte. 28. Essa fraqueza estrutural da burguesia brasileira está intimamente relacionada ao seu medo das classes subalternas. A burguesia brasileira entende que o imperialismo é um salva-vidas estratégico contra a irrupção popular, e busca sempre uma parceria próxima com as potências imperialistas mais fortes – desde a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos. Simultaneamente, teme também a capacidade do imperialismo de derrotar as eventuais tentativas de desenvolver o capitalismo brasileiro de forma autônoma. Por isso, só em situações excepcionais, de crise do imperialismo, a burguesia brasileira se aventura em projetos de desenvolvimento mais ousados, preferindo auferir lucros menores, mas mais seguros, em aliança com o capital estrangeiro, a aventuras mais lucrativas, mais arriscadas que possam alienar esse seu aliado estrutural. 31. A euforia de 2009-2010 desarmou em grande parte os ânimos anti-petistas da burguesia. Por mais tímida que esta seja, os lucros crescentes não podiam ser desprezados. Mas essa foi uma situação excepcional. De volta à realidade, o governo Dilma viu-se de frente com uma problemática muito diferente. Em parte, isso se deve às pressões inflacionárias causadas pelo crescimento no final do governo Lula. Mas há outro problema mais importante. A crise em 2008 atingiu diretamente o centro imperialista, prejudicando a capacidade hegemônica dos Estados Unidos. Mas o agravamento da crise 29. Ora, a crise mundial de 2008 abriu XI CONGRESSO | caderno de teses 15 Tese 1 1 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 anterior, e a postura do governo em relação às greves dos servidores é simbólica nesse sentido. em 2011 atingiu mais poderosamente os imperialismos menores da Europa, numa situação em que os EUA já tinham encontrado uma alternativa para o combate imediato à crise – a emissão de moeda, aproveitando a posição privilegiada do dólar como moeda internacional, que lhes permite exportar pelo menos em parte a inflação. 34. Mas como se trata de um governo dos trabalhadores, o mínimo que se pode esperar é que o recuo seja feito explicitamente como uma política temporária, a ser superada pelo acúmulo de forças dos trabalhadores. Não é isso que vemos. 32. Isso impactou a competitividade da 35. Por um lado, existe uma tendência a economia brasileira, forçando o governo brasileiro a baixar os juros e reduzindo a euforia exportadora. Mais importante, demonstrou que o imperialismo americano se rearma para garantir seus interesses estratégicos. Daí a recaída da burguesia brasileira na timidez e o reforço de sua mentalidade subalterna. Esses fatores ainda se somam a outros, relacionados à mudança de governo. O governo Dilma é, desde o início, sustentado por uma composição política mais à direita do que o governo Lula; o peso da burguesia no núcleo do governo é maior agora do que antes. considerar o recuo como uma política temporária, mas cujo fim não é condicionado à relação de forças entre trabalhadores e capitalistas, mas à conjuntura internacional, tal como vista a partir das premissas do capital: a condicionante da retomada da política anterior não é o respaldo da classe trabalhadora organizada, mas a atenuação da crise internacional. 36. Por outro lado, medidas constituti- vas do recuo são apresentadas como medidas para revertê-lo, minando a credibilidade do governo: a perspectiva de crescimento a partir da sustentação da demanda agregada é substituída por uma política de trickle-down, baseada na ideia de estimular o crescimento através de concessões aos investidores: renúncia fiscal, redução de impostos, e priorização dos pagamentos da dívida pública. À luz dessa política, outras medidas cujo conteúdo aparentemente dá continuidade à política anterior, como a redução de juros, têm de ser reinterpretadas como parte de um 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Os erros do governo na condução da economia 33. É preciso entender, então, a política econômica do governo Dilma como fundamentalmente em recuo em relação à do governo Lula – particularmente em relação ao final do governo Lula. Esse recuo pode ser necessário do ponto-de-vista do capital, mas sempre significa uma reversão, ainda que parcial, das políticas do governo 16 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 movimento geral no sentido da desoneração do capital. motivos pelos quais essa aposta fracassou; mas importa ressaltar a dificuldade do governo em perceber que a tática não estava mais funcionando. Com as greves já em andamento, com uma força nada desprezível, o governo continuava a fingir que tudo ia bem, permitindo que as demandas sobre o serviço público se acumulassem, e passando assim uma imagem mais de inércia ou incompetência que de firmeza, como provavelmente queria transparecer. 37. E não há como evitar a conclusão de é uma política equivocada, mesmo como concessão temporária ao capital. A crise internacional é uma crise de sobreacumulação do capital. Passar mais recursos à iniciativa privada para que esta “invista” só pode ter como consequência o aumento da massa de capitais que não encontram oportunidades de investimento. Particularmente quando o governo deixa de apoiar a demanda agregada. Assim, as medidas tomadas para evitar o “contágio” da crise europeia apontam diretamente para a importação mais rápida e mais grave da crise. 40. Desta forma, as greves acabaram por repercutir na imprensa, e isso acabou por deixar o governo fragilizado diante desse seu tradicional adversário. Dada esta brecha, a imprensa passou a pautar as ações do governo, imprensando-o entre a necessidade de recolocar a máquina pública em funcionamento e o pânico de que a imprensa atacasse um reajuste dos servidores como desperdício de dinheiro público. 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Os erros do governo na condução das negociações com os servidores 38. Essa política econômica equivocada se refletiu no tratamento que o governo deu à greve dos servidores. O governo tratou desde o início “empurrar com a barriga” as negociações, na tentativa de atingir o prazo fatal de 31 de agosto e conseguir o mesmo que no ano passado, ou seja, impor o reajuste que quisesse sem necessidade de negociar. 41. Nessa situação, o governo optou por cometer o seu erro mais grave, retomando o discurso proposto pela oposição e pela imprensa, que opõe as reivindicações dos servidores públicos à situação dos trabalhadores na iniciativa privada, pela ótica de que são os impostos que impedem o crescimento da economia. Isso numa conjuntura em que o capital faz a sua própria “greve”, deixando de investir para esperar a próxima “bolha” especulativa, e em que esse discurso tinha poucas probabilida- 39. Ora, essa era uma política que baseada na hipótese de que o os servidores não percebessem a repetição da tática do ano anterior, ou de que a desmobilização se mantivesse, desobrigando o governo de negociar. Já discutimos os XI CONGRESSO | caderno de teses 17 Tese 1 1 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 PLANO DE LUTAS des de repercutir favoravelmente entre os trabalhadores da iniciativa privada. 44. Jornadas de trabalho: Estabelecer uma jornada de trabalho de 6 horas corridas; 42. Com isso, o governo aprofundou os problemas com a sua base social, isolando-se dela e fragilizando-se diante de seus inimigos estratégicos, colocando a CUT na obrigação de combater os seus absurdos. Daí a guinada à esquerda da central, que, entre defender os interesses da base ou apoiar o governo em seus erros, optou pela primeira alternativa. 45. Defesa intransigente do Sistema Único de Saúde Pública (SUS) para todo o povo brasileiro, universal, de qualidade e acessível a todas as classes sociais, em especial os mais necessitados; 46. Isonomia salarial entre os 3 Poderes e entre os diversos órgãos do Poder Executivo; 43. O governo conseguiu assim se colocar no pior dos mundos. Sua incapacidade de avançar nas negociações com os servidores, em vez de transparecer firmeza e intransigência, revelou fraqueza, indecisão, divisão interna, e mesmo incompetência. Sua proposta final, em vez de sinalizar uma política que não se subordina às pressões do empresariado e da imprensa, foi noticiada como recuo diante da greve dos servidores. Ao tentar jogar os trabalhadores da iniciativa privada contra os servidores, fracassou e expôs o privilégio no tratamento dado aos empresários, a inconsistência de sua política econômica, e a tensão crescente com suas bases sociais. Ao posicionar-se com uma intransigência que beirou a brutalidade, descolou-se da sua base sindical, que foi forçada a radicalizar, abrindo espaço para o crescimento tanto da direita como da extrema-esquerda no movimento sindical dos servidores públicos federais. 47. Instituição de uma política de recur- sos humanos global, que assegure a capacitação e a formação continuada dos servidores em todos os locais de trabalho; 48. Restabelecer a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; 49. Fortalecimento do serviço público e aprimoramento da sua qualidade via ampliação do quadro de pessoal através de concurso público, condições de trabalho dignas e salários compatíveis, a fim de assegurar os direitos fundamentais da população brasileira; 50. Reestruturação, fortalecimento e maior autonomia dos órgãos ambientais federais; 51. Participar de campanhas contra os agrotóxicos, transgênicos, biologia sintética e geoengenharia que amea- 18 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 enfrentarem o problema com determinação e rigor. çam a saúde dos seres vivos e ao meio ambiente e que estabelecem monopólios sobre variedades de plantas e de animais; Lutar contra a aprovação das PECs: 52. Campanha de fortalecimento de 57. PEC 215/2000 – Transfere a compe- apoio à FUNAI na demarcação de terras indígenas e contra a proposta do Governo de revisão e redução de suas atribuições; tência de demarcação das terras indígenas, quilombo e das populações tradicionais do Poder Executivo para o Congresso Nacional. Tal medida visa esvaziar a FUNAI, INCRA E ICMBio, além de paralisar as demarcações expropriar os territórios já demarcado dos indígenas, quilombolas, populações tradicionais e Unidades de Conservação. 53. Apoiar luta das populações indígenas ameaçadas pelos interesses de expansão do agronegócio; 54. Pela obrigação da consulta aos povos indígenas sobre os planos e obras do Governo que afetam direta ou indiretamente suas terras, nos moldes da Constituição Federal e da Convenção 169 da OIT,; 58. PEC 237/2013 – Visa arrendamento das terras indígenas, em prol do desenvolvimento do agronegócio e da exploração mineral, resultando em mais desmatamentos, poluição de águas/nascente e o fim da biodiversidade brasileira. 55. Lutar pela renúncia do Deputado Mar- co Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; Lutar pela cassação do Dep. Jair Bolsanaro; Lutar contra a aprovação das PECs... Lutar pelas Reformas Agrária, Tributária e Política. 59. Contra o PL 227/2012 – Visa ditar as atividades que compõem o relevante interesse público da União de forma a legitima à expropriação dos territórios indígenas, quilombolas, e das populações tradicionais, através da implantação de hidrelétricas, rodovias, mineração e atividade do agronegócio, entre outras. 56. Em defesa dos direitos constitucionais dos povos dos campos e da floresta devido a apropriações criminosas de terras indígenas, de territórios quilombolas, ribeirinhos entre outros, de terras públicas em geral - envolvendo as unidades de conservação e até mesmo as áreas de reforma agrárias que ocorrem com a omissão do Estado o qual preferem transgredir em relação as suas obrigações constitucionais a XI CONGRESSO | caderno de teses 60. Lutar pela aprovação do Estatuto dos povos indígenas. 61. Contra o PL 4330/2004 – Regulamenta a Terceirização, precarizan- 19 Tese 1 1 Tese 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 do as relações de trabalho, para que os direitos dos trabalhadores sejam reduzidos/anulados e os lucros aumentados. CUT, visando denunciar a desigualdade entre homens e mulheres; 69. Garantir uma maior participação das mulheres nas direções sindicais em cargos de comando; Paridade de gênero obrigatória nas comissões que definem promoções; 62. Contra o Decreto 7777 - que permite a contratação do fura greve no serviço público. 63. Contra o Estatuto do Nascituro - Igualdade de gênero nos cargos comissionados e funções gratificadas 64. Contra toda e qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais. 70. Pessoas com deficiência: Redução 65. Lutar pela ratificação das convenções da jornada de trabalho para acompanhamento de filhos/dependentes com problema de deficiência; 66. Fim das gratificações produtivistas 71. Desenvolvimento de ações que garan- 151 OIT, 158/OIT e 169/OIT. bem como Incorporação das demais gratificações aos vencimentos básicos. tam acessibilidade aos portadores de deficiência, políticas de integração, de formação e qualificação para essas pessoas; 67. Lutar contra as medidas adotadas pelo governo de desoneração da folha de pagamento das empresas de diversos setores da economia, a serem beneficiadas, implicando enormes déficits, para o Regime Geral da Previdência Social, cuja perda de arrecadação tributária foi estimada em R$ 13 bilhões para o exercício/2013. 72. Discriminação Racial: Defesa das cotas, contra a discriminação racial, e das ações afirmativas, como indutora de superação das desigualdades. Isto tendo em vista que a população negra percebe salários menores do que os brancos, e é frequentemente preterida para o exercício de certas funções no mercado de trabalho; 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Combater as Discriminações Relativas aos Seguintes Segmentos: 73. Juventude: Que o movimento sin- dical lute por políticas públicas para a juventude, levando em conta seus problemas, como: desemprego, precariedade das condições de vida e de trabalho, violência, desvalorização dos jovens trabalhadores, entre outros; 68. Mulheres: Implementação de creches nos locais de trabalho para atender criança de 6 meses a 5 anos de idade; Participar da campanha de igualdade de oportunidades promovida pela 20 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 74. Estabelecer políticas públicas em Assinam esta tese: Eduardo Mariano – CINDACTA Francisco Machado – IBAMA Mirian Vaz Parente – IBAMA Gilson de Oliveira – CINDACTA Luís Henrique – MPOG Maria de Jesus – INCRA Fernanda Vidal – CNPq Gerson Sternardt – IBAMA Adolpho André – IBAMA Maria José S. Neves – ICMBio Francisco Palhares – IBAMA Washington Dias – IBAMA(BA). função das demandas emergenciais, deste segmento, relacionadas às seguintes questões: proteção social para a juventude trabalhadora, combate à violência e igualdade de gênero em todos os aspectos de vida, investir na capacitação profissional de qualidade dos jovens; emprego digno, combate ao desemprego e ao subemprego. 75. LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros): Mudanças na Lei da Previdência para estender os mesmos direitos aos casais homoafetivos; Introduzir nas instâncias dos sindicatos a luta dos trabalhadores(as) LGBT via criação de coletivo/secretaria nas suas respectivas estruturas, visando a realização de debates sobre a mudança de plano de cargos e carreiras que deverão incluir os direitos pro referido segmento; Combate à discriminação, em especial com ações que abordem o tema do HIV/AIDS no local de trabalho. Tudo isso, buscando promover uma política de igualdade de inclusão entre esse segmento de trabalhadores ainda tão discriminados; 76. Idosos: Lutar pela revogação da Re- forma da Previdência, em especial pelo restabelecimento da paridade entre ativos e aposentados; Pelo fim do Fator Previdenciário; Aprofundar o trabalho da Secretaria de Aposentados, dando continuidade aos seminários voltados a atender referido segmento; Lutar contra a discriminação dos idosos em geral. XI CONGRESSO | caderno de teses 21 Tese 1 1 1 2 3 4 5 6 7 Tese 2 8 9 GRUPO DOS INDEPENDENTES E ALIADOS 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Unidade dos federais, para avançar nas reivindicações 20 21 22 23 “A história de toda a sociedade até hoje tem sido a história da luta de classes”. (Karl Marx, Século XIX) dos Trabalhadores (AIT), nos quais os pensadores do movimento operário Karl Marx e Friedrich Engels, por divergirem do pensamento de Bakunin, defensor de uma sociedade socialista com um forte tom libertário, fundaram a Primeira Internacional (18641872), os quais contribuíram com um programa revolucionário, deixando escrito na história da luta de classes, O Manifesto do Partido Comunista (1848), que é historicamente um dos tratados políticos de maior influência mundial e de orientação teórico e prático da classe trabalhadora em todos os países para o enfrentamento da luta de classes. 24 25 26 27 “O socialismo é o salto da humanidade, do reino da necessidade para o reino da liberdade”. (Friedrich Engels, Século XIX) 28 29 30 31 “É dever da classe operária lutar contra a opressão ou será cúmplice da miséria universal”. (Lênin, Século XX) 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 1. CONJUNTURA INTERNACIONAL 1. A história do movimento operário in- ternacional teve como referência temporal o século XIX, cujo embrião dessa luta foi o continente europeu ocidental (Alemanha, Inglaterra etc), com a fundação da Associação Internacional XI CONGRESSO | caderno de teses 2. À época, várias correntes de esquerda (anarquistas, socialistas utópicos, 23 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 social-democratas e comunistas) que disputavam o espaço político de forma acirrada, embora com as divergências político-ideológicas, buscavam um objetivo comum: a superação inegável do capitalismo e sonhando com a construção de uma nova ordem político-econômica e social, anticapitalista, o sonho de construir uma sociedade justa e igualitária, o socialismo. aos organismos internacionais, desrespeitando a autonomia e soberania dos povos, condicionando a opinião pública mundial através da mídia que a intervenção militar na Síria é uma “intervenção humanitária”, nos leva a refletir o pensamento vivo de Marx: “a história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Depois de doze anos de derramamento de sangue e de sangria dos cofres do Tesouro Americano e, após humilhantes aventuras nos países do mundo árabe (Iraque e Afeganistão), o imperialismo dos EUA está buscando sair do apuro do Oriente Médio... 3. A crise do sistema capitalista, já pre- conizada por MARX, é marcada por extensas crises estruturais e cíclicas originadas da irracionalidade do próprio capitalismo. Os privilégios das elites financeiras e a concentração das riquezas do mundo globalizado nas mãos da minoria gananciosa capitalista provocam as crises de superprodução, queda de consumo, recessão, desemprego, destruição do meio ambiente etc... 6. Os donos do capital globalizante dian- te da crise econômica que se encontra, só têm dois caminhos para sair dessa eterna crise, primeiro destruindo as forças produtivas, segundo aumentando a exploração da classe trabalhadora no mundo do trabalho propiciando o desemprego crescente nos países centrais e periféricos. O imperialismo dos EUA que representa a burguesia imperialista no mundo hodierno espera ganhar tempo para uma retomada mundial da economia ou criar uma alternativa de se lançar numa aventura avassaladora de destruição em massa das forças produtivas pelo mundo através de guerras e, propiciar a desordem social nos países de economia periférica. Com essa máxima da estratégia do imperialismo dos EUA no mundo, esta movimentação irá produzir mais concentração de capital nas mãos de poucos e mais desigualdade social no seio da classe 4. O capitalismo encontra-se numa cri- se estrutural que chegou ao ápice de exploração da humanidade e de exclusão social. Tal crise aprofundou-se pela escassez dos recursos naturais renováveis (radiação solar, ondas do mar, ventos, hidroeletricidade, biomassa e energia geotérmica) e pela crescente crise energética, como também as guerras fratricidas financiadas pelo imperialismo dos EUA em nome do petróleo e da utilização de armas químicas pelos governantes no Mundo Árabe. 5. O imperialismo dos EUA acostumados a abrir caminhos sem dar satisfações 24 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 trabalhadora mundo afora. Portanto, enquanto a classe trabalhadora utilizar de suas organizações populares e sindicais, em defesa de seus direitos e conquistas, ela irá resistir e a luta de classes será mais intensa. os caminhos para o enfrentamento que a Classe Trabalhadora deverá se nortear para o próximo período. O governo Dilma foi eleito pelo voto da Classe Trabalhadora, já que o seu concorrente (José Serra – PSDB-SP) era o legítimo representante da elite nacional. Venceu a vontade e o desejo dos (as) Trabalhadores (as) que, pela terceira vez derrotou o projeto da Classe Dominante, o projeto ortodoxo neoliberal, para eleger o projeto neodesenvolvimentista do PT, embora inferior ao nacional desenvolvimentismo dos anos 1960-1970. 7. O capitalismo é um entrave à emanci- pação da humanidade. Não superá-lo significa sucumbir à barbárie. Ou seja, seria a adaptação da humanidade ao caos criado pela crise estrutural do seu modo de produção. Lutar contra esse sistema é uma questão de sobrevivência... 8. Faz-se necessário repensar o papel 10. O Governo Dilma em sua posse anun- estratégico e histórico da classe trabalhadora inserida na luta de classes. É preciso elevar o nível de conscientização política dos trabalhadores, com a junção da teoria e da práxis, para apreender e compreender os fundamentos econômico-políticos- sociais do Sistema Capitalista. A prática revolucionária será o caminho para combatê-lo. Somente a partir da intermediação entre teoria e prática será possível buscarmos um novo modelo de sociedade. ciava cortes no Orçamento da União, principalmente o congelamento de salários dos Servidores Públicos Federais, Reforma da Previdência, Trabalhista etc. Mas, com a resistência e a luta da classe trabalhadora, o Governo Dilma não pode avançar tanto no seu desejo político, atacando os direitos dos trabalhadores. A política de distribuição de dinheiro público através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a grandes empresas e empresários nacionais (Eike Batista etc), como exemplo, o “kite felicidade”, que é o pacote de concessões para ampliar os investimentos em rodovias e ferrovias na ordem de R$ 133 bilhões para um período de 25 anos, como também a desoneração das folhas de pagamento das empresas, desoneração fiscal para os grandes setores da economia, privatizações de portos, 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 2. CONJUNTURA NACIONAL 9. Neste XI Congresso da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, que irá acontecer em Beberibe-CE, no período de 11 a 15/12/2013, nos debruçaremos diante à conjuntura nacional para avaliarmos o Governo Dilma (PT), no seu aspecto político-econômico e ideológico, apontando XI CONGRESSO | caderno de teses 25 Tese 2 1 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 12. Para o ano de 2013, o Governo Dilma aeroportos, rodovias, hidroelétricas etc, e a criação de uma Agência Reguladora: a Empresa de Planejamento de Logística (EPL) é o matiz ideológico do Governo Dilma... destinará cerca de R$ 900 bilhões do Orçamento Geral da União para pagar juros e amortizações da eterna dívida pública. Para atender as reivindicações das 40 categorias que fizeram greve no ano passado, o governo federal destinou R$ 10, 289 bilhões, o qual mal repõe a inflação deste ano e não recupera as nossas perdas históricas... 11. O governo federal propiciou ao setor financeiro nacional (Banco do Brasil, Itaú-Unibanco e Bradesco) um lucro de R$ 23 bilhões no primeiro semestre de 2013, nunca na história financeira do nosso país, os bancos lucraram tanto e, os especuladores do grande capital continuam lucrando com a especulação financeira e a dívida. Do Orçamento Geral da União executado em 2012 – R$ 1,712 trilhão - 43,98% foram gastos com juros e amortizações da dívida, representando quase metade do orçamento do ano passado. Enquanto isso, nos setores da educação, saúde e previdência social, foram gastos 3,34%, 4,17% e 22,47% do orçamento respectivamente. Observamos que, o Governo Dilma prioriza o pagamento da dívida, o qual consome a cada ano, aproximadamente metade do orçamento do governo federal... O pagamento dos juros do serviço da dívida eterna é o principal empecilho ao atendimento imediato das reivindicações da classe trabalhadora, objetos das diversas manifestações ocorridas no mês de junho deste ano. O povo foi às ruas reivindicar melhorias dos serviços públicos como: saúde, educação, transporte etc, bandeira histórica, há mais de uma década, do movimento sindical dos trabalhadores do serviço público federal. 13. A política de Reforma Agrária no Governo Dilma está parada e enterrada. O governo federal prioriza a política do agronegócio que via intervenção da mídia nacional, acaba levando uma falsa imagem de que é o agronegócio a redenção da lavoura no nosso país. Reforma agrária não é apenas desapropriar áreas e assentar camponeses, reforma agrária é apostar num outro modelo de produção agrícola que se contraponha e que seja antagônico ao projeto do agronegócio. 14. No ano passado, o Governo Dilma privatizou os Hospitais Universitários, criando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBESERH), o qual assegura o mesmo esquema aplicado as OS (Organizações Sociais), permitindo a contratação temporária, como também dispensa as exigências da constituição de processo licitatório para compras e contratação de serviços e, a criação da FUNPRESP (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público 26 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Federal), com a aprovação do PL 1992/2007 na Câmara Federal e o PLC 2/2012 no Senado. O matiz privatizante do Governo Dilma é público e notório, haja vista que, a conjuntura internacional da crise financeira é desfavorável à criação de fundos de pensão, levando os mesmos à falência ou correndo o risco de quebradeira em todo o mundo, principalmente nos países de economia central (EUA e Europa). No Brasil, temos vários exemplos de fundos de pensão que faliu. A CAPEMI, por exemplo, desapareceu, deixando seus beneficiários desassistidos. Não vemos nenhum sentido do governo federal ter aprovado a FUNPRESP, pois a lógica do mercado financeiro é colocarmos a “previdência” de milhões de servidores nas mãos do deus mercado para as aplicações de “risco”. Historicamente, a previdência é um patrimônio da classe trabalhadora, cujo fundamento básico é servir e conferir-lhe segurança depois de alguns anos de trabalho dedicado e contribuição para a Nação. QUE SER ANULADA! Esta palavra de ordem pela anulação da Reforma da Previdência do Governo Lula, foi o motor para colocarmos mais de 20 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios e, termos a consciência crítico-política de que a Reforma da Previdência de 2003 trouxe vários prejuízos aos trabalhadores do serviço público federal como: redução dos benefícios previdenciários; fim da aposentadoria integral; fixou a idade mínima para os servidores se aposentarem (fez com que muitos servidores tivessem que adiar seus planos de aposentadoria); fim da paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; e taxação das aposentadorias e pensões que ultrapassem o teto do INSS (R$ 4.159,00). 16. A CONDSEF à época da aprovação da Reforma da Previdência do Governo Lula em 2003, mobilizou e paralisou os trabalhadores do serviço público federal no país contra a aprovação da Reforma da Previdência, a qual depois de comprovado no Supremo Tribunal Federal (STF) a compra de votos de parlamentares que deu o tom da aprovação da polêmica reforma, está na hora das vozes das ruas exigirem a anulação da Reforma da Previdência do Governo Lula já! 15. O Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais juntamente com a CONDSEF desempenharam um papel político-histórico relevantes na greve dos servidores públicos federais em junho de 2012 e na luta pela anulação da Reforma da Previdência de 2003 do Governo Lula, construindo a grande marcha a Brasília no dia 24 de abril. REFORMA DA PREVIDÊNCIA COMPRADA: TEM XI CONGRESSO | caderno de teses 17. O movimento sindical e popular pre- cisa dar continuidade à luta, buscando a unidade e o fortalecimento da classe trabalhadora para o enfrentamento com o Governo Dilma, exigindo do 27 Tese 2 1 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 21. Os acordos na sua maioria foram governo federal mais verbas para a saúde, educação, reforma agrária, transporte e serviços públicos dignos e de qualidade, como exigiram as vozes das ruas em junho, como também os servidores públicos capacitados e bem remunerados... descumpridos, criando uma total insegurança e desconfiança da Mesa Nacional de Negociação Permanente. 22. Na verdade a MNNP ficou apenas no papel. O governo passou a negociar em mesas setoriais, não respondendo a pauta unificada, protocolada por diversas vezes pelo Fórum dos Federais. 18. Os signatários desta tese vêm de- nunciar a política de ajuste fiscal do Governo Dilma e exigir do governo federal o cumprimento dos acordos assinados com a CONDSEF e a CUT, reafirmando a necessidade da construção da maior unidade do movimento sindical e popular para enfrentarmos a política econômica de arrocho do governo federal, a qual favorece a classe dominante e retira direito e conquistas da classe trabalhadora. Reafirmamos ao Governo Dilma: “a classe trabalhadora não pagará pela crise”... 23. Portanto os objetivos da MNNP que era democratizar as relações de trabalho na Administração Pública, não se concretizaram. A maioria das demandas apresentadas e negociadas ficou no papel. Não queremos aqui negar os objetivos das entidades sindicais que é negociar a pauta da categoria. Mas há de se fazer uma reflexão sobre a metodologia utilizada pela Secretaria de Relações de Trabalho – SRT/Planejamento. Pois vem demonstrando ineficaz e sem objetivo. 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Administração Pública e situação dos servidores 19. Vamos colocar como marco inicial a 24. Neste sentido, torna-se mais que ur- Administração Pública no governo Lula e Dilma, que em 2003, instalou a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), que tinha como objetivo instalar democratização das relações de trabalho com as entidades que representam os trabalhadores do serviço público federal. Na ocasião foi assinado um protocolo de intenções pelas entidades sindicais e oito ministros. gente a regulamentação da Convenção da OIT 151, onde as soluções de conflitos esteja associado ao comprometimento das partes. 25. O governo vem alegando dificuldades em cumprir o que se foi negociado, o atendimento as pautas apresentadas, a falta de recursos orçamentários. Esta fala cai por terra, ao analisarmos os próprios dados do governo, exposto aqui nos estudos elaborados pelo Dieese: 20. Como bem diz o nome “Protocolo de Intenções”, ficou apenas a intenção. 28 XI CONGRESSO | caderno de teses 1. Negociações: 1 Planejamento Orçamento e Gestão, Míriam Belchior, e todo o seu staff, têm adotado uma postura de indiferença e intransigência para com os trabalhadores do setor público, que não foram atendidos uma vez sequer pela presidenta; apenas por sua ministra. Pouco, muito pouco para um governo que ainda se diz dos trabalhadores. 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 29. Muitos de nós culpávamos o falecido 14 Duvanier, pela intransigência e truculência nas mesas de negociação. No entanto, ao assumir o seu lugar, o Sr. Sérgio Mendonça adotou uma postura que em nada difere do seu antecessor, principalmente no quesito enrolação. Prova inequívoca disso é o não cumprimento por parte do governo das cláusulas contidas nos acordos assinados o ano passado, que além de prever novas tabelas até 2015, também falavam sobre a negociação de inclusão do PGPE, PST e outras tabelas nos mesmos valores constantes da lei 12.277, da revisão da Gacen, da média das avaliações dos últimos cinco anos para a aposentadoria, da implantação das GQ’s nos setores ainda não abrangidos por ela, sem falar no cumprimento de acordos assinados com INCRA, IBAMA, DNIT, DNPM e muitos outros. 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 26. Ficou evidente que o governo tem lastro para atender as demandas da categoria, sem comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal. Conforme estudos apresentados. 27. Cabe a nós, atores principais desta batalha, unificarmos ainda mais dentro do Fórum das Entidades Federais, e construir uma grande greve na 1ª quinzena de março/2014, para exigir do governo Dilma atendimento as nossas reivindicações. XI CONGRESSO | caderno de teses 30. E, para cada negativa, há um dis- curso na ponta da língua: “a crise internacional não permite”. No en- 29 Tese 2 28. O governo Dilma, sua Ministra do 2 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 tanto, em momento algum faltou dinheiro para ajudar nas privatizações, onde o BNDES tem sido um parceiro de primeira hora dos empresários. Dilma assessorada por Gerdau têm constantemente desonerado o setor empresarial. Já são mais de 150 bilhões, inclusive até do pagamento da previdência, que segundo o governo, vive ameaça constante de falência. 31. Sendo assim entendemos que nego- ciar é importante, mas temos que dizer ao governo, que é necessário que haja respostas positivas, que as negociações não podem se manter ad aeternum, que temos definir datas e períodos para que as negociações tenham início, meio e fim. Se mesmo assim, o governo não se sensibilizar, não nos resta alternativa, a não ser construirmos uma grande unidade no campo dos trabalhadores do serviço público federal, com pautas e bandeiras que nos unifiquem e prepararmos para o mês de março de 2014 uma greve sem precedentes, maior até do que a de 2012, que nos possibilitou arrancar do governo mais do que ele inicialmente se permitia. 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Porque somos contra as Terceirizações 32. As terceirizações vêm aumentando a cada ano na Administração Pública, seja pela linha direta da terceirização ou por meios disfarçados, como os que seguem abaixo, conforme dados da Dieese: 30 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 33. Neste sentido, combater a terceiri- fato de que o ataque do grande capital esta cada vez mais forte. Haja vista o PL 4330, que visa precarizar e terceirizar os serviços, retirando direitos arrancados ao longo dos anos com muito suor e sacrifício dos trabalhadores. Mesmo sabendo que a CUT não nos oferta hoje a mesma garra e espírito de luta como nos anos 80 e 90, até fraquejando em determinados momentos, ela ainda é o maior sustentáculo da classe trabalhadora, bastando para tal que apontemos os caminhos a serem trilhados por ela. zação é diferente de combater os terceirizados. Esses trabalhadores são explorados e colocados como refugo pelas empresas responsáveis pelos contratos e convênios. Que, em contrapartida, recebem todas as benécias do estado, e para os seus trabalhadores, as migalhas que caem da mesa. 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 2. Balanço do Movimento: 34. O Congresso passado da Condsef acertou ao aprovar a unidade entre as diversas categorias dos servidores públicos federais. A busca da unidade através da construção do fórum das entidades dos servidores fez com que, no ano de 2012, fizéssemos uma das maiores greves unificadas dos últimos tempos, culminando com uma vitória política sobre o governo federal, que voltou atrás no reajuste zero. No entanto, apesar do acerto, tem-se ainda muito a avançar no processo de unidade, independente das questões partidárias e até ideológicas. 37. Portanto, assim como não podemos afirmar que somente os que são filiados à CUT são os donos da verdade, ninguém também pode se arvorar como tal. Temos que lembrar que a maioria dos trabalhadores(as) não são sindicalizados(as), ficando às vezes à margem das nossas lutas. Uns por falta de informação, outros por desinteresse e até mesmo por egoísmo, peleguismo, ou por outros motivos de ordem qualquer. O certo é que temos que investir na Central, através da Condsef, visando fortalecer o espaço de unidade entre as Centrais e todas as entidades dos trabalhadores, sejam do Serviço Público ou da iniciativa privada, que estiverem na luta contra a retirada dos direitos dos trabalhadores. 35. Por isso, nesse momento é fundamen- tal para a classe trabalhadora que a CUT e a Condsef sejam condutoras deste debate, construindo a unidade com todos aqueles que querem lutar contra os que querem tirar os direitos dos trabalhadores, seja do setor público ou da iniciativa privada. 36. Assim sendo, qualquer discussão 3. Estrutura da CONDSEF: sobre desfiliação da CUT, ou de criar uma nova ferramenta de luta, é contraproducente tendo em vista XI CONGRESSO | caderno de teses 38. A Condsef surgiu em 90 para organi- zar os servidores federais com uma 31 Tese 2 1 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 criado entre as entidades e governo ainda não chegou a um acordo. proposta ousada de unificar todos em uma organização só, ou seja, deveríamos fazer diferente das leis burguesas, ter um sindicato plural em que os(as) trabalhadores(as) poderiam escolher a sua filiação sem ser preciso utilizar do imposto sindical ou qualquer outra forma de financiamento por parte do Estado. Nesse cenário, a Condsef após sua criação e filiação dos sindicatos gerais, sempre se destacou por se constituir como uma entidade que sempre derrubou barreiras. 42. Na Justiça começamos a ter constan- tes questionamentos quanto à representatividade da Condsef e de alguns sindicatos. Neste sentido, temos que levantar alguns cenários: 39. Após 2003, com o inicio do governo Lula, iniciamos um processo de debate para regulamentar o direito a negociação coletiva cumprindo assim a convenção 151 da OIT, bem como o reconhecimento do governo e a regulamentação do direito de greve sem a intervenção do Estado e a liberação dos dirigentes sindicais. 40. Os governos de Lula e Dilma em- 43. 1) Temos convivido com varias ameaças de alguns setores da base dos sindicatos gerais (associações) de criar sindicatos nacionais e filiação direta à Condsef, o que é uma ameaça direta aos sindicatos gerais; 44. 2) Ao longo destes anos, o número de trabalhadores que se filiaram aos sindicatos gerais consolidaram a tese de que um sindicato só e uma confederação só são as ferramentas mais corretas de enfretamento e de busca da unidade entre os trabalhadores; 45. Caso seja mantido a legislação atual e purraram com a barriga, enquanto poderiam ter tomado uma decisão política e resolvido minimamente esses questões que estavam na ordem do dia do PT, quando oposição. Ao contrário, durante estes 10 anos tivemos vários problemas que ameaçaram e ainda ameaçam a nossa forma de organização. a Condsef não consiga o seu registro sindical, propomos apresentar uma nova estrutura para a Condsef no presente Congresso, para ser aprovada em uma plenária estatutária a ser convocada para 2014, com data será aprovada pelo CDE. 46. Neste sentido, convidamos a todos a construir uma proposta que proteja nossa forma de organização. Essa responsabilidade não é só de uma força política, mas de todas as forças que estejam, ou não, na direção da Condsef. 41. Foram várias tentativas de cobrança do imposto sindical. Na nossa base conseguimos barrar, mas agora a situação pode fugir do controle. A situação é delicada, o grupo de trabalho 32 XI CONGRESSO | caderno de teses PLANO DE LUTAS 57. Pela regulamentação imediatamente da emenda 29, que garante recursos financeiros para a saúde pública. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Retirada dos projetos de lei que tramitam no congresso Reivindicações gerais 47. PLP-092/07: criação de fundações 58. Equiparação com a Lei 12.277/10, a públicas de caráter privado. todos os trabalhadores que estão com a remuneração abaixo dos cinco cargos específicos (NS, NI e NA). 48. PLP-248/98: dispensa do servidor por insuficiência de desempenho. 59. Lutar pela paridade entre ativos/apo- 49. PL-549/09: a mesma lógica do PLP-01. sentados e pensionistas. 50. PEC-306/09: extingue o Regime Ju- 60. Instituir gratificação de qualificação rídico Único (RJU). para todos os setores que ainda não tem esse direito. 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Lutar pela aprovação dos seguintes projetos de leis 61. Criação da gratificação zona local e difícil acesso e que seja garantida a todos que se encontram trabalhando nessas condições. 51. PL 5030, que reabre o prazo para os demitidos injustamente pelo desgoverno Collor. 62. Lutar pela mudança do formato de 52. PL 4485, que concede pensão vitalícia aposentadoria no tocante a gratificação de desempenho, com valores integrais. para os trabalhadores da ex-Sucam que estão contaminados pelo DDT/ Malathion. 63. Regulamentação da Convenção 151 53. PEC 210, que garante o retorno do (Negociação Coletiva na Administração Pública). adicional do tempo de serviço a todos os servidores. 64. Unificar os valores do auxílio alimen- 54. PEC 555, retirada dos descontos do tação, transporte e pré-escolar nos Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo). PSS dos aposentados e pensionistas. 55. PLPs 554 e 555, que regulamente a 65. Cumprimento do Mandado de Injun- aposentadoria no serviço público. ção 880, na sua íntegra e outros. 56. Convenção 158, que veda a demissão 66. Data-Base em 1º de Maio. imotivada de trabalhadores. XI CONGRESSO | caderno de teses 33 Tese 2 1 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 67. Política Salarial com correção das 68. Auditoria cidadã da Dívida Pública. Uniformizar as políticas de saúde complementar com fixação isonômica na administração pública federal. 69. Lutar contra as terceirizações, em 74. Lutar para a anulação da reforma da distorções e reposição inflacionária. especial contra a PLP 4330, e privatizações. previdência. 75. Lutar pelo retorno do anuênio. 70. Lutar contra os leilões do pré-sal. 71. Regulamentação da aposentadoria especial no Setor Público, com incorporação do adicional de insalubridade. 26 72. Combater condições de trabalho insalubres em ambientes não insalubres. 29 73. Defender a saúde do trabalhador e de necessidades especiais. da trabalhadora e seus familiares e a efetiva segurança no trabalho, através de medidas como: Mecanismos mais eficazes a proteção aos ambientes de trabalho; 32 Criação das comissões de saúde nos locais de trabalho (OLT Saúde); 35 81. Coibir práticas anti-sindicais. Pelos exames periódicos para controle; 82. Combater a criminalização dos mo- Política de preparação do servidor para a aposentadoria; vimentos sociais. 36 37 38 Política de combate à dependência química e alcóolica do servidor; 39 40 41 criminação seja de gênero, etnia, idade ou orientação sexual, especialmente em ambiente de trabalho. nefícios e pelo fim do fator previdenciário. 33 34 79. Combater com vigor todo tipo de dis- 80. Lutar pela universalização dos be- 30 31 77. Os Combater o assédio moral no 78. Garantir os direitos dos portadores 27 28 ção de desempenho seja efetivamente como o previsto pelo MPOG. serviço público e nas entidades sindicais. 24 25 76. Lutar para que a comissão de avalia- 83. Lutar para que o governo recompo- nha a força de trabalho no serviço público federal. 84. Lutar pela democratização da mídia. Atenção especial à saúde mental do servidor; 34 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 Reivindicações específicas Carreira da Imprensa Nacional: 93. Implantação do Plano de Carreira. 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Carreira Previdência, Saúde e Trabalho: Carreiras do INCRA: 85. Elaborar propostas para a saúde dos 94. Reestruturação das Carreiras do servidores, em particular aqueles acometidos de intoxicação decorrente de serviços com uso permanente de inseticida. INCRA. 95. Instituição de adicionais de titulação 86. Reestruturação da Carreira. e de incentivo à qualificação aos servidores integrantes do Plano Especial de Cargos do INCRA. 87. Reajuste da GACEN conforme INPC Plano Especial de Cargos da Cultura: anual e Extensão para os servidores que ficaram excluídos. 96. Instituição de adicionais de titulação e de incentivo à qualificação aos servidores integrantes do Plano Especial de Cargos da Cultura. 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 Plano Geral de Cargos do Poder Executivo: 88. Equalização Salarial dos Três ní- 97. Reestruturação do PEC. veis conforme percentual dado aos cinco Cargos de Infraestrutura (PL – 5.920). Carreiras e Plano Especial de Cargos do Meio Ambiente e IBAMA: 89. Reestruturação do Plano Geral. 98. Revisões nas carreiras e plano 90. Isonomia com a Lei 12.277/10(NS, especial de cargos das Áreas Ambiental (IBAMA, MMA, CHICO MENDES). 91. Gratificação de Desempenho (GQ) e Carreiras das Agências Reguladoras: NI E NA). Retribuição de Titulação (RT). 99. Revisão das carreiras aplicáveis às 34 35 36 37 38 39 40 41 Plano Especial de Cargos dos Servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: agências reguladoras, objetivando a constituição de uma só carreira. Servidores da Secretaria do Patrimônio da União: 92. Revisão das Carreiras e Plano Espe- 100.Plano de Carreira. cial de Cargos. XI CONGRESSO | caderno de teses 35 Tese 2 1 1 2 3 4 109.Isonomia com a Lei 12.277/10 (NS, Servidores do Ministério da Justiça: NI e NA). 101.Instituir uma gratificação especifica Servidores integrantes do Quadro de Pessoal da AGU: para os servidores do MJ. Tese 2 5 6 7 8 9 10 Carreiras e Plano Especial de Cargos do DNIT: 110.Plano de Carreira. 102.Reestruturação das carreiras e do Servidores do Hospital das Forças Armadas: Servidores integrantes do Quadro de Pessoal do Ministério da Agricultura, não integrantes de carreiras ou planos especiais estruturados 103.Reestruturação do Plano de Carreira 111.Instituir uma Gratificação a titulo de Plano Especial de Cargos do DNIT. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 dos Servidores Estatutários. adiantamento de Plano de Carreira para os Servidores Administrativos do MAPA. 104.R JU para os empregados públicos (Lei nº 8.112). Servidores integrantes das estruturas funcionais da Ciência e tecnologia, do INPI e do INMETRO: 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Plano de Carreiras e Cargos da Tecnologia Militar: 105.Reestruturação da tabela remune- 112.R eestruturação da Tabela Remu- 106.Inclusão, no PCCTM, dos servidores Servidores integrantes do Quadro de Pessoal do Arquivo Nacional: ratória. neratória. civis das áreas administrativa e logística lotados no Ministério da Defesa e órgãos vinculados. 113.Constituição de um Plano Especial de Cargos destinado à reorganização da estrutura remuneratória da instituição. 107.Inclusão dos servidores civis do PGPE, abrangendo os do NA, no PCCTM lotados em organizações militares tecnológicas. Servidores integrantes do Fundo de Marinha Mercante: 36 37 38 39 40 41 114.Plano Especial de Cargos/Carreira. Servidores integrantes do PECFAZ (Ministério da Fazenda): Servidores do INEP e do FNDE: 108.Revisão do plano e elaboração de uma 115.Reestruturação da Carreira e PECs. carreira. 36 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 123.Tratamento funcional idêntico ao Servidores da FUNAI: dispensado aos servidores do INCRA, com enquadramento na Carreira de Desenvolvimento Agrário. 116.Estruturação da “Carreira Indigenista”. 6 7 8 9 10 11 Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro: Trabalhadores da Funasa do emprego público/Rio de Janeiro: (Mata mosquito) 117.Enquadramento dos servidores egres- 124.•Inclusão destes trabalhadores na sos do PCC e do PGPE na Carreira da C&T. lei 8.112/90, transformando-os em servidores públicos federais estatutários. 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Servidores anistiados – Enquadramento no RJU (não há acordo firmado com o governo): Servidores públicos federais da Roquete Pinto: 118.Enquadramento dos servidores anis- 125.Redistribuição imediata dos servido- tiados na forma da Lei nº 8.878/1994 e do Decreto nº 6.077/2007, no Regime Jurídico de que trata a Lei n° 8.112/1990. res da Roquete Pinto que ainda não foram contemplados com o processo de redistribuição para o Ministério da Cultura. 22 23 24 25 26 27 28 29 Servidores integrantes do PEC da Polícia Rodoviária Federal: EX-TERRITÓRIOS: 119.Restabelecimento do pagamento da 126.PELA REGULAMENTAÇÃO DO AR- 120.Reestruturação do PEC. 127.ANALISAR AS CLASSES DI E DII DA GDAR. TIGO 138 DA LEI 11.784-2008, CARREIRA DE MAGISTÉRIO, LEI 12.772-2012 PARA DETECTAR SE HOUVE PREJUIZO; 30 31 32 33 34 Servidores administrativos do Ministério das Relações Exteriores: 121.Estruturação de carreira específica. 128.EXTENSÃO DOS PLANOS DE SAÚ- DE PARA OS SERVIDORES DOS EX-TERRITÓRIOS 35 36 37 38 Servidores da EMBRATUR: 122.Estruturação de carreira específica. 129.QUE OS DOCENTES COM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA QUE EXERCEM CARGO DE CONFIANÇA DENTRO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO OU PE- 39 40 41 Servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário: XI CONGRESSO | caderno de teses 37 Tese 2 5 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 DAGÓGICA, GARANTINDO SUAS PROGRESSÕES COMO MANDA A LEI. 137.REAJUSTE GERAL DE SALARIOS 130.QUE A CONDSEF ENVIE DOCUMEN- 138.Lei 12.277/2010 – Encaminhe para a ex- E BENEFICIOS AO SERVIDORES PUBLICOS. TO AO PLANEJAMENTO SOLICITANDO DO GOVERNO O DIREITO AOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, ADICIONAL NOTURNO, RISCO DE VIDA, PENOSIDADE E PERICULOSIDADE A TODOS OS SERVIDORES DOS EX-TERRITÓRIOS QUE TENHAM ESSES DIREITOS, ENVIANDO UM PERITO DO TRABALHO PARA FAZER OS LAUDOS, NOS CASOS NECESSARIOS. 131.QUE A CONDSEF SE COMPROMETA tensão a TODOS SERVIDORES PUBLICOS (superior, Intermediário e Auxiliar). 139.LUTAR PELA INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO AO VENCIMENTO BASICO. 140.Que seja implantada no PGPE nos 03 níveis A Gratificação de Qualificação (Superior, Intermediário e Auxiliar). 141.Reiterar junto ao Governo Federal a proposta de Ascensão Funcional do Servidor, nos moldes da discussão já feita entre a CONDSEF e o Governo. COM AS PAUTAS DOS SERVIDORES DOS EX-TERRITÓRIOS DE RORAIMA, RONDONIA, AMAPÁ, ACRE E FERNANDO DE NORONHA, ENCAMINHANDO AO GOVERNO FEDERAL. 142.Lutar pela aprovação da PEC 210 Retorno do Anuênio para todos os Servidores da Administração Pública,. 132.QUE A CONDSEF CONVOQUE O DEPARTAMENTO DOS EX-TERRITÓRIOS PELO MENOS 2 VEZES POR ANO PARA ENCAMINHAMENTO DAS PAUTAS. 143.Retorno do pagamento do Plano Collor 133.CONTRA O PROJETO DE LEI QUE GEAD aos Servidores docentes do AMAPÁ, RONDÔNIA E RORAIMA. aos Servidores (Docente e Não Docentes) do Estado do Amapá. 144.Que o MPOG faça o pagamento da TRATA DO ACORDO COLETIVO ESPECIAL; 145. Pagamento de despesas dos Exercí- 134.DEFESA DA APOSENTADORIA IN- cios Anteriores sem que os servidores tenham que abrir mão de direitos judiciais ou administrativos. TEGRAL E PARITÁRIA 135.NÃO AO FATOR PREVIDENCIARIO 146.Reintegração imediata dos restantes 136.ANULAÇÃO DA REFORMA DA PRE- dos anistiados de Fernando de Noronha e demais Estados; VIDENCIA (MENSALÃO 2003) 38 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 147.Reativação do escritório de represen- Servidores da Rede Federal de Educação: tação do MPOG Ex-territórios federal em Fernando de Noronha 154.Plano de Carreira PCCTAE: gestão 148.Que a CONDSEF REIVINDIQUE JUN- para reativação da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira e inserção da CONDSEF nos espaços nacionais de negociação com o Governo. TO AO GOVERNO FEDERAL O PAGAMENTO DO PASSIVO DE 4% AOS DOCENTES DOS EX-TERRITÓRIOS, LEI 12.702-2012 MESMO BENEFICIO CONCEDIDO ANTERIORMENTE AOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO. 155.“Isonomia” do magistério dos ex-ter- ritórios com os demais trabalhadores do magistério da área de educação tecnológica e/ ou universidade (com destaque para a Lei 12.702/2012 - 4% de reposição salarial para os docentes). 149.QUE A CONDSEF REIVINDIQUE JUNTO AO GOVERNO FEDERAL A UNIFICAÇÃO DAS CARREIRAS DO MAGISTÉRIO DO ENSINO BÁSICO. 156.Pagamento da GEAD aos Servidores Docentes do Amapá, Rondônia e Roraima. 150.QUE A CONDSEF PROMOVA JUN- TO AS SUAS FILIADAS DISCUSSÃO E ENCAMINHAMENTOS SOBRE O ENFRENTAMENTO DO ENDIVIDAMENTO INTERNO DO PAÍS. 157.Unificação das Carreiras do Magistério do Ensino Básico. 158. Expansão da Rede de Educação Tec- 151.REINVIDICAR MELHORES CONDI- nológica (inclui escolas da CEPLAC as EMARCS; os diversos programas/ projetos como PRONATEC e similares): solução para problemas de infraestrutura, gestão e pessoal (com necessidade, também, de recomposição da força de trabalho). ÇÕES DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO. 28 29 30 31 32 33 34 35 36 DNOCS: 152.Reestruturação do DNOCS, com a criação de um plano de carreira para os servidores do órgão, bem como, a reabertura do prazo de opção para os servidores que estão prejudicados com o não recebimento da bolsa/VPNI. 159.Não à privatização, contra a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Plano de lutas específicas femininas: 37 38 39 40 41 Sudene, Sudan e Suframa: 160.Pela adoção de políticas públicas con- 153.Criação de planos de carreira para tra a violência doméstica e contra a violência no trabalho; estes 3 setores. XI CONGRESSO | caderno de teses 39 Tese 2 1 1 2 3 4 Tese 2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 161.Pela aplicação efetiva da Lei Maria da Penha; 162. Pela ampliação da rede de cre- ches e da escola pública de tempo integral; 163.Por campanhas de valorização da Março 170.Marcha à Brasília (cobrar do Governo uma resposta à pauta de reivindicações) e Campanha Salarial 2014; 171.Indicativo de Greve. imagem social da mulher; 164.Pela ampliação dos direitos sociais vol- tados para a maternidade, formação profissional, acesso à saúde preventiva e curativa, proteção à infância e a juventude; 165.Contra o fator previdenciário e a retirada de direitos da Previdência Social; Assinam essa tese: Grupo dos Independentes da Base da CONDSEF; Unidade Socialista – US; Movimento Luta de Classes – MLC; Unidade Socialista dos Trabalhadores – UST; Delegação de Rondônia; Parte da delegação de Minas Gerais, Esquerda Popular Socialista – GO e Alicerce – RJ. 20 21 22 23 4. Calendário de atividades: 24 25 26 27 28 29 30 Janeiro 166.Lançamento nos Estados da campanha Salarial de 2014; 167.CDE e Plenária da Condsef. 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Fevereiro 168.L ançamento da Campanha Salarial/2014, com entrega da Pauta aos Três Poderes. 169. Assembléias nos estados para discutir o Indicativo de Greve a ser construído no Congresso da CONDSEF. 40 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 Tese 3 15 UNIDOS PRA LUTAR 13 16 17 18 19 20 21 22 23 Os trabalhadores não vão pagar pela crise Internacional em serviços públicos de qualidade à população necessitada, são destinados para garantir os lucros dos tubarões do capital, conforme exigem os organismos internacionais. 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 A crise econômica mundial 1. A crise econômica mundial é uma realidade no planeta. Seus reflexos são sentidos em todos os cantos do globo terrestre, inclusive no Brasil. Os responsáveis pela crise, aqueles que detêm o poder do capital, são os únicos beneficiados por ela, enquanto a classe trabalhadora é atacada com demissão, desemprego, redução e congelamento salarial, redução de direitos previdenciários, destruição dos serviços públicos, privatizações, entre outras mazelas sociais. Os recursos financeiros oriundos dos impostos, que deveriam ser aplicados XI CONGRESSO | caderno de teses Europa no centro da crise: Recessão e desemprego 2. O ponto mais avançado da crise segue sendo a Europa. A Comissão Europeia não acertou em seus prognósticos: “Em fevereiro de 2011 disse que em 2012 seria o ano de crescimento. Não foi. Há um ano repetiu: em 2013 se recuperaria a economia. Tão pouco; e agora promete que a Eurozona cairá este ano 0,3% e crescerá somente em 2014” (Clarin, Argentina, 23/2/13). 41 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 3. Já há 10 países em recessão na UE: os jovens cresce a 23,4% e existem 12.300.000 pessoas que buscam emprego e não conseguem (dados The Guardian, no Clarin, 3/2/13). A crise política e econômica yankee se destaca visto que, democratas e republicanos não entraram em acordo sobre a elevação do nível de endividamento dos EUA, assim o governo aplicou um massivo corte na defesa, educação, saúde, pesquisa científica, etc. Um corte estatal de 85 bilhões de dólares que pode deixar sem trabalho a 750 mil pessoas, entre eles 30 mil docentes, mais de 17 mil funcionários da NASA, 15 mil na Agência de Proteção ambiental e mais de 32 mil no Departamento de Segurança. Ao ponto que até Obama disse que haverá “uma queda de meio ponto no crescimento do PIB (...). Tudo isto vai ter um efeito dominó na economia...” (La Nación, Argentina, 2/3).“Sem o aumento do teto da dívida, o governo ficaria sem dinheiro para pagar despesas-chave, como aposentadorias, vencimentos da dívida do Tesouro e gastos militares, como observa um relatório do Bank of America Merrill Lynch” (Valor Econômico, 01 de outubro de 2013). Holanda, Espanha, Checoslováquia, Grécia, Itália, Chipre, Hungria, Portugal, Finlândia e Luxemburgo. A UE soma já 26 milhões de desempregados e destruiu 2 milhões de empregos em 2012. Na Grécia 60% dos jovens estão sem trabalho. Na Espanha é um dos mais graves com 26,2%, com 6 milhões de desempregados. Alemanha tem os piores números desde 2009. 4. O ajuste dos governos europeus chega aos serviços públicos com demissões em massa e enxugamento da máquina. Na Grécia, por exemplo, o plano de milhares de demissões no serviço público foi aprovado pelo congresso em julho desse ano. De imediato, quatro mil funcionários, incluindo professores, serão demitidos. E até o final de 2014, mais 25 mil servidores perderão o emprego. A medida é uma exigência do FMI e do Banco Central Europeu para conceder mais uma parcela do empréstimo. Medidas nesse sentido têm sido tomadas também em países como Portugal e Espanha. O que mostra que o processo de sucateamento do serviço público é parte de uma política internacional da burguesia para resguardar seus lucros diante da crise econômica internacional. A classe trabalhadora reage aos ataques da burguesia 34 35 36 37 38 39 40 41 A crise econômica global do sistema capitalista atinge a maior economia do mundo 6. A continuidade da revolução árabe e as lutas dos trabalhadores e setores populares da Europa são o ponto mais avançado de uma rebelião de massas mundial que impede que o imperialismo possa superar a fase aguda de sua 5. É um fato que as taxas de desempre- go seguem em 7,3%, enquanto entre 42 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 crise econômica. E isto realimenta a crise política dos governos, regimes e partidos burgueses e reformistas. (Wall Mart, professores de Chicago, portuários da costa Oeste). Eles mesmos se definem como “fragilidade da reativação”. Mas é um fato: a classe reage aos ataques do capital. 7. No Norte da África existe atualmente uma luta encarniçada entre a revolução e a contra revolução em toda a região, mas ainda não está dita a ultima palavra. Continua a mobilização e a vontade de luta do movimento de massas. Nacional Fortalecer as lutas das categorias e campanhas salariais em curso e derrotar o ajuste de Dilma 8. No Egito, de um lado houve o golpe e a selvagem repressão dos militares e a libertação do ex-ditador Mubarak e por outro a revolução segue seu curso com os protestos massivos. Na Tunísia, a greve geral, há ainda os protestos no Bahrein e na Palestina contra a repressão sionista. Enquanto que na Síria continua a resistência armada popular contra a invasão imperialista, como contra a ditadura sanguinária de Bashar Al Assad. 11. No Brasil, nada será como antes com as manifestações ocorridas no mês de junho. Os governos federal, estaduais, municipais ficaram acuados durante as manifestações pela força dos milhões que saíram para exigir transporte público de qualidade, o fim da corrupção, mais verbas pra saúde e educação e tantas outras pautas que denunciavam a farra dos de cima com o dinheiro público, como nos gastos milionários nas obras da Copa do Mundo. 9. Desde os primeiros dias do ano se somaram novas greves e mobilizações massivas contra os cortes na Espanha, Grécia, Portugal, França, Bélgica, Alemanha e na Bulgária diretamente os protestos terminaram derrubando seu governo. A tudo isto tem que somar as greves na Índia, na África do Sul, na China, na América Latina ou as massivas marchas dos estudantes no Canadá. 12. Passados quatro meses das jorna- das de junho, o pacto proposto por Dilma, governadores e prefeitos só unificou a burguesia num ponto: o ajuste fiscal. Assim como em outros países onde os efeitos da crise econômica internacional têm sido os governos tentarem impor pesados ajustes, como demissões no serviço público e aumento do desemprego, por exemplo; no Brasil esse receituário também é aplicado. 10. Em que pese que nos EUA não haja um ascenso na luta classes, crise tem levado os trabalhadores a se realizarem protestos sindicais pontuais XI CONGRESSO | caderno de teses 43 Tese 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 13. A inflação segue alta, consumindo parte expressiva dos salários e aumentando o endividamento das famílias. Em reunião ocorria no dia 05/09, com os representantes dos BRIC’s (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) o governo brasileiro anunciou que investirá R$ 18 bilhões no fundo de reserva do bloco. que dão sustentação aos ataques do governo Dilma (PT/PMDB). Categorias começam a lutar 16. As burocracias sindicais que tentaram blindar o governo, seja nas jornadas de junho seja nos dias 11/07 e 30/08, foram rechaçadas pelo movimento de massas por conta de seu atrelamento com o governo. Dilma, Lula, o PT e a CUT perderam a hegemonia que tinham nas ruas. Setores da classe fizeram e estão fazendo fortes movimentos como os trabalhadores de supermercados, construção civil, rodoviários, metroviários, metalúrgicos e os trabalhadores da educação em greve em Belém, no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essas mobilizações apontam o caminho que devemos seguir nesse segundo semestre. 14. A dívida pública consumiu só em 2012 o valor de R$ 753 bilhões (43,98% do orçamento da União). Enquanto que as áreas sociais ficaram apenas com migalhas. A saúde recebeu 4,17%, a educação 3,34%, segurança 0,38%, transportes 0,7% e habitação apenas 0,01%. 15. Não bastasse o aperto nas áreas so- ciais, os governos arrocham salários e sucateiam os serviços públicos, precarizando as condições de trabalho e privatizando várias áreas. A inflação continua acelerando e corroendo os salários que não crescem na mesma proporção. Se tomarmos o reajuste de 15,8% do acordo fechado no ano passado para o triênio 2013-2015, dividindo-o por três, teremos 5,26%, ou seja, 0,58% a menos que o reajuste aceito pela CONDSEF. O governo sequer repôs a inflação e o valor do reajuste já foi corroído pelo índice inflacionário só neste primeiro semestre. É de suma importância que as lutas que estão surgindo sejam unificadas sob a direção de uma nova ferramenta de luta que possa substituir as velhas burocracias governistas encasteladas nos aparelhos sindicais 17. Enquanto os políticos absolvem cor- ruptos como Donadon (PMDB) e tentam criminalizar a juventude que luta, como no caso da prisão dos Black Blocs no RJ, devemos trabalhar para unificar as lutas em curso e impor derrotas aos governos e seus aliados no movimento sindical com a força da mobilização. Nesse contexto, apresentamos as seguintes propostas: Internacional: 18. Se solidarizar com os trabalhadores e 44 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 trabalhadoras da UE, que lutam contra a reforma da previdência; por emprego e salário; contra o ajuste fiscal aplicados na UE; contra a demissão dos empregados públicos e por mais postos de trabalhos, inclusive para a juventude; da Constituição Federal de 1988 – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 27. Uma vez suspenso o pagamento da dívida pública, exigimos que os recursos sejam aplicados em serviços públicos de qualidade à população necessitada, como saúde, educação, transportes, segurança, reforma agrária, lazer, cultura, política habitacional, alimentação, trabalho, previdência social, proteção à infância e à maternidade, assistência aos desamparados (art. 6º da CF); 19. Todo apoio às greves e mobilizações massivas na Espanha, Grécia, Portugal, França, Bélgica, Alemanha e Bulgária; 20. Se solidarizar com os trabalhadores e trabalhadoras dos Estados Unidos da América que se manifestam contra a política de ajuste aplicada por Obama; 28. A CONDSEF toma para si todas as 21. Apoio à revolução no Norte da África e mobilização das massas que lutam por liberdade; 38 39 40 41 22. Apoio ao processo revolucionário no Egito e manifestam repúdio contra a repressão militar e libertação do ditador Mubarak; 23. Apoio às manifestações populares na Tunísia e Bahrein; 30. Construção de uma nova organiza- 24. Todo apoio à resistência Palestina e ção sindical que possa unificar todas as lutas dos trabalhadores contra os ataques dos governos e dos patrões. contra a repressão sionista; 25. Todo apoio à luta popular na Síria e contra a invasão imperialista. Balanço do Movimento Nacional:. A Campanha Salarial de 2012 26. Exigir a suspensão do pagamento e auditagem da dívida pública brasileira, conforme preconiza o art. 26 XI CONGRESSO | caderno de teses 29. Exigem o combate firme e consequente à corrupção em todas as esferas de poder do Estado Brasileiro, inclusive com aplicabilidade das punições cabíveis para corruptos e corruptores, bem como o confisco de toda a riqueza acumulada pela prática da corrupção, revertendo esses valores às políticas sociais. 36 37 bandeiras de luta expostas nas ruas durante as jornadas de junho de 2013; 31. Em 2012, a pauta unificada dos servi- 45 Tese 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 dores federais tinha sete eixos: definição de data em 1º de maio; política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada de PECs, PLs, MPs e Decretos contrários aos interesses dos servidores públicos; cumprimento, por parte do governo, dos acordos firmados e não cumpridos; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; reajuste dos benefícios: auxílio alimentação, diárias e contrapartida de plano de saúde; e, por último, depois de muito debate, foi incluído, ao longo da campanha de 2012, o índice de 22,08% linear a todas as carreiras. governo petista/peemedebista apenas apresentou propostas de negociação setorizada, que culminaram, infelizmente, na divisão do movimento de greve, tendo em vista que setores da FASUBRA, CONDSEF e CSP CONLUTAS caracterizavam que a greve não teria como arrancar a pauta unificada. Assim, o governo conseguiu impor uma proposta de reajuste de 15,8% dividida em três anos (2013, 2014 e 2015) o que, conseqüentemente, sepulta por três anos qualquer campanha salarial vindoura. Era possível alcançar outras conquistas? 34. Em nossa avaliação, em que pese a 32. Esse esforço permitiu que a campa- nha iniciasse unificada, seguida da maior greve de servidores federais nos últimos 18 anos (após a greve histórica de 1993), numa conjuntura em quase 10 (dez) anos de governo petista: cerca de mais de 300 (trezentos) mil servidores federais paralisaram, promoveram atos e marcharam unificadamente no país, porém, em que pese a forte greve e a realização de três marchas nacionais a Brasília fortemente mobilizadas não foram suficientes para que o governo atendesse às reivindicações dos servidores postas na mesa. 33. Nas mesas de enrolação, o governo, inicialmente, apresentava sua proposta de reajuste zero. Em seguida, ao perceber a radicalização da greve, o 46 dureza do governo, pensamos que sim. Primeiro elemento, dinheiro há: “Em 2012, o governo federal gastou R$ 753 bilhões com juros e amortizações da dívida, ou seja, R$ 45 bilhões a mais do que em 2011, contrariando o alarde da mídia conservadora diante da alegada queda com os gastos com a dívida e com o fato do superávit primário ter ficado abaixo da meta”, conforme apurou o portal Auditoria Cidadã da Dívida (grifamos). Em segundo lugar porque a política de reajuste zero só foi derrotada em função da greve e mobilizações radicalizadas, como as que aconteceram na terceira marcha nacional em Brasília (2012) em que os grevistas unificados com os estudantes conseguiram manter fechado o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Por fim, porque os servidores federais não XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 aceitam mais o ajuste fiscal imposto por Dilma Rousseff/Michel Temer, governo que garante a lucratividade dos banqueiros, por meio da dívida pública, bem como recursos às grandes empreiteiras dos grandes projetos em curso no país (olimpíadas, copa e hidrelétricas), motivos que deixam os servidores com muita disposição de luta diante de um governo que, diuturnamente, governa para garantir o privilégio dos ricos, que ficam cada vez mais ricos. Por outro lado, corta recursos dos serviços públicos e nega reajuste aos servidores. campanha são os mesmos de 2012, o que implica em afirmar de que nada nos foi garantido, ou seja, está mais do que caracterizado que o governo petista/peemedebista é pura enrolação e ataque em relação aos trabalhadores. Reafirmando, o governo é dos ricos! Que rumo deve ter a campanha salarial? 37. Em sua página, a CONDSEF, publi- ca um texto intitulado: “Projeto do governo se distancia cada vez mais daquele que a maioria dos brasileiros elegeu nas urnas”, datado de 24/05. “As decisões e os caminhos que o governo da presidenta Dilma Rousseff tem trilhado estão deixando dúvidas em muitos que apostaram num projeto com foco em melhorias sociais e que foi o escolhido pela maioria dos brasileiros nas últimas eleições”. Segue o texto: “A concessão de isenção de impostos ao empresariado é outro reflexo do distanciamento do governo do que deveriam ser suas prioridades. Em menos de dois anos o empresariado foi liberado de contribuir com mais de meio trilhão de reais em impostos, dinheiro que deixou de ser arrecadado e poderia ter sido utilizado em investimentos que de fato pudessem retornar para os brasileiros em forma, por exemplo, de serviços públicos de qualidade para todos” (grifamos). Não vamos aqui reproduzir o texto completo, mas destacamos que está recheado de exemplos do que tem significado a atuação do atual governo em benefício 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 O que foi a campanha salarial 2013 35. O acordo assinado em 2012 garan- tiu um “reajuste” salarial de 15,8% em três parcelas, 2013, 2014 e 2015, sendo em média um percentual de 5,26%, porém a inflação em 2012 alcançou um patamar de 5,84% (IPCA) medida pelo IBGE, segundo o sítio (http://g1.globo.com/economia/ noticia/2013/01/inflacao-oficial-fecha-2012-em-5,84-aponta-ibge. html). O mesmo IBGE, para 2013, indica índice de inflação de 6% (IPCA), novamente acima do percentual médio ao que foi dado aos servidores federais. Sendo que o índice para 2014 seguem as mesmas projeções, o que significa redução no poder de compra dos servidores. Nem a inflação está sendo reposta. 36. A campanha salarial 2013, sequer há índice. Os eixos centrais da atual XI CONGRESSO | caderno de teses 47 Tese 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 aos ricos: isenções fiscais, privatização, compra de votos, corte nos recursos públicos, etc. “É importante destacar neste cenário que deixa trabalhadores à margem e privilegia o empresariado a resistência deve se fazer constante” (grifamos). Em que pese a caracterização de que os trabalhadores fiquem à margem em função dos privilégios dos ricos, o texto da CONDSEF, insinua que o governo está em disputa, isso é o que sugere o título. Afirmamos que não! O governo é dos ricos! Por meio das mesas de enrolação, apenas segura os de baixo para iludi-los e impedir suas lutas para continuar garantindo os lucros e privilégios dos de cima (os ricos). a esta postura uma vez que muitos temas vêm sendo debatidos há anos e a retomada do ponto de partida é um retrocesso muito grande que precisa ser evitado a todo custo. Assim como solicitou aos servidores do Dnit a repactuação de prazos para um retorno às demandas da categoria, os servidores da Funai e da SPU também terão que aguardar o agendamento de reuniões entre junho e julho para obter retorno de suas principais reivindicações” (a agenda só foi garantida no final de setembro). Esses são motivos mais que suficientes para que a CONDSEF saia das mesas de enrolação permanentes e negocie com o governo no calor das lutas, com pressão dos trabalhadores em greve, para que o governo não tenha como preparar armadilhas como a do reajuste parcelado. 38. Para entender melhor a enrolação do governo federal, veja a matéria da página da CONDSEF: “28/05 – Retrocedendo em processos de negociação, Planejamento pede reenvio de pauta de reivindicações a servidores da Funai e SPU . A Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento têm repetido o que parece ser uma estratégia para retardar os processos de negociação em curso com diversas categorias da base da Condsef. Em duas reuniões ocorridas nesta terça-feira, para tratar a pauta de reivindicações dos servidores da SPU e da Funai, a SRT solicitou que as demandas fossem reencaminhadas. A alegação principal é de que a SRT conta com uma equipe de novos gestores que precisam se inteirar dos temas tratados. Em todos os encontros a Condsef tem protestado quanto Apostar na mobilização dos trabalhadores 39. Os ventos nebulosos da crise eco- nômica mundial que sopraram de maneira mais voraz a partir do final de setembro, inclusive atingindo a maior economia do planeta, certamente irão impor mais ajustes aos governos nacionais, a prova disso foram os cortes na LDO. Além disso, o crescimento econômico brasileiro é tímido e ficou muito aquém do que previa o governo, aliando-se a isso uma inflação crescente. 40. Nesse contexto, caracterizamos que 48 o governo é dos ricos e que apenas XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 enrola os servidores públicos. Assim, o terceiro elemento a debater é a mobilização concreta dos servidores federais. Os servidores, de conjunto, estão insatisfeitos com as “negociações”. Não há propostas concretas do governo, exceto as sucessivas afirmações “...vamos processar as reivindicações para dar uma resposta”. Os servidores estão fartos de enrolações. Necessitam de debates políticos claros acerca da crise econômica mundial e seus reflexos na economia de nosso país, ou seja, se o governo dos ricos está disposto a contrariar os ricos, quer dizer, deixar de garantir as margens de lucros dos banqueiros, do empresariado, do agronegócio, do latifúndio, da burguesia, via de regra, usando dinheiro público, ou investir as finanças públicas nos serviços públicos e garantir as reivindicações dos servidores públicos federais já postas à mesa de negociação há muito tempo. concreta dos servidores federais e da classe trabalhadora de conjunto. É fundamental seguir o exemplo das jornadas de junho. É necessário semear e construir um ambiente de mobilização dos servidores na perspectiva de, pela base, possibilitar a construção de greve unificada em 2014, com vistas a derrotar a política de ajuste fiscal imposta aos trabalhadores e acabar com a farra da lucratividade dos ricos e conquistar as justas reivindicações dos servidores públicos federais, como serviços públicos de qualidade à população necessitada; plano de carreira universal que garanta mobilidade, e desenvolvimento na mesma com base na escolaridade e remuneração justa; reconstrução e estruturação dos serviços públicos, inclusive com realização de concursos; nomeação dos concursados aprovados; 43. Que a CONDSEF exija ao governo a antecipação do pagamento da parcela de 2015 já para 2014; 41. Portanto, concluímos que o modelo de negociação com o governo federal, há muito está superado. O governo não pode nos acusar de não querer negociar. São fartos os documentos reivindicativos enviados pela nossa Confederação e outras entidades. Já apresentamos, inclusive, ao governo uma proposta de institucionalização da negociação coletiva, que também não foi atendida. 44. Uma vez negada a antecipação da par- cela de 2015 pelo governo, a CONDSEF deve retirar-se imediatamente de todas as mesas de enrolação, devendo convocar plenária nacional para decidir sobre o processo de mobilização nacional da categoria e construção da greve; 45. Que a CONDSEF não assine mais 37 38 39 40 41 acordos plurianuais. Deve haver respeito à data base reivindicada pelos servidores e futuros acordos não devem passar do ano orçamentário, Neste sentido, propomos: 42. Há que se romper com essa lógica de negociação e apostar na mobilização XI CONGRESSO | caderno de teses 49 Tese 3 1 1 2 3 inclusive como forma de proteger o reajuste reivindicado da corrosão inflacionária. Snowden a Glenn Greenwald, que se tornou co-autor da reportagem onde a repórter Sônia Bridge relata que o governo norte-americano pode ter espionado os computadores da Petrobras” (Portal EBC 28.08.2013 - 15h42 | Atualizado em 27.09.2013 - 10h42). A espionagem, possivelmente, foi realizada para obter informações dos leilões do Pré-Sal, porém não é difícil se prever que também pode ter sido alvo da espionagem yankee, a tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas, que só o Brasil possui. 4 5 6 Plano de Lutas 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 As privatizações no governo Dilma/Temer 46. Na esteira dos governos FHC e Lula, o governo Dilma/Temer tem proporcionado uma verdadeira destruição do patrimônio público construído pelos impostos da população brasileira. 49. Além do Pré-Sal, os hospitais uni- 47. A privatização das telecomunicações versitários foram privatizados pelo atual governo federal. Trata-se de seguir a lógica privatista dos governos anteriores. Trata-se da política de continuidade da destruição do patrimônio público construído com os impostos da classe trabalhadora e do povo pobre. É seguir entregando o patrimônio estatal brasileiro à grande burguesia visando aumentar sua taxa de lucratividade. brasileira protagonizada pelo governo FHC confirmou apenas o que os lutadores já diziam: “se privatizar as telecomunicações será a quebra da soberania nacional!”. Previsão que se confirmou por meio das denúncias do norte-americano Edward Snowden, veiculadas mundialmente. 48. As recentes notícias de espionagem capitaneada pelos EUA mundo afora, revelam que o Brasil foi alvo das espionagens norte-americanas e, além da presidente Dilma, os arquivos da Petrobras, que tem sido privatizada aos pedaços pelo governo Dilma/Temer, foram espionados. “O programa Fantástico divulgou, no dia 8 de setembro, mais documentos da NSA que mostram a Petrobras como possível empresa espionagem pelo programa de monitoramento da Agência de Segurança Nacional (NSA). Os documentos foram entregues por Edward Fim do direito de greve 50. No dia 19 de setembro do corrente ano, o Senador Romero Jucá (PMDB/ RR), cujo correligionário de partido, Michel Temer, é vice-presidente da República, apresentou um projeto de lei para regulamentar e retirar o direito de greve dos servidores públicos nas três esferas. Obviamente, o governo Dilma/Temer está preocupado com a possibilidade de greve durante a realização da copa de 2014, ainda mais 50 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 dos servidores públicos. Importante ressalvar que o Portal de Notícias do Senado Federal, em 03/05/2012, realizou enquete para conhecer a opinião dos internautas sobre a possibilidade de restrição do direito de greve durante a Copa do Mundo de Futebol que acontecerá no Brasil em 2014. Dos 1.659 internautas que participaram da sondagem no site do Senado, entre os dias 16 de abril e 01 de maio, 67% manifestaram-se contrários à proposta, enquanto 33% votaram a favor da proposição. em ano de eleição. A partir desse fato, os aliados do governo estão tratando de “regulamentar”, segundo eles o direito de greve. Na verdade, o projeto do Senador Romero Jucá, tem, em nossa opinião, uma clara intenção de pôr fim, ou restringir ao máximo, o direito de greve, duramente conquista na Constituição Federal de 1988, pelos servidores públicos. O projeto impõe as seguintes condições: “Os sindicatos deverão anunciar a greve no intervalo de 30 dias antes do começo da paralisação; Apresentação de alternativas de atendimento ao público; Suspensão do pagamento do salário durante a greve, cujo pagamento somente ocorrerá após a compensação dos dias paralisados; quais serviços essenciais terão que funcionar no mínimo em 60% de sua capacidade; Inclusão do setor financeiro na manutenção de serviço mínimo durante a greve, além de exigir que 50% dos servidores continuarão trabalhando, independente do setor em que atuem”. Em outras palavras, é para não haver greve. Além desse projeto há também os O PLS 728/2011, de autoria dos senadores Ana Amélia (PP-RS), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA), propõe a definição de crimes e infrações administrativas com o intuito de colaborar com a segurança da Copa das Confederações FIFA de 2013 e da Copa do Mundo de Futebol de 2014, bem como disciplinar o direito de greve no período que antecede e durante a realização dos eventos, entre outras providências, ou seja, criminalizam o direito de greve XI CONGRESSO | caderno de teses Diante desses ferozes ataques à soberania brasileira e ao direito de greve dos servidores públicos, propomos: Plano de Lutas: 51. Exigir a reestatização de todas as es- tatais brasileiras privatizadas visando resgatar o patrimônio da população brasileira, bem como a soberania nacional; 52. Reestatização de todos os lotes de petróleo privatizados do Pré-Sal da Petrobrás e suspensão dos leilões que estão previstos. Por uma Petrobrás 100% estatal; 53. Responsabilizar o governo Dilma/ Temer por propaganda institucional enganosa através da qual incute na mente dos brasileiros que o petróleo é nosso; 51 Tese 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 54. Exigir a reestatização dos hospitais drelétricas, que visam atender aos interesses de empresas eletrointensivas. universitários privatizados e garantir atendimento à população carente; 61. Repudiar a destruição do meio am- 55. Exigir o fim de todas as privatizações biente e sua biodiversidade, para a construção de grandes obras do PAC. em curso pelo governo federal, inclusive as de estradas federais, reestatizando as que já foram entregues ao capital financeiro; 62. Apoiar a luta das comunidades in- dígenas, quilombolas, pescadores e demais povos ribeirinhos, contra a construção de hidrelétricas em rios que cortam seus territórios. 56. Reestruturação de todos os órgãos públicos federais com efetivação dos aprovados em concursos públicos, realização de novos concursos, visando a pleno atendimento de serviços públicos de qualidade à população em todas as áreas: educação, saúde, segurança, habitação, reforma agrária, lazer, cultura, etc.; 63. Apoiar as lutas dos povos indígenas contra a retirada da prerrogativa da FUNAI de demarcar as terras indígenas, organizando os trabalhadores desse órgão de nossa base para fortalecer a luta em defesa da instituição. 57. Exigir a retirada de todos os projetos 64. Participar efetivamente da luta con- de lei que atentem ao direito de greve dos servidores públicos, inclusive balizado na pesquisa realizada pelo senado federal, onde 67% dos pesquisados são contra os projetos; tra a privatização da saúde pública, denunciando as OSs, PPPs, Fundações de direito privado e programas governamentais que precariza as relações de trabalho e sucateia ainda mais o sistema público como, por exemplo, o Programa Mais Médicos. 58. Caso os proponentes e o governo fe- deral mantenham os projetos de lei, exigir dos parlamentares que votem contra os projetos, com base no resultado pesquisa realizada no senado federal, onde 67% dos pesquisados são contra os projetos; Assinam essa tese: Direção da Condsef. NEIDE ROCHA CUNHA SOLIMÕES, CEDÍCIO DE VASCONCELLOS MONTEIRO, MARIA JURGLEIDE DE CASTRO OLIVEIRA, AGUINALDO BARBOSA DA SILVA 59. Caso a pressão no parlamento não surta efeito, devemos definir por greve no serviço público para derrotar os que nos atacam; Incra/RJ: PAULO RONAN ALMEIDA ROCIO; FERNANDO ROBERTO PIMENTA. 60. Lutar contra a construção de novas hi- 52 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 IRINEU NONATO GANGORRA FILHO, IVANILDE PINHEIRO DA SILVA, IVO PONTOS PIMENTEL, IZABEL SOARES DOS SANTOS, IZAURO ALVES DE SOUZA, JAIME SALES MAIA JUNIOR, JALILA BARROS TAVARES, JOÃO NAZARENO DA CONCEIÇÃO SILVA, JORGE DA CONCEIÇÃO JOSE DOS SANTOS GOMES, JOSE IVANILDO DA ROCHA, JOSE MARIA AMARAL SAMPAIO JOSUE MARCOS VIEIRA DO NASCIMENTO, KATIA ROSANGELA TAVARES DE SOUZA, LOURIVAL CABRAL DUTRA, LUIS SERGIO DE LIMA BOTELHO, LUIZ CARLOS PAIVA , LUIZ CARLOS PAIVA DA VILVA, LUIZ GUILHERME RIBEIRO DE MENEZES, LUZIA PEREIRA COSTA, MANOEL ANTONIO DA SILVA SANTOS, MANOEL PEREIRA DA SILVA, MANOEL PEREIRA DOS SANTOS, MANUEL CAMPOS DA SILVA, MANUEL DO LAGO, MARIA DE NAZARÉ PEREIRA RODRIGUES, MARCO ANTONIO CUNHA SOLIMÕES, MARIA ALDELICE RODRIGUES GOMES, MARIA DA CONSOLAÇÃO RODRIGUES, MARIA DAS DORES SOARES, MARIA DO CARMO SILVA DE SOUSA MARIA LUCIANA CORREA RIBEIRO, MARIA ROSA TAVARES DOS SANTOS, MARIA SANTANA LEÃO MADURO, MARLENE ANTONIA DOS SANTOS, MARTINHO VALENTE DOS SANTOS, MIGUEL ANGELO DA COSTA OLIVEIRA, NEZILDO OLIVEIRA PINTO, OLAIDES BENTO FERREIRA, ORLANDO RAMOS LOPES, OSCAR FERANDO LEIS FIGUEIREDO, PAULO EMANUEL DA COSTA MORAES, PAULO SILVAN ANJOS DOS SANTOS, PROFIRIO FELICIO DA SILVA, Diretoria e base do SINTSEP-PA: ALAIR CARDOSO FERREIRA, ALFREDO LIMA DA COSTA, ALIMAR DA SILVA BARREIROS, ANASTACIO DE SOUZA MELO, ANTONIO LOPES NOGUEIRA, ANTONIO MARIA CARDOSO DAS NEVES, ANTONIO MARIA MATOS DE SOUSA, ANTONIO SOARES DE CASTRO, ANTONIO WILSON SOUTO XAVIER, ARMANDO MARIO NASCIMENTO PEREIRA, ASTROGILDO RIVEIRO DE ARAUJO, BENEDITO PANTOJA DA CRUZ, ENILDA CARDOSO DO CARMO, BENTO FERREIRA DA SILVA, CATARINA ISACKSON SOARES, CLAUDIMIR DE JESUS FARIAS, CLODOMIR FARIAS LIMA, CLOVIS RIBEIRO DA SILVA, DANILO DE LIMA OLIVEIRA, DAVID ARAUJO DOS SANTOS, DOMINGOS DE SOUZA NETO DULCIDÉIA DA CONCEIÇÃO PALHETA, EDEN DE JESUS DAS CHAGAS, EDEUVALDO CIRANO DA SILVA EDIR TEIXEIRA DE MELO, EDIVALDO ROCHA SEABRA, EDNALDO FRANCISCO PEREIRA VAZ EDUARDO MAGNO TEIXEIRA, EDUARDO PIMENTEL DOS SANTOS, ELIANA DA SILVA MENDES EMANUEL VITELLI LIMA, FATIMA MARIA NAZARÉ CRUZ, FRANCISCO DA SILVA BRITO, FRANCISCO DA SILVA BRITO, FRANCISCO FREITAS, FRANCISCO NAZARENO COELHO PANTOJA, FRANCISCO NAZARENO COELHO PANTOJA , FREDIELSON RODRIGUES ALVES, GERSON DA SILVA LIMA, GERSON DA SILVA LIMA, GILCELLE ALMEIDA BARROS, HERBERT MARCUS FARIAS DOS SANTOS, IRACI SANTOS DA SILVA, XI CONGRESSO | caderno de teses 53 Tese 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 3 10 11 12 13 14 15 16 17 18 RAIDOH FELIZ SANTANA, RAIMUNDA CRAVEIRO DOS SANTOS, RAIMUNDO ARAUJO DA SILVA, RAIMUNDO GERMANO TAVARES QUEIROZ, RAIMUNDO GILBERTO DE OLIVEIRA MARINHO, RAIMUNDO GOMES DO NASCIMENTO, RAUMUNDO EUSTAQUIO PANTOJA SOUZA, REGINA GOMES CORREA, REGINA MAIRA MARTINS BRITO, REGINA MARIA MARTINS BRITO , ROGERIO NONATO DOS SANTOS, RONALDO DE SOUSA FREITAS, ROZEMBURGO FERREIRA DE SOUZA, SERGIO GONÇALVES LIMA, SIMPLICIO PEREIRA DOS SANTOS, VALERIA BISPO SILVA, WALCICLEA PURIFICAÇÃO DA CRUZ, WALMIR DA SILVA BRITO WANKES SOLONY DE CARVALHO CHAVES JUNIOR, WILSON CORREA DE MIRANDA. 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 54 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 4 Tese 4 5 CSP-CONLUTAS 2 3 6 7 8 9 10 11 12 13 Avançar na unidade rumo a uma nova direção 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 1. CONJUNTURA INTERNACIONAL 2. Na Espanha, Portugal, norte da África e Oriente Médio, a classe trabalhadora luta contra os planos de ajuste e os governos que os aplicam. Os estudantes mobilizam-se no Chile em defesa da educação pública e gratuita. A juventude levanta-se nos Estados Unidos e na Europa, indignada porque se resgata os banqueiros responsáveis pela crise com milhões de dólares, enquanto os trabalhadores e os povos afundam na pobreza e no desemprego. 1. As mobilizações da juventude e da classe trabalhadora brasileira são partes indissociáveis das lutas dos trabalhadores e jovens que também se verificam no norte da África e Oriente Médio, na Europa e em outras regiões do planeta. São expressões da resistência dos explorados e oprimidos de todo o mundo. Nossas lutas, os inimigos e obstáculos que teremos de superar e derrotar, em todas as partes, são os mesmos: o imperialismo, os grandes grupos capitalistas que controlam o planeta, os governos que os representam e as burocracias sindicais cooptadas. A ofensiva patronal tem como objetivo principal fazer com que sejam a classe operária e os setores populares que paguem pelas consequências de uma das piores crises da história do capitalismo mundial. XI CONGRESSO | caderno de teses 3. No continente europeu, um dos epi- centros da crise, os povos enfrentam uma verdadeira guerra social que está destruindo uma por uma todas as conquistas históricas da classe trabalhadora, atacando os salários, as aposentadorias, a saúde, educação e os serviços públicos. Em países da “periferia” do velho continente, como Grécia, Portugal e o Estado Espanhol, o nível de vida da população está retrocedendo ao de países semicoloniais. 55 Tese 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 4. Com todo este saque, crescem as lutas dade e apoio da classe trabalhadora mundial; a luta do povo sírio é a luta de todas as classes exploradas e dos povos oprimidos. e as greves gerais na Grécia; as greves nacionais, a resistência aos despejos de moradias e a ocupação de bancos na Espanha; as grandes mobilizações em Portugal e as lutas na Itália. Um claro exemplo disso foi a chamada “greve geral europeia” de 14 de novembro de 2012 com muito peso na Espanha e em Portugal e com impacto em vários outros países, particularmente na Itália. Apesar dos obstáculos impostos pelas burocracias sindicais, corruptas e servis, foi o primeiro ensaio de uma luta coordenada contra os planos de ajuste aplicados em todo o continente. 8. No Egito uma nova data entrou na história da heroica revolução do país mais populoso da região: 30 de junho de 2013. Durante aquela jornada, as ruas e praças das principais cidades do Egito foram tomadas por uma manifestação de milhões de pessoas impossível de conter. O rugido desses milhões expressava uma sentença categórica: Fora Morsi! O governo encabeçado por Mohamed Morsi, apoiado em um pacto estabelecido entre a Irmandade Muçulmana e a alta cúpula militar, desmoronou três dias após o inapelável veredicto das ruas. A experiência das massas, acelerada ao máximo pelo processo revolucionário em curso, fez com que um ano de mandato fosse suficiente para que Morsi, que não respondeu a nenhuma das aspirações populares depois da queda de Mubarak, se transformasse em um cadáver político. O povo trabalhador, farto da situação, levantou-se com muito mais força do que na primeira fase da revolução, e derrubou outro presidente em menos de três anos, obrigando os militares a se readequarem na busca de um novo projeto político para que se mantenham ainda no domínio da situação. Apesar de ainda não conseguirem derrubar o regime político, varrendo também os militares do poder, estas manifestações confirmam e fortalecem todo o processo de revoluções que abala o 5. Esta combinação entre a aguda crise econômica, os planos de ajuste e as lutas gera um enfraquecimento dos governos e inclusive dos regimes políticos. Vários já caíram desde o início da crise. 6. O auge do outro polo da crise eco- nômica e da luta dos oprimidos é a impressionante e histórica onda de revoluções no norte da África e no Oriente Médio. Este processo, que começou há mais de dois anos, continua seu curso e, através da ação direta das massas populares, derrubou vários ditadores, todos fantoches do imperialismo. 7. Na Síria, o povo armado enfrenta e resiste ao genocídio perpetrado por al-Assad, protagonizando uma heroica revolução. A revolução síria precisa urgentemente de toda a solidarie- 56 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 essas lutas em cada país e em nível mundial para derrotar a política dos capitalistas de descarregar a crise sobre nossas costas. norte da África e o Oriente Médio, que até agora derrubou Kadafi, na Líbia, Ben Ali na Tunísia, Ali Abdullah Saleh no Iêmen, Mubarak e Morsi no Egito, e que está enfrentando o ditador Bashar al-Assad na Síria. 12. Para conseguir isto, o principal obs- táculo são as direções das centrais e dos partidos tradicionais da classe operária, que se alinharam com os governos e os exploradores e se negam a impulsionar planos de luta unificados e uma jornada mundial contra o ajuste dos banqueiros, das multinacionais e seus governos. 9. O mais importante é que a classe ope- rária está avançando em um processo de aprendizagem de luta e organização, através de seus organismos de classe. É um caminho imprescindível e o protagonismo dos trabalhadores deve ser desenvolvido para que esses processos revolucionários avancem. 13. Por isso, ao mesmo tempo em que 10. Já na América Latina, onde no início exigimos dos velhos dirigentes que rompam seus pactos com os exploradores, é imprescindível avançar na construção de novas direções dos trabalhadores, com independência de classe, combativas e democráticas, para encabeçar as lutas. deste século se expandiu uma onda de revoluções, a crise mundial começa a causar impacto em suas economias dependentes e, tanto nos países onde a direita tradicional (México, Paraguai, Colômbia, Chile) governa, quanto naqueles onde o poder é detido pelos chamados governos “progressistas e patrióticos” (Dilma, Cristina K., Evo Morales, Maduro, Correia, Mujica) intensificam-se as medidas de ajuste e o corte de direitos da classe trabalhadora e dos setores populares. Isto se dá no marco de uma resistência e de lutas contra esses planos; combates protagonizados por operários, indígenas, mulheres e estudantes que enfrentam todos os governos, sejam estes da direita clássica ou de colaboração de classes. 14. Neste sentido, um passo modesto, mas fundamental, foi o Encontro convocado em Paris no mês de abril por centrais como a Solidaires da França, a CSP - Conlutas do Brasil e uma série de outras organizações operárias e populares de vários países do mundo. Este Encontro sindical-político decidiu formar uma rede internacional de luta e solidariedade. Chamamos a desenvolver esta iniciativa e avançar cada vez mais na coordenação das lutas operárias em nível internacional. 11. Neste marco de crise e de confrontos 15. Viva a unidade internacional da clas- entre as classes, não há necessidade mais urgente que a de unir todas XI CONGRESSO | caderno de teses se trabalhadora! 57 Tese 4 1 Tese 4 1 2 16. Abaixo a exploração e opressão ca- fundar no próximo período. Estamos vivendo uma generalização dos protestos e eles devem mudar a qualidade das lutas cotidianas dos trabalhadores e da juventude. Nada será como antes. Trata-se de um processo tremendamente progressivo, de mobilização de massas, em torno a uma imensa gama de problemas que geram insatisfação generalizada e que cobram dos governos soluções. pitalista! 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 2. CONJUNTURA NACIONAL 17. O mês de junho de 2013 foi marca- do por mobilizações populares multitudinárias que abriram uma nova situação política. As mobilizações da juventude contra o aumento das tarifas cresceram progressivamente e se alastraram por todo o país. 21. Junto à ação das massas se expres- 18. A gota d’água foi a luta pela redução sou um profundo desgaste das instituições, dos políticos, de maneira generalizada, até das organizações do movimento de massas e da democracia burguesa como um todo. Isso se manifesta com força na queda de popularidade dos governos municipais, estaduais e com muita força do governo federal. da tarifa do transporte, mas, a partir daí surgiu uma série de outras demandas acumuladas nos diversos setores da juventude e da população. Para além das questões econômicas propriamente ditas, também a violência machista contra as mulheres, a violência policial que provoca o genocídio negro nas periferias e a violência que assassina a população LGBT são parte das indignações que levam esses setores para as mobilizações. 22. Os recentes acontecimentos da luta de classes em nosso país colocam o Brasil em sintonia com os processos de luta que ocorrem internacionalmente, inclusive com suas características de radicalidade e massividade da participação da juventude. Com certeza isso incide na consciência e influencia as lutas aqui. Por outro lado, as contradições da economia em nível mundial interferem também no país. A desaceleração moderada na China, a recessão na Europa, e a pequena recuperação da economia americana (que acaba por atrair investimentos que antes poderiam vir para a nossa região) trazem reflexos ao Brasil. 19. Mais de dois milhões de pessoas fo- ram às ruas, em passeatas, superando as mobilizações do Fora Collor. Os governos e o Congresso tiveram de mudar de política, abandonando seu eixo repressivo, tentando canalizar a polarização para o terreno institucional (primeiro com a proposta de Constituinte exclusiva e depois com o plebiscito da reforma política) e, de imediato, tiveram de suspender os aumentos das tarifas. 20. Este processo segue e deve se apro- 58 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 23. Há um acúmulo de elementos que 27. Não bastasse isso, a classe latifundiá- apontam uma deterioração da situação econômica no Brasil. À manutenção de um quadro de desaceleração que assistimos nos últimos anos, soma-se agora um crescimento da inflação (que corrói o poder de compra dos salários), alta do dólar, saída de capital acima do normal e quebra de grandes empresas, como a do grupo do Eike Batista. ria sente-se à vontade para atacar também o Código Florestal e os direitos dos povos indígenas e quilombolas. O governo Dilma já é o que menos demarcou territórios indígenas desde a promulgação da Constituição de 1988 e parece disposto a acabar de uma vez por todas com mais esse direito. 28. Enquanto o Brasil vive um franco 24. O principal programa social do gover- processo de desindustrialização, os recursos naturais são exportados e privatizados. Frente às reivindicações por mais recursos para a educação, o governo apresentou a proposta de destinação dos royalties do petróleo para o setor. Ora, os royalties correspondem a apenas 10% da produção de petróleo e devem atingir pouco mais de 1% do PIB, longe dos 10% exigidos pelos estudantes e trabalhadores. Cerca de 90% da produção ficará nas mãos das multinacionais vencedoras dos leilões realizados pelo governo. no petista, o Bolsa Família, consome pouco mais de R$ 20 bilhões anualmente, enquanto a classe rentista já sugou, de janeiro a outubro de 2013, R$ 690 bilhões – 47% do Orçamento da União. 25. Quanto à reforma agrária, Lula as- sentou menos famílias do que FHC. O petista assentou, em áreas novas obtidas por desapropriação ou compra, apenas 250 mil famílias, contra 390 mil do tucano. E Dilma agora bate o recorde negativo do governo Collor. O Brasil ainda é o país com segundo maior índice de concentração fundiária do mundo, melhor apenas que o Paraguai. E o latifúndio ampliou seu território em 48% durante o governo do PT, saltando de 214 milhões de hectares em 2003 para 318 milhões de hectares em 2010. 29. Todo este quadro gera insatisfações que vão se acumulando e que agora começam a explodir, estabelecendo uma relação de forças na sociedade distinta da que tínhamos antes. A principal expressão disso é que as massas assumiram a ideia de que “é preciso lutar e é possível vencer”. As lutas se multiplicam após as grandes manifestações. Todas as fontes de insatisfação, por menores e mais localizadas que sejam, deixam de ser apenas uma fonte de insatisfação, e passam a ser um móvel de luta. Lutas com métodos bastante radicali- 26. Foi no governo Lula que teve início o processo de legalização da grilagem de terras na Amazônia, que deve entregar de “papel passado” pelo menos 60 milhões de hectares de terras públicas ao agronegócio. XI CONGRESSO | caderno de teses 59 Tese 4 1 Tese 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 zados. As massas foram à ofensiva e colocaram na defensiva o governo e o Congresso Nacional. 30. O primeiro resultado disso foi a der- rota, imposta pelas mobilizações, da política de repressão pura e simples, que os governos adotaram inicialmente frente às mobilizações. Mas se estendeu depois, com várias vitórias que o movimento tem arrancado. Destaca-se aí a reversão do aumento do preço das passagens, que atinge quase 30% da população brasileira (população das cidades onde os governos voltaram atrás no aumento da tarifa). permitisse chegar a uma mudança de fundo do país, era a contradição real mais importante do processo até então. 33. Por esta razão, a CSP-Conlutas e as organizações do Espaço de Unidade de Ação, direcionaram suas forças para tentar superar esta contradição e conseguiram realizar importantes mobilizações, greves, dias de lutas nacionais, com paralisações e manifestações. Um dos centros políticos dos protestos foi justamente fazer um contraponto entre os recursos destinados para a Copa, por um lado, e o caos e descaso com investimentos na saúde, educação, moradia e transporte, por outro. 31. O governo federal e o Congresso Na- cional foram levados a adotar também várias medidas que implicam concessões – ainda que muito parciais e limitadas – tais como: aumento das verbas para educação e saúde, o fim da PEC 37, a retirada de urgência da PL 092 (fundações de caráter privado), adiamento das discussões sobre o projeto das terceirizações (4330), arquivamento do projeto “cura gay” e ainda anúncios de que o Congresso debaterá o passe livre nacional. Ao mesmo tempo, Dilma, para “tentar dialogar com as ruas”, lançou a tal proposta de plebiscito, que naufragou em pouco tempo. 34. O movimento sindical e, em particu- lar, o movimento operário brasileiro, se incorporou ao processo de mobilizações aberto pela juventude na luta contra o aumento das passagens. Isto acelera a transição rumo a uma nova situação na luta de classes do Brasil. As mobilizações de junho mudaram a relação de forças no Brasil, colocaram as massas na ofensiva, com a burguesia e os governos recuando assustados. 35. Aprofundam-se os elementos de crise 32. A ausência da classe trabalhadora organizada, com suas reivindicações e seus métodos de luta, à frente do processo de mobilização, para dar a ele um sentido classista e força que 60 na economia, o que aumenta a desconfiança de setores da burguesia e dos investidores estrangeiros na capacidade do governo domar a situação. As saídas propostas pelo governo estão todas, pelo menos até agora, dando n’água. Há uma crise na base de sustentação partidária do governo Dilma XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 e uma grande interrogação quanto ao processo de sucessão presidencial, que já se encontrava aberto desde antes da eclosão das lutas que levaram milhões de jovens e trabalhadores às ruas. E a possibilidade de uma greve geral, que seria um passo qualitativo, se coloca como possibilidade real. momento não podemos definir se é de um dia ou mais, o que sim importa é definir que precisamos dar passos no sentido de construí-la. E isso deve ser feito, em primeiro lugar, a partir do apoio a todas as lutas em curso e em preparação e aos diversos protestos que tem acontecido em todo o país. É preciso pensar em iniciativas que possam agrupar todos os setores que estão na luta neste momento e que têm disposição de enfrentar o governo, para avançarmos neste objetivo. 36. A CUT perdeu protagonismo nessas últimas mobilizações. Abre-se espaço para a construção de uma alternativa de direção para os trabalhadores. Uma importante iniciativa neste sentido foi a realização, em Porto Alegre, do Seminário Nacional sobre “A Situação Política, os Desafios Colocados Para a Classe Trabalhadora e o Papel das Organizações – Perspectivas para o Próximo Período”, organizado pela CSP-Conlutas, CUT Pode Mais, Setor Majoritário da CONDSEF, CNTA e Feraesp. Os participantes apontaram a necessidade de fortalecer a unidade entre os lutadores para resistir aos ataques do governo e aprovaram uma série de iniciativas políticas e organizativas nesta direção. 3. PLANO DE LUTAS 39. O cenário mundial indica que não haverá crescimento econômico no próximo período. Ao contrário, virão mais ataques por aí. Vamos ter que exigir do governo Dilma a mudança na política econômica que vem sendo adotada até aqui. 40. As campanhas (pela anulação da re- forma da previdência, contra a criminalização, contra as privatizações etc.) que já estão em curso, vão prosseguir. É preciso elevar o patamar dessas reivindicações, inserindo aí a denúncia do papel do governo e sua política a favor dos grandes empresários. E, no mesmo sentido, buscar construir ações unificadas, seja no plano regional\estadual ou com caráter nacional. 37. Fica claro que precisamos ir adiante, reunir mais forças, para podermos forçar as mudanças efetivas que o país precisa e para que haja mudança na vida dos trabalhadores. Vai ser preciso avançar também nas formas e radicalização das lutas pela realização das mudanças que defendemos no modelo econômico atual. 41. A CONDSEF deve seguir participando ativamente das campanhas desencadeadas pelo Espaço Unidade de Ação lutando pelas reivindicações unitárias, definidas pelas centrais sindicais: 38. Surge daí a necessidade de colocarmos na pauta do dia a greve geral. Neste XI CONGRESSO | caderno de teses 61 Tese 4 1 Tese 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42. Reduzir o preço e melhorar a quali- vernos for repassar recursos públicos para as grandes empresas, através de incentivos e isenções fiscais. dade dos transportes coletivos; 43. Mais investimentos na saúde e edu- 50. Assim, partindo das reivindicações cação pública; unitárias definidas pelas centrais, como aumento dos salários, congelamento dos preços dos alimentos e tarifas públicas, tarifa zero para o transporte público, contra a precarização do trabalho, pagamento do piso nacional aos professores e piso salarial aos demais trabalhadores em educação das escolas públicas, destinação de 10% do PIB para a educação pública já e de 6% do PIB para a saúde pública, reforma agrária, etc. precisamos levantar bandeiras que expressem a necessidade de uma inversão completa do modelo econômico vigente. Levantamos aqui algumas delas: 44. Fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; 45. Redução da jornada de trabalho; 46. Fim dos leilões das reservas de petróleo; 47. Contra o PL 4330, da terceirização; 48. Reforma Agrária. 49. Estas bandeiras são muito importan- tes, mas obviamente não esgotam os problemas que precisamos enfrentar nessa luta. A solução para as mazelas que as mobilizações denunciaram nas ruas não cabe dentro do modelo econômico aplicado pelo governo Dilma no país, e que é reproduzido pelos governadores estaduais e prefeitos. Não haverá recurso para saúde, educação, moradia, transporte, enquanto metade do orçamento do país for repassado, todos os anos, para bancos e especuladores, através do pagamento da chamada dívida pública. Não haverá futuro para este país enquanto o patrimônio do povo for entregue a preço de banana para as empresas do setor privado através das privatizações. Não haverá recursos para valorizar o servidor e melhorar a qualidade do serviço público enquanto a prioridade dos go- 51. - Não pagamento da dívida ex- terna e interna aos banqueiros e grandes especuladores. Esta dívida é ilegítima, e estes recursos devem ser aplicados na educação, saúde, moradia, transporte público, reforma agrária, etc. 52. - Fim das privatizações das em- presas estatais e do serviço público; e reestatização do que já foi entregue ao setor privado. É preciso acabar com os leilões das reservas de petróleo, retomar o que já foi entregue, Petrobras 100% estatal; revogação da EBSERH; da privatização da aposentadoria dos servidores; arquivamento do PL 092; fim das PPPs 62 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 no transporte e nas estradas e das privatizações dos aeroportos. que representa a direita tradicional. É neste processo que precisamos afirmar uma alternativa dos trabalhadores, classista e socialista, para governar, para aplicar um programa econômico que atenda os interesses dos trabalhadores e do povo pobre, e não dos ricos e poderosos. 53. - Chega de dinheiro para as em- presas, queremos mais recursos para as aposentadorias, o serviço público e para a valorização do servidor público. Aqui se incluem as obras faraônicas construídas apenas para beneficiar empreiteiras e privilegiados, com o dinheiro gasto com a COPA, as isenções e incentivos fiscais, etc. Lutas dos SPFs 57. Além das lutas gerais, a CONDSEF deve fortalecer a Campanha unificada dos Servidores Federais, uma vez que os servidores são os principais alvos nos momentos de crise do capital, haja vista o que vem ocorrendo na Europa com o conjunto do funcionalismo. Diante deste quadro, o Fórum de Entidades dos SPFs em 2013 lançou a Campanha Unificada dos SPFs com os seguintes eixos: 54. - Congelamento do preço dos ali- mentos e tarifas públicas e aumento geral dos salários. Como forma de combate à carestia, à inflação e ao endividamento das famílias. 55. Levantamos estas bandeiras porque achamos que atacam o centro do problema, um modelo econômico voltado para favorecer as grandes empresas, nacionais e transnacionais, em detrimento das necessidades do povo. Derrotar este modelo e impor outra forma de organizar a aplicação dos recursos do país, beneficiando aqueles que vivem do seu trabalho precisa ser o objetivo dessa jornada que está se iniciando agora, caso contrário, vai ficar tudo como estava antes. 58. Definição da Data-Base em 1º de Maio; 59. Política permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações; 60. Cumprimento por parte do Governo dos acordos e protocolos de intenções firmados; 61. Contra qualquer reforma que retire 56. E é no bojo desta luta que os traba- direitos dos trabalhadores; lhadores devem gestar suas alternativas políticas e de governo. Uma alternativa que se contraponha tanto ao bloco político capitaneado pelo PT, que hoje governa o país, e também ao bloco político capitaneado pelo PSDB XI CONGRESSO | caderno de teses 62. Retirada dos PL´s, MP´s, Decretos con- trários aos interesses dos servidores públicos, supressão do Artigo 78 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que define o prazo até 31/08 para encami- 63 Tese 4 1 Tese 4 1 2 3 4 5 6 nhar projetos de lei que reestrutura carreira e concede qualquer tipo de reajuste aos trabalhadores; forma isolada, teriam poder de mudar o rumo do programa de governo de Dilma e alçar as conquistas desejadas pela categoria. De fato, o ano fechou com a consolidação do projeto de privatização dos Hospitais Universitários e a aprovação do FUNPRESP, o fundo de previdência complementar privado dos servidores federais. 63. Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas. 7 8 9 10 4. BALANÇO DA LUTA DOS FEDERAIS 66. Já em 2012, durante o período de 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 fevereiro a maio, foram realizadas nove reuniões gerais com a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, mas sem qualquer resultado prático. O Fórum Nacional das Entidades decidiu, então, pelo aprofundamento da política de unidade de ação, rumo à greve unificada. Essa política permitiu a construção de um movimento geral nas categorias, uma greve ampla que desenvolveu uma séria de ações unitárias como plenárias marchas e mobilizações nos estados e em Brasília e ainda dois acampamentos nacionais na Esplanada dos Ministérios. Greve do Funcionalismo em 2012 64. A greve do funcionalismo público fe- deral, em 2012, foi a mais importante mobilização do setor dos últimos 10 anos. Foi fruto da política apresentada pela CSP-Conlutas no Seminário Nacional da CNESF ao final do ano 2010, quando a central defendeu a necessidade de construir uma ampla unidade de ação com todos os setores do funcionalismo federal. A criação do Fórum Nacional das Entidades Nacionais e a participação das entidades representativas dos SPF como a CONDSEF no Espaço de Unidade de Ação fortaleceram o processo de mobilização e levaram à construção de grandes mobilizações em 2011 e à realização de quatro grandes marchas nacionais em Brasília. 67. A política do governo era não nego- 65. A CSP-Conlutas alertava sobre a du- reza do governo e dizia que a resposta aos ataques deveria ser ampla, envolvendo a maioria das categorias em um movimento unitário e forte. A central também chamava a atenção de que, dificilmente, as greves setoriais, de 64 ciar com os grevistas e tentar aplicar o plano de reajuste zero, fazendo valer o projeto de lei 549/09, que congela os salários dos servidores federais por 10 anos e tramita no Congresso Nacional. Como a greve iniciou muito forte e contou com inédito apoio popular, especialmente na área da educação federal, o movimento conseguiu prensar o governo contra a parede. Este, evidentemente, reagiu XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 çando uma mudança na relação com o funcionalismo e garantindo negociação e concessões para a categoria. O desgaste político foi tão grande que os índices de popularidade do governo despencaram. Isso aconteceu pela primeira vez nos dez anos de governo de frente popular, se considerados os dois mandatos de Lula e o atual mandato de Dilma. Isto colocou os servidores federais em uma situação mais favorável para novos enfrentamentos com o governo no próximo período. tentando desmoralizar os grevistas, tática que não funcionou. 68. O movimento recrudesceu em sua mobilização promovendo atividades ainda mais radicalizadas. Dentre essas destacamos o bloqueio por um dia inteiro do Ministério do Planejamento. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que esse ministério assumiu o poder de negociar com os servidores e dar a última palavra sobre o orçamento da União. Pressionado, o governo se viu obrigado a receber os grevistas e negociar com as entidades. Marcha em Brasília no dia 24/04 69. A greve foi uma vitória da unidade dos servidores. De conjunto, o Governo apresentou uma reposição de 15,8% parcelados em três anos, ou algo em torno de R$ 12 bilhões/ano até 2015. Isto é pouco frente às reivindicações dos grevistas, mas muito além do que o governo pretendia conceder. No global, esses acordos sequer recuperam as perdas inflacionárias, se considerarmos a corrosão passada e a previsão inflacionária até 2015. Mas, em alguns casos, os ganhos superam os 15,8% com modificações nas carreiras permitindo reposições que podem variar entre 15,8 até 45%, para uma boa parte das categorias. Hoje os servidores lutam pela antecipação do pagamento das parcelas. 70. A greve foi um fenômeno pela sua abrangência, radicalidade e expressão política na conjuntura do país. Impôs ao governo Dilma uma derrota política de proporções muito grandes, for- XI CONGRESSO | caderno de teses 65 71. A marcha em Brasília no dia 24 de Abril significou uma vitória do processo de unidade de ação. Algumas entidades se destacaram, com grandes caravanas. A CSP Conlutas, os assalariados rurais e movimentos do campo (de diversos setores além do MST do Pontal do Paranapanema/ SP), os servidores federais (de diversas entidades), a CNTA (alimentação), a Anel, o CPERS, dentre outras. 72. A CSP Conlutas cumpriu um papel importante em todo o processo de preparação e realização da marcha. Já avaliávamos a importância que a atividade poderia ter para fortalecer as lutas em curso em diversos setores, bem como para a construção da massa crítica necessária para o enfrentamento às políticas do governo Dilma e da oposição de direita, num cenário de antecipação do calendário eleitoral. Tese 4 1 Tese 4 1 2 3 4 5 6 7 73. Nesse sentido, a marcha representou 76. Manifestações multitudinárias, en- um contraponto importante a tudo que está aí, a possibilidade de construção de uma alternativa independente dos trabalhadores, um campo de luta por fora das alternativas governistas e da oposição de direita. 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 5. BALANÇO DA DIREÇÃO DA CONDSEF E PRÓXIMOS PASSOS 74. É crescente a insatisfação do funciona- lismo público com o governo. Os servidores não se esquecem – e jamais se esquecerão – de que o governo do PT começou com um duro ataque à categoria com a Reforma da Previdência de 2003. Também sabem que estes 10 anos foram marcados por acordos não cumpridos, corte de ponto nas greves, sucessivos processos administrativos disciplinares e perseguições, desrespeito aos trabalhadores e sucateamento dos serviços públicos. 75. O governo tentou cooptar as dire- ções do movimento, mas a realidade do país nos mostrou que a disputa se faz nas ruas. Enquanto setores da CUT – como se acreditassem ter sido superada a luta de classes no Brasil – candidamente apresentavam propostas do interesse dos patrões, como o projeto de Acordo Coletivo Especial (ACE), a inquietação do povo crescia. O que parecia contido pelas políticas assistencialistas e pela inclusão de setores populares no mercado via consumo explodiu em junho deste ano. 66 volvendo principalmente a juventude se alastraram por todo o país. As centrais saíram também às ruas em julho, não sem antes ter de lidar com suas contradições no processo de construção da unidade de ação. A direção majoritária da CUT insistia em defender a agenda do governo, levando a bandeira do plebiscito sobre a reforma política e ignorando o clamor popular por mudanças na política econômica e por mais recursos para saúde, educação, transporte público, etc. Coube aos setores de esquerda do movimento sindical apresentar a pauta da classe trabalhadora de forma clara e objetiva. 77. As jornadas de junho surpreenderam mais a alguns do que a outros. Os setores de esquerda – alguns dos quais de dentro da própria CUT, como é o caso da CONDSEF – já vinham construindo uma unidade para a luta, da qual resultou a greve do funcionalismo público federal em 2012. Sabíamos que, por meio da mobilização da nossa classe, seria possível continuar avançando. E, assim, organizamos a Marcha a Brasília no dia 24 de abril deste ano, com 27 mil pessoas, até então, a maior manifestação contra o governo Dilma. A direção majoritária da CONDSEF também atuou firmemente nas mobilizações dos últimos dois anos pela anulação da Reforma da Previdência, contra o ACE e em defesa da pauta de reivindicações dos trabalhadores. Teve papel ativo na construção da greve de 2012 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 e absteve-se dos famigerados acordos de bastidores: os acordos foram assinados somente para os setores que aprovaram democraticamente o reajuste oferecido pelo governo. Os que rejeitaram, tiveram sua decisão respeitada. ceiramente. Ela foi agraciada, a partir do governo Lula, com repasses do imposto sindical. Foram R$ 35 milhões em 2011 e R$ 45 milhões em 2012. No discurso, é contra o imposto. Mas, além de não devolver esse dinheiro aos trabalhadores, não dá qualquer transparência à sua utilização. 78. Outros setores da própria CUT perce- 81. A CUT tem se revelado um trampolim beram o papel regressivo da central do ponto de vista da consciência de classe e vêm se somando às lutas, como é o caso da corrente A CUT Pode Mais. para alçar sindicalistas à nova aristocracia financeira, as diretorias dos fundos de pensão. Os fundos movimentam bilhões de reais – dinheiro dos trabalhadores, muitas vezes investido contra os interesses da nossa classe, em obras como a hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo. São acionistas de ex-estatais, por isso não se interessam pela luta contra as privatizações. Essa aristocracia está ansiosa pela implementação do FUNPRESP, que oferecerá novos cargos e movimentará um volume colossal de dinheiro. 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Central deve defender trabalhador, não o Governo! 79. O que fez a direção majoritária da CUT frente a essas lutas? Procurou boicotá-las. Chegou mesmo a orientar suas entidades filiadas a não participar do 24 de Abril. Em nota oficial, posicionava-se contra a luta pela anulação da Reforma da Previdência, pois ainda não havia desistido de defender os mensaleiros que compraram e venderam votos para aprovar aquele primeiro grande ataque do governo do PT aos direitos dos trabalhadores. 82. No contexto delineado até aqui – ana- lisadas a conjuntura nacional e internacional –, uma escolha se impõe: de que lado ficar na luta de classes? A resposta nem sempre é óbvia, pois muitas organizações da classe trabalhadora, como CUT, UNE e MST, vêm escolhendo o lado de um governo que consideram seu. Mas, com isso, elas aliam-se também à burguesia que controla o país. Desmobilizam suas bases e deixam de oferecer um programa de esquerda consistente para a transformação da realidade. Por que, então, não dar mais um passo à 80. O exemplo dado pelo povo nas ruas nos mostra que, enquanto não nos movimentarmos, não perceberemos os grilhões que nos prendem. A CUT se tornou isso mesmo, um grilhão que nos atrela ao governo e nos torna indefesos frente a ataques que temos sofrido. Esta central tornou-se dependente do Estado não apenas do ponto de vista político, mas também finan- XI CONGRESSO | caderno de teses 67 Tese 4 1 Tese 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 frente neste momento de recrudescimento das lutas? uma alternativa que unifique as lutas do funcionalismo federal e com os demais setores da classe trabalhadora, de forma autônoma e independente. 83. No X CONCONDSEF, em 2010, a CSP- -Conlutas e setores da oposição de esquerda apresentaram a proposta de ruptura com a CUT, com o argumento de que esta central assumiu um papel de colaboração com o governo do PT e passou a atuar para bloquear as lutas dos trabalhadores. A proposta não foi aprovada sob a alegação de que o mandato de Dilma Rousseff, recém-eleita, estaria “em disputa”. Isto é, caberia ao movimento sindical disputar com a burguesia a “preferência” da presidente e, dessa forma, alcançar o atendimento de suas demandas. Passados três anos, à luz dos enfrentamentos que, conjuntamente, estamos travando com o governo, reapresentamos a proposta de desfiliação da CUT. 85. E para que a CONDSEF continue avançando na luta contra a burocratização, há que se democratizá-la de forma a tornar cada vez mais forte o controle exercido pelos trabalhadores. A direção deve estar cada vez mais próxima da base. É preciso que haja renovação. É preciso também que os servidores participem mais diretamente das decisões – seja nos espaços deliberativos, como assembleias e plenárias, seja na escolha de seus representantes. Assim, propomos as seguintes resoluções: Resoluções: 86. DESFILIAÇÃO DA CUT - por uma CONDSEF de luta e independente frente ao governo! 84. Assim, chamamos a todos os delega- dos do XI CONCONDSEF a tomarem uma decisão histórica e de vital importância. É uma decisão corajosa a que propomos, sem dúvida alguma. Alguns dirão que a CUT é a maior central da América Latina. Mas isso só evidencia o tamanho do problema e não aponta nenhuma solução. A força dos trabalhadores não reside em entidades burocráticas, mas em sua capacidade de ação. Esta decisão corajosa foi tomada este ano pela FENAJUFE e comemorada por sua base. É esta a responsabilidade que se nos impõe! Propomos aqui a desfiliação da CUT para que possamos construir 87. LIMITAÇÃO DOS MANDATOS DA DIREÇÃO NACIONAL DA CONDSEF A APENAS UMA REELEIÇÃO; 88. ELEIÇÃO COM VOTO SECRETO PARA A DIREÇÃO NACIONAL E CONSELHO FISCAL DA CONDSEF; 89. ELEIÇÃO COM VOTO SECRETO, SEPARADA DA ELEIÇÃO DA DIREÇÃO NACIONAL, PARA OS DEPARTAMENTOS SETORIAIS; 90. ROTATIVIDADE DOS DIRIGENTES SINDICAIS LIBERADOS; 68 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 91. PELO FIM DO IMPOSTO SINDICAL! e cotas, para por fim às desigualdades raciais e sociais impostas desde o fim da escravidão. É preciso aprofundar a unidade e as ações de combate, na luta direta contra o racismo. Que qualquer repasse efetuado nas entidades da base da CONDSEF seja imediatamente devolvido aos trabalhadores. 92. Cota de 30% para mulheres na dire- Contra o Machismo ção da CONDSEF. 96. A cada 5 minutos uma mulher é 93. Fim dos delegados Natos ao ConCONDSEF 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 6. CONTRA AS OPRESSÕES 94. Entendemos que não é possível lutar contra a exploração sem que haja o combate direto e cotidiano contra o machismo, o racismo, a homofobia, a xenofobia e outras formas de opressão. Por esta razão, inclusive, defendemos nos sindicatos a criação das secretarias de luta contra as opressões. Acreditamos que a CONDSEF deva trilhar o mesmo caminho e fortalecer a luta contra todas as formas de opressão. 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Contra o Racismo 95. Os negros, que são a base real da pi- râmide social, são os principais atingidos pela precarização do trabalho, pelo desemprego e os que mais sofrem com o sucateamento dos serviços de educação e saúde. A falta de moradia e saneamento básico, o aumento da violência no cotidiano das cidades e no campo são frutos da violência praticada pelo estado. Este deveria ser o principal responsável por políticas publicas de reparação, ações afirmativas XI CONGRESSO | caderno de teses 69 agredida no país e a cada 2 horas uma é assassinada. Em quase 70% dos casos quem espanca ou mata é o marido, ex-marido ou namorado da vítima. A violência contra as mulheres se manifesta também na precarização do trabalho e na desigualdade salarial entre homens e mulheres. Dilma vetou a lei do salário igual para trabalho igual e se nega a estender a licença-maternidade de 6 meses para todas as trabalhadoras. Além disso, quer mudar a legislação trabalhista para que os acordos coletivos especiais possam prevalecer sobre a CLT. Com isso, direitos como licença-maternidade, hora-amamentação e estabilidade para gestantes seguramente serão os primeiros a serem atacados. As mulheres sofrem ainda a dupla jornada, com a maior parte das tarefas do lar. O Ministério da Saúde registra que ocorrem entre 700 mil e 1,2 milhão de abortos induzidos ao ano no país, dos quais cerca de 200 mil resultam em internação devido a complicações no procedimento. Qualquer política séria de saúde para as mulheres teria de levar isso em consideração, sobretudo quando há comprovada queda desses índices Tese 4 1 Tese 4 1 2 em países onde o aborto já é seguro e descriminalizado. da muitas vezes em brincadeiras e em piadas, é uma das portas de entrada do assédio moral na administração. É comum ouvirmos comentários sobre a orientação sexual de algum servidor de modo pejorativo. Temos de lutar pela criminalização da homofobia. 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Contra a Homofobia 97. Estudos recentes afirmam que no Brasil há 1 morte de homossexual a cada 36h. Este dado coloca o Brasil como país campeão em mortes contra homossexuais. Mas as bandeiras de luta históricas dos LBGT’s como a criminalização da homofobia e a conscientização nas escolas públicas se tornaram moeda de troca do governo. Em 2011, Dilma retirou das escolas o kit de combate à homofobia para que Antonio Palocci não fosse ouvido em uma CPI no Congresso Nacional. Assinam essa tese: São Paulo: Adalberto de Almeida, Adão José Feliciano, Amélia Engracia, Ana Bueno, Ana Maria Souza Silva, Anísio de Souza, Antoniio Ganne, Bernadete Serafim, Brisa Batista da Silva, 98. Transexuais e travestis continuam a Carlos Antonio Leal, Carlos Daniel G. Toni, não ter sequer o direito ao reconhecimento de seus nomes sociais em repartições públicas ou em documentos expedidos por órgãos federais. Mesmo a união civil entre pessoas do mesmo sexo, aprovada também em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal, mostra que o judiciário teve que cumprir o papel de “legislador” dada a inércia do legislativo federal. O PL 122/06, que criminaliza a homofobia, está há mais de seis anos parado no parlamento enquanto as mortes e os assassinatos aumentam. Carmem S. S. Rodrigues, Celia Marisa Silva, Claudete Braghini, Cristina Sato, Deolinda C. M. Fernandes, Edson da Costa Pereira, Eladir Elizabeth Lima, Elias Raimundo, Eliete Castro, Elieth Fusco, Eunício José Martins, Evandro G. Chaves, Francisco F. Teotônio, Glauber Girotto, Glaucio A. dos Santos, 99. Os homossexuais da classe trabalha- Helena Germano, dora são os que mais sofrem, já que não possuem o Pink Money para comprar sua cidadania. No serviço público não é diferente, a homofobia, traduzi- Helton Lucinda Ribeiro, Hidetoshi Takiishi, Ilda da Silva, 70 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 Isabel Cristina Joaquim, Rodolfo Casagrande, Ismael de Souza, Rosana Massa, Israelandia Conceição Souza de Miranda, Rosária Maria da Costa, Ivanilde Pereira, Rosemeire V. de Souza, Jailton Demétrio Nascimento, Solange de Souza, Jairo Mendes Jr, Sonia S. Rodrigues, Jandirleia M. Oliveira, Thadeu Soares, João Benvenuto de Araújo, Valdeci Moraes, José Graciano, Valdir T. Ramoneda, José Maria de Souza, Vinicius F. Sena, José Roberto Araújo, Willame de Andrade, José Silva de Souza, Zilda Lamaneris. 6 7 8 9 10 11 12 Joselice Maria da Rocha, 13 Julio Cesar Medea, 14 Kleber V. Neves, 15 Liliane Souza Silva, 16 Luis Antonio Genova, 17 Luiz Frosch, 18 Luzia D. Haifig, 19 Marcia de Fátima Camui, 20 Marcos dos Santos, 21 Marcos dos Santos Pereira, 22 Maria A. Ventura, 23 Maria Amélia Emidio, 24 Maria Aparecida Leme, 25 Maria Beraldo, 26 Maria das Graças Santana, 27 Maria Inês dos Santos, 28 Maria Inês Magalhães, 29 Maria Luiza da Silva, 30 Maria Salete de Souza, 31 Maria Sonia Aguiar, 32 Marilda Bianchi, 33 Marilda Correia Heck, 34 Naotaka Chinen, 35 Nilton de Moraes, 36 Patricia B. C. Vidal, 37 Paulo V. Serafim, 38 Pedro Luiz Paulino, 39 Renato Arthur Benvenutti, 40 Rita de Cássia B. B. Bixofis, 41 Robson Batista Cipriano, XI CONGRESSO | caderno de teses Ceará: Ana Parente, Antônio Nilton, Claudionor da Costa, Esdra Silveira, Francisco Duarte, Francisco Gonçalves, José Guedes, Lúcia Lopes, Luciano Filgueiras, Lucivaldo Maciel, Onidracir do Rosário, Rufino Linhares, Valmir Braga, Valmir Soares, Distrito Federal: Ademar Lourenço Martins Rodrigues, Almir Cézar Baptista Filho, Ana Beatriz Serpa, Carla Sene de Freitas, Francinete Silva Manzan, João Paulo Carvalho, Mácia Medeiros dos Santos Teixeira, Marcos Aparecido, Reginaldo Aguiar, Maria Rita Aberlardo, Sallya Oliveira, Monalisa Feitosa Resende, 71 Tese 4 1 1 Mato Grosso do Sul: 2 Suél Ferranti, 3 4 Goias: 5 André Elias Marques, 6 7 Piauí: 8 Daniel Solon, 9 10 Rio de Janeiro: 11 Carlos Eduardo Martins, Patrick Galba 12 13 Sergipe: 14 Elinos Sabino 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 72 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 Tese 5 8 9 MOVIMENTO LUTA de CLASSES – MLC 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Por um sindicalismo classista, em defesa dos direitos dos trabalhadores e do Socialismo! 23 24 25 26 27 28 “A história de toda a sociedade até hoje é a história da luta de classes.” (K. Marx e F. Engels, Manifesto do Partido Comunista) mos meses, é a resposta dada pelos trabalhadores, a juventude e os povos às medidas econômicas implementadas pelos governos burgueses e pelos organismos financeiros internacionais com o suposto afã de superá-la. Para a burguesia, fica cada vez mais difícil descarregar a crise sobre os ombros dos trabalhadores porque estes têm uma melhor compreensão que a crise deve ser paga por aqueles que a provocaram. 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Conjuntura Internacional: ¹ 1. Passados cinco anos desde a explosão da atual crise econômica do sistema capitalista, seus efeitos continuam presentes nos distintos países do planeta, com maior ou menor intensidade em uns e outros. 3. A Europa é um exemplo vivo da enor- 2. O que mais se destaca dela, nos últiXI CONGRESSO | caderno de teses me e constante mobilização social 73 1 2 3 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 contra os programas econômicos neoliberais; nela, a classe operária e a juventude desempenham papéis memoráveis. Entretanto, o velho continente não é o único ponto do planeta onde os governos de plantão e as classes dominantes no poder são alvos de protesto: o Norte da África, Ásia e América Latina são também cenários de importantes lutas. sistas”. Em uns e outros governos, além das óbvias diferenças que não podemos perder de vista, há também muitos aspectos coincidentes. É difícil diferenciar, por exemplo, a Lei de Segurança Cidadã colombiana da sua similar equatoriana ou das reformas ao Código Integral Penal deste mesmo país, que penalizam o protesto social; pouco ou nada destoam as reformas trabalhistas de evidente conteúdo neoliberal aplicadas no México com as existentes no Brasil, ou as denominadas leis antiterroristas que são executadas na Argentina, no Peru, etc. 4. A luta dos povos árabes tem adquirido particular importância. Combativas demonstrações de força derrubaram odiosas tiranias aliadas ao imperialismo, a exemplo da Tunísia e do Egito, e foram o estopim de ações combativas das massas trabalhadoras em outros países da região, como o Bahrein, Iêmen, Jordânia, Marrocos e Argélia. 7. Tanto os governos “progressistas” como os neoliberais apostam no extrativismo (saque dos recursos naturais) como via de desenvolvimento, de progresso e bem estar, mas que bem ensina a história é o caminho para a consolidação da dependência estrangeira, da pauperização dos povos e da irremediável destruição da natureza. Concordam também esses governos no impulso de reformas jurídicas e institucionais em prol de uma dinamização da institucionalidade burguesa, necessária para os novos processos de acumulação capitalista e, além disso, orientadas ao controle social e à criminalização dos protestos populares. 5. Na América Latina, após um período de inflexão da luta social produzido particularmente nos países governados por regimes qualificados de “progressistas”, assistimos a um novo despertar da luta das massas trabalhadoras que ultrapassa as fronteiras nacionais e anima a luta dos povos irmãos. Combatem por salários dignos, educação, saúde, pelo pão, por democracia, direitos políticos, em defesa da soberania, dos recursos naturais, contra a corrupção, enfim, batalham pela vida, por liberdade! 8. A partir de concepções políticas dis- 6. Nestas contendas coincidem os povos tintas, mas não irreconciliáveis, as facções burguesas à frente destes governos concorrem a processos de modernização do capitalismo, com o que aspiram provocar maiores níveis dos países nos quais a burguesia abertamente neoliberal ainda se mantém no poder, assim como os regidos pelos denominados governos “progres- 74 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 de acumulação para as oligarquias nativas e melhores condições para participar no mercado capitalista mundial. notícias nos distintos países, chama exércitos mercenários de rebeldes, financiados e armados pelos EUA e treinados por Israel e pela Al-Qaeda, tentam de toda forma tomar o poder e entregar os recursos naturais daquele país aos países imperialistas que já tentam garantir sua fatia do bolo. 9. As mudanças que se desenvolvem na América Latina e no Caribe não são outra coisa que um desenvolvimento do capitalismo. Em alguns casos são uma superação ao neoliberalismo, mas de nenhuma maneira uma negação do sistema imperante, pois não põem fim à propriedade privada sobre os meios de produção, não acabam com o domínio dos banqueiros, empresários e latifundiários. 12. Por isso, nós, do Movimento Luta de Classes – MLC, erguemos bem alta a bandeira do internacionalismo entre os trabalhadores, contra a espoliação das riquezas naturais e pelo direito a autodeterminação dos povos 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Conjuntura Nacional: ² Contra as intervenções militares do Imperialismo no oriente médio e à Autodeterminação dos povos! 13. Com a eleição de Dilma (PT) para a presidência do Brasil em 2010, continuidade do Governo Lula eleito em 2002, perpetua a decisão de não realizar nenhuma ruptura com o sistema imperialista, nem reestatizar as estatais privatizadas, e ainda garantir os privilégios ao grande capital financeiro e livre ação para os monopólios internacionais na economia brasileira. Nesse período se constatou um impressionante processo de desnacionalização e de desindustrialização da economia brasileira. 10. Desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 (com a anuência da Companhia Central de Inteligência – CIA), os EUA começaram uma nova escalada de guerras e terror pelo oriente médio. Já se passaram mais de 12 anos e a única coisa que ficou claro aos olhos do mundo é que as guerras, ora provocadas pelos EUA, ora pelos irmãos siameses da Europa, tornou-se uma guerra por recursos naturais. Especialmente por petróleo. 14. Números do Ministério do Desenvol- vimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC) revelam que na lista das 50 maiores exportadoras, 22 são empresas de alimentos (grãos, carnes, suco de laranja, açúcar), combustíveis (etanol), insumos (sementes), produtos como celulose e papel, entre ou- 11. A mais recente investida do império norte americano é a Síria, onde mundialmente a imprensa, hegemonizada pela CNN e suas reprodutoras de XI CONGRESSO | caderno de teses 75 Tese 5 1 1 2 3 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 18. Seguindo a lógica do neoliberalismo, tros, e, pela primeira vez desde 1978, a exportação de produtos básicos (commodities) superou a exportação de manufaturas. que na era FHC foi responsável pelo maior roubo da história do Brasil, o governo Dilma, ao invés de reestatizar, continua privatizando. 15. Outra comprovação da desindustria- 19. A dilapidação do patrimônio público lização da economia brasileira é revelada no aumento do déficit industrial: entre 2005 e 2010 este déficit passou de US$ 31 bilhões para US$ 34 bilhões de valor negativo. No total, o déficit no comércio exterior de bens industriais alcançou US$ 65 bilhões. (Luiz Gonzaga Belluzo e Júlio de G. de Almeida, Carta Capital). é regra, vamos citar como exemplos nossos aeroportos e o nosso petróleo. 20. O governo vai entregando nosso es- paço aéreo “passo a passo” através do programa de concessão de aeroportos à iniciativa privada, sem freios a privatização vai além de Guarulhos, Viracopos (SP), Brasília, Galeão (RJ) e Confins (MG). A estratégia entreguista do governo é tirar a importância da estatal Infraero, que controlava o setor até o ano passado, e torná-la anã no setor, cuidando apenas dos aeroportos de menor importância. 16. Tal fenômeno levou alguns econo- mistas da Comissão Econômica para a América Latina da ONU (Cepal), a denominarem esse processo de “reprimarização” da economia, isto é, retorno ao modelo que caracterizou a exploração do Brasil e demais países latino-americanos durante o período colonial. 21. Já no que diz respeito ao petróleo, segundo o próprio governo estamos diante da maior entrega do nosso patrimônio, um crime lesa-patria, quando sabemos que se trata de fonte de energia escassa e a mais estratégica para o futuro, segue declaração do Ministro Pimentel em entrevista à BandNews FM. 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Governo Dilma dá continuidade ao pagamento da dívida, às privatizações e aos leilões do petróleo 17. Em 2012, o Governo Federal gastou 22. “O governo colocou em oferta pública R$ 753 bilhões com juros e amortização da dívida pública, o que totaliza R$ 45 bilhões a mais do que 2011 e atingiu o impressionante valor de R$ 2.8 trilhões e consome 44,93% dos recursos do Orçamento da União, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida do Brasil. o maior pacote de concessões na história do Brasil. Nem no tempo do Império, da Colônia, houve uma oferta tão grande. Então o objetivo nosso aqui é mostrar isso ao investidor americano, às grandes empresas, aos grandes bancos e fundos”, 76 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 Resposta dos trabalhadores e da juventude: “A pátria das manifestações”³ 23. Só numa estimativa inicial o Campo de Libra teria 12 bilhões de barris, que renderiam a preços de hoje, logo estimativa subvalorizada, dado ao aumento progressivo pela escassez, algo em torno de U$$ 1,5 trilhões. “Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”. B. Brecht 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Dilma tentou empurrar para os servidores a conta da crise 26. As grandes manifestações que tomaram as ruas do País em junho assustaram tanto a direita quanto algumas forças políticas da esquerda. 24. O governo Dilma, guardando as de- vidas diferenças, vai pelo mesmo caminho dos governos capitalistas da Europa, como forma de sair da maior crise que o sistema capitalista já viveu. Dá isenções fiscais e financiamentos para os capitalistas e joga nas costas dos trabalhadores o ônus da crise que eles criaram. 25. Desde o início do governo, a linha política adotada era de endurecer com os servidores. Em 2011, várias categorias fizeram greve e a resposta do governo foi bater a porta na cara dos servidores e cortar ponto. Porém, em 2012 as coisas foram diferentes. Mais de 400 mil servidores mobilizados pelo fórum dos servidores federais cruzáramos braços e realizaram greves. Dessa forma quebraram a intransigência do governo. Arrancando 15, 8 % de reajuste em três anos, 2013,14 e 15, o que não cobre nem 10% da reposição necessária para compensar o aumento inflacionário, o que dizer até 2015, como quer o governo, que de forma antidemocrática não negociou com os servidores este ano. XI CONGRESSO | caderno de teses 77 27. Centenas de balas e de bombas foram atiradas nos manifestantes. No total, mais de 1.000 pessoas foram presas e centenas foram feridas e hospitalizadas. A repressão foi tão feroz que nem mesmo repórteres dos jornais que clamaram por mais violência foram poupados. 28. Diante da brutal selvageria da polícia, a luta contra o aumento das passagens transformou-se em luta política contra a repressão e pela liberdade de expressão e de manifestação. Os protestos cresceram e se espalharam pelo país afora, impulsionados também pela realização dos jogos da Copa das Confederações em estádios caríssimos construídos com dinheiro público, enquanto hospitais, postos de saúde e escolas se encontram em péssima situação, como denunciaram criativos cartazes com os dizeres: “Queremos saúde e educação padrão Fifa”. 29. O tiro saiu pela culatra, e também as balas de borracha e as bombas de lacrimogêneo. A direita e seus meios Tese 5 1 1 2 3 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 de comunicação ficaram encurralados. Em todas as capitais, mas também em cidades do interior, os estudantes foram às ruas exigir redução dos preços das passagens, passe livre, denunciar os gastos com a Copa da Fifa, o descaso com a saúde e a educação, desafiar o poderoso aparelho de repressão. Uma manifestação no Rio chegou a reunir mais de 1 milhão de pessoas e calcula-se que mais de dois milhões de brasileiros foram às ruas em três semanas. tade do Orçamento da União, do Governo Federal, para pagar juros aos banqueiros e especuladores da divida pública? E o que dizer de entregar bilhões para as montadoras de automóveis e nada investirem para melhorar o transporte público, num país onde a imensa maioria da população usa ônibus, trem ou metrô? 33. Há vandalismo maior que exibir sem nenhum pudor, na TV, milionários em carros luxuosos, bebendo champanhe em taça de ouro, gastando R$ 700 mil em joias e colocando seus cães em creches com aulas de natação, como faz o programa Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes, quando a imensa maioria da povo brasileiro faz apenas uma refeição por dia e vive na pobreza? E o que dizer da violência de um sistema econômico que eleva os juros para aumentar os preços e, assim, impedir que o povo compre o que ele precisa. 30. Como não conseguiram deter as ma- nifestações com a repressão, as classes dominantes passaram a afirmar nos seus meios de comunicação que grupos de vândalos estavam saqueando lojas e depredando o patrimônio público e privado. É claro que elementos ligados ao tráfico de drogas se aproveitaram da situação para roubar algumas lojas. Mas assaltos a restaurantes, arrastão e roubos ocorrem com ou sem manifestações. A bem da verdade se for realizada uma análise rigorosa, ver-se-á que durante as manifestações houve uma redução da criminalidade. Lições das ruas 34. Não há porque desconfiar ou temer a juventude. Toda a história da humanidade e do nosso próprio país revela que a juventude é uma força progressista e revolucionária. Esteve à frente de todos os grandes movimentos da luta pela nacionalização do petróleo, pelo fim da ditadura etc. Não será agora que ela irá desapontar os trabalhadores e a nação. Não, isso não ocorrerá, principalmente, se não a abandonarmos às balas e às bombas dos fascistas comandantes da Policia Militar. De toda maneira, 31. Ademais, as depredações que porven- tura ocorreram, foram, sem dúvida, bem menores do que a causada pela realização da 11º rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), um prejuízo calculado em R$ 1,5 trilhão, sem contar a afronta à soberania nacional. 32. Aliás, há saque maior que gastar me- 78 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 vale a pena lembrar aqui as palavras de Emile Zola: lucionário, apoiado na unidade dos trabalhadores, dos camponeses, da juventude, das mulheres, e na tradição libertária dos povos. Esse deve ser o nosso compromisso. 35. “Aonde vão vocês, jovens, aonde vão, estudantes, que correm em bandos pelas ruas manifestando vossas cóleras e entusiasmos, sentindo a imperiosa necessidade de lançar publicamente o grito de vossas consciências indignadas? Vão a busca da humanidade, da verdade, da justiça!” (Carta à Juventude).¹ Pelo direito a memória, verdade e Justiça! 39. Esse ano que se inicia completará dois anos da instalação da Comissão da Verdade Nacional. Nesse período avanços positivos foram notados, porém ainda está longe de cumprir com seu papel. E, parte fundamental, deve-se ao movimento sindical que pouco participou e ajudou avançar na luta política pela elucidação dos crimes da ditadura Civil-Militar, que assolou nosso país por 21 anos. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 A saída para a crise 36. Nesse cenário, vastos setores da classe trabalhadora, dos povos e da juventude buscam alternativas e caminhos. Aos revolucionários, socialistas e suas entidades de classe cabe jogar um papel mais dinâmico, denunciar a natureza da opressão e da exploração, esclarecer a natureza de classe dos conflitos, a traição da burocracia sindical, da aristocracia operária, e a ação dos oportunistas. 40. Recentemente, em meios às manifes- tações de junho um caso de desaparecimento veio a tona, o do operário da construção civil Amarildo. Após, mais de dois meses de investigação e apuração dos fatos, constatou-se a verdade. Amarildo foi torturado e morto, nas dependências da UPP da rocinha, comunidade onde morava. 37. Nesse processo, é indispensável de- senvolver o sindicalismo classista, a unidade do movimento operário e sindical, a unidade na ação e no programa. Devemos trabalhar pela unidade do movimento popular, pela incorporação à luta das massas camponesas, da juventude e dos povos oprimidos. Em uma só frente, devemos enfrentar o capitalismo e o imperialismo e levantar a bandeira do Socialismo. 41. Para nós do Movimento Luta de Classes – MLC, a elucidação, julgamento e prisão dos torturadores da ditadura não são apenas para que estes paguem por seus crimes, mas, que também, essa prática hedionda seja abolida de nossa sociedade. Pois, como podemos observar a prática da tortura continua viva e matando trabalhadores até o dia de hoje. 38. Nosso norte deve ser o Socialismo! Por um verdadeiro processo revo- XI CONGRESSO | caderno de teses 79 Tese 5 1 1 2 3 Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça! ções, greves, paralisações, ocupações de prédios públicos a Condsef também esteve sempre na vanguarda. 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 46. Levando-se em conta que a base dos Avaliação da CONDSEF servidores públicos federais não é mais a mesma que há vinte anos, que os governos capitalistas foram moldando o Estado brasileiro às suas necessidades, retaliando várias conquistas obtidas com muita luta, como foi o caso do Regime Jurídico Único (RJU), das Reformas Administrativa e Previdenciária, da extinção de órgãos públicos deixando os servidores largados à própria sorte. (Ressaltamos aqui o trabalho incessante e tenaz da Comissão dos Demitidos pelo governo Collor, que conseguiu readmitir mais de 18 mil servidores). A terceirização ainda é um problema sério que enfrentamos, pois precariza os serviços públicos e dificulta a mobilização. 42. A Condsef, maior Confederação de trabalhadores da América Latina, vem há 22 anos lutando em defesa dos servidores públicos federais e por um serviço público gratuito, de qualidade e para todo o povo brasileiro. Nas diversas campanhas salariais a Condsef sempre foi uma das principais entidades sindicais à frente da luta , o que a credenciou a se tornar o principal organizador do Fórum Nacional das Entidades dos servidores federais. 43. Nessa gestão, que finda nesse ano de 2013, mesmo quando setores da diretoria, ligados à força majoritária da CUT se ausentaram na condução das atividades, a Condsef esteve presente, garantindo a representação dos servidores nas negociações, nas mobilizações, no trabalho dentro do parlamento etc. 47. Isso tudo, os governos do capital fa- zem para manter o domínio e a lucratividade da classe burguesa, dona dos meios de produção. Por isso tudo, achamos que a CONDSEF deve debater em seus fóruns essa nova realidade, a fim de se adequar aos futuros desafios que enfrentaremos com os governos capitalistas. 44. Nossa Confederação, também, sem- pre se colocou à frente das discussões sobre o que é ser uma organização classista, que faz parte da luta pela construção do Socialismo, como sistema de libertação da classe trabalhadora do jugo dos capitalistas. Essa meta sempre foi uma referência em nossos Congressos, nas teses e em todas as gestões. 48. Em 2012, a CONDSEF organizou a 45. Nas inúmeras marchas, manifesta- 80 maior e mais politizada greve dos servidores públicos federais, que representou uma vitória política ao quebrar a lógica do governo que queria guardar tudo para os banqueiros. A XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 (MLC), a melhor forma de afirmar o direito de greve dos servidores é construindo greves cada vez mais politizadas, e com ampla participação dos trabalhadores. Só a mobilização da categoria vai mostrar ao governo que quem deve decidir como, quando e por que fazer greve, são os próprios trabalhadores. Confederação foi fundamental na unificação do movimento dos servidores, e na construção das grandes marchas que levaram milhares de servidores à Esplanada dos Ministérios, fato que não acontecia com estas dimensões há tempos. 49. Nós, do Movimento Luta de Classes (MLC), sempre exaltamos o papel que a Condsef cumpre no movimento sindical brasileiro, fazendo o contraponto com a política de conciliação de classes que hoje hegemoniza o movimento. Nossa avaliação está vinculada ao ideal de todos nós, de uma organização cada vez mais classista, fincada profundamente em suas bases, formando uma legião de militantes políticos/sindicais e uma máquina de agitação e propaganda para o enfrentamento com nossos inimigos de classe, do governo e da mídia burguesa que o apoia. 52. Vamos manter nossa Confederação na vanguarda da categoria, continuar na luta por todas as nossas bandeiras históricas: paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; contra o assédio moral; contra as privatizações; pela regulamentação da Convenção 151 da OIT; pela defesa da Previdência Pública; pela anulação da Reforma da Previdência: contra os leilões do petróleo e a luta maior pela defesa da soberania de todos os povos e pelo Socialismo. 25 26 27 Avaliação de desempenho PLANO de LUTAS 53. Depois de mais de 11 anos da imple- mentação das gratificações de desempenho, o governo Dilma institucionaliza este instrumento neoliberal como política de gestão no serviço público na contramão da luta histórica dos servidores públicos federais que sempre foram críticos do produtivismo. 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Organizar a Greve dos Federais em 2014 pela pauta nacional de reivindicações 50. O XI Congresso da CONDSEF deve preparar a entidade para a Campanha Salarial de 2014, e organizar a luta por serviços públicos de qualidade e gratuitos e pela regulamentação do direito de greve dos servidores públicos. 54. O MLC denuncia a avaliação de desem- penho como um instrumento para o assédio moral e para desmobilizar os movimentos grevistas da categoria. Mais do que isso, é contrário a remuneração por produção na sua essên- 51. Para o Movimento Luta de Classes XI CONGRESSO | caderno de teses 81 Tese 5 1 1 2 3 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Nesse sentido a proposta do MLC é a luta pela incorporação da avaliação de desempenho e de todas as gratificações, extensivo aos aposentados e pensionistas. cia, pois esta serve para estabelecer a competição entre os trabalhadores e tem por finalidade punir o trabalhador que rende menos, independente dos motivos que o levaram àquele resultado, não apontando para uma solução dos problemas que possam ser identificados. A gratificação produtivista não é uma forma de estímulo ao desenvolvimento dos trabalhadores, mas uma forma de ampliar sua exploração. 57. Apesar dos avanços na política sala- metas globais a serem alcançadas, é uma prerrogativa do governo sem uma participação justa dos servidores e da sociedade civil, portanto, não leva em consideração as necessidades do povo brasileiro em relação aos serviços oferecidos. Em terceiro lugar, caso os servidores tenham um rendimento mais alto que a meta estabelecida, não receberão mais por isso, ou seja, o incentivo só vai até o teto da meta. rial dos servidores no que concerne aos planos de carreira de algumas categorias, os aposentados e pensionistas vão terminar este ano sem a paridade (salários iguais aos ativos). O governo segue se recusando insistentemente em pautar essa discussão com a Condsef. Pior, os servidores aposentados que podiam requisitar o reconhecimento na justiça do direito de receberem os mesmos 80% que os ativos, agora só podem fazê-lo até a data da regulamentação da avaliação de desempenho. Depois disso só receberão os 50%. Dessa maneira, fica sacramentado mais um golpe na luta pela paridade entre ativos e aposentados. 56. O absurdo desta lógica se mostra 58. Em relação aos aposentados e pensio- 55. Em relação ao estabelecimento das presente no INPI, onde agora em novembro, final de ciclo, os servidores estão ameaçados de redução salarial, caso não haja alteração da meta institucional, que não será atingida em contradição com as metas individuais que foram não só atingidas, mas superadas. A experiência do Arquivo Nacional demonstrou que tal regulamentação só levou ao exercício da arbitrariedade, do assédio moral, do ataque aos fóruns representativos dos trabalhadores e da divisão da categoria. nistas do INSS, as injustiças cometidas não são diferentes dos servidores públicos, como é a questão da defasagem salarial dos que ganham acima do mínimo ao longo dos anos. Vejam o absurdo: os que se aposentaram a doze anos atrás com dez salários mínimos, recebem atualmente apenas pouco mais de um salário mínimo. Por isso, a proposta do MLC é que a Condsef intensifique ainda mais a luta pela paridade entre ativos, aposentados e pensionistas com 82 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 atos, pressão no congresso e marchas em Brasília. coletiva dos servidores federais e a regualmentação da Convençao 151 da OIT. 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Regulamentação da Negociação Coletiva – Convenção 151 Assédio Moral 61. Apesar de ser tão antigo quanto o 59. (direito de greve, Mesa Nacional de Negociação Permanente e mandato classista) 60. O governo Lula, depois de três anos de exaustivas discussões, apontou para a regulamentação do direito a negociação coletiva dos servidores públicos federais. As entidades que representam o setor e o governo chegaram a um consenso em relação a regulamentação do direito de greve, da mesa nacional de negociação permanente e das liberações sindicais (mandato classista). Agora, o governo se comprometeu em enviar o projeto de lei para o Congresso Nacional. É importante lembrar que nas últimas eleições, os partidos que compõe a base do governo elegeram mais de 2/3 das duas casas legislativas (câmara e senado federais). Por isso, a proposta do MLC é que os servidores ocupem o Congresso Nacional para cobrar, principalmente dos deputados e senadores da base governista, que o projeto de lei seja aprovado sem ser descaracterizado. Além disso, a Confederação deve convocar os sindicatos da base para fazerem jornadas de lutas, passeatas, atos públicos e caravanas pela regulamentação do direito a negociação XI CONGRESSO | caderno de teses 83 próprio trabalho, só agora o assédio moral tem sido debatido com mais profundidade, bem como seus efeitos sobre os trabalhadores, Porém, apesar das consequências devastadoras desse tipo de prática nos ambientes de trabalho, o que também inclui o serviço público federal, a justiça burguesa insiste em não reconhecer as justas compensações pleiteadas pelos trabalhadores vítimas de mais esse mal do capitalismo. No entanto, a luta contra o assédio moral, mais especificamente a experiência do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que tem sido vanguardeada pelos companheiros do MLC, e a proposta do Movimento é que a CONDSEF multiplique suas iniciativas nesse campo, não só com a edição de cartilhas e a realização de palestras, mas com a realização de seminários que discutam mecanismos capazes de conter o autoritarismo, as humilhações e os constrangimentos dentro do ambiente de trabalho no serviço público. O objetivo do seminário deve ser a elaboração de uma pauta de reivindicações sobre o tema para serem apresentadas nas mesas de negociação com o governo. Em 2014 é GREVE! 62. É de suma importância para nós, Tese 5 1 1 2 3 4 Tese 5 5 6 7 8 9 10 11 classistas da base da CONDSEF, afirmarmos nossas teses de modo a termos força para defendermos nossos interesses gerais e específicos, nos próximos três anos, em especial agora em 2014, onde teremos que radicalizar a campanha salarial e construir a Greve Geral dos servidores federais, caminho para derrotar a política de arrocho salarial e privatização do governo federal. se qualificam a ascender profissionalmente. 66. Além desses pontos, o Movimento Luta de Classes – MLC, também apóia o Plano de Lutas da Tese do Grupo dos Independentes e aliados. Venha para o MOVIMENTO LUTA de CLASSES ! 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 Basta de exploração, vamos à luta ! Contra a PEC 290/2013 e o projeto de lei 2.177 de 2011! 67. O Movimento Luta de Classes (MLC) surgiu da necessidade dos trabalhadores lutarem por seus direitos e, hoje, está organizado em vários estados. Nossa tarefa principal é transformar o sonho dos trabalhadores de viver num país honesto e justo. Para isso, é necessário que o MLC cresça; seja implantado em diversas categorias e se fortaleça o mais rápido possível como uma corrente de pensamento e ação no movimento sindical brasileiro, construindo um sindicalismo classista capaz de obter vitórias na luta por uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem, a Sociedade Socialista. 63. Essa PEC institucionaliza o fim dos concursos públicos e a obrigatoriedade de licitações na área de Ciência e Tecnologia e correlatos, permitindo, assim, a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, sem contrapartida, a título de “investimento”. 64. Essa é mais uma clara tentativa de por fim ao serviço público federal. Por isso nós do Movimento Luta de Classes – MLC, conclamamos a todos os servidores e defensores de um serviço público, gratuito e de qualidade a barrarmos mais esse bombom envenenado do governo a serviço do grande capital. 68. Esse trabalho adquire uma importân- 35 36 37 38 39 40 41 Pelo retorno da Ascensão Funcional 65. O objetivo é lutar pela aprovação da PEC 34/07, que cria as regras para dar possibilidade aos servidores que 84 cia ainda maior hoje, quando atravessamos a pior crise do capitalismo, período este que os patrões utilizam para retirar direitos conquistados por décadas de luta pelos trabalhadores. Por isso, é preciso a organização dos trabalhadores na defesa de seus direitos contra os exploradores e seu moXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 delo econômico que garante fortunas para os capitalistas e desemprego e baixos salários para os trabalhadores. 69. Portanto, é preciso se organizar e lutar, lutar e se organizar! 70. Para colocar essas ideias e propos- tas em ação, convidamos você e seus companheiros de trabalho a ingressarem e construírem, junto conosco, esta corrente de ação sindical com o objetivo de contribuir na luta para transformar o Brasil numa nação digna e soberana. 71. Viva a luta dos trabalhadores!! 72. Abaixo o capitalismo! VIVA o SOCIALISMO! 21 22 23 24 25 26 27 ¹ Avaliação da Conferência “Problemas da revolução na América Latina”. Quito, Equador, julho de 2013. ² Programa do PCR para a Revolução Socialista brasileira. Edições Manoel Lisboa, 2013. ³ A pátria das manifestações”(Texto de Luiz Falcão – Jornal A Verdade) 28 29 30 31 32 33 Assinam essa tese: Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes (MLC), e os militantes da base do serviço público federal. 34 35 36 37 38 39 40 41 XI CONGRESSO | caderno de teses 85 Tese 5 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 Tese 6 15 ARTCOND 13 16 17 18 19 20 21 22 23 “Valorizando o debate politico “ ! 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 I - Conjuntura Internacional e Nacional em 2008, nos Estados Unidos (EUA), hoje é apresentada pela mídia como “crise da dívida” de países de União Europeia. Porém, seus impactos são e continuarão a ser mundiais, reforçando a exploração e opressão sobre os trabalhadores e povos. A crise do capitalismo no mundo e os desafios da Classe Trabalhadora 1. A situação mundial segue marcada por 2. Os planos de austeridade ditados pelas preocupantes reflexos para a classe trabalhadora, desta crise sem precedentes do modo de produção capitalista, que se agrava com o desdobramento do fracasso de seu modelo neoliberal. A crise, que teve seu estopim XI CONGRESSO | caderno de teses velhas receitas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial incluíram cortes nos serviços públicos, aumento de impostos e programas de salvamento dos bancos, com injeção de trilhões de euros, resultando em 87 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 mais recessão, aumento do desemprego e instabilidade politica dos governos dos países atingidos mais profundamente pela crise. 4. Na Europa, está em curso a destrui- ção do que sobrou do modelo social Europeu, o Estado de bem-estar social (Welfare State). Ao mesmo tempo, crescem as ameaças contra as liberdades democráticas e a soberania dos países mais fracos economicamente. 3. A independência de classe dos tra- balhadores e a resistência dos povos se expres-sam em inúmeras manifestações populares pela democratização nos países árabes, nas extensas mobilizações da juventude, bem como na retomada dos movimentos grevistas dos trabalhadores na Grécia, Espanha, Portugal, Itália. Além disso, recentemente, 100 milhões de trabalhadores na Índia, entre outros países, também realizaram manifestações tendo como pano de fundo o questionamento às políticas econômicas adotadas sob a orientação do FMI, do Banco Mundial e do Banco Central Europeu. Cresce a responsabilidade do movimento sindical mundial em defender que os trabalhadores não podem pagar pela crise nem abrir mão de direitos e, muito menos, permitir a adoção de políticas que diminuam ou enfraqueçam o papel do Estado no desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho. Para não perder o domínio geopolítico no Norte da África e no Oriente Médio, as nações que compõem a OTAN estimulam ataques aos governos locais, como no caso do Iraque, Líbia, Irã e Síria. Essas ações estimulam Israel com a sua política contra os povos árabes, provocando guerras civis sem respeito à autodeterminação dos povos, um dos direitos fundamentais pregados pela ONU. 5. A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclusive os chamados BRICS (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados Unidos e que responde por parte importante do dinamismo da economia mundial, a crise pode atingir um patamar ainda mais grave. O Brics têm a possibilidade de fazer um contraponto ao sistema do capital financeiro, construindo outras alternativas. 6. Além dos efeitos econômico-sociais, o imperialismo intervém militarmente, sendo a guerra realizada sempre como uma “saída” para situações da crise do sistema. Também se vinculam à crise mundial e às guerras, o aumento da migração, da xenofobia e do racismo. 7. Após a queda do Leste Europeu, o 88 mundo se tornou unipolar, prevalecendo a hegemonia dos EUA. A ONU ficou defasada na nova geopolítica e a Comissão de Segurança acabou virando um instrumento do imperialismo estadunidense, com o poder de veto quando seus interesses são contrariados. Quando os EUA não têm maioXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 ria, ficam isolados, como ocorreu na última guerra no Iraque. Apesar de a ONU discordar dos argumentos, os EUA invadiram o país, destituíram o governo, demonstrando a fragilidade da Comissão de Segurança e esvaziando, ainda mais, o papel da ONU como mediadora dos conflitos internacionais. 8. É necessário rediscutir a ONU, com o objetivo de democratizá-la, atualizando-a na nova geopolítica, com uma maior participação dos países na Comissão de Segurança e acabando com o poder de veto dos membros permanentes. 9. A economia da zona do euro continua apresentando resultados alarmantes. O desemprego atingiu 10,4% (a maior taxa desde julho de 1998), em dezembro/11; a economia norte-americana não dá sinais de recuperação importantes, mesmo com a redução da taxa de desemprego e a manutenção de políticas monetária e fiscal (ampliação dos gastos públicos e baixa taxa de juros) voltadas a garantir um maior dinamismo e reaquecimento da economia. Tem crescido a adoção de medidas de proteção da indústria do país contra a concorrência estrangeira. Na China, cujo Produto Interno Bruto (PIB) vinha crescendo a taxas superiores a 9,0%, tendo o setor da indústria como o principal responsável, anuncia-se a possibilidade de redução do PIB em 2012 para 7,5%, mesmo com a inflação sob controle (conforme discurso do governo do país). Dada a XI CONGRESSO | caderno de teses 89 recessão mundial, é improvável que o crescimento do “BRICS”, e da China em especial, seja suficiente para sustentar e auxiliar a economia mundial a sair da crise. Com uma proposta de atualizar os organismos da ONU, em um contexto pós-guerra fria, o Brics, numa perspectiva anticrise, apresentaram uma formulação, que amplia e democratiza o Conselho de Segurança da ONU e indica a necessidade de reformulação do FMI e da OMC, com o aumento do número de nações com direito a definir políticas, que não sejam exclusivamente pautadas numa lógica financeira, mas que contemplem as preocupações sociais. Os países em desenvolvimento também pautam a mudança da moeda com referência comercial mundial, que hoje é o dólar, para outro sistema, constituído por um conjunto de moedas com a garantia de várias nações e não somente dependente de uma moeda. As atuais iniciativas tomadas como solução para a crise do capitalismo apontam na direção das políticas neoliberais de financeirização que levaram o mundo à bancarrota. 10. Percebe-se que as empresas multi- nacionais, ao contrário dos Estados Nacionais, vêm registrando, ano após ano, aumento de lucros. Além disso, sempre na ótica da competitividade, tais empresas têm tido grande liberdade para se deslocarem para mercados (países) onde a produção gera mais lucro e mais exploração da mão de obra. O processo de especulação financeira e imobiliária segue Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 em ascensão, com taxas de lucros e de valorização, respectivamente, extraordinárias, recebendo ainda mais estímulos com a enxurrada de dólares e euros no mercado para salvar bancos e empresas. mais afetadas pelos Estados Unidos, há maiores dificuldades não apenas econômico-sociais, mas também políticas e militares, seja sob a forma de guerra civil (Colômbia), seja sob a forma de crime organizado em larga escala (México, Guatemala, El Salvador, Porto Rico, entre outros). 11. A única saída, na perspectiva do FMI, do Banco Mundial e do Banco Central Europeu, é a receita ortodoxa baseada na redução do gasto social público e do custo com a força de trabalho, em que se recomendam medidas como a redução nominal dos salários de servidores públicos e do salário mínimo, como aprovado pelo parlamento grego; o aumento da idade para aposentadoria; a redução do tamanho do Estado, ou seja, demissão de servidores públicos e cortes nos investimentos sociais, enfim, desmonte do Estado de bem-estar social. 14. Em outros países da América Lati- na e Caribe, há governos que estão implementando políticas de desenvolvimento centradas no fortalecimento do papel do Estado, na valorização dos mercados internos e na integração regional, combinadas a política de ampliação da qualidade de vida e da democracia. O caráter progressista de alguns governos latino-americanos deve ser avaliado pela sua capacidade de promover a soberania nacional, a democracia, a elevação da renda do trabalho e geração de empregos, a ruptura com as políticas ditadas pelos centros de poder e instituições a seu serviço (FMI, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio - OMC) em seu conjunto, e de se posicionar criticamente à ordem mundial que levou à mais recente crise do sistema capitalista no mundo. 12. A democracia – principalmente as de- mocracias europeias – está fortemente ameaçada pela ânsia devastadora do capital em busca da sobrevivência do sistema. As soberanias nacionais e o poder decisório de seus povos são descartados diante da imposição autoritária do centro de poder do mercado europeu. Não há mais intermediários. Agora, a gestão dos governos nacionais é direta dos operadores do mercado financeiro. Um novo tipo de ditadura do capital tem sido forjado em nome do “salvamento” do Euro. 15. Ruptura a esse processo ocorreu, re- 13. O cenário latino-americano e caribenho é relativamente distinto do cenário internacional. Nas regiões 90 centemente, no Paraguai. O presidente Fernando Lugo se elegeu com precária base parlamentar, em razão da tardia adesão dos movimentos sociais ao processo eleitoral, apoiando-se numa coalização antipartido Colorado – partido este que governou o Paraguai de XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 16. No caso do Brasil, a estratégia ma- 1947-2008 – em que se destacou a presença do conservador Partido Liberal. Durante sua gestão, incapaz de obter maioria parlamentar, Lugo não pôde avançar em promessas chaves de campanha que confrontavam a oligarquia paraguaia, como a realização de uma reforma agrária, por exemplo. Com esse cenário, montou-se um Golpe Parlamentar, em que uma ação orquestrada pelo parlamento paraguaio deu-se após arbitrário processo de impeachment do, então, presidente – sem que lhe tenha sido garantido o legítimo, amplo e incontestável direito de defesa. Esse golpe tem, entre outras intenções, a de modificar o tabuleiro geopolítico da região, criando no Paraguai – em razão de sua localização territorial estratégica, disponibilidade de reservatórios de água doce e de fontes energéticas que afetam principalmente ao Brasil, Argentina, ou proximidade das reservas de gás da Bolívia – uma fonte de contenção e desestabilização dos governos de esquerda e centro-esquerda da região. Tal projeto se articula fortemente com o imperialismo estadunidense e se consolida com a instalação de bases militares no país. Só esse vínculo, combinado com o desespero da direita paraguaia, poderia dar-lhe imaginariamente a força suficiente para confrontar vizinhos regionais muito mais poderosos. Não se pode subestimar as forças atrasadas e de direita das oligarquias, que são utilizadas como instrumentos à disposição dos interesses estadunidenses, tal como as fraudes eleitorais ocorridas recentemente no México. XI CONGRESSO | caderno de teses croeconômica desenvolvida nesses três mandatos democrático-populares no governo federal articulou o desenvolvimento social ancorado no crescimento econômico, na geração de emprego e renda, na valorização do salário mínimo, no aumento do investimento social, no incentivo às políticas universais e no avanço das políticas voltadas para o combate à pobreza. 17. Na última década (principalmente a partir de 2004), a economia brasileira apresentou consistente crescimento econômico (com uma taxa média anual de 4%), fortemente impulsionado pelo fortalecimento do mercado interno via ampliação do crédito, política de valorização do salário mínimo e melhoria do mercado de trabalho e, por consequência, da distribuição da renda. Apesar desse avanço, ainda temos uma das maiores e mais elevada concentração de renda, com mais de 12 milhões de pessoas na extrema pobreza. O Brasil precisa fazer reformas estruturantes como a política; a reforma tributária, taxando as grandes fortunas, com o objetivo de corrigir o desequilíbrio social; a reforma agrária, para acabar com o latifúndio improdutivo e dar mais assistência à agricultura familiar; a reforma urbana, para transformar a infraestrutura, como saneamento, mobilidade, segurança, habitação; a regulamentação da comunicação, com a democratização do acesso e fiscalização da outorga de concessões 91 Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 públicas; a reforma educacional, com regulação do setor privado, do sistema nacional articulado do setor público e privado, com o incentivo à pesquisa e o aumento do acesso às universidades; a reforma do sistema de saúde, fortalecendo e universalizando o SUS. Vale salientar, a iniciativa positiva do governo,em relação ao programa “Mais Médicos”cujo objetivo principal é o atendimento básico de saúde as populações menos favorecidas e menos assistidas pelo SUS. sultado importante no período foi a promulgação da Lei do Piso pelo Governo Lula. Porém, em muitos estados e municípios, a Lei é descumprida e questionada juridicamente, mesmo tendo sido referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 20. Portanto, um dos desafios mais im- portantes no próximo período é garantir o desenvolvimento socioeconômico sustentado. Avalia-se que, para se manter (ou mesmo ampliar) as conquistas sociais e do mercado de trabalhos obtidos desde o ciclo de crescimento econômico, iniciado em 2004, será necessário, no mínimo, um crescimento na ordem de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), com valorização do trabalho e melhoria das relações de trabalho, com democracia nas empresas e participação dos sindicatos e de comissões sindicais nos locais de trabalho. 18. Cabe destacar, ainda, nas ações do desenvolvimento e do trabalho, o que se refere às políticas no âmbito da educação profissional. Ao mesmo tempo em que o Governo sinaliza vontade política no tocante à ampliação do acesso por meio de importantes investimentos nas redes públicas de educação profissional, tanto federal quanto nos estados, destina volumosos recursos para a iniciativa privada, particularmente para o Sistema S, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), configurando uma significativa contradição entre a concepção de valorização da educação profissional como política pública e a definição de estratégias que atendam aos interesses daqueles que a exploram como mercadoria. 21. Há demonstração do equívoco na condução da política econômica baseada em juros altos e na restrição do crédito como formas de controle da inflação e do consumo, como parte da manutenção do tripé: meta de inflação – câmbio flexível – superávit primário. A política fiscal contracionista exigida nessa lógica restringe os instrumentos e possibilidades do Estado para aumentar os investimentos e ampliar as políticas sociais. Embora o discurso governamental seja de fortalecimento do mercado interno, as medidas adotadas são contraditórias. É necessário um maior investimento 19. A luta dos trabalhadores e trabalha- doras da educação pelo Piso, com amplas greves e mobilizações em todo o país, é uma evidente contraposição à mercantilização da educação. Um re- 92 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 24. Nesse sentido, uma condição funda- na industrialização do país para fortalecer a soberania nacional, com a valorização do trabalho, melhorando a distribuição de renda e, consequentemente, a qualidade de vida do povo. mental para que tal objetivo seja alcançado é elevar a participação dos rendimentos do trabalho (em % do PIB), em contraposição aos lucros. Portanto, um dos grandes desafios colocados no próximo período em relação à agenda do desenvolvimento diz respeito ao embate entre lucros e salários. Mesmo com o aumento da renda do trabalho, os lucros têm crescido em velocidade ainda maior, já que, mesmo com o aumento do emprego, sua proporção na economia nacional permanece ainda distante do verificado na década de 1980. Além da continuidade do aumento do emprego assalariado, existe a necessidade de crescimento da renda individual do trabalho, visto que a política econômica e a precarização das relações de trabalho, em especial, a alta rotatividade e terceirização, impedem avanços mais visíveis nesse aspecto.Outro elemento central da conjuntura nacional, tem sido a disputa em torno do papel do Estado na economia. De um lado estão as forças de mercado, especialmente o sistema financeiro privado, apoiados pela mídia e pela oposição, e de outro, estão os setores do governo, apoiados pelos movimentos sociais, que buscam recuperar a capacidade de o Estado decidir sobre politica e economia. A recuperação, pelo Governo, dos instrumentos de decisão do Estado para fazer políticas de interesse nacional e fazer política econômica, apavora os setores neoliberais. 22. O cenário de aprofundamento da crise econômica, com impactos significativos sobre o emprego e as condições de vida dos trabalhadores, principalmente nos países centrais do capitalismo, exigirá do Brasil a implementação de políticas que garantam o crescimento/desenvolvimento centrado no mercado interno e numa estratégia de investimento de médio e longo prazo que possibilitem o desenvolvimento sustentável, rumo a uma maior diversificação produtiva, com ambos atuando para minorar, ainda mais, os efeitos desse período de instabilidade econômica mundial. Cabe ressaltar que a liberalização do capital financeiro, que favorece, ainda mais, a especulação, concorre para ao aumento da dívida interna e fragiliza os investimentos em políticas sociais e de infraestrutura. 23. Atualmente são poucos os países que possuem condições para obter sucesso nesse tipo de estratégia (crescimento via mercado interno), e o Brasil, certamente, é um deles. Isso ocorre porque tanto o consumo, como a renda do mercado interno brasileiro, tem margem para crescer, porque ainda existe um contingente populacional considerável fora do mercado consumidor, ao contrário do verificado nos países centrais. XI CONGRESSO | caderno de teses 25. Nesse sentido, entendemos ser ne- 93 Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 cessário que o Governo melhore o diálogo com os movimentos sociais, que poderão contribuir com apoio crítico, apresentando bandeiras e programas que coincidam com os interesses nacionais e dos trabalhadores. A ausência de diálogo, abre espaço para que os setores conservadores, avancem em agendas negativas para o país. sociais de vanguarda da luta social no Brasil, por isso conseguiu deflagrar o levante. Depois outros atores sociais, com a força da juventude, foram se somando como numa onda. 28. O Governo tucano paulista e a im- prensa tradicional, reacionários, que inicialmente tentaram degenerar o movimento, capitularam pela força das ruas. Apesar das conquistas subsequentes ( em várias cidades houve redução ou congelamento da tarifa de transporte coletivo), impressionou como a imprensa golpista e a direita tentaram, no início, infundir nos incautos a depreciação dos paridos políticos e dos movimentos sociais organizados presentes. Não foram poucos que caíram no conto e hostilizaram os militantes dos partidos e movimentos sociais presentes nas manifestações. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 O levante de junho/13, e a reação da direita e mídia golpista: 26. A jornada de Junho/13 que eclodiu em várias capitais brasileiras, demonstrou, mais do que nunca, que a juventude estar em evidência em nosso país, assim como em muitos outros momentos da história. Novamente os jovens de todas as cores, credos e extratos sociais resolveram ir às ruas e exigir do poder público mais investimento em políticas públicas, bem como tolerância zero à corrupção. 29. Nesse sentido, é preciso perceber que há uma incompreensão por parcela da sociedade, jovens inclusive, sobre o conceito e função dos partidos políticos e dos sindicatos numa democracia. Incompreensões à parte, cabe uma auto análise: até que ponto os partidos e sindicatos estão em consonância com o clamor das ruas? Se a resposta não é satisfatória, é sintomático a necessidade de se atualizar na constituição de nossas entidades e seu modus operante. 27. Foi um misto de ousadia e determi- nação com demonstração de forte indignação com a classe politica. No entanto, é preciso analisar que a “primavera brasileira” de junho não surgiu por acaso, nem sem liderança. Um grupo coordenado e com acúmulo politico, formado majoritariamente por jovens, deu o ponta pé inicial para as manifestações. O MPL (Movimento Passe Livre), responsável pelo chamado inicial, tem raízes nos partidos políticos e em movimentos 30. Se a Reforma politica não sai, e as 94 estruturas partidárias não dialogam com a Juventude nem com a sociedade XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 em geral, o movimento sindical precisa sinalizar para essas mudanças. de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial. Violência contra as mulheres: Violência praticada por parceiro íntimo. 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 31. A violência contra as mulheres assu- me muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas formas de violência se inter-relacionam e afetam as mulheres desde antes do nascimento até a velhice. As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida pública diminui. A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência predominantes na sociedade. 32. A violência contra as mulheres tam- bém empobrece as mulheres, suas famílias, suas comunidades e seus países. A violência contra as mulheres não está confinada à uma cultura, uma região, ou um país específico, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres decorrem da descriminação persistente contra as mulheres. 35 36 37 38 39 40 41 Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, 40% a 70% das mulheres vitimas de homicídio foram mortas pelos parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS); 35. Violência sexual: Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará vitima de estrupo ou tentativa de estrupo no decorrer da vida. 33. As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estrupo e violência doméstica do que câncer, acidentes XI CONGRESSO | caderno de teses experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outros modos. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizada em 11 países constatou que a percentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia. Diversas pesquisas mundiais, apontam que metade de todas mulheres vitimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior. Na Colômbia, a cada seis dias uma mulher é morta pelo parceiro ou ex parceiro. 33 34 34. A forma mais comum de violência 95 Tese 6 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 36. A prática do matrimônio precoce – uma forma de violência sexual – é comum em todo o mundo, especialmente na África e no sul da Ásia. As meninas são muitas vezes forçadas a se casar e a manter relações sexuais, o que acarreta riscos para a saúde, inclusive a exposição ao HIV/AIDS e a limitação da frequência escolar. Um dos efeitos do abuso sexual é fístula traumática ginecológica: uma lesão resultante do rompimento severo dos tecidos vaginais, deixando a mulher incontinente e indesejável socialmente. de mulheres permeia o conflito na região de Darfur, no Sudão; Entre 250 mil e 500 mil mulheres foram estupradas durante o Genocídio de 1994 em Ruanda; A violência sexual foi um traço característico da guerra civil que durou 14 anos na Libéria; Durante o conflito da Bósnia, no inicio dos anos 90, entre 20 e 50 mil mulheres forma estupradas. 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Violência sexual em conflitos Excisão/mutilação genital 37. A violência sexual em conflitos é uma grave atrocidade atual que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas. 38. Trata-se com frequência, de uma es- tratégia deliberada empregada em larga escala por grupos armados a fim de humilhar os oponentes, aterrorizar as pessoas e destruir sociedades. 39. O estrupo há muito é usado como 34 35 36 37 38 39 tática de guerra: Na República Democrática do Congo, aproximadamente 1.100 estrupos são relatados todo o mês. Acredita-se que mais de 200 mil mulheres tenham sofrido violência sexual nesse país desde o inicio do conflito armado; 40 41 refere-se a vários tipos de operação de mutilação realizadas em mulheres e meninas. Estima-se que mais 130 milhões de meninas e mulheres que estão vivas hoje foram submetidas a mutilação genital, sobretudo na África e em alguns países do Oriente Médio; Estima-se que 2 milhões de meninas por ano estão sob a ameaça de sofrer mutilação genital. 32 33 40. A excisão/mutilação genital feminina O estrupo e a violência sexual 96 Assassinato por dote 41. O assassinato por dote é uma prática brutal, na qual a mulher é assassinada pelo marido ou parentes deste porque a família não pode cumprir as exigências do dote – pagamento feito à família do marido quando do XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 casamento, como um presente à nova família da noiva. tico de meninas estão disseminados no sul e leste Asiáticos, no Norte da África e no Oriente Médio. 42. Embora os dotes ou pagamentos se- 46. LEILÕES DO PETRÓLEO: O Brasil melhantes predominem em todo o mundo, os assassinatos ocorrem sobretudo na África do Sul. promove o que nenhum país do mundo faz: leiloa aos poucos o acesso da produção de Petróleo desconhecendo até mesmo o quanto estar envolvido nessa produção. Uma iniciativa, no mínimo equivocada, porque “não faz sentido” colocar em leilão o Campo de Libra, que, segundo a Agência Nacional de Petróleo - ANP, pode ter entre 8 e 12 bilhões de barris, apesar de haver estimativas de que possa chegar a 15 bilhões de barris. Se isto se confirma, trata-se da maior descoberta do país. 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Homicídio em defesa da honra 43. Em muitas sociedades, vitimas de estrupo, mulheres suspeitas de praticar sexo pré-matrimonial e mulheres acusadas de adultério têm sido assassinadas por seu parentes, porque a violação da castidade da mulher é considerada uma afronta à honra da família. 47. O Conselho Nacional de Politica Ener- 20 21 22 23 24 25 26 27 28 gética, deliberou colocar esse campo em Leilão. Parece uma decisão baseada em problemas da macro economia, das contas externas e do déficit público. Tráfico de pessoas 44. Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas são traficadas anualmente em situações incluindo prostituição, mão de obra forçada, escravidão ou servidão. Mulheres e meninas respondem por cerca de 80% das vitimas detectadas. 48. Existe um jogo entre os países que detém reservas e recursos, e aqueles que querem apropriar-se deles pagando o mínimo possível. Neste embate estar o Brasil, ocupando papel subalterno, como se estivesse em um negócio qualquer. Quando se trata de Petróleo, um lucro enorme estar em disputa, e o Governo americano quer quebrar a espinha dorsal da OPEP, fazer com que haja uma superprodução de petróleo, que o preço caia e que os benefícios do uso do petróleo voltem a ser apropriados pelos países consumidores, ou seja, os países desenvolvidos. 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Violência durante a gravidez 45. A violência antes e durante a gravi- dez tem graves consequências para a saúde da mãe e da criança. Leva a gravidezes de alto risco e problemas relacionados à gravidez, incluindo aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer. O infanticídio feminino, a seleção pré natal do sexo e o abandono sistemá- XI CONGRESSO | caderno de teses 97 Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 49. Fontes Técnicas, asseguram que, caso mesma junto a Organização Internacional do Trabalho – OIT. a Petrobrás fosse contratada para explorar o Campo de Libra, seria possível pagar o investimento, em no máximo 3 anos, garantindo uma produção de petróleo por 30 anos. Por isso é importante fomentar ações com o mais legitimo e denso conhecimento do embate geopolitico estratégico em que está se dando esse “teatro” de operações em torno do Petróleo. 51. A partir do Governo Dilma, instau- 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 II – ANÁLISE DO MOVIMENTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS/NEGOCIAÇÕES COM O GOVERNO: 50. De 2003 a 2008 tivemos um ambien- te com mais margem para discutir com o Governo. Foi um período que avançamos significativamente em conquistas para os trabalhadores do serviço público federal. A partir de 2008, com a crise econômica mundial, restringiram-se, principalmente do ponto de vista econômico, as margens de negociação por parte do Governo, diminuindo-se portanto as conquistas da categoria. Neste período (2008 a 2013), um dos poucos avanços que podemos destacar foi a aprovação da Convenção 151 da OIT (Garantia da Negociação Coletiva no Setor Público) pelo Congresso Nacional. Conquista “parcial”, pois até o momento o Governo não apresentou proposta de Regulamentação da citada Convenção, o que poderá significar a curto prazo, a invalidação da aprovação da 98 rou-se uma profunda politica de “restrição fiscal” no que diz respeito aos gastos com pessoal, e um retrocesso considerável no nível de diálogo com o Governo. Essa mudança na qualidade do diálogo aprofundou-se no inicio de 2011, com a “transformação” da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, que apesar dos problemas, era o espaço mais avançado na interlocução com o funcionalismo, em Secretaria de Relações de Trabalho, com limitadíssimo poder de decisão sobre os processos de negociação, transferindo esse “poder” para a Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, que não tem nenhuma disposição de diálogo com o funcionalismo. 52. Com este ambiente desfavorável, as entidades nacionais de servidores públicos federais, construíram um nível de Unidade importante nos anos de 2010 e 2011, conseguindo em 2011 construírem uma greve, com um bom nível de adesão da categoria. A força da Greve de 2011, e intervenção importante da Central Única dos Trabalhadores – CUT no processo de interlocução com o Governo, possibilitaram uma importante vitória política da categoria, visto que “ quebrou” a posição anunciada pelos responsáveis pela política macro econômica do Governo de que não haveria nenhuma margem de disponiXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 bilidade financeira para negociar com os servidores. Ao final da Greve, além dos 15,8% parcelados em três anos, conquistamos algumas melhorias em alguns auxílios (Alimentação e Saúde Suplementar). Foi a conquista ideal? NÃO. Mas foi uma conquista importante na conjuntura política e econômica do momento. 53. É importante registrar para o debate, que a UNIDADE construída em 2010 e 2011 pela maioria das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais, com muita dificuldade, mas também com muita maturidade por parte das Entidades Nacionais, quando, inclusive, “em nome da Unidade”, não entrou no Eixo da Campanha Salarial, a “Regulamentação da Convenção 151 da OIT”, do nosso ponto de vista, não se repetiu em 2012. É nossa avaliação que, o FÓRUM NACIONAL DE ENTIDADES DE SERVIDORES PÚBLICOS, que em 2011, em alguns momentos, chegou à congregar 31 Entidades Nacionais de Servidores Públicos, em 2012, começou à “herdar” alguns vícios da já desgastada COORDENAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS – CNESF, ou seja, não sendo mais um espaço de “construção de consensos”, mas de disputas em todos os níveis, inclusive, partidária. Essa “ herança maldita”, resultou na redução do Eixo da Campanha Salarial de 2012, que era: Definição de data base; Politica salarial permanente com correção das distorções e reposição inflacionária; Cumprimento por parte do Governo dos Acordos e Compromissos Firmados; XI CONGRESSO | caderno de teses 99 Contra qualquer Reforma que retire direitos dos trabalhadores; Retirada de proposições que retire direitos dos trabalhadores; Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas e Reajustes de Benefícios. Esse Eixo, foi “reduzido e consumido” por uma única pauta, não consensuada no Fórum de Entidades: “Anulação da Reforma da Previdência no STF”, com o objetivo, por parte de alguns setores, de “manter na Agenda Política do País” o já concluído Julgamento do “Mensalão”, porque, repito, o objetivo não era “anular a reforma da previdência”, porque mesmo aqueles que priorizaram essa pauta, não são ingênuos politicamente para acreditarem que o Supremo Tribunal Federal iria anular a danosa e perversa Reforma da Previdência, como se o Judiciário “do dia para noite”, tivesse se “transformado” de aparelho do Estado conservador e retrógrado, em um espaço de garantia dos direitos dos trabalhadores, transformando-o numa panacéia da solução de nossos problemas. Não podemos ter a judicialização dos nossos conflitos, como alternativa para superação de nossos problemas. III – BALANÇO DA CONDSEF: 54. A CONDSEF é fruto da nossa luta vito- riosa pela Unidade dos Trabalhadores. A CONDSEF continua sendo o nosso projeto de organização. A CONDSEF tem sido ao longo dos anos um referencial importante na luta dos servidores públicos federais. Esta constatação, portanto, não pode nos levar à uma Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 “acomodação interna” da CONDSEF e suas Entidades Filiadas. Num contexto de critica construtiva, precisamos fazer um diagnóstico do funcionamento da CONDSEF e suas Entidades Filiadas, de forma “desarmada” e/ou “sectarismo de disputa”, a partir de algumas constatações que listaremos a seguir: a) A CONDSEF não é “sindicato nacional”, mas em alguns momentos funciona como tal. A responsabilidade de elaboração e encaminhamentos políticos junto a base, é das Entidades Filiadas, enfim, a relação direta dos servidores na base, tem de ser com a Entidade Filiada, até porque o servidor “é filiado ao Sindicato e não à CONDSEF”. Inverter esses papéis, “deforma” a nossa histórica concepção de organização, de uma relação política de Autonomia das Entidades Filiadas em relação à CONDSEF; compromete a organização de base; esvazia o papel político dos Sindicatos; compromete a mobilização das bases; enfim, a referência do servidor da base, tem de ser o Sindicato, e não a CONDSEF. O papel da CONDSEF, sempre foi, e deverá sempre ser, o de aglutinar as demandas de suas Entidades Filiadas, sistematizar e uniformizar junto com mesmas essas demandas, elaborando politicas nacionais uniformizadas a serem implementadas na base por suas Entidades Filiadas; e, evidentemente, coordenar e dirigir os processos de negociação a nível nacional. tégico que devemos refletir. A política do “salve-se quem puder” e “lute quem quiser”, já demonstrou historicamente que não é o melhor caminho para a categoria, ao contrário, aprofundam-se o corporativismo autofágico; expõe as nossas contradições quando ao mesmo tempo que queremos a “correção” das distorções, queremos um melhor tratamento pra minha carreira, meu plano de cargo, meu plano especial de cargo, etc; fragmenta a mobilização, enfim, a tão verbalizada por todos nós, compatibilização das pautas específicas com a pauta geral, é algo ainda a ser construído. 56. Para a CONDSEF também desenvolver bem o seu papel, precisamos melhorar o funcionamento de suas instancias (Executiva, Direção Nacional, CDE, Plenárias), qualificando esses espaços com debate politico das grandes agendas Politicas da Categoria e da sociedade. As instancias não podem existir apenas como espaços de encaminhamentos, mas de debate politico de “folego”, sem “disputismos e sectarismos” improdutivos. 57. Infelizmente, os cenários futuros 55. O “esvaziamento” dos eixos gerais de reivindicação, em detrimento das pautas específicas, é outro elemento estra- 100 apresentados pela conjuntura politica e econômica, nos impõe a necessidade de qualificarmos o nosso debate politico interno para enfrentar a conjuntura externa. “Aprendendo” com Lênin, nas suas incontáveis polêmicas com Leon Trotski, quando afirmava que “a fraseologia revolucionária é a repetição das palavras de ordem sem relação com as circunstancias objeXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 tivas, ao sabor dos últimos acontecimentos, e a situação do momento. Palavras de ordem excelentes, que arrastam e embriagam, mas desprovidas de base sólida, tal a essência da fraseologia revolucionária” ( V. I Lênin, “Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo” – citado no livro O Trotskismo, de Léo Figuéris). Para termos “base sólida” nas nossas palavras de ordem precisamos qualificar melhor o nosso debate interno. ro de Entidades nada representativas, buscando incessante e isoladamente, conquistas que seriam mais fáceis de alcançar se fossem tratadas coletivamente. Esses “movimentos” dão-se principalmente por parte de algumas associações – algumas até de boa fé, mas, equivocados – que prestam na verdade, um maior serviço ao governo do que ao segmento que buscam representar. Esses “movimentos coorporativos”, também já sinalizam em alguns setores, a constituição de “Sindicatos Específicos”. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 IV – ORGANIZAÇÃO SINDICAL: 58. A defesa da concepção de Sindicatos gerais e da CONDSEF, feita a partir da experiência vivida em mais de uma década em que se revela como o modelo politico organizativo mais estável e aglutinador dos trabalhadores do serviço publico, pois não fica a mercê das conveniências administrativas do governo de plantão, além de revelar para a categoria que, independente dos segmentos, seus interesses e objetivos são os mesmos e que não há saídas setorizadas, e, sim, de conjunto, do nosso ponto de vista, está sob “risco”. Esta é uma batalha “ideológica” que devemos nos preparar muito bem para enfrentá-la. A política, conduzida conscientemente por alguns setores do Governo com o objetivo de aprofundar a fragmentação da organização dos servidores presente na nossa formação, está levando alguns segmentos da nossa categoria a cair na “armadilha” do corporativismo. Assim, vemos grassar um sem núme- XI CONGRESSO | caderno de teses 59. Se não temos dúvidas, a respeito do modelo de organização sindical que acreditamos ser o melhor para os trabalhadores do serviço público, por outro lado, estamos bastantes tímidos em defende-lo junto a categoria. Estamos sendo vitimas de tentativas de nos desqualificar enquanto concepção de organização, o que põe em risco o nosso projeto político sindical. O ataque vem de duas frentes: a) a nível interno pelos “movimentos” coorporativos, e, b) por parte do governo, que em alguns momentos age como suporte ao nível interno. Devemos compreender que se trata de uma disputa política que devemos enfrentar, não rebaixando o nível da discussão, ao contrário, colocando para a categoria quais os pressupostos e princípios que nos move, e dando respostas qualitativas aos “movimentos coorporativos”. 60. Mudanças políticas em curso seguem 101 os rumos da desregulamentação dos direitos sociais e trabalhista e a aná- Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 lise das verdadeiras razões desse processo não permite cair em banalizações ou sectarismos entre os setores da classe trabalhadora. É o desafio de recriar entidades que representem uma concertação social, em que as pessoas mantenham uma relação onde cada um seja participe e não um colaborador ou um parceiro desse universo limitado e precarizado, unindo a reconstituição da autonomia política através das organizações, respeitando a participação heterogênia e oportunizando ideias novas que sejam adequadas às realidades mundiais. 61. Neste sentido, o movimento sindical pode não expressar no momento atual, a melhor forma de organização da classe trabalhadora contra o capital, mas não como duvidar que traduza, sem dúvida alguma, um espaço central de luta e conquistas, além de garantir a construção coletiva e importante no resgate da consciência coletiva desta mesma classe trabalhadora. 62. Ainda sobre Organização Sindical, a servidores, com valorização da carreira, com respeito às diversidades regionais. Enfim, é um chamado para que os jovens servidores públicos percebam que a qualidade dos serviços públicos está relacionada com o grau de sua participação nas esferas sindicais. Se a participação da Juventude nos acontecimentos históricos marcou gerações, essa potência e entusiasmo juvenil precisam estar cada vez mais presente nas direções de nossas Entidades Sindicais. V – PLANO DE LUTAS: 64. Redução da jornada de Trabalho, sem redução de salário; 65. Salário Minimo Nacional e Unificado do Dieese; 66. Contra o Pl 92/2007; 67. Pela aprovação da PEC 555/2006 – acaba com a cobrança da contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos aposentados; criação da SECRETARIA DA JUVENTUDE na atual conjuntura é oportuna, e, sinaliza para duas direções. Aos jovens que compõe a nossa base, e ao Governo. 68. Pela Regulamentação imediata da 63. Para a Juventude que está no serviço 70. Defesa do Serviço Público Gratuito e público, porém pouca ativa nos sindicatos, a criação desse espaço institucional simboliza um convite à participação da luta por um serviço cada vez menos terceirizado, sem assédio moral, com saúde para o trabalhador, com planos de capacitação e qualificação para os Convenção 151 da OIT; 69. Contra o Pl 4330 (terceirização); de qualidade; 71. Lutar contra qualquer tipo de discriminação e de assédio Moral; 72. Lutar pela igualdade de tratamento 102 da mulher trabalhadora; XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 73. Lutar pela ratificação das seguintes Convenções da OIT: 87 – Liberdade e proteção do direito sindical; 98 – Direito de sindicalização e de negociações coletivas; 135 – proteção e facilidade aos representantes dos trabalhadores; 158 – Proteção contra a dispensa imotivada; 100 – igualdade de remuneração entre homens e mulheres; 111 – Eliminação de toda descriminação de emprego e ocupação; 156 – Igualdade de oportunidades e de tratamento para homens e mulheres. 74. Garantia do amplo e irrestrito direi- 84. Contra a PEC 215/00, 237/13 e PLP 227/12 que impõem a anulação dos direitos indígenas, quilombolas e populações tradicionais, extinção das Unidades de conservação, além da expansão dos latifúndios; 85. Pelo respeito à Convenção 196 da OIT, a qual o Brasil é signatário, que trata dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos indígenas e tradicionais; 86. Apoio às politicas de integração da América Latina e Caribe que visem a soberania e à emancipação dos povos; to de greve; 75. Unificação das Campanhas salariais; 76. Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores; 87. Apoio à democratização do Conselho de Segurança da ONU; 88. Fim do superávit primário, com ampliação dos investimentos em obras de infra estrutura e em politicas sociais; 77. Em defesa das Universidades Públicas e da Educação pública; 78. Aprovação de 10% do PIB para a 89. Ampliação e fortalecimento da previdência publica e solidária, e pelo fim do FATOR PREVIDENCIÁRIO; Educação; 79. Investimento na capacitação dos servidores; 90. Anulação dos leilões do petróleo e garantia de que a riqueza do pré-sal não seja entregue às multinacionais, e apoio à campanha da FUP por uma Petrobrás 100% estatal; 80. Contra a precarização: terceirização, consultorias e convênios; 81. Contratação de servidor exclusivamente por Concurso Publico; 91. Luta pela democratização da Comu- 82. Pela retirada do PLP – 01; 83. Contra as Fundações Estatais Públicas de direito privado XI CONGRESSO | caderno de teses 103 nicação – implementação de um marco regulatório para a imprensa que permita uma real e efetiva democratização dos meios de comunicação, incluindo a revisão das concessões de rádios e tvs; Tese 6 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 6 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 92. Luta pela garantia de que, na cons- trução do marco regulatório para exploração do pré-sal, parte substancial dos recursos seja destinada para as áreas de educação e saúde; 93. Luta em defesa do patrimônio ambiental, contra a privatização dos recursos naturais e por uma urgente mudança na matriz energética; 94. Luta contra a privatização da Amazonia. 95. Luta pela Ascenção Funcional; base e incorporação das gratificações; 102.Cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolosde intenções firmados; 103.Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; 104.Retirada de PLP’s, MP’s, Decretos contrários aos interesses 105. dos servidores; 106.Paridade e integralidade entre ativos, 96. Luta por uma ampla reforma politica 97. Luta por uma ampla reforma tribu- aposentados e pensionistas; 107.Definição de diretrizes de planos de tária 98. Afirmação de compromissos de luta que visem combater todo tipo de preconceito, discrimiação com relação a cor, orientação sexual, de idade, de credo, fortalecendo os direitos constitucionais. 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 VI – PAUTA DE REIVINDICAÇÃO/EIXOS PRIORITÁRIOS: 99. Regulamentação da Convenção 151 da OIT; 100.Definição de Data-Base ( 1º de maio) 101.Politica salarial permanente com correção das distorções, reposição inflacionária, valorização do salário 104 carreira. Assinam inicialmente essa tese: Diretores da Condsef e Conselho Fiscal: Maria do Socorro Ribeiro Costa – PI; Abdon Bandeira André – Pb; Edvaldo Andrade Pitanga – Ba; José Carlos de Oliveira – Pe; Maria das Graças Oliveira – Pe; Maria das Graças Gomes Albert – Sc; Gilberto Rosas – Rr; Marcos Antônio de Lima Nunes – Ap; Raimundo Pereira de Souza – Ma; Lírio José Téo – Sc. Departamentos da Condsef: Antônio José Barreto de Araújo – Pi; Fernando Santos de Oliveira – Ap; Nádia Maria Elias – Sc; Edson Rodrigues Gonçalves – Ba; João Seno de Moura – Pi; João Carlos Lima Martins – Ma; XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Maria do Carmo – Ma; Ana Maria Araújo Castro – Ma; Luis Carlos da Silva Tilito – Pi; Vitoriano de Souza – Sc; Maria das Graças Cezário D’Ávila – Rr; Aloysio Tancredo Lopes da Costa – Mg; Luiz Carlos Del Castilho Rayol – Ap; Washington Dias da Silva – Ba; Antônio Pereira da Silva – Rr; Maria Neusiana Tavares Castro – Ap; Antônia Maria Matias da Silva – Rr; Elna Maria de Barros Melo – Pe; Sérgio da Silva Goiana – Pe; Júlio Werner Peres – Sc. Aquino, Maria Goreti de Arruda Ferraz, Maria Helena Leite da Cunha, Maria Pereira da Silva, Maria Sueli do Nascimento, Mario Ferreira do Nascimento, Marlene Barbosa da Silva, Marli Costa Barbosa, Mirian Gama, Mizael Alves da Silva, Nadja Urt de Moraes, Norma Carvalho, Orlando Augusto Marinho, Paulo Austregésilo, Paulo Batista de Castro, Paulo Fernando Barreto, Paulo Roberto Pereira da Silva, Ricardo Rocha Ferreira, Rinaldo Farias de Vasconcelos, Rogaciano Gonçalves Lima, Rogério Gustavo Alves Meira, Rosália Soares, Rute Soares da Silva, Sebastião Ferreira de Freitas, Sérgio da Silva Goiana, Sérgio Ferreira da Silva, Sérgio Gonçalves Viana, Sérgio Luiz Barbosa, Severina Soares de Melo, Severino Lúcio Siqueira, Solange Maria de Silva G.Cavalcanti, Valdemar Joaquim de Santana, Vanda Lenice Cavalcanti, Vanda Maria Cunha Melo, Vilma Maria Alves Cordeiro, Wilton Prazere Camará, Zélia Josefina Dantas, Zuleide Nascimento de Melo. 14 15 16 17 Outros assinantes por estado: I – Maranhão: Ângela Maria Silva Souza, 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 II – Pernambuco: Abelardo Andrade Caminha, Ademilde Maria Lopes, Ana Estrela, Ana Maria Melo, Aurean Martins de Santana, Carlos Alberto Celestino, Claudia Albuquerque Verardi, Clerivaldo J. Barbosa, Criginaldo José Vieira, Davi José Vicente, Domícia Alves Calumbi, Edelson Ramos de Andrade, Eduardo Fonseca Garcia, Elna Maria de Barros Melo, Enilson Flávio dos Santos, Eva Maria Frutuoso, Fernando Antônio G. de Lima, Geraldo Ferraz, Heronildes de Barros e Silva, Ieda Galindo, Inalda Laurentino S. Barbosa, Ivanildo Dionisio Lima, Ivanildo Severino de Mendonça, Jailene Maria de Lima, Jaime Vieira, Jairo Honório de Souza, Jamesson Tavares da Silva, Jediel Rodrigues de Lima, Jemuel Nunes Alves, João Manoel de Oliveira, Joaquim Miguel, Jorge Adalberto Gomes da Silva, José Antônio de França, José Carlos de Oliveira, José Carlos Regueira, José de Arimatéia Santos Silva, José Ferreira da Silva Neto, José Ferreira de Lima Filho, José Holanda da Silva, José Inácio, José Laercio de Santana, José Ribeiro da Silva, José Rinaldo Figueiroa de Santana, Josivan do Rego Barros, Jurandir Pereira Liberal, Laércio Vicente da Silva, Lenildo Vicente da Silva, Lindinere Jane, Luiz Wilson Torres Galindo, Manoel Teixeira de Deus, Marcos Antonio Barbosa, Marcos Antônio dos Santos, Marcos Wanderley Soares da Silva, Maria Beliza da Silva, Maria Carolina Barbosa, Maria da Conceição Moraes G. dos Santos, Maria das Dores Chalegre, Maria das Graças de Oliveira, Maria das Graças Maia Gominho, Maria de Lourdes da Silva, Maria de Lourdes Souto Maior, Maria do Socorro Medeiros, Maria Elziclécia Ribeiro de XI CONGRESSO | caderno de teses 105 III- Piaui: Paulo de Oliveira Bezerra, Waldemar Higino, Paulo Bezerra, Célio Augusto, Amparo Ferreira, Gildete Nascimento, José de Ribamar Silva, José Ribamar P Silva, Antonio Barreto, Maria Lúcia, Enoque Pereira, Wagner Brito, Albertino Lima, Francisco Monteiro, José Francisco, Antonio Carneiro, Raimundo Ednei, Washington Luis, Terezinha Viana, Francisco Batista de Oliveira, José de Araújo, João Francisco, João Gonçalo, Cláudio Pereira Ribeiro, Antonio Borges, José Albano, Paulo Manoel, Sávio Barão, Valdiná Silva, Jonas Guimarães, João Lucas, Maria José Almeida, Francisco Chagas de Sousa, Euclides Sousa Filho, Manoel Canabrava, Antonio Vieira, Sandro Portela, Francisca Sene, Luis Silva, Francisco Santiago, Jacyra Martins e José Alcione. IV – Santa Catarina: Waldecir Dal Puppo, Aberrioni Dal Piaz - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Oeste, Aderson Nunes Loureiro - Secretário de Política de Comunicação, Caterine Melo Duffes Teixeira - Secretária de Assuntos Jurídicos, Clair Bez - Secretário Adjunto de Assuntos de Aposentadoria e Pensões, Dérmio Antonio Filippi - Secretário de Assuntos de Aposentadoria e Pensões, Edson Gonçalves - Conselho Fiscal, Eliane Valério Oriano - Secretaria de Cultura Raça e Gênero e Etnia, Elizabeth Adorno Araújo Dias - Secretária de Formação Sindical, Ester Bertoncini - Secretária Adjunta de Formação Sindical, Flávio Roberto Pilar - Secretaria Adjunto de Saúde do Trabalhador, Francisco Carlos Pereira Secretario Adjunto de Finanças, Geraldo Iran da Rosa -Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Hercílio da Silva - Vice-Presidente, João Claudir Marchioro - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Tese 6 1 Oeste, Lirio José Téo - Secretário Adjunto de Política de Comunicação, Manoel Gama de Oliveira - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Maria das Graças Gomes Albert - Presidente, Marlete Conceição Pinto de Oliveira - Secretária de Organização, Nádia Maria Elias - Secretaria de Saúde do Trabalhador , Osni Francisco Tavares - Conselho Fiscal, Osvaldo de Jesus Correa - Primeiro Secretário, Pedro José Felisbino Secretário Adjunto de Assuntos Jurídicos, Pedro Vilmar Padilha dos Anjos - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Oeste, Plácido Simas - Secretário Adjunto de Organização, Roseli Rodrigues de Oliveira -Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Sebastião Ferreira Nunes - Secretaria de Cultura Raça e Gênero e Etnia, Silvio da Luz Córdova - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Tania Lindner - Conselho Fiscal, Valdecir Dal Puppo - Conselho Fiscal, Valdocir Noé Zanardi - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Oeste, Vera Lúcia Maiorka Sassi - Secretária Geral, Vitoriano de Souza - Secretário de Finanças , Walterdes Bento da Silva - Conselho Fiscal V – Bahia: Moiséis Araújo, Antônio Genário Lisboa Fagundes, Antonio Meneses, Carlos José Barbosa Borges, Celia Hissae Watanabe, Celso Fernandes Sant’Anna, Eugenio Silva, Hildo Valentim, Ivan Matos, Jose Carlos Veridiano, José Ubaldo S. de Santana, Leonídia Laranjeira Fernandes, Martiniano Costa, Moises Araujo, Pedro Moreira, Romualdo Pereira da Silva Neto e Tânia Suely P. G. de Oliveira. VI – Roraima: Gilberto Rosas, José Carlos de Oliveira Gibim, Maria das Graças Cezário D’ávila, Rejania Maria Bezerra, Júlio César Abreu Lima, Francisco Rodrigues de Souza, Maria Janice da Silva Coutinho, Izac Barros da Silva, José da Luz Pacheco Neto, Jesus Lago, Roberto Mendes Ambrósio, Davi Ribas Galvão, Carmem Lucia Marco de Freitas, Maria de Jesus Oliveira Souza, Rosimar Cunha Vasconcelos, Antonio Pereira da Silva, Alélia Beckman Mafra, Raimunda Melo Peres, Rosiclei Alencar Liberal, Cláudia Vitória de A.C. do Nascimento, Almir Ribeiro, Péricles Pedro Ferreira dos Santos, Antonia Maria Matias da Silva. VII – Goiais: Dulce Costa Oliveira, VIII- Distrito Federal: Reinaldo Felipe Barbosa, IX – Amapá: Hedoelson Silva Uchoa, Benedita Odete Gomes Figueiredo, Idelcy Maria dos Santos Nunes, Edvaldo de Azevedo Souza, Fernando Santos de Oliveira, Doraci Agmina Sena, Raimundo dos Anjos Freire, Iranilde dos Santos Ribeiro, Jane Maria Borges Vasconcelos, Darcy Ferreira S. Ferreira, Geovane Grangeiro da Silva, Francisco Franklin de Souza, Kátia Cilene Neres Domingos, Antônio dos Santos Silva, Maria Serrat de O. Nascimento, Almerindo Leite Farias, Margarete Figueiredo, Paulo Pantoja Monteiro, Orquizete Pinto Camilo, Maria Herminia Saraiva, Orlando Silva dos Santos, Francisco Cezário de A Junior, Sandra Monteiro Palmerin, Erroflyn de Souza Paixão, Otávio da Silva Vieira, Marli Pantoja Monteiro Pereira, Joana Jorge Mendes, Henedina Albuquerque Barcessat, Valdeci Nogueira da Costa, Selma Leila Silva Uchoa, José Florenço Correia de Matos, Antoni Carlos dos S. Rodrigues, Raimunda Pilar V. Gomes Santos, João adelaidio R. Do Nascimento, Edson Figueiredo da Silva, Ana maria Dias da Silva, Gerson Eni Santos da Silva, Nelcia Nunes da Silva, Ismael Costa Quaresma. X – Minas Gerais: Aloysio Tancredo XI – Rio de Janeiro: Rosane Rodrigues da Silva; XII – Paraiba: ESTA TESE ESTAR ABERTA À NOVAS ADESÕES: 1 4 Tese 7 5 GERALDO COSTA - APOSENTADO DO DNOCS/CE 2 3 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Na busca de uma solução mais razoável para todos os trabalhadores da esfera pública federal, especialmente os aposentados e pensionistas 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 1. Mais uma vez, depois de uma série de encontros congressuais, estamos reunidos neste XI Congresso da CONDSEF, colocando na ordem desses dias, discussões, debates, resoluções e encaminhamentos, na busca de soluções para os nossos problemas, enquanto trabalhadores no serviço público federal. blicas, os montantes financeiros necessários para que possa conduzir as atividades, na área de educação, de saúde, de moradia, de transportes e das demais outras assistências, deixando-nos órfão do direito a uma vida mais condigna, justa e humana. 3. O momento configura-se em uma ta- 2. Na medida em que o tempo vai pas- sando, os poderes públicos criam novas regras que se desviam do interesse maior dos trabalhadores e da própria sociedade. O governo não procura investir nas instituições pú- XI CONGRESSO | caderno de teses 107 refa árdua. Tudo é desafio. Neste período temos visto muitas questões que ainda precisam avançar, no sentido de construirmos saídas e efetivarmos conquistas, tanto no âmbito de fortalecimento das nossas instituições representativas, como nas diversas Tese 7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 áreas do estado brasileiro, com o objetivo de produzirmos efeitos positivos que deem alento ao nosso povo tão carente e abandonado. 4. Compreendemos que, no meio do nosso segmento, tivemos e estamos tendo muitos momentos de incertezas e dúvidas, o que exige de nós, tanto ações mais urgentes, como também toda uma discussão e articulação, para que possamos fazer a defesa dos Aposentados e Pensionistas. Essas experiências que exigiram vários momentos de reflexão e análises do panorama a que estava posto, oportunizaram diálogos mais próximos com a nossa base, para que pudéssemos estar mais vigilantes e mais atuantes no nosso cotidiano. Isso nos Trouxe o sentimento e a certeza de que estamos dando continuidade a um projeto de luta que tem se consolidado, ao longo da nossa história sindical, e aponta perspectiva de luta e trabalho constante, com uma visão de futuro (FUTURO BREVE). Não qualquer futuro, mas dentro de um cenário onde os aposentados e pensionistas sejam de fato reconhecidos como instrumentos formadores de opinião e construtores de uma nação em fase de desenvolvimento. Todos nós temos a visão focada para os projetos e programas oficiais do governo e sentimos que o mesmo não comunga em querer ajudar a essa gente, cujo tempo de vida resta pouco e que prejuízo nenhum acarretará para a nação, mesmo sendo beneficiado com a paridade salarial. Ao contrário disso, é querer manter o segmento isolado ou simplesmente à margem dos que partilham interesses comuns. 5. Esclarecer é preciso, que, diante do que produzimos para o bem estar desta nação, o governo tem que se dá de conta que, quem produz merece resposta. Uma resposta consciente onde possa ser avaliada no princípio correto de que quem faz merece ser compensado. Fizemos e fizemos muito bem. A prova disso é que aí estar um patrimônio bem formado e bem estruturado do ponto de vista social e humano. O BRASIL. Obra nossa, feita pelas nossas mãos. Mãos patrióticas, mãos benevolentes. (SÓ OS INGRATOS NÃO VÊEM). GREVE: 6. A CONDSEF já avalia a possibilidade de uma futura greve, envolvendo as suas instituições de base, que deva estar acontecendo no ano de 2014. Nada mais legítimo e sensato essa posição da nossa confederação, haja vista que a mesma não deve ficar em estado de inépcia, na espera de acontecimentos, e recolhida num canto onde o silêncio e a omissão sejam vistos como a cartada do momento. 7. No entanto, para que não saiamos 108 mais uma vez frustrados, em mais um movimento paredista, ponderar, para que tenhamos ao nosso lado, outras instituições, nos ajudando, assim como a solidariedade dos estudantes das várias entidades educacionais XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 de cada Estado brasileiro, somando forças e avançando no processo de mobilização, retratando o passado, para fazer com que o governo comece a sentir o nosso poder de força. Só assim ele nos dará uma resposta mais norteadora para nossas causas e as causas do serviço público, enquanto benfeitor da sociedade. nós sabemos a razão porque a Terceirização é considerada de trabalho escravo, levando em conta que, embora o governo pague caro pelos serviços prestados por suas empresas, as mesmas não pagam aos seus trabalhadores o preço real da sua mão de obra, que eles fazem jus. Assim, o capital toma conta da situação e o social brasileiro passa a conviver com o flagelo humano. 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 TERCEIRIZAÇÃO – PL 4.330 8. Já está legitimamente provado e com- provado de que a invenção do então ex-ministro de Administração, BRESSER PEREIRA, no governo FHC, criou asas e fortaleceu suas pernas no âmbito da administração pública, com o modelo perverso da terceirização, procurando acabar de vez com o serviço público, principalmente no seio federal. Hoje, já não se tem a figura da idolatria nacional, cidadão Bresser Pereira, mas temos coisas ainda pior, quase todo um congresso nacional, querendo introduzir, junto com o governo, o processo de privatização, o qual, se não era lei, já funciona à todo vapor, e agora, virando lei, tende a acabar de vez com a estatização. Serviço Público que sempre foi bem feito e barato, nunca mais! Se alguém não sabe ainda avaliar porque desse conjunto de interesses, temos que esclarecer, tratar-se de um jogo onde grande parte das famílias dos representantes infiéis do povo, não encontra empregos geradores de fortunas, e o único meio capaz de engordar seu capital perverso, é colocar-se entre os poderes da república. Todos XI CONGRESSO | caderno de teses 9. É generalizada a sensação de que a 109 corrupção atingiu uma magnitude sem precedente. As histórias contadas “à boca pequena” são cada vez mais impressionantes, assim como os chamados “sinais exteriores de riqueza” de alguns protagonistas destas fábulas. O que terá acontecido com os chamados “padrões morais” do nosso país? Este artigo, que inserimos nas diversas discussões deste Congresso, certamente não pretende responder esta importante indagação, mas, partindo da premissa de que “a ocasião faz o ladrão”, pretende chamar atenção para um elemento de máxima importância, para explicar a existência, assim como a opulência dos nossos PCs, PMs, CMs, DSs, ZDs, JGs e outras tantas siglas que se assemelham: ao nosso processo orçamentário. Este racionamento de despesas feito pelo Ministério da Economia, do qual resulta o “superávit de caixa”, recebe o misterioso designativo de “contingenciamento”, e sua incidência varia bastante para cada unidade: um Ministério pode receber mais e outros menos, de suas Tese 7 1 Tese 7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 verbas orçamentárias, dependendo do gestor ou do partido de apoio ao governo (ISSO É RUIM). vo. (NO ANO DE 2014 VAI HAVER ELEIÇÕES GERAIS). A CHARADA ESTÁ MORTA. 10. Todavia, há coisa pior que isso. A fi- 12. Quase a metade do orçamento federal lha mais dileta da falta de transparência e das decisões discricionárias é a CORRUPÇÃO. Note-se que, contingenciamento é a mesma coisa que racionamento, e nós bem sabemos que o racionamento produz o fenômeno do ágio. A mercadoria que se torna escassa, a verba orçamentária adquire um preço no mercado negro. Do outro lado, um empresário sujeito a ter seus pagamentos atrasados, certamente está disposto a pagar uma “comissão”, tipicamente a uma empresa de prestação de serviços em Brasília e filiais (mesmo matrizes), em obscuras ilhas do litoral caribenho, para ter o seu dinheiro recebido logo. (Portanto, menos terceirização e mais convocação dos concursados). para o próximo ano, exatos 42% está destinado ao pagamento da dívida pública brasileira. Dos 2,14 trilhões de reais, R$ 900 bilhões estão sendo gastos com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Tem dinheiro para tudo, menos para um pequeno e justo reajuste salarial dos barnabés federais. PARIDADE OU PRINCÍPIO DE ESONOMIA 13. Atualmente, têm-se observado no meio jurídico, diversos artigo e debates quanto à constitucionalidade e, consequentemente, a validade da Lei nº 10.833, a qual, oriunda da medida provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, deu novos contornos à COFINS, sob o pretexto de extinguir a cumulatividade da referida contribuição social, contudo, em determinados casos, aumentou a alíquota de 3,0% para 7,6% (ENGANA QUE EU GOSTO). 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 ORÇAMENTO FEDERAL DE 2013 – R$ 2,14 TRILHÕES 11. O governo federal mandou para apro- vação nas duas casas do Congresso Nacional, o plano orçamentário do ano de 2013, o que foi tranquilamente atendido, tendo aprovação e aquiescência dos senhores parlamentares. Um bolo cujo tamanho daria para alimentar a fome de uma camada de gente quase que desprezada. No entanto, sabemos razoavelmente as razões e o porquê uma fatia bastante grande foi contingenciada e levada a caminho das duas casas do legislati- 14. Ao analisar minuciosamente a Lei 110 10.833/03, que se revela como um minipacote, ou, podemos até mesmo dizer, ensaio de reforma tributária pretendida pelo governo federal, verifica-se de plano, flagrante ofensa ao princípio de isonomia, assim como a outros princípios constitucionais, razão pela qual referida lei merece severas críticas. XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 15. A COFINS – contribuição para o finan- de cidadã, pois foi assim que ela foi chamada na data da sua promulgação. Mas, sabemos bem, que os interesses de hoje são pessoais e/ou de grupos, cujo desejo maior é encher os bolsos de quem já tem, em detrimento do esvaziamento dos que não tem nada ou quase nada. ciamento da Seguridade Social – tem sua origem em 1982, denominado de Finsocial, sendo posteriormente instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30.12.91, com o escopo de compensar o déficit da Previdência Social. 16. A Constituição Federal consagrou a paridade, em todos os níveis, entre trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas, e, nas mesas dos gabinetes parlamentares, num colóquio entre o mal e à perversidade, os pares daquelas casas do Congresso, acertaram, que aposentados e pensionistas já estavam fora de moda, no fim da vida, e como prêmio, pelos bons e relevantes serviços prestados à nação, deviam sofrer antes da morte. Estamos sendo tratados assim. 19. A luta é geral para dar fim a esse 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 REFORMA DA PREVIDÊNCIA 17. Entre outras demandas que serviram para a reforma previdenciária, a PEC 40/2003, modificou os artigos 37, 40, 42, 48, 96, 142 e 149 da Constituição Federal, criando um verdadeiro constrangimento aos trabalhadores, no que concerne aos seus direitos adquiridos, sem levar em conta um dos artigos do Código do Processo Civil, que diz: “Lei nenhuma poderá retroagir para prejuízo, e sim, para beneficiar”. 18. Triste mesmo é ver todos os dias a nossa Carta Magna (CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA), ser rasgada, mutilada, estraçalhada, perdendo o seu conceito XI CONGRESSO | caderno de teses 111 triste episódio de uma novela que se intitula “O CAPITAL É MAIS IMPORTANTE QUE O SOCIAL”. Quanto aos aposentados, devemos criar meios capazes de sensibilizar o Presidente da Câmara Federal, em colocar na ordem do dia as PECs. 555/2006 e 152/2007, que tratam em acabar de vez com o famigerado desconto previdenciário dos Aposentados e Pensionistas, considerando o fato de que os mesmos cumpriram com tal obrigação durante a sua atividade. O segmento da categoria (aposentados e pensionistas) pagaram tudo o que devia, não restando dívida pendente, contudo voltam a ser atacados brutalmente e obrigados a pagarem o que não devem. ASSALTO Á MÃO ARMADA. Não sabemos a razão ou simplesmente o interesse do gestor maior da Câmara Federal, que se omite em colocar essas PECs na ordem do dia para serem votadas. (VEJAM OS ANEXOS DE POUCOS DOS MUITOS REQUERIMENTOS DIRIGIDOS AO PRESIDENTE DA CASA), petição de vários Deputados de diversos Partidos Políticos, os quais não são atendidos mediante seus pedidos. ISSO CHAMA-SE: Tese 7 1 Tese 7 1 2 3 FALTA DE RESPEITO. “Uma vez ela comprada, deve ser anulada”. Assim diz a voz da consciência. ONG - (ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL) 21. Pelo nome, parece até não ser uma organização não governamental. Direta, não! Indireta, sim! 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO 20. Como se não bastasse à falta de sensi- bilidade governamental, castrando direitos e subtraindo garantias dos servidores federais, a própria administração do Ministério do Planejamento dar um aval às consignatárias a praticarem a averbação direta em folha de pagamento do servidor, sem o conhecimento do mesmo, como já foram detectados vários casos, alguns deles suspensos, por intervenção nossa, diretamente no RH daquele Ministério. A CONDSEF, neste momento, deve intervir com garra e determinação, para acabar de vez com esse apadrinhamento do governo a esses setores financeiros perversos. Se perguntarem como fazem a coisa, diremos: o preenchimento da proposta do suposto empréstimo e/ou seguro, é feito pelo elemento intermediário (agente) da empresa, sem ligar para a conferência dos elementos documentais, tais como: RG, CPF, NOME DOS PAIS, ENDEREÇO RESIDENCIAL, E OUTROS, conferindo apenas a matrícula do SIAPE, este último servindo como elemento necessário à averbação. O dinheiro nunca chega ao titular, pois o mesmo é levado à crédito de um “laranja”, responsável pela partilha do dinheiro. A recompensa, para o titular, é ficar pagando durante uma vida inteira um empréstimo que não negociou. ISSO CHAMA-SE SACRILÉGIO. 22. É engraçado os políticos brasileiros quererem enganar a nossa massa social, achando que ela é burra. Atualmente, nós sabemos que as ONGs são criadas por esse ou aquele político cara de pau, a fim de participarem do governo, via indireta, que passam a receber verba do erário sem que alguém saiba do traçado. Essas ONGs, vivem eternamente se envolvendo em assuntos diversos da nação, traçando metas, dando opiniões, se metendo onde não cabe e, o pior, dizendo o que deve ser feito ou não dentro do contexto administrativo do governo. Dita regra sim, inclusive alguns dirigentes da instituição se auto denominando responsáveis por isso ou aquilo (como exemplo – opiniões sobre a transposição das águas do São Francisco para o Nordeste Setentrional). Existe inclusive uma ONG, cujo dirigente já se auto qualifica como Presidente de um Conselho do Semiárido brasileiro, usando serviços de comunicação (RADIOS, JORNAIS e TVs, chamando a obra de faraônica, ou mesmo, de “elefante sem tromba”. Isso vem gerando uma confusão sem precedente, colocando o próprio povo contra o projeto. (INTROMISSÃO DESCABIDA). IMPOSTOS NO BRASIL 23. Os impostos brasileiros são tantos, 112 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 que as siglas se misturam de tal modo, que parte das pessoas não sabe decifrá-las. Por exemplo: ICMS, IPI, IR, IOF, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, ISS, TIPI, etc., e são obrigatórios. O governo não quer criar o Imposto Único, preferindo que esses tributos continuem sendo arrecadados sem quaisquer meios de fiscalização e transparência pela própria sociedade. ISSO TEM UM NOME: BRUTALIDADE. presente do patrão. Todas foram conquistadas com muita luta, determinação e organização dos trabalhadores. E isso não é coisa do passado. As manifestações que ocorrem em todo Brasil, nos últimos tempos, mostram o quão poderoso é o povo quando se une e faz valer a sua voz. Basta ver quantos projetos de lei e assuntos estancados há anos nas casas legislativas foram encaminhados. A participação direta da população é fundamental e não exclui, ao contrário, fortalece as entidades representativas de todas as categorias operárias. 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 A MOBILIZAÇÃO DA NOSSA CATEGORIA DEVE SER CONSTANTE. 24. Finalizando, quero chamar a atenção de todos os que fazem a nossa casa defensora de direitos, de que a relação entre patrões e empregados, no nosso caso, o governo federal, é marcada por disputa e isso não é novidade pra ninguém. Nessa queda de braço, ganha quem tem maior capacidade de organização e de pressão: De um lado, o trabalhador, com a sua força de trabalho e poder de organização e do outro o patrão que, no modelo capitalista no qual vivemos, sempre busca a maximização do lucro e a otimização das receitas a qualquer custo, mesmo que o ônus das suas ações, recáiam naquele que deveria ser o seu maior “patrimônio”: os trabalhadores, considerando que são estes os que produzem a riqueza do patrão. (BURRICE PURA). OS PEDEVISTAS 26. Uma massa de pessoas, as quais fo- 25. Pela que vimos até hoje, nenhuma conquista trabalhista na história da humanidade veio por dádiva ou como XI CONGRESSO | caderno de teses 113 ram enganadas pelo governo, quando do pedido de desligamento voluntário, hoje, vem sofrendo o desprezo que lhe foi imposto pelo então governo, pois, com o advento desse processo, uma Cartilha trazia no seu bojo, a informação de um bom incentivo, que, ao pensamento de que tal quantia lhe assegurava o direito de dar um começo melhor na sua vida, veio a traição. NÃO CUMPRIRAM COM O PROMETIDO. Atualmente, essa gente aflitiva, vem esperando que o governo acabe de vez com esse dilema concedendo-lhe o direito da sua volta ao trabalho. Pais e mães de família, embora pacientes, ainda respiram a esperança de vê a sua família, um dia, entrar para o meio de uma sociedade justa e merecedora. Neste momento, em que nos manifestamos em favor dessas pessoas, estamos esperanço- Tese 7 1 Tese 7 1 2 3 4 5 6 sos de que a solução desse problema, seja definido antes da aprovação do orçamento do ano 2014, isto é: 18 de dezembro, pois só até esta data terão a garantia de alocação de recursos para garantia dos seus direitos. 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 OUVIDO DE MARCADOR? 27. Até parece, que os nossos governantes, FLAÇÃO, SEM PREJUIZO PARA OS TRABALHADORES; POR MORADIA, TRANSPORTE, SAÚDE E EDUCAÇÃO JÁ! PELO FIM DA CORRUPÇÃO GALOPANTE QUE SE ESPALHA PELO PAÍS; não mais ouvem os nossos clamores. São gritos e ais estridentes que devam estar sendo ouvidos pelos rincões mais distantes do nosso horizonte. Os aposentados e pensionistas sofrem, mas não mantém a tolerância a esse desprezo que a eles está sendo imposto. Vamos continuar gritando aos ouvidos dos insensatos. Ou eles estão moucos, ou fazendo ouvido de mercador. PELA NÃO INTROMISSÃO DAS ONGs, NAS COISAS DO GOVERNO; PELA NÃO TOLERÂNCIA AOS CAPRICHOS DOS PATRÕES; POR UMA AUDITORIA NA DÍVIDA EXTERNA E INTERNA DO GOVERNO. POR UMA SEGURANÇA PÚBLICA QUE GARANTA A VIDA DO NOSSO POVO; PELA REDUÇÃO DOS REPRESENTANTES NAS DUAS CASAS DO LEGISLATIVO; 22 23 24 25 26 27 28 POR UMA CORREÇÃO NAS REFORMAS PREVIDENCIÁRIAS DO GOVERNO; POR TUDO O QUE POSSA MORALIZAR A NAÇÃO BRASILEIRA. 29 30 31 32 CONFISCAÇÃO DOS BENS E DINHEIRO DOS QUE MEXERAM NOS COFRES PÚBLICOS; 33 34 35 36 Esta tese está sendo assinada, inicialmente por: GERALDO COSTA, FILIADO AO SINTSEF/CE PARIDADE SALARIAL ENTRE ATIVOS/APOSENTADOS/PENSIONISTAS; 37 38 39 POR UM CONTROLE MAIOR NOS VALORES DO ORÇAMENTO; 40 41 POR UM CONTROLE DA IN- 114 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 Tese 8 8 9 ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA SINDICAL 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Em defesa do Serviço Público de qualidade social e de transformações profundas no Brasil 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 “Aos que desistiram antes da hora. Aos que enrolaram suas bandeiras. Aos que trocaram de camisa. Aos que se deixaram tomar pelo desespero. E aos que continuaram acreditando no socialismo e na revolução, quase com a mesma intensidade com que acreditam em bruxas e duendes”. circunstância, a entrada do Brasil no século XXI. Quem quiser vir conosco, prepare o corpo, a alma e principalmente o humor. Porque os bons tempos voltaram (...) “. (Trecho da resolução da AE “Uma Estratégia Socialista Para o Brasil coletânea” Socialismo ou Barbárie “)”. A todos esses, nós sempre dissemos: calma, a burguesia não nos faltará. Mais cedo ou mais tarde, ela devorará seu disfarce de pele de cordeiro. Mais cedo ou mais tarde, alguém gritará: o rei está nu. Mais cedo ou mais tarde, nós voltaremos. E assim foi. Pouco importa quem tenha sido o primeiro: os zapatistas? Os sem-terra? Os grevistas da França? Da Bélgica? Os da Coréia do Sul? Os guerrilheiros que desmascararam Fujimori? Não importa quem tenha sido o primeiro, até porque nunca houve um último. A luta nunca cessou. Apenas muitos andaram um pouco surdos. Agora mais gente escuta. E mais gente faz barulho. Prossegue a crise econômica internacional e as políticas de ajustes monetaristas 1. Passamos por um momento onde o Preparemos, pois, com grande estilo, pompa e XI CONGRESSO | caderno de teses 115 mundo se encontra sob tripla influência: uma profunda crise do capitalismo, a deterioração da hegemonia dos Estados Unidos e a emergência de 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 novos centros de poder. Uma situação de instabilidade, marcada por profundos conflitos sociais, crises políticas agudas e conflitos militares cada vez mais perigosos. 4. Portanto, vivemos e atuamos em um momento histórico de muitos perigos, muitas possibilidades, mas também de muitas esperanças, sentimento que predomina na América Latina, onde a esquerda e as forças progressistas governam numerosos países há mais de uma década, ampliando a democracia, o bem estar social, a soberania nacional e a integração do continente. É evidente o contraste entre a política implementada pelos países da América Latina e pelos Estados Unidos e Europa, onde prevalecem os interesses da plutocracia financeira e imperialista. Os Estados Unidos segue com seu esforço para recuperar a hegemonia global, sem a qual a sua economia não se sustenta. 2. A atual crise não afeta da mesma for- ma a todos os países, regiões, ramos produtivos e setores sociais. Mas é uma crise global, que atinge todos os níveis, com impactos financeiros, comerciais, produtivos, energéticos, alimentares, ambientais, sociais, políticos, ideológicos e militares. Não se trata, pois, apenas de uma crise do pensamento neoliberal, das políticas neoliberais e da especulação financeira. É tudo isso, dentro do contexto de uma crise de acumulação, similar às crises de 1930 e 1970. 3. Não é possível vislumbrar uma saí- 5. Enquanto os EUA buscam recuperar da de curto prazo. E tampouco está claro qual será o desenrolar da crise no médio e longo prazo, uma vez que este está sendo construído aqui e agora pelos conflitos entre as forças políticas e sociais de cada Estado, e da disputa entre Estados e blocos em escala planetária. Pode ser que, como em outros momentos, o capitalismo sobreviva a sua própria crise, ainda que a imenso custo social. Mas também é possível que surjam sociedades socialistas, assim como diversas formas alternativas de capitalismo. E sempre existe o risco de que as forças capitalistas, na luta por manter o sistema de opressão e exploração, ameacem a sobrevivência da humanidade. 116 a liderança, na Europa ocorre a desarticulação do que se imaginou ser um possível bloco concorrente. Na Europa, diante da crise, sua classe dominante promove o desmantelamento do “pacto social” constituído após a Segunda Guerra Mundial. Este pacto se baseava, entre outros, em dois componentes fundamentais: o Estado de Bem-estar Social e as negociações coletivas entre sindicatos e empresas. O desmantelamento deste pacto, que foi financiado em larga escala pela exploração imperialista de outras regiões no mundo, tem como propósito reduzir os salários dos trabalhadores europeus seja pra custear o resgate do sistema financeiro, seja para garantir a rentabilidade dos investimentos produtivos. XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 6. Por isso aumentam os conflitos, in- clusive com ameaças nucleares, assim como guerras cambiais e comerciais, que incidem negativamente nas outras economias. Também por isso os programas de austeridade fiscal europeus não afetam a indústria bélica. E, por fim, temos a incapacidade das Nações Unidas por em prática suas resoluções quando elas são relativamente contrárias aos interesses estadunidenses. motivos pelos quais EUA e Europa reagiram tão rapidamente aos episódios conhecidos como “Primavera Árabe”, intervindo na Líbia, Mali e na Síria, além de preparar um ataque contra o Irã. É por isto, igualmente, que Israel segue sendo um aliado importante dos EUA no Oriente Médio, e o maior captador de ajuda externa, neutralizando a importantíssima conquista que foi o reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU. 7. A crise produziu um efeito sobre a 9. Os países imperialistas, em particu- política europeia que até agora tem favorecido principalmente a direita, que se aproveita do argumento simplista de que “os gastos não podem ser superiores à receita”, ao impor as medidas de austeridade como alternativa aos impopulares aumentos de impostos. Mas também é forte a insatisfação popular com as políticas implementadas pelos governos de direita, que como na Espanha e Inglaterra tem grandes dificuldades para manter suas maiorias parlamentares. Além da política de austeridade e da ausência de alternativas viáveis à esquerda, também contribuem para o fenômeno de rechaço à política de diversos casos de corrupção, como o da recente denúncia de propinas pagas por empresas contratadas pelo governo a integrantes do Partido Popular na Espanha, incluindo o atual Primeiro Ministro. lar EUA e França, assim como Israel e Arábia Saudita, querem destruir o que chamam ignorantemente de “Eixo Xiita” (Irã, Síria, Hamás e Hezbolá), por representar a oposição mais intransigente quanto às intervenções estrangeiras no Oriente Médio.Isso significa, econômica e socialmente, o retorno de políticas neoliberais ortodoxas, mas também significa a elevação do tom belicista do governo japonês, já que o PLD reivindica o direito de reorganizar as Forças Armadas que foram desativadas após a Segunda Guerra. 10. A China, por sua vez, dá sinais de 8. A África e o Oriente Médio constituem um dos cenários de conflito entre os blocos geopolíticos. Este é um dos XI CONGRESSO | caderno de teses 117 que enfrentará esta disputa geopolítica através do fortalecimento dos BRICS. Ademais, a China está decidida a fortalecer seu mercado interno em detrimento do crescimento econômico com prioridade na exportação, o que implicou numa desaceleração do crescimento do seu PIB em 2012 para aproximadamente 7%, que ainda assim é um dos mais altos do mundo. Tese 8 1 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 11. Essa situação descrita acima, em especial a contraofensiva dos EUA e aliados, exige uma reação rápida, eficaz e conjunta, dos movimentos sociais, partidos e governos de esquerda, no sentido de acelerar os processos de integração regional, neutralizar a operação Arco do Pacífico, ajudar nas negociações de paz entre governo e FARC na Colômbia, fortalecer a institucionalidade política de nossos governos, além de prestar solidariedade a forças de esquerda que empreendem lutas sociais e participam de processos eleitorais. O movimento sindical e social, em todos os países afetados pela austeridade, reage com fortes mobilizações e greves gerais, ainda que insuficientes para alterar os rumos da política atual. É preciso acumular forças e avançar. tas e de esquerda que se iniciou com a eleição de Hugo Chávez, em 1998. 14. Apesar da pluralidade, os governos progressistas e de esquerda da América Latina possuem inimigos em comum, assim como possuem propósitos comuns. O combate à herança colonial, que apesar de tudo permanece nas Malvinas, Porto Rico, em algumas nações caribenhas e na Guiana francesa, assim como o racismo e a discriminação contra os povos nativos e afrodescendentes; o combate histórico ao desenvolvimentismo conservador, que proporcionou crescimento, porém com dependência, desigualdade e restrições à democracia; o combate ao imperialismo e o neoliberalismo, cuja influencia segue presente em nosso continente e em todo o mundo, ameaçando a democracia, o bem-estar, a soberania e inclusive a sobrevivência da humanidade. 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 América Latina avança na luta contra o imperialismo 15. A esquerda segue, cada um a cada for- ma e ao seu tempo, as vias do crescimento com igualdade, justiça social, democracia, soberania, integração e em muitos casos buscando construir uma sociedade socialista. 12. Dois projetos se enfrentam na Améri- ca Latina e Caribe. Um é subordinado aos interesses externos à região e tem como símbolos a ALCA, NAFTA, os tratados de livre comércio e o, agora denominado, Arco do Pacífico. Outro é baseado nos interesses regionais e tem como símbolos a CELAC, a UNASUL, a ALBA e o MERCOSUL. 16. É importante sintetizar os êxitos das 13. O projeto integracionista tem uma longa história no continente. Em sua etapa mais recente, tem relação direta com o ciclo de governo progressis- 118 forças pró-mudança na região: retomada da soberania e independência nacional; ênfase em opções focadas no desenvolvimento, crescimento e redistribuição; democratização da economia; diminuição da pobreza e da desigualdade; aprofundamento da democracia e criação de novos XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 espaços de participação popular; participação dos cidadãos na gestão pública; atendimento dos direitos básicos da população; estabilidade política; implantação de mecanismos de gestão pública eficientes e inovadores, a seguridade social e a luta contra a violência; soluções para os problemas urbanos. um balanço da contribuição de Hugo Chávez para o processo de mudança da região. Não se trata apenas de uma obrigação formal. A verdade é que os EUA, seus aliados europeus e também na nossa região acreditam que a morte de Chávez abriu uma brecha por onde eles poderiam penetrar e desestabilizar o processo venezuelano e, com isso, afetar o conjunto da esquerda regional. Exemplo disso foi a movimentação golpista e desestabilizadora da direita venezuelana logo após a eleição do presidente Nicolás Maduro, tudo com respaldo dos EUA e União Europeia, que cinicamente não reconheceram as eleições limpas e democráticas, como atestaram os inúmeros observadores internacionais. Da mesma forma, farão de tudo para sabotar o recém-empossado governo, assim como a herança ideológica, programa teórico e cultural de Chávez. 17. Sem integração, que fortalece nosso rumo em comum, de projetos nacionais que convergem, os programas da esquerda não terão sucesso e não resistirão à oposição, sabotagem, cercos e ataques dos inimigos internos e externos. Por isso, é importante para a esquerda latina que façamos um balanço da etapa atual do processo de integração regional, seus avanços e dificuldades, inclusive os retrocessos. Em especial, observar o Mercosul, a UNASUL, a ALBA, a CELAC, assim como as iniciativas para contê-los ou mesmo sabotá-los, como os golpes de Honduras e Paraguai, a Aliança do Pacífico, etc. 20. Igualmente importante é ressaltar 18. Entretanto, é necessário dizer que o crescimento dos níveis de emprego, fruto, sobretudo do fortalecimento dos mercados internos em nosso continente, da implementação de politicas sociais relevantes e do fortalecimento do papel do Estado, tem preservado uma política alternativa ao neoliberalismo em vários países da América Latina por mais de uma década e com apoio da maioria da população. 19. É importante também que se realize XI CONGRESSO | caderno de teses 119 que na conjuntura atual, um fracasso da política de paz na Colômbia comprometeria seriamente a estabilidade da região, principalmente no norte da América do Sul e na zona do Caribe. A guerra colombiana, assim como o projeto socialista bolivariano venezuelano e também a disputa das Malvinas argentinas, hoje mais que nunca não podem ser vistos como problemas nacionais, e sim assumidas dentro do contexto regional. A guerra da Colômbia é a guerra na América Latina, a paz da Colômbia é a paz da América Latina. Evitar uma nova espiral de violência na Colôm- Tese 8 1 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 bia e um clima bélico na região é um compromisso histórico para o cojunto da esquerda colombiana, latinoamericana e caribenha. tratégico que aponte a concretização de uma efetiva transição de modelo de desenvolvimento, e continuamos tendo uma oposição de direita que vê o Brasil numa posição de subordinação às economias centrais, e que vê na diminuição do Estado o caminho para expandir seus negócios e mercantilizar os direitos sociais. 21. Nesse sentido, em janeiro de 2013, em Santiago do Chile, a Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC) externou seu franco apoio a um Porto Rico livre, independente e soberano. Se soma a essa luta o Foro de São Paulo, realizado em 2013, no Brasil. 24. Na contingência de levar a eleição de 2014 ao segundo turno como única alternativa de impor uma derrota ao PT, a burguesia trata de articular alternativas competitivas. A burguesia trata de ancorar suas apostas no campo da economia a várias iniciativas ligadas ao amplo espectro partidário ao seu dispor. O PSDB e seus aliados próximos seguem sendo o principal representante partidário do grande capital, constituindo-se em alternativa renovada com a candidatura de Aécio Neves (ou José Serra), deixando de lado qualquer veleidade de adotar um discurso popular e assumindo claramente o projeto direitista e reacionário de reinstalar o neoliberalismo completo no país. 22. Por fim, é necessário expressar nossa solidariedade aos milhões de imigrantes residentes nos Estados Unidos, muitos deles provenientes da América Latina e Caribe, em sua justa luta por direitos humanos, sociais e econômicos, a quem devemos apoiar sob o lema: “TODOS OS DIREITOS A TODOS E TODAS MIGRANTES E SUAS FAMÍLIAS”. 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Brasil: mudar para seguir mudando 23. É inegável que os últimos 10 anos (dos governos Lula e Dilma) representam uma perspectiva política diferenciada da era neoliberalizante de FHC, pois os principais processos de privatização foram estancados, houve mudanças significativas na política externa, diminuindo consideravelmente a dependência dos EUA e da Europa, com importantes alternativas não só na América Latina como a criação de organismos como o BRIC. Contudo, ainda não temos um horizonte es- 25. Expressões políticas da direita mano- bram de forma a melhor se posicionar para a disputa eleitoral de 2014, como é o caso do ex-PPS, recém transformado em MD, flertando tanto com o PSDB como com as possíveis “alternativas” surgidas de dissidências da atual “base governista”. 26. Também a Rede-Sustentabilidade de 120 Marina, ancorada em financiamentos XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 do grande empresariado, não conseguiu o seu registro junto ao TSE e agora ingressou no PSB, que se retirou do governo Dilma, e muito provavelmente tentará articular uma terceira via, sem muita nitidez programática. 27. Os setores fundamentais da burgue- sia, que puderam conviver, ainda que sempre protestando e sabotando, com diminuição do desemprego (e redução do exército industrial de reserva) e aumentos salariais (destacadamente o do salário mínimo) durante determinado tempo, não estão dispostos a permitir que se consolide de maneira permanente um novo patamar nas relações econômicas e sociais do país, pois isto implicaria num horizonte de redução de suas taxas de lucro. Noutras palavras, as frações dirigentes da burguesia não estão dispostas a permitir que se instale, aqui, no Brasil, algo nem mesmo similar ao Estado de bem-estar social construído na Europa do pós-Segunda Guerra. De um ponto de vista mais global, não estão dispostos a assistir sem reação a continuidade de um governo de esquerda (ainda que moderado) no Brasil, principalmente quando este se constitui em ponto de apoio fundamental para a continuidade do processo de integração e avanços sociais protagonizados por vários países da América Latina desde 1998, com a eleição de Chávez na Venezuela. lítica de “desonerações” de produtos como forma de induzir uma redução de custos e preços, mas os empresários se aproveitam da desoneração para aumentar suas margens de lucro, não repassando os descontos aos consumidores. 29. Ademais, a renúncia fiscal que impli- cam as desonerações acaba incidindo em perda de potência do governo federal para bancar uma elevação da sua própria taxa de investimento e aprofundamento das politicas sociais, principalmente de saúde e educação, além de implicarem em riscos á previdência social. É cada vez mais claro que o conjunto de concessões políticas e econômicas feitas pelo governo, aliadas à queda da taxa de juros, não resultaram numa retomada do investimento privado nos últimos anos. 30. Os traços principais desta “ofensi- va burguesa” são: uma mudança da conduta do grande capital frente ao governo Dilma, as concessões do governo frente a estas pressões, a postura crescentemente anti-petista dos partidos da “base aliada”, a escalada de ataques diretos ao PT por parte da mídia e de setores do aparelho de Estado, destacadamente do Judiciário. 31. Parece claro que a burguesia aposta no 28. Por isso somos críticos e contrários às políticas do governo federal que apostam, por exemplo, o em uma po- XI CONGRESSO | caderno de teses 121 “fantasma da inflação” para solapar um daqueles que devem ser os pilares centrais do governo Dilma nos anos 2013-2014, qual seja, uma retomada robusta das taxas de crescimento, com Tese 8 1 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 elevação dos salários e manutenção das baixas taxas de desemprego. 35. O Brasil continua sendo um país com uma imensa concentração fundiária, e a reforma agrária está paralisada no que diz respeito à reversão dessa estrutura fundiária elitista e desigual; os direitos dos povos indígenas e das comunidades quilombolas e demais povos tradicionais são cada vez mais mais ameaçados e acossados pelo agronegócio e pela sua influência sobre o governo federal. Em relação aos meios de comunicação persegue existindo um monopólio dos grandes meios de comunicação, que se constituem na prática um “quarto poder” e seguem lesando o Estado Brasileiro, a exemplo das renuncias fiscais ou da sonegação de impostos, como é o caso da Rede Globo de Televisão. 32. Em parte por causa dos efeitos da cri- se, em parte porque a burguesia não tolera a combinação de salários altos e desemprego baixo, está ocorrendo uma mudança na postura do grande capital frente ao governo federal encabeçado pelo PT. Estão deixando de existir aquelas condições excepcionais que permitiram a um governo de centro-esquerda, liderado por Lula, melhorar a vida dos pobres e ao mesmo tempo garantir grandes lucros aos ricos. 33. Do ponto de vista da luta de classes, o caminho trilhado pelo governo Dilma até agora oscilou entre a disposição de enfrentar o capital financeiro, que aplaudimos apesar de considerarmos insuficiente o que foi feito, e as sucessivas concessões ao grande capital em geral, via concessões, desonerações, subsídios e flexibilizações na legislação trabalhista e social. 36. Nesse sentido, as grandes mobili- 34. A construção de uma outra perspec- tiva de desenvolvimento sustentável e com equidade e democracia política, econômica e social, só poderá ser plenamente realizada a partir de um conjunto de reformas estruturais, tais como: Reforma Agrária, Reforma Tributária, Democratização das comunicações, Reforma Política e Reforma Urbana. Sem as quais torna-se impossível consolidar o Brasil como um país com efetiva democracia, econômica e social. 122 zações ocorridas no Brasil, desde junho de 2013, constituem motivos de comemoração e otimismo. As vozes das ruas demonstram que existe a necessidade de avançarmos na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil, capaz de conjugar crescimento econômico, com redistribuição de renda e democratização da base produtiva. Demonstram, também, os limites da estratégia de centro esquerda, a qual pode ter colaborado para derrotar os representantes das políticas privatistas e neoliberalizantes dos governos da era neoliberal da década de 1990, mas que está esgotada, no sentido de não ser capaz de sustentar as transformações profundas que precisamos construir no Brasil. Nesse mesmo XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 sentido, avaliamos que a Greve do Serviço Público Federal, ocorrida em 2013, teve um caráter de greve geral do setor, foi unificada e representou um grande acerto na luta contra o arrocho salarial, e contra projetos que desestruturam o serviço público e diminuem as obrigações sociais e constitucionais do Estado Brasileiro, duramente conquistadas. tanto, se faz necessário reatar laços orgânicos com nossa base social, recobrando a capacidade de dirigir grandes jornadas de luta, ao lado de partidos de esquerda e das entidades históricas da classe trabalhadora e da juventude, como a CUT, UNE, MST, MNLM, CMP e outras. Faz-se necessário recompor o chamado bloco democrático-popular, entre partidos, movimentos e intelectualidade. Um dos grandes erros cometidos desde 2003 foi confundir e priorizar as alianças táticas com partidos de centro-direita, frente à aliança estratégica com setores político-sociais de esquerda. 37. O Estado brasileiro deve aprofundar a implementação das políticas públicas estruturantes que são direitos constitucionais duramente conquistados, tais como a saúde e a educação, com destaque para: a) no caso da Saúde, o cumprimento das determinações constitucionais pelos estados, Distrito Federal e municípios, e o investimento pela União de 10% das receitas correntes brutas na saúde; b) no caso da Educação, alocação de 10% do PIB. É urgente também a ampliação dos direitos dos trabalhadores, com destaque para as 40 horas e o fim do fator previdenciário. Direitos Humanos, com destaque para o ajuste de contas com os crimes cometidos pela Ditadura Militar e para a instalação de uma política de segurança pública democrática. 39. Nesse momento em que estamos 38. Assim, um próximo governo do campo da esquerda fará sentido histórico se avançar em relação aos anteriores, se transitar para a efetivação das reformas estruturais que o Brasil precisa. Caso contrário, poderá representar historicamente apenas um hiato entre uma era neoliberal e outra. Pata XI CONGRESSO | caderno de teses 123 inscrevendo a Tese ao Congresso da CONDESEF, estamos nas vésperas da data marcada para o Leilão do campo de Libra (21 de outubro) que prevê privatização de reservas do Pré-sal, que armazena milhões de barris de petróleo. São comprovadamente de 12 a 14 bilhões de barris de petróleo, equivalente, por exemplo, a todas as reservas conhecidas de que o México dispõe. A área a ser licitada tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados e as empresas que ganharem a licitação deverão explorar o campo durante quatro anos, período que poderá ser estendido, conforme prevê o contrato de partilha de produção. Somos contrários a esse Leilão e defendemos a imediata suspensão do mesmo. O prosseguimento da crise internacional e a necessidade do crescimento da economia não justificam a não preservação do patrimônio estratégico e de Tese 8 1 1 2 soberania nacional que representam as reservas do Pré-sal. deve e precisa ser construída respeitando as diferenças de concepção, inclusive, respeitando as pautas específicas de cada setor e a representatividade de cada entidade. 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Assim como em 2012, Unidade dos Servidores para novas Conquistas em 2014. 43. É necessário ressaltar o importan- te papel jogado pela CUT na defesa da grave e na procura incessante da abertura da negociação por parte do governo. A história tem demonstrado que a divisão dos trabalhadores só interessa ao patrão. Foi exatamente isto que ocorreu na campanha salarial de 2011, onde a disputa rebaixada patrocinada por setores que romperam com a CUT, fez com que a categoria não tivesse a segurança necessária para o duro enfrentamento da época. Resultado: mobilizações pequenas e duro revés para os servidores. 40. A greve dos servidores públicos fe- derais em 2012 foi uma das maiores realizada pela categoria nos últimos anos. Esta greve só foi possível porque os servidores entenderam que era necessária a mais ampla unidade para enfrentar a grande mídia, os empresários e o governo. 41. Em 24 de janeiro de 2012, as entida- des representativas dos servidores públicos federais protocolaram no Palácio do Planalto a pauta de reivindicações. O governo após várias rodadas de negociações afirmava que era impossível atender as demandas. Em 17 de maio os docentes universitários deflagram o processo grevista, em abril milhares de servidores, de vários órgãos da administração pública decidem aderir ao movimento, após a decisão acertada da Plenária da CONDSEF. 44. Mas, em 2012 o que fez dobrar a in- transigência do governo foi à determinação de milhares de servidores em todo o país. Nem a determinação ilegal de corte de ponto emitida pela Secretaria de Recursos Humanos do Planejamento, e muito menos a autoritária decisão de transferir para terceirizados e servidores de outras esferas funções e serviços, não foi o suficiente para retirar o ânimo da categoria. 42. Mais uma vez a CONDSEF chama a unidade do conjunto das entidades dos servidores públicos federais para fazer frente ao governo. A experiência da Campanha Salarial de 2011 deixou claro que a nossa divisão fortalece o governo e dificulta a negociação naqueles pontos que são consensuais entre as várias categorias. A unidade 45. No início da greve o governo afirmava 124 que não tinha um centavo para atender as justas reivindicações. Ao final, o governo foi obrigado a negociar uma reposição salarial de 15,8% para diversos setores do funcionalismo. A XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 proteções do direito a sindicalização e a greve, contra as práticas de discriminação anti-sindical que violam a liberdade sindical, mais precisamente nos Estados e nos Municípios. greve teve força ainda para arrancar do governo um reajuste no auxílio-alimentação de 22,69%. Conquistamos ainda o aumento da participação da União na assistência à saúde, com reajuste que variam de 15% a 30%, sobre os valores no ressarcimento do plano de saúde. Maior democratização das relações sindicais Concepção e organização sindical 49. As organizações sindicais (sindica- tos, associações de classe, confederações, etc.) devem ser instrumentos de luta pela melhoria das condições no trabalho. Portanto, não estão necessariamente em contradição com a existência do trabalho assalariado e da exploração capitalista. 46. É incontestável que houve um grande avanço para a democratização das relações de trabalho entre os sindicatos dos servidores públicos e o Governo Federal, apesar dos limites ainda impostos no Ministério do Planejamento e no Ministério do Trabalho. 50. Apesar disso, as organizações sindi- cais são uma escola importante para a organização dos trabalhadores e um instrumento para o embate entre capital e trabalho, mesmo que este embate se dê nos marcos do capitalismo. Por isso mesmo, os cutistas devem lutar para dirigir as entidades sindicais. 47. A construção da Mesa Nacional de Negociação é um bom exemplo que deveria ser seguido por Governos Estaduais e Prefeituras de todo o país. A ausência de um instrumento legal que garanta a negociação coletiva no setor público é uma debilidade que precisa ser vencida, e aprovada no Congresso Nacional. 51. Ao dirigir entidades sindicais, 48. A ratificação da Convenção 151 por parte do Governo Brasileiro foi um passo importante para consolidar esta democratização. No entanto, a armadilha que setores do governo preparam, ao condicionar regulamentação do direito de greve/negociação coletiva/liberação de dirigentes sindicais, deve ser refutada pela CONDSEF. Hoje mais do que nunca, se faz necessário uma legislação que garanta as XI CONGRESSO | caderno de teses 125 os cutistas devem ser capazes de organizar a luta de sua categoria específica, por melhores condições de trabalho e vida, o que inclui o respeito às questões ambientais. Mas devem buscar ir, além disso, colaborando para que os trabalhadores compreendam e participem ativamente da vida política e social de sua cidade, de seu Estado, de seu país e do mundo, percebendo, inclusive, o grau de discriminação e preconceito imposto aos afro-descendentes, às mulheres, Tese 8 1 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 aos povos indígenas e outras minorias, às pessoas com deficiências; e o mesmo no que diz respeito à orientação sexual das pessoas. que estas formas assumem na luta de classes depende, portanto, da atitude da classe trabalhadora na própria luta de classes. 52. Só a participação política é capaz de 55. Em épocas revolucionárias — em fazer a classe trabalhadora adquirir uma consciência socialista. Para isso, é preciso superar — continuamente — os limites da ação sindical, combatendo o sindicalismo tradicional , que tem como único horizonte os interesses de curto prazo da categoria; o sindicalismo “revolucionário”, que dá ao sindicato tarefas de partido político e pensa que o caminho para o socialismo está no conflito “direto” entre capital e trabalho (a luta por salários); e o sindicalismo social-democrata, que atribui aos sindicatos a exclusiva tarefa de lutar por salários e aos partidos a exclusividade das tarefas “políticas”. que a maioria da classe está mobilizada — os papéis muitas vezes se embaralham (citamos como exemplo o papel da COB nos levantes populares ocorridos na Bolívia). Em épocas de forte refluxo — em que a maioria da classe está desmobilizada — os papéis também se embaralham (citamos como exemplo a necessidade de o sindicalismo atuar de forma clandestina, durante algumas ditaduras, quase como atuavam os partidos de esquerda). 56. Já nos períodos “normais” da luta de classes os papéis são mais nítidos, cabendo aos sindicatos organizar todos os trabalhadores, independentemente de credo, raça, orientação sexual, determinação ideológica, etc. Nesses períodos, os sindicatos não centram sua ação na luta pelo poder ou na defesa de programas gerais. Nos períodos “normais” da luta de classes, o centro da ação do sindicalismo é a luta por elevar as condições de vida, remuneração e trabalho. 53. Todas estas concepções sindicais —— a tradicional, a economicista, a social-democrata e a nossa — estão presentes na Central Única dos Trabalhadores e no movimento sindical brasileiro como um todo. No dia-a-dia da prática sindical, estas concepções muitas vezes se misturam e se confundem. Mas é preciso estudar claramente as diferenças, pois elas conduzem a resultados muito distintos. 57. Mas mesmo nesses períodos os sin- 54. É preciso entender que tanto o sin- dicato, quanto o partido político, são formas distintas de organização de uma mesma classe social. O papel 126 dicatos possuem uma destacada importância política, expressa, por exemplo, na credibilidade que estas entidades possuem junto à massa dos trabalhadores. Dependendo da direção sindical, esta credibilidade pode XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 ser utilizada para elevar o nível de consciência da classe trabalhadora, para orientar politicamente os trabalhadores no sentido de seus interesses históricos; ou pode ser dirigida no sentido de manter os trabalhadores sob a hegemonia da classe dominante. necessárias dentro de um partido ou entre partidos, mas que não cabem no movimento sindical. Ao mesmo tempo, polêmicas que hoje podem parecer descabidas nos sindicatos, amanhã poderão ser consideradas naturais, tendo sempre como critério o nível de consciência da massa trabalhadora. 58. Por esse motivo, é importante politi- zar a disputa das entidades sindicais. Ao mesmo tempo em que recusamos a idéia de que os sindicatos devem ser “correia de transmissão” dos partidos políticos (ou dos governos e mandatos), e respeitando a autonomia e independência sindical, defendemos que os partidos políticos podem e devem disputar a orientação das entidades sindicais. 59. Politizar é diferente, entretanto, de partidarizar. Os sindicalistas podem e devem pertencer a partidos políticos, podem e devem defender abertamente as posições de seus partidos. Mas devem avaliar, a cada situação concreta, se cabe transformar uma posição estritamente partidária em posição sindical. Foi com base nesta avaliação que, em 1988, o Congresso da CUT rejeitou indicar o voto nas candidaturas do PT nas eleições daquele ano; foi também com base nesta avaliação que a CUT decidiu apoiar a candidatura do Lula, em 2002 e 2006; e da Dilma, em 2010. 61. Tendo em vista a pluralidade de cor- rentes que atuam no movimento sindical, todas elas expressando diferentes segmentos e opiniões presentes na classe trabalhadora, defendemos a mais ampla democracia no movimento sindical, particularmente no interior da CUT e dos sindicatos filiados à CUT. 62. A grande maioria dos sindicalistas que abraçaram o movimento sindical combativo, classista e pela base, assim como todas as tendências socialistas que atuam na CUT, defendem a democracia. Essa defesa precisa se materializar na existência: de organizações por local de trabalho; de conselhos de representantes nos sindicatos; da democracia nos processos eleitorais; de convenções no campo da CUT. 63. No caso da eleição para renovação das 60. É com base nesta mesma avaliação que, geralmente, recusamos transferir, para o terreno sindical, algumas polêmicas programáticas que são XI CONGRESSO | caderno de teses 127 diretorias da Central, confederações e federações, onde o processo dar-se-á em congressos da categoria, a Articulação de Esquerda defende a proporcionalidade qualificada, sem clausulas de barreiras, garantindo desta forma a presença na chapa das mais amplas visões político-ideológicas. Tese 8 1 1 2 3 4 Tese 8 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 64. Na eleição para os sindicatos de base devemos defender a existência de convenções ou acordos dentro do campo cutista, construindo uma chapa, que caso eleita, garanta a governabilidade política e administrativa. No entanto, quando tais acordos e/ou a convenção cutista se tornarem inviáveis, podemos eventualmente compor chapas com as diversas correntes sindicais de orientação classista que atuam na defesa dos interesses da classe trabalhadora, sempre buscando orientar o sindicato para organização no campo cutista. salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações; cumprimento por do governo dos acordos e protocolos de intenções firmados; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada dos Projetos de Leis , Medidas Provisórias e Decretos contrários aos interesses da categoria; e pela paridade entre os servidores ativos e aposentados. 67. Ousar lutar, lutar vencer. 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Avançar nas Conquistas em 2014 Assinam essa tese: Articulação de Esquerda Sindical 65. Por ser ano eleitoral , 2014 será um ano atípico, pois a lei eleitoral afirma que qualquer reajuste deverá ser negociado até seis meses antes da eleição. Este Congresso da CONDSEF deve ter como objetivo central preparar a luta da categoria para os primeiros meses do ano. Por isto fazemos um apelo a todas as forças políticas para que a disputa eleitoral, que definirá quem irá dirigir a CONDSEF, fique em segundo plano. Dirigimos um apelo em particular aos militantes do campo da CUT, para que façamos um esforço para construir uma chapa ampla e unitária, reunindo os melhores companheir@s para dirigir a nossa entidade no próximo período. 66. Uma nova diretoria que lute para que conquistemos a data base em 1º. De maio; a definição de uma política 128 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 Tese 9 15 O TRABALHO 13 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Com a Condsef e a CUT: unidade para conquistar as reivindicações Por uma chapa de todo(a)s Cutistas para a direção da Condsef 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 1 – CONJUNTURA NACIONAL E INTERNACIONAL EUA, as “instituições internacionais” pressionam os governos a cortar os gastos do Estado, privatizar, diminuir serviços públicos –como saúde, educação, transportes-, atacar todos os direitos, como a aposentadoria, rebaixar salários. 1. O cenário internacional está marcado pela profunda crise de dominação do imperialismo estadunidense, guardião mundial do sistema capitalista, e onde se iniciou a quebra financeira de 2008, cujos efeitos persistem, com graves consequências aos trabalhadores e suas organizações em todo o mundo. 3. E diante da resistência dos trabalha- 2. Repercutindo a política ditada pelos XI CONGRESSO | caderno de teses 129 dores e povos - como na Tunísia e Egito - que lutam contra a pilhagem dos seus recursos naturais e se recusam a aceitar serem empurrados para a 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 barbárie, a resposta do imperialismo é a guerra, a intervenção militar, o esmagamento da soberania nacional, a provocação de confrontos e guerras civis para impedir que prevaleça a vontade soberana dos povos. O desemprego entre os jovens é de 60% na Grécia; 56% na Espanha; 42% em Portugal; 38% na Itália. Mas o capital financeiro exige sempre mais e a ofensiva contra os direitos sociais e a legislação do trabalho é permanente. 4. Mas o impasse ocorrido nos EUA entre o governo Obama e a oposição republicana sobre o “teto” de endividamento público (que já é o maior do mundo) revela que o imperialismo não domina mais como antes (vide Anexo no fim desta contribuição). Essa crise na cúpula, alimentada pela resistência dos povos, é o que trava, até o momento, uma nova intervenção militar, na Síria, mas as ameaças continuam, inclusive de intervenção na Argélia através de uma base militar instalada na Espanha. Ataques ao movimento sindical 8. Nesta situação, para quebrar a resis- tência dos trabalhadores, as instituições e governos a serviço do imperialismo buscam atrelar as organizações construídas pelos trabalhadores na aplicação das contra-reformas. Na Europa é em nome da manutenção da União Europeia. Em certos países árabes – onde a desagregação não foi imposta pela guerra - é em nome da manutenção dos «acordos de associação» com a União Europeia camuflada por um verniz “democrático”. Na América Latina é em nome das exigências impostas pelas multinacionais e “investidores” contra as quais seria “impossível” romper. 5. E se Obama teve que engolir a correta decisão de Dilma de suspender a “visita de Estado” aos EUA, ele mantém a posição de que os EUA tem o direito de espionar quem quer que seja e quando bem entender para defender seus interesses economicos! 6. Impossível prever qual desfecho de 9. É daí que vem a ofensiva para destruir a independência das entidades sindicais. Pela repressão, pela cooptação, pela desmoralização, pela divisão. Por isso, a defesa dos direitos é inseparável da defesa da independência e fortalecimento de nossas entidades sindicais, contra o divisionismo, o que não é o mesmo que defender as direções que possam estar à frente dessas organizações. cada um dos momentos de uma crise que se torna permanente. Mas quem pode duvidar que a continuar a dominação do imperialismo continuará essa ofensiva com mais sofrimentos para os povos? 7. Um rastro de desagregação econômica e social é deixado onde são aplicadas as “receitas” do FMI, do Banco Mundial, da Comissão Europeia (a troika). 10. Mas o que garante a independência 130 XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 sindical? É a atividade voltada para a defesa dos interesses e reivindicações particulares e gerais dos trabalhadores, independentemente do estado, dos patrões, dos partidos políticos, dos credos religiosos. um brutal recado contra todo intento de baixar a taxa de juros. 14. E como explicar, senão como expres- são dessa mesma ofensiva do imperialismo, que no DNA do acordo Marina-Eduardo Campos esteja a denúncia do “chavismo”? Marina-Campos deixaram claro que sua “terceira via” é a mesma de sempre: para eles, não pode existir, na América Latina, nada que, nem de longe, alimente as expectativas dos trabalhadores e dos povos que resistem às imposições do imperialismo estaduninense, das multinacionais e de suas agências de mídia. 11. Se hoje é necessário lembrar tudo isso é porque a ofensiva para destruir a independência do movimento sindical ganhou uma dimensão inédita. A pressão para que os sindicatos “acompanhem” a quebra dos direitos – provocando sua desagregação - é orquestrada internacionalmente, pelo capital financeiro, e visa a deslocar as entidades sindicais de sua tarefa de defender os interesses dos trabalhadores. 15. Também é da ofensiva imperialista que vem a massacrante e persistente campanha que pretende apresentar os sindicatos de trabalhadores como “ultrapassados”, “corporativistas”, “sugadores de dinheiro dos trabalhadores”. Têm a mesma origem as tentativas de desmerecer os servidores perante a população e o conjunto da classe trabalhadora. E também as campanhas que pretendem jogar as novas gerações – presas no atoleiro dos intermináveis estágios e da terceirização – contra os trabalhadores organizados e seus sindicatos. 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 As conseqüências para o Brasil 12. No Brasil não seria diferente. A ofen- siva do imperialismo condiciona a ação das classes sociais e de suas representações políticas. Essa é a questão central. 13. É da ofensiva imperialista (especula- ção financeira) que vem a ameaça da agência Moody’s (quatro meses depois da Standard & Poors) de “rebaixar a nota do Brasil”. Expressam, assim, a exigência de aprofundar a política do “superavit primário”, das privatizações, das concessões e da espoliação do patrimônio nacional (incluindo o leilão do campo petrolífero de Libra). E sinalizam os ataques especulativos contra a moeda brasileira, enviando XI CONGRESSO | caderno de teses 16. No serviço público, a divisão entre 131 “velhos” e “novos” é também introduzida pela diferenciação de direitos provocada pela contra-reforma administrativa de FHC (Emenda Constitucional 19/1998), obstaculizada mas não revertida durante os governos Lula-Dilma, e, notadamente, pelas Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 sucessivas contra-reformas da previdência (Emendas 20/1998-FHC e 41/2003-Lula). Os servidores e a nova situação aberta em junho 20. Quem tem saudades de FHC? Quem defende a manutenção do sistema político e das instituições herdadas da ditadura militar? 17. Mas não é só. Também os trabalhado- res do setor privado e os seus sindicatos são alvos. Conquistas como carteira assinada e os mínimos direitos trabalhistas são mal toleradas pelos patrões que, nos fatos, tratam todo direito como “privilégio” e “concessão”. 21. Os milhões que, em junho, saíram às ruas por transporte, saúde e educação públicas e de qualidade, revelaram a rejeição total das instituições políticas - sobretudo o Congresso Nacional. A força das mobilizações conquistou a redução das tarifas de transporte, levantando demandas por mais serviços públicos, em contradição com a política de superávit fiscal primário do governo federal (imposta pelo FMI há quase 20 anos) que canaliza parte importante do Orçamento para o pagamento da divida pública a banqueiros e especuladores. 18. Foi o que vimos na violenta ofensiva patronal para aprovar o PL 4.330, da terceirização, que, na prática é uma verdadeira contra-reforma trabalhista. Ele nos atinge diretamente pois terceiriza a “atividade-fim”, dissolve o vínculo trabalhista e abre a via para a supressão de direitos (jornada, 13º salário, aposentadoria). Num certo momento, houve o risco de negociá-lo na chamada “Comissão quadripartite” em troca da representação dos terceirizados pelo “sindicato preponderante. 22. Mas como abrir caminho às aspirações mais profundas de justiça social, como a reforma agrária, a reestatização das empresas privatizadas e 100% do petróleo para a Petrobras? 19. Mas depois de uma ampla campanha (que passou pela Marcha da CUT de 6 de março de 2013 e pelas manifestações de 11 de julho, 6 e 30 de agosto), a mobilização dos trabalhadores, apoiando-se na CUT, conseguiu travar a tramitação do PL na CCJ, arrancando do governo o compromisso de rejeitá-lo. Sem deixar de continuar vigilantes – pois o PL 4330 ainda não foi arquivado definitivamente – está claro que a mobilização liderada pela CUT “virou o jogo”, criando uma situação mais favorável para derrotar de vez esse ataque. 23. Em julho de 2012, o 11o. Congresso da CUT já afirmava: 24. “O Brasil ainda convive com entulhos 132 da época da ditadura, como uma estrutura eleitoral baseada no “pacote de abril” dos militares, uma “Lei de Anistia” que isentou os/as torturadores/as de qualquer punição, um parlamento que não tem uma representação proporcional que garanta o princípio XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 elementar de “uma pessoa, um voto”. Por outro lado, nada justifica, do ponto de vista da democracia, a existência de uma “câmara alta” como é o Senado, concebido como casa revisora das decisões da Câmara dos Deputados. A CUT constata que a relação de forças no atual Congresso Nacional bloqueou até mesmo a tímida reforma eleitoral que se discutia, o que coloca em pauta a questão da convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana que dê a palavra ao povo brasileiro, como instrumento que supere os obstáculos levantados pela classe dominante a qualquer transformação de fundo no nosso país.” (Caderno de Resoluções do 11o CONCUT). 25. Em resposta às ruas, a presidente Dil- dia 14 de setembro, em São Paulo, que diz: “partindo da avaliação da necessidade de realizar uma Assembléia Nacional Constituinte, Exclusiva e Soberana, do Sistema Político Brasileiro e ante a recusa do Congresso Nacional em aceitar um Plebiscito legal, conforme estabelece a Constituição Federal, para decidir sobre a convocação, nós, dos Movimentos Sociais listados abaixo, deliberamos realizar um Plebiscito Popular com uma pergunta única aprovada consensualmente por todas as entidades e movimentos sociais”: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”. 28. O Plebiscito Popular será realizado em 7 de setembro de 2014 e começa a ser preparado desde já, num quadro de acirramento das lutas dos trabalhadores, como vimos na greve dos bancários, que depois de mais de 20 dias arrancou aumento real acima da inflação, dos professores em vários estados, em particular no Rio de Janeiro com amplo apoio popular, dos Correios e outras categorias. ma foi à TV propor um plebiscito para uma Constituinte específica para fazer a reforma política. Mas recuou diante da sabotagem do vice-presidente Temer (do PMDB), apoiado pelo STF, pelo PSDB e pela mídia. 26. Mas o divórcio entre a vontade po- pular e as instituições foi também revelado – em seguida às jornadas de junho – por pesquisas de opinião que mostraram que 73% são a favor de uma Constituinte. A palavra deve ser dada ao povo. O lado dos servidores federais é o do povo e não o dos banqueiros, da grande imprensa, das multinacionais. Mais médicos 29. Ao pedir mais serviço público, as 27. Por isso, a Condsef deve apoiar a decisão da Plenária Nacional de Movimentos Populares, realizada XI CONGRESSO | caderno de teses 133 mobilizações de junho bateram de frente com a política do superávit fiscal primário e abriram uma linha divisória: ou se apoiar nas conquistas arrancadas pelo movimento para impulsionar a luta para exigir mais do governo, ou se alinhar com os grandes patrões, as multinacionais, e os Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 setores mais reacionários que querem aprofundar a subordinação do Brasil à especulação financeira. Defender a nação é também defender o serviço público! 33. No seu discurso de 24 de setembro, na ONU, Dilma condenou a espionagem dos EUA e defendeu a soberania nacional. Mas a espionagem tinha, entre outros alvos, o pre-sal! Por que, então, manter o leilão do campo de Libra? 30. Um exemplo claro dessa linha divi- sória é o programa “Mais Médicos”. Trata-se de uma resposta emergencial, mas que retoma a saúde como política de Estado (saúde pública e gratuita). Sua realização exigirá um conjunto de outras medidas, como o investimento na rede básica, a “carreira federal para os médicos”, a estatização de leitos e a revogação das Organizações Sociais (OSs). Medidas que exigirão ainda mais investimentos federais, que se chocam com as metas de superávit primário. 34. Em 3 de outubro, aniversário da Pe- trobrás, os petroleiros da FUP realizaram uma paralisação, como parte de um amplo movimento impulsionado por entidades políticas, sindicais, populares, para exigir a suspensão do leilão, que estava marcado para 21 de outubro. O resultado ainda não era conhecido no momento de inscrição das teses, mas essa é uma luta que não pode parar! 31. Nessas condições, qual deve ser a po- sição dos servidores? Alinhar-se com a gritaria das cúpulas dos CRMs, que negam o registro para os médicos assumirem seus postos, que estimulam os médicos brasileiros a se chocar com médicos de outros países, em particular Cuba? Com os “analistas” dos jornalões e revistas reacionários? Com a posição “radical” que condena a medida por ser “insuficiente”? Ou ficaremos ao lado do povo que luta para ter atendimento médico, e adotaremos a posição de nos apoiarmos na medida parcial para continuar a luta e exigir mais? 35. E como defender a soberania nacional 32. Colocar a pergunta é responder! Aos servidores federais interessa fortalecer o serviço público, em particular na saúde, o que passa por melhorias para a carreira médica e nas condições de trabalho. 134 do Brasil sem defender a soberania para a nação negra do Haiti? Em 2014 serão 10 anos de ocupação de tropas da ONU (Minustah) comandadas pelo Brasil. Cólera, violências sexuais, repressão contra mobilizações políticas são o retrato do que fazem no Haiti. Uma nova delegação internacional – com apoio da CUT, COB-Bolivia, CTA-Argentina, entre outras entidades – foi recebida em audiência na ONU em 10 de outubro. Ela apresentou os resultados da Conferência Continental de 1º de junho realizada no próprio Haiti e uma resolução unânime do Senado haitiano que pede a retirada das tropas. “Defender o Haiti é defender a nós mesmos”. Retirada da Minustah do Haiti! XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 2 - BALANÇO DO MOVIMENTO: ARRANCAMOS CONQUISTAS, NÃO BENESSES! zaram uma das maiores greves de sua história! A maior desde 93! O movimento fez o governo recuar de sua posição original (de reajuste 0%). Depois de várias entrevistas do Ministro Guido Mantega e da própria presidente Dilma, onde diziam que não era hora de dar reajuste salarial, foi apresentada uma proposta, mesmo que muito aquém das reais necessidades dos servidores. quistas nos últimos anos e concluir assim que nosso combate para colocar FHC e os tucanos para fora não serviu para nada? Certamente não. Em 1991, havia 991.996 servidores ativos (civis e militares), em 2002, 809.975 e em 2012 chegamos a 999.661 (Fonte: Boletim Estatístico de Pessoal – MP). De 2002 a 2012 foram contratados quase 200 mil novos servidores. Essa não é uma benesse do governo e sim uma conquista do povo brasileiro e dos próprios servidores e da classe trabalhadora que elegeu Lula/Dilma porque lutava e luta pelo atendimento de suas reivindicações. 37. É uma clara demonstração de que 40. Entretanto, se conquistas foram ar- 36. Em 2012, os Servidores Federais reali- só com a mobilização da categoria e uma pressão muito forte em cima do governo seremos capazes de arrancar mais conquistas, aliando as lutas gerais às específicas, com uma aproximação maior da Condsef com a CUT. rancadas, nenhum servidor pode se dar por satisfeito. O direito de greve continua sendo atacado, ainda não temos direito à negociação coletiva e a retomada do achatamento dos nossos salários exige de todos a unidade necessária para arrancar de Dilma uma verdadeira política salarial, a começar pela anistia dos dias parados na última greve e a incorporação de todas as gratificações ao Vencimento Básico. 38. A dureza no enfrentamento com o governo, por meio da manutenção e extensão da greve, pela defesa intransigente das reivindicações, não se confundiu e nem se confunde com os discursos genéricos e impotentes de “marcar posição contra o governo”, de setores como a Conlutas, em vez de concentrar a energia do movimento na luta para arrancar conquistas. 41. É imperioso restabelecer a paridade 36 37 38 39 40 41 De 2002 a 2012: 200 mil novos servidores: Conquista da nossa luta! 39. É verdadeiro afirmar que não há conXI CONGRESSO | caderno de teses 135 ativo-aposentado-pensionista, recuperar os direitos perdidos, suspender imediatamente o desconto previdenciário dos aposentados, revogar as reformas da Previdência e também o Funpresp, salvar os planos de autogestão, restabelecendo a força da GEAP, entre tantas outras urgentes reivindicações. Um passo nessa Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 direção foi dado – a partir de uma campanha do Sindsep-DF e da CUT – com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) do dia 8/10 de decreto não numerado que autoriza o Ministério do Planejamento a celebrar convênio único com o plano de saúde de autogestão GEAP – Fundação de Seguridade Social – em nome da União, suas autarquias e fundações. cada sob o pretexto de “lutar contra o Acordo Coletivo Especial (ACE)”, uma proposta que já havia sido derrotada no interior da própria CUT, e para pedir ao STF a “anulação da reforma da previdência, aprovada com votos comprados”. Mas segundo declararam os próprios organizadores, o “significado profundo” de tal marcha foi construir um “terceiro campo político” para as eleições de 2014. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 A Condsef deve atuar junto com a CUT! 45. Ora, que devemos lutar pela revoga- ção da reforma da previdência não há dúvida (e não só a de Lula, a de FHC também!). Mas a “compra de votos”, que foi a base da condenação sem provas no “julgamento de exceção” da AP 470 (“mensalão”) não foi provada pelo STF e é um grave erro apoiar essa decisão arbitrária, pois ela será uma arma que se voltará contra organizações sindicais e populares, inclusive contra aquelas que se dispuseram a fazer tal “unidade” com os juízes do Supremo! (e como já ocorreu na utilização da “teoria do domínio do fato” contra sindicalistas em Rondônia e contra estudantes da USP, indiciados por “omissão coletiva”). 42. É preciso recolocar a Condsef no ca- minho da unidade com o conjunto da classe trabalhadora, que é representada na CUT. 43. Dizemos isso porque consideramos que um ponto negativo do balanço da direção da Condsef foi a hesitação em participar de ações puxadas pela CUT, como a Marcha de 6 de março que reuniu mais de 50 mil trabalhadores em Brasília, com o seu setor majoritário – o chamado “grupo dos independentes” priorizando atividades com a Conlutas, Intersindical e setores como “CUT pode mais”, como se viu na marcha de 24 de abril, e com eles constituindo um “forum” permanente, utilizando nos documentos ali adotados, sem qualquer discussão nas instâncias da Confederação, o logo da Condsef acrescentando a expressão “setor majoritário” (!?). 46. Sim, pois para se sobrepor aos Po- 37 38 39 40 41 Não à “judicialização” da política! 44. Essa atividade de 24 de abril foi convo- 136 deres Legislativo e Executivo e para criminalizar os movimentos sociais, o Judiciário vem se utilizando de uma crescente flexibilização dos parâmetros legais e constitucionais existentes, como fez no julgamento da AP 470 ao condenar sem provas, com base na “teoria do domínio do fato”, dois ex-presidentes do PT, não com XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Básico! A Lei 12.702/12 incorporou as Gratificações de desempenho aos proventos de aposentadoria ou às pensões pela média dos pontos recebidos nos últimos 60 (sessenta) meses dos Planos de Carreiras e Cargos da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Lutamos para todos os planos de cargos e carreiras sejam contemplados com esses mesmos critérios tanto para ativos como para aposentados. o objetivo de “combater a corrupção” mas, sim, de salvar o sistema baseado no “balcão de negócios” do Congresso Nacional e no “presidencialismo de coalisão”. 47. Mas a quem interessa essa tendência de deixar as decisões sobre a política para Judiciário, aonde o povo não tem a menor influência? O respeito à democracia pede, na verdade, a anulação do julgamento da AP 470. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 3 - PLANO DE LUTAS E PAUTA DE REIVINDICAÇÕES 48. Paridade ativo-aposentado- -pensionista! JÁ! Uma das principais injustiças que ainda persistem é a falta da paridade entra ativos e aposentados-pensionistas. Depois de uma vida inteira cumprindo sua obrigação de servidores da nação, o aposentado vê seu poder de compra cair e justamente num período em que mais precisa. A paridade é uma questão a ser enfrentada pelo conjunto da categoria, articulada com outras questões de interesse geral : a incorporação das gratificações de desempenho (extensão a todos dos dispositivos da Lei 12.702/12); e a luta pela tabela única (apoiando-nos na Lei 12.277/10). Além disso, devemos abrir a discussão sobre as vantagens e desvantagens da implantação da remuneração por subsídio (visando a paridade). 50. Tabela salarial única no poder executivo! A Lei 12.277/10, criou tabela salarial diferenciada para cinco cargos de nível superior (NS) do Executivo. A Condsef deve lutar pela equalização de todas as tabelas dos servidores de NS, com mesmo percentual de reajuste para os servidores de níveis intermediário (NI) e auxiliar (NA), com o objetivo de alcançar uma tabela salarial única no poder executivo. 51. Antecipação da Parcela de 2015 49. Incorporação das gratificações de desempenho ao Vencimento XI CONGRESSO | caderno de teses 137 para março de 2014: Segundo dados do próprio governo o aumento conquistado na greve de 2012 corresponde à projeção do índice de inflacionário para 2014. Sendo assim há a necessidade de lutarmos para que a parcela do aumento prevista por lei para 2015, seja devidamente antecipada. Em 2014, nossa campanha salarial é para arrancar aumento real no início de 2015. Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 52. Justiça no custeio dos planos de saúde: A participação da União no custeio da assistência à saúde suplementar dos servidores e seus dependentes é baixa e desigual : por exemplo, no Plano GeapSaúde o servidor mais jovem que ganha até R$1.499,00 recebe R$121,94 “per capita” do governo e paga ao plano R$ 115,19, enquanto um servidor com essa mesma remuneração com 59 anos ou mais de idade, recebe R$167,70 “per capita” do governo e paga ao plano R$353,99. Ora, além dos valores “per capita” serem muito baixos, os mais idosos - principalmente aposentados e pensionistas já penalizados pois recebem apenas metade da gratificação de desempenho - ainda são obrigados a desembolsarem mais recursos. Correção já dessa injustiça: que o reembolso “per capita” do governo seja proporcional aos valores pagos aos planos de saúde! 53. Anistia da horas da greve de de serviço para fins de aposentadoria. Anistia já! 54. Fim da Contribuição Previdenciá- ria dos Aposentados e Pensionistas: Uma das medidas mais cruéis contra os aposentados e pensionistas foi a instituição de cobrança previdenciária sobre seus proventos (EC 41/2003). A revogação dessa medida foi objeto de grande polêmica na discussão da ADIN 3.105, no STF. Na ocasião, restou vencido o voto da relatora que acolhia a ação sob a alegação de que o estabelecimento de contribuição previdenciária sobre a retribuição de servidor já aposentado configurava a violação de ato jurídico perfeito. Propomos intensificar a luta pela aprovação da PEC 555/2006, para pôr fim a Contribuição Previdenciária dos aposentados e pensionistas. 55. Revogação das Reformas da Pre- 2012: Como nas anteriores, também na greve de 2012 o governo cortou o ponto. E quando recuou apresentando uma proposta, condicionou o acordo à compensação das horas não trabalhadas e rejeitou a proposta da reposição do serviço pela resolução das demandas repressadas. Muitos de nós estamos sendo obrigados a trabalhar até duas horas a mair por dia e também no sábado! Já existe uma emenda ao PL 3806/2012, que anistia os servidores do pagamento dessas horas, bem como contabiliza estes 72 dias de greve como tempo 138 vidência (ECs 20/98 e 41 e 47/03) e do Funpresp! O governo conseguiu aprovar no Congresso o projeto do Funpresp, que desvia recursos da previdência pública para o mercado, sem qualquer garantia de um pagamento futuro dos benefícios aos participantes. No Chile e na Argentina, países que saíram à frente nessa subordinação da previdência ao mercado financeiro, as consequências foram drásticas, com queda vertiginosa nas “aplicações” (muitas vezes fraudulentas), rebaixando os valores das pensões após décadas de contribuição. Na Argentina o parlamento foi obrigado XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 a estatizar os Fundos para evitar o calote dos participantes levando os cofres do Estado a assumir o prejuízo. Toda experiência demonstra o grande fracasso dos modelos baseados nos Fundos de Pensão. É oportuno desmascarar o argumento falacioso do governo sobre auto-gestão dos Fundos, que nada resolve, pois em qualquer caso um fundo estará sujeito às oscilações do mercado. 58. Pela Ascensão Funcional: aprova- 56. Pela aglutinação de cargos: Esse 62. Regulamentação já da aposen- tema integra a pauta da Mesa de Negociação Permanente desde 2005. O embasamento político e jurídico já foi apresentado ao governo, até agora sem resposta. Precisamos aumentar a pressão porque pela aglutinação de cargos pode passar a resolução diversos problemas das carreiras. ção da PEC 257! 59. Regulamentação da Convenção 151 da OIT (negociação coletiva no setor público)! 60. Pelo direito irrestrito de greve! 61. Pela instituição da data-base dos servidores em Primeiro de Maio! tadoria especial para o servidor público nas três esferas de governo: A EC 47/2005 alterou o Art.40, §4º, incisos I, II e III, da Constituição, adotando critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria para os seguintes casos de servidores: I - portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Em fevereiro de 2010 o governo encaminhou ao Congresso os Projetos de Lei Complementar nºs 554 e 555, regulamentando os incisos II e III, respectivamente. Pela aprovação já desses projetos! 57. Isonomia do auxílio alimentação e demais benefícios entre os três poderes: O auxílio-alimentação, e demais benefícios se destinam a custear despesas específicas realizadas pelos servidores. Não se justifica, portanto, que essas verbas sejam diferenciadas entre Executivo, Legislativo e Judiciário pois são destinadas ao mesmo fim. Por exemplo, o valor do auxilio alimentação na Câmara dos Deputados é de R$740,00/mês; no Poder Judiciário é de R$730,00/mês; e no Poder Executivo é de R$373,00. Pela aprovação da PEC 271/13 que propõe a isonomia desses benefícios e pela agilização da ação judicial que se encontra no Supremo em busca da isonomia. XI CONGRESSO | caderno de teses 63. Pela extensão da GACEN - A cria- 139 ção da GACEN (MP 431/08) foi um marco trabalhista para os servidores da Funasa e do MS. Depois de um primeiro momento em que apenas dois cargos foram beneficiados com tal conquista, a luta da categoria através da CUT, dos sindicatos gerais e da Condsef – elevou esse número Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 para 20. Entretanto, após mais de 5 anos de aprovada a MP, mais de dois mil servidores que atuam cedidos aos estados e municípios – e muitas das vezes realizando o mesmo trabalho da Funasa e do MS, de combate às endemias - continuam sem sentir o sabor desta conquista. Por uma mudança na lei 11.784/08, de forma que todos os servidores cedidos sejam beneficiados com o pagamento da GACEN. à aposentadoria especial dos servidores públicos, previsto no art. 40, §4º, inciso III, da Constituição, aplicando-se à hipótese, no que couber, o disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Por sua vez a Orientação Normativa nº 10, de 05 de novembro de 2010, do MPOG reconhecia, em ponto específico, o direito à conversão de tempo especial em comum: “Art. 9º O tempo de serviço exercido em condições especiais será convertido em tempo comum, utilizando-se os fatores de conversão de 1,2 para a mulher e de 1,4 para o homem. 64. Fim à “indústria de PAD’s”! Res- peito aos direitos nas relações de trabalho! Nos últimos tempos se instalou uma verdadeira indústrias de PAD’s - Processos Administrativos Disciplinares - no Serviço Público Federal. Seu objetivo é perseguir dirigentes sindicais, minar o movimento sindical, enfraquecendo a resistência dos trabalhadores, o que se constitui num dos resíduos da ditadura ainda existentes em nosso país. Não podemos aceitar de nenhum governo a perseguição a dirigentes sindicaism, ainda mais em se tratanto de um governo que emergiu da luta dos trabalhadores pelos direitos sociais e pela democracia. 65. Definição e retorno da contagem do tempo especial insalubre pelo Mandado de Injunção 880 já; 67. No entanto, em 05.04.2013, a Coor- denadoria de Normatização da Secretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência editou a NOTA Nº08/2013/CGNAL/ DRPSP/SPPS/MPS, que dá uma interpretação aparentemente contrária à da Orientação Normativa º10, citada. E com base nessa NOTA, a Advocacia-Geral da União, elabora parecer em que recomenda que sejam revistos os procedimentos administrativos adotados para cumprimento das decisões prolatadas nos Mandados de Injunção nº. 880. 68. Lutemos para fazer valer a decisão do 66. Em 6.05.2009, o STF julgou proce- dente Mandado de Injunção nº 880, ajuizado pela CONDSEF e entidades filiadas reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito 140 Mandado de Injunção nº880! Contra A redução dos valores da bolsa do Dnocs Em março de 2012, o Governo suprimiu em grande parte a graXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 tificação (bolsa) dos servidores do DNOCS que recebiam desde 1988, a determinação veio através de parecer da Controladoria Geral da União(CGU). Esta medida prejudicou mais de 6.500 servidores entre ativos, aposentados e pensionistas do Órgão. Com a publicação da Lei 12.716/12 os trabalhadores do DNOCS conquistaram com muita luta a manutenção da VPNI (Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada) conhecida como “bolsa”, que corresponde a 100% para os cargos de nível superior e de 70% para o nível intermediário, incidentes sobre o vencimento básico. Para surpresa de todos, em setembro deste ano o DNOCS notificou a todos os servidores que reduzirá dos valores dessa VPNI(bolsa) os dois reajustes da Gratificação de Desempenho ocorridos em julho de 2012 e janeiro de 2013, como exemplo, o servidor de nível intermediário perderá de imediato R$511,00. E assim por diante continuará sendo descontado dessa VPNI todos os ganhos remuneratórios até absorver o valor total dessa complementação salarial (bolsa). Pela manutenção dos valores integrais da bolsa do DNOCS. 70. Centralização do cambio! 71. Com esse congresso não dá! Consti- tuinte para fazer a reforma política: participação da Condsef na organização do Plebiscito Popular de 7 de setembro de 2014! 72. Suspensão dos leilões: Petrobrás 100% estatal! Todos os recursos do pre-sal para saúde, educação, serviços públicos! 73. Não à privatização: contra as privati- zações e concessões de estradas, ferrovias, portos e aeroportos! Re-estatização de tudo o que foi privatizado! 74. Fim à política de desonerações fiscais! 75. “Mais médicos”: estatização de todos os leitos hospitalares, carreira federal para os médicos, Revogação da Lei das Organizações Sociais! 76. Contra a Terceirização nos Serviços Públicos! Derrubada do PL 4.330! 77. Defesa da democracia, contra a criminalização dos movimentos sociais e a “judicialização da política”, anulação da AP 470! 78. Arquivamento da PEC 215 que trans- fere o poder de demarcar e homologar as terras indígenas do poder executivo federal para o congresso nacional; 35 36 37 38 39 40 41 Bandeiras de luta e campanhas gerais 69. Fim da política do superávit primário! Revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal! XI CONGRESSO | caderno de teses 79. Homologação das terras indígenas já; 141 Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 80. Retirada imediata das tropas brasi- tempo especial insalubre pelo mandado de injunção 880 já! 81. Defesa da soberania nacional! Não 89. Criação de um núcleo de assistência leiras do Haiti! à guerra! Não as intervenções ditas “humanitárias” das grandes potências, seja sob a forma de ataques diretos, seja fomentando confrontos e guerras civis entre os povos! Não à intervenção imperialista na Síria! 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 voltado para os trabalhadores redistribuídos da FUNASA para o MS! 90. Criação de uma política de Recursos Humanos competente para os trabalhadores da SESAI/MS! 91. Fortalecimento dos Órgãos Federais: Bandeiras de luta e campanhas específicas contra o esvaziamento e pelo fortalecimento da FUNASA! 82. Fim da disparidade salarial entre os servidores do MS; pela isonomia entre os três poderes! 83. Fim da terceirização e convênios com ONG’S na Assistência aos povos indígenas e defesa do concurso público já indicado pelo ministério público federal a partir de 2013 até 2015 para a SESAI/MS! Lutar pela reintegração dos pdvistas 92. Os servidores federais foram pres- 84. Pela reestruturação do DNOCS! 85. Retorno da representatividade nacio- nal da CONDSEF aos trabalhadores da CONAB e pela sua participação no acordo coletivo! 86. Fortalecimento do INCRA e pela carreira do desenvolvimento agrário! 87. Materialização pelo governo da pro- posta de gratificação para os trabalhadores da SESAI/MS, protocolada pela CONDSEF! 88. Definição e retorno da contagem do 142 sionados para aderir ao PDV sob a ameaça de serem demitidos de qualquer forma sem essa “vantagem”. Na Conab, para dar maior credibilidade à farsa, foram fechadas unidades armazenadoras, cancelados contratos de prestação de serviços, disponibilizados imóveis para venda e empregados foram colocados à disposição das Superintendências. Foram ainda suspensos pagamentos a diversos fornecedores, reforçando a impressão de falta de recursos financeiros. Por fim foram divulgados os nomes dos que permaneceriam no quadro funcional. Os demais deveriam aderir ao PDV ou aceitar transferência para outros Estados. Assim, num ambiente insuportável e diante dessa encenação e pressão psicológica, muitos ignoraram os alertas e a campanha que os sindicatos e a Condsef fizeram para ninXI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 guém aderir ao PDV, não resistiram e foram enganados pelo governo. Para lutar contra essa injustiça propomos: ou pressupostos as suas opiniões e propostas. Pelo controle da base sobre a direção, nas assembleias e organismos estatutários das entidades. Pela sustentação financeira pelos trabalhadores, sem o imposto sindical. Pela construção da unidade em torno da defesa dos interesses e reivindicações dos trabalhadores. Pela independência de fato diante dos partidos, de todos os partidos, dos governos, dos patrões. 93. Plantão permanente na sede da Con- dsef de pelo menos três Pdvistas, escolhidos pelas entidades filiadas, para ajudar nos encaminhamentos das demandas dos Pvistas, com custos e transporte, hospedagem e alimentação rateados pelas entidades filiadas em valor a ser calculado e aprovado pelo CDE; 94. Realize anual de encontro nacional dos Pdvistas, realizado pela Condsef, com encontros estaduais preparatórios realizados pelas filiadas visando a discutir as demandas e organizar as ações para acelerar a luta pelo retorno dos Pdvistas. 98. As “jornadas de junho” mostraram, uma vez mais, que é a organização dos trabalhadores, construindo sua unidade, com democracia e independência, que pode garantir uma saída positiva para a situação. 99. Errou quem acreditava que iria ga- 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 4 - ORGANIZAÇÃO SINDICAL 95. Barrar a ofensiva patronal que visa a destruir os direitos e as organizações construídas pelos trabalhadores 96. Como enfrentar uma situação em que a independência das organizações sindicais é ameaçada de todos os lados? 97. Nós, que defendemos uma chapa unitária de todos os cutistas para a direção da Condsef, entendemos que o enfrentamento aos ataques sofridos pelas organizações sindicais passa pela defesa da democracia sindical, pelo direito de cada um defender livremente e sem constrangimentos XI CONGRESSO | caderno de teses 143 nhar com a denúncia sistemática de direções sindicais como “traidoras”, “pelegas”, etc. Como vemos diariamente no serviço público, confirmou-se que a sistemática propaganda contra os “velhos” sindicatos, a que são submetidos os trabalhadores – sobretudo os jovens -, abre espaço para o enfraquecimento dos laços com os setores mais oprimidos da classe trabalhadora e, notadamente, facilita a multiplicação de sindicatos que avançam nas bases dos sindicatos gerais. A pretexto da rejeição “política” e da organização separada do restante da classe trabalhadora, esses “novos sindicatos”, com poucas exceções, caem na vala comum da repetição dos, aí sim, velhos, programas e políticas impostos pelo capital Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 financeiro, em contradição com os interesses dos servidores federais. 104.Defendemos a união de todos os cutistas em torno de uma única chapa neste congresso, contra o divisionismo e o oportunismo. 100.A conclusão é reforçar os laços da Con- dsef com a CUT para que a mobilização e as lutas dos servidores estejam em sintonia com o movimento de conjunto da classe trabalhadora e para que as novas gerações de servidores (cujo ingresso no serviço público também é uma conquista da luta) integrem-se aos sindicatos gerais. 105.Viva a CUT! Viva a unidade da classe trabalhadora! 106.Viva a Condsef! 107.Viva a unidade de todos os servidores federais para defender e conquistar suas reivindicações! 101.A CUT foi criada em 1983 com o objeti- vo de unir os trabalhadores do campo e da cidade, construindo assim a unidade necessária para derrotar nossos inimigos de classe nos seus mais diversos ataques e na defesa de nossas reivindicações, tornando-se a maior central da América Latina e uma das maiores do mundo. A ação da classe trabalhadora, buscando se apoiar na CUT, teve papel preponderante desde então. 102.E foi fundamental o apoio incondi- ************************************ ANEXO A crise política (e não meramente orçamentária) que dilacera os Estados Unidos 108. A partir do dia 1 de outubro, o governo dos EUA, a potência imperialista mais poderosa do mundo, dirigido por Barack Obama, do Partido Democrata, ficou paralisado, proibido de gastar e caminhando para uma situação de insolvência (sem dinheiro para pagar os credores), o que configuraria um terremoto financeiro mundial, de conseqüencias incalculáveis (a dívida pública dos EUA beira os 17 trilhões de dólares, o que equivale a 107% de seu PIB). cional que a CUT manteve durante todos os 72 dias de greve dos federais em 2012, bem com a sua intervenção para que o governo apresentasse uma proposta aos servidores. 103.Defendemos a unidade da classe traba- lhadora e para tal, a Condef deve não apenas permanecer filiada mas aprofundar seus laços com a CUT. Afinal, a quem interessa a destruição da CUT e a divisão da classe trabalhadora, senão aos nossos inimigos de classe (banqueiros, industriais, grandes empresários e aos capitalistas de plantão)? 109.Na forma, a crise foi provocada pela 144 recusa do Partico Republicano, que XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 tem a maioria da Câmara, de aprovar o orçamento federal. Seu objetivo seria impedir a implantação do chamado “Obamacare”, que é uma reforma no sistema de saúde dos EUA proposta por Obama que a extrema-direita republicana acusa de ser a “socialização da medicina”! tas enfermidades e tratamentos. Por isso, a ocorrência de uma doença grave, como o cancer, é a principal causa de ruína financeira das famílias nos EUA). 113.É bem diferente disso a reivindicação dos sindicatos (e também a promessa de campanha de Obama): a criação de um sistema de saúde universal, de caixa único, garantido e administrado pelo Estado (na prática seria a extensão do Medicare para todas as idades). O seu custeio seria efetuado por um sistema de pagamento único («single payer») onde os recursos viriam de uma obrigação patronal (salário diferido) e/ou de contribuições de cada trabalhador por meio de um sistema de repartição (onde todos contribuem proporcionalmente e todos usufruem dos mesmos benefícios). 110.É mais ou menos isso o que repetem todos os «analistas». 111.Mas a realidade é outra. 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Nem de longe o “Obamacare” é o que diz dele a extrema-direita. 112.O “Obamacare” cria um seguro-médico obrigatório para cerca de 30 milhões de estadunidenses que, hoje, não tem nenhuma assistência e que passariam a adquirí-la numa empresa se seguros privada (são mais de 1.500 seguradoras nos EUA). Trata-se de cerca de 15% da população, sobretudo pequenos trabalhadores autonomos ou assalariados de baixa renda. O restante da população já tem algum tipo de cobertura seja porque está filiada a Planos de Saúde pagos pelas empresas onde estão empregados, seja porque está coberta por outros programas do governo, o Medicare para pessoas acima de 65 anos e o Medicaid que praticamente cobre apenas os indigentes (diga-se de passagem que apesar de dispender cerca de 18% da renda nacional – porcentagem que é mais que o dobro do gasto médio dos países industrializados – a maioria desses programas exclui mui- XI CONGRESSO | caderno de teses 114.Portanto, o “Obamacare”, está a anos-luz da reforma pela qual lutam os trabalhadores e nada tem de “socializante”. A crise nos EUA é política e não orçamentária 115.A disputa orçamentária é apenas a 145 ponta do iceberg. A crise tem suas raízes profundas na paralisia do sistema capitalista em escala mundial e que, naturalmente, se manifesta de diversas formas nos Estados Unidos, país que ocupa o papel de fiador do sistema. E por trás de tudo está sua incapacidade de dobrar a resistência operária. Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tese 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 116.Ocorre que a iniciativa dos repu- blicanos de fazer o bloqueio orçamentário foi adotada logo depois do congresso da AFL-CIO, a principal central sindical dos Estados Unidos, no qual sua direção – que apoia Obama – viu derrotada sua tentativa de evitar a discussão de questões que pudessem colocar o movimento sindical em choque com a política de Obama, como na questão da guerra contra a Síria e a reforma do sistema de saúde. 117.Diante desse quadro, o que indica o jornal Financial Times (porta-voz dos especuladores) quando chama o “Obamacare” de “reforma conservadora”? Que o problema não é o conteúdo da proposta de Obama mas, bem ao contrário, é a incapacidade do seu governo de impor essa reforma aos trabalhadores. 118.E, de fato, o congresso da AFL-CIO, realizado de 8 a 11 de setembro, terminou reafirmando a defesa de um sistema de saúde baseado no salário diferido e, na questão da Síria, a pressão dos delegados afastou toda possibilidade de apoio à posição de Obama (logo no ínicio do congresso, um pastor negro –convidado para falar na seção de abertura- se reivindicou de Marthin Luther King e se pronunciou explicitamente contra toda intervenção militar na Síria; o plenário se levantou para aplaudir de pé. 119.Tais resultados são importantes 146 porque a ruptura da subordinação dos sindicatos à orientação do Partido Democrata (representante do grande capital estadunidense junto com o Partido Republicano) é uma questão essencial para que a classe trabalhadora dos EUA (uma das mais numerosas do mundo) possa afirmar sua independência. ************************************ Primeiras assinaturas: Abdias José da Gama-Anistiados Adilon Araújo-Ceplac Adriana da Silva Souza-MS Aércio Fábio Araújo Soares-DNOCS Amauri Alves-PDVistas Ana Daniela Neves-MS Ananias Nicomenes Figueiredo-Aposentado Antenor Nunes da Silva-MS Antonia Pereira Magalhães-Conab Antônio do Carmo-Incra Antônio Jorge da Costa-MS Aristides Neves da Silva-MS Armando Milon-Funai Benedito da Silva Maia-MP Braga-MS Carlos Henrique Bessa-Funasa Caros Alberto Fernandes de Alencar-MP Cesar Henrique Melchides Leite-Funasa Cezar Romero Carvalho de Souza-Conab Cícero Dias de Lima-MS Clarice Fernandes Birnbaum Pessoa de MelloJC-DF Cleusa Maria Cassiano-MP Damasio de Souza Pedreira-MPF Edison Cardoni-Bacen Edmur Tabosa dos Santos-IN Edvaldo Pereira dos Santos-Conab Edvaldo-MS Elaine Maria-PDVistas Emir Oliveira-Incra XI CONGRESSO | caderno de teses 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Enos Barbosa de Souza-Conab Fabio Lopes Ramos-MS Fernando Salustiano do Bonfim Neto-MP Flávia Teixeira Sabóia-MS Francisco Edmilson Pereira Felizardo-MS Francisco Firmino Neto-Funasa Francisco Germano Moreira-DNOCS Francisco José Alexandre Sousa-MS Gleick Sá-Inpa Heleno Gomes de Matos Neto-AGU Idelfonso Cavalcanti-Funai Inácio Pereira Lima-IN Ivanildo Francisco de Melo-Funasa Izabel Maria da Silva-MTE Jader Alvarenga-Conab Jaime Macghado do Nascimento-Aposentado Jair Silva-MS Janice Gomes Alves-Mec Jayne Menezes da Silva-PDVistas Joalita Queiroz de Lima-Conab João Batista Alves-Anistiados João Batista de Oliveira-MS João Leite-Dnit Jorge Lobato-Inpa José Afonso Barbosa da Costa-MD José Carlos Pinheiro-MPS José de Arimateia Sousa Pinheiro-Conab José de Assis-MS José Lourenço da Silva-Bacen José Maria de Oliveira-MS José Moises Guedes Saraiva-Conab José Ribamar Costa Anchieta-MS José Rotiélio e Silva-MS José Zezito dos Santos-MS Lourdes Batsita Magalhães-MTE Lucy Mary Matos-MD Luziana Emídio Laureano-MF Marcia Vitoria Vila Nova-Conab Marcio da Costa Baptista-MP Maria Cecília Ribeiro-MS Maria Consuelo Gomes da Silva-MCTI Maria do Socorro Alves da Costa-Funasa Mariangela Sousa Lobato-MS Marilda Conceição Ribeiro-MPS 41 XI CONGRESSO | caderno de teses 147 Marlene Francisca da Silva Pinto-Conab Menandro Sodré-ANTT Nestor dos Santos – Anistiados Nilson de Alencar Ferraz-MS Niraldo Luiz Eccard-Bacen Osmar Lima-MS Osmi de Sousa Amaral-MTE Oton Pereira Neves-MS Otônio Araújo de Lima Júnior-HFA Pedro Alberoni Coutinho Moreira-MS Raimundo Bulcão-MS Raimundo Gonçalves Santiago-Funasa Rivanda Pereira da Silva-Anistiados Roberto Luque-MF Robson Luiz Sales Melo-MS Ruthe Macedo-MS Sandra Lúcia da Silva Mota-Incra Silva Scobar-Incra Tony Santos-MS Valda Eustáquia Cardoso de Souza-Hfa Valdires Soares de Oliveira-MCTI Valmir Torres da Silva-MS Walter Matos-Funasa Ceará Aluísio Bastos Pereira-DNOCS-Fortaleza Geraldo Pereira da Costa-DNOCS-Fortaleza Antônio Medeiros do Nascimento-MS-Fortaleza Lucinea Oliveira Pires de Freita-MS-Fortaleza Luiz Haroldo Rodrigues Monteiro-DNOCS-Tauá José Murilo Maciano -MS-Crateús Maria de Fátima Barbosa Rocha-MF-Fortaleza Silvio Augusto Ribeiro Torquato-Min. da DefesaFortaleza Tese 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 148 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Estatuto Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 TÍTULO I implementar ações da Administração e do Serviço Público e prestadores de serviço que percebam de forma direta ou indireta da União Federal, todos considerados trabalhadores públicos federais, independente de suas convicções políticas, partidárias ou religiosas. 1. DA DENOMINAÇÃO E FINALIDADE DA CONFEDERAÇÃO 2. Art. 1o - A CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - CONDSEF, fundada em 31 de agosto de 1990, pelo III Congresso Nacional de Servidores Públicos Federais, com sede e foro na cidade de Brasília - Distrito Federal, é uma entidade democrática, autônoma, desvinculada do Estado e sem fins lucrativos, pessoa jurídica de direito privado, de duração indeterminada, de representação sindical em grau superior, representando os interesses das Entidades de Classes que congregam todos os servidores públicos e trabalhadores vinculados à administração direta, indireta, fundacional e autárquica dos poderes da União e das empresas públicas federais, sejam eles regidos pelo RJU, pela CLT ou por qualquer outro vínculo jurídico que venha a ser criado no âmbito da Administração Pública Federal, ativos, aposentados e pensionistas inclusive aqueles provenientes de convênios que têm o objetivo de XI CONGRESSO | caderno de teses 3. Parágrafo único - A CONDSEF tem sua sede jurídica e administrativa em Brasília/DF e jurisdição e representatividade em todo o Território Nacional. 4. Art. 2o - a Confederação tem como finalidade: 5. I - Unir todas as Entidades Sindicais representativas dos trabalhadores públicos federais da Administração Direta, Indireta, Fundacional e Autárquica dos Poderes da União e das Empresas Públicas Federais, independente do vínculo existente para com a Administração Pública Federal, na luta em defesa de seus direitos, interesses e reivindicações imediatas, mediatas e futuras, nos planos funcional, econômico, social, cultural e político. 6. II - Fortalecer as entidades representati- 149 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 vas dos trabalhadores públicos federais, respeitando sua autonomia e modelo de organização, bem como incentivar a união dos servidores, empregados e trabalhadores no serviço público federal, através de sindicalização e a organização de novos sindicatos. 11. VII - Manter contatos, intercâmbios, 7. III - Desenvolver atividades e iniciati- plenárias, encontros, reuniões e outros eventos para aumentar o nível de organização e conscientização da categoria representada, assim como participar de fóruns e eventos de interesse dos trabalhadores públicos federais e da população usuária dos serviços públicos, no Brasil e no exterior; vas na busca de soluções para os problemas dos trabalhadores da Administração Direta, Indireta, Fundacional e Autárquica dos Poderes da União e das Empresas Públicas Federais, tendo em vista a melhoria de suas condições de trabalho e de vida, agindo sempre em defesa dos interesses da Nação, representados pela vontade do povo e na defesa de um serviço público de boa qualidade, democratizado e eficiente. acordos, convênios e projetos com entidades sindicais ou não, nacionais ou estrangeiras, em todos os níveis, preservando os princípios de autonomia e independência da Confederação; 12. VIII - Promover congressos, seminários, 13. IX - Desenvolver e implementar uma política de formação sindical, conjuntamente com as entidades filiadas, para dirigentes, novas lideranças e categoria em geral. 8. IV - Promover ampla e ativa solidariedade com as demais categorias de trabalhadores, buscando elevar seu grau de unidade, tanto nacional quanto internacional, e prestar apoio e solidariedade aos povos do mundo inteiro que lutam contra todo o tipo de opressão e exploração do homem; 14. X - Representar perante o Poder Exe- do conjunto da classe trabalhadora que visem à melhoria e à elevação de vida do povo brasileiro, como reflexo do exercício pleno de cidadania de uma nação; cutivo, em qualquer de suas esferas ou escalão, perante as autoridades do Poder Judiciário em qualquer instância ou Tribunal, perante o Poder Legislativo em qualquer de suas casas que integram o Congresso Nacional, os interesses dos trabalhadores no serviço público federal, bem como perante o Tribunal de Contas da União, Polícias Judiciárias Estaduais ou qualquer Superintendência Regional da Polícia Federal; 10. VI - Incentivar o aprimoramento cultural, 15. XI - Estimular a organização dos traba- intelectual e profissional dos trabalhadores/ as, como forma de construir um Serviço Público Federal eficiente e de qualidade que atenda com excelência ao usuário; lhadores do serviço público federal nos locais de trabalho; 9. V - Apoiar todas as iniciativas e lutas 16. XII - promover negociações individuais 150 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 ou coletivas de trabalho, celebrar acordos coletivos e contrato coletivo de trabalho e, ainda, ajuizar dissídio coletivo; 22. I - Participar de todas as atividades da 17. XIII - Defender o meio-ambiente saudável da Confederação - CNC, à Plenária Nacional da CONDSEF – PN, Conselho Deliberativo de Entidades, Diretoria Nacional e à Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF propostas, teses, sugestões, projetos, encaminhamentos ou representações de qualquer natureza, que demandem providências daqueles órgãos deliberativos; 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 23. II - Apresentar ao Congresso Nacional enquanto espaço de vida digna, lutando por cidades limpas e com esgotamento sanitário adequado, água tratada para todos, transportes coletivos decentes, educação e saúde públicas de boa qualidade com acesso universal, proteção e distribuição justa e adequada dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações. 14 15 CONDSEF; 24. III - O amplo direito de defesa, podendo TÍTULO II recorrer das decisões da Diretoria Nacional à Plenária e/ou ao Congresso Nacional da CONDSEF, solicitando qualquer medida que entenda apropriada, tanto em relação à conduta e à postura dos dirigentes nacionais da Confederação quanto em relação às próprias atividades desenvolvidas pela entidade; 18. DAS ENTIDADES FILIADAS, DA ADMISSÃO, DOS DIREITOS E DEVERES 19. Art. 3o - O número de Entidades filiadas é ilimitado. 20. Art. 4o - Poderão ser filiados a CONDSEF todas as entidades sindicais representantes de trabalhadores no Serviço Público Federal, integrantes do Quadro de Pessoal da Administração Direta, indireta, fundacional e autárquica dos Poderes da União e das Empresas Públicas, sejam regidos pelo RJU e pela CLT, inclusive aqueles provenientes de Convênios que têm o objetivo de implementar ações da Administração e Serviço Público, em qualquer nível e grau, que, por decisão de seus órgãos, aprovem a filiação e acatem as normas deste Estatuto. 21. Art. 5o - Observadas as disposições estatutárias da CONDSEF, são direitos das Entidades filiadas: XI CONGRESSO | caderno de teses 25. IV - Requerer aos órgãos de direção da CONDSEF a convocação extraordinária de Congressos ou Plenária Nacional, desde que haja a manifestação favorável, por escrito, de 1/3 (um terço) das entidades filiadas; 26. V - Ter um representante no Conselho Deliberativo, ou, no caso de ausência ou impedimento, lhe é garantido seu suplente; 27. VI - Requerer todos os benefícios e direitos gerados por este Estatuto. 28. Parágrafo único - Na hipótese dos 151 órgãos de direção da CONDSEF não en- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 caminharem a convocação extraordinária do Congresso ou Plenária Nacional requerida nos termos do inciso IV deste artigo, as entidades filiadas poderão fazê-lo diretamente desde que a convocação seja aprovada e assinada por 1/3 (um terço) do total das entidades filiadas. devendo a mesma quitar suas obrigações financeiras enquanto perdurar a discussão que deliberará sobre a sua exclusão. 37. § 1o - Para as entidades que descumprirem o inciso II por motivo de ocorrências extraordinárias de ordem financeira e política, a decisão de exclusão ou não, inclusive renegociando débitos, será submetida ao Conselho Deliberativo de Entidades, nos termos deste Estatuto, cabendo desta decisão recurso à Instância Superior. 29. Art. 6o - São deveres das entidades filiadas: 30. I - Cumprir e fazer cumprir este Estatuto; 31. II - Estar sempre quites com suas obrigações financeiras com a CONDSEF; 38. § 2o - A Entidade com mais de seis meses de atraso que quitar integralmente os débitos terá automaticamente retificada a sua exclusão. 32. III - Atualizar no mês de julho de cada ano, o cadastro junto à CONDSEF informando o número de filiados quites, receita financeira mensal, mediante apresentação de extrato ou resumo com número de filiados e/ou informações do SIAPE, e balancete financeiro; 33. IV - As informações elencadas no inciso 39. § 3o - A Entidade que não estiver em dia com suas obrigações financeiras não poderá participar dos fóruns da CONDSEF como o Congresso, Plenárias, CDE, Encontros Setoriais e Seminários. anterior serão utilizadas para definição do número de Delegados nas instâncias da CONDSEF e para contribuição financeira das Entidades filiadas. 40. Art. 8o - São direitos dos integrantes 34. Art. 7o - Poderão ser excluídos ou des- dirigentes da CONDSEF, respeitadas as disposições estatutárias; do Quadro Social de cada uma das entidades filiadas: 41. I - Votar e ser votado para as instâncias ligados da CONDSEF: 35. I - As entidades filiadas, quites com suas 42. II - Participar de todas as atividades obrigações financeiras, que solicitarem por escrito sua desfiliação, por decisão de sua instância máxima de deliberação; promovidas pela CONDSEF desde que observado o Estatuto e as resoluções internas das Entidades Filiadas; 36. II - A Entidade filiada com mais de 06 43. III - Apresentar à Diretoria Nacional, à (seis) meses de atraso com a contribuição financeira prevista neste Estatuto, Plenária Nacional ou ao Congresso Nacional da CONDSEF propostas, sugestões, 152 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 projetos ou representação de qualquer natureza, que demandem providências daqueles órgãos deliberativos. este o prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, a partir do recebimento da notificação, para recorrer da decisão junto à Plenária Nacional. 44. Art. 9o - Os dirigentes da CONDSEF, integrantes de qualquer de suas instâncias, que cometerem desrespeito ao Estatuto da Confederação ou que adotarem conduta que venha a comprometer a imagem da CONDSEF ou, ainda, manifestadamente, adotarem condutas contrárias às deliberações das instâncias da Confederação, estão sujeitos às seguintes penalidades: 45. a) Advertência escrita; TÍTULO III 52. DOS ÓRGÃOS DA CONFEDERAÇÃO 53. Art. 10o - São órgãos da Confederação: 54. I - Congresso Nacional; 55. II - Plenária Nacional; 56. III - Conselho Deliberativo de Entidades; 46. b) Suspensão do mandato; 57. IV - Diretoria Nacional; 47. c) Perda do Mandato. 48. § 1o - A denúncia de infração baseada no art. 9° será encaminhada à Diretoria Nacional, que constituirá Comissão para apuração da denúncia, num prazo de 30 (trinta) dias, podendo tal prazo ser prorrogado por igual período, garantido ao Requerido o direito a ampla defesa e o direito ao contraditório. 58. V - Executiva da Diretoria Nacional; 59. VI – Conselho Fiscal 60. VII – Departamentos Setoriais. CAPÍTULO I 61. DO CONGRESSO NACIONAL 49. § 2o - A Diretoria Nacional, com base 62. Art. 11o - O Congresso Nacional é o no relatório da Comissão previsto no § 1°, deliberará sobre a aplicação ou não de qualquer penalidade. fórum máximo de deliberação da CONDSEF e será realizado ordinariamente de 03 em 03 anos e, extraordinariamente a qualquer tempo, convocado pela Plenária Nacional, ou quando na forma prevista no inciso IV e Parágrafo Único do artigo 5º deste Estatuto. 50. § 3o - A decisão da Diretoria Nacional que impuser qualquer penalidade será submetida à deliberação da Plenária Nacional. 40 51. § 4o - A Diretoria Nacional notificará 41 ao Diretor da penalidade imposta, tendo XI CONGRESSO | caderno de teses 63. § 1o - Os delegados de base de cada en- 153 tidade filiada à CONDSEF serão eleitos na proporção de 01 (um) para cada 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 (cem) trabalhadores sindicalizados e fração majoritária de 50 do Órgão ao qual pertence. 64. § 2o - Os delegados poderão ser eleitos em Assembléia Geral, setorial, regional ou por local de trabalho da categoria representada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) presentes na Assembléia. Será eleito, por assembléia, 01 (um) delegado para cada 10 (dez) presentes, ou fração igual ou maior a 5 (cinco), respeitados os limites estabelecidos no § 1º, sendo proibida a duplicidade de candidatura e de voto, quando convocada mais de uma instância para eleição de delegados, resguardando o direito de recurso. não estejam contidas no § 2º, os quais para serem eleitos deverão estar presentes na Assembleia, seja ela regional, setorial ou geral. 69. § 7o - No local de trabalho, os casos, que comprovadamente contrariarem este artigo, serão automaticamente anulados pela Comissão de avaliação das atas de eleições. 70. § 8o - Os observadores serão eleitos no percentual de até 30% (trinta por cento) do número de delegados eleitos na respectiva Assembléia Geral. 71. § 9o - Quando a eleição for por chapa, os delegados serão eleitos proporcionalmente ao número de votos válidos obtidos por cada chapa em relação ao total de votos válidos, observando-se a proporcionalidade direta e qualificada. 65. § 3o - As assembleias das Entidades filiadas para eleição de delegados(as) para o Congresso serão acompanhadas por diretor da Confederação e/ou representante indicado pela sua direção, sendo obrigatória a sua assinatura na respectiva Ata; 66. § 4o - O diretor da CONDSEF e/ou representante indicado deverá encaminhar relatório da Assembleia da Entidade filiada para a Confederação; 67. § 5o - As Entidades filiadas deverão 72. § 10o - Cada Diretoria de Entidade filiada terá direito a eleger 01 (um) delegado, condicionado ao referendo de assembleia para tal fim. 73. § 11o - Todos os membros efetivos da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal e respectivos suplentes, enquanto no exercício do cargo, são delegados natos. informar o calendário de assembleias para eleição de delegados ao Congresso até 10 (dez) dias antes da realização da mesma, o que deverá ser divulgado no site da CONDSEF. 74. § 12o - Qualquer delegado do Congres- 40 68. § 6o - Fica expressamente proibido ou- 75. § 13o - Tratando-se de Congresso Na- 41 tras formas de eleição de delegados que cional onde devam ocorrer eleições, ou 34 35 36 37 38 39 so Nacional da CONDSEF poderá ser eleito para qualquer cargo da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal ou Departamento Setorial. 154 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 apreciadas propostas de modificações do Estatuto, tais itens deverão constar expressamente da convocação. 76. Art. 12o - Compete ao Congresso Na- tos dos delegados presentes em cada sessão plenária. 84. Parágrafo único - As deliberações referentes à destituição dos membros da Diretoria Nacional e Dissolução da CONDSEF exigirão a aprovação de pelo menos 2/3 (dois terços) dos votos dos delegados presentes à sessão plenária. cional da CONDSEF: 77. I - Deliberar sobre todo e qualquer assunto constante da pauta aprovada no início de seus trabalhos; 78. II - Avaliar a realidade da categoria e a situação política, econômica e social do país, definir a linha de ação da CONDSEF, suas relações intersindicais e fixar o plano de lutas; CAPÍTULO II 85. DA PLENÁRIA NACIONAL 86. Art. 14o - A Plenária Nacional é o órgão de deliberação inferior ao Congresso Nacional e Superior ao Conselho Deliberativo, Diretoria Nacional e Executiva da Direção Nacional. 79. III - Alterar, no todo ou em parte, o presente Estatuto, desde que convocado para tal fim; 80. IV - Examinar e aprovar em última instância, em caso de recurso, os relatórios financeiros e prestações de contas apresentadas pela Diretoria e rejeitadas pelo Conselho Fiscal; 87. Art. 15o - São atribuições da Plenária Nacional: 88. I - Deliberar sobre quaisquer matérias 81. V - Eleger os membros efetivos e suplen- que por determinação do Congresso Nacional lhes forem atribuídas, nos rígidos limites desta atribuição, sob pena de nulidade das deliberações adotadas; tes, da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal e dos Departamentos Setoriais; 89. II - Implementar as deliberações do Con- 82. Parágrafo único - A posse dos eleitos para Diretoria Nacional, Conselho Fiscal e Departamentos Setoriais, efetivos e suplentes, ocorrerá, no máximo, até 30 (trinta) dias após o prazo do Mandato da Diretoria anterior. gresso Nacional da Categoria representada; 90. III - Regulamentar, quando necessário, as deliberações do Congresso Nacional da CONDSEF; 91. IV - Examinar e apresentar parecer ao 83. Art. 13o - As deliberações do Congresso Nacional da CONDSEF serão adotadas por maioria simples dos voXI CONGRESSO | caderno de teses 155 Congresso Nacional da CONDSEF dos relatórios financeiros, prestações de contas e previsões orçamentárias apresentados pela Diretoria Nacional da CONDSEF; 1 2 3 4 92. V - Decidir sobre os recursos interpostos contra decisões prolatadas por instâncias inferiores da CONDSEF; 5 93. VI - Convocar extraordinariamente o 6 Congresso Nacional da CONDSEF. 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 eleitos em assembleias gerais, setoriais, regionais ou por local de trabalho da categoria representada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) presentes na Assembleia. Serão eleitos por Assembleia 1 (um) delegado para cada 10 (dez) presentes, respeitados os limites estabelecidos na alínea “a” do presente artigo. 94. Art. 16o - A Plenária Nacional é constituída por: 95. I - Todos os membros efetivos da Diretoria Nacional; 96. II - 1 (um) delegado por entidade filiada 102.Art. 17o - A Plenária Nacional reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por semestre e, extraordinariamente, quando convocada pela Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF, pelo Conselho Deliberativo de Entidades ou por ela própria. que detenha base nacional; 97. III - 1 (um) delegado eleito pela Diretoria de cada Entidade filiada, desde que referendado em Assembléia realizada pela própria Entidade; 103.Parágrafo único - Compete à Executiva da Diretoria Nacional fixar local e data das Plenárias Nacionais por ela convocada. 98. IV - Delegados de base serão eleitos em Assembléias das Entidades filiadas, sendo proibida a duplicidade de candidatura e voto quando for convocada mais de uma instância para a eleição em número que varia de acordo com o seguinte critério: 104.Art. 18o - A Plenária Nacional deverá ser convocada com, no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência, quando ordinária, e 10 (dez) dias de antecedência se extraordinária, devendo no ato de convocação constar a pauta. 99. a) 1 (um) delegado para cada 500 (quinhentos) sindicalizados na base das entidades filiadas. 100.b) Para o credenciamento dos delegados à Plenária Nacional é obrigatória a apresentação da Ata da Assembléia que os elegeram, a lista dos trabalhadores presentes à Assembleia de eleição e cópia do documento que a convocou. 101.c) Os delegados poderão ser 105.Parágrafo único - A Plenária Nacional deliberará sobre todo e qualquer assunto constante da pauta no início dos trabalhos, observada a sua competência. CAPÍTULO III 106.DO CONSELHO DELIBERATIVO 156 DE ENTIDADES XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 Seção I 107. Natureza, Finalidade e Objetivos 108.Art. 19o - O Conselho Deliberativo de Entidades é formado pela Executiva da Direção da CONDSEF, por 1 (um) representante de cada entidade filiada e por 1 (um) representante da Coordenação de cada Departamento Setorial Nacional, sendo um órgão de decisão imediatamente superior à Diretoria da Confederação e inferior à Plenária Nacional e ao Congresso Nacional da CONDSEF. 109.Parágrafo único - O Conselho de Entidades deverá aprovar o seu regimento interno. 110.Art. 20o - O Conselho Deliberativo de Entidades tem por finalidade: dução das lutas, seja na sua organização, em consonância com as lutas gerais dos trabalhadores; 115.V - Ser fórum de proposição de formulação de políticas, para discussão nas instâncias superiores, tendo em vista a sua composição e representatividade; 116.VI - Captar as demandas, orientações e sugestões emanadas das Entidades filiadas, caracterizando-se como um canal permanente aberto entre estas e a Direção da CONDSEF; 117.VII - Ser fórum de discussão permanente das questões gerais das lutas dos trabalhadores; 118.V III - Caracterizar-se como espaço privilegiado para troca de experiência de atividades administrativas, de organização da base e de formação sindical desenvolvidas pelas Entidades filiadas, contribuindo, assim para o fortalecimento e unificação da luta dos trabalhadores no serviço público federal; 111.I - Estabelecer diálogo permanente entre as Entidades filiadas, visando o desenvolvimento e implementação da política da entidade; 112.II - Possibilitar e garantir a expressão e participação de cada uma das Entidades filiadas no processo de discussão e condução da política da CONDSEF; 119.I X - Caracterizar-se como fórum de discussão e de propostas de encaminhamentos das avaliações referentes a ações emanadas por Entidades filiadas cunhadas por orientações diferentes e divergentes, visando assegurar a funcionalidade da Confederação, bem como a construção e condução do movimento. 113.III - Discutir e formular estratégia para a implementação das diretrizes políticas definidas pelas instâncias da Confederação, tanto nas questões gerais quanto específicas de interesse e em defesa da categoria; 114.IV - Ser instrumento aglutinador, visando a construção da unidade dos trabalhadores públicos federais, seja na conXI CONGRESSO | caderno de teses Seção II 120.Das Competências 157 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 121.Art. 21o - Cabe ao Conselho Delibe- ternacionais de interesse da classe trabalhadora. rativo: 122.I - Formular propostas de diretrizes po- 129.VIII - Discutir, propor e definir a rea- líticas, textos, teses e outros materiais para Plenárias e Congressos Nacionais da CONDSEF. lização de cursos, seminários e treinamentos, visando ao aprimoramento e à qualificação da Categoria representada, bem como à melhoria dos serviços públicos, diligenciando meios para a sua realização através das instâncias competentes da Confederação. 123.II - Organizar e apresentar às Secretarias e Departamentos da CONDSEF, a demanda indicada pelas entidades filiadas, cobrando da Diretoria seus encaminhamentos e correspondente retorno de resultados e/ou reorientações consequenciais, exercendo, inclusive, gestões junto à Diretoria com o objetivo de viabilizar os meios competentes para solução dessas demandas. 130.IX - Acompanhar a participação das Entidades filiadas, inclusive financeira, nas atividades da CONDSEF, através de relatórios, documentos e mapas, propondo subsídios e encaminhamentos. 124.III - Acompanhar o funcionamento das 131.Art. 22o - O Conselho Deliberativo diversas Secretarias e Departamentos da estrutura organizacional da CONDSEF. reunir-se-á ordinariamente, a cada três meses, conforme cronograma estabelecido anualmente. 125.IV - Discutir, propor e definir a promoção de reuniões e debates sobre a organização sindical da Categoria representada, bem como Encontros e Plenárias Setoriais dos Departamentos. 132.Parágrafo único - Sempre que necessário, reunir-se-á extraordinariamente, mediante convocação de 20% (vinte por cento) dos membros ou pela Diretoria Executiva da CONDSEF. 126.V - Discutir, formular e definir estratégia e campanhas nacionais em defesa dos serviços, do patrimônio e dos trabalhadores do serviço público. 127.VI - Articular e acompanhar a implementação e funcionamento das instâncias da CONDSEF, bem como propor a construção de grupos de trabalho e comissões específicas. 40 128.V II - Construir na discussão da par- 41 ticipação em eventos nacionais e in- Seção III 133.Da Composição 134.Art. 23o - O Conselho Deliberativo será composto da seguinte forma: 135.I - Pela Diretoria Executiva da CONDSEF. 136.II - Por representantes fixos, titular e 158 suplente, de cada entidade filiada, eleitos dentre os membros de sua Diretoria. XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 137.III - Por 1 (um) membro de cada Departamento Setorial. 138.§ 1o - Os representantes eleitos deverão ser referendados em Assembléias, Plenárias ou Congresso das Entidades Filiadas e Encontros Nacionais dos Setores. 147.II - Convocar Plenária Nacional nos 139.§ 2o - Compete às Entidades filiadas a 148.III - Representar os trabalhadores pú- apresentação das atas e/ou documentos comprobatórios das eleições e referendum dos membros eleitos para o Conselho, titulares e suplentes. blicos federais da Administração Pública Federal, seus direitos e interesses perante os Poderes Públicos. 140.Art. 24o - Terá direito à voz e voto apenas um representante de cada uma das entidades filiadas presentes às reuniões do Conselho. 35 36 37 termos do Art. 18 deste Estatuto, bem como participar das mesmas. 149.IV - Realizar seminários, encontros, simpósios e atividades sobre assuntos de interesse da categoria representada. 150.V - Manter intercâmbio com outras entidades sindicais representativas de trabalhadores públicos de todas as esferas de governo, bem como as Centrais de Trabalhadores(as). 141.Parágrafo único - No caso da presença do titular e do suplente às reuniões, ambos terão direito a voz, mas somente o titular terá direito a voto. 142.Art. 25o - Sempre que houver eleições 151.Art. 28o - A Diretoria Nacional reu- nas Entidades filiadas e Departamentos, deverá haver nova eleição dos membros representantes neste Conselho. nir-se-á ordinariamente a cada 3 (três) meses e extraordinariamente, quando convocada pelo Secretário Geral ou pela maioria de seus membros. 143.Art. 26o - Terão assento neste Conse- 152.§ 1o - Compete a cada reunião ordinária lho todas as entidades filiadas e em dia com a CONDSEF. fixar a data e local da próxima reunião ordinária. 33 34 nistrativas da CONDSEF, bem como as resoluções e determinações emanadas das Plenárias e Congressos Nacionais. 153.§ 2o - Compete à Secretaria Geral ou à CAPÍTULO IV Executiva fixar a data e local da reunião extraordinária. 144.DA DIRETORIA NACIONAL 145.Art. 27o - À Diretoria Nacional compete: 154.Art. 29o - A Diretoria Nacional será 40 146.I - Cumprir e fazer cumprir este Estatu- 41 to, os regulamentos e as normas admi- composta de 33 (trinta e três) membros efetivos e 11 (onze) suplentes e terá uma estrutura de 11 (onze) secretarias, cada 38 39 XI CONGRESSO | caderno de teses 159 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 uma com um coordenador, denominado secretário e dois adjuntos. 164.e) Secretaria de Imprensa e Di- 155.§ 1o - As deliberações das reuniões da 165.f) Secretaria de Relações Inter- Diretoria serão adotadas por maioria simples dos votos, exigindo-se a presença de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) mais 1 (um) de seus diretores. 156.§ 2o - A CONDSEF é representada judicialmente por sua Diretoria Colegiada, cabendo às Secretarias Geral, de Administração e Jurídica a assinatura de atos que importem em conseqüência jurídica. 157.§ 3o - Compete à Diretoria da CONDSEF, por sua Secretaria de Finanças e Secretaria de Administração e Secretaria Geral, a abertura e fechamento de contas bancárias, assinatura de cheques e outras ordens de crédito, ordenamento de despesas e outras providências com relação às despesas e receitas da CONDSEF, sempre conforme deliberação das resoluções da Diretoria e da Executiva da CONDSEF. 158.§ 4o - O mandato da Diretoria é de 3 (três) anos, a partir de sua posse. 159.Art. 30o - A Executiva da Diretoria vulgação; nacionais; 166.g) Secretaria de Assuntos Jurídicos, Parlamentares e de Classe; 167.h) Secretaria de Políticas Públicas e Empresas Públicas; 168.i) Secretaria de Aposentados e Pensionistas; 169.j) Secretaria de Movimentos Sociais; 170.l) Secretaria de Gênero, Raça, Etnias e Orientação Sexual. 171.Parágrafo único - A Executiva da Diretoria Nacional será composta de 11 (onze) Secretários Titulares. 172.Art. 31o - À Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF, compete: 173.I - Cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as deliberações, os regulamentos e as normas administrativas da CONDSEF, bem como das Plenárias e dos Congressos Nacionais; Nacional será composta pelas seguintes Secretarias: 160.a) Secretaria Geral; 161.b) Secretaria de Administração; 162.c) Secretaria de Finanças; 174.II - Aplicar sanções determinadas pelas instâncias superiores; 175.III - Dar posse à Direção Nacional, 163.d) Secretaria de Política Sindical e Formação; 160 ao Conselho Fiscal e Departamentos Setoriais eleitos para o mandato consecutivo; XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 176.IV - Convocar reuniões extraordinárias do Conselho de Entidades, Plenárias Nacionais e Reuniões de Direção; 177.V - Constituir comissão de trabalho per- fixada a data e local da próxima reunião ordinária. 186.§ 2o - As reuniões da Executiva ocorrerão mensalmente, em caráter ordinário ou atendendo a convocação da Secretaria-Geral, ou pela maioria dos seus membros, quando, então, terá o caráter extraordinário. manente ou temporária, sobre quaisquer assuntos, dentro dos objetivos traçados para o plano de trabalho; 178.VI - Elaborar proposta de pauta dos Congressos, Plenárias, Reuniões, ou quaisquer eventos promovidos pela Entidade; 187.Art. 33o - Qualquer membro da Diretoria ou a Diretoria Coletivamente poderá ser destituída no Congresso Nacional da CONDSEF, observado o disposto no parágrafo único do Art. 13 deste Estatuto. 179.VII - Divulgar as Atas junto à Diretoria Executiva e Entidades filiadas; 180.VIII - Representar os trabalhadores da 188.Parágrafo único - No caso de desti- Administração direta, indireta, fundacional e autárquica dos Poderes da União e das empresas públicas federais, regidos pelo RJU e pela CLT, inclusive aqueles provenientes de Convênios que têm o objetivo de implementar ações da administração e serviços públicos, perante os poderes públicos; tuição de mandato, o mesmo Congresso que promoveu a destituição elegerá substituto para todos os cargos vagos, obedecendo aos critérios de eleição previstos neste Estatuto. 181.IX - Acompanhar as negociações e acor- Seção I 189.Das Atribuições dos das empresas públicas em conjunto com um Diretor da Pasta. 190.Art. 34o - À Secretaria Geral compete: 182.Art. 32o - A Diretoria Executiva da primento dos deveres, bem como zelar pela correta aplicação da sanção imposta às Entidades filiadas e aos dirigentes da CONDSEF; 191.I - Garantir o exercício de direitos e cum- CONDSEF reunir-se-á: 183.I - Ordinariamente a cada mês; 184.II - Extraordinariamente, quando con- 192.II - Encaminhar as resoluções das ins- vocada pelo Secretário-Geral ou pela maioria de seus membros. tâncias da CONDSEF, organizar as atividades deliberadas e encaminhar sua execução; 40 185.§ 1o - A cada reunião ordinária será, 41 pela Secretaria-Geral ou pela Executiva, XI CONGRESSO | caderno de teses 193.III - Elaborar relatórios e análises so- 161 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 bre o desenvolvimento das atividades da Direção; 194.IV - Encaminhar as resoluções das ins- qualquer assunto deles oriundos junto às demais Secretárias e instâncias da CONDSEF; tâncias para as secretarias, às quais compete os encaminhamentos, acompanhamento e o seu desdobramento; 203.XIII - Cuidar da participação da Con- 195.V - Assinar as Atas e outros documentos 204.XIV - Estimular e apoiar formas de or- que dependam de sua assinatura ou que lhe forem designados pelas instâncias da CONDSEF; rubricar os livros contábeis e burocráticos; ganização dos setores afins, na base das entidades filiadas, desde que em acordo com seus estatutos e o da CONDSEF; 196.VI - Elaborar o balanço anual de ação sindical, a ser submetido, pela Diretoria Executiva, às instâncias da Confederação; 197.VII - Coordenar a ação das instâncias federação no movimento dos setores específicos; 205.XV - Estruturar, junto com as Entidades filiadas, ações e eventos que atendam aos interesses dos diversos setores; 206.XVI - Coordenar, em articulação com as Entidades filiadas, o levantamento do total de participantes de cada setor específico na base da CONDSEF identificando, encaminhando e acompanhando as respectivas demandas; e secretarias, integrando-as sob a linha definida; 198.VIII - Convocar e coordenar as reuniões de Direção; 199.IX - Convocar e participar das reuniões 207.Art. 35o - À Secretaria de Administração compete: de qualquer instância da Confederação, salvo do Conselho Fiscal, se para tanto não for convocada; 208.I - Organizar a Administração da CON- 200.X - Assinar cheques e outros títulos, jun- 209.II - Zelar pelo patrimônio e pelo funcio- tamente com o Secretário de Finanças ou o Secretário de Administração; 201.XI - Ordenar despesas da Confederação no âmbito administrativo, jurídico, de pessoal, patrimonial e classista. 202.XII - Organizar a participação e o fun- DSEF; namento da CONDSEF; 210.III - Ter sob seu comando e responsabilidade os setores de patrimônio, recursos humanos e informática da entidade; 211.IV - Correlacionar sua secretaria à de cionamento dos Departamentos Setoriais, assim como encaminhar todo e 162 Finanças e juntamente com a mesma adotar procedimentos contábeis e de tesouraria estabelecidos pela mesma; XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 212.V - Propor e coordenar a elaboração do balanço patrimonial a ser aprovado pela Direção e Conselho Deliberativo; 213.VI - Coordenar e controlar a utilização bem como as alterações a serem, aprovadas pela Diretoria Nacional da CONDSEF; 223.IV - Elaborar relatórios e análises sobre a situação financeira da CONDSEF; de prédios, veículos e outros bens e instalações da CONDSEF; 224.V - Elaborar o balanço financeiro anual 214.VII - Ordenar despesas, deliberadas pelas que será submetido à aprovação da Diretoria Nacional e do Conselho Fiscal; instâncias da Confederação, no âmbito administrativo, jurídico, de pessoal, patrimonial e classista; 215.VIII - Coordenar e executar a política de pessoal definida pela Diretoria Nacional sobre o funcionamento e organização da entidade; 225.VI - Assinar com o Secretário Geral ou o Secretário de Administração os cheques e demais títulos de créditos; 226.VII - Ter, sob sua responsabilidade, a Executiva sobre o funcionamento da administração e organização da entidade; guarda e fiscalização de valores e numerários da CONDSEF; a guarda e fiscalização dos documentos, contratos e convênios atinentes a sua pasta; a adoção de providências necessárias para impedir a corrosão inflacionária e a deterioração financeira da CONDSEF; a arrecadação e o recebimento de numerário e de contribuições de qualquer natureza, inclusive doações e legados; 218.XI - Assinar cheques e outros títulos, 227.VIII - Elaborar e apresentar para a Di- juntamente com o Secretário Geral ou o de Finanças. retoria Executiva e Nacional, bem como às suas filiadas, balancetes trimestrais da CONDSEF. 216.IX - Apresentar para deliberação da Diretoria Executiva as demissões e admissões de funcionários; 217.X - Apresentar relatórios à Diretoria 219.Art. 36o - À Secretaria de Finanças compete: dical e Formação compete: 220.I - Zelar pelas finanças da CONDSEF; 221.II - Ter sob seu comando e responsabilidade os setores de tesouraria e contabilidade da CONDSEF; 40 222.III - Propor e coordenar a elaboração e a 41 execução do plano orçamentário anual, XI CONGRESSO | caderno de teses 228.Art. 37o - À Secretaria de Política Sin229.I - Implementar a política sindical em articulação com as entidades filiadas; 230.II - Proceder ao assessoramento à Di- 163 retoria na discussão de linhas de trabalho e desenvolver as áreas de atuação da Secretaria; 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 231.III - Planejar, executar e avaliar as atividades estruturadas de educação sindical, como cursos, seminários, encontros; 232.IV - Ter um quadro atualizado de enti- gar documentos e textos de interesse da categoria. 241.Art. 38o - À Secretaria de Imprensa compete: dades filiadas à CONDSEF, observar as dificuldades das mesmas e auxiliá-las, no que concerne a sua área de atuação; 242.I - Implementar a Secretaria de Impren- 233.V - Preparar e acompanhar as negocia- 243.II - Zelar pela busca e divulgação de in- ções e acordos coletivos firmados entre trabalhadores e empresas; formações entre sindicatos, categoria e o conjunto da sociedade; 234.VI - Promover a política sindical em ar- 244.III - Manter a publicação e a distribui- ticulação com as entidades filiadas, bem como organizar e implementar plano de formação sindical em articulação com a Central Única dos Trabalhadores - CUT; 235.VII - Estabelecer relações e discussão sa da Entidade; ção do jornal; 245.IV - Procurar a divulgação das atividades de sindicatos que integram sua base na imprensa diária. com associações dos diversos setores da nossa categoria para aumentar nosso grau de organização e coesão; 246.Art. 39o - À Secretaria de Assuntos 236.VIII - Promover a reunião e o encontro toria na discussão de linha de trabalho a ser desenvolvido nas áreas de atuação sócio-cultural-política; de grupos e comissões setoriais para auxiliar a construção dos departamentos e da organização da Confederação; 237.IX - Diligenciar pela sindicalização e Internacionais compete: 247.I - Proceder ao assessoramento à Dire- 248.II - Estudar e propor à Direção a criação de laços, relações, convênios, cursos, intercâmbios e filiações com entidades internacionais. participação das entidades; 238.X - Promover a troca de experiências entre as Entidades e a categoria representada; 239.XI - Estabelecer contato com as Entida- 249.Art. 40o - À Secretaria de Assuntos Jurídicos, Parlamentares e de Classe compete: des de outras categorias e de movimento popular; 250.I - Ter sob seu comando os setores a ela 240.XII - Realizar estudos, análises e divul- 251.II - Defender e representar os interesses designados; 164 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 da Entidade perante os órgãos públicos, empresas públicas e em juízo, através de seu Secretário; 252.III - Coordenar a assessoria jurídica; dores das empresas públicas, integrando-os nas atividades gerais da CONDSEF; 263.V - Participar e coordenar todas as ati- 253.IV - Encaminhar as questões jurídicas; vidades inerentes ao relacionamento entre a CONDSEF e os trabalhadores das empresas públicas; 254.V - Divulgar os assuntos jurídicos em 264.VI - Acompanhar e participar de ques- comum acordo com a Secretaria de Imprensa; tões de valorização dos trabalhadores no serviço público, bem como a melhoria do serviço público oferecido pelo Estado; 255.V I - Manter quadro atualizado de todas as ações impetradas por esta Entidade, das ações jurídicas de suas filiadas, bem como os contratos coletivos de trabalho; 265.VII - Promover a realização e divulgação 256.VII - Coordenar as atividades de acom- de eventos, estudos e pesquisas sobre saúde do trabalhador, doenças ocupacionais, condições de trabalho, riscos relativos aos trabalhos efetuados pela categoria durante a jornada de trabalho; panhamento de atos legislativos de interesse da categoria; 266.VIII - Estabelecer intercâmbio com enti- são parlamentar, em conjunto com outras atividades de mobilização da categoria. dades sindicais, instituições acadêmicas e organismos especializados sobre seguridade e saúde do trabalhador, políticas públicas, políticas sociais; 258.Art. 41o - À Secretaria de Políticas e 267.IX - Estimular as entidades filiadas à 257.VIII - Coordenar as atividades de pres- Empresas Públicas compete: Confederação para promoverem mapeamento de risco nos locais de trabalho e criarem comissões de saúde do trabalhador; 259.I -Acompanhar as políticas públicas, analisando seus impactos sobre o serviço público e sobre as condições de vida, saúde, trabalho e seguridade da categoria; 268.X - Manter banco de dados sobre con- 35 260.II - Coordenar a realização de diagnósti- dições de trabalho, seguridade e saúde do trabalhador; 36 cos e análises sobre os serviços públicos; 31 32 33 34 37 38 39 40 41 261.III - Promover o intercâmbio da sociedade com os órgãos públicos; 262.IV - Garantir a articulação dos trabalhaXI CONGRESSO | caderno de teses 269.XI - Manter assinatura de publicações especializadas. 270.Art. 42o - À Secretaria de Assuntos de 165 Aposentadoria e Pensão compete: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 271.I - Organizar a participação dos aposentados e pensionistas, assim como cuidar do encaminhamento dos assuntos de seu interesse, em conjunto com os demais membros da direção; 272.II - Cuidar da intervenção e participa- Secretarias de Políticas e Empresas Públicas e Formação Sindical, bem como as demais que integram a estrutura da CONDSEF; 280.X - Promover e incentivar a realização ção da CONDSEF no movimento dos aposentados e pensionistas; de atividades que contribuam para a preparação da categoria rumo à aposentadoria. 273.III - Organizar e orientar as comissões 281.Art. 43o - À Secretaria de Movimentos Sociais compete: dos aposentados e pensionistas; 274.IV - Articular e apoiar a criação de se- 282.I - Coordenar a relação com as organi- cretarias e/ou outras formas de organização dos aposentados e pensionistas na base das entidades filiadas da CONDSEF; zações e entidades dentro dos princípios definidos neste Estatuto e fóruns deliberativos da Entidade; 275.V - Estruturar com as entidades filiadas, 283.II - Orientar e assistir a Diretoria Na- campanhas, seminários e fóruns que atendam aos interesses dos aposentados e pensionistas; cional nos assuntos relacionados com os Movimentos Sociais; 276.VI - Cadastrar as entidades nacionais e/ou internacionais que desenvolvam atividades de atendimento nas áreas sociais, culturais e econômica, podendo estabelecer articulações e troca de informações; 277.VII - Articular com as entidades filiadas o levantamento do total de aposentados e pensionistas da base da CONDSEF, identificando as demandas; 284.III - Cuidar da inserção e participação da CONDSEF nos Movimentos Sociais; 285.I V - Realizar debates e atividades que promovam a formação política e cultural. 286.Art. 44o - À Secretaria de Gênero, Raça, Etnias e Orientação Sexual compete: 287.I - Organizar os coletivos de mulheres e negros já existentes e promover a criação de outros coletivos de interesse da categoria; 278.VIII - Estimular a efetiva participação dos aposentados e pensionistas nas lutas da categoria a qual pertencem, destacando a seguridade social; 288.II - Promover atividades inerentes a 279.IX - Manter efetiva articulação com as 166 gênero, raça, etnias e orientação sexual (LGBT) que visem a formação política e cultural; XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 289.III - Promover atividades de integração; 290.IV - Cuidar da inserção e participação em assuntos de interesse das mulheres, negros, etnias, orientação sexual (LGBT) e outros; 291.V - Organizar e orientar a participação da CONDSEF em atividades que promovam a igualdade de oportunidades no serviço público, envolvendo aspectos de gênero, raça, geração e orientação sexual; 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 297.I - Ter acesso a todas as informações possíveis de que necessite para o desempenho de suas funções; 298.II - Ter, a seu dispor, todos os documentos possíveis e necessários para o desempenho de suas funções; 299.III - Ter garantido o direito e a obrigação de reunir-se com os dirigentes responsáveis por assuntos financeiros e patrimoniais e seus respectivos assessores; 292.VI - Organizar e orientar a participação da CONDSEF em atividades com outras entidades. 17 18 outros interesses ao exercício de suas atividades: 300.IV - Formular pareceres sobre prestações de contas e previsões orçamentárias da respectiva instância organizativa (Secretaria de Finanças); CAPÍTULO V 293.DO CONSELHO FISCAL 294.Art. 45o - O Conselho Fiscal da COND- 301.V - O Conselho Fiscal reunir-se-á ordi- SEF será constituído por 3 (três) titulares e 3 (três) suplentes eleitos no Congresso Nacional da Confederação e cuja função será analisar as contas e balancetes encaminhados pela Tesouraria emitindo parecer a ser aprovado na Plenária seguinte. Os integrantes do Conselho Fiscal não poderão ser membros efetivos ou suplentes da Diretoria Nacional da Confederação. nariamente de 6 (seis) em 6 (seis) meses e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário desde que sejam seguidas as normas estatutárias; 302.VI - Analisar as contas e balancetes encaminhados pela Tesouraria e aprová-los ou não. 303.Parágrafo único - Em caso de não 295.Parágrafo único - Os Candidatos ao Conselho Fiscal deverão concorrer em chapas distintas dos candidatos que participam das eleições para Diretoria Nacional. 40 296.Art. 46o - Constituem atribuições e 41 direitos dos conselheiros fiscais, dentre XI CONGRESSO | caderno de teses 167 aprovação das contas ou balancetes por parte do Conselho Fiscal, o mesmo expedirá parecer fundamentado apontando as irregularidades encontradas ou, ainda, solicitará à Secretaria de Finanças que esclareça as dúvidas e/ou apresente os documentos que julgar necessários, quando então procederá nova análise, com emissão de novo Parecer. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 CAPÍTULO VI 312. § 7o - O Encontro é constituído por todos os coordenadores efetivos e suplentes do departamento e pelos delegados de base eleitos em assembleias das Entidades filiadas. 304.DOS DEPARTAMENTOS 305.Art. 47o - Os Departamentos da CONDSEF deverão organizar os setores e trabalhadores públicos federais de órgãos afins, sendo composta a sua coordenação por 05 (cinco) membros titulares e 03 (três) suplentes. 306.§ 1o - Os Departamentos são instâncias organizativas da Confederação, devendo suas decisões ser submetidas à Diretoria Executiva, cabendo recurso às instâncias superiores. 313.§ 8o - Os delegados serão eleitos em assembleias gerais e/ou setoriais obedecendo os seguintes critérios: 314.a)01 (um) delegado para cada 100 (cem) sindicalizados na base das Entidades filiadas, ou fração acima de 50 (cinquenta); 315.b)Para o credenciamento dos de- legados ao Encontro Nacional é obrigatória a apresentação da Ata da Assembléia que os elegeu, a lista dos trabalhadores presentes à Assembleia de eleição e cópia do documento que a convocou; 307.§ 2o - Os Departamentos terão Regimento próprio não podendo o mesmo se contrapor ao presente Estatuto. 308.§ 3o - A Direção Executiva da CONDSEF, em sua reunião, designará 01 (um) Diretor para acompanhar, junto à Coordenação, as demandas de cada Departamento. 316.c)Os delegados poderão ser eleitos em assembleias gerais e/ou setoriais, da categoria representada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) presentes na assembleia. 309.§ 4o - O mandato dos membros dos Departamentos será de 03 (três) anos, com inicio e término coincidente com o mandato da Direção Nacional da CONDSEF. 317.§ 9o - As Entidades filiadas deverão eleger 01 (um) representante estadual até 60 (sessenta) dias após a realização do Congresso Nacional da CONDSEF. 310.§ 5o - O suplente só assumirá a vaga em caso de vacância ou afastamento do titular. 311.§ 6o - O Encontro dos Departamentos realizar-se-á ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente quando convocado pela Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF. TÍTULO IV 318.DO PATRIMÔNIO 319.Art. 48o - O Patrimônio da CONDSEF 168 é constituído de: XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 320.I - Bens imóveis; 333.I - As subvenções; 321.II - Móveis e utensílios; 334.II - As receitas eventuais. 322.III - Doações e legados recebidos com TÍTULO VI especificação para o patrimônio. 323.Art. 49o - A aquisição, alienação ou doação de bens imóveis, títulos e valores mobiliários, classificados como investimentos de caráter permanente da CONDSEF, obedecerá ao disposto no Regimento Interno a ser aprovado pela Plenária Nacional. 335.DO PROCESSO ELEITORAL CAPÍTULO I 336.DAS ELEIÇÕES 337.Art. 51o - As eleições para renovação da Diretoria da CONDSEF serão realizadas trienalmente por ocasião do Congresso. 15 16 17 18 19 TÍTULO V 338.Parágrafo único - Os membros do Con- 324.DA RECEITA E DA DESPESA 20 325.Art. 50o - A receita da CONDSEF é clas- 21 sificada em ordinária e extraordinária. 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 328.II - Os juros provenientes de depósitos bancários realizados pela CONDSEF, bem como títulos incorporados ao patrimônio; 340.Art. 53o - As eleições de todos os diri- 329.III - Os recursos oriundos da renda dos gentes da CONDSEF cumprirão rigorosamente os seguintes critérios: 326.§ 1o - Constituem a Receita ordinária: 327.I - O produto das contribuições financeiras das Entidades filiadas; imóveis de propriedade da CONDSEF; 330.IV - A taxa assistencial aprovada por 36 ocasião dos acordos coletivos da categoria; 38 39 40 41 339.Art. 52o - O membro do Conselho Deliberativo e seu suplente, serão eleitos entre os membros das Entidades filiadas, conforme regimento interno, sendo que o término de seu mandato na Confederação coincidirá com o término do mandato da Direção da Entidade filiada a qual pertence. 35 37 selho Fiscal serão eleitos juntamente com a Diretoria Nacional, em chapas distintas. 341.I - Cada chapa apresentará à mesa, por escrito, os nomes dos componentes da respectiva chapa, contendo, no mínimo, cinquenta por cento do número total de membros exigidos para compor a direção das diversas instâncias; 331.V - Doações feitas à CONDSEF. 332.§ 2o - Constituem a receita extraordinária: XI CONGRESSO | caderno de teses 342.II - Só serão aceitos os nomes de de- 169 1 2 3 legados inscritos para o respectivo Congresso; 344.IV - Quando houver repetição de nome, que têm direito na Direção Executiva, na Direção Nacional, na ordem da suplência, assim como no Conselho Fiscal e nos Departamentos Setoriais, inclusive em sua ordem de suplência, de forma a assegurar a proporcionalidade qualificada; cabe ao indicado, e só a ele, optar pela inscrição em uma única chapa; 350.a) A chapa mais votada poderá ini- 4 343.III - Não poderá ocorrer repetição de 5 nomes nas diversas chapas apresentadas; 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 correntes e o número de votos de cada uma for rigorosamente igual ao da outra, configurando um empate, proceder-se-á, imediatamente, à nova votação e, caso persista o empate, a decisão será feita por sorteio. Havendo mais de duas chapas em disputa e ocorrendo o empate, proceder-se-á, imediatamente, à decisão por sorteio. o Conselho Fiscal da CONDSEF, assim como os departamentos, serão constituídos, proporcionalmente ao número de votos obtidos por cada chapa no respectivo congresso, seguindo rigorosamente os seguintes critérios: 31 porcionalidade direta e qualificada; 34 35 36 37 38 39 40 41 351.b) A Segunda mais votada poderá, igualmente, escolher e preencher os cargos, e assim sucessivamente. 346.Art. 54o - A Direção, sua Executiva e 347.I - Para as eleições, será aplicada a pro- 33 ciar a escolha e o preenchimento dos cargos a que tem direito, sendo que, para cada indicação, será subtraído do seu percentual obtido na eleição o percentual correspondente a um cargo. Continuará indicando até que o seu percentual fique menor do que a 2ª (segunda) colocada, e assim sucessivamente; 345.V - Quando houver duas chapas con- 30 32 349.III - As chapas escolherão os cargos a 348.II - Os cargos para a Direção Executiva, Direção Nacional, Suplentes da Direção Nacional, Conselho Fiscal, Suplentes do Conselho Fiscal, Departamentos Setoriais e Suplentes dos Departamentos Setoriais serão distribuídos proporcionalmente ao número de votos obtidos, observando-se os critérios do inciso I deste Artigo; 352.IV - As chapas poderão preencher os cargos, conforme inciso anterior deste artigo, com os nomes indicados pela chapa, independente da ordem de inscrição das mesmas. CAPÍTULO II 353.DA CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES 354.Art. 55o - As eleições serão convocadas no Edital de Convocação do Congresso Ordinário, conforme artigo 12, inciso V, do presente Estatuto. CAPÍTULO III 355.DA COMISSÃO ORGANIZADORA 170 XI CONGRESSO | caderno de teses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 356.Art. 56o - Na abertura do Congresso será eleita uma Comissão Organizadora da Eleição, composta por cinco membros, que terá como finalidade fazer cumprir o Estatuto e dirigir a mesa que conduzirá o processo eleitoral. 357.Art. 57o - O prazo para entrega de chapas e de outras informações que se julgarem necessárias deverão constar do Regimento Interno do Congresso, que será aprovado no início do mesmo. individualmente responsáveis pelos compromissos assumidos em razão de suas funções. 363.Art. 60o - Os membros da Diretoria não recebem remuneração pelas atividades que desempenham na CONDSEF. 364.Parágrafo único - Os dirigentes liberados para mandato classista, nos termos da Lei nº 8.112, de 1990, receberão o ressarcimento dos seus salários pela CONDSEF. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 CAPÍTULO IV 365.Art. 61o - A CONDSEF poderá ser vo- 358.DOS CANDIDATOS sua base podem participar do Congresso Nacional da CONDSEF. luntariamente dissolvida em Congresso Nacional especialmente convocado para este fim, de acordo com o disposto no Parágrafo único, do Art. 13 deste Estatuto. 360.Parágrafo único - Todos os traba- 366.Parágrafo único - No caso de disso- lhadores públicos federais da Administração direta, indireta ou fundacional e autárquica dos poderes da União e das empresas públicas federais, independente de suas convicções políticas, partidárias ou religiosas, e que sejam sindicalizados a sua Entidade de Classe e esta seja filiada à CONDSEF, poderão candidatar-se a cargo eletivo na Confederação. lução prevista neste artigo, os bens da CONDSEF, pagas as dívidas existentes, serão distribuídos às Entidades filiadas, na proporção do número de seus associados. 359.Art. 58o - Todos os delegados eleitos na 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 367.Art. 62o - As Entidades filiadas e seus associados não respondem subsidiariamente pelas obrigações da CONDSEF. 368.Art. 63o - Em caso de vacância de toda TÍTULO VII a Diretoria, a Plenária Nacional convocará, num prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data da vacância, um Congresso Nacional Extraordinário para eleição de uma nova Diretoria provisória que completará o mandato. 361.DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS 362.Art. 59o - Os membros da Diretoria da CONDSEF, que representarem a entidade em transações que envolvam responsabilidades primárias, não são XI CONGRESSO | caderno de teses 369.Parágrafo único - Em caso de vacância 171 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 de Diretores, a pedido, a Direção Plena da CONDSEF indicará o seu substituto. 370.Art. 64o - A CONDSEF, em consonân- em vigor imediatamente após registro em cartório, revogando-se as disposições em contrário. cia com os princípios defendidos neste Estatuto, filiar-se-á à Central Única dos Trabalhadores - CUT, assumindo os princípios, programa e estatuto da referida Central e à Internacional dos Serviços Públicos - ISP. 377.VII Plenária Nacional Estatutária 371.Art. 65o - As Entidades filiadas con- Josemilton Maurício da Costa Secretário Geral da CONDSEF da CONDSEF 378.Caldas Novas/GO 12, 13, 14 e 15 tribuirão para a CONDSEF da seguinte forma: 372.I - Com 8,5% (oito vírgula cinco por cento) da receita bruta da sua consignação mensal; de abril de 2012. Valmir Floriano Vieira de Andrade OAB/DF 26.778 373.II - Com o rateio solidário, desde que discutido politicamente no Conselho Deliberativo de Entidades o respectivo valor e as atividades que poderão ser Congresso, marchas e atos nacionais, encontros setoriais, plantão dos departamentos, audiências em Brasília que envolvam representações estaduais, subseção do DIEESE, anistiados, demitidos e pdvistas; 374.III - com a taxa confederativa oriunda do repasse das consignações feitas à CUT, pelas Entidades filiadas à CONDSEF. 375.Parágrafo único - Para fins de comprovação e quitação do inciso I deste artigo, as Entidades que efetuarem contribuição de forma indireta será descontada do percentual previsto, desde que devidamente comprovado o repasse. 376.Art. 66o - O presente Estatuto entrará 172 XI CONGRESSO | caderno de teses XI CONGRESSO | caderno de teses 173 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 174 XI CONGRESSO | caderno de teses