1 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral NOÇÕES DE QUÍMICA GERAL GUIA DE ESTUDO 3 PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 2 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 1 QUÍMICA ORGÂNICA ................................................................................... 05 2 QUÍMICA INORGÂNICA ............................................................................... 17 2.1 Ácidos ......................................................................................................... 19 2.2 Bases .......................................................................................................... 22 2.3 Óxidos......................................................................................................... 27 2.4 Sais ............................................................................................................. 27 3 QUÍMICA ANALÍTICA ................................................................................... 29 3.1 Métodos Classicos ...................................................................................... 31 3.2 Métodos Instrumentais................................................................................ 31 4 FÍSICO-QUÍMICA .......................................................................................... 33 5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ESPECTROCOPIA.............................. 34 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .......................................... 39 ANEXOS........................................................................................................... 40 www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 3 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral INTRODUÇÃO De uma forma abstrata, pode definir-se a química como a ciência que estuda as causas e os efeitos da distribuição, cedência e captura de elétrons entre átomos e moléculas e das relações entre os níveis energéticos dos citados elétrons nos átomos e nas moléculas. Desde tempos remotos que o Homem tem procurado conhecer o mundo que o rodeia utilizando, para tal, os recursos naturais ao seu dispor, extraindo e fabricando outros materiais com o objetivo de melhorar as suas condições de vida. Cozia barro, utilizava corantes, fundia metais e curtia peles. O domínio dos processos de transformação dos materiais, já evidenciado no antigo Egito e entre os gregos, conheceu o seu primeiro grande desenvolvimento com os alquimistas químicos da Idade Média. Estes tinham como objetivo procurar a Pedra Filosofal que lhes permitiria transformar metais comuns, como o chumbo, em ouro. No século XVIII, devido aos trabalhos desenvolvidos por Lavoisier e outros químicos da época, a química surgiu como ciência. A partir daí, e para responder às necessidades do Homem, a química passou a ser aprofundada, com base na experimentação, nas mais diversas vertentes, nomeadamente no estudo dos materiais de carbono, no aperfeiçoamento dos métodos de análise e no progresso cada vez mais acentuado da indústria. A química está na base do desenvolvimento econômico e tecnológico. Da siderurgia à indústria da informática, das artes à construção civil, da agricultura à indústria aeroespacial, não há área ou setor que não utilize em seus processos ou produtos algum insumo de origem química. Com alto grau de desenvolvimento científico e tecnológico, a indústria química transforma elementos presentes na natureza em produtos úteis ao homem. Substâncias são modificadas e recombinadas, através de avançados processos, para gerar matérias-primas que serão empregadas na formulação de medicamentos, na geração de energia, na produção de alimentos, na purificação da água, na fabricação de bens como automóveis e computadores, na construção de moradias e na produção de uma infinidade de itens, como roupas, utensílios domésticos e artigos de higiene que estão no dia-a-dia da vida moderna. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 4 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Pois bem, ao professor dessa disciplina cabe o papel de mediar a construção do conhecimento, o que passa por seu comprometimento, seu entusiasmo e sua criatividade para inserir os jovens nesse mundo fascinante de combinações e recombinações que fazem a vida ser mais emocionante. Temos então como objetivo nesta apostila exatamente expor noções de química geral na qual incluímos a química orgânica, inorgânica analítica, físicoquímica e alguns tópicos especiais como o uso da espectroscopia levando o especialista no ensino da química relembrar seu compromisso com o ensino de uma química prática, afinal de contas ela está presente no cotidiano de todo ser humano. Embora consideremos a Química uma ciência nova, ela tem grande responsabilidade sobre o nosso mundo, pois será dela que poderá sair a solução para muitos dos problemas enfrentados por todos. Esclarecemos dois pontos importantes. Primeiro: este trabalho não é original, trata-se de uma reunião de materiais e pensamentos de autores diversos que acreditamos, fornecem o essencial para o curso em epígrafe. Segundo: ainda que a apostila de Metodologia Científica e as Orientações de Trabalhos de Conclusão de Curso tenham explicado que, embora haja controvérsias, trabalhos científicos devem ser redigidos preferencialmente em linguagem impessoal, justificamos que nossa intenção é dialogar com o aluno, portanto abrimos mão dessa regra e optamos por uma linguagem, digamos, informal, tentando nos aproximar e nos fazermos entender mais claramente. Questionamentos e dúvidas podem surgir ao longo desse caminho, e muito embora tenhamos como missão abrir os horizontes, levá-los a se tornarem especialistas na questão, pedimos desculpas por essas lacunas que possam surgir, no entanto, deixamos ao final da apostila uma lista de referências bibliográficas consultadas e utilizadas onde poderão pesquisar mais profundamente algum tema que tenha chamado atenção ou a desejar. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 5 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 1 QUÍMICA ORGÂNICA A química orgânica é um ramo da química relativamente jovem, nascido do estudo das substâncias que constituem a matéria viva e dos compostos resultantes das suas transformações. Inicialmente, pensava-se que a síntese de substâncias orgânicas só era possível com a interferência de organismos vivos, no entanto, quando se demonstrou que estes compostos podiam ser sintetizados em laboratório, a designação ―orgânico‖ perdeu o sentido. Hoje em dia, prefere-se a designação de compostos de carbono a compostos orgânicos, visto que este elemento é comum a todos eles e é, em parte, responsável pelas suas propriedades. Contudo, nem todos os compostos que possuem o elemento carbono são incluídos no grupo dos compostos de carbono/compostos orgânicos (FELTRE, 2007). Diamante, carbonatos, dióxido de carbono, são exemplos de compostos inorgânicos que contêm em sua composição o elemento carbono. Para termos uma ideia de como esta ciência é importante, lembremos que ela está presente no organismo dos seres vivos na molécula de DNA, responsável no caso do ser humano, pela transmissão dos caracteres hereditários. Os compostos orgânicos constituem 60% em massa de nosso corpo, na forma de carboidratos, proteínas e lipídios. A facilidade com que os átomos de carbono (6C 1s2 2s2 2p2, 4 elétrons de valência) formam ligações covalentes (simples, duplas ou triplas) com outros átomos de carbono ou com átomos de outros elementos explica o número e a variedade de compostos orgânicos. Os compostos orgânicos podem ser agrupados e classificados de acordo com a presença de determinados grupos de átomos nas suas moléculas (os grupos funcionais), grupos esses que são responsáveis pelo comportamento químico dessas famílias de compostos orgânicos. Qualquer composto orgânico é constituído por uma cadeia carbonada não reativa, ―o esqueleto‖ e por uma parte reativa, o grupo funcional. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 6 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Temos abaixo algumas dessas funções e seus respectivos grupos funcionais. Funções oxigenadas – aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, ésteres, éteres, alcoóis; Funções nitrogenadas – aminas, amidas; Funções halogenadas – haletos; Função hidrogenada – hidrocarbonetos. Esta classificação surgiu da necessidade de organizar o grande número de compostos orgânicos em classes subdivididas que obedecem a propriedades químicas comuns. Os hidrocarbonetos são substâncias moleculares binárias, pois são formadas apenas por carbono e hidrogênio. Quando na cadeia carbonada só existem ligações covalentes simples, trata-se de um hidrocarboneto saturado, caso existam ligações covalentes duplas ou triplas, entre os átomos de carbono, trata-se de um hidrocarboneto insaturado. Há dois grandes grupos de hidrocarbonetos: os hidrocarbonetos aromáticos (contêm, pelo menos, um anel benzênico) e, os hidrocarbonetos alifáticos - não contêm nenhum anel benzênico e as suas cadeias carbonadas, podem ser abertas ou fechadas e qualquer delas pode ser ramificada (C3 ou C4) ou linear (C1 ou C2). Os hidrocarbonetos alifáticos de cadeia fechada também se chamam cíclicos. Os de cadeia aberta tomam o nome de: Alcanos, quando os átomos de carbono estão ligados uns aos outros por ligações covalentes simples; Alcenos, quando existe pelo menos uma ligação covalente dupla entre dois átomos de carbono; Alcinos, quando existe pelo menos uma ligação covalente tripla entre dois átomos de carbono. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 7 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Nomenclatura dos alcanos O sistema de regras utilizado e universalmente reconhecido é proposto pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Nos alcanos cada átomo de carbono está ligado a 4 outros átomos por ligações covalentes simples C – H e C – C. Nos alcanos de cadeia linear, cada átomo de carbono não terminal liga-se a outros dois átomos de carbono e a dois de hidrogênio, não havendo ramificações ao longo da cadeia carbonada. O mais simples dos alcanos é o metano (CH4), segue-se o etano (C2H6), o propano (C3H8), o butano (C4H10). Nos alcanos seguintes o nome obtém-se adicionando ao prefixo indicativo do número de átomos de carbono a terminação ano. A fórmula geral dos alcanos é: CnH2n+2. Quando o número de átomos de carbono na cadeia carbonada é superior a 3, as cadeias carbonadas podem se ramificadas. Exemplo de duas cadeias carbonadas ramificadas: www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 8 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Os grupos de átomos que constituem as ramificações chamam-se radicais alquilo ou grupos alquilo e são simbolizados por R. Os nomes dos radicais alquilo obtêm-se a partir do alcano respectivo, substituindo a terminação ano por ilo. Exemplo: – CH3 – C2H5 – C3H7 propilo; Nomenclatura dos alcanos 1ª - Para dar o nome aos alcanos de cadeia ramificada, escolhe-se, para cadeia principal a que contém maior número de átomos de carbono. 2ª - Cada átomo de carbono da cadeia principal é, em seguida, numerado em sequência, começando pela extremidade que originará a menor soma dos números dos átomos de carbono (índices) ligados às ramificações (grupos alquilo). 3ª - Cada ramificação é indicada pelo nome e posição na cadeia principal, antes do nome do alcano. A posição do grupo alquilo é separada do seu nome por um hífen (-). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 9 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 4ª - Se existirem dois ou mais grupos alquilo iguais acrescenta-se o prefixo multiplicativo di, tri, tetra, ao nome do grupo alquilo, e a sua posição deve ser indicada por ordem crescente. As posições ocupadas por esses grupos alquilo são assinaladas antes do respectivo prefixo e separadas entre si por vírgulas. 5ª - Os diferentes grupos alquilo ligados à cadeia principal devem ser indicados por ordem alfabética. Nomenclatura dos alcenos Os alcenos são hidrocarbonetos insaturados em que a ligação carbono – carbono (C = C) constitui a principal característica da sua dupla estrutura. O alceno mais simples, o eteno ou etileno, tem a fórmula molecular C2H4 e fórmula racional CH2 = CH2, segue-se o propeno (C3H6), o buteno (C4H8), ... A fórmula geral dos alcenos que só contêm uma ligação dupla por molécula é: CnH2n, em que n é um número inteiro 2. As regras de nomenclatura são idênticas às apresentadas para os alcanos, com a particularidade da cadeia escolhida para principal ter de conter as ligações duplas. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 10 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 1ª - O nome é formado pelo prefixo indicativo do número de átomos de carbono da cadeia principal, acrescido da terminação eno. 2ª - Os átomos de carbono são numerados sequencialmente, começando essa numeração pela extremidade mais próxima da(s) ligação(ões) dupla(s). A posição do primeiro átomo da ligação dupla é colocada imediatamente antes do nome do alceno e separada dele por um hífen. 3ª - Se houver mais do que uma ligação dupla na cadeia carbonada as suas posições são indicadas pelos respectivos números, separados por vírgulas. O nome do hidrocarboneto deverá ainda indicar se se trata de um dieno, caso existam duas duplas ligações, de um trieno, se existirem três duplas ligações, ou outro. Nomenclatura dos alcinos Os alcinos são hidrocarbonetos insaturados com uma ou mais ligações triplas carbono – carbono (C Ξ C). O alcino mais simples, o etino, tem a fórmula molecular C2H2 e fórmula racional CH Ξ CH, segue-se o propino (C3H4), o butino (C4H6). A fórmula geral dos alcinos que só contêm uma ligação tripla por molécula é: CnH2n-2, em que n é um número inteiro 2. As regras de nomenclatura são idênticas às apresentadas para os alcanos e alcenos, com a particularidade da cadeia escolhida para principal ter de conter as ligações triplas. 1ª - O nome é formado pelo prefixo indicativo do número de átomos de carbono da cadeia principal, acrescido da terminação ino. 2ª - Os átomos de carbono são numerados sequencialmente, começando essa numeração pela extremidade mais próxima da(s) ligação(ões) tripla(s). A posição do primeiro átomo da ligação tripla é colocada imediatamente antes do nome do alcino e separada dele por um hífen. 3ª - Se houver mais do que uma ligação tripla na cadeia carbonada as suas posições são indicadas pelos respectivos números, separados por vírgulas. O nome do hidrocarboneto deverá ainda indicar se se trata de um diino, caso www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 11 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral existam duas triplas ligações, de um triino, se existirem três triplas ligações, ou outro. Nomenclatura dos hidrocarbonetos cíclicos alifáticos 1ª - O nome de qualquer hidrocarboneto alifático cíclico é igual ao do hidrocarboneto de cadeia aberta de estrutura semelhante antecedido do prefixo ciclo. 2ª - Os átomos de carbono também são numerados sequencialmente. Quando só um átomo de hidrogênio é substituído por um átomo ou um radical alquilo, não há necessidade de indicar a posição e esse átomo ou grupo substituinte é designado antes do nome da cadeia principal. 3ª - Quando há mais de um átomo de hidrogênio substituído por radicais alquilo ou outros grupos de átomos, a sua posição na cadeia carbonada é indicada pelos números dos átomos de carbono da cadeia cíclica onde se encontram ligados, sendo a soma desses números a mais baixa possível. Os nomes dos grupos substituintes dos átomos de hidrogênio serão indicados por ordem alfabética www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 12 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Hidrocarbonetos aromáticos Os hidrocarbonetos aromáticos são assim chamados devido ao odor, por vezes agradável, que possuem. O benzeno (C6H6), é o mais simples dos hidrocarbonetos aromáticos. Todos os hidrocarbonetos aromáticos possuem, pelo menos, um anel benzênico nas suas cadeias carbonadas. Quando existem radicais alquilo ligados às moléculas do benzeno obtêm-se os alquilobenzenos. Nota: C6H5→ Radical fenil Se existirem 2 ou mais grupos ligados ao anel benzênico, numeram-se esses grupos com os índices dos átomos de carbono a que estão ligados, de modo a que a soma desses números seja a menor possível. Os Alcoóis e os Éteres Os alcoóis caracterizam-se por possuírem um ou mais grupos hidroxilo ou oxidrilo, OH, ligados à cadeia carbonada. O grupo hidroxilo constitui, pois, o grupo funcional álcool. A nomenclatura dos alcoóis segue as regras já referidas para os hidrocarbonetos. Caso se trate de um monoálcool, e, portanto, só com um grupo hidroxilo na cadeia carbonada, o nome é dado pelo número de átomos de carbono da cadeia principal (a maior que contém o grupo hidroxilo) acrescido da terminação ol. Caso se trate de um poliálcool, o nome termina em diol, triol, etc., consoante o número de grupos hidroxilo ligados à cadeia carbonada. A numeração da cadeia carbonada é feita de modo a que o(s) átomo(s) de carbono onde está(ão) implatado(s) o(s) grupo(s) hidroxilo tenha(m) a menor numeração possível. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 13 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Se o grupo hidroxilo se encontrar ligado diretamente a um anel aromático, os compostos têm a designação de fenóis. Função álcool: – OH Fórmula geral dos alcoóis: R – OH Os éteres têm a mesma fórmula molecular que os alcoóis, com igual número de átomos de carbono diferindo no modo como o átomo de oxigênio está ligado à cadeia carbonada. Nos alcoóis o átomo de oxigênio do grupo hidroxilo está ligado apenas a um dos átomos de carbono na cadeia carbonada. Nos éteres não existe grupo hidroxilo e o átomo de oxigênio está interposto entre dois átomos de carbono da cadeia carbonada. Para dar o nome aos éteres seguem-se as seguintes regras: 1ª - Indica-se o nome do radical de cadeia mais curta com o sufixo oxi. 2ª - Indica-se de seguida o nome do radical de cadeia mais longa. Função éter: – O – Fórmula geral dos éteres: R – O – R` Os Aldeídos e as Cetonas Os aldeídos e as cetonas pertencem a duas famílias de compostos orgânicos caracterizados por possuírem na sua cadeia carbonada o grupo carbonilo, C = O. A diferença entre eles reside somente na posição do grupo carbonilo: nos aldeídos está posicionado num átomo de carbono primário (C1) e, portanto, numa das extremidades da cadeia carbonada; nas cetonas está posicionado num átomo de carbono secundário (C2) e, logo, nunca se encontra numa posição terminal. O nome dos aldeídos é dado pelo nome do alcano com cadeia carbonada idêntica à do aldeído, mas com a terminação al. A numeração da cadeia carbonada é sempre iniciada pelo átomo de carbono do grupo carbonila, seguindo-se as restantes regras de nomenclatura dos compostos orgânicos já estudados. Quanto às cetonas os seus nomes seguem também as regras de nomenclatura conhecidas, com a diferença de apresentarem a terminação ona. Os www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 14 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral átomos de carbono devem ser numerados de modo a que o átomo de carbono do grupo carbonila tenha a menor numeração possível. Os Ácidos Carboxílicos Estes compostos têm na sua estrutura um ou mais grupos funcionais carboxilo, COOH, responsáveis pelo comportamento ácido destes compostos. Trata-se de uma função química composta de outros dois grupos funcionais: o grupo carbonilo, C = O, e o grupo hidroxilo, OH. O nome dos ácidos carboxílicos é obtido a partir do nome da cadeia carbonada principal que contém o(s) grupo(s) carboxilo. Caso apenas contenha um grupo carboxilo é um monoácido, com nome terminado em óico; caso tenha dois grupos carboxilo é um diácido, um dióico. Os Ésteres Os ésteres são compostos resultantes da reação entre um álcool e um ácido carboxílico designada por esterificação. Exemplo: CH3OH + CH3COOH → CH3COOCH3 + H2O metanol ácido etanóico etanoato de metilo água Estes compostos podem ser considerados derivados dos ácidos carboxílicos pela substituição do grupo OH do grupo carboxílico, por um grupo OR, em que R é habitualmente um grupo alquilo. O nome de um éster é obtido por substituição do sufixo ico do correspondente ácido carboxílico por ato, acompanhado da indicação do grupo alquilo. Os ésteres são geralmente substâncias de odor agradável, responsáveis pelo sabor e aroma de frutos e flores. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 15 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Exemplos: O ananás deve o seu aroma e o seu sabor à presença de butanoato de etilo, CH3(CH2)2COOCH2CH3 e as bananas devem o seu aroma e o seu sabor à presença de etanoato de 3 – metilbutilo, CH3COO(CH2)2CH(CH3)CH3. As Aminas As aminas são compostos orgânicos constituídos por carbono, hidrogênio e azoto. São compostos azotados derivados do amoníaco, por substituição de um ou mais hidrogênios por radicais alquilo. O nome das aminas é formado indicando antes do termo amina os nomes dos radicais alquilo ligados ao átomo de azoto, por ordem alfabética. As Amidas As amidas podem considerar-se como compostos provenientes de ácidos por substituição de um ou mais grupos hidroxilo, OH, por outros tantos grupos NH 2. Quando a amida contém mais do que um grupo NH2, denomina-se diamida, triamida. As amidas que derivam dos ácidos carboxílicos designam-se substituindo a terminação óico por amida. As que derivam de ácidos inorgânicos têm nomes formados pela palavra amida seguida do adjetivo correspondente ao ácido que lhe deu origem. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 16 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral As amidas têm a estrutura geral: Polímeros Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular relativa, resultantes de reações químicas de polimerização. A polimerização é uma reação em que as moléculas de um composto, monômero, se ligam umas às outras, para dar origem a uma nova substância, polímero. Como exemplos de polímeros naturais pode citar-se a seda, o algodão e a madeira. A indústria química fabrica polímeros de uso comum, tais como fibras artificiais, borracha sintética, vidro acrílico, plásticos, etc. As reações de polimerização podem ser de adição e de condensação. Nas primeiras (adição) a macromolécula é formada pela adição de moléculas (que possuem sempre duas duplas ligações) de uma única espécie. Durante a reação de adição, a dupla ligação entre os átomos de carbono quebra-se e os átomos de carbono do monômero juntam-se para formar o polímero. Na formação de polímeros por condensação, moléculas de duas ou mais espécies reagem entre si produzindo a macromolécula com perda de moléculas estáveis, tais como a água, o cloreto de hidrogênio ou o metanol. (FOLHAS, 2005). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 17 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 2 QUÍMICA INORGÂNICA Quando entramos em um supermercado observamos que as mercadorias são separadas e agrupadas em prateleiras como, por exemplo, bebidas, massas, produtos de limpeza, etc. É um modo de classificar os produtos facilitando em muito a vida das pessoas que encontram rapidamente o que procuram. Na Química acontece a mesma sistemática e por uma razão bem simples: facilitar seu estudo, para tanto, as substâncias químicas foram reunidas em grupos por suas semelhanças. Na metade do século XVIII nasceu uma classificação fundamental. As substâncias químicas foram divididas e reunidas em inorgânicas ou minerais e orgânicas. Substância orgânica – se origina dos organismos vivos (vegetais e animais) Substância inorgânica – ou mineral – a que se origina dos minerais. Na esteira dos acontecimentos, posteriormente descobriu-se que substâncias orgânicas seriam aquelas que continham carbono, então, as demais substâncias, formadas por todos os demais elementos químicos foram denominadas inorgânicas. Mas há exceções: alguns compostos que contém carbono, mas que apresentam todas as características de substâncias inorgânicas como CO, CO 2, Na2CO3, KCN, etc., são consideradas inorgânicas. Devido ao grande número de compostos inorgânicos, estes são subdivididos em agrupamentos menores que denominamos funções químicas inorgânicas. Função química é um conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes, denominadas propriedades funcionais. Podemos inferir então que a química Inorgânica é a ciência que estuda os elementos químicos e as substâncias da natureza, como os minérios, metais, mais precisamente os compostos que não possuem carbono coordenado em cadeias. O estudo de minerais fez com que a química Inorgânica ficasse conhecida por outra denominação: Química mineral. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 18 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Essas substâncias inorgânicas ou as principais funções químicas inorgânicas são os ácidos, bases, óxidos e sais. Feltre (2007) ressalta que antes de estudarmos as funções químicas inorgânicas devemos comentar sobre a teoria da dissociação iônica de Arrhenius. A dissociação iônica está relacionada ao comportamento das bases na presença de água. Para exemplificar tomemos a soda cáustica (NaOH), uma substância sólida que, em contato com a água, libera os íons Na+ e OH - que se dissolvem devido à atração pelos polos negativos e positivos da molécula de H2O. Sendo assim, bases são substâncias compostas pela combinação de um cátion (geralmente de um metal) com o ânion OH-. Quando uma substância dissolve-se em água, vai-se dividindo em partículas cada vez menores. Em alguns casos, essa divisão para nas moléculas e a solução não conduz a corrente elétrica. Em outros casos, a divisão vai além de moléculas; estas dividem-se em partículas ainda menores, com carga elétrica, denominadas íons. Nestes casos, a solução conduz a corrente elétrica. Dissociação iônica ou dissociação eletrolítica é a separação dos íons de uma substância iônica, quando ela se dissolve na água. Um fator importante é que os não-eletrólitos são sempre substâncias moleculares. Os eletrólitos, no entanto, podem ser substâncias moleculares ou iônicas. Ionização é a formação de íons na reação de uma substância molecular com a água, quando esta substância molecular nela se dissolve. Para medirmos o grau de ionização, ou seja, sua maior ou menos extensão, usamos o conhecido grau de ionização, que é representado pela letra α: α= Número de moléculas ionizadas Número de moléculas dissolvidas O grau de ionização varia entre 0 e 1 (ou 0% e 100%). Quando α tem valor próximo de zero, significa que a substância está pouco ionizada, sendo chamada de www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 19 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral eletrólito fraco. Quando α se aproxima de 1, a substância está bastante ionizada, sendo chamada de eletrólito forte. 2.1 Ácidos Ácido é toda substância (ou compostos) que, em solução aquosa, sofre ionização (se ionizam), produzindo como íon positivo apenas cátion hidrogênio, ou seja, liberando como cátion o H+. Existem dois extremos no que se diz respeito aos ácidos, alguns deles são perigosos pelo alto poder de corrosão, como por exemplo: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido cianídrico, etc., recebendo a classificação de ácidos inorgânicos. Por outro lado existem os ácidos que se fazem presentes em alimentos e que ajudam no metabolismo humano, são denominados de ácidos orgânicos. Para comprovar esta diferença, é só nos atentarmos às aplicações que se diferem totalmente, alguns são utilizados para fabricar explosivos (ácido nítrico – HNO3) e outros para ajudar no crescimento de crianças (ácido fólico), ou seja, alguns para matar e outros para dar vida. Vamos ressaltar os ácidos orgânicos benéficos ao homem e que temos contato diariamente, geralmente presentes nos alimentos: Ácido cítrico: presente em frutas cítricas como laranja, acerola, limão, etc. Ácido acético: componente do vinagre. Ácido málico: composto presente na maçã. Ácido tartárico: a uva é rica desse ingrediente. Ácido carbônico: presente em refrigerantes e águas gaseificadas originando gás carbônico (CO2), componente responsável pelas bolhas características destas bebidas. Outro ácido também presente em refrigerantes é o ácido fosfórico, ele proporciona um sabor diferenciado aos ―refrigerantes de cola‖. Lembremos que no estômago temos a presença do ácido clorídrico (HCL), componente do suco gástrico. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 20 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral São características marcantes dos ácidos: 1. Sabor azedo; 2. Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade; 3. Podem mudar a cor de certas substâncias (chamadas, por esse motivo, de indicadores ácidos). Feltre (2007) nos apresenta a seguinte classificação para os ácidos: 1-De acordo com o número de hidrogênios ionizáveis: Monoácidos – na ionização, a molécula produz apenas 1 H+ (HCL, HNO3, etc.). Diácido – na ionização, a molécula produz 2 H+ (H2SO4; H2CO3, etc.). Triácido – na ionização, a molécula produz 3 H+ (H3PO4; H3BO3, etc.). Tetrácido – na ionização, a molécula produz 4 H+ (H4P207; H4SiO4, etc. ). 2-De acordo com a presença ou não de oxigênio na molécula Ácidos sem oxigênio: hidrácidos; Ácidos com oxigênio: oxiácidos. Hidrácidos: ácidos sem oxigênio. Nos ácidos sem oxigênio a nomenclatura é bem simples, é só seguir a regra abaixo: Ácido .................. ídrico nome do elemento Os nomes dos hidrácidos são formados acrescentando-se a terminação ídrico às primeiras letras do nome do elemento químico. Exemplos: HCl – ácido clorídrico HBr – ácido bromídrico www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 21 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral HI – ácido iodídrico Oxiácidos: contêm oxigênio Os nomes dos ácidos com oxigênio são dados a partir das reações de ionização dos mesmos: Demonstração: faça a reação de ionização do ácido H2CO3. H2CO3 → 2 H+ + CO3-2 O ânion CO3-2 é denominado de carbonato, a partir desse nome estabeleça uma comparação seguindo o quadro abaixo: Tabela de sufixos para Oxiácidos Ânions Sufixo ITO oso ATO ico Como a terminação de carbonato é ATO, a nomenclatura para o ácido da qual deriva este ânion será Ácido carbônico (sufixo – ico): H2CO3 → 2 H+ + CO3-2 Ácido carbônico - carbonato Veja mais exemplos: Nomear corretamente os compostos: HClO e HNO2. Reação de ionização HClO → H+ + ClOÁcido hipoclorito - hipocloroso HNO2 → H+ + NO-2 Ácido nitroso - nitrito Como se vê, o ânion hipoclorito dá origem ao Ácido hipocloroso, e o ânion nitrito ao Ácido nitroso. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 22 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Como toda regra tem exceção, veja como nomear os ácidos derivados do enxofre e fósforo: H2SO3 – Ácido sulfuroso Nos oxiácidos que contém ânions do enxofre, coloca-se a sigla -ur antes do sufixo. H3PO4 – Ácido fosfórico Nos oxiácidos que contém ânions do fósforo, coloca-se a sigla -or antes do sufixo. 3-De acordo com o grau de ionização: É importante relembrar a definição de grau de ionização. Ácidos fortes – quando α > 50% Ácidos moderados ou semifortes – quando 5 < α < 50% Ácidos fracos – quando α < 5% 2.2 Bases Do ponto de vista prático, bases ou hidróxidos são substâncias que apresentam as seguintes características: Têm sabor adstringente, ―prende‖ a língua, como é possível se perceber ao comer uma fruta verde (CUIDADO - na maioria das vezes as bases são tóxicas e corrosivas); Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade; Podem fazer voltar a cor primitiva dos indicadores (caso essa cor tenha sido alterada por um ácido). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 23 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Pela definição de Arrhenius: Base é toda substância que em solução aquosa, sofre dissociação iônica, liberando apenas o ânion OH- (Hidróxido), também chamado de oxidrila ou hidroxila. Outras características das bases que também são chamadas alcális1 seriam: - Quando são dissolvidos em água, os hidróxidos têm seus íons separados. O cátion é em geral um metal; o ânion é o OH-. - As bases também transferem correntes elétricas quando são dissolvidas em água. - As bases sofrem reação a partir do contato com os ácidos, originando o NaCl (sal) e H2O (água). De maneira geral as bases são formadas por um metal, que constitui o radical livre, ligado invariavelmente ao OH-. A única base não metálica importante é o hidróxido de amônio (NH4OH). Alguns exemplos de bases: NaOH (hidróxido de sódio): Utilizado na fabricação de sabão provindo de óleos e gorduras. É conhecido popularmente como soda cáustica. Mg (OH)2(hidróxido de magnésio): Faz parte da composição do leite de magnésia que é usado como antiácido estomacal. Ca (OH)2 (hidróxido de cálcio): Usado nas construções para preparar argamassa, além de servir como cal, para pintura de casas. NH4OH (hidróxido de amônio): É muito útil para a humanidade, pois a partir dele é que são produzidos os fertilizantes agrícolas que aumentam o rendimento da produção de alimentos. As bases são classificadas assim: 1-De acordo com o número de oxidrilas: Monobase – possuem apenas uma oxidrila (OH-) (NaOH; NH4OH); 1 Essa palavra vem do árabe al-kali, que significa cinza, pois encontramos bases como KOH nas cinzas das madeiras. Dessa palavra resulta também a expressão ―águas alcalinas‖ para as águas minerais com características básicas. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 24 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Dibases – possuem duas OH- (Ca[OH]2 – Fe[OH2]) Tribases – possuem três OH- (Al[OH3] – Fe [OH3]) Tetrabases – possuem quatro OH- (Sn [OH4]) Não existem bases com mais de quatro oxidrilas por moléculas. 2-De acordo com o grau de dissociação: Podemos ter: Bases fortes – aquelas cujo grau de dissociação é praticamente 100%. É o caso dos hidróxidos dos metais alcalinos, como o NaOH; KOH e dos metais alcalino-terrosos, como Ca[OH]2 que já são iônicos por natureza. Bases fracas – são aquelas cujo grau de dissociação é, em geral, inferir a 5%. É o caso do hidróxido de amônio (NH4OH) e dos hidróxidos dos metais em geral (excluídos os metais alcalinos e alcalinos terrosos que são moleculares por sua própria natureza). 3-De acordo com a solubilidade em água: Solúveis – hidróxidos dos metais alcalinos como NaOH Pouco solúveis – hidróxidos dos metais alcalino-terrosos como Ca[OH]2 Praticamente insolúveis – todos os demais. A medida do caráter ácido e do básico: Para medir a temperatura, usamos um termômetro, ou melhor, uma escala termométrica. Para medir a acidez ou a basicidade de uma solução, usamos uma escala denominada de escala de pH, que varia de zero (soluções muito ácidas) até 14 (soluções muito básicas). O valor do pH = 7 indica uma solução neutra (nem ácida, nem básica). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 25 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Na prática, o pH é medido com indicadores ácido-base (substâncias que mudam de cor em valores bem definidos de pH) ou por meio de aparelhagem elétrica (que mede a condutividade elétrica da solução). Embora esse último processo seja mais preciso, o uso dos indicadores é bastante frequente, dada a sua comodidade; os químicos dispõem, inclusive, de grande número de indicadores que mudam de cor em diferentes valores de pH. Um indicador muito usado em laboratório é o papel de tornassol que fica vermelho em contato com os ácidos e azul em contato com as bases. A importância do pH Em muitas atividades humanas é importante medir e controlar o pH. Na agricultura, cada vegetal cresce melhor de acordo com o valor de pH do solo. Erva-mate e mandioca, por exemplo, exigem solo ácido enquanto alfafa, algodão e feijão são menos tolerantes à acidez do solo, preferindo solos com pH na faixa de 6,0 a 6,2. Segundo Feltre (2007), na química, ácidos e bases são consideradas substâncias com características opostas, fato que pode ser percebido se observando suas propriedades funcionais como mostra o quadro a seguir: Ácidos Bases Quanto ao sabor Tem sabor azedo Tem sabor adstringente Quanto à solubilidade A maior parte é solúvel A maior parte é insolúvel São moleculares Hidróxidos alcalinos e em água Quanto à estrutura alcalino terrosos são iônicos e os demais são www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 26 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral moleculares Quanto à Só produz a corrente Conduzem a corrente condutividade elétrica elétrica em soluça elétrica em solução aquosa aquosa; os hidróxidos alcalinos, sendo iônicos, também conduzem a corrente elétrica quando fundidos. Ação em relação aos Ácidos e bases podem mudar a cor de certas indicadores substâncias, que são, por esse motivo, denominadas indicadores ácido-base; se um ácido provoca certa mudança de cor, a base poderá fazer o indicador voltar à cor primitiva e vice-versa. Ação recíproca Juntando-se um ácido e uma base, um irá neutralizar as propriedades do outro, porque o ácido e a base reagem quimicamente entre si, a reação por esse motivo, é chamada de reação de neutralização. Além da água, essa reação forma um sal, por isso ela é também chamada de reação de salificação. 2.3 Óxidos Os óxidos são compostos binários, isto é, são substâncias formadas pela combinação de dois elementos, um deles é o oxigênio (que é o mais eletronegativo entre eles). Os óxidos se classificam em função do seu comportamento na presença de outros elementos como: água, bases e ácidos, sendo assim eles podem ser: básicos, ácidos, neutros, anfóteros, mistos, ou peróxidos. Óxidos básicos: o metal presente em sua fórmula, geralmente apresenta ―carga elétrica‖ +1 e +2, ou seja, possuem caráter iônico. Óxidos ácidos: no geral são formados por ametais e, apresentam caráter covalente. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 27 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Óxidos neutros: eles não reagem com água, ácido ou base, são covalentes, ou seja, sua composição é de ametais. Óxidos anfóteros: pode se apresentar de dois modos. Em presença de um ácido se comportam como óxidos básicos, e na presença de uma base como óxidos ácidos. Óxidos duplos ou mistos: quando dois elementos se unem e formam um óxido, esse vai ser denominado óxido misto. Peróxidos: possuem em sua fórmula o grupo (O2) 2-. 2.4 Sais Muitos dos compostos que usamos diariamente são sais. Todos conhecem os termos sais de banho, sal de cozinha, sais de fruto, etc. O mais conhecido de todos os sais é o chamado ―sal de cozinha‖ cuja fórmula química é NaCl. Este composto é designado por sal simples, por ser formado apenas por um íon positivo, (Na+) e por um íon negativo, o anion cloreto (Cl-). O NaCl designa-se por cloreto de sódio. A família dos sais é muito numerosa e muitos deles estão presentes em nosso cotidiano: o bicarbonato de sódio, NaCO3 é usado como antiácido e também no preparo de bolos e biscoitos; o sulfato de sódio, Na2SO4 (sal de Glauber) e o sulfato de magnésio, MgSO4 (sal amargo) são usados como purgantes; o gesso usado em ortopedia ou em construção é o sulfato de cálcio hidratado. Os sais podem ser classificados em: sal normal (sal neutro, na nomenclatura antiga), hidrogênio sal (sal ácido, na nomenclatura antiga) e hidróxi sal (sal básico, na nomenclatura antiga). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 28 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Reações de salificação Reação da salificação com neutralização total do ácido e da base - Todos os H ionizáveis do ácido e todos os OH- da base são neutralizados. Nessa reação, forma-se um sal normal. Esse sal não tem H ionizável nem OH-. Reação de salificação com neutralização parcial do ácido - Nessa reação, forma-se um hidrogênio sal, cujo ânion contém H ionizável. Reação de salificação com neutralização parcial da base - Nessa reação, forma-se um hidróxi sal, que apresenta o ânion OH- ao lado do ânion do ácido. A nomenclatura para os sais normais O nome de um sal normal deriva do ácido e da Base que lhe dão origem. Assim, para obter o nome de um sal, basta alterar a terminação do nome do ácido correspondente, de acordo com o seguinte código: Ídrico ácido Oso ico Eto Sal Ito ato www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 29 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 3 QUÍMICA ANALÍTICA Química Analítica envolve métodos voltados para a determinação da composição da matéria. Os métodos qualitativos geram informações sobre a identidade das espécies atômicas ou moleculares ou mesmo grupos funcionais na amostra. Já os métodos quantitativos proporcionam resultados numéricos relacionados à quantidade dos componentes na amostra. Os fenômenos e princípios químicos e físicos aplicados na análise qualitativa para identificação de íons em solução aquosa são os mesmos usados na análise quantitativa de vários tipos de amostras e ainda hoje empregados em muitos métodos oficiais de referência, inclusive instrumentais. Este fato mostra a importância do conhecimento dos fundamentos da análise qualitativa, cabendo ao professor chamar a atenção dos alunos para as suas aplicações práticas. Seguem algumas descrições sucintas dos métodos e seus procedimentos como sugestões para discussão em classe. O ensino da química analítica qualitativa, que aborda teórica e praticamente as diversas técnicas de identificação de íons inorgânicos nos cursos técnico e superior de Química, é muitas vezes questionado. Argumenta-se que diante das atuais técnicas instrumentais de análise, não faz sentido ensinar métodos químicos de análise qualitativa que, na maioria dos casos, não seriam utilizados na vida profissional dos alunos. Ouvem-se comentários que menosprezavam as habilidades experimentais adquiridas pelos estudantes nas aulas práticas de Qualitativa, tais como ―fazer reações em tubos de ensaio‖ ou sobre a ―chatice que é dar aulas de análise de cátions e ânions‖ (ANDRADE; ALVIM, 2009). Sob o ponto de vista dos autores acima, é plenamente justificável a presença deste tema no currículo de Química no Brasil, onde o aluno, que praticamente nunca entrou em um laboratório, pode adquirir habilidades dos domínios cognitivos e comportamentais para o exercício das suas atividades profissionais. É certo que essas habilidades podem ser adquiridas com outros conteúdos, mas o estudo da Química Analítica Qualitativa Inorgânica mostra-se especialmente apropriado para estes fins. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 30 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral A aprendizagem (conhecimento, compreensão, interpretação e avaliação) pode se dar de maneira efetiva quando o aluno tem a oportunidade de aplicá-la ou verificar sua validade na prática. Não se trata simplesmente de executar reações em tubos de ensaio e verificar se elas acontecem (ou não), e sim de realizá-las dentro de um contexto, com um propósito definido. Desta forma a ação torna-se consciente e não um fazer o que está escrito. Aqui o aluno compreende que para determinar a composição de um material, no caso através de suas propriedades químicas, é necessário elaborar um método e, em contrapartida, estudar profundamente as propriedades químicas das substâncias. Assim pode acontecer uma interação entre a teoria e a prática (ANDRADE; ALVIM, 2009). Ele pode vivenciar esta interação ao realizar os experimentos (ensaios para íons inorgânicos), pois conhece a teoria que explica o fenômeno ocorrido nos casos em que o resultado é o esperado e, nos casos em que não é o esperado, ele deve buscar uma explicação teórica satisfatória para a observação feita. Isto faz com que o estudante passe da teoria para a prática e vice-versa. Nesta dinâmica o aluno pode desenvolver atitudes científicas, como manter a mente aberta e inquiridora diante do inesperado, tomar decisões, ter iniciativa, ter paciência e persistência. Histórica e tecnicamente sempre existiu uma íntima relação entre as análises qualitativa e quantitativa, a primeira antecedendo a segunda e servindo-lhe de guia. Muitos métodos analíticos quantitativos (gravimétricos, volumétricos, espectrofotométricos, potenciométricos, etc.) foram criados a partir dos testes qualitativos e usados para detecção de substâncias e elementos em uma determinada matriz. Para ilustrar esta correlação e a aplicabilidade da análise qualitativa clássica, fez-se uma busca nos métodos oficiais de análise publicados pela Association of Official Analytical Chemists International, AOAC, pela American Society for Testing and Materials, ASTM e pela Royal Society of Chemistry, RSC, que utilizam os princípios e os processos clássicos da análise qualitativa estudados nos laboratórios de ensino. Segundo Andrade e Alvim (2009) foram identificados mais de 100 métodos. Os métodos analíticos pode ser classificados em Clássicos ou Instrumentais: www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 31 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 3.1 Métodos Clássicos No início do desenvolvimento da Química, a maioria das análises empregava a separação dos componentes de interesse (os analitos) por técnicas como precipitação, extração ou destilação. Para análises qualitativas, os componentes separados eram então tratados com reagentes que em contato com o analito produziam compostos identificados pela sua cor, solubilidade, pontos de fusão e ebulição, etc. Assim as espécies químicas eram identificadas. A quantificação dos analitos (elementos de interesse numa análise) pode ser feita através de técnicas simples, mas muito precisas, que estão em pleno uso até os dias atuais, como a volumetria (titulações) e a gravimetria (medidas de massa). Esses métodos clássicos de separação e determinação de analitos ainda são muito utilizados devido à relativa simplicidade de equipamentos necessários e confiabilidade de resultados obtidos. 3.2 Métodos Instrumentais No início do século 20, os químicos passaram a explorar outros fenômenos distintos daqueles observados nos métodos clássicos para resolver problemas analíticos. Com isso, medidas de propriedades físicas dos analitos tais como a condutividade elétrica, absorção ou emissão de luz passaram a ser utilizadas na análise quantitativa de uma grande variedade de analitos inorgânicos, orgânicos e biológicos. Com isso, novas técnicas como a cromatografia líquida de alta eficiência, espectroscopia e técnicas eletroanalíticas passaram a ser utilizadas para a realização de análises cada vez mais sofisticadas. Esses novos métodos de separação e determinação de espécies químicas passaram a ser conhecidos como métodos instrumentais de análise. Seu crescimento foi favorecido pelo avanço tecnológico dos dispositivos eletrônicos e dos computadores. A maioria dos equipamentos analíticos modernos possui ou estão conectados a um ou mais dispositivos eletrônicos sofisticados capazes de detectar e registrar dados relativos aos analitos. Esses dispositivos podem ser amplificadores, circuitos integrados, microprocessadores ou mesmo computadores. De fato existem www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 32 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral máquinas que apresentam uma imensa complexidade enquanto outras são mais simples. O cientista deve definir o problema e então decidir o método mais apropriado para solucioná-lo de acordo com suas condições. A Química Analítica Instrumental, devido ao nível de desenvolvimento alcançado a à consequente complexidade adquirida, divide-se de acordo com os métodos de análise utilizados na identificação e quantificação do analito. Os métodos Espectrométricos, por exemplo, utilizam conhecimentos relacionados com a interação entre a luz e a matéria. Entre eles destacam-se a Espectrometria de Absorção Atômica, Espectrometria de Absorção Molecular, Espectrometria de Emissão Atômica, entre outras técnicas. Diversas outras características específicas das espécies químicas são exploradas na Química Analítica. Os métodos eletroanalíticos são capazes de determinar analitos a partir de seus potenciais padrões de redução. Esses métodos envolvem técnicas como a Potenciometria, Coulometria e os diversos tipos de Voltametria (BACCAN, ET al, 1988). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 33 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 4 FISICO-QUÍMICA A Físico-Química é a ciência que estuda as reações e os fatores que as influenciam, ela engloba conteúdos como a Cinética Química e neste contexto é possível calcular a velocidade dos processos químicos. Essa matéria engloba também a Termoquímica, que contém os princípios fundamentais da termodinâmica. Esse conteúdo oferecido no Ensino Médio estuda as propriedades físicas e químicas da matéria, sendo considerada por isso a combinação de duas ciências: a física e a química. A Físico-química é usada também para definir: a ciência dos materiais, as soluções e suas propriedades coligativas. A Eletroquímica traz o estudo da eletrólise de pilhas e baterias, e os equilíbrios químicos mostram que tudo coopera para que reagentes se transformem em produtos iônicos. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 34 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ESPECTROSCOPIA Os efeitos resultantes da interação de radiações eletromagnéticas com a matéria proporcionam evidências do comportamento microscópico. Estas observações levam-nos a sugerir modelos que permitam compreender ou prever as propriedades do material estudado. Usualmente, este modelos estão associados com princípios e conceitos associados à mecânica quântica. Apresentaremos os conceitos elementares necessários para a compreensão dos efeitos espectroscópicos associados com o fenômeno de absorção e emissão de luz. Espectroscopia pode ser definida como sendo o estudo de espectros. Esta análise espectral é especialmente importante devido ao fato de cada elemento existente na natureza possuir seu próprio espectro distinto. Os primeiros cientistas a descobrirem este fato forma Gustav Robert Kirchhoff e Robert Wilhelm Bunsen, em 1859. A primeira utilização da espectroscopia foi na química. Novamente Kirchhoff e Bunsen desenvolveram um espectroscópio baseado em um prisma, o qual ainda é utilizado para análises químicas. O espectroscópio desenvolvido por estes cientistas consiste em um sistema de lentes colocado próximo a um prisma. O espectro luminoso passa por uma fenda e atinge o sistema de lentes colimadoras. Estas lentes concentram a luz tornando seus raios paralelos. Ao saírem das lentes, os raios luminosos incidem sobre o prisma, aonde são finalmente separados em suas cores componentes. Através de uma lente ocular, um observador pode focalizar a imagem e ver as cores componentes do elemento. Diferentes elementos absorvem e emitem luz diferentemente, e a análise espectral permite diferenciá-los. Cada cor de luz corresponde a um determinado comprimento de onda e uma frequência distinta. A frequência de luz emitida ou absorvida por um determinado átomo ou molécula depende criticamente de sua estrutura e dos possíveis movimentos de suas partículas constituintes. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 35 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral A emissão de luz por parte de átomos de um certo elemento ocorre quando elétrons saltam de uma camada energética para outra. No caso de moléculas, a emissão luminosa é baseada nos movimentos de rotação e vibração da molécula e no movimento dos elétrons de seus átomos constituintes. Analisando então o espectro luminoso de diversos elementos, podemos descobrir muito sobre o seus movimentos. Outra forma de espectro luminoso é o denominado espectro contínuo. Este espectro é emitido quando um corpo é aquecido até se tornar incandescente. No caso de espectro contínuo, não são visíveis as linhas de separação, pois este contém todas as cores juntas. O corpo teórico que é utilizado para a análise do espectro contínuo é o chamado corpo negro, que é um corpo que absorve toda a energia que nele incide. O corpo negro também é considerado um perfeito emissor de radiação, e a intensidade da radiação emitida depende unicamente da temperatura do corpo. A lei que relaciona a intensidade de radiação emitida com a temperatura de um corpo é a lei de Stefan-Boltzmann, a qual diz que a energia total irradiada por segundo por um corpo negro é proporcional à temperatura elevada à quarta potência. A análise do espectro emitido por um corpo negro levou ao desenvolvimento da teoria quântica da matéria. Em Química e Física o termo espectroscopia é a designação para toda técnica de levantamento de dados físico-químicos através da transmissão, absorção ou reflexão da energia radiante incidente em uma amostra. Por extensão, o termo espectroscopia ainda é usado na técnica de espectroscopia de massas, onde íons moleculares monovalentes são defletidos por um campo magnético. O resultado gráfico de uma técnica espectroscópica qualquer, a resposta como uma função do comprimento de onda - ou mais comumente a frequência - é chamado espectro. Sua impressão gráfica pode ser chamada espectrograma ou, por comodidade, simplesmente espectro. Originalmente o termo espectropia designava o estudo da interação entre radiação e matéria como uma função do comprimento de onda (λ). De fato, historicamente, espectroscopia referia-se a ao uso de luz visível dispersa de acordo com seu comprimento de onda, e.g. por um prisma. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 36 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Posteriormente o conceito foi expandido para compreender qualquer medida de uma grandeza como função tanto de comprimento de onda ou frequência. Assim, este termo também pode se referir a uma resposta a um campo alternado ou frequência variável (ν). Uma posterior extensão do escopo da definição adicionou energia (E) como uma variável, dada quando obtido o relacionamento muito próximo expresso por E = hν para fótons (h é a constante de Planck). É chamado de espectroscopia o método utilizado para análise de elementos simples, da estrutura química de compostos inorgânicos ou grupos funcionais de uma substância orgânica utilizando radiação electromagnética. O exame pode ser destrutivo ou não destrutivo; os exames mais interessantes são os que não destroem as amostras, e dos quais resultem dados precisos. Sempre quando se excita uma substância com uma fonte de energia, esta pode emitir como absorver radiação em determinado comprimento de onda, desta forma permitindo uma observação do comportamento do corpo de prova. Os resultados da análise espectroscópica de uma amostra providenciam dados sobre a estrutura do analito, tais como geometria de ligação, natureza química de ligandos de um dado átomo, comprimentos de ligações químicas, etc. A base da espectroscopia é a natureza ondulatória das radiações eletromagnéticas, cuja variável é a frequência fundamental. Esta determina o número de oscilações realizadas pela onda por unidade de tempo, e o comprimento de onda, distância percorrida pela onda durante um período de tempo correspondente a uma unidade de frequência, sendo o produto destas, definido como a velocidade de propagação da onda. O tipo de espectroscopia dependerá da grandeza física medida. Normalmente, a grandeza que é medida é uma intensidade, tanto da energia absorvida quanto da produzida. Espectroscopia eletromagnética envolve interações de matéria com radiação eletromagnética, tais como luz. Espectroscopia de elétrons envolve interações com raios catódicos. Espectroscopia de Auger envolve a indução do efeito Auger com um raio catódico. Neste caso a medição tipicamente envolve a energia cinética do elétron como variável. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 37 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Espectroscopia acústica envolve a frequência do som. Espectroscopia dielétrica envolve a frequência de um campo elétrico externo. Espectroscopia mecânica envolve a frequência de um stress mecânico externo, e.g. a torção aplicada a uma peça de material. São três os principais tipos de processo pelos quais a radiação interage com a amostra e é analisada: Espectroscopia de absorção - Correlaciona a quantidade da energia absorvida em função do comprimento de onda da radiação incidente. Espectroscopia de emissão - Analisa a quantidade de energia emitida por uma amostra contra o comprimento de onda da radiação absorvida. Consiste fundamentalmente na reemissão de energia previamente absorvida pela amostra Espectroscopia de espalhamento (ou de dispersão)- Determina a quantidade da energia espalhada (dispersa) em função de parâmetros tais como o comprimento de onda, ângulo de incidência e o ângulo de polarização da radiação incidente. Existem diversos métodos de análises espectroscópicas, tanto molecular quanto atômica. Para cada um deles os instrumentos de medida sofrem variações. Os métodos são: Espectroscopia rotacional ou espectroscopia de microondas; Espectroscopia de infravermelho; Espectroscopia Raman; Espectroscopia UV/visível, Espectroscopia no visível ou Espectroscopia ultravioleta; Espectroscopia de fluorescência ou fluorometria; Espectroscopia de raios-X; Espectroscopia de plasma ICP; Espectroscopia fotoacústica; Espectroscopia de absorção atômica; www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 38 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral Espectroscopia de absorção molecular; Espectroscopia de ressonância magnética nuclear; Espectroscopia de ressonância magnética eletrônica ou de Ressonância paramagnética eletrônica; Espectroscopia de Mössbauer. O fundamento de qualquer espectroscopia é a interação de uma radiação eletromagnética e a matéria constituinte da amostra. A energia incidente pode ser refletida, transmitida ou absorvida. Haverá interação não somente se houver ressonância entre dois entes: a onda eletromagnética e uma partícula (átomo, molécula ou íon), mas também se a energia for mais alta que a necessária para ocorrer uma transição eletrônica. Em geral, espectrômetros ou espectroscópios são equipamentos destinados à análise de radiação, mormente ondas eletromagnéticas (incluindo-se nestas a luz visível). Desta forma, servem para a análise físico-química cujo processo é chamado espectroscopia. Os espectrômetros compreendem uma fonte de energia radiante, um sistema colimador (fenda, lentes...), um local destinado à amostra, um sistema monocromador e um sistema detector. É comum ainda se confundirem estes termos com espectrofotômetro. Entretanto, ao termo espectrofotômetro reserva-se o sentido de ser um espectrômetro que utiliza radiação na zona da luz, ou seja, entre o infravermelho e o ultravioleta (inclusive). Neste sentido, existem espectrofotômetros UV-visível (ou apenas visível), de infravermelho e de fluorescência (ou fluorímetros). www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 39 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ANDRADE, João Carlos de; ALVIM, Terezinha Ribeiro. Química Analítica Básica: Aplicações dos fundamentos da análise qualitativa (2009). Disponível em: <http://chemkeys.com/br/wp> Acesso em: 23 ago. 2010. BACCAN, N. ET AL. Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. Campinas: Editora da Unicamp, 1988. FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química. 7 ed. São Paulo: Moderna, 2007. FOLHAS, Alvaro. Química orgânica. (2005). Disponível <http://www.prof2000.pt/users/afolhas/org.htm > Acesso em: 23 ago. 2010. em: RIBEIRO, Raquel. Noções básicas de físico química. 2006.Disponível em: <boletimfq.no.sapo.pt/> Acesso em 30 ago. 2010. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 40 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral ANEXO 1 CRONOLOGIA DA QUÍMICA 3000 a.C. Os egípcios produziram bronze — uma liga de cobre e estanho. 450 a.C. O filósofo grego Empedocles estabeleceu que todas as substâncias são feitas de uma combinação de quatro elementos — terra, ar, fogo e água — uma ideia que foi desenvolvida por Platão e Aristóteles, mantendo-se durante mais de 2 000 anos. 400 a.C. O filósofo grego Demócrates defendeu a teoria de que a matéria consistia fundamentalmente de partículas pequenas e indivisíveis, átomos. 1 d.C. Já se conhecia o ouro, a prata, o cobre, o chumbo, o ferro, o estanho e o mercúrio. 200 Já se conheciam as técnicas para fazer soluções, filtrações e destilações. sécs. A química era denominada por alquimia, uma tentativa de transformar metais VIInão preciosos, como o chumbo e cobre, em ouro. Embora não passasse de XVII um sonho, esta tentativa levou à descoberta de muitos produtos químicos e novas técnicas, tais como a sublimação e a destilação. séc. XII O álcool foi destilado na Europa pela primeira vez. 1242 A pólvora foi introduzida na Europa vinda do Extremo Oriente. 1620 Francis Bacon explicou o método científico do raciocínio, no seu livro Novum Organum. 1650 A Universidade de Leyden nos Países Baixos montou o primeiro laboratório de química. 1661 Robert Boyle definiu um elemento como qualquer substância que não pode ser dividida em substâncias ainda mais pequenas. Afirmou ainda que a matéria é composta por «corpúsculos» (átomos) de várias espécies e tamanhos, capazes de formarem grupos, sendo que cada um deles constitui uma substância química. 1662 Boyle descreveu a relação inversa entre o volume e a pressão de uma determinada massa de gás (Lei de Boyle). 1697 Georg Stahl propôs a teoria errada de que as substâncias ardem porque são www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 41 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral ricas numa certa substância chamada flogisto. 1755 Joseph Black descobriu o dióxido de carbono. 1774 Joseph Priestley descobriu o oxigênio, que chamou de «ar deflogisticado». Antoine Lavoisier demonstrou a sua lei da conservação de massa. 1777 Lavoisier mostrou que o ar é constituído de uma mistura de gases e revelou que um destes — o oxigênio — é a substância necessária para ocorrer uma combustão (arder) e uma oxidação. 1781 Henry Cavendish demonstrou que a água é um composto. 1792 Alessandra Volta demonstrou as séries electroquímicas. 1807 Humphry Davy passou uma corrente elétrica através de compostos fundidos (o processo da eletrólise) com o fim de isolar elementos, tais como o potássio, que nunca foram separados por meios químicos. Jöns Berzelius alvitrou que químicos produzidos pelos seres vivos deveriam ser denominados «orgânicos». 1808 John Dalton publicou a sua teoria atômica, na qual afirmava que cada elemento consiste em partículas iguais indivisíveis — chamadas átomos — que diferem dos átomos de outros elementos nas suas massas; também elaborou uma lista de massas atômicas comparativas. Joseph Gay-Lussac proclamou que os volumes dos gases que combinam quimicamente entre si estão em razões simples. 1811 Publicação da hipótese de Amedeo Avogadro sobre a relação entre o volume e o número de moléculas de um gás e a sua temperatura e pressão. 1813- Berzelius delineou os símbolos químicos e as fórmulas ainda hoje usados para 14 representar elementos e compostos. 1828 Franz Wöhler converteu o cianato de amônio em ureia — a primeira síntese de um composto orgânico a partir de uma substância inorgânica. 1832- Michael Faraday expôs as leis da eletrólise e adotou o termo «ião» para as 33 partículas que pensava serem responsáveis pelo transporte da corrente elétrica. 1846 Thomas Graham explicou a sua lei de difusão. 1853 Robert Bunsen inventou o bico de Bunsen. 1858 Stanislao Cannizzaro mostrou a diferença entre pesos atômicos e moleculares www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 42 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral (massas). 1861 O químico alemão Friedrich Kekulé definiu a química orgânica como sendo a química dos compostos de carbono. 1864 John Newlands inventou a primeira tabela periódica dos elementos. 1869 Dmitri Mendeleyev expôs a sua tabela periódica dos elementos (baseada na massa atômica), deixando espaços para os elementos que ainda não tinham sido descobertos. 1874 Jacobus van't Hoff demonstrou que as quatro ligações do carbono estão distribuídas em forma de tetraedro e que os compostos de carbono podem, portanto, ser tridimensionais e assimétricos. 1884 O químico sueco Svante Arrhenius demonstrou que os eletrólitos (soluções ou compostos liquefeitos que conduzem eletricidade) se dissociam em iões, átomos ou grupos de átomos que transportam a carga elétrica positiva ou negativa. 1894 William Ramsey e Lord Rayleigh descobriram o primeiro gás inerte, o argon. 1897 J. J. Thomson descobriu o eletrão. 1901 Mikhail Tsvet inventou o papel cromatográfico como um meio de separação de pigmentos. 1909 Sören Sörensen inventou a escala de pH. 1912 Max von Laue mostrou que os cristais eram compostos por conjuntos regulares e repetidos de átomos, ao estudar a forma como difratam os raios X. 1913- Henry Moseley igualou o número atômico de um elemento com a carga 14 positiva no seu núcleo e elaborou a tabela periódica, baseada no número atômico, que ainda hoje é usada. 1916 Gilbert Newton Lewis explicou a ligação covalente entre átomos, como sendo uma distribuição de elétrons. 1927 Nevil Sidgwick publicou a sua teoria sobre valências, baseada nos números de elétrons nas órbitas circulares dos ions. 1930 Arne Tiselius inventou a eletroforese, que separa partículas em suspensão num campo elécrico. 1932 Harold Urey descobriu o deutério (hidrogênio pesado), um isótopo do hidrogênio. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 43 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 1940 Edwin McMillan e Philip Abelson mostraram que elementos novos com um número atômico mais alto do que o do urânio podem ser obtidos bombardeando urânio com nêutrons e sintetizaram o primeiro elemento transurânico, o netuno. 1942 Glenn T. Seaborg e Edwin McMillan sintetizaram o plutônio pela primeira vez. 1950 Derek Barton deduziu que algumas das propriedades dos compostos orgânicos são afetadas pela orientação dos seus grupos funcionais (o estudo dos quais se tornou conhecido como a análise conformacional). 1954 Foram sintetizados o einsteínio e o férmio. 1955 Ilya Prigogine descreveu as propriedades termodinâmicas dos processos irreversíveis (as transformações de energia que se dão, por exemplo, em muitas reações dentro de células vivas). 1962 Neil Bartlett preparou o primeiro composto de um gás inerte, o hexafluoroplatinato de xênon; anteriormente, pensava-se que os gases inertes não podiam participar numa reação química. 1965 Robert B. Woodward sintetizou os compostos orgânicos complexos. 1981 Os químicos Roald Hoffmann dos EUA e Kenichi Fukui do Japão aplicaram a mecânica quântica para prever o curso das reações químicas. 1982 Foram sintetizados o elemento 109 e o unilênio. 1985 Harold Kroto e David Walton da Universidade de Sussex, em Inglaterra, descobriram os fulerenos, uma nova família de sólidos constituídos por coberturas fechadas de átomos de carbono. 1987 Os químicos Donald Cram e Charles Pederson dos EUA e Jean-Marie Lehn da França criaram moléculas artificiais que imitam as reações químicas vitais dos processos de vida. 1990 Jean-Marie Lehn, Ulrich Koert e Margaret Harding relataram a síntese de um novo tipo de compostos chamados núcleo helicados que mantinham a estrutura em dupla hélice do DNA, mas com o interior virado para fora. 1993 Químicos norte-americanos da Universidade da Califórnia e do Scripps Institute sintetizaram a rapamicina, um dos grupos de complexos, antibióticos naturais e imunossupressores que estão a ser testados como agentes anticancerosos. 1994 Descobertos os elementos 110 e 111, em Darmstadt, Alemanha. www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500 44 Instituto Brasileiro de Ensino Ensino de Química – Noções de Química Geral 1996 descoberto o elemento 112, em Darmstadt, Alemanha www.institutoibe.com.br – [email protected] – (0XX31)2533-0500