TOXICOLOGIA AMBIENTAL ECOTOXICOLOGIA TOXICOLOGIA AMBIENTAL ECOTOXICOLOGIA Parâmetros: a) A saúde da população depende da saúde de outros organismos. b) Tanto agentes tóxicos de origem antropogênica ou natural podem causar danos. Objetivos da Ecotixicologia: Conhecer os AT ambientais para a realização de um controle adequado, visando minimizar danos às populações. A poluição ambiental pode ser: a) Contaminação do ar, água e solo. b) Desfiguração da paisagem. c) Erosão, degradação de monumentos. d) Contaminação dos alimentos. TOXICOLOGIA AMBIENTAL Estudo dos efeitos adversos dos poluentes químicos ambientais em organismos vivos ECOTOXICOLOGIA área especializada da Toxicologia Ambiental que estuda os impactos das substâncias químicas na dinâmica de populações em um ecossistema (conjunto dos relacionamentos que os organismos vivos e o ambiente mantêm entre si, em harmonia) ECOTOXICOLOGIA Caracterização, entendimento e prognóstico dos efeitos deletérios de produtos químicos, isolados ou em misturas, produzidos pelo ser humano no meio ambiente Urbanização e industrialização Emissões diretas Poluição no ecossistema local Ecotecnologia Modelos ecotoxicológicos Engenharia ecológica Legislaçao ambiental Emissões indiretas Poluição global ECOTOXICOLOGIA Propaganda positiva ou negativa? Estudo da influência dos fatores bióticos (organismos vivos e suas características) e abióticos (caraterísticas do ambiente) sobre a resposta aos poluentes - Sistemas muito complexos 1 TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA O estudo dos agentes tóxicos Exige conhecimento de propriedades físico-químicas Ar Solo Água Biota Classes de SQs antropogênicas mais comuns 1. 2. 3. 4. 5. Praguicidas Íons inorgânicos Solventes Orgânicos Substâncias Radioativas Produtos Farmacêuticos Sedimento Figura- Vias de transferência entre os meios TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Principais propriedades envolvidas na movimentação dos contaminantes nos diversos compartimentos ambientais 1. Polaridade (coeficiente de partição: Kow) e hidrossolubilidade 2. Pressão de vapor- volatilidade 3. Densidade da substância 4. Estabilidade da molécula: degradação TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Distribuição, bioacumulação, bioconcentração e biomagnificação 1. Distribuição: local onde se encontra determinado poluente (organismo, água, ar, solo); localização final de uma SQ em um organismo após sua dispersão no meio 2. Bioacumulação: mais geral, está relacionado ao acúmulo (Ex: DDT em tecidos gordurosos) * Relação com a absorção (via e velocidade) e com a eliminação, hidrofobicidade, fatores ambientais, físicos e biológicos TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Bioacumulação pode ser de forma direta (Bioconcentração) ou de forma indireta (Biomagnificação) CH 3 CH 3 CH 3 CH3 CH 3 CH3 CH 3 CH 3 CH 3 Fator de concentração*= Concentração da SQ em um organismo/ Concentração da SQ no ambiente que o circunda TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Bioacumulação pode ser de forma direta (Bioconcentração) ou de forma indireta (Biomagnificação) CH 3 CH 3 CH 3 CH3 CH 3 CH 3 C H3 CH3 CH3 C H3 CH 3 CH 3 CH3 CH 3 CH 3 C H3 * Válido quando a única fonte para o organismo é a difusão 2 TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Diclorodifeniltricloroetano (DDT)biomagnificação Transporte no meio aquoso - TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte no meio aquoso - Nas águas superficiais: contaminantes na forma de solução ou suspensão TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte na atmosfera Distância percorrida pelo contaminante depende: estabilidade química, estado físico e fluxo do corpo d’água, densidades (contaminação com petróleo: fração mais leve atinge ou permanece na superfície e a fração mais pesada se sedimenta). - Substâncias hidrofílicas se distribuem ao longo da superfície, e substâncias lipofílicas se associam ao material particulado. - Sedimento de rios, lagos e mares: geralmente formado por compostos orgânicos adsorvidos em partículas Figura- Camadas da atmosfera TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte no solo - Compartimento de porosidade variada (preenchido por gases e Transporte na atmosfera - líquidos). Depende: - do estado físico, - da movimentação das massas de ar. Processos de remoção do ar: - deposição seca, - deposição úmida, - reações químicas (ex: fotólise) obs: A velocidade de deposição seca depende da partição do composto entre a fase de vapor e a fase particulada - Movimentação por difusão por intermédio dos fluidos. Velocidade de difusão depende: - peso molecular - concentração da SQ - pH e constituintes do solo Obs: se o contaminante tem alta PV e baixa afinidade com os constituintes do solo, sofre rápida volatilização. Se é hidrossolúvel é facilmente lixiviada. Figura- representação do solo e lençol freático 3 TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Degradação das substâncias químicas nos diversos compartimentos ambientais Decomposição de moléculas orgânicas em moléculas menores. Tem influência direta na toxicidade (aumentando ou diminuindo). - Degradação abiótica a) químicas (hidrólise e reações de oxi-redução). b) fotólise: - direta. - indireta. c) adsorção/complexação com constituintes orgânicos DESTINO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NOS DIVERSOS COMPARTIMENTOS AMBIENTAIS Ar: fotólise, reação com OH, reação com ozônio Água: hidrólise, fotólise, reações de oxidação/redução, biodegradação Solo: fotólise, hidrólise, biodegradação, reações de oxidação/ redução Sedimento: hidrólise, biodegradação, reações de oxidação/ redução Biota: bioacumulação, metabolismo Mecanismos de transformação e degradação molecular Principais enzimas envolvidas no metabolismo de poluentes Fase I Fase II Álcool e aldeído desidrogenases Glutationa transferase Citocromo P450monooxigenases Metiltransferase Flavina- monooxigenases* Sulfotransferase Monoamino oxidase Tioltransferase Xantina oxidase Glicuronosiltransferase Esterases Acetiltransacetilase TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Degradação das substâncias químicas nos diversos compartimentos ambientais - Degradação biótica (biodegradação): Mecanismo mais importante para orgânicos. Resulta em CO2, H2O e biomassa microbiana. Pode ser aeróbia ou anaeróbia. Variáveis influentes: a) Temperatura. b) pH. c) concentração do contaminante. d) concentração de microorganismos viáveis. e) tempo de adaptação (entre a exposição e o início da degradação). f) presença de nutrientes para o crescimento microbiano. g) teor de água. Mecanismos de transformação e degradação molecular Transformação= conversão em metabólitos, por enzimas específicas nas mais variadas espécies (bactérias, algas, fungos, plantas) -Compreensão desse processo= avaliação do risco e remediação do ambiente - Fenômeno complexo (variabilidade intra- e inter espécies) ˃ Velocidade, ˂ risco expressivo a um ecossistema Mecanismos de transformação e degradação molecular Monoxigenases= principal sistema (Ex: hidroxilação, desaminação, formação de epóxido, desalquilação Metilação= dimunição da solubilidade dos poluentes em água Conjugação com glutationa= indução (hidrocarbonetos policíclicos) pode modular a toxicidade de poluentes *(não atuam como oxidantes de C e não são induzidas por poluentes) 4 DDT- transformação no ambiente Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos Qual a estratégia dos organismos (resistência) frente às adversidades do ambiente? Percepção, sinalização e resposta* (proteção) Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos EXPOSIÇÃO A POLUENTES Os estudos bioquímicos permitem: -Analisar a relação entre a exposição, efeitos primários e consequências; - obter informações sobre mudanças provocadas quando acionados os mecanismos de proteção celular; - obter informações sobre possível mecanismo de ação. Ecossistema pode ser influenciado, por exemplo por: -Poluição aquática; -Poluição atmosférica; -Mudanças no relevo; -Mudanças quali e quantitativas de espécies (adição de poluentes ou extrativismo) Células- alvo Absorção e biocumulação Processo patológico Processo adaptativo Doença Efeitos na reprodução e no crescimento Efeitos na população Efeitos no ECOSSISTEMA Efeitos nas populações, comunidades e ecossistemas decorentes da exposição a poluentes -Mudança no balanço entre as espécies coexistentes (alteração na biodiversidade); * Efeitos visíveis- possibilidade de reversão? -Efeitos agudos - Efeitos crônicos * Fatores intrínsecos (característica da espécie), extrínsecos (fatores ambientais, alteração da disponibilidade do poluente e tolerância dos organismos) 5 Acidente em Baía de Minamata – Japão Cerca de 2.500 vitimas Aumento da concentração de metil mercúrio- Chisso Company Limited Doença Congênita de Minamata Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Avaliação do Risco Ecotoxicológico Qual o risco decorrente da presença de SQs no ambiente? Como estabelecer limites de segurança nos mais diversos compartimentos ambientais? Geralmente baseia-se em um modelo experimental Brasil- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Estudos Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA): - Características físico-químicas do poluente; - Comportamento ambiental; - Análise química (orgânicos e inorgânicos); - Toxicidade em organismos-modelo; - Estudo de geno, embrio, fetotoxicidade, carcinogenicidade entre outros. CHUMBO EM PEIXES Exemplos de Bioensaios - - Estudos de CL50 ou DL50; Efeito agudo (mobilidade, sobrevivência) em Daphnia magna; Deposição de chumbo no fígado - Toxicidade crônica (sobrevivência, crescimento e reprodução) em Ceriodaphnia ssp; - No solo: Lumbricus terrestris; - No ar: plantas * Possibilidade de detecção de concentrações muito baixas e de avaliação (global, integrada) dos efeitos das SQs Alterações morfológicas no fígado Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira 6 Monitoramento da Qualidade do Solo (água subterrânea) FLUORETO Monitoramento da Qualidade do Ar para proteção da vegetação foto cedida por Rodrigo Fialho controle 100 ppm 9000 ppm foto cedida por Rodrigo Fialho Efeito do fluoreto em plantas de Dracena Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira efeito na planta 20 ppm Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Biomarcadores de ambientes poluídos Teste de Ames (AMES et al.,1973) Baseia-se na medida da mutação reversa em linhagens de S. typhimurium, incapazes de sintetizar histidina. Estas, só crescerão em meios de cultura enriquecidos com este aa, a menos que ocorra uma mutação que restaure a síntese da histidina. Gerenciamento de resíduos tóxicos ABNT NBR 10004, classificação como tóxico em função de: 1. 2. 3. 4. 5. Ensaios de lixiviação; Natureza e concentração da SQ; Potencial de migração para o meio ambiente; Persistência e potencial de degradação; Potencial de bioacumulação da SQ ou de seu produto; 6. Efeitos tóxicos 7. Parâmetros de DL50 ou CL50, em cobaias Plantas de girassol em solo com diferentes concentrações de chumbo Biomarcador Organismo Poluente Indução de AChE Peixes, moluscos, crustáceos Praguicidas organofosforados Indução de metalotioneínas Peixes Metais (Cu, Cd entre outros) Indução de citocromo P450 Peixes Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) Inibição de ALA-D Peixes Chumbo Formação de adutos de DNA Peixes, moluscos Praguicidas (aminotriazinas), HPA Legislação Ambiental ÁGUAS - CONAMA 20 / PORTARIA 518 AR - CONAMA 03 RESÍDUOS SÓLIDOS - NBR 10004 * Legislações de outros países 7 Destino de resíduos Aterros (chorume= líquido proveniente do próprio líquido, pode conter ácidos, metais, sais de cádmio, bactérias) Incineração (redução de volume, todavia formação de gases e cinzas) Reciclagem (Brasil= somente 2% do lixo são coletados seletivamente Remediação (disposição inadequada) Destruição (tratamento químico) Biorremediação (tratamento biológico) Material possível de ser reciclado Material que não pode ser reciclado Papel Papel branco, papelão, jornais, revistas Carbono, celofane, plastificados, metalizados Metal Latas Arames, chapas, embalagens de aerossol Plástico Garrafas, frascos, potes, tampas, brinquedos, sacolas, sacos Isopor, espuma, acrílico, fraldas Vidro Garrafas, copos, pratos, potes, cacos Cristal, espelho, tubos de TV * O MATERIAL ORGÂNICO PODE SER RECICLADO (COMPOSTAGEM) PARA USO NA AGRICULTURA 8