História do Paraná Primeiros tempos -Na colonização do Prata pelos espanhóis, a Região Oeste do Paraná constituiu-se na Província Del Guayrá. -A primeira expedição a atravessar a Região Oeste do Paraná foi realizada em 1541 por Alvar Nuñes Cabeza de Vaca (Espanhol). Província Del Guayrá -Os espanhóis foram abandonando a região do Alto Paraná. -Em 1759, por meio do Tratado de Madrid, o território que hoje é a Região Oeste foi cedido pela Espanha a Portugal. -No século XVII, os portugueses exploravam a costa da Capitania de São Vicente. -Ao sul dessa capitania fica hoje Paranaguá. -Na mesma época desenvolvia-se em Curitiba e Paranaguá a mineração. -A descoberta de ouro estimulou o povoamento na região. Mapa geográfico da região de Paranaguá de 1653, confirmando a existência das minas de ouro. Formação de Vilas -Paranaguá foi elevada à vila em 1648. -Já Curitiba foi elevada à vila em 1693. -Mais tarde, Curitiba passou a ser o centro urbano mais importante do Paraná. Ciclo das tropas -A descoberta do ouro em Minas Gerais teve como uma de suas consequências a demanda de gado. -Recorreu-se então aos muares da região sul, tocados pela Estrada Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. -Com o gado, Curitiba foi se afastando de Paranaguá e se interligando com toda sua região. -Graças às tropas que se estabeleciam em torno de alguns rios, surgiram municípios como Lapa, Ponta Grossa e Castro. Província do Paraná -A comarca de Paranaguá e Curitiba foi criada em 1811. -Mais tarde, D. João desmembrou a comarca de São Paulo e autorizou a criação da Capitania do Paraná. -Já o projeto de criação da Província do Paraná foi assinada pelo imperador em 29 de agosto de 1853. -O primeiro presidente da província foi Zacarias de Góis e Vasconcelos -Apesar do comércio da erva-mate e da lavoura, a venda de muares para São Paulo continuava a ser mais lucrativo. Meados do século XIX começou o seu declínio. Observação: -Durante 36 anos, a Província do Paraná teve 55 governantes. -A província foi dominada por fortes oligarquias como a dos Barões de Tibagi e Campos Gerais. Crise na sociedade pastoril -Desde o século XIX o Paraná vinha recebendo imigrantes - açorianos, alemães, suíços e franceses, mas em pequeno número. -Existiam alguns “oásis” no Paraná como, por exemplo, Morretes, São José dos Pinhais, Lapa, Castro, Ponta Grossa, entre outros. -Na metade do século XIX, surgiram núcleos coloniais, sobretudo, no planalto de Curitiba. Família de imigrantes República -Manifestações de simpatia pela república, aconteceram a partir de 1870, com a fundação dos jornais e clubes republicanos. -A primeira constituição estadual só foi promulgada em abril de 1892. Assembleia Constituinte Revolução Federalista no Paraná -A região também foi palco de violentos combates durante a Revolução Federalista. Forças rebeldes se unindo: na imagem, o encontro de Gumercindo Saraiva (no cavalo branco) com o contra-almirante Custódio de Melo (do seu lado direito) no Paraná, em 1893. -A resistência às tropas federalistas na cidade de Lapa (PR), pelo Coronel Carneiro, frustrou as pretensões rebeldes de chegarem à capital da República. -Os federalistas que pretendiam derrubar Floriano Peixoto, e o então governador do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos, e a Revolta da Armada que também lutava contra o “Marechal de Ferro”, alastraram-se pelo sul do país e repercutiram no Paraná. O legalista Coronel Candido Pereira em pé (militar com menor estatura), morreu em combate na Lapa. -Em 1894, os federalistas reuniram-se aos contingentes da Armada e tomaram Curitiba, Tijucas do Sul, Lapa, Paranaguá e Antonina. -Numerosos combates foram travados no Paraná entre os revoltosos e as forças legalistas, que sufocaram as duas revoltas. Marechal Floriano Peixoto Guerra do Contestado (1912-16) -Conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil. -Envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. -Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Causas da Guerra *Construção da Estrada de Ferro entre SP-RS; *Revolta popular pela compra de uma grande área da região para construção de madeireira para exportação; *Camponeses e até mesmo latifundiários perderam suas terras; *Desemprego e miséria de trabalhadores locais; *Falta de assistência à população por parte da autoridades (estadual e federal). Municípios que compõem a área contestada Participação do monge José Maria -As regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. -Diante da miséria popular, ganhou força o monge José Maria. -Pregava a criação de um mundo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com justiça e terras para trabalhar. -José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, sobretudo, camponeses sem terras. Monge José Maria Os confrontos se iniciam -A união das pessoas levou à organização de grupos armados. -Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) ficaram preocupados com a liderança de José Maria. -O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República e que queria desestruturar a ordem da região. -Convidado a participar de uma festa na localidade de Taquaruçu (Curitibanos), o monge foi acompanhado de fiéis e lá permaneceu por várias semanas. -Com medo de perder o comando local, o coronel Francisco de Albuquerque, enviou um telegrama para a capital do estado pedindo auxílio contra os "rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçu”. -Antevendo o pior, José Maria e seguidores partem para Irani. Combates -Nesta época Irani pertencia a Palmas e a cidade estava na jurisdição do Paraná. Ao mesmo tempo, os paranaenses tinham com Santa Catarina questões jurídicas não resolvidas por conta de divisas territoriais, e acabou vendo nessa grande movimentação uma estratégia de ocupação daquelas terras. -Em defesa de suas terras, várias tropas paranaenses são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. -Estamos em outubro de 1912. -Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado "Banhado Grande". -Morreram no confronto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria. -José Maria foi enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição. Sepultura do Monge José Maria – Irani (SC) Mais confrontos, ataques e contra-ataques -Em fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, foi enviado a Taquaruçu (Curitibanos) um efetivo de 700 soldados. -Os caboclos se refugiaram em Caraguatá (Lebon Régis), onde foram chefiados por Maria Rosa, com quinze anos de idade, que afirmava receber, espiritualmente, ordens de José Maria. -Maria Rosa liderou cerca de 6.000 homens. -Boatos chegam até Ponta Grossa dando conta que os revoltosos pretendiam marchar até o Rio de Janeiro para depor o presidente. -O governo nomeou então o general Fernando Setembrino de Carvalho para o comando das operações. -Este chegou a Curitiba chefiando cerca de 7000 homens. -Foram usados dois aviões para fins de reconhecimento. -Em um acidente durante as operações, morreu o capitão Ricardo Kirk, primeiro aviador militar do Brasil. -O general Setembrino passou a cercar o reduto dos fanáticos, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. -Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato”. -Depois de vários confrontos, morre Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes. -Em dezembro de 1915, o último dos redutos foi devastado pelas tropas de Setembrino, mas Adeodato conseguiu fugir. -A fome, o cansaço e uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. -Encerrava-se, então, em 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado. Adeodato Manoel Ramos já preso em Florianópolis Reunião histórica no Palácio do Catete, em 20 de outubro de 1916, quando foi assinado tratado que solucionou a questão de limites no Contestado, que se arrastava por mais de 63 anos, desde a criação do Paraná por desmembramento de São Paulo. Na foto, sentados, o Presidente Venceslau Brás, no centro, ladeado pelos governadores do Paraná (a esquerda, Afonso de Camargo) e Santa Catarina (a direita, Filipe Schmidt). Questões agrárias -Século XIX - lavradores paulistas e mineiros iniciaram a formação de fazendas de café no norte do estado. -Chegam mais imigrantes, notadamente japoneses, italianos e alemães. Apesar de não ser tão numerosa, a colonização ucraniana também ocorreu no Paraná -Desde a década de 1920 ocorria a ocupação por colonos gaúchos e catarinenses, em geral descendentes de alemães e italianos. -Após a revolução de 1930, passou-se à ocupação organizada, dirigida para a agricultura variada e a criação de animais de pequeno porte. Revolução de 1930 e intervenção -Deflagrada a revolução, seus partidários apossaram-se do governo estadual paranaense, instalando um governo provisório. -O general Mário Tourinho foi o primeiro interventor. -Manoel Ribas, eleito em 1935, foi confirmado como interventor pelo Estado Novo, em 1937, e permaneceu no cargo até 1945. Manoel Ribas -Na década de 1960, todas as terras do Paraná já estavam ocupadas. -Passou a ocorrer também a venda múltipla e a "grilagem" em grande escala. -Assim, a época foi também de conflitos e lutas agrárias, que se prolongaram por toda a segunda metade do século XX. Progressos e problemas -Enquanto o Paraná tornava-se um celeiro agrícola do país, milhares de pequenos proprietários rurais encenaram um êxodo rural. -Tais emigrantes seguiram principalmente para o Centro-Oeste e para a Amazônia. -Na década de 1970, a indústria paranaense dava saltos expressivos. -A Usina Hidrelétrica de Itaipu, consagra-se mundialmente. -Realizaram-se ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas (ciclovias e sistema de ônibus expressos). -Aumentaram, no entanto, as disputas de terra e denúncias de graves perturbações ambientais causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas hidrelétricas. -Em 1980, a colheita de soja atingia o recorde de produção por hectare, enquanto a de trigo colocava o Paraná no primeiro lugar nacional. -Agravava-se também, ainda em meados da década de 1990, a questão da terra. Estabilidade e desenvolvimento -Há auto-suficiência energética garantida pela hidrelétrica Itaipu e eficiente pólo exportador em Paranaguá. -Em 1997, três montadoras de automóveis – Renault, Audi e Chrysler - firmaram um acordo para instalar fábricas no Paraná. Obs: Curitiba sediará jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014, no estádio do Clube Atlético Paranaense, o Joaquim Américo Guimarães, conhecido como Arena da Baixada. Economia do Paraná -Balança Comercial Favorável -PIB do Paraná: aumento de 5% no ano. A média nacional aumentou em 2,3%. -A indústria expandiu 5,6% (contra 1,2% em nível nacional). -Já as vendas no varejo subiram 7% (contra 3,6% no país). -Exportações em dólares cresceram 3% e as importações reduziram 0,2%. Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1450718 Data:27/02/2014