Q
Os lugares por onde andamos
uando se chega a uma certa
idade, há muitas formas de
olhar para trás e analisar a vida.
Pode-se perceber os tropeços, contar
as vitórias, chorar pelas partidas,
celebrar as chegadas, comemorar
os objetivos atingidos, ou então,
avaliar o caminho percorrido. Sem
dúvida, revendo os passos dados, os
lugares por onde se passou, pode-se
reconhecer a própria evolução.
Com uma casa espírita não é
diferente. Chegando aos 20 anos, o
Centro Espírita Paulo de Tarso tem
muito a celebrar. É certo que as pedras
do caminho serviram de degraus, e os
tropeços, de aprendizado. Todavia,
ao analisarmos os lugares pelos
quais passou, contentes ficamos pela
oportunidade que a Casa teve de
modificar a comunidade ao seu redor.
No início, o Centro funcionava na
residência de seu fundador, na QI 08
do Lago Norte. Foi o sonho de instalar
a primeira casa espírita no bairro
que incentivou o Sr. Eliphas e sua
família a dividir o espaço de seu lar
com os frequentadores e assistidos.
As reuniões de estudo
da
Doutrina
Espírita
aconteciam na varanda,
que também servia de
ateliê para o Bazar e
redação do jornal “A
Estrada de Damasco”. As
aulinhas de Evangelização
aconteciam em um quarto
próximo ao quintal e no escritório.
Não havia muita infra-estrutura, é
certo, mas muito amor e boa vontade
motivavam aquela família e um
pequeno número de frequentadores a
aplicar os ensinamentos do Cristo.
Rapidamente percebeu-se que
a demanda era maior que o esperado.
Era notório que no Lago Norte havia
trabalhadores e pessoas sedentas
pela Doutrina, contudo, muitos mais
eram os necessitados da caridade
moral e material que estavam bem ao
lado, no Varjão. O CEPT conseguiu,
então, um espaço mais próximo
daquela comunidade, no Centro de
Atividades 10, e logo o “barracão” se
encheu de gente procurando por um
prato de sopa, uma cesta-básica, um
www.paulodetarso.org.br
- continua na página 04 Mônica Oliveira T. de Freitas
Na íntegra:
Nesta edição...
Conheça toda a história desta
Casa Espírita e descubra por
que ela cresce todos os dias!
abraço, uma palavra amiga. Naquela
época, nem se falava em C.A.
como se entende hoje, com muito
comércio e apartamento, eram apenas
terrenos vazios entre o Lago Norte
e o Varjão. O espaço era pequeno
e improvisado, mas a ideia de ter
uma sede, um lugar para atender a
tantas pessoas, impulsionava ainda
mais os trabalhadores da Casa. Estar
próximo dos moradores do Varjão
fez o Centro perceber melhor as
necessidades materiais e morais
daquela comunidade. E o trabalho
não cessava.
O Centro Espírita Ante os
Recursos Tecnológicos Jorge Hassen
-
pág. 4
Mensagem pscicografada
de Chico Xavier, no
Congresso em Brasília.
pág. 20
E-mail: [email protected]
Editorial
V
inte anos é muito tempo para quem tem fome. É
pouco para quem aguarda a maturidade de um
carvalho. É uma fração de tempo, e mesmo o tempo é
impreciso. Difícil dizer o que é possível nesse prazo,
mas dentre os erros e acertos cometidos, temos certeza
de que o resultado é altamente positivo.
Há vinte anos não havia um centro espírita no Lago
Norte. Há dezenove ele não tinha uma sede própria. Há
doze não havia o prédio atual. Há dez não havia aulas
de informática. Não havia creche, aulas de violão.
Desde o início foram distribuídas cestas-básicas.
Havia aulas de evangelização, reuniões públicas e
mediúnicas. Logo veio a Campanha Auta de Souza, o
Estrada de Damasco.
Mas o mais importante é que antes mesmo de a
Casa abrir as portas, o grupo fundador já era amigo,
e o ambiente fraterno permanece até hoje, sendo este
o principal que cada um de nós tem a oferecer. Ao
Seu Eliphas, que sonhou e implementou, nossa eterna
gratidão.
Venha conhecer o Paulo de Tarso e com o seu amor
aumentar a importância desse trabalho.
Que a paz do Cristo esteja convosco.
Ricardo Tavares Baraviera
NOSSAS ATIVIDADES
Domingo
09h30
16h00
Campanha de Fraternidade Auta de Souza
Reunião Pública (estudo da Bíblia)
07h30
20h00
20h00
20h00
Creche Paulo de Tarso *
Reunião Pública e Passe
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Reunião da E. C. Creche “A Caminho da Luz”
07h30
19h30
Creche Paulo de Tarso
Reunião de Estudo da Mediunidade
07h30
14h00
16h00
19h30
Creche Paulo de Tarso
Oficina de Costura Irmão Glacus
Reunião Pública e Passe
GEFA – Reunião do G. E. Francisco de Assis
07h30
20h00
20h00
Creche Paulo de Tarso
Reunião Pública e Passe
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
07h30
20h00
Creche Paulo de Tarso
Palestra Pública com Verônica e Passe
08h30
08h30
09h30
09h30
09h30
09h30
11h00
14h30
14h30
16h00
Curso para gestantes *
Aula de Canto *
Aula de Teclado *
Palestra Pública com Beatriz Losi
Evangelização de crianças
Aula de Informática *
Juventude Espírita Paulo e Estevão
Aula de violão *
Aula de Informática *
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sábado
* Esta atividade necessita de cadastro e está sujeita â vaga
2
A minha
Estrada de Damasco
D
eus iluminou-me nestes
20 anos, mudando minha
história de vida para melhor.
Fez-me defensor destemido dos
ensinamentos cristãos, sob a
tutela de Paulo de Tarso. Quando
poderia imaginar minha família
unida a mim nesta empreitada
divina? Quando poderia agregar
pessoas na minha caminhada
espírita?
Em 20 anos me vi impulsionado
a levar adiante esse ideal tão forte. Sem recursos
financeiros, conseguimos levantar um prédio.
Durante a construção, ouvi frases que poderiam
desencorajar, como: “Seu Eliphas é doido”, “Pra
que fazer uma obra tão grande?”, “Pra que salas
tão grandes?” E eu sempre respondia: “É para ver
um mundo melhor no amanhã!”.
Assim como Saulo encontrou amigos e ir mãos
e marchou adiante, encontrei pessoas como
Joede Pimentel para me encorajar. Fátima Uzêda
Calderon, que assumiu a cozinha e dirige nossos
almoços. Deus tem sido testemunha de sua força e
grandeza.
Vejam só, foram tantas as pessoas que nem posso
enumerar, embora gostaria. José Grosso e outros
espíritos de luz nunca me deixaram sozinho, soulhes muito grato. Amarguei muitos problemas, mas
percebia que não estava sozinho e caminhava com
coragem.
Tivemos a felicidade de abrir portas para jovens
que, mesmo sem recursos, foram à faculdade.
Fizemos com que acreditassem em seus valores.
Abrimos a creche! Nela, Fátima e eu, damos
nossas vidas a tantas crianças, tendo por base
ajudar seus pais. Hoje nossa casa está maravilhosa!
Venha nos conhecer, juntar-se ao nosso trabalho e
ser muito feliz!
Eliphas Levi
Diretoria do CEPT Triênio 2009/11
PRESIDENTE
Eliphas Levi Garcez Maia
* 1º Vice-Presidente
Sérgio de Jesus Rossi
* 2º Vice-Presidente
Verônica Maia Baraviera
*
*1º Tesoureiro
Arlei Bonfim Júnior
*2º Tesoureiro
Célia de Carvalho Maia
*1º Secretário
Hugo César Almeida
*2º Secretário
Alfredo Maranhão
Expediente
Sede própria: SHIN CA 02, Lote 01 (entrada da QI – 01)
CEP 71.505-000 – Lago Norte – Brasília-DF
Jornalista responsável: Mônica Oliveira T. de Freitas - 15248/05 DF
Editor responsável: Ricardo Tavares Baraviera
Diagramação e arte final: Verônica Maia Baraviera (8112.8882)
Impressão: Gráfica Ipiranga - Tiragem: 8.000 exemplares
Reunião mediúnica:
um exercício de amor
A
reunião mediúnica é um trabalho que se desenvolve entre os dois planos da vida, o espiritual e o físico, havendo, portanto,
duas equi¬pes interagindo a serviço
da assistência aos irmãos encarnados e desencarnados. Foi a partir do
contato com os espíritos que Kardec
codificou o Espiritismo.
O intercâmbio espiritual permite a obtenção de informações a
respeito da vida após a morte do
corpo físico e de ensinamentos que
auxiliam na renovação das pessoas,
propiciando o fortalecimento da fé e
facultando o amparo dos benfeitores
espirituais.
Quase sempre, os espíritos que
comparecem a essa reunião, estão
em busca de amparo e encontram-se
ainda ligados às sensações da vida
física. Por meio do diálogo, recebem
o acolhimento fraternal tanto dos
encarnados quanto da equipe espiritual, e, algumas vezes, a partir
dos esclarecimentos que recebem,
percebem o erro que cometeram,
chegando ao arrependimento, e avan-
O
çando em seu progresso moral.
Com o intuito de exemplificar os benefícios da reunião
mediúnica, dois trabalhadores
muito queridos, que participam deste trabalho nesses
vinte anos de CEPT, contam
suas experiências e expressam gratidão pela oportunidade de trabalho:
“Quando o centro se localizava no CA 10, numa terçafeira à noite, um irmão foi agredido por rapazes. Na quinta-feira da
mesma semana, durante a reunião
mediúnica, o espírito chefe do grupo dos agressores chorava de arrependimento dizendo que não praticaria mais o mal” – Dona Vanúsia.
“O que me deixa mais alegre é o
reencontro do espírito necessitado
com seus parentes que já se encontram na espiritualidade. Temos a
certeza que com este amparo, regressarão a sua família espiritual. A
alegria é tanta que não contemos as
lágrimas” – Sr. Maurício
Para os encarnados, a sessão
mediúnica é de extrema importância, pois ali colhem lições úteis para
a vivência diária e se identificam
com os dramas apresentados pelos
desencarnados, sentindo que suas
dores são também as nossas.
A reunião mediúnica é sempre
uma nova oportunidade de exercitarmos o amor sob a forma da caridade, fraternidade e solidariedade
para com os irmãos em sofrimento,
encarnados e desencarnados, empenhados na transformação moral.
Priscilla Bagnatori Rangel
Casa de voluntários
Paulo de Tarso é uma casa
de voluntários. O corpo
diretivo de um centro espírita não
pode ser remunerado, já que o grupo
de pessoas que se junta deve
estar imbuído do ideal caritativo,
e não do financeiro. Por certo há
necessidade de contratação de
alguns empregados, mas esta é a
exceção e, reiteramos, os dirigente
não podem ser remunerados.
O grupo fundador da casa deu
início às atividades, com reuniões
públicas, evangelização e livraria.
Logo em seguida, agregaram-se
outras pessoas, como o jovem
Vicente, primeiro membro a se
integrar à casa sem ser fundador.
Sempre
preservando
o
ideal espírita, já pertenceram
e pertencem a casa diversos
colaboradores não-espíritas, que
realizam seus ideais de caridade
sem preconceitos, respeitando a
Doutrina norteadora da instituição.
No entanto, a grande conquista
do CEPT é a não diferenciação entre
assistidos e voluntários. Todo aquele
que se interessa em participar do
grupo é aceito como trabalhador,
independentemente de permanecer
recebendo auxílio material da Casa.
Afinal, o espírito é o verdadeiro
assistido, e este não conhece as
vicissitudes da carne.
A grande exigência ao
voluntário é a dedicação. Quem
assume uma atividade deve
cumpri-la com rigor, entusiasmo
e contentamento. De outro modo,
nada funciona. Como disse o
Cristo, cada criança auxiliada
representa o próprio Jesus. Então,
como sermos desidiosos com o
Mestre de amor?
“Fora da caridade não há
salvação”. Eis o lema da Doutrina
Espírita, que ultrapassa qualquer
sectarismo e permite a todos, seja
qual for o credo que professem,
encontrar o caminho da vida
eterna. Ninguém pode viver sem
praticar a caridade. Ser voluntário
no Paulo de Tarso é um caminho.
Ricardo T. Baraviera
3
Os lugares por onde andamos
= continuação da matéria da capa =
Q
ual não foi a surpresa do Sr.
Eliphas ao descobrir que, pelo
novo Plano Diretor, o CEPT não poderia mais funcionar naquele espaço.
Muitas idas a TERRACAP e (,) quase
um ano depois, foi destinado ao Centro um novo local para funcionamento:
o C.A. 1. A sede, provisória, ganhara,
quem sabe, um local definitivo no
Centro de Atividades. Com um local
cedido e muito esforço, montou-se
um prédio de oito salas, com estrutura
pré-moldada e telha de eternite. O espaço, muito maior, era um pouco mais
distante das pessoas assistidas, que
não deixaram de vir a Casa por esse
motivo. Enfrentar longas caminhadas,
sol, chuva, perigo das vias, nada disso
parecia empecilho para os frequentadores que seguiram o Centro em sua
mudança de sede. Por outro lado, os
moradores do Lago Norte sentiram-se
mais próximos, e voltaram a participar das atividades da Casa. O CEPT
dividia-se em diversos trabalhos para
tentar chegar mais perto de todos: havia distribuição de sopa diariamente
no Varjão; e bimestralmente almoços
eram promovidos, nas dependências
do Centro de Ensino do Lago Norte, na
QI 06, para angariar fundos e manter
as atividades assistenciais.
Como acontece em toda
grande obra, o Centro contou e conta
até hoje, com um homem visionário. E
foi pensando nas necessidades da comunidade e nas possibilidades futuras
do CEPT que o Sr. Eliphas, fundador e
presidente, lutou para construir o prédio que hoje é a sede da Casa. As críti-
cas eram muitas, mas só aqueles que
persistiram no trabalho conseguiram
compreender a grandeza das tarefas
propostas à equipe guiada por Jesus.
Alguns anos depois, com muito esforço e graças à contribuição valorosa
de tantos, o CEPT possui um grande
prédio com estrutura para abrigar os
seus próprios almoços. Os dias de muito calor, debaixo das telhas de eternite,
ficaram na memória das crianças, que
hoje se tornaram adultos comprometidos com a Casa. Ao invés de oito salas, apenas, o Centro conta com mais
de 10, um laboratório de informática,
uma cozinha, um refeitório, banheiros,
consultório dentário, quadra de futebol,
parquinho e um salão para mais de 100
pessoas, entre outros. Além de receber
várias crianças uma vez por semana,
através da Evangelização, a Creche,
com atendimento integral de segunda
a sexta-feira, saiu da esfera dos sonhos para a realidade. Os quase 40 meninos e meninas recebem atendimento
dentário, médico, psicológico, além de
reforço escolar, oficinas de artesanato,
teatro, dança, informática, sem mencionar os ensinamentos cristãos e o apoio
à toda família. As reuniões públicas de
estudo da Doutrina, que limitavam-se a
poucas horas da semana, hoje são oferecidas quase que diariamente, sem falar
do estudo sistematizado, aulas de evangelização, estudo de desenvolvimento
da mediunidade, só para citar alguns.
Ao olhar por esse ângulo, há quem
diga que o CEPT já cresceu o suficiente. É bem certo que muitos passos
foram dados rumo ao objetivo maior
de propagar e praticar os ensinamentos
de Cristo. Mas muito ainda há para se
trilhar. Quem sabe(,) a partir de agora,
o próximo desafio seja acolher mais
crianças e orientar mais adultos, contribuindo para a formação dos homens de
Mônica Oliveira T. de Freitas
bem tão necessários a sociedade; bem
como incentivar a prática da caridade
material e fornecer ferramentas para o
desenvolvimento moral da comunidade
do Lago Norte e do Varjão, sempre
guiados pelo Pai e seguindo os passos
de nosso mestre Jesus. Este sim, é o
maior desafio de todos os tempos.
DIA ESPECIAL: 06 de maio de 1990 - Nossa Fundação!
Olhem, o salão era na varanda da casa do Sr. Eliphas!
O salão foi mudando... este é o famoso “barracão” do CA 10, era bem pertinho do Varjão!
Aqui, nosso primeiro salão já no CA 02
Valeu o esforço:
nosso salão ficou
LINDO!
Creche Paulo de Tarso
N
- nobre fruto dos 20 anos de CEPT -
o dia 28 de janeiro de 2002,
o Sr. Eliphas Levi fundou a
Creche Paulo de Tarso, cujo objetivo
era acolher crianças durante o horário
de trabalho das mães que freqüentavam
o Centro Espírita Paulo de Tarso. No
primeiro ano da Creche, foram matriculadas 28 crianças, dentre as quais se
destacam algumas que ainda estão conosco, como: Maria Paula, Joana Dara,
Maria Alice, Vitória e Diego Souza.
A maioria das crianças matriculadas
morava no Varjão e permanecia na
Creche durante o dia todo. Com a ajuda
de voluntários como a Tia Fátima, o Sr.
Eliphas, a Tia Sônia e a Tia Geiza, as
crianças faziam 5 refeições diárias, participavam de atividades lúdicas, tomavam banho e tinham a “hora do soninho”; essa rotina possibilitava maior
tranqüilidade para as mães poderem
trabalhar e sustentar suas famílias.
O trabalho com as crianças tem
o caráter honrável de ajuda ao próximo; porém, houve muitas dificuldades
desde a criação da Creche. Na época, a
maioria das crianças não tinha o hábito
da boa convivência, muitas eram agressivas com os adultos e com os colegas e
tentavam fugir para ficar na rua. Além
disso, havia a dificuldade financeira,
principalmente para compra de alimentos, tendo em vista que a renda dos almoços beneficentes não era suficiente
para manter a Creche.
Apesar das dificuldades, são
notáveis os benefícios oferecidos aos
que freqüentam a Creche. Para os trabalhadores envolvidos com as crianças
no dia-a-dia, o mais importante é que
elas estão protegidas da violência das
ruas, num local onde podem ter acesso à educação e ao estudo, o que cria
meios para uma melhor perspectiva de
vida futura. Em entrevista, a diretora da
Creche, Fátima Calderón, contou o que
o trabalho na casa significava para ela:
“Eu e minha família respiramos creche
o dia todo, então ela é parte da minha
vida. Eu sempre falo que as crianças
são os meus filhos do coração, e, como
toda mãe, às vezes tenho até um ‘ciuiminho’ delas”. Sem dúvida, é um trabalho que serve de exemplo para todos
que querem dedicar-se ao próximo.
Embora muitos se remetam ao
trabalho pelo nome adotado quando
da criação, atualmente não existe mais
a Creche Paulo de Tarso, mas sim um
projeto do Instituto Brilhar*, Organização Social de Interesse Público
mantida pelo Centro Espírita Paulo de
Tarso, denominado Programa de Apoio
e Acompanhamento Infanto-Juvenil
(PAAIJ). Tal Programa é responsável
pelo acompanhamento de 43 crianças
com idade entre 3 e 15 anos e é mantido
com o auxílio dos sócios fundadores,
doações de voluntários e contribuintes
do Instituto Brilhar, sendo que o Centro Espírita Paulo de Tarso é o principal
mantenedor do Programa.
Os requisitos para a criança ser incluída no PAAIJ são: (i) A mãe deve
exercer alguma atividade profissional
durante a semana e comparecer aos
eventos da Casa que sejam vinculados
ao PAAIJ; (ii) A mãe e o pai devem se
reunir com a psicóloga Lúcia Fleury,
trabalhadora voluntária, de 15 em 15
dias.
No Programa, as crianças têm
uma rotina de muitas atividades: chegam às 6h50min ao Centro, tomam
café da manhã, saem às 7h para o Colégio Allan Kardec (Sobradinho) em um
ônibus contratado pelo Instituto, retornam às 12h40min, quando almoçam
e descansam até as 14h, preparandose para a tarde repleta de atividades,
como, por exemplo, aulas de reforço
escolar, informática, artesanato, educação física e inglês, todas desenvolvidas com
o auxílio de voluntários.
Recentemente, o Projeto
Universidade
Solidária
do Diretório Central dos
Estudantes – o DCE – do
Centro Universitário Uniceub firmou uma parceria
com o PAAIJ, oferecendo
uma boa parte dos voluntários que auxiliam nessas
Festa de Natal da Creche - 2002 - Casa da Fátima
atividades.
Além do trabalho voluntário, há
várias formas de contribuir com o
Programa, como, por exemplo: doar
alimentos, contribuir financeiramente,
aderindo ao programa de débito automático do Instituto Brilhar, ser
padrinho(a) de uma criança para comprar seu material escolar no início do
ano e doar materiais de papelaria para
as crianças menores utilizarem (cartazes, folhas, lápis, barbante, tinta, durex
etc), entre outros.
Com todo esse suporte às crianças auxiliadas pelo PAAIJ, é notável
a melhoria de comportamento durante o
passar dos anos. Segundo as palavras
da Tia Fátima, “as crianças se tornaram
sementinhas e levam para suas famílias e vizinhança tudo que aprendem
no PAAIJ. Exemplo: um dia desses
uma mãe me contou que ela e o marido
iniciaram uma discussão mais forte e
o filho imediatamente interveio e fez
com que eles parassem com a briga, esclarecendo os pais de que o melhor era
conversarem ao invés de brigarem”. Os
trabalhadores que lidam com as crianças no dia-a-dia relatam que a maioria
delas tem desempenho acima da média
nos estudos e que são crianças de boa
índole, que absorveram valores morais
importantes, como o respeito ao próximo. Dentre as crianças, destaca-se uma
pelo excelente desempenho escolar em
2009: Joana Dara Barbosa da Silva, de
15 anos, a qual foi presenteada pelo
PAAIJ com um computador, por ter
sido a melhor aluna do 9º ano, com média geral acima de 9,0.
Em 8 anos de história, é visível o quanto a creche e o Programa
contribuíram com as crianças e suas
famílias. Cabe a nós e a elas os agradecimentos a quem tanto se esforça
para manter tudo funcionando na mais
perfeita harmonia, como o Sr. Eliphas,
Fátima, Domingos, Rafael, Sylvia,
Wilson e voluntários. Parabéns pelo
trabalho!!!
Notas de rodapé:
*O Instituto Brilhar é uma OSCIP
(Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público). Maiores informações
pelo site: www.brilhar.org.br
Débora de Melo P. Cavalcante
Promoção social e a caridade material
Evangelho
Segundo
o
Espiritismo nos diz: “Amemonos uns aos outros, e façamos aos outros,
o que gostaríamos que nos fizessem”.
Toda religião e toda moral encontramse nesses dois ensinamentos. Se
eles fossem seguidos aqui na Terra,
seríamos todos perfeitos, sem
ódios, sem conflitos.
Mais
ainda:
sem
pobreza, visto que,
do excesso das sobras
da mesa dos ricos,
muitos pobres se
alimentariam.
Esse tem sido, meus
irmãos, o princípio
norteador de todas
as ações, projetos e programas
desenvolvidos pelo CEPT, ao longo dos
seus 20 anos de existência.
O consolador nos diz que “fora da
caridade não há salvação” e o mestre
Jesus nos falou que, para alcançarmos a
vida plena, só há um caminho: Caridade
e Humildade.
O apóstolo Paulo compreendeu
tão claramente esta grande verdade que
disse: “Ainda que eu tivesse a linguagem
dos anjos; e ainda que tivesse o dom de
“
profecia, e penetrasse em
todos os mistérios; e ainda
que tivesse toda fé possível
capaz
de
transportar
montanhas, se não tiver
caridade, nada serei.”
A caridade é feita
de muitas maneiras. Podeis
praticá-la em
pensamentos,
em palavras e
em ações.
E
m
pensamentos,
orando
pelos
necessitados; emanando
energias e vibrações
positivas para que as
dores sejam acalmadas, para que o
amor seja restabelecido e para que a
luz se faça entre os homens. O CEPT
tem sido um oásis de boas vibrações
e preces, as quais acontecem todos os
dias da semana, em todos os trabalhos
executados pela Casa.
Em palavras, ao dirigir aos vossos
companheiros de todos os dias alguns
bons conselhos. Aqui, o atendimento
fraterno se faz de várias formas: no
acolhimento aos necessitados; na
“
O
orientação e encaminhamento para
tratamento espiritual; nas palestras
públicas, nos grupos de estudo da
doutrina espírita, dentre outros.
E, especialmente, em ações, onde
se destacam a distribuição de cestas
básicas às famílias carentes; a coleta,
organização e distribuição de donativos,
através da campanha Auta de Sousa; a
evangelização de crianças
adultos; o atendimento da creche,
que inclui transporte, educação,
alimentação, cuidados com a saúde,
higiene, além de apoio espiritual e
psicológico; os atendimentos de passes
magnéticos, tratamentos de desobsessão
e grupos de cura; além das escolas
de informática, música e artesanato.
Enfim, esses últimos 20 anos tem sido
como diz o lema do CEPT: Revivendo
hoje o amor cristão!
atendimentos de passes magnéticos,
tratamentos de desobsessão e grupos de
cura; além das escolas de informática,
música e artesanato.
Enfim, esses últimos 20 anos tem sido
como diz o lema do CEPT: Revivendo
hoje o amor cristão!
Fernando
Curso Superior para assistidos do CEPT
– Sonho impossível?
O
tamanho de sua obra depende
do tamanho de seu sonho.
Quem sonha alto realiza grandes
obras. O homem é o arquiteto de
seu próprio destino, nos ensina Léon
Denis.
Sabemos que a evolução se
dá através de duas vertentes: da
prática da caridade e através do
conhecimento. O Cristo também
nos mostra: conhecereis a verdade
e a verdade vos libertará. O
conhecimento bem conduzido nos
leva à sabedoria e esta nos habilita à
razão. A Doutrina Espírita nos ensina
a importância da fé raciocinada. Este
é o entendimento e o caminho que
norteia, há 20 anos, o planejamento
do CEPT - Centro Espírita Paulo de
Tarso: a luz do conhecimento, a prática
da caridade e o amor ao próximo.
A creche, concretização de
um sonho após longos anos de
caminhada, é apenas o início desse
caminho. Logo no começo, era
possível ver, na prática, o Presidente
do CEPT, Sr. Eliphas, fazer o
humilde e cansativo papel diário
de motorista, levando e buscando
crianças assistidas a Sobradinho,
cursando o 1° e 2° graus, na viatura
do centro e muitas vezes, em seu
próprio veículo. Atualmente, um
ônibus foi contratado para essa atividade.
Mas, antes mesmo da Creche iniciar
suas atividades, o CEPT, ciente de
sua missão cristã, apoiava-se (como
ainda o faz) nas várias equipes de
Evangelização da Infância e da
Juventude, ensinando valores morais,
incentivando talentos em diversas
áreas, formando espíritas e cidadãos.
Valdirene,
Administração
formou-se
Valéria Santana,
graduada em jornalismo.
8
Afonso Ferreira da Silva Filho
em
de Empresas pelo
Uniceub em 2005 e, pouco tempo
antes, em 2004, foi aprovada em
três concursos públicos. Atualmente
trabalha como agente administrativo
na Polícia Federal. Com muito carinho,
lembra-se de todo apoio que recebeu
da Casa, desde o incentivo moral, para
tentar uma vaga no vestibular, até o
auxílio material para a comemoração
de sua formatura no 3o grau. “Por ser a
primeira pessoa da minha família a ter
um curso superior concluído, e vinda
de uma família tão humilde como a
minha - mãe doméstica, pai separado
que nunca ajudou com nenhum
centavo -, na qualidade de irmã mais
velha e com limitações físicas, jamais
imaginei, como a maioria das pessoas
pensa, que iria conseguir chegar tão
longe, por causa da minha deficiência.
Portanto, o CEPT foi fundamental
nessa minha jornada de sucesso, tanto
pelo incentivo moral e espiritual, por
meio da evangelização, como pelo
incentivo financeiro, através da ajuda
com os estudos, principalmente na
universidade, sem contar o auxilio
na alimentação, através das cestas
básicas.”
Fabiano Rocha Guimarães,
aluno de Direito,
da Faculdade Fortium.
Ainda
no
caminho
do
conhecimento moral e formal, o CEPT
disponibiliza a seus freqüentadores
o ESDE – Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita, através de
diversas turmas em vários níveis.
Após o 2° gráu, muitos assistidos
cursaram universidades com a
ajuda do Centro. Alguns destes
depoimentos, abaixo transcritos, nos
emocionam e nos dão forças para
sonharmos mais alto e acreditarmos
que valeu a pena. Muitos nomes
foram citados em agradecimento,
todavia, como a obra é do Cristo,
relacionamos apenas o nome do
Sr. Eliphas, o qual, na qualidade
de fundador e presidente da Casa,
representa com muita dignidade
toda a irmandade do CEPT.
Geiza, bacharel em turismo,
formada pelo CECAP em 2006,
valoriza as aulas que teve ministradas por voluntários - ao
se preparar para o concurso dos
Correios, local em que trabalha
há oito anos. - “O Paulo de
Tarso foi essencial na minha
formação, pois lá tive apoio
financeiro (ajuda para pagar),
social (fui reconhecida como
ser humano, coisa que até
alguns familiares não fizeram),
material (fiz muito uso da
biblioteca
durante
minha
formação) e humano (recebi
todo o reforço nas matérias que
tive dificuldade).”
Beatriz do Carmo, estudante
do 3° semestre de Administração
pelo CECAP, chegou ao Centro por
meio do trabalho voluntário, que
logo virou emprego, em virtude de
suas condições financeiras. – “Hoje
isso é uma das melhores coisas da
minha vida, o estudo. O CEPT me
abriu portas e realizou um sonho
antigo, que era ‘fazer’ faculdade.
Pra mim, isso é dignidade. Foi o
que sempre almejei e antes nunca
alcancei.”
Antonio
Nilton,
estudante
de Letras Português-Inglês, 5°
semestre,
Faculdades
COC,
está no Centro quase desde sua
fundação, e ressalta que lá sempre
recebeu incentivo para o estudo,
aumentando
suas
expectativas
de um futuro melhor. Foi através
do CEPT que teve a oportunidade
de aprender inglês, nas aulas que
eram ministradas em convênio
com a escola FISK. “Quando
terminei o ensino médio, fui direto
para o IESB, cursar jornalismo...
Mas infelizmente não pude dar
continuidade ao curso. Em 2008,
uma pessoa maravilhosa, um
verdadeiro “tio” me ofereceu a
oportunidade de dar continuidade
aos estudos...Optei por licenciatura
em Letras Português/Inglês. Agora
estou no 5° semestre, faltando
apenas um ano para ter o tão
sonhado “canudo” e ser licenciado
a lecionar essas duas matérias....
Mas os sonhos não acabam por
aí, pretendo, assim que possível,
voltar para o jornalismo e terminar
esse
curso
tão
maravilhoso.
Obrigado, amigos queridos, pela
oportunidade e incentivo dado no
decorrer dos anos. Que Deus nos
proteja para continuarmos nesse
trabalho e vivenciarmos o amor
ensinado pelo Cristo.”
Silvia
Dorneles.
Pedagoga
formada pela Unip em 2009,
relata que ao chegar no CEPT
sua vida financeira, emocional e
espiritual não estava muito boa.
- “Foi com a ajuda do Centro que
pude cursar o ensino superior em
uma universidade particular, em
2006. Hoje pedagoga, já formada,
agradeço à família Paulo de Tarso
e principalmente ao Sr Eliphas, por
quem tenho uma grande admiração
e gratidão.”
Rafael Motta, formado em
Administração de empresas pelo
CECAP em 2007, é, hoje, um dos
braços direitos do Centro. Sua
dedicação e amor pelo trabalho,
pela casa e por aqueles que ali
chegam contagiam a todos. Com
carinho, relata: “A ajuda que
recebi do CEPT foi financeira e
moral e me permitiu conhecer
uma face do mundo que talvez não
o fizesse por conta própria. Desde
criança, o CEPT foi para mim
uma porta aberta para um mundo
melhor.”
Suzana, contadora formada pelo
Uniceub em 2005, menciona que a
Casa sempre teve compromisso com a
educação. Mesmo antes de entrar na
faculdade, ela se lembra do incentivo
que recebia dos evangelizadores,
através do exemplo, palavras, livros e
aulas de reforço - “Nos meus anos de
evangelização, aprendi muitas coisas
boas, conheci um outro mundo além
do meu mundinho Varjão, comecei a
dar mais valor ao ser humano, repensar
minhas idéias, a crescer como pessoa, a
ter meu lugar ao sol como profissional,
a conhecer meu potencial.”
9
A Acolhida no CEPT
dias fomos a um almoço
beneficente,
promovido
pelo Centro para término
da nova sede. Havia muita
alegria, várias pessoas nos
cumprimentando,
sentime à vontade e importante
ali... querida e bem-vinda!
Comecei a participar das
reuniões
públicas,
fui
convidada a dar passe. Era
um momento prazeroso estar
com pessoas amigas. Sem
perceber, fui participando
de outras atividades do
Centro e pouco a pouco
me vi fazendo parte desta
grande família.
Vinícius de Moraes
fala que “A gente não faz
amigos,
reconhece-os!”
E eu reconheci ali vários
deles, com certeza de
outras vidas. Os grandes
reencontros
de
nossa
existência se dão exatamente
assim: acontecem sem
planejamento. Acredito até
que aquelas pessoas nem se
lembram da acolhida que
me deram e não saibam da
importância que tiveram
e que têm na minha vida.
Sei que me receberam
amorosamente,
foram indispensáveis
udei-me para Brasília em
ao
meu
equilíbrio
naquele momento
1999, juntamente com meu
em
que
precisava
de
amigos na cidade
marido e filhos. Mudaram comigo
os meus sentimentos, o meu jeito de que havíamos escolhido morar. Um dos
ser, minhas esperanças, meus medos, alicerces da coragem e do desejo para
a vontade de ter amigos e o desejo de reconstruir o meu mundo foi a certeza
ser feliz nesta nova vida que iniciava. de ser amada por quem sou, a certeza
de haver um lugar onde
Meu esposo viu uma
pudesse contar com
placa que chamou
A
acolhida
no
amigos sinceros em
sua atenção: “Centro
momentos de alegria e
Espírita Paulo de
Centro Espírita
dor. Isso é muito bom!
Tarso – revivendo
Paulo de Tarso é de Já
encaminhei
hoje o amor cristão.”
um
diferencial
dezenas de pessoas ao
Fomos a uma reunião
Centro, com o desejo de
importante
para
pública e como
boa mineira, fiquei quem necessita de dividir com elas o prazer
e o encantamento que
quietinha,
tímida,
amor!
senti. Algumas estavam
observando tudo e
procurando um lugar
todos. Encantou-me
ver o presidente da casa chegando e para ajudar e trabalhar. Outras estavam
cumprimentando um a um, pegando na em momentos de grande desespero,
mão, como era em Minas... (lembrei da sofrendo dores profundas da alma.
minha infância, quando pedia a bênção Outras estavam com a saúde debilitada.
para os avós, tios, etc.). Daí a alguns Outros queriam conhecer melhor a
M
doutrina espírita. Todos receberam
a mesma acolhida, que infelizmente
não encontramos em todas as casas
espíritas. Essas pessoas, assim como
eu, foram recebidas com amor, com
respeito e com o sincero desejo de
serem ajudadas em suas necessidades.
Claro que ainda continuo a encaminhar
mais e mais pessoas...
A casa está crescendo, pois o número
de frequentadores tem aumentado
de forma acelerada. Vários trabalhos
estão sendo reestruturados, pois o
número de trabalhadores também
é maior. A acolhida daqueles que
chegam continua com as mesmas
características da que eu tive há mais
de dez anos. A preocupação, o cuidado,
o abraço, a escuta amorosa, o sorriso...
são os mesmos. Desejo sinceramente,
e até peço a todos deste Centro que
não deixem que isso mude nunca,
independente do tamanho do trabalho
a ser realizado! A acolhida no Centro
Espírita Paulo de Tarso é um diferencial
importante para quem necessita de
amor! E todos nós necessitamos! Faz
uma enorme diferença, para quem
está sofrendo - seja qual for o tipo
de sofrimento: moral, emocional,
espiritual ou físico - ser tratado com
dignidade e respeito!
Lembremo-nos
sempre
do
ensinamento de André Luiz “Somente
o amor sentido, crido e vivido por nós
provocará a eclosão dos raios de amor
em nossos semelhantes!”
Beatriz Losi
20 anos de CEPT + 93 anos de D. Antônia
= amor e caridade
Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira Ramos
e Mônica Oliveira T. de Freitas
B
A Estrada de Damasco: Dona
em, está certo que 20 anos de
estrada, para uma casa espírita, Antônia, como foi que a senhora
é um marco bastante significativo. Mas conheceu o CEPT?
tudo depende, é claro, do referencial.
D. Antônia: A Fátima e a Mércia
Ao olharmos a história do Centro
Espírita Paulo de Tarso, podemos [colaboradoras da Casa] foram visitar
constatar quantas vidas passaram por o meu neto Vinícius que estava com
hepatite. Eu achei a
ali, quantas pessoas
Fátima parecida com
foram ajudadas, quantas
Paulo
de
Tarso
uma amiga de Itatinga
crianças acolhidas, que
é um pedaço da
– SP. Eu contei que
hoje tornaram-se adultos
minha vida.
tinha muita dor na seus males e o Paulo de Tarso é o
comprometidos
com
coluna e a Fátima hospital espiritual que nos dá tanto
o trabalho na seara do
indicou os trabalhos apoio e tanta atenção e tanta coisa boa
Cristo...
de acupuntura. O meu que só mesmo quem frequenta pode
primeiro médico foi perceber o quanto o Paulo de Tarso é
Por
outro
lado,
ao admirarmos colaboradores tão o Luciano, adorei o médico mocinho. útil para nós todos.
Nossos trabalhos de sábado,
queridos, como é o caso da D. Antônia Depois ele teve que ir embora e me
Ramos Durini, que, aos 93 anos, indicou o Fred. Gostei dele também. de desobsessão, eu me sinto muito
integra o corpo de trabalhadores e Mais tarde, meu neto me levou para a feliz no meio de todos. Apesar de não
ter mediunidade, dou
frequentadores da Casa, participando de reunião de cura de quartaapoio nas preces. Me
reuniões de estudo, palestras, almoços, feira. No primeiro dia,
De
todos
os
sinto muito valorizada
aquelas
cultos fraternos, além de contribuir escutando
centros
que
pelos entes que lá
com suas habilidades manuais em lindas melodias, pensei
frequentei, aquele
frequentam.
outras atividades, percebemos o quanto – Será que Nosso Lar
em que me senti
mais podemos fazer, o quanto ainda é assim? O Enilson
mais bem acolhida
E.D.:
Qual
a
temos por trilhar no caminho apontado tem voz muito linda e a
foi no Paulo de
importância
do
Gracinha, a gente nem
por Jesus.
Tarso.
CEPT na sua vida?
Conheça um pouco mais desse conta onde tem dor
exemplo de vida, ao qual prestamos e ela põe a mão bem
a
D. Antônia: É
uma sigela homenagem, em forma de certinho.
coisa
mais
importante
Logo que cheguei, adaptei-me
entrevista.
muito bem. De todos os centros que da minha vida depois dos meus netos.
frequentei, aquele em que me Me sinto muito bem no trabalho de
senti mais bem acolhida foi cura, as pessoas me dão muita atenção,
no Paulo de Tarso. Considero muito carinho, adoro as músicas que
os adeptos como uma cantam. Enfim, o Paulo de Tarso é um
família. Ajudo a manutenção pedaço da minha vida. Espero terminar
da creche com trabalhos os meus dias frequentando o Paulo de
manuais e lá encontrei muito Tarso.
apoio do Presidente, o Sr.
Eliphas, da Verônica, da
O Centro é apenas um
Valéria e da Dona Célia.
instrumento
de
trabalho,
“
“
E.D.: A senhora acha
que o CEPT ajuda as
pessoas?
E
u
D. Antônia:
considero o Paulo de Tarso
como um hospital. As pessoas
procuram os remédios para
“
“
assim como o é o nosso corpo
material.
Seguindo
essa
analogia, os órgãos da Casa
são os seus trabalhadores, que
a fazem funcionar. Os braços,
são os voluntários; o cérebro, a
direção; o sorriso, as crianças;
e, do coração, certamente faz
parte nossa querida Vó Antônia.
O desenvolvimento da Comunicação
Institucional no Paulo de Tarso
O
Centro Espírita Paulo de Tarso,
CEPT, é uma Instituição que
reflete a maioria dos Centros do Brasil: produz muito, faz muita coisa boa
para muitas pessoas, entretanto, normalmente falha na comunicação, e não
consegue mostrar, até mesmo para a
comunidade mais próxima, os benefícios diretos e indiretos recebidos com a
presença do Centro Espírita.
Desse modo, não foi surpresa identificar que, nos primeiros anos de
existência do CEPT, o instrumento
mais usado para divulgação e repercussão das ações foi o famoso “boca
a boca”. Esse modo de comunicação
sem dúvida é muito importante, pois
carrega consigo uma grande carga de
credibilidade, todavia, com o passar
dos anos, tal instrumento não estava
sendo mais suficiente, e, em 2004, a
companheira Giselle, junto com outros
frequentadores do Centro, como: Antônio, Cláudia, Luiz Vicente, Mônica
e Verônica, fundaram o CONCEPT,
que foi o primeiro projeto de assessoria de comunicação da organização.
Nesse período, muitas reuniões foram
feitas com o objetivo de melhorar a
divulgação dos trabalhos realizados
e surgiram alguns produtos, como a
revista comemorativa dos 15 anos de
aniversário, a pesquisa junto aos diri-
gentes e frequentadores da Casa, etc.
Giselle, objetivando incrementar
esse trabalho, também fez uma monografia para sua faculdade com o foco
na própria comunicação do CEPT.
Assim, por meio de uma enquete com
os moradores do Lago Norte coletou,
à época, muitas informações importantes. Entre elas, a de que o Centro era
reconhecido no Lago Norte como uma
Instituição séria e que fazia coisas boas
para a comunidade; que muitas pessoas
tinham ouvido falar da instituição, mas
que não sabiam onde ela se localizava.
Infelizmente, aquela valorosa companheira teve que se mudar para a cidade
de São Paulo e as ações de comunicação diminuiram de intensidade.
No início do ano de 2008, um grupo
de trabalhadores resolveu mais uma
vez melhorar a comunicação e, desse
modo, levou ao Presidente do Centro,
Sr. Eliphas Levi, a proposta de criar um
Departamento de Comunicação Institucional. Após a aprovação em Assembléia, surgiu o DECOM-Departamento de
Comunicação Institucional. Formado
por um grupo de companheiros voluntários esse Departamento é atualmente
dirigido por nossa irmã Mônica. Imediatamente foram lançados diversos
projetos de comunicação, tendo sido
criado o Jornal Mural IntegrAÇÃO
com a finalidade de melhorar a comunicação interna da Instituição, cujo
editor-chefe é nosso irmão Antônio.
Além do mais, a logomarca do Centro
foi atualizada, graças ao excelente profissional - e companheiro -, Stélio. Buscou-se também uma reformulação do
aspecto visual do Jornal “A Estrada de
Damasco”, sob a coordenação de nossa
companheira Verônica, bem como a
atualização do site do CEPT que está
recebendo um formato mais moderno e
dinâmico (acesse: www.paulodetarso.
org.br).
Até agora, os resultados aparentemente estão sendo positivos, mas é
preciso melhorar. Nesse sentido, o DECOM está precisando de jornalistas,
webdesigners, relações públicas e profissionais da publicidade para ajudar
nos diversos projetos existentes, levando, cada vez mais longe, a palavra dos
espíritos e de Jesus Cristo.
Junte-se a nós. Faça parte da
Comunicação Institucional do
Centro Espírita Paulo de Tarso!
Marcos Arruda
O RUMO
CERTO
Até termos esse maravilhoso espaço que abriga todo tipo de arte!
Por falar em Arte... Quem não gosta do nosso animadíssimo Sarau??
13
Assim como nossos sentidos
humanos nos concedem a visão
e a compreensão apenas parciais
da natureza em redor, o nosso
embotado raciocínio tem grande
dificuldade em identificar e
entender a verdadeira solução para
os pequenos e grandes problemas.
Não é a vingança que nivela os
homens, mas é o perdão que os
torna iguais, eliminando as nuvens
e barreiras dos males praticados.
Não é o ódio que coloca cada um
em seu lugar devido, justiçando as
ofensas e agressões, mas é o amor
que repõe a todos no caminho da
luz que clareia as jornadas.
Não é a força que remove as
grades que separam os homens,
mas é a doçura que congrega
as almas, semeando a real
aproximação
pela
confiança
mútua.
Não é a impaciência que põe
as pessoas em ação, mas é a
tolerância que ministra lições
de comedimento e humildade,
reservando as energias para serem
aplicadas no momento apropriado.
Não é a avidez desenfreada da
busca que abre as portas com a
rapidez esperada, mas é o trabalho
com temperança e perseverança
que mostrará as trilhas livres de
pedras e obstáculos.
Não é a glorificação e o
reconhecimento dos homens que
nos qualificam à bem-aventurança
eterna, mas é o julgamento
onipotente e benevolente do Pai
que nos garantirá a recompensa
conforme o mérito.
Portanto, irmãos, as chaves
do progresso e elevação não são
forjadas no metal inflexível, mas
se constituem das leves cargas da
humildade, da caridade e do amor
desinteressado.
Ainda é difícil enxergar os
caminhos, mas eles sempre
existirão.
Mensagem
psicografada
no CEPT
13
RECORDANDO...
Larissa Maia Lemgruber
O tempo realmente corre!
Fabiano
Ju
e
a
Lívi
Ele sempre foi
tagarela, divertido,
simpático e
muito palhaço!
Quem era aluna...
Virou evangelizadora!
Calma, Ju. Você não está velha,
Lívia é que cresceu rápido! hehehe
Hoje: quase
advogado, promotor
de eventos e fundador
do grupo Andarilhos
do Riso! Ah, claro:
tagarela, divertido e
simpático como sempre!
Para os íntimos: Dr. Fagode
DIJ
Será que ainda tem alguém com
saudade dos velhos tempos?
Velhos, antigos, experientes, não importa o termo, estão
sempre no nosso coração:
Como o tempo passa... Antônio
sempre foi um menino tímido, muito
estudioso e dedicado...
Depois, tornou-se locutor de rádio!
PS.: acharam
o Antônio na foto
acima? Aliás,
reconheceram
todos???
6
Agora a juventude mudou, tem cara nova, agitação
sem igual, e uma amizade enorme:
História do DEINF
O
Departamento
de
Informática
(DEINF)
iniciou seus trabalhos no mesmo
cenário de esforço e dedicação
que caracterizam todas as obras
do Centro Espírita Paulo de Tarso
(CEPT). O responsável por seu
projeto foi André Luiz Sordi Braga,
que, já na época da elaboração da
atual sede da instituição, solicitou
ao presidente, Sr. Eliphas Levi, que
reservasse uma sala para a instalação
de um laboratório, posteriormente
transformada na sala do DEINF.
Ambos tiveram o cuidado de
projetar uma infraestrutura que
fosse adequada para abrigar os
equipamentos
que
futuramente
seriam utilizados no local.
Nos primórdios de sua
história foi divulgada uma campanha
de arrecadação de doações de
equipamentos de informática na
comunidade do Lago Norte, e
muitos materiais começaram a
ser deixados na instituição, o que
acontece até os dias de hoje. Uma
das salas do prédio, que ainda
não era utilizada para aulas de
evangelização, funcionava como um
místo de escritório de contabilidade
e depósito para abrigar as doações.
Tudo era coberto com uma lona preta
para evitar que a poeira danificasse
o material. Intenso trabalho de
limpeza, separação, organização,
avaliação das condições de uso e
conserto teve que ser realizado, sob
a direção de André Braga e com o
apoio fundamental de Bruno Uzeda
Calderón. Nessa fase, tivemos
a chegada de mais um ajudante,
Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira
Ramos.
Mais tarde, André decidiu
criar, de fato, o departamento,
solicitando ao presidente Eliphas
a utilização daquele ambiente já
reservado. O trabalho foi intenso
e meticuloso
para preparar a
infraestrutura
que
abrigaria
máquinas, servidores, “switches”,
estabilizadores,
bancada
de
manutenção, mesas, quadro branco
e tubulação metálica para passar
os cabos de rede. O seu idealizador
teve, nesse período, o apoio de
Rafael Ferreira e Vinícius Ramos,
e o resultado do esforço foi uma
Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira Ramos
sala equipada de uma rede de
computadores com acesso a internet
e em condições de receber alunos
para futuros cursos. Finalmente, o
departamento teve condições de ser
criado e sua direção foi confiada a
André Braga.
Depois
de
inaugurado,
o
departamento
assumiu
a
administração dos sistemas usados
no CEPT, iniciou o desenvolvimento
de software e inaugurou aulas de
informática. Cursos de operação
de Linux e desenvolvimento de
página de html começaram a ser
ministrados pelo seu diretor. Rafael
Ferreira foi o aluno de maior
destaque e hoje é um dos principais
administradores do departamento,
permitindo que muitos serviços
sejam oferecidos graças a sua
preciosa dedicação. Após um ano de
curso, infelizmente, as aulas tiveram
que ser interrompidas. As máquinas
doadas exigiam intensa manutenção,
e, apesar do esforço, regularmente
estragavam. Além disso, a demanda
para configurar equipamentos e
sistemas usados na administração
do Centro e a escassa mão de obra
obrigaram o seu diretor a optar por
interromper as aulas. Por outro lado,
tal situação sensibilizou os amigos
frequentadores da Casa e os demais
colegas de outros departamentos,
que contribuiram para a aquisição
de computadores mais modernos.
Em 2009, André Braga
viajou para Alemanha para cumprir
parte dos estudos de doutorado da
Universidade de Brasília, na área de
Mecatrônica. Desta forma, a direção
do DEINF foi concedida a Vinícius
Ramos. No mesmo ano, o presidente
solicitou que as aulas fossem
retomadas, e a equipe aceitou o
desafio. Nossa pedagoga, Verônica
Baraviera, ajudou na divisão dos
alunos por idade e, assim, aulas para
crianças de 4 a 6 anos e de 7 a 12 anos
foram inauguradas. Novas pessoas
chegaram para aumentar a equipe,
integrando o grupo de instrutores:
Evandro Abdao, Eduardo Augusto
e Márcio. Destacamos, também, a
colaboração dos saudosos Victor
Rossi, Eduardo Rossi e José Orlando
Rocha.
Os
pequenos
alunos
surpreenderam seus instrutores.
O interesse e a dedicação às aulas
foram imensamente motivadores
e uma gratíssima recompensa
aos esforços empregados. Além
dos assuntos técnicos tratados,
a convivência com os alunos e
alguns momentos com seus parentes
trouxeram ao departamento outra
atmosfera. O ano foi marcado por
muito trabalho, mas também por
muita alegria. Todas as crianças
foram brilhantes, mas destacamos
a participação da pequena Lorraine
de 4 anos na turma dos iniciantes e
de Walter Henrique M. Garajau na
turma intermediária. O destaque
também estende-se aos instrutores
Rafael, Eduardo Augusto, Márcio,
Evandro e Vinícius.
O início do ano de 2010
foi marcante para o departamento.
No ano em que o CEPT completa
20 anos, novos colaboradores
chegaram: Renato Willi, Ana
Ozaki, Túlio Ornelas e Eduardo
Batelli. Além disso, o idealizador
do DEINF, André Braga, regressou
da Alemanha. Um injeção de ânimo
para a atual equipe que, diante deste
reforço, dediciu criar uma nova
turma. Todos, em conjunto, fizeram
o trabalho de planejamento do ano e
surgiu, então, o curso de computação
básica para os adolescentes a partir
de 13 anos de idade.
Todos estes resultados são fruto
de um trabalho árduo de dedicação
dos colaboradores do DEINF, mas
que só é possível graças ao apoio
fundamental de Deus, nosso pai, da
equipe espiritual do CEPT, sob a
coordenação de Paulo de Tarso, do
mentor de nossa sala - Nathanael, e
seus colaboradores - e, sem dúvida,
do apoio dos demais departamentos,
do presidente Sr. Eliphas, dos
amigos frequentadores da casa, e da
nossa comunidade de Brasilia.
O
Voluntários do Além
Centro Espírita Paulo de
Tarso conta com muitos
voluntários encarnados, mas há
também aqueles trabalhadores que já
fizeram suas passagens para o plano
espiritual e, certamente, continuam
nos ajudando do lado de lá.
Como escreve o Espírito Victor
Hugo, na obra “Sublime Expiação”,
psicografada pelo médium Divaldo
P. Franco, “morrer é renascer, volver
o espírito à sua verdadeira pátria,
que é a espiritual”.
Enfim, vamos, em apertadíssima
síntese, lembrar um pouco da
história de alguns destes nossos
voluntários do além, que deixaram
suas marcas nesses 20 anos de
história. O Sr. João Alonso foi um
dos fundadores do CEPT, tendo
atuado como vice-presidente. Ficou
conosco por 11 anos. O Sr. Agadir
ministrou inúmeras palestras, além
de ter prestado valiosas orientações
à direção da Casa. Tratava-se, sem
sombra de dúvidas, de um grande
A
amigo e entusiasta do CEPT. O Sr.
Francisco Thiesen foi Presidente
da Federação Espírita Brasileira
(FEB) e doou nossos primeiros
livros. Dona Socorro foi uma das
fundadoras da Casa. Grande amiga,
dirigiu por muitos anos o trabalho
do bazar (que hoje leva o seu
nome). A Vó Margarida escreveu
vários artigos publicados no jornal
“Estrada de Damasco”, tendo sido
uma colaboradora permanente. Tia
Gabi foi uma pessoa muito especial.
Não pôde ficar muito tempo conosco,
porque desencarnou logo depois
de iniciar seus trabalhos na Casa.
Porém, deixou um rastro luminoso.
Levou para o CEPT um grupo de
17 meninos de rua – que vigiavam
carros na antiga SAB – e iniciou, com
o fundador e presidente do Centro,
Sr. Eliphas Levi, uma parceria
vitoriosa: enquanto ela alfabetizava
os jovens, permitindo-lhes o início
nos estudos do ensino público, ele
lhes ensinava eletricidade para que
pudessem trabalhar dignamente.
Quase todos foram recuperados.
Linda Caldas começou trazendo
lanche para as crianças e depois
passou a dar aulas de reforço escolar
na Creche Paulo de Tarso. Lucília
Brandão era uma colaboradora
permanente, destacando-se por
vultuosas doações de alimento
para as crianças da creche. Por fim,
a nossa querida Dona Gisa, que
desencarnou recentemente em razão
de um câncer no peritônio. Tratavase de uma pedagoga que também
dava aulas de reforço escolar. As
crianças gostavam muito dela.
É, todas essas pessoas deixaram
muitas saudades...
Fica o nosso registro de
agradecimento a estes heróis (e
heroínas) e a todos os outros que
ajudam ou ajudaram de alguma
forma nestes 20 anos de caridade
e amor ao próximo, no esteio dos
ensinamentos do Mestre Jesus.
Alex Alves Tavares
A música nos 20 anos de CEPT
música sempre esteve presente
no CEPT. No grupo fundador,
a Valéria tocava violão e, com os anos
de Espiritismo, tinha um grande repertório. Juntou-se ao trabalho o Vicente, que também trazia canções de outros
centros, preparando ambiente para reuniões ou animando jovens e crianças.
Cheguei eu – que não sabia nenhuma
música -, e resolvemos ensinar violão.
Aí a coisa cresceu. Quatro alunos de
primeira hora se desenvolveram – An-
dré, Fabiano, Suzana e Graziele. Suzana foi a primeira aluna a compor uma
música – Trabalhe. A Bárbara também
fez algumas bem bonitas. E se mandou
pro Canadá. Mas lá é frio demais. Ela
volta.
O Hino do Paulo de Tarso foi feito
pela Denise Lange Sales, do Rio de Janeiro, em visita à Casa. Vilma Macedo e seu marido, Wilson, várias vezes
ministraram cursos de música na evangelização. Também fizemos as nossas
canções. No aniversário de oito anos,
por exemplo, cada turma fez uma letra,
e a Valéria musicou. No aniversário de
11 anos veio a idéia de gravar, em estúdio, todas as músicas feitas no CEPT, e
fazer um CD mambembe. Ensaiamos e
gravamos com uns 10 jovens. Chamouse Encanto. Houve um coral, mas não
durou. Depois, iniciamos os encontros
musicais, que ocorrem todos os anos
em maio, no aniversário da Casa.
Além das aulas de violão, que
seguem comigo, Bruno, Gustavo e
Taylor – esse aprendeu conosco - temos teclado com a Fabíola e a Beth.
Também contamos com a colaboração
do Alex e do Leonardo, que estão provisoriamente afastados por motivo de
estudo. E o Enilson cuida do som...
Nossos encontros musicais já renderam histórias bem interessantes.
Uma delas aconteceu com o Flávio
Fonseca, então convidado para tocar,
que, por seu turno, convidou três instrumentistas de sopro. O resultado
foi tão interessante que eles, músicos
profissionais, resolveram se juntar para
montar o grupo Takto, que se apresenta
com frequencia pela cidade, já tendo
inclusive lançado CD.
Outra boa história é a do Maycon
Leal. Chegado do Rio, ele havia se
afastado do violão. Um determinado
dia, o presidente da Casa que frequentava pediu que ele fosse a uma determinada reunião do movimento espírita.
Mas ele se confundiu e aportou na reunião errada, justamente no Paulo de
Tarso. Acabou tocando violão e de lá
pra cá tornou-se o músico mais importante dos encontros jovens do DF – agora com a grande ajuda do nosso Alex.
Ricardo Tavares Baraviera
O lema – saudades
Vanúsia de Abreu Benvenuto
Comecei a pensar, lembrar-me
do comecinho, quando iniciaram os
trabalhos do Centro. Na casa do “Seu”
Eliphas, na varanda, aconteciam as
palestras, aos domingos. Mesa para
os palestrantes e dirigentes, bancos
suficientes para os freqüentadores. A
sala de passe funcionava num quarto
atrás da churrasqueira, que na quintafeira a noite funcionava como sala de
estudos. Tudo funcionava muito bem.
Na sala de visitas preparavam-se as
cestas básica. A sala ficava toda ocupada
com alimentos por todos os canto,
sacolas de plásticos, uma trabalheira.
Evangelização no escritório. Enfim,
o centro funcionava com todas as
unidades que se compõem um centro
“Kardecista”. A família Maia com
muita dedicação, mas sem privacidade,
seu conforto estavam prejudicados.
Afinal era uma residência com crianças
pequenas (Larissa era ainda bebe).
“Seu” Eliphas sempre entusiasmado,
com uma coragem invejável, persistente
no seu propósito de montar um Centro
Espírita no Lago Norte, e graças a ele
nós temos este Centro Espírita.
A persistência continuava, o
entusiasmo cada vez mais forte e não
demorou veio o anuncio do Sr. Eliphas:
“conseguimos um terreno para o
Centro”. Também pudera, ele não se
cansava de ir ao GDF com o objetivo
de adquirir este terreno.
Num domingo, ensolarado, lindo lá
estávamos nós no CA 10, sob orientação
do “Seu” Eliphas, procurando, no meio
do mato, um pouco afastado do asfalto
o tão sonhado terreno. Achamos! Que
bom! Foi feito oração, agradecimentos
à Deus e o Sr. Eliphas anunciou:
“domingo
que
vem
estaremos
inaugurando a sede do CEPT”.
E eu muito espantada perguntei
– Como “Seu” Eliphas, se não tem
dinheiro? Ele responde: “tem sim, tem
dinheiro”. Eram seiscentas moedas
da época, que não me lembro se era
cruzeiro ou cruzado, desvalorizadas.
E no domingo seguinte, às 10:00, foi
inaugurada sede do CEPT, construída
com placas pré-moldadas, sem portas,
chão ao natural e nos fundos um
barraco com estritamente o necessário
para zeladoria.
Foi uma inauguração bonita, com
distribuição de sopa, tudo muito
simples, mas muito bonito, muito
entusiasmo, uma trabalheira – panela
de sopa em cima de tijolos, os pratos
muito simples, mas o grupo não se
cansava, pessoas alegres, corajosas,
esperançosas.
A partir daí o Centro foi crescendo,
uma cozinha de maderite aqui, um
banheiro ali, enfim, a cada semana
crescia mais um cômodo. O grupo
trabalhando, as reuniões acontecendo,
a opa sendo servida toda semana.
“Seu”
Eliphas
continuava
sempre entusiasmado, junto do
GDF, incansável, ate que conseguiu
instalações de água e energia.
Daí passamos a ter reuniões a
noite. No período frio nós vínhamos
a reunião como se estivéssemos vindo
para o pólo, empacotados com roupas
pesadas, de lã. Fazia um frio tão forte,
tão forte que sofríamos.
E o Centro continuava crescendo
e o entusiasmo também. Aos
domingos era sempre uma festa. Os
almoços para arrecadarmos algum
trocado, começaram a acontecer
porque já funcionava cestas básicas,
evangelização, aulas para gestantes,
enfim, o funcionamento era quase
completo e a ajuda a pessoas carentes
crescia.
Bem irmãos, mas um belo dia
vem uma noticia: temos de deixar
este lote. Numa reunião que o então
governador Roriz fazia denominada
governo itinerante o Sr. Eliphas estava
presente e para surpresa foi mostrado o
mapa do Lago Norte e naquele terreno
não constava o Centro. Dadas as
explicações do governo e a promessa de
novo lote. Começou nova peregrinação
do Sr. Eliphas ao GDF, finalmente saiu
o atual lote e começou tudo de novo. So
que agora o Centro estava melhor, tinha
o que desmontar. Mas a trabalheira foi
grande: novo barraco, novo esforço
para colocar tudo no lugar. Novas idas
e vindas ao GDF, precisava luz, água,
enfim, tudo.
Vem a construção da atual sede.
Joede, nosso querido irmão ajudou
muito o “seu” Eliphas, foi também um
período difícil, dinheiro sempre curto,
mas mesmo assim foram instaladas
a creche, as aulas para adultos, para
crianças e tudo isso que vemos ai
funcionando muito bem, graças a Deus.
Bem, cheguei ate aqui e não consegui
sentir saudades, foi muito trabalho,
principalmente para este gigante que se
chama Eliphas Levi. Incansável, esteve
doente, internado, mas quando volta
é com mais força e entusiasmo. Sinto
sim, meus irmãos, alegria, sou muito
feliz por fazer parte da familia Paulo
de Tarso. Diria ate muito orgulho.
Foram muitas as dificuldades a serem
superadas ate chegarmos nesta situação
quase confortável.
Não menciono nomes porque são
muitos e eu poderia esquecer algum
porque os grupos de trabalho desta
casa são maravilhosos, trabalham com
entusiasmo , alegria, boa vontade. É
tudo muito bonito.
E por tudo isso e mais desejo a todos
que Deus os abençoe e que esta casa
evolua cada vez mais e que Paulo de
Tarso nos acolha com o carinho de
sempre. Graças a Deus.
Hmmm... que cheiro gostoso! É a nossa cozinha, sempre
com gente trabalhando muito!
Como ela está diferente! Está muito mais bonita!
Sempre com muita gente empenhada!
Na luz do amor
Meus queridos irmãos e distintas irmãs de nosso ideal com Jesus.
Supliquemos juntos ao senhor, as
dádivas do entendimento e da paz, da
fé e do amor fraternal.
Ante a infinita misericórdia de nosso Pai manifesta entre nós, em luzes e
bondade inexcedível, temos a considerar com gratidão e reconhecimento a
amizade sincera que nos devemos uns
aos outros, o esforço pela adoção da
mensagem de amor do Evangelho e o
trabalho que nos enobrece os dias, a
vida interior, sempre louvando à Deus.
Vemos as manifestações dos generosos corações que em nós, pequenino
candidato à luz Cristã, enxerga o que
compete e esplende em Jesus, nosso
Senhor.
E a nossa gratidão profunda pelo
cunho de bondade e ternura, verdadeiro
e estímulo ao nosso coração ainda imperfeito, a nos propor o prosseguimento na grande luta pela renovação de nós
próprios, à luz do Evangelho.
Não utilizamos aqui nestas notas de
reconhecimento e gratidão, o efeito
convencional do pensamento humano
divorciado do amor a Deus. Não. Salientamos a verdade que se estampa na
vida que passamos entre sacrifícios e
lágrimas, fé e serviço, a descobrir em
sublime usufruto. Todos os nossos desentendimentos na Terra são ainda nódoas de nossas tendências inferiores,
quais sombras transitórias entre claridades inapagáveis do amor divino.
Na jornada espírita cristã, os desafios sempre correm por conta de nossas imperfeições, digo-lhes isso com a
sinceridade depreendida das experiências que nos assinalaram os anos de
abençoado aprendizado e labor entre o
CEPT marca presença no Congresso
mundo físico e o espiritual.
O Chico que todos vocês identificam com a inalterável bondade de suas
almas tão queridas, não é mais que a
projeção dos potenciais que brotam belos e imorredouros de seus sentimentos
já convertidos ao Nosso Senhor Jesus
Cristo.
O nosso encargo no espiritismo alcança níveis de responsabilidade muito
altos, por que todas as aberturas da sociedade humana à sublime revelação
que nos chegou com Allan Kardec nos
requisitam ao esquecimento de tudo
aquilo que em nós se assemelha o impedimento, à adulteração dos excelsos
propósitos evangélicos, então redivivos
pelos ensinos dos espíritos.
A mais expressiva manifestação do
amor é a fé. Que nos corrige nos vícios,
que nos soergue nos dramas e provações de toda ordem, que nos aponta o
Senhor no cume do monte, que se alteia cada vez mais pelo mecanismo da
evolução e do progresso.
A ventura dos que efetivamente
compreendem a doutrina dos espíritos
está em servir. Por que servindo sem
exigências, sem elitismos, sem a sombra dolorosa das vaidades e do orgulho
exercitamos o dom do amor. Não há
outro meio, meus irmãos, de ver e sentir Deus por dentro do pequeno ser.
O cisco que lhes fala neste instante,
ainda e por muito tempo necessita das
preces amorosas e amigas de todos
vocês.
Uma encarnação iluminados por
Deus e buscando a própria educação
das disciplinas libertadoras é um passo
expressivo, mas não a santidade, consoante muitos pensam.
Respeito a todos é o princípio elementar da subida. Não reconhecemos
autoridade em quem não ama, excluído
dos propósitos divinos.
Vocês, mas, quando silêncio nos
freios impulsos primários que a paciência nos versa sobre a sabedoria de
Deus, o verdadeiro entendimento do
que o espiritismo nos revela nos torna
melhores, e nos capacita a secundar os
bons espíritos nessa escalada que segue
para o infinito da criação, revelando-
nos Deus.
Amemo-nos uns aos outros, meus
irmãos, sem competições, sem vaidades, sem presunção, sem desprezo do
que nos ensinou Jesus em sua missão
redentora de nossos velhos e perigosos
hábitos humanos.
Sobre o nosso Brasil, paira a benção
da mais grave responsabilidade, a da
vivência do Evangelho, puro e simples,
em que a fé e a caridade dando-se as
mãos, ilustre para todos os nossos irmãos em sofrimento e negação, a presença de Deus.
Nós agradecemos com a alma e o
coração emprenhados no compromisso
de servir e amar por que a mais alta distinção de um filho de Deus altíssimo, é
fazer sua augusta vontade em todos os
lances e ocorrências no caminho.
Suplico ao nosso anjo maternal, nossa Mãe Santíssima, que a todos abençoa em nome Dele, o Senhor e Mestre,
nosso governador planetário, que nossos benfeitores de sempre, a serviço de
Ismael no Brasil e em favor de todo o
mundo tenham hoje e em todos os dias
que virão a compaixão e a amizade, a
confiança e a abnegação.
Obrigado meus amigos tão queridos.
A homenagem dos corações segue para
Jesus, como todas as nascentes fornecem a água que repousará nos oceanos.
Sirvamos sem desalento e sem exigência por que o amor é o nosso prêmio supremo, falando de Deus ao nosso ser.
Do menor servidor e amigo de todos,
Psicografado por Wagner Gomes
da Paixão, no 3º Congresso Espírita
Brasilieiro, em 18/04/2010, em Brasilia
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