Q Os lugares por onde andamos uando se chega a uma certa idade, há muitas formas de olhar para trás e analisar a vida. Pode-se perceber os tropeços, contar as vitórias, chorar pelas partidas, celebrar as chegadas, comemorar os objetivos atingidos, ou então, avaliar o caminho percorrido. Sem dúvida, revendo os passos dados, os lugares por onde se passou, pode-se reconhecer a própria evolução. Com uma casa espírita não é diferente. Chegando aos 20 anos, o Centro Espírita Paulo de Tarso tem muito a celebrar. É certo que as pedras do caminho serviram de degraus, e os tropeços, de aprendizado. Todavia, ao analisarmos os lugares pelos quais passou, contentes ficamos pela oportunidade que a Casa teve de modificar a comunidade ao seu redor. No início, o Centro funcionava na residência de seu fundador, na QI 08 do Lago Norte. Foi o sonho de instalar a primeira casa espírita no bairro que incentivou o Sr. Eliphas e sua família a dividir o espaço de seu lar com os frequentadores e assistidos. As reuniões de estudo da Doutrina Espírita aconteciam na varanda, que também servia de ateliê para o Bazar e redação do jornal “A Estrada de Damasco”. As aulinhas de Evangelização aconteciam em um quarto próximo ao quintal e no escritório. Não havia muita infra-estrutura, é certo, mas muito amor e boa vontade motivavam aquela família e um pequeno número de frequentadores a aplicar os ensinamentos do Cristo. Rapidamente percebeu-se que a demanda era maior que o esperado. Era notório que no Lago Norte havia trabalhadores e pessoas sedentas pela Doutrina, contudo, muitos mais eram os necessitados da caridade moral e material que estavam bem ao lado, no Varjão. O CEPT conseguiu, então, um espaço mais próximo daquela comunidade, no Centro de Atividades 10, e logo o “barracão” se encheu de gente procurando por um prato de sopa, uma cesta-básica, um www.paulodetarso.org.br - continua na página 04 Mônica Oliveira T. de Freitas Na íntegra: Nesta edição... Conheça toda a história desta Casa Espírita e descubra por que ela cresce todos os dias! abraço, uma palavra amiga. Naquela época, nem se falava em C.A. como se entende hoje, com muito comércio e apartamento, eram apenas terrenos vazios entre o Lago Norte e o Varjão. O espaço era pequeno e improvisado, mas a ideia de ter uma sede, um lugar para atender a tantas pessoas, impulsionava ainda mais os trabalhadores da Casa. Estar próximo dos moradores do Varjão fez o Centro perceber melhor as necessidades materiais e morais daquela comunidade. E o trabalho não cessava. O Centro Espírita Ante os Recursos Tecnológicos Jorge Hassen - pág. 4 Mensagem pscicografada de Chico Xavier, no Congresso em Brasília. pág. 20 E-mail: [email protected] Editorial V inte anos é muito tempo para quem tem fome. É pouco para quem aguarda a maturidade de um carvalho. É uma fração de tempo, e mesmo o tempo é impreciso. Difícil dizer o que é possível nesse prazo, mas dentre os erros e acertos cometidos, temos certeza de que o resultado é altamente positivo. Há vinte anos não havia um centro espírita no Lago Norte. Há dezenove ele não tinha uma sede própria. Há doze não havia o prédio atual. Há dez não havia aulas de informática. Não havia creche, aulas de violão. Desde o início foram distribuídas cestas-básicas. Havia aulas de evangelização, reuniões públicas e mediúnicas. Logo veio a Campanha Auta de Souza, o Estrada de Damasco. Mas o mais importante é que antes mesmo de a Casa abrir as portas, o grupo fundador já era amigo, e o ambiente fraterno permanece até hoje, sendo este o principal que cada um de nós tem a oferecer. Ao Seu Eliphas, que sonhou e implementou, nossa eterna gratidão. Venha conhecer o Paulo de Tarso e com o seu amor aumentar a importância desse trabalho. Que a paz do Cristo esteja convosco. Ricardo Tavares Baraviera NOSSAS ATIVIDADES Domingo 09h30 16h00 Campanha de Fraternidade Auta de Souza Reunião Pública (estudo da Bíblia) 07h30 20h00 20h00 20h00 Creche Paulo de Tarso * Reunião Pública e Passe Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Reunião da E. C. Creche “A Caminho da Luz” 07h30 19h30 Creche Paulo de Tarso Reunião de Estudo da Mediunidade 07h30 14h00 16h00 19h30 Creche Paulo de Tarso Oficina de Costura Irmão Glacus Reunião Pública e Passe GEFA – Reunião do G. E. Francisco de Assis 07h30 20h00 20h00 Creche Paulo de Tarso Reunião Pública e Passe Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita 07h30 20h00 Creche Paulo de Tarso Palestra Pública com Verônica e Passe 08h30 08h30 09h30 09h30 09h30 09h30 11h00 14h30 14h30 16h00 Curso para gestantes * Aula de Canto * Aula de Teclado * Palestra Pública com Beatriz Losi Evangelização de crianças Aula de Informática * Juventude Espírita Paulo e Estevão Aula de violão * Aula de Informática * Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado * Esta atividade necessita de cadastro e está sujeita â vaga 2 A minha Estrada de Damasco D eus iluminou-me nestes 20 anos, mudando minha história de vida para melhor. Fez-me defensor destemido dos ensinamentos cristãos, sob a tutela de Paulo de Tarso. Quando poderia imaginar minha família unida a mim nesta empreitada divina? Quando poderia agregar pessoas na minha caminhada espírita? Em 20 anos me vi impulsionado a levar adiante esse ideal tão forte. Sem recursos financeiros, conseguimos levantar um prédio. Durante a construção, ouvi frases que poderiam desencorajar, como: “Seu Eliphas é doido”, “Pra que fazer uma obra tão grande?”, “Pra que salas tão grandes?” E eu sempre respondia: “É para ver um mundo melhor no amanhã!”. Assim como Saulo encontrou amigos e ir mãos e marchou adiante, encontrei pessoas como Joede Pimentel para me encorajar. Fátima Uzêda Calderon, que assumiu a cozinha e dirige nossos almoços. Deus tem sido testemunha de sua força e grandeza. Vejam só, foram tantas as pessoas que nem posso enumerar, embora gostaria. José Grosso e outros espíritos de luz nunca me deixaram sozinho, soulhes muito grato. Amarguei muitos problemas, mas percebia que não estava sozinho e caminhava com coragem. Tivemos a felicidade de abrir portas para jovens que, mesmo sem recursos, foram à faculdade. Fizemos com que acreditassem em seus valores. Abrimos a creche! Nela, Fátima e eu, damos nossas vidas a tantas crianças, tendo por base ajudar seus pais. Hoje nossa casa está maravilhosa! Venha nos conhecer, juntar-se ao nosso trabalho e ser muito feliz! Eliphas Levi Diretoria do CEPT Triênio 2009/11 PRESIDENTE Eliphas Levi Garcez Maia * 1º Vice-Presidente Sérgio de Jesus Rossi * 2º Vice-Presidente Verônica Maia Baraviera * *1º Tesoureiro Arlei Bonfim Júnior *2º Tesoureiro Célia de Carvalho Maia *1º Secretário Hugo César Almeida *2º Secretário Alfredo Maranhão Expediente Sede própria: SHIN CA 02, Lote 01 (entrada da QI – 01) CEP 71.505-000 – Lago Norte – Brasília-DF Jornalista responsável: Mônica Oliveira T. de Freitas - 15248/05 DF Editor responsável: Ricardo Tavares Baraviera Diagramação e arte final: Verônica Maia Baraviera (8112.8882) Impressão: Gráfica Ipiranga - Tiragem: 8.000 exemplares Reunião mediúnica: um exercício de amor A reunião mediúnica é um trabalho que se desenvolve entre os dois planos da vida, o espiritual e o físico, havendo, portanto, duas equi¬pes interagindo a serviço da assistência aos irmãos encarnados e desencarnados. Foi a partir do contato com os espíritos que Kardec codificou o Espiritismo. O intercâmbio espiritual permite a obtenção de informações a respeito da vida após a morte do corpo físico e de ensinamentos que auxiliam na renovação das pessoas, propiciando o fortalecimento da fé e facultando o amparo dos benfeitores espirituais. Quase sempre, os espíritos que comparecem a essa reunião, estão em busca de amparo e encontram-se ainda ligados às sensações da vida física. Por meio do diálogo, recebem o acolhimento fraternal tanto dos encarnados quanto da equipe espiritual, e, algumas vezes, a partir dos esclarecimentos que recebem, percebem o erro que cometeram, chegando ao arrependimento, e avan- O çando em seu progresso moral. Com o intuito de exemplificar os benefícios da reunião mediúnica, dois trabalhadores muito queridos, que participam deste trabalho nesses vinte anos de CEPT, contam suas experiências e expressam gratidão pela oportunidade de trabalho: “Quando o centro se localizava no CA 10, numa terçafeira à noite, um irmão foi agredido por rapazes. Na quinta-feira da mesma semana, durante a reunião mediúnica, o espírito chefe do grupo dos agressores chorava de arrependimento dizendo que não praticaria mais o mal” – Dona Vanúsia. “O que me deixa mais alegre é o reencontro do espírito necessitado com seus parentes que já se encontram na espiritualidade. Temos a certeza que com este amparo, regressarão a sua família espiritual. A alegria é tanta que não contemos as lágrimas” – Sr. Maurício Para os encarnados, a sessão mediúnica é de extrema importância, pois ali colhem lições úteis para a vivência diária e se identificam com os dramas apresentados pelos desencarnados, sentindo que suas dores são também as nossas. A reunião mediúnica é sempre uma nova oportunidade de exercitarmos o amor sob a forma da caridade, fraternidade e solidariedade para com os irmãos em sofrimento, encarnados e desencarnados, empenhados na transformação moral. Priscilla Bagnatori Rangel Casa de voluntários Paulo de Tarso é uma casa de voluntários. O corpo diretivo de um centro espírita não pode ser remunerado, já que o grupo de pessoas que se junta deve estar imbuído do ideal caritativo, e não do financeiro. Por certo há necessidade de contratação de alguns empregados, mas esta é a exceção e, reiteramos, os dirigente não podem ser remunerados. O grupo fundador da casa deu início às atividades, com reuniões públicas, evangelização e livraria. Logo em seguida, agregaram-se outras pessoas, como o jovem Vicente, primeiro membro a se integrar à casa sem ser fundador. Sempre preservando o ideal espírita, já pertenceram e pertencem a casa diversos colaboradores não-espíritas, que realizam seus ideais de caridade sem preconceitos, respeitando a Doutrina norteadora da instituição. No entanto, a grande conquista do CEPT é a não diferenciação entre assistidos e voluntários. Todo aquele que se interessa em participar do grupo é aceito como trabalhador, independentemente de permanecer recebendo auxílio material da Casa. Afinal, o espírito é o verdadeiro assistido, e este não conhece as vicissitudes da carne. A grande exigência ao voluntário é a dedicação. Quem assume uma atividade deve cumpri-la com rigor, entusiasmo e contentamento. De outro modo, nada funciona. Como disse o Cristo, cada criança auxiliada representa o próprio Jesus. Então, como sermos desidiosos com o Mestre de amor? “Fora da caridade não há salvação”. Eis o lema da Doutrina Espírita, que ultrapassa qualquer sectarismo e permite a todos, seja qual for o credo que professem, encontrar o caminho da vida eterna. Ninguém pode viver sem praticar a caridade. Ser voluntário no Paulo de Tarso é um caminho. Ricardo T. Baraviera 3 Os lugares por onde andamos = continuação da matéria da capa = Q ual não foi a surpresa do Sr. Eliphas ao descobrir que, pelo novo Plano Diretor, o CEPT não poderia mais funcionar naquele espaço. Muitas idas a TERRACAP e (,) quase um ano depois, foi destinado ao Centro um novo local para funcionamento: o C.A. 1. A sede, provisória, ganhara, quem sabe, um local definitivo no Centro de Atividades. Com um local cedido e muito esforço, montou-se um prédio de oito salas, com estrutura pré-moldada e telha de eternite. O espaço, muito maior, era um pouco mais distante das pessoas assistidas, que não deixaram de vir a Casa por esse motivo. Enfrentar longas caminhadas, sol, chuva, perigo das vias, nada disso parecia empecilho para os frequentadores que seguiram o Centro em sua mudança de sede. Por outro lado, os moradores do Lago Norte sentiram-se mais próximos, e voltaram a participar das atividades da Casa. O CEPT dividia-se em diversos trabalhos para tentar chegar mais perto de todos: havia distribuição de sopa diariamente no Varjão; e bimestralmente almoços eram promovidos, nas dependências do Centro de Ensino do Lago Norte, na QI 06, para angariar fundos e manter as atividades assistenciais. Como acontece em toda grande obra, o Centro contou e conta até hoje, com um homem visionário. E foi pensando nas necessidades da comunidade e nas possibilidades futuras do CEPT que o Sr. Eliphas, fundador e presidente, lutou para construir o prédio que hoje é a sede da Casa. As críti- cas eram muitas, mas só aqueles que persistiram no trabalho conseguiram compreender a grandeza das tarefas propostas à equipe guiada por Jesus. Alguns anos depois, com muito esforço e graças à contribuição valorosa de tantos, o CEPT possui um grande prédio com estrutura para abrigar os seus próprios almoços. Os dias de muito calor, debaixo das telhas de eternite, ficaram na memória das crianças, que hoje se tornaram adultos comprometidos com a Casa. Ao invés de oito salas, apenas, o Centro conta com mais de 10, um laboratório de informática, uma cozinha, um refeitório, banheiros, consultório dentário, quadra de futebol, parquinho e um salão para mais de 100 pessoas, entre outros. Além de receber várias crianças uma vez por semana, através da Evangelização, a Creche, com atendimento integral de segunda a sexta-feira, saiu da esfera dos sonhos para a realidade. Os quase 40 meninos e meninas recebem atendimento dentário, médico, psicológico, além de reforço escolar, oficinas de artesanato, teatro, dança, informática, sem mencionar os ensinamentos cristãos e o apoio à toda família. As reuniões públicas de estudo da Doutrina, que limitavam-se a poucas horas da semana, hoje são oferecidas quase que diariamente, sem falar do estudo sistematizado, aulas de evangelização, estudo de desenvolvimento da mediunidade, só para citar alguns. Ao olhar por esse ângulo, há quem diga que o CEPT já cresceu o suficiente. É bem certo que muitos passos foram dados rumo ao objetivo maior de propagar e praticar os ensinamentos de Cristo. Mas muito ainda há para se trilhar. Quem sabe(,) a partir de agora, o próximo desafio seja acolher mais crianças e orientar mais adultos, contribuindo para a formação dos homens de Mônica Oliveira T. de Freitas bem tão necessários a sociedade; bem como incentivar a prática da caridade material e fornecer ferramentas para o desenvolvimento moral da comunidade do Lago Norte e do Varjão, sempre guiados pelo Pai e seguindo os passos de nosso mestre Jesus. Este sim, é o maior desafio de todos os tempos. DIA ESPECIAL: 06 de maio de 1990 - Nossa Fundação! Olhem, o salão era na varanda da casa do Sr. Eliphas! O salão foi mudando... este é o famoso “barracão” do CA 10, era bem pertinho do Varjão! Aqui, nosso primeiro salão já no CA 02 Valeu o esforço: nosso salão ficou LINDO! Creche Paulo de Tarso N - nobre fruto dos 20 anos de CEPT - o dia 28 de janeiro de 2002, o Sr. Eliphas Levi fundou a Creche Paulo de Tarso, cujo objetivo era acolher crianças durante o horário de trabalho das mães que freqüentavam o Centro Espírita Paulo de Tarso. No primeiro ano da Creche, foram matriculadas 28 crianças, dentre as quais se destacam algumas que ainda estão conosco, como: Maria Paula, Joana Dara, Maria Alice, Vitória e Diego Souza. A maioria das crianças matriculadas morava no Varjão e permanecia na Creche durante o dia todo. Com a ajuda de voluntários como a Tia Fátima, o Sr. Eliphas, a Tia Sônia e a Tia Geiza, as crianças faziam 5 refeições diárias, participavam de atividades lúdicas, tomavam banho e tinham a “hora do soninho”; essa rotina possibilitava maior tranqüilidade para as mães poderem trabalhar e sustentar suas famílias. O trabalho com as crianças tem o caráter honrável de ajuda ao próximo; porém, houve muitas dificuldades desde a criação da Creche. Na época, a maioria das crianças não tinha o hábito da boa convivência, muitas eram agressivas com os adultos e com os colegas e tentavam fugir para ficar na rua. Além disso, havia a dificuldade financeira, principalmente para compra de alimentos, tendo em vista que a renda dos almoços beneficentes não era suficiente para manter a Creche. Apesar das dificuldades, são notáveis os benefícios oferecidos aos que freqüentam a Creche. Para os trabalhadores envolvidos com as crianças no dia-a-dia, o mais importante é que elas estão protegidas da violência das ruas, num local onde podem ter acesso à educação e ao estudo, o que cria meios para uma melhor perspectiva de vida futura. Em entrevista, a diretora da Creche, Fátima Calderón, contou o que o trabalho na casa significava para ela: “Eu e minha família respiramos creche o dia todo, então ela é parte da minha vida. Eu sempre falo que as crianças são os meus filhos do coração, e, como toda mãe, às vezes tenho até um ‘ciuiminho’ delas”. Sem dúvida, é um trabalho que serve de exemplo para todos que querem dedicar-se ao próximo. Embora muitos se remetam ao trabalho pelo nome adotado quando da criação, atualmente não existe mais a Creche Paulo de Tarso, mas sim um projeto do Instituto Brilhar*, Organização Social de Interesse Público mantida pelo Centro Espírita Paulo de Tarso, denominado Programa de Apoio e Acompanhamento Infanto-Juvenil (PAAIJ). Tal Programa é responsável pelo acompanhamento de 43 crianças com idade entre 3 e 15 anos e é mantido com o auxílio dos sócios fundadores, doações de voluntários e contribuintes do Instituto Brilhar, sendo que o Centro Espírita Paulo de Tarso é o principal mantenedor do Programa. Os requisitos para a criança ser incluída no PAAIJ são: (i) A mãe deve exercer alguma atividade profissional durante a semana e comparecer aos eventos da Casa que sejam vinculados ao PAAIJ; (ii) A mãe e o pai devem se reunir com a psicóloga Lúcia Fleury, trabalhadora voluntária, de 15 em 15 dias. No Programa, as crianças têm uma rotina de muitas atividades: chegam às 6h50min ao Centro, tomam café da manhã, saem às 7h para o Colégio Allan Kardec (Sobradinho) em um ônibus contratado pelo Instituto, retornam às 12h40min, quando almoçam e descansam até as 14h, preparandose para a tarde repleta de atividades, como, por exemplo, aulas de reforço escolar, informática, artesanato, educação física e inglês, todas desenvolvidas com o auxílio de voluntários. Recentemente, o Projeto Universidade Solidária do Diretório Central dos Estudantes – o DCE – do Centro Universitário Uniceub firmou uma parceria com o PAAIJ, oferecendo uma boa parte dos voluntários que auxiliam nessas Festa de Natal da Creche - 2002 - Casa da Fátima atividades. Além do trabalho voluntário, há várias formas de contribuir com o Programa, como, por exemplo: doar alimentos, contribuir financeiramente, aderindo ao programa de débito automático do Instituto Brilhar, ser padrinho(a) de uma criança para comprar seu material escolar no início do ano e doar materiais de papelaria para as crianças menores utilizarem (cartazes, folhas, lápis, barbante, tinta, durex etc), entre outros. Com todo esse suporte às crianças auxiliadas pelo PAAIJ, é notável a melhoria de comportamento durante o passar dos anos. Segundo as palavras da Tia Fátima, “as crianças se tornaram sementinhas e levam para suas famílias e vizinhança tudo que aprendem no PAAIJ. Exemplo: um dia desses uma mãe me contou que ela e o marido iniciaram uma discussão mais forte e o filho imediatamente interveio e fez com que eles parassem com a briga, esclarecendo os pais de que o melhor era conversarem ao invés de brigarem”. Os trabalhadores que lidam com as crianças no dia-a-dia relatam que a maioria delas tem desempenho acima da média nos estudos e que são crianças de boa índole, que absorveram valores morais importantes, como o respeito ao próximo. Dentre as crianças, destaca-se uma pelo excelente desempenho escolar em 2009: Joana Dara Barbosa da Silva, de 15 anos, a qual foi presenteada pelo PAAIJ com um computador, por ter sido a melhor aluna do 9º ano, com média geral acima de 9,0. Em 8 anos de história, é visível o quanto a creche e o Programa contribuíram com as crianças e suas famílias. Cabe a nós e a elas os agradecimentos a quem tanto se esforça para manter tudo funcionando na mais perfeita harmonia, como o Sr. Eliphas, Fátima, Domingos, Rafael, Sylvia, Wilson e voluntários. Parabéns pelo trabalho!!! Notas de rodapé: *O Instituto Brilhar é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Maiores informações pelo site: www.brilhar.org.br Débora de Melo P. Cavalcante Promoção social e a caridade material Evangelho Segundo o Espiritismo nos diz: “Amemonos uns aos outros, e façamos aos outros, o que gostaríamos que nos fizessem”. Toda religião e toda moral encontramse nesses dois ensinamentos. Se eles fossem seguidos aqui na Terra, seríamos todos perfeitos, sem ódios, sem conflitos. Mais ainda: sem pobreza, visto que, do excesso das sobras da mesa dos ricos, muitos pobres se alimentariam. Esse tem sido, meus irmãos, o princípio norteador de todas as ações, projetos e programas desenvolvidos pelo CEPT, ao longo dos seus 20 anos de existência. O consolador nos diz que “fora da caridade não há salvação” e o mestre Jesus nos falou que, para alcançarmos a vida plena, só há um caminho: Caridade e Humildade. O apóstolo Paulo compreendeu tão claramente esta grande verdade que disse: “Ainda que eu tivesse a linguagem dos anjos; e ainda que tivesse o dom de “ profecia, e penetrasse em todos os mistérios; e ainda que tivesse toda fé possível capaz de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei.” A caridade é feita de muitas maneiras. Podeis praticá-la em pensamentos, em palavras e em ações. E m pensamentos, orando pelos necessitados; emanando energias e vibrações positivas para que as dores sejam acalmadas, para que o amor seja restabelecido e para que a luz se faça entre os homens. O CEPT tem sido um oásis de boas vibrações e preces, as quais acontecem todos os dias da semana, em todos os trabalhos executados pela Casa. Em palavras, ao dirigir aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos. Aqui, o atendimento fraterno se faz de várias formas: no acolhimento aos necessitados; na “ O orientação e encaminhamento para tratamento espiritual; nas palestras públicas, nos grupos de estudo da doutrina espírita, dentre outros. E, especialmente, em ações, onde se destacam a distribuição de cestas básicas às famílias carentes; a coleta, organização e distribuição de donativos, através da campanha Auta de Sousa; a evangelização de crianças adultos; o atendimento da creche, que inclui transporte, educação, alimentação, cuidados com a saúde, higiene, além de apoio espiritual e psicológico; os atendimentos de passes magnéticos, tratamentos de desobsessão e grupos de cura; além das escolas de informática, música e artesanato. Enfim, esses últimos 20 anos tem sido como diz o lema do CEPT: Revivendo hoje o amor cristão! atendimentos de passes magnéticos, tratamentos de desobsessão e grupos de cura; além das escolas de informática, música e artesanato. Enfim, esses últimos 20 anos tem sido como diz o lema do CEPT: Revivendo hoje o amor cristão! Fernando Curso Superior para assistidos do CEPT – Sonho impossível? O tamanho de sua obra depende do tamanho de seu sonho. Quem sonha alto realiza grandes obras. O homem é o arquiteto de seu próprio destino, nos ensina Léon Denis. Sabemos que a evolução se dá através de duas vertentes: da prática da caridade e através do conhecimento. O Cristo também nos mostra: conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. O conhecimento bem conduzido nos leva à sabedoria e esta nos habilita à razão. A Doutrina Espírita nos ensina a importância da fé raciocinada. Este é o entendimento e o caminho que norteia, há 20 anos, o planejamento do CEPT - Centro Espírita Paulo de Tarso: a luz do conhecimento, a prática da caridade e o amor ao próximo. A creche, concretização de um sonho após longos anos de caminhada, é apenas o início desse caminho. Logo no começo, era possível ver, na prática, o Presidente do CEPT, Sr. Eliphas, fazer o humilde e cansativo papel diário de motorista, levando e buscando crianças assistidas a Sobradinho, cursando o 1° e 2° graus, na viatura do centro e muitas vezes, em seu próprio veículo. Atualmente, um ônibus foi contratado para essa atividade. Mas, antes mesmo da Creche iniciar suas atividades, o CEPT, ciente de sua missão cristã, apoiava-se (como ainda o faz) nas várias equipes de Evangelização da Infância e da Juventude, ensinando valores morais, incentivando talentos em diversas áreas, formando espíritas e cidadãos. Valdirene, Administração formou-se Valéria Santana, graduada em jornalismo. 8 Afonso Ferreira da Silva Filho em de Empresas pelo Uniceub em 2005 e, pouco tempo antes, em 2004, foi aprovada em três concursos públicos. Atualmente trabalha como agente administrativo na Polícia Federal. Com muito carinho, lembra-se de todo apoio que recebeu da Casa, desde o incentivo moral, para tentar uma vaga no vestibular, até o auxílio material para a comemoração de sua formatura no 3o grau. “Por ser a primeira pessoa da minha família a ter um curso superior concluído, e vinda de uma família tão humilde como a minha - mãe doméstica, pai separado que nunca ajudou com nenhum centavo -, na qualidade de irmã mais velha e com limitações físicas, jamais imaginei, como a maioria das pessoas pensa, que iria conseguir chegar tão longe, por causa da minha deficiência. Portanto, o CEPT foi fundamental nessa minha jornada de sucesso, tanto pelo incentivo moral e espiritual, por meio da evangelização, como pelo incentivo financeiro, através da ajuda com os estudos, principalmente na universidade, sem contar o auxilio na alimentação, através das cestas básicas.” Fabiano Rocha Guimarães, aluno de Direito, da Faculdade Fortium. Ainda no caminho do conhecimento moral e formal, o CEPT disponibiliza a seus freqüentadores o ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, através de diversas turmas em vários níveis. Após o 2° gráu, muitos assistidos cursaram universidades com a ajuda do Centro. Alguns destes depoimentos, abaixo transcritos, nos emocionam e nos dão forças para sonharmos mais alto e acreditarmos que valeu a pena. Muitos nomes foram citados em agradecimento, todavia, como a obra é do Cristo, relacionamos apenas o nome do Sr. Eliphas, o qual, na qualidade de fundador e presidente da Casa, representa com muita dignidade toda a irmandade do CEPT. Geiza, bacharel em turismo, formada pelo CECAP em 2006, valoriza as aulas que teve ministradas por voluntários - ao se preparar para o concurso dos Correios, local em que trabalha há oito anos. - “O Paulo de Tarso foi essencial na minha formação, pois lá tive apoio financeiro (ajuda para pagar), social (fui reconhecida como ser humano, coisa que até alguns familiares não fizeram), material (fiz muito uso da biblioteca durante minha formação) e humano (recebi todo o reforço nas matérias que tive dificuldade).” Beatriz do Carmo, estudante do 3° semestre de Administração pelo CECAP, chegou ao Centro por meio do trabalho voluntário, que logo virou emprego, em virtude de suas condições financeiras. – “Hoje isso é uma das melhores coisas da minha vida, o estudo. O CEPT me abriu portas e realizou um sonho antigo, que era ‘fazer’ faculdade. Pra mim, isso é dignidade. Foi o que sempre almejei e antes nunca alcancei.” Antonio Nilton, estudante de Letras Português-Inglês, 5° semestre, Faculdades COC, está no Centro quase desde sua fundação, e ressalta que lá sempre recebeu incentivo para o estudo, aumentando suas expectativas de um futuro melhor. Foi através do CEPT que teve a oportunidade de aprender inglês, nas aulas que eram ministradas em convênio com a escola FISK. “Quando terminei o ensino médio, fui direto para o IESB, cursar jornalismo... Mas infelizmente não pude dar continuidade ao curso. Em 2008, uma pessoa maravilhosa, um verdadeiro “tio” me ofereceu a oportunidade de dar continuidade aos estudos...Optei por licenciatura em Letras Português/Inglês. Agora estou no 5° semestre, faltando apenas um ano para ter o tão sonhado “canudo” e ser licenciado a lecionar essas duas matérias.... Mas os sonhos não acabam por aí, pretendo, assim que possível, voltar para o jornalismo e terminar esse curso tão maravilhoso. Obrigado, amigos queridos, pela oportunidade e incentivo dado no decorrer dos anos. Que Deus nos proteja para continuarmos nesse trabalho e vivenciarmos o amor ensinado pelo Cristo.” Silvia Dorneles. Pedagoga formada pela Unip em 2009, relata que ao chegar no CEPT sua vida financeira, emocional e espiritual não estava muito boa. - “Foi com a ajuda do Centro que pude cursar o ensino superior em uma universidade particular, em 2006. Hoje pedagoga, já formada, agradeço à família Paulo de Tarso e principalmente ao Sr Eliphas, por quem tenho uma grande admiração e gratidão.” Rafael Motta, formado em Administração de empresas pelo CECAP em 2007, é, hoje, um dos braços direitos do Centro. Sua dedicação e amor pelo trabalho, pela casa e por aqueles que ali chegam contagiam a todos. Com carinho, relata: “A ajuda que recebi do CEPT foi financeira e moral e me permitiu conhecer uma face do mundo que talvez não o fizesse por conta própria. Desde criança, o CEPT foi para mim uma porta aberta para um mundo melhor.” Suzana, contadora formada pelo Uniceub em 2005, menciona que a Casa sempre teve compromisso com a educação. Mesmo antes de entrar na faculdade, ela se lembra do incentivo que recebia dos evangelizadores, através do exemplo, palavras, livros e aulas de reforço - “Nos meus anos de evangelização, aprendi muitas coisas boas, conheci um outro mundo além do meu mundinho Varjão, comecei a dar mais valor ao ser humano, repensar minhas idéias, a crescer como pessoa, a ter meu lugar ao sol como profissional, a conhecer meu potencial.” 9 A Acolhida no CEPT dias fomos a um almoço beneficente, promovido pelo Centro para término da nova sede. Havia muita alegria, várias pessoas nos cumprimentando, sentime à vontade e importante ali... querida e bem-vinda! Comecei a participar das reuniões públicas, fui convidada a dar passe. Era um momento prazeroso estar com pessoas amigas. Sem perceber, fui participando de outras atividades do Centro e pouco a pouco me vi fazendo parte desta grande família. Vinícius de Moraes fala que “A gente não faz amigos, reconhece-os!” E eu reconheci ali vários deles, com certeza de outras vidas. Os grandes reencontros de nossa existência se dão exatamente assim: acontecem sem planejamento. Acredito até que aquelas pessoas nem se lembram da acolhida que me deram e não saibam da importância que tiveram e que têm na minha vida. Sei que me receberam amorosamente, foram indispensáveis udei-me para Brasília em ao meu equilíbrio naquele momento 1999, juntamente com meu em que precisava de amigos na cidade marido e filhos. Mudaram comigo os meus sentimentos, o meu jeito de que havíamos escolhido morar. Um dos ser, minhas esperanças, meus medos, alicerces da coragem e do desejo para a vontade de ter amigos e o desejo de reconstruir o meu mundo foi a certeza ser feliz nesta nova vida que iniciava. de ser amada por quem sou, a certeza de haver um lugar onde Meu esposo viu uma pudesse contar com placa que chamou A acolhida no amigos sinceros em sua atenção: “Centro momentos de alegria e Espírita Paulo de Centro Espírita dor. Isso é muito bom! Tarso – revivendo Paulo de Tarso é de Já encaminhei hoje o amor cristão.” um diferencial dezenas de pessoas ao Fomos a uma reunião Centro, com o desejo de importante para pública e como boa mineira, fiquei quem necessita de dividir com elas o prazer e o encantamento que quietinha, tímida, amor! senti. Algumas estavam observando tudo e procurando um lugar todos. Encantou-me ver o presidente da casa chegando e para ajudar e trabalhar. Outras estavam cumprimentando um a um, pegando na em momentos de grande desespero, mão, como era em Minas... (lembrei da sofrendo dores profundas da alma. minha infância, quando pedia a bênção Outras estavam com a saúde debilitada. para os avós, tios, etc.). Daí a alguns Outros queriam conhecer melhor a M doutrina espírita. Todos receberam a mesma acolhida, que infelizmente não encontramos em todas as casas espíritas. Essas pessoas, assim como eu, foram recebidas com amor, com respeito e com o sincero desejo de serem ajudadas em suas necessidades. Claro que ainda continuo a encaminhar mais e mais pessoas... A casa está crescendo, pois o número de frequentadores tem aumentado de forma acelerada. Vários trabalhos estão sendo reestruturados, pois o número de trabalhadores também é maior. A acolhida daqueles que chegam continua com as mesmas características da que eu tive há mais de dez anos. A preocupação, o cuidado, o abraço, a escuta amorosa, o sorriso... são os mesmos. Desejo sinceramente, e até peço a todos deste Centro que não deixem que isso mude nunca, independente do tamanho do trabalho a ser realizado! A acolhida no Centro Espírita Paulo de Tarso é um diferencial importante para quem necessita de amor! E todos nós necessitamos! Faz uma enorme diferença, para quem está sofrendo - seja qual for o tipo de sofrimento: moral, emocional, espiritual ou físico - ser tratado com dignidade e respeito! Lembremo-nos sempre do ensinamento de André Luiz “Somente o amor sentido, crido e vivido por nós provocará a eclosão dos raios de amor em nossos semelhantes!” Beatriz Losi 20 anos de CEPT + 93 anos de D. Antônia = amor e caridade Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira Ramos e Mônica Oliveira T. de Freitas B A Estrada de Damasco: Dona em, está certo que 20 anos de estrada, para uma casa espírita, Antônia, como foi que a senhora é um marco bastante significativo. Mas conheceu o CEPT? tudo depende, é claro, do referencial. D. Antônia: A Fátima e a Mércia Ao olharmos a história do Centro Espírita Paulo de Tarso, podemos [colaboradoras da Casa] foram visitar constatar quantas vidas passaram por o meu neto Vinícius que estava com hepatite. Eu achei a ali, quantas pessoas Fátima parecida com foram ajudadas, quantas Paulo de Tarso uma amiga de Itatinga crianças acolhidas, que é um pedaço da – SP. Eu contei que hoje tornaram-se adultos minha vida. tinha muita dor na seus males e o Paulo de Tarso é o comprometidos com coluna e a Fátima hospital espiritual que nos dá tanto o trabalho na seara do indicou os trabalhos apoio e tanta atenção e tanta coisa boa Cristo... de acupuntura. O meu que só mesmo quem frequenta pode primeiro médico foi perceber o quanto o Paulo de Tarso é Por outro lado, ao admirarmos colaboradores tão o Luciano, adorei o médico mocinho. útil para nós todos. Nossos trabalhos de sábado, queridos, como é o caso da D. Antônia Depois ele teve que ir embora e me Ramos Durini, que, aos 93 anos, indicou o Fred. Gostei dele também. de desobsessão, eu me sinto muito integra o corpo de trabalhadores e Mais tarde, meu neto me levou para a feliz no meio de todos. Apesar de não ter mediunidade, dou frequentadores da Casa, participando de reunião de cura de quartaapoio nas preces. Me reuniões de estudo, palestras, almoços, feira. No primeiro dia, De todos os sinto muito valorizada aquelas cultos fraternos, além de contribuir escutando centros que pelos entes que lá com suas habilidades manuais em lindas melodias, pensei frequentei, aquele frequentam. outras atividades, percebemos o quanto – Será que Nosso Lar em que me senti mais podemos fazer, o quanto ainda é assim? O Enilson mais bem acolhida E.D.: Qual a temos por trilhar no caminho apontado tem voz muito linda e a foi no Paulo de importância do Gracinha, a gente nem por Jesus. Tarso. CEPT na sua vida? Conheça um pouco mais desse conta onde tem dor exemplo de vida, ao qual prestamos e ela põe a mão bem a D. Antônia: É uma sigela homenagem, em forma de certinho. coisa mais importante Logo que cheguei, adaptei-me entrevista. muito bem. De todos os centros que da minha vida depois dos meus netos. frequentei, aquele em que me Me sinto muito bem no trabalho de senti mais bem acolhida foi cura, as pessoas me dão muita atenção, no Paulo de Tarso. Considero muito carinho, adoro as músicas que os adeptos como uma cantam. Enfim, o Paulo de Tarso é um família. Ajudo a manutenção pedaço da minha vida. Espero terminar da creche com trabalhos os meus dias frequentando o Paulo de manuais e lá encontrei muito Tarso. apoio do Presidente, o Sr. Eliphas, da Verônica, da O Centro é apenas um Valéria e da Dona Célia. instrumento de trabalho, “ “ E.D.: A senhora acha que o CEPT ajuda as pessoas? E u D. Antônia: considero o Paulo de Tarso como um hospital. As pessoas procuram os remédios para “ “ assim como o é o nosso corpo material. Seguindo essa analogia, os órgãos da Casa são os seus trabalhadores, que a fazem funcionar. Os braços, são os voluntários; o cérebro, a direção; o sorriso, as crianças; e, do coração, certamente faz parte nossa querida Vó Antônia. O desenvolvimento da Comunicação Institucional no Paulo de Tarso O Centro Espírita Paulo de Tarso, CEPT, é uma Instituição que reflete a maioria dos Centros do Brasil: produz muito, faz muita coisa boa para muitas pessoas, entretanto, normalmente falha na comunicação, e não consegue mostrar, até mesmo para a comunidade mais próxima, os benefícios diretos e indiretos recebidos com a presença do Centro Espírita. Desse modo, não foi surpresa identificar que, nos primeiros anos de existência do CEPT, o instrumento mais usado para divulgação e repercussão das ações foi o famoso “boca a boca”. Esse modo de comunicação sem dúvida é muito importante, pois carrega consigo uma grande carga de credibilidade, todavia, com o passar dos anos, tal instrumento não estava sendo mais suficiente, e, em 2004, a companheira Giselle, junto com outros frequentadores do Centro, como: Antônio, Cláudia, Luiz Vicente, Mônica e Verônica, fundaram o CONCEPT, que foi o primeiro projeto de assessoria de comunicação da organização. Nesse período, muitas reuniões foram feitas com o objetivo de melhorar a divulgação dos trabalhos realizados e surgiram alguns produtos, como a revista comemorativa dos 15 anos de aniversário, a pesquisa junto aos diri- gentes e frequentadores da Casa, etc. Giselle, objetivando incrementar esse trabalho, também fez uma monografia para sua faculdade com o foco na própria comunicação do CEPT. Assim, por meio de uma enquete com os moradores do Lago Norte coletou, à época, muitas informações importantes. Entre elas, a de que o Centro era reconhecido no Lago Norte como uma Instituição séria e que fazia coisas boas para a comunidade; que muitas pessoas tinham ouvido falar da instituição, mas que não sabiam onde ela se localizava. Infelizmente, aquela valorosa companheira teve que se mudar para a cidade de São Paulo e as ações de comunicação diminuiram de intensidade. No início do ano de 2008, um grupo de trabalhadores resolveu mais uma vez melhorar a comunicação e, desse modo, levou ao Presidente do Centro, Sr. Eliphas Levi, a proposta de criar um Departamento de Comunicação Institucional. Após a aprovação em Assembléia, surgiu o DECOM-Departamento de Comunicação Institucional. Formado por um grupo de companheiros voluntários esse Departamento é atualmente dirigido por nossa irmã Mônica. Imediatamente foram lançados diversos projetos de comunicação, tendo sido criado o Jornal Mural IntegrAÇÃO com a finalidade de melhorar a comunicação interna da Instituição, cujo editor-chefe é nosso irmão Antônio. Além do mais, a logomarca do Centro foi atualizada, graças ao excelente profissional - e companheiro -, Stélio. Buscou-se também uma reformulação do aspecto visual do Jornal “A Estrada de Damasco”, sob a coordenação de nossa companheira Verônica, bem como a atualização do site do CEPT que está recebendo um formato mais moderno e dinâmico (acesse: www.paulodetarso. org.br). Até agora, os resultados aparentemente estão sendo positivos, mas é preciso melhorar. Nesse sentido, o DECOM está precisando de jornalistas, webdesigners, relações públicas e profissionais da publicidade para ajudar nos diversos projetos existentes, levando, cada vez mais longe, a palavra dos espíritos e de Jesus Cristo. Junte-se a nós. Faça parte da Comunicação Institucional do Centro Espírita Paulo de Tarso! Marcos Arruda O RUMO CERTO Até termos esse maravilhoso espaço que abriga todo tipo de arte! Por falar em Arte... Quem não gosta do nosso animadíssimo Sarau?? 13 Assim como nossos sentidos humanos nos concedem a visão e a compreensão apenas parciais da natureza em redor, o nosso embotado raciocínio tem grande dificuldade em identificar e entender a verdadeira solução para os pequenos e grandes problemas. Não é a vingança que nivela os homens, mas é o perdão que os torna iguais, eliminando as nuvens e barreiras dos males praticados. Não é o ódio que coloca cada um em seu lugar devido, justiçando as ofensas e agressões, mas é o amor que repõe a todos no caminho da luz que clareia as jornadas. Não é a força que remove as grades que separam os homens, mas é a doçura que congrega as almas, semeando a real aproximação pela confiança mútua. Não é a impaciência que põe as pessoas em ação, mas é a tolerância que ministra lições de comedimento e humildade, reservando as energias para serem aplicadas no momento apropriado. Não é a avidez desenfreada da busca que abre as portas com a rapidez esperada, mas é o trabalho com temperança e perseverança que mostrará as trilhas livres de pedras e obstáculos. Não é a glorificação e o reconhecimento dos homens que nos qualificam à bem-aventurança eterna, mas é o julgamento onipotente e benevolente do Pai que nos garantirá a recompensa conforme o mérito. Portanto, irmãos, as chaves do progresso e elevação não são forjadas no metal inflexível, mas se constituem das leves cargas da humildade, da caridade e do amor desinteressado. Ainda é difícil enxergar os caminhos, mas eles sempre existirão. Mensagem psicografada no CEPT 13 RECORDANDO... Larissa Maia Lemgruber O tempo realmente corre! Fabiano Ju e a Lívi Ele sempre foi tagarela, divertido, simpático e muito palhaço! Quem era aluna... Virou evangelizadora! Calma, Ju. Você não está velha, Lívia é que cresceu rápido! hehehe Hoje: quase advogado, promotor de eventos e fundador do grupo Andarilhos do Riso! Ah, claro: tagarela, divertido e simpático como sempre! Para os íntimos: Dr. Fagode DIJ Será que ainda tem alguém com saudade dos velhos tempos? Velhos, antigos, experientes, não importa o termo, estão sempre no nosso coração: Como o tempo passa... Antônio sempre foi um menino tímido, muito estudioso e dedicado... Depois, tornou-se locutor de rádio! PS.: acharam o Antônio na foto acima? Aliás, reconheceram todos??? 6 Agora a juventude mudou, tem cara nova, agitação sem igual, e uma amizade enorme: História do DEINF O Departamento de Informática (DEINF) iniciou seus trabalhos no mesmo cenário de esforço e dedicação que caracterizam todas as obras do Centro Espírita Paulo de Tarso (CEPT). O responsável por seu projeto foi André Luiz Sordi Braga, que, já na época da elaboração da atual sede da instituição, solicitou ao presidente, Sr. Eliphas Levi, que reservasse uma sala para a instalação de um laboratório, posteriormente transformada na sala do DEINF. Ambos tiveram o cuidado de projetar uma infraestrutura que fosse adequada para abrigar os equipamentos que futuramente seriam utilizados no local. Nos primórdios de sua história foi divulgada uma campanha de arrecadação de doações de equipamentos de informática na comunidade do Lago Norte, e muitos materiais começaram a ser deixados na instituição, o que acontece até os dias de hoje. Uma das salas do prédio, que ainda não era utilizada para aulas de evangelização, funcionava como um místo de escritório de contabilidade e depósito para abrigar as doações. Tudo era coberto com uma lona preta para evitar que a poeira danificasse o material. Intenso trabalho de limpeza, separação, organização, avaliação das condições de uso e conserto teve que ser realizado, sob a direção de André Braga e com o apoio fundamental de Bruno Uzeda Calderón. Nessa fase, tivemos a chegada de mais um ajudante, Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira Ramos. Mais tarde, André decidiu criar, de fato, o departamento, solicitando ao presidente Eliphas a utilização daquele ambiente já reservado. O trabalho foi intenso e meticuloso para preparar a infraestrutura que abrigaria máquinas, servidores, “switches”, estabilizadores, bancada de manutenção, mesas, quadro branco e tubulação metálica para passar os cabos de rede. O seu idealizador teve, nesse período, o apoio de Rafael Ferreira e Vinícius Ramos, e o resultado do esforço foi uma Vinícius Botelho Dorini Di Oliveira Ramos sala equipada de uma rede de computadores com acesso a internet e em condições de receber alunos para futuros cursos. Finalmente, o departamento teve condições de ser criado e sua direção foi confiada a André Braga. Depois de inaugurado, o departamento assumiu a administração dos sistemas usados no CEPT, iniciou o desenvolvimento de software e inaugurou aulas de informática. Cursos de operação de Linux e desenvolvimento de página de html começaram a ser ministrados pelo seu diretor. Rafael Ferreira foi o aluno de maior destaque e hoje é um dos principais administradores do departamento, permitindo que muitos serviços sejam oferecidos graças a sua preciosa dedicação. Após um ano de curso, infelizmente, as aulas tiveram que ser interrompidas. As máquinas doadas exigiam intensa manutenção, e, apesar do esforço, regularmente estragavam. Além disso, a demanda para configurar equipamentos e sistemas usados na administração do Centro e a escassa mão de obra obrigaram o seu diretor a optar por interromper as aulas. Por outro lado, tal situação sensibilizou os amigos frequentadores da Casa e os demais colegas de outros departamentos, que contribuiram para a aquisição de computadores mais modernos. Em 2009, André Braga viajou para Alemanha para cumprir parte dos estudos de doutorado da Universidade de Brasília, na área de Mecatrônica. Desta forma, a direção do DEINF foi concedida a Vinícius Ramos. No mesmo ano, o presidente solicitou que as aulas fossem retomadas, e a equipe aceitou o desafio. Nossa pedagoga, Verônica Baraviera, ajudou na divisão dos alunos por idade e, assim, aulas para crianças de 4 a 6 anos e de 7 a 12 anos foram inauguradas. Novas pessoas chegaram para aumentar a equipe, integrando o grupo de instrutores: Evandro Abdao, Eduardo Augusto e Márcio. Destacamos, também, a colaboração dos saudosos Victor Rossi, Eduardo Rossi e José Orlando Rocha. Os pequenos alunos surpreenderam seus instrutores. O interesse e a dedicação às aulas foram imensamente motivadores e uma gratíssima recompensa aos esforços empregados. Além dos assuntos técnicos tratados, a convivência com os alunos e alguns momentos com seus parentes trouxeram ao departamento outra atmosfera. O ano foi marcado por muito trabalho, mas também por muita alegria. Todas as crianças foram brilhantes, mas destacamos a participação da pequena Lorraine de 4 anos na turma dos iniciantes e de Walter Henrique M. Garajau na turma intermediária. O destaque também estende-se aos instrutores Rafael, Eduardo Augusto, Márcio, Evandro e Vinícius. O início do ano de 2010 foi marcante para o departamento. No ano em que o CEPT completa 20 anos, novos colaboradores chegaram: Renato Willi, Ana Ozaki, Túlio Ornelas e Eduardo Batelli. Além disso, o idealizador do DEINF, André Braga, regressou da Alemanha. Um injeção de ânimo para a atual equipe que, diante deste reforço, dediciu criar uma nova turma. Todos, em conjunto, fizeram o trabalho de planejamento do ano e surgiu, então, o curso de computação básica para os adolescentes a partir de 13 anos de idade. Todos estes resultados são fruto de um trabalho árduo de dedicação dos colaboradores do DEINF, mas que só é possível graças ao apoio fundamental de Deus, nosso pai, da equipe espiritual do CEPT, sob a coordenação de Paulo de Tarso, do mentor de nossa sala - Nathanael, e seus colaboradores - e, sem dúvida, do apoio dos demais departamentos, do presidente Sr. Eliphas, dos amigos frequentadores da casa, e da nossa comunidade de Brasilia. O Voluntários do Além Centro Espírita Paulo de Tarso conta com muitos voluntários encarnados, mas há também aqueles trabalhadores que já fizeram suas passagens para o plano espiritual e, certamente, continuam nos ajudando do lado de lá. Como escreve o Espírito Victor Hugo, na obra “Sublime Expiação”, psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, “morrer é renascer, volver o espírito à sua verdadeira pátria, que é a espiritual”. Enfim, vamos, em apertadíssima síntese, lembrar um pouco da história de alguns destes nossos voluntários do além, que deixaram suas marcas nesses 20 anos de história. O Sr. João Alonso foi um dos fundadores do CEPT, tendo atuado como vice-presidente. Ficou conosco por 11 anos. O Sr. Agadir ministrou inúmeras palestras, além de ter prestado valiosas orientações à direção da Casa. Tratava-se, sem sombra de dúvidas, de um grande A amigo e entusiasta do CEPT. O Sr. Francisco Thiesen foi Presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) e doou nossos primeiros livros. Dona Socorro foi uma das fundadoras da Casa. Grande amiga, dirigiu por muitos anos o trabalho do bazar (que hoje leva o seu nome). A Vó Margarida escreveu vários artigos publicados no jornal “Estrada de Damasco”, tendo sido uma colaboradora permanente. Tia Gabi foi uma pessoa muito especial. Não pôde ficar muito tempo conosco, porque desencarnou logo depois de iniciar seus trabalhos na Casa. Porém, deixou um rastro luminoso. Levou para o CEPT um grupo de 17 meninos de rua – que vigiavam carros na antiga SAB – e iniciou, com o fundador e presidente do Centro, Sr. Eliphas Levi, uma parceria vitoriosa: enquanto ela alfabetizava os jovens, permitindo-lhes o início nos estudos do ensino público, ele lhes ensinava eletricidade para que pudessem trabalhar dignamente. Quase todos foram recuperados. Linda Caldas começou trazendo lanche para as crianças e depois passou a dar aulas de reforço escolar na Creche Paulo de Tarso. Lucília Brandão era uma colaboradora permanente, destacando-se por vultuosas doações de alimento para as crianças da creche. Por fim, a nossa querida Dona Gisa, que desencarnou recentemente em razão de um câncer no peritônio. Tratavase de uma pedagoga que também dava aulas de reforço escolar. As crianças gostavam muito dela. É, todas essas pessoas deixaram muitas saudades... Fica o nosso registro de agradecimento a estes heróis (e heroínas) e a todos os outros que ajudam ou ajudaram de alguma forma nestes 20 anos de caridade e amor ao próximo, no esteio dos ensinamentos do Mestre Jesus. Alex Alves Tavares A música nos 20 anos de CEPT música sempre esteve presente no CEPT. No grupo fundador, a Valéria tocava violão e, com os anos de Espiritismo, tinha um grande repertório. Juntou-se ao trabalho o Vicente, que também trazia canções de outros centros, preparando ambiente para reuniões ou animando jovens e crianças. Cheguei eu – que não sabia nenhuma música -, e resolvemos ensinar violão. Aí a coisa cresceu. Quatro alunos de primeira hora se desenvolveram – An- dré, Fabiano, Suzana e Graziele. Suzana foi a primeira aluna a compor uma música – Trabalhe. A Bárbara também fez algumas bem bonitas. E se mandou pro Canadá. Mas lá é frio demais. Ela volta. O Hino do Paulo de Tarso foi feito pela Denise Lange Sales, do Rio de Janeiro, em visita à Casa. Vilma Macedo e seu marido, Wilson, várias vezes ministraram cursos de música na evangelização. Também fizemos as nossas canções. No aniversário de oito anos, por exemplo, cada turma fez uma letra, e a Valéria musicou. No aniversário de 11 anos veio a idéia de gravar, em estúdio, todas as músicas feitas no CEPT, e fazer um CD mambembe. Ensaiamos e gravamos com uns 10 jovens. Chamouse Encanto. Houve um coral, mas não durou. Depois, iniciamos os encontros musicais, que ocorrem todos os anos em maio, no aniversário da Casa. Além das aulas de violão, que seguem comigo, Bruno, Gustavo e Taylor – esse aprendeu conosco - temos teclado com a Fabíola e a Beth. Também contamos com a colaboração do Alex e do Leonardo, que estão provisoriamente afastados por motivo de estudo. E o Enilson cuida do som... Nossos encontros musicais já renderam histórias bem interessantes. Uma delas aconteceu com o Flávio Fonseca, então convidado para tocar, que, por seu turno, convidou três instrumentistas de sopro. O resultado foi tão interessante que eles, músicos profissionais, resolveram se juntar para montar o grupo Takto, que se apresenta com frequencia pela cidade, já tendo inclusive lançado CD. Outra boa história é a do Maycon Leal. Chegado do Rio, ele havia se afastado do violão. Um determinado dia, o presidente da Casa que frequentava pediu que ele fosse a uma determinada reunião do movimento espírita. Mas ele se confundiu e aportou na reunião errada, justamente no Paulo de Tarso. Acabou tocando violão e de lá pra cá tornou-se o músico mais importante dos encontros jovens do DF – agora com a grande ajuda do nosso Alex. Ricardo Tavares Baraviera O lema – saudades Vanúsia de Abreu Benvenuto Comecei a pensar, lembrar-me do comecinho, quando iniciaram os trabalhos do Centro. Na casa do “Seu” Eliphas, na varanda, aconteciam as palestras, aos domingos. Mesa para os palestrantes e dirigentes, bancos suficientes para os freqüentadores. A sala de passe funcionava num quarto atrás da churrasqueira, que na quintafeira a noite funcionava como sala de estudos. Tudo funcionava muito bem. Na sala de visitas preparavam-se as cestas básica. A sala ficava toda ocupada com alimentos por todos os canto, sacolas de plásticos, uma trabalheira. Evangelização no escritório. Enfim, o centro funcionava com todas as unidades que se compõem um centro “Kardecista”. A família Maia com muita dedicação, mas sem privacidade, seu conforto estavam prejudicados. Afinal era uma residência com crianças pequenas (Larissa era ainda bebe). “Seu” Eliphas sempre entusiasmado, com uma coragem invejável, persistente no seu propósito de montar um Centro Espírita no Lago Norte, e graças a ele nós temos este Centro Espírita. A persistência continuava, o entusiasmo cada vez mais forte e não demorou veio o anuncio do Sr. Eliphas: “conseguimos um terreno para o Centro”. Também pudera, ele não se cansava de ir ao GDF com o objetivo de adquirir este terreno. Num domingo, ensolarado, lindo lá estávamos nós no CA 10, sob orientação do “Seu” Eliphas, procurando, no meio do mato, um pouco afastado do asfalto o tão sonhado terreno. Achamos! Que bom! Foi feito oração, agradecimentos à Deus e o Sr. Eliphas anunciou: “domingo que vem estaremos inaugurando a sede do CEPT”. E eu muito espantada perguntei – Como “Seu” Eliphas, se não tem dinheiro? Ele responde: “tem sim, tem dinheiro”. Eram seiscentas moedas da época, que não me lembro se era cruzeiro ou cruzado, desvalorizadas. E no domingo seguinte, às 10:00, foi inaugurada sede do CEPT, construída com placas pré-moldadas, sem portas, chão ao natural e nos fundos um barraco com estritamente o necessário para zeladoria. Foi uma inauguração bonita, com distribuição de sopa, tudo muito simples, mas muito bonito, muito entusiasmo, uma trabalheira – panela de sopa em cima de tijolos, os pratos muito simples, mas o grupo não se cansava, pessoas alegres, corajosas, esperançosas. A partir daí o Centro foi crescendo, uma cozinha de maderite aqui, um banheiro ali, enfim, a cada semana crescia mais um cômodo. O grupo trabalhando, as reuniões acontecendo, a opa sendo servida toda semana. “Seu” Eliphas continuava sempre entusiasmado, junto do GDF, incansável, ate que conseguiu instalações de água e energia. Daí passamos a ter reuniões a noite. No período frio nós vínhamos a reunião como se estivéssemos vindo para o pólo, empacotados com roupas pesadas, de lã. Fazia um frio tão forte, tão forte que sofríamos. E o Centro continuava crescendo e o entusiasmo também. Aos domingos era sempre uma festa. Os almoços para arrecadarmos algum trocado, começaram a acontecer porque já funcionava cestas básicas, evangelização, aulas para gestantes, enfim, o funcionamento era quase completo e a ajuda a pessoas carentes crescia. Bem irmãos, mas um belo dia vem uma noticia: temos de deixar este lote. Numa reunião que o então governador Roriz fazia denominada governo itinerante o Sr. Eliphas estava presente e para surpresa foi mostrado o mapa do Lago Norte e naquele terreno não constava o Centro. Dadas as explicações do governo e a promessa de novo lote. Começou nova peregrinação do Sr. Eliphas ao GDF, finalmente saiu o atual lote e começou tudo de novo. So que agora o Centro estava melhor, tinha o que desmontar. Mas a trabalheira foi grande: novo barraco, novo esforço para colocar tudo no lugar. Novas idas e vindas ao GDF, precisava luz, água, enfim, tudo. Vem a construção da atual sede. Joede, nosso querido irmão ajudou muito o “seu” Eliphas, foi também um período difícil, dinheiro sempre curto, mas mesmo assim foram instaladas a creche, as aulas para adultos, para crianças e tudo isso que vemos ai funcionando muito bem, graças a Deus. Bem, cheguei ate aqui e não consegui sentir saudades, foi muito trabalho, principalmente para este gigante que se chama Eliphas Levi. Incansável, esteve doente, internado, mas quando volta é com mais força e entusiasmo. Sinto sim, meus irmãos, alegria, sou muito feliz por fazer parte da familia Paulo de Tarso. Diria ate muito orgulho. Foram muitas as dificuldades a serem superadas ate chegarmos nesta situação quase confortável. Não menciono nomes porque são muitos e eu poderia esquecer algum porque os grupos de trabalho desta casa são maravilhosos, trabalham com entusiasmo , alegria, boa vontade. É tudo muito bonito. E por tudo isso e mais desejo a todos que Deus os abençoe e que esta casa evolua cada vez mais e que Paulo de Tarso nos acolha com o carinho de sempre. Graças a Deus. Hmmm... que cheiro gostoso! É a nossa cozinha, sempre com gente trabalhando muito! Como ela está diferente! Está muito mais bonita! Sempre com muita gente empenhada! Na luz do amor Meus queridos irmãos e distintas irmãs de nosso ideal com Jesus. Supliquemos juntos ao senhor, as dádivas do entendimento e da paz, da fé e do amor fraternal. Ante a infinita misericórdia de nosso Pai manifesta entre nós, em luzes e bondade inexcedível, temos a considerar com gratidão e reconhecimento a amizade sincera que nos devemos uns aos outros, o esforço pela adoção da mensagem de amor do Evangelho e o trabalho que nos enobrece os dias, a vida interior, sempre louvando à Deus. Vemos as manifestações dos generosos corações que em nós, pequenino candidato à luz Cristã, enxerga o que compete e esplende em Jesus, nosso Senhor. E a nossa gratidão profunda pelo cunho de bondade e ternura, verdadeiro e estímulo ao nosso coração ainda imperfeito, a nos propor o prosseguimento na grande luta pela renovação de nós próprios, à luz do Evangelho. Não utilizamos aqui nestas notas de reconhecimento e gratidão, o efeito convencional do pensamento humano divorciado do amor a Deus. Não. Salientamos a verdade que se estampa na vida que passamos entre sacrifícios e lágrimas, fé e serviço, a descobrir em sublime usufruto. Todos os nossos desentendimentos na Terra são ainda nódoas de nossas tendências inferiores, quais sombras transitórias entre claridades inapagáveis do amor divino. Na jornada espírita cristã, os desafios sempre correm por conta de nossas imperfeições, digo-lhes isso com a sinceridade depreendida das experiências que nos assinalaram os anos de abençoado aprendizado e labor entre o CEPT marca presença no Congresso mundo físico e o espiritual. O Chico que todos vocês identificam com a inalterável bondade de suas almas tão queridas, não é mais que a projeção dos potenciais que brotam belos e imorredouros de seus sentimentos já convertidos ao Nosso Senhor Jesus Cristo. O nosso encargo no espiritismo alcança níveis de responsabilidade muito altos, por que todas as aberturas da sociedade humana à sublime revelação que nos chegou com Allan Kardec nos requisitam ao esquecimento de tudo aquilo que em nós se assemelha o impedimento, à adulteração dos excelsos propósitos evangélicos, então redivivos pelos ensinos dos espíritos. A mais expressiva manifestação do amor é a fé. Que nos corrige nos vícios, que nos soergue nos dramas e provações de toda ordem, que nos aponta o Senhor no cume do monte, que se alteia cada vez mais pelo mecanismo da evolução e do progresso. A ventura dos que efetivamente compreendem a doutrina dos espíritos está em servir. Por que servindo sem exigências, sem elitismos, sem a sombra dolorosa das vaidades e do orgulho exercitamos o dom do amor. Não há outro meio, meus irmãos, de ver e sentir Deus por dentro do pequeno ser. O cisco que lhes fala neste instante, ainda e por muito tempo necessita das preces amorosas e amigas de todos vocês. Uma encarnação iluminados por Deus e buscando a própria educação das disciplinas libertadoras é um passo expressivo, mas não a santidade, consoante muitos pensam. Respeito a todos é o princípio elementar da subida. Não reconhecemos autoridade em quem não ama, excluído dos propósitos divinos. Vocês, mas, quando silêncio nos freios impulsos primários que a paciência nos versa sobre a sabedoria de Deus, o verdadeiro entendimento do que o espiritismo nos revela nos torna melhores, e nos capacita a secundar os bons espíritos nessa escalada que segue para o infinito da criação, revelando- nos Deus. Amemo-nos uns aos outros, meus irmãos, sem competições, sem vaidades, sem presunção, sem desprezo do que nos ensinou Jesus em sua missão redentora de nossos velhos e perigosos hábitos humanos. Sobre o nosso Brasil, paira a benção da mais grave responsabilidade, a da vivência do Evangelho, puro e simples, em que a fé e a caridade dando-se as mãos, ilustre para todos os nossos irmãos em sofrimento e negação, a presença de Deus. Nós agradecemos com a alma e o coração emprenhados no compromisso de servir e amar por que a mais alta distinção de um filho de Deus altíssimo, é fazer sua augusta vontade em todos os lances e ocorrências no caminho. Suplico ao nosso anjo maternal, nossa Mãe Santíssima, que a todos abençoa em nome Dele, o Senhor e Mestre, nosso governador planetário, que nossos benfeitores de sempre, a serviço de Ismael no Brasil e em favor de todo o mundo tenham hoje e em todos os dias que virão a compaixão e a amizade, a confiança e a abnegação. Obrigado meus amigos tão queridos. A homenagem dos corações segue para Jesus, como todas as nascentes fornecem a água que repousará nos oceanos. Sirvamos sem desalento e sem exigência por que o amor é o nosso prêmio supremo, falando de Deus ao nosso ser. Do menor servidor e amigo de todos, Psicografado por Wagner Gomes da Paixão, no 3º Congresso Espírita Brasilieiro, em 18/04/2010, em Brasilia