AUDITORIA DE OBRAS HÍDRICAS EM EXERCÍCIOS - TCU
PROFESSOR: REYNALDO LOPES
Olá pessoal!
Chegamos à nossa aula 05. Espero que estejam gostando do curso e
que ele realmente os ajude a conquistar a vaga.
Vamos à nossa aula!
Obras de saneamento: coleta e transporte de esgoto.
01. (EMBASA/2009) O valor da demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) é utilizado para avaliar a quantidade de
oxigênio necessária
para degradar a matéria orgânica
biodegradável nas estações de tratamento de esgoto.
Utilizaremos a questão acima para fazer uma breve revisão teórica
sobre qualidade de águas residuárias.
Há 99,9% de água nas vazões de esgotos, sendo apenas 0,1% de
material "não líquido". Esse material gera a necessidade da etapa de
tratamento de esgotos. Essa pequena fração é composta por sólidos
orgânicos,
inorgânicos,
suspensos
e
dissolvidos,
bem
como
microorganismos. A fração orgânica representa estatisticamente 70%
dos sólidos e a inorgânica os 30% restante.
A caracterização dos esgotos é função dos usos aos quais a água está
submetida. Esses usos variam de acordo com o clima, situação
social/econômica e hábitos da população.
Para o projeto de uma estação de tratamento, objetivando a
adequação da qualidade das águas, devem ser utilizados parâmetros
indiretos para traduzir o caráter poluidor do despejo.
Características físicas
As principais características físicas dos esgotos estão relacionadas às
seguintes propriedades:
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•
Matéria sólida (mg/L)
Das características físicas, o teor de matéria sólida é o mais
importante, tendo em vista que o objetivo maior do tratamento de
esgotos reside na sua remoção.
A matéria sólida é classificada em função (i) da dimensão das
partículas (sólidos em suspensão, coloidais e dissolvidos), (ii) da
sedimentabilidade (capacidade de se depositar no fundo, classificandose em sedimentáveis, flutuantes ou flotáveis e não sedimentáveis),
(iii) da secagem a alta temperatura (fixos e voláteis, T entre 550°C e
600°C) e (iv) da secagem a média temperatura (T entre 103°C a
105°C, sólidos totais, em suspensão e dissolvidos).
•
Temperatura (°C)
A temperatura do esgoto é um pouco superior à da água de
abastecimento, podendo apresentar maiores valores em função da
contribuição de despejos industriais.
A influência da temperatura é fortemente verificada (i) nas operações
de natureza biológica (a velocidade de decomposição do esgoto
aumenta com a temperatura - faixa ideal entre 25°C e 35°C,
inatividade das bactérias formadoras de metano na digestão anaeróbia
abaixo dos 15°C), (ii) nos processos de transferência de oxigênio
(menor quantidade de oxigênio dissolvido - OD - na água à medida
que aumenta a temperatura) e (iii) no fenômeno de sedimentação
(maior velocidade de sedimentação com o aumento da temperatura diminuição da viscosidade).
•
Odor
Os odores de esgotos são causados pelos gases inerentes aos
processos de decomposição. O cheiro de mofo é típico de esgoto
fresco; o cheiro de "ovo podre", de esgoto velho ou séptico (gás
sulfídrico proveniente da decomposição de lodo).
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O eventual mau cheiro nas ETEs é função principalmente dos depósitos
de material gradeado, de areia e nas operações de transferência e
manuseio do lodo, e não necessariamente do próprio esgoto.
•
Cor e turbidez
A cor e turbidez indicam o estado de decomposição do esgoto. A cor
cinza é típica do esgoto fresco. A preta, do esgoto velho e de uma
decomposição parcial.
Características químicas
As principais características químicas do esgoto estão relacionadas às
seguintes propriedades:
•
Oxigênio Dissolvido - OD (mg/L)
Quantidade de oxigênio dissolvido (mg/L) no meio aquoso. Quanto
mais poluído o corpo hídrico, menor a quantidade de OD presente,
podendo até mesmo ser nula. Quanto maior a temperatura da água,
menor é o grau de saturação de OD. O grau de saturação da água a
uma temperatura de 20°C é de aproximadamente 7 mg/L.
•
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg/L)
A forma mais utilizada para medir a quantidade de matéria orgânica
de um esgoto é por meio da determinação da Demanda Bioquímica de
Oxigênio - DBO. Na realidade, esse índice mede a quantidade de
oxigênio necessário para decompor a matéria orgânica presente numa
amostra, após um determinado tempo e temperatura (padrão de 5
dias e 20°C - DBO5,20 ou simplesmente DBO), considerando total
disponibilidade de oxigênio para o processo de decomposição.
A DBO de um esgoto fresco encontra-se na faixa de 100 mg/L a
300 mg/L. Nos tratamentos completos, a faixa desejável de DBO do
esgoto tratado (efluente da estação) é de 20 mg/L a 30 mg/L.
•
Demanda Química de Oxigênio - DQO (mg/L)
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A Demanda Química de Oxigênio - DQO - mede a quantidade de
matéria orgânica oxidável pelo uso do permanganato ou dicromato de
potássio em solução ácida.
O tempo de ensaio laboratorial para determinação da DQO é de
somente duas horas, enquanto para a determinação da DBO são
necessários cinco dias.
O teste de DQO considera não somente a demanda de oxigênio
satisfeita biologicamente (DBO), mas tudo o que é susceptível de
demandas de oxigênio. Por isso a DQO é preferível à DBO para análise
de resíduos industriais.
Para o mesmo tipo de esgoto, a relação DQO/DBO (sempre maior ou
igual a 1) é constante.
•
Relação DBO / N / P (mg/L)
No tratamento biológico, o fósforo (elemento químico simbolizado por
"P") e o nitrogênio ("N") têm importante papel em relação à matéria
orgânica que se pretende remover. Portanto, a relação em peso
(mg/L) de "DBO / N / P" pode ser utilizada como indicadora do
tratamento biológico. A relação 100/5/1 (proporção que indica 100
mg/L de DBO para 5 mg/L de nitrogênio e 1 mg/L de fósforo)
apresenta um balanço adequado de matéria orgânica e nutrientes para
o tratamento biológico.
Características biológicas
As principais características biológicas dos esgotos estão relacionadas
às presenças dos seguintes organismos:
•
Microorganismos
Os principais microorganismos encontrados nos esgotos são as
bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas. As bactérias são
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responsáveis pela decomposição dos esgotos, seja na natureza ou nas
ETEs.
As algas desempenham um papel crucial nas lagoas de estabilização
(estrutura que veremos com maior detalhe mais adiante), realizando a
oxidação aeróbia (com presença de oxigênio) e redução fotossintética.
Entretanto, podem se proliferar em excesso quando há condições
adequadas no efluente das ETEs (disponibilidade de nutrientes nitratos e fosfatos - e temperatura adequada - 25°C a 35°C),
caracterizando o processo de "eutrofização" do corpo hídrico receptor
(esse fenômeno será estudado com mais detalhes adiante). Para evitar
a sua proliferação, é necessária a retirada de, no mínimo, um desses
nutrientes.
•
Indicadores de poluição
Para indicar a poluição de origem humana, adotam-se os organismos
do grupo coliforme como indicadores. As bactérias coliformes são
típicas do intestino do homem e de animais de sangue quente, porém
podem se desenvolver no solo e serem posteriormente carregadas
com a água da chuva, caracterizando os coliformes totais (CT). Os
coliformes fecais (CF) ou termotolerantes são bactérias diretamente
provenientes dos intestinos de animais de sangue quente. Atualmente,
os CFs têm mais importância, pois nos CTs é mais comum serem
encontrados bactérias não-intestinais. Cabe destacar que os CTs
sempre suplantam os CFs.
Há ainda os estreptococos fecais (EF), que incluem uma grande
variedade de estreptococos e também são provenientes do intestino
humano e de outros animais. Esse parâmetro é importante quando
relacionado com os CF. Uma relação CF/EF que resulte em valores
altos (>4) indica uma contaminação predominantemente humana nos
esgotos.
A bactéria coliforme não transmite doenças por si só (não é
patogênica), mas caso tenha sido excretada por um indivíduo doente,
ela será acompanhada desses organismos capazes de trazer as
doenças de veiculação hídrica. A medida dos coliformes é dada por
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uma medida estatística de sua concentração, conhecida como "Número
Mais Provável" (NMP/mL ou NMP/100mL). O esgoto bruto contém
cerca de 109 NMP/100mL a 1010 NMP/100mL de CT e cerca de 108
NMP/100mL a 109 NMP/100mL de CT.
A utilização dos CF para indicar a poluição patogênica da água se dá
pela facilidade de sua obtenção frente aos demais índices de
contaminação e sua relação direta com a presença de excretas de
animais de sangue quente.
Por fim, ainda com relação à qualidade da água, destacamos que as
indústrias devem realizar um tratamento prévio de seus efluentes que
apresentem as seguintes características:
•
Sejam nocivos à saúde ou prejudiciais à segurança dos trabalhos
da rede;
•
Interfiram em qualquer sistema de tratamento de esgoto;
•
Obstruam tubulações e equipamentos;
•
Sejam nocivos às tubulações;
•
Apresentem temperatura superior a 45°C.
Como vimos acima, a assertiva está correta.
Resposta: C
02. (MPU/2004/ESAF) É incorreto afirmar que as bactérias do
grupo
coliforme
foram
escolhidas
como
indicador
de
contaminação fecal pelo fato de que elas
a) apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas.
b) não se apresentam em grande número nas fezes de animais
de sangue frio.
c) apresentam resistência na água aproximadamente similar à
maioria das bactérias patogênicas intestinais.
d) não se apresentam nas fezes de animais de sangue quente e
sua presença na água, então, é devida a fezes exclusivamente
humanas.
e) podem ter sua presença detectada e medida por meio de
técnicas laboratoriais fáceis e de baixo custo.
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Trouxemos novamente o enunciado da questão para levantar a
importância de se determinar exatamente o que ele pede. Nesse caso
é a opção INCORRETA.
a) apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas.
Como apresentado acima, bactérias do grupo coliforme se apresentam
nas fezes de animais de sangue quente, entre eles os humanos. Por
esse motivo, o item está correto.
b) não se apresentam em grande número nas fezes de animais
de sangue frio.
Como afirmado acima, assertiva correta, pois se apresentam em
animais de sangue quente.
c) apresentam resistência na água aproximadamente similar à
maioria das bactérias patogênicas intestinais.
Conforme apresentado acima, durante a revisão teórica, essa opção
está correta.
d) não se apresentam nas fezes de animais de sangue quente e
sua presença na água, então, é devida a fezes exclusivamente
humanas.
Conforme vimos acima, essa assertiva traz dois erros. Na primeira
frase há um dos erros, pois as bactérias do grupo coliforme se
apresentam nas fezes de animais de sangue quente, por isso não é
exclusiva de fezes humanas, segundo erro da assertiva, na última
frase.
Como o enunciado pediu a opção incorreta, este é o gabarito da
questão.
e) podem ter sua presença detectada e medida por meio de
técnicas laboratoriais fáceis e de baixo custo.
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A opção está realmente correta, pois as técnicas laboratoriais para a
detecção e medida das bactérias do grupo coliforme são relativamente
fáceis e de baixo custo quando comparadas a outros exames
laboratoriais.
Resposta: D
03. (SESPA/2004/CESPE) As bactérias do grupo coliforme
foram escolhidas como indicadores de contaminação fecal
porque são patogênicas quando presentes na água ingerida.
Como vimos acima, elas são usadas como
sanitária da água, e não representam por
saúde, servindo antes como indicadores
organismos causadores de problemas para a
indicadores da qualidade
si só um perigo para a
da presença de outros
saúde.
Resposta: E
04. (MPOG/2008) Para o dimensionamento das redes coletoras
de esgoto são necessários dados referentes a vazão máxima de
final de plano e a vazão máxima horária de um dia qualquer no
início de plano.
Para responder à questão acima, faremos uma breve revisão teórica
sobre o assunto.
Considera-se que os esgotos têm origem em três fontes principais:
Vazão doméstica - São os esgotos produzidos nos domicílios,
comércio e atividades institucionais (órgãos públicos, concessionárias
de serviços públicos etc.). A vazão média é calculada em função da
multiplicação de três parcelas: (i) consumo per capita ; (ii) população
no horizonte de projeto e por (iii) um "coeficiente de retorno", situado
por volta de 80%. Ou seja, a cada 100L (litros) de água disponível
para consumo (demanda da população), são efetivamente consumidos
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20L e gerados 80L de esgotos (águas usadas), os quais "retornam"
para a natureza (na forma líquida).
Vazão de infiltração - É a água que entra no sistema de esgotos
indevidamente (por meio das juntas, pelas próprias paredes e através
das estruturas dos poços de visita, tubos de inspeção e limpeza,
terminal de limpeza, caixas de passagem, estações elevatórias etc.),
tendo em vista que a pressão dentro da tubulação de esgoto é igual à
atmosférica, tendo em vista que boa parte do tempo a seção
transversal não é totalmente preenchida (ao contrário da tubulação de
água, com pressão usualmente maior que a atmosférica).
A vazão infiltrada deve ser contabilizada e depende de vários fatores:
tipo de tubo, de junta, extensão da rede, área servida, tipo de solo,
profundidade do lençol e densidade populacional. A taxa de infiltração
será expressa em termos de vazão (litros por segundo, L/s) por
extensão da rede coletora ou área servida (em km), deve ser
justificada no projeto e depende de condições locais tais como: (i)
nível de água do lençol freático, (ii) natureza do subsolo, (iii)
qualidade da execução da rede, (iv) material da tubulação e (v) tipo
de junta utilizado. Valores médios usualmente utilizados na prática
têm sido da ordem L/s.km).
Vazão industrial - É a vazão de esgotos produzida, a qual depende
do porte da indústria, do tipo de processo, da existência do prétratamento etc. A quantidade e também a qualidade dos efluentes
industriais a serem despejados na rede devem ser controladas. Com
relação à quantidade, a vazão máxima lançada pelo estabelecimento
industrial não pode ser superior a 1,5 vezes à vazão média diária.
Caso isso não ocorra, o estabelecimento industrial deve instalar um
"tanque de regularização de vazão". Na falta de dados, a fim de se
estimar a produção de esgotos em futuras áreas industriais, pode-se
considerar as seguintes taxas de produção de esgoto: 1,15 L/s.ha
(litros por segundo para cada hectare) a 2,30 L/s.ha, para indústrias
que utilizam água em seus processos industriais. Para aquelas que não
utilizam, pode-se estimar a produção de esgotos em 0,35 L/s.ha.
Para o dimensionamento das redes coletoras de esgotos consideramse dois momentos distintos: início de plano e final de plano.
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Em qualquer desses momentos o esgoto sanitário pode ser
quantificado, em um determinado ponto da rede coletora, de acordo
com a seguinte expressão:
Q = Qd + Qinf. + Qc
Onde
Q - vazão de esgoto sanitário (L/s);
Qd - vazão doméstica (L/s);
Qinf. - vazão de infiltração(L/s); e
Qc - vazão concentrada, singular ou industrial (L/s).
Especificamente em relação à vazão doméstica, ela representa os
esgotos produzidos nos domicílios, comércio e atividades institucionais
(órgãos públicos, concessionárias de serviços públicos etc.). A vazão
média é calculada em função da multiplicação de três parcelas: (i)
consumo per capita; (ii) população no horizonte de projeto e (iii) um
"coeficiente de retorno", situado por volta de 80%.
Assim, para o cálculo dessa vazão, é necessário que conheçamos o
consumo de água tratada e suas variações diárias e horárias. Para
isso, são utilizados os coeficientes k1 e k2.
K1 é denominado coeficiente do dia de maior consumo e pode ser
obtido mediante a divisão entre o maior consumo diário e a vazão
média anual. Valor usual é igual a 1,2.
K2 denomina-se coeficiente da hora de maior consumo e representa a
divisão entre a maior vazão horária registrada e a vazão média
observada no mesmo dia. Valor usual igual a 1,5.
No cálculo da vazão máxima dos sistemas de esgotos consideramos
esses coeficientes majoradores (k1 e k2) aplicados sobre a vazão
média e também utilizamos o coeficiente k3 redutor (coeficiente da
hora de menor consumo, ou seja, a mínima vazão horária - relação
entre a vazão mínima e a vazão média anual). Esse coeficiente é
utilizado para avaliação das velocidades mínimas no sistema, a fim de
se evitar a deposição de material ao longo da rede, cujo valor usual é
igual a 0,5 e é aplicado sobre a vazão média de esgoto (já com o
coeficiente de retorno aplicado).
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Resposta: C
05. (CGU/2008/ESAF) A concepção de um sistema de esgoto
engloba
todas
as
diretrizes,
parâmetros
e
definições
necessárias e suficientes para a caracterização completa do
sistema a projetar. Das partes que compõem um sistema de
esgoto, escolha a opção correta.
a) Sifão invertido destina-se à transposição de obstáculos pela
tubulação de esgoto, funcionando sob pressão.
b) As redes coletoras admitem traçados tipo distrital, leque e
horizontal, dependendo das condições topográficas do terreno.
c) Emissário é o tipo de canalização que recebe coletores ao
longo do seu comprimento, não recebendo ligações prediais
diretas.
d) Interceptor é o tipo de canalização que conduz os esgotos a
um
destino conveniente,
estação
de tratamento e/ou
lançamento, sem receber contribuição em marcha.
e) Estação elevatória é o conjunto de instalações destinado à
depuração dos esgotos, antes do seu tratamento.
Para responder à questão anterior, faremos uma breve revisão teórica
sobre os assuntos tratados nas opções disponíveis.
Coleta e Transporte de Esgotos
Alem Sobrinho e Tsutiya (2000) citam a seguinte distribuição do custo
de construção de um sistema de esgoto sanitário: redes coletoras
(75%), coletores tronco (10%), elevatórias (1%) e estações de
tratamento (14%).
A seguir, apresentaremos os três primeiros itens da lista acima. As
estações de tratamento serão objeto de aula posterior.
Sistema convencional
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Um sistema de esgotamento convencional é dotado das seguintes
unidades:
- canalizações (coletores, interceptores e emissários);
- órgãos complementares e acessórios;
- estações elevatórias;
- estações de tratamento;
- disposição final.
Figura - Sistema de Coleta e Transporte de esgotos
A Figura acima apresenta as partes de um sistema convencional de
esgotos. Essas unidades são descritas abaixo:
1 - Ramal predial: transportam os esgotos das edificações até a rede
pública de coleta;
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2 - Coletores de esgoto: recebem
transportando-os aos coletores tronco;
os esgotos
das
edificações,
3 - Coletor tronco: tubulação da rede que recebe os coletores de
esgoto. Não recebe aporte direto de edificações;
4 - Interceptor: correm nos fundos de vale margeando corpos d'água,
evitando que o esgoto aporte a esses corpos hídricos. Recebem
contribuições dos coletores tronco;
5 - Emissários: similares aos interceptores, porém não recebem
contribuição ao longo de seu trajeto (a "entrada" é apenas na ponta de
montante). Realizam o transporte do esgoto ao seu destino final
(corpo hídrico receptor ou Estação de Tratamento de Esgoto - ETE)
6 - Estação de tratamento de esgoto (ETE): conjunto de obras e
instalações destinadas a realizar a depuração do esgoto, ou seja, de
"remover" os poluentes dos esgotos;
7 - Disposição final: após seu tratamento ou somente transporte a
local adequado, o esgoto é lançado em algum corpo hídrico,
denominado corpo receptor (também são denominados "emissários" as
tubulações que transportam esses esgotos). Eventualmente, o esgoto
pode ser aplicado direto ao solo. Em ambos os casos, o esgoto passa a
ser depurado naturalmente, de acordo com a capacidade de
autodepuração do corpo receptor (hídrico ou solo) e a quantidade de
poluentes nele presente.
Durante o trajeto das águas residuárias,
componentes:
há ainda os seguintes
- Poços de visita: são câmaras que permitem a inspeção e limpeza da
rede coletora de esgotos. São divididos em poços de visita (PV),
propriamente dito, ou somente poços de inspeção (PI), onde não é
possível a visitação, por serem menores do que os PVs. Costumam ser
instalados no início da rede coletora e nas mudanças de declividade,
direção, diâmetro ou material de construção da rede. Também temos
as chamadas "caixas de passagem", que são câmaras sem acesso,
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localizadas em pontos singulares (ex.:
tubulação) por necessidade construtiva.
adiante.
mudança de direção da
Veremos mais sobre ela
- Sifão invertido: obra destinada à transposição de obstáculo imposto
ao traçado da rede coletora de esgoto, sem a instalação de estações
elevatórias. No sifão invertido há o rebaixamento para que a
canalização passe por baixo do obstáculo. Trabalha abaixo da linha
piezométrica, sob pressão;
- Estação elevatória: instalação hidráulica dotada de bombas para
transferir os esgotos de uma cota mais baixa para uma cota mais alta.
Utilizada quando as profundidades das tubulações apresentam-se
bastante elevadas (tubos muito fundos, exigindo grandes escavações),
devido à (i) baixa declividade do terreno e necessidade de fornecer
tração mínima para o escoamento do esgoto ou (ii) pela necessidade
de se transpor obstáculos / elevações.
- Linha de recalque: os primeiros trechos subseqüentes às estações
elevatórias. Encontram-se sob pressão. Esses trechos onde a
tubulação trabalha pressurizada (pressão interna superior à pressão
atmosférica) são intitulados de "linhas de recalque".
- Dispositivos Geradores de Descarga (DGD) e Tanques Fluxíveis:
tanques localizados nas cabeceiras da rede de esgotos, ou em pontos
intermediários da mesma, que liberam descargas de água algumas
vezes ao dia, promovendo a lavagem da rede coletora.
Passemos agora a abordar alguns aspectos técnicos relacionados com
o projeto e construção das canalizações de esgotos:
- Diâmetro de coletores: será calculado de acordo com as
contribuições. Entretanto, deve-se respeitar um diâmetro mínimo de
100mm.
- Profundidade mínima: Visando manter um nível que possibilite o
esgotamento de todos os compartimentos sanitários e assegurar
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proteção contra cargas externas, deve-se prever uma profundidade
mínima para a rede. O valor recomendado é de, no mínimo, 1,0m.
- Profundidade máxima: Quando o terreno tiver baixa declividade, for
horizontal ou mesmo seguir sentido inverso ao da tubulação, a
escavação para assentamento das tubulações pode atingir altas
profundidades. Há alguns inconvenientes nisso, tais como: (i) maior
efeito de carga permanente, (ii) ligações com coletores mais onerosas,
e (iii) aumento do custo de construção. Por isso, recomendam-se
profundidades máximas de 4,0 a 4,5m. Caso, esses limites sejam
ultrapassados, adotam-se estações elevatórias.
- Localização dos coletores: Os coletores deve ser assentados, de
preferência, no lado mais baixo da rua. Para vias públicas com largura
superior a 18 ou 20m devem ser previstos coletores dos dois lados.
Voltando à questão, analisaremos cada uma das opções da mesma.
Lembremos que ela pede a opção CORRETA.
a) Sifão invertido destina-se à transposição de obstáculos pela
tubulação de esgoto, funcionando sob pressão.
Os coletores de esgotos são projetados para trabalharem com
escoamento livre, a profundidades economicamente viáveis e
suficientes para não serem afetados estruturalmente por esforços
externos e de modo a permitirem o esgotamento das descargas
procedentes das ligações prediais.
Diante da impossibilidade da travessia em linha reta da canalização
através de um obstáculo qualquer, o escoamento só teria continuidade
por meio de um bombeamento por sobre a seção de impedimento ou
por sob a mesma seção tendo em vista que a passagem através de
sifonamento
normal
torna-se
inviável
por
vários
motivos,
principalmente, hidráulicos. Essa canalização rebaixada, passando por
baixo do obstáculo a ser vencido, é denominada de sifão invertido
tendo em vista o perfil inverso desta ao de uma tubulação de
sifonamento normal. Portanto, por definição, em sistemas de esgotos,
sifões invertidos são canalizações rebaixadas, sob pressão, destinadas
a travessia sob obstáculos que impeçam a passagem da canalização
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em linha reta. Sua principal vantagem sobre instalações elevatórias é
que os mesmos não requerem equipamentos eletromecânicos, o que
implicaria em consumo contínuo de energia mecânica.
Assim, podemos afirmar que a assertiva está correta.
b) As redes coletoras admitem traçados tipo distrital, leque e
horizontal, dependendo das condições topográficas do terreno.
A escolha do tipo de traçado da rede coletora (longitudinal,
perpendicular,
em
leque,
radial,
distrital,
etc)
dependerá
principalmente da topografia do terreno (terreno plano, acidentado,
etc).
A Figura abaixo mostra traçados típicos de redes coletoras.
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Figura - Traçados típicos de redes coletoras
O
traçado
perpendicular
é
característico
de
cidades
com
desenvolvimento recente e com planos de expansão definidos. O em
leque é freqüente em cidades situadas em vales e de formação antiga.
O interceptor predomina em cidades costeiras e o zonal e o radial são
característicos das grandes cidades.
O erro da assertiva está no traçado horizontal, que não existe ainda
segundo os principais autores da área.
c) Emissário é o tipo de canalização que recebe coletores ao
longo do seu comprimento, não recebendo ligações prediais
diretas.
Conforme
apresentado
acima,
emissários
são
similares
aos
interceptores, porém não recebem contribuição ao longo de seu trajeto
(a "entrada" é apenas na ponta de montante). Realizam o transporte
do esgoto ao seu destino final (corpo hídrico receptor ou Estação de
Tratamento de Esgoto - ETE).
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d) Interceptor é o tipo de canalização que conduz os esgotos a
um
destino conveniente,
estação
de tratamento e/ou
lançamento, sem receber contribuição em marcha.
Conforme apresentado acima, interceptores correm nos fundos de vale
margeando corpos d'água, evitando que o esgoto aporte a esses
corpos hídricos e recebem contribuições dos coletores tronco.
A definição acima se refere a Emissário.
e) Estação elevatória é o conjunto de instalações destinado à
depuração dos esgotos, antes do seu tratamento.
Estação elevatória é a instalação hidráulica dotada de bombas para
transferir os esgotos de uma cota mais baixa para uma cota mais alta.
Não tem a função de depurar esgotos.
Resposta: A
06. (MPOG/2008/CESPE) O emprego de sifão invertido nas
obras de coleta e transporte de esgoto sanitário pressupõe que
a tubulação terá escoamento como conduto forçado.
Conforme apresentado na questão anterior, a assertiva está correta.
Resposta: C
07. (DETRAN/2008/CESPE) Interceptor é a tubulação de
esgotos sanitários construída para transportar os esgotos de
um ponto para outro sem receber contribuições ao longo do seu
caminhamento e para conduzir o efluente tratado da estação de
tratamento de esgotos até o seu destino final.
Essa definição apresentada é a do emissário.
Resposta: E
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08. (PRB/2007/CESPE) O emissário que funciona como
conduto livre recebe contribuição de esgoto nos poços de
visita.
O emissário recebe contribuição apenas no trecho de montante,
conduzindo a mesma vazão.
Resposta: E
09. (TCU/2005/CESPE) Para dimensionamento hidráulico de
interceptores,
considera-se
a
possibilidade
de
seu
funcionamento como conduto livre ou como conduto forçado.
Os coletores e interceptores são projetados para funcionar como
conduto livre (pressão atmosférica). Somente os sifões, linhas de
recalque e emissários submarinos funcionam como condutos forçados.
E como calculamos a capacidade dessas tubulações conduzirem água
(ou esgoto, nesse caso) em escoamento livre? Equação de Manning!
Para quem ainda não guardou essa informação vamos reproduzir
novamente a equação aqui:
Q - vazão (m 3 /s);
A - área (m 2 );
I - declividade do canal (m/m);
Rh - raio hidráulico (m), é calculado pela divisão da área pelo
perímetro do canal;
n - coeficiente de rugosidade de manning.
Mas nesse caso (esgotos) não consideraremos a tubulação cheia.
Devemos considerar a relação máxima entre profundidade e diâmetro
(Y/D) igual a 0,75. Ou seja, o conduto deve trabalhar alcançando, no
máximo, 75% da profundidade total.
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Como já comentado, o coeficiente de rugosidade será função do
material escolhido (valores usualmente tabelados na literatura
técnica). Os principais materiais utilizados em obras lineares são:
- redes coletoras e ligações prediais: PVC e cerâmica;
- coletores e interceptores: concreto, PEAD (polietileno
densidade), PRFV (Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro);
de
alta
- linhas de recalque: ferro fundido.
Resposta: E
10. (TCU/2005/CESPE) Para permitir o acesso de pessoas para
manutenção, tubo de inspeção e limpeza (TIL) e poço de
inspeção (PI) são empregados em substituição ao poço de
visita.
Devido à grande quantidade de sólidos orgânicos e minerais e pelo
fato de as tubulações da rede coletora terem de funcionar como
condutos livres, é preciso que tais tubos tenham dispositivos que
evitem ou minimizem entupimentos em pontos singulares (curvas,
pontos de afluência de tubulações, mudanças de declividade etc.).
Antigamente, o órgão acessório mais utilizado era o Poço de Visita
(PV). Trata-se de construção composta por uma chaminé de acesso na
parte superior e uma parte mais ampla na região inferior, chamada
"balão" (Figura abaixo). A Figura abaixo mostra também a
configuração recomendada no caso de diferenças maiores do que
0,50m entre os tubos afluente e efluente. Esse tubo anterior à
chegada no PV, denomina-se "tubo de queda" e evita o excesso de
respingos e a danificação do material do PV devido aos choques.
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Figura - Poço de visita
A distância máxima entre PVs é aquela que permite o alcance dos
equipamentos de limpeza, normalmente 100m. Os PVs são
obrigatórios nos seguintes casos:
• Reunião de coletores com mais de três entradas;
• Reunião de coletores com necessidade de tubo de queda;
• Nas extremidades de sifões invertidos e passagens forçadas;
• Profundidades maiores que 3m;
• Diâmetro de tubos a partir de 400mm.
Entretanto, devido ao alto custo de implantação dos PVs e a evolução
dos processos de limpeza das redes coletoras, exigindo cada vez
menos a presença de operadores no interior das tubulações, esses
órgãos acessórios têm sido substituídos por dispositivos mais simples e
econômicos, tais como terminal de limpeza (TL), caixa de passagem
(CP) e tubo de inspeção e limpeza (TIL).
O terminal de limpeza permite a instalação de equipamento de
limpeza, substituindo o PV no início dos coletores. A caixa de
passagem é uma câmara sem acesso, localizada em curvas e
mudanças de declividade, direção ou diâmetro.
O tubo de inspeção e limpeza é um dispositivo não visitável, que
permite a inspeção e limpeza com uso de equipamentos especiais. Não
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pode ser localizado na reunião de coletores com mais de duas
entradas. Desenho esquemático de TIL é apresentado a seguir.
Figura - Terminal de inspeção e limpeza
Voltando à questão, o tubo de inspeção e limpeza é um dispositivo não
visitável, que permite a inspeção e limpeza com uso de equipamentos
especiais. Não pode ser localizado na reunião de coletores com mais
de duas entradas.
Assim, a assertiva está incorreta.
Resposta: E
11. (MPOG/2008/Cargo 14/CESPE) Para se minimizar o volume
de poço de sucção em elevatória de esgoto dotada de sistema
de bomba de rotação variável operando em paralelo com
bomba de rotação constante, é recomendável que a capacidade
de vazão da última seja maior que a da primeira.
Poço de sucção é o compartimento destinado a receber e acumular os
esgotos durante um período de tempo.
A vazão de chegada sendo variável, não permite operação regular da
bomba, que recalca uma vazão razoavelmente constante. Mediante a
acumulação
temporária
dos
esgotos
no
poço
de
sucção
convenientemente dimensionado, é possível fazer que o bombeamento
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entre em funcionamento ou se desligue automaticamente, conforme o
nível do líquido atinja posições elevadas ou baixas no compartimento.
Nesse contexto, "a bomba de rotação constante deve possuir uma
capacidade de bombeamento inferior à da bomba de rotação variável,
de tal forma que a última não funcione na faixa de vazões inferiores à
vazão de recirculação." (Manual da CEDAE, 2006)
Resposta: E
12. (TCU/2005/CESPE) Em caso de elevatórias de poço seco, o
conjunto motobomba deve permanecer submerso.
Geralmente as estações elevatórias localizam-se nos pontos mais
baixos de uma bacia hidrográfica ou nas proximidades de rios,
córregos e represas. São utilizadas para elevar o esgoto, em função da
necessidade de se vencer obstáculos ou de diminuir a profundidade da
rede coletora em condições topográficas adversas (relevo muito
acidentado). Atingido o ponto de nível elevado, o esgoto volta a escoar
por gravidade. Ou seja, o uso desses equipamentos ocorre de forma
bastante pontual.
As estações elevatórias são classificadas de acordo com o tipo de
bomba instalada. A elevatória convencional utiliza bombas centrífugas.
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Figura - Estação elevatória
Estações elevatórias convencionais são divididas nos seguintes tipos:
poço seco e poço úmido.
Nas estações elevatórias de poço seco, o conjunto motor-bomba fica
não submerso. Nelas, o poço de sucção é separado da casa de
bombas.
Nas elevatórias de poço úmido, o conjunto motor-bomba é submerso.
Resposta: E
13. (TCU/2005/CESPE) No sistema separador absoluto, são
transportadas águas residuárias domésticas e industriais e
águas de infiltração.
Os sistemas de coleta de esgotos podem ser dos seguintes tipos:
• Sistema unitário ou combinado - as águas residuárias e
infiltração são veiculadas juntamente às águas pluviais;
de
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• Sistema separador absoluto - o esgoto sanitário é veiculado em um
sistema independente, denominado sistema de esgotamento sanitário.
As águas pluviais são coletadas e transportadas, por sua vez, em
sistema de drenagem pluvial, totalmente independente do sistema de
esgotamento sanitário.
• Sistema separador parcial - a parcela das águas de chuva
proveniente dos telhados e pátios das edificações é coletada e
transportada juntamente do esgoto sanitário predial. A parcela das
águas pluviais coletadas diretamente nas ruas é conduzida em
tubulações próprias de drenagem.
Voltando à questão, a assertiva afirma que são transportadas águas
residuárias domésticas e industriais e também águas de infiltração, o
que caracteriza um sistema separador absoluto.
Muitos alunos confundem a expressão "águas de infiltração", que são
águas presentes no subsolo que infiltram na tubulação ao longo de seu
comprimento, com águas pluviais.
Resposta: C
14.
(IEMA/2007/CESPE) O sistema de esgoto unitário
apresenta a desvantagem de recolher na mesma canalização os
lançamentos dos esgotos sanitários e as contribuições pluviais,
mas a vantagem de fornecer uma carga hidráulica controlada
para as estações de tratamento de esgoto.
Citam-se algumas vantagens do sistema separador absoluto sobre os
sistemas unitário e separador parcial:
• Menor custo de implantação, pelo fato de empregar tubos mais
baratos (industrializados e de menores diâmetros) e de exigir menores
escavações;
• Possibilita a execução por etapas. Isso porque as vazões de esgoto
variam com o aumento da população no horizonte de projeto. Portanto
você pode dividir a obra, executando apenas parte dela e deixando o
restante para anos vindouros. Já com a tubulação recebendo também
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águas pluviais, ela deve estar preparada para as vazões de projeto de
drenagem dessas águas.
• Reduz o custo do afastamento das águas pluviais, pelo fato de
poderem ser lançadas no corpo hídrico mais próximo, já que não
estarão contaminadas pelo esgoto doméstico;
• Não obriga a pavimentação das vias públicas;
• Redução da extensão das canalizações de grande diâmetro; e
• Não prejudica a depuração biológica dos esgotos sanitários.
Voltando à questão, o erro está em apontar como vantagem o fato do
sistema unitário "fornecer uma carga hidráulica controlada para as
estações de tratamento de esgoto".
Há dois erros associados a esta frase:
1 - O sistema unitário, por receber contribuições de esgoto sanitário e
pluviais, possui como característica uma grande amplitude de variação
da carga hidráulica na rede, pois quando chove, toda a água da chuva
vai para dentro da rede, aumentando muito a carga hidráulica, quando
há uma estiagem, a rede passa a transportar apenas o esgoto
sanitário e as águas de infiltração.
2 - Essa é uma das desvantagens deste tipo de sistema, não uma
vantagem, como colocado na questão, pois a grande maioria dos
sistemas de tratamento de esgotos devem trabalhar com uma carga
hidráulica próxima da constância.
Outra desvantagem desse tipo de sistema que pode ser cobrada em
provas é que o sistema da rede de esgoto unitário, por ocasião de
chuvas, carrega
muita areia para seu interior ocasionando
entupimentos em alguns trechos e transbordamentos em outros. Isso
faz com que seja necessária a manutenção da rede coletora.
Resposta: E
15. (ANTAQ/2009/CESPE) A quantidade de descarga de
partículas e contaminantes provenientes de galerias pluviais e
estações de esgoto é constante ao longo dos anos.
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Não é constante, já que, no caso dos esgotos, a população se altera
com o passar dos anos, a quantidade de indústrias da cidade, entre
outros fatores. E, no caso das galerias de águas pluviais, as alterações
no uso do solo com o desenvolvimento urbano da bacia implicam em
alterações na qualidade da água escoada.
Resposta: E
16.
(MPE-AM/2008/CESPE)
Nas
redes
coletoras
com
funcionamento hidráulico como conduto livre, deve-se prever
lâmina de água máxima como uma fração do diâmetro do tubo.
Com já vimos em respostas de questões anteriores, os coletores e
interceptores são projetados para funcionar como conduto livre
(pressão atmosférica). Somente os sifões, linhas de recalque e
emissários submarinos funcionam como condutos forçados.
A capacidade
Manning.
dessas
tubulações
conduzirem
água
Equação
de
Devemos considerar a relação máxima entre profundidade e diâmetro
(Y/D) igual a 0,75. Ou seja, o conduto deve trabalhar alcançando, no
máximo, 75% da profundidade total.
Resposta: C
17. (PRB/2007/CESPE) Tanques fluxíveis são instalados antes
de elevatórias e garantem o armazenamento de esgoto em
situações de emergência.
Sendo bastante direto, tanques fluxíveis são instalados a montante da
rede e em outros pontos estratégicos de forma a fornecer algumas
descargas durante o dia, de forma a promover a lavagem da rede.
Resposta: E
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18. (PMV/2008/CESPE) No sistema condominial, há uma única
fossa séptica para atender a todo o condomínio, o que significa
menor custo em comparação aos outros sistemas.
Para responder a esta questão, façamos uma revisão teórica sobre o
sistema condominial.
O "esgoto condominial", sistema destinado a um grupo de usuários
que compartilham serviços coletivos, foi desenvolvido em Pernambuco
e possibilitou a construção de serviços de saneamento em bairros
populares, impossíveis de serem atendidos pelo sistema tradicional. A
adoção de um sistema de esgotos condominiais requer um conjunto de
ações que possibilitem a mobilização, a educação, a organização e
participação da população, demandando, também, o envolvimento do
setor público, dos concessionários e da comunidade em novas formas
de gestão e manutenção dos equipamentos.
Partindo do princípio da adaptação da tecnologia às condições da
organização socioespacial da comunidade a ser servida, o "esgoto
condominial" adota um traçado de rede flexível, passando os canos de
coleta no fundo dos lotes, na frente das casas, nos becos ou vielas ou
combinando estas situações de acordo com as exigências do local, em
vez de localizá-los nas vias públicas como no sistema convencional.
O modelo físico do sistema condominial baseia-se numa configuração
cuja lógica pode ser entendida como se as quadras, na horizontal,
pudessem ser interpretadas como um prédio "deitado" (na horizontal).
0 modelo é composto por:
1 - Ramais condominiais: parte do sistema que será executada dentro
dos lotes (ou no interior de uma quadra), ficando os moradores
usuários responsáveis pela sua operação e conservação. Podem ser
dos seguintes tipos (Figura 10):
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- de passeio: quando o ramal condominial passa fora do lote, no
passeio em frente a este a aproximadamente 0,70m de distância do
muro;
- de fundo de lote: quando o ramal condominial passa por dentro
do lote, no fundo deste. Esta é a alternativa de menor custo, pois
desta maneira é possível esgotar todas as faces de um conjunto com o
mesmo ramal;
- de jardim: quando o ramal condominial passar dentro do lote,
porém na frente do mesmo.
2 - Rede básica: compreende a parte do sistema que reunirá as
contribuições de todos os condomínios, tendo como responsável o
agente promotor (município ou órgão de saneamento local). Como
continua a concepção coletiva, qualquer custo adicional advindo de
soluções mais onerosas deve ser suportado pelos beneficiários.
3 - Tratamento: também nessa concepção, obviamente, devem ser
adotadas soluções de tratamento. Assim, não se pensa em sistema
condominial
sem
essa
parcela,
devendo
ser
executada
concomitantemente às outras unidades do sistema. Portanto, não se
admite seu adiamento. Na realidade, o tratamento é realizado numa
concepção de microssistemas descentralizados, no qual a cada
microssistema corresponde uma estação para tratamento dos esgotos,
que pode ser o tanque séptico com filtro anaeróbio, por exemplo.
Aprofundaremos a discussão sobre sistemas de tratamento em aula
posterior deste curso.
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Figura - Ramais Condominiais
A forma de disposição da rede permite adequação à topografia do
terreno e o assentamento superficial da tubulação, com o mínimo de
recobrimento do terreno (0,30 a 0,40m), diferentemente da tubulação
localizada nas vias públicas, as quais requerem profundidades médias
de 1,20m ou 1,50m para suportar o peso do trânsito de veículos.
Assim, pode-se reduzir até 65% dos custos em relação ao sistema
convencional.
A junção entre as instalações domiciliares e a rede coletora,
normalmente localizada nos quintais, é feita por meio de uma caixa de
inspeção. As caixas permitem o acesso aos tubos para limpeza e
manutenção do sistema.
Voltando à questão, o sistema de rede condominial pode ser associado
a unidades descentralizadas de tratamento.
Resposta: E
19. (SESPA/PA/CESPE) O sistema condominial de esgotos, em
que se formam associações de moradores como unidade de
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esgotamento, deve ser levado em conta no estudo de
concepção, pelo seu baixo custo de operação e manutenção.
Na concepção do projeto, deve ser considerada a hipótese do sistema
condominial, pois é de menor custo.
Resposta: C
20. (DESO/2004/CESPE) Na concepção original de um sistema
condominial de esgotos, o traçado final do ramal condominial
deve ser decidido em reunião com os moradores.
Como vimos em resposta a questão anterior, o aspecto democrático é
uma das principais características do sistema condominial.
Resposta: C
21.
(SAAE/2003/CESPE)
No
sistema
condominial
de
esgotamento sanitário, a rede coletora básica ou pública passa
próxima ao quarteirão ou unidade equivalente definida como
condomínio, ao contrário do sistema convencional, que
circunda todo o quarteirão.
Conforme vimos em resposta a questão anterior, a afirmação está
correta, sendo este um dos fatores que diminuem o custo desta
solução.
Resposta: C
22. (SAAE/2003/CESPE) O recobrimento mínimo exigido para a
rede coletora no sistema condominial de esgotamento sanitário
é menor que o recobrimento mínimo exigido para a rede
coletora no caso de sistema convencional de esgotos.
O fato de se evitar passar os condutos pela rua permite que os
recobrimentos mínimos sejam reduzidos. Outro fator de redução de
custos
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Resposta: C
QUESTÕES RESOLVIDAS NA AULA
01. (EMBASA/2009) O valor da demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) é utilizado para avaliar a quantidade de
oxigênio necessária
para degradar a matéria orgânica
biodegradável nas estações de tratamento de esgoto.
02. (MPU/2004/ESAF) É incorreto afirmar que as bactérias do
grupo
coliforme
foram
escolhidas
como
indicador
de
contaminação fecal pelo fato de que elas
a) apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas.
b) não se apresentam em grande número nas fezes de animais
de sangue frio.
c) apresentam resistência na água aproximadamente similar à
maioria das bactérias patogênicas intestinais.
d) não se apresentam nas fezes de animais de sangue quente e
sua presença na água, então, é devida a fezes exclusivamente
humanas.
e) podem ter sua presença detectada e medida por meio de
técnicas laboratoriais fáceis e de baixo custo.
03. (SESPA/2004/CESPE) As bactérias do grupo coliforme
foram escolhidas como indicadores de contaminação fecal
porque são patogênicas quando presentes na água ingerida.
04. (MPOG/2008/Cargo 14/CESPE) Para o dimensionamento
das redes coletoras de esgoto são necessários dados referentes
a vazão máxima de final de plano e a vazão máxima horária de
um dia qualquer no início de plano.
05. (CGU/2008/ESAF) A concepção de um sistema de esgoto
engloba
todas
as
diretrizes,
parâmetros
e
definições
necessárias e suficientes para a caracterização completa do
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sistema a projetar. Das partes que compõem um sistema de
esgoto, escolha a opção correta.
a) Sifão invertido destina-se à transposição de obstáculos pela
tubulação de esgoto, funcionando sob pressão.
b) As redes coletoras admitem traçados tipo distrital, leque e
horizontal, dependendo das condições topográficas do terreno.
c) Emissário é o tipo de canalização que recebe coletores ao
longo do seu comprimento, não recebendo ligações prediais
diretas.
d) Interceptor é o tipo de canalização que conduz os esgotos a
um
destino conveniente,
estação
de tratamento e/ou
lançamento, sem receber contribuição em marcha.
e) Estação elevatória é o conjunto de instalações destinado à
depuração dos esgotos, antes do seu tratamento.
06. (MPOG/2008/CESPE) O emprego de sifão invertido nas
obras de coleta e transporte de esgoto sanitário pressupõe que
a tubulação terá escoamento como conduto forçado.
07. (DETRAN/2008/CESPE) Interceptor é a tubulação de
esgotos sanitários construída para transportar os esgotos de
um ponto para outro sem receber contribuições ao longo do seu
caminhamento e para conduzir o efluente tratado da estação de
tratamento de esgotos até o seu destino final.
08. (PRB/2007/CESPE) O emissário que funciona como
conduto livre recebe contribuição de esgoto nos poços de
visita.
09. (TCU/2005/CESPE) Para dimensionamento hidráulico de
interceptores,
considera-se
a
possibilidade
de
seu
funcionamento como conduto livre ou como conduto forçado.
10. (TCU/2005/CESPE) Para permitir o acesso de pessoas para
manutenção, tubo de inspeção e limpeza (TIL) e poço de
inspeção (PI) são empregados em substituição ao poço de
visita.
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11. (MPOG/2008/Cargo 14/CESPE) Para se minimizar o volume
de poço de sucção em elevatória de esgoto dotada de sistema
de bomba de rotação variável operando em paralelo com
bomba de rotação constante, é recomendável que a capacidade
de vazão da última seja maior que a da primeira.
12. (TCU/2005/CESPE) Em caso de elevatórias de poço seco, o
conjunto motobomba deve permanecer submerso.
13. (TCU/2005/CESPE) No sistema separador absoluto, são
transportadas águas residuárias domésticas e industriais e
águas de infiltração.
14. (IEMA/2007/CESPE) O sistema de esgoto unitário
apresenta a desvantagem de recolher na mesma canalização os
lançamentos dos esgotos sanitários e as contribuições pluviais,
mas a vantagem de fornecer uma carga hidráulica controlada
para as estações de tratamento de esgoto.
15. (ANTAQ/2009/CESPE) A quantidade de descarga de
partículas e contaminantes provenientes de galerias pluviais e
estações de esgoto é constante ao longo dos anos.
16.
(MPE-AM/2008/CESPE)
Nas
redes
coletoras
com
funcionamento hidráulico como conduto livre, deve-se prever
lâmina de água máxima como uma fração do diâmetro do tubo.
17. (PRB/2007/CESPE) Tanques fluxíveis são instalados antes
de elevatórias e garantem o armazenamento de esgoto em
situações de emergência.
18. (PMV/2008/CESPE) No sistema condominial, há uma única
fossa séptica para atender a todo o condomínio, o que significa
menor custo em comparação aos outros sistemas.
19. (SESPA/PA/CESPE) O sistema condominial de esgotos, em
que se formam associações de moradores como unidade de
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esgotamento, deve ser levado em conta no estudo de
concepção, pelo seu baixo custo de operação e manutenção.
20. (DESO/2004/CESPE) Na concepção original de um sistema
condominial de esgotos, o traçado final do ramal condominial
deve ser decidido em reunião com os moradores.
21.
(SAAE/2003/CESPE)
No
sistema
condominial
de
esgotamento sanitário, a rede coletora básica ou pública passa
próxima ao quarteirão ou unidade equivalente definida como
condomínio, ao contrário do sistema convencional, que
circunda todo o quarteirão.
22. (SAAE/2003/CESPE) O recobrimento mínimo exigido para a
rede coletora no sistema condominial de esgotamento sanitário
é menor que o recobrimento mínimo exigido para a rede
coletora no caso de sistema convencional de esgotos.
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES RESOLVIDAS NA AULA
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
C
D
E
C
A
C
E
E
E
E
E
E
C
E
E
C
35
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17.
18.
19.
20.
21.
22.
E
E
C
C
C
C
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS:
Bevilacqua, Nelson. XIX Encontro Técnico AESABESP - Materiais de
Tubulações Utilizadas na Coleta e Transporte de Esgotos. Agosto de
2008.
Chernicaro, Carlos A. L. Notas de aula - Slides para TIM 1. DESA UFMG. Belo Horizonte, 2007
Coleta e transporte de esgoto sanitário, Sobrinho e Tsutiya,
Departamento de engenharia hidráulica e sanitária da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, 1a edição, 1999, capítulo 3
Dias, Frederico; Di Bello, Rafael. Auditoria de Obras hídricas - Apostila
de apoio para curso preparatório. Brasília, 2009
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