A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Fisiologia da Alma A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Índice 1 – Introdução Iº Parte – Os Corpos do Homem 2 - Deus 3 – O Homem e a Dualidade 4 – O Corpo Físico 5 – O Duplo Etérico Função Tela Etérica Flora Microbiana Espiritual 6 – Energia Vital ou “Sopro da Vida” 7 – Corpo Astral e Corpo Mental 8 – O Corpo Astral Função Células-Tronco e Transplantes 9 – O Corpo Mental - Corpo Causal 10 – A Aura Humana IIº Parte – O Homem e suas Relações com o Universo 11 – Centros de Forças ou Chakras – Linhas de Energias ou Nadis Ida – Pingala – Shushuma Chakras 12 – A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito 13 – Evolução em Dois Mundos – Uma Contribuição para o Estudo do Desenvolvimento Psiconeurológico 14 – As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos 15 – A Gênese dos Diferentes Corpos – do Espírito à Matéria A Criação do Espírito Planos de Evolução A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Mônada na Matéria Allan Kardec e a Evolução dos Espíritos a partir dos Reinos Inferiores Proposta do Átomo Ultérrimo 16 – A Encarnação “Descida” do Espírito à Matéria Da Alma ao Corpo Físico A Energia Divina Padrão Vibratório x Evolução Lei de Causa e Efeito, uma Lei Justa e Perfeita. 17 – Doenças – Visão Transcendente Heranças Vibratórias Doenças do Corpo Etérico Doenças do Corpo Astral Doenças do Corpo Mental Doenças Cármicas. IIIº Parte – O Homem Bioenergético 18 – Do Espírito à Matéria O Sistema Nervoso O Corpo Mental e suas Divisões Reinos Elementais Formas-Pensamento Glândula Pineal, ou Epífise, e Hipófise, ou Pituitária. 19 – Processo Reencarnatório pela Visão Espiritual Vias Reencarnatórias A Escolha dos Genitores Período Pré-Fecundação A Fecundação A Evolução da Gestação O Nascimento Uma Gestação Rejeitada. 20 – A Morte A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Processo de Restituição Processo de Eliminação Processo de Absorção Estado de Coma. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Introdução Poderão perguntar a finalidade deste estudo? Bem, entendemos que o Homem é essencialmente um livre pensador e, a partir daí, todo pensamento nos é permitido. Adepto que somos da proposta da sobrevivência da alma e da reencarnação como instrumento de evolução, satisfizemos, há muito tempo, os anseios de nossa alma nos princípios codificados pelo insigne mestre lionês Allan Kardec. E foi no exercício dessa Doutrina que tivemos a oportunidade de conviver com autênticos arautos da Boa Nova, que nos iniciaram na arte do conhecimento e prática verdadeiramente cristã desses princípios, princípios estes que se tornaram a bússola de nossa vida. Por outro lado, foi na Medicina que alcançamos a oportunidade profissional e quis o destino que fossemos agraciados com o convívio de dignos pesquisadores que nos iniciaram nos caminhos da ciência humana, permitindo-nos galgar alguns degraus na graduação acadêmica. Kardec nos apresentou o Espírito e a Medicina a Matéria. Enquanto individualidade, não conhecemos conflitos em conviver com estas duas realidades aparentemente opostas. Mas, para o raciocínio ocidental de pesquisadores sinceros e autênticos, estruturado em rígidos protocolos científicos, ainda que propuséssemos uma modalidade diferente de pesquisa, não alcançávamos consistência suficiente nos argumentos que apresentávamos para motivá-los. O Espírito, substrato fundamental e antítese da Matéria, não permitia a reprodutividade que a ciência solicitava. Optamos por esperar e coube ao Tempo, o artífice do amadurecimento, apresentar novas alternativas. Com o correr dos anos, práticas terapêuticas até então questionáveis tornaram-se especialidades médicas reconhecidas, como a Homeopatia e a Acupuntura. A globalização apresentou ao Ocidente a Medicina Tradicional Chinesa com seus conceitos do Homem Bioenergético, além de complementar a Acupuntura em novos conceitos de manipulação de energias; trouxe, também, a Fitoterapia, o uso de ervas medicinais, além de outras propostas terapêuticas de prática milenar oriental, até então pouco conhecidas neste lado do mundo. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Ciência ocidental começa a pesquisar diferentes tipos de energia em graus nunca antes imagináveis, e já começa a aceitar a possibilidade de outras dimensões vibratórias além da física. Abriu-se, a partir daí, ainda que forma incipiente, novos campos de pesquisas com novos e ousados conceitos. A presença de uma energia, além da constituição física do homem começou a germinar no raciocínio ocidental, e a idéia da dualidade começou a ser aceita de uma forma mais racional. Por essa razão a Dualidade é o objetivo deste ensaio, e ele é destinado aos verdadeiros pesquisadores da Verdade para os quais o pensamento é livre e o desejo de saber uma constância. Destinamo-lo àqueles para quem o Conhecimento não tem limites definidos e a sua “conquista” é uma busca perene. Entendemos, portanto, oportuno apresentá-lo, buscando demonstrar que os conceitos racionais, ou exotéricos, do Ocidente podem perfeitamente conviver com os conceitos esotéricos do Oriente, uma vez que seus princípios são os mesmos, ainda que de aparentes posições opostas. Com isso, pretende-se evidenciar que a dualidade Espírito e Matéria podem se tornar o objeto de novas pesquisas, com novos protocolos que satisfaçam as exigências da Ciência. Há que se levar em conta que na Ciência Esotérica, ou Oriental, os conceitos Espírito e Matéria são objetos da análise e pesquisa há milênios com uma riqueza de informações ainda de difícil digestão. É de se esperar, conseqüentemente, que nesse campo tenhamos muito mais a receber do que a oferecer. A Ciência Ocidental desenvolveu mais acentuadamente o uso do Hemisfério Cerebral Esquerdo, o hemisfério ligado ao conhecimento verbal e ao raciocínio lógicoformal. Na Oriental, por sua vez, predominou o uso do Hemisfério Cerebral Direito, vinculado à Intuição, à criatividade, à musicalidade, à habilidade manual e à orientação espacial, o que lhe permitiu a intuição e identificação com o objeto em estudo. Podemos, em contrapartida, orientá-los no exercício da razão, aspecto que aprendemos a desenvolver intensamente no estudo da Matéria. Enquanto o Ocidente dedicou-se ao estudo do corpo, o Oriente dedicou-se ao da alma e acreditamos que a ligação, a ponte entre ambos, já possui substratos suficientes para ser edificada. Acreditamos também que, quando esta dualidade e sua inter-relação for o objeto das pesquisas para a saúde do Homem, quando a Fisiologia do Espírito for devidamente estudada e compreendida, a humanidade entrará em uma nova era na arte de curar. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Este é a nossa proposta. Sugerir alternativas para novos estudos e motivar pesquisadores idôneos a cruzar o abismo existente entre os opostos. Com certeza deverse-á buscar o desenvolvimento de novos métodos e instrumentos de pesquisa, renovando e ampliando conceitos e redefinindo terapêuticas. O Homem inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela o permite. Mas qual é o limite deste Conhecimento? Quem pode defini-lo? Aprendemos que a Ciência busca a Verdade e é livre, tal qual o pensamento filosófico; ela não privilegia e tão pouco é estática. A verdade conceitual de hoje pode não o ser amanhã, cabendo a nós estuda-la e desvenda-la até alcançarmos a sua origem; conceitos científicos serão mutáveis até alcançarmos “a causa primária de todas as coisas”. Para tanto, como em qualquer pesquisa, temos que definir uma proposta, um projeto e buscar demonstrar, ou não, sua veracidade. A nossa proposição é o Homem Bioenergético, a composição de seus corpos e suas inter-relações. A Fisiologia da Alma. Não pretendemos inovar, mas sim compilar e interligar informações. Não apontamos erros, mas buscamos demonstrar a similaridade de informações entre diferentes formas de se pensar que aparentemente se contrapõem. Buscamos demonstrar que conceitos de diferentes origens expressam a mesma verdade ou, pelo menos uma parte dela. Não defendemos idéias, apenas as apresentamos; não lutamos para defender posições, mas apenas as confrontamos. Temos consciência de que somos responsáveis por aquilo que escrevemos. O que aqui será exposto é resultado de nosso próprio estudo. Cabe a todos, pesquisadores ou não, usar seu próprio intelecto, seu próprio julgamento, sua própria consciência na ponderação de cada asserção que fizermos. O painel de investigação está aberto a todos e não devemos tomá-las como realidades prontas. Se o que aqui for proposto é a expressão da Verdade, somente o tempo o dirá, pois, o campo de pesquisa na esfera do Espírito, das energias, estende-se ao infinito. Caberá aos pesquisadores do futuro demonstrar sua veracidade e com certeza desenvolvê-la, ou não. Concluímos plagiando o ensinamento de antiga parábola, onde pequeno beijaflor, diante do violento incêndio que assolava sua floresta, voava repetidamente ao rio e jogava o conteúdo de seu pequeno bico no fogo enquanto os outros animais fugiam; ao A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto ser inquirido se acreditava realmente estar dominando o fogo, satisfez-se em responder: Isto não importa! Pelo menos estou fazendo a minha parte. Cada ser busca a “água” que sacia sua sede. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Ia Parte – Os Corpos do Homem Deus Inicialmente faz-se necessário definir conceitos, conceitos estes que servirão de “ponto de partida” para o estudo que se objetiva. A aceitação da existência de Deus, ou Consciência Cósmica, ou Grande Arquiteto do Universo, ou outra qualquer denominação que se deseje dar, é uma premissa básica sem a qual a Dualidade não tem razão em existir. A negação de qualquer outro viés além da matéria impossibilita toda e qualquer proposta de estudo que se afaste do materialismo. Por outro lado, não é pretensão do presente ensaio fundamentar-se em ilações filosóficas que só encontram eco em mentes predispostas a tanto. É-nos possível, no entanto, com um raciocínio científico, demonstrar a possibilidade de Sua existência, ainda que se respeitem opiniões contrárias. Em um axioma muito aplicado à Ciência, afirma-se que “não há efeito sem causa, e todo efeito inteligente tem uma causa inteligente”. Partindo-se deste raciocínio e com todo o conhecimento adquirido até os dias de hoje nas diferentes modalidades de pesquisa, perguntar-se-á sobre a origem do Homem? Será ele um produto final de uma série de processos biológicos naturais efetivados no correr dos milênios? Se a resposta for “sim”, estamos aceitando que o Homem é um produto final de inteligentes processos da Natureza. Se o corpo humano, essa máquina maravilhosa auto-suficiente com milhares de processos metabólico-fisiológicos e sistemas auto-suficientes, com uma fantástica rede neuro-cerebral que o permite raciocinar e se relacionar com seu meio ambiente, é mero produto final do “laboratório” da Natureza, quem a capacitou a esses processos? E o raciocínio, a Razão? Será apenas um produto final de reações eletroquímicas ocorridas entre as sinapses de alguma área do córtex cerebral? E qual o processo da Natureza que despertou no Homem o uso da Razão, diferenciando-o de seus irmãos animais? E o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, a dor de uma saudade, enfim, serão também os sentimentos meros processos eletro-químicos? A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Pode-se listar um número sem fim de questões similares e, extrapolando ao Homem, estendê-las ao nosso planeta, ao sistema solar, ao universo em si, sem alcançarmos as necessárias respostas. Talvez, por não encontrá-las de forma que nos satisfaça, mais fácil seja responsabilizar o “acaso”. Mas, em contrapartida, em nosso cérebro, apesar da frustrante ausência do “saber” no Hemisfério Cerebral Esquerdo, na consciência, no fundo de cada ser, no seu Hemisfério Cerebral Direito fala uma intuição: Deus! Mas... Deus existe? Como provar Sua existência? Como racionalizar esta intuição? “Utilizando-se do axioma acima citado: pelos efeitos de Sua inteligência”. “Se Deus, a causa primária de todas as coisas não existe, ter-se-ia de acreditar que o “nada” pôde fazer alguma coisa. Que homem de bom senso pode considerar o “acaso” como um ser inteligente?” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Livro I – Capitulo I – Questões nº. 4 e 8) Se não existe como “materializar” Sua existência, também não se pode negá-Lo; pode-se, no entanto, senti-Lo, tal como se faz com muitos gases e elementos existentes em nosso meio: pelos Seus efeitos. E quais os efeitos de Sua ação? O Homem, a Natureza, o Universo. O macro e o microcosmo. Senão vejamos: com os avanços tecnológicos já alcançados e pelo raciocínio das correlações, podemos deduzir a existência de uma Inteligência Superior com o axioma dos efeitos inteligentes. É, sem dúvida, o Sistema Solar do qual participamos, uma espetacular expressão da “Natureza”, e é nele que buscaremos demonstrar nosso raciocínio. Ao examinarmos, por exemplo, uma foto do planeta Terra obtida por uma nave que a Astronáutica moderna concebeu, tirada a uma distância de algumas centenas de quilômetros, poder-se-á distinguir perfeitamente os diferentes continentes e oceanos. Sabe-se que milhões de seres humanos estão dispersos pelo seu solo; no entanto, não é possível vê-los, tampouco suas grandes cidades e edifícios. A certa distância, o homem é imperceptível em seu próprio mundo. Qualquer ser em uma nave, que cruzasse o espaço pela primeira vez e nos observasse a esta distância, utilizando-se apenas de sua capacidade visual, poderia afirmar, com relativa segurança, não existir vida inteligente sobre a face da Terra. Porém, se esta mesma nave permanecesse na órbita terrestre por A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto determinado período, logo no primeiro giro do planeta teria elementos para alterar suas conclusões. A presença desta vida seria registrada pela iluminação que suas cidades exibiriam na escuridão da noite. Apenas seres dotados de certo grau de inteligência podem gerar iluminação artificial que se expresse no período noturno. É um efeito inteligente do Homem pelo qual, ainda que não visível, demonstra sua presença sobre o solo. Com o mesmo raciocínio, com a analogia das correlações, comparemos agora as dimensões dos diferentes planetas que compõem o Sistema Solar e observemos as diferentes proporções existentes entre eles. Estas medidas e proporções são possíveis graças aos avanços da tecnologia espacial, com os instrumentos e naves criadas pelo Homem, além da física e matemática avançadas. Do menor planeta – Plutão - ao gigantesco Júpiter, todos gravitam em torno do Sol em perfeita harmonia e equilíbrio há milhares de anos. Existem leis naturais no Universo que são obedecidas por todos os planetas e estrelas, seja no Sistema Solar, na Galáxia em que se situa, ou nas demais que compõem o Universo. Que fantástica Inteligência definiu estas Leis e coordenou a formação destes diferentes mundos? Observemos agora a dimensão da Terra em proporção à dimensão do Sol, Astro-Rei que sustenta toda a vida existente em nosso planeta e de todo o sistema onde ele se situa. A Terra é praticamente um grão de areia diante do grande astro solar. Vale recordar que o Homem em seu mundo já não era visível há algumas centenas de quilômetros, tal qual um microrganismo no corpo humano. Como considerá-lo agora nestas proporções? E o tamanho do Sol, em relação a algumas estrelas estudadas pela Astronomia? Nesta proporção, em relação a elas agora a Terra corresponde ao tamanho de vírus existente no corpo humano. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Poderíamos estender este raciocínio de proporções à nossa Galáxia, e ela a outras maiores, e assim até ao infinito. Não tratamos aqui de ficção, ou de projeções imaginárias. Estes dados são cientificamente provados, adquiridos pelo progresso atual, efeitos da inteligência humana. Impossível aceitar a harmonia universal como obra do acaso. E, retornando ao raciocínio inicial, afirmamos que se julga o poder de uma inteligência pelas suas obras. “Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primeira que a capacitou é, portanto, uma inteligência superior à humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, ela própria tem uma causa. Essa Inteligência Superior é que é a causa de todas as coisas, seja qual for o nome pelo qual o homem a designe.” (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos – pergunta 9) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Homem e a Dualidade A primeira informação sobre a dualidade Homem-Espírito a obtivemos na Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, onde se definem o Espírito e a Matéria como os dois elementos gerais do Universo, interligados por corpo fluídico que desempenha o papel de intermediário entre ambos, uma vez que a matéria é grosseira demais para sua atuação sobre a mesma. Apesar da afirmação acima, manifesta-se, no entanto, Allan Kardec diante das respostas dos Espíritos aos questionamentos sobre a realidade do corpo espiritual: “Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria que não é inteligente e vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão destas duas coisas nos são desconhecidas (o grifo é nosso). Querem elas tenham ou não uma fonte comum e os necessários pontos de contato; quer a inteligência tenha existência própria, ou seja, uma propriedade, um efeito; quer seja mesmo, segundo a opinião de alguns, uma emanação da Divindade, ignoramos (ibidem). Elas se nos revelam distintas, razão por que a admitimos formando dois princípios constitutivos do Universo.” (O Livro dos Espíritos – Livro I – Capitulo II – questão 28) É, portanto, uma definição doutrinária espírita que o ser humano seja a união de três elementos: Espírito, Perispírito e Corpo. No entanto, como podemos observar no texto que acima transcrevemos, Allan Kardec deixa em aberto suas conclusões a respeito da constituição espiritual do Homem, ainda que, no correr dos anos, tenha feito várias revisões no texto original. E por que agiria desta forma? Entendemos que a sua formação cultural e científica, e acima de tudo seu bom senso, lhe permitiu vislumbrar a dimensão do assunto. Para a humanidade ocidental, iniciante nesta inovação conceitual era fundamental que absorvessem seus princípios básicos. Deixa-os, no entanto, em aberto para que estudos e pesquisas futuras se incumbissem de ampliá-los de acordo com o desenvolvimento e maturidade das novas gerações. Poucas décadas após o advento do Espiritismo, nova linhagem espiritualista surge no Ocidente, denominada Teosofia ou Esoterismo Teosófico, doutrina esta que teve maior expressão na pessoa de Helena Petrovna Blavatsky. Trouxe em seu bojo novas e mais amplas informações sobre a dualidade Espírito e Matéria, baseadas em antigos ensinamentos indiano-oriental, agora mais adequado à mente ocidental. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Nas primeiras décadas do século 20, outra linhagem espiritualista esotérica vem a público, denominando-se apenas de Esoterismo e tendo como sua representante principal Alice A. Bailey, sob a orientação de um Mestre Tibetano – Djwhal Kull. Apresenta-nos uma nova visão do cristianismo e do próprio Cristo, dentro do contexto milenar oriental, em linguagem de fácil acesso, com farta informação sobre a dualidade em estudo. Com a globalização, o intercambio cultural entre o Oriente e o Ocidente se efetivou, permitindo-nos conhecer mais amiúde a Medicina Oriental Chinesa, e outras terapias que se utilizam e trabalham com a energia do ser. Desta forma, evidenciaram-se inúmeras correntes tidas como esotéricas, descrevendo a complexidade do agregado espiritual e trazendo-a ao nosso conhecimento. Vale lembrar que o termo “esotérico” refere-se ao que está “dentro”, em oposição ao que está “fora”, designado como “exotérico”. Não é o objetivo deste ensaio, como já expusemos anteriormente, confrontar doutrinas, mas delas extrair pontos comuns que nos permitam melhor compreender o Homem e o corpo humano, e apresentar o “Homem Bioenergético”, o objeto de nossa atenção, buscando romper o paradigma da materialidade. Na óptica espírita o Homem é composto de: 1 - O corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio; 2 - A alma, o Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação; 3 - O princípio intermediário, ou perispírito, substância semi-material que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais é, num fruto, a semente, a polpa e a casca3. (O Livro dos Espíritos - Livro II – Capítulo II – Pergunta 135a) Em contrapartida afirma a doutrina teosófica e a esotérica, assim como as outras doutrinas orientais, que o Espírito, como individualidade materializada, é composto de vários corpos situados em diferentes planos vibratórios, interligados entre si. De acordo com ensinos destas linhagens, o Homem é um ser sétuplo, ou, na terminologia usual, tem uma constituição setenária. As escolas esotéricas consideram o agregado humano com constituído por sete corpos. Colocando de outra forma, a natureza do Homem tem sete aspectos, pode ser estudada de sete diferentes pontos de vista, e é composta de “Sete Princípios”. Estes sete princípios será o roteiro de nossa proposta em estudo. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O melhor modo e o mais claro de todos pelo qual imaginar o Homem, é considerá-lo como uno, o Espírito ou o “Eu”; este pertence a mais alta região do universo; é um raio de Deus, uma centelha do Fogo Divino, a se tornar um indivíduo, refletindo a perfeição divina, um filho que cresce à semelhança de Seu pai. Para este propósito, segundo os conceitos orientais, o Espírito, veste-se com roupa após roupa, cada uma pertencendo a uma região definida do universo, e capacitando-o a entrar em contato com aquela região, ganhar seu conhecimento e nela trabalhar. Assim ele ganha experiência, e todas as potencialidades latentes são gradualmente transformadas em poderes ativos. (Os Sete Princípios - Annie Besant) Portanto, ao estudarmos o Homem, o que chamamos de corpos espirituais são os complexos instrumentos de que se utiliza o Espírito para manifestar-se tanto no plano material como nos diversos níveis imateriais. Afirmam que se o Homem for observado pela clarividência, ou por instrumentos idealizados para alcançar estes níveis vibratórios, cada invólucro pode ser distinguido, e são separáveis entre si durante a vida física ou na morte, de acordo com cada um em particular. A consciência do Homem é capaz de funcionar através da tantos aspectos quantos tiverem nele já evoluídos até a atividade. Nosso estudo se baseará na proposta oriental que se evidencia mais completa e em diferentes momentos buscaremos demonstrar o “por quê?”. No presente ensaio, estudaremos o Homem em seus quatro primeiros corpos propostos na visão oriental: 1. O Corpo Físico; 2. O Corpo Etérico (ou Duplo Etérico); 3. O Corpo Emocional (ou Astral) e 4. O Corpo Mental (ou Causal). Definem o Homem como o “todo” composto por estes corpos, através do qual a Alma, ou Espírito encarnado, se manifesta e se relaciona com ambiente físico. Eles correspondem ao elo entre a dualidade que Allan Kardec denominou simplesmente como “Perispírito”. A expressão vibratória da união destes corpos é a chamada Aura Humana ou Ovo Áurico. Para a finalidade de nosso estudo, restringiremos estes conceitos ao plano físico, e ao material etérico, uma vez que a conceituação de um estado individualizado além da matéria foge do escopo deste trabalho. Estudaremos os diferentes corpos em separado A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto por exigência didática, mas devemos entendê-los com uma única unidade, funcionando e interagindo reciprocamente, como o fazem os diferentes sistemas do corpo físico, com funções específicas, mas harmônicos com o todo. Eles se circunscrevem e se inter-relacionam através de Vórtices de Energia ou Centros de Força, também conhecidos sob a denominação de Chakras. Espírito Doutrinas Espiritualistas Allan Kardec Alma Corpo Mental Corpos Espirituais Perispírito ou Alma Humana Corpo Astral Corpo Etérico Corpos Materiais Corpo Físico A Dualidade segundo Allan Kardec e as Doutrinas Orientais A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Corpo Físico O Corpo Físico ou Material que conhecemos é, segundo a totalidade dos autores que abordam a dualidade, o corpo mais grosseiro da constituição do ser. O Corpo Físico denso do homem é chamado o “primeiro” de seus sete princípios. Construído de moléculas materiais – com seus cinco órgãos sensoriais – os cinco sentidos – seus sistemas muscular, circulatório, endócrino, digestivo, seu cérebro e sistema nervoso, etc., para desempenhar as várias funções necessárias para a continuidade de sua existência. Entende-se como desnecessário transcrever o que diferentes compêndios de anatomia e fisiologia o fazem, e de maneira mais completa, sobre o corpo físico e suas funções. Abordaremos, no correr dos textos, apenas os sistemas que se relacionarem com as propostas a serem apresentadas. Para melhor compreender a Ciência Oriental, deve-se aceitar como hipótese de raciocínio a visão de que o corpo humano consiste de inumeráveis “vidas”, que constituem as células, e não apenas um substrato orgânico. São seres independentes, momentaneamente organizados e estruturados para compor um ser mais complexo. “Sendo os constituintes físicos e químicos idênticos em todos os seres, a química pode bem dizer que não existe diferença alguma entre a matéria que compõe os animais e o homem; não só os componentes químicos são os mesmos, como também as mesmas vidas infinitesimais invisíveis compõem os átomos dos corpos dos minerais, dos vegetais, dos animais e do homem. Cada partícula – seja chamada orgânica ou inorgânica – é uma vida, uma vez que têm sua origem na Vida Universal.” (Os Sete Princípios – Annie Besant) A Ciência Esotérica propõe que a consciência puramente física é a consciência das células e das moléculas. A ação seletiva das células, extraindo do sangue o que precisam, rejeitando o que não precisam, é um exemplo de sua autoconsciência. O processo continua sem a ajuda de nossa consciência ou volição. Assim o que é chamado pelos fisiologistas de “memória celular” é a memória da consciência física, na verdade inconsciente para nós. A dor que eventualmente sentimos não é o que as células sentem. A dor de um ferimento é sentida pela consciência cerebral, agindo no plano físico, por vias energéticas que estudaremos mais a frente; a consciência material da molécula, assim A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto como a do agregado de moléculas que chamamos células, tem a função, a título de exemplo, de levá-las rapidamente a reparar os tecidos danificados – ação de que o cérebro é inconsciente – e sua memória as faz repetir a mesma atividade inúmeras vezes, tanto quanto necessárias. A eficácia dos processos de imunização (vacinas) pode ser outro exemplo da memória celular. Orienta-nos o Mestre Tibetano que a Alma anima o corpo de duas maneiras e por meio de dois pontos de contato: A. “O ‘Fio da Vida’ se acha ancorado no coração. O princípio da vida encontra-se ali, de onde se difunde por todo o corpo físico, por meio do fluxo sangüíneo, porque ‘o sangue é vida’”. B. “O ‘Fio da Consciência’ ou da inteligência se acha ancorado na cabeça, na região da glândula pineal e, dessa estação de percepção, ordena e dirige as atividades do plano físico, por meio do cérebro e do sistema nervoso”. “Assim se torna possível funcionar no plano físico e a existência objetiva se torna um modo temporário de expressão”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca – Tomo II – itens 62 e 495/6) Ele nos orienta desta forma, que a Alma estando ligada ao cérebro, nos torna seres racionais inteligentes, autoconscientes e autodiretivos, mais ou menos intenso, dependendo da evolução de cada um e de seu instrumento de trabalho. “A morte do Corpo Físico denso ocorre quando a retirada da Energia Vital controladora deixa os seres microscópicos seguirem seu próprio rumo, e as muitas vidas, já não mais coordenadas, separam-se e fragmentam as partículas das células do “homem de barro”; é o que chamamos de decomposição. O corpo se torna um torvelinho de vidas sem controle, sem regulação, e sua forma, que resultava de sua correlação, é destruída pela exuberante energia das suas vidas individuais. A morte é só um aspecto da vida.” (Os Sete Princípios – Annie Besant) Alguns sistemas orgânicos, no entanto, são importantes visto suas íntimas relações com a Alma, como o Sistema Nervoso em suas três divisões – cérebro espinhal, autônomo e periférico - o Endócrino, que pode ser considerado como o aspecto mais denso ou exteriorização de ambos - através da atuação dos Sete Centros de Forças ou Chakras, interligados por um complexo de vias energéticas denominadas Nadis -, e o Circulatório, que carreia não somente o sangue e seus componentes, mas também a energia vital a todos os campos celulares. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A medicina demonstra que o corpo físico exerce suas funções por dois sistemas ou complexos nervosos, um voluntário e um independente, ambos se expressando por uma vasta rede de condutos nervosos. O Sistema Simpático e Parassimpático são os sistemas independentes que presidem as funções do corpo como a respiração, freqüência cardíaca, função renal e gástrica, etc. Podem ser subjugados pela vontade através de treinamentos específicos. O sistema voluntário é o grande sistema que serve de instrumento ao pensamento, graças ao qual nos movemos e experimentamos sensações no plano físico. É constituído pelo axis cérebro-espinal (cérebro e medula), ramificando-se por todas as partes do corpo por feixes nervosos, denominados motores e sensitivos. Os primeiros (os motores) dirigem-se do centro para a periferia, e os segundos (os sensitivos) da periferia para o centro. O cérebro e a rede de neural distribuída pelo corpo, é o sistema graças ao qual o Homem eterno exprime sua vontade, sede de todas as sensações e movimentos intencionais; sem estes nada pode fazer no plano físico; uma vez danificados, o homem se vê impossibilitado de exprimir-se com método. O sistema Endócrino, ou hormonal, é outra via importantíssima para as interrelações da Dualidade, assim como a circulatória, como o veremos mais a frente quando estudarmos os Chakras e as Nadis. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Duplo Etérico Allan Kardec informa que o Perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluído cósmico; é uma condensação deste fluído em torno de um foco de Inteligência. Informa-nos que tanto o Corpo Carnal quanto o Perispírito, têm seu princípio de origem nesse mesmo fluído, agora condensado e transformado em matéria tangível. Segundo ele, no “Perispírito a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluído conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes”, é sua conclusão. Na proposta oriental, similar à espírita, os corpos têm sua origem em um mesmo elemento primário ou universal, porém, com uma composição mais complexa: - O Corpo Denso – Sólido; Líquido e Gasoso; - O Duplo Etérico – quatro subdivisões do Éter – Éter I, ou Etérico; Éter II, ou Super-Etérico; Éter III, ou Sub-Atômico e Éter IV, ou Atômico (Átomo Ultérrimo). A matéria ou éter do Corpo Etérico existe em quatro estados, dos quais o mais sutil é formado pelos últimos átomos físicos – não se trata do chamado átomo químico que, na realidade é um corpo composto, mas sim do último átomo do plano físico -, cuja decomposição dará a substância astral. “Éter”, ou “Nível Etérico”, corresponde ao um determinado espaço vibratório dominado pela influência de uma partícula de massa, de acordo com o médico espiritual André Luiz (Mecanismos da Mediunidade – Capítulo III). A Química moderna já admite a existência de um campo energético além do átomo, gerado por uma partícula ainda não identificada, demonstrando, com isso, que a Ciência já começa a alcançar os planos além da matéria gasosa que se conhece. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto À medida que seguimos o método introspectivo e que estudamos o ser humano, descobrimos que subjacentes a todas as partes do corpo denso, e constituindo uma parte bem definida do seu mecanismo, há um veículo que foi designado por Corpo Etérico, composto inteiramente por linhas de força que, por sua vez, formam canais ao longo dos quais fluem tipos de energias ainda mais sutis e variadas – as Nadis. O Duplo Etérico, o “segundo” princípio do Homem na conceituação oriental, compõe-se destas quatro espécies de Éter que penetram todos os constituintes sólidos, líquidos e gasosos do corpo grosseiro, rodeando cada partícula ou célula com um invólucro etérico, apresentando-se assim como uma duplicata exata da forma física. É descrito por algumas escolas com uma cor cinza-azulada pálida ou cinzavioleta, levemente luminoso e tremeluzente, e sua textura é fina ou grosseira conforme for a do corpo denso. As quatro espécies de Éter fazem parte de sua constituição, do mesmo modo como os sólidos, líquidos e gases o fazem do corpo denso. Na pessoa normal se projeta de poucos a muitos centímetros além da epiderme, dependendo de sua evolução, desaparecendo gradualmente no oceano circundante de energia etérica que envolve o corpo. É a “Aura de Saúde” ou “Aura Etérica”, composta pelos quatro éteres. O Corpo Astral e ele fornecem o padrão básico segundo o qual o corpo físico é construído. Essa energia etérica é importante uma vez que esta diretamente relacionada com o estado de saúde do indivíduo, pois a qualidade e a capacidade de recuperação do corpo físico estão diretamente relacionadas com o caráter e a qualidade do Corpo Etérico. O Duplo Etérico é a reprodução exata, célula por célula, do corpo visível; é igualmente o intermediário que põe em movimento todas as correntes elétricas e vitais das quais depende a atividade do corpo denso. O Corpo Etérico formado a cada nova reencarnação do ser humano, se dissolve em algumas horas após a morte por diferentes autores. Segundo o Espírito de Emmanuel, devemos aguardar pelo menos um período mínimo de 72 horas para a cremação dos despojos, provavelmente em função da decomposição do Duplo. (Francisco Cândido Xavier - Pinga Fogo I) O Mestre Tibetano informa que um prazo mínimo de 12h é suficiente para a cremação. (Alice A. Bailey – Cura Esotérica – Tomo II) “São os dois princípios inferiores do homem, o Corpo Material e o Corpo Etérico. Ambos funcionam no plano físico; ambos são compostos de matéria física e A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto formados para um período de vida física; ambos são abandonados pelo homem quando este morre, e desintegram-se no mundo físico enquanto o homem segue para o astral. Ambos pertencem ao plano físico devido à matéria de que são formados e, por esta razão, nunca podem dele sair. (Annie Besant – O Homem e Seus Corpos), e não são veículos independentes”. (Major Artur E. Powell – O Duplo Etérico) A consciência que neles trabalha acha-se escravizada pelas suas limitações físicas e sujeita às Leis ordinárias de tempo e espaço. O espírito de André Luiz relata que, ao nascermos, trazemos um “quantum” pré-determinado de energia vital incorporado em nossa estrutura celular, que nos concede determinado número de anos no corpo físico. (Missionários da Luz – capítulo X). Os Corpos Astral e Mental continuam a existir após a morte física. Função – No nível etérico, o campo individual é condicionado e vitalizado pela Força Vital, ou Etérica, ou Prana que penetram através de seus centros de forças principais ou Chakras e de uma rede de condutos energéticos denominados Nadis (que estudaremos mais adiante). “É graças ao Duplo Etérico que estas energias percorrem os nervos do corpo, permitindo-lhes que transmitam força motriz e sensibilidade às impressões externas. É o primeiro contato com o oceano energético que sustenta toda a natureza” (Shafica Karagulla, M.D. & Dora vans Gelder Kunz - Os Chakras e os Campos de Energia Humana); é quem absorve o Prana e o envia às todas as regiões do corpo físico. Ao mesmo tempo em que se inter-relacionam, os centros de forças nos níveis emocional e mental estão processando energias oriundas dos mesmos, uma vez que existe uma correspondência desses centros de forças entre os diferentes corpos. Essas energias condicionam e modificam a energia etérica à medida que ela flui através da rede de canais energéticos (ou Nadis) do Corpo Etérico. É um processo muito complexo. O Corpo Etérico é quem vitaliza o Corpo Físico e como os canais etéricos correm paralelos ao sistema nervoso físico, parece ocorrer um processo de indução, segundo alguns autores. Dr. Hiroshi Motoyama (Teoria dos Chakras – Ponte para a Consciência Superior), por outro lado, propõem segundo suas pesquisas, que a energia vital se difunde pelo Corpo Físico por uma rede energética similar aos dos meridianos A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto utilizados pela Acupuntura, mas sem confirmação nos diferentes estudiosos esotéricos do assunto. É do Mestre Djwhal Khul a afirmação: “No corpo humano, como sabem, nós temos um corpo vital subjacente interpenetrante que é a contraparte do físico, que é maior do que este e ao qual nós chamamos de Corpo ou Duplo Etérico. É um corpo de energia e é composto de Centros de Força e Nadis, ou condutores de força. Estes são subjacentes ou é a contraparte do sistema nervoso”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca – Tomo II – item 501) A estrutura dos centros de força nos veículos Etérico, Astral e Mental permanece constante durante toda a vida do indivíduo, mesmo quando eles estão sendo continuamente recarregados pelas energias que entram e saem dos três campos correspondentes. Os poderes do pensamento, dos movimentos e da sensibilidade não residem na substância Física ou Etérica; constituem atividade do Espírito que operam nos seus corpos mais internos, Astral e Mental, e sua expressão no plano físico torna-se possível graças à Força Vital ou Prana que percorrem os feixes nervosos e envolvem as células nervosas. Serve de intermediário ou ponte entre o Corpo Físico e o Corpo Astral, por um lado transmitindo a este à consciência dos contatos sensoriais físicos e, por outro, permitindo a descida ao cérebro físico e ao sistema nervoso os contatos com o plano astral e dos superiores ao astral sendo, portanto, o Duplo Etérico o intermediário físico para a manifestação do Espírito. Essas duas formas de energia cuidam do equilíbrio vital das células corporais. “Quando repleto de Prana, a energia excessiva é irradiada para fora, pelo Corpo Etérico, através dos centros de forças (ou chakras) e dos poros. Ela sai dos poros em forma de fios retos, com cerca de cinco centímetros, formando a Aura de Saúde. Esses raios cobrem o Corpo Físico como um manto de proteção, segundo os autores orientais, impedindo que micróbios patogênicos e corpos estranhos se infiltrem na estrutura física, e irradiam, simultaneamente, um fluxo constante de energia vital no meio ambiente”. (Annie Besant – O Homem e Seus Corpos) Essa proteção natural nos permite pensar que uma pessoa não deve adoecer por causas de origens externas, exclusivamente. Os motivos da doença estão, na maior parte das vezes, no seu interior. Pensamentos e emoções negativas, bem como o modo de vida A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto que não estejam em harmonia com as necessidades naturais do corpo (sobrecarga de trabalho, alimentação inadequada, álcool, tabaco, drogas, etc.) podem consumir a força etérica, com o que a irradiação de energia natural perde em força e intensidade. Desse modo, surgem pontos fracos na aura. Os fios de energia, já mencionados, aparecem agora curvados ou se cruzam de forma desordenada. Criam-se “fendas ou buracos” na aura através das quais vibrações negativas e corpúsculos infecciosos podem penetrar no corpo. Além do mais, a energia vital, devido a essas soluções de continuidade, pode “desgastar-se” em seu âmbito geral reduzindo o tempo de vida que o “quantum” recebido lhe permitiria. Baseado neste estreito relacionamento entre a condição do Corpo Físico e à irradiação de energia do corpo etérico, fala-se também, e com freqüência, na saúde da aura, o que nos permite deduzir que as doenças devem se mostrar, primeiramente, na Aura Etérica antes de se manifestarem no físico. Estes desgastes sempre foram relatados por pessoas com dons psíquicos (Clarividência), porém, já existem alguns instrumentos projetados por pesquisadores que permitem captar e analisar estas alterações vibratórias, assunto este que abordaremos mais a frente. “Quando sobrevém a morte, o Espírito abandona o Corpo Material arrastando consigo o Duplo Etérico que, ao separar-se do corpo, lhe rouba o “sopro da vida” e o inibe para sempre de funcionar como um “todo” orgânico. Em seguida, o Espírito liberta-se por sua vez do Corpo Etérico, uma vez que, por ser de constituição material, não pode passar para o plano astral, deixando-o entregue ao processo de desintegração em companhia do sócio que fielmente o acompanhou por toda a vida física”. (Os Sete Princípios – Annie Besant) No homem normal esta separação só se dá na ocasião da morte, mas em algumas pessoas pode acontecer uma divisão parcial do corpo físico mesmo em vida. Isto produz grande fadiga e pode acarretar graves perturbações nervosas, o que é perfeitamente compreensível, pois, entendendo-se que o Duplo Etérico é o veículo da vitalidade no Corpo Físico, a sua saída parcial deve diminuir a energia que com este princípio atua nas moléculas mais densas. Nas pessoas normais e de boa saúde, é difícil a separação do Duplo Etérico do Corpo Físico; pode, no entanto, ocorrer afastamento do mesmo em casos de acidentes violentos, pela anestesia e pelo magnetismo. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto No caso de anestésicos, informam os esotéricos, a insensibilidade é conseqüência da forçada expulsão do Duplo Etérico do Corpo Físico, pois ele é o traço de união entre o cérebro e a consciência superior. Além do que, quando a matéria Etérica é assim expulsa, acompanha-a o Corpo Astral, o corpo das sensações e emoções do indivíduo, amortecendo igualmente a consciência neste veículo; assim, quando o efeito anestésico cessar, não subsiste, em geral, na consciência cerebral, nenhuma recordação do tempo que passou no veículo astral. Vale lembrar que a matéria etérica, embora invisível à vista ordinária, é, entretanto, puramente física e pode, portanto, e segundo os autores esotéricos, ser afetada pelo frio e pelo calor, bem como por ácidos fortes. Esta propriedade pode ser a responsável pela sensação do “membro fantasma”, fenômeno comum que ocorre em amputações ou perda de membros físicos, além das já conhecidas pela Neurologia na sua contraparte material. Um precário estado de saúde ou uma excitação nervosa aguda, segundo informações compiladas, podem também determinar a separação quase completa do Duplo Etérico, ficando a contraparte densa fracamente consciente (“estado de choque”), segundo a quantidade maior ou menor de matéria etérica expulsa. Quando ele se exterioriza, tem que se dividir em duas partes; não pode se separar completamente do corpo denso sem causar sua morte, visto sua presença ser necessária para a circulação das correntes de energia vital. Quando isto ocorre, acarreta extraordinária prostração ao indivíduo. Outra função importante deste corpo é atuar como elo entre os corpos de energia mais elevados, o Corpo Astral e o Corpo Mental, transmitindo-lhes as informações que captamos através dos sentidos corporais, ao mesmo tempo em que retransmite as respostas energéticas e informações desses corpos mais elevados ao Corpo Físico. Esses corpos se interpenetram e estão em sincronia, constituindo com o físico, o instrumento do “eu consciente” durante toda a vida, pois o Duplo Etérico, como o Corpo Denso, possui somente uma consciência difusa pertencente às suas partes, e não dispõe de nenhuma mentalidade. Tampouco serve como veículo de mentalidade, quando desvinculado de sua contraparte física. Os centros da sensação estão localizados no Corpo Astral que pode ser compreendido como ponte entre os órgãos físicos e as percepções mentais. As vibrações colocam em movimento as moléculas materiais mais rarefeitas do Duplo Etérico, e A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto destes, as vibrações passam para o Corpo Astral (que estudaremos mais a frente) onde estão os centros de sensação correspondentes. Daí estas sensações são propagadas à matéria do plano Mental, de onde são refletidas de volta às moléculas materiais dos hemisférios cerebrais, tornando-se nossa “consciência cerebral”. Esta sucessão interrelacionada e inconsciente é necessária para a atuação normal da consciência como a conhecemos. Vale lembrar, como já o dissemos, que as divisões dos diferentes corpos é didática, funcionando o Homem como um “todo” físico-espiritual. Caso o veículo Etérico esteja enfraquecido, esse fluxo de informações e energias é prejudicado, deixando a pessoa emocional e mentalmente apática. Do mesmo modo, quando ocorrem perturbações crônicas no nível emocional como hostilidade ou ansiedades permanentes, o fluxo de energia torna-se desordenado, o que pode, eventualmente, danificar o equilíbrio de uma parte ou de todo o sistema. Conclui-se deste fato, que as emoções descontroladas e constantes oriundas dos planos mais sutis, afetam intensamente os Corpos Etérico e Físico. Nas pessoas a quem chamamos de “Médiuns de Efeitos Físicos” ou de “Materializações”, o duplo se destaca muito facilmente e a matéria etérica constitui, então, a base de numerosos fenômenos de materialização, muito conhecidos pelos espíritas e orientais em geral. Interessantes relatos sobre os processos que regem os fenômenos de materialização podem se estudados nos livros “Missionários da Luz” e “Mecanismos da Mediunidade”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, descritos pelo espírito de André Luiz. Conclui-se, portanto, que para melhor atender às necessidades de trabalho do Espírito encarnado faz-se necessário, em primeiro lugar, um corpo saudável. Um corpo doentio prejudica e deforma tanta as impressões recebidas de fora, como às impressões oriundas de dentro. É preciso examinar as necessidades fisiológicas ao lado das exigências de ordem psíquica. Por exemplo, “a fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável. O excesso de alimentação prejudica as faculdades radiantes, provocando alterações expressivas no aparelho gastrintestinal, interessando intimamente as células”. (André Luiz - Missionários da Luz – Passes) É, portanto, o Corpo Denso e o Duplo Etérico, o vestuário material do Espírito para realizar o seu trabalho no plano físico. Dependendo da evolução de seu habitante, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto pode ser seu “atelier” de trabalho ou seu cárcere temporário que somente a morte possui a chave. Outros aspectos importantes do Corpo Etérico serão avaliados oportunamente no decorrer de nosso estudo. Tela Etérica - É mencionada pelos autores orientais, a existência de uma tela natural de constituição similar ao duplo, denominada “Tela Etérica”, de textura extremamente delicada, que atua como uma barreira natural entre os Corpos Etérico, Astral e os Chakras, e protege o indivíduo quanto à abertura prematura da comunicação entre esses dois níveis. É esse filtro que impede a visão e contato com os planos paralelos pelo ser humano, assim como a penetração de outras energias estranhas ao mesmo. É o “véu” que limita nossos sentidos ao plano físico. A sua existência não inibe de modo algum a interação normal entre o campo emocional e o etérico. Num indivíduo saudável, existe um relacionamento ordenado e um fluxo ritmado entre todos os campos de energia. Descrevem-na como um dispositivo de proteção que, quando danificado, apresenta sérias conseqüências uma vez que este fato propicia o contato e entrada de forças ou energias que estão fora do controle do ser humano comum. Charles W. Leadbeater (Os Chakras – Os Centros Magnéticos Vitais do Ser Humano) e o Major Artur E. Powell (O Duplo Etérico) são quem maiores informações nos oferecem sobre a mesma. Descrevem-na como uma cobertura ou tela de textura compacta, constituída por uma camada de átomos físicos ultérrimos muito comprimidos e banhados por uma especial modalidade de energia. Sua função é impedir a comunicação prematura entre os diferentes planos vibratórios para o Homem ainda não preparado para tal, sem interferir, no entanto, no fluxo e refluxo natural e constante das energias dos demais corpos do ser. O Mestre Tibetano faz inúmeras referências a esta Tela em vários de seus livros relatando suas funções e finalidades no desenvolvimento do Homem que busca a Sabedoria. Como nosso objetivo se restringe ao estudo dos corpos, deixamos aos pesquisadores a liberdade de buscá-los. Podem danificá-la um acidente, violentos ímpetos de cólera ou outra emoção intensa de índole negativa, e é seu rompimento que permite a saída da Alma do aparato físico no momento da morte. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Também são apontados como modificadores ou destrutores dessa teia, o alcoolismo, o tabaco e o uso constante de narcóticos de toda a ordem. O álcool, o cigarro e certos alcalóides, contêm substâncias que, ao serem decompostas, se volatilizam passando aos corpos superiores através do Chakras em direção oposta ao normal. O uso contínuo e prolongado desses agentes deteriora gravemente, podendo mesmo destruí-la. Segundo os autores, podem ocorrer duas maneiras distintas de deteriorização progressiva ou destruição desta tela protetora, seja pelo “endurecimento” dos últimos átomos etéricos que impede suas pulsações e natural vitalização dos mesmos pela energia que os entrelaçam, ou “queima” da Tela com conseqüente exposição do ser a todo tipo de vibrações densas ou influências negativas. Isto explica por que alcoólatras ou dependentes de drogas, muitas vezes são observados em diálogos ou debates com seres apenas por eles vistos. São interpretados como delírios ou visões decorrentes da embriagues ou estado de toxicidade. Na verdade, com a deteriorização da teia etérica pelo uso contínuo dos agentes tóxicos, ficam a mercê de seres afins e obsessores que com eles compartilham do vício, vivendo em uma triste simbiose que pode levá-los à loucura ou mesmo a morte. Felizmente são os casos menos freqüentes. Mais comum, por outro lado, são os casos de deteriorização por obstrução, que debilita suas faculdades, levando-o a um grosseiro sensualismo, agressividade sem domínio, dificuldades afetivas e perda da noção da responsabilidade, com sérios prejuízos à sociedade e à família. Flora Microbiana Espiritual - Segundo antigo conhecimento esotérico, cada átomo químico constitui um ser vivo, capaz de viver uma vida independente; a combinação destes átomos forma um ser mais complexo, constituindo um novo ser vivo. Cada célula também tem vida própria, porém, se unem e se organiza para formar um “todo” orgânico, um corpo, que servirá de veículo a uma forma mais elevada de consciência, Sábios ocultistas antigos ensinavam, também, que existem em nossos corpos microrganismos não agregados à estrutura celular, amigos e inimigos; os “inimigos” nos prejudicam, outros, os “amigos”, nos protegem e se precipitam sobre esses e os exterminam, devorando vorazmente todos os nocivos intrusos e toda matéria afetada. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Fazem parte do nosso corpo por algum tempo, depois o abandonam para entrar em outros dando lugar a uma troca contínua, a um constante vai-e-vem. É nossa dedução, a existência de uma flora microscópica etérica, com origem nos diferentes planos dos corpos que compõem o Homem que, quando amigos, estariam em função similar às das células orgânicas de defesa (glóbulos brancos), produzindo em nossos corpos benefícios semelhantes; quando inimigos, poderíamos compará-los aos vírus ou outros microrganismos que nos agridem eventualmente. Este “vai-e-vem” de minúsculos seres vivos, amigos ou não, é que nos garante a possibilidade de um corpo mais saudável e mais puro. Podem ter origem nos corpos do “Ego encarcerado”, ou nos ambientes de que participe. Trata-se, no entanto, de vidas microscópicas ainda não estudadas ou identificadas pelo Homem, visto estarem em plano vibratório onde sua visão e seus aparelhos atuais não alcançam. Os autores esotéricos informam que o homem vulgar dá toda a liberdade ao corpo, em alimentação e hábitos sociais; edifica-se ao acaso, com a ajuda dos materiais de que dispõe e a natureza desses materiais é para ele indiferente. Se corresponderem ao seu desejo, está satisfeito e não lhe importa saber se prejudicam. Não exerce qualquer vigilância sobre estas partículas errantes; não as escolhe, nem as rejeita. Numa palavra, o homem comum edifica o seu corpo sem a menor noção do que esta fazendo. Mas qual a importância desta informação em relação à saúde do Homem? Apesar de se tratar de uma proposta esotérica, nas obras espíritas do médium Francisco Cândido Xavier, o médico espiritual André Luiz nos traz relatos semelhantes sobre esta “flora espiritual”, agora em uma lavra mais acadêmica. Descreve, ao estudar um organismo de pessoa com descontrole alimentar, a presença de “corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e fibras do estômago, até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição” (Missionários da Luz – Capítulo 3 – Desenvolvimento Mediúnico). Entendemos estas “lesmas voracíssimas” como parasitas etéricos. Informam os escritores orientais outros aspectos nocivos do uso habitual do álcool, do tabagismo, e de drogas sem geral, além daqueles já relatados na Tela Etérica. O corpo de um usuário habitual de álcool, por exemplo, atrai partículas grosseiras independentes afins – os “inimigos” - expelidos de outros corpos ébrios, ou esparsos na A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto atmosfera de locais de vendas e consumo de bebidas, e que prontamente se infiltram no corpo, tornando-o mais denso e grosseiro, solapando lentamente sua saúde. Em outro momento, confirmando esta assertiva, novamente descreve André Luiz, durante a análise do corpo de usuário habitual de álcool, a presença de “pequeninas figuras horripilantes que se postavam, vorazes, ao longo da veia porta, lutando desesperadamente com os elementos sangüíneos novos”. (Ibidem) Outra descrição sobre estes seres microscópicos é relatada, agora quanto ao mau uso da capacidade genésica de ser humano em estudo: “Após observar um aluvião de corpúsculos negros envolvendo as glândulas testiculares e toda a árvore reprodutiva do rapaz que absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica.” (Ibidem) Seguramente todos estes microrganismos descritos não constam de quaisquer compêndios de Microbiologia e merecem um estudo específico. Os escritos relatam a presença de uma micro-flora, sejam independentes ou oriundas de diferentes fontes, Etérica, Astral e Mental, dependendo do corpo em expressão, mas que agridem o físico. Seriam corpúsculos pertencentes a diferentes dimensões vibratórias, afinadas aos hábitos impuros ou inferiores do Homem. Depreende-se, portanto, que a purificação do corpo grosseiro deve constituir em um processo de seleção das partículas que se deixa entrar na sua constituição. O homem deve introduzir em seu corpo, sob a forma de alimentos, os elementos constituintes mais puros que conseguir obter, rejeitando, simultaneamente, tudo o que for impuro ou grosseiro, além de eleger determinados hábitos sociais e mentais, o que se refletirá, naturalmente, em seu estado de saúde. “O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares”, é afirmação do espírito de André Luiz. Em contrapartida, à medida que aumenta o número de elementos puros vai se formando em seu corpo um exército de defensores que se encarregam de destruir todas as partículas nocivas que o atacam provenientes do exterior, ou que nele penetram sem o seu consentimento. É pelo exercício de uma vontade ativa de conservar a pureza do corpo, que esta mais o protegera, pois esta vontade atuando como uma força magnética afasta, implacavelmente, todas as criaturas densas que porventura em seu corpo penetrassem, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto defendendo-o assim contra todas as incursões a que estará sujeito enquanto viver numa atmosfera impregnada de todo o tipo de vicissitude e impurezas. Estes conceitos aqui expostos, sejam de cunho esotérico ou espírita, nos levam a pensar em uma nova e mais ampla conceituação sobre o que é o “estado de saúde”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Energia Vital ou “Sopro da Vida” Allan Kardec escreveu: “Princípio Vital, o princípio da vida material e orgânica, seja qual for a sua fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde plantas até o Homem. O Princípio Vital é coisa distinta e independente, já que pode haver vida com exclusão da faculdade de pensar. A palavra vitalidade não daria a mesma idéia. Para uns, o Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em certas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a idéia mais comum, ele reside num fluído especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos seres inertes absorverem a luz. Esse seria, então, o Fluído Vital que, na opinião de alguns, não seria outro que o fluído elétrico animalizado, também designado por fluído magnético, fluído nervoso, etc.” “Seja como for, há um fato que não se poderia contestar, pois que resulta da observação: é que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os seres orgânicos e que ela independe da inteligência e do pensamento; que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas; finalmente, que entre as espécies dotadas de inteligência e de pensamento há uma, dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável superioridade sobre as outras: a espécie humana.” (O Livro dos Espíritos – Introdução - II) É de André Luiz o relato de que, no Universo, existe um elemento primordial que nele “vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”. (Evolução em Dois Mundos – Fluído Cósmico) Helena Blavatsky escreveu que “da Vida Única, informe e incriada procede ao universo de vidas”. (Doutrina Secreta, vol. I) É de Paulo a afirmação: “Em Deus nos movemos e existimos” (Atos – 17: 28). Os orientais informam que, analogamente, à maneira como um feto flutua no líquido amniótico, os seres humanos são mantidos por um oceano de energias nutritivas. Todo o universo, todos os mundos, todos os homens, todos os animais, todos os vegetais, todos os minerais, todas as moléculas e átomos, tudo o que existe, estão mergulhados em um grande oceano de vida, vida eterna, vida infinita. O universo é apenas vida em manifestação, vida feita objetiva e diferenciada. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto É de André Luiz a síntese: “o fluído cósmico é o plasma Divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio”. O que se depreende destas afirmações, é que cada organismo, seja minúsculo como uma molécula ou vasto como um universo, pode ser pensado como se apropriando para si mesmo um pouco da Vida Una, encarnando em si mesmo como sua própria vida algo desta Vida universal. Por esse ângulo, cada organismo é uma esponja banhando-se no oceano da Vida universal, e contendo dentro de si um pouco daquele oceano como seu próprio “alento vital”. Esse “alento vital” é o “terceiro” princípio esotérico na constituição do homem. Helena Blavatsky o conceitua como o “alento da vida” – o que os hebreus denominavam Nephesh, ou a vida soprada nas narinas de Adão – não é só Prana, mas Prana e o terceiro princípio conjuntos (o grifo é nosso). São estes dois juntos que fazem a “centelha vital” (Doutrina Secreta, vol. I), e são o “alento de vida no homem, assim como no animal ou no inseto, ou na vida física material” (ibidem, nota da p. 263). Informando com mais precisão o Mestre Djwahl Khul nos ensina que a energia que origina e sustenta a humanidade é proveniente do cosmos, apresentando três origens: 1. A energia da “Vida Espiritual”, emanante de Deus, o Pai, da Vida Uma AutoExistente, ou Ser Absoluto. 2. A energia da “Consciência Sensorial” que faz do Homem uma Alma, que o torna um ser pensante. “É o princípio da percepção consciente, aquele algo inerente à matéria (quando trazida à relação com o Espírito), que desperta a capacidade de resposta a um campo de contatos externos e de longo alcance. É aquilo que finalmente desenvolve no Homem um reconhecimento do todo, do eu, e que o conduz à autodeterminação e à auto-realização. Quando estas estão desenvolvidas, uma vez que não estão nos reinos subumanos, um Homem pode tornar-se consciente do primeiro tipo de energia, mencionada acima”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca – Volume II – item 525/6) 3. A energia “Prânica ou Vital” oriunda do Sol físico, que trabalha ativamente nos corpos vitais de toda forma no mundo material, inclusive na forma física da própria humanidade. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Estas três energias são denominadas, na terminologia ocultista, de energia do Fogo Elétrico, do Fogo Solar e do Fogo por Fricção. Helena Blavatsky nos apresenta a síntese destas energias: “A matéria é o veículo para a manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o veículo num plano mais elevado de manifestação do Espírito, e estes três são uma Trindade, sintetizada pela Vida que os penetra a todos” (Doutrina Secreta – Volume I – 80). Informa-nos ainda o Mestre Tibetano que a Energia Vital se ancora no Chakra ou Centro de Força do Coração e sua manutenção e vitalização se faz através da energia prânica, habitualmente absorvida pelo Centro do Baço e um outro menor situado entre as escápulas, na região posterior do tronco, próximo ao Centro do Coração. Vejamos ainda outras considerações sobre o Prana: “A palavra ‘Prana’ também é, geralmente, tão mal interpretada como o são os termos ‘Etérico’ e ‘Astral’. É essa conotação vaga que é responsável pela incrível dissonância que prevalece nos meios esotérico. O Prana poderia ser definido como a essência da vida de cada plano na sétupla zona a que chamamos plano físico cósmico”. (Alice Bailey – Telepatia e o Veículo Etérico – 155) Informações mais completas sobre esta modalidade de energia encontram-se no livro Luz na Alma (Alice Bailey – item 330), que parte transcreve-se: “Prana no sistema solar se exterioriza como os cinco grandes estados de energia aos quais nós chamamos de planos, ou meio da consciência... As cinco diferenciações de prana no corpo humano são”: 1. “Prana - estendendo-se do nariz ao coração e tendo especial relação com a boca e fala, o coração e os pulmões”; 2. “Samana - estende-se do coração ao plexo solar; relaciona-se com o alimento e a nutrição do corpo por intermédio do alimento e da bebida e tem especial relação com o estômago”; 3. “Apana – controla o plexo solar até a planta dos pés; diz respeito aos órgãos de eliminação, de rejeição e do nascimento, assim tendo especial relação com os órgãos da geração e de eliminação”; 4. “Upana – se acha entre o nariz e o alto da cabeça; têm uma especial relação com o cérebro, o nariz e os olhos e, quando controlado de maneira apropriada, produz uma coordenação dos ares vitais e sua correta manipulação”; A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 5. “Vyana – é o termo aplicado à totalidade da energia prânica em sua distribuição uniforme através de todo o corpo. Seus instrumentos são os milhares de Nadis ou nervos encontrados no corpo e têm uma conexão peculiar e definida com os canais sangüíneos, as veias e artérias.” Pelo exposto, observa-se que há uma tendência errônea em se generalizar o termo “Prana” para os cinco tipos de energias acima descritas, visto cada uma delas possuir uma função específica. Poucas são as informações explícitas encontradas sobre a energia que permite a vida física do homem e seu tempo de existência. Teremos a oportunidade de voltar ao assunto mais a frente. Seja a “Alento de Vida” citada por Blavatsky, ou “Essência da Vida” do Mestre Tibetano, ou ainda o “Quantum” de energia citado por André Luiz, é evidente a sua existência. Somos prova viva deste fato. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Corpo Astral e Corpo Mental Não devemos esquecer que o Homem, como entidade viva e consciente materialmente falando, em seu estado de vigília só pode exprimir-se através de seu corpo físico. É o seu veículo de contato com seus semelhantes e com os estímulos do seu habitat, mas não o único. Quando ultrapassamos o sétimo nível etérico dos corpos materiais, alcançamos o segundo plano vibratório que circunda nosso mundo, o chamado mundo Astral, que constitui uma região definida do universo que rodeia e interpenetra o mundo físico. É, contudo, imperceptível aos nossos meios vulgares de observação. É dele que se origina o Corpo Astral. Definido como o “quarto” princípio do Homem, o Corpo Astral, também possui, na óptica esotérica, uma constituição sétupla com graduação vibratória progressiva. Ao se degradar o último e o mais sutil Éter do Corpo Etérico, alcança-se o primeiro Éter Astral, o mais denso deles. Por sua vez, quando ultrapassamos o sétimo nível etérico do Corpo Astral, alcançamos o terceiro plano vibratório que nos circunda, o mundo Mental, que constitui outra região definida do universo que rodeia e interpenetra o mundo físico, também imperceptível à nossa observação. O “quinto” princípio do Homem, o Corpo Mental, de forma similar, possui uma constituição vibratória sétupla, e alcançamos o primeiro Éter Mental ao ultrapassarmos o último Éter Astral. Cada um deles, ainda que interligados entre si, tanto quanto o Etérico tem uma função específica no “todo” materializado do ser bioenergético. Em uma leitura mais atenta na literatura espírita, podemos encontrar referências aleatórias sobre estes corpos, onde, uma vez mais, André Luiz destaca; “Com o auxílio de supervisor, o médium foi devidamente exteriorizado. A princípio, seu perispírito ou Corpo Astral (o grifo é nosso) estava revestido com eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o Duplo Etérico (ibidem), formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora”. (Nos Domínios da A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Mediunidade – Capitulo 11) Recordemos a desintegração do Duplo Etérico já estudado anteriormente. Em outro momento, em outro livro, destaca: “Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o Corpo Mental, que lhe preside a formação.” Ainda em nota de rodapé: “O Corpo Mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentada pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre.” (Evolução em Dois Mundos – Capitulo II) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Corpo Astral Graças a este corpo as correntes vitais envolvem, sustentam e alimentam todas as partículas de matéria física. É ele que permite que o “Sopro da Vida”, proveniente da Alma, alcance e sustente a vida celular. Em comunhão com o Corpo Etérico, que absorve o Prana, são os responsáveis pela estrutura saudável do organismo humano. “Todos os átomos físicos têm invólucros astrais; a matéria astral forma o que poderíamos chamar de ‘matriz’ da matéria física” é afirmação dos Teosofistas. (O Homem e seus Corpos – Annie Besant) Função – Além de veicular a energia vital e garantir a organização celular física, é sua função a ligação entre o mundo externo e a inteligência do Homem, o Corpo Mental, ou seja, a ligação entre as impressões recebidas pelos sentidos físicos e a percepção destas pela inteligência. Em outras palavras, os centros da sensação estão localizados no corpo Astral, e estes permitem a conexão entre os órgãos físicos e as percepções mentais. Os estímulos ambientais agem sobre as moléculas materiais fazendo-as vibrar em nossos órgãos sensoriais. Estas vibrações, por sua vez, estimulam a sua contraparte etérica que, seqüencialmente, vai transmiti-las aos correspondentes sensitivos do Corpo Astral. Ocorrido o registro sensorial, as moléculas astrais o propagam ao Corpo Mental para a devida resposta que deverá retornar pela mesma via até os hemisférios cerebrais, para que o Corpo Denso torne-se consciente do fato. Portanto, a impressão que é registrada pela rede nervosa sensitiva, se transforma realmente em “sensação” ao chegar ao Corpo Astral que, depois de transmitida para o Mental, é percebida pela inteligência. Esta, por sua vez codifica-a, elabora a açãoresposta em harmonia com o axis cérebro-espinal e a emite através do sistema motor, se necessário. Este processo parece se repetir no aprendizado, pois quem realmente aprende é o Espírito, sendo o cérebro, apesar de sua importância e complexidade, apenas seu instrumento de manifestação. Quando os conhecimentos anatômicos neurológicos adquiridos pela Ciência forem correlacionados aos demais Corpos, com seus pontos de contato e inter-relações, interessante universo deverá ser desvendado ao Homem. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto As características sensitivas do Corpo Astral em estudo não se restringem apenas aos estímulos físicos, segundo os autores orientais e esotéricos. Nele também se situam os instintos, sentimentos, emoções e sensações fortemente vinculadas às coisas materiais. Por essa razão o Corpo Astral é também denominado como o “Corpo do Desejo”. Os instintos de sobrevivência, preservação e perpetuação da raça e outros, são referidos como oriundos deste corpo, muito importantes na fase animal do homem onde o Corpo Mental é rudimentar, quase inexistente. Também as paixões mais humanas como a sensualidade e o erotismo, sentimentos como ódio, inveja, ciúmes, o apego às coisas materiais, são a ele responsabilizados. Segundo H. Blavatsky, ele “não é matéria molecularmente constituída, pelo menos não como o corpo humano, o mais grosseiro de todos nossos princípios, mas na verdade é o princípio médio, o verdadeiro centro animal” do qual o nosso corpo é apenas sua concha. (Helena Blavatsky - Doutrina Secreta - Volume I) Seu aspecto é variado e depende diretamente da condição evolutiva de seu portador. Um homem pouco evoluído apresenta seu Corpo Astral com contornos indefinidos; seus elementos estão inertes e apresentam-se como uma nuvem tênue ou indefinida. Segundo os teosofistas, quando desligado do Corpo Denso, constitui uma massa astral de aspecto amebóide e é incapaz de servir de veículo independente de consciência, pois o Corpo Mental é mero esboço. Esta informação teosófica da existência do “Corpo Astral amebóide” é além da periferia do corpo físico, é coincidente com os relatos oferecidos pelo médico espiritual André Luiz, fruto de suas observações transcritas nos livros “Libertação” e “Evolução em Dois Mundos”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier. No Homem de desenvolvimento intelectual mediano, já se apresenta mais organizado e quando fora do Corpo Material, assemelha-se em sua forma e características. O Mental já se encontra em plena atividade, porém ainda enclausurado no envoltório astral. A nitidez dos seus contornos, a luminosidade dos seus elementos e a perfeição de sua organização nos permite avaliar o estágio evolutivo alcançado pelo Ego que dele faz uso. Segundo diferentes autores, o Corpo Astral, devido sua plasticidade, tem como característica representar com indefinível clareza o nível evolutivo e o mundo mental A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto ativo do Ego que representa. A sua propriedade de refletir os efeitos da vontade e da constância de determinados pensamentos, imprime-lhe características próprias e define o plano etérico em que se situa. Por estar intimamente ligado ao Etérico e ao Mental, os hábitos e alimentação materiais, assim como a atividade mental e intelectual do indivíduo, refletem diretamente em seu aspecto vibratório pela agregação ou expulsão de moléculas densas ou mais puras. Será diáfano e irradiante, ou denso e opaco, quase material, refletindo o mundo íntimo e hábitos de seu inquilino. Poderá ter aspecto astral repulsivo ou angelical, dependendo do domínio dos desejos ou do equilíbrio mental do ser. André Luiz nos referenda a assertiva: “Não nos esqueçamos que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se profundamente, segundo o tipo da emoção que lhe flui do âmago. Na própria Terra a máscara física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do corpo carnal”. (Entre a Terra e o Céu – cap. 20 – Conflitos da Alma) As mesmas ponderações expostas ao se estudar o Corpo Etérico, sobre a absorção de elementos puros e a eliminação de hábitos sociais perniciosos também se aplicam ao Corpo Astral devido à simbiose vibratória entre eles existente. Por outro lado, pela sua constituição, é sede dos instintos e dos sentimentos materiais, e se não sofrer a devida ação e controle do Corpo Mental, buscará induzir o Ego nele residente a buscar comportamentos e hábitos perniciosos, próprios da matéria, refletindo diretamente em seu estado de saúde. Afirmações similares são observadas nos informes do médico espiritual André Luiz, agora na óptica Espírita, que reúne todos os corpos em um só – Perispírito. Descreve a influência de hábitos e alimentação, assim como de nossos pensamentos sobre o organismo denso, relatando: “tanto quanto o Corpo Físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta de paixões (o grifo é nosso) que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as vibrações mentais A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto (Ibidem) daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de organizar perigosos desastres orgânicos” (Missionário da Luz – Passes). Recordemos o antigo conceito ocultista que fala de corpúsculos espirituais. Na seqüência, ainda relata que determinada senhora que havia tido sérios atritos com o esposo, entrando em grave desarmonia com o esposo, devido à intensa perturbação criara “pequena nuvem” que lhe cercava o “órgão vital” [coração], “representando matéria mental fulminatória”, explicando que a presença e permanência de semelhantes resíduos poderiam trazer-lhe graves doenças (Missionário da Luz – Passes). Células -Tronco e Transplantes - Com as informações obtidas no estudo dos diferentes corpos, pode-se deduzir, que a ação conjunta do Corpo Astral e do Duplo Etérico explicariam o mecanismo que impõe às “células-tronco” a sua especialização segundo as características de cada sistema orgânico em que se localize. É de conhecimento da ciência médica que a mesma célula que compõe o fígado, por exemplo, tem em si o potencial biológico necessário para formar um tecido ósseo ou outro qualquer do corpo humano, segundo a especificidade do local onde deva se estabelecer. Poder-se-ia concluir que, na edificação de um corpo, é o Astral que determina e o Etérico que define a célula toti-potente, conhecida como “célula-tronco”, o tipo celular que deva assumir. Isto nos leva a diferentes ponderações: Pergunta-se: Traz esta célula uma mensagem cromossomal codificada a ser despertada apenas por determinada imposição energética específica de seu criador, ou pode responder a qualquer impulso semelhante, independente da sua criação? Seria algo semelhante a um veículo motorizado que responde a qualquer motorista, desde que o mesmo saiba como conduzi-lo? Ou não? São questões a serem respondidas. Talvez, também, seja esta a “chave” para os problemas de rejeição nos transplantes. Cada ser possui uma constituição vibratória específica que organiza seus diferentes corpos. A inclusão de elementos exógenos, de origem vibratória distinta, deve gerar um antagonismo vibratório localizado, além de acionar o mecanismo de reparação da memória celular reparativa. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto É possível que, no futuro, quando a Ciência dominar os campos energéticos humanos e melhor conhecer as leis universais que regem a interligação da Dualidade, possamos transplantar órgãos sem a necessidade de se abolir o Sistema Imunitário como o fazemos hoje, ou recuperar o órgão deteriorado seja pelas “células-tronco”, seja com a correção do distúrbio energético nele estabelecido. São hipóteses a se investigar. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Corpo Mental – Corpo Causal Como já exposto, apresenta-se com uma constituição setenária como os demais estudados. É com a conquista do Corpo Mental que o Espírito em evolução abandona o plano animal e adquire a Razão, tornando-se o Homem. É o veículo do Ego, do Pensador, para todo o seu trabalho de raciocínio. A matéria de que se compõe é extremamente sutil e tênue e, tanto quanto o Corpo Astral se desenvolve com o aperfeiçoamento do Homem. Segundo os orientais, à medida que se desenvolve através das reencarnações, o Corpo Mental cresce, aumenta de volume e intensidade vibratória. Neste tipo de matéria o Homem manifesta-se como inteligência, enquanto que no Astral como sensação. Em sua evolução, organiza seu Astral e expande, literalmente, o volume de seu Mental. Por essa razão, é natural esperar que no ser pouco evoluído, seu aspecto seja pouco definido e quase inexpressivo, enquanto que, no oposto seja radiante e de dimensão proporcional ao grau de desenvolvimento do intelecto. No princípio de sua evolução o ser é pobre em qualidades mentais e manifesta-se por paixões e apetites; só deseja só procura sensações. A matéria mental é muito pequena e se prolonga até o Corpo Astral, permanecendo em contato com o mesmo através de tênue ligação vibratória, através da qual envia seus pensamentos para os planos mais densos onde acabam sendo confundidos com as paixões e emoções animais. Aos poucos, no entanto, com a necessidade de superar as dificuldades, as lutas, somadas às experiências sociais e afetivas, o pensamento começa a se desenvolver e equilibrar-se diante dos estímulos da sensação, fortalecendo, assim, a matéria mental. (...) “Atentos a semelhante realidade, é fácil compreender que sublimamos ou desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de pensamento que nos fluí na vida íntima. Quanto mais nos avizinhamos da esfera animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do Espírito, maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina”. (André Luiz - Entre a Terra e o Céu – cap. 20 – Conflitos da Alma) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Corpo Mental desenvolve-se graças ao pensamento, que é o material de que nos servimos para edificá-lo. As articulações e associações de idéias, o enriquecimento através do estudo, do esforço das analogias, do exercício filosófico, dos sentimentos elevados e do amor, corresponde ao trabalho das faculdades mentais que o desenvolvem. É o corpo da Alma, o Espírito encarnado. Diferente dos corpos já estudados, ele não constitui uma cópia exata do Homem; sua forma é ovóide interpenetrando, obviamente, os Corpos Astral e Físico, formando a Aura completa do ser material. Uma vez mais destacamos que o estudo individualizado de cada corpo é proposta didática, pois que estes funcionam simultaneamente, em harmonia e interligados entre si, como os diferentes sistemas orgânicos do corpo humano. Uma informação interessante a se destacar, é que o Homem, como acontece com a grande maioria dos seres da atualidade, enquanto não desenvolver a visão astral, nada verá além do mundo físico e, da mesma forma, enquanto não desenvolver a visão mental, nada verá além do plano astral e físico. Isto também explica a limitação de nossos sentidos. Temos convicção de que com a generalização destes conhecimentos, desenvolvendo-se uma visão holística do Homem, e instrumentos capazes, esta limitação será suplantada. “Em todos os planos do Universo, somos Espíritos e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, há de se considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar” é a assertiva de André Luiz (Ação e Reação – cap. 19 - Sanções e Auxílio). No entanto, quanto a essa tendência materialista, parece que nem sempre foi assim. Existem relatos de que, na antiguidade, candidatos a “curadores” somente eram aceitos pelos mestres da arte após severa seleção, e iniciados no desenvolvimento de suas faculdades psíquicas exatamente para alcançarem os sentidos superiores que lhe permitiriam um correto diagnóstico das doenças ou distúrbios energéticos e sua correção. Os candidatos eram conduzidos a uma verdadeira iniciação, de caráter hermético, com intenso adestramento moral e espiritual, e apenas quando alcançassem o desenvolvimento interior necessários, conseqüentes ao treinamento, eram instruídos no ofício. Este processo esotérico parece haver ter sido adotado e orientado o A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto desenvolvimento de várias e antigas ciências curativas orientais, sendo sua última expressão no século passado, a medicina tibetana, antes da invasão chinesa. Com referência ao Corpo Mental, ainda, é informada uma composição algo diferente na sua constituição sétupla em relação aos demais corpos já estudados. São considerados os primeiros quatro planos como ainda de matéria etérica, e os três últimos como pertencentes exclusivamente ao plano do Espírito, isentos de qualquer molécula material, por mais sutil que seja. O “ternário” mais elevado corresponderia ao “Eu Maior” e o “quaternário” inferior ao “Eu Menor”. (Os Sete Princípios – Annie Besant) O “Eu Maior”, também chamado de Corpo Causal, é a representação do Espírito eterno, sede da memória milenar que traz em si todas as conquistas do Ser em suas diferentes encarnações, morais e intelectuais, sejam positivas ou negativas. O “Eu Menor” ou Corpo Mental corresponderia a uma parcela da Inteligência, necessária em uma nova jornada física, constituindo a Alma do Homem. Explica-nos Annie Besant (Os Sete Princípios do Homem), “que ao o Espírito buscar a edificação de um novo corpo, sendo ele mesmo uma entidade espiritual vivendo em um plano diferente da matéria, não pode influenciar de forma direta as moléculas densas de que será constituída sua nova moradia. Desse modo ele projeta parte de sua própria substância, que se reveste de matéria astral, e então, com a ajuda da matéria etérica, penetra todo o sistema nervoso do ser ainda “não-nascido” para formar, à medida que o aparato físico amadurece o princípio pensante no Homem”. Essa parte projetada virá a constituir a Alma enclausurada. Como nossa proposta de trabalho se restringe ao Homem Bioenergético, limitarnos-emos ao plano da Alma, referindo-nos aos superiores eventualmente, se necessário. Neles estão contidos o “sexto” e “sétimo” princípios. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Aura Humana Os autores de todas as correntes estudadas são uníssonos em relatar a presença da Aura Humana, obviamente cada qual em sua óptica. É de Allan Kardec a informação: (...) “Mas esse Perispírito não é confinado no corpo como numa caixa. Por sua natureza fluídica, ele irradia exteriormente e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende”. “Mas o vapor que se despende de um corpo malsão, acre e nauseabundo é o que infecta o ar dos lugares onde se reúnem muitas pessoas malsãs. Assim como esse vapor é impregnado das qualidades do corpo, o Perispírito é impregnado das qualidades, ou seja, do pensamento do Espírito e irradia tais qualidades em torno do corpo”. (Revista Espírita – Dezembro de 1862 – Mediunidade e Corpo Espiritual) André Luiz já nos traz informações mais substanciosas e, ainda que se observe um leque de informações maior com elementos coincidentes com os das propostas orientais, ainda que fiel ao princípio perispirítico do Espiritismo. “Considerando-se toda célula em ação por unidade viva qual motor microscópio, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que estas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, de se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que a exteriorizem”. “Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos, se revestem de um “Halo Energético” que lhes corresponde à natureza”. “No Homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelo pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do corpo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.” A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto “Nas reentrâncias e ligação sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-o com vibrações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.” “Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a Aura Humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que se figura, valendo por espelho sensível em que todas as idéias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum.” “A fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas enobrecedoras ou deprimentes.” (André Luis - Evolução em Dois Mundos – Aura) As escolas orientais ou esotéricas definem que o Corpo Físico é circundado por uma emanação oval. É formada por diferentes faixas de energias que refletem, individualmente, um aspecto do ser, a saber: 1. Duplo Etérico – faixa mais interior que segue o contorno do corpo; 2. Corpo Astral – além do Etérico, uma faixa de substância mais sutil que reflete a natureza emocional; 3. Corpo Mental – além do Astral, é um nível de emanação que reflete a natureza mental do ser. Aura Humana é, portanto, a somatória vibratória de todos os corpos que compõem o Homem Bioenergético, o objeto de nosso estudo. Já existem pesquisas realizadas neste sentido, assunto que procuraremos desenvolver mais adiante. Há que se considerar ainda que, esotericamente falando, o éter do espaço, onde necessariamente se inclui as formas etéricas de todos os corpos do Homem – Etérico, Astral e Mental-Causal - são diferentes formas de expressão de um mesmo elemento material ou energia, o Fluído Cósmico Universal. Habituados com a visão exclusiva da matéria, esquecemo-nos que esta é uma forma de energia condensada e que consideramos as Energias Vitais como imateriais por serem intangíveis. ...ooo000ooo... A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Com o acima exposto, completamos a descrição da composição “corpórea integral” do Homem. Esta visão global é de suma importância para a compreensão da gênese de múltiplas e diferentes doenças, como buscaremos demonstrar na seqüência de nosso ensaio. Esses corpos, como já referido, se inter-relacionam por uma rede de linhas energéticas ou Nadis, interligando-se através de Vórtices de Energia, ou Centros de Força, ou Chakras. A definição de corpos múltiplos e de campos energéticos com certeza acarretará inúmeras críticas e questionamentos por parte dos mais céticos, principalmente pela ausência de protocolos definidos que possam ser repetidos por instrumentos específicos. Nossa proposta, no entanto, vem de encontro a esses questionamentos. Há, a esse respeito, o Homem Bioenergético, um grande número de informações que foram trazidas por pessoas idôneas e muito mais desenvolvidas do que nós. Entretanto, quando passamos a tratar das declarações da ciência espiritual, conhecidas e praticadas há séculos no mundo oriental, de um dualismo milenar, existe um grande e injusto ceticismo entre os pensadores modernos. A opção materialista não pode invalidar a opção oriental. A maioria de nós fala com naturalidade sobre muitos fatos da ciência material que não somos capazes de verificar, aceitando naturalmente o fruto de observações que respeitáveis pesquisadores oferecem. Ao tratarmos dos chamados estudos que transcendem a matéria, porque não assumir posição similar? O que vale para a pesquisa material, assim deve ser para as pesquisas de origem espiritual. O mesmo estímulo que leva a esses pesquisadores da matéria a buscarem desenvolver métodos e instrumentos que lhes permitem alcançar seus objetivos, deve ser o veículo de motivação para as pesquisas transcendentes. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto IIa Parte – O Homem e sua relação com o Universo Centros de Força ou Chakras - Linhas de Energias ou Nadis Para melhor compreendermos os Vórtices de Energias, ou Chakras, importante é conhecermos sua gênese e sua correlação com as Nadis. O Corpo Vital é composto por incontáveis linhas de energias conhecidas esotericamente como Nadis, ou “Tubos de Luz” que, na sua disposição, acabam por formar os Chakras. Não encontramos, até o momento, na literatura ocidental referências objetivas sobre as mesmas. O Mestre Tibetano, pelo contrário, as apresenta com detalhes precisos no livro Psicologia Esotérica (Alice Bailey -Volume II – Tomo II – Item 592): “A energia Prânica atua através do Corpo Vital e tem seu curso através dos inúmeros ‘Nadis’ que se encontram nele. Estes ‘Nadis’ existem aos milhões e são diminutos canais de força, subjacentes a todo o sistema Nervoso. Constituem a contraparte e o fator animador deste sistema, tornando possível a sensibilidade e produzindo a ação e reação que converte o mecanismo do Homem num complicado ‘receptor’ de energia e ‘diretor’ de força. Cada uma destas minúsculas linhas de energia é de natureza quíntupla e assemelha-se a cinco linhas ou fibras de força estreitamente ligadas no interior de uma bainha protetora constituída de uma força diferente. Estas forças estão unidas umas às outras numa relação transversal”. David V. Tansley - Amabilíssimo Corpo – Essence e Shadow - Nádis “Deve-se igualmente notar que estes cinco tipos de energia formam, no seu conjunto, uma unidade estreitamente ligada e que estas unidades formam, na sua totalidade, o próprio invólucro Etérico. Através destes cinco canais fluem os cinco Prânas principais (já citados anteriormente no capítulo da Energia Vital) – energetizando, galvanizando e controlando todo o organismo humano... Não há parte A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto alguma do Corpo Físico em que não se encontre ou ‘subsista’ esta rede de energia. Esta é a verdadeira forma ou substância”. Por outro lado, interessante relato encontra-se na literatura espírita, mais objetivamente no livro “Recordações da Mediunidade”, da médium Yvone Pereira que, com os conceitos acima transcritos, podemos entendê-lo como uma referência às Nadis. Restrita aos conceitos perispiríticos de Allan Kardec, a médium escreve que, após sofrer intenso problema moral, viu-se adoentada e, retirando-se do Corpo Físico, foi socorrida por médicos espirituais que a submeteram a uma “cirurgia espiritual”. Acompanhando as explicações e procedimentos do Espírito assistente, é seu relato: “Vê! São fibras luminosas, impressionáveis e delicadas ao inconcebível pelo teu pensamento... e por isso algumas foram rompidas pela intensidade da dor moral que te atingiu... advindo, então, o estado de depressão nervosa, incompatível com o sistema de vibrações necessárias à existência. Em tais condições o Perispírito não suportará o contato carnal...”. “Em seguida mostrou-me as tais fibras, e então tive a possibilidade de ver a mim mesma, à altura do coração, como num espelho mágico e muito eficiente (a médium estaria em seu Corpo Astral). Com efeito, muito luminosas, como se fossem raios de Sol, concretizados, as fibras dir-se-iam também tenuíssimos fios elétricos que se tivessem partido (as partidas encolhiam-se, tais como fios elétricos arrebentados). Eram apenas três assim danificadas, e despendiam chispas ainda mais luminosas, exatamente como fagulhas de força elétrica de um cabo que se arrebentasse”. “Seria o nosso Perispírito então um composto de fibras de luz?” - conclui a médium. Nas diferentes fontes indianas encontramos referências a um número de 72.000, 550.000, 720.000, etc, de Nadis compondo o veículo etérico. Desconhecemos a razão de A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto quantidades tão dispares, porém, há indicações de diferentes formas esotéricas de estudo para justificá-las. Há, no entanto, consenso, quanto às três mais importantes: Ida, Pingala e Sushuma. Encontramos citações a outras de menor importância, como Gandhara, Hastajihva, Kuku, Sarasvati, Pusha, Sankhini, Payaswini, Varuni, Alambhusha, Vishvodhara, Yasasvíni. Maiores detalhes poderão ser encontrados na farta literatura indiana e esotérica pelos estudiosos interessados. IDA, PINGALA, SUSHUMA – A Nadi Ida localiza-se a esquerda da coluna vertebral, e à direita a Pingala. Entre elas corre um canal, exatamente onde se localiza a medula espinhal, e também a Nadi Sushuma. Ida e Pingala, sempre ativas, sobem ao cérebro não em paralelo, mas em ziguezague, entrecruzando-se por entre os Chakras, parecendo desembocar no Chakra Frontal, enquanto Sushuma permanece inativa, adormecida na base da coluna, pois o prana não circula, ainda, por esta via. Sushuma é considerada a sede do Kundalini, o Fogo Serpentino, sediado no Chakra Raiz, a ser despertado quando se alcançar um elevado estado iniciático. Descrevem-se no seu interior, três outras Nadis: o Vajna, o Chitrini, dentro do qual se encontra o Brahma-Nadi, ao longo do qual se elevará a energia Kundalini, até alcançar o Chakra Coronário. Todas as escolas orientais que ensinam a libertação do Homem espiritual recluso na matéria, desenvolvimento este orientado e acompanhado por um Mestre, não recomendam a busca do Fogo Serpentino, por quem não esteja preparado, moral e espiritualmente, para conviver e dominar tal energia, devido às graves conseqüências físicas e mentais que podem acarretar. Alguns estudiosos sugerem que o Caduceu de Mercúrio, com suas serpentes ondulantes, representariam as duas Nadis, Ida e Pingala, erguendo-se em um bastão, a representação da Sushuma, e terminando em duas asas, a representação dos dois hemisférios cerebrais, alcançando o Sol, a representação do Chakra Coronário. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto CHAKRAS - Segundo o Mestre Tibetano, onde as Nadis se cruzam e recruzam formam-se cinco áreas ao longo da coluna, e duas na cabeça onde as energias são mais poderosas do que em qualquer outro ponto, formando, assim, os Sete Centros principais, ou Chakras principais. Os centros são formados pelo cruzamento das Nadis, do mesmo modo que os plexos, no corpo físico, são formados pelo encontro de nervos. Onde as Linhas de Força se cruzam 21 vezes, forma-se um Centro Maior; onde se cruzam 14 vezes temos os Centros Secundários, e onde se apenas sete vezes temos minúsculos centros. Salvo informação contrária, não observamos referências ocidentais mais objetivas aos Centros de Força que administram o fluxo e refluxo de energias que circulam entre os diferentes corpos do Homem, como ocorre na literatura esotérica oriental, ou que não sejam baseadas na mesma. Por outro lado, na obra psicografada de Francisco Cândido Xavier – “Entre a Terra e o Céu”, e no livro “Evolução em Dois Mundos” de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, o médico espiritual André Luiz, por sua vez, nos oferece informações objetivas sobre os mesmos, consubstanciadas de vários e interessantes detalhes. Vale destacar que as citações, as descrições e as funções explicitadas aos “Centros Vitais” correspondem exatamente aos “Chakras”, muito estudados e conhecidos nas ciências orientais. O termo Chakra, de origem sânscrita, significa “roda” ou “roda de luz” e referese a uma série de “Vórtices de Energia” semelhantes a “rodas” que existem na superfície físico-espiritual do Homem. Os orientais, muito mais antigos na crença espiritualista, já de longa data se dedicam à pesquisa da alma permitindo-nos acesso a informações mais substanciais sobre estes vórtices energéticos. A literatura ocultista é rica em informações sobre estes centros de forças, e inúmeras obras estão ao alcance dos pesquisadores. Muitas, no entanto, apresentam-se limitadas aos conceitos de seus autores ou das doutrinas que abraçaram, destacando apenas aspectos específicos aos seus interesses, fato este que deve ser analisado com cautela. Observamos, também, que a generalização destas informações e o estímulo de sua prática, com esclarecimentos incompletos ou direcionados a objetivos parciais, podem levar os estudiosos menos preparados a se envolverem perigosamente com A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto campos de energias que desconhecem, levando-os a sérios desequilíbrios que podem induzir à doença de ordem psíquica, emocional ou física. O médico espiritual André Luiz qualifica-os e enumera-os em Sete, à semelhança de algumas escolas orientais: André Luis Djwahl Khul 1 - Centro Coronário –parte superior do cérebro; 1. C. Coronário - idem 2 - Centro Cerebral – região frontal; 2. C. Cerebral - idem 3 - Centro Laríngeo – garganta; 3. C. Laríngeo - idem 4 - Centro Cardíaco – região do tórax; 4. C. Cardíaco - idem 5 - Centro Esplênico – região do Baço; 5. C. Gástrico - idem 6 - Centro Gástrico – região umbilical; 6. C. Genésico - idem 7 - Centro Genésico – região dos genitais. 7. C. Raiz - na base da coluna Em pesquisas nas diferentes escolas esotéricas, a título de ilustração, observamos divergência quanto aos chamados “Sete Centros Principais” que regem o Homem Bioenergético em estudo. Na escola japonesa Shingon, por exemplo, ela omite o Chakra Coronário, mas menciona o Chakra secundário entre as escápulas, e dois outros dos joelhos; nos “Fundamentos do Misticismo Tibetano” o Chakra Coronário é ligado ao Chakra Raiz, formando apenas um; na Ioga Tibetana o Chakra Coronário e o Chakra frontal são considerados como um único. No nosso entender, o estudo dos Chakras e suas descrições, nas diferentes escolas, estavam vinculados à capacidade sensitiva do observador, do grau de seu conhecimento esotérico, de seu desenvolvimento espiritual e da finalidade a que se destinava seu desenvolvimento. Várias escolas doutrinárias destacam o Centro do Baço como um deles, outras o Centro do Sacro como um dos Sete mais importantes. Foi com o Mestre Djwahl Khul, entretanto, que encontramos as informações mais completas que, além de esclarecerem a divergência, se tornaram nossa orientação de estudo. “Já me referi anteriormente ao canal principal de comunicação entre a Alma e seu mecanismo que se situa:” a. “No Centro da base da coluna vertebral”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto b. “No Centro no alto da cabeça, onde se situa o centro mais importante do corpo, sob o ponto de vista da Alma. Aí se encontra o ponto de entrada e saída; aí está a grande estação de rádio de recepção e o centro diretor de distribuição”. c. “No Baço. É um Centro secundário (o grifo é nosso) e um órgão que se vincula com o Centro do Coração”. “É por meio do Baço que se estabelece a ligação entre o princípio de vida (situado no coração) e o sistema de consciência, que inter-relaciona todos os órgãos materiais e a substância atômica do corpo físico. Isto indica que no local do corpo humano onde se aloja o Baço, juntamente com seu correspondente Centro de Força subjetivo, se cruzam duas grandes correntes de energia: a corrente de vitalidade física, e a corrente da consciência dos átomos que constroem a forma. Observar-se-á que examinamos aqui o grupo de vida subconsciente e não a vida consciente, e nem a autoconsciência”. “O Baço é o órgão por meio do qual é recebido e redistribuído o Prana Planetário ou Vitalidade. Este penetra pela ‘porta aberta’ do Centro de Força do Baço e depois passa para o Coração. Ali se reúne com o princípio individual de vida”. “Pelo Centro do Baço passa também a vida consciente da totalidade das células do corpo que, por sua vez, são os receptáculos da energia do aspecto consciência ou princípios de todos os átomos e de todas as formas no quarto reino da Natureza”. (Alice Bailey – Psicologia Esotérica – Volume II – Tomo I – itens 64/5) Sua valorização, como se busca demonstrar, é compreensível uma vez que o Centro de Força do Baço é o maior responsável, ainda que não o único, pela manutenção do fluxo e refluxo da Energia Prânica durante a vida física do Ego encarnado. A Medicina sabe da importância desta glândula na formação dos elementos constituintes do sangue, e estes, pode-se deduzir, se revestem da “energia de manutenção” que é levada a todos os campos celulares pela corrente sangüínea. “Com base na compreensão correta, deve-se registrar que a vida celular é coordenada, influenciada e vitalizada pela corrente sangüínea, aquele sistema complicado que interpenetra toda parte do corpo, é responsável por seu bem estar e demonstra de uma forma ainda não verdadeiramente compreendida, o fato de que ‘o sangue é vida’. O sangue é um aspecto da energia, como é a seiva no reino vegetal”. (Alice Bailey – Um Tratado sobre Magia Branca – Tomo II – item 284) Destaques A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto semelhantes sobre a importância esotérica do sangue, são observados nas obras já citadas de André Luis. Informa-nos o Mestre Tibetano, a existência dos Sete grandes centros, Vinte e Um secundários, Quarenta e Um menores ainda, e centenas de pequenos pontos de cruzamentos. É sua a orientação sobre a gênese dos mesmos: “O Corpo Etérico é um corpo composto inteiramente de linhas de força e de pontos onde estas linhas se entrecruzam formando, assim, centros de energia. Onde muitas destas linhas de força se cruzam, temos um centro maior de energia e, onde grandes correntes de energia se encontram e se cruzam, como o fazem na cabeça e ao longo da Espinha, temos sete grandes centros.” (Alice Bailey – Cura Esotérica – Itens 72/73) É sua definição sobre os centros principais e secundários: Principais Nome Sânscrito 1. Centro da Cabeça, ou Coronário Sahasrara 2. Centro Frontal, ou Cerebral Ajna 3. Centro da Garganta, ou Laríngeo Vishuddi 4. Centro do Coração, ou Cardíaco Anahata. 5. Centro do Plexo Solar, ou Gástrico Manipura 6. Centro Sacro, ou Genésico Svadhisthana 7. Centro da Base da Coluna ou Raiz Muhadhara Estão relacionados com os seguintes órgãos: a. Centro Coronário (Sahasrara) – não está relacionado a uma parte específica do corpo, e sim a todo o ser; b. Centro Cerebral, também chamado Frontal (Ajna) – relaciona-se com o cérebro; c. Centro da Garganta, ou Laríngeo (Vishuddi) – está relacionado com os pulmões e garganta; d. Centro do Coração ou Cardíaco (Anahata) – está relacionado com o coração, vias circulatórias e braços; e. Centro do Plexo Solar ou Gástrico (Manipura) – está relacionado com o fígado, à vesícula, ao estômago e ao intestino delgado; A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto f. Centro do Sacro ou Genésico (Svadhisthana) – está relacionado com o sistema reprodutor, os ovários e os testículos, a bexiga e os rins; g. Centro da Base ou Raiz (Muhadhara) – está relacionado com o intestino grosso e o reto. É também responsável, em parte pelos rins (eliminação de resíduos). Há uma relação direta entre as condições dos vórtices de energias e os órgãos físicos correspondentes. Eles podem estar com excesso de vitalidade, com pouca vitalidade, ou em equilíbrio; podem estar abertos ou bloqueados. Centros de Forças Secundários - Vinte e Um 1. Dois: um para cada ouvido (próximos da articulação têmporo-mandibular); 2. Dois: um para cada região mamilar; 3. Um: na junção manúbrio-esternal; 4. Dois: um para cada região palmar; 5. Dois: um para cada região plantar; 6. Dois: atrás de cada globo ocular; 7. Dois: um para cada gônada (ovários ou testículos); 8. Um: na região do fígado; 9. Um: relacionado com o estômago e, portanto, relacionado com o plexo solar, mas não é idêntico a ele; 10. Dois: relacionados com o baço. Estes formam um centro que, na realidade, é formado pela superposição dos dois centros; 11. Dois: um em cada região posterior dos joelhos; 12. Um: poderoso centro estreitamente ligado ao nervo vago. Dado sua potência, algumas escolas consideram-no um centro maior. Não está, no entanto, localizado na coluna, mas junto ao Timo; 13. Um: próximo ao plexo solar e relaciona-se com o centro da base da coluna. Do exposto, podemos concluir que a totalidade dos nervos, com os milhares de Nadis, ou “contrapartes dos fios” do Corpo Etérico, formam uma unidade, e esta, de acordo com a Sabedoria Eterna, possui pontos focais para cada tipo de energia, chamados Centros de Forças, ou Vórtices de Energias ou Chakras. Deles depende a experiência de vida da Alma e a sua expressão, e não a do corpo. Estes fatores condicionam o Sistema Glandular do corpo. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Todos os centros e os muitos pontos focais de contato existentes no Corpo Etérico, são responsáveis pela criação e preservação do sistema glandular endócrino. Este Sistema é a expressão tangível e exotérica da atividade do Corpo Vital e seus Sete Centros. Estes se encontram na mesma região em que estão localizadas as Sete Glândulas Principais e cada centro provê, segundo ensinamento esotérico, o poder e a vida da glândula correspondente que, na realidade, é sua expressão. Os Centros funcionam como transmutadores de energia de um nível para outro, distribuindo a Energia Prânica ao corpo físico. Isto é feito através das glândulas, que regulam os diferentes sistemas do corpo, via corrente sangüínea. Para os ocultistas, o valor do Sistema endócrino é inestimável, pois, é uma réplica da constituição Setenária do Universo e o meio de expressão e instrumento de contato para as forças dos Sete tipos de energias que o compõem. Além de permitirem a relação de todas as partes do veículo físico entre si através da corrente sangüínea, a portadora do princípio da vida, também relacionam o Homem com o veículo etérico. Centros de Força Glândulas Coronário Pineal ou Epífise Centro Frontal Hipófise ou Pituitária Centro Laríngeo Tireóide/ Paratireóide Centro Cardíaco Timo Centro Plexo Solar Pâncreas Centro Sacro Gônadas Centro B. Coluna Supra-Renais Portanto, podem-se definir esotericamente os pontos de inter-relação dos diferentes Corpos: I. O Corpo Físico: como resposta aos estímulos do meio exterior e dos domínios subjetivos internos, utiliza as seguintes vias: A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A. O Cérebro: certas áreas do Sistema Nervoso são dirigidas e controladas inicialmente pela influência mental e depois pela direção consciente da Alma; B. O Sistema Endócrino: estimulado pelos impulsos que chegam ao Corpo Físico através dos Sete Centros do Corpo Etérico; C. O Centro Gástrico, ou Plexo Solar: que dirige e controla certos aspectos do Sistema Nervoso e que é, em grande parte, o cérebro instintivo ou animal; D. O Coração: o centro da vida, com o Sistema Circulatório. II. O Etérico ou Vital: o verdadeiro intermediário entre os mundos internos e o Homem externo. Os Nadis subjazem a cada nervo do corpo físico e os centros que eles formam em certos pontos de intercepção são os agentes motivadores de cada gânglio ou plexo nervoso que se encontram no corpo humano. Alguns destes centros devem ser destacados: A. Centro Coronário: é a sede da energia da Alma, ou Centro através do qual o Homem consciente, espiritual, funciona. B. Centro Cardíaco; é a sede da vida, do terceiro princípio. C. Centro Gástrico: é a sede da vida instintiva, da alma animal e da natureza emocional altamente desenvolvida. D. Centro Sacro ou da Base da Coluna: é o maior centro integrador. Sua atividade se inicia depois de ocorrido as duas fusões principais: a fusão dos três corpos numa personalidade coordenada e a unificação da Alma com o Corpo. III. O Astral, ou Emocional ou Sensorial: Deste veículo emanam os desejos, os impulsos, as aspirações e os conflitos da Dualidade. Também é a sede da vida criativa e imaginativa do Homem. É energizado pelo mundo da ilusão e pelo Plano Astral. Possui também os centros de Força, que são a contraparte dos que se encontram no Corpo Etérico, mas costuma predominar sobre os Centros abaixo do Diafragma, também rotulados de Centros Inferiores. IV. O Corpo Mental: Atua pelos Centros acima do diafragma, ou Superiores, e apenas por estes. Os Chakras Inferiores preservam a potencialidade geradora material e detêm o Homem na vida animal; quando predominam, representam o Ego em uma vida de instintos e de sentimentos inferiores e egocêntricos, de predominância material, com pouco domínio da razão. Os Superiores representam o Ego em busca de sua evolução espiritual, expressando os sentimentos superiores e a razão universal; podem estar com A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto pouca atividade ou inativos, quando há predominância dos Corpos Físico e/ou Astral, porém, à medida que o campo emocional evolui para sentimentos altruístas e o amor, com o intelecto mais ativo, ocorre a natural ativação e/ou desenvolvimento dos Chakras Superiores, com conseqüente domínio dos Inferiores e de suas influências características. Por essa razão, pode-se dizer que, com a predominância da ação de determinados Chakras, são eles a expressão da evolução e da “Consciência” do indivíduo, fenômeno este que nos permite rotulá-los como “Centros de Consciência”. No livro “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, encontram-se algumas citações de “Centros de Consciência”, que nos permitem entender como referências aos Chakras. Na pergunta 146, Allan Kardec questiona: A Alma tem, no corpo, sede determinada e circunscrita? Resposta: Não; porém, nos grandes gênios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações têm por objeto a Humanidade. 146a – Que se deve pensar da opinião dos que situam a alma num centro vital? Resposta: Quer isso dizer que o Espírito habita de preferência essa parte do organismo, por ser aí o ponto de convergência de todas as sensações. Os que a situam no que consideram o centro da vitalidade, esses a confundem com o fluído ou princípio vital. Pode, todavia, dizer-se que a sede da Alma se encontra especialmente nos órgãos que servem para as manifestações intelectuais e morais. Na época de Allan Kardec, já se considerava o cérebro como a sede do pensamento, do ponto de vista físico. Por que razão, então, a referência ao coração, ou outra parte do organismo, como sede da Alma? Pode-se deduzir que as referências sobre “mais particularmente ao cérebro” e “principalmente ao coração”, ou outra parte do corpo, sejam referências aos Chakras dominantes, correspondentes a estas localizações. Poder-se-á perguntar o porquê destes destaques sobre os Centros de Força e os diferentes Corpos do Homem? Na seqüência de nosso ensaio, principalmente no estudo da gênese das doenças e do momento da Morte, estes princípios demonstrarão sua importância. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Reencarnação e a Lei de Causa de Efeito Nos primeiros capítulos deste estudo, foram apresentados os diferentes corpos que compõe o Homem, buscando-se demonstrar suas funções, inter-relações, características e atividades no “todo” intitulado Bioenergético. Ao pesquisador mais atento restará perguntar sobre a gênese dos mesmos. Qual é a origem destes corpos? Como são formados? Por que apresentam aspectos evolutivos e/ou de aprimoramento? Qual a finalidade de suas existências? Porque podem influir na origem de doenças? Para responder as essa questões, e a tantas outras congêneres, necessário se faz uma abordagem preambular mais ampla dos conceitos transcendentes a fim de que o raciocínio possa se estabelecer. A grande dificuldade para humanidade em geral, em sua mente finita, é compreender a Verdade abstrata infinita. Somente com a capacitação de sua inteligência haverá a necessária compreensão. Para o pesquisador idôneo, por outro lado, a sua dificuldade maior em se relacionar com o Etéreo está na sua aparente imateriabilidade. No entanto, a tentativa de alcançar e compreender a Alma – cósmica, universal, planetária e individual – o conduzirá, inevitavelmente, ao desenvolvimento do equipamento mental e instrumental que lhe permitirá uma coordenação da faculdade de pensar diante dos resultados obtidos. Deste processo resultará a compreensão. Busquemos o princípio. Nas ciências esotéricas, como foi citado em capítulos anteriores, ensina-se que o Universo é Setenário, e este conceito estende-se à sua origem. Como entender este aspecto Setenário? O raciocínio é lógico e simples, e em um esforço de síntese buscaremos interpretá-lo. O princípio é Deus. Citado desde os tempos idos, pode-se identificá-lo em diferentes épocas e culturas, ainda que com diferentes denominações: a Divina Pymander de Hermes Trimegisto; a Grande Mônada de Pitágoras na Grécia antiga; para os budistas é Brahma, o criador, e Atma, a realidade perene; é Parabrahma para os hindus; no Vedanta, é chamado de “o Um sem segundo, Eterno, Imutável, Imaculado e Puro, o Ser mais profundo”; na mitologia grega, o Pai de todos os deuses; é Mitras para os persas; para os A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto caldeus é Bel. São outras referências: “Existência Absoluta”, “Suprema Perfeição”, “A Primeira Afirmação”, “Causa de todas as Causas”, “O Começo dos Começos”, “O Santíssimo”, “O Patriarca dos Patriarcas”, “O Senhor dos Senhores”, “O Grande Arquiteto do Universo”. Deus, o Absoluto, é representado pelo Zero em sua forma passiva e estática. Ao manifestar Sua Vontade, torna-se a fonte ativa de toda a vida e de toda a forma e ela, a Vontade, é representada pelo número Um. Segundo os ensinamentos ocultistas, com esta manifestação, ocorre o segundo estágio do processo criativo que é a manifestação dos Seus inerentes aspectos negativo e positivo, ou potenciais masculino e feminino, ou o Amor. O Um torna-se o Dois. Estes aspectos interagem entre Si para produzir uma terceira manifestação – o Três – produzindo a Inteligência ativa, que completa a presença da Divindade. Temos, portanto, expressos a Vontade, o Amor e a Inteligência. Quando temos estes três princípios presentes, temos a manifestação da Divindade que expressa a “Palavra Criadora” pela qual o Universo desabrocha em ser, e a vida se torna a expressão visível. São as três Energias básicas que representam a manifestação do Pai, e delas tudo mais se originou. Esta Divindade manifesta é denominada por alguns estudiosos ocultistas como “Logos”. Elas, as Energias, por sua vez, unem-se entre si para compor outras quatro, com funções específicas, completando o número de Sete. São Sete Energias, ou Sete Raios de Energia que, em diferentes combinações, são responsáveis por toda a obra Universal, em todos os seus níveis de evolução, do macro ao microcosmo. A Sabedoria Antiga nos informa que todo o Poder, Vida e Consciência divina, assim como todos os Espíritos, emanam do “Um”, atravessando os “Três” e os “Sete” tipos de Energias, processo que se reproduz em todos os níveis da escala universal, planetária ou individual. Desta forma, explica-se o “porque” dos Sete planos Físicos (Denso e Etérico), Sete Astrais e Sete Mentais e os Sete Princípios que compõem o Homem. Ensinam, também, que cada uma delas tem uma coloração específica (tema que ainda estudaremos com mais detalhes) que as caracterizam, as mesmas cores encontradas na divisão da luz em um prisma ou em um arco-íris, a saber: A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto I - Energias ou Raios Principais: 1. Vermelho (Energia ou Raio da Vontade ou Poder), 2. Azul (Energia ou Raio do Amor-Sabedoria) e 3. Amarelo (Energia ou Raio da Inteligência Ativa). II - Energias ou Raios Subsidiários: 4. Laranja, 5. Verde e 6. Violeta. III - Energia ou Raio Sintetizador: 7. Índigo. Resumidamente, os Sete diferentes tipos de Energia representam os poderes divinos, ou virtudes, a serem desenvolvidos pelo Ego em evolução, pois, cada tipo de energia possui características próprias e conduz o “viajante da eternidade”, quando sob sua influência, a adquirir ou desenvolver determinados valores latentes. Esta conceituação Setenária pode ser identificada em diferentes doutrinas, como por exemplo, na Judaica onde de Três energias, consideradas como a Trindade Sagrada, surgem os Sete Espíritos representados pelas Sephiroths com suas funções específicas; na Teosofia, correspondem aos Sete Logos; no simbolismo cristão temos a Trindade e os “Sete Espíritos diante do trono” e no Zoroastrismo, Ahura-Mazda e os Sete Ameshaspentas. Como se vê, é comum encontrar um mesmo conceito expresso em linguagens diferentes. É, na realidade, a mesma Verdade travestida dos aspectos de determinada doutrina. O Homem na sua criação é um Ego “simples e ignorante” (Allan kardec – O Livro dos Espíritos - pergunta 133), possui apenas a sua individualidade. É, contudo, um ser divino devido Sua origem e nele estão ocultos todos os poderes do Pai, latentes, em vez de manifestos e ativos. Cabe-lhe, dentro da senda da evolução estabelecida pela Onisciência, despertá-los gradualmente. A princípio, sua evolução é conduzida de forma inconsciente por Irmãos mais velhos, cuja perfeição já os permite a tanto, até alcançar a maturidade necessária que o leve a caminhar, se assim podemos nos expressar, “com as próprias pernas”. Neste processo, os poderes ocultos serão despertados gradualmente por uma sucessão de impactos externos, uma vez que é da vida vibrar em resposta a vibrações que agem sobre ela. Como todas as possibilidades de vibrações existem no ser, quaisquer vibrações que o afetem, despertar-lhe-á o poder vibratório correspondente. Assim, uma força após outra passará do estado latente ao ativo, e este processo também é conhecido como “Evolução”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Allan Kardec preceitua a evolução da Matéria, com um princípio “Vital” a partir do reino vegetal, passando pelo reino animal, até atingir o hominal, acompanhando, em essência, a linha Darwiniana de evolução. Quanto à “origem” do Espírito, deixa em aberto a questão: “Quando a Terra se encontrou em condições climatéricas apropriadas à existência da espécie humana, encarnaram nela Espíritos humanos. Donde vinham? Quer eles tenham sido criados naquele momento; quer tenham procedido, completamente formados, do espaço, de outros mundos, ou da própria Terra, a presença deles nesta, a partir de certa época, é um fato, pois que antes deles só animais havia. Revestiram-se de corpos adequados às suas necessidades especiais. Às suas aptidões e que, fisiologicamente, tinham as características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas faculdades, esses corpos se modificaram e aperfeiçoaram: é o que a observação comprova”. “Deixemos, então, de lado a questão da origem, insolúvel por enquanto; consideremos o Espírito, não em seu ponto de partida, mas no momento em que, manifestando-se nele os primeiros germes do Livre arbítrio e do Senso Moral, o vemos a desempenhar o seu papel humanitário, sem cogitarmos do meio onde haja transcorrido o período de sua infância, ou, se preferirem, de sua incubação”. (Gênese capítulo XI - Encarnação dos Espíritos) Nos livros “O Livro dos Espíritos” e “A Gênese”, expõem seus estudos transcendentes e define suas conclusões. André Luis, o médico espiritual, apresenta interessante estudo sobre o tema em uma dissertação mais acadêmica, no livro “Evolução em Dois Mundos”, assim como outros apontamentos são encontrados nas obras psicografadas por Francisco Candido Xavier, expressos pelo espírito de Emmanuel, obviamente dentro dos limites da óptica espírita. Já os esotéricos e ocultistas propõem o princípio da evolução a partir do reino mineral, como Helena Blavatsky – Doutrina Secreta – Livro I - Cosmogênese – e outros. Diversos autores dissertam sobre o assunto, mas foi em Annie Besant, dentre diferentes autores consultados, em seu livro “A Sabedoria Antiga”, que encontramos a exposição de motivos mais simples e acessível ao estudioso iniciante. Persistindo na tentativa de síntese, e utilizando o raciocínio ocultista novamente, podemos dizer que a Alma do Homem, ou seu Ego, inicia seu processo evolutivo na construção de seus corpos nos Duplos Etéricos de futuros minerais do mundo físico, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto partindo das composições mais simples aos produtos mais complexos da vida mineral, cuja característica espiritual é a Irradiação. No capítulo “O Corpo Físico” afirmou-se que são “as mesmas vidas infinitesimais que compõem os átomos dos corpos minerais, dos vegetais, dos animais e do Homem” e é no mundo mineral que o Ego inicia seu desenvolvimento, o primeiro passo de sua evolução, aprendendo agregar as vidas infinitesimais nos corpos físicos mais simples e rudimentares para que, com eles, possa desenvolver seus dons latentes. Ali, nestes corpos aparentemente inertes, pois seu tempo de evolução se expressa em medidas diferentes da conhecida pelo Homem, seus mínimos poderes divinos podem se manifestar e, ativados, passam a exercer uma influência distintamente modeladora nas formas que os aprisionam. Este processo pode explicar a existência de pedras comuns, semi-preciosas e preciosas, além dos diferentes minerais encontrados na Natureza. A Ciência que estuda os minerais demonstra que os mesmos apresentam uma tendência rumo à organização definida de forma, através do delineamento de certas linhas, através das quais se processa o crescimento. Isto é perfeitamente demonstrável nos cristais. À medida que a Alma se torna por demais ativa para a sua incorporação no reino mineral, manifestam-se os embriões das formas plásticas do reino vegetal e, assim, agora sob novas e diferentes condições vibratórias, avança em seu desenvolvimento nas múltiplas formas dos gêneros do mundo vegetal. Nesse reino, quando nas espécies mais superiores, cuja característica é a longevidade, alcança um acúmulo maior de experiências através dos choques sofridos durantes as diferentes estações, alterações climáticas e de ambiente. Conquista o desenvolvimento da memória e da sensação e, manifestando cada vez mais seu potencial de adaptação, aumenta a complexidade de seu Corpo Físico, Etérico e agora o Astral. Na Ciência atual, pesquisadores já demonstram, através de aparelhos específicos, registros vibratórios semelhantes à alegria ou medo em plantas em estudo, quando expostas a água que as alimenta ou ao fogo que as destrói. Relatam desenvolvimento diferenciado em grupos de vegetais submetidos às músicas chamadas clássicas, comparados com os expostos a barulhos aterrorizantes, além de outros interessantes detalhes que sugerem uma vida ativa, sensível e até emocional no reino vegetal. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Neste plano de desenvolvimento, a característica espiritual é a da Harmonização através das formas e cores que desenvolvem. Os orientais, conhecedores dessa realidade e das qualidades vibratórias de determinados grupos vegetais, deles se utilizam em arranjos ornamentais – Ikebana – para harmonização de seus ambientes. Assim, através de inúmeras encarnações no mundo vegetal, inclusive em seus membros mais elevados, a Alma está pronta para o próximo passo: o reino animal. É um período onde há o desenvolvimento de um corpo físico de composição celular mais complexa, combinado a um Corpo Astral e Etérico capacitado a formar e conduzir formas livres. Desenvolve comportamentos mais nobres e diferenciados como o da liberdade de movimentos, sobrevivência através da busca do alimento e de sua digestão, da proteção da própria vida, da perpetuação da raça através de processos mais elaborados de reprodução, quando o sentido de vida grupal começa a se estabelecer. Rudimentos de sentimentos e de inteligência despontam em manifestação. E assim, através de múltiplas vidas em diferentes espécies, ativando alguns dons latentes e/ou aprimorando outros para conviver com os impactos que a vida lhe proporciona, inicia-se o desenvolvimento de uma inteligência e de uma afetividade que lhe permite um novo passo, a aquisição da Razão. Surge então, o Homem. Até este ponto, o Princípio Inteligente é conduzido e amparado por Sábios Espíritos responsáveis pela evolução e adequação das formas. Em uma imagem de comparação, é o rebento caçula amparado por irmãos mais velhos em suas etapas iniciais da vida até sua fase juvenil. Todas as suas necessidades são supridas para seu desenvolvimento, até que seja auto-suficiente em suas ações. Estes Sábios Tutelares da Evolução, também chamados de “Construtores das Formas” ou “Elementais”, são os responsáveis pela chamada “Seleção Natural” observada na Natureza, auxiliando na adequação das diferentes formas materiais, dos diferentes reinos, às realidades do planeta, assunto vasto que não pertence ao escopo do presente estudo. Talvez tenha faltado a Darwin a visão da eternidade espiritual que lhe permitiria estabelecer o “elo” da Dualidade na sua teoria evolutiva. Retornando ao raciocínio inicial, o Homem, primitivo a princípio, já traz consigo seu Corpo Mental embrionário e o Astral pouco desenvolvido, mas ainda prevalece o domínio de seu Corpo Denso, o corpo do instinto e da perpetuação da raça. É o Homem-animal, o Homem primitivo que disputa com seus irmãos menores da Natureza a própria sobrevivência. É uma realidade de fácil constatação, observando-se algumas A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto coletividades indígenas ainda existentes no planeta, que podem representar perfeitamente a infância do Homem racional. Por outro lado, em uma sociedade estabelecida e moderna, as diferenças evolutivas de seus membros se expressam na realidade dos grandes contrastes comportamentais onde se observam os extremos, desde condutas criminosas beirando a animalidade, a gestos humanitários e fraternos beirando a angelitude. E estes contrastes são comuns tanto em comportamentos individuais como em grandes coletividades ou nações. Nesse novo ciclo, com novas experiências e impactos que proporcionam o crescimento de seus dons divinos latentes em uma escala muito maior, o Ego não é mais conduzido de forma quase que inconsciente como ocorria nos reinos mineral, vegetal e animal. Racional e capaz de ingerir em sua ascensão à Espiritualidade Maior, porém longe da perfeição, ainda é amparado devido à sua infantilidade e inexperiência. O Ego, iniciante no domínio da Razão e com o Corpo Astral agora predominando, pode, eventualmente, desorientar-se ou rebelar-se diante das experiências a que é submetido para seu próprio desenvolvimento. O aprendizado inadequado ou o comportamento indevido pode representar a necessidade da repetição de alguns eventos importantes para seu processo evolutivo. Durante esta fase, fica sob a ação de uma Lei Cósmica conhecida da “Ação e Reação”, ou “Causa e Efeito”, ou “Lei do Karma”, que acompanha seus passos, acertos ou enganos durante os períodos físicos, definindo as necessárias experiências e conquistas de etapas futuras dentro dos princípios da Justiça Universal. A alegação da ignorância do correto proceder é contestada pela presença dos Irmãos mais antigos em seus campos de provas, Egos já evoluídos que nos trazem com seu saber, às vezes a custas de grandes sacrifícios, as orientações necessárias e o caminho correto a se trilhar. Há um consenso em todas as doutrinas transcendentes, antigas ou modernas, da existência de uma Fraternidade de Grandes Instrutores Espirituais, sendo eles mesmos o resultado de ciclos passados de evolução. Agem como orientadores ou guias de nossa humanidade planetária infantil, transmitindo às raças e nações as verdades fundamentais necessárias à sua evolução. Através de seus missionários ou discípulos trouxeram ao seio da humanidade os grandes iniciados e filósofos, os grandes líderes religiosos e A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto cientistas, cuja tarefa foi promover o progresso moral, social e científico de seus irmãos menores. É ponto em comum em todas as doutrinas transcendentes é a necessidade do aprendizado no plano físico como meio de evolução para o Homem desde a sua criação. Com o auxílio dos Irmãos mais evoluídos, caminha na senda da evolução aprendendo a anular o seu “eu” em prol do “nós”, até que alcance a Luz necessária para ultrapassar o estágio de “assistido” para o de “assistente”, e assim colaborar com o Pai no trabalho universal, agora com seus irmãos iniciantes. E é pelo uso da Razão que o Ego deve conhecer e adequar-se às Leis do Criador, utilizando-se dos Princípios Divinos que traz em sua essência: a Vontade, o Amor e a Inteligência Ativa. Concluindo, no ser racional, ou seja, no Ego em que seu corpo mental está em efetivo funcionamento, o processo do aprendizado e desenvolvimento de seus princípios divinos ainda se efetiva através de sua expressão consciente no Corpo Físico por inúmeras vezes, até alcançar o desenvolvimento pleno do Ser Divino que traz dentro de si, encerrando seu ciclo de vidas materiais. Todo o processo descrito, das inúmeras experiências adquiridas em expressões físicas do Ego, é conhecido como “Lei do Renascimento” ou “Reencarnação”. Existe um rico material sobre o assunto, acessível a quem dele se interesse, seja em coletâneas publicadas ou mesmo oculto em velhos manuscritos que tratam do assunto. A Ciência dos tempos modernos já tem a “Reencarnação” como objeto de suas pesquisas, ainda que poucos sejam os seus vanguardeiros. Podemos citar alguns de maior destaque, como Dr. Ian Stevenson, que comandou a Divisão de Parapsicologia do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia onde durante quarenta anos estudou mais de 2.600 casos sugestivos de reencarnação, sob rígidos protocolos científicos e com diversas publicações a respeito; sua publicação mais conhecida data de 1970, com o título “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”. O Professor Hemendra Nath Banerje, Diretor do Departamento de Parapsicologia da Universidade de Rajasthan, Índia, publica em 1979 o livro “Vida Pretérita e Futura” onde relata o fruto de vinte e cinco anos de pesquisas sobre o tema. No Brasil, o Professor Hernani Guimarães de Andrade, com a publicação, entre tantos outros, “Você e a Reencarnação”, publicada em 2002. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Importante destacar aqui, uma vez mais, que não é o propósito de nosso estudo confrontar doutrinas, mas sim extrair delas pontos comuns ou afins, para a compreensão do Homem Bioenergético, o alvo de nossas apreciações, deixando a cada um a liberdade de elaborar seus próprios princípios de conceito e opinião. Considerando-se o Grande Arquiteto do Universo absoluto em Sua Justiça e Perfeição, torna-se difícil, a título de exemplo, explicar determinadas afecções ou deformações, muitas vezes congênitas, que acometem determinadas pessoas sem o amparo da origem da Alma e da Reencarnação. Como entender a Justiça Divina diante de um Mozart que com quatro anos dedilhava lindas melodias ao piano, ao lado de uma criança com paralisia cerebral de nascimento? A “saúde perfeita” em um delinqüente homicida e um “tumor maligno” em uma inocente criança impúbere? No presente estudo será apresentado alguns conceitos sobre doenças congênitas, ou “predisposição a”, de caráter físico, emocional ou mental que, sem as fundamentações expostas sobre a origem da Alma e seus ciclos de evolução, tornar-seão de difícil compreensão ou mesmo aceitação. Além do mais, os conceitos expostos nos permitem uma visão mais abrangente e racional sobre a constituição universal e do próprio Homem. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto “EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS” UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO PSICONEUROLÓGICO * Paulo Bearzoti O trabalho aqui transcrito é de autoria do Médico Neuropediatra, Psicólogo e espírita, Dr. Paulo Bearzoti, que se propôs a apresentar um resumo do livro “Evolução em Dois Mundos”, acrescido de seu saber científico. Ele se tornou, no nosso entender, em importante peça de instrução para os estudiosos da evolução humana. Ao observador atento, é possível observar que sob a óptica espírita e científica mais atual, e ainda partindo apenas do reino vegetal, as informações nele contidas, refletem a mesma “Verdade Eterna” expressa pelos textos orientais. ... ooo 000 ooo ... Os cientistas, de um modo geral, aceitam que há 18 bilhões de anos, aproximadamente, a energia cósmica estava extremamente concentrada, cabendo, segundo eles, na ponta de uma agulha. A temperatura dessa energia era tão elevada que não dá para ser imaginada. Nesse instante, teria ocorrido uma grande explosão (bigbang). Após frações de segundo, ocorreram grandes transformações e começaram a ser formadas os 100 bilhões de galáxias. Esta teoria sobre a origem do universo é conhecida como “BIG-BANG”. Neste universo tão vasto, formou-se o nosso modesto sistema solar e, nele, o nosso planeta 9, 12. Jesus, em co-criação maior, presidiu a formação da Terra uma vez que é seu governador15. Inicialmente, a terra foi submetida às grandes convulsões telúricas, tais como, tempestades, erupções vulcânicas, até que teve condições adequadas para receber os princípios inteligentes (Mônadas). As Mônadas chegaram dotadas de capacidades adaptativas, isto é, inteligência e destinadas à evolução. Paulo Bearzoti FEESP: Congresso de Espiritismo; Águas de São Pedro GÊNESE: 120 Anos - Allan Kardec A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A evolução seria processada tanto no campo físico (somático) como no extrafísico (espiritual). Bilhões de anos seriam consumidos no processo evolutivo. A reencarnação foi eleita o processo mediante o qual a evolução se processaria de maneira contínua e sucessiva nos dois planos, o físico e o extrafísico. No plano espiritual, o perispírito ou corpo espiritual era trabalhado pelos Arquitetos da Vida Maior. No plano terreno, o corpo físico também iria desenvolver-se, mas sempre refletindo o corpo espiritual. Em outras palavras: o perispírito plasma o corpo físico. O espírito André Luiz informa-nos que o corpo espiritual é formado por células. Allan Kardec, ao codificar a doutrina, já havia dado a informação de que o perispírito possui um funcionamento, isto é, uma fisiologia, e André Luiz, no livro “Evolução em Dois Mundos”, amplia essas informações e discorre sobre o funcionamento do corpo espiritual. A vida manifesta-se inicialmente nos mares mornos que funcionaram como caldos ou meios de cultura. No início, somente os seres autótrofos, isto é, que sintetizam as substâncias de que necessitam para sua existência, puderam existir. Aos poucos, a célula foi dominando todos os processos vitais que ocorriam em seu interior; dessa maneira, acabou adquirindo o controle da quimiossíntese e, de posse dela, pode ingressar no mundo das enzimas. Dominando a oxidação e a redução, estabilizou os processos bioquímicos celulares ligados à respiração. Pouco a pouco, as células se capacitaram para realizar funções mais complexas como a produção de hormônios, por exemplo. Tudo o que era exercitado e aprendido pelas células físicas era transferido para as células do corpo espiritual, tornando-se patrimônio evolutivo do espírito. Esta informação permite que se entenda porque, em cada reencarnação, os resultados funcionais e morfológicos celulares se reproduzem corretamente. Em outras palavras, diante de uma nova reencarnação, a célula não tinha que recomeçar do ponto zero, mas sim continuar sua trajetória evolutiva nos planos físico e extrafísico. Conseqüentemente, a célula física adquiriu certa cota de vida, uma espécie de autonomia vital embora limitada. Essas informações demonstram que não há incompatibilidade entre os conceitos emitidos no livro e alguns eventos que ocorrem em nosso plano como, por exemplo, as culturas de tecido, os transplantes, as transfusões de sangue, etc. Essas explicações ajudam também a entender melhor o capítulo VII do “O A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Livro dos Espíritos“7 e, em especial, explica a pergunta 356: “Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos?“ Isto significa que somente as células e tecidos físicos chegaram até aquele ponto da gravidez no uso da sua cota vital, de sua autonomia limitada mas suficiente para tanto. “Tais crianças então só vêm por seus pais”. Embora maravilhoso, o corpo físico é continente transitório para o Espírito, pois, só ele, por ser imortal, pode ser o conteúdo que vivifica e progride. No momento oportuno, a molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) foi eleita a sede da memória genética. A célula somática humana possui 46 cromossomos e neles, a molécula de DNA se dispõe como uma dupla espiral e, por estar enrolada, ocupa o espaço de seis milionésimos de metro; contudo, desenrolada, atingiria o comprimento de 1,80 m. Grosseiramente, a molécula do DNA pode ser comparada a uma escada em caracol. Os degraus desta escada são formados por pares de substâncias denominadas bases. Existem quatro bases na constituição da molécula de DNA: adenina (A), timina (T), citosina, (C) e guanina (G). Contudo, na constituição da molécula de DNA, elas se ligam de maneira específica, fixa, a saber: A - T e C - G. A seqüência de três degraus (tripleto) forma uma ”palavra genética“, isto é, contém uma informação que encerra um significado definido. Por outro lado, o arranjo de quatro elementos (A - T - C - G) reunidos 3 a 3, dá 64 possibilidades que, em nosso caso, significam 64 “palavras genéticas “. As informações contidas nessas “palavras“ orientam a síntese das proteínas que, por sua vez, são constituídas, à semelhança dos polipeptídios, por cadeias de aminoácidos. Ora, como existem somente 20 aminoácidos no organismo, fica ”sobrando“ 44 informações que ainda não têm suas funções conhecidas, que servem para iniciar ou terminar uma reação, que modulam a intensidade de uma determinada reação, etc. Entende-se, pois, que o alfabeto da linguagem genética é formado por quatro letras e, embora não seja simples, foi muito simplificado, levando-se em conta a quantidade e a complexidade das funções geneticamente controladas. O conjunto dos cromossomos pode ser comparado a uma biblioteca na qual cada cromossomo seria um livro e cada tripleto uma palavra2, 13. Dá-se o nome de genoma à totalidade dos genes que dão configuração à constituição genética. Segundo a empresa Celera, o homem possui de 26000 a 39000 genes e segundo o Consórcio Publicado, o homem teria no máximo 31000 genes. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Somente quando o princípio inteligente passou a contar com um cérebro capaz de conter mais informações do que o código genético é que a evolução saiu das fronteiras puramente biológicas e ingressou no campo do progresso espiritual e, assim mesmo, isto só foi possível por causa do aparecimento do neocórtex a partir dos répteis8. Em parte, por causa desta capacidade do cérebro conter mais informações extra-genéticas do que as genéticas, quanto mais evoluído for o animal, mais prolongada deverá ser sua infância. Neste aspecto, nós, homens, pagamos o maior tributo8, 10. O DNA preside a transmissibilidade genética garantindo o funcionamento harmônico e padronizado das células. O DNA, formando os genes, firmou-se definitivamente nos cromossomos. Retornando às primeiras manifestações da vida aqui na terra, vamos encontrar as bactérias lavrando o solo que, por causa deste trabalho, tornou-se fértil e apto a receber os vegetais. Com o surgimento dos vegetais, os animais puderam fazer seu aparecimento no palco evolutivo uma vez que sua alimentação (vegetais) estava assegurada, pois, como se sabe, eles são seres heterótrofos, isto é, dependem de outros seres para se alimentarem uma vez que são incapazes de sintetizar seu próprio alimento. As células, uma vez vencida a etapa evolutiva inicial, embora prolongada, puderam ser organizadas em seres pluricelulares, em organismos mais complexos. Simultaneamente, o corpo espiritual também evoluía, tornando-se também cada vez mais complexo. O princípio inteligente absorvia e automatizava todos os conhecimentos adquiridos permitindo, dessa maneira, que o corpo espiritual continuasse a plasmar, a modelar, o corpo físico. Em outras palavras, o corpo físico, desde o início e como é até hoje, reflete o corpo espiritual. Era chegado o momento do aparecimento do sexo. Nesta altura, os Arquitetos da Vida Maior induziram, como expressão inaugural do sexo, as atrações eletromagnéticas nas bactérias leptótrix. Elas possuem uma carapaça de ferro e quando a perdem, saem à procura de outra; foi esta necessidade de possuir uma carapaça e de procurá-la quando a perde é que foi utilizado pelos Mentores Maiores para a iniciação da função sexual15. No início, consolidam-se as cristalizações atômicas e minerais; a seguir, surgem os vírus e, posteriormente, o protoplasma faz seu aparecimento no cenário evolutivo. Na seqüência, surgem as algas. Quando o princípio espiritual atingiu os espongiários (esponja marinha) e os celenterados (medusas do mar, corais) esboçou a estrutura A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto esquelética. Quando chegou aos equinodermos e crustáceos, ensaiou durante milênios o sistema vascular e o sistema nervoso. Na passagem dos répteis para os mamíferos e nos mamíferos primitivos, o princípio inteligente inaugura os rudimentos das reações psicológicas superiores e incorpora as conquistas do instinto e da inteligência. O cérebro é eleito a sede da mente. À medida que a evolução progride, as grandes transformações se sucedem; assim, ao chegar ao estágio de répteis (ex. cobra), o córtex cerebral passa por uma importante inovação, surgindo o neocórtex que é uma modalidade mais evoluída e mais recente do córtex cerebral. Ao neocórtex caberiam funções altamente evoluídas como pensar, criar, falar, deduzir, etc. É aceito que os animais se comunicam embora o façam de maneira fragmentada, episódica, a partir do que está sendo percebido. Além disto, é colocado que o pensamento deles está centrado neles mesmo, ou seja, é egocêntrico 11. Ao chegar à fase hominal, o princípio inteligente passa por uma grande transformação, pois deixa para trás o pensamento egocêntrico e adquire o pensamento contínuo e, por ser contínuo, podem ser estabelecidas relações entre o passado, o presente e o futuro. O pensamento contínuo é um dos grandes marcos da evolução e somente depois de estabelecido é que muitas transformações evolutivas puderam ocorrer. Por causa dele, surgiram as seguintes transformações: A energia mental amplia - se. Surge a mentalização. O homem adquire a capacidade de lembrar-se de sua família, de seu trabalho, de todas as suas atividades, isto é, pode evocar fatos, pessoas e situações. Suas capacidades cognitivas evoluem ao mesmo tempo em que as emoções tornam-se mais fortes e contínuas. Passa a existir a possibilidade de previsão e de planejamento do futuro. Embora a possibilidade de previsão seja um avanço evolutivo enorme, existe um preço a ser pago, pois surge, conseqüentemente, a possibilidade de sentir-se ansiedade antecipadamente, ou seja, antes que o fato ocorra realmente10. O homem sente necessidade de comunicar-se com seu semelhante; é o início do descongelamento do egocentrismo. Por outro lado, no campo extrafísico, os Mentores da Vida Maior promovem modificações no corpo espiritual e, a partir delas, o homem adquire a fala. Agora, os mais adiantados espiritualmente ensinam os mais atrasados. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Surge a noção de responsabilidade que traz consigo a consciência do dever a ser cumprido. Amparado nas idéias de família e propriedade, adquire a noção de direito. Por causa do pensamento contínuo, a aura do homem torna-se passível de grandes transformações e sua aparência passa a refletir seus estados interiores. O homem se entrega a indagações e a reflexões procurando entender o significado da vida. Dessa angústia nasce a transcendência. Diante da morte, entrega-se a questionamentos; ao perder entes queridos, sofre amargamente. Sofrendo e questionando, acaba concebendo que existe sobrevivência após a morte física. A idéia de Deus germina em seu espírito e surgem as práticas religiosas. Procura comunicar-se com os espíritos desencarnados. Enquanto dorme, já pode ser instruído pelos Espíritos Amigos durante os desprendimentos noturnos. Encarnados e desencarnados podem agora aprender uns com os outros. Entende cada vez mais que está sujeito à lei de causa e efeito quer esteja no plano físico ou no extrafísico. Somente após o aparecimento do pensamento contínuo é que o homem, por mais simples e ignorante que seja, tem condições de passar pela histogênese espiritual a qual compreende o conjunto de transformações que ocorrem nas células do corpo espiritual depois que o espírito desencarna. O pensamento contínuo é o fio condutor a ligar as várias encarnações, firmando cada vez mais a individualidade. Todos os erros cometidos até aqui foram debitados na conta da evolução. Neste momento, desfaz-se a tutela irrestrita que vinha sendo mantida pelos Mentores Maiores e o homem, no exercício do livre arbítrio, assume sua trajetória evolutiva individual, embora ao lado de outros companheiros de viagem. O corpo espiritual, acompanhando e refletindo a evolução do espírito, tornou-se dinâmico e plástico no que diz respeito a sua forma e muito complexo em seu funcionamento. Possui recursos e condições para atender às necessidades do Espírito, quer ele esteja encarnado ou desencarnado. Em parte, esta adaptabilidade é possível graças aos centros vitais do perispírito; esses centros são em número de sete e são A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto conhecidos pelas seguintes denominações: coronário, cerebral, laríngeo, cardíaco, gástrico, esplênico e genésico. Crer na existência do corpo espiritual e conhecer melhor seu funcionamento permite que o homem possa mobilizar recursos e auxílios energéticos em benefício de seus semelhantes; quando esses auxílios são feitos em nome de Deus, suas fronteiras e eficácia atingem limites que ficam muito além do nosso entendimento. Agora, permanecendo dentro de uma visão puramente terrena, é sabido que, de um modo geral, as várias escolas psicológicas não levam em conta a reencarnação ou a sobrevivência após a morte física. Contudo, a herança evolutiva comum a toda humanidade, ainda que muito contestada e considerada assunto polêmico, foi reconhecida por Freud 4, 5 e Jung6. Freud, por meio de seus estudos e observações, chegou à conclusão de que o núcleo do inconsciente era filogenético 1. Já Jung fala do inconsciente coletivo e dos arquétipos. Levando-se em conta a humanidade como um todo, isto é, coletivamente, sabemos por meio de informações provenientes de Espíritos amigos 14 que a raça humana recebeu enxerto revitalizante procedente de outras moradas do Pai. Na Antigüidade, o monoteísmo já era praticado nos templos; quando chegou o momento oportuno para levá-lo dos templos para a praça pública, isto é, para o povo, coube a Moisés executar esta tarefa. Iniciava-se assim o reinado da lei que, de fora para dentro, disciplina o homem impelindo-o para a evolução espiritual. Com Jesus, inicia-se o reinado do Amor que, de dentro para fora, conduz o homem à transformação, à evolução. Coube ao Espiritismo resgatar o Evangelho do Amor que o Mestre trouxe até nós. Em sua codificação estrutura-se a doutrina evangélica da esperança, da consolação e, acima de tudo, do amor. REFERÊNCIAS 1. Ajuriaguerra J. Manual de psiquiatria infantil. Ed. 3. Barcelona: Masson S/A, 1976, 33. 2. Amabis J M, Martho G R, Mizuguchi Y. Biologia. São Paulo: Editora Moderna Ltda., 1979, 1, 221 - 227. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 3. Bearzoti P. Ciclo de estudos sobre a obra: “Evolução em Dois Mundos”. Boletim Médico Espírita, ano IV, n. 5, 48 - 216. São Paulo: 1987. 4. Freud S. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud A interpretação de sonhos. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1977, 4, 585. 5. Freud S. Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud. Moisés e o monoteísmo. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda. 1977, 112 - 123. 6. Jung C G. O homem e seus símbolos. Editora Nova Fronteira, ed. 7, 18 103. 7. Kardec ª O livro dos espíritos, ed. 45. Ribeiro G (trad.). Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1978, 195 - 203. 8. Machado A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu, 1980, 54. 9. Mourão R F. Buracos negros. Petrópolis: Editora Vozes. 10. Sagan C. Os dragões do éden. Rio Ed. 5 de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora SA. 11.Spitz R. O não e o sim. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda. 1984, 21. 12.Super Interessante. Big - Bang - O universo começou com uma grande explosão. Editora Abril, 2, nov./ 1987, 40 - 44. 13. Super Interessante. Em busca do mapa genético do homem. Editora Abril, 2 (6), jun./ 1988, 30 - 36. 14. Xavier F C (médium psicógrafo). A caminho da luz: história da humanidade à luz do espiritismo. Obra mediúnica ditada pelo Espírito Emmanuel, ed. 15. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. 15.Xavier F C, Vieira W (médiuns psicógrafos). Evolução em dois mundos. Obra mediúnica ditada pelo Espírito André Luiz, ed. 4. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos Pode-se concluir, pelo já exposto, que a constituição do Homem resume-se em: 1 – Espírito – a energia da própria vida, que anima e impele a Alma e o Corpo ou Personalidade; 2 – Alma – que informa e reside no interior do Homem, buscando impressionar, impelir e motivar a Personalidade; 3 – Corpo ou “Personalidade” – em seus quatro aspectos: A - Corpo Mental – responsável pelo poder de descriminação ou raciocínio; B - Corpo Emocional – responsável pela capacidade de sentir, desejar, aspirar e atrair; C - Corpo Etérico – responsável pelo poder de agir e energizar; D - Corpo Material ou Físico – responsável pela expressão do Espírito na matéria, controlado pelos três aspectos anteriores. Utilizaremos o termo “Personalidade” com mais freqüência, por se tratar de nomina comum nos textos orientais e esotéricos para identificação do Homem e seus corpos como um “todo”. Como o escopo deste estudo se resume ao Homem Bioenergético, ou seja, à pesquisa e conhecimento da “Personalidade”, uma vez ser o aspecto acessível aos modernos métodos de pesquisa, deixamos os conceitos de Espírito (o Sexto e Sétimo Princípios do Homem) para trabalhos ulteriores. No entanto, necessário se faz à compreensão de alguns determinantes universais, de caráter esotérico, que permitam ao pesquisador uma análise e entendimento mais consistente do que se propõe. Um destes determinantes são as Energias Cósmicas ou Raios de Energia, Helena Blavatsky, salvo informação contrária, foi a primeira a usar a expressão “Sete Raios” em “A Doutrina Secreta”, para identificar a presença destas Energias reconhecíveis e identificáveis em diversas religiões responsáveis pela presença dos Sete Raios Primevos, como os exemplos já citados anteriormente (Capítulo - Reencarnação e Lei de Causa e Efeito): na Judaica onde de Três energias, consideradas como a Trindade Sagrada, surgem os Sete Espíritos representados pelas Sephiroths; na Teosofia, correspondem aos Sete Logos; no simbolismo cristão temos a Trindade “Pai – Filho – A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Espírito Santo” e os “Sete Espíritos diante do trono” e no Zoroastrismo, Ahura-Mazda e os Sete Ameshaspentas. Conforme também se afirmou no capítulo citado, Deus, o Absoluto, é representado pelo Zero em sua forma passiva e estática. Ao manifestar Sua Vontade, torna-se a fonte ativa de toda a vida e de toda a forma, e ela, a Vontade, é representada pelo número Um. Com esta manifestação, ocorre o segundo estágio do processo criativo que é a manifestação dos Seus inerentes aspectos negativo e positivo, ou potenciais masculino e feminino, ou o Amor. O Um torna-se o Dois. Estes aspectos interagem entre Si para produzir uma terceira manifestação – o Três – produzindo a InteligênciaAtiva, que completa a presença da Divindade. Todas essas divisões são meramente didáticas, irreais; existem apenas com o propósito de permitir uma compreensão inteligente. Temos, portanto, a Divindade manifesta na Vontade, no Amor e na Inteligência. Essas Três Energias constituem a soma total de toda a Manifestação Divina. Deus, manifesto, é o Três em Um e o Um em Três. São correntes de energias que se diferenciam em um “Três” principal e, contudo, permanecem uma só corrente. Esta atividade inicial precede o processo criativo da matéria, e o exercício da Vontade Divina no oceano infinito do espaço, de matéria ou substância etérica, produziu a primeira manifestação nas Três correntes principais que, de sua inter-relação, sintetizou as quatro correntes menores, os Raios auxiliares de Sua manifestação Sétupla. São os Sete Alentos da Vida “Una”, as Sete Energias Básicas, ou Sete Raios. Mas o que é um Raio? É apenas uma denominação para uma energia, um tipo de força particular, com ênfase na “qualidade” que esta energia demonstra, e não na forma ou aspecto que ela cria. As Correntes Vibratórias básicas e as subsidiárias se movimentam em vibrações contínuas de rotação, em sentido inverso, imprimindo-se assim, uma nas outras, pela faculdade de movimento, com as essências de cada uma, a fim de que se completem nas Sete que formam a Perfeição, conjugadas nas Três que mantêm a força. Cada uma dessas energias emite uma cor e um som. Sendo Sete o número que concentra a Perfeição, temos as Sete Essências Divinas. Cada Corrente Vibratória, por sua vez, se compõe das Sete Essências para que também sejam perfeitas e para que o cumprimento de seus objetivos seja perfeito. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Assim, cada uma das Sete energias reproduz outras Sete novas de colorações semelhantes às anteriores, mas que ficam sob sua regência específica. Com isso, completa-se um total de Quarenta e Nove correntes de Energias (Sete x Sete). Quarenta e Nove grupos de Energias às quais todas as formas respondem, e que constituem o “corpo de expressão” para Sete Energias básicas – que, por sua vez, são reflexos das três qualidades divinas. É a organização Universal Divina em seus diferentes planos vibratórios. Desta forma, Universo é “administrado”, se assim podemos dizer, por Sete Seres Universais, cada um responsável por uma das Linhas ou Correntes Vibratórias, ou Raios de Luz, ou Energias Espirituais, a denominação não importa, e são representadas por cores e funções específicas. São Seres de uma avançada evolução espiritual e de abrangência cósmica, muito além da capacidade de compreensão humana. São estes Irmãos que coordenam a evolução dos seres, do macro ao microcosmo, em todos os níveis vibratórios, dimensionais ou materiais. Em perfeita harmonia e integração com o Um, são Eles que dão a manutenção às Sete linhas de evolução do Espírito. E cada um Deles possui em si os Sete Princípios da Perfeição, o que não poderia ser diferente diante do já exposto. Os Três primeiros Raios são denominados, esotericamente, de os Raios de Aspecto, e os quatro restantes de Raios de Atributo. O Mestre Djwhal Khul, (Alice A. Bailey - Psicologia Esotérica – Tomo I) nos traz, com detalhes, as características de cada uma destas Energias e Seres por elas responsáveis: Nos textos estudados, essas energias são definidas pelas cores e denominações: I - Energias Principais ou Raios de Aspecto: 1. Vermelho..............................Energia ou Raio da Vontade ou Poder; 2. Azul.......................................Energia ou Raio do Amor-Sabedoria; 3. Amarelo................................Energia ou Raio da Inteligência Ativa. II - Energias Subsidiárias ou Raios de Atributo: 4. Laranja.................................Energia ou Raio da Harmonia e Beleza; 5. Verde.....................................Energia ou Raio do Conhecimento Concreto; 6. Violeta.................................. Energia ou Raio da Devoção. 7. Índigo....................................Energia ou Raio da Organização e Ritual. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 0 II I III IIII I II III I II III IV V VI VII Diagrama da Manifestação Divina e dos Sete Raios ou Correntes de Energia Energias ou Raios de Aspecto: 1º Raio – Senhor da Vontade ou do Poder (Vermelho): simbolicamente, encarna a idéia da Vontade de Deus e por onde inicia a obra da Criação; também denominado de “Destruidor”, pois é o controlador da morte em todos os reinos, onde realiza a tarefa de destruição das formas para a manifestação da vida; é uma energia que deseja amar e usa o poder como expressão da beneficência divina. 2º Raio – Senhor do Amor-Sabedoria (Azul): é a expressão do amor puro, qualidade que procura instilar em todas as formas, sendo a sua manifestação mais densa ou material, o desejo; é o princípio atrativo da natureza e o Guardião da Lei da Atração. É o Mestre Construtor, a idéia dinâmica de Deus idealizando como as futuras formas devem ser constituídas, cuidadosamente planejada por Ele; é a mais potente das Sete Energias no nosso Sistema Solar. 3º Raio – Senhor da Inteligência Ativa (Amarelo): é a expressão da ação Divina, materializando a Vontade e o Projeto de Deus. É o Mestre da Atividade, e Seu trabalho está mais intimamente ligado à Matéria, que trabalha em comunhão com Senhor do 2º Raio, se constituindo na força executora que inicia e materializa a idéia e o A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto propósito de Deus. É o impulso motivador no trabalho da Criação, e prove a Humanidade com um vasto campo de experiências e experimentos. Esta “Trindade” representa a Vontade, o Amor e a Atividade do Criador em ação em todo o Universo criado. Senhores das Energias ou Raios de Atributo: Eles são os instrumentos pelos quais as Três Energias principais expressam suas qualidades Divinas. 4º Raio – Senhor da Harmonia, Beleza e Arte (Laranja): com a função de criar beleza por meio da ação recíproca entre a vida e a forma, entre o Espírito e a Matéria, refletindo o plano inicial da Criação Divina. É o responsável pela Harmonia e o Conflito, pela luta entre os desejos da Matéria e os da Vida Interna Espiritual. De sua atividade emana a combinação de sons, cores e partituras musicais que buscam o ideal, expresso na idéia original. É uma força curativa, pois, pela harmonização leva todas as formas a uma perfeição máxima pelo poder da vida interior. Seu propósito: produzir unidade, harmonia e beleza em sintonia com o Intento Divino. 5º Raio – Senhor do Conhecimento Concreto e da Ciência (Verde): está em contato íntimo com o aspecto criativo da Manifestação Una, razão pela qual é um Ser da mais intensa luz espiritual, devido à Sua mente superior. Com essa Energia, o Amor e a Razão devem, finalmente, revelar-se mutuamente através do raciocínio e da Ciência. As energias e as forças iluminam as formas, revelando seu propósito interior, e tudo é visto como Ritmo. 6º Raio – Senhor da Devoção e do Idealismo (Violeta): é a Energia que determina um concentrado ideal e uma devoção totalmente voltada para o intento do impulso da vida, expressos com uma sinceridade divina. Uma focalização extremada sobre o ideal, uma devoção direcionada para as exigências da vida e uma sinceridade Divina, são as qualidades desta Luz. 7º Raio – Senhor da Ordem e Magia Cerimonial (Índigo): Sua influência é mais potente no Plano Físico, atuando diretamente na completa adequação e conformidade da lei e da ordem e suas perfeita expressão. Deve-se destacar que, entretanto, o que se busca traduzir em poucas palavras dos trabalhos destas Energias, é uma mínima fração do trabalho assumido por esses Seres A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Universais. Fala-se de Entidades, de Seres Puros, verdadeiros Deuses, muito distantes da diminuta concepção humana. A simplicidade da exposição não expressa a grandeza de cada uma delas, tampouco à dimensão de suas ações. Mas, mesmo nos restringindo aos limites do raciocínio humano, a sua compreensão é intuitiva e acessível. Essas Sete Linhas, ou Sete Correntes Vibratórias, ou Sete Raios de Luz, ou Sete Essências (diferentes denominações encontradas) possuem cor e vibração individualizadas. E cada vibração possui seu som específico, que podem ser relacionadas com as Sete notas musicais. Segundo o Mestre Tibetano, cada Corrente de Energia, ou Raio, predominante em uma vida, “ancora-se” em um Centro de Força ou Chakra, e influencia os demais: I Raio (Vontade) – Centro da Cabeça, I ou Coronário (Sahasrara); II Raio (Amor-Sabedoria) – Centro do Coração, ou Cardíaco (Anahata); V III Raio (Inteligência) - Centro da Garganta, ou Laríngeo (Vishuddi); III IV Raio (Harmonia e Beleza) - Centro da Base da Coluna ou Raiz II (Muhadhara); V Raio (Conhecimento Concreto) – VI Centro Frontal, ou Cerebral (Ajna); VI Raio (da Devoção) - Centro Sacro, ou Genésico (Svadhisthana), com VII IV reflexo no Centro da Garganta; VII Raio (Organização e Ritual) Centro Sacro, ou Genésico (Svadhisthana), com reflexo no Centro da Garganta. Como as energias são de diferentes ritmos vibratórios, cada qual governa um Centro de Força ou Chakra específico, através do qual administra a distribuição de energia para os demais. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Vale destacar que as cores que representam as Energias de origem, em nada interferem na coloração natural dos Centros de Forças ou Chakras do Ego encarnado. Todo Espírito, ou Mônada, na sua criação, origina-se da inter-relação das Três correntes de Energias principais (processo que estudaremos mais a frente) e manifestase através de uma das Sete Energias da Perfeição. Mas, quando como Alma ou Ego, poderá estar sob a custódia de outra das Sete existentes, diferente da original, assim como a Personalidade estará sob a ação de uma terceira energia, de acordo com seu momento evolutivo. Assim, há Sete tipos principais de seres humanos, cada um com seus evidentes atributos e qualidades naturais. Como já o exposto anteriormente, cada Espírito traz em si os “germes” que deve desenvolver para conquistar a Perfeição; é um ser divino devido Sua origem, e nele estão ocultos todos os poderes do Pai, latentes, em vez de manifestos e ativos. Cabe-lhe, dentro da senda da evolução estabelecida pela Onisciência, despertálos gradualmente, através das diferentes correntes de energia, até que alcance grau de evolução tal, que retorne à sua Energia original, completando sua Perfeição. Neste processo, os poderes ocultos serão despertados gradualmente por uma sucessão de impactos externos, uma vez que é da vida vibrar em resposta a vibrações que agem sobre ela. Como todas as possibilidades de vibrações existem no ser, quaisquer vibrações que o afetem, despertar-lhe-á o poder vibratório correspondente. Toda unidade da raça humana está, quando na matéria, sob a regência de algum dos Sete Raios; portanto, alguma cor predominará e algum som será emitido, em diferentes matizes e sonoridade. Logo, toda matéria soa, pulsa e tem sua própria cor particular. Conseqüentemente, cada ser emitindo seu som específico e expressando sua coloração, a somatória de ambos, cor e som, é a indicação de uma medida que é especificamente seu. Outro aspecto a se considerar, é que cada corrente de energia define determinadas características físicas (Corpos Etérico e Físico) e induz a determinadas qualidades dos Corpos Emocional e Mental que predominarão durante uma existência. Por essa razão, algumas pessoas têm facilidade para determinadas áreas do raciocínio e atitudes mentais, quando sob a influência de determinada corrente de energia que, para outras sob a ação de outra corrente, são difíceis. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Uma determinada energia predispõe o homem a determinadas tendências virtuosas e fraquezas, constituindo seu princípio de limitação. A forma de se relacionar com seus semelhantes, assim como suas reações diante dos acontecimentos da vida é governada pela energia atuante. 1º Raio – Da Vontade ou Poder – Devido à sua potência, se atuasse sozinha, sem Sabedoria e Amor, seria uma Energia desintegradora, porém, pela sua inter-relação com as outras duas, torna-se uma Energia criativa e governante. Quando de sua criação, caracteriza um homem de vontade muito forte, um líder nato em qualquer esfera de atuação. Quando esta característica é direcionada para o Bem, observamos uma pessoa extremamente confiável, protetora dos fracos e oprimidos, independente das conseqüências ou repercussões. Em caso contrário, produzirá um homem de imensa crueldade e frieza. É cauteloso na expressão de seus sentimentos, e apaixonado por fortes contrastes, seja de cores, tons, ou outras formas de expressão. 2º Raio – Amor e Sabedoria – é chamado de Sabedoria, pelo seu desejo ímpar do Conhecimento puro e da Verdade absoluta, um sentimento frio e egoísta quando sem Amor, e inativo quando sem Poder. Quando ambos estão presentes, tem-se a Energia de todos os grandes instrutores da humanidade, como o Buda, por exemplo; é o Raio dos que se consomem em distribuir a Sabedoria adquirida em prol de seus irmãos. Um homem de sua origem está sempre insatisfeito com suas conquista, independente do conhecimento já alcançado; extremamente perspicaz, apresenta grande sensibilidade em relacionamentos e antevisão dos fatos. Mais lento que a Energia da Vontade que se atira aos empreendimentos de qualquer natureza pelo impulso que lhe caracteriza, é prudente e planejador, além de grande Instrutor, desenvolvendo-se muito bem em todas as áreas que envolvem ensino e relacionamentos. Seu aspecto negativo se expressa pelo egocentrismo, buscando o Conhecimento para si próprio, indiferente das necessidades de seus irmãos; extremamente desconfiado, conduz-se com extrema frieza e calma diante de qualquer fato que possa envolver os demais e não a si próprio. 3º Raio – Inteligência Ativa – caracteriza o homem que busca o pensamento abstrato, do filósofo e do metafísico; sua capacidade de elevar seus pensamentos a esferas incomuns, é capaz de captar a essência da Verdade. É um sonhador e um teórico, mas, pela sua amplitude de visão, abarca todos os aspectos de uma questão com igual A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto clareza. Sem a ação sinérgica de outras energias tende a ser muito teórico e pouco prático. 4º Raio – Da Harmonia e Beleza – é a “Energia ou Raio da luta”, devido à presença dos opostos, dos contrastes, da atividade e inércia (Rajas e Tamas), em igualdade de forças, gerando conflito e dor. Inércia, ou Tamas, induz o homem a buscar o lazer e o prazer, a uma indolência e procrastinação, de não pensar no dia de amanhã e deixar as coisas seguirem seu curso, sem qualquer intervenção, a uma sensibilidade imoral. Atividade, ou Rajas, é uma vibração ardente, agitada e impaciente, sempre apressada na ação. É a energia dos ímpetos audazes, indiferentes aos riscos que possam advir para si e seus semelhantes. Este Raio caracteriza o sofista ou o herói. Essas características tornam a vida do homem uma luta perene e sem descanso. De infortúnios e fracassos, superados pela recuperação brilhante dos reveses e quedas, é o que lhe permite uma evolução bela e rápida, comparada com os demais, desde que alcance o devido equilíbrio. É a Energia das cores, a se expressar nas Artes, roupas ou decorações; na música suas composições são cheias de melodia e, na literatura, costuma apresentar escritores ou poetas brilhantes, com laivos de tristeza e pessimismo. Caracteriza um homem agradável, mas de difícil convívio por suas contradições; costuma ser eloqüente e alegra, associado a períodos de introspecção sombrias, decorrentes de seu humor lábil. 5º Raio – Do Conhecimento Concreto – também conhecido como o Raio da Mente Inferior, é a Energia da Ciência e da pesquisa. O homem sob sua influência é de intelecto apurado, de incansáveis esforços para alcançar seu objetivo, baseado na teoria estipulada. Avesso aos elogios, é um profissional organizado e pontual. É a Energia do grande químico, físico, engenheiro ou cirurgião e, no futuro, dos pesquisadores da eletricidade e suas aplicações. 6º Raio – Da Devoção – o homem sob sua influência é cheio impulsos emocionais ou de religiosidade, porém, inconstantes e não uniformes. Em sua afetividade, caminha pelos extremos, levando seus afetos a mais alta conceituação, assim como seus desafetos. Apaixona-se não pelos méritos da pessoa, mas exclusivamente pela empatia, transformando seus afetos em ídolos e objetos de adoração, e seus antipáticos em inimigos mortais. Seu afeto devocional se estende as pessoas, objetos concretos ou abstratos, ou mesmo uma causa qualquer. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Esse tipo de homem necessita de algo, ou uma Deidade, para adorar e se espelhar. Em sua expressão positiva, encontramos os “Santos” ou os mártires, porém, na negativa, os fanáticos e obstinados, ou mesmo inquisidores típicos. Apresenta uma labilidade emocional que vai da ternura e gentileza à fúria e ódio ardente. Dá sua vida por aquilo que devota, mas é totalmente insensível à dor de quem não participa de círculo de afetos. Costuma ser um grande orador ou pregador. 7º Raio – Da Organização e Ritual – é a Energia da Perfeição e da Ordem. O homem sob sua influência costuma ser extremamente zeloso, até ao extremo dos menores detalhes; é o Raio da forma, gerando grandes escultores ou desenhistas. Induz uma polidez e cautela extrema, criando pessoas que buscam a fazer a coisa certa e dizer a palavra certa no momento certo, o que lhe traduz grande sucesso social. Sua influência negativa se expressa pela superstição, profundo interesse em sonhos e em práticas ocultistas escusas, ou mesmo fenomenologias espiritualistas suspeitas. Qual a importância destas informações? Todo ser em evolução deverá desenvolver as qualidades pertinentes a cada corrente de energia para alcançar a Perfeição, conceituadas como as Sete Virtudes. Obviamente, cada corrente também o predispõe a determinada fraqueza, ou os Sete Pecados, que o obriga a desenvolver-se nos diferentes Corpos da Personalidade para sua neutralização. (vide resumo - Virtudes e Defeitos das Sete Correntes de Energia ou Sete Raios) É nesta luta, diante das dificuldades que lhe são interpostas, estimulados pelas qualidades de cada linha de energia, assim como superando as fraquezas que lhes caracterizam, que o Ego, entre acertos e erros, conquista sua evolução. Nos momentos de sucumbência ou de prevalência das fraquezas, é que as distonias ou distúrbios vibratórios se apresentam, gerando os desequilíbrios de energia e seus reflexos doentios no Corpo Físico. Quando a Ciência aprender a identificar e codificar a freqüência das correntes vibratórias universais, assim como a própria de cada Espírito e de sua Alma, a se expressar no Homem Bioenergético, poderá, desde que desenvolva terapias com condições para tal, corrigir as dissonâncias vibratórias expressas no Corpo Físico como Doenças, além de uma nova visão psicológica e/ou psiquiátrica. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Virtudes e Defeitos das Sete Correntes de Energia ou Sete Raios Adaptado de Alice A. Bailey – Psicologia Esotérica – Volume I Raio ou Corrente de Energia I Vontade II Amor/Sabedoria III Inteligência IV Harmonia/Beleza V Conhecimento VI Devoção VII Organização/Ritual Virtudes Defeitos Virtudes a Adquirir Força, coragem, tenacidade, Veracidade originada de absoluto destemor, Poder de Governar, Capacidade de assimilar grandes questões com amplitude mental e de manipular homens e medidas. Orgulho, Ambição, Obstinação, Dureza, Arrogância, Desejo de controlar os outros, Teimosia, Raiva. Ternura, Humildade, Simpatia, Tolerância, Paciência. Calma, Força, Paciência e Resistência, Amor à Verdade, Fidelidade, Intuição, Inteligência Clara e Temperamento Sereno. Absorção excessiva no estudo, Frieza, Indiferença em relação aos outros, Rancor pelas limitações mentais alheias. Visão ampla em relação a todas as questões abstratas, Sinceridade de propósitos, Intelecto claro, Capacidade de concentração em estudos filosóficos, Paciência, Cuidado, Ausência de tendência de incomodar a si mesmo e aos outros por ninharias. Orgulho intelectual, Frieza, Isolamento, Incúria nos detalhes, Distração, Obstinação, Egoísmo, Espírito Crítico exagerado em relação aos outros. Afeições fortes, Simpatia, Coragem Física, Generosidade, Devoção, Rapidez de Intelecto e de percepção. Egocentrismo, Preocupação, Incúria, Falta de coragem Moral, Paixões fortes, Indolência, Extravagância. Afirmações absolutamente acuradas, Justiça (sem clemência), Perseverança, Senso Comum, Probidade, Independência, Intelecto Agudo. Devoção, Simplicidade, Amor, Ternura, Intuição, Lealdade, Reverência. Força, Perseverança, Coragem, Cuidado extremo com detalhes, Auto-suficiência, Cortesia. Espírito crítico grosseiro, Arrogância, Temperamento implacável, Falta de Simpatia, Irreverência, Preconceito. Amor, Compaixão, Altruísmo, Energia. Simpatia, Tolerância, Devoção, Acurácia, Energia e Senso Comum. Serenidade, Confiança, Autocontrole, Pureza, Altruísmo, Acurácia, Equilíbrio Mental e Moral. Reverência, Devoção, Simpatia, Amor, Amplitude Mental. Amor possessivo, Ciúmes, Dependência excessiva dos outros, Parcialidade, Sectarismo, Superstição, Preconceito, Conclusões rápidas, Raiva feroz. Força, Auto-Sacrifício, Pureza, Veracidade, Tolerância, Serenidade, Equilíbrio, e Senso Comum. Formalismo, Fanatismo, Orgulho, Julgamentos superficiais, Indulgência excessiva com si mesmo. Percepção da Unidade, Amplitude Mental, Tolerância, Suavidade e Amor. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Observou-se até o momento que, na proposta esotérica, a Tríplice Manifestação Divina produz, naturalmente, um Setenário, graças às suas próprias relações internas, porquanto Três fatores podem agrupar-se de Sete maneiras, e não mais. Existe no Universo um elemento primordial esparso pelo Éter, a partícula “primeva” (que estudaremos mais a frente) que, sob a ação do Criador, permite toda e qualquer expressão da matéria, seja em qual densidade ou dimensão for. Esta partícula apresenta em si, três qualidades: inércia, mobilidade e ritmo. Quando sob a ação Divina, temos, de imediato, a possibilidade da formação de Sete grupos, pois, em qualquer átomo, ou grupo de átomos, uma destas qualidades pode estar mais energizada que as demais, predominando. Portanto, em um grupo predominará a inércia, em outro a mobilidade, e no terceiro o ritmo. Ao todo, obtêm-se Sete grupos: seis subdivisões dos três e uma sétima (a Energia ou Raio Sintetizador), onde as três qualidades agem igualmente e, na verdade, estas variedades servem simplesmente para assinalar, em cada tríade, a predominância de uma qualidade. Destas qualidades surgem os conhecidos “tipos” classificados segundo a qualidade predominante: o grupo rítmico, móvel ou inerte (em sânscrito: “sátvico”, “rajásico” e “tamásico”). Desta forma teremos alimentos, animais, homens, etc, com qualidades - “sátivicas”, “rajásicas” ou “tamásicas” – rítmicas, móveis ou inertes. Os ocultistas consideram que todas as coisas do universo podem ser consideradas como agrupamentos destes Sete tópicos. Em cada corrente haveria Sete subdivisões primárias, conforme o tipo de matéria em questão e, nestas, outras subdivisões secundárias, conforme as proporções das qualidades presentes em cada tipo, e assim por diante, em inumeráveis variações. É suficiente saber, no entanto, que há Sete tipos de consciência e, em cada uma delas, encontramos Sete tipos de combinações materiais. Daí deriva os diferentes “Temperamentos” acima assinalados. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Gênese dos Diferentes Corpos – do Espírito à Matéria Outra pergunta a ser respondida, é como o Espírito edifica seus corpos? Nos estudos esotérico-orientais podem-se encontrar inúmeras referências sobre o assunto em diferentes fontes, seja em Tratados antigos ou mesmo na literatura mais atual. Podemos estudá-lo nos textos indianos, budistas e Iogues, com diferentes abordagens, porém todos com a mesma essência. Helena Blavatsky, Charles Leadbeater, Alice Bailey e outros autores, próximos à época atual, expressam as mesmas verdades indiano-orientais em uma linguagem mais atualizada e ocidental. Buscar-se-á demonstrar também, textos similares encontrados nas obras de Allan Kardec e nas psicografadas por Francisco Candido Xavier. Na bibliografia esotérica referida, o livro que aborda o tema de forma mais simples e acessível aos iniciantes, é o “A Gnose Cristã”, de Charles W. Leadbeater. Necessário se faz destacar que o tema da “Criação” que se buscará demonstrar, é uma síntese que, por si só, não pode representar todos os detalhes que o assunto abrange, e tampouco existe a pretensão de se esgotar o assunto. Deixa-se aos estudiosos a liberdade á pesquisa pessoal, com a finalidade de ampliá-lo e auxiliá-los na edificação de suas próprias conclusões. Criação do Espírito - A proposta da criação do Espírito, ou Mônada, é comum em todas as fontes, com sua origem no Criador. São, no entanto, os esotéricos, mais ricos em informações. São os Filhos, voltados à perpetuidade, oriundos dos primórdios de uma idade criadora e do Seio do Pai e que ainda não foram “aperfeiçoadas pelo sofrimento” [Hebreus, II: 10]; cada um deles é, verdadeiramente, “igual ao Pai no tocante à Divindade, mas inferior a Ele, no tocante à sua humanidade” [Credo Atanasiano] e todos se projetarão na matéria para que todas as coisas lhes sejam sujeitas; serão “semeados na fraqueza” [Coríntios I, XV: 28] para “ressuscitarem com vigor” [Coríntios I, XV: 43], de Deuses estáticos, encobrindo todas as potencialidades divinas, tornar-se-ão Deuses dinâmicos, revelando todos os poderes divinos; onisciente e onipresente em seu próprio Segundo Plano, mas inconsciente e insensível nos demais, velará sua glória na Matéria que o cega para tornar-se onisciente e onipresente em todos os planos, apto a responder a todas as vibrações divinas do universo, em lugar de A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto responder apenas às que existe no Plano mais elevado. (Annie Besant - “Um Estudo sobre a Consciência – Uma Contribuição à Psicologia” – capítulo 2 – As Mônadas) Esotericamente, têm os Espíritos sua origem na Primeira manifestação do seu Criador, do Um, da Sua Vontade, como pequenas fagulhas de uma Grande Chama; são individuais e envoltas por uma delgadíssima película de matéria etérica, tão sutil que, embora dê uma forma separada a cada vida, nem por isso impede a livre intercomunicação com as vidas similares que a cercam. A vontade do Um é também a vontade de todas elas, mas essa vontade somente terá vida separada no Seu universo futuro. Imagem semelhante sobre a forma das Mônadas é encontrada na questão 88 de “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea”. No entanto, sobre sua origem, não há outros detalhes. Em um novo momento, agora sob a ação da energia da Segunda manifestação do seu Criador, da Energia do Amor e Sabedoria, agora Dois, sofrem uma mutação, individualizando-se de forma mais ostensiva, ainda que não totalmente, das demais fagulhas que com ela surgiram. Com o trabalho da Terceira energia do Pai, da Inteligência Ativa, agora o Três, advêm-lhe a individualidade espiritual ou separatividade definitiva. No entanto, em capítulo anterior, demonstrou-se que o Criador, após a manifestação inicial das Três Energias principais, elas se desdobram em outras Quatro, completando-se, assim, as Sete correntes de Energias Divinas. Cada Corrente Vibratória, por sua vez, se compõe das Sete Essências para que também sejam perfeitas e para que o cumprimento de seus objetivos seja perfeito. Assim, cada uma das Sete energias reproduz outras Sete novas de colorações semelhantes às anteriores, mas que ficam sob sua regência específica. Com isso, completa-se um total de Quarenta e Nove correntes de Energias (Sete x Sete), que trabalham na organização Universal em seus diferentes planos vibratórios. Na verdade, as Sete Energias são simples manifestações de um Deus único, e as Mônadas podem ter sua evolução em qualquer um dos Sete Raios, razão pela qual se pode afirmar com segurança que somos todos Seus filhos, criados à Sua imagem. Nesse período, não há, ainda, consciência plena desta individualidade, mas sob a ação de Grandes Seres, denominados nos textos antigos como Ordens Criadoras, a A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Mônada desperta deste “sono introspectivo”, surgindo para a vida exterior com noção do “Eu” e dos “Outros”, e também para sua evolução. Inicia-se a “Consciência” de sua existência. Planos de Evolução – Também é uníssona a informação de que a Matéria é um caminho de evolução, e será neste campo que o Espírito que assim optar, deverá desenvolver-se a caminho da Luz. Na visão esotérica a Matéria, no Universo e/ou nos diferentes sistemas solares, existe em Sete planos, a saber: 1. Divino ou Adi Planos Espirituais Planos onde ocorre apenas a Manifestação Divina 2. Monádico ou Anupadaka 3. Do Poder ou Átmico; Planos Espirituais Prossegue a evolução do Homem após a 4. Sabedoria ou Budico; 5. Mental ou Manásico (Causal) 6. Astral ou Emocional; 7. Físico – Físico e Etérico; Ia Grande Iniciação Planos Físicos Onde se processa a evolução normal da Humanidade Mineral, Vegetal, Animal e Homem Existem, Sete diferentes Planos na Natureza, que são conhecidos, também, como “Mundos” ou “Céus”. Encontram-se referências bíblicas a estes mundos superiores, como a de Paulo, por exemplo, em Coríntios II 12:2, que refere ter sido arrebatado ao Terceiro Céu, demonstrando, desta forma, pelo apóstolo, o conhecimento de três estados mais elevados que o Físico. Dos Sete, os três últimos planos, o Físico (Fisco e Etérico), o Astral e o Mental, são os objetos do presente estudo em função do Homem Bioenergético, mas, na verdade, é nos cinco planos iniciais onde ocorre a evolução plena da “Consciência”, ponto em que o Homem rompe o ciclo das encarnações, libertando-se da “carne”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Primeiro e o Segundo plano, os mais elevados, representam a esfera de atividade Divina, que cerca e envolve tudo, e de onde promanam todas as energias que dão vida e amparo ao sistema inteiro. Segundo as Antigas Escrituras, Adi ou Plano do Criador, é onde tudo se inicia desde um Sistema Solar a um Universo, e o Plano Anupadaka é o plano da origem das Mônadas. Ainda que este ensaio se restrinja aos três Planos Materiais ou Físicos, faz-se necessário uma rápida abordagem dos demais para a ideal compreensão da manifestação do Espírito no Homem-Matéria que conhecemos, e de sua constituição Setenária já exposta nos capítulos anteriores. Desta forma, poder-se-á melhor compreender as causas transcendentais das Doenças. O grande espaço existente entre todas as galáxias, sistemas solares, ou no Universo em si, é conhecido como Éter, ou o “Grande Vazio”. Este vazio, já questionado pela Ciência atual como tal, é, na proposta esotérica, o grande depósito de matéria original, da partícula primeva, matéria inerte da qual tudo se constitui no Universo em diferentes combinações moleculares. É o grande mar de matéria virgem, intocada, sobre a qual a terceira Energia Divina – da Inteligência Ativa - edifica o mundo material que conhecemos, assim como todos os demais planos acima citados. Vida é movimento, e a vida do Logos Solar [Criador] - Seu Sopro, como é chamado poeticamente -, tocando a matéria quiescente, imprime às qualidades uma condição de equilíbrio instável e, portanto, de contínua mobilidade mútua. Durante o período de vida de um Universo, a matéria vive em perpétua mobilidade interna. Diz Helena Blavatsky [Doutrina Secreta – Cosmogênese]: “Fohat fortalece e dispersa os Sete Irmãos... dota de carga elétrica vital e separa em átomos a substância primordial, ou matéria pré-genética”. (Annie Besant – ibidem – A Preparação do Campo) Sob a ação desta Energia criam-se os diferentes “átomos” que irão compor os diferentes planos espirituais e materiais, de forma descendente, com suas características e energias peculiares. Dimensiona-os e os limita em seus níveis vibratórios e eixos de crescimento, ou “medidas”, e em suas respectivas subdivisões, de acordo com Sua Sabedoria. Cada Plano, com suas subdivisões, se compõem de Sete subníveis vibratórios, sendo, como já expresso em capítulo anterior, o “átomo” mais etérico do Plano Físico A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto ou Material, é o mais denso do Plano Astral, e assim, sucessivamente até o Plano Divino. Através de Sua vitalidade, os “átomos”, que eram todos similares e eqüidistantes, são despertos para novos poderes de atração e repulsão, formando agregações e combinações de todos os tipos e permitindo a existência das subdivisões inferiores de cada nível, até obter-se, em plena atividade, toda a complexidade dos Quarenta e Nove subplanos de nosso sistema. Estes “átomos” elementares não são os átomos da química moderna; os “átomos” elementares se agregam em grupos típicos sucessivos, sob o impulso da Vontade Divina, formando diferentes estados de matéria, e o átomo químico que conhecemos, é um composto mais complexo deste “átomo” elementar, expresso no plano material em que vivemos. Não há uma denominação específica para esta partícula na Ciência atual, ainda. Resposta semelhante obteve Allan Kardec em seu questionamento sobre a formação da matéria: De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva. São modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito de sua união, em certas circunstâncias. (O Livro dos Espíritos – perguntas 30 e 31) A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Absolutamente não desapareceu essa substância donde provêm as esferas siderais; não morreu essa potência, pois que, ainda, incessantemente, dá a luz novas criações dos mundos que se apagam no livro eterno. A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluído cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensados onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, donde a Natureza há tirado todas as coisas. (Gênese – capítulo VI – A Criação Universal) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Os pesquisadores teosofistas descrevem esta molécula ou átomo elementar como minúsculas bolhas de pequenez infinitesimal, e que quatorze bilhões deles compõe um “átomo” físico ultérrimo. Na proposta esotérica, o Criador, cercando-se de matéria primeva inerte, insuflalhe Sua própria vida, assim como determina seus limites de Seu Universo, ou Galáxia, ou Sistema Solar, criando o Primeiro Plano, o Plano Divino ou Adi. Alguns deles continuam “átomos”; outros se juntam para formar “moléculas”; as “moléculas” se associam em combinações mais complexas, e assim por diante, até que seis subplanos abaixo do “atômico” sejam formados. Agora, é a vez da formação dos “átomos” do segundo plano. Fixados sua medida e eixos de crescimento, como descrito acima, alguns “átomos” de Adi, ou Primeiro Plano, se revestem de uma combinação de seu próprio plano inferior (Ibidem – Espírito-Matéria), dando a origem ao Segundo Plano, Plano Monádico ou Anupadaka. E assim, desta forma, sucessivamente, em composições “atômicas” ou moleculares progressivas, os demais Planos são formados. Ao alcançar o Plano Físico que se conhece, o Criador tendo vitalizado a Matéria nas diferentes dimensões, através da Energia da Inteligência Ativa, concluiu o campo de provas onde o Espírito, deverá efetivar sua evolução, dentro da Lei do Renascimento, ou Reencarnação. Essa ação vivificante exercida da Matéria pela Terceira Energia, do Plano Divino ao Físico, é conhecida pelos esotéricos como Primeira Ronda ou Primeira Efusão. Ao alcançar o plano mais denso da matéria, em um caminho linear de descida, esta energia, que também é conhecida como Kundalini - a “Serpente Adormecida”, Ela deverá retornar de forma similar ao plano superior de origem, auxiliando o “Viajante do Tempo” em diferentes momentos e de diferentes formas na sua libertação do “Ciclo do Renascimento”. Importante lembrar que a disposição dos diferentes Planos é didática, pois eles se interpenetram, e que os subplanos correspondentes se relacionam diretamente entre si, não estando, de fato, mutuamente separados por camadas intermediárias das mais densas. São apenas diferentes faixas de Uma mesma fonte vibratória. Tomemos como exemplo uma bebida gaseificada: nela temos a forma líquida e gasosa ocupando o mesmo espaço. Se adicionarmos açúcar, teremos substância sólida, líquida e gasosa ocupando o mesmo espaço. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Allan Kardec, por sua vez, também identifica a ação da Energia Divina, ou Primeira Efusão, mas sob a óptica espírita: Dizemos que as plantas e os animais são formados dos mesmos princípios constituintes dos minerais, falando em sentido exclusivamente material, pois que aqui apenas do corpo se trata. Sem falar do princípio inteligente, que é a questão à parte, há, na matéria orgânica, um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser definido: o Princípio Vital. Ativo nos ser vivente, esse princípio se acha extinto nos ser morto; mas, nem por isso deixa de dar à substância propriedades que a distinguem das substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, também conseguiu decompor os corpos orgânicos, porém jamais chegou a reconstituir, sequer, uma folha morta, prova evidente de que há nestes últimos, o que quer que seja, inexistente nos outros. (...) Seja, porém, qual for a opinião que se tenha sobre a natureza do Princípio Vital, o certo é que ele existe, pois que se lhe apreciam os efeitos. (Gênese - Capítulo X - Princípio Vital) A Mônada na Matéria – Quando o campo quíntuplo está pronto, quando os cinco Planos [abaixo do Monádico], cada qual com seus Sete subplanos, têm sua constituição primária completada, então começa a atividade do Segundo Logos [a Segunda Energia do Criador manifesta], o construtor e Preservador das formas. Diz-se dessa atividade que é a Segunda Onda de Vida, o derrame da Sabedoria e do Amor: Sabedoria, força direta, necessária à organização e à evolução das formas; Amor, força de atração, necessária à coesão estável de todos esses complexos. Quando o grande fluxo de vida Logóica [Criadora] se despeja sobre o quíntuplo campo de manifestação, faz avançar as Mônadas, as Unidades de Consciência, prontas para encetar sua tarefa evolutiva, a se revestir de Matéria. (Annie Besant – Um Estudo sobre a Consciência – capítulo III – O Povoamento do Campo) O trabalho desta Segunda energia é também denominado de Segunda Ronda ou Segunda Efusão Divina. Lenta e firmemente, esta poderosa força jorra em grandes ondas descendentes para os diversos Planos, dando à matéria vitalizada poderes adicionais de combinação, extraindo para si formas ou corpos a partir dessa matéria. O tempo aqui é imensurável, mas sabe-se que estas ondas alcançam os Sete reinos da Natureza. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Ao alcançar o nível mais inferior de seu curso, em trajetória elíptica, volta-se para iniciar seu grande retorno ascendente em direção à Divindade, infiltrando-se, progressivamente, no Reino Mineral, Vegetal e Animal, até alcançar o Reino Hominal, onde, então, em determinado momento, se encontrará com a ação da Primeira Energia Divina, ou da Vontade. A explicação usada para a devida compreensão da ação destas Energias Divinas, ou Raios, também é didática, pois Elas correspondem a diferentes ações do Criador que ocorrem simultâneas. Em um ser humano, por exemplo, enquanto o Homem pensa e trabalha, neste mesmo instante seu coração bomba sangue para as diferentes regiões corpóreas e os pulmões trabalha na oxigenação do sangue. São diferentes funções, com ações distintas e simultâneas, de um mesmo corpo em atividade, em harmonia com o todo. Quando o Espírito anima a Matéria, ele atravessa primeiro as camadas mais refinadas dos Planos Superiores, e vai, gradualmente, energizando a Matéria de densidade maior, nos níveis mais inferiores. A este processo, denomina-se de “descida” da Mônada, porque se trata de sua aproximação à Matéria do Plano Físico. Neste caminho descendente, ele imerge até alcançar o Reino Mineral. O caminho de retorno, ou ascendente, se inicia nos minerais, onde o Espírito aprende seus primeiros passos no domínio dos elementos, iniciando uma longa jornada em busca da independência plena, onde eras deverão passar. Como o vimos em capítulo anterior “A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito”, segue sua evolução galgando lentamente o reino vegetal e animal, desenvolvendo seus Corpos de Matéria mais densa e despertando seus poderes latentes nas diferentes experiências físicas, buscando a conquista da Razão. Quando o Espírito armazenou experiência suficiente e encontra-se preparado para sua elevação ao reino hominal, e conseqüente desenvolvimento de seu Corpo Mental, faz-se necessária a presença da Primeira Energia Divina Criadora, ou da Vontade, para que o processo se conclua. Neste momento têm início a Terceira Ronda ou Terceira Grande Efusão Divina, e o Espírito, ou Mônada, plenamente independente e “consciente”, passa, lentamente, a assumir a gerência de seu próprio destino. Allan Kardec e a Evolução do Espírito a partir dos Reinos Inferiores – No Livro “A Gênese”, no capítulo XI “Gênese Espiritual”, discorrendo sobre a A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto possibilidade da origem evolutiva do Espírito através dos Reinos Vegetal e Animal, o Codificador Espírita deixa o assunto em aberto, com o seguinte posicionamento, já referido anteriormente: Tomando-se a Humanidade no grau mais ínfimo da escala espiritual, como se encontra entre nós os mais atrasados selvagens, perguntar-se-á se é aí o ponto inicial da Alma humana? Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria para ela, por assim dizer, o período de incubação. Chegado ao grau de desenvolvimento que esse estado comporta, ela recebe as faculdades especiais que constituem a Alma humana. Haveria assim, filiação espiritual do animal para o Homem, como há filiação corporal. E, após tecer considerações positivas a esta proposição, conclui suas ponderações: Mas, este sistema levanta múltiplas questões, cujos prós e contras não são oportunos discutir aqui, como não o é o exame das diferentes hipóteses que se tem formulado sobre o assunto. Sem, pois, pesquisarmos a origem do Espírito, sem procurarmos conhecer as fieiras pelas quais haja ele, porventura, passado, tomamo-lo ao entrar na Humanidade, no ponto em que, dotado de senso moral e de livrearbítrio, começa a pesar-lhe a responsabilidade de seus atos. [o grifo é nosso] Observamos uma postura sóbria e coerente, ainda que distante da sua característica investigativa que, inclusive, o levou a elaborar uma nova doutrina: a Doutrina Espírita. Fez-se, no entanto, justificada sua opção no Capítulo VI – Uranografia Geral - de “A Gênese”. Este capítulo foi elaborado a partir de comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título “Estudos Uronagráficos”, assinadas pelo Espírito de Galileu, tendo como médium Camilo Flammarion (vide nota de rodapé), de onde foram extraídos os vários “destaques” utilizados em diferentes momentos da elaboração deste tema. Estas comunicações foram aceitas por Allan Kardec como necessário e suficiente para representar a opinião espírita sobre os temas abordados, tanto que deram forma e conteúdo ao texto do livro. Analisando o texto, no entanto, no subitem “A Criação Universal”, parágrafo 19, encontra-se interessante observação, similar à proposta esotérica da evolução da A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Mônada sob a ação da Segunda e Terceira Ronda acima descrita, ressalvada a cautela expressa pelo Espírito comunicante: Até aqui, porém, temos guardado silêncio sobre o mundo espiritual, que também faz parte da Criação e cumpre seus destinos conforme as augustas prescrições do Senhor. Acerca do modo da Criação dos Espíritos, entretanto, não posso ministrar mais que um ensino muito restrito, em virtude da minha própria ignorância, e também porque tenho ainda de calar-me no que concerne a certas questões, se bem já me haja sido dado aprofundá-las. Aos que desejem religiosamente conhecer e se mostrem humildes perante Deus, direi, rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseie nas minhas palavras, o seguinte: O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades. [os grifos são nossos] Esta colocação nos permite deduzir que, atendendo à solicitação da Entidade comunicante, nela se encontra o motivo pelo qual Allan Kardec, responsável e disciplinado como era, deixou este complexo tema em aberto, por razões que somente aos “Tutores Espirituais” que o assessoravam competia conhecer (porque tenho ainda de calar-me no que concerne a certas questões...). Talvez não fosse oportuno e tampouco o momento de se discutir tais questões no nascedouro da nova Doutrina, perante a Ciência de sua época. Proposta do Átomo Ultérrimo – Este “átomo”, o menor átomo físico material/etérico e apenas um deles, segundo os pesquisadores teosofistas Annie Besant e Charles W. Leadbeater, seria a somatória de 14 bilhões de partículas da matéria inerte existente no universo, da qual se utiliza o Criador para Seu trabalho no Éter, independente do Plano em que ele ocorra. Este átomo ultérrimo pode ser positivo/ masculino, ou Átomo Ultérrimo – Masculino e Feminino A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto negativo/ feminino dependendo da direção de seu spin rotatório. São muito menores que os átomos químicos conhecidos. Exemplificam como sendo o átomo químico do Hidrogênio, o mais leve dos elementos materiais conhecidos, composto por 18 “átomos” ultérrimos. Um número maior, organizado de forma diferente, dá origem ao átomo do Chumbo, ou da Prata, ou do Ouro, e assim por diante. Segundo estes pesquisadores, é possível traçar uma linha de desenvolvimento distinta, sem interrupção, nestes átomos químicos. O “átomo” em si nada mais é do que a demonstração de uma força; o Criador quis uma determinada forma, a que se denominou de “Átomo Ultérrimo”, e através do esforço de Sua vontade, os 14 bilhões de partículas primevas se mantiveram sob uma forma específica. É uma estrutura em formato de coração, composta, aparentemente, de dez conjuntos de “fios” organizados em espiral, dos quais três conjuntos são mais espessos que os outros. Sob observação, um “átomo ultérrimo” é visto como extremamente ativo, sendo notados três movimentos em especial: 1. Ele gira com rapidez sobre seu eixo; 2. Move-se com rapidez ao redor de uma pequena órbita; 3. Expande-se e se contrai, pulsando como um coração. Todos os elementos químicos são feitos de grupos destes “átomos ultérrimos”, geometricamente organizados. Esta é mais uma proposta para as pesquisas modernas. Esta descoberta foi realizada através da clarividência transcendente e, pergunta-se: Não será possível também fazê-lo com os modernos recursos de que já dispomos? A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Encarnação Depois de vencidas todas as etapas evolutivas e estando Espírito independente e “Consciente”, passa, lentamente, a assumir a gerência de seu próprio destino, ainda que sob a assistência de outras entidades espirituais que auxiliam o Pai em Sua obra. Quando ainda iniciante no uso da Razão, e incapaz de planejar plenamente suas existências materiais futuras por falta de experiências e amadurecimento, a Mônada é conduzida a um ciclo de reencarnações, necessárias à sua evolução, dentro de um processo natural e automático, muitas vezes sem absoluto conhecimento do que lhe ocorre. Ela é, de fato, uma “centelha” do Fogo Criador, e possui, portanto, em si as mais maravilhosas possibilidades divinas, embora, até o momento, sejam apenas germes que precisam se desenvolver. E é na vida física que estes germes encontram maior possibilidade de desenvolvimento. A humanidade faz parte de um gigantesco movimento de Vida Divina em direção à matéria. Há muito tempo atrás, passamos pelo nível mais inferior da curva descendente e ascendemos ao outro lado da curva, no nível humano. Devemos subir mais e mais para os níveis dos anjos, dos grandes Espíritos, níveis, por enquanto, além de nosso alcance. (C. Leadbeater – “A Gnose Cristã” – capítulo quinto: O Método do Progresso Humano) Seres de adiantada evolução acompanham e assessoram seus irmãos mais novos, conduzindo-os às diferentes etapas, ou vidas físicas, onde deverão passar por planejado processo de despertamento de suas potencialidades. “Descida” do Espírito à Alma - Como já demonstrado no estudo dos diferentes Planos Espirituais, a Mônada reside no Plano de Sua criação, o Monádico ou Anupadaka, muito além do alcance de nossa consciência, mas necessita imergir ou “descer” ao Plano Físico para a aquisição das experiências de que carece. À semelhança do Criador, traz em si, a tríplice expressão das Energias Divinas: da Vontade, do Amor e Sabedoria e da Inteligência Ativa. E será por esta tríplice expressão que irá se manifestar no Plano imediatamente inferior ao da sua criação, o Plano do Poder ou Átmico, também conhecido como Espiritual. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Em movimento ainda mais descendente, e restringindo-se progressivamente, ultrapassa o Plano da Sabedoria ou Budico, também conhecido como Intuicional, até alcançar o Plano Mental ou Causal, também conhecido como Manásico, onde irá constituir o que chamamos de Alma ou Ego no Homem. E é a Alma, esta pequena parcela do Espírito, que transita de corpo em corpo em diferentes encarnações, mantendo-se sempre no mesmo Plano, este bem inferior ao do Monádico, mas muito superior ao Físico. Da Alma ao Corpo Físico – Pela sua própria origem, a Alma traz em si, também a tríplice manifestação do Espírito. Para “assumir” um Corpo Físico, ele necessita antes, formar o Corpo Mental, comumente denominado de “Mente”, e também o Corpo Astral, através do qual as emoções deverão funcionar. Antes, porém, da formação do Corpo Físico, há a interferência de um novo elemento na constituição do Corpo Etérico, correspondente ao Físico a se formar. Deverá existir a intervenção de uma entidade superior, esotericamente denominado de Elemental, que deverá auxiliar o Espírito reencarnante a compor seu Corpo Etérico, o modelo vibratório sobre o qual deverão se compor todas as células do futuro Corpo Físico, segundo o modelo fornecido pelos “Senhores do Karma”. Assim, a moldagem do Corpo Físico é executada por uma autoridade superior à sua; o corpo deve acatar as condições de raça, família e ambiente exigidas por seu passado [o grifo é nosso]. Essa ação limitadora do Karma necessita de um veículo que seja uma expressão parcial da consciência atuante – parcial não apenas devido à emissão de energia a partir da rusticidade do próprio material, mas também às limitações externas mencionadas. Grande parte de sua consciência, ainda que pronta a exprimir-se no Plano Físico, deve assim ser excluída; apenas uma porção mínima aparecerá no Plano Físico como consciência vigil. [Ibidem] (Annie Besant – “Um Estudo Sobre a Consciência – Uma contribuição à Psicologia” – capítulo XI – A Mônada em Ação) Somente após assumir os veículos intermediários, Mental, Astral, e o Etérico devidamente adequado à “Lei de Causa ou Efeito” ou “Lei do Karma”, poderá a Alma iniciar a formação do futuro Corpo Físico e nascer no mundo físico. André Luis, sob a óptica espírita, em “Evolução em Dois Mundos” (capítulo 19 – Alma e Reencarnação), informa que Institutos de escultura anatômica funcionam, por A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto isso, no Plano Espiritual, brunindo formas diversas, de modo a orientar os mapas ou prefigurações do serviço que aos reencarnantes competirá, mais tarde, atender. Corpos, membros, órgãos, fibras e células são aí esboçados, antes que se definam os primórdios da rematerialização terrestre, porque, nestes casos, em que a Alma oscila entre méritos e deméritos a reencarnação permanece sob os auspícios de autoridades e servidores da Justiça Espiritual que administra os recursos a cada aprendiz da sublimação, de acordo com as obras edificantes que lhes constem do currículo da existência. Quando encarnado, Três Forças principais fluem pelos Sete Chakras, ou Centros de Força, do Corpo Etérico ao Físico, sustentando-o em seu “tempo” de vida. Desse modo, a Alma enclausurada, durante a encarnação, reflete-se temporariamente em seus veículos inferiores que, juntos, constituem a “Personalidade” do Homem. Em resumo, a Alma, ou Ego, é uma expressão parcial do Espírito, ou Mônada em planos inferiores, formada a fim de que possa entrar na evolução e retornar ao Espírito com qualidades desenvolvidas pela experiência. Ela por sua vez, desloca para baixo uma parte de si, em planos ainda mais inferiores, com o mesmo propósito, constituindo o que se denomina de Personalidade. Assim como a Alma é uma expressão imperfeita do Espírito, também a Personalidade é uma expressão imperfeita da Alma, de tal sorte que, uma pessoa que conhecemos é, na verdade, apenas um fragmento de um fragmento. A Energia Divina – Além de “criados” por Deus, somos sustentados por Ele em nossa evolução, por diversas Forças ou formas de Energias, todas oriundas de um ou outro de Seus Três Aspectos: Vontade, Amor e Sabedoria e Inteligência Ativa. As diferentes formas destas Forças – Luz, Calor, Eletricidade, além de outras energias já desenvolvidas pela Ciência, parecem ser variantes, que sob determinadas condições, podem ser transformadas umas nas outras. É o “Fluído Cósmico Universal” de Allan Kardec. A chamada “Força da Vida” surge na Segunda Efusão, ou ação da Energia do Amor e Sabedoria, que ultrapassando o Plano Budico, desdobra-se como o princípio Crístico que gradualmente se desdobra dentro da Alma do Homem. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Outra Força distinta é a da Kundalini, ou Fogo Serpentino, emanante da Primeira Efusão, ou ação da Energia da Inteligência Ativa, que vitalizou a matéria e agora se encontra em seu caminho de volta, com importante papel na evolução de todos os Corpos de todas as criaturas vivas. Uma terceira Força é a “Prânica”, uma expressão do Primeiro Aspecto de Deus, ou da Vontade, que jorra do Sol sob a forma de Prana, nas diferentes modalidades já estudadas. A Vitalidade em si não é “vida”, mas extremamente necessária para a manutenção da vida em uma forma física, com sua absorção pelo Chakra Esplênico. No capítulo Energia Vital ou “Sopro da Vida” estas mesmas energias foram tituladas pelo mestre Tibetano como “Energia do Fogo Espiritual”, da “Consciência Sensorial” e “Prânica ou Vital”. Padrão Vibratório X Evolução – Tudo no Universo é vibração. Ondas vibratórias com espectros diferentes, ou diferentes faixas de vibração. A Luz é uma vibração com determinada faixa de onda, assim como o Som, ou mesmo a própria Matéria. O próprio Pensamento é uma vibração. Há uma extensa gama de vibrações que se estende ao infinito, e é dentro de freqüências vibratórias que todos os tipos de Matéria existem. Quando o Criador se manifestou e deu origem ao primeiro Plano, com ele surgiu a primeira manifestação vibratória, porém, em uma freqüência de onda, para nós, ainda inconcebível. À medida que os Planos foram se “materializando” de uma forma mais grosseira, surgiram outras diferentes freqüências de ondas vibratórias, agora mais lentas e mais longas. Convém lembrar que os Sete Planos se interpenetram e que a “Consciência” significa o poder de resposta às vibrações de cada Plano. Um homem pode estar cônscio no Plano Físico porque seu corpo foi organizado para receber e transmitir as vibrações daquele plano, mas mostra-se inteiramente inconsciente aos demais, embora suas vibrações o toquem, porquanto ainda não organizou convenientemente seus Corpos superiores para este intercambio vibratório. Como a Alma não-desenvolvida não consegue responder completamente às vibrações mais elevadas, ela só se apercebe de uma pequena parte delas, normalmente restritas ao seu Plano de desenvolvimento. Contudo, deverá aprender a responder às A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto mais elevadas e o processo de que se utiliza, é nascer em um corpo Físico, onde deverá aprender e desenvolver certas qualidades dentro de si. Após breve período de tempo encarnado, retorna à vida espiritual, carregando consigo as experiências adquiridas e, após determinado período de “descanso”, retorna a um novo casulo de carne. Cada vida física produz certos resultados em função dos embates ocorridos, que são transmutados em faculdades e poderes durante o tempo intermediário entre a morte de um homem e sua próxima reencarnação, aumentando seu poder vibratório, ou de percepção vibratória. À medida que evolui, vida após vida, torna-se, progressivamente, apta a responder a vibrações mais numerosas e elevadas, até alcançar o padrão vibratório de sua própria morada – o Plano Monádico – plenamente desperta e completamente responsiva a toda gama de vibrações dos diferentes planos. É nesse processo que se desenvolve o Pensamento do Espírito. Nos fundamentos da Criação vibra o Pensamento imensurável do Criador e sobre este plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam. (...) (...) da matéria mental dos seres criados, estudamos o pensamento de cada um deles, a se graduarem nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super-ultracurtos, em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda incessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (...) (André Luis – Mecanismos da Mediunidade – capítulo IV – Matéria Mental) É assim que se processa a “Evolução” do Espírito através da Reencarnação. Lei de “Causa e Efeito”, uma Lei Justa e Perfeita - interessante proposta encontra-se nas escrituras esotéricas quanto à Lei de “Causa e Efeito” ou “Lei do Karma”. Em Gálatas 6:7, encontramos “de Deus não se zomba” e que “o que o Homem semear, isso também colherá”. Os textos esotérico-indianos fazem referência à existência de quatro Grandes Seres, denominados de os “Quatro Devarajas” ou “ReisAnjos”, mencionados como os “Quatro Regentes da Terra” ou “Regentes dos Quatro A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Cantos do Globo”, os pontos cardeais. Alusão a eles são feitas pelo profeta Ezequiel e por João evangelista, descritos como “Quatro Rodas de Fogo Vivo” repletas de olhos por dentro, ou ainda como as “Quatro Criaturas ao redor do trono de Deus”. Como se trata de assunto complexo e pouco usual, optou-se pela transcrição de um texto de C. Leadbeater do livro “A Gnose Cristã”, onde aborda o tema com maestria, evitando-se, desta forma, qualquer erro de interpretação. Afirma o autor, que toda a nossa evolução é um estupendo problema matemático, uma vasta equação a se resolver. (...) Nesta gigantesca soma, cada homem é um pequeno cálculo subsidiário, uma parte diminuta, mas necessária desse todo inconcebível, um único item nessa conta celeste colossal – infinitesimal em si mesmo e, no entanto, indispensável á balança e à simetria desse tremendo total – e, portanto, a ser tratado com o maior carinho e respeito, e trabalhado com meticulosa exatidão. Sem dúvida, essa é uma visão um tanto mecânica, mas devemos observar que a Lei do Karma é uma das grandes Leis da Natureza, que funciona assim, mecanicamente, e que existe uma estreita analogia entre ela e a idéia da matemática. Quando o Uno tornou-se muitos, quando o Logos [o Criador] derrama-se sobre a Matéria, pode-se dizer que Ele exprime este prodigioso problema. Na verdade, Ele produz um número quase infinito de colocações separadas que espalha em quantidades crescentes, conforme o Universo avança; e todas elas influenciam-se mutuamente, tomam emprestados fatores umas das outras, agem e reagem entre si mesmas, criando complexidades cada vez maiores, até que todas as combinações e permutas possíveis tenham sido feitas, até o atingimento da mais completa expressão. Esta é a Senda da Exteriorização (Pravrittti Marga). Quando ela [a Senda] tiver sido trilhada e seus resultados plenamente atingidos, começa então a Senda de Retorno (Nivritti Marga) – o processo de simplificação e solução. Cada uma das equações menores se auto-regula e se auto-anula; uma a uma, estas são resgatadas à medida que o Homem alcança o Adeptado, até que, finalmente, ‘tudo’ seja retirado; o grande esforço chega ao fim, o Trabalho Oculto é realizado, e nada é deixado nos Planos Inferiores. É, portanto, dentro de um princípio matemático, preciso e infalível, onde todos nossos pensamentos, palavras e ações são computados e valorizados numericamente, e anexados, no Tempo e Espaço, ao “todo” da Obra Divina. Não pode haver números negativos, e a positividade significa progresso. Em números negativos, ações são A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto necessárias para que desapareçam e, desta forma, somos conduzidos a experiências onde a negatividade deve se extinguir. Ao findar uma vida, os Regentes analisam a pontuação alcançada em relação a outras contas que rodeiam o Ser em questão; dos resultados desta análise decidem o tipo de Corpo Físico que necessita, ou merece, e a quantidade de Karma que poderá resolver na existência vindoura. O desenho do futuro corpo é projetado em uma forma-pensamento, dentro do qual, como que em um molde, será derramada a matéria do Corpo Etérico [a base sobre a qual será formado o novo Corpo Físico]; o Karma prescrito apresenta-se como um problema matemático a ser solucionado pela legião de agentes dos Lipikas [os Quatro Regentes] nos diversos Planos, que têm de encontrar métodos adequados para sua aplicação. A cada nascimento avança-se um pouco em direção à resolução do problema maior, e alguns de seus fatores são solucionados, mas, nesse processo, novo Karma é necessariamente gerado, e certos fatores novos são agregados, os quais, por sua vez, precisarão ser resolvidos ou ajustados. (ibidem) É aqui, nesse processo, que as Doenças Kármicas encontram sua origem. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Doenças – Visão Transcendente Com entender as Doenças? No Corpo Físico, a doença é sempre representada pelo desequilíbrio de alguma função, de um ou de vários sistemas da organização material, seja qual for o processo ou agente etiológico. No entanto, como interpretar esse desequilíbrio em uma visão transcendente? Buscamos, até então, demonstrar que o Homem é a expressão materializada do Ego em evolução, representando um conjunto de corpos que o transforma em um ser Bioenergético. No Universo tudo é energia, expressa de múltiplas formas. O Homem Bioenergético não é exceção com seus veículos de manifestação, compostos por unidades a que chamamos de átomos. Estes se mantêm unidos pela ação de energias mais potentes e a mais importante do corpo humano é a Alma, que se expressa de duas maneiras: por “coesão” e por “qualidade”. A “coesão” é dominante nos estágios iniciais de seu desenvolvimento (reinos mineral e vegetal), porém, com a presença de seus veículos de manifestação mais desenvolvidos, a “qualidade” passa a assumir, vagarosamente, a predominância. No desenvolvimento do ser, corpos se constituem e se desfazem, e torrentes de energias passam e perpassam, enrolam-se e entrelaçam-se. Uma energia persistente, contudo, flui para dois pontos principais no Homem físico: na cabeça e no coração. Outras energias, tênues a princípio, mas com intensidade progressiva decorrente do desenvolvimento, podem ser observadas também: Sete pequenos discos de luz, ou os Centros de Força ou Chakras, que crescem em intensidade e força com a evolução. Eles são as expressões da “qualidade”, através da consciência. Na concepção espiritual, o Corpo Físico é energia condensada - uma conclusão científica atual, onde já se demonstrou que luz e matéria são sinônimas - e ele recebe e responde a impulsos provenientes de diferentes planos etéricos e de diferentes fontes. Toda enfermidade é, segundo os estudiosos do Espírito, a resposta corretiva a uma desarmonia entre o “aspecto forma” e o “aspecto vida” em suas inter-relações. O Corpo Denso (Físico e Etérico), edificado com matéria sutil proveniente da irradiação solar, do planeta e dos diversos reinos da natureza, além de intermediar os A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto diferentes corpos do Ego nele residente, relaciona-se também, etericamente, com a coletividade em que vive. Neste fluxo e refluxo energético, quando por alguma razão ocorre um desequilíbrio vibratório persistente, seja de origem interna ou externa, este, inevitavelmente, irá refletir-se na organização celular material, via o Duplo Etérico, dando origem ao que chamamos de “Doenças”. Pode-se, portanto, encontrar enfermidades oriundas do planeta, do grupo populacional com que se vive, ou dos Corpos Etérico, Astral ou Mental. “Heranças Vibratórias” - Em capítulo anterior - A Reencarnação e a Lei de Causa de Efeito – buscou-se demonstrar o processo evolutivo do Ego e de seu “corpo de expressão” material. “Eras” se passaram neste processo. Corpos “vieram do pó e ao pó retornaram” por incontáveis vezes, no correr dos milênios. Quando as Almas em evolução buscam “construir” seus Corpos para um novo ciclo da Lei do Renascimento, elas se utilizam dos elementos primordiais dos diferentes reinos e do planeta em que vão cumprir seus “períodos” de vida material. Ao esgotar seu “quantum de vida”, com a morte e a dissolução destes corpos, devolve ao ambiente os elementos utilizados, agora impregnados pelas energias que predominaram em sua existência, na forma de “germes” ou “sementes vibratórias”. Haverá novos ciclos e novos corpos a se edificar, porém, os elementos serão os mesmos, agora acrescidos destas “sementes”, que poderão ser ativadas, ou não, caso o Ego em expressão tenha comportamento similar a aqueles que lhe deram origem. Este processo, segundo os ocultistas, de “impregnação vibratória”, pode acontecer tanto a nível individual como coletivo, e em todos os níveis etéricos. É de conhecimento da Ciência Humana, a existência de “Raças” que antecederam a atual, denominadas como Lemuriana e a Atlante. Para os esotéricos, no entanto, elas possuem uma representação espiritual muito importante, pois expressam as etapas do desenvolvimento do Princípio Inteligente no plano físico, proveniente do reino animal. Representam os ciclos de desenvolvimento e conquista dos diferentes corpos espirituais. Elas deixaram, entretanto, uma “Herança Vibratória” de suas experiências intensamente vividas, dentro dos ciclos de “vida e morte”, impregnadas nos elementos primordiais. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Com esse raciocínio, e acordo com ensinos transcendentes, o hábito milenar do Homem em inumar seus mortos, fez com que a decomposição dos corpos transferisse ao solo do planeta suas características vibratórias, impregnando-o com as mesmas. A cada nova edificação física, há a absorção destes “germes miasmáticos energéticos” impregnados nos elementos primordiais do planeta na formação dos novos Corpos, predispondo-os, desta forma, a antigas doenças. Serão naturalmente ativados quando o indivíduo se predispuser aos hábitos a eles concernentes. As chamadas “Doenças Venéreas” (denominadas genericamente de “Sífilis” pelos esotéricos) são remanescentes vibratórios dos excessos libidinosos praticados nos tempos da Raça Lemuriana, a raça do desenvolvimento, uso e controle do Corpo Físico (Denso e Etérico), assim como seu aperfeiçoamento e perpetuação. São os miasmas dos abusos no desenvolvimento e hiperestimulação negativa dos Chakras inferiores, especialmente o Centro Genésico ou Sacro (Svadhisthana), o responsável pelos órgãos sexuais. Elas podem se manifestar tanto em um indivíduo, quanto em uma coletividade. A Ciência Moderna luta na extinção dessas doenças há muitas décadas alcançando relativo sucesso em seu controle, sem conseguir, no entanto, sua erradicação. Seja pelo desenvolvimento de novas variantes mutantes dos germes nocivos, com conseqüente resistência aos medicamentos utilizados, seja pelo aparecimento de novas doenças de origem sexual, enquanto não houver a correta adequação do comportamento humano estas condensações negativas não desaparecerão. É comum observar que, quando ocorrem períodos de excessiva “liberdade sexual”, há um recrudescimento nas estatísticas de incidência destas moléstias, decorrente da promiscuidade renovada, porém, com seus agentes mais resistentes á medicação habitual, desafiando as terapêuticas já desenvolvidas. Por outro lado, ao se eliminar determinada doença, sem se extinguir o processo vibratório que lhe dá origem, outra enfermidade congênere surgirá em seu lugar. Entende-se a “AIDS” como um exemplo moderno desta afirmação. Pergunta-se: Seria esta “herança” a explicação para a “Resistência” adquirida por certos patôgenos, ou para a súbita “Mutação” agressiva de alguns tipos de vírus que há milênios convivem pacificamente com o Homem? A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Da Raça Atlante, a raça do Corpo Astral ou do Desejo, o ranço vibratório herdado é a “Tuberculose” (nome genérico), quando a humanidade se perde nos caminhos da ambição e da conquista material. “O controle consciente do Corpo Físico desceu abaixo do limiar da consciência; consequentemente o Corpo Etérico tornou-se mais potente, e o Corpo Físico, como um autômato, reagiu sistematicamente à impressão e direção da natureza do desejo em constante desenvolvimento. O desejo tornou-se algo mais do que resposta aos impulsos físicos animais e aos instintos primitivos: foi direcionado para objetos e objetivos estranhos ao corpo, para posses materiais e para as coisas que – quando vistas e cobiçadas – podiam ser possuídas”. (Alice Bailey – Cura Esotérica – Tomo I Item 232) (Recordemos o capítulo sobre o Corpo Astral) Esta característica defeituosa desenvolveu-se a tal ponto, que “o Homem vivia e respirava unicamente para possuir o máximo luxo e uma pletora de coisas e bens materiais. Viviam sufocados [os grifos são nossos] pelo desejo e perseguidos pelo sonho de jamais morrer, de viver eternamente, adquirindo cada vez mais todas as coisas que desejavam” (Ibidem). Era a expressão do “egoísmo” e da “ambição”. Desse desequilíbrio vibratório originou-se a doença pulmonar que, segundo as descrições transcendentes, tornou-se a maior referência negativa da Raça. Ela, por sua vez, também impregnou os elementos etéricos planetários, surgindo como herança miasmática dos futuros corpos. Deduz-se que o Mal de Hansen também tenha aí sua origem. Na humanidade a influência do Corpo do Desejo ainda é marcante. Mesmo que a Ciência alcance o controle e erradicação desta patologia pulmonar, se não houver uma mudança na ambição e egoísmo desmedidos que ainda nos caracterizam, outras novas doenças provenientes destes miasmas poderão surgir pelos estímulos vibratórios negativos afins. Cita-se como outra mazela hereditária Atlante, as “Neoplasias Malignas” ou os “Cânceres”, agora decorrentes do desenvolvimento, originadas pela intensa estimulação ou inibição de determinados Centros de Força, cujas raízes estão assentadas na natureza emocional ou do desejo. É a expressão da mudança da “força da vida” do Corpo Físico (Centros Genésicos e do Sacro) para a “natureza emocional”, centrada agora no Plexo Solar ou Centro Gástrico (Manipura), produzindo excessivo desenvolvimento da vida celular através da superestimulação. Esta transferência de Chakras induz, também, ao A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto desenvolvimento neoplásicos pelo fenômeno oposto, a acentuada inibição dos centros inferiores. A Raça Ariana, a atual, onde a ênfase se encontra na transição do Corpo Astral para o Mental, buscando-se os Centros Superiores, ocasiona um esgotamento, ou depleção da energia do Corpo Astral, com reflexo no Centro Laríngeo ou da Garganta (Vishuddi), passando pelo Centro Cardíaco (Anahata). São consideradas doenças deste processo, as doenças cardiológicas em geral, e algumas doenças neuropsiquiátricas. Poder-se-á perguntar do “por que” da citação destas Raças no que se refere à saúde humana? Por que demonstram a influência da “Evolução” no Compêndio de Patologias que acometem o Homem, além de esclarecerem a origem de antigas doenças que assolam a massa humana há milênios, demonstrando o caráter transcendental que se expressa através dos ciclos da “Reencarnação”. A evolução da Alma é lenta e se perde no tempo. A espontaneidade de nossas imperfeições reflete a natureza de nossas vidas pretéritas. Na verdade, o “doente” é o Espírito; o organismo apenas reflete sua condição de desequilíbrio vibratório. A doença desempenha seu papel na recuperação do equilíbrio necessário ao Ego. Afirma o Mestre Tibetano que, em relação aos diferentes corpos, nos tempos atuais, noventa por cento das doenças têm sua origem nos Corpos Etérico e Astral, e apenas dez por cento são de origem do Corpo Mental. (Alice Bailey – Cura Esotérica – Tomo I - Item 3 e 112) Isto se deve ao fato de que, na humanidade atual, ainda predomina a influência destes corpos, devido à pouca manifestação do Mental. Esta é a síntese sobre as doenças sociais do mesmo orientador: 1 - Doenças Herdadas: Tuberculose, D.S.T. e Câncer; 2 - Doenças Atuais: Doenças do Coração e Doenças Nervosas. “Estes cinco grupos de doenças, e suas várias subdivisões, são responsáveis pelo grosso dos achaques físicos que atacam a humanidade. Uma compreensão correta destas causas preponderantes será de grande auxílio para a Medicina futura”. “Gostaria de destacar aqui que, como bem sabem, há correspondências físicas aos Sete Centros de Forças localizados no Corpo Etérico, e alimentados a partir do Corpo Astral. São as chamadas glândulas endócrinas. Estas glândulas são efeitos dos A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Centros, ou evidências que os testemunham e, por sua vez, são causas iniciadoras de efeitos menores no Corpo Físico” (Ibidem – Item 44). Doenças do Corpo Etérico – a predominância de citações do Mestre Tibetano Djwhal Khul, no presente capítulo, deve-se ao fato de ser o único com livros específicos ao assunto em questão a que se teve acesso. O livro “Cura Esotérica”, de Alice A. Bailey, dividido em dois volumes, é extenso e complexo tratado transcendental, cujo entendimento exige um conhecimento genérico maior do ocultismo para sua compreensão. Outros autores orientais, teosofistas ou mesmo espíritas, citam determinados aspectos relacionados às Doenças de forma ocasional, ainda que sintéticas e precisas, sem permitir, no entanto, uma visão mais ampla como a que se busca alcançar no presente estudo. Não se pretende, por outro lado, a simples transcrição de seu conteúdo, mas extrair alguns detalhes dos ensinamentos que permitam completar os objetivos do presente ensaio, deixando aos interessados a liberdade de pesquisa e estudo diretamente na fonte citada. As “Doenças” originadas no Corpo Etérico estão vinculadas diretamente aos Centros de Forças ou Chakras e suas funções. Ele é um intermediário, transmissor e/ou receptor, de energias provenientes dos demais corpos sutis e de outras fontes através dos Sete grandes “Vórtices de Energias” responsáveis por essa intermediação. Se esta função destes estiver prejudicada por diferentes razões, encontraremos as “disfunções”. Elas podem ser rotuladas como Congestão, Falta de Coordenação e Integração e Superestimulação dos Centros. A “Congestão” é falta do livre fluxo e refluxo de energias. Os órgãos mais comumente atingidos são os Pulmões, o Estômago e os Rins, representando o predomínio da mente, do desejo e do físico, respectivamente. Há uma íntima relação entre a mente e o sistema pulmonar, relacionado com os movimentos respiratórios, permitindo uma conexão entre os aspectos da força mental e física. É o principal efeito da transição da atividade dos centros de força inferiores para superiores, ocasionando supressão e inibição do mais inferior, impedindo o livre fluxo da “força da vida”. Ainda que a expressão deste distúrbio ocorra em Etérico, pode ser proveniente dos outros Corpos sutis. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O conhecimento deste distúrbio energético pelos orientais, propiciou o desenvolvimento de técnicas de exercícios respiratórios para sua correção, permitindo o livre fluxo de energia entre os diferentes corpos, principalmente entre o Astral e o Etérico. Temos a convicção de que, quando os cientistas dominarem o “mundo das Energias”, muitas patologias destes sistemas serão corrigidas com a simples administração desta técnica, cuidadosamente orientada. A Falta de Coordenação e Integração entre o Corpo Etérico e Físico, seja por problemas existentes entre os dois, ou dos outros corpos com o Etérico refletindo-se no Físico. “O Corpo Etérico é a forma ‘substancial’ sobre a qual o Corpo Físico é construído. É o andaime que subjaz a cada parte do homem exterior inteiro; é a estrutura que sustenta o todo; é aquilo sobre o qual a forma externa é modelada; e é a rede de Nadis – infinitamente intrincada – que constitui a contraparte ou o aspecto duplicado do Sistema Nervoso inteiro, o qual forma uma parte tão importante do mecanismo humano. É, pois, definidamente, com a corrente sangüínea, o instrumento da força da vida. Se, portanto, houver uma fraqueza na relação entre esta estrutura interna e a forma exterior, uma real dificuldade está fadada a sobrevir”. (Ibidem – item 79) Se a forma Física e a Etérica estiverem com dificuldades em sua troca energética, haverá uma desvitalização da primeira como um todo, predispondo-a a doença. A Imunidade deverá sofrer reflexo desta desvitalização, predispondo o indivíduo a diferentes infecções bacterianas ou virais; a pessoa deverá ser apática e inativa, com desanimo constante e fraqueza para o desenvolvimento de suas funções. Quando há uma deficiência vibratória localizada em algum Centro em especial, a “força da vida” deixara de fluir nos órgãos sob sua influência, prejudicando suas funções. Pode ocorrer, também, uma inadequada integração entre a Alma e o Etérico com conseqüentes distúrbios neuropsiquiátricos, recordando que a mesma se liga ao cérebro. Isto pode ocasionar desmaios freqüentes, perdas de consciência e o quadro convulsões. Segundo os esotéricos, esta deficiência é que permite os fenômenos conhecidos como Obsessão e Possessão. A Superestimulação é conseqüência, por sua própria definição, de excesso de energia em algum Centro de Força. Habitualmente é reflexo de alguma corrente de A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto energia proveniente dos outros corpos sutis por ação da Alma. Não devemos esquecer que o Corpo Etérico é mero transmissor, e nunca um gerador de energias. Estes três destaques alcançam à totalidade das alterações encontradas no Etéreo. Elas, basicamente, estão vinculadas à atividade dos Chakras e suas inter-relações com os demais corpos, e à inabilidade do Ego em com eles se relacionar. Não devemos esquecer, no entanto, que ocorrem influências vibratórias dos diferentes reinos e do próprio planeta, aspectos que estudaremos em outra oportunidade. Doenças do Corpo Astral – É necessário destacar, uma vez mais, que a análise individualizada de cada corpo espiritual, ou dos demais, é meramente didática, pois, ainda que cada qual apresente função específica, estão integrados no complexo físicoespiritual denominado Homem. Estes devem ser considerados como reservatórios de determinados tipos de energias, coleções de átomos estabelecidos em diferentes níveis etéreos, vinculados a um único ser, possuindo suas próprias “entradas” e “saídas” de força. Quando há o predomínio de algum deles e, havendo alguma disfunção na condução de suas energias, via Corpo Etéreo, automaticamente este distúrbio se refletirá no Corpo Físico na forma de “Doença”. As disfunções energéticas que caracterizam o Corpo Astral podem ser resumidas em: Descontrole Emocional, Desejo - Inibição ou Descontrole, e Preocupação Excessiva ou Irritação. Se recordarmos o capítulo do Corpo Astral, o corpo das emoções inferiores e intensas, acrescido agora dos reflexos de sua manifestação negativa sobre o Corpo Físico, pode-se vislumbrar, de maneira mais concreta e racional, a importância dos ensinamentos que buscam formar no Homem um comportamento mais fraterno e humilde. Eles são, na verdade, manuais preventivos e terapêuticos da saúde físicoespiritual. Como citado anteriormente, o Chakra de expressão do Corpo Astral é o Solar (Manipura), vinculado ao Pâncreas, mas com influência sobre o Estomago, Fígado e Vesícula Biliar e parte dos Intestinos. Descontrole Emocional - “A agitação deste Corpo (Astral), qualquer atividade violenta sob pressão do temperamento, intensa preocupação ou irritação prolongadas despejarão uma corrente de energia astral para o Plexo Solar e, através dele, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto galvanizarão esse Centro a uma intensa desordem. A seguir isto afeta o estomago, o pâncreas, as vias biliares e a vesícula. Poucas pessoas (e eu posso perguntar quem está isento nesta época particular da história do mundo) estão livres de indigestão, de indesejáveis condições gástricas ou problemas relacionados à vesícula biliar”. (Ibidem – Item 39) As pessoas acostumadas à crítica maledicente fundada no ódio ou na raiva, na fala pretensiosa alicerçada na arrogância e prepotência que fere e humilha seu próximo, geram distúrbios no Plexo Laríngeo (Vishuddi), o Chakra da fala, refletindo-os no Centro Gástrico, com fortes distúrbios vibratórios em ambos e natural reflexo nas glândulas e órgãos de suas influências. Desejo - Inibição ou Descontrole – é fácil deduzir, pelo já exposto, os mecanismos destes distúrbios, refletindo uma Superestimulação ou Inibição de algum Chakra indevidamente. O Homem se esquece que a evolução se processa através do “Tempo” em um processo lento e natural, sem saltos. Com a conquista da Razão, sua evolução se torna consciente, responsável e participativa. Assemelha-se à edificação de uma habitação, onde não se levantam as paredes sem os necessários alicerces, ou se coloca o telhado sem a necessária estrutura que o sustente. O uso inadequado de seus sentimentos, o abuso da sexualidade, seja na promiscuidade como no celibato imposto sem o necessário redirecionamento de suas energias, estimulando ou inibindo em demasia os Chakras inferiores, ou ainda outro comportamento nocivo qualquer, vivido intensamente durante longo período, gera desequilíbrios em diferentes Centros de Força que se fixam em sua composição físicoespiritual, e deveram se expressar como enfermidades, em “algum” tempo, na vida em curso ou em outra futura. Isto é comum, também, em pessoas desavisadas que, encantadas com alguma enganosa e rápida imagem de conquista transcendental, buscam em algumas técnicas orientais o desenvolvimentos de “sentidos” para os quais ainda não estão preparadas. Reafirmamos que, quando a Ciência alcançar o conhecimento e domínio das energias que constituem e refletem a “Personalidade” adoecida, muitos males serão curados em suas origens. Deixar-se-á de tratar os efeitos, cujo sucesso muitas vezes é relativo, pois, ao se suprimir uma manifestação física sem a supressão da desordem vibratória que a originou, é certo que outra surgirá, substituindo-a. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Preocupação Excessiva ou Irritação – São distúrbios gerados pela mente ainda sob o domínio do Corpo Astral. A Razão, em atividade, ainda não conseguiu elevar seu domínio para os Centros superiores e sua atividade se faz impregnada pela energia do Emocional através do Plexo Solar. A Irritação é uma “Doença” psicológica básica, fruto de preocupações contínuas e aparentemente insolúveis, acrescida das vibrações emocionais decorrentes, produzindo efeitos nocivos sobre o Sistema Nervoso. Segundo o Mestre Tibetano “é a uma doença do auto-interesse, da autoeficiência e da auto-satisfação” (Ibidem – Item 78) que, quando não satisfeitos, se manifestam na forma da enfermidade acima citada. Somam-se a estas peculiaridades, a ansiedade dos problemas grupais a se refletirem na individualidade. As ligações vibratórias sutis de um convívio coletivo onde o problema ou drama de um, alcança a todos; onde a criminalidade gera insegurança pessoal ou familiar; a insatisfação com a conduta político-administrativa na solução dos problemas sociais, ou os problemas sócio-econômicos a se refletirem na estrutura familiar ou pessoal. Refletindo-se nos Sistema Nervoso, segundo os esotéricos, sobrevém diminuição da vitalidade com conseqüente predisposição às doenças, principalmente às infecciosas e/ou virais e algumas doenças neuropsiquiátricas. Doenças do Corpo Mental – Poucas são alterações vibratórias que podem ser responsabilizadas ao Corpo Mental, devido sua pouca prevalência na humanidade atual. O Mestre Tibetano refere-se às Atitudes Mentais Erradas, ao Fanatismo Mental e ao Idealismo Frustrado, como estados mentais geradores de Doenças. As Atitudes Mentais Erradas correspondem ao afastamento, pelo uso da razão, dos ciclos da Natureza, dos quais o Homem faz parte. Há a “Lei da Periodicidade” que administra toda a vida dos diferentes reinos, inclusive o hominal. Nascer, crescer, amadurecer e morrer é um ciclo natural a que todos estamos submissos. Quando nele interferimos, motivados por objetivos diferentes dos que representam a melhoria da qualidade de vida do Homem, estamos interferindo na Natureza de maneira inadequada e rompendo a Lei de Periodicidade. Isto vale tanto para a individualidade como para o coletivo. É um assunto complexo que merece análise criteriosa com isenção de ânimos. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Quando a Ciência procura meios para permitir ao ser humano uma “velhice saudável e ativa”, ação nobre que em nada interfere nos ciclos naturais, é diferente de quando busca manter ativa na senilidade, por exemplo, a atividade sexual para a manutenção de hábitos nocivos. O prolongamento desta atividade pode manter um desequilíbrio inferior ativo, que teria sua readequação natural com o avançar da idade. Em um casal harmônico, ainda que a função sexual tenha tido sua representação importante em determinado período, aceita naturalmente seu declínio, aprendendo a transformar a expressão física de um relacionamento, a um convívio vibratório amoroso que apenas essas Almas podem sentir. Vale lembrar que, segundo os ensinos ocultistas, os lemurianos tiveram como característica racial negativa os “excessos na sexualidade”; a constituição das famílias foi um passo importante na sua evolução racial. A vivência saudável na monogamia heterossexual, foi a terapêutica ideal na correção das disfunções vibratórias causadas pelos “excessos” da época. E ainda o é. O Fanatismo Mental e Idealismo Frustrado são as expressões que representam um ideal estabelecido com intensidade pelo Racional e não conquistado; a frustração de buscar intensamente determinadas situações sem êxito. O princípio mental estabelece a meta, porém fatores alheios e maiores impedem sua realização. Esta situação, via de regra agravada pela participação do Emocional, promove o desajuste vibratório e conseqüente manifestação física. A falta de aceitação passiva das circunstâncias tende a agravar o problema do desajuste. Não se pode esquecer que determinadas limitações físicas e condições de vida que se possui, são estabelecidas pela Lei de Causa e Efeito, à qual estamos todos submissos e, muitas vezes, as limitações que sofremos hoje são reflexos de um passado inadequadamente vivido. Pode-se concluir do acima exposto, que a Psiquiatria e a Psicologia serão importantes especialidades nos séculos futuros, desde que se abra para a Dualidade, com uma participação expressiva na correção dos distúrbios vibratórios do Homem Bioenergético. Os citados “Temperamentos”, analisados no capítulo “As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos”, permitem uma compreensão melhor da origem transcendental das doenças, quanto aos seus aspectos negativos influindo no Espírito em evolução. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto “Doenças Cármicas” – Nos capítulos que se referem à Reencarnação e a Lei da Causa e Efeito afirmou-se que o Ego, agora no uso da Razão, passa a influir no seu destino, amparado pelos Irmãos mais evoluídos. Vez por outra, pode desorientar-se ou rebelar-se diante das experiências a que é submetido para seu próprio desenvolvimento, gerando desequilíbrios vibratórios em outras pessoas, no ambiente em que vive e em si mesmo. Deverá, no tempo e no espaço, corrigir estes agravos, correção esta que poderá advir na forma de “Doenças”. Diferente da análise anterior, que envolve o direcionamento de correntes de energia, com estímulo excessivo e/ou inibição de Chakras, aqui se busca destacar os reflexos nocivos decorrentes do comportamento indevido de cada ser em uma jornada física. Didaticamente, podem-se dividir as “Doenças Cármicas” em Compulsórias, Adquiridas e Corretivas. É na literatura espírita que encontramos, para este aspecto, a síntese ideal. Em Emmanuel a explanação sobre as Doenças Compulsórias (Francisco Candido Xavier Leis de Amor): Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias, quais aquelas que se verificam nos suicídios ou na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos leva a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatório. Encontramos inúmeros casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou paralisias irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que se delinqüiram. Recordemos citações anteriores (capítulos sobre o Corpo Etérico e Astral), onde se trouxe esclarecimentos esotéricos e espíritas sobre “descuidos” e “excessos” nos A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto hábitos de nosso dia-a-dia com o Corpo Físico e seus reflexos nos diferentes corpos espirituais. Destes são provenientes as “Doenças Adquiridas”. Os desajustes morais, muitas vezes tolerados e até considerados normais e aparentemente inofensivos, como também os excessos nas bebidas alcoólicas e no tabagismo, nos excessos alimentares, enfim, hábitos hoje considerados inerentes ao ato de viver, no tempo expressam seu prejuízo vibratório nos corpos etéreos. Por outro lado, não se deseja transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano responsável, usar um aperitivo comum, fazer uma boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a Alma nos círculos inferiores. (Missionários da Luz – Capítulo 2 – A Epífise - André Luis – Francisco Candido Xavier) É ainda de Emmanuel (Francisco Candido Xavier - Leis de Amor) a informação: A mente é a mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidoras; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; ou que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças em si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas. O corpo doente representa a Alma enfermiça. Representando os diferentes Corpos do Homem, pode-se afirmar que as ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, e os pensamentos dão origem a Formas-Pensamento e conseqüências de infinitas expressões. Como afirma o Mestre Tibetano, a energia segue o pensamento. Para exemplificar as Doenças didaticamente denominadas Corretivas, foi em André Luis (Francisco Candido Xavier – Entre a Terra e o Céu – Capítulo XXI – “Conversação Edificante”) que encontramos a síntese: Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto venenos das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a obra de reajuste que lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso de uma vida inteira. Com o que já foi exposto nos diferentes capítulos deste estudo, fica fácil deduzir, agora com o conhecimento fornecido no estudo dos diferentes Corpos e dos Chakras, que estes exemplos de Doenças fornecidos pelo Espírito de André Luis representam indivíduos que se deixaram levar pelos impulsos do Corpo do Desejo, sem a necessária contenção que o Mental poderia fornecer, causando distúrbios energéticos no Plexo Solar com reflexos nos órgãos de sua influência. Estes excessos, e conseqüentes distúrbios, adquiridos em uma vida, se refletem na vida seguinte, em adequação à Lei Cármica. Vejamos outros exemplos onde o leitor atento poderá identificar os Centros de Forças acometidos pelos deslizes de uma Alma em evolução: Intelectuais e artistas que despedem os sagrados recursos do Espírito na perversão dos sentimentos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas, para que, nas reflexões de temporário ostracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração. Homens e mulheres que abusaram dos dotes físicos, manobrando a beleza e a perfeição das formas para disseminar a loucura e o sofrimento naqueles que lhes admitiam as falsas promessas, solicitam corpos vulneráveis às dermatoses aflitivas, quais eczemas e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da tireóide que os constranjam a reiteradas lutas educativas. (Francisco Candido Xavier – Ação e Reação – Capítulo 19 – “Sanções e Auxílios”) E assim prossegue André Luiz, o médico espiritual, explicando que aqueles que fizeram uso incorreto do verbo, conturbando multidões ou enlouquecendo Almas desprevenidas, suplicam doenças nas cordas vocais, para que atravessando afonias periódicas, desistam de tumultuar os espíritos pela palavra brilhante; de grandes inteligências que, através da leviandade do esporte ou da dança, se perdem em quedas morais espalhando desespero e infortúnio em corações afetuosos e sensíveis, pedem formas orgânicas ameaçadas de paralisia e reumatismo, visitadas por achaques e A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto neoplasmas diversos, que lhes obstem os movimentos demasiados livres; de milhares de pessoas que transformam o sexo em fonte de perturbação para a vida alheia, arruinando lares e ferindo consciências imploram novo renascimento com lesões importantes no campo genésico, experimentando desde a puberdade, inquietantes desequilíbrios ovarianos e testiculares. (Ibidem) E conclui sua exposição em uma excelente síntese: Desejamos simplesmente acentuar que a Alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletirem na veste carnal, como zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo campo propício ao desenvolvimento de determinadas moléstias, como as causadas por vírus, bactérias inúmeras, capazes de conduzi-la aos mais graves padecimentos, de acordo com os débitos que haja contraído, mas também carreia consigo faculdades de criar no próprio cosmo orgânico todas as espécies de anticorpos, imunizando-se contra as exigências da carne, faculdades essas que pode ampliar consideravelmente pela oração, pelas disciplinas retificadoras a que se afeiçoe, pela resistência mental ou pelo serviço ao próximo com que atrai preciosos recursos em seu favor. (ibidem) – Recordemos o Item - Flora Microbiana Espiritual - no Capítulo “Corpo Etérico”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto IIIa Parte – O Homem Bioenergético Do Espírito à Matéria A análise feita, até então, dos diferentes corpos e suas inter-relações, teve como objetivo tornar compreensível, esotericamente falando, a elaboração do corpo carnal por um Espírito em vias de retornar à vida física. Quando a Mônada alcança sua “Consciência”, vencidas as etapas dos Reinos Inferiores, seu “berçário” evolutivo, conduzida por seres de elevado desenvolvimento e pelos elementais, torna-se, progressivamente, a responsável pela edificação de seu futuro corpo físico. Longa é a jornada até este ponto. Mas antes de alcançar sua independência, deve o Espírito, partindo de seu Plano, o Monádico, descer até o Plano mais denso, o Físico, e aí aprender a trabalhar e se desenvolver com os elementos materiais. Após a atuação da Energia do Amor e Sabedoria, a Segunda manifestação do Criador, a responsável pela “construção” e “preservação das formas”, a Mônada inicia sua “imersão” nos Planos Inferiores, utilizando-se da matéria já vivificada pela Terceira Energia. Representação da Trajetória de Evolução da Mônada Primeiro Reino Elemental Homem Segundo Reino Elemental Animal Terceiro Reino Elemental Vegetal Mineral Do Plano Monádico, de seu potencial energético “trino” herdado do Criador, a Mônada da Vontade, do Amor e Sabedoria e da Inteligência Ativa projetará uma parcela A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto de si, dando origem ao “Homem Celeste”, composto por matéria dos Planos do Poder, da Sabedoria e do Mental (Átmico – Budico – Manásico). Devido à densidade maior da matéria nestes Planos, seu potencial vibratório ficará bastante reduzido. Quando a energia monádica da “Vontade” é dirigida para um átomo do Plano do Poder, ou Átmico, este, vibrando sob sua ação, é denominado de “Atma”; da mesma forma, quando a Energia do Amor e Sabedoria é dirigida a um átomo do Plano da Sabedoria, ou Budico, é chamado de “Buddhi”; e, finalmente, quando o átomo do Plano Mental, ou Manásico, é agitado pela energia da Inteligência Ativa, é denominado de “Manas”. O cuidado em se trazer ao conhecimento dos leitores as “nominas esotéricas”, objetiva simplesmente facilitar o entendimento e identificação das mesmas na literatura a se pesquisar, caso isso ocorra. Diagrama da Formação do Homem Celestial (Jivatmas) Adaptado do Diagrama de Annie Besant Plano Divino Planos Espirituais Mônada Vontade Sabedoria Manifestação Divina Plano Monádico Inteligência Ativa Plano do Poder ou Átmico Planos Espirituais Atma Jivatmas Buddhi Evolução Humana Iniciática Plano da Sabedoria ou Budico Plano Mental ou Manásico Manas Planos Físicos Plano Astral ou Emocional Evolução Humana normal Plano Físico – Físico e Etérico Em resumo, Atma – Buddhi – Manas é o “Homem Celestial”, o “Homem Espiritual” ou “Jivatmas”, a expressão da Mônada em diferentes Planos, cujo aspecto da Vontade da “tríade” refletido é o Atma, do Amor e Sabedoria refletida é o Buddhi, e da Inteligência Ativa é o Manas. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto É uma parte da “Consciência” do Espírito, aquele que não pode descer do Plano Monádico, que vive e opera nos planos inferiores e, por meio de átomos apropriados por ele, forma a vestimenta de sua vida nos Planos mais densos. Mas a Mônada ainda não terminou sua “imersão”, pois necessita alcançar o plano mais inferior, o Plano Físico. Da Trindade Atma - Buddhi – Manas surge um tênue filamento dourado de vida, outra parcela de si, revestido de matéria búdica que, em sua marcha descendente, se ancora em um “átomo” do quarto subplano do Plano Mental (recordar que cada Plano se subdivide em Sete subplanos); em seguida avança rumo ao Plano do Desejo, ou Emocional, e prende-se a um “átomo” astral único. O processo se repete e o filamento de vida búdica enclausurada com as unidades mental e do desejo a que se liga, avança e fixa-se a um “átomo” físico, adicionando-o a si como centro estável no Plano Físico. Ao seu redor juntam-se moléculas etéricas, mas a matéria física mostra mais aderente. Todas estas etapas o Espírito as realiza amparado pela Segunda Energia do Criador. Estes “átomos” correspondem a uma nova “tríade”, a Física, a qual consiste em um “átomo” físico, um astral e um mental, unidos por um filamento de matéria búdica a uma “tríade” espiritual. Cabe a estas “sementes” (por Djwhal Khull) ou “átomos permanentes”, assim denominados por que deverão acompanhar o desenvolvimento da Mônada até sua libertação do ciclo reencarnatório, conservar dentro de si, como poderes vibratórios, os resultados de todas as experiências pelas quais passaram. Devido há estas projeções parciais do Espírito, limitado progressivamente a cada Plano mais denso que imerge, pode-se afirmar, uma vez mais que: “assim como a Alma é uma expressão imperfeita da Mônada, também a Personalidade é uma expressão imperfeita da Alma, de tal sorte que, uma pessoa que conhecemos é, na verdade, apenas um fragmento de um fragmento de seu próprio Espírito”. Qualquer impacto físico provocará vibrações correspondentes no Corpo atingido. Elas podem ser locais ou generalizadas, conforme a natureza e a força do impacto. Ao longo de uma vida física, um Homem sofre inúmeros aprendizados, expressos pelas diferentes experiências ou provações a que é submetido, seja física, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto emocional ou mental, e nenhum deles deixará de impressionar o “átomo” permanente correspondente. Ao findar uma existência, estes “átomos” serão portadores de uma pletora de poderes armazenados. Isto significa saber responder de diferentes maneiras ao mundo exterior, reproduzindo em si mesmo as vibrações impostas pelos acontecimentos ocorridos. Diagrama da Formação da Alma e da Tríade Física Adaptado do Diagrama de Annie Besant Plano do Poder ou Átmico Planos Espirituais Atma Buddhi Evolução Humana Iniciática Plano da Sabedoria ou Budico Mana Alma Plano Mental ou Manásico Planos Físicos Evolução Humana normal Plano Astral ou Emocional Plano Físico – Físico e Etérico Chegado o tempo da reencarnação e tornada possível, pela presença do átomo permanente, a fertilização do óvulo a partir do qual o novo corpo deve crescer, a sua tônica soa; e ele [o “átomo permanente”] é uma das forças que guiam o construtor etérico, o elemental encarregado da feitura do corpo físico, na escolha dos materiais adequados à obra (pois os que não estiverem em certa sintonia com o átomo permanente devem ser rejeitados). Mas é apenas uma das forças; o Karma de vidas pretéritas, mental, emocional e em relação a outros, exige materiais capazes da mais variada expressão; desse Karma, os Senhores do Karma recolhem o que é congruente, isto é, o que pode ser expresso através de um corpo formado a partir de um determinado grupo material. (...) (Annie Besant – Um Estudo sobre a Consciência – capítulo IV - Item 4 - A Utilidade dos Átomos Permanentes) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Sistema Nervoso – em despretensioso resumo, buscar-se-á apresentar a proposta esotérica da formação do Sistema Nervoso que hoje conhecemos. Não se deve perder de vista, no entanto, que o processo envolve a evolução e se perde no tempo, cruzando os Reinos Mineral, Vegetal e Animal, para se completar no Homem. A totalidade dos corpos de Homem forma o mecanismo do qual a “Consciência” se utiliza como órgãos para a volição, o pensamento e a ação, mas é o Sistema Nervoso que deve ser considerado como seu mecanismo principal, de vez que, no Corpo Físico, é ele que tudo controla e dirige. A sua formação é resultante da ação do Corpo Astral. Toda a matéria nervosa é elaborada no Plano físico, mediante componentes e forças diretoras físicas, mas sob os impulsos provenientes do Plano Astral, ou da “Consciência” ativa no Plano Astral. Duas energias, além da própria Mônada, fluem neste complexo sistema: a Energia Vital do Criador, transmutada no Plano Astral e transferida ao Corpo Etérico que a faz correr ao longo da substância dos nervos, e a Energia Solar, que forma o prana puramente físico. Foi a fusão de ambas que permitiu a elaboração do Sistema Nervoso. Com seus milhões de gânglios neurais e bilhões de neurônios presentes no cérebro e na rede nervosa física, seu desenvolvimento consiste na expansão e na projeção de sua substância em forma de fibras ou pequenos filamentos nervosos. Posteriormente, quando presente a ação Mental, em decorrência de pensamentos constantes e direcionados, as vibrações mentais provocam atividade química e os axônios emitidos pelas células criam conexões simples, cruzadas e complexas em todas as direções, verdadeiros caminhos ao longo dos quais pulsa o Prana, agora composto por elementos dos Planos Físico, Astral e Mental, caminho pelo qual também transitam as vibrações mentais. A construção de um Sistema Nervoso pelo Espírito, tem seu início nos Reinos Inferiores, decorrentes de impulsos vibratórios oriundos do Astral. Observamos um minúsculo grupo de células nervosas e de processos de conexão celular. Tal grupo é formado pela ação de um centro que já aparecera no Corpo Astral, um agregado de matéria astral destinado a receber impulsos externos e dar-lhes respostas. Desse centro astral, as vibrações passam ao Corpo Etérico, provocando pequenos sorvedouros que sugam partículas de matéria física mais densa e formando, por fim, uma célula nervosa e grupos de células nervosas. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Esses centros físicos, recebendo vibrações do mundo exterior, reenviam impulsos aos centros astrais, reforçando suas vibrações; assim os centros físico e astral agem e reagem mutuamente, cada qual se tornando mais complexo e eficiente. Passando ao Reino Animal, observamos que o Sistema Nervoso Físico se aperfeiçoa constantemente, tornando-se o fator dominante do corpo. (Ibidem – capítulo VII – O Mecanismo da Consciência) É o Corpo Astral o responsável pela edificação do Sistema Nervoso Visceral e Somático, e suas vias aferentes e eferentes. Do Sistema Nervoso Visceral, expressando-se pela via eferente, desenvolve-se o Sistema Nervoso Autônomo, dividido em Simpático e Parassimpático nos vertebrados, sistemas estes que controlam e energizam órgãos vitais como coração, pulmões e trato digestivo e outros. Estes sistemas permanecem vinculados aos centros astrais por complexos circuitos, mesmo após a construção total do Sistema Nervoso Central elaborado pelos impulsos provenientes do Corpo Mental. É do Corpo Astral, também, via Sistema Nervoso Somático ou Sistema da “vida de relação”, com suas vias aferentes e eferentes, a responsabilidade da formação de dez importantes centros ligados ao cérebro (via sistema autônomo), que passam a ser parte da consciência que opera normalmente o Sistema Cérebro-Espinal. Cinco deles representam os canais, ou vias eferentes, através das quais a Consciência tem sua capacidade sensorial de percepção e aprendizado; eles engendram, da maneira acima descrita, cinco sorvedouros etéricos distintos que erigirão os centros dos sentidos no cérebro físico. São os órgãos dos sentidos: olhos, nariz, ouvidos, língua e pele, órgãos especializados na recepção de impressões do mundo exterior, com as funções da visão, do olfato, da audição, do paladar e do tato. São os meios especializados pelos quais a Alma enclausurada recebe os impactos externos da vida em sua senda de progresso. Os outros cinco centros astrais, pelas vias nervosas aferentes, com função oposta aos anteriores que recebem e transferem informações para o Corpo Astral, encaminham as vibrações da “Consciência” para o mundo exterior, ou seja, são centros que geram “ação”. Desenvolvem-se como os demais, formando sorvedouros etéricos que funcionam como centros motores no cérebro físico, e respondem pelo desenvolvimento seus órgãos motores: mãos, pés, laringe, genitais e excretores, permanecendo a eles ligado. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Em uma rápida análise, veremos que os dez importantes centros elaborados pelo Corpo Astral, Etérico e Físico, são os caminhos pelos quais a Mônada restrita em seu casulo de carne, poderá se desenvolver na senda física de aprendizado. Vendo, ouvindo, sentindo o odor ou o sabor, tocando e reagindo a, estará absorvendo diferentes formas de sensações, ou impactos, desenvolvendo e estimulando seus poderes latentes a reagir sob, com ou sobre os mesmos. Os outros cincos lhe permitirão a ação responsiva ou evasiva, locomoção, reprodução, etc, enfim, todos os recursos necessários para trabalhar em prol de sua própria evolução. A “dor” e o “prazer” em sua miríade de expressões tornam-se uma realidade, estimulando, também seu Corpo Mental a reagir e se posicionar perante os acontecimentos. Com a organização progressiva do Corpo Astral, certos agregados de matéria astral surgem em seu interior, vagos enquanto incipientes, mas melhor delimitados à medida que progridem. São os futuros Chakras Astrais, novos centros sensoriais, distintos dos dez anteriores citados, mas conectados a eles e a outros centros do corpo físico. Para tanto, inicialmente ligam-se ao Sistema Simpático e Parassimpático através de plexos nervosos, às vezes centralizados em pequenos gânglios. Permanecem inativos por longo período, até que a energia da Kundalini possa alcançá-los, quando, então, as correntes astrais começam a fluir para o cérebro físico. Posteriormente, quando alcançado o ideal desenvolvimento físico, ligar-se-ão às glândulas, em comunhão com os Chakras Etéricos. Embora só possam se ligar ao veículo físico, sua elaboração como centros de forças e sua organização progressiva na forma circular, ainda que possa se iniciar em qualquer dos veículos, começarão por aquele que represente o tipo especial de “Temperamento” da Mônada. (vide capítulo “As Sete Energias Cósmicas, Sete Raios ou Sete Alentos”) Este é um envoltório Astral organizado. A contínua ação e reação entre ele e o Corpo Físico aprimora a ambos; agem em conjunto com a “Consciência” que, por sua vez, reage sobre os mesmos, em mútua interação e contínuo progresso, ou não. Ao alcançar este estágio, se finda, enfim, a vida pré-natal do Espírito. O Criador, acompanhando-o maternalmente, assessorado pelos elementais dos diferentes Reinos, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto edificou os corpos em que já pode habitar como entidade autônoma no mundo das formas. Deve, pois, assenhorear-se de seus Corpos e dar seqüência à sua evolução. Seu sistema nervoso encontra-se em um grau de elaboração tal, que necessita, para continuar a progredir, de um fluxo direto de pensamentos oriundos da Tríade espiritual a que está ligado, que somente o Corpo Causal pode oferecer. É quando a Primeira Energia, a da Vontade, se faz presente presenteando-o com a Razão. Surge o Homem Primitivo, ou o “Homem Animal”. Este o momento citado por Allan Kardec e ponto inicial de seus estudos: “tomamo-lo ao entrar na Humanidade, no ponto em que, dotado de senso moral e de livre-arbítrio, começa a pesar-lhe a responsabilidade de seus atos”. Foi na extinta raça Lemuriana que o Homem deu seus primeiros passos; nos primitivos corpos seus órgãos sensoriais eram rudimentares, em fase de elaboração, mas suficientes para impor um progresso maior ao Físico, impondo ao Corpo Astral seu desenvolvimento, com frágeis estímulos ao Mental. Nos Atlantes, estes já possuíam uma visão aguda e uma audição apurada, com os demais sentidos ainda evoluindo. Tais diferenças se devem às variações evolutivas do “átomo” permanente, núcleo do Corpo Físico e dos demais. Os Lemurianos e os primeiros Atlantes tinham suas vidas mais dominadas por sensações e paixões que pelo intelecto, e o equipamento especial do envoltório Astral, o sistema nervoso somático, era então o mecanismo dominante da consciência. Na atual população humana, em muitos ainda existe a predominância do Corpo das Emoções, o Astral, ainda que tenham o Mental em atividade, cujas respostas mais violentas aos impactos da vida, são a origem de diversas doenças envolvendo os órgãos sob sua tutela. (recordar o capítulo – Doenças - Visão transcendente) Com a evolução, mais complexos se tornam os poderes vibratórios do átomo permanente, passando-se o mesmo com o átomo astral e mental. Nascimento após nascimento, esses núcleos permanentes atraem para si os novos casulos mental, astral e físico; os átomos permanentes mais desenvolvidos reúnem à sua volta os átomos mais evoluídos nos planos a que pertencem, elaborando, assim, um melhor equipamento nervoso pelo qual o fluxo crescente da consciência possa fluir. (Annie Besant - Ibidem – capítulo VIII - O desenvolvimento humano) Formado o Corpo Causal, a Tríade Espiritual tem a seu dispor um veículo permanente para a seqüência de sua evolução e, estando este apto a seu livre trânsito, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto ela pode controlar e orientar com muito mais eficácia a evolução de seu veículo mais denso. Quando o axis cérebro-espinal se aprimorou, com a Mônada assumindo progressivamente a função plena de consciência no Plano Físico, sua atenção voltou-se totalmente ao mundo exterior, em função de suas atividades, enquanto a mente concreta cresce vertiginosamente. O Sistema Nervoso Autônomo (Simpático e Parassimpático) tornou-se mero auxiliar do Sistema Nervoso Central, fornecendo informações pouco importantes ao Espírito, agora com sua atenção dirigida a experiências externas cada vez mais rudes e/ou ricas. Com essa mudança de direção, a influência do Corpo Astral foi se debilitando com o aumento progressivo da Inteligência. Foi dessa forma que se construiu o cérebro e todo o delicado Sistema Nervoso da raça atual. Este, com sua distinção celular neurológica bem definida e ampla rede neuronal, apresenta-se muito mais complexo e com interligações muito mais numerosas. Com desenvolvimento do “átomo” permanente do Corpo Mental, ele passa a gerir os demais inferiores. Com o sistema cérebro-espinal adquirindo desenvolvimento e funções mais nobres, a parte simpática e parassimpática responsável pelo controle dos órgãos vitais do corpo, após longos períodos de treinamento na execução desta tarefa, tornam-se inconscientes, mas tutelada por outros centros astrais que não os dez já citados. A “Consciência” tem, agora, preocupações outras e maiores, deixando antigas funções como secundárias, no automatismo, ainda que sob vigilância inconsciente. Não mais necessitando do olfato, da visão e da audição como nos seus primeiros passos evolutivos, sentidos indispensáveis para sua preservação, alimentação, procriação e sobrevivência, eles perdem parte de sua sensibilidade, ainda que possam ser re-estimulados se assim for necessário. Agora seus sentidos são mais direcionados a incrementar a sensibilidade à beleza da cor, da forma e do som, ao estudo e compreensão da vida, e pouco responsivos às sensações destituídas de emoção. Tornase a Mônada agora, e também, capaz de construir Chakras partir do Plano Mental. No entanto, o novo sistema nervoso, em sua complexidade e organização, passa a permitir que a mensagem da dor física e/ou moral, via centros cerebrais, alcance e agite o Corpo Astral com grande intensidade e seja direcionada para o Mental, abalando significativamente a “Consciência”. Laborioso trabalho se inicia, onde participam a memória, a imaginação e a premonição, prolongando as sensações e, consequentemente, A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto o sofrimento. Este, por sua vez, em “feedback”, se reflete no sistema nervoso físico, estimulando-o negativamente, gerando diferentes distúrbios fisiológicos. Sentimentos como ansiedade intensa, preocupações múltiplas, sofrimento moral, geram forte tensão nervosa com graves reflexos no equilíbrio orgânico, resultando em fraqueza e Doenças. (recordar o capítulo – Doenças - Visão transcendente) Durante este processo de aperfeiçoamento, com o aprimoramento do corpo material no cruzar das eras, as formas físicas sofrem mutações, apresentando funções diferentes a determinadas áreas com tarefas específicas iniciais. A glândula Pineal, ou Epífise, e a Pituitária, ou Hipófise, são exemplos destas mutações. Anteriormente anexadas ao Sistema Simpático, com funções servis ao Corpo Astral, agora totalmente incorporadas ao novo Sistema Nervoso e envolvidas pelo Cérebro, apresentam funções mais nobres e distintas das iniciais, conduzidas e estimuladas por uma vida superior que lhe atribuiu outras tarefas. Voltaremos ao estudo destas glândulas mais a frente. Explica-se por esta proposta, e uma vez mais, a finalidade da existência dos diferentes Corpos que constituem e edificam o Homem que conhecemos. O Corpo Mental e suas divisões – É freqüente alguma dificuldade na compreensão do Corpo Mental do Homem encarnado. Esotericamente é informada uma composição algo diferente na sua constituição sétupla em relação aos demais corpos. São considerados os primeiros quatro planos como ainda de matéria etérica, e os três últimos superiores como pertencentes exclusivamente ao plano do Espírito, isentos de qualquer molécula densa ou física, por mais sutil que seja. O “ternário” mais elevado corresponderia ao “Eu Maior” ou Corpo Causal, e o “quaternário” inferior ao “Eu Menor” ou Corpo Mental. Porém, ambos são chamados, genericamente de Corpo Mental, ou apenas Causal, em alguns textos estudados. O filamento dourado de matéria búdica trazendo a expressão “trina” do Espírito ao Plano Mental ou Manásico, irá criar o “átomo permanente” Mental no quarto subplano, e ali encontraremos a sede da Alma ou Ego do Homem, o centro de consciência do ser reencarnante e presente em toda a série de vidas humanas. Por essa razão o Plano Mental é, genericamente, chamado o “Plano da Alma” ou Ego. A força do Espírito derrama-se no Mental Superior e se manifesta como a A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto “Inteligência” do Homem, sua Alma; no Mental Inferior ela se manifesta como a “mente cerebral” funcionando no Plano Mental. O conjunto do Plano Mental Inferior, Astral e Físico, em suas duas expressões Etérico e Material, irão constituir a “Personalidade” encarnada transitória, que desaparece a cada encarnação. Diagrama do Homem Encarnado Adaptado do Diagrama de Annie Besant Plano Monádico Espírito Plano Átmico Plano Budico Homem Celeste Superior Inteligência funcionando no no Corpo Causal Mental Alma Mente funcionando no no Corpo Mental Inferior Plano Astral Éter IV (Átomo Físico Ultérrimo) Corpo Etérico Éter III ou Sub-Atômico Éter II ou Super Etérico Plano Físico Éter I ou Etérico Gasoso Homem Encarnado Corpo Físico Líquido Sólido A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O elo entre o Mental Superior e o Inferior é chamado no esoterismo indiano de “Anthakarana”, inativo na grande maioria da população, e a sua ativação é a grande busca dos iniciados das diferentes ordens iniciáticas, pois corresponde a Iniciação que os permitirá abeberar do “Conhecimento” de experiências anteriores já vividas e dos Planos mais elevados que passará a ter contato de forma lúcida e consciente e, assim, conquistar sua libertação. Se pensarmos no Ego como o Homem verdadeiro, então a Personalidade é a mão que ele mergulha na Matéria a fim de trabalhar por meio dela, e o “anthakarana” é o braço que liga aquela mão ao seu corpo. Reinos Elementais – Entidades conhecidas entre os cristãos e judeus como Arcanjos ou Anjos, seres de elevada evolução, mas com diferentes níveis de desenvolvimento, auxiliam o Criador em Sua Obra colaborando na constituição dos planos e, mais tarde, no processo evolutivo do Homem. A presença destes seres é identificada nas obras citadas de André Luis com a denominação de “Espíritos Construtores de Formas”. Ainda que citados por diferentes nomes nas diferentes religiões, todas, sem exceção, reconhecem o fato de sua existência e ação. Em sânscrito, recebem o nome de “Devas” ou “Seres Brilhantes”, devido à sua aparência brilhante e luminosa. Durante o período de preparação para o despertar da “Consciência”, o vivificante poder da Energia do Amor e Sabedoria dota a matéria de determinadas qualidades, elaborando, por assim dizer, os tecidos do futuro. Esta Energia de vida desce de Plano em Plano e comunica suas qualidades aos Sete subplanos correspondentes. Como já exposto, essa onda de vida leva consigo os Homens Celestes até o Plano Mental, o plano do individualizado poder criador, no terceiro sub-plano, no qual tem o átomo manásico ou véu mental da Mônada, que o Logos enche de Sua vida com os demais átomos do plano. Todos os átomos deste subplano, estejam ou não ligados à Mônada (átomos permanentes), constituem a chamada Essência Monádica. Este tipo de matéria tem si o potencial de responder às vibrações mentais ativas, ou pensamentos, sejam pensamentos abstratos na matéria sutis, ou concretos na matéria densa. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto As combinações dos três primeiros subplanos constituem o Primeiro Reino Elemental; as combinações dos quatros subplanos inferiores constituem o Segundo Reino Elemental. Estas combinações constituem um tipo de matéria, chamada Essência Elemental, suscetível de ser moldada em “Formas-Pensamento”. A diferença entre a Essência Monádica e a Elemental, é que uma é atômica unitária e a outra é molecular, ou seja, uma composição atômica. A Energia do Amor e Sabedoria desce então, para o Plano Astral, o plano da sensação individualizada, do desejo. E a onda de Vida passa para adiante formando em cada subplano combinações capazes de expressar sensações, matéria essa com constituição semelhante à anterior, com capacidade de moldar “Formas-Pensamento Emocionais”, portanto, Essência Elemental. Constitui-se, assim, o Terceiro Reino Elemental. Diagrama dos Reinos Elementais Adaptado do Diagrama de Annie Besant Plano do Poder ou Átmico Ar Atma Buddhi Homem Celeste Plano da Sabedoria ou Budico Manas Fogo Primeiro Reino Elemental Alma Segundo Reino Elemental Plano Mental ou Manásico Água Plano Astral ou Emocional Terceiro Reino Elemental Terra Plano Físico – Físico e Etérico Em seguida a Energia passa ao sétimo Plano, o Físico, o plano das atividades individualizadas, dos atos. Semelhante ao processo anterior os átomos permanentes do Plano Astral são ligados ao do Físico, constituindo a Essência Monádica do mesmo. Novamente a onda de vida avança, formando em cada subplano combinações capazes A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto de constituir corpos físicos, os futuros elementos químicos, como são chamados nos três subplanos inferiores. Desta forma, observa-se que o trabalho da Segunda Energia do Criador, dentre outras, é atuar sobre a matéria vivificada pela Terceira energia, envolvendo-a em “tecidos” dos quais surgirão às futuras vestimentas do ser em evolução: os corpos sutis e densos. Vale destacar que, enquanto a Mônada não alcançar o estágio evolutivo suficiente para conduzir sua evolução, todo o processo acima descrito é realizado pelos Elementais, em associação com a ação da Segunda Energia. Esta é a grande tarefa destes Seres, relacionada aos Homens. Enquanto nos estágios iniciais, todo o trabalho evolutivo de imersão do Espírito nos diferentes planos, com a edificação dos seus diferentes corpos, é realizado por eles. Conquistada a Razão, passam a serem responsáveis pela edificação do Corpo Etérico e Físico, onde as determinações da Lei do Karma deverão atuar, até a libertação do Ciclo das Reencarnações. Outras funções existem a cargo deste seres iluminados, mas que não pertencem ao escopo do presente estudo. Apenas a título de informação, os Planos Físico, Astral, Mental são relacionados com os quatros elementos Terra, Água, Fogo e Ar, respectivamente, muito utilizados pelos antigos alquimistas em seus bulários ou receitas de trabalhos e preparações medicamentosas. Formas-Pensamento – O Homem, em sua infância evolutiva, ainda não se deu conta do que representa o Pensamento e qual é o seu poder, poder de criar e destruir. A energia segue o Pensamento. O Corpo Mental e o Emocional estão diretamente relacionados, no Homem, ao que é chamado de “Formas-Pensamento”, uma conseqüência de seu ato de pensar. Como já descrito anteriormente, o Homem verdadeiro, o “Homem Celeste”, o “Jivatmas”, o “Pensador”, está envolto em um corpo composto de inumeráveis combinações da matéria sutil do Plano Mental. Expandido de acordo com o grau evolutivo do Homem, pode apresenta-se, ou não, com a aparência de uma luz viva e intensa e, quanto mais desenvolvida a inteligência do ser, num sentido puro e desinteressado, maior sua fulguração. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Quando o Ser emite um pensamento, dá origem a uma série de vibrações que imediatamente atuam na matéria do Corpo Mental, projetando para o exterior uma porção vibrante de si mesmo, assumindo forma determinada condizente com as vibrações emitidas. Como o Plano onde reside está preenchido pela Essência ou Matéria Elemental do Reino correspondente, esta é atraída pelas vibrações emitidas, revestindoas. Desta maneira, temos uma “Forma-Pensamento Mental” pura e simples, uma entidade vivente temporária, criada e corporificada pela idéia que lhe deu nascimento. Em uma escala maior, a matéria elemental dos Três Reinos não serve apenas ao Homem em evolução; pode também ser utilizada por Seres de elevada transcendência nos diferentes Planos e subplanos existentes, e quanto mais sutil for a matéria de que se constituí, tão poderosa e energética o será no desempenho de um papel de elevada relevância. Este fato é perfeitamente identificado nos livros de André Luis, ao descrever a cidade espiritual “Nosso Lar”, e outras estações de socorro em diferentes subplanos, edificadas, organizadas e mantidas através da força mental de Seres de elevada estirpe, com a finalidade de abrigar e auxiliar os Espíritos ainda em evolução, porém com desenvolvimento condizente ao plano onde elas se estabelecem. Por outro lado, quando a energia mental do Homem é dirigida para objetos, ou direcionada a atos de emoção ou paixão, ou mesmo sentimentos menos nobres, esta se utilizará de matéria menos sutil, ou mais densa, que do Plano Mental: a matéria Elemental do Plano Astral ou Emocional. Serão, portanto, criadas “Formas-Pensamento Astrais”, com a matéria do plano do desejo. Estas formas ocorrem pela atividade da Mente Inferior, ou “Eu Menor” expressando-se através do Corpo Emocional, tornando-se a expressão da mente dominada pelo desejo. Se construídas com matéria elemental dos subplanos mais elevados, conseqüentes a sentimentos mais nobres, serão luminosas e com cores harmoniosas; no entanto, se o são dos subplanos mais densos, serão escurecidas e densas. Recordando a assertiva do Mestre Tibetano Djwhal Khul (capítulo: Doenças – Visão Transcendente) de que apenas dez por cento da humanidade atual encontra-se sob o domínio do Corpo Mental, deduz-se, portanto, que a grande maioria das Formas- A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Pensamento que habitam a atmosfera mais próxima da Crosta, é edificada com matéria Astral e, ao que parece, principalmente dos subplanos mais inferiores. A existência das Formas-Pensamento não é uma proposta esotérica exclusiva, pois várias referências às mesmas podem ser encontradas em diferentes escolas espiritualistas, inclusive na espírita. Na coleção André Luis, há várias citações, dentre as quais se destaca, a título de exemplo, do livro “Nosso Lar” – capítulo: “O Umbral”: (...) O plano [Umbral] está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a Ciência terrestre presentemente não pode compreender. (...) [o grifo é nosso] Mas qual seria o interesse, no presente estudo, neste tipo de fenômeno espiritual? Muitas enfermidades, sejam psíquicas ou físicas, são conseqüentes à presença das “Formas-Pensamento” sobre um indivíduo. Todo pensamento que tenha sua origem no Corpo mental ou Astral, cria, imediatamente, uma espécie de veículo temporário que se reveste de matéria vitalizada. Se este pensamento, desejo, ou sentimento, é projetado sobre uma pessoa determinada, a Forma-Pensamento irá diretamente a ela e lhe afetará os veículos Astral e Mental, produzindo efeitos bem definidos. Em contato com a Aura do receptor, e sendo esta receptiva por afinidade vibratória, a Forma encontrará guarida e produzirá seus efeitos fortalecendo o conjunto; em caso contrário, será repelida. Os pensamentos, sejam bons ou maus, são projetados objetivando algum resultado, mas para tal necessitam de material similar para a necessária resposta. Em não havendo compatibilidade vibratória, não haverá como afetar o receptor. Em contrapartida, o pensamento retrocede a origem com uma força proporcional à energia empregada para projetá-lo. O ditado popular de que “Maldição sem causa não encontra pouso”, expressa uma verdade muito maior do que se possa aquilatar. Nos planos da Alma, impera a Lei das afinidades, ou seja, os afins se buscam. O cientista se cerca de outros cientistas, o religioso de seus semelhantes, e assim sucessivamente. Por esta razão, um dependente de drogas sempre estará cercado de outros viciados, material e espiritualmente, assim como os que vivem os desvarios da A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto luxúria, da ambição, da bebida, ou dos próprios defeitos da Personalidade. É a chamada “afinidade magnética” Caminham em um ambiente denso, vibratoriamente falando, receptivos às vibrações similares que lhe rodeiam a atmosfera física. Nestas dimensões, o ódio, a vingança, o orgulho, e toda uma gama de sentimentos inferiores predominam, com abundância de Formas-Pensamento a vagar em seu derredor, potencializando suas imperfeições. Naturalmente, uma energia negativa atuando persistentemente sobre um Chakra que responde por determinados órgãos, induzirá a um desequilíbrio que culminará com a expressão de uma doença, seja ela física ou mental. (Relembrar também “Flora Microbiana Espiritual”) Por outro lado, se o pensamento criado é egoísta, avaro, vaidoso, etc, expressões de um indivíduo que pensa somente em si mesmo, a Forma-Pensamento vagará constantemente próxima de seu criador, sempre pronta a atuar sobre ele mesmo, tantas vezes quantas o encontre em estado passivo. Com o tempo, pelo mesmo princípio, induzirá distúrbio em algum centro de força, culminando em uma doença. (Relembrar capítulo: “Doenças- Visão Transcendente - Doenças do Corpo Mental e Astral”) Há, no entanto, um aspecto muito positivo no estudo deste fenômeno. Quando uma Forma é gerada por um pensamento cheio de amor e desejo de proteção, e dirigida com firmeza a um ente querido, esta, a Forma-Pensamento, alcança a pessoa e permanece em sua Aura como um escudo, ou guardião. Esta Forma-Pensamento buscará, constantemente, todas as ocasiões de ser útil, todas as oportunidades de proteger e defender a pessoa a quem foi enviada, impelida por uma obediência cega ao impulso que a criou, e não por um ato consciente ou voluntário. O mesmo processo ocorre quando um grupo de pessoas se reúne e ora, ou vibram intencional e positivamente, por determinadas pessoas ou problemas. Uma potente Forma é criada, agora muito mais forte pela somatória de pensamentos afins, alcançando seu objeto-alvo e cumprindo a finalidade de sua criação. As Formas-Pensamento, como já dito anteriormente, adquirem determinada forma e coloração, de acordo com o impulso gerador, seja mental ou emocional. Desta maneira, pode-se perfeitamente criar uma classificação de expressões que permitirão a um observador identificar a origem da “Forma” em análise e possível correção. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto No Livro “Formas-Pensamento”, de Annie Besant e Charles W. Leadbeater, encontra-se interessante estudo realizado por estes pesquisadores da Alma, inclusive com uma classificação detalhada à disposição do pesquisador interessado. Trata-se de investigação realizada pela Clarividência, mas que pode perfeitamente ser reproduzida com os modernos recursos científicos atualmente disponíveis. É de André Luis a síntese: Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir. É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas e desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamento, construções substanciais na esfera da Alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. Isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés. (“Mecanismos da Mediunidade” – capítulo IV – Matéria Mental – Formas-Pensamentos) Glândula Pineal ou Epífise e Hipófise ou Pituitária – A formação destas glândulas, pelos compêndios médicos, ocorre nas dilatações do Tubo Neural do embrião humano que darão origem ao Sistema Cérebro-Espinal. A parte superior, ou cranial, deste tubo torna-se dilatada e constitui o “encéfalo primitivo”, ou “arquencéfalo”, que, posteriormente, dará origem ao encéfalo adulto. A parte inferior, ou caudal, permanece de calibre uniforme, constituindo a medula embrionária e dando origem, posteriormente, à medula do adulto. No encéfalo primitivo, em sua evolução embrionária, distinguem-se, a princípio, três dilatações conhecidas como “vesículas encefálicas primordiais” e são denominadas de “prosencéfalo”, “mesencéfalo” e “rombencéfalo”. O “mesencéfalo” não se desenvolverá, e o “rombencéfalo” dará origem ao “metencéfalo”, que se desenvolverá em Cerebelo e a Ponte, e ao “mielencéfalo”, que originará o Bulbo. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A vesícula encefálica primordial denominada “prosencéfalo”, desenvolvendo-se, dará origem a outras duas vesículas, das quais se originarão o “telencéfalo” e “diencéfalo”. Estas, por sua vez, serão as responsáveis pela formação do cérebro e suas diferentes estruturas. O “telencéfalo”, em determinado momento, apresentará duas evaginações laterais - denominadas de “vesículas telencefálicas laterais” - que, no seu desenvolvimento, crescerão muito até formar os Hemisférios Cerebrais, ocultando a parte mediana e o diencéfalo. Concomitantemente, o “diencéfalo”, desenvolvendo-se, apresentará quatro pequenos divertículos: dois laterais, que irão dar origem às retinas; um dorsal, que dará origem à Glândula Pineal, e um ventral, o “infundíbulo”, que dará a origem à Hipófise. Esta é a origem embrionária destas duas glândulas. Assim, a Glândula Pineal, Corpo Pineal ou Epífise, origina-se do divertículo ependimário no teto do III ventrículo cerebral. Forma-se, desta forma, um saco revestido de epêndima em comunicação com a cavidade ventricular. Nos peixes, anfíbios e alguns répteis, este saco permanece como tal, e as células ependimárias de sua parede diferenciam-se em fotorreceptores que se assemelham aos cones ou bastonetes da retina; dessa forma, nestes vertebrados inferiores, ela é um órgão sensorial que recebe os estímulos luminosos que atravessam a pele e o crânio. Em alguns destes vertebrados (lagartos), existe ainda um corpo parapineal, próximo à pineal, que constitui o chamado “terceiro olho”, único e centralizado entre o dois olhos laterais, e em um réptil australiano (cobra), há um “olho” completo e sem função, na parte superior de seu crânio. Já nas aves e mamíferos, em decorrência da evolução, as células ependimárias que formam o divertículo embrionário multiplicam-se, obliterando a luz do divertículo. Estas células diferenciam-se, então, nas células parenquimatosas do corpo pineal, ou pinealócitos. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Desta forma, com a evolução, o Corpo Pineal evoluiu de um corpo sensorial para um órgão parenquimatoso e secretor, ainda que, por ligações neuronais múltiplas, continua relativamente sensível aos estímulos da luz, visto sua participação metabólica nos ciclos circadianos (dia e noite) do Homem. Ricamente irrigada, seu fluxo sanguíneo só é menor que o do rim, e sua inervação se faz por fibras simpáticas pós-ganglionares, oriundas do gânglio cervical superior. Acredita-se, materialmente falando, que sua principal função é a síntese de um hormônio denominado Melatonina e participação na regulação do ciclo circadianos do homem. Pesquisas indicam ainda, certa relação de seu funcionamento com a atividade imunológica, interligada à liberação de seu hormônio principal. A Glândula Hipófise, ou Pituitária, é uma evolução de uma boca rudimentar que se ligava diretamente ao canal alimentar dos invertebrados. Com a evolução, sua função digestiva foi abolida e ocorreu a atrofia do órgão, permanecendo, no entanto, a operar em nova função com o desenvolvimento do corpo. No Homem, embriologicamente, ele é derivada da bolsa de Rathke, uma extensão da cavidade oral em desenvolvimento, que dela se separa com o crescimento do osso esfenóide, que cria uma depressão semelhante a uma sela, a sela turca. Localizada na base do cérebro, está muito próxima do quiasma óptico e dos seios cavernosos da face. Une-se ao hipotálamo através do infundíbulo hipofisário que sai da sela turca através de uma abertura no tecido que envolve o cérebro, a dura-máter. Junto ao hipotálamo, desempenha um papel muito importante na regulação da maioria das outras glândulas endócrinas. É formada por dois componentes morfológica e funcionalmente diferentes: Uma parte, ou lobo anterior – a adeno-hipófise – e um lobo posterior – a neuro-hipófise. A adeno-hipófise, ou Pituitária Anterior, possui um sistema vascular através do qual os hormônios de liberação do hipotálamo são transportados para a hipófise – o sistema porta-hipofisário. Os neurônios hipotalâmicos controlam a produção dos hormônios hipofisários, pelos fatores de liberação hipotalâmico, liberados nos sistemaporta e levados à hipófise através do infundíbulo. Entre os hormônios secretados por esta glândula, temos a Prolactina, o Hormônio do Crescimento, o Hormônio Adenocorticotrófico – ACTH, o Hormônio Tireoestimulante – TSH, o Hormônio Folículo-Estimulante – FSH e o Hormônio A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Luteinizante – LH, que são liberados por diferentes sistemas de regulação e em diferentes funções e fases da vida humana. A Neuro-Hipófise, ou Pituitária Posterior, embriologicamente é derivada de uma invaginação do assoalho do terceiro ventrículo, que cresce para baixo, ao longo do lobo anterior. Diferente do adeno-hipófise, sua vascularização é fornecida por uma artéria e uma veia que liberam seus hormônios diretamente na circulação sistêmica. A Hipófise possui, portanto uma dupla circulação sanguínea, uma composta de artérias e veias e um sistema porta-hipofisário que liga o hipotálamo ao lobo anterior. Ela produz dois hormônios: o Hormônio Antidiurético, também chamado de Vasopressina – o ADH e a Ocitocina, ambos com funções específicas, e liberados em situações diversas do metabolismo humano. Essas duas glândulas ilustram como uma parte do corpo que possui uma função determinada em um primeiro estágio perde sua função primária no progredir da evolução para assumir outra distinta, mais nobre, em um estágio evolucionário mais adiantado. Esotericamente, com a evolução do Sistema Nervoso Central (cérebro e medula) e seu domínio corpóreo, a Hipófise torna-se o órgão físico para a visão Astral e Mental, principalmente após a vivificação dos Chakras dos dois Corpos. É através dela, que o conhecimento obtido pela visão astral se transmite ao cérebro, como também é ela que permite a consciência ativa entre os planos Astral e Físico. É a expressão física do Centro de Força Frontal, ou Chakra Ajna. Já a Glândula Pineal é órgão da Telepatia, dos contatos com entidades desencarnadas e da libertação iniciática transcendental; espiritualmente, é a glândula mais importante do Homem, é a expressão física do Chakra principal, o Coronário Centro ou da Cabeça – o Sahasrara. É a Glândula da Vida Mental ou, no dizer de André Luis, o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. Segundo o Mestre Tibetano, é a glândula que recebe o fluxo de força pelo “Sutratma", corda ou fio magnético da Alma para o Cérebro. A inteligência ou “fio da consciência” se acha ancorado na cabeça, na região da Epífise, de onde dirige e ordena as atividades do plano físico, por meio do cérebro e do sistema nervoso. André Luis informa, também, que a Pineal represa os impulsos sexuais na infância, porém, liberta-os a partir dos quatorze anos (duas x Sete), para reequilíbrio e adequação da Lei de Ação e Reação. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto (...) Aos quatorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representava controle, é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos. (...) (...) São demasiadamente mecânicas [as glândulas genitais], para guardarem os princípios sutis e quase imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente controladas pelo potencial magnético de que a epífise é fonte fundamental. As glândulas genitais segregam hormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso exprimir assim, segrega “hormônios psíquicos” ou “unidades de força” que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. Os cromossomos da bolsa seminal não, lhe escapam à influenciação absoluta e determinada. (...) (“Missionários da Luz” – capítulo 2 – A Epífise) Dentre as diferentes atividades espirituais por ele propostas, destacam-se outras funções à Pineal: 1. Possui ascendência sobre todo o sistema endócrino; 2. Comanda as forças subconscientes sob determinação direta da vontade; 3. Abastece de energias psíquicas todos os armazéns autônomos dos órgãos; 4. Devido seu controle da vida emotiva, sua posição na experiência sexual é básica e absoluta. Complementando, importante observação o faz Mestre Djwhal Khul quanto à interligação destas duas glândulas, na capacidade de visão espiritual: O “terceiro olho” se manifesta como um resultado da interação vibratória entre as forças da Alma, trabalhando através da Glândula Pineal, e as forças da Personalidade, trabalhando através do Corpo Pituitário. Estas forças positiva e negativa interagem, e quando suficientemente potentes, produzem a luz na cabeça. Assim como o olho físico originou-se como resposta à luz do sol, também o olho espiritual, igualmente, surge como uma resposta à luz do sol espiritual. (Tratado de Magia Branca – tomo II – item 284) Pelo exposto, na seqüência do raciocínio que se buscou até então, observa-se que há, ainda, um vasto campo ainda por se pesquisar. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Se a Doença reflete um desequilíbrio vibratório, localizado ou disseminado, o pesquisador restrito a matéria terá um horizonte limitado e relativamente produtivo. Não se pode perder de vista que, o que se conceitua como “Doença”, é um efeito cuja causa, na totalidade das vezes, localiza-se além da estrutura celular que se analisa. Fatores transcendentais atuam e se inter-relacionam com o físico, transformando a “Doença” em complexo físico-espiritual que ultrapassa o Corpo e alcança a Alma. A Personalidade enferma é o reflexo de uma Alma doente e desequilibrada. É o reflexo de um desajuste que transcende o tempo e se perde na eternidade. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O Processo Reencarnatório pela Visão Espiritual Interessante descrição do ato de reencarnar é descrita pelo espírito de André Luis, pela psicografia de Francisco Candido Xavier, em duas oportunidades e em livros diferentes, com situações evolutivas distintas dos reencarnantes. o mais profícuo deles, pelas informações que oferece, encontra-se no livro “Missionários da Luz”, seguido pelo “Entre a Terra e o Céu”. Informações outras e esparsas podem ser encontradas nas demais obras da “coleção” André Luis. Estes livros serão a base do presente capítulo. Para observador atento, as transcrições aqui apresentadas trazem profunda similaridade com as propostas esotéricas já expostas. Como se afirmou na “Introdução” do presente ensaio, não se pretende inovar, mas sim compilar e interligar informações. Não se defendem idéias, apenas são apresentadas; não se luta para defender posições, mas em compará-las. Acredita-se que, desta forma, preenchem-se várias lacunas em tão desconhecido assunto e permite-se uma visão sobre a origem do Homem de uma forma mais completa, além de um novo material informativo extremamente útil à disposição de pesquisadores. Abstendo-se de detalhes que ficam à disposição dos interessados nas obras citadas, buscar-se-á destacar os pontos de interesse comum ao estudo. ... ooo O ooo ... Vias reencarnatórias - Pelas informações obtidas nas obras esotéricas e espiritualistas em geral, existem dois caminhos reencarnatórios para um Espírito: O primeiro ocorre em um mecanicismo natural, onde as Mônadas são trazidas ao renascimento por um processo automático de evolução definido pelas Leis Universais. Dos Reinos Inferiores até o Reino Hominal, elas são conduzidas em processo natural pelos Devas, ou Elementais, ou “Construtores das Formas”, enfim, por Seres de avançada evolução e dedicados a esse mister, que auxiliam o Criador em sua Obra Universal, como já descrito anteriormente. (...) A reencarnação, por si, tanto quanto ocorre nos reinos inferiores à evolução humana, obedece a princípios embriogênicos automáticos, com bases na sintonia magnética; contudo, em se tratando de criaturas com alguns passos à frente A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto da multidão comum, é possível ajustar providências que favoreçam a execução da tarefa a cumprir (...) [os grifos são nossos] (“Entre a Terra e o Céu” - capítulo XXVII – Preparando a Volta) (...) – É inegável que também aí funcionam as tarefas de abnegados construtores espirituais que colaboram na formação básica dos corpos, destinados a servirem às entidades que reencarnam nestes círculos mais grosseiros. Entretanto, é preciso considerar que o serviço, em semelhante esfera, é levado a efeito de massa, com características de mecanismo primitivo. (...) [o grifo é nosso] (André Luis “Missionários da Luz” – capítulo 12 - Preparação de Experiências) O segundo caminho o é para Espíritos de maior evolução, necessitados de corpos melhor adequados a sua evolução e às tarefas futuras a desenvolver, cujo planejamento se faz com a participação do interessado. De acordo com as informações colhidas, ao reencarnar, o Espírito edificará seu novo veículo físico com uma carga genética herdada de seus pais, porém, com uma programação cromossômica específica, ajustada às experiências e/ou embates previstos em sua futura vida física. Desta forma, determinadas doenças, envolvendo diferentes sistemas orgânicos se manifestarão em períodos previstos na vida do indivíduo, ou determinados órgãos a apresentarão uma “fragilidade” congênita, sempre propícia a diferentes enfermidades, ou mesmos a doenças crônicas, todas a exigir paciência e resignação do viajante da carne. As deformidades congênitas também têm sua origem nos mapas genéticos previamente estabelecidos (recordar o capítulo Doenças – Visão Transcendente – Doenças Kármicas), e observam-se indícios de que, inclusive, o tempo de vida física também possa estar codificado nos cromossomos. A escolha dos genitores – Em diferentes capítulos, se estudou a Lei de Causa e Efeito, ou a Lei do Karma, apresentando-a como a responsável pela definição das lutas e experiências que deverá um ser materializado enfrentar em sua jornada física, e pela adequação de seu mapa cromossômica, via ação de um Elemental ou Espíritos Construtores. São, também, os encarregados de unir grupos de Espíritos em unidades familiares a se constituir nos processos reencarnatórios. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Será analisado no presente item, o processo reencarnatório de um ser que participa dos momentos que envolvem o seu retorno à vida física, o único descrito com minúcias em toda literatura pesquisada, salvo informação contrária, acrescido de informações esparsas colhidas em outras fontes e referentes aos renascimentos comuns. É um exemplo ímpar que, por suas informações, nos permite deduções e a elaboração de um raciocínio que favorece a melhor compreensão da realidade universal do mecanismo reencarnatório. Fica demonstrado que, nestes planejamentos, se inclui a escolha do local geográfico, da raça e, inclusive, dos genitores. Seja pela necessária herança genética ou pelos laços do pretérito, onde antigos parceiros ou rivais se uniram em ações comuns, ou ainda pela necessidade de um ambiente propício para novas tarefas a executar, os genitores são previamente consultados para a constituição familiar a se concretizar. Até a orfandade e/ou a adoção por casais estéreis fazem parte deste contexto. Dentro de uma incontável série de razões, que não enumeradas por não pertencerem ao objetivo do presente estudo, destaca-se a necessidade da participação consentida de cada um dos pais, para que não haja uma rejeição vibratória destrutiva que venha prejudicar a fecundação, ou incapacitar um dos gametas responsáveis pela futura fertilização. Na grande maioria dos casos, este compromisso se efetiva antes mesmo do nascimento dos genitores no mundo físico, e se revalida as vésperas da reencarnação do futuro nascituro. Esta revalidação ocorre no plano dos Espíritos, durante o sono físico, razão pela qual não é retido na memória da quase totalidade dos futuros pais. Vencida esta etapa, ocorre previamente um processo de ligação fluídica entre o Espírito reencarnante e o casal que o receberá, principalmente com o materno, em uma simbiose vibratória de muita importância para o momento da fecundação e da evolução gestacional. Pode-se deduzir que esta harmonização vibratória seja necessária para que se eliminem possíveis transtornos vibratórios que possam prejudicar a fertilização que se aproxima e da evolução da gestação, tais como a rejeição, a renúncia ou outros sentimentos desarmoniosos similares. Período Pré-Fecundação – Em um período que antecede a união das células germinativas, observa-se o relato da presença dos seres denominados pelos esotéricos A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto como Elementais, agora titulados de “Espíritos Construtores” na lavra espírita: Alexandre informou-me tratar-se de Espíritos Construtores, que iam cooperar na formação fetal do nosso amigo. (ibidem). No processo mecânico natural, o Espírito reencarnante é levado a um estado de inconsciência pela magnetização das entidades assistentes responsáveis pelo processo encarnatório, para que possam ser conduzidos ao “Templo maternal de carne, como criança adormecida”, diferente dos Espíritos mais evoluídos que podem participar do processo conscientemente. Também sob a ação magnética dos Construtores, o ser reencarnante principia a eliminar matéria, provavelmente dos Planos em que se estabelecia o que, no nosso entender, nos transporta à proposta esotérica da Matéria Monádica presente nos diferentes Planos, restringindo-se ao Átomo Permanente Astral. A plasticidade desse tipo de matéria, sob a firme determinação do pensamento e dos fatores magnéticos das entidades assistentes, permite uma miniaturização progressiva do corpo espiritual do reencarnante, até alcançar a forma infantil que, na seqüência, liga-se por um laço fluídico ao corpo espiritual da futura mãe, para sua necessária sustentação vibratória. Isto evidencia que uma gestação é um processo mais complexo do que uma simples fusão de células germinativas. É um fenômeno magnético-espiritual que envolve múltiplas ligações vibratórias de diferentes ordens e em diferentes momentos, que fogem à percepção comum, e que se inicia muito antes da fecundação. A Fecundação - Consumado o ato sexual, é escolhido entre milhares o espermatozóide que traga a carga genética necessária para a futura composição cromossômica do ser reencarnante. O óvulo materno na luz tubária, por sua vez, já traz em si a carga genética prevista que, diante do processo descrito, e por dedução, também sugere que tenha sofrido uma seleção antecipada entre todos os ovócitos candidatos. (...) Sempre sob o influxo luminoso-magnético de Alexandre, o elemento vitorioso [o espermatozóide] prosseguiu a marcha, depois de atravessar a periferia do óvulo, gastando pouco mais de quatro minutos para alcançar seu núcleo. Ambas as forças, masculina e feminina, formavam agora uma só, convertendo-se ao meu olhar em tenuíssimo foco de luz. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto O meu orientador, absolutamente entregue ao seu trabalho, tocou a pequenina forma com a destra, mantendo-se no serviço de divisão da cromatina, cujas particularidades são ainda inacessíveis à minha compreensão, conservando a atitude do cirurgião seguro de si, na técnica operatória. Em seguida Alexandre ajustou a forma reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo perispirítico de Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se. (...) (Ibidem) Este é o “momento mágico” onde uma vida física se inicia, o recomeço nos processos da evolução. Será do organismo materno que o ovo fecundado receberá todo o alimento vital necessário para a organização básica do novo aparelho físico; sua forma reduzida será o molde sobre o qual se formará a nova vestimenta. Como o já relatado em diferentes capítulos, é o Corpo Astral o molde reduzido do Espírito reencarnante; será, também, o indutor da formação não só do Corpo Denso como também do Corpo Etérico, uma vez que ambos se desfazem com a morte física. (...) O Corpo Etérico é construído com matéria dos três subplanos inferiores do Plano Físico, antes da encarnação física (...). (Alice A. Bailey – Psicologia Esotérica – Volume II – Tomo I – item 50) Outro detalhe que chama a atenção é o da atuação dos Elementais, ou Espíritos Construtores, que não se restringe exclusivamente à fecundação. Acompanham o período gestacional em suas diferentes fases, principalmente nas iniciais. Esta assertiva encontra amparo em uma nova colocação de André Luiz: (...) Reconheci que o serviço de segmentação celular e ajustamento dos corpúsculos divididos ao molde do corpo perispirítico, em redução, era francamente mecânico, obedecendo às disposições naturais do campo orgânico, mas toda entidade microscópica do desenvolvimento da estrutura celular recebia o toque magnético das generosas entidades em serviço, dando-me a idéia de que toda a célula-filha [célulatronco] era convenientemente preparada para sustentar a tarefa de iniciação do aparelho futuro. (...) (Ibidem – capítulo 14 – Proteção) Esta intensa assistência dos Construtores se estende por vinte e um dias (Três x Sete). Determinam, inclusive, um “isolamento” espiritual de mãe e filho objetivando evitar interferências vibratórias que possam prejudicar a evolução da gravidez. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Após este período, o número dos Elementais assistentes é reduzido, mas ainda permanecem no acompanhamento da evolução gestacional, até sua conclusão no parto que, ao contrário do que se pensa, não é conclusão do processo reencarnatório. Todas as escolas espiritualistas, inclusive a Espírita, são unânimes em afirmar que a encarnação do Homem somente se completa aos Sete anos de idade. Nesse período de Sete anos, a Alma permanece focalizada no Corpo Etérico, sem utilizar plenamente todos os Centros de Forças ou Chakras. Sua ação resume-se em um suave controle pulsante, com discreta atividade impulsionadora necessária para a preservação da consciência, para a vitalização dos diferentes processos físicos e progressivo domínio físico para expressão do caráter e finalidade de vida de que é portadora. É unânime, também, a afirmação de que o domínio físico pleno ocorre ao redor dos Vinte e Um anos de idade (Três x Sete), quando seu caráter e escolhas de vida da Alma se estabilizam na Personalidade. Excepcionalmente, seres de maior evolução, já assumem plenamente sua condição física plena por volta dos Quatorze anos (Duas x Sete). Um detalhe que chama a atenção, e que vale destaque, ocorre nas reencarnações naturais e mecânicas. A escolha dos gametas maternos e paternos não se faz por uma seleção intervencionista como a acima citada, mas ocorre por uma “sintonia magnética”, direcionada por um processo vinculado ao Espírito reencarnante e os futuros pais, processo este que talvez somente a Lei de “Afinidades Vibratórias” (recordar item Formas-Pensamento do capítulo anterior) e de “Ação e Reação” possam explicar. A Evolução da Gestação - Os Elementais, que também se poderia denominar de os “Obstetras Espirituais”, acompanham passo-a-passo a evolução embrionária até sua condição fetal, intervindo em todos os processos celulares multiplicantes. (...) Depois da vesícula germinal, [desenvolvida] com a cooperação magnética dos construtores para cada célula, formaram-se os três folhetos blastodérmicos, aproveitando-se o molde que Raquel idealizara mentalmente para o futuro filhinho, que foi aplicado sobre o modelo vivo de Segismundo, em processo de nova reencarnação. (...) (Ibidem) A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Denota-se aqui a importância da presença mental, ou da “Forma-Pensamento” materna na formação do novo corpo, uma finalidade diferente desta modalidade de fenômeno que ainda não se havia enunciado. A presença fluídica paterna também é realçada e valorizada em diferentes etapas, ainda que sem maiores detalhes, evidenciando, uma vez mais, que uma simples gestação traz em si processos transcendentes complexos, que a mente humana ainda não consegue alcançar. Pela descrição do médico espiritual, deduz-se que, à medida que o corpo fetal progride, assim também o faz o Corpo Etérico do reencarnante, o que sugere que a ação dos Construtores não acontece apenas na vestimenta física, mas também na adequação de seus corpos espirituais. A referência da presença materna após os vinte e um dias, no Plano Astral, portando o reencarnante na forma infantil em seus braços, somada à informação, da presença dos “cordões energéticos” que unem o Espírito ao corpo e lhe mantém a vida, demonstram a evolução da forma reduzida embrionária inicial, para forma do infante. O Nascimento – Segundo os textos esotéricos, a manifestação da Alma, via Corpo Etérico se faz em “dois momentos de fulgor”. O primeiro ocorre no nascimento físico e o segundo na morte do corpo. O mecanismo da morte será analisado oportunamente. O primeiro “fulgor” é o que antecede a plena posse do Corpo Físico, ou a encarnação física propriamente dita, quando a luz da vida proveniente da Alma, é focalizada com toda a intensidade ao redor do Corpo Físico fetal e entra em relação com a luz da própria matéria, energia vital que já se encontra em cada átomo do corpo. Este projeção luminosa irá, então, concentrar-se em Sete áreas específicas, dando origem aos Sete Centros de Forças maiores que serão seus canais de contato e expressão com mundo físico exterior. Esse momento é descrito com se um ponto de luz pulsante explodisse em uma grande chama, dentro da qual Sete pontos de luz intensificada tomam forma. Na seqüência, inicia-se o que esotericamente é chamado de “interpenetração”, a etapa durante a qual os Sete pontos de luz se tornam vinte e um, e, a seguir, fazem brilhar quarenta e nove pequenos centros; a substância da luz, o aspecto “energia da A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Alma”, começa a permear o corpo Físico, e o trabalho de edificação do Corpo Etéreo, ou Vital, é completado. É o momento onde a encarnação física, de fato, se inicia, e quando se desencadeia o Trabalho de Parto. Similar ao rompimento de um cordão umbilical fluídico, encerra-se a simbiose materno-fetal, e o nascituro deixa de necessitar da energia vital de sua mãe, tornando-se independente, espiritualmente falando. O clímax de todo o processo, surge com o primeiro vagido do recém-nato, quando então o ato de criação se completa e se consuma; uma nova Luz brilha em um lugar escuro. Uma Gestação Rejeitada – Existem, no entanto, gestações que se perdem por fatores diversos, sejam por desequilíbrios de origem paterna, de entidades malignas ou mesmo maternas. Quando as agressões vibratórias ocorrem por origem das duas primeiras alternativas, os Espíritos Construtores sempre possuem recursos a interpor, porém, têm grandes dificuldades quando a desarmonia ou rejeição é de ordem feminina. A chamada “sintonia vibratória” ou “magnética” compreende, também, uma inter-relação entre o ser encarnado e os desencarnados que vibram em igual diapasão. Emitida determinada nota de freqüência mental com constância, elementos materiais etéricos e entidades de vibração semelhante serão atraídos e passarão a se agregar em suas vestimentas espirituais e orbitar em sua esfera psíquica, respectivamente. Portanto, pensamentos de baixo padrão vibratório atrairão matéria etérica de densidade correspondente, assim como atrairão mentes desencarnadas que se afinam com os mesmos. Este fenômeno ocorre em diferentes hábitos perniciosos do comportamento humano. A sexualidade excessiva e leviana é forte chamariz para os afins, e como todo excesso gera desequilíbrios, estes haverão de se expressar de uma forma negativa na constituição espiritual e física do ser. Entidades espirituais menos desenvolvidas e desprovidas da vestimenta física, ansiosas pelas emanações inferiores que a sexualidade irresponsável emite, procuram induzir um afim carnal na esfera das emoções baixas e puramente materiais, gerando uma simbiose vampiresca com intrincados reflexos para o hospedeiro. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Esta simbiose pode se expressar desde uma simples influência momentânea, a uma obsessão, ou até a chamada possessão, quando o homem perde o domínio de sua vontade. Vezes outras, estes mesmos parceiros espirituais da volúpia sensual, ou de outros desequilíbrios, terminam por se transformarem nos filhos, por “afinidade magnética”, das pessoas a quem induziam ao desequilíbrio; a Lei de Ação e Reação, aproveitando-se da irresponsabilidade dos amantes, vincula-os em laços de família, transformando-os em filhos-problemas a exigirem reiterados esforços de tolerância e renúncia no convívio, para correção de seus desvios de personalidade. O médico espiritual André Luis oferece interessante relato, pela visão espiritual, de uma gestação em senhora de hábitos sexuais promíscuos, portando uma gravidez que representava um obstáculo aos seus intentos sensuais. (...) O caso Volpini [o Espírito reencarnante] era muito diferente do processo reencarnatório de Raquel [mãe de Segismundo]. A forma física embrionária demonstrava manchas violáceas, revelando dilacerações. Pequeninos monstros, somente perceptíveis ao nosso olhar, nadavam no líquido amniótico, invadindo o cordão umbilical e apropriando-se da maior parte do delicado alimento reservado ao corpo em formação. Toda a placenta era assediada por eles, provocando terrível impressão. (...) (“Missionários da Luz” – capítulo 15 – Fracasso) (recordemos Flora Microbiana Espiritual) Irremovível em sua decisão de desfrutar dos prazeres do sexo, a Senhora em análise impunha constantes projeções vibratórias negativas à criança que, somadas às emanações de seus parceiros de desequilíbrio, tornou sua permanência impossível no ambiente intra-uterino, quando, então, foi retirado da constituição espiritual materna pelo “Construtor de Corpos” responsável pela gestação, desencadeando o trabalho de parto prematuro com o nascimento de um Natimorto. Ao se analisar todo o processo físico-espiritual que envolve o nascimento de uma criança, detalhes sugerem uma imensa responsabilidade para aqueles que se predispõem a constituir uma família de maneira irresponsável, ou mesmo para aqueles que se entregam aos prazeres da luxúria e da sensualidade, e se deparam, repentinamente, com uma gravidez indesejável. Quais serão os reflexos espirituais, diante da eternidade, para aqueles que optam pelo aborto? Ou para os profissionais que o executam? A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Gestações frustradas espontaneamente, infertilidade, distúrbios hormonais de toda ordem, assim como diferentes tumorações do trato genital feminino e masculino, têm sua gênese em condutas como no relato acima, ou em abortos intencionais, ou mesmo no uso desmedido e viciado da sexualidade, ações estas que ocasionam graves distúrbios vibratórios nos Chakras correspondentes. Esses processos patológicos ocorrem com a finalidade precípua de reajustar os Centros de Força desarmoniosos, o respeito à vida pelo reencarnante, ou mesmo pelos pais, segundo complexos débitos pretéritos acumulados nessa seara. Há um gigantesco horizonte a se explorar e, quando a Ciência romper o paradigma da materialidade, infinitas alternativas surgirão para o socorro de uma Alma doente. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto A Morte De todos os fatos da vida, o único invariavelmente certo, é que, mais cedo ou mais tarde, de forma natural ou por doenças, acidente ou outro meio qualquer mais agressivo, todos os homens, sem exceção, deverão se defrontar com o “momento da Morte”. Mas o que a “Morte”? É parte do processo da Vida, do grande ritual universal que governa toda a vida planetária, seja em que expressão for. É o processo natural que encerra um ciclo das formas e restitui a Natureza aquilo que lhe pertence, temporariamente emprestado para uma finalidade de evolução. Em capítulos anteriores, buscou-se destacar a trajetória de um Espírito, desde a sua criação até a aquisição da Razão, cruzando por diferentes Planos e formas materiais. Por incontáveis vezes, criou e se desfez de corpos físicos, em diferentes densidades nos diferentes Reinos, buscando sua evolução, processos estes que consumiram Eras no tempo físico. “Nasceu e morreu” um número incontável de vezes em diferentes roupagens em sua trajetória em busca da Luz. É a “Morte”, portanto, uma parte do processo da Vida evolutiva, da Reencarnação, e necessário se faz encarar este processo com a maior naturalidade e espírito científico. Pelo ao fato de não guardar, na nova vestimenta, a recordação de transições anteriores, diferentes razões levam a criatura a temê-la, sendo a mais comum, o medo da “não sobrevivência após a morte”. Por outro lado, em existindo “algo mais” além da presente ilusão física, assusta-lhe a possibilidade da confrontação com uma realidade da qual se afastou durante toda uma existência, e para a qual não se preparou devidamente. Estes “temores” podem ser relacionados em poucos itens: - Temor aos processos finais na extinção da Vida física; - Temor pelo desconhecido e indefinível; - A dor de separação dos entes queridos; - Apego às coisas materiais; - Formação cultural, com conceitos religiosos distorcidos sobre um Deus “cruel”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Não é pretensão do presente estudo, todavia, elaborar teorias analíticas sobre o “medo da Morte”, tanto quanto sobre o comportamento do Homem diante do mesmo. Para tanto, existe à disposição uma farta literatura de diferentes escolas, religiosas ou não, que podem satisfazer àqueles para quem este viés interesse. Restringindo-se ao propósito inicial, buscar-se-á apresentar a realidade fenomênica da transição, de forma seqüencial ao que foi até então apresentado, no processo fisiológico da Alma. Este capítulo terá com referência principal, entre outras obras, os livros “Um Tratado sobre Magia Branca – Volumes I - II”, “Cura Esotérica – Volumes I - II” e “Morte: A Grande Aventura” de Alice A. Bailey, sob a orientação do Mestre Tibetano Djwhal Khul. “Morrer” significa retornar pelo caminho no qual o Espírito alcançou sua vestimenta física, etapa por etapa. A “morte” chega ao homem, no sentido comum do termo, quando a “vontade de viver” no Plano Denso desaparece, substituído pelo desejo de abstração. Segundo o Mestre Tibetano, ocorrem três processos principais que governam o fenômeno da “morte”: o de Restituição, de Eliminação, e o de Absorção. 1º - Processo de Restituição – É o período que corresponde à retirada definitiva da Alma do Plano Físico, portanto, dos Corpos mais densos - o Físico e o Etérico -, instante conhecido pela humanidade como “o momento da morte”. Como se afirmou no capítulo anterior, a manifestação da Alma no Corpo Etérico tem dois “momentos de fulgor”: um ao “momento de nascer”, e outro no “momento de morrer”. O “momento de morrer” é quando a Alma anuncia o período de restituição e abstração final de sua própria energia intrínseca. A “morte” é realizada sob a direção do Ego, não importa quão inconsciente o ser humano possa estar dessa direção. (...) Os quarenta e nove fogos no interior do organismo físico se extinguem; seu calor e luz são absorvidos pelos menores vinte e um pontos de luz, os quais, por sua vez, são absorvidos pelos Sete Centros maiores de Energia. Então a “Palavra de Retorno” é pronunciada, e o aspecto consciência, a natureza da qualidade, a luz e energia do homem encarnado, são retirados para o Corpo Etérico. O princípio de vida A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto é igualmente retirado do coração. Segue-se um brilhante fulgor de pura luz elétrica, e o “Corpo de Luz” quebra todo o contato com o veículo denso, focaliza-se por um breve período no Corpo Vital, e então desaparece. (...) (Alice Bailey – “Cura Esotérica” – Fatores Enfrentados pela Alma ao Retirar-se – item 470) A prisão da carne se dissolve pela retirada da Luz e da Vida, e a matéria é restituída à sua origem. Recordando, resumidamente, o processo reencarnatório, em um determinado momento a Alma apropria-se de um Corpo Físico de determinado calibre, adequado às suas necessidades e idade; energiza-o por meio do Corpo Etérico, galvanizando-o para um determinado tempo estipulado pelo reencarnante. Para a vida se expressar, duas correntes de energia chegam ao corpo: 1. A Energia da Vida Dinâmica, que penetra pela cabeça (Chakra Coronário) e se “ancora” no coração (Chakra Cardíaco), ali permanecendo durante todo o ciclo de vida estabelecido. Se junta a ela uma energia menor, o Prana, que penetra no corpo pelo baço (Chakra Esplênico) e alcança o coração para trabalharem em harmonia. A Vital energiza e mantém coeso o Corpo Físico integrado; a Prânica vitaliza os átomos e células individuais que compõem esse corpo. 2. A Energia da Consciência Individual que penetra e se “ancora” na cabeça, trabalhando em conexão com outra, a da Personalidade, que penetra pelo Plexo Solar (Chakra Gástrico). Dependendo da predominância de uma delas, será definido o Centro de Consciência do indivíduo. No Processo de Restituição, alguns fatores devem ser trabalhos pela Alma retirante, uma vez que podem dificultar sua saída: 1. A vida física, integrada e coordenada no Corpo Material, tem, por princípio manter unidos os componentes celulares dos órgãos, assim como suas funções, através de forças atrativas potentes que atuam através de certo número de centros de forças menores. São os Vinte e Um pequenos centros relacionados no capítulo “Centros de Força ou Chakras - Linhas de Energias ou Nadis”. Parte deles responde à vida da matéria densa, e os demais respondem às energias que lhes chegam dos Centros Maiores. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 2. O Corpo Etérico também reage á retirada da Alma. Ainda que se expressando pelos Sete Chakras maiores, está vinculado a determinadas funções, via alguns centros menores, que independem da vontade consciente da Alma (Sistema Simpático e Parassimpático), que coordenam uma vigorosa e coordenada vida própria. Na verdade, é a Matéria lutando para reter o Espírito que lhe sustenta a vida. Toda a matéria etérica é retirada da física, não mais interpenetrando nas diferentes partes do organismo, e passa a se recompor, ou densificar, nas palavras do Mestre Tibetano, vários centímetros acima do corpo físico. Sua retirada ocorre das extremidades, dos menores para os grandes Centros de Forças, sendo os dois últimos os do tórax, responsáveis pelos pulmões. Finalizar-se-á ou pelo Chakra da Cabeça, ou do Coração, ou do Plexo Solar, dependendo onde se localiza o “Centro de Consciência”. A abstração final ocorrerá pelo Centro Coronário nas pessoas tipo Mentaladiantadas, pelo Centro Cardíaco, nos homens de boa vontade e para aqueles que procuram cumprir, até onde lhes é possível a Lei do Amor, e pelo Centro Gástrico ou Solar, nas pessoas não desenvolvidas e emocionalmente polarizadas. Diferente do que se pensa a consciência do ser, mesmo agonizante, não importa se localizada no Corpo Emocional ou Mental, está plenamente consciente do que está acontecendo. Se estiver fortemente vinculada a matéria, aos bens materiais, aos seus afetos, sua “Personalidade” intensificará o conflito, tornando a luta do Ego maior para se desligar do Plano Material. (...) Teremos então o elemental físico lutando furiosamente pela existência, a natureza do desejo lutando para retardar os processos da morte, e a Alma empenhada em realizar o trabalho de abstração e de restituição. (Ibidem – item 467) Sob a “Lei da Atração”, segundo o Mestre Tibetano, a Alma, ao término de um ciclo de vida, e com firme intenção, exerce seu poder atrativo de tal maneira que desestabiliza o poder de atração inerente à própria matéria, levando-a ao que se denomina “Morte”. Uma serie de eventos distintos ocorrem durante o processo de desencarnação, de acordo com Djwal Khul, a partir do momento que soa a “palavra de retirada” – termo esotérico e simbólico para definir o momento em que a Alma inicia seu desligamento: A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 1- Alterações Fisiológicas – inicia-se na sede da doença, afetando três grandes sistemas: a Corrente Sanguínea, o Sistema Nervoso em suas várias expressões, e o Sistema Endócrino; 2- Uma vibração percorre as Nadis – por sua íntima relação com todo o Sistema Nervoso, inclusive o Cérebro, e por serem o veículo dos impulsos da Alma, elas reagem ao seu chamado, organizando-se para a abstração; 3- Efeitos da Corrente Sanguínea – interessante informação é oferecida pelo Mestre Tibetano, no que concerne a participação da corrente sanguínea nos eventos da “morte”. Relata que é liberada uma substância hormonal na corrente sangüínea, ainda desconhecida pela Ciência, que afetará diretamente o coração, onde se fixa o “fio da vida”, além de induzir uma ação reflexa no cérebro, induzindo ao coma e a perda da consciência física aparente. Esta é uma informação de profundo interesse científico. 4- Tremor Psíquico – ocorre com a finalidade de afrouxar ou romper a conexão entre as Nadis e o Sistema Nervoso. É quando se inicia o desprendimento do Corpo Etérico do Denso, embora ainda interpenetrando suas diferentes partes, processo que se inicia na região dos olhos. Nesse momento, ocorre uma pausa, que pode ser breve ou longa, para permitir um desligamento suave e indolor. 5- Recomposição do Corpo Etérico – liberto de sua inter-relação com o Sistema Nervoso pela ação das Nadis, começa a se recompor novamente (recordar sua interpenetração no Corpo Físico no momento do nascimento), retirando-se das extremidades para a “porta de saída”, o Chakra da Consciência, de acordo com grau evolutivo do ser, onde permanece aguardando a chamada final, ou “puxão”, da Alma que por ele clama. Ocorre, nesta fase, um pequeno conflito entre a atração da Alma e a do Corpo Material, revestido de matéria vivificada pela emanação da Primeira Energia Divina, que reage à separação da potência integradora antes exercida pelo Corpo Vital, buscando mantê-lo em sua condição anterior. Influi, também, nesse momento, o grau evolutivo do Homem que parte; se possui forte apego à matéria e seus entes queridos, é levado a um momentâneo estado de inconsciência a fim de não interferir no processo. 6- Nova Pausa – é o momento que se denomina “Estado de Coma”. Pode representar um momento previsto pela Alma, necessário no aprendizado, com retorno posterior do Etérico ao Físico, para continuidade de sua vida, ou uma ferrenha A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto resistência do Elemental físico que não deseja se afastar do seu habitante, prolongando o processo de “morte”. Estudaremos este assunto com detalhes mais adiante. 7- Separação do Corpo Etérico do Corpo Físico – Vencidas todas as etapas, o Etérico se recompõem nas proximidades do veículo denso abandonado, apresentando-se como uma réplica do mesmo. Trata-se de uma “Forma-Pensamento” criada pelo homem de si mesmo, enquanto materializado, ainda não totalmente livre devido a um “Cordão de Energia”, também conhecido como “Cordão de Prata”, que o mantém nas proximidades do corpo físico. Presentes e ainda interpenetrando-o, estão as energias integradas do Corpo Astral e Mental, com um ponto de luz em seu centro, indicando a presença da Alma. 8- Dispersão do Corpo Etérico – Desfeitos todos os elos entre a matéria e o Etérico, este começa a dispersar-se, devolvendo sua matéria à fonte original. Nesse momento, onde o processo de restituição se completa, a Alma tomando conhecimento do fato, responde ao homem ainda restrito em seu Corpo Astral, permitindo-lhe uma visão de toda a recente encarnação, dando-lhe consciência plena de seu retorno à vida espiritual. O Homem permanecerá, então, nos seus corpos mais sutis, à espera do segundo processo, o da Eliminação. (...) A individualidade não é perdida, a mesma pessoa está ainda presente no planeta. Somente desapareceu aquilo que era uma parte integral da aparência tangível do nosso planeta. Aquele que foi amado ou odiado, que foi útil à humanidade ou um risco, que serviu à raça ou foi um membro inútil, ainda persiste, ainda está em contato com os processos qualitativos e mentais da existência, e permanecerá para sempre – individual, qualificado pelo seu tipo de Raio, parte do reino das Almas, e um alto iniciado por direito próprio. (...) (Ibidem – item 478) Antes de avançar nos temas, vale ressalvar que este processo descrito esotericamente, também o é, e com semelhantes detalhes e etapas, em uma linguagem ocidental e sob a óptica espírita na coleção André Luiz. Em livros como “Os Mensageiros” e “Obreiros da Vida Eterna”, encontramos descrição similar, evidenciando, uma vez mais, que a Verdade é única, independente da escola espiritualista em que se expresse. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto 2º - Processo de Eliminação – Refere-se ao período de vida da Alma depois da morte, nos dois outros mundos da evolução humana. Ele representa a eliminação e devolução da matéria etérica dos respectivos Planos, para que a Alma possa retornar ao seu Plano. Na realidade o Plano Astral é uma ficção criada pelo uso maciço da imaginação, repleto de Formas-Pensamento, com vitalidade e vida própria. Após a morte ele permanece real, mas, lentamente, perde sua potência e o homem mental aos poucos percebe seu verdadeiro estado de consciência. O Corpo Emocional se desfaz porque, não havendo o apelo do Corpo Físico para evocar o desejo, nada mais existe para alimentar este veículo. A etapa seguinte será a retirada da força de vida da forma Astral, ou Emocional, para que ela se desintegre também, e a vida se centralize em outro núcleo. Ela ganhou um aumento de vitalidade através da existência no Plano Físico, e acrescentou cores através das experiências emocionais. Todo esse aprendizado ficará codificado no “Átomo Permanente Astral”, como aconteceu com o “Físico” e acontecerá com o “Mental”, a partir do que se estabelecerá o planejamento de sua próxima etapa física. A etapa final para o ser humano, é a sua retirada do veículo mental, com processo semelhante aos demais. As forças da vida, após esta quádrupla abstração, ficam inteiramente centralizadas na Alma. 3º - Período de Integração – Agora liberta, e totalmente reintegrada em seu Plano, a Alma permanecerá um determinado período em estado de reflexão, avaliando suas conquistas e suas próprias necessidades evolutivas. Mais tarde, sob a ação da Lei do Karma, novamente se preparará para nova imersão no “mundo das formas” para um novo projeto de experiências e aprendizado. Segundo as escrituras esotéricas, guardadas as diferenças regionais e físicas, a Alma, ao alcançar os “Vinte e Um” anos de idade em novo corpo, recomeçará sua senda de progresso do ponto onde encerrou sua última vida física, com todas as conquistas adquiridas, mas com os defeitos que persistiram e deverão ser subtraídos. Após a morte, o homem se reencontra com aqueles com quem teve contato na vida física e nunca está só. Encontrar-se-á com seus afetos, como também com os desafetos, pois a vida continua a mesma nos diferentes Planos. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Tem plena consciência dos que ainda estão no Corpo Físico, podendo vê-los e sintonizar-se com seus pensamentos e emoções, pois, em não havendo cérebro físico, este não mais serve de freio e, muitas vezes, dependendo de seu progresso, procura auxiliá-los da forma que lhe é possível e permitido. E assim a Vida prossegue na eternidade. Estado de Coma – Trata-se de um evento bastante conhecido pela Ciência atual. Milhares de famílias já vivenciaram este difícil momento, e inúmeros são os casos que alcançaram a mídia com repercussões diversas, algumas até sensacionalistas. Todas, no entanto, demonstrando a luta humana pela preservação da “vida”. Hoje, com o desenvolvimento, muitas vezes “vidas” são mantidas a partir de aparelhos que substituem, momentaneamente, determinadas funções que o corpo, sozinho não o consegue. Esotericamente conceitua-se o “Coma” em duas modalidades; o “de batalha” e o “de restauração”. “Coma de Batalha” - Esotericamente denomina-se de “elemental físico” a vida integrada ao Corpo Físico. Conceitua-se por “coma de batalha” o conflito entre este “elemental” e a Alma, quando esta determina o momento da retirada da vida. Pode ser curto ou demorado, sempre antecedendo o momento da “morte”. É sexto evento – Nova Pausa - dos alencados anteriormente, que precede o desencarne. Quando a “morte” é realmente a intenção da Alma, esta interrompe o fluxo de energia prânica pelo Chakra Esplênico, ou seja, interrompe a vitalização dos átomos e células individuais que compõem o corpo, para em seguida assumir o controle dos dois centros menores responsáveis pela respiração e, finalmente do Centro Cardíaco, levando a uma parada cárdio-respiratória e “morte”. Há uma previsão de que, quando a Ciência Médica dominar o a realidade das cores e sons (referindo-se aqui ao “som” de cada ser, individualmente), o uso destes recursos permitirá uma “retirada” mais serena da Alma. Descobrir-se-á, à semelhança de técnica hoje sob a custódia do Tibet, que a compressão de determinadas artérias e centros nervosos na região cefálica, assim como em determinado ponto no Bulbo, mostrar-se-ão eficientes no auxílio do desenlace em um “Coma de Batalha”. Frases mântricas, que produzem determinados fluxos A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto vibratórios, a serem empregadas mentalmente pelo doente ou verbalizadas por aqueles que circundam o agonizante, serão de extrema utilidade em momentos de desenlace. “Coma Restaurador” – representa um processo, como diz o próprio nome, de restauração. Por ação de algum processo ou doença, a Alma retira o “fio da consciência”, mas não o “fio da Vida”, em um esforço de dar ao “elemental físico”, tempo, para recuperar o controle do organismo, que também pode ser curto ou longo, e assim restaurar a saúde. A Alma mantém seu controle sobre o físico através dos Chakras, preservando seu fluxo de energia apenas para o Centro Cardíaco, o Baço e os dois centros menores responsáveis pelos pulmões, retendo todos os demais processos energizadores. A intervenção médica e a ação de “elemental físico”, em se recuperando o equilíbrio orgânico e a vitalidade, permitem que a “vida” volte a se expressar. Por repetidas vezes, o Mestre Tibetano afirma que, por ser o Corpo Etérico ou Vital de densidade muito próxima ao do Físico, muito em breve a Ciência Médica desenvolverá recursos para poder visualizá-lo e, com isso, produzir grande progresso na Arte de Curar. Entre as conquistas que este desenvolvimento alcançará, estará a capacidade de se observar um homem em Coma, e distinguir entre o “Coma de Batalha” e o “Coma Restaurador”, permitindo ações mais efetivas de um lado, e a liberação do processo natural da “morte” em outro. Com estas técnicas, e o conhecimento em se identificar o tipo de “Coma” em que a pessoa se encontra, evitar-se-á uma sustentação de uma vida artificial sem solução, e de todos os problemas conseqüentes. Assim como se desenvolveu um correto procedimento para o “momento de nascer”, desenvolver-se-á outro para o “momento da Morte”. Mas para isso, há um longo caminho a se percorrer, tanto no que concerne ao desenvolvimento da Ciência no que tange “Vida e Morte”, como do preparo moral e espiritual de seus praticantes e da própria humanidade. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Diferentes Terapêuticas Os Médicos e Profissionais da Saúde do Futuro - sem sombra de dúvidas, a responsabilidade de que se reveste o profissional médico, assim como os demais profissionais que trabalham com a saúde e a dor humana, perante as Leis Universais, é muito grande. “Segundo nossos orientadores espirituais, o médico é aquele a quem a Bondade Divina permite interferir no Karma de seus irmãos, aliviando ou curando, dentro de suas possibilidades”. Esta assertiva é de Francisco Candido Xavier, o sábio Mestre da Humildade, expressa ao ser questionado sobre a nobre missão dos médicos e da Medicina. É a síntese da grande responsabilidade de que se revestem aqueles que optaram pela excelsa “Arte da Cura”. Buscou-se demonstrar, até então, a complexa inter-relação entre Leis Universais e as Energias Cósmicas que se expressa em um ser que nasce, vive e morre. Um universo evolutivo único, de milênios de lutas e experiências, de alegrias e sofrimentos representados em uma enfermidade que busca sua resolução, à frente de um facultativo. Como anteriormente assinalado, existem relatos de que, na antiguidade, candidatos a “curadores” somente eram aceitos pelos Mestres da Arte após severa seleção, e iniciados no desenvolvimento de suas faculdades psíquicas exatamente para alcançarem os sentidos superiores que lhe permitiriam um correto diagnóstico das doenças ou distúrbios energéticos e sua correção. Os candidatos eram conduzidos a uma verdadeira iniciação, de caráter hermético, com intenso adestramento moral e espiritual, e apenas quando alcançassem o desenvolvimento interior necessários, conseqüentes ao treinamento, eram instruídos no ofício. Este processo esotérico parece haver ter sido adotado e orientado o desenvolvimento de várias e antigas ciências curativas orientais, sendo sua última expressão no século passado, a medicina tibetana, antes da invasão chinesa. Seguramente haverá aqueles a afirmar que, na Modernidade, não existe espaço para tais procedimentos. O Tempo o dirá... Todo movimento pendular deve alcançar os extremos antes de conseguir o necessário equilíbrio no “caminho do meio”. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Quando a Ciência quebrar o paradigma da materialidade, da “vida das formas”, e se defrontar com o “transcendental”, quando os profissionais contatarem os planos paralelos com suas faculdades naturais extrafísicas, a adequação será natural e conseqüente. O imaginário será uma realidade e o irreal será natural. Há uma previsão de que, ao ultrapassar a barreira da materialidade, a Ciência Médica alcançará novos horizontes e diferentes realidades a levarão a uma reformulação de muitos conceitos e terapêuticas no trato da saúde humana. Isto acarretará, naturalmente, uma revisão no processo educativo e preparatório dos futuros médicos das novas gerações, assim como da óptica de investimentos na Saúde. A Natureza não dá saltos. Os benefícios que a alopatia e a cirurgia trouxeram ao Homem são incomensuráveis. São as especialidades dominantes no mundo ocidental, alcançando progressos que valorizam a Arte de Curar e milhares de pessoas foram beneficiadas pelos seus recursos. Dissecaram a Matéria e estudaram exaustivamente sua fisiologia e mecanismos patológicos, gerando um cabedal de conhecimento e especializações como nunca antes alcançado nos milênios de existência da humanidade. Apesar de todo o avanço alcançado, ainda não são totalmente efetivas, principalmente no que tange as Doenças Crônicas, representando as frustrações dos facultativos que se vêem, muitas vezes, incapazes em sua esperança de alívio ou cura de seus pacientes, observando as “vidas” se esvaírem em suas mãos. Os orientais, por sua vez, caminharam em rumo diverso, buscando observar o Homem em seu aspecto transcendental, trabalhando com as energias que o envolvem, buscando seu reequilíbrio. Estudaram o Espírito e suas relações com a Matéria, procurando desenvolver recursos que pudessem corrigir as dissonâncias vibratórias dos enfermos. A sua efetividade pode ser expressa por milhares de pessoas do mundo oriental, também beneficiadas por sua qualidade terapêutica. Poder-se-á dizer, no entanto, que também não são plenamente eficientes, visto a “morte” e o sofrimento ainda presentes nos países onde são utilizadas. E por que, então, ambas não são plenamente eficientes? Porque o Homem é, ainda, um ser imperfeito e em evolução, e devido a esta imperfeição deve sofrer impactos que despertem seus valores divinos e sua correta adequação às Leis Naturais. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Muitas vezes, o ser que sofre de uma doença crônica mortal em um leito, traz consigo uma herança vibratória que ultrapassa os limites de uma vida, refletindo um necessário reajuste que foge à propedêutica imediata e limitada. Ainda que se alcance a aparente cura de uma enfermidade, em não se corrigindo as distorções que a desencadearam, eis que ela ressurge em nova expressão, agora mais forte e resistente à terapêutica antes eficiente. Há que se ter uma visão holística e transcendental do Ego que a nós se apresenta, enfermo e a solicitar auxílio. Não é seu corpo que está doente, mas sua Alma, a Personalidade expressa no Corpo Denso. Há que se buscar a causa dos males no ser imortal, que traz consigo os distúrbios de um passado a se desvendar, expressando-se dolorosamente no presente. Há que pensar em uma Medicina Integrada, onde todas as alternativas devem e podem ser utilizadas em benefício daquele que sofre. Há que se adestrar os candidatos na “Arte de Curar” para que desenvolvam seus sentidos maiores que os permitam romperem os limites das “formas” e alcancem a realidade das “causas”, sanado-as, se possível, na sua origem. Há que se transformar os Profissionais de Saúde em parceiros leais e constantes daqueles em cobrança Kármica, conduzindo-os, paciente e serenamente, na transição de suas provas, aliviando suas dores e confortando seus corações, até o momento do desenlace. Há que se despertar, enfim, para o fato de que o médico é aquele a quem a Bondade Divina permite interferir no Karma de seus irmãos, aliviando ou curando, dentro de suas possibilidades. Diferentes Alternativas Terapêuticas - Buscar-se-á expor a seguir, as características de diferentes escolas médicas tradicionais, objetivando apenas destacar seus aspectos básicos e coincidentes com os objetivos do presente estudo. Seguramente serão abordagens sumárias, até mesmo deficientes, mas, deixa-se aos verdadeiros interessados a liberdade de pesquisa na vasta literatura existente. A Medicina Ayurvédica é considerada uma das mais antigas representantes da “Arte de Curar”, seguramente o berço das tradicionais ciências médicas orientais. Escavações realizadas em determinadas regiões da Índia, trouxeram à luz escritos datados de 3000 anos a.C. que apresentavam relatos de substâncias destinadas A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto ao tratamento da Diabetes, Reumatismos, e outras Doenças Crônicas, além de crânios apresentando sinais de intervenções cirúrgicas (craniotomias). Estes elementos comprovaram a grande antiguidade e efetividade das ciências médicas da Índia. No período védico, que vai de 5000 a 2000 a.C., a medicina já era uma profissão organizada. Diferentes textos, catalogados e numerados por pesquisadores, apresentam diferentes especialidades exercidas na época. Por exemplo, o Atharva Veda, considerado a fonte de toda a medicina clássica indiana, fala de uma erva ainda não identificada, a kushtha, utilizada no tratamento da malária, e ainda faz referências a olhos artificiais, membros protéticos e dentaduras recém-colocadas. O Rig Veda 9.112 fala da cura de fraturas e o texto 1.097 é dedicado a ervas curativas. Os textos antigos referem-se também aos Ashvins, médicos ayurvédicos muito conhecidos em sua época, apresentando-os como cirurgiões renomados que operavam maravilhas, peritos no tratamento da cegueira, da paralisia e do rejuvenescimento. Falam de outros profissionais que alcançaram grande desenvolvimento em pediatria, cirurgias neurológicas e abdominais. Relatam facultativos com elevado nível na Obstetrícia, nas áreas de Medicina Preventiva e Dietética, todos com grande resolutividade e eficiência. Destes relatos, ficam várias questões a serem respondidas. Como falar em cirurgias neurológicas, oftálmicas, abdominais, ortopédicas, etc, em uma época tão remota, sem todo o aparato instrumental e medicamentoso que possuímos hoje? De doenças crônicas, da Diabete, da Malária, de próteses ortopédicas ou dentárias, sem os grandes laboratórios de pesquisa que temos hoje para tal? Quais seriam seus conhecimentos de Anatomia, Fisiologia, Patologia e Propedêutica nas diferentes especialidades? E os conceitos de Assepsia e da própria eletricidade, tão necessária para o funcionamento de nossos complexos aparelhos? Interessantes pesquisas poder-se-iam desenvolver nesta escola médica que, certamente, muito enriqueceria a Propedêutica atual. Em um esforço de síntese, o Ayurveda conceitua a circulação de três energias denominadas de Doshas – Vata, Pitta e Kapha (Inércia, Mobilidade e Ritmo?). Informam que todos têm certa quantidade básica de cada um dos doshas. A A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto predominância de um dele ou de outro, ou às vezes uma combinação entre eles, caracteriza cada indivíduo. Permanece-se saudável quando os doshas se mantêm dentro das quantidades necessárias para o equilíbrio orgânico de cada ser. Dentro dos princípios ayurvédicos, a Doença se manifesta quando ocorrem desvios que afastam o Corpo de seus níveis básicos. A utilização de ervas, massagens e técnicas de limpeza que restituem a saúde, reconduzindo o Corpo ao nível basal característico das energias do indivíduo, representariam uma pequena parte da terapêutica desta escola médica. Deduz-se que, em outras palavras, busca-se corrigir o fluxo das Energias Vitais. A Medicina Tradicional Chinesa, derivada em seus primórdios da Medicina Ayurvédica, e desenvolveu-se por seus sábios pesquisadores, especializando-se mais nos campos da Acupuntura e Fitoterapia (tratamento com ervas medicinais), aspectos estes mais conhecidos no Ocidente. Basicamente procura corrigir o Chi, ou Prana, o fluxo de energias que circulam pelo corpo através de Meridianos, linhas energéticas que se espalham pela estrutura física, responsáveis pelos diferentes sistemas ou órgãos. Segundo a grande maioria das escolas esotéricas, os meridianos correspondem às disposições dos Nadis e dos Chakras no Corpo Etérico. Portanto, e sua atuação é especificamente nos campos de energia. A aplicação de finas agulhas, às vezes com o uso de calor través de determinadas substâncias queimadas nas extremidades superiores destas, produziram correções em distúrbios vibratórios localizados em determinados pontos, ou na área de atuação de determinados meridianos. A absorção das energias de determinadas ervas ingeridas em diferentes formas de preparos, teria o mesmo objetivo e eficiência. A Medicina Tibetana, seguramente a mais desconhecida no Ocidente, talvez seja a mais completa Arte Médica desenvolvida no Oriente, em decorrência de seu desenvolvimento eclético. É uma trindade confluente das tradições índica, helênica e chinesa, em que as tangentes espaciais se encontraram e se harmonizaram. O saber médico tibetano baseou-se, primordialmente no Ayurveda indiano. Nos primeiros séculos de seu desenvolvimento, textos ayurvédicos foram trazidos ao Tibet e exaustivamente estudados e desenvolvidos pelos sábios médicos da época. Todos os textos possíveis foram trazidos e traduzidos para a língua tibetana, envolvendo todos os A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto processos utilizados pela ciência ayurvédica, até processos alquímicos de preparo de medicamentos metálicos. A medicina tibetana ganhou novas forças ao assimilar o sistema grego de curar, trazidos ao país através da Pérsia. A medicina e a matéria médica chinesa acrescentaram outra dimensão a esta escola. A Arte de Curar tibetana passou, desde o princípio, por modulações e harmonizações baseadas na experiência modificada pelo contexto de seus sábios facultativos. Foi uma busca contínua de autenticidade e equilíbrio no corpo humano, caracterizada pelo o que há de mais profundo no homem e na natureza, segundo a óptica serena da visão budista-tibetana. Trabalhou e ampliou o uso da acupuntura, buscou e trouxe ervas medicinais para seu país, pesquisando e encontrando sua ideal aplicação às Doenças; trabalhou com elixires metálicos, e todas as alternativas úteis e efetivas no trato com a dor do ser humano. Obteve grande desenvolvimento e resolutividade na área cirúrgica e diferentes especialidades, inclusive na Psicologia e/ Psiquiatria. É uma ciência de 5000 anos de evolução, cuja estrutura e desenvolvimento foram seriamente comprometidos com a invasão chinesa. A Medicina Tibetana trata o indivíduo como um todo, cujas faculdades físicas e extrafísicas combatem o desequilíbrio de seu ser total. É um enfoque holístico que encara o indivíduo como um ser saudável de Corpo e Espírito, ao passo que a Doença reflete uma perturbação nesta homeostase. Também trabalha no reequilíbrio das energias vitais. A Homeopatia surgiu há duzentos anos na Alemanha a Homeopatia, proposta pelo médico Samuel Hahnenann em seus livros básicos – o Organon da Arte de Curar e Matéria Médica. Recentemente alcançou seu reconhecimento como especialidade médica no Brasil. Trabalhando nos corpos espirituais, representa uma promissora área de atuação à disposição dos médicos em seu arsenal terapêutico. A homeopatia hanenaniana é uma opção que possui princípios filosóficos e uma base doutrinária que permite a estruturação do pensamento clínico, induzindo o profissional a se preocupar com o conhecimento de si mesmo, processo essencial para o conhecimento de seu próximo, e base para o conhecimento do universo em que vive e do qual faz parte. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Dentro dos conceitos transcendentais expressos nos capítulos anteriores, interessante similaridade se pode observar em alguns princípios que regem esta linha terapêutica: § 12: É somente a força vital morbidamente afetada que produz moléstias, de modo que os fenômenos mórbidos que são perceptíveis aos nossos sentidos expressam, ao mesmo tempo, toda a mudança interna, isto é, toda perturbação mórbida do dinamismo interno. § 15: A afecção do dinamismo (Força Vital) espiritual, que anima o nosso corpo no interior invisível, morbidamente perturbado, bem como todos os sintomas exteriormente observáveis, por ele produzidos no organismo, e que representam o mal existente, constituem um todo e um mesmo. O organismo é, na verdade, o instrumento material da vida, não sendo, porém, concebível sem a animação que lhe é dada pelo dinamismo instintivamente perceptor e regularizador, tanto quanto a força vital não é concebível sem o organismo; consequentemente, os dois juntos constituem uma unidade; embora em pensamento, nossas mentes separem essas unidades em dois conceitos distintos para mais fácil compreensão. § 17: Assim é aniquilada a Doença, restabelece-se a saúde e é esse o mais elevado, o único objetivo do médico que conhece o verdadeiro escopo de sua missão, que não consiste em falatórios que soam erudição, mas em dar auxílio ao doente. Outras variantes terapêuticas têm seus desenvolvimentos previstos para o futuro, envolvendo diferentes profissionais da Saúde. A Cromoterapia (o uso de cores), e a Aromatoterapia (o uso de determinadas essências de caráter terapêutico), a Quiroterapia (massagens) onde o Doyn seja uma das expressões desta especialidade, assim como tantas outras, que também trabalham no reequilíbrio das energias do Homem. A Fisiologia da Alma Alfredo Roberto Netto Conclusão Reafirma-se aqui parte da Introdução deste estudo: (...) Temos consciência de que somos responsáveis por aquilo que escrevemos. O que aqui foi exposto é resultado de nosso próprio estudo. Cabe a todos, pesquisadores ou não, usar seu próprio intelecto, seu próprio julgamento, sua própria consciência na ponderação de cada asserção que fizemos. O painel de investigação está aberto a todos e não devemos tomá-las como realidades prontas. Se o que aqui for proposto é a expressão da Verdade, somente o tempo o dirá, pois, o campo de pesquisa na esfera do Espírito, das energias, estende-se ao infinito. Caberá aos pesquisadores do futuro demonstrar sua veracidade e com certeza desenvolvê-la, ou não. (...) (...) Este é a nossa proposta. Sugerir alternativas para novos estudos e motivar pesquisadores idôneos a cruzar o abismo existente entre os opostos. Com certeza dever-se-á buscar o desenvolvimento de novos métodos e instrumentos de pesquisa, renovando e ampliando conceitos e redefinindo terapêuticas. O Homem inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela o permite. Mas qual é o limite deste Conhecimento? Quem pode defini-lo? Aprendemos que a Ciência busca a Verdade e é livre, tal qual o pensamento filosófico; ela não privilegia e tão pouco é estática. A verdade conceitual de hoje pode não o ser amanhã, cabendo a nós estuda-la e desvenda-la até alcançarmos a sua origem; conceitos científicos serão mutáveis até alcançarmos “a causa primária de todas as coisas”.