ARLS WEBER DE MELLO LULA nº 3366 FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL JURISDICIONADA AO GR∴ OR∴ EST∴ DA PARAÍBA CNPJ Nº 04.961.382-0001-70 “IRMÃOS DO QUADRO ORIGEM DOS SOBRENOMES” CICERO CALDAS NETO, M∴M∴ JOÃO PESSOA/PARAÍBA JULHO/2002 E∴V∴ ÍNDICE ITENS FAMILIAS IRMÃOS PÁGINAS 01 ACCIOLY DE ANDRADE MARCIO ANDRADE ACCIOLY DE 16-27 02 ALVES DA SILVA JOSE ALVES DA SILVA 03 ATHAYDE PERICLES FILGUEIRAS DE ATHAYDE MARCOS TULIO RODRIGUES DE ATHAYDE ROGERIO JOSE ATHAYDE DE BRITO 33-46 04 BRAGA JOSE BRAGA LEITE VICTOR HUGO FERREIRA BRAGA WILSON SOARES BRAGA 54-62 05 CALDAS CICERO CALDAS NETO 63-64 06 CORREA PORTO ADHAILTON LACET CORREA PORTO 88-95 07 COSTA DE ARRUDA MARCOS ROGERIO DE ARRUDA COSTA 28-32 08 GOMES PEREIRA CESAR AUGUSTO GOMES PEREIRA HERMANCE GOMES PEREIRA 82-87 09 GOUVEIA DE SOUZA ANTONIO SOUZA 10 MEDEIROS HAROLDO MEDEIROS 11 MENDES CARTAXO MARCILIO CARTAXO 12 100-110 GOUVEIA DE 111-120 PAULINO DE 70-71 MENDES 65-69 NEVES DE OLIVEIRA RICARDO SERGIO NEVES DE OLIVEIRA 121 13 NUNES DE ALMEIDA FRANCISCO ALMEIDA NUNES DE 03-15 14 PEREIRA DE OLIVEIRA ADERALDO OLIVEIRA PEREIRA DE 72-81 15 REGO ANTONIO FILHO REGO 96-99 15 SANTOS BATISTA ROBERTO BATISTA SANTOS 47-53 BIBLIOGRAFIA SERAFIM NEY 122 2 NUNES DE ALMEIDA FRANCISCO NUNES DE ALMEIDA ALMEIDA 3 Sobrenome de origem geográfica. Vila de Portugal. Composto do artigo definido al, a, e do substantivo -mã’ida, a mesa; por extensão, podemos interpretar por: campo plano ou chão, ou planalto. O linhagista Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário de Famílias, principia esta família em D. Palayo Amado, ou Pallato Almade, filho de D. Payo Paes Guterres, Rico-Homem fundador do Morgado de Tibães. Do seu casamento com D. Moninha Guterres, Dama da Rainha D. Teresa (fal. 1130), esposa do Conde D. Henrique, originaram-se as famílias Amado e Almeida. Um dos netos deste casal, Payo Guterres, que viveu no tempo do Rei D. Sancho I (fal. 1211), foi apelidado de Almeidão por ter tomado, aos Mouros, o Castelo de Almeida de Riba Coa, e participou junto ao seu Rei, da batalha de Campos de Arganal, cerca de 1180, e foi muito valido do Rei D. Afonso II (fal. 1223). Por ser Senhor do Castelo de Almeida, passou aos seus descendentes esta propriedade, que tomaram seu nome como sobrenome de família (Gayo, I, ). O primeiro que nos aparece com este sobrenome figura nas inquirições de 1258, onde se diz que João Fernandes, chamado Almeida, comprou e ganhou entre as herdades foreiras do rei, no termo de Azurara, a Herdade da Cavalaria com vários privilégios e fundou uma aldeia chamada Almeida, na mesma região; em tempo de D. Sancho II, esta propriedade era de Martinho Lourenço, marido da sua viúva, e dos filhos de João Fernandes. Esse João Fernandes, por sua vez, era filho de Fernão Canelas, que no tempo de D. Sancho I comprara a Quinta do Pinheiro além de outras. Este Fernão, segundo as testemunhas da Inquirição, não tinha antes propriedades na terra de Azurara. Outras genealogias dão aos Almeida geração muito mais nobre e muito mais antiga, como a que atribui a origem da família a um Pelaio ou Palayo Amado, citado acima, que seria valido do conde D. Henrique, e até a certo Paio Guterres, também, já citado, que uns dão como neto de Pelaio Amado e outros dizem ser da família de Egas Moniz. Na verdade, o sogro de Egas Moniz chamava-se Paio Guterres, mas é cronologicamente impossível que conquistasse Almeida. Em Espanha, na fé de Rodrigo Mendes Silva, consideram-se os Almeidas descendentes de Egas Moniz, o que, como vimos, é falso. Embora não seja provável, pode ser que a alcunha de Almeida, que tinha João Fernandes, derive da vila de Almeida e que a aldeia existente na terra de Azurara fosse por ele dada a sua alcunha. Seja como for, historicamente só poderemos considerar como primeiro membro da família Fernão Canelas, cujo apelido Almeida seguiu, provavelmente, na descendência de seu filho, até Lourenço Anes de Almeida (talvez seu bisneto), que foi alcaidemor de Linhares e Castelo Mendo, por mercê de D. Fernando. Não é conhecido o parentesco entre Lourenço Anes de Almeida e Fernão Álvares de Almeida, companheiro do mestre de Avis e seu veador, comendador de Jerumenha e Vila Viçosa, alcaide-mor de Abrantes, claveiro da Ordem de Avis, aio dos filhos de D. João I, de quem recebeu muitas mercês. Fernão Álvares de Almeida faleceu antes de 1429, sendo sepultado na Igreja de S. Domingos, de Lisboa, deixando quatro filhos legitimados, de dois dos quais conhecemos a sucessão; do mais novo, Álvaro Fernandes de Almeida, trataremos adiante. Herdou a casa um destes filhos, Diogo Fernandes de Almeida; que foi sepultado na Igreja de Santa Maria do Castelo, de Abrantes, que mandou construir, e na descendência deste foi criado o título de conde de Abrantes em 1476, extinto em 1529 ou 1530, e depois renovado em 1645 e extinto antes de 1656. Esta renovação do título foi dada a favor de D. Miguel de Almeida, um dos 40 fidalgos da Aclamação de 1640, que morreu viúvo e sem filhos. Dos primeiros condes de Abrantes foi também filho D. Diogo Fernandes de Almeida, prior do Crato, que entre outros filhos bastardos teve D. Lopo de Almeida, de quem descendem a Casa de Avintes (e Lavradio) e de Assumar (depois de Alorna). D. Pedro de Almeida Portugal, neto do 1.º conde de Assumar, foi nomeado vice-rei da Índia e criado marquês de Castelo Novo, em 4 1744. Este título foi mudado em marquês de Alorna (por ter conquistado esta praça) em 1748. A varonia Almeida conservou-se até seu neto, mas, por se ter extinto a descendência masculina, passou a representação da Casa para uma varonia Mascarenhas. Um irmão do 1.º conde de Assumar, D. Luís de Almeida Portugal, primeiro alcaide-mor de Borba, foi casado com D. Maria Josefa de Melo Corte-Real, filha do 1.º conde das Galveias, e, por se ter extinto a geração varonil, foi o título renovado em D. João Vicente de Almeida Melo e Castro, por Carta de 1808. Este 5.º conde das Galveias, que tinha, portanto, a varonia Almeida, havia sido ministro dos Estrangeiros e da Guerra, e em 1809 foi ministro da Marinha e Ultramar, no Brasil. De um seu irmão, o 6º conde, que foi um notável enfermeiro-mor do Hospital de S. José, descendem os representantes do título de Galveias, hoje com a varonia Avilês. Conservou a Casa de Avintes a varonia de Almeida até a filha do 8º conde, que casou com José Correia de Sá Benevides da Câmara, filho do 6.º visconde de Asseca; os atuais representantes da família Lavradio têm, portanto, a varonia Correia de Sá (dos viscondes de Asseca). Outro ramo dos Almeida provém de Gonçalo Pires de Almeida, escudeiro, filho bastardo de Pedro Afonso e Margarida Annes, a quem Martim Vasques da Cunha, de quem era criado, fez doação de juro e herdade da sua terra e coroneleiro de Moçâmedes em 1389. Ignora-se donde lhe vinha o apelido de Almeida, mas era parente dos outros Almeida, como Martim Lourenço de Almeida, filho de Lourenço de Almeida, de quem já falamos, e portanto tb. de Fernão Álvares de Almeida; talvez por esse facto, sua mulher, Inês Annes, foi ama do infante D. Henrique, de quem era colaço seu filho João de Almeida. Gonçalo Pires foi legitimado poucos meses depois da doação de Moçâmedes, em 1389. Alguns anos mais tarde, Martim Vasques da Cunha passou a Castela e, por esse motivo, foi-lhe confiscada a Casa e posto seqüestro sobre as doações que havia feito, mas Gonçalo Pires conseguiu que fosse confirmada a sua doação, em 1398. Em 1410, tendo morrido Gonçalo Pires de Almeida, seu filho já, referido, João de Almeida, conseguiu que a terra e coroneleiro de Moçâmedes lhe fossem confirmados para sempre, por Carta de 1410. Um seu descendente, D. José de Almeida e Vasconcelos do Several da Maia Soares de Albergaria, foi feito barão de Moçâmedes por Carta de 1779; sucedeu-lhe seu ; filho primogênito, 2. barão e 1.º visconde da Lapa em 1805, que morreu sem geração. Sucedeu-lhe seu irmão mais novo, Manuel, que foi 3.º barão de Moçamedes, 2.º visconde da Lapa e l.º conde da Lapa em duas vidas, por Carta de 31.8.1822. Álvaro Fernandes de Almeida, de que falamos mais acima, filho legitimado de Fernão Alvares de Almeida, foi amerceado por D. João I com muitos bens, que tinham sido confiscados a João Fernandes Pacheco. Casou com Catarina do Sem, irmã do chancoroneler-mor de D. Duarte, Martim do Sem, de uma família de ilustres letrados. Nos descendentes deste casamento recaiu a representação dos condes da Lapa está hoje no apelido. Os Almeida, chamados da Quinta da Cavalaria, só entraram na posse dela, por, compra ao conde de Penela, nos fins do séc. XV. A confirmação dos privilégios da quinta a Fernão Lopes de Almeida foi feita por Carta de 1497. Esta Quinta da Cavalaria nada tem que ver com a Herdade da Cavalaria, que teve João Fernandes, chamado Almeida, em 1258. Em primeiro lugar, uma está em terra de Vouzela e a outra em terra de Azurara, muito longe dali. Além disso, na Idade Média, dava-se o nome de cavalaria aos bens rurais sobre os quais impendia a obrigação de fornecer para a guerra um cavaleiro armado e montado; o nome era, portanto, muito freqüente. Este Fernão Lopes de Almeida é dado nos nobiliários como filho do alferes-menor Duarte de Almeida, mas essa afirmação não pode ser verdadeira, embora seu pai possivelmente se chamas-se Duarte de A1meida. De fato, Fernão Lopes sobreviveu ao alferes de Toro, mas já em 1464 era adulto, e o sucessor do Decepado, par ser seu filho 5 mais velho, nasceu aproximadamente por esta data. Fernão Lopes de Almeida, que foi provedor é administrador das caldas e coroneleiro do concelho e terras de Lafões (hoje estas caldas são conhecidas por Termas de S. Pedro do Sul), faleceu nos fins de 1513 ou princípios de 1514. Nos seus herdeiros continuou a representação da Casa da Cavalaria, que depois por casamento recaiu nos Aguilares Monroys, nos marqueses de Penalva e nos condes de Tarouca. Também de um ramo bastardo desta Casa descendeu o 1.º barão de Claros, falecido em 1875, com geração. De uma Isabel de Almeida, filha de Nicolau de Almeida e casada com o Dr. Sebastião Rodrigues de Azevedo, provêm os Almeidas Azevedos. Finalmente, de outro ramo da família descendia Duarte de Almeida, o Decepado, cuja filiação não é perfeitamente clara, mas talvez fosse filho de João Fernandes de Almeida, que seria filho de Fernão Anes de Almeida, legitimado em 1377, cujo pai era o clérigo de ordens sacras João Fernandes e mãe Sancha Fernandes de Almeida. Duarte de Almeida, sendo cavaleiro da casa de D. Afonso V, teve doação de duas quintas próximas de Santarém em 1464. Em resultado, provavelmente, da perseguição política, a família decaiu gravemente, e apenas se sabe que do filho mais velho de Diogo Fernandes provinha uma família Almeida e Silva, senhores de uma quinta nas proximidades de Santarém. Não sabemos quem fosse D. Genebra de Almeida, que dizia ser parenta do alcaide-mor de Torres Novas, Diogo Fernandes de Almeida, e que casou com Luís Rodrigues de Bivar. Alguns dos seus descendentes usaram o apelido Almeida, e passaram à França, onde usam o nome Soares de Almeida e se dão falsamente como descendentes dos Soares de Figueiroa, duques de Féria. O sobrenome Almeida está muito espalhado em Portugal, não sendo possível determinar a origem de todos que o usam. Também passou a Espanha, ao Chile, ao Brasil, à Sicília, etc. (Verbo, 1359-1365). Esta família passou à Ilha Terceira, na pessoa de Miguel Cardoso d’Almeida, que nasceu no último quartel do século XVII. O seu solar era a Casa de Posto Santo (assento de morgado) na freguesia de Santa Luzia, de Angra. Também tinha na rua da Sé, da dita cidade, uma casa de habitação, que ainda em 1944 conservava na sua frontaria - apesar de estar em poder de estranhos, assim como o dito solar - o brasão de armas dos Almeidas (EAS, Nobiliário, I, 79). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Almeidas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, isto porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Almeida. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Almeida, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, isto porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, uma das mais antigas famílias com este sobrenome , procede de Antônio de Almeida (n.c.1596), casado com Dorotéia de Alvarenga (Rheingantz, Famílias do Rio de Janeiro, I, 34). Rheingantz registra mais 38 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendências no Rio de Janeiro. Em Itaboraí, região da baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de João Francisco de Almeida [c.1843, Itaboraí, RJ -], filho de Felizardo José Maria de Almeida e de Florinda Maria de Jesus. Foi cas., a 23.05.1868, em Rio Bonito, RJ, com Amanda Tenreiro de Azevedo [1849, Rio Bonito, RJ -], filha de natural de Juliana Francisca de Azevedo, ambas libertas de Constância Tenreiro de Azevedo. Em S. Paulo, entre as mais antigas, está a de Antônio de Almeida, tabelião em S. Vicente, desde 1563 (A. Moura, Piratininga, 13). Ainda em São Paulo, de origem portuguesa, a família do Alf. Pedro Rodrigues de Almeida Leal [c.1735, Portugal c.1789], que foi patriarca de uma poderosa família de abastados proprietários de 6 fazendas de café, estabelecida em Bananal (SP), membros da chamada «aristocracia rural cafeeira». Deixou numerosa descendência de seu cas. com Isabel da Silva Leme [Baependi, MG - ?], oitava neta de Pedro Leme, patriarca desta Família Leme (v.s.), em São Paulo. Para São Paulo, ver também os Almeida Castanho. Em Pernambuco, entre as mais antigas dos Almeidas, está a família de Antônio Fernandes Pessoa, nascido por volta de 1580. em Canavezes, Portugal. Veio para Pernambuco logo no princípio do século XVII, e viveu na freguesia do Salvador de Olinda, e faleceu em 1620, sendo sepultado no Convento do Carmo. Trouxe, em sua companhia, sua esposa Isabel Peres de Almeida, natural da freguesia de São Nicolau, Lisboa, de quem deixou larga descendência, por onde seguem os sobrenomes Pessoa (v.s.) e Almeida (Borges da Fonseca, I, 261). Ainda, em Pernambuco, a família do advogado Dr. Rufino Augusto de Almeida [27.12.1828, PE - 11.12.1879, Rio, RJ], bacharel em Direito [PE], Administrador da Casa de Detenção do Recife. Diretor do Asilo dos Meninos desvalidos do Rio de Janeiro. Filho de Rufino José Corrêa de Almeida. Deixou importante descendência do seu cas. com Emerenciana de Oliveira Barros [1838, PE - 07.12.1883, Rio, RJ], filha de Francisco do Rêgo Barros, membro da importante família Rêgo Barros (v.s.), de Pernambuco. Foram pais, entre outros, do grande engenheiro civil, Dr. Rufino Augusto de Almeida Júnior [c.1853, Boa Vista, Recife, PE -], engenheiro civil [RJ-1879], patriarca da família Buarque de Almeida (v.s.), do Rio de Janeiro; de Josefina Oliveira Barros de Almeida [c.1849, Olinda, PE -], que por seu casamento, tornou-se a matriarca da família Almeida Pizarro (v.s.), do Rio de Janeiro; e do cirurgião Daniel de Oliveira Barros de Almeida [06.03.1858, Recife, PE - 14.01.1919, Rio, RJ], que foi casado com uma filha do barão de Benfica, família Castro (v.s.), do Rio de Janeiro. Diversos membros desta família destacaram-se no campo da engenharia. Diversos membros desta família destacaram-se no campo da engenharia. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, de origem portuguesa, a do Alf. de ordenanças João de Almeida [c.1714, São Miguel de Vila Boa, Abrunhosa do Ladario, bispado de Viseu - 1761, Col. do Sacramento]. Filho de João Gomes e de Apolônia de Almeida. Cas. em 1738, na Col. do Sacramento, com a jovem Maria Pereira de Mesquita [1722, Col. do Sacramento - ?] - com 17 anos de idade (Rheingantz, Rio Grande, 250). Sobrenome de uma importante família estabelecida no Pará, procedente do advogado Joaquim Inácio de Almeida, que deixou numerosa descendência dos seus dois casamentos: o primeiro, com Maria Romana de Almeida; e o segundo, com Luiza Fernandes Villar Amazonas [bat. 07.10.1828 -], filha de Antônio José Fernandes Villar, patriarca desta família Amazonas (v.s.), do Pará. Do segundo casamento, descendem os Amazonas de Almeida (v.s.), do Pará. Do primeiro casamento, nasceu, entre outros: I - Dr. Tito Franco de Almeida [04.01.1829, Belém, PA - 17.02.1899, idem], estudou humanidades em Coimbra, doutor em Direito pela Academia de Olinda [PE, 25.10.1850], jurista, orador, jornalista, político e parlamentar do Império. Como jornalista, colaborou no jornal «O Liberal» e fundou, em Belém, o periódico «Grão-Pará» [1850]. Redigiu o mesmo, de 1851 a 1852. Redigiu o jornal «Aurora Paraense», de 1853 a 1855; e o «Jornal do Amazonas». Diretor do «Diário do Rio de Janeiro» e da Secretaria dos Negócios da Justiça. Lente de filosofia, por concurso, no Liceu Paraense. Sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Pará [1900]. Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, da Sociedade de Geografia de Paris, do Instituto Archeológico e Histórico de Pernambuco, do Instituto dos Advogados Brasileiros e do Club Amazônico. Deputado Provincial. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pelo Pará [1857-1860, 1864-1866 e 1878-1881]. Deixou geração do seu casamento, a 02.01.1851, com Carlota Torres Lins, além de outros filhos havidos com outras mulheres. Deste matrimônio, nasceu, entre outros, o Doutor 7 Tito Augusto Franco de Almeida, engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro [1876]. Ainda, no Pará, as seguintes famílias: I - de Bento José de Almeida [c.1797-], que deixou geração, em Belém, do seu cas. com Luiza Maria Rodrigues; II - de origem baiana, a de José Felipe de Almeida [c.1792 - a.1843], que deixou geração do seu cas. com Rita Júlia de Campos. Entre os filhos do casal, registram-se: A - Antônio Ó de Almeida [c.1818, BA -], que deixou geração em Belém, de seus dois casamentos; e B - o Alferes José Ó de Almeida [1818, Salvador, BA - 1900, PA], alferes do Batalhão de Voluntários da Pátria, que chegou a Belém, a 09.07.1870. Foi nomeado ao posto de Major e, posteriormente, ao de Coronel Membro do Partido Conservador. Deixou geração do seu casamento com Maria Romana Paes. Foram pais de José Ó de Almeida Filho [1858-], formado em Medicina, pela Faculdade da Bahia. Iniciou a sua clínica em Óbidos. Oftalmologista. Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi. Senador Estadual pelo Pará. ; e III - José Joaquim Romão de Almeida [c.1794-], alferes da 1.ª Companhia do regimento de Infantaria de Linha, denominado Estremós [30.08.1814]. 2.º Ajudante do 3.º Regimento de Infantaria de Linha do Pará [14.08.1818]. Tenente-Coronel Comandante da Fortaleza de Macapá [1835]. Agraciado com o Hábito da Ordem de São Bento de Aviz [10.02.1828]. Agraciado com o Hábito da Ordem de Cristo [02.12.1841]. Teve mercê de Cavaleiro da Ordem da Rosa [16.02.1843]. Deixou geração do seu cas. com Teresa Joaquina Bello, natural de Belém, Pará. Foram pais, entre outros, de Cândida Francisca de Almeida, casada em 1854, com o alferes Manuel Sebastião de Moraes Sarmento, natural de Santarém [PA], membro das principais famílias do Pará, filho do Capitão Sebastião Pedro de Moraes Sarmento e de Gregória Maria da Conceição. Por parte de pai descendem dos antigos Moraes Sarmento (v.s.), do Pará, e, por parte de mãe, descende do Sargento-Mor Mateus de Carvalho e Siqueira, patriarca da família Siqueira e Queiroz (v.s.), do Pará. Família de origem síriolibanesa, que onde passou para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Maués, Estado do Amazonas. A esta família pertence Jorge Elias de Almeida, que deixou geração do seu cas. na família Negreiros. Foram pais de Salum Almeida, que teve dez filhos do seu cas. na família Hatchwell (v.s.), de Maués (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 53). Na Bahia, entre as mais antigas, a de Antônio Serrão de Almeida, cristão novos, que vai citada adiante; além da família de Antônio de Almeida Viana, negociante estabelecido na Bahia, que deixou geração do seu casamento com Ana Maria da Assunção que, deixando a Bahia, passou à Ilha do Príncipe, onde nasceu o neto, José Maria de Sousa e Almeida, natural da ilha do Príncipe, comendador da Ordem de Cristo e Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, TenenteCoronel dos voluntários da cidade de S. Felipe de Benguela, negociante de grosso trato, e grande proprietário em Beguela, na Ilha do Príncipe, e em Mossamedes. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, em 1845 - detalhes abaixo. Linha Natural e Indígena: O Deputado Tito Franco de Almeida, antes de se casar, quando esteve estudando em Olinda, lá teve uma relação com uma índia, estabelecida em um Mosteiro local, deixando-lhe uma filha: Ana Augusta de Almeida [c.1849, PE -]. Os pais de Tito Franco, ao saberem do nascimento de Ana Augusta, fizeram um pequeno escândalo familiar e, na intenção de amenizar a situação, a mãe de Tito Franco mandou a cabôclinha para Portugal, com cerca de 6 anos de idade, onde permaneceu até fazer 18 anos de idade, regressando para o Maranhão. Pouco tempo depois, a jovem cabocla Ana Augusta conheceu Marcelino Gomes de Almeida, português, que se estabeleceu no norte do Brasil, a serviço militar. Fixando-se no Maranhão, onde abriu uma loja de louças, apaixonou-se por Ana Augusta, o que o levou, em seguida, a dirigir-se ao Pará, a fim de exigir de Tito Franco o reconhecimento da mesma, como sua filha. Foi, 8 assim, legitimada. Retornando ao Maranhão, lá deixaram geração, por onde corre o sobrenome Gomes de Almeida. O jovem e tinhoso Marcelino, a fim de tornar público a ancestralidade de sua esposa, batizou seu primeiro filho [teve seis] com o nome Tito Franco de Almeida Neto. Curiosidade: Cabe registrar que, em pesquisas que realizamos nos livros eclesiásticos da Paróquia de São Januário, no Município de Ubá, Zona da Mata, Minas Gerais, em seu livro 1.º, de 1841, encontramos um registro de óbito de um filho de Tito Franco de Almeida [?]. Seria um tio do renomado deputado e jornalista Tito Franco de Almeida ?. Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, Manuel Antônio de Almeida, nat. de Guaratinguetá (SP), «filho natural» de Maria Joaquina, foi cas. em 1820, Itajubá (MG), com Francisca Vieira de Jesus, nat. de Taubaté (Mons. L - Itajubá). Em Rio Bonito, região da baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de Antônio Cândido de Almeida [1871, Boa Esperança, RJ -], filho natural de Laurentina Maria de Jesus. Foi cas., a 01.10.1892, em Rio Bonito, RJ, com Delfina Maria de Jesus [1873, Rio Bonito, RJ -], filha de Simeão de Almeida Monteiro e de Umbelina Maria da Conceição. Em Silva Jardim, a família de Balbino José de Almeida [1871, Capivarí, hoje Silva Jardim, RJ -], filho natural de Ludovina Maria da Conceição. Foi cas., a 13.05.1893, em Rio Bonito, RJ, com Joana Maria de Faria [1872, Boa Esperança, Rio Bonito, RJ -], filha de Manoel Antônio de Faria e de Emiliana Maria da Conceição (Arq. Luiz Borges da Luz). Linha Afro-Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, a de João Rodrigues de Almeida, «índio», cas. em 1800, em São Lourenço, RS, com Feliciana Francisca Cândida, de origem africana, «parda forra» (L.º 3.º, fl.9). Linha de Degredo: Registra-se, entre outros, Manuel de Almeida, solteiro e estudante de gramática, condenado a um (1) ano de degredo para o Brasil, por culpas de «sodomia» (perversão sexual). Ouviu sua sentença na sala do Santo Ofício, em 05.05.1693. Era natural de Lisboa, onde residia, e filho bastardo de Manuel de Almeida, almoxarife da portagem de Santarém. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Pernambuco: Pedro de Almeida, ali morador, desde 1633, condenado em 10.07.1650, como judeu confesso. Na Bahia, entre as mais antigas, a de Antônio Serrão de Almeida, de origem judaica (n.c.1580), casado com Isabel Lopes. Ainda, na Bahia, a de Miguel Nunes de Almeida [27 anos], filho de Félix Nunes de Miranda [62 anos], negociante da Bahia, condenado em 06.07.1732, sendo seu pai, queimado vivo como judeu convicto, em 1731 (Raizes Judaicas,70); Em Minas Gerais: Antônio de Sá de Almeida [Meio Cristão Novo - 33 anos], mineiro, morador no Serro Frio doc.1734. Em São Paulo: Bernardo de Almeida, neto de Cristão Novo, Francisco Vaz de Coelho (que chegou a São Paulo em fins do séc. XVI), e filho de Manuel e Andreza de Almeida, residindo em Irajá, Rio de Janeiro. Na Paraíba: Pedro (Moisés) de Almeida [Cristão Novo], natural do Porto, residindo na Paraíba, desde 1633 (Wolff, Dic.,I,8). Nobreza Titular: I - Visconde, com as honras da grandeza, de Almeida - ver Família Martins de Almeida; II - Conde de Almeida - ver Família Martins de Almeida; III - Dr. Laurindo José de Almeida (1836, Bananal, SP - ), dos Almeidas de Bananal, foi agraciado, por Dec. de 4 de Fevereiro de 1884, com o título de Visconde de São Laurindo - santo de seu próprio nome. Advogado, deputado e fazendeiro; IV - em Minas Gerais, Francisco Paulo de Almeida [10.01.1826, Santa Fé, MG - 09.02.1901, RJ], foi agraciado, por Dec. de 16.09.1887, com o título de Barão de Guaraciaba; V - na Bahia, o Dr. Caetano Vicente de Almeida [15.09.1811, vila de Belmonte, comarca de Porto Seguro, BA 14.04.1890, Niterói, RJ], moço fidalgo, Conselheiro e Ministro do Supremo Tribunal, foi agraciado, por Dec. de 22.01.1887, com o título de Barão de Mucurí. Filho do capitão-mor Caetano Vicente de Almeida e de Luiza Clara Barbosa de 9 Oliveira. Em 26.11.1896, seus restos mortais foram transladados para o jazigo de família na cidade do Salvador. Foi casado duas vezes, com duas irmãs: a 1.ª vez, em Niterói, com Ana Maria de Sampaio [1814, RJ - a.1865], sem deixar sucessão; e a 2.ª, em 1865, também em Niterói, RJ, com Luiza Antônia de Sampaio [1824, RJ - 25.10.1908, RJ], Baronesa de Mucurí, com a qual deixou sucessão - Barbosa de Almeida. Eram filhas do Cap. Antônio Xavier Sampaio, nat. de São Salvador da Horta da Ilha do Fayal, e de Maria Clara de Jesus, nat. de São Gonçalo do Recôncavo da banda d’Além de Niterói. Heráldica- Século XV: um escudo de ouro, com seis bilhetas de vermelho, deitadas e furadas, postas 2, 2 e 2. Timbre: uma águia de vermelho. Século XV: I - Henrique de Almeida Brasão de Armas datado de 01.03.1494: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo metal - “com a diferença com que as de direito deve ter»; Século XVI: II - Registro entre 1515 «Livro da Nobreza» e 1542: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro; III - De André de Almeida, morador em Setúbal - Brasão de Armas datado de 31.10.1532. Registrada na Chancelaria de D. João III, Livro XVIII, fl. 116: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma brica de prata com uma merleta preta. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro. Filho de Violante Rui de Almeida, neto de Rui Lopes de Almeida (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 17); IV - De Pedro de Almeida - Brasão de Armas datado de 28.08.1533: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma meia brica de prata com um - F - de preto. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro; V - De Antônio de Almeida, licenciado, morador na vila de Trancoso. Brasão de Armas datado de 01.10.1533. Registrada na Chancelaria de D. João III, Livro XLVI, fl. 72v: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma flor de lis, metade de prata e metade verde. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro. Filho de Rui Lopes de Almeida e bisneto de outro Rui Lopes de Almeida (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 26); VI - De Heitor Nunes Palha de Almeida - Brasão de Armas datado de 17.07.1536: um escudo em campo de vermelho, seis crescentes de ouro, em duas palas, fechadas de uma sobrecruz e bordadura de ouro. Diferença: uma flor de lis de azul. Elmo de prata aberto e guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro. VII - De Estevão Ribeiro de Almeida - Brasão de Armas datado de 13.11.1536: um escudo esquartelado com as armas da família Almeida [I e IV] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro, e da Família Ribeiro [II e III]. Diferença: uma flor de lis, metade verde e metade prata. Elmo de prata aberto, guarnecido de ouro. Timbre: da família Almeida. VIII - De Amador de Almeida - Brasão de Armas datado de 09.04.1538. Registrada na Chancelaria de D. João III, Livro XLIV, fl. 46v: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobrecruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma meia brica de prata com um A, de verde. Paquife de ouro e vermelho. Elmo de prata guarnecido de ouro. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro. Filho de Simão Lopes de Almeida (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 15); IX - De Baltazar de Almeida Cardoso - Brasão de Armas datado de 24.09.1539: um escudo esquartelado com as armas da família Cardoso [I e IV] e da família Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro. Diferença: um 10 filete preto e uma estrela azul. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e vermelho. Timbre: da família Cardoso; X - De Fernando de Almeida Brasão de Armas datado de 25.11.1540: um escudo esquartelado com as armas da família Silveira [I e IV] e Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro. Diferença: um filete preto. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife: de ouro, prata e vermelho. Timbre: da família Silveira; XI - De Gaspar Cardoso - Brasão de Armas datado de 10.11.1540: um escudo esquartelado com as armas da família Cardoso [I e IV] e da família Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobrecruz e bordadura de ouro. Diferença: um quadrifólio de verde picado de ouro com o pé de prata. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e vermelho. Timbre: da família Cardoso; XII - De Gabriel de Almeida - Brasão de Armas datado de 15.07.1542: um escudo esquartelado, com as armas da Família Rego [I], da Família Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro; e da Família Ribeiro [IV]. Diferença: uma flor-de-lis de ouro. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife: de prata, verde, ouro e vermelho. Timbre: uma águia vermelha besantada de ouro, com o bico e armada também de ouro; XIII - Dos Condes de Abrantes: as armas de Almeida, tendo o 2.º conde adaptado como timbre uma hidra de sete cabeças; X - Dos condes de Avintes e marqueses do Lavradio: usaram primeiro as armas dos Almeida, e depois partidas de Lencastres e Almeidas. XIV - Dos condes das Galveias: esquartelado, no Iº quartel, as armas da família Almeida; no IIº quartel, as armas de Portugal (v.s.), moderno, dos marqueses de Valença; no IIIº quartel, as armas da família Lobo (v.s.); e no IVº quartel, partido: de um lado, as armas da família Castro (v.s.) de seis arruelas; e do outro, da família Melo (v.s.); XV - Dos Almeidas e Vasconcelos, de Moçâmedes: um escudo esquartelado; no Iº quartel, as armas da família Almeida, no IIº quartel, as armas da família Vasconcelos (v.s.), no IIIº quartel, as armas da família Carvalho (v.s.), e no IVº quartel, as armas da família Albergaria (v.s.). Timbre: o dos Almeida. XVI - Os Almeida do Sem: esquartelado, no Iº e IVº quartéis, as armas da família Almeida, no IIº e IIIº quartéis, em campo vermelho, um leão de ouro armado e linguado de azul com uma bordadura de azul carregada de oito vieiras de prata (da família Sem - v.s.). Timbre, segundo Antônio José Vaz Velho, no Tesouro Heráldico de Portugal, o mesmo leão carregado de uma vieira. XVII - Dos Conde de Almeida: m escudo partido, I - de ouro, com seis bilhetas de vermelho deitadas e furadas; II - de negro, uma águia de negro segurando uma chave de ouro nas garras e debrum do mesmo cortado de azul, onze estrelas de prata postas em aspa e debrum de ouro; XVIII - Do Conde de Pinhel: um escudo esquartelado: 1.º e 4.º quartéis: de azul, uma cruz de ouro; 2.º e 3.º - de prata, um pinheiro de verde. Timbre: uma águia de vermelho armada de ouro. XIX - Outros: Ainda, segundo o mesmo nobiliarquista, houve outros Almeidas que usaram um escudo em campo azul, tendo por timbre uma águia de ouro. Para esta descrição baseou-se nos Troféu Lusitanos, de Antônio Soares de Albergaria. XX - Os Almeida de Espanha: usaram as armas mais costumadas nos Almeidas de Portugal; mas outros trazem apenas seis besantes de ouro em duas palas. Estas últimas S. as armas usadas pêlos Almeidas da Sicília (Verbo, 1365-1366) (SB,II,9). Brasil Heráldico: I - José Maria de Sousa e Almeida - citado acima: 02.07.1845. Cartório da Nobreza, Livro VIII, fl. 315v - um escudo partido em pala, com as armas das famílias Almeida [I] e Leitão [II]. II - Do Joaquim Antônio de Almeida [17.08.1868, Goianinha, RN 01.04.1947], ordenado a 12.12.1894; eleito bispo do Piauí, a 14.12.1905; sagrado a 04.02.1906; transferido para Natal [RN - 23.10.1910]; transferido para cadeira titular de Lares, a 14.06.1915. Usava por armas, um escudo partido: o primeiro, 11 em campo de prata, um missal aberto, ao natural, sobreposto por uma estrela de cinco raios, acompanhado, à direita, pelo Sagrado Coração de Jesus, em prata, sobreposto por uma cruzeta do mesmo metal, e à esquerda, do Santo oração de Maria igualmente de prata, sobreposto de um lírio do mesmo; no segundo, em campo de prata, um rio movente na ponta, bordado por uma praia, sobre o qual se eleva uma palmeira, tudo ao natural. Divisa: In Cre Vita [Gardel, Armorial Eclesiástico, 223] Notas heráldicas: O número de besantes do escudo, é variável (3, 6 ou 9), e a águia do timbre, aparece também de vermelho, armada e membrada de ouro. Vilasboas e Sampaio, em Nobiliarquia Portuguesa, e outros dizem que as armas são: um escudo em campo de vermelho três besantes de ouro, o que não é fácil de compreender, e talvez resulte de uma leitura pouco cuidadosa da Monarquia Lusitânia, de Fr. Antônio Brandão, que nas erratas retifica o número para seis. Armando de Matos, no Brasonário de Portugal, substitui essa descrição pela seguinte: um escudo em campo de ouro, seis bilhetas de vermelho, deitadas e furadas, postas 2, 2 e 2. Nenhuma vantagem existe nesta alteração da descrição tradicional, que remonta pelo menos ao princípio do séc. XVI. Também Armando de Matos dá para timbre uma águia vermelha. 12 NUNES 13 Sobrenome de formação patronímica - o filho de Nuno. Da baixa latinidade Nunnici, Nunizi [documentado no ano de 1054], Nunniz [doc. 964], Nunnez [doc. 1053] e Nunez. Nuno talvez derive do latim nonnus, palavra respeitosa da linguagem infantil, aio, pai (Antenor Nascentes, II, 220). Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átomo) -iz, -az (escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Pertence a esta família Nuno Martins Garro a quem o rei de Portugal D. Afonso V deu brasão de armas, em 1466, do apelido Nunes (Anuário Genealógico Latino, I, 70). Brasil: Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de João Nunes, «o cego», fal. antes de 1705, que deixou geração do seu cas., c.1644, com Bárbara da Costa, fal. no Rio, em 1665. Ainda, no Rio de Janeiro: os Nunes Campo Maior, Nunes da Costa, Nunes Moreira, Nunes da Silva, Nunes da Silveira e Nunes Vieira - todas do séc. XVII (Rheingantz, III, 231). Rheingantz registra 76 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Antão Nunes, que deixou geração em S. Vicente. Ainda vivia em Santos em 1579. Teve ao menos o filho: Pero Nunes (SL, I, 24). Ainda, em S. Paulo: Baltazar Nunes [1555, Santo André] e Lourenço Nunes (1598) (AM, Piratininga, 125). Ainda, em São Paulo, ver a família Nunes de Siqueira. No Rio Grande do Sul, entre outros, os Nunes Vieira (v.s.). Ainda, no Rio Grande do Sul, a família de José Joaquim Nunes, natural de Caparica, bispado de Lisboa, Portugal, que assinou termo de declaração, a 05.04.1846, onde informa ser católico, ter vindo para o Brasil em 1819, aos 18 anos de idade, ser marítimo e ultimamente estar servindo no Arsenal de Marinha como Patrão-Mor, há nove anos, ser analfabeto e estar casado com uma brasileira há 14 anos (Spalding, naturalizações, 103). Na Bahia, entre as mais antigas, a de Jorge Fernandes [c.1576, Porto -?], que deixou geração do seu cas. com Catarina Nunes, nat. de Arouca, Porto (Jaboatão, 509). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, a de Joana Nunes, «parda», filha de João da Costa e de Marianna, «preta do gentio da Guiné», que foi cas. em 1699, RJ, com Sebastião Gonçalves (Rheingantz, II, 306). No Rio Grande do Sul, a de Vicente Nunes, «pardo forro», cas., 1800, Rio Grande, com Teresa Francisca, «parda escrava» (L.º3.º, fl.9v). No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-sea família de Vicente Nunes, «pardo forro», casado a 25.02.1800, em Rio Grande, RS, com Teresa Francisca, também «parda forra». Linha Ilegítima: Em Minas Gerais, por exemplo, Manuel Nunes de Mendonça, «filho ilegítimo» de Manuel Nunes de Mendonça e de Inácia das Neves, de Guaratinguetá, SP [neto de Domingos Nunes de Mendonça], foi cas. em 1784, Itajubá (MG), com Catarina Leite, nat. de Parnaíba, SP (Monsenhor Lefort - Itajubá). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.10.1660, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Natália Nunes, cristã nova, 63 anos de idade, por «crime de ser judeu». Mulher de Rui Pegado de Abreu, que vivia «de sua fazenda», natural de Abrantes e moradora em Lisboa. Foram pais de maria de Abreu Pegado [c.1626 -], condenada à cárcere perpétuo e hábito, no Auto de Fé de 29.10.1656. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na praça de Coimbra, a 04.07.1662, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Engrácia 14 Nunes, cristã nova, de 92 anos de idade, casada com Antônio da Paz, sapateiro, de Bragança. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Leonor Nunes, cristã-nova, solteira, natural da Guarda, onde morava. Filha de Francisco da Costa, mercador. No mesmo Auto-de-fé de 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Ana Nunes, cristã-nova, solteira, natural da Guarda, onde morava. Filha de Francisco da Costa, mercador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Luisa Nunes, «cristã-nova», natural da Guarda e moradora em Lisboa. Esposa de Gonçalo Lobo Guedes, homem de negócio. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. Para o Rio de Janeiro, ver a família Nunes Vizeu (Wolff, Dic.I, 141). Heráldica: I - um escudo em campo de ouro, com uma palma verde. Timbre: um leão de sua cor, com uma palma nas garras: II - outros, da mesma família: um escudo partido: primeiro, em campo de prata, uma palma de azul; o segundo, em campo vermelho, um leão de ouro acompanhado de 4 merletas do mesmo. Timbre: o leão do escudo, sainte (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 50). 15 ACCIOLY DE ANDRADE MARCIO ACCIOLY DE ANDRADE ANDRADE 16 Sobrenome de origem geográfica. Outra forma: Andrada (v.s.). Talvez represente um genitivo medieval. Cortesão o tira do baixo latim Andriati com dúvida e manda ver Andreade. Em Andreade dá uma forma Andriati, do ano de 1098, e outra Andreadi, de 1099. Outros (Anuário Genealógico Latino, IV, 16) atribuem uma origem grega “andródes”, viril, corajoso. Originário da Galiza. Sobre o assunto apareceu em S. Paulo, 1950, um estudo morfológico do prof. Aluizio de Faria Coimbra, no qual se diz: “Tempo houve em que um insular, um homem de Andros ou alguém que por lá demorara, portanto uma pessoa que no nominativo Sr. gr. era dito András, estabeleceu-se, com muitos outros, na Itália e lá proliferou. Italianizado e usado por sobrenome, este gentílico se tornou Andrade, porquanto pelo acusativo é que os italianos, quase sem discrepância, davam cor doméstica aos vocábulos gregos e latinos da 3ª declinação, inclusive aos nomes próprios. Mas, tal como no caso de naiade supra citado, foi-lhe conservada a tonicidade helênica, incidente sobre o - a -. Com esta forma é que receberam os portugueses a palavra. Tivesse sido pelos italianos respeitada a pronuncia latina e teríamos Ândrade, como Árcade, Oréade, Dríade, Hélade, de acento proparoxítono. Esta a etimologia que sugiro. Doutra parte, sabemos todos que para as palavras gregas da terceira declinação e tema em consoante usavam os romanos, no caso acusativo, indiferentemente, da desinência vernácula -em, ou da desinência grega a. Aer, aether fletiam-se, para a função de objeto direto, em aerem, aetherem, ou aera, aethera. Dispensa abonação a notoriedade do fato. Pois é essa mesma dualidade que aparece em Andrada e Andrade. São formas do mesmo caso, ambas legítimas e firmadas sobre hábito latino dos mais comprovados.” (Antenor Nascentes, Dic., II, 18). Sobre os Andrades, o desembargador e genealogista Carlos Xavier Paes Barreto, resumiu suas origens da seguinte forma: Andrade é locativo e deriva-se do solar de Andrade, na Galiza, pertencente, segundo Vilas Boas e Sampaio, a Fernão Alves de Andrade que se supõe companheiro de Mendo Rausona e um dos cinco cavaleiros que, com ele, se passaram à Espanha (RGL, X, 57). Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Em Pernambuco, por exemplo, registra-se uma família com este sobrenome, no tempo de sua colonização, originária da Ilha da Madeira, e pertencente ao grupo Freire de Andrade. Seus descendentes espalharam-se pela Bahiae Alagoas. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas a de Antônio de Andrade [c.1585- ?], que deixou geração do seu cas. com Joana de Oliveira [c.1595 - 1639, RJ] (Rheingantz, I, 82). Rheingantz registra mais 32 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Ainda, no Rio de Janeiro, originárias das ilhas portuguesas, registram-se: I - a família de Francisco de Andrade, natural do Cabo da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1779(Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); II - a família de Francisco Borges de Andrade, soldado da 3.ª Companhia do Regimento de Milícias da Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1820(Raimundo Belo Emigração Açoriana para o Brasil); III - a família de Honório Machado de Andrade, natural da Ilha Terceira, que veio em 1819, «cm assistência de seu curador o capitão João Silveira Machado, que se tem aplicado na arte Nautica em que se acha pronto com destino a ir servir S. Magestade na Real Armada do Rio de Janeiro, aonde também serve seu tio paterno o capitão-tenente Teófilo Rogério machado de Andrade.». Era filho natural de Simplício Honório Machado de Andrade, falecido antes de 1819, na Ilha Terceira (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); IV - a família de Inácio José Coelho de Andrade, natural da Ilha de Santa Maria, que veio em 1784, para companhia de um seu irmão (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); V - a família de José Antônio de Andrade, natural da Ilha do Fayal, que veio em 1808, com sua mulher 17 Elisa Rosa de jesus e seus filhos menores: Ana, José, João e Joaquim (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); VI - a família de José de Auxiedade de Andrade, que já encontrava-se no Rio de Janeiro, em 1770, quando mandou vir de Horta (Ilha do Fayal), sua mulher Antônia Francisca de Jesus, filha de Pedro José Mariante e de Ana Maria da Costa (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); VII -a família dos irmãos José Caetano de Andrade e Antônio caetano de Andrade, naturais da Vila da Praia (Ilha Terceira), que vieram em 1787, para encontrarem-se com o tio, manuel Fernandes de Aguiar (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); VIII -a família de José Martins de Andrade, natural da Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1785, para junto de seu irmão Antônio Martins (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); a família de Manuel Borges de Andrade, natural de Lagens (Ilha Terceira), que veio em 1785, para junto de um tio e dois irmãos (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); IX - a família de Manuel Caetano de Andrade, natural de Juncal, em Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1779 (Raimundo Belo Emigração Açoriana para o Brasil). Para o Estado do Rio de Janeiro, registra-se antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida na região do Vale Paraíba fluminense. Teve princípio em Cristóvão Rodrigues de Andrade [c.1770, Freg. de S. Pedro do Cóta, Viseu, Portugal- 01.08.1809], filho de Francisco Rodrigues e de Maria Lopes de Andrade, nascidos em S. Pedro de Cóta, Viseu. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Ana Esméria de Pontes França [1766, Pati do Alferes, RJ - 1826], filha de José de Pontes França e de Mariana Neves Corrêa, membros das importantes famílias Pontes França (v.s.), de São Paulo, e Corrêa e Castro (v.s.), de Minas Gerais - todas com fortes ramificações no Vale do Paraíba Fluminense. Foram pais do barão de Piabanha detalhes adiante. Na região do Vale médio do Paraíba fluminense, entre outras, registra-se a família do Coronel José Luiz de Andrade, fazendeiro e político ativo em Rio Claro. Deixou geração do seu cas. com Rita Maria de Jesus, filha do barão do Rio Claro, Antônio Manuel de Freitas e de Teodora Francisca dos Reis. Foram pais de Maria Rita de Andrade, proprietária da Fazenda do Coco, em Barra Mansa; e de Fausta de Andrade, matriarca da família Andrade Guimarães (v.s.), da mesma região. Ainda na região do Vale Paraíba fluminense, a família de João Freire de Andrade, sargento-mor da Vila de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, onde deixou geração do seu cas. com Maria Tomázia Xavier. Foram pais de Bento Xavier de Andrade, Capitão-Mor das ordenanças da Vila de Paraíba do Sul. Deixou geração do seu cas. com Maria Pereira de Siqueira, filha de Francisco Pereira de Azevedo, Capitão das Ordenanças da Vila de Catiá (?), e de Angela de Siqueira. Deste último casal. nasceu Antônio Manuel de Jesus de Andrade, sargento-mor do terço das ordenanças da sagrada religião de Malta, e natural da Vila de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas. Em Campos, região norte-fluminense, há um grupo familiar Andrade, que procede do Cap. Antônio de Lemos de Andrade, conforme segue no verbete da família Lemos de Andrade. Em S. Paulo, entre os mais antigos, registra-se Antônio de Andrade, citado em documentos entre 1596 e 1603 (A. Moura, Piratininga, 18). No Pará, entre os mais antigos, citamos Francisco de Andrade, que teve mercê da praça de alferes por alvará Real de 1625. Sobrenome de algumas famílias, oriundas da Praça de Mazagão, em África, estabelecidas no Pará, em 1770. No Amazonas, entre outras, registra-se a família do Coronel Domingos José de Andrade, que deixou geração do seu casamento, por volta de 1865, com Benedita de Andrade. Foram pais de outro Coronel Domingos José de Andrade [15.04.1870, Manaus, AM - Manaus, AM], que deixou geração do seu cas. com Florisbela Nery Pucu, filha do negociante Evaristo José Joaquim Pucu, da família Pucu (v.s.), do Amazonas. Em Santa Catarina, a família de Cipriano 18 Francisco de Andrade, fal. antes de 1808, que deixou geração do seu cas. com Maria Bernarda de Almeida. Foram pais de Maria, Ana, Rita, Teresa, João, Cipriano, Fortunata e Jacinto (Rheingantz, TC-101). Ainda, em Santa Catarina, originária das ilhas portuguesas, registra-se a família de Francisca Inácia de Andrade, natural de Angra (Ilha Terceira), que veio em 1789, em companhia da irmã Teodora e da sobrinha Maria do Carmo, para encontrar-se com o irmão capitão Vicente Ferreira de Andrade (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil). No Rio Grande do Sul, entre outras, de origem portuguesa, registra-se a família do Capitão de Dragões Joaquim Thomaz de Andrade e Siqueira, natural e batizado na freguesia de N.S. do Rosário da vila de Santarém, patriarcado de Lisboa. Filho do Capitão-Mor Francisco Xavier de Andrade e de Ana Xavier Bastos - naturais de Portugal. Deixou numerosa descendência, com ramificações em Minas Gerais, do seu cas., com Maria Joaquina de Assunção, natural do Rio Grande, RS, filha de Domingos Rodrigues Nunes, nascido e batizado na Freguesia de N.S. de Estrela de São Miguel, e de Cipriana Cardoso Gonçalves, natural da freguesia de N.S. do Desterro, da Ilha de Santa Catarina. Para a Bahia, registra-se a família de Manuel Martins Andrade, natural de Ribeira da Agualva (Ilha Terceira), que veio em 1780 (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil). Linha Africana: No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de João de Andrade, que deixou geração, em 1690, com sua escrava Luzia, «preta, natural da Guiné»; e a de Manuel de Andrade, que deixou geração em 1673, com Paula, «mulata forra» (Rheingantz, I, 85, 86). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Na Bahia, entre tantas: a de Dinis D’Andrade, cristão novo, boticário em Salvador. Judaizava e fazia-se esnoga na sua casa, por volta de 1585. Ainda na Bahia: Duarte Rodrigues d’Andrade [Cristão Novo], senhor de engenho, cas. com Ana do Vale. Seus descendentes, filhos e netos, saíram no auto-de-fé de 1711 (Wolff, I, 11). Em Pernambuco, entre outras, registra-se a de Benjamin da Costa Andrade, introdutor da cana e fabricação de açúcar nas ilhas antilhanas francesas, especialmente em Martinica e Guadalupe, em 1644. Chegou do Brasil com muitos correligionários e escravos (Wolff, I, 11). No Rio de Janeiro, de origem portuguesa, a família de Francisco de Andrade [1648, Lisboa - 1700, RJ], cujos descendentes foram molestados pela Inquisição, por via de seu cas., c.1673, com Anna Henriques [1657, RJ - a.1726, RJ], que foi denunciada no auto-de-fé de 1713. Era filha de André Mendes da Silva, patriarca desta família Mendes da Silva (v.s.), no Rio de Janeiro (Wolff, VI, 21). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 04.04.1666, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Maria de Andrade, «cristã-nova», solteira, natural de Sevilha e moradora em Lisboa. Esposa de Francisco de Almeida. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 05.08.1683, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Suzana de Andrade, «cristã velha», natural de Torres Vedras e moradora em Lisboa, por «hypocrita falça, e emganadora dos fieis, convcta confeça no crime de fingir vizoens, e revelaçõens para ser tida e reputada por santa. Era viúva de Gaspar Lobato de Almeida, que vivia de «sua fazenda». Cristãos Novos: Registra-se, em Portugal, no Auto-de-fé celebrado a 20.06.1544, a condenação de Ruy Andrade, mercador, queimado como judeu convictoe impenitente. Flávio de Carvalho, em sua obra Raízes Judaicas, registra 24 pessoas, com este sobrenome, envolvidas em Autos-de-Fé, condenadas por «crime de serem judeus» (Flávio Mendes de Carvalho, Raízes Judaicas, 77). Nobreza Titular: I - Hilário Joaquim de Andrade [13.01.1796, Paraíba do Sul, RJ - 17.04.1865, Paraíba do Sul, RJ], filho de Cristóvão Rodrigues de Andrade, acima descrito, foi agraciado, por Dec. 02.12.1854, com o título de barão de Piabanha. Deputado e fazendeiro. Abastado 19 agricultor na província do Rio de Janeiro, onde era dono de seus fazendas. Deixou descendência do seu cas. com Matilde Rosa da Veiga [14.03.1812, Rio, RJ - 03.09.1865], sepultada no Cemitério da Paraíba do Sul (RJ), baronesa de Piabanha. Filha do cap. Antônio José Barbosa da Veiga [c.1785, Freg. de S. Miguel de Sapardos, Minho, Portugal - 08.1853, Rio, RJ] e de Gertrudes Mariana Barbosa [c.1789, Ilha Terceira - 17.07.1861] (Laurênio Lago, Retificações, 162; Anuário Genealógico Brasileiro III, 257). Para Minas Gerais - Carlos Gabriel de Andrade (1846, Ouro Preto, Minas Gerais -1921, Belo Horizonte, MG), foi criado, por Dec. de 8 de Agosto de 1889, o título de barão de Saramenha. Casado com Francisca Lídia de Queiroga. Heráldica: usam as Armas dos Freires - De Nuno Freire - 1.º Ramo: um escudo em campo verde, com uma banda vermelha coticada de ouro saindo das bocas de duas cabeças de serpes de mesmo metal, armadas de sanguinho. Timbre: dois pescoços de serpes também de ouro, torcidos um com o outro, voltados em fugida, armados de sanguinho; De Nuno Freire - 2.º Ramo de Castela: acrescentam mais uma orla de prata com estas letras de negro - Ave Maria (Sanches Baena, II, 13); De Fernão Alvares de Andrade: um escudo em campo de ouro, uma banda vermelha que sai da boca de duas cabeças de serpes de prata, salpicadas de verde entre duas caldeiras xadrezadas de prata e vermelho, com cintas e asas de ouro, em cada remate das asas as cabeças das serpes de verde. Timbre: dois pescoços de serpes também de ouro, torcidos um com o outro, voltados em fugida, armados de sanguinho. Século XVI: De Diogo de Andrade - 12.08.1522: um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo, com diferença: uma flor de lis de prata. De Cristóvão de Andrade - 11.06.1529: um escudo esquartelado com as armas da Família Andrade [I e IV], por parte de seu pai: um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo; e da família Brito [II e III], por arte de sua mãe. Diferença: uma lua vermelha sobre a cabeça da serpe. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos Andrades. De Manuel Freire - 21.07.1530: um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo, com diferença: uma merleta de ouro. Elmo de prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos Andrades. De Manuel do Couto Cardoso Teixeira - 20.02.1568: um escudo esquartelado com as armas da Família Teixeira [I], da Família Beringel [II], da Família Andrade [III] - em campo verde, com uma banda vermelha coticada de ouro saindo das bocas de duas cabeças de serpes de mesmo metal, armadas de sanguinho, e da Família Cardoso [IV]. Diferença: uma estrela de prata. Elmo de prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife de ouro, azul, prata e vermelho. Timbre: dos Teixeiras. De Álvaro Pires: um escudo em campo de ouro, com banda de vermelho abocada por duas cabeças de serpe de prata salpicadas de verde, e acompanhada de duas caldeiras xadrezadas de prata e de vermelho com arcos e asas serpentíferas de ouro. Timbre: duas serpes saintes de ouro, enlaçadas, passadas e repassadas em aspa, as cabeças em fugida, e dentadas de vermelho. Do Ramo Pinheiro: um escudo de prata, com cinco pinheiros de verde e chefe do mesmo carregado de uma banda de vermelho perfilada de ouro, abocada por duas cabeças de serpe do mesmo, dentadas de vermelho. Timbre: um ramo de pinheiro de verde, sainte da boca de uma cabeça de serpe de ouro, dentada de vermelho, e posta em pala. Brasil Heráldico: Com atuação no Rio de Janeiro, registra-se Francisco de Andrade, natural da vila de Tentugal, Portugal, filho de Luiz Soares de Ribeira, que tirou Carta de Brasão em 1638, e de Maria de Andrade. Neto paterno do Dr. Antônio Paulo Soares, a quem também se passou brasão, e de Brígida da Fonseca Teive. Francisco de Andrade foi morador na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, passada a 20.11.1691: um escudo com as armas da Família Soares de Toledo. Diferença: um trifólio de ouro. Ainda, no Rio de Janeiro, Antônio Manuel de Jesus de Andrade, citado 20 acima: Carta de Brasão de Armas, passada a 02.11.1803. Cartório da Nobreza. Livro VII, fl. 43v: um escudo esquartelado com as armas da família Andrade [1.º e 4.º quartéis], da família Pereira [2.º quartel], e da família Sequeira [3.º quartel]. 21 ACCIOLY Do italiano Acciaiuoli, instrumentos de aço para afiar cortantes (Antenor Nascentes, Dic., II, 3). Família florentina popolana, de origem muito modesta, embora já a encontremos com largas posses no séc. XIII, e titular de um grande banco, denominado “Acciaioli Filii”. Adquiriram uma posição importante nos acertos políticos de Florença [Itália] a partir de 1282, e também no reino de Nápoles. Seu apogeu ocorre nos sécs. XIV e XV, quando vivem o Grão-senescal de Nápoles Nicola Acciaioli (1310 - 1366), o cardeal - arcebispo de Florença Angiolo Acciaioli (fal. em 1409), e os seis Acciaioli duques de Atenas, que reinam sobre a Ática de 1380 a 1460. Segundo Pompeu Litta - citado por Francisco Dória - o documento mais antigo a se referir aos Acciolis é uma escritura de 1237, em que se fala dos limites dos bens de Riccomanno Acciaioli, que é dito ser filho de Gugliarello Acciaioli. A família teria como berço, a cidade de Brescia onde, no século XII, forjava-se e comerciava-se ótimo aço, o aço bergamasco. Daí pode ter vindo o nome familiar, Acciaioli, Acciainoli (e, no Brasil, Accioli ou Acioly). Gugliarello Acciaiolli era mercador, popolano, e guelfo. Diz-se que fugiu de Brescia devido às perseguições do Barbarroxa contra os guelfos. Teve casas no Borgo de S. S. Apostolo, e construiu no Val di Pesa uma torre de nome La Gugliarella, que ainda existia em 1588, e que era núcleo do castelo de Montegufoni, a fortaleza que pertencia aos Acciaiolis [Dória, Barata, Nazareth, e outros - Os Herdeiros do Poder, 57]. Entre os seus descendentes, registram-se: I o filho, Misser Leone Acciaioli, doutor em Leis e ancestral dos Acciaiolis de Lucignano, extintos em 1830; II - o bisneto, Leonoe de Signori Acciaioli [- 1300], herói de Montaperti [?], prior em 1282; III - o terceiro neto, Dardano Acciaioli [1355], tesoureiro do rei de Túnis, sucessor de seu tio Leone no comando da Compagnia di ser Leone degli Acciaioli. Riquíssimo. Prior por diversas vezes; IV - o quarto neto, Acciaiolo Acciaioli, barão de Basciano. Vigário-régio no Prato [1335]; V - o quinto neto, Ângelo Acciaioli [1298 - 1357], bispo e arcebispo de Florença, chanceler do reino de Nápoles; VI - o quinto neto, o citado Grão-senescal de Nápoles Nicola Acciaioli [12.09.1310 - 08.11.1366], o maior dos Acciaiolis. Grãosenescal de Nápoles. Vice-Rei da Apúlia. Conde de Melfi [Amalfi] e Malta, o primeiro a receber de um papa a Rosa de Ouro; VII - o sexto neto, o citado o cardeal - arcebispo de Florença, Angiolo Acciaioli [1349 - 1409], bispo e arcebispo de Florença. Chanceler do Reino de Nápoles; VIII - o sexto neto, Neri I Acciaioli [1400], duque de Atenas, Tebas, Corinto, Mégara e Platéia; IX - o sétimo neto, Antônio I Acciaioli, o Grande [- 1435], 2.º duque de Atenas; X - o oitavo neto, Neri II Acciaioli [- 1453], 3.º duque de Atenas; XI - o oitavo neto, Antônio II Acciaioli, 4.º duque de Atenas; XII - o oitavo neto, Donato Acciaioli [1428-1478], grande humanista. Amigo de Lourenço de Médicis. Protetor do Ficino. Traduziu Plutarco e comentou a Física de Aristóteles; XIII - o oitavo neto, Zanobi Acciaioli [1473-1542], prior [1512], senador; XIV - o nono neto, Franco I Acciaioli [- 1458], 5.º e último duque de Atenas; XV - o nono neto, Roberto Acciaioli [146*-1547], senador em Florença, embaixador, amigo de Maquiavel e pupilo de Lourenço de Médicis; XVI - o nono neto, Simone Acciaioli [c.1500, Florença - 15.02.1544, I. Madeira], patriarca desta família na Ilha da Madeira, de onde saíram os Acciolis que se estabeleceram o Brasil - detalhes abaixo; XVII - o décimo segundo neto, Ottaviano Acciaioli [1581-1659], senador em Florença e patrício romano; XVIII o décimo terceiro neto, Nicola Acciaioli [1630-1719], cardeal quase eleito papa no Conclave de 1700; XIX - o décimo terceiro neto, Donato Acciaioli [1622-1704], senador em Florença. restaurou Montefugoni; XX - o décimo quinto neto, Antonfrancesco Acciaioli [1696-1760], marquês de Novi, conde del Cassero, 22 senador em Florença. Cavaleiro de S. Stefano; XXI - o décimo quinto neto, Filippo Acciaioli [1700-1766], Cardeal, legado Pontifício em Portugal; XXII - o décimo sétimo neto, Nicola Diacinto Acciaioli de Vasconcelos [1753-1834], marquês de Novi, conde del Cassero. Os velhos nobiliários portugueses principiam esta família em Simone Acciaioli [Florença - 15.02.1544, I. Madeira] citado acima, item XVI. Cavaleiro do Hábito de Aviz, que em 1515 passou à Ilha da Madeira, onde instituiu vínculo com capela sagrada, dedicada ao nascimento de N. Senhora. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas. O Imperador Carlos V, Rei da Espanha, em 1517, concedeu a Zenóbio Acciaioli, pai do citado Simão Acciaioli, os privilégios e honras, conforme documento publicado, na íntegra, por Henrique Henriques de Noronha (Nob. da Ilha da Madeira, I, 33; e Gayo, Achioli, Tomo I, 136). Deixou numerosa descendência de seu cas. com Maria Pimentel [? - 1541, I. Madeira], filha de Pedro Rodrigues Pimentel e de Isabel Ferreira Drummond. Brasil: Os Acciolis do Brasil, procedem de Gaspar Acciaioli de Vasconcelos [1578, Ilha da Madeira- 04.05.1668], que segue abaixo, filho de Zenóbio Acciaioli e de [cas. 19.05.1562] Maria de Vasconcelos, neto paterno do citado Simone Acciaioli, patriarca dos Acciaiolis, da Ilha da Madeira; e por parte materna, era oitavo neto de D. Martinho Moniz, patriarca desta família Vasconcelos (v.s.), em Portugal. Linha indígena: Entendemos por linha indígena, a descendência do citado Gaspar Acciaioli de Vasconcelos [15781668], por via de seu casamento, em 10.06.1618, Pernambuco, com Ana de Albuquerque Cavalcanti [PE - 03.1674], filha única de João Gomes de Mello e de Brites Margarida Cavalcanti, e bisneta da «índia Muira-Ubi», Maria do Espírito Santo Arcoverde. Seus descendentes dividiram-se em diversos ramos, tais como os Accioli de Vasconcelos, Accioli Lins e Moura Accioli. Gaspar Acciaioli de Vasconcelos, chegou em princípios do séc. XVII, provavelmente em busca de seus parentes, os Barros Pimentel, que haviam chegado poucos anos antes, e deixou numerosa descendência, de abastados proprietários de engenhos de açúcar, membros da «aristocracia rural do açúcar», e influentes políticos. Seria interessante esclarecer que o terceiro avô de Gaspar Acciaioli, era irmão do bisavô de Antônio de Barros Pimentel, o patriarca desta importante família em Pernambuco. Seu sobrenome se dispersou por todo o norte, a partir de Pernambuco, agora mutado em Accioli ou Accioly. Serviu nas guerras contra os holandeses. Teve mercê do hábito da Ordem de Cristo [26.03.1647], pelos serviços prestados em Olinda e no cerco da Cidade de Salvador feito pelas tropas do conde de Nassau. Fidalgo da Casa Real. Entre os seus descendentes, cabe registrar: I - o filho, João Batista Accioli [04.1623, Santo Antônio do Cabo, PE 1677], Fidalgo da casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Capitão de Cavalos da Freguesia do Cabo [Patente de 22.03.1667], Sentou praça para combater os holandeses [1647]. Capitão de Infantaria. Capitão de Cavalaria da freguesia do Cabo [PE, Patente de 22.03.1667]. Sargento-Mor da Comarca de Pernambuco. Vereador de Olinda [1652], e Juiz Ordinário [1655, 1662 e 1667]. Teve o foro de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, com moradia ordinária, por serviços prestados no Recife [Alv. 23.03.1669]; II - o filho, Zenóbio Accioli de Vasconcellos [31.04.1619, Olinda, PE - 1697], Mestre de Campo, tendo servido nas guerras de Pernambuco. Assentou praça em 04.1634, servindo em Pernambuco, até 12.07.1680, passando por Alferes, Capitão de Infantaria, Capitão da Capitania de Itamaracá, Capitão de Cavalos da guarda de Francisco de Brito Freire, Coronel das Cavalarias da Ordenança de toda a Capitania de Pernambuco e Mestre de Campo [Patente Real de 22.10.1681], para um dos Terços da guarnição da praça de Pernambuco, na vaga aberta pelo falecimento de João Soares de Albuquerque. Lutou nos combates dos Afogados e nas duas batalhas dos Guararapes. Teve o foro de Fidalgo da Casa Real, Alcaide-mor da Cidade de 23 Olinda e Comendador de S. Miguel da Ribeira de Oro, na Ordem de Cristo; III - o neto, Felipe de Moura Accioli [c.1642, PE - d. 1710], Vereador à Câmara de Olinda [[1692]. Juiz Ordinário da Cidade de Olinda [1703]. Alcaide-mor de Pernambuco, em sucessão a seu pai, por Carta Régia de 20.03.1705 [Posse a 09.1707]. Comendador da Ordem de Cristo e Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; IV - o neto, Gaspar Accioly de Vasconcellos, Senhor do Engenho de Santo André, na Cidade da Paraíba. Alcaide-Mor da Cidade da Paraíba. Membro do Senado da Câmara da Paraíba [1732]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; V - o bisneto, João Baptista Accioly de Moura [- d. 1761, PE], Senhor do Engenho da Tabatinga, Alcaide-mor da Cidade de Olinda e da Vila do Recife [Carta Régia de 21.01.1711; posse a 06.07.1712]. Fidalgo da Casa Real. Ainda vivia em 1761, em idade avançada; VI - a bisneta, Inácia Vitória de Barros Wanderley, que por seu cas., com seu primo Sebastião Lins, tornou-se a matriarca da família Accioly Lins; VII - o bisneto, Zenóbio Accioly de Vasconcelos [- d. 1761, Ipojuca, PE], senhor do engenho do Meio de Ipojuca [PE]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; VIII - o bisneto, João Baptista Accioly, «Janjão da Capiana», senhor do engenho da Capiana, em Porto Calvo [Alagoas]; IX - o terceiro neto, João Baptista Accioly de Moura, que por falecimento de seu irmão mais velho, ficou sendo o herdeiro da Alcaidaria-Mor da Cidade de Olinda. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Capitão de Auxiliares do Terço de Itamaracá; X - a terceira neta, Inácia Vitória de Barros Wanderley, que por seu casamento tornou-se a matriarca de um dos ramos da família Accioly Lins (v.s.), de Alagoas; XI - a quarta neta, Rosa Leonarda Accioly [c.1784 -], que por seu casamento com o negociante José Pinto Coelho, tornou-se a matriarca da família Pinto Accioly (v.s.), do Ceará; XII - o quinto neto, José Inácio Acciaiuoli de Vasconcelos Brandão [c.1758, SE - 08.02.1826, Ilha de Itaparica], riquíssimo proprietário e comerciante, em Salvador, Bahia. Em 1801, era Tenente-Coronel. Em 1810 solicita reforma no posto de brigadeiro, o que é concedido. Em 1806 hospeda em Salvador a Jerônimo Bonaparte; XIII - o quinto neto, o desembargador Ignácio de Barros Accioly de Vasconcellos [c.1782, Alagoas do Sul -], bacharel em Direito, pela Universidade de Coimbra, examinado em 1807. Fez sua leitura a 16.05.1810; XIV - a quinta neta, Antônia Nogueira Accioly [c.1806 -], que por seu casamento com o português José Pinto Nogueira, tornou-se a matriarca da família Nogueira Accioly (v.s.), do Ceará; XV - o quinto neto, Inácio Accioly de Vasconcelos [c.1785, AL -], Magistrado. Matriculado no curso de Direito da Universidade de Coimbra [02.10.1802]. Bacharel em Cânones [1807]. Leitura de Bacharel [16.05.1807]. Doutor em Direito [1811]. Retornou ao Brasil em 1812. Juiz de Fora na Vila da Ilha Grande [RJ, 1813-1817] e de Macaé [RJ]. Membro do Senado da Câmara da vila das Alagoas [1822]. Deputado Constituinte por Alagoas [1823]. Desembargador [1822]. Presidente da Província do Espírito Santo [Nomeado a 25.11.1824, Posse a 24.02.1824 e Período: 1824 a 21.10.1829]; XVI - o sexto neto, José Ignácio Accioly de Vasconcellos [1817, Rio de Janeiro, J - 19.07.1881, Rio, RJ], bacharel em direito pela Faculdade de Recife [PE-1837]. Juiz de Direito da Comarca do Alto Amazonas [13.07.1839]. Juiz de Direito da 2.ª vara criminal de Belém [20.11.1841]. Serviu, ainda, nas Comarcas de Niterói [RJ, 25.09.1844], de Vitória [ES, 04.08.1855], do Serro [MG, 29.03.1850], de Itapicuru [22.11.1855] e de Abrantes [13.09.1859]. Desembargador da Relação de Pernambuco [19.01.1861]. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça [15.02.1879]. 4.º Vice-Presidente da Província do Espírito Santo [Nomeado a 27.04.1846; e nessa qualidade assumiu a presidência, a 27.05.1846, onde permaneceu até 21.09.1846. Cavaleiro da Ordem de Cristo [15.11.1846]. COR [11.10.1848]; XVII - o sexto neto, Ignácio Accioly de Vasconcellos [1820, Rio - 21.05.1889, Rio, RJ], Oficial de marinha, Capitão de Mar e Guerra, Chefe de Divisão; XVIII - a sexta neta, Leonor Felisberta Accioly [24 30.08.1901, Rio, RJ], que, por seu casamento, na importante família Pereira Franco (v.s.), da Bahia, tornou-se a baronesa de Pereira Franco; XIX - o sexto neto, o historiador Ignácio Accioly de Cerqueira e Silva [c.1807, Coimbra 01.08.1865, Rio, RJ]. Serviu na milícia cívica, tendo sido reformado no posto de Coronel Chefe de legião da Guarda nacional da Bahia. Tenente-Coronel honorário do exército. Comendador da Ordem da Rosa. Comendador da Ordem do Cruzeiro [20.07.1824]. Oficial da Ordem da Rosa [25.03.1845]. Comendador da Ordem de Cristo. Autor, entre outras, das obras Corographia Paraense (Bahia, 1835), e as Memórias Históricas da Bahia (6 volumes, 1835-1852). XX - o sétimo neto, Francisco de Barros Accioly de Vasconcellos [23.09.1847, N.S. dos Prazeres, Maceió, AL - 25.09.1907, Rio, RJ], que se alistou como praça nos Voluntários da Pátria [12.04.1865]. Alferes [15.04.1865]. Fez a Campanha do Paraguai, participando das batalhas de Humaitá, Tuiutí, Curupaiti e Chaco. Saiu ferido na batalha do Itororó [06.12.1868]. Capitão [01.09.1869]. Major [28.02.1870]. Reformou-se com honras de Tenente-Coronel do Exército. Secretário do Arsenal de Guerra da Corte, chefe de seção da Secretaria de Agricultura e Inspetor-Geral de Terras e Colonização, cargo em que se aposentou. Oficial da Ordem da Rosa e Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro; XXI - o sétimo neto, Inácio de Barros Accioly de Vasconcellos [11.12.1848, Maceió, AL 31.05.1878], poeta e teatrólogo. Ainda, entre os descendentes daquele casal tronco, registra-se o barão do Rio Formoso, que segue no título dos Accioly Lins. XXII - o oitavo neto, José Cavalcanti de Barros Accioli [c.1878, Porto Alegre, RS ], professor catedrático do Colégio Pedro II. Diretor do Ginásio Petropolitano [RJ, 1920-1930]; XXIII - o nono neto, Roberto Bandeira Accioly [17.01.1910, Rio, RJ ], bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito [RJ]. Professor suplementar do Colégio Pedro II. Professor catedrático de história do mesmo colégio. Secretário Geral de Educação e Cultura da então Prefeitura do Distrito Federal [RJ]. Diretor de ensino secundário do MEC. Diretor do Externato D. Pedro II. Presidente do IBGE e Membro do Conselho Federal de Educação. Subsecretário Estadual de Educação e Membro do Conselho Estadual de Cultura [1982-1986]. Com geração do seu cas. com Maria da Glória de Paes Leme; XXIV o nono neto, Alair Accioly Antunes [1892 - 02.06.1972], médico. Secretário de educação da então Prefeitura do Distrito Federal [RJ]. Presidente do Conselho deliberativo do Fluminense Football Club; XXV - o nono neto, Francisco Eduardo Accioly Rabello [31.12.1905, Rio, RJ - 08.1987, idem], médico, dermatologista. Doutor em Medicina pela mesma Faculdade [1926]. Professor livre-docente de clínica dermatológica e sifilográfica da mesma Faculdade [1933]. Chefe do Serviço de dermatologia da Santa Casa [1936]. Catedrático de dermatologia da Faculdade Nacional de Medicina [RJ-1941]. Aposentou-se em 1975 no cago de professor titular da Faculdade de Medicina da UFRJ. Vice-Presidente da Policlínica Geral do Rio de Janeiro; XXVI - o nono neto, Maurício Eduardo Accioly Rabello [06.03.1907, Rio, RJ - 1978], bacharel em Direito pela Antiga Faculdade Nacional [RJ-1928], Desembargador do Tribunal de Justiça do antigo Estado da Guanabara [RJ]; XXVII - o nono neto, Gustavo Alberto Accioly Dória [17.10.1910, Rio, RJ - 10.12.1979, idem], bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito [RJ]. Crítico de Teatro. Participou dos movimentos de renovação do teatro brasileiro durante os anos 30 e 40. Professor de cursos de teatro no Conservatório Nacional de Teatro e na Escola de Teatro Martins Pena. Autor do livro Moderno teatro Brasileiro: Crônica de suas Raízes [1975]; XXVIII - o décimo neto, o genealogista Francisco Antônio de Moraes Accioli Dória [1945-], engenheiro-químico pela Escola de Química da UFRJ, e o atual genealogista das família Accioly e Dória. Professor Titular de teoria da Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor visitante do Instituto de 25 Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Autor e coordenador da obra «Os Herdeiros do Poder», de cunho histórico, sociológico e genealógico; de «Genealogias Fantásticas» (in Boletim do Colégio Brasileiro de Genealogia, N.º 8, 05.1989, fl.1). Patrono da Cadeira número 4 do Colégio Brasileiro de Genealogia, que teve por primeira ocupante, a genealogista a embaixatriz Gilda de Azevedo Becker von Sothen [ver Família Barros de Azevedo]. Foi ocupante da Cadeira N.º 5, do Colégio Brasileiro de Genealogia, cujo patrono é o genealogista Roque Luiz de Macedo Paes Leme [ver família Paes Leme]. (Boletim do Colégio Brasileiro de Genealogia, N.º 8, 05.1989, fl.2). Ainda, entre os descendentes daqueles patriarcas, registram-se: XXIX - o engenheiro João Baptista Accioly Júnior [15.05.1870, Maragoji, AL -], engenheiro e político. Diplomado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro [1899]. Professor da escola Normal do Ceará [1890]. Secretário do Interior. Deputado Estadual [1892-1895]. Deputado federal [18971899]. Senador Federal, pelo Ceará [1909]. Foi fundador e professor da Faculdade de Direito do Ceará; XXX - André Accioly de Vasconcelos, natural da Paraíba, mártir do movimento revolucionário de 1817 Sargento da tropa de linha da guarnição. Leal e denodado patriota, acompanhou até a ultima peripécia o movimento liberal. Esteve nos cárceres da Bahia até 1821, de onde saiu, vindo a servir à causa da independência(Almanak da Paraíba, 1899); XXXI - Senador Francisco Accioly Rodrigues da Costa Filho [05.03.1920, Paranaguá, PR 13.11.1979, Curitiba, PR], advogado. Professor Universitário. Chefe de Gabinete da Secretaria de Viação e Obras Públicas [1942]. Chefe de Gabinete da Secretaria do Interior e Justiça e Segurança Pública [1943]. Diretor da Penitenciária Central [1943-45]. Delegado Auxiliar da Polícia Civil. Professor de Direito Penal. Presidente do Instituto de Direito Criminal do Brasil. Deputado Estadual [194751; 1951-55; 1955-59]. Primeiro Presidente da ARENA no Paraná. Líder da Bancada Oposicionista da Assembléia Legislativa do Paraná [1951-55]. Presidente da Assembléia Legislativa [1956-1957]. Deputado Federal [1959-63; 1963-67; 1967-71]. Vice-Presidente [1968-1969] e Presidente [1969] da Câmara dos Deputados. Na Câmara foi Membro da Comissão Especial do Código Civil e de Constituição e Justiça. Senador [01.02.1971 - 31.01.1979]. No Senado, foi VicePresidente [1971-73] e Presidente [1975] da Comissão de Constituição e Justiça, e Membro das Comissões de Relações Exteriores e Serviço Público. Relator do Projeto do Código Civil. Presidente do Instituto de Direito Criminal do Brasil. Membro da Comissão Especial de Elaboração da Constituição Federal de 1967. Heráldica- I - Por tradição antiga - doc. na metade do século XIII: um escudo de prata, com um leão de azul, armado e linguado de vermelho. Timbre: o leão do escudo - derivam-se das armas idênticas de Brescia, de onde teria fugido, em 1160, Gugliarello Acciaioli. É certo que os Acciaiolis já usavam destas armas pelo menos na segunda metade do século XIII, porque Leone de’Signori teve-as colocadas em seu túmulo, e Leone faleceu por volta de 1300; II - Do Grãosenescal Nicola Accioly: um escudo de prata, com um leão de azul, armado e linguado de vermelho, e segurando o leão com as garras uma haste de [sem definição da cor] onde está preso um pendão de azul, desfraldado em chefe e voltado para sinistra, carregado de três flores-de-lis de ouro; Século XVI: III - De Simone Acciaioli - passada a 27 de Dezembro de 1529, pelo Rei D. João III, que ele justificara perante o Desembargador do Paço, para o que apresentou uma carta patente selada pelo Senado de Veneza e assinado pelos Priores (ministros do Supremo Conselho) a 14 de Agosto de 1515: um escudo de prata, com um leão de azul, armado e linguado de vermelho. Elmo: de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de prata e azul. Timbre: o mesmo leão das armas. Houve diversos troncos genealógicos desta família com mercê de cartas de brasões de armas: os de Florença, Roma e Sicília (Riestap, I, VI). IV - Outros: um escudo de 26 prata, com um leão de púrpura segurando na destra uma flor-de-lis de vermelho; bordadura de vermelho, carregada de cinco castelos de prata. Timbre: um dos castelos. V - Outros: um escudo de prata, com um leão de azul, armado e linguado de vermelho, carregado na espádua de uma flor-de-lis de ouro, tendo um coronel do mesmo enfiado na pétala central. 27 COSTA DE ARRUDA MARCOS ROGÉRIO COSTA DE ARRUDA ARRUDA 28 COSTA Sobrenome de origem geográfica (Antenor Nascentes, II,81). Foi tomado da quinta da Costa, comarca de Guimarães, Portugal, com torre e casa forte, de que foi senhor Gonçalo da Costa, no tempo de D. Afonso I, o 1.º rei de Portugal, em 1129. Esta propriedade ficou em mãos dos seus descendentes até o ano de 1400, quando a perderam por crimes. É uma família muito extensa, que se divide em muitos ramos com casas muito ilustres (Sanches Baena, II,54). Há, também, inúmeras famílias com este sobrenome, de origem uruguaia, espanhola e italiana. Algumas, originárias de Gênova. Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Costas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Costa. O mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Costa se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, está a família de Baltazar da Costa, [c.1565- ?], que deixou larga e importante descendência, antes de 1595, com Andreza de Souza [c.1575 - 1655, Rio, RJ], filha do cap. João de Souza Pereira Botafogo, patriarca desta família Botafogo (v.s.), de São Paulo e Rio de Janeiro (Rheingantz, I, 415). Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Jerônimo da Costa - detalhes adiante, na linha indígena; II - o neto, padre vigário Gaspar da Costa [c.1617, Rio, RJ 04.12.1673, idem]; III - o neto, Francisco da Costa [bat. 06.05.1641, Rio, RJ -], padre da Companhia de Jesus; IV - o neto, Francisco da Costa II, clérigo do hábito de São Pedro; V - o neto, frei Paulo da Costa [bat. 18.01.1632, Rio, RJ Lisboa], carmelita; VI - o bisneto, licenciado Francisco da Costa Barros [bat. 15.09.1656, Rio, RJ -]. Rheingantz registra mais 282 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel de Milícias Bento José da Costa [1758, Portugal - 1834, Recife, PE], filho de Antônio José da Costa e de Maria. Deixou numerosa descendência do seu cas., c.1794, com Ana Maria Teodora [1772, Recife, PE - 1844, Recife, PE], filha de Domingos Afonso Ferreira. Foram pais, entre outros, de Manuel José da Costa [1809-1883], barão das Mercês - detalhes adiante. Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a família de Fructuoso da Costa, que veio degredado do reino para a capitania do Espírito Santo. Em 1573, entrou em S. Paulo no exercício do cargo de escrivão da câmara. Deixou geração de seu cas., por volta de1575, com Beatriz Camacho (AM, Piratininga, 43). Ainda, sobre outros Costas, em São Paulo, ver: Américo Moura, Piratininga, 44; e Silva Leme, I, 9, 15, 49; VII, 429; IX, 57. No Rio Grande do Sul, entre outras, encontra-se a família de Manuel Antônio da Costa, que deixou numerosa descendência de seu cas., c.1805, com Laureana Barcelos de Lima. Deste casal, descendem: Martins Costa, Machado Costa, Borba Costa, Costa Germano, Costa Hoffmann, Netto Costa e os Tavares Costa. Sobrenome de uma família originnária da Itáliaestabelecida no século XIX, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), para onde passaram em 1888, Domenico Costa [1822 -], com a esposa e Pietro Costa [1863 -], com a esposa. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida no Pará, que teve princípio em Francisco Galdêncio da Costa [c.1800, Portugal -], que deixou ilustre descendência do seu 29 cas. com Ludovina Madalena da Costa. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Comendador Francisco Galdêncio da Costa [25.10.1827, Portugal - d.1889], patriarca da família Brício da Costa (v.s.), do Pará; II - a filha, Matilde Isabel da Costa, que foi casada na importante família La Roque (v.s.), do Pará; III - a filha, Emília Ludmila da Costa, que também foi casada na família La Roque (v.s.), do Pará. Sobrenome de diversas famílias estabelecidas no Pará, oriundas da Praça de Mazagão, em África. Entre outros, registram-se: A - Domingos da Costa, falecido antes da migração das famílias de Mazagão, para o Pará. Deixou geração do seu cas. com Rosa Maria de Souza, que, no estado de viúva, migrou para o Pará, compondo o grupo 340 famílias que embarcaram para o Brasil em 1770, estabelecendo-se na nova colônia de Mazagão. Rosa Maria integrava a família n.º 33, do corpo de Infantaria da 1.ª Companhia, recebendo 144$557 RS. de praça e moradia. Veio em companhia de dois filhos e de um sobrinho, a saber: I - o filho, João da Costa, encabeçando o grupo, com 191$993 de moradia, tença e praça; e II - o sobrinho, João da Costa Ribeiro, com 14$615 de sua praça. No Piauí, entre muitas, registra-se a família de Antônio Florêncido da Costa, nascido por volta de 1818, que deixou larga descendência do seu cas. com Delfina Fortes de Menezes, da antiga família Fortes (v.s.), do Piauí. Ainda no Piauí, há a família de José de Oliveira Costa, que, ao que parece, foi proprietário de um Colégio em Teresina. Deixou importante descendência do seu cas. com Emília Francisca de Moura. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Desembargador Odylo de Moura Costa, nascido no Piauí, por volta de1868. Bacharel em Direito pela Faculdade de Recife, em 1893. Deputado pelo Maranhão. Candidato ao Governo do Maranhão. Deixou geração de seus dois casamentos: o primeiro, com uma filha do Coronel Falcão, da Fazenda Castelo; e o segundo, com sua prima, Maria Aurora Alves, filha de Maurício Fernandes Alves Sobrinho e de Florinda de Oliveira Costa; II - a filha, Amélia Costa, que deixou geração do seu cas. com Joaquim Antônio de Noronha. Foram pais do ilustre engenheiro Antônio Alves de Noronha [16.09.1904, Teresina, PI -], professor catedrático da Faculdade Nacional de Engenharia, RJ [1943], da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica e da Escola Técnica do Exército. Docente Livre da Escola Nacional de Arquitetura, RJ; III - o neto, o escritor Odilo de Moura Costa Filho, nascido no Piauí. Membro da Academia Brasileira de Letras; IV - o neto, o jornalista Álvaro Alves da Costa, que deixou geração do seu cas. com Rafaela Cecília Barata, filha do jornalista e advogado Hamilton Antônio Lopes Freire Barata, e terceira neta do Coronel Francisco José Rodrigues Barata Freire, patriarca desta tradicional família Barata (v.s.), do Pará. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio de Janeiro, entre outras, cabe assinalar a de André da Costa, nasc. c.1592, filho de Aleixo da Costa e de Jerônima da Costa, «índia da terra». Deixou geração, em 1622, com Maria Páscoa, pela qual corre o sobrenome; e a de Agostinho da Costa, que deixou geração, em 1631, com Paula, «índia do gentio da terra», da casa de Francisco Fernandes de Aguiar (Rheingantz, I,412). O citado Jerônimo da Costa [c.1597, Rio, RJ - 13.05.1647, idem], do ramo carioca, foi casado com Maria Pedrosa, irmã de Domingos Pedrosa de quem não teve filhos. Porém com uma índia, serva de Amador Ribeiro, teve um filho ilegítimo por nome Miguel. Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Pedro da Costa, «crioulo» [escravo de Domingues Aires de Aguirre], que deixou geração, por volta de1649, com Maria, «preta forra» [ex-escrava do licenciado Antônio Guerreiros] (Rheingantz, III, 174); e a de Teresa da Costa de Jesus «forra», nasc. Rio, filha de Maria da Costa, cas. em 1689, RJ, com dispensa de diferença de condição, por ser ela forra, e seu marido, o «pardo» Bartolomeu Langosta, ainda escravo da Santa Casa de 30 Misericórdia (Rheingantz, II,381). Rheingantz registra mais 7 famílias de origens africana, com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Filipa da Costa, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Esposa de Fernão de Lemos, contratador, falecido antes da condenação de sua mulher. Cristãos Novos: Na Bahia e no Rio de Janeiro, houve perseguição à numerosa família Paredes da Costa (v.s.), que procedia de Antônio Paredes, cas., por volta de 1552, com Violante da Costa, de origem judaica. Para São Paulo, ver a família Costa Mesquita. Sobrenome de algumas famílias de origem judaica estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre outros, registram-se: I - Abraham de Costa, comprador de gêneros no Recife em 1642; II - Abraham Joseph Costa, documentado em 1646; III - Catarina Costa, em 1646; IV - Dauid da Costa, em 1642, 1646 e 1648. Signatário dos estatutos da Congregação Tsur Israel, no Recife]; V - Diogo Gomes da Costa, em 1639; VI Gaspar Fernandes Costa, em 1637; VII - Issac da Costa, em 1636, 1639 e de 1641 a 1646; VIII - João da Costa, em 1646; IX - José da Costa, em 1646 e 1650; X - Joseph da Costa, em 1644, 1645, 1647, 1648, 1651 e 1652 [Signatário dos estatutos da Congregação Tsur Israel, no Recife]; e XI - Sara da Costa, em 1649 (Wolff, Brasil Holandês, 33). Ainda em Pernambuco, entre outras, registra-se Ana da Costa, 1/2 de «cristã nova», filha de Pero da Costa, «cristão novo». No Rio de Janeiro, registra-se outra Ana da Costa [c.1636, RJ - ?], «cristã nova», saiu no auto-de-fé de 1684. Na Bahia, Antônio Lopes da Costa, «cristão novo», morador em Salvador, saiu no auto-de-fé de 1729. Em São Paulo, Teotônio da Costa, «cristão novo», morador em São Paulo, saiu no auto-de-fé de 1686 (Wolff, Dic., I, 47-51). Registra-se, o Auto-de-fé celebrado na igreja do convento de S. Domingos de Lisboa, a 26.11.1684, a lista das pessoas que saíram confessas no crime de judaismo, entre outros, José da Costa, «cristão-novo», lavrador, natural de Lisboa e morador na vila de São Paulo. Nobreza Titular: Manuel José da Costa [1809 - 05.11.1883], citado acima, ramo de Pernambuco. Deputado, Agricultor e Coronel da Guarda Nacional. Membro da Aristocracia rural canavieira. Foi agraciado com o título [24.08.1870] de barão das Mercês. Deixou extensa descendência do seu cas., em 1831, em Recife, com Caetana Cândida Gomes [1811, Recife - Recife]. Casado, em segundas núpcias, com Maria Felismina da Costa. Heráldica: I - em campo de vermelho, 6 costas de prata firmadas, e postas em 2 palas - 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas do escudo, em aspa, atadas com um torçal vermelho; II - Costas de Alpendrinha: um escudo partido em pala: na primeira, em campo azul, uma roda de navalhas de ouro, com as navalhas de prata; e na segunda, em campo vermelho as seis costas de prata, postas 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas em aspa atadas com um torçal vermelho (Sanches Baena, II,54). Século XVI: III Francisco da Costa - Carta de Brasão de 10.05.1571: as armas dos Costas [item I]. Diferença: um cardo dourado, florido de azul. 31 ARRUDA Sobrenome de origem geográfica. De arruda, substantivo comum (Antenor Nascentes, II, 28). Do lat. ruta; espanhol ruda, italiano ruta, francês rue. Nome de um gênero de plantas da família das rutaceas. É planta medicinal, usada principalmente como estimulante. Vila de Portugal - Arruda dos Vinhos - cabeça do concelho, comarca de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa. Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, está a de Ascenço Arruda (n.c.1601), que deixou descendência do seu casamento com a mulata Lourença, solteira, e pertencente a casa de Baltazar Gonçalves (Rheingantz, Famílias do Rio de Janeiro, I, 138). Ainda, no Rio de Janeiro, originárias das ilhas portuguesas, registram-se; I - a família de Francisco Vieira Arruda, natural de Angra (Ilha Terceira), que veio em 1779(Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); II - a família de João Luiz Arruda, natural de Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1787 (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); III - a família do padre José Nicolau Arruda, natural da Ilha Terceira, que veio em 1813 (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil). No Cearáhá uma antiga família com este sobrenome, originária dos Açores, que teve princípio no Cap. Amaro José Arruda [c.1779, Ilha de S. Miguel- 1832, Sobral, Ceará], filho de Pedro de Viveido e de Francisca dos Anjos. Deixou numerosa descendência, em parte, hoje, no Rio de Janeiro, do seu cas. com Ana Maria da Conceição, natural de Mamanguape, Paraíba, filha de José Ferreira da Costa, e bisneta de Gonçalo Ferreira da Ponte, patriarca da família Ferreira da Ponte (v.s.), do Ceará e Pernambuco. Em Goiás, entre outras, há a antiga família de Manuel Pedro de Arruda, nasc. no então arraial de MeiaPonte, em 1825. Deixou larga descendência da sua união com Antônia de Sousa Moura (J.Jayme, Pirinópolis, IV, 25). Para São Paulo, veja a família Arruda Botelho. Linha Africana: No Rio de Janeiro, a de Ascenço de Arruda, que deixou geração, em 1631, com Lourença, «mulata», da casa de Baltazar Gonçalves (Rheingantz, I, 138). Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, Joaquim de Souza Arruda, nat. de Pouso Alegre (MG), «filho natural» de Ana Silveira, foi cas. em 1836, Itajubá (MG), com Maria Dias de Jesus, nat. de Pouso Alegre (Monsenhor Lefort - Itajubá). 32 FILGUEIRAS DE ATHAYDE, RODRIGUES DE ATHAYDE e ATHAYDE DE BRITO PERICLES FILGUEIRAS DE ATHAYDE, MARCOS TULIO RODRIGUES DE ATHAYDE e ROGÉRIO JOSE ATHAYDE DE BRITO 33 ATHAYDE Sobrenome de origem geográfica. Lugar do Minho. Do germânico: gótico atta, que significa “pai”, e * hildis, que significa “luta” (Antenor Nascentes, II, 30), Este sobrenome foi tomado no século XIII, do solar da família, que era a torre de Ataíde, na freguesia de S. Pedro, concelho de Santa Cruz de Riba-Tamega, no Minho, Portugal(Carrafa, XII, 205). Felgueiras Gayo, seguindo o Nobiliário do conde D. Pedro, principia esta família em D. Martinho Viegas de Ataíde, que foi o primeiro que usou este sobrenome por ser Senhor da Torre de Ataíde, na freguesia de S. Pedro de Ataíde, Comarca da Cidade do Porto (Gayo, Ataides, Tomo III, § 1, 65). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Ataídes existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Ataíde. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Ataíde, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, uma das mais antigas famílias com este sobrenome, procede de João de Ataíde, nasc. por volta de 1619, que deixou descendência do seu casamento com Domingas Gonçalves. Em São Gonçalo, Município do Estado do Rio de Janeiro, entre as mais antigas, está a de João de Ataíde Freire, que deixou geração, em São Gonçalo, do seu cas., por volta de 1650, com Domingas da Fonseca. Foram pais de Maria de Ataíde, cas. a 12.01.1673 em São Gonçalo. com Afonso Vaz da Veiga; e Marta de Ataíde, cas. a 22.10.1679 em São Gonçalo, com Manuel Luiz Cardoso, filho de Paulo Cardoso de Azevedo. Em Pernambuco, entre as mais antigas, está a de Diogo de Athayde, morador na Vila de Serinhaém, nasc. por volta de 1655 (Borges da Fonseca, I, 203). Foram avós de Antônio de Ataíde de Albuquerque, que serviu na Guerra Holandesa. Achava-se em 1635 na defesa de Serinhaém, de onde saiu ferido, em quatro batalhas navais e nas duas de Guararapes. Por esses serviços foi nomeado juiz de órfãos de Serinhaém em 28.05.1656. Há um grande tronco genealógico com este sobrenome estabelecido na Bahia, que procedem do Coronel Leandro Antônio Athayde (1742- 1815), de quem descendem os Athayde Santos, Castro Athayde, Athayde Pereira, Spinola Athayde, Pinto Athayde, etc. No Paraná, também existem famílias com este sobrenome. Ainda, na Bahia, a família de Domingos Mendonça de Athaide, proprietário de uma loja de modas, em 1881, na rua Conselheiro Dantas, Salvador. No Pará, entre as mais antigas, registramos a de Bartolomeu Barreiros de Ataíde, nomeado, em 1649, a Cap.-Mor de uma grande bandeira para descoberta das minas do rio Agurico ou do Ouro. Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, Matias da Costa Ataíde, nat. de Ouro Preto, «filho natural» de Ana da Conceição, foi cas. em 1803, Itajubá (MG), com Rosa Maria, filha de José da Costa Camargo e Catarina de Sene (Monsenhor Lefort - Itajubá). Linha Indígena: em Pernambuco, a família de Gaspar Dias de Athayde [c.1549-], estabelecido em Serinhaém, que ainda vivia em 1580, em Olinda. Deixou geração do seu cas. com Brites de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque e da índia Maria Arcoverde - patriarcas de um dos ramos da importante família Albuquerque (v.s.), de Pernambuco (Borges da Fonseca, I, 32). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Registra-se, em Portugal, no Auto-de-fé celebrado a 11.03.1668, a condenação de Isidoro de Athayde, 27 34 anos, militar, por «crime de ser judeu». Filho de Gaspar de Athayde. Registra-se, ainda, em Portugal, no Auto-de-Fé datado de 20.09.1733, a condenação a cárcere e hábito perpétuo de João de Ataíde de Vasconcelos, 34 anos, filho de Lourenço Manuel de Vasconcelos, capitão-mor de Lamego. Seu irmão Francisco Guedes de Ataíde, 36 anos, foi condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, açoites e galés, no Auto-de-Fé datado de 24.07.1735, como judeu relapso. Tamb;em saiu condenada sua irmã Ana Teresa de Vasconcelos, 21 anos, a cárcere e hábito perpétuo em 0109.1737 (Flávio Mendes de Carvalho, Raízes Judaicas, 80). Heráldica: São suas armas em campo azul quatro bandas de prata; timbre uma onça azul bandada de prata, em ação de saltar. 35 BRITO 36 Sobrenome de origem geográfica. Família mais antiga do que a fundação de Portugal, à qual pertence Artur de Brito, que em 1033, fizera uma doação ao mosteiro que fundou no julgado de Vermoim (Sanches Baena, II, XXXIV). Tem seu solar na Freg.ª de Brito, perto do Mosteiro de Oliveira. Felgueiras Gayo, principia esta família em João Anes de Brito, casado com Madalena da Costa, filha de Gonçalo da Costa, Privado de D. Afonso III, Rei de Portugal em 1245 (Gayo, Britos, Tomo VII, 67). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Britos existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Brito. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Brito, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, temos a de Antônio de Brito (n.c.1587), casado com Esperança da Fonseca (Rheingantz, I, 267). Rheingantz registra mais 13 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVIe XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre outras: a de Francisco de Brito [doc. 1576 a 1585] (Américo Moura, Piratininga, 27). Ainda, em São Paulo, a numerosa descendência de Diogo Pires [c.1568 1650], neto de Salvador Pires, patriarca de uma antiga e importante família Pires (v.s.), de São Paulo. O sobrenome Brito entrou em sua descendência, por via do seu casamento com Isabel de Brito [? -1650, SP] (Pedro Taques, II, 110). Continuando com São Paulo, ver a família Brito Frazão (v.s.). Em Pernambuco, entre outros, os Brito Bastos, Brito Borges, Brito Pereira, e os Brito Maciel - estes, emigrados para o Cariri, Paraíba. Sobrenome de uma antiga família, de origem portuguesa, procedente de João Annes de Brito, que viveu no tempo do Rei Afonso III, de Portugal, e deixou numerosa descendência do seu casamento com Madalena da Costa. Foram avós de D. Martinho Afonso de Brito, Bispo de Évora, que instituiu o Morgado da Fonteboa, em 02.07.1349. Dele, descendem diversos Britos, que passaram à Bahia. Entre os descendentes de D. Martinho, bispo de Évora, registram-se: I - o sétimo avô de Estevão de Brito, que passou ao Brasil, onde foi o patriarca da família Brito de Freire (v.s.); II - o nono neto, Antônio de Brito de Castro, patriarca dos Brito de castro (v.s.), da Bahia. Ainda na Bahia, registra-se a família Brito Cassão, procedente de Bento de Brito Cassão, natural de Arco de Valdevez, filho de Diogo Rodrigues Aranha e de Jerônima dos Guimarães. Escudeiro Fidalgo da Casa Real (Alv. 21.03.1647). Deixou geração do seu casamento, na Bahia, com Antônia de Sá, filha de Valentim de Faria Vasconcelos e de Felipa de Sá (Jaboatão, 1305); e a de Manuel de Brito, filho de Pasqual Rodrigues de Brito e de Simoa de Brito. Passou de Portugal para a Bahia, onde deixou geração do seu casamento com Josefa Maria Peçanha, filha de Francisco Machado Peçanha e de Maria Carneiro (Jaboatão, 1237). Francisco Carvalho Franco, em seu Nobiliário Colonial, registra João de Brito, natural da Bahia, filho de Antônio de Brito, que teve mercê do hábito da Ordem de São Tiago, em 12.04.1655, pelos serviços prestados em Jaguaripe contra o gentio bravo, na defesa da cidade do Salvador, sitiada pelo conde Maurício de Nassau, no recontro de Itaparica e pela boa informação que o conde de Castelo Melhor, governador-geral do Brasil deu a seu respeito, quando proveu numa companhia de ordenança do distrito de Sergipe (pág. 42); II - João Soares de Brito, natural de Arcos de Val de Vez, filho de Sebastião de Brito. Teve mercê do hábito da Ordem de São Bento de Aviz, em 08.11.1652, pelos serviços prestados na cidade do Salvador, Bahia, por ocasião das guerras holandesas (pág. 42). Indígena: No Rio de Janeiro, a de Antônio de Brito, que deixou geração, em 1617, com 37 Esperança da Fonseca, «mameluca» (Rheingantz, I, 267). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Brasil holandês, Jacob de Brito, morador próximo do Forte de Orange, Itamaracá - documentado em 1654 (Wolff, Dic. I, 29). Heráldica: em campo vermelho, nove lisonjas de prata, em três palas, cada uma carregada de um leão de púrpura. Timbre: um leão lisonjado de prata e vermelho, que alguns fazem vermelho, com uma lisonja de prata na espádua (Sanches Baena, II, XXXIV). Século XVI: De Cristóvão de Andrade - 11.06.1529: um escudo esquartelado com as armas da Família Andrade [I e IV], por parte de seu pai: um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo; e da família Brito [II e III], por parte de sua mãe: iguais as descritas acima. Diferença: uma lua vermelha sobre a cabeça da serpe. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos Andrades. 38 FILGUEIRAS 39 Sobrenome de uma família estabelecida na Cidade do Rio de Janeiro, RJ, à qual pertence Oscar Filgueiras, que deixou geração do seu casamento, por volta de em 1912, com Marietta Martins. Família estabelecida na Cidade de Dores do Indaiá, Estado de Minas Gerais. Família estabelecida em Salvador, Estado da Bahia, à qual pertence Leovigildo Filgueiras, que deixou geração do seu cas., por volta de 1881, com Isabela Filgueiras. 40 RODRIGUES 41 Sobrenome de formação patronímica - o filho de Rodrigo (v.s.). Documentou-se as formas Roderiquici [no ano de 1074], rodoriquici [em 1075], rodoriquiz [em 1081], roderiguiz [em 1079], rodorigiz [em 966], rodrigiz [em 1096] e rodriguez, forma espanhola (Antenor Nascentes, II, 264). Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -iz, -az (escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Portanto Peres (paroxítona/Portugal) e Perez (oxítona/Espanha) têm por significado «Filho de Pedro». Regsitram-se, entre muitas, quatro antigas famílias com este sobrenome, com nrasão de armas diferente: I - Martim Rodrigues, Antônio Rodrigues e Paio Rodrigues, obtiveram as mesmas armas; II - Antônio Rodrigues, outro, principal rei de armas Portugal, no tempo de D. Manuel I, rei de Portugal em 1495; III Paio Rodrigues; e IV - Rodrigues de Varillas (de Salamanca, Espanha). Procede do conde D. Vela, filho de D. Ramiro, fal. em 1094, rei de Aragão. Registra-se, ainda, Diogo Rodrigues das Varillas, que no tempo do rei D. Felipe II, passou a Portugal, onde se casou e seu neto Diogo Rodrigues, em 1629, registrou brasão de armas (Anuário Genealógico Latino, I, 82). Brasil: Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de Braz Rodrigues, carpinteiro da ribeira, com geração de seu cas. com Brígida Ramalho - falecidos antes de 1582. Ainda em São Paulo: Diogo Rodrigues [1560, Santo Amaro], Baltazar Rodrigues [1562, S. Paulo], Braz Rodrigues [1579, S. Paulo], Martim Rodrigues Tenório [1589, S. Paulo], Manuel Rodrigues de Gois [1599, S. Paulo] (AM, Piratininga, 165) e Antônio Rodrigues de Alvarenga [c.1555, Lamego - 1614, SP], de quem também descendem os Alvarengas (v.s.), de São Paulo. Ainda, em São Paulo, registra-se os descendentes de Pedro Rodrigues, que deixou geração do seu cas., por volta de 1899, com Palmira Dumont, filha de Gustavo Dumont. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Rodrigue [26.08.1902 - 31.01.1961], que deixou geração do seu cas. com Yolanda Negrini [1910-1992], integrante da família Negrini (v.s.), de São Paulo; II - a neta, Neide Negrino Rodrigues, filha da anterior. Casada na família Gomes. Ainda em São Paulo, registra-se, entre muitas, a família de Fortunato José Rodrigues [05.04.1895 - 09.04.1971], estabelecido em Itapeva. Residiu na zona rural do Bairro do Colégio no distrito de Itapeva. Com geração do seu cas. com Maximiana Francisca de Oliveira [25.04.1901, Itapeva, SP - 12.10.1988]. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Rodrigues da Cruz [14.11.1922, Itapeva, SP -], que, ainda religioso, setrviu como capelão dos antigos terços cantado de Itapeva. Mestre da tradicional dança de São Gomçalo, a qual aprendeu com seu pai. Deixou geração [nove filhos] do seu cas. com sua prima legítima Ana Joaquina de Oliveira [13.05.1926, Itapeva, SP -], filha de Joaquim Alves da Rocha [18.09.1882, Itapeva, SP - 09.12.1947] e de Maria Joaquina de Oliveira [03.07.1894 - 22.05.1963], irmã de Maximiana Francisca de Oliveira, citada no item I; II - a neta, Marili Oliveira Cruz, filha do anterior; III - a neta, Matilde de Oliveira Cruz, irmã do anterior; IV - o neto, José Hipólito de Oliveira Cruz [13.08.1962, Itapeva, SP-], irmão da anterior. Uma das mais antigas famílias com este sobrenome, no Brasil, tem origem indígena - detalhes adiante. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, cabe mencionar a de Manuel Rodrigues de Alvarenga [c.1605- ?], que deixou geração do seu cas., c.1635, com Barbara 42 de Andrade (Rheingantz, III, 123). Rheingantz registra mais 9 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Ainda no Rio de Janeiro, cabe destacar a família de Carlos José Alves Rodrigues, estabelecid em Cantagalo, Província do Rio de Janeiro. Foi pai do destacado jornalista José Carlos Rodrigues [07.1844, Cantagalo, RJ -], cursou o Colégio Pedro II. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo [1864]. Aos treze anos de idade, ainda estudante do Pedro II, publicou e redigiu um jornal literário, intitulado Gentio. Jurisconsulto. Exerceu um alto cargo no ministério da Fazenda. Em 1862, ainda no terceiro ano de Direito, foi um dos fundadores da Revista Jurídica. Em 1863, ainda no quarto ano de Direito, publicou umas Anotações à Constituição Política do Brazil. Correspondente do Jornal Oficial e do Jornal do Commercio, nos EUA [1866]. Fundou o jornal Novo Mundo [1870-1889]. Fundador e proprietário da Revista Industrial, New York , ilustrada e em portugues [1886]. Durou 10 anos. Adquiriu a propriedade do Jornal do Commercio [1890], pela quantia de três mil e quinhentos contos. .Comendador da Ordem de São Tiago, de Portugal. Conselheiro de Sua Majestade, de Portugal. Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passaram: I - João Antônio Rodrigues Júnior, natural de Portugal, que assinou termo de declaração, a 216.05.1864, onde informa ser católico, ter 40 anos de idade, ser negociante, estar no Brasil há 24 anos incompletos e ser casado com uma brasileira; II - José Maria Rodrigues, nat. de Portugal, que assinou termo de declaração, a 24.02.1864, onde informa ser católico, ter 54 anos de idade, estar há 28 anos no Brasil e ser casado; III - Sebastião Maria Rodrigues, nat. de Ilivo, Bispado de Aveiro, Portugal, que assinou termo de declaração, a 28.02.1848, onde informa ser católico, ter 34 anos de idade, ter vindo para o Brasil com 18 anos de idade, ser marítimo e casado com uma brasileira. Ao registrar a 16.04.1852, sua Carta de Naturalização assinada por D. Pedro II em 04.02.1852, declarou ter de sua esposa brasileira um filho de 19 meses (Spalding, naturalizações, 105). Há uma numerosa família com este sobrenome estabelecida em Minas Gerais, procedente do Estado do Rio de Janeiro. Teve princípio, em Minas, em Antônio José Rodrigues [1819, RJ - 09.07.1891, de moléstia nos pulmões, no Distrito de Santo Antônio de Muriaé, MG], filho de Antônio José Rodrigues e de Teresa de Mendonça. Fazendeiros. Deixou numerosa descendência do seu cas., por volta de 1851, com Maria Florência de São José [1832, São Paulo de Muriaé, MG 06.03.1892, Fazenda de Santa Rita, Distrito de Dores da Vitória do Muriaé, hoje Distrito de Mirai, MG]. Seus descendentes espalharam-se por Mirai, Muriaé, Carangola e no Rio de Janeiro, onde vive uma bisneta, D. Carmen Rodrigues, natural de Carangola, MG, atual estudiosa da genealogia de seus antepassados. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de Estanilau Rodrigues, índio, casado a 30.05.1800, em Rio Grande, RS, com Francisca de Paiva, índia. Em São Paulo, talvez uma das mais antigas do Brasil, há a família do maioral ou cacique do gentio de Ururahy (em São Vicente), de nome Piqueroby [c.1472, Brasil -], pai de Antônia Rodrigues [c.1498, São Paulo -], que recebeu, depois, o nome cristão de Antônia Rodrigues. Deixou numerosa descendência de sua união com Antonio Rodrigues [c.1495-?], encontrado, já em terra juntamente com João Ramalho quando em 1532 desembarcou em S. Vicente Martim Afonso de Souza (Silva Leme). Vindo na expedição de D. Nuno Manuel ou na de Solis, segundo Martins dos Santos, foi um dos colaboradores de Cosme Fernandes no estabelecimento da povoação de S. Vicente, onde ficou morando na banda ocidental, e obteve de Cristóvão Jaques o domínio legal dessas e de outras terras situadas ao sul da povoação. Nesse domínio o manteve Martim Afonso, quando o 43 encontrou com João Ramalho e criou a vila. Ficou morando em São Vicente, no Tumiaru, e foi durante muitos anos oficial da câmara (AM). Antonio Rodrigues, nat. de Portugal estabeleceu-se no espraiado do Tumiaru, limitando com terras fronteiras às do mestre Cosme, bacharel, as quais depois vieram a pertencer a Pedro Correia. Foi grande caçador de índios e sócio da venda de escravos no entreposto do porto das Naus. Ocupou na vila de São Vicente os cargos de juiz ordinário, vereador e almotacel, por volta de 1543 (CF) ((SL) - Silva Leme, I, 47; Américo de Moura, Os povoadores do campo de Piratininga, 160; (CF) - Carvalho Franco, Dic. de Bandeirantes, 342). Na Bahia, tão antiga quanto o ramo paulista, encontra-se a família de Afonso Rodrigues, nat. de Óbidos, que esteve, inicialmente, em S. Vicente com seu amigo Paulo Dias Adôrno, para onde passaram fugindo à perseguições. Juntamente com Adôrno, passou à Bahia e, como ele, foi cas. na mesma família, com Madalena Álvares, filha de Diogo Álvares «Caramuru» e da «ameríndia Guaibimpará», Catarina Paraguaçú. Deixou, também, vastíssima descendência deste casamento. Entre outros, foi pai de Álvaro Rodrigues, também chamado o «Caramuru», fidalgo cavaleiro, com Brasão de Armas de Nobreza. Senhor de Engenho em Cacheira. Na Colônia do Sacramento, a do Sarg. Baltazar Rodrigues de Almeida, que deixou geração, em 1700, com Clara Eugênia, «do gentio da terra». Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Ana Rodrigues «parda», que deixou filhos naturais, cerca de 1670, com Antônio Gonçalves da Cunha [c.1643 - 1702,RJ], por onde segue o sobrenome (Rheingantz, II, 311); e a de Bento Rodrigues de Andrade, que deixou geração da sua união, c.1676, com Ana Rodrigues, «mulata forra» (Rheingantz, III, 123). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Portugal, por exemplo, por ocasião da conversão dos judeus em cristãos novos, registrou-se um Gonçalo Rodrigues, que anteriormente chamava-se Salomão Coleiria. Para o Rio de Janeiro, ver família Rodrigues de Andrade (Wolff, Dic., I, 168). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, há registro de Inácio Rodrigues de Siqueira, nat. de Atibaia (SP), «filho natural» de Francisco Rodrigues Nunes e de Escolástica Nunes, foi cas. em 1772, Itajubá (MG), com Isabel Francisca de Aguiar, nat. de Mogi das Cruzes (SP), «filha natural» de Francisco de Aguiar e de Antônia de Souza Pinto. (Mons. Lefort - Itajubá). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-defé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil de Ana Rodrigues, viúva de João Vaz Leão, mercador, natural e morador na vila de Abrantes. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na praça de Coimbra, a 04.07.1662, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil de Isabel Rodrigues, de 62 anos de idade, viúva de Filipe Rodrigues, tendeiro de Bragança; e a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil de Ana Rodrigues, cristã nova, de 52 anos de idade, mulher de Luis de Paz, sapateiro, de Bragança. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil de Ana Rodrigues, três quartos de cristã-nova, natural de Campo Maior, e moradora em Lisboa. Esposa de Antônio Coelho, soldado. Registra-se, no Autode-fé celebrado na praça da cidade de Coimbra, a 26.10.1664, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil de Justa Rodrigues, cristã-nova, de 37 anos de idade, natural da cidade de Palência, reino de Castela (Espanha), moradora em Vila Flor (Portugal). Esposa de Pedro Alvares Pereira. Nobreza Titular: Manuel Jorge Rodrigues, de família paulista, foi agraciado, por Decreto de 25.03.1845, com o título de 1.º barão com Honras de Grandeza de Taquari. Deixou geração do seu casamento com Maria da Conceição Rodrigues, que segue no título da família Calazans Rodrigues (v.s.), de São Paulo. Heráldica: um 44 escudo em campo de ouro, com 5 flores-de-lis de vermelho e um chefe de vermelho carregado de uma cruz florenciada e vazia do primeiro. Timbre: um leão de ouro, sainte, com uma flor-de-lis do escudo sobre a espádua;; II - 2.º Ramo: um escudo em campo azul, 5 flores de liz de ouro e um chefe cozido de vermelho, carregado de uma cruz florecniada e vazia de ouro. Timbre: um leão de ouro, sainte, com uma flor-de-lis do escudo sobre a espádua; III - de Antônio Rodrigues: um escudo partido: primeiro, de negro, com meia águia de ouro estendida; II, em campo de prata, com faixa de vermelho acompanhada de 2 pombas de púrpura, voantes, uma em chefe e outra em ponta; IV - de Paio Rodrigues: um escuso lisonjado de prata e de veirado de ouro e de vermelho,de 5 traços em banda e 5 em contrabanda. Timbre: um pavão de sua cor, posto de perfil; V - de Pero Rodrigues do Amaral: um escudo em campo vermelho, com um leão nascente de ouro, coroado do mesmo, armado, de prata, com uma espada do mesmo guarnecida de ouro, levantada na mão direita; e chefe cozido de azul, carregado de uma águia sainte, de duas cabeças, coroada de ouro. Timbre: o leãodo escudo; VI - de Espanha: um escudo em campo de ouro, com 4 palas de vermelho; boradura de azul, carregada de 8 cruzes potenteas de prata, cada cruz cantonada de 4 cruzetas do mesmo (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 106). 45 SANTOS BATISTA ROBERTO NEY SANTOS BATISTA SANTOS 46 SANTOS Sobrenome de origem religiosa. Abreviação de Todos os Santos. Dado primitivamente as pessoas nascidas em 1.º de Novembro. (Antenor Nascentes, II, 274). Segue alguns esclarecimentos sobre a origem do sobrenome Santos, elaborados por G.C. Santos: “O vocábulo português que deriva da palavra latina sanctus (-a -um), significa "santo", "consagrado". Originalmente, a idéia que se pode inferir do uso desta palavra é "separação para o serviço prestado às divindades". Quando se refere a pessoas, pode indicar uma pessoa especialmente devotada e distinguindo-se das massas populares. Uma palavra associada a esta, e que ao mesmo tempo precisa ser diferenciada, é o adjetivo sacer (-cra -crum), que significa "sagrado", "que não pode ser tocado, sem ser manchado ou sem manchar", "consagrado". O adjetivo latino sacer indica um estado; e sanctus, o resultado dum acto. Sacer, em termos gerais, tem a hieros como seu correspondente na língua grega. No grego, hieros (equivalente a sacer) denota aquilo que é santo, em e por si mesmo, independentemente de qualquer julgamento ético. O sobrenome português Santos pode ser de origem patronímica. Quando o nome é derivado do primeiro nome do pai, ele é dito como sendo de origem patronímica, e quando é tirado do nome pessoal da mãe, ele é considerado de origem de origem matronímica. Neste caso, Santos é derivado do nome próprio Santo, nome muito popular na Península Ibérica durante a Idade Média. O sobrenome Santos significa assim "filho ou descendente de Santo" . Era muito comum na era medieval, crianças receberem o nome de Santo quando nasciam no dia de "Todos os Santos". O sobrenome Santos pode ter também uma segunda origem. Pode ser habitacional, se referindo aos sobrenomes dos quais a origem se encontra no local de residência do portador original. Nomes habitacionais nos dizem de onde foi saído o progenitor da família, seja uma cidade ou um lugar identificado por uma característica topográfica. Quanto ao sobrenome Santos, este é derivado de uma região na Andaluzia, na Espanha, chamada "Sierra de Los Santos". Uma das mais antigas referências a este nome ou a uma variante é o registro de Martinho dos Santos, religioso português falecido em 1571.” [FONTE: Endereço: http://www.geocities.com/ Heartland/Bluffs /6581/ Santos2.htm]. Em Espanha, a linhagem Santos teve sua origem na vila de Santillana, do partido judicial de Torrelavega (Cantábria), em dita cidade radicou-se a muito antiga e nobre casa solarenga com este sobrenome. Alguns de seus descendentes passaram a residir nos povoados montanheses de Revilla, Ruiloba e Espinosa [Centro Español de Investigación Heráldica - http:// www.ceih.com/heraldicahispana/ presenta.html]. Brasil: Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o território brasileiro: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Piauí, Pará, Bahia, Pernambuco, etc. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Antônio dos Santos [1645, RJ - 1710, RJ], filho de Manuel Afonso e de Beatriz Pereira. Deixou geração do seu cas., em 1675, no Rio, com Inez Rodrigues de Alvarenga [1651, RJ - ?], filha de João Pereira Lobo (Rheingantz, III, 140). Rheingantz registra mais 8 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, entre as mais antigas a de Manuel dos Santos Aires [c.1658, PE - ?], filho de Domingos Fernandes Aires e de Catarina dos Santos. Passou ao Rio de Janeiro, onde deixou geração do seu cas., em 1685, no Rio, com Maria Cardoso (Rheingantz, III, 141). Ainda em Pernambuco, encontra-se a de Benedicto Luiz dos Santos [c.1794, Portugal - ?], 47 que deixou numerosa descendência, estabelecida no Recife, do seu cas., c.1817, com Ana de Santa Úrsula, nat. de Portugal (Pires Ferreira - Mística, 174). Em São Paulo, entre outras, registra-se de origem portuguesa, a família do opulento Sargento-Mor Lopo dos Santos Serra [c.1714, Lisboa - 1785, SP], filho de Pedro Gomes Ferreira e de Antônia Maria Pinto. Sargento-Mor das ordenanças da Cidade de São Paulo. Deixou numerosa descendência de seu cas., em 1739, em São Paulo, com Inácia Maria Rodrigues Vilares [c.1717 - 1769], filha do Cap.-Mor das Minas de Mato Grosso Luiz Rodrigues Vilares, onde foi grande fazendeiro, e de Angela Vieira e, por esta, bisneta de Francisco Vieira de Souza, patriarca desta família Vieira (v.s.), de São Paulo. Entre os descendentes deste casal, registram-se: I - o filho, o Brigadeiro Francisco Xavier dos Santos [c.1743, São Paulo, SP - 1822], cadete [1771]. Capitão do Regimento de Dragões Auxiliares da Capitania de São Paulo [1772]. Capitão de Cavalaria auxiliar da cidade de São Paulo [já em 1781]. Coronel [1788]. Mestre de Campo do 1.º Terço de Infantaria Auxiliar da cidade de São Paulo [1788]. Com a mudança da denominação dos Auxiliares, foi mantido no cargo, com o título de Coronel do 2.º Regimento de Infantaria Miliciana da cidade de São Paulo [1797]. Brigadeiro Reformado [1813]. Tesoureiro da Junta da Real Fazenda de São Paulo. Contemplado com sesmarias: “Caminho Novo e Pirapitingui” [1787], Mogi-Mirim [1795]. Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; II - o filho, o Coronel Joaquim José dos Santos [1746, São Paulo, SP -1828], PortaEstandarte e Alferes do Regimento de Dragões Auxiliares da Capitania de São Paulo. Capitão e Sargento-Mor das Ordenanças da cidade de São Paulo. Almotacé. Vereador [1777]. Juiz Ordinário [1788]. Fiscal da Real Casa da Fundição da cidade de São Paulo. Coronel do Regimento de Infantaria Miliciana da vila de Paranaguá [1797], Benfeitor em obras públicas. Contratador. Negociante de escravos. Exportador de açúcar (Oliveira Melo - Raízes do Militarismo Paulista, 115). Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, que também teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; III - o neto, o Comendador Joaquim José dos Santos Silva [-1876], que foi agraciado com o título [Dec. 07.06.1864] de barão de Itapetininga; IV - a bisneta, Maria Hipólita dos Santos, que por seu primeiro casamento na importante família Rodrigues Jordão (v.s.), de São Paulo, tornou-se a 1.º baronesa de São João do Rio Claro. Foi casada, em segundas núpcias, na importante família Souza Aranha (v.s.), de São Paulo, de onde lhe veio o novo título: marquesa de Três Rios. Em Santa Catarina, entre muitas, registra-se a família de Tomaz dos Santos, que deixou geração do seu cas., c.1830, com Delfina Vitória dos Santos. Foram pais do insigne poeta, sonetista e médico, Dr. Luiz Delfino dos Santos [25.08.1834, Desterro, hoje, Florianópolis, SC - 31.01.1910, RJ]. Doutor em Medicina [RJ]. Senador ao Congresso Constituinte Republicano [SC]. No Acre, cabe registrar Felismino Alves dos Santos, listado entre os primeiros povoadores nas margens do rio Acre, por volta de 1878. Em 1882, estava estabelecido em São Felismino (Castelo Branco, Acreania, 183). Família de origem espanhola estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou, em 1825, Francisco José Santos, natural da Galiza, Espanha, que assinou termo de declaração, a 31.03.1862, onde informa ser solteiro, católico, analfabeto, e ter mais ou menos 52 anos de idade (Spalding, naturalizações, 91). Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passaram, entre outros: I - em 1845, Joaquim Ribeiro dos Santos, natural do Porto, Portugal, filho de Antônio Ribeiro dos Santos e de Maria de Almeida. Assinou termo de declaração, a 10.06.1859, e registrou sua Carta de Naturalização assinada por D. Pedro II em 09.10.1860; II - em 1825, José Francisco dos Santos, natural do Porto, Portugal, que assinou termo de declaração, a 23.06.1851, onde informa ser católico, ser residente no Rio Grande 48 do Sul há 22 anos e ser casado com uma brasileira. Em 17.04.1855, registrou sua Carta de Naturalização, assinada por D. Pedro II em 26.07.1851; III - em 1842, Manuel dos Santos, natural de Vila Nova de Gaia, no Porto, Portugal, que assinou termo de declaração, a 18.09.1858, onde informa ter 47 anos de idade, ser casado, e ter uma filha; IV - Paulo Pereira dos Santos, natural de Portugal, que ao prestar juramento e registrar sua Carta de Naturalização, assinada por D. Pedro II em 04.02.1852, declarou ser casado com uma brasileira e ter com ela dois filhos (Spalding, naturalizações, 105). Família originária do norte da Itália, que compõem a segunda leva de imigrantes, entre 1888 e 1897, para o Município de Ubá, na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, encabeçada por Camilo dos Santos, estabelecido na Fazenda de Sant'Ana da Serra, propriedade do Major José Justiniano Carneiro (Livro Comemorativo de Ubá). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias africanas. Na Colônia do Sacramento, entre outras, registra-se a de Eufemia Maria dos Santos, «parda forra», cas., 1770, Colônia do Sacramento, com Carlos da Costa, «pardo»; e, em Minas Gerais, a de João dos Santos, «pardo» [nat. Inficionado, MG - filho nat. de Leonor, escrava de Manoel dos Santos], cas. 1767, Colônia do Sacramento, com Teresa dos Anjos, «preta banguela», ambos escravos do vigário João de Almeida Cardoso (Rheingantz, Sacr., 1, 3). Linha de Batina: Entre muitas, cabe mencionar a família do Padre João Pedro dos Santos [1794, Conceição da Barra, MG - 1850, S.J. del Rei, MG], que reconheceu 7 filhos (SC - Efemérides, 531). Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, Lúcio José dos Santos, nat. de Itajubá (MG), «filho natural» de Josefa Rodrigues, foi cas. em 1815, Itajubá (MG), com Margarida Pedrosa, nat. de Baependi, (MG (Monsenhor Lefort - Itajubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497 [Raízes Judaicas, 365]. Nobreza Titular: I Elisário Antônio dos Santos [15.11.1806, Lisboa, Portugal - 27.09.1883, Rio, RJ], oficial de Marinha. Ingressou na marinha em 1820, como Grumete-Voluntário. matriculado na Academia de Marinha [09.11.1825]. Aspirante [1825]. GuardaMarinha [1826]. Segundo-Tenente [1828]. Combateu na revolta dos Cabanos, PA [1835]. Primeiro-Tenente [1838]. Capitão-Tenente [1842]. Ajudante-de Ordens do Arsenal de Marinha. Tomou parte na Revolução Praieira [1849]. Inspetor do Arsenal de Marinha, com sede em Pernambuco [1853]. Capitão-de-Fragata [1854]. Capitão-de-Mar-e-Guerra [1857]. Tomou parte na Guerra do Paraguai [1865]. Chefe do Estado-Maior da Esquadra em Operações no Paraguai [18661868]. Chefe-de-Divisão [1867]. Encarregado do Quartel General da Marinha [1870-1871]. Inspetor do Arsenal de Marinha [1871-1874]. Diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil [1872-1873]. Ajudante General da Armada [1876-1879]. Contra-Almirante [28.12.1876]. Almirante reformado [17.04.1880]. Conselheiro do Império. Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz [23.01.1843]. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa [12.1844]. Oficial da Imperial Ordem da Rosa [14.05.1849]. Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro [1867]. Comendador da Ordem de São Bento de Aviz [06.05.1868]. Dignitário da Ordem do Cruzeiro [28.12.1867]. Agraciado com a Legião de Honra, da França [1873]. Grão-Cruz da Ordem de São Bento de Aviz [31.01.1877]. Grande Oficial da Ordem da Coroa da Itália [1877]. Dignitário da Ordem da Torre e Espada, de Portugal. Medalha comemorativa da Campanha do Paraguai e da Independência. Membro do Grande Oriente do Brasil, maçon, grau 33. Lugar-Tenente do Supremo Conselho do Grau Trinta e Três, Venerável Titular da Grande Loja Central. Presidente do Grande Capítulo Moderno e do Grande Capítulo Noáquida. Diretor de Capelas da Irmandade do Senhor dos Passos, RJ [1875]. Agraciado, por Decreto de 17.09.1871, com o título de barão de Angra [saiu por engano, no verbete Angra, Barão, a data 1883]. Filho de Manuel José dos Santos e de Maria da Piedade. 49 Teve mercê da Carta de Brasão de Armas. O barão de Angra, foi casado, primeiro, com Henriqueta Bebiana de Castro [c.1822, Rio, RJ - 13.08.1871, Niterói, RJ], primeira baronesa de Angra; e, depois, com sua cunhada, Adelaide Bibiana de Castro [1831, RJ - 02.08.1896, Rio, RJ], que foi a segunda baronesa de Angra e irmã da primeira; II - Joaquim José dos Santos Silva, barão de Itapetininga - citado acima, ramo de São Paulo; III - Maria Hipólita dos Santos, 1.º baronesa de São João do Rio Claro, depois marquesa de Três Rios - citada acima, ramo de São Paulo; III - Antônio Tertuliano dos Santos, estabelecido em São Paulo, fazendeiro no município de Rio Claro, SP. Proprietário e negociante. Foi agraciado, por Decreto de 13.02.1867, com o título de barão de Silveiras. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; IV - Ainda para o Rio de Janeiro, de origem portuguesa, registra-se a família de Francisco dos Santos Reis, natural de Angra dos Reis, RJ, que deixou importante descendência do seu cas., por volta de 1788, com Vitória Maria, natural de Parati, RJ. Foram pais de Salvador dos Santos Reis [c.1790-], que deixou geração do seu cas., por volta de 1815, com Maria Antônia da Conceição [ou de Melo], filha de Luís Antônio de Melo e de Rosa Maria da Anunciação, naturais de Angra dos Reis. Desse último casal, nasceu D. Luiz Antônio dos Santos [03.03.1817, Angra dos Reis, RJ - 11.03.1891, BA], aluno do Seminário de Jacuecanga, RJ, onde ingressou em 1834. Em 1837, entrou, como noviço, no Seminário do Caraça, MG. Ordens Sacras de Presbítero - Palácio da Conceição, RJ [21.09.1841]. Lente das cadeiras de matemática e latim no Seminário do Caraça. Designado Vigário Capitular para servir de Capelão do Recolhimento de Macaúbas. Vigário Cilado da Freguesia de Bom Jesus da Mata de São João, BA [1842]. Reitor e regente da cadeira de teologia moral e dogmática do Seminário de Mariana, MG. Cônego da Sé de Mariana, MG [16.01.1847]. Doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana do Vaticano [1851]. Bispo do Ceará [31.01.1859]. No Ceará, inaugurou o Seminário [1864], do qual foi Reitor e Professor, e fundou o Colégio da Imaculada Conceição, juntamente com as Irmãs de São Vicente de Paula [1865]. Arcebispo da Arquidiocese da Bahia e Primaz do Brasil [15.11.1879]. Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo [02.12.1844]. Conselheiro do Império. Oficial da Ordem da Rosa [13.07.1859]. Foi agraciado, pela Princesa Isabel, com o título de marquês de Monte Pascoal [16.05.1888]. Heráldica: um escudo em campo vermelho, uma aspa de ouro, carregada de 5 flores-de-lis de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 119). Brasil Heráldico: I Antônio Tertuliano dos Santos, barão de Silveiras, citado acima. Brasão de Armas datado de 22.05.1868. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 98: um escudo em campo de prata, uma banda de azul com 5 besantes de ouro, acompanhada em chefe de um caduceu de goles, e em ponta de um ramo de cafeeiro de sinople, com frutas de goles (Sanches Baena, II, 195); II - Brigadeiro Francisco Xavier dos Santos, citado acima, ramo de São Paulo. Brasão de Armas datado de 20.12.1781. Brasão de Armas, datado de 20.12.1781. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro III, fl. 39: um escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Serra (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Gomes (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Pinto (v.s.); e no quarto quartel, as armas da família Vieira (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 226); III - Joaquim José dos Santos, citado acima, ramo de São Paulo - Brasão de Armas datado de 07.02.1790: igual a de seu irmão Francisco Xavier. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro IV, fl. 147v (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 342); IV - D. Luiz Antônio dos Santos, marquês do Monte Pascoal - citado acima. Um escudo em campo vermelho, uma aspa de ouro carregada de cinco flores de lis de azul. Coroa de marquês com a cruz episcopal travada de duas peças, sainte, ladeada à destra, da mitra e à sinistra, 50 do báculo. Sobrepujado todo o escudo, do chapéu episcopal de verde, com cordões do mesmo, rematados de dez borlas. Um listel com a divisa: Non mea sed voluntas tua fiat; V - Elisário Antônio dos Santos [1806-1883], barão de Angra citado acima. Brasão de Armas requerido ao Cartório da Nobreza do Império, em 03.12.1873: um escudo franchado, o primeiro, em campo de ouro, uma flama de vermelho encimada de duas estrelas de azul; o segundo, em campo vermelho, uma esfera armilar de ouro, contida em compasso semi-aberto e voltado, de prata, com a legenda Ins Polit, em letras de prata, postas em pala à sinistra; o terceiro, em campo de ouro, uma angra de prata, ornada de verde, com uma âncora de sua cor, em prata, brocante sobre a angra; o quarto, em campo vermelho, uma mão de carnação, movente do flanco sinistro, empunhando uma espada de prata, em pala. Coroa de barão. 51 BATISTA Sobrenome de origem religiosa. Do grego baptisté, o que batiza, pelo lat. baptista (Antenor Nascentes, II, 39). Tirado de uma da invocação de São João Batista, celebrado a 24 de Junho. Muitos querendo homenagea-lo, utilizam-se do seu nome como forma de apelido de família. Brasil: Há diversas famílias com este sobrenome espalhadas por todo o Brasil. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a do pedreiro João Batista (c.1585 - 1643, RJ), que deixou descendência do seu casamento com Isabel de Souza (v.1595 - 1627, RJ) (Rheingantz, I, 245). Rheingantz registra mais 24 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVIe XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em Pirinópolis, Goiás, há a de Paulo Antônio Batista [c.1806, Meia Ponte, GO ?], que deixou geração de seu casamento em 1831, em Pirinópolis, GO, com Maria Raimunda da Costa, de Pirinópolis (Jarbas Jayme, Pirinópolis, IV, 51) No Rio Grande do Sul, entre outras, registram-se a de João Nunes Batista, falecido antes de 1822, que deixou geração - 9 filhos - do seu casamento com Joaquina Maria da Silva; e a de Manuel Nunes Batista, que deixou numerosa descendência, em Pelotas, de seu casamento, c.1852, com Eulália Gonçalves de Escovar. Deste casal, também descendem os Cunha Batista, quando da união com os Cunha e Silva (v.s.), do Rio Grande do Sul. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Manuel Batista Mendes [c.1664- 1706,RJ], «pardo», filho de Domingos Batista e de Gracia Mendes, que deixou geração, em 1694, com Suzana de Carvalho, «parda» (Rheingantz, I, 245). Em Goiás, temos a de Carolina, «de nação Angola, batizada, já adulta, em 1844, escrava do Com. Teodoro da Silva Batista. Deixou descendência, pela qual corre o sobrenome Batista, do seu casamento, em 1862, em Pirinópolis, GO, com Pedro, natural de Arraias, também escravo do referido Comendador. Por morte do comendador Batista, em 1868, ficou esta escrava Carolina, para Luiz da Silva Batista, que a libertou, mediante a importância de 600$000, em 1875 (J.Jayme, Pirinópolis, V, 404). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã a partir de 1497. No Rio de Janeiro: Domingos Batista [1/4 Cristão-Novo], natural e morador no RJ, carpinteiro, irmão de Guilherme Batista [1/4 Cristão-Novo] e Úrsula Batista [Parte Cristão-Novo], todos filhos do Mestre de açúcar, João Batista, documentados em 1717 (Wolff, Dic.I, 19). Houve uma família com este sobrenome, condenada por judaísmo em 1731 (Raizes Judaicas, 83). Nobreza Titular: Bonifácio José Batista, foi agraciado, a 20.11.1886, com o título de barão de Mone Carmelo. 52 BRAGA LEITE, FERREIRA BRAGA e SOARES BRAGA BRAGA VICTOR HUGO FERREIRA BRAGA, WILSON SOARES BRAGA e JOSE BRAGA LEITE 53 Sobrenome tirado da cidade de Braga (Sanches Baena, II, XXXII). Nome préromano, Bracara, scil. urbs ou civitas, originalmente um adjetivo, cidade dos Brácaros (Antenor Nascentes, II, 49). Sendo um sobrenome geográfico, muito utilizado por inúmeras famílias, como forma de homenagear a cidade natal, somente Felgueiras Gayo, apresenta por volta de sete famílias com este sobrenome. Entre as mais antigas, registra-se a de Gaspar de Braga [séc. XV] (Gayo, Bragas, Tomo VII, 150). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Bragas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Braga. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Braga, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. Em São Paulo, entre outros: a de Diogo de Braga, povoador de São Vicente (doc. 1547 e 1552) (Américo Moura, Piratininga, 26). Em Minas Gerais, entre outras, registra-se uma importante família de abastados proprietários rurais, estabelecida no Município de Belmiro Braga - nome tirado de um dos membros desta família. Teve princípio em José Ferreira Braga [n.c.1838, Braga, Portugal]. Proprietário da Fazenda do Reserva, localizado no Município de BELMIRO BRAGA, próximo a Cotegipe. Deixou numerosa descendência do seu casamento com Francisca de Paula de Barros [n.c.1840, Juiz de Fora, MG], da importante família Lourenço de Barros [Tostes]. Foram pais do poeta Belmiro Braga [1872-1937]. Seus descendentes fizeram alianças com as seguintes famílias: Calmon (do Espírito Santo), Tostes, Medeiros Silva, Assis (grupo Floresta), Duarte, Castro Barbosa, Baptista Martins (de Carangola), entre outros. No Maranhão, entre as principais, temos a do sargentomor Antônio Joaquim Braga, natural de Portugal, que se estabeleceu no Maranhão, pelos fins do séc. XVIII. Deixou larga descendência do seu casamento com Maria Joaquina Dias Cadete, nascido em Guimarães, MA. No Acre, cabe registrar Manoel Braga, listado entre os primeiros povoadores do Vale do Purus, em 1854 (Castelo Branco, Acreana, 164). No Pará, entre outras, registra-se a família do General Francisco Xavier Torres, de provável origem não paraense, que deixou geração do seu casamento com Maria Pinto Braga. Foram pais do Major José Narciso Braga Torres [27.09.1854, PA - 28.05.1936, Rio, RJ], que foi casado, tardiamente, a 18.01.1908, no Rio de Janeiro, com Joaquina de Souza Botafogo [14.09.1883, Corumbá, MT - Rio, RJ], filha de Antônio Joaquim de Souza Botafogo, membro da antiquíssima família Botafogo (v.s.), do Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, entre outras, de origem portuguesa, registra-se a família de Custódio Martins Braga [c.1736, Couto de Alentim, Arcbispado de Braga - 07.10.1806, Porto Alegre, RS], filho de Antônio Martins e de Esperança Lopes. Perpetuou em seus descendentes, como forma de sobrenome, o de seu lugar de nascimento: Braga. Deixou numerosa descendência, havida por parte dos seus 11 filhos, havidos do seu casamento, a 03.06.1786, em Porto Alegre, RS - aos 70 anos de idade - com Felizarda Rosa de Lima [bat. 28.11.1763, Viamão, RS - 13.06.1804, Porto Alegre, RS], uma das dezenove filhas de Antônio Rodrigues Barcelos, patriarca desta família Rodrigues Barcelos (v.s.), do Rio Grande do Sul. Heráldica: em campo vermelho, uma torre de prata com portas e frestas de negro. Timbre: um braço vestido de verde, com uma braga com sua cadeia de ouro, pendurada na mão em ação de dar com ela (Sanches Baena, II, XXXII). 54 FERREIRA BRAGA Importante família de proprietários rurais de Minas Gerais, procedente de Manuel Ferreira Braga [1792, Piranga - 1842, Ubá], filho de Joaquim Ferreira Braga e de Francisca Teodora Teixeira. Deixou numerosa descendência de seu cas. com Rosa Maria de Oliveira [1803 - 1843, Ubá], que faleceu de parto, de uma filha natural, havida depois de viúva, que somente sobreviveu durante 4 meses. Antiga família, de origem portuguesa estabelecida no Rio de Janeiro, para onde passou Pedro Ferreira Braga, natural de Portugal, que comprou, por morte de Maria de Matos Filgueira, no ano de 1705, a chácara denominada de «São Clemente», que abrangia a maior parte do atual bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Essa senhora a herdara, em 1702, de seu irmão, o vigário geral Clemente Martins de Matos, que ali edificara uma capela sob a invocação de São Clemente, seu santo patronímico. Pedro Ferreira Braga, deixou numerosa descendência do seu cas., em 1698, no Rio, com Barbara Correia Xavier [bat. 11.05.1665, Rio, RJ -], filha de João dos Reis Arão, patriarca desta família Reis Arão (v.s.), do Rio de Janeiro, e neta materna de Gonçalo Ferreira, chefe desta família Ferreira (v.s.), do Rio de Janeiro. Foram pais de Paula Ferreira Xavier, herdeira da Chácara, e matriarca da família Velho de Lagoar (v.s.), do Rio de Janeiro. Linha Africana: Em Ubá (MG), por exemplo, Ana, «parda», neta de Manuel Lino Ferreira Braga, faleceu em 1845 (Barata, Famílias de Ubá). Nota: ver separadamente os sobrenomes Ferreira e Braga. 55 LEITE 56 Sobrenome, primitivamente alcunha, da comparação com o leite, da alvura de uma pessoa (Antenor Nascentes, II, 170; Antroponímia, 249). Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por diversas partes do território brasileiro: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Amazonas, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina, Bahia, etc. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Francisco Leite, que deixou descendência em 1690. Em São Paulo, entre as mais antigas, originária das ilhas portuguesas, encontra-se a de Pascoal Leite Furtado [c.1576 - 1614, SP], nat. da Ilha de Santa Maria (Açores). Passou em serviços da coroa em 1599, às minas de São Paulo, chamadas de São Vicente. Filho de Gonçalo Martins Leite e de Maria da Silva. Deixou numerosa descendência do seu cas., em S. Vicente, com Isabel do Prado, filha de João do Prado, patriarca desta família Prado (v.s.), em São Paulo. No Espírito Santo, cabe regisrar a família de Agostinho Leite, ali nasc. por volta de 1662. Foi cas. no Rio, em 1688, com Sebastiana de Aguiar, nat. da vila de São Paulo (Rheingantz, II, 392). Na Bahia, entre as mais antigas, está a de Sebastião Duarte, nat. de Torres Vedras, barbeiro, que passou à Bahia, c.1647, onde casou com Helena Leite dos Santos, nat. de Braga. Entre seus filhos: Francisca Maria Duarte Leite, cas. 1682, Salvador, na importante casa dos Brito de Castro e Helena Leite de Barros, que foi mãe do Ouvidor do Maranhão, Vicente Leite Ripado. Família de origem cearense estabelecida no Acre, para onde passaram, por volta de 1878, os irmãos Heráclito, Frutuoso, Enéas, José e Antão Rodrigues Leite que, sob o comando de Apumiano Vale, no vapor Apihy, penetraram no rio Acre até o lugar de Santo Antônio (Castelo Branco, Acreania, 184). Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o Brasil: Ceará, Pará, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Bahia, minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Alagoas e São Paulo, etc. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic., I, 104). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, registra-se Miguel Leite da Silva, nat. de Jacareí (SP), «filho natural» de Ana Leite, foi cas. em 1802, Itajubá (MG), com Brizida Maria dos Santos, filha de João Raposo dos Santos (Mons. Lefort - Itajubá). Nobreza Titular - João José Leite, foi agraciado, a 06.09.1866, com o título nobiliárquico de barão de Sanipe. Heráldica: I - um escudo em campo verde, com 3 flores-de-lis, de ouro. Timbre: uma flôr-de-lis do escudo; II - do Porto: um escudo esquartelado: nos primeiro e quarto uqartéis, em campo verde, com 3 flores-de-lis de ouro; no segundo e terceiros quartéis, em campo vermelho, com uma cruz de prata, florenciada e vazia. Timbre: uma cruz do escudo, ladeada por duas flores-de-lis de verde; III outros: um escudo em campo azul, com uma pomba de prata, erguendo o vôo, com um ramo de oliveira de ouro no bico (Armando de Mattos, Brasonário, II, 227]; IV - um escudo em campo azul, com três flores-de-lis de ouro, em contraroquete. Timbre: uma pomba de prata. Século XVI: V - Antônio Leite - Brasão de Armas datado de 08.03.1542: um escudo com as armas da família Leite [item II]. Diefrenca: uma merleta de prata. 57 SOARES 58 Sobrenome de formação patronímica - o filho de Soeiro (v.s.). Da baixa latinidade Suarici [documentado no ano de 1073], Suarizi [no ano de 1097], Suariz [no ano de 946], Suarez e Soares [em obras de 1554]. Soaires, com um i epentético como Saigres, quaise (século XV) [Antenor Nascentes, II, 285]. Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -iz, -az (escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, Soares, etc. - este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de João Soares, residente em São Paulo, em 1579, que deixou geração de seu cas., em S. Paulo, com Messia Rodrigues (AM, Piratininga, 176). Família de origem portuguesa estabelecida em Pernambuco, para onde passaram dois irmãos, que foram os patriarcas das famílias Soares de Albuquerque (v.s.) e Soares da Cunha. Família originária das ilhas portuguesas estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou Manuel Inácio Soares [c.1750, Freg. De São Salvador da Ilha do Faial -], filho do licenciado André Machado Soares, da Ilha terceira, e de Teresa de Jesus, da Ilha de São Jorge. Deixou geração, por volta de 1775, com Antônia Maria de Jesus [Rio Grande - 12.10.1809, Porto Alegre, RS], filha de Antônio Vieira Cardoso e de Maria Inácia de Jesus - patriarcas de uma das famílias Vieira (v.s.), do Rio Grande do Sul. Ainda no Rio Grande do Sul, registram-se: I - vinda das ilhas portuguesas, em 1838, a família de João Antônio Soares, natural da Ilha do Cabo Verde, Portugal, que assinou termo de declaração, a 04.11.1858, onde informa ter 47 anos de idade e ser casado com uma brasileira e Ter com ela seis filhos: Manuel, Tomás, Amaro, Júlia, Manuela e João (Spalding, naturalizações, 110); II - a de José Joaquim Soares, que deixou um filho no Rio de Janeiro, do seu cas., por volta de 1792, com Maria Angélica de Faria, e que tornou-se o patriarca de uma numerosa família Soares, no Rio Grande do Sul; III - Joaquim Rasgado [c.1795, Rio, RJ - a.1897, Rio Grande, RS], de quem descendem os Rasgados e os Soares, por seu cas. com Constança Maria de Mesquita [25.04.1798, Rio Grande, RS - 24.02, 1897, Pelotas, RJ], filha de Manuel Luiz de Mesquita e de Bernarda Maria de Santana. Seus descendentes foram aparentados, entre outras, com as famílias Borges da Costa, Jansen do Paço, Dias de Castro, Sodré, Casado, Alterach, Rosa, Viriato de Medeiros, Rodrigues Pereira, Schlegell, Fernandes Braga, Lang e Miranda Ribeiro. Para a Paraíba, ver família Eugênio Soares. Importante família de origem portuguesa estabelecida no Pará, para onde passou Antônio José Soares, nascido a 20 de Outubro de 1842, em Barreiros, no Minho, Portugal. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Luiza Augusta Fernandes, nascida a 26 de maio de 1848 e falecida em São Luiz do Maranhão. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Domingos Antônio Soares, nascido a 6 de Maio de 1872, residente em Belém, Pará. Deixou geração do seu cas. com Sophia Morris, nascida a 9 de novembro de 1870. Filha de James Morris e de Mary Ellen Morris; II - a filha, Leonor Soares, nascida a 8 de Maio de 1886, em Belém, Pará. Casada a 18 de Janeiro de 1908, em Belém, Pará, com seu parente Adriano José Soares, nascido a 30 de Setembro de 1880, em Navarra (Minho). Filho de Alexandre José Soares, nascido a 7 de Fevereiro de 1835, em Barreiros, Minho, Portugal, e de Maria Rosa Vieira, nascida a 16 de Julho de 1836, em Navarra (Minho). Com geração; III - o neto, Alberto Domingos Soares, nascido na Inglaterra, a 26 de 59 setembro de 1896. A 22 de maio de 1914 seus pais registraram o seu nascimento em Belém, no 1º Cartório do Registro Civil, Livro 120, fls.39. Auxiliar do Comércio em Belém, Pará. Em 1925, residia à Rua Quintino Bocayuva, n.º 116, Belém. Deixou geração do seu casamento, em Belém, a 24 de Setembro de 1925, com Maria José Diniz, nascida a 5 de Outubro de 1897, no Pará - da importante família Picanço Diniz, ramo da antiga família Picanço (v.s.), do Pará; IV - o neto, Aloisio Alexandre Soares, nascido a 28 de Outubro de 1915, em Belém, Pará. Teatrólogo e cronista paraense. Membro da Academia Paraense de Letras. Linha Indígena: Consideramos nesta linha, a família de Manuel Pereira da Silva Soares, um sólido lusitano no Rio Madeira, que pertenceu à Guarda Nacional, e que se estabeleceu no Pará, deixando geração da sua união com uma índia da tribo dos Tapuiussu, chamada Raimunda Bonita. Foram pais de Silvino Júlio Soares, casado com Elvira Picanço Diniz, de antiga e tradicional família do Pará, estabelecida em tempos passados no Macapá - Picanço (v.s.); e foram avós de Evandro Diniz Soares, nascido a 25 de Fevereiro de 1930, na Fazenda Santa Cruz, Lagoa Grande da Franca, no Município de Santarém. Advogado. Funcionário do Banco da Amazônia S/A - BASA. Autor de uma Monografia sobre Joaquim Marques Lisboa, marquês de Tamandaré, com o qual foi agraciado com a Medalha de Ouro da Semana da Marinha em 1953. Sobrenome de inúmeras famílias estabelecidas no Rio de Janeiro. Entre outras, registra-se a de Custódio José Soares Albuquerque, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Capitão de um dos regimentos de linha da cidade do Rio de Janeiro. Entre os seus descendentes, registram-se: I - o filho, José Francisco Soares, coronel do regimento de infantaria do terço de S. José do Rio de Janeiro; e II - o neto, Antonio José Soares, capitão do segundo regimento do arraial de Trejano, comarca de Serro Frio, Minas Gerais. Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Antônia Soares, «parda forra» [da casa do padre Manuel Soares da Rocha], que deixou geração, em 1693, com Domingos Fernandes, «pardo forro» (Rheingantz, I, 83). Linha de Degredo: Registra-se o Alvará de D. João IV, datado de 02.06.1645, permitindo a Miguel Soares, preso no aljube de Coimbra, por ter morto, «atrosmente a traisão e aleviosamente», Diogo Lobo, capitão-mor de Abrantes, a ser levado para o Brasil e cumprir a pena de seis (6) anos de degredo a que o condenara o juiz eclesiástico, da mesma cidade de Coimbra, E pelo crime que praticara, visto depois de ter sido mandado enforcar em «estátua» se ter ido ordenar em Castela, «com reverendas falsas», considerava-o o Rei, desnaturado dos seus reinos, onde não deveria voltar, sendo privado das temporalidades que neles tinha». Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de André Soares, cristão novo, médico, natural da vila da Fronteira, morador em Lisboa, preso duas vezes «por culpa de relaxia». Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 04.04.1666, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Branca Soares, «cristã-nova», natural de Montalvão e moradora em Lisboa. Esposa de Henrique Lopes, alfaiate; e a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Maria Soares, «cristã-nova», natural de Lisboa. Esposa de Fernão Guterres, mercador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Duarte Rodrigues Soares, «cristão-novo», mercador, natural da vila de Trancoso e morador na vila de Celorico. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Ver a família Soares Pereira (Wolff, Dic., I, 188). 60 Família de origem judaico-sefardita, expulsa da Península Ibérica, em fins do século XV, migrada para o Marrocos, norte da África, de onde passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Faro, Estado do Pará. A esta família pertence Jacob Soares [- 06.01.1947, Óbidos, PA]. No Município de Belém, Estado do Pará, registra-se Isaac S. Soares [- 08.08.1917, Belém, Pará], que deixou geração do seu cas., antes de 1890, com Luna Benjó [ 05.02.1943]. Tiveram, pelo menos dois filhos, entre eles Samuel Soares [20.05.1890 - 11.10.1956, PA], que deixou viúva e sobrinhos, quando do seu falecimento (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 52, 145; Wolff, Sepulturas, III, 63). Heráldica: I - um escudo em campo azul, com uma ponte de 3 arcos, ameiada, de prata, sobre um rio do mesmo aguado do campo, sustendo duas torres também de prata, uma a cada flanco, e, ao centro um leão de ouro com uma espada de prata guarnecida de ouro na mão direita, cada torre rematada por uma águia de negro, coroada do mesmo, suas cabeças afrontadas. Timbre: o leão do escudo; II - Outros: um escudo em campo vermelho, com uma torre de prata. Timbre: a torre do escudo; III - Soares de Toledo - detalhes adiante (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 131). Século XVI: I - Diogo Soares - dos Soares de Toledo, do reino de Castela, morador na cidade de Goa. Brasão de Armas, datado de 23.02.1556. Registrado no Livro V, de Privilégios, fl. 262v: um escudo em campo vermelho, com 2 albarradas de ouro de duas asas cada uma, cheias de cebolas cecem [açucenas] de sua cor, entre uma banda que retém pelos cabos duas cabeças de serpes, também de ouro, armadas de azul. Elmo: de prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife: ouro, vermelho e prata. Timbre: uma das albarradas do escudo. Neto de Gomes Soares de Toledo (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 146). Brasil Heráldico: I - Antonio José Soares, citado acima, ramo do Rio de Janeiro. Carta de Brasão de Armas de 10.01.1804. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VII, fl. 59 - um escudo com as armas da família Soares. 61 CALDAS CICERO CALDAS NETO 62 Sobrenome de origem geográfica, tirado do lugar de Caldas, na comarca de Murias de Paredes, nas montanhas de Leão (Espanha) (Antenor Nascentes, II, 57). Derivado de águas quentes, termais (Anuário Genealógico Latino, IV, 18). Passou a Portugal na pessoa de Garcia Rodrigues de Caldes (depois Caldas), a serviço de D. Fernando, rei de Portugal em 1367. Foi Senhor do Solar e vila de Caldas de Rey. Comendador da Ordem de Cristo (Carrafa, XXI, 62; SB, II, 37; Gayo, Caldas, Tomo VIII). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Caldas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Caldas. O mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Caldas, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. Diversos descendentes de Garcia Rodrigues de Caldas, passaram ao Brasil, entre eles: I - seu quarto neto, Miguel de (Caldas) Souza de Faria, casado no Brasil (Gayo, Caldas, VIII, § 10); II - seu quinto neto, Gaspar Marinho Figueirôa, cas, no Brasil, com Maria de Araújo (Gayo, Caldas, VIII, § 29); III - seu quinto neto, Manuel Pereira de Souza, natural do arcebispado de Braga. Passou para a Bahia, onde cas., a 08.01.1708, na capela de Guadalupe, no Iguape, com Mariana Pereira de Araújo, natural da Bahia, filha de Vasco Marinho Falcão (Gayo, Caldas, VIII, § 50; e Jaboatão, 802). Ainda entre os Caldas, registra-se o desembargador Manuel Pereira da Silva Caldas, desembargador em Portugal, que deixou geração do seu cas. com Brites Mariana Rita Francisca de Almeida Menezes, nascida na Bahia por volta de 1750, filha de Rodrigo da Costa de Almeida, da importante família Costa de Almeida (v.s.), da Bahia. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Faustino de Caldas [c.1635 - ?], que deixou descendência, a partir de 1666, com Maria da Costa (Rheingantz, I, 281). Heráldica: I - um escudo em campo de prata, 5 ciprestes de verde, postos em santor. Timbre: um dos ciprestes (Sanches Baena, II, 37). Brasil Heráldico: de passagem pelo Brasil, registra-se Joaquim de Souza Caldas, natural da freguesia de Santa marinha de Verdoejo, couto de S. Fins, termo de Monção, arcebispado de Braga, que foi sargento-mor do terço da guarnicão da praça da Cidade da Bahia. Brasão de Armas, datado de 16.02.1751. Registrado no cartório da Nobreza, Livro particular, fl. 12: um escudo com as armas das famílias Souza (v.s.) e Caldas (v.s.). Filho de Antônio Veloso Caldas, e neto de Alvaro Veloso Caldas (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 348). 63 MENDES CARTAXO MARCILIO MENDES CARTAXO MENDES 64 Sobrenome de formação patronímica - o filho de Mendo. Da baixa latinidade Menendici. Formas antigas: Menendici [Documentada no ano de 1069], Menendizi [doc. em 1033], Menendiz [Doc. em 897], Meendiz [doc. entre 850-66], e Mendez (Antenor Nascentes, II, 198). Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átomo) -iz, -az (escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Entre tantas, registra-se uma família Mendes procedente da casa real de Celanova, em Galiza [Espanha], sendo seu tronco o rei godo Egica. Em Portugal, o rei D. Manuel I concedeu carta de brasão de armas, em 1520, a Manuel Mendes, valoroso em Tanger (Antenor Nascentes, II, 65). Brasil: Assim como os demais patronímicos antigos Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. No Rio de Janeiro, entre as quase 50 famílias deste apelido, nos séculos XVI e XVII, temos: Gaspar Mendes (c.1567-); Gregório Mendes (c.1566-); os Mendes Leão, Mendes Pimentel, Mendes da Silva e Mendes Simões (todos séc. XVII); etc. Todas deixaram geração (Rheingantz, II, 585-597). Em São Paulo, entre as mais antigas, a de André Mendes, morador em Santos, em 1571, que deixou geração de seu cas. com Isabel Afonso. Além deste: Jorge Mendes (1543, S. Vicente) e Francisco Mendes (1544, S. Vicente) (AM, Piratininga, 115). Antiga família estabelecida no Estado do Pará, procedente de Pedro Mendes Thomaz, CapitãoMor e Governador do Estado do Pará. Deixou geração do seu cas., com Maria, de quemdescendem alguns Oliveira Pantoja, por casamento de sua neta, Tereza Maria de Athaíde, no século XVIII, com Manuel de Oliveira Pantoja, bisneto de Jerônimo Fernandes de Oliveira Pantoja, patriarca desta família (v.s.). Em Minas Gerais, entre outras, registra-se a família de Francisco Mendes de Carvalho, que deixou numerosa descendência, na região de Juiz de Fora, do seu cas. com Ana Mendes de Carvalho. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Dr. Onofre Mendes, nascido em 1873, em Santo Antônio da Pedra, MG, e falecido a 6 de Outubro de 1943, em Juiz de Fora. Titular do Cartório do 1º Ofício do Registro de Títulos e Documentos, em Juiz de Fora. Empresário. Seu nome foi dado a umas das ruas de Juiz de Fora. Foi casado na importante família Monteiro de Barros (v.s.), de Minas Gerais; II - o neto, Onofre Mendes Filho, nascido a 19 de Abril de 1899, e Juiz de Fora. Bacharel em Direito. Professor catedrático de Direito do Trabalho na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, e na Faculdade de Direito de Belo Horizonte, Minas Gerais. Em Fevereiro de 1946 foi nomeado Procurador Geral do Estado de Minas Gerais. Deixou geração do seu cas. com Maria Gontijo; III - o neto, o renomado poeta Murilo [Monteiro] Mendes, nascido a 13 de Maio de 1901, em Juiz de Fora e falecido em 1975, em Lisboa. Escritor e poeta modernista. Exerceu o cargo de escrivão da 4ª Vara de Famílias no foro do Rio de Janeiro. Adido cultural da Embaixada brasileira em Roma (1959), onde ocupou o cargo de Professor de Literatura Brasileira, na Universidade de Roma. Professor de literatura em Pisa (Itália). Foi eleito personalidade juiz forana de 1972. Em 1973, foi laureado com o Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina. Publicou em 1930 seu primeiro livro, “POESIAS”, com o qual conquistou o “Prêmio Graça Aranha”. Publicou, posteriormente, entre outros: História do Brasil (1932); Tempo e Eternidade, em colaboração com Jorge de Lima (1935); A Poesia em Pânico (1938); O Visionário (1941); As Metamorfoses (1944); Mundo Enigma (1945); Poesia Liberdade (1947; 65 Contemplação de Ouro Preto (1954); etc. Foi casado com uma filha do escritor, literato, historiador e jornalista português, Dr. Jayme Zuzarte Cortezão [18841960]; IV - o neto, José Maria Monteiro Mendes, nascido em 1905, em Juiz de Fora. Comerciante. Micro empresário como proprietário de drogaria. Titular do Cartório do 1º Ofício do Registro de Títulos e Documentos, em Juiz de Fora. Presidente do Club Juiz de Fora 1949/1950 e do Rotary Club de Juiz de Fora de 1954 a 1955; V - o bisneto, José Guilherme Gontijo Mendes [07.04.1922, Pitangui, MG -], economista, jornalista e escritor. Diplomado pela Faculdade de Ciências Políticas e Sociais do Rio de Janeiro [1945]. Redator de O Jornal [RJ1947]. Correspondente dos Diários Associados na Europa. Realizou diversas missões jornalísticas nas Américas, Europa e Ásia para os jornais O Globo e Correio da Manhã [RJ], e revista Manchete. Fundador e redadtor-chefe da revista Módulo, RJ. Membro da Associação Brasileira de Imprensa. Para o Acre, destaque para Francisco Alves Mendes Filho, dito Chico Mendes [1944, Porto Rico, AC 1988, Xapuri, AC], sindicalista e líder seringueiro. Desde jovem foi ativo ecologista; em 1977 fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e em 1982 tornou-se seu presidente. Em 1978, elegeu-se vereador. Celebrizou-se ao receber o prêmio Global 500 da ONU pela sua luta contra a destruição da Amazônia. Morreu assassinado e foi feito um filme nos E.U.A. sobre sua vida [Enciclopédia Delta-Koogan]. Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Francisco Mendes Simões, nasc. Rio, que deixou geração, por volta de 1680, com Brites Mendes, «crioula» [c.1655, Rio, RJ - 1721, Rio, RJ], por onde segue este sobrenome (Rheingantz, I, 266). Ainda no Rio de Janeiro, entre muitas, a família de Lourenço Mendes, "pardo forro", que deixou geração do seu cas., por volta de 1710, com Magdalena Carvalho, "parda forra". Foram pais de Inácia Mendes, natural de São Gonçalo, "parda liberta", que contraiu matrimônio, a 10.04.1734, em São Gonçalo, com João Cabral, "pardo liberto", natural de Santo Antônio de Sá, RJ, filho natural de Manuel Cabral, pardo forro, e de Romana, "preta escrava". Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, a descendência de Gregório Mendes [c.1569-a.1617], chefe da família Mendes da Costa (v.s.), do Rio de Janeiro, quase toda ela denunciada em autos-de-fé, entre 1634 e 1735, acusados de serem cristãos-novos (Wolff, Dic., I, 114; VI, 10). Ainda, no Rio de Janeiro, ver a família Mendes da Silva. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Tristão Mendes, nat. de Bragança, «cristão novo», tabelião em S. Vicente (1549), que deixou geração de seu cas. com Violante Dias, «cristã nova» (AM, Piratininga, 114). Registra-se, por exemplo, Abraham de Jacob Mendes de Leon [c.1759- ?], que foi casada, em 1784, com Sara de Davi Sarphati Pina, terceira neta de Aharon Sarfatti, patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de Pernambuco (Wolff, VI, 17). Sobrenome de algumas famílias de origem judaicaestabelecidas no Brasil, durante o período holandês [Pernambuco], à qual pertencem: Abraham Mendes, documentado em 1646 e 1647; Baltazar Rodrigues de Mendes, em 1649; Davi Mendes, documentado nos anos de 1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife] e 1651; Issac Mendes, sua mãe e seu irmão, em 1648; Isaac Franco Mendes, em 1643 e 1644; Israel Levy Mendes, em 1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife]; Jacob Mendes, sua mãe e seu irmão, em 1648; Jacob Franco Mendes, de 1644 a 1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife], 1649 e 1651; Joseph Jesurun Mendes, 1644, 1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife], 1651 e 1654; Miguel Rodrigues Mendes, de 1637 a 1642, 1647 e 1654; Moses Mendes, em 1644 (Wolff, Brasil Holandês, 58). Família de origem judaico-sefardita, expulsa da Península Ibérica, em fins do século XV, 66 migrada para o Marrocospara o Marrocos, norte da África, de onde passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Parintins, Estado do Amazonas, à qual pertencem: Sol Mendes, que deixou geração. Mãe de Salomão Mendes; e Estrella Sol Mendes [ - 21.09.1928, Parintins], Miryan Sol Mendes [- 03.03.1931, Parintins] e Alberto Mendes [- 11.01.1938, Parintins] (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 53, 170). Aquele Salomão Mendes, acima, parece ser o mesmo que veio a falecer em Belém [13.01.1896 - 11.11.1062, Belém], deixando viúva, filhos, irmão, genro e netos (Wolff, Sepulturas, III, 95). Nobreza Titular: Joaquim Eloy Mendes, foi agraciado, por Decreto de 27.06.1888, com o título de barão da Varginha. Heráldica: I - um escudo partido: na primeira parte, em campo vermelho, um braço armado de prata, empunhando uma espada do mesmo guarnecida de ouro, com a ponta para baixo, enfiando um broquel do mesmo; na segunda, toda em campo de ouro. Timbre: o braço do escudo; II - Outros: um escudo em campo [desconhece-se o esmalte] três pássaros de [desconhece-se o esmalte], os dois do chefe, afrontadas; III - Mendes de Tanger: um escudo cortado: o primeiro, em campo azul,com um muro ameiado, flanqueado por duas torres de prata, lavrado e aberto de negro; o segundo, de vermelho, com uma cabeça de mouro cortada e toucada de prata; partido também de vermelho, com três lanças de prata, hasteadas de ouro,ensarilhadas pelos ferros. Timbre: a cabeça de mouro do escudo (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 28). 67 CARTAXO Família estabelecida na Bahia, em fins do séc. XIX, à qual pertence Manuel de Oliveira Cartaxo, proprietário, em 1898, de uma Alfaiataria, na rua do Corpo Santo, n.º 47, Salvador, Bahia. Sobrenome de uma família, de origem portuguesa estabelecida na Paraíba, à qual pertencem: I - o português Joaquim Antônio Cartaxo, que deixou geração do seu cas., por volta de 1836, com Ana Josefa de Jesus. Foram pais do Dr. Antônio Joaquim do Couto Cartaxo [c.1838, Cajázeiras, PB - 18.08.1872], bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito do Recife, PE [1862], advogado. Foi o primeiro Juiz Municipal de Cajazeiras, tendo instalado o respectivo termo em 1864. Juiz Municipal de Milagres, no Ceará. Deputado Provincial pelo Ceará e pela Paraíba. Deputado à Constituinte Nacional de 1891. Deputado Federal na primeira legislatura (A. Nóbrega, Bacharéis, 49); II - Alberto Guarita Cartaxo [02.01.1892, João Pessoa, PB -], agrônomo, diplomado pela Escola Nacional de Agronomia [1914]. Gerente das plantações de café Chico Batista Cia, em Jabuticabal, SP [1916-1922]. Asistente agrônomo do Patronato Agrícola José Bonifácio [1922-1923]. Professor de Química Toxicológica da Escola de Farmácia. Gerente da plantação café Leão Júnior Cia. em Jacarezinho, Paraná [1929-39]. Deputado Estadual, PR [1934]. Professor de Química Agrícola na Escola Superior de Agricultura de Lavras, MG e diretor desde 1945. Redator de O Agricultor. 68 MEDEIROS HAROLDO PAULINO DE MEDEIROS 69 Sobrenome de origem geográfica. No Minho, medeiro é o lugar onde há medas de milho (Antenor Nascentes, II, 196). De medas, agrupamento de feixes de palha ou trigo, dispostos numa forma quase crônica, a que serve de eixo vertical e de ponto de apoio uma vara revestida superiormente de palha bem amarada e posta de forma a desviar a chuva para os lados (Anuário Genealógico Latino, IV, 24). Montão de molhos de trigo ou centeio sobrepostos de maneira que formem aproximadamente um cone; (fig.) montão; agrupamento; adj. relativo à Média, aos medos (Silveira Bueno, Dic. Escolar, 838). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Bento de Medeiros, que deixou geração do seu cas., c.1612, com Isabel de Paris (Rheingantz, II, 579). Rheingantz registra mais 6 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Amador de Medeiros, tabelião em S. Paulo (1554), morador em Santos (1572), que deixou geração (AM, Piratininga, 114). No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Antônio de Medeiros [da Ilha de São Miguel], fal. antes de 1761, filho de João de Medeiros. Deixou geração, em 1738, na Colônia do Sacramento, com Antônia de Jesus [de Lisboa]. Em Minas Gerais, entre outras, registra-se a do Capitão Pedro de Medeiros Caetano dos Reis [Portugal- 1797, MG], Juiz de Órfãos, Vereador. Deixou descendência - 10 filhos - de seu cas., 1770, S. João d’El Rei, com Francisca Tomásia Pereira de Castro (SC - Efemérides, 329). No Rio Grande do Norte, na região do Seridó, a numerosíssima família dos Medeiros, procedente dos irmãos Rodrigo e Sebastião de Medeiros que, no começo do séc. XVIII, vieram de Portugal e se fixaram nas margens do Rio Sabugi, no atual município de Santa Luzia (Anuário Genealógico Brasileiro, I, 404). Em Pernambuco, entre as mais antigas, a de Tomaz Pereira de Veras [c.1666, Porto- ?], que passou à Pernambuco, com sua esposa, Joana da Costa Medeiros, do Porto, onde deixaram geração (Borges da Fonseca, I, 93, 343). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio Grande do Sul, a de Ana Maria de Medeiros, «preta forra», cas., 1801, Rio Grande, com João Pedro, «preto forro» (L.º3.º, fl.28). Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de Ana Maria de Medeiros, «preta forra», casada a 26.05.1801, no Rio Grande, RS, com João Pedro, «preto forro». Destaque: Maurício Campos de Medeiros [1885, Rio de Janeiro, RJ - 1966, idem], médico, político e escritor. Especialista em psiquiatria, foi catedrático da Faculdade Nacional de Medicina (1929-1966) e diretor do Instituto de Psiquiatria (1946-1955). Três vezes deputado federal, e ministro da Saúde nos governos Nereu Ramos e Juscelino Kubitschek. Deixou numerosa produção científica. Foi membro da Academia Brasileira de Letras [Enciclopédia Delta-Koogan]. Heráldica: um escudo em campo vermelho, com cinco cabeças e pescoços de águia, de ouro. Timbre: uma águia sainte de vermelho, bicada e armada de ouro (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 25). 70 PEREIRA DE OLIVEIRA ADERALDO PEREIRA DE OLIVEIRA PEREIRA 71 Sobrenome de origem toponímica, tomado da propriedade da família. De pereira, subst. Comum - árvore frutífera da família das Rosáceas (Antenor Nascentes, II, 240; Aurélio, Pequeno Dic. Da Ling. Portug., 918). Da árvore pereira (Anuário Genealógico Latino, IV, 26). Procede esta família do conde D. Forjaz Bermudez, neto do conde D. Mendo (irmão de Desidério, último rei dos Longobardos, da Itália) e de sua mulher D. Joana de Romais, neta de D. Fruela I, fal. em 768, rei de Astúrias. Seu descendente Gonçalo Rodrigues Frolaz passou a Portugal, no tempo de D. Sancho I, fal. em 1211, 2.º rei de Portugal. O conde D. Gonçalo Pereira, seu neto, foi um dos grandes senhores portugueses, tão rico e poderoso que num dia fez, de presente, 70 cavalos a fidalgos seus amigos. Foi avô do grande condestável D. Nuno Alvares Pereira, ascendente da dinastia bragantina em Portugal e dos imperadores do Brasil. O solar da família foi a quinta de Pereira, donde tomaram o sobrenome, junto ao rio Ava, em terra de Vermoim (Anuário Genealógico Latino, I, 75). Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, trata da antigüidade desta família, onde informa trazerem por Armas, um escudo em campo vermelho com uma cruz de prata florida e vazia do campo; sendo o primeiro a usá-las, D. Rodrigo Forjaz «o mosso por se achar na batalha de Navas de Tolloza, no anno de 1212 no qual dia apareceu no Céu hua Cruz vermelha semilhante a de Calatrava aberta no meyo, e florida a q.al m.tos Cavalheiros dos q alli se achavão tomarão por Armas; o pr.º q se appellidou Pr.ª foi D. Ruy Gomes Per.ª f.º de D. Gonçallo Rz Palmeira o qual se passou a Portugal no tempo do Rey D. Sancho, e netp de D. Rodrigo Forjaz de Trastamara, e por viver na q.ta de Pr.ª junto ao Rio do Ave em Terra de Vermoim q ficou sendo o Sollar a seus descendentes [..] achou-se com seu Pay em m.tas batalhas e foi Sr, do Castello de Lanhozo.». Deixou numerosa descendência dos seus dois casamentos: o primeiro, com Inêz Sanches; e o segundo, com Sancha Henriques de Portocarreiro. Entre os descendentes de Rui Gonçalves Pereira, o patriarca desta família em Portugal, registram-se: I - o neto, D. Pedro Homem, que Felgueiras Gayo dá como o patriarca da família Homem, em Portugal; II - o quarto neto, D. Pedro Álvares Pereira, Prior do Crato. Mestre de Calatrava-mor na batalha de Aljubarrota, seguindo o partido do Rei D. João I de Castela, em 1385; III - o quarto neto, o famoso D. Nuno Álvares Pereira [1360-1431], Condestável de Portugal, conde de Barcelos no tempo do Rei D. João I; IV - a oitava neta, Violante Pereira, matriarca da importante família Sodré Pereira (v.s.), com ramificações na Bahia e no Rio de Janeiro, por seu casamento, por volta de 1499, com Francisco Sodré, neto de Fradique Sodré, patriarca desta família Sodré (v.s.), em Portugal; V - o nono neto, Manuel Coutinho Pereira, Moço Fidalgo da Casa Real, a quem o Rei D. João III deu 400$000 de Juro e Herdade em satisfação de terras que lhe tomou na Bahia de Todos os Santos, por Padrão de 16.08.1530; VI - o décimo segundo neto, Coronel Francisco Sodré Pereira [c.1623 - 1669, RJ], patriarca da família Sodré Pereira (v.s.), do Rio de Janeiro; VII - o décimo terceiro neto, Jerônimo Sodré Pereira [1631, Águas Belas, Lisboa - 1711], patriarca dos Sodré Pereira (v.s.), da Bahia, onde se estabeleceu, por volta de 1661. Mestre de Campo. Moço Fidalgo da Casa Real [1676]. Provedor da Santa Casa de Misericórdia; VIII - o décimo nono neto, Manuel Pereira, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 08.08.1641; IX - a décima nona neta, Inez de Menezes (Pereira), que deixou geração do seu cas. com Jerônimo Fragoso de Albuquerque, descendente de Gaspar Álvaro Fragoso [1553, Lisboa - a.1614], patriarca desta família Fragoso de Albuquerque (v.s.), de Pernambuco; X - a vigésima primeira neta, Luiza Clara de Portugal, que foi casada com Gomes Freire de Andrade, Capitão-General e Governador do Estado do Maranhão; e XI - o vigésimo neto, Bernardo Pereira de Berredo, que foi Governador e Capitão-General do Estado do Maranhão. Além destes antigos 72 Pereiras, Felgueiras Gayo trata de outra família com o mesmo sobrenome, sem, no entanto, estabelecer uma ligação com a anterior. São os Pereira de Penedoso, que principia em Luiz Pereira «graduado pella Universidade de Coimbra, Fidalgo Cav. da Caza Real com moradia de 20 mil reis por Alvara de 1606 e Conselheiro da Fazenda.». Entre os descendentes deste Luiz Pereira, registra o quinto neto, Miguel Pereira Pinto, Fidalgo da Casa Real. Ouvidor e Intendente Geral. Provedor dos defuntos e ausentes de Mato Grosso e Cuiabá. Brasil: Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família do sapateiro Cristóvão Pereira, fal. 1622, que deixou geração de seu cas., c.1607, com Isabel Martins (AM, Piratininga, 136). Antigüidade: Um dos mais antigos indivíduos com este sobrenome, relacionado com o Brasil, foi o donatário Francisco Pereira Coutinho, O Rusticão, sobre o qual, escreveu o Prof. Gilson Nazareth, em sua Tese de Doutorado «O Imaginário Fidalgo de Uma Sociedade Burguesa [p.100]»: “Moço Fidalgo por alvará de 26.02.1498. Comoanheiro de Vasco da Gama e Francisco de Almeida. Veio na armada de Pedro Alvares Cabral na descoberta do Brasil. Em 21.01.1521 foi nomeado Capitão de Goa. Em 1534 recebeu carta de Cavaleiro Conselho de D. João III. Era velho quando tomou posse da capitania a qual veio povoar com 8 navios e se indispôs com os Tupinambás. A população indígena se revoltou e destruiu sua residência em Vila Velha tendo este falecido, então, em 1549, devorado pelos canibais da ilha de Itaparica. Filho de Afonso Pereira, Caçador-mor D’El Rei D. Afonso V e de D. Catarina Coutinho, filha do 2.º Conde de Marialva pelo segundo leito. Daí vem um seu parentesco muito distante com Vasco Fernandes Coutinho. Casado com sua prima Margarida de Lacerda, filha de Reimão Pereira e Isabel Pereira (há autores que contestam o sobrenome e fliação de sua mulher). Pais de filho único, Manuel Coutinho Pereira, Moço Fidalgo em 18.02.1534. 2.º Capitão Donatário da Bahia. 1.º Administrador do Morgado da Redizima na Bahia. Falecido em 1658. [..]. Não pertence à alta nobreza mas com algum sangue desta. Guerreiro na Índia e do Conselho D’El Rei em Portugal.” Na Bahia, entre as mais antigas, está a família de Baltazar Pereira [1541, Ponte de Lima - ?], filho de Gabriel Rodrigues Pereira e de Isabel Dias. Comerciante em Lisboa, moço da Câmara Real, passou à Bahia em 1560, por interesses comerciais, onde tornou-se abastado senhor de terras. proprietário do engenho Cruz da Torre, em Cotegipe - o mesmo que pertenceu aos Pereira Soares (v.s.), adquirido por compra, ainda em Lisboa, a Jorge Gomes Lamego. Em 1589 já o engenho era vendido, por 32 mil cruzados, a Antonio Vaz, regressando Baltazar a Lisboa no ano seguinte com esposa e filhos [Afonso Costa - Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n. 393]. O mesmo engenho, depois, foi adquirido de Antonio Vaz, pelos Pereira Soares. Deixou geração de seu cas. com Maria de Melo de Vasconcelos, das famílias Oliveira Carvalhal e Melo de Vasconcelos, da Bahia. Ainda, na Bahia, com ramificações em São Paulo, cabe registrar a família de José Olympio Pereira [29.03.1868, BA - 19.02.1945, São Paulo, SP], que transferiu sua residência para o Município de Batatais, SP, onde casou com Rita de Oliveira [24.10.1884, Batatais, SP -]. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Olympio Pereira Filho [10.12.1902, Batatais, RJ - 1990, Rio, RJ], importante editor e livreiro, no Rio de Janeiro. Em 1931, inaugurou em São Paulo, a livraria-editora que tem seu nome: José Olympio, transferindo-a, em 1934, para o Rio de Janeiro. Em 1984, vendeu a Editôra, permanecendo, porém, na sua presidência até a sua morte. Deixou geração [dois inco filhos] do seu cas., a 31.12.1933, em São Paulo, com Vera Pacheco Jordão [05.11.1910, Paris, França -], jornalista. Professora assistente de um curso de literatura norteamericana na Universidade do Rio de Janeiro, terceira neta do Tenente Elias Antônio Pacheco e Silva [c.1773 - 1835], patriarca da família Pacheco Jordão (v.s.), de São Paulo; II - o filho, Daniel Joaquim Pereira [1914, Batatais, SP 73 1991, Rio, RJ], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão; III - o filho, Antônio Olavo Pereira [1913, Batatais, SP -], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão;IV - o filho, Gabriel Atos Pereira [1918, Batatais, SP - 1990, Rio, RJ], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão;V - o filho, Flávio Augusto Pereira [1926, Batatais, SP -], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão. Para o Estado do Piauí, entre outras, registra-se a família do Coronel José Luiz Pereira, natural do Maranhão. Deixou importante descendência do seu cas. com Maria de Jesus Rodrigues de Miranda, natural de Campo Maior, PI. Seus descendentes espalharam-se pelo Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Luiz Pereira [19.08.1901, Campo Maior, PI - 21.04.1969, Esperantina, PI], funcionário público. Deixou geração do seu cas. com Santilha Sampaio [18.01.1901, Barros, PI - 13.09.1952, Esperantina, PI], filha do Tenente José Vicente de Sampaio, falecido na década de 20, e de Laudelina Roza Coelho de Rezende, falecida na década de 30, no Município de Esperantina, PI, e descendente de antiga e tradicional família do Piauí; II - o neto, o deputado Themistocles de Sampaio Pereira [12.11.1921, Esperantina, PI -], advogado, formado em Contabilidade pela Escola de Comércio do Rio de Janeiro. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do Sacramento, entre outras, registra-se a de Domingos Pereira, «preto forro» [nasc. em Angola], cas., 1765, Colônia do Sacramento, com Maria Ana Josefa dos Prazeres, «preta forra» [nat. Banguela] (Rheingantz,Col., 2). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Pernambuco, há a família de João Pereira, por parte de sua esposa, Violante Fernandes, filha de Diogo Fernandes, patriarca da família Fernandes (v.s.), de cristãos novos, em Pernambuco (Wolff, Dic., I, 68, 155). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do Hospital de Todos-os-Santos de Lisboa, a 19.11.1606, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Ana Pereira, também conhecida por Durzianna Fernandes, cristã velha, natural de Portalegre e moradora em Água de Moura, termo de Palmela, por ter casado segunda vez (bigamia), estando vivo o primeiro marido». Registra-se a Carta de D. Felipe III, datada de 20.07.1622, endereçada ao regedor Manuel de Vasconcelos, em reposta a outra do dia 5 de julho, tratando do perdão que, pelo Desembargado do Paço, se concedera a José Pereira da pena de morte, que merecia por ter sido encontrado fora do degredo perpétuo no Brasil, em que fora condenado. Para estudar esta matéria, nomearia o regedor seis desembargadores que deveriam, por escrito, dar o seu parecer, devendo ser tudo enviado ao rei com o parecer do regedor. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de João Pereira, estudante, solteiro, filho de João Baptista Chaves, de Lisboa, por crime de sodomia (perversão sexual). Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Isabel Pereira, meia cristã-nova, natural de Campo Maior, onde morava. Esposa de Manuel Lourenço, artilheiro. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma cruz de prata florenciada e vazia. Timbre: uma cruz florenciada de vermelho, ladeada de duas asas de ouro (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 71); II - Rodrigo Forjaz de Trastamara c.1212: as armas dos Pereiras (Felgueiras Gayo, § título); III - Damião Pereira Brasão de Armas de 21.10.1532: um escudo com as armas dos Pereiras. Diferença: uma brica de ouro; IV - Diogo Alves Pereira - Brasão de Armas de 11.10.1543: um escudo com as armas dos Pereiras. Diferença: um trifólio de ouro, picado de verde. Brasil Heráldico: V - Eduardo Pereira, natural da cidade 74 de Macau, Proprietário. Desconhecemos se esteve no Brasil. Filho de Antonio Pereira, era fidalgo da Casa de Sua Majestade do Brasil, no século XIX, e de Aurélia Suzana Mendes. Neto paterno do conselheiro Manuel Pereira, também fidalgo cavaleiro da mesma Imperial casa do Brasil, e de Rosa Viana. Eduardo, teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 20.05.1859. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro IX, fl. 25: um escudo partido empala: na primeira as armas da família Pereira (v.s.); e na segunda, as armas da família Viana (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 156); VI - Félix Pereira da Piedade, natural da Bahia. Sargento-Mor da cavalaria da cidade de Salvador, BA. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 17.10.1769. Registrada Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 114v: um escudo partido em pala: na primeira, as armas da família Pereira (v.s.); e na segunda, as armas da família Silva (v.s.). Filho do Capitão Gregório Pereira e de Úrsula das Virgens (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 163). 75 OLIVEIRA 76 Sobrenome de origem toponímica, tomado à alguma propriedade onde se cultivam oliveiras. De oliveira, subst. comum (Antenor Nascentes, II, 223). Vem esta família de Pedro de Oliveira, que foi o primeiro com este sobrenome, cujo filho Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga, instituiu em 1306 o morgado de Oliveira, em seu irmão Mem Pires de Oliveira. Foi seu solar na freguesia de Santiago de Oliveira, donde esta família tomou o sobrenome, no concelho de Lanhoso. No tempo de D. Diniz I, rei de Portugal em 1281, já era «família antiga, ilustre e honrosa», como consta dos livros de inquirições desse rei (Anuário Genealógico Latino, I, 72). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Bento de Oliveira [- 1657, RJ], que deixou descendência do seu cas. no Rio, em 1617, com Ana de Sampaio, n. no Rio, onde fal. em 1654 (Rheingantz, III, 35). Rheingantz registra mais 47 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, com ramificações na Vila de Santos, SP, à Angra dos Reis, RJ, que teve princípio no Cap.-Mor de São Vicente (1538) Antônio de Oliveira, de Portugal, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, primeiro lugar tenente do Donatário Martim Afonso de Sousa [1538-1542 e 1549-1552]. Deixou vasta descendência, do seu cas., em Portugal, com Genebra Leitão de Vasconcellos, n. em Portugal. Deste casal descendem os Oliveira Gago. Entre seus descendentes, registra-se Matias de Oliveira Lobo, de quem descendem os Oliveira Lobo (v.s.), de São Paulo. Ainda em São Paulo, de origem portuguesa, a importante família de Rafael de Oliveira, «o Velho» [1572, Portugal - 1648, SP], filho de Maria Gonçalves. Deixou numerosa descendência de seus dois casamentos: 1.º, com Paula Fernandes, com a qual teve seis filhos, abastados fazendeiros no sertão de Jundiaí; e 2.º, com Catarina de Figueiredo d'Horta [- 1621, SP], matriarca de um dos ramos da família Horta (v.s.), de São Paulo, que por este casamento, descendem os Oliveiras e os Oliveira Horta (v.s.), de São Paulo. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Domingos Fernandes de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1734, na Colônia do Sacramento, com Quitéria Maria de Santo Inácio. Ainda, no Rio Grande do Sul, a importante família Souza de Oliveira, à qual pertence Francisco de Souza de Oliveira [c.1730, Colônia do Sacramento -04.10.1792, em sua estância em Gravataí, RS]. Era irmã de Eufrásia Maria de oliveira, que por seu casamento foi a matriarca da família Gomes de Carvalho (v.s.), do Rio de Janeiro. Francisco de Souza de Oliveira deixou numerosa descendência do seu cas., a 27.01.1766, em Viamão, RS, com Rosa Maria Seria [c.1751, Rio Grande, RS -], filha do Capitão de dragões Antônio Pinto da Costa e de Teodósia Maria de Jesus. Foram antepassados, entre outros: I - do neto, o conselheiro Cândido Batista de Oliveira [08.02.1801, Porto Alegre, RS -], Professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Diretor da Revista Brasileira, em sua 1ª fase, de 1857 a 1861. Ministro de Estado). Deixou geração do seu cas. com Ana Chagas; II - a neta, Antônia Cândida de Oliveira [c.1813, Porto Alegre, RS -[, cas. com o alferes Marco Antônio de Azeredo Coutinho Ramos de Montaury, da importante família Montaury (v.s.); III - o bisneto, Luiz Plínio de Oliveira [06.07.1834 - 24.05.1909], que por seu casamento, tornou-se patriarca da família Torres de Oliveira (vs.), do Rio de Janeiro. Em Goiás, entre outras, registra-se a do alf. Luiz Antônio de Oliveira, nat. do Porto, que deixou geração, em Pirinópolis, do seu cas., por volta de 1775, com Maria Teodora do Nascimento, meiapontense (JJ., Pirinópolis, II, 259). Na Paraíba, entre as mais antigas, a de João Gonçalves, que deixou descendência do seu cas. com Beatriz de Oliveira, nat. da Paraíba, do princípio do séc. XVII. Em Pernambuco, entre as mais antigas, a de Julião de Oliveira, nat. de Lanhoso, Guimarães (Portugal), que teve mercê do Hábito da Ordem de Aviz [1649], pelos serviços prestados em Pernambuco. Deixou geração do seu cas., em Porto Calvo 77 (PE), com Maria de Abreu, filha de Francisco Camelo de Andrade. Em Minas Gerais, entre muitas, a do Guarda-Mor João Batista de Oliveira [Freg. de Santa Luiza, Portugal -], filho de Romão Dias, nat. de Portugal, e de Catarina Batista de Jesus, nat. da Vila de Santa Cruz, na Ilha da Madeira. Deixou numerosa descendência, por onde correm os sobrenomes Oliveira e Oliveira Fontoura, em Minas Gerais, do seu cas., c.1745, com Ana Rosa da Fontoura, nat. da Freg.ª de N.S. do Rosário do Recife, Pernambuco. Filha de Manuel Pinheiro e de Inês Rodrigues de Oliveira Fontoura, patriarcas da família Pinheiro da Fontoura (v.s.), de Minas Gerais. Foram pais, entre outros, de Belchior Pinheiro de Oliveira [06.01.1748, Vila do Príncipe [(Serro), bisp. de Mariana, MG -], que serviu de Escrivão da Comarca dos Diamantes do Serro do Frio. Na Bahia, entre muitas, ver a família Oliveira Junqueira. Linha Indígena: No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Mateus de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1662, com Catarina, «índia da terra» (Rheingantz, III, 40). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do Sacramento a de José de Oliveira, «pardo forro» [filho de Gonçalo de Oliveira e de Luzia, sua escrava], que deixou geração, em 1754, com Eugenia Maria «parda forra» [filha de João Francisco e de Antônia de Souza, «preta forra»] (Rheingantz,Col., 3). Em Minas Gerais, por exemplo, Alexandre Patrício de Oliveira, «pardo forro», nat. de S.J. d’El-Rei, filho de Domingos Rodrigues de Oliveira e de Serafina Cordeiro, deixou 5 filhos, nascidos em Campanha (MG), de seu cas. com Inácia Pereira «parda forra», filha de Francisco Pereira de Mendonça e de Vicência Maria de Andrade (Monsenhor Lefort - Campanha). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, Antônio Tomaz de Oliveira, nat. de Guaratinguetá, «filho natural» de Maria Antônia de Jesus, foi cas. em 1813, Itajubá (MG), com Maria Antônia da Silva, nat. de Guaratinguetá (Monsenhor Lefort - Itajubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 146). Registra-se, por exemplo, Rachel de Eliau Jesurun d'Oliveira [c.1727-], que foi casada, em 1749, com Davi de Aron de Samuel Sarphati Pina, bisneto de Aharon Sarfatti, patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de Pernambuco (Wolff, VI, 17). Linha de Degredo e Cristão Novo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do Convento de São Domingos de Lisboa, a 09.01.1633, a condenação de quatro (4) anos de degredo para o Brasil, de Catarina de Oliveira, cristã nova, natural de São Martinho, Couto de Alcobaça, moradora em Lisboa, por se casar segunda vez (bigamia) sendo vivo o seu primeiro marido. Nobreza Titular: Em Mato Grosso, registra-se a família do Brigadeiro honorário João Batista de Oliveira [?, Cuiabá, MT - 14.05.1879, ídem], filho do Major do Exército Antônio Bernardo de Oliveira, português, e de Ana d'Alincourt, portuguesa. Neto paterno de Hermenegildo Alves de Oliveira. Neto materno de Luiz d'Alincourt, membro da importante família francesa Alincourt (v.s.). Foi agraciado com o título [Dec. 20.05.1863] de barão de Aguapeí [Serra onde nascem os rios Alegre e Aguapeí, distante 14 léguas a S.E. de Cuiabá, Mato Grosso]. Deixou geração do seu cas. na família Alves da Cunha (v.s.), de Mato Grosso. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, para onde passou Estanilau José de Oliveira [Portugal - 1826, São Carlos, SP], professor jubilado de retórica de São Paulo, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Maria Joaquina de Araújo [- 1842, vila de S. Carlos, SP], filha de José Ribeiro do Prado e de Ana de Araújo (SL, VII, 299). Entre os seus descedentes, cabe registrar: I - o filho, José Estanilau de Oliveira [05.03.1803, SP - 04.09.1884, Rio Claro], alferes do regimento de caçadores [1826], agraciado, sucessivamente, com os títulos de [Dec. 30.05.1867], barão de Araraquara, que foi elevado para [Dec. 19.07.1870] o de Visconde do Rio Claro. Chefe do partido liberal no Rio Claro, em cujo município era proprietário de 78 importante fazendas de cultura de café. Deixou geração do seu cas., com Elisa de Mello Franco, integrante da importante família Mello Franco (v.s.), de Minas Gerais; II - o neto, Estanilau José de Oliveira (2.º) [1829 - 29.05.1902], filho do anterior, importante fazendeiro com cultura de café no Município de Anápolis. Foi agraciado com o título [Dec. 28.02.1885], de barão de Araraquara. Deixou uma prole de 10 filhos, do seu cas. com sua prima legítima, abaixo denominada; III o neto, Dr. Luiz José de Mello e Oliveira [25.02.1837, Campinas, SP 08.03.1901, São Paulo, SP], bacharel em Direito, pela Faculdade de São Paulo [1862], que foi agraciado com o título [Dec. 28.03.1885], de barão de Melo e Oliveira. Deixou geração do seu cas. com Ana Flora Vieira Barbosa [25.02.1849, Santos.SP - 17.05.1900, São Paulo, SP], baronesa de Melo e Oliveira, filha de Antônio José Vieira Barbosa, membro da família Vieira Barbosa (v.s.), de São Paulo; IV - o neto, Coronel João Batista de Mello e Oliveira, diretor do Banco União de São Paulo, Senador Estadual e Vice-Presidente do Estado de São Paulo [1905]; V - a neta, Maria Joaquina de Oliveira [- 26.04.1926], que, por seu casamento na família Aguiar e Barros (v.s.), de São Paulo, tornou-se, em 1880, a 2.ª baronesa de Piracicaba; VI - a neta, Amália Carolina de Oliveira [1830, Campinas - 01.10.1910, SP], que por seu casamento, em 1847, na família Borges, de São Paulo, tornou-se, em 1889, a baronesa de Dourados, e a matriarca da família Oliveira Borges (v.s.), do mesmo Estado; VII - a neta, Amélia Cândida de Oliveira da Luz [1840 - 27.12.1908, São Paulo, SP], que, por seu casamento com seu primo, denominado acima, tornou-se, em 1885, baronesa de Araraquara; VIII - a neta, Ana Carolina de Melo e Oliveira [05.11.1841 05.10.1945, São Paulo, SP], que por seu cas., a 23.04.1863, com, com um membro da família Arruda Botelho (v.s.), de São Paulo, tornou-se a condessa do Pinhal; e IX - a neta, Eudóxia Henriqueta de Oliveira [bat. 24.06.1836, Campinas, SP - 05.02.1874, ídem], que foi cas., a 23.06.1851, na importante família Cunha Bueno (v.s.), de São Paulo. Eudóxia, faleceu antes que seu marido fosse agraciado com os títulos de barão de Itaquari [1887], barão da Cunha Bueno [1887], e, finalmente, visconde da Cunha Bueno [1889]. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco, para onde passou Manuel Inácio de Oliveira [Braga - 25.06.1875, Lisboa], negociante matriculado na praça do Recife, filho de Antônio José de Oliveira e de Antônia Maria Moreira. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi agraciado com o título [Dec. 22.07.1867] de barão de Ouricurí. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Deixou importante descendência do seu cas. com Mariana Bernarda d'Almada [Ipojuca, PE -]. Foram pais, entre outros (11 filhos): I - o filho, Felisberto Inácio de Oliveira [PE - 22.10.1870], negociante matriculado, que foi agraciado com o título [Dec. 22.06.1867] de barão de Cruangí. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Foi casado com Maria Joana Lopes de Araújo [1850 -], da importante família Lopes de Araújo (v.s.), do Rio Grande do Sul, que tornou-se baronesa de Cruangí, perdendo este tratamento, por haver casado novamente com o barão de Pinto Lima; e II - Francelina de Oliveira, casada, primeiro, na família Timm (v.s.), e segundo, na família Wild (v.s.). O barão de Ouricuri, chefe desta família, parece ter vindo com um irmão, Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger Archivo da Nobreza do Brasil). Família estabelecida no Maranhão, à qual pertence José Antônio de Oliveira, que deixou geração do seu cas., por volta de 1850, com Maria Segeins. Foram pais de José Joaquim Segeins de Oliveira [17.06.1858 - 22.05.1929], abastado agricultor e criador de gado no Maranhão, nas propriedades que herdou de seu progenitor. Foi agraciado com o título de barão de Itapari [12.05.1888]. Deixou geração do seu cas. com Hortência Sales, falecida depois de 1929, baronesa de Itapari, filha de importante família da Ilha 79 da Madeira. Seus descendentes assinam Itapari, como sobrenome da familia. Registram-se, ainda: I - Luiz Antônio de Oliveira, que por Decreto de 29.09.1883, foi agraciado com o título de barão de Trontaí; II - Manuel Claudiano de Oliveira, que foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão de Mogi-Mirim. Foi casado com Balbina de Toledo. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma oliveira verde, arrancada de prata, frutada de ouro. Timbre: a oliveira do escudo; II - Moderno: um escudo em campo vermelho, com uma oliveira de verde, perfilada e frutada de ouro e arrancada de prata. Timbre: a oliveira do escudo; III - De Domingos Joanes: um escudo em campo azul, com aspa de prata, acompanhada de 4 flores-delis de ouro; IV - dos Oliveira-Silva: um escudo partido: o primeiro, em campo de ouro, uma oliveira verde frutada de negro; o segundo, em campo vermelho, um leão de prata, armado de ouro. Timbre: uma flor-de-lis de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 53); Brasil Heráldico: V - Manuel Inácio de Oliveira, barão de Ouricurí, citado acima, ramo de Pernambuco. Brasão de Armas datado de 30.08.1867. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 86: um escudo em campo de prata, partido; ao primeiro quartel, uma oliveira de sinople com frutas de ouro; ao segundo quartel, três faixas de azul, com uma abelha de ouro em cada uma. Coroa de barão. Timbre: uma cruz de goles florida e aberta; VI - Felisberto Inácio de Oliveira, barão de Cruangí, citado acima, ramo de Pernambuco. Carta de Brasão de 30.08.1867. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 87): armas igual a de seu pai, o barão de Ouricuri (Sanches Baena, II, 201, 223); VII - Antonio Joaquim de Oliveira [Lisboa-], que em 1774 era Capitão de Mineiros de Artilharia na Cdade do Porto, quando foi nomeado por D. José I, a Tenente-coronel e Lente da Aula do Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro, conforme se nota na Comunicação enviada em Ofício de 18.09.1774, do Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, ao Vive Rei Marques do Lavradio. Coube-lhe, como Lente da recém-criada Real Academia, instalar a nova Escola na Casa do Trem de Artilharia, contígua ao Quartel do Regimento de Artilharia, na Ponta do Calabouço. O Tenente-coronel Oliveira permaneceu nestas funções até 1795, quando já Coronel, foi dispensado por motivo de saúde, sendo substituído por José de Oliveira Barbosa. Coronel - antes de 1795. Promovido a Brigadeiro Graduado em 13.05.1808. Filho de Francisco José de Oliveira e de Maria Joaquina de Miranda. Neto paterno de Braz de Oliveira e de Maria Madalena. Neto materno de Antonio de Miranda e de Ana Joaquina. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; VIII - Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil). 80 GOMES PEREIRA CESAR AUGUSTO GOMES PEREIRA e HERMANCE GOMES PEREIRA GOMES 81 Sobrenome de formação patronímica: filho de Goma, do gótico guma, inglês antigo guma, antigo francônio goma, feito de goma. A forma primitiva seria Gomici, que nas fontes aparece como Gomece, Gomice, Gumice, Gomize, Gumize, Gomeze, Gomez. Já foi nome de batismo (Antenor Nascentes, II, 127). Segundo alguns, em Portugal, procedem da família Gomes, da Itália, onde era nobre, e da qual houve alguns «Patrícios» em Roma (Anuário Genealógico Latino, I, 50). Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se desde os primeiros anos de povoamento do Brasil por todo o seu vasto território. Há diversas famílias com este sobrenome, em diversas partes do Brasil, de origem portuguesa, colombiana, espanhola. paraguaia, argentina, uruguaia, etc. No Rio de Janeiro, entre as quase 150 famílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos a de Amador Gomes, n. por volta de 1598 e fal. antes de 1654. Deixou larga descendência, a partir de 1624, com Isabel Teixeira (Rheingantz, II, 241). Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a de Pedro Gomes, fal. a.1616, e cas. em S. Vicente, com Isabel Afonso, filha de gentio da terra. Deixou geração. Além deste, registram-se, entre outros: Luís Gomes (S. Paulo, 1583). Matias Gomes (Piratininga, 1592), Gaspar Gomes (S. Paulo, 1599) e Lourenço Gomes (S. Paulo, 1599) (AM, Piratininga, 88). Na Bahia, entre as mais antigas, cabe registrar a de Pedro Gomes [Setúbal - 20.12.1692, BA], figura central de seu tempo, na Bahia. Passou para a Bahia e aí ocupou todos os postos nas milícias, sempre se distinguindo, até o de mestre de Campo, a começar de 18.06.1678. Gov. do Rio de Janeiro [16.01.1681 a 25.07.1682]. Moço Fidalgo e Fidalgo da Ordem de Cristo. Deixou geração do seu cas., com a viúva, Isabel da Costa Madeira, filha de Domingos Lopes Falcato e de Águeda da Costa. Foram pais, entre outros, de Antônio Gomes, que tornou-se o patriarca da importante família Gomes Ferrão Castelo Branco (v.s.), da Bahia(Jaboatão, n.º 655). Ainda, na Bahia, registra-se a família de Agostinho Gomes, cavaleiro professo na ordem de Cristo. Familiar do Santo Ofício. Negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia. Descendente das famílias Fontoura e Carneiro. Deixou geração do seu cas. com Isabel Maria Maciel Teixeira, filha de Bento Maciel Teixeira e de Maria da Silva. Foram pais do Padre Francisco Agostinho Gomes, negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia, com legítima dispensa. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Em Minas Gerais, estabelecida na Zona do Carmo, encontra-se, entre as mais antigas, a de Francisco Gomes Pinheiro, que passou para as Minas na era do seu povoamento e foi um dos desbravadores da zona do Carmo, do rio Doce e do Casca. Sesmeiro [1736] em Barra Longa, onde cas., c.1745, com Antônia Pereira de Araújo, do Rio das Velhas (Cônego Raimundo Trindade, Zona do Carmo, 1). Ainda em Minas Gerais, registra-se a de João Gomes Martins [1685, Barcelos - ?], que passou para o Brasil, estabelecendo-se em Sumidouro, Minas Gerais. Foi o fundador de Palmira (hoje Santos Dumont), em Minas Gerais. Deixou geração de seu cas., em 1725, no Rio de Janeiro, com Clara Maria de Melo. Foram pais do inconfidente José Ayres Gomes. No Acre, cabe registrar o português José Gomes dos Santos, que descerrou o seringal Independência, por volta de 1878, situado no rio Purus, dentro de umas oitenta milhas acima da foz do rio Acre (Castelo Branco, Acreania, 172). Para Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel João Antônio Gomes [c.1749, Portugal - Recife, PE], Senhor dos Engenhos Mercês, e Penderama, este na Vila do Cabo, PE. Coerciante e opulento proprietário no Recife. Deixou numerosa descendência do seu cas., no Recife, PE, com Caetana Maria de Deus Pires Ferreira [c.1752, Recife, PE - idem], filha de Domingos Pires Ferreira, patriarca desta família Pires Ferreira (v.s.), de Pernambuco. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - a flha, Joana Maria de Deus Gomes 82 [1776, Recife, PE - 10.08.1866, idem], que deixou importante descendência do seu cas. com o Senador José Carlos Mayrink da Silva Ferrão [1771-1846], membro da importante família Mayrink (v.s.), de Minas Gerais; II - a filha, Catarina Maria da Conceição Gomes [1779, Recife, PE - idem], de quem descendem os Gomes, por seu cas., em 1804, no Recife, com seu primo legítimo (paterno) Joaquim Cândido Gomes [c.1775, Recife, PE - d.1836], comerciante; e III - a neta, Caetana Cândida Gomes [1811, Recife, PE - idem], baronesa das Mercês, que deixou geração do seu cas., a 04.10.1831, no Recife, com seu primo paterno, Manuel José da Costa [1809-1885], agraciado com o título de barão das Mercês, integrante das muitas famílias Costa (v.s.), de Pernambuco (Edgardo Pires Ferreira, Mística do Parentesco, I, 6, 36). Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, registra-se a de Inácio Gomes, «viúvo», cas. em 1780, em Estreito, RS, com Florencia, «índia» (L.º 2.º, fl.10v). Para São Paulo, registra-se uma ilustre família de músicos, originária da Espanha, procedente de Don Antônio Gomez, de casa nobre de Pamplona, e que, fazendo-se bandeirante, desbravava o interior de São Paulo, encontrando, não ouro, mas outra coisa que, para ele, foi mais preciosa: uma belíssima índia, filha de um cacique guarani, que lhe deu muitos filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196). Entre os descendentes do casal, registramse: I - o neto, Manuel José Gomes [- 1868], mais conhecido por Maneco Músico, professor, compositor e mestre da Banda de Campinas. Deixou importante descendência, estabelecida em Campinas, SP, do seu terceiro casamento com Fabiana Maria Jaguari Cardoso, que morreu tragicamente, muito moça ainda. Deixou geração do seu quarto e último casamento, com D. Francisca Leite, que iria tornar-se uma boa madrasta aos filhos dos casamentos anteriores. As quatro esposas de Maneco Músico, lhe dariam, nada menos do que 25 filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196); II - o bisneto, José Pedro de Sant’Ana Gomes, filho do anterior, o mano Juca. Violinista, regente e também compositor. Tornar-se-ia o maior amigo de seu famoso irmão, o maestro Carlos Gomes; III - o bisneto, Antônio Carlos Gomes [11.07.1836, Campinas, SP - 18.09.1896, Belém, PA], irmão do anterior e filho do terceiro casamento do item I. Um dos maiores nomes da música brasileira - autor das nossas mais belas óperas, mas também de encantadoras modinhas. Estudou música com seu pai, tendo aprendido, também, o ofício de alfaiate. Tocou vários instrumentos na banda de seu pai, principalmente ferrinhos e o flautim, depois dedicou-se ao violino, especializandose em piano, sem chegar a ser, nele, propriamente, um virtuoso. Aos 21 anos, publica a valsa “A Rainha das Flores”, a romança sentimental Bela Noite da Minh’Alma e a dança de negros A Caiumba. Em 1859, foge com seu irmão para o Rio de Janeiro a fim de estudar no Conservatório local. Em 1860, recebe medalha de ouro por sua cantata A Última Hora do Calvário. Em 04.09.1861, apresentou no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a sua primeira ópera, A Noite do Castelo, sendo ovacionado de pé, pelo Imperador, que lhe concedeu o hábito de Cavaleiro da Ordem da Rosa. Sua segunda ópera, Joana de Flandres [1863]. D. Pedro II, maravilhado, promove Carlos Gomes a Oficial da Ordem da Rosa e decide custear seus estudos na Europa. Em Milão, Itália, foi aluno de mestre Lauro Rossi. Em 19.03.1870, estréia, no Scala, Itália, Il Guarany, obtendo um êxito fulminante. No espetáculo, a presença do compositor Giuseppe Verdi [18131901]. No mesmo ano, a 2 de dezembro, Il Guarany sobe, pela primeira vez, à cena no Brasil, no palco do Teatro :Lírico Fluminense. Em 1872 escreve aquele que seria, para ele, sua melhor ópera: a Fosca, mal recebida em virtude de suposto wagnerismo. Em 1874, no Teatro Carlo Felice, de Gênova, estréia com a ópera Salvador Rosa. Em 1879, lança a ópera Maria Tudor, ópera lírica em quatro atos. Tornou-se esta a mais popular ópera de Carlos Gomes na Itália. Em 1888, 83 estreia O Escravo. Estréia no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a ópera Lo Schiavo [1889]. D. Pedro II eleva Carlos Gomes ao grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa. Em 1891, lança a ópera Condor e, em 1892, o oratório Colombo. Condecorado pelo Rei de Portugal com grau de Comendador da Ordem de São Tiago e diretor do Conservatório de Belém, a convite de Lauro Sodré, mas não chegou a assumir. Deixou geração do seu cas., em 12.1871, com [separado] Adelina Peri [- 01.1889], descendente de antiga família de titulares de Bologna, e pianista laureada pelos Conservatórios de Roma e Milão (Vasconcelos. Raízes da Música, 200); IV - o tataraneto, Íbero Gomes Grosso [1905, São Paulo, SP 1983], sobrinho-neto do maestro Carlos Gomes. Desde a tenta idade demonstrou vivo interesse pelo violoncelo, tendo aos sete anos seguido para o Rio de Janeiro onde ficou sob a tutela de seu tio e mestre Alfredo Gomes. Agraciado com o prêmio de viagem de estudos, no Curso da Escola Nacional de Música. Seguiu para a Europa, ingressando na École Normale de Musique de Paris, aperfeiçoando-se com Diran Alexanian e Pablo Casals. Catedrático de Violoncelo na Escola Nacional de Música e no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, onde lecionou rítmo. Em 1930, formou um trio com Tomás Terán [1896-1964] e com o grande violinista Oscar Borgerth [1906-], este último, foi depois seu cunhado; V - a tataraneta, Alda Gomes Grosso, irmã do anterior e sobrinhaneta do maestro Carlos Gomes. Violinista, também laureada. Não deixou geração do seu casamento, em 1934, com a violinista, Oscar Borgerth. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Sebastião Alves Gomes, «pardo forro», cas. em 1770, no Rio de Janeiro, com Brígida Maria de Jesus [1731,RJ- ?]; e a de Manuel Gomes da Silva [1680,RJ- ?], que deixou geração, em 1712, com Josefa do Vale, «parda», pela qual corre o sobrenome (Rheingantz, II, 527, 267). Em Minas Gerais, por exemplo, registra-se a de Antônio Gomes [Braga - 17—, MG], que reconheceu dois filhos, havidos com Antônia da Silva de Andrade «crioula forra», e mais dois, com Felícia Isabel Cardoso, «parda». No Rio Grande do Sul, entre outras, encontra-se a família de João Gomes, preto forro, casado em 1779, em Estreito, RS, com Maria da Conceição, também preta forra. Linha de Batina: Para São Paulo, registra-se o arcediago José Gomes de Almeida, filho do coronel Jerônimo Martins Fernandes, cavaleiro professo na ordem de Vristo, e de Josefa Caetana Leonor Mendes de Almeida. Neto paterno de João Gomes e de sua mulher Maria Fernandes, e bisneto de Francisco Gomes, casado com Maria Martins de Macedo. O arcediago Gomes de Almeida, teve um filho, que legitimou, chamado Francisco Martins de Almeida, sargento-mor de guardas nacionais, na província de São Paulo. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Francisca Gomes, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Filha de Simão Henriques. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Ana Gomes, natural da Veiga de Lisa, termo da vila de Chaves, moradora em Lisboa, condenada «por casar segunda vez sendo vivo o seu primeiro marido» (bigamia). Esposa de Amaro Gonçalves, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Praça Grande de Évora, a 18.03.1683, a condenação de dois (2) anos de degredo para o Brasil, de Maria Gomes Cavala, «parte cristã nova», moradora na cidade de Évora, «reconciliada por culpas de judaismo no auto-de-fé que na mesma cidade se celebrara a 01.04.1629, fora novamente presa por culpas de relaxação. Era viúva de Antônio Gonçalves, sapateiro em Montemor-oNovo. Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, cabe registrar a 84 família de Gregório Mendes [c.1569 - a.1617], morador no Rio de Janeiro, que deixou numerosa descendência do seu cas., c.1594, com Isabel Gomes «da Costa» [c.1572 - ?], pela qual correm os sobrenomes Gomes da Costa (v.s.) e Mendes da Costa (v.s.), quase todos denunciados em autos-de-fé, entre 1634 e 1735, acusados de serem cristãos-novos (Rheingantz, II, 586). Ainda no Rio de Janeiro, ver a família Gomes Mourão. Sobrenome de uma família de origem judaica estabelecida, no Brasil, durante o período holandês, à qual pertence Simon Gomes de Lisboa, documentado nos anos de 1644 (Wolff, Brasil Holandês, 45). Na Bahia, registram-se Antônio Gomes, judaizante em 1646; e Fernão Gomes, cristão novo, alfaiate, denunciado - 1591 (Wolff, Dic., I, 84, 114; VI, 10). Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no domingo, na Sala geral dos Estaus da cidade de Lisboa a 31.01.1599, a condenação por judaísmo de Rui Gomes, cristão novo, natural de Lisboa e morador em Pernambuco. Nobreza Titular: I Importante família de abastados proprietários de terras, membros da chamada aristocracia cafeeira, estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, à qual pertence José Luiz Gomes [1801 - 30.05.1855, Piraí, RJ], filho de Francisco Luiz Gomes [irmão do Padre Dr. Alexandre Caetano Gomes, escritor] e de Ana Margarida de Jesus Breves, integrante da poderosa família Breves (v.s.), do Vale do Paraíba Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Sargento-Mor de milícias, alferes do 2.º Batalhão de Angra dos Reis [RJ]. Um dos maiores benfeitores da Cidade de Piraí [RJ], onde era proprietário das fazendas de Santa Maria e Ponte Alta. Vereador e presidente da Câmara Municipal de Piraí. Delegado de polícia da mesma cidade. Juiz de Paz de Mambucaba. Foi agraciado com o título de barão de Mambucaba [02.12.1854]. Deixou geração dos seus dois casamentos, sendo o segundo, com Maria Rosa da Conceição, filha do Capitão José Tomás da Silva e de Rosa Maria da Conceição; II - Jacinto José Gomes, foi agraciado, a 10.07.1873, com o título de barão de Monção. Heráldica: I - em campo azul, um pelicano de ouro com três filhos bebendo o sangue [de vermelho] do mesmo, que sai da sua ferida no peito. Timbre: o pelicano do escudo. Brasil Heráldico: I - padre Francisco Agostinho Gomes, citado acima, ramo da Bahia. Brasão de Armas, datado de 24.10.1799. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 101: um escudo ovado e partido em pala; na primeira, as armas da família Fontoura (v.s.); e na segunda, as armas da família Carneiro (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 175); II - Sargento-mor Francisco Martins de Almeida, citado acima, na linha de batina. Brasão de Armas, datado de 25.10.1855. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 25: um escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Gomes (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Martins (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Macedo (v.s.); e no quarto quartel as armas da família Fernandes (v.s.). Elmo de prata guarnecidi de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre: o da família Gomes. Diferença: uma brica vermelha com um F de prata. 85 GOMES PEREIRA Sobrenome de algumas famílias estabelecida no Rio de Janeiro. Entre as mais antigas, registra-se a de Francisco Gomes de Gouveia, morador no Rio de Janeiro, n. por volta de 1595 e fal. no Rio, em 1642. Deixou larga descendência, a partir de 1621 com Maria Pereira, fal. antes de 1658 (Rheingantz, II, 262). Ainda no Rio de Janeiro, registra-se a família do Almirante Antônio Coutinho Gomes Pereira [16.09.1865, RJ - 18.07.1926, RJ], filho de Manuel Antônio Gomes Pereira e de Joaquina Freitag. Oficial da Mrinha. Praça de Aspirante na Escola de Marinha [1879]. Guarda-Marinha [1881]. 2.º Tenente [1884]. 1.º Tenente [1890]. CapitãoTenente [1894]. Secretário e Ajudante de Ordens do Chefe do Estado Maior da Armada [1895]. Capitão-de-Fragata [1904]. Adido Naval em Londres [1910]. Capitão de Mar e Guerra. Contra-almirante [1912]. Inspetor do Arsenal de Marinha. Superintendente da Navegação. Diretor da Escola Naval de Guerra. Vice-Almirante [1916]. Ministro da marinha [1916]. Chefe do Estado Maior. Ministro do Supremo Tribunal Militar [1920]. Almirante [1920], posto em que foi reformado, em 1926. 86 CORREIA PORTO ADHAILTON LACET CORREIA PORTO CORREIA (o mesmo que Corrêa (v.s.) ) 87 CORRÊA Sobrenome, primitivamente alcunha. De correia, subst. com. Leite Vasconcelos, considera de origem geográfica (Antenor Nascentes, II,81). Família originária da vila de Salceda, comarca de Túy, prov. de Pontevedra, na Galiza, Espanha(Anuário Genealógico Latino, I, 36; Carrafa, XXVII, 196). Em Portugal, procede de Paio Ramiro, cavaleiro português, rico-homem, que passou àquele país com o conde D. Henrique em 1089. Entre os seus descendentes, registra-se seu terceiro neto D. Paio Corrêa, mestre da ordem de Santiago em toda a Espanha (Sanches Baena, II,52). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Corrêas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica (do lugar de Corrêa), ou de uma alcunha. O mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Corrêa se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, encontra-se a família do cap. João Antônio Correia [c.1592 - RJ], filho de Antônio Correia, que deixou descendência, a partir de 1622, com Ana de Azeredo [c.1602 - 1675, RJ] (Rheingantz, I,379). Rheingantz registra mais 125 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, cabe registrar a família de Geraldo Corrêa, nat. de Braga, que, em 1595, já residia em S. Paulo, onde deixou geração de seu cas. com Maria Soares. Fal. em 1668 (AM, Piratininga, 41). Ainda, em São Paulo, com ramificações na Colônia do Sacramento, registram-se a família Félix Corrêa (v.s.) e a família de Sebastião Fernandes Corrêa, natural de Santa Eulália. 1º Provedor Proprietário e Contador da fazenda Real da Capitania de São Vicente e de São Paulo. Deixou numerosa descendência do seu cas., c.1618, com Ana Ribeiro, filha de Sebastião de Freitas, patriarca desta família Freitas (v.s.), de São Paulo Na Bahia, entre outras, registra-se a família de Pedro Vaz Correia, que mereceu do rei distintas mercês, pelos serviços prestados na Índia. Deixou geração de seu casamento com Felipa de Santiago, filha de Tomé Fernandes Baião, patriarca desta família Baião (v.s.), na Bahia (Jaboatão, 868). No Maranhão, entre as mais antigas, encontra-se a de Agostinho Corrêa, um dos «povoadores de S. Luiz», que foi Governador e Capitão General do Estado do Maranhão (1656), e que deixou descendência. Ainda no Maranhão, de origem portuguesa, há a antiga família de João Correia, o Português, natural da Vila do Conde. Entre os seus descendentes, registram-se: I - a filha, Brites Dias Correia, uma das matriarcas da família Lucena de Azevedo (v.s.), espalhada pelo nordeste brasileiro, por seu casamento com Vasco Fernandes de Azevedo, Fidalgo da Casa Real, «um dos primeiros descobridores e povoadores de Pernambuco», onde chegou em 1535, na mesma embarcação que conduziu seu primo, Duarte Coelho, o 1.º Donatário da Capitania de Pernambuco; II - a terceira neta, Margarida Corrêa de Lucena, que foi casada com o Ouvidor Manuel de Araújo Cerveira, Juiz Presidente do Senado do Estado do Maranhão. Ouvidor da Capitania de Cumã (MA). Neto de Antônio de Cerveira da Câmara, chefe desta família Cerveira (v.s.), no Maranhão; IV - o quarto neto, Marcos Antônio de Azevedo, Fidalgo Cavaleiro e Ministro de Estado, de quem descendem os Montaury (v.s.), de Pernambuco e Rio de Janeiro; IV - o quarto neto, Inácio Corrêa Coutinho da Cerveira, natural do Maranhão. 88 Secretário de Estado. Casado com Simeana Furtado de Mendonça, descendente de Diogo de Campos Moreno, Sargento-Mor de todo Estado do Maranhão, conforme vai descrito no título dos Furtado de Mendonça (v.s.); V - o sexto neto, Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho, capitão da cavalaria auxiliar, a quem se passou Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Deixou geração do seu cas. com Antônia de Araújo Cerveira; VI - o sétimo neto, José Teodoro Corrêa de Azeredo Coutinho, filho do anterior, barão de Mearim - detalhes adiante; VII - o sétimo neto, Tenente Antônio José Corrêa de Azevedo Coutinho, natural da cidade de São Luiz do Maranhão, a quem se passou Carta de Brasão de Armas detalhes adiante. Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou, em 1840, José Maria Correia Júnior, natural de Portugal, filho de José Maria Correia da Silva Júnior e de Ana Joaquina Correia. Assinou termo de declaração, a 17.04.1845, onde informa ser católico, caixeiro e estar engajado na Caixa Militar de Porto Alegre. Ao registrar sua Carta de Naturalização, assinada por D. Pedro II em 15.01.1848, declarou ainda ser casado com uma brasileira e Ter com ela dois filhos: uma menina de 22 meses e um varão com 4 meses (Spalding, naturalizações, 99). Importante família estabelecida no Pará, procedente de Francisco Custódio Corrêa [c.1777 - a.1846], que deixou importante geração do seu casamento com Joana Victória de Souza. Entre os descendentes do casal: I - o filho, Tenente-Coronel João Augusto Corrêa, negociante no Pará; II - o filho, o Doutor Ângelo Custódio Corrêa [c.1807], que foi casado, a 18.01.1846, em Belém [PA], com Ana Rufina de Souza Franco, irmã do barão de Souza Franco, filhos de Manuel João Franco e de Catarina de Souza, patriarcas desta família Souza Franco (v.s.), do Pará; III - o filho, o comerciante José Joaquim de Freitas, que deixou geração do seu cas., por volta de 1825, com Teresa de Souza, irmã do citado barão de Souza Franco; IV - o neto, Dr. Joaquim Pedro Corrêa de Freitas [17.08.1829, Cametá, PA 12.04.1888, Belém, PA], aluno do seminário de Belém, no qual se matriculou em 1840. Seguiu com seu tio, D. Romualdo Antônio de Seixas, para a Bahia, onde foi estudar medicina. Depois de ausentar-se na Europa, retornou ao Pará em fins de 1855, sendo eleito Deputado à Assembléia Geral Legislativa. Lente das cadeiras de Geografia, do Liceu Paraense. Lente de francês do Colégio Paraense [1862]. Diretor Geral da Instrução Pública [1874-1880]. Autor de um Compêndio de Geografia e História do Brasil. Provedor da Santa Casa de Misericórdia. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, das Sociedades Geográficas de Paris, Lisboa, Rio de Janeiro, e das Ciências Médicas de Portugal. Cavaleiro e Oficial da Ordem da Rosa. Tenente-Coronel da Guarda Nacional. VicePresidente da Província e, por oito vezes, eleito Deputado à Assembléia da mesma. Com geração (Alves da Cunha, Paraenses Ilustres, 122); V - o bisneto, Dr. Joaquim Augusto de Andrade Freitas, Suplente do Juiz Substituto Seccional do estado do Pará [1896]. No Piauí, entre muitas, registra-se a família de Francisco Félix Correia, que deixou geração de seus dois casamentos: o primeiro, com Raimunda Rosa de Jesus; e o segundo, com a irmã da primeira esposa, Rosa Lina de Jesus, filha de Marcelino Tito Castelo Branco, da importante e tradicional família Castelo Branco (v.s.), do Piauí. Linha Indígena: No Rio de Janeiro, entre outras, cabe registrar a família de André Correia, que deixou geração, em 1666, com Suzana, «mameluca»; e a de Antônio Correia, que deixou geração, em 1631, com Sebastiana, «do gentio da Terra» e da casa de Diogo de Montarroio (Rheingantz, I,366). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, encontra-se a de Rufina Correia «parda», filha de Manuel Álvares e de Lourença, «moça parda», cas. em 1669, com Domingos Rodrigues Távora; e a de Antônio Correia, que deixou geração em 1630, com Lucrécia, «preta do gentio da Guiné» (Rheingantz, 89 I,57,366). Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, há registro de Manuel Corrêa da Cunha, nat. de Aiuruoca (MG), «filho natural» de Maria da Cruz, que foi cas., em 1818, em Itajubá (MG), com Maria Ferreira da Silva, nat. de Baependi (Monsenhor Lefort - Itajubá). Linha das Órfãs da Rainha: Esta linha pertence a uma das filhas dos citados Pedro Vaz-Felipa, da Bahia, de nome Maria Corrêa, que foi casada com Manuel de Souza Dormundo. neto de Marta de Souza Lobo (sobrinha do conde de Sortella), uma das órfãs protegidas da rainha D. Catarina, enviadas, em 1551, ao Gov. do Brasil Thomé de Souza para casá-las com as pessoas principais que houvesse na terra. Marta Lobo foi casada na família Dormundo (v.s.); filha de Baltazar Lobo de Souza, patriarca desta família Lôbo de Souza (v.s.). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 11.10.1654, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Jerônimo Correia, natural de Torres Novas e morador em S. Tomé, aonde servia de capitão, por se casar pela segunda vez (bigamia), sendo viva sua primeira mulher. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Juliana Correia, cristã nova, mulher de Afonso Rodrigo, natural da cidade de Elvas e moradora em Lisboa. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, registra-se Ana Maria Correia, «cristã novo», filha de João Correia Ximenes, saiu no auto-de-fé de 1723. Na Bahia, encontra-se Belchior Mendes Correia, «cristão novo», morador em Salvador, que saiu no auto-de-fé de 1731. Na Paraíba, Diogo Nunes Correia, senhor de engenho na Paraíba, judaizante. Em Minas Gerais, Luís Miguel Correia, morador em Vila Rica, Minas Gerais, roceiro, que saiu no auto-de-fé de 1732 (Wolff, Dic.I,44). Sobrenome de algumas famílias de origem judaica estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre outros, registram-se: Jacob Gabai Correia, documentado nos anos de 1641, 1645 e 1648 [Signatário dos estatutos da Congregação Tsur Israel, no Recife, Pernambuco]; Inês Corrêa, em 1645 e 1646; Isaac Correia e Simão Correia, documentado de 1630 a 1637 (Wolff, Brasil Holandês, 31). Nobreza Titular: I - ver visconde de Sande; II - José Caetano Corrêa, que foi agraciado, por Decreto de 19.08.1888, com o título de barão de Tapajós; III - Antônio José Correia, que foi agraciado, a 23.12.1887, com o título de barão do Rio Pardo (3.º); IV - o brigadeiro José Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho [30.08.1775, Alcântara, MA - 11.03.1855, Alcântara, MA], do ramo do Maranhão, citado acima [item VI]. «Assentou praça na 1.ª companhia do têrço de infantaria da vila de Alcântara. Promovido aos postos superiores até coronel [24.06.1820]. Em 1844 foi reformado no pôsto de brigadeiro. Tempo de serviço: 45 anos, dois meses e dez dias. Presidente da Província do Maranhão [12.01.1842]» (Laurênio Lago, Acréscimos e Retificações, 146). Foi agraciado, por Dec. de 25.03.1849, com o título de barão de Mearim. Deixou geração do seu cas. com Maria Rita Joaquina de Araújo. Heráldica: em campo de ouro, fretado de corrêas de vermelho, repassadas umas por outras de 6 peças, 3 em banda e outras 3 em contrabanda. Timbre: 2 braços armados de prata, com as mãos abertas e as palmas para frente, atados pelos pulsos com uma correia vermelha. Foram passadas outras Armas, para os ramos Corrêa Aguiar, Corrêa Barahem e os Corrêas de Belas. Heráldica-Século XVI: I - Antônio Correia Baharem, fidalgo da casa real. Brasão de Armas datado de 23.04.1544. Registrado na Chancelaria de D. João III, Livro XLI, fl. 15: um escudo esquartelado, no primeiro e no quarto quartel, as armas da família Correia: em campo vermelho, uma águia de preto, armada de prata, estendida, tendo nos peitos um escudo de ouro fretado de vermelho de grossas coticas; e no segundo e no terceiro quartel, as armas da família Melo (v.s.). Elmo de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: a 90 mesma águia do escudo com uma correia no bico. Diferença: uma flor-de-lis de prata. Filho de Jorge Correia, neto de Pedro Correia, bisneto de Gonçalo Correia (Sanches Baena, Archivo Heraldico, I, 1); II - Carlos Corrêa - Carta de Brasão de 09.08.1549: as armas dos Corrêas. Diferença: uma crescente de verde. Brasil Heráldico: I - Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho, do ramo do Maranhão, citado acima. Carta de Brasão de 06.05.1790; II - Tenente Antônio José Corrêa de Azevedo Coutinho, filho do anterior, do ramo do Maranhão. Carta de Brasão de 10.03.1806. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VII, fl. 121 - um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel as armas da família Corrêa, descrita acima; no segundo quartel, as armas da família Azevedo (v.s.); e no terceiro quartel as armas da família Furtado de Mendonça (v.s.). 91 PORTO 92 Sobrenome de origem geográfica. De porto, subst. comum, o porto por excelência. Entende Leite de Vasconcelos que na linguagem familiar e hipocorística a expressão Portucale ou Portocale (Portugale ou Portugal) se aliviou do segundo elemento, ficando só Portu ou Porto, que se tornou o nome da cidade atual, aplicando-se a forma composta ao respectivo território, como mais extenso (Antenor Nascentes, II, 249). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a de Fernão do Porto, cas. no Rio, em 1622, com [??..ria - talvez Maria] Ribeiro Ribeiro (Rheingantz, III, 71). Ainda no Rio de Janeiro, de origem portuguesa, cabe mencionar a família de Francisco Luiz Porto [c.1641, S. Nicolau, Porto, Portugal- 1717, RJ], natural da cidade do Porto, de onde lhe advém o nome de família. Passou, em princípios do século XVIII, para a Cidade do Rio de Janeiro, onde deixou geração do seu cas., a 01.09.1668, na Igreja de São José, RJ, com Maria da Rocha Mascarenhas [c.1646, Reis Magos - 26.02.1705, RJ], filha de Francisco Rodrigues Mascarenhas e de Bárbara Vieira, patriarcas desta família Mascarenhas (v.s.), do Rio de Janeiro. Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou Francisco de Oliveira Porto, natural do Porto, Portugal, de onde, provavelmente, tirou o seu sobrenome Porto. Assinou termo de declaração, a 19.07.1848, onde informa ser católico. Ao registrar sua Carta de Naturalização assinada por D. Pedro II em 14.08.1852, declarou ainda ser casado com uma brasileira e até aquele momento não ter filhos (Spalding, naturalizações, 104). Linha de Degredo: Registra-se, no Autode-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Sara do Porto, cristã-nova, natural da vila de Linhares e moradora na Guarda. Esposa de Simão Rodrigues. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 162). Heráldica: um escudo em campo de prata, com uma cruz florenciada de vermelho. Timbre: a cruz do escudo (Anuário Genealógico Brasileiro, IX, 298). 93 CORRÊA PORTO Família estabelecida em São Paulo, à qual pertence o Dr. Joaquim Corrêa Porto Médico. Assistente da cadeira de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médico do Hospício de Juqueri. Filho de Manuel Corrêa Porto, nascido em Portugal, e de Florisbela de Abreu. Deixou geração do seu casamento com Consuelo Prado. Seus descendentes foram aparentados com a família Brotero (v.s.), de São Paulo. 94 RÊGO ANTONIO SERAFIM RÊGO FILHO 95 Sobrenome de origem geográfica. De rego, subst. comum - sulco natural ou artificial para conduzir água; sulco feito pelo arado, vala pequena num campo cultivado para escoar a água (Antenor Nascentes, II, 260; Silveira Bueno, Dic. Escolar, 1146). Esta palavra, que significa uma abertura que se faz na terra para se levar água onde se quer, é sobrenome de uma famílias dos primeiros séculos de Portugal. Registra-se Gonçalo Vaz do Rego, que em 1415, serviu na África, com grande valor, contra os mouros (Anuário Genealógica Latino, I, 81). Felgueiras Gayo, ao tratar da origem desta família, registra a dúvida existente sobre o primitivo Solar desta família: «huns dizem ser a honra do Rego no Lugar de Lordello do Concelho de Lanhoso de q forão senhores com Jurisdição, outros dizem ser a terra dos Regos na Provincia da Estremadura e nesta ambiguidade sem haver decomentos nada se pode seguir, com certeza, so he certo q estes fidalgos fundarão novo solar na quinta de Mereces lugar de Calvello digo fre.ª de Calvello do Concelho de Penella nesta Província do Minho de cuja caza procedem todos os Regos de q temos motissia. Os Regos segundo diz o Conde D. Pedro Plana 341 tt.º 60 descendem de D. Egas Mendes Gundar cazado com D. Maria Viegas o qual D. Egas Mendes era f.º de D. Mem de Gundar n.al das Asturias q veio com o Conde D. Henrique e deste vem os Regos e outras famílias». Em seguida, Gayo traça a genealogia da família Rego, iniciando-a em Lourenço do Rego, Senhor da quinta de Rozas, que foi o primeiro de que se teve notícia, e que vivia no tempo dos Reis D. Sancho II [1223-1248] e D. Afonso III [1248-1279]. Parece ser neto ou bisneto do citado D. Egas Mendes Gundar. Entre os descendentes desse Lourenço do Rego, registram-se: I - o neto, Gonçalo Vaz do Rego, que foi o patriarca desta família nos Açores. Nascido no Porto. Passou aos Açores (Ilha de S. Miguel) no último quartel do séc. XVI. O Solar desta família, na ilha de São Miguel, era a casa onde hoje está o estabelecimento Colégio Fisher, na freguesia matriz da Ponta Delgada. Gonçalo Rego, em Ponta Delgada, gozou dos privilégios de cidadão do Porto, por Alvará Régio de 08.06.1512; II - o bisneto, Gaspar do Rego Baldaya, que viveu nas ilhas, onde casou e deixou geração. Cavaleiro Fidalgo da Casa Real [Alv. 08.04.1546]. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Capitão e Ouvidor das Ilha de S. Miguel. Justificou sua nobreza, em Ponta Delgada, em 1571. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; III - o bisneto, Pedro do Rego, de quem descende parte da família Rego Barbosa, que teve diversos representantes no Brasil. A união dos dois sobrenomes, principia em seu casamento com Inez Barbosa, filha de Rui Vaz Aranha e de Isabel Barbosa; IV - o bisneto, Francisco do Rêgo, que residiu em Barcelos. Por seu casamento, com Isabel de Barros, foi o patriarca da importante e ilustre família Rêgo Barros (v.s.), que se estabeleceu em Pernambuco; V - o terceiro neto, Afonso de Barros Rego, patriarca da importante e ilustre família Rêgo Barreto (v.s.), que se estabeleceu em Pernambuco; VI - o quinto neto, Afonso Caminha Rego, que teve bisnetos que passaram ao Brasil; VII - o sexto neto, o Capitão Bento do Rego, Capitão de Infantaria nas Armadas de Portugal. Achou-se na restauração da Bahia, contra os holandeses; VIII - o sexto neto, Miguel de Moraes, meio irmão do anterior. Filho bastardo de Miguel do Rego Barbosa com uma representante da família Moraes. Foram os patriarcas da família Moraes Rego (v.s.), que se estabeleceu no nordeste brasileiro; IX - o oitavo neto, Manuel do Rego Barbosa, que passou ao Maranhão, onde casou; X - o oitavo neto, Gaspar de Araújo, que passou para o Brasil; X - o décimo neto, o genealogista, Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, autor da obra Nobiliário das Famílias de Portugal, muito usada neste Dicionário. Além destes, Felgueiras Gayo traça a genealogia de outros ramos, entre eles: I - o de Gonçalo Anes do Rego, que descendia, comprovadamente, do grupo anterior. Foi avô de Jorge do Rego Lobo, administrador de um Morgado instituído por seu pai em Lisboa. Teve mercê da 96 Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; II - o de Baltazar do Rego, que deixou geração do seu cas. com Eufemia da Costa. Foi quarto avô de João Corrêa da Costa Rêgo, que passou ao Brasil; sexto avô, de Antônio da Cunha Rêgo, casado com Bárbara da Silva Rangel, filha de Diogo Rangel de Aguiar e de Margarida Cardoso de Adorno, senhores do Engenho de Caponemana, na Bahia; e sétimo avô de Manuel da Cunha Barbosa, estabelecido na Bahia. Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Manuel do Rego [c.1595 - c.1652], filho de Francisco do Rego e de Maria da Costa. Deixou geração do seu primeiro e terceiro casamento (Rheingantz, III, 112). Rheingantz registra mais 9 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Na Bahia, entre as mais antigas, encontra-se a de Simão Alvares do Rêgo [c.1564, Póvoa do Varzim -?], que deixou geração do seu cas. com Ana Fernandes; e Salvador Fernandes do Rêgo [c.1575, Portugal -?], que deixou geração do seu cas. com Maria Luiza Nunes, da Ilha de Itaparica (Jaboatão, 510, 514). Família estabelecida no Piauíque, da mesma forma que os Barbosa Ferreira e os Sampaio, representa um ramo da família Sant'Ana (v.s.), do Piauí. Teve princípio em Joaquim José do Rêgo [c.1786 - ?], filho de Manuel Tomáz Ferreira, da importante família Sant'Ana. Deixou numerosa descendência dos seus dois casamentos com as irmãs Ana Rosa Castelo Branco e Rosa Florinda Castelo Branco, filhas de Marcelino José Castelo Branco, e terceira neta de Francisco da Cunha Castelo Branco, patriarca desta família Castelo Branco (v.s.), no Piauí (Raul Fausto - Castelo Branco). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Manuel do Rego, que deixou geração, por volta de 1641, com sua escrava Luzia, «preta», pela qual corre o sobrenome (Rheingantz, II, 571). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic., I, 166). Heráldica: «Alguns quizerão q o Apellido de Rego se derivasse de hum illustre Fidalgo da família de Gundares q saltara de cavallo hum grande Rego de Agos, imitando o Rey D. Aff.º Henriques a q.m acompanhava com outros cavalleiros em alcance dos Mouros, pello q se ficara chamando o do Rego e querendo outro cavalleiro saltar do m.mo modo, cahira na Agoa de q.m se deduzira o apellido de Agoas. Deste sucesso do Rego deduzirão as suas Armas, q são em campo verde hua banda ondeada de Prata e sobre ella tres vieiras de Ouro. Timbre dois penachos verdes guarnecidos de ouro e no meio hua concha ou vieira de seu proprio metal. Nao nos parece isto m.to verozimil, pois não he natural q hum Fidalgo quizesse tomar seu apellido de hua ação q se não pode numerar entre as façanhas Melitares, eu me inclino a q a banda ondeada seria posta em Atenção ao Solar do Rego p.ª se distinguir de outros Fidalgos p.ª o q forão introduzidos os escudos de q não faltão exemplos como nos Costas - Cunha - Bacellares - e outros e as vieiras podião ser acrescentadas ou por aliança desta família ou em honra de S. Thiago Patrão das Espanhas com q.m os da família de Gundar sendo das Asturias terião devoção em algua batalha contra os Mouros invocando S. Thiago q era neste tempo o grito da guerra e por este motivo acrescentarão as suas Armas as vieiras ou Conchas diga cada hum o q lhe parecer melhor» (Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias, Regos). I - um escudo em campo verde, uma banda ondada de prata, carregada de 3 vieiras de ouro, perfiladas de azul, postas no sentido da banda. Timbre: uma vieira de ouro entre dois penachos verdes; II outros: em campo verde, uma banda ondada de prata aguada de azul, carregada de 3 vieiras de ouro. Timbre: uma vieira do escudo, entre dois penachos de verde guarnecidos de ouro (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 92). Século XVI: III - Jorge do Rego Lobo - citado acima. Brasão de Armas datado de 1513. Registrado na Chancelaria de D. Manuel, livro XV, fl. 52 e livro V de Mist., 97 fl. 115: um escudo em campo esquartelado: no primeiro e no terceiro quartel, as armas da família Rêgo; nos terceiro e no quarto quartel, as armas da família Lobo. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: da família Rêgo. Diferença: um crescente de prata no primeiro quartel; IV - Gaspar do Rego Baldaya - citado acima. Brasão de Armas datado de 06.03.1529. Registrado na Chancelaria de D. João III, Livro 17.º, fls. 45v: um escudo em campo verde, com uma banda ondada de prata e nela três vieiras de ouro perfiladas de azul. Elmo: de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e verde. Timbre: uma vieira de ouro entre dois penachos verdes. Diferença: uma merleta de ouro; IV Antão do Rêgo. Brasão de Armas datado de 07.04.1536: um escudo com as armas da família Rego [item I]. Diferença: uma brica de vermelho com um A de ouro. 98 ALVES DA SILVA JOSE ALVES DA SILVA ALVES 99 Sobrenome de origem patronímica Derivado de Álvares, através das formas Alverez, Alverz (Alvrez). Outros o considera um derivação do baixo latim Alvitici, de Alvituus, e registra-se aluitici, no ano de 1073; e aluitz, no ano de 915 (Antenor Nascentes, Dic., II, 14). Os patronímicos são os apelidos que adotam um sufixo somado a um prenome, que indica sua filiação, por exemplo: Fernandes significa Filho de Fernando; Henriques - significa “Filho de Henrique” Johnsson “Filho de João”; Andreiev - “Filho de André”; etc. Não se pode afirmar que duas pessoas que tenham sobrenomes iguais, de características patronímicas, sejam parentes, sem que se esteja devidamente documentado, de sua árvore genealógica, para prová-lo. Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Há em Minas Gerais, uma Família de proprietários rurais, comerciantes e de influentes políticos, tanto de âmbito regional quanto nacional, com este sobrenome. O indivíduo mais antigo que se conhece, até o momento, é Tomás Alves, nascido cerca de 1818. Estes Alves exerceram diversos cargos na administração pública e civil, tanto no império quanto na república. Alguns membros destas famílias exerceram, entre outras, as seguintes funções: advogados, deputados (estadual e federal), Conselheiro do Império, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Senador Republicano, Secretário das Finanças do Governo de Minas Gerais, Ministro da Justiça. Proprietários da fazenda Santa Paula, com 163 hectares, no Município de Matias Barbosa, MG. Seus descendentes fizeram alianças com as seguintes famílias: Horta Barbosa, Tarquínio de Souza, Brito e Cunha, Bocayuva Cunha, entre outras. Ainda, em Minas Gerais, a família de Braz Alves Antunes, Sargento-Mor de um dos regimentos de milícias da antiga Capitania das Minas Gerais. Deixou geração do seu cas. com Luciana Clara de Santa Rosa. Entre os descendentes deste casal, registram-se: I - o filho, Francisco José Alves, professo na Ordem de Cristo, e Capitão-Mor da vila de Barbacena [MG]. Deixou geração do seu cas. com Ana Leonarda Ludovina de Melo e Albuquerque, filha de Antônio José de Melo Pinto da Silva e de Joana Félix da Silva; e II - o neto, Capitão Francisco Maximiano Alves de Melo e Albuquerque, filho do anterior, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes abaixo. Em São Paulo, entre os mais antigos, com este sobrenome, cita-se Francisco Alves, que foi Juiz Ordinário em 1554 e interinamente em 1555. Depois, alcaide e porteiro. Ainda vivia em 1558 (A. Moura, Piratininga, 15). Em Pernambuco, uma das antigas famílias com este sobrenome, procede do Capitão Antônio Alves, nascido por volta de 1696, filho de Luís Alves da Costa e de Francisca de Barros. Neto paterno de Rodrigo Alves e de Maria Quaresma. Foi casado, em Pernambuco, com Mariana (ou Maria) Cavalcanti, pertencendo a família Cavalcanti (v.s.), uma das mais importantes e tradicionais de Pernambuco (Borges da Fonseca, Nobiliarchia, I, 30). Sobrenome de inúmera famílias estabelecidas na Cidade do Rio de Janeiro, RJ. Em Rio Bonito, região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, a família de Bernardino José Alves [c.1817-], filho de Manoel Alves Ramos e de Águeda Maria de Jesus. Casou, a 04. 07.1842, em Rio Bonito, com Barbara Maria de Jesus, exposta e batizada em casa de Roque Nunes da Silva (Arq. Luiz Borges da Luz). Na Vila Nova de Itambí, RJ, a família de Firmino José Alves [c.1829, Itambí -], filho de Celestino José Alves e de Joaquina Maria de Jesus. Foi cas., a 14.01.1854, em Rio Bonito, RJ, com Joaquina Maria de Jesus, nat. de Capivari [hoje, Silva Jardim], filha de Luiz Antônio da Costa e de Flora Maria de Jesus. Em Maricá, região dos lagos, a família de Antônio Pacheco de Resende, que deixou numerosa descendência, por onde correm os sobrenomes Alves e Alves Pacheco, do seu cas. com Perpétua Alves. Foram avós de Joaquim Mariano Alves, senhor da fazenda de Cordeiros, município de S. Gonçalo, onde fal. a 23.05.1875. Deixou 100 numerosa descendência do seu cas., a 09.11.1863, com sua prima-irmã Maria Carolina de Azevedo Soares, nasc. a 20.04. 1803, na fazenda do Bananal, em Maricá, filha do alferes Antônio Joaquim Soares, patriarca da família Azevedo Soares (v.s.), do Estado do Rio de Janeiro. Estes, foram pais, entre outros, de José Mariano Alves [29.03.1839, Maricá - 16.04.1905, Alcântara, S. Gonçalo, RJ], eleitor e Substituto do subdelegado de Polícia da Freguesia de Cordeiros (S. Gonçalo). Juiz de Paz da mesma Freguesia [1873-1877] (Macedo Soares, NF, II, 112). Em Campos, região norte-fluminense, a família de Joaquim José Alves, nasc. c.1757, que deixou geração com Úrsula Maria das Virgens. Foram pais de Maria Francisca Alves [c.1782, Campos - 20.09.1859], baronesa de São João da Barra, por seu casamento, na família Alves Rangel (v.s.), da região nortefluminense do Estado do Rio de Janeiro. Em Paty do Alferes, região centro-sul fluminense, entre outras, a família de Francisco José Alves, que deixou geração do seu cas. com Ana Maria de Jesus. Foram pais de Ana Joaquina de São José, nasc. em Paty do Alferes (bat. a 01.04. 1794). Cas. em Paty do Alferes, RJ, a 04.02. 1813, com Francisco das Chagas Werneck, nasc. em Paty do Alferes, RJ, a 19.01.1778. Filho do sargento-mor Inácio de Souza Werneck (Padre Werneck) e de Francisca das Chagas Monteiro - citados no verbete Werneck (v.s.). Muitas são as famílias com este sobrenome, estabelecida no Pará. Entre outras: I - Geraldo Antônio Alves [c.1794-], Alferes do 3.º Regimento de Milícias de Cametá [17.03.1819], que deixou geração do seu cas. com Maria Gertrudes das Mercês. Foram pais do advogado João Antônio Alves - detalhes abaixo. Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana: em Itaboraí, região da baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de Antônio Francisco Alves, nasc. em 1842, em Itaboraí - «pardo». Filho de José Francisco da Rosa e de Mariana Francisca de Jesus. De cor parda. Casou primeiro a 26.11.1864, em Rio Bonito, com sua prima em 2º grau de consangüinidade em linha transversal, Maria Rosa da Conceição, nasc. em Rio Bonito, em 1844 e sepultada em Braçaná. Filha de Antônio José Mendes. Deixou geração do seu segundo cas., a 23.02.1867, em Rio Bonito, com Genoveva Rosa do Espírito Santo, nasc. em Rio Bonito, em 1849. Filha natural de Feliciana Joaquina da Conceição (Arq. Luiz Borges da Luz). Linha Natural: o advogado João Antônio Alves [c.1820, Cametá, Pará - c.1868, PA], declarou-se solteiro, mas que de suas fragilidades humanas, teve quatro filhas naturais.: a primeira, Joana, havido com Ana Clara de São José Coutinho, em Pernambuco; as duas seguintes, Joana e Cândida, havidas com Cândida Isabel dos Santos, em Pernambuco; e a última, Angela, havida com Emília Antônia da Conceição, no Pará. Bacharel em Direito pela Academia de Olinda [PE-1845]. exerceu durante 14 anos a advocacia no Foro de Belém [PA]. Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Sobrenome de algumas famílias de origem judaicas, estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre outros, registra-se Moisés Alves, documentado nos anos 1636 e 1638 (Wolff, Brasil Holandês, 16). O mesmo Moisés Alves, em Pernambuco comprou gêneros no ano de 1636 (Wolff, Dic., I, 11). Família de origem judaico-sefardita, expulsa da península Ibéria, em fins do século XV, migrada para o Marrocos, norte da África, de onde passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Belém, Estado do Pará. A esta família pertencem: I - Jacob Alves [ - 25.10.1937, Belém, Pará], que deixou esposa e filho ao falecer. Aparentados com os Serruya (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 145; Wolff, Sepulturas, III, 21; Wolff, Sepulturas, III, 70); e Elias Alves que deixou geração do seu cas. com Sol Alves. Foram pais de Syme Alves [1892, PA - 08.09.1967, Rio, RJ], que foi cas. com José Benedicto Cohen, falecido antes da esposa (Wolff, Judeus na República, 348). Heráldica: Registra-se, para um destes troncos, as armas que 101 vão descritas a seguir: um escudo dividido em faixa: a primeira, também dividida em pala - na primeira parte, de vermelho, com uma águia de prata de duas cabeças, coroadas de ouro; - na segunda parte, de azul, com uma cruz de ouro potentêa cantonada de quatro aneletes de ouro, vazias do campo; na segunda faixa, em campo de azul, três bandas ondeadas de prata. Timbre: uma águia com uma só cabeça, coroada de prata. Antônio José Vaz Velho, em sua obra “Tesouro Heráldico de Portugal”, apresenta duas armas diferentes de Alves, e Armando de Matos, no “Brasonário de Portugal”, mais outra; todas elas, porém, são simples variantes das armas dos Alvares, fato tanto menos de admirar, por ser Alves, apenas uma forma abreviada de Álvares (Verbo, I, 1572). Brasil: Capitão Francisco Maximiano Alves de Melo e Albuquerque - 30.10.1805: um escudo esquartelado com as armas da família Alvares [I], da família Melo [II], da família Albuquerque [III] e da família Silva [IV]. 102 SILVA 103 Sobrenome de origem geográfica, pelo menos, para os que não são de sangue azul. Sanches Baena faz descenderem dos Silvios romanos os nobres com este sobrenome. João Ruiz de Sá, a propósito dos Silvas diz: «Foram seus progenitores / rreys Dalua, donde vyeram / os jrmãos, que nõ couberão / nu soo rreyno dous senhores». O mesmo João Ruiz de Sá, no ofertório, ao conde de Porto Alegre, da epístola de Dido e Enéias, diz: «Enéas de quem a gente / dos de Sylvia he descendente, / como é outra parte digno». Virgílio na Eneida, VI, 763-6, se refere a Silvio, filho póstumo de Enéias com Lavínia, crescido e educado nas florestas. Tito Lívio dá versão diferente. Apresenta Silvio como filho de Ascânio e por acaso nascido numa floresta (Antenor Nascentes, II, 282). Da palavra "silva", nome comum a vários arbustos (Anuário Genealógico Latino, IV, 29). Procede esta família dos Sílvios romanos, que viveram na Espanha, no tempo em que os romanos a conquistaram. Seu solar é na torre de Silva, junto ao rio Minho. Descendem de Paio Guterre, o da Silva, que foi «adiantado» de Portugal, no tempo do 1.º rei D. Afonso Henriques, fal. em 1185, e que era filho de D. Guterre Alderete, descendente dos reis de Leão e companheiro do conde D. Henrique de Borgonha (Anuário Genealógica Latino, I, 88). Brasil: Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de Pedro da Silva, de Portugal, alfaiate, tesoureiro da confraria das almas (1612), que deixou geração de seu cas. com Luzia Sardinha (AM, Piratininga, 174). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, cabe mencionar a de Estevão Pereira da Silva, que deixou geração do seu cas., c.1675, com Vitória das Neves; e muitas outras espalhadas na obra de Rheingantz sobre as primeiras famílias do Rio - sécs. XVI e XVII. Na região nortefluminense do Estado do Rio de Janeiro, registra-se a família de João da Silva Pinto, que deixou importante descendência do seu cas., por volta de 1807, com Teresa Lauriana Peçanha, integrante da tradicional família Peçanha (v.s.), da mesma região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Inácio da Silva Pinto [c.1810, Campos, RJ - 08.08.1886, idem], que foi agraciado com o título de barão (2.º) de São José [11.10.1876]. Deixou geração do seu cas. com Jordiana Francisca de Miranda [c.1814 - 23.10.1878, São Gonçalo, RJ], baronesa de São José; II - o neto, dr. Júlio de Miranda e Silva [17.07.1839, São Gonçalo, RJ 26.05.1901, Campos, RJ], fazendeiro, agraciado com o título de barão de Miranda [07.10.1882]. Não deixou geração do seu primeiro casamento, a 20.10.1877, com Maria Elisa Batista [- 11.08.1894, Rio, RJ], 1.ª baronesa de Miranda, viúva de João Ferreira Tinoco, e filha de Julião Batista Pereira de Almeida, membro da importante família Batista Pereira (v.s.), da mesma região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Deixou geração do seu segundo casamento com Cândida de Paiva Monteiro, 2.ª baronesa de Miranda. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, está a família de Antônio da Silva Caldeira [da Ilha da Madeira], que deixou geração, a partir de 1735, na Colônia do Sacramento, de suas duas uniões. Ainda no Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de Antônio Ribeiro da Silva, que passou para esse estado em 1825. Assinou termo de declaração, a 07.07.1864, onde informa ser natural de Portugal, ser católico, ter 56 anos de idade, ser comerciante e casado com filhos; II - a família de Augusto José da Silva, nat. do Porto, Portugal, que assinou termo de declaração, a 19.01.1848, onde informa ser católico, ter vindo para o Brasil há 18 anos [1840], ter 39 anos de idade, ser casado com uma brasileira e ter com ela um filho; e III - a família de Belmiro José da Silva Neto, natural de Portugal, que assinou termo de declaração, a 24.11.1860, onde informa ser católico, maior de 21 anos de idade, ter vindo para o Brasil em 1841, ser casado com uma brasileira e ter com ela uma filha de nome Belmira (Spalding, naturalizações, 106). Em Pernambuco, entre as mais antigas, cabe registrar a família de Mathias da Silva 104 [c.1658, Lisboa - ?], Boticário na Cidade de Olinda (PE), filho de Antônio Lopes da Silva e de Maria Francisca de Souza. Deixou geração do seu cas., c.1683, em Pernambuco, com Madalena de Freitas [c.1661, Recife, PE - ?], filha do ourives Manuel de Freitas. No Acre, há registro de Joaquim Victor da Silva, estabelecido, em 1882, em Bom Destino; e José Felipe da Silva, estabelecido, na mesma data, em Boa União (Castelo Branco, Acreana, 186). Família de origem portuguesa estabelecida na Bahia, para onde passou Sebastião da Silva Braga [c.1745, Braga, Portugal -], filho de Antônio Rodrigues da Silva e de Margarida de Vasconcelos. Deixou geração do seu cas. com Inácia de Souza, natural da Bahia, filha de Francisco Xavier dos Santos e de Gertrudes Xavier dos Reis, naturais da Bahia. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Antônio Augusto da Silva [c.1770, BA - 11.01.1846, Rio, RJ], matriculado no curso de Filosofia da Universidade da Bahia [23.10.1792]. Bacharel em Direito [1795]. Leitura de Bacharel [01.06.1796]. Juiz de Fora das Vilas de Jaguaripe e Maragogipe, na Bahia [06.02.1810]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes das mesmas vilas [02.04.1810]. Reconduzido com o predicamento da correição ordinária [17.12.1812]. Juiz de Fora da Bahia [12.10.1818]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes da Bahia [12.10.1818]. Teve o predicamento do primeiro banco [20.10.1818]. Desembargador da relação da Bahia [13.05.1821]. Desembargador ordinário [12.10.1826]. Desembargador de agravos da Casa da Suplicação [18.10.1829], com exercício na Relação da Bahia. Com a extinção da Casa da Suplicação, ficou pertencendo à Relação da Bahia [04.10.1834]. Presidente da Relação da Bahia. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça [02.12.1840]. Membro da Junta Provisória do governo da Bahia [eleita a 21.02.1822]. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pela Bahia, em duas legislaturas: 1.ª [1826-1829] e 3.ª [1837-1840]. Agraciado com a Ordem de Cristo [12.02.1819]. Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro [12.10.1820. Oficial da Ordem do Cruzeiro [18.10.1829]. Comendador da Ordem de Cristo [18.09.1843]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo Tribunal, 45). Deixou geração; II - o neto, Antônio Augusto da Silva II [- 03.10.1892, Rio, RJ], bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Olinda [PE-1844]. Juiz Municipal e de Órfãos dos termos reunidos da Estância e Santa Luzia, Sergipe [16.12.1850]. Juiz Municipal e de Órfãos do termo de Nazaré [12.10.1854]. Juiz de Direito da comarca da Graça, em Santa Catarina [28.03.1857]. Juiz de Direito da comarca de Porto Calvo, em Pernambuco [1865]. Juiz da 2.ª vara do crime de São Luiz, no Maranhão [22.12.1869]. Juiz de Direito da vara privativa da provedoria de capelas e resíduos de São Luiz [15.02.1871]. Desembargador da Relação de Belém do Pará [24.04.1875], removido para a de São Luiz do Maranhão [10.12.1875], e para a Corte [14.12.1886]. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça [20.07.1889]. Aposentado [21.03.1891]. Chefe de Polícia das províncias do Rio Grande do Norte [15.03.1864 - exonerado a 18.11.1865], Alagoas [11.05.1866 - exonerado a 06.07.1867] e Maranhão [25.07.1868 exonerado em 12.1869]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial [18.06.1875]. Conselheiro do Império [30.07.1889]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo Tribunal, 143). Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Antônio Cardoso da Silva [c.1668, RJ - 1710, RJ], «pardo», filho de João Cardoso e Domingas da Silva, que deixou geração do seu cas., em 1694, no Rio, com Margarida da Fonseca, nasc. Rio, filha de Úrsula, serva da casa de Ana de Barros; e a de Pedro da Silva «pardo», nasc. Rio, filho natural de Manuel Carrança e de Francisca Barbosa «crioula forra», que deixou geração, em 1698, com Isabel da Mota, nasc. Rio (Rheingantz, I, 299, 313). Ainda no Rio de Janeiro, cabe mencionar a família de João Afonso, "preto forro", da Guiné, ex-escravo do 105 reverendo padre Francisco Leite de Oliveira, que foi cas., a 19.06.1783, no Rio de Janeiro, com Águeda da Silva, "preta forra", da Guiné, ex-escrava de Boaventura da Silva, de quem adotou o sobrenome. Para Minas Gerais, registra-se a famosa família de Antônio Caetano de Sá (nascido em Portugal e falecido no Rio de Janeiro, como religioso da Ordem do Carmo), que deixou uma filha natural, da sua união com Maria da Costa, «preta escrava». Foram pais da famosa Francisca da Silva, de «cor parda», de baixa classe social. Ex-escrava por nascimento, que passou para a história do Brasil, com o famoso epíteto “Xica da Silva”. Estabelecida em Diamantina, tornou-se a paixão do contratador, o desembargador João Fernandes de Oliveira III [c.1728, Mariana, MG - ?], célebre por sua fortuna e pela maneira escandalosa que levava sua vida. Membro da importante família Fernandes de Oliveira (v.s.), estabelecida em Minas Gerais. Xica da Silva já trazia um filho, de nome Simão, havido com o dr. Pires Sardinha, de quem fora escrava. De sua união com o contratador, deixou 13 filhos. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de Romualdo Antônio da Silva, índio, casado em 1800, no oratório de N.S. dos Prazeres da fazenda de Pelotas, RS, com Maria Isabel, também índia (L.º 3.º, fl. 9); II - e a de Manuel da Silva, índio, casado em 1775, em Estreito, RS, com Francisca Narcisa, também índia. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado em Lisboa, a 17.09.1662, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Manuela de Jesus, solteira, filha de Agostinho da Silva que fora oficial na alfândega de Lisboa, natural de Madrid e moradora em Lisboa, por culpas de feitiçaria e presunção de ter pacto com o demônio. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Maria da Silva, natural do lugar de Caparica. Esposa de João Esteves, marinheiro. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Domingas da Silva, solteira, natural de Évora e moradora em Lisboa, a qual no auto-de-fé que se celebrara na cidade de Lisboa, a 02.08.1664, abjurara «de leve», por «fazer fervedouros e uzar feitisarias», e fora presa segunda vez pela mesma culpa e por não cumprir o degredo a que tinha sido condenada pelo Santo Ofício. Filha de João de Lima, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Nuno da Silva, «um quarto de cristão-novo», professo de certa ordem militar, solteiro, natural da vila da Pederneira, onde morava. Filha de Nuno de Brito Alvo. Linha Natural: Em Ubá (MG), por exemplo, Manuel Bento da Silva, 23 anos, filho natural de Maria José de Moraes, ca., 1843, com Maria Teodora de Jesus, 16 anos (Carlos Barata - Famílias de Ubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Para o Rio de Janeiro, ver a família Mendes da Silva (Wolff, Dic.I, 180). Nobreza Titular: I - registra-se a família de Manuel Monteiro da Silva, que deixou geração do seu cas., por volta de 1808, com Maria Rodrigues de Jesus. Foram pais do Coronel Henrique José da Silva [11.05.1811, Laguna, SC - 03.10.1880, Bananal. SP], que sendo de Santa Catarina, ainda criança, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro. Daí, passou para a cidade de Bananal, na Província de São Paulo. Chefe do Partido Conservador, em Bananal. Juiz de Paz e Vereador, por diversos períodos, à Câmara Municipal de Bananal. Oficial da Guarda Nacional em Bananal. Capitão da Terceira Companhia do Batalhão de Infantaria [1854]. Major da mesma Companhia. Proprietário das fazendas Loanda, em São João Batista, Da Serra, em Bananal e Grataú, em Angra dos Reis, RJ, além de uma ilha. Irmão da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, de Angra dos Reis. Prior 106 da mesma Ordem [1875-1876]. Comendador da Imperial Ordem da Rosa [14.03.1867]. Foi agraciado, sucessivamente, com os títulos de barão de Ariró [Dec. 08.07.1867] e Visconde de Ariró [Dec. 10.06.1876]. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Com geração dos seus dois casamentos: o primeiro, com Marinha Miranda Barbosa [1810 - 30.11.1876], que viria a ser a baronesa e primeira viscondessa de Ariró, por apenas 5 meses. Filha de João Ribeiro Barbosa e de Inácia Maria do Espírito Santo, naturais de Bananal, SP; o segundo, a 03.04.1878, com Amélia Augusta de Camargo [c.1856 - 15.08.1935, Pedro de Toledo, SP], 2.ª Viscondessa de Ariró - ver este título. Filha do major José Delfino de Camargo e de Cândida Maria de Camargo; II - Antônio Teotônio da Silva [- 15.04.1890, fazenda Monte Alegre, MG], estabelecido em Minas Gerais. Foi agraciado com o título [Dec. 23.01.1886] de barão do Alto Muriaé; III Joaquim José da Silva, que por Decreto de 21.06.1862, foi agraciado com o título de barão de Vila Maria; IV - José Manuel da Silva, que foi agraciado, por Decreto de 02.12.1854, com o título de barão de Tietê. Foi casado com Maria Rodozinha da Cunha e Silva; V - Domingos Américo da Silva, de família estabelecida na Bahia, foi agraciado, por Decreto de 17.05.1871, com o título nobiliárquico de barão de São Tiago; VI - Francisco Teodoro da Silva [- 07.06.1868], estabelecido em Minas Gerais, foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão do Pouso Alto. Casado com Rita Isabel Pereira da Silva, que, depois de viúva, contraiu novas núpcias com o barão de Monte Verde, seu primo, membro da família Pereira da Silva (v.s.); VII - José Inácio da Silva Pinto, barão (2.º) de São José citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro; VIII - dr. Júlio de Miranda e Silva, barão de Miranda - citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro. Heráldica: I - um escudo em campo de prata, com um leão de púrpura armado de azul. Timbre: o leão do escudo; II - Outros: um escudo em campo de prata, com um leão de púrpura, armado e linguado de vermelho; III - outros: um escudo em campo vermelho, com um leão de prata, armado de ouro; IV - Do conde de Aveiras: um escudo em campo de prata, um leão de púrpura, armado e linguado de azul, acompanhado de dois ramos de silva de verde, postos em orla, com os cabos passados em aspa na ponta do escudo. Timbre: o leão das armas (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 128) Brasil Heráldico: V - Tomás José da Silva, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, por Carta de Brasão de Armas, datada de 07.11.1854; VI - Coronel Henrique José da Silva, visconde de Ariró - citado acima. Requereu Carta de Brasão de Armas, a 13.09.1869. Registrada, a 17.09., no Livro VI, do cartório da Nobreza, fl. 105: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de ouro, um leão de púrpura, agarrando na destra um ramo de cafeeiro ao natural; no segundo e no terceiro quartel, em campo verde, um rio de prata, aguado de azul, entre dois besantes de ouro, em chefe de prata carregado de duas cabeças de índios ao natural, afrontados, com canitares de penas multicores. Coroa de visconde. 107 ALVES DA SILVA 108 Sobrenome composto de diversas famílias estabelecidas no Brasil. Em Minas Gerais, na região de Carrancas, houve uma família com este sobrenome, que teve princípio no casamento de Tomas Moreira da Silva, por volta de 1842, com Maria Rita de Jesus, procedente da família dos Alves Taveira (v.s.). Outro tronco genealógico com este sobrenome, pertence a um importante grupo de Pernambuco, formado por políticos e abastados senhores de engenhos. Não descobrimos, no caso destes pernambucanos, a origem da união destes sobrenomes. Estabeleceram-se em Serra Verde, Pernambuco, antes de 1780, pois ali nasceu, por estas épocas, o Alferes Francisco Alves da Silva, que deixou importante descendência do seu cas. com Leonarda Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, da família dos Bezerra Cavalcanti (v.s.), de Pernambuco. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida na região do Vale médio do Paraíba fluminense do Estado do Rio de Janeiro, procedente de Antônio Alves da Silva, nasc. no Porto, Portugal. Filho de Antônio Alves da Silva e de Ana Maria da Silva. Deixou geração do seu cas. a 15.05.1852, em Resende, com Cândida Maria de Almeida de Jesus, bat. em Resende. Nobreza Titular: I - Francisco Alves Cavalcanti «Camboim» [1810, PE - 02.02.1896, Brejo da Madre de Deus, PE], barão de Buique, chefe da família Camboim (v.s.), de Pernambuco; II Coronel Lourenço Bezerra Alves da Silva [1834 - 05.07.1900, engenho Tabatinga, PE], neto daquele Alferes Francisco Alves da Silva, foi chefe político de Ipojuca, Senhor dos engenhos Utinga e Caxangá (hoje usina), em Ribeirão, Pernambuco. Por decreto de 20.08.1889, o Coronel Lourenço foi agraciado com o título de Barão de Caxangá - nome tomado do seu engenho (Anuário Genealógico Brasileiro VI, 20). Deixou geração do seu cas. com Inês Escolástica de Souza Leão [1844 - 04.02.1900, engenho Bom Fim, Ipojuca, PE], baronesa de Caxangá, membro da importante família Sousa Leão (v.s.), de Pernambuco. III - Clara Maria Alves da Silva, neto daquele Alferes Francisco Alves da Silva, por casamento, tornou-se Baronesa de Serinhaém. Ainda com este sobrenome, em Pernambuco, destacamos: IV - Antônio Alves da Silva [29.05.1807, PE 12.07.1873, PE), agraciado, por Dec. de 29.05.1867, com o título de Barão de Amaragi. Teve mercê da Carta de Brasão. Sabemos ser parente do barão de Caxangá, citado acima. Deixou geração do seu cas. com Antônia Alves de Araújo, que tornou-se a baronesa de Amaragí (ver este título). V - sua filha, Maria José Alves de Araújo [16.03.1855 - 11.07.1940, Recife, PE], por casamento, na importante família Barros Correia (v.s.), de Pernambuco, tornou-se a Baronesa de Contendas. Heráldica: o citado Barão de Amaragi requereu armas a 10.01.1868, que lhe foram concedidas com Aviso ao Rei de Armas de 13.06.1868, a saber: um escudo de prata, com um leão de púrpura e bordadura de vermelho, carregada, em chefe, de uma estrela de prata, e três gafanhotos de ouro, um em cada flanco e um em ponta, voltado. Coronel de barão. 109 GOUVEIA DE SOUZA ANTONIO GOUVEIA DE SOUZA GOUVÊA ou GOUVEIA 110 Sobrenome de origem geográfico. Topônimo de Portugal (Antenor Nascentes, II, 128). Gouvêa [ou Gouveia] é palavra antiga, substantivo do verbo gouvir, que na língua antiga significa gozar e, assim, Gouvêa é o mesmo que gozo. Esse nome se deu a uma aldeia da Beira-Alta, que D. Sancho I, rei de Portugal em 1185, fez vila e lhe deu foral; e D. Fernando I, rei em 1367, deu a alcadaria-mor a Fernão Nunes Bobadela. Seus filhos Nuno Fernandes e Vasco Fernandes viveram nela e por isso foram alcunhados de Gouvêa. O primeiro com este sobrenome que se menciona é Vasco Fernandes de Gouvêa, senhor do Castelo Bem e outras terras, no tempo de D. João I [? -1433], rei de Portugal (Sanches Baena, II, 81; Anuário Genealógico Latino, I, 50). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, encontra-se a de Manuel de Gouveia [c.1619, Óbidos - ?] filho de João de Gouveia e de Maria de Óbidos. Deixou descendência do seu cas., em 1645, no Rio, com Isabel Coutinho [1620, RJ - 1696, RJ], filha de Belchior de Azeredo Coutinho, da importante família Azeredo Coutinho (v.s.), do Rio de Janeiro (Rheingantz, II, 322). Rheingantz registra mais 10 famílias com este sobrenome nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Houve uma família com este sobrenome, originária das ilhas portuguesas, estabelecida em São Paulo, para onde passou João de Mendonça Gouveia [1675], natural da Ilha da Madeira. Filho de Antônio de Gouveia de Mendonça e de Catarina Rodrigues. Deixou geração do seu cas., em 1669, com Ana Luiz, filha de Antônio Luiz do Passo, chefe desta família Passo (v.s.), de São Paulo (Silva Leme, VIII, 137). Heráldica: um escudo partido: I - de vermelho, bilhetado de ouro de 6 peças, cada uma carregada de um besante de prata, que representa a família Melo; II - de prata, com 6 arruelas de azul, que representa a família Castro. Timbre: uma águia de vermelho, armada e besantada de prata, de 6 peças. Século XVI: Francisco de Gouvêa Coutinho - Brasão de Armas datado de 1531: estas armas dos Gouvêas. 111 SOUZA 112 Sobrenome de origem geográfica. Rio e Povoação de Portugal. Cortesão tirou, com dúvida, da baixa latinidade Sousa, Saucia, ou Socia. Sousa [forma documentada no ano de 924], Souza [com z], Socia [documentado em 1088]. Leite de Vasconcelos tirou do latim saza, seixos, o que traz dificuldades fonéticas. Outros derivam de Salsa, donde Souza, o que não apresenta dificuldade fonética. Cortesão faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação, derivando aquele de saza e este de Socia (Antenor Nascentes, II, 286). Uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal. Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal (Tomo XXIX), usando o Nobiliário do Cazal do Paço, principia esta antiquíssima família em D. Sueiro Belfaguer, antigo cavaleiro godo, que floresceu nos primeiros anos do século VIII, ou pelos anos de 800. Foi filho, segundo as melhores opiniões, de D. Fayão Theodo ou Theodosio (que foi bisneto em varonia de Flavio Egica, Rei da Espanha) e de sua esposa Sona Soeira, filha de D. Soeiro, Príncipe Godo. Felgueiras Gayo informa ser a mais antiga família que se encontra na Espanha Portuguesa. O primeiro Solar que teve esta Família foi na Comarca de Vila Real entre o Rio Tua e Tamega, em a terra chamada Panoyas, nome que lhe ficou de uma Cidade assim chamada pelos romanos, situada junto ao lugar de Val de Nogueiras, em cujas ruínas se encontram descrições com letras romanas. O segundo Solar desta Família, de onde se tirou o sobrenome, fica em Entre Douro e Minho, no contorno do Concelho de Rio Tamaga, denominado - a terra de Souza - regada do Rio Souza, que, nascendo por cima do Mosteiro beneditino de Pombeiro, recebe outras águas, e corre até se incorporar com o Rio Douro, muito abaixo de ambos os rios, sendo o Tamega o último que recebe duas léguas antes da Cidade do Porto. O sobrenome Souza não surgiu, senão muito depois de principiar esta família, conforme vimos, em D. Sueiro Balfaguer, que deixou numerosa e ilustre descendência do seu casamento com D. Munia - ou Menaya - Ribeiro, descendente dos condes de Coimbra, e por varonia, descendente de Sizebuto, filho de Witissa, penúltimo rei godo. Foram quarto avós de D. Gomes Echigues, que floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito valor, que combateu em Santarém, onde, com sua lança, deteve o Rei de Castela D. Sancho e o venceu. Foi Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho, por nomeação do Rei D. Fernando, pelos anos de 1050. Comprou o Lugar de Felgueiras, junto a Pombeiro, a Payo Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, em 04.1039. Fundou o Mosteiro de Pombeiro, de religiosos beneditinos, pelos anos de 1040. Achava-se em Guimarães pelos anos de 1052. Próximo às terras de Pombeiro, estava o Solar de Souza. Deixou numerosa descendência do seu cas. com D. Gontrode Moniz, filha de D. Munio Fernandes de Touro [filho do Rei D. Fernando de Castela]. Por este casamento, a família Souza entrou para o sangue Real de Navarra, de quem descendem os Reis de Castela e Portugal. Entre os filhos deste último nobre cavaleiro, registra-se D. Egas Gomes de Souza, que foi o primeiro que usou este apelido Souza, na forma de nome de família, por ser nascido, criado e, depois, Senhor das terras de Souza, Solar dessa família. Foi, ainda, Senhor de Novella e Felgueiras. Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho. Sendo Capitão-General, venceu em batalha, com muito valor, ao Rei de Tunes, junto a Beja, o que lhe valeu o acrescento aos Bastões de Aragão, antiga composição de suas Armas, as quatro luas crescentes que o rei de Tunes trazia nas suas bandeiras. Deste descendem todos os Souzas, de Portugal e Brasil - salvo para aquelas famílias que em algum tempo adotaram este sobrenome, por apadrinhagem, etc. Deixou numerosa descendência, pela qual corre o sobrenome Souza, por seu cas. com Dona Flamula - ou Gontinha - Góes, filha de D. Gonçalo Trastamires da Maia e de Dona Mécia Roiz. Entre os descendentes deste casal, de interesse para o Brasil, registram-se: I - a sexta neta, Ignez 113 Lourenço de Souza, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Martim Afonso Chichorro, filho bastardo do Rei D. Afonso III [1248-1279], de Portugal. Foram os patriarcas da importante família Souza Chichorro, que deu diversos membros que tiveram importante atuação no Brasil; II - o décimo segundo neto, Damião de Souza de Menezes, que serviu no Brasil e em Portugal nas guerras passadas que tiveram com Castela. Capitão-Mor e Governador do Castelo de Salvaterra, junto do Rio Minho, defronte de Monção, quando os portugueses o ganharam aos galegos. Capitão-Mor de Aveiros. Fidalgo da Casa Real. Comendador de Cabanellas na Ordem de Cristo. Com geração; III - o décimo segundo neto, Martim Affonso de Souza [1500 - 21.07.1564, Lisboa], Senhor de Prado e Alcaide-Mor de Bragança. Por ordem do Rei D. João III, veio com uma armada ao Brasil a descobrir o Rio da Prata, deixando ao seu arbítrio as disposições daquela conquista por Carta passada em Lisboa, datada de 28.09.1532. Chegando ao Brasil, bateu de frente com uns navios corsários franceses, que andavam nestes mares, tomando uns, e expulsando outros. Foi o 1.º Donatário da Capitania de São Vicente. 12.º Governador da Índia [15421545], onde conseguiu gloriosos sucessos no mar e na terra. «Martim Afonso de Sousa, comandante da expedição guarda costa e colonizadora que viera em 1530, recebeu 100 léguas de costa e sertão ilimitado, concessão essa dividida em duas partes: a primeira, ao Norte, entre os rios Macaé e o Curapacé ou Uqueriquerê, ao N. de Sebastião, com 55 léguas ou 379 kms de extensão, onde começava o lote de 10 léguas concedido a Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 82). «A segunda parte da concesão feita a Martim Afonso de Sousa, ao Sul, começava no rio S. Vicente (Bertioga), limite meridional do lote de seu irmão Pero Lopes de Sousa, e acabava na Ilha do Mel, à entrada da baía de Paranaguá. Media 45 léguas ou 260 kms. Foral de 6 de outubro de 1534.» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 87). Primo legítimo Tomé de Souza, Governador Geral do Brasil, e irmão de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. «Martim Affonso amigo, Eu El Rey vos envio muito saudar; Vi as cartas, que me escrevestes por João de Sousa, e por elle soube da vossa chegada a essa terra do Brazil, e como hieis correndo a Costa, caminho do Rio da Prata, e assim, do que passastes com as Naos Francesas dos Cossairos, que tomastes, e tudo o que nisso fizestes, vos agradeço muito, e foi taõ bem feito, como se de vós esperava, e saõ certo, que a vontade que tendes para me servir, a Naos, que qua mandaste quisera, que ficara antes láa com todos, os que nella vinhão, daquei em diante quando outras taes Naos de Cossairos achardes tereis com ellas, e com a gente dellas a maneira, que por outra Provisão vos escrevo.» [Trecho de uma Carta do Rei D. João III a Martim Afonso de Souza, datada de Lisboa, 28.09.1532]. Com geração; IV - o décimo segundo neto, Pero Lopes de Souza [- c.1542], Senhor de juro e herdade para si, e todos seus filhos, netos, herdeiros, sucessores, assim descendentes, como transversais e colaterais, da Capitania de Itamaracá e de Santo Amaro [Brasil], por mercê do Rei D. João III, em Évora, 01.09.1534, contendo 80 léguas de terra na Costa do Brasil com jurisdição Cível e Crime com Alcaidarias mores de todas as vilas e povoações das ditas terras. Faleceu vindo da Índia. «Este trecho [Itamaracá] corresponde ao terceiro lote das terras concedidas àquele capitão e compreendia a ilha do mesmo nome e as terras que lhe ficavam fronteiras, separadas do continente pelo canal de S. Cruz. Media a capitania 30 léguas de testada ou 125 kms, limitando ao N. com a baía da Traição no litoral paraibano, e ao S. com a foz do rio Igaraçú, término das terras de Duarte Coelho. Carta de doação de 1.º de setembro de 1534 e foral de 6 de outubro de 1534. [...] Na falta de herdeiro direto Pelo Lopes de Sousa, por seu falecimento, Itamaracá passou ao conde de Monsanto, D. Álvaro Pires de Castro e Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 49). No mesmo ano da doação, 1534, foi como Capitão de 114 uma das naus da Armada que foi a Tunes, de que era General Antônio de Saldanha, com o infante D. Luiz. Em 1539, foi mandado à Índia por Capitãomor da Armada, que se compunha de quatro navios, que o Rei mandou àquele Estado; em setembro daquele mesmo ano entrou na barra de Goa. Foi Senhor, também, da Capitania de Santo Amaro: «Além destas 30 léguas correspondentes à capitania de Itamaracá, recebeu ao Sul mais 50 léguas, divididas em duas partes: 10 léguas encravadas nas terras de Martim Afonso e 40 situadas no extremo Sul, as chamadas terras de Santana. A primeira parte de 10 léguas, situada ao longo da costa entre o rio Curupacé ou Juqueriquerê e a barra da Bertioga, media exatamente 150 kms de extensão. Inicialmente, o lote não tinha nome, só mais tarde é que veio a chamar-se Sto. Amaro ... Pero Lopes de Sousa, mais interessado no comércio de pau-brasil de Itamaracá, descuidou-se das suas terras ao Sul ... Coube a D. Isabel de Gambôa, como tutora de seus filhos Pero Lopes de Sousa, morto em criança, e depois Martim Afonso de Sousa Sobrinho, respectivamente, 2.º e 3.º donatários, nomear locotenentes para administrar as terras do Sul» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 83). Autor de um Diário de Navegação de Pero Lopes de Sousa, publicado por Francisco Adolfo de Varnhagen [edições de 1839, 1847, 1861 e 1867]. Original na Biblioteca da Ajuda, códice 51-IX-17, in fol. de 37 folhas. Primo legítimo Tomé de Souza, Governador Geral do Brasil, e irmão de Martim Afonso de Souza, donatário de São Vicente. Com geração; V - o décimo segundo neto, Tomé de Souza [- 28.01.1579], Veador da Casa Real. Serviu na África, sendo capitão D. João Coutinho, e se achou na batalha de Alcacerquibir, tomando cinqüenta cavalos. Depois no ano de 1535, passou à Índia por Capitão da Nau Conceição; e voltando a Portugal, foi nomeado 1.º Governador Geral do Brasil, para onde embarcou em 01.02.1549. «Para comandar aquela esquadra, fundar a nova cidade, e governar a província, foi nomeado Tomé de Sousa, fidalgo honrado, que tendo militado na Ásia, e na África, e servindo a mordomia-mor de el-rei D. João III se dera a conhecer por muito digno dos cargos: e passando de Lisboa no dia primeiro de fevereiro de 1549 com a patente de capitãogeneral do Brasil, chegou a 29 de março seguinte ao porto da Bahia, em cuja terra aprazível foi lançado os alicerces para o estabelecimento ordenado, que dedicou a S. Salvador. Tendo governado até o mês de julho de 1553, regressou à Corte, onde o esperava o provimento de vedor da Casa de el-rei, e da Fazenda, cujo cargo ocupou também no reinado de el-rei Dom Sebastião; e foi comendador de Rates, e da Arruda ma Ordem de Cristo» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 13). Retornando a Portugal, D. João III, o fez Veador da sua casa e da Fazenda. Comendador de Rates e da Arruda, na Ordem de Cristo. Achandose velho, obteve para seu genro o lugar de Veador da Casa Real, e se retirou a viver em sua Quinta. Primo legítimo de Martim Afonso de Souza, donatário de São Vicente, e de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. Com geração; VI - o décimo terceiro neto, Lopo [de Souza] de Azevedo, Governador do Brasil (?); VII - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza [- 04.08.1578, Alcácer, África], Senhor de Prado e Senhor de Alcoentre e Tagarro. Alcaide-mor de Rio Maior. 2.º Capitão Donatário das Capitanias de Santa Ana e S. Vicente. Comendador de Mascarenhas na Ordem de Cristo e Embaixador do Rei D. Sebastião a Castela [Espanha], a quem serviu com grande zelo. Faleceu de pouca idade, na batalha de Alcácer. Comendador de Mascarenhas. Com geração; VIII - o décimo terceiro neto, Martim Affonso de Souza, o moço, o sobrinho, 3.º Donatário da Capitania de Itamaracá [Brasil], que passou, em 1558, à Índia, onde faleceu, em Baharem, sem deixar descendência; IX - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza (sobrinho) [- 1578], 2.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. Herdou, além desta capitania, mais os bens que constituíam o Morgado de Alcoentre. Com geração; X - a décima terceira neta, Jerônima de Albuquerque e Souza, que, 115 por morte de seus irmãos, veio a ser a herdeira da Casa, e Senhora da Capitania de Itamaracá. Foi casada com D. Antônio de Lima de Miranda, Comendador de Pancalvos, Senhor do Morgado da Landeira. 4.º Donatários da Capitania de Itamaracá [Brasil]. Com geração; XI - o décimo terceiro neto, Luiz Carneiro, Senhor Donatário da Ilha do Príncipe. Governador e Alcaide-mor da Ilha do Príncipe. Donatário de Santa Maria. Capitão-mor da Capitania de Conceição de Finacin, São Vicente, Santos, São Paulo, Paranaguá, Tapias, Cananéa, Grazipe e Bertioga, tudo no Estado do Brasil [São Paulo]. Senhor das Vilas de Alvares e Silvares. Comendador de Folques e do Concelho do Rei. Com geração; XII - o décimo quarto neto, Ruy Vasques Pinto (Rui Vaz Pinto) [- 1626, Lisboa], que foi Governador do Rio de Janeiro [1617-1620], nomeado por Provisão de 13.07.1616, onde permaneceu até 20.06.1620, quando foi dado posse ao novo Governador. Morreu em Lisboa, para onde passava na qualidade de Vedor da fazenda do Brasil. Com geração; XIII - o décima quarta filha, D. Fillipa de Souza, que por seu casamento tornou-se a matriarca da importante família Souza de Macedo (v.s.), do Pará; XIV - o décimo quarto filho, Gaspar de Souza, 2.º Senhor do Morgado do Alcube. Comendador dos Altoscos de Louza, na Ordem de Cristo. Alcaide-mor de Meira. Governador e Capitão General do Brasil. Membro do Concelho de Estado. Gentil Homem da Boca do Rei D. Felipe III. Com geração; XV - o décimo quarto filho, Ambrozio de Souza Coutinho, que passou a servir no Brasil, onde morreu. Deixou descendência do seu cas. com Justa de Azevedo; XVI - a décima quarta neta, Isabel de Lima Souza e Miranda, que foi a 5.º Donatária da Capitania de Itamaracá [Brasil]. «Isabel legou as 80 léguas do primitivo donatário a seu primo Lopo de Sousa, neto de Martim Afonso, ficando assim este herdeiro de 180 léguas. Extinguiu-se com D. Isabel a descendência direta do fundador Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 86). Casada com Francisco Barreto de Lima, Vedor da Casa Real, Comendador e Alcaide-mor de Pena-Garcia. Faleceu sem descendência, havendo de passar a Capitania para alguma linha transversal, e, após uma contenda, saiu para a condessa de Vimeiro, Mariana de Souza Guerra, citada adiante; XVII - o décimo quarto neto, Lopo de Souza [ - 1610], 3.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. «Em virtude de um legado que lhe foi feito por Isabel de Lima de Sousa e Miranda, última descendente de Pero Lopes de Sousa. Lopo de Sousa se apossou das capitanias de S. Amaro e Itamaracá, e entre 1580 e 1583 estiveram reunidas sob o seu governo não só aquelas capitanias como também a de S. Vicente, que legitimamente lhe pertencia, tudo no total de 180 léguas» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 88). Sem geração legítima, deixando bastarda; XVIII - a décimo quarta neta, Mariana de Sousa da Guerra, que recebeu de seu sobrinho Lopo de Souza Jr., a Donatária da Capitania de São Vicente. Foi a 5.ª Donatária da Capitania de São Vicente. Casada com D. Francisco de Faro, 1.º conde de Vimieiro; e por morte de seus irmãos, veio a ser a herdeira da Casa de seus pais. Foi sucessora também, da Capitania de Itamaracá, da qual tomou posse, depois de uma contenda que houve na busca de um novo herdeiro, da mesma, por morte de Isabel de Lima Souza e Miranda, que foi a 5.º Donatária - citada acima. Foi proferida a Sentença em Lisboa a 20.05.1615; XIX - o décimo quinto neto, D. Francisco de Souza, que serviu em Tânger. Capitão de um dos Galeões da Armada do Rei D. Sebastião em 1578. Capitão-Mor da Comarca de Beja. Senhor de Beringel, Comendador de Santo André de Urtilhão na Ordem de Cristo, e Governador e Capitão General do Estado do Brasil [1591] - «D. Francisco de Sousa, da Casa dos condes do Prado, e filho de D. Pedro de Sousa, 3.º senhor de Beringel, recebendo o governo, que os sobreditos interinos lhe entregaram em 1591, sustentou-o até o mês de maio de 1602. Foi avô do 1.º Marquês de Minas, cujo nome era semelhante, título, e 116 mercê, conferidos por el-rei D. Afonso VI em 1670» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 17). Depois de ter sido Governador e Capitão General do Estado do Brasil [1591], quando o mandaram por Capitão General das Capitanias de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com a administração das Minas por tempo de cinco anos, ou pelo tempo que o Rei determinasse, por Patente passada em Madri, a 02.01.1608, que encontra-se arquivada na Torre do Tombo, no livro 23, fol. 29, da Chancelaria do dito ano. Nela diz o Rei: Hey por bem que tenha todo o poder, jurisdição, e alçada, que tem, e usa o Governador da Bahia, e mais partes do Brasil pelo seu Regimento, e minhas ordens, assim na administração da Justiça, como da Fazenda, e defensão das ditas três Capitanias, independente em tudo do dito Governador, e immediato somente a mim, conforme o Regimento, e instrucção, que lhe mandey dar, que elle guardará inteiramente». (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de Portugal, 159). «Havia tempo que se tratava na Corte de Madrid do descobrimento das Minas, e já não com vulgares notícias determinou encarregar este negócio a Dom Francisco de Sousa nas Capitanias do Sul, com Patente de Capitão General, que se lhe passou em Madrid a 2 de janeiro de 1608, separando assim as Capitanias de S. Vicente, Espírito Santo, e Rio de Janeiro, do destricto, e governo da Bahia. Concedeolhe ElRey hum grande poder, e muitas prerogativas; de sorte, foi Administrador das Minas do Ouro do Brasil, que com efeito descobriu, dandose-lhe nas instruções o mais pleno poder, que jamais se deu a outro algum Governador, de prover todos os Ofícios, assim da Fazenda, como postos Militares, de poder fazer Fidalgos, e os mais foros: dar desoito hábitos da Ordem de Cristo com tenças; que do governo se lhe não tomaria residência; que nas matérias do governo não seria imediato mais que ao Rei, e apresentaria um Ouvidor Geral na Vila de São Paulo; e outras prerrogativas semelhantes, pelo qual servió teve a promessa de Marquês de Minas, com trinta mil cruzados de renda nelas; e por morrer muito pobre na Vila de São Paulo, antes de acabar o governo, se não verificou nele a dita mercê, o qual veioograr seu neto D. Francisco de Souza, 3.º Conde de Prado e 1.º Marquês de Minas, por Carta de 07.01.1670, lançada na Chancelaria do Rei D. Afonso VI, liv. 35, fol. 24 (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de Portugal, 159; e História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XII, Parte II, 133). Com geração; XX - o décimo quinto neto, Pedro da Silva, chamado «o duro». Governador e Capitão General do Brasil. Regedor das Justiças. Comendador de Santa Olaya de Pentalvos e de S. Lourenço na Ordem de Santiago. 1.º conde de São Lourenço, por mercê do Rei D. Felipe IV de Castela, em 1640. «Pedro da Silva, chamado o Duro, sucedeu no fim do ano de 1635, e governou até o de 1639. Pela defensa da Praça de Pernambuco na última ação contra os holandeses, teve o título de 1.º Conde de S. Lourenço, por carta passada em Madride a 26 de junho de 1640, e foi regedor das Justiças» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 21). Com geração; XXI - o décimo quinto neto, Jorge de Souza Coutinho, que viveu no Brasil, e que deixou grande descendência do seu cas., no Rio de Janeiro, com Maria Galegos; XXII - o décimo quinto neto, Paulo de Souza, que nasceu no Brasil e viveu em Lisboa. Com geração; XXIII - o décimo quinto neto, Francisco Giraldes, Comendador da Ordem de Cristo, Embaixador de Portugal em França e Inglaterra. Membro do Concelho da Fazenda. Governador do Brasil. Com geração; XXIV - o décimo quinto neto, Martim Afonso de Oliveira, 10.º Senhor do Morgado de Oliveira e Patameira. Comendador na Ordem de Cristo. Passou ao Brasil, para combater os holandeses, tendo falecido na cidade do Salvador, Bahia, em 1625, de uma batalha de Artilharia. Com geração; XXV - o décimo quinto neto, Pedro de Melo, Comendador de São Pedro de Gouveia e de São Martinho de Pinhel. Mestre de Campo na Beira e Alentejo no tempo da guerra contra Castela. 117 Governador de Serpa e depois Capitão-Mor e Governador do Rio de Janeiro [1662-1666], onde permaneceu até 1666, quando a Provisão Real de 07.12.1665 designou para sucedê-lo o novo Governador. Retornou a Portugal, em 1667. Membro do Concelho de Guerra do Rei D. Pedro II. Com geração; XXVI - o décimo quinto neto, Ruy Vaz de Siqueira, Comendador de São Vicente da Beira, Governador e Capitão General do Maranhão. Com geração; XXVII - o décimo quinto neto, Lopo de Souza Jr., 4.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. Tomou posse da capitania e a traspassou à sua tia D. Mariana de Sousa da Guerra, condessa de Vimieiro, que foi a 5.ª Donatária, que já era Donatária da Capitania de São Vicente - citada acima; XXVIII - a décima quinta neta, Brites de Albuquerque, Donatária de Pernambuco, matriarca da importante família Albuquerque Coelho (v.s.), de Pernambuco; XXIX - o décimo quinto neto, Jerônimo de Albuquerque [1514, Portugal - 22.02.1694, à rua de Todos os Santos, em Olinda, PE], cunhado do 1.º Donatário de Pernambuco, e patriarca da numerosa e ilustre família Albuquerque (v.s.), de Pernambuco; XXX - o décimo sexto neto, D. Fernando da Silveira, Capitão de Cavalos na Alemanha, Mestre de Campo em Flandres, Governador de Cascaes e um dos primeiros Conselheiros de Guerra que fez o Rei D. João IV [1640-1656]. Almirante da Armada real. Fundador da importante família Baltazar da Silveira (v.s.), que passou a Minas Gerais e Bahia, no Brasil; XXXI - o décimo sexto neto, D. Antônio de Souza, sucessor da Casa de seu pai. Comendador de Santa Marta de Viana do Lima na ordem de Cristo. Serviu na Armada e depois no Brasil, sendo Governador deste Estado seu pai. Faleceu depois de 1631, com testamento feito a 12.11.1630, em sua Quinta de Azeitão. Com geração; XXXII - o décimo sexto neto, D. Pedro José de Melo, que foi Governador e Capitão General do Maranhão. Com geração; XXXIII - o décimo sexto neto, Fernão de Souza Coutinho, Governador de Pernambuco; XXXIV - o décimo sexto neto, Antônio de Souza de Menezes, Moço Fidalgo acrescentado a Fidalgo Escudeiro com 2400 de moradia. Deixou geração bastarda com Maria de Araújo Pereira, natural da Bahia; XXXV o décimo sexto neto, D. Luís de Souza, Governador e Capitão General da Bahia. «D. Luís de Sousa, tendo governado as capitanias do Sul, por morte de seu pai D. Francisco de Sousa, sucedeu ao comandante desta em 1 de janeiro de 1617, e teve-o até o ano de 1622» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 18); XXXVI - a décima sexta neta, Teresa Maria de Távora, casada com Francisco de Brito Freire, Senhor do Morgado de Santo Estevão, na Bahia, conforme vai descrito no título Brito Freire (v.s.), da Bahia; XXXVII - o décimo sétimo neto, Braz Soares de Souza, Comendador, morreu em Pernambuco, em um combate contra os holandeses, em 1634; XXXVIII - o décimo sétimo neto, Afonso Furtado de Mendonça de Castro do Rio e Mendonça [- 26.11.1675, Rio, RJ], 1.º Visconde de Barbacena, Senhor da Vila de Barbacena, Alcaide-Mor da Covilhã, Comendador na Ordem de Cristo. Serviu na Guerra da Aclamação. General da Artilharia e Cavalaria, na Província de Alentejo. Governador das Armas da Beira. Membro do Concelho de Guerra e Governador e Capitão General do Brasil, onde faleceu. «Tomou posse do governo a 8 de maio de 1671, e tendo ratificado o regimento-geral dos capitães-mores das capitanias sujeitas a de S. Vicente, faleceu a 26 de novembro de 1675. Jaz na igreja do convento de S. Antônio» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 26). Com geração; XIL - o décimo sétimo neto, José de Mello, Porteiro-Mor. Senhor do Morgado de Alcube. Comendador das Comendas de S. Gião, São Salvador de Anciaens no Arcebispado de Braga, e da do Couto na Guarda. Alcaide-Mor das Vilas de Tolouza e Amieira. Donatário da Vila de Caeté, no Brasil. General de Batalha. Com geração; XL - a décima sétima neta, Bernarda de Vilhena, casada em Pernambuco, com seu parente D. João de Souza; XLI - o décimo sétimo neto, 118 Paulo de Souza Coutinho, que faleceu na Bahia, em 1701; XLII - o décimo oitavo neto, D. Antônio Luiz de Souza [06.04.1644 - 25.12.1721], 2.º marquês de Minas [Por Carta de 12.06.1674] e 4.º conde de Prado em vida de seu pai [Carta de 09.06.1664]. Senhor das vilas de Beringel e Prado, e do seu termo, com todas as jurisdições (e privilégio de não entrar nele Corregedor) e Padroados. Alcaide-Mor de Beja. Comendador de várias Comendas de Santa Maria de Azevo, Santa Maria de Viana, Santo Adrião de Penha Fiel, Nossa Senhora da Purificação de Pena Verde, São Pedro de Torres Védras na Ordem de Cristo, Santiago de Sines, e Milfontes, na Ordem de São Tiago. Aos oito anos de idade, entrou a servir de Moço Fidalgo, por Alvará de 11.04.1652. Serviu com seu pai na guerra, principiando aos 13 anos de idade a servir a Coroa, em que continuou sem intermissão, sendo Capitão de Cavalos Couraças da Guarda do General seu pai, por patente de 20.06.1661, e ocupou os postos de Mestre de Campo de um Terço de Infantaria, por Patente de 13.07.1663, e Mestre de Campo General [Patente de 06.12.1674]. Feita a paz em 1668, sendo Mestre de Campo General, governou as Armas da Província do Minho, e no ano de 1684, foi Governador e Capitão General do Brasil. 119 NEVES DE OLIVEIRA RICARDO SÉRGIO NEVES DE OLIVEIRA NEVES Sobrenome, talvez de origem religiosa (devoção da Senhora das Neves). Nome de mulher (Maria das-), primitivamente aplicado a meninas nascidas em 5 de Agosto, dia da Santa (Antenor Nascentes, II, 215). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Basílio das Neves, que deixou geração do seu cas. no Rio, em 1664, com Francisca do Valongo (Rheingantz, III, 11). Em Minas Gerais, a importante família de Braz Ferreira das Neves, cas. com Maria Josefa da Conceição de Jesus. Foram pais do Alf. José Antônio das Neves, nat. da Ilha Terceira, que se estabeleceu em São João del Rei, onde fal. em 1862. Deixou numerosa descendência de seu cas., c.1810, com Ana Luiza de Lacerda. Foram terceiros avós do Presidente Tancredo Neves. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, a de Andreza das Neves, «parda livre», que deixou geração, em 1693, com Francisco Mateus, «preto forro» (Rheingantz, II, 567). Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de Maria das Neves, índia, casada em 1804, na zona de São Lourenço, RS, com José de Morais, índio. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 141). 120 BIBLIOGRAFIA BUENO, Antonio Henrique da Cunha, BARATA, Carlos de Almeida. DICIONÁRIO DAS FAMILIAS BRASILEIRAS. 1ª ed. 121