ARLS WEBER DE MELLO LULA nº 3366
FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
JURISDICIONADA AO GR∴ OR∴ EST∴ DA PARAÍBA
CNPJ Nº 04.961.382-0001-70
“IRMÃOS DO QUADRO
ORIGEM DOS SOBRENOMES”
CICERO CALDAS NETO, M∴M∴
JOÃO PESSOA/PARAÍBA
JULHO/2002 E∴V∴
ÍNDICE
ITENS
FAMILIAS
IRMÃOS
PÁGINAS
01
ACCIOLY DE ANDRADE
MARCIO
ANDRADE
ACCIOLY
DE
16-27
02
ALVES DA SILVA
JOSE ALVES DA SILVA
03
ATHAYDE
PERICLES FILGUEIRAS DE
ATHAYDE
MARCOS TULIO RODRIGUES
DE ATHAYDE
ROGERIO JOSE ATHAYDE DE
BRITO
33-46
04
BRAGA
JOSE BRAGA LEITE
VICTOR HUGO FERREIRA
BRAGA
WILSON SOARES BRAGA
54-62
05
CALDAS
CICERO CALDAS NETO
63-64
06
CORREA PORTO
ADHAILTON LACET CORREA
PORTO
88-95
07
COSTA DE ARRUDA
MARCOS ROGERIO
DE ARRUDA
COSTA
28-32
08
GOMES PEREIRA
CESAR AUGUSTO
GOMES
PEREIRA
HERMANCE GOMES PEREIRA
82-87
09
GOUVEIA DE SOUZA
ANTONIO
SOUZA
10
MEDEIROS
HAROLDO
MEDEIROS
11
MENDES CARTAXO
MARCILIO
CARTAXO
12
100-110
GOUVEIA
DE
111-120
PAULINO
DE
70-71
MENDES
65-69
NEVES DE OLIVEIRA
RICARDO SERGIO NEVES DE
OLIVEIRA
121
13
NUNES DE ALMEIDA
FRANCISCO
ALMEIDA
NUNES
DE
03-15
14
PEREIRA DE OLIVEIRA
ADERALDO
OLIVEIRA
PEREIRA
DE
72-81
15
REGO
ANTONIO
FILHO
REGO
96-99
15
SANTOS BATISTA
ROBERTO
BATISTA
SANTOS
47-53
BIBLIOGRAFIA
SERAFIM
NEY
122
2
NUNES DE ALMEIDA
FRANCISCO NUNES DE ALMEIDA
ALMEIDA
3
Sobrenome de origem geográfica. Vila de Portugal. Composto do artigo definido
al, a, e do substantivo -mã’ida, a mesa; por extensão, podemos interpretar por:
campo plano ou chão, ou planalto. O linhagista Felgueiras Gayo, em seu
Nobiliário de Famílias, principia esta família em D. Palayo Amado, ou Pallato
Almade, filho de D. Payo Paes Guterres, Rico-Homem fundador do Morgado de
Tibães. Do seu casamento com D. Moninha Guterres, Dama da Rainha D. Teresa
(fal. 1130), esposa do Conde D. Henrique, originaram-se as famílias Amado e
Almeida. Um dos netos deste casal, Payo Guterres, que viveu no tempo do Rei D.
Sancho I (fal. 1211), foi apelidado de Almeidão por ter tomado, aos Mouros, o
Castelo de Almeida de Riba Coa, e participou junto ao seu Rei, da batalha de
Campos de Arganal, cerca de 1180, e foi muito valido do Rei D. Afonso II (fal.
1223). Por ser Senhor do Castelo de Almeida, passou aos seus descendentes esta
propriedade, que tomaram seu nome como sobrenome de família (Gayo, I, ). O
primeiro que nos aparece com este sobrenome figura nas inquirições de 1258,
onde se diz que João Fernandes, chamado Almeida, comprou e ganhou entre as
herdades foreiras do rei, no termo de Azurara, a Herdade da Cavalaria com
vários privilégios e fundou uma aldeia chamada Almeida, na mesma região; em
tempo de D. Sancho II, esta propriedade era de Martinho Lourenço, marido da
sua viúva, e dos filhos de João Fernandes. Esse João Fernandes, por sua vez, era
filho de Fernão Canelas, que no tempo de D. Sancho I comprara a Quinta do
Pinheiro além de outras. Este Fernão, segundo as testemunhas da Inquirição,
não tinha antes propriedades na terra de Azurara. Outras genealogias dão aos
Almeida geração muito mais nobre e muito mais antiga, como a que atribui a
origem da família a um Pelaio ou Palayo Amado, citado acima, que seria valido
do conde D. Henrique, e até a certo Paio Guterres, também, já citado, que uns
dão como neto de Pelaio Amado e outros dizem ser da família de Egas Moniz. Na
verdade, o sogro de Egas Moniz chamava-se Paio Guterres, mas é
cronologicamente impossível que conquistasse Almeida. Em Espanha, na fé de
Rodrigo Mendes Silva, consideram-se os Almeidas descendentes de Egas Moniz, o
que, como vimos, é falso. Embora não seja provável, pode ser que a alcunha de
Almeida, que tinha João Fernandes, derive da vila de Almeida e que a aldeia
existente na terra de Azurara fosse por ele dada a sua alcunha. Seja como for,
historicamente só poderemos considerar como primeiro membro da família
Fernão Canelas, cujo apelido Almeida seguiu, provavelmente, na descendência
de seu filho, até Lourenço Anes de Almeida (talvez seu bisneto), que foi alcaidemor de Linhares e Castelo Mendo, por mercê de D. Fernando. Não é conhecido o
parentesco entre Lourenço Anes de Almeida e Fernão Álvares de Almeida,
companheiro do mestre de Avis e seu veador, comendador de Jerumenha e Vila
Viçosa, alcaide-mor de Abrantes, claveiro da Ordem de Avis, aio dos filhos de D.
João I, de quem recebeu muitas mercês. Fernão Álvares de Almeida faleceu antes
de 1429, sendo sepultado na Igreja de S. Domingos, de Lisboa, deixando quatro
filhos legitimados, de dois dos quais conhecemos a sucessão; do mais novo,
Álvaro Fernandes de Almeida, trataremos adiante. Herdou a casa um destes
filhos, Diogo Fernandes de Almeida; que foi sepultado na Igreja de Santa Maria do
Castelo, de Abrantes, que mandou construir, e na descendência deste foi criado
o título de conde de Abrantes em 1476, extinto em 1529 ou 1530, e depois
renovado em 1645 e extinto antes de 1656. Esta renovação do título foi dada a
favor de D. Miguel de Almeida, um dos 40 fidalgos da Aclamação de 1640, que
morreu viúvo e sem filhos. Dos primeiros condes de Abrantes foi também filho
D. Diogo Fernandes de Almeida, prior do Crato, que entre outros filhos bastardos
teve D. Lopo de Almeida, de quem descendem a Casa de Avintes (e Lavradio) e de
Assumar (depois de Alorna). D. Pedro de Almeida Portugal, neto do 1.º conde de
Assumar, foi nomeado vice-rei da Índia e criado marquês de Castelo Novo, em
4
1744. Este título foi mudado em marquês de Alorna (por ter conquistado esta
praça) em 1748. A varonia Almeida conservou-se até seu neto, mas, por se ter
extinto a descendência masculina, passou a representação da Casa para uma
varonia Mascarenhas. Um irmão do 1.º conde de Assumar, D. Luís de Almeida
Portugal, primeiro alcaide-mor de Borba, foi casado com D. Maria Josefa de Melo
Corte-Real, filha do 1.º conde das Galveias, e, por se ter extinto a geração
varonil, foi o título renovado em D. João Vicente de Almeida Melo e Castro, por
Carta de 1808. Este 5.º conde das Galveias, que tinha, portanto, a varonia
Almeida, havia sido ministro dos Estrangeiros e da Guerra, e em 1809 foi
ministro da Marinha e Ultramar, no Brasil. De um seu irmão, o 6º conde, que foi
um notável enfermeiro-mor do Hospital de S. José, descendem os representantes
do título de Galveias, hoje com a varonia Avilês. Conservou a Casa de Avintes a
varonia de Almeida até a filha do 8º conde, que casou com José Correia de Sá
Benevides da Câmara, filho do 6.º visconde de Asseca; os atuais representantes
da família Lavradio têm, portanto, a varonia Correia de Sá (dos viscondes de
Asseca). Outro ramo dos Almeida provém de Gonçalo Pires de Almeida,
escudeiro, filho bastardo de Pedro Afonso e Margarida Annes, a quem Martim
Vasques da Cunha, de quem era criado, fez doação de juro e herdade da sua
terra e coroneleiro de Moçâmedes em 1389. Ignora-se donde lhe vinha o apelido
de Almeida, mas era parente dos outros Almeida, como Martim Lourenço de
Almeida, filho de Lourenço de Almeida, de quem já falamos, e portanto tb. de
Fernão Álvares de Almeida; talvez por esse facto, sua mulher, Inês Annes, foi
ama do infante D. Henrique, de quem era colaço seu filho João de Almeida.
Gonçalo Pires foi legitimado poucos meses depois da doação de Moçâmedes, em
1389. Alguns anos mais tarde, Martim Vasques da Cunha passou a Castela e,
por esse motivo, foi-lhe confiscada a Casa e posto seqüestro sobre as doações que
havia feito, mas Gonçalo Pires conseguiu que fosse confirmada a sua doação, em
1398. Em 1410, tendo morrido Gonçalo Pires de Almeida, seu filho já, referido,
João de Almeida, conseguiu que a terra e coroneleiro de Moçâmedes lhe fossem
confirmados para sempre, por Carta de 1410. Um seu descendente, D. José de
Almeida e Vasconcelos do Several da Maia Soares de Albergaria, foi feito barão de
Moçâmedes por Carta de 1779; sucedeu-lhe seu ; filho primogênito, 2. barão e
1.º visconde da Lapa em 1805, que morreu sem geração. Sucedeu-lhe seu irmão
mais novo, Manuel, que foi 3.º barão de Moçamedes, 2.º visconde da Lapa e l.º
conde da Lapa em duas vidas, por Carta de 31.8.1822. Álvaro Fernandes de
Almeida, de que falamos mais acima, filho legitimado de Fernão Alvares de
Almeida, foi amerceado por D. João I com muitos bens, que tinham sido
confiscados a João Fernandes Pacheco. Casou com Catarina do Sem, irmã do
chancoroneler-mor de D. Duarte, Martim do Sem, de uma família de ilustres
letrados. Nos descendentes deste casamento recaiu a representação dos condes
da Lapa está hoje no apelido. Os Almeida, chamados da Quinta da Cavalaria, só
entraram na posse dela, por, compra ao conde de Penela, nos fins do séc. XV. A
confirmação dos privilégios da quinta a Fernão Lopes de Almeida foi feita por
Carta de 1497. Esta Quinta da Cavalaria nada tem que ver com a Herdade da
Cavalaria, que teve João Fernandes, chamado Almeida, em 1258. Em primeiro
lugar, uma está em terra de Vouzela e a outra em terra de Azurara, muito longe
dali. Além disso, na Idade Média, dava-se o nome de cavalaria aos bens rurais
sobre os quais impendia a obrigação de fornecer para a guerra um cavaleiro
armado e montado; o nome era, portanto, muito freqüente. Este Fernão Lopes de
Almeida é dado nos nobiliários como filho do alferes-menor Duarte de Almeida,
mas essa afirmação não pode ser verdadeira, embora seu pai possivelmente se
chamas-se Duarte de A1meida. De fato, Fernão Lopes sobreviveu ao alferes de
Toro, mas já em 1464 era adulto, e o sucessor do Decepado, par ser seu filho
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mais velho, nasceu aproximadamente por esta data. Fernão Lopes de Almeida,
que foi provedor é administrador das caldas e coroneleiro do concelho e terras de
Lafões (hoje estas caldas são conhecidas por Termas de S. Pedro do Sul), faleceu
nos fins de 1513 ou princípios de 1514. Nos seus herdeiros continuou a
representação da Casa da Cavalaria, que depois por casamento recaiu nos
Aguilares Monroys, nos marqueses de Penalva e nos condes de Tarouca. Também
de um ramo bastardo desta Casa descendeu o 1.º barão de Claros, falecido em
1875, com geração. De uma Isabel de Almeida, filha de Nicolau de Almeida e
casada com o Dr. Sebastião Rodrigues de Azevedo, provêm os Almeidas Azevedos.
Finalmente, de outro ramo da família descendia Duarte de Almeida, o Decepado,
cuja filiação não é perfeitamente clara, mas talvez fosse filho de João Fernandes
de Almeida, que seria filho de Fernão Anes de Almeida, legitimado em 1377,
cujo pai era o clérigo de ordens sacras João Fernandes e mãe Sancha Fernandes
de Almeida. Duarte de Almeida, sendo cavaleiro da casa de D. Afonso V, teve
doação de duas quintas próximas de Santarém em 1464. Em resultado,
provavelmente, da perseguição política, a família decaiu gravemente, e apenas se
sabe que do filho mais velho de Diogo Fernandes provinha uma família Almeida
e Silva, senhores de uma quinta nas proximidades de Santarém. Não sabemos
quem fosse D. Genebra de Almeida, que dizia ser parenta do alcaide-mor de
Torres Novas, Diogo Fernandes de Almeida, e que casou com Luís Rodrigues de
Bivar. Alguns dos seus descendentes usaram o apelido Almeida, e passaram à
França, onde usam o nome Soares de Almeida e se dão falsamente como
descendentes dos Soares de Figueiroa, duques de Féria. O sobrenome Almeida
está muito espalhado em Portugal, não sendo possível determinar a origem de
todos que o usam. Também passou a Espanha, ao Chile, ao Brasil, à Sicília, etc.
(Verbo, 1359-1365). Esta família passou à Ilha Terceira, na pessoa de Miguel
Cardoso d’Almeida, que nasceu no último quartel do século XVII. O seu solar era
a Casa de Posto Santo (assento de morgado) na freguesia de Santa Luzia, de
Angra. Também tinha na rua da Sé, da dita cidade, uma casa de habitação, que
ainda em 1944 conservava na sua frontaria - apesar de estar em poder de
estranhos, assim como o dito solar - o brasão de armas dos Almeidas (EAS,
Nobiliário, I, 79). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este
sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode
considerar que todos os Almeidas existentes no Brasil, mesmo procedentes de
Portugal, sejam parentes, isto porque são inúmeras as famílias que adotaram este
sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do
lugar de Almeida. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode
considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Almeida, se estenda
a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, isto porque não
possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, uma das mais antigas famílias
com este sobrenome , procede de Antônio de Almeida (n.c.1596), casado com
Dorotéia de Alvarenga (Rheingantz, Famílias do Rio de Janeiro, I, 34). Rheingantz
registra mais 38 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que
deixaram numerosas descendências no Rio de Janeiro. Em Itaboraí, região da
baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de João Francisco de
Almeida [c.1843, Itaboraí, RJ -], filho de Felizardo José Maria de Almeida e de
Florinda Maria de Jesus. Foi cas., a 23.05.1868, em Rio Bonito, RJ, com Amanda
Tenreiro de Azevedo [1849, Rio Bonito, RJ -], filha de natural de Juliana
Francisca de Azevedo, ambas libertas de Constância Tenreiro de Azevedo. Em S.
Paulo, entre as mais antigas, está a de Antônio de Almeida, tabelião em S.
Vicente, desde 1563 (A. Moura, Piratininga, 13). Ainda em São Paulo, de origem
portuguesa, a família do Alf. Pedro Rodrigues de Almeida Leal [c.1735, Portugal c.1789], que foi patriarca de uma poderosa família de abastados proprietários de
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fazendas de café, estabelecida em Bananal (SP), membros da chamada
«aristocracia rural cafeeira». Deixou numerosa descendência de seu cas. com
Isabel da Silva Leme [Baependi, MG - ?], oitava neta de Pedro Leme, patriarca
desta Família Leme (v.s.), em São Paulo. Para São Paulo, ver também os Almeida
Castanho. Em Pernambuco, entre as mais antigas dos Almeidas, está a família
de Antônio Fernandes Pessoa, nascido por volta de 1580. em Canavezes,
Portugal. Veio para Pernambuco logo no princípio do século XVII, e viveu na
freguesia do Salvador de Olinda, e faleceu em 1620, sendo sepultado no
Convento do Carmo. Trouxe, em sua companhia, sua esposa Isabel Peres de
Almeida, natural da freguesia de São Nicolau, Lisboa, de quem deixou larga
descendência, por onde seguem os sobrenomes Pessoa (v.s.) e Almeida (Borges
da Fonseca, I, 261). Ainda, em Pernambuco, a família do advogado Dr. Rufino
Augusto de Almeida [27.12.1828, PE - 11.12.1879, Rio, RJ], bacharel em Direito
[PE], Administrador da Casa de Detenção do Recife. Diretor do Asilo dos Meninos
desvalidos do Rio de Janeiro. Filho de Rufino José Corrêa de Almeida. Deixou
importante descendência do seu cas. com Emerenciana de Oliveira Barros [1838,
PE - 07.12.1883, Rio, RJ], filha de Francisco do Rêgo Barros, membro da
importante família Rêgo Barros (v.s.), de Pernambuco. Foram pais, entre outros,
do grande engenheiro civil, Dr. Rufino Augusto de Almeida Júnior [c.1853, Boa
Vista, Recife, PE -], engenheiro civil [RJ-1879], patriarca da família Buarque de
Almeida (v.s.), do Rio de Janeiro; de Josefina Oliveira Barros de Almeida [c.1849,
Olinda, PE -], que por seu casamento, tornou-se a matriarca da família Almeida
Pizarro (v.s.), do Rio de Janeiro; e do cirurgião Daniel de Oliveira Barros de
Almeida [06.03.1858, Recife, PE - 14.01.1919, Rio, RJ], que foi casado com uma
filha do barão de Benfica, família Castro (v.s.), do Rio de Janeiro. Diversos
membros desta família destacaram-se no campo da engenharia. Diversos
membros desta família destacaram-se no campo da engenharia. No Rio Grande
do Sul, entre as mais antigas, de origem portuguesa, a do Alf. de ordenanças
João de Almeida [c.1714, São Miguel de Vila Boa, Abrunhosa do Ladario, bispado
de Viseu - 1761, Col. do Sacramento]. Filho de João Gomes e de Apolônia de
Almeida. Cas. em 1738, na Col. do Sacramento, com a jovem Maria Pereira de
Mesquita [1722, Col. do Sacramento - ?] - com 17 anos de idade (Rheingantz, Rio
Grande, 250). Sobrenome de uma importante família estabelecida no Pará,
procedente do advogado Joaquim Inácio de Almeida, que deixou numerosa
descendência dos seus dois casamentos: o primeiro, com Maria Romana de
Almeida; e o segundo, com Luiza Fernandes Villar Amazonas [bat. 07.10.1828 -],
filha de Antônio José Fernandes Villar, patriarca desta família Amazonas (v.s.),
do Pará. Do segundo casamento, descendem os Amazonas de Almeida (v.s.), do
Pará. Do primeiro casamento, nasceu, entre outros: I - Dr. Tito Franco de
Almeida [04.01.1829, Belém, PA - 17.02.1899, idem], estudou humanidades em
Coimbra, doutor em Direito pela Academia de Olinda [PE, 25.10.1850], jurista,
orador, jornalista, político e parlamentar do Império. Como jornalista, colaborou
no jornal «O Liberal» e fundou, em Belém, o periódico «Grão-Pará» [1850]. Redigiu
o mesmo, de 1851 a 1852. Redigiu o jornal «Aurora Paraense», de 1853 a 1855; e
o «Jornal do Amazonas». Diretor do «Diário do Rio de Janeiro» e da Secretaria dos
Negócios da Justiça. Lente de filosofia, por concurso, no Liceu Paraense. Sócio
fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Pará [1900]. Sócio da Academia
Real das Ciências de Lisboa, da Sociedade de Geografia de Paris, do Instituto
Archeológico e Histórico de Pernambuco, do Instituto dos Advogados Brasileiros e
do Club Amazônico. Deputado Provincial. Deputado à Assembléia Geral
Legislativa, pelo Pará [1857-1860, 1864-1866 e 1878-1881]. Deixou geração do
seu casamento, a 02.01.1851, com Carlota Torres Lins, além de outros filhos
havidos com outras mulheres. Deste matrimônio, nasceu, entre outros, o Doutor
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Tito Augusto Franco de Almeida, engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio
de Janeiro [1876]. Ainda, no Pará, as seguintes famílias: I - de Bento José de
Almeida [c.1797-], que deixou geração, em Belém, do seu cas. com Luiza Maria
Rodrigues; II - de origem baiana, a de José Felipe de Almeida [c.1792 - a.1843],
que deixou geração do seu cas. com Rita Júlia de Campos. Entre os filhos do
casal, registram-se: A - Antônio Ó de Almeida [c.1818, BA -], que deixou geração
em Belém, de seus dois casamentos; e B - o Alferes José Ó de Almeida [1818,
Salvador, BA - 1900, PA], alferes do Batalhão de Voluntários da Pátria, que
chegou a Belém, a 09.07.1870. Foi nomeado ao posto de Major e, posteriormente,
ao de Coronel Membro do Partido Conservador. Deixou geração do seu
casamento com Maria Romana Paes. Foram pais de José Ó de Almeida Filho
[1858-], formado em Medicina, pela Faculdade da Bahia. Iniciou a sua clínica em
Óbidos. Oftalmologista. Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi. Senador
Estadual pelo Pará. ; e III - José Joaquim Romão de Almeida [c.1794-], alferes da
1.ª Companhia do regimento de Infantaria de Linha, denominado Estremós
[30.08.1814]. 2.º Ajudante do 3.º Regimento de Infantaria de Linha do Pará
[14.08.1818]. Tenente-Coronel Comandante da Fortaleza de Macapá [1835].
Agraciado com o Hábito da Ordem de São Bento de Aviz [10.02.1828]. Agraciado
com o Hábito da Ordem de Cristo [02.12.1841]. Teve mercê de Cavaleiro da
Ordem da Rosa [16.02.1843]. Deixou geração do seu cas. com Teresa Joaquina
Bello, natural de Belém, Pará. Foram pais, entre outros, de Cândida Francisca de
Almeida, casada em 1854, com o alferes Manuel Sebastião de Moraes Sarmento,
natural de Santarém [PA], membro das principais famílias do Pará, filho do
Capitão Sebastião Pedro de Moraes Sarmento e de Gregória Maria da Conceição.
Por parte de pai descendem dos antigos Moraes Sarmento (v.s.), do Pará, e, por
parte de mãe, descende do Sargento-Mor Mateus de Carvalho e Siqueira,
patriarca da família Siqueira e Queiroz (v.s.), do Pará. Família de origem síriolibanesa, que onde passou para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no
Município de Maués, Estado do Amazonas. A esta família pertence Jorge Elias de
Almeida, que deixou geração do seu cas. na família Negreiros. Foram pais de
Salum Almeida, que teve dez filhos do seu cas. na família Hatchwell (v.s.), de
Maués (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 53). Na Bahia, entre as mais antigas,
a de Antônio Serrão de Almeida, cristão novos, que vai citada adiante; além da
família de Antônio de Almeida Viana, negociante estabelecido na Bahia, que
deixou geração do seu casamento com Ana Maria da Assunção que, deixando a
Bahia, passou à Ilha do Príncipe, onde nasceu o neto, José Maria de Sousa e
Almeida, natural da ilha do Príncipe, comendador da Ordem de Cristo e
Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, TenenteCoronel dos voluntários da cidade de S. Felipe de Benguela, negociante de grosso
trato, e grande proprietário em Beguela, na Ilha do Príncipe, e em Mossamedes.
Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, em 1845 - detalhes abaixo. Linha
Natural e Indígena: O Deputado Tito Franco de Almeida, antes de se casar,
quando esteve estudando em Olinda, lá teve uma relação com uma índia,
estabelecida em um Mosteiro local, deixando-lhe uma filha: Ana Augusta de
Almeida [c.1849, PE -]. Os pais de Tito Franco, ao saberem do nascimento de
Ana Augusta, fizeram um pequeno escândalo familiar e, na intenção de amenizar
a situação, a mãe de Tito Franco mandou a cabôclinha para Portugal, com cerca
de 6 anos de idade, onde permaneceu até fazer 18 anos de idade, regressando
para o Maranhão. Pouco tempo depois, a jovem cabocla Ana Augusta conheceu
Marcelino Gomes de Almeida, português, que se estabeleceu no norte do Brasil, a
serviço militar. Fixando-se no Maranhão, onde abriu uma loja de louças,
apaixonou-se por Ana Augusta, o que o levou, em seguida, a dirigir-se ao Pará, a
fim de exigir de Tito Franco o reconhecimento da mesma, como sua filha. Foi,
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assim, legitimada. Retornando ao Maranhão, lá deixaram geração, por onde corre
o sobrenome Gomes de Almeida. O jovem e tinhoso Marcelino, a fim de tornar
público a ancestralidade de sua esposa, batizou seu primeiro filho [teve seis]
com o nome Tito Franco de Almeida Neto. Curiosidade: Cabe registrar que, em
pesquisas que realizamos nos livros eclesiásticos da Paróquia de São Januário,
no Município de Ubá, Zona da Mata, Minas Gerais, em seu livro 1.º, de 1841,
encontramos um registro de óbito de um filho de Tito Franco de Almeida [?].
Seria um tio do renomado deputado e jornalista Tito Franco de Almeida ?. Linha
Natural: Em São Paulo, por exemplo, Manuel Antônio de Almeida, nat. de
Guaratinguetá (SP), «filho natural» de Maria Joaquina, foi cas. em 1820, Itajubá
(MG), com Francisca Vieira de Jesus, nat. de Taubaté (Mons. L - Itajubá). Em Rio
Bonito, região da baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de
Antônio Cândido de Almeida [1871, Boa Esperança, RJ -], filho natural de
Laurentina Maria de Jesus. Foi cas., a 01.10.1892, em Rio Bonito, RJ, com
Delfina Maria de Jesus [1873, Rio Bonito, RJ -], filha de Simeão de Almeida
Monteiro e de Umbelina Maria da Conceição. Em Silva Jardim, a família de
Balbino José de Almeida [1871, Capivarí, hoje Silva Jardim, RJ -], filho natural
de Ludovina Maria da Conceição. Foi cas., a 13.05.1893, em Rio Bonito, RJ, com
Joana Maria de Faria [1872, Boa Esperança, Rio Bonito, RJ -], filha de Manoel
Antônio de Faria e de Emiliana Maria da Conceição (Arq. Luiz Borges da Luz).
Linha Afro-Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem
indígena. No Rio Grande do Sul, a de João Rodrigues de Almeida, «índio», cas.
em 1800, em São Lourenço, RS, com Feliciana Francisca Cândida, de origem
africana, «parda forra» (L.º 3.º, fl.9). Linha de Degredo: Registra-se, entre outros,
Manuel de Almeida, solteiro e estudante de gramática, condenado a um (1) ano de
degredo para o Brasil, por culpas de «sodomia» (perversão sexual). Ouviu sua
sentença na sala do Santo Ofício, em 05.05.1693. Era natural de Lisboa, onde
residia, e filho bastardo de Manuel de Almeida, almoxarife da portagem de
Santarém. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o
batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Pernambuco: Pedro de
Almeida, ali morador, desde 1633, condenado em 10.07.1650, como judeu
confesso. Na Bahia, entre as mais antigas, a de Antônio Serrão de Almeida, de
origem judaica (n.c.1580), casado com Isabel Lopes. Ainda, na Bahia, a de
Miguel Nunes de Almeida [27 anos], filho de Félix Nunes de Miranda [62 anos],
negociante da Bahia, condenado em 06.07.1732, sendo seu pai, queimado vivo
como judeu convicto, em 1731 (Raizes Judaicas,70); Em Minas Gerais: Antônio
de Sá de Almeida [Meio Cristão Novo - 33 anos], mineiro, morador no Serro Frio doc.1734. Em São Paulo: Bernardo de Almeida, neto de Cristão Novo, Francisco
Vaz de Coelho (que chegou a São Paulo em fins do séc. XVI), e filho de Manuel e
Andreza de Almeida, residindo em Irajá, Rio de Janeiro. Na Paraíba: Pedro
(Moisés) de Almeida [Cristão Novo], natural do Porto, residindo na Paraíba, desde
1633 (Wolff, Dic.,I,8). Nobreza Titular: I - Visconde, com as honras da grandeza,
de Almeida - ver Família Martins de Almeida; II - Conde de Almeida - ver Família
Martins de Almeida; III - Dr. Laurindo José de Almeida (1836, Bananal, SP - ),
dos Almeidas de Bananal, foi agraciado, por Dec. de 4 de Fevereiro de 1884, com
o título de Visconde de São Laurindo - santo de seu próprio nome. Advogado,
deputado e fazendeiro; IV - em Minas Gerais, Francisco Paulo de Almeida
[10.01.1826, Santa Fé, MG - 09.02.1901, RJ], foi agraciado, por Dec. de
16.09.1887, com o título de Barão de Guaraciaba; V - na Bahia, o Dr. Caetano
Vicente de Almeida [15.09.1811, vila de Belmonte, comarca de Porto Seguro, BA 14.04.1890, Niterói, RJ], moço fidalgo, Conselheiro e Ministro do Supremo
Tribunal, foi agraciado, por Dec. de 22.01.1887, com o título de Barão de Mucurí.
Filho do capitão-mor Caetano Vicente de Almeida e de Luiza Clara Barbosa de
9
Oliveira. Em 26.11.1896, seus restos mortais foram transladados para o jazigo
de família na cidade do Salvador. Foi casado duas vezes, com duas irmãs: a 1.ª
vez, em Niterói, com Ana Maria de Sampaio [1814, RJ - a.1865], sem deixar
sucessão; e a 2.ª, em 1865, também em Niterói, RJ, com Luiza Antônia de
Sampaio [1824, RJ - 25.10.1908, RJ], Baronesa de Mucurí, com a qual deixou
sucessão - Barbosa de Almeida. Eram filhas do Cap. Antônio Xavier Sampaio,
nat. de São Salvador da Horta da Ilha do Fayal, e de Maria Clara de Jesus, nat.
de São Gonçalo do Recôncavo da banda d’Além de Niterói. Heráldica- Século XV:
um escudo de ouro, com seis bilhetas de vermelho, deitadas e furadas, postas 2,
2 e 2. Timbre: uma águia de vermelho. Século XV: I - Henrique de Almeida Brasão de Armas datado de 01.03.1494: um escudo em campo de vermelho, seis
besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo metal - “com a
diferença com que as de direito deve ter»; Século XVI: II - Registro entre 1515
«Livro da Nobreza» e 1542: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de
ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Timbre: uma águia de negro
besantada de ouro; III - De André de Almeida, morador em Setúbal - Brasão de
Armas datado de 31.10.1532. Registrada na Chancelaria de D. João III, Livro
XVIII, fl. 116: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre
uma dobre-cruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma brica de prata com
uma merleta preta. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife de ouro e
vermelho. Timbre: uma águia de negro besantada de ouro. Filho de Violante Rui
de Almeida, neto de Rui Lopes de Almeida (Sanches de Baena, Archivo Heráldico,
I, 17); IV - De Pedro de Almeida - Brasão de Armas datado de 28.08.1533: um
escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e
bordadura do mesmo. Diferença: uma meia brica de prata com um - F - de
preto. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre:
uma águia de negro besantada de ouro; V - De Antônio de Almeida, licenciado,
morador na vila de Trancoso. Brasão de Armas datado de 01.10.1533. Registrada
na Chancelaria de D. João III, Livro XLVI, fl. 72v: um escudo em campo de
vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobre-cruz e bordadura do mesmo.
Diferença: uma flor de lis, metade de prata e metade verde. Elmo de prata
guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma águia de negro
besantada de ouro. Filho de Rui Lopes de Almeida e bisneto de outro Rui Lopes
de Almeida (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 26); VI - De Heitor Nunes
Palha de Almeida - Brasão de Armas datado de 17.07.1536: um escudo em
campo de vermelho, seis crescentes de ouro, em duas palas, fechadas de uma
sobrecruz e bordadura de ouro. Diferença: uma flor de lis de azul. Elmo de
prata aberto e guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: uma
águia de negro besantada de ouro. VII - De Estevão Ribeiro de Almeida - Brasão
de Armas datado de 13.11.1536: um escudo esquartelado com as armas da
família Almeida [I e IV] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e
bordadura de ouro, e da Família Ribeiro [II e III]. Diferença: uma flor de lis,
metade verde e metade prata. Elmo de prata aberto, guarnecido de ouro.
Timbre: da família Almeida. VIII - De Amador de Almeida - Brasão de Armas
datado de 09.04.1538. Registrada na Chancelaria de D. João III, Livro XLIV, fl.
46v: um escudo em campo de vermelho, seis besantes de ouro entre uma dobrecruz e bordadura do mesmo. Diferença: uma meia brica de prata com um A, de
verde. Paquife de ouro e vermelho. Elmo de prata guarnecido de ouro. Timbre:
uma águia de negro besantada de ouro. Filho de Simão Lopes de Almeida
(Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 15); IX - De Baltazar de Almeida
Cardoso - Brasão de Armas datado de 24.09.1539: um escudo esquartelado com
as armas da família Cardoso [I e IV] e da família Almeida [II e III] - em campo
vermelho com 6 besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro. Diferença: um
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filete preto e uma estrela azul. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife: de
ouro e vermelho. Timbre: da família Cardoso; X - De Fernando de Almeida Brasão de Armas datado de 25.11.1540: um escudo esquartelado com as armas
da família Silveira [I e IV] e Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6
besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro. Diferença: um filete preto. Elmo
de prata guarnecido de ouro. Paquife: de ouro, prata e vermelho. Timbre: da
família Silveira; XI - De Gaspar Cardoso - Brasão de Armas datado de
10.11.1540: um escudo esquartelado com as armas da família Cardoso [I e IV] e
da família Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6 besantes entre dobrecruz e bordadura de ouro. Diferença: um quadrifólio de verde picado de ouro
com o pé de prata. Elmo de prata guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e
vermelho. Timbre: da família Cardoso; XII - De Gabriel de Almeida - Brasão de
Armas datado de 15.07.1542: um escudo esquartelado, com as armas da
Família Rego [I], da Família Almeida [II e III] - em campo vermelho com 6
besantes entre dobre-cruz e bordadura de ouro; e da Família Ribeiro [IV].
Diferença: uma flor-de-lis de ouro. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro.
Paquife: de prata, verde, ouro e vermelho. Timbre: uma águia vermelha
besantada de ouro, com o bico e armada também de ouro; XIII - Dos Condes de
Abrantes: as armas de Almeida, tendo o 2.º conde adaptado como timbre uma
hidra de sete cabeças; X - Dos condes de Avintes e marqueses do Lavradio:
usaram primeiro as armas dos Almeida, e depois partidas de Lencastres e
Almeidas. XIV - Dos condes das Galveias: esquartelado, no Iº quartel, as armas
da família Almeida; no IIº quartel, as armas de Portugal (v.s.), moderno, dos
marqueses de Valença; no IIIº quartel, as armas da família Lobo (v.s.); e no IVº
quartel, partido: de um lado, as armas da família Castro (v.s.) de seis arruelas; e
do outro, da família Melo (v.s.); XV - Dos Almeidas e Vasconcelos, de Moçâmedes:
um escudo esquartelado; no Iº quartel, as armas da família Almeida, no IIº
quartel, as armas da família Vasconcelos (v.s.), no IIIº quartel, as armas da
família Carvalho (v.s.), e no IVº quartel, as armas da família Albergaria (v.s.).
Timbre: o dos Almeida. XVI - Os Almeida do Sem: esquartelado, no Iº e IVº
quartéis, as armas da família Almeida, no IIº e IIIº quartéis, em campo vermelho,
um leão de ouro armado e linguado de azul com uma bordadura de azul
carregada de oito vieiras de prata (da família Sem - v.s.). Timbre, segundo
Antônio José Vaz Velho, no Tesouro Heráldico de Portugal, o mesmo leão
carregado de uma vieira. XVII - Dos Conde de Almeida: m escudo partido, I - de
ouro, com seis bilhetas de vermelho deitadas e furadas; II - de negro, uma águia
de negro segurando uma chave de ouro nas garras e debrum do mesmo cortado
de azul, onze estrelas de prata postas em aspa e debrum de ouro; XVIII - Do
Conde de Pinhel: um escudo esquartelado: 1.º e 4.º quartéis: de azul, uma cruz
de ouro; 2.º e 3.º - de prata, um pinheiro de verde. Timbre: uma águia de
vermelho armada de ouro. XIX - Outros: Ainda, segundo o mesmo
nobiliarquista, houve outros Almeidas que usaram um escudo em campo azul,
tendo por timbre uma águia de ouro. Para esta descrição baseou-se nos Troféu
Lusitanos, de Antônio Soares de Albergaria. XX - Os Almeida de Espanha:
usaram as armas mais costumadas nos Almeidas de Portugal; mas outros trazem
apenas seis besantes de ouro em duas palas. Estas últimas S. as armas usadas
pêlos Almeidas da Sicília (Verbo, 1365-1366) (SB,II,9). Brasil Heráldico: I - José
Maria de Sousa e Almeida - citado acima: 02.07.1845. Cartório da Nobreza, Livro
VIII, fl. 315v - um escudo partido em pala, com as armas das famílias Almeida [I]
e Leitão [II]. II - Do Joaquim Antônio de Almeida [17.08.1868, Goianinha, RN 01.04.1947], ordenado a 12.12.1894; eleito bispo do Piauí, a 14.12.1905; sagrado
a 04.02.1906; transferido para Natal [RN - 23.10.1910]; transferido para cadeira
titular de Lares, a 14.06.1915. Usava por armas, um escudo partido: o primeiro,
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em campo de prata, um missal aberto, ao natural, sobreposto por uma estrela
de cinco raios, acompanhado, à direita, pelo Sagrado Coração de Jesus, em
prata, sobreposto por uma cruzeta do mesmo metal, e à esquerda, do Santo
oração de Maria igualmente de prata, sobreposto de um lírio do mesmo; no
segundo, em campo de prata, um rio movente na ponta, bordado por uma praia,
sobre o qual se eleva uma palmeira, tudo ao natural. Divisa: In Cre Vita [Gardel,
Armorial Eclesiástico, 223] Notas heráldicas: O número de besantes do escudo, é
variável (3, 6 ou 9), e a águia do timbre, aparece também de vermelho, armada e
membrada de ouro. Vilasboas e Sampaio, em Nobiliarquia Portuguesa, e outros
dizem que as armas são: um escudo em campo de vermelho três besantes de
ouro, o que não é fácil de compreender, e talvez resulte de uma leitura pouco
cuidadosa da Monarquia Lusitânia, de Fr. Antônio Brandão, que nas erratas
retifica o número para seis. Armando de Matos, no Brasonário de Portugal,
substitui essa descrição pela seguinte: um escudo em campo de ouro, seis
bilhetas de vermelho, deitadas e furadas, postas 2, 2 e 2. Nenhuma vantagem
existe nesta alteração da descrição tradicional, que remonta pelo menos ao
princípio do séc. XVI. Também Armando de Matos dá para timbre uma águia
vermelha.
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NUNES
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Sobrenome de formação patronímica - o filho de Nuno. Da baixa latinidade
Nunnici, Nunizi [documentado no ano de 1054], Nunniz [doc. 964], Nunnez [doc.
1053] e Nunez. Nuno talvez derive do latim nonnus, palavra respeitosa da
linguagem infantil, aio, pai (Antenor Nascentes, II, 220). Patronímicos são
apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico
constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É
quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência,
com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos
no português medieval -ez (escrito -es, porque átomo) -iz, -az (escrito -as, quando
átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e
Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Pertence a esta
família Nuno Martins Garro a quem o rei de Portugal D. Afonso V deu brasão de
armas, em 1466, do apelido Nunes (Anuário Genealógico Latino, I, 70). Brasil:
Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil,
por todo o seu vasto território. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de
João Nunes, «o cego», fal. antes de 1705, que deixou geração do seu cas., c.1644,
com Bárbara da Costa, fal. no Rio, em 1665. Ainda, no Rio de Janeiro: os Nunes
Campo Maior, Nunes da Costa, Nunes Moreira, Nunes da Silva, Nunes da Silveira
e Nunes Vieira - todas do séc. XVII (Rheingantz, III, 231). Rheingantz registra 76
famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas
descendêcias no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Antão
Nunes, que deixou geração em S. Vicente. Ainda vivia em Santos em 1579. Teve
ao menos o filho: Pero Nunes (SL, I, 24). Ainda, em S. Paulo: Baltazar Nunes
[1555, Santo André] e Lourenço Nunes (1598) (AM, Piratininga, 125). Ainda, em
São Paulo, ver a família Nunes de Siqueira. No Rio Grande do Sul, entre outros,
os Nunes Vieira (v.s.). Ainda, no Rio Grande do Sul, a família de José Joaquim
Nunes, natural de Caparica, bispado de Lisboa, Portugal, que assinou termo de
declaração, a 05.04.1846, onde informa ser católico, ter vindo para o Brasil em
1819, aos 18 anos de idade, ser marítimo e ultimamente estar servindo no
Arsenal de Marinha como Patrão-Mor, há nove anos, ser analfabeto e estar
casado com uma brasileira há 14 anos (Spalding, naturalizações, 103). Na Bahia,
entre as mais antigas, a de Jorge Fernandes [c.1576, Porto -?], que deixou
geração do seu cas. com Catarina Nunes, nat. de Arouca, Porto (Jaboatão, 509).
Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana.
No Rio de Janeiro, a de Joana Nunes, «parda», filha de João da Costa e de
Marianna, «preta do gentio da Guiné», que foi cas. em 1699, RJ, com Sebastião
Gonçalves (Rheingantz, II, 306). No Rio Grande do Sul, a de Vicente Nunes,
«pardo forro», cas., 1800, Rio Grande, com Teresa Francisca, «parda escrava»
(L.º3.º, fl.9v). No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-sea família de Vicente
Nunes, «pardo forro», casado a 25.02.1800, em Rio Grande, RS, com Teresa
Francisca, também «parda forra». Linha Ilegítima: Em Minas Gerais, por
exemplo, Manuel Nunes de Mendonça, «filho ilegítimo» de Manuel Nunes de
Mendonça e de Inácia das Neves, de Guaratinguetá, SP [neto de Domingos Nunes
de Mendonça], foi cas. em 1784, Itajubá (MG), com Catarina Leite, nat. de
Parnaíba, SP (Monsenhor Lefort - Itajubá). Linha de Degredo: Registra-se, no
Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.10.1660, a condenação
de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Natália Nunes, cristã nova, 63 anos
de idade, por «crime de ser judeu». Mulher de Rui Pegado de Abreu, que vivia «de
sua fazenda», natural de Abrantes e moradora em Lisboa. Foram pais de maria de
Abreu Pegado [c.1626 -], condenada à cárcere perpétuo e hábito, no Auto de Fé
de 29.10.1656. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na praça de Coimbra, a
04.07.1662, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Engrácia
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Nunes, cristã nova, de 92 anos de idade, casada com Antônio da Paz, sapateiro,
de Bragança. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa,
a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Leonor
Nunes, cristã-nova, solteira, natural da Guarda, onde morava. Filha de Francisco
da Costa, mercador. No mesmo Auto-de-fé de 17.08.1664, a condenação de três
(3) anos de degredo para o Brasil, de Ana Nunes, cristã-nova, solteira, natural da
Guarda, onde morava. Filha de Francisco da Costa, mercador. Registra-se, no
Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação
de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Luisa Nunes, «cristã-nova», natural
da Guarda e moradora em Lisboa. Esposa de Gonçalo Lobo Guedes, homem de
negócio. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o
batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. Para o Rio de Janeiro, ver a
família Nunes Vizeu (Wolff, Dic.I, 141). Heráldica: I - um escudo em campo de
ouro, com uma palma verde. Timbre: um leão de sua cor, com uma palma nas
garras: II - outros, da mesma família: um escudo partido: primeiro, em campo
de prata, uma palma de azul; o segundo, em campo vermelho, um leão de ouro
acompanhado de 4 merletas do mesmo. Timbre: o leão do escudo, sainte
(Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 50).
15
ACCIOLY DE ANDRADE
MARCIO ACCIOLY DE ANDRADE
ANDRADE
16
Sobrenome de origem geográfica. Outra forma: Andrada (v.s.). Talvez represente
um genitivo medieval. Cortesão o tira do baixo latim Andriati com dúvida e
manda ver Andreade. Em Andreade dá uma forma Andriati, do ano de 1098, e
outra Andreadi, de 1099. Outros (Anuário Genealógico Latino, IV, 16) atribuem
uma origem grega “andródes”, viril, corajoso. Originário da Galiza. Sobre o
assunto apareceu em S. Paulo, 1950, um estudo morfológico do prof. Aluizio de
Faria Coimbra, no qual se diz: “Tempo houve em que um insular, um homem de
Andros ou alguém que por lá demorara, portanto uma pessoa que no nominativo Sr.
gr. era dito András, estabeleceu-se, com muitos outros, na Itália e lá proliferou.
Italianizado e usado por sobrenome, este gentílico se tornou Andrade, porquanto
pelo acusativo é que os italianos, quase sem discrepância, davam cor doméstica
aos vocábulos gregos e latinos da 3ª declinação, inclusive aos nomes próprios.
Mas, tal como no caso de naiade supra citado, foi-lhe conservada a tonicidade
helênica, incidente sobre o - a -. Com esta forma é que receberam os portugueses a
palavra. Tivesse sido pelos italianos respeitada a pronuncia latina e teríamos
Ândrade, como Árcade, Oréade, Dríade, Hélade, de acento proparoxítono. Esta a
etimologia que sugiro. Doutra parte, sabemos todos que para as palavras gregas
da terceira declinação e tema em consoante usavam os romanos, no caso
acusativo, indiferentemente, da desinência vernácula -em, ou da desinência grega a. Aer, aether fletiam-se, para a função de objeto direto, em aerem, aetherem, ou
aera, aethera. Dispensa abonação a notoriedade do fato. Pois é essa mesma
dualidade que aparece em Andrada e Andrade. São formas do mesmo caso, ambas
legítimas e firmadas sobre hábito latino dos mais comprovados.” (Antenor
Nascentes, Dic., II, 18). Sobre os Andrades, o desembargador e genealogista
Carlos Xavier Paes Barreto, resumiu suas origens da seguinte forma: Andrade é
locativo e deriva-se do solar de Andrade, na Galiza, pertencente, segundo Vilas
Boas e Sampaio, a Fernão Alves de Andrade que se supõe companheiro de Mendo
Rausona e um dos cinco cavaleiros que, com ele, se passaram à Espanha (RGL,
X, 57). Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao
Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Em Pernambuco, por
exemplo, registra-se uma família com este sobrenome, no tempo de sua
colonização, originária da Ilha da Madeira, e pertencente ao grupo Freire de
Andrade. Seus descendentes espalharam-se pela Bahiae Alagoas. No Rio de
Janeiro, entre as mais antigas a de Antônio de Andrade [c.1585- ?], que deixou
geração do seu cas. com Joana de Oliveira [c.1595 - 1639, RJ] (Rheingantz, I,
82). Rheingantz registra mais 32 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e
XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Ainda, no Rio de
Janeiro, originárias das ilhas portuguesas, registram-se: I - a família de
Francisco de Andrade, natural do Cabo da Praia (Ilha Terceira), que veio em
1779(Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); II - a família de
Francisco Borges de Andrade, soldado da 3.ª Companhia do Regimento de
Milícias da Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1820(Raimundo Belo Emigração Açoriana para o Brasil); III - a família de Honório Machado de
Andrade, natural da Ilha Terceira, que veio em 1819, «cm assistência de seu
curador o capitão João Silveira Machado, que se tem aplicado na arte Nautica em
que se acha pronto com destino a ir servir S. Magestade na Real Armada do Rio de
Janeiro, aonde também serve seu tio paterno o capitão-tenente Teófilo Rogério
machado de Andrade.». Era filho natural de Simplício Honório Machado de
Andrade, falecido antes de 1819, na Ilha Terceira (Raimundo Belo - Emigração
Açoriana para o Brasil); IV - a família de Inácio José Coelho de Andrade, natural
da Ilha de Santa Maria, que veio em 1784, para companhia de um seu irmão
(Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); V - a família de José
Antônio de Andrade, natural da Ilha do Fayal, que veio em 1808, com sua mulher
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Elisa Rosa de jesus e seus filhos menores: Ana, José, João e Joaquim (Raimundo
Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); VI - a família de José de Auxiedade de
Andrade, que já encontrava-se no Rio de Janeiro, em 1770, quando mandou vir
de Horta (Ilha do Fayal), sua mulher Antônia Francisca de Jesus, filha de Pedro
José Mariante e de Ana Maria da Costa (Raimundo Belo - Emigração Açoriana
para o Brasil); VII -a família dos irmãos José Caetano de Andrade e Antônio
caetano de Andrade, naturais da Vila da Praia (Ilha Terceira), que vieram em
1787, para encontrarem-se com o tio, manuel Fernandes de Aguiar (Raimundo
Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); VIII -a família de José Martins de
Andrade, natural da Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1785, para junto de
seu irmão Antônio Martins (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil);
a família de Manuel Borges de Andrade, natural de Lagens (Ilha Terceira), que
veio em 1785, para junto de um tio e dois irmãos (Raimundo Belo - Emigração
Açoriana para o Brasil); IX - a família de Manuel Caetano de Andrade, natural de
Juncal, em Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1779 (Raimundo Belo Emigração Açoriana para o Brasil). Para o Estado do Rio de Janeiro, registra-se
antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida na região do
Vale Paraíba fluminense. Teve princípio em Cristóvão Rodrigues de Andrade
[c.1770, Freg. de S. Pedro do Cóta, Viseu, Portugal- 01.08.1809], filho de
Francisco Rodrigues e de Maria Lopes de Andrade, nascidos em S. Pedro de Cóta,
Viseu. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Ana Esméria de Pontes
França [1766, Pati do Alferes, RJ - 1826], filha de José de Pontes França e de
Mariana Neves Corrêa, membros das importantes famílias Pontes França (v.s.), de
São Paulo, e Corrêa e Castro (v.s.), de Minas Gerais - todas com fortes
ramificações no Vale do Paraíba Fluminense. Foram pais do barão de Piabanha detalhes adiante. Na região do Vale médio do Paraíba fluminense, entre outras,
registra-se a família do Coronel José Luiz de Andrade, fazendeiro e político ativo
em Rio Claro. Deixou geração do seu cas. com Rita Maria de Jesus, filha do
barão do Rio Claro, Antônio Manuel de Freitas e de Teodora Francisca dos Reis.
Foram pais de Maria Rita de Andrade, proprietária da Fazenda do Coco, em Barra
Mansa; e de Fausta de Andrade, matriarca da família Andrade Guimarães (v.s.),
da mesma região. Ainda na região do Vale Paraíba fluminense, a família de João
Freire de Andrade, sargento-mor da Vila de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, onde
deixou geração do seu cas. com Maria Tomázia Xavier. Foram pais de Bento
Xavier de Andrade, Capitão-Mor das ordenanças da Vila de Paraíba do Sul.
Deixou geração do seu cas. com Maria Pereira de Siqueira, filha de Francisco
Pereira de Azevedo, Capitão das Ordenanças da Vila de Catiá (?), e de Angela de
Siqueira. Deste último casal. nasceu Antônio Manuel de Jesus de Andrade,
sargento-mor do terço das ordenanças da sagrada religião de Malta, e natural da
Vila de Paraíba do Sul, Rio de Janeiro. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas.
Em Campos, região norte-fluminense, há um grupo familiar Andrade, que
procede do Cap. Antônio de Lemos de Andrade, conforme segue no verbete da
família Lemos de Andrade. Em S. Paulo, entre os mais antigos, registra-se
Antônio de Andrade, citado em documentos entre 1596 e 1603 (A. Moura,
Piratininga, 18). No Pará, entre os mais antigos, citamos Francisco de Andrade,
que teve mercê da praça de alferes por alvará Real de 1625. Sobrenome de
algumas famílias, oriundas da Praça de Mazagão, em África, estabelecidas no
Pará, em 1770. No Amazonas, entre outras, registra-se a família do Coronel
Domingos José de Andrade, que deixou geração do seu casamento, por volta de
1865, com Benedita de Andrade. Foram pais de outro Coronel Domingos José de
Andrade [15.04.1870, Manaus, AM - Manaus, AM], que deixou geração do seu
cas. com Florisbela Nery Pucu, filha do negociante Evaristo José Joaquim Pucu,
da família Pucu (v.s.), do Amazonas. Em Santa Catarina, a família de Cipriano
18
Francisco de Andrade, fal. antes de 1808, que deixou geração do seu cas. com
Maria Bernarda de Almeida. Foram pais de Maria, Ana, Rita, Teresa, João,
Cipriano, Fortunata e Jacinto (Rheingantz, TC-101). Ainda, em Santa Catarina,
originária das ilhas portuguesas, registra-se a família de Francisca Inácia de
Andrade, natural de Angra (Ilha Terceira), que veio em 1789, em companhia da
irmã Teodora e da sobrinha Maria do Carmo, para encontrar-se com o irmão
capitão Vicente Ferreira de Andrade (Raimundo Belo - Emigração Açoriana para
o Brasil). No Rio Grande do Sul, entre outras, de origem portuguesa, registra-se
a família do Capitão de Dragões Joaquim Thomaz de Andrade e Siqueira, natural
e batizado na freguesia de N.S. do Rosário da vila de Santarém, patriarcado de
Lisboa. Filho do Capitão-Mor Francisco Xavier de Andrade e de Ana Xavier
Bastos - naturais de Portugal. Deixou numerosa descendência, com ramificações
em Minas Gerais, do seu cas., com Maria Joaquina de Assunção, natural do Rio
Grande, RS, filha de Domingos Rodrigues Nunes, nascido e batizado na
Freguesia de N.S. de Estrela de São Miguel, e de Cipriana Cardoso Gonçalves,
natural da freguesia de N.S. do Desterro, da Ilha de Santa Catarina. Para a
Bahia, registra-se a família de Manuel Martins Andrade, natural de Ribeira da
Agualva (Ilha Terceira), que veio em 1780 (Raimundo Belo - Emigração Açoriana
para o Brasil). Linha Africana: No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de
João de Andrade, que deixou geração, em 1690, com sua escrava Luzia, «preta,
natural da Guiné»; e a de Manuel de Andrade, que deixou geração em 1673, com
Paula, «mulata forra» (Rheingantz, I, 85, 86). Cristãos Novos: Sobrenome
também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir
de 1497. Na Bahia, entre tantas: a de Dinis D’Andrade, cristão novo, boticário em
Salvador. Judaizava e fazia-se esnoga na sua casa, por volta de 1585. Ainda na
Bahia: Duarte Rodrigues d’Andrade [Cristão Novo], senhor de engenho, cas. com
Ana do Vale. Seus descendentes, filhos e netos, saíram no auto-de-fé de 1711
(Wolff, I, 11). Em Pernambuco, entre outras, registra-se a de Benjamin da Costa
Andrade, introdutor da cana e fabricação de açúcar nas ilhas antilhanas
francesas, especialmente em Martinica e Guadalupe, em 1644. Chegou do Brasil
com muitos correligionários e escravos (Wolff, I, 11). No Rio de Janeiro, de origem
portuguesa, a família de Francisco de Andrade [1648, Lisboa - 1700, RJ], cujos
descendentes foram molestados pela Inquisição, por via de seu cas., c.1673, com
Anna Henriques [1657, RJ - a.1726, RJ], que foi denunciada no auto-de-fé de
1713. Era filha de André Mendes da Silva, patriarca desta família Mendes da
Silva (v.s.), no Rio de Janeiro (Wolff, VI, 21). Linha de Degredo: Registra-se, no
Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 04.04.1666, a condenação
de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Maria de Andrade, «cristã-nova»,
solteira, natural de Sevilha e moradora em Lisboa. Esposa de Francisco de
Almeida. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a
05.08.1683, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Suzana
de Andrade, «cristã velha», natural de Torres Vedras e moradora em Lisboa, por
«hypocrita falça, e emganadora dos fieis, convcta confeça no crime de fingir
vizoens, e revelaçõens para ser tida e reputada por santa. Era viúva de Gaspar
Lobato de Almeida, que vivia de «sua fazenda». Cristãos Novos: Registra-se, em
Portugal, no Auto-de-fé celebrado a 20.06.1544, a condenação de Ruy Andrade,
mercador, queimado como judeu convictoe impenitente. Flávio de Carvalho, em
sua obra Raízes Judaicas, registra 24 pessoas, com este sobrenome, envolvidas
em Autos-de-Fé, condenadas por «crime de serem judeus» (Flávio Mendes de
Carvalho, Raízes Judaicas, 77). Nobreza Titular: I - Hilário Joaquim de Andrade
[13.01.1796, Paraíba do Sul, RJ - 17.04.1865, Paraíba do Sul, RJ], filho de
Cristóvão Rodrigues de Andrade, acima descrito, foi agraciado, por Dec.
02.12.1854, com o título de barão de Piabanha. Deputado e fazendeiro. Abastado
19
agricultor na província do Rio de Janeiro, onde era dono de seus fazendas.
Deixou descendência do seu cas. com Matilde Rosa da Veiga [14.03.1812, Rio,
RJ - 03.09.1865], sepultada no Cemitério da Paraíba do Sul (RJ), baronesa de
Piabanha. Filha do cap. Antônio José Barbosa da Veiga [c.1785, Freg. de S.
Miguel de Sapardos, Minho, Portugal - 08.1853, Rio, RJ] e de Gertrudes Mariana
Barbosa [c.1789, Ilha Terceira - 17.07.1861] (Laurênio Lago, Retificações, 162;
Anuário Genealógico Brasileiro III, 257). Para Minas Gerais - Carlos Gabriel de
Andrade (1846, Ouro Preto, Minas Gerais -1921, Belo Horizonte, MG), foi criado,
por Dec. de 8 de Agosto de 1889, o título de barão de Saramenha. Casado com
Francisca Lídia de Queiroga. Heráldica: usam as Armas dos Freires - De Nuno
Freire - 1.º Ramo: um escudo em campo verde, com uma banda vermelha
coticada de ouro saindo das bocas de duas cabeças de serpes de mesmo metal,
armadas de sanguinho. Timbre: dois pescoços de serpes também de ouro,
torcidos um com o outro, voltados em fugida, armados de sanguinho; De Nuno
Freire - 2.º Ramo de Castela: acrescentam mais uma orla de prata com estas
letras de negro - Ave Maria (Sanches Baena, II, 13); De Fernão Alvares de
Andrade: um escudo em campo de ouro, uma banda vermelha que sai da boca
de duas cabeças de serpes de prata, salpicadas de verde entre duas caldeiras
xadrezadas de prata e vermelho, com cintas e asas de ouro, em cada remate das
asas as cabeças das serpes de verde. Timbre: dois pescoços de serpes também de
ouro, torcidos um com o outro, voltados em fugida, armados de sanguinho.
Século XVI: De Diogo de Andrade - 12.08.1522: um escudo igual ao de Nuno
Freire, I Ramo, com diferença: uma flor de lis de prata. De Cristóvão de Andrade
- 11.06.1529: um escudo esquartelado com as armas da Família Andrade [I e
IV], por parte de seu pai: um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo; e da
família Brito [II e III], por arte de sua mãe. Diferença: uma lua vermelha sobre a
cabeça da serpe. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos
Andrades. De Manuel Freire - 21.07.1530: um escudo igual ao de Nuno Freire, I
Ramo, com diferença: uma merleta de ouro. Elmo de prata aberto, guarnecido
de ouro. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos Andrades. De Manuel do Couto
Cardoso Teixeira - 20.02.1568: um escudo esquartelado com as armas da
Família Teixeira [I], da Família Beringel [II], da Família Andrade [III] - em campo
verde, com uma banda vermelha coticada de ouro saindo das bocas de duas
cabeças de serpes de mesmo metal, armadas de sanguinho, e da Família
Cardoso [IV]. Diferença: uma estrela de prata. Elmo de prata aberto, guarnecido
de ouro. Paquife de ouro, azul, prata e vermelho. Timbre: dos Teixeiras. De
Álvaro Pires: um escudo em campo de ouro, com banda de vermelho abocada
por duas cabeças de serpe de prata salpicadas de verde, e acompanhada de duas
caldeiras xadrezadas de prata e de vermelho com arcos e asas serpentíferas de
ouro. Timbre: duas serpes saintes de ouro, enlaçadas, passadas e repassadas
em aspa, as cabeças em fugida, e dentadas de vermelho. Do Ramo Pinheiro: um
escudo de prata, com cinco pinheiros de verde e chefe do mesmo carregado de
uma banda de vermelho perfilada de ouro, abocada por duas cabeças de serpe do
mesmo, dentadas de vermelho. Timbre: um ramo de pinheiro de verde, sainte da
boca de uma cabeça de serpe de ouro, dentada de vermelho, e posta em pala.
Brasil Heráldico: Com atuação no Rio de Janeiro, registra-se Francisco de
Andrade, natural da vila de Tentugal, Portugal, filho de Luiz Soares de Ribeira,
que tirou Carta de Brasão em 1638, e de Maria de Andrade. Neto paterno do Dr.
Antônio Paulo Soares, a quem também se passou brasão, e de Brígida da Fonseca
Teive. Francisco de Andrade foi morador na Cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, passada a 20.11.1691: um
escudo com as armas da Família Soares de Toledo. Diferença: um trifólio de
ouro. Ainda, no Rio de Janeiro, Antônio Manuel de Jesus de Andrade, citado
20
acima: Carta de Brasão de Armas, passada a 02.11.1803. Cartório da Nobreza.
Livro VII, fl. 43v: um escudo esquartelado com as armas da família Andrade [1.º
e 4.º quartéis], da família Pereira [2.º quartel], e da família Sequeira [3.º quartel].
21
ACCIOLY
Do italiano Acciaiuoli, instrumentos de aço para afiar cortantes (Antenor
Nascentes, Dic., II, 3). Família florentina popolana, de origem muito modesta,
embora já a encontremos com largas posses no séc. XIII, e titular de um grande
banco, denominado “Acciaioli Filii”. Adquiriram uma posição importante nos
acertos políticos de Florença [Itália] a partir de 1282, e também no reino de
Nápoles. Seu apogeu ocorre nos sécs. XIV e XV, quando vivem o Grão-senescal
de Nápoles Nicola Acciaioli (1310 - 1366), o cardeal - arcebispo de Florença
Angiolo Acciaioli (fal. em 1409), e os seis Acciaioli duques de Atenas, que reinam
sobre a Ática de 1380 a 1460. Segundo Pompeu Litta - citado por Francisco Dória
- o documento mais antigo a se referir aos Acciolis é uma escritura de 1237, em
que se fala dos limites dos bens de Riccomanno Acciaioli, que é dito ser filho de
Gugliarello Acciaioli. A família teria como berço, a cidade de Brescia onde, no
século XII, forjava-se e comerciava-se ótimo aço, o aço bergamasco. Daí pode ter
vindo o nome familiar, Acciaioli, Acciainoli (e, no Brasil, Accioli ou Acioly).
Gugliarello Acciaiolli era mercador, popolano, e guelfo. Diz-se que fugiu de
Brescia devido às perseguições do Barbarroxa contra os guelfos. Teve casas no
Borgo de S. S. Apostolo, e construiu no Val di Pesa uma torre de nome La
Gugliarella, que ainda existia em 1588, e que era núcleo do castelo de
Montegufoni, a fortaleza que pertencia aos Acciaiolis [Dória, Barata, Nazareth, e
outros - Os Herdeiros do Poder, 57]. Entre os seus descendentes, registram-se: I o filho, Misser Leone Acciaioli, doutor em Leis e ancestral dos Acciaiolis de
Lucignano, extintos em 1830; II - o bisneto, Leonoe de Signori Acciaioli [- 1300],
herói de Montaperti [?], prior em 1282; III - o terceiro neto, Dardano Acciaioli [1355], tesoureiro do rei de Túnis, sucessor de seu tio Leone no comando da
Compagnia di ser Leone degli Acciaioli. Riquíssimo. Prior por diversas vezes; IV - o
quarto neto, Acciaiolo Acciaioli, barão de Basciano. Vigário-régio no Prato [1335];
V - o quinto neto, Ângelo Acciaioli [1298 - 1357], bispo e arcebispo de Florença,
chanceler do reino de Nápoles; VI - o quinto neto, o citado Grão-senescal de
Nápoles Nicola Acciaioli [12.09.1310 - 08.11.1366], o maior dos Acciaiolis. Grãosenescal de Nápoles. Vice-Rei da Apúlia. Conde de Melfi [Amalfi] e Malta, o
primeiro a receber de um papa a Rosa de Ouro; VII - o sexto neto, o citado o
cardeal - arcebispo de Florença, Angiolo Acciaioli [1349 - 1409], bispo e arcebispo
de Florença. Chanceler do Reino de Nápoles; VIII - o sexto neto, Neri I Acciaioli [1400], duque de Atenas, Tebas, Corinto, Mégara e Platéia; IX - o sétimo neto,
Antônio I Acciaioli, o Grande [- 1435], 2.º duque de Atenas; X - o oitavo neto,
Neri II Acciaioli [- 1453], 3.º duque de Atenas; XI - o oitavo neto, Antônio II
Acciaioli, 4.º duque de Atenas; XII - o oitavo neto, Donato Acciaioli [1428-1478],
grande humanista. Amigo de Lourenço de Médicis. Protetor do Ficino. Traduziu
Plutarco e comentou a Física de Aristóteles; XIII - o oitavo neto, Zanobi Acciaioli
[1473-1542], prior [1512], senador; XIV - o nono neto, Franco I Acciaioli [- 1458],
5.º e último duque de Atenas; XV - o nono neto, Roberto Acciaioli [146*-1547],
senador em Florença, embaixador, amigo de Maquiavel e pupilo de Lourenço de
Médicis; XVI - o nono neto, Simone Acciaioli [c.1500, Florença - 15.02.1544, I.
Madeira], patriarca desta família na Ilha da Madeira, de onde saíram os Acciolis
que se estabeleceram o Brasil - detalhes abaixo; XVII - o décimo segundo neto,
Ottaviano Acciaioli [1581-1659], senador em Florença e patrício romano; XVIII o décimo terceiro neto, Nicola Acciaioli [1630-1719], cardeal quase eleito papa no
Conclave de 1700; XIX - o décimo terceiro neto, Donato Acciaioli [1622-1704],
senador em Florença. restaurou Montefugoni; XX - o décimo quinto neto,
Antonfrancesco Acciaioli [1696-1760], marquês de Novi, conde del Cassero,
22
senador em Florença. Cavaleiro de S. Stefano; XXI - o décimo quinto neto,
Filippo Acciaioli [1700-1766], Cardeal, legado Pontifício em Portugal; XXII - o
décimo sétimo neto, Nicola Diacinto Acciaioli de Vasconcelos [1753-1834],
marquês de Novi, conde del Cassero. Os velhos nobiliários portugueses
principiam esta família em Simone Acciaioli [Florença - 15.02.1544, I. Madeira] citado acima, item XVI. Cavaleiro do Hábito de Aviz, que em 1515 passou à Ilha
da Madeira, onde instituiu vínculo com capela sagrada, dedicada ao nascimento
de N. Senhora. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas. O Imperador Carlos V,
Rei da Espanha, em 1517, concedeu a Zenóbio Acciaioli, pai do citado Simão
Acciaioli, os privilégios e honras, conforme documento publicado, na íntegra, por
Henrique Henriques de Noronha (Nob. da Ilha da Madeira, I, 33; e Gayo, Achioli,
Tomo I, 136). Deixou numerosa descendência de seu cas. com Maria Pimentel [?
- 1541, I. Madeira], filha de Pedro Rodrigues Pimentel e de Isabel Ferreira
Drummond. Brasil: Os Acciolis do Brasil, procedem de Gaspar Acciaioli de
Vasconcelos [1578, Ilha da Madeira- 04.05.1668], que segue abaixo, filho de
Zenóbio Acciaioli e de [cas. 19.05.1562] Maria de Vasconcelos, neto paterno do
citado Simone Acciaioli, patriarca dos Acciaiolis, da Ilha da Madeira; e por parte
materna, era oitavo neto de D. Martinho Moniz, patriarca desta família
Vasconcelos (v.s.), em Portugal. Linha indígena: Entendemos por linha
indígena, a descendência do citado Gaspar Acciaioli de Vasconcelos [15781668], por via de seu casamento, em 10.06.1618, Pernambuco, com Ana de
Albuquerque Cavalcanti [PE - 03.1674], filha única de João Gomes de Mello e de
Brites Margarida Cavalcanti, e bisneta da «índia Muira-Ubi», Maria do Espírito
Santo Arcoverde. Seus descendentes dividiram-se em diversos ramos, tais como
os Accioli de Vasconcelos, Accioli Lins e Moura Accioli. Gaspar Acciaioli de
Vasconcelos, chegou em princípios do séc. XVII, provavelmente em busca de seus
parentes, os Barros Pimentel, que haviam chegado poucos anos antes, e deixou
numerosa descendência, de abastados proprietários de engenhos de açúcar,
membros da «aristocracia rural do açúcar», e influentes políticos. Seria
interessante esclarecer que o terceiro avô de Gaspar Acciaioli, era irmão do
bisavô de Antônio de Barros Pimentel, o patriarca desta importante família em
Pernambuco. Seu sobrenome se dispersou por todo o norte, a partir de
Pernambuco, agora mutado em Accioli ou Accioly. Serviu nas guerras contra os
holandeses. Teve mercê do hábito da Ordem de Cristo [26.03.1647], pelos
serviços prestados em Olinda e no cerco da Cidade de Salvador feito pelas tropas
do conde de Nassau. Fidalgo da Casa Real. Entre os seus descendentes, cabe
registrar: I - o filho, João Batista Accioli [04.1623, Santo Antônio do Cabo, PE 1677], Fidalgo da casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Capitão de Cavalos
da Freguesia do Cabo [Patente de 22.03.1667], Sentou praça para combater os
holandeses [1647]. Capitão de Infantaria. Capitão de Cavalaria da freguesia do
Cabo [PE, Patente de 22.03.1667]. Sargento-Mor da Comarca de Pernambuco.
Vereador de Olinda [1652], e Juiz Ordinário [1655, 1662 e 1667]. Teve o foro de
Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, com moradia ordinária, por serviços prestados
no Recife [Alv. 23.03.1669]; II - o filho, Zenóbio Accioli de Vasconcellos
[31.04.1619, Olinda, PE - 1697], Mestre de Campo, tendo servido nas guerras de
Pernambuco. Assentou praça em 04.1634, servindo em Pernambuco, até
12.07.1680, passando por Alferes, Capitão de Infantaria, Capitão da Capitania
de Itamaracá, Capitão de Cavalos da guarda de Francisco de Brito Freire,
Coronel das Cavalarias da Ordenança de toda a Capitania de Pernambuco e
Mestre de Campo [Patente Real de 22.10.1681], para um dos Terços da
guarnição da praça de Pernambuco, na vaga aberta pelo falecimento de João
Soares de Albuquerque. Lutou nos combates dos Afogados e nas duas batalhas
dos Guararapes. Teve o foro de Fidalgo da Casa Real, Alcaide-mor da Cidade de
23
Olinda e Comendador de S. Miguel da Ribeira de Oro, na Ordem de Cristo; III - o
neto, Felipe de Moura Accioli [c.1642, PE - d. 1710], Vereador à Câmara de
Olinda [[1692]. Juiz Ordinário da Cidade de Olinda [1703]. Alcaide-mor de
Pernambuco, em sucessão a seu pai, por Carta Régia de 20.03.1705 [Posse a
09.1707]. Comendador da Ordem de Cristo e Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; IV
- o neto, Gaspar Accioly de Vasconcellos, Senhor do Engenho de Santo André, na
Cidade da Paraíba. Alcaide-Mor da Cidade da Paraíba. Membro do Senado da
Câmara da Paraíba [1732]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; V - o bisneto, João
Baptista Accioly de Moura [- d. 1761, PE], Senhor do Engenho da Tabatinga,
Alcaide-mor da Cidade de Olinda e da Vila do Recife [Carta Régia de 21.01.1711;
posse a 06.07.1712]. Fidalgo da Casa Real. Ainda vivia em 1761, em idade
avançada; VI - a bisneta, Inácia Vitória de Barros Wanderley, que por seu cas.,
com seu primo Sebastião Lins, tornou-se a matriarca da família Accioly Lins; VII
- o bisneto, Zenóbio Accioly de Vasconcelos [- d. 1761, Ipojuca, PE], senhor do
engenho do Meio de Ipojuca [PE]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; VIII - o
bisneto, João Baptista Accioly, «Janjão da Capiana», senhor do engenho da
Capiana, em Porto Calvo [Alagoas]; IX - o terceiro neto, João Baptista Accioly de
Moura, que por falecimento de seu irmão mais velho, ficou sendo o herdeiro da
Alcaidaria-Mor da Cidade de Olinda. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Capitão de
Auxiliares do Terço de Itamaracá; X - a terceira neta, Inácia Vitória de Barros
Wanderley, que por seu casamento tornou-se a matriarca de um dos ramos da
família Accioly Lins (v.s.), de Alagoas; XI - a quarta neta, Rosa Leonarda Accioly
[c.1784 -], que por seu casamento com o negociante José Pinto Coelho, tornou-se
a matriarca da família Pinto Accioly (v.s.), do Ceará; XII - o quinto neto, José
Inácio Acciaiuoli de Vasconcelos Brandão [c.1758, SE - 08.02.1826, Ilha de
Itaparica], riquíssimo proprietário e comerciante, em Salvador, Bahia. Em 1801,
era Tenente-Coronel. Em 1810 solicita reforma no posto de brigadeiro, o que é
concedido. Em 1806 hospeda em Salvador a Jerônimo Bonaparte; XIII - o quinto
neto, o desembargador Ignácio de Barros Accioly de Vasconcellos [c.1782,
Alagoas do Sul -], bacharel em Direito, pela Universidade de Coimbra, examinado
em 1807. Fez sua leitura a 16.05.1810; XIV - a quinta neta, Antônia Nogueira
Accioly [c.1806 -], que por seu casamento com o português José Pinto Nogueira,
tornou-se a matriarca da família Nogueira Accioly (v.s.), do Ceará; XV - o quinto
neto, Inácio Accioly de Vasconcelos [c.1785, AL -], Magistrado. Matriculado no
curso de Direito da Universidade de Coimbra [02.10.1802]. Bacharel em Cânones
[1807]. Leitura de Bacharel [16.05.1807]. Doutor em Direito [1811]. Retornou ao
Brasil em 1812. Juiz de Fora na Vila da Ilha Grande [RJ, 1813-1817] e de Macaé
[RJ]. Membro do Senado da Câmara da vila das Alagoas [1822]. Deputado
Constituinte por Alagoas [1823]. Desembargador [1822]. Presidente da Província
do Espírito Santo [Nomeado a 25.11.1824, Posse a 24.02.1824 e Período: 1824 a
21.10.1829]; XVI - o sexto neto, José Ignácio Accioly de Vasconcellos [1817, Rio
de Janeiro, J - 19.07.1881, Rio, RJ], bacharel em direito pela Faculdade de Recife
[PE-1837]. Juiz de Direito da Comarca do Alto Amazonas [13.07.1839]. Juiz de
Direito da 2.ª vara criminal de Belém [20.11.1841]. Serviu, ainda, nas Comarcas
de Niterói [RJ, 25.09.1844], de Vitória [ES, 04.08.1855], do Serro [MG,
29.03.1850], de Itapicuru [22.11.1855] e de Abrantes [13.09.1859].
Desembargador da Relação de Pernambuco [19.01.1861]. Ministro do Supremo
Tribunal de Justiça [15.02.1879]. 4.º Vice-Presidente da Província do Espírito
Santo [Nomeado a 27.04.1846; e nessa qualidade assumiu a presidência, a
27.05.1846, onde permaneceu até 21.09.1846. Cavaleiro da Ordem de Cristo
[15.11.1846]. COR [11.10.1848]; XVII - o sexto neto, Ignácio Accioly de
Vasconcellos [1820, Rio - 21.05.1889, Rio, RJ], Oficial de marinha, Capitão de
Mar e Guerra, Chefe de Divisão; XVIII - a sexta neta, Leonor Felisberta Accioly [24
30.08.1901, Rio, RJ], que, por seu casamento, na importante família Pereira
Franco (v.s.), da Bahia, tornou-se a baronesa de Pereira Franco; XIX - o sexto
neto, o historiador Ignácio Accioly de Cerqueira e Silva [c.1807, Coimbra 01.08.1865, Rio, RJ]. Serviu na milícia cívica, tendo sido reformado no posto de
Coronel Chefe de legião da Guarda nacional da Bahia. Tenente-Coronel
honorário do exército. Comendador da Ordem da Rosa. Comendador da Ordem
do Cruzeiro [20.07.1824]. Oficial da Ordem da Rosa [25.03.1845]. Comendador
da Ordem de Cristo. Autor, entre outras, das obras Corographia Paraense
(Bahia, 1835), e as Memórias Históricas da Bahia (6 volumes, 1835-1852). XX - o
sétimo neto, Francisco de Barros Accioly de Vasconcellos [23.09.1847, N.S. dos
Prazeres, Maceió, AL - 25.09.1907, Rio, RJ], que se alistou como praça nos
Voluntários da Pátria [12.04.1865]. Alferes [15.04.1865]. Fez a Campanha do
Paraguai, participando das batalhas de Humaitá, Tuiutí, Curupaiti e Chaco. Saiu
ferido na batalha do Itororó [06.12.1868]. Capitão [01.09.1869]. Major
[28.02.1870]. Reformou-se com honras de Tenente-Coronel do Exército.
Secretário do Arsenal de Guerra da Corte, chefe de seção da Secretaria de
Agricultura e Inspetor-Geral de Terras e Colonização, cargo em que se aposentou.
Oficial da Ordem da Rosa e Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro; XXI - o sétimo
neto, Inácio de Barros Accioly de Vasconcellos [11.12.1848, Maceió, AL 31.05.1878], poeta e teatrólogo. Ainda, entre os descendentes daquele casal
tronco, registra-se o barão do Rio Formoso, que segue no título dos Accioly Lins.
XXII - o oitavo neto, José Cavalcanti de Barros Accioli [c.1878, Porto Alegre, RS ], professor catedrático do Colégio Pedro II. Diretor do Ginásio Petropolitano [RJ,
1920-1930]; XXIII - o nono neto, Roberto Bandeira Accioly [17.01.1910, Rio, RJ ], bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito [RJ]. Professor
suplementar do Colégio Pedro II. Professor catedrático de história do mesmo
colégio. Secretário Geral de Educação e Cultura da então Prefeitura do Distrito
Federal [RJ]. Diretor de ensino secundário do MEC. Diretor do Externato D. Pedro
II. Presidente do IBGE e Membro do Conselho Federal de Educação.
Subsecretário Estadual de Educação e Membro do Conselho Estadual de Cultura
[1982-1986]. Com geração do seu cas. com Maria da Glória de Paes Leme; XXIV o nono neto, Alair Accioly Antunes [1892 - 02.06.1972], médico. Secretário de
educação da então Prefeitura do Distrito Federal [RJ]. Presidente do Conselho
deliberativo do Fluminense Football Club; XXV - o nono neto, Francisco Eduardo
Accioly Rabello [31.12.1905, Rio, RJ - 08.1987, idem], médico, dermatologista.
Doutor em Medicina pela mesma Faculdade [1926]. Professor livre-docente de
clínica dermatológica e sifilográfica da mesma Faculdade [1933]. Chefe do Serviço
de dermatologia da Santa Casa [1936]. Catedrático de dermatologia da Faculdade
Nacional de Medicina [RJ-1941]. Aposentou-se em 1975 no cago de professor
titular da Faculdade de Medicina da UFRJ. Vice-Presidente da Policlínica Geral
do Rio de Janeiro; XXVI - o nono neto, Maurício Eduardo Accioly Rabello
[06.03.1907, Rio, RJ - 1978], bacharel em Direito pela Antiga Faculdade Nacional
[RJ-1928], Desembargador do Tribunal de Justiça do antigo Estado da
Guanabara [RJ]; XXVII - o nono neto, Gustavo Alberto Accioly Dória [17.10.1910,
Rio, RJ - 10.12.1979, idem], bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de
Direito [RJ]. Crítico de Teatro. Participou dos movimentos de renovação do teatro
brasileiro durante os anos 30 e 40. Professor de cursos de teatro no
Conservatório Nacional de Teatro e na Escola de Teatro Martins Pena. Autor do
livro Moderno teatro Brasileiro: Crônica de suas Raízes [1975]; XXVIII - o décimo
neto, o genealogista Francisco Antônio de Moraes Accioli Dória [1945-],
engenheiro-químico pela Escola de Química da UFRJ, e o atual genealogista das
família Accioly e Dória. Professor Titular de teoria da Comunicação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor visitante do Instituto de
25
Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Autor e coordenador da obra
«Os Herdeiros do Poder», de cunho histórico, sociológico e genealógico; de
«Genealogias Fantásticas» (in Boletim do Colégio Brasileiro de Genealogia, N.º 8,
05.1989, fl.1). Patrono da Cadeira número 4 do Colégio Brasileiro de Genealogia,
que teve por primeira ocupante, a genealogista a embaixatriz Gilda de Azevedo
Becker von Sothen [ver Família Barros de Azevedo]. Foi ocupante da Cadeira N.º
5, do Colégio Brasileiro de Genealogia, cujo patrono é o genealogista Roque Luiz
de Macedo Paes Leme [ver família Paes Leme]. (Boletim do Colégio Brasileiro de
Genealogia, N.º 8, 05.1989, fl.2). Ainda, entre os descendentes daqueles
patriarcas, registram-se: XXIX - o engenheiro João Baptista Accioly Júnior
[15.05.1870, Maragoji, AL -], engenheiro e político. Diplomado pela Escola
Politécnica do Rio de Janeiro [1899]. Professor da escola Normal do Ceará [1890].
Secretário do Interior. Deputado Estadual [1892-1895]. Deputado federal [18971899]. Senador Federal, pelo Ceará [1909]. Foi fundador e professor da Faculdade
de Direito do Ceará; XXX - André Accioly de Vasconcelos, natural da Paraíba,
mártir do movimento revolucionário de 1817 Sargento da tropa de linha da
guarnição. Leal e denodado patriota, acompanhou até a ultima peripécia o
movimento liberal. Esteve nos cárceres da Bahia até 1821, de onde saiu, vindo a
servir à causa da independência(Almanak da Paraíba, 1899); XXXI - Senador
Francisco Accioly Rodrigues da Costa Filho [05.03.1920, Paranaguá, PR 13.11.1979, Curitiba, PR], advogado. Professor Universitário. Chefe de Gabinete
da Secretaria de Viação e Obras Públicas [1942]. Chefe de Gabinete da Secretaria
do Interior e Justiça e Segurança Pública [1943]. Diretor da Penitenciária Central
[1943-45]. Delegado Auxiliar da Polícia Civil. Professor de Direito Penal.
Presidente do Instituto de Direito Criminal do Brasil. Deputado Estadual [194751; 1951-55; 1955-59]. Primeiro Presidente da ARENA no Paraná. Líder da
Bancada Oposicionista da Assembléia Legislativa do Paraná [1951-55].
Presidente da Assembléia Legislativa [1956-1957]. Deputado Federal [1959-63;
1963-67; 1967-71]. Vice-Presidente [1968-1969] e Presidente [1969] da Câmara
dos Deputados. Na Câmara foi Membro da Comissão Especial do Código Civil e de
Constituição e Justiça. Senador [01.02.1971 - 31.01.1979]. No Senado, foi VicePresidente [1971-73] e Presidente [1975] da Comissão de Constituição e
Justiça, e Membro das Comissões de Relações Exteriores e Serviço Público.
Relator do Projeto do Código Civil. Presidente do Instituto de Direito Criminal do
Brasil. Membro da Comissão Especial de Elaboração da Constituição Federal de
1967. Heráldica- I - Por tradição antiga - doc. na metade do século XIII: um
escudo de prata, com um leão de azul, armado e linguado de vermelho. Timbre:
o leão do escudo - derivam-se das armas idênticas de Brescia, de onde teria
fugido, em 1160, Gugliarello Acciaioli. É certo que os Acciaiolis já usavam destas
armas pelo menos na segunda metade do século XIII, porque Leone de’Signori
teve-as colocadas em seu túmulo, e Leone faleceu por volta de 1300; II - Do Grãosenescal Nicola Accioly: um escudo de prata, com um leão de azul, armado e
linguado de vermelho, e segurando o leão com as garras uma haste de [sem
definição da cor] onde está preso um pendão de azul, desfraldado em chefe e
voltado para sinistra, carregado de três flores-de-lis de ouro; Século XVI: III - De
Simone Acciaioli - passada a 27 de Dezembro de 1529, pelo Rei D. João III, que
ele justificara perante o Desembargador do Paço, para o que apresentou uma
carta patente selada pelo Senado de Veneza e assinado pelos Priores (ministros
do Supremo Conselho) a 14 de Agosto de 1515: um escudo de prata, com um
leão de azul, armado e linguado de vermelho. Elmo: de prata, aberto, guarnecido
de ouro. Paquife: de prata e azul. Timbre: o mesmo leão das armas. Houve
diversos troncos genealógicos desta família com mercê de cartas de brasões de
armas: os de Florença, Roma e Sicília (Riestap, I, VI). IV - Outros: um escudo de
26
prata, com um leão de púrpura segurando na destra uma flor-de-lis de
vermelho; bordadura de vermelho, carregada de cinco castelos de prata. Timbre:
um dos castelos. V - Outros: um escudo de prata, com um leão de azul, armado
e linguado de vermelho, carregado na espádua de uma flor-de-lis de ouro, tendo
um coronel do mesmo enfiado na pétala central.
27
COSTA DE ARRUDA
MARCOS ROGÉRIO COSTA DE ARRUDA
ARRUDA
28
COSTA
Sobrenome de origem geográfica (Antenor Nascentes, II,81). Foi tomado da
quinta da Costa, comarca de Guimarães, Portugal, com torre e casa forte, de que
foi senhor Gonçalo da Costa, no tempo de D. Afonso I, o 1.º rei de Portugal, em
1129. Esta propriedade ficou em mãos dos seus descendentes até o ano de 1400,
quando a perderam por crimes. É uma família muito extensa, que se divide em
muitos ramos com casas muito ilustres (Sanches Baena, II,54). Há, também,
inúmeras famílias com este sobrenome, de origem uruguaia, espanhola e
italiana. Algumas, originárias de Gênova. Brasil: Numerosas foram as famílias,
que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias
ocasiões. Não se pode considerar que todos os Costas existentes no Brasil,
mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as
famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem
geográfica, ou seja, tirado do lugar de Costa. O mesmo se aplica no campo da
heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um
antigo Costa se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome,
porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas,
está a família de Baltazar da Costa, [c.1565- ?], que deixou larga e importante
descendência, antes de 1595, com Andreza de Souza [c.1575 - 1655, Rio, RJ],
filha do cap. João de Souza Pereira Botafogo, patriarca desta família Botafogo
(v.s.), de São Paulo e Rio de Janeiro (Rheingantz, I, 415). Entre os descendentes
do casal, registram-se: I - o filho, Jerônimo da Costa - detalhes adiante, na linha
indígena; II - o neto, padre vigário Gaspar da Costa [c.1617, Rio, RJ 04.12.1673, idem]; III - o neto, Francisco da Costa [bat. 06.05.1641, Rio, RJ -],
padre da Companhia de Jesus; IV - o neto, Francisco da Costa II, clérigo do
hábito de São Pedro; V - o neto, frei Paulo da Costa [bat. 18.01.1632, Rio, RJ Lisboa], carmelita; VI - o bisneto, licenciado Francisco da Costa Barros [bat.
15.09.1656, Rio, RJ -]. Rheingantz registra mais 282 famílias com este
sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio
de Janeiro. Em Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel de
Milícias Bento José da Costa [1758, Portugal - 1834, Recife, PE], filho de Antônio
José da Costa e de Maria. Deixou numerosa descendência do seu cas., c.1794,
com Ana Maria Teodora [1772, Recife, PE - 1844, Recife, PE], filha de Domingos
Afonso Ferreira. Foram pais, entre outros, de Manuel José da Costa [1809-1883],
barão das Mercês - detalhes adiante. Em São Paulo, entre as mais antigas,
encontra-se a família de Fructuoso da Costa, que veio degredado do reino para a
capitania do Espírito Santo. Em 1573, entrou em S. Paulo no exercício do cargo
de escrivão da câmara. Deixou geração de seu cas., por volta de1575, com
Beatriz Camacho (AM, Piratininga, 43). Ainda, sobre outros Costas, em São
Paulo, ver: Américo Moura, Piratininga, 44; e Silva Leme, I, 9, 15, 49; VII, 429; IX,
57. No Rio Grande do Sul, entre outras, encontra-se a família de Manuel Antônio
da Costa, que deixou numerosa descendência de seu cas., c.1805, com Laureana
Barcelos de Lima. Deste casal, descendem: Martins Costa, Machado Costa, Borba
Costa, Costa Germano, Costa Hoffmann, Netto Costa e os Tavares Costa.
Sobrenome de uma família originnária da Itáliaestabelecida no século XIX, em
Porto Alegre (Rio Grande do Sul), para onde passaram em 1888, Domenico Costa
[1822 -], com a esposa e Pietro Costa [1863 -], com a esposa. Importante família,
de origem portuguesa, estabelecida no Pará, que teve princípio em Francisco
Galdêncio da Costa [c.1800, Portugal -], que deixou ilustre descendência do seu
29
cas. com Ludovina Madalena da Costa. Entre os descendentes do casal,
registram-se: I - o filho, Comendador Francisco Galdêncio da Costa [25.10.1827,
Portugal - d.1889], patriarca da família Brício da Costa (v.s.), do Pará; II - a
filha, Matilde Isabel da Costa, que foi casada na importante família La Roque
(v.s.), do Pará; III - a filha, Emília Ludmila da Costa, que também foi casada na
família La Roque (v.s.), do Pará. Sobrenome de diversas famílias estabelecidas
no Pará, oriundas da Praça de Mazagão, em África. Entre outros, registram-se: A
- Domingos da Costa, falecido antes da migração das famílias de Mazagão, para o
Pará. Deixou geração do seu cas. com Rosa Maria de Souza, que, no estado de
viúva, migrou para o Pará, compondo o grupo 340 famílias que embarcaram para
o Brasil em 1770, estabelecendo-se na nova colônia de Mazagão. Rosa Maria
integrava a família n.º 33, do corpo de Infantaria da 1.ª Companhia, recebendo
144$557 RS. de praça e moradia. Veio em companhia de dois filhos e de um
sobrinho, a saber: I - o filho, João da Costa, encabeçando o grupo, com 191$993
de moradia, tença e praça; e II - o sobrinho, João da Costa Ribeiro, com 14$615
de sua praça. No Piauí, entre muitas, registra-se a família de Antônio Florêncido
da Costa, nascido por volta de 1818, que deixou larga descendência do seu cas.
com Delfina Fortes de Menezes, da antiga família Fortes (v.s.), do Piauí. Ainda no
Piauí, há a família de José de Oliveira Costa, que, ao que parece, foi proprietário
de um Colégio em Teresina. Deixou importante descendência do seu cas. com
Emília Francisca de Moura. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o
filho, Desembargador Odylo de Moura Costa, nascido no Piauí, por volta de1868.
Bacharel em Direito pela Faculdade de Recife, em 1893. Deputado pelo
Maranhão. Candidato ao Governo do Maranhão. Deixou geração de seus dois
casamentos: o primeiro, com uma filha do Coronel Falcão, da Fazenda Castelo; e
o segundo, com sua prima, Maria Aurora Alves, filha de Maurício Fernandes
Alves Sobrinho e de Florinda de Oliveira Costa; II - a filha, Amélia Costa, que
deixou geração do seu cas. com Joaquim Antônio de Noronha. Foram pais do
ilustre engenheiro Antônio Alves de Noronha [16.09.1904, Teresina, PI -],
professor catedrático da Faculdade Nacional de Engenharia, RJ [1943], da Escola
Politécnica da Pontifícia Universidade Católica e da Escola Técnica do Exército.
Docente Livre da Escola Nacional de Arquitetura, RJ; III - o neto, o escritor Odilo
de Moura Costa Filho, nascido no Piauí. Membro da Academia Brasileira de
Letras; IV - o neto, o jornalista Álvaro Alves da Costa, que deixou geração do seu
cas. com Rafaela Cecília Barata, filha do jornalista e advogado Hamilton Antônio
Lopes Freire Barata, e terceira neta do Coronel Francisco José Rodrigues Barata
Freire, patriarca desta tradicional família Barata (v.s.), do Pará. Linha Indígena:
Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio de
Janeiro, entre outras, cabe assinalar a de André da Costa, nasc. c.1592, filho de
Aleixo da Costa e de Jerônima da Costa, «índia da terra». Deixou geração, em
1622, com Maria Páscoa, pela qual corre o sobrenome; e a de Agostinho da
Costa, que deixou geração, em 1631, com Paula, «índia do gentio da terra», da
casa de Francisco Fernandes de Aguiar (Rheingantz, I,412). O citado Jerônimo da
Costa [c.1597, Rio, RJ - 13.05.1647, idem], do ramo carioca, foi casado com
Maria Pedrosa, irmã de Domingos Pedrosa de quem não teve filhos. Porém com
uma índia, serva de Amador Ribeiro, teve um filho ilegítimo por nome Miguel.
Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No
Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Pedro da Costa, «crioulo» [escravo
de Domingues Aires de Aguirre], que deixou geração, por volta de1649, com
Maria, «preta forra» [ex-escrava do licenciado Antônio Guerreiros] (Rheingantz, III,
174); e a de Teresa da Costa de Jesus «forra», nasc. Rio, filha de Maria da Costa,
cas. em 1689, RJ, com dispensa de diferença de condição, por ser ela forra, e seu
marido, o «pardo» Bartolomeu Langosta, ainda escravo da Santa Casa de
30
Misericórdia (Rheingantz, II,381). Rheingantz registra mais 7 famílias de origens
africana, com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa
descendência no Rio de Janeiro. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco (5)
anos de degredo para o Brasil, de Filipa da Costa, «cristã-nova», natural de
Lisboa, onde morava. Esposa de Fernão de Lemos, contratador, falecido antes da
condenação de sua mulher. Cristãos Novos: Na Bahia e no Rio de Janeiro, houve
perseguição à numerosa família Paredes da Costa (v.s.), que procedia de Antônio
Paredes, cas., por volta de 1552, com Violante da Costa, de origem judaica. Para
São Paulo, ver a família Costa Mesquita. Sobrenome de algumas famílias de
origem judaica estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre
outros, registram-se: I - Abraham de Costa, comprador de gêneros no Recife em
1642; II - Abraham Joseph Costa, documentado em 1646; III - Catarina Costa,
em 1646; IV - Dauid da Costa, em 1642, 1646 e 1648. Signatário dos estatutos
da Congregação Tsur Israel, no Recife]; V - Diogo Gomes da Costa, em 1639; VI Gaspar Fernandes Costa, em 1637; VII - Issac da Costa, em 1636, 1639 e de
1641 a 1646; VIII - João da Costa, em 1646; IX - José da Costa, em 1646 e 1650;
X - Joseph da Costa, em 1644, 1645, 1647, 1648, 1651 e 1652 [Signatário dos
estatutos da Congregação Tsur Israel, no Recife]; e XI - Sara da Costa, em 1649
(Wolff, Brasil Holandês, 33). Ainda em Pernambuco, entre outras, registra-se Ana
da Costa, 1/2 de «cristã nova», filha de Pero da Costa, «cristão novo». No Rio de
Janeiro, registra-se outra Ana da Costa [c.1636, RJ - ?], «cristã nova», saiu no
auto-de-fé de 1684. Na Bahia, Antônio Lopes da Costa, «cristão novo», morador
em Salvador, saiu no auto-de-fé de 1729. Em São Paulo, Teotônio da Costa,
«cristão novo», morador em São Paulo, saiu no auto-de-fé de 1686 (Wolff, Dic., I,
47-51). Registra-se, o Auto-de-fé celebrado na igreja do convento de S. Domingos
de Lisboa, a 26.11.1684, a lista das pessoas que saíram confessas no crime de
judaismo, entre outros, José da Costa, «cristão-novo», lavrador, natural de
Lisboa e morador na vila de São Paulo. Nobreza Titular: Manuel José da Costa
[1809 - 05.11.1883], citado acima, ramo de Pernambuco. Deputado, Agricultor e
Coronel da Guarda Nacional. Membro da Aristocracia rural canavieira. Foi
agraciado com o título [24.08.1870] de barão das Mercês. Deixou extensa
descendência do seu cas., em 1831, em Recife, com Caetana Cândida Gomes
[1811, Recife - Recife]. Casado, em segundas núpcias, com Maria Felismina da
Costa. Heráldica: I - em campo de vermelho, 6 costas de prata firmadas, e
postas em 2 palas - 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas do
escudo, em aspa, atadas com um torçal vermelho; II - Costas de Alpendrinha: um
escudo partido em pala: na primeira, em campo azul, uma roda de navalhas de
ouro, com as navalhas de prata; e na segunda, em campo vermelho as seis
costas de prata, postas 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas em
aspa atadas com um torçal vermelho (Sanches Baena, II,54). Século XVI: III Francisco da Costa - Carta de Brasão de 10.05.1571: as armas dos Costas [item
I]. Diferença: um cardo dourado, florido de azul.
31
ARRUDA
Sobrenome de origem geográfica. De arruda, substantivo comum (Antenor
Nascentes, II, 28). Do lat. ruta; espanhol ruda, italiano ruta, francês rue. Nome
de um gênero de plantas da família das rutaceas. É planta medicinal, usada
principalmente como estimulante. Vila de Portugal - Arruda dos Vinhos - cabeça
do concelho, comarca de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa. Brasil:
Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no
decorrer destes seus quase 500 anos de história. No Rio de Janeiro, entre as mais
antigas, está a de Ascenço Arruda (n.c.1601), que deixou descendência do seu
casamento com a mulata Lourença, solteira, e pertencente a casa de Baltazar
Gonçalves (Rheingantz, Famílias do Rio de Janeiro, I, 138). Ainda, no Rio de
Janeiro, originárias das ilhas portuguesas, registram-se; I - a família de
Francisco Vieira Arruda, natural de Angra (Ilha Terceira), que veio em
1779(Raimundo Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); II - a família de João
Luiz Arruda, natural de Vila da Praia (Ilha Terceira), que veio em 1787 (Raimundo
Belo - Emigração Açoriana para o Brasil); III - a família do padre José Nicolau
Arruda, natural da Ilha Terceira, que veio em 1813 (Raimundo Belo - Emigração
Açoriana para o Brasil). No Cearáhá uma antiga família com este sobrenome,
originária dos Açores, que teve princípio no Cap. Amaro José Arruda [c.1779,
Ilha de S. Miguel- 1832, Sobral, Ceará], filho de Pedro de Viveido e de Francisca
dos Anjos. Deixou numerosa descendência, em parte, hoje, no Rio de Janeiro, do
seu cas. com Ana Maria da Conceição, natural de Mamanguape, Paraíba, filha de
José Ferreira da Costa, e bisneta de Gonçalo Ferreira da Ponte, patriarca da
família Ferreira da Ponte (v.s.), do Ceará e Pernambuco. Em Goiás, entre outras,
há a antiga família de Manuel Pedro de Arruda, nasc. no então arraial de MeiaPonte, em 1825. Deixou larga descendência da sua união com Antônia de Sousa
Moura (J.Jayme, Pirinópolis, IV, 25). Para São Paulo, veja a família Arruda
Botelho. Linha Africana: No Rio de Janeiro, a de Ascenço de Arruda, que deixou
geração, em 1631, com Lourença, «mulata», da casa de Baltazar Gonçalves
(Rheingantz, I, 138). Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, Joaquim de
Souza Arruda, nat. de Pouso Alegre (MG), «filho natural» de Ana Silveira, foi cas.
em 1836, Itajubá (MG), com Maria Dias de Jesus, nat. de Pouso Alegre
(Monsenhor Lefort - Itajubá).
32
FILGUEIRAS DE ATHAYDE, RODRIGUES DE
ATHAYDE e ATHAYDE DE BRITO
PERICLES FILGUEIRAS DE ATHAYDE,
MARCOS TULIO RODRIGUES DE ATHAYDE e
ROGÉRIO JOSE ATHAYDE DE BRITO
33
ATHAYDE
Sobrenome de origem geográfica. Lugar do Minho. Do germânico: gótico atta,
que significa “pai”, e * hildis, que significa “luta” (Antenor Nascentes, II, 30), Este
sobrenome foi tomado no século XIII, do solar da família, que era a torre de
Ataíde, na freguesia de S. Pedro, concelho de Santa Cruz de Riba-Tamega, no
Minho, Portugal(Carrafa, XII, 205). Felgueiras Gayo, seguindo o Nobiliário do
conde D. Pedro, principia esta família em D. Martinho Viegas de Ataíde, que foi o
primeiro que usou este sobrenome por ser Senhor da Torre de Ataíde, na
freguesia de S. Pedro de Ataíde, Comarca da Cidade do Porto (Gayo, Ataides,
Tomo III, § 1, 65). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este
sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode
considerar que todos os Ataídes existentes no Brasil, mesmo procedentes de
Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este
sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do
lugar de Ataíde. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode
considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Ataíde, se estenda a
todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a
mesma origem. No Rio de Janeiro, uma das mais antigas famílias com este
sobrenome, procede de João de Ataíde, nasc. por volta de 1619, que deixou
descendência do seu casamento com Domingas Gonçalves. Em São Gonçalo,
Município do Estado do Rio de Janeiro, entre as mais antigas, está a de João de
Ataíde Freire, que deixou geração, em São Gonçalo, do seu cas., por volta de
1650, com Domingas da Fonseca. Foram pais de Maria de Ataíde, cas. a
12.01.1673 em São Gonçalo. com Afonso Vaz da Veiga; e Marta de Ataíde, cas. a
22.10.1679 em São Gonçalo, com Manuel Luiz Cardoso, filho de Paulo Cardoso
de Azevedo. Em Pernambuco, entre as mais antigas, está a de Diogo de Athayde,
morador na Vila de Serinhaém, nasc. por volta de 1655 (Borges da Fonseca, I,
203). Foram avós de Antônio de Ataíde de Albuquerque, que serviu na Guerra
Holandesa. Achava-se em 1635 na defesa de Serinhaém, de onde saiu ferido, em
quatro batalhas navais e nas duas de Guararapes. Por esses serviços foi nomeado
juiz de órfãos de Serinhaém em 28.05.1656. Há um grande tronco genealógico
com este sobrenome estabelecido na Bahia, que procedem do Coronel Leandro
Antônio Athayde (1742- 1815), de quem descendem os Athayde Santos, Castro
Athayde, Athayde Pereira, Spinola Athayde, Pinto Athayde, etc. No Paraná,
também existem famílias com este sobrenome. Ainda, na Bahia, a família de
Domingos Mendonça de Athaide, proprietário de uma loja de modas, em 1881, na
rua Conselheiro Dantas, Salvador. No Pará, entre as mais antigas, registramos a
de Bartolomeu Barreiros de Ataíde, nomeado, em 1649, a Cap.-Mor de uma
grande bandeira para descoberta das minas do rio Agurico ou do Ouro. Linha
Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, Matias da Costa Ataíde, nat. de Ouro
Preto, «filho natural» de Ana da Conceição, foi cas. em 1803, Itajubá (MG), com
Rosa Maria, filha de José da Costa Camargo e Catarina de Sene (Monsenhor
Lefort - Itajubá). Linha Indígena: em Pernambuco, a família de Gaspar Dias de
Athayde [c.1549-], estabelecido em Serinhaém, que ainda vivia em 1580, em
Olinda. Deixou geração do seu cas. com Brites de Albuquerque, filha de
Jerônimo de Albuquerque e da índia Maria Arcoverde - patriarcas de um dos
ramos da importante família Albuquerque (v.s.), de Pernambuco (Borges da
Fonseca, I, 32). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde
o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Registra-se, em Portugal,
no Auto-de-fé celebrado a 11.03.1668, a condenação de Isidoro de Athayde, 27
34
anos, militar, por «crime de ser judeu». Filho de Gaspar de Athayde. Registra-se,
ainda, em Portugal, no Auto-de-Fé datado de 20.09.1733, a condenação a cárcere
e hábito perpétuo de João de Ataíde de Vasconcelos, 34 anos, filho de Lourenço
Manuel de Vasconcelos, capitão-mor de Lamego. Seu irmão Francisco Guedes de
Ataíde, 36 anos, foi condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, açoites
e galés, no Auto-de-Fé datado de 24.07.1735, como judeu relapso. Tamb;em saiu
condenada sua irmã Ana Teresa de Vasconcelos, 21 anos, a cárcere e hábito
perpétuo em 0109.1737 (Flávio Mendes de Carvalho, Raízes Judaicas, 80).
Heráldica: São suas armas em campo azul quatro bandas de prata; timbre uma
onça azul bandada de prata, em ação de saltar.
35
BRITO
36
Sobrenome de origem geográfica. Família mais antiga do que a fundação de
Portugal, à qual pertence Artur de Brito, que em 1033, fizera uma doação ao
mosteiro que fundou no julgado de Vermoim (Sanches Baena, II, XXXIV). Tem seu
solar na Freg.ª de Brito, perto do Mosteiro de Oliveira. Felgueiras Gayo, principia
esta família em João Anes de Brito, casado com Madalena da Costa, filha de
Gonçalo da Costa, Privado de D. Afonso III, Rei de Portugal em 1245 (Gayo,
Britos, Tomo VII, 67). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com
este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode
considerar que todos os Britos existentes no Brasil, mesmo procedentes de
Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este
sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do
lugar de Brito. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode
considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Brito, se estenda a
todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a
mesma origem. No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, temos a de Antônio de
Brito (n.c.1587), casado com Esperança da Fonseca (Rheingantz, I, 267).
Rheingantz registra mais 13 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVIe XVII,
que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre
outras: a de Francisco de Brito [doc. 1576 a 1585] (Américo Moura, Piratininga,
27). Ainda, em São Paulo, a numerosa descendência de Diogo Pires [c.1568 1650], neto de Salvador Pires, patriarca de uma antiga e importante família
Pires (v.s.), de São Paulo. O sobrenome Brito entrou em sua descendência, por
via do seu casamento com Isabel de Brito [? -1650, SP] (Pedro Taques, II, 110).
Continuando com São Paulo, ver a família Brito Frazão (v.s.). Em Pernambuco,
entre outros, os Brito Bastos, Brito Borges, Brito Pereira, e os Brito Maciel - estes,
emigrados para o Cariri, Paraíba. Sobrenome de uma antiga família, de origem
portuguesa, procedente de João Annes de Brito, que viveu no tempo do Rei
Afonso III, de Portugal, e deixou numerosa descendência do seu casamento com
Madalena da Costa. Foram avós de D. Martinho Afonso de Brito, Bispo de Évora,
que instituiu o Morgado da Fonteboa, em 02.07.1349. Dele, descendem diversos
Britos, que passaram à Bahia. Entre os descendentes de D. Martinho, bispo de
Évora, registram-se: I - o sétimo avô de Estevão de Brito, que passou ao Brasil,
onde foi o patriarca da família Brito de Freire (v.s.); II - o nono neto, Antônio de
Brito de Castro, patriarca dos Brito de castro (v.s.), da Bahia. Ainda na Bahia,
registra-se a família Brito Cassão, procedente de Bento de Brito Cassão, natural
de Arco de Valdevez, filho de Diogo Rodrigues Aranha e de Jerônima dos
Guimarães. Escudeiro Fidalgo da Casa Real (Alv. 21.03.1647). Deixou geração
do seu casamento, na Bahia, com Antônia de Sá, filha de Valentim de Faria
Vasconcelos e de Felipa de Sá (Jaboatão, 1305); e a de Manuel de Brito, filho de
Pasqual Rodrigues de Brito e de Simoa de Brito. Passou de Portugal para a Bahia,
onde deixou geração do seu casamento com Josefa Maria Peçanha, filha de
Francisco Machado Peçanha e de Maria Carneiro (Jaboatão, 1237). Francisco
Carvalho Franco, em seu Nobiliário Colonial, registra João de Brito, natural da
Bahia, filho de Antônio de Brito, que teve mercê do hábito da Ordem de São
Tiago, em 12.04.1655, pelos serviços prestados em Jaguaripe contra o gentio
bravo, na defesa da cidade do Salvador, sitiada pelo conde Maurício de Nassau,
no recontro de Itaparica e pela boa informação que o conde de Castelo Melhor,
governador-geral do Brasil deu a seu respeito, quando proveu numa companhia
de ordenança do distrito de Sergipe (pág. 42); II - João Soares de Brito, natural
de Arcos de Val de Vez, filho de Sebastião de Brito. Teve mercê do hábito da
Ordem de São Bento de Aviz, em 08.11.1652, pelos serviços prestados na cidade
do Salvador, Bahia, por ocasião das guerras holandesas (pág. 42). Indígena: No
Rio de Janeiro, a de Antônio de Brito, que deixou geração, em 1617, com
37
Esperança da Fonseca, «mameluca» (Rheingantz, I, 267). Cristãos Novos:
Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião
Cristã, a partir de 1497. No Brasil holandês, Jacob de Brito, morador próximo do
Forte de Orange, Itamaracá - documentado em 1654 (Wolff, Dic. I, 29). Heráldica:
em campo vermelho, nove lisonjas de prata, em três palas, cada uma carregada
de um leão de púrpura. Timbre: um leão lisonjado de prata e vermelho, que
alguns fazem vermelho, com uma lisonja de prata na espádua (Sanches Baena,
II, XXXIV). Século XVI: De Cristóvão de Andrade - 11.06.1529: um escudo
esquartelado com as armas da Família Andrade [I e IV], por parte de seu pai:
um escudo igual ao de Nuno Freire, I Ramo; e da família Brito [II e III], por parte
de sua mãe: iguais as descritas acima. Diferença: uma lua vermelha sobre a
cabeça da serpe. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: dos
Andrades.
38
FILGUEIRAS
39
Sobrenome de uma família estabelecida na Cidade do Rio de Janeiro, RJ, à qual
pertence Oscar Filgueiras, que deixou geração do seu casamento, por volta de
em 1912, com Marietta Martins. Família estabelecida na Cidade de Dores do
Indaiá, Estado de Minas Gerais. Família estabelecida em Salvador, Estado da
Bahia, à qual pertence Leovigildo Filgueiras, que deixou geração do seu cas., por
volta de 1881, com Isabela Filgueiras.
40
RODRIGUES
41
Sobrenome de formação patronímica - o filho de Rodrigo (v.s.). Documentou-se
as formas Roderiquici [no ano de 1074], rodoriquici [em 1075], rodoriquiz [em
1081], roderiguiz [em 1079], rodorigiz [em 966], rodrigiz [em 1096] e rodriguez,
forma espanhola (Antenor Nascentes, II, 264). Patronímicos são apelidos que
consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se
esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo
que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as
desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no
português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -iz, -az (escrito -as, quando
átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e
Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Portanto Peres
(paroxítona/Portugal) e Perez (oxítona/Espanha) têm por significado «Filho de
Pedro». Regsitram-se, entre muitas, quatro antigas famílias com este sobrenome,
com nrasão de armas diferente: I - Martim Rodrigues, Antônio Rodrigues e Paio
Rodrigues, obtiveram as mesmas armas; II - Antônio Rodrigues, outro, principal
rei de armas Portugal, no tempo de D. Manuel I, rei de Portugal em 1495; III Paio Rodrigues; e IV - Rodrigues de Varillas (de Salamanca, Espanha). Procede do
conde D. Vela, filho de D. Ramiro, fal. em 1094, rei de Aragão. Registra-se,
ainda, Diogo Rodrigues das Varillas, que no tempo do rei D. Felipe II, passou a
Portugal, onde se casou e seu neto Diogo Rodrigues, em 1629, registrou brasão
de armas (Anuário Genealógico Latino, I, 82). Brasil: Assim como os demais
patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome
espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu
vasto território. Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de
Braz Rodrigues, carpinteiro da ribeira, com geração de seu cas. com Brígida
Ramalho - falecidos antes de 1582. Ainda em São Paulo: Diogo Rodrigues [1560,
Santo Amaro], Baltazar Rodrigues [1562, S. Paulo], Braz Rodrigues [1579, S.
Paulo], Martim Rodrigues Tenório [1589, S. Paulo], Manuel Rodrigues de Gois
[1599, S. Paulo] (AM, Piratininga, 165) e Antônio Rodrigues de Alvarenga [c.1555,
Lamego - 1614, SP], de quem também descendem os Alvarengas (v.s.), de São
Paulo. Ainda, em São Paulo, registra-se os descendentes de Pedro Rodrigues, que
deixou geração do seu cas., por volta de 1899, com Palmira Dumont, filha de
Gustavo Dumont. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José
Rodrigue [26.08.1902 - 31.01.1961], que deixou geração do seu cas. com
Yolanda Negrini [1910-1992], integrante da família Negrini (v.s.), de São Paulo; II
- a neta, Neide Negrino Rodrigues, filha da anterior. Casada na família Gomes.
Ainda em São Paulo, registra-se, entre muitas, a família de Fortunato José
Rodrigues [05.04.1895 - 09.04.1971], estabelecido em Itapeva. Residiu na zona
rural do Bairro do Colégio no distrito de Itapeva. Com geração do seu cas. com
Maximiana Francisca de Oliveira [25.04.1901, Itapeva, SP - 12.10.1988]. Entre os
descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Rodrigues da Cruz
[14.11.1922, Itapeva, SP -], que, ainda religioso, setrviu como capelão dos antigos
terços cantado de Itapeva. Mestre da tradicional dança de São Gomçalo, a qual
aprendeu com seu pai. Deixou geração [nove filhos] do seu cas. com sua prima
legítima Ana Joaquina de Oliveira [13.05.1926, Itapeva, SP -], filha de Joaquim
Alves da Rocha [18.09.1882, Itapeva, SP - 09.12.1947] e de Maria Joaquina de
Oliveira [03.07.1894 - 22.05.1963], irmã de Maximiana Francisca de Oliveira,
citada no item I; II - a neta, Marili Oliveira Cruz, filha do anterior; III - a neta,
Matilde de Oliveira Cruz, irmã do anterior; IV - o neto, José Hipólito de Oliveira
Cruz [13.08.1962, Itapeva, SP-], irmão da anterior. Uma das mais antigas
famílias com este sobrenome, no Brasil, tem origem indígena - detalhes adiante.
No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, cabe mencionar a de Manuel Rodrigues
de Alvarenga [c.1605- ?], que deixou geração do seu cas., c.1635, com Barbara
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de Andrade (Rheingantz, III, 123). Rheingantz registra mais 9 famílias com este
sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio
de Janeiro. Ainda no Rio de Janeiro, cabe destacar a família de Carlos José Alves
Rodrigues, estabelecid em Cantagalo, Província do Rio de Janeiro. Foi pai do
destacado jornalista José Carlos Rodrigues [07.1844, Cantagalo, RJ -], cursou o
Colégio Pedro II. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de
Direito de São Paulo [1864]. Aos treze anos de idade, ainda estudante do Pedro II,
publicou e redigiu um jornal literário, intitulado Gentio. Jurisconsulto. Exerceu
um alto cargo no ministério da Fazenda. Em 1862, ainda no terceiro ano de
Direito, foi um dos fundadores da Revista Jurídica. Em 1863, ainda no quarto
ano de Direito, publicou umas Anotações à Constituição Política do Brazil.
Correspondente do Jornal Oficial e do Jornal do Commercio, nos EUA [1866].
Fundou o jornal Novo Mundo [1870-1889]. Fundador e proprietário da Revista
Industrial, New York , ilustrada e em portugues [1886]. Durou 10 anos. Adquiriu
a propriedade do Jornal do Commercio [1890], pela quantia de três mil e
quinhentos contos. .Comendador da Ordem de São Tiago, de Portugal.
Conselheiro de Sua Majestade, de Portugal. Família de origem portuguesa
estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passaram: I - João Antônio
Rodrigues Júnior, natural de Portugal, que assinou termo de declaração, a
216.05.1864, onde informa ser católico, ter 40 anos de idade, ser negociante,
estar no Brasil há 24 anos incompletos e ser casado com uma brasileira; II - José
Maria Rodrigues, nat. de Portugal, que assinou termo de declaração, a
24.02.1864, onde informa ser católico, ter 54 anos de idade, estar há 28 anos no
Brasil e ser casado; III - Sebastião Maria Rodrigues, nat. de Ilivo, Bispado de
Aveiro, Portugal, que assinou termo de declaração, a 28.02.1848, onde informa
ser católico, ter 34 anos de idade, ter vindo para o Brasil com 18 anos de idade,
ser marítimo e casado com uma brasileira. Ao registrar a 16.04.1852, sua Carta
de Naturalização assinada por D. Pedro II em 04.02.1852, declarou ter de sua
esposa brasileira um filho de 19 meses (Spalding, naturalizações, 105). Há uma
numerosa família com este sobrenome estabelecida em Minas Gerais,
procedente do Estado do Rio de Janeiro. Teve princípio, em Minas, em Antônio
José Rodrigues [1819, RJ - 09.07.1891, de moléstia nos pulmões, no Distrito de
Santo Antônio de Muriaé, MG], filho de Antônio José Rodrigues e de Teresa de
Mendonça. Fazendeiros. Deixou numerosa descendência do seu cas., por volta
de 1851, com Maria Florência de São José [1832, São Paulo de Muriaé, MG 06.03.1892, Fazenda de Santa Rita, Distrito de Dores da Vitória do Muriaé, hoje
Distrito de Mirai, MG]. Seus descendentes espalharam-se por Mirai, Muriaé,
Carangola e no Rio de Janeiro, onde vive uma bisneta, D. Carmen Rodrigues,
natural de Carangola, MG, atual estudiosa da genealogia de seus antepassados.
Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena.
No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de Estanilau Rodrigues,
índio, casado a 30.05.1800, em Rio Grande, RS, com Francisca de Paiva, índia.
Em São Paulo, talvez uma das mais antigas do Brasil, há a família do maioral ou
cacique do gentio de Ururahy (em São Vicente), de nome Piqueroby [c.1472,
Brasil -], pai de Antônia Rodrigues [c.1498, São Paulo -], que recebeu, depois, o
nome cristão de Antônia Rodrigues. Deixou numerosa descendência de sua
união com Antonio Rodrigues [c.1495-?], encontrado, já em terra juntamente com
João Ramalho quando em 1532 desembarcou em S. Vicente Martim Afonso de
Souza (Silva Leme). Vindo na expedição de D. Nuno Manuel ou na de Solis,
segundo Martins dos Santos, foi um dos colaboradores de Cosme Fernandes no
estabelecimento da povoação de S. Vicente, onde ficou morando na banda
ocidental, e obteve de Cristóvão Jaques o domínio legal dessas e de outras terras
situadas ao sul da povoação. Nesse domínio o manteve Martim Afonso, quando o
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encontrou com João Ramalho e criou a vila. Ficou morando em São Vicente, no
Tumiaru, e foi durante muitos anos oficial da câmara (AM). Antonio Rodrigues,
nat. de Portugal estabeleceu-se no espraiado do Tumiaru, limitando com terras
fronteiras às do mestre Cosme, bacharel, as quais depois vieram a pertencer a
Pedro Correia. Foi grande caçador de índios e sócio da venda de escravos no
entreposto do porto das Naus. Ocupou na vila de São Vicente os cargos de juiz
ordinário, vereador e almotacel, por volta de 1543 (CF) ((SL) - Silva Leme, I, 47;
Américo de Moura, Os povoadores do campo de Piratininga, 160; (CF) - Carvalho
Franco, Dic. de Bandeirantes, 342). Na Bahia, tão antiga quanto o ramo paulista,
encontra-se a família de Afonso Rodrigues, nat. de Óbidos, que esteve,
inicialmente, em S. Vicente com seu amigo Paulo Dias Adôrno, para onde
passaram fugindo à perseguições. Juntamente com Adôrno, passou à Bahia e,
como ele, foi cas. na mesma família, com Madalena Álvares, filha de Diogo
Álvares «Caramuru» e da «ameríndia Guaibimpará», Catarina Paraguaçú. Deixou,
também, vastíssima descendência deste casamento. Entre outros, foi pai de
Álvaro Rodrigues, também chamado o «Caramuru», fidalgo cavaleiro, com
Brasão de Armas de Nobreza. Senhor de Engenho em Cacheira. Na Colônia do
Sacramento, a do Sarg. Baltazar Rodrigues de Almeida, que deixou geração, em
1700, com Clara Eugênia, «do gentio da terra». Linha Africana: Sobrenome
também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras,
registra-se a de Ana Rodrigues «parda», que deixou filhos naturais, cerca de 1670,
com Antônio Gonçalves da Cunha [c.1643 - 1702,RJ], por onde segue o
sobrenome (Rheingantz, II, 311); e a de Bento Rodrigues de Andrade, que deixou
geração da sua união, c.1676, com Ana Rodrigues, «mulata forra» (Rheingantz,
III, 123). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o
batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Portugal, por exemplo,
por ocasião da conversão dos judeus em cristãos novos, registrou-se um Gonçalo
Rodrigues, que anteriormente chamava-se Salomão Coleiria. Para o Rio de
Janeiro, ver família Rodrigues de Andrade (Wolff, Dic., I, 168). Linha Natural:
Em São Paulo, por exemplo, há registro de Inácio Rodrigues de Siqueira, nat. de
Atibaia (SP), «filho natural» de Francisco Rodrigues Nunes e de Escolástica
Nunes, foi cas. em 1772, Itajubá (MG), com Isabel Francisca de Aguiar, nat. de
Mogi das Cruzes (SP), «filha natural» de Francisco de Aguiar e de Antônia de
Souza Pinto. (Mons. Lefort - Itajubá). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-defé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de seis
(6) anos de degredo para o Brasil de Ana Rodrigues, viúva de João Vaz Leão,
mercador, natural e morador na vila de Abrantes. Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado na praça de Coimbra, a 04.07.1662, a condenação de cinco (5) anos de
degredo para o Brasil de Isabel Rodrigues, de 62 anos de idade, viúva de Filipe
Rodrigues, tendeiro de Bragança; e a condenação de seis (6) anos de degredo
para o Brasil de Ana Rodrigues, cristã nova, de 52 anos de idade, mulher de Luis
de Paz, sapateiro, de Bragança. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro
do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de degredo para
o Brasil de Ana Rodrigues, três quartos de cristã-nova, natural de Campo Maior,
e moradora em Lisboa. Esposa de Antônio Coelho, soldado. Registra-se, no Autode-fé celebrado na praça da cidade de Coimbra, a 26.10.1664, a condenação de
cinco (5) anos de degredo para o Brasil de Justa Rodrigues, cristã-nova, de 37
anos de idade, natural da cidade de Palência, reino de Castela (Espanha),
moradora em Vila Flor (Portugal). Esposa de Pedro Alvares Pereira. Nobreza
Titular: Manuel Jorge Rodrigues, de família paulista, foi agraciado, por Decreto
de 25.03.1845, com o título de 1.º barão com Honras de Grandeza de Taquari.
Deixou geração do seu casamento com Maria da Conceição Rodrigues, que
segue no título da família Calazans Rodrigues (v.s.), de São Paulo. Heráldica: um
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escudo em campo de ouro, com 5 flores-de-lis de vermelho e um chefe de
vermelho carregado de uma cruz florenciada e vazia do primeiro. Timbre: um leão
de ouro, sainte, com uma flor-de-lis do escudo sobre a espádua;; II - 2.º Ramo:
um escudo em campo azul, 5 flores de liz de ouro e um chefe cozido de
vermelho, carregado de uma cruz florecniada e vazia de ouro. Timbre: um leão de
ouro, sainte, com uma flor-de-lis do escudo sobre a espádua; III - de Antônio
Rodrigues: um escudo partido: primeiro, de negro, com meia águia de ouro
estendida; II, em campo de prata, com faixa de vermelho acompanhada de 2
pombas de púrpura, voantes, uma em chefe e outra em ponta; IV - de Paio
Rodrigues: um escuso lisonjado de prata e de veirado de ouro e de vermelho,de 5
traços em banda e 5 em contrabanda. Timbre: um pavão de sua cor, posto de
perfil; V - de Pero Rodrigues do Amaral: um escudo em campo vermelho, com um
leão nascente de ouro, coroado do mesmo, armado, de prata, com uma espada
do mesmo guarnecida de ouro, levantada na mão direita; e chefe cozido de azul,
carregado de uma águia sainte, de duas cabeças, coroada de ouro. Timbre: o
leãodo escudo; VI - de Espanha: um escudo em campo de ouro, com 4 palas de
vermelho; boradura de azul, carregada de 8 cruzes potenteas de prata, cada cruz
cantonada de 4 cruzetas do mesmo (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal,
II, 106).
45
SANTOS BATISTA
ROBERTO NEY SANTOS BATISTA
SANTOS
46
SANTOS
Sobrenome de origem religiosa. Abreviação de Todos os Santos. Dado
primitivamente as pessoas nascidas em 1.º de Novembro. (Antenor Nascentes, II,
274). Segue alguns esclarecimentos sobre a origem do sobrenome Santos,
elaborados por G.C. Santos: “O vocábulo português que deriva da palavra latina
sanctus (-a -um), significa "santo", "consagrado". Originalmente, a idéia que se pode
inferir do uso desta palavra é "separação para o serviço prestado às divindades".
Quando se refere a pessoas, pode indicar uma pessoa especialmente devotada e
distinguindo-se das massas populares. Uma palavra associada a esta, e que ao
mesmo tempo precisa ser diferenciada, é o adjetivo sacer (-cra -crum), que significa
"sagrado", "que não pode ser tocado, sem ser manchado ou sem manchar",
"consagrado". O adjetivo latino sacer indica um estado; e sanctus, o resultado dum
acto. Sacer, em termos gerais, tem a hieros como seu correspondente na língua
grega. No grego, hieros (equivalente a sacer) denota aquilo que é santo, em e por si
mesmo, independentemente de qualquer julgamento ético. O sobrenome português
Santos pode ser de origem patronímica. Quando o nome é derivado do primeiro
nome do pai, ele é dito como sendo de origem patronímica, e quando é tirado do
nome pessoal da mãe, ele é considerado de origem de origem matronímica. Neste
caso, Santos é derivado do nome próprio Santo, nome muito popular na Península
Ibérica durante a Idade Média. O sobrenome Santos significa assim "filho ou
descendente de Santo" . Era muito comum na era medieval, crianças receberem o
nome de Santo quando nasciam no dia de "Todos os Santos". O sobrenome
Santos pode ter também uma segunda origem. Pode ser habitacional, se referindo
aos sobrenomes dos quais a origem se encontra no local de residência do portador
original. Nomes habitacionais nos dizem de onde foi saído o progenitor da família,
seja uma cidade ou um lugar identificado por uma característica topográfica.
Quanto ao sobrenome Santos, este é derivado de uma região na Andaluzia, na
Espanha, chamada "Sierra de Los Santos". Uma das mais antigas referências a
este nome ou a uma variante é o registro de Martinho dos Santos, religioso
português falecido em 1571.” [FONTE: Endereço: http://www.geocities.com/
Heartland/Bluffs /6581/ Santos2.htm]. Em Espanha, a linhagem Santos teve
sua origem na vila de Santillana, do partido judicial de Torrelavega (Cantábria),
em dita cidade radicou-se a muito antiga e nobre casa solarenga com este
sobrenome. Alguns de seus descendentes passaram a residir nos povoados
montanheses de Revilla, Ruiloba e Espinosa [Centro Español de Investigación
Heráldica - http:// www.ceih.com/heraldicahispana/ presenta.html]. Brasil:
Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o território brasileiro:
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul,
Espírito Santo, São Paulo, Piauí, Pará, Bahia, Pernambuco, etc. No Rio de
Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Antônio dos Santos [1645,
RJ - 1710, RJ], filho de Manuel Afonso e de Beatriz Pereira. Deixou geração do
seu cas., em 1675, no Rio, com Inez Rodrigues de Alvarenga [1651, RJ - ?], filha
de João Pereira Lobo (Rheingantz, III, 140). Rheingantz registra mais 8 famílias
com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa
descendência no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, entre as mais antigas a de
Manuel dos Santos Aires [c.1658, PE - ?], filho de Domingos Fernandes Aires e
de Catarina dos Santos. Passou ao Rio de Janeiro, onde deixou geração do seu
cas., em 1685, no Rio, com Maria Cardoso (Rheingantz, III, 141). Ainda em
Pernambuco, encontra-se a de Benedicto Luiz dos Santos [c.1794, Portugal - ?],
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que deixou numerosa descendência, estabelecida no Recife, do seu cas., c.1817,
com Ana de Santa Úrsula, nat. de Portugal (Pires Ferreira - Mística, 174). Em São
Paulo, entre outras, registra-se de origem portuguesa, a família do opulento
Sargento-Mor Lopo dos Santos Serra [c.1714, Lisboa - 1785, SP], filho de Pedro
Gomes Ferreira e de Antônia Maria Pinto. Sargento-Mor das ordenanças da
Cidade de São Paulo. Deixou numerosa descendência de seu cas., em 1739, em
São Paulo, com Inácia Maria Rodrigues Vilares [c.1717 - 1769], filha do Cap.-Mor
das Minas de Mato Grosso Luiz Rodrigues Vilares, onde foi grande fazendeiro, e
de Angela Vieira e, por esta, bisneta de Francisco Vieira de Souza, patriarca
desta família Vieira (v.s.), de São Paulo. Entre os descendentes deste casal,
registram-se: I - o filho, o Brigadeiro Francisco Xavier dos Santos [c.1743, São
Paulo, SP - 1822], cadete [1771]. Capitão do Regimento de Dragões Auxiliares da
Capitania de São Paulo [1772]. Capitão de Cavalaria auxiliar da cidade de São
Paulo [já em 1781]. Coronel [1788]. Mestre de Campo do 1.º Terço de Infantaria
Auxiliar da cidade de São Paulo [1788]. Com a mudança da denominação dos
Auxiliares, foi mantido no cargo, com o título de Coronel do 2.º Regimento de
Infantaria Miliciana da cidade de São Paulo [1797]. Brigadeiro Reformado [1813].
Tesoureiro da Junta da Real Fazenda de São Paulo. Contemplado com sesmarias:
“Caminho Novo e Pirapitingui” [1787], Mogi-Mirim [1795]. Cavaleiro Professo da
Ordem de Cristo. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; II
- o filho, o Coronel Joaquim José dos Santos [1746, São Paulo, SP -1828], PortaEstandarte e Alferes do Regimento de Dragões Auxiliares da Capitania de São
Paulo. Capitão e Sargento-Mor das Ordenanças da cidade de São Paulo.
Almotacé. Vereador [1777]. Juiz Ordinário [1788]. Fiscal da Real Casa da
Fundição da cidade de São Paulo. Coronel do Regimento de Infantaria Miliciana
da vila de Paranaguá [1797], Benfeitor em obras públicas. Contratador.
Negociante de escravos. Exportador de açúcar (Oliveira Melo - Raízes do
Militarismo Paulista, 115). Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, que também
teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; III - o neto, o
Comendador Joaquim José dos Santos Silva [-1876], que foi agraciado com o
título [Dec. 07.06.1864] de barão de Itapetininga; IV - a bisneta, Maria Hipólita
dos Santos, que por seu primeiro casamento na importante família Rodrigues
Jordão (v.s.), de São Paulo, tornou-se a 1.º baronesa de São João do Rio Claro.
Foi casada, em segundas núpcias, na importante família Souza Aranha (v.s.), de
São Paulo, de onde lhe veio o novo título: marquesa de Três Rios. Em Santa
Catarina, entre muitas, registra-se a família de Tomaz dos Santos, que deixou
geração do seu cas., c.1830, com Delfina Vitória dos Santos. Foram pais do
insigne poeta, sonetista e médico, Dr. Luiz Delfino dos Santos [25.08.1834,
Desterro, hoje, Florianópolis, SC - 31.01.1910, RJ]. Doutor em Medicina [RJ].
Senador ao Congresso Constituinte Republicano [SC]. No Acre, cabe registrar
Felismino Alves dos Santos, listado entre os primeiros povoadores nas margens
do rio Acre, por volta de 1878. Em 1882, estava estabelecido em São Felismino
(Castelo Branco, Acreania, 183). Família de origem espanhola estabelecida no
Rio Grande do Sul, para onde passou, em 1825, Francisco José Santos, natural
da Galiza, Espanha, que assinou termo de declaração, a 31.03.1862, onde
informa ser solteiro, católico, analfabeto, e ter mais ou menos 52 anos de idade
(Spalding, naturalizações, 91). Família de origem portuguesa estabelecida no Rio
Grande do Sul, para onde passaram, entre outros: I - em 1845, Joaquim Ribeiro
dos Santos, natural do Porto, Portugal, filho de Antônio Ribeiro dos Santos e de
Maria de Almeida. Assinou termo de declaração, a 10.06.1859, e registrou sua
Carta de Naturalização assinada por D. Pedro II em 09.10.1860; II - em 1825,
José Francisco dos Santos, natural do Porto, Portugal, que assinou termo de
declaração, a 23.06.1851, onde informa ser católico, ser residente no Rio Grande
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do Sul há 22 anos e ser casado com uma brasileira. Em 17.04.1855, registrou
sua Carta de Naturalização, assinada por D. Pedro II em 26.07.1851; III - em
1842, Manuel dos Santos, natural de Vila Nova de Gaia, no Porto, Portugal, que
assinou termo de declaração, a 18.09.1858, onde informa ter 47 anos de idade,
ser casado, e ter uma filha; IV - Paulo Pereira dos Santos, natural de Portugal,
que ao prestar juramento e registrar sua Carta de Naturalização, assinada por
D. Pedro II em 04.02.1852, declarou ser casado com uma brasileira e ter com ela
dois filhos (Spalding, naturalizações, 105). Família originária do norte da Itália,
que compõem a segunda leva de imigrantes, entre 1888 e 1897, para o
Município de Ubá, na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, encabeçada por
Camilo dos Santos, estabelecido na Fazenda de Sant'Ana da Serra, propriedade
do Major José Justiniano Carneiro (Livro Comemorativo de Ubá). Linha Africana:
Sobrenome também adotado por famílias africanas. Na Colônia do Sacramento,
entre outras, registra-se a de Eufemia Maria dos Santos, «parda forra», cas.,
1770, Colônia do Sacramento, com Carlos da Costa, «pardo»; e, em Minas Gerais,
a de João dos Santos, «pardo» [nat. Inficionado, MG - filho nat. de Leonor,
escrava de Manoel dos Santos], cas. 1767, Colônia do Sacramento, com Teresa
dos Anjos, «preta banguela», ambos escravos do vigário João de Almeida Cardoso
(Rheingantz, Sacr., 1, 3). Linha de Batina: Entre muitas, cabe mencionar a
família do Padre João Pedro dos Santos [1794, Conceição da Barra, MG - 1850,
S.J. del Rei, MG], que reconheceu 7 filhos (SC - Efemérides, 531). Linha Natural:
Em Minas Gerais, por exemplo, Lúcio José dos Santos, nat. de Itajubá (MG),
«filho natural» de Josefa Rodrigues, foi cas. em 1815, Itajubá (MG), com
Margarida Pedrosa, nat. de Baependi, (MG (Monsenhor Lefort - Itajubá). Cristãos
Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à
religião Cristã, a partir de 1497 [Raízes Judaicas, 365]. Nobreza Titular: I Elisário Antônio dos Santos [15.11.1806, Lisboa, Portugal - 27.09.1883, Rio, RJ],
oficial de Marinha. Ingressou na marinha em 1820, como Grumete-Voluntário.
matriculado na Academia de Marinha [09.11.1825]. Aspirante [1825]. GuardaMarinha [1826]. Segundo-Tenente [1828]. Combateu na revolta dos Cabanos, PA
[1835]. Primeiro-Tenente [1838]. Capitão-Tenente [1842]. Ajudante-de Ordens
do Arsenal de Marinha. Tomou parte na Revolução Praieira [1849]. Inspetor do
Arsenal de Marinha, com sede em Pernambuco [1853]. Capitão-de-Fragata
[1854]. Capitão-de-Mar-e-Guerra [1857]. Tomou parte na Guerra do Paraguai
[1865]. Chefe do Estado-Maior da Esquadra em Operações no Paraguai [18661868]. Chefe-de-Divisão [1867]. Encarregado do Quartel General da Marinha
[1870-1871]. Inspetor do Arsenal de Marinha [1871-1874]. Diretor da Estrada de
Ferro Central do Brasil [1872-1873]. Ajudante General da Armada [1876-1879].
Contra-Almirante [28.12.1876]. Almirante reformado [17.04.1880]. Conselheiro
do Império. Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz [23.01.1843]. Cavaleiro
da Imperial Ordem da Rosa [12.1844]. Oficial da Imperial Ordem da Rosa
[14.05.1849]. Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro [1867]. Comendador da
Ordem de São Bento de Aviz [06.05.1868]. Dignitário da Ordem do Cruzeiro
[28.12.1867]. Agraciado com a Legião de Honra, da França [1873]. Grão-Cruz da
Ordem de São Bento de Aviz [31.01.1877]. Grande Oficial da Ordem da Coroa da
Itália [1877]. Dignitário da Ordem da Torre e Espada, de Portugal. Medalha
comemorativa da Campanha do Paraguai e da Independência. Membro do Grande
Oriente do Brasil, maçon, grau 33. Lugar-Tenente do Supremo Conselho do
Grau Trinta e Três, Venerável Titular da Grande Loja Central. Presidente do
Grande Capítulo Moderno e do Grande Capítulo Noáquida. Diretor de Capelas da
Irmandade do Senhor dos Passos, RJ [1875]. Agraciado, por Decreto de
17.09.1871, com o título de barão de Angra [saiu por engano, no verbete Angra,
Barão, a data 1883]. Filho de Manuel José dos Santos e de Maria da Piedade.
49
Teve mercê da Carta de Brasão de Armas. O barão de Angra, foi casado,
primeiro, com Henriqueta Bebiana de Castro [c.1822, Rio, RJ - 13.08.1871,
Niterói, RJ], primeira baronesa de Angra; e, depois, com sua cunhada, Adelaide
Bibiana de Castro [1831, RJ - 02.08.1896, Rio, RJ], que foi a segunda baronesa
de Angra e irmã da primeira; II - Joaquim José dos Santos Silva, barão de
Itapetininga - citado acima, ramo de São Paulo; III - Maria Hipólita dos Santos,
1.º baronesa de São João do Rio Claro, depois marquesa de Três Rios - citada
acima, ramo de São Paulo; III - Antônio Tertuliano dos Santos, estabelecido em
São Paulo, fazendeiro no município de Rio Claro, SP. Proprietário e negociante.
Foi agraciado, por Decreto de 13.02.1867, com o título de barão de Silveiras.
Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; IV - Ainda para o
Rio de Janeiro, de origem portuguesa, registra-se a família de Francisco dos
Santos Reis, natural de Angra dos Reis, RJ, que deixou importante descendência
do seu cas., por volta de 1788, com Vitória Maria, natural de Parati, RJ. Foram
pais de Salvador dos Santos Reis [c.1790-], que deixou geração do seu cas., por
volta de 1815, com Maria Antônia da Conceição [ou de Melo], filha de Luís
Antônio de Melo e de Rosa Maria da Anunciação, naturais de Angra dos Reis.
Desse último casal, nasceu D. Luiz Antônio dos Santos [03.03.1817, Angra dos
Reis, RJ - 11.03.1891, BA], aluno do Seminário de Jacuecanga, RJ, onde
ingressou em 1834. Em 1837, entrou, como noviço, no Seminário do Caraça, MG.
Ordens Sacras de Presbítero - Palácio da Conceição, RJ [21.09.1841]. Lente das
cadeiras de matemática e latim no Seminário do Caraça. Designado Vigário
Capitular para servir de Capelão do Recolhimento de Macaúbas. Vigário Cilado da
Freguesia de Bom Jesus da Mata de São João, BA [1842]. Reitor e regente da
cadeira de teologia moral e dogmática do Seminário de Mariana, MG. Cônego da
Sé de Mariana, MG [16.01.1847]. Doutor em Teologia pela Universidade
Gregoriana do Vaticano [1851]. Bispo do Ceará [31.01.1859]. No Ceará,
inaugurou o Seminário [1864], do qual foi Reitor e Professor, e fundou o Colégio
da Imaculada Conceição, juntamente com as Irmãs de São Vicente de Paula
[1865]. Arcebispo da Arquidiocese da Bahia e Primaz do Brasil [15.11.1879].
Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo [02.12.1844]. Conselheiro do Império.
Oficial da Ordem da Rosa [13.07.1859]. Foi agraciado, pela Princesa Isabel, com
o título de marquês de Monte Pascoal [16.05.1888]. Heráldica: um escudo em
campo vermelho, uma aspa de ouro, carregada de 5 flores-de-lis de azul
(Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 119). Brasil Heráldico: I Antônio Tertuliano dos Santos, barão de Silveiras, citado acima. Brasão de
Armas datado de 22.05.1868. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls.
98: um escudo em campo de prata, uma banda de azul com 5 besantes de ouro,
acompanhada em chefe de um caduceu de goles, e em ponta de um ramo de
cafeeiro de sinople, com frutas de goles (Sanches Baena, II, 195); II - Brigadeiro
Francisco Xavier dos Santos, citado acima, ramo de São Paulo. Brasão de Armas
datado de 20.12.1781. Brasão de Armas, datado de 20.12.1781. Registrado no
Cartório da Nobreza, Livro III, fl. 39: um escudo esquartelado: no primeiro
quartel, as armas da família Serra (v.s.); no segundo quartel, as armas da
família Gomes (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Pinto (v.s.); e no
quarto quartel, as armas da família Vieira (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo
Heráldico, I, 226); III - Joaquim José dos Santos, citado acima, ramo de São
Paulo - Brasão de Armas datado de 07.02.1790: igual a de seu irmão Francisco
Xavier. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro IV, fl. 147v (v.s.) (Sanches de
Baena, Archivo Heráldico, I, 342); IV - D. Luiz Antônio dos Santos, marquês do
Monte Pascoal - citado acima. Um escudo em campo vermelho, uma aspa de
ouro carregada de cinco flores de lis de azul. Coroa de marquês com a cruz
episcopal travada de duas peças, sainte, ladeada à destra, da mitra e à sinistra,
50
do báculo. Sobrepujado todo o escudo, do chapéu episcopal de verde, com
cordões do mesmo, rematados de dez borlas. Um listel com a divisa: Non mea sed
voluntas tua fiat; V - Elisário Antônio dos Santos [1806-1883], barão de Angra citado acima. Brasão de Armas requerido ao Cartório da Nobreza do Império, em
03.12.1873: um escudo franchado, o primeiro, em campo de ouro, uma flama de
vermelho encimada de duas estrelas de azul; o segundo, em campo vermelho,
uma esfera armilar de ouro, contida em compasso semi-aberto e voltado, de
prata, com a legenda Ins Polit, em letras de prata, postas em pala à sinistra; o
terceiro, em campo de ouro, uma angra de prata, ornada de verde, com uma
âncora de sua cor, em prata, brocante sobre a angra; o quarto, em campo
vermelho, uma mão de carnação, movente do flanco sinistro, empunhando uma
espada de prata, em pala. Coroa de barão.
51
BATISTA
Sobrenome de origem religiosa. Do grego baptisté, o que batiza, pelo lat. baptista
(Antenor Nascentes, II, 39). Tirado de uma da invocação de São João Batista,
celebrado a 24 de Junho. Muitos querendo homenagea-lo, utilizam-se do seu
nome como forma de apelido de família. Brasil: Há diversas famílias com este
sobrenome espalhadas por todo o Brasil. No Rio de Janeiro, entre as mais
antigas, registra-se a do pedreiro João Batista (c.1585 - 1643, RJ), que deixou
descendência do seu casamento com Isabel de Souza (v.1595 - 1627, RJ)
(Rheingantz, I, 245). Rheingantz registra mais 24 famílias com este sobrenome,
nos sécs. XVIe XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Em Pirinópolis, Goiás, há a de Paulo Antônio Batista [c.1806, Meia Ponte, GO ?], que deixou geração de seu casamento em 1831, em Pirinópolis, GO, com
Maria Raimunda da Costa, de Pirinópolis (Jarbas Jayme, Pirinópolis, IV, 51) No
Rio Grande do Sul, entre outras, registram-se a de João Nunes Batista, falecido
antes de 1822, que deixou geração - 9 filhos - do seu casamento com Joaquina
Maria da Silva; e a de Manuel Nunes Batista, que deixou numerosa
descendência, em Pelotas, de seu casamento, c.1852, com Eulália Gonçalves de
Escovar. Deste casal, também descendem os Cunha Batista, quando da união
com os Cunha e Silva (v.s.), do Rio Grande do Sul. Linha Africana: Sobrenome
também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre
outras, registra-se a de Manuel Batista Mendes [c.1664- 1706,RJ], «pardo», filho
de Domingos Batista e de Gracia Mendes, que deixou geração, em 1694, com
Suzana de Carvalho, «parda» (Rheingantz, I, 245). Em Goiás, temos a de Carolina,
«de nação Angola, batizada, já adulta, em 1844, escrava do Com. Teodoro da
Silva Batista. Deixou descendência, pela qual corre o sobrenome Batista, do seu
casamento, em 1862, em Pirinópolis, GO, com Pedro, natural de Arraias,
também escravo do referido Comendador. Por morte do comendador Batista, em
1868, ficou esta escrava Carolina, para Luiz da Silva Batista, que a libertou,
mediante a importância de 600$000, em 1875 (J.Jayme, Pirinópolis, V, 404).
Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo
forçadoà religião Cristã a partir de 1497. No Rio de Janeiro: Domingos Batista
[1/4 Cristão-Novo], natural e morador no RJ, carpinteiro, irmão de Guilherme
Batista [1/4 Cristão-Novo] e Úrsula Batista [Parte Cristão-Novo], todos filhos do
Mestre de açúcar, João Batista, documentados em 1717 (Wolff, Dic.I, 19). Houve
uma família com este sobrenome, condenada por judaísmo em 1731 (Raizes
Judaicas, 83). Nobreza Titular: Bonifácio José Batista, foi agraciado, a
20.11.1886, com o título de barão de Mone Carmelo.
52
BRAGA LEITE, FERREIRA BRAGA e SOARES
BRAGA
BRAGA
VICTOR HUGO FERREIRA BRAGA,
WILSON SOARES BRAGA e
JOSE BRAGA LEITE
53
Sobrenome tirado da cidade de Braga (Sanches Baena, II, XXXII). Nome préromano, Bracara, scil. urbs ou civitas, originalmente um adjetivo, cidade dos
Brácaros (Antenor Nascentes, II, 49). Sendo um sobrenome geográfico, muito
utilizado por inúmeras famílias, como forma de homenagear a cidade natal,
somente Felgueiras Gayo, apresenta por volta de sete famílias com este
sobrenome. Entre as mais antigas, registra-se a de Gaspar de Braga [séc. XV]
(Gayo, Bragas, Tomo VII, 150). Brasil: Numerosas foram as famílias, que
passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias
ocasiões. Não se pode considerar que todos os Bragas existentes no Brasil,
mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as
famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem
geográfica, ou seja, tirado do lugar de Braga. O mesmo se aplica no campo da
heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um
antigo Braga, se estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo
sobrenome, porque não possuem a mesma origem. Em São Paulo, entre outros:
a de Diogo de Braga, povoador de São Vicente (doc. 1547 e 1552) (Américo Moura,
Piratininga, 26). Em Minas Gerais, entre outras, registra-se uma importante
família de abastados proprietários rurais, estabelecida no Município de Belmiro
Braga - nome tirado de um dos membros desta família. Teve princípio em José
Ferreira Braga [n.c.1838, Braga, Portugal]. Proprietário da Fazenda do Reserva,
localizado no Município de BELMIRO BRAGA, próximo a Cotegipe. Deixou
numerosa descendência do seu casamento com Francisca de Paula de Barros
[n.c.1840, Juiz de Fora, MG], da importante família Lourenço de Barros [Tostes].
Foram pais do poeta Belmiro Braga [1872-1937]. Seus descendentes fizeram
alianças com as seguintes famílias: Calmon (do Espírito Santo), Tostes, Medeiros
Silva, Assis (grupo Floresta), Duarte, Castro Barbosa, Baptista Martins (de
Carangola), entre outros. No Maranhão, entre as principais, temos a do sargentomor Antônio Joaquim Braga, natural de Portugal, que se estabeleceu no
Maranhão, pelos fins do séc. XVIII. Deixou larga descendência do seu
casamento com Maria Joaquina Dias Cadete, nascido em Guimarães, MA. No
Acre, cabe registrar Manoel Braga, listado entre os primeiros povoadores do Vale
do Purus, em 1854 (Castelo Branco, Acreana, 164). No Pará, entre outras,
registra-se a família do General Francisco Xavier Torres, de provável origem não
paraense, que deixou geração do seu casamento com Maria Pinto Braga. Foram
pais do Major José Narciso Braga Torres [27.09.1854, PA - 28.05.1936, Rio, RJ],
que foi casado, tardiamente, a 18.01.1908, no Rio de Janeiro, com Joaquina de
Souza Botafogo [14.09.1883, Corumbá, MT - Rio, RJ], filha de Antônio Joaquim
de Souza Botafogo, membro da antiquíssima família Botafogo (v.s.), do Rio de
Janeiro. No Rio Grande do Sul, entre outras, de origem portuguesa, registra-se a
família de Custódio Martins Braga [c.1736, Couto de Alentim, Arcbispado de
Braga - 07.10.1806, Porto Alegre, RS], filho de Antônio Martins e de Esperança
Lopes. Perpetuou em seus descendentes, como forma de sobrenome, o de seu
lugar de nascimento: Braga. Deixou numerosa descendência, havida por parte
dos seus 11 filhos, havidos do seu casamento, a 03.06.1786, em Porto Alegre, RS
- aos 70 anos de idade - com Felizarda Rosa de Lima [bat. 28.11.1763, Viamão,
RS - 13.06.1804, Porto Alegre, RS], uma das dezenove filhas de Antônio
Rodrigues Barcelos, patriarca desta família Rodrigues Barcelos (v.s.), do Rio
Grande do Sul. Heráldica: em campo vermelho, uma torre de prata com portas e
frestas de negro. Timbre: um braço vestido de verde, com uma braga com sua
cadeia de ouro, pendurada na mão em ação de dar com ela (Sanches Baena, II,
XXXII).
54
FERREIRA BRAGA
Importante família de proprietários rurais de Minas Gerais, procedente de
Manuel Ferreira Braga [1792, Piranga - 1842, Ubá], filho de Joaquim Ferreira
Braga e de Francisca Teodora Teixeira. Deixou numerosa descendência de seu
cas. com Rosa Maria de Oliveira [1803 - 1843, Ubá], que faleceu de parto, de
uma filha natural, havida depois de viúva, que somente sobreviveu durante 4
meses. Antiga família, de origem portuguesa estabelecida no Rio de Janeiro,
para onde passou Pedro Ferreira Braga, natural de Portugal, que comprou, por
morte de Maria de Matos Filgueira, no ano de 1705, a chácara denominada de
«São Clemente», que abrangia a maior parte do atual bairro de Botafogo, zona sul
do Rio de Janeiro. Essa senhora a herdara, em 1702, de seu irmão, o vigário
geral Clemente Martins de Matos, que ali edificara uma capela sob a invocação de
São Clemente, seu santo patronímico. Pedro Ferreira Braga, deixou numerosa
descendência do seu cas., em 1698, no Rio, com Barbara Correia Xavier [bat.
11.05.1665, Rio, RJ -], filha de João dos Reis Arão, patriarca desta família Reis
Arão (v.s.), do Rio de Janeiro, e neta materna de Gonçalo Ferreira, chefe desta
família Ferreira (v.s.), do Rio de Janeiro. Foram pais de Paula Ferreira Xavier,
herdeira da Chácara, e matriarca da família Velho de Lagoar (v.s.), do Rio de
Janeiro. Linha Africana: Em Ubá (MG), por exemplo, Ana, «parda», neta de
Manuel Lino Ferreira Braga, faleceu em 1845 (Barata, Famílias de Ubá). Nota: ver
separadamente os sobrenomes Ferreira e Braga.
55
LEITE
56
Sobrenome, primitivamente alcunha, da comparação com o leite, da alvura de
uma pessoa (Antenor Nascentes, II, 170; Antroponímia, 249). Sobrenome de
inúmeras famílias espalhadas por diversas partes do território brasileiro: Rio de
Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Pará, Amazonas, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina, Bahia, etc. No Rio de Janeiro,
entre as mais antigas, registra-se a família de Francisco Leite, que deixou
descendência em 1690. Em São Paulo, entre as mais antigas, originária das
ilhas portuguesas, encontra-se a de Pascoal Leite Furtado [c.1576 - 1614, SP],
nat. da Ilha de Santa Maria (Açores). Passou em serviços da coroa em 1599, às
minas de São Paulo, chamadas de São Vicente. Filho de Gonçalo Martins Leite e
de Maria da Silva. Deixou numerosa descendência do seu cas., em S. Vicente,
com Isabel do Prado, filha de João do Prado, patriarca desta família Prado (v.s.),
em São Paulo. No Espírito Santo, cabe regisrar a família de Agostinho Leite, ali
nasc. por volta de 1662. Foi cas. no Rio, em 1688, com Sebastiana de Aguiar, nat.
da vila de São Paulo (Rheingantz, II, 392). Na Bahia, entre as mais antigas, está a
de Sebastião Duarte, nat. de Torres Vedras, barbeiro, que passou à Bahia,
c.1647, onde casou com Helena Leite dos Santos, nat. de Braga. Entre seus
filhos: Francisca Maria Duarte Leite, cas. 1682, Salvador, na importante casa dos
Brito de Castro e Helena Leite de Barros, que foi mãe do Ouvidor do Maranhão,
Vicente Leite Ripado. Família de origem cearense estabelecida no Acre, para
onde passaram, por volta de 1878, os irmãos Heráclito, Frutuoso, Enéas, José e
Antão Rodrigues Leite que, sob o comando de Apumiano Vale, no vapor Apihy,
penetraram no rio Acre até o lugar de Santo Antônio (Castelo Branco, Acreania,
184). Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o Brasil: Ceará, Pará,
Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Bahia, minas Gerais, Paraná, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Alagoas e São Paulo, etc. Cristãos Novos: Sobrenome
também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir
de 1497. (Wolff, Dic., I, 104). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo,
registra-se Miguel Leite da Silva, nat. de Jacareí (SP), «filho natural» de Ana Leite,
foi cas. em 1802, Itajubá (MG), com Brizida Maria dos Santos, filha de João
Raposo dos Santos (Mons. Lefort - Itajubá). Nobreza Titular - João José Leite, foi
agraciado, a 06.09.1866, com o título nobiliárquico de barão de Sanipe.
Heráldica: I - um escudo em campo verde, com 3 flores-de-lis, de ouro. Timbre:
uma flôr-de-lis do escudo; II - do Porto: um escudo esquartelado: nos primeiro e
quarto uqartéis, em campo verde, com 3 flores-de-lis de ouro; no segundo e
terceiros quartéis, em campo vermelho, com uma cruz de prata, florenciada e
vazia. Timbre: uma cruz do escudo, ladeada por duas flores-de-lis de verde; III outros: um escudo em campo azul, com uma pomba de prata, erguendo o vôo,
com um ramo de oliveira de ouro no bico (Armando de Mattos, Brasonário, II,
227]; IV - um escudo em campo azul, com três flores-de-lis de ouro, em contraroquete. Timbre: uma pomba de prata. Século XVI: V - Antônio Leite - Brasão de
Armas datado de 08.03.1542: um escudo com as armas da família Leite [item
II]. Diefrenca: uma merleta de prata.
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SOARES
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Sobrenome de formação patronímica - o filho de Soeiro (v.s.). Da baixa latinidade
Suarici [documentado no ano de 1073], Suarizi [no ano de 1097], Suariz [no ano
de 946], Suarez e Soares [em obras de 1554]. Soaires, com um i epentético como
Saigres, quaise (século XV) [Antenor Nascentes, II, 285]. Patronímicos são
apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico
constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É
quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência,
com as desinências latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos
no português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -iz, -az (escrito -as, quando
átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e
Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Assim como os
demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, Soares, etc. - este
sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por
todo o seu vasto território. Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a
família de João Soares, residente em São Paulo, em 1579, que deixou geração de
seu cas., em S. Paulo, com Messia Rodrigues (AM, Piratininga, 176). Família de
origem portuguesa estabelecida em Pernambuco, para onde passaram dois
irmãos, que foram os patriarcas das famílias Soares de Albuquerque (v.s.) e
Soares da Cunha. Família originária das ilhas portuguesas estabelecida no Rio
Grande do Sul, para onde passou Manuel Inácio Soares [c.1750, Freg. De São
Salvador da Ilha do Faial -], filho do licenciado André Machado Soares, da Ilha
terceira, e de Teresa de Jesus, da Ilha de São Jorge. Deixou geração, por volta de
1775, com Antônia Maria de Jesus [Rio Grande - 12.10.1809, Porto Alegre, RS],
filha de Antônio Vieira Cardoso e de Maria Inácia de Jesus - patriarcas de uma
das famílias Vieira (v.s.), do Rio Grande do Sul. Ainda no Rio Grande do Sul,
registram-se: I - vinda das ilhas portuguesas, em 1838, a família de João Antônio
Soares, natural da Ilha do Cabo Verde, Portugal, que assinou termo de
declaração, a 04.11.1858, onde informa ter 47 anos de idade e ser casado com
uma brasileira e Ter com ela seis filhos: Manuel, Tomás, Amaro, Júlia, Manuela e
João (Spalding, naturalizações, 110); II - a de José Joaquim Soares, que deixou
um filho no Rio de Janeiro, do seu cas., por volta de 1792, com Maria Angélica
de Faria, e que tornou-se o patriarca de uma numerosa família Soares, no Rio
Grande do Sul; III - Joaquim Rasgado [c.1795, Rio, RJ - a.1897, Rio Grande, RS],
de quem descendem os Rasgados e os Soares, por seu cas. com Constança Maria
de Mesquita [25.04.1798, Rio Grande, RS - 24.02, 1897, Pelotas, RJ], filha de
Manuel Luiz de Mesquita e de Bernarda Maria de Santana. Seus descendentes
foram aparentados, entre outras, com as famílias Borges da Costa, Jansen do
Paço, Dias de Castro, Sodré, Casado, Alterach, Rosa, Viriato de Medeiros,
Rodrigues Pereira, Schlegell, Fernandes Braga, Lang e Miranda Ribeiro. Para a
Paraíba, ver família Eugênio Soares. Importante família de origem portuguesa
estabelecida no Pará, para onde passou Antônio José Soares, nascido a 20 de
Outubro de 1842, em Barreiros, no Minho, Portugal. Deixou numerosa
descendência do seu cas. com Luiza Augusta Fernandes, nascida a 26 de maio
de 1848 e falecida em São Luiz do Maranhão. Entre os descendentes do casal,
registram-se: I - o filho, Domingos Antônio Soares, nascido a 6 de Maio de 1872,
residente em Belém, Pará. Deixou geração do seu cas. com Sophia Morris,
nascida a 9 de novembro de 1870. Filha de James Morris e de Mary Ellen Morris;
II - a filha, Leonor Soares, nascida a 8 de Maio de 1886, em Belém, Pará. Casada
a 18 de Janeiro de 1908, em Belém, Pará, com seu parente Adriano José Soares,
nascido a 30 de Setembro de 1880, em Navarra (Minho). Filho de Alexandre José
Soares, nascido a 7 de Fevereiro de 1835, em Barreiros, Minho, Portugal, e de
Maria Rosa Vieira, nascida a 16 de Julho de 1836, em Navarra (Minho). Com
geração; III - o neto, Alberto Domingos Soares, nascido na Inglaterra, a 26 de
59
setembro de 1896. A 22 de maio de 1914 seus pais registraram o seu
nascimento em Belém, no 1º Cartório do Registro Civil, Livro 120, fls.39.
Auxiliar do Comércio em Belém, Pará. Em 1925, residia à Rua Quintino
Bocayuva, n.º 116, Belém. Deixou geração do seu casamento, em Belém, a 24 de
Setembro de 1925, com Maria José Diniz, nascida a 5 de Outubro de 1897, no
Pará - da importante família Picanço Diniz, ramo da antiga família Picanço (v.s.),
do Pará; IV - o neto, Aloisio Alexandre Soares, nascido a 28 de Outubro de 1915,
em Belém, Pará. Teatrólogo e cronista paraense. Membro da Academia Paraense
de Letras. Linha Indígena: Consideramos nesta linha, a família de Manuel
Pereira da Silva Soares, um sólido lusitano no Rio Madeira, que pertenceu à
Guarda Nacional, e que se estabeleceu no Pará, deixando geração da sua união
com uma índia da tribo dos Tapuiussu, chamada Raimunda Bonita. Foram pais
de Silvino Júlio Soares, casado com Elvira Picanço Diniz, de antiga e tradicional
família do Pará, estabelecida em tempos passados no Macapá - Picanço (v.s.); e
foram avós de Evandro Diniz Soares, nascido a 25 de Fevereiro de 1930, na
Fazenda Santa Cruz, Lagoa Grande da Franca, no Município de Santarém.
Advogado. Funcionário do Banco da Amazônia S/A - BASA. Autor de uma
Monografia sobre Joaquim Marques Lisboa, marquês de Tamandaré, com o qual
foi agraciado com a Medalha de Ouro da Semana da Marinha em 1953.
Sobrenome de inúmeras famílias estabelecidas no Rio de Janeiro. Entre outras,
registra-se a de Custódio José Soares Albuquerque, Cavaleiro Professo na
Ordem de Cristo. Capitão de um dos regimentos de linha da cidade do Rio de
Janeiro. Entre os seus descendentes, registram-se: I - o filho, José Francisco
Soares, coronel do regimento de infantaria do terço de S. José do Rio de Janeiro;
e II - o neto, Antonio José Soares, capitão do segundo regimento do arraial de
Trejano, comarca de Serro Frio, Minas Gerais. Cavaleiro Professo na Ordem de
Cristo. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Teve mercê da Carta de Brasão de
Armas - detalhes adiante. Linha Africana: Sobrenome também adotado por
famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de
Antônia Soares, «parda forra» [da casa do padre Manuel Soares da Rocha], que
deixou geração, em 1693, com Domingos Fernandes, «pardo forro» (Rheingantz, I,
83). Linha de Degredo: Registra-se o Alvará de D. João IV, datado de
02.06.1645, permitindo a Miguel Soares, preso no aljube de Coimbra, por ter
morto, «atrosmente a traisão e aleviosamente», Diogo Lobo, capitão-mor de
Abrantes, a ser levado para o Brasil e cumprir a pena de seis (6) anos de degredo
a que o condenara o juiz eclesiástico, da mesma cidade de Coimbra, E pelo crime
que praticara, visto depois de ter sido mandado enforcar em «estátua» se ter ido
ordenar em Castela, «com reverendas falsas», considerava-o o Rei, desnaturado
dos seus reinos, onde não deveria voltar, sendo privado das temporalidades que
neles tinha». Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa,
a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de André
Soares, cristão novo, médico, natural da vila da Fronteira, morador em Lisboa,
preso duas vezes «por culpa de relaxia». Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no
Terreiro do Paço de Lisboa, a 04.04.1666, a condenação de três (3) anos de
degredo para o Brasil, de Branca Soares, «cristã-nova», natural de Montalvão e
moradora em Lisboa. Esposa de Henrique Lopes, alfaiate; e a condenação de seis
(6) anos de degredo para o Brasil, de Maria Soares, «cristã-nova», natural de
Lisboa. Esposa de Fernão Guterres, mercador. Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco (5)
anos de degredo para o Brasil, de Duarte Rodrigues Soares, «cristão-novo»,
mercador, natural da vila de Trancoso e morador na vila de Celorico. Cristãos
Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à
religião Cristã, a partir de 1497. Ver a família Soares Pereira (Wolff, Dic., I, 188).
60
Família de origem judaico-sefardita, expulsa da Península Ibérica, em fins do
século XV, migrada para o Marrocos, norte da África, de onde passou, no século
XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Faro, Estado do
Pará. A esta família pertence Jacob Soares [- 06.01.1947, Óbidos, PA]. No
Município de Belém, Estado do Pará, registra-se Isaac S. Soares [- 08.08.1917,
Belém, Pará], que deixou geração do seu cas., antes de 1890, com Luna Benjó [ 05.02.1943]. Tiveram, pelo menos dois filhos, entre eles Samuel Soares
[20.05.1890 - 11.10.1956, PA], que deixou viúva e sobrinhos, quando do seu
falecimento (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 52, 145; Wolff, Sepulturas, III,
63). Heráldica: I - um escudo em campo azul, com uma ponte de 3 arcos,
ameiada, de prata, sobre um rio do mesmo aguado do campo, sustendo duas
torres também de prata, uma a cada flanco, e, ao centro um leão de ouro com
uma espada de prata guarnecida de ouro na mão direita, cada torre rematada
por uma águia de negro, coroada do mesmo, suas cabeças afrontadas. Timbre: o
leão do escudo; II - Outros: um escudo em campo vermelho, com uma torre de
prata. Timbre: a torre do escudo; III - Soares de Toledo - detalhes adiante
(Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 131). Século XVI: I - Diogo
Soares - dos Soares de Toledo, do reino de Castela, morador na cidade de Goa.
Brasão de Armas, datado de 23.02.1556. Registrado no Livro V, de Privilégios, fl.
262v: um escudo em campo vermelho, com 2 albarradas de ouro de duas asas
cada uma, cheias de cebolas cecem [açucenas] de sua cor, entre uma banda que
retém pelos cabos duas cabeças de serpes, também de ouro, armadas de azul.
Elmo: de prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife: ouro, vermelho e prata.
Timbre: uma das albarradas do escudo. Neto de Gomes Soares de Toledo
(Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 146). Brasil Heráldico: I - Antonio José
Soares, citado acima, ramo do Rio de Janeiro. Carta de Brasão de Armas de
10.01.1804. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VII, fl. 59 - um escudo com
as armas da família Soares.
61
CALDAS
CICERO CALDAS NETO
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Sobrenome de origem geográfica, tirado do lugar de Caldas, na comarca de
Murias de Paredes, nas montanhas de Leão (Espanha) (Antenor Nascentes, II,
57). Derivado de águas quentes, termais (Anuário Genealógico Latino, IV, 18).
Passou a Portugal na pessoa de Garcia Rodrigues de Caldes (depois Caldas), a
serviço de D. Fernando, rei de Portugal em 1367. Foi Senhor do Solar e vila de
Caldas de Rey. Comendador da Ordem de Cristo (Carrafa, XXI, 62; SB, II, 37;
Gayo, Caldas, Tomo VIII). Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram
com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se
pode considerar que todos os Caldas existentes no Brasil, mesmo procedentes de
Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este
sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do
lugar de Caldas. O mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode
considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Caldas, se estenda
a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, porque não possuem a
mesma origem. Diversos descendentes de Garcia Rodrigues de Caldas, passaram
ao Brasil, entre eles: I - seu quarto neto, Miguel de (Caldas) Souza de Faria,
casado no Brasil (Gayo, Caldas, VIII, § 10); II - seu quinto neto, Gaspar Marinho
Figueirôa, cas, no Brasil, com Maria de Araújo (Gayo, Caldas, VIII, § 29); III - seu
quinto neto, Manuel Pereira de Souza, natural do arcebispado de Braga. Passou
para a Bahia, onde cas., a 08.01.1708, na capela de Guadalupe, no Iguape, com
Mariana Pereira de Araújo, natural da Bahia, filha de Vasco Marinho Falcão
(Gayo, Caldas, VIII, § 50; e Jaboatão, 802). Ainda entre os Caldas, registra-se o
desembargador Manuel Pereira da Silva Caldas, desembargador em Portugal, que
deixou geração do seu cas. com Brites Mariana Rita Francisca de Almeida
Menezes, nascida na Bahia por volta de 1750, filha de Rodrigo da Costa de
Almeida, da importante família Costa de Almeida (v.s.), da Bahia. No Rio de
Janeiro, entre outras, registra-se a de Faustino de Caldas [c.1635 - ?], que deixou
descendência, a partir de 1666, com Maria da Costa (Rheingantz, I, 281).
Heráldica: I - um escudo em campo de prata, 5 ciprestes de verde, postos em
santor. Timbre: um dos ciprestes (Sanches Baena, II, 37). Brasil Heráldico: de
passagem pelo Brasil, registra-se Joaquim de Souza Caldas, natural da freguesia
de Santa marinha de Verdoejo, couto de S. Fins, termo de Monção, arcebispado
de Braga, que foi sargento-mor do terço da guarnicão da praça da Cidade da
Bahia. Brasão de Armas, datado de 16.02.1751. Registrado no cartório da
Nobreza, Livro particular, fl. 12: um escudo com as armas das famílias Souza
(v.s.) e Caldas (v.s.). Filho de Antônio Veloso Caldas, e neto de Alvaro Veloso
Caldas (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 348).
63
MENDES CARTAXO
MARCILIO MENDES CARTAXO
MENDES
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Sobrenome de formação patronímica - o filho de Mendo. Da baixa latinidade
Menendici. Formas antigas: Menendici [Documentada no ano de 1069], Menendizi
[doc. em 1033], Menendiz [Doc. em 897], Meendiz [doc. entre 850-66], e Mendez
(Antenor Nascentes, II, 198). Patronímicos são apelidos que consistem numa
derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de
apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata
de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências
latinas da 2ª declinação. Assim, por evolução fonética temos no português
medieval -ez (escrito -es, porque átomo) -iz, -az (escrito -as, quando átono). Por
exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou
Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Entre tantas, registra-se
uma família Mendes procedente da casa real de Celanova, em Galiza [Espanha],
sendo seu tronco o rei godo Egica. Em Portugal, o rei D. Manuel I concedeu
carta de brasão de armas, em 1520, a Manuel Mendes, valoroso em Tanger
(Antenor Nascentes, II, 65). Brasil: Assim como os demais patronímicos antigos Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se, desde os
primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. No Rio de
Janeiro, entre as quase 50 famílias deste apelido, nos séculos XVI e XVII, temos:
Gaspar Mendes (c.1567-); Gregório Mendes (c.1566-); os Mendes Leão, Mendes
Pimentel, Mendes da Silva e Mendes Simões (todos séc. XVII); etc. Todas
deixaram geração (Rheingantz, II, 585-597). Em São Paulo, entre as mais
antigas, a de André Mendes, morador em Santos, em 1571, que deixou geração
de seu cas. com Isabel Afonso. Além deste: Jorge Mendes (1543, S. Vicente) e
Francisco Mendes (1544, S. Vicente) (AM, Piratininga, 115). Antiga família
estabelecida no Estado do Pará, procedente de Pedro Mendes Thomaz, CapitãoMor e Governador do Estado do Pará. Deixou geração do seu cas., com Maria, de
quemdescendem alguns Oliveira Pantoja, por casamento de sua neta, Tereza
Maria de Athaíde, no século XVIII, com Manuel de Oliveira Pantoja, bisneto de
Jerônimo Fernandes de Oliveira Pantoja, patriarca desta família (v.s.). Em Minas
Gerais, entre outras, registra-se a família de Francisco Mendes de Carvalho, que
deixou numerosa descendência, na região de Juiz de Fora, do seu cas. com Ana
Mendes de Carvalho. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho,
Dr. Onofre Mendes, nascido em 1873, em Santo Antônio da Pedra, MG, e falecido
a 6 de Outubro de 1943, em Juiz de Fora. Titular do Cartório do 1º Ofício do
Registro de Títulos e Documentos, em Juiz de Fora. Empresário. Seu nome foi
dado a umas das ruas de Juiz de Fora. Foi casado na importante família
Monteiro de Barros (v.s.), de Minas Gerais; II - o neto, Onofre Mendes Filho,
nascido a 19 de Abril de 1899, e Juiz de Fora. Bacharel em Direito. Professor
catedrático de Direito do Trabalho na Faculdade de Direito da Universidade do
Brasil, no Rio de Janeiro, e na Faculdade de Direito de Belo Horizonte, Minas
Gerais. Em Fevereiro de 1946 foi nomeado Procurador Geral do Estado de Minas
Gerais. Deixou geração do seu cas. com Maria Gontijo; III - o neto, o renomado
poeta Murilo [Monteiro] Mendes, nascido a 13 de Maio de 1901, em Juiz de Fora e
falecido em 1975, em Lisboa. Escritor e poeta modernista. Exerceu o cargo de
escrivão da 4ª Vara de Famílias no foro do Rio de Janeiro. Adido cultural da
Embaixada brasileira em Roma (1959), onde ocupou o cargo de Professor de
Literatura Brasileira, na Universidade de Roma. Professor de literatura em Pisa
(Itália). Foi eleito personalidade juiz forana de 1972. Em 1973, foi laureado com o
Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina. Publicou em 1930 seu primeiro
livro, “POESIAS”, com o qual conquistou o “Prêmio Graça Aranha”. Publicou,
posteriormente, entre outros: História do Brasil (1932); Tempo e Eternidade, em
colaboração com Jorge de Lima (1935); A Poesia em Pânico (1938); O Visionário
(1941); As Metamorfoses (1944); Mundo Enigma (1945); Poesia Liberdade (1947;
65
Contemplação de Ouro Preto (1954); etc. Foi casado com uma filha do escritor,
literato, historiador e jornalista português, Dr. Jayme Zuzarte Cortezão [18841960]; IV - o neto, José Maria Monteiro Mendes, nascido em 1905, em Juiz de
Fora. Comerciante. Micro empresário como proprietário de drogaria. Titular do
Cartório do 1º Ofício do Registro de Títulos e Documentos, em Juiz de Fora.
Presidente do Club Juiz de Fora 1949/1950 e do Rotary Club de Juiz de Fora de
1954 a 1955; V - o bisneto, José Guilherme Gontijo Mendes [07.04.1922,
Pitangui, MG -], economista, jornalista e escritor. Diplomado pela Faculdade de
Ciências Políticas e Sociais do Rio de Janeiro [1945]. Redator de O Jornal [RJ1947]. Correspondente dos Diários Associados na Europa. Realizou diversas
missões jornalísticas nas Américas, Europa e Ásia para os jornais O Globo e
Correio da Manhã [RJ], e revista Manchete. Fundador e redadtor-chefe da revista
Módulo, RJ. Membro da Associação Brasileira de Imprensa. Para o Acre, destaque
para Francisco Alves Mendes Filho, dito Chico Mendes [1944, Porto Rico, AC 1988, Xapuri, AC], sindicalista e líder seringueiro. Desde jovem foi ativo
ecologista; em 1977 fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e em
1982 tornou-se seu presidente. Em 1978, elegeu-se vereador. Celebrizou-se ao
receber o prêmio Global 500 da ONU pela sua luta contra a destruição da
Amazônia. Morreu assassinado e foi feito um filme nos E.U.A. sobre sua vida
[Enciclopédia Delta-Koogan]. Linha Africana: Sobrenome também usado por
famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de
Francisco Mendes Simões, nasc. Rio, que deixou geração, por volta de 1680, com
Brites Mendes, «crioula» [c.1655, Rio, RJ - 1721, Rio, RJ], por onde segue este
sobrenome (Rheingantz, I, 266). Ainda no Rio de Janeiro, entre muitas, a família
de Lourenço Mendes, "pardo forro", que deixou geração do seu cas., por volta de
1710, com Magdalena Carvalho, "parda forra". Foram pais de Inácia Mendes,
natural de São Gonçalo, "parda liberta", que contraiu matrimônio, a 10.04.1734,
em São Gonçalo, com João Cabral, "pardo liberto", natural de Santo Antônio de
Sá, RJ, filho natural de Manuel Cabral, pardo forro, e de Romana, "preta
escrava". Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o
batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, a
descendência de Gregório Mendes [c.1569-a.1617], chefe da família Mendes da
Costa (v.s.), do Rio de Janeiro, quase toda ela denunciada em autos-de-fé, entre
1634 e 1735, acusados de serem cristãos-novos (Wolff, Dic., I, 114; VI, 10).
Ainda, no Rio de Janeiro, ver a família Mendes da Silva. Em São Paulo, entre as
mais antigas, a de Tristão Mendes, nat. de Bragança, «cristão novo», tabelião em
S. Vicente (1549), que deixou geração de seu cas. com Violante Dias, «cristã
nova» (AM, Piratininga, 114). Registra-se, por exemplo, Abraham de Jacob
Mendes de Leon [c.1759- ?], que foi casada, em 1784, com Sara de Davi Sarphati
Pina, terceira neta de Aharon Sarfatti, patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de
Pernambuco (Wolff, VI, 17). Sobrenome de algumas famílias de origem
judaicaestabelecidas no Brasil, durante o período holandês [Pernambuco], à qual
pertencem: Abraham Mendes, documentado em 1646 e 1647; Baltazar Rodrigues
de Mendes, em 1649; Davi Mendes, documentado nos anos de 1648 [signatário
do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife] e 1651; Issac Mendes, sua
mãe e seu irmão, em 1648; Isaac Franco Mendes, em 1643 e 1644; Israel Levy
Mendes, em 1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife];
Jacob Mendes, sua mãe e seu irmão, em 1648; Jacob Franco Mendes, de 1644 a
1648 [signatário do estatuto da Congregação Tsur Israel, no Recife], 1649 e 1651;
Joseph Jesurun Mendes, 1644, 1648 [signatário do estatuto da Congregação
Tsur Israel, no Recife], 1651 e 1654; Miguel Rodrigues Mendes, de 1637 a 1642,
1647 e 1654; Moses Mendes, em 1644 (Wolff, Brasil Holandês, 58). Família de
origem judaico-sefardita, expulsa da Península Ibérica, em fins do século XV,
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migrada para o Marrocospara o Marrocos, norte da África, de onde passou, no
século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Parintins,
Estado do Amazonas, à qual pertencem: Sol Mendes, que deixou geração. Mãe de
Salomão Mendes; e Estrella Sol Mendes [ - 21.09.1928, Parintins], Miryan Sol
Mendes [- 03.03.1931, Parintins] e Alberto Mendes [- 11.01.1938, Parintins]
(Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 53, 170). Aquele Salomão Mendes, acima,
parece ser o mesmo que veio a falecer em Belém [13.01.1896 - 11.11.1062,
Belém], deixando viúva, filhos, irmão, genro e netos (Wolff, Sepulturas, III, 95).
Nobreza Titular: Joaquim Eloy Mendes, foi agraciado, por Decreto de
27.06.1888, com o título de barão da Varginha. Heráldica: I - um escudo
partido: na primeira parte, em campo vermelho, um braço armado de prata,
empunhando uma espada do mesmo guarnecida de ouro, com a ponta para
baixo, enfiando um broquel do mesmo; na segunda, toda em campo de ouro.
Timbre: o braço do escudo; II - Outros: um escudo em campo [desconhece-se o
esmalte] três pássaros de [desconhece-se o esmalte], os dois do chefe,
afrontadas; III - Mendes de Tanger: um escudo cortado: o primeiro, em campo
azul,com um muro ameiado, flanqueado por duas torres de prata, lavrado e
aberto de negro; o segundo, de vermelho, com uma cabeça de mouro cortada e
toucada de prata; partido também de vermelho, com três lanças de prata,
hasteadas de ouro,ensarilhadas pelos ferros. Timbre: a cabeça de mouro do
escudo (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 28).
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CARTAXO
Família estabelecida na Bahia, em fins do séc. XIX, à qual pertence Manuel de
Oliveira Cartaxo, proprietário, em 1898, de uma Alfaiataria, na rua do Corpo
Santo, n.º 47, Salvador, Bahia. Sobrenome de uma família, de origem
portuguesa estabelecida na Paraíba, à qual pertencem: I - o português Joaquim
Antônio Cartaxo, que deixou geração do seu cas., por volta de 1836, com Ana
Josefa de Jesus. Foram pais do Dr. Antônio Joaquim do Couto Cartaxo [c.1838,
Cajázeiras, PB - 18.08.1872], bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito do
Recife, PE [1862], advogado. Foi o primeiro Juiz Municipal de Cajazeiras, tendo
instalado o respectivo termo em 1864. Juiz Municipal de Milagres, no Ceará.
Deputado Provincial pelo Ceará e pela Paraíba. Deputado à Constituinte Nacional
de 1891. Deputado Federal na primeira legislatura (A. Nóbrega, Bacharéis, 49); II
- Alberto Guarita Cartaxo [02.01.1892, João Pessoa, PB -], agrônomo, diplomado
pela Escola Nacional de Agronomia [1914]. Gerente das plantações de café Chico
Batista Cia, em Jabuticabal, SP [1916-1922]. Asistente agrônomo do Patronato
Agrícola José Bonifácio [1922-1923]. Professor de Química Toxicológica da Escola
de Farmácia. Gerente da plantação café Leão Júnior Cia. em Jacarezinho, Paraná
[1929-39]. Deputado Estadual, PR [1934]. Professor de Química Agrícola na
Escola Superior de Agricultura de Lavras, MG e diretor desde 1945. Redator de O
Agricultor.
68
MEDEIROS
HAROLDO PAULINO DE MEDEIROS
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Sobrenome de origem geográfica. No Minho, medeiro é o lugar onde há medas de
milho (Antenor Nascentes, II, 196). De medas, agrupamento de feixes de palha ou
trigo, dispostos numa forma quase crônica, a que serve de eixo vertical e de ponto
de apoio uma vara revestida superiormente de palha bem amarada e posta de
forma a desviar a chuva para os lados (Anuário Genealógico Latino, IV, 24).
Montão de molhos de trigo ou centeio sobrepostos de maneira que formem
aproximadamente um cone; (fig.) montão; agrupamento; adj. relativo à Média, aos
medos (Silveira Bueno, Dic. Escolar, 838). No Rio de Janeiro, entre as mais
antigas, a de Bento de Medeiros, que deixou geração do seu cas., c.1612, com
Isabel de Paris (Rheingantz, II, 579). Rheingantz registra mais 6 famílias com este
sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio
de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Amador de Medeiros,
tabelião em S. Paulo (1554), morador em Santos (1572), que deixou geração (AM,
Piratininga, 114). No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Antônio de
Medeiros [da Ilha de São Miguel], fal. antes de 1761, filho de João de Medeiros.
Deixou geração, em 1738, na Colônia do Sacramento, com Antônia de Jesus [de
Lisboa]. Em Minas Gerais, entre outras, registra-se a do Capitão Pedro de
Medeiros Caetano dos Reis [Portugal- 1797, MG], Juiz de Órfãos, Vereador.
Deixou descendência - 10 filhos - de seu cas., 1770, S. João d’El Rei, com
Francisca Tomásia Pereira de Castro (SC - Efemérides, 329). No Rio Grande do
Norte, na região do Seridó, a numerosíssima família dos Medeiros, procedente
dos irmãos Rodrigo e Sebastião de Medeiros que, no começo do séc. XVIII, vieram
de Portugal e se fixaram nas margens do Rio Sabugi, no atual município de Santa
Luzia (Anuário Genealógico Brasileiro, I, 404). Em Pernambuco, entre as mais
antigas, a de Tomaz Pereira de Veras [c.1666, Porto- ?], que passou à
Pernambuco, com sua esposa, Joana da Costa Medeiros, do Porto, onde
deixaram geração (Borges da Fonseca, I, 93, 343). Linha Africana: Sobrenome
também adotado por famílias de origem africana. No Rio Grande do Sul, a de
Ana Maria de Medeiros, «preta forra», cas., 1801, Rio Grande, com João Pedro,
«preto forro» (L.º3.º, fl.28). Sobrenome também adotado por famílias de origem
africana. No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de Ana Maria
de Medeiros, «preta forra», casada a 26.05.1801, no Rio Grande, RS, com João
Pedro, «preto forro». Destaque: Maurício Campos de Medeiros [1885, Rio de
Janeiro, RJ - 1966, idem], médico, político e escritor. Especialista em psiquiatria,
foi catedrático da Faculdade Nacional de Medicina (1929-1966) e diretor do
Instituto de Psiquiatria (1946-1955). Três vezes deputado federal, e ministro da
Saúde nos governos Nereu Ramos e Juscelino Kubitschek. Deixou numerosa
produção científica. Foi membro da Academia Brasileira de Letras [Enciclopédia
Delta-Koogan]. Heráldica: um escudo em campo vermelho, com cinco cabeças e
pescoços de águia, de ouro. Timbre: uma águia sainte de vermelho, bicada e
armada de ouro (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 25).
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PEREIRA DE OLIVEIRA
ADERALDO PEREIRA DE OLIVEIRA
PEREIRA
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Sobrenome de origem toponímica, tomado da propriedade da família. De
pereira, subst. Comum - árvore frutífera da família das Rosáceas (Antenor
Nascentes, II, 240; Aurélio, Pequeno Dic. Da Ling. Portug., 918). Da árvore
pereira (Anuário Genealógico Latino, IV, 26). Procede esta família do conde D.
Forjaz Bermudez, neto do conde D. Mendo (irmão de Desidério, último rei dos
Longobardos, da Itália) e de sua mulher D. Joana de Romais, neta de D. Fruela I,
fal. em 768, rei de Astúrias. Seu descendente Gonçalo Rodrigues Frolaz passou
a Portugal, no tempo de D. Sancho I, fal. em 1211, 2.º rei de Portugal. O conde
D. Gonçalo Pereira, seu neto, foi um dos grandes senhores portugueses, tão rico
e poderoso que num dia fez, de presente, 70 cavalos a fidalgos seus amigos. Foi
avô do grande condestável D. Nuno Alvares Pereira, ascendente da dinastia
bragantina em Portugal e dos imperadores do Brasil. O solar da família foi a
quinta de Pereira, donde tomaram o sobrenome, junto ao rio Ava, em terra de
Vermoim (Anuário Genealógico Latino, I, 75). Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário
das Famílias de Portugal, trata da antigüidade desta família, onde informa
trazerem por Armas, um escudo em campo vermelho com uma cruz de prata
florida e vazia do campo; sendo o primeiro a usá-las, D. Rodrigo Forjaz «o mosso
por se achar na batalha de Navas de Tolloza, no anno de 1212 no qual dia
apareceu no Céu hua Cruz vermelha semilhante a de Calatrava aberta no meyo, e
florida a q.al m.tos Cavalheiros dos q alli se achavão tomarão por Armas; o pr.º q
se appellidou Pr.ª foi D. Ruy Gomes Per.ª f.º de D. Gonçallo Rz Palmeira o qual se
passou a Portugal no tempo do Rey D. Sancho, e netp de D. Rodrigo Forjaz de
Trastamara, e por viver na q.ta de Pr.ª junto ao Rio do Ave em Terra de Vermoim q
ficou sendo o Sollar a seus descendentes [..] achou-se com seu Pay em m.tas
batalhas e foi Sr, do Castello de Lanhozo.». Deixou numerosa descendência dos
seus dois casamentos: o primeiro, com Inêz Sanches; e o segundo, com Sancha
Henriques de Portocarreiro. Entre os descendentes de Rui Gonçalves Pereira, o
patriarca desta família em Portugal, registram-se: I - o neto, D. Pedro Homem,
que Felgueiras Gayo dá como o patriarca da família Homem, em Portugal; II - o
quarto neto, D. Pedro Álvares Pereira, Prior do Crato. Mestre de Calatrava-mor
na batalha de Aljubarrota, seguindo o partido do Rei D. João I de Castela, em
1385; III - o quarto neto, o famoso D. Nuno Álvares Pereira [1360-1431],
Condestável de Portugal, conde de Barcelos no tempo do Rei D. João I; IV - a
oitava neta, Violante Pereira, matriarca da importante família Sodré Pereira
(v.s.), com ramificações na Bahia e no Rio de Janeiro, por seu casamento, por
volta de 1499, com Francisco Sodré, neto de Fradique Sodré, patriarca desta
família Sodré (v.s.), em Portugal; V - o nono neto, Manuel Coutinho Pereira,
Moço Fidalgo da Casa Real, a quem o Rei D. João III deu 400$000 de Juro e
Herdade em satisfação de terras que lhe tomou na Bahia de Todos os Santos, por
Padrão de 16.08.1530; VI - o décimo segundo neto, Coronel Francisco Sodré
Pereira [c.1623 - 1669, RJ], patriarca da família Sodré Pereira (v.s.), do Rio de
Janeiro; VII - o décimo terceiro neto, Jerônimo Sodré Pereira [1631, Águas Belas,
Lisboa - 1711], patriarca dos Sodré Pereira (v.s.), da Bahia, onde se estabeleceu,
por volta de 1661. Mestre de Campo. Moço Fidalgo da Casa Real [1676].
Provedor da Santa Casa de Misericórdia; VIII - o décimo nono neto, Manuel
Pereira, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 08.08.1641; IX
- a décima nona neta, Inez de Menezes (Pereira), que deixou geração do seu cas.
com Jerônimo Fragoso de Albuquerque, descendente de Gaspar Álvaro Fragoso
[1553, Lisboa - a.1614], patriarca desta família Fragoso de Albuquerque (v.s.), de
Pernambuco; X - a vigésima primeira neta, Luiza Clara de Portugal, que foi
casada com Gomes Freire de Andrade, Capitão-General e Governador do Estado
do Maranhão; e XI - o vigésimo neto, Bernardo Pereira de Berredo, que foi
Governador e Capitão-General do Estado do Maranhão. Além destes antigos
72
Pereiras, Felgueiras Gayo trata de outra família com o mesmo sobrenome, sem,
no entanto, estabelecer uma ligação com a anterior. São os Pereira de Penedoso,
que principia em Luiz Pereira «graduado pella Universidade de Coimbra, Fidalgo
Cav. da Caza Real com moradia de 20 mil reis por Alvara de 1606 e Conselheiro
da Fazenda.». Entre os descendentes deste Luiz Pereira, registra o quinto neto,
Miguel Pereira Pinto, Fidalgo da Casa Real. Ouvidor e Intendente Geral. Provedor
dos defuntos e ausentes de Mato Grosso e Cuiabá. Brasil: Em São Paulo, entre as
mais antigas, registra-se a família do sapateiro Cristóvão Pereira, fal. 1622, que
deixou geração de seu cas., c.1607, com Isabel Martins (AM, Piratininga, 136).
Antigüidade: Um dos mais antigos indivíduos com este sobrenome, relacionado
com o Brasil, foi o donatário Francisco Pereira Coutinho, O Rusticão, sobre o
qual, escreveu o Prof. Gilson Nazareth, em sua Tese de Doutorado «O Imaginário
Fidalgo de Uma Sociedade Burguesa [p.100]»: “Moço Fidalgo por alvará de
26.02.1498. Comoanheiro de Vasco da Gama e Francisco de Almeida. Veio na
armada de Pedro Alvares Cabral na descoberta do Brasil. Em 21.01.1521 foi
nomeado Capitão de Goa. Em 1534 recebeu carta de Cavaleiro Conselho de D.
João III. Era velho quando tomou posse da capitania a qual veio povoar com 8
navios e se indispôs com os Tupinambás. A população indígena se revoltou e
destruiu sua residência em Vila Velha tendo este falecido, então, em 1549,
devorado pelos canibais da ilha de Itaparica. Filho de Afonso Pereira, Caçador-mor
D’El Rei D. Afonso V e de D. Catarina Coutinho, filha do 2.º Conde de Marialva
pelo segundo leito. Daí vem um seu parentesco muito distante com Vasco
Fernandes Coutinho. Casado com sua prima Margarida de Lacerda, filha de
Reimão Pereira e Isabel Pereira (há autores que contestam o sobrenome e fliação
de sua mulher). Pais de filho único, Manuel Coutinho Pereira, Moço Fidalgo em
18.02.1534. 2.º Capitão Donatário da Bahia. 1.º Administrador do Morgado da
Redizima na Bahia. Falecido em 1658. [..]. Não pertence à alta nobreza mas com
algum sangue desta. Guerreiro na Índia e do Conselho D’El Rei em Portugal.” Na
Bahia, entre as mais antigas, está a família de Baltazar Pereira [1541, Ponte de
Lima - ?], filho de Gabriel Rodrigues Pereira e de Isabel Dias. Comerciante em
Lisboa, moço da Câmara Real, passou à Bahia em 1560, por interesses
comerciais, onde tornou-se abastado senhor de terras. proprietário do engenho
Cruz da Torre, em Cotegipe - o mesmo que pertenceu aos Pereira Soares (v.s.),
adquirido por compra, ainda em Lisboa, a Jorge Gomes Lamego. Em 1589 já o
engenho era vendido, por 32 mil cruzados, a Antonio Vaz, regressando Baltazar a
Lisboa no ano seguinte com esposa e filhos [Afonso Costa - Genealogia Baiana,
Catálogo de Jaboatão, n. 393]. O mesmo engenho, depois, foi adquirido de
Antonio Vaz, pelos Pereira Soares. Deixou geração de seu cas. com Maria de Melo
de Vasconcelos, das famílias Oliveira Carvalhal e Melo de Vasconcelos, da Bahia.
Ainda, na Bahia, com ramificações em São Paulo, cabe registrar a família de José
Olympio Pereira [29.03.1868, BA - 19.02.1945, São Paulo, SP], que transferiu sua
residência para o Município de Batatais, SP, onde casou com Rita de Oliveira
[24.10.1884, Batatais, SP -]. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o
filho, José Olympio Pereira Filho [10.12.1902, Batatais, RJ - 1990, Rio, RJ],
importante editor e livreiro, no Rio de Janeiro. Em 1931, inaugurou em São
Paulo, a livraria-editora que tem seu nome: José Olympio, transferindo-a, em
1934, para o Rio de Janeiro. Em 1984, vendeu a Editôra, permanecendo, porém,
na sua presidência até a sua morte. Deixou geração [dois inco filhos] do seu cas.,
a 31.12.1933, em São Paulo, com Vera Pacheco Jordão [05.11.1910, Paris,
França -], jornalista. Professora assistente de um curso de literatura norteamericana na Universidade do Rio de Janeiro, terceira neta do Tenente Elias
Antônio Pacheco e Silva [c.1773 - 1835], patriarca da família Pacheco Jordão
(v.s.), de São Paulo; II - o filho, Daniel Joaquim Pereira [1914, Batatais, SP 73
1991, Rio, RJ], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão;
III - o filho, Antônio Olavo Pereira [1913, Batatais, SP -], colaborador na Editôra
José Olympio, propriedade de seu irmão;IV - o filho, Gabriel Atos Pereira [1918,
Batatais, SP - 1990, Rio, RJ], colaborador na Editôra José Olympio, propriedade
de seu irmão;V - o filho, Flávio Augusto Pereira [1926, Batatais, SP -],
colaborador na Editôra José Olympio, propriedade de seu irmão. Para o Estado
do Piauí, entre outras, registra-se a família do Coronel José Luiz Pereira, natural
do Maranhão. Deixou importante descendência do seu cas. com Maria de Jesus
Rodrigues de Miranda, natural de Campo Maior, PI. Seus descendentes
espalharam-se pelo Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio de
Janeiro. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Luiz
Pereira [19.08.1901, Campo Maior, PI - 21.04.1969, Esperantina, PI], funcionário
público. Deixou geração do seu cas. com Santilha Sampaio [18.01.1901, Barros,
PI - 13.09.1952, Esperantina, PI], filha do Tenente José Vicente de Sampaio,
falecido na década de 20, e de Laudelina Roza Coelho de Rezende, falecida na
década de 30, no Município de Esperantina, PI, e descendente de antiga e
tradicional família do Piauí; II - o neto, o deputado Themistocles de Sampaio
Pereira [12.11.1921, Esperantina, PI -], advogado, formado em Contabilidade pela
Escola de Comércio do Rio de Janeiro. Linha Africana: Sobrenome também
adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do Sacramento, entre
outras, registra-se a de Domingos Pereira, «preto forro» [nasc. em Angola], cas.,
1765, Colônia do Sacramento, com Maria Ana Josefa dos Prazeres, «preta forra»
[nat. Banguela] (Rheingantz,Col., 2). Cristãos Novos: Sobrenome também
adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497.
Em Pernambuco, há a família de João Pereira, por parte de sua esposa, Violante
Fernandes, filha de Diogo Fernandes, patriarca da família Fernandes (v.s.), de
cristãos novos, em Pernambuco (Wolff, Dic., I, 68, 155). Linha de Degredo:
Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do Hospital de Todos-os-Santos de
Lisboa, a 19.11.1606, a condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de
Ana Pereira, também conhecida por Durzianna Fernandes, cristã velha, natural
de Portalegre e moradora em Água de Moura, termo de Palmela, por ter casado
segunda vez (bigamia), estando vivo o primeiro marido». Registra-se a Carta de
D. Felipe III, datada de 20.07.1622, endereçada ao regedor Manuel de
Vasconcelos, em reposta a outra do dia 5 de julho, tratando do perdão que, pelo
Desembargado do Paço, se concedera a José Pereira da pena de morte, que
merecia por ter sido encontrado fora do degredo perpétuo no Brasil, em que fora
condenado. Para estudar esta matéria, nomearia o regedor seis desembargadores
que deveriam, por escrito, dar o seu parecer, devendo ser tudo enviado ao rei com
o parecer do regedor. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de
Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil,
de João Pereira, estudante, solteiro, filho de João Baptista Chaves, de Lisboa, por
crime de sodomia (perversão sexual). Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no
Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de três (3) anos de
degredo para o Brasil, de Isabel Pereira, meia cristã-nova, natural de Campo
Maior, onde morava. Esposa de Manuel Lourenço, artilheiro. Heráldica: I - um
escudo em campo vermelho, com uma cruz de prata florenciada e vazia. Timbre:
uma cruz florenciada de vermelho, ladeada de duas asas de ouro (Armando de
Mattos - Brasonário de Portugal, II, 71); II - Rodrigo Forjaz de Trastamara c.1212: as armas dos Pereiras (Felgueiras Gayo, § título); III - Damião Pereira Brasão de Armas de 21.10.1532: um escudo com as armas dos Pereiras.
Diferença: uma brica de ouro; IV - Diogo Alves Pereira - Brasão de Armas de
11.10.1543: um escudo com as armas dos Pereiras. Diferença: um trifólio de
ouro, picado de verde. Brasil Heráldico: V - Eduardo Pereira, natural da cidade
74
de Macau, Proprietário. Desconhecemos se esteve no Brasil. Filho de Antonio
Pereira, era fidalgo da Casa de Sua Majestade do Brasil, no século XIX, e de
Aurélia Suzana Mendes. Neto paterno do conselheiro Manuel Pereira, também
fidalgo cavaleiro da mesma Imperial casa do Brasil, e de Rosa Viana. Eduardo,
teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 20.05.1859. Registrado no
Cartório da Nobreza, Livro IX, fl. 25: um escudo partido empala: na primeira as
armas da família Pereira (v.s.); e na segunda, as armas da família Viana (v.s.)
(Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 156); VI - Félix Pereira da Piedade,
natural da Bahia. Sargento-Mor da cavalaria da cidade de Salvador, BA. Teve
mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 17.10.1769. Registrada Cartório
da Nobreza, Livro I, fl. 114v: um escudo partido em pala: na primeira, as armas
da família Pereira (v.s.); e na segunda, as armas da família Silva (v.s.). Filho do
Capitão Gregório Pereira e de Úrsula das Virgens (Sanches de Baena, Archivo
Heráldico, I, 163).
75
OLIVEIRA
76
Sobrenome de origem toponímica, tomado à alguma propriedade onde se
cultivam oliveiras. De oliveira, subst. comum (Antenor Nascentes, II, 223). Vem
esta família de Pedro de Oliveira, que foi o primeiro com este sobrenome, cujo
filho Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga, instituiu em 1306 o morgado
de Oliveira, em seu irmão Mem Pires de Oliveira. Foi seu solar na freguesia de
Santiago de Oliveira, donde esta família tomou o sobrenome, no concelho de
Lanhoso. No tempo de D. Diniz I, rei de Portugal em 1281, já era «família antiga,
ilustre e honrosa», como consta dos livros de inquirições desse rei (Anuário
Genealógico Latino, I, 72). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de
Bento de Oliveira [- 1657, RJ], que deixou descendência do seu cas. no Rio, em
1617, com Ana de Sampaio, n. no Rio, onde fal. em 1654 (Rheingantz, III, 35).
Rheingantz registra mais 47 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII,
que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Antiga e importante
família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, com ramificações na
Vila de Santos, SP, à Angra dos Reis, RJ, que teve princípio no Cap.-Mor de São
Vicente (1538) Antônio de Oliveira, de Portugal, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real,
primeiro lugar tenente do Donatário Martim Afonso de Sousa [1538-1542 e
1549-1552]. Deixou vasta descendência, do seu cas., em Portugal, com Genebra
Leitão de Vasconcellos, n. em Portugal. Deste casal descendem os Oliveira Gago.
Entre seus descendentes, registra-se Matias de Oliveira Lobo, de quem
descendem os Oliveira Lobo (v.s.), de São Paulo. Ainda em São Paulo, de origem
portuguesa, a importante família de Rafael de Oliveira, «o Velho» [1572, Portugal
- 1648, SP], filho de Maria Gonçalves. Deixou numerosa descendência de seus
dois casamentos: 1.º, com Paula Fernandes, com a qual teve seis filhos,
abastados fazendeiros no sertão de Jundiaí; e 2.º, com Catarina de Figueiredo
d'Horta [- 1621, SP], matriarca de um dos ramos da família Horta (v.s.), de São
Paulo, que por este casamento, descendem os Oliveiras e os Oliveira Horta (v.s.),
de São Paulo. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Domingos
Fernandes de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1734, na Colônia do
Sacramento, com Quitéria Maria de Santo Inácio. Ainda, no Rio Grande do Sul, a
importante família Souza de Oliveira, à qual pertence Francisco de Souza de
Oliveira [c.1730, Colônia do Sacramento -04.10.1792, em sua estância em
Gravataí, RS]. Era irmã de Eufrásia Maria de oliveira, que por seu casamento foi
a matriarca da família Gomes de Carvalho (v.s.), do Rio de Janeiro. Francisco de
Souza de Oliveira deixou numerosa descendência do seu cas., a 27.01.1766, em
Viamão, RS, com Rosa Maria Seria [c.1751, Rio Grande, RS -], filha do Capitão de
dragões Antônio Pinto da Costa e de Teodósia Maria de Jesus. Foram
antepassados, entre outros: I - do neto, o conselheiro Cândido Batista de
Oliveira [08.02.1801, Porto Alegre, RS -], Professor da Escola Politécnica do Rio de
Janeiro. Diretor da Revista Brasileira, em sua 1ª fase, de 1857 a 1861. Ministro
de Estado). Deixou geração do seu cas. com Ana Chagas; II - a neta, Antônia
Cândida de Oliveira [c.1813, Porto Alegre, RS -[, cas. com o alferes Marco Antônio
de Azeredo Coutinho Ramos de Montaury, da importante família Montaury (v.s.);
III - o bisneto, Luiz Plínio de Oliveira [06.07.1834 - 24.05.1909], que por seu
casamento, tornou-se patriarca da família Torres de Oliveira (vs.), do Rio de
Janeiro. Em Goiás, entre outras, registra-se a do alf. Luiz Antônio de Oliveira,
nat. do Porto, que deixou geração, em Pirinópolis, do seu cas., por volta de 1775,
com Maria Teodora do Nascimento, meiapontense (JJ., Pirinópolis, II, 259). Na
Paraíba, entre as mais antigas, a de João Gonçalves, que deixou descendência
do seu cas. com Beatriz de Oliveira, nat. da Paraíba, do princípio do séc. XVII. Em
Pernambuco, entre as mais antigas, a de Julião de Oliveira, nat. de Lanhoso,
Guimarães (Portugal), que teve mercê do Hábito da Ordem de Aviz [1649], pelos
serviços prestados em Pernambuco. Deixou geração do seu cas., em Porto Calvo
77
(PE), com Maria de Abreu, filha de Francisco Camelo de Andrade. Em Minas
Gerais, entre muitas, a do Guarda-Mor João Batista de Oliveira [Freg. de Santa
Luiza, Portugal -], filho de Romão Dias, nat. de Portugal, e de Catarina Batista de
Jesus, nat. da Vila de Santa Cruz, na Ilha da Madeira. Deixou numerosa
descendência, por onde correm os sobrenomes Oliveira e Oliveira Fontoura, em
Minas Gerais, do seu cas., c.1745, com Ana Rosa da Fontoura, nat. da Freg.ª de
N.S. do Rosário do Recife, Pernambuco. Filha de Manuel Pinheiro e de Inês
Rodrigues de Oliveira Fontoura, patriarcas da família Pinheiro da Fontoura (v.s.),
de Minas Gerais. Foram pais, entre outros, de Belchior Pinheiro de Oliveira
[06.01.1748, Vila do Príncipe [(Serro), bisp. de Mariana, MG -], que serviu de
Escrivão da Comarca dos Diamantes do Serro do Frio. Na Bahia, entre muitas,
ver a família Oliveira Junqueira. Linha Indígena: No Rio de Janeiro, entre
outras, registra-se a de Mateus de Oliveira, que deixou geração, por volta de
1662, com Catarina, «índia da terra» (Rheingantz, III, 40). Linha Africana:
Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do
Sacramento a de José de Oliveira, «pardo forro» [filho de Gonçalo de Oliveira e de
Luzia, sua escrava], que deixou geração, em 1754, com Eugenia Maria «parda
forra» [filha de João Francisco e de Antônia de Souza, «preta forra»]
(Rheingantz,Col., 3). Em Minas Gerais, por exemplo, Alexandre Patrício de
Oliveira, «pardo forro», nat. de S.J. d’El-Rei, filho de Domingos Rodrigues de
Oliveira e de Serafina Cordeiro, deixou 5 filhos, nascidos em Campanha (MG), de
seu cas. com Inácia Pereira «parda forra», filha de Francisco Pereira de Mendonça
e de Vicência Maria de Andrade (Monsenhor Lefort - Campanha). Linha Natural:
Em São Paulo, por exemplo, Antônio Tomaz de Oliveira, nat. de Guaratinguetá,
«filho natural» de Maria Antônia de Jesus, foi cas. em 1813, Itajubá (MG), com
Maria Antônia da Silva, nat. de Guaratinguetá (Monsenhor Lefort - Itajubá).
Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo
forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 146). Registra-se, por
exemplo, Rachel de Eliau Jesurun d'Oliveira [c.1727-], que foi casada, em 1749,
com Davi de Aron de Samuel Sarphati Pina, bisneto de Aharon Sarfatti,
patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de Pernambuco (Wolff, VI, 17). Linha de
Degredo e Cristão Novo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do
Convento de São Domingos de Lisboa, a 09.01.1633, a condenação de quatro (4)
anos de degredo para o Brasil, de Catarina de Oliveira, cristã nova, natural de
São Martinho, Couto de Alcobaça, moradora em Lisboa, por se casar segunda vez
(bigamia) sendo vivo o seu primeiro marido. Nobreza Titular: Em Mato Grosso,
registra-se a família do Brigadeiro honorário João Batista de Oliveira [?, Cuiabá,
MT - 14.05.1879, ídem], filho do Major do Exército Antônio Bernardo de Oliveira,
português, e de Ana d'Alincourt, portuguesa. Neto paterno de Hermenegildo Alves
de Oliveira. Neto materno de Luiz d'Alincourt, membro da importante família
francesa Alincourt (v.s.). Foi agraciado com o título [Dec. 20.05.1863] de barão de
Aguapeí [Serra onde nascem os rios Alegre e Aguapeí, distante 14 léguas a S.E.
de Cuiabá, Mato Grosso]. Deixou geração do seu cas. na família Alves da Cunha
(v.s.), de Mato Grosso. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida
em São Paulo, para onde passou Estanilau José de Oliveira [Portugal - 1826, São
Carlos, SP], professor jubilado de retórica de São Paulo, que deixou numerosa
descendência do seu cas. com Maria Joaquina de Araújo [- 1842, vila de S.
Carlos, SP], filha de José Ribeiro do Prado e de Ana de Araújo (SL, VII, 299).
Entre os seus descedentes, cabe registrar: I - o filho, José Estanilau de Oliveira
[05.03.1803, SP - 04.09.1884, Rio Claro], alferes do regimento de caçadores
[1826], agraciado, sucessivamente, com os títulos de [Dec. 30.05.1867], barão de
Araraquara, que foi elevado para [Dec. 19.07.1870] o de Visconde do Rio Claro.
Chefe do partido liberal no Rio Claro, em cujo município era proprietário de
78
importante fazendas de cultura de café. Deixou geração do seu cas., com Elisa de
Mello Franco, integrante da importante família Mello Franco (v.s.), de Minas
Gerais; II - o neto, Estanilau José de Oliveira (2.º) [1829 - 29.05.1902], filho do
anterior, importante fazendeiro com cultura de café no Município de Anápolis. Foi
agraciado com o título [Dec. 28.02.1885], de barão de Araraquara. Deixou uma
prole de 10 filhos, do seu cas. com sua prima legítima, abaixo denominada; III o neto, Dr. Luiz José de Mello e Oliveira [25.02.1837, Campinas, SP 08.03.1901, São Paulo, SP], bacharel em Direito, pela Faculdade de São Paulo
[1862], que foi agraciado com o título [Dec. 28.03.1885], de barão de Melo e
Oliveira. Deixou geração do seu cas. com Ana Flora Vieira Barbosa [25.02.1849,
Santos.SP - 17.05.1900, São Paulo, SP], baronesa de Melo e Oliveira, filha de
Antônio José Vieira Barbosa, membro da família Vieira Barbosa (v.s.), de São
Paulo; IV - o neto, Coronel João Batista de Mello e Oliveira, diretor do Banco
União de São Paulo, Senador Estadual e Vice-Presidente do Estado de São Paulo
[1905]; V - a neta, Maria Joaquina de Oliveira [- 26.04.1926], que, por seu
casamento na família Aguiar e Barros (v.s.), de São Paulo, tornou-se, em 1880, a
2.ª baronesa de Piracicaba; VI - a neta, Amália Carolina de Oliveira [1830,
Campinas - 01.10.1910, SP], que por seu casamento, em 1847, na família
Borges, de São Paulo, tornou-se, em 1889, a baronesa de Dourados, e a
matriarca da família Oliveira Borges (v.s.), do mesmo Estado; VII - a neta, Amélia
Cândida de Oliveira da Luz [1840 - 27.12.1908, São Paulo, SP], que, por seu
casamento com seu primo, denominado acima, tornou-se, em 1885, baronesa
de Araraquara; VIII - a neta, Ana Carolina de Melo e Oliveira [05.11.1841 05.10.1945, São Paulo, SP], que por seu cas., a 23.04.1863, com, com um
membro da família Arruda Botelho (v.s.), de São Paulo, tornou-se a condessa do
Pinhal; e IX - a neta, Eudóxia Henriqueta de Oliveira [bat. 24.06.1836,
Campinas, SP - 05.02.1874, ídem], que foi cas., a 23.06.1851, na importante
família Cunha Bueno (v.s.), de São Paulo. Eudóxia, faleceu antes que seu marido
fosse agraciado com os títulos de barão de Itaquari [1887], barão da Cunha
Bueno [1887], e, finalmente, visconde da Cunha Bueno [1889]. Importante
família, de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco, para onde passou
Manuel Inácio de Oliveira [Braga - 25.06.1875, Lisboa], negociante matriculado
na praça do Recife, filho de Antônio José de Oliveira e de Antônia Maria Moreira.
Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi agraciado com o título [Dec. 22.07.1867] de
barão de Ouricurí. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante.
Deixou importante descendência do seu cas. com Mariana Bernarda d'Almada
[Ipojuca, PE -]. Foram pais, entre outros (11 filhos): I - o filho, Felisberto Inácio
de Oliveira [PE - 22.10.1870], negociante matriculado, que foi agraciado com o
título [Dec. 22.06.1867] de barão de Cruangí. Teve mercê de Carta de Brasão de
Armas - detalhes adiante. Foi casado com Maria Joana Lopes de Araújo [1850 -],
da importante família Lopes de Araújo (v.s.), do Rio Grande do Sul, que tornou-se
baronesa de Cruangí, perdendo este tratamento, por haver casado novamente
com o barão de Pinto Lima; e II - Francelina de Oliveira, casada, primeiro, na
família Timm (v.s.), e segundo, na família Wild (v.s.). O barão de Ouricuri, chefe
desta família, parece ter vindo com um irmão, Francisco Antônio de Oliveira, que
tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger Archivo da Nobreza do Brasil). Família estabelecida no Maranhão, à qual
pertence José Antônio de Oliveira, que deixou geração do seu cas., por volta de
1850, com Maria Segeins. Foram pais de José Joaquim Segeins de Oliveira
[17.06.1858 - 22.05.1929], abastado agricultor e criador de gado no Maranhão,
nas propriedades que herdou de seu progenitor. Foi agraciado com o título de
barão de Itapari [12.05.1888]. Deixou geração do seu cas. com Hortência Sales,
falecida depois de 1929, baronesa de Itapari, filha de importante família da Ilha
79
da Madeira. Seus descendentes assinam Itapari, como sobrenome da familia.
Registram-se, ainda: I - Luiz Antônio de Oliveira, que por Decreto de 29.09.1883,
foi agraciado com o título de barão de Trontaí; II - Manuel Claudiano de Oliveira,
que foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão de Mogi-Mirim. Foi casado
com Balbina de Toledo. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma
oliveira verde, arrancada de prata, frutada de ouro. Timbre: a oliveira do escudo;
II - Moderno: um escudo em campo vermelho, com uma oliveira de verde,
perfilada e frutada de ouro e arrancada de prata. Timbre: a oliveira do escudo;
III - De Domingos Joanes: um escudo em campo azul, com aspa de prata,
acompanhada de 4 flores-delis de ouro; IV - dos Oliveira-Silva: um escudo
partido: o primeiro, em campo de ouro, uma oliveira verde frutada de negro; o
segundo, em campo vermelho, um leão de prata, armado de ouro. Timbre: uma
flor-de-lis de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 53); Brasil
Heráldico: V - Manuel Inácio de Oliveira, barão de Ouricurí, citado acima, ramo
de Pernambuco. Brasão de Armas datado de 30.08.1867. Registrado no Cartório
da Nobreza, Livro VI, fls. 86: um escudo em campo de prata, partido; ao
primeiro quartel, uma oliveira de sinople com frutas de ouro; ao segundo quartel,
três faixas de azul, com uma abelha de ouro em cada uma. Coroa de barão.
Timbre: uma cruz de goles florida e aberta; VI - Felisberto Inácio de Oliveira,
barão de Cruangí, citado acima, ramo de Pernambuco. Carta de Brasão de
30.08.1867. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 87): armas igual a
de seu pai, o barão de Ouricuri (Sanches Baena, II, 201, 223); VII - Antonio
Joaquim de Oliveira [Lisboa-], que em 1774 era Capitão de Mineiros de Artilharia
na Cdade do Porto, quando foi nomeado por D. José I, a Tenente-coronel e Lente
da Aula do Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro, conforme se nota na
Comunicação enviada em Ofício de 18.09.1774, do Ministro da Marinha e
Domínios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, ao Vive Rei Marques do
Lavradio. Coube-lhe, como Lente da recém-criada Real Academia, instalar a nova
Escola na Casa do Trem de Artilharia, contígua ao Quartel do Regimento de
Artilharia, na Ponta do Calabouço. O Tenente-coronel Oliveira permaneceu
nestas funções até 1795, quando já Coronel, foi dispensado por motivo de saúde,
sendo substituído por José de Oliveira Barbosa. Coronel - antes de 1795.
Promovido a Brigadeiro Graduado em 13.05.1808. Filho de Francisco José de
Oliveira e de Maria Joaquina de Miranda. Neto paterno de Braz de Oliveira e de
Maria Madalena. Neto materno de Antonio de Miranda e de Ana Joaquina. Teve
mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; VIII - Francisco Antônio
de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em
10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil).
80
GOMES PEREIRA
CESAR AUGUSTO GOMES PEREIRA e
HERMANCE GOMES PEREIRA
GOMES
81
Sobrenome de formação patronímica: filho de Goma, do gótico guma, inglês
antigo guma, antigo francônio goma, feito de goma. A forma primitiva seria
Gomici, que nas fontes aparece como Gomece, Gomice, Gumice, Gomize, Gumize,
Gomeze, Gomez. Já foi nome de batismo (Antenor Nascentes, II, 127). Segundo
alguns, em Portugal, procedem da família Gomes, da Itália, onde era nobre, e da
qual houve alguns «Patrícios» em Roma (Anuário Genealógico Latino, I, 50).
Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc.
- este sobrenome espalhou-se desde os primeiros anos de povoamento do Brasil
por todo o seu vasto território. Há diversas famílias com este sobrenome, em
diversas partes do Brasil, de origem portuguesa, colombiana, espanhola.
paraguaia, argentina, uruguaia, etc. No Rio de Janeiro, entre as quase 150
famílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos a de Amador Gomes,
n. por volta de 1598 e fal. antes de 1654. Deixou larga descendência, a partir de
1624, com Isabel Teixeira (Rheingantz, II, 241). Em São Paulo, entre as mais
antigas, encontra-se a de Pedro Gomes, fal. a.1616, e cas. em S. Vicente, com
Isabel Afonso, filha de gentio da terra. Deixou geração. Além deste, registram-se,
entre outros: Luís Gomes (S. Paulo, 1583). Matias Gomes (Piratininga, 1592),
Gaspar Gomes (S. Paulo, 1599) e Lourenço Gomes (S. Paulo, 1599) (AM,
Piratininga, 88). Na Bahia, entre as mais antigas, cabe registrar a de Pedro
Gomes [Setúbal - 20.12.1692, BA], figura central de seu tempo, na Bahia. Passou
para a Bahia e aí ocupou todos os postos nas milícias, sempre se distinguindo,
até o de mestre de Campo, a começar de 18.06.1678. Gov. do Rio de Janeiro
[16.01.1681 a 25.07.1682]. Moço Fidalgo e Fidalgo da Ordem de Cristo. Deixou
geração do seu cas., com a viúva, Isabel da Costa Madeira, filha de Domingos
Lopes Falcato e de Águeda da Costa. Foram pais, entre outros, de Antônio
Gomes, que tornou-se o patriarca da importante família Gomes Ferrão Castelo
Branco (v.s.), da Bahia(Jaboatão, n.º 655). Ainda, na Bahia, registra-se a família
de Agostinho Gomes, cavaleiro professo na ordem de Cristo. Familiar do Santo
Ofício. Negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia. Descendente
das famílias Fontoura e Carneiro. Deixou geração do seu cas. com Isabel Maria
Maciel Teixeira, filha de Bento Maciel Teixeira e de Maria da Silva. Foram pais do
Padre Francisco Agostinho Gomes, negociante de grosso trato na cidade de
Salvador, Bahia, com legítima dispensa. Teve mercê da Carta de Brasão de
Armas - detalhes adiante. Em Minas Gerais, estabelecida na Zona do Carmo,
encontra-se, entre as mais antigas, a de Francisco Gomes Pinheiro, que passou
para as Minas na era do seu povoamento e foi um dos desbravadores da zona do
Carmo, do rio Doce e do Casca. Sesmeiro [1736] em Barra Longa, onde cas.,
c.1745, com Antônia Pereira de Araújo, do Rio das Velhas (Cônego Raimundo
Trindade, Zona do Carmo, 1). Ainda em Minas Gerais, registra-se a de João
Gomes Martins [1685, Barcelos - ?], que passou para o Brasil, estabelecendo-se
em Sumidouro, Minas Gerais. Foi o fundador de Palmira (hoje Santos Dumont),
em Minas Gerais. Deixou geração de seu cas., em 1725, no Rio de Janeiro, com
Clara Maria de Melo. Foram pais do inconfidente José Ayres Gomes. No Acre,
cabe registrar o português José Gomes dos Santos, que descerrou o seringal
Independência, por volta de 1878, situado no rio Purus, dentro de umas oitenta
milhas acima da foz do rio Acre (Castelo Branco, Acreania, 172). Para
Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel João Antônio Gomes
[c.1749, Portugal - Recife, PE], Senhor dos Engenhos Mercês, e Penderama, este
na Vila do Cabo, PE. Coerciante e opulento proprietário no Recife. Deixou
numerosa descendência do seu cas., no Recife, PE, com Caetana Maria de Deus
Pires Ferreira [c.1752, Recife, PE - idem], filha de Domingos Pires Ferreira,
patriarca desta família Pires Ferreira (v.s.), de Pernambuco. Entre os
descendentes do casal, registram-se: I - a flha, Joana Maria de Deus Gomes
82
[1776, Recife, PE - 10.08.1866, idem], que deixou importante descendência do
seu cas. com o Senador José Carlos Mayrink da Silva Ferrão [1771-1846],
membro da importante família Mayrink (v.s.), de Minas Gerais; II - a filha,
Catarina Maria da Conceição Gomes [1779, Recife, PE - idem], de quem
descendem os Gomes, por seu cas., em 1804, no Recife, com seu primo legítimo
(paterno) Joaquim Cândido Gomes [c.1775, Recife, PE - d.1836], comerciante; e
III - a neta, Caetana Cândida Gomes [1811, Recife, PE - idem], baronesa das
Mercês, que deixou geração do seu cas., a 04.10.1831, no Recife, com seu primo
paterno, Manuel José da Costa [1809-1885], agraciado com o título de barão das
Mercês, integrante das muitas famílias Costa (v.s.), de Pernambuco (Edgardo
Pires Ferreira, Mística do Parentesco, I, 6, 36). Linha Indígena: Sobrenome
também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul,
registra-se a de Inácio Gomes, «viúvo», cas. em 1780, em Estreito, RS, com
Florencia, «índia» (L.º 2.º, fl.10v). Para São Paulo, registra-se uma ilustre família
de músicos, originária da Espanha, procedente de Don Antônio Gomez, de casa
nobre de Pamplona, e que, fazendo-se bandeirante, desbravava o interior de São
Paulo, encontrando, não ouro, mas outra coisa que, para ele, foi mais preciosa:
uma belíssima índia, filha de um cacique guarani, que lhe deu muitos filhos
(Vasconcelos. Raízes da Música, 196). Entre os descendentes do casal, registramse: I - o neto, Manuel José Gomes [- 1868], mais conhecido por Maneco Músico,
professor, compositor e mestre da Banda de Campinas. Deixou importante
descendência, estabelecida em Campinas, SP, do seu terceiro casamento com
Fabiana Maria Jaguari Cardoso, que morreu tragicamente, muito moça ainda.
Deixou geração do seu quarto e último casamento, com D. Francisca Leite, que
iria tornar-se uma boa madrasta aos filhos dos casamentos anteriores. As quatro
esposas de Maneco Músico, lhe dariam, nada menos do que 25 filhos
(Vasconcelos. Raízes da Música, 196); II - o bisneto, José Pedro de Sant’Ana
Gomes, filho do anterior, o mano Juca. Violinista, regente e também compositor.
Tornar-se-ia o maior amigo de seu famoso irmão, o maestro Carlos Gomes; III - o
bisneto, Antônio Carlos Gomes [11.07.1836, Campinas, SP - 18.09.1896, Belém,
PA], irmão do anterior e filho do terceiro casamento do item I. Um dos maiores
nomes da música brasileira - autor das nossas mais belas óperas, mas também
de encantadoras modinhas. Estudou música com seu pai, tendo aprendido,
também, o ofício de alfaiate. Tocou vários instrumentos na banda de seu pai,
principalmente ferrinhos e o flautim, depois dedicou-se ao violino, especializandose em piano, sem chegar a ser, nele, propriamente, um virtuoso. Aos 21 anos,
publica a valsa “A Rainha das Flores”, a romança sentimental Bela Noite da
Minh’Alma e a dança de negros A Caiumba. Em 1859, foge com seu irmão para o
Rio de Janeiro a fim de estudar no Conservatório local. Em 1860, recebe medalha
de ouro por sua cantata A Última Hora do Calvário. Em 04.09.1861, apresentou
no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a sua primeira ópera, A Noite do Castelo,
sendo ovacionado de pé, pelo Imperador, que lhe concedeu o hábito de
Cavaleiro da Ordem da Rosa. Sua segunda ópera, Joana de Flandres [1863]. D.
Pedro II, maravilhado, promove Carlos Gomes a Oficial da Ordem da Rosa e
decide custear seus estudos na Europa. Em Milão, Itália, foi aluno de mestre
Lauro Rossi. Em 19.03.1870, estréia, no Scala, Itália, Il Guarany, obtendo um
êxito fulminante. No espetáculo, a presença do compositor Giuseppe Verdi [18131901]. No mesmo ano, a 2 de dezembro, Il Guarany sobe, pela primeira vez, à
cena no Brasil, no palco do Teatro :Lírico Fluminense. Em 1872 escreve aquele
que seria, para ele, sua melhor ópera: a Fosca, mal recebida em virtude de
suposto wagnerismo. Em 1874, no Teatro Carlo Felice, de Gênova, estréia com a
ópera Salvador Rosa. Em 1879, lança a ópera Maria Tudor, ópera lírica em quatro
atos. Tornou-se esta a mais popular ópera de Carlos Gomes na Itália. Em 1888,
83
estreia O Escravo. Estréia no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a ópera Lo Schiavo
[1889]. D. Pedro II eleva Carlos Gomes ao grau de Grande Dignitário da Ordem
da Rosa. Em 1891, lança a ópera Condor e, em 1892, o oratório Colombo.
Condecorado pelo Rei de Portugal com grau de Comendador da Ordem de São
Tiago e diretor do Conservatório de Belém, a convite de Lauro Sodré, mas não
chegou a assumir. Deixou geração do seu cas., em 12.1871, com [separado]
Adelina Peri [- 01.1889], descendente de antiga família de titulares de Bologna,
e pianista laureada pelos Conservatórios de Roma e Milão (Vasconcelos. Raízes da
Música, 200); IV - o tataraneto, Íbero Gomes Grosso [1905, São Paulo, SP 1983], sobrinho-neto do maestro Carlos Gomes. Desde a tenta idade demonstrou
vivo interesse pelo violoncelo, tendo aos sete anos seguido para o Rio de Janeiro
onde ficou sob a tutela de seu tio e mestre Alfredo Gomes. Agraciado com o
prêmio de viagem de estudos, no Curso da Escola Nacional de Música. Seguiu
para a Europa, ingressando na École Normale de Musique de Paris,
aperfeiçoando-se com Diran Alexanian e Pablo Casals. Catedrático de Violoncelo
na Escola Nacional de Música e no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico,
onde lecionou rítmo. Em 1930, formou um trio com Tomás Terán [1896-1964] e
com o grande violinista Oscar Borgerth [1906-], este último, foi depois seu
cunhado; V - a tataraneta, Alda Gomes Grosso, irmã do anterior e sobrinhaneta do maestro Carlos Gomes. Violinista, também laureada. Não deixou geração
do seu casamento, em 1934, com a violinista, Oscar Borgerth. Linha Africana:
Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro,
entre outras, registra-se a de Sebastião Alves Gomes, «pardo forro», cas. em 1770,
no Rio de Janeiro, com Brígida Maria de Jesus [1731,RJ- ?]; e a de Manuel
Gomes da Silva [1680,RJ- ?], que deixou geração, em 1712, com Josefa do Vale,
«parda», pela qual corre o sobrenome (Rheingantz, II, 527, 267). Em Minas
Gerais, por exemplo, registra-se a de Antônio Gomes [Braga - 17—, MG], que
reconheceu dois filhos, havidos com Antônia da Silva de Andrade «crioula forra», e
mais dois, com Felícia Isabel Cardoso, «parda». No Rio Grande do Sul, entre
outras, encontra-se a família de João Gomes, preto forro, casado em 1779, em
Estreito, RS, com Maria da Conceição, também preta forra. Linha de Batina:
Para São Paulo, registra-se o arcediago José Gomes de Almeida, filho do coronel
Jerônimo Martins Fernandes, cavaleiro professo na ordem de Vristo, e de Josefa
Caetana Leonor Mendes de Almeida. Neto paterno de João Gomes e de sua
mulher Maria Fernandes, e bisneto de Francisco Gomes, casado com Maria
Martins de Macedo. O arcediago Gomes de Almeida, teve um filho, que legitimou,
chamado Francisco Martins de Almeida, sargento-mor de guardas nacionais, na
província de São Paulo. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes
adiante. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do
Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de três (3) anos de degredo para o
Brasil, de Francisca Gomes, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Filha
de Simão Henriques. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de
Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de
Ana Gomes, natural da Veiga de Lisa, termo da vila de Chaves, moradora em
Lisboa, condenada «por casar segunda vez sendo vivo o seu primeiro marido»
(bigamia). Esposa de Amaro Gonçalves, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado na Praça Grande de Évora, a 18.03.1683, a condenação de dois (2)
anos de degredo para o Brasil, de Maria Gomes Cavala, «parte cristã nova»,
moradora na cidade de Évora, «reconciliada por culpas de judaismo no auto-de-fé
que na mesma cidade se celebrara a 01.04.1629, fora novamente presa por
culpas de relaxação. Era viúva de Antônio Gonçalves, sapateiro em Montemor-oNovo. Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo
forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, cabe registrar a
84
família de Gregório Mendes [c.1569 - a.1617], morador no Rio de Janeiro, que
deixou numerosa descendência do seu cas., c.1594, com Isabel Gomes «da
Costa» [c.1572 - ?], pela qual correm os sobrenomes Gomes da Costa (v.s.) e
Mendes da Costa (v.s.), quase todos denunciados em autos-de-fé, entre 1634 e
1735, acusados de serem cristãos-novos (Rheingantz, II, 586). Ainda no Rio de
Janeiro, ver a família Gomes Mourão. Sobrenome de uma família de origem
judaica estabelecida, no Brasil, durante o período holandês, à qual pertence
Simon Gomes de Lisboa, documentado nos anos de 1644 (Wolff, Brasil Holandês,
45). Na Bahia, registram-se Antônio Gomes, judaizante em 1646; e Fernão
Gomes, cristão novo, alfaiate, denunciado - 1591 (Wolff, Dic., I, 84, 114; VI, 10).
Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no domingo, na Sala geral dos Estaus da
cidade de Lisboa a 31.01.1599, a condenação por judaísmo de Rui Gomes,
cristão novo, natural de Lisboa e morador em Pernambuco. Nobreza Titular: I Importante família de abastados proprietários de terras, membros da chamada
aristocracia cafeeira, estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, à qual pertence
José Luiz Gomes [1801 - 30.05.1855, Piraí, RJ], filho de Francisco Luiz Gomes
[irmão do Padre Dr. Alexandre Caetano Gomes, escritor] e de Ana Margarida de
Jesus Breves, integrante da poderosa família Breves (v.s.), do Vale do Paraíba
Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Sargento-Mor de milícias, alferes do 2.º
Batalhão de Angra dos Reis [RJ]. Um dos maiores benfeitores da Cidade de Piraí
[RJ], onde era proprietário das fazendas de Santa Maria e Ponte Alta. Vereador e
presidente da Câmara Municipal de Piraí. Delegado de polícia da mesma cidade.
Juiz de Paz de Mambucaba. Foi agraciado com o título de barão de Mambucaba
[02.12.1854]. Deixou geração dos seus dois casamentos, sendo o segundo, com
Maria Rosa da Conceição, filha do Capitão José Tomás da Silva e de Rosa Maria
da Conceição; II - Jacinto José Gomes, foi agraciado, a 10.07.1873, com o título
de barão de Monção. Heráldica: I - em campo azul, um pelicano de ouro com
três filhos bebendo o sangue [de vermelho] do mesmo, que sai da sua ferida no
peito. Timbre: o pelicano do escudo. Brasil Heráldico: I - padre Francisco
Agostinho Gomes, citado acima, ramo da Bahia. Brasão de Armas, datado de
24.10.1799. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 101: um escudo
ovado e partido em pala; na primeira, as armas da família Fontoura (v.s.); e na
segunda, as armas da família Carneiro (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo
Heráldico, I, 175); II - Sargento-mor Francisco Martins de Almeida, citado acima,
na linha de batina. Brasão de Armas, datado de 25.10.1855. Registrado no
Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 25: um escudo esquartelado: no primeiro
quartel, as armas da família Gomes (v.s.); no segundo quartel, as armas da
família Martins (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Macedo (v.s.); e no
quarto quartel as armas da família Fernandes (v.s.). Elmo de prata guarnecidi
de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre: o da família Gomes.
Diferença: uma brica vermelha com um F de prata.
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GOMES PEREIRA
Sobrenome de algumas famílias estabelecida no Rio de Janeiro. Entre as mais
antigas, registra-se a de Francisco Gomes de Gouveia, morador no Rio de Janeiro,
n. por volta de 1595 e fal. no Rio, em 1642. Deixou larga descendência, a partir
de 1621 com Maria Pereira, fal. antes de 1658 (Rheingantz, II, 262). Ainda no Rio
de Janeiro, registra-se a família do Almirante Antônio Coutinho Gomes Pereira
[16.09.1865, RJ - 18.07.1926, RJ], filho de Manuel Antônio Gomes Pereira e de
Joaquina Freitag. Oficial da Mrinha. Praça de Aspirante na Escola de Marinha
[1879]. Guarda-Marinha [1881]. 2.º Tenente [1884]. 1.º Tenente [1890]. CapitãoTenente [1894]. Secretário e Ajudante de Ordens do Chefe do Estado Maior da
Armada [1895]. Capitão-de-Fragata [1904]. Adido Naval em Londres [1910].
Capitão de Mar e Guerra. Contra-almirante [1912]. Inspetor do Arsenal de
Marinha. Superintendente da Navegação. Diretor da Escola Naval de Guerra.
Vice-Almirante [1916]. Ministro da marinha [1916]. Chefe do Estado Maior.
Ministro do Supremo Tribunal Militar [1920]. Almirante [1920], posto em que foi
reformado, em 1926.
86
CORREIA PORTO
ADHAILTON LACET CORREIA PORTO
CORREIA (o mesmo que Corrêa (v.s.) )
87
CORRÊA
Sobrenome, primitivamente alcunha. De correia, subst. com. Leite Vasconcelos,
considera de origem geográfica (Antenor Nascentes, II,81). Família originária da
vila de Salceda, comarca de Túy, prov. de Pontevedra, na Galiza,
Espanha(Anuário Genealógico Latino, I, 36; Carrafa, XXVII, 196). Em Portugal,
procede de Paio Ramiro, cavaleiro português, rico-homem, que passou àquele
país com o conde D. Henrique em 1089. Entre os seus descendentes, registra-se
seu terceiro neto D. Paio Corrêa, mestre da ordem de Santiago em toda a
Espanha (Sanches Baena, II,52). Brasil: Numerosas foram as famílias, que
passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias
ocasiões. Não se pode considerar que todos os Corrêas existentes no Brasil,
mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as
famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem
geográfica (do lugar de Corrêa), ou de uma alcunha. O mesmo se aplica no
campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de
Armas de um antigo Corrêa se estenda a todos aqueles que apresentam este
mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro,
entre as mais antigas, encontra-se a família do cap. João Antônio Correia [c.1592
- RJ], filho de Antônio Correia, que deixou descendência, a partir de 1622, com
Ana de Azeredo [c.1602 - 1675, RJ] (Rheingantz, I,379). Rheingantz registra mais
125 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa
descendência no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, cabe
registrar a família de Geraldo Corrêa, nat. de Braga, que, em 1595, já residia em
S. Paulo, onde deixou geração de seu cas. com Maria Soares. Fal. em 1668 (AM,
Piratininga, 41). Ainda, em São Paulo, com ramificações na Colônia do
Sacramento, registram-se a família Félix Corrêa (v.s.) e a família de Sebastião
Fernandes Corrêa, natural de Santa Eulália. 1º Provedor Proprietário e Contador
da fazenda Real da Capitania de São Vicente e de São Paulo. Deixou numerosa
descendência do seu cas., c.1618, com Ana Ribeiro, filha de Sebastião de
Freitas, patriarca desta família Freitas (v.s.), de São Paulo Na Bahia, entre
outras, registra-se a família de Pedro Vaz Correia, que mereceu do rei distintas
mercês, pelos serviços prestados na Índia. Deixou geração de seu casamento
com Felipa de Santiago, filha de Tomé Fernandes Baião, patriarca desta família
Baião (v.s.), na Bahia (Jaboatão, 868). No Maranhão, entre as mais antigas,
encontra-se a de Agostinho Corrêa, um dos «povoadores de S. Luiz», que foi
Governador e Capitão General do Estado do Maranhão (1656), e que deixou
descendência. Ainda no Maranhão, de origem portuguesa, há a antiga família
de João Correia, o Português, natural da Vila do Conde. Entre os seus
descendentes, registram-se: I - a filha, Brites Dias Correia, uma das matriarcas
da família Lucena de Azevedo (v.s.), espalhada pelo nordeste brasileiro, por seu
casamento com Vasco Fernandes de Azevedo, Fidalgo da Casa Real, «um dos
primeiros descobridores e povoadores de Pernambuco», onde chegou em 1535, na
mesma embarcação que conduziu seu primo, Duarte Coelho, o 1.º Donatário da
Capitania de Pernambuco; II - a terceira neta, Margarida Corrêa de Lucena, que
foi casada com o Ouvidor Manuel de Araújo Cerveira, Juiz Presidente do Senado
do Estado do Maranhão. Ouvidor da Capitania de Cumã (MA). Neto de Antônio de
Cerveira da Câmara, chefe desta família Cerveira (v.s.), no Maranhão; IV - o
quarto neto, Marcos Antônio de Azevedo, Fidalgo Cavaleiro e Ministro de
Estado, de quem descendem os Montaury (v.s.), de Pernambuco e Rio de Janeiro;
IV - o quarto neto, Inácio Corrêa Coutinho da Cerveira, natural do Maranhão.
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Secretário de Estado. Casado com Simeana Furtado de Mendonça, descendente
de Diogo de Campos Moreno, Sargento-Mor de todo Estado do Maranhão,
conforme vai descrito no título dos Furtado de Mendonça (v.s.); V - o sexto neto,
Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho, capitão da cavalaria auxiliar, a quem se
passou Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Deixou geração do seu cas.
com Antônia de Araújo Cerveira; VI - o sétimo neto, José Teodoro Corrêa de
Azeredo Coutinho, filho do anterior, barão de Mearim - detalhes adiante; VII - o
sétimo neto, Tenente Antônio José Corrêa de Azevedo Coutinho, natural da
cidade de São Luiz do Maranhão, a quem se passou Carta de Brasão de Armas detalhes adiante. Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do
Sul, para onde passou, em 1840, José Maria Correia Júnior, natural de Portugal,
filho de José Maria Correia da Silva Júnior e de Ana Joaquina Correia. Assinou
termo de declaração, a 17.04.1845, onde informa ser católico, caixeiro e estar
engajado na Caixa Militar de Porto Alegre. Ao registrar sua Carta de
Naturalização, assinada por D. Pedro II em 15.01.1848, declarou ainda ser
casado com uma brasileira e Ter com ela dois filhos: uma menina de 22 meses e
um varão com 4 meses (Spalding, naturalizações, 99). Importante família
estabelecida no Pará, procedente de Francisco Custódio Corrêa [c.1777 - a.1846],
que deixou importante geração do seu casamento com Joana Victória de Souza.
Entre os descendentes do casal: I - o filho, Tenente-Coronel João Augusto
Corrêa, negociante no Pará; II - o filho, o Doutor Ângelo Custódio Corrêa [c.1807], que foi casado, a 18.01.1846, em Belém [PA], com Ana Rufina de Souza Franco,
irmã do barão de Souza Franco, filhos de Manuel João Franco e de Catarina de
Souza, patriarcas desta família Souza Franco (v.s.), do Pará; III - o filho, o
comerciante José Joaquim de Freitas, que deixou geração do seu cas., por volta
de 1825, com Teresa de Souza, irmã do citado barão de Souza Franco; IV - o
neto, Dr. Joaquim Pedro Corrêa de Freitas [17.08.1829, Cametá, PA 12.04.1888, Belém, PA], aluno do seminário de Belém, no qual se matriculou em
1840. Seguiu com seu tio, D. Romualdo Antônio de Seixas, para a Bahia, onde foi
estudar medicina. Depois de ausentar-se na Europa, retornou ao Pará em fins de
1855, sendo eleito Deputado à Assembléia Geral Legislativa. Lente das cadeiras
de Geografia, do Liceu Paraense. Lente de francês do Colégio Paraense [1862].
Diretor Geral da Instrução Pública [1874-1880]. Autor de um Compêndio de
Geografia e História do Brasil. Provedor da Santa Casa de Misericórdia. Membro
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, das Sociedades Geográficas de
Paris, Lisboa, Rio de Janeiro, e das Ciências Médicas de Portugal. Cavaleiro e
Oficial da Ordem da Rosa. Tenente-Coronel da Guarda Nacional. VicePresidente da Província e, por oito vezes, eleito Deputado à Assembléia da
mesma. Com geração (Alves da Cunha, Paraenses Ilustres, 122); V - o bisneto,
Dr. Joaquim Augusto de Andrade Freitas, Suplente do Juiz Substituto Seccional
do estado do Pará [1896]. No Piauí, entre muitas, registra-se a família de
Francisco Félix Correia, que deixou geração de seus dois casamentos: o primeiro,
com Raimunda Rosa de Jesus; e o segundo, com a irmã da primeira esposa, Rosa
Lina de Jesus, filha de Marcelino Tito Castelo Branco, da importante e
tradicional família Castelo Branco (v.s.), do Piauí. Linha Indígena: No Rio de
Janeiro, entre outras, cabe registrar a família de André Correia, que deixou
geração, em 1666, com Suzana, «mameluca»; e a de Antônio Correia, que deixou
geração, em 1631, com Sebastiana, «do gentio da Terra» e da casa de Diogo de
Montarroio (Rheingantz, I,366). Linha Africana: Sobrenome também adotado
por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, encontra-se a de
Rufina Correia «parda», filha de Manuel Álvares e de Lourença, «moça parda»,
cas. em 1669, com Domingos Rodrigues Távora; e a de Antônio Correia, que
deixou geração em 1630, com Lucrécia, «preta do gentio da Guiné» (Rheingantz,
89
I,57,366). Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, há registro de Manuel
Corrêa da Cunha, nat. de Aiuruoca (MG), «filho natural» de Maria da Cruz, que
foi cas., em 1818, em Itajubá (MG), com Maria Ferreira da Silva, nat. de Baependi
(Monsenhor Lefort - Itajubá). Linha das Órfãs da Rainha: Esta linha pertence a
uma das filhas dos citados Pedro Vaz-Felipa, da Bahia, de nome Maria Corrêa,
que foi casada com Manuel de Souza Dormundo. neto de Marta de Souza Lobo
(sobrinha do conde de Sortella), uma das órfãs protegidas da rainha D. Catarina,
enviadas, em 1551, ao Gov. do Brasil Thomé de Souza para casá-las com as
pessoas principais que houvesse na terra. Marta Lobo foi casada na família
Dormundo (v.s.); filha de Baltazar Lobo de Souza, patriarca desta família Lôbo
de Souza (v.s.). Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no
Terreiro do Paço de Lisboa, a 11.10.1654, a condenação de seis (6) anos de
degredo para o Brasil, de Jerônimo Correia, natural de Torres Novas e morador
em S. Tomé, aonde servia de capitão, por se casar pela segunda vez (bigamia),
sendo viva sua primeira mulher. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro
do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de cinco (5) anos de degredo
para o Brasil, de Juliana Correia, cristã nova, mulher de Afonso Rodrigo, natural
da cidade de Elvas e moradora em Lisboa. Cristãos Novos: Sobrenome também
adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497.
No Rio de Janeiro, registra-se Ana Maria Correia, «cristã novo», filha de João
Correia Ximenes, saiu no auto-de-fé de 1723. Na Bahia, encontra-se Belchior
Mendes Correia, «cristão novo», morador em Salvador, que saiu no auto-de-fé de
1731. Na Paraíba, Diogo Nunes Correia, senhor de engenho na Paraíba,
judaizante. Em Minas Gerais, Luís Miguel Correia, morador em Vila Rica, Minas
Gerais, roceiro, que saiu no auto-de-fé de 1732 (Wolff, Dic.I,44). Sobrenome de
algumas famílias de origem judaica estabelecidas, no Brasil, durante o período
holandês. Entre outros, registram-se: Jacob Gabai Correia, documentado nos
anos de 1641, 1645 e 1648 [Signatário dos estatutos da Congregação Tsur Israel,
no Recife, Pernambuco]; Inês Corrêa, em 1645 e 1646; Isaac Correia e Simão
Correia, documentado de 1630 a 1637 (Wolff, Brasil Holandês, 31). Nobreza
Titular: I - ver visconde de Sande; II - José Caetano Corrêa, que foi agraciado,
por Decreto de 19.08.1888, com o título de barão de Tapajós; III - Antônio José
Correia, que foi agraciado, a 23.12.1887, com o título de barão do Rio Pardo (3.º);
IV - o brigadeiro José Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho [30.08.1775,
Alcântara, MA - 11.03.1855, Alcântara, MA], do ramo do Maranhão, citado acima
[item VI]. «Assentou praça na 1.ª companhia do têrço de infantaria da vila de
Alcântara. Promovido aos postos superiores até coronel [24.06.1820]. Em 1844 foi
reformado no pôsto de brigadeiro. Tempo de serviço: 45 anos, dois meses e dez
dias. Presidente da Província do Maranhão [12.01.1842]» (Laurênio Lago,
Acréscimos e Retificações, 146). Foi agraciado, por Dec. de 25.03.1849, com o
título de barão de Mearim. Deixou geração do seu cas. com Maria Rita Joaquina
de Araújo. Heráldica: em campo de ouro, fretado de corrêas de vermelho,
repassadas umas por outras de 6 peças, 3 em banda e outras 3 em contrabanda.
Timbre: 2 braços armados de prata, com as mãos abertas e as palmas para
frente, atados pelos pulsos com uma correia vermelha. Foram passadas outras
Armas, para os ramos Corrêa Aguiar, Corrêa Barahem e os Corrêas de Belas.
Heráldica-Século XVI: I - Antônio Correia Baharem, fidalgo da casa real. Brasão
de Armas datado de 23.04.1544. Registrado na Chancelaria de D. João III, Livro
XLI, fl. 15: um escudo esquartelado, no primeiro e no quarto quartel, as armas
da família Correia: em campo vermelho, uma águia de preto, armada de prata,
estendida, tendo nos peitos um escudo de ouro fretado de vermelho de grossas
coticas; e no segundo e no terceiro quartel, as armas da família Melo (v.s.). Elmo
de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife de ouro e vermelho. Timbre: a
90
mesma águia do escudo com uma correia no bico. Diferença: uma flor-de-lis de
prata. Filho de Jorge Correia, neto de Pedro Correia, bisneto de Gonçalo Correia
(Sanches Baena, Archivo Heraldico, I, 1); II - Carlos Corrêa - Carta de Brasão de
09.08.1549: as armas dos Corrêas. Diferença: uma crescente de verde. Brasil
Heráldico: I - Teodoro Corrêa de Azevedo Coutinho, do ramo do Maranhão, citado
acima. Carta de Brasão de 06.05.1790; II - Tenente Antônio José Corrêa de
Azevedo Coutinho, filho do anterior, do ramo do Maranhão. Carta de Brasão de
10.03.1806. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VII, fl. 121 - um escudo
esquartelado: no primeiro e no quarto quartel as armas da família Corrêa,
descrita acima; no segundo quartel, as armas da família Azevedo (v.s.); e no
terceiro quartel as armas da família Furtado de Mendonça (v.s.).
91
PORTO
92
Sobrenome de origem geográfica. De porto, subst. comum, o porto por
excelência. Entende Leite de Vasconcelos que na linguagem familiar e
hipocorística a expressão Portucale ou Portocale (Portugale ou Portugal) se aliviou
do segundo elemento, ficando só Portu ou Porto, que se tornou o nome da cidade
atual, aplicando-se a forma composta ao respectivo território, como mais extenso
(Antenor Nascentes, II, 249). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se
a de Fernão do Porto, cas. no Rio, em 1622, com [??..ria - talvez Maria] Ribeiro
Ribeiro (Rheingantz, III, 71). Ainda no Rio de Janeiro, de origem portuguesa,
cabe mencionar a família de Francisco Luiz Porto [c.1641, S. Nicolau, Porto,
Portugal- 1717, RJ], natural da cidade do Porto, de onde lhe advém o nome de
família. Passou, em princípios do século XVIII, para a Cidade do Rio de Janeiro,
onde deixou geração do seu cas., a 01.09.1668, na Igreja de São José, RJ, com
Maria da Rocha Mascarenhas [c.1646, Reis Magos - 26.02.1705, RJ], filha de
Francisco Rodrigues Mascarenhas e de Bárbara Vieira, patriarcas desta família
Mascarenhas (v.s.), do Rio de Janeiro. Família de origem portuguesa
estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou Francisco de Oliveira Porto,
natural do Porto, Portugal, de onde, provavelmente, tirou o seu sobrenome Porto.
Assinou termo de declaração, a 19.07.1848, onde informa ser católico. Ao
registrar sua Carta de Naturalização assinada por D. Pedro II em 14.08.1852,
declarou ainda ser casado com uma brasileira e até aquele momento não ter
filhos (Spalding, naturalizações, 104). Linha de Degredo: Registra-se, no Autode-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de
três (3) anos de degredo para o Brasil, de Sara do Porto, cristã-nova, natural da
vila de Linhares e moradora na Guarda. Esposa de Simão Rodrigues. Cristãos
Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à
religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 162). Heráldica: um escudo em
campo de prata, com uma cruz florenciada de vermelho. Timbre: a cruz do
escudo (Anuário Genealógico Brasileiro, IX, 298).
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CORRÊA PORTO
Família estabelecida em São Paulo, à qual pertence o Dr. Joaquim Corrêa Porto Médico. Assistente da cadeira de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. Médico do Hospício de Juqueri. Filho de Manuel
Corrêa Porto, nascido em Portugal, e de Florisbela de Abreu. Deixou geração do
seu casamento com Consuelo Prado. Seus descendentes foram aparentados com
a família Brotero (v.s.), de São Paulo.
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RÊGO
ANTONIO SERAFIM RÊGO FILHO
95
Sobrenome de origem geográfica. De rego, subst. comum - sulco natural ou
artificial para conduzir água; sulco feito pelo arado, vala pequena num campo
cultivado para escoar a água (Antenor Nascentes, II, 260; Silveira Bueno, Dic.
Escolar, 1146). Esta palavra, que significa uma abertura que se faz na terra para
se levar água onde se quer, é sobrenome de uma famílias dos primeiros séculos
de Portugal. Registra-se Gonçalo Vaz do Rego, que em 1415, serviu na África,
com grande valor, contra os mouros (Anuário Genealógica Latino, I, 81).
Felgueiras Gayo, ao tratar da origem desta família, registra a dúvida existente
sobre o primitivo Solar desta família: «huns dizem ser a honra do Rego no Lugar
de Lordello do Concelho de Lanhoso de q forão senhores com Jurisdição, outros
dizem ser a terra dos Regos na Provincia da Estremadura e nesta ambiguidade
sem haver decomentos nada se pode seguir, com certeza, so he certo q estes
fidalgos fundarão novo solar na quinta de Mereces lugar de Calvello digo fre.ª de
Calvello do Concelho de Penella nesta Província do Minho de cuja caza procedem
todos os Regos de q temos motissia. Os Regos segundo diz o Conde D. Pedro Plana
341 tt.º 60 descendem de D. Egas Mendes Gundar cazado com D. Maria Viegas o
qual D. Egas Mendes era f.º de D. Mem de Gundar n.al das Asturias q veio com o
Conde D. Henrique e deste vem os Regos e outras famílias». Em seguida, Gayo
traça a genealogia da família Rego, iniciando-a em Lourenço do Rego, Senhor da
quinta de Rozas, que foi o primeiro de que se teve notícia, e que vivia no tempo
dos Reis D. Sancho II [1223-1248] e D. Afonso III [1248-1279]. Parece ser neto ou
bisneto do citado D. Egas Mendes Gundar. Entre os descendentes desse
Lourenço do Rego, registram-se: I - o neto, Gonçalo Vaz do Rego, que foi o
patriarca desta família nos Açores. Nascido no Porto. Passou aos Açores (Ilha de
S. Miguel) no último quartel do séc. XVI. O Solar desta família, na ilha de São
Miguel, era a casa onde hoje está o estabelecimento Colégio Fisher, na freguesia
matriz da Ponta Delgada. Gonçalo Rego, em Ponta Delgada, gozou dos privilégios
de cidadão do Porto, por Alvará Régio de 08.06.1512; II - o bisneto, Gaspar do
Rego Baldaya, que viveu nas ilhas, onde casou e deixou geração. Cavaleiro
Fidalgo da Casa Real [Alv. 08.04.1546]. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Capitão e
Ouvidor das Ilha de S. Miguel. Justificou sua nobreza, em Ponta Delgada, em
1571. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; III - o
bisneto, Pedro do Rego, de quem descende parte da família Rego Barbosa, que
teve diversos representantes no Brasil. A união dos dois sobrenomes, principia
em seu casamento com Inez Barbosa, filha de Rui Vaz Aranha e de Isabel
Barbosa; IV - o bisneto, Francisco do Rêgo, que residiu em Barcelos. Por seu
casamento, com Isabel de Barros, foi o patriarca da importante e ilustre família
Rêgo Barros (v.s.), que se estabeleceu em Pernambuco; V - o terceiro neto, Afonso
de Barros Rego, patriarca da importante e ilustre família Rêgo Barreto (v.s.), que
se estabeleceu em Pernambuco; VI - o quinto neto, Afonso Caminha Rego, que
teve bisnetos que passaram ao Brasil; VII - o sexto neto, o Capitão Bento do
Rego, Capitão de Infantaria nas Armadas de Portugal. Achou-se na restauração
da Bahia, contra os holandeses; VIII - o sexto neto, Miguel de Moraes, meio
irmão do anterior. Filho bastardo de Miguel do Rego Barbosa com uma
representante da família Moraes. Foram os patriarcas da família Moraes Rego
(v.s.), que se estabeleceu no nordeste brasileiro; IX - o oitavo neto, Manuel do
Rego Barbosa, que passou ao Maranhão, onde casou; X - o oitavo neto, Gaspar
de Araújo, que passou para o Brasil; X - o décimo neto, o genealogista, Manuel
José da Costa Felgueiras Gayo, autor da obra Nobiliário das Famílias de
Portugal, muito usada neste Dicionário. Além destes, Felgueiras Gayo traça a
genealogia de outros ramos, entre eles: I - o de Gonçalo Anes do Rego, que
descendia, comprovadamente, do grupo anterior. Foi avô de Jorge do Rego Lobo,
administrador de um Morgado instituído por seu pai em Lisboa. Teve mercê da
96
Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; II - o de Baltazar do Rego, que
deixou geração do seu cas. com Eufemia da Costa. Foi quarto avô de João Corrêa
da Costa Rêgo, que passou ao Brasil; sexto avô, de Antônio da Cunha Rêgo,
casado com Bárbara da Silva Rangel, filha de Diogo Rangel de Aguiar e de
Margarida Cardoso de Adorno, senhores do Engenho de Caponemana, na Bahia;
e sétimo avô de Manuel da Cunha Barbosa, estabelecido na Bahia. Brasil: No Rio
de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Manuel do Rego
[c.1595 - c.1652], filho de Francisco do Rego e de Maria da Costa. Deixou
geração do seu primeiro e terceiro casamento (Rheingantz, III, 112). Rheingantz
registra mais 9 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram
numerosa descendência no Rio de Janeiro. Na Bahia, entre as mais antigas,
encontra-se a de Simão Alvares do Rêgo [c.1564, Póvoa do Varzim -?], que deixou
geração do seu cas. com Ana Fernandes; e Salvador Fernandes do Rêgo [c.1575,
Portugal -?], que deixou geração do seu cas. com Maria Luiza Nunes, da Ilha de
Itaparica (Jaboatão, 510, 514). Família estabelecida no Piauíque, da mesma
forma que os Barbosa Ferreira e os Sampaio, representa um ramo da família
Sant'Ana (v.s.), do Piauí. Teve princípio em Joaquim José do Rêgo [c.1786 - ?],
filho de Manuel Tomáz Ferreira, da importante família Sant'Ana. Deixou
numerosa descendência dos seus dois casamentos com as irmãs Ana Rosa
Castelo Branco e Rosa Florinda Castelo Branco, filhas de Marcelino José Castelo
Branco, e terceira neta de Francisco da Cunha Castelo Branco, patriarca desta
família Castelo Branco (v.s.), no Piauí (Raul Fausto - Castelo Branco). Linha
Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio
de Janeiro, entre outras, registra-se a de Manuel do Rego, que deixou geração,
por volta de 1641, com sua escrava Luzia, «preta», pela qual corre o sobrenome
(Rheingantz, II, 571). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus,
desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic., I, 166).
Heráldica: «Alguns quizerão q o Apellido de Rego se derivasse de hum illustre
Fidalgo da família de Gundares q saltara de cavallo hum grande Rego de Agos,
imitando o Rey D. Aff.º Henriques a q.m acompanhava com outros cavalleiros em
alcance dos Mouros, pello q se ficara chamando o do Rego e querendo outro
cavalleiro saltar do m.mo modo, cahira na Agoa de q.m se deduzira o apellido de
Agoas. Deste sucesso do Rego deduzirão as suas Armas, q são em campo verde
hua banda ondeada de Prata e sobre ella tres vieiras de Ouro. Timbre dois
penachos verdes guarnecidos de ouro e no meio hua concha ou vieira de seu
proprio metal. Nao nos parece isto m.to verozimil, pois não he natural q hum
Fidalgo quizesse tomar seu apellido de hua ação q se não pode numerar entre as
façanhas Melitares, eu me inclino a q a banda ondeada seria posta em Atenção ao
Solar do Rego p.ª se distinguir de outros Fidalgos p.ª o q forão introduzidos os
escudos de q não faltão exemplos como nos Costas - Cunha - Bacellares - e outros e
as vieiras podião ser acrescentadas ou por aliança desta família ou em honra de
S. Thiago Patrão das Espanhas com q.m os da família de Gundar sendo das
Asturias terião devoção em algua batalha contra os Mouros invocando S. Thiago q
era neste tempo o grito da guerra e por este motivo acrescentarão as suas Armas
as vieiras ou Conchas diga cada hum o q lhe parecer melhor» (Felgueiras Gayo,
Nobiliário das Famílias, Regos). I - um escudo em campo verde, uma banda
ondada de prata, carregada de 3 vieiras de ouro, perfiladas de azul, postas no
sentido da banda. Timbre: uma vieira de ouro entre dois penachos verdes; II outros: em campo verde, uma banda ondada de prata aguada de azul, carregada
de 3 vieiras de ouro. Timbre: uma vieira do escudo, entre dois penachos de
verde guarnecidos de ouro (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 92).
Século XVI: III - Jorge do Rego Lobo - citado acima. Brasão de Armas datado de
1513. Registrado na Chancelaria de D. Manuel, livro XV, fl. 52 e livro V de Mist.,
97
fl. 115: um escudo em campo esquartelado: no primeiro e no terceiro quartel, as
armas da família Rêgo; nos terceiro e no quarto quartel, as armas da família
Lobo. Elmo de prata aberto. Paquife: de ouro e verde. Timbre: da família Rêgo.
Diferença: um crescente de prata no primeiro quartel; IV - Gaspar do Rego
Baldaya - citado acima. Brasão de Armas datado de 06.03.1529. Registrado na
Chancelaria de D. João III, Livro 17.º, fls. 45v: um escudo em campo verde, com
uma banda ondada de prata e nela três vieiras de ouro perfiladas de azul. Elmo:
de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e verde. Timbre: uma
vieira de ouro entre dois penachos verdes. Diferença: uma merleta de ouro; IV Antão do Rêgo. Brasão de Armas datado de 07.04.1536: um escudo com as
armas da família Rego [item I]. Diferença: uma brica de vermelho com um A de
ouro.
98
ALVES DA SILVA
JOSE ALVES DA SILVA
ALVES
99
Sobrenome de origem patronímica Derivado de Álvares, através das formas
Alverez, Alverz (Alvrez). Outros o considera um derivação do baixo latim Alvitici,
de Alvituus, e registra-se aluitici, no ano de 1073; e aluitz, no ano de 915
(Antenor Nascentes, Dic., II, 14). Os patronímicos são os apelidos que adotam um
sufixo somado a um prenome, que indica sua filiação, por exemplo: Fernandes significa Filho de Fernando; Henriques - significa “Filho de Henrique” Johnsson “Filho de João”; Andreiev - “Filho de André”; etc. Não se pode afirmar que duas
pessoas que tenham sobrenomes iguais, de características patronímicas, sejam
parentes, sem que se esteja devidamente documentado, de sua árvore
genealógica, para prová-lo. Brasil: Inúmeras foram as famílias com este
sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de
história. Há em Minas Gerais, uma Família de proprietários rurais, comerciantes
e de influentes políticos, tanto de âmbito regional quanto nacional, com este
sobrenome. O indivíduo mais antigo que se conhece, até o momento, é Tomás
Alves, nascido cerca de 1818. Estes Alves exerceram diversos cargos na
administração pública e civil, tanto no império quanto na república. Alguns
membros destas famílias exerceram, entre outras, as seguintes funções:
advogados, deputados (estadual e federal), Conselheiro do Império, Ministro do
Supremo Tribunal Federal, Senador Republicano, Secretário das Finanças do
Governo de Minas Gerais, Ministro da Justiça. Proprietários da fazenda Santa
Paula, com 163 hectares, no Município de Matias Barbosa, MG. Seus
descendentes fizeram alianças com as seguintes famílias: Horta Barbosa,
Tarquínio de Souza, Brito e Cunha, Bocayuva Cunha, entre outras. Ainda, em
Minas Gerais, a família de Braz Alves Antunes, Sargento-Mor de um dos
regimentos de milícias da antiga Capitania das Minas Gerais. Deixou geração do
seu cas. com Luciana Clara de Santa Rosa. Entre os descendentes deste casal,
registram-se: I - o filho, Francisco José Alves, professo na Ordem de Cristo, e
Capitão-Mor da vila de Barbacena [MG]. Deixou geração do seu cas. com Ana
Leonarda Ludovina de Melo e Albuquerque, filha de Antônio José de Melo Pinto
da Silva e de Joana Félix da Silva; e II - o neto, Capitão Francisco Maximiano
Alves de Melo e Albuquerque, filho do anterior, que teve mercê da Carta de
Brasão de Armas - detalhes abaixo. Em São Paulo, entre os mais antigos, com
este sobrenome, cita-se Francisco Alves, que foi Juiz Ordinário em 1554 e
interinamente em 1555. Depois, alcaide e porteiro. Ainda vivia em 1558 (A.
Moura, Piratininga, 15). Em Pernambuco, uma das antigas famílias com este
sobrenome, procede do Capitão Antônio Alves, nascido por volta de 1696, filho
de Luís Alves da Costa e de Francisca de Barros. Neto paterno de Rodrigo Alves e
de Maria Quaresma. Foi casado, em Pernambuco, com Mariana (ou Maria)
Cavalcanti, pertencendo a família Cavalcanti (v.s.), uma das mais importantes e
tradicionais de Pernambuco (Borges da Fonseca, Nobiliarchia, I, 30). Sobrenome
de inúmera famílias estabelecidas na Cidade do Rio de Janeiro, RJ. Em Rio
Bonito, região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, a família de Bernardino
José Alves [c.1817-], filho de Manoel Alves Ramos e de Águeda Maria de Jesus.
Casou, a 04. 07.1842, em Rio Bonito, com Barbara Maria de Jesus, exposta e
batizada em casa de Roque Nunes da Silva (Arq. Luiz Borges da Luz). Na Vila
Nova de Itambí, RJ, a família de Firmino José Alves [c.1829, Itambí -], filho de
Celestino José Alves e de Joaquina Maria de Jesus. Foi cas., a 14.01.1854, em
Rio Bonito, RJ, com Joaquina Maria de Jesus, nat. de Capivari [hoje, Silva
Jardim], filha de Luiz Antônio da Costa e de Flora Maria de Jesus. Em Maricá,
região dos lagos, a família de Antônio Pacheco de Resende, que deixou numerosa
descendência, por onde correm os sobrenomes Alves e Alves Pacheco, do seu
cas. com Perpétua Alves. Foram avós de Joaquim Mariano Alves, senhor da
fazenda de Cordeiros, município de S. Gonçalo, onde fal. a 23.05.1875. Deixou
100
numerosa descendência do seu cas., a 09.11.1863, com sua prima-irmã Maria
Carolina de Azevedo Soares, nasc. a 20.04. 1803, na fazenda do Bananal, em
Maricá, filha do alferes Antônio Joaquim Soares, patriarca da família Azevedo
Soares (v.s.), do Estado do Rio de Janeiro. Estes, foram pais, entre outros, de
José Mariano Alves [29.03.1839, Maricá - 16.04.1905, Alcântara, S. Gonçalo, RJ],
eleitor e Substituto do subdelegado de Polícia da Freguesia de Cordeiros (S.
Gonçalo). Juiz de Paz da mesma Freguesia [1873-1877] (Macedo Soares, NF, II,
112). Em Campos, região norte-fluminense, a família de Joaquim José Alves,
nasc. c.1757, que deixou geração com Úrsula Maria das Virgens. Foram pais de
Maria Francisca Alves [c.1782, Campos - 20.09.1859], baronesa de São João da
Barra, por seu casamento, na família Alves Rangel (v.s.), da região nortefluminense do Estado do Rio de Janeiro. Em Paty do Alferes, região centro-sul
fluminense, entre outras, a família de Francisco José Alves, que deixou geração
do seu cas. com Ana Maria de Jesus. Foram pais de Ana Joaquina de São José,
nasc. em Paty do Alferes (bat. a 01.04. 1794). Cas. em Paty do Alferes, RJ, a
04.02. 1813, com Francisco das Chagas Werneck, nasc. em Paty do Alferes, RJ,
a 19.01.1778. Filho do sargento-mor Inácio de Souza Werneck (Padre Werneck) e
de Francisca das Chagas Monteiro - citados no verbete Werneck (v.s.). Muitas são
as famílias com este sobrenome, estabelecida no Pará. Entre outras: I - Geraldo
Antônio Alves [c.1794-], Alferes do 3.º Regimento de Milícias de Cametá
[17.03.1819], que deixou geração do seu cas. com Maria Gertrudes das Mercês.
Foram pais do advogado João Antônio Alves - detalhes abaixo. Linha Africana:
Sobrenome também usado por famílias de origem africana: em Itaboraí, região
da baixa litorânea do Estado do Rio de Janeiro, a família de Antônio Francisco
Alves, nasc. em 1842, em Itaboraí - «pardo». Filho de José Francisco da Rosa e de
Mariana Francisca de Jesus. De cor parda. Casou primeiro a 26.11.1864, em Rio
Bonito, com sua prima em 2º grau de consangüinidade em linha transversal,
Maria Rosa da Conceição, nasc. em Rio Bonito, em 1844 e sepultada em Braçaná.
Filha de Antônio José Mendes. Deixou geração do seu segundo cas., a
23.02.1867, em Rio Bonito, com Genoveva Rosa do Espírito Santo, nasc. em Rio
Bonito, em 1849. Filha natural de Feliciana Joaquina da Conceição (Arq. Luiz
Borges da Luz). Linha Natural: o advogado João Antônio Alves [c.1820, Cametá,
Pará - c.1868, PA], declarou-se solteiro, mas que de suas fragilidades humanas,
teve quatro filhas naturais.: a primeira, Joana, havido com Ana Clara de São José
Coutinho, em Pernambuco; as duas seguintes, Joana e Cândida, havidas com
Cândida Isabel dos Santos, em Pernambuco; e a última, Angela, havida com
Emília Antônia da Conceição, no Pará. Bacharel em Direito pela Academia de
Olinda [PE-1845]. exerceu durante 14 anos a advocacia no Foro de Belém [PA].
Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo
forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Sobrenome de algumas famílias de
origem judaicas, estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre
outros, registra-se Moisés Alves, documentado nos anos 1636 e 1638 (Wolff,
Brasil Holandês, 16). O mesmo Moisés Alves, em Pernambuco comprou gêneros
no ano de 1636 (Wolff, Dic., I, 11). Família de origem judaico-sefardita, expulsa
da península Ibéria, em fins do século XV, migrada para o Marrocos, norte da
África, de onde passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se
no Município de Belém, Estado do Pará. A esta família pertencem: I - Jacob Alves
[ - 25.10.1937, Belém, Pará], que deixou esposa e filho ao falecer. Aparentados
com os Serruya (Samuel Benchimol, Eretz Amazônia, 145; Wolff, Sepulturas, III,
21; Wolff, Sepulturas, III, 70); e Elias Alves que deixou geração do seu cas. com
Sol Alves. Foram pais de Syme Alves [1892, PA - 08.09.1967, Rio, RJ], que foi
cas. com José Benedicto Cohen, falecido antes da esposa (Wolff, Judeus na
República, 348). Heráldica: Registra-se, para um destes troncos, as armas que
101
vão descritas a seguir: um escudo dividido em faixa: a primeira, também
dividida em pala - na primeira parte, de vermelho, com uma águia de prata de
duas cabeças, coroadas de ouro; - na segunda parte, de azul, com uma cruz de
ouro potentêa cantonada de quatro aneletes de ouro, vazias do campo; na
segunda faixa, em campo de azul, três bandas ondeadas de prata. Timbre: uma
águia com uma só cabeça, coroada de prata. Antônio José Vaz Velho, em sua
obra “Tesouro Heráldico de Portugal”, apresenta duas armas diferentes de Alves,
e Armando de Matos, no “Brasonário de Portugal”, mais outra; todas elas, porém,
são simples variantes das armas dos Alvares, fato tanto menos de admirar, por
ser Alves, apenas uma forma abreviada de Álvares (Verbo, I, 1572). Brasil:
Capitão Francisco Maximiano Alves de Melo e Albuquerque - 30.10.1805: um
escudo esquartelado com as armas da família Alvares [I], da família Melo [II],
da família Albuquerque [III] e da família Silva [IV].
102
SILVA
103
Sobrenome de origem geográfica, pelo menos, para os que não são de sangue
azul. Sanches Baena faz descenderem dos Silvios romanos os nobres com este
sobrenome. João Ruiz de Sá, a propósito dos Silvas diz: «Foram seus
progenitores / rreys Dalua, donde vyeram / os jrmãos, que nõ couberão / nu soo
rreyno dous senhores». O mesmo João Ruiz de Sá, no ofertório, ao conde de Porto
Alegre, da epístola de Dido e Enéias, diz: «Enéas de quem a gente / dos de Sylvia
he descendente, / como é outra parte digno». Virgílio na Eneida, VI, 763-6, se
refere a Silvio, filho póstumo de Enéias com Lavínia, crescido e educado nas
florestas. Tito Lívio dá versão diferente. Apresenta Silvio como filho de Ascânio e
por acaso nascido numa floresta (Antenor Nascentes, II, 282). Da palavra "silva",
nome comum a vários arbustos (Anuário Genealógico Latino, IV, 29). Procede
esta família dos Sílvios romanos, que viveram na Espanha, no tempo em que os
romanos a conquistaram. Seu solar é na torre de Silva, junto ao rio Minho.
Descendem de Paio Guterre, o da Silva, que foi «adiantado» de Portugal, no tempo
do 1.º rei D. Afonso Henriques, fal. em 1185, e que era filho de D. Guterre
Alderete, descendente dos reis de Leão e companheiro do conde D. Henrique de
Borgonha (Anuário Genealógica Latino, I, 88). Brasil: Em São Paulo, entre as
mais antigas, registra-se a família de Pedro da Silva, de Portugal, alfaiate,
tesoureiro da confraria das almas (1612), que deixou geração de seu cas. com
Luzia Sardinha (AM, Piratininga, 174). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas,
cabe mencionar a de Estevão Pereira da Silva, que deixou geração do seu cas.,
c.1675, com Vitória das Neves; e muitas outras espalhadas na obra de
Rheingantz sobre as primeiras famílias do Rio - sécs. XVI e XVII. Na região nortefluminense do Estado do Rio de Janeiro, registra-se a família de João da Silva
Pinto, que deixou importante descendência do seu cas., por volta de 1807, com
Teresa Lauriana Peçanha, integrante da tradicional família Peçanha (v.s.), da
mesma região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Entre os
descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Inácio da Silva Pinto
[c.1810, Campos, RJ - 08.08.1886, idem], que foi agraciado com o título de barão
(2.º) de São José [11.10.1876]. Deixou geração do seu cas. com Jordiana
Francisca de Miranda [c.1814 - 23.10.1878, São Gonçalo, RJ], baronesa de São
José; II - o neto, dr. Júlio de Miranda e Silva [17.07.1839, São Gonçalo, RJ 26.05.1901, Campos, RJ], fazendeiro, agraciado com o título de barão de Miranda
[07.10.1882]. Não deixou geração do seu primeiro casamento, a 20.10.1877,
com Maria Elisa Batista [- 11.08.1894, Rio, RJ], 1.ª baronesa de Miranda, viúva
de João Ferreira Tinoco, e filha de Julião Batista Pereira de Almeida, membro da
importante família Batista Pereira (v.s.), da mesma região norte-fluminense do
Estado do Rio de Janeiro. Deixou geração do seu segundo casamento com
Cândida de Paiva Monteiro, 2.ª baronesa de Miranda. No Rio Grande do Sul,
entre as mais antigas, está a família de Antônio da Silva Caldeira [da Ilha da
Madeira], que deixou geração, a partir de 1735, na Colônia do Sacramento, de
suas duas uniões. Ainda no Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de
Antônio Ribeiro da Silva, que passou para esse estado em 1825. Assinou termo
de declaração, a 07.07.1864, onde informa ser natural de Portugal, ser católico,
ter 56 anos de idade, ser comerciante e casado com filhos; II - a família de
Augusto José da Silva, nat. do Porto, Portugal, que assinou termo de declaração,
a 19.01.1848, onde informa ser católico, ter vindo para o Brasil há 18 anos
[1840], ter 39 anos de idade, ser casado com uma brasileira e ter com ela um
filho; e III - a família de Belmiro José da Silva Neto, natural de Portugal, que
assinou termo de declaração, a 24.11.1860, onde informa ser católico, maior de
21 anos de idade, ter vindo para o Brasil em 1841, ser casado com uma brasileira
e ter com ela uma filha de nome Belmira (Spalding, naturalizações, 106). Em
Pernambuco, entre as mais antigas, cabe registrar a família de Mathias da Silva
104
[c.1658, Lisboa - ?], Boticário na Cidade de Olinda (PE), filho de Antônio Lopes da
Silva e de Maria Francisca de Souza. Deixou geração do seu cas., c.1683, em
Pernambuco, com Madalena de Freitas [c.1661, Recife, PE - ?], filha do ourives
Manuel de Freitas. No Acre, há registro de Joaquim Victor da Silva, estabelecido,
em 1882, em Bom Destino; e José Felipe da Silva, estabelecido, na mesma data,
em Boa União (Castelo Branco, Acreana, 186). Família de origem portuguesa
estabelecida na Bahia, para onde passou Sebastião da Silva Braga [c.1745,
Braga, Portugal -], filho de Antônio Rodrigues da Silva e de Margarida de
Vasconcelos. Deixou geração do seu cas. com Inácia de Souza, natural da Bahia,
filha de Francisco Xavier dos Santos e de Gertrudes Xavier dos Reis, naturais da
Bahia. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Antônio Augusto
da Silva [c.1770, BA - 11.01.1846, Rio, RJ], matriculado no curso de Filosofia da
Universidade da Bahia [23.10.1792]. Bacharel em Direito [1795]. Leitura de
Bacharel [01.06.1796]. Juiz de Fora das Vilas de Jaguaripe e Maragogipe, na
Bahia [06.02.1810]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes das mesmas
vilas [02.04.1810]. Reconduzido com o predicamento da correição ordinária
[17.12.1812]. Juiz de Fora da Bahia [12.10.1818]. Provedor da Fazenda dos
Defuntos e Ausentes da Bahia [12.10.1818]. Teve o predicamento do primeiro
banco [20.10.1818]. Desembargador da relação da Bahia [13.05.1821].
Desembargador ordinário [12.10.1826]. Desembargador de agravos da Casa da
Suplicação [18.10.1829], com exercício na Relação da Bahia. Com a extinção da
Casa da Suplicação, ficou pertencendo à Relação da Bahia [04.10.1834].
Presidente da Relação da Bahia. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça
[02.12.1840]. Membro da Junta Provisória do governo da Bahia [eleita a
21.02.1822]. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pela Bahia, em duas
legislaturas: 1.ª [1826-1829] e 3.ª [1837-1840]. Agraciado com a Ordem de
Cristo [12.02.1819]. Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro [12.10.1820. Oficial da
Ordem do Cruzeiro [18.10.1829]. Comendador da Ordem de Cristo
[18.09.1843]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo Tribunal, 45). Deixou
geração; II - o neto, Antônio Augusto da Silva II [- 03.10.1892, Rio, RJ], bacharel
em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Olinda [PE-1844]. Juiz
Municipal e de Órfãos dos termos reunidos da Estância e Santa Luzia, Sergipe
[16.12.1850]. Juiz Municipal e de Órfãos do termo de Nazaré [12.10.1854]. Juiz
de Direito da comarca da Graça, em Santa Catarina [28.03.1857]. Juiz de Direito
da comarca de Porto Calvo, em Pernambuco [1865]. Juiz da 2.ª vara do crime de
São Luiz, no Maranhão [22.12.1869]. Juiz de Direito da vara privativa da
provedoria de capelas e resíduos de São Luiz [15.02.1871]. Desembargador da
Relação de Belém do Pará [24.04.1875], removido para a de São Luiz do
Maranhão [10.12.1875], e para a Corte [14.12.1886]. Ministro do Supremo
Tribunal de Justiça [20.07.1889]. Aposentado [21.03.1891]. Chefe de Polícia das
províncias do Rio Grande do Norte [15.03.1864 - exonerado a 18.11.1865],
Alagoas [11.05.1866 - exonerado a 06.07.1867] e Maranhão [25.07.1868 exonerado em 12.1869]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial [18.06.1875].
Conselheiro do Império [30.07.1889]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo
Tribunal, 143). Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de
origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Antônio
Cardoso da Silva [c.1668, RJ - 1710, RJ], «pardo», filho de João Cardoso e
Domingas da Silva, que deixou geração do seu cas., em 1694, no Rio, com
Margarida da Fonseca, nasc. Rio, filha de Úrsula, serva da casa de Ana de
Barros; e a de Pedro da Silva «pardo», nasc. Rio, filho natural de Manuel
Carrança e de Francisca Barbosa «crioula forra», que deixou geração, em 1698,
com Isabel da Mota, nasc. Rio (Rheingantz, I, 299, 313). Ainda no Rio de Janeiro,
cabe mencionar a família de João Afonso, "preto forro", da Guiné, ex-escravo do
105
reverendo padre Francisco Leite de Oliveira, que foi cas., a 19.06.1783, no Rio de
Janeiro, com Águeda da Silva, "preta forra", da Guiné, ex-escrava de Boaventura
da Silva, de quem adotou o sobrenome. Para Minas Gerais, registra-se a famosa
família de Antônio Caetano de Sá (nascido em Portugal e falecido no Rio de
Janeiro, como religioso da Ordem do Carmo), que deixou uma filha natural, da
sua união com Maria da Costa, «preta escrava». Foram pais da famosa Francisca
da Silva, de «cor parda», de baixa classe social. Ex-escrava por nascimento, que
passou para a história do Brasil, com o famoso epíteto “Xica da Silva”.
Estabelecida em Diamantina, tornou-se a paixão do contratador, o
desembargador João Fernandes de Oliveira III [c.1728, Mariana, MG - ?], célebre
por sua fortuna e pela maneira escandalosa que levava sua vida. Membro da
importante família Fernandes de Oliveira (v.s.), estabelecida em Minas Gerais.
Xica da Silva já trazia um filho, de nome Simão, havido com o dr. Pires
Sardinha, de quem fora escrava. De sua união com o contratador, deixou 13
filhos. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem
indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de Romualdo Antônio
da Silva, índio, casado em 1800, no oratório de N.S. dos Prazeres da fazenda de
Pelotas, RS, com Maria Isabel, também índia (L.º 3.º, fl. 9); II - e a de Manuel da
Silva, índio, casado em 1775, em Estreito, RS, com Francisca Narcisa, também
índia. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado em Lisboa, a
17.09.1662, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Manuela
de Jesus, solteira, filha de Agostinho da Silva que fora oficial na alfândega de
Lisboa, natural de Madrid e moradora em Lisboa, por culpas de feitiçaria e
presunção de ter pacto com o demônio. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no
Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de cinco (5) anos de
degredo para o Brasil, de Maria da Silva, natural do lugar de Caparica. Esposa
de João Esteves, marinheiro. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do
Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o
Brasil, de Domingas da Silva, solteira, natural de Évora e moradora em Lisboa, a
qual no auto-de-fé que se celebrara na cidade de Lisboa, a 02.08.1664, abjurara
«de leve», por «fazer fervedouros e uzar feitisarias», e fora presa segunda vez pela
mesma culpa e por não cumprir o degredo a que tinha sido condenada pelo
Santo Ofício. Filha de João de Lima, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco (5)
anos de degredo para o Brasil, de Nuno da Silva, «um quarto de cristão-novo»,
professo de certa ordem militar, solteiro, natural da vila da Pederneira, onde
morava. Filha de Nuno de Brito Alvo. Linha Natural: Em Ubá (MG), por exemplo,
Manuel Bento da Silva, 23 anos, filho natural de Maria José de Moraes, ca.,
1843, com Maria Teodora de Jesus, 16 anos (Carlos Barata - Famílias de Ubá).
Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo
forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Para o Rio de Janeiro, ver a família
Mendes da Silva (Wolff, Dic.I, 180). Nobreza Titular: I - registra-se a família de
Manuel Monteiro da Silva, que deixou geração do seu cas., por volta de 1808,
com Maria Rodrigues de Jesus. Foram pais do Coronel Henrique José da Silva
[11.05.1811, Laguna, SC - 03.10.1880, Bananal. SP], que sendo de Santa
Catarina, ainda criança, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro. Daí,
passou para a cidade de Bananal, na Província de São Paulo. Chefe do Partido
Conservador, em Bananal. Juiz de Paz e Vereador, por diversos períodos, à
Câmara Municipal de Bananal. Oficial da Guarda Nacional em Bananal. Capitão
da Terceira Companhia do Batalhão de Infantaria [1854]. Major da mesma
Companhia. Proprietário das fazendas Loanda, em São João Batista, Da Serra,
em Bananal e Grataú, em Angra dos Reis, RJ, além de uma ilha. Irmão da
Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, de Angra dos Reis. Prior
106
da mesma Ordem [1875-1876]. Comendador da Imperial Ordem da Rosa
[14.03.1867]. Foi agraciado, sucessivamente, com os títulos de barão de Ariró
[Dec. 08.07.1867] e Visconde de Ariró [Dec. 10.06.1876]. Teve mercê da Carta de
Brasão de Armas - detalhes adiante. Com geração dos seus dois casamentos: o
primeiro, com Marinha Miranda Barbosa [1810 - 30.11.1876], que viria a ser a
baronesa e primeira viscondessa de Ariró, por apenas 5 meses. Filha de João
Ribeiro Barbosa e de Inácia Maria do Espírito Santo, naturais de Bananal, SP; o
segundo, a 03.04.1878, com Amélia Augusta de Camargo [c.1856 - 15.08.1935,
Pedro de Toledo, SP], 2.ª Viscondessa de Ariró - ver este título. Filha do major
José Delfino de Camargo e de Cândida Maria de Camargo; II - Antônio Teotônio
da Silva [- 15.04.1890, fazenda Monte Alegre, MG], estabelecido em Minas Gerais.
Foi agraciado com o título [Dec. 23.01.1886] de barão do Alto Muriaé; III Joaquim José da Silva, que por Decreto de 21.06.1862, foi agraciado com o título
de barão de Vila Maria; IV - José Manuel da Silva, que foi agraciado, por Decreto
de 02.12.1854, com o título de barão de Tietê. Foi casado com Maria Rodozinha
da Cunha e Silva; V - Domingos Américo da Silva, de família estabelecida na
Bahia, foi agraciado, por Decreto de 17.05.1871, com o título nobiliárquico de
barão de São Tiago; VI - Francisco Teodoro da Silva [- 07.06.1868], estabelecido
em Minas Gerais, foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão do Pouso
Alto. Casado com Rita Isabel Pereira da Silva, que, depois de viúva, contraiu
novas núpcias com o barão de Monte Verde, seu primo, membro da família
Pereira da Silva (v.s.); VII - José Inácio da Silva Pinto, barão (2.º) de São José citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro; VIII - dr. Júlio de Miranda e
Silva, barão de Miranda - citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro.
Heráldica: I - um escudo em campo de prata, com um leão de púrpura armado
de azul. Timbre: o leão do escudo; II - Outros: um escudo em campo de prata,
com um leão de púrpura, armado e linguado de vermelho; III - outros: um
escudo em campo vermelho, com um leão de prata, armado de ouro; IV - Do
conde de Aveiras: um escudo em campo de prata, um leão de púrpura, armado
e linguado de azul, acompanhado de dois ramos de silva de verde, postos em
orla, com os cabos passados em aspa na ponta do escudo. Timbre: o leão das
armas (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 128) Brasil Heráldico: V
- Tomás José da Silva, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, por Carta de Brasão
de Armas, datada de 07.11.1854; VI - Coronel Henrique José da Silva, visconde
de Ariró - citado acima. Requereu Carta de Brasão de Armas, a 13.09.1869.
Registrada, a 17.09., no Livro VI, do cartório da Nobreza, fl. 105: um escudo
esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de ouro, um leão de
púrpura, agarrando na destra um ramo de cafeeiro ao natural; no segundo e no
terceiro quartel, em campo verde, um rio de prata, aguado de azul, entre dois
besantes de ouro, em chefe de prata carregado de duas cabeças de índios ao
natural, afrontados, com canitares de penas multicores. Coroa de visconde.
107
ALVES DA SILVA
108
Sobrenome composto de diversas famílias estabelecidas no Brasil. Em Minas
Gerais, na região de Carrancas, houve uma família com este sobrenome, que
teve princípio no casamento de Tomas Moreira da Silva, por volta de 1842, com
Maria Rita de Jesus, procedente da família dos Alves Taveira (v.s.). Outro tronco
genealógico com este sobrenome, pertence a um importante grupo de
Pernambuco, formado por políticos e abastados senhores de engenhos. Não
descobrimos, no caso destes pernambucanos, a origem da união destes
sobrenomes. Estabeleceram-se em Serra Verde, Pernambuco, antes de 1780, pois
ali nasceu, por estas épocas, o Alferes Francisco Alves da Silva, que deixou
importante descendência do seu cas. com Leonarda Bezerra Cavalcanti de
Albuquerque, da família dos Bezerra Cavalcanti (v.s.), de Pernambuco.
Importante família, de origem portuguesa, estabelecida na região do Vale médio
do Paraíba fluminense do Estado do Rio de Janeiro, procedente de Antônio Alves
da Silva, nasc. no Porto, Portugal. Filho de Antônio Alves da Silva e de Ana Maria
da Silva. Deixou geração do seu cas. a 15.05.1852, em Resende, com Cândida
Maria de Almeida de Jesus, bat. em Resende. Nobreza Titular: I - Francisco
Alves Cavalcanti «Camboim» [1810, PE - 02.02.1896, Brejo da Madre de Deus,
PE], barão de Buique, chefe da família Camboim (v.s.), de Pernambuco; II Coronel Lourenço Bezerra Alves da Silva [1834 - 05.07.1900, engenho Tabatinga,
PE], neto daquele Alferes Francisco Alves da Silva, foi chefe político de Ipojuca,
Senhor dos engenhos Utinga e Caxangá (hoje usina), em Ribeirão, Pernambuco.
Por decreto de 20.08.1889, o Coronel Lourenço foi agraciado com o título de
Barão de Caxangá - nome tomado do seu engenho (Anuário Genealógico
Brasileiro VI, 20). Deixou geração do seu cas. com Inês Escolástica de Souza
Leão [1844 - 04.02.1900, engenho Bom Fim, Ipojuca, PE], baronesa de Caxangá,
membro da importante família Sousa Leão (v.s.), de Pernambuco. III - Clara
Maria Alves da Silva, neto daquele Alferes Francisco Alves da Silva, por
casamento, tornou-se Baronesa de Serinhaém. Ainda com este sobrenome, em
Pernambuco, destacamos: IV - Antônio Alves da Silva [29.05.1807, PE 12.07.1873, PE), agraciado, por Dec. de 29.05.1867, com o título de Barão de
Amaragi. Teve mercê da Carta de Brasão. Sabemos ser parente do barão de
Caxangá, citado acima. Deixou geração do seu cas. com Antônia Alves de Araújo,
que tornou-se a baronesa de Amaragí (ver este título). V - sua filha, Maria José
Alves de Araújo [16.03.1855 - 11.07.1940, Recife, PE], por casamento, na
importante família Barros Correia (v.s.), de Pernambuco, tornou-se a Baronesa
de Contendas. Heráldica: o citado Barão de Amaragi requereu armas a
10.01.1868, que lhe foram concedidas com Aviso ao Rei de Armas de
13.06.1868, a saber: um escudo de prata, com um leão de púrpura e bordadura
de vermelho, carregada, em chefe, de uma estrela de prata, e três gafanhotos de
ouro, um em cada flanco e um em ponta, voltado. Coronel de barão.
109
GOUVEIA DE SOUZA
ANTONIO GOUVEIA DE SOUZA
GOUVÊA ou GOUVEIA
110
Sobrenome de origem geográfico. Topônimo de Portugal (Antenor Nascentes, II,
128). Gouvêa [ou Gouveia] é palavra antiga, substantivo do verbo gouvir, que na
língua antiga significa gozar e, assim, Gouvêa é o mesmo que gozo. Esse nome se
deu a uma aldeia da Beira-Alta, que D. Sancho I, rei de Portugal em 1185, fez
vila e lhe deu foral; e D. Fernando I, rei em 1367, deu a alcadaria-mor a Fernão
Nunes Bobadela. Seus filhos Nuno Fernandes e Vasco Fernandes viveram nela e
por isso foram alcunhados de Gouvêa. O primeiro com este sobrenome que se
menciona é Vasco Fernandes de Gouvêa, senhor do Castelo Bem e outras terras,
no tempo de D. João I [? -1433], rei de Portugal (Sanches Baena, II, 81; Anuário
Genealógico Latino, I, 50). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas,
encontra-se a de Manuel de Gouveia [c.1619, Óbidos - ?] filho de João de
Gouveia e de Maria de Óbidos. Deixou descendência do seu cas., em 1645, no
Rio, com Isabel Coutinho [1620, RJ - 1696, RJ], filha de Belchior de Azeredo
Coutinho, da importante família Azeredo Coutinho (v.s.), do Rio de Janeiro
(Rheingantz, II, 322). Rheingantz registra mais 10 famílias com este sobrenome
nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Houve uma família com este sobrenome, originária das ilhas portuguesas,
estabelecida em São Paulo, para onde passou João de Mendonça Gouveia [1675], natural da Ilha da Madeira. Filho de Antônio de Gouveia de Mendonça e
de Catarina Rodrigues. Deixou geração do seu cas., em 1669, com Ana Luiz,
filha de Antônio Luiz do Passo, chefe desta família Passo (v.s.), de São Paulo
(Silva Leme, VIII, 137). Heráldica: um escudo partido: I - de vermelho, bilhetado
de ouro de 6 peças, cada uma carregada de um besante de prata, que
representa a família Melo; II - de prata, com 6 arruelas de azul, que representa a
família Castro. Timbre: uma águia de vermelho, armada e besantada de prata,
de 6 peças. Século XVI: Francisco de Gouvêa Coutinho - Brasão de Armas
datado de 1531: estas armas dos Gouvêas.
111
SOUZA
112
Sobrenome de origem geográfica. Rio e Povoação de Portugal. Cortesão tirou,
com dúvida, da baixa latinidade Sousa, Saucia, ou Socia. Sousa [forma
documentada no ano de 924], Souza [com z], Socia [documentado em 1088]. Leite
de Vasconcelos tirou do latim saza, seixos, o que traz dificuldades fonéticas.
Outros derivam de Salsa, donde Souza, o que não apresenta dificuldade fonética.
Cortesão faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação,
derivando aquele de saza e este de Socia (Antenor Nascentes, II, 286). Uma das
mais antigas e ilustres famílias de Portugal. Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário
das Famílias de Portugal (Tomo XXIX), usando o Nobiliário do Cazal do Paço,
principia esta antiquíssima família em D. Sueiro Belfaguer, antigo cavaleiro
godo, que floresceu nos primeiros anos do século VIII, ou pelos anos de 800. Foi
filho, segundo as melhores opiniões, de D. Fayão Theodo ou Theodosio (que foi
bisneto em varonia de Flavio Egica, Rei da Espanha) e de sua esposa Sona
Soeira, filha de D. Soeiro, Príncipe Godo. Felgueiras Gayo informa ser a mais
antiga família que se encontra na Espanha Portuguesa. O primeiro Solar que
teve esta Família foi na Comarca de Vila Real entre o Rio Tua e Tamega, em a
terra chamada Panoyas, nome que lhe ficou de uma Cidade assim chamada pelos
romanos, situada junto ao lugar de Val de Nogueiras, em cujas ruínas se
encontram descrições com letras romanas. O segundo Solar desta Família, de
onde se tirou o sobrenome, fica em Entre Douro e Minho, no contorno do
Concelho de Rio Tamaga, denominado - a terra de Souza - regada do Rio Souza,
que, nascendo por cima do Mosteiro beneditino de Pombeiro, recebe outras
águas, e corre até se incorporar com o Rio Douro, muito abaixo de ambos os rios,
sendo o Tamega o último que recebe duas léguas antes da Cidade do Porto. O
sobrenome Souza não surgiu, senão muito depois de principiar esta família,
conforme vimos, em D. Sueiro Balfaguer, que deixou numerosa e ilustre
descendência do seu casamento com D. Munia - ou Menaya - Ribeiro,
descendente dos condes de Coimbra, e por varonia, descendente de Sizebuto,
filho de Witissa, penúltimo rei godo. Foram quarto avós de D. Gomes Echigues,
que floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito valor, que combateu em
Santarém, onde, com sua lança, deteve o Rei de Castela D. Sancho e o venceu.
Foi Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho, por nomeação do
Rei D. Fernando, pelos anos de 1050. Comprou o Lugar de Felgueiras, junto a
Pombeiro, a Payo Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, em 04.1039. Fundou o
Mosteiro de Pombeiro, de religiosos beneditinos, pelos anos de 1040. Achava-se
em Guimarães pelos anos de 1052. Próximo às terras de Pombeiro, estava o Solar
de Souza. Deixou numerosa descendência do seu cas. com D. Gontrode Moniz,
filha de D. Munio Fernandes de Touro [filho do Rei D. Fernando de Castela]. Por
este casamento, a família Souza entrou para o sangue Real de Navarra, de quem
descendem os Reis de Castela e Portugal. Entre os filhos deste último nobre
cavaleiro, registra-se D. Egas Gomes de Souza, que foi o primeiro que usou este
apelido Souza, na forma de nome de família, por ser nascido, criado e, depois,
Senhor das terras de Souza, Solar dessa família. Foi, ainda, Senhor de Novella e
Felgueiras. Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho. Sendo
Capitão-General, venceu em batalha, com muito valor, ao Rei de Tunes, junto a
Beja, o que lhe valeu o acrescento aos Bastões de Aragão, antiga composição de
suas Armas, as quatro luas crescentes que o rei de Tunes trazia nas suas
bandeiras. Deste descendem todos os Souzas, de Portugal e Brasil - salvo para
aquelas famílias que em algum tempo adotaram este sobrenome, por
apadrinhagem, etc. Deixou numerosa descendência, pela qual corre o
sobrenome Souza, por seu cas. com Dona Flamula - ou Gontinha - Góes, filha
de D. Gonçalo Trastamires da Maia e de Dona Mécia Roiz. Entre os descendentes
deste casal, de interesse para o Brasil, registram-se: I - a sexta neta, Ignez
113
Lourenço de Souza, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Martim
Afonso Chichorro, filho bastardo do Rei D. Afonso III [1248-1279], de Portugal.
Foram os patriarcas da importante família Souza Chichorro, que deu diversos
membros que tiveram importante atuação no Brasil; II - o décimo segundo neto,
Damião de Souza de Menezes, que serviu no Brasil e em Portugal nas guerras
passadas que tiveram com Castela. Capitão-Mor e Governador do Castelo de
Salvaterra, junto do Rio Minho, defronte de Monção, quando os portugueses o
ganharam aos galegos. Capitão-Mor de Aveiros. Fidalgo da Casa Real.
Comendador de Cabanellas na Ordem de Cristo. Com geração; III - o décimo
segundo neto, Martim Affonso de Souza [1500 - 21.07.1564, Lisboa], Senhor de
Prado e Alcaide-Mor de Bragança. Por ordem do Rei D. João III, veio com uma
armada ao Brasil a descobrir o Rio da Prata, deixando ao seu arbítrio as
disposições daquela conquista por Carta passada em Lisboa, datada de
28.09.1532. Chegando ao Brasil, bateu de frente com uns navios corsários
franceses, que andavam nestes mares, tomando uns, e expulsando outros. Foi o
1.º Donatário da Capitania de São Vicente. 12.º Governador da Índia [15421545], onde conseguiu gloriosos sucessos no mar e na terra. «Martim Afonso de
Sousa, comandante da expedição guarda costa e colonizadora que viera em 1530,
recebeu 100 léguas de costa e sertão ilimitado, concessão essa dividida em duas
partes: a primeira, ao Norte, entre os rios Macaé e o Curapacé ou Uqueriquerê, ao
N. de Sebastião, com 55 léguas ou 379 kms de extensão, onde começava o lote de
10 léguas concedido a Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial
do Brasil, 82). «A segunda parte da concesão feita a Martim Afonso de Sousa, ao
Sul, começava no rio S. Vicente (Bertioga), limite meridional do lote de seu irmão
Pero Lopes de Sousa, e acabava na Ilha do Mel, à entrada da baía de Paranaguá.
Media 45 léguas ou 260 kms. Foral de 6 de outubro de 1534.» (Oliveira Dias,
Formação Territorial do Brasil, 87). Primo legítimo Tomé de Souza, Governador
Geral do Brasil, e irmão de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. «Martim
Affonso amigo, Eu El Rey vos envio muito saudar; Vi as cartas, que me escrevestes
por João de Sousa, e por elle soube da vossa chegada a essa terra do Brazil, e
como hieis correndo a Costa, caminho do Rio da Prata, e assim, do que passastes
com as Naos Francesas dos Cossairos, que tomastes, e tudo o que nisso fizestes,
vos agradeço muito, e foi taõ bem feito, como se de vós esperava, e saõ certo, que a
vontade que tendes para me servir, a Naos, que qua mandaste quisera, que ficara
antes láa com todos, os que nella vinhão, daquei em diante quando outras taes
Naos de Cossairos achardes tereis com ellas, e com a gente dellas a maneira, que
por outra Provisão vos escrevo.» [Trecho de uma Carta do Rei D. João III a Martim
Afonso de Souza, datada de Lisboa, 28.09.1532]. Com geração; IV - o décimo
segundo neto, Pero Lopes de Souza [- c.1542], Senhor de juro e herdade para si,
e todos seus filhos, netos, herdeiros, sucessores, assim descendentes, como
transversais e colaterais, da Capitania de Itamaracá e de Santo Amaro [Brasil],
por mercê do Rei D. João III, em Évora, 01.09.1534, contendo 80 léguas de terra
na Costa do Brasil com jurisdição Cível e Crime com Alcaidarias mores de todas
as vilas e povoações das ditas terras. Faleceu vindo da Índia. «Este trecho
[Itamaracá] corresponde ao terceiro lote das terras concedidas àquele capitão e
compreendia a ilha do mesmo nome e as terras que lhe ficavam fronteiras,
separadas do continente pelo canal de S. Cruz. Media a capitania 30 léguas de
testada ou 125 kms, limitando ao N. com a baía da Traição no litoral paraibano, e
ao S. com a foz do rio Igaraçú, término das terras de Duarte Coelho. Carta de
doação de 1.º de setembro de 1534 e foral de 6 de outubro de 1534. [...] Na falta
de herdeiro direto Pelo Lopes de Sousa, por seu falecimento, Itamaracá passou ao
conde de Monsanto, D. Álvaro Pires de Castro e Sousa» (Oliveira Dias, Formação
Territorial do Brasil, 49). No mesmo ano da doação, 1534, foi como Capitão de
114
uma das naus da Armada que foi a Tunes, de que era General Antônio de
Saldanha, com o infante D. Luiz. Em 1539, foi mandado à Índia por Capitãomor da Armada, que se compunha de quatro navios, que o Rei mandou àquele
Estado; em setembro daquele mesmo ano entrou na barra de Goa. Foi Senhor,
também, da Capitania de Santo Amaro: «Além destas 30 léguas correspondentes à
capitania de Itamaracá, recebeu ao Sul mais 50 léguas, divididas em duas partes:
10 léguas encravadas nas terras de Martim Afonso e 40 situadas no extremo Sul,
as chamadas terras de Santana. A primeira parte de 10 léguas, situada ao longo
da costa entre o rio Curupacé ou Juqueriquerê e a barra da Bertioga, media
exatamente 150 kms de extensão. Inicialmente, o lote não tinha nome, só mais
tarde é que veio a chamar-se Sto. Amaro ... Pero Lopes de Sousa, mais interessado
no comércio de pau-brasil de Itamaracá, descuidou-se das suas terras ao Sul ...
Coube a D. Isabel de Gambôa, como tutora de seus filhos Pero Lopes de Sousa,
morto em criança, e depois Martim Afonso de Sousa Sobrinho, respectivamente, 2.º
e 3.º donatários, nomear locotenentes para administrar as terras do Sul» (Oliveira
Dias, Formação Territorial do Brasil, 83). Autor de um Diário de Navegação de
Pero Lopes de Sousa, publicado por Francisco Adolfo de Varnhagen [edições de
1839, 1847, 1861 e 1867]. Original na Biblioteca da Ajuda, códice 51-IX-17, in
fol. de 37 folhas. Primo legítimo Tomé de Souza, Governador Geral do Brasil, e
irmão de Martim Afonso de Souza, donatário de São Vicente. Com geração; V - o
décimo segundo neto, Tomé de Souza [- 28.01.1579], Veador da Casa Real.
Serviu na África, sendo capitão D. João Coutinho, e se achou na batalha de
Alcacerquibir, tomando cinqüenta cavalos. Depois no ano de 1535, passou à
Índia por Capitão da Nau Conceição; e voltando a Portugal, foi nomeado 1.º
Governador Geral do Brasil, para onde embarcou em 01.02.1549. «Para comandar
aquela esquadra, fundar a nova cidade, e governar a província, foi nomeado Tomé
de Sousa, fidalgo honrado, que tendo militado na Ásia, e na África, e servindo a
mordomia-mor de el-rei D. João III se dera a conhecer por muito digno dos cargos: e
passando de Lisboa no dia primeiro de fevereiro de 1549 com a patente de capitãogeneral do Brasil, chegou a 29 de março seguinte ao porto da Bahia, em cuja terra
aprazível foi lançado os alicerces para o estabelecimento ordenado, que dedicou a
S. Salvador. Tendo governado até o mês de julho de 1553, regressou à Corte, onde
o esperava o provimento de vedor da Casa de el-rei, e da Fazenda, cujo cargo
ocupou também no reinado de el-rei Dom Sebastião; e foi comendador de Rates, e
da Arruda ma Ordem de Cristo» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio
de Janeiro, VIII, 13). Retornando a Portugal, D. João III, o fez Veador da sua casa
e da Fazenda. Comendador de Rates e da Arruda, na Ordem de Cristo. Achandose velho, obteve para seu genro o lugar de Veador da Casa Real, e se retirou a
viver em sua Quinta. Primo legítimo de Martim Afonso de Souza, donatário de
São Vicente, e de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. Com geração; VI
- o décimo terceiro neto, Lopo [de Souza] de Azevedo, Governador do Brasil (?);
VII - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza [- 04.08.1578, Alcácer, África],
Senhor de Prado e Senhor de Alcoentre e Tagarro. Alcaide-mor de Rio Maior. 2.º
Capitão Donatário das Capitanias de Santa Ana e S. Vicente. Comendador de
Mascarenhas na Ordem de Cristo e Embaixador do Rei D. Sebastião a Castela
[Espanha], a quem serviu com grande zelo. Faleceu de pouca idade, na batalha de
Alcácer. Comendador de Mascarenhas. Com geração; VIII - o décimo terceiro
neto, Martim Affonso de Souza, o moço, o sobrinho, 3.º Donatário da Capitania
de Itamaracá [Brasil], que passou, em 1558, à Índia, onde faleceu, em Baharem,
sem deixar descendência; IX - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza
(sobrinho) [- 1578], 2.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. Herdou,
além desta capitania, mais os bens que constituíam o Morgado de Alcoentre.
Com geração; X - a décima terceira neta, Jerônima de Albuquerque e Souza, que,
115
por morte de seus irmãos, veio a ser a herdeira da Casa, e Senhora da Capitania
de Itamaracá. Foi casada com D. Antônio de Lima de Miranda, Comendador de
Pancalvos, Senhor do Morgado da Landeira. 4.º Donatários da Capitania de
Itamaracá [Brasil]. Com geração; XI - o décimo terceiro neto, Luiz Carneiro,
Senhor Donatário da Ilha do Príncipe. Governador e Alcaide-mor da Ilha do
Príncipe. Donatário de Santa Maria. Capitão-mor da Capitania de Conceição de
Finacin, São Vicente, Santos, São Paulo, Paranaguá, Tapias, Cananéa, Grazipe e
Bertioga, tudo no Estado do Brasil [São Paulo]. Senhor das Vilas de Alvares e
Silvares. Comendador de Folques e do Concelho do Rei. Com geração; XII - o
décimo quarto neto, Ruy Vasques Pinto (Rui Vaz Pinto) [- 1626, Lisboa], que foi
Governador do Rio de Janeiro [1617-1620], nomeado por Provisão de 13.07.1616,
onde permaneceu até 20.06.1620, quando foi dado posse ao novo Governador.
Morreu em Lisboa, para onde passava na qualidade de Vedor da fazenda do
Brasil. Com geração; XIII - o décima quarta filha, D. Fillipa de Souza, que por
seu casamento tornou-se a matriarca da importante família Souza de Macedo
(v.s.), do Pará; XIV - o décimo quarto filho, Gaspar de Souza, 2.º Senhor do
Morgado do Alcube. Comendador dos Altoscos de Louza, na Ordem de Cristo.
Alcaide-mor de Meira. Governador e Capitão General do Brasil. Membro do
Concelho de Estado. Gentil Homem da Boca do Rei D. Felipe III. Com geração;
XV - o décimo quarto filho, Ambrozio de Souza Coutinho, que passou a servir no
Brasil, onde morreu. Deixou descendência do seu cas. com Justa de Azevedo;
XVI - a décima quarta neta, Isabel de Lima Souza e Miranda, que foi a 5.º
Donatária da Capitania de Itamaracá [Brasil]. «Isabel legou as 80 léguas do
primitivo donatário a seu primo Lopo de Sousa, neto de Martim Afonso, ficando
assim este herdeiro de 180 léguas. Extinguiu-se com D. Isabel a descendência
direta do fundador Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do
Brasil, 86). Casada com Francisco Barreto de Lima, Vedor da Casa Real,
Comendador e Alcaide-mor de Pena-Garcia. Faleceu sem descendência, havendo
de passar a Capitania para alguma linha transversal, e, após uma contenda,
saiu para a condessa de Vimeiro, Mariana de Souza Guerra, citada adiante; XVII
- o décimo quarto neto, Lopo de Souza [ - 1610], 3.º Capitão Donatário da
Capitania de São Vicente. «Em virtude de um legado que lhe foi feito por Isabel de
Lima de Sousa e Miranda, última descendente de Pero Lopes de Sousa. Lopo de
Sousa se apossou das capitanias de S. Amaro e Itamaracá, e entre 1580 e 1583
estiveram reunidas sob o seu governo não só aquelas capitanias como também a
de S. Vicente, que legitimamente lhe pertencia, tudo no total de 180 léguas»
(Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 88). Sem geração legítima,
deixando bastarda; XVIII - a décimo quarta neta, Mariana de Sousa da Guerra,
que recebeu de seu sobrinho Lopo de Souza Jr., a Donatária da Capitania de São
Vicente. Foi a 5.ª Donatária da Capitania de São Vicente. Casada com D.
Francisco de Faro, 1.º conde de Vimieiro; e por morte de seus irmãos, veio a ser a
herdeira da Casa de seus pais. Foi sucessora também, da Capitania de
Itamaracá, da qual tomou posse, depois de uma contenda que houve na busca de
um novo herdeiro, da mesma, por morte de Isabel de Lima Souza e Miranda, que
foi a 5.º Donatária - citada acima. Foi proferida a Sentença em Lisboa a
20.05.1615; XIX - o décimo quinto neto, D. Francisco de Souza, que serviu em
Tânger. Capitão de um dos Galeões da Armada do Rei D. Sebastião em 1578.
Capitão-Mor da Comarca de Beja. Senhor de Beringel, Comendador de Santo
André de Urtilhão na Ordem de Cristo, e Governador e Capitão General do
Estado do Brasil [1591] - «D. Francisco de Sousa, da Casa dos condes do Prado, e
filho de D. Pedro de Sousa, 3.º senhor de Beringel, recebendo o governo, que os
sobreditos interinos lhe entregaram em 1591, sustentou-o até o mês de maio de
1602. Foi avô do 1.º Marquês de Minas, cujo nome era semelhante, título, e
116
mercê, conferidos por el-rei D. Afonso VI em 1670» (Monsenhor Pizarro, Memórias
Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 17). Depois de ter sido Governador e Capitão
General do Estado do Brasil [1591], quando o mandaram por Capitão General
das Capitanias de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com a
administração das Minas por tempo de cinco anos, ou pelo tempo que o Rei
determinasse, por Patente passada em Madri, a 02.01.1608, que encontra-se
arquivada na Torre do Tombo, no livro 23, fol. 29, da Chancelaria do dito ano.
Nela diz o Rei: Hey por bem que tenha todo o poder, jurisdição, e alçada, que tem,
e usa o Governador da Bahia, e mais partes do Brasil pelo seu Regimento, e
minhas ordens, assim na administração da Justiça, como da Fazenda, e defensão
das ditas três Capitanias, independente em tudo do dito Governador, e immediato
somente a mim, conforme o Regimento, e instrucção, que lhe mandey dar, que elle
guardará inteiramente». (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de
Portugal, 159). «Havia tempo que se tratava na Corte de Madrid do descobrimento
das Minas, e já não com vulgares notícias determinou encarregar este negócio a
Dom Francisco de Sousa nas Capitanias do Sul, com Patente de Capitão General,
que se lhe passou em Madrid a 2 de janeiro de 1608, separando assim as
Capitanias de S. Vicente, Espírito Santo, e Rio de Janeiro, do destricto, e governo
da Bahia. Concedeolhe ElRey hum grande poder, e muitas prerogativas; de sorte,
foi Administrador das Minas do Ouro do Brasil, que com efeito descobriu, dandose-lhe nas instruções o mais pleno poder, que jamais se deu a outro algum
Governador, de prover todos os Ofícios, assim da Fazenda, como postos Militares,
de poder fazer Fidalgos, e os mais foros: dar desoito hábitos da Ordem de Cristo
com tenças; que do governo se lhe não tomaria residência; que nas matérias do
governo não seria imediato mais que ao Rei, e apresentaria um Ouvidor Geral na
Vila de São Paulo; e outras prerrogativas semelhantes, pelo qual servió teve a
promessa de Marquês de Minas, com trinta mil cruzados de renda nelas; e por
morrer muito pobre na Vila de São Paulo, antes de acabar o governo, se não
verificou nele a dita mercê, o qual veioograr seu neto D. Francisco de Souza, 3.º
Conde de Prado e 1.º Marquês de Minas, por Carta de 07.01.1670, lançada na
Chancelaria do Rei D. Afonso VI, liv. 35, fol. 24 (D. Antônio Caetano de Souza,
Memórias dos Grandes de Portugal, 159; e História Genealógica da Casa Real
Portuguesa, Tomo XII, Parte II, 133). Com geração; XX - o décimo quinto neto,
Pedro da Silva, chamado «o duro». Governador e Capitão General do Brasil.
Regedor das Justiças. Comendador de Santa Olaya de Pentalvos e de S. Lourenço
na Ordem de Santiago. 1.º conde de São Lourenço, por mercê do Rei D. Felipe
IV de Castela, em 1640. «Pedro da Silva, chamado o Duro, sucedeu no fim do ano
de 1635, e governou até o de 1639. Pela defensa da Praça de Pernambuco na
última ação contra os holandeses, teve o título de 1.º Conde de S. Lourenço, por
carta passada em Madride a 26 de junho de 1640, e foi regedor das Justiças»
(Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 21). Com
geração; XXI - o décimo quinto neto, Jorge de Souza Coutinho, que viveu no
Brasil, e que deixou grande descendência do seu cas., no Rio de Janeiro, com
Maria Galegos; XXII - o décimo quinto neto, Paulo de Souza, que nasceu no
Brasil e viveu em Lisboa. Com geração; XXIII - o décimo quinto neto, Francisco
Giraldes, Comendador da Ordem de Cristo, Embaixador de Portugal em França e
Inglaterra. Membro do Concelho da Fazenda. Governador do Brasil. Com
geração; XXIV - o décimo quinto neto, Martim Afonso de Oliveira, 10.º Senhor do
Morgado de Oliveira e Patameira. Comendador na Ordem de Cristo. Passou ao
Brasil, para combater os holandeses, tendo falecido na cidade do Salvador, Bahia,
em 1625, de uma batalha de Artilharia. Com geração; XXV - o décimo quinto
neto, Pedro de Melo, Comendador de São Pedro de Gouveia e de São Martinho de
Pinhel. Mestre de Campo na Beira e Alentejo no tempo da guerra contra Castela.
117
Governador de Serpa e depois Capitão-Mor e Governador do Rio de Janeiro
[1662-1666], onde permaneceu até 1666, quando a Provisão Real de 07.12.1665
designou para sucedê-lo o novo Governador. Retornou a Portugal, em 1667.
Membro do Concelho de Guerra do Rei D. Pedro II. Com geração; XXVI - o
décimo quinto neto, Ruy Vaz de Siqueira, Comendador de São Vicente da Beira,
Governador e Capitão General do Maranhão. Com geração; XXVII - o décimo
quinto neto, Lopo de Souza Jr., 4.º Capitão Donatário da Capitania de São
Vicente. Tomou posse da capitania e a traspassou à sua tia D. Mariana de Sousa
da Guerra, condessa de Vimieiro, que foi a 5.ª Donatária, que já era Donatária da
Capitania de São Vicente - citada acima; XXVIII - a décima quinta neta, Brites de
Albuquerque, Donatária de Pernambuco, matriarca da importante família
Albuquerque Coelho (v.s.), de Pernambuco; XXIX - o décimo quinto neto,
Jerônimo de Albuquerque [1514, Portugal - 22.02.1694, à rua de Todos os
Santos, em Olinda, PE], cunhado do 1.º Donatário de Pernambuco, e patriarca
da numerosa e ilustre família Albuquerque (v.s.), de Pernambuco; XXX - o
décimo sexto neto, D. Fernando da Silveira, Capitão de Cavalos na Alemanha,
Mestre de Campo em Flandres, Governador de Cascaes e um dos primeiros
Conselheiros de Guerra que fez o Rei D. João IV [1640-1656]. Almirante da
Armada real. Fundador da importante família Baltazar da Silveira (v.s.), que
passou a Minas Gerais e Bahia, no Brasil; XXXI - o décimo sexto neto, D. Antônio
de Souza, sucessor da Casa de seu pai. Comendador de Santa Marta de Viana do
Lima na ordem de Cristo. Serviu na Armada e depois no Brasil, sendo
Governador deste Estado seu pai. Faleceu depois de 1631, com testamento feito
a 12.11.1630, em sua Quinta de Azeitão. Com geração; XXXII - o décimo sexto
neto, D. Pedro José de Melo, que foi Governador e Capitão General do Maranhão.
Com geração; XXXIII - o décimo sexto neto, Fernão de Souza Coutinho,
Governador de Pernambuco; XXXIV - o décimo sexto neto, Antônio de Souza de
Menezes, Moço Fidalgo acrescentado a Fidalgo Escudeiro com 2400 de moradia.
Deixou geração bastarda com Maria de Araújo Pereira, natural da Bahia; XXXV o décimo sexto neto, D. Luís de Souza, Governador e Capitão General da Bahia.
«D. Luís de Sousa, tendo governado as capitanias do Sul, por morte de seu pai D.
Francisco de Sousa, sucedeu ao comandante desta em 1 de janeiro de 1617, e
teve-o até o ano de 1622» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de
Janeiro, VIII, 18); XXXVI - a décima sexta neta, Teresa Maria de Távora, casada
com Francisco de Brito Freire, Senhor do Morgado de Santo Estevão, na Bahia,
conforme vai descrito no título Brito Freire (v.s.), da Bahia; XXXVII - o décimo
sétimo neto, Braz Soares de Souza, Comendador, morreu em Pernambuco, em
um combate contra os holandeses, em 1634; XXXVIII - o décimo sétimo neto,
Afonso Furtado de Mendonça de Castro do Rio e Mendonça [- 26.11.1675, Rio,
RJ], 1.º Visconde de Barbacena, Senhor da Vila de Barbacena, Alcaide-Mor da
Covilhã, Comendador na Ordem de Cristo. Serviu na Guerra da Aclamação.
General da Artilharia e Cavalaria, na Província de Alentejo. Governador das
Armas da Beira. Membro do Concelho de Guerra e Governador e Capitão General
do Brasil, onde faleceu. «Tomou posse do governo a 8 de maio de 1671, e tendo
ratificado o regimento-geral dos capitães-mores das capitanias sujeitas a de S.
Vicente, faleceu a 26 de novembro de 1675. Jaz na igreja do convento de S.
Antônio» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 26).
Com geração; XIL - o décimo sétimo neto, José de Mello, Porteiro-Mor. Senhor
do Morgado de Alcube. Comendador das Comendas de S. Gião, São Salvador de
Anciaens no Arcebispado de Braga, e da do Couto na Guarda. Alcaide-Mor das
Vilas de Tolouza e Amieira. Donatário da Vila de Caeté, no Brasil. General de
Batalha. Com geração; XL - a décima sétima neta, Bernarda de Vilhena, casada
em Pernambuco, com seu parente D. João de Souza; XLI - o décimo sétimo neto,
118
Paulo de Souza Coutinho, que faleceu na Bahia, em 1701; XLII - o décimo oitavo
neto, D. Antônio Luiz de Souza [06.04.1644 - 25.12.1721], 2.º marquês de Minas
[Por Carta de 12.06.1674] e 4.º conde de Prado em vida de seu pai [Carta de
09.06.1664]. Senhor das vilas de Beringel e Prado, e do seu termo, com todas as
jurisdições (e privilégio de não entrar nele Corregedor) e Padroados. Alcaide-Mor
de Beja. Comendador de várias Comendas de Santa Maria de Azevo, Santa Maria
de Viana, Santo Adrião de Penha Fiel, Nossa Senhora da Purificação de Pena
Verde, São Pedro de Torres Védras na Ordem de Cristo, Santiago de Sines, e
Milfontes, na Ordem de São Tiago. Aos oito anos de idade, entrou a servir de
Moço Fidalgo, por Alvará de 11.04.1652. Serviu com seu pai na guerra,
principiando aos 13 anos de idade a servir a Coroa, em que continuou sem
intermissão, sendo Capitão de Cavalos Couraças da Guarda do General seu pai,
por patente de 20.06.1661, e ocupou os postos de Mestre de Campo de um Terço
de Infantaria, por Patente de 13.07.1663, e Mestre de Campo General [Patente
de 06.12.1674]. Feita a paz em 1668, sendo Mestre de Campo General, governou
as Armas da Província do Minho, e no ano de 1684, foi Governador e Capitão
General do Brasil.
119
NEVES DE OLIVEIRA
RICARDO SÉRGIO NEVES DE OLIVEIRA
NEVES
Sobrenome, talvez de origem religiosa (devoção da Senhora das Neves). Nome de
mulher (Maria das-), primitivamente aplicado a meninas nascidas em 5 de
Agosto, dia da Santa (Antenor Nascentes, II, 215). No Rio de Janeiro, entre as
mais antigas, a de Basílio das Neves, que deixou geração do seu cas. no Rio, em
1664, com Francisca do Valongo (Rheingantz, III, 11). Em Minas Gerais, a
importante família de Braz Ferreira das Neves, cas. com Maria Josefa da
Conceição de Jesus. Foram pais do Alf. José Antônio das Neves, nat. da Ilha
Terceira, que se estabeleceu em São João del Rei, onde fal. em 1862. Deixou
numerosa descendência de seu cas., c.1810, com Ana Luiza de Lacerda. Foram
terceiros avós do Presidente Tancredo Neves. Linha Africana: Sobrenome
também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, a de
Andreza das Neves, «parda livre», que deixou geração, em 1693, com Francisco
Mateus, «preto forro» (Rheingantz, II, 567). Linha Indígena: Sobrenome também
adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras,
registra-se a família de Maria das Neves, índia, casada em 1804, na zona de São
Lourenço, RS, com José de Morais, índio. Cristãos Novos: Sobrenome também
adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497.
(Wolff, Dic.I, 141).
120
BIBLIOGRAFIA
BUENO, Antonio Henrique da Cunha, BARATA, Carlos de Almeida. DICIONÁRIO
DAS FAMILIAS BRASILEIRAS. 1ª ed.
121
Download

“IRMÃOS DO QUADRO ORIGEM DOS SOBRENOMES”