4 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA ZONA OESTE ARTIGO O fortalecimento da ciência fluminense Wanderley de Souza Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro Segundo mais importante pólo científico do país, o Estado do Rio de Janeiro ocupa uma posição estratégica, exercendo liderança em áreas importantes para a ciência contemporânea e sua interface com o setor produtivo. Marca forte presença no setor biomédico, sobretudo no que se refere à biotecnologia, onde contamos com o Pólo Tecnológico localizado na Ilha do Fundão – o BioRio – e o Biomanguinhos, centro de produção e pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, responsável pela produção de vacinas e reagentes para diagnóstico. Destacam-se, também, a crescente presença de empresas atuando na área da terapia celular e a área da Engenharia, onde instituições tradicionais como a Coppe, PUC, UFF e grupos emergentes na Uenf têm tido participação fundamental para o desenvolvimento econômico e social sustentável do estado, sobretudo nas áreas de petróleo, siderurgia e construção naval. Ao ocupar uma posição de liderança científica nacional, o Rio de Janeiro se esforça não só para manter essa posição, mas para ampliá-la em áreas consideradas importantes. Nesse sentido, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), agência de fomento ligada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, vem desde 1999 ampliando o apoio aos centros de pesquisa localizados em instituições públicas federais e estaduais e em entidades privadas. Um dos programas de maior impacto tem sido o apoio às entidades estaduais de Ciên- cia e Tecnologia (Paep), criado com o objetivo de fortalecer a infra-estrutura técnicocientífica de instituições que pertencem ao estado, sobretudo as duas universidades estaduais: a Uerj e a Uenf. Outras entidades estaduais, como o Centro de Tecnologia da Informação, a Empresa Estadual de Pesquisas Agropecuária, a Fundação Cide, o Departamento de Recursos Minerais, o Instituto de Criminalística Carlos Éboli, entre outros, têm recebido apoio através de programas de bolsas e de auxílios para modernização de seus laboratórios e parque de equipamentos. Como resultado desse programa já se percebe o aumento da presença dessas instituições na produção científica fluminense. Em face do impacto obtido pelo Paep, em 2004 seu alcance foi estendido às instituições científicas que não pertencem ao estado, mas que com ele mantêm projetos considerados relevantes para as ações do próprio estado ou para o fortalecimento da atividade científica fluminense, sobretudo em áreas pouco apoiadas pelas fontes de recursos tradicionais. É o caso do Instituto Cultural Cravo Albin, do Instituto de Estudos Políticos e Sociais, do Instituto Militar de Engenharia e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, para citar apenas alguns. O intensivo apoio dado pelo governo do estado a essas entidades mostra a importância com que a governadora Rosinha Garotinho vem tratando a área de C&T, considerada por ela vital para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. ’ ‘ ’ ‘ O Estado do Rio de Janeiro ocupa posição estratégica em áreas importantes para a ciência A Faperj vem, desde 1999, ampliando o apoio aos centros de pesquisa instalados no estado Professores com doutorado darão aulas na Uezo Um grupo de 25 professores foi selecionado para ministrar aulas na Uezo. Pelos critérios adotados por uma comissão de seleção, somente professores com doutorado puderam se candidatar. A seleção, rigorosa, exigiu dos candidatos além da apresentação de curriculum vitae detalhado, um memorial descritivo de suas habilidades, projetos e experiência acadêmica. Foram automaticamente eliminados da seleção os candidatos que não conseguiram o mínimo de cinco pontos. O curriculum valia até oito pontos e o memorial até dois pontos. Os docentes vão ministrar, no primeiro semestre, as aulas do ciclo de formação básica, com disciplinas comuns a todas as carreiras, nos turnos da manhã e da noite. Um grupo de professores vai dar aulas em regime de dedicação exclusiva e desenvolver atividades de pesquisa. Eles terão carga horária de 40 horas semanais e vão receber, além do salário, uma bolsa de apoio acadêmico. Os demais docentes vão ter carga horária de 20 horas semanais, para atender às disciplinas do ciclo básico Biologia, Física, Química, Matemática, Língua Portuguesa e Inglesa, Psicologia, Sociologia e Tecnologia da Informação. Para o secretário Wander- ley de Souza o objetivo é imprimir no novo centro de ensino a mesma diretriz que norteou a criação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), ou seja, a de que a pesquisa científica é o principal vetor para a estruturação de um ensino de qualidade. No caso da Uezo a ênfase será dada à pesquisa tecnológica, com forte interação com o setor produtivo. Por isso, segundo ele, no processo seletivo de professores para o novo centro universitário foi exigido o doutorado e, na avaliação do currículo, teve peso significativo a produção científica e a formação de pesquisadores. Uezo: um novo Carreiras sintonizadas com o desenvolvimento econômico vão preparar especialistas Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro acaba de ganhar um centro de ensino superior público. O governo do estado inaugura nesta segunda-feira, 13 de março, em Campo Grande, o Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo), voltado para o ensino e a pesquisa na área tecnológica. Planejada para atender à demanda por mão-de-obra especializada que está surgindo na região, a Uezo começou suas atividades com 360 alunos matriculados em seis cursos de perfil tecnológico, distribuídos nos turnos da manhã e da noite. Ali serão formados profissionais nas carreiras de Tecnologia da Produção em Siderurgia; Tecnologia da Produção em Polímeros; Tecnologia da Produção em Gestão de Construção Naval e Offshore; Tecnologia em Sistemas da Informação; Tecnologia em Produção de Fármacos; e Biotecnologia. – São projetos importantes e que vão requerer mão-deobra especializada, como a construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), a expansão da siderúrgica Gerdau/Cosigua, o Pólo GásQuímico, o crescimento dos setores naval e de apoio offshore, além do desenvolvimento de tecnologias na área biológica dada a capacidade científica instalada no Estado, enfatiza o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza. A Instalado nas dependências do tradicional Instituto de Educação Sarah Kubitschek, o novo centro universitário vai funcionar em uma região onde vivem aproximadamente 2,2 milhões de pessoas e que têm agora atendida sua antiga reivindicação por cursos superiores gratuitos e de qualidade. Na região da Zona Oeste, que compreende 20 bairros e 21 sub-bairros existem 280 escolas de ensino médio, sendo 143 públicas, onde se formam, anualmente, de 60 a 70 mil alunos. Sem ter na região instituições de ensino superior públicas, esses alunos têm de se deslocar para bairros distantes, e até mesmo para outras cidades, em busca de vagas nas seis universidades públicas existentes no estado – Uerj, Uenf, UFRJ, Rural, UFF e Unirio –, ou pagar para estudar em faculdades particulares, que na maioria dos casos, oferecem cursos nem sempre sintonizados com as oportunidades surgidas na região ou com o desenvolvimento do estado. E as oportunidades deverão ser muitas. Os cursos para formação de tecnólogos oferecidos pela Uezo, com duração mínima de três anos, estão sintonizados com o perfil econômico que está se desenhando na região, surgidas a partir da instalação do Pólo gás-químico na Baixada, do pólo siderúrgico em Itaguaí e do incremento da indústria naval em Angra do Reis, Nite- to de implantação e consolidação da Uezo, com a construção de novos prédios anexos, ampliação das atividades de ensino e pesquisa e criação de novos cursos. Na reforma e adequação do prédio principal e do anexo foram gastos RS 1.431.987,00. Já para as obras de reforma do Colégio de Aplicação foram destinados R$ 892.237,00. Outros R$ 850.424,00 foram investidos na compra de equipamentos e mobiliário, como mesas, cadeiras, estantes etc. Os equipamentos para os laboratórios de ensino e pesquisa custaram R$ 611.821,00. Uezo terá laboratórios de ensino e pesquisa Biblioteca Os alunos da Uezo vão ter à sua disposição equipamentos modernos, tanto nos laboratórios de ensino, como nos de pesquisa. Os quatro laboratórios de informática dispõem de 120 computadores, ligados em rede e com acesso à Internet. Há, também, impressoras, webcams, scanners e equipamentos de datashow à disposição dos professores e alunos. Também foram instalados laboratórios de ensino para aulas de graduação de Física, Química e Biologia. Outros três laboratórios para pesquisa científica estão sendo implantados: um de Biologia Celular (para cultura de células e bioquímica), um de Física e um de Química. A montagem do laboratório de Biologia Celular para pesquisa científica custou, até agora, R$ 242 mil, recursos oriundos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj). CIÊNCIA EM TIRINHAS Também com recursos da Faperj está sendo montada a biblioteca central, que já tem à disposição dos estudantes 586 títulos, sendo cinco exemplares de cada, totalizando 2.930 livros. A biblioteca também dispõe de computadores e impressoras, ligados em rede e à Internet, para possibilitar a pesquisa e a elaboração de trabalhos. A implantação da biblioteca custou R$ 190 mil. Química Física Biologia Tecnologia da Informação Matemática Língua Portuguesa Língua Inglesa Psicologia Sociologia CMYK CYAN A Uezo está instalada em parte do Instituto de Educação Sarah Kubitschek, que ocupa uma área total de 44 mil m2. O conjunto arquitetônico é composto de um prédio principal, com três blocos interligados, e uma escola de ensino fundamental. Tem ginásio de esportes coberto, piscina e quadra poliesportiva. A nova universidade fica localizada próxima às estações de trem de Campo Grande e Benjamim Dumont (Supervia), no troco ferroviário do ramal de Santa Cruz. Pelo local passam diversas linhas de ônibus para outros bairros da região da Zona Oeste e há boa oferta transporte para o Centro do Rio e para a Baixada Fluminense. AS DISCIPLINAS DO CICLO BÁSICO DISCIPLINA pág-02 v1 LOCALIZAÇÃO Investimentos Para a implantação do Centro Universitário da Zona Oeste, o governo do estado destinou recursos da ordem de R$ 3,8 milhões, para realização de obras físicas de construção, reforma de salas de aula de todo o Instituto de Educação Sarah Kubitschek, montagem de laboratórios de ensino e pesquisa, adequação de ambientes, compra de equipamentos e mobiliário. De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, estes investimentos são iniciais, uma vez que será dada continuidade ao proje- rói e São Gonçalo, além da expansão das atividades do porto de Sepetiba. A nova instituição começa sua trajetória com a responsabilidade de ser um núcleo de ensino superior inovador na maneira de ministrar seus cursos. A partir de parcerias com instituições como a Fiocruz e com empresas instaladas na região, os alunos terão a parte final de seus cursos ministrada diretamente nas empresas, supervisionada pelos professores. Uma espécie de residência, como ocorre nos cursos de medicina. O projeto acadêmico do novo centro de ensino e pesquisa foi analisado e aprovado pelo Conselho Estadual de Educação, que deu autorização para o seu funcionamento dentro dos moldes propostos pela equipe da Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, responsável pelo planejamento e implementação do modelo pedagógico. A Fundação de Apoio a Escola Técnica (Faetec), mantenedora da Uezo, terá agora a responsabilidade de gerir a vida acadêmica e administrativa do centro universitário. Para dar continuidade à tradição do Instituto Sarah Kubitschek de centro de formação de professores, começou a funcionar, também, junto com a Uezo, o Instituto Normal Superior, que vai ministrar o curso normal superior para 80 alunos, também em dois turnos. MAGENTA AMARELO PRETO LINHA DE ATUAÇÃO Química experimental Física experimental de matéria condensada; Física atômica e molecular; Ótica. Biologia celular; Bioquímica; Imunologia; Fisiologia. Informática básica e avançada; Ciências da Informação. Matemática básica e geral, com foco na formação tecnológica. Leitura e escrita Inglês instrumental para a área tecnológica. Psicologia social. Estudo do desenvolvimento tecnológico; História das ciências.