CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA UTILIZAÇÃO DE EQUAÇÕES PREDITIVAS PARA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA INTERNA DE EDIFICAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL LEANDRO CARLOS FERNANDES Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, área de concentração: Tecnologia e Desenvolvimento. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Leite Krüger CURITIBA 2005 LEANDRO CARLOS FERNANDES UTILIZAÇÃO DE EQUAÇÕES PREDITIVAS PARA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA INTERNA DE EDIFICAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, área de concentração: Tecnologia e Desenvolvimento. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Leite Krüger CURITIBA 2005 ~ {lí21l!1 PPGTE Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná Gerênciade Ensinoe Pesquisa PROGRAMA DE Fés-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA TERMODEAPROVAÇÃO Título da Dissertação N° 159 Utilização de equações preditivas para estimativa da temperatura interna de edificações de interesse social por Leandro Carlos Fernandes Esta dissertação foi apresentada às 6_~J.~__________________ do dia 15 de fevereiro de 2005 como requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE EM TECNOLOGIA, Linha de Pesquisa - Tecnologia e Desenvolvimento, Programa de PósGraduação em Tecnologia. O candidato foi argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho - --- - - - - -~~;;;~a";;-o~~~~~;'~n~~e~~o~ ~~Pro;~dO) ~é?~C~ rof. Dr. Nathan Mendes PUC-PR Prof. Dr. EduardõL . CEFET-PR Orientador Visto da coordenação: U. Dr. Gilson Leandro OOeluz Coordenador do PPGT CEFET-PR PPGTEAv.SetedeSetembro, 3165 80230-901 CuritibaPRBrasil www.ppgte.cefetpr.br Fone:+55(41)310-4711Fax:+55(41)310-4712 Às famílias brasileiras de baixa renda. ii AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Sr. Santiago e Sra. Ana Iraci, pelo exemplo e apoio. À Simone, minha esposa, e aos nossos guris, Thiago e Matheus, pela compreensão e carinho durante os dois anos do curso de mestrado. Ao Professor Doutor Eduardo Leite Krüger, pela rica orientação, pela paciência e pela oportunidade. Aos Professores Doutores Nathan Mendes (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), Herivelto Moreira (Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná) e Maurício Roriz (Universidade Federal de São Carlos), pelas críticas construtivas. À doutoranda Eliane Dumke e Doutora. Ana Lígia Papst, pelo fornecimento dos dados que permitiram a realização desta pesquisa. Aos amigos: Maurício de Oliveira, pela apresentação ao programa de mestrado; Guilherme Bertoldo e Moacir Gubert Tavares, pelas discussões a respeito esta pesquisa e da vida acadêmica; Plácido Eduardo, Márcio Bloot, Joélcio Kuroski, Mauro T. Miyata, Rogério Esmanhoto, Márcio Sakakibara e Orlando Baron, pelas críticas e companheirismo. Aos professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Doutora Maria Vilma, Celso Luiz, Cassilha, Lindamir, Mauro, Francine, Izabel, Lucimeire e Silmara, pela amizade e questionamentos a respeito das pretensões desta pesquisa. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de pesquisa. iii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ VIII LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................... IX LISTA DE MAPAS ................................................................................................................. XI LISTA DE QUADROS ........................................................................................................... XII LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... XIII RESUMO ...............................................................................................................................XV ABSTRACT ..........................................................................................................................XVI CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 17 1.1 O PROBLEMA .........................................................................................................18 1.2 HIPÓTESE ...............................................................................................................19 1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................19 1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................20 1.5 ESTRUTURA............................................................................................................20 CAPÍTULO 2 2.1 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................. 22 APANHADO SOBRE A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL BRASILEIRA ........................22 2.1.1 Primórdios da intervenção estatal na habitação ...........................................23 2.1.2 O debate sobre habitação no período Vargas ..............................................27 2.1.3 Realizações dos Institutos de Aposentadorias e Pensões ...........................30 2.1.4 Lei do Inquilinato e congelamento dos aluguéis ...........................................31 2.1.5 Fundação Casa Popular ...............................................................................32 2.1.6 Autoconstrução e ocupação irregular de espaços urbanos ..........................33 2.1.7 Sobre a produção do Banco Nacional a Habitação ......................................35 2.1.8 Diminuição da capacidade de investimento em Habitação nos últimos 30 anos 36 2.2 A QUESTÃO HABITACIONAL NO BRASIL, NO ANO 2000 .............................................38 2.2.1 Déficit habitacional ........................................................................................38 2.2.2 Inadequação dos Domicílios .........................................................................43 iv 2.3 APLICAÇÃO DE EQUAÇÕES DE REGRESSÃO LINEAR NO ESTUDO DO CONFORTO EM HABITAÇÕES ......................................................................................................................46 2.3.1 Origem da aplicação das Equações de regressão linear em Edificações ....46 2.3.2 Estimativa da temperatura interna de residências ocupadas .......................47 2.3.3 Equações de regressão linear para estimativa de temperaturas em moradias da Vila Tecnológica de Curitiba e em um sistema construtivo alternativo....................47 CAPÍTULO 3 ESTIMATIVA DE TEMPERATURAS INTERNAS PARA EDIFICAÇÕES DA VILA TECNOLÓGICA DE CURITIBA............................................................................. 51 3.1 VILA TECNOLÓGICA DE CURITIBA – LEVANTAMENTO DE DADOS ................................53 3.1.1 Descrição dos sistemas construtivos ............................................................55 3.1.2 Resumo dos sistemas construtivos...............................................................64 3.1.3 Monitoramento térmico das moradias ...........................................................65 3.2 DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS PARA OBTENÇÃO DAS EQUAÇÕES DE REGRESSÃO LINEAR65 3.2.1 Método Regressão Múltipla ..........................................................................65 3.2.2 Método Dois Períodos...................................................................................73 3.2.3 Método Duas Regressões.............................................................................78 3.3 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DOS 3 MÉTODOS ..................................................84 3.3.1 Comparação matemática dos resultados......................................................84 3.3.2 Escolha das melhores equações para cada método ....................................87 3.3.3 Vantagens e desvantagens de cada método................................................92 3.4 REVISÃO DO MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA E ADIÇÃO DE UM TERCEIRO PERÍODO DE DADOS 94 3.4.1 Inserção de um 3º período de dados e revisão da Alteração Algébrica .......94 3.4.2 Comparação dos resultados com os dos demais métodos (após modificações)................................................................................................................97 3.5 CAUSAS DOS ERROS NAS ESTIMATIVAS QUANDO UTILIZANDO O MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA ...........................................................................................................................99 3.5.1 Características termofísicas..........................................................................99 3.5.2 Amplitude e Inércia Térmica .......................................................................103 3.5.3 Teste com Protótipos Experimentais ..........................................................105 3.5.4 Padrões de ocupação das Edificações .......................................................112 3.5.5 Análise dos dados medidos (temperaturas internas e externas) ................118 3.6 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO AO DESEMPENHO TÉRMICO E CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS QUANTO ÀS ZONAS CLIMÁTICAS .................................................................122 3.6.1 Dados Climáticos de 10 Cidades Brasileiras ..............................................122 v 3.6.2 Avaliação segundo o Método dos “Graus Dia” ...........................................127 3.6.3 Avaliação segundo o Método IPT ...............................................................134 CAPÍTULO 4 CONCLUSÕES .................................................................................... 139 4.1 SOBRE OS OBJETIVOS PROPOSTOS .......................................................................139 4.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO .......................................................................................141 4.3 APLICAÇÃO PRÁTICA IMEDIATA NA ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL ..............................142 4.4 PESQUISAS FUTURAS ............................................................................................143 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 145 APÊNDICES........................................................................................................................ 147 APÊNDICE A - RESULTADOS COMPLETOS DA COMPARAÇÃO DOS DADOS ESTIMADOS COM OS MEDIDOS, PARA O MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA............................................................148 APÊNDICE B - RESULTADOS COMPLETOS DA COMPARAÇÃO DOS DADOS ESTIMADOS COM OS MEDIDOS, PARA O MÉTODO DOIS PERÍODOS ......................................................................149 APÊNDICE C - RESULTADOS COMPLETOS DA COMPARAÇÃO DOS DADOS ESTIMADOS COM OS MEDIDOS, PARA O MÉTODO DUPLA REGRESSÃO ................................................................150 APÊNDICE D - RELAÇÃO COMPLETA DAS EQUAÇÕES DE REGRESSÃO LINEAR MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA .....................................................................................................151 APÊNDICE E - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÍNIMA INTERNA ESTIMADA – 1º PERÍODO ..................................................155 APÊNDICE F - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÍNIMA INTERNA ESTIMADA – 2º PERÍODO ..................................................155 APÊNDICE G - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÍNIMA INTERNA ESTIMADA (TI MIN2) – 1º PERÍODO ...................................156 APÊNDICE H - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÍNIMA INTERNA ESTIMADA (TI MIN2) – 2º PERÍODO ...................................156 APÊNDICE I - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA ESTIMADA (TI MAX2) – 1º PERÍODO .................................157 APÊNDICE J - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA ESTIMADA (TI MAX2) – 1º PERÍODO .................................157 APÊNDICE K - AVALIAÇÃO DAS TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS QUANTO AO DESEMPENHO TÉRMICO SEGUNDO O MÉTODO DOS GRAUS-DIA ................................................................158 APÊNDICE L - AVALIAÇÃO DAS TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS QUANTO AO DESEMPENHO TÉRMICO SEGUNDO O MÉTODO IPT ...................................................................................171 vi APÊNDICE M - AMPLITUDES TÉRMICAS MÉDIAS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ...........184 ANEXOS.............................................................................................................................. 185 ANEXO A - CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS DAS EDIFICAÇÕES..................................186 ANEXO B - UTILIZAÇÃO E VENTILAÇÃO MÉDIAS PROPORCIONAIS ..................................187 vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Vista aérea de Vila tecnológica de Curitiba ..................................................53 FIGURA 2 - Sistema construtivo Epotec...........................................................................54 FIGURA 3 - Sistema construtivo Castellamare.................................................................54 FIGURA 4 - Corte de célula teste (Concreto Celular Autoclavado) ................................105 FIGURA 5 - Célula teste de tijolos cerâmicos furados....................................................106 FIGURA 6 - Célula teste de tijolos cerâmicos furados....................................................106 viii LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Temperatura mínima no interior da moradia Batistella X Temperaturas externas........................................................................................................67 GRÁFICO 2 - Temperatura mínima interna X temperaturas externas (tipologia MLC – 1).69 GRÁFICO 3 - Temperaturas internas mínimas estimadas X medidas (tipologia MLC) ......70 GRÁFICO 4 - Temperaturas medidas X Estimadas (método duas regressões, tipologia Todeschini, período de verão, Temperatura mínima explicada pela média externa) ........................................................................................................85 GRÁFICO 5 - Temperaturas medidas X Estimadas (método duas regressões, tipologia Todeschini, período de verão, Temperatura mínima explicada pela média externa) ........................................................................................................85 GRÁFICO 6 - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas - Temperatura média interna estimada – 1º período..........................................................101 GRÁFICO 7 - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura média interna estimada – 2º período..........................................................101 GRÁFICO 8 - Correlações: R² e EPE: versus características termofísicas – Temperatura máxima interna estimada – 1º período .......................................................102 GRÁFICO 9 - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura máxima interna estimada – 2º período .......................................................102 GRÁFICO 10 - R² versus Amplitude media (A) – Ti max1 .................................................104 GRÁFICO 11 - Dados de temperatura para o período de 14/08/03 a 20/08/03 medidas por 24 horas a partir da 0:00 h ..............................................................................107 GRÁFICO 12 - Dados de temperatura para o período de 01/02/03 a 07/02/03, medidas por 24 horas a partir da 0:00 h .........................................................................108 GRÁFICO 13 - Temperatura máxima interna, comparativamente às condições da temperatura externa (Tijolo Cerâmico). ......................................................109 GRÁFICO 14 - Temperatura interna máxima estimada x temperatura interna máxima medida (Tijolo Cerâmico ) .......................................................................................110 GRÁFICO 15 - Ocupação média versus R² e EPE - Inverno..............................................113 GRÁFICO 16 - Ocupação média versus R² e EPE - Verão ................................................113 GRÁFICO 17 - Ventilação média interna versus R² e EPE - Inverno .................................115 GRÁFICO 18 - Ventilação média interna versus R² e EPE - Verão....................................115 GRÁFICO 19 - Esquema representativo dos fatores a influenciar a ação dos usuários. ...117 ix GRÁFICO 20 - Temperaturas mínimas internas x temperaturas mínimas externas – tipologia Andrade Gutierrez ......................................................................................118 GRÁFICO 21 - Temperaturas mínimas estimadas X medidas (10/07/00 – 02/08/00) – Andrade Gutierrez ......................................................................................119 GRÁFICO 22 - Temperaturas médias Internas x temperaturas médias externas - tipologia Batistella .....................................................................................................119 GRÁFICO 23 - Temperaturas máximas internas medidas X Externas medidas – Tipologia Facicasas ...................................................................................................120 GRÁFICO 24 - Temperaturas máximas internas medidas X estimadas (13/12/00 – 09/01/01) - Facicasas .................................................................................................121 GRÁFICO 25 - Temperaturas médias diárias dos anos climáticos de referência para 10 cidades .......................................................................................................123 GRÁFICO 26 - média anual das amplitudes diárias e a maior amplitude diária para cada cidade .........................................................................................................124 GRÁFICO 27 - Temperaturas externas (TRY) e as internas (estimadas) para São Luis ..125 GRÁFICO 28 - Temperaturas externas (TRY) e as internas (estimadas) para Curitiba .....125 GRÁFICO 29 - Tipologia Mlc – Graus-Dia para aquecimento ............................................129 GRÁFICO 30 - Tipologia MLC – Graus-Dia para resfriamento ...........................................130 x LISTA DE MAPAS MAPA 1 - Estimativas do déficit habitacional segundo unidades da Federação – Brasil 2000..............................................................................................................39 MAPA 2 - Participação das estimativas do déficit habitacional em relação ao total de domicílios particulares permanentes segundo unidades da Federação – Brasil - 2000 .................................................................................................41 MAPA 3 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro................................................................126 MAPA 4 - Avaliação do desempenho térmico da tipologia MLC (1)................................131 MAPA 5 - Avaliação do desempenho térmico da tipologia MLC (1) segundo critérios IPT ....................................................................................................................137 xi LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Resumo dos sistemas construtivos ..............................................................64 QUADRO 2 - Variáveis utilizadas – Método Regressão Múltipla .......................................67 QUADRO 3 - Variáveis utilizadas – Método Dois Períodos ...............................................76 QUADRO 4 - Variáveis utilizadas – Método Duas Regressões .........................................81 QUADRO 5 - Variáveis utilizadas na regressão múltipla – Células Teste .......................109 xii LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Participação dos componentes no déficit habitacional estimado - Brasil, grandes regiões, unidades da Federação e regiões metropolitanas – 2000 (percentagem) ..............................................................................................42 TABELA 2 - Estimativas do deficit habitacional urbano por faixas de renda mensal familiar (1) - Brasil, grandes regiões, unidades da Federação e regiões metropolitanas (2)- 2000 ..............................................................................42 TABELA 3 - Critérios da inadequação dos domicílios urbanos duráveis (1) - Brasil, grandes regiões, unidades da Federação e regiões metropolitanas (2) – 2000 ......................................................................................................................45 TABELA 4 - R² gerais e parciais para Temperatura Máxima interna ................................71 TABELA 5 - R² (temperaturas estimadas x MEDIDAS), para todas as edificações – utilizando método regressão múltipla ...........................................................72 TABELA 6 - R² (temperaturas estimadas x mEDIDAS), para todas as edificações – utilizando o método dois períodos................................................................77 TABELA 7 - R² (temperaturas estimadas x mEDIDAS), para todas as edificações utilizando o método duas regressões...........................................................83 TABELA 8 - R², EPE e ER para temperatura mínima nos três métodos ..........................89 TABELA 9 - R², EPE e ER para temperatura média nos três métodos ............................90 TABELA 10 - R², EPE e ER para temperatura máxima nos três métodos .........................91 TABELA 11 - R² e EPE para as temperaturaS mínimas, médias e máximas ....................96 TABELA 12 - R², EPE e ER para temperaturas mínimas, médias e máximas (método regressão múltipla revisado) ........................................................................98 TABELA 13 - Correlações: R² e EPE X Amplitude interna no período de inverno e amplitude geral (média) ..............................................................................103 TABELA 14 - Correlações: R² e EPE X Amplitudes do 2º período e Amplitude média....104 TABELA 15 - Correlações: R² e EPE X Amplitudes para 3º período e Amplitude Média.104 TABELA 16 - Dados de temperatura externa do período de inverno ...............................107 TABELA 17 - Dados de temperatura externa do período de verão..................................107 TABELA 18 - Coeficientes r² (temperaturas internas estimadas x temperaturas medidas) 111 TABELA 19 - MLC – graus-dia mensais e anual para aquecimento ................................129 TABELA 20 - MLC – graus-dia mensais e anual para resfriamento.................................130 xiii TABELA 21 - MLC – somatório dos graus dia anuais (aquecimento e resfriamento) e ordenação segundo o desempenho ...........................................................131 TABELA 22 - Resumo do Desempenho das tipologias para os 10 climas avaliados ......132 TABELA 23 - Resumo do Desempenho das tipologias para os 10 climas avaliados (conceito)....................................................................................................133 TABELA 24 - Avaliação pelo critério IPT quanto à temperatura mínima de conforto para inverno........................................................................................................136 TABELA 25 - Avaliação pelo critério IPT quanto à temperatura máxima de conforto para verão...........................................................................................................136 TABELA 26 - Avaliação geral, pelo critério IPT, considerando os piores resultados para inverno e verão...........................................................................................136 TABELA 27 - Resumo do Desempenho Térmico das 14 tipologias para os 10 climas avaliados, segundo o método IPT ..............................................................138 xiv RESUMO Este estudo tem por objetivo aprofundar as pesquisas a respeito da aplicação da ferramenta estatística análise de regressão na estimativa do desempenho térmico de Habitações de Interesse Social (HIS). A análise de regressão fornece as equações de regressão linear (também chamadas equações preditivas), obtidas a partir da relação entre temperaturas internas e externas, permitindo estimar as temperaturas mínimas, médias e máximas internas de edificações, para dias específicos do ano, baseando-se unicamente nas temperaturas externas. Também é possível estimar o comportamento térmico de uma edificação em clima diferente daquele em que o protótipo estiver implantado, facilitando a especificação de tipologias, segundo seu desempenho térmico, para cada região climática ou estimar o número de horas em que aparelhos de condicionamento de ar serão necessários. Apresenta-se um apanhado dos estudos realizados por vários autores, a respeito da estimava de temperaturas internas em HIS e células teste. Os dados de temperatura utilizados foram coletados em três períodos, entre 2000 e 2002, através de dataloggers instalados em unidades da Vila Tecnológica de Curitiba. Obteve-se e aplicou-se as equações para um grande conjunto de dados, através do método denominado Regressão Múltipla, checando os resultados com os obtidos a partir de métodos baseados em regressão simples. A partir da análise dos resultados, propõe-se modificações para melhora das estimativas, testando-as, obtendo-se temperaturas com pequenas margens de erros quando comparadas com as temperaturas medidas no interior das edificações. Investiga-se as causas dos erros remanescentes correlacionando-os com características termofísicas, amplitude térmica interna e padrões de uso das habitações, além da análise dos dados medidos (utilizados na geração das equações) e da análise dos resultados obtidos com células teste não ocupadas. Por fim, aplica-se as equações às condições climáticas de 10 cidades brasileiras, analisando os resultados através dos métodos de avaliação de desempenho térmico Graus-Dia e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). As equações são uma alternativa aos métodos caracterizados pela grande demanda por dados (climáticos e características termofísicas), principalmente para países como o Brasil, com grande extensão territorial, diversidade climática e razoável disponibilidade de tipologias construtivas, mas carente de dados e recursos. Palavras chave: equações preditivas, conforto térmico, habitação de interesse social. xv ABSTRACT This scrutiny has the goal of deepening the researches about statistic tool analysis application in thermal performance estimative of Social Interest Habitation. Regression analysis supplies the equations of linear regression, also called predictive equations, obtained from the relationship amid inner and outer temperatures, enabling to estimate the minimum, average and maximum inner temperatures of buildings, for specific days of the year, being based only on outer temperatures. It is also possible to estimate thermal behaviour of a building on a different climate from the one where the prototype is implanted, facilitating typologies specifications, according to the thermal performance, for each climatical region or estimate the number of hours the conditioning machines will be requested to function. A summary made by several autors is shown focusing on inner thermal estimative on HIS and test-cells. The temperature data used was gathered on three periods, between 2000 and 2002, through dataloggers installed on unities of Technological Village of Curitiba (Vila Tecnológica de Curitiba). Afterwards, it was possible to obtain and apply equations for a great data collection, through the method called Multiple Regression, comparing these results with those obtained from methods based on simple regression. From this results analysis, modifications to improve the estimatives are suggested and tested, and temperatures with lower error margin are obtained when compared to temperatures measured inside the buildings. The cause of remaining errors are investigated and correlated to thermo physical characteristics, inner thermal amplitude and building’s use pattern, and the analysis of measured data (used to generate the equations) and the analysis of results obtained with non occupied test-cells. At last, the equations are applied to climatical conditions of 10 brazilian cities, analyzing the obtained results through methods of thermal performance evaluation of Grade-Day and ITR( Institute of Technological Researches). The equations are an alternative to methods characterized by great request of data (climatical and thermo physical characteristics), specially for countries such as Brazil, with wide territorial extension, climatical diversity and reasonable availability of constructives typologies, but lacking data and resources. Key-words: linear regression equations, thermal comfort, low income class habitation. xvi 17 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO A avaliação de habitações de interesse social segundo seu desempenho térmico se insere no esforço de órgãos e pesquisadores na busca de soluções adequadas para o problema da habitação no Brasil. Sem desconsiderar a questão do déficit, do custo financeiro e energético, geração de empregos e outros, as análises segundo o desempenho térmico procuram reforçar os argumentos no sentido de habitações de boa qualidade, confortáveis, adaptadas a contextos específicos regionais. Ao longo de nossa historia, a habitação para as classes economicamente menos favorecidas foi motivo da existência de órgãos federais, estaduais e municipais, procurando diminuir o déficit habitacional, seja através de crédito para construção ou reforma de edificações, ou para construção de conjuntos habitacionais. Nesse contexto insere-se também a preocupação com a eficiência energética e adequação tecnológica: “O que deve ser evitado, especialmente no mercado de casas construídas em massa, é o uso continuado de sistemas de produção de alta tecnologia e de materiais com muita necessidade de energia e baixa capacidade de economizá-la” (CIBAGENDA 211, apud DUMKE, 2002, p. 31). Sabe-se que, para o corpo humano, “quando as trocas de calor (...) ocorrem sem maior esforço, a sensação do indivíduo é de conforto térmico e sua capacidade de trabalho (...) é máxima. Se as condições térmicas ambientais causam sensação de frio ou de calor, é porque nosso organismo está perdendo mais ou menos calor que o necessário” (FROTA e SCHIFFER, 2001, p.17), diminuindo sua capacidade produtiva. No plano acadêmico, é grande o esforço na pesquisa do desempenho térmico de tipologias construtivas. Uma das correntes nesse sentido visa à estimativa da temperatura interna das edificações em climas diversos usando o método estatístico análise de regressão, que expressa a relação entre as variáveis ‘temperatura externa ao ambiente construído’ (independente) e ‘temperatura interna’ (dependente) por meio de equações de regressão linear, também chamadas preditivas (GIVONI, 1999). Baseadas nas temperaturas externas e internas e não em coeficientes de transmissão de calor, as equações são uma alternativa aos métodos que inserem grande quantidade de dados nas análises, tornando-se 1 CIB – AGENDA 21 para a construção sustentável. WEINSTOCK, G.; WEINSTOCK, D. M. (Eds.). Trad.: I. Gonçalves, T. Whitaker. G. São Paulo: S.N., 2000. 18 complexos (basicamente três tipos de dados: as condições climáticas a que a edificação está exposta, as características térmicas da construção e as fontes internas de calor, como pessoas, lâmpadas, equipamentos etc.). Pela necessidade mínima de dados, Givoni et al. (2002) apontam o grande potencial das equações na estimativa da performance térmica de edificações situadas em países em desenvolvimento. Este estudo trata da aplicação das equações de regressão linear ao estudo do conforto em habitações de interesse social térreas, variando de 31 a 51,50m², mas não exclui a sua aplicação a outras tipologias de edificações, desde que a área e a divisão interna em cômodos não caracterizem ambientes climaticamente diferentes, ou mesmo independentes uns dos outros. Busca-se ampliar o conhecimento a respeito das equações, aplicando-as a um grande número de edificações, analisando a confiabilidade de seus resultados e investigando os motivos de seus erros por meio de correlação com características térmicas das edificações, índices de desempenho e características de sua ocupação e ventilação. Por fim, tenta-se mostrar o potencial das equações quando associadas a métodos de avaliação de desempenho térmico (Graus-Dia e IPT), permitindo apontar, para uma determinada tipologia habitacional, quais as regiões climáticas mais adequadas para sua implantação. Consultando as publicações a respeito das equações de regressão linear para a estimativa de temperatura, percebe-se que restringem-se a artigos em congressos. A respeito de avaliação de desempenho térmico, os livros contendo metodologias baseiam-se em dias típicos de projeto ou dados resumidos, não acompanhando as oscilações características do clima, como a entrada de frentes frias ou ondas de calor. Também fazem análise através das características termofísicas das edificações. Quanto à análise de regressão, são muitos os títulos que auxiliam a entender e a estudar os resultados das estimativas. Inclusive apontam o uso diário dessa ferramenta em variadas áreas (agricultura, medicina, indústria, economia, administração etc.), corroborando a crença na praticidade e confiabilidade de sua aplicação. 1.1 O PROBLEMA O Brasil carece de um método prático para orientar a especificação de tipologias construtivas segundo as diferenças climáticas de seu território. 19 Buscando resolver o problema da habitação social, devido a fatores diversos, em muitos casos, optou-se por certas tipologias construtivas, aplicando-as indiscriminadamente em diferentes regiões do país. Considera-se que “à arquitetura cabe, tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, (...) como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis quanto os espaços ao ar livre em climas amenos” (FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 53). Sendo o Brasil caracterizado regionalmente por diferenças climáticas, essa padronização constitui um erro. No Brasil, dispõe-se de grande variedade de tipologias construtivas, graças à arquitetura vernacular (que adaptou as construções à diversidade climática), às inovações tecnológicas (que introduziram materiais variados) e à capacitação de nossos profissionais. Em Habitações de Interesse Social, espera-se, por caracterizarem formas de intervenção planejadas, implantadas por técnicos habilitados, desempenho elevado em relação ao conforto térmico (LAMBERTS et al., 1997), no mínimo comparável ao de construções da arquitetura regional. O que deveria resultar em diversidade de tipologias construtivas, frente à diversidade climática nacional. 1.2 HIPÓTESE Os dados fornecidos pelas equações de regressão poderão servir de base para a avaliação de desempenho térmico de edificações de interesse social em diferentes climas, balizando a escolha dos sistemas construtivos mais adequados para cada região, segundo o conforto térmico dos futuros usuários. 1.3 OBJETIVOS A partir de dados gerados a partir das equações de regressão linear, avaliar o desempenho térmico de edificações de interesse social em diferentes climas brasileiros, segundo as metodologias Graus-Dia e IPT, Os objetivos específicos são: comparar as estimativas das equações obtidas pelo método regressão múltipla com as de outros métodos existentes; identificar as causas das diferenças encontradas entre dados medidos e estimados; e fazer sugestões para melhorar a qualidade das estimativas. 20 1.4 JUSTIFICATIVA No Brasil, em média, a parcela dos gastos permanentes com alimentação, habitação, saúde, impostos e obrigações trabalhistas correspondia a 93,26% dos ganhos mensais em 2003. Os investimentos (imóveis e outras aplicações) chegavam a 4,76% (IBGE, 2003). Pode-se supor que grande parcela da população não tem capacidade de investimento algum. Esse quadro faz com que a Habitação de Interesse Social, ou seja, que deveria ser provida, facilitada ou incentivada pelo Estado, seja tema de grande importância. Para os agentes políticos do Estado promotores da habitação social, o conforto das moradias vem depois de questões como custo e geração de emprego. Muitas vezes tem-se edificações impróprias para a habitação, quando sem equipamentos de condicionamento térmico, devido à aplicação, sem critérios, de modelos padrões em climas brasileiros diversos. Realizada a revisão da literatura concluiu-se que, apesar de haver significativa produção a respeito das equações, seria relevante a aplicação a um grande conjunto de habitações, possibilitando a avaliação destas edificações quanto ao desempenho térmico segundo diferentes climas. Devido ao pequeno volume de dados utilizados em pesquisas anteriores, poucas haviam sido as conclusões concretas a respeito dos erros encontrados, faltando um balizamento para tentativas no sentido de melhores resultados. 1.5 ESTRUTURA Buscou-se organizar este estudo apresentando primeiramente a problemática da habitação social, seu desenvolvimento histórico, o déficit e a falta de qualidade de parte das edificações, inclusive quanto ao conforto térmico, apresentando então o desenvolvimento das pesquisas a respeito das equações de regressão, inseridas em um esforço para a melhoria das moradias brasileiras. Capítulo 2 – Revisão da Literatura: procura apresentar e definir a habitação de interesse social, localizar sua origem no Brasil, mostrar seu desenvolvimento ao longo da história brasileira e a situação atual; busca encarar a questão voltando-se para a qualidade das habitações, sem desconsiderar o déficit habitacional; apresenta também os estudos envolvendo equações de regressão linear aplicadas à estimativa de temperaturas internas. Capítulo 3 – Aplicação das equações às Edificações da Vila Tecnológica de Curitiba: neste capítulo faz-se uma explanação geral da metodologia, aprofundando-se em detalhes conforme os procedimentos e análises vão sendo abordados; descreve-se a Vila 21 Tecnológica de Curitiba e apresenta-se informações resumidas a respeito de cada unidade habitacional estudada; relata-se o monitoramento térmico das edificações, apresentando equipamento e cuidados tomados; descreve-se os métodos para a obtenção das equações de regressão linear, apresentando o tratamento dos dados; estima-se temperaturas internas para as tipologias construtivas, pelo método regressão múltipla e por métodos baseados em regressão linear simples, comparando-se os resultados; sugere-se modificação no método regressão múltipla, aplica-se essa modificação e compara-se os resultados com os dos demais métodos; investiga-se as causas dos erros remanescentes a partir das características termofísicas das habitações, da amplitude térmica da cada unidade, dos padrões de uso e da análise dos dados utilizados na geração das equações; ao final do capítulo faz-se a avaliação do desempenho térmico de cada tipologia, a partir dos dados fornecidos pelas equações; com a avaliação em mãos, aponta-se quais os locais mais apropriados para a implantação de cada tipologia. Capítulo 4 – Conclusões: baseando-se nas verificações da presente pesquisa são feitas observações a respeito da aplicação das equações de regressão linear, apontando tipologias construtivas apropriadas para sua aplicação e fazendo restrições; discute-se a questão dos erros nas estimativas e aponta-se alguns caminhos para pesquisas futuras. 22 CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 APANHADO SOBRE A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL BRASILEIRA Neste estudo, o histórico da habitação de interesse social é apresentado parcialmente, anotando-se os principais fatos e suas conseqüências, principalmente para as grandes cidades. Pela sua vocação para concentração de pessoas e de problemas ligados a essa concentração, tomou-se a cidade de São Paulo para a maioria dos apontamentos. Apresenta-se algumas fases por que passou a moradia das classes sociais mais pobres até o reconhecimento pelo Estado como assunto de interesse social. Adota-se a visão de Nabil Bonduki (1998), que a define habitação de interesse social como aquela: produzida e/ou financiada por órgãos estatais, ou inserida num contexto em que haja regulamentação estatal da locação e incorporação com o objetivo de facilitar a moradia para as populações de baixa renda. Até o final do século dezenove, a visão do Estado em relação a habitação do trabalhador o isentava de responsabilidades, não encarando-a como sua função, conforme doutrinas econômicas liberais. Embora existissem famílias desalojadas ou mal alojadas, influindo na qualidade de vida de toda a população urbana. Em São Paulo, segundo Bonduki (op. cit.), a questão da habitação começa a ser considerada um problema pelas autoridades estatais a partir da década de 1880, quando floresceram as atividades urbanas ligadas ao complexo cafeeiro, gerando extraordinária expansão do mercado de trabalho, mas trazendo consigo uma aglomeração de trabalhadores mal-alojados, constituindo ameaça à saúde pública. Somando-se ao crescimento econômico, no mesmo período, refletindo-se na questão da habitação, assistiu-se às transformações nas relações de produção causadas pelo fim da escravidão. Para a habitação social as principais conseqüências foram: a impossibilidade de continuar alojando os antigos escravos em senzalas, sendo necessário construir habitações unifamiliares; e a inadequação do ex-escravo ao sistema de trabalho livre, revolto após longo período como escravo, sendo necessário substituí-lo por trabalhadores europeus, habituados ao trabalho remunerado, porém mais exigentes em relação à moradia (Obs.: Os altos preços pagos pela aquisição de escravos nos anos finais do período de escravidão também influenciaram a substituição pelo trabalhador europeu). 23 A habitação de interesse social passa a existir no Brasil somente a partir da década de 1930, porém, em várias fases da história nacional o Estado demonstrou preocupação para com a habitação do trabalhador, por questões: sanitárias, associando a habitação à saúde pública; produtivas, por exemplo os alojamentos dos escravos; econômicas, preocupado com os custos da reprodução da força de trabalho quando o aluguel se mostrava muito caro; ideológicas, quando as péssimas condições de moradia eram motivo de revolta; entre outras. Segundo Mendonça (1997), a partir de 1880, nos centros urbanos, apoiadas principalmente no acúmulo de capital advindo da exportação cafeeira e no excesso de mãode-obra (escravos ou europeus, constituindo estoque de trabalhadores não qualificados), surgem as primeiras iniciativas expressivas da indústria nacional. Enquanto tendiam a desaparecer no campo os cubículos que outrora abrigavam escravos, avançavam nas cidades populosas outros tantos tipos de habitações coletivas, focos de doenças endêmicas, como eram considerados os cortiços e as “cabeças de porco”. A classe operária surgiu ainda no período escravista. Trabalhavam na indústria os operários da camada mais pobre da população, juntamente com escravos, de quem pouco diferenciavam. Adultos e crianças trabalhavam até 16 horas diárias, sem folga semanal ou outro direito. Os cargos que exigiam qualificação eram preenchidos por europeus. A partir de 1880, com a entrada em massa de imigrantes a situação não melhorou. Ocorreram diversas epidemias de tuberculose, peste bubônica e febre amarela. Até o final da República Velha (1889 – 1930) essa realidade continuou, mesmo nos períodos de militância organizada. Que era difícil, devido à dispersão espacial, peso numérico social baixo, alto índice de desemprego e violenta repressão. A classe operária era competência exclusiva dos empresários. Era política comum segregar os trabalhadores em bairros proletários, impedindo a contaminação de outros segmentos sociais com sua revolta. 2.1.1 Primórdios da intervenção estatal na habitação Foi na Primeira República que se verificaram os primórdios da intervenção estatal na habitação para as famílias de menor renda, através de incentivos à iniciativa privada para que incrementasse a produção de moradias. Foi também nesta fase que a sociedade se deu conta dos perigos para a saúde pública oferecidos por péssimas condições de moradia, o que justificou o autoritarismo sanitário do período. Apesar das ações promovidas, o período de 1889 até 1930 entrou para a história sem apresentar uma reflexão aprofundada a respeito do problema e sem propor uma solução adequada. 24 Segundo Bonduki (1998), a chegada de trabalhadores europeus intensificou-se a partir de 1886 (900.000 estrangeiros chegaram à província de São Paulo entre 1886 e 1900). A cidade de São Paulo passou por notável crescimento urbano, chegando a 28% ao ano em 1893. A ausência de habitações era um obstáculo para crescimento maior. Surgiram problemas com o abastecimento d’água, esgoto, loteamentos indiscriminados, calçamento de vias, canalização de córregos, drenagens, controles para enchentes etc., refletindo na qualidade de vida urbana. A situação nos bairros dos mais pobres chamou a atenção das autoridades estatais e da iniciativa privada. As redes de serviços públicos cresceram mais lentamente que o necessário. Pioraram também as condições de moradia. Segundo Bonduki (op. cit.), o número médio de moradores por prédio passou de 6,27, em 1886, para 11,07, em 1900. Buscando atender a demanda por moradias de aluguel para a classe trabalhadora, a iniciativa privada construiu edificações, sempre com o menor custo possível, ocupando os terrenos urbanos mais desvalorizados. Somando-se moradias inapropriadas a terrenos inadequados e geralmente sem os serviços públicos necessários. Os tipos de alojamentos produzidos variavam: cortiço, hotel-cortiço, cortiço improvisado, cortiço-pátio... construindo-se ou adaptando-se edificações existentes. Alugava-se também como alojamento o fundo de vendas, depósitos de materiais, cocheiras, estábulos etc. Locais sem recursos para asseio pessoal, como lavatórios e latrinas em proporção aos ocupantes. Segundo Bonduki (op. cit.), em 1890, a imprensa, influenciada por higienistas, médicos e engenheiros, critica a apatia do Estado, alertando para os perigos para a saúde pública. O Estado liberal, porém, evitava ao máximo interferir na esfera privada. Limitandose a manter um aparato policial para controlar os trabalhadores e defender as instituições. Em São Paulo, em virtude de epidemias, pressionado pela opinião pública, o poder público (municipal e estadual) passa a intervir na década de 1890 em três frentes: 1) criação da Diretoria de Higiene, com poderes de polícia e inspeção sanitária; 2) promulgação de legislação de controle sanitário e de produção das habitações; e 3) participação direta em obras de saneamento de baixadas, urbanização da área central e implantação de redes de águas e esgotos. 1) A Diretoria de Higiene foi montada com grande aparato: laboratórios, hospitais, delegacias sanitárias, inspetores, fiscais, desinfectores, delegados e policiais sanitários. Epidemias de febre-amarela e cólera (1893/1894) foram oportunidades para que esse 25 aparato fosse posto em ação, invadindo casas, desinfetando móveis e objetos pessoais, removendo moradores, queimando casebres, prendendo suspeitos etc. 2) Em 1894, o Estado, sob orientação de higienistas, implementou o Código Sanitário, rol de normas e padrões de construção, visando regulamentar a construção da habitação operária, além de exigir condições mínimas para os alojamentos existentes. Entre outras coisas, definia as dimensões mínimas das edificações e equipamentos sanitários. Estabelecia também quais edificações deveriam ser reformadas ou demolidas. Tornou-se um compêndio dos princípios gerais da higiene pública, seguido por todos os municípios do Estado. Havia outras normas já estabelecidas, como o Código de Posturas do Município de São Paulo, de 1886, porém o Código Sanitário destacou-se. A grande preocupação era com as casas coletivas, estalagens e cortiços. Apesar do poder e da influência dos higienistas, não era possível para o poder público seguir à risca a legislação. Isso deixaria sem teto boa parte da população paulistana. Antes do final do século XIX já começou a ampliar-se a distância entre a legislação e os padrões das edificações construídas. “A construção barata era uma exigência intrínseca do negócio, pois os níveis de remuneração dos trabalhadores não permitiam aluguéis elevados. Os cortiços e as casas coletivas eram, portanto, essências para a reprodução da força de trabalho a baixos custos, enquanto tal, não podiam ser reprimidos e demolidos na escala prevista pela lei e desejada pelos higienistas. Esse conflito entre legislação e realidade, que nunca desapareceu, decorria do processo de exploração da força de trabalho e permeou a produção de moradias populares em São Paulo” (BONDUKI, p. 39, op. cit.). Nem por isso a legislação tornou-se letra morta. Pelo menos até meados da década de 1920, embora incapazes de impedir a proliferação de edificações precárias, a fiscalização e a polícia sanitária mantiveram-se ativas e vigilantes, exercendo uma ação repressora. 3) A participação direta do Estado em obras de saneamento, distribuição de água e coleta de esgoto, teve eficácia na melhoria das condições sanitárias e urbanas bem maior que as ações repressivas da polícia sanitária. Portanto, das epidemias de 1893 surgiram as três frentes de ação que foram origem da intervenção estatal no controle do espaço urbano e da habitação. Obtiveram certo êxito no controle de epidemias, porém não “contribuíram para melhorar as péssimas condições de moradia e saúde ou eliminar suas causas: pobreza, super-exploração e baixos salários, subnutrição, falta de saneamento e de moradias dignas” (BONDUKI, p. 34, op. cit.). A ação 26 higienista errava ao ver a habitação do operário como a causa dos problemas e não enxergar o contexto econômico e social. Em sua visão moralista, considerava que os trabalhadores necessitavam ser vigiados, controlados e reeducados em seus hábitos de morar. Vigiava, através de seu caráter de polícia, até mesmo a opinião política dos moradores, considerados alvos fáceis para ideologias perniciosas. Como a postura governamental relativa à habitação tinha forte apelo repressivo e limitador da livre construção, o poder público precisava apresentar alguma proposta que estimulasse a edificação de novas moradias. Coerente com ideologias vigentes até 1930, rejeitou-se a produção direta de moradias ou legislações que regulamentassem a relação entre locadores e inquilinos. A concessão de favores à iniciativa privada foi a alternativa adotada pelo poder público para incentivar a produção habitacional. Adotados por todos os níveis do governo e regiões do país, estímulos à iniciativa privada foram sempre muito bem aceitos por higienistas, poder público e empreendedores. Para os higienistas era a oportunidade de difundir um modelo padrão de habitação recomendável. O poder público mostrava alguma iniciativa, independente dos resultados. Os empreendedores aumentavam os lucros. Baseada na casa unifamiliar, a vila operária era o modelo de habitação econômica e higiênica. Leis municipais de São Paulo, de 1900 e 1908, isentavam de impostos sobre materiais importados vilas operárias construídas conforme o padrão da prefeitura e fora do perímetro central. 2.1.1.1 Produção rentista Até a década de 1930, a forma dominante de morar da população paulistana era a casa de aluguel. Não existiam sistemas de financiamento da casa própria e a autoconstrução por meio de poupança poderia demorar décadas. “Em 1920, apenas 19,1% e em 1925, 23,8% dos prédios da cidade eram ocupados por proprietários” (BONDUKI, p.43, op. cit.). Tudo indica que entre 1890 e 1920 essa taxa era ainda menor. Em 1940, 25% dos domicílios eram próprios, mostrando a lenta mudança. O investimento financeiro em casas de aluguel era seguro e lucrativo; os riscos eram baixos e certa a valorização imobiliária. O setor era regulado pelo mercado, os aluguéis fixados em contrato e o despejo não necessitava de maiores argumentos. No final do século XIX existiam excedentes econômicos nas mãos de investidores de diversos portes, a valorização imobiliária e a grande demanda, além dos incentivos fiscais e desregulamentação do setor, tornavam o investimento em habitações de aluguel bastante 27 atraente na República Velha. Os tipos mais comuns de investimentos eram: cortiços, vilas, conjuntos de casas geminadas etc. Dentre as modalidades de moradias produzidas pela produção rentista, a vila operária era a recomendada pelo poder público. Paralelamente à vila operária particular (rentista), surgiu a vila operária de empresa, produzida por empresas e destinada a seus funcionários. Em São Paulo e diversos locais do Brasil, conforme o capital do café se transferia para a indústria, ou onde as fábricas surgiram apoiadas de outra forma, surgiram também as vilas operárias de empresas. Sua origem é explicada de diversas formas: como um gesto filantrópico de empresários favoráveis à harmonia entre o capital e o trabalho; como estratégia para atrair empregados em um mercado de trabalho incipiente; como forma de manter os empregados sob permanente controle; como forma de difundir entre os subordinados padrões de honra e ideologias etc. Em muitos casos a explicação era mais prática, como a necessidade de manter equipes de manutenção próximas às fabricas mesmo fora de seu turno de trabalho. Geralmente as vilas também eram utilizadas para abatimentos nos salários, podendo até gerar lucro, dependendo do caso. Algumas vezes as vilas tinham dimensões de cidadelas e contavam com equipamentos coletivos como escolas, igrejas, enfermarias, clubes... administrados e sustentados pela empresa, que exercia controle quase absoluto sobre seus empregados, durante e após a jornada de trabalho. As vilas particulares (produção rentista), no entanto, superavam em muito o volume das vilas operárias. Além disso, as outras formas de habitação e alojamento (cortiços principalmente) eram muito mais comuns e numerosas que as vilas, particulares ou de empresas. Os motivos eram o menor custo de construção e conseqüente menor aluguel e maior demanda, pois os salários eram, no geral, baixos. 2.1.2 O debate sobre habitação no período Vargas A governo Vargas (1930 – 1945) contribuiu para um novo ambiente político, econômico e social. Na elaboração de um plano nacional de desenvolvimento econômico, a habitação do trabalhador emergiu como um tema de importância, “pois absorvia porcentagem significativa dos salários e influía no modo de vida e na formação ideológica dos trabalhadores” (BONDUKI, p. 73, op. cit.). 28 Percebeu-se a incapacidade de resolver o problema da habitação unicamente através de incentivos à iniciativa privada. A questão sanitária passou para segundo plano, destacando-se temas como: - habitação como condição básica para a reprodução da força de trabalho e portanto como fator econômico para o projeto de reestruturação do país; - “habitação como elemento na formação ideológica, política e moral do trabalhador, na criação do ‘homem-novo’ e do trabalhador padrão que o regime queria formar” (BONDUKI, p. 73, 1998). O tema habitação popular passou a ser alvo de intensa produção técnica, ideológica e jornalística. Promoveu-se uma infinidade de eventos. Era generalizada a crítica ao modelo rentista. O surgimento de entidades públicas (Instituto de Engenharia, por exemplo), e privadas, com afinidades e interesses em torno do projeto de desenvolvimento, também favoreceu a questão. Através de órgãos e eventos (I Congresso de Habitação, por exemplo), discutiu-se o auto-empreendimento, racionalização e economia na construção e a intervenção direta, através da produção pelo Estado, de Habitações de Interesse Social. As estratégias enunciadas agradavam à elite, pois pretendiam eliminar os cortiços do centro das cidades e segregar o trabalhador nas periferias, reduzindo o custo das moradias e ampliando a distância entre as classes sociais. Para os empresários, as propostas pareciam realistas, pois reduzindo o custo da moradia para o morador poderiam reduzir também os gastos com salários. Qualquer solução era bem vinda e estimularia a industrialização. Muitas foram as críticas por parte de quem se beneficiava do modelo anterior, porém, ninguém podia se opor à opinião geral. Entre as opções de moradia, o Estado preferia a casa própria unifamiliar em detrimento da casa de aluguel (mesmo com aluguel reduzido) e habitações coletivas. No campo ideológico, várias eram as intenções do novo regime. Entre elas, a disseminação da pequena propriedade objetivava maior estabilidade, visto que o morador dos cortiços sempre estaria sujeito as influências esquerdistas, sendo um risco à estabilidade da ordem social. Buscava-se, com a casa própria, dar um objetivo ao trabalhador, um ideal que justificasse seu sacrifício diário. Por outro lado, buscava-se a construção do “homem-novo”, o trabalhador padrão, avesso a desejos e práticas desviantes, e base para o novo regime. A moradia própria unifamiliar se prestava melhor a esse ideal que as outras modalidades. Possibilitava o isolamento familiar, eliminando a contaminação pelo corpo social, conforme idéias da sociologia urbana americana, principalmente a 29 ecologia urbana. A Igreja também via na habitação unifamiliar, com horta e jardim, a preservação da família das promiscuidades do espaço coletivo. Na prática, porém, por motivos econômicos ou urbanísticos, e sob influência de projetistas ligados à pensamentos do movimento moderno, grande parte da produção de habitações concretizou-se por meio de edifícios de apartamentos. Essa era a opção preferida pelo corpo técnico dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Quanto aos aspectos práticos, esforçaram-se os técnicos para baratear os custos de produção e criar facilidades para o morador construir sua casa. Entre os enfoques estavam: racionalização e simplificação dos sistemas construtivos, redução do padrão de acabamentos e pés-direitos, mudança dos códigos de obras, estandardização das unidades, normatização dos materiais, combate à especulação imobiliária e viabilização do acesso à periferia. A opção pela casa unifamiliar na periferia esbarrava na falta de infra-estrutura urbana e no custo de locomoção do trabalhador. Nesse sentido, houve intervenção do poder público. Como exemplo, em 1947, criou-se em São Paulo a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, que estatizou as empresas privadas de ônibus e comprou os bondes da Light. Para Bonduki, o governo Vargas, interrompido em 1945, caminhava para a criação de uma política habitacional nacional, pois estavam presentes os principais ingredientes: 1) Recursos vultosos, acumulados nos fundos dos IAPs; 2) Reestruturação dos IAPs, que seriam unificados no Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB); 3) Criação de uma super-agência habitacional, a Fundação Casa Popular, garantindo uma estrutura institucional capaz de implementar a política habitacional e tendo à sua disposição os recursos previdenciários; 4) Capacitação técnica; 5) Reconhecimento pela sociedade da importância da questão; 6) Vontade política do governo. “Tentativas posteriores de consolidação de uma política habitacional também foram frustradas: a criação, em 1952, do Banco Hipotecário de Habitação, no âmbito da Fundação Casa Popular, o estabelecimento de uma mega-estrutura institucional voltada para a questão social (Ministério do Bem Estar Social), incluindo uma subsecretaria para habitação 30 e favelas, formulada no segundo governo Vargas, além de várias tentativas formuladas no período de 1961 até 1964” (BONDUKI, p.100, op. cit.). Embora fosse reconhecida a necessidade de maior ação do Estado, interesses contraditórios presentes nos governos populistas, descontinuidade administrativa e falta de prioridade impediram maiores conquistas até 1964. Apesar da grande a discussão sobre habitação do trabalhador no início do período Vargas, os recursos governamentais eram preferencialmente dirigidos para a implantação de uma infra-estrutura industrial. Nesse sentido, também se utilizou recursos dos IAPs. 2.1.3 Realizações dos Institutos de Aposentadorias e Pensões Buscando recursos para a experiência de produção de moradias, o governo Vargas voltou-se para os Institutos de Aposentadorias e Pensões, criados nos anos 30 para cada categoria profissional, a partir da concepção das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), criadas em 1923. Os IAPs, a princípio, teriam função de garantir benefícios previdenciários e assistência médica aos trabalhadores. Os IAPs recebiam contribuições do trabalhador, da empresa e, diferindo das CAPs, do Estado. Com esse argumento, nos IAPs o Estado participava diretamente da gestão dos recursos, através do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A arrecadação inicial dos IAPs foi muito maior que as necessidades para curto prazo. O controle exercido pelo Estado possibilitou que os IAPs se tornassem uma fonte de recursos para obras governamentais. Em 1937, através de decreto, possibilitou-se aos IAPs a criação de carteiras prediais, permitindo que atuassem no campo habitacional, podendo reservar até metade de seus recursos para construções (o que já fora possível às CAPs, porém com restrições). Criaram-se planos com baixas taxas de juros e longos planos de pagamento (até 25 anos). No entanto, conforme modelos atuais, houve preocupação de que os financiamentos fossem feitos para classes sociais com maior capacidade de honrar os pagamentos, com objetivo de rendimentos superiores aos dos títulos da dívida pública, principal modalidade de investimento permitida. As operações imobiliárias dos IAPs eram baseadas em três planos, que com poucas alterações vigoraram até 1964 (quando os institutos foram extinguidos): 1) plano A: locação ou venda de unidades habitacionais em conjuntos residenciais adquiridos ou construídos pelos institutos, com o objetivo de proporcionar aos associados moradia digna, sem prejuízo da remuneração mínima do capital investido; 31 2) plano B: financiamento aos associados para construção de moradia em terreno próprio; 3) plano C: empréstimos hipotecários feitos a qualquer pessoa física ou jurídica, bem como outras operações imobiliárias que o instituto julgasse conveniente, no sentido de obter uma constante e mais elevada remuneração de suas reservas. Durante o governo Vargas os investimentos no plano C foram maiores, já de 1945 a 1950 os planos A e B tiveram mais recursos. Para os institutos, interessava manter o valor de seu patrimônio imobiliário, daí a preferência por unidades de aluguel ou mesmo pela compra de terrenos com objetivo especulativo. Para o governo, as unidades para aluguel não eram interessantes por serem “invisíveis” no espaço urbano, ao contrário das vilas populares. Em meio a essa ambigüidade os institutos seguiram até o final da Segunda Guerra. Com a deposição de Vargas, o novo governo, utilizando-se da pressão da opinião pública, forçou os tecnocratas dos institutos à aplicação em habitação social, conforme o plano A. O retorno dos investimentos em habitação social revelou-se pequeno e ao longo da década de 1950 as reservas previdenciárias declinaram progressivamente, deixando de ser uma alternativa para o financiamento habitacional. Segundo Bonduki, o governo e grande parte das empresas nunca entraram com sua cota devida para a formação do patrimônio financeiro dos fundos, sendo o associado, trabalhador, quem realmente possibilitou a produção habitacional dos IAPs. A despeito das contradições na utilização dos IAPs para solucionar o problema de falta de moradias, a produção foi significativa, de valor arquitetônico e urbanístico, e marcou as origens da habitação social no Brasil. Ao final da ação dos IAPs, havia-se construído 140.000 unidades, entre apartamentos e residências em conjuntos habitacionais, além de milhares de habitações financiadas para a classe média. 2.1.4 Lei do Inquilinato e congelamento dos aluguéis Segundo Bonduki (op. cit.), a partir de 1930, com a ascensão de novas ideologias, entre elas o fascismo e o socialismo, criou-se um clima amplamente favorável à intervenção estatal na economia e no provimento aos trabalhadores das condições básicas para a sobrevivência, entre elas a habitação. Em 1942, o sucesso dos programas implantados era apenas parcial e crescia a pressão da opinião pública por uma ação mais efetiva. 32 Imitando medida aplicada em países europeus e latino-americanos, o governo interferiu no mercado de locação congelando todos os aluguéis por meio da Lei do Inquilinato. A justificativa, para bloquear protestos, seria a situação de emergência, devido à Segunda Guerra Mundial. Com o final da guerra, porém, a lei foi mantida, gerando grande polêmica. De um lado, posicionaram-se defensores da continuidade da lei, alegando que tratava-se do interesse da maioria da população, de outro, havia os que defendiam sua suspensão, alegando que feria o direito à propriedade. O congelamento de aluguéis agravou a situação da falta de moradias, desestimulando a produção e provocando uma enxurrada de despejos, levando ao clímax da crise da habitação durante a segunda guerra e anos posteriores. Um efeito imprevisto foi a maior capacidade de poupança da classe média e demais trabalhadores nesse período, viabilizando para muitos a aquisição da casa própria. Com o argumento de que era preciso resolver o problema da habitação antes de liberar os aluguéis, a Lei do Inquilinato foi prorrogada sucessivamente até o ano de 1964. 2.1.5 Fundação Casa Popular Em 1945, as forças armadas forçaram Vargas a entregar o poder, que passou para Eurico Gaspar Dutra. Seu governo, que colocou o Partido Comunista na ilegalidade e interviu em sindicatos, sofreu forte pressão de setores populares para resolver os problemas decorrentes do desenvolvimento industrial do pós-guerra. Criou a Fundação Casa Popular (FCP) em 1946, em meio à forte crise habitacional. Segundo Bonduki, tratou-se do primeiro órgão criado no âmbito federal com atribuição exclusiva de solucionar o problema habitacional. Em 18 anos de existência produziu 143 conjuntos, com 16.964 unidades habitacionais. No mesmo período, os IAPs, que não tinham como objetivo específico a moradia, viabilizaram 125.025 unidades, sem contar o financiamento de apartamentos para a classe média. A FCP iniciou sua atividade aparentando boa capacidade de produção, somente no ano de 1949, segundo o relatório FINEP/GAP (1983), entregou 3.515 unidades, número que passou a diminuir. Em 1955, as atividades estavam estagnadas e em 1960 foram oficialmente interrompidas. O jogo de interesses na administração federal transformou a ambiciosa FCP, que pretendia construir 100.000 unidades habitacionais, em um órgão sem recursos. A 33 desorganização das classes interessadas e a pressão de setores econômicos contrários à idéia é citada como causa do fracasso. O setor de construção civil foi forte opositor da idéia, pois temia pela concorrência por recursos para investimentos da iniciativa privada. Outro forte oponente foram os escalões superiores dos próprios IAPs. Também foram contra os órgãos que representavam arquitetos e engenheiros, como o Instituto de Arquitetos do Brasil e Clube de Engenharia. Vários pontos do projeto original para a criação da FCP, como a transferência de todas as operações imobiliárias dos IAPs, foram vetados. A ambição do poder executivo mostra que este tinha uma visão bastante clara do problema, porém os interesses contrários, de partidos políticos adversários, sindicatos, setores da construção civil, setores da administração federal, podavam a autonomia do governo. 2.1.6 Autoconstrução e ocupação irregular de espaços urbanos O período populista (1945 – 1964) foi de grande crescimento populacional e urbanização. A consciência da vulnerabilidade da economia agro-exportadora favoreceu o investimento no campo industrial, impulsionando o crescimento urbano em todo o país. Observou-se inchaço das grandes cidades e agravamento da crise de moradias. Durante o período populista, retirando-se a produção concreta dos IAPs e da FCP, que estava longe de atingir a demanda, pouco se fez quanto à habitação social. A autoconstrução, ocupando loteamentos regularizados (mas sem a infra-estrutura devida) na periferia ou invadindo terrenos próximos da área urbana torna-se cada vez mais comum. Segundo o relatório FINEP/GAP (op. cit.), o recenseamento de favelas realizado em 1948, no Rio de Janeiro, apontava 138.837 favelados na cidade. Em 1950, esse número já era de 169.305 habitantes em 58 favelas, 7,12% da população total da cidade. Em 1951, em Porto Alegre, censo semelhante revelou 54.169 pessoas vivendo em favelas. A situação não era muito diferente nas outras grandes cidades brasileiras. Segundo Bonduki (1998), a omissão do poder público quanto aos loteamentos clandestinos fazia parte de uma estratégia para facilitar a casa própria para o trabalhador. As legislações criadas especificamente para tratar dos loteamentos eram sistematicamente ignoradas, sem prejuízo para os infratores. Quanto às classes média e alta, visualizavam o desadensamento dos centros e segregação das classes de baixa renda, situação que não contrariava seus interesses. Viabilizava-se uma alternativa de baixíssimo custo para que os trabalhadores tivessem 34 acesso à casa própria unifamiliar, “com horta e jardim”, sem onerar o poder público e o setor privado. Assim, os investimentos podiam ser concentrados nos centros urbanos, nos projetos de revitalização e embelezamento que ocorreram em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e outras cidades. O auto-empreedimento tornou-se opção à ação pouco efetiva do Estado na produção da habitação de interesse social. A ausência do poder público nas periferias permitiu crescimento das cidades, numa produção doméstica de edificações. Às famílias propiciavase sensação de ascensão social sem que houvesse redistribuição de renda ou elevação dos salários. Aos empregadores urbanos a casa própria, irregular ou não, significava redução do custo da força de trabalho, ampliando-se a taxa de acumulação de capital. Como conseqüência, observou-se perda de qualidade de vida para os setores sociais envolvidos, significando precariedade de moradias, serviços públicos, transporte... e, no longo prazo, incapacidade permanente do setor público de desempenhar sua função devido à excessiva horizontalidade das aglomerações urbanas. Ainda sobre o período populista, apesar de contínua democratização, poucas foram as ações concretas dos governantes da federação. O governo Kubitschek (1956-1960), herdeiro do populismo de Vargas, pouca atenção deu à habitação de interesse social, conforme seu famoso plano de metas. A crise habitacional agravou-se ainda no final dos anos 60. Paralelamente, ocorreu divulgação de avanços na questão da habitação nos países socialistas. Para se contrapor a qualquer repercussão nos países latino-americanos, segundo o relatório FINEP/GAP (op. cit.), a Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID) acena com recursos destinados à habitação. O Senado do Estados Unidos via correlação entre a moradia e a estabilidade das nações. Orienta os países latino-americanos para construção de unidades baratas destinadas à venda. Com financiamento internacional, durante o governo de Jânio Quadros, constroem-se algumas vilas para remoção de populações faveladas no Rio de Janeiro. Com a posse de João Goulart, em 1961, a questão muda de sentido, procura-se equacioná-la a partir de suas origens. Elaborou-se uma série de propostas e planos, sendo poucas as experiências concretas, todas interrompidas pelas transformações de 1964. 35 2.1.7 Sobre a produção do Banco Nacional a Habitação Segundo o relatório FINEP/GAP (op. cit.), citando FIBGE2, durante o período militar verificou-se crescente urbanização da população brasileira. Em 1960 cerca de 45% do total de Brasileiros vivia em cidades e, dez anos depois, esse percentual atingiu 56%. Registrouse altas taxas de crescimento da economia, aumento da renda real em vários segmentos e contínua expansão das periferias. O regime militar promoveu várias mudanças no regime monetário e fiscal, refletindose no campo da habitação de interesse social. Em 1966, em substituição à cláusula de estabilidade do tempo de serviço, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), considerada um entrave para a expansão da economia, instituiu-se o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), uma poupança compulsória. Os recursos provenientes do FGTS passaram a ser geridos pelo Banco Nacional da Habitação (BNH), criado em 1964. Pela primeira vez no país concretizava-se uma verdadeira política habitacional. A criação do BNH foi embasada nos antigos IAPs e FCP, analisando-se os acertos e erros. Bonduki cita como exemplo a captação financeira e a introdução da correção monetária nos financiamentos, que não ocorria nos modelos anteriores e, devido à inflação, foi motivo da rápida diminuição dos recursos. O BNH atuou até 1986 e possibilitou a produção de um volume enorme de moradias, calculado em aproximadamente cinco milhões de unidades, suficientes para abrigar vinte e cinco milhões de pessoas. Ao contrário dos IAPs, percebe-se na produção do BNH que não existiam maiores preocupações com a qualidade dos projetos e seus impactos no meio urbano. Pela dimensão dessa produção, o BNH poderia ter promovido significativa melhora na qualidade das cidades brasileiras, assim como das moradias. Um dos motivos para isso não ter ocorrido foi o fato de o corpo técnico multidisciplinar, envolvido com os IAPs, ter sido alijado de sua função durante o golpe de estado, ficando sem representação no novo órgão. Outra diferença em relação aos IAPs, ao menos em relação a uma parte de sua produção, era a visão quanto à propriedade. Parte do corpo técnico dos IAPs enxergava a habitação como um serviço público, era portanto contrária à venda das unidades, que eram 2 FIBGE, Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, IX Recenseamento Geral do Brasil, vol. 1, 1980. 36 alugadas. Essa visão foi desarticulada no novo regime, vendendo-se as unidades aos moradores. Como conseqüência empobreceram-se os antigos espaços comuns, colocandose grades, eliminando-se serviços e equipamentos... reforçando-se o individualismo em contrapartida ao “homem novo”, projeto do modernismo. Como características dos conjuntos do BNH, Bonduki cita a gestão centralizada, ausência de participação comunitária, ênfase na produção de casas prontas por empreiteiras, localização periférica e projetos medíocres. Também sobre a produção de habitações, em virtude do financiamento ao produtor e não ao usuário final, excluiu-se dos benefícios a parte mais carente da população. Que autoempreendeu sua habitação com juros muito maiores, por não contar com financiamento público. Mesmo as tentativas de se produzir habitações mais baratas, diminuindo-as em tamanho e qualidade não alcançaram as populações de baixa renda. Sobre o momento atual, vive-se uma fase, talvez transitória, sem a definição clara de políticas habitacionais para as famílias de baixa renda, incapazes de produzir de forma autônoma moradias dignas. Números da demanda por moradias são apresentados mais à frente, neste mesmo capítulo. Quanto às perspectivas para a habitação de interesse social, pouco se pode afirmar. Talvez caminhe para ações localizadas e iniciativas isoladas, distanciando-se dos planos nacionais encampados pelo poder federal, de cima para baixo, desconsiderando particularidades regionais. Talvez não seja definida política alguma, deixando-se que o mercado promova a solução, conforme postura do século XIX. Mas, conhecendo-se as ações, motivos e reflexões do passado, será possível optar por soluções consistentes. 2.1.8 Diminuição da capacidade de investimento em Habitação nos últimos 30 anos Analisando dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003 do IBGE (2003), que apresenta a composição dos gastos das famílias brasileiras segundo as classes de rendimento e comparando às pesquisas anteriores, verifica-se algumas mudanças que afetam a capacidade de produção privada de moradias, aumentando a demanda pela habitação de interesse social, o que deveria resultar em uma maior mobilização por parte do Estado. Sobre a alocação de recursos, há 30 anos, a parcela de gastos permanentes com alimentação, habitação, saúde, impostos, obrigações trabalhistas, correspondiam a 79,86% e, em 2003, a 93,26%. Com isso os investimentos (em imóveis e outros) ficaram em 4,76%. Destes investimentos (que caíram de 16,50% para 4,76%, R$ 84,59, nos últimos 30 anos), 37 a maior parte é reservada para a aquisição de imóveis (R$ 49,33) ou sua reforma (R$ 34,82). Para outros investimentos, são destinados apenas R$ 0,44 em média, o que representa 0,02% do gasto total. Nas classes de menor renda familiar, clientes dos programas de habitação popular, os investimentos são praticamente nulos. O que sinaliza para um aumento da crise habitacional. A família brasileira gasta mensalmente, em média, R$ 1.778,03 (R$ 1.954,43 nas áreas urbanas e R$ 873,94 nas áreas rurais, 55% menos). Seu rendimento médio mensal é de R$ 1.789,66 (valores declarados pelos entrevistados e sujeitos a distorções, segundo o IBGE). Em quase todas as classes, “o valor médio das despesas é maior que o do rendimento. Por exemplo, na classe de até R$ 400,00 de rendimento, ganha-se em média R$ 260,21, mas gasta-se R$ 454,70. apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam, em média, menos do que recebem” (IBGE, p. 2, op. cit.). As regiões Norte e Nordeste apresentam os menores rendimentos familiares, 70% e 60% da média nacional, respectivamente. Ao mesmo tempo em que possuem as maiores famílias, 4 membros ou mais. Por outro lado, considerando os dados citados na seção anterior, é nessas regiões que se encontra o maior déficit de moradias, em valores percentuais. Ou seja, a princípio a tendência é a de manutenção do problema, sendo necessária intervenção não somente na questão habitacional, mas também no aumento da renda média familiar, entre outras. Envolvendo também questões subjetivas, onde as famílias opinaram a respeito da qualidade de vida, a POF 2002/03 revela que 27,15% das famílias brasileiras informaram ter muita dificuldade para chegar ao fim do mês com seu rendimento; 23,7% afirmaram ter dificuldade e 34,6%, alguma dificuldade. O grupo de despesas que mais pesa no bolso da família brasileira é a Habitação (29,26% da despesa total ou R$ 520,22 mensais), que inclui aluguel, telefone, luz, água, manutenção e móveis, entre outros itens. Alimentação e habitação, somadas, respondem por cerca de 70% das despesas das famílias que recebem até R$ 400,00. Sobre problemas com as condições físicas dos domicílios, o pouco espaço (42%) e aqueles relativos à degradação: telhado com goteira (34%), janelas, portas e assoalhos deteriorados (30%) e umidade do chão e das paredes (31%), representam a maior parte das reclamações. Há que se considerar as diferenças entre as famílias entrevistadas quanto à percepção de falta de espaço, sendo mais confiáveis os valores citados na seção anterior, em análise da Fundação João Pinheiro (2002). De qualquer forma, a POF (IBGE, op. cit.) 38 evidencia o comprometimento da parcela dos ganhos familiares que deveria ser destinado à habitação, consumida por outras necessidades. 2.2 A QUESTÃO HABITACIONAL NO BRASIL, NO ANO 2000 Tomando como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 1999, publicada pelo IBGE, e os dados então divulgados do Censo 2000 (uma vez que as informações do Censo Demográfico 2000 somente foram disponibilizadas em 2002), a Fundação João Pinheiro elaborou um estudo sobre o déficit habitacional brasileiro (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2002). Esse estudo na verdade vai além do déficit, abrangendo o que nele se entende por necessidades habitacionais, englobando a inadequação dos edifícios. Nele se define déficit habitacional como: “a necessidade de construção de novas moradias, seja em função de reposição do estoque de domicílios existente, seja em função do incremento desse estoque, detectada em um determinado momento” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, p. 2, op. cit.). Adiciona ao estudo o conceito de moradia inadequada, que “reflete problemas na qualidade de vida dos moradores não relacionados ao dimensionamento do estoque de habitações, e sim a especificidades internas de um estoque dado”. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, p. 2, op. cit.). 2.2.1 Déficit habitacional No cálculo do déficit habitacional, o estudo enquadra: - edifícios rústicos: constituídos de materiais inadequados para o conforto e salubridade; - depreciados: fortemente deteriorados, necessitando ser repostos, estimados em função da idade das habitações; - domicílios improvisados: locais construídos sem fins residenciais, servindo como moradia (debaixo de pontes, em barcos, dentro de carros etc.); - coabitação familiar: cortiços, divisão de residências por cômodos etc.; - e a questão do ônus excessivo: domicílios com até três salários mínimos de renda familiar que despendem mais do que 30% com o aluguel, sendo considerados apenas as casas e apartamentos urbanos. 39 Como resultados gerais a respeito do déficit habitacional: foi estimado em 6.656.526 novas moradias no ano 2000, sendo 81,3% déficit urbano. A região Nordeste lidera a demanda (2.631.790 unidades), seguida pela Sudeste (2.412.460 unidades). Somadas representam 75,8% da demanda. As áreas metropolitanas participam com 29,3% da demanda total, correspondendo a 1.951.677 unidades, concentradas nas Regiões Metropolitanas de São Paulo (596 mil unidades) e Rio de Janeiro (391 mil unidades), que representam a metade do total metropolitano. O déficit habitacional equivale a 14,8% dos domicílios particulares permanentes brasileiros (áreas urbanas 14,5% e áreas rurais 16,5%). Esse valor (relativo) é maior nos estados nordestinos (principalmente Maranhão, Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará) e áreas urbanas do Norte (com destaque para Pará, Roraima e Amapá). Esta percentagem é de 13,7% nas áreas metropolitanas, sendo mais expressivo nas localizadas nas Regiões Norte e Nordeste. Em números absolutos, o déficit habitacional é maior nos Estados da Região Sudeste que concentram grande parcela da população brasileira (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro), destacando-se também os estados da Bahia e do Maranhão. MAPA 1 - ESTIMATIVAS DO DÉFICIT HABITACIONAL SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO – BRASIL - 2000 40 13.249 19.016 408.021 53.010 575.187 233.622 163.983 139.257 387.941 131.382 86.938 157.640 17.758 61.325 35.502 581.441 91.481 109.895 195.829 632.057 113.359 91.277 0 500 Quilômetros 1.161.757 1000 260.648 120.400 309.264 505.287 LEGENDA Estimativ a do Déf icit Habitacional 2000 500 .000 250 .000 100 .000 10 .000 a 1.170 .000 a 500 .000 a 250 .000 a 100 .000 Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1999 (microdados) Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) (1) Exclusive déficit habitacional rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. (2) Exclusive o déficit habitacional rural da RM Belém. Elaboração: FJP/CEI 41 MAPA 2 - PARTICIPAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DO DÉFICIT HABITACIONAL EM RELAÇÃO AO TOTAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO – BRASIL - 2000 22,4 21,4 11,7 23,2 46,4 25,7 16,4 19,7 23,8 19,6 20,2 19,9 21,9 15,5 18,3 14,0 24.4 20,1 14,0 13,3 13,4 16,1 0 500 Quilômetros 11,2 1000 9,8 8,0 10,2 11,9 LEGENDA 20% 15% 10% 8% a a a a 50% 20% 15% 10% Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1999 (microdados) Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) (1) Exclusive déficit habitacional rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. (2) Exclusive o déficit habitacional rural da RM Belém. Elaboração: FJP/CEI A distribuição do déficit segundo seus componentes revela predominância da coabitação familiar, seguida pela precariedade física da habitação. No entanto, no Nordeste a precariedade também aparece como muito significativa. Conforme Tabela 1, a seguir. 42 TABELA 1 - PARTICIPAÇÃO DOS COMPONENTES NO DÉFICIT HABITACIONAL ESTIMADO - BRASIL, GRANDES REGIÕES, UNIDADES DA FEDERAÇÃO E REGIÕES METROPOLITANAS – 2000 (PERCENTAGEM) ESPECIFICAÇÃO HABITAÇÃO COABITAÇÃ PRECÁRIA O FAMILIAR Norte (1) Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 23,1 40,6 8,7 15,7 19,2 68,8 46,6 63 60,8 56,9 ÔNUS EXCESSIVO COM ALUGUEL 7,4 11,8 25,2 21,5 23,6 Brasil (1) Total das RMs (2) 24 9,3 56,1 65,4 18,2 22 REPOSIÇÃO DÉFICIT POR HABITACIONAL DEPRECIÇÃO 0,7 100 1 100 3 100 2 100 0,3 100 1,8 3,3 100 100 Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1999 (microdados) Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) (1) Exclusive o déficit habitacional rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. (2) Exclusive o déficit habitacional rural da RM Belém. Analisando o déficit por faixas de renda, “as famílias em situação de déficit habitacional possuem, em sua maioria, renda média mensal inferior a três salários mínimos. São 4 410 385 famílias, ou 83,2% do total urbano brasileiro estimado, grande parte delas residindo nas Regiões Sudeste e Nordeste. Essa concentração acontece também nas Regiões Metropolitanas, onde 78% do déficit estimado estão ligados às famílias de mais baixa renda” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, p. 2, op. cit.). Conforme Tabela 2, a seguir. TABELA 2 - ESTIMATIVAS DO DEFICIT HABITACIONAL URBANO POR FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (1) - BRASIL, GRANDES REGIÕES, UNIDADES DA FEDERAÇÃO E REGIÕES METROPOLITANAS (2)- 2000 ESPECIFICAÇÃO Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Total das RMs FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS MÍNIMOS) até 3 de 3 a 5 de 5 a 10 mais de 10 Total (3) 343.301 29.235 28.258 6.456 408.792 1.554.079 87.333 35.963 11.604 1.703.071 1.694.803 239.257 154.648 64.613 2.184.990 465.063 54.020 38.404 14.286 575.083 353.139 33.294 27.858 8.673 426.010 4.410.385 1.471.232 443.139 193.267 285.131 130.918 105.632 43.414 5.297.946 1.886.794 Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1999 (microdados) Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) (1) Exclusive o déficit por depreciação que não pôde ser calculado por faixas de renda. (2) Para as RMs, se refere ao déficit habitacional total, exceto na RM Belém, onde se refere apenas à área urbana. (3) Inclusive sem declaração de renda. 43 2.2.2 Inadequação dos Domicílios No cálculo da Inadequação dos domicílios, o estudo enquadra: - O adensamento excessivo de moradores: medido através da densidade de moradores por dormitório (mais de três pessoas por dormitório); - Carência de infra-estrutura: considerados os domicílios que não possuíam ao menos um dos serviços básicos (energia elétrica, rede de abastecimento de água com canalização interna, rede coletora de esgoto ou fossa séptica e lixo coletado direta ou indiretamente); - Inadequação por inexistência de unidade sanitária domiciliar interna; - Inadequação fundiária urbana: procura identificar o problema da posse da terra em favelas, vilas e áreas ocupadas. Caracterizada pelo domicílio próprio, cujo proprietário declara não ter a posse do terreno; - E os domicílios depreciados em função da idade da construção: mais de 50 anos em 2000, necessitando de cuidados para sua manutenção. Quanto à inadequação dos domicílios, lembra-se a impossibilidade de agregação dos seus componentes, que refletem problemas de natureza distinta, havendo a possibilidade de um domicílio ser caracterizado como inadequado em mais de um critério. Adensamento excessivo: Foram estimadas, em 2000, 2.024.929 moradias nessas condições. Representam 5,5% dos domicílios urbanos duráveis, com participação mais elevada na Região Norte (9,5%) e mais reduzida nas Sul e Centro-Oeste. O problema é maior nos domicílios duráveis urbanos com renda mensal familiar de até três salários mínimos (50,7%). Este padrão de concentração em domicílios de baixa renda é mais acentuado na Região Nordeste. Nas regiões metropolitanas, os percentuais dos domicílios nessa faixa de renda são inferiores aos apresentados por suas respectivas unidades da Federação, sendo o comportamento do conjunto metropolitano (41,8%) fortemente influenciado pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que representam 66,5% do total metropolitano. Inadequação fundiária urbana: foi considerada apenas em casas e cômodos próprios duráveis, embora tenham sido encontrados apartamentos nesta situação. Estima-se no Brasil a existência de 1.508.744 unidades, representando 4,7% do total de casas e cômodos urbanos. Praticamente a metade está localizada em áreas metropolitanas. O problema é mais evidente nas Regiões Nordeste e Sul, sendo menos representativo na Centro-Oeste. 44 Nas Regiões Metropolitanas de Recife e Porto Alegre são encontrados os percentuais mais elevados, ultrapassando 10%. Há concentração significativa na baixa renda no Nordeste. Em algumas unidades da Federação há fração elevada de domicílios inadequados com rendimentos superiores a 10 salários mínimos (Distrito Federal, Mato Grosso e Amapá). Nas regiões metropolitanas, há, em média, tendência a maior concentração dos domicílios na faixa mais baixa de renda. A concentração de renda é mais evidente em Recife, Fortaleza, Belém e Salvador.” Depreciação: foi estimada em 836.669 unidades, das quais 367.674 localizadas em áreas metropolitanas (principalmente de São Paulo e do Rio de Janeiro, localizando-se 108 mil unidades na primeira e 120 mil na segunda). Carentes em um ou mais serviços de infra-estrutura: 10.261.076 unidades no país, representando 28% do universo correspondente. 39,1% estão localizados no Nordeste e 21% no Sudeste. Representam mais de 50% do total dos domicílios urbanos duráveis nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto representam apenas 11,7% dos domicílios na Região Sudeste e 25,1% na Sul”. As regiões metropolitanas contribuem com 2.525.443 unidades, com participação expressiva do Rio de Janeiro (519 mil), Recife (514 mil), Fortaleza (352 mil) e São Paulo (349 mil). Destaca-se a falta de rede coletora de esgoto ou fossa séptica, que atinge a 5.481.242 domicílios no país com carência única. A falta de abastecimento de água atinge 1.061.151 unidades. No Brasil (58,9%), e nas regiões metropolitanas (54%), dos domicílios carentes por infra-estrutura se concentram na faixa até três salários mínimos de renda mensal familiar. Na Região Nordeste esse percentual chega a 69,9%. Inexistência de unidade sanitária domiciliar interna: são, em sua maioria, também carentes por infra-estrutura: Dos 1.466.701 domicílios sem instalações sanitárias de uso exclusivo, 81,3% não dispõem de algum serviço de infra-estrutura, principalmente esgotamento sanitário e/ou abastecimento de água. Este problema é mais acentuado nas Regiões Nordeste e Norte, onde mais de 8% dos domicílios urbanos duráveis não têm banheiro. De modo geral o problema se atém às famílias de baixa renda (80,9% dos domicílios inadequados por este critério estão na faixa de renda familiar até três salários mínimos). Porém, há presença de domicílios inadequados em faixas superiores de rendimentos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste e em áreas metropolitanas. O estudo destaca a carência de infra-estrutura como o principal critério para quantificar a Inadequação Habitacional, em números absolutos, frente aos demais. 45 Também, que as Regiões Sudeste e Nordeste concentram a maioria dos domicílios inadequados, qualquer que seja o critério considerado, conforme Tabela 3. TABELA 3 - CRITÉRIOS DA INADEQUAÇÃO DOS DOMICÍLIOS URBANOS DURÁVEIS (1) - BRASIL, GRANDES REGIÕES, UNIDADES DA FEDERAÇÃO E REGIÕES METROPOLITANAS (2) – 2000 ESPECIFICAÇÃO Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste (3) Brasil Total das RMs ADENSAMENTO INADEQUAÇÃO CARÊNCIA DE INEXISTÊNCIA INADEQUAÇÃO POR DE UNIDADE INFRAEXCESSIVO FUNDIÁRIA DEPRECIAÇÃO SANITÁRIA ESTRUTURA URBANA 184.822 56.346 1.165.622 162.865 20.124 385.916 432.270 4.010.073 714.738 195.798 1.133.647 650.406 2.155.271 315.379 505.510 198.062 325.923 1.469.648 179.154 100.735 122.492 43.799 1.460.462 94.565 14.502 2.024.939 985.852 1.508.744 760.245 10.261.076 2.525.443 1.466.701 359.738 836.669 367.674 Fonte: Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sinopse Preliminar do Censo Demográfico, 2000; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1999 (microdados) Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI) (1) A inadequação por depreciação se refere ao total dos domicílios permanentes urbanos. (2) Para as RMs, se refere ao total dos domicílios, exceto para a RM Belém, onde se refere apenas aos urbanos. (3) A inadequação por depreciação inclui Tocantins. (4) A inadequação por depreciação inclui Mato Grosso do Sul. Vale lembrar que o estudo também aponta a existência, no ano de 2000, de 4.450.147 domicílios desabitados no país, sendo 1.757.595 em áreas metropolitans (10,3% e 10,8% do total de domicílios particulares). “Quando se estima um déficit habitacional urbano, em 2000, de 5.414.944 domicílios, vê-se que grande parte dele poderia ser equacionado através da ocupação desses domicílios vagos. Não se sabe porém quais as condições em que se encontram esses imóveis, por que estão vagos, sua exata localização, e a que segmento da sociedade se destinariam” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, p. 10, op. cit.). Considerando os dados da Fundação João Pinheiro para inadequação dos domicílios e os dados da PNAD (2000), com o volume total de moradias, pode-se dizer que aproximadamente 1 em cada quatro moradias brasileiras é inadequada. Se considerada a questão conforto térmico, a inadequação de domicílios poderia ser ainda maior, pois muitas das habitações de interesse social hoje construídas, atendendo vários outros quesitos, não cumprem as exigências mínimas quanto ao desempenho térmico. 46 2.3 APLICAÇÃO DE EQUAÇÕES DE REGRESSÃO LINEAR NO ESTUDO DO CONFORTO EM HABITAÇÕES Geralmente se estuda duas ou mais variáveis na esperança de que relações encontradas possam ser usadas no sentido de fazer estimativas ou predições de uma das variáveis particulares. Sem necessidade de testes ou medições, pode-se supor que a temperatura interna em residências como as da Vila Tecnológica de Curitiba, sem equipamentos de condicionamento de ar e onde não houve maiores preocupações com o conforto térmico no momento do projeto arquitetônico, em parte, seja explicada pela temperatura externa. 2.3.1 Origem da aplicação das Equações de regressão linear em Edificações A idéia da aplicação de equações de regressão linear surgiu como continuidade de um estudo experimental, conduzido por um período de 18 meses (de julho de 1993 até dezembro de 1994), por Givoni (1999). Originalmente o estudo se propunha a estudar os efeitos da massa térmica e da ventilação noturna na redução das temperaturas internas durante o dia (GIVONI, 1998). A pesquisa teve lugar em Pala, Califórnia. Dados sobre o clima externo e temperatura interna foram coletados continuamente em duas construções-teste, de aproximadamente 23m², com idênticos coeficientes de perda de calor mas com diferentes níveis de massa térmica. As condições para teste incluíram sombreamento e nãosombreamento de janelas, painéis pretos e brancos aplicados sobre as superfícies externas, e diferentes combinações de ventilação: edificação fechada continuamente, edificação fechada durante o dia e ventilada durante a noite, e janelas abertas dia e noite. A partir dos dados experimentais, equações foram desenvolvidas, estimando-se as temperaturas máximas e mínimas. Diferentes parâmetros climáticos foram considerados na derivação de cada equação. A concordância entre temperaturas estimadas e medidas in loco, com os vários parâmetros climáticos usados na derivação, foi avaliada por correlação estatística (GIVONI, 1999). Demonstrou-se uma alta correlação entre os dados medidos e as temperaturas internas máximas estimadas. Adicionando-se os dados diários referentes à radiação solar não proporcionou-se melhora significativa no coeficiente de correlação entre temperaturas estimadas e medidas. Esta conclusão é particularmente importante para a maioria dos países em desenvolvimento, onde dados climáticos disponíveis podem ser limitados apenas às temperaturas. 47 Conclui-se que é possível estimar a performance de edificações passivas em relação ao clima, baseando-se apenas nos dados médios das temperaturas diárias. A equação, acreditava-se, possibilitava estimar a temperatura interna apenas para construções com capacidade de amortecimento de temperaturas semelhante a dos protótipos. O clima no local e período do experimento apresentaram grandes variações, o que sugeriu a possibilidade de se aplicar as equações para diferentes condições climáticas (questão tratada na seção 2.3.3.1). 2.3.2 Estimativa da temperatura interna de residências ocupadas Em protótipos não ocupados, o pesquisador tem completo controle sobre as condições da edificação, quando as janelas são abertas ou fechadas, sombreadas ou não sombreadas etc. Durante um período experimental as condições são constantes. A situação é diferente em casas ocupadas, onde os moradores têm liberdade para modificar as condições de acordo com mudanças em suas necessidades e desejos. Interessava descobrir se as equações podiam ser desenvolvidas para o caso de residências ocupadas. Testou-se a idéia a partir de dados de temperaturas internas e externas de duas habitações de baixo custo, destituídas de condicionamento de ar, localizadas em Descalvado, no Estado de São Paulo. Duas séries de monitoramento de temperaturas foram conduzidas, em setembro (2-11) e outubro (9-18) de 2001 (GIVONI e VECCHIA, 2001). As duas casas eram de aproximadamente 50m², com dois quartos, sala de estar, cozinha e banheiro. Estruturalmente possuíam pisos de concreto, paredes também de concreto, com 15cm de espessura, forro de concreto e cobertura com telhas cerâmicas. As famílias eram idênticas. Os maridos trabalham fora e as esposas permaneciam em casa durante o dia. Os filhos freqüentavam escolas nos mesmos períodos. Dessa forma, ambas as residências permaneciam abertas ao longo do dia e possuíam ocupação semelhante. Concluiu-se que as equações podiam ser aplicadas para casas ocupadas por famílias levando suas vidas normalmente. Também, que cada construção específica possui características térmicas próprias, de difícil conhecimento. 2.3.3 Equações de regressão linear para estimativa de temperaturas em moradias da Vila Tecnológica de Curitiba e em um sistema construtivo alternativo 2.3.3.1 Equações de regressão linear X simulações computacionais A metodologia das equações de regressão linear foi utilizada por Komeno (2002) para avaliação de 3 moradias da Vila Tecnológica de Curitiba. Os resultados das estimativas 48 foram comparados ao obtido por meio de softwares (o francês COMFIE e o nacional ARQUITROP). A comparação entre os dois métodos mostrou que as equações forneceram resultados satisfatórios para valores diários de temperatura ambiente. Komeno (op. cit.) também fez a estimativa do comportamento térmico das 3 edificações de Curitiba para o clima de Brasília, comparando-a com projeções de softwares, obtendo bons resultados. Os bons resultados, no entanto, não permitem a generalização da aplicação de uma equação específica para qualquer clima. E não é o que se pretende. Haverá influências diferentes na ação dos usuários, de uma região para outra (desde influências culturais até a adaptação física ao clima). Em uma mesma temperatura, podem ser diferentes as condições de umidade e ventos, de uma localidade para outra, produzindo diferentes sensações térmicas. Usuários de edificações em climas diferentes apresentarão diferentes graus de sensibilidade a essas variações. Essa diferença na sensibilidade fará com que a ação na promoção da ventilação interna seja diferente, do conjunto de moradores de uma região para os de outra. Mas, acredita-se, não tão diferente a ponto de afetar a temperatura interna de forma significativa, dentro das faixas de temperatura abrangidas pelo presente estudo. Quanto aos equipamentos domésticos, que também contribuem para a geração de calor no interior das edificações, acredita-se que não haja grande variação de uma região para outra. Espera-se que, em uma situação de temperaturas elevadas, acima de 30ºC, por exemplo, tanto o morador de região que apresente clima frio em uma parte do ano, quanto o de clima quente, tenham sensação de calor e promovam a ventilação interna de suas edificações. O mesmo exemplo vale para situações de frio. É necessário considerar também que a ventilação é limitada pelo número e dimensões das aberturas. Sendo edificações semelhantes, as limitações serão as mesmas. Por esses motivos, acredita-se que as equações, obtidas a partir de um clima com grande amplitude térmica, como o de Curitiba, sejam aplicáveis a um conjunto de localidades com temperaturas, no geral, situadas dentro da variação térmica curitibana. Isso exclui locais onde ocorrem temperaturas extremas, sendo necessários levantamentos específicos e equações específicas para essas regiões. Por outro lado, como se verá mais adiante, no capítulo 3, as estimativas de temperaturas feitas através das equações apresentam uma certa margem de erro, que ocorre também nos métodos baseados em softwares e características termofísicas. Buscase um grau de precisão aceitável e não resultados estimados idênticos aos medidos. De 49 qualquer forma, esses resultados constituem informações valiosas e diferentes das fornecidas por dias típicos de projeto, normalmente usados quando se busca avaliar o comportamento de uma edificação para diferentes climas via simulação. Finalmente, vale lembrar que as equações não se aplicam a estimar o conforto térmico, determinado por uma série de variáveis, mas apenas a temperatura interna das edificações. 2.3.3.2 Equações de regressão linear na avaliação do conforto térmico em climas diferentes dos da localidade em que foram coletados dados para a geração das equações Krüger (2003) mostrou a praticidade do uso dos dados gerados pelas equações para avaliar o comportamento térmico do protótipo habitacional ISOPET em 11 cidades brasileiras, utilizando-se do TRY (ano climático de referência) de cada cidade. Demonstrou o comportamento térmico do protótipo, mostrando as cidades para as quais o sistema construtivo melhor se adaptaria para atender a demanda por habitação popular. Isso sem dispor dos dados das características termofísicas dos componentes do protótipo. 2.3.3.3 Tentativa de basear estimativas de temperaturas internas de casas ocupadas em suas características termofísicas Krüger e Givoni (2003) apresentaram em detalhes o monitoramento de temperatura em 18 residências de baixo custo. A partir desses dados estimaram as temperaturas de 6 das 18 casas originais, e tentaram correlacionar as temperaturas máximas internas com várias características termofísicas de todas as 18 casas: a transmitância das paredes, a transmitância da cobertura, a transmitância equivalente das casas (produto transmitância pela área do componente), o Atraso Térmico das paredes, o Atraso Térmico da cobertura, o Atraso Térmico Equivalente das casas, o Fator Solar, e a proporção de área de aberturas pela área de piso das casas. Todas as características individuais testadas mostraram um valor muito baixo para R², sugerindo uma relação muito fraca entre as características termofísicas das construções e a temperatura máxima interna. Sugeriu-se a possibilidade de que a ação dos ocupantes no gerenciamento das construções (abrir e fechar janelas, sombrear as janelas etc.) tem maior efeito na temperatura interna que as características termofísicas dessas construções. Correlações múltiplas também não produziram resultados significativos. Em resumo, no trabalho citado, foi possível ter uma concordância razoável entre as temperaturas máxima e mínima internas medidas e as estimadas para as habitações. No 50 entanto, a tentativa de encontrar correlações entre as características termofísicas das 18 moradias monitoradas e suas temperaturas máximas resultou em correlações fracas. 51 CAPÍTULO 3 ESTIMATIVA DE TEMPERATURAS INTERNAS PARA EDIFICAÇÕES DA VILA TECNOLÓGICA DE CURITIBA Feita a revisão da literatura verificou-se a necessidade de uma melhor compreensão das causas dos erros nas estimativas das temperaturas internas, assim como uma demonstração da aplicação das equações na avaliação do desempenho térmico de diferentes tipologias construtivas. Adotaram-se as etapas e procedimentos descritos a seguir: Através do método descrito por Krüger (2003), baseado em regressão linear múltipla, obteve-se equações para estimar as temperaturas internas (máxima, média e mínima) de 18 residências, em uso, da Vila Tecnológica de Curitiba – COHAB-PR , com tipologias diversas. As temperaturas internas haviam sido coletadas por Dumke (2002). O levantamento de dados de temperaturas internas foi feito em dois períodos, um representativo da estação inverno e outro do verão. A medição de temperaturas foi feita de 15 em 15 minutos. Obtevese, por média aritmética, temperaturas correspondentes às 24 horas do dia (para o interior e para o exterior). O processo para obtenção das equações é descrito em detalhes na seção 3.3. Obtidas as equações, fez-se comparação com resultados obtidos a partir de outras metodologias: método dois períodos, descrito por Cheng (2004), e método duas regressões, descrito por Givoni (1999). Verificou-se a correlação entre os dados estimados e os medidos, para cada método, comparando-se os resultados. Devido à desvantagem em precisão utilizando o método regressão múltipla, decidiuse, antes de realizar uma análise do erro, acrescentar um terceiro período de dados, de forma semelhante a Papst e Lamberts (2001), para um melhor ajuste da reta de regressão. Sugeriu-se também uma modificação nas equações. Após modificação nas equações e aumento no volume de dados, utilizados para sua geração, comparou-se novamente os resultados com os obtidos pelos dois outros métodos, baseados em regressão simples. Para essa nova comparação criou-se um coeficiente, o Erro Relativo (ER), que corresponde à amplitude térmica da residência dividida pelo Erro Padrão da Estimativa (EPE). O EPE foi adotado por Krüger e Papst (2003), embora com outra denominação. O ER tem o objetivo de avaliar a proporção da diferença, entre a temperatura estimada e a medida, em relação à amplitude térmica da edificação. 52 Posteriormente buscou-se analisar o erro, identificando suas possíveis causas. Para isso utilizou-se dados de protótipos experimentais, não ocupados, e avaliou-se a influência dos padrões de uso das edificações, da amplitude térmica e das características termofísicas. Com o intuito de apresentar de forma clara uma aplicação prática das equações de regressão linear aplicadas à estimativa de temperaturas ambiente, estimou-se o comportamento térmico de cada tipologia construtiva, para climas de 10 cidades brasileiras: Belém, Brasília, Florianópolis, São Luis, Natal, Porto Alegre, São Paulo, Vitória, Maringá e Curitiba. Utilizou-se, como dados de entrada, dados tipo TRY (Test Reference Year), ou Anos Climáticos de Referência, obtidos do site do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, da Universidade Federal de Santa Catarina (www.labeee.ufsc.br). Como os TRY são constituídos por dados horários, houve a necessidade de separar as temperaturas máximas e mínimas para cada dia do ano, assim como calcular as temperaturas médias diárias. Feita a estimativa para os diferentes climas, procedeu-se à avaliação do desempenho térmico das edificações para cada clima, segundo os métodos Graus-Dia e IPT. O método Graus-Dia forneceu um número estimado anual de horas de desconforto por frio ou calor, baseando-se em temperaturas médias para os cálculos, desconsiderando a amplitude térmica. O método IPT, que classifica os desempenhos em níveis (A, B e C), baseia-se nas temperaturas máximas e mínimas diárias, considerando assim a amplitude. Através de figuras, para cada habitação, representou-se graficamente os resultados para cada método de avaliação de desempenho térmico, recomendando-se cada tipologia para os climas em que apresentou melhores resultados. 53 3.1 VILA TECNOLÓGICA DE CURITIBA – LEVANTAMENTO DE DADOS Iniciativa da COHAB-CT (Companhia de Habitação Popular de Curitiba), a Vila Tecnológica de Curitiba constitui-se de dezenas de moradias unifamiliares de baixo custo (das quais 24 abertas para a visitação pública), construídas segundo os princípios do extinto PROTECH (Programa de Difusão de Tecnologia para a Construção de Habitação de Baixo Custo), que visava à construção de casas com boa qualidade e baixo custo para a população de baixa renda, com o conceito do habitat. Essas casas são de diferentes sistemas construtivos e conseqüentemente diferentes características térmicas, não havendo nelas nenhum sistema de condicionamento de ar (DUMKE, 2002). A Figura 1, a seguir, apresenta uma visão parcial das habitações da Vila Tecnológica. FIGURA 1 - VISTA AÉREA DE VILA TECNOLÓGICA DE CURITIBA As Figuras 2 e 3 são exemplos de plantas baixas das edificações da Vila Tecnológica, apresentam a posição aproximada em que foi colocado o aparelho para coleta de dados de temperatura e umidade e dão uma idéia dos cômodos que compõem as edificações. 54 FIGURA 2 - SISTEMA CONSTRUTIVO EPOTEC FIGURA 3 - SISTEMA CONSTRUTIVO CASTELLAMARE A seguir apresenta-se descrição dos sistemas construtivos cujos dados foram utilizados neste estudo. 55 3.1.1 Descrição dos sistemas construtivos Sistema Construtivo MLC Painéis de concreto armado pré-moldados. Paredes externas: painéis pré-moldados duplos de concreto armado (2,5cm cada) revestindo blocos cerâmicos 6 furos. Espessura total 14cm; Cor das paredes externas: branca e verde clara; Paredes internas: painéis em concreto armado sem camada interna de blocos cerâmicos. Espessura total 5cm; Janelas: de ferro, tipo basculante, com vidro 3mm, voltadas para as faces Sudeste, Sudoeste e Nordeste; Portas externas: em chapa de ferro com visor de vidro 3mm; Piso: lastro de concreto 5cm, revestido com vulcapiso; Forro: laje pré-fabricada de concreto + contrapiso; Cobertura: não ventilada, telhas de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: cinza. Sistema Construtivo Battistella Módulos e componentes pré-fabricados de madeira de reflorestamento. Paredes externas: placas de madeira maciça reconstituída. Espessura total 1,5cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: placas de madeira maciça reconstituída. Espessura total 1,5cm; Janelas: tipo guilhotina, de madeira, com vidro 3mm. Voltadas para as faces Sudeste e Nordeste; Portas externas: em madeira maciça, voltadas para Noroeste e Sudoeste. Piso: lastro de concreto + cimento alisado; Forro: placas de madeira maciça reconstituída; Cobertura: ventilada, com telhas de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: cinza. 56 Sistema Construtivo Kürten (3) Painéis pré-fabricados e pré-montados em madeira de pinus, produzidos industrialmente. Paredes externas: painéis pré-fabricados em madeira. Espessura total 2,2cm; Cor das paredes externas: madeira natural (marrom escuro); Paredes internas: painéis pré-fabricados em madeira. Espessura total 2,2cm; Janelas: basculantes, de ferro, vidro 3mm. Voltadas para Sudeste, Sudoeste, Noroeste e Nordeste; Portas externas: madeira maciça, cor natural; Piso: lastro de concreto 5cm + cimento alisado; Forro: lambril de Pinus; Cobertura: não ventilada, com telhas cerâmicas tipo francesa; Cor da cobertura: natural (marrom). Sistema Construtivo 3P (4) Painéis portantes, feitos de chapas de madeira mineralizada, grampeadas entre si. Ligados entre si por grampos, compõem o sistema estrutural. Paredes externas: painéis + chapisco + reboco. Espessura total 10cm; Cor das paredes externas: marrom; Paredes internas: painéis + chapisco + reboco. Espessura total 10cm; Janelas: tipo guilhotina ou basculante, em ferro, vidro 3mm, voltadas para Nordeste e Sudoeste; Portas externas: em ferro, com visor, vidro 3mm, voltadas para Nordeste e Sudoeste; Piso: contrapiso de 2,5cm sobre 7cm de cascalho socado. Revestimento: cimento alisado; Forro: chapas de madeira mineralizada com 2,5cm de espessura; Cobertura: ventilada, com telhas de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: cinza (natural). 57 Sistema Construtivo Constroyer (5) Painéis autoportantes de EPS (poliestireno expandido) envolvido por argamassa estrutural. Paredes externas: painéis autoportantes + emboço. Espessura total 12cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: painéis autoportantes + emboço. Espessura total 12cm; Janelas: “de correr” ou basculantes, voltadas para Noroeste e Sudeste; Portas externas: de madeira, voltadas para Noroeste e Sudeste; Piso: lastro de concreto + cimento alisado; Forro: inclinado, composto de painéis autoportantes; Cobertura: não ventilada e com telha cerâmica; Cor da cobertura: marrom. Sistema Construtivo Andrade Gutierrez (6) Alvenaria de blocos de solo-cimento encaixados (encaixe tipo macho e fêmea) e intertravados. Paredes externas: em blocos sem revestimento. Espessura total 11cm; Cor das paredes externas: terracota (natural); Paredes internas: em blocos sem revestimento. Espessura total 11cm; Janelas: “tipo giro”, de ferro, vidro 3mm + venezianas. Voltadas para Sudeste, Sudoeste e Noroeste; Portas externas: de chapa de ferro, voltadas para Noroeste e Sudeste; Piso: lastro de concreto de 5cm + cimento alisado; Forro: lambril de pinho; Cobertura: ventilada, telha francesa; Cor da cobertura: marrom. 58 Sistema Construtivo Todeschini (7) Kit pré-fabricado de madeira de lei, maciça, com perfis de madeira encaixados entre montantes. Paredes externas: tábuas montadas no sentido horizontal, encaixes tipo macho e fêmea. Espessura total: 3,5cm; Cor das paredes externas: madeira escura (marrom); Paredes internas: tábuas montadas no sentido horizontal, encaixes tipo macho e fêmea. Espessura total: 3,5cm; Janelas: “tipo giro”, de madeira, vidro 3mm, nas faces Nordeste e Sudeste; Porta externa: em madeira de lei; Piso: lastro de concreto, 5cm + assoalho; Forro: lambril de madeira, 1cm, acompanhando a inclinação do telhado; Cobertura: não-ventilada, telha cerâmica; Cor da cobertura: marrom (natural). Sistema Construtivo Epotec (8) Pré-fabricado, composto por painéis com estrutura de madeira (disposta em forma de grelha) revestida nas duas faces por chapas de aglomerado + argamassa epóxica. Paredes externas: em painéis pré-fabricados. Espessura total 8cm; Cor das paredes externas: bege escuro; Paredes internas: em painéis pré-fabricados. Espessura total 8cm; Janelas: de correr, em ferro, vidro 3mm, nas faces Noroeste, Nordeste e Sudeste; Portas externas: em ferro, visor com vidro 3mm, nas faces Noroeste e Nordeste; Piso: laje/piso Epotec 8cm, revestida por carpete nos quartos e cerâmica nos banheiros; Forro: painéis laje/forro Epotec em aglomerado; Cobertura: não-ventilada, telha cerâmica; Cor da cobertura: cor marrom (natural). 59 Sistema Construtivo ABC (9) Alvenaria de bloco de concreto celular autoclavado. Paredes externas: em blocos de concreto celular autoclavados + emboço. Espessura total 8cm; Cor das paredes externas: bege claro; Paredes internas: em blocos de concreto celular autoclavados + emboço. Espessura total 8cm; Janelas: de correr ou basculantes, em ferro, vidro 3mm, faces Noroeste e Nordeste; Portas externas: em ferro, com visor vidro 3mm, nas faces Nordeste e Sudoeste; Piso: lastro de concreto + revestimento cerâmico; Forro: tipo paulista, em pinheiro; Cobertura: ventilada, telha cerâmica francesa; Cor da cobertura: marrom (natural). Sistema Construtivo Eternit (10) Painéis estruturais Wall (madeira maciça sarrafeada no interior + placas de compensado + revestimento de fibrocimento), com junta seca e vedação elástica, com peças especiais para cantos (do mesmo material). Paredes externas: painel Wall. Espessura total 4cm; Cor das paredes externas: amarelo claro; Paredes internas: painel Wall. Espessura total 4cm; Janelas: de correr, em chapa de aço galvanizado, vidro 3mm + venezianas. Voltadas para Sudoeste e Noroeste; Porta externa: em chapa de aço galvanizado, visor em vidro 3mm. Lado Sudoeste; Piso: concreto desempenado (laje radier), revestido por cerâmica nas áreas molhadas e nas demais por carpete; Forro: forro tipo paulista, em pinho, encaixe macho e fêmea; Cobertura: ventilada, telha de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: vermelha. 60 Sistema Construtivo Andrade Ribeiro (11) Peças leves de concreto armado (vigas, cruzetas de fundação, montantes, painéis de paredes, lajes de forro, terças e cavaletes de cobertura) e elementos metálicos. Paredes externas: estruturais, constituídas de elementos pré-fabricados (painéis e montantes), com câmara de ar. Espessura total 10cm; Cor das paredes externas: areia, marrom e branco; Paredes internas: estruturais, constituídas de elementos pré-fabricados (painéis e montantes), sem câmara de ar. Espessura total 3cm; Janelas: basculantes, molduras pré-fabricadas de concreto + esquadrias de ferro, vidro 3mm. Nas faces Nordeste, Sudeste e Sudoeste; Portas externas: batentes pré-fabricados de concreto, portas de ferro voltadas para as faces Nordeste e Sudoeste; Piso: concreto 5cm + regularização de cimento e areia; Forro: chapas pré-fabricadas de concreto, 3cm; Cobertura: ventilada, telhas de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: cinza. Sistema Construtivo Facicasas (12) Componentes pré-fabricados de concreto armado (placas e colunas), de encaixe e superposição. Paredes externas: em painéis de concreto pré-fabricados. Espessura total 3,8cm; Cor das paredes externas: carmim-forte; Paredes internas: em painéis de concreto pré-fabricados. Espessura total 3,8cm; Janelas: basculantes, em ferro, vidro 3mm. Nas faces Nordeste e Sudoeste; Porta externa: em madeira de lei, na face Nordeste; Piso: concreto, 5cm + camada de cimento alisado; Forro: lambril de Pinus, espessura 1cm; Cobertura: não-ventilada, telha cerâmica francesa; Cor da cobertura: marrom (natural). 61 Sistema Construtivo Paineira (13) Paredes estruturais, formadas por painéis pré-fabricados de concreto, recurvados para melhor desempenho estrutural. Nove tipos de peças pré-fabricadas. Paredes externas: com câmara de ar, painéis pré-fabricados nas 2 faces mais emboço. Espessura total 14cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: em painel pré-fabricado, sem câmara de ar. Espessura total 3,5cm; Janelas: tipo guilhotina, em ferro, vidro 3mm + veneziana de ferro. Nas fachadas Sudeste e Noroeste; Porta externa: de ferro, com visor de vidro 3mm, na fachada Sudeste; Piso: lastro de concreto + revestimento cerâmico em toda a casa; Forro: painéis de concreto 3cm; Cobertura: ventilada, telhas de fibrocimento 5cm; Cor da cobertura: cinza. Sistema Construtivo José Tureck (14) Painéis duplos de concreto leve, com interior em EPS (poliestireno expandido) + vigas pré-moldadas de concreto armado. Paredes externas: painel pré-fabricado modulado. Espessura total 8cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: painel pré-fabricado modulado. Espessura total 8cm; Janelas: basculantes, metálicas, voltadas para as faces Sudeste, Sudoeste e Noroeste; Porta externa: de ferro, no lado Noroeste; Piso: concreto + revestimento cerâmico em toda a casa; Forro: lambril de pinho, 1cm; Cobertura: não-ventilada, telha cerâmica capa e canal; Cor da cobertura: marrom (natural). 62 Sistema Construtivo COHAB – PA (15) Alvenaria armada em blocos cerâmicos intertravados, assentados de topo, com 8 modelos diferentes, para cantos, paredes, divisórias, arremates de vãos e composição de painéis sobrepostos e encaixados sem argamassa de assentamento. Paredes externas: em tijolo aparente. Espessura total 10cm; Cor das paredes externas: marrom (natural); Paredes internas: em tijolo aparente. Espessura total 10cm; Janelas: basculantes, com perfis de ferro; Portas externas: em madeira maciça; Piso: concreto impermeabilizado + revest. cerâmico em toda a casa; Forro: lambril de pinho (1cm); Cobertura: ventilada, telha cerâmica; Cor da cobertura: marrom (natural). Sistema Construtivo Castellamare (16) Alvenaria estrutural de blocos de concreto vazados, sem argamassa de assentamento, com travamento por meio de uma peça tronco-cônica (em concreto).3 Paredes externas: em bloco, com reboco. Espessura total 13,6cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: em bloco, com reboco. Espessura total 13,6cm; Janelas: de correr, em ferro, vidro 3mm. Voltadas para os lados Sudeste, Sudoeste e Noroeste; Porta externa: em madeira, lado Sudoeste; Piso: lastro de brita + concreto + revest. cerâmico em toda a casa; Forro: tipo Paulista (pinho 1cm); Cobertura: não-ventilada; telha de fibrocimento 5mm; Cor da cobertura: cinza. 3 Sistema construtivo denominado pela empresa construtora como Travabloco. 63 Sistema Construtivo Tetolar (17) Placas e colunas pré-fabricadas de concreto armado, de encaixe e superposição. Paredes externas: em painéis de concreto pré-fabricados. Espessura total 3,8cm; Cor das paredes externas: bege; Paredes internas: em painéis de concreto pré-fabricados. Espessura total 3,8cm; Janelas: de correr, em ferro, vidro 3mm, voltadas para as faces Nordeste, Sudeste e Sudoeste; Porta externa: em chapa metálica, com janela basculante embutida (faces Nordeste e Sudeste); Piso: concreto, 5cm + revestimento cerâmico em toda a residência; Forro: lambril de Pinus, espessura 1cm; Cobertura: não-ventilada, telha cerâmica francesa; Cor da cobertura: marrom (natural). Sistema Construtivo CHJ (18) Painéis de concreto armado (exigem o guindastes para a montagem). As habitações são desmontáveis e podem ser remontadas. As paredes suportam grandes sobrecargas.4 Paredes externas: painéis monolíticos, pré-moldados. Espessura total 8cm; Cor das paredes externas: salmão; Paredes internas: painéis monolíticos, pré-moldados. Espessura total 8cm; Janelas: basculantes ou de correr, metálicas, vidro 3mm + venezianas. Voltadas para Sudeste, Noroeste e Nordeste; Portas externas: metálicas, do tipo venezianas, com visor na parte superior. Nas faces Sudoeste e Nordeste; Piso: contrapiso com base de brita + camada de cimento queimado; Forro: gesso acartonado (4mm); Cobertura: ventilada, telhas cerâmicas tipo capa e canal; Cor da cobertura: marrom (natural). 4 Sistema construtivo denominado pela empresa construtora como Tecno-Sistem. 64 3.1.2 Resumo dos sistemas construtivos O quadro a seguir apresenta os aspectos principais de cada sistema construtivo. QUADRO 1 Nº TIPOLOGIA 1 MLC 2 Batistella 3 4 Kürten 3P 5 Constroyer 6 Andrade Gutierrez Todeschini Epotec 7 8 RESUMO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS PAREDE Painéis de concreto armado com camada isolante interna de tijolos cerâmicos Painéis de madeira com revestimento acrílico COBERTURA ÁREA (m²) Laje pré-fabricada e telha em fibrocimento Forro de madeira, câmara de ar com ventilação e telhas de fibrocimento Painéis de madeira de Pinus Forro de madeira e telha cerâmica Chapas de fibras longas de Forro de chapas de madeira madeira, prensada e mineralizada, câmara de ar com mineralizada ventilação e telhas de fibrocimento Painéis monolite de poliestireno Painéis monolite revestidos com expandido entre telas de aço, argamassa na face inferior e revestidos com argamassa concreto na face superior, com telhamento cerâmico Tijolos de solo-cimento Forro de madeira e telha cerâmica 39,6 36,4* 50,0* 33,2 37,3 36,6 Kit pré-fabrica de madeira de lei Forro de madeira e telha cerâmica 40,0* Painéis de madeira com interior Forro de aglomerado com 50,8* de poliuretano rígido revestimento acrílico e telha cerâmica 9 ABC Painéis de concreto celular Forro de madeira, câmara de ar 40,1 com ventilação e telhas cerâmica 10 Eternit Painéis de madeira revestidos Forro de madeira, câmara de ar 51,5 com chapas de fibrocimento com ventilação e telhas de fibrocimento 11 Andrade Painéis duplos de concreto Forro de chapas prensadas em 36,1 Ribeiro com câmara de ar concreto, câmara de ar com ventilação e telhas de fibrocimento 12 Facicasas Placas de concreto armado Forro de madeira e telha cerâmica 39,8 13 Paineira Painéis duplos de concreto Forro de painéis de concreto, 36,9* com câmara de ar, rebocados câmara de ar com ventilação e externamente telhas de fibrocimento 14 José Tureck Painéis duplos de concreto leve Forro de madeira e telha cerâmica 47,5* com argila expandida e espaço interno de poliestireno expandido 15 COHAB – PA Tijolos cerâmicos vazados Forro de madeira, câmara de ar 31,0* com ventilação e telha cerâmica 16 Castellamare Blocos de concreto vazados Forro de madeira e telha de 40,2 fibrocimento 17 Tetolar Placas de concreto armado Forro de madeira e telha cerâmica 43,6 18 CHJ Painéis monolíticos de concreto Forro de gesso acartonado, câmara 40,6 armado sem reboco de ar com ventilação e telhas cerâmicas * Considerou-se apenas a área original, pois as ampliações, quando existentes, foram realizadas usando outro sistema construtivo e as medições tomadas no sistema construtivo original. Ao final do estudo constam as características termofísicas das edificações, assim como os padrões de uso destas (Anexos A e B) e amplitudes térmicas (Apêndice M). 65 3.1.3 Monitoramento térmico das moradias Os dados utilizados foram coletados de moradias em uso, as 18 unidades habitacionais da Vila Tecnológica de Curitiba. O levantamento foi feito em dois períodos, um representativo da estação inverno (10/07/2000 – 02/08/2000) e outro do verão (14/12/2000 – 09/01/2001). Para a medição de temperatura utilizou-se dataloggers marca HOBO, da Onset Corporation. Desta etapa consistiu a pesquisa realizada por Dumke (2002). Os aparelhos (dataloggers) foram programados para fazer a medição de temperatura de 15 em 15 minutos, pelos períodos citados acima. 3.2 DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS PARA OBTENÇÃO DAS EQUAÇÕES DE REGRESSÃO LINEAR Nesta seção descreve-se os métodos para a obtenção das equações de regressão linear e aplica-se às equações dados referentes à temperatura externa, obtendo-se temperaturas estimadas para o interior de cada tipologia construtiva. Os dados estimados são comparados com os dados medidos, permitindo avaliar a qualidade das estimativas. 3.2.1 Método Regressão Múltipla 3.2.1.1 Tratamento dos dados 1 - Ainda como parte da pesquisa de Dumke (2002), obteve-se, através de média aritmética dos valores medidos de 15 em 15 minutos, temperaturas correspondentes às 24 horas do dia (para o interior e para o exterior); 2 - A partir das temperaturas horárias internas obteve-se as três temperaturas diárias representativas, adotadas nesta pesquisa: Ti max Temperatura máxima interna diária; Ti min Temperatura mínima interna diária; Ti med Média diária das temperaturas internas. 3 – Realizou-se o mesmo procedimento para as temperaturas externas, obtendo-se: Te max Temperatura máxima externa diária; Te min Temperatura mínima externa diária; Te med Média diária das temperaturas externas. 66 4 - Com os dados diários dos dois períodos digitalizados, tabulados e em arquivos tipo XLS, através do software Microsoft Excel 2000, efetuou-se o cálculo dos coeficientes denominados: DelT diferença entre a temperatura média externa e a temperatura máxima interna, para os dois períodos (inverno DelT i, e verão DelT v). DelT Geral média aritmética do DelT i, para inverno, e do DelT v, para verão, caracterizando uma amplitude média das temperaturas máximas internas em relação às médias externas para cada tipologia construtiva; 5 - Ainda no arquivo tipo XLS citado, a partir de seus dados, calcula-se os GTes (min, med e max), que são: GTe min média das temperaturas mínimas externas para cada período (inverno / verão); GTe med média das temperaturas médias externas para cada período; GTe max média das temperaturas máximas externas para cada período. GTe min Geral média dos GTes para as temperaturas mínimas; GTe med Geral média dos GTes para as temperaturas médias; GTe max Geral média dos GTes para as temperaturas máximas; Te min – GTe min diferença entre as temperaturas mínimas externas e a média das temperaturas mínimas externas para cada período Te med – GTe med diferença entre as temperaturas médias externas e a média das temperaturas médias externas para cada período Te max – GTe max diferença entre as temperaturas máximas externas e a média das temperaturas máximas para cada período Te med (n-1) – Te min diferença entre a temperatura média externa do dia anterior e a temperatura mínima externa. 3.2.1.2 Geração das Equações 1 - Em gráficos onde são representadas as seqüências de temperaturas internas e externas, para cada tipologia, avalia-se o “padrão” de comportamento das temperaturas internas em relação às externas (Te max, Te min e Te med), permitindo, para a análise de 67 regressão, apontar quais serão adotadas como variáveis explicativas (conforme exemplo para tipologia Batistella, Gráfico 1, onde se nota que a mínima interna obedece ao mesmo padrão de comportamento da mínima externa); GRÁFICO 1 - TEMPERATURA MÍNIMA NO INTERIOR DA MORADIA BATISTELLA X TEMPERATURAS EXTERNAS 35,00 30,00 Temperatura ( ºC) 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 -5,00 Tempo (dias) Ti min Te min Te med Te max Seguindo o método, utilizou-se as variáveis explicativas indicadas no quadro 2: QUADRO 2 - VARIÁVEIS UTILIZADAS – MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA TEMPERATURA INTERNA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS (EXTERNAS) Ti min1 GTe min e Te min; Ti min2 GTe min, Te med (n-1) e Te min; Ti med GTe med e Te med; Ti max1 GTe max e Te max; Ti max2 GTe med e Te med; 2 - Definidas as variáveis a explicar e as explicativas, os dados diários para os dois períodos, tabulados, foram exportados para arquivos tipo TXT. Com os dados em arquivos tipo TXT, utilizou-se o software Sphinx Plus², da Le Sphinx Développement, versão 2.09k para realizar a regressão múltipla, obtendo-se as equações de regressão para cada tipologia construtiva, relacionando temperaturas internas com temperaturas externas e médias das temperaturas externas. Isso para as temperaturas mínimas, médias e máximas. 68 3 - A partir das equações de regressão preliminares, obteve-se as equações de regressão linear finais pela inserção do coeficiente DelT através de uma operação algébrica, conforme exemplo a seguir: Equação fornecida pelo Sphinx: Ti max =1,22 . GTe max + 0,52 . (Te max - GTe max) - 6,49 (Eq. 1) GTe max = 23,49ºC DelT Geral = 5,88K Operação algébrica: X . GTe max + 5,88 = 1,217 . GTe max – 6,488 X = 0,69 Ti max = 0,69 . GTe max + 0,52 . (Te max - GTe max) + 5,88 (Eq. 2) O objetivo dessa transformação algébrica é manter o formato original das equações, proposto por Givoni (1998), utilizando um mesmo DelT Geral para todas as equações. As equações de regressão linear de todas as temperaturas recebem alteração similar. Ocorre que essa alteração na fórmula, que aparentemente não altera os resultados da equação e que foi mantida nesta etapa em respeito ao formato original do método, interfere nos resultados finais, o que será tratado mais adiante. As equações são expressas conforme o exemplo da tipologia construtiva MLC: Ti min1 = 0,82 . GTe min + 0,82 . (Te min – GTe min) + 0,36 . [Te med (n-1) – Te min] + 5,88 Ti min2 = 1,012 . GTe min + 0,68 . (Te min – GTe min) + 5,88 Ti med = 0,826 . GTe med + 0,741 . (Te med – GTe med) + 5,88 Ti max1 = 0,69 . GTe max + 0,522 . (Te max – GTe max) + 5,88 Ti max2 = 1,0 . GTe med + 0,682 . (Te med – GTe med) + 5,88 Onde Ti min, Ti med e Ti max são as temperaturas internas a serem estimadas, GTe min, GTe med e GTe max são médias das temperaturas externas dadas e Te min, Te med e Te max são temperaturas externas. 3.2.1.3 Uso de dados do dia anterior Em alguns casos, o cálculo da temperatura interna mínima exige que se leve em conta dados do dia anterior àquele para o qual se calcula (KRÜGER e GIVONI, 2004). Isso 69 se deve ao atraso térmico de algumas edificações. Esse procedimento, como dito acima, só se aplica a alguns casos, de forma que é necessário gerar também a equação conforme o método normal e depois comparar com aquele contendo o dia anterior, adotando-se o que produzir os melhores resultados. Em regra, pode-se adotar o dia anterior sempre que a comparação dos gráficos da temperatura mínima interna e da temperatura média externa apresentarem forma semelhante, porém com pequena defasagem por parte da temperatura mínima interna. No gráfico a seguir percebe-se que a temperatura mínima interna acompanha bem o padrão da mínima externa. Pode-se notar também que há uma forte semelhança com a temperatura média externa, porém nota-se o atraso de um dia em relação a esta (Gráfico 2). Numa regressão múltipla pode-se adotar como variáveis explicativas, para a mínima interna, a mínima externa e a média externa do dia anterior. GRÁFICO 2 - TEMPERATURA MÍNIMA (TIPOLOGIA MLC – 1) INTERNA X TEMPERATURAS EXTERNAS 35,00 30,00 Temperatura (ºC) 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 -5,00 Tempo (dias) Ti min Te min Te med Te max 3.2.1.4 Equações de Regressão Linear Geradas Obtidas as equações de regressão linear e inserindo nestas os dados referentes às temperaturas externas, pôde-se prever o comportamento térmico para cada tipologia construtiva. Segue, como exemplo, gráfico comparando temperaturas estimadas com medidas no local, para a tipologia MLC (Gráfico 3). 70 GRÁFICO 3 - TEMPERATURAS (TIPOLOGIA MLC) INTERNAS MÍNIMAS ESTIMADAS X MEDIDAS 30,00 Temperatura (ºC) 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 Tempo (dias) Ti min TiEst min 3.2.1.5 Avaliação dos resultados, modificações em relação ao método original Até esta pesquisa os resultados da estimativa de temperaturas internas de ambientes vinham sendo comparados com os dados medidos através do Coeficiente de Determinação (R²), que também é usado aqui, mas, diferentemente, se calculava um R² único, geral, ou seja, válido para os dois períodos analisados. O levantamento de um R² geral mascarava erros. Mesmo em casos onde o coeficiente calculado separadamente para inverno e verão fosse baixo (menos de 0,7), o valor geral era satisfatório (acima de 0,95). Constatou-se esse erro ao se analisar resultados que apresentavam valor elevado mas para os quais o gráfico, comparando temperaturas medidas no local e estimadas, apresentava diferenças acentuadas. A revisão tornou a análise mais trabalhosa, no entanto mais confiável. A Tabela 4, apresenta os R² gerais e parciais, para Ti max1. 71 TABELA 4 - R² GERAIS E PARCIAIS PARA TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA Nº TIPOLOGIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 MLC Batistella Kurten 3P Constroyer Andrade Gutierrez Todeschini Epotec ABC Eternit Andrade Ribeiro Facicasas Paineira José Tureck COHAB - Pará Castellamare Tetolar CHJ R² GERAL 0,97 0,94 0,94 0,96 0,96 0,98 0,94 0,95 0,95 0,93 0,93 0,96 0,97 0,96 0,97 0,97 0,94 0,97 INVERNO R² PARCIAL 0,85 0,72 0,87 0,83 0,71 0,86 0,81 0,83 0,84 0,87 0,88 0,82 0,84 0,84 0,85 0,82 0,76 0,89 VERÃO R² PARCIAL 0,66 0,70 0,77 0,66 0,76 0,80 0,77 0,74 0,78 0,79 0,90 0,69 0,69 0,66 0,85 0,78 0,76 0,69 3.2.1.6 Resultados obtidos comparando-se dados estimados e medidos Na tabela 5, a seguir, apresenta-se os resultados parciais da comparação das temperaturas internas estimadas com as medidas, através do método regressão múltipla. Os resultados completos são mostrados ao final do estudo (Apêndice A). 72 TABELA 5 - R² (TEMPERATURAS ESTIMADAS X MEDIDAS), PARA TODAS AS EDIFICAÇÕES – UTILIZANDO MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min1 R² Ti min2 R² Ti med R² Ti max1 R² Ti max2 R² 1 MLC inverno verão 0,91 0,81 0,98 0,93 0,91 0,90 0,54 0,83 0,85 0,66 2 Batistella inverno verão 0,93 0,81 0,96 0,85 0,96 0,94 0,84 0,90 0,72 0,70 3 Kurten inverno verão 0,97 0,92 0,99 0,94 0,95 0,92 0,87 0,77 0,51 0,38 4 3P inverno verão 0,97 0,79 0,98 0,87 0,98 0,91 0,76 0,79 0,83 0,66 5 Constroyer inverno verão 0,82 0,77 0,92 0,87 0,79 0,81 0,22 0,49 0,71 0,76 6 A. Gutierrez inverno verão 0,89 0,86 0,97 0,89 0,89 0,88 0,44 0,67 0,86 0,80 7 Todeschini inverno verão 0,91 0,81 0,97 0,86 0,94 0,85 0,71 0,78 0,81 0,77 8 EPOTEC inverno verão 0,89 0,87 0,96 0,91 0,88 0,89 0,56 0,81 0,83 0,74 9 ABC inverno verão 0,92 0,93 0,96 0,95 0,93 0,93 0,62 0,86 0,84 0,78 10 Eternit inverno verão 0,94 0,87 0,98 0,92 0,94 0,95 0,87 0,79 0,50 0,40 11 A. Ribeiro inverno verão 0,92 0,85 0,96 0,92 0,94 0,94 0,88 0,90 0,54 0,59 12 Facicasas inverno verão 0,92 0,84 0,97 0,91 0,93 0,91 0,69 0,80 0,82 0,69 13 Paineira inverno verão 0,89 0,78 0,96 0,85 0,91 0,89 0,59 0,75 0,84 0,69 14 Jose Tureck inverno verão 0,93 0,86 0,97 0,91 0,94 0,88 0,60 0,83 0,84 0,66 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 0,82 0,98 0,88 0,92 0,91 0,38 0,77 0,85 0,85 16 Castellamare inverno verão 0,93 0,86 0,97 0,93 0,90 0,93 0,64 0,95 0,82 0,78 17 Tetolar inverno verão 0,92 0,85 0,97 0,91 0,95 0,93 0,81 0,83 0,76 0,76 18 CHJ inverno verão 0,93 0,89 0,97 0,93 0,93 0,92 0,63 0,85 0,89 0,69 73 3.2.2 Método Dois Períodos Este método é descrito por Cheng (2004). Diferentemente do método regressão múltipla, produz 6 equações: - uma para estimativa da temperatura mínima no inverno; outra para estimativa da temperatura mínima no verão; - uma para estimativa da temperatura média no inverno; outra para estimativa da temperatura média no verão; - uma para estimativa da temperatura máxima no inverno; outra para estimativa da temperatura máxima no verão; A mesma variável explicativa é utilizada para verão e inverno. 3.2.2.1 Tratamento dos dados 1 - A partir das temperaturas horárias internas obtém-se as três temperaturas diárias representativas: Ti max Temperatura Máxima Interna Diária; Ti min Temperatura Mínima Interna Diária; Ti med Média Diária das Temperaturas Internas. 2 – Repete-se o procedimento para as temperaturas externas, obtendo-se: Te max Temperatura Máxima Externa Diária; Te min Temperatura Mínima Externa Diária; Te med Média Diária das Temperaturas Externas. 3 - A partir dos dados diários, calcula-se os GTs (min, med e max), que são: GTe min média das temperaturas mínimas externas para cada período (inverno / verão); GTe med média das temperaturas médias externas para cada período; GTe max média das temperaturas máximas externas para cada período. Repete-se o procedimento, mas agora para as temperaturas internas. 3 - Com os dados diários dos dois períodos digitalizados, tabulados e em arquivos tipo “*.xls”, através do software Microsoft Excel 2000, efetuou-se o cálculo dos coeficientes denominados: 74 DelT diferença entre a média da temperatura interna (a explicar) e a média da temperatura externa (explicativa), para cada período. Tem-se 2 DelT´s (inverno DelTi, e verão DelTv). Isso para cada equação a gerar, totalizando 6 DelT´s5. Exemplo para temperatura mínima, para inverno: DelTi = GTi min – GTe min (Eq. 3) 4 – Para prover dados para a regressão, calcula-se: Te min – GTe min: diferença entre as temperaturas mínimas externas e a média das temperaturas mínimas externas, para cada período; Te med – GTe med: diferença entre as temperaturas médias externas e a média das temperaturas médias externas, para cada período; Te max – GTe max: diferença entre as temperaturas máximas externas e a média das temperaturas máximas externas para cada período. 3.2.2.2 Geração das Equações de Regressão Linear Através de software estatístico6, no qual são inseridos os dados a explicar e os dados explicativos, obtém-se as equações de regressão. Neste método utiliza-se de regressão simples7. A variável a explicar é o conjunto de dados da temperatura interna (por exemplo a temperatura mínima interna) e a variável explicativa é o conjunto de dados resultante da subtração da temperatura correspondente externa pela sua média no período. Exemplo da obtenção da equação de regressão para a temperatura mínima interna: Variável a explicar: Ti min Variável explicativa: Te min – GTe min Através de software estatístico, as variáveis são correlacionadas, obtendo-se a equação clássica da regressão linear simples: Y = a.x + b (Eq. 4) ou 5 O DelT neste método difere do DelT calculado para o método regressão múltipla, como pode-se observar em suas definições. 6 Utilizou-se dois softwares diferentes para maior confiabilidade dos resultados (Sphinx Plus, da Le Sphinx Développement, versão 2.09k. e o Statigraphs, versão 5). 7 Apenas uma variável explicativa. 75 Ti min = a.(Te min – GTe min) + b (Eq. 5) O software também fornece um valor para “a” e para “b”. Assim como a equação de regressão. O valor de “b” também pode ser obtido pela seguinte equação: b = GTe min + DelTi (Eq. 6) Ou seja, somando-se GTe min (média das temperaturas externas, no caso, das mínimas externas) com DelTi (média das temperaturas mínimas internas menos a média das temperaturas mínimas externas). O que permite uma diferente expressão para a equação: Ti min = a.(Te min – GTe min) + b Ti min = a.(Te min – GTe min) + (GTe min + DelTi) (Eq. 7) Ti min =GTe min +a.(Te min – GTe min ex) + DelTi (Eq. 8) ou Segue exemplo para a obtenção da equação que permite o cálculo da temperatura mínima interna para a tipologia MLC (1), para o período representativo da estação inverno: GTe min = 3,98ºC GTi min = 10,70ºC DelTi = 10,70 – 3,98 = 6,72K “a” = 0,68 “b” = 10,70 Como: Ti min = a.(Te min – GTe min) + b temos: Ti min = 0,68.(Te min – 3,98) + 10,7 Que poderia ser tomada como a forma final, sem prejuízo das estimativas. Porém, sabendo que: b = GTe min + DelTi para atender à forma descrita no método, temos: 76 Ti min = a.(Te min – GTe min ex) + (GTe min + DelTi) ou Ti min =GTe min +a.(Te min – GTe min ex) + DelTi Inserindo os valores correspondentes: Ti min = 3,98 +0,68.(Te min – 3,98) + 6,72 Conforme equação 5, o valor de “b” pode ser obtido diretamente da equação de regressão entre temperaturas internas e externas, dispensando o cálculo do DelT. O Quadro 3, a seguir apresenta as temperaturas internas e suas respectivas variáveis explicativas. QUADRO 3 - VARIÁVEIS UTILIZADAS – MÉTODO DOIS PERÍODOS TEMPERATURA INTERNA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS (EXTERNAS) Ti min1 GTe min e Te min; Ti min2 GTe med e Te med; Ti med GTe med e Te med; Ti max1 GTe max e Te max; Ti max2 GTe med e Te med; 3.2.2.3 Resultados obtidos comparando-se dados estimados e medidos A Tabela 6, a seguir, apresenta os resultados para R² para todas as edificações, resultantes da comparação dos dados estimados com os medidos no local. Os dados são parciais, dados completos sendo apresentados ao final do estudo (Apêndice B). 77 TABELA 6 - R² (TEMPERATURAS ESTIMADAS X MEDIDAS), PARA TODAS AS EDIFICAÇÕES – UTILIZANDO O MÉTODO DOIS PERÍODOS 1 MLC inverno verão Ti min1 R² 0,91 0,81 2 Batistella inverno verão 0,93 0,81 0,79 0,38 0,96 0,94 0,84 0,90 0,72 0,70 3 Kurten inverno verão 0,97 0,92 0,84 0,54 0,95 0,92 0,87 0,77 0,51 0,38 4 3p inverno verão 0,97 0,79 0,89 0,61 0,98 0,91 0,76 0,79 0,83 0,66 5 Constroyer inverno verão 0,82 0,77 0,75 0,65 0,79 0,81 0,22 0,49 0,71 0,76 6 Andrade Gutierrez inverno verão 0,89 0,86 0,81 0,66 0,89 0,88 0,44 0,67 0,86 0,80 7 Todeschini inverno verão 0,91 0,81 0,83 0,63 0,94 0,85 0,71 0,78 0,81 0,77 8 Epotec inverno verão 0,89 0,87 0,80 0,65 0,88 0,89 0,56 0,81 0,83 0,74 9 ABC inverno verão 0,92 0,93 0,81 0,58 0,93 0,93 0,62 0,86 0,84 0,78 10 Eternit inverno verão 0,94 0,87 0,84 0,51 0,94 0,95 0,87 0,79 0,50 0,40 11 Andrade Ribeiro inverno verão 0,92 0,85 0,79 0,53 0,94 0,94 0,88 0,90 0,54 0,59 12 Facicasas inverno verão 0,92 0,84 0,83 0,59 0,93 0,91 0,69 0,80 0,82 0,69 13 Paineira inverno verão 0,89 0,78 0,82 0,69 0,91 0,89 0,59 0,75 0,84 0,69 14 José Tureck inverno verão 0,93 0,86 0,83 0,54 0,94 0,88 0,60 0,83 0,84 0,66 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 0,82 0,83 0,70 0,92 0,91 0,38 0,77 0,85 0,85 16 Castellamare inverno verão 0,93 0,86 0,83 0,53 0,90 0,93 0,64 0,95 0,82 0,78 17 Tetolar inverno verão 0,92 0,85 0,81 0,54 0,95 0,93 0,81 0,83 0,76 0,76 18 CHJ inverno verão 0,93 0,89 0,84 0,59 0,93 0,92 0,63 0,85 0,89 0,69 Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min2 R² 0,83 0,59 Ti med R² 0,91 0,90 Ti max1 R² 0,54 0,83 Ti max2 R² 0,85 0,66 78 3.2.3 Método Duas Regressões A principal diferença deste em relação aos demais métodos é que se obtém as equações de regressão linear finais pela soma de duas equações produzidas por regressões simples. Givoni (1999), para o cálculo da temperatura mínima, expõe a necessidade de testar regressão múltipla e simples, utilizando a equação que apresentar a menor margem de erro. A obtenção dos dados se dá de forma semelhante aos métodos anteriores. 3.2.3.1 Tratamento dos dados 1 - A partir das temperaturas horárias internas obtém-se as três temperaturas diárias representativas: Ti max Temperatura máxima interna diária; Ti min Temperatura mínima interna diária; Ti med Média diária das temperaturas internas. 2 – O mesmo procedimento é realizado para as temperaturas externas, obtendo-se: Te max Temperatura máxima externa diária; Te min Temperatura mínima externa diária; Te med Média diária das temperaturas externas. 3 - Calcula-se os GTes, que são: GTe min média das temperaturas mínimas externas para cada período (inverno / verão); GTe med média das temperaturas médias externas para cada período; GTe max média das temperaturas máximas externas para cada período. 4 – O procedimento anterior também é realizado para as temperaturas internas. 5 – Para prover dados para a regressão, calcula-se: Te min – GTe min ex diferença entre as temperaturas mínimas externas e a média das temperaturas mínimas externas, para cada período; Te med – GTe med diferença entre as temperaturas médias externas e a média das temperaturas médias externas, para cada período; 79 Te max – GTe max diferença entre as temperaturas máximas externas e a média das temperaturas máximas externas para cada período. 6 – O procedimento anterior também é realizado para as temperaturas internas. 7 – Também para as equações de regressão, calcula-se: Ti min – GTe min diferença entre as temperaturas mínimas internas e a média das temperaturas mínimas externas, para cada período; Ti med – GTe med diferença entre as temperaturas médias internas e a média das temperaturas médias externas, para cada período; Ti max – GTe max diferença entre as temperaturas máximas internas e a média das temperaturas máximas externas para cada período. 8 – Uma exceção ao método, esta etapa visa criar dados para uma regressão múltipla: Te med (n-1) – Te min diferença entre a temperatura média externa do dia anterior e a temperatura mínima externa. 3.2.3.2 Descrição do método para Geração das Equações de Regressão Linear Fase 1 Através de software, procede-se a uma regressão simples. Como exemplo, segue procedimento para a temperatura mínima interna, onde: Variável a explicar: (Ti min – GTe min) Variável explicativa: GTe min Como resultado para esta etapa, tem-se a equação clássica para uma regressão linear simples: Y = a.x + b ou Ti min – GTe min = a . GTe min + b (Eq. 9) ou ainda: Ti min = a.GTe min + GTe min + b (Eq. 10) Observando a equação resultante desta primeira fase, percebe-se que ainda não se utilizam temperaturas diárias externas, mas apenas as temperaturas médias de cada 80 período de dados (no caso, a média das temperaturas mínimas externas). Utilizar a equação com esse formato produziria um só resultado para todo o período, não havendo variações de um dia para o outro. Ou seja, é mais coerente expressá-la como: GTi min = a.GTe min + GTe min + b (Eq. 11) Faz-se então necessário introduzir uma variável que reflita as variações de temperatura de um dia para o outro. Para isso é necessário introduzir mais uma equação, com uma variável mais dinâmica. Fase 2 Também através de software, procede-se regressão simples, onde: Variável a explicar: (Ti min – GTi min) Variável explicativa: (Te min – GTe min) Como (Ti min – GTi min) representa a variação da temperatura interna em torno da média e (Te min – GTe min) a variação da externa, é aceitável que a segunda explique a primeira. Lembrando que a equação da primeira fase fornece apenas a média das temperaturas mínimas para o período, a soma com a equação desta fase, que fornece a variação diária em torno da média das temperaturas mínimas, é coerente. Como resultado para esta etapa, por se tratar também de uma regressão simples, tem-se novamente a equação clássica para a regressão linear simples: Y = a.x + b ou Ti min – GTi min = a.(Te min - GTe min) + b (Eq. 12) Essa equação em particular tem como característica o fato de “b” ser sempre nulo. Isso de deve ao fato de “b” poder ser calculado, neste caso, como a média da temperatura a ser explicada. Como nesta fase a temperatura a ser explicada é a variação da temperatura mínima interna em torno de sua média, necessariamente as temperaturas acima da média anulam aquelas abaixo. b = 0 (zero) Assim, a segunda equação parcial é expressa como: Ti min – GTi min = a.(Te min - GTe min) (Eq. 13) 81 Fase 3 Esta fase é a soma das duas equações obtidas nas fases anteriores. Fase 1 GTi min = a . GTe min + GTe min + b Fase 2 Ti min – GTi min = a’.(Te min - GTe min) Ou seja: (GTi min) + (Ti min – GTi min) = (a . GTe min + GTe min + b) + (a’.(Te min - GTe min) ~(Eq. 14) ou Ti min = a.GTe min + GTe min + a’.(Te min - GTe min) + b (Eq. 15) Em resumo, a equação da fase 1 fornece a média das temperaturas de um ou mais períodos (no caso a média das mínimas), a equação da fase 2 fornece a variação da temperatura em torno dessa média. A soma das 2 equações fornece, neste caso, as temperaturas mínimas diárias. Exceção Exceção à regra, mas também utilizada em artigos publicados conjuntamente por Krüger e Givoni, uma alternativa, em forma de regressão múltipla, também é utilizada para explicar a temperatura mínima interna. Nela temos: Variável a explicar: Ti min Variáveis explicativas: GTe min (Te min – GTe min) [GTe med – Te min (n-1)] A equação é assim expressa: Ti min = a.GTe min + a’.(Te min – GTe min) + a”.[GTe med – Te min (n-1)] + b (Eq. 16) O Quadro 4, a seguir, apresenta as temperaturas utilizadas como explicativas. QUADRO 4 - VARIÁVEIS UTILIZADAS – MÉTODO DUAS REGRESSÕES 82 TEMPERATURA INTERNA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS (EXTERNAS) Ti min1 GTe min e Te min; Ti min2 GTe min, GTe med(n-1) e Te min; Ti med GTe med e Te med; Ti max1 GTe max e Te max; Ti max2 GTe med e Te med; 3.2.3.3 Equações de Regressão Linear Geradas A Tabela 7, a seguir, apresenta os valores obtidos para R², quando comparados dados medidos e estimados. Resultados completos ao final do estudo (Apêndice C). 83 TABELA 7 - R² (TEMPERATURAS ESTIMADAS X MEDIDAS), PARA TODAS AS EDIFICAÇÕES - UTILIZANDO O MÉTODO DUAS REGRESSÕES Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min1 R² Ti min2 R² Ti med R² Ti max1 R² Ti max2 R² 1 MLC inverno verão 0,91 0,81 0,98 0,93 0,91 0,90 0,54 0,83 0,85 0,66 2 Batistella inverno verão 0,93 0,81 0,96 0,85 0,96 0,94 0,84 0,90 0,72 0,70 3 Kurten inverno verão 0,97 0,92 0,99 0,94 0,95 0,92 0,87 0,77 0,51 0,38 4 3p inverno verão 0,97 0,79 0,98 0,87 0,98 0,91 0,76 0,79 0,83 0,66 5 Constroyer inverno verão 0,82 0,77 0,92 0,87 0,79 0,81 0,22 0,49 0,71 0,76 6 A. Gutierrez inverno verão 0,89 0,86 0,97 0,89 0,89 0,88 0,44 0,67 0,86 0,80 7 Todeschini inverno verão 0,91 0,81 0,97 0,86 0,94 0,85 0,71 0,78 0,81 0,77 8 Epotec inverno verão 0,89 0,87 0,96 0,91 0,88 0,89 0,56 0,81 0,83 0,74 9 ABC inverno verão 0,92 0,93 0,96 0,95 0,93 0,93 0,62 0,86 0,84 0,78 10 Eternit inverno verão 0,94 0,87 0,98 0,92 0,94 0,95 0,87 0,79 0,50 0,40 11 A. Ribeiro inverno verão 0,92 0,85 0,96 0,92 0,94 0,94 0,88 0,90 0,54 0,59 12 Facicasas inverno verão 0,92 0,84 0,97 0,91 0,93 0,91 0,69 0,80 0,82 0,69 13 Paineira inverno verão 0,89 0,78 0,96 0,85 0,91 0,89 0,59 0,75 0,84 0,69 14 José Tureck inverno verão 0,93 0,86 0,97 0,91 0,94 0,88 0,60 0,83 0,84 0,66 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 0,82 0,98 0,88 0,92 0,91 0,38 0,77 0,85 0,85 16 Castellamare inverno verão 0,93 0,86 0,97 0,93 0,90 0,93 0,64 0,95 0,82 0,78 17 Tetolar inverno verão 0,92 0,85 0,97 0,91 0,95 0,93 0,81 0,83 0,76 0,76 18 CHJ inverno verão 0,93 0,89 0,97 0,93 0,93 0,92 0,63 0,85 0,89 0,69 84 3.3 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DOS 3 MÉTODOS Observando as tabelas com os resultados para os 3 métodos percebe-se que foram geradas 5 equações para cada tipologia construtiva, para cada método. Isso se deve ao fato de cada método utilizar duas formas diferentes para explicar as temperaturas mínimas e máximas internas, escolhendo depois as equações que apresentarem melhores resultados. 3.3.1 Comparação matemática dos resultados 3.3.1.1 Coeficiente de Determinação – R² O coeficiente de determinação geralmente é denominado simplesmente “erre ao quadrado”. Isso porque se trata do coeficiente de correlação (R) ao quadrado. Na estatística é entendido como o quociente da variação explicada pela variação total: R² = variação explicada / variação total (Eq. 17) Também pode ser expresso como: R² = ∓ (∑ (Yest - Ymed)² / Σ (Y - Ymed)²) (Eq. 18) Se a variação total for totalmente explicada, o quociente será igual a um. Se a variação total for totalmente não-explicada, o quociente será igual a zero. Nos outros casos, o quociente terá valor compreendido entre zero e um. Note-se que R² é uma quantidade adimensional, por isso de utilidade limitada, necessitando do outro coeficiente para analisar o erro quando se necessita quantificá-lo, em graus. Os Gráficos 4 e 5, a seguir, ilustram uma situação onde as temperaturas medidas e estimadas apresentam padrões muito semelhantes, com R² de 0,86, porém há uma distância média entre as duas linhas de 2,72ºC, ou seja, um erro em graus elevado. 85 GRÁFICO 4 - TEMPERATURAS MEDIDAS X ESTIMADAS (MÉTODO DUAS REGRESSÕES, TIPOLOGIA TODESCHINI, PERÍODO DE VERÃO, TEMPERATURA MÍNIMA EXPLICADA PELA MÉDIA EXTERNA) 25 Temperatura (ºC) 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Tempo (dias) Ti min TiEst min2 GRÁFICO 5 - TEMPERATURAS MEDIDAS X ESTIMADAS (MÉTODO DUAS REGRESSÕES, TIPOLOGIA TODESCHINI, PERÍODO DE VERÃO, TEMPERATURA MÍNIMA EXPLICADA PELA MÉDIA EXTERNA) 27 Temperaturas Mínimas Estimadas (ºC) 26 25 24 23 22 TiEst min2 Linear (TiEst min2) 21 20 19 18 17 16 15 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Temperaturas Mínimas Medidas (ºC) 28 29 30 31 86 3.3.1.2 Erro Padrão da Estimativa (EPE ou SX.Y) De acordo com Spiegel (1993), se Yest (ou temperatura interna estimada) representar os valores de Y (temperatura interna) correspondentes aos valores de X (temperatura externa), estimados por meio da equação: Yest = a.X + b (Eq. 19) uma medida da dispersão em relação à reta de regressão de Y para X será dada pela equação: −Yest )² Sx. y = ∑(Y N (Eq. 20) que é denominado “erro padrão da estimativa” de Y para X. Onde: SX.Y erro padrão da estimativa de Y para X; Y temperatura interna; Yest temperatura interna estimada; N número de dias estimados (neste estudo, utilizou-se o denominador N–2, para maior rigor. Com essa modificação, o erro padrão da estimativa costuma ser denominado erro padrão da estimativa corrigido). Ou seja, o erro padrão da estimativa consiste no desvio padrão da diferença entre os dados medidos e os dados estimados, ou, ainda, no desvio padrão do erro, simplesmente. Devido a esse fato pode-se estimar a porcentagem dos valores contidos dentro de determinadas faixas de erro. O EPE apresenta distribuição segundo a forma da curva normal (simétrica ou em forma de sino), com moderada assimetria. Para distribuições normais ou moderadamente assimétricas, 68,27% dos desvios estão contidos entre –1.EPE e + 1.EPE (isto é, um desvio padrão de cada lado da média). 95,45% dos casos estão incluídos entre -2.EPE e +2.EPE (isto é, dois desvios padrões de cada lado da média). 99,73% dos casos estão incluídos entre -3.EPE e +3.EPE (isto é, três desvios padrões de cada lado da média). Esses dados transformam o EPE em um bom coeficiente para analisar a precisão das estimativas. 87 3.3.1.3 Erro Relativo (ER) Buscando fornecer um valor para a análise do erro da estimativa que considerasse também a amplitude térmica de uma edificação em questão, adotou-se aqui o Erro relativo, expresso pela seguinte equação: ER = EPE / A (Eq. 21) Onde: A = amplitude térmica da edificação. Obtém-se assim um valor que permite avaliar casos onde o erro em graus aparentemente é pequeno, mas, se comparado à amplitude térmica da edificação pode ser significativo. Vale destacar que o EPE aproxima-se bastante do “erro médio absoluto”, o que justifica seu emprego no cálculo do ER. Também, que na análise das margens de erro, no item 3.5, é usado o EPE e não o ER. 3.3.2 Escolha das melhores equações para cada método Conforme dito anteriormente, foram geradas cinco equações para cada tipologia construtiva, para cada método. Isso se deve ao fato de cada método utilizar duas formas diferentes para explicar as temperaturas mínimas e máximas internas, escolhendo depois as equações que apresentaram melhores resultados. A temperatura média não necessitou passar por esse processo por ter sido utilizada uma única variável explicativa, a média externa. Os resultados são expressos através dos seguintes coeficientes: Coeficiente de Determinação (R²), Erro Padrão da Estimativa (EPE) e Erro Relativo (ER). Três tabelas contendo os resultados obtidos na comparação das temperaturas (mínimas, médias e máximas) estimadas com as respectivas temperaturas medidas são apresentas ao final deste capítulo, em ordem crescente de erro (Tabelas 8, 9 e 10). Os ER menores que 20% foram considerados satisfatórios, os maiores não satisfatórios e são destacados nas tabelas. Seguem observações a respeito desses resultados. 3.3.2.1 Temperatura Mínima Para cada método gerou-se duas equações. Para determinar qual a melhor equação para cada método, procedeu-se conforme o exemplo para o método regressão múltipla: para cada equação, dividiu-se o EPE obtido para inverno pela correspondente amplitude 88 térmica da moradia, obtendo-se o ER. O menor erro relativo determinou a equação a ser utilizada pelo método para predizer a temperatura mínima interna. Na Tabela 8, contendo os resultados para a temperatura mínima observa-se que: - nos métodos dois períodos e duas regressões, quando se utiliza a mesma variável explicativa, obtém-se o mesmo R²; o que não acontece para o método regressão múltipla; - a ordem dos melhores resultados assemelha-se nos métodos dois períodos e duas regressões, mas difere bastante no regressão múltipla; - a tipologia número 5 (Constroyer), por ter a menor amplitude, possui sempre o maior erro relativo. 3.3.2.2 Temperatura Média Na Tabela 9, referente às temperaturas médias observa-se que os resultados para o método regressão múltipla, se comparados aos demais métodos, apresentam erros maiores. 3.3.2.3 Temperatura Máxima O processo para obtenção e escolha das melhores equações é análogo ao utilizado para a temperatura mínima. Para a temperatura máxima, os resultados utilizando o método regressão múltipla foram muito inferiores aos demais métodos (Tabela 10). Comparando os resultados para os três métodos, percebe-se que, quando é usada a mesma temperatura externa como explicativa nos métodos dois períodos e duas regressões, obtém-se os mesmos resultados. Ou seja, a correlação é a mesma, apesar de variar o Erro Padrão da Estimativa (EPE). Isso significa que, na avaliação dos resultados das estimativas, o R² não é um bom índice isoladamente, pois uma ótima correlação entre dados medidos e estimados não exclui a possibilidade de um grande erro em graus, ou seja, um valor alto para o EPE. Em função dos resultados inferiores aos demais métodos, no tópico 3.4 é apresentada modificação no sentido de estimativas mais precisas. 89 TABELA 8 - R², EPE E ER PARA TEMPERATURA MÍNIMA NOS TRÊS MÉTODOS REGRESSÃO MÚLTIPLA Nº Equação Per R² EPE ER DOIS PERÍODOS Nº Equação Per R² EPE ER DUAS REGRESSÕES Nº Equação Per R² EPE ER 7 Ti min2 inv 0,97 0,74 0,11 ver 0,86 0,91 3 Ti min1 inv 0,97 0,69 0,07 ver 0,92 0,57 3 Ti min1 inv 0,97 0,70 0,07 ver 0,92 0,57 4 Ti min1 inv 0,97 0,71 0,12 ver 0,79 0,98 10 Ti min1 inv 0,94 0,89 0,10 ver 0,87 0,66 10 Ti min1 inv 0,94 0,89 0,10 ver 0,87 0,66 9 Ti min2 inv 0,96 0,97 0,13 ver 0,95 0,79 2 Ti min1 inv 0,93 1,12 0,10 ver 0,81 0,90 2 Ti min1 inv 0,93 1,12 0,10 ver 0,81 0,91 8 Ti min1 inv 0,96 0,73 0,14 ver 0,91 0,66 4 Ti min1 inv 0,97 0,69 0,11 ver 0,79 0,97 17 Ti min2 inv 0,97 0,79 0,11 ver 0,91 0,69 14 Ti min2 inv 0,97 0,77 0,15 ver 0,91 0,73 11 Ti min1 inv 0,92 1,09 0,13 ver 0,85 0,81 4 Ti min1 inv 0,97 0,70 0,11 ver 0,79 0,98 3 Ti min1 inv 0,97 1,39 0,15 ver 0,92 1,32 9 Ti min1 inv 0,92 1,04 0,14 ver 0,93 0,54 9 Ti min2 inv 0,96 0,87 0,12 ver 0,95 0,58 12 Ti min2 inv 0,97 0,94 0,16 ver 0,91 0,94 18 Ti min1 inv 0,93 1,00 0,15 ver 0,89 0,69 7 Ti min2 inv 0,97 0,78 0,12 ver 0,86 2,72 17 Ti min1 inv 0,92 1,12 0,16 ver 0,85 0,84 17 Ti min1 inv 0,92 1,12 0,16 ver 0,85 0,83 11 Ti min1 inv 0,92 1,09 0,13 ver 0,85 0,81 18 Ti min1 inv 0,93 1,04 0,16 ver 0,89 0,76 15 Ti min1 inv 0,92 1,07 0,17 ver 0,82 0,94 8 Ti min2 inv 0,96 0,70 0,14 ver 0,91 0,63 15 Ti min2 inv 0,98 1,03 0,16 ver 0,88 1,15 7 Ti min1 inv 0,91 1,14 0,17 ver 0,81 0,97 12 Ti min2 inv 0,97 0,83 0,14 ver 0,91 0,76 10 Ti min1 inv 0,94 1,45 0,17 ver 0,87 1,31 14 Ti min1 inv 0,93 0,94 0,18 ver 0,86 0,67 14 Ti min2 inv 0,97 0,81 0,15 ver 0,91 0,68 6 Ti min2 inv 0,97 0,95 0,17 ver 0,89 0,98 12 Ti min1 inv 0,92 1,06 0,18 ver 0,84 0,84 18 Ti min1 inv 0,93 1,00 0,15 ver 0,89 0,71 16 Ti min2 inv 0,97 0,98 0,19 ver 0,93 0,90 16 Ti min1 inv 0,93 1,00 0,19 ver 0,86 0,70 15 Ti min1 inv 0,92 1,08 0,17 ver 0,82 0,96 1 Ti min2 inv 0,98 0,98 0,20 ver 0,93 0,94 8 Ti min1 inv 0,89 1,09 0,21 ver 0,87 0,72 6 Ti min2 inv 0,97 1,00 0,18 ver 0,89 0,93 11 Ti min1 inv 0,92 1,71 0,20 ver 0,85 1,53 1 Ti min1 inv 0,91 1,14 0,23 ver 0,81 0,84 16 Ti min1 inv 0,93 1,00 0,19 ver 0,86 0,71 13 Ti min2 inv 0,96 0,98 0,20 ver 0,85 1,08 6 Ti min1 inv 0,89 1,31 0,24 ver 0,86 0,85 1 Ti min2 inv 0,98 1,04 0,21 ver 0,93 0,84 2 Ti min1 inv 0,93 2,83 0,26 ver 0,81 2,73 13 Ti min1 inv 0,89 1,22 0,25 ver 0,78 0,99 13 Ti min1 inv 0,89 1,22 0,25 ver 0,78 1,00 5 Ti min2 inv 0,92 1,82 0,59 ver 0,87 1,77 5 Ti min1 inv 0,82 1,20 0,39 ver 0,77 0,86 5 Ti min1 inv 0,82 1,20 0,39 ver 0,77 0,89 90 TABELA 9 - R², EPE E ER PARA TEMPERATURA MÉDIA NOS TRÊS MÉTODOS REGRESSÃO MÚLTIPLA Nº Equaçõe Per 9 R² EPE ER DOIS PERÍODOS Nº Equações Per R² EPE ER DUAS REGRESSÕES Nº Equações Per R² EPE ER Ti med inv 0,93 0,99 ver 0,93 0,75 med 0,87 0,13 2 Ti med inv 0,96 0,64 ver 0,94 0,46 med 0,55 0,05 2 Ti med inv 0,96 0,64 ver 0,94 0,46 med 0,55 0,05 14 Ti med inv 0,94 0,79 ver 0,88 0,68 med 0,74 0,14 10 Ti med inv 0,94 0,75 ver 0,95 0,38 med 0,56 0,07 10 Ti med inv 0,94 0,75 ver 0,95 0,40 med 0,58 0,07 7 Ti med inv 0,94 0,85 ver 0,85 0,94 med 0,89 0,15 11 Ti med inv 0,94 0,73 ver 0,94 0,48 med 0,61 0,07 3 Ti med inv 0,95 0,67 ver 0,92 0,54 med 0,60 0,07 17 Ti med inv 0,95 1,20 ver 0,93 1,16 med 1,18 0,17 3 Ti med inv 0,95 0,67 ver 0,92 0,53 med 0,60 0,07 11 Ti med inv 0,94 0,74 ver 0,94 0,50 med 0,62 0,07 12 Ti med inv 0,93 1,12 ver 0,91 1,03 med 1,08 0,18 4 Ti med inv 0,98 0,45 ver 0,91 0,57 med 0,51 0,08 4 Ti med inv 0,98 0,45 ver 0,91 0,58 med 0,52 0,08 3 Ti med inv 0,95 1,58 ver 0,92 1,52 med 1,55 0,18 17 Ti med inv 0,95 0,68 ver 0,93 0,58 med 0,63 0,09 17 Ti med inv 0,95 0,69 ver 0,93 0,59 med 0,64 0,09 8 Ti med inv 0,88 1,10 ver 0,89 0,88 med 0,99 0,18 9 Ti med inv 0,93 0,82 ver 0,93 0,52 med 0,67 0,10 9 Ti med inv 0,93 0,82 ver 0,93 0,53 med 0,67 0,10 18 Ti med inv 0,93 1,44 ver 0,92 1,27 med 1,36 0,21 18 Ti med inv 0,93 0,86 ver 0,92 0,55 med 0,70 0,11 18 Ti med inv 0,93 0,86 ver 0,92 0,55 med 0,70 0,11 10 Ti med inv 0,94 1,95 ver 0,95 1,82 med 1,88 0,22 12 Ti med inv 0,93 0,77 ver 0,91 0,63 med 0,70 0,12 12 Ti med inv 0,93 0,78 ver 0,91 0,65 med 0,72 0,12 2 Ti med inv 0,96 2,36 ver 0,94 2,31 med 2,33 0,23 14 Ti med inv 0,94 0,72 ver 0,88 0,59 med 0,65 0,12 14 Ti med inv 0,94 0,72 ver 0,88 0,59 med 0,66 0,12 11 Ti med inv 0,94 2,09 ver 0,94 2,00 med 2,04 0,23 16 Ti med inv 0,90 0,99 ver 0,93 0,46 med 0,73 0,12 16 Ti med inv 0,90 0,99 ver 0,93 0,47 med 0,73 0,13 6 Ti med inv 0,89 1,35 ver 0,88 1,07 med 1,21 0,24 7 Ti med inv 0,94 0,75 ver 0,85 0,86 med 0,80 0,13 7 Ti med inv 0,94 0,76 ver 0,85 0,86 med 0,81 0,14 4 Ti med inv 0,98 1,49 ver 0,91 1,52 med 1,50 0,25 1 Ti med inv 0,91 0,95 ver 0,90 0,58 med 0,77 0,14 1 Ti med inv 0,91 0,96 ver 0,90 0,59 med 0,78 0,14 15 Ti med inv 0,92 1,57 ver 0,91 1,39 med 1,48 0,27 15 Ti med inv 0,92 0,98 ver 0,91 0,64 med 0,81 0,15 15 Ti med inv 0,92 0,98 ver 0,91 0,65 med 0,81 0,15 1 Ti med inv 0,91 1,63 ver 0,90 1,43 med 1,53 0,28 8 Ti med inv 0,88 0,96 ver 0,89 0,69 med 0,82 0,15 13 Ti med inv 0,91 0,92 ver 0,89 0,66 med 0,79 0,15 16 Ti med inv 0,90 1,81 ver 0,93 1,59 med 1,70 0,29 13 Ti med inv 0,91 0,92 ver 0,89 0,66 med 0,79 0,15 8 Ti med inv 0,88 0,98 ver 0,89 0,73 med 0,86 0,16 13 Ti med inv 0,91 1,60 ver 0,89 1,46 med 1,53 0,30 6 Ti med inv 0,89 1,08 ver 0,88 0,70 med 0,89 0,18 6 Ti med inv 0,89 1,08 ver 0,88 0,70 med 0,89 0,18 5 inv 0,79 1,19 ver 0,81 0,75 med 0,97 0,32 5 Ti med inv 0,79 1,18 ver 0,81 0,74 med 0,96 0,31 5 Ti med inv 0,79 1,19 ver 0,81 0,74 med 0,96 0,31 Ti med 91 TABELA 10 - R², EPE E ER PARA TEMPERATURA MÁXIMA NOS TRÊS MÉTODOS REGRESSÃO MÚLTIPLA Nº Equações Per 2 R² EPE ER DOIS PERÍODOS Nº Equações Per R² EPE ER DUAS REGRESSÕES Nº Equações Per R² EPE ER Ti max2 inv 0,72 1,71 ver 0,70 1,62 0,17 16 Ti max1 inv 0,64 1,66 ver 0,95 0,50 0,08 16 Ti max1 inv 0,64 1,69 ver 0,95 0,62 0,10 16 Ti max2 inv 0,82 1,40 ver 0,78 1,28 0,20 2 Ti max1 inv 0,84 1,25 ver 0,90 0,87 0,09 2 Ti max1 inv 0,84 1,28 ver 0,90 0,93 0,10 6 Ti max2 inv 0,86 1,13 ver 0,80 0,94 0,21 11 Ti max1 inv 0,88 0,96 ver 0,90 0,97 0,11 11 Ti max1 inv 0,88 1,09 ver 0,90 1,13 0,13 18 Ti max2 inv 0,89 1,03 ver 0,69 1,30 0,21 18 Ti max1 inv 0,63 1,80 ver 0,85 0,89 0,14 1 Ti max1 inv 0,54 2,03 ver 0,83 0,86 0,14 1 Ti max2 inv 0,85 1,25 ver 0,66 1,27 0,21 1 Ti max1 inv 0,54 2,03 ver 0,83 0,85 0,14 18 Ti max1 inv 0,63 1,82 ver 0,85 0,92 0,15 13 Ti max2 inv 0,84 1,27 ver 0,69 1,26 0,23 10 Ti max1 inv 0,87 1,05 ver 0,79 1,23 0,15 10 Ti max1 inv 0,87 1,07 ver 0,79 1,26 0,15 11 Ti max2 inv 0,54 1,99 ver 0,59 2,10 0,23 9 Ti max1 inv 0,62 1,76 ver 0,86 0,87 0,15 3 Ti max1 inv 0,87 1,16 ver 0,77 1,30 0,16 4 Ti max2 inv 0,83 1,28 ver 0,66 1,42 0,23 3 Ti max1 inv 0,87 1,16 ver 0,77 1,29 0,16 9 Ti max1 inv 0,62 1,78 ver 0,86 0,93 0,16 17 Ti max2 inv 0,76 1,55 ver 0,76 1,71 0,24 14 Ti max1 inv 0,60 1,56 ver 0,83 0,87 0,16 14 Ti max1 inv 0,60 1,59 ver 0,83 0,93 0,18 9 Ti max2 inv 0,62 2,09 ver 0,86 1,42 0,25 17 Ti max1 inv 0,81 1,26 ver 0,83 1,24 0,18 4 Ti max1 inv 0,76 1,48 ver 0,79 1,10 0,18 15 Ti max2 inv 0,85 1,40 ver 0,85 1,11 0,25 4 Ti max1 inv 0,76 1,48 ver 0,79 1,09 0,18 6 Ti max2 inv 0,86 1,06 ver 0,80 0,85 0,19 12 Ti max2 inv 0,82 1,20 ver 0,69 1,53 0,25 6 Ti max2 inv 0,86 1,06 ver 0,80 0,85 0,19 13 Ti max1 inv 0,59 1,90 ver 0,75 1,05 0,19 10 Ti max2 inv 0,50 2,10 ver 0,40 2,15 0,26 12 Ti max1 inv 0,69 1,51 ver 0,80 1,16 0,19 17 Ti max1 inv 0,81 1,34 ver 0,83 1,36 0,19 3 Ti max2 inv 0,87 2,05 ver 0,77 2,13 0,26 15 Ti max2 inv 0,85 1,22 ver 0,85 0,85 0,19 15 Ti max2 inv 0,85 1,23 ver 0,85 0,87 0,19 8 Ti max2 inv 0,83 1,21 ver 0,74 1,58 0,28 13 Ti max1 inv 0,59 1,89 ver 0,75 1,05 0,19 12 Ti max1 inv 0,69 1,56 ver 0,80 1,23 0,20 14 Ti max2 inv 0,84 1,26 ver 0,66 1,49 0,28 8 Ti max1 inv 0,56 1,70 ver 0,81 1,19 0,21 7 Ti max1 inv 0,71 1,47 ver 0,78 1,17 0,22 7 Ti max1 inv 0,71 1,83 ver 0,78 1,58 0,30 7 Ti max1 inv 0,71 1,45 ver 0,78 1,13 0,21 8 Ti max1 inv 0,56 1,79 ver 0,81 1,36 0,24 5 Ti max2 inv 0,71 1,60 ver 0,76 1,16 0,37 5 Ti max2 inv 0,71 1,39 ver 0,76 0,83 0,27 5 Ti max2 inv 0,71 1,39 ver 0,76 0,83 0,27 92 3.3.3 Vantagens e desvantagens de cada método 3.3.3.1 Método Regressão Múltipla Como vantagem está o fato de as equações serem válidas para todo o ano, o que não acontece no método 2 períodos, que usa um conjunto de equações para cada período. O uso de dados do dia anterior, de certa forma, insere na equação a inércia da edificação, produzindo melhores resultados que os demais métodos quando se trata de calcular a temperatura mínima interna. A regressão múltipla aumenta as chances de bons resultados em relação à regressão simples. Porém, a necessidade de calcular a variável DelT Geral e sua inserção através da transformação algébrica, complica o método em relação aos demais. Lembra-se que o objetivo da inserção algébrica é obter uma única equação para o calculo das temperaturas mínimas internas, assim como uma equação única para as máximas internas. 3.3.3.2 Método Dois Períodos A regressão simples torna o método muito prático, descomplicado, não necessitando de um software estatístico sofisticado8 para se obter as equações de regressão. O processo todo pode ser feito com o EXCEL da Microsoft, por exemplo. No geral, produz boas equações, isso pelo fato de utilizar boas variáveis explicativas. Por exemplo, para explicar o desconforto no período de inverno, a temperatura externa mínima diária de inverno, isoladamente, produzirá melhores resultados que a consideração da mínima de verão, como ocorre nos demais métodos. É menos trabalhoso quando o objetivo se limita a analisar o comportamento de uma edificação apenas quanto ao frio ou quanto ao calor, pois dispensa um segundo levantamento de dados. As regressões simples, no entanto, podem não fornecer boas equações quando não ocorre boa correlação entre os dados a explicar e explicativos, situação mais improvável quando se tem mais de uma variável explicativa (regressão múltipla). O grande número de equações fornecido, embora de fácil obtenção, dificulta seu uso posterior, pois gera mais análises e cálculos. 8 Que é necessário no caso de regressões múltiplas. 93 3.3.3.3 Método Duas Regressões Os dados estimados são muito próximos dos medidos. Nas equações envolvendo 3 fases, pode-se realizar as regressões por meio de softwares menos poderosos por se tratarem de regressões simples. Não constitui um único método, devido à regressão múltipla com 3 variáveis explicativas para a equação da temperatura mínima. Em relação aos métodos anteriores é o mais complexo. Envolve várias fases, o que demanda tempo quando são muitas as edificações sendo estudadas. 94 3.4 REVISÃO DO MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA E ADIÇÃO DE UM TERCEIRO PERÍODO DE DADOS Buscando melhorar os resultados das estimativas, fez-se uma revisão das equações de regressão linear, verificando se a alteração em relação à equação original, obtida por meio de software, adicionando DelT, influi nos resultados finais. Também acrescentou-se um terceiro período de dados, pois considera-se que a equação tem por objetivo a estimativa de dados anuais de temperatura, assim, quanto maior o volume de dados, melhor a estimativa. Porém, vale notar que, quanto maior o número de períodos, pior a estimativa para cada período, pois a reta de regressão se ajustará ao conjunto total de dados. 3.4.1 Inserção de um 3º período de dados e revisão da Alteração Algébrica Com o objetivo de melhorar as estimativas do método usando regressão múltipla, acrescentou-se um terceiro período de dados, permitindo um melhor ajuste da reta de regressão. Para as tipologias 4, 8, 11 e 14 não havia o 3º período de dados. Os dados desse 3º período foram coletados por Ana Lígia Papst, entre 03/08/2002 e 01/09/2002. A metodologia de medição foi semelhante à utilizada por DUMKE, com o mesmo tipo de aparelhos e os mesmos pontos, nas mesmas moradias. Sobre a alteração algébrica para a inserção na equação do DelT Geral, conforme citado anteriormente, interfere nos resultados finais, influenciando o EPE. Para explicar essa afirmação segue o exemplo a seguir: Para a moradia MLC, na geração da equação para o cálculo da temperatura máxima interna, tendo como variável independente a máxima externa, obteve-se: GT max Geral = 23,32 DelT Geral = 5,53 Equação fornecida pelo Sphinx: Ti max = +1,216 . GTe max +0,577 . Te max - GTe max – 6,443 95 Para atender o método regressão múltipla, se isolaria uma parte da equação, inserindo o DelT da seguinte forma: X . GTe max + 5,53 = 1,216 . GTe max - 6,443 X . 23,32 + 5,53 = 1, 216 . 23,32 -6,443 X = 0,703 Como equação final: Ti max = +0,703 . GTe max +0,577 . Te max-GTe max –5,53 Neste ponto, é necessário lembrar a definição de GTe max (média das temperaturas máximas de um período), como há 3 períodos, tem-se 3 GTe max. Como a operação algébrica para a obter-se a forma final da equação utiliza o GTe max Geral (média dos GTes max de cada período), a igualdade só é válida para essa variável, não se aplicando aos GTes max dos períodos. Como é mostrado a seguir: Com GTe max Geral = 23,32 X . GTe max + 5,53 = 1,216 . GTe max -6,443 0,703 . 23,32 + 5,53 = 1, 216 . 23,32 -6,443 21,92 = 21,92 Com GTe max 1º período = 18,25 X . GTe max + 5,53 = 1,216 . GTe max -6,443 0,703 . 18,25 + 5,53 ≠ 1, 216 . 18,25 -6,443 18,36 ≠ 15,75 A mesma ausência de igualdade se dá para os GTes max dos outros períodos (2º = 28,74 e 3º = 22,98). Em resumo, a inserção do DelT Geral, modificando o coeficiente angular da equação, altera os resultados finais, acarretando erros nas estimativas. Devido a essa verificação resolveu-se eliminar a alteração algébrica do processo para obtenção das equações, o que dispensou o cálculo das variáveis DelT e GTe max Geral, simplificando o processo. A relação completa das equações pode ser vista no final do estudo (Apêndice D). Seguem os resultados gerais obtidos para o coeficiente de determinação (R²) e o erro padrão da estimativa (EPE) para as demais tipologias construtivas (Tabela 11). Estes resultados consideram o 3º período de dados e a não inserção do DelT. 96 TABELA 11 - R² E EPE PARA AS TEMPERATURAS MÍNIMAS, MÉDIAS E MÁXIMAS Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min1 Ti min2 Ti med Ti max1 Ti max2 R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE 1 MLC inverno verão 3º período 0,97 0,93 0,98 0,71 0,67 0,73 0,91 0,81 0,93 1,23 1,02 1,30 0,91 0,90 0,94 1,01 0,71 1,14 0,54 0,83 0,87 2,06 0,85 1,66 0,85 0,66 0,96 1,35 1,33 1,30 2 Batistella inverno verão 3º período 0,96 0,85 0,96 0,90 0,93 0,93 0,93 0,81 0,96 1,19 1,05 1,08 0,96 0,94 0,99 0,73 0,57 0,68 0,84 0,90 0,97 1,35 0,92 0,97 0,72 0,70 0,92 1,97 1,68 1,82 3 Kurten inverno verão 3º período 0,99 0,94 0,97 0,68 0,78 1,00 0,97 0,92 0,96 0,90 0,89 1,20 0,95 0,92 0,98 0,77 0,67 0,83 0,87 0,77 0,98 1,21 1,29 0,75 0,51 0,38 0,87 2,42 2,19 2,10 5 Constroyer inverno verão 3º período 0,91 0,86 0,92 0,94 0,84 1,11 0,82 0,77 0,78 1,33 1,12 1,66 0,79 0,81 0,85 1,26 0,86 1,33 0,22 0,49 0,61 2,30 1,24 1,89 0,71 0,76 0,79 1,48 0,97 1,61 6 Andrade Gutierrez inverno verão 3º período 0,97 0,89 0,98 0,99 1,21 1,27 0,89 0,86 0,96 1,56 1,38 1,53 0,89 0,88 0,97 1,28 0,97 1,18 0,44 0,67 0,91 2,22 1,13 1,37 0,86 0,80 0,98 1,38 1,17 1,36 7 Todeschini inverno verão 3º período 0,97 0,86 0,98 0,66 0,85 0,58 0,91 0,81 0,94 1,19 1,03 0,99 0,94 0,85 0,98 0,76 0,86 0,59 0,71 0,78 0,94 1,58 1,17 1,22 0,81 0,77 0,95 1,41 1,17 1,18 9 ABC inverno verão 3º período 0,96 0,95 0,85 0,76 0,55 1,27 0,92 0,93 0,82 1,08 0,69 1,37 0,93 0,93 0,95 0,85 0,57 0,84 0,62 0,86 0,89 1,83 0,89 1,66 0,84 0,78 0,89 1,36 1,15 1,72 10 Eternit inverno verão 3º período 0,98 0,92 0,98 0,77 0,87 1,00 0,94 0,87 0,96 1,08 1,04 1,27 0,94 0,95 0,97 0,86 0,62 0,94 0,87 0,79 0,97 1,19 1,24 1,08 0,50 0,40 0,87 2,36 2,17 2,27 12 Facicasas inverno verão 3º período 0,97 0,91 0,98 0,67 0,67 0,57 0,92 0,84 0,95 1,12 0,91 0,97 0,93 0,91 0,98 0,82 0,64 0,65 0,69 0,80 0,94 1,61 1,20 1,17 0,82 0,69 0,97 1,41 1,48 1,01 13 Paineira inverno verão 3º período 0,96 0,85 0,98 1,00 1,18 1,24 0,89 0,78 0,94 1,49 1,42 1,67 0,91 0,89 0,96 1,12 0,90 1,20 0,59 0,75 0,90 1,93 1,06 1,43 0,84 0,69 0,96 1,45 1,37 1,42 15 COHAB - Pará inverno verão 3º período 0,98 0,88 0,98 0,85 1,09 1,13 0,92 0,82 0,96 1,31 1,31 1,43 0,92 0,91 0,96 1,11 0,83 1,05 0,38 0,77 0,91 2,56 1,11 1,33 0,85 0,85 0,95 1,46 1,12 1,39 16 Castellamare inverno verão 3º período 0,97 0,93 0,98 0,84 0,84 0,96 0,93 0,86 0,94 1,18 1,07 1,36 0,90 0,93 0,97 1,07 0,63 0,91 0,64 0,95 0,96 1,77 0,52 0,95 0,82 0,78 0,93 1,46 1,15 1,52 17 Tetolar inverno verão 3º período 0,97 0,91 0,98 0,84 0,83 0,83 0,92 0,85 0,97 1,24 1,05 1,09 0,95 0,93 0,98 0,79 0,68 0,71 0,81 0,83 0,95 1,36 1,35 1,10 0,76 0,76 0,97 1,81 1,67 1,28 18 CHJ inverno verão 3º período 0,97 0,93 0,98 0,78 0,78 0,82 0,93 0,89 0,94 1,13 0,96 1,20 0,93 0,92 0,96 1,01 0,77 1,05 0,63 0,85 0,90 1,90 1,02 1,47 0,89 0,69 0,96 1,42 1,60 1,58 Comparando-se com os resultados obtidos anteriormente, com dados para apenas 2 períodos, verifica-se grande melhora nas estimativas. 97 Persiste uma margem de erro, porém, para a grande maioria das tipologias, um ER menor que 20%. Considerando que os ganhos com os acréscimos de períodos provavelmente são limitados, diminuindo em proporção ao seu número, resolveu-se investigar outras formas de melhorar as estimativas, estudando a interferência de fatores como a amplitude térmica das edificações, a influência de suas características físicas, ocupação etc. O que será apresentado na seção 3.5. 3.4.2 Comparação dos resultados com os dos demais métodos (após modificações) A seguir, apresenta-se a Tabela 12 com os resultados obtidos após as modificações, em ordem crescente de erro. Os resultados para os demais métodos encontram-se nas tabelas 8, 9 e 10, mostradas anteriormente. Quanto às temperaturas mínimas, com a inserção do terceiro período de dados, observa-se resultados melhores nas estimativas, melhores também que os dos dois outros métodos. Os melhores resultados para o método regressão múltipla são obtidos quando se utiliza como variável explicativa a temperatura mínima externa do dia anterior. Quanto à estimativa da temperatura média interna pelo método regressão múltipla também observa-se grande melhora, praticamente se igualando aos demais métodos. Além disso observa-se que os R² são os mesmos quando são as mesmas as variáveis explicativas utilizadas nos 3 métodos. As mesmas observações valem para a temperatura máxima interna. Em resumo, as equações utilizando regressão múltipla alcançaram resultados similares aos dos outros métodos. Para a temperatura mínima interna, conseguiu-se resultados melhores que os demais métodos. Passa-se então para investigação das causas das margens de erro. 98 TABELA 12 - R², EPE E ER PARA TEMPERATURAS MÍNIMAS, MÉDIAS E MÁXIMAS (MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA REVISADO) MÍNIMAS INTERNAS Nº Equação Per 3 R² EPE ER MÉDIAS INTERNAS Nº Equação Per R² EPE ER MÁXIMAS INTERNAS Nº Equação Per R² EPE ER inv 0,99 0,68 0,07 ver 0,94 0,78 per 3 0,97 1,00 2 Ti med inv 0,96 0,73 0,07 ver 0,94 0,57 per 3 0,99 0,68 16 Ti max1 Ti min2 inv 0,64 1,77 0,08 ver 0,95 0,52 per 3 0,96 0,95 inv 0,96 0,90 0,08 ver 0,85 0,93 per 3 0,96 0,93 3 Ti med inv 0,95 0,77 0,09 ver 0,92 0,67 per 3 0,98 0,83 2 Ti min2 Ti max1 inv 0,84 1,35 0,10 ver 0,90 0,92 per 3 0,97 0,97 inv 0,98 0,77 0,09 ver 0,92 0,87 per 3 0,98 1,00 10 Ti med inv 0,94 0,86 0,10 ver 0,95 0,62 per 3 0,97 0,94 1 Ti min2 Ti max1 inv 0,54 2,06 0,14 ver 0,83 0,85 per 3 0,87 1,66 inv 0,97 0,66 0,10 ver 0,86 0,85 per 3 0,98 0,58 17 Ti med inv 0,95 0,79 0,11 ver 0,93 0,68 per 3 0,98 0,71 10 Ti min2 Ti max1 inv 0,87 1,19 0,15 ver 0,79 1,24 per 3 0,97 1,08 inv 0,96 0,76 0,10 ver 0,95 0,55 per 3 0,85 1,27 9 Ti med inv 0,93 0,85 0,12 ver 0,93 0,57 per 3 0,95 0,84 9 Ti min2 Ti max1 inv 0,62 1,83 0,15 ver 0,86 0,89 per 3 0,89 1,66 inv 0,97 0,67 0,11 ver 0,91 0,67 per 3 0,98 0,57 12 Ti med inv 0,93 0,82 0,12 ver 0,91 0,64 per 3 0,98 0,65 3 12 Ti min2 Ti max1 inv 0,87 1,21 0,16 ver 0,77 1,29 per 3 0,98 0,75 inv 0,97 0,84 0,12 ver 0,91 0,83 per 3 0,98 0,83 7 Ti med inv 0,94 0,76 0,12 ver 0,85 0,86 per 3 0,98 0,59 18 Ti min2 Ti max1 inv 0,63 1,90 0,16 ver 0,85 1,02 per 3 0,90 1,47 inv 0,97 0,78 0,12 ver 0,93 0,78 per 3 0,98 0,82 16 Ti med inv 0,90 1,07 0,15 ver 0,93 0,63 per 3 0,97 0,91 17 Ti min2 Ti max1 inv 0,81 1,36 0,19 ver 0,83 1,35 per 3 0,95 1,10 inv 0,98 0,85 0,14 ver 0,88 1,09 per 3 0,98 1,13 18 Ti med inv 0,93 1,01 0,16 ver 0,92 0,77 per 3 0,96 1,05 13 Ti min2 Ti max1 inv 0,59 1,93 0,19 ver 0,75 1,06 per 3 0,90 1,43 inv 0,97 0,71 0,14 ver 0,93 0,67 per 3 0,98 0,73 1 Ti med inv 0,91 1,01 0,18 ver 0,90 0,71 per 3 0,94 1,14 12 Ti min2 Ti max1 inv 0,69 1,61 0,20 ver 0,80 1,20 per 3 0,94 1,17 inv 0,97 0,84 0,16 ver 0,93 0,84 per 3 0,98 0,96 15 Ti med inv 0,92 1,11 0,19 ver 0,91 0,83 per 3 0,96 1,05 7 Ti min2 Ti max2 inv 0,81 1,41 0,22 ver 0,77 1,17 per 3 0,95 1,18 inv 0,97 0,99 0,18 ver 0,89 1,21 per 3 0,98 1,27 13 Ti med inv 0,91 1,12 0,21 ver 0,89 0,90 per 3 0,96 1,20 15 Ti min2 Ti max1 inv 0,38 2,56 0,25 ver 0,77 1,11 per 3 0,91 1,33 inv 0,96 1,00 0,21 ver 0,85 1,18 per 3 0,98 1,24 6 Ti med inv 0,89 1,28 0,24 ver 0,88 0,97 per 3 0,97 1,18 6 Ti min2 Ti max1 inv 0,44 2,22 0,25 ver 0,67 1,13 per 3 0,91 1,37 inv 0,91 0,94 0,31 ver 0,86 0,84 per 3 0,92 1,11 5 Ti med inv 0,79 1,26 0,39 ver 0,81 0,86 per 3 0,85 1,33 5 Ti min2 Ti max2 inv 0,71 1,48 0,31 ver 0,76 0,97 per 3 0,79 1,61 2 10 7 9 17 18 15 1 16 6 13 5 99 3.5 CAUSAS DOS ERROS NAS ESTIMATIVAS QUANDO UTILIZANDO O MÉTODO REGRESSÃO MÚLTIPLA Persistindo um erro relativo alto para algumas tipologias passou-se a uma análise desse erro e investigação de suas causas. Analisou-se a relação do erro com as características termofísicas das edificações, com a amplitude térmica e com os padrões de uso das edificações. Observou-se também os dados medidos, verificando a linearidade na relação entre temperaturas internas e externas. 3.5.1 Características termofísicas Cheng et. al. (2003), demonstram a grande influência de massa térmica sobre as temperaturas internas, principalmente as mínimas e máximas. O que torna interessante avaliar se essa influência se estende aos erros encontrados. Utilizando o método citado na parte 2 do projeto da Norma de Desempenho Térmico de Edificações, Dumke (2002) obteve os dados referentes às características termofísicas dos elementos componentes das edificações aqui estudadas. Os dados calculados foram: - “U” - transmitância, calculada para as paredes e para a cobertura. Está relacionada à condutividade térmica dos materiais e espessuras das camadas que as compõem; - “Fi” ou “φ” – em horas, o atraso térmico se refere ao tempo necessário para que a onda de calor atravesse um elemento; - “FS” – fator de calor solar, se refere aos ganhos por radiação, que se dão a partir dos elementos opacos (absortividade de paredes, por exemplo) e dos elementos transparentes (coeficiente de transmissão dos vidros etc) componentes da envoltória da edificação (paredes, cobertura, aberturas); - “nI” – número de horas de sol da moradia, levantado para cada uma das paredes externas, nos períodos de inverno e verão. Objetiva fornecer dados sobre a radiação direta na edificação; - ”nI x vidro”, área de vidro das paredes externas dividida pela área total destas paredes e multiplicada pelo número de horas de sol. Tem por objetivo avaliar a influência da radiação solar direta sobre a temperatura interna através do efeito estufa. 100 Após o cálculo para elementos específicos de cada edificação procedeu-se ao cálculo de um valor “equivalente” para cada moradia, de cada coeficiente acima citado. Ou seja, um valor único para cada edificação, a partir dos valores obtidos para cada área de parede, cobertura, vidro, fachada. Ressalta-se que esse processo é excessivamente simplificado para a determinação da real influência de cada característica termofísica, sendo utilizado unicamente com o propósito de se obter um balizamento a respeito das influências no erro das estimativas. Fica a sugestão, para trabalhos futuros, de um levantamento criterioso quantificando a influência de cada característica termofísica da edificação. Calculou-se a correlação existente entre o R² (entre valores medidos e calculados) e o EPE de cada edificação com suas características termofísicas, de forma semelhante à realizada por Givoni e Krüger (2003), na qual foram observadas fracas correlações. No presente estudo, observou-se que o R² (entre temperaturas estimadas e medidas) e o EPE, para algumas temperaturas internas estimadas, são aparentemente afetados pelo fator atraso térmico (Fi ou φ), tanto da parede como da cobertura (ver Gráficos 6, 7, 8 e 9, a seguir). Os resultados que mais evidenciaram a relação com o atraso térmico foram os referentes à temperatura máxima interna (quando explicada pela média externa, Gráficos 8 e 9) e à média interna (explicada pela média externa, Gráficos 6 e 7). Os valores das correlações não permaneceram constantes para inverno e verão, sendo melhores para os resultados da média interna, que, de certa forma resume o comportamento geral da edificação. No geral, o coeficiente de correlação (R) teve sinal negativo quando se referindo ao R², ou seja, quanto maior o atraso térmico, pior a correlação. Quando se referindo ao EPE, no geral, teve sinal positivo, ou seja, quanto maior o atraso, maior o erro. Em pesquisas futuras, o atraso térmico deve ser considerado de alguma forma nas equações, com o intuito de diminuir as margens de erro. Caso não seja possível, deve-se estudar a necessidade de restringir a aplicação das equações de regressão linear às edificações com pequeno atraso térmico. Os Gráficos 6, 7, 8 e 9, a seguir, apresentam as correlações encontradas entre as características termofísicas e os índices R² e EPE (resultantes da comparação de dados medidos com estimados), para Temperaturas Médias e Máximas estimadas. As demais correlações são apresentadas ao final do estudo (Apêndices E, F, G, H, I e J). 101 GRÁFICO 6 - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS TEMPERATURA MÉDIA INTERNA ESTIMADA – 1º PERÍODO EPE - Ti med 1,0 0,8 0,8 -0,6 nl nl x vidro -0,4 FCS cob -0,2 FCS par 0,0 Fi cob 0,2 Fi par nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti med -0,6 -0,8 -0,8 -1,0 -1,0 Características Termofísicas Característica Termofísica R R GRÁFICO 7 - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÉDIA INTERNA ESTIMADA – 2º PERÍODO EPE - Ti med 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,6 -1,0 Característica Termofísica R Características Termofísicas R nl x vidro nl FCS cob -0,4 FCS par -0,2 Fi cob 0,0 Fi par 0,2 -0,8 -0,8 -1,0 nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti med 102 GRÁFICO 8 - CORRELAÇÕES: R² E EPE: VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA ESTIMADA – 1º PERÍODO EPE - Ti max 1,0 0,8 0,8 -0,6 nl nl x vidro -0,4 FCS cob -0,2 FCS par 0,0 Fi cob 0,2 Fi par nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti max -0,6 -0,8 -0,8 -1,0 -1,0 Características Termofísicas Característica Termofísica R R GRÁFICO 9 - CORRELAÇÕES: R² E EPE VERSUS CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS – TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA ESTIMADA – 2º PERÍODO EPE - Ti max 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,6 -1,0 Característica Termofísica R Características Termofísicas R nl x vidro nl FCS cob -0,4 FCS par -0,2 Fi cob 0,0 Fi par 0,2 -0,8 -0,8 -1,0 nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti max 103 3.5.2 Amplitude e Inércia Térmica Com o objetivo de identificar as causas das margens de erro verificadas para todas as equações testadas, correlacionou-se a amplitude térmica das edificações (“A”) com R² e o EPE (entre dados estimados e medidos). Quanto aos resultados para o período de inverno (Tabela 13), observou-se uma correlação significativa entre a amplitude e os dados gerados (pela comparação das temperaturas internas estimadas com as medidas no local) por pelo menos duas equações: a da temperatura média interna e a da temperatura máxima interna. Percebe-se que tanto o R² e o EPE tiveram, nesses casos, notável relação com a amplitude (tanto do período de inverno como com a amplitude média dos três períodos). TABELA 13 - CORRELAÇÕES: R² E EPE X AMPLITUDE INTERNA NO PERÍODO DE INVERNO E AMPLITUDE GERAL (MÉDIA) "A" 1º período "A" média Ti min1 Ti min2 Ti med Ti max1 Ti max2 R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE 0,51 -0,30 0,77 -0,59 0,79 -0,78 0,81 -0,73 -0,54 0,73 0,53 -0,31 0,80 -0,61 0,80 -0,80 0,90 -0,83 -0,59 0,78 Para a temperatura média e para a máxima interna (explicada pela máxima externa): - o R² aumenta conforme aumenta a amplitude, ou seja, quanto maior a variação da temperatura interna da residência, maior será sua correlação com a temperatura externa; - já o EPE é inversamente proporcional à amplitude, ou seja, quanto maior a inércia térmica da edificação, maior o erro. Em outras palavras, residências de baixa inércia são mais facilmente estimadas, pois sua temperatura interna flutua conforme a externa. Pode-se afirmar também que o R² é inversamente proporcional ao EPE, o que é perfeitamente lógico, pois quanto maior correlação menor o erro em graus. O Gráfico 10, a seguir, apresenta a correlação entre o R² obtido na comparação das temperaturas internas estimadas com as medidas no local, para a temperatura máxima interna, explicada pela máxima externa (Ti max1) e a amplitude (“A”) média das edificações. 104 GRÁFICO 10 - R² VERSUS AMPLITUDE MEDIA (A) – Ti max1 1,0 R² entre Medido e Computado 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 Amplitude (A) Média da Edificação (ºC) R² Linear (R²) Assim, verifica-se que quanto maior a amplitude térmica interna, maior a correlação entre as temperaturas estimadas e as medidas no interior das edificações As mesmas correlações se verificam para o 2º e 3º período (tabelas 19 e 20). TABELA 14 - CORRELAÇÕES: R² E EPE X AMPLITUDES DO 2º PERÍODO E AMPLITUDE MÉDIA "A" 2º período "A" média Ti min1 Ti min2 Tmed int Ti max1 Ti max2 R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE 0,22 -0,21 0,38 -0,37 0,79 -0,73 0,67 -0,06 -0,60 0,81 0,17 -0,17 0,45 -0,38 0,75 -0,69 0,60 0,05 -0,59 0,80 TABELA 15 - CORRELAÇÕES: R² E EPE X AMPLITUDES PARA 3º PERÍODO E AMPLITUDE MÉDIA "A" 3° período "A" média Ti min1 Ti min2 Ti med Ti max1 Ti max2 R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE 0,13 -0,15 0,50 -0,57 0,68 -0,66 0,74 -0,80 -0,06 0,59 0,12 -0,17 0,49 -0,60 0,67 -0,65 0,72 -0,75 -0,03 0,58 105 3.5.3 Teste com Protótipos Experimentais Com o objetivo de verificar se a não ocupação da edificação permitiria uma melhor estimativa das temperaturas internas, aplicou-se o procedimento regressão múltipla (conforme método original) a duas células teste, de diferentes materiais de vedação, conferindo os resultados através do coeficiente de determinação (R²). Seria aconselhável aplicar o procedimento também para edificações similares às moradias ocupadas, o que fica como possibilidade para o futuro. 3.5.3.1 Projeto e Execução. Os dois protótipos, desenvolvidos por Krüger et. al. (2004), têm uma base em concreto armado (sapata de 1,70 x 1,70m com espessura de 10cm). Para a colocação da cobertura fez-se uma pequena estrutura em madeira com caibros de cambará, com 2 x 2”. Sobre esta estrutura foi disposta uma manta de lã-de-vidro, de densidade 16 kg/m³ e 50mm de espessura, fixada com fita dupla face para posterior colocação das telhas de fibrocimento. Entre as frestas da manta com as paredes adotou-se uma vedação com espuma expansiva de poliuretano (Gráfico 13). FIGURA 4 - CORTE DE CÉLULA TESTE (CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO) Espuma Expansiva de Poliuretano (d = 20 kg/ m3) Telha Fibrocimento 140 x 140 cm (e = 6mm) Manta de lã de vidro (d = 16 kg/ m3, e = 50 mm) 100 Caibro Cambará 2 x 2 ' Parede de Vedação Sapata 1,70 x 1,70 m (e = 10 cm) - Concreto 15 MPa - Armadura: Malha 15 x 15 x 4,2 cm Camada Brita 01 (e = 3 cm) As células teste foram implantadas em terreno do CEFET-PR, Curitiba. Realizou-se levantamento “in loco” da orientação solar determinando-se o Norte Magnético com auxílio de uma bússola e efetuados cálculos de correção para o Norte Verdadeiro. O espaçamento entre as células teste é de 1,50m, para evitar a sombra de um protótipo sobre outro. A altura das paredes de cada protótipo é de 1,0m. Colocou-se uma camada de brita com espessura de 3,0cm contornando os protótipos para conter o crescimento de plantas. 106 A célula de tijolo cerâmico possui: espessura das paredes s/ revestimento 90 mm; perímetro interno: 4,84m; perímetro externo: 5,20 m; área interna: 1,46 m2. Na célula de concreto celular autoclavado utilizou-se 24 blocos; espessura das paredes s/ revestimento: 150mm; perímetro Interno: 4,60m; perímetro Externo: 5,2m; área interna: 1,32m2. As características de cada célula teste podem ser observadas nas Figuras 4 e 5. FIGURA 5 - CÉLULA TESTE DE TIJOLOS FIGURA 6 CERÂMICOS FURADOS CÉLULA TESTE DE TIJOLOS CERÂMICOS FURADOS Ressalta-se que o paralelismo entre as células, sua forma quadrada, utilização dos mesmos materiais para a execução da base, cobertura, juntas e posteriormente o revestimento, a adoção das mesmas técnicas construtivas (espessura de juntas, traço do concreto, traço da argamassa), bem como a inexistência da ocupação, atuaram de forma favorável à avaliação dos materiais utilizados para a vedação das paredes. 3.5.3.2 Equipamentos de Medição No monitoramento da temperatura utilizou-se os aparelhos registradores (dataloggers) da marca HOBO. Os sensores de temperatura operam na faixa de –40º C a + 120º C e na faixa de umidade relativa de 0 a 95% sem que haja condensação. Sua acurácia, segundo o manual de uso do aparelho (ONSET COMPUTER CORPORATION, 1999), é de aproximadamente 0,7 º C, para a faixa de operação utilizada nas medições (temperaturas entre –5º C e +35ºC). Os aparelhos foram instalados num ponto central do interior das células, a 0,5m do piso (base em concreto) e 0,5m das paredes. A forma quadrada das células favorece para que os efeitos das diferentes orientações solares se compensem, mas o posicionamento dos aparelhos é estratégico para a minimização da interferência solar em relação à temperatura interna. Medições para o período representando a estação de inverno foram realizadas de 13/08/2003 a 21/09/2003 e as de verão de 01/02/04 a 21/02/04. Os sensores foram 107 programados para medições tomadas de 15 em 15 min, destes obteve-se médias horárias. Para a temperatura externa foram utilizados dados da estação climatológica situada no Centro Politécnico da UFPR, do Sistema Meteorológico do Paraná –SIMEPAR (Tabelas 16 e 17). TABELA 16 - DADOS DE TEMPERATURA EXTERNA DO PERÍODO DE INVERNO PERÍODO TEMPERATURA ( ºC) Mínima Média Máxima 3,00 14,86 28,70 Início Fim 13/08/03 às 24:00 21/09/03 às 00:00 TABELA 17 - DADOS DE TEMPERATURA EXTERNA DO PERÍODO DE VERÃO PERÍODO TEMPERATURA ( ºC) Mínima Média Máxima 14,30 20,51 30,60 Início Fim 01/02/04 às 24:00 21/02/04 às 00:00 3.5.3.3 Resultados obtidos Para melhor compreensão do comportamento da temperatura interna dos protótipos, seguem, como exemplo, os gráficos de uma semana no período frio (Gráfico 11) e outra no período quente (Gráfico 12). GRÁFICO 11 DADOS DE TEMPERATURA PARA O PERÍODO DE 14/08/03 A 20/08/03 MEDIDAS POR 24 HORAS A PARTIR DA 0:00 H 30 Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 163 157 151 145 139 133 127 121 115 109 103 97 91 85 79 73 67 61 55 49 43 37 31 25 19 13 7 1 0 Tempo (horas) Temperaturas Externas Tijolo Cerâmico Concreto Celular Observando o gráfico acima, percebe-se a grande variação climática diária característica de Curitiba, principal causa de desconforto de seus cidadãos, submetendo-os 108 a diferentes tensões térmicas no decorrer das horas, dos dias e das estações (DUMKE, 2002). Durante o período de análise, a oscilação média da temperatura foi de 11,54K, e máxima de 18,70K. Na célula teste, com blocos de concreto celular autoclavado, observouse uma menor oscilação de temperatura, enquanto que na célula teste construída com tijolo cerâmico a oscilação da temperatura foi pouco inferior às oscilações externas. GRÁFICO 12 DADOS DE TEMPERATURA PARA O PERÍODO DE 01/02/03 A 07/02/03, MEDIDAS POR 24 HORAS A PARTIR DA 0:00 H 35 Temperatura (ºC) 30 25 20 15 163 157 151 145 139 133 127 121 115 109 103 97 91 85 79 73 67 61 55 49 43 37 31 25 19 13 7 1 10 Tempo (horas) Temperaturas Externas Tijolo Cerâmico Concreto Celular Verifica-se sobre o protótipo de Concreto Celular que, em função das características termofísicas de suas vedações, as temperaturas internas máximas medidas não acompanharam as temperaturas externas máximas, principalmente nos momentos de pico. 3.5.3.4 Procedimento para obtenção das equações Conforme o método utilizando regressão múltipla (original), avaliou-se o “padrão de comportamento” das temperaturas internas em relação às externas (Te max, Te min e Te med), permitindo, para a análise de regressão, apontar quais as adotadas como variáveis explicativas. O Gráfico 13, a seguir, apresenta a temperatura máxima interna, comparada com as temperaturas mínima, média e máxima externa. Percebe-se que a máxima interna obedece ao mesmo padrão de comportamento da máxima externa. 109 GRÁFICO 13 TEMPERATURA MÁXIMA INTERNA, COMPARATIVAMENTE ÀS CONDIÇÕES DA TEMPERATURA EXTERNA (TIJOLO CERÂMICO). 35 30 Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 Tempo (dias) Ti max Te min Te med Te max Utilizou-se, conforme a semelhança entre gráficos, as seguintes variáveis explicativas para cada temperatura interna a explicar (Quadro 5): QUADRO 5 - VARIÁVEIS UTILIZADAS NA REGRESSÃO MÚLTIPLA – CÉLULAS TESTE TEMPERATURA INTERNA VARIÁVEIS EXPLICATIVAS (EXTERNAS) Ti min GTe min, Te min; Ti med GTe med, Te med; Ti max1 GTe max, Te max; Ti max2 GTe med, Te med. A equação Ti min2, conforme o método original, não foi gerada devido ao pequeno atraso térmico verificado nas células teste, comparativamente às edificações da Vila Tecnológica. Definidas as variáveis a explicar e as explicativas, os dados diários para os dois períodos, tabulados, utilizou-se o software Sphinx Plus, da Le Sphinx Développement, versão 2.09k para realizar a regressão múltipla, obtendo-se as equações de regressão para cada tipologia construtiva. A partir das equações de regressão preliminares, obteve-se as equações de regressão linear finais. As equações são expressas conforme segue: 110 Concreto Celular Autoclavado Ti min = 0,918 . GTe min + 0,676 . (Te min - GTe min) + 4,24 Ti med = 0,831 . GTe med + 0,658 . (Te med - GTe med) + 4,24 Ti max = 0,744 . GTe max + 0,555 . (Te max - GTe max) + 4,24 Ti max1 = 1,0 . GTe med + 0,837 . (Te med - GTe med) + 4,24 Bloco Cerâmico Ti min = 0,573 . GTe min + 0,831 . (Te min - GTe min) + 7,19 Ti med = 0,668 . GTe med + 0,829 . (Te med - GTe med) + 7,19 Ti max = 0,744 . GTe max + 0,847 . (Te max - GTe max) + 7,19 Ti max1 = 1,0 . GTe med +1,105 . (Te med - GTe med) +7,19 3.5.3.5 Previsão do comportamento térmico a partir das equações Obtidas as equações de regressão linear e inserindo nestas os dados referentes às temperaturas externas, pôde-se prever o comportamento térmico para os dois protótipos, conforme exemplo do Gráfico 14 (temperatura interna estimada x temperatura interna medida). GRÁFICO 14 TEMPERATURA INTERNA MÁXIMA ESTIMADA X TEMPERATURA INTERNA MÁXIMA MEDIDA (TIJOLO CERÂMICO ) 35 30 Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 Tempo (dias) Ti max TiEst max 40 43 46 49 52 55 58 61 111 3.5.3.6 Comparação dos resultados estimados com os medidos in loco A comparação estatística entre os dados estimados e medidos, para temperaturas internas mínimas, médias e máximas, foi feita através do coeficiente de correlação R² (Tabela 18), que “mede a força de associação (...) entre duas variáveis aleatórias” (WERKEMA e AGUIAR, 1996). TABELA 18 - COEFICIENTES R² (TEMPERATURAS TEMPERATURAS MEDIDAS) TIPOLOGIA Tijolo Cerâmico Concreto Celular INTERNAS ESTIMADAS X EQUAÇÃO Ti min Ti med Ti max1 Ti max2 R² inverno R² verão R² inverno R² verão R² inverno R² verão R² inverno R² verão 0,92 0,83 0,92 0,90 0,78 0,75 0,92 0,90 0,85 0,78 0,82 0,86 0,86 0,89 0,75 0,81 Considerando o protótipo de Concreto Celular, conforme os índices de correlação entre dados estimados e medidos, apresentados na tabela acima, a adoção das temperaturas externas médias como explicativas para o cálculo das internas máximas apresentou melhores resultados. Vale lembrar aqui que o cálculo da temperatura interna máxima, de forma geral, apresentou os resultados menos satisfatórios nos experimentos anteriores. Já para o protótipo de Tijolo Cerâmico Furado, analisando os dados levantados no local, para as temperaturas internas e externas, percebe-se que a temperatura máxima interna tem um comportamento muito semelhante à temperatura externa; a temperatura média interna acompanha bem a média externa, ficando sempre alguns graus acima desta; a temperatura interna mínima acompanha bem a temperatura mínima externa, ficando sempre alguns graus acima desta. O que se reflete nos índices de correlação entre temperaturas estimadas e medidas, apresentando resultados melhores que os encontrados para o protótipo de Concreto Celular. Ainda para o protótipo de Tijolos Cerâmicos Furados, considerando a temperatura interna mínima estimada, a previsão apresentou uma forma do gráfico bastante semelhante à forma do gráfico das temperaturas medidas, no entanto, com um erro quase constante de 1,5 graus para cima no inverno e 1,5 graus para baixo no verão (isso de deve à utilização, neste experimento, da metodologia original para a obtenção das equações, inserindo o DelT médio). Para a temperatura interna média estimada, no protótipo de Tijolo Cerâmico Furado, a previsão apresentou uma forma do gráfico bastante semelhante à forma do gráfico das temperaturas medidas, com pequena margem de erro, sem uma orientação definida em se 112 tratando de valores negativos ou positivos, no verão. No entanto, observa-se que as temperaturas previstas ficaram abaixo das reais nos momentos de picos, uma diferença de aproximadamente 3 graus. 3.5.3.7 Conclusões do experimento com células teste Verificou-se, através do experimento em células teste, que para o cálculo da temperatura interna máxima (maior dificuldade encontrada para o método), edificações de menor inércia térmica possibilitam melhores resultados, visto que sua temperatura interna máxima medida se aproxima mais da temperatura externa verificada. Estendendo para edificações habitadas, com semelhantes características termofísicas, talvez seja necessária a classificação das edificações de acordo com suas características, utilizando-se equações específicas para cada grupo. Além disso, notou-se que não houve melhora nos coeficientes de determinação se comparados com os obtidos pelas residências da Vila Tecnológica. Esse fato contradiz as expectativas que se tinha com o experimento, pois era esperada uma melhora significativa nas estimativas, pela ausência do fator usuário. Como fato positivo, os experimentos até aqui realizados, buscando entender as margens de erro das estimativas, apontam para alternativas mais simples que o acompanhamento da utilização da moradia pela família (excessivamente complexo e trabalhoso). A seguir são analisados dados referentes à utilização das edificações por seus ocupantes. 3.5.4 Padrões de ocupação das Edificações 3.5.4.1 Ocupação média de cada edificação (proporcional ao número de usuários e área construída) Também com o objetivo de dimensionar a influência do usuário nos erros encontrados, correlacionou-se a ocupação média de cada edificação (proporcional ao número de usuários e área construída), por período de monitoramento, com seus respectivos R² e EPE. O levantamento dos dados e o cálculo para determinar a ocupação média de cada edificação foram feitos por Dumke (2002) através de entrevista os respectivos moradores Calculou-se a ocupação média de cada edificação, por período de monitoramento, da seguinte forma: - verificou-se a área total de cada edificação, em m²; 113 - verificou-se o número de ocupantes para cada residência; - verificou-se o número de moradores na residência em cada hora do dia; - dividiu-se o número de ocupantes em cada hora pelo número total de ocupantes, obtendo-se para cada uma das 24 horas do dia um percentual horário do número de ocupantes para cada moradia; calculou-se a média diária de utilização da edificação para o período de - segunda a sexta-feira, para sábado e para domingo; como número de moradores e a área construída varia de edificação para - edificação e essa variação precisava ser considerada, multiplicou-se a média diária de utilização pelo número total de ocupantes e dividiu-se pela área construída total de cada edificação. Como resultado final obteve-se um valor que procura mostrar quais edificações são mais utilizadas. Verificou-se que não existem correlações fortes entre a ocupação média de cada edificação e os valores de R² e EPE, para nenhuma temperatura interna estimada. Ou seja, a princípio a maior utilização não intervém nas estimativas de temperaturas internas, conforme os Gráficos 15 e 16, a seguir. GRÁFICO 15 OCUPAÇÃO MÉDIA GRÁFICO 16 OCUPAÇÃO MÉDIA VERSUS R² E EPE VERSUS R² E EPE - VERÃO INVERNO Ocupação Média Ocupação Média 1,0 1,0 -1,0 0,2 R² Ti max2 EPE Ti max2 EPE Ti max1 -0,8 R² Ti max1 -0,6 EPE Ti med -0,4 R² Ti med -0,2 R² Ti min2 0,0 EPE Ti min2 R² Ti max2 EPE Ti max2 EPE Ti max1 R² Ti max1 EPE Ti med -0,8 R² Ti med -0,6 R² Ti min2 -0,4 EPE Ti min2 -0,2 R² Ti min1 0,0 0,4 R² Ti min1 0,2 0,6 EPE Ti min1 0,4 EPE Ti min1 Coeficiente de Correlação (R) 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 0,8 0,8 -1,0 R R No entanto, devido aos comportamentos distintos de cada família, assim como as diferenças entre as tipologias construtivas, que podem influir na intensidade com que a 114 temperatura interna dos ambientes é afetada pelos seus usuários, essa ausência de correlação não permite afirmações conclusivas. Trata-se de um estudo superficial e que contraria outras pesquisas. Em resumo, neste experimento não foi possível dimensionar ou confirmar a influência dos usuários sobre as temperaturas internas ou margens de erro das estimativas, mas sabe-se que ela ocorre. 3.5.4.2 Ventilação média interna de cada edificação (proporcional somatório das áreas de aberturas e área construída) Ainda com o objetivo de dimensionar a influência do usuário nos erros encontrados, correlacionou-se a ventilação média interna de cada edificação com sues respectivos R² (entre dados estimados e medidos) e EPE. O levantamento dos dados e o cálculo para determinação da ventilação média interna de cada edificação foram feitos por Dumke (2002). Calculou-se a ventilação média interna de cada edificação, por período de monitoramento, da seguinte forma: - levantou-se a área total de cada edificação, em m²; - levantou-se o número e dimensões das aberturas de cada edificação, obtendo-se uma área total de aberturas; - verificou-se o somatório da área das aberturas utilizada em cada hora do dia; - dividiu-se a área de aberturas utilizadas em cada uma das 24 horas do dia pela área total de aberturas, obtendo-se um valor percentual horário; - calculou-se a média diária desse valor percentual de ventilação para o período de segunda a sexta-feira, para sábado e para domingo; - como o somatório das área de aberturas e a área construída varia de edificação para edificação e essa variação precisava ser considerada, multiplicou-se a média diária de ventilação pelo somatório das áreas de aberturas de cada edificação e dividiu-se pela área construída total de cada edificação. Como resultado final obteve-se um valor que procura mostrar quais as edificações mais ventiladas. Correlacionando-se a ventilação proporcional média interna de cada edificação, para cada período, não se encontrou correlação significativa com os R² e os EPE (Gráficos 17 e 18). 115 GRÁFICO 17 VENTILAÇÃO MÉDIA GRÁFICO 18 VENTILAÇÃO MÉDIA INTERNA VERSUS R² E EPE INTERNA VERSUS R² E EPE INVERNO VERÃO Ventilação Média 1,0 0,8 0,8 -1,0 R² Ti max2 EPE Ti max2 -0,8 EPE Ti max1 -0,6 R² Ti max1 -0,4 EPE Ti med -0,2 R² Ti med 0,0 R² Ti min2 R² Ti max2 EPE Ti max2 EPE Ti max1 R² Ti max1 EPE Ti med -0,8 R² Ti med -0,6 R² Ti min2 -0,4 EPE Ti min2 -0,2 R² Ti min1 0,0 0,2 EPE Ti min2 0,2 0,4 R² Ti min1 0,4 0,6 EPE Ti min1 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 EPE Ti min1 Coeficiente de Correlação (R) Ventilação Média -1,0 R R No entanto, apesar deste experimento não ter demonstrado, sabe-se da grande importância da ventilação para a temperatura interna. Mais adiante, na seção 3.5.5, a questão volta a ser abordada, de uma outra forma, com resultados mais significativos. A seguir faz-se uma discussão a respeito da influência do usuário e da dificuldade de se obter dados que reflitam seu comportamento. 3.5.4.3 Discussão sobre a interferência dos padrões de uso da edificação Em função da falta de evidências sobre a influência dos padrões de uso das edificações, nos testes acima, aqui buscamos discorrer sobre a importância do usuário no comportamento térmico da edificação que ocupa e mostrar a dificuldade de se obter dados que realmente reflitam sua ação. Apesar de não encontrados dados conclusivos, não se pode descartar o usuário (família) como causa das margens de erro verificadas nas estimativas. Antes de uma aventura com o objetivo de monitoramento, deve-se levar em conta a dificuldade de levantamento de dados numéricos confiáveis para os padrões de uso das edificações. É necessário maior aprofundamento na pesquisa das variáveis que refletem a ação do usuário, conforme já sugerido por Krüger e Givoni (2003). Neste estudo, não há 116 pretensões nesse sentido, faz-se apenas algumas considerações a respeito de sua complexidade. A ação de aeração e ventilação em um espaço interno, segundo o AIR INFILTRATION AND VENTILATION CENTRE (1998), ocorre geralmente nem devido a um simples ato reflexo nem de modo totalmente racional, pensado. Entretanto, desde indivíduos até famílias, a ação parece indicar para “uma subjetividade racional”. Isso implica que grupos de indivíduos indicam similaridades no comportamento que podem ser discernidos satisfatoriamente bem, e enquadrados segundo padrões. Aceita-se que a ação dos moradores esteja fortemente relacionada com a percepção sensorial de conforto com respeito ao micro-clima da habitação. O conforto térmico é aceito como predominantemente determinado pela temperatura do ar, temperatura radiante, umidade relativa, vestuário e atividade física (metabolismo). Em princípio, a ação das pessoas resulta predominantemente de uma aprendizagem social progressiva, influenciada por fatores como modelos, valores, atitudes e expectativas. No entanto, considerações práticas também influenciam. As pessoas agem dentro de uma estrutura de limitações, incluindo fatores mais ou menos subjetivos. Dos quais pode-se citar: Mais subjetivos: Temporais (associados ao biorritmo, estações do ano, dias da semana, experiências “térmicas” anteriores); Espaciais (percepção do espaço habitado, volume, contato com o lado externo, iluminação, cores, tipologia do mobiliário, posição e tipologia das janelas e portas); Ambientais (percepção da qualidade do ar, características acústicas e de odor, apropriação do ambiente, liberdade de controle do micro clima); Humanos (senso do bem estar, fatores sócio-culturais); e Externos (nível de desenvolvimento técnico, clima externo). E menos subjetivos: Características da edificação (apartamento, casa térrea, sobrado; orientação dos ambientes; tipo das aberturas; idade do imóvel; nível de isolamento térmico); Estilo de vida (permanência dos ocupantes; maior uso das aberturas; ação de fumantes; tipo das atividades realizadas na residência; consciência a respeito de como preservar o conforto; preferências quanto ao micro-clima interno; produção de umidade; número de ocupantes); Variáveis sócio-econômicas (idade, sexo, classe social...); Fatores climáticos (diferenças de temperatura externa-interna; velocidade e direção dos ventos; disponibilidade de luz solar; precipitações). 117 Deve-se notar que a maioria dessas variáveis interage com as demais, em sinergia. Mesmo que possíveis correlações entre essas variáveis não sejam percebidas, não significa necessariamente que não existam. O Gráfico 25 apresenta uma tentativa de entendimento do comportamento dos usuários, e procura mostrar, ainda que de forma simplificada, o complexo sistema que age por trás do comportamento dos usuários quando operam as aberturas. No centro desse esquema está o procedimento dos ocupantes de moradias com respeito à aeração e ventilação. Além da percepção de conforto, aponta os tipos de aberturas e ventilação disponíveis, as intenções (filtradas pelo estilo de vida e valores do usuário) e, por fim, os efeitos de sua própria ação, realimentando o sistema. GRÁFICO 19 ESQUEMA REPRESENTATIVO DOS FATORES A INFLUENCIAR A AÇÃO DOS USUÁRIOS. Fonte: Adaptado de AIR INFILTRATION AND VENTILATION CENTRE (1998). Inviabilizados, com os dados disponíveis, maiores estudos a respeito da influência do usuário, resta investigar os dados medidos no local, no interior e exterior das edificações, com o objetivo de verificar causas dos erros nas estimativas. 118 3.5.5 Análise dos dados medidos (temperaturas internas e externas) As equações de regressão aqui estudadas têm como fundamento a linearidade da relação entre temperaturas internas e externas, porém, analisando os dados medidos verifica-se que, em muitos casos, para as temperaturas mínima e máxima, essa linearidade não é constante quando a temperatura externa se aproxima dos extremos. Quando a temperatura externa se aproxima de valores muito baixos a interna passa a não refletir proporcionalmente as sucessivas quedas, aumentando a resistência às oscilações externas, com maior grau nas edificações de maior inércia térmica. Como hipótese, pode-se supor que quanto mais baixas as temperaturas externas, maior a ação dos usuários no sentido de isolarem o ambiente interno do externo, mantendo as aberturas por mais tempo fechadas, utilizando tapetes, permanecendo por mais tempo no interior das edificações, permitindo a entrada de radiação solar etc. O Gráfico 20 mostra essa relação não linear quando a temperatura mínima externa se aproxima dos valores mínimos registrados. GRÁFICO 20 TEMPERATURAS MÍNIMAS INTERNAS X TEMPERATURAS MÍNIMAS EXTERNAS – TIPOLOGIA ANDRADE GUTIERREZ 30 Temperaturas Mínimas Internas (ºC) 25 20 Tmin int Expon. (Tmin int ) Linear (Tmin int ) 15 10 5 0 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 Temperaturas Mínimas Externas (ºC) Verificando o Gráfico 21, dos resultados das estimativas, percebe-se que as temperaturas estimadas, quando ocorrem as mais baixas temperaturas externas, serão geralmente menores que as verificadas internamente. Ou seja, considerar a relação como linear implica em aceitar um grau de erro nos dias mais frios. 119 Temperatura (ºC) GRÁFICO 21 TEMPERATURAS MÍNIMAS ESTIMADAS X MEDIDAS (10/07/00 – 02/08/00) – ANDRADE GUTIERREZ 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Tempo (Dias) Ti min TiEst min2 Quanto às temperaturas médias, para a grande maioria das edificações, a relação entre temperaturas externas e internas medidas, se tomada como linear não implicará em erros significativos nas estimativas, conforme o Gráfico 22. Vale notar que será mais linear para as edificações de menor inércia. GRÁFICO 22 TEMPERATURAS MÉDIAS INTERNAS X TEMPERATURAS MÉDIAS EXTERNAS - TIPOLOGIA BATISTELLA Temperaturas Médias Internas (ºC) 30 25 20 Ti med Linear (Ti med) 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 30 Temperaturas Médias Externas (ºC) 35 40 45 120 Sobre as temperaturas máximas medidas, internas e externas, em geral, as temperaturas internas apresentam grande dispersão em suas respostas às externas, porém obedecendo a uma relação próxima da linear. É necessário destacar que quanto mais altas as temperaturas, menos dispersas as respostas das temperaturas internas. O que provavelmente se dá pela maior integração entre clima interno e externo devido à ação dos usuários promovendo maior ventilação. Também é necessário notar que as temperaturas mais altas se comportam no sentido de aumentar o coeficiente angular da reta de regressão. Como conseqüência, a estimativa a partir da regressão linear subestimará os picos de temperatura, prevendo valores inferiores aos registrados internamente. Segue, como exemplo, Gráfico 23, para a tipologia Facicasas, mostrando essa relação. GRÁFICO 23 TEMPERATURAS MÁXIMAS INTERNAS MEDIDAS X EXTERNAS MEDIDAS – TIPOLOGIA FACICASAS Temperaturas Máximas Internas (ºC) 35 30 25 Ti max Linear (Ti max) Expon. (Ti max) 20 15 10 5 0 5 10 15 20 25 30 Temperaturas Máximas Externas (ºC) 35 40 45 121 No Gráfico 24, comparando as temperaturas máximas internas medidas e estimadas, fica evidente a incapacidade de estimar os picos. GRÁFICO 24 TEMPERATURAS MÁXIMAS INTERNAS MEDIDAS X ESTIMADAS (13/12/00 – 09/01/01) - FACICASAS 33 32 31 30 Temperatura (ºC) 29 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Tempo (Dias 13/12/00 - 09/01/01) Ti max (medida) TiEst max1 Como conclusão, pode-se dizer que a regressão linear é uma ótima ferramenta para a estimativa das temperaturas médias internas para habitações de interesse social. Também, que para as temperaturas mínimas e máximas internas os resultados das estimativas serão melhores se as temperaturas externas oscilarem em torno de 10ºC e 25ºC, conforme pode-se observar nos gráficos desta seção, sendo necessários estudos específicos para determinação de uma faixa segura. Se as temperaturas mínimas externas estiverem abaixo desse patamar, a estimativa das internas, através de regressão linear, apresentará erro significativo. Assim como para a estimativa das máximas internas, se as externas ultrapassarem 25ºC. ou seja, há limites para a aplicação da regressão linear na estimativa de temperaturas mínimas e máximas internas, sendo os climas mais amenos e de menor amplitude os mais apropriados para sua aplicação. 122 3.6 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO AO DESEMPENHO TÉRMICO E CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS QUANTO ÀS ZONAS CLIMÁTICAS Neste capítulo, procura-se demonstrar a aplicação das equações de regressão linear na avaliação do desempenho térmico de habitações de interesse social em diferentes climas. O procedimento consiste em utilizar as equações geradas e testadas para o clima de Curitiba, mas inserindo, como variáveis independentes, dados referentes a climas de outras cidades. Desta forma, faz-se estimativa das temperaturas internas das edificações para climas diferentes daquele onde se situa a habitação. Komeno (2002) comparou a estimativa de temperaturas internas para diferentes climas, através de equações de regressão linear, com resultados de simulações feitas por software, obtendo bons resultados. No estudo de Komeno, fez-se a projeção do comportamento térmico de 3 edificações, situadas em Curitiba, para o clima de Brasília. Os softwares utilizados na comparação dos resultados das equações foram o francês COMFIE e o nacional ARQUITROP. Krüger (2003) demonstrou a aplicação de equações de regressão linear a um sistema construtivo destinado à habitação de interesse social (o ISOPET) avaliando o seu desempenho térmico para 11 cidades brasileiras. Os dados de entrada para as equações foram tipo TRY (anos climáticos de referência). 3.6.1 Dados Climáticos de 10 Cidades Brasileiras Para a estimativa das temperaturas diárias internas para todo o ano, utilizou-se como variável independente dados anuais de temperaturas externas. Os dados tipo TRY (Test Reference Year), ou Anos Climáticos de Referência, aqui utilizados, foram obtidos do site do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (www.labeee.ufsc.br). A respeito dessas temperaturas, Goulart et al. (1998, p. 7) ressaltam que “os dados meteorológicos tratados foram registrados em aeroportos e, portanto, as temperaturas nos centros das cidades, onde se encontra grande parte das instalações de ar-condicionado, podem ser sensivelmente mais altas. Além disso, a ausência de dados de radiação solar nos registros disponíveis prejudica a exatidão das estimativas de consumo de energia, pois a radiação é um fator de grande peso no consumo”. A iniciativa de utilizar os dados climáticos do tipo TRY juntamente com as equações de regressão linear se deve a Krüger (2003). 123 No Gráfico 25, apresenta-se as temperaturas externas anuais mínimas, médias e máximas, das 10 cidades brasileiras (Belém, Brasília, Florianópolis, São Luis, Natal, Porto Alegre, São Paulo, Vitória, Maringá e Curitiba) para as quais 14 edificações9 tiveram seu comportamento térmico estimado e avaliado segundo os métodos Graus-Dia e IPT, conforme se verá mais adiante. GRÁFICO 25 TEMPERATURAS MÉDIAS DIÁRIAS DOS ANOS CLIMÁTICOS DE REFERÊNCIA PARA 10 CIDADES 40 35 Temperatura (ºC) 30 25 20 15 10 5 Temperatura mínima anual 9 Temperatura média anual Curitiba Maringá Vitória São Paulo Porto Alegre Natal São Luis Florianópolis Belém -5 Brasilia 0 Temperatura máxima anual 14, devido ao fato de não haver registro de um terceiro período de medições para as 18 estudadas, o que impossibilitou o ajustamento da reta de regressão para 4 residências. 124 O Gráfico 26 apresenta a média anual das amplitudes diárias e a maior amplitude diária para cada cidade, no ano climático de referência. GRÁFICO 26 MÉDIA ANUAL DAS AMPLITUDES AMPLITUDE DIÁRIA PARA CADA CIDADE DIÁRIAS E A MAIOR 30 Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 Média anual das amplitudes diárias Curitiba Maringá Vitória São Paulo Porto Alegre Natal São Luis Florianópolis Brasilia Belém 0 Maior amplitude diária anual Para ilustrar o processo para estimativa de temperaturas internas, a seguir apresenta-se gráficos (27 e 28) com mesma configuração de escala no eixo das ordenadas, com as temperaturas externas dos anos climáticos de referência e as internas, estimadas, para duas cidades, São Luis e Curitiba, com climas bastante diversos. Nesta ilustração utiliza-se dados de dois meses apenas, abril e maio, nos quais houve registro de grande variação de temperaturas. 125 GRÁFICO 27 TEMPERATURAS EXTERNAS (TRY) E AS INTERNAS (ESTIMADAS) PARA SÃO LUIS 35,0 30,0 Temperatura ºC 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 61 58 55 52 49 46 43 40 37 34 31 28 25 22 19 16 13 10 7 4 1 0,0 Tempo, em dias (meses de Abril e Maio) S. Luis min ext S. Luis med ext S. Luis max ext S Luis min int S Luis med int S Luis max int GRÁFICO 28 TEMPERATURAS EXTERNAS (TRY) E AS INTERNAS (ESTIMADAS) PARA CURITIBA 35,0 30,0 20,0 15,0 10,0 5,0 61 58 55 52 49 46 43 40 37 34 31 28 25 22 19 16 13 10 7 4 0,0 1 Temperatura ºC 25,0 Tempo, em dias (meses de Abril e Maio) Ctba min ext Ctba med ext Ctba max ext Ctba min int Ctba med int Ctba max int 126 A princípio, o objetivo desta etapa do estudo era avaliar o desempenho térmico das edificações para as 8 zonas climáticas definidas pelo projeto da Norma de Desempenho Térmico de Edificações, em sua parte 3: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social (1998). Porém, a falta de anos climáticos de referência para todas as oito zonas limitou a avaliação a apenas 4: Zona 1: Maringá e Curitiba; Zona 3: Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo; Zona 4: Brasília; Zona 8: Belém, São Luis, Natal e Vitória. O projeto da Norma de Desempenho Térmico de Edificações se refere às zonas bioclimáticas como “zonas relativamente homogêneas quanto ao clima” (parte 3, p. 2, 1998). O Mapa 3, a seguir, ilustra a divisão do território brasileiro pelo projeto da Norma de Desempenho Térmico de Edificações, em zonas climáticas. MAPA 3 - ZONEAMENTO BIOCLIMÁTICO BRASILEIRO 127 3.6.2 Avaliação segundo o Método dos “Graus Dia” Trata-se de um método para avaliação do consumo de energia com equipamentos de condicionamento de ar. Segundo o Manual da ASHRAE (1997), Fundamentos, Capítulo 30, o método GrausDia é o mais simples para a análise do consumo de energia e apropriado se o uso e a eficiência dos equipamentos de condicionamento de ar é constante. Onde a eficiência ou as condições de uso variam conforme a temperatura ao ar livre, faz-se uma aproximação, estipula-se uma temperatura de projeto para determinado período e multiplica-se o consumo resultante pelo número de dias. Porém, recomenda-se que, quando a temperatura de um ambiente interno flutua conforme a exterior e quando os ganhos de calor variam, se utilize outros métodos para afiançar os resultados. Mais adiante apresenta-se avaliação segundo o método IPT. Na descrição do método Graus-Dia, constante no manual, para o cálculo dos grausdia de aquecimento ou resfriamento, utiliza-se uma temperatura de equilíbrio (Balance Point Temperature). Trata-se de uma temperatura externa ao ambiente de interesse, obtida após o estabelecimento de uma temperatura interna de conforto, e que satisfaça as seguintes condições em relação ao ambiente interno: as perdas de calor na temperatura interna se igualam aos ganhos de calor através do sol, ocupantes, aparelhos de iluminação e assim por diante. Neste estudo, ao invés de uma temperatura de equilíbrio, adotam-se temperaturas base, ou de referência, internas, para aquecimento e resfriamento, conforme metodologia de Goulart et al. (2001). As temperaturas sugeridas pelo IPT (s.d.) como limites da zona de conforto são: - temperatura base para aquecimento 17ºC; - temperatura base para resfriamento 29ºC. Como o método Graus-Dia faz a avaliação de desempenho térmico a partir de temperaturas médias, resolveu-se utilizar as temperaturas abaixo, esperando assim obter resultados mais expressivos: - temperatura base para aquecimento 18ºC; - temperatura base para resfriamento 28ºC. 128 As equações para o cálculo dos graus-dia foram as seguintes: Graus-Dia de Aquecimento (GDa): GDa = Tbase – Ti med computada (Eq. 22) Sendo considerados apenas resultados positivos. Aplicou-se essa equação para os 365 dias do ano, os resultados positivos foram somados obtendo-se um resultado anual. Para resfriamento procedeu-se de forma semelhante, apenas adotando a temperatura base correspondente e modificando a ordem da subtração. Somente os valores positivos foram considerados. Graus-Dia de Resfriamento (GDr): GDr = Ti med computada – Tbase (Eq. 23) É necessário ressaltar que, por utilizar-se de temperaturas médias, desconsiderando a amplitude térmica, o método graus-dia pode apresentar distorções em seus resultados. 3.6.2.1 Adaptação da metodologia Graus-Dia para dados anuais Diferentemente do apresentado no manual da ASHRAE, neste estudo não utilizamos dias de projeto ou simplificações, resumindo períodos a um dia típico representativo. Isso porque as equações de regressão linear permitiram o cálculo da temperatura interna diária para cada edificação, abrangendo todos os dias do ano climático de referência. Obteve-se a soma dos graus-dia para aquecimento e resfriamento. Estes, por sua vez, também foram somados, permitindo a comparação do desempenho térmico da edificação para todos os climas analisados. Como critério, para a classificação dos desempenhos, foram criados níveis, a partir da observação dos resultados. Conforme segue: - “A”, bom: somatório dos graus-dia anuais (aquecimento + resfriamento) menor ou igual a 150; - “B”, regular: somatório dos graus-dia anuais (aquecimento + resfriamento) maior que 150 e menor ou igual a 300; - “C”, ruim: somatório dos graus-dia anuais (aquecimento + resfriamento) maior que 300; 129 Lembra-se que os critérios aqui sugeridos carecem de embasamento maior, sendo utilizados na ausência de outros. Também, que o objetivo principal não é avaliar as edificações, mas sim apresentar uma aplicação prática para as equações. Trabalhos futuros utilizando as equações de regressão linear em associação com o método de avaliação graus-dia, se tiverem como objetivo principal julgar as edificações segundo seu desempenho térmico, deverão apresentar critérios devidamente fundamentados. 3.6.2.2 Avaliação do desempenho térmico da tipologia MLC (1) A seguir, apresenta-se resumo dos resultados obtidos para a tipologia MLC, para aquecimento (Gráfico 29 e Tabela 19) e resfriamento (Gráfico 30 e Tabela 20). Percebe-se que, mesmo situadas na mesma zona climática, as cidades de Maringá e Curitiba tiveram comportamentos significativamente diferentes. GRÁFICO 29 - TIPOLOGIA MLC – GRAUS-DIA PARA AQUECIMENTO 100 90 Graus-Dia Aquecimento 80 70 60 50 40 30 20 10 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Tempo (meses) Belém Porto Alegre Brasília São Paulo Florianópolis Vitória São Luis Maringá Natal Curitiba TABELA 19 - MLC – GRAUS-DIA MENSAIS E ANUAL PARA AQUECIMENTO PRERÍODOS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez AA CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,78 6,08 0,00 0,00 33,21 0,00 0,00 11,27 0,00 0,00 27,39 0,58 0,00 2,82 71,83 0,00 0,00 7,24 0,00 0,00 60,97 8,66 0,00 5,31 92,79 0,00 0,00 10,55 0,00 0,00 19,88 9,03 0,00 5,38 64,36 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 3,46 1,05 0,00 0,00 21,59 0,00 0,00 0,24 0,00 0,00 0,64 0,86 0,00 0,00 50,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58 0,00 0,00 29,32 0,00 0,00 163,12 26,26 0,00 13,50 339,47 130 Na última linha da Tabela 19 tem-se o somatório anual dos graus-dia de aquecimento (Aquecimento Anual – “AA”). Ironicamente, segundo os critérios adotados e descritos acima, em relação a aquecimento, Curitiba é a única cidade com conceito “C”, ruim. GRÁFICO 30 - TIPOLOGIA MLC – GRAUS-DIA PARA RESFRIAMENTO 90 80 Graus-Dia Resfriamento 70 60 50 40 30 20 10 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Tempo (meses) Belém Porto Alegre Brasília São Paulo Florianópolis Vitória São Luis Maringá Natal Curitiba TABELA 20 - MLC – GRAUS-DIA MENSAIS E ANUAL PARA RESFRIAMENTO PERÍODOS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Belém Brasília Florianópolis São Luis 21,67 0,00 19,06 80,32 14,25 0,00 5,58 49,28 19,27 0,00 12,37 42,23 19,61 0,00 0,00 42,09 27,55 0,00 0,00 45,30 42,81 0,00 0,00 46,62 55,20 0,00 0,00 49,57 55,59 0,00 0,00 55,94 31,61 0,08 0,00 62,01 39,04 0,00 0,00 70,63 48,49 0,00 0,00 70,16 41,32 0,00 0,00 67,22 RA 416,42 0,08 37,00 CIDADES Natal Porto Alegre São Paulo 58,30 21,66 0,00 63,23 3,99 0,00 67,06 3,20 0,00 31,34 0,00 0,00 16,81 0,00 0,00 2,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 3,13 0,00 0,00 32,24 0,00 0,00 37,52 0,00 0,00 54,94 3,76 0,00 681,35 367,25 32,60 0,00 Vitória Maringá Curitiba 26,98 13,86 0,00 32,68 3,71 0,00 20,21 0,41 0,00 4,11 0,10 0,00 0,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,00 0,00 0,49 0,00 0,64 8,41 0,00 6,25 9,11 0,00 12,15 7,63 0,00 103,51 43,85 0,00 Na Tabela 20, discriminam-se os meses mais problemáticos para a tipologia no clima de cada cidade. Quanto ao Resfriamento Anual (RA), destaca-se, para a tipologia MLC, a cidade de São Luis como o pior local para a implantação da edificação. 131 Somando os graus-dia de aquecimento e resfriamento (Tabela 21), obtém-se valores únicos, que permitem avaliar qual os melhores locais para se implantar os protótipos de habitação de interesse social, conforme representado no Mapa 4, a seguir. TABELA 21 - MLC – SOMATÓRIO DOS GRAUS DIA ANUAIS (AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO) E ORDENAÇÃO SEGUNDO O DESEMPENHO A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento MAPA 4 - CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 29,32 0,00 0,00 163,12 26,26 0,00 13,50 339,47 416,42 0,08 37,00 681,35 367,25 32,60 0,00 103,51 43,85 0,00 416,42 9 0,08 1 66,32 4 681,35 367,25 10 8 195,72 6 26,26 2 103,51 5 57,36 3 339,47 7 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DA TIPOLOGIA MLC (1) BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 MARINGÁ Z1 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 Detalhes da avaliação das demais edificações pode ser vista ao final (Apêndice K). 132 3.6.2.3 Resumo do desempenho das tipologias segundo o método Graus-Dia A Tabela 22 contém os resultados resumidos para todas as 14 tipologias avaliadas. No Apêndice K estão resultados mais detalhados, para cada tipologia. TABELA 22 - RESUMO DO DESEMPENHO DAS TIPOLOGIAS PARA OS 10 CLIMAS AVALIADOS CIDADE Nº TIPOLOGIA Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Σ 1 MLC A A (18º) R A (28º) 0,0 416,4 0,0 0,1 29,3 37,0 0,0 681,3 0,0 367,2 163,1 32,6 26,3 0,0 0,0 103,5 13,5 43,9 339,5 0,0 571,7 1682,1 2 Batistella A A (18º) R A (28º) 0,0 780,4 0,0 0,2 56,0 49,4 0,0 1210,8 0,0 601,4 308,6 40,0 47,4 0,0 0,0 145,9 25,9 71,2 642,5 0,0 1080,3 2899,4 3 Kurten A A (18º) R A (28º) 0,0 101,5 0,0 0,0 31,9 13,6 0,0 287,7 0,0 122,9 156,0 13,0 29,3 0,0 0,0 25,7 16,3 13,8 312,0 0,0 545,5 578,3 5 Constroyer A A (18º) R A (28º) 0,0 122,6 0,0 0,0 23,4 17,4 0,0 308,1 0,0 137,3 109,7 16,8 15,0 0,0 0,0 33,3 12,0 18,7 226,4 0,0 386,4 654,3 6 A. Gutierrez A A (18º) R A (28º) 0,0 298,3 0,0 0,0 24,1 27,7 0,0 539,8 0,0 277,7 132,0 25,0 17,8 0,0 0,0 72,9 11,0 31,1 276,7 0,0 461,5 1272,4 7 Todeschini A A (18º) R A (28º) 0,0 8,8 0,1 0,0 37,2 3,2 0,0 68,5 0,0 22,5 163,9 6,3 37,6 0,0 0,0 3,2 20,2 5,0 314,5 0,0 573,5 117,4 9 ABC A A (18º) R A (28º) 0,0 0,4 0,8 0,0 43,3 0,1 0,0 9,4 0,0 1,1 200,8 2,7 55,4 0,0 0,0 0,0 22,8 0,3 388,6 0,0 711,6 14,0 10 Eternit A A (18º) R A (28º) 0,0 217,3 0,0 0,0 30,1 19,5 0,0 450,6 0,0 218,1 164,1 17,6 28,6 0,0 0,0 48,6 14,1 19,9 338,6 0,0 575,5 991,4 12 Facicasas A A (18º) R A (28º) 0,0 41,2 0,2 0,0 40,3 7,0 0,0 178,8 0,0 67,5 191,1 8,3 45,6 0,0 0,0 11,3 20,8 8,1 374,1 0,0 672,1 322,2 13 Paineira A A (18º) R A (28º) 0,0 584,0 0,0 0,6 24,3 55,8 0,0 855,7 0,0 493,4 141,2 50,1 17,7 0,6 0,0 158,2 10,3 74,1 299,7 0,0 493,1 2272,5 15 COHAB - PA A A (18º) R A (28º) 0,0 23,2 3,9 0,0 66,8 3,5 0,0 136,9 0,0 49,0 301,7 6,6 109,1 0,0 0,0 5,9 34,1 4,8 576,2 0,0 1091,8 230,0 16 Castellamare A A (18º) R A (28º) 0,0 286,1 0,0 0,0 36,5 22,8 0,0 544,6 0,0 273,5 205,2 20,0 42,2 0,0 0,0 62,9 16,7 23,5 419,9 0,0 720,6 1233,4 17 Tetolar A A (18º) R A (28º) 0,0 67,9 0,0 0,0 37,1 11,4 0,0 231,5 0,0 92,7 173,2 11,4 37,9 0,0 0,0 19,0 19,5 12,0 338,0 0,0 605,6 446,0 18 CHJ A A (18º) R A (28º) 0,0 48,3 0,7 0,0 44,8 6,2 0,0 200,1 0,0 77,0 223,7 7,7 58,3 0,0 0,0 11,7 22,6 6,9 441,2 0,0 791,5 357,9 2996,35 8 6,70 1 799,79 5 2892,40 7 568,59 2 Σ Ordenamento 5703,89 2801,38 10 6 702,16 593,10 5287,87 4 3 9 Ressalta-se a inadequação, segundo os critérios aqui sugeridos e método utilizado na avaliação, de quase todas as edificações para o clima em que estão edificados os protótipos, Curitiba. Diferentemente dos bons resultados obtidos para Maringá, situada na mesma zona bioclimática. Praticamente no mesmo patamar de Curitiba, quanto à soma geral dos resultados, está São Luis, mas por desconforto por calor. Também chamam atenção os resultados obtidos para Brasília, todos dentro do nível bom, com somatório próximo de zero. Somando-se os resultados para todos os climas, obtiveram os piores resultados, como tipologias, aquelas de menor inércia térmica (destacando-se a tipologia Batistella, número 2). Esse fato reforça a necessidade de cuidados ao se especificar esse tipo de 133 edificação. Porém, deve-se destacar, os resultados negativos foram registrados nos climas mais rigorosos, havendo ótimos resultados para climas mais amenos. Na Tabela 23 são apresentados os resultados, para todas as tipologias, em forma de conceitos, permitindo comparação com o método de avaliação de desempenho que será visto a seguir (IPT). TABELA 23 - RESUMO DO DESEMPENHO DAS TIPOLOGIAS PARA OS 10 CLIMAS AVALIADOS (CONCEITO) Nº TIPOLOGIA 1 2 3 5 6 7 9 10 12 13 15 16 17 18 MLC Batistella Kurten Constroyer A. Gutierrez Todeschini ABC Eternit Facicasas Paineira COHAB - PA Castellamare Tetolar CHJ CIDADE Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba C A A C C B A A A C C A A C C C A A A C A A A B A B A A A C A A A C A A A A A B B A A C B B A A A B A A A A A B A A A C A A A A A B A A A C B A A C B B A A A C A A A B A B A A A C C A A C C B A B A B A A A A A C A A A C B A A C B B A A A C A A A B A B A A A C A A A B A B A A A C 134 3.6.3 Avaliação segundo o Método IPT Nesta seção, utilizou-se a estimativa das temperaturas internas, para diferentes cidades, conforme descrito acima, para avaliar as edificações segundo o método proposto pelo IPT (s.d.). Na metodologia do IPT, a caracterização do comportamento térmico da edificação constitui apenas uma das etapas do processo de avaliação do desempenho quanto ao conforto térmico de uma residência, sendo também consideradas as exigências humanas de conforto, as condições típicas de exposição ao clima, a caracterização da edificação e sua ocupação, mas que não serão abordados neste estudo. Vale lembrar que não existe, até o momento, a definição dos intervalos para o conforto térmico específicos para cada região analisada. Aguardam-se estudos no sentido de definir as faixas de temperaturas consideradas confortáveis para as populações de cada região. Devido a isso, utilizou-se o intervalo genérico proposto pelo próprio método IPT. Na metodologia IPT, para a definição dos valores limites da temperatura do ar que satisfazem as exigências de conforto da norma ISO 7730 (satisfação de pelo menos 80% dos ocupantes dos recintos), foram adotados os seguintes parâmetros: taxa de metabolismo dos ocupantes: 47 W/m² (dormindo) e 70 W/m² - (executando serviços leves); índices de resistência térmica das roupas: 0,35 Clo (roupas leves, típicas - de verão), 0,80 Clo (roupas pesadas, típicas de inverno durante o dia) e 2,00 Clo (roupas de cama pesadas, para inverno); - umidade relativa do ar: 40% a 60%; - temperatura radiante média do ambiente: igual à temperatura do ar. Sob essas condições, estima-se que existam condições de conforto no intervalo entre 12ºC e 29ºC: temperatura máxima de conforto para verão: o 29ºC (velocidade do ar de aproximadamente 0,5 m/s, roupas leves, executando serviços leves); temperatura mínima de conforto para inverno: o 17ºC (velocidade do ar menor ou igual a 0,25 m/s, roupas pesadas, executando serviços leves); 135 o 12ºC (velocidade do ar menor ou igual a 25 m/s, roupas pesadas, pessoa dormindo). Segundo esse intervalo, na metodologia IPT, estabeleceu-se níveis de desempenho térmico para as habitações no inverno e verão. Níveis para verão: - A: quando a temperatura do ar interior for menor que 29ºC; - B: quando o valor máximo da temperatura do ar interior não ultrapassar o valor máximo diário da temperatura do ar externo; - C: quando o valor máximo da temperatura do ar interior ultrapassar o valor máximo diário da temperatura do ar externo; Níveis para inverno: - A: quando a temperatura do ar interior for maior ou igual a 17ºC; - B: quando a temperatura do ar interior ficar menor que 17ºC e maior ou igual que 12ºC; - C: quando a temperatura mínima do ar interior ficar abaixo de 12ºC. Neste ponto deve-se notar que a metodologia adotada pelo IPT foi desenvolvida para a avaliação dos períodos de inverno e verão a partir de um dia típico de projeto, para cada um desses períodos, e não para dados anuais, ou seja, para os 365 dias do ano. 3.6.3.1 Adaptação da metodologia IPT para dados anuais A aplicação da metodologia para analisar o desempenho de uma edificação por todo um ano necessita certa adaptação, descrita a seguir. Tomando as temperaturas citadas acima como critérios e tendo em mãos os anos climáticos de referência para as 10 cidades, utilizou-se as equações de regressão linear para estimar o comportamento da temperatura interna de 14 edificações10, calculando-se as temperaturas máximas e mínimas internas para cada dia do ano climático de referência. De posse dessa estimativa avaliou-se os níveis de desempenho para todos os dias do ano, para a situação de aquecimento (inverno) e resfriamento (verão). Somando-se os dias em que determinada edificação obteve cada um dos níveis (A, B e C), e comparando a quantidade de dias em que obteve cada classificação, quanto a aquecimento, por exemplo, pode-se avaliar seu desempenho para uma dada situação climática. 10 Que possuíam dados de medições internas para 3 períodos. 136 Adotou-se: “A” quando a quantidade de dias com essa classificação fosse maior que a soma das demais; “B” quando houvesse predominância dessa classificação sobre as demais ou quando a soma da classificação “B” com “C” fosse maior ou igual que a quantidades de dias com “A”; e “C” quando houvesse predominância dessa classificação sobre as demais. 3.6.3.2 Avaliação do desempenho térmico da tipologia MLC (1) Na Tabela 24, como exemplo, quantifica-se o desempenho térmico para a tipologia 1, MLC, para a situação de aquecimento. Na linha inferior da tabela aparece o nível de desempenho térmico predominante para o ano climático na situação de aquecimento (Avaliação Geral para Aquecimento). TABELA 24 - AVALIAÇÃO PELO CRITÉRIO IPT QUANTO À TEMPERATURA MÍNIMA DE CONFORTO PARA INVERNO CONCEITO A B C Conceito Inverno Edificação CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 327 338 365 365 261 311 365 346 193 0 38 23 0 0 88 54 0 17 142 0 0 4 0 0 16 0 0 2 30 A A A A A A A A A A De forma semelhante, quantifica-se a necessidade de resfriamento para a tipologia, para cada cidade. Na linha inferior da Tabela 25 estão os níveis quanto a resfriamento (Avaliação Geral quanto a Resfriamento). TABELA 25 - AVALIAÇÃO PELO CRITÉRIO IPT QUANTO À TEMPERATURA MÁXIMA DE CONFORTO PARA VERÃO CONCEITO A B C Conceito Verão Edificação Belém Brasilia Florianópolis São Luis 16 346 340 3 86 19 24 74 263 0 1 288 C A A C CIDADE Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 123 291 343 247 236 334 109 61 22 89 90 8 133 13 0 29 39 23 C A A A A A Adotando-se o pior nível de desempenho, entre inverno e verão, tem-se uma classificação única para a edificação. Através dessa classificação simplificada (ou única) pode-se determinar qual a região climática apropriada para a tipologia construtiva. A Tabela 26 resume do desempenho térmico da tipologia MLC, para diversas cidades. TABELA 26 - AVALIAÇÃO GERAL, PELO CRITÉRIO IPT, CONSIDERANDO OS PIORES RESULTADOS PARA INVERNO E VERÃO 137 CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Final Edificação C A A C C A A A A A No Mapa 5, a seguir, representa-se graficamente a melhor locação para a tipologia, considerando os dados disponíveis para 10 cidades. MAPA 5 - AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DA TIPOLOGIA MLC (1) SEGUNDO CRITÉRIOS IPT BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 MARINGÁ Z1 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 Detalhes da avaliação das demais edificações pode ser vista ao final (Apêndice L). 3.6.3.3 Resumo do desempenho das tipologias segundo o método IPT A Tabela 27, apresenta o resumo do desempenho térmico das diversas tipologias, para as 10 cidades. Concordando com o método de avaliação de desempenho Graus-Dia, as edificações de menor inércia térmica tiveram as piores classificações. As cidades mais problemáticas foram Curitiba, São Luis, Belém e Natal. As tipologias tiveram desempenho bom em Brasília, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo. Porém, comparando as classificações de cada residência para cada cidade percebese que há grandes diferenças nos resultados obtidos, principalmente para Curitiba e Porto Alegre. 138 TABELA 27 - RESUMO DO DESEMPENHO TÉRMICO DAS 14 TIPOLOGIAS PARA OS 10 CLIMAS AVALIADOS, SEGUNDO O MÉTODO IPT CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba MLC C A A C C A A A A A Batistella C A A C C A A C C A Kurten C A A C C A A A A B Constroyer B A A B B A A A A B A. Gutierrez B A A B A A A A A A Todeschini B A A B B A A A A B ABC B A A B A A A A A B Eternit C A A C C A A A B B Facicasas B A A B A A A A A B Paineira C A A C C A A A A A COHAB - PA A A A B A A A A A B Castellamare C A A C C A A A A B Tetolar B A A B B A A A A B CHJ B A A B A A A A A B Nº TIPOLOGIA 1 2 3 5 6 7 9 10 12 13 15 16 17 18 Verificam-se diferenças entre os resultados obtidos pelas edificações segundo o método Graus-Dia e IPT (compare-se as Tabelas 23 e 27), com significativa melhora nos conceitos para as cidades de Porto Alegre e Curitiba, o que pode sugerir ser o método IPT menos rigoroso no que se refere à situação de frio. Nota-se que, para os dois métodos de avaliação do desempenho térmico, foram sugeridas adaptações que necessitam de pesquisas específicas para serem ratificadas. Somente assim os resultados poderiam ser comparados. Lembra-se que o objetivo central deste capítulo era mostrar a aplicação das equações na estimativa das temperaturas internas para diferentes climas, avaliando o desempenho das edificações para cada clima segundo os métodos citados acima. A seguir são apresentadas as conclusões gerais sobre os resultados obtidos com o estudo, além de sugestões para pesquisas futuras. 139 CAPÍTULO 4 CONCLUSÕES Este estudo apresentou o método para estimativa de temperaturas ambientes, baseado em equações de regressão linear, denominado regressão múltipla. Comparou-o com outros dois métodos similares, fez proposição no sentido de melhorar as estimativas, buscou descobrir fatores que influenciam as margens de erro e demonstrou a aplicação do método na avaliação do desempenho térmico de 14 de edificações de interesse social, em 10 diferentes climas. São possíveis melhoras, mas os resultados apresentados, quando comparados dados estimados com medidos, são suficientementes para que incentivem a continuidade dos estudos aplicando as equações de regressão na avaliação do desempenho térmico de habitações de interesse social. As estimativas de temperaturas feitas através das equações apresentam uma certa margem de erro, que ocorre também nos métodos baseados em softwares e características termofísicas. Buscou-se um grau de precisão aceitável e não resultados estimados idênticos aos medidos. De qualquer forma, esses resultados constituem informações mais detalhadas que as obtidas a partir dos dias típicos de projeto, normalmente usados quando se busca avaliar o comportamento de uma edificação para climas diferentes. Para países em situação similar ao Brasil, com grande variedade de climas, disponibilidade de tipologias construtivas mas carentes de recursos e de dados, as equações de regressão constituem uma alternativa para fornecimento de dados para metodologias de avaliação de desempenho térmico, pois os únicos dados de que necessitam são temperaturas internas e externas, obtidas em curtos períodos de medição, e anos climáticos de referência. 4.1 SOBRE OS OBJETIVOS PROPOSTOS Atingindo o objetivo principal do trabalho, mostrou-se uma possibilidade de avaliação edificações de interesse social quanto ao desempenho térmico para diferentes climas com dados gerados a partir das equações de regressão linear, conforme exemplos utilizando as metodologias Graus-Dia e IPT, na seção 3.6. Foram necessárias adaptações às metodologias de avaliação, de forma a avaliar dados anuais, mas pôde-se apontar quais as melhores tipologias construtivas para cada uma das 10 cidades. Sobre os objetivos específicos: 140 - É possível melhorar a qualidade das estimativas eliminando do procedimento para obtenção das equações o passo que se refere à inserção do coeficiente DelT, conforme visto na seção 3.4. No entanto, essa modificação altera o formato das equações sugerido por Givoni (1999), pois o coeficiente linear das equações passa a variar de uma equação para outra, para uma mesma tipologia. - Depois de eliminado o passo referente à operação algébrica, comparou-se a qualidade das estimativas do método regressão múltipla com outros métodos baseados em regressão linear, percebendo-se que, na estimativa das temperaturas internas mínimas, o método regressão apresentou melhores resultados. Em se tratando das temperaturas médias e máximas, apresentou resultados levemente piores, conforme descrito na seção 3.4. - Investigando as influências sobre as margens de erro, constatou-se que: o Apesar de não encontradas relações com o erro das estimativas a partir da análise dos dados referentes aos padrões de uso das edificações, na análise dos dados medidos e estimados parece clara a interferência do usuário, de formas distintas, nos momentos em que ocorrem as temperaturas mais baixas e mais altas. Nos momentos em que ocorrem as temperaturas externas mais baixas, os usuários aparentemente tendem a agir de forma a diminuir as trocas de calor com o meio externo. Nos momentos em que ocorrem as temperaturas externas mais altas, promove-se a ventilação interna, favorecendo as trocas com o meio externo. Essa interferência compromete a linearidade da relação entre temperaturas externas e internas, originando erros nas estimativas. Ou seja, o usuário interfere diretamente na qualidade das estimativas. Porém, destaca-se, essa interferência é homogênea, sem grandes variações de uma família para outra. o O atraso térmico, na análise das características termofísicas das edificações, influi na qualidade das estimativas, negativamente. Trata-se de uma verificação importante, pois limita a aplicação das equações de regressão linear a uma gama de edificações segundo o atraso térmico. Verificou-se, conforme descrito na seção 3.5.1, que quanto menor a influência da temperatura externa sobre a interna, pior as estimativas. o Corroborando a afirmação anterior, em análise considerando a amplitude e inércia térmica das edificações, percebeu-se que o erro das estimativas 141 é inversamente proporcional à amplitude. Por um lado, restringe a aplicação das equações, por outro indica que grandes amplitudes térmicas internas permitirão erros pouco significativos. 4.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO O método para estimativa de temperaturas ambientes, aqui utilizado, limita-se, ao menos por enquanto, às edificações de pequenas proporções, onde as temperaturas são praticamente homogêneas em todos os seus cômodos. Cada equação é específica para uma dada edificação, número de usuários e determinada faixa de zonas climáticas. Aplicações para edificações com características distintas das utilizadas nesta pesquisa necessitariam de estudos específicos. Em se tratando de softwares ou outros métodos utilizados com os mesmo objetivos do método aqui estudado, salienta-se que a intenção desta pesquisa está em oferecer alternativas e não em desqualificar outras formas de se obter estimativas. Havendo inclusive aspectos do método utilizando equações de regressão, aqui utilizado, que podem ser vistos como desvantagens, em comparação com outros. Entre eles cita-se: necessidade de construção de protótipos; um longo período de medições; medições em clima com grande amplitude para maior abrangência de climas quando a intenção é fazer estimativas para condições climáticas diferentes. Usar equações geradas a partir de dados do período de inverno para analisar desconforto por frio e do período de verão para analisar desconforto por calor, derivando do método dois períodos, parece ser uma forma mais acertada que a utilizada neste estudo, que gerou equações a partir de todo o conjunto de dados disponíveis. Essa observação se ampara no fato de que dados de verão podem comprometer equações cujo principal objetivo é analisar o desempenho quanto ao frio. Também, dados de inverno podem comprometer equações cujo objetivo é analisar o desconforto por calor. Boas estimativas obtidas para algumas edificações, lembra-se, não permitem a generalização da aplicação de uma equação para qualquer clima. Deve-se respeitar e restringir a aplicação a faixas não muito diversas. Acredita-se que as equações, obtidas a partir de um clima com grande amplitude térmica, como o de Curitiba, sejam aplicáveis a um conjunto de localidades com temperaturas situadas dentro da faixa de temperaturas externas aqui registradas (1º período: mínima -3,30ºC e máxima 26,60ºC; 2º período: mínima 11,50ºC e máxima 32,90ºC; 3º período: mínima 5,2ºC e máxima 29,7ºC). Isso exclui locais onde ocorrem temperaturas extremas, muito abaixo ou muito acima da faixa de 142 temperaturas registrada, sendo necessários levantamentos e equações específicas para essas regiões. Sobre a questão dos diferentes usuários para uma mesma tipologia de moradia, em climas diferentes, acredita-se que, considerando aplicação para uma faixa não muito diversa de climas, não sejam muito diversos os padrões de comportamento. Existirão diferentes influências sobre a ação dos usuários, de uma região para outra (desde influências culturais até a adaptação física ao clima). Em uma mesma temperatura, serão diferentes as condições de umidade, radiação e vento, de uma localidade para outra, produzindo diferentes sensações térmicas. Certamente os usuários de edificações em climas diferentes apresentarão diferentes graus de sensibilidade às variações de temperatura. Essa diferença na sensibilidade fará com que a ação na promoção da ventilação interna seja diferente de uma região para outra. Mas, acredita-se, não tão diferente a ponto de afetar a temperatura interna de forma significativa dentro das faixas de temperatura abrangidas pelo presente estudo. Espera-se que, em uma situação de temperaturas elevadas, acima de 30ºC, por exemplo, tanto o morador de região de clima frio, quanto o de clima quente, tenham sensação de calor e promovam a ventilação interna de suas edificações. O mesmo exemplo vale para situações de frio. É necessário considerar também que a ventilação é limitada pelo número e dimensões das aberturas, sendo edificações semelhantes, as limitações serão as mesmas. Também é necessário considerar que não se está prevendo a sensação de conforto, mas sim a temperatura interna. 4.3 APLICAÇÃO PRÁTICA IMEDIATA NA ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL Conforme observado, por ocasião da análise dos erros nas estimativas, na forma em que as equações se apresentam, em edificações de alta inércia térmica a precisão é limitada. O que exige estudos para que se resolva essa questão. Porém, em edificações de baixa inércia térmica as estimativas se aproximam muito das temperaturas medidas. Esse fato faz com que as equações tenham desde já um alto potencial para aplicação no campo específico das edificações pré-fabricadas, caracterizadas pela exigência de leveza dos componentes e pela possibilidade de implantação das unidades em regiões distantes do local em que foram produzidas. Destacam-se as casas de madeira (os famosos Kits), atualmente exportadas para outros países em desenvolvimento. Pela necessidade comercial de fornecer garantias de qualidade (conforto térmico inclusive), são um ótimo produto para a aplicação das equações de regressão linear, desde que no local de implantação das moradias não sejam registradas temperaturas extremamente diferentes das brasileiras. 143 4.4 PESQUISAS FUTURAS Em virtude da aplicação das equações para diferentes climas estar embasada apenas em comparações com estimativas feitas por meio de softwares, para ratificar as equações, fazem-se necessárias investigações envolvendo tipologias similares edificadas em diferentes climas. Além de aumentar a confiabilidade nas equações, esse estudo permitiria definir a abrangência da aplicação de uma determinada equação. Considerando a crescente importância do tema conforto térmico no Brasil, muito interessante seria uma avaliação para saber se foram corroboradas nesta pesquisa as recomendações constantes no projeto da norma técnica sobre desempenho térmico de edificações (ABNT, 1998) para as quatro zonas climáticas para as quais se fez a avaliação de desempenho térmico, das 14 edificações da Vila Tecnológica. Em se tratando da estimativa de temperaturas máximas, considerando o aparente realinhamento das temperaturas internas em resposta às externas quando estas atingem valores acima dos considerados confortáveis, seria interessante analisar com cuidado dados referentes à radiação solar. Talvez seja possível inseri-los nas equações, com melhoras para as estimativas. Para isso concorrem duas importantes questões: as diferentes latitudes (e conseqüentes diferentes intensidades de radiação) existentes em nosso território e, no caso específico de edificações térreas, a importância da cobertura em se tratando de ganhos de calor. Pela constatação da influência do usuário e da amplitude térmica das edificações no erro das estimativas utilizando regressão linear, surge necessidade de pesquisas considerando a relação entre temperaturas internas e externas como não linear. Ao menos não linear nos momentos em que externamente se registram as temperaturas mais altas e as mais baixas. Conforme já sugerido, seriam interessantes estudos que permitissem adaptar as metodologias Graus-Dia e IPT para a avaliação de dados anuais de edificações, sendo que os adaptações feitas aos dois métodos neste estudo carecem de melhores embasamentos. Ficam lacunas, mas que neste estudo, com objetivos restritos, não cabem investigar. Sente-se a falta de uma maior análise dos resultados obtidos para o desempenho térmico de cada edificação segundo os métodos Graus-Dia e IPT, verificando as características termofísicas das edificações e seu respectivo desempenho (o exposto teve apenas o objetivo de apresentar o método). 144 A longo prazo, objetiva-se com esta pesquisa colaborar para a elaboração de um método que permita a correta especificação de tipologias construtivas em relação às características climáticas regionais, utilizando-se das equações de regressão linear para estimar temperaturas ambientes de moradias ou protótipos habitacionais que tenham sido devidamente monitorados. Futuramente, quando estudos específicos na área de conforto e preferência térmica permitirem estabelecer as margens superiores e inferiores das zonas de conforto para cada região, será possível, através das equações, estimar o número de horas em que será necessário utilização de aparelhos de condicionamento de ar ou, então, especificar tipologias que demandem o menor consumo. 145 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT Projeto 02:135.07-003: Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1998. AIR INFILTRATION AND VENTILATION CENTRE - AIVC. Inhabitant Behaviour with Respect to Ventilation - Technical Note AIVC 23, Great Britain, AIR INFILTRATION AND VENTILATION CENTRE, 1998. BONDUKI, N., Origens da Habitação Social no Brasil. Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria. 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Belo Horizonte: Fundação Chistiano Ottoni, 1996. 147 APÊNDICES 148 APÊNDICE A - Resultados completos da comparação dos dados estimados com os medidos, para o método Regressão Múltipla Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min1 R² EPE Ti min2 R² EPE Tmed R² EPE Ti max1 R² EPE Ti max2 R² EPE 1 MLC inverno verão 0,91 1,41 0,98 0,98 0,91 1,63 0,54 3,53 0,85 1,25 0,81 1,18 0,93 0,94 0,90 1,43 0,83 2,99 0,66 1,27 2 Batistella inverno verão 0,93 2,83 0,96 3,83 0,96 2,36 0,84 2,54 0,72 1,71 0,81 2,73 0,85 3,79 0,94 2,31 0,90 2,38 0,70 1,62 3 Kurten inverno verão 0,97 1,39 0,99 2,08 0,95 1,58 0,87 2,05 0,51 2,37 0,92 1,32 0,94 2,08 0,92 1,52 0,77 2,13 0,38 2,27 4 3P inverno verão 0,97 0,71 0,98 1,08 0,98 1,49 0,76 3,09 0,83 1,28 0,79 0,98 0,87 1,17 0,91 1,52 0,79 2,89 0,66 1,42 5 Constroyer inverno verão 0,82 3,39 0,92 1,82 0,79 1,19 0,22 2,82 0,71 1,60 0,77 3,28 0,87 1,77 0,81 0,75 0,49 2,04 0,76 1,16 6 A. Gutierrez inverno verão 0,89 1,66 0,97 0,95 0,89 1,35 0,44 2,97 0,86 1,13 0,86 1,34 0,89 0,98 0,88 1,07 0,67 2,30 0,80 0,94 7 Todeschini inverno verão 0,91 1,59 0,97 0,74 0,94 0,85 0,71 1,83 0,81 1,82 0,81 1,47 0,86 0,91 0,85 0,94 0,78 1,58 0,77 1,84 8 EPOTEC inverno verão 0,89 1,89 0,96 0,73 0,88 1,10 0,56 2,73 0,83 1,21 0,87 1,70 0,91 0,66 0,89 0,88 0,81 2,45 0,74 1,58 9 ABC inverno verão 0,92 1,15 0,96 0,97 0,93 0,99 0,62 2,09 0,84 1,78 0,93 0,72 0,95 0,79 0,93 0,75 0,86 1,42 0,78 1,78 10 Eternit inverno verão 0,94 1,45 0,98 2,30 0,94 1,95 0,87 2,42 0,50 2,10 0,87 1,31 0,92 2,29 0,95 1,82 0,79 2,48 0,40 2,15 11 A. Ribeiro inverno verão 0,92 1,71 0,96 2,73 0,94 2,09 0,88 2,91 0,54 1,99 0,85 1,53 0,92 2,68 0,94 2,00 0,90 2,92 0,59 2,10 12 Facicasas inverno verão 0,92 1,28 0,97 0,94 0,93 1,12 0,69 2,71 0,82 1,20 0,84 1,10 0,91 0,94 0,91 1,03 0,80 2,54 0,69 1,53 13 Paineira inverno verão 0,89 1,51 0,96 0,98 0,91 1,60 0,59 3,47 0,84 1,27 0,78 1,34 0,85 1,08 0,89 1,46 0,75 3,09 0,69 1,26 14 Jose Tureck inverno verão 0,93 1,92 0,97 0,77 0,94 0,79 0,60 2,29 0,84 1,26 0,86 1,78 0,91 0,73 0,88 0,68 0,83 1,89 0,66 1,49 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 1,24 0,98 1,03 0,92 1,57 0,38 3,05 0,85 1,40 0,82 1,14 0,88 1,15 0,91 1,39 0,77 2,07 0,85 1,11 16 Castellamare inverno verão 0,93 1,13 0,97 0,98 0,90 1,81 0,64 3,55 0,82 1,40 0,86 0,88 0,93 0,90 0,93 1,59 0,95 3,14 0,78 1,28 17 Tetolar inverno verão 0,92 1,12 0,97 1,55 0,95 1,20 0,81 2,49 0,76 1,55 0,85 0,84 0,91 1,51 0,93 1,16 0,83 2,51 0,76 1,71 18 CHJ inverno verão 0,93 1,04 0,97 1,15 0,93 1,44 0,63 2,91 0,89 1,03 0,89 0,76 0,93 1,11 0,92 1,27 0,85 2,45 0,69 1,30 149 APÊNDICE B - Resultados completos da comparação dos dados estimados com os medidos, para o método Dois Períodos 1 MLC inverno verão Ti min1 Ti min2 Tmed Ti max1 Ti max2 R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE R² EPE 0,91 1,14 0,83 1,56 0,91 0,95 0,54 2,03 0,85 1,17 0,81 0,84 0,59 1,24 0,90 0,58 0,83 0,85 0,66 1,20 2 Batistella inverno verão 0,93 1,12 0,79 1,92 0,96 0,64 0,84 1,25 0,72 1,65 0,81 0,90 0,38 1,63 0,94 0,46 0,90 0,87 0,70 1,52 3 Kurten inverno verão 0,97 0,69 0,84 1,52 0,95 0,67 0,87 1,16 0,51 2,25 0,92 0,57 0,54 1,35 0,92 0,53 0,77 1,29 0,38 2,13 4 3p inverno verão 0,97 0,69 0,89 1,23 0,98 0,45 0,76 1,48 0,83 1,24 0,79 0,97 0,61 1,33 0,91 0,57 0,79 1,09 0,66 1,39 5 Constroyer inverno verão 0,82 1,20 0,75 1,40 0,79 1,18 0,22 2,29 0,71 1,39 0,77 0,86 0,65 1,05 0,81 0,74 0,49 1,22 0,76 0,83 6 A. Gutierrez inverno verão 0,89 1,31 0,81 1,70 0,89 1,08 0,44 2,15 0,86 1,06 0,86 0,85 0,66 1,31 0,88 0,70 0,67 1,08 0,80 0,85 7 Todeschini inverno verão 0,91 1,14 0,83 1,57 0,94 0,75 0,71 1,45 0,81 1,17 0,81 0,97 0,63 1,34 0,85 0,86 0,78 1,13 0,77 1,16 8 Epotec inverno verão 0,89 1,09 0,80 1,48 0,88 0,96 0,56 1,70 0,83 1,05 0,87 0,72 0,65 1,17 0,89 0,69 0,81 1,19 0,74 1,40 9 ABC inverno verão 0,92 1,04 0,81 1,66 0,93 0,82 0,62 1,76 0,84 1,14 0,93 0,54 0,58 1,30 0,93 0,52 0,86 0,87 0,78 1,10 10 Eternit inverno verão 0,94 0,89 0,84 1,50 0,94 0,75 0,87 1,05 0,50 2,07 0,87 0,66 0,51 1,30 0,95 0,38 0,79 1,23 0,40 2,10 11 A. Ribeiro inverno verão 0,92 1,09 0,79 1,77 0,94 0,73 0,88 0,96 0,54 1,90 0,85 0,81 0,53 1,42 0,94 0,48 0,90 0,97 0,59 1,94 12 Facicasas inverno verão 0,92 1,06 0,83 1,57 0,93 0,77 0,69 1,51 0,82 1,14 0,84 0,84 0,59 1,33 0,91 0,63 0,80 1,16 0,69 1,44 13 Paineira inverno verão 0,89 1,22 0,82 1,53 0,91 0,92 0,59 1,89 0,84 1,17 0,78 0,99 0,69 1,17 0,89 0,66 0,75 1,05 0,69 1,17 14 José Tureck inverno verão 0,93 0,94 0,83 1,43 0,94 0,72 0,60 1,56 0,84 0,97 0,86 0,67 0,54 1,22 0,88 0,59 0,83 0,87 0,66 1,24 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 1,07 0,83 1,56 0,92 0,98 0,38 2,48 0,85 1,22 0,82 0,94 0,70 1,22 0,91 0,64 0,77 1,07 0,85 0,85 16 Castellamare inverno verão 0,93 1,00 0,83 1,49 0,90 0,99 0,64 1,66 0,82 1,20 0,86 0,70 0,53 1,31 0,93 0,46 0,95 0,50 0,78 1,05 17 Tetolar inverno verão 0,92 1,12 0,81 1,73 0,95 0,68 0,81 1,26 0,76 1,41 0,85 0,83 0,54 1,48 0,93 0,58 0,83 1,24 0,76 1,49 18 CHJ inverno verão 0,93 1,00 0,84 1,54 0,93 0,86 0,63 1,80 0,89 1,01 0,89 0,69 0,59 1,34 0,92 0,55 0,85 0,89 0,69 1,28 Nº TIPOLOGIA PERÍODO 150 APÊNDICE C - Resultados completos da comparação dos dados estimados com os medidos, para o método Dupla Regressão Nº TIPOLOGIA PERÍODO Ti min1 R² EPE Ti min2 R² EPE Tmed R² EPE Ti max1 R² EPE Ti max2 R² EPE 1 MLC inverno verão 0,91 1,14 0,98 1,04 0,91 0,96 0,54 2,03 0,85 1,17 0,81 0,84 0,93 0,84 0,90 0,59 0,83 0,86 0,66 1,20 2 Batistella inverno verão 0,93 1,12 0,96 1,28 0,96 0,64 0,84 1,28 0,72 1,69 0,81 0,91 0,85 1,10 0,94 0,46 0,90 0,93 0,70 1,60 3 Kurten inverno verão 0,97 0,70 0,99 0,95 0,95 0,67 0,87 1,16 0,51 2,25 0,92 0,57 0,94 0,82 0,92 0,54 0,77 1,30 0,38 2,14 4 3p inverno verão 0,97 0,70 0,98 1,40 0,98 0,45 0,76 1,48 0,83 1,25 0,79 0,98 0,87 1,22 0,91 0,58 0,79 1,10 0,66 1,40 5 Constroyer inverno verão 0,82 1,20 0,92 1,60 0,79 1,19 0,22 2,29 0,71 1,39 0,77 0,89 0,87 1,26 0,81 0,74 0,49 1,23 0,76 0,83 6 A. Gutierrez inverno verão 0,89 1,32 0,97 1,00 0,89 1,08 0,44 2,15 0,86 1,06 0,86 0,88 0,89 0,93 0,88 0,70 0,67 1,08 0,80 0,85 7 Todeschini inverno verão 0,91 1,14 0,97 0,78 0,94 0,76 0,71 1,47 0,81 1,22 0,81 0,98 0,86 2,72 0,85 0,86 0,78 1,17 0,77 1,24 8 Epotec inverno verão 0,89 1,10 0,96 0,70 0,88 0,98 0,56 1,79 0,83 1,15 0,87 0,76 0,91 0,63 0,89 0,73 0,81 1,36 0,74 1,54 9 ABC inverno verão 0,92 1,04 0,96 0,87 0,93 0,82 0,62 1,78 0,84 1,17 0,93 0,55 0,95 0,58 0,93 0,53 0,86 0,93 0,78 1,15 10 Eternit inverno verão 0,94 0,89 0,98 1,21 0,94 0,75 0,87 1,07 0,50 2,09 0,87 0,66 0,92 0,98 0,95 0,40 0,79 1,26 0,40 2,13 11 A. Ribeiro inverno verão 0,92 1,09 0,96 1,12 0,94 0,74 0,88 1,09 0,54 1,97 0,85 0,81 0,92 0,86 0,94 0,50 0,90 1,13 0,59 2,08 12 Facicasas inverno verão 0,92 1,06 0,97 0,83 0,93 0,78 0,69 1,56 0,82 1,19 0,84 0,85 0,91 0,76 0,91 0,65 0,80 1,23 0,69 1,51 13 Paineira inverno verão 0,89 1,22 0,96 1,36 0,91 0,92 0,59 1,90 0,84 1,18 0,78 1,00 0,85 1,21 0,89 0,66 0,75 1,05 0,69 1,17 14 José Tureck inverno verão 0,93 0,94 0,97 0,81 0,94 0,72 0,60 1,59 0,84 0,99 0,86 0,67 0,91 0,68 0,88 0,59 0,83 0,93 0,66 1,26 15 COHAB - Pará inverno verão 0,92 1,08 0,98 1,13 0,92 0,98 0,38 2,50 0,85 1,23 0,82 0,96 0,88 1,07 0,91 0,65 0,77 1,11 0,85 0,87 16 Castellamare inverno verão 0,93 1,00 0,97 1,34 0,90 0,99 0,64 1,69 0,82 1,22 0,86 0,71 0,93 1,02 0,93 0,47 0,95 0,62 0,78 1,10 17 Tetolar inverno verão 0,92 1,12 0,97 0,79 0,95 0,69 0,81 1,34 0,76 1,52 0,85 0,84 0,91 0,69 0,93 0,59 0,83 1,36 0,76 1,68 18 CHJ inverno verão 0,93 1,00 0,97 1,02 0,93 0,86 0,63 1,82 0,89 1,01 0,89 0,71 0,93 0,83 0,92 0,55 0,85 0,92 0,69 1,29 151 APÊNDICE D - Relação completa das Equações de regressão linear método Regressão Múltipla MLC (1) Ti min = +0,933 . GTe min +0,875 . (Te min - GTe min) +0,429 . [Te med (n-1) – Te min] +3,966 Ti min = +0,880 . GTe min +0,728 . (Te min - GTe min) +6,802 Ti med = +1,036 . GTe med +0,785 . (Te med - GTe med) +2,153 Ti max = +1,216 . GTe max +0,577 . Te max - GTe max -6,443 Ti max = +1,071 . GTe med +0,810 . (Te med - GTe med) +4,285 Batistella (2) Ti min = 0,975 . GTe min + 0,883 . (Te min - GTe min) +0,267 . [Te med (n-1) – Te min] + 2,637 Ti min = + 0,941 . GTe min + 0,791 . (Te min - GTe min) + 4,406 Ti med = + 1,022 . GTe med + 0,787 . (Te med - GTe med) + 2,468 Ti max = + 1,098 . GTe max + 0,735 . (Te max - GTe max) -1,104 Ti max = + 0,960 . GTe med + 0,869 . (Te med - GTe med) + 8,707 Kurten (3) Ti min = 3,916 + 0,902 . GTe min + 0,858 . (Te min - GTe min) +0,256 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 5,614 + 0,870 . GTe min + 0,770 . (Te min - GTe min) Ti med = 3,802 + 0,931 . GTe med + 0,781 . (Te med - GTe med) Ti max = 0,604 + 0,999 . GTe max + 0,740 . (Te max - GTe max) Ti max = 9,439 + 0,878 . GTe med + 0,768 . (Te med - GTe med) Constroyer (5) Ti min = 6,839 + 0,824 . GTe min + 0,68 . (Te min - GTe min) +0,451 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 9,821 + 0,768 . GTe min + 0,526 . (Te min - GTe min) Ti med = 5,247 + 0,879 . GTe med + 0,588 . (Te med - GTe med) Ti max = -1,798 + 0,992 . GTe max + 0,306 . (Te max - GTe max) Ti max = 7,015 + 0,871 . GTe med + 0,567 . (Te med - GTe med) 152 Andrade Gutierrez (6) Ti min = 4,458 + 0,942 . GTe min + 0,883 . (Te min - GTe min) +0,402 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 7,119 + 0,892 . GTe min + 0,746 . (Te min - GTe min) Ti med = 3,508 + 0,97 . GTe med + 0,764 . (Te med - GTe med) Ti max = -3,136 + 1,076 . GTe max + 0,516 . (Te max - GTe max) Ti max = 6,533 + 0,937 . GTe med + 0,764 . (Te med - GTe med) Todeschini (7) Ti min = 4,846 + 0,843 . GTe min + 0,857 . (Te min - GTe min) +0,352 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 7,172 + 0,799 . GTe min + 0,737 . (Te min - GTe min) Ti med = 4,727 + 0,866 . GTe med + 0,795 . (Te med - GTe med) Ti max = 1,643 + 0,876 . GTe max + 0,616 . (Te max - GTe max) Ti max = 9,216 + 0,781 . GTe med + 0,798 . (Te med - GTe med) ABC (9) Ti min = 4,618 + 0,858 . GTe min + 0,755 . (Te min - GTe min) +0,249 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 6,266 + 0,827 . GTe min + 0,671 . (Te min - GTe min) Ti med = 4,136 + 0,868 . GTe med + 0,736 . (Te med - GTe med) Ti max = 1,182 + 0,886 . GTe max + 0,619 . (Te max - GTe max) Ti max = 9,002 + 0,782 . GTe med + 0,818 . (Te med - GTe med) Eternit (10) Ti min = +0,92 . GTe min +0,833 . (Te min - GTe min) +0,314 . [Te med (n-1) – Te min] +3,513 Ti min = +0,881 . GTe min +0,726 . (Te min - GTe min) +5,588 Ti med = +0,988 . GTe med +0,752 . (Te med - GTe med) +2,784 Ti max = +1,087 . GTe max +0,735 . Te max-GTe max -1,539 Ti max = +0,954 . GTe med +0,765 . (Te med - GTe med) +8,096 153 Facicasas (12) Ti min = 4,107 + 0,89 . GTe min + 0,851 . (Te min - GTe min) +0,339 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 6,351 + 0,848 . GTe min + 0,735 . (Te min - GTe min) Ti med = 3,317 + 0,936 . GTe med + 0,784 . (Te med - GTe med) Ti max = -3,771 + 1,091 . GTe max + 0,616 . (Te max - GTe max) Ti max = 5,78 + 0,965 . GTe med + 0,804 . (Te med - GTe med) Paineira (13) Ti min = 3,989 + 0,948 . GTe min + 0,875 . (Te min - GTe min) +0,452 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 6,982 + 0,891 . GTe min + 0,721 . (Te min - GTe min) Ti med = 2,254 + 1,05 . GTe med + 0,789 . (Te med - GTe med) Ti max = -6,594 + 1,229 . GTe max + 0,575 . (Te max - GTe max) Ti max = 4,354 + 1,076 . GTe med + 0,795 . (Te med - GTe med) COHAB Pará (15) Ti min = 2,702 + 0,961 . GTe min + 0,889 . (Te min - GTe min) +0,384 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 5,245 + 0,914 . GTe min + 0,759 . (Te min - GTe min) Ti med = 1,186 + 1,009 . GTe med + 0,816 . (Te med - GTe med) Ti max = -3,189 + 1,02 . GTe max + 0,541 . (Te max - GTe max) Ti max = 5,974 + 0,889 . GTe med + 0,806 . (Te med - GTe med) Castellamare (16) Ti min = 3,552 + 0,934 . GTe min + 0,834 . (Te min - GTe min) +0,373 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 6,018 + 0,887 . GTe min + 0,707 . (Te min - GTe min) Ti med = 1,393 + 1,05 . GTe med + 0,756 . (Te med - GTe med) Ti max = -7,547 + 1,257 . GTe max + 0,634 . (Te max - GTe max) Ti max = 3,529 + 1,108 . GTe med + 0,799 . (Te med - GTe med) 154 Tetolar (17) Ti min = 4,022 + 0,887 . GTe min + 0,886 . (Te min - GTe min) + 0,331 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 6,214 + 0,845 . GTe min + 0,773 . (Te min - GTe min) Ti med = 3,682 + 0,929 . GTe med + 0,805 . (Te med - GTe med) Ti max = -2,65 + 1,079 . GTe max + 0,687 . (Te max - GTe max) Ti max = 6,937 + 0,947 . GTe med + 0,864 . (Te med - GTe med) CHJ (18) Ti min = 3,593 + 0,919 . GTe min + 0,851 . (Te min - GTe min) + 0,34 . [Te med (n-1) – Te min] Ti min = 5,842 + 0,877 . GTe min + 0,735 . (Te min - GTe min) Ti med = 2,34 + 0,975 . GTe med + 0,767 . (Te med - GTe med) Ti max = -4,757 + 1,122 . GTe max + 0,567 . (Te max - GTe max) Ti max = 5,389 + 0,973 . GTe med + 0,778 . (Te med - GTe med) 155 APÊNDICE E - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Mínima Interna estimada – 1º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 nl nl x vidro -0,4 FCS cob -0,2 FCS par 0,0 Fi cob 0,2 Fi par nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti min -0,6 -0,8 -0,8 -1,0 -1,0 Características Termofísicas Característica Termofísica R R APÊNDICE F - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Mínima Interna estimada – 2º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,6 -1,0 Característica Termofísica R Características Termofísicas R nl x vidro nl FCS cob -0,4 FCS par -0,2 Fi cob 0,0 Fi par 0,2 -0,8 -0,8 -1,0 nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti min 156 APÊNDICE G - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Mínima Interna estimada (Ti min2) – 1º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 nl nl x vidro -0,4 FCS cob -0,2 FCS par 0,0 Fi cob 0,2 Fi par nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti min -0,6 -0,8 -0,8 -1,0 -1,0 Características Termofísicas Característica Termofísica R R APÊNDICE H - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Mínima Interna estimada (Ti min2) – 2º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,6 -1,0 Característica Termofísica R Características Termofísicas R nl x vidro nl FCS cob -0,4 FCS par -0,2 Fi cob 0,0 Fi par 0,2 -0,8 -0,8 -1,0 nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti min 157 APÊNDICE I - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Máxima Interna estimada (Ti max2) – 1º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,8 nl nl x vidro -0,4 FCS cob -0,2 FCS par 0,0 Fi cob 0,2 Fi par nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R)) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Te min -0,6 -0,8 -1,0 -1,0 Características Termofísicas Característica Termofísica R R APÊNDICE J - Correlações: R² e EPE versus características termofísicas – Temperatura Máxima Interna estimada (Ti max2) – 1º período EPE - Ti min 1,0 0,8 0,8 -0,6 -0,6 -1,0 Característica Termofísica R Características Termofísicas R nl x vidro nl FCS cob -0,4 FCS par -0,2 Fi cob 0,0 Fi par 0,2 -0,8 -0,8 -1,0 nl x vidro nl FCS cob FCS par -0,4 Fi cob -0,2 Fi par 0,0 U cob 0,2 0,4 U cob 0,4 0,6 U par 0,6 Coeficiente de Correlação (R) 1,0 U par Coeficiente de Correlação (R) R² - Ti min 158 APÊNDICE K - Avaliação das Tipologias construtivas quanto ao Desempenho Térmico segundo o método dos Graus-Dia Sistema Construtivo Batistella (2) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 27,99 0,00 0,00 154,29 23,69 0,00 12,94 321,24 407,74 0,11 37,03 669,12 360,38 32,85 0,00 102,32 44,39 0,00 407,74 9 0,11 1 65,02 4 669,12 360,38 10 8 187,14 6 23,69 2 102,32 5 57,34 3 321,24 7 159 Sistema Construtivo Kurten (3) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 31,95 0,00 0,00 155,95 29,29 0,00 16,25 312,04 101,51 0,00 13,64 287,74 122,92 13,00 0,00 25,70 13,82 0,00 101,51 6 0,00 1 45,59 5 287,74 122,92 9 7 168,95 8 29,29 3 25,70 2 30,08 4 312,04 10 160 Sistema Construtivo Constroyer (5) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 23,37 0,00 0,00 109,70 15,04 0,00 11,98 226,35 122,60 0,00 17,39 308,12 137,26 16,82 0,00 33,35 18,74 0,00 122,60 6 0,00 1 40,76 5 308,12 137,26 10 8 126,51 7 15,04 2 33,35 4 30,72 3 226,35 9 161 Sistema Construtivo Andrade Gutierrez (6) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 24,13 0,00 0,00 131,98 17,76 0,00 10,98 276,65 298,32 0,00 27,68 539,84 277,68 25,00 0,00 72,85 31,06 0,00 298,32 9 0,00 1 51,82 4 539,84 277,68 10 8 156,98 6 17,76 2 72,85 5 42,05 3 276,65 7 162 Sistema Construtivo Todeschini (7) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,05 37,25 0,00 0,00 163,88 37,59 0,00 20,24 314,50 8,78 0,00 3,18 68,54 22,47 6,29 0,00 3,15 5,04 0,00 8,78 3 0,05 1 40,42 7 68,54 8 22,47 4 170,17 9 37,59 6 3,15 2 25,28 5 314,50 10 163 Sistema Construtivo ABC (9) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,81 43,26 0,00 0,00 200,77 55,40 0,00 22,77 388,63 0,39 0,00 0,12 9,40 1,14 2,72 0,00 0,00 0,27 0,00 0,39 2 0,81 3 43,38 7 9,40 6 1,14 4 203,49 9 55,40 8 0,00 1 23,04 5 388,63 10 164 Sistema Construtivo Eternit (10) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 30,06 0,00 0,00 164,09 28,65 0,00 14,09 338,62 217,26 0,00 19,47 450,59 218,06 17,57 0,00 48,58 19,87 0,00 217,26 7 0,00 1 49,53 5 450,59 218,06 10 8 181,66 6 28,65 2 48,58 4 33,95 3 338,62 9 165 Sistema Construtivo Facicasas (12) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,19 40,28 0,00 0,00 191,14 45,57 0,00 20,85 374,10 41,15 0,00 7,03 178,80 67,51 8,30 0,00 11,35 8,09 0,00 41,15 4 0,19 1 47,31 6 178,80 67,51 8 7 199,44 9 45,57 5 11,35 2 28,94 3 374,10 10 166 Sistema Construtivo Paineira (13) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,00 24,28 0,00 0,00 141,16 17,72 0,00 10,30 299,69 584,04 0,64 55,75 855,66 493,42 50,13 0,58 158,18 74,12 0,00 584,04 9 0,64 1 80,03 3 855,66 493,42 10 8 191,29 6 18,30 2 158,18 5 84,42 4 299,69 7 167 Sistema Construtivo COHAB – Pará (15) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 3,92 66,84 0,00 0,00 301,66 109,06 0,00 34,09 576,22 23,19 0,00 3,54 136,89 49,02 6,64 0,00 5,89 4,82 0,00 23,19 3 3,92 1 70,38 6 136,89 49,02 8 5 308,29 9 109,06 7 5,89 2 38,90 4 576,22 10 168 Sistema Construtivo Castellamare (16) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,03 36,50 0,00 0,00 205,25 42,16 0,00 16,74 419,88 286,12 0,00 22,76 544,57 273,48 20,04 0,00 62,94 23,47 0,00 286,12 8 0,03 1 59,27 4 544,57 273,48 10 7 225,29 6 42,16 3 62,94 5 40,21 2 419,88 9 169 Sistema Construtivo Tetolar (17) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,01 37,13 0,00 0,00 173,15 37,85 0,00 19,46 338,02 67,88 0,00 11,41 231,48 92,74 11,44 0,00 19,05 12,02 0,00 67,88 6 0,01 1 48,54 5 231,48 92,74 9 7 184,59 8 37,85 4 19,05 2 31,47 3 338,02 10 170 Sistema Construtivo CHJ (18) A A (18ºC) R A (28ºC) Σ Ordenamento CIDADES Belém Brasília Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 0,00 0,74 44,85 0,00 0,00 223,74 58,29 0,00 22,63 441,21 48,29 0,00 6,16 200,08 77,04 7,66 0,00 11,75 6,93 0,00 48,29 4 0,74 1 51,01 5 200,08 77,04 8 7 231,40 9 58,29 6 11,75 2 29,56 3 441,21 10 171 APÊNDICE L - Avaliação das Tipologias construtivas quanto ao Desempenho Térmico segundo o método IPT Sistema Construtivo Batistella (2) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 275 309 365 365 215 247 363 327 136 0 89 48 0 0 120 117 2 33 169 0 1 8 0 0 30 1 0 5 60 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 1 240 271 0 9 247 300 158 148 285 1 4 10 0 0 17 20 24 33 0 363 121 84 365 356 101 45 183 184 80 C A A C C A A C C A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral C A A C C A A C BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 C A 172 Sistema Construtivo Kurten (3) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 282 314 365 365 224 263 363 330 147 0 83 45 0 0 113 102 2 30 167 0 0 6 0 0 28 0 0 5 51 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 15 295 309 5 55 264 311 198 194 324 3 20 29 4 0 52 36 65 69 1 347 50 27 356 310 49 18 102 102 40 C A A C C A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral C A A C C A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 173 Sistema Construtivo Constroyer (5) Avaliação Geral CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 364 355 365 365 314 359 365 359 269 0 1 10 0 0 50 6 0 6 88 0 0 0 0 0 1 0 0 0 8 A A A A A A A A A A Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 37 365 339 8 132 344 365 277 335 365 321 0 23 330 172 21 0 78 30 0 7 0 3 27 61 0 0 10 0 0 B A A B B A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B B A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 174 Sistema Construtivo Andrade Gutierrez (6) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 342 346 365 365 280 335 365 346 214 0 23 15 0 0 73 30 0 18 125 0 0 4 0 0 12 0 0 1 26 A A A A A A A A A A Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 42 354 348 12 193 309 359 291 289 354 320 11 17 332 172 56 6 74 76 11 3 0 0 21 0 0 0 0 0 0 B A A B A A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B A A A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 175 Sistema Construtivo Todeschini (7) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 304 326 365 365 245 281 363 337 171 0 61 34 0 0 102 84 2 26 158 0 0 5 0 0 18 0 0 2 36 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 67 363 331 22 134 334 362 274 306 365 297 2 29 326 189 30 3 85 59 0 1 0 5 17 42 1 0 6 0 0 B A A B B A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B B A A A A B BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 176 Sistema Construtivo ABC (9) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 281 318 365 365 226 265 363 335 146 0 84 42 0 0 118 100 2 28 177 0 0 5 0 0 21 0 0 2 42 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 163 362 355 116 344 325 364 331 350 365 202 3 10 249 21 40 1 34 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B A A B A A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B A A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 177 Sistema Construtivo Eternit (10) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 282 317 365 365 225 261 363 332 142 0 83 42 0 0 115 104 2 31 173 0 0 6 0 0 25 0 0 2 50 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 10 287 298 2 33 258 310 189 181 315 1 7 16 0 0 24 27 33 42 0 354 71 51 363 332 83 28 143 142 50 C A A C C A A A B A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral C A A C C A A A B B BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 178 Sistema Construtivo Facicasas (12) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 298 325 365 365 237 279 363 336 158 0 67 35 0 0 107 86 2 27 168 0 0 5 0 0 21 0 0 2 39 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 53 354 347 17 210 312 358 288 295 355 311 11 18 342 155 53 7 77 70 10 1 0 0 6 0 0 0 0 0 0 B A A B A A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B A A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 179 Sistema Construtivo Paineira (13) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 339 342 365 365 273 324 365 346 207 0 26 19 0 0 77 41 0 18 132 0 0 4 0 0 15 0 0 1 26 A A A A A A A A A A Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 13 344 334 2 110 284 340 234 225 325 50 19 27 27 64 63 25 79 84 5 302 2 4 336 191 18 0 52 56 35 C A A C C A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral C A A C C A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 A 180 Sistema Construtivo COHAB - Pará (15) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 292 316 365 365 228 259 363 332 143 0 73 43 0 0 111 105 2 29 169 0 0 6 0 0 26 1 0 4 53 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 188 365 361 146 360 339 365 355 360 365 177 0 4 219 5 26 0 10 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A A A B A A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral A A A B A A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 181 Sistema Construtivo Castellamare (16) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 306 326 365 365 245 285 365 342 161 0 59 34 0 0 100 80 0 21 167 0 0 5 0 0 20 0 0 2 37 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 16 344 336 3 117 288 340 242 232 334 53 20 27 26 78 64 25 86 85 5 296 1 2 336 170 13 0 37 48 26 C A A C C A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral C A A C C A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 182 Sistema Construtivo Tetolar (17) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 294 318 365 365 230 266 363 330 152 0 71 41 0 0 112 99 2 31 169 0 0 6 0 0 23 0 0 4 44 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 22 345 338 7 138 292 340 255 238 345 266 20 27 271 214 69 25 104 113 16 77 0 0 87 13 4 0 6 14 4 B A A B B A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B B A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 183 Sistema Construtivo CHJ (18) Aquecimento CONCEITO A B C Conceito Inverno CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 365 294 322 365 365 231 269 363 335 152 0 71 38 0 0 110 96 2 28 169 0 0 5 0 0 24 0 0 2 44 A A A A A A A A A B Resfriamento CONCEITO A B C Conceito Verão CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba 60 355 348 15 223 312 362 295 311 355 303 10 17 342 142 53 3 70 54 10 2 0 0 8 0 0 0 0 0 0 B A A B A A A A A A Avaliação Geral CIDADE Belém Brasilia Florianópolis São Luis Natal Porto Alegre São Paulo Vitória Maringá Curitiba Conceito Geral B A A B A A A A A BELÉM Z8 SÃO LUÍS Z8 NATAL Z8 BRASÍLIA Z4 VITÓRIA Z8 SÃO PAULO Z3 CURITIBA Z1 FLORIANÓPOLIS Z3 PORTO ALEGRE Z3 MARINGÁ Z1 B 184 APÊNDICE M - Amplitudes Térmicas Médias dos Sistemas Construtivos Nº SISTEMAS CONSTRUTIVOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 MLC Batistella Kurten 3P Constroyer Andrade Gutierrez Todeschini Epotec ABC Eternit Andrade Ribeiro Facicasas Paineira José Tureck Cohab-Pará Castellamare Tetolar CHJ PERÍODOS DE MEDIÇÃO inverno verão 3º período 5,02 5,97 4,77 10,69 9,52 8,64 9,31 8,07 8,21 6,09 6,07 3,06 3,08 2,61 5,46 4,54 4,51 6,66 5,30 5,81 5,12 5,74 7,51 5,77 5,83 8,73 8,23 8,05 8,47 9,06 5,98 6,15 5,34 4,81 5,56 4,85 5,33 5,31 6,27 4,52 4,63 5,22 6,45 5,64 7,16 7,07 6,33 6,48 6,29 4,69 185 ANEXOS 186 ANEXO A - CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS DAS EDIFICAÇÕES INVERNO 1 - MLC 2 - Batistella 3 - Kurten 4 - 3P 5 - Constroyer 6 - A. Gutierrez 7 - Todeschini 8 - Epotec 9 - ABC 10 - Eternit 11 - A. Ribeiro 12 - Facicasas 13 - Paineira 14 - José Tureck 15 - COHAB-Pará 16 - Castellamare 17 - Tetolar 18 - CHJ U par 2,96 3,82 3,30 2,07 0,99 3,18 3,60 1,23 2,34 2,99 2,94 5,12 2,88 1,58 2,55 3,53 5,29 4,82 CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS U cob Fi par Fi cob FCS par FCS cob nI nI x %vidro 2,50 3,37 3,90 8,90 7,30 9,00 31,60 3,75 0,87 0,50 13,20 11,00 1,50 0,00 2,80 1,06 0,80 15,20 8,70 10,40 82,13 2,45 3,91 1,40 11,30 7,20 15,80 128,42 0,80 5,08 7,00 8,80 2,50 4,70 52,13 2,80 2,53 0,80 10,50 8,70 11,20 31,58 2,80 1,67 0,80 17,70 8,70 12,90 56,26 2,48 4,65 0,80 11,60 7,70 1,40 18,14 3,75 2,11 0,60 10,40 11,70 11,80 198,11 3,75 1,48 0,50 13,80 12,00 8,20 122,77 4,61 2,29 0,80 11,20 13,50 15,80 45,55 2,80 0,98 0,80 20,50 8,70 9,70 70,06 4,61 3,61 0,80 9,50 13,50 5,60 22,96 2,80 3,03 0,80 5,60 8,70 8,90 47,72 3,75 2,32 0,60 8,60 11,70 1,40 1,46 2,82 3,03 0,80 12,20 8,20 16,10 127,09 2,80 0,89 0,80 12,90 8,70 12,90 102,15 4,73 1,84 0,30 17,80 14,80 10,60 224,00 CARACTERÍSTICAS TERMOFÍSICAS Upar Ucob Fi par Fi cob FS par FS cob NI Ni x %vidro 1 - MLC 2,96 1,80 3,37 4,50 8,90 5,20 12,60 68,25 2 - Batistella 3,82 2,02 0,87 0,90 13,20 5,90 11,00 81,11 3 - Kurten 3,30 2,01 1,06 1,00 15,20 6,30 8,00 55,57 4 - 3P 2,07 1,57 3,91 2,00 11,30 4,60 19,80 165,88 5 - Constroyer 0,99 0,74 5,08 7,10 8,80 2,30 7,60 87,43 6 - A. Gutierrez 3,18 2,01 2,53 1,00 10,50 6,30 12,70 49,69 7 - Todeschini 3,60 2,01 1,67 1,00 17,70 6,30 12,80 94,56 8 - Epotec 1,23 1,84 4,65 0,90 11,60 5,70 5,60 87,47 9 - ABC 2,34 2,01 2,11 1,00 10,40 6,30 4,50 64,01 10 - Eternit 2,99 2,02 1,48 0,90 13,80 6,50 6,40 113,88 11 - A. Ribeiro 2,94 2,25 2,29 2,70 11,20 6,60 14,60 88,89 12 - Facicasas 5,12 2,01 0,98 1,00 20,50 6,30 13,10 97,17 13 - Paineira 2,88 2,25 3,61 2,70 9,50 6,60 11,40 66,25 14 - José Tureck 1,58 2,01 3,03 1,00 5,60 6,30 7,20 42,26 15 - COHAB-Pará 2,55 2,01 2,32 1,00 8,60 6,30 7,50 21,10 16 - Castellamare 3,53 2,02 3,03 0,90 12,20 5,90 17,00 145,70 17 - Tetolar 5,29 2,01 0,89 1,00 12,90 6,30 14,40 149,86 18 - CHJ 4,82 2,26 1,84 0,60 17,80 7,00 16,20 242,31 VERÃO Fonte: DUMKE (2002). 187 ANEXO B - UTILIZAÇÃO E VENTILAÇÃO MÉDIAS PROPORCIONAIS PADRÕES DE USO Ocupação média Ventilação média 1 - MLC 0,10 24,73 2 - Batistella 0,16 70,20 3 - Kurten 0,08 23,60 4 - 3P 0,05 64,20 5 - Constroyer 0,08 37,92 6 - A. Gutierrez 0,06 70,02 7 - Todeschini 0,11 99,65 8 - Epotec 0,07 20,42 9 - ABC 0,06 65,09 10 - Eternit 0,03 41,02 11 - A. Ribeiro 0,02 75,92 12 - Facicasas 0,06 85,90 13 - Paineira 0,07 83,54 14 - José Tureck 0,10 23,01 15 - COHAB-Pará 0,06 40,13 16 - Castellamare 0,04 14,40 17 - Tetolar 0,07 21,56 18 - CHJ 0,11 52,20 INVERNO PADRÕES DE USO Ocupação média Ventilação média 1 - MLC 0,10 35,24 2 - Batistella 0,14 129,06 3 - Kurten 0,09 41,09 4 - 3P 0,05 64,20 5 - Constroyer 0,08 60,59 6 - A. Gutierrez 0,09 57,31 7 - Todeschini 0,14 150,38 8 - Epotec 0,06 61,41 9 - ABC 0,05 111,21 10 - Eternit 0,05 88,33 11 - A. Ribeiro 0,01 78,84 12 - Facicasas 0,08 85,90 13 - Paineira 0,07 141,94 14 - José Tureck 0,12 35,44 15 - COHAB-Pará 0,07 66,63 16 - Castellamare 0,04 49,60 17 - Tetolar 0,08 78,77 18 - CHJ 0,11 137,83 VERÃO Fonte: DUMKE (2002).