19º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA
“A Humanidade no século 21”
DIRETOR MARKUS LOTHAR FOURIER
EGOS AUXILIARES CAMILE PASQUALOTTO LEWCZYNSKI
GABRIEL AYDOS MAIA
GABRIELA TRETESKI
PAULA BORGES DA COSTA BERNARDES
RÚBIA BUENO BARASUOL
NOITE DA IMPROVIDA
Moreno adorava o jogo, porque nele se encontra a liberdade
Dalmiro Bustos, in prólogo Monteiro, 1994, p. 9
A Noite do Improviso acontece com frequência semanal, às terças-feiras, no
Instituto de Desenvolvimento Humano – IDH - Porto Alegre/RS, com duração de
1h30min. Caracteriza-se por ser um espaço aberto ao público adulto em geral,
coordenada por uma unidade funcional constituída de 1 (um) diretor e 2 (dois) ou mais
egos-auxiliares.
O objetivo desta Noite é proporcionar ao público contato com jogos de
improviso. Improvisar pode ser entendido, resumidamente, como a habilidade de
encontrar soluções possíveis e adequadas de forma colaborativa e ágil com os
recursos existentes no momento, ou seja, a espontaneidade do Psicodrama.
Primeiramente utilizado no campo da arte, música e dança, percebeu-se que
os benefícios do improviso não são somente para desenvolver técnicas artísticas, e
sim para situações cotidianas da vida, do dia a dia. A prática dos jogos de improviso é
eficiente para o desenvolvimento de diversas habilidades resultando em relações mais
saudáveis entre pessoas, grupos e organizações.
Os jogos de improviso caracterizam-se, de acordo com Silva (2013, p. 5),
baseado em Fuchs (2005), por serem atividades lúdicas que não têm como objetivo a
construção de algo a ser apresentado ao público, como no caso do teatro
propriamente dito, mas que permite a experimentação e a construção da linguagem
teatral sem o objetivo de encenação fechada. As ações são subjetivas e estão
diretamente ligadas ao imaginário, à criação e à espontaneidade de cada sujeito,
dando foco nas relações que cada indivíduo estabelece entre o imaginário e as formas
teatrais. O jogo dramático compõe a improvisação teatral.
Os Princípios básicos da improvisação segundo Wiener (1994, p. 18) são:
1)
2)
3)
4)
Aceitar as ofertas
Estar atento aos outros e ao contexto
Avançar para a ação
Ajudar os outros
Cada encontro é construído conjuntamente pela unidade funcional e os jogos
são escolhidos e vivenciados entre os integrantes antes de serem apresentados aos
participantes (platéia) da Noite do Improviso. A seleção dos jogos é realizada seguindo
as fases de aquecimento (aquecimento inespecífico e específico), dramatização e
compartilhar.
No momento do compartilhar, nas Noites do Improviso já realizadas, houve
relatos de transformações significativas na vida de alguns participantes, em nível
pessoal e social, além de relatos relacionados à vivência do aqui-e-agora e da
transcendência do tempo e do espaço. Segundo Silva et al (2011, p. 3), numa releitura
de Spolin (2006) a espontaneidade cria uma explosão que por um momento liberta os
participantes de quadros de referência e fatos passados. A espontaneidade é um
momento de liberdade pessoal quando estamos diante de situações problemas, e na
exploração intuitiva, encontramos as respectivas e possíveis “soluções”.
Outro aspecto observado durante o compartilhar é o processamento que o
público realiza, buscando identificar/relembrar os jogos vivenciados e compreender
sua sequencia, como explicita um dos participantes: antes eu chegava aqui e queria
começar a jogar logo, não queria saber de fazer outra coisa antes, andar (...), hoje eu
vi como é importante aquele andar inicial, ajuda a descontrair, a gente entra mais
aberto para o jogo [no caso, um jogo que envolve dramatização].
Pode-se observar, a partir destes relatos, o potencial terapêutico dos jogos de
improviso, e, consequentemente, da diversão, da alegria, do humor e do riso que eles
proporcionam. Conforme Bustos (In prólogo MONTEIRO, 1994, p. 9), o lúdico existe
num espaço terapêutico informal sem lugares fixos e onde a alegria é tão bem vinda
como todas as demais emoções. Além disso, os jogos de improviso possibilitam o
desenvolvimento da espontaneidade, criatividade, assertividade, comunicação e senso
de cooperação, coesão, agilidade, atenção aos outros e ao contexto e aceitação da
realidade manifesta no aqui-e-agora.
Após a Noite do Improviso, a equipe realiza internamente o processamento da
Noite e o que considerou positivo e/ou o que poderia ser modificado, além de
compartilhar sentimentos advindos da co-criação deste novo projeto.
Nossa proposta é realizarmos no Congresso Brasileiro de Psicodrama 2014 a
atividade Vivência Sociodramática com uma “Noite do Improviso”, com duração de
2h30min, dividas nas 4 (quatro) etapas do Psicodrama: Aquecimento, Dramatização,
Compartilhar e Processamento.
Equipamentos/Materiais necessários: folhas A4, canetas, aparelho de som,
sala com tipos variados de iluminação, água mineral, copos de plástico, campainha
ligada a uma tomada (levaremos).
Eu diria que o verdadeiro riso é o riso coletivo com co-criação de seus próprios
motivos para rir, sem pré-concebidos modos e estereótipos. O riso da superação
grupal e pactuada. Aquele riso que o ator cria quando verdadeiramente se relaciona
com a plateia. Aquele riso que pode ser criado em conjunto entre irmãos que disparam
a rir de algo que só tem graça para eles, bem na hora de dormir, e os pais são
apanhados de surpresa nessa cumplicidade saudável, contra a rigidez das normas. O
riso do choro de alívio ao publicar seus segredos em grupo e se ver como parte dele.
O riso que não evita a dor, mas a transforma.
O riso enlatado então talvez pudesse se transformar em um riso pleno,
revolucionário novamente e, finalmente espontâneo. (RODRIGUES, In: Site Febrap).
Referências Bibliográficas:
BUSTOS, Dalmiro – Prólogo – In: MONTEIRO, Regina Fourneaut.
Dramáticos. 7 ed. São Paulo: Ágora, 1994.
Jogos
RODRIGUES, Rosane. Contemporaneidade. O final das utopias da pósvanguarda. E o lugar
da utopia moreniana.
Disponível em:
<http://www.febrap.org.br/newsletter/Default.aspx?id=121&idn=5> Acesso em: 25 nov.
2013
SILVA, Tiago Aquino da Costa e; JUNIOR, Alípio Rodrigues Pines;
SCHWARTZ, Gisele Maria; GONÇALVES, Kaoê Giro Ferraz e JUNIOR, Cleber Mena
Leão. Jogos de improviso como estratégia para o bem estar na educação. In: Revista
Eletrônica Licere, Belo Horizonte, vol. 16, n.1, mar. 2013.
SILVA, Tiago Aquino da Costa e; SILVA, Mérie Hellen Gomes de Araújo da
Costa e; GONÇALVES, Kaoê Giro Ferraz e JUNIOR, Alípio Rodrigues Pines. Jogos de
improviso:
ações
teatrais
na
ludicidade.
Disponível
em:
<http://www.slideshare.net/TiagoPaoca/enarel-2011-jogos-de-improviso> Acesso em:
25 nov. 2013.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. Trad. e ver. Ingrid Dormien Koudela
e Eduardo José de Almeida Amos. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
WIENER, Daniel J. Rehearsals for Growth: theater Improvisation for
Psychotherapists. 1 ed. NY, USA: Composition by Bytheway Typesetting services, Inc.
Manufacturing by Haddon Craftsmen, Inc., 1994.
CAMILE PASQUALOTTO LEWCZYNSKI:
Administradora de Empresas com ênfase em Comércio Exterior pela
FARGS/RS, Especialista em Psicologia do Esporte pela Feevale/RS, realizando
Especialização em Sociopsicodrama pelo Instituto de Desenvolvimento Humano IDH/POA. Trabalha com Grupos de Psicodrama com Crianças e Adolescentes em
vulnerabilidade social em POA/RS.
Email: [email protected]
(51) 99160700
GABRIELA TRETESKI:
Bailarina – Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade do Rio Grande
do Sul (CRP 07/216216) – Em processo de conclusão do curso de Especialização em
Sociopsicodrama pelo Instituto do Desenvolvimento Humano – IDH/POA – Possui
experiência nas áreas de psicologia esportiva, clínica, escolar e social.
Email: [email protected]
(51) 85739633
GABRIEL AYDOS MAIA:
Graduando de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, Músico compositor atuante na cidade de Porto Alegre. Realizando
Especialização em Sociopsicodrama pelo Instituto de Desenvolvimento Humano –
IDH/POA. Estagiário de psicodrama na Associação de Moradores Vila Parque Santa
Anita.
Email: [email protected]
MARKUS LOTHAR FOURIER:
(51) 97536296
Graduado em Administração de Empresas pela Universidade do Sul de Santa
Catarina - UNISUL, Psicólogo em formação pela Universidade Feevale – Novo
Hamburgo/RS, realizando Especialização em Sociopsicodrama pelo Instituto de
Desenvolvimento Humano - IDH/POA.
Email: [email protected]
(51) 95416818
PAULA BORGES DA COSTA BERNARDES:
Psicóloga - Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (CRP 07/21960) - Em processo de conclusão do curso de
Especialização em Sociopsicodrama pelo Instituto do Desenvolvimento Humano –
IDH/POA – Possui experiência nas áreas de psicologia organizacional, clínica e social.
Email: [email protected]
(51) 93140098
RÚBIA BUENO BARASUOL:
Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria-UFSM (CRP07/12241),
Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São PauloPUC/SP, Especialista em Gerontologia Social pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul - PUCRS. Realizando Formação em Psicodrama pelo Instituto de
Desenvolvimento Humano – IDH/POA. Psicóloga na Secretaria Municipal de Saúde de
Xangri-lá/RS.
Email: [email protected]
(51) 80331977
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Noite da Improvida