FUNDADO EM 19/03/92 Caderno 3 ANO XXIII - N.º 1.233 12 de dezembro de 2014 Corais, premiados por excelência canto Grupos sob a regência dos irmãos e maestros Moacir e Sergio eram formados por integrantes de famílias tradicionais de Caieiras A família Valbusa tem muito que se orgulhar de Moacir e Sergio, irmãos e maestros de bandas, fanfarras e corais formados sob a regência de ambos na cidade de Caieiras. Os corais, na maioria das vezes constituído por mulheres, eram os que mais realizavam apresentações religiosas e estavam presentes também em festejos do município. Muitos integrantes desses grupos eram de famílias tradicionais da ‘Cidade dos Pinheirais’. 1) Osvaldo Rodrigues 2) Paulinho SIlveira 3) Lourdes de Barros 4) Mercedes Meneghini 5) Albani 6) Leoni 7) Diva Fernandes 8) Lair Ivone 9) Neusa Constantini 10) Genovina 11) Alcides Moino arquivo pessoal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Coral Santa Cecília se apresentava também na igreja Santo Antonio. Grupo contava com a participação de homens e mulheres da comunidade do Jardim São Francisco Coral liderado por Sérgio Valbusa em registro histórico na frente do antigo cemitério próximo à Companhia Melhoramentos. Disciplina, muitos ensaios e dedicação faziam parte da rotina do grupo musical Integrantes do grupo faziam questão de exibir sua perfomance na antiga sede da fanfarra próxima à estação ferroviária de Caieiras. Dentre os integrantes estão Alfredo Casarotto, João Maderick, Lair Valbusa, Marilene, Mercedes Meneghini, Maria Pimentel, Helena, Guaraci, Custódia e Diana regência Coral se apresentou em formatura de seminaristas A quadra e arquibancada do Centro Esportivo Municipal de Caieiras serviram, por anos, como palco para a celebração de festas e formaturas. Nas décadas de 1980 e 1990, o coral, sob a regência do maestro Moacir Valbusa, se apresentou na formatura de seminaristas do padre José fotos: arquivo pessoal Com formação clássica e membros uniformizados, grupo mantinha harmonia e respeito nas apresentações Confraternizações ocorriam com membros do coral. Uma delas reuniu o grupo para celebrar o final de ano regional news 2 C3 12 de dezembro de 2014 Barreiro abrigou casas e comércios localização Bairro caieirense nas dependências das ‘terras’ da Companhia Melhoramentos foi um dos últimos a ser extinto com o passar dos anos. Algumas residências ainda estão em pé, assim como a igreja Nossa Senhora do Rosário, motivo de saudade a quem passa pelo local O Barreiro, um dos bairros que fizeram parte do conjunto de localidades da Fábrica, foi habitado por famílias que, mais tarde, migraram para o centro da cidade de Caieiras. O bairro também foi um dos últimos a abrigar moradores desde que eles começaram a deixar os imóveis construídos pela Companhia. O Barreiro tinha como vizinho o Barreirinho, onde se localizava fotos: arquivo o tradicional armazém, entre outros prédios que abrigavam serviços da Melhoramentos. Também foi ali que existiu uma agência bancária, além de acolher até hoje a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Ainda preservadas, algumas residências podem ser vistas na entrada do bairro nas terras da Melhoramentos Barreiro é o bairro mais próximo do centro de Caieiras. Além de casas, comércios e serviços atendiam os cidadãos segurança transporte público Serviços da guarda noturna eram essenciais à população Boas lembranças dos ônibus da ‘Ladário’ que circularam na região foto: george André Savy arquivo pessoal O caieirense que não ouviu os apitos da guarda noturna nas décadas de 1980 e 1990 não pode dizer que conheceu um dos melhores serviços da cidade, em se tratando de segurança. Alterna- tiva naquela época, a sede da corporação ficava na Concha Acústica. Com um fusca bege e azul, os que prestavam serviço para a guarda desempenhavam a função com muito orgulho e com o material disponível para a ocasião. O tradicional apito reforçava a presença da viatura que passava pelas ruas do Centro, Jardim São Francisco, Cresciuma, BNH e bairros adjacentes. Com as cores vermelha, branco e verde, os ônibus da Viação Ladário Ltda. por anos transportaram passa- geiros das cidades de Caieiras e Franco da Rocha. O coletivo era uma das opções para quem tinha como destino os bairros paulistanos de Perus, Parada de Taipas, Jaraguá, Pirituba e Lapa. regional news 12 de dezembro de 2014 3 C3 Loja “Afonsina” deixou sua marca atendimento Por décadas, estabelecimento do casal Afonsina e Victório Schirmanoff atendeu caieirenses na Avenida 14 de Dezembro, no Centro A famosa loja da “Afonsina” tem sua participação na história de Caieiras. O comércio ficava na Avenida 14 de Dezembro, no Centro, ao lado da casa de seus donos Afonsina e Victó- rio Schirmanoff. No estabelecimento era possível encontrar produtos de armarinhos, papelaria, tecidos, roupas de cama, mesa e banho, utilidades domésticas, brinquedos, louças e muito mais. Com tudo muito organizado, a loja da “Afonsina” atendeu as necessidades dos caieirenses a partir da década de 1960. Atualmente o prédio abriga uma farmácia, mas nunca sairá da memória daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer e realizar compras no que era considerado uma loja de grande porte com corredores enormes que deixavam as crianças incentivadas a brincar naquele espaço. arquivo paródia Homenagem aos bons tempos Domingo de tardezinha, eu estava a toa. Convidei o filho e a nora, para ir pescar no ‘Tancão’. Cheguei lá, tudo vazio, ai, ai, só peguei recordação. Fui descendo Rio Abaixo, Aldeia, Horto, Monjolinho lembrei do pau-de-arara, da pensão e plantação. Só vi os fornos de cal, ai, ai, cadê aquele pessoal? Pela trilha do trenzinho, cheguei lá no ‘Nobrinho’, olhei para o refeitório e lembrei-me do bailinhos. Lá do alto da capela, ai, ai, graças São José e mãe terra. Contornando a praça bela, lembrei da Melhoramentos. Que tanto nos proveu, hoje é a MD. Que empregou um filho meu, ai, ai, dou graças ao bom Deus. Na Cerâmica e Serrinha, foi aqui neste lugar, que minha raiz brotou, mamãe e papai se encontrou, o ‘Minguinho’ e eu também, ai, ai, no Clube União, concretizou. Eu convido vocês todos para a festa do Rosário. Rever os velhos amigos e matar saudades. Na fonte da água viva, ai, ai até tem trator e maquininha. Marlene Sálvio de Oliveira, filha da terra. Por décadas, Loja Victório foi referência no ramo de comércio com variedade de produtos. Estabelecimento pertenceu ao casal Afonsina e Victório Entrada da Avenida dos Estudantes - Centro - Caieiras regional news 4 C3 12 de dezembro de 2014 Religião era tratada com seriedade catolicismo Fiéis participavam dos eventos religiosos que contavam com a presença maciça da comunidade na organização dos festejos das igrejas E ntre primeira comunhão, missas, festas, coroações, procissões e demais atividades, os eventos religiosos da época eram respeitados e tratados pelos fiéis com muita fé e seriedade. Os acontecimentos se dividiam entre a capela São José e a igreja Nossa Senhora do Rosário, e os atos eram acompanhados pela maioria dos moradores dos bairros da Fábrica, Monjolinho, Vila Leão, fotos: arquivo pessoal Ilha das Cobras, Barreiro e adjacências. Junto aos eventos religiosos, festejos eram organizados e a comunidade não media esforços na preparação e coordenação. A participação era efetiva e dinâmica. Decoração impecável em celebração entre as décadas de 1950 e 1960 na Nossa Senhora do Rosário Organização, atenção e respeito em missa realizada na Capela de São José pelo padre José 1 4 2 5 3 Na Capela São José e igreja Nossa Senhora do Rosário eventos garantiam cenários preparados e ensaiados Comunidade trabalhava na preparação de lanches para os participantes da Primeira Comunhão 1) Mercedes Meneghini 2) João Maderick 3) Catarina Maderick 4) Julia 5) Isabel Maderick 1 2 Primeira Comunhão realizada na Capela São José. Dentre os presentes, padre José, Isabel Maderick e Verques 3 Coroação realizada na tradicional Nossa Senhora do Rosário. 1) Sheila Del Porto 2) Rosmari 3) Margarida regional news 12 de dezembro de 2014 5 C3 Etapas marcaram a chegada do asfalto progresso Avenidas centrais de Caieiras foram as primeiras a receber pavimento, mais tarde levado aos bairros que estavam se desenvolvendo A s ruas e avenidas de Caieiras, antes de terra, passaram por várias transformações. O asfaltamento das vias teve início após a emancipação e com os recursos da época os funcionários públicos realizavam os serviços com muita dedicação. Esse trabalho contribuiu muito para o desenvolvimento urbano, social e educacional da cidade que atualmente conta com quase 100% das ruas asfaltadas. arquivo Rua sendo preparada para receber o asfalto na década de 1980 arquivo Rua Guadalajara - 1965 arquivo Av. Professor Carvalho Pinto - 1965 O progresso da cidade de Caieiras passou por várias etapas. Uma delas foi a chegada do asfalto e demais serviços de infraestrutura que permitiram melhor acessibilidade às vias centrais e dos bairros de Caieiras regional news 6 C3 12 de dezembro de 2014 Casas ficarão para sempre na memória curiosidades Imóveis de tijolos construídos pela Companhia Melhoramentos eram ocupadas por funcionários e familiares. Hoje, só restam boas lembranças A s casas construídas pela Companhia Melhoramentos para serem habitadas por seus funcionários e familiares também foram utilizadas para abrigar escola e comércios. Muitas delas resistiram ao passar dos tempos e outras foram derrubadas conforme os bairros eram extintos. Curiosidades da época, muitas dessas residências eram conhecidas pelas famílias que habitavam o imóvel. Então se dava o nome de ‘casa do italiano’, do ‘espanhol’, da dona Rute, do senhor Toigo, entre outras fotos: arquivo pessoal denominações. Dessa forma também era possível localizar os moradores de cada bairro citando o nome das pessoas que moravam no imóvel, ao invés de informar o nome da rua e o número da casa, atualmente utilizado para localização da residência de um parente ou amigo. Quase que padronizadas, as casas oferecidas pela Companhia a funcionários também foram utilizadas para abrigar escolas, restaurantes e demais comércios. Moradores cuidavam com muito carinho das residências ocupação Imóveis eram resididos por funcionários da linha férrea arquivo Belas máquinas Ao longo da estrada de ferro que liga o interior a capital paulista, algumas casas construídas no passado ainda resistem ao tempo. Na cidade de Caieiras, como em outras localidades, esses imóveis de madeira, também conhecidos como “casas de turma”, eram ocupados por funcionários que realizavam manutenção na linha férrea. Essas casas foram construídas pela Companhia São Paulo Railway, paralelo a implantação da primeira estrada de ferro paulista entre Santos e Jundiaí. Em alguns locais, esses imóveis foram transformados em depósitos de materiais. Entre uma passagem e outra de trens de passageiros era possível observar belas máquinas que trafe- gavam pela estrada de ferro puxando trens de carga. Com uma engenharia de causar inveja, por onde arquivo passavam atraíam os olhares de admiradores e passageiros que aguardavam nas plataformas. regional news 12 de dezembro de 2014 7 C3 Desfiles eram tradicionais e pontuais civismo Organizados por grupos escolares, corporações musicais e demais entidades, a comunidade participava e celebrava datas comemorativas N as décadas de 1960, 1970 e meados de 1980 eventos eram programados para comemorar datas importantes, cada um com suas características, muitos deles com vastos registros, mobilizavam a comunidade e os moradores que faziam questão de participar das solenidades. Em datas como 7 de setembro, quando se comemora a Independência do Brasil, 14 de dezembro, que celebra o aniversário de Caieiras, entre outras, os desfiles organizados por grupos escolares e demais entidades eram tradicionais e ocorriam anualmente. As comitivas passavam por vários lugares do município e as apresentações eram realizadas de acordo com as datas comemorativas. fotos: arquivo pessoal Avenida Professor Carvalho Pinto, um dos palcos de desfiles por Caieiras Desfile de alunas da Escola Otto Weiszflog realizado em 7 de setembro de 1966, próximo à estação de trem Com apresentações variadas, até bicicletas eram utilizadas nos eventos na “Cidade dos Pinheirais” Trevo do Jardim Marcelino passou por algumas mudanças devido ao aumento de tráfego de veículos na SP-332 8 C3 regional news 12 de dezembro de 2014 Diversão garantida em piscina olímpica recreação Jovens de vários bairros de Caieiras aproveitavam os dias de calor para dar um mergulho, se refrescar, aprender a nadar e fazer amigos A fotos: arquivo pessoal ‘piscina do estádio’, como era chamada e conhecida, em Caieiras, fez parte da aventura de muitos jovens da época, em especial nas décadas de 1980 e 1990. Foi nesta piscina que muitos aprenderam a nadar com os professores ou sozinhos, mas a recreação era o que prevalecia no espaço público destinado ao esporte. Nos finais de semana a piscina ainda servia de ponto de encontro dos jovens que aproveitavam para paquerar e colocar a conversa em dia. Com o passar dos anos, ginásios começaram a ser implantados nos bairros e para descentralizar e oferecer lazer também aos moradores de cada localidade. Assim, começaram a surgir os complexos esportivos. Se refrescar nas piscinas dos centros esportivos era palavra de ordem nos finais de semana dos caieirenses Seja para recreação ou aula de natação, piscinas públicas garantiam a diversão dos jovens de Caieiras