Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A sua aplicação a uma obra ferroviária
João Maria Alcântara de Melo Costa
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Professor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Orientador: Professor Joaquim Jorge da Costa Paulino Pereira
Vogal: Professor Francisco José Loforte Teixeira Ribeiro
Junho 2008
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Agradecimentos
Primeiramente, quero manifestar o meu agradecimento ao Prof. Jorge Paulino Pereira,
orientador da tese de Mestrado pela amizade, apoio, disponibilidade e espírito crítico. Sem a
sua orientação não teria sido possível a conclusão do trabalho.
Ao Eng. Mota Lopes, da Tecnovia, pela disponibilidade e pela cedência de elementos que se
revelaram essenciais na elaboração do presente estudo.
Ao meu primo Pedro, pela disponibilidade e ajuda, ainda que a quilómetros de distância.
Finalmente, à minha família e à minha namorada, pelo espantoso interesse, pelas opiniões e
pela paciência que sempre me dedicaram.
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Resumo
A gestão de construção é uma das vertentes fundamentais na execução de um
empreendimento. Existem, porém, várias dificuldades em conseguir transmitir para o dono de
obra o estado em que esta se encontra. É exactamente sobre este aspecto que esta
dissertação de mestrado pretende incidir, particularmente através da selecção de indicadores
que permitam ao dono de obra percepcionar, da forma mais exacta possível, a situação real da
obra.
Para acompanhar, analisar e preparar, da melhor forma possível, a tomada de decisões de
gestão, torna-se indispensável dispor de elementos de informação completos e detalhados técnicos, económicos e financeiros – que permitam fazer um diagnóstico da actividade da obra
e da sua evolução ao longo do tempo.
O objectivo deste trabalho é, portanto, desenvolver uma série de indicadores que permitam
avaliar o desempenho duma empresa de construção civil. A informação obtida através
indicadores pode ser utilizada para melhorar os processos e deve ser registada de forma a
servir como termo de comparação com futuros projectos semelhantes.
O trabalho compreende uma análise bibliográfica sobre a medição do desempenho, com
especial incidência sobre os indicadores de desempenho. Seguidamente são definidos
indicadores de desempenho e acompanhamento com base na pesquisa precedente.
Finalmente, é realizada a aplicação dos indicadores seleccionados no caso de estudo e
retiradas as respectivas conclusões.
PALAVRAS-CHAVE
Medição; Indicador; Desempenho; Construção Civil.
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Abstract
Construction management is one of the fundamental components associated with the execution
of an infrastructure. There are, however, various communication issues to convey to the owner
of the construction project the project’s current quality condition. It is exactly on this topic that
the present dissertation intends to focus. Particularly through the selection of indicators that
allow the owner of the construction project to recognize, as clearly as possibly, the true
condition of his project.
To follow, analyse and prepare, as best as possible, the management decision making process,
it is essential to acquire completed and detailed pieces of information - “technical, economical
and financial” – that allow to diagnose the activity of the construction project and its
development over time.
The objective of this study is, therefore, to develop a series of indicators that allow to evaluate
the performance of a construction company. The information obtained through these indicators
can be used to improve the procedures and should be registered in such a way to serve as a
means of comparison with similar future projects.
The study includes a literature review on measuring performance, focusing specifically on
performance indicators. Furthermore, performance and monitoring indicators are defined based
on previous research. Finally, the indicators are used on a case-study.
KEYWORDS
Measuring; Indicator; Performance; Civil Construction.
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Índice
Agradecimentos ..................................................................................................................................... 1
Resumo ................................................................................................................................................... 2
Abstract ................................................................................................................................................... 3
1.
Introdução .................................................................................................................................. 1
1.1.
Âmbito do Trabalho .............................................................................................................. 1
1.2.
Objectivos .............................................................................................................................. 2
1.3.
Estrutura da Dissertação ..................................................................................................... 3
2.
Análise do Desempenho ........................................................................................................... 4
Medição do Desempenho – “Não se consegue gerir o que não se consegue
2.1.
medir.” 4
2.1.1. Medição do Desempenho – Um Pouco de História................................................................. 4
2.1.2. Definição do Processo de Medição do Desempenho.............................................................. 5
2.1.3. Finalidade da Medição do Desempenho ................................................................................. 5
2.2.
Indicadores de Desempenho ............................................................................................... 6
2.2.1.
Definição do Termo Indicador ............................................................................................ 6
2.2.2.
Considerações Gerais sobre a utilização dos Indicadores de Desempenho .................... 7
2.2.3.
Formas de Apresentação da Informação .......................................................................... 8
2.2.4.
Escolha e Implementação de Indicadores ......................................................................... 8
2.2.5.
Processo de escolha ........................................................................................................ 10
2.2.6.
Tipos de Indicadores ....................................................................................................... 10
2.3.
Alguns Modelos de Aplicação de Indicadores de Desempenho ................................... 12
2.3.1. Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard” .................................. 12
Comparação com Padrão de Referência ou “Benchmarking” ........................................ 13
2.3.2.
2.3.3. “Key Performance Indicators” (KPI) ou Indicadores-chave de desempenho ........................ 16
2.3.4. Indicadores de Desempenho aplicados no Microsoft Office Project 2007 ............................ 17
2.4.
Especificidades da Indústria da Construção Civil relativas à Implementação de
Indicadores ....................................................................................................................................... 19
Estado da Arte – Indicadores de Desempenho na Industria de Construção no
2.5.
Mundo 21
2.5.1. “Benchmarking” e “Key Performance Indicators” no Reino Unido: Constructing
Excellence ................................................................................................................................. 21
2.5.2. Sistema de “Benchmarking” Chileno: Sistema Nacional de Benchmarking .......................... 24
2.5.3. Sistema de “Benchmarking” dos Estados Unidos da América: Construction Industry
Institute (CII) Benchmarking & Metrics Program ....................................................................... 25
2.5.4.
Sistema de Indicadores de “Benchmarking” no Brasil: SISIND-NET ............................... 26
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
2.5.5. Sistema de “Benchmarking” Dinamarquês: Byggeriets Evaluerings Center ......................... 27
2.5.6.
Síntese e Conclusão Geral Sobre os Sistemas de Indicadores Referidos ..................... 28
2.5.7.
Sistema de “Benchmarking” na Industria de Construção em Portugal:ICBench ............ 28
3.
Caso de Estudo ....................................................................................................................... 31
3.1
Identificação da Obra ......................................................................................................... 31
Registo de Acidentes de Trabalho ................................................................................................. 35
3.2.
Frente 1 – Passagem Superior ao km 63+161 (Cabrela) – Linha do Alentejo............... 38
3.2.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 38
3.2.2.
Obra de Arte ..................................................................................................................... 39
3.3.
Frente 2 – Passagem Inferior ao km 65 + 433 – Linha do Alentejo ................................ 41
3.3.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 42
3.3.2.
Obra de Arte ..................................................................................................................... 43
3.4.
Frente 3 – Passagem Superior ao km 96 + 100 – Troço Casa Branca / Évora –
Linha de Évora ................................................................................................................................. 44
3.4.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 45
3.4.2.
Obra de Arte ..................................................................................................................... 45
3.5.
Frente 4 – Passagem Superior ao km 108 + 480 – Troço Casa Branca/Évora –
Linha de Évora ................................................................................................................................. 47
3.5.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 47
3.5.2.
Obra de Arte ..................................................................................................................... 48
3.6.
Frente 5 – Passagem Superior ao km 101 + 935 (Tojal) – Troço Casa Branca /
Évora – Linha de Évora ................................................................................................................... 49
3.6.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 50
3.6.2.
Obra de Arte .................................................................................................................... 51
3.7.
Frente 6 – Passagem Inferior ao km 117+508 da Linha do Alentejo ............................. 53
3.7.1.
Restabelecimento ............................................................................................................. 54
3.7.2.
Obra de Arte ..................................................................................................................... 55
3.7.2.1. Geometria da Obra ........................................................................................................... 55
3.8.
Resultados da Aplicação dos Indicadores Seleccionados no Caso de Estudo .......... 56
3.8.1.
Indicadores utilizados no caso de estudo ....................................................................... 56
3.8.1.1. Indicadores Económicos / Planeamento .......................................................................... 59
3.8.1.2. Indicadores de Equipamentos .......................................................................................... 59
3.8.1.3. Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos ........................................................ 59
3.8.1.4. Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................. 59
3.8.1.5. Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................... 59
3.8.1.6. Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ......................................................... 60
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.8.2.
Resultados e Conclusões dos Indicadores Económicos / Planeamento .................... 60
3.8.3.
Resultados e Conclusões dos Indicadores de Equipamentos ...................................... 63
3.8.4.
Resultados e Conclusões dos Indicadores de Fornecimentos e Serviços
Externos ............................................................................................................................................ 65
3.8.5.
Resultados e Conclusões dos Indicadores de Segurança e Saúde .............................. 66
3.8.6.
Resultados e Conclusões dos Indicadores de Impacto Ambiental ............................... 68
3.8.7.
Resultados e Conclusões dos Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos
Humanos ........................................................................................................................................... 71
4.
Conclusões .............................................................................................................................. 73
4.1.
Sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros ................................................. 74
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 76
ANEXOS ................................................................................................................................................ 80
INDICADORES DE DESEMPENHO ............................................................................................................... A-1
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-2
(1-a) – Índice de Alterações de Projecto – Informação Geral .................................................... A-2
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-3
(1-b) – Índice de Alterações de Projecto – Dados recolhidos e cálculos ................................. A-3
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-4
(2-a)– Desvio de Custo – Informação Geral................................................................................. A-4
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-5
(2-b) – Desvio de Custo – Dados recolhidos e cálculos ............................................................ A-5
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-6
(3-a) – Desvio de Prazo – Informação Geral ................................................................................ A-6
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-7
(3-b) – Desvio de Prazo – Dados recolhidos e cálculos............................................................. A-7
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-8
(4-a) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Informação Geral .................... A-8
Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-9
(4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Dados recolhidos e
cálculos ........................................................................................................................................... A-9
Indicadores Económicos / Planeamento ....................................................................................... A-11
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
(5-a) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Informação Geral ...................................... A-11
Indicadores Económicos / Planeamento ....................................................................................... A-12
(5-b) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Dados recolhidos e cálculos ................... A-12
Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-13
(6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral..................................................... A-13
Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-15
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos ................................. A-15
Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-20
(7-a) – Fiabilidade do Equipamento – Informação Geral .......................................................... A-20
Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-21
(7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos ...................................... A-21
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-23
(8-a) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Informação Geral ...................... A-23
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-24
(8-b) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Dados recolhidos e cálculos .. A-24
Indicadores Fornecimentos e Serviços Externos ......................................................................... A-25
(9-a) – Índice de Sub-contratação – Informação Geral............................................................. A-25
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-26
(9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e cálculos ......................................... A-26
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-28
(10-a) – Índice de Incidência – Informação Geral ..................................................................... A-28
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-29
(10-b) – Índice de Incidência – Dados recolhidos e cálculos .................................................. A-29
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-30
(11-a) – Índice de Frequência – Informação Geral .................................................................... A-30
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-31
(11-b) – Índice de Frequência – Dados recolhidos e cálculos ................................................ A-31
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-32
(12-a) – Índice de Gravidade – Informação Geral ..................................................................... A-32
Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-33
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
(12-b) – Índice de Gravidade – Dados recolhidos e cálculos .................................................. A-33
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-34
(13-a) – Taxa de Consumo de Água – Informação Geral ......................................................... A-34
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-35
(13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e cálculos ...................................... A-35
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-37
(14-a) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Informação Geral ..................................... A-37
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-38
(14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados recolhidos e cálculos .................. A-38
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-40
(15-a) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Informação Geral ........................................... A-40
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-41
(15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados recolhidos e cálculos ....................... A-41
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-43
(16-a) – Taxa de Consumo de Óleos – Informação Geral ........................................................ A-43
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-44
(16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e cálculos ..................................... A-44
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-46
(17-a) – Gestão de Resíduos Sólidos – Informação Geral ....................................................... A-46
Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-47
(17-b) – Gestão de Resíduos Sólidos – Dados recolhidos e cálculos .................................... A-47
Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-48
(18-a) – Satisfação dos Funcionários – Informação Geral....................................................... A-48
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-49
(18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos ................................... A-49
Indicadores Mão-de-Obra e Recursos Humanos .......................................................................... A-51
(19-a) – Taxa de Absentismo dos Funcionários ....................................................................... A-51
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-52
(19-b) – Taxa de Absentismo dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos .................. A-52
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Índice de Figuras
Figura 1 – Modelo de sistema de medição (adaptado de Lantelme, 1994) .................................. 6
Figura 2 - Benchmarking – Gráfico de análise do desempenho ................................................. 15
Figura 3 – Cronograma de actividades do Microsoft Office Project 2007 (Fonte: REFER,2006)
..................................................................................................................................................... 17
Figura 4 - Gráficos do Tempo de Construção (Construction Time) que compara as diferenças
percentuais entre valores de dois anos consecutivos (Change Compared with one year ago)
(Fonte: CEBE, 2007) ................................................................................................................... 23
Figura 5 - Gráfico do Consumo de Água no Processo de Construção (Water Use – Construction
Process) (Fonte: CEBE, 2007) .................................................................................................... 23
Figura 6 - Gráfico da Taxa de Incidência de Acidentes (número de acidentes registados/100000
empregados) (CEBE, 2007) ........................................................................................................ 24
Figura 7 – Temas abordados pelos sistemas de indicadores a nível mundial e sua frequência
(Fonte:ICBench, 2006, b)) ........................................................................................................... 28
Figura 8 – Resultado “benchmark” de uma empresa integrante do programa icBench. A
amostra inclui 51 empresas e a rentabilidade da empresa do exemplo situa-se nos 82%
(Fonte:ICBench, 2006 b)) ............................................................................................................ 29
Figura 9 – Painel de identificação da obra .................................................................................. 31
Figura 10 – Localização da obra no mapa de Portugal pormenorização do local das 6 frentes de
obra nas Linhas de Évora e Alentejo (Fonte: Google Earth, 2008) ............................................ 32
Figura 11 – Custo da Obra .......................................................................................................... 33
Figura 12 – Percentagem do custo da obra realizada, em relação ao custo total ...................... 33
Figura 13 – Homens-hora trabalhadas ....................................................................................... 34
Figura 14 – Ocorrência de acidentes nos funcionários do empreiteiro, de um subempreiteiro e
acumulado ................................................................................................................................... 34
Figura 15 – Estaleiro da Tecnovia, localizado ao km 101+935 da Linha de Évora .................... 36
Figura 16 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes
2, 3 e 4 (adaptado de REFER, 2006) .......................................................................................... 37
Figura 17 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes
1 e 5 (Fonte:REFER, 2006) ......................................................................................................... 37
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 18 – Planta do Restabelecimento da Frente 1 (adaptado de REFER, 2006) .................. 38
Figura 19 – Construção do Restabelecimento da Frente 1 (Fotografia do autor) ...................... 39
Figura 20 – Corte longitudinal e planta de fundações da passagem superior ao km 63+161 da
Linha do Alentejo (adaptado de REFER, 2006) .......................................................................... 40
Figura 21 – Passagem superior da Frente 1, após a sua construção (Fotografia do autor) ...... 41
Figura 22 – Corte Longitudinal da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ................................. 42
Figura 23 – Planta do Restabelecimento da via na Frente 2, com esquema de sinalização
vertical (Fonte:REFER,2006) ...................................................................................................... 42
Figura 24 – Alçado Norte da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ................................ 43
Figura 25 – Planta da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ........................................... 44
Figura 26 – Planta do Restabelecimento da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) .................. 45
Figura 27 – Corte longitudinal da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 46
Figura 28 – Planta do Restabelecimento da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) .................. 48
Figura 29 – Corte longitudinal da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 49
Figura 30 – Execução do aterro para o restabelecimento da Frente 5 (Fotografia do autor)..... 50
Figura 31 – Execução de pilares da Frente 5 (Fotografia do autor) ........................................... 51
Figura 32 – Execução de pilares da passagem superior ao km 101+935 da Linha de Évora ... 52
Figura 33 –PI da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) ........................................................................... 53
Figura 34 – Construção da Passagem Inferior da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) ....................... 54
Figura 35 – Perfil transversal tipo do Restabelecimento da Frente 6 (adaptado de REFER,
2006) ........................................................................................................................................... 54
Figura 36 – Esquema dos quatro elementos que compõe a geometria da obra de arte da Frente
6 (Fonte:REFER, 2006) ............................................................................................................... 55
Figura 37 – Corte transversal da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 56
Figura 38 – Alterações de Projecto ............................................................................................. 60
Figura 39 – Custos de construção .............................................................................................. 61
Figura 40 – Prazos previsto e efectivo da obra ........................................................................... 61
Figura 41 – Percentagem de cumprimento de prazo contratual ................................................. 62
Figura 42 – Custo da obra e custo das não conformidades ....................................................... 63
Figura 43 – Taxa de falha do equipamento (total) ...................................................................... 64
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 44 – Taxa de falha do equipamento (por máquina) ......................................................... 64
Figura 45 – Fiabilidade de cada máquina ao longo do tempo .................................................... 64
Figura 46 – Entrega de materiais ................................................................................................ 65
Figura 47 – Custo de Subcontratações ....................................................................................... 66
Figura 48 – Índice de incidência de acidentes ............................................................................ 66
Figura 49 – Índice de frequência de acidentes ........................................................................... 67
Figura 50 – Taxa de consumo de água ...................................................................................... 68
Figura 51 – Taxa de consumo de energia eléctrica .................................................................... 69
Figura 52 – Taxa de consumo de combustíveis ......................................................................... 69
Figura 53 – Taxa de consumo de óleo ........................................................................................ 70
Figura 54 – Resultados do inquérito sobre a satisfação dos funcionários ................................. 72
Figura 55 – Taxa de absentismo dos funcionários ..................................................................... 72
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
1.
Introdução
1.1.
Âmbito do Trabalho
Uma empresa tem de sobreviver num meio comercial onde só os mais capazes ou bem
direccionados conseguem vencer. Aumentar a produtividade, reduzindo custos e aumentando
as receitas, são as chaves do sucesso. Numa empreitada, esses aspectos tornam-se ainda
mais relevantes porque as margens de lucro tendem a reduzir-se perante o aparecimento de
novos concorrentes.
Daí que a medição e a análise do desempenho sejam aplicadas para compreender problemas
operacionais de forma a poder eliminá-los o mais rapidamente possível. Deste modo, os
objectivos têm maior probabilidade de serem atingidos sem deteriorar a qualidade dos
processos.
Em função disso, as empresas dos mais variados sectores têm implementado e desenvolvido
procedimentos para agilizarem o seu funcionamento, nomeadamente procurando avaliar as
condições em que vários processos estão a decorrer. Esta prática teve um grande sucesso, na
medida em que se verificou que um sistema de medição ajuda a optimizar um dado processo
produtivo. Nesse sentido, definem-se indicadores.
A título de exemplo, podem-se apresentar alguns dos indicadores que se têm revelado como
essenciais no contexto económico-financeiro: (Solvabilidade – Capital Próprio/Capital Alheio –
se este valor for baixo, existirá grande fragilidade financeira; Liquidez Geral – Activo
Circulante/Passivo Exigível a Curto Prazo – quando este valor é inferior à unidade, apontam-se
situações de dificuldade a nível da tesouraria).
Também no mercado da Bolsa de Valores são utilizados indicadores nos quais se podem
basear as decisões dos “jogadores”, como por exemplo: (PER – rácio contabilístico que se
obtém, dividindo a cotação pelo lucro líquido por acção num certo ano; PVC – valor
contabilístico de cada acção, que se obtém dividindo o valor dos capitais próprios pelo número
de acções) (Braga de Matos, 2007).
Contudo, a incrementação de métodos de medição tem tido maior dificuldade em penetrar no
sector da Construção Civil, porque as variáveis são em maior número e mais complexas. Este
factor dificulta a comunicação entre o construtor e o cliente/dono de obra, o que se pode tornar
num factor negativo para ambas as partes. Por vezes, o empreiteiro tem mais dificuldade em
perceber o que o dono de obra pretende e é-lhe complicado antecipar as suas expectativas.
1
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Mas, geralmente, é o dono de obra que tem dificuldade em perceber o que está a ser feito, ou
quanto foi feito e quanto falta fazer.
A carência de informação que possa orientar a tomada de decisão apresenta-se como um
obstáculo que as empresas de construção civil têm enfrentado no desenvolvimento e
melhoramento dos seus processos de construção.
Diversos estudos sobre a gestão da construção civil consideram a precariedade dos
procedimentos de planeamento e de controlo de custos, de prazos e de qualidade como uma
das principais causas da sua baixa eficiência e sugerem que este facto se deve, em grande
parte, às falhas respeitantes à recolha de dados e de informações. Estas considerações
indicam que a utilização de informações e de indicadores na tomada de decisões não tem um
papel preponderante nas empresas de construção civil (Harris & McCaffer, 1977; Pichi, 1993).
No entanto, entende-se que os indicadores de desempenho constituem uma ajuda substancial
para os profissionais da indústria da construção, para que eles sejam capazes de fornecer
produtos e serviços, garantindo melhores relações qualidade/benefício, que se tornam
reconhecidas pelos seus clientes. Geralmente as empresas do sector fazem pouca
investigação sobre o que o cliente (dono de obra ou utilizador final) efectivamente pretende.
Porém, a estratégia tende a alterar-se, porque um cliente bem informado e exigente sabe o que
pretende e está preparado para pagar em conformidade, porque daí lhe advêm vantagens a
médio e longo prazo. Este tipo de cliente deve, de igual modo, ser capaz de especificar as suas
exigências de forma objectiva. (ICBench, 2006, b))
1.2.
Objectivos
O objectivo geral deste trabalho é definir indicadores de desempenho e de acompanhamento
que possam ser utilizados por empresas no sector da Construção Civil e que permitam ao dono
de obra acompanhar adequadamente todo o processo construtivo, desde o inicio da obra (data
de consignação), até ao seu final (data de recepção provisória e depois de recepção definitiva).
Com estes indicadores, pretende-se fazer a ligação entre os intervenientes da obra,
associando as informações facultadas pelos indicadores com o planeamento e a tomada de
decisões estratégicas.
O objectivo específico, no caso concreto desta dissertação, consiste em aplicar os indicadores
propostos numa determinada obra – caso de estudo – e verificar a viabilidade e eficiência da
sua aplicação nessa situação real.
2
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
1.3.
Estrutura da Dissertação
O trabalho está organizado em 4 capítulos. O primeiro constitui a Introdução e inclui o âmbito
do trabalho, os objectivos e a organização da tese.
O segundo capítulo é dedicado ao conceito de Análise de Desempenho, em termos genéricos.
É introduzido o termo indicador de desempenho e apresenta-se a sua definição. São feitas
considerações gerais sobre o tema, explicadas as formas de apresentação da informação, os
tipos de indicadores e os factores que determinam a sua escolha e apresentação.
De seguida, caracterizam-se os vários aspectos relacionados com a medição do desempenho.
Define-se o processo e a sua finalidade e conceptualiza-se com um pouco de história.
São apresentados três modelos de aplicação de indicadores de desempenho – Indicadores
Balanceados de Desempenho (“Balanced Scorecard”), Comparação com Padrão de
Desempenho (“Benchmarking”) e Indicadores-Chave de Desempenho (“Key Performance
Indicators”) – e ainda a utilização de indicadores com base num programa informático –
Microsoft Office Project 2007.
Neste capítulo, são igualmente relatadas as especificidades da indústria da construção civil,
relativas à implementação de indicadores, sendo exposta uma visão geral da utilização dos
indicadores de desempenho na construção civil no Mundo. Apresenta-se aqui uma conclusão
geral sobre os sistemas de indicadores referidos e analisa-se o sistema de benchmarking na
indústria da construção em Portugal.
Finalmente, apresentam-se os indicadores de desempenho seleccionados para a dissertação e
para a utilização no caso de estudo.
No terceiro capítulo é identificada a obra que foi objecto de análise detalhada. Trata-se do
“caso de estudo” da dissertação. São ainda exibidos os resultados e conclusões específicas da
aplicação dos indicadores aplicados no caso de estudo.
O quarto e último capítulo é dedicado às conclusões. São apresentadas as conclusões gerais
sobre o trabalho, as conclusões particulares do caso de estudo e são dadas sugestões para
desenvolvimento de trabalhos futuros.
3
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
2.
Análise do Desempenho
2.1. Medição do Desempenho – “Não se consegue gerir o que não se
consegue medir.”
2.1.1. Medição do Desempenho – Um Pouco de História
Os primeiros indicadores e procedimentos de medição foram desenvolvidos no início do século
XX pelas empresas norte-americanas DuPont, do sector químico industrial, e General Motors,
do sector automóvel (Chandler, 1977).
Vive-se então uma época caracterizada por uma procura de mercado superior à produção.
Para responder a esta procura, as empresas tentaram arranjar meios de funcionamento para
poderem aumentar as quantidades produzidas, através da melhoria da eficiência dos tempos
de produção, adoptando para isso, a divisão do trabalho, a mecanização e a produção em
larga escala.
As medidas de desempenho dessa altura focalizavam-se principalmente na quantidade
produzida e no tempo de execução. Porém, o contínuo crescimento da produção gerou a
necessidade de ampliação do mercado consumidor. A competição aumentou e fez com que as
empresas adoptassem novas estratégias cuja principal finalidade era reduzir custos de forma a
fornecer produtos a preços competitivos e garantir lucros acrescidos.
As estratégias seguidas foram marcadas, sobretudo, pela padronização da produção, pela
utilização de mão-de-obra barata, e começou-se a dar grande ênfase ao planeamento e ao
controlo. Surgiram as denominadas análises OM (Organização e Métodos) que representavam
uma tentativa de melhorar a produção e rendibilizar os custos e os funcionamentos tradicionais.
A partir da década de 1980, começou a haver uma maior preocupação no âmbito das
medições. As medidas de desempenho tinham de ser racionalizadas para serem mais
operacionais. Verificava-se que elas tinham, até então, um elevado custo, uma rápida
desactualização e apresentavam dificuldades de quantificação das melhorias em termos
monetários, de satisfação do cliente e de qualidade do produto. Por sua vez, os clientes
começaram a ter novas exigências, tais como a necessidade de terem produtos de melhor
qualidade e menores tempos de entrega. (Costa, 2003).
Algumas empresas começaram a desviar a atenção em termos de competição de custos para
a necessidade de estabelecer estratégias competitivas para diferenciação, flexibilidade e
inovação (Neely, 1999). Essas mudanças tiveram reflexos nos sistemas de indicadores de
4
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
desempenho, pois tais empresas começaram a sentir a necessidade de introduzir medidas
quantitativas e qualitativas que pudessem avaliar os seus desempenhos relativos a essas
novas dimensões mais competitivas que lhes eram exigidas.
A partir do final da década de 1980, surgiram vários estudos que visavam o desenvolvimento
de sistemas de medição. Analisavam tanto medidas financeiras como não financeiras e
procuravam fornecer às organizações informações para a realização de previsões e de
tendências (Berliner & Brimson,1988; Keegan et al, 1989; Kaplan & Norton.1992; Lynch &
Cross,1995; citados por Costa, 2003). Estes novos sistemas de medição serão abordados mais
adiante neste trabalho.
2.1.2. Definição do Processo de Medição do Desempenho
O desempenho da empresa é o resultado das suas acções como um todo e reflecte a eficácia
das estratégias adoptadas. Um critério é um meio de julgamento – um padrão, uma regra,
uma norma pela qual se pode fazer apreciação de alguma coisa. Um critério de desempenho
é um parâmetro através do qual se pode fazer a avaliação do desempenho da empresa.
Medida é, segundo Sink & Tuttle (1993) uma tentativa de tornar um critério quantificável.
Sink & Tuttle (1993) definiram a medição do desempenho como um processo pelo qual se
decide o que medir e depois se faz a recolha, o acompanhamento e a análise dos dados
recolhidos. Além do processo de medição, é necessário realizar a avaliação do desempenho,
definido como um processo em que são estabelecidos os padrões, as especificações, os
requisitos, os valores ou os julgamentos para determinar o grau de desempenho que satisfaz
as necessidades e as expectativas dos clientes e processos.
Através do processo de medição é possível identificar as capacidades da organização e os
níveis de desempenho esperados, tanto dos processos como do sistema organizacional.
Possibilita, também, a identificação das necessidades de feedback, o que pode ser melhorado
e onde se devem investir colocar os recursos (Sink & Tuttle, 1993).
2.1.3. Finalidade da Medição do Desempenho
Segundo Sink e Tuttle (1993), a medição de controlo, utilizada para previsão, estimativa e
solução de problemas, é uma das aplicações mais comuns. Neste caso, a medição visa
controlar a variação do desempenho em relação aos padrões de comportamento previamente
estabelecidos, identificando desvios e corrigindo as suas causas.
5
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Representação
GESTÃO
Informação
AVALIAÇÃO
PROCESSAMENTO
Dados
Decisão
INTERVENÇÃO
RECOLHA
Medidas
Acção
PROCESSO
Input
Output
Fornecedor
Cliente
Figura 1 – Modelo de sistema de medição (adaptado de Lantelme, 1994)
Schiemann & Lingle (1999) afirmaram que para criar um sistema de medição é necessário
aumentar a participação das pessoas quanto ao entendimento e ao uso das informações
através da organização.
Em empresas mais tradicionais, a função da medição de desempenho é a monitorização; já
nas empresas cuja gestão se baseia na medição, a sua função envolve o alinhamento com
estratégias e comportamentos, a integração do desempenho na organização e o
desenvolvimento de mecanismos de autoavaliação. Sem a participação das pessoas, de forma
interessada e activa, qualquer sistema de medição de desempenho, se torna obsoleto e muitas
vezes irreal, dificultando a sua aplicação prática.
2.2.
Indicadores de Desempenho
2.2.1. Definição do Termo Indicador
Existem várias interpretações para o termo indicador que variam consoante o autor ou a
entidade que os define. Para procurar explicar este conceito, apresentam-se algumas
definições que se julgam ser interessantes para melhor se compreender o tema em análise:
6
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

"Um indicador é uma relação matemática que mede, numericamente, atributos de um
processo ou de seus resultados, com o objectivo de comparar esta medida com metas
numéricas, pré-estabelecidas.” (FPNQ, 1995).

"Um indicador de desempenho deve ser uma forma objectiva de medir a situação real
contra um padrão previamente estabelecido.” (De Rolt, 1998).

"Gerir é controlar e agir correctamente. Sem controlo não há gestão. Sem medição não
há controlo". (Juran, 1992).

“Indicador é tudo aquilo que se quer medir, ou seja, é a representação quantificada de
uma informação". (Oliveira et al, 1995).

"Indicadores são elementos que medem níveis de eficiência e eficácia de uma
organização, ou seja, medem o desempenho dos processos produtivos, relacionados
com a satisfação dos clientes". (De Rolt, 1998).

"O indicador de qualidade mede, tanto a qualidade do produto final, quanto a qualidade
dos processos empresariais, apoia a operacionalização e a tomada de decisão, no
ambiente empresarial, pelo consumidor de indicador de qualidade, profissional da
qualidade, executivos e funcionários". (Gil, 1992).
Essencialmente, indicadores são guias que nos permitem medir a eficácia das acções
tomadas. Representam informações racionais e objectivas que quantificam o desempenho e
reduzem a subjectividade das medidas.
O indicador de desempenho é uma relação matemática que, através de metas numéricas préestabelecidas, permite identificar o estado de um processo ou o seu resultado. Os indicadores
ajudam a avaliar o progresso de uma actividade, comparando-o consigo mesmo num momento
anterior ou relacionando-o com uma referência estabelecida.
2.2.2. Considerações Gerais sobre a utilização dos Indicadores de
Desempenho
Os indicadores de desempenho são desenvolvidos e utilizados pelos gestores para avaliar o
progresso e facilitar a obtenção dos objectivos definidos pelas empresas. Devem permitir
identificar quais os melhoramentos que podem ser efectuados de modo a optimizar os
processos (entenda-se processo como um conjunto de actividades interrelacionadas e
interactuantes que transformam entradas em saídas). Da mesma forma, um indicador também
permite distinguir as áreas onde o desempenho é satisfatório.
7
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Devem ser, porém, tomadas precauções com a utilização de indicadores. Segundo Albert
Einstein: “Not everything that can be counted, counts. And not everything that counts can be
counted.” (Nem tudo o que pode ser medido, conta. E nem tudo o que conta pode ser medido.)
Ou seja, a medição de informação que é pouco importante não é benéfica e pode servir para
desviar a atenção dos verdadeiros objectivos de um processo.
Posto isto, os indicadores devem fornecer a informação necessária para efectuar as alterações
necessárias em cada processo, possibilitando optimizar a eficiência e melhorar os resultados
globais.
Os indicadores de desempenho possibilitam o estabelecimento de desafios e de metas viáveis,
para além de permitirem a implementação de modificações ao longo do tempo, de modo a
atenderem às necessidades de informação da empresa face às imposições do ambiente e ao
desenvolvimento de novas estratégias (Lantelme, 1994).
2.2.3. Formas de Apresentação da Informação
Os indicadores podem apresentar a informação de diversas maneiras. As citadas neste
trabalho são as seguintes:

Taxa ou Proporção – é a relação entre duas grandezas. Obtém-se dividindo um valor
real por um valor potencial;

Índice ou Rácio – tudo aquilo que indica ou denota alguma qualidade ou característica
especial. É obtido através da divisão de valores da mesma variável, referentes a
diferentes momentos no tempo ou no espaço e expressos em percentagem;

Percentagem – parte proporcional calculada sobre uma quantidade de 100 unidades;

Gráficos – permitem a leitura mais rápida e intuitiva da informação.
2.2.4. Escolha e Implementação de Indicadores
Um indicador deve atender a determinados requisitos para que a sua leitura e interpretação
sejam claras. Privilegiaram-se os seguintes aspectos:
8
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Selectividade: os indicadores devem estar relacionados com factores essenciais ou
críticos do processo avaliado;

Representatividade: o indicador deve ser escolhido ou formulado para que possa
representar satisfatoriamente o processo ou o produto a que se refere;

Simplicidade: devem ser de fácil compreensão e aplicação, principalmente para as
pessoas directamente envolvidas com a compilação, processamento e avaliação dos
dados;

Baixo custo: devem ser gerados a custo baixo. O custo para recolha, processamento
e avaliação da informação não deve ser superior ao benefício trazido. Podem ser,
então aproveitados dados já disponíveis na empresa, colectados através de sistemas
ou procedimentos de controlo utilizados;

Acessibilidade (transparência): os dados para cálculo do indicador devem ser de
fácil acesso e estarem disponibilizados, preferencialmente, através de mecanismos
visuais;

Estabilidade: devem ser recolhidos com base em procedimentos de rotina
incorporados nas actividades da empresa. Devem permitir efectuar comparações ou
análises de tendências ao longo do tempo;

Abordagem experimental: é recomendável desenvolver, inicialmente, os indicadores
considerados como necessários e testá-los na base prática e não só teórica;

Comparação externa: alguns indicadores devem ser desenvolvidos para permitir a
comparação do desempenho da empresa com o de outras empresas do sector ou
empresas de outros sectores, a fim de poderem ser utilizados como benchmarks e na
avaliação da competitividade da empresa dentro do seu sector;

Melhoria contínua: os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando
necessário, devem ser modificados ou ajustados para atender às mudanças no
ambiente organizacional e não perderem seu propósito e validade.
Após a realização de uma pesquisa bibliográfica, foram seleccionados de um documento da
UFRGS (2007), os requisitos mais relevantes.
9
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
2.2.5. Processo de escolha
Determinadas acções devem ser tomadas de modo a que os indicadores estabelecidos sejam
os mais adequados aos objectivos de cada empresa. Referem-se os seguintes (análise e
estudo dos indicadores de desempenho existentes; análise de todos os tipos de indicadores de
manutenção utilizados em diversas empresas; definição dos objectivos e dos indicadores;
estabelecimento de todos os objectivos que devem ser considerados no projecto, incluindo os
objectivos da empresa e todos os objectivos relacionados com a manutenção; identificação dos
indicadores que têm efeito sobre o desempenho da manutenção (qualidade, prazo, custos) e,
finalmente, a selecção dos indicadores de desempenho.
Quanto à escolha dos indicadores de acompanhamento numa obra de construção civil, estes
devem ser determinados em conformidade com o tipo específico de trabalhos em execução.
Existem alguns parâmetros que são transversais a todo o sector da construção e estendem-se
até a outros sectores, referentes aos custos, aos prazos e à qualidade dos processos. Existem
igualmente parâmetros específicos de cada obra de construção. Estas especificidades devem
obviamente ser tidas em conta no processo de escolha. Para se proceder à escolha dos
indicadores na construção deve ser feita uma análise do tipo de obra e do tipo de trabalhos que
se executam, acompanhando a obra no local. Pretende-se, desta forma, que a informação a
analisar e a transmitir seja o mais relevante possível.
2.2.6. Tipos de Indicadores
Existem diversos tipos de indicadores que são utilizados para quantificar e medir o
desempenho de determinado processo. Porém, existem várias classificações para os
indicadores que variam com o autor.
Lantelme (1994), defende que os indicadores podem ser divididos em dois tipos:

Indicadores de desempenho específicos – fornecem informações para a gestão da
empresa e dos seus processos individuais. Esses indicadores estão relacionados com
as estratégias e com as actividades específicas da empresa, nesse sentido, as
informações fornecidas são utilizadas para o planeamento, controlo e melhoria
contínua das estratégias e dos processos;

Indicadores de desempenho globais – possuem um carácter mais agregado e visam
demonstrar o desempenho de uma empresa ou sector, em relação ao ambiente em
que se insere. Portanto, tem um carácter mais homogéneo para permitir a comparação.
Esses indicadores podem ser voltados para a empresa ou podem ser sectoriais, para
avaliar o desempenho do sector como um todo.
10
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Parmenter (2007), por sua vez, divide os indicadores em três tipos:

“Key Result Indicators” (KRIs) ou Indicadores-Chave de Resultados – fornecem
informações sobre o que foi feito até ao momento num determinado processo, medindo
o sucesso atingido;

“Performance Indicators” (PI) ou Indicadores de Desempenho – devem dar as
informações necessárias para saber que caminho uma empresa deve seguir para
melhorar o seu desempenho operacional;

“Key Performance Indicators” (KPIs) ou Indicadores-Chave de Desempenho –
informam sobre o que fazer para aumentar drasticamente o desempenho.
Outra classificação de indicadores é feita por Kaplan & Norton (1997):

Indicadores de Resultado – são aqueles que indicam se os objectivos maiores da
estratégia e as iniciativas de curto prazo estão a gerar os resultados desejados;

Vectores de Desempenho – reflectem a singularidade da estratégia e fornecem
informações para as empresas sobre previsões e tendências.
Para Oliveira et al (1995), os indicadores podem ser classificados em dois tipos:

Indicadores estratégicos – são estabelecidos com o objectivo de acompanhar e
impulsionar a implantação de estratégias;

Indicadores operacionais – são estabelecidos em função dos objectivos e tarefas
desenvolvidos dentro de cada processo, devendo ser coerentes com objectivos e
estratégias adoptadas pela empresa.
Foram tidos em conta todos estes tipos de indicadores, na fase de triagem dos indicadores
a aplicar no caso de estudo. Contudo, neste trabalho, optou-se por separar os indicadores
em dois tipos distintos, que se consideraram mais adaptados ao tipo de informação que se
quer transmitir:

Indicadores de acompanhamento – fornecem informações que permitem verificar o
estado dos processos e visam o controlo das actividades. A informação fornecida por
este tipo de indicador pode ser utilizada na correcção das mesmas;
11
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Indicadores de apreciação – são baseados nos resultados finais dos processos e
podem ser utilizados como ponto de referência para actividades futuras semelhantes
ou comparação com valores pré-estabelecidos. O seu valor pretende ajudar na
avaliação geral dos processos.
2.3.
Alguns Modelos de Aplicação de Indicadores de Desempenho
2.3.1. Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard”
Um modelo de gestão desenvolvido no início dos anos 90 por Robert Kaplan e David Norton
que permite às empresas clarificar a sua visão estratégica e converter isso num plano de acção
é designado de Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard (BSC)”.
(Kaplan & Norton, 1992 e 1997).
Pode ser definido como um instrumento de gestão que reflecte em cada momento, a situação
de uma organização.
Inicialmente, o BSC foi apresentado como um modelo de avaliação do desempenho
empresarial. A sua aplicação nas empresas estimulou o seu desenvolvimento para uma
metodologia de gestão estratégica.
De acordo com os conceitos definidos pelos autores, o BSC permite relacionar os objectivos,
as iniciativas e os indicadores com a estratégia da empresa.
Segundo Kardec et al (2002), BSC pode ser traduzido por “Indicadores Balanceados de
Desempenho”. Esta metodologia pressupõe que a escolha de indicadores, de forma a ter
sucesso, não pode estar voltada apenas para uma dimensão. Por exemplo, adopção exclusiva
de indicadores financeiros, por exemplo, não é suficiente para garantir o êxito da empresa.
Nesse sentido, o BSC integra indicadores financeiros e não financeiros que correspondem a
quatro perspectivas:

Financeira – melhorar a rendibilidade e reduzir os custos;

Cliente – reduzir prazos de entrega, fidelizar clientes e melhorar as vendas;

Processos internos – aumentar a produtividade e reforçar a imagem;
12
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Formação e crescimento – satisfação dos funcionários, melhoria das qualificações
dos funcionários e melhoria da infra-estrutura tecnológica.
Os
benefícios
recorrentes
da implementação do BSC
numa empresa revelam-se,
habitualmente, em vários aspectos. Traduzem a estratégia em objectivos e em acções
concretas; promovem o alinhamento dos indicadores chave com os objectivos estratégicos a
todos os níveis organizacionais; oferecem uma visão sistematizada do desempenho
operacional à gestão; constituem um processo de avaliação e de actualização da estratégia;
facilitam a comunicação dos objectivos estratégicos, focalizando os colaboradores na sua
obtenção; permitem o desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem e de melhoria
contínua. Finalmente, suportam a atribuição de incentivos em função do desempenho individual
e da contribuição para os resultados do negócio.
Kaplan & Norton (1992) descrevem a inovação do BSC da seguinte forma:
“ O BSC retém medidas financeiras tradicionais. Porém as medidas financeiras falam apenas
de eventos passados, perfeitamente adequados para empresas industriais para as quais os
investimentos a longo prazo em novas capacidades e relação com clientes não são críticos
para o sucesso. Porém, essas medidas financeiras são inadequadas para guiar e descrever o
caminho que as empresas da era da informação necessitam percorrer para criar valores futuros
através de investimentos no clientes, fornecedores, funcionários, processos, tecnologia e
inovação.”
2.3.2. Comparação com Padrão de Referência ou “Benchmarking”
Em 1996, a Comissão Europeia definiu, a Comparação com um Padrão de Referência ou
“Benchmarking” do seguinte modo (ICBench, 2006 a)):
"Processo contínuo e sistemático que permite a comparação das performances das
organizações e das respectivas funções ou processos face ao que é considerado como sendo
"o melhor nível", visando não apenas a equiparação dos níveis de performance, mas também a
sua ultrapassagem"
Pode-se afirmar que o objectivo do “benchmarking” não é a qualificação das empresas de
forma isolada nem em relação a uma escala pré-definida, mas sim criar a possibilidade de cada
empresa avaliar a sua prestação em relação aos seus concorrentes.
Geralmente, consideram-se vários tipos de benchmarking:
13
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Interno – compara processos internamente;

Competitivo – compara processos com as empresas competitivas;

Funcional – compara uma função numa instalação com a mesma função noutra
instalação;

Genérico – compara processos com uma organização reconhecida por uma
especialidade específica;
Existem sistemas de informação que possibilitam a avaliação do desempenho comparativo das
empresas – Índices de “Benchmarking”. Em Portugal tem sido utilizado com sucesso na
avaliação comparativa das empresas portuguesas em várias áreas (sector financeira; de
gestão; Excelência do negócio; Marketing; Produção; Saúde e Segurança no Trabalho; Energia
e Ambiente; Inovação; Responsabilidade Social e Logística e Transportes).
Da consulta efectuada, verificou-se que foram tomados em consideração os seguintes critérios
de comparação: Volume de Negócios; Nº de trabalhadores; Região e Sector de Actividade.
No panorama europeu, destaca-se a existência do ESBI (European SME(Small to Medium
Enterprise) Benchmark Index), que permite a comparação do desempenho empresarial num
contexto internacional entre diversos países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovénia,
Espanha, Finlândia, Polónia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Lituânia, Reino Unido,
Republica Checa e Suécia. O ESBI é baseado numa abordagem “Balanced Scorecard”, que
avalia a empresa segundo várias perspectivas: Financeira; Cliente; Processo Interno;
Aprendizagem e Desenvolvimento.
“Benchmark” é, em suma, uma medida, uma referência ou um nível de comportamento,
reconhecido como um padrão de excelência para um processo de negócio específico.
A figura 2 pode ser considerada como um exemplo de uma demonstração gráfica de
“benchmarking”.
14
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 2 - Benchmarking – Gráfico de análise do desempenho
(Fonte: ICBench, 2006)
A Figura 2 apresenta o indicador "Satisfação do Cliente – Aconselhamento na venda".
Este indicador é avaliado através de inquéritos aos clientes, imediatamente após a
concretização de uma venda, onde é solicitada a graduação deste (e outros) aspectos numa
escala de 1 (totalmente insatisfeito) a 10 (completamente satisfeito), valor que é introduzido no
eixo vertical (1).
A intersecção do resultado com a curva (2) permite obter no eixo horizontal a avaliação do
desempenho em comparação com a restante indústria (3). No presente caso, 70% das
empresas concorrentes obtiveram um resultado igual ou inferior, enquanto 30% obtiveram
resultado mais satisfatório (LNEC, 2006).
Esta avaliação pode ser efectuada tanto em cada acto individual como de forma agregada
(anual ou mais regularmente), permitindo conhecer o efeito de medidas de gestão e de garantia
da qualidade implementadas no interior da empresa. Poderão ser, assim, definidas metas
internas para cada organização de forma individual. A um nível mais geral, por exemplo num
patamar governamental ou de organismos sectoriais de classe, permite motivar as empresas
para atingir, num dado ano, certos níveis de indicadores, reflectindo uma procura de excelência
e de maior produtividade (LNEC, 2006).
15
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Os níveis obtidos podem ser utilizados em campanhas de promoção pelas próprias empresas
bem como servirem de parâmetros de valorização em concursos públicos ou privados. (LNEC,
2006).
2.3.3. “Key Performance Indicators” (KPI) ou Indicadores-chave de
desempenho
Uma série de medidas focadas nos aspectos mais críticos e influentes para a situação presente
e futura de uma organização, pode ser estimada recorrendo a “Key Performance
Indicators”(KPI) ou Indicadores-chave de desempenho.
Os KPI são aplicados para resolver problemas e procura aumentar o desempenho de uma
empresa, de forma quase imediata.
David Parmenter (2007) defende que a utilização dos KPI não é uma novidade nas
organizações, porém, o seu uso não era reconhecido como tal. Um exemplo que explicita bem
este facto passou-se com a companhia aérea British Airways (BA) na década de 1980. Nesta
altura, a BA tinha uma reputação negativa no que tocava à pontualidade das chegadas e
partidas dos aviões. Um director geral da companhia (CEO – Chief Executive Officer) percebeu
que aviões atrasados implicavam custos acrescidos, porque incluíam taxas adicionais de
aeroporto e custos de acomodação de passageiros que se viam obrigados a pernoitar no local
nos casos em que os aviões eram impedidos de viajar de noite, devido a restrições sonoras.
Provocavam o aumento da insatisfação dos clientes e uma consequente perda de futuros
clientes. Por outro lado, de forma a compensar o tempo perdido, era utilizado mais combustível
durante o voo, facto que causava maiores custos e um negativo impacto ambiental. Todas
estas situações induziam um impacto negativo nos empregados, pois eram, também eles,
integrados nos maus hábitos que contribuíam para os atrasos dos aviões, ao mesmo tempo
que eram confrontados constantemente com clientes frustrados.
Por todos estes motivos, o director responsável estabeleceu que cada vez que um avião estava
atrasado, em qualquer parte do mundo, ele seria notificado. Posto isto, de cada vez que um
avião se atrasava, o delegado da BA no respectivo aeroporto, recebia imediatamente uma
chamada do CEO para o repreender. Pouco tempo depois desta iniciativa, os aviões da BA
depressa obtiveram uma reputação de partirem a tempo (Parmenter, 2007)
No sector das empreitadas, os KPIs são baseados em dados tratados estatisticamente e
obtidos através de questionários dirigidos aos diversos actores. Os inquéritos aos clientes são
obtidos no final de cada operação e os inquéritos dirigidos às empresas são preenchidos com
informação referente ao ano transacto.
16
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
2.3.4. Indicadores de Desempenho aplicados no Microsoft Office Project
2007
Este capítulo foi essencialmente baseado na pesquisa bibliográfica incidente sobre o
documento: Microsoft Office Project 2007: Depressa e Bem. (Silva, 2007)
O Microsoft Office Project 2007 é o programa de suporte à Gestão de Projectos da Microsoft.
Trata-se da ferramenta de gestão de projectos com maior número de utilizadores a nível
mundial, com vários milhões de licenças emitidas.
A utilização deste software permite planear e gerir detalhadamente actividades e recursos,
permitindo a monitorização de prazos e o acompanhamento de custos.
O acompanhamento e o controlo de um projecto – “Tracking” – consistem, sucintamente, na
introdução dos valores reais de custos e de prazos que se vão verificando ao longo do tempo,
o que permite a sua comparação com os valores planeados inicialmente.
É, portanto, essencial estabelecer todos os valores inicialmente estimados ou planeados para
todo o projecto, determinando uma situação de base – “Baseline”.
Os valores reais de uma tarefa (“actual start”, “actual work”, etc.) podem ser visualizados e
inseridos na visualização “Task Usage”, com a Tabela “Tracking” seleccionada.
Figura 3 – Cronograma de actividades do Microsoft Office Project 2007 (Fonte: REFER,2006)
17
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Na figura 3, no cronograma do lado esquerdo, estão representadas as datas de Inicio Real
(“Actual Start”) e Final Real (“Actual Finish”) de cada tarefa, a Percentagem de Obra Completa
(“% Complete” e “Physical Percentage Complete”), a Duração Real (“Actual Duration”), a
Duração Restante para concluir a obra (“Remaining Duration”), o Custo Real (“Actual Cost”) e o
Trabalho Real (“Actual Work”). Restante
No cronograma do lado direito da figura 3, são apresentados os valores do Trabalho Planeado
(“Work”) e o Custo Planeado (“Cost”).
Os valores apresentados são os planeados inicialmente, nos casos do Trabalho Planeado (em
horas), do Custo Planeado (em euros) e da Duração Restante para concluir a obra (em horas).
Uma forma importante de controlo de custos de projecto que se pode utilizar no Project é a
utilização da técnica “Earned Value Management” (EVM). Com a utilização desta técnica, é
possível a obtenção de indicadores de custos das tarefas, não descurando os prazos nem a
percentagem de trabalho efectuado.
A técnica EVM tem três variáveis principais, com base nas quais são calculados os
indicadores:

BCWS (“Budgeted Cost of Work Scheduled”) ou “Planned Value” (Valor planeado) –
Representa o esforço planeado, ou o valor orçamentado do trabalho planeado:
BCWS=custos da baseline x horas da baseline

BCWP (“Budgeted Cost of Work Performed”) ou “Earned Value” (Valor teórico com
base no cronograma inicial) – Representa o esforço de trabalho já efectuado ou o
valor orçamentado do trabalho realizado: BCWP=custos da baseline x horas reais
de trabalho

ACWP (“Actual Cost of Work Performed”) ou “Actual Cost” (Valor Real ou
efectivamente realizado) – Representa o custo real do trabalho ou o valor do trabalho
realizado: ACWP=custos reais x horas reais de trabalho
Para o cálculo destas variáveis, o programa utiliza os custos horários dos recursos e a
distribuição temporal do trabalho imputado às tarefas desde o início do projecto até ao
momento actual ou status date (data da situação).
18
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Partindo destas três variáveis é possível obter vários indicadores de desempenho, tais como:

SPI (Schedule Performance Index) – Desvio entre o valor do trabalho realizado e o
valor planeado:
SPI = earned value / planned value
Se o projecto decorrer como planeado o SPI será igual a 1; se o esforço estiver
atrasado em relação ao planeado o SPI será menor do que 1; se o esforço estiver
adiantado em relação ao planeado o SPI será maior do que 1.

CPI (Cost Performance Index) – Desvio entre o custo real e o custo do trabalho
realmente realizado:
CPI = earned value / actual cost
Se o projecto decorrer como planeado o CPI será igual a 1; se os custos forem
superiores ao planeado o CPI será menor do que 1; se os custos forem inferiores ao
planeado o CPI será maior do que 1.

EAC (Estimate at Completion) – Representa a estimativa de custos no final do projecto
se o trabalho continuar a ser executado ao mesmo ritmo:
EAC = actual cost + (baseline cost – earned value)/ CPI

TCPI (To Completion Performance Índex) – Representa o trabalho que falta executar
relacionado com respectivos custos:
TCPI = (BAC - BCWP) / (BAC - ACWP)
Se o projecto decorrer como planeado o TCPI será igual a 1; se o esforço estiver atrasado em
relação ao planeado o TCPI será maior do que 1; se o esforço estiver adiantado em relação ao
planeado o TCPI será menor do que 1.
É importante esclarecer a noção de trabalho (Work) presente no MS Project2007. Trabalho
representa a quantidade total de tempo planeado para que todos os recursos, afectados a uma
tarefa, a completem; ou a quantidade total de tempo planeado para que um determinado
recurso execute todas as tarefas a que está afectado.
2.4. Especificidades da Indústria da Construção Civil relativas à
Implementação de Indicadores
A indústria da construção civil tem especificidades próprias que as destacam das outras,
nomeadamente no que se refere ao processo de medição do desempenho através de
indicadores.
19
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A construção surge como um negócio imprevisível, em que a competição se baseia apenas no
preço e não na qualidade, com reduzidas barreiras à entrada de elementos com baixo nível de
eficiência.
Segundo Garcia Messenguer (1991), o sector possui características muito específicas.
Considera que a construção é uma indústria de carácter nómada, com produtos únicos e não
seriados. A produção é centralizada (operários móveis em torno de um produto fixo), ao invés
da produção em cadeia (produtos passando por operários fixos), como noutras indústrias.
Trata-se de uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações. Utiliza mão-deobra intensiva e pouco qualificada. Por outro lado, o emprego dessas pessoas tem carácter
eventual e suas possibilidades de promoção são escassas, o que gera baixa motivação no
trabalho. A construção, de maneira geral, realiza os seus trabalhos a céu aberto. O produto
pode ser único, ou quase único, na vida do cliente final. São empregadas especificações
complexas e, muitas vezes, confusas. As responsabilidades são dispersas e pouco definidas
dentro da empresa.
Lantelme (1999) realizou um estudo sobre a aplicação de indicadores de qualidade na
construção civil e retirou algumas conclusões interessantes sobre o sector. Referem-se as que
se conderam ser mais interessantes;

As empresas de construção têm dificuldades em identificar quais são os indicadores
importantes para a empresa;

Neste sector, a motivação para a continuidade dos sistemas de indicadores depende
não só da sua vinculação a uma visão estratégica, mas também do estabelecimento de
objectivos mais arrojadas;

Há grande interesse dos directores das empresas de construção em comparar seu
desempenho com o de outras empresas. No entanto, quando as empresas verificam
que seus resultados são melhores que os valores de referência disponíveis, estas
tendem a diminuir o interesse e acomodam-se;

Alguns gerentes de empresas de construção utilizam a medição como uma forma de
controlar o comportamento das pessoas, ao invés de utilizar como uma ferramenta
para auxiliar na comunicação dos objectivos, obter maior participação, dividir
responsabilidades e incentivar a aprendizagem;

Alguns gestores do sector da construção tendem a procurar resultados de curto prazo.
No entanto, a implementação e a consolidação de um sistema de medição requer
tempo, até que os benefícios possam ser percebidos;

É comum na construção civil a tomada de decisões baseadas em intuição e senso
comum, e em algumas medidas financeiras que são inadequadas ao controlo do
processo.
20
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Segundo Oliveira & Freitas (2000), no que diz respeito aos indicadores como fonte de
informação, as empresas de construção e os escritórios de projecto visualizam o potencial dos
indicadores e utilizam-nos nalgumas áreas, mesmo de forma incipiente. No entanto, não
possuem mecanismos que integrem a percepção dos principais intervenientes quanto à
selecção dos indicadores para os processos críticos. Isso deve-se ao facto de que algumas
empresas optam pela recolha de indicadores mais simples, com dados de mais fácil acesso ou
que forneçam resultados a curto prazo, sem avaliar quais informações são mais relevantes
para a empresa (Lantelme, 1994).
As empresas de construção também têm dificuldade em estabelecer e explicitar a sua
estratégia competitiva e os seus objectivos estratégicos em cada um dos segmentos de
actuação. Essas empresas, geralmente apresentam uma visão imediatista, na qual o curto
prazo é valorizado em detrimento ao longo prazo e, como consequência, os gestores, em geral,
não conseguem pensar num horizonte de tempo muito amplo (Barros Neto, 1999).
Outra característica das empresas da construção civil resulta do facto de elas trabalharem com
sistemas de produção orientados para o empreendimento ou obra, em que o produto é único
em termos de projecto e condições locais, e esses empreendimentos estão inseridos num
ambiente dinâmico com muitas variáveis externas, difíceis de serem analisadas (Barros Neto,
1999).
Baseado nesse contexto, observa-se que, em geral, apesar das empresas de construção civil
identificarem a necessidade de incorporação do processo de medição e de avaliação de
desempenho nos seus sistemas de gestão, estas empresas ainda apresentam muitos
problemas. De certa maneira, os avanços obtidos nos últimos anos quanto à concepção,
implementação e uso dos indicadores de desempenho no sector estão desfasados em relação
a outros sectores industriais (Costa, 2003).
2.5.
Estado da Arte – Indicadores de Desempenho na Industria de
Construção no Mundo
2.5.1. “Benchmarking” e “Key Performance Indicators” no Reino Unido:
Constructing Excellence
Este capítulo foi essencialmente baseado na pesquisa bibliográfica incidente sobre o
documento: Sistema de indicadores de desempenho e produtividade para a construção civil.
(LNEC,2006)
21
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
No Reino Unido, em 1998, foram desenvolvidos os indicadores designados KPI – Key
Performance Indicators – já anteriormente referidos. Foram utilizados pelas empresas da
indústria da construção e pelo próprio governo para avaliar o nível de desempenho dessa
indústria e definir metas actuais a atingir.
O conceito de “benchmarking” foi então introduzido na construção no Reino Unido com o
objectivo de alcançar um crescimento contínuo, avaliar a performance empresarial e
consequentemente auxiliar as empresas na identificação de pontos forte e fracos na sua
actividade, avaliar a capacidade financeira e delinear um planeamento ajustado em tempo útil.
A satisfação do cliente foi identificada como o principal objectivo a atingir, pois este conceito
era, até à altura, considerado como secundário no processo construtivo da indústria da
construção britânica.
Os organismos criados para implementar este conceito fundiram-se numa única entidade, a
“Constructing Excellence”.
O primeiro conjunto de resultados foi apresentado em Novembro de 2000. Incluía os seguintes
indicadores, considerados fundamentais e directamente ligados ao desempenho económico:
Satisfação do Cliente – produto, Satisfação do Cliente – serviço, Defeitos, Previsão do custo,
Previsão do tempo, Custo da construção, Tempo da construção, Produtividade, Lucro e
Segurança.
Estes três últimos indicadores foram colectados na própria empresa, enquanto os restantes
foram obtidos a partir da informação fornecida pelos Clientes.
Consideram-se os três perfis principais de empresas contemplados: Construtores, Consultores
e Empresas de Materiais de Construção. Nos anos seguintes, foram desenvolvidos outros
indicadores que contemplaram aspectos sobre Recursos Humanos e Consciência Ambiental.
Paralelamente procedeu-se à expansão de alguns dos indicadores a segmentos de mercado
específicos como a Construção Nova (habitação e outros edifícios) e a Reabilitação e
Manutenção de Edifícios.
Anualmente divulgam-se os resultados obtidos para cada indicador a partir de um conjunto de
projectos considerados como amostragem, “Demonstration Projects”, seleccionados a partir de
empresas que participam no programa. Os resultados globais obtidos para a indústria da
construção, integrados no cenário nacional são apresentados em “wallcharts” sob a forma de
gráficos de curva acumulada baseada na informação recolhida. A partir destes gráficos, é
possível determinar a medida de comparação com as outras empresas – “benchmark” –
conceito anteriormente referido.
22
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Um exemplo dos resultados aferidos pelo sistema de Benchmarking KPI que se pratica
actualmente no Reino Unido é exposto nas seguintes figuras.
As empresas envolvidas neste programa podem participar em Clubes de Benchmarking KPI,
que funcionam como um fórum de aprendizagem sobre princípios de gestão e de melhores
práticas, através da disseminação de uma cultura de medição de desempenho e partilha de
informações, permitindo a cada empresa participante aprender com as demais através de uma
criação conjunta de conhecimento que visa a melhoria do desempenho dos intervenientes.
Na Figura 4 exibem-se a variação do tempo de construção entre dois anos consecutivos, em
percentagem. Como exemplo explicativo, destaca-se o facto de, em 2007, o tempo de
construção foi 0,3% inferior a 2006.
Na Figura 5, verifica-se que o consumo de água não variou muito nos últimos anos. Na Figura
6, é visível um decréscimo da Taxa de incidência de acidentes de ano para ano.
Figura 4 - Gráficos do Tempo de Construção (Construction Time) que compara as diferenças percentuais
entre valores de dois anos consecutivos (Change Compared with one year ago) (Fonte: CEBE, 2007)
Figura 5 - Gráfico do Consumo de Água no Processo de Construção (Water Use – Construction Process)
(Fonte: CEBE, 2007)
23
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
É importante destacar que o objectivo destes indicadores não é a qualificação das empresas
de forma isolada nem em relação a uma escala pré-definida, mas criar a possibilidade de cada
empresa avaliar a sua prestação em relação aos seus concorrentes. Neste sentido, a
informação fornecida pelas empresas e pelos seus clientes é totalmente confidencial. Na
análise que cada empresa efectua ao seu desempenho pode, apenas, saber a sua posição
relativa: na Figura 2, a empresa exemplo sabe que 30% dos seus concorrentes fazem melhor
no aspecto analisado, mas não é possível identificá-los.
Esta metodologia revelou-se muito interessante para a consolidação e para a melhoria do
sector da Construção Civil. Com este tipo de informação, é possível fazer uma análise do que
se passou anteriormente.
Figura 6 - Gráfico da Taxa de Incidência de Acidentes (número de acidentes registados/100000
empregados) (CEBE, 2007)
O facto da informação se apresentar numa forma intuitiva e de fácil leitura, permite que todos
os elementos da empresa possam ter uma visão geral de todo o trabalho que está a ser feito e
para o qual eles contribuem. Ter percepção do desempenho que uma empreitada está a ter é o
primeiro passo para melhorar.
2.5.2. Sistema de “Benchmarking” Chileno: Sistema Nacional de
Benchmarking
O projecto do Sistema Nacional de “Benchmarking” arrancou no Chile, em 2001. Em primeiro
lugar, centrou-se num estudo detalhado do programa britânico “Key Performance Indicators”.
Seguidamente, procurou adequá-lo às necessidades específicas do sector da construção
chilena.
24
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Inicialmente, adoptaram-se 30 indicadores de performance que foram analisados em diversas
reuniões com a presença de empresas do sector. Posteriormente, foi determinado que seria
necessário reduzir o número de indicadores, com base na opinião, experiência e necessidades
transmitidas pelas próprias empresas. Actualmente consideram-se os seguintes indicadores:
desvio do custo por projecto, desvio do tempo da construção, mudança de empreiteiros,
frequência de acidentes, eficiência do trabalho directo, produtividade, sub-contratações, custo
das reclamações dos clientes, ordens urgentes, planeamento e eficácia.
Os indicadores foram idealizados de modo a que a recolha da informação necessária fosse o
mais acessível possível dentro das empresas. Para a utilização do sistema, as empresas
participantes recebem um manual explicativo e de orientação bem como um acesso ao sistema
para introdução e visualização da informação obtida. O Sistema Nacional de “Benchmarking”
utiliza curvas e tabelas de “ranking” e gráficos de radar para a apresentação dos resultados.
O sistema pretende ser uma avaliação complementar de modelos de gestão cujo objectivo seja
o de fornecer ferramentas para se alcançar uma melhoria contínua nas empresas de
construção através de práticas de “benchmarking” que se devem desenvolver ao longo do
tempo. O sistema de avaliação de gestão permite comparar diferentes práticas de gestão,
identificar relações entre os resultados, com vista a retirar conclusões, e ainda percepcionar
tendências para a indústria.
2.5.3. Sistema de “Benchmarking” dos Estados Unidos da América:
Construction Industry Institute (CII) Benchmarking & Metrics Program
O programa “CII Benchmarking & Metrics” arrancou em 1993, com o objectivo de fornecer
padrões de “performance” para a indústria, de quantificar e de identificar o uso de boas
práticas.
O CII apresenta aproximadamente 90 membros, dos quais 50% são empresas construtoras e a
outra metade são empresas de consultoria e subcontratados. Com esta iniciativa, o CII
pretende melhorar a eficácia do negócio, ao nível da segurança, da qualidade, do planeamento
de trabalhos, dos custos, da confiança e da operacionalidade. Os investigadores analisaram os
estudos realizados em diferentes universidades, com vista a identificar as metodologias já
criadas para melhorar o planeamento e execução de projectos.
Em 2000, os diversos representantes da indústria conjuntamente com os membros do CII
desenvolveram o esquema de funcionamento do programa e definiram o actual conjunto de
indicadores de desempenho. Os indicadores são divididos segundo pequenos projectos
(menos de $5.000.000 USD) e grandes projectos (mais do que $5.000.000 USD). O grupo de
25
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
trabalho do Benchmarking & Metrics reúne-se regularmente para continuar a desenvolver,
actualizar e melhorar o programa.
O programa CII Benchmarking & Metrics desenvolveu uma de plataforma de recolha e
tratamento de informação através de uma base de dados na Internet, denominada Projecto
Central. Este programa opera através do preenchimento de questionários online sobre os
projectos e posterior validação do questionário completo. Permite, ainda, que os participantes
tenham acesso em tempo real à avaliação dos seus projectos, pelo que podem ser
imediatamente comparados com os demais existentes na base de dados. São disponibilizados
os gráficos que permitem realizar as comparações entre as empresas ou projectos em cada um
dos indicadores, sendo também fornecidos relatórios identificando os resultados obtidos.
2.5.4. Sistema de Indicadores de “Benchmarking” no Brasil: SISIND-NET
A partir de Setembro de 2003, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul iniciou um
projecto, denominado SISIND-NET, que teve o apoio financeiro do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O objectivo do SISIND-NET é desenvolver e
implementar um Sistema de Indicadores para Benchmarking na Indústria da Construção, com o
recurso às Tecnologias da Informação, principalmente vinculadas ao uso da Internet.
O Sistema de Indicadores para Benchmarking está inserido num site que permite a introdução
de dados directamente pelas empresas participantes e a apresentação dos indicadores e de
tendências. Além disto, possibilita a criação de um ambiente de aprendizagem, através dos
Clubes de “Benchmarking”, em que as empresas envolvidas partilham informações, tanto do
ponto de vista quantitativo (indicadores), quanto qualitativo (boas práticas de gestão). Por fim, o
grupo de trabalho realiza palestras e cursos de formação para a divulgação do projecto e dos
seus resultados.
Em 2004, surgiu o primeiro clube de benchmarking constituído por 18 empresas de construção
que pretendiam desenvolver e implementar o sistema de indicadores e iniciar a partilha de
boas práticas. Em diversas reuniões com essas empresas, foram definidos os indicadores mais
relevantes a incluir no sistema, bem como os procedimentos de recolha dos dados e os
métodos de análise.
A implementação teve como objectivo testar os indicadores definidos nas reuniões e,
consequentemente, identificar a sua adequação à realidade empresarial. Desde o início,
algumas alterações foram realizadas no respeitante ao processo de obtenção de dados por
sugestão das empresas envolvidas.
26
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Às empresas participantes foi fornecido um Manual de Utilização, que ajudou a compreender o
procedimento de recolha de informação na rotina organizacional, bem como o processo de
encaminhamento dos dados colectados para o sistema on-line.
O actual conjunto de indicadores engloba os seguintes: Produção e Segurança: desvio do
custo da obra, desvio do prazo da obra, percentual de planos concluídos, índice de boas
práticas de estaleiros de obras, taxa de frequência de acidentes; Clientes: índice de satisfação
do cliente final, índice de satisfação do cliente (Dono de Obra); Vendas: velocidade de vendas,
índice de contratação; Fornecedores: avaliação de fornecedores de serviço, avaliação de
fornecedores de materiais, avaliação de fornecedores de projectos; Qualidade: número de não
conformidades em auditorias, índice de não conformidade na entrega do imóvel; Pessoas:
índice de satisfação do funcionário da sede, índice de satisfação do funcionário de obra, índice
de formação, percentagem de funcionários formados.
2.5.5. Sistema de “Benchmarking” Dinamarquês: Byggeriets Evaluerings
Center
O Centro Dinamarquês para o Sector da Construção Civil (Byggeriets Evaluerings Center) foi
criado em Fevereiro de 2002 por diversas entidades ligadas ao sector com vista a promover a
qualidade e a eficiência no sector. Actualmente, está estabelecido como uma instituição de
cariz público.
Para a realização do Sistema de Benchmarking, desenvolvido pelo Centro, foram analisadas
diversas operações com o objectivo de avaliar a performance empresarial.
Os indicadores dividem-se pelos seguintes temas: tempo, custo, satisfação do cliente,
acidentes, defeitos, rentabilidade, produtividade, segurança.
Os dados são acumulados para fornecerem informação relativa a empresas (para todos os
seus projectos) e ao nível do Cliente. Identificam-se igualmente as tendências da indústria. Os
dados são colectados através de questionários, mas parte da informação é revelada para ser
analisada por participantes do projecto. As empresas aderentes têm de efectuar um pagamento
ao centro para terem acesso aos resultados obtidos a partir da base de dados.
Actualmente, para conhecer as tendências da indústria, o Governo Dinamarquês utiliza
processos de “benchmarking” que solicita às empresas. A curto prazo, os clientes particulares
também poderão neste sistema. Paralelamente, o Centro está a desenvolver e a aperfeiçoar
sistemas de “benchmarking” para projectos de engenharia e de arquitectura.
27
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
2.5.6. Síntese e Conclusão Geral Sobre os Sistemas de Indicadores
Referidos
O gráfico da Figura 7 indica uma descrição geral dos indicadores utilizados a nível mundial.
Distingue-se claramente uma maior utilização de indicadores relativos à Segurança e Saúde,
Performance do Negocio, Satisfação do Cliente, Qualidade, Custo e Tempo.
Os resultados destes sistemas de medição devem ser integrados em estratégias de melhoria
contínua da qualidade, de aumento da satisfação dos clientes e das entidades envolvidas no
processo construtivo, tais como projectistas, fornecedores, donos de obra e, de um modo mais
abrangente, da sociedade em geral.
Figura 7 – Temas abordados pelos sistemas de indicadores a nível mundial e sua frequência
(Fonte:ICBench, 2006, b))
Em todos os países referidos, a utilização dos sistemas de avaliação do desempenho através
do uso de indicadores parece ter tendência para evoluir e não a regredir. Este factor é, em si
mesmo, um indicador que a evolução do sector pode passar por aqui.
2.5.7. Sistema de “Benchmarking” na Industria de Construção em
Portugal:ICBench
O sistema de “benchmarking” surge na construção civil em Portugal com o Projecto ICBench –
“Indicadores de Desempenho e Produtividade”. Este projecto iniciou-se em Setembro de 2005
e foi desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Faculdade do Porto, com o apoio do
Instituto do Mercado das Obras Publicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI) e da Agência
de Inovação (ADI). Tem como objectivo disponibilizar uma plataforma web que possibilite a
28
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
análise e diagnóstico do nível de eficiência das operações produtivas realizadas pelas diversas
empresas do sector (ICBench, 2006 c)).
A plataforma web foi idealizada com base no conceito de benchmarking de forma a permitir o
estabelecimento de novos patamares de desempenho e oportunidades de melhoria,
contemplando tanto o benchmarking interno como o externo (ICBench, 2006, d)).
Numa etapa inicial foi feito um teste piloto em que participaram 50 empresas de cada um dos
três seguintes tipos de companhias da área da construção civil – construtores, consultores e
empresas de materiais de construção (ICBench, 2006 d)).
A compilação anual dos dados introduzidos por todas as empresas é traduzida em curvas de
“benchmarking”, identificando o desempenho global da indústria e dos seus vários sectores. Na
prática, assemelha-se a um “ranking”, que discrimina a posição e efectividade das empresas no
mercado (ICBench, 2006 d)).
A utilização do serviço tem um custo de cerca de 400 euros por ano, valor considerado
suportável e que não funciona como obstáculo à sua utilização (ICBench, 2006 d)).
Todo o processo desenvolve-se com total confidencialidade das informações cedidas pelas
empresas (ICBench, 2006 e)), no sentido em que uma empresa sabe o seu resultado e a sua
posição entre as empresas participantes no “benchmark” mas não sabe que empresas estão à
sua frente ou atrás de si, em termos de desempenho. A Figura 8 é um exemplo do resultado
que se pode obter através deste sistema de benchmarking online.
Figura 8 – Resultado “benchmark” de uma empresa integrante do programa icBench. A amostra inclui 51
empresas e a rentabilidade da empresa do exemplo situa-se nos 82% (Fonte:ICBench, 2006 b))
29
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A Indústria da Construção Civil em Portugal tem uma importância expressiva e essencial no
contexto da economia nacional. O sector está a evoluir no sentido de antecipar imprevistos e
prevenir custos excessivos. Portanto, é indispensável acompanhar os acontecimentos para
reagir o mais rápido possível, de modo a minorar os desvios de custo, prazo e qualidade.
Para realizar o controlo de uma empreitada é importante que haja uma adequada gestão de
projecto, recorrendo a suporte informático e à introdução de indicadores como os que se
consideraram na presente dissertação. Aparentemente será este o caminho a adoptar, daí que
a utilização de indicadores simples, intuitivos, fáceis de determinar e credíveis, ganhe uma
importância cada vez maior.
30
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.
Caso de Estudo
3.1
Identificação da Obra
Para avaliar o desempenho de uma obra, seleccionou-se uma empreitada de trabalho
ferroviário. A obra consiste, resumidamente, na supressão e na reconversão de seis passagens
de nível em determinados troços ferroviários das Linhas de Évora e do Alentejo para facilitar o
cruzamento da rodovia com a ferrovia e aumentar a segurança rodoviária e ferroviária.
A obra é composta por seis frentes que correspondem à construção de duas passagens
inferiores (túneis) e de quatro passagens superiores (viadutos), com os respectivos
restabelecimentos das vias de acesso.
Entendeu-se que se deveria particularizar a descrição dos aspectos mais relevantes de cada
frente de obra. Para cada uma, identificaram-se os aspectos mais importantes e descreveu-se
pormenorizadamente a execução dos respectivos restabelecimentos e obras de arte.
Figura 9 – Painel de identificação da obra
O Dono da Obra é a REDE FERROVIÁRIA NACIONAL, REFER, E.P.
31
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A Designação da Empreitada é a seguinte: EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DE
PASSAGENS DESNIVELADAS AO KM 63+161, KM 65+433, KM 117+480 DA LINHA DO
ALENTEJO E AO KM 96+100, KM 101+935, KM 108+480 DA LINHA DE ÉVORA.
O Concurso foi do tipo Público e a Empreitada é do tipo Preço Global. O Empreiteiro é
TECNOVIA, SOCIEDADE DE EMPREITADAS, S.A.. O Projectista é PERRY DA CÂMARA
ASSOCIADOS / GLOBALVIA.
Os elementos referentes a esta empreitada estão contemplados no painel de identificação da
obra (Figura 9). A localização da obra está indicada na Figura 10.
Figura 10 – Localização da obra no mapa de Portugal pormenorização do local das 6 frentes de obra nas
Linhas de Évora e Alentejo (Fonte: Google Earth, 2008)
A localização da obra no mapa de Portugal, bem como as seis frentes da empreitada, numa
das quais se inclui o estaleiro do Empreiteiro-geral, são visíveis na Figura 10.
Seguidamente, são apresentados os dados gerais que se organizaram para esta obra,
designadamente: o custo da obra (Quadro 1 e Figura 12); a percentagem de custo de obra
realizada (Figura 13); as homens-hora trabalhadas (Quadro 2 e Figura 14); e o gráfico da
ocorrência de acidentes durante a execução da obra (Figura 15).
32
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Data
Custo da obra (mensal)
Custo da obra (acumulado)
Jul-07
782,87 €
782,87 €
Ago-07
35.683,45 €
36.466,32 €
Set-07
132.151,17 €
168.617,49 €
Out-07
204.277,15 €
372.894,64 €
Nov-07
178.073,04 €
550.967,68 €
Dez-07
145.304,40 €
696.272,08 €
Jan-08
242.793,82 €
939.065,90 €
Fev-08
403.711,79 €
1.342.777,69 €
Mar-08
552.555,25 €
1.895.332,94 €
Abr-08
279.682,35 €
2.175.015,29 €
Mai-08
184.432,34 €
2.359.447,63 €
Jun-08
29.552,41 €
2.389.000,04 €
Quadro 1 – Custo da Obra
Custo da Obra
3.000.000,00 €
2.500.000,00 €
2.000.000,00 €
1.500.000,00 €
1.000.000,00 €
500.000,00 €
0,00 €
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mai-08 Jun-08
Mês
Custo Mensal
Figura 11 – Custo da Obra
% Custo da obra realizada
100%
80%
60%
40%
%Custo da obra realizadal
20%
Jun-08
Mai-08
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
Jul-07
0%
Figura 12 – Percentagem do custo da obra realizada, em relação ao custo total
33
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Os valores dos custos da obra apresentados (Quadro 1 e Figura 12) são os planeados
inicialmente. Não foi possível exibir os valores reais porque os custos não planeados,
nomeadamente, dos trabalhos a mais, da assistência técnica e dos autos de erros e omissões,
não foram registados mensalmente. Contudo, foi facultado um valor total destes custos não
planeados. Valor esse que foi utilizado para o cálculo de um indicador, como será referido
adiante, no capítulo 3.8.
Data
Jul-07
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
Homens-hora
20000
Homens-hora
trabalhadas (mensal)
192
480
1648
2392
2496
1775
2576
2496
2662
2688
Homens-hora trabalhadas
(acumuladas)
192
672
2320
4712
7208
8983
11559
14055
16717
19405
19405
85823
Quadro 2 – Homens-hora trabalhadas
Homens-hora Trabalhadas
15000
10000
Mensal
Acumulado
5000
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07Nov-07Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08Abr-08
Mês
Figura 13 – Homens-hora trabalhadas
Ocorrência de Acidentes
3
2
1
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08
Mês
Acidentes - Subempreiteiro
Acidentes - Empreiteiro
Figura 14 – Ocorrência de acidentes nos funcionários do empreiteiro, de um subempreiteiro e acumulado
34
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Registo de Acidentes de Trabalho
Mensal
Acum.
Mensal
Acum.
Mensal
Acum.
Mensal
Acum.
Mensal
Acum.
Mensal
Ano
Mês
Acum.
N.º dias perdidos
Totais
Não mortais
N.º de acidentes
Mortais
Homens-hora
trabalhadas
N.º médio de
trabalhadores
Data
2007
Jul
2007
Ago
2007
Set
2007
Out
2007
Nov
2007
Dez
2008
Jan
2008
Fev
2008
Mar
2008
Abr
Emp
2
3
10
13
13
12
14
13
11
14
Sub
8
6
28
40
52
50
50
54
64
67
T
10
9
38
53
65
62
64
67
75
81
Emp
2
5
15
28
41
53
67
80
91
105
Sub
8
14
42
82
134
184
234
288
352
419
T
10
19
57
110
175
237
301
368
443
524
Emp
192
480
1648
2392
2496
1775
2576
2496
2662
2688
Sub
448
1024
4392
7360
9984
7640
9200
10368
12672
12864
T
640
1504
6040
9752
12480
9415
11776
12864
15334
15552
Emp
192
672
2320
4712
7208
8983
11559
14055
16717
19405
Sub
448
1472
5864
13224
23208
30848
40048
50416
63088
75952
T
640
2144
8184
17936
30416
39831
51607
64471
79805
95357
Emp
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Sub
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Emp
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Sub
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Emp
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Sub
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
Emp
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
Sub
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
T
0
0
0
0
1
1
2
2
2
2
Emp
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Sub
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
Emp
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
Sub
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
T
0
0
0
0
1
1
2
2
2
2
Emp
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Sub
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Emp
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Sub
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Quadro 3 – Mapa de Registo de Acidentes de Trabalho e Índices de sinistralidade de Julho de 2007 a
Abril de 2008 (Tecnovia, 2008)
Para se ter um panorama global da obra, apresentam-se os seguintes elementos:
35
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

O estaleiro do Empreiteiro-geral foi localizado ao km 101+935 da Linha de Évora
(Figuras 11 e 15);

As várias frentes integrantes da empreitada foram as seguintes:
 Frente 1 – PS (Passagem Superior) ao km 63+161 da Linha do Alentejo
 Frente 2 – PI (Passagem Inferior) ao km 65+433 da Linha do Alentejo
 Frente 3 – PS ao km 96+100 da Linha de Évora
 Frente 4 – PS ao km 108+480 da Linha de Évora
 Frente 5 – PS ao km 101+ 935 da Linha de Évora
 Frente 6 – PI ao km 117+508 da Linha do Alentejo

A via férrea tem bitola ibérica (ou bitola larga = 1,567 m) e é de via única, tendo-se
adoptado travessas monobloco e carril de 60 kg;

A ferrovia manteve-se em funcionamento durante a execução das obras de arte, com
excepção da Frente 3, como se irá referir adiante. Houve, no entanto, restrições à
circulação ferroviária nas zonas de construção. Nomeadamente, a diminuição do limite
de velocidade dos comboios até 10 km/hora. Este factor provocou alguns atrasos na
obra, pelo facto de a entidade responsável pela ferrovia (REFER) não permitir a
diminuição do limite de velocidade em mais do que um local, em simultâneo. Desta
forma, criaram-se dificuldades no cumprimento dos prazos, visto que não foi possível
realizar a construção de duas obras de arte na mesma linha, ao mesmo tempo.
Figura 15 – Estaleiro da Tecnovia, localizado ao km 101+935 da Linha de Évora
36
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 16 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 2, 3 e 4
(adaptado de REFER, 2006)
O perfil transversal tipo adoptado para os restabelecimentos das Frentes 2, 3 e 4 é constituído
por uma faixa de rodagem com 4,0 m de largura que comporta duas vias de circulação com 2,0
m cada, bermas de ambos os lados da faixa de rodagem com 0,5 m de largura, com pavimento
idêntico ao da faixa de rodagem . A inclinação transversal do pavimento é de 2,5% para o
exterior em ambas as vias e bermas adjacentes de forma a permitir uma drenagem eficaz.
Figura 17 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 1 e 5
(Fonte:REFER, 2006)
Nas Frentes 1 e 5, o perfil transversal dos restabelecimentos é constituído por uma faixa de
rodagem com 6,0 m de largura que comporta duas vias de circulação com 3,0 m cada, bermas
de ambos os lados da faixa de rodagem com 0,5 m de largura, com pavimento idêntico ao da
faixa de rodagem e concordâncias para o talude de aterro com 0,60 m de tangente. A
inclinação transversal do pavimento também é de 2,5% para o exterior em ambas as vias e
bermas adjacentes.
37
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.2. Frente 1 – Passagem Superior ao km 63+161 (Cabrela) – Linha do
Alentejo
Esta frente da obra visa substituir a passagem de nível existente, restabelecendo a Estrada
Municipal 519 na proximidade do apeadeiro de Cabrela. (Figura 16)
A cota do carril da fila baixa no ponto de intersecção com o Restabelecimento é de 164,47 m e
o gabarit livre sob a Obra de Arte é da ordem de 6,78 m.
A Obra de Arte foi construída sobre a linha existente, que continuou em serviço durante a
realização dos trabalhos, apesar dos limites de velocidade impostos pela REFER. Por esta
razão existiram condicionamentos ferroviários durante a construção, relativamente à altura do
cimbre a adoptar e às distâncias de segurança a manter relativamente à ferrovia, que são
descritos adiante.
3.2.1. Restabelecimento
O traçado em planta do restabelecimento da EM 519, consta de uma recta que dá continuidade
à obra de arte sobre auto-estrada A6, e transpõe o caminho-de-ferro em passagem superior.
Curva, em seguida, para a esquerda com um raio de 150 m e termina numa recta de 411 m
sobre a via que liga à EN 4, orientada a Norte. (Figura 18)
Figura 18 – Planta do Restabelecimento da Frente 1 (adaptado de REFER, 2006)
A via de ligação do restabelecimento referido à estrada existente, que promove o acesso à EN
4 por Nascente, tem início cerca do km 0+287 daquele, sendo-lhe ortogonal. Inflecte numa
curva direita de 30 m de raio, inteiramente absorvida pelo entroncamento, ganhando uma
38
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
orientação NO/SE desenhada por um troço de recta. Segue-se uma curva à esquerda com um
raio de 33 m, que faz a inserção do traçado na via existente, onde termina em recta ao km
0+178, com uma orientação dominante Nascente/Poente.
O perfil longitudinal do restabelecimento da EM 519 inicia-se através de uma curva côncava de
4000 m de raio equivalente, que faz a adaptação do existente para um trainel ascendente com
0,5% de inclinação. Segue-se uma curva de concordância convexa com um raio equivalente de
2400 m, que vence o caminho-de-ferro em obra de arte, a qual tem continuidade num trainel de
4,5% de declive. Termina numa curva côncava de 1600 m de raio equivalente que faz a
concordância entre o trainel anterior e existente.
A rasante da via de ligação tem inicio aproximadamente a meio do trainel com 4,5% de
inclinação do restabelecimento, baixa de cota por meio de uma curva convexa de 1000 m de
raio equivalente e transita desta para um trainel final com 0,5% de declive, de adaptação ao
existente, através de uma concordância côncava de raio equivalente de 1000 m.
Figura 19 – Construção do Restabelecimento da Frente 1 (Fotografia do autor)
3.2.2. Obra de Arte
A estrutura projectada apresenta um tabuleiro de com dois vãos extremos de 9,56 m e dois
vãos intermédios de 12,08 m, totalizando uma extensão de 43,28 m.
A construção foi feita segundo o processo tradicional de cimbre ao solo. Respeitou-se uma
altura livre superior a 5,00 m, medida entre o plano de rolamento e a estrutura do cimbre, uma
39
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
vez que a obra foi executada com a via em serviço. Manteve-se um espaço livre mínimo de
2,30 m para cada lado dos carris extremos.
Figura 20 – Corte longitudinal e planta de fundações da passagem superior ao km 63+161 da Linha do
Alentejo (adaptado de REFER, 2006)
O vão intermédio sobre a linha de caminho de ferro permite a implantação dos pilares a mais
de 5,00 m do eixo da via. Foi por isso dispensada a verificação da acção associada a um
acidente representando o embate de um comboio em caso de descarrilamento, conforme
estipulado nos “Condicionamentos para a elaboração de projectos de Passagens Superiores
2/2003” da REFER.
O segundo vão permite a inserção de um caminho de ligação entre as duas parcelas da
propriedade atravessada pelo Restabelecimento.
O tabuleiro apoia-se em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene
cintado e encontra-se monoliticamente ligado a pilares laminares, sendo constituído por uma
laje de nervura larga com 5,70 m de base e 6,30 m no topo, e duas consolas laterais com 2,00
m de vão livre, o que perfaz uma largura total de 10,30 m. A nervura apresenta uma altura
constante de 0,65 m ao eixo. As consolas possuem 0,25 m no arranque e 0,20 m na
extremidade.
Os pilares com largura de 5,10 m e espessura de 0,60 m, apresentam altura livre de 9,25 m,
9,14 m e 8,97 m, respectivamente para os pilares P1, P2 e P3. Ambos os pilares têm fundação
indirecta através de seis estacas por fuste.
40
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 21 – Passagem superior da Frente 1, após a sua construção (Fotografia do autor)
Os encontros são perdidos, sendo ambos constituídos por um estribo sobre o qual se apoia o
tabuleiro, e dois montantes de inércia variável com alturas de 6,72 m no Encontro E1 e 6,63 m
no Encontro E2. As fundações em ambos os encontros são indirectas, sendo constituídas por
dois pares de estacas de 0,80 m de diâmetro por montante, com altura de 9,00 m,
encabeçadas por um maciço de 5,70 x 4,00 e altura de 1,20 m.
3.3.
Frente 2 – Passagem Inferior ao km 65 + 433 – Linha do Alentejo
Esta frente de obra consiste na construção de uma passagem inferior para substituir a actual
passagem de nível localizada ao km 65 + 250. (Figura 19)
No local de cruzamento a Linha do Alentejo é de via simples, sendo recta em planta.
As cotas dos carris no ponto de intersecção com o Restabelecimento são de 174,02 m e o
gabarit livre sob a obra de arte deverá é de 4,50 m.
Os taludes do restabelecimento e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,5(v/h).
41
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 22 – Corte Longitudinal da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006)
3.3.1. Restabelecimento
O restabelecimento tem uma extensão de cerca de 475 m e tem origem no caminho de acesso
à anterior passagem de nível, do seu lado Nascente, e término no entroncamento com o
mesmo caminho a Poente da referida PN.
Em planta, o restabelecimento é definido por uma sucessão de alinhamentos rectos e curvos. A
Linha do Alentejo é cruzada inferiormente por um alinhamento recto, próximo do km 0 + 256,2.
(Figura 20)
Figura 23 – Planta do Restabelecimento da via na Frente 2, com esquema de sinalização vertical
(Fonte:REFER,2006)
Em perfil longitudinal, apresenta cinco traineis de 8,5%, 1,0%, -5,0%, 4,5% e -1,5% de
inclinação, concordadas inicialmente por duas curvas verticais convexas de raios 700 m e 2100
m, seguidas de uma côncava de raio 700 m e por último outra convexa de 1500 m. A obra de
arte localiza-se na zona da curva côncava de perfil longitudinal.
42
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
O pavimento é constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa com
0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionado também
com 0,15 m.
O perfil é dotado de uma inclinação transversal de 4,0% para o exterior na generalidade do
traçado com excepção do troço de 75,0 m em que é dotado de tapete betuminoso, onde tem
uma inclinação transversal de 2,5% e nos troços de 25,0 m onde é feita a transição.
3.3.2. Obra de Arte
A obra é constituída por um quadro laminar em betão armado com 5,0 m de vão livre. (Figuras
21 e 22)
Figura 24 – Alçado Norte da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006)
A caixa de contenção de balastro é impermeabilizada de acordo com o esquema habitual da
REFER: sobre a laje do tabuleiro é executada uma camada de forma, em betonilha para
regularização do tabuleiro, com inclinação transversal de 1,5%; por cima é executado um
tapete betuminoso com a espessura de 30 cm após compactação, na face inferior, ou betão
fino projectado sobre rede de arame zincado, nas faces laterais.
De ambos os lados da caleira de contenção de balastro foram colocados drenos constituídos
por quartos de manilha de betão perfurado.
Nos extremos das caleiras de cabos foram colocadas caixas de inspecção e recolha de cabos,
em betão armado. A secção útil interior é de 1,0x1,0x1,0 m e estão cobertas com tampas préfabricadas de betão armado amovíveis. O fundo destas caixas é não revestido, sendo
constituído por uma camada de 0,10 m de areia.
43
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 25 – Planta da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006)
Os montantes são constituídos por lâminas com a espessura corrente de 0,60 m e altura livre
de 5,31 m.
A laje inferior tem 0,60 m de espessura.
A fundação é realizada por contacto directo da laje de fundo na camada de fundação.
A espessura das consolas dos muros é de 0,60 m tal como os montantes. As zonas de menor
altura foram implantadas com uma abertura de 45º e espessura de 0,42 m.
Todas as superfícies enterradas são impermeabilizadas com emulsão betuminosa.
3.4. Frente 3 – Passagem Superior ao km 96 + 100 – Troço Casa Branca
/ Évora – Linha de Évora
Esta obra destina-se a substituir a passagem de nível existente próximo do km 96+100
restabelecendo um caminho agrícola que intersecta a ferrovia.
No local do cruzamento a Linha de Évora tem via única, que comporta uma subida de cerca de
0,35m.
O gabarit livre sob a obra de arte é superior a 6 m.
44
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A Obra de Arte foi construída sobre a linha existente, cuja exploração esteve parada durante a
obra, para alteração de traçado. (Figura 20)
Os taludes do restabelecimento e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,5 (v/h).
A implantação da obra de arte permitiu manter serviço os caminhos paralelos existentes
actualmente junto à via, com cerca de 3,0 m de largura do lado esquerdo e 2,0 m do lado
direito.
3.4.1. Restabelecimento
O restabelecimento do traçado tem cerca de 590 m de extensão e uma orientação
aproximadamente Sul / Norte. Tem origem no entroncamento com um caminho existente e
término na ligação com um caminho rural com continuidade para Norte. A Linha de Évora é
cruzada superiormente por um alinhamento recto, ao km 0+181,099.
Figura 26 – Planta do Restabelecimento da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006)
Este restabelecimento apresenta em perfil longitudinal cinco traineis, de 1,0%, 0,5%, -1,5%, 0,5% e -2% de inclinação, concordados inicialmente por duas curvas verticais convexas de
raios 16000 e 4000 m, seguida de uma curva côncava de raio 8000 m e por ultimo outra curva
convexa de 4000 m. Na zona da obra de arte apresenta um perfil longitudinal em trainel de
0,5%.
O pavimento é constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa com
0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionados também
com 0,15 m.
3.4.2. Obra de Arte
A estrutura projectada é constituída por um tabuleiro em betão armado pré-esforçado
longitudinalmente, com um comprimento total de 47,0 m subdividido em três vãos: vãos de
extremidade com 13,0 m e vão central com 21,0 m. O vão central comporta uma futura
duplicação de via, garantindo ainda a implantação dos pilares a uma distância superior a 5,0 m,
45
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
relativamente ao eixo das vias mais próximas, distância de segurança que dispensa o
dimensionamento dos pilares para a acção acidental do choque de um comboio. Este vão
central permite ainda a manutenção dos actuais caminhos paralelos junto à via.
O tabuleiro apoia em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene cintado e
encontra-se monoliticamente ligado aos pilares.
O tabuleiro desta obra de arte é constituído por uma nervura com 2,30 m de base e 2,90 m no
topo, e duas consolas laterais com 1,40 m de vão livre, o que perfaz uma largura total de 5,70
m. A nervura apresenta uma altura constante de 0,90 m ao eixo.
Figura 27 – Corte longitudinal da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006)
As consolas possuem 0.25 m no arranque e 0.20 m na extremidade.
Os pilares apresentam secção transversal em prisma octogonal com dimensões máximas de
1,90 m por 0,80 m, e altura de cerca de 8,20 m. As fundações são semi-directas, constituídas
3
por sapatas com 3,60 x 3,00 x 1,10 m implantadas sobre pegões em betão ciclópico com
cerca de 2,0 m de altura.
Os encontros são perdidos, sendo ambos constituídos por um estribo com cerca de 1,40 m de
altura sobre o qual se apoia o tabuleiro, e que transmite as reacções deste ao terreno. Os
passeios possuem guarda corpos em betão armado, que funcionam também como guardas de
segurança para evitar a queda de veículos sobre a via.
A drenagem é assegurada por inclinação transversal da laje do tabuleiro e gárgulas ligadas a
tubos de queda, junto aos pilares e encontros.
Foram colocadas de cada lado do tabuleiro de redes metálicas de protecção da catenária.
46
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.5.
Frente 4 – Passagem Superior ao km 108 + 480 – Troço Casa
Branca/Évora – Linha de Évora
A construção desta passagem superior, a executar ao km 108 + 480 do troço Casa Branca /
Évora da Linha de Évora, destinou-se a substituir a passagem de nível existente ao km 107 +
680. (Figura 21)
Esta obra compreende também o restabelecimento do caminho agrícola existente.
No local do cruzamento, a Linha de Évora apresenta uma curva esquerda. Estabeleceu-se a
ripagem da curva em cerca de trinta e cinco metros de forma a aumentar para 1800 m o seu
raio.
O gabarit livre sob a obra de arte deverá ser superior a 6,0 m.
Os taludes dos restabelecimentos e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,15(v/h).
3.5.1. Restabelecimento
O restabelecimento que intersecta a via-férrea tem cerca de 375 m de extensão.
Este restabelecimento apresenta, em perfil longitudinal, cinco traineis de 2,5%, 6,0%, -5,5%,
3,8% e 6,5% de inclinação, concordados por cinco curvas verticais de raios 500 m (côncava),
600 m (convexa), 700 m (côncava), 2500 m (côncava) e 550 m (convexa). Na zona da Obra de
Arte referente a linha férrea, apresenta um perfil longitudinal em concordância convexa, de raio
600 m, intersectando aquela via ao km 0+067,605.
O Restabelecimento 1 tem origem no entroncamento com um caminho existente,
Restabelecimento 1A, que houve necessidade de corrigir em planta e perfil longitudinal. A
geometria do Restabelecimento 1 que intersecta a via-férrea e garante a manutenção do
gabarit mínimo relativamente à mesma, obrigou a subida da rasante do caminho existente em
cerca de 2,5 m.
O Restabelecimento 1A apresenta, em planta, uma curva à direita de raio 55 m e um
alinhamento recto, perfazendo uma extensão total de 143,90 m. Em perfil longitudinal é
definido por três concordâncias verticais, de raios 300 m (côncava), 500 m (convexa) e 800 m
(côncava), intercaladas por três traineis, com inclinações variando entre 3,0% e 6,5%.
47
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 28 – Planta do Restabelecimento da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006)
O pavimento será constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa
com 0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionados
também com 0,15 m.
3.5.2. Obra de Arte
O tabuleiro desta obra de arte é constituído por uma laje de nervura larga com 4,0 m de base e
4,60 m no topo, e duas consolas laterais com 1,85 m de vão livre, o que perfaz uma largura
total de 8,30 m. A nervura apresenta uma altura constante de 0.75 m ao eixo. As consolas
possuem 0,25 m no arranque e 0,20 m na extremidade.
O tabuleiro apoia em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene cintado e
encontra-se monoliticamente Iigado aos pilares.
Os pilares apresentam secção transversal em prisma octogonal com dimensões máximas de
3,40 m por 0,80 m, e altura aproximada de 8,40 m.
3
As fundações são do tipo directo, constituídas por sapatas com 5.20 x 3.20 x 1.00 m .
Os encontros são constituídos por estribos com cerca de 1,50 m de altura e 1,30 m de largura,
que servem de apoio ao tabuleiro, transmitindo directamente as reacções de apoio ao terreno
de fundação.
48
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 29 – Corte longitudinal da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006)
Os passeios possuem guarda-corpos em betão armado, que funcionam também como guardas
de segurança para evitar a queda de veículos sobre a via. No interior do enchimento dos
passeios, dispõem-se três tubos de PVC para cabos com 110 mm de diâmetro útil interior.
A drenagem é assegurada por inclinação transversal da laje do tabuleiro e dos passeios e
gárgulas ligadas a tubos de queda, junto aos pilares e encontros.
Está prevista a colocação de redes metálicas de protecção da catenária de cada lado do
tabuleiro.
A estrutura projectada para o atravessamento da via-férrea é constituída por um tabuleiro em
betão armado, com um comprimento total de 37,5 m subdividido em três vãos (11,0 + 15,5 +
11,0 m). 0 vão central comporta uma futura duplicação de via, garantindo ainda a implantação
dos pilares a uma distancia superior a 5,0 m relativamente ao eixo das vias mais próximas,
dispensando assim o dimensionamento dos pilares para a acção acidental do choque de um
comboio.
3.6.
Frente 5 – Passagem Superior ao km 101 + 935 (Tojal) – Troço Casa
Branca / Évora – Linha de Évora
Esta obra inserida no Projecto de Supressão de Passagens de Nível, destina-se a substituir a
passagem de nível existente ao km 101+964, restabelecendo a Estrada Nacional 380 que liga
Évora a Alcáçovas e que intersecta a via-férrea.
49
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
No local do cruzamento, a Linha de Évora mantém o actual traçado, apresentando via única.
No entanto, a obra de arte ficou preparada para uma futura duplicação de via que pode ser
para a esquerda ou centrada com a existente.
O gabarit livre sob a obra de arte é de 6,90 m.
Os taludes do aterro do restabelecimento apresentam inclinação de 1 /1,5 (v /h).
A obra de arte permite a inserção de dois caminhos paralelos à ferrovia, um de cada lado, com
cerca de 4.0 m de largura, que restabelecem vários caminhos existentes no local.
3.6.1. Restabelecimento
A solução adoptada consiste na colocação do novo eixo da EN380 em paralelo e a poente do
existente, na zona da passagem de nível, fazendo-se a sua adaptação ao traçado actual tanto
a jusante como a montante desta.
Figura 30 – Execução do aterro para o restabelecimento da Frente 5 (Fotografia do autor)
O desnivelamento que permite a transposição da via-férrea em passagem superior é garantido
pelo alteamento da rasante nesta zona, o suficiente para conseguir o gabarit necessário.
Esta solução permite, em simultâneo, garantir o gabarit indispensável à passagem superior
sem agravamento dos aterros adjacentes e manter uma distância de visibilidade ao longo do
traçado que garanta a ultrapassagem em toda a sua extensão.
50
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.6.2.
Obra de Arte
A estrutura projectada apresenta um tabuleiro de três tramos, totalizando uma extensão de
53,3 m. Mostra dois vãos extremos de 16,4 m e um vão central de 20,5 m. O vão central
permite a duplicação de via, para as duas hipóteses previstas, garantindo-se uma distância
mínima entre o eixo das novas vias e os pilares superior a 5 m, dispensando assim a
consideração da acção de acidente que representa o embate de um comboio em caso de
descarrilamento, conforme estipulado nos "Condicionamentos para a elaboração de projectos
de Passagens Superiores 3/2003" da REFER. Os vãos extremos permitem o restabelecimento
dos caminhos paralelos à via com cerca de 4 m de largura.
O tabuleiro, realizado em betão armado, pré-esforçado longitudinalmente, é constituído por
uma laje nervurada, com duas nervuras largas de 0,90 m de altura constante, sendo
monoliticamente ligado a pilares de secção octogonal, dois por nervura, e apoiado em
encontros do tipo perdido através de aparelhos em neoprene cintado.
O afastamento entre eixos das nervuras do tabuleiro e de 6,30 m; estas apresentam secção
trapezoidal com base menor de 2 m alargando até à inserção nas lajes para 2,60 m.
Dispõem-se consolas com 1,70 m e uma laje central com 3,70 m (vãos livres). A largura total
do tabuleiro e assim de 12,30 m. A espessura das consolas varia entre 0,20 m na extremidade
e 0,25 m na secção de encastramento na nervura; a laje central possui espessura variável
entre 0,25 m junto as nervuras e 0,30 m ao eixo, resultado de a face superior acompanhar a
inclinação transversal da via e a face inferior ser plana.
Figura 31 – Execução de pilares da Frente 5 (Fotografia do autor)
51
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Os encontros são do tipo perdido, sendo constituídos por viga de estribo com 14,40 m de
comprimento, apoiada em dois montantes com alturas livres de cerca de 5,5 m.
A zona da faixa de rodagem e bermas sobre a obra de arte, é revestida por um tapete em
betão betuminoso com 0,08 m de espessura total, sendo 0,02 m de regularização e 0,06 m de
camada de desgaste.
Figura 32 – Execução de pilares da passagem superior ao km 101+935 da Linha de Évora
A Obra de Arte dispõe de passeios com 1,40 m de largura total que incluem guarda-corpos,
viga de bordo com 0,25 m e guarda-rodas de betão armado com 0,36 m de largura, encimados
por guardas de segurança rodoviária em perfil duplo. A largura útil do passeio é assim de 0,79
m medidos entre o plano vertical interior do guarda-corpos e a face posterior do guarda-rodas.
Nos passeios estão instalados seis tubos de PVC para a inserção de cabos. O acesso a estes
tubos faz-se por caixas nas extremidades de cada passeio.
As vigas de bordo possuem a geometria normalmente adoptada pelo IEP em obras de arte
correntes, serão pré-fabricadas em betão de cimento branco, solidarizando-se ao tabuleiro
mediante betonagem local.
Foram colocadas redes metálicas de protecção da catenária de cada lado do tabuleiro.
O revestimento de taludes sob o tabuleiro da obra de arte é constituído por lajetas préfabricadas de betão. As caleiras de bordadura que drenam as águas provenientes da via junto
52
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
aos encontros são em meia manilha de betão com 300 mm de diâmetro, possuindo
dissipadores de energia na extremidade.
Todas as superfícies enterradas serão pintadas com produto betuminoso impermeabilizante.
As juntas de dilatação, a instalar nos encontros, serão constituídas por perfis de neoprene
armado, dimensionadas para acomodar os deslocamentos previstos.
3.7.
Frente 6 – Passagem Inferior ao km 117+508 da Linha do Alentejo
A obra insere-se no âmbito do projecto de supressão e reconversão de passagens de nível na
Linha do Alentejo. A obra refere-se à construção de uma passagem inferior ao km 117+480, no
Concelho de Alvito.
Figura 33 –PI da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008)
A anterior passagem de nível que foi suprimida apresentava um horário de funcionamento,
estando fechada durante grande parte do dia. Como tal, o tráfego que por ela circulava era
extremamente reduzido.
O gabarit assegurado no interior da obra é de apenas 2,5 m, o que significa que a obra serve
apenas para tráfego ligeiro.
53
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 34 – Construção da Passagem Inferior da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008)
Apesar do gabarit a assegurar ser reduzido, é se conduzido a traineis com inclinações
elevadas, que estão limitadas a 12 %.
3.7.1. Restabelecimento
A extensão do restabelecimento é muito reduzida, sendo de apenas 100 m. Este facto deve-se
à vontade por parte da REFER de minorar as expropriações, à proximidade da via situada a
Este onde termina o restabelecimento e às posições das vias existentes a manter do lado
Oeste, com especial destaque para o caminho rural em terra batida.
Figura 35 – Perfil transversal tipo do Restabelecimento da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006)
O perfil transversal tipo do restabelecimento tem uma faixa de rodagem de 2,8 m que comporta
duas vias de circulação com 1,4 m cada, bermas de ambos os lados da faixa de rodagem com
0,5 m de largura, com pavimento idêntico ao da faixa de rodagem e concordâncias para o
54
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
talude de aterro com 0,6 m de tangente. A inclinação transversal do pavimento é de 2,5% para
o exterior em ambas as vias e bermas adjacentes.
3.7.2. Obra de Arte
3.7.2.1.
Geometria da Obra
A passagem inferior consiste numa estrutura em quadro com muros de ala solidários com os
montantes realizados em betão armado “in situ”. A fundação da obra é do tipo directo.
A geometria da obra é composta por quatro elementos: laje inferior, tabuleiro/laje superior e
montantes.
A laje inferior é horizontal e apresenta uma espessura de 0,45 m, um comprimento de 14,87 m
e uma largura de 4,9 m. A laje superior tem a sua face inferior dividida em três zonas: a zona
central é horizontal e é a mais inferior e as zonas laterais, com 2,20 m de largura, partem da
cota da zona central e apresentam uma inclinação de +6,8% na direcção transversal à Linha do
Alentejo.
Figura 36 – Esquema dos quatro elementos que compõe a geometria da obra de arte da Frente 6
(Fonte:REFER, 2006)
Relativamente à face superior da laje superior verifica-se que esta se apresenta dividida em
duas águas com pendentes de -2% segundo a directriz da via-férrea. Assim resulta que a
espessura da laje superior varia entre 0,50 m e 0,30 m em toda a sua área. A espessura de
0,50 m verifica-se na intersecção em planta da zona central (cuja face inferior e horizontal) com
a directriz do Restabelecimento 1.
55
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Figura 37 – Corte transversal da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006)
Os montantes apresentam antes e durante o deslize uma geometria em alçado baseada num
rectângulo distorcido com uma espessura de 0,45 m, uma altura entre lajes de 3,25 m e um
comprimento que ronda os 17 m. Obtém-se assim um quadro com dimensões interiores de 4,0
m x 3,25 m.
3.8. Resultados da Aplicação dos Indicadores Seleccionados no Caso
de Estudo
Este capítulo foi elaborado na sequência de várias visitas à obra e de frequentes contactos
com os responsáveis da empreitada. Foi possível recolher toda a informação disponível e
necessária para realizar os cálculos dos indicadores e tirar a conseguintes conclusões.
Neste capítulo são apresentados todos os indicadores de desempenho aplicados no caso de
estudo, bem como as suas conclusões particulares, juntamente com os correspondentes
gráficos.
Os objectivos, os dados, as fórmulas de cálculo e as directrizes para análise de cada um dos
indicadores são apresentados em anexo. Estão igualmente patentes em anexo os valores dos
indicadores de desempenho recolhidos no caso de estudo e os cálculos executados para a sua
obtenção, bem como os gráficos correspondentes.
3.8.1. Indicadores utilizados no caso de estudo
A selecção de todos os indicadores utilizados foi baseada no trabalho de pesquisa bibliográfica
e também na experiência resultante das múltiplas visitas à obra ferroviária.
56
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Foi ponderada a quantidade dos indicadores a seleccionar e foi tido em conta que um número
excessivo de indicadores pode provocar, além do aumento do custo de recolha e de
processamento, a impossibilidade da sua utilização prática por parte de uma empresa.
Escolheram-se, portanto, dezanove indicadores, que foram divididos em três grupos e estão
resumidos no seguinte quadro:
Quadro 4 – Grupos dos indicadores aplicados no Caso de Estudo
Grupo
Número
Económicos /
(1)
Índice de alterações de projecto
Apreciação
Planeamento
(2)
Desvio de custo
Apreciação
(3)
Desvio de prazo
Apreciação
(4)
(5)
Equipamento
Fornecimentos e
Serviços Externos
Segurança e Saúde
Impacto Ambiental
Indicadores
Percentagem de cumprimento de
prazo contratual
Taxa de custos de não
conformidades
Tipo
Acompanhamento
Apreciação
(6)
Taxa de falha do equipamento
Acompanhamento
(7)
Fiabilidade do Equipamento
Acompanhamento
(8)
Entrega dos materiais / Avaliação
dos fornecedores
Apreciação
(9)
Índice de Sub-contratação
(10)
Índice de incidência de acidentes
Acompanhamento
(11)
Índice de frequência de acidentes
Acompanhamento
(12)
Índice de gravidade de acidentes
Acompanhamento
(13)
Taxa de consumo de água
Acompanhamento
(14)
Taxa de consumo de energia
eléctrica
Apreciação
Acompanhamento
(15)
Taxa de consumo de combustíveis
Acompanhamento
(16)
Taxa de consumo de óleos
Acompanhamento
(17)
Gestão dos resíduos sólidos
Acompanhamento
Mão-de-Obra e
(18)
Satisfação dos funcionários
Apreciação
Recursos Humanos
(19)
Taxa de absentismo dos funcionários
Acompanhamento
Teve-se em conta, obviamente, todos os principais requisitos para a sua escolha. Optou-se por
indicadores que obedecem aos seguintes princípios gerais:

Selectividade;

Representatividade;
57
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Simplicidade;

Baixo custo;

Acessibilidade (transparência);

Estabilidade;

Abordagem experimental;

Comparação externa;

Melhoria contínua.
Após a escolha dos indicadores, foi feita a recolha dos seus valores no terreno, mais
precisamente no estaleiro da obra, com a ajuda dos funcionários da empresa. Nomeadamente,
merece referência a informação facultada pelo engenheiro responsável pela empreitada e
pelos engenheiros responsáveis pelas áreas da Qualidade e da Segurança e Saúde em obra.
Os indicadores (9), (13), (17), (18) foram adaptados de ICBench, 2006 a). Os indicadores (6) e
(7) foram baseados em Kardec et al, 2002. Os indicadores (10), (11) e (12) foram adaptados de
Tecnovia, 2008.
É importante referir que, para a execução do cálculo de alguns indicadores, não havia dados
registados oficialmente. Facto este que pode diminuir o rigor da informação fornecida. Este
caso verifica-se para os seguintes indicadores: (1) Índice de alterações de projecto; (2) Desvio
de custo; (3) Desvio de prazo; (4) Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual; (5)
Custos de não conformidades; (6) Taxa de falha do equipamento; (7) Fiabilidade do
equipamento e (19) Taxa de absentismo dos funcionários.
Esta falta de registo de informação parece corroborar a ideia de que o estado actual do sector
da construção civil pode ainda evoluir no âmbito da medição do desempenho. Tudo leva a crer
que, se o seu acompanhamento de uma empreitada for feito de uma forma regular, com a
utilização de indicadores, o seu desempenho tem capacidade para melhorar.
Em anexo, estão patentes os quadros explicativos de todos os indicadores, contendo as
informações gerais de cada um, designadamente:
Objectivo
Dados
Fórmulas
Exemplo
Directrizes para análise do indicador
Periodicidade
58
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
3.8.1.1.
Indicadores Económicos / Planeamento
Os indicadores económicos e de planeamento adoptados foram os seguintes: Índice de
alterações de projecto; Desvio de custo; Desvio de prazo; Percentagem de cumprimento de
prazo contratual e Taxa de custos de não conformidades. (Quadro 3)
Este grupo de indicadores tem por base a comparação dos custos e dos prazos planeados na
fase inicial, com os que realmente ocorrem na fase de construção.
3.8.1.2.
Indicadores de Equipamentos
Os indicadores de equipamentos adoptados foram os seguintes: Taxa de falha do equipamento
e Fiabilidade do equipamento. (Quadro 3)
Este grupo de indicadores focaliza-se em analisar a qualidade e fiabilidade dos equipamentos
em funcionamento na obra, tendo em conta o número de falhas que ocorrem durante a sua
utilização.
3.8.1.3.
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos
Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Entrega
dos materiais/ Avaliação dos fornecedores e Índice de sub-contratação. (Quadro 3)
Uma empresa responsável por uma empreitada de construção civil depende não só dos seus
funcionários, mas também, e em grande parte, da contratação de serviços externos e da
requisição de material a inúmeros fornecedores. Posto isto, este grupo de indicadores tem por
objectivo possibilitar a análise da quantidade e da qualidade dos dois factores acima referidos.
3.8.1.4.
Indicadores de Segurança e Saúde
Os indicadores de segurança e saúde adoptados foram os seguintes: Índice de incidência de
acidentes; Índice de frequência de acidentes; Índice de gravidade de acidentes. (Quadro 3)
Este grupo de indicadores explicita o nível de segurança da obra, com base no número de
acidentes registados e na sua gravidade.
3.8.1.5.
Indicadores de Impacto Ambiental
Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Taxa de
consumo de água; Taxa de consumo de energia eléctrica; Taxa de consumo de combustíveis;
Taxa de consumo de óleo; Gestão de resíduos sólidos. (Quadro 3)
59
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Tendo em conta a importância da preservação do meio ambiente, não é de pouca relevância a
utilização de uma política de gestão ambiental eficaz. Os indicadores de impacto ambiental são
utilizados não só para analisar o impacto ambiental provocado pela obra no ambiente
envolvente, mas também para aferir a preocupação ambiental da empresa e as acções
tomadas para reduzir os impactos no meio envolvente.
3.8.1.6.
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos
Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Satisfação
dos funcionários e Taxa de absentismo dos funcionários. (Quadro 3)
Este grupo de indicadores ajuda na avaliação da satisfação dos funcionários e reflecte a
preocupação da empresa com os seus funcionários e também com a qualidade do seu
trabalho.
3.8.2. Resultados e Conclusões dos Indicadores Económicos / Planeamento
a) Índice de alterações de projecto - Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é verificar qual a frequência de modificações em projectos após o
início da obra, e a sua gravidade em termos de custos e prazo.
Foram registadas 32 alterações de projecto após o inicio da obra. Este número foi obtido
através de um inquérito feito ao engenheiro responsável pela empreitada. Note-se que não
houve registo formal destas alterações.
Assinalaram-se apenas modificações de alguns pormenores nos materiais do sistema de
drenagem numa frente de obra. Estas alterações foram de pequena importância e tiveram
pouca ou ligeira influência nos custos e nos prazos totais da obra.
Alterações de Projecto
40
32
Nº de
20
alterações
0
0
Alterações de Projecto
Figura 38 – Alterações de Projecto
60
Objectivo
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
b) Desvios de Custo: Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo avaliar a credibilidade das estimativas orçamentais para a
construção.
O Desvio de Custo 1 foi de 18,7%. O valor deste indicador significa que o custo estimado
inicialmente, na data de consignação da empreitada, foi inferior ao custo efectivo de construção
na data de lançamento do concurso na ordem dos 512.800 €.
O custo efectivo de construção foi superior ao previsto, devido aos trabalhos a mais, erros e
omissões, fiscalização e todos os imprevistos que surgiram durante a obra.
Custos de Construção
3.000.000 €
2.000.000 €
A - Custro estimado na data
de consignação da
empreitada
1.000.000 €
B - Custo efectivo na data
de recepção provisória
0€
Figura 39 – Custos de construção
c) Desvio de Prazo – Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo avaliar a credibilidade das estimativas de prazo para a
construção.
O prazo efectivo da obra foi 36,3% (87 dias) superior ao prazo previsto inicialmente, na data de
consignação da empreitada.
Prazos da Obra
400
327
dias
240
200
0
F - Prazo previsto para a obra, na data de Adjudicação da empreitada
G - Prazo efectivo da obra
Figura 40 – Prazos previsto e efectivo da obra
61
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Um dos motivos principais para o atraso geral da obra foi a necessidade de impor restrições à
circulação ferroviária. Nomeadamente, tinha de se reduzir o limite de velocidade dos comboios
na zona de execução das obras de arte, o que obrigou a negociações com a entidade
responsável, a REFER. Esta não permitiu a diminuição do limite de velocidade em mais do que
um local em simultâneo. Desta forma, criaram-se dificuldades no cumprimento dos prazos,
visto que não foi possível realizar a construção de duas obras de arte na mesma linha, ao
mesmo tempo.
d) Percentagem de cumprimento de prazo contratual – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é acompanhar o progresso da obra, tendo em conta o prazo
decorrido e a percentagem de custos contraídos, relativamente ao custo total planeado.
Desde Julho de 2007 até Fevereiro de 2008, a percentagem de prazo contratual era menor que
0%, o que significa que o prazo contratual não estava a ser cumprido em conformidade com o
estabelecido.
A partir de Março de 2008, o prazo contratual começou a ser cumprido segundo o planeado,
visto que o indicador passou a ter um valor positivo.
% Prazo Contratual
10%
5%
Jun-08
Mai-08
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
-10%
Ago-07
-5%
Jul-07
0%
%Prazo Contratual
-15%
-20%
-25%
Mês
Figura 41 – Percentagem de cumprimento de prazo contratual
Esta prática tem-se revelado normal nas obras em Portugal. O empreiteiro tende a “ocupar” a
obra no início logo após a adjudicação para receber o “down-payment” e respectivos
adiantamentos.
Só investe na obra próximo do final, sobreocupando recursos humanos e materiais, e
impedindo uma efectiva fiscalização dos trabalhos. Como se pode verificar, a obra foi
essencialmente feita entre Dezembro de 2007 e Junho de 2008.
e) Taxa de custos de não conformidades Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é obter um valor que permita analisar a situação financeira
relacionada com os custos de não conformidades.
62
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
A taxa de custos de não conformidades é de 0,088%. É um valor bastante baixo, logo um sinal
positivo do indicador.
Custo da obra/ Custo de não conformidades
3.000.000 €
2.845.405 €
2.000.000 €
1.000.000 €
2.500 €
0€
Custos totais da obra
Custos de não conformidades
Figura 42 – Custo da obra e custo das não conformidades
No entanto, isto também pode testemunhar que o empreiteiro não respeitou os critérios
inerentes à adopção do Manual de Controlo de Qualidade da obra e não considerou não
conformidades quando elas de facto poderão ter existido.
3.8.3. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Equipamentos
f)
Taxa de falha do equipamento – Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo avaliar a qualidade de equipamentos e sistemas num
determinado intervalo de tempo, com base no número de falhas observadas. O inverso da taxa
de falha fornece o TMEF (Tempo Médio Entre Falhas).
Não foi registado oficialmente o número de falhas do equipamento, porém foi fornecida a
informação de um número médio de 4 falhas por mês. Este valor foi tratado como uma
aproximação realista e utilizado o cálculo do indicador.
Não existe nenhum valor estabelecido como referência de comparação com a taxa de falha de
equipamento. Foi, portanto, determinada uma diferença entre os equipamentos a operar no
caso de estudo – problemático e não problemático – de forma a estabelecer um parâmetro de
comparação, em que os valores do equipamento não problemático são o objectivo a alcançar.
Equipamento problemático é aquele que apresenta falhas regularmente; equipamento não
problemático não apresenta falhas regularmente mas pode apresentá-las pontualmente.
O valor da taxa de falha por máquina é de 0,0019 falhas/ (hora.máquina) e o valor da taxa de
falha total é de 0,025 falhas/hora. O valor do tempo médio entre falhas indica que em cada 40
horas de trabalho, há uma falha no equipamento.
63
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Taxa de Falha Total
0,03
0,025
0,025
0,02
Falhas/Hora
0,01
0
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Figura 43 – Taxa de falha do equipamento (total)
0,015
Falhas/Hora/
Máquina
Taxa de Falha Por Máquina
0,0125
0,01
0,005
0,0019
0
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Total
Figura 44 – Taxa de falha do equipamento (por máquina)
g) Fiabilidade do equipamento Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo verificar a fiabilidade de um equipamento que apresenta
falhas constantes ao longo do tempo (taxa de falha constante).
Entende-se por fiabilidade, a probabilidade do equipamento não falhar num dado intervalo de
tempo sob certas condições operacionais.
Fiabilidade de cada máquina
Fiabilidade
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
Fiabilidade
0,1000
0,0000
400
800
1200
1600
2000
2400
Tempo (horas)
Figura 45 – Fiabilidade de cada máquina ao longo do tempo
Com uma taxa de falha de 0,0019 falhas/hora, a fiabilidade de cada máquina reduz-se
drasticamente ao longo do tempo. Uma análise da informação fornecida pelo Indicador 6 –
64
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Taxa de Falha do Equipamento, permite esclarecer que este factor se deve, principalmente, a
duas máquinas problemáticas, e não à totalidade das máquinas em funcionamento.
O objectivo, manutenção da fiabilidade do equipamento ao longo do tempo, não foi atingido.
3.8.4. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Fornecimentos e Serviços
Externos
h) Entrega de materiais/avaliação dos fornecedores – Resultados e Conclusões
O objectivo do indicador é avaliar a eficácia e fiabilidade dos fornecedores na entrega dos
materiais, na quantidade correcta e no prazo solicitado pela empresa. Ajudar a seleccionar os
fornecedores de qualidade e estabelecer um parâmetro de confiança com fornecedores
correctos.
Devido a omissão de registo, para o cálculo deste indicador, foi considerado apenas o
fornecedor de aço.
Fornecedor de Aço
300000
250000
250000
kg
200000
150000
100000
50000
12000
0
Aço Requisitado
Aço entregue irregularmente
Figura 46 – Entrega de materiais
Apenas 5% do aço requisitado foi entregue de forma irregular (atraso na entrega), facto que
reflecte a óptima qualidade e eficácia do fornecedor.
i)
Índice de sub-contratação – Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo determinar a expressão dos serviços contratados
externamente.
O Índice de Sub-contratação é de 84,11%. Este valor indica grande parte da obra foi executada
pela sub-contratação de serviços externos.
65
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Custo da obra/Custo de Subcontratações
3.000.000 €
2.500.000 €
Custos totais da obra
2.000.000 €
1.500.000 €
Total de custos de
fornecimentos e serviços
externos
1.000.000 €
500.000 €
-€
Figura 47 – Custo de Subcontratações
A utilização da sub-contratação para reduzir custos torna-se cada vez mais frequente nas
obras. Este valor deve-se ao facto de ser mais vantajoso contratar uma empresa especializada
num determinado processo, do que ser a própria empresar a realizá-lo. Se assim fosse, talvez
os custos fossem maiores, os prazos alargados e a qualidade do processo reduzida.
3.8.5. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Segurança e Saúde
j)
Índice de incidência de acidentes – Resultados e Conclusões
O objectivo do Índice de incidência de acidentes é expor o nível de segurança da obra,
segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período.
Foram registados apenas 2 acidentes na execução da obra: o primeiro no mês de Novembro
de 2007 (subempreiteiro) e o segundo em Janeiro de 2008 (empreiteiro).
acidentes / 1000 trabalhadores
Índice de Incidência
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08
Mês
Empreiteiro-Mensal
Total-Mensal
Total-Acumulado
Subempreiteiro-Mensal
Empreiteiro-Acumulado
Subempreiteiro-Acumulado
Figura 48 – Índice de incidência de acidentes
66
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
k) Índice de frequência de acidentes – Resultados e Conclusões
O índice de frequência de acidentes tem como objectivo expor o nível de segurança da obra,
segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período, por cada 1.000.000 de
homens-hora trabalhadas.
Foram registados apenas 2 acidentes na execução da obra: o primeiro no mês de Novembro
de 2007 (subempreiteiro) e o segundo em Janeiro de 2008 (empreiteiro).
O índice de frequência mensal no mês de Janeiro de 2008 é muito alto porque o número de
trabalhadores do empreiteiro foi de apenas 14. Como o número de homens-hora trabalhadas
do empreiteiro foi baixo, em relação ao número de homens-hora trabalhadas do
acidentes / 1000000 homens-hora
subempreiteiro, verifica-se no gráfico um “pico” significativo (Empreiteiro-mensal).
Índice de Frequência
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08
Mês
Empreiteiro-Mensal
Total-Mensal
Objectivo
Subempreiteiro-Acumulado
Subempreiteiro-Mensal
Empreiteiro-Acumulado
Total-Acumulado
Figura 49 – Índice de frequência de acidentes
A meta, estabelecida pela empresa, a atingir em termos de segurança em obra corresponde a
um índice de frequência de 25 acidentes / 1000000 homens-hora trabalhadas. Essa meta foi
conseguida pelas empresas subcontratadas a partir do mês de Janeiro de 2008 e pelo
empreiteiro apenas no mês de Abril de 2008.
l)
Índice de gravidade de acidentes – Resultados e Conclusões
O índice de gravidade de acidentes tem com objectivo expor o nível de segurança da obra,
segundo a gravidade dos acidentes, tendo por base os dias de trabalho perdidos dos
trabalhadores acidentados.
67
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Os únicos 2 acidentes registados não foram mortais. Não foi registado nenhum dia perdido
resultante de um acidente, portanto todos os valores do Índice de Gravidade foram nulos.
A meta, estabelecida pela empresa, a alcançar em termos de segurança em obra corresponde
a um índice de gravidade de acidentes menor do que 0,25 dias perdidos/1000 homens-hora
trabalhadas. Esse objectivo foi plenamente conseguido.
3.8.6. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Impacto Ambiental
m) Taxa de consumo de água – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de água durante a execução
de uma obra.
O consumo de água mensal variou entre os 6000 l e os 920000 l e a taxa de consumo de água
mensal variou entre os 16815l/100.000 € e os 450369l/100.000 €.
Taxa de Consumo de Água
500000
400000
300000
l/100.000€
Taxa de Consumo de Água
200000
100000
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
Jul-07
0
Figura 50 – Taxa de consumo de água
Os meses de maior consumo – Setembro, Outubro e Novembro de 2007 – foram também os
que apresentaram maior taxa de consumo.
n) Taxa de consumo de energia eléctrica – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de energia eléctrica durante a
execução de uma obra.
O consumo de energia eléctrica variou entre os 1458kVa e os 7172kVA e a taxa de consumo
de energia eléctrica variou entre os 4085kVA/100.000€ e os 573,7kVA/100.000€.
Os meses de maior consumo – Setembro e Outubro de 2007 – não foram os que apresentaram
a maior taxa de consumo. Esta correspondeu ao mês de Agosto de 2007, devido ao reduzido
custo da obra nesse mês.
68
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Taxa de Consumo de Energia Eléctrica
8000
6000
kVA/100.000€
4000
Taxa de Consumo de
Energia Eléctrica
2000
0
Mês
Figura 51 – Taxa de consumo de energia eléctrica
o) Taxa de consumo de combustíveis – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de combustíveis durante a
execução de uma obra.
O consumo de combustíveis mensal variou entre os 1085 l e os 21168 l e a taxa de consumo
de combustíveis mensal variou entre os 867 l/100.000€ e os 11887 l/100.000€.
Taxa de Consumo de Combustíveis
14000
12000
10000
8000
l/100.000€ 6000
4000
2000
0
Taxa de Consumo de
Combustíveis
Mês
Figura 52 – Taxa de consumo de combustíveis
Os meses de maior consumo – Setembro, Outubro e Novembro de 2007 – foram também os
que apresentaram maior taxa de consumo.
p) Taxa de consumo de óleos – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de óleos durante a execução
de uma obra.
69
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
O consumo de óleos mensal variou entre os 5 l e os 30 l e a taxa de consumo de óleos mensal
variou entre os 2 l/100.000€ e os 14 l/100.000€.
Taxa de Consumo de Óleos
16
14
12
10
8
l/100.000€
6
4
2
0
Taxa de Consumo de
Óleos
Mês
Figura 53 – Taxa de consumo de óleo
Porém, verifica-se que o mês de maior consumo – Janeiro de 2008 – não foi o que apresentou
a maior taxa de consumo. Esta correspondeu ao mês de Agosto de 2007, devido ao reduzido
custo da obra; e ao mês de Novembro de 2007.
Verificou-se, pela análise dos últimos quatro indicadores (Taxa de consumo de água, energia
eléctrica, combustíveis e óleos) que os meses em que se registou maior consumo de todos
estes recursos se encontram no intervalo entre Setembro de 2007 e Janeiro de 2008. Esta
“coincidência” justifica-se pelo facto de que a fase de escavações e aterros da obra, em que as
máquinas se encontravam no seu auge de funcionamento, ocorreram nesse mesmo intervalo
de tempo.
q) Gestão de resíduos sólidos – Resultados e Conclusões
Este indicador tem como objectivo determinar a preocupação ambiental da empresa e verificar
se são tomadas medidas eficazes de gestão ambiental.
Através do inquérito realizado ao engenheiro responsável da empreitada, foi possível obter as
seguintes respostas:
1. Armazenamento adequado de resíduos – Sim
2. Transporte dos resíduos para locais próprios – Sim
3. Reutilização dos desperdícios – Sim
4. Reciclagem dos desperdícios – Sim
5. Separação dos resíduos – Sim
6. Equipamento de compactação / trituração de resíduos – Sim
7. Dispositivos de tratamento de resíduos – Não
70
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Com estas respostas foi possível calcular o índice de gestão de resíduos sólidos, que
apresentou 8,57 pontos em 10 possíveis. Este valor elevado revela uma óptima preocupação
ambiental da empresa e muito bons procedimentos de tratamento, reutilização e reciclagem de
desperdícios e resíduos sólidos.
Para além deste inquérito, e como complemento da informação, foram também esclarecidas
algumas acções tomadas pelo empreiteiro, relativamente ao tratamento de resíduos sólidos,
designadamente:

Os resíduos produzidos em obra armazenaram-se temporariamente nas frentes de
obra ou em depósito temporário. As lamas da fossa séptica estanque foram
transportadas para a ETAR de S. Brás de Regedouro;

Existiu no estaleiro administrativo um parque de resíduos (perigosos e não perigosos) e
instalaram-se contentores com vista à separação dos resíduos (papel, cartão, vidro e
plástico);

Não havia dispositivo de tratamento de resíduos mas havia um equipamento de
compactação/trituração de resíduos;

Os desperdícios foram reutilizados, caso essa opção fosse possível, ou enviados para
reciclagem no Ecoponto da Câmara Municipal de Évora;

Foi dada formação a todos os trabalhadores que entraram em obra relativamente à
redução dos impactos ambientais, no que toca à recolha e separação do lixo, à gestão
correcta das águas residuais produzidas na empreitada, à minimização da afectação
da poluição, à prevenção da contaminação dos solos e dos recursos hídricos e à
minimização da emissão de poeiras e poluentes gasosos.
3.8.7. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos
Humanos
r)
Satisfação dos funcionários – Resultados e Conclusões
O objectivo deste indicador é determinar a satisfação dos funcionários administrativos no posto
de trabalho. Para tal, foi realizado oralmente um inquérito aos funcionários administrativos da
empresa presentes no estaleiro.
71
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
É possível verificar que a satisfação dos funcionários é alta, sendo que a Opinião Global geral
é de 7 valores em 10 possíveis.
Satisfação dos Funcionários
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Satisfação dos Funcionários
Figura 54 – Resultados do inquérito sobre a satisfação dos funcionários
s) Taxa de absentismo dos funcionários – Resultados e Conclusões
Esperava-se, através deste indicador, conhecer o tempo médio de ausência dos funcionários
correspondente às faltas não resultantes de acidentes. Estas faltas não foram registadas, e foi
fornecida apenas uma média do seu valor. Por este motivo, os valores da taxa de absentismo
podem não ser exactos e são tanto maiores, quanto menor o número de homens-hora mensais
trabalhadas, como o demonstra a Figura 56.
Taxa de absentismo
4,00%
2,00%
Taxa de absentismo
0,00%
Jul-07
Ago-07
Set-07
Out-07 Nov-07 Dez-07
Jan-08
Fev-08 Mar-08 Abr-08
Figura 55 – Taxa de absentismo dos funcionários
Apenas o valor médio mensal da taxa de absentismo (0,87%) e o seu valor total, (8,65%)
podem ser interpretados com fidelidade.
Foram analisados os motivos de ausência dos funcionários. Estes revelaram-se perfeitamente
justificados e traduzem um bom relacionamento entre o superior e os funcionários.
72
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
4.
Conclusões
Uma das conclusões relevantes que se julga poder retirar deste trabalho é a seguinte: para
realizar uma medição eficaz do desempenho da obra, é importante haver um planeamento
estratégico desde o início do projecto. A partir do momento em que todas as acções a tomar
estão estabelecidas, torna-se mais fácil a sua monitorização.
A análise bibliográfica realizada permitiu concluir que a construção civil, apesar de ser um
sector que lida com inúmeras variáveis, pode evoluir e seguir o caminho de outros sectores ao
nível da medição do desempenho. Desta forma, é possível melhorar o planeamento das obras,
reduzir a margem de erro e a variação dos custos e dos prazos.
Também a qualidade dos processos tende a evoluir, com a análise das informações recolhidas.
Um bom exemplo disso é a preferência de um certo tipo de equipamento em detrimento de
outro, com base na análise do indicador de fiabilidade calculado previamente.
Com este trabalho procurou-se fazer uma demonstração do uso de um sistema de indicadores
de desempenho no acompanhamento de uma obra de construção civil.
Uma das dificuldades deste estudo prendeu-se, exactamente, com a recolha de informações
para o cálculo de determinados indicadores. Verificou-se que o registo de dados sobre a
maioria dos processos apresenta deficiências e não é realizado formalmente.
Todo o estudo e pesquisa realizada comprovam que a indústria da construção civil em Portugal
ainda não utiliza, de forma proveitosa, os benefícios deste sistema de recolha e de
apresentação de informação.
Actualmente elaboram-se relatórios relativos ao sistema de gestão ambiental, ao registo de
acidentes de trabalho e ao cronograma financeiro da empreitada. Porém, nenhuma outra
medida é tomada no sentido de acompanhar melhor o desempenho da obra. Este panorama
parece ser generalizado a toda a indústria.
Contudo, os resultados obtidos neste trabalho evidenciam que a análise correcta da informação
fornecida pelos indicadores pode ser bastante útil e produtiva no desempenho dos processos
das empresas do sector.
A aplicação dos indicadores de desempenho no acompanhamento da obra que foi objecto de
caso de estudo permitiu retirar as seguintes conclusões particulares:

O registo de informações é limitado ao registo de acidentes, relatório de gestão
ambiental e cronograma financeiro;
73
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Ausência de registo em sectores importantes, nomeadamente no controlo de materiais
fornecidos;

Ausência
de
medidas
correctivas
de
material
deteriorada/problemático,
com
repercussão nos custos;

Os custos de não conformidades foram muito baixos;

O valor médio observado corresponde a uma taxa de falhas por máquina grande, na
medida em que a fiabilidade do equipamento decresce bastante ao longo do tempo;

Em relação à fiabilidade dos fornecedores, apenas se obtiveram informações sobre o
fornecedor de aço, que demonstrou bastante eficácia na entrega dos materiais. Seria
positivo alargar o registo de informação a todos os fornecedores, de modo a controlar
os custos de fornecimentos de materiais e também a qualidade dos fornecedores;

Verificou-se que grande parte da obra é executada por sub-contratação de serviços
externos;

A segurança em obra revelou-se elevada, havendo apenas o registo de dois acidentes,
sem gravidade, ao longo da obra;

A empresa revelou uma boa política de gestão ambiental. Todos os dados sobre
consumos de água, combustíveis, óleo e energia eléctrica estavam formalmente
registados. Destaca-se também uma óptima gestão de resíduos sólidos;

A elevada satisfação dos funcionários e a boa relação entre superior e funcionário,
revela boa política de recursos humanos.
4.1.
Sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros
Visando a implementação e a continuidade da utilização de sistemas de indicadores na
construção civil sugere-se:

Desenvolvimento de um programa informatizado para facilitar a recolha, o registo e a
análise das informações necessárias para o cálculo de indicadores;

Criar uma base de dados da própria empresa, para um determinado tipo de obra, de
forma a armazenar valores de referência para futuras análises de indicadores;

Estabelecimento de procedimentos que permitam o uso das informações para tomada
de decisões, e não só para avaliação prévia;
74
Avaliação do Desempenho na Construção Civil

Seria igualmente interessante proceder à criação de uma base de dados por empresa
e por sector, procurando definir os objectivos a alcançar;
75
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
BIBLIOGRAFIA
Bancaleiro, J. (2006). Scorecard de Capital Humano: Como medir o activo mais importante da
sua empresa. Editora RH, Lisboa,2006.
Barros Neto, J.P. (1999).Proposta de um Modelo de Formulação de Estratégias de Produção
para
Pequenas
Empresas
de
Construção
Habitacional.
Tese
(Doutoramento
em
Administração), Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre,1999.
Berliner, C. & Brimson, J.A.(1988). Cost management for today's advanced manufacturing: the
CAM-I conceptual design. Harvard Business School, Boston, 1988.
Braga de Matos, F.(2007).Ganhar em Bolsa. 6ª ed., Editora Dom Quixote, Porto, 2007.
CEBE (2007). UK Construction Industry: KPI Launch 2007. Constructing Excellence in the Built
Environment (CEBE). (Disponível em: <www.constructingexcellence.org.uk>. Acedido em 2008.
Chandler, A.D. (1977). The Visible Hand: Managerial Revolution in American Business. Harvard
University Press, Boston, 1977.
CMA (2008). Passagem de Nível em Vila Nova da Baronia. Câmara Municipal de Alvito, 2008.
Costa, D. B. (2003). Directrizes para Concepção, Implementação e Uso de Sistemas de
Indicadores de Desempenho para Empresas da Construção Civil. Dissertação apresentada ao
Curso de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2003.
De Rolt, M. I. P. (1998). O uso de indicadores para a melhoria da qualidade em pequenas
empresas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1998.
FPNQ (1995). Indicadores de desempenho. Fundação para o Prémio Nacional da Qualidade.
São Paulo: FPNQ, 1995.
Garcia Messenguer,
A.
(1991).
Controle e
SINDUSCON/Projeto, São Paulo, 1991.
76
garantia
da
qualidade na construção.
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Ghalayini, A.M.; Noble, J.S.; Crowe, T.J. (1997). An integrated dynamic performance
measurement system for improving manufacturing competitiveness. International Journal of
Production Economics, Amesterdão. v. 48, n. 3, p. 207-225, Feb.1997.
Gil, A.L. (1992). Qualidade total nas organizações. São Paulo: Atlas, 1992.
Google Earth (2008). Disponível em: http://earth.google.com. Acedido em 2008.
Harris, F. & McCaffer, R. (1977). Modern Construction Management. Granada, Londres, 1977.
ICBench (2006) a). Indicadores de Desempenho e Produtividade na Indústria da Construção –
Projecto de Investigação e Desenvolvimento. Benchmarks da Indústria da Construção.
Disponível
em:
http://www.icbench.net/docs/Apresentação_Workshops_Maio06_cores.pdf.
Acedido em 2008.
ICBench (2006) b). Projecto de Indicadores de Desempenho e Produtividade – IDPs.
Benchmarks
da
Indústria
da
Construção.
Disponível
em:
http://www.icbench.net/docs/Concreto_icbench.pdf. Acedido em 2008.
ICBench (2006) c). Projecto IDP – icBench. Benchmarks da Indústria da Construção.
Disponível em: http://www.icbench.net/docs/Concreto_05e06.06.pdf. Acedido em 2008.
ICBench (2006) d). Projecto icBench - IDP. Benchmarks da Indústria da Construção. Disponível
em: http://www.icbench.net/docs/icbench_revista%20APCMC_07-2006pdf. Acedido em 2008.
ICBench (2006) e). Indústria da construção com plataforma de benchmarking. Benchmarks da
Indústria da Construção. Disponível em: http://www.icbench.net/docs/DiariodeNoticias.pdf.
Acedido em 2008.
ICBench (2006) f). FEUP cria plataforma para auto-avaliação do sector da construção.
Benchmarks
da
Indústria
da
Construção.
Disponível
em:
http://www.icbench.net/docs/jornal_de_negocios_31-07-2006.pdf. Acedido em 2008.
IEUA (2008). O que é o Balanced Scorecard?. Incubadora de Empresas da Universidade de
Aveiro. Disponível em: <http://www.ua.pt/incubadora/PageText.aspx?id=6867>. Acedido em
2008.
Johnson, H.T.(1990). Performance Measurement for Competitive Excellence. Harvad Business
School, Boston, 1990.
77
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Juran, J. M. (1992) Planejando para a qualidade. São Paulo: Pioneira, 1992.
Kaplan, R.S. & Norton, D.P.(1992). The balanced scorecard-measures that drive performance.
Harvard Business Review, Boston, v. 70, n. 1, p. 71-79, Jan./Feb. 1992.
Kaplan, R.S. & Norton, D.P. (1997).
A estratégia em ação: balanced scorecard. 10ª ed.
Campus, São Paulo, 1997.
Kardec, A.; Flores, J.; Seixas, E. (2002). Gestão Estratégica e Indicadores de Desempenho.
Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 2002.
Keegan, D.P.; Eiler, R.G.; Jones, C.R.(1989). Are your performances obsolete?. Management
Accounting Research, London, v. 1, n. 2, p. 45-50, Junho 1989.
Lantelme, E.M.V.(1994). Proposta de um Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade
para a Construção Civil. Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação em Engenharia
Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1994.
LNEC (2006). Sistemas de Indicadores de desempenho e produtividade para a construção civil.
Laboratório
Nacional
de
Engenharia
Civil
(LNEC).
Disponível
em
:
<http://www.fep.up.pt/disciplinas/PG914/Ref_topico1/sistemas%20de%%20Indicadores_IH_JM
C_NG_QIC2006.pdf >. Acedido em 2008.
Lynch, R.L. & Cross, K.F.(1995). Measure Up: Yardstick for Continuous Improvement. 2ª ed.,
Blackwell Business, Cambridge, 1995.
Matos, F.B. (2007) – ver Braga de Matos (2007).
Messenguer, A.G. (1991) – ver Garcia Messenguer (1991)
Neely, A. (1999). The Performance Measurement Revolution: why now and what next?.
International Journal of Operation & Production Management, Bradford, v.20, n.2, p.205-228,
1999.
Neto, J. P. B. (1999) – ver Barros Neto (1999).
Oliveira, M.; Lantelme, E.M.V.; Formoso, C.T. Sistema de indicadores de qualidade e
produtividade na construção civil: manual de utilização. SEBRAE, Porto Alegre, 1995.
78
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Oliveira, M. & Freitas, H. (2000). Seleção de indicadores para tomada de decisão: a percepção
dos principais intervenientes na construção civil. Revista Eletrônica de Administração, Porto
Alegre, v. 7, n. 1, Mar. 2000.
Parmenter, D. (2007). Key Performance Indicators: developing, implementing and using winning
KPIs. John Wiley & Sons, New Jersey, 2007.
Picchi, F. A. (1993). Sistemas da Qualidade: uso em empresas de construção. Tese
(Doutoramento em Engenharia), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1993.
REFER (2006). Projecto de execução da supressão e reconversão de passagens de nível.
Rede Ferroviária Nacional, 2006.
Roldão, V.S. (2007) – ver Sequeira Roldão (2007).
Schiemann, W.A. & Lingle, J.H. (1999). Bullseye!: hitting your strategic targets through highimpact measurement. The Free Press, Nova Iorque, 1999.
Sequeira Roldão, V. (2007). Gestão de Projectos: Abordagem Instrumental ao Planeamento,
Organização e Controlo. 2ª ed., Monitor, Lousã, 2007.
Silva, M.(2007). Microsoft Office Project 2007: Depressa e Bem. FCA – Editora de Informática,
Lisboa, 2007.
Sink, D.S. & Tuttle, T.C. (1993). Planejamento e medição para performance. Qualitymark, Rio
de Janeiro, 1993.
Tecnovia (2008) a). Plano de Segurança e Saúde. Tecnovia, Sociedade de Empreitadas, S.A.
Lisboa, 2008.
UFRGS (2007). Indicadores de Desempenho. Núcleo Orientado para a Inovação da
Edificação/Universidade
Federal
do
Rio
Grande
<www.cpgec.ufrgs.br/norie/benchmarking/>. Acedido em 2007.
79
do
Sul.
Disponível
em:
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
ANEXOS
80
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
INDICADORES DE DESEMPENHO
A-1
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(1-a) – Índice de Alterações de Projecto – Informação Geral
Objectivo
Verificar qual a frequência de modificações em projectos após o início da obra, e a sua
gravidade em termos de custos e prazo.
Dados
NA – Número de Alterações. Representa o número de vezes que o projecto foi modificado,
após o início da obra.
Como modificação entende-se a remoção, inclusão ou alteração de algum elemento,
componente ou material especificado no projecto.
Fórmulas
Índice de alterações de projecto
(NA)
Exemplo
–
Directrizes para Análise do Indicador
Cada modificação do projecto na fase da obra pode acarretar custos extras, devido a
perdas de materiais, necessidade de desmantelar e refazer serviços, obrigar a um novo
planeamento da obra, desvios nos prazos, entre outros.
Quanto menor for o Índice de Alterações de Projecto, menores serão os desvios de custos,
prazos e métodos de execução planeados inicialmente.
Para além da avaliação do número de modificações, é de essencial importância a análise
das causas.
Uma apreciação contínua destes dois factores – alterações de projecto e suas causas –
facilita o processo de redução das mesmas, tomando medidas preventivas para o futuro da
obra.
Periodicidade
Mensal
A-2
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
Cálculo
Dados
(1-b) – Índice de Alterações de Projecto – Dados
recolhidos e cálculos

Número de alterações de projecto = 32 alterações
Índice de alterações de projecto 32
Gráfico
Alterações de Projecto
40
30
Nº de
20
alterações
10
0
32
0
Alterações de Projecto
A-3
Objectivo
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(2-a)– Desvio de Custo – Informação Geral
Objectivo
Avaliar a credibilidade das estimativas orçamentais para a Construção.
Dados

A – Custo estimado de Construção na data de consignação da empreitada

B – Custo efectivo de Construção na data de recepção provisória (incluindo Auto
de Erros e Omissões, Trabalhos a Mais e Assistência Técnica).
Fórmulas
Desvio de Custo Construção
B A
100
A
Resultado em %
Exemplo
Consignação da Empreitada = 2.000.000€
Conta final da Empreitada = 2.500.000€
Desvio de Custo Construção
2.500.000 2.000.000
100 25%
2.000.000
Directrizes para Análise do Indicador
Quanto menor for a percentagem de desvio de custo, mais positivo é o indicador.
Periodicidade
Por operação
A-4
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
Dados
(2-b) – Desvio de Custo – Dados recolhidos e cálculos

A = 2.389.000 €
Custo estimado de Construção na data de consignação da empreitada

B= 2.735.405 € + 110.000 € + 56.395 € = 2.901.800 €
Custo efectivo de construção na data de recepção provisória (incluindo
auto de erros e omissões, trabalhos a mais e assistência técnica –
fiscalização).
Custo efectivo de construção = 2.735.405 €
Trabalhos a mais e fiscalização = 110.000 €
Cálculo
Erros e Omissões = 56.395 €
Desvio de Custo
C
B
B
100
2901800 2445395
100
2445395
18,7%
Custos de Construção
3.500.000 €
3.000.000 €
Gráfico
2.500.000 €
A - Custro estimado na data
de consignação da
empreitada
2.000.000 €
1.500.000 €
B - Custo efectivo na data
de recepção provisória
1.000.000 €
500.000 €
0€
A-5
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(3-a) – Desvio de Prazo – Informação Geral
Objectivo
Avaliar a credibilidade das estimativas de prazo para a Construção.
Dados

F – prazo previsto para a obra, na data de Consignação da Empreitada (indicado
na proposta adjudicada);

G – prazo efectivo da obra.
Fórmulas
Desvio de Pr azo Construção
G F
100
F
Resultado em %
Exemplo
Prazo previsto para a Obra = 180 dias
Prazo efectivo da Obra = 210 dias
Desvio de Pr azo Construção
210 180
100 16,7%
180
Directrizes para Análise do Indicador
Quanto menor for a percentagem de desvio de prazo, mais positivo é o indicador.
Periodicidade
Por operação
A-6
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(3-b) – Desvio de Prazo – Dados recolhidos e cálculos
Dados

F= 240 dias
Prazo previsto para a obra, na data de Consignação da Empreitada
(indicado na proposta adjudicada);
 G = 327 dias
Prazo efectivo da obra.
Cálculo
Desvio de Pr azo Construção
Desvio de Pr azo Pr ojecto
G F
100
F
327 240
100 36,250%
240
E D
100
D
240 240
100
240
0%
Prazos da Obra
327
350
300
dias
Gráfico
250
240
200
150
100
50
0
F - Prazo previsto para a obra, na data de Adjudicação da empreitada
G - Prazo efectivo da obra
A-7
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(4-a) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual –
Informação Geral
Objectivo
Acompanhar o progresso da obra, tendo em conta o prazo e o trabalho realizado.
Dados

Percentagem de Obra realizada (ou percentagem de custos tomados relativamente
ao custo total planeado);

Percentagem de Prazo contratual decorrido.
Fórmulas
%Cumprimento Pr azo Contratual %Obra % Pr azo decorrido
Resultado em %
Exemplo
Percentagem de prazo decorrido = 50%
Percentagem de custos da obra realizada = 45%
%Cumprimento Pr azo Contratual
45% 50%
5%
Directrizes para Análise do Indicador
Quando o valor deste indicador é ≥ 0%, o prazo contratual está a ser cumprido em
conformidade com o estabelecido.
Caso não seja possível utilizar os valores de percentagem de obra realizada, por falta de
registo de dados, utiliza-se a percentagem dos custos tomados relativamente ao custo total
planeado.
Periodicidade
Mensal
A-8
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual –
Dados recolhidos e cálculos
Julho 07
Custo da
obra
realizada
mensal
(%)
0,03%
Custo da
obra
realizada
acumulado
(%)
0,03%
Agosto 07
Setembro 07
1,49%
5,53%
1,53%
7,06%
16,66%
24,99%
Outubro 07
Novembro 07
8,55%
7,45%
15,61%
23,06%
33,32%
41,65%
Dezembro 07
Janeiro 08
6,08%
10,16%
29,14%
39,31%
50%
58,33%
Fevereiro 08
Março 08
16,90%
23,13%
56,21%
79,34%
66,64%
74,97%
Abril 08
Maio 08
11,71%
7,72%
91,04%
98,76%
83,30%
91,67%
Junho 08
1,24%
100,00%
100,00%
Dados
Mês
Cálculo
%Cumprimento Pr azo Contratual
Prazo decorrido (%)
8,33%
%Custo Obra % Pr azo decorrido
Mês
Cumprimento do Prazo
Contratual (%)
Julho 07
-8,30%
Agosto 07
-15,13%
Setembro 07
-17,93%
Outubro 07
-17,71%
Novembro 07
-18,59%
Dezembro 07
-20,86%
Janeiro 08
-19,02%
Fevereiro 08
-10,43%
Março 08
4,37%
Abril 08
7,74%
Maio 08
7,09%
Junho 08
0,00%
A-9
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual –
Dados recolhidos e cálculos
% Custo da obra realizada (acumulado)
100%
80%
60%
40%
%Custo da obra
realizadal
20%
Jun-08
Mai-08
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
Jul-07
0%
%Custo da obra realizada (mensal)
50,00%
40,00%
20,00%
%Custo da obra
realizada
10,00%
Jun-08
Mai-08
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
Jul-07
0,00%
% Prazo Contratual
10%
5%
-15%
-20%
-25%
Mês
A-10
Jun-08
Mai-08
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
-10%
Set-07
-5%
Ago-07
0%
Jul-07
Gráficos
30,00%
%Prazo Contratual
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(5-a) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Informação
Geral
Objectivo
Obter um valor que permita analisar a situação financeira relacionada com os custos de não
conformidades.
Dados
 Custos_NC representa os custos de não conformidades resultantes dos autos de vistoria;
Valor real da obra.
Fórmulas
Taxa _ Custos _ NC
Custos _ NC Valor _ real _ da _ obra 100
Resultado em %
Exemplo
Valor real da obra = 2.000.000 €
Custos de não conformidades = 15.000 €
Taxa Custos NC
15000 2000000 100
0,75%
Directrizes para Análise do Indicador
Uma não conformidade é uma não satisfação de uma necessidade ou expectativa expressa,
geralmente implícita ou obrigatória.
A taxa de não conformidades deve ser a menor possível.
Periodicidade
Por operação.
A-11
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Económicos / Planeamento
(5-b) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Dados
recolhidos e cálculos
Dados
 Os custos de não conformidades da obra correspondem ao valor de 2.500€ que
correspondem aos custos da deslocação de equipas para resolver pequenas não
conformidades, como por exemplo, alteração de tampas de esgoto.
Cálculo
 Valor real da obra = 2.845.405€
Taxa Custos NC
2500
100
2845405
Custos NC
100
Valor real da obra
0,088%
Custo da obra/ Custo de não
conformidades
3.500.000 €
Gráfico
3.000.000 €
2.845.405 €
2.500.000 €
2.000.000 €
1.500.000 €
1.000.000 €
500.000 €
2.500 €
0€
Custos totais da obra
Custos de não conformidades
A-12
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral
Objectivo
Avaliar a qualidade de equipamentos e sistemas num determinado intervalo de tempo, com
base no número de falhas observadas. O inverso da taxa de falha fornece o TMEF (Tempo
Médio Entre Falhas).
Dados

Número de falhas de equipamento observadas;

N – número de equipamentos a operar;

T – período de tempo
Fórmulas

λ – Taxa de falha:
N º falhas observadas
N T
Resultado em falhas/hora

TMEF – tempo médio entre falhas:
TMEF
1
Taxa de falha
Resultado em horas
Exemplo
Período = 1 mês (720 horas)
Número de falhas observadas no período = 13
Sistema = 2 máquinas
Taxa de falha por máquina:
13
2 720
0,009 falhas /( hora.máquina )
Taxa da falha total (2 máquinas):
13
720
0,018 falhas / hora
Tempo médio entre falhas:
TMEF
1
0,018
A-13
55,56horas
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral
Directrizes para Análise do Indicador
Os valores devem ser comparados com equipamentos instalados (iguais ou semelhantes)
noutras instalações de empresas que actuam no mesmo mercado.
Uma correcta interpretação desta taxa pode facilitar a estimativa do prazo e custo da
actividade dependente do determinado equipamento.
Periodicidade
Semanal ou mensal
A-14
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
Dados
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos

Número de falhas de equipamento observadas;

N – número de equipamentos a operar;

Nº de equipamentos a operar =13;

Nº de equipamentos problemáticos = 2 (1 dumper e 1 bulldozer);

Nº de falhas observadas = 4 falhas

T – período de tempo = 160 horas (1 mês)
Nota: Equipamento problemático é aquele que apresenta falhas regularmente;
equipamento não problemático não apresenta falhas regularmente.
A. Taxa de Falha do equipamento problemático (Total):
TF total
N º falhas observadas
T
4
160
0,025 falhas / hora
B. Taxa de Falha do equipamento problemático (por máquina):
Cálculo
TF máquina
N º falhas observadas
N T
4
2 160
0,0125 falhas /( hora.máquina )
C. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento problemático (Total):
TMEF total
1
TF total
1
0,025
40horas
D. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento problemático (por máquina):
TMEF máquina
1
TF máquina
A-15
1
0,0125
80horas
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
E. Taxa de Falha do equipamento não problemático (Total):
TF total
N º falhas observadas
T
0
160
0 falhas / hora
F. Taxa de Falha do equipamento não problemático (por máquina):
Cálculo
TF máquina
N º falhas observadas
N T
0
11 160
0 falhas /( hora.máquina )
G. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento não problemático (Total):
TMEF total
1
TF total
0horas
H. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento não problemático (por máquina):
TMEF máquina
A-16
1
TF máquina
0horas
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
I.
Taxa de Falha do equipamento (Total):
TF total
N º falhas observadas
T
4
160
0,025 falhas / hora
J. Taxa de Falha do equipamento (por máquina):
Cálculo
TF máquina
N º falhas observadas
N T
4
13 160
0,0019 falhas /( hora.máquina )
K. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento (Total):
TMEF total
1
TF total
1
0,025
40horas
L. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento (por máquina):
TMEF máquina
1
TF máquina
A-17
1
0,0125
80horas
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
Taxa de Falha Total
0,03
0,025
0,025
0,025
Falhas/Hora
0,02
0,015
0,01
0,005
0
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Gráficos
Total
Taxa de Falha Por Máquina
0,014
0,0125
0,012
0,01
0,008
Falhas/Hora/
Máquina
0,006
0,004
0,0019
0,002
0
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Total
A-18
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
Tempo Médio Entre Falhas
Total
Horas (h)
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
40
40
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Gráficos
Total
Tempo Médio entre Falhas Por
Máquina
100
80
80
80
60
Horas (h) 40
20
0
0
Equipamento problemático
Equipamento não problemático
Total
A-19
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(7-a) – Fiabilidade do Equipamento – Informação Geral
Objectivo
Verificar a fiabilidade de um equipamento que apresenta falhas constantes ao longo do
tempo (taxa de falha constante).
Entende-se por fiabilidade, a probabilidade do equipamento não falhar num dado intervalo
de tempo sob certas condições operacionais.
Dados

λ – Taxa de falha do equipamento;

t – tempo (em horas).
Fórmulas

H(t) – Probabilidade acumulada de falhas:
H (t ) 1

EXP(
* t)
F(t) – Fiabilidade do equipamento
F (t ) 1 H (t )
Exemplo
Taxa de falha do equipamento: λ = 0,0005
Probabilidade acumulada de falhas do equipamento após 500 horas de funcionamento:
H (t )
1 EXP( 0,0005 * 500)
0,2212
Fiabilidade do equipamento após 500 horas de funcionamento:
F (t ) 1 H (t ) 1 0,2212
0,7788
Directrizes para Análise do Indicador
Uma correcta interpretação deste indicador pode levar à tomada de decisões importantes no
que toca à escolha dos equipamentos. Avaliando o indicador de fiabilidade de um
equipamento, podem-se comparar determinadas marcas ou tipos de equipamento, e com
base nessa comparação, assegurar o melhor desempenho de um dado processo.
A meta esperada para este indicador é a manutenção da fiabilidade do equipamento ao
longo do tempo. Esta meta implica a uma diminuição da taxa de falha do equipamento.
Periodicidade
Mensal
A-20
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
Taxa de
falha/máquina
(λ)
0,0019
800
0,0019
1200
0,0019
1600
0,0019
2000
0,0019
2400
0,0019
Dados
Tempo
em horas
(t)
400

H(t) – Probabilidade acumulada de falhas:
H (t ) 1 EXP(

* t)
F(t) – Fiabilidade do equipamento
Cálculo
F (t ) 1 H (t )
Probabilidade acumulada de
falhas H(t)
0,5323
Fiabilidade F(t)
0,7813
0,2187
0,8977
0,1023
0,9522
0,0478
0,9776
0,0224
0,9895
0,0105
A-21
0,4677
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Equipamento
(7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e
cálculos
Fiabilidade
Gráfico
Fiabilidade de cada máquina
0,5000
0,4500
0,4000
0,3500
0,3000
0,2500
0,2000
0,1500
0,1000
0,0500
0,0000
Fiabilidade
400
800
1200
1600
Tempo (horas)
A-22
2000
2400
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos
(8-a) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores –
Informação Geral
Objectivo
Avaliar a eficácia e fiabilidade dos fornecedores na entrega dos materiais, na quantidade
correcta e no prazo solicitado pela empresa. Ajudar a seleccionar os fornecedores de
qualidade e estabelecer um parâmetro de confiança com fornecedores correctos.
Dados

Quantidade de material entregue irregularmente;

Quantidade de material requisitado.
Fórmulas
Entrega de Materiais
Material irregular
100
Material requisitad o
Resultados em %
Exemplo
Quantidade de material requisitado = 1500 kg de aço A500
Quantidade de material entregue = 1000 kg de A500 e 500 kg de A400
Entrega de Materiais
500
100
1500
33%
Directrizes para Análise do Indicador
Entende-se por material irregular recebido todo aquele que vier danificado, em quantidade
ou natureza diferente da requisitada, ou fora do prazo requisitado.
Periodicidade
Mensal
A-23
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos
(8-b) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores –
Dados recolhidos e cálculos

Quantidade de material entregue irregularmente = 12 000 kg de aço que
Dados
foram entregues fora do prazo (atrasados)

Quantidade de material requisitado = 250 000 kg
Nota: Foi considerado, para este caso de estudo, devido a omissão de registo,
Cálculo
apenas o fornecedor de aço.
12000
100
250000
Entrega de Materiais
5%
Fornecedor de Aço
300000
250000
250000
Gráfico
200000
kg
150000
100000
50000
12000
0
Aço Requisitado
Aço entregue irregularmente
A-24
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Fornecimentos e Serviços Externos
(9-a) – Índice de Sub-contratação – Informação Geral
Objectivo
Determinar a expressão dos serviços contratados externamente.
Dados

Cfse – Custos com fornecimentos e serviços externos;

Ct – Custos totais.
Fórmulas
SC (%)
Cfse
100
CT
Resultados em %
Exemplo
Cfse = 20.000€
Ct = 200.000€
SC (%)
20000
100 10%
200000
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Anual
A-25
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos
(9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e
cálculos

Custos com fornecimentos e serviços externos:
1. Obras de Arte – Firmino Puga – 1.182.572,21€
2. Betuminosos - 191.542,64€
3. Guardas de segurança - 64.110,00€
Cálculo
Dados
4. Sinalização horizontal – 3.249,21€
5. Vedações - 33.784,00€
6. Restantes serviços externos - 917.996,89€

Cfse = Total Custos de fornecimentos e serviços externos=2.393.254€

Ct – Custos totais = 2.845.405€
SC (%)
Cfse
100
CT
A-26
2393254
100
2845405
84,11%
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos
(9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e
cálculos
Subcontratação
1.400.000 €
Obras de Arte - Firmino
Puga
1.200.000 €
Betuminosos
1.000.000 €
Guardas de segurança
800.000 €
Sinalização horizontal
600.000 €
Vedações
400.000 €
Restantes serviços
externos
Gráficos
200.000 €
-€
Custo da obra/Custo de
Subcontratações
3.000.000 €
2.500.000 €
Custos totais da obra
2.000.000 €
1.500.000 €
Total de custos de
fornecimentos e serviços
externos
1.000.000 €
500.000 €
-€
A-27
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(10-a) – Índice de Incidência – Informação Geral
Objectivo
Expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num
determinado período.
Dados

Número de dias perdidos;

Número médio de trabalhadores;
Fórmulas
Índice de incidência
N º acidentes
1000
N º médio trabalhadores
Resultado em Nº de acidentes/1000 trabalhadores
Exemplo
Nº de acidentes = 2 acidentes
Nº médio de trabalhadores = 60 trabalhadores
Índice de incidência
2
1000
60
33,33 acidentes / 1000 trabalhado res
Directrizes para Análise do Indicador
Espera-se que o resultado do índice de incidência seja o de menor número de acidentes
possível por cada 1000 trabalhadores, pois é inversamente proporcional à segurança dos
mesmos.
Periodicidade
Mensal
A-28
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(10-b) – Índice de Incidência – Dados recolhidos e cálculos
Índice de incidência
Índice de Incidência (acidentes / 1000
trabalhadores)
Mensal
Acum.
Data
Cálculo
Ano
Mês
N º acidentes
1000
N º médio trabalhado res
Emp
Sub
T
Emp
Sub
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2007
Julho
2007 Agosto
2007 Setembro
2007 Outubro
0
0
0
0
0
2007 Novembro
0
19,231 15,385
0
7,463
2007 Dezembro
0
0
0
0
5,435
2008 Janeiro 71,429
0
15,625 14,925 4,274
2008 Fevereiro
0
0
0
12,5 3,472
2008
Março
0
0
0
10,989 2,841
2008
Abril
0
0
0
9,5238 2,387
0
5,714
4,219
6,645
5,435
4,515
3,817
Índice de Incidência
acidentes / 1000 trabalhadores
Gráfico
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08
Mês
Empreiteiro-Mensal
Total-Mensal
Total-Acumulado
Subempreiteiro-Mensal
Empreiteiro-Acumulado
Subempreiteiro-Acumulado
A-29
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(11-a) – Índice de Frequência – Informação Geral
Objectivo
Expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num
determinado período, por cada 1.000.000 de homens-hora trabalhadas.
Dados

Número de acidentes;

Número de homens-hora trabalhadas;
Fórmulas
Índice de frequência
N º acidentes
1.000.000
N º Homens Hora
Resultado em Nº de acidentes/1.000.000 homens-hora trabalhadas
Exemplo
Nº de acidentes = 2 acidentes
Nº de homens-hora trabalhadas = 12 000 homens-hora
Índice de frequência
2
1.000.000 166,66 acidentes/1.000.000 homens-hora
12000
Directrizes para Análise do Indicador
Espera-se que o resultado do índice de frequência seja o de menor número de acidentes
possível por cada 1.000.000 homens-hora trabalhadas, pois é inversamente proporcional à
segurança dos trabalhadores.
Periodicidade
Mensal
A-30
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(11-b) – Índice de Frequência – Dados recolhidos e
cálculos
Índice de frequência
Cálculo
Data
Ano
Mês
2007
2007
2007
2007
2007
2007
2008
2008
2008
2008
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
N º acidentes
1.000.000
N º Homens Hora
Índice de Frequência (acidentes/1000000 homens-hora
trabalhadas)
Mensal
Acum.
Emp
Sub
T
Emp
Sub
T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
100,160 80,128
0
43,089
32,877
0
0
0
0
32,417
25,106
388,2
0
84,918 86,513 24,970
38,754
0,000 0,000
0,000 71,149 19,835
31,022
0,000 0,000
0,000 59,819 15,851
25,061
0,000 0,000
0,000 51,533 13,166
20,974
acidentes / 1000000 homens-hora
Gráfico
Índice de Frequência
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07Nov-07Dez-07Jan-08 Fev-08Mar-08 Abr-08
Mês
Empreiteiro-Mensal
Total-Mensal
Objectivo
Subempreiteiro-Acumulado
Subempreiteiro-Mensal
Empreiteiro-Acumulado
Total-Acumulado
A-31
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(12-a) – Índice de Gravidade – Informação Geral
Objectivo
Expor o nível de segurança da obra, segundo a gravidade dos acidentes, tendo por base os
dias de trabalho perdidos dos trabalhadores acidentados.
Dados

Número de dias perdidos dos trabalhadores acidentados;

Número de homens-hora trabalhadas.
Fórmulas
Índice de gravidade
N º dias perdidos
1000
N º Homens hora
Resultado em Nº de dias perdidos/1000 homens-hora trabalhadas
Exemplo
Nº de dias perdidos do trabalhador acidentado = 3 dias
Nº de homens-hora trabalhadas = 10 000 homens-hora trabalhadas
Índice de gravidade
3
10000
1000
0,3 dias perdidos/1000homens-hora
Directrizes para Análise do Indicador
Espera-se que o resultado do índice de gravidade de acidentes seja sempre o menor
possível, pois é inversamente proporcional à segurança dos trabalhadores.
Periodicidade
Mensal
A-32
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Segurança e Saúde
(12-b) – Índice de Gravidade – Dados recolhidos e cálculos
Índice de gravidade
Índice de Gravidade (dias perdidos
/ 1000 homens-hora trabalhadas)
Mensal
Acum.
Data
Cálculo
N º dias perdidos
1000
N º Homens hora
Ano
Mês
2007
Julho
0
0
0
0
0
0
2007
Agosto
0
0
0
0
0
0
2007
2007
2007
2007
2008
2008
2008
2008
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Emp Sub
T
Emp Sub
T
dias perdidos / 1000 homens-hora
Gráfico
Índice de Gravidade
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
Jul-07 Ago- Set- Out- Nov- Dez- Jan- Fev- Mar- Abr07
07
07
07
07
08
08
08
08
Mês
Empreiteiro-Mensal
Total-Mensal
Objectivo
Subempreiteiro-Acumulado
Subempreiteiro-Mensal
Empreiteiro-Acumulado
Total-Acumulado
A-33
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(13-a) – Taxa de Consumo de Água – Informação Geral
Objectivo
Determinar a eficiência do consumo de água durante a execução de uma obra.
Dados

V. água [l] – Consumo de água no período determinado.

Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado.
Fórmulas
Taxa CA
V água
100.000
Custo obra
Resultado em l/100.000€
Exemplo
Consumo de água no mês de Agosto =2 000 l
Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 €
Taxa CA
2000
100.000
70000
2857l / 100.000€
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Mensal
A-34
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e
cálculos
Dados
Os valores de consumo de água estão registados até ao mês de Abril de 2008.
Data
Consumo de Água
(l)
Custo da
obra (€)
Jul-07
0
782,87
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
6000
35.683,45
420400
920000
758000
24000
118000
168000
194000
334002
2942902
132.151,17
204.277,15
178.073,04
145.304,40
242.793,82
403.711,79
552.555,25
279.682,35
2.175.015,29
Mês
A-35
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Consumo de Água
Ago-07
Litros
1000000
900000
800000
700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
Jul-07
Gráfico
Consumo de Água
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e
cálculos
V água
100.000
Custo obra
Cáculo
Taxa CA
Data
Taxa de Consumo de Água (l/100.000€)
Jul-07
0
Ago-07
16815
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
318121
450369
425668
16517
48601
41614
35110
119422
135305
Taxa de Consumo de Água
500000
300000
l/€100.000
200000
Taxa de Consumo de Água
100000
A-36
Abr-08
Mar-08
Jan-08
Mês
Fev-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Jul-07
0
Ago-07
Gráfico
400000
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(14-a) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Informação
Geral
Objectivo
Determinar a eficiência do consumo de energia eléctrica durante a execução de uma obra.
Dados

E.Eléctrica kVAl] – Consumo de energia eléctrica no período determinado.

Custo obra [€] – Custo da obra no período determinado.
Fórmulas
Taxa CEE
E.Eléctrica
Custo obra
100.000
Resultado em kVA/100.000€
Exemplo
Consumo de água no mês de Agosto =1 000 kVA
Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 €
Taxa CEE
1000
100.000
70000
1428kVA / 100.000€
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Mensal
A-37
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados
recolhidos e cálculos
Dados
Os consumos de energia eléctrica estão registados até ao mês de Fevereiro de
2008.
Data
Consumo de
Energia Eléctrica
(kVA)
Custo da
obra (€)
Jul-07
0
782,87
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Total
1458
35.683,45
7172
336.428,32
4482
323.377,44
3709
646.505,61
16821
1.342.377,69
Consumo de Energia Eléctrica
8000
7000
6000
Gráfico
5000
kVA
4000
3000
Consumo de Energia
Eléctrica
2000
1000
0
Mês
A-38
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados
recolhidos e cálculos
Cálculo
Taxa CEE
E.Eléctrica
100.000
Custo obra
Data
Taxa de Consumo de Energia Eléctrica
(kVA/100.000€)
Jul-07
0,00
Ago-07
4085,93
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
2131,81
1386,00
573,70
1252,70
Total
kVA/€100.000
Gráfico
Taxa de Consumo de Energia Eléctrica
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
Taxa de Consumo
de Energia Eléctrica
Mês
A-39
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(15-a) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Informação
Geral
Objectivo
Determinar a eficiência do consumo de combustíveis durante a execução de uma obra.
Dados

Combustível [l] – Consumo de combustíveis no período determinado.

Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado.
Fórmulas
Taxa CC
Combustíveis
100.000
Custo obra
Resultado em l/100.000€
Exemplo
Consumo de combustíveis no mês de Agosto =2 000 l
Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 €
Taxa CC
2000
100.000
70000
2857l / 100.000€
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Mensal
A-40
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados
recolhidos e cálculos
Dados
Os consumos de combustíveis estão registados até ao mês de Abril de 2008.
Data
Consumo de
combustíveis (l)
Custo da
obra (€)
Jul-07
0
782,87
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
1085
35.683,45
14085
16155
21168
6960
4994
6185
4789
5022
80443
132.151,17
204.277,15
178.073,04
145.304,40
242.793,82
403.711,79
552.555,25
279.682,35
2.175.015,29
Taxa de Consumo de Combustíveis
14000
10000
8000
6000
Taxa de Consumo de
Combustíveis
4000
2000
Mês
A-41
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
0
Jul-07
l/€100.000
Gráfico
12000
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados
recolhidos e cálculos
Cálculo
Taxa CC
Combustível
100.000
Custo obra
Data
Taxa de Consumo de Combustíveis
(l/100.000€)
Jul-07
0
Ago-07
3041
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
10658
7908
11887
4790
2057
1532
867
1796
3699
Consumo de Combustíveis
25000
15000
litros
10000
Consumo de…
5000
Mês
A-42
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
0
Jul-07
Gráfico
20000
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(16-a) – Taxa de Consumo de Óleos – Informação Geral
Objectivo
Determinar a eficiência do consumo de óleos durante a execução de uma obra.
Dados

Óleo [l] – Consumo de óleos no período determinado.

Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado.
Fórmulas
Taxa CO
Óleo
100.000
Custo obra
Resultado em l/100.000 €
Exemplo
Consumo de óleos no mês de Agosto =10 l
Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 €
Taxa CO
10
100.000
70000
14l / 100.000€
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Mensal
A-43
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e
cálculos
Dados
Os consumos de óleos estão registados até ao mês de Abril de 2008 .
Data
Consumo
de Óleos
(l)
Custo da
obra (€)
Jul-07
0
782,87
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
5
35.683,45
10
25
25
15
30
10
20
15
155
132.151,17
204.277,15
178.073,04
145.304,40
242.793,82
403.711,79
552.555,25
279.682,35
2.175.015,29
Consumo de Óleos
35
30
20
Consumo de Óleos
15
10
5
Mês
A-44
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
0
Ago-07
litros
Jul-07
Gráfico
25
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e
cálculos
Cálculo
Taxa CO
Óleos
100.000
Custo obra
Data
Taxa de
Consumo
de Óleos
(l/100.000€)
Jul-07
0
Ago-07
14
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
8
12
14
10
12
2
4
5
7
Taxa de Consumo de Óleos
16
12
10
8
6
Taxa de Consumo de
Óleos
4
2
Mês
A-45
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
Nov-07
Out-07
Set-07
Ago-07
0
Jul-07
l/€100.000
Gráfico
14
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(17-a) – Gestão de Resíduos Sólidos – Informação Geral
Objectivo
Determinar a preocupação ambiental da empresa e verificar se são tomadas medidas eficazes de
gestão ambiental.
Dados
Inquérito ao representante da empresa, a realizar no final de cada ano civil, com a seguinte estrutura e
resposta “Sim/Não”.
Existem na empresa e são utilizados correntemente procedimentos para:
1.
Armazenamento adequado de resíduos
2.
Transporte dos resíduos para locais próprios
3.
Reutilização dos desperdícios
4.
Reciclagem dos desperdícios
5.
Separação dos resíduos
6.
Equipamento de compactação / trituração de resíduos
7.
Dispositivos de tratamento de resíduos
PO (Pontos Obtidos) – correspondem ao total de itens assinalados com a opção “Sim”
PP (Pontos Possíveis) – correspondem ao total de itens contemplados no inquérito
Fórmulas
GRS
PO
10
PP
Resultados numa escala de 0 a 10
Exemplo
PO=4
PP=7
GRS
4
10 5,7
7
Directrizes para Análise do Indicador
Um maior valor deste indicador na escala de 0 a 10 corresponde à existência de uma maior
preocupação com boas práticas ambientais.
Periodicidade
Mensal
A-46
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Impacto Ambiental
(17-b) – Gestão de Resíduos Sólidos – Dados recolhidos e cálculos

PO (Pontos Obtidos) – correspondem ao total de itens assinalados
com a opção “Sim”;

PP (Pontos Possíveis) – correspondem ao total de itens contemplados
no inquérito.
Os resíduos produzidos em obra encontram-se armazenados temporariamente
nas frentes de obra ou em depósito temporário. As lamas da fossa séptica
estanque são transportadas para a ETAR de S. Brás de Regedouro. Existe no
estaleiro administrativo o parque de resíduos (perigosos e não perigosos) e
Dados
instalados contentores com vista à separação dos resíduos (papel, cartão, vidro
e plástico). Não há dispositivo de tratamento de resíduos. Existe equipamento
de compactação/trituração de resíduos.
Os desperdícios são reutilizados, caso essa opção seja possível, ou enviados
para reciclagem no Ecoponto da Câmara Municipal de Évora.
Foi dada formação a todos os trabalhadores que entraram em obra
relativamente à redução dos impactos ambientais, no que toca à recolha e
separação do lixo, à gestão correcta das águas residuais produzidas na
empreitada, à minimização da afectação da poluição, à prevenção da
contaminação dos solos e dos recursos hídricos e à minimização da emissão
de poeiras e poluentes gasosos.
1. Armazenamento adequado de resíduos – Sim
2. Transporte dos resíduos para locais próprios – Sim
3. Reutilização dos desperdícios – Sim
4. Reciclagem dos desperdícios – Sim
Cálculo
5. Separação dos resíduos – Sim
6. Equipamento de compactação / trituração de resíduos – Sim
7. Dispositivos de tratamento de resíduos – Não
PO=6
PP=7
GRS
6
10 8,57
7
A-47
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos
(18-a) – Satisfação dos Funcionários – Informação Geral
Objectivo
Determinar a satisfação dos funcionários administrativos no posto de trabalho.
Dados
Inquérito aos funcionários administrativos da empresa, a realizar anualmente.
Fórmulas
Determinação do indicador através da resposta às seguintes questões, utilizando a seguinte
escala:
1. Condições das infra-estruturas de trabalho
2. Relação trabalho realizado – remuneração
3. Benefícios fornecidos pela empresa
4. Dispêndio de tempo em acções de formação
5. Relacionamento superior – funcionário
6. Relacionamento funcionário – funcionário
7. Possibilidade de evolução profissional
8. Apreciação da realização pessoal
9. Estabilidade do emprego
10. Opinião global
Exemplo
–
Directrizes para Análise do Indicador
–
Periodicidade
Anual
A-48
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos
(18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e
cálculos
Inquérito realizado oralmente aos funcionários administrativos da empresa
presentes no estaleiro.
Inquérito sobre a satisfação dos funcionários da empresa
Perguntas
Respostas
Dados
Condições das infra-estruturas de trabalho
Relação trabalho realizado – remuneração
Benefícios fornecidos pela empresa
Dispêndio de tempo em acções de
formação
Relacionamento superior – funcionário
Relacionamento funcionário – funcionário
Possibilidade de evolução profissional
Apreciação da realização pessoal
Estabilidade do emprego
Opinião global
A-49
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos
(18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e
cálculos
Gráfico
Satisfação dos Funcionários
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Satisfação dos Funcionários
A-50
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores Mão-de-Obra e Recursos Humanos
(19-a) – Taxa de Absentismo dos Funcionários
Objectivo
Conhecer o tempo médio de ausência ao trabalho dos funcionários, correspondente a faltas
não resultantes de acidente.
Analisar os motivos que provocam estas faltas e verificar se são ou não justificáveis.
Dados
a. Número de horas de ausência ao trabalho num período;
b. Número de homens-hora trabalhadas.
Fórmulas
Taxa absentismo
horas de ausência ao trabalho
100
N º Homens hora
Exemplo
Homens-hora trabalhadas = 1920 horas
Total de faltas = 5 horas
Taxa absentismo
20
100
1000
0,5%
Directrizes para Análise do Indicador
Espera-se que o valor deste indicador seja muito baixo, caso contrário, devem ser avaliados
os motivos de forma a resolver o eventual problema.
Periodicidade
Anual
A-51
Avaliação do Desempenho na Construção Civil
Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos
(19-b) – Taxa de Absentismo dos Funcionários – Dados
recolhidos e cálculos
As faltas não resultantes de acidentes não foram registadas oficialmente, mas
aproximadas a um valor médio de 1 dia de trabalho (8horas) por mês, que vai gerar
Data
Homens-hora
trabalhadas
Faltas (h)
Jul-07
192
8
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
Média
480
8
1648
2392
2496
1775
2576
2496
2662
2688
19405
1940,5
8
8
8
8
8
8
8
8
80
8
Taxa absentismo
4,00%
1,67%
8,65%
0,87%
2,00%
Taxa de absentismo
A-52
Abr-08
Mar-08
Fev-08
Jan-08
Dez-07
0,00%
Nov-07
0,49%
0,33%
0,32%
0,45%
0,31%
0,32%
0,30%
0,30%
Out-07
Ago-07
Set-07
Out-07
Nov-07
Dez-07
Jan-08
Fev-08
Mar-08
Abr-08
Total
Média
Taxa de absentismo
Set-07
Jul-07
Taxa de
absentismo
(%)
4,17%
Ago-07
Cálculo e Gráfico
Data
horas de ausência ao trabalho
*100
N º Homens hora
Jul-07
Dados
seguinte Taxa de absentismo dos funcionários da empresa.
Download

Avaliação do Desempenho na Construção Civil Engenharia Civil