Avaliação do Desempenho na Construção Civil A sua aplicação a uma obra ferroviária João Maria Alcântara de Melo Costa Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Professor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Orientador: Professor Joaquim Jorge da Costa Paulino Pereira Vogal: Professor Francisco José Loforte Teixeira Ribeiro Junho 2008 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Agradecimentos Primeiramente, quero manifestar o meu agradecimento ao Prof. Jorge Paulino Pereira, orientador da tese de Mestrado pela amizade, apoio, disponibilidade e espírito crítico. Sem a sua orientação não teria sido possível a conclusão do trabalho. Ao Eng. Mota Lopes, da Tecnovia, pela disponibilidade e pela cedência de elementos que se revelaram essenciais na elaboração do presente estudo. Ao meu primo Pedro, pela disponibilidade e ajuda, ainda que a quilómetros de distância. Finalmente, à minha família e à minha namorada, pelo espantoso interesse, pelas opiniões e pela paciência que sempre me dedicaram. Avaliação do Desempenho na Construção Civil Resumo A gestão de construção é uma das vertentes fundamentais na execução de um empreendimento. Existem, porém, várias dificuldades em conseguir transmitir para o dono de obra o estado em que esta se encontra. É exactamente sobre este aspecto que esta dissertação de mestrado pretende incidir, particularmente através da selecção de indicadores que permitam ao dono de obra percepcionar, da forma mais exacta possível, a situação real da obra. Para acompanhar, analisar e preparar, da melhor forma possível, a tomada de decisões de gestão, torna-se indispensável dispor de elementos de informação completos e detalhados técnicos, económicos e financeiros – que permitam fazer um diagnóstico da actividade da obra e da sua evolução ao longo do tempo. O objectivo deste trabalho é, portanto, desenvolver uma série de indicadores que permitam avaliar o desempenho duma empresa de construção civil. A informação obtida através indicadores pode ser utilizada para melhorar os processos e deve ser registada de forma a servir como termo de comparação com futuros projectos semelhantes. O trabalho compreende uma análise bibliográfica sobre a medição do desempenho, com especial incidência sobre os indicadores de desempenho. Seguidamente são definidos indicadores de desempenho e acompanhamento com base na pesquisa precedente. Finalmente, é realizada a aplicação dos indicadores seleccionados no caso de estudo e retiradas as respectivas conclusões. PALAVRAS-CHAVE Medição; Indicador; Desempenho; Construção Civil. Avaliação do Desempenho na Construção Civil Abstract Construction management is one of the fundamental components associated with the execution of an infrastructure. There are, however, various communication issues to convey to the owner of the construction project the project’s current quality condition. It is exactly on this topic that the present dissertation intends to focus. Particularly through the selection of indicators that allow the owner of the construction project to recognize, as clearly as possibly, the true condition of his project. To follow, analyse and prepare, as best as possible, the management decision making process, it is essential to acquire completed and detailed pieces of information - “technical, economical and financial” – that allow to diagnose the activity of the construction project and its development over time. The objective of this study is, therefore, to develop a series of indicators that allow to evaluate the performance of a construction company. The information obtained through these indicators can be used to improve the procedures and should be registered in such a way to serve as a means of comparison with similar future projects. The study includes a literature review on measuring performance, focusing specifically on performance indicators. Furthermore, performance and monitoring indicators are defined based on previous research. Finally, the indicators are used on a case-study. KEYWORDS Measuring; Indicator; Performance; Civil Construction. Avaliação do Desempenho na Construção Civil Índice Agradecimentos ..................................................................................................................................... 1 Resumo ................................................................................................................................................... 2 Abstract ................................................................................................................................................... 3 1. Introdução .................................................................................................................................. 1 1.1. Âmbito do Trabalho .............................................................................................................. 1 1.2. Objectivos .............................................................................................................................. 2 1.3. Estrutura da Dissertação ..................................................................................................... 3 2. Análise do Desempenho ........................................................................................................... 4 Medição do Desempenho – “Não se consegue gerir o que não se consegue 2.1. medir.” 4 2.1.1. Medição do Desempenho – Um Pouco de História................................................................. 4 2.1.2. Definição do Processo de Medição do Desempenho.............................................................. 5 2.1.3. Finalidade da Medição do Desempenho ................................................................................. 5 2.2. Indicadores de Desempenho ............................................................................................... 6 2.2.1. Definição do Termo Indicador ............................................................................................ 6 2.2.2. Considerações Gerais sobre a utilização dos Indicadores de Desempenho .................... 7 2.2.3. Formas de Apresentação da Informação .......................................................................... 8 2.2.4. Escolha e Implementação de Indicadores ......................................................................... 8 2.2.5. Processo de escolha ........................................................................................................ 10 2.2.6. Tipos de Indicadores ....................................................................................................... 10 2.3. Alguns Modelos de Aplicação de Indicadores de Desempenho ................................... 12 2.3.1. Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard” .................................. 12 Comparação com Padrão de Referência ou “Benchmarking” ........................................ 13 2.3.2. 2.3.3. “Key Performance Indicators” (KPI) ou Indicadores-chave de desempenho ........................ 16 2.3.4. Indicadores de Desempenho aplicados no Microsoft Office Project 2007 ............................ 17 2.4. Especificidades da Indústria da Construção Civil relativas à Implementação de Indicadores ....................................................................................................................................... 19 Estado da Arte – Indicadores de Desempenho na Industria de Construção no 2.5. Mundo 21 2.5.1. “Benchmarking” e “Key Performance Indicators” no Reino Unido: Constructing Excellence ................................................................................................................................. 21 2.5.2. Sistema de “Benchmarking” Chileno: Sistema Nacional de Benchmarking .......................... 24 2.5.3. Sistema de “Benchmarking” dos Estados Unidos da América: Construction Industry Institute (CII) Benchmarking & Metrics Program ....................................................................... 25 2.5.4. Sistema de Indicadores de “Benchmarking” no Brasil: SISIND-NET ............................... 26 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 2.5.5. Sistema de “Benchmarking” Dinamarquês: Byggeriets Evaluerings Center ......................... 27 2.5.6. Síntese e Conclusão Geral Sobre os Sistemas de Indicadores Referidos ..................... 28 2.5.7. Sistema de “Benchmarking” na Industria de Construção em Portugal:ICBench ............ 28 3. Caso de Estudo ....................................................................................................................... 31 3.1 Identificação da Obra ......................................................................................................... 31 Registo de Acidentes de Trabalho ................................................................................................. 35 3.2. Frente 1 – Passagem Superior ao km 63+161 (Cabrela) – Linha do Alentejo............... 38 3.2.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 38 3.2.2. Obra de Arte ..................................................................................................................... 39 3.3. Frente 2 – Passagem Inferior ao km 65 + 433 – Linha do Alentejo ................................ 41 3.3.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 42 3.3.2. Obra de Arte ..................................................................................................................... 43 3.4. Frente 3 – Passagem Superior ao km 96 + 100 – Troço Casa Branca / Évora – Linha de Évora ................................................................................................................................. 44 3.4.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 45 3.4.2. Obra de Arte ..................................................................................................................... 45 3.5. Frente 4 – Passagem Superior ao km 108 + 480 – Troço Casa Branca/Évora – Linha de Évora ................................................................................................................................. 47 3.5.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 47 3.5.2. Obra de Arte ..................................................................................................................... 48 3.6. Frente 5 – Passagem Superior ao km 101 + 935 (Tojal) – Troço Casa Branca / Évora – Linha de Évora ................................................................................................................... 49 3.6.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 50 3.6.2. Obra de Arte .................................................................................................................... 51 3.7. Frente 6 – Passagem Inferior ao km 117+508 da Linha do Alentejo ............................. 53 3.7.1. Restabelecimento ............................................................................................................. 54 3.7.2. Obra de Arte ..................................................................................................................... 55 3.7.2.1. Geometria da Obra ........................................................................................................... 55 3.8. Resultados da Aplicação dos Indicadores Seleccionados no Caso de Estudo .......... 56 3.8.1. Indicadores utilizados no caso de estudo ....................................................................... 56 3.8.1.1. Indicadores Económicos / Planeamento .......................................................................... 59 3.8.1.2. Indicadores de Equipamentos .......................................................................................... 59 3.8.1.3. Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos ........................................................ 59 3.8.1.4. Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................. 59 3.8.1.5. Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................... 59 3.8.1.6. Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ......................................................... 60 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3.8.2. Resultados e Conclusões dos Indicadores Económicos / Planeamento .................... 60 3.8.3. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Equipamentos ...................................... 63 3.8.4. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos ............................................................................................................................................ 65 3.8.5. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Segurança e Saúde .............................. 66 3.8.6. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Impacto Ambiental ............................... 68 3.8.7. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos ........................................................................................................................................... 71 4. Conclusões .............................................................................................................................. 73 4.1. Sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros ................................................. 74 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 76 ANEXOS ................................................................................................................................................ 80 INDICADORES DE DESEMPENHO ............................................................................................................... A-1 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-2 (1-a) – Índice de Alterações de Projecto – Informação Geral .................................................... A-2 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-3 (1-b) – Índice de Alterações de Projecto – Dados recolhidos e cálculos ................................. A-3 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-4 (2-a)– Desvio de Custo – Informação Geral................................................................................. A-4 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-5 (2-b) – Desvio de Custo – Dados recolhidos e cálculos ............................................................ A-5 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-6 (3-a) – Desvio de Prazo – Informação Geral ................................................................................ A-6 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-7 (3-b) – Desvio de Prazo – Dados recolhidos e cálculos............................................................. A-7 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-8 (4-a) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Informação Geral .................... A-8 Indicadores Económicos / Planeamento ......................................................................................... A-9 (4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Dados recolhidos e cálculos ........................................................................................................................................... A-9 Indicadores Económicos / Planeamento ....................................................................................... A-11 Avaliação do Desempenho na Construção Civil (5-a) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Informação Geral ...................................... A-11 Indicadores Económicos / Planeamento ....................................................................................... A-12 (5-b) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Dados recolhidos e cálculos ................... A-12 Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-13 (6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral..................................................... A-13 Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-15 (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos ................................. A-15 Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-20 (7-a) – Fiabilidade do Equipamento – Informação Geral .......................................................... A-20 Indicadores de Equipamento .......................................................................................................... A-21 (7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos ...................................... A-21 Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-23 (8-a) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Informação Geral ...................... A-23 Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-24 (8-b) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Dados recolhidos e cálculos .. A-24 Indicadores Fornecimentos e Serviços Externos ......................................................................... A-25 (9-a) – Índice de Sub-contratação – Informação Geral............................................................. A-25 Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos.................................................................... A-26 (9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e cálculos ......................................... A-26 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-28 (10-a) – Índice de Incidência – Informação Geral ..................................................................... A-28 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-29 (10-b) – Índice de Incidência – Dados recolhidos e cálculos .................................................. A-29 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-30 (11-a) – Índice de Frequência – Informação Geral .................................................................... A-30 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-31 (11-b) – Índice de Frequência – Dados recolhidos e cálculos ................................................ A-31 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-32 (12-a) – Índice de Gravidade – Informação Geral ..................................................................... A-32 Indicadores de Segurança e Saúde ................................................................................................ A-33 Avaliação do Desempenho na Construção Civil (12-b) – Índice de Gravidade – Dados recolhidos e cálculos .................................................. A-33 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-34 (13-a) – Taxa de Consumo de Água – Informação Geral ......................................................... A-34 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-35 (13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e cálculos ...................................... A-35 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-37 (14-a) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Informação Geral ..................................... A-37 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-38 (14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados recolhidos e cálculos .................. A-38 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-40 (15-a) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Informação Geral ........................................... A-40 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-41 (15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados recolhidos e cálculos ....................... A-41 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-43 (16-a) – Taxa de Consumo de Óleos – Informação Geral ........................................................ A-43 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-44 (16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e cálculos ..................................... A-44 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-46 (17-a) – Gestão de Resíduos Sólidos – Informação Geral ....................................................... A-46 Indicadores de Impacto Ambiental ................................................................................................. A-47 (17-b) – Gestão de Resíduos Sólidos – Dados recolhidos e cálculos .................................... A-47 Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-48 (18-a) – Satisfação dos Funcionários – Informação Geral....................................................... A-48 Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-49 (18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos ................................... A-49 Indicadores Mão-de-Obra e Recursos Humanos .......................................................................... A-51 (19-a) – Taxa de Absentismo dos Funcionários ....................................................................... A-51 Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos ..................................................................... A-52 (19-b) – Taxa de Absentismo dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos .................. A-52 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Índice de Figuras Figura 1 – Modelo de sistema de medição (adaptado de Lantelme, 1994) .................................. 6 Figura 2 - Benchmarking – Gráfico de análise do desempenho ................................................. 15 Figura 3 – Cronograma de actividades do Microsoft Office Project 2007 (Fonte: REFER,2006) ..................................................................................................................................................... 17 Figura 4 - Gráficos do Tempo de Construção (Construction Time) que compara as diferenças percentuais entre valores de dois anos consecutivos (Change Compared with one year ago) (Fonte: CEBE, 2007) ................................................................................................................... 23 Figura 5 - Gráfico do Consumo de Água no Processo de Construção (Water Use – Construction Process) (Fonte: CEBE, 2007) .................................................................................................... 23 Figura 6 - Gráfico da Taxa de Incidência de Acidentes (número de acidentes registados/100000 empregados) (CEBE, 2007) ........................................................................................................ 24 Figura 7 – Temas abordados pelos sistemas de indicadores a nível mundial e sua frequência (Fonte:ICBench, 2006, b)) ........................................................................................................... 28 Figura 8 – Resultado “benchmark” de uma empresa integrante do programa icBench. A amostra inclui 51 empresas e a rentabilidade da empresa do exemplo situa-se nos 82% (Fonte:ICBench, 2006 b)) ............................................................................................................ 29 Figura 9 – Painel de identificação da obra .................................................................................. 31 Figura 10 – Localização da obra no mapa de Portugal pormenorização do local das 6 frentes de obra nas Linhas de Évora e Alentejo (Fonte: Google Earth, 2008) ............................................ 32 Figura 11 – Custo da Obra .......................................................................................................... 33 Figura 12 – Percentagem do custo da obra realizada, em relação ao custo total ...................... 33 Figura 13 – Homens-hora trabalhadas ....................................................................................... 34 Figura 14 – Ocorrência de acidentes nos funcionários do empreiteiro, de um subempreiteiro e acumulado ................................................................................................................................... 34 Figura 15 – Estaleiro da Tecnovia, localizado ao km 101+935 da Linha de Évora .................... 36 Figura 16 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 2, 3 e 4 (adaptado de REFER, 2006) .......................................................................................... 37 Figura 17 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 1 e 5 (Fonte:REFER, 2006) ......................................................................................................... 37 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 18 – Planta do Restabelecimento da Frente 1 (adaptado de REFER, 2006) .................. 38 Figura 19 – Construção do Restabelecimento da Frente 1 (Fotografia do autor) ...................... 39 Figura 20 – Corte longitudinal e planta de fundações da passagem superior ao km 63+161 da Linha do Alentejo (adaptado de REFER, 2006) .......................................................................... 40 Figura 21 – Passagem superior da Frente 1, após a sua construção (Fotografia do autor) ...... 41 Figura 22 – Corte Longitudinal da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ................................. 42 Figura 23 – Planta do Restabelecimento da via na Frente 2, com esquema de sinalização vertical (Fonte:REFER,2006) ...................................................................................................... 42 Figura 24 – Alçado Norte da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ................................ 43 Figura 25 – Planta da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) ........................................... 44 Figura 26 – Planta do Restabelecimento da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) .................. 45 Figura 27 – Corte longitudinal da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 46 Figura 28 – Planta do Restabelecimento da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) .................. 48 Figura 29 – Corte longitudinal da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 49 Figura 30 – Execução do aterro para o restabelecimento da Frente 5 (Fotografia do autor)..... 50 Figura 31 – Execução de pilares da Frente 5 (Fotografia do autor) ........................................... 51 Figura 32 – Execução de pilares da passagem superior ao km 101+935 da Linha de Évora ... 52 Figura 33 –PI da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) ........................................................................... 53 Figura 34 – Construção da Passagem Inferior da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) ....................... 54 Figura 35 – Perfil transversal tipo do Restabelecimento da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006) ........................................................................................................................................... 54 Figura 36 – Esquema dos quatro elementos que compõe a geometria da obra de arte da Frente 6 (Fonte:REFER, 2006) ............................................................................................................... 55 Figura 37 – Corte transversal da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006) ................................... 56 Figura 38 – Alterações de Projecto ............................................................................................. 60 Figura 39 – Custos de construção .............................................................................................. 61 Figura 40 – Prazos previsto e efectivo da obra ........................................................................... 61 Figura 41 – Percentagem de cumprimento de prazo contratual ................................................. 62 Figura 42 – Custo da obra e custo das não conformidades ....................................................... 63 Figura 43 – Taxa de falha do equipamento (total) ...................................................................... 64 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 44 – Taxa de falha do equipamento (por máquina) ......................................................... 64 Figura 45 – Fiabilidade de cada máquina ao longo do tempo .................................................... 64 Figura 46 – Entrega de materiais ................................................................................................ 65 Figura 47 – Custo de Subcontratações ....................................................................................... 66 Figura 48 – Índice de incidência de acidentes ............................................................................ 66 Figura 49 – Índice de frequência de acidentes ........................................................................... 67 Figura 50 – Taxa de consumo de água ...................................................................................... 68 Figura 51 – Taxa de consumo de energia eléctrica .................................................................... 69 Figura 52 – Taxa de consumo de combustíveis ......................................................................... 69 Figura 53 – Taxa de consumo de óleo ........................................................................................ 70 Figura 54 – Resultados do inquérito sobre a satisfação dos funcionários ................................. 72 Figura 55 – Taxa de absentismo dos funcionários ..................................................................... 72 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 1. Introdução 1.1. Âmbito do Trabalho Uma empresa tem de sobreviver num meio comercial onde só os mais capazes ou bem direccionados conseguem vencer. Aumentar a produtividade, reduzindo custos e aumentando as receitas, são as chaves do sucesso. Numa empreitada, esses aspectos tornam-se ainda mais relevantes porque as margens de lucro tendem a reduzir-se perante o aparecimento de novos concorrentes. Daí que a medição e a análise do desempenho sejam aplicadas para compreender problemas operacionais de forma a poder eliminá-los o mais rapidamente possível. Deste modo, os objectivos têm maior probabilidade de serem atingidos sem deteriorar a qualidade dos processos. Em função disso, as empresas dos mais variados sectores têm implementado e desenvolvido procedimentos para agilizarem o seu funcionamento, nomeadamente procurando avaliar as condições em que vários processos estão a decorrer. Esta prática teve um grande sucesso, na medida em que se verificou que um sistema de medição ajuda a optimizar um dado processo produtivo. Nesse sentido, definem-se indicadores. A título de exemplo, podem-se apresentar alguns dos indicadores que se têm revelado como essenciais no contexto económico-financeiro: (Solvabilidade – Capital Próprio/Capital Alheio – se este valor for baixo, existirá grande fragilidade financeira; Liquidez Geral – Activo Circulante/Passivo Exigível a Curto Prazo – quando este valor é inferior à unidade, apontam-se situações de dificuldade a nível da tesouraria). Também no mercado da Bolsa de Valores são utilizados indicadores nos quais se podem basear as decisões dos “jogadores”, como por exemplo: (PER – rácio contabilístico que se obtém, dividindo a cotação pelo lucro líquido por acção num certo ano; PVC – valor contabilístico de cada acção, que se obtém dividindo o valor dos capitais próprios pelo número de acções) (Braga de Matos, 2007). Contudo, a incrementação de métodos de medição tem tido maior dificuldade em penetrar no sector da Construção Civil, porque as variáveis são em maior número e mais complexas. Este factor dificulta a comunicação entre o construtor e o cliente/dono de obra, o que se pode tornar num factor negativo para ambas as partes. Por vezes, o empreiteiro tem mais dificuldade em perceber o que o dono de obra pretende e é-lhe complicado antecipar as suas expectativas. 1 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Mas, geralmente, é o dono de obra que tem dificuldade em perceber o que está a ser feito, ou quanto foi feito e quanto falta fazer. A carência de informação que possa orientar a tomada de decisão apresenta-se como um obstáculo que as empresas de construção civil têm enfrentado no desenvolvimento e melhoramento dos seus processos de construção. Diversos estudos sobre a gestão da construção civil consideram a precariedade dos procedimentos de planeamento e de controlo de custos, de prazos e de qualidade como uma das principais causas da sua baixa eficiência e sugerem que este facto se deve, em grande parte, às falhas respeitantes à recolha de dados e de informações. Estas considerações indicam que a utilização de informações e de indicadores na tomada de decisões não tem um papel preponderante nas empresas de construção civil (Harris & McCaffer, 1977; Pichi, 1993). No entanto, entende-se que os indicadores de desempenho constituem uma ajuda substancial para os profissionais da indústria da construção, para que eles sejam capazes de fornecer produtos e serviços, garantindo melhores relações qualidade/benefício, que se tornam reconhecidas pelos seus clientes. Geralmente as empresas do sector fazem pouca investigação sobre o que o cliente (dono de obra ou utilizador final) efectivamente pretende. Porém, a estratégia tende a alterar-se, porque um cliente bem informado e exigente sabe o que pretende e está preparado para pagar em conformidade, porque daí lhe advêm vantagens a médio e longo prazo. Este tipo de cliente deve, de igual modo, ser capaz de especificar as suas exigências de forma objectiva. (ICBench, 2006, b)) 1.2. Objectivos O objectivo geral deste trabalho é definir indicadores de desempenho e de acompanhamento que possam ser utilizados por empresas no sector da Construção Civil e que permitam ao dono de obra acompanhar adequadamente todo o processo construtivo, desde o inicio da obra (data de consignação), até ao seu final (data de recepção provisória e depois de recepção definitiva). Com estes indicadores, pretende-se fazer a ligação entre os intervenientes da obra, associando as informações facultadas pelos indicadores com o planeamento e a tomada de decisões estratégicas. O objectivo específico, no caso concreto desta dissertação, consiste em aplicar os indicadores propostos numa determinada obra – caso de estudo – e verificar a viabilidade e eficiência da sua aplicação nessa situação real. 2 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 1.3. Estrutura da Dissertação O trabalho está organizado em 4 capítulos. O primeiro constitui a Introdução e inclui o âmbito do trabalho, os objectivos e a organização da tese. O segundo capítulo é dedicado ao conceito de Análise de Desempenho, em termos genéricos. É introduzido o termo indicador de desempenho e apresenta-se a sua definição. São feitas considerações gerais sobre o tema, explicadas as formas de apresentação da informação, os tipos de indicadores e os factores que determinam a sua escolha e apresentação. De seguida, caracterizam-se os vários aspectos relacionados com a medição do desempenho. Define-se o processo e a sua finalidade e conceptualiza-se com um pouco de história. São apresentados três modelos de aplicação de indicadores de desempenho – Indicadores Balanceados de Desempenho (“Balanced Scorecard”), Comparação com Padrão de Desempenho (“Benchmarking”) e Indicadores-Chave de Desempenho (“Key Performance Indicators”) – e ainda a utilização de indicadores com base num programa informático – Microsoft Office Project 2007. Neste capítulo, são igualmente relatadas as especificidades da indústria da construção civil, relativas à implementação de indicadores, sendo exposta uma visão geral da utilização dos indicadores de desempenho na construção civil no Mundo. Apresenta-se aqui uma conclusão geral sobre os sistemas de indicadores referidos e analisa-se o sistema de benchmarking na indústria da construção em Portugal. Finalmente, apresentam-se os indicadores de desempenho seleccionados para a dissertação e para a utilização no caso de estudo. No terceiro capítulo é identificada a obra que foi objecto de análise detalhada. Trata-se do “caso de estudo” da dissertação. São ainda exibidos os resultados e conclusões específicas da aplicação dos indicadores aplicados no caso de estudo. O quarto e último capítulo é dedicado às conclusões. São apresentadas as conclusões gerais sobre o trabalho, as conclusões particulares do caso de estudo e são dadas sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros. 3 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 2. Análise do Desempenho 2.1. Medição do Desempenho – “Não se consegue gerir o que não se consegue medir.” 2.1.1. Medição do Desempenho – Um Pouco de História Os primeiros indicadores e procedimentos de medição foram desenvolvidos no início do século XX pelas empresas norte-americanas DuPont, do sector químico industrial, e General Motors, do sector automóvel (Chandler, 1977). Vive-se então uma época caracterizada por uma procura de mercado superior à produção. Para responder a esta procura, as empresas tentaram arranjar meios de funcionamento para poderem aumentar as quantidades produzidas, através da melhoria da eficiência dos tempos de produção, adoptando para isso, a divisão do trabalho, a mecanização e a produção em larga escala. As medidas de desempenho dessa altura focalizavam-se principalmente na quantidade produzida e no tempo de execução. Porém, o contínuo crescimento da produção gerou a necessidade de ampliação do mercado consumidor. A competição aumentou e fez com que as empresas adoptassem novas estratégias cuja principal finalidade era reduzir custos de forma a fornecer produtos a preços competitivos e garantir lucros acrescidos. As estratégias seguidas foram marcadas, sobretudo, pela padronização da produção, pela utilização de mão-de-obra barata, e começou-se a dar grande ênfase ao planeamento e ao controlo. Surgiram as denominadas análises OM (Organização e Métodos) que representavam uma tentativa de melhorar a produção e rendibilizar os custos e os funcionamentos tradicionais. A partir da década de 1980, começou a haver uma maior preocupação no âmbito das medições. As medidas de desempenho tinham de ser racionalizadas para serem mais operacionais. Verificava-se que elas tinham, até então, um elevado custo, uma rápida desactualização e apresentavam dificuldades de quantificação das melhorias em termos monetários, de satisfação do cliente e de qualidade do produto. Por sua vez, os clientes começaram a ter novas exigências, tais como a necessidade de terem produtos de melhor qualidade e menores tempos de entrega. (Costa, 2003). Algumas empresas começaram a desviar a atenção em termos de competição de custos para a necessidade de estabelecer estratégias competitivas para diferenciação, flexibilidade e inovação (Neely, 1999). Essas mudanças tiveram reflexos nos sistemas de indicadores de 4 Avaliação do Desempenho na Construção Civil desempenho, pois tais empresas começaram a sentir a necessidade de introduzir medidas quantitativas e qualitativas que pudessem avaliar os seus desempenhos relativos a essas novas dimensões mais competitivas que lhes eram exigidas. A partir do final da década de 1980, surgiram vários estudos que visavam o desenvolvimento de sistemas de medição. Analisavam tanto medidas financeiras como não financeiras e procuravam fornecer às organizações informações para a realização de previsões e de tendências (Berliner & Brimson,1988; Keegan et al, 1989; Kaplan & Norton.1992; Lynch & Cross,1995; citados por Costa, 2003). Estes novos sistemas de medição serão abordados mais adiante neste trabalho. 2.1.2. Definição do Processo de Medição do Desempenho O desempenho da empresa é o resultado das suas acções como um todo e reflecte a eficácia das estratégias adoptadas. Um critério é um meio de julgamento – um padrão, uma regra, uma norma pela qual se pode fazer apreciação de alguma coisa. Um critério de desempenho é um parâmetro através do qual se pode fazer a avaliação do desempenho da empresa. Medida é, segundo Sink & Tuttle (1993) uma tentativa de tornar um critério quantificável. Sink & Tuttle (1993) definiram a medição do desempenho como um processo pelo qual se decide o que medir e depois se faz a recolha, o acompanhamento e a análise dos dados recolhidos. Além do processo de medição, é necessário realizar a avaliação do desempenho, definido como um processo em que são estabelecidos os padrões, as especificações, os requisitos, os valores ou os julgamentos para determinar o grau de desempenho que satisfaz as necessidades e as expectativas dos clientes e processos. Através do processo de medição é possível identificar as capacidades da organização e os níveis de desempenho esperados, tanto dos processos como do sistema organizacional. Possibilita, também, a identificação das necessidades de feedback, o que pode ser melhorado e onde se devem investir colocar os recursos (Sink & Tuttle, 1993). 2.1.3. Finalidade da Medição do Desempenho Segundo Sink e Tuttle (1993), a medição de controlo, utilizada para previsão, estimativa e solução de problemas, é uma das aplicações mais comuns. Neste caso, a medição visa controlar a variação do desempenho em relação aos padrões de comportamento previamente estabelecidos, identificando desvios e corrigindo as suas causas. 5 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Representação GESTÃO Informação AVALIAÇÃO PROCESSAMENTO Dados Decisão INTERVENÇÃO RECOLHA Medidas Acção PROCESSO Input Output Fornecedor Cliente Figura 1 – Modelo de sistema de medição (adaptado de Lantelme, 1994) Schiemann & Lingle (1999) afirmaram que para criar um sistema de medição é necessário aumentar a participação das pessoas quanto ao entendimento e ao uso das informações através da organização. Em empresas mais tradicionais, a função da medição de desempenho é a monitorização; já nas empresas cuja gestão se baseia na medição, a sua função envolve o alinhamento com estratégias e comportamentos, a integração do desempenho na organização e o desenvolvimento de mecanismos de autoavaliação. Sem a participação das pessoas, de forma interessada e activa, qualquer sistema de medição de desempenho, se torna obsoleto e muitas vezes irreal, dificultando a sua aplicação prática. 2.2. Indicadores de Desempenho 2.2.1. Definição do Termo Indicador Existem várias interpretações para o termo indicador que variam consoante o autor ou a entidade que os define. Para procurar explicar este conceito, apresentam-se algumas definições que se julgam ser interessantes para melhor se compreender o tema em análise: 6 Avaliação do Desempenho na Construção Civil "Um indicador é uma relação matemática que mede, numericamente, atributos de um processo ou de seus resultados, com o objectivo de comparar esta medida com metas numéricas, pré-estabelecidas.” (FPNQ, 1995). "Um indicador de desempenho deve ser uma forma objectiva de medir a situação real contra um padrão previamente estabelecido.” (De Rolt, 1998). "Gerir é controlar e agir correctamente. Sem controlo não há gestão. Sem medição não há controlo". (Juran, 1992). “Indicador é tudo aquilo que se quer medir, ou seja, é a representação quantificada de uma informação". (Oliveira et al, 1995). "Indicadores são elementos que medem níveis de eficiência e eficácia de uma organização, ou seja, medem o desempenho dos processos produtivos, relacionados com a satisfação dos clientes". (De Rolt, 1998). "O indicador de qualidade mede, tanto a qualidade do produto final, quanto a qualidade dos processos empresariais, apoia a operacionalização e a tomada de decisão, no ambiente empresarial, pelo consumidor de indicador de qualidade, profissional da qualidade, executivos e funcionários". (Gil, 1992). Essencialmente, indicadores são guias que nos permitem medir a eficácia das acções tomadas. Representam informações racionais e objectivas que quantificam o desempenho e reduzem a subjectividade das medidas. O indicador de desempenho é uma relação matemática que, através de metas numéricas préestabelecidas, permite identificar o estado de um processo ou o seu resultado. Os indicadores ajudam a avaliar o progresso de uma actividade, comparando-o consigo mesmo num momento anterior ou relacionando-o com uma referência estabelecida. 2.2.2. Considerações Gerais sobre a utilização dos Indicadores de Desempenho Os indicadores de desempenho são desenvolvidos e utilizados pelos gestores para avaliar o progresso e facilitar a obtenção dos objectivos definidos pelas empresas. Devem permitir identificar quais os melhoramentos que podem ser efectuados de modo a optimizar os processos (entenda-se processo como um conjunto de actividades interrelacionadas e interactuantes que transformam entradas em saídas). Da mesma forma, um indicador também permite distinguir as áreas onde o desempenho é satisfatório. 7 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Devem ser, porém, tomadas precauções com a utilização de indicadores. Segundo Albert Einstein: “Not everything that can be counted, counts. And not everything that counts can be counted.” (Nem tudo o que pode ser medido, conta. E nem tudo o que conta pode ser medido.) Ou seja, a medição de informação que é pouco importante não é benéfica e pode servir para desviar a atenção dos verdadeiros objectivos de um processo. Posto isto, os indicadores devem fornecer a informação necessária para efectuar as alterações necessárias em cada processo, possibilitando optimizar a eficiência e melhorar os resultados globais. Os indicadores de desempenho possibilitam o estabelecimento de desafios e de metas viáveis, para além de permitirem a implementação de modificações ao longo do tempo, de modo a atenderem às necessidades de informação da empresa face às imposições do ambiente e ao desenvolvimento de novas estratégias (Lantelme, 1994). 2.2.3. Formas de Apresentação da Informação Os indicadores podem apresentar a informação de diversas maneiras. As citadas neste trabalho são as seguintes: Taxa ou Proporção – é a relação entre duas grandezas. Obtém-se dividindo um valor real por um valor potencial; Índice ou Rácio – tudo aquilo que indica ou denota alguma qualidade ou característica especial. É obtido através da divisão de valores da mesma variável, referentes a diferentes momentos no tempo ou no espaço e expressos em percentagem; Percentagem – parte proporcional calculada sobre uma quantidade de 100 unidades; Gráficos – permitem a leitura mais rápida e intuitiva da informação. 2.2.4. Escolha e Implementação de Indicadores Um indicador deve atender a determinados requisitos para que a sua leitura e interpretação sejam claras. Privilegiaram-se os seguintes aspectos: 8 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Selectividade: os indicadores devem estar relacionados com factores essenciais ou críticos do processo avaliado; Representatividade: o indicador deve ser escolhido ou formulado para que possa representar satisfatoriamente o processo ou o produto a que se refere; Simplicidade: devem ser de fácil compreensão e aplicação, principalmente para as pessoas directamente envolvidas com a compilação, processamento e avaliação dos dados; Baixo custo: devem ser gerados a custo baixo. O custo para recolha, processamento e avaliação da informação não deve ser superior ao benefício trazido. Podem ser, então aproveitados dados já disponíveis na empresa, colectados através de sistemas ou procedimentos de controlo utilizados; Acessibilidade (transparência): os dados para cálculo do indicador devem ser de fácil acesso e estarem disponibilizados, preferencialmente, através de mecanismos visuais; Estabilidade: devem ser recolhidos com base em procedimentos de rotina incorporados nas actividades da empresa. Devem permitir efectuar comparações ou análises de tendências ao longo do tempo; Abordagem experimental: é recomendável desenvolver, inicialmente, os indicadores considerados como necessários e testá-los na base prática e não só teórica; Comparação externa: alguns indicadores devem ser desenvolvidos para permitir a comparação do desempenho da empresa com o de outras empresas do sector ou empresas de outros sectores, a fim de poderem ser utilizados como benchmarks e na avaliação da competitividade da empresa dentro do seu sector; Melhoria contínua: os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando necessário, devem ser modificados ou ajustados para atender às mudanças no ambiente organizacional e não perderem seu propósito e validade. Após a realização de uma pesquisa bibliográfica, foram seleccionados de um documento da UFRGS (2007), os requisitos mais relevantes. 9 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 2.2.5. Processo de escolha Determinadas acções devem ser tomadas de modo a que os indicadores estabelecidos sejam os mais adequados aos objectivos de cada empresa. Referem-se os seguintes (análise e estudo dos indicadores de desempenho existentes; análise de todos os tipos de indicadores de manutenção utilizados em diversas empresas; definição dos objectivos e dos indicadores; estabelecimento de todos os objectivos que devem ser considerados no projecto, incluindo os objectivos da empresa e todos os objectivos relacionados com a manutenção; identificação dos indicadores que têm efeito sobre o desempenho da manutenção (qualidade, prazo, custos) e, finalmente, a selecção dos indicadores de desempenho. Quanto à escolha dos indicadores de acompanhamento numa obra de construção civil, estes devem ser determinados em conformidade com o tipo específico de trabalhos em execução. Existem alguns parâmetros que são transversais a todo o sector da construção e estendem-se até a outros sectores, referentes aos custos, aos prazos e à qualidade dos processos. Existem igualmente parâmetros específicos de cada obra de construção. Estas especificidades devem obviamente ser tidas em conta no processo de escolha. Para se proceder à escolha dos indicadores na construção deve ser feita uma análise do tipo de obra e do tipo de trabalhos que se executam, acompanhando a obra no local. Pretende-se, desta forma, que a informação a analisar e a transmitir seja o mais relevante possível. 2.2.6. Tipos de Indicadores Existem diversos tipos de indicadores que são utilizados para quantificar e medir o desempenho de determinado processo. Porém, existem várias classificações para os indicadores que variam com o autor. Lantelme (1994), defende que os indicadores podem ser divididos em dois tipos: Indicadores de desempenho específicos – fornecem informações para a gestão da empresa e dos seus processos individuais. Esses indicadores estão relacionados com as estratégias e com as actividades específicas da empresa, nesse sentido, as informações fornecidas são utilizadas para o planeamento, controlo e melhoria contínua das estratégias e dos processos; Indicadores de desempenho globais – possuem um carácter mais agregado e visam demonstrar o desempenho de uma empresa ou sector, em relação ao ambiente em que se insere. Portanto, tem um carácter mais homogéneo para permitir a comparação. Esses indicadores podem ser voltados para a empresa ou podem ser sectoriais, para avaliar o desempenho do sector como um todo. 10 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Parmenter (2007), por sua vez, divide os indicadores em três tipos: “Key Result Indicators” (KRIs) ou Indicadores-Chave de Resultados – fornecem informações sobre o que foi feito até ao momento num determinado processo, medindo o sucesso atingido; “Performance Indicators” (PI) ou Indicadores de Desempenho – devem dar as informações necessárias para saber que caminho uma empresa deve seguir para melhorar o seu desempenho operacional; “Key Performance Indicators” (KPIs) ou Indicadores-Chave de Desempenho – informam sobre o que fazer para aumentar drasticamente o desempenho. Outra classificação de indicadores é feita por Kaplan & Norton (1997): Indicadores de Resultado – são aqueles que indicam se os objectivos maiores da estratégia e as iniciativas de curto prazo estão a gerar os resultados desejados; Vectores de Desempenho – reflectem a singularidade da estratégia e fornecem informações para as empresas sobre previsões e tendências. Para Oliveira et al (1995), os indicadores podem ser classificados em dois tipos: Indicadores estratégicos – são estabelecidos com o objectivo de acompanhar e impulsionar a implantação de estratégias; Indicadores operacionais – são estabelecidos em função dos objectivos e tarefas desenvolvidos dentro de cada processo, devendo ser coerentes com objectivos e estratégias adoptadas pela empresa. Foram tidos em conta todos estes tipos de indicadores, na fase de triagem dos indicadores a aplicar no caso de estudo. Contudo, neste trabalho, optou-se por separar os indicadores em dois tipos distintos, que se consideraram mais adaptados ao tipo de informação que se quer transmitir: Indicadores de acompanhamento – fornecem informações que permitem verificar o estado dos processos e visam o controlo das actividades. A informação fornecida por este tipo de indicador pode ser utilizada na correcção das mesmas; 11 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de apreciação – são baseados nos resultados finais dos processos e podem ser utilizados como ponto de referência para actividades futuras semelhantes ou comparação com valores pré-estabelecidos. O seu valor pretende ajudar na avaliação geral dos processos. 2.3. Alguns Modelos de Aplicação de Indicadores de Desempenho 2.3.1. Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard” Um modelo de gestão desenvolvido no início dos anos 90 por Robert Kaplan e David Norton que permite às empresas clarificar a sua visão estratégica e converter isso num plano de acção é designado de Indicadores Balanceados de Desempenho ou “Balanced Scorecard (BSC)”. (Kaplan & Norton, 1992 e 1997). Pode ser definido como um instrumento de gestão que reflecte em cada momento, a situação de uma organização. Inicialmente, o BSC foi apresentado como um modelo de avaliação do desempenho empresarial. A sua aplicação nas empresas estimulou o seu desenvolvimento para uma metodologia de gestão estratégica. De acordo com os conceitos definidos pelos autores, o BSC permite relacionar os objectivos, as iniciativas e os indicadores com a estratégia da empresa. Segundo Kardec et al (2002), BSC pode ser traduzido por “Indicadores Balanceados de Desempenho”. Esta metodologia pressupõe que a escolha de indicadores, de forma a ter sucesso, não pode estar voltada apenas para uma dimensão. Por exemplo, adopção exclusiva de indicadores financeiros, por exemplo, não é suficiente para garantir o êxito da empresa. Nesse sentido, o BSC integra indicadores financeiros e não financeiros que correspondem a quatro perspectivas: Financeira – melhorar a rendibilidade e reduzir os custos; Cliente – reduzir prazos de entrega, fidelizar clientes e melhorar as vendas; Processos internos – aumentar a produtividade e reforçar a imagem; 12 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Formação e crescimento – satisfação dos funcionários, melhoria das qualificações dos funcionários e melhoria da infra-estrutura tecnológica. Os benefícios recorrentes da implementação do BSC numa empresa revelam-se, habitualmente, em vários aspectos. Traduzem a estratégia em objectivos e em acções concretas; promovem o alinhamento dos indicadores chave com os objectivos estratégicos a todos os níveis organizacionais; oferecem uma visão sistematizada do desempenho operacional à gestão; constituem um processo de avaliação e de actualização da estratégia; facilitam a comunicação dos objectivos estratégicos, focalizando os colaboradores na sua obtenção; permitem o desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem e de melhoria contínua. Finalmente, suportam a atribuição de incentivos em função do desempenho individual e da contribuição para os resultados do negócio. Kaplan & Norton (1992) descrevem a inovação do BSC da seguinte forma: “ O BSC retém medidas financeiras tradicionais. Porém as medidas financeiras falam apenas de eventos passados, perfeitamente adequados para empresas industriais para as quais os investimentos a longo prazo em novas capacidades e relação com clientes não são críticos para o sucesso. Porém, essas medidas financeiras são inadequadas para guiar e descrever o caminho que as empresas da era da informação necessitam percorrer para criar valores futuros através de investimentos no clientes, fornecedores, funcionários, processos, tecnologia e inovação.” 2.3.2. Comparação com Padrão de Referência ou “Benchmarking” Em 1996, a Comissão Europeia definiu, a Comparação com um Padrão de Referência ou “Benchmarking” do seguinte modo (ICBench, 2006 a)): "Processo contínuo e sistemático que permite a comparação das performances das organizações e das respectivas funções ou processos face ao que é considerado como sendo "o melhor nível", visando não apenas a equiparação dos níveis de performance, mas também a sua ultrapassagem" Pode-se afirmar que o objectivo do “benchmarking” não é a qualificação das empresas de forma isolada nem em relação a uma escala pré-definida, mas sim criar a possibilidade de cada empresa avaliar a sua prestação em relação aos seus concorrentes. Geralmente, consideram-se vários tipos de benchmarking: 13 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Interno – compara processos internamente; Competitivo – compara processos com as empresas competitivas; Funcional – compara uma função numa instalação com a mesma função noutra instalação; Genérico – compara processos com uma organização reconhecida por uma especialidade específica; Existem sistemas de informação que possibilitam a avaliação do desempenho comparativo das empresas – Índices de “Benchmarking”. Em Portugal tem sido utilizado com sucesso na avaliação comparativa das empresas portuguesas em várias áreas (sector financeira; de gestão; Excelência do negócio; Marketing; Produção; Saúde e Segurança no Trabalho; Energia e Ambiente; Inovação; Responsabilidade Social e Logística e Transportes). Da consulta efectuada, verificou-se que foram tomados em consideração os seguintes critérios de comparação: Volume de Negócios; Nº de trabalhadores; Região e Sector de Actividade. No panorama europeu, destaca-se a existência do ESBI (European SME(Small to Medium Enterprise) Benchmark Index), que permite a comparação do desempenho empresarial num contexto internacional entre diversos países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Polónia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Lituânia, Reino Unido, Republica Checa e Suécia. O ESBI é baseado numa abordagem “Balanced Scorecard”, que avalia a empresa segundo várias perspectivas: Financeira; Cliente; Processo Interno; Aprendizagem e Desenvolvimento. “Benchmark” é, em suma, uma medida, uma referência ou um nível de comportamento, reconhecido como um padrão de excelência para um processo de negócio específico. A figura 2 pode ser considerada como um exemplo de uma demonstração gráfica de “benchmarking”. 14 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 2 - Benchmarking – Gráfico de análise do desempenho (Fonte: ICBench, 2006) A Figura 2 apresenta o indicador "Satisfação do Cliente – Aconselhamento na venda". Este indicador é avaliado através de inquéritos aos clientes, imediatamente após a concretização de uma venda, onde é solicitada a graduação deste (e outros) aspectos numa escala de 1 (totalmente insatisfeito) a 10 (completamente satisfeito), valor que é introduzido no eixo vertical (1). A intersecção do resultado com a curva (2) permite obter no eixo horizontal a avaliação do desempenho em comparação com a restante indústria (3). No presente caso, 70% das empresas concorrentes obtiveram um resultado igual ou inferior, enquanto 30% obtiveram resultado mais satisfatório (LNEC, 2006). Esta avaliação pode ser efectuada tanto em cada acto individual como de forma agregada (anual ou mais regularmente), permitindo conhecer o efeito de medidas de gestão e de garantia da qualidade implementadas no interior da empresa. Poderão ser, assim, definidas metas internas para cada organização de forma individual. A um nível mais geral, por exemplo num patamar governamental ou de organismos sectoriais de classe, permite motivar as empresas para atingir, num dado ano, certos níveis de indicadores, reflectindo uma procura de excelência e de maior produtividade (LNEC, 2006). 15 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Os níveis obtidos podem ser utilizados em campanhas de promoção pelas próprias empresas bem como servirem de parâmetros de valorização em concursos públicos ou privados. (LNEC, 2006). 2.3.3. “Key Performance Indicators” (KPI) ou Indicadores-chave de desempenho Uma série de medidas focadas nos aspectos mais críticos e influentes para a situação presente e futura de uma organização, pode ser estimada recorrendo a “Key Performance Indicators”(KPI) ou Indicadores-chave de desempenho. Os KPI são aplicados para resolver problemas e procura aumentar o desempenho de uma empresa, de forma quase imediata. David Parmenter (2007) defende que a utilização dos KPI não é uma novidade nas organizações, porém, o seu uso não era reconhecido como tal. Um exemplo que explicita bem este facto passou-se com a companhia aérea British Airways (BA) na década de 1980. Nesta altura, a BA tinha uma reputação negativa no que tocava à pontualidade das chegadas e partidas dos aviões. Um director geral da companhia (CEO – Chief Executive Officer) percebeu que aviões atrasados implicavam custos acrescidos, porque incluíam taxas adicionais de aeroporto e custos de acomodação de passageiros que se viam obrigados a pernoitar no local nos casos em que os aviões eram impedidos de viajar de noite, devido a restrições sonoras. Provocavam o aumento da insatisfação dos clientes e uma consequente perda de futuros clientes. Por outro lado, de forma a compensar o tempo perdido, era utilizado mais combustível durante o voo, facto que causava maiores custos e um negativo impacto ambiental. Todas estas situações induziam um impacto negativo nos empregados, pois eram, também eles, integrados nos maus hábitos que contribuíam para os atrasos dos aviões, ao mesmo tempo que eram confrontados constantemente com clientes frustrados. Por todos estes motivos, o director responsável estabeleceu que cada vez que um avião estava atrasado, em qualquer parte do mundo, ele seria notificado. Posto isto, de cada vez que um avião se atrasava, o delegado da BA no respectivo aeroporto, recebia imediatamente uma chamada do CEO para o repreender. Pouco tempo depois desta iniciativa, os aviões da BA depressa obtiveram uma reputação de partirem a tempo (Parmenter, 2007) No sector das empreitadas, os KPIs são baseados em dados tratados estatisticamente e obtidos através de questionários dirigidos aos diversos actores. Os inquéritos aos clientes são obtidos no final de cada operação e os inquéritos dirigidos às empresas são preenchidos com informação referente ao ano transacto. 16 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 2.3.4. Indicadores de Desempenho aplicados no Microsoft Office Project 2007 Este capítulo foi essencialmente baseado na pesquisa bibliográfica incidente sobre o documento: Microsoft Office Project 2007: Depressa e Bem. (Silva, 2007) O Microsoft Office Project 2007 é o programa de suporte à Gestão de Projectos da Microsoft. Trata-se da ferramenta de gestão de projectos com maior número de utilizadores a nível mundial, com vários milhões de licenças emitidas. A utilização deste software permite planear e gerir detalhadamente actividades e recursos, permitindo a monitorização de prazos e o acompanhamento de custos. O acompanhamento e o controlo de um projecto – “Tracking” – consistem, sucintamente, na introdução dos valores reais de custos e de prazos que se vão verificando ao longo do tempo, o que permite a sua comparação com os valores planeados inicialmente. É, portanto, essencial estabelecer todos os valores inicialmente estimados ou planeados para todo o projecto, determinando uma situação de base – “Baseline”. Os valores reais de uma tarefa (“actual start”, “actual work”, etc.) podem ser visualizados e inseridos na visualização “Task Usage”, com a Tabela “Tracking” seleccionada. Figura 3 – Cronograma de actividades do Microsoft Office Project 2007 (Fonte: REFER,2006) 17 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Na figura 3, no cronograma do lado esquerdo, estão representadas as datas de Inicio Real (“Actual Start”) e Final Real (“Actual Finish”) de cada tarefa, a Percentagem de Obra Completa (“% Complete” e “Physical Percentage Complete”), a Duração Real (“Actual Duration”), a Duração Restante para concluir a obra (“Remaining Duration”), o Custo Real (“Actual Cost”) e o Trabalho Real (“Actual Work”). Restante No cronograma do lado direito da figura 3, são apresentados os valores do Trabalho Planeado (“Work”) e o Custo Planeado (“Cost”). Os valores apresentados são os planeados inicialmente, nos casos do Trabalho Planeado (em horas), do Custo Planeado (em euros) e da Duração Restante para concluir a obra (em horas). Uma forma importante de controlo de custos de projecto que se pode utilizar no Project é a utilização da técnica “Earned Value Management” (EVM). Com a utilização desta técnica, é possível a obtenção de indicadores de custos das tarefas, não descurando os prazos nem a percentagem de trabalho efectuado. A técnica EVM tem três variáveis principais, com base nas quais são calculados os indicadores: BCWS (“Budgeted Cost of Work Scheduled”) ou “Planned Value” (Valor planeado) – Representa o esforço planeado, ou o valor orçamentado do trabalho planeado: BCWS=custos da baseline x horas da baseline BCWP (“Budgeted Cost of Work Performed”) ou “Earned Value” (Valor teórico com base no cronograma inicial) – Representa o esforço de trabalho já efectuado ou o valor orçamentado do trabalho realizado: BCWP=custos da baseline x horas reais de trabalho ACWP (“Actual Cost of Work Performed”) ou “Actual Cost” (Valor Real ou efectivamente realizado) – Representa o custo real do trabalho ou o valor do trabalho realizado: ACWP=custos reais x horas reais de trabalho Para o cálculo destas variáveis, o programa utiliza os custos horários dos recursos e a distribuição temporal do trabalho imputado às tarefas desde o início do projecto até ao momento actual ou status date (data da situação). 18 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Partindo destas três variáveis é possível obter vários indicadores de desempenho, tais como: SPI (Schedule Performance Index) – Desvio entre o valor do trabalho realizado e o valor planeado: SPI = earned value / planned value Se o projecto decorrer como planeado o SPI será igual a 1; se o esforço estiver atrasado em relação ao planeado o SPI será menor do que 1; se o esforço estiver adiantado em relação ao planeado o SPI será maior do que 1. CPI (Cost Performance Index) – Desvio entre o custo real e o custo do trabalho realmente realizado: CPI = earned value / actual cost Se o projecto decorrer como planeado o CPI será igual a 1; se os custos forem superiores ao planeado o CPI será menor do que 1; se os custos forem inferiores ao planeado o CPI será maior do que 1. EAC (Estimate at Completion) – Representa a estimativa de custos no final do projecto se o trabalho continuar a ser executado ao mesmo ritmo: EAC = actual cost + (baseline cost – earned value)/ CPI TCPI (To Completion Performance Índex) – Representa o trabalho que falta executar relacionado com respectivos custos: TCPI = (BAC - BCWP) / (BAC - ACWP) Se o projecto decorrer como planeado o TCPI será igual a 1; se o esforço estiver atrasado em relação ao planeado o TCPI será maior do que 1; se o esforço estiver adiantado em relação ao planeado o TCPI será menor do que 1. É importante esclarecer a noção de trabalho (Work) presente no MS Project2007. Trabalho representa a quantidade total de tempo planeado para que todos os recursos, afectados a uma tarefa, a completem; ou a quantidade total de tempo planeado para que um determinado recurso execute todas as tarefas a que está afectado. 2.4. Especificidades da Indústria da Construção Civil relativas à Implementação de Indicadores A indústria da construção civil tem especificidades próprias que as destacam das outras, nomeadamente no que se refere ao processo de medição do desempenho através de indicadores. 19 Avaliação do Desempenho na Construção Civil A construção surge como um negócio imprevisível, em que a competição se baseia apenas no preço e não na qualidade, com reduzidas barreiras à entrada de elementos com baixo nível de eficiência. Segundo Garcia Messenguer (1991), o sector possui características muito específicas. Considera que a construção é uma indústria de carácter nómada, com produtos únicos e não seriados. A produção é centralizada (operários móveis em torno de um produto fixo), ao invés da produção em cadeia (produtos passando por operários fixos), como noutras indústrias. Trata-se de uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações. Utiliza mão-deobra intensiva e pouco qualificada. Por outro lado, o emprego dessas pessoas tem carácter eventual e suas possibilidades de promoção são escassas, o que gera baixa motivação no trabalho. A construção, de maneira geral, realiza os seus trabalhos a céu aberto. O produto pode ser único, ou quase único, na vida do cliente final. São empregadas especificações complexas e, muitas vezes, confusas. As responsabilidades são dispersas e pouco definidas dentro da empresa. Lantelme (1999) realizou um estudo sobre a aplicação de indicadores de qualidade na construção civil e retirou algumas conclusões interessantes sobre o sector. Referem-se as que se conderam ser mais interessantes; As empresas de construção têm dificuldades em identificar quais são os indicadores importantes para a empresa; Neste sector, a motivação para a continuidade dos sistemas de indicadores depende não só da sua vinculação a uma visão estratégica, mas também do estabelecimento de objectivos mais arrojadas; Há grande interesse dos directores das empresas de construção em comparar seu desempenho com o de outras empresas. No entanto, quando as empresas verificam que seus resultados são melhores que os valores de referência disponíveis, estas tendem a diminuir o interesse e acomodam-se; Alguns gerentes de empresas de construção utilizam a medição como uma forma de controlar o comportamento das pessoas, ao invés de utilizar como uma ferramenta para auxiliar na comunicação dos objectivos, obter maior participação, dividir responsabilidades e incentivar a aprendizagem; Alguns gestores do sector da construção tendem a procurar resultados de curto prazo. No entanto, a implementação e a consolidação de um sistema de medição requer tempo, até que os benefícios possam ser percebidos; É comum na construção civil a tomada de decisões baseadas em intuição e senso comum, e em algumas medidas financeiras que são inadequadas ao controlo do processo. 20 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Segundo Oliveira & Freitas (2000), no que diz respeito aos indicadores como fonte de informação, as empresas de construção e os escritórios de projecto visualizam o potencial dos indicadores e utilizam-nos nalgumas áreas, mesmo de forma incipiente. No entanto, não possuem mecanismos que integrem a percepção dos principais intervenientes quanto à selecção dos indicadores para os processos críticos. Isso deve-se ao facto de que algumas empresas optam pela recolha de indicadores mais simples, com dados de mais fácil acesso ou que forneçam resultados a curto prazo, sem avaliar quais informações são mais relevantes para a empresa (Lantelme, 1994). As empresas de construção também têm dificuldade em estabelecer e explicitar a sua estratégia competitiva e os seus objectivos estratégicos em cada um dos segmentos de actuação. Essas empresas, geralmente apresentam uma visão imediatista, na qual o curto prazo é valorizado em detrimento ao longo prazo e, como consequência, os gestores, em geral, não conseguem pensar num horizonte de tempo muito amplo (Barros Neto, 1999). Outra característica das empresas da construção civil resulta do facto de elas trabalharem com sistemas de produção orientados para o empreendimento ou obra, em que o produto é único em termos de projecto e condições locais, e esses empreendimentos estão inseridos num ambiente dinâmico com muitas variáveis externas, difíceis de serem analisadas (Barros Neto, 1999). Baseado nesse contexto, observa-se que, em geral, apesar das empresas de construção civil identificarem a necessidade de incorporação do processo de medição e de avaliação de desempenho nos seus sistemas de gestão, estas empresas ainda apresentam muitos problemas. De certa maneira, os avanços obtidos nos últimos anos quanto à concepção, implementação e uso dos indicadores de desempenho no sector estão desfasados em relação a outros sectores industriais (Costa, 2003). 2.5. Estado da Arte – Indicadores de Desempenho na Industria de Construção no Mundo 2.5.1. “Benchmarking” e “Key Performance Indicators” no Reino Unido: Constructing Excellence Este capítulo foi essencialmente baseado na pesquisa bibliográfica incidente sobre o documento: Sistema de indicadores de desempenho e produtividade para a construção civil. (LNEC,2006) 21 Avaliação do Desempenho na Construção Civil No Reino Unido, em 1998, foram desenvolvidos os indicadores designados KPI – Key Performance Indicators – já anteriormente referidos. Foram utilizados pelas empresas da indústria da construção e pelo próprio governo para avaliar o nível de desempenho dessa indústria e definir metas actuais a atingir. O conceito de “benchmarking” foi então introduzido na construção no Reino Unido com o objectivo de alcançar um crescimento contínuo, avaliar a performance empresarial e consequentemente auxiliar as empresas na identificação de pontos forte e fracos na sua actividade, avaliar a capacidade financeira e delinear um planeamento ajustado em tempo útil. A satisfação do cliente foi identificada como o principal objectivo a atingir, pois este conceito era, até à altura, considerado como secundário no processo construtivo da indústria da construção britânica. Os organismos criados para implementar este conceito fundiram-se numa única entidade, a “Constructing Excellence”. O primeiro conjunto de resultados foi apresentado em Novembro de 2000. Incluía os seguintes indicadores, considerados fundamentais e directamente ligados ao desempenho económico: Satisfação do Cliente – produto, Satisfação do Cliente – serviço, Defeitos, Previsão do custo, Previsão do tempo, Custo da construção, Tempo da construção, Produtividade, Lucro e Segurança. Estes três últimos indicadores foram colectados na própria empresa, enquanto os restantes foram obtidos a partir da informação fornecida pelos Clientes. Consideram-se os três perfis principais de empresas contemplados: Construtores, Consultores e Empresas de Materiais de Construção. Nos anos seguintes, foram desenvolvidos outros indicadores que contemplaram aspectos sobre Recursos Humanos e Consciência Ambiental. Paralelamente procedeu-se à expansão de alguns dos indicadores a segmentos de mercado específicos como a Construção Nova (habitação e outros edifícios) e a Reabilitação e Manutenção de Edifícios. Anualmente divulgam-se os resultados obtidos para cada indicador a partir de um conjunto de projectos considerados como amostragem, “Demonstration Projects”, seleccionados a partir de empresas que participam no programa. Os resultados globais obtidos para a indústria da construção, integrados no cenário nacional são apresentados em “wallcharts” sob a forma de gráficos de curva acumulada baseada na informação recolhida. A partir destes gráficos, é possível determinar a medida de comparação com as outras empresas – “benchmark” – conceito anteriormente referido. 22 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Um exemplo dos resultados aferidos pelo sistema de Benchmarking KPI que se pratica actualmente no Reino Unido é exposto nas seguintes figuras. As empresas envolvidas neste programa podem participar em Clubes de Benchmarking KPI, que funcionam como um fórum de aprendizagem sobre princípios de gestão e de melhores práticas, através da disseminação de uma cultura de medição de desempenho e partilha de informações, permitindo a cada empresa participante aprender com as demais através de uma criação conjunta de conhecimento que visa a melhoria do desempenho dos intervenientes. Na Figura 4 exibem-se a variação do tempo de construção entre dois anos consecutivos, em percentagem. Como exemplo explicativo, destaca-se o facto de, em 2007, o tempo de construção foi 0,3% inferior a 2006. Na Figura 5, verifica-se que o consumo de água não variou muito nos últimos anos. Na Figura 6, é visível um decréscimo da Taxa de incidência de acidentes de ano para ano. Figura 4 - Gráficos do Tempo de Construção (Construction Time) que compara as diferenças percentuais entre valores de dois anos consecutivos (Change Compared with one year ago) (Fonte: CEBE, 2007) Figura 5 - Gráfico do Consumo de Água no Processo de Construção (Water Use – Construction Process) (Fonte: CEBE, 2007) 23 Avaliação do Desempenho na Construção Civil É importante destacar que o objectivo destes indicadores não é a qualificação das empresas de forma isolada nem em relação a uma escala pré-definida, mas criar a possibilidade de cada empresa avaliar a sua prestação em relação aos seus concorrentes. Neste sentido, a informação fornecida pelas empresas e pelos seus clientes é totalmente confidencial. Na análise que cada empresa efectua ao seu desempenho pode, apenas, saber a sua posição relativa: na Figura 2, a empresa exemplo sabe que 30% dos seus concorrentes fazem melhor no aspecto analisado, mas não é possível identificá-los. Esta metodologia revelou-se muito interessante para a consolidação e para a melhoria do sector da Construção Civil. Com este tipo de informação, é possível fazer uma análise do que se passou anteriormente. Figura 6 - Gráfico da Taxa de Incidência de Acidentes (número de acidentes registados/100000 empregados) (CEBE, 2007) O facto da informação se apresentar numa forma intuitiva e de fácil leitura, permite que todos os elementos da empresa possam ter uma visão geral de todo o trabalho que está a ser feito e para o qual eles contribuem. Ter percepção do desempenho que uma empreitada está a ter é o primeiro passo para melhorar. 2.5.2. Sistema de “Benchmarking” Chileno: Sistema Nacional de Benchmarking O projecto do Sistema Nacional de “Benchmarking” arrancou no Chile, em 2001. Em primeiro lugar, centrou-se num estudo detalhado do programa britânico “Key Performance Indicators”. Seguidamente, procurou adequá-lo às necessidades específicas do sector da construção chilena. 24 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Inicialmente, adoptaram-se 30 indicadores de performance que foram analisados em diversas reuniões com a presença de empresas do sector. Posteriormente, foi determinado que seria necessário reduzir o número de indicadores, com base na opinião, experiência e necessidades transmitidas pelas próprias empresas. Actualmente consideram-se os seguintes indicadores: desvio do custo por projecto, desvio do tempo da construção, mudança de empreiteiros, frequência de acidentes, eficiência do trabalho directo, produtividade, sub-contratações, custo das reclamações dos clientes, ordens urgentes, planeamento e eficácia. Os indicadores foram idealizados de modo a que a recolha da informação necessária fosse o mais acessível possível dentro das empresas. Para a utilização do sistema, as empresas participantes recebem um manual explicativo e de orientação bem como um acesso ao sistema para introdução e visualização da informação obtida. O Sistema Nacional de “Benchmarking” utiliza curvas e tabelas de “ranking” e gráficos de radar para a apresentação dos resultados. O sistema pretende ser uma avaliação complementar de modelos de gestão cujo objectivo seja o de fornecer ferramentas para se alcançar uma melhoria contínua nas empresas de construção através de práticas de “benchmarking” que se devem desenvolver ao longo do tempo. O sistema de avaliação de gestão permite comparar diferentes práticas de gestão, identificar relações entre os resultados, com vista a retirar conclusões, e ainda percepcionar tendências para a indústria. 2.5.3. Sistema de “Benchmarking” dos Estados Unidos da América: Construction Industry Institute (CII) Benchmarking & Metrics Program O programa “CII Benchmarking & Metrics” arrancou em 1993, com o objectivo de fornecer padrões de “performance” para a indústria, de quantificar e de identificar o uso de boas práticas. O CII apresenta aproximadamente 90 membros, dos quais 50% são empresas construtoras e a outra metade são empresas de consultoria e subcontratados. Com esta iniciativa, o CII pretende melhorar a eficácia do negócio, ao nível da segurança, da qualidade, do planeamento de trabalhos, dos custos, da confiança e da operacionalidade. Os investigadores analisaram os estudos realizados em diferentes universidades, com vista a identificar as metodologias já criadas para melhorar o planeamento e execução de projectos. Em 2000, os diversos representantes da indústria conjuntamente com os membros do CII desenvolveram o esquema de funcionamento do programa e definiram o actual conjunto de indicadores de desempenho. Os indicadores são divididos segundo pequenos projectos (menos de $5.000.000 USD) e grandes projectos (mais do que $5.000.000 USD). O grupo de 25 Avaliação do Desempenho na Construção Civil trabalho do Benchmarking & Metrics reúne-se regularmente para continuar a desenvolver, actualizar e melhorar o programa. O programa CII Benchmarking & Metrics desenvolveu uma de plataforma de recolha e tratamento de informação através de uma base de dados na Internet, denominada Projecto Central. Este programa opera através do preenchimento de questionários online sobre os projectos e posterior validação do questionário completo. Permite, ainda, que os participantes tenham acesso em tempo real à avaliação dos seus projectos, pelo que podem ser imediatamente comparados com os demais existentes na base de dados. São disponibilizados os gráficos que permitem realizar as comparações entre as empresas ou projectos em cada um dos indicadores, sendo também fornecidos relatórios identificando os resultados obtidos. 2.5.4. Sistema de Indicadores de “Benchmarking” no Brasil: SISIND-NET A partir de Setembro de 2003, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul iniciou um projecto, denominado SISIND-NET, que teve o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O objectivo do SISIND-NET é desenvolver e implementar um Sistema de Indicadores para Benchmarking na Indústria da Construção, com o recurso às Tecnologias da Informação, principalmente vinculadas ao uso da Internet. O Sistema de Indicadores para Benchmarking está inserido num site que permite a introdução de dados directamente pelas empresas participantes e a apresentação dos indicadores e de tendências. Além disto, possibilita a criação de um ambiente de aprendizagem, através dos Clubes de “Benchmarking”, em que as empresas envolvidas partilham informações, tanto do ponto de vista quantitativo (indicadores), quanto qualitativo (boas práticas de gestão). Por fim, o grupo de trabalho realiza palestras e cursos de formação para a divulgação do projecto e dos seus resultados. Em 2004, surgiu o primeiro clube de benchmarking constituído por 18 empresas de construção que pretendiam desenvolver e implementar o sistema de indicadores e iniciar a partilha de boas práticas. Em diversas reuniões com essas empresas, foram definidos os indicadores mais relevantes a incluir no sistema, bem como os procedimentos de recolha dos dados e os métodos de análise. A implementação teve como objectivo testar os indicadores definidos nas reuniões e, consequentemente, identificar a sua adequação à realidade empresarial. Desde o início, algumas alterações foram realizadas no respeitante ao processo de obtenção de dados por sugestão das empresas envolvidas. 26 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Às empresas participantes foi fornecido um Manual de Utilização, que ajudou a compreender o procedimento de recolha de informação na rotina organizacional, bem como o processo de encaminhamento dos dados colectados para o sistema on-line. O actual conjunto de indicadores engloba os seguintes: Produção e Segurança: desvio do custo da obra, desvio do prazo da obra, percentual de planos concluídos, índice de boas práticas de estaleiros de obras, taxa de frequência de acidentes; Clientes: índice de satisfação do cliente final, índice de satisfação do cliente (Dono de Obra); Vendas: velocidade de vendas, índice de contratação; Fornecedores: avaliação de fornecedores de serviço, avaliação de fornecedores de materiais, avaliação de fornecedores de projectos; Qualidade: número de não conformidades em auditorias, índice de não conformidade na entrega do imóvel; Pessoas: índice de satisfação do funcionário da sede, índice de satisfação do funcionário de obra, índice de formação, percentagem de funcionários formados. 2.5.5. Sistema de “Benchmarking” Dinamarquês: Byggeriets Evaluerings Center O Centro Dinamarquês para o Sector da Construção Civil (Byggeriets Evaluerings Center) foi criado em Fevereiro de 2002 por diversas entidades ligadas ao sector com vista a promover a qualidade e a eficiência no sector. Actualmente, está estabelecido como uma instituição de cariz público. Para a realização do Sistema de Benchmarking, desenvolvido pelo Centro, foram analisadas diversas operações com o objectivo de avaliar a performance empresarial. Os indicadores dividem-se pelos seguintes temas: tempo, custo, satisfação do cliente, acidentes, defeitos, rentabilidade, produtividade, segurança. Os dados são acumulados para fornecerem informação relativa a empresas (para todos os seus projectos) e ao nível do Cliente. Identificam-se igualmente as tendências da indústria. Os dados são colectados através de questionários, mas parte da informação é revelada para ser analisada por participantes do projecto. As empresas aderentes têm de efectuar um pagamento ao centro para terem acesso aos resultados obtidos a partir da base de dados. Actualmente, para conhecer as tendências da indústria, o Governo Dinamarquês utiliza processos de “benchmarking” que solicita às empresas. A curto prazo, os clientes particulares também poderão neste sistema. Paralelamente, o Centro está a desenvolver e a aperfeiçoar sistemas de “benchmarking” para projectos de engenharia e de arquitectura. 27 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 2.5.6. Síntese e Conclusão Geral Sobre os Sistemas de Indicadores Referidos O gráfico da Figura 7 indica uma descrição geral dos indicadores utilizados a nível mundial. Distingue-se claramente uma maior utilização de indicadores relativos à Segurança e Saúde, Performance do Negocio, Satisfação do Cliente, Qualidade, Custo e Tempo. Os resultados destes sistemas de medição devem ser integrados em estratégias de melhoria contínua da qualidade, de aumento da satisfação dos clientes e das entidades envolvidas no processo construtivo, tais como projectistas, fornecedores, donos de obra e, de um modo mais abrangente, da sociedade em geral. Figura 7 – Temas abordados pelos sistemas de indicadores a nível mundial e sua frequência (Fonte:ICBench, 2006, b)) Em todos os países referidos, a utilização dos sistemas de avaliação do desempenho através do uso de indicadores parece ter tendência para evoluir e não a regredir. Este factor é, em si mesmo, um indicador que a evolução do sector pode passar por aqui. 2.5.7. Sistema de “Benchmarking” na Industria de Construção em Portugal:ICBench O sistema de “benchmarking” surge na construção civil em Portugal com o Projecto ICBench – “Indicadores de Desempenho e Produtividade”. Este projecto iniciou-se em Setembro de 2005 e foi desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Faculdade do Porto, com o apoio do Instituto do Mercado das Obras Publicas e Particulares e do Imobiliário (IMOPPI) e da Agência de Inovação (ADI). Tem como objectivo disponibilizar uma plataforma web que possibilite a 28 Avaliação do Desempenho na Construção Civil análise e diagnóstico do nível de eficiência das operações produtivas realizadas pelas diversas empresas do sector (ICBench, 2006 c)). A plataforma web foi idealizada com base no conceito de benchmarking de forma a permitir o estabelecimento de novos patamares de desempenho e oportunidades de melhoria, contemplando tanto o benchmarking interno como o externo (ICBench, 2006, d)). Numa etapa inicial foi feito um teste piloto em que participaram 50 empresas de cada um dos três seguintes tipos de companhias da área da construção civil – construtores, consultores e empresas de materiais de construção (ICBench, 2006 d)). A compilação anual dos dados introduzidos por todas as empresas é traduzida em curvas de “benchmarking”, identificando o desempenho global da indústria e dos seus vários sectores. Na prática, assemelha-se a um “ranking”, que discrimina a posição e efectividade das empresas no mercado (ICBench, 2006 d)). A utilização do serviço tem um custo de cerca de 400 euros por ano, valor considerado suportável e que não funciona como obstáculo à sua utilização (ICBench, 2006 d)). Todo o processo desenvolve-se com total confidencialidade das informações cedidas pelas empresas (ICBench, 2006 e)), no sentido em que uma empresa sabe o seu resultado e a sua posição entre as empresas participantes no “benchmark” mas não sabe que empresas estão à sua frente ou atrás de si, em termos de desempenho. A Figura 8 é um exemplo do resultado que se pode obter através deste sistema de benchmarking online. Figura 8 – Resultado “benchmark” de uma empresa integrante do programa icBench. A amostra inclui 51 empresas e a rentabilidade da empresa do exemplo situa-se nos 82% (Fonte:ICBench, 2006 b)) 29 Avaliação do Desempenho na Construção Civil A Indústria da Construção Civil em Portugal tem uma importância expressiva e essencial no contexto da economia nacional. O sector está a evoluir no sentido de antecipar imprevistos e prevenir custos excessivos. Portanto, é indispensável acompanhar os acontecimentos para reagir o mais rápido possível, de modo a minorar os desvios de custo, prazo e qualidade. Para realizar o controlo de uma empreitada é importante que haja uma adequada gestão de projecto, recorrendo a suporte informático e à introdução de indicadores como os que se consideraram na presente dissertação. Aparentemente será este o caminho a adoptar, daí que a utilização de indicadores simples, intuitivos, fáceis de determinar e credíveis, ganhe uma importância cada vez maior. 30 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3. Caso de Estudo 3.1 Identificação da Obra Para avaliar o desempenho de uma obra, seleccionou-se uma empreitada de trabalho ferroviário. A obra consiste, resumidamente, na supressão e na reconversão de seis passagens de nível em determinados troços ferroviários das Linhas de Évora e do Alentejo para facilitar o cruzamento da rodovia com a ferrovia e aumentar a segurança rodoviária e ferroviária. A obra é composta por seis frentes que correspondem à construção de duas passagens inferiores (túneis) e de quatro passagens superiores (viadutos), com os respectivos restabelecimentos das vias de acesso. Entendeu-se que se deveria particularizar a descrição dos aspectos mais relevantes de cada frente de obra. Para cada uma, identificaram-se os aspectos mais importantes e descreveu-se pormenorizadamente a execução dos respectivos restabelecimentos e obras de arte. Figura 9 – Painel de identificação da obra O Dono da Obra é a REDE FERROVIÁRIA NACIONAL, REFER, E.P. 31 Avaliação do Desempenho na Construção Civil A Designação da Empreitada é a seguinte: EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DE PASSAGENS DESNIVELADAS AO KM 63+161, KM 65+433, KM 117+480 DA LINHA DO ALENTEJO E AO KM 96+100, KM 101+935, KM 108+480 DA LINHA DE ÉVORA. O Concurso foi do tipo Público e a Empreitada é do tipo Preço Global. O Empreiteiro é TECNOVIA, SOCIEDADE DE EMPREITADAS, S.A.. O Projectista é PERRY DA CÂMARA ASSOCIADOS / GLOBALVIA. Os elementos referentes a esta empreitada estão contemplados no painel de identificação da obra (Figura 9). A localização da obra está indicada na Figura 10. Figura 10 – Localização da obra no mapa de Portugal pormenorização do local das 6 frentes de obra nas Linhas de Évora e Alentejo (Fonte: Google Earth, 2008) A localização da obra no mapa de Portugal, bem como as seis frentes da empreitada, numa das quais se inclui o estaleiro do Empreiteiro-geral, são visíveis na Figura 10. Seguidamente, são apresentados os dados gerais que se organizaram para esta obra, designadamente: o custo da obra (Quadro 1 e Figura 12); a percentagem de custo de obra realizada (Figura 13); as homens-hora trabalhadas (Quadro 2 e Figura 14); e o gráfico da ocorrência de acidentes durante a execução da obra (Figura 15). 32 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Data Custo da obra (mensal) Custo da obra (acumulado) Jul-07 782,87 € 782,87 € Ago-07 35.683,45 € 36.466,32 € Set-07 132.151,17 € 168.617,49 € Out-07 204.277,15 € 372.894,64 € Nov-07 178.073,04 € 550.967,68 € Dez-07 145.304,40 € 696.272,08 € Jan-08 242.793,82 € 939.065,90 € Fev-08 403.711,79 € 1.342.777,69 € Mar-08 552.555,25 € 1.895.332,94 € Abr-08 279.682,35 € 2.175.015,29 € Mai-08 184.432,34 € 2.359.447,63 € Jun-08 29.552,41 € 2.389.000,04 € Quadro 1 – Custo da Obra Custo da Obra 3.000.000,00 € 2.500.000,00 € 2.000.000,00 € 1.500.000,00 € 1.000.000,00 € 500.000,00 € 0,00 € Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mai-08 Jun-08 Mês Custo Mensal Figura 11 – Custo da Obra % Custo da obra realizada 100% 80% 60% 40% %Custo da obra realizadal 20% Jun-08 Mai-08 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 Jul-07 0% Figura 12 – Percentagem do custo da obra realizada, em relação ao custo total 33 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Os valores dos custos da obra apresentados (Quadro 1 e Figura 12) são os planeados inicialmente. Não foi possível exibir os valores reais porque os custos não planeados, nomeadamente, dos trabalhos a mais, da assistência técnica e dos autos de erros e omissões, não foram registados mensalmente. Contudo, foi facultado um valor total destes custos não planeados. Valor esse que foi utilizado para o cálculo de um indicador, como será referido adiante, no capítulo 3.8. Data Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total Homens-hora 20000 Homens-hora trabalhadas (mensal) 192 480 1648 2392 2496 1775 2576 2496 2662 2688 Homens-hora trabalhadas (acumuladas) 192 672 2320 4712 7208 8983 11559 14055 16717 19405 19405 85823 Quadro 2 – Homens-hora trabalhadas Homens-hora Trabalhadas 15000 10000 Mensal Acumulado 5000 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07Nov-07Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08Abr-08 Mês Figura 13 – Homens-hora trabalhadas Ocorrência de Acidentes 3 2 1 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mês Acidentes - Subempreiteiro Acidentes - Empreiteiro Figura 14 – Ocorrência de acidentes nos funcionários do empreiteiro, de um subempreiteiro e acumulado 34 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Registo de Acidentes de Trabalho Mensal Acum. Mensal Acum. Mensal Acum. Mensal Acum. Mensal Acum. Mensal Ano Mês Acum. N.º dias perdidos Totais Não mortais N.º de acidentes Mortais Homens-hora trabalhadas N.º médio de trabalhadores Data 2007 Jul 2007 Ago 2007 Set 2007 Out 2007 Nov 2007 Dez 2008 Jan 2008 Fev 2008 Mar 2008 Abr Emp 2 3 10 13 13 12 14 13 11 14 Sub 8 6 28 40 52 50 50 54 64 67 T 10 9 38 53 65 62 64 67 75 81 Emp 2 5 15 28 41 53 67 80 91 105 Sub 8 14 42 82 134 184 234 288 352 419 T 10 19 57 110 175 237 301 368 443 524 Emp 192 480 1648 2392 2496 1775 2576 2496 2662 2688 Sub 448 1024 4392 7360 9984 7640 9200 10368 12672 12864 T 640 1504 6040 9752 12480 9415 11776 12864 15334 15552 Emp 192 672 2320 4712 7208 8983 11559 14055 16717 19405 Sub 448 1472 5864 13224 23208 30848 40048 50416 63088 75952 T 640 2144 8184 17936 30416 39831 51607 64471 79805 95357 Emp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Emp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Emp 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Sub 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 Emp 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 Sub 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 T 0 0 0 0 1 1 2 2 2 2 Emp 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Sub 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 Emp 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 Sub 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 T 0 0 0 0 1 1 2 2 2 2 Emp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Emp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sub 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Quadro 3 – Mapa de Registo de Acidentes de Trabalho e Índices de sinistralidade de Julho de 2007 a Abril de 2008 (Tecnovia, 2008) Para se ter um panorama global da obra, apresentam-se os seguintes elementos: 35 Avaliação do Desempenho na Construção Civil O estaleiro do Empreiteiro-geral foi localizado ao km 101+935 da Linha de Évora (Figuras 11 e 15); As várias frentes integrantes da empreitada foram as seguintes: Frente 1 – PS (Passagem Superior) ao km 63+161 da Linha do Alentejo Frente 2 – PI (Passagem Inferior) ao km 65+433 da Linha do Alentejo Frente 3 – PS ao km 96+100 da Linha de Évora Frente 4 – PS ao km 108+480 da Linha de Évora Frente 5 – PS ao km 101+ 935 da Linha de Évora Frente 6 – PI ao km 117+508 da Linha do Alentejo A via férrea tem bitola ibérica (ou bitola larga = 1,567 m) e é de via única, tendo-se adoptado travessas monobloco e carril de 60 kg; A ferrovia manteve-se em funcionamento durante a execução das obras de arte, com excepção da Frente 3, como se irá referir adiante. Houve, no entanto, restrições à circulação ferroviária nas zonas de construção. Nomeadamente, a diminuição do limite de velocidade dos comboios até 10 km/hora. Este factor provocou alguns atrasos na obra, pelo facto de a entidade responsável pela ferrovia (REFER) não permitir a diminuição do limite de velocidade em mais do que um local, em simultâneo. Desta forma, criaram-se dificuldades no cumprimento dos prazos, visto que não foi possível realizar a construção de duas obras de arte na mesma linha, ao mesmo tempo. Figura 15 – Estaleiro da Tecnovia, localizado ao km 101+935 da Linha de Évora 36 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 16 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 2, 3 e 4 (adaptado de REFER, 2006) O perfil transversal tipo adoptado para os restabelecimentos das Frentes 2, 3 e 4 é constituído por uma faixa de rodagem com 4,0 m de largura que comporta duas vias de circulação com 2,0 m cada, bermas de ambos os lados da faixa de rodagem com 0,5 m de largura, com pavimento idêntico ao da faixa de rodagem . A inclinação transversal do pavimento é de 2,5% para o exterior em ambas as vias e bermas adjacentes de forma a permitir uma drenagem eficaz. Figura 17 – Perfil transversal tipo de uma secção em recta dos restabelecimentos das Frentes 1 e 5 (Fonte:REFER, 2006) Nas Frentes 1 e 5, o perfil transversal dos restabelecimentos é constituído por uma faixa de rodagem com 6,0 m de largura que comporta duas vias de circulação com 3,0 m cada, bermas de ambos os lados da faixa de rodagem com 0,5 m de largura, com pavimento idêntico ao da faixa de rodagem e concordâncias para o talude de aterro com 0,60 m de tangente. A inclinação transversal do pavimento também é de 2,5% para o exterior em ambas as vias e bermas adjacentes. 37 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3.2. Frente 1 – Passagem Superior ao km 63+161 (Cabrela) – Linha do Alentejo Esta frente da obra visa substituir a passagem de nível existente, restabelecendo a Estrada Municipal 519 na proximidade do apeadeiro de Cabrela. (Figura 16) A cota do carril da fila baixa no ponto de intersecção com o Restabelecimento é de 164,47 m e o gabarit livre sob a Obra de Arte é da ordem de 6,78 m. A Obra de Arte foi construída sobre a linha existente, que continuou em serviço durante a realização dos trabalhos, apesar dos limites de velocidade impostos pela REFER. Por esta razão existiram condicionamentos ferroviários durante a construção, relativamente à altura do cimbre a adoptar e às distâncias de segurança a manter relativamente à ferrovia, que são descritos adiante. 3.2.1. Restabelecimento O traçado em planta do restabelecimento da EM 519, consta de uma recta que dá continuidade à obra de arte sobre auto-estrada A6, e transpõe o caminho-de-ferro em passagem superior. Curva, em seguida, para a esquerda com um raio de 150 m e termina numa recta de 411 m sobre a via que liga à EN 4, orientada a Norte. (Figura 18) Figura 18 – Planta do Restabelecimento da Frente 1 (adaptado de REFER, 2006) A via de ligação do restabelecimento referido à estrada existente, que promove o acesso à EN 4 por Nascente, tem início cerca do km 0+287 daquele, sendo-lhe ortogonal. Inflecte numa curva direita de 30 m de raio, inteiramente absorvida pelo entroncamento, ganhando uma 38 Avaliação do Desempenho na Construção Civil orientação NO/SE desenhada por um troço de recta. Segue-se uma curva à esquerda com um raio de 33 m, que faz a inserção do traçado na via existente, onde termina em recta ao km 0+178, com uma orientação dominante Nascente/Poente. O perfil longitudinal do restabelecimento da EM 519 inicia-se através de uma curva côncava de 4000 m de raio equivalente, que faz a adaptação do existente para um trainel ascendente com 0,5% de inclinação. Segue-se uma curva de concordância convexa com um raio equivalente de 2400 m, que vence o caminho-de-ferro em obra de arte, a qual tem continuidade num trainel de 4,5% de declive. Termina numa curva côncava de 1600 m de raio equivalente que faz a concordância entre o trainel anterior e existente. A rasante da via de ligação tem inicio aproximadamente a meio do trainel com 4,5% de inclinação do restabelecimento, baixa de cota por meio de uma curva convexa de 1000 m de raio equivalente e transita desta para um trainel final com 0,5% de declive, de adaptação ao existente, através de uma concordância côncava de raio equivalente de 1000 m. Figura 19 – Construção do Restabelecimento da Frente 1 (Fotografia do autor) 3.2.2. Obra de Arte A estrutura projectada apresenta um tabuleiro de com dois vãos extremos de 9,56 m e dois vãos intermédios de 12,08 m, totalizando uma extensão de 43,28 m. A construção foi feita segundo o processo tradicional de cimbre ao solo. Respeitou-se uma altura livre superior a 5,00 m, medida entre o plano de rolamento e a estrutura do cimbre, uma 39 Avaliação do Desempenho na Construção Civil vez que a obra foi executada com a via em serviço. Manteve-se um espaço livre mínimo de 2,30 m para cada lado dos carris extremos. Figura 20 – Corte longitudinal e planta de fundações da passagem superior ao km 63+161 da Linha do Alentejo (adaptado de REFER, 2006) O vão intermédio sobre a linha de caminho de ferro permite a implantação dos pilares a mais de 5,00 m do eixo da via. Foi por isso dispensada a verificação da acção associada a um acidente representando o embate de um comboio em caso de descarrilamento, conforme estipulado nos “Condicionamentos para a elaboração de projectos de Passagens Superiores 2/2003” da REFER. O segundo vão permite a inserção de um caminho de ligação entre as duas parcelas da propriedade atravessada pelo Restabelecimento. O tabuleiro apoia-se em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene cintado e encontra-se monoliticamente ligado a pilares laminares, sendo constituído por uma laje de nervura larga com 5,70 m de base e 6,30 m no topo, e duas consolas laterais com 2,00 m de vão livre, o que perfaz uma largura total de 10,30 m. A nervura apresenta uma altura constante de 0,65 m ao eixo. As consolas possuem 0,25 m no arranque e 0,20 m na extremidade. Os pilares com largura de 5,10 m e espessura de 0,60 m, apresentam altura livre de 9,25 m, 9,14 m e 8,97 m, respectivamente para os pilares P1, P2 e P3. Ambos os pilares têm fundação indirecta através de seis estacas por fuste. 40 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 21 – Passagem superior da Frente 1, após a sua construção (Fotografia do autor) Os encontros são perdidos, sendo ambos constituídos por um estribo sobre o qual se apoia o tabuleiro, e dois montantes de inércia variável com alturas de 6,72 m no Encontro E1 e 6,63 m no Encontro E2. As fundações em ambos os encontros são indirectas, sendo constituídas por dois pares de estacas de 0,80 m de diâmetro por montante, com altura de 9,00 m, encabeçadas por um maciço de 5,70 x 4,00 e altura de 1,20 m. 3.3. Frente 2 – Passagem Inferior ao km 65 + 433 – Linha do Alentejo Esta frente de obra consiste na construção de uma passagem inferior para substituir a actual passagem de nível localizada ao km 65 + 250. (Figura 19) No local de cruzamento a Linha do Alentejo é de via simples, sendo recta em planta. As cotas dos carris no ponto de intersecção com o Restabelecimento são de 174,02 m e o gabarit livre sob a obra de arte deverá é de 4,50 m. Os taludes do restabelecimento e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,5(v/h). 41 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 22 – Corte Longitudinal da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) 3.3.1. Restabelecimento O restabelecimento tem uma extensão de cerca de 475 m e tem origem no caminho de acesso à anterior passagem de nível, do seu lado Nascente, e término no entroncamento com o mesmo caminho a Poente da referida PN. Em planta, o restabelecimento é definido por uma sucessão de alinhamentos rectos e curvos. A Linha do Alentejo é cruzada inferiormente por um alinhamento recto, próximo do km 0 + 256,2. (Figura 20) Figura 23 – Planta do Restabelecimento da via na Frente 2, com esquema de sinalização vertical (Fonte:REFER,2006) Em perfil longitudinal, apresenta cinco traineis de 8,5%, 1,0%, -5,0%, 4,5% e -1,5% de inclinação, concordadas inicialmente por duas curvas verticais convexas de raios 700 m e 2100 m, seguidas de uma côncava de raio 700 m e por último outra convexa de 1500 m. A obra de arte localiza-se na zona da curva côncava de perfil longitudinal. 42 Avaliação do Desempenho na Construção Civil O pavimento é constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa com 0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionado também com 0,15 m. O perfil é dotado de uma inclinação transversal de 4,0% para o exterior na generalidade do traçado com excepção do troço de 75,0 m em que é dotado de tapete betuminoso, onde tem uma inclinação transversal de 2,5% e nos troços de 25,0 m onde é feita a transição. 3.3.2. Obra de Arte A obra é constituída por um quadro laminar em betão armado com 5,0 m de vão livre. (Figuras 21 e 22) Figura 24 – Alçado Norte da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) A caixa de contenção de balastro é impermeabilizada de acordo com o esquema habitual da REFER: sobre a laje do tabuleiro é executada uma camada de forma, em betonilha para regularização do tabuleiro, com inclinação transversal de 1,5%; por cima é executado um tapete betuminoso com a espessura de 30 cm após compactação, na face inferior, ou betão fino projectado sobre rede de arame zincado, nas faces laterais. De ambos os lados da caleira de contenção de balastro foram colocados drenos constituídos por quartos de manilha de betão perfurado. Nos extremos das caleiras de cabos foram colocadas caixas de inspecção e recolha de cabos, em betão armado. A secção útil interior é de 1,0x1,0x1,0 m e estão cobertas com tampas préfabricadas de betão armado amovíveis. O fundo destas caixas é não revestido, sendo constituído por uma camada de 0,10 m de areia. 43 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 25 – Planta da PI da Frente 2 (adaptado de REFER, 2006) Os montantes são constituídos por lâminas com a espessura corrente de 0,60 m e altura livre de 5,31 m. A laje inferior tem 0,60 m de espessura. A fundação é realizada por contacto directo da laje de fundo na camada de fundação. A espessura das consolas dos muros é de 0,60 m tal como os montantes. As zonas de menor altura foram implantadas com uma abertura de 45º e espessura de 0,42 m. Todas as superfícies enterradas são impermeabilizadas com emulsão betuminosa. 3.4. Frente 3 – Passagem Superior ao km 96 + 100 – Troço Casa Branca / Évora – Linha de Évora Esta obra destina-se a substituir a passagem de nível existente próximo do km 96+100 restabelecendo um caminho agrícola que intersecta a ferrovia. No local do cruzamento a Linha de Évora tem via única, que comporta uma subida de cerca de 0,35m. O gabarit livre sob a obra de arte é superior a 6 m. 44 Avaliação do Desempenho na Construção Civil A Obra de Arte foi construída sobre a linha existente, cuja exploração esteve parada durante a obra, para alteração de traçado. (Figura 20) Os taludes do restabelecimento e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,5 (v/h). A implantação da obra de arte permitiu manter serviço os caminhos paralelos existentes actualmente junto à via, com cerca de 3,0 m de largura do lado esquerdo e 2,0 m do lado direito. 3.4.1. Restabelecimento O restabelecimento do traçado tem cerca de 590 m de extensão e uma orientação aproximadamente Sul / Norte. Tem origem no entroncamento com um caminho existente e término na ligação com um caminho rural com continuidade para Norte. A Linha de Évora é cruzada superiormente por um alinhamento recto, ao km 0+181,099. Figura 26 – Planta do Restabelecimento da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) Este restabelecimento apresenta em perfil longitudinal cinco traineis, de 1,0%, 0,5%, -1,5%, 0,5% e -2% de inclinação, concordados inicialmente por duas curvas verticais convexas de raios 16000 e 4000 m, seguida de uma curva côncava de raio 8000 m e por ultimo outra curva convexa de 4000 m. Na zona da obra de arte apresenta um perfil longitudinal em trainel de 0,5%. O pavimento é constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa com 0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionados também com 0,15 m. 3.4.2. Obra de Arte A estrutura projectada é constituída por um tabuleiro em betão armado pré-esforçado longitudinalmente, com um comprimento total de 47,0 m subdividido em três vãos: vãos de extremidade com 13,0 m e vão central com 21,0 m. O vão central comporta uma futura duplicação de via, garantindo ainda a implantação dos pilares a uma distância superior a 5,0 m, 45 Avaliação do Desempenho na Construção Civil relativamente ao eixo das vias mais próximas, distância de segurança que dispensa o dimensionamento dos pilares para a acção acidental do choque de um comboio. Este vão central permite ainda a manutenção dos actuais caminhos paralelos junto à via. O tabuleiro apoia em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene cintado e encontra-se monoliticamente ligado aos pilares. O tabuleiro desta obra de arte é constituído por uma nervura com 2,30 m de base e 2,90 m no topo, e duas consolas laterais com 1,40 m de vão livre, o que perfaz uma largura total de 5,70 m. A nervura apresenta uma altura constante de 0,90 m ao eixo. Figura 27 – Corte longitudinal da Frente 3 (adaptado de REFER, 2006) As consolas possuem 0.25 m no arranque e 0.20 m na extremidade. Os pilares apresentam secção transversal em prisma octogonal com dimensões máximas de 1,90 m por 0,80 m, e altura de cerca de 8,20 m. As fundações são semi-directas, constituídas 3 por sapatas com 3,60 x 3,00 x 1,10 m implantadas sobre pegões em betão ciclópico com cerca de 2,0 m de altura. Os encontros são perdidos, sendo ambos constituídos por um estribo com cerca de 1,40 m de altura sobre o qual se apoia o tabuleiro, e que transmite as reacções deste ao terreno. Os passeios possuem guarda corpos em betão armado, que funcionam também como guardas de segurança para evitar a queda de veículos sobre a via. A drenagem é assegurada por inclinação transversal da laje do tabuleiro e gárgulas ligadas a tubos de queda, junto aos pilares e encontros. Foram colocadas de cada lado do tabuleiro de redes metálicas de protecção da catenária. 46 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3.5. Frente 4 – Passagem Superior ao km 108 + 480 – Troço Casa Branca/Évora – Linha de Évora A construção desta passagem superior, a executar ao km 108 + 480 do troço Casa Branca / Évora da Linha de Évora, destinou-se a substituir a passagem de nível existente ao km 107 + 680. (Figura 21) Esta obra compreende também o restabelecimento do caminho agrícola existente. No local do cruzamento, a Linha de Évora apresenta uma curva esquerda. Estabeleceu-se a ripagem da curva em cerca de trinta e cinco metros de forma a aumentar para 1800 m o seu raio. O gabarit livre sob a obra de arte deverá ser superior a 6,0 m. Os taludes dos restabelecimentos e da via-férrea apresentam inclinação de 1/1,15(v/h). 3.5.1. Restabelecimento O restabelecimento que intersecta a via-férrea tem cerca de 375 m de extensão. Este restabelecimento apresenta, em perfil longitudinal, cinco traineis de 2,5%, 6,0%, -5,5%, 3,8% e 6,5% de inclinação, concordados por cinco curvas verticais de raios 500 m (côncava), 600 m (convexa), 700 m (côncava), 2500 m (côncava) e 550 m (convexa). Na zona da Obra de Arte referente a linha férrea, apresenta um perfil longitudinal em concordância convexa, de raio 600 m, intersectando aquela via ao km 0+067,605. O Restabelecimento 1 tem origem no entroncamento com um caminho existente, Restabelecimento 1A, que houve necessidade de corrigir em planta e perfil longitudinal. A geometria do Restabelecimento 1 que intersecta a via-férrea e garante a manutenção do gabarit mínimo relativamente à mesma, obrigou a subida da rasante do caminho existente em cerca de 2,5 m. O Restabelecimento 1A apresenta, em planta, uma curva à direita de raio 55 m e um alinhamento recto, perfazendo uma extensão total de 143,90 m. Em perfil longitudinal é definido por três concordâncias verticais, de raios 300 m (côncava), 500 m (convexa) e 800 m (côncava), intercaladas por três traineis, com inclinações variando entre 3,0% e 6,5%. 47 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 28 – Planta do Restabelecimento da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) O pavimento será constituído por uma camada de material britado de granulometria extensa com 0,15 m de espessura assente sobre uma camada de sub-base de solos seleccionados também com 0,15 m. 3.5.2. Obra de Arte O tabuleiro desta obra de arte é constituído por uma laje de nervura larga com 4,0 m de base e 4,60 m no topo, e duas consolas laterais com 1,85 m de vão livre, o que perfaz uma largura total de 8,30 m. A nervura apresenta uma altura constante de 0.75 m ao eixo. As consolas possuem 0,25 m no arranque e 0,20 m na extremidade. O tabuleiro apoia em encontros perdidos através de aparelhos de apoio em neoprene cintado e encontra-se monoliticamente Iigado aos pilares. Os pilares apresentam secção transversal em prisma octogonal com dimensões máximas de 3,40 m por 0,80 m, e altura aproximada de 8,40 m. 3 As fundações são do tipo directo, constituídas por sapatas com 5.20 x 3.20 x 1.00 m . Os encontros são constituídos por estribos com cerca de 1,50 m de altura e 1,30 m de largura, que servem de apoio ao tabuleiro, transmitindo directamente as reacções de apoio ao terreno de fundação. 48 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 29 – Corte longitudinal da Frente 4 (adaptado de REFER, 2006) Os passeios possuem guarda-corpos em betão armado, que funcionam também como guardas de segurança para evitar a queda de veículos sobre a via. No interior do enchimento dos passeios, dispõem-se três tubos de PVC para cabos com 110 mm de diâmetro útil interior. A drenagem é assegurada por inclinação transversal da laje do tabuleiro e dos passeios e gárgulas ligadas a tubos de queda, junto aos pilares e encontros. Está prevista a colocação de redes metálicas de protecção da catenária de cada lado do tabuleiro. A estrutura projectada para o atravessamento da via-férrea é constituída por um tabuleiro em betão armado, com um comprimento total de 37,5 m subdividido em três vãos (11,0 + 15,5 + 11,0 m). 0 vão central comporta uma futura duplicação de via, garantindo ainda a implantação dos pilares a uma distancia superior a 5,0 m relativamente ao eixo das vias mais próximas, dispensando assim o dimensionamento dos pilares para a acção acidental do choque de um comboio. 3.6. Frente 5 – Passagem Superior ao km 101 + 935 (Tojal) – Troço Casa Branca / Évora – Linha de Évora Esta obra inserida no Projecto de Supressão de Passagens de Nível, destina-se a substituir a passagem de nível existente ao km 101+964, restabelecendo a Estrada Nacional 380 que liga Évora a Alcáçovas e que intersecta a via-férrea. 49 Avaliação do Desempenho na Construção Civil No local do cruzamento, a Linha de Évora mantém o actual traçado, apresentando via única. No entanto, a obra de arte ficou preparada para uma futura duplicação de via que pode ser para a esquerda ou centrada com a existente. O gabarit livre sob a obra de arte é de 6,90 m. Os taludes do aterro do restabelecimento apresentam inclinação de 1 /1,5 (v /h). A obra de arte permite a inserção de dois caminhos paralelos à ferrovia, um de cada lado, com cerca de 4.0 m de largura, que restabelecem vários caminhos existentes no local. 3.6.1. Restabelecimento A solução adoptada consiste na colocação do novo eixo da EN380 em paralelo e a poente do existente, na zona da passagem de nível, fazendo-se a sua adaptação ao traçado actual tanto a jusante como a montante desta. Figura 30 – Execução do aterro para o restabelecimento da Frente 5 (Fotografia do autor) O desnivelamento que permite a transposição da via-férrea em passagem superior é garantido pelo alteamento da rasante nesta zona, o suficiente para conseguir o gabarit necessário. Esta solução permite, em simultâneo, garantir o gabarit indispensável à passagem superior sem agravamento dos aterros adjacentes e manter uma distância de visibilidade ao longo do traçado que garanta a ultrapassagem em toda a sua extensão. 50 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3.6.2. Obra de Arte A estrutura projectada apresenta um tabuleiro de três tramos, totalizando uma extensão de 53,3 m. Mostra dois vãos extremos de 16,4 m e um vão central de 20,5 m. O vão central permite a duplicação de via, para as duas hipóteses previstas, garantindo-se uma distância mínima entre o eixo das novas vias e os pilares superior a 5 m, dispensando assim a consideração da acção de acidente que representa o embate de um comboio em caso de descarrilamento, conforme estipulado nos "Condicionamentos para a elaboração de projectos de Passagens Superiores 3/2003" da REFER. Os vãos extremos permitem o restabelecimento dos caminhos paralelos à via com cerca de 4 m de largura. O tabuleiro, realizado em betão armado, pré-esforçado longitudinalmente, é constituído por uma laje nervurada, com duas nervuras largas de 0,90 m de altura constante, sendo monoliticamente ligado a pilares de secção octogonal, dois por nervura, e apoiado em encontros do tipo perdido através de aparelhos em neoprene cintado. O afastamento entre eixos das nervuras do tabuleiro e de 6,30 m; estas apresentam secção trapezoidal com base menor de 2 m alargando até à inserção nas lajes para 2,60 m. Dispõem-se consolas com 1,70 m e uma laje central com 3,70 m (vãos livres). A largura total do tabuleiro e assim de 12,30 m. A espessura das consolas varia entre 0,20 m na extremidade e 0,25 m na secção de encastramento na nervura; a laje central possui espessura variável entre 0,25 m junto as nervuras e 0,30 m ao eixo, resultado de a face superior acompanhar a inclinação transversal da via e a face inferior ser plana. Figura 31 – Execução de pilares da Frente 5 (Fotografia do autor) 51 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Os encontros são do tipo perdido, sendo constituídos por viga de estribo com 14,40 m de comprimento, apoiada em dois montantes com alturas livres de cerca de 5,5 m. A zona da faixa de rodagem e bermas sobre a obra de arte, é revestida por um tapete em betão betuminoso com 0,08 m de espessura total, sendo 0,02 m de regularização e 0,06 m de camada de desgaste. Figura 32 – Execução de pilares da passagem superior ao km 101+935 da Linha de Évora A Obra de Arte dispõe de passeios com 1,40 m de largura total que incluem guarda-corpos, viga de bordo com 0,25 m e guarda-rodas de betão armado com 0,36 m de largura, encimados por guardas de segurança rodoviária em perfil duplo. A largura útil do passeio é assim de 0,79 m medidos entre o plano vertical interior do guarda-corpos e a face posterior do guarda-rodas. Nos passeios estão instalados seis tubos de PVC para a inserção de cabos. O acesso a estes tubos faz-se por caixas nas extremidades de cada passeio. As vigas de bordo possuem a geometria normalmente adoptada pelo IEP em obras de arte correntes, serão pré-fabricadas em betão de cimento branco, solidarizando-se ao tabuleiro mediante betonagem local. Foram colocadas redes metálicas de protecção da catenária de cada lado do tabuleiro. O revestimento de taludes sob o tabuleiro da obra de arte é constituído por lajetas préfabricadas de betão. As caleiras de bordadura que drenam as águas provenientes da via junto 52 Avaliação do Desempenho na Construção Civil aos encontros são em meia manilha de betão com 300 mm de diâmetro, possuindo dissipadores de energia na extremidade. Todas as superfícies enterradas serão pintadas com produto betuminoso impermeabilizante. As juntas de dilatação, a instalar nos encontros, serão constituídas por perfis de neoprene armado, dimensionadas para acomodar os deslocamentos previstos. 3.7. Frente 6 – Passagem Inferior ao km 117+508 da Linha do Alentejo A obra insere-se no âmbito do projecto de supressão e reconversão de passagens de nível na Linha do Alentejo. A obra refere-se à construção de uma passagem inferior ao km 117+480, no Concelho de Alvito. Figura 33 –PI da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) A anterior passagem de nível que foi suprimida apresentava um horário de funcionamento, estando fechada durante grande parte do dia. Como tal, o tráfego que por ela circulava era extremamente reduzido. O gabarit assegurado no interior da obra é de apenas 2,5 m, o que significa que a obra serve apenas para tráfego ligeiro. 53 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 34 – Construção da Passagem Inferior da Frente 6 (Fonte: CMA, 2008) Apesar do gabarit a assegurar ser reduzido, é se conduzido a traineis com inclinações elevadas, que estão limitadas a 12 %. 3.7.1. Restabelecimento A extensão do restabelecimento é muito reduzida, sendo de apenas 100 m. Este facto deve-se à vontade por parte da REFER de minorar as expropriações, à proximidade da via situada a Este onde termina o restabelecimento e às posições das vias existentes a manter do lado Oeste, com especial destaque para o caminho rural em terra batida. Figura 35 – Perfil transversal tipo do Restabelecimento da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006) O perfil transversal tipo do restabelecimento tem uma faixa de rodagem de 2,8 m que comporta duas vias de circulação com 1,4 m cada, bermas de ambos os lados da faixa de rodagem com 0,5 m de largura, com pavimento idêntico ao da faixa de rodagem e concordâncias para o 54 Avaliação do Desempenho na Construção Civil talude de aterro com 0,6 m de tangente. A inclinação transversal do pavimento é de 2,5% para o exterior em ambas as vias e bermas adjacentes. 3.7.2. Obra de Arte 3.7.2.1. Geometria da Obra A passagem inferior consiste numa estrutura em quadro com muros de ala solidários com os montantes realizados em betão armado “in situ”. A fundação da obra é do tipo directo. A geometria da obra é composta por quatro elementos: laje inferior, tabuleiro/laje superior e montantes. A laje inferior é horizontal e apresenta uma espessura de 0,45 m, um comprimento de 14,87 m e uma largura de 4,9 m. A laje superior tem a sua face inferior dividida em três zonas: a zona central é horizontal e é a mais inferior e as zonas laterais, com 2,20 m de largura, partem da cota da zona central e apresentam uma inclinação de +6,8% na direcção transversal à Linha do Alentejo. Figura 36 – Esquema dos quatro elementos que compõe a geometria da obra de arte da Frente 6 (Fonte:REFER, 2006) Relativamente à face superior da laje superior verifica-se que esta se apresenta dividida em duas águas com pendentes de -2% segundo a directriz da via-férrea. Assim resulta que a espessura da laje superior varia entre 0,50 m e 0,30 m em toda a sua área. A espessura de 0,50 m verifica-se na intersecção em planta da zona central (cuja face inferior e horizontal) com a directriz do Restabelecimento 1. 55 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Figura 37 – Corte transversal da Frente 6 (adaptado de REFER, 2006) Os montantes apresentam antes e durante o deslize uma geometria em alçado baseada num rectângulo distorcido com uma espessura de 0,45 m, uma altura entre lajes de 3,25 m e um comprimento que ronda os 17 m. Obtém-se assim um quadro com dimensões interiores de 4,0 m x 3,25 m. 3.8. Resultados da Aplicação dos Indicadores Seleccionados no Caso de Estudo Este capítulo foi elaborado na sequência de várias visitas à obra e de frequentes contactos com os responsáveis da empreitada. Foi possível recolher toda a informação disponível e necessária para realizar os cálculos dos indicadores e tirar a conseguintes conclusões. Neste capítulo são apresentados todos os indicadores de desempenho aplicados no caso de estudo, bem como as suas conclusões particulares, juntamente com os correspondentes gráficos. Os objectivos, os dados, as fórmulas de cálculo e as directrizes para análise de cada um dos indicadores são apresentados em anexo. Estão igualmente patentes em anexo os valores dos indicadores de desempenho recolhidos no caso de estudo e os cálculos executados para a sua obtenção, bem como os gráficos correspondentes. 3.8.1. Indicadores utilizados no caso de estudo A selecção de todos os indicadores utilizados foi baseada no trabalho de pesquisa bibliográfica e também na experiência resultante das múltiplas visitas à obra ferroviária. 56 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Foi ponderada a quantidade dos indicadores a seleccionar e foi tido em conta que um número excessivo de indicadores pode provocar, além do aumento do custo de recolha e de processamento, a impossibilidade da sua utilização prática por parte de uma empresa. Escolheram-se, portanto, dezanove indicadores, que foram divididos em três grupos e estão resumidos no seguinte quadro: Quadro 4 – Grupos dos indicadores aplicados no Caso de Estudo Grupo Número Económicos / (1) Índice de alterações de projecto Apreciação Planeamento (2) Desvio de custo Apreciação (3) Desvio de prazo Apreciação (4) (5) Equipamento Fornecimentos e Serviços Externos Segurança e Saúde Impacto Ambiental Indicadores Percentagem de cumprimento de prazo contratual Taxa de custos de não conformidades Tipo Acompanhamento Apreciação (6) Taxa de falha do equipamento Acompanhamento (7) Fiabilidade do Equipamento Acompanhamento (8) Entrega dos materiais / Avaliação dos fornecedores Apreciação (9) Índice de Sub-contratação (10) Índice de incidência de acidentes Acompanhamento (11) Índice de frequência de acidentes Acompanhamento (12) Índice de gravidade de acidentes Acompanhamento (13) Taxa de consumo de água Acompanhamento (14) Taxa de consumo de energia eléctrica Apreciação Acompanhamento (15) Taxa de consumo de combustíveis Acompanhamento (16) Taxa de consumo de óleos Acompanhamento (17) Gestão dos resíduos sólidos Acompanhamento Mão-de-Obra e (18) Satisfação dos funcionários Apreciação Recursos Humanos (19) Taxa de absentismo dos funcionários Acompanhamento Teve-se em conta, obviamente, todos os principais requisitos para a sua escolha. Optou-se por indicadores que obedecem aos seguintes princípios gerais: Selectividade; Representatividade; 57 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Simplicidade; Baixo custo; Acessibilidade (transparência); Estabilidade; Abordagem experimental; Comparação externa; Melhoria contínua. Após a escolha dos indicadores, foi feita a recolha dos seus valores no terreno, mais precisamente no estaleiro da obra, com a ajuda dos funcionários da empresa. Nomeadamente, merece referência a informação facultada pelo engenheiro responsável pela empreitada e pelos engenheiros responsáveis pelas áreas da Qualidade e da Segurança e Saúde em obra. Os indicadores (9), (13), (17), (18) foram adaptados de ICBench, 2006 a). Os indicadores (6) e (7) foram baseados em Kardec et al, 2002. Os indicadores (10), (11) e (12) foram adaptados de Tecnovia, 2008. É importante referir que, para a execução do cálculo de alguns indicadores, não havia dados registados oficialmente. Facto este que pode diminuir o rigor da informação fornecida. Este caso verifica-se para os seguintes indicadores: (1) Índice de alterações de projecto; (2) Desvio de custo; (3) Desvio de prazo; (4) Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual; (5) Custos de não conformidades; (6) Taxa de falha do equipamento; (7) Fiabilidade do equipamento e (19) Taxa de absentismo dos funcionários. Esta falta de registo de informação parece corroborar a ideia de que o estado actual do sector da construção civil pode ainda evoluir no âmbito da medição do desempenho. Tudo leva a crer que, se o seu acompanhamento de uma empreitada for feito de uma forma regular, com a utilização de indicadores, o seu desempenho tem capacidade para melhorar. Em anexo, estão patentes os quadros explicativos de todos os indicadores, contendo as informações gerais de cada um, designadamente: Objectivo Dados Fórmulas Exemplo Directrizes para análise do indicador Periodicidade 58 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 3.8.1.1. Indicadores Económicos / Planeamento Os indicadores económicos e de planeamento adoptados foram os seguintes: Índice de alterações de projecto; Desvio de custo; Desvio de prazo; Percentagem de cumprimento de prazo contratual e Taxa de custos de não conformidades. (Quadro 3) Este grupo de indicadores tem por base a comparação dos custos e dos prazos planeados na fase inicial, com os que realmente ocorrem na fase de construção. 3.8.1.2. Indicadores de Equipamentos Os indicadores de equipamentos adoptados foram os seguintes: Taxa de falha do equipamento e Fiabilidade do equipamento. (Quadro 3) Este grupo de indicadores focaliza-se em analisar a qualidade e fiabilidade dos equipamentos em funcionamento na obra, tendo em conta o número de falhas que ocorrem durante a sua utilização. 3.8.1.3. Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Entrega dos materiais/ Avaliação dos fornecedores e Índice de sub-contratação. (Quadro 3) Uma empresa responsável por uma empreitada de construção civil depende não só dos seus funcionários, mas também, e em grande parte, da contratação de serviços externos e da requisição de material a inúmeros fornecedores. Posto isto, este grupo de indicadores tem por objectivo possibilitar a análise da quantidade e da qualidade dos dois factores acima referidos. 3.8.1.4. Indicadores de Segurança e Saúde Os indicadores de segurança e saúde adoptados foram os seguintes: Índice de incidência de acidentes; Índice de frequência de acidentes; Índice de gravidade de acidentes. (Quadro 3) Este grupo de indicadores explicita o nível de segurança da obra, com base no número de acidentes registados e na sua gravidade. 3.8.1.5. Indicadores de Impacto Ambiental Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Taxa de consumo de água; Taxa de consumo de energia eléctrica; Taxa de consumo de combustíveis; Taxa de consumo de óleo; Gestão de resíduos sólidos. (Quadro 3) 59 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Tendo em conta a importância da preservação do meio ambiente, não é de pouca relevância a utilização de uma política de gestão ambiental eficaz. Os indicadores de impacto ambiental são utilizados não só para analisar o impacto ambiental provocado pela obra no ambiente envolvente, mas também para aferir a preocupação ambiental da empresa e as acções tomadas para reduzir os impactos no meio envolvente. 3.8.1.6. Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos Os indicadores de fornecimentos e serviços externos adoptados foram os seguintes: Satisfação dos funcionários e Taxa de absentismo dos funcionários. (Quadro 3) Este grupo de indicadores ajuda na avaliação da satisfação dos funcionários e reflecte a preocupação da empresa com os seus funcionários e também com a qualidade do seu trabalho. 3.8.2. Resultados e Conclusões dos Indicadores Económicos / Planeamento a) Índice de alterações de projecto - Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é verificar qual a frequência de modificações em projectos após o início da obra, e a sua gravidade em termos de custos e prazo. Foram registadas 32 alterações de projecto após o inicio da obra. Este número foi obtido através de um inquérito feito ao engenheiro responsável pela empreitada. Note-se que não houve registo formal destas alterações. Assinalaram-se apenas modificações de alguns pormenores nos materiais do sistema de drenagem numa frente de obra. Estas alterações foram de pequena importância e tiveram pouca ou ligeira influência nos custos e nos prazos totais da obra. Alterações de Projecto 40 32 Nº de 20 alterações 0 0 Alterações de Projecto Figura 38 – Alterações de Projecto 60 Objectivo Avaliação do Desempenho na Construção Civil b) Desvios de Custo: Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo avaliar a credibilidade das estimativas orçamentais para a construção. O Desvio de Custo 1 foi de 18,7%. O valor deste indicador significa que o custo estimado inicialmente, na data de consignação da empreitada, foi inferior ao custo efectivo de construção na data de lançamento do concurso na ordem dos 512.800 €. O custo efectivo de construção foi superior ao previsto, devido aos trabalhos a mais, erros e omissões, fiscalização e todos os imprevistos que surgiram durante a obra. Custos de Construção 3.000.000 € 2.000.000 € A - Custro estimado na data de consignação da empreitada 1.000.000 € B - Custo efectivo na data de recepção provisória 0€ Figura 39 – Custos de construção c) Desvio de Prazo – Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo avaliar a credibilidade das estimativas de prazo para a construção. O prazo efectivo da obra foi 36,3% (87 dias) superior ao prazo previsto inicialmente, na data de consignação da empreitada. Prazos da Obra 400 327 dias 240 200 0 F - Prazo previsto para a obra, na data de Adjudicação da empreitada G - Prazo efectivo da obra Figura 40 – Prazos previsto e efectivo da obra 61 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Um dos motivos principais para o atraso geral da obra foi a necessidade de impor restrições à circulação ferroviária. Nomeadamente, tinha de se reduzir o limite de velocidade dos comboios na zona de execução das obras de arte, o que obrigou a negociações com a entidade responsável, a REFER. Esta não permitiu a diminuição do limite de velocidade em mais do que um local em simultâneo. Desta forma, criaram-se dificuldades no cumprimento dos prazos, visto que não foi possível realizar a construção de duas obras de arte na mesma linha, ao mesmo tempo. d) Percentagem de cumprimento de prazo contratual – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é acompanhar o progresso da obra, tendo em conta o prazo decorrido e a percentagem de custos contraídos, relativamente ao custo total planeado. Desde Julho de 2007 até Fevereiro de 2008, a percentagem de prazo contratual era menor que 0%, o que significa que o prazo contratual não estava a ser cumprido em conformidade com o estabelecido. A partir de Março de 2008, o prazo contratual começou a ser cumprido segundo o planeado, visto que o indicador passou a ter um valor positivo. % Prazo Contratual 10% 5% Jun-08 Mai-08 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 -10% Ago-07 -5% Jul-07 0% %Prazo Contratual -15% -20% -25% Mês Figura 41 – Percentagem de cumprimento de prazo contratual Esta prática tem-se revelado normal nas obras em Portugal. O empreiteiro tende a “ocupar” a obra no início logo após a adjudicação para receber o “down-payment” e respectivos adiantamentos. Só investe na obra próximo do final, sobreocupando recursos humanos e materiais, e impedindo uma efectiva fiscalização dos trabalhos. Como se pode verificar, a obra foi essencialmente feita entre Dezembro de 2007 e Junho de 2008. e) Taxa de custos de não conformidades Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é obter um valor que permita analisar a situação financeira relacionada com os custos de não conformidades. 62 Avaliação do Desempenho na Construção Civil A taxa de custos de não conformidades é de 0,088%. É um valor bastante baixo, logo um sinal positivo do indicador. Custo da obra/ Custo de não conformidades 3.000.000 € 2.845.405 € 2.000.000 € 1.000.000 € 2.500 € 0€ Custos totais da obra Custos de não conformidades Figura 42 – Custo da obra e custo das não conformidades No entanto, isto também pode testemunhar que o empreiteiro não respeitou os critérios inerentes à adopção do Manual de Controlo de Qualidade da obra e não considerou não conformidades quando elas de facto poderão ter existido. 3.8.3. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Equipamentos f) Taxa de falha do equipamento – Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo avaliar a qualidade de equipamentos e sistemas num determinado intervalo de tempo, com base no número de falhas observadas. O inverso da taxa de falha fornece o TMEF (Tempo Médio Entre Falhas). Não foi registado oficialmente o número de falhas do equipamento, porém foi fornecida a informação de um número médio de 4 falhas por mês. Este valor foi tratado como uma aproximação realista e utilizado o cálculo do indicador. Não existe nenhum valor estabelecido como referência de comparação com a taxa de falha de equipamento. Foi, portanto, determinada uma diferença entre os equipamentos a operar no caso de estudo – problemático e não problemático – de forma a estabelecer um parâmetro de comparação, em que os valores do equipamento não problemático são o objectivo a alcançar. Equipamento problemático é aquele que apresenta falhas regularmente; equipamento não problemático não apresenta falhas regularmente mas pode apresentá-las pontualmente. O valor da taxa de falha por máquina é de 0,0019 falhas/ (hora.máquina) e o valor da taxa de falha total é de 0,025 falhas/hora. O valor do tempo médio entre falhas indica que em cada 40 horas de trabalho, há uma falha no equipamento. 63 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Taxa de Falha Total 0,03 0,025 0,025 0,02 Falhas/Hora 0,01 0 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Figura 43 – Taxa de falha do equipamento (total) 0,015 Falhas/Hora/ Máquina Taxa de Falha Por Máquina 0,0125 0,01 0,005 0,0019 0 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Total Figura 44 – Taxa de falha do equipamento (por máquina) g) Fiabilidade do equipamento Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo verificar a fiabilidade de um equipamento que apresenta falhas constantes ao longo do tempo (taxa de falha constante). Entende-se por fiabilidade, a probabilidade do equipamento não falhar num dado intervalo de tempo sob certas condições operacionais. Fiabilidade de cada máquina Fiabilidade 0,5000 0,4000 0,3000 0,2000 Fiabilidade 0,1000 0,0000 400 800 1200 1600 2000 2400 Tempo (horas) Figura 45 – Fiabilidade de cada máquina ao longo do tempo Com uma taxa de falha de 0,0019 falhas/hora, a fiabilidade de cada máquina reduz-se drasticamente ao longo do tempo. Uma análise da informação fornecida pelo Indicador 6 – 64 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Taxa de Falha do Equipamento, permite esclarecer que este factor se deve, principalmente, a duas máquinas problemáticas, e não à totalidade das máquinas em funcionamento. O objectivo, manutenção da fiabilidade do equipamento ao longo do tempo, não foi atingido. 3.8.4. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos h) Entrega de materiais/avaliação dos fornecedores – Resultados e Conclusões O objectivo do indicador é avaliar a eficácia e fiabilidade dos fornecedores na entrega dos materiais, na quantidade correcta e no prazo solicitado pela empresa. Ajudar a seleccionar os fornecedores de qualidade e estabelecer um parâmetro de confiança com fornecedores correctos. Devido a omissão de registo, para o cálculo deste indicador, foi considerado apenas o fornecedor de aço. Fornecedor de Aço 300000 250000 250000 kg 200000 150000 100000 50000 12000 0 Aço Requisitado Aço entregue irregularmente Figura 46 – Entrega de materiais Apenas 5% do aço requisitado foi entregue de forma irregular (atraso na entrega), facto que reflecte a óptima qualidade e eficácia do fornecedor. i) Índice de sub-contratação – Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo determinar a expressão dos serviços contratados externamente. O Índice de Sub-contratação é de 84,11%. Este valor indica grande parte da obra foi executada pela sub-contratação de serviços externos. 65 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Custo da obra/Custo de Subcontratações 3.000.000 € 2.500.000 € Custos totais da obra 2.000.000 € 1.500.000 € Total de custos de fornecimentos e serviços externos 1.000.000 € 500.000 € -€ Figura 47 – Custo de Subcontratações A utilização da sub-contratação para reduzir custos torna-se cada vez mais frequente nas obras. Este valor deve-se ao facto de ser mais vantajoso contratar uma empresa especializada num determinado processo, do que ser a própria empresar a realizá-lo. Se assim fosse, talvez os custos fossem maiores, os prazos alargados e a qualidade do processo reduzida. 3.8.5. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Segurança e Saúde j) Índice de incidência de acidentes – Resultados e Conclusões O objectivo do Índice de incidência de acidentes é expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período. Foram registados apenas 2 acidentes na execução da obra: o primeiro no mês de Novembro de 2007 (subempreiteiro) e o segundo em Janeiro de 2008 (empreiteiro). acidentes / 1000 trabalhadores Índice de Incidência 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mês Empreiteiro-Mensal Total-Mensal Total-Acumulado Subempreiteiro-Mensal Empreiteiro-Acumulado Subempreiteiro-Acumulado Figura 48 – Índice de incidência de acidentes 66 Avaliação do Desempenho na Construção Civil k) Índice de frequência de acidentes – Resultados e Conclusões O índice de frequência de acidentes tem como objectivo expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período, por cada 1.000.000 de homens-hora trabalhadas. Foram registados apenas 2 acidentes na execução da obra: o primeiro no mês de Novembro de 2007 (subempreiteiro) e o segundo em Janeiro de 2008 (empreiteiro). O índice de frequência mensal no mês de Janeiro de 2008 é muito alto porque o número de trabalhadores do empreiteiro foi de apenas 14. Como o número de homens-hora trabalhadas do empreiteiro foi baixo, em relação ao número de homens-hora trabalhadas do acidentes / 1000000 homens-hora subempreiteiro, verifica-se no gráfico um “pico” significativo (Empreiteiro-mensal). Índice de Frequência 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mês Empreiteiro-Mensal Total-Mensal Objectivo Subempreiteiro-Acumulado Subempreiteiro-Mensal Empreiteiro-Acumulado Total-Acumulado Figura 49 – Índice de frequência de acidentes A meta, estabelecida pela empresa, a atingir em termos de segurança em obra corresponde a um índice de frequência de 25 acidentes / 1000000 homens-hora trabalhadas. Essa meta foi conseguida pelas empresas subcontratadas a partir do mês de Janeiro de 2008 e pelo empreiteiro apenas no mês de Abril de 2008. l) Índice de gravidade de acidentes – Resultados e Conclusões O índice de gravidade de acidentes tem com objectivo expor o nível de segurança da obra, segundo a gravidade dos acidentes, tendo por base os dias de trabalho perdidos dos trabalhadores acidentados. 67 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Os únicos 2 acidentes registados não foram mortais. Não foi registado nenhum dia perdido resultante de um acidente, portanto todos os valores do Índice de Gravidade foram nulos. A meta, estabelecida pela empresa, a alcançar em termos de segurança em obra corresponde a um índice de gravidade de acidentes menor do que 0,25 dias perdidos/1000 homens-hora trabalhadas. Esse objectivo foi plenamente conseguido. 3.8.6. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Impacto Ambiental m) Taxa de consumo de água – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de água durante a execução de uma obra. O consumo de água mensal variou entre os 6000 l e os 920000 l e a taxa de consumo de água mensal variou entre os 16815l/100.000 € e os 450369l/100.000 €. Taxa de Consumo de Água 500000 400000 300000 l/100.000€ Taxa de Consumo de Água 200000 100000 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 Jul-07 0 Figura 50 – Taxa de consumo de água Os meses de maior consumo – Setembro, Outubro e Novembro de 2007 – foram também os que apresentaram maior taxa de consumo. n) Taxa de consumo de energia eléctrica – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de energia eléctrica durante a execução de uma obra. O consumo de energia eléctrica variou entre os 1458kVa e os 7172kVA e a taxa de consumo de energia eléctrica variou entre os 4085kVA/100.000€ e os 573,7kVA/100.000€. Os meses de maior consumo – Setembro e Outubro de 2007 – não foram os que apresentaram a maior taxa de consumo. Esta correspondeu ao mês de Agosto de 2007, devido ao reduzido custo da obra nesse mês. 68 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Taxa de Consumo de Energia Eléctrica 8000 6000 kVA/100.000€ 4000 Taxa de Consumo de Energia Eléctrica 2000 0 Mês Figura 51 – Taxa de consumo de energia eléctrica o) Taxa de consumo de combustíveis – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de combustíveis durante a execução de uma obra. O consumo de combustíveis mensal variou entre os 1085 l e os 21168 l e a taxa de consumo de combustíveis mensal variou entre os 867 l/100.000€ e os 11887 l/100.000€. Taxa de Consumo de Combustíveis 14000 12000 10000 8000 l/100.000€ 6000 4000 2000 0 Taxa de Consumo de Combustíveis Mês Figura 52 – Taxa de consumo de combustíveis Os meses de maior consumo – Setembro, Outubro e Novembro de 2007 – foram também os que apresentaram maior taxa de consumo. p) Taxa de consumo de óleos – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é determinar a eficiência do consumo de óleos durante a execução de uma obra. 69 Avaliação do Desempenho na Construção Civil O consumo de óleos mensal variou entre os 5 l e os 30 l e a taxa de consumo de óleos mensal variou entre os 2 l/100.000€ e os 14 l/100.000€. Taxa de Consumo de Óleos 16 14 12 10 8 l/100.000€ 6 4 2 0 Taxa de Consumo de Óleos Mês Figura 53 – Taxa de consumo de óleo Porém, verifica-se que o mês de maior consumo – Janeiro de 2008 – não foi o que apresentou a maior taxa de consumo. Esta correspondeu ao mês de Agosto de 2007, devido ao reduzido custo da obra; e ao mês de Novembro de 2007. Verificou-se, pela análise dos últimos quatro indicadores (Taxa de consumo de água, energia eléctrica, combustíveis e óleos) que os meses em que se registou maior consumo de todos estes recursos se encontram no intervalo entre Setembro de 2007 e Janeiro de 2008. Esta “coincidência” justifica-se pelo facto de que a fase de escavações e aterros da obra, em que as máquinas se encontravam no seu auge de funcionamento, ocorreram nesse mesmo intervalo de tempo. q) Gestão de resíduos sólidos – Resultados e Conclusões Este indicador tem como objectivo determinar a preocupação ambiental da empresa e verificar se são tomadas medidas eficazes de gestão ambiental. Através do inquérito realizado ao engenheiro responsável da empreitada, foi possível obter as seguintes respostas: 1. Armazenamento adequado de resíduos – Sim 2. Transporte dos resíduos para locais próprios – Sim 3. Reutilização dos desperdícios – Sim 4. Reciclagem dos desperdícios – Sim 5. Separação dos resíduos – Sim 6. Equipamento de compactação / trituração de resíduos – Sim 7. Dispositivos de tratamento de resíduos – Não 70 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Com estas respostas foi possível calcular o índice de gestão de resíduos sólidos, que apresentou 8,57 pontos em 10 possíveis. Este valor elevado revela uma óptima preocupação ambiental da empresa e muito bons procedimentos de tratamento, reutilização e reciclagem de desperdícios e resíduos sólidos. Para além deste inquérito, e como complemento da informação, foram também esclarecidas algumas acções tomadas pelo empreiteiro, relativamente ao tratamento de resíduos sólidos, designadamente: Os resíduos produzidos em obra armazenaram-se temporariamente nas frentes de obra ou em depósito temporário. As lamas da fossa séptica estanque foram transportadas para a ETAR de S. Brás de Regedouro; Existiu no estaleiro administrativo um parque de resíduos (perigosos e não perigosos) e instalaram-se contentores com vista à separação dos resíduos (papel, cartão, vidro e plástico); Não havia dispositivo de tratamento de resíduos mas havia um equipamento de compactação/trituração de resíduos; Os desperdícios foram reutilizados, caso essa opção fosse possível, ou enviados para reciclagem no Ecoponto da Câmara Municipal de Évora; Foi dada formação a todos os trabalhadores que entraram em obra relativamente à redução dos impactos ambientais, no que toca à recolha e separação do lixo, à gestão correcta das águas residuais produzidas na empreitada, à minimização da afectação da poluição, à prevenção da contaminação dos solos e dos recursos hídricos e à minimização da emissão de poeiras e poluentes gasosos. 3.8.7. Resultados e Conclusões dos Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos r) Satisfação dos funcionários – Resultados e Conclusões O objectivo deste indicador é determinar a satisfação dos funcionários administrativos no posto de trabalho. Para tal, foi realizado oralmente um inquérito aos funcionários administrativos da empresa presentes no estaleiro. 71 Avaliação do Desempenho na Construção Civil É possível verificar que a satisfação dos funcionários é alta, sendo que a Opinião Global geral é de 7 valores em 10 possíveis. Satisfação dos Funcionários 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Satisfação dos Funcionários Figura 54 – Resultados do inquérito sobre a satisfação dos funcionários s) Taxa de absentismo dos funcionários – Resultados e Conclusões Esperava-se, através deste indicador, conhecer o tempo médio de ausência dos funcionários correspondente às faltas não resultantes de acidentes. Estas faltas não foram registadas, e foi fornecida apenas uma média do seu valor. Por este motivo, os valores da taxa de absentismo podem não ser exactos e são tanto maiores, quanto menor o número de homens-hora mensais trabalhadas, como o demonstra a Figura 56. Taxa de absentismo 4,00% 2,00% Taxa de absentismo 0,00% Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Figura 55 – Taxa de absentismo dos funcionários Apenas o valor médio mensal da taxa de absentismo (0,87%) e o seu valor total, (8,65%) podem ser interpretados com fidelidade. Foram analisados os motivos de ausência dos funcionários. Estes revelaram-se perfeitamente justificados e traduzem um bom relacionamento entre o superior e os funcionários. 72 Avaliação do Desempenho na Construção Civil 4. Conclusões Uma das conclusões relevantes que se julga poder retirar deste trabalho é a seguinte: para realizar uma medição eficaz do desempenho da obra, é importante haver um planeamento estratégico desde o início do projecto. A partir do momento em que todas as acções a tomar estão estabelecidas, torna-se mais fácil a sua monitorização. A análise bibliográfica realizada permitiu concluir que a construção civil, apesar de ser um sector que lida com inúmeras variáveis, pode evoluir e seguir o caminho de outros sectores ao nível da medição do desempenho. Desta forma, é possível melhorar o planeamento das obras, reduzir a margem de erro e a variação dos custos e dos prazos. Também a qualidade dos processos tende a evoluir, com a análise das informações recolhidas. Um bom exemplo disso é a preferência de um certo tipo de equipamento em detrimento de outro, com base na análise do indicador de fiabilidade calculado previamente. Com este trabalho procurou-se fazer uma demonstração do uso de um sistema de indicadores de desempenho no acompanhamento de uma obra de construção civil. Uma das dificuldades deste estudo prendeu-se, exactamente, com a recolha de informações para o cálculo de determinados indicadores. Verificou-se que o registo de dados sobre a maioria dos processos apresenta deficiências e não é realizado formalmente. Todo o estudo e pesquisa realizada comprovam que a indústria da construção civil em Portugal ainda não utiliza, de forma proveitosa, os benefícios deste sistema de recolha e de apresentação de informação. Actualmente elaboram-se relatórios relativos ao sistema de gestão ambiental, ao registo de acidentes de trabalho e ao cronograma financeiro da empreitada. Porém, nenhuma outra medida é tomada no sentido de acompanhar melhor o desempenho da obra. Este panorama parece ser generalizado a toda a indústria. Contudo, os resultados obtidos neste trabalho evidenciam que a análise correcta da informação fornecida pelos indicadores pode ser bastante útil e produtiva no desempenho dos processos das empresas do sector. A aplicação dos indicadores de desempenho no acompanhamento da obra que foi objecto de caso de estudo permitiu retirar as seguintes conclusões particulares: O registo de informações é limitado ao registo de acidentes, relatório de gestão ambiental e cronograma financeiro; 73 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Ausência de registo em sectores importantes, nomeadamente no controlo de materiais fornecidos; Ausência de medidas correctivas de material deteriorada/problemático, com repercussão nos custos; Os custos de não conformidades foram muito baixos; O valor médio observado corresponde a uma taxa de falhas por máquina grande, na medida em que a fiabilidade do equipamento decresce bastante ao longo do tempo; Em relação à fiabilidade dos fornecedores, apenas se obtiveram informações sobre o fornecedor de aço, que demonstrou bastante eficácia na entrega dos materiais. Seria positivo alargar o registo de informação a todos os fornecedores, de modo a controlar os custos de fornecimentos de materiais e também a qualidade dos fornecedores; Verificou-se que grande parte da obra é executada por sub-contratação de serviços externos; A segurança em obra revelou-se elevada, havendo apenas o registo de dois acidentes, sem gravidade, ao longo da obra; A empresa revelou uma boa política de gestão ambiental. Todos os dados sobre consumos de água, combustíveis, óleo e energia eléctrica estavam formalmente registados. Destaca-se também uma óptima gestão de resíduos sólidos; A elevada satisfação dos funcionários e a boa relação entre superior e funcionário, revela boa política de recursos humanos. 4.1. Sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros Visando a implementação e a continuidade da utilização de sistemas de indicadores na construção civil sugere-se: Desenvolvimento de um programa informatizado para facilitar a recolha, o registo e a análise das informações necessárias para o cálculo de indicadores; Criar uma base de dados da própria empresa, para um determinado tipo de obra, de forma a armazenar valores de referência para futuras análises de indicadores; Estabelecimento de procedimentos que permitam o uso das informações para tomada de decisões, e não só para avaliação prévia; 74 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Seria igualmente interessante proceder à criação de uma base de dados por empresa e por sector, procurando definir os objectivos a alcançar; 75 Avaliação do Desempenho na Construção Civil BIBLIOGRAFIA Bancaleiro, J. (2006). Scorecard de Capital Humano: Como medir o activo mais importante da sua empresa. Editora RH, Lisboa,2006. Barros Neto, J.P. 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Como modificação entende-se a remoção, inclusão ou alteração de algum elemento, componente ou material especificado no projecto. Fórmulas Índice de alterações de projecto (NA) Exemplo – Directrizes para Análise do Indicador Cada modificação do projecto na fase da obra pode acarretar custos extras, devido a perdas de materiais, necessidade de desmantelar e refazer serviços, obrigar a um novo planeamento da obra, desvios nos prazos, entre outros. Quanto menor for o Índice de Alterações de Projecto, menores serão os desvios de custos, prazos e métodos de execução planeados inicialmente. Para além da avaliação do número de modificações, é de essencial importância a análise das causas. Uma apreciação contínua destes dois factores – alterações de projecto e suas causas – facilita o processo de redução das mesmas, tomando medidas preventivas para o futuro da obra. Periodicidade Mensal A-2 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento Cálculo Dados (1-b) – Índice de Alterações de Projecto – Dados recolhidos e cálculos Número de alterações de projecto = 32 alterações Índice de alterações de projecto 32 Gráfico Alterações de Projecto 40 30 Nº de 20 alterações 10 0 32 0 Alterações de Projecto A-3 Objectivo Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (2-a)– Desvio de Custo – Informação Geral Objectivo Avaliar a credibilidade das estimativas orçamentais para a Construção. Dados A – Custo estimado de Construção na data de consignação da empreitada B – Custo efectivo de Construção na data de recepção provisória (incluindo Auto de Erros e Omissões, Trabalhos a Mais e Assistência Técnica). Fórmulas Desvio de Custo Construção B A 100 A Resultado em % Exemplo Consignação da Empreitada = 2.000.000€ Conta final da Empreitada = 2.500.000€ Desvio de Custo Construção 2.500.000 2.000.000 100 25% 2.000.000 Directrizes para Análise do Indicador Quanto menor for a percentagem de desvio de custo, mais positivo é o indicador. Periodicidade Por operação A-4 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento Dados (2-b) – Desvio de Custo – Dados recolhidos e cálculos A = 2.389.000 € Custo estimado de Construção na data de consignação da empreitada B= 2.735.405 € + 110.000 € + 56.395 € = 2.901.800 € Custo efectivo de construção na data de recepção provisória (incluindo auto de erros e omissões, trabalhos a mais e assistência técnica – fiscalização). Custo efectivo de construção = 2.735.405 € Trabalhos a mais e fiscalização = 110.000 € Cálculo Erros e Omissões = 56.395 € Desvio de Custo C B B 100 2901800 2445395 100 2445395 18,7% Custos de Construção 3.500.000 € 3.000.000 € Gráfico 2.500.000 € A - Custro estimado na data de consignação da empreitada 2.000.000 € 1.500.000 € B - Custo efectivo na data de recepção provisória 1.000.000 € 500.000 € 0€ A-5 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (3-a) – Desvio de Prazo – Informação Geral Objectivo Avaliar a credibilidade das estimativas de prazo para a Construção. Dados F – prazo previsto para a obra, na data de Consignação da Empreitada (indicado na proposta adjudicada); G – prazo efectivo da obra. Fórmulas Desvio de Pr azo Construção G F 100 F Resultado em % Exemplo Prazo previsto para a Obra = 180 dias Prazo efectivo da Obra = 210 dias Desvio de Pr azo Construção 210 180 100 16,7% 180 Directrizes para Análise do Indicador Quanto menor for a percentagem de desvio de prazo, mais positivo é o indicador. Periodicidade Por operação A-6 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (3-b) – Desvio de Prazo – Dados recolhidos e cálculos Dados F= 240 dias Prazo previsto para a obra, na data de Consignação da Empreitada (indicado na proposta adjudicada); G = 327 dias Prazo efectivo da obra. Cálculo Desvio de Pr azo Construção Desvio de Pr azo Pr ojecto G F 100 F 327 240 100 36,250% 240 E D 100 D 240 240 100 240 0% Prazos da Obra 327 350 300 dias Gráfico 250 240 200 150 100 50 0 F - Prazo previsto para a obra, na data de Adjudicação da empreitada G - Prazo efectivo da obra A-7 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (4-a) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Informação Geral Objectivo Acompanhar o progresso da obra, tendo em conta o prazo e o trabalho realizado. Dados Percentagem de Obra realizada (ou percentagem de custos tomados relativamente ao custo total planeado); Percentagem de Prazo contratual decorrido. Fórmulas %Cumprimento Pr azo Contratual %Obra % Pr azo decorrido Resultado em % Exemplo Percentagem de prazo decorrido = 50% Percentagem de custos da obra realizada = 45% %Cumprimento Pr azo Contratual 45% 50% 5% Directrizes para Análise do Indicador Quando o valor deste indicador é ≥ 0%, o prazo contratual está a ser cumprido em conformidade com o estabelecido. Caso não seja possível utilizar os valores de percentagem de obra realizada, por falta de registo de dados, utiliza-se a percentagem dos custos tomados relativamente ao custo total planeado. Periodicidade Mensal A-8 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Dados recolhidos e cálculos Julho 07 Custo da obra realizada mensal (%) 0,03% Custo da obra realizada acumulado (%) 0,03% Agosto 07 Setembro 07 1,49% 5,53% 1,53% 7,06% 16,66% 24,99% Outubro 07 Novembro 07 8,55% 7,45% 15,61% 23,06% 33,32% 41,65% Dezembro 07 Janeiro 08 6,08% 10,16% 29,14% 39,31% 50% 58,33% Fevereiro 08 Março 08 16,90% 23,13% 56,21% 79,34% 66,64% 74,97% Abril 08 Maio 08 11,71% 7,72% 91,04% 98,76% 83,30% 91,67% Junho 08 1,24% 100,00% 100,00% Dados Mês Cálculo %Cumprimento Pr azo Contratual Prazo decorrido (%) 8,33% %Custo Obra % Pr azo decorrido Mês Cumprimento do Prazo Contratual (%) Julho 07 -8,30% Agosto 07 -15,13% Setembro 07 -17,93% Outubro 07 -17,71% Novembro 07 -18,59% Dezembro 07 -20,86% Janeiro 08 -19,02% Fevereiro 08 -10,43% Março 08 4,37% Abril 08 7,74% Maio 08 7,09% Junho 08 0,00% A-9 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (4-b) – Percentagem de Cumprimento de Prazo Contratual – Dados recolhidos e cálculos % Custo da obra realizada (acumulado) 100% 80% 60% 40% %Custo da obra realizadal 20% Jun-08 Mai-08 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 Jul-07 0% %Custo da obra realizada (mensal) 50,00% 40,00% 20,00% %Custo da obra realizada 10,00% Jun-08 Mai-08 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 Jul-07 0,00% % Prazo Contratual 10% 5% -15% -20% -25% Mês A-10 Jun-08 Mai-08 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 -10% Set-07 -5% Ago-07 0% Jul-07 Gráficos 30,00% %Prazo Contratual Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (5-a) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Informação Geral Objectivo Obter um valor que permita analisar a situação financeira relacionada com os custos de não conformidades. Dados Custos_NC representa os custos de não conformidades resultantes dos autos de vistoria; Valor real da obra. Fórmulas Taxa _ Custos _ NC Custos _ NC Valor _ real _ da _ obra 100 Resultado em % Exemplo Valor real da obra = 2.000.000 € Custos de não conformidades = 15.000 € Taxa Custos NC 15000 2000000 100 0,75% Directrizes para Análise do Indicador Uma não conformidade é uma não satisfação de uma necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória. A taxa de não conformidades deve ser a menor possível. Periodicidade Por operação. A-11 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Económicos / Planeamento (5-b) – Taxa de Custos de Não Conformidades – Dados recolhidos e cálculos Dados Os custos de não conformidades da obra correspondem ao valor de 2.500€ que correspondem aos custos da deslocação de equipas para resolver pequenas não conformidades, como por exemplo, alteração de tampas de esgoto. Cálculo Valor real da obra = 2.845.405€ Taxa Custos NC 2500 100 2845405 Custos NC 100 Valor real da obra 0,088% Custo da obra/ Custo de não conformidades 3.500.000 € Gráfico 3.000.000 € 2.845.405 € 2.500.000 € 2.000.000 € 1.500.000 € 1.000.000 € 500.000 € 2.500 € 0€ Custos totais da obra Custos de não conformidades A-12 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral Objectivo Avaliar a qualidade de equipamentos e sistemas num determinado intervalo de tempo, com base no número de falhas observadas. O inverso da taxa de falha fornece o TMEF (Tempo Médio Entre Falhas). Dados Número de falhas de equipamento observadas; N – número de equipamentos a operar; T – período de tempo Fórmulas λ – Taxa de falha: N º falhas observadas N T Resultado em falhas/hora TMEF – tempo médio entre falhas: TMEF 1 Taxa de falha Resultado em horas Exemplo Período = 1 mês (720 horas) Número de falhas observadas no período = 13 Sistema = 2 máquinas Taxa de falha por máquina: 13 2 720 0,009 falhas /( hora.máquina ) Taxa da falha total (2 máquinas): 13 720 0,018 falhas / hora Tempo médio entre falhas: TMEF 1 0,018 A-13 55,56horas Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-a) – Taxa de Falha do Equipamento – Informação Geral Directrizes para Análise do Indicador Os valores devem ser comparados com equipamentos instalados (iguais ou semelhantes) noutras instalações de empresas que actuam no mesmo mercado. Uma correcta interpretação desta taxa pode facilitar a estimativa do prazo e custo da actividade dependente do determinado equipamento. Periodicidade Semanal ou mensal A-14 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento Dados (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos Número de falhas de equipamento observadas; N – número de equipamentos a operar; Nº de equipamentos a operar =13; Nº de equipamentos problemáticos = 2 (1 dumper e 1 bulldozer); Nº de falhas observadas = 4 falhas T – período de tempo = 160 horas (1 mês) Nota: Equipamento problemático é aquele que apresenta falhas regularmente; equipamento não problemático não apresenta falhas regularmente. A. Taxa de Falha do equipamento problemático (Total): TF total N º falhas observadas T 4 160 0,025 falhas / hora B. Taxa de Falha do equipamento problemático (por máquina): Cálculo TF máquina N º falhas observadas N T 4 2 160 0,0125 falhas /( hora.máquina ) C. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento problemático (Total): TMEF total 1 TF total 1 0,025 40horas D. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento problemático (por máquina): TMEF máquina 1 TF máquina A-15 1 0,0125 80horas Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos E. Taxa de Falha do equipamento não problemático (Total): TF total N º falhas observadas T 0 160 0 falhas / hora F. Taxa de Falha do equipamento não problemático (por máquina): Cálculo TF máquina N º falhas observadas N T 0 11 160 0 falhas /( hora.máquina ) G. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento não problemático (Total): TMEF total 1 TF total 0horas H. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento não problemático (por máquina): TMEF máquina A-16 1 TF máquina 0horas Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos I. Taxa de Falha do equipamento (Total): TF total N º falhas observadas T 4 160 0,025 falhas / hora J. Taxa de Falha do equipamento (por máquina): Cálculo TF máquina N º falhas observadas N T 4 13 160 0,0019 falhas /( hora.máquina ) K. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento (Total): TMEF total 1 TF total 1 0,025 40horas L. Tempo Médio Entre Falhas do equipamento (por máquina): TMEF máquina 1 TF máquina A-17 1 0,0125 80horas Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos Taxa de Falha Total 0,03 0,025 0,025 0,025 Falhas/Hora 0,02 0,015 0,01 0,005 0 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Gráficos Total Taxa de Falha Por Máquina 0,014 0,0125 0,012 0,01 0,008 Falhas/Hora/ Máquina 0,006 0,004 0,0019 0,002 0 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Total A-18 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (6-b) – Taxa de Falha do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos Tempo Médio Entre Falhas Total Horas (h) 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 40 40 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Gráficos Total Tempo Médio entre Falhas Por Máquina 100 80 80 80 60 Horas (h) 40 20 0 0 Equipamento problemático Equipamento não problemático Total A-19 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (7-a) – Fiabilidade do Equipamento – Informação Geral Objectivo Verificar a fiabilidade de um equipamento que apresenta falhas constantes ao longo do tempo (taxa de falha constante). Entende-se por fiabilidade, a probabilidade do equipamento não falhar num dado intervalo de tempo sob certas condições operacionais. Dados λ – Taxa de falha do equipamento; t – tempo (em horas). Fórmulas H(t) – Probabilidade acumulada de falhas: H (t ) 1 EXP( * t) F(t) – Fiabilidade do equipamento F (t ) 1 H (t ) Exemplo Taxa de falha do equipamento: λ = 0,0005 Probabilidade acumulada de falhas do equipamento após 500 horas de funcionamento: H (t ) 1 EXP( 0,0005 * 500) 0,2212 Fiabilidade do equipamento após 500 horas de funcionamento: F (t ) 1 H (t ) 1 0,2212 0,7788 Directrizes para Análise do Indicador Uma correcta interpretação deste indicador pode levar à tomada de decisões importantes no que toca à escolha dos equipamentos. Avaliando o indicador de fiabilidade de um equipamento, podem-se comparar determinadas marcas ou tipos de equipamento, e com base nessa comparação, assegurar o melhor desempenho de um dado processo. A meta esperada para este indicador é a manutenção da fiabilidade do equipamento ao longo do tempo. Esta meta implica a uma diminuição da taxa de falha do equipamento. Periodicidade Mensal A-20 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos Taxa de falha/máquina (λ) 0,0019 800 0,0019 1200 0,0019 1600 0,0019 2000 0,0019 2400 0,0019 Dados Tempo em horas (t) 400 H(t) – Probabilidade acumulada de falhas: H (t ) 1 EXP( * t) F(t) – Fiabilidade do equipamento Cálculo F (t ) 1 H (t ) Probabilidade acumulada de falhas H(t) 0,5323 Fiabilidade F(t) 0,7813 0,2187 0,8977 0,1023 0,9522 0,0478 0,9776 0,0224 0,9895 0,0105 A-21 0,4677 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Equipamento (7-b) – Fiabilidade do Equipamento – Dados recolhidos e cálculos Fiabilidade Gráfico Fiabilidade de cada máquina 0,5000 0,4500 0,4000 0,3500 0,3000 0,2500 0,2000 0,1500 0,1000 0,0500 0,0000 Fiabilidade 400 800 1200 1600 Tempo (horas) A-22 2000 2400 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos (8-a) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Informação Geral Objectivo Avaliar a eficácia e fiabilidade dos fornecedores na entrega dos materiais, na quantidade correcta e no prazo solicitado pela empresa. Ajudar a seleccionar os fornecedores de qualidade e estabelecer um parâmetro de confiança com fornecedores correctos. Dados Quantidade de material entregue irregularmente; Quantidade de material requisitado. Fórmulas Entrega de Materiais Material irregular 100 Material requisitad o Resultados em % Exemplo Quantidade de material requisitado = 1500 kg de aço A500 Quantidade de material entregue = 1000 kg de A500 e 500 kg de A400 Entrega de Materiais 500 100 1500 33% Directrizes para Análise do Indicador Entende-se por material irregular recebido todo aquele que vier danificado, em quantidade ou natureza diferente da requisitada, ou fora do prazo requisitado. Periodicidade Mensal A-23 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos (8-b) – Entrega de Materiais/avaliação dos fornecedores – Dados recolhidos e cálculos Quantidade de material entregue irregularmente = 12 000 kg de aço que Dados foram entregues fora do prazo (atrasados) Quantidade de material requisitado = 250 000 kg Nota: Foi considerado, para este caso de estudo, devido a omissão de registo, Cálculo apenas o fornecedor de aço. 12000 100 250000 Entrega de Materiais 5% Fornecedor de Aço 300000 250000 250000 Gráfico 200000 kg 150000 100000 50000 12000 0 Aço Requisitado Aço entregue irregularmente A-24 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Fornecimentos e Serviços Externos (9-a) – Índice de Sub-contratação – Informação Geral Objectivo Determinar a expressão dos serviços contratados externamente. Dados Cfse – Custos com fornecimentos e serviços externos; Ct – Custos totais. Fórmulas SC (%) Cfse 100 CT Resultados em % Exemplo Cfse = 20.000€ Ct = 200.000€ SC (%) 20000 100 10% 200000 Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Anual A-25 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos (9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e cálculos Custos com fornecimentos e serviços externos: 1. Obras de Arte – Firmino Puga – 1.182.572,21€ 2. Betuminosos - 191.542,64€ 3. Guardas de segurança - 64.110,00€ Cálculo Dados 4. Sinalização horizontal – 3.249,21€ 5. Vedações - 33.784,00€ 6. Restantes serviços externos - 917.996,89€ Cfse = Total Custos de fornecimentos e serviços externos=2.393.254€ Ct – Custos totais = 2.845.405€ SC (%) Cfse 100 CT A-26 2393254 100 2845405 84,11% Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Fornecimentos e Serviços Externos (9-b) – Índice de Sub-contratação – Dados recolhidos e cálculos Subcontratação 1.400.000 € Obras de Arte - Firmino Puga 1.200.000 € Betuminosos 1.000.000 € Guardas de segurança 800.000 € Sinalização horizontal 600.000 € Vedações 400.000 € Restantes serviços externos Gráficos 200.000 € -€ Custo da obra/Custo de Subcontratações 3.000.000 € 2.500.000 € Custos totais da obra 2.000.000 € 1.500.000 € Total de custos de fornecimentos e serviços externos 1.000.000 € 500.000 € -€ A-27 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (10-a) – Índice de Incidência – Informação Geral Objectivo Expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período. Dados Número de dias perdidos; Número médio de trabalhadores; Fórmulas Índice de incidência N º acidentes 1000 N º médio trabalhadores Resultado em Nº de acidentes/1000 trabalhadores Exemplo Nº de acidentes = 2 acidentes Nº médio de trabalhadores = 60 trabalhadores Índice de incidência 2 1000 60 33,33 acidentes / 1000 trabalhado res Directrizes para Análise do Indicador Espera-se que o resultado do índice de incidência seja o de menor número de acidentes possível por cada 1000 trabalhadores, pois é inversamente proporcional à segurança dos mesmos. Periodicidade Mensal A-28 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (10-b) – Índice de Incidência – Dados recolhidos e cálculos Índice de incidência Índice de Incidência (acidentes / 1000 trabalhadores) Mensal Acum. Data Cálculo Ano Mês N º acidentes 1000 N º médio trabalhado res Emp Sub T Emp Sub T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2007 Julho 2007 Agosto 2007 Setembro 2007 Outubro 0 0 0 0 0 2007 Novembro 0 19,231 15,385 0 7,463 2007 Dezembro 0 0 0 0 5,435 2008 Janeiro 71,429 0 15,625 14,925 4,274 2008 Fevereiro 0 0 0 12,5 3,472 2008 Março 0 0 0 10,989 2,841 2008 Abril 0 0 0 9,5238 2,387 0 5,714 4,219 6,645 5,435 4,515 3,817 Índice de Incidência acidentes / 1000 trabalhadores Gráfico 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mês Empreiteiro-Mensal Total-Mensal Total-Acumulado Subempreiteiro-Mensal Empreiteiro-Acumulado Subempreiteiro-Acumulado A-29 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (11-a) – Índice de Frequência – Informação Geral Objectivo Expor o nível de segurança da obra, segundo o número dos acidentes ocorridos num determinado período, por cada 1.000.000 de homens-hora trabalhadas. Dados Número de acidentes; Número de homens-hora trabalhadas; Fórmulas Índice de frequência N º acidentes 1.000.000 N º Homens Hora Resultado em Nº de acidentes/1.000.000 homens-hora trabalhadas Exemplo Nº de acidentes = 2 acidentes Nº de homens-hora trabalhadas = 12 000 homens-hora Índice de frequência 2 1.000.000 166,66 acidentes/1.000.000 homens-hora 12000 Directrizes para Análise do Indicador Espera-se que o resultado do índice de frequência seja o de menor número de acidentes possível por cada 1.000.000 homens-hora trabalhadas, pois é inversamente proporcional à segurança dos trabalhadores. Periodicidade Mensal A-30 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (11-b) – Índice de Frequência – Dados recolhidos e cálculos Índice de frequência Cálculo Data Ano Mês 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2008 2008 2008 2008 Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril N º acidentes 1.000.000 N º Homens Hora Índice de Frequência (acidentes/1000000 homens-hora trabalhadas) Mensal Acum. Emp Sub T Emp Sub T 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100,160 80,128 0 43,089 32,877 0 0 0 0 32,417 25,106 388,2 0 84,918 86,513 24,970 38,754 0,000 0,000 0,000 71,149 19,835 31,022 0,000 0,000 0,000 59,819 15,851 25,061 0,000 0,000 0,000 51,533 13,166 20,974 acidentes / 1000000 homens-hora Gráfico Índice de Frequência 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Jul-07 Ago-07 Set-07 Out-07Nov-07Dez-07Jan-08 Fev-08Mar-08 Abr-08 Mês Empreiteiro-Mensal Total-Mensal Objectivo Subempreiteiro-Acumulado Subempreiteiro-Mensal Empreiteiro-Acumulado Total-Acumulado A-31 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (12-a) – Índice de Gravidade – Informação Geral Objectivo Expor o nível de segurança da obra, segundo a gravidade dos acidentes, tendo por base os dias de trabalho perdidos dos trabalhadores acidentados. Dados Número de dias perdidos dos trabalhadores acidentados; Número de homens-hora trabalhadas. Fórmulas Índice de gravidade N º dias perdidos 1000 N º Homens hora Resultado em Nº de dias perdidos/1000 homens-hora trabalhadas Exemplo Nº de dias perdidos do trabalhador acidentado = 3 dias Nº de homens-hora trabalhadas = 10 000 homens-hora trabalhadas Índice de gravidade 3 10000 1000 0,3 dias perdidos/1000homens-hora Directrizes para Análise do Indicador Espera-se que o resultado do índice de gravidade de acidentes seja sempre o menor possível, pois é inversamente proporcional à segurança dos trabalhadores. Periodicidade Mensal A-32 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Segurança e Saúde (12-b) – Índice de Gravidade – Dados recolhidos e cálculos Índice de gravidade Índice de Gravidade (dias perdidos / 1000 homens-hora trabalhadas) Mensal Acum. Data Cálculo N º dias perdidos 1000 N º Homens hora Ano Mês 2007 Julho 0 0 0 0 0 0 2007 Agosto 0 0 0 0 0 0 2007 2007 2007 2007 2008 2008 2008 2008 Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Emp Sub T Emp Sub T dias perdidos / 1000 homens-hora Gráfico Índice de Gravidade 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 Jul-07 Ago- Set- Out- Nov- Dez- Jan- Fev- Mar- Abr07 07 07 07 07 08 08 08 08 Mês Empreiteiro-Mensal Total-Mensal Objectivo Subempreiteiro-Acumulado Subempreiteiro-Mensal Empreiteiro-Acumulado Total-Acumulado A-33 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (13-a) – Taxa de Consumo de Água – Informação Geral Objectivo Determinar a eficiência do consumo de água durante a execução de uma obra. Dados V. água [l] – Consumo de água no período determinado. Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado. Fórmulas Taxa CA V água 100.000 Custo obra Resultado em l/100.000€ Exemplo Consumo de água no mês de Agosto =2 000 l Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 € Taxa CA 2000 100.000 70000 2857l / 100.000€ Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Mensal A-34 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e cálculos Dados Os valores de consumo de água estão registados até ao mês de Abril de 2008. Data Consumo de Água (l) Custo da obra (€) Jul-07 0 782,87 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 6000 35.683,45 420400 920000 758000 24000 118000 168000 194000 334002 2942902 132.151,17 204.277,15 178.073,04 145.304,40 242.793,82 403.711,79 552.555,25 279.682,35 2.175.015,29 Mês A-35 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Consumo de Água Ago-07 Litros 1000000 900000 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 Jul-07 Gráfico Consumo de Água Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (13-b) – Taxa de Consumo de Água – Dados recolhidos e cálculos V água 100.000 Custo obra Cáculo Taxa CA Data Taxa de Consumo de Água (l/100.000€) Jul-07 0 Ago-07 16815 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 318121 450369 425668 16517 48601 41614 35110 119422 135305 Taxa de Consumo de Água 500000 300000 l/€100.000 200000 Taxa de Consumo de Água 100000 A-36 Abr-08 Mar-08 Jan-08 Mês Fev-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Jul-07 0 Ago-07 Gráfico 400000 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (14-a) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Informação Geral Objectivo Determinar a eficiência do consumo de energia eléctrica durante a execução de uma obra. Dados E.Eléctrica kVAl] – Consumo de energia eléctrica no período determinado. Custo obra [€] – Custo da obra no período determinado. Fórmulas Taxa CEE E.Eléctrica Custo obra 100.000 Resultado em kVA/100.000€ Exemplo Consumo de água no mês de Agosto =1 000 kVA Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 € Taxa CEE 1000 100.000 70000 1428kVA / 100.000€ Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Mensal A-37 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados recolhidos e cálculos Dados Os consumos de energia eléctrica estão registados até ao mês de Fevereiro de 2008. Data Consumo de Energia Eléctrica (kVA) Custo da obra (€) Jul-07 0 782,87 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Total 1458 35.683,45 7172 336.428,32 4482 323.377,44 3709 646.505,61 16821 1.342.377,69 Consumo de Energia Eléctrica 8000 7000 6000 Gráfico 5000 kVA 4000 3000 Consumo de Energia Eléctrica 2000 1000 0 Mês A-38 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (14-b) – Taxa de Consumo de Energia Eléctrica – Dados recolhidos e cálculos Cálculo Taxa CEE E.Eléctrica 100.000 Custo obra Data Taxa de Consumo de Energia Eléctrica (kVA/100.000€) Jul-07 0,00 Ago-07 4085,93 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 2131,81 1386,00 573,70 1252,70 Total kVA/€100.000 Gráfico Taxa de Consumo de Energia Eléctrica 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Taxa de Consumo de Energia Eléctrica Mês A-39 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (15-a) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Informação Geral Objectivo Determinar a eficiência do consumo de combustíveis durante a execução de uma obra. Dados Combustível [l] – Consumo de combustíveis no período determinado. Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado. Fórmulas Taxa CC Combustíveis 100.000 Custo obra Resultado em l/100.000€ Exemplo Consumo de combustíveis no mês de Agosto =2 000 l Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 € Taxa CC 2000 100.000 70000 2857l / 100.000€ Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Mensal A-40 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados recolhidos e cálculos Dados Os consumos de combustíveis estão registados até ao mês de Abril de 2008. Data Consumo de combustíveis (l) Custo da obra (€) Jul-07 0 782,87 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 1085 35.683,45 14085 16155 21168 6960 4994 6185 4789 5022 80443 132.151,17 204.277,15 178.073,04 145.304,40 242.793,82 403.711,79 552.555,25 279.682,35 2.175.015,29 Taxa de Consumo de Combustíveis 14000 10000 8000 6000 Taxa de Consumo de Combustíveis 4000 2000 Mês A-41 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 0 Jul-07 l/€100.000 Gráfico 12000 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (15-b) – Taxa de Consumo de Combustíveis – Dados recolhidos e cálculos Cálculo Taxa CC Combustível 100.000 Custo obra Data Taxa de Consumo de Combustíveis (l/100.000€) Jul-07 0 Ago-07 3041 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 10658 7908 11887 4790 2057 1532 867 1796 3699 Consumo de Combustíveis 25000 15000 litros 10000 Consumo de… 5000 Mês A-42 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 0 Jul-07 Gráfico 20000 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (16-a) – Taxa de Consumo de Óleos – Informação Geral Objectivo Determinar a eficiência do consumo de óleos durante a execução de uma obra. Dados Óleo [l] – Consumo de óleos no período determinado. Custo Período [€] – Custo da obra no período determinado. Fórmulas Taxa CO Óleo 100.000 Custo obra Resultado em l/100.000 € Exemplo Consumo de óleos no mês de Agosto =10 l Custo da obra no mês de Agosto = 70.000 € Taxa CO 10 100.000 70000 14l / 100.000€ Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Mensal A-43 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e cálculos Dados Os consumos de óleos estão registados até ao mês de Abril de 2008 . Data Consumo de Óleos (l) Custo da obra (€) Jul-07 0 782,87 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 5 35.683,45 10 25 25 15 30 10 20 15 155 132.151,17 204.277,15 178.073,04 145.304,40 242.793,82 403.711,79 552.555,25 279.682,35 2.175.015,29 Consumo de Óleos 35 30 20 Consumo de Óleos 15 10 5 Mês A-44 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 0 Ago-07 litros Jul-07 Gráfico 25 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (16-b) – Taxa de Consumo de Óleos – Dados recolhidos e cálculos Cálculo Taxa CO Óleos 100.000 Custo obra Data Taxa de Consumo de Óleos (l/100.000€) Jul-07 0 Ago-07 14 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total 8 12 14 10 12 2 4 5 7 Taxa de Consumo de Óleos 16 12 10 8 6 Taxa de Consumo de Óleos 4 2 Mês A-45 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 Nov-07 Out-07 Set-07 Ago-07 0 Jul-07 l/€100.000 Gráfico 14 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (17-a) – Gestão de Resíduos Sólidos – Informação Geral Objectivo Determinar a preocupação ambiental da empresa e verificar se são tomadas medidas eficazes de gestão ambiental. Dados Inquérito ao representante da empresa, a realizar no final de cada ano civil, com a seguinte estrutura e resposta “Sim/Não”. Existem na empresa e são utilizados correntemente procedimentos para: 1. Armazenamento adequado de resíduos 2. Transporte dos resíduos para locais próprios 3. Reutilização dos desperdícios 4. Reciclagem dos desperdícios 5. Separação dos resíduos 6. Equipamento de compactação / trituração de resíduos 7. Dispositivos de tratamento de resíduos PO (Pontos Obtidos) – correspondem ao total de itens assinalados com a opção “Sim” PP (Pontos Possíveis) – correspondem ao total de itens contemplados no inquérito Fórmulas GRS PO 10 PP Resultados numa escala de 0 a 10 Exemplo PO=4 PP=7 GRS 4 10 5,7 7 Directrizes para Análise do Indicador Um maior valor deste indicador na escala de 0 a 10 corresponde à existência de uma maior preocupação com boas práticas ambientais. Periodicidade Mensal A-46 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Impacto Ambiental (17-b) – Gestão de Resíduos Sólidos – Dados recolhidos e cálculos PO (Pontos Obtidos) – correspondem ao total de itens assinalados com a opção “Sim”; PP (Pontos Possíveis) – correspondem ao total de itens contemplados no inquérito. Os resíduos produzidos em obra encontram-se armazenados temporariamente nas frentes de obra ou em depósito temporário. As lamas da fossa séptica estanque são transportadas para a ETAR de S. Brás de Regedouro. Existe no estaleiro administrativo o parque de resíduos (perigosos e não perigosos) e Dados instalados contentores com vista à separação dos resíduos (papel, cartão, vidro e plástico). Não há dispositivo de tratamento de resíduos. Existe equipamento de compactação/trituração de resíduos. Os desperdícios são reutilizados, caso essa opção seja possível, ou enviados para reciclagem no Ecoponto da Câmara Municipal de Évora. Foi dada formação a todos os trabalhadores que entraram em obra relativamente à redução dos impactos ambientais, no que toca à recolha e separação do lixo, à gestão correcta das águas residuais produzidas na empreitada, à minimização da afectação da poluição, à prevenção da contaminação dos solos e dos recursos hídricos e à minimização da emissão de poeiras e poluentes gasosos. 1. Armazenamento adequado de resíduos – Sim 2. Transporte dos resíduos para locais próprios – Sim 3. Reutilização dos desperdícios – Sim 4. Reciclagem dos desperdícios – Sim Cálculo 5. Separação dos resíduos – Sim 6. Equipamento de compactação / trituração de resíduos – Sim 7. Dispositivos de tratamento de resíduos – Não PO=6 PP=7 GRS 6 10 8,57 7 A-47 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Mão-de-Obra e Recursos Humanos (18-a) – Satisfação dos Funcionários – Informação Geral Objectivo Determinar a satisfação dos funcionários administrativos no posto de trabalho. Dados Inquérito aos funcionários administrativos da empresa, a realizar anualmente. Fórmulas Determinação do indicador através da resposta às seguintes questões, utilizando a seguinte escala: 1. Condições das infra-estruturas de trabalho 2. Relação trabalho realizado – remuneração 3. Benefícios fornecidos pela empresa 4. Dispêndio de tempo em acções de formação 5. Relacionamento superior – funcionário 6. Relacionamento funcionário – funcionário 7. Possibilidade de evolução profissional 8. Apreciação da realização pessoal 9. Estabilidade do emprego 10. Opinião global Exemplo – Directrizes para Análise do Indicador – Periodicidade Anual A-48 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos (18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos Inquérito realizado oralmente aos funcionários administrativos da empresa presentes no estaleiro. Inquérito sobre a satisfação dos funcionários da empresa Perguntas Respostas Dados Condições das infra-estruturas de trabalho Relação trabalho realizado – remuneração Benefícios fornecidos pela empresa Dispêndio de tempo em acções de formação Relacionamento superior – funcionário Relacionamento funcionário – funcionário Possibilidade de evolução profissional Apreciação da realização pessoal Estabilidade do emprego Opinião global A-49 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos (18-b) – Satisfação dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos Gráfico Satisfação dos Funcionários 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Satisfação dos Funcionários A-50 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores Mão-de-Obra e Recursos Humanos (19-a) – Taxa de Absentismo dos Funcionários Objectivo Conhecer o tempo médio de ausência ao trabalho dos funcionários, correspondente a faltas não resultantes de acidente. Analisar os motivos que provocam estas faltas e verificar se são ou não justificáveis. Dados a. Número de horas de ausência ao trabalho num período; b. Número de homens-hora trabalhadas. Fórmulas Taxa absentismo horas de ausência ao trabalho 100 N º Homens hora Exemplo Homens-hora trabalhadas = 1920 horas Total de faltas = 5 horas Taxa absentismo 20 100 1000 0,5% Directrizes para Análise do Indicador Espera-se que o valor deste indicador seja muito baixo, caso contrário, devem ser avaliados os motivos de forma a resolver o eventual problema. Periodicidade Anual A-51 Avaliação do Desempenho na Construção Civil Indicadores de Mão-de-obra e Recursos Humanos (19-b) – Taxa de Absentismo dos Funcionários – Dados recolhidos e cálculos As faltas não resultantes de acidentes não foram registadas oficialmente, mas aproximadas a um valor médio de 1 dia de trabalho (8horas) por mês, que vai gerar Data Homens-hora trabalhadas Faltas (h) Jul-07 192 8 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total Média 480 8 1648 2392 2496 1775 2576 2496 2662 2688 19405 1940,5 8 8 8 8 8 8 8 8 80 8 Taxa absentismo 4,00% 1,67% 8,65% 0,87% 2,00% Taxa de absentismo A-52 Abr-08 Mar-08 Fev-08 Jan-08 Dez-07 0,00% Nov-07 0,49% 0,33% 0,32% 0,45% 0,31% 0,32% 0,30% 0,30% Out-07 Ago-07 Set-07 Out-07 Nov-07 Dez-07 Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Total Média Taxa de absentismo Set-07 Jul-07 Taxa de absentismo (%) 4,17% Ago-07 Cálculo e Gráfico Data horas de ausência ao trabalho *100 N º Homens hora Jul-07 Dados seguinte Taxa de absentismo dos funcionários da empresa.