GARDÊNIA BARBOSA DE SOUZA BIBLIOTECAS VIRTUAIS: COMPARAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA FUTURA TAXONOMIA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Ciência da Computação. UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Orientador/Orientadora: Prof. Ms. Frederico de Miranda Coelho BARBACENA 2003 2 GARDÊNIA BARBOSA DE SOUZA BIBLIOTECAS VIRTUAIS: COMPARAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA FUTURA TAXONOMIA Esse trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Ciência da Computação e aprovado em sua forma final pelo Curso de Ciência da Computação da Universidade Presidente Antônio Carlos. Barbacena – MG, 04 de dezembro de 2003. ______________________________________________________ Prof. Ms. Frederico de Miranda Coelho - Orientador do Trabalho ______________________________________________________ Prof. Ph.D. Guido de Souza Damasceno – Membro da Banca Examinadora ______________________________________________________ Prof. Ms. Marcelo de Miranda Coelho – Membro da Banca Examinadora 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, Ns. Sra e os Santos de minha devoção, por tudo. À minha mãe, Inácia e a meu pai, Paulo (in memoriam) por terem proporcionado todos os recursos necessários para concluir minha formação e pelas palavras de estímulo a minha autoconfiança nas horas mais difíceis dessa caminhada. À todos os professores que sempre me ajudaram, pela paciência e compreensão. Aos meus amigos pelo apoio constante. A todos que de alguma forma me ajudaram a concluir essa etapa tão importante. 4 RESUMO As Bibliotecas Virtuais são identificadas como fontes válidas capazes de armazenar informações confiáveis em suas bases de dados, auxiliando com isso, os alunos na educação mediada pela Internet. Nesse trabalho serão comparadas algumas bibliotecas virtuais mais conhecidas, buscando relacionar as características de cada uma e selecionar as mais importantes. Outro aspecto a ser observado em todas as bibliotecas comparadas, é eficiência dos mecanismos de busca, verificando as opções de pesquisa que eles oferecem. À partir desse estudo comparativo poderá ser desenvolvida uma taxonomia para Bibliotecas Virtuais. Palavras-chave: Educação mediada pela Internet, estudo comparativo das Bibliotecas Virtuais, Busca e Taxonomia 5 SUMÁRIO LISTAS....................................................................................................................................................................7 ÍNDICE DE QUADROS........................................................................................................................................8 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................9 1.1 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................................................10 1.2 OBJETIVOS......................................................................................................................................................10 1.3 METODOLOGIA..............................................................................................................................................11 1.4 ORGANIZAÇÃO ..............................................................................................................................................11 2 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................................12 2.1 CONCEITO DE TAXONOMIA.................................................................................................................14 2.2 CONCEITO DE WEB SEMÂNTICA........................................................................................................15 2.3 ESTUDO DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR ............................21 2.3.1 CONSTRUTIVISMO............................................................................................................................22 2.3.2 O CONSTRUTIVISMO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA MEDIADA POR COMPUTADOR..........22 2.3.3 APRENDIZADO SOCIALMENTE DISTRUIBUÍDO .........................................................................23 2.4 CONCEITOS SOBRE BIBLIOTECAS VIRTUAIS..................................................................................24 2.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS BV’S...........................................................................................................29 2.4.1.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS:.........................................................................29 2.4.1.2 SERVIÇO OFERECIDO:.................................................................................................................33 2.4.1.3 QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’s........................................................34 2.4.1.4 O TRABALHO DE MANUTENÇÃO DAS BV’s...............................................................................37 2.4.1.5 A WEBMETRIA ...............................................................................................................................38 2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................40 3. ESTUDO COMPARATIVO DAS BV’s.........................................................................................................41 3.1 BIBLIOTECA VIRTUAL DE EDUCAÇÃO (BVE) .................................................................................42 URL.: HTTP://BVE.CIBEC.INEP.GOV.BR/..........................................................................................................42 3.1.1 CARACTERÍSTICAS DA BVE:...........................................................................................................42 3.1.2 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS: ...................................................................................44 3.1.3 A WEBMETRIA:...........................................................................................................................................47 3.2 BIBLIOTECA DIGITAL BRASILEIRA (BDB) .........................................................................48 URL.: HTTP://WWW.IBICT.BR/BDB........................................................................................................................48 6 3.2.1 CARACTERÍSTICAS DA BDB:...........................................................................................................48 3.2.2 A BDB está dividida em três seções:..................................................................................................49 3.2.3 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAS...................................................................................................53 3.3 BIBLIOTECA VIRTUAL DO SISTEMA QUANTUM................................................................................................54 URL.: http://www.semear.com/quantum/rede/default2.asp........................................................................54 3.4 BIBLIOTECA VIRTUAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (BVED)..........................................................................56 URL: HTTP://WWW.PROSSIGA .BR/EDISTANCIA/................................................................................................56 3.4.2 CARACTERÍSTICAS DA BVED:....................................................................................................................56 3.4.2.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS:.................................................................................58 3.4.2.2 SERVIÇOS OFERECIDOS: ......................................................................................................................58 3.4.2.3 WEBMETRIA:............................................................................................................................................58 3.4.2.4 BUSCAS.....................................................................................................................................................59 3.5 BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTUDANTE BRASILEIRO (BIBVIRT) ....................................................................60 URL.: (http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.html)..............................................................................60 3.5.2 CARACTERÍSTICAS DA BIBVIRT:...............................................................................................................61 3.5.2.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS:.................................................................................62 3.5.2.2 SERVIÇO OFERECIDO:............................................................................................................................63 3.5.2.3) QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’s:.............................................................64 3.6 BIBLIOTECA NACIONAL - BN ................................................................................................................66 Url.: http://www.bn.br/script/fbnmontaframe.asp?pstrcodsessao=3ed4f399-b65b-4a0c-bdd7b8179e10edea)........................................................................................................................................................66 3.6.2 CARACTERÍSTICAS DA BIBLIOTECA VIRTUAL DA BN....................................................................................68 3.6.2.1 As principais categorias e subcategorias da Biblioteca Nacional são:...........................................69 3.6.2.2 FORMAS DE DISPONIBILIZAR MATERIAIS NAS BV’S ..............................................................69 3.6.2.3 SERVIÇOS OFERECIDOS: ......................................................................................................................70 3.6.2.4 Questões que envolvem a construção das BV’s: .........................................................................................71 3.6.3 BUSCA AVANÇADA.............................................................................................................................72 3.6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................73 3.6.5 QUADROS comparativos das bibliotecas virtuais.............................................................................75 4. CONCLUSÕES ...............................................................................................................................................79 4.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS........................................................................................................................81 4.2 TRABALHOS FUTUROS.........................................................................................................................81 5. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................................................84 5. 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................89 ANEXO I...............................................................................................................................................................93 TABELA 1. Principais autores e conceitos sobre BV’s....................................................................................93 ANEXO II.............................................................................................................................................................94 TABELA 2. Formas de disponibilizar materiais nas BVs................................................................................94 ANEXO III............................................................................................................................................................96 TABELA 3. Serviços oferecidos pelas BV’s.......................................................................................................96 ANEXO IV............................................................................................................................................................98 Tabela 4. Questões que envolvem a construção das BV’s................................................................................98 ANEXO V..........................................................................................................................................................100 7 Tabela 4.1. Questões que envolvem a construção das BV’s: Trabalho de MANUTENÇÃO DAS BV’S. .100 ANEXO VI..........................................................................................................................................................101 Tabela 5. Etapas da pesquisa realizada na Webmetria..................................................................................101 LISTAS Figura 1. Camadas da Web Semântica...............................................................................................................21 Figura 2. Evolução Tecnológica da Biblioteca....................................................................................................25 8 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1. Características da BVE..................................................................................................47 Quadro 2. Características observadas na BDB.................................................................53 Quadro 3. Características das BV’s no Sistema Quantum...............................................................................55 Quadro 4. Características da BVED...................................................................................................................60 Quadro 5. Características da BIBVIRT..............................................................................................................66 9 Quadro 6. Características da BN.........................................................................................................................73 Quadro 7. Comparação entre as formas de disponibilizar materiais........................................75 Quadro 8. Comparação entre os serviços oferecidos.........................................................................................76 Quadro 9. Comparação entre as questões que envolvem a construção das BV’s...................................77 Quadro 10. Comparação entre trabalhos de manutenção das BV’s................................................................77 Quadro 11. Comparação entre parâmetros usados de Webmetria...............................................78 Quadro 12. Comparação da Eficiência da Busca...............................................................................................78 1 INTRODUÇÃO A Internet é uma fonte rica em informações e acessível para a consulta. Ela contribuiu decisivamente para a expansão da educação à distância. Contudo, seu crescimento acelerado resultou em pouca produtividade nas consultas realizadas pelos usuários. Nesse sentido, fazem-se cada vez mais necessários mecanismos de busca eficientes capazes de dinamizar a pesquisa na Internet. 10 1.1 JUSTIFICATIVA Grande parte da qualidade de acesso e pesquisa da informação nas Bibliotecas Virtuais (BV’s) está relacionada aos mecanismos de busca existentes. Atualmente, muitas bibliotecas classificadas como virtuais na realidade não possuem características de BV’s. Algumas BV’s são apenas catálogos de links para sites da Internet. Outro problema são os mecanismos de busca que nem sempre retornam pesquisas muito exatas. Logo, tornou-se imprescindível, um estudo comparativo que compare a eficiência dos mecanismos de busca e identifique as reais características que definem as BV’s, para que essas possam realmente auxiliar o aluno, especialmente no aprendizado pela Web. 1.2 OBJETIVOS Os objetivos gerais desse estudo comparativo, são estabelecer padrões para construção de Bibliotecas Virtuais e observar os mecanismos de busca existentes. Os principais objetivos específicos almejados com esse trabalho são: 1) Relacionar os conceitos existentes que definem as bibliotecas virtuais; 2) Selecionar os conceitos mais abrangentes; 3) Identificar as principais características a serem observadas em bibliotecas virtuais; 4) Selecionar entre as bibliotecas virtuais existentes as mais importantes que estejam envolvidas com a educação à distância. 5) Comparar as bibliotecas selecionadas segundo as características identificadas; 6) Observar a eficiência dos mecanismos de busca relacionando os parâmetros constantes em cada um. 11 7) Listar as características mais importantes a serem consideradas na construção de uma futura taxonomia. 1.3 METODOLOGIA Esse trabalho foi desenvolvido utilizando-se como metodologia a pesquisa através da Internet e a comparação das bibliotecas virtuais existentes. A partir das observações e características relacionadas no estudo comparativo, foi proposto o uso das características mais relevantes na construção de um modelo de taxonomia para bibliotecas virtuais. 1.4 ORGANIZAÇÃO Esse trabalho se divide em quatro capítulos, mais referências bibliográficas, trazendo em CD anexos que o complementam. O principal objetivo do Segundo Capítulo é situar o leitor no contexto das bibliotecas virtuais, definindo vários conceitos que irão influenciar diretamente o desenvolvimento do trabalho e portanto tornam importante a compreensão clara dos mesmos. O Terceiro Capítulo, descreve uma comparação feita entre algumas Bibliotecas Virtuais conhecidas, segundo as características e conceitos observados no Segundo Capítulo. Apresenta quadros comparativos destacando as diferenças entre as Bibliotecas Virtuais estudadas e cita como exemplos dois projetos de biblioteca virtuais em desenvolvimento. O Quarto Capítulo apresenta as conclusões, descreve as dificuldades encontradas durante o trabalho e trás comentários sobre trabalhos futuros. Os anexos de I a VI que se encontram ao final desse trabalho, resumem as principais características que definem as BV’s, com intuito de facilitar o entendimento da comparação a ser realizada. 12 Quanto aos títulos, os anexos estão dispostos como segue: Anexo I, Principais autores e conceitos sobre Bibliotecas Virtuais ; Anexo II, Formas de disponibilizar materiais nas Bibliotecas Virtuais; Anexo III, Serviços oferecidos pelas Bibliotecas Virtuais; Anexo IV, Questões que envolvem a construção das Bibliotecas Virtuais; Anexo V, Questões que envolvem a construção das Bibliotecas Virtuais: Trabalho de manutenção das Bibliotecas Virtuais; Anexo VI, Etapas da pesquisa realizada na Webmetria; Nos anexos em CD são apresentadas as bibliotecas virtuais comparadas divididas por categorias e por subcategorias que servirão de base na construção da taxonomia. Quanto aos títulos, os anexos estão dispostos como segue: Anexo VII, Categorias e Subcategorias da Biblioteca Virtual de Educação ; Anexo VIII, Pesquisa simples e pesquisa com termos booleanos na Biblioteca Virtual de Educação; Anexo IX, Informações sobre o funcionamento do Programa de Comutação Bibliográfica ; Anexo X, Como são estruturadas as Bibliotecas no Sistema Quantum de Ensino; Anexo XI, Categorias e Subcategorias da Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro; Anexo XII, Categorias e Subcategorias da Biblioteca Nacional; Anexo XIII, Categorias e Subcategorias do Projeto Gutenberg; e Anexo XIV, Categorias e Subcategorias da Virtual Book Store. 2 DEFINIÇÕES As Bibliotecas Virtuais (BV’s) podem ser consideradas como grandes "repositórios de informações" com o intuito de auxiliar aos usuários aproveitarem melhor as informações disponibilizadas e organizadas na Web [BAX97]. Por essa razão, as BV’s são muito importantes e bastante utilizadas na Educação à Distância mediada pela Web, como uma ferramenta complementar no aprendizado do aluno. No entanto, segundo a literatura, um dos maiores problemas encontrados com relação às bibliotecas virtuais, está na falta de exatidão das buscas realizadas para obter 13 informações, pois muitas vezes as respostas retornadas não são precisas nem muito úteis. O ideal seria que a busca na biblioteca virtual fosse eficiente e precisa, para que pudesse realmente auxiliar o usuário e orientá-lo em sua pesquisa. Um dos requisitos necessários para aumentar a precisão das buscas realizadas nas BV’s é o uso da Web Semântica1, estrutura que permitirá a compreensão e o gerenciamento dos conteúdos armazenados na Web independente da forma em que se apresentem [OLIV03], melhorando o acesso e recuperação de documentos eletrônicos. Por sua vez, são três os elementos que compõe a Web Semântica: a) Representação do Conhecimento (knowledge Representation): Atribui-se um significado aos dados e uma estrutura, de tal forma que seja possível elaborar raciocínio lógico sobre eles [AFON01] ; b) Ontologias (Ontologies): uma ontologia, é uma coleção de informação constituída por um documento que define formalmente as relações entre os termos [AFON01]; c) Agentes (Agents): "um agente é um sistema computacional que está situado em um ambiente e que é capaz de atuar de forma autônoma nesse ambiente com intenção de atingir os objetivos de seu desenvolvedor” [FARI02]. Faz-se necessário, objetivando a melhor compreensão da finalidade desse projeto a definição de alguns conceitos, são eles: conceito de taxonomia, conceitos sobre Web Semântica e sobre os elementos que a compõe: conceito de representação do conhecimento, conceito de ontologia e conceito de agentes. O estudo de outros conceitos relativos aos princípios da educação mediada por computador (E.M.C.), ao conceito de aprendizado socialmente distribuído e ao estudo dos conceitos existentes sobre Bibliotecas Virtuais (BV’s), também são importantes. 1 A Web semântica introduz uma estrutura e um significado aos documentos de forma que toda informação tenha um significado bem definido para ser interpretado por computadores [FARI02] 14 2.1 CONCEITO DE TAXONOMIA A taxonomia é expressa segundo um modelo de features, empregado nas ontologias de domínio, composto por categorias, que devem ser estruturadas de forma hierárquica, em subcategorias, com nível descendente de detalhes e refinamento de termos, com setores, sub-setores e funcionalidades [SANT01]. Uma taxonomia define as classes de objetos e as relações entre eles e quando corretamente definida, preserva o significado específico dos termos de um domínio do conhecimento. É um sistema ordenado de classificação, onde a informação é agrupada de acordo com relacionamentos tidos como naturais (relações de generalização/especialização) [CAMP02]. Uma taxonomia bem construída implica em uma ordem entre os elementos do modelo, proporciona um limite da área de visão possibilitando uma melhor interpretação, reusabilidade e integração, simplificando assim as relações taxonômicas e tornando mais fáceis técnicas rigorosas de análise. Quando mal estruturada possui o efeito contrário, torna os modelos confusos e dificulta a integração e o reuso [NOVE02]. No domínio da Educação mediada pela Internet um dos setores ou sub-setores existente são as Bibliotecas Virtuais [SANT01]. As taxonomias representam a maneira como se organiza classes e subclasses dentro de uma ontologia [NOVE02]. A clareza de uma ontologia é determinada na maneira como as relações taxonômicas estão definidas entre os conceitos. Os esforços em prover uma maior clareza e organização das taxonomias estão se focando na semântica das relações taxonômicas em diferentes tipos de relações (generalização, especialização, sub-sistema hierárquico) [NOVE02]. 15 Portanto, a comparação proposta servirá como base para o desenvolvimento de uma taxonomia que constitui a primeira etapa para o desenvolvimento de um modelo futuro de Bibliotecas Virtuais. 2.2 CONCEITO DE WEB SEMÂNTICA A Web Semântica surgiu para facilitar o acesso à informação através da estruturação e da representação semântica dos dados, aumentando assim a eficiência e precisão nas pesquisas efetuadas pelos usuários [FARI02]. A Web Semântica é uma extensão da Web atual, foi idealizada por Tim BernersLee, que também conceitualizou a WWW (World Wide Web), URI’s (Uniform Resource Identifier, são identificadores da Web utilizados para identificar itens), http (Hyper Text Transfer Protocol) e HTML (Hypertext Markup Language). Atualmente, Berners-Lee integra um grupo de pesquisadores reunidos no World Wide Web Consortium ou W3C, hospedado no Massachusetts Institute of Tecnhology, Laboratory for Computer Science, nos Estados Unidos [FARI02]. A Web Semântica introduz uma estrutura e um significado para permitir a evolução de uma rede de documentos para uma rede de dados, na qual toda a informação tem um significado bem definido, para ser interpretada por computadores (agentes computacionais) aumentando assim a capacidade das máquinas de trabalhar em cooperação com as pessoas facilitando, com isso, o entendimento dos humanos [FARI02]. O grande desafio que se coloca perante os investigadores da Web Semântica é o de criar uma linguagem que permita, simultaneamente, expressar o significado dos dados e definir regras para raciocinar sobre os dados e, em complemento, permitir que regras existentes em sistemas de representação do conhecimento, atualmente existentes, possam ser exportadas para a World Wide Web [AFON01]. Na proposta de desenvolvimento da Web Semântica [BERN01] é sugerida uma arquitetura de três camadas [FARI02]: 16 Camada Esquema ( Schema Layer) Essa é a camada que estrutura os dados e define seu significado. A Representação do Conhecimento (knowledge Representation) é o primeiro passo em direção à Web Semântica. É necessário que os dados sejam estruturados e que sejam atribuídos significados, para que seja possível elaborar um raciocínio lógico [FARI02]. A representação do conhecimento para existir depende que três condições sejam satisfeitas [FARI02]: a) A interoperabilidade estrutural, provê a representação para modelos de dados distintos, permitindo especificar tipos e possíveis valores para cada forma de representação de dados; b) A interoperabilidade sintática, provê regras precisas para promover o intercâmbio dos dados na Web; c) A interoperabilidade semântica, que possibilita a compreensão dos dados e suas associações com outros dados. As duas tecnologias atualmente utilizadas no desenvolvimento da Web Semântica são: XML (eXtended Markup Language) e RDF (Resource Description Framework) [FARI02]. A linguagem XML consiste em um padrão utilizado para marcação de documentos que contém informações estruturadas, ou seja, documentos que contém uma estrutura clara e precisa da informação que é armazenada em seu conteúdo [FARI02]. O RDF é a base para o processamento de metadados (dados que descrevem o conteúdo, estrutura, representação e contexto de algum conjunto de dados) e providencia a interoperabilidade entre as aplicações, que trocam informações na Web [FARI02]. 17 A sintaxe do RDF utiliza a linguagem XML para expressar o significado da informação. Conseqüentemente, o XML e o RDF são complementares. O XML, define uma estrutura, o RDF permite expressar o significado associado aos dados [FARI02]. Camada Ontológica (Ontology Layer) Uma ontologia designa a faceta semântica da representação dos seres, dos entes, aquilo que se convenciona chamar de assuntos, conteúdos temáticos dos registros sobre a realidade [OLIV03]. A ontologia seria então, como uma especificação de uma conceituação. A Ontologia, na Web Semântica estabelece uma ligação terminológica entre membros de uma comunidade podendo ser esses membros, agentes humanos ou máquinas [OLIV03]. A vantagem das Ontologias de domínio é que elas permitem a reutilização e o compartilhamento de um vocabulário comum entre softwares das mais diversas origens, permitindo assim uma classificação mais precisa das aplicações (softwares) do domínio [CAMP02]. Para construção de uma ontologia são utilizados os seguintes objetos: Entidades, que descrevem conceitos sobre um domínio e os representam logicamente; Atributos, que descrevem as prioridades das entidades; Relações, que descrevem as ligações entre entidades e atributos e Restrições, que são condições que o projetista impõe sobre as entidades, atributos, ou relações [FARI02]. Uma ontologia reúne uma taxonomia (que define classes e subclasses de objetos, e as relações entre eles) e um mecanismo para inferência (conjunto de regras de inferência). O mecanismo de inferência é assegurado pelas noções da herança e hierarquia de classes [SANT01]. Um conjunto de regras de inferência fornecem o poder de manipulação dos objetos das classes: utilizando raciocínio lógico, a definição dos objetos e as relações entre eles, é possível a um agente computacional "extrair conclusões" que sejam úteis para o ser humano [AFON01]. 18 O uso de ontologias visa capturar o conhecimento declarativo do domínio e fornecer uma compreensão desse, possibilitando o reuso e o compartilhamento através de aplicações em grupos [NOVE02]. Ontologias apresentam grandes vantagens como [NOVE02]: a) Colaboração: possibilitam o compartilhamento do conhecimento entre os membros interdisciplinares de uma equipe. b) Interoperação: facilitam a integração da informação, especialmente em aplicações distribuídas; c) Informação: podem ser usadas como fonte de consulta e de referência do domínio; d) Modelagem: as ontologias são representadas por blocos estruturados que podem ser reusáveis na modelagem de sistemas no nível de conhecimento [NOVE02]. As ontologias podem expressar regras permitindo a um programa deduzir significados da informação guardada no documento, ou seja, permitem manipular os termos de uma maneira mais útil e eficiente [FARI02]. As ontologias possuem relações de equivalência, que resolvem o problema de existirem palavras sintaticamente diferentes, mas similares semanticamente, ou seja, palavras escritas diferentes, mas que possuem significados similares [FARI02]. Camada Lógica (Logic Layer) A camada lógica é composta por um conjunto de regras de inferência que os agentes poderão utilizar para relacionar e processar a informação [FARI02]. As regras de inferência fornecem aos agentes computacionais o poder de raciocinar sobre as estruturas de dados (termos e seus significados) que estão definidas na camada esquema e de raciocinar sobre os relacionamentos entre conceitos dessas estruturas (objetos) definidas na camada ontológica [AFON01]. 19 Os agentes possuem algumas características que os distinguem: têm autonomia (operam, tomam decisões sem intervenção externa), têm reatividade (são ativos, percebem o seu ambiente e agem), têm comportamento colaborativo, possuem objetivos (metas), são flexíveis, sociáveis e têm capacidade de aprender [FARI02]. Os agentes computacionais serão capazes de “compreender” o significado e relação entre os objetos, com base em ontologias, e de obter resultados que contenham significado utilizando regras de inferência definidas na logic layer. Deverão também ser capazes de trocar entre si dados, resultados dos processamentos dos dados e o detalhe do raciocínio realizado (proofs) [AFON01]. No contexto da Educação à Distância mediada pela Web, tanto no aprendizado socialmente distribuído pela Internet quanto nas BV’s os dois tipos de agentes mais adequados são os agentes de interface e os de informação [CAMP02]. Os agentes de interface podem ser conhecidos também como agentes capazes de aprender ou assistentes pessoais, isto é, eles enfatizam a autonomia e o aprendizado para executarem tarefas para seus donos. Esse tipo de agente atua normalmente em background (segundo plano), analisando as ações do usuário, encontrando padrões repetitivos e automatizando esses padrões com a aprovação do usuário [COST99]. Essencialmente, agentes de interface suportam e providenciam assistência, tipicamente para o usuário aprender a usar uma aplicação em particular, como um sistema operacional, por exemplo. O agente observa o usuário e monitora suas atividades na interface, aprendendo maneiras novas de executar tarefas, e sugerindo maneiras melhores de executá-las [COST99]. Atualmente, há um grande número de aplicações na Internet que dizem possuir a habilidade de aprendizado. Normalmente, esses agentes estão relacionados com recomendação de serviços, tais como livros ou músicas [COST99]. Os Agentes de Recuperação de Informação são capazes de buscar informação de uma forma inteligente. É importante notar que esses agentes não devem ser confundidos 20 com simples mecanismos de busca utilizados na Internet. O objetivo não é simplesmente encontrar informações que satisfaçam um conjunto de palavras-chave, mas espera-se que esse tipo de agente possa reconhecer padrões de informação e encontrar aquelas mais relevantes. Além disso, esse agente deve poder operar em modo autônomo, realizando filtragens e em alguns casos aplicando inferências. Nesse caso, o agente consegue transformar pedaços de informação em conhecimento altamente produtivo para seu usuário. Esses agentes têm ampla aplicação em organizações que possuem grande volume de informação espalhada geograficamente ou em vários bancos de dados [COST99]. Um ponto chave para construção de máquinas de busca relaciona-se com agentes de software. A tecnologia de agentes inteligentes tem sido utilizada em diversas aplicações, como filtros de mensagens, mecanismo para recuperação de informação na Web, educação e comércio eletrônico [CAMP02]. A Figura 1 foi adaptada de [FARI02] com intuito de ilustrar a precedência da taxonomia em relação às outras camadas e ilustra a arquitetura da Web Semântica: Motor de Busca Interface de Conversação WEB SEMÂNTICA LÓGICA: REGRAS DE INFERÊNCIA ONTOLOGIA TAXONOMIA RDF e XML Motor Heurístico 21 Figura 1. Camadas da Web Semântica Na Figura 1, o Motor de busca conduz o usuário para os resultados pretendidos de forma rápida e eficaz. Normalmente consiste num programa de pesquisa booleana, ou seja, que admite os operadores AND, NOT, OR, e o uso de asterisco (*) nas buscas efetuadas. Figura 1 - Arquitetura da Web Semântica A Interface de conversação pode ser entendida como a aparência do ambiente que é visualizado pelo usuário. É a forma como se representam as informações (recursos, dados sobre o ambiente e outras características) de um site, p. ex., para ser apresentado as pessoas. Já o Motor Heurístico através da manipulação das informações fornecidas pelo usuário, gera alternativas para pesquisa buscando soluções aproximadas àquelas esperadas pelo usuário. 2.3 ESTUDO DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR As novas tecnologias, altamente interativas, permitiram o surgimento dos sistemas de EDMC – Educação à Distância Mediada por Computador, que põem em discussão a eficiência pedagógica do sistema educacional convencional, baseado no uso exclusivo da sala de aula, totalmente síncrono, ou seja, exigindo presenças físicas e simultâneas de instrutor e alunos. O uso do ferramental pedagógico atualmente disponível pela EDMC permite o oferecimento de condições assíncronas de aprendizado, ou seja, aulas disponibilizadas por home pages, avaliações de trabalhos através de correio eletrônico (e-mail), são exemplos, que podem, e devem, ser combinados parcialmente com o ferramental do sistema convencional, 22 esse em menor escala, permitindo uma combinação estreita de grande flexibilidade e alta eficiência no aprendizado final [LOYO98]. 2.3.1 CONSTRUTIVISMO O construtivismo é uma abordagem pedagógica na qual, não é o professor que ensina, mas sim o aluno que aprende. Esta abordagem baseia-se numa ação tutorial do professor que, ao invés de ensinar, induz o aluno a “aprender-a-aprender” através da busca orientada do conhecimento que o aluno necessita. É uma abordagem que depende intensivamente de fontes generosas de informação, hoje garantidas pelo gigantesco universo informativo disponível na Internet [LOYO00]. A característica mais significativa dessa abordagem pedagógica pode ser resumida como apresentado abaixo [LOYO00]: Abordagem Construtivista Interação Aluno-Professor e Aluno-Aluno : Elevada Estímula à Busca de Conhecimento/Informação (Pesquisa) : Elevado 2.3.2 O CONSTRUTIVISMO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA MEDIADA POR COMPUTADOR A Educação a Distância Mediada por Computador (EDMC) baseia-se fortemente na abordagem pedagógica construtivista, já que a mesma se presta a ser aplicada com maior eficiência em relação às metodologias presenciais convencionais. Dessa forma, estimulam-se diversas características de aprendizado atualmente exigidas pela educação em geral e particularmente pela moderna educação continuada profissional, uma vez que o foco é orientado ao binômio aluno/aprendizado, ao invés do binômio convencional professor/ensino. Esta abordagem permite liberar o aluno das restrições impostas pelo “conhecimento pronto” (apostilas, p. ex.), passando a levá-lo a buscar, de forma orientada, e com um certo grau de autonomia, o conhecimento/informação de que realmente precisa [LOYO00]. 23 As conseqüências são diversas e positivas, tais como estimular o uso do método de pesquisa, induzir o trabalho em grupo e permitir a articulação entre teoria e prática (cuja falta é tão criticada no ensino convencional) [LOYO00]. Portanto, na EDMC que possui sua base fortemente relacionada à abordagem pedagógica construtivista, ensina-se ao aluno buscar o próprio conhecimento ao invés de esperar que o professor lhe traga respostas prontas. 2.3.3 APRENDIZADO SOCIALMENTE DISTRUIBUÍDO O Aprendizado Socialmente Distribuído representa as novas possibilidades surgidas com a Internet e a globalização da informação [BARA99]. A Internet é usada por pessoas em diferentes partes do mundo, de diferentes culturas, formação, individualmente ou em organizações [BARA99]. O poder e potencial da Internet na Educação, não somente para os estudantes, mas em relação à própria formação de professores é enorme. Como a Internet facilita, o acesso a toda a produção intelectual disponível na rede, ela é, junto com a facilidade de trabalhar com um grupo de pessoas sem o ônus de reuni-las em um mesmo lugar e na mesma hora, um instrumento perfeito para a atualização de conhecimentos em todos os níveis. [BARA99]. Sem dúvida, o uso da Internet representa o ponto mais avançado da aplicação das novas tecnologias para fins educativos, não apenas no sentido de hardware e software. Ela pode ser vista como um enorme supermercado de informações, em que o que se procura pode ser “puxado” no momento em que se deseja. Isso pode acontecer tanto no nível individual quanto nas atividades em grupo organizadas para o mesmo fim [BARA99]. A disponibilidade de acesso à informação é talvez o elemento mais impressionante da Internet. Qualquer pessoa com acesso à Internet pode localizar programas, arquivos de dados e documentos de interesse e fazer o download [BARA99]. 24 Outro tipo de facilidade permite que usuários da Internet possam contatar um computador remoto como se eles estivessem diretamente conectados a esse computador e usar recursos dessa máquina. Um exemplo bastante poderoso desse tipo de função é a consulta a bibliotecas, a partir de acesso remoto às respectivas máquinas [BARA99]. 2.4 CONCEITOS SOBRE BIBLIOTECAS VIRTUAIS Atualmente, o volume de informações disponibilizados na Internet é imenso e a cada dia novas bases para fornecê-las são criadas e periodicamente atualizadas [OHIR02]. Porém, o acesso feito pelos usuários a esta vasta coleção de dados, disponibilizados através da interconexão de redes de computadores, não acontece necessariamente de forma simples e rápida. Existem ainda muitos problemas com relação a encontrar e filtrar os dados solicitados com precisão, retornando resultados válidos e atualizados [OHIR02]. As Bibliotecas Virtuais podem ser consideradas como uma alternativa válida para organizar as informações dispersas na Web [OHIR02]. No momento, não apenas no Brasil, mas no mundo todo, existe muita discussão sobre a definição das bibliotecas, chamadas bibliotecas do futuro [OHIR02]. Cunha enfatiza que, em todas as épocas, as bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da informação. A passagem dos manuscritos para a utilização de textos impressos, o acesso a bases de dados bibliográficos armazenados nos grandes bancos de dados, o uso do CD-ROM e o advento da biblioteca digital, no final dos anos 90, altamente dependente das diversas tecnologias de informação, demonstram que nos últimos 150 anos, as bibliotecas sempre acompanharam e venceram os novos paradigmas tecnológicos. Cunha analisa a evolução das bibliotecas, agrupando-as em Era I - tradicional Moderna; Era II - Automatizada; Era III - Eletrônica; Era IV - Digital e Virtual . Para ele 25 "bibliotecas digitais são simplesmente um conjunto de mecanismos eletrônicos que facilitam a localização da demanda informacional, interligando recursos e usuários.” A Figura 2 adaptada de [CUNH00] ilustra a Evolução Tecnológica da biblioteca: Sobre a Figura 2 é válido comentar que a única alteração que a representação ilustrada poderá vir a sofrer será a adição de uma próxima Era VI, com o surgimento da Biblioteca Universal, a qual, seria uma junção dos outros modelos ilustrados. Seria a união dos acervos reais e virtuais, seus paradigmas estariam ligados à realidade e a virtualidade, seus objetivos passam do processo impresso, para os processos impressos, visuais, audiovisuais, orais, tatual, multimídia e virtual, respeitando uma existência pacífica entre todos os tipos de suportes [MART01]. Alguns autores consideram os termos biblioteca eletrônica, digital e virtual, praticamente como sinônimos. Essa visão pode ser observada no comentário feito em [CUNH99] quando diz "a biblioteca digital é também conhecida como biblioteca eletrônica 26 (termo preferido dos britânicos), biblioteca virtual (quando utiliza os recursos da realidade virtual), biblioteca sem paredes e biblioteca conectada a uma rede" [CUNH99]. Levacov expõe três diferentes opiniões que definem conceitos distintos para as BV’s, exemplificando com isso as várias posturas que o tema BV’s têm suscitado. O primeiro conceito mostra que, para alguns, essas bibliotecas representam apenas a troca de informações por meio da mídia eletrônica e pode envolver uma grande variedade de aplicativos que vão desde caracteres ASCII até áudio e animações. Num segundo conceito, percebido por outros, a BV significa a possibilidade de criar uma rede mundial que funcione como um grande depositário (potencialmente infinito) de todos os documentos da humanidade, arquivados em uma estrutura universal de dados relacionados de modo associativo com outros documentos afins (Projeto Xanadu - Ted Nelson). Existem ainda outros, para os quais a BV desperta um grande medo devido a obsolência do bibliotecário, principalmente com o desenvolvimento de interfaces inteligentes que auxiliam os usuários na recuperação de informações on-line [ROOK93] . Levacov, ressalta também o surgimento de novos conceitos no que refere ao "lugar" e o "tempo". O conceito de lugar torna-se secundário, tanto para os bibliotecários como para os usuários; onde o documento reside não é mais importante, o que passa a ser importante é o acesso e confiabilidade da informação. O conceito de tempo também se altera: a instantaneidade passa a ser a palavra de ordem [LEVA97]. O documento poderá estar em qualquer lugar a qualquer hora. Zang define o conceito digital como uma forma de apresentação do acervo. O acervo pode ser digital, nas diferentes formas de mídia: disquete, disco rígido, fita e disco compacto. Tem-se, pois, uma biblioteca digital quando o acervo, ao invés de impresso em papel, for gravado em mídia eletrônica [ZANG00]. Em seguida, Zang, conceitua uma biblioteca como virtual quando não existe como ambiente físico, e é real, como acervo, quando pode-se ter acesso físico ao seu conteúdo. Esse acesso, entretanto, pode ser remoto - via Internet - ou local. O acesso local, por sua vez, pode 27 ser intermediado por fichário, que pode ser em papel e balcões com gavetas, ou por meio eletrônico, com programa de consulta e cadastramento de obras [ZANG00]. Rooks define que o preceito mais fundamental da BV é a aplicação universal de computação avançada de alta velocidade e capacidades de teleprocessamento para o acesso e entrega de recursos. E, levada ao seu último termo, a BV é apenas mais um meio encontrado por publicadores, comunidades escolares e outras para tornar disponíveis as informações com objetivo de ampliar as fontes de conhecimento, mas não é algo a ser temido pelos bibliotecários. É apenas mais uma ferramenta a ser usada para servir aos usuários, com a qual os bibliotecários precisam se adaptar [ROOK93]. Pereira apresenta mais uma vez o conceito de Rooks enfatizando-o como o mais aceito [PERE95]. Seguindo o mesmo caminho, Rezende, destaca que o conceito de biblioteca virtual está relacionado com o conceito de acesso por meio de redes a recursos informacionais disponíveis em sistemas de base computadorizada, criando a oportunidade de melhoria da qualidade dos serviços e produtos da biblioteca que devem visar à eficiência, à qualidade, ao serviço orientado ao usuário e ao retorno de investimento, mesmo que de forma indireta, otimizando a prestação de serviços da empresa em questão [REZE00]. Comenta também que, para os usuários, essa nova biblioteca é uma perspectiva de aumentar a rapidez ao acesso aos materiais, selecionado-os da imensidão de documentos disponíveis, eliminando as visitas físicas em excesso à biblioteca, usando as bibliotecas de suas próprias mesas, onde os materiais estarão sempre disponíveis [REZE00]. Marchiori apresenta conceitos distintos sobre bibliotecas virtuais, eletrônicas e digitais [MARC97]. Para Marchiori a Biblioteca digital difere das demais porque a informação que ela contém existe apenas na forma digital, podendo residir em meios diferentes de armazenagem, como as memórias eletrônicas (discos magnéticos e óticos). Dessa forma, a biblioteca digital não contém livros na forma convencional e a informação pode ser acessada, em locais específicos e remotamente, por meio de redes de computadores. A grande vantagem da informação digitalizada é que ela pode ser compartilhada instantânea e facilmente com um custo relativamente baixo [MARC97]. 28 Marchiori classifica a biblioteca eletrônica como o termo que se refere ao sistema no qual os processos básicos da biblioteca são de natureza eletrônica. A biblioteca eletrônica se direcionará para ampliar o uso de computadores na armazenagem, recuperação e disponibilidade de informação, podendo envolver-se em projetos para digitalização de livros [MARC97]. Já a biblioteca virtual é conceitualizada como um tipo de biblioteca que, para existir, depende da tecnologia de realidade virtual [MARC97]. Poulter considera que esse tipo de biblioteca seria uma biblioteca de realidade virtual. Para ele, o conceito de biblioteca virtual está relacionado ao conceito de acesso por meio de redes, a recursos de informação disponíveis em sistemas de base computadorizada, normalmente remotos, e que uma biblioteca de realidade virtual funciona como uma nova forma de catálogo on-line de acesso publico (OPAC), construída utilizando-se a tecnologia de realidade virtual [POUL94]. No que se refere ao termo biblioteca digital, parece haver um certo grau de concordância entre os autores que consideram, nesse caso, a existência da informação apenas na forma digital [OHIR02]. O Prossiga destaca que há uma necessidade crescente de mecanismos que favoreçam ao usuário final o acesso a informações e dados disponibilizados na Internet, relevantes para o desenvolvimento de suas atividades. O Prossiga (Programa de Informação para Pesquisa) é uma iniciativa pioneira no Brasil do CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) baseada no uso da Internet para o incremento da produção científica brasileira e da informação, integrando esforços para tornar essa informação nacional disponível na rede mundial [PROS97]. E conceitua Biblioteca Virtual como um conjunto de links para documentos, softwares, imagens, bases de dados, entre outras, disponíveis na Internet, organizados em categorias de informação ou por áreas temáticas, de maneira estruturada, de forma a possibilitar que o usuário encontre a informação que considera relevante [PROS97]. 29 Nesse contexto as Bibliotecas Virtuais se constituem em verdadeiros catálogos que dão acesso a informação especializada e são produzidas em parceria com instituições que tenham vocação política e competência para tal e que se disponham a assumir a continuidade do empreendimento [PROS97]. Para essas instituições, o Prossiga assegura treinamento e assistência técnica [PROS97]. Um conceito mais completo dado pelo Prossiga sobre BV’s encontra-se em [PROS03], onde uma BV é definida como um serviço de informação especializada que reúne em um único espaço virtual, informações dispersas, capturadas da Rede e de outras ambiências (livros, artigos, teses, entre outras), que são integradas de acordo com normas, padrões, metodologias e tecnologias comuns, organizadas em forma de base de dados e disponibilizadas na Internet. Os conceitos apresentados sobre BV definidos por [ROOK93] e por [PROS97], serão a base no desenvolvimento da taxonomia sobre BV’s proposta nesse projeto, pois são os dois conceitos mais abrangentes. Os termos BV ou BV’s serão usados para denominarmos o termo Biblioteca Virtual (is). No Anexo I encontra-se uma tabela onde estão resumidos os autores e os conceitos por eles definidos sobre BV’s. 2.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS BV’S 2.4.1.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS: a) Catálogos: Em 1969, prevendo que as BV’s utilizariam os computadores para armazenar e ordenar seus catálogos e, achando também, que seria desperdício reproduzir infinitas vezes os mesmos dados, Frederick Kilgmore, criou o consórcio de bibliotecas acadêmicas de Ohio, um catálogo cooperativo e compartilhado, intitulado OCLC (Ohio Colleges Library Center) [LEVA97]. 30 Com o advento da Internet, surgiram outros tipos de documentos para serem processados pelos serviços técnicos, por exemplo, as páginas iniciais (home pages) e os periódicos eletrônicos. Na prática, essas novas fontes são verdadeiras obras de referência, cuja importância cresce a cada dia. Elas, porém, trazem também novas questões para a catalogação formal [CUNH00]. Na Internet, as URLs mudam constantemente, os títulos são alterados e os arquivos deixam de ser armazenados nos servidores [CUNH99]. Em decorrência disso, muitas bibliotecas somente catalogarão aquelas fontes consideradas de qualidade ou que possuam uma certa segurança de acesso e confiabilidade. Assim, os técnicos responsáveis pelo processamento desses documentos virtuais deverão fazer conferências regulares quanto à acuidade dos dados e à permanência das hiperligações [CUNH00]. A tarefa de catalogação tende a ficar restrita a grandes bibliotecas ou àquelas muito especializadas. Será comum o downloading do registro catalográfico para o catálogo local, o qual terá as ligações (links) para as bibliotecas hospedeiras dos documentos digitais. O armazenamento digital amplia as possibilidades de pontos de acesso a um determinado documento [CUNH00]. Atualmente, os catálogos eletrônicos on-line, conhecidos na Internet como OPACs (Online Public Access Catologs) tornaram-se comuns e de acordo com a interface que possuam, possibilitam buscas variadas independente do local e hora de acesso [LEVA97]. b) Tipos de Indexação: A informação (dinâmica e em permanente mudança ou expansão como é a do ciberespaço) exige a criação de documentos não estáticos (hipertextos2), onde as âncoras para novas informações possam ser constantemente refeitas e a navegação entre recursos tão heterogêneos seja o mais "natural" possível [LEVA97]. Uma vez que, o hipertexto é um texto não-linear, sem ponto fixo de entrada e de saída, sem uma hierarquia pré-determinada, sempre expansível e literalmente sem limites, que tem como componentes básicos as ligações, os nós e as âncoras [RICA02], as estruturas hipertextuais de catalogação, arquivamento e recuperação da informação criam, 2 (O hipertexto consiste de textos escritos não-seqüencialmente que permitem ao leitor escolher múltiplos caminhos e acessar informações em cadeia através da tela do computador em tempo real [NELS67]) 31 provavelmente, novas estruturas mentais e maneiras de construir e pensar sobre o conhecimento. Portanto as formas hipertextuais podem representar um aumento da própria capacidade intelectual humana [LEVA97]. Antes do armazenamento digital ser possível, as descrições mínimas sobre uma obra, restringiam-se a dados sobre o autor, título e alguns cabeçalhos de assunto. Atualmente, dezenas de termos de indexação podem ser incluídos e, também, diversos níveis de representação do documento. Tais características agregam, um alto grau de flexibilidade e qualidade na busca e recuperação da informação[CUNH00]. Pois as várias partes de um mesmo documento podem ficar hospedadas em computadores diferentes, e serem resgatadas pelo usuário, sem dificuldades, por exemplo, se o documento possuir um arquivo de imagem e um arquivo de áudio, o acesso ao documento poderá ser feito pelo seu título, por partes do conteúdo textual do mesmo, ou ainda por meio desses arquivos de imagem e som. c) Periódicos: O periódico eletrônico pode ser acessado de diversas maneiras. Em nível local, por meio de CD-ROM; em nível remoto, consultando-se o acervo digital localizado em uma outra biblioteca, consórcio ou empresa provedora de documentos ou mesmo sítios (sites) na Internet [CUNH00]. Podem ser encontrados sob a forma de arquivos de imagens ou como produtos totalmente codificados em linguagens como a HTML (Hypertext Markup Language) [CUNH99]. As aquisições de periódicos impressos pelas bibliotecas devem ser baseadas em condições tais que eles somente sejam privilegiados nos casos em que a imagem digitalizada contida neles não possui alta qualidade, ou, quando as duas versões impressa e digital, tenham conteúdos substancialmente diferentes, do contrário a ênfase deve ser dada à aquisição dos periódicos eletrônicos [CUNH00]. O aumento da velocidade de transmissão de dados e o crescimento de acervos digitais facilitarão a rápida identificação e o acesso ao texto integral do documento. Existe um custo associado ao pedido de artigos em grande volume em decorrência do downsizing (reduções que os serviços de desenvolvimento e aquisição de coleções podem sofrer) do acervo local. O dinheiro gasto com a encomenda de artigos é relevante. Porém, uma boa maneira de precisar a relevância dos gastos é compará-los com os custos de assinatura de 32 periódicos que podem incluir centenas de artigos irrelevantes ou de títulos de pouca utilização [CUNH00]. d) E-Books: O Projeto Gutenberg, é talvez, a mais conhecida das diversas iniciativas de disponibilizar na Internet (através de trabalho voluntário e de doações) os textos completos (Full-Text) de livros cujos direitos autorais encontram-se vencidos. Esses documentos são disponibilizados em ASCII, uma vez que conforme observa Michael Hart, o organizador do projeto, "sistemas operacionais e programas se obsoletizam, mas texto em ASCII não" [LEVA97]. e) Acesso e Downloads (Pago/Gratuito): Nas BV’s determinados itens demandados pelos usuários podem estar armazenados em outras BV’s e, nem sempre estão disponíveis sem custo. As bibliotecas virtuais irão requerer dos usuários mais autorizações e pagamentos para os detentores dos direitos autorais numa maneira que nunca foi imaginada no mundo não digital. Haverá necessidade de pagamento pelo acesso e transmissão da informação. Esses custos poderão ser subsidiados, total ou parcialmente pela biblioteca ou pagos integralmente pelo usuário [CUNH99]. Nos anos 80 com a existência de centenas de bibliotecas utilizando os catálogos em linha (Opac) e dos catálogos coletivos de livros e periódicos (OCLC, por exemplo), houve enorme crescimento dos pedidos de empréstimo entre bibliotecas de obras disponíveis em outras regiões. Entretanto, com o advento da BV, essa atividade de comutação bibliográfica deixou de ser um mero mecanismo de suprir falhas do acervo para se transformar em uma das áreas básicas da organização bibliotecária [CUNH99]. No que se refere ao tamanho do acervo o que passa agora a ser importante não são os milhões de itens do acervo, mas as opções para acessar a informação demandada. Para caracterizar uma biblioteca, o diferencial mudará do tamanho do acervo para o tamanho das verbas disponíveis para o acesso [CUNH99]. No Anexo II encontra-se uma tabela, na qual, estão resumidas as características das BV’s quanto às formas de disponibilizar os materiais. 33 2.4.1.2 SERVIÇO OFERECIDO: - Referência: Anos atrás, discutiu-se muito a respeito do provável desaparecimento do bibliotecário de referência, tendo em vista a possibilidade de o usuáriofinal, ter acesso total a informação digital. Mas, considerando a situação precária dos mecanismos de busca existentes na WWW (World Wide Web) de recuperar informações relevantes, parece que o intermediário da informação ainda tem muito que fazer [CUNH00]. No futuro "balcão" de referência eletrônica, existirá um programa de computador, o "agente inteligente", o qual extrairá palavras-chave da expressão de busca elaborada pelo usuário remoto. Os resultados apresentados pelos agentes possuem um grau de relevância para cada item recuperado. O usuário pode, então, assinalar o que deseja: referência bibliográfica, resumo, sumário ou o texto completo. Finalmente o pedido do usuário é encaminhado para o seu computador ou caixa postal eletrônica [CUNH00]. A seguir são descritos alguns serviços de referência, oferecidos pelas BV’s: a) Grupos de Discussão: Na Internet, o grupo de discussão passou a executar algumas tarefas típicas do serviço de referência: aqueles participantes que lançam perguntas sobre determinado assunto, muitas vezes, recebem, rapidamente, respostas dos participantes da lista [CUNH99]. b) Correio Eletrônico: tornou-se mais um canal de comunicação para a biblioteca, junto aos seus usuários, que passaram a ter a possibilidade de enviar perguntas e/ou solicitações as mais diversas. Porém, para que essa modalidade de comunicação funcione bem, é vital, que a mesma seja integrada as rotinas normais, devendo ser dada responsabilidade a um bibliotecário para verificar as mensagens, direcionar os pedidos e enviar as respostas [LEVA97]. O correio eletrônico é um meio de comunicação rápido, simples e barato. Pode-se, por meio dele, enviar lista de livros novos, perfis de usuários e cópia de documentos. O usuário não precisa se deslocar até o prédio da biblioteca para solicitar determinados serviços 34 e, além disso, espera que o tempo de resposta por parte do serviço de referência seja menor [CUNH99]. c) Videoconferência: A videoconferência permite uma interação em tempo real entre os participantes; assim, essa tecnologia pode ser usada para treinamento à distância ou mesmo para resolver questões de referência. O bibliotecário, nesse caso, pode usar com facilidade a técnica de refinamento da questão, melhorando a relevância da recuperação e tomando menos tempo do usuário que poderá estar a quilômetros de distância [CUNH00]. d) Prateleiras Virtuais: Atualmente um estudante pode tranqüilamente encontrar o material de pesquisa em uma prateleira fictícia (em uma prateleira virtual as informações são organizadas em catálogos online, reunindo coleções fisicamente dispersas que remetem a textos hipertextualmente referenciados) de uma biblioteca alocada no ciberespaço, o qual, se constitui em um verdadeiro "oceano de informações" em constante crescimento disponíveis ao usuário [LEVA97]. No Anexo III encontra-se uma tabela, na qual, encontram-se resumidas as características das BV’s quanto aos serviços oferecidos: 2.4.1.3 QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’S a) Digitalização do Acervo: Na implantação de coleções digitais, muitas bibliotecas procuram no ambiente externo aquelas fontes de informação que poderão ser úteis para seus usuários. Outras selecionam documentos isentos de direitos autorais, digitalizam seus conteúdos e os colocam à disposição de sua comunidade. Isto tem sido feito principalmente com obras raras e manuscritos, e, após a existência do documento digital, a preservação do original poderá ser feita a custos menores e com possibilidade de ampliar suas disponibilidades. 35 b) Poucos Recursos para Digitalização do Acervo: (Poucas Verbas): Alguns aspectos relacionados a dificuldade de digitalização do acervo, que atinge não só o Brasil mas o mundo deve-se ao fato de que a grande maioria das BV’s não está preocupada com a digitalização do farto material impresso. Um dos entraves apontados para esse atraso no tocante à digitalização é a dificuldade em se conseguir bons patrocínios para as áreas de educação e cultura, outro complicador é a questão dos direitos autorais. Os conteúdos ainda são muito iguais, pouco ou quase nada acrescentado aos internautas que se aventurem a navegar por estas bibliotecas em busca de informações diferenciadas, isso se atribui ao pouco que se vem fazendo em termos de digitalização dos ricos acervos que existem no mundo real [ABED02]. A digitalização do acervo envolve custos referentes a recursos humanos (capacitação de profissionais), equipamentos, indexação (desenvolvimento de sistemas de bancos de dados) e controle de qualidade [CUNH99]. c) Falta de Informatização das Bibliotecas Tradicionais: Outro aspecto que dificulta a propagação das bibliotecas virtuais, particularmente no Brasil, é a falta de informatização das bibliotecas convencionais [DINI03]. As bibliotecas tradicionalmente convivem com problemas derivados da necessidade de instalações e áreas físicas suficientes tanto para armazenar seus acervos como para prover serviços a seus usuários. O espaço, especialmente aquele demandado para acomodar a crescente coleção, sempre foi uma das maiores preocupações de seus diretores [CUNH99]. No Brasil poucas bibliotecas estão equipadas para que nelas possam coexistir catálogos em linha, microcomputadores, leitores de CD-ROM, cabeamento em fibra ótica, redes locais e outras tecnologias de informação que começam a fazer parte da biblioteca virtual [CUNH99]. d) Pessoal Treinado: O novo ambiente digital exigirá uma equipe bem treinada no uso dos diversos equipamentos e programas. Além disso, serão, também, importantes o conhecimento de língua estrangeira, principalmente a inglesa, para acessar sítios (sites) no 36 exterior e facilitar nos procedimentos de busca, identificação das fontes relevantes e rápida decisão a respeito da encomenda e remessa eletrônica dos documentos. O ambiente bibliotecário será cada vez mais internacional e o contato entre o usuário e a equipe serão mais constantes. O usuário necessitará saber e/ou aprovar os custos envolvidos com o downloading de documentos digitais, portanto a equipe deverá estar mais bem preparada para um envolvimento mais acentuado com o usuário [CUNH99]. e) Preservação de Documentos Eletrônicos e dos Direitos Autorais: O suporte digital cria novos problemas, tais como, a obsolescência das tecnologias de preservação, armazenamento e recuperação (hardware, software, sintaxe, etc) e dada a facilidade de manipulação de dados pela mídia digital, o da autenticidade, uma vez que a mesma facilidade com que uma cópia pode ser criada empata com a facilidade com que esse documento pode ser alterado sem deixar vestígios [LEVA97]. Questões do tipo, como ter certeza que um documento encontrado é o mesmo que foi referenciado em uma nota de rodapé; se um documento atual está íntegro e não foi modificado, e ainda, como ter certeza de que um documento referenciado amanhã estará disponível no mesmo endereço, considerando a fluidez com que a informação se transforma e sites, diretórios, arquivos são criados e desativados, constituem problemas para a preservação de documentos digitais dada essa maleabilidade do documento eletrônico [LEVA97]. f) Custo Econômico: A Biblioteca Virtual parece ser uma resposta à redução constante das verbas para ampliar a coleção e manter as assinaturas de periódicos, mas esta também tem seu custo. O equipamento necessário (e seu regular upgrade), as assinaturas e taxas de acesso a bases de dados externas, licenças e aquisição de CD-ROMs etc., manutenção, treinamento e atualização permanente do pessoal representam um gasto inevitável [LEVA97]. O mero acesso à informação on-line não significa que esta informação seja sempre gratuita. Isto quer dizer que os centros distribuidores de informação costumam ter, com freqüência, um retorno de seu investimento de coleta, tratamento e disponibilização de informações, cobrando taxas de acesso e serviços [LEVA97]. 37 No Anexo IV encontra-se uma tabela, onde estão resumidas as questões que envolvem a construção das BV’s. 2.4.1.4 O TRABALHO DE MANUTENÇÃO DAS BV’S O trabalho de alimentação de uma biblioteca virtual não se encerra após o seu lançamento, muito pelo contrário, é após a biblioteca ser lançada é que começa verdadeiramente o trabalho de alimentação, cada BV tem a sua própria sistemática de manutenção, no entanto as principais atividades realizadas na manutenção são comuns a todas elas [LIMA00]: 1) busca de novos sites – consiste em realizar sucessivas navegações no ciberespaço com o objetivo de identificar a presença na rede de novas iniciativas referentes a temática da BV em questão, para tal, faz-se uso das ferramentas de busca. A busca não se limita a navegação na rede, abrange também outras fontes como livros, jornais, periódicos, anais de congressos, etc.; 2) cadastramento – consiste em dar entrada de novos registro na BV, através de um formulário específico de cadastramento, disponível na Internet, em endereço conhecido apenas pela equipe de manutenção e com acesso aos dados através de senha, os registros cadastrados ficam escondidos aguardando a revisão final dos cadastros; 3) revisão de registros – consiste em analisar os registros cadastrados na BV através do formulário avançado, que permite visualização rápida dos registros contidos na BV por critérios como: visualizar apenas registros não revisados ou apenas registros escondidos, a fim de proceder a liberação do registro para a página pública; 4) checkup – consiste em verificar os links que estão inativos (quebrados) na BV, através de software específicos, disponíveis gratuitamente na Internet; 5) mala direta – o serviço de mala direta consiste em enviar informações as pessoas que se cadastram na mala direta da BV, informando quando do cadastramento de novos registros, quaisquer alteração no layout da mesma e etc. 38 O cumprimento de todas essas atividades em uma biblioteca virtual requer uma equipe multidisciplinar, composta de educadores, técnicos em informática e bibliotecários. No Anexo V encontra-se uma tabela onde estão resumidas as questões que envolvem a construção das BV’s quanto ao Trabalho de manutenção das BV’s: 2.4.1.5 A WEBMETRIA O crescimento ilimitado do número de sites na Internet e o aumento de usuários da rede tornaram necessário o desenvolvimento de uma metodologia capaz de avaliar o desenvolvimento, assim como aproveitamento desses sites com relação ao número de acessos e a qualidade da informação [LIMA00]. A forma mais tradicional de avaliar um site é através do número de visitas que ele recebe, para isso pode ser utilizado o contador da página principal. Um grupo de pesquisa foi criado, tendo por objetivo desenvolver uma metodologia para a análise e avaliação das Bibliotecas Virtuais. Desta forma foram definidas as duas etapas da pesquisa [LIMA00]: 1ª ETAPA: COLETA DOS DADOS DAS VARIÁVEIS A coleta de dados é de fundamental importância para a pesquisa, pois oferece a base empírica a partir da qual são analisados e criados indicadores. O sistema de dados coleta as seguintes variáveis [LIMA00]: a) Visitas acumuladas por mês. A fonte é o contador da página principal. Não são computadas as visitas das estações de trabalho das equipes de pesquisa, uma vez que é comum nas estações de trabalho a página do projeto ser a página de abertura dos navegadores, caso esses acessos fossem computados como válidos, teria-se um resultado equivocado do número de visitas ao site; 39 b) Visitas diárias. A fonte desses dados é o software Nedstat (http://www.nedstat.net/), programa espanhol que disponibiliza uma página na rede, em que uma vez instalado na página principal do site o link para o programa não só a equipe mas todos os usuários podem visualizar as tabelas e gráficos disponibilizados pelo programa com informações detalhadas do número de acesso horário de maior pico de acessos, a origem dos acessos, etc.; c) Registro de e-mail. Esses dados são obtidos através do botão existente na página principal "cadastre seu e-mail". Essa variável é como se fosse um termômetro, com o objetivo de medir a quantidade de pessoas que acessão a BV e que desejam receber informações periódicas sobre o tema; d) Registros por categorias. O registro de uma BV é o seu elemento básico de informação, essa variável é um indicador de quantidade/tamanho de uma BV; e) Links por registro. Essa variável está diretamente ligada a teoria do hipertexto, essa variável determina a capacidade de multiplicação de informações. Os links podem ser tanto internos, ou seja, dentro do próprio site, como externos, aqueles que levam os internautas para outros sites ligados aquele registro. 2ª ETAPA: ORDENAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES: A partir do sistema de dados das variáveis já descritas é desenvolvido um estudo estatístico com o objetivo de ordenar os dados através de quadros, tabelas e gráficos que possibilitem a avaliação dos mesmos [LIMA00]. Uma nova tendência visando uma participação mais efetiva do usuário no processo de desenvolvimento de uma BV, está surgindo. Trata-se de disponibilizar para o usuário das BV’s formulários que os possibilitem realizar o cadastro de novos sites na BV, ficando cada vez menor o controle que a equipe da BV tem sobre o que é cadastrado ou excluído em uma Biblioteca Virtual [LIMA00]. 40 Atualmente as participações dos usuários nas BV’s se limitam ao envio de mensagens ao livro de visitas com sugestões e algumas disponibilizam links específicos na página principal como: "sugira um site" ou quando do cadastro na mala direta o usuário recebe um email em que ele é convidado a enviar sugestões de sites para a Biblioteca [LIMA00]. Embora Lima veja com bons olhos essa participação mais direta dos usuários nas BV’s, ele acredita que devem existir restrições ao cadastramento feito por usuários, para que as BV’s não sejam transformadas em um mero outdoor, para divulgar e promover pessoas, instituições, etc, [LIMA00]. Como forma de avaliação por parte do próprio usuário, no que se refere a qualidade das informações registradas por eles e pela equipe da BV, logo abaixo do registro haveria uma indicação da autoria do registro, se usuário ou equipe BV [LIMA00]. No Anexo VI encontra-se uma tabela onde estão resumidas as etapas da pesquisa realizada na Webmetria. 2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Internet é a rede de maior importância para as bibliotecas, funcionando como um canal na localização e recuperação da informação, auxiliando o bibliotecário a se tornar um provedor de informação. Uma série de catálogos de bibliotecas já estão acessíveis em toda a rede, para que qualquer um, de qualquer lugar do mundo, possa pesquisar os mais variados recursos bibliográficos (livros, revistas on-line, imagens, sons, entre outros). Entretanto, algumas bases de dados e produtos comercializáveis (monografias, periódicos, por exemplo) pela rede irão exigir acordos e licenças para que a biblioteca possa acessá-los e disponibilizálos [MARC97]. 41 Dentro do contexto das BV’s, o hipertexto é um mecanismo fundamental, uma vez que possui a função de melhorar o acesso à informação, considerando o fato de que a mente humana trabalha por meio de associações. Assim, partes de livros e artigos podem ser armazenados em diversos sistemas de computadores e unidos eletronicamente, de variadas formas e por diferentes leitores, na hora da demanda [MARC97]. A Internet favorece o acesso a periódicos eletrônicos, cuja submissão, avaliação e distribuição de artigos é feita de forma eletrônica. Porém, a facilidade com que os textos eletrônicos podem ser alterados exige que as bibliotecas se adaptem à provisão de recursos de referência na forma eletrônica. As BV’s devem analisar os custos, benefícios e padrões de uso para o material em forma eletrônica [MARC97]. Os conceitos apresentados sobre BV definidos por [ROOK93] e por [PROS97], serão a base no desenvolvimento da comparação sobre BV’s proposta nesse projeto, conseqüentemente pode-se aproveitar também alguns pontos sobre os mesmos conceitos expostos por outros autores que também se apoiaram nos conceitos de [ROOK93] e [PROS97], complementado-os com outras idéias, como foi abordado na seção anterior. No próximo capítulo será feito o estudo comparativo de algumas BV’s., observando as características consideradas importantes em BV’s., tais como, busca, catálogos, acesso a acervos (livros, periódicos), suporte de ajuda ao usuário (serviços de e-mail, por exemplo) e outros que podem ser avaliados como critérios fundamentais em uma BV para educação mediada pela Web. 3. ESTUDO COMPARATIVO DAS BV’S O estudo comparativo entre as BV’s a ser realizado nesse capítulo tem por objetivo relacionar todas as características existentes em cada uma e em seguida selecionar as mais 42 relevantes para serem usadas na classificação que será feita futuramente, na taxonomia para BV’s. As BV’s utilizadas nesse estudo comparativo foram selecionadas porque participam de projetos para educação à distância, tendo sido criadas com o propósito direto de auxiliar no ensino mediado pela Internet. A seguir encontram-se descritas as BV’s utilizadas como referência para o estudo comparativo proposto nesse capítulo. 3.1 BIBLIOTECA VIRTUAL DE EDUCAÇÃO (BVE) URL.: http://bve.cibec.inep.gov.br/ A Biblioteca Virtual de Educação (BVE), desenvolvida pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) é uma ferramenta de pesquisa de sites educacionais, do Brasil e do exterior, voltada a um público diversificado, como pesquisadores, estudiosos, professores, universitários, pós-graduandos e alunos de todas as séries escolares [BVE03]. 3.1.1 CARACTERÍSTICAS DA BVE: Página Principal (Interface) : Na página principal da BVE visualizada, na Figura 3.1, o usuário obtém acesso direto a todas as opções contidas na BVE. 43 Figura 3 1 Página Inicial da BVE O link destacado pela seta em verde disponibiliza para o usuário a página do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão desenvolvedor da BVE. Através do link Entre no mundo Virtual da Educação, destacado pela seta em azul, o usuário obtém acesso direto às categorias Avaliação, Estatísticas, Outros Temas e Tipologia da Informação, nas quais a BVE encontra-se dividida. Na guia Inicie aqui sua pesquisa, indicada pela seta em vermelho, encontram-se listadas todas as subcategorias constantes na BVE pertencentes às categorias citadas anteriormente, permitindo ao usuário direcionar sua pesquisa de acordo com o seu interesse específico tendo acesso direto a todas elas. Ao escolher uma das opções o usuário é remetido a uma página com a subcategoria escolhida, aonde encontra um guia de acesso rápido, através do qual pode ser direcionado a outras subcategorias da BVE. 44 A BVE não disponibiliza arquivos sobre educação propriamente, o que ela disponibiliza são os endereços atualizados de sites voltados para educação e permite a partir de sua página o acesso a essas URLs, bem como o envio de emails, já que para cada um dos sites listados nas subcategorias, tem-se um e-mail para contato. 3.1.2 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS: A BVE mantém cadastrados em seu Banco de Dados Urls referentes a vários assuntos sobre educação. Os assuntos nela tratados estão divididos em categorias, que possuem subcategorias, nas quais estão organizados, uma série de sites relativos à subcategoria. Cada uma das categorias dispõe de sites nacionais e estrangeiros. A categoria Avaliação está dividida em duas subcategorias (Avaliação da Educação Básica e Avaliação da Educação Superior) que registram sites (nacionais e internacionais) referentes às sondagens sistemáticas sobre extensão e qualidade do ensino. A categoria Estatísticas está dividida em duas subcategorias (Estatística da Educação Básica e Estatística da Educação Superior) que registram sites (nacionais e internacionais) referentes às estatísticas sobre educação básica e educação superior. A categoria Outros Temas está dividida em vinte e duas subcategorias (Comunicação e Educação; Currículo; Didática; Educação Ambiental; Educação Especial; Educação Indígena; Educação Infantil; Educação Profissional; Educação à Distância; Educação de Jovens e Adultos; Filosofia da Educação; Financiamento da Educação; Formação de Professores; Gestão da Escola: Básica e Superior; Gestão do Ensino: Básico e Superior; História da Educação; Movimentos Sociais e Educação; Políticas Públicas em Educação; Psicologia da Educação; Sociologia e Antropologia da Educação; Tecnologia e Educação; Trabalho e Educação) que registram sites (nacionais e internacionais) referentes às formas e espaços específicos onde dados educacionais são apresentados. A categoria Tipologia da Informação está dividida em doze subcategorias (Bases de Dados; Bibliografias; Centros de Informações; Cursos de Pós-graduação; Eventos; 45 Faculdades, Departamentos e Laboratórios; Instituições da Área de Educação; Legislação; Listas de Discussão, Newsgroups e Chats; Organizações Governamentais; Periódicos e Outras Publicações; Planos, Projetos e Programas) que registram sites (nacionais e internacionais) referentes às diversas temáticas educacionais. Os sites em todas as subcategorias das categorias apresentadas estão dispostos para pesquisa seguindo um sistema composto de, nome do trabalho, instituição ligada, url, status, resumo do conteúdo, possibilidade de pesquisa por TERMOS e CATEGORIA(S) relacionados e ainda a opção de visualizar a versão em inglês e email para contato com a Instituição ou autor ligada ao site ou artigo exibidos. O funcionamento desse sistema de busca será descrito logo abaixo no setor pesquisa. Nos ANEXO VII encontram-se detalhadas as categorias e subcategorias citadas acima. A BVE está dividida também em 4 seções. São elas: 1) PESQUISA: A seção Pesquisa direciona o usuário a página de pesquisa da BVE, na qual o usuário tem as opções de pesquisar por palavras digitadas em uma caixa de texto disponível. É permitida também pesquisa mais elaborada através de caracteres booleanos tais como: não, e, ou, ?, * , inseridos nas palavras antes ou depois com o intuito de ampliar a busca por ocorrências de um determinando termo. Existe outra opção de pesquisa a partir de um índice de A a Z que referencia uma Lista de termos ordenados organizada por assuntos divididos em ordem alfabética. E ainda pela LISTA DE TERMOS ORDENADOS é possível efetuar uma nova busca por outra letra ou pela mesma letra a partir da página de itens ordenados começados pela letra A, p. ex. . As ocorrências retornadas pela pesquisa possuem o escopo: nome do trabalho, instituição ligada, url, status, resumo do conteúdo, possibilidade de pesquisa por termos e categoria relacionados e ainda a opção de visualizar a versão em inglês e e-mail para contato com a Instituição ligada ao site exibido. 46 A lista de sites retornados como resultado das pesquisas, oferece a possibilidade de se realizar novas pesquisas a partir de dois parâmetros TERMOS e CATEGORIA(S). No parâmetro TERMOS a pesquisa acontece baseada nos termos relativos à educação disponíveis em forma de links abaixo das referências da página sugerida. No parâmetro CATEGORIA(S) a pesquisa é possível através da busca baseada nos links sobre educação indicados na forma de links para o usuário. Ao acessar links de qualquer um dos parâmetros são listados uma seqüência de endereços de sites com resumos do que o site trata, a URL do site, a citação de qual Instituição disponibiliza o site e uma breve descrição dos conteúdos abordados pelo site e ainda as mesmas opções de pesquisa por TERMOS ou CATEGORIAS comentadas anteriormente. No caso dos links listados referenciarem publicações e periódicos há ainda a opção de visualizar a versão em inglês da obra. Existe também a opção de entrar em contato com a Instituição a que o site referenciado está relacionado, uma vez que sempre se encontra disponível o e-mail da Instituição. Sobre os resultados das buscas realizadas dentro de cada uma das subcategorias é válido ressaltar que, é sempre possível visualizar cada um dos resultados na versão em inglês, já que a BVE lista como resultado sites p. ex. da Austrália, Espanha e outros países. Outro ponto importante é que na frente de cada resultado é exibido uma variável de STATUS, que pode ser OK quando o site está disponível e DESATIVADO quando o site não está mais disponível na rede para pesquisa. 2) NOVIDADES: Lista novos sites cadastrados na BVE. Ao acessar a seção Novidades é apresentado ao usuário um endereço de site relacionado à educação que pode ser sugerido por alguma Instituição. Nessa breve descrição sobre o novo site sugerido encontra-se um resumo do site com o tema, URL da página sugerida, nome da Instituição que indicou o site e conteúdo existente nas páginas. 3) FALE CONOSCO: Permite ao usuário entrar em contato com a BVE remetendo-o a uma outra página dentro do site aonde o usuário encontra um espaço para digitar seu nome, e-mail e mensagem para enviar a BVE. 47 4) CONHEÇA O INEP: Permite ao usuário buscar informações adicionais sobre outros temas na área de educação no site do INEP diretamente da página da BVE, bem como conhecer melhor a estrutura desse Instituto. 3.1.3 A WEBMETRIA: Como formas de efetuar um controle dos acessos a BV visivelmente usa de dois recursos: A BVE mantém um registro automático do número de visitantes que acessaram seu site desde sua criação, esta informação está disponível na página de entrada da BVE. Também possui um link para um livro de visitas para o usuário que queira registrar sua visita ao site. Está disponível apenas na página de entrada da BVE. A seguir é apresentado o quadro 1 que resume as características percebidas na BVE. 1) Serviços Oferecidos: Correio Eletrônico; Ajuda (Perguntas / Respostas e Dicas); Novidades sobre a BV, educação ou cultura; Links de Referência; 2) Questões que envolvem a construção de BV’s: Poucos recursos para digitalização do acervo; Custo Econômico; 3) Trabalho de Manutenção das BV’s: Checkup; 4) Webmetria: Visitas acumuladas por mês; 5) Eficiência de Mecanismos de Busca: Pesquisa simples eficiente; Pesquisa avançada eficiente. Quadro 1. Características da BVE No ANEXO VIII encontram-se algumas buscas realizadas na BVE, com o fim de testar a eficiência das buscas simples e avançada na BV. 48 3.2 BIBLIOTECA DIGITAL BRASILEIRA (BDB) URL.: http://www.ibict.br/bdb O projeto Biblioteca Digital Brasileira - BDB, propõe-se a integrar em um único portal os mais importantes repositórios de informação digital do país, de forma a permitir consultas simultâneas e unificadas aos conteúdos informacionais desses acervos [BDB03]. O objetivo geral da BDB é contribuir para aumentar o acesso aos documentos eletrônicos que sejam de interesse para o desenvolvimento das atividades técnicas e cientificas, assim como para os demais setores importantes para o desenvolvimento econômico e social do país, tais como o de educação e o produtivo. Contribui também para tornar de caráter público, as manifestações artísticas e culturais e acervos históricos importantes para a preservação de nossa identidade cultural [BDB03]. 3.2.1 CARACTERÍSTICAS DA BDB: Página Inicial da BDB (Interface): Figura 3 2 Página Principal da BDB 49 Não é necessário efetuar nenhum cadastro para ter acesso aos recursos da BDB. A página pode ser visualizada em inglês e português, permitindo a usuários estrangeiros também efetuarem buscas nas bases de informação da BDB. 3.2.2 A BDB ESTÁ DIVIDIDA EM TRÊS SEÇÕES: 1) Biblioteca Digital de Teses e Dissertações: A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - BDTD, busca integrar os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, como também estimular o registro e a publicação de teses e dissertações em meio eletrônico [BDB03] . 2) Diálogo Científico: Trata-se de um espaço virtual, disponível na Internet, para registro e discussão de textos completos produzidos por pesquisadores que atuam nas áreas de ciência e tecnologia [BDB03] . Funciona por meio de mecanismos de publicação Web gerenciados pelas próprias comunidades. Utiliza tecnologia Internet com alto grau de padronização, o que permite a interoperacionalidade com outros sistemas nacionais e internacionais da mesma natureza [BDB03]. 3) Revista Ciência da Informação: Versão eletrônica da publicação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT [BDB03] . Nas páginas da revista, encontram-se apenas o Resumo e o respectivo Abstract dos textos de cada edição, com exceção dos Editoriais e Recensões. Para ler o conteúdo integral da revista e imprimir os textos, é necessário ter instalado previamente o plug-in Acrobat Reader [BDB03] . 50 A partir da edição 8 da Ciência da Informação On-line (V.26, n.2, 1997), foi disponibilizado na Internet os textos integralmente a partir do formato PDF (Portable Document File), da Adobe, um dos mais utilizados pelas publicações eletrônicas [BDB03] . É possível consultar informações sobre textos antigos por meio do Índice da Ciência da Informação on-line acessando resumos dos textos da revista desde o início de sua publicação, em 1972. Seção 1: Biblioteca Digital de Teses e dissertações: Oferece duas modalidades de busca: busca simples e busca avançada. Em busca simples, têm-se as opções de [BDB03]: • escolher o número de registros por página (números 5-10-15-20); • buscar apenas texto completo; • realizar a busca e limpar a busca atual realizando novas busca; • e link de ajuda; Em busca avançada, têm-se as opções de: • escolher o número de registros por página (números 5-10-15-20); • buscar apenas texto completo; • realizar a busca e limpar a busca atual realizando novas busca; • e link de ajuda; A busca avançada permite a pesquisa usando os termos booleanos e, ou e % usando com parâmetros de pesquisa as palavras-chave: autor, título, contribuidor, instituição de defesa, assunto, idioma, data da defesa, resumo, todos os campos., sendo que nesse último exclui-se os termos lógicos e, ou e% [BDB03] . 51 O símbolo de percentagem (%) é usado para pesquisar palavras com o mesmo prefixo ou o mesmo sufixo [BDB03] . Em cada resultado de busca realizada são exibidas as seguintes informações: total de registros encontrados, mostrando página x , número de registros por página, mostrando registros de x a y. Os resultados obtidos são exibidos obedecendo a ordem cronológica dos mais recentes para os mais antigos, sendo exibidos em páginas separadas numeradas através de um índice numérico, contendo cada uma das páginas o números de registros escolhidos. Outra opção é o link detalhar registro(s), que retorna todas as informações sobre uma determinada obra marcada pelo usuário para ser detalhada. As informações retornadas são: Autor; Título; Instituição da defesa; Resumo; Titulação; Contribuidor; Assunto; Biblioteca depositária; Data da defesa; Url do documento, formato disponível (.html, .pdf, text); Alguns projetos estão disponíveis em suas bases originais gratuitamente e outros para ter acesso são necessários solicitar uma cópia para as bases que abrigam os originais, tais como o COMUT3 (Programa de Comutação Bibliográfica). Essas bases então disponibilizam o acesso somente para as 321 bibliotecas bases cadastradas mediante o fornecimento do código da biblioteca e da senha de acesso dada pelo COMUT à biblioteca quando efetuado o cadastramento no sistema. O COMUT permite às comunidades acadêmica e de pesquisa o acesso a documentos em todas as áreas do conhecimento (através de cópias de artigos de revistas técnico-científicas, teses e anais de congressos), exclusivamente para fins acadêmicos e de pesquisa, respeitando-se rigorosamente a Lei de Direitos Autorais. Para isso, atua por meio de uma rede de bibliotecas, denominadas bibliotecas-base, com recursos bibliográficos, humanos e tecnológicos adequados para o atendimento às solicitações de seus usuários [BDB03]. 3 O COMUT - Programa de Comutação Bibliográfica, foi criado em 1980 pelo Ministério da Educação, por meio da CAPES, visando a dotar o País de um mecanismo eficiente de acesso à informação. Mediante portaria interministerial, passou a ser integrado posteriormente pelo IBICT, SESU e FINEP [BDB03] . 52 Encontram-se associadas ao COMUT Bibliotecas Base (que fornecem cópias de documentos) e Bibliotecas Solicitantes (que solicitam cópias de documentos) [BDB03] . Não existem restrições para participação de bibliotecas solicitantes no COMUT. A biblioteca poderá cadastrar-se e fazer suas solicitações acessando o sistema via Internet. Brevemente o sistema estará aberto também para uso direto do usuário pessoa física, diminuindo a intermediação da biblioteca solicitante [BDB03]. O COMUT mantém um cadastro das bibliotecas base e bibliotecas solicitante, ordenado pelos estados em ordem alfabética e sigla da biblioteca em questão, com informações sobre cada uma, tais como: Código; Sigla; Nome; classificação; Responsável; Cargo; Telefone(s); Responsável COMUT; Telefone(s); Endereço; Cidade; Cep; Caixa Postal; E-mail; CGC/CPF; Inscrição Estadual [BDB03] . A página disponibiliza ainda a opção de ser visualizada em inglês e um link onde encontram-se listadas todas as instituições cooperantes com a Biblioteca Digital de teses e dissertações [BDB03]. Seção 2: Diálogo Científico: O IBICT oferece à comunidade científica o modelo Arquivos Abertos para publicação de textos completos na Internet, com o objetivo de dinamizar a interação do conhecimento científico entre os pares. Esse modelo segue os princípios instituídos pela iniciativa mundial dos arquivos abertos (Open Archives Initiative) [BDB03] . Porém esse projeto encontra-se em implantação e ainda não disponível ao uso. Seção 3: Revista Ciência da Informação (CI Online): Disponibiliza a versão eletrônica da revista, subdivida nas seções sumário, editorial, expediente e sugestões ou comentários. Os artigos completos são disponibilizados no formato pdf para download e é dada a opção de entrar em contato com os autores através do e-mail da cada um. A seção da Revista intitulada, Recensão é disponibilizada na íntegra em html na própria página da revista. Disponibiliza ainda as Edições anteriores da revista e 53 uma seção intitulada Normas editoriais que contém regras de como escrever um artigo e enviá-lo para ser publicado na CI Online [BDB03]. No ANEXO IX Encontram-se informações sobre o funcionamento do sistema COMUT. 3.2.3 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAS Acesso e downloads (Pago / Gratuito): O acesso a outras bases é feito através do COMUT que está disponível via Internet, para usuários cadastrados no sistema, com código e senha de acesso. Usuário não cadastrado deve preencher o formulário de cadastramento [BDB03]. Para cumprir os seus principais objetivos, que é facilitar o acesso a documentos, o COMUT conta com 179 bibliotecas-base (selecionadas pela Comissão Executiva por possuírem acervos relevantes e recursos humanos e reprográficos adequados ao atendimento dos usuários) e com cerca de 900 bibliotecas solicitantes (que são aquelas registradas no programa para atuar como intermediárias entre os usuários e as bibliotecas-base) [BDB03]. A seguir encontra-se o quadro 2 que resume as características observadas na BDB: 1) Formas de disponibilizar os materiais: Acesso e downloads (Pago / Gratuito); Periódicos; 2) Questões que envolvem a construção das BV’s: Poucos Recursos para a digitalização do Acervo; Custo Econômico; 3) Eficiência de Mecanismos de Busca: Pesquisa simples eficiente; Pesquisa Avançada eficiente. Quadro 2. Características observadas na BDB 54 3.3 BIBLIOTECA VIRTUAL DO SISTEMA QUANTUM URL.: http://www.semear.com/quantum/rede/default2.asp Desde o início de suas atividades, a equipe do CEDERJ (Centro Superior de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro é formado pelo consórcio das universidades públicas do Estado (UFRJ, UERJ, UFF, UENF, UniRio e UFRRJ) sentiu a necessidade de adotar uma plataforma de ensino a distância capaz de atender ao modelo pedagógico desenvolvido pela instituição, que pudesse ser utilizado também pelas universidades consorciadas [BARB03]. Na procura de um sistema que atendesse a parte das características básicas exigidas, e cujos responsáveis aceitassem participar de forma integrada da criação de novos módulos e facilidades para atender às demandas dos cursos ofertados, o grupo de especialistas das universidades estudou vários sistemas existentes e optou pelo sistema desenvolvido pela empresa SEMEAR.COM Consultoria e Soluções Ltda [BARB03]. Desenvolveu-se, então o sistema Quantum de ensino, que funciona na plataforma Windows (98, NT, 4.0 ou 2000) [BARB03] Um exemplo da aparência de uma biblioteca no sistema Quantum de ensino: Figura 3 3 Exemplo de Biblioteca Virtual no Sistema Quantum A Biblioteca Virtual do Quantum pode ser vista como uma particularidade da BVE (Biblioteca Virtual de Educação) na medida em que apenas disponibiliza, links úteis e atualizados, específicos a um determinado curso, essa biblioteca segue a mesma orientação das categorias da BVE onde se tinha o acesso a links atualizados de sites sobre educação. Contudo sua estrutura é bem mais simples. 55 A Biblioteca virtual do Quantum funciona, então, apenas como uma base de dados que armazena urls atualizadas de sites diversos da web para a pesquisa. Não existem nela arquivos para downloads e tão pouco quaisquer tipos de ferramenta de busca. As formas de disponibilizar materiais, os serviços oferecidos, as questões para construção da BV, a manutenção e a Webmetria não puderam ser observadas pois não foi possível obter acesso ao Sistema. A seguir encontra-se o quadro 3 que resume as características observadas na BV do Quantum: 1) Formas de disponibilizar os materiais: Não pode ser observado; 2) Serviços Oferecidos: Não pode ser observado; 3) Questões que envolvem a construção das BV’s: Não pode ser avaliado 4) Trabalho de manutenção das BV’s: Não pode ser observado; 5) Webmetria: Não pode ser observado. Quadro 3. Características das BV’s no Sistema Quantum No ANEXO X pode-se ver como são estruturadas as Bibliotecas no Sistema Quantum de Ensino. 56 3.4 BIBLIOTECA VIRTUAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (BVED) URL: http://www.prossiga.br/edistancia/ A Biblioteca Virtual de Educação à Distância abriga informações sobre a temática educação à distância entendida, no entanto, num sentido muito mais amplo. Concebeu-se a incorporação de novos recursos tecnológicos de comunicação e informação na educação como uma possibilidade, que potencialmente pode viabilizar uma efetiva transformação da nossa realidade educacional [BVED03]. Formou-se um Grupo Assessor4 com o intuito de controlar, aperfeiçoar e atualizar a BVED [BVED03]. 3.4.2 CARACTERÍSTICAS DA BVED: Página Inicial da BVED (Interface): Figura 3 4 Página Inicial da BVED 4 O Grupo Assessor tem a função de garantir a qualidade do conteúdo da BVED através da revisão e validação dos registros que cotidianamente a ela são incorporados [BVED03]. 57 A BVED possui dez seções principais. São elas: 1) Novos links; 2) Como Achar; 3) Notícias; 4) Polêmicas; 5) Grupo Assessor; 6) Chat; 7) Livro de Visitas; 8) Entre em Contato; 9) Deixe seu e-mail; 10) Frase Semanal. São dezesseis as categorias principais da BVED: 1) Artigos e outros Textos; 2) Associações, Sociedades Científicas e Profissionais; 3) Cursos; 4) Dicas de Financiamento; 5) Eventos; 6) Fomento a Pesquisa; 7) Instituições de Ensino e Pesquisa; 8) Legislação; 9) Listas de Discussão e Newsgroups; 10) Livros e Manuais; 11) Órgãos de Política, Coordenação e Fomento; 12) Periódicos; 13) Professores, Pesquisadores e Pessoas que atuam na área; 14) Projetos; 15) Suporte Tecnológico e 16) Teses e Dissertações. Excetuando a categoria Fomento à Pesquisa todas as outras quinze categorias relacionadas acima possuem como opções artigos nacionais e estrangeiros, bem como outros textos também disponíveis. Em todas as categorias os sites são relacionados segundo as subcategorias a que pertencem e são apresentados seguindo o padrão: nome do site, breve descrição do conteúdo do site, url e e-mail para contato de algum representante do site. Após realizar uma pesquisa para acessar outras categorias da BVED o usuário pode ir direto a categoria desejada selecionando-a no menu de acesso rápido. A BVED não armazena conteúdos em sua base de dados, tal como, a BVE estudada anteriormente, na seção 3.1, apenas armazena interessantes e os mantém atualizados para pesquisa. na sua base de dados as urls 58 3.4.2.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS: A exemplo da BVE a BVED disponibiliza links atualizados para sites de vários assuntos distintos. 3.4.2.2 SERVIÇOS OFERECIDOS: a) Grupos de discussão (chats): A BVED mantém as salas das bibliotecas abertas à comunidade para o debate dos temas a que se propõe. b) Correio Eletrônico: Disponibiliza para o usuário um espaço para sugestões, dúvidas e críticas através de emails. c) Polêmicas: Esse espaço é reservado pela BVED para a discussão de temas contemporâneos a partir de textos e questões que apresentam aspectos significativos das diversas temáticas desta Biblioteca Virtual. Os textos são selecionados pelo Grupo Assessor a partir das sugestões da comunidade acadêmica e são colocados nessa página a cada três meses [BVED03]. As inscrições na lista são feitas através de e-mail. As discussões acontecem sempre através de uma lista específica. d) Novidades: Todas as novidades surgidas tais, como, novos links e novos recursos da BVED são registrados nesta seção. 3.4.2.3 WEBMETRIA: a) Registro de email: Através do setor “Deixe seu email” a BVED tem condições de avaliar o números de acessos feitos ao site. b) Livro de visitas: Outro recurso que ajuda a controlar quantas pessoas acessam o sistema e também melhorar a qualidade dos serviços oferecidos através das sugestões deixadas pelos visitantes. 59 3.4.2.4 BUSCAS Para realizar uma busca o usuário pode optar por uma das categorias e os campos onde será feita a busca. Podendo também efetuar pesquisas selecionando todas as categorias de informação (Universidades, Bibliotecas, entre outros) ou campos (título, comentário, entre outros). Para pesquisas avançadas, faz-se uso de operadores booleanos (e / ou) e a busca considera palavras ou frações delas. Nas buscas é permitido o uso de acentos e letras maiúsculas; Na busca avançada, a BVED permite ao usuário efetuar uma pesquisa selecionando todas as categorias ou ainda algumas ou uma das categorias da biblioteca. Os parâmetros para pesquisa são: título, comentário, palavras chave, área do CNPq. Entre esses quatro parâmetros pode-se escolher para efetuar a busca um, dois ou todos eles. Os resultados retornados nas pesquisas são separados por categoria, e fornecem o nome do site, a url da página, um resumo sobre o conteúdo do site e um e-mail para contato do representante do site. A BVED oferece uma guia de acesso rápido para pesquisa onde estão listadas todas as dezesseis categorias da biblioteca, como dito anteriormente. A seguir encontra-se o quadro 4 que resume as características observadas na BVED: 60 Quadro 4. Características da BVED 3.5 BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTUDANTE BRASILEIRO (BIBVIRT) URL.: (http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.html) A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro nasceu de uma parceria entre a AT&T Foundation e a Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. Contou também com o apoio do ICDE (International Council for Distance Education). A avaliação do projeto esteve a cargo de professores da University of British Columbia (Canadá). O impulso inicial na área de acervo foi dado pela Fundação Roberto Marinho e pelo sistema FIESP5, com a autorização de utilização do material do Telecurso 2000. Atualmente a Bibvirt conta com os 1) Serviços Oferecidos: Grupos de discussão; Correio Eletrônico; Ajuda (Perguntas / Respostas e dicas); Novidades sobre a BV, educação ou cultura; Links de referência; 2) Questões que envolvem a construção das BV’s: Poucos recursos para digitalização do acervo; Custo Econômico; 3) Trabalho de Manutenção das BV’s: Cadastramento; Checkup; 4) Webmetria: Visitas diárias; Registro de e-mail; 5) Eficiência dos Mecanismos de Busca: Pesquisa Simples eficiente; Pesquisa Avançada Eficiente. seguintes parceiros: Palm, Livraria Cultura, Microsoft, Edusp e Editora Senac [BIBV03]. A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro (http://www.BibVirt.futuro.usp.br/), a BibVirt assume como seus principais objetivos [BIBV03]: Disponibilizar gratuitamente vasta quantidade de informação qualificada, atualizada e facilmente acessível, proporcionando auxílio às pesquisas escolares, e servindo como subsídio para o desenvolvimento de atividades curriculares e extracurriculares. 5 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 61 Oferecer um ambiente dinâmico e interativo, que promova a motivação dos estudantes e o aperfeiçoamento de suas habilidades de busca de informação, respeitando e estimulando a liberdade de investigação de todos os pontos de vista. Acelerar a modernização da educação brasileira, ajudar a reduzir o isolamento das áreas rurais e de pequenas comunidades em todo o Brasil. Facilitar o desenvolvimento de recursos humanos para a Era da Informação, capacitando-os para o uso das novas tecnologias de comunicação. 3.5.2 CARACTERÍSTICAS DA BIBVIRT: Página Principal da BIBVIRT (Interface): A Figura 3.5 mostra a página principal da BibVirt com algumas de suas subcategorias. Subcategorias Figura 3 5 Página Inicial da BIBVIRT Na parte superior do site encontram-se as seis principais categorias de um total de treze categorias da BIBVIRT, são elas: Textos, Imagens, Sons, Especiais, Gutenberg, Participe, Busca e no lado direito de ambas figuras são estão destacadas pelas setas em vermelho algumas das subcategorias pertencentes às categorias. 62 A Bibvirt possui treze categorias e trinta e nove subcategorias. São elas: 1) Textos: Subcategorias: a) literatura: Áreas: obras organizadas por autor; obras organizadas por título; obras organizadas por gênero: subáreas: contos; poesia; romance; teatro; outros textos; obras para palm; obras traduzidas; resenhas; b) hemeroteca; c) temáticos: áreas: biológicas; exatas; humanas; outros; 2) Imagens: Subcategorias: a) artes; b) aves; c) clipart: Áreas: alimentos; animais; bandeiras; brinquedos; comemorações; escola; espaço; esporte; flores; mapas; metereologia; música; presidentes; profissões; religião; transportes; vestuário; Frutas; Instrumentos; Personalidades; 3) Sons: Subcategorias: Livro falado; Tome Ciência; Infantil; Natureza; Vozoteca; Instrumentos e Outros; 4) Especiais: Subcategorias: a) Percussões do Brasil, b) Cd nature, c) Aves no campus, d) Exposição MAE e e) Frutas no Brasil; 5) Gutenberg: Subcategorias: a) autor e b) título; 6) Participe: Subcategorias: a) livro de visitas; b) como colaborar e c) bate-papo; 7) Etcetera; Subcategorias: a) links e b) Sebos; 8) Programas: Subcategorias: a) utilitários e b) educacionais; 9) abibvirt: Subcategorias: a) projeto; b) objetivos; c) política do acervo; d) imprensa; e) prêmios; 10) Busca: Subcategoria: mapa do site; 11) Ajuda: Subcategorias: a) perguntas e b) ajuda técnica; 12) Eventos; 13) Sala de imprensa; 3.5.2.1 FORMAS DE DISPONIBILIZAR OS MATERIAIS: a) Catálogos: A BibVirt mantém em sua base de dados um catálogo com as obras literárias, periódicos, sons, vídeos e imagens que ela disponibiliza gratuitamente para download; mantém ainda cadastrados, links atualizados de sites para outras BV’s e sites de educação e cultura. Esta última subcategoria de links é bem semelhante ao tipo de serviço oferecido pela BVE, biblioteca virtual analisada anteriormente. b) Tipos de Indexação: As obras de literatura da Bibvirt estão disponíveis para download para computador no formato .rft e no formato .pdb para palm, e em .html para leitura online. Os arquivos de som estão disponíveis no formato .mp3 e os arquivos de imagem no formato .jpeg. c) Periódicos: A BibVirt mantém o BVNOVAS, um informativo mensal , enviado aos usuários da BV, mediante cadastro no site. O BVNOVAS mantém o usuário atualizado 63 sobre novidades na BV destacando acontecimentos educacionais, artigos envolvendo educação, citando ainda os livros novos adicionados ao acervo da Bibvirt. d) E-Books: Como já foi comentado a BibVirt mantém catalogados muitos títulos da Literatura Nacional e disponibiliza todos eles para leitura online e download. Mantém, inclusive, um link direto com o Projeto Gutenberg, citado nesse projeto no Capítulo 2, permitindo aos usuários fazerem o download gratuito de obras constantes na BV do Gutenberg. e) Sons: A Bibvirt disponibiliza vários bancos de sons. Os arquivos desse banco podem ser ouvidos online e para a maioria há a opção de fazer o download. f) Imagens: A BibVirt disponibiliza vários arquivos de imagem, sendo permitido o download de algumas delas e de outras não. g) Acesso e Download (Pago/Gratuito): A BibVirt só disponibiliza arquivos gratuitos para download, no entanto, alguns não estão disponíveis para download mas é possível nesses casos entrar em contato com o autor do trabalho por e-mail ou acessando diretamente o site de desenvolvimento do trabalho, sempre disponíveis nas páginas da BibVirt que possuem tais materiais. 3.5.2.2 SERVIÇO OFERECIDO: Referência: A seguir são descritos alguns serviços de referência oferecidos pela BibVirt: a) Grupos de discussão: A BibVirt disponibiliza uma área de atividades que privilegia a interação dos usuários com o site e dos usuários entre si. Conta com uma área destinada a receber descrições de experiências dos usuários na utilização da Biblioteca Virtual para o ensino / aprendizagem, um mural de recados onde os usuários podem compartilhar dicas, notícias e eventos. Também se procura conhecer o perfil dos usuários através de pesquisas no site. 64 Possui uma sala de bate-papo, onde alunos, professores e outros podem trocar idéias e interagir. Para participar é necessário, registrar-se. b) Correio Eletrônico: Para solucionar dúvidas, receber sugestões, críticas ou pedidos, a BibVirt mantém um e-mail. 3.5.2.3) QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’s: a) Digitalização do acervo: O acervo compreende textos integrais de obras literárias, textos, artigos, documentos, imagens, sons e softwares. Ali se encontram, entre outros materiais, dezenas de obras de literatura brasileira e estrangeira, a coleção dos livros do Telecurso 2000, sons de aves brasileiras, vozes de personalidades da história brasileira, artigos sobre Educação e parte do acervo permanente do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Recentemente foi incorporado o projeto Gutenberg, que é conhecido mundialmente por ter sido um dos primeiros a disponibilizar textos eletrônicos gratuitos para download na Internet e por reunir clássicos da literatura em suas línguas originais. Atualmente, o projeto possui cerca de 3800 obras disponíveis. A BibVirt têm feito o possível para certificar-se de que os materiais presentes em seu acervo estão em domínio público (70 anos após a morte do autor). Caso contrário, só publica o material após obtenção da autorização dos proprietários dos direitos autorais. Os materiais disponibilizados que são de domínio público podem ser redistribuídos livremente, desde que não sejam alterados e que façam menção à Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro, com a sua respectiva URL e os dados sobre a obra. Já os materiais sob autorização podem ser utilizados apenas para fins pessoais/educacionais e não devem ser redistribuídos sem a permissão por escrito da BibVirt. A Biblioteca permite às pessoas ou organizações que queiram criar links para a BibVirt ou para qualquer de seus recursos fazê-lo sem nenhuma restrição. b) Poucos Recursos para Digitalização do Acervo (Poucas Verbas): Para a digitalização de suas obras a BibVirt conta com a ajuda de seus usuários, para tanto, ela 65 dispõe de uma estrutura que atende aqueles que desejam colaborar. São 4 as formas de colaborar: 1. Divulgação: O voluntário pode ajudar a Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro divulgando o endereço do site. É possível colocar um link através do endereço http da biblioteca e também um link com imagem através de um banner disponibilizado na própria página. 2. Digitação ou digitalização de livros: O usuário interessado pode participar digitando obras; 3. Envio de material próprio: O usuário voluntário pode contribuir com a Biblioteca Virtual cedendo materiais de sua autoria para serem disponibilizados no site. A colaboração pode ser em textos ou materiais audiovisuais. 4. Ajuda institucional: Pessoas ou empresas podem patrocinar a BiBVIRT oferecendo serviços que não podem ser feitos devido à falta de verbas. Os principais estão relacionados à área de informática e computação, como bancos de dados e digitação. 3.5.2.4) A WEBMETRIA: Registro de e-mail: a BibVirt mantêm um livro de visitas através do qual registra sua visita ao site e pode ainda dar sugestões, fazer críticas. Os mecanismos de busca da BIBVIRT não puderam ser avaliados, devido a problemas no site e também ao fato de não ter sido possível entrar em contato com a equipe da BV, uma vez que todas as tentativas de contato por e-mail fracassaram. No ANEXO XI encontram-se resumidas todas as categorias e subcategorias, bem como a descrição de todas elas. A seguir encontra-se o quadro 5 qie resume as características observadas na BIBVIRT: 66 1) Formas de disponibilizar os materiais: Catálogos; Tipos de indexação; Periódicos; E-books; Sons; Imagens; Vídeos; Acesso e download (pago / gratuito); 2) Serviço oferecido: Grupos de discussão; Correio eletrônico; Ajuda (perguntas / repostas e dicas); Intercâmbio de documentos; Novidades sobre a BV, educação ou cultura; Links de referência; 3) Questões que envolvem a construção das BV’s: Digitalização do acervo; Poucos recursos para digitalização do acervo; Preservação de documentos eletrônicos e direitos autorais; Custo Econômico; 4) Trabalho de Manutenção das BV’s: Cadastramento; Checkup; 5) Webmetria: Visitas diárias; Registro de e-mail; 6) Eficiência dos Mecanismos de Busca: A pesquisa simples não pode ser avaliada; a Pesquisa avançada não pode ser avaliada. Quadro 5. Características da BIBVIRT 3.6 BIBLIOTECA NACIONAL - BN Url.: http://www.bn.br/script/fbnmontaframe.asp?pstrcodsessao=3ed4f399-b65b- 4a0c-bdd7-b8179e10edea) A Biblioteca Nacional (BN) brasileira, nasceu com a transferência repentina da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil. Um acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, estampas, mapas, moedas e medalhas [BN03]. Desde a fundação no Brasil da Real Biblioteca - que em 1822 passaria a se chamar Biblioteca Imperial e Pública da Corte - seu acervo foi sempre acrescido por inúmeras aquisições, doações e "propinas", isto é, a entrega obrigatória de um exemplar do 67 que era impresso em Portugal (alvará de 12 de setembro de 1805) e também na corte do Rio de Janeiro (a partir de 12 de novembro de 1822). Essa legislação foi aperfeiçoada em 1847, 1853 e 1865, até culminar no Decreto n°1.825, de 20 de dezembro de 1907, o chamado Decreto do Depósito Legal, ainda em vigor, mas exigindo atualização, de modo a abranger os novos suportes da informação [BN03]. Em 1876 ocorre o nascimento dos Anais, a primeira publicação da Biblioteca Nacional, e do Boletim das aquisições mais importantes feitas pela Biblioteca Nacional (1886), mais tarde denominado Boletim bibliográfico e, depois, Bibliografia brasileira, já então registrando as obras que entram no acervo através da Contribuição Legal; o início da série de exposições do acervo, a publicação do Catálogo da exposição permanente de cimélios (1885); o início da publicação nos Anais do Catálogo de manuscritos relativos ao Brasil [BN03]. Em 29 de outubro de 1910, cem anos depois da fundação da Real Biblioteca, era inaugurado o atual prédio-sede. Alguns anos antes, em 1902, iniciava -se uma pequena "revolução" no processo de trabalho, com a introdução nesta Casa da primeira máquina de escrever. Em 1911, outro marco: criava-se aqui a primeira escola superior de Biblioteconomia da América Latina [BN03]. Sucessivas reformas, ocorridas na Biblioteca Nacional, criaram áreas novas e especializadas de atuação, como as de Referência, Obras Raras, Conservação e Restauração, Microfilmagem, Música e Arquivo Sonoro, dentre outras. Metodologias modernas de classificação e catalogação do acervo foram introduzidas e desenvolvidas. Novas funções passaram a ser exercidas como representar no Brasil o Internacional Standard Book Number (ISBN), orientar e proteger os autores de obras intelectuais com a criação do Escritório de Direitos Autorais, preservar a informação veiculada pelos periódicos através do Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros (Pla-no), inventariar e preservar os livros raros existentes no Brasil com o Plano Nacional de Obras Raras (Planor), co-ordenar o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, promover o autor e o livro brasileiros no país e no exterior [BN03]. 68 3.6.2 CARACTERÍSTICAS DA BIBLIOTECA VIRTUAL DA BN Página Principal (Interface): Figura 3 6 Página Inicial da BN Na página principal da BN visualizada acima, na figura 3.6, o usuário obtém acesso direto a todas as opções contidas na BN [BN03]. A página pode ser visualizada em inglês e português, permitindo a usuários estrangeiros também efetuarem buscas nas bases de informação da BN. A BN oferece ao usuário a possibilidade de efetuar um cadastro gratuitamente, contudo, caso o usuário não o faça continua podendo acessar todas as categorias dela. Ao se cadastrar o usuário define um perfil para ele, que pode ser leitor, pesquisador, escritor, bibliotecário. A BN mantém um histórico com as categorias mais visitadas pelo usuário, e lista estas categorias em uma seção denominada “Favoritos”. Essa seção é visível ao usuário. 69 3.6.2.1 AS PRINCIPAIS CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DA BIBLIOTECA NACIONAL SÃO: CATEGORIAS 1) Principal: Subcategorias: a) Fundação Miguel de Cervantes; b) SABIN: Área: Fotos Sabin; 2) Sobre a Fundação: Subcategorias: a) Palavra do Presidente;b) Histórico; c) Informe; d) Destaques da Mídia; e) Visita Virtual; f) Bibliotecas: Áreas: Biblioteca Nacional: Subárea: Atendimento; Acervo; Obras Gerais e Referências; Iconografia: Área: Profoto; g) Música; h) Periódicos; i) Obras Raras; j) Manuscritos; k) Cartografia; l) Depósito Legal: Área: Lei do Depósito Legal; m) Publicações; n) Biblioteca Euclides da Cunha: Áreas: Infra-estrutura; Listas BEC; o) Biblioteca Demonstrativa de Brasília; p) SNBP; q) Livro: Áreas: Prêmios e Bolsas; Prêmios FBN; Prêmios Internacionais; Prêmio Jabuti; Prêmio Luis de Camões; Bolsa para Escritores com Obras em fase de conclusão; Bolsa para apoio à Tradução de Escritores Brasileiros; Estrutura do Livro; Estatísticas do Livro; Feiras do Livro; Leitura; Proler; Casa da Leitura; 3) Agenda; 4) Exposições Virtuais; 5) Busca Avançada; 6) Referências Especiais; 7) Serviços: Subcategorias: a) Atendimento à distância; Dados sobre o Serviço de Atendimento; Formulário de solicitação; b) Intercâmbio de Publicações; c) Reprodução de Obras: Área: Formulário de Reprodução de Obras; d) Programas e formação continuada à distância; e) EDA: Áreas: Serviços; Busca ao catálogo do EDA; Gênero de Obras; Documentos do EDA; Representações Estaduais; Perguntas Freqüentes; f) ISBN; g) Depósito Legal; Lei do Depósito Legal; h) Loja do Livro; 8) Dúvidas freqüentes; 9) Por onde começo; 10) Mapa do site; 11) Fale Conosco; 12) Créditos. 3.6.2.2 FORMAS DE DISPONIBILIZAR MATERIAIS NAS BV’S a) Catálogos: A BN dispõe de vários catálogos on-line muitos deles contendo obras do acervo digital; 70 b) Consórcios: Os consórcios permitem o acesso a outras bases de outras instituições. Atualmente a BN possui associada a ela grande parte das bibliotecas do país c) Tipos de indexação: As obras podem ser encontradas nos formatos .rtf, .pdf e .html. Uma inovação importante na BN é o uso do software DocReader que oferece ao usuário um ambiente amigável para leitura e pesquisa de conteúdos, seguindo passos utilizados em aplicações de hipertextos, tais como, marcar palavras chaves com cores diferentes, e manter um histórico de conteúdos já lidos. d) Periódicos: A FBN disponibiliza a versão on-line de seus periódicos raros. e) E-books: Há um grande acervo de obras digitalizadas disponíveis para leitura nos formatos .rtf, .pdf e .html. f) Sons: A BN disponibiliza vários arquivos de som; g) Imagens: A BN disponibiliza várias imagens de documentos e momentos históricos; 3.6.2.3 SERVIÇOS OFERECIDOS: a) Correio eletrônico (Fale conosco): Mantém um espaço para que o usuário registre dúvidas, sugestões e críticas, oferecendo uma opção adicional que consiste no usuário poder escolher sobre qual assunto deseja falar, a partir de um menu de acesso. b) Visita Virtual: Outro recurso importante que possibilita uma maior interação entre o usuário e BN. c) Minha estante: Recursos importantes, que exemplifica na prática um dos conceitos tratados no Capítulo 2, quando discute-se que uma das aplicações de uma BV é possuir uma certa realidade virtual, dando ao usuário um ambiente de pesquisa e estudos semelhante ao de uma biblioteca real. Na BN os usuários cadastrados tem a opção de armazenar em uma estante virtual os livros pesquisados. 71 d) Exposições Virtuais: Outro recurso que aproxima usuário e BV, repetindo um ambiente real de uma biblioteca na realidade virtual. e) Loja do Livro: Serviço à disposição do usuário que o permite adquirir obras de seu interesse de forma segura e prática. f) Ajuda (Perguntas / Respostas e Dicas): A BN mantém um cadastro de perguntas e repostas, mais um breve guia das principais categorias do site. Esse recurso é válido para auxiliar o usuário em sua visita. g) Atendimento à distância: A BN disponibiliza um e-mail para a solicitação de obras. Esses pedidos são pagos e valem-se de programas como o COMUT para a negociação dessas obras. h) Intercâmbio de Documentos: A BN disponibiliza um e-mail para a solicitação de obras por intercâmbio. O intercâmbio entre bibliotecas de obras e publicações amplia a base de dados do usuário, porém tem um custo associado a ele, que em parte é repassado para o usuário através de taxas, cada vez que ele solicita tais serviços. 3.6.2.4 Questões que envolvem a construção das BV’s: a) Poucos recursos para digitalização do acervo: A FBN conta com o apoio de empresas particulares ou pessoas associadas a SABIN para levar a frente seu projeto de digitalização do acervo. b) Acesso e download (Pago / Gratuito): Alguns conteúdos estão disponíveis gratuitamente, porém para muitos dos serviços que a BN oferece o usuário terá de pagar taxas para obter as cópias de que precisa. c) Preservação de documentos eletrônicos: A digitalização de obras raras tem por objetivo principal justamente garantir os direitos autorais sobre as mesmas, controlando as cópias realizadas sobre seus conteúdos e também proporcionar ao usuário a possibilidade conhecer obras raras, porém muito antigas que exigem cuidados especiais de conservação para garantir sua conservação. 72 3.6.3 BUSCA AVANÇADA Para a realização de buscas na BN são colocados a disposição do usuário vários catálogos organizados por índices. A busca por conteúdos pode ser feita através seleção de um dos catálogos constantes na lista ou todos os materiais bibliográficos existentes. A Pesquisa nesses catálogos pode ser realizada de duas formas: simples e avançada. Na pesquisa simples, pode-se efetuar a busca à partir do nome do autor, título, assunto ou série. Na Pesquisa avançada, através da combinação de todos os índices possíveis pertencentes a cada uma das subcategorias, utilizando-se os termos booleanos E, OU, E NÃO, e do caractere * pode-se realizar pesquisa mais detalhada por um título. Outro recurso oferecido são os Filtros para refinamento da pesquisa. Há a possibilidade de determinar quais filtros a pesquisa deve ter ou não deve ter, escolhendo entre um dos filtros existentes ou todos para efetuar a pesquisa. Os elementos relacionados para a pesquisa são: ano, entre o ano XXXX e ZZZZ, idioma (português, inglês, francês, espanhol, italiano e alemão), tipo de material (texto impresso, música impressa, música manuscrita, mapa impresso, mapa manuscrito, mídia projetável, gravação sonora não-musical, gravação sonora musical, gráfico não projetável, computer file, Kit, mixture of components, mixed material, 3D artifact or object e texto manuscrito), nível bibliográfico (monographic component part, collection, subunit, monograph/item, serial) e palavras para busca. Os formatos para todas as pesquisas feitas na BN, retornam sempre os parâmetros, autor, classificação, data, suporte original, entre outros. Sobre um livro acessado são retornadas informações, tais como, número de páginas, tipo de informação (.pdf / .rtf), dimensão eletrônica, data de geração, número de identificação, entre outros. Os livros eletrônicos podem ser aberto nos formatos .pdf ou .rtf. Sobre os dados de cada obra é possível obter as notas Informativas, que podem ser entendidas como os dados sobre a digitalização; e as notas biográficas, que se refere aos dados originais do livro. 73 No Anexo XII encontram-se as categorias e subcategorias da BN. A seguir encontra-se o quadro 6 que resume as características observadas na BN: 1) Formas de disponibilizar os materiais: Catálogos; Tipos de indexação; Consórcios; Periódicos; E-books; Sons; Imagens; Vídeos; Acesso e Download (Pago / Gratuito); 2) Serviços Oferecidos: Correio eletrônico; Visita Virtual; Estantes Virtuais; Exposições Virtuais; Loja do Livro; Ajuda (Perguntas / Respostas e dicas); Atendimento à distância; Intercâmbio de documentos; Novidades sobre a BV, educação ou cultura; Links de referência; 3) Questões que envolvem a construção das BV’s: Digitalização do Acervo; Poucos recursos para digitalização do acervo; Preservação de documentos eletrônicos e direitos autorias; Custo Econômico; 4) Trabalho de manutenção das BV’s: Cadastramento; Checkup; 5) Webmetria: Visitas diárias; Registro de e-mail; 6) Eficiência dos Mecanismos de Busca: Pesquisa simples eficiente; Pesquisa avançada eficiente. Quadro 6. Características da BN 3.6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foram analisadas seis das mais importantes bibliotecas virtuais do país. Assim, algumas observações são importantes. 1 ª . A BVE, a BDB e a BVED, são bibliotecas destinadas unicamente à pesquisa de fontes de informação. Os serviços por elas oferecidos limitam-se ao armazenamento das urls de sites úteis da web, correio eletrônico para dúvidas, sugestões, críticas e em alguns casos atender a solicitação de materiais de algum usuário que deseje obter materiais que constam a descrição em suas bases de informações, mas no entanto, pertencem a outros sites e torna-se necessário pagar para adquiri-los. 74 2ª . Percebe-se claramente que o conceito virtual, digital, eletrônico, não é algo claro, pois, como visto analisou-se seis BV’s, e embora tenham apresentado alguns pontos em comum, elas divergem quanto à organização e apresentação. Estando suas estruturas muito mais condicionadas ao propósito específico de quem as desenvolveu do que a busca de um modelo que preencha em todos os seus aspectos os requisitos de uma biblioteca, realmente virtual. 3³ . A BIBVIRT e a BN foram as duas bibliotecas que melhor preencheram as necessidades de uma biblioteca virtual, oferecendo aos seus usuários a, maioria dos serviços que a BVE, BDB e BVED oferecem e disponibilizaram outros recursos a mais dando ao usuário maiores possibilidades de aprendizado e aquisição de recursos, que o auxilie nos estudos. 4ª . Ao manter atualizadas suas bases de informações, as BV’s permitem aos seus usuários dispor de fontes seguras de informação, para usar em suas pesquisas. Uma vez que na Web, muitas vezes, as informações obtidas não são confiáveis. 5ª Todas as BV’s analisadas enfrentam os mesmos problemas de poucas verbas, muitas foram criadas e são mantidas por instituições governamentais como, é o caso da BIBVIRT, BVED, BVE, e a própria BN, contudo para garantir sua expansão de serviços e acervo, as BV’s contam com patrocínios e trabalhos voluntários, já que as verbas são insuficientes. Assim elas buscam o patrocínio de pessoas, empresas e instituições nacionais e estrangeiras, capazes de colaborar com suas atividades. O que se torna um obstáculo ao crescimento delas; 6ª Outro fator que influencia bastante no acervo das BV’s é a questão dos direitos autorais. Muito do acervo existente, acaba não sendo digitalizado, por ser protegido por direitos autorais. Esse fator somado a falta de verbas para digitalização são bem perceptíveis, servindo como mais um agravante na disponibilização de conteúdos; A seguir serão apresentados alguns quadros comparativos, os quais resumem os serviços oferecidos por cada uma das BV’s comparadas. 75 3.6.5 QUADROS COMPARATIVOS DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS A partir das questões discutidas anteriormente, é proposto um quadro comparativo (Quadro 7) para o estudo e classificação das BV’s quanto à forma de disponibilizar os materiais. Formas de BVE BVED BDB BIBVIRT BN QUANTUM disponibilizar os materiais Catálogos Não Não Não Sim Sim Tipos de Não Não Não Sim Sim Consórcios Não Não Não Não Sim Periódicos Não Não Sim Sim Sim E-books Não Não Não Sim Sim Sons Não Não Não Sim Sim Imagens Não Não Não Sim Sim Vídeos Não Não Não Sim Sim Acesso e Não Não Não Somente Sim Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado indexação Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Download gratuito (Pago / Gratuito) Quadro 7. Comparação entre as formas de disponibilizar materiais No Quadro 2 é proposto um quadro comparativo para o estudo e classificação das BV’s quanto aos serviços oferecidos: 76 Quadro 8. Comparação entre os serviços oferecidos Serviços Oferecidos BVE BVED BDB BIBVI BN RT QUANTU M Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Grupos de Discussão Não Sim Não Sim Não Correio Eletrônico Sim Sim Não Sim Sim Visita Virtual Não Não Não Não Sim Estantes Virtuais Não Não Não Não Sim Exposições Virtuais Não Não Não Não Sim Loja do Livro Não Não Não Não Sim Ajuda (Perguntas / Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Sim Não pode ser avaliado Não Não Não Sim Sim Não pode ser avaliado Sim Sim Não Sim Sim Não pode ser avaliado Sim Sim Sim Sim Sim Sim Respostas e Dicas) Atendimento à Distância Intercâmbio de documentos Novidades sobre a BV, educação ou cultura Links de referência No quadro 3, é proposto um quadro comparativo quanto às questões que envolvem a construção das BV’s: Questões que envolvem a construção das BVE BVED BDB BIBVIRT BN QUANTU M 77 BV’s Digitalização do Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Acervo Poucos recursos para digitalização do Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado acervo Preservação de documentos Não pode ser avaliado eletrônicos e direitos autorias Custo Econômico Sim Quadro 9. Comparação entre as questões que envolvem a construção das BV’s Abaixo é proposto um quadro comparativo (quadro 10) para o estudo e classificação das BV’s quanto ao Trabalho de Manutenção das BV’s: Trabalho de BVE BVED BDB BIBVIRT BN manutenção QUANTU M das BV’s Não pode ser avaliado Não pode Sim Sim Não Sim Sim ser avaliado Quadro 10. Comparação entre trabalhos de manutenção das BV’s Cadastramento Não Checkup Sim Não Sim Sim Abaixo é proposto um quadro comparativo (quadro 11) para o estudo e classificação das BV’s quanto Webmetria: 78 Webmetria BVE BVED BDB BIBVIRT BN QUANTU M Visitas Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Não Sim Sim diárias Registro de e-mail Não pode ser avaliado Não pode ser avaliado Quadro 11. Comparação entre parâmetros usados de Webmetria A seguir é proposto um quadro comparativo (quadro 12) para a avaliação da eficiência da busca. Mecanismos de Busca Eficiência BVE BVED BDB BIBVIRT BN QUANTU M Pesquisas Simples Sim Sim Sim Não pode Sim ser Não pode ser avaliado avaliado Avançada Sim Sim Sim Não pode Sim ser Não pode ser avaliado avaliado Quadro 12. Comparação da Eficiência da Busca. Existem ainda dois projetos em desenvolvimento na área das BV’s, o primeiro, trata-se do Projeto Gutenberg, que como já foi dito, é a BV, pioneira na disponibilização de obras gratuitas na Internet . O Projeto Gutenberg possui segmentos em todo o mundo, e no Brasil, não poderia ser diferente, aqui existe a Virtual Book Store, o segundo projeto, trata-se de uma biblioteca 79 virtual nacional, que espelha o, Projeto Gutenberg, mantendo-se diretamente associada ao Projeto. 4. CONCLUSÕES As Bibliotecas virtuais, constituem-se como bases de dados válidas nas tarefas de fornecer as informações, incentivar à leitura e pesquisa, orientando o usuário na sua busca por conteúdos. A BV pode garantir através do controle de sua base de dados a autenticidade da informação repassada aos seus visitantes. Sem dúvida, a BV é um mecanismo indispensável, no mundo da Internet e do aprendizado à distância. Esse trabalho apresentou os principais conceitos sobre bibliotecas virtuais, web semântica e agentes inteligentes. Embora nesse trabalho, os conceitos de Web semântica e dos elementos que a compõe, tenham sido pouco usados, a compreensão dos mesmos, desde agora, é de fundamental importância, pois o estudo comparativo que foi realizado têm por objetivo fornecer as bases para a construção de uma taxonomia para bibliotecas virtuais. Essa taxonomia por sua vez, será a base para a definição da ontologia que irá modelar as ferramentas, categorias e propriedades que uma BV deve possuir. A principais questões, que envolvem o assunto BV’s, como foi visto, são a eficiência das buscas e a disponibilidade do acervo. A questão da eficiência nas buscas, terá que ser tratada através do uso da web semântica e dos agentes inteligentes, que são estruturas capazes de relacionar informações e imprimir, nelas, uma lógica permitindo resultados mais 80 próximos do que o usuário espera. É a partir da ontologia, quando se começará a implementação da BV, a aplicação desses conceitos será fundamental. Quanto à questão da disponibilidade do acervo, no que diz respeito a sua ampliação, ele fica totalmente dependente de verbas e patrocínios, não há outra forma. A digitalização, distribuição e armazenamento dessas informações também tem seu custo e trás novas necessidades e exigências e isso muda as relações entre bibliotecas e entre usuários e bibliotecas, na verdade todos acabam participando e dividindo os custos desse processo. A BV passa a ter um papel muito mais amplo, o intercâmbio entre usuários e BV’s passa a ser mais estreito, na medida em que precisarão trocar informações, negociar materiais, logo é importante que as BV’s cada vez mais conheçam o perfil de seus usuários, seus interesses e necessidades. Assim quanto mais serviços e recursos uma BV puder dispor para interagir com as pessoas que acessam suas bases de dados, melhor se dará a troca de informações e a prestação dos serviços. A determinação das características desejáveis a uma BV, tais como as que foram analisadas durante o trabalho, deve considerar essas novas tendências, ao ser definido um projeto, como a taxonomia. Quanto aos objetivos propostos no início desse trabalho obteve-se os seguintes resultados 1) Foram relacionados os conceitos existentes que definem as bibliotecas virtuais; 2) Foram selecionados dois conceitos mais abrangentes, que são os definidos em [ROOK93] e por [PROS97]; 3) Foram identificadas as principais características a serem observadas em bibliotecas virtuais; 4) Foram selecionadas entre as bibliotecas virtuais existentes as mais importantes que são envolvidas com projetos para educação á distância. 81 5) Foram comparadas as bibliotecas selecionadas segundo as características identificadas; 6) Observou-se os parâmetros de pesquisa existentes nos mecanismos de busca das BV’s relacionando os parâmetros constantes em cada uma e foram testadas a eficiência de cada uma obtendo resultados satisfatórios, excetuando-se os casos onde o acesso a BV não foi possível; 7) Devido as dificuldades encontradas durante o trabalho o último objetivo, que consistia em listar as categorias principais a serem usadas na construção da taxonomia não pode ser atingido, embora todos os passos para a sua definição tenham sido realizados. Nos anexos em “CD” encontram-se as categorias e subcategorias para definição de uma taxonomia. 4.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS No desenvolvimento desse trabalho, as principais dificuldades encontradas foram problemas de acesso a Internet (quedas freqüentes de conexão ). Algumas bibliotecas apresentaram problemas constantes para obter acesso, sendo que a BDB e a BVED ficaram por um período, totalmente inacessíveis, pois passaram por atualizações. Outras dificuldades relevantes estão relacionadas às dificuldades em reunir informações precisas e confiáveis para estabelecer conceitos e definir parâmetros de avaliação do sistema Quantum. Em decorrência dessas dificuldades, não foi possível chegar à próxima fase desse projeto que consiste na construção da taxonomia em si, contudo todos os pontos aqui considerados devem ser observados no desenvolvimento da taxonomia. 4.2 TRABALHOS FUTUROS Considerando todas as características das BV’s encontradas nesse trabalho, é possível definir algumas propriedades que serão muito úteis na construção da taxonomia para 82 bibliotecas virtuais, que será o próximo trabalho a ser realizado tomando por base o presente estudo comparativo. Nesse estudo comparativo principiou-se a definir os termos categorias, subcategorias, áreas e sub-áreas. As categorias são as superclasses que irão abrigar os recursos mais relevantes das bibliotecas; As subcategorias são classes que herdaram os atributos de uma superclasse de acordo com a categoria a que estiver associada. As áreas são as possíveis divisões que uma subcategoria pode vir a ter; As subáreas são as menores divisões que uma área pode vir a ter. Levando em consideração que os conceitos selecionados são a base da definição do que vem a ser uma BV. A BV deve dispor de recursos eletrônicos, sons, imagens e outras mídias, sendo importante observar que no projeto de uma taxonomia as seguintes características são desejáveis: Quanto ao acervo: disponibilizar periódicos; disponibilizar e-books; disponibilizar imagens; disponibilizar sons; disponibilizar vídeos; disponibilizar documentos históricos; Quanto ao atendimento: Grupos de discussão; e-mail; intercâmbio de documentos entre a BV e o usuário e convênios com outras BV’s para ampliar as possibilidades de pesquisa para o usuário; Quanto a busca por títulos: softwares, como o DocReader podem ser interessantes para dinamizar a leitura e pesquisa do usuário. Nas buscas o uso de parâmetros de indexação, tais como, título, autor, editora, ano publicação, data digitalização, assunto, gênero, e outros são úteis para ampliar as possibilidades de pesquisa. 83 No projeto de uma taxonomia a definição de alguns tipos de categorias é importante, pois essas servem para auxiliar o usuário em sua visita e permitem a biblioteca conhecer seus usuários, e com isso melhorar a qualidade dos serviços oferecidos A seguir são oferecidas algumas sugestões de categorias desse tipo: a) Uma categoria que liste links úteis sobre assuntos relacionados a educação, cultura, literatura e outros são importantes. Variáveis que informem ao usuário a permanência ou não desses links na web; b) Uma categoria novidades que informe ao usuário, novos sites ou recursos disponibilizados na BV serve para evitar a desorientação desse ao acessar o site e ajudá-lo a aproveitar mais os recursos; c) Uma categoria que defina tipos de usuários; d) Outra categoria pode armazenar um histórico de pesquisas realizadas pelo usuário, as categorias mais acessadas por ele servem para permitir a BV conhecer o perfil dos mesmos e também como orientação para eles em suas visitas. Outras características devem ser observadas, as que foram aqui comentadas são apenas alguns exemplos. Outros trabalhos após a construção da taxonomia podem ser realizados, também. São eles: fazer a ontologia e implementar a Biblioteca Virtual seriam as duas últimas etapas desse trabalho. 84 5. BIBLIOGRAFIA [ABED02] Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED. Bibliotecas virtuais precisam agir. Diário Popular. 22 de outubro de 2002. 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Seguindo o mesmo caminho de Pereira, destaca que o conceito de biblioteca e virtual está relacionado com o conceito de acesso por meio de redes a recursos [REZE00] informacionais disponíveis em sistemas de base computadorizada. [LEVA97] No primeiro conceito as BV’s representam apenas a troca de informações por meio da mídia eletrônica. No segundo conceito, a BV significa a possibilidade de criar uma rede mundial que funcione como um grande depositário (potencialmente infinito) de todos os documentos da humanidade, arquivados em uma estrutura universal de dados relacionados de modo associativo com outros documentos afins (Projeto Xanadu [PROS97] - Ted Nelson). Conceitua Biblioteca Virtual como um conjunto de links para documentos, imagens, softwares, bases de dados, entre outras, disponíveis na Internet, organizados em categorias de informação ou por áreas temáticas, de maneira estruturada, de forma a possibilitar que o usuário encontre a informação que [PROS03] considera relevante. Um conceito mais amplo é dado e uma BV é definida como um serviço de informação especializada que reúne em um único espaço virtual, informações dispersas, capturadas da Rede e de outras ambiências (livros, artigos, teses, entre 94 outras), que são integradas de acordo com normas, padrões, metodologias e tecnologias comuns, organizadas em forma de base de dados e disponibilizadas na Internet. [MARC97] Conceitualiza que uma BV para existir, depende da tecnologia de realidade virtual. [ZANG00] Conceitua uma biblioteca como virtual quando não existe como ambiente físico, e é real, como acervo, quando podemos ter acesso (via Internet ou local) físico ao seu conteúdo. ANEXO II TABELA 2. FORMAS DE DISPONIBILIZAR MATERIAIS NAS BVS CARACTERÍSTICAS DAS BVs FORMAS DE DISPONIBILIZAR MATERIAIS NAS BV’s a) Catálogos Em 1969, Frederick Kilgmore, criou o OCLC (Ohio Colleges Library Center), essas fontes são verdadeiras obras de referência, cuja importância cresce a cada dia. Atualmente, os catálogos eletrônicos on- 95 line, conhecidos na Internet como OPACs (Online Public Access Catalogs) tornaram-se comuns e de acordo com a interface que possuam, possibilitam buscas variadas independente do local e hora de b) Tipos de acesso. As estruturas hipertextuais de catalogação, arquivamento e recuperação Indexação da informação criam, novas estruturas mentais e maneiras de construir e pensar sobre o conhecimento. Dezenas de termos de indexação, além dos tradicionais (por ex.autor, título) podem ser incluídos e, também, diversos níveis de representação do documento. Agregando, um alto grau de flexibilidade e qualidade na busca e recuperação da informação. Pois, várias partes de um documento podem ficar hospedadas em computadores diferentes, e serem resgatadas pelo usuário, sem c) Periódicos dificuldades. Podem ser acessados em nível remoto, consultando-se o acervo digital de uma biblioteca, consórcio ou empresa. O aumento da velocidade de d) E-books e) Acesso transmissão de dados e o crescimento de documento. A primeira iniciativa de disponibilizar textos completos (Full-Text) de livros foi o Projeto Gutenberg idealizado por Michael Hart. e Com o crescimento de pedidos de empréstimos entre BV’s, feitos Downloads através dos catálogos em linha e os catálogos coletivos de livros e (Pago/Gratuito) periódicos , haverá necessidade de pagamento pelo acesso e transmissão da informação. Esses custos poderão ser subsidiados, total ou parcialmente pela biblioteca ou pagos integralmente pelo usuário. 96 ANEXO III TABELA 3. SERVIÇOS OFERECIDOS PELAS BV’S - Referência CARACTERÍSTICAS DAS BV’s SERVIÇOS OFERECIDOS: Nas BV’s existirá um programa de computador, o "agente inteligente", o qual extrairá palavras-chave da expressão de busca elaborada pelo usuário remoto. Os resultados apresentados pelos agentes possuem um grau de relevância para cada item recuperado. O usuário pode assinalar o que deseja. Finalmente o pedido do usuário é encaminhado para o seu computador ou caixa postal eletrônica. Foram citados quatro tipos de 97 serviços de referência: 1) Grupos de No grupo de discussão, na Internet, aqueles participantes que lançam discussão 2) perguntas sobre determinado assunto, muitas vezes, recebem, rapidamente, respostas dos participantes da lista. Correio tornou-se mais um canal de comunicação para a biblioteca, junto aos seus eletrônico usuários. É um meio de comunicação rápido, simples e barato. Pode-se, por meio dele, enviar lista de livros novos, perfis de usuários e cópia de 3) documentos. Permite uma interação em tempo real entre os participantes; assim, essa Videoconferên tecnologia pode ser usada para treinamento à distância ou mesmo para cia resolver questões de referência. 4) Prateleiras Em uma prateleira virtual as informações são organizadas em catálogos Virtuais online, reunindo coleções fisicamente dispersas que remetem a textos hipertextualmente referenciados. 98 ANEXO IV TABELA 4. QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’S CARACTERÍSTICAS DAS BV’s QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’s: a) Digitalização do Documentos isentos de direitos autorais, são digitalizados e Acervo colocados à disposição da comunidade. Principalmente obras raras e manuscritos. b) Poucos recursos Não só no Brasil mas no mundo, a digitalização do acervo envolve para digitalização do custos referentes a capacitação de profissionais, equipamentos, Acervo c) desenvolvimento de sistemas de bancos de dados e controle de Falta Informatização qualidade. de Particularmente no Brasil, a falta de informatização das bibliotecas da tradicionais dificulta a propagação das BV’s. Poucas são aquelas que Bibliotecas estão equipadas para que nelas possam coexistir catálogos em linha, tradicionais microcomputadores, leitores de CD-ROM, cabeamento em fibra d) Pessoal Treinado ótica, redes locais e outras tecnologias de informação . O novo ambiente exigirá uma equipe bem treinada no uso dos 99 diversos equipamentos e programas, e no envolvimento com o e) Preservação Documentos Eletrônicos usuário. de Surgem novos problemas, como, a obsolescência das tecnologias de preservação, armazenamento e recuperação (hardware, software, e dos sintaxe, etc). Direitos Autorais: f) Custo Econômico: O equipamento necessário (e seu regular upgrade), as assinaturas e taxas de acesso a bases de dados externas, licenças e aquisição de CD-ROMs etc., manutenção, treinamento e atualização permanente do pessoal representam um gasto inevitável [LEVA97]. 100 ANEXO V TABELA 4.1. QUESTÕES QUE ENVOLVEM A CONSTRUÇÃO DAS BV’S: TRABALHO DE MANUTENÇÃO DAS BV’S CARACTERÍSTICAS DAS BV’s TRABALHO DE MANUTENÇÃO DAS BV’S É após a biblioteca ser lançada é que começa verdadeiramente o trabalho de alimentação, cada BV tem a sua própria sistemática de manutenção, no entanto as principais atividades realizadas na manutenção são comuns a todas elas: 1) busca de novos sites; 2) cadastramento; 3) revisão de registros; 4) checkup; 5) mala direta. 1) busca de novos consiste em realizar sucessivas navegações no ciberespaço com o sites objetivo de identificar a presença na rede de novas iniciativas referentes a temática da BV em questão, para tal, faz-se uso das 2) cadastramento ferramentas de busca. consiste em dar entrada de novos registros na BV, através de um formulário específico de cadastramento, disponível na Internet, em endereço conhecido apenas pela equipe de manutenção e com acesso 3) revisão aos dados através de senha, de consiste em analisar os registros cadastrados na BV através dos registros formulários avançados, que permite visualização rápida dos registros 4) checkup contidos na BV. consiste em verificar os links que estão inativos (quebrados) na BV, 5) mala direta através de software específicos, disponíveis gratuitamente na Internet; o serviço de mala direta consiste em enviar informações as pessoas que se cadastram na mala direta da BV, informando quando do cadastramento de novos registros, quaisquer alteração no layout da 101 mesma. ANEXO VI TABELA 5. ETAPAS DA PESQUISA REALIZADA NA WEBMETRIA 102 CARACTERÍSTICAS DAS BV’s WEBMETRIA Metodologia capaz de avaliar o desenvolvimento, assim como aproveitamento dos sites da Internet com relação ao número de acessos (pode ser utilizado o contador da página principal) e a qualidade da informação. O Prossiga criou um grupo de pesquisa, com o objetivo de desenvolver metodologia para a análise e avaliação das Bibliotecas Virtuais. Desta forma foram definidas as duas etapas da pesquisa: (1) coleta dos dados das variáveis e (2) ordenamento e avaliação das informações. (1) COLETA DOS DADOS DAS VARIÁVEIS a) Visitas acumuladas por A fonte é o contador da página principal. Não são computadas mês b) Visitas diárias as visitas das estações de trabalho das equipes de pesquisa. A fonte desses dados é o software Nedstat (http://www.nedstat.net/), programa espanhol que disponibiliza uma página na rede, em que uma vez instalado na página principal do site o link para o programa a equipe e os usuários podem visualizar as tabelas e gráficos disponibilizados pelo programa com informações detalhadas do número de acesso c) Registro de e-mail horário de maior pico de acessos, a origem dos acessos. Esses dados são obtidos através do botão existente na página d) Links por registro principal "cadastre seu e-mail". Essa variável está diretamente ligada a teoria do hipertexto, essa variável determina a capacidade de multiplicação de informações. (2) ORDENAMENTO E AVALIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES Nesta etapa é desenvolvido um estudo estatístico com o objetivo de ordenar os dados através de quadros, tabelas e gráficos que possibilitem a avaliação dos mesmos. 103