Evolução Tecnológica Sustentável: o papel da TI
Renato de Rebelo Caligiuri Trigo
Rodrigo Pimentel Cota
Resumo
Este artigo é resultado de uma pesquisa exploratória, descritiva e aplicada – levada
a cabo pela avaliação de um questionário e a análise de periódicos – sobre o nível
de preocupação e consciência da população na manutenção da qualidade de vida
em nosso planeta e o desenvolvimento sustentável. A demanda por recursos
naturais, que são limitados, não diminuirá e as pessoas precisam ser mais
informadas sobre o impacto que as motivações individuais promovem no equilíbrio
do consumo de recursos naturais e a tecnologia precisa reconquistar a confiança,
utilizando novas técnicas e/ou aprimorando as existentes, na gestão efetiva dos
recursos naturais. A tecnologia da informação deve acompanhar o desenvolvimento
tecnológico, mostrando seu valor no uso de melhores técnicas e práticas, no
planejamento, implementação e operação de infra-estruturas em direção à TI
Verde1, ou estabelecendo o conceito de SW Verde2 para o desenvolvimento e
gestão de projetos: a caminho da gestão global de recursos naturais e o equilíbrio e
viabilidade da evolução humana, afastando a possibilidade de extinção da raça.
Palavras-Chaves: desenvolvimento sustentável, recursos naturais, gestão global de
recursos, evolução humana, extinção humana, qualidade de vida, tecnologia da
informação, TI Verde, Software Verde.
Abstract
This article results from an exploratory, descriptive and applied research – carried out
by
inquisitorial
application
and
periodicals
analysis
–
estimating
people’s
consciousness and concerns about the quality of life and its maintenance based on a
sustainable development. Global demand for resources will not decrease in the
1
A tecnologia da informação verde é toda iniciativa consistente e efetiva que limitada ao nível tecnológico
disponível apresenta o melhor rendimento no consumo de recursos naturais.
2
O software verde é o conceito associado ao produto que possui preocupações comprovadas e efetivas em
preservação de recursos naturais, da concepção ideal e excelência na gestão de seu projeto, até sua
execução e operação na mais eficiente infra-estrutura disponível.
future and the planet’s resources are limited. People must be informed of the impact
that individual motivation promotes in balancing natural resource’s use. Technology
must regain confidence by promoting the use of new techniques and/or improve
existing techniques for the effective management of natural resources. Information
Technology must follow the technological development as a whole and show its
value, either by using better practices and techniques on planning, implementing and
operating all infra-structures towards the Green Information Technology, or by
establishing the concept of Green Software to develop and manage projects: the
road to global management for the consumption of natural resources and the balance
and viability of the human evolution preventing the possibility of human extinction.
Keywords:
sustainable
development,
natural
resource,
global
resources
management, human evolution, human extinction, quality of life, information
technology, Green IT, Green Software.
1 Introdução
A manutenção da qualidade de vida, a partir do desenvolvimento
sustentável, exige da sociedade moderna a preocupação com a pesquisa e
instalação de novas tecnologias para exploração mais eficiente das fontes de
recursos ou da descoberta de novas origens.
A demanda global de recursos não irá diminuir no futuro, as fontes do
planeta são limitadas (algumas sequer são renováveis) e a maioria dos sistemas
ambientais que suportam o recurso explorado é sensível aos subprodutos da
ocupação e atividade humana (por exemplo: lixo, dejetos, poluentes, desmatamento,
extrativismo etc.). As instituições de pesquisa têm um papel importante na análise
destas questões e na proposta de soluções para os problemas identificados.
Sistemas informatizados e integrados para Gestão Global de Recursos
(do inglês, GRM, Global Resources Management) deverão se preparar e habilitar
para atender à demanda por informações na análise da eficiência das tecnologias,
do nível de consumo de recursos e margem de tolerância no suporte dos
subprodutos da atividade humana, permitindo a efetiva ampliação do escopo e o
2
significativo aumento da velocidade no intercâmbio e produção de resultados,
estabelecendo o suporte necessário para o desenvolvimento sustentável. A
Tecnologia da Informação deverá evoluir, não somente para atender estas novas
demandas, mas para se adequar às novas diretrizes no que diz respeito à
sustentabilidade: menor consumo de energia e produção de lixo, e ampliação do
uso, pela facilitação e disseminação de soluções.
Este artigo avalia a percepção sobre a necessidade da TI “Verde” na
gestão dos recursos globais e no suporte à instalação de novas tecnologias para o
desenvolvimento sustentável. Os objetivos específicos (associados à TI) são:
•
Discutir a limitação das fontes de recursos e a tolerância no suporte
e absorção do lixo e dos poluentes (principalmente CO2);
•
Apresentar a necessidade da correta gestão dos recursos globais
(extração, transformação e utilização), principalmente energia
elétrica, inclusive a necessidade da reciclagem do lixo eletrônico;
•
Sugerir a parceria do desenvolvimento sustentável com a TI
“Verde”.
Um questionário fechado para levantamento de dados foi elaborado e
submetido
para
avaliar
o
nível
de
consciência
da
população
sobre
a
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, o uso amplo da tecnologia
da informação e a necessidade da TI “Verde”. Esta atividade identificou que a
sociedade está bem informada sobre estas preocupações, destacando a importância
do uso da tecnologia da informação sustentável nas empresas para o progresso de
todas as tecnologias de forma responsável e alinhada com a redução da degradação
do meio ambiente e conseqüente aumento da qualidade de vida no planeta. A
análise das respostas e o exame das matérias colecionadas nos periódicos de
grande circulação verificaram que a atuação ainda é tímida, experimental e restrita.
2 A qualidade de vida
Todo ser humano no planeta busca suficiente qualidade de vida para si e
para os seus, cuidando para que as necessidades sejam atendidas pelo uso das
3
técnicas sob seu domínio e cultura. O conjunto estruturado e competente das
técnicas – mantido pelo estudo e suportado pela experiência que garantem o
conhecimento, a habilidade e atuação – é conhecido como tecnologia.
A tecnologia da sociedade moderna, em seus mais diversos âmbitos, é
garantidora da qualidade de vida específica de seus grupos humanos mais variados.
Quanto mais complexa a sociedade, mais dependente da tecnologia, e vice-versa.
3 Os recursos globais
Os recursos globais são limitados e alguns poucos são renováveis.
Exemplos:
De acordo com a Wikipédia (2008a), o petróleo é uma fonte de energia
amplamente explorada, de origem orgânica, mas fóssil, constituído por um processo
que exigiu milhares de anos para ocorrer, caracterizando-o como recurso não
renovável. Sua exploração é atividade complexa, custosa e vinculada à disposição
de suas fontes. Seu uso depende de processos de refino, transformação e
transporte altamente especializado, sendo utilizado não somente como combustível,
mas também como insumo na fabricação de materiais baseados em sua química,
principalmente: polímeros.
A água tratada para consumo humano que é um recurso renovável, mas
de elevado custo de processamento, requerendo utilização racional. A maior porção
de água disponível no planeta, 97% encontra-se nos oceanos, cerca de 1,8%, como
gelo nas calotas polares ou nos cumes de altas montanhas. A quantidade de água
disponível para aproveitamento humano, restringe-se a 1,2% do volume global
(WIKIPÉDIA, 2008b).
Os alimentos produzidos para consumo humano são fontes renováveis de
recursos, baseados na energia solar, água, gases atmosféricos e insumos minerais
necessários ao seu desenvolvimento, dependem do clima e da qualidade do solo,
exigindo
extraordinariamente
um
tratamento
adequado
por
irrigação
ou
mineralização condicionadora (adubação).
4
A energia elétrica produzida por usinas hidráulicas é uma fonte renovável,
que produz um impacto muito grande em outros sistemas ambientais, com
resultados indesejados no equilíbrio da maioria das fontes de recursos globais. A
formação de grandes lagos para as represas inutiliza áreas úteis à agricultura,
pecuária ou assentamento humano, obrigando a exploração de outros locais, além
de provocar a alteração de bacias hídricas (inclusive dos lençóis freáticos) que
podem modificar a disposição de recursos hídricos essenciais, principalmente à
população local.
A energia termoelétrica, produzida pela queima de combustíveis fósseis
ou orgânicos, traz a contaminação do ar com gás carbônico, monóxido de carbono e
fuligem, além de conseqüências locais bastante sensíveis (aumento de doenças
cárdio-respiratórias e chuva ácida, que afeta a agricultura) e o impacto global da
grande quantidade de gases de efeito estufa (CO2).
A geração de energia nuclear encontra combatentes nos segmentos da
sociedade que defendem o abandono da tecnologia, apesar dos esforços feitos para
o uso pacífico deste combustível. É uma energia “limpa”, gerada pelo aquecimento
da água nas turbinas a vapor do calor gerado no reator nuclear. Apesar do risco
inerente da manipulação desta fonte, e de conhecidos acidentes (consultar:
Chernobyl, 1986), o fator mais importante neste caso é a possibilidade de uso do
combustível esgotado para fabricação de bombas nucleares.
As energias produzidas por outras fontes, a saber: solar, eólicas,
talassomotrizes (aproveitando o movimento das marés) e geotérmicas (aproveitando
o calor gerado por fontes vulcânicas) são utilizadas de forma restrita e experimental,
apesar do grande avanço e sucesso de iniciativas importantes por todo o globo
terrestre. São fontes pouco exploradas (comercialmente) e representam, em geral,
uma relação pouco atraente de custo e benefício para adoção em larga escala.
4 O lixo e os poluentes
O esgotamento das fontes não acontece somente pela sua não
renovação ou pelo consumo excessivo, mas pode acontecer pela alteração da
característica ou equilíbrio de um sistema de produção do recurso.
5
O planeta tem capacidade limitada para suportar, tolerar e absorver os
subprodutos da atividade humana: o lixo e os poluentes (PLANETA SUSTENTÁVEL,
2008).
4.1
Lixo Eletrônico
O lixo eletrônico mais comumente conhecido é aquele resultante do
descarte de equipamentos eletrônicos, tais como: computadores, telefones
celulares, televisores, geladeiras e outros.
Esses resíduos são depositados em lixões sem nenhuma preocupação
com o meio ambiente e por serem compostos por metais pesados (mercúrio,
cádmio, berílio e chumbo) altamente tóxicos, quando em contato com o solo,
contaminam os lençóis freáticos e, se queimados, poluem o ar.
Estudos da ONU apontam que o lixo eletrônico pode ser dividido em duas
categorias:
•
Físico, também conhecido como “Lixo de Luxo”, composto de
hardware (máquinas, equipamentos etc.);
•
Lógico, definido como “Sucata Democrática”, composto de software
e seus resultados (spam, vírus de computador, conteúdo resultante
de arquivos “inúteis” em HD’s: bancos de dados, imagens, som
etc.).
4.1.1 Lixo Eletrônico Físico
Segundo Moreira (2007), anualmente são produzidos cerca de 50 milhões
de
toneladas
de
lixo
eletrônico,
composto
por
computadores,
celulares,
eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que cada vez mais (pelo avanço tecnológico,
tornam-se obsoletos e) vão parar no lixo, representando, 5% de todo o lixo gerado
no planeta.
Ao produzir um computador, utiliza-se: 32% de material ferroso; 23% de
plástico; 18% de metais não ferrosos (chumbo, cádmio, berílio e mercúrio); 15% de
vidro; 12% de placas eletrônicas (ouro, platina, prata e paládio). Todo esse material
6
ao ser depositado no lixo “convencional” pode contaminar o meio ambiente,
causando danos à saúde da humanidade, tais como: distúrbio no sistema nervoso,
problemas nos rins, pulmões e envenenamento.
Gráfico 1 – Composição de um computador (%)
Fonte: Adaptado do Programa Ambiental das Nações Unidas (2008)
A revista Exame (2008a) publicou que:
Hoje, cerca de três bilhões de pessoas – o equivalente à metade da
população do planeta – têm uma linha móvel [telefone celular]. Em média,
essa multidão troca o aparelho em até dos anos. O descarte acelerado
desses equipamentos representa um dos problemas ambientais mais
graves da atualidade. Uma pesquisa da americana ReCellular, uma das
maiores recicladoras de celular do mundo, mostra que mais de 100 milhões
de aparelhos são descartados por ano.
Não muito diferente de outros países, o Brasil enfrenta o problema do lixo
eletrônico físico, por não possuir uma legislação e estrutura adequada para realizar
a coleta. Para agravar o problema, as poucas iniciativas que existem não são
divulgadas ou executadas corretamente, tornando o encaminhamento devido do lixo
eletrônico no Brasil, pouco conhecido.
Como tentativa de solucionar a dificuldade, uma nova aliança liderada
pela ONU determinará as diretrizes mundiais para a disposição final dos produtos,
com o objetivo de proteger o meio ambiente do entulhamento de lixo eletrônico
físico. Dentre as sugestões, está o projeto que incentiva empresas a fabricar
7
produtos com vida útil mais longa e que possam ser reciclados, ao invés de
substituídos e jogados no lixo.
4.1.2 Lixo Eletrônico Lógico
Pertencem à categoria de lixo eletrônico lógico: spam, vírus de
computador, sucata eletrônica etc., que, em última instância, são compostos por
entidades inúteis ou descartes não são físicos. E que em alguns casos, são
subprodutos de processos lógicos (banco de dados, imagens, sons etc.), mas
exigidos (até mesmo, indispensáveis) ao funcionamento dos eletroeletrônicos.
O “Lixo Eletrônico Lógico”, não tratado ou tratado de forma indevida,
compromete a estabilidade dos equipamentos, das corporações e da própria
sociedade. Afinal, aumenta o consumo de recursos naturais pela constante
fabricação de novos equipamentos (cada vez mais potentes e avançados
tecnologicamente) ou pela sua utilização (exigência de logística: energia elétrica
estabilizada; salas de operação e armazenamento; refrigeração e controle de
umidade ambiente; operários e operadores para produzir e fazer funcionar e
recursos financeiros para custear todo o processo), que reduzem a capacidade da
empresa em investir no objetivo principal que é “produzir ou prestar serviço” (e não:
estocar dados, informações, mensagens de email etc.).
5 Desenvolvimento Sustentável
A Organização das Nações Unidas – ONU (1987, documento A/42/427)
assegura que:
A sustentabilidade exige um novo padrão de crescimento econômico a ser
garantido. O desenvolvimento sustentável é uma correção, uma retomada
do crescimento, alterando a qualidade do desenvolvimento, tornando-o
menos intensivo, menos exigente em matérias-primas e mais eqüitativo
para todos.
O crescimento econômico global deve garantir os direitos das gerações
futuras, aos recursos naturais necessários à sobrevivência, alterando as formas de
exploração da natureza, legando recursos para os que virão. Assim, o
8
Desenvolvimento Sustentável é definido como um processo de mudança no qual a
exploração dos
recursos,
a
orientação
dos
investimentos,
os rumos do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as
necessidades atuais e futuras.
6 Consumo de Eletricidade no Brasil
A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (2008) declarou que:
No Brasil, o consumo de eletricidade, que era de 213 GWh em 1990,
chegou a quase 306 GWh em 2000, observando-se uma redução no ano
seguinte para 282 GWh (próximo ao patamar de 98), em função de práticas
de racionalização do consumo durante e depois da ocorrência do
racionamento de 2001.
Gráfico 2 – Evolução do consumo de energia elétrica no Brasil entre os anos de 1990 e 2001 (GWh)
Fonte: Adaptado da ANEEL (Brasília, 2003).
Segundo a ANEEL (2008), o setor industrial foi o responsável por 41,1%
do consumo nacional de energia elétrica em 2003. Entretanto, houve uma redução
de sua participação quando comparada aos 50,4 pontos percentuais do ano de
1991. O setor residencial, maior contribuinte no racionamento do consumo em 2001,
é o segundo maior consumidor de eletricidade no país.
9
Gráfico 3 – Participação de cada setor de atividade no consumo de eletricidade do país (%)
Fonte: ANEEL (Brasília, 2003).
7 Emissão de Gases
O aquecimento global ocorre em função do aumento da emissão de
gases poluentes, principalmente aqueles derivados da queima de combustíveis
fósseis (gasolina, diesel etc.) na atmosfera. Gases como ozônio, dióxido de carbono
(CO2), metano, óxido nitroso e monóxido de carbono (CO) formam uma camada
isolante, de difícil dispersão, causando o efeito estufa.
Segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC (2006) grandes quantidades
de gases tem sido emitidas na atmosfera desde a revolução industrial. Entre os anos
de 1750 à 1990, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 21%, metano,
110%, óxido de nitrogênio, 9% e ozônio troposférico, 26%. Entretanto, do ano de
1991 até 2006 esse percentual foi extremamente elevando quando comparado com
o período anterior: 10% de dióxido de carbono, 41% de metano, 8% de óxido de
nitrogênio e 10% de ozônio troposférico.
Esta situação se agrava com o desmatamento e as queimadas de
florestas e matas, pois, além das toneladas de CO2, CO e fuligem que emitem na
10
atmosfera, os raios solares irradiam calor (ao atingirem o solo) que é refletido pela
camada de poluentes, resultando em aumento da temperatura global ou como é
mais conhecido: “efeito estufa”.
8 Consumo de papel
A produção e consumo de papel aumentarão sua participação na medida
de eficiência ambiental. Conforme o Instituto de Previdência Municipal de São
Paulo – IPREM (2004), para produzir uma tonelada de papel são necessárias duas
ou três toneladas de madeira, uma grande quantidade de água e muita energia.
Com intuito de reduzir o consumo mensal de papel e diminuir o impacto
ambiental, empresas como a Redecard e a Ticket adotam medidas chamadas
“verdes”. A Quaero Imprensa (2008) publicou:
Conjugando desenvolvimento com sustentabilidade, a Redecard contribuiu
nos últimos três anos com a preservação de cerca de quatro mil árvores,
que juntas, representam uma área verde do tamanho de 5,2 campos de
futebol. Os resultados foram conquistados por meio da substituição do
extrato
impresso
pelo
eletrônico,
que
inclui
os
demonstrativos
disponibilizados no Portal Redecard e as versões encaminhadas por e-mail
aos clientes. Cerca de 40 milhões de folhas de papel foram economizadas,
o que representa uma queda de 72% no consumo da companhia durante o
período analisado.
De acordo com a Info Corporate (2007) a Ticket terceirizou os serviços de
impressão, o que contribuiu para a redução de 35% do volume mensal de páginas
impressas no consumo de papel.
9 A tecnologia da informação
O uso da tecnologia da informação está cada vez mais associado às
atividades humanas. Este fato tem produzido preocupações entre os profissionais da
área, pois desde início dos anos 70, os ambientalistas consideravam o progresso
tecnológico como sinônimo de poluição.
Outro fator que precisa ser levado em consideração quando se fala de
tecnologia é a ameaça de racionamento de energia elétrica que assola o país. De
11
acordo com estudo divulgado em 17 de julho de 2007 pelo o Instituto Acende Brasil,
que representa investidores em energia elétrica, o risco de faltar eletricidade chega a
32% em 2011, apesar das diversas mudanças promovidas no setor elétrico nos
últimos cinco anos. Outra pesquisa feita recentemente pelo Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que é grande a preocupação
quanto ao ritmo de crescimento da oferta de energia no Brasil. Quase 60% das
entidades do setor acreditam que a nação poderá sofrer nova crise até 2010.
Diante deste contexto, observa-se que a tecnologia da informação,
preocupada inicialmente apenas com o consumo de eletricidade – atualmente é
estendida ao lixo eletrônico, emissão de gases, consumo elevado de água, papel
etc. – busca alternativas rentáveis e sustentáveis para diminuir a degradação
ambiental, como uma ciência ecológica a caminho da TI Verde.
9.1
A ciência ecológica
A ciência aliada ao desenvolvimento com base ecológica é, ao mesmo
tempo, local e global. O termo ciência global (do inglês, World Science) foi
empregado pela primeira vez na revista Horizons, publicada pelo Fundo Nacional
para Pesquisa da Suíça (FNRS), em março de 1996. Segundo Agrawal A. (1995,
p.433), a ciência global representa a necessidade e validade dos diferentes tipos de
conhecimento produzidos no mundo, onde se devem considerar as múltiplas
especificidades e tipos de conhecimento, as diferentes lógicas e epistemologias.
A ciência ecologizada exige conhecimentos específicos e generalizados
de diversos temas, inclusive a vivência cotidiana dos problemas sociais, econômicos
e políticos locais, e globais, no esforço de desenvolvimento. Para entender esta
afirmativa, recorre-se à pergunta feita por (e registrada na Agenda 21) Bruno
Messerlli, geógrafo suíço, na conferência da ONU (Organização das Nações
Unidas), realizada em 1992, no Rio de Janeiro (ECO 92): “Quantos cientistas no
mundo e quantas instituições científicas e políticas conhecem alguma coisa sobre as
suas diretrizes, obrigações e responsabilidades?”.
12
9.2
Tecnologia da Informação Verde
Senna (2008), em entrevista, definiu o termo TI “Verde” como um
movimento mundial que atua na perspectiva do aperfeiçoamento das políticas de
descarte de materiais e insumos, na otimização de processos de rotina, na gestão
energética para evitar desperdícios. Acrescentou ainda, como será um conjunto de
princípios que orientam o investimento na área da Tecnologia da Informação de
forma que a organização (empresa) esteja comprometida com o futuro do mundo e o
bem estar das pessoas.
O alto consumo de energia elétrica se dá pelo o aumento populacional, a
modernização do parque industrial brasileiro, o desenvolvimento tecnológico e o
aumento da necessidade da sociedade moderna. Sendo assim, quando se iniciou a
preocupação com o meio ambiente por parte da tecnologia, seus esforços eram
basicamente em favor da redução do consumo de energia elétrica, motivada pelo
risco de “apagão” que assola o globo.
Atualmente, a tecnologia da informação verde estendeu sua preocupação
para o controle de emissão de gases, lixo eletrônico, consumo de água, infraestrutura de tecnologia da informação, produção de software e ambiente cultural da
sociedade.
10 Metodologia
Seguindo os princípios de Vergara (2004), a metodologia deste trabalho é
dividida nas seguintes fases: revisão bibliográfica, tipo de pesquisa, universo e
amostra, seleção dos sujeitos, coleta de dados, tratamento dos dados, limitação do
método, análise do questionário e conclusão.
10.1
Tipo de pesquisa
Para a classificação da pesquisa, torna-se como base a taxionomia
apresentada por Vergara (2004), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto
aos fins e quanto aos meios.
13
Quanto aos fins, a pesquisa será exploratória, descritiva e aplicada.
Exploratória porque não se verificou a existência de estudos que abordam a política
de redução dos impactos ambientais causados pela tecnologia da informação.
Descritiva porque expõe problemas que afetam a humanidade e visa descrever
percepções, expectativas e sugestões acerca de tecnologia sustentável. E por fim,
aplicada porque o referido estudo foi motivado pela necessidade de resolver o
problema da evolução tecnológica de forma sustentável.
Quanto aos meios, a pesquisa será bibliográfica e documental.
Bibliográfica, porque para a fundamentação teórico-metodológica do trabalho será
realizada a investigação sobre os seguintes assuntos: qualidade de vida, recursos
globais, lixos e poluentes, desenvolvimento sustentável, consumo de eletricidade no
Brasil, emissão de gases, consumo de papel e tecnologia da informação. A
investigação será, também, documental, porque se valerá de documentos internos à
ONU que dizem respeito ao objeto de estudo.
10.2
Universo e amostra
O universo da aplicação do questionário foram funcionários da Caixa
Econômica Federal e Conselho Federal de Medicina, servidores públicos da
Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal, Militares da Prefeitura
Militar de Brasília, docentes e discentes da Faculdade de Ciências Sociais e
Tecnológicas (FACITEC), perfazendo um total de 154 entrevistados.
Seguindo os critérios estabelecidos por Gil (1987), a amostra foi definida
pelo critério de estratificação – idade, escolaridade, área do conhecimento, renda e
cargo.
As idades que apresentam diferenciais psicológicos e níveis de
maturidade relativamente particulares e característicos são: menores de 21 anos;
entre 21 e 25 anos; entre 26 e 35 anos; entre 36 e 50 anos; e maiores de 50 anos.
Sendo assim, a pesquisa acompanhou o apontamento da idade em 05 (cinco)
faixas.
Os níveis de escolaridade que podem determinar diferenciais específicos
de esclarecimento são: graduando ou graduado; pós-graduando ou pós-graduado;
14
mestrando ou mestrado; doutorando ou doutorado; e outros. Acompanhados, desta
forma, na pesquisa.
É indiscutível a imersão da tecnologia da informação nas mais diversas
áreas do conhecimento e atividade profissional, mas é particular e específica nas
seguintes
classes:
direito,
administração
e
finanças;
educação
e
saúde;
comunicação e marketing; engenharia e informática; e outros. Assim investigados na
pesquisa.
Pela sua característica pessoal e sigilosa, a informação de renda foi
declarada opcional, mas encontrou suficiente participação. São entendidas como
determinantes de diferentes condições e preocupações, além de formadoras de
classes, as seguintes faixas de renda: até R$900,00; entre R$900,01 e R$1.500,00;
entre R$1.500,01 e R$3.000,00; entre R$3.000,01 e R$6.000,00; e mais de
R$6.000,01. Sendo assim considerados na pesquisa.
Os cargos que determinam diferentes níveis de envolvimento com a
sociedade – pela sua responsabilidade estratégica ou operacional, pela forma de
atuação individual ou coletiva, pela iniciativa pública ou privada – são: presidente,
vice-presidente e diretor; superintendente, gerente, coordenador e supervisor;
militar, servidor público e técnico administrativo; analista, consultor e profissional
liberal; e outros. Aplicados, desta maneira, na pesquisa.
10.3
Seleção dos sujeitos
Os sujeitos da pesquisa serão as pessoas que utilizam a tecnologia da
informação, pertencentes ao universo da aplicação do questionário, conforme
explanação no item 10.2 deste artigo.
10.4
Coleta dos dados
O levantamento de dados foi executado por um questionário dirigido e
análise de periódicos de grande circulação para investigação da percepção dos
seguintes fatores:
•
A habilidade em distinguir o essencial do supérfluo;
•
A iniciativa individual em prol da coletividade;
15
•
A atuação pontual do Estado no bem comum;
•
O valor e a oportunidade da Mídia;
•
O compromisso das instituições de ensino;
•
A educação da população para a sustentabilidade;
•
A tecnologia da informação no desenvolvimento sustentável.
O entendimento destes fatores permite compreender: o nível de consumo
de recursos naturais, a motivação individual e a consciência coletiva; a
responsabilidade e atuação das principais organizações na sociedade; e a essência
da tecnologia moderna. É preciso identificar se há: consumo ou consumismo;
consciência e atuação individual ou passividade à espera de soluções coletivas;
atuação do Estado, da Mídia e das instituições de ensino, cada um no seu papel,
para representar e proteger a sociedade; e competência reconhecida da tecnologia
da informação em auxiliar o desenvolvimento sustentável.
10.5
Tratamento dos dados
O questionário aplicado pretendeu buscar a maior abrangência de perfis e
a mais ampla qualidade das questões. Após a tabulação das respostas fez-se uma
análise da qualidade do questionário utilizando-se o conceito de entropia da amostra
de dados para avaliação do questionário aplicado, quanto à qualidade das
perguntas, das respostas e do ganho total de informação (vide apêndice I e II).
10.6
Limitação do método
Entendeu-se que as respostas apresentariam qualidade suficiente para
entropias situadas entre 0,722bits (80%/20%) e 0,971bits (60%/40%). De outra
forma seriam respostas tendenciosas (se abaixo do mínimo, com mais de 80% de
respostas iguais) ou indefinidas (se acima do máximo, por opiniões divididas:
50%/50%).
A avaliação também considerou a qualidade das perguntas pela entropia
associada com suas respostas que deveria manter os mesmos limites (0,772bits e
0,971bits).
16
O resultado final foi: Erespostas = 0,966bits (65%/35%) e Eperguntas =
0,726bits (85%/25%), dentro da tolerância; e Equestionário = 0,240bits, indicando um
interessante ganho de informações nesta combinação de perguntas e respostas (o
máximo esperado era de 0,248bits).
11 Análise do questionário
O seguinte item tem por objetivo demonstrar os resultados obtidos por
meio de questionário aplicado.
11.1
O uso indiscriminado, suas conseqüências e a consciência
O questionário destacou o uso indiscriminado da tecnologia por 86,2%
das pessoas que não pensam se o excesso pode trazer mais transtornos que
benefícios. A maior escolaridade determina maior dependência da tecnologia, em
contrapartida com o segmento de menor escolaridade e menor nível de renda. Da
menor para maior escolaridade e renda, o uso se inicia restrito, aumenta muito e
depois decresce gradualmente, destacando uma diferente consciência do uso
adequado e responsável da tecnologia.
11.2
O consumo e o consumismo, o coletivo e o indivíduo, e a mídia
O consumo responsável em tecnologia e a responsabilidade social devem
ser preocupações da coletividade para de 91,3% do público entrevistado. São 72,0%
dos pesquisados que aproveitam ao máximo os equipamentos de uso pessoal (em
sua maioria, jovens de menor renda). Apesar disto: 86,2% das pessoas usam muito
a tecnologia e 86,1% acham importante o conforto dos recursos da tecnologia dos
celulares por concordarem com agregação de serviços (agenda, câmera,
MP3 player etc.) indicando uma tendência ao consumismo. A influência da mídia é
expressiva porque 77% do total de entrevistados planejam a aquisição dos
equipamentos atraídos pelas condições de parcelamento acessíveis das lojas.
17
11.3
A resistência e a conservação versus as necessidades, os preços
versus os benefícios
Para 49,3% dos pesquisados, a troca de tecnologia não é preocupação
imediata, sugerindo certa resistência. Uma maioria de 64,7% não compra a
tecnologia mais avançada do mercado, demonstrando conservação. Cerca de 86,1%
dos usuários não são os primeiros a adquirir estas tecnologias, 41,4% cedem
apenas quando os prejuízos e impedimentos são perceptíveis.
O alto custo dos lançamentos das novas tecnologias e o descarte
responsável dos recursos originais são preocupações de 83,6% das pessoas
entrevistadas, 90,7% não compram um novo sistema operacional recém lançado,
77,6 % adquirem novos softwares somente quando os atuais não atendem mais
suas necessidades e 64,9% dos entrevistados adquirem um novo sistema
operacional somente quando o custo for mais acessível (75,7% das pessoas
consideram o preço um fator determinante na compra de bens de consumo)
indicando apenas uma consciência financeira (relação custo-benefício sem
preocupação com a utilização de recursos naturais).
11.4
O nível de conhecimento da reciclagem e das práticas ecológicas
A maioria (93,2%) mostrou conhecer as práticas corretas, entendendo
que todas as pequenas atitudes fazem muita diferença para humanidade quando se
trata de consumo de recursos naturais (água, energia e carbono), enquanto 89,2%
de pessoas praticam, sempre que possível, ações politicamente corretas por
acreditar que são efetivas e somam 73% as que conhecem a situação do lixo
eletrônico. Segundo a pesquisa, 7,4% dos entrevistados conhecem o quanto bem a
coleta seletiva de lixo doméstico pode fazer ao planeta, embora 88,2% tenham
considerado ser difícil praticá-la.
A análise dos dados constatou a falta de informação sobre os processos
de reciclagem, confirmado na indefinição na escolha das embalagens de vidro e
18
alumínio na compra, para descarte seletivo (55,9% dos entrevistados não se
preocupam com a embalagem).
11.5
A apuração de responsabilidade
Sendo bem conhecida a situação do lixo eletrônico, 76,7% dos
entrevistados consideraram o Estado responsável por não exigir a reciclagem dos
equipamentos descartados pelos seus fabricantes ou usuários ou a liberação do
direito de patente e propriedades intelectuais para reutilização apropriada por outros
segmentos da humanidade. Para 78,5% das pessoas, a responsabilidade é do
consumidor pelo consumismo exagerado e 69,4% admitiram serem responsáveis
pelo problema por não fazerem a parte que lhes cabe. Para 63,0% a mídia é parcial
e deveria cumprir melhor o seu papel e a população é que deveria exigir
informações mais consistentes.
11.6
O desenvolvimento sustentável e a TI verde
O total de 92,6% deseja saber mais sobre o desenvolvimento sustentável
por considerá-lo importante para sociedade e o planeta – apesar da maioria (91,7%)
já conhecer o assunto. Enquanto 77,4% acreditam ser possível obter avanços
tecnológicos sem agredir o meio-ambiente, 63,4% entendem que a tecnologia da
informação precisa evoluir para suportar a sustentabilidade. Cerca de 92,4% dos
entrevistados consideram-na necessária e essencial para coletar, manipular e extrair
resultados com rapidez e precisão (pois o mundo globalizado caracteriza-se por uma
complexa rede de informações). E 91,8% gostariam de saber mais sobre a
Tecnologia da Informação “Verde”.
Dos entrevistados, 93,3% concordam que a Tecnologia da Informação
“Verde” deve ser um conjunto de boas práticas que melhora o consumo de recursos,
seja em sua infra-estrutura ou na produção e uso de Software. Para 86,5%, uma
infra-estrutura adequada provém de planejamento, implantação, operação e
melhoria no consumo de recursos naturais, enquanto 81,2% entendem o software
“verde” sendo produzido numa infra-estrutura que atenda as exigências ambientais e
19
esteja sob o direcionamento das melhores práticas. O total de 78,9% julga
insuficientes as metodologias existentes em gestão de projetos para evitar os
desperdícios de recursos naturais e 35,2%, desconhece a existência da
preocupação de redução do impacto ambiental em projetos de segurança da
informação. São 33,6% os que desejam mais esclarecimentos sobre o assunto e
39,1% que desconhecem a essência desta tecnologia.
11.7
Síntese da análise do questionário
A tecnologia é utilizada ampla e indiscriminadamente, sem preocupações
especiais com o excesso – ou quaisquer transtornos e benefícios conseqüentes. O
segmento de maior renda e escolaridade, que tem maior dependência da tecnologia,
indica ter mais consciência pelo uso mais adequado e responsável. O consumo
responsável em tecnologia e a responsabilidade social devem ser preocupações da
coletividade porque há tendência individual de consumismo (apesar do melhor
aproveitamento dos equipamentos de uso pessoal pelos jovens de menor renda). A
mídia influencia no consumo porque fomenta a aquisição dos equipamentos atraindo
consumidores com condições mais acessíveis à maioria, pois o preço foi
considerado um fator determinante na compra de bens de consumo
As inovações não são adquiridas imediatamente – as pessoas não
concordam com o custo dos lançamentos e/ou descarte dos recursos originais, só
pela novidade – mas quando a tecnologia antiga não atende mais suas
necessidades, apesar da consciência estritamente financeira na relação custobenefício (sem preocupação com os recursos naturais, somente com o conforto e
recursos da tecnologia).
Faltam informações sobre os processos de reciclagem, embora sejam
públicas e difusas as informações sobre sua importância, pois a maioria reconhece
que as pequenas atitudes fazem muita diferença no consumo de recursos naturais
(água, energia e carbono) e declara praticar porque acreditam ser efetivas, mas de
difícil realização (referindo-se à coleta seletiva de lixo doméstico). O problema do lixo
eletrônico é conhecido por poucos que responsabilizam o Estado, o consumismo ou
a si mesmos por não fazerem sua parte, mas não reconhecem a Mídia como aliada.
20
Esta situação se estende para o âmbito mais amplo da sustentabilidade e sua
importância para o planeta: as pessoas demonstraram ter interesse em conhecer
mais sobre o assunto.
A tecnologia da informação “convencional” não está adequada à
sustentabilidade, pois os desafios vão além da economia de energia elétrica. Este
será o futuro será da nova tecnologia da informação (“verde”), apesar destas
possibilidades ainda serem desconhecidas da maioria. A infra-estrutura TI ideal é
aquela proveniente de preocupações de planejamento, implantação, operação e
otimização do consumo de recursos naturais, inclusive com a produção de software.
12 Análise de periódicos
O seguinte item tem por objetivo destacar as informações obtidas por
meio de análise de periódicos.
12.1
Ciência, pesquisas, tecnologia, conhecimento e informação
A edição de número 247, de 15 de dezembro de 2007, da revista “Super
Interessante”, indicou em sua capa a manchete: “A Última Chance para Salvar a
Terra”. Em um artigo escrito por Pedro Burgos, intitulado: “Tecnologia: a pílula que
salva” (p.48), discute-se que não haverá redução nos níveis de consumo de
recursos, mas uma grande adaptação na forma como eles são tratados. Isto deverá
ser levado a cabo pelo desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias.
A edição de número 14, de abril de 2008, da revista “Época Negócios –
Inspiração para Inovar”, sob a manchete: “Os Três Mosqueteiros”, traz dois artigos
sobre o assunto: “Em busca do pneu verde” (p.28) e “Percepção e realidade: a
ilusão do preço alto” (p.121). No primeiro artigo, escrito por José Ruy Gandra, há o
manifesto de Didier Miraton, vice-presidente mundial de pesquisas da Michelin
dizendo que o futuro não é “negro”, a tecnologia pode fazer face aos novos desafios
ambientais; revelando resultados de estudos que indicam que o maior impacto
ambiental ocorre durante a utilização do pneu, sendo assim, a companhia pretende
investir em tecnologia para reduzir o desgaste e a resistência à rolagem destes para
reduzir o consumo de matéria-prima e a emissão de CO2. No segundo artigo, de
21
Marcelo Coppola, os resultados de uma interessante análise sobre as percepções
humanas indicam que o cérebro humano reage positivamente ao preço mais alto,
“emprestando” qualidade aos produtos experimentados; este estudo foi produzido
pela escola de negócios de Stanford e pelo ITC3 sobre os fatores psicológicos que
influem na avaliação de vinhos, trazendo à tona considerações sobre a psique
humana.
A edição número 16, de fevereiro de 2008, da revista “Página 22 –
Informação para o novo século”, da FGV4 , manifesta, já em seu editorial, a
necessidade do envolvimento da sociedade no debate sobre o modelo de
desenvolvimento. Esta edição da revista, como um todo, é um ensaio sobre o
equilíbrio e os problemas do desenvolvimento humano, as conseqüências, os
descasos e as propostas de solução. No foco principal destacam-se: “Imprensa –
Mudanças na cobertura” (p.6), de Flávia Pardini, indicando que a imprensa brasileira
não associa as mudanças climáticas com o desenvolvimento humano; “Imprensa Espelho, espelho meu” (p.6), de Flávia Pardini, que relata como a pesquisa da
ANDI5 foi ignorada pelas grandes empresas de comunicação e que a credibilidade
da imprensa para cobrar dos outros segmentos aumentaria se elas se permitissem
serem cobradas, mas fazem parte do modelo e relutam em transformá-lo; “Patentes
– Um novo commons” (p.7) de Flávia Pardini, que indica a iniciativa de grandes
empresas (IBM, Nokia, Sony e Pitney Bowes) em Eco-Patent Commons6 e a
declaração de que o software livre7, onde programadores do mundo todo
compartilham experiências, promove ganhos em eficiência e escala, além de
estimular a inovação; “Empresas – O marketing não é neutro” (p.8), de Flávia
Pardini, relatando que os reguladores norte americanos, em especial a FTC8, estão
revendo as diretrizes para o marketing ambiental para evitar práticas desleais, estão
investigando a efetividade e eficiência de qualquer prática de ações ambientais
neutralizadoras anunciadas (marketing verde); “Empresas – Informação para ação”
3
Instituto de Tecnologia da Califórnia
4
Fundação Getúlio Vargas.
5
Agência de Notícias do Direito da Criança.
6
Eco-patent Commons é um portfólio de patentes “responsáveis ambientalmente” e abertas ao domínio
público.
7
O conceito é uma associação às declarações de GLP (General Public License).
8
Federal Trade Comission (equivalente à nossa CC – Câmara do Comércio)
22
(p.8), de Flávia Pardini,
indicando que a falta de informação não poderá ser
declarada como empecilho aos empresários interessados em tornar a gestão de
seus empreendimentos mais responsável do ponto de vista social e ambiental
porque já está disponível o “Compêndio para Sustentabilidade: Ferramentas de
Gestão de Responsabilidade Sócioambiental”, de Anne Louette do Instituo
AnnaKarana. “Biocombustíveis – Longa Viagem até o vôo verde” (p.9), de Rodrigo
Squizzato, anunciando a iniciativa da Virgim Atlantic, companhia aérea que testa
biocombustíveis de segunda geração e investe em pesquisas avançadas; “O xadrez
do mundo” (p.12), de Flávia Pardini, entrevista com Eduardo Viola, professor titular
do IRI-UnB9, que trata sobre as iniciativas da União Européia e Austrália, a
oportunidade de criar instituições eficazes para o mundo globalizado e, as
peculiaridades do Brasil; “Artigo – Ponte entre a ciência e a política” (p.34), por Maria
Cecília Wey, de Brito Carlos Joly e Ricardo Rodrigues10, indicando que as iniciativas
científicas seguem um protocolo necessário para transformar o conhecimento
técnico em documentos legais do Estado; “Reportagem/Energia – Tempo de
renovar as fontes” (p.50), de Rodrigo Squizato, que trata da renovação de fontes
energéticas (alternativas) e instituição de novas iniciativas, inclusive do projeto de lei
nº1.563 (deputado Paulo Teixeira PT-SP) apresentado à Câmara dos Deputados
para introduzir outras fontes na matriz energética nacional; “Entrevista/Ramu
Ramdas – O Sol na cabeça”(p.56), de José Alberto Gonçalves, com Ramu Ramdas,
representante da Coalizão para o Desarmamento Nuclear e a Paz, e a discussão da
“energia limpa” e as usinas nucleares; “Coluna – Parece, mas não é”, de Regina
Scharf, declarando que uma análise de 1.018 produtos “ecologicamente corretos”
(EUA) constatou que há falta de comprovação, informações vagas, irrelevância e
mentiras.
12.2
Empresas, mercado, negócios, finanças e imagem
A edição de número 550, de 16 de abril de 2008, da revista “Isto É,
Dinheiro”, sob a manchete: “O Brasil na tela da Intel”, indicou a ação do maior
fabricante de processadores que intenciona colocar o país no centro de sua
9
Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
10
Grupo de coordenação do BIOTA/FAPESP.
23
estratégia porque teremos o terceiro maior mercado de computadores do mundo em
2010. O artigo (p.34) é de Roberta Namour, com o manifesto de Oscar Clarke,
presidente da Intel do Brasil, sobre a tendência de investir cada vez mais no Brasil,
além da indicação da expressiva cifra de US$435MI de receita líquida da empresa
no Brasil, no ano de 2007. É uma clara indicação que não haverá redução de
investimentos em TI ou retração tecnológica neste setor.
A edição de número 118, de abril de 2008, da revista “Você S/A – seja
seu melhor investimento”. Sob a manchete: “Decisões de Sucesso”, traz um artigo
(p.38) de Juliana Garçon sobre o vultoso investimento em sustentabilidade que a
Wal-Mart, uma das gigantes do setor de varejo, vem fazendo aqui no Brasil para
diminuir sua imagem negativa na opinião pública (principalmente, norte americana).
Neste artigo há uma interessante referência ao documentário de Robert Greenwald:
“O Alto Custo do Preço Baixo” que é uma realidade presente em muitas
organizações (e países), composto pelo pagamento de baixos salários, preconceito,
repressão, exploração e práticas predatórias; acrescentando preocupações sobre a
ética de políticas de soluções a qualquer custo.
A edição de número 24, de março de 2008, da revista “Gestão &
Negócios”, sob a manchete: “Fique Rico em Família”, traz dois artigos sobre o
assunto. O primeiro deles (p.28), escrito por Lincoln Martins, indica grandes
oportunidades para negócios no segmento do público teen, intitulado: “Eles
consomem muito!”; segundo o professor da ESPM11 , João Osvaldo Schiavon Matta,
o “...consumo é norteado, muitas vezes, pelo comportamento dos grupos e ‘tribos’
aos quais eles se unem...”, indicando que este público tem um comportamento social
de consumo, já na tenra idade. No segundo artigo (p.62), escrito por Juliana Klein
sobre a discriminação de negros no mercado de trabalho, evidencia uma
preocupação sobre a ineficiência da priorização de preocupações ambientais
enquanto os 47% (IBGE) de negros na população brasileira que não percebem
sequer um tratamento de igualdade.
A edição de número 231, de abril de 2008, da revista “Pequenas
Empresas & Grandes Negócios”, sob a manchete: “Os 6 segredos das empresas
11
Escola Superior de Propaganda e Marketing.
24
que crescem muito”, traz a pesquisa (p.21) sobre empreendedorismo que aponta o
Brasil em 9º lugar no mundo (com 13% da população à frente de novos negócios), é
a oportunidade que motiva o empreendimento; na matéria “Denunciei meus
concorrentes” (p.28), de Fernanda Tambelini, a lição de ética do empresário Jóster
Macedo na briga por um país livre de fraudes e de corrupção ao denunciar a má-fé
de outros empresários; na matéria “Jovens bons de bolso”(p.42), de Kátia Simões, o
novo perfil da geração “M”12 (21 milhões de brasileiros), os jovens consumidores são
consumistas, adoram grifes, mas não são fiéis às marcas; a entrevista “Ganho
econômico e também de imagem” (p.88), de Christina do Valle com José Antônio
Puppim de Oliveira, tratando da diferenciação de mercado e do aumento de
desempenho das empresas (de todos os portes) quando incorporam temas sócio
ambientais com preocupações reais e cuidados com a ética (sonegação, corrupção
e crime) e a economia (não desperdício); na matéria “Investimento – Será que vou
jogar dinheiro fora?” (p.100), de Viviane Maia, que trata sobre o RoI13 em tecnologia
da informação que é essencial para (fontes: Intel, Microsoft e Symnetrics): a
facilidade de identificar objetivos estratégicos, o controle mais apurado do negócio,
clareza e facilidade na tomada de decisões, redução do tempo de produção e
aumento da produtividade, redução da margem de erros e custos, agilidade em
atendimento e aumento significativo na produção e vendas; na matéria
“Cooperativismo – Dinheiro Comunitário” (p.108), informe publicitário do SEBRAE,
que trata das cooperativas de crédito, cita iniciativas denominadas “negócios do
bem” que são projetos sócio ambientais apoiados por institutos patrocinados pelas
empresas.
Na edição de número 914, de 26 de março de 2008a, da revista “EXAME
edição especial: negócios & sustentabilidade”, sob a manchete: “A economia verde”,
são várias as matérias que tratam deste assunto: na matéria “Estratégia – O
executivo mais verde do mundo” (p.26), de Cristiane Mano, discute-se a estratégia
da GE (presidente mundial, Jeffrey Immelt) em lançar a mais abrangente linha de
produtos ecologicamente corretos e atender 4 desafios (envolver e motivar uma
empresa gigante, criar mercados novos, tornar produtos comercialmente viáveis e
12
Referência à Multitarefa e Multimídia.
13
Return of Investiment (retorno do investimento).
25
não virar “vidraça” para ONG); na matéria “Agronegócio – Crescimento chinês e
ambientalismo nórdico” (p.34), de Ângela Pimenta, relata-se o desafio no
agronegócio da Lucas do Rio Verde (cidade produtora de soja em MT) em conciliar o
desenvolvimento extraordinário com o consciência sustentável; na matéria “Política –
A pressão chega à Brasília” (p.42), de Ângela Pimenta, declaram-se as tentativas
das empresas em convencer os políticos brasileiros a aderirem à causa da
sustentabilidade; na matéria “Automóveis – Visionário ou maluco?” (p.48), de Denise
Dweck e Fernando Valeika de Barros, visita-se a visão de negócio do empresário
Shai Agassi na dianteira do mercado de carros elétricos; na matéria “Consumo – A
reação do gigante” (p.56), de Ana Luiza Herzog, conhece-se o apelo verde da
gigante Wal-Mart no consumo para reverter os problemas de imagem do passado;
na matéria “Ensaio – Eles estão abrindo caminho” (p.60), de Ana Luiza Herzog,
percebe-se a visão dos empresários brasileiros nos negócios ambientais para
combinar inovação, ideologia e lucro; na matéria “Planejamento – A metrópole verde
do deserto” (p.68), de Luciene Antunes, discute-se a utilização do dinheiro
proveniente do petróleo utilizado na construção da primeira cidade livre de poluentes
no emirado Abu Dhabi; na matéria “Perfil – O exterminador que abraça árvores”
(p.74), de Iracy Paulina, observa-se a liderança de Arnold Schwarzenegger contra o
aquecimento global; na matéria “Entrevista – Não faz sentido gastar bilhões para
combater a mudança climática” (p.80), de Ana Luiza Herzog, declara-se a polêmica
do cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg sobre a inutilidade em se gastar
dinheiro para evitar mudanças climáticas; na matéria “Tecnologia – O desafio de não
deixar pegadas” (p.84), de Ursula Alonso Manso, acompanha a liderança da Nokia
em logística reversa; na matéria “Energia – A luz que vem do campo” (p.90), de
Ângela Pimenta, discute-se o uso da biomassa na estratégia para aumento da oferta
de energia no Brasil; na matéria “Crescimento – De quem é a culpa?” (p.94), de
Fabiane Stefano, observa-se o despreparo do país para o progresso refletido no
trânsito caótico de São Paulo; na matéria “Europa – Quanto menos francesa,
melhor” (p.124), de Tatiana Gianini, constata que os franceses finalmente acordam
para a inevitabilidade da globalização; na matéria “Parcerias – Governo de
resultados” (p.134), de Mariana Durão, vista-se o estado do Rio de Janeiro e o
saneamento das contas por se tornar mais eficiente; na matéria “Mobilidade – A
26
próxima fronteira do software” (p.140), de Denise Dweck, observa-se a batalha das
grandes (Apple, Google e Microsoft) nos softwares para celulares.
Na edição de número 916, de 23 de abril de 2008b, da revista “Exame –
O novo consumidor brasileiro”, versa o artigo de capa (p.20) sobre um país em
transformação com números interessantes (fontes: IBGE, ONU, Euromonitor,
Cetelem/Ipsos, ABTA e Renault) comparando hoje com 2050, um mercado de 1
trilhão de dólares em 2012; na matéria “Negócios globais/infra-estrutura – Água, o
novo negócio da China” (p.68), de Tatiana Gianini, relata as iniciativas e o
investimento chinês (US$125BI) para o tratamento e abastecimento de água para a
população porque a China está no grupo de países que mais sofre com a escassez
de recursos (21% da população do planeta e 7% do estoque de água mundial) e é
uma economia em desenvolvimento, prejudicada pela poluição, pelo fornecimento
inadequado e desvantagens naturais, mas somente em 2006 (lançamento do 11º
plano qüinqüenal) houve algum avanço no tratamento efetivo da questão; na matéria
“Sustentabilidade/legislação – Encrenca é com este senhor” (p.78), de Suzana
Naiditch, a história do empresário Fernando Marcondes de Mattos (dono Costão
Santinho, Florianópolis) em seus empreendimentos (dificuldades com normas
ambientais), sua visão particular de oportunidade de negócio e meio ambiente, e o
embate da procuradoria pública (Analúcia Hartmann) e ONG ambientalistas; na
matéria “Sustentabilidade – do lixo para o escritório” (p.83), de Ana Luiza Herzog,
sobre o investimento da Giroflex em fabricar um piso elevado com a certificação
verde a partir de reaproveitamento de resíduos das suas fábricas de móveis (antes
descartados em aterros sanitários) e o objetivo de estender esta certificação para a
produção de cadeiras, sofás e mesas.
12.3
Informática
A edição número 2, de 2008a, do “Anuário de TI da LINUX Magazine”,
sob a manchete: “Tecnologias Abertas 2008”, já em seu editorial, resgata a evolução
ocorrida no Software Livre (e LINUX) nos últimos dez anos, onde muita coisa mudou
e a aceitação cresceu muito (tanto que a Microsoft reconhece as empresas de
código aberto como concorrentes), beneficiando grandes prestadores de serviço
(empresas) que precisavam de boas soluções de TI, em tempo hábil e a baixo custo;
27
na matéria “Cases de sucesso com Software Livre” (p.6), de Rodolfo Clix; no artigo
“Virtual, veloz e leve” (p.76), de Kurt Garloff, traz uma análise sobre o desempenho e
as possibilidades da virtualização e o sistema Xen; na matéria “Soluções de Código
Aberto” (p.82), de Reinhardt Hoft, discute-se que a flexibilidade é o poder,
apresentando soluções e cases para: sistemas operacionais, administração de
redes, alta disponibilidade, servidores, segurança, automação comercial, ERP/CRM,
CAD/CAM, saúde, contabilidade, gerenciamento de projetos, gestão de TI,
programação, VoIP, bancos de dados, virtualização, multimídia e serviços.
A edição de número 40, de março de 2008b, da revista “LINUX Magazine
– A revista do profissional de TI”, sob a manchete: “Virtualização”, traz notícias (p.18)
sobre a LiMo Foundation14 e a intenção de criar o primeiro hardware
verdadeiramente aberto baseado em LINUX para emprego em dispositivos móveis,
atuando, inclusive, no Brasil na plataforma LSB15; na coluna “Corporate”: notícias
(p.20) da compra da MySQLAB pela Sun Microsystems que investe pesado em
software aberto e virtualização e a aquisição da Trolltech (Qt developer) pela Nokia
que incomodou a Motorola (interface Qtopia), sendo interessante o manifesto ter se
originado no líder de ecossistemas e plataforma de software da empresa; a
entrevista (p.24) de Pablo Hess com João Pedro Serra, diretor de marketing e
produtos da Orolix (provedor de serviços de internet) indica que o modelo inovador
de negócios (código aberto e virtualização) recompensa seus clientes; outra
entrevista (p.26) de Pablo Hess com Arlindo Maluli, consultor de vendas para canais
e alianças da VMware no Brasil, confirma as previsões da Gartner Group sobre o
avanço da virtualização; a matéria de Sulamita Garcia, “Multiplicação aberta” (p.28),
declara as vantagens técnicas e econômicas do Código Aberto e comenta o principal
evento de software livre no Brasil, “Linux Park”; o estudo de caso (p.30) por Paulo
Maia da Costa sobre o padrão aberto, “ODF na CAIXA”, trata da adoção do padrão
para documentos de escritório com preocupações sólidas e cuidados consistentes,
além da consciência da necessária mudança cultural e a oportunidade de
instituições que representam o Estado têm de representar e influenciar as
14
Linux Mobile Foundation, criada pela fusão da OSDL (Open Source Development Labs) e FSG (Free
Standards Group), diretor: Kiyohito Nagata.
15
Linux Standard Base (Plataforma padrão LINUX).
28
tendências de mercado; a matéria “Os pingüins se espalham” (p.33), de Augusto
Campos, indica o CDTC16 o principal agente deste bem sucedido processo com
mais de 989 instituições públicas atendidas (CEF, SERPRO, Banco do Brasil,
Ministério da Previdência etc.) e 34mil pessoas treinadas em software livre; o artigo
“Reengenharia de produtos por software” (p.38), de Cezar Taurion, gerentes de
novas tecnologias aplicadas da IBM, versa sobre as novas funcionalidades
agregadas aos produtos pelo uso do software e a participação do código aberto
nesta investida; o artigo “Virtualização em 2008” (p.39), de Jan Kleinert sobre os
importantes avanços da tecnologia e a conquista de usuários importantes em 2007,
evolução esperada e reservadas para 2008.
12.4
Síntese da análise de periódicos
O desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias deverão fazer face
aos novos desafios porque são muitos os fatores psicológicos que influenciam no
resultado da qualidade de vida (por exemplo: a real percepção da necessidade),
além do aumento do consumo de recursos naturais, mesmo sob a preocupação
ética de políticas de soluções corretas e adequadas. É necessário o envolvimento da
sociedade no debate sobre o modelo de desenvolvimento, pois a imprensa brasileira
não associa as mudanças climáticas ao desenvolvimento humano. As iniciativas
científicas devem transformar o conhecimento técnico em documentos legais do
Estado, principalmente, na busca de fontes alternativas de energia.
As grandes empresas, também, precisam ser envolvidas e atuar
significativamente em: liberação de patentes; disseminação do conhecimento;
desenvolvimento compartilhado e na revisão das diretivas de marketing para prática
leal uma vez que não haverá redução de investimentos em TI ou retração
tecnológica (não basta divulgar as intenções). Já é fato o aumento de desempenho
das empresas com preocupações sócio ambientais e a cultura do não desperdício.
O RoI17 (fontes: Intel, Microsoft e Symnetrics) em tecnologia da
informação caracteriza-se pelos seguintes fatores: a facilidade de identificar
16
Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento, iniciativa governamental de software livre.
17
Return of Investiment (retorno do investimento).
29
objetivos estratégicos; o controle mais apurado do negócio; clareza e facilidade na
tomada de decisões; redução do tempo de produção e aumento da produtividade;
redução da margem de erros e custos; agilidade em atendimento e aumento
significativo na produção e vendas
13 Conclusão
As pessoas precisam ser mais informadas sobre o impacto que as
motivações individuais promovem no equilíbrio do consumo de recursos naturais.
Este é um papel que cabe ao Estado, à Mídia e às instituições de ensino.
A tecnologia precisa (re)conquistar a confiança perdida, promovendo o
uso de novas técnicas e/ou aprimorando as existentes para a efetiva gestão do
consumo de recursos naturais. Cabe ao Estado fiscalizar.
A tecnologia da informação deve acompanhar o desenvolvimento
tecnológico como um todo e demonstrar seu valor. Seja pelo uso de melhores
técnicas e práticas para excelência no consumo sustentável de recursos naturais; na
melhoria do planejamento, implantação e operação de infra-estruturas em direção à
“TI Verde”, ou no estabelecimento do conceito de “SW Verde” em desenvolvimento e
gestão de projetos: a caminho da gestão global do consumo de recursos naturais e o
equilíbrio e viabilidade da evolução humana afastando a possibilidade de extinção
da raça.
A observação de paradoxos nas informações coletadas (principalmente
no questionário aplicado) ensejam análises mais profundas (de perfil qualitativo) na
mesma linha investigativa desta pesquisa e/ou agregando os seguintes fatores:
•
Excelir na gestão para garantir o sucesso de projetos;
•
Rever as atividades humanas e a TI, alinhando-as para a
manutenção da qualidade de vida e a gestão global de recursos;
•
Eleger a tecnologia da informação a gestora do consumo de
recursos para obter leituras precisas e reações pontuais;
•
Promover a segurança da informação para conservação do
consumo de recursos;
30
•
Considerar a responsabilidade social em TI: da intenção legítima à
motivação ética, do uso de melhores práticas e melhores técnicas à
operação em infra-estruturas adequadas;
•
Envolver o Estado, a mídia, as instituições de ensino e pesquisa, e
as empresas em favor dos interesses da comunidade humana.
31
Referências
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34
APÊNDICE A – Questionário Aplicado
Seguem abaixo as questões aplicadas na pesquisa de campo que pretendeu
buscar a maior abrangência de perfis e a mais ampla qualidade das questões.
1)
Você faz pouco uso da tecnologia? Afinal, acredita que o excesso pode
trazer mais transtornos que benefícios.18
2)
O consumo responsável em tecnologia e a responsabilidade social devem
ser preocupações da coletividade? 19
3)
Você admira avanços tecnológicos em veículos automotores? Afinal, é
natural desejá-los quando lançados na mídia.*
4)
A compra de um novo veículo vai além de um simples desejo? Afinal,
proporciona mais desempenho e segurança, além do ganho de conforto e distinção
social: uma conquista merecida.*
5)
Você aproveita ao máximo equipamentos eletrônicos de uso pessoal
(computador pessoal, celular, MP3 player, pendrive etc.) antes de adquirir novidades
tecnológicas?
6)
Você valoriza e discute com sua comunidade (familiares, vizinhos, amigos
e colegas de trabalho) os lançamentos inovadores no mercado de produtos
eletrônicos de uso pessoal (computador pessoal, celular, MP3 player, pendrive etc.)?
7)
Você faz um bom planejamento quando deseja adquirir produtos
eletrônicos de uso pessoal (computador pessoal, celular, MP3 player etc.)? Afinal, as
condições de parcelamento nas lojas são atraentes e acessíveis.*
18
A dualidade/ambigüidade permite que o público seja avaliado na sua capacidade de discernir entre as
repostas, uma vez a questão/resposta se relaciona diretamente com outras questões/respostas.
19
Avalia-se a consciência individual pelo comprometimento ou pela isenção uma vez que esta
questão/resposta se relaciona com outras questões/respostas.
*
Complemento explicativo para caracterização da situação, condição, motivação e necessário entendimento
da questão.
35
8)
Já trocou equipamentos que estavam em bom estado só pelo prazer de
adquirir uma nova tecnologia?
9)
Quando todos à sua volta adquirem equipamentos mais modernos, você
se sente forçado a adquirir novidade equivalente?
10) Se for levado a trocar de tecnologia: utiliza logo a mais avançada?
11) Compra o melhor que a tecnologia pode oferecer? Afinal, considera
natural a transição: antigo-novo, independente do que acha a sua comunidade
(familiares, vizinhos, amigos e colegas de trabalho).*
12) Quer ser o primeiro a dispor de uma nova tecnologia? Afinal, rapidamente
percebe que a tecnologia antiga já produziu o que devia: descarta-a.*
13) Resiste às mudanças freqüentes de tecnologia? Afinal, considera que
transições em excesso sejam consumismo descontrolado. Cede apenas quando os
prejuízos e impedimentos são perceptíveis.*
14) Você concorda em arcar com o custo de lançamento de novas tecnologias
e descarte dos recursos originais?
15) Você compra um novo sistema operacional assim que é lançado porque
deseja obter logo a novidade?
16) Compra novos softwares somente quando aqueles que você possui não
atendem mais suas necessidades?
17) Compra um novo sistema operacional somente quando o custo for mais
acessível?
*
Complemento explicativo para caracterização da situação, condição, motivação e necessário entendimento
da questão.
36
18) Concorda com a agregação de serviços (tais como: agenda, câmera
digital, MP3, etc.) em aparelhos celulares? Afinal, é um conforto e um recurso
inofensivo e gratuito.*
19) Participa da coleta seletiva de lixo domiciliar?
20) Exige o tratamento adequado da administração da coleta de lixo seletiva
de sua comunidade (familiares, vizinhos, amigos, colegas etc.)?
21) Gostaria de ser mais efetivo(a) na coleta, mas é difícil praticar na sua
comunidade (familiares, vizinhos, amigos, colegas etc.)?
22) A administração da sua comunidade é falha na reciclagem do lixo e você
considera a situação irrelevante?
23) Você acredita no benefício da coleta de lixo seletiva?
24) Entende que todas as pequenas atitudes fazem muita diferença para
humanidade quando se trata de consumo de recursos naturais (água, energia e
carbono)? Por exemplo: apaga as luzes de ambientes sempre que não há pessoas
utilizando, acumula roupas para passá-las de uma vez, toma banhos rápidos
desligando o chuveiro para ensaboar e religando para enxaguar, escova os dentes
com a torneira desligada abrindo-a apenas para enxaguar.*
25) Sempre que possível pratica ações politicamente corretas por acreditar
que são efetivas?
26) Dá pouca importância ao uso de recursos naturais porque o volume que
você consome é insignificante quando considerado todo o desperdício que
observamos no dia-a-dia?
27) O preço é fator determinante na compra de bens de consumo (alimentos,
roupas, utensílios, eletro-eletrônicos)?
*
Complemento explicativo para caracterização da situação, condição, motivação e necessário entendimento
da questão.
37
28) O uso de materiais reciclados em bens de consumo (alimentos, roupas,
utensílios, eletro-eletrônicos) é mais importante que o preço?
29) Você denuncia qualquer abuso ou uso indevido de água à companhia de
abastecimento?
30) Considera vantajoso comprar refrigerantes em vasilhame descartável
(PET) – porque é mais barato – e efetua o descarte seletivo? Afinal, a coleta, o
tratamento e o retorno de outra embalagem encareceriam o produto.*
31) Procura embalagens de vidro ou alumínio e efetua o descarte seletivo?
32) Quando verifica que um produto reciclado é mais caro que o convencional
apenas deixa de comprá-lo?
33) Gostaria de reclamar e ser ouvido quando se deparar com um abuso de
preço de um produto reciclado?
34) Você sabia que o lixo eletrônico se espalha pelo mundo? A cada dia são
milhares de toneladas de equipamentos obsoletos e inúmeros direitos de
propriedades intelectuais (licenças de uso de software ou segredos industriais) que
são descartados porque não são mais desejados (apesar de muitos manterem sua
aplicabilidade).*
35) Considera o Estado responsável pela situação do lixo eletrônico? Afinal,
este não exige a reciclagem dos equipamentos descartados pelos seus fabricantes
ou usuários, ou a liberação do direito de patente e propriedades intelectuais para
reutilização apropriada pelos outros segmentos da humanidade.*
36) Considera o consumidor responsável pelo acúmulo do lixo eletrônico?
Afinal, ele supervaloriza a novidade, exagera no consumo.*
*
Complemento explicativo para caracterização da situação, condição, motivação e necessário entendimento
da questão.
38
37) Acredita ser responsável pelo problema do lixo eletrônico? Afinal, não
cobra do Estado uma solução, não exige dos demais consumidores uma consciência
maior de responsabilidade social e nem mesmo pratica o que seria mais adequado.*
38) Acredita que a mídia é imparcial e está fazendo o seu papel? Afinal, é a
população que não exige informações mais consistentes.*
39) Você gostaria de saber mais sobre o Desenvolvimento Sustentável?
40) Considera útil o desenvolvimento sustentável para a sociedade e o
planeta?
41) Acredita que a Tecnologia da Informação está preparada para suportar a
sustentabilidade?
42) A tecnologia da informação é necessária e essencial para coletar,
manipular e extrair resultados com rapidez e precisão? Afinal, o mundo globalizado
caracteriza-se por uma complexa rede de informações.*
43) Você gostaria de saber mais sobre a Tecnologia da Informação “Verde”?
44) É possível obter avanço tecnológico sem agredir o meio-ambiente?
45) Concorda que a Tecnologia da Informação Verde deve ser um conjunto de
boas práticas que visa otimizar o consumo de recursos de forma controlada e
organizada em benefício do meio-ambiente, seja em sua infra-estrutura ou na
produção e uso de software?
46) Um software que controla a degradação ambiental é sinônimo de
Tecnologia da Informação Verde?
*
Complemento explicativo para caracterização da situação, condição, motivação e necessário entendimento
da questão.
39
47) Considera que as melhores práticas da Tecnologia da Informação são o
único fator de sucesso de uma empresa? Afinal, são mecanismos facilitadores do
uso adequado de recursos, processos e gestão de projetos.*
48) As melhores práticas em gerenciamento de projetos, infra-estrutura,
segurança da informação etc., tem algum tipo de preocupação em reduzir o impacto
ambiental na área da tecnologia?
49) Pode ser considerada uma infra-estrutura adequada de Tecnologia da
Informação aquela proveniente de planejamento, implantação, operação e
otimização de recursos naturais?
50) As metodologias existentes em gestão de projetos são suficientes para
evitar os desperdícios de recursos naturais?
51) Um software quando produzido numa infra-estrutura que atenda as
exigências ambientais e sob o direcionamento das melhores práticas pode ser
considerado como software “verde”?
52) Para caracterizar um software “verde” é suficiente aplicar as melhores
práticas em Tecnologia da Informação?
53) Para a produção de software “verde” é necessária uma infra-estrutura que
atenda às exigências ambientais?
54) Um
software
“verde”
possui
um
maior
desempenho
que
outro
convencional?
40
APÊNDICE B – Metodologia de cálculo de entropia
Nos parágrafos a seguir, demonstra-se a metodologia de cálculo de entropia
para avaliação do questionário aplicado, quanto à qualidade das perguntas, das respostas e
do ganho total de informação.
Na quantidade total de perguntas aplicadas e de conjuntos de respostas obtidas,
definida por n, são valores possíveis: sim (respostas positivas/afirmativas) e não (respostas
negativas). Dois vetores unidimensionais de n elementos com a indexação iniciando em 01
(um), denominados: resposta_sim e resposta_não, foram carregados com a quantidade
de repostas obtidas nos valores possíveis para cada pergunta.
Um índice k, foi utilizado para iterar nos vetores em varredura ou extração, desde
que observada a restrição: k ∈ N, 1 ≤ k ≤ n.
São atributos: <resp> (resposta extraída dos vetores) e <seq> (elemento único
dos vetores, respeitando a restrição observada para k).
São
funções:
R(<resp>, <seq>);
T(<seq>);
P(<resp>, <seq>);
E(<resp>, <seq>); Eresp(<seq>); Eperg(<seq>); RT(<resp>); PT(<resp>); ET(<resp>).
São variáveis calculadas: TT; Erespostas; Eperguntas; Equestionário.
A função R(<resp>, <seq>) é a quantidade de respostas desejadas de uma
questão específica.
(1)
⎧ resposta _ sim<seq> , se resp = sim
R( resp , seq ) = ⎨
⎩resposta _ não<seq> , se resp = não
De (1), obtém-se a função T(<seq>) que é o total de respostas de uma questão
específica.
(2)
T(<seq>) = R(sim, <seq>) + R(não, <seq>)
De (2), obtém-se o valor de TT que é o total de respostas dadas a todas as
perguntas aplicadas.
(3)
TT =
k →n
∑ T (k )
k =1
41
De (1) e (2), obtém-se a função P(<resp>, <seq>) que é a razão das ocorrências
de respostas desejadas sobre o total de respostas de uma pergunta específica.
(4)
P ( resp , seq ) =
R ( resp , seq
T ( seq )
)
De (4), obtém-se a função E(<resp>, <seq>) que é a entropia das respostas
desejadas de uma pergunta específica.
(5)
E(<resp>, <seq>) = – P(<resp>, <seq>) × log2 P(<resp>, <seq>)
De (5), obtém-se a função Eresp(<seq>) que é a entropia de todas as respostas
dadas de uma pergunta específica.
(6)
Eresp(<seq>) = E(sim, <seq>) + E(não, <seq>)
De (2), (3) e (6), obtém-se a função Eperg(<seq>) que é índice entrópico20 de uma
pergunta específica (baseado nas respostas obtidas).
(7)
E perg ( seq ) = Eresp ( seq )×
T ( seq
TT
)
De (1), obtém-se a função RT(<resp>) que é a quantidade total de respostas
desejadas.
(8)
RT ( resp ) =
k →n
∑ R( resp , k )
k =1
De (3) e (8), obtém-se a função PT(<resp>) que é a razão total das ocorrências
de respostas desejadas.
(9)
PT ( resp ) =
RT ( resp )
TT
De (9), obtém-se a função ET(<resp>) que é a entropia total das respostas
desejadas:
(10)
ET(<resp>) = – PT(<resp>) × log2 PT(<resp>)
De (10), obtém-se o valor de Erespostas que é a entropia de todas as respostas
obtidas.
(11)
Erespostas = ET(sim) + ET(não)
20
O índice entrópico é subsídio ao cálculo final da entropia, não representando, por si só, a entropia.
42
De (7), obtém-se o valor de Eperguntas que é a entropia das perguntas aplicadas.
(12)
E perguntas =
k →n
∑ E (k )
k =1
perg
De (11) e (12), obtém-se o valor de Equestionário que é a entropia total do
questionário (baseado nas perguntas e respostas).
(13)
Equestionário = Erespostas – Eperguntas
43
APÊNDICE C – Tabela de Entropia do Questionário Aplicado
k R(sim,k) R(não,k) T(k) P(sim,k) P(não,k) E(sim,k)
1
0,138
0,862
0,395
21
131 152
2
0,913
0,087
0,119
137
13 150
3
0,868
0,132
0,177
132
20 152
4
0,821
0,179
0,233
124
27 151
5
0,720
0,280
0,341
108
42 150
6
0,675
0,325
0,382
102
49 151
7
0,770
0,230
0,291
117
35 152
8
0,539
0,461
0,480
82
70 152
9
0,212
0,788
0,474
32
119 151
10
0,507
0,493
0,497
77
75 152
11
0,353
0,647
0,530
53
97 150
12
0,139
0,861
0,396
21
130 151
13
0,586
0,414
0,452
89
63 152
14
0,164
0,836
0,428
25
127 152
15
0,093
0,907
0,318
14
137 151
16
0,776
0,224
0,284
118
34 152
17
0,649
0,351
0,405
98
53 151
18
0,861
0,139
0,186
130
21 151
19
0,355
0,645
0,530
54
98 152
20
0,360
0,640
0,531
54
96 150
21
0,882
0,118
0,160
134
18 152
22
0,426
0,574
0,525
63
85 148
23
0,974
0,026
0,038
147
4 151
24
0,932
0,068
0,094
138
10 148
25
0,892
0,108
0,147
132
16 148
26
0,110
0,890
0,350
16
130 146
27
0,757
0,243
0,304
109
35 144
28
0,401
0,599
0,529
59
88 147
29
0,279
0,721
0,514
41
106 147
30
0,507
0,493
0,497
74
72 146
31
0,441
0,559
0,521
64
81 145
32
0,639
0,361
0,413
94
53 147
33
0,888
0,112
0,152
127
16 143
34
0,730
0,270
0,332
108
40 148
35
0,767
0,233
0,293
112
34 146
36
0,785
0,215
0,274
113
31 144
37
0,694
0,306
0,365
100
44 144
38
0,370
0,630
0,531
54
92 146
39
0,926
0,074
0,103
137
11 148
40
0,917
0,083
0,114
133
12 145
41
0,366
0,634
0,531
53
92 145
42
0,924
0,076
0,105
134
11 145
43
0,918
0,082
0,113
135
12 147
44
0,774
0,226
0,286
113
33 146
45
0,931
0,069
0,096
135
10 145
46
0,638
0,362
0,413
90
51 141
47
0,294
0,706
0,519
42
101 143
48
0,648
0,352
0,406
92
50 142
49
0,865
0,135
0,181
122
19 141
50
0,211
0,789
0,474
30
112 142
51
0,812
0,188
0,244
112
26 138
52
0,336
0,664
0,529
46
91 137
53
0,942
0,058
0,081
130
8 138
54
0,391
0,609
0,530
52
81 133
R T (sim) R T (não) T T P T (sim) P T (não)
4.829
3.112 7.941
0,608
0,392
E T (sim)
0,436
E(não,k)
0,185
0,306
0,385
0,444
0,514
0,527
0,488
0,515
0,271
0,503
0,407
0,186
0,527
0,217
0,127
0,483
0,530
0,396
0,408
0,412
0,365
0,459
0,139
0,263
0,347
0,149
0,496
0,443
0,340
0,503
0,469
0,531
0,354
0,510
0,490
0,477
0,523
0,420
0,279
0,298
0,416
0,282
0,295
0,485
0,266
0,531
0,354
0,530
0,390
0,270
0,454
0,392
0,238
0,436
E resp (k)
0,579
0,425
0,562
0,677
0,855
0,909
0,778
0,995
0,745
1,000
0,937
0,582
0,979
0,645
0,445
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