GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Secretaria de Estado do Ambiente - SEA
Instituto Estadual do Ambiente - INEA
ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS
HÍDRICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RT 04 - Fontes Alternativas para o Abastecimento do Estado do
Rio de Janeiro, com Ênfase no Abastecimento da Região
Metropolitana
Elaboração: Fundação COPPETEC
Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente
Abril - 2013
SUMÁRIO DA APRESENTAÇÃO
1. Estudo da evolução populacional;
2. Estudo das Demandas Hídricas;
3. Descrição dos sistemas de abastecimento de água existentes;
4. Alcance dos sistemas de abastecimento de água;
5. Avaliação dos sistemas de abastecimento de água;
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e alternativos;
7. Avaliação qualitativa dos mananciais abastecedores e alternativos;
8. Impactos de novas transposições na bacia do rio Paraíba do Sul;
9. Disponibilidade de águas subterrâneas;
10. Outras fontes alternativas de abastecimento de água para a região RMRJ.
PREMISSAS GERAIS
Os estudos em elaboração no PERHI abordam as dez Regiões
hidrográficas contendo, em seus limites, 92 municípios parcial ou
integralmente.
Considerou-se a sede municipal como a unidade básica de
estudo.
As informações sobre os sistemas de abastecimento de água
existentes baseiam-se nas seguintes fontes de informações:
ATLAS - Brasil de Abastecimento Urbano de Água, publicado pela
Agencia Nacional de Águas (ANA) em 2010, SNIS/2010, Censo
IBGE/2010 e em informações fornecidas pelas concessionárias
Cedae, Prolagos, Águas de Juturnaíba e Águas de Niterói.
1. Estudo da evolução populacional
Avaliação do crescimento populacional até o ano de 2030, com base nos censos
demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010 do IBGE.
Métodos empregados: Logístico e Ajustamento Linear Logarítmico, sendo os
resultados balizados pelas projeções demográficas desenvolvidas pelo IBGE.
As projeções populacionais receberam incrementos induzidos por novos cenários
econômicos, com a utilização de índices de crescimento diferenciado
regionalmente.
CRESCIMENTO DAS POPULAÇ
POPULAÇÕES URBANAS TOTAIS E DAS SEDES DOS
MUNICÍ
MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ESTADO DO R IO D E JANEIR O
20.000.000
19.000.000
18.000.000
Pop. U rbana total
POPULAÇÃO
17.000.000
16.000.000
15.000.000
14.000.000
Pop. Urbana das Sedes
13.000.000
12.000.000
11.000.000
10.000.000
1.970
1.980
1.990
2.000
2.010
ANOS
2.020
2.030
2.040
1. Estudo da evolução populacional
A população urbana localizada nas sedes municipais corresponde a 94% da
população urbana situada nos municípios e a 90% da população total do
Estado.
Populações Urbanas das Sedes municipais
Regiões Hidrográficas
Taxa Anual
(%)
2010
2015
2020
2025
2030
RH - I Baía da Ilha Grande
90.761
102.720
114.180
125.182
135.761
3,59
RH - II - Guandu
1.595.007
1.703.486
1.788.654
1.871.141
1.949.768
1,03
RH - III - Médio Paraíba do Sul
858.903
988.456
1.049.783
1.108.815
1.165.620
1,37
RH-IV Piabanha
360.807
400.670
421.408
441.699
461.496
1,16
RH-V Baía de Guanabara
10.047.803
10.989.001
11.483.859
11.962.844
12.421.282
1,00
RH-VI Lagos e São João
435.704
512.875
556.230
591.702
620.377
2,19
RH-VII Dois Rios
205.185
226.510
236.313
245.844
255.051
0,89
RH-VIII Macaé e das Ostras
294.616
321.936
347.511
367.067
382.661
3,02
RH-IX Baixo Paraíba do Sul
624.303
722.367
779.744
834.508
886.453
1,67
RH-X Itabapuana
32.444
40.558
44.085
47.265
50.090
1,89
Totais
14.545.533
16.008.578
16.821.766
17.596.068
18.328.559
1,06
2. Estudo das Demandas Hídricas
As demandas hídricas foram calculadas a partir das populações atuais e futuras
levando-se em conta os consumos “per capita”, as perdas físicas nos sistemas e
os índices de atendimento, prevendo-se a universalização dos serviços até o ano
de 2030.
Foram feitas ainda simulações de demandas considerando reduções paulatinas
das perdas físicas ao longo do tempo até o mínimo de 30%.
Gráfico tempo x demandas com e sem redução das perdas físicas de água no Sistema
Guandu/Lajes/Acarí
Perdas físicas e índices de atendimento nos sistemas de distribuição
em cada RH
Índices Médios Ponderados de Atendimento das Populações Urbanas das
Sedes Municipais:
•
No Estado do Rio de janeiro = 89,25%
• No Sistema Guandu/Lajes/Acarí = 89,35%
• Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro = 88,89%
Demandas de água por Região Hidrográfica com e sem redução das
perdas físicas
Populações Urbanas das
Sedes Municipais
Regiões Hidrográficas
Demandas de Água (l/s)
2010
2030
2010
(Com Perdas
atuais)
RH - I Baía da Ilha Grande
90.761
135.761
230,56
557,14
546,42
1,96
RH - II - Guandu
1.595.007
1.949.768
7.684,05
10.862,89
9.840,05
10,39
RH - III - Médio Paraíba do Sul
858.903
1.165.620
3.960,43
5.705,94
5.114,44
11,57
RH-IV Piabanha
360.807
461.496
1.449,86
2.215,41
2.101,97
5,40
50.624,89
70.023,68
65.268,66
7,29
RH-V Baía de Guanabara
10.047.803 12.421.282
2030
2030
(Sem Redução das (Com Redução das
Perdas)
Perdas)
% de Aumento
RH-VI Lagos e São João
435.704
620.377
1.849,70
2.842,50
2.622,48
8,39
RH-VII Dois Rios
205.185
255.051
745,13
1.067,45
986,27
8,23
RH-VIII Macaé e das Ostras
294.616
382.661
1.036,27
1.692,96
1.692,96
0,00
RH-IX Baixo Paraíba do Sul
624.303
886.453
2.627,91
4.077,51
3.891,58
4,78
RH-X Itabapuana
32.444
50.090
104,00
184,57
172,05
7,28
70.312,79
99.230,06
92.236,87
7,58
Totais
14.545.533 18.328.559
Comparação entre as demandas das sedes municipais com e sem
a inclusão dos distritos com mais de 20.000 habitantes.
Regiões
Hidrográficas
Demandas das populações
urbanas das sedes municipais
acrescidas das demandas das
populações urbanas dos
distritos com mais de 20.000
habitantes
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
Totais
Regiões
Hidrográficas
Demandas das populações
urbanas das sedes municipais
AUMENTOS (%)
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
Totais
Demandas (l/s)
2010
2015
2020
2025
2030
431,97
489,79
662,57
815,61
1.112,45
7.684,05
8.178,27
9.425,33
10.059,22
10.862,89
4.067,73
4.726,31
5.247,35
5.594,10
5.932,23
1.709,59
2.005,74
2.294,13
2.474,40
2.586,07
51.303,76
55.900,52
63.649,52
67.671,47
71.422,69
1.975,41
2.345,27
2.627,20
2.914,00
3.077,04
863,71
954,22
1.083,55
1.146,70
1.214,64
1.036,27
1.249,59
1.412,82
1.572,90
1.692,96
2.627,91
3.029,60
3.437,86
3.803,86
4.077,51
104,00
130,98
150,25
171,97
184,57
71.804,39
79.010,29
89.990,57
96.224,22
102.163,05
2025
2030
Demandas (l/s)
2010
2015
2020
230,56
260,43
342,40
416,33
557,14
7.684,05
8.178,27
9.425,33
10.059,22
10.862,89
3.960,43
4.579,44
5.080,53
5.410,08
5.705,94
1.449,86
1.712,15
1.953,64
2.118,83
2.215,41
50.624,89
55.069,69
62.604,76
66.486,62
70.023,68
1.849,70
2.185,77
2.450,24
2.690,29
2.842,50
745,13
825,80
942,86
1.002,78
1.067,45
1.036,27
1.249,59
1.412,82
1.572,90
1.692,96
2.627,91
3.029,60
3.437,86
3.803,86
4.077,51
104,00
130,98
150,25
171,97
184,57
70.312,79
77.221,73
87.800,67
93.732,88
99.230,06
2,08
2,26
2,43
2,59
2,87
3. Descrição dos sistemas de abastecimento de
água existentes
Descrição dos sistemas considerando as populações urbanas totais e das sedes
municipais, as populações abastecidas, as vazões captadas e tratadas, as demandas
atuais e futuras, os mananciais abastecedores e as empresas operadoras dos
sistemas.
O quadro a seguir exemplifica as informações apresentadas.
Município
População (hab.)
População (hab.)
Vazões (l/s)
Demandas Calculadas (l/s)
Mananciais Abastecedores
Operador do Sistema
Paraty
Urbana Total
27.689
Urbana da Sede
24.337
Abastecida
20.686
%
85
Tratada
65,00
Captada
65,00
Atual (2010)
81,10
Futura (2030)
135,88
Cachoeira Pedra Branca
50,00
Cachoeira do Caboclo
15,00
Prefeitura Municipal de Paraty
Descrição e Avaliação dos Principais Sistemas Integrados de
Abastecimento de Água Existentes na RMERJ
Sistema Guandu, Lajes e Acarí
Vazões
(l/s)
Diferenças
(l/s)
Distribuída (ANA - CEDAE)
49.400,00
-
Calculada (2010)
49.928,65
-
Calculada (2030), sem redução das
perdas físicas atuais.
Calculada (2030), com redução das
perdas físicas para 30%.
67.236,18
18.000,00
61.534,50
12.000,00
Sistema Imunana-Laranjal
Vazões
(l/s)
Diferenças
(l/s)
Distribuída (ANA - CEDAE)
5.500,000
-
Calculada (2010)
7.658,63
2.200,00
Calculada (2030)
12.029,11
7.000,00 (c/folga)
4. Alcance dos sistemas de abastecimento de água
Foram avaliadas as capacidades atendimento dos sistemas de produção de água
das sedes, indicando as ações que deverão ser efetuadas, de acordo com a
convenção abaixo:
PRODUÇÃO SUFICIENTE
ETA INSUFICIENTE
PRODUÇÃO INSUFICIENTE
Produção suficiente: ETA e captação atendem até o ano de 2030.
ETA insuficiente: capacidade suficiente de adução com necessidade de ampliação da ETA.
Produção insuficiente: adução inferior à demanda e ETA suficiente ou não.
Regiões Hidrográficas
Municípios
RH-VIII Macaé das
Ostras
Rio das Ostras
Macaé
Totais
Regiões Hidrográficas
RH-X Itabapuana
Municípios
Bom Jesus do Itabapoana
Varre-Sai
Totais
Vazão
Vazão Aduzida
Distribuída (l/s)
(l/s)
Demandas de Água - Sistemas Isolados
2010
2015
2020
2025
2030
Ações
370,00
345,05
430,56
490,76
563,71
609,03
Aumentar a produção em 250,00 l/s
610,00
610,00
691,22
819,02
922,06
1.009,19
1.083,94
Aumentar a produção em 500,00 l/s
980,00
980,00
1.036,27
1.249,59
1.412,82
1.572,90
1.692,96
370,00
Vazão
Vazão Aduzida
Distribuída (l/s)
(l/s)
100,00
5,00
105,00
Demandas de Água - Sistemas Isolados
2010
2015
2020
2025
2030
Ações
130,00
95,21
120,71
136,54
154,65
164,69
Aumentar a produção em 40,00 l/s a partir de 2015
15,00
8,79
10,27
13,71
17,31
19,88
Aumentar a produção em 5,00 l/s a partir de 2020
104,00
130,98
150,25
171,97
184,57
145,00
Níveis de atendimento dos sistemas de abastecimento de água
5. Avaliação dos sistemas de abastecimento de água
Considerando apenas os sistemas total ou parcialmente
insuficientes, avaliou-se os acréscimos de vazão necessários ao
suprimento de água até o final do Plano e o período em que as
obras de ampliação deverão ser implantadas.
Esses acréscimos de vazão poderão ser ou não suportados pelos
mananciais atualmente abastecedores de cada localidade. No
caso negativo, foram apresentadas alternativas de mananciais
capazes de atender o acréscimo das demandas.
Regiões hidrográficas
Municípios
Ações
Casimiro de Abreu
Aumentar a produção em 10,00 l/s a partir de 2025
RH-VI Lagos São João
Sistema Prolagos
Cabo Frio
Armação dos Búzios
Iguaba Grande
São Pedro da Aldeia
Arraial do Cabo
Aumento imediato da produção em 800,00 l/s
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
A disponibilidade hídrica foi calculada a partir da vazão mínima média
de sete dias de duração e dez anos de retorno – Q7,10. Para
determinação das disponibilidade dos mananciais existentes e
alternativos foi considerado um valor de 50% da Q7,10, que representa a
vazão máxima outorgável nos rios estaduais.
Foram calculadas as disponibilidades hídricas dos mananciais críticos e
sugeridas alternativas de abastecimento nos casos em que os
mananciais não tenham vazão suficiente para atender à demanda até o
ano de 2030.
Para o rio Paraíba do Sul, estratégico para o Estado do Rio de Janeiro,
foi feita uma análise específica, avaliando os impactos de novas
transposições para a Macrometrópole Paulista.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Foram consideradas as vazões aduzidas pelos mananciais abastecedores
comparando-as às demandas previstas para o ano de 2030; o período
em que serão necessárias ampliações; as vazões a serem adicionadas
aos sistemas e os possíveis mananciais alternativos.
Município
Paraty
Vazão Aduzida (l/s)
65,00
Demanda (2030)
135,88
Ampliação (l/s)
75,00
Período de Ampliação
Imediata
Os mananciais disponíveis são: aproveitamento do próprio córrego Pedra Branca,
havendo disponibilidade ainda de utilização dos córregos Carrasquinho e Corisco
e do rio Perequê-Açu.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Sistema Guandu/Lajes/Acarí:
O Sistema Guandu/Lajes/Acari produz a vazão total de 49.400,00 l/s.
A necessidade atual do Sistema Guandu/Lajes/Acari é da ordem de 50.000,00
l/s, portanto, já apresenta deficit. Para o atendimento à demanda até o ano de
2030 - que atingirá aproximadamente 67.000,00 l/s - será necessário a
ampliação da produção em 18.000,00 l/s.
O acréscimo de vazão deverá ser feito no rio Guandu, tendo em vista que Lajes e
Acari não apresentam condições de ampliação. O primeiro é limitado pela
capacidade da calha da CEDAE e o segundo depende da sazonalidade das chuvas.
O Plano Estratégico de Recursos Hídricos das bacias hidrográficas dos Rios
Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim, finalizado em 2006, concluiu que a vazão de
120 m3/s, com permanência de 98%, seria suficiente para atender à demanda
prevista até o ano de 2025. Assim, a preocupação maior dos órgãos gestores do
Estado do Rio de Janeiro deverá se concentrar na garantia da oferta hídrica
oriunda da operação do Complexo Hidrelétrico de Lajes, viabilizado pela
transposição das águas da bacia do rio Paraíba do Sul.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Sistema Imunana/Laranjal:
O Sistema Imunana/Laranjal produz a vazão de 5.500 l/s, atendendo aos
municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Ilha de Paquetá (A ETA
Imunana/Laranjal possui capacidade de 7.000 l/s).
A necessidade atual de vazão é da ordem de 7.700 l/s, portanto, o sistema
já apresenta um deficit de 2.200 l/s.
Até o ano de 2030 a produção do sistema deverá ser ampliada em
7.000,00 l/s para que possa disponibilizar a vazão de 12.500,00 l/s.
A ETA Laranjal atende somente às localidades de Niterói e São Gonçalo,
sendo que Itaboraí é abastecido com água bruta derivada do sistema
adutor. Deste modo, a ETA Laranjal terá que ser ampliada em 3.000,00
l/s, passando a tratar 10.000,00 l/s, completando a demanda de Niterói e
São Gonçalo até 2030, quando atingirá 9.900,00 l/s.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Sistema Imunana/Laranjal (continuação):
Desta vazão, 2.800,00 l/s serão para Niterói e 7.100,00l/s para São
Gonçalo, disponibilizando ainda 2.500,00 l/s para Itaboraí e adjacências
Com a entrada em operação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de
Janeiro (COMPERJ) a população do Leste da Baía de Guanabara deverá
atingir um patamar da ordem de 3 milhões de habitantes, até o ano de
2030.
Para o suprimento da demanda futura serão necessárias alternativas de
abastecimento de água, visando complementar os mananciais atuais, para
além do horizonte de planejamento do PERHI.
Utilizou-se como critério de avaliação, fontes de abastecimento situadas
em raio de 100 km do centro de distribuição, que poderão ser exploradas
integralmente ou parcialmente dependendo da evolução e distribuição das
demandas ao longo do tempo.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Alternativas de Abastecimento para o Sistema Imunana/Laranjal
Alternativas de utilização prioritária:
•
Alternativa 1 – Rio Guapi-Açu;
•
Alternativa 2 – Reservatório de Juturnaíba;
Alternativas de utilização remota:
•
Alternativa 3 – Reservatório de Lajes;
•
Alternativa 4 – Rio Grande.
6. Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e
alternativos
Alternativas prioritárias
1
2
Rio Guapi-Açu
Reservatório de
Juturnaíba
Vantagens
Desvantagens
Esta Alternativa prevê o reforço do
abastecimento do sistema Imunana-Laranjal
utilizando como manancial uma futura
barragem a ser construída no vale do rio
Guapi-Açu. Esta alternativa apresenta-se
como a mais viável para o reforço do
abastecimento
do sistema
ImunanaLaranjal, alem do abastecimento humano do
COMPERJ.
A área do reservatório é pouco adensada e utilizada
basicamente na agropecuária. Será necessária a
2
desapropriação de aproximadamente 16 km .
Esta alternativa prevê o uso das águas do
Reservatório de Juturnaíba para o reforço
do abastecimento do sistema Imunanalaranjal. O manancial é capaz de atender o
Sistema Imunana-Laranjal e ainda reforçar o
abastecimento das localidades de Rio
Bonito, Tanguá e Marica.
O aproveitamento deste manancial necessitará de
bombeamento e tratamento completo da água
distribuída. A adutora terá aproximadamente 40 km
de extensão.
A represa vem apresentando piora na qualidade de
suas águas em virtude do uso desordenado do solo
nos trechos de montante do reservatório.
O aproveitamento deste manancial necessitará de
bombeamento e tratamento completo da água a ser
distribuída. A adutora terá aproximadamente 73 km
de extensão.
Avaliação quantitativa dos mananciais abastecedores e alternativos
Alternativas remotas
3
Reservatório de
Lajes
Vantagens
Desvantagens
Esta
alternativa
prevê
o
reforço
do
abastecimento do sistema Imunana-Laranjal
utilizando-se do lago da Barragem de Lajes,
cujas águas são utilizadas para abastecimento
de parte das cidades do Rio de Janeiro,
Paracambi e Seropédica. As águas desse
reservatório necessitam apenas de desinfecção.
Lajes, com suas águas de ótima qualidade, é vista como
um “reservatório estratégico” para eventuais crises de
abastecimento publico do Grande Rio. Um eventual
aproveitamento dessas águas poderá implicar em
conflitos de usos envolvendo a geração de energia
elétrica e o abastecimento de água.
adução
Sua implantação acarretará na desapropriação de terras
para assentamento de adutora com aproximadamente
130 km de extensão.
Esta alternativa prevê o desvio das águas do rio
Grande para o Alto Guapi-Açu, fortalecendo a
disponibilidade hídrica do sistema ImunanaLaranjal, além de permitir o reforço do
abastecimento
público
de
Teresópolis,
Sumidouro, Friburgo, Bom Jardim, Marica, Macaé
e outras localidades da Região dos Lagos. O
estudo que contempla esta alternativa prevê
ainda o fornecimento de água para a agricultura,
por meio de um barramento no rio Grande, além
da geração de energia, aproveitando o desnível
da Serra do Mar para a baixada.
O projeto conceitual desta solução, elaborado pelo Engº
José Vitor Pingret, requer um estudo detalhado de
engenharia para a análise dos seus custos e benefícios,
Também são necessários estudos para a avaliação dos
impactos ambientais da intervenção proposta.
Outra vantagem é permitir
inteiramente por gravidade.
4
Rio Grande
sua
Alternativas para o reforço do abastecimento do
sistema Imunana/Laranjal
Alternativas de utilização prioritária:
Alternativa 1 – Rio Guapi-Açu;
Alternativa 2 – Reservatório de Juturnaíba;
Alternativas de utilização remota:
Alternativa 3 – Reservatório de Lajes
Alternativa 4 – Rio Grande
7. Avaliação Qualitativa dos Mananciais Abastecedores e
Alternativos
Para a avaliação da qualidade da água dos mananciais foram utilizados os valores
médios dos principais parâmetros de qualidade da água monitorados pelo INEA,
no período 2006-2011, comparando-os com os limites previstos na NT 307 Critérios de Qualidade de Água para Abastecimento Público com Tratamento
Convencional/Feema.
Observou-se que não existem incompatibilidades entre os valores médios de
qualidade da água bruta com o tratamento convencional, à exceção do ponto PQ0113, no rio Preto, um dos abastecedores da cidade de Teresópolis, que
registrou valor médio de nitrogênio amoniacal solúvel de 1,35 mg/l, superior,
portanto, ao valor limite recomendado pela NT 307 que é de 0,5 mg/l.
A presença de altas concentrações de nitrogênio amoniacal solúvel é
preocupante devido a importância desse composto na proliferação de microalgas e as dificuldades das ETA’s convencionais de removerem alguns compostos
excretados por esses organismos.
Cabe observar que o resultado apresentado deve ser visto com cautela, pois
está baseado em valores médios, sem levar em conta variações sazonais de
vazões.
8. Impactos de novas transposições na bacia do Rio
Paraíba do Sul
Avaliação dos Impactos de Novas Transposições de Vazão no Rio Paraíba do Sul,
R6: Modelagem dos Sistemas de Transposições, versão 03, elaborado pela
empresa PSR para a AGEVAP, Rio de Janeiro, fevereiro de 2013.
Estudos de Consistência e Reconstituição de Séries de Vazões Naturais na Bacia
do rio Paraíba do Sul, Relatório Final, Rev.2, Elaborado pela empresa HICON –
Engenharia de Recursos Hídricos para o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), Rio de Janeiro, fevereiro de 2012.
Estudos de Consistência e Reconstituição de Séries de Vazões Naturais na Bacia
do rio Paraíba do Sul, Relatório Final, Rev.3, Elaborado pela empresa HICON –
Engenharia de Recursos Hídricos para o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), Rio de Janeiro, março de 2012.
Inventário das Restrições Operativas Hidráulicas dos Aproveitamentos
Hidrelétricos, RE 3/0105/2012, Revisão1, Elaborado pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS), Rio de Janeiro, 2012.
Plano Anual de Prevenção de Cheias Ciclo 2011/2012, RE 3/186/201, Revisão1,
Elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Rio de Janeiro,
2011.
8. Impactos de novas transposições na bacia do Rio
Paraíba do Sul
Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole
Paulista, Relatório Intermediário RI-2, Janeiro de 2010, Elaborado pela empresa
Cobrape, para o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São
Paulo (DAEE), São Paulo, janeiro de 2010.
Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole
Paulista, Relatório Intermediário RI-1, Relatório Síntese, Setembro de 2009,
Elaborado pela empresa Cobrape, para o Departamento de Águas e Energia
Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), São Paulo, setembro de 2009.
Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole
Paulista, Relatório Intermediário RI-1, TOMO I, Julho de 2009, Elaborado pela
empresa Cobrape, para o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado
de São Paulo (DAEE), São Paulo, setembro de 2009.
Plano Estratégico de Recursos Hídricos das bacias Hidrográficas dos Rios
Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim, Relatório Final, Elaborado pela empresa
Sondotécnica para a Agência Nacional de Águas (ANA), com participação do
Comitê Guandu, Rio de janeiro, 2006.
8. Impactos de novas transposições na bacia do Rio
Paraíba do Sul
CONCLUSÃO
A redução na disponibilidade hídrica atual na captação da UEL Santa
Cecília devido aos arranjos alternativos para abastecer a
Macrometrópole Paulista variam, para o cenário de 2035, de 10 m3/s a
30 m3/s, representando uma diminuição percentual da vazão de 8% a
24%.
Qualquer alternativa de transposição para a Macrometrópole Paulista,
mantida as mesmas regras operativas para o atendimento do Sistema
Hidráulico Paraíba do Sul/Lajes, ou seja, garantir a vazão mínima de
190 m3/s em Santa Cecília, irá restringir a margem de operação do
volume de espera para o controle de cheias na bacia do rio Paraíba do
Sul.
É oportuno citar que o estresse hídrico observado em 2003, que
ameaçou o abastecimento da RMRJ, é um exemplo recente que deve ser
considerado como um alerta para o estado do Rio de Janeiro. Os
períodos de estresse hídrico no rio Paraíba do Sul tenderão a ocorrer
em maior frequência, caso os arranjos alternativos para abastecer a
Macrometrópole Paulista sejam implantados, comprometendo os usos na
própria bacia e na RMRJ.
8. Impactos de novas transposições na bacia do Rio
Paraíba do Sul
CONCLUSÕES DO ESTUDO
As simulações de qualidade da água do Paraíba do Sul demonstram que o
quadro se agrava em situações de estiagem, mesmo sem novas
transposições. Os trechos próximos a São José dos Campos e Barra do
Piraí, nessas condições, apresentam situações críticas de circulação de
água, baixa velocidade e piora significativa na qualidade da água.
Cenários de vazões ainda mais restritivas tenderão a agravar o quadro
diagnosticado.
É possível inferir que os riscos e as incertezas para o atendimento da
vazão mínima requerida em Santa Cecília ou para o controle de cheias
no rio Paraíba do Sul deverão aumentar na proporção da magnitude da
vazão derivada pelas transposições a montante.
As perdas enérgicas para o mesmo cenário correspondem, em termos
percentuais,na redução de 2,43% a 4,17% e, em termos financeiros, na
perda de 10 a 20 milhões de reais anuais para as geradoras de energia
elétrica, dependendo da alternativa, sem considerar as possíveis perdas
energéticas nas usinas hidrelétricas do Complexo Hidrelétrico de Lajes,
na bacia do ribeirão Lajes/Guandu.
9. Disponibilidade de Águas Subterrâneas
As informações e conclusões apresentadas neste item consistem num extrato do Relatório
RT-06 - Avaliação do Potencial Hidrogeológico dos Aquíferos Fluminenses.
Percentual de atendimento e qualidade das águas subterrâneas
Disponibilidade instalada (l/s)
Região Hidrográfica
Água
subterrânea
(ASub)
Água
superficial
(ASup)
Relação
Asub/Asup
(%)
R-I Baía da Ilha Grande
47,22
500,50
9,44
R-II Guandu
314,71
7.801,20
4,03
R-III Médio Paraíba do Sul
791,31
4.438,66
17,83
R-IV Piabanha
728,54
2.075,56
35,10
R-V Baía de Guanabara
1.456,27
51.604,69
2,82
R-VI Lagos São João
59,73
2.235,24
2,67
R-VII Dois Rios
140,86
1.017,52
13,84
R-VIII Macaé e das Ostras
28,44
1.137,21
2,50
R-IX Baixo paraíba do Sul
1.391,50
3.067,58
45,36
R-X Itabapuana
12,50
115,69
10,80
Total
4.971,08
73.993,87
6,72
Os volumes das águas subterrâneas são pouco expressivos quando comparados à disponibilidade
de água superficial. Não obstante, é capaz de suprir, como já vem suprindo, o abastecimento de
várias núcleos habitacionais situados principalmente nos distritos e regiões periféricas das
cidades, indústrias e pequenos distritos industriais, além do uso para irrigação.
Em relação à qualidade das águas subterrâneas, não há registros de restrições regionais que
inviabilizem, de forma permanente, os aquíferos do Estado.
As informações existentes sobre a contaminação são, em geral, de caráter pontual, descritas para
sistemas pouco profundos e na maior parte dos casos ligados a contaminações por bactérias, nitrato
entre outras substâncias, embora de consequências localizadas, sem inviabilizar a utilização dos
aquíferos.
10. Outras fontes alternativas de abastecimento
para a RMRJ
Em relação à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o trecho correspondente
aos municípios de Magé, Guapimirim e parte de Duque de Caxias situa-se entre
os dois maiores sistemas de abastecimento de água da RMERJ: Guandu e
Imunana/Laranjal. Para essas localidades o abastecimento de água é insuficiente
e poderá assim permanecer mesmo com as ampliações previstas para os dois
grandes sistemas.
Alternativas locais poderão ser utilizadas, como os rios Estrela, Suruí, Irirí,
Roncador, Piabetá e outros de pequeno porte, suprindo as deficiências locais de
abastecimento.
No trecho da Baixada Fluminense podem ser explorados alguns rios situados na
margem esquerda do rio Iguaçu e afluentes do rio Sarapuí, como o rio Dona
Eugênia e mananciais situados na região de Gericinó, reforçando o abastecimento
de núcleos residenciais situados nos municípios de Mesquita, Nova Iguaçu e
Belford Roxo.
O lago da barragem de Juturnaíba tem potencial para reforçar o abastecimento
dos núcleos residenciais situados nos municípios de Silva Jardim, Rio Bonito,
Tanguá e Itaboraí.
Inserem-se neste rol, o reuso dos efluentes tratados da ETE Alegria e o
reaproveitamento das águas de lavagem dos filtros e decantadores da ETA
Guandu para o abastecimento parcial do COMPERJ.
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
As vazões provenientes do rio Paraíba do Sul através do rio Guandu e do reservatório de
Lajes totalizam atualmente 48 m3/s, representando 83% da demanda total da RMRJ, que é
de 58 m3/s, prevendo-se que atinja 80 m3/s em 2030.
Os estudos demonstram que a redução das atuais perdas físicas de água para 30%,
apenas no Sistema Guandu, até o ano de 2030, permitirá um economia de aproximadamente
6 m3/s de água, equivalente ao abastecimento de uma população de 1,7 milhões de
habitantes. Para todo o estado essa economia será da ordem de 7 m3/s, correspondente ao
abastecimento de aproximadamente 2 milhões de habitantes.
A Região Leste da Baía de Guanabara necessita de medidas urgentes para a garantia do
abastecimento de suas populações.
É premente o planejamento de ações de racionalização de usos da água, redução da
poluição dos rios Paraíba do Sul e Guandu, assim como, redução de perdas nos sistemas de
abastecimento público, como única maneira eficaz de garantir a disponibilidade hídrica qualiquantitativa no longo prazo.
O estudo sugere a criação de um fórum de discussão dos governos dos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, com participação da ANA, objetivando articular políticas proativas
tendo em vista soluções do tipo “ganha-ganha”. Existem vários arranjos alternativos de
transposição para o aumento da oferta hídrica da Macrometrópole Paulista, enquanto que o
Estado do Rio de Janeiro depende substantivamente das águas da bacia do rio Paraíba do
Sul para o seu desenvolvimento socioeconômico.
Fim da Apresentação
Avaliação de Fontes Alternativas para o Abastecimento do
Estado do Rio de Janeiro, com Ênfase no Abastecimento da
Região Metropolitana
Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente
José Roberto de Freitas Gago – [email protected]
Coordenação: Paulo Roberto Carneiro – [email protected]
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Fontes Alternativas de Abastecimento