CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 290 291 CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 43 AUMENTO DA ATIVIDADE HUMANA E A FREQUÊNCIA DE ENCONTROS COM ANIMAIS NO CAMPUS SÃO GABRIEL DA UNIPAMPA: O QUÊ FAZER? 44 O MOLUSCO GASTRÓPODE ACHATINA FULICA BOWDICH, 1822 NO MUNICÍPIO DE PENEDO, BAIXO SÃO FRANCISCO, ALAGOAS. 45 SEMEANDO EDUCAÇÃO AMBIENTAL: FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CRÍTICOS E REFLEXIVOS 46 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE III SIMPÓSIO PERNAMBUCANO DE BIOLOGIA APLICADA – BIOLOGIA FORENSE 47 CURSO DE METODOLOGIA E REDAÇÃO CIENTÍFICA: APRENDIZAGEM E FORTALECIMENTO DA COLETIVIDADE DO GRUPO PET 48 VENENINHOS DA BIO: TROCANDO CONHECIMENTOS SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS, PLANTAS TÓXICAS E FUNGOS VENENOSOS 49 BIO NA RUA: CONHECENDO A PROFISSÃO BIÓLOGO 50 “UMA MÃO LAVA A OUTRA”: PROJETO DE INTERVENÇÃO E EXTENSÃO COMUNITÁRIA 292 51 DOAÇÃO DE SANGUE: PET CBB E HEMOCENTRO HCFMB UMA PARCERIA EM PROL DA VIDA 52 JOGO PRESA-PREDADOR: AS INTERAÇÕES ECOLÓGICAS EM UMA ABORDAGEM DINÂMICA 53 SEMINÁRIOS DO PET-BIOLOGIA: ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARA A FORMAÇÃO DE GRADUANDOS 54 ANÁLISE DA EVASÃO E AÇÕES PREVENTIVAS NO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB). 55 RECEPÇÃO AOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA PUC MINAS NOS LABORATÓRIOS DE ZOOLOGIA E BOTÂNICA 57 A RELEVÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO, CONTENÇÃO E MANEJO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS: V CURSO TEÓRICO-PRÁTICO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS 473 A PERCEPÇÃO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA (UFMA) QUANTO À PRODUÇÃO, DESCARTE E REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS NO CAMPUS 293 Aumento da atividade humana e a frequência de encontros com animais no campus São Gabriel da UNIPAMPA: o quê fazer? Brisa Marciniak de Souza1, Aline Aparecida Bastos Portela2, Anderson Fidencio Silva1, Cassiana Alves de Aguiar1, Deise Schroder Sarzi2, Flávia Ramos Ferrari2, Guilherme de Azambuja Pereira1, Junior Guilherme Scheidt Pereira1, Vinícius Ferreira de Albuquerque2, Vitor Freitas Oliveira1, Fabiano Pimentel Torres3. ¹ Graduando do curso de Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade Federal do Pampa membro do grupo PET Ciências Biológicas/UNIPAMPA. ² Graduando do curso de Ciências Biológicas Licenciatura da Universidade Federal do Pampa membro do grupo PET Ciências Biológicas/UNIPAMPA. ³ Tutor do PET Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa. Introdução O bioma Pampa, no Brasil, está presente apenas no Rio Grande do Sul, ocupando aproximadamente 64% de seu território e é caracterizado por uma fauna diversificada, tendo como os principais representantes desta, os lagartos teiu (Salvator merianae) e calangos (Cercosaura sp.); serpentes como jararaca pintada (Bothrops pubescens), cruzeira (Bothrops alternatus) e cobra palheira (Philodryas patagoniensis); mamíferos como o zorrilho (Conepatus chinga), preá (Cavia aperea), e graxaim (Cerdocyon thaus e Pseudalopex gymnocercus), aves como o quero-quero (Vanellus chilensis), caturrita (Myiopsitta monachus) e joão-de-barro (Furnarius rufus) e anfíbios do gênero Melanophryniscus (Pillar et al., 2012). Nos últimos anos, como parte do programa de expansão universitária do Governo Federal, criou-se a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), em 2008, sob uma estrutura multicampi, com seus dez campi distribuídos estrategicamente ao longo de boa parte do bioma Pampa (Costa et al, 2009) e (UNIPAMPA, 2013). Dentre os campi da UNIPAMPA, o campus São Gabriel, localizado na região da campanha central, possui cursos de formação nas áreas das ciências biológicas e ambientais, todos voltados para a caracterização, preservação e conservação do Bioma. Dentre os cursos oferecidos, o de Ciências Biológicas possui componentes curriculares que visam o melhor entendimento da fauna e flora assim como sua conservação e desenvolvimento. Dentre os componentes mais diretamente envolvidos com estudos da fauna, destacam-se: Zoologia (invertebrados e cordados), Paleontologia, Etologia, Evolução e Manejo e Conservação da Biodiversidade que abrangem desde a sistemática até o comportamento animal, ensinando tanto o papel de cada espécie na natureza como os 294 potenciais riscos que cada uma pode oferecer. Com a expansão econômica, populacional e de atividades agropecuárias no Rio Grande do Sul, a ocupação das áreas que estes animais habitam está cada vez mais frequente. O campus São Gabriel da UNIPAMPA possui uma área de aproximadamente 19ha em região de campo nativo e encontra-se em plena fase de ampliação da estrutura física, com área em construção de aproximadamente 1ha. O restaurante universitário e as casas de vegetação, por exemplo, inaugurados recentemente, ficam distantes cerca de 60m e 200m, respectivamente, do prédio acadêmico principal do campus e, para acessá-los, todos têm de passar por um caminho de campo o que gera um aumento da frequência de encontros com animais (e.g. répteis, anfíbios e aracnídeos). Sendo o campus das ciências biológicas e ambientais e tendo como dever conhecer e preservar o bioma e sua biodiversidade, o grupo PET Ciências Biológicas realizou um levantamento de dados sobre o conhecimento popular e as ações de parte da comunidade acadêmica do campus frente aos encontros com os animais durante o tráfego neste local. Objetivos O Programa de Educação Tutorial Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa campus São Gabriel, visando contribuir com a formação integral de seus petianos bem como conhecer melhor a comunidade acadêmica na qual está inserido e vem desenvolvendo diversas atividades buscou, neste trabalho de pesquisa, conhecer as principais medidas adotadas por essa comunidade quando do encontro com animais durante seu tráfego rotineiro pelo campus, traçando o perfil desta referente à identificação de animais de maior frequência, bem como os que potencialmente oferecem riscos. Metodologia O levantamento dos dados foi realizado por meio de questionários aplicados com todas as turmas de acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas Bacharelado e Licenciatura, buscando saber, entre outras questões: qual a frequência que os mesmos trafegam pelo campus; se há utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) em saídas de campo para atividades de ensino que utilizam essa prática; a frequência com que os animais são encontrados nas dependências da universidade; como identifica um animal peçonhento; e quais atitudes a serem tomadas nesses casos. Resultados e discussão 295 Para um total de 108 questionários aplicados entre os acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, aproximadamente 85% circulam mais de três vezes pelo campus durante a semana. Somente metade dos alunos utilizam EPIs em saídas de campo. Entre os animais mais encontrados no campus estão, descontando os animais domésticos (cachorros), as serpentes (22,5%) e artrópodes (aracnídeos e insetos – 20,6%). As serpentes foram os animais que os acadêmicos mostraram maior aversão (27% dos alunos). No caso de encontro com esses animais, 3% responderam que os matariam, enquanto que 93% responderam que não matariam, e 4% não opinaram com relação a esta ação. Quase metade dos alunos não sabe identificar se o animal oferece risco a sua saúde e 60% deles, em caso de acidentes, iriam ao pronto atendimento do hospital do município. Compreende-se que muitos dos estudantes que responderam ao questionário estão no primeiro semestre do curso de Ciências Biológicas, não tiveram contato com os componentes curriculares mais específicos sobre diversidade e conservação da fauna e, devido a isto, responderam de forma equivocada sobre a identificação dos animais peçonhentos e possivelmente perigosos. A utilização de EPIs deve ser melhor esclarecida e compreendida entre os acadêmicos, visto que dentre os métodos de prevenção de acidentes destaca-se o uso desses equipamentos de proteção, pois diminuem e/ou eliminam os riscos de acidentes durante a realização das atividades de campo (Fraga et al., 2014). Um dos possíveis motivos para os alunos apresentem maior aversão às serpentes pode ser o temor por elas, bem como a outros animais peçonhentos, que se encontram impregnados na cultura popular devido a vários mitos difundidos e sem nenhuma comprovação científica e, somandose a falta de informações atualizadas para as equipes de saúde e população em geral, há ainda, o medo de acidentes ofídicos. Como forma de minimização dos impactos causados à fauna local devido à instalação da universidade, o PET Ciências Biológicas propõe a realização de oficinas e palestras com a utilização de exemplares dos animais característicos do Bioma Pampa, com ênfase nos que ocorrem no campus, a fim de ensinar o público a conhecê-los melhor, atentar para sua periculosidade, bem como compreender a importância de cada um na natureza. Esses tipos de atividades já foram desenvolvidas em anos anteriores por integrantes do grupo PET Ciências Biológicas, mas para comunidades escolares dos ensinos fundamental e médio do município. Conclusão A partir dos dados levantados, pode-se conhecer parte da diversidade de animais encontrados no campus da UNIPAMPA, visto que os encontros dos mesmos com a comunidade acadêmica são frequentes. Percebeu-se que há a necessidade de incrementar o número de 296 atividades voltadas para a sensibilização sobre a conservação dessas espécies, de modo a minimizar os impactos causados na área devido às instalações físicas da instituição. Portanto, pretende-se trabalhar as questões como os mitos da cultura popular sobre os animais peçonhentos e venenosos, caracterizar a fauna local, ressaltar a importância da utilização de EPIs e reafirmar a importância da diversidade biológica e o papel desta na nossa região. Este trabalho possibilitou aos petianos desenvolverem principalmente atividades de pesquisa, além de aproximar os mesmos da comunidade acadêmica. A educação tutorial foi exercida de forma a aprimorar o senso crítico, autonomia dos petianos e compreensão das necessidades da universidade de modo a aperfeiçoar a formação acadêmica e cidadã da sua comunidade. Referências BOCHNER, R. Acidentes por animais peçonhentos: aspectos históricos, epidemiológicos, ambientais e sócio-econômicos. Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca como requisito à obtenção do Título de Doutor em Saúde Pública. Rio de Janeiro: outubro de 2003. CARDOSO, J. L. C; WEN, F. H. Introdução ao Ofidismo. In: Animais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. C. J. L. C; FRANÇA, F. O. S; MÁLAQUE, C. M. S; VIDAL, H. J. 2 ed. São Paulo: SARVIER, 2009 COSTA, D.M., GOTO, M.M.M., Costa, A.M. Expansão da Educação Superior no Brasil: Uma análise descritiva do programas do Governo Federal. IX Colóquio internacional sobre Gestão universitária na America do Sul, Florianópolis, Santa Catarina: 2009. FRAGA, Y. S. B; DORTAS, I. S; MOTA, W. V; SANTOS, R. M; SANTOS, I. O. L; REIS, I. A. O; A viabilização da segurança no uso de EPI e EPC na Universidade Tiradentes. Cadernos de Graduação – Ciências Exatas e Tecnológicas Unit. Aracaju: 2014 PILLAR, V. P; MÜLLER, S. C; CASTILHOS, Z. M. S; JACQUES, A. V. A. J. (ed.). Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília/DF: MMA, 2009. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. Plano de Desenvolvimento Institucional 2014 2018 -- Bagé: UNIPAMPA, 2013. 297 O MOLUSCO GASTRÓPODE Achatina fulica BOWDICH, 1822 NO MUNICÍPIO DE PENEDO, BAIXO SÃO FRANCISCO, ALAGOAS. Edmara Melo1, Dianesson Silva1, Gildete Bezerra1, Iury Melo1, Mariana Rodrigues1, Marilha Neves 1, Adanne Farias1, Ana Paula Nascimento1, Islene Santos1, Juliana Barros1, Maria Rafaela Rocha1, Alexandre Oliveira2. , UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 1* UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected], 2* TUTOR PET - CONEXÕES DE SABERES - email: [email protected] 1* Introdução Nos ecossistemas as espécies invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade, podendo causar, também mudanças na estrutura e função, levando ao aumento de homogeneização de uma biota regional única. O maior responsável pelo transporte de espécies invasoras é o homem, e com o evento da globalização, essa prática se intensificou (MOONEY & CLELAND, 2001). Segundo a Union Concerned Scientists (UCS) (2001), apenas 30% das espécies invasoras se estabelecem, sendo que apenas 1% destas se tornam pragas. Na década de 80, a espécie de molusco Achatina fulica Bowdich, 1822, foi introduzida no estado do Paraná, sendo posteriormente levado para outras regiões do país (TELLES & FONTES, 2002). Além do hábito generalista e alta resistência às mudanças ambientais, seu alto potencial reprodutivo favorecem a disseminação da espécie (TELES et al., 1997; RAUT & BARKER, 2002). Esta espécie passou a ter destaque, devido ao risco de transmissão de doenças ao homem e a outros vertebrados superiores, por meio de ingestão dos caramujos infectados ou larvas de vermes encontradas no muco que o caramujo secreta em verduras, frutas e legumes (TELES et al., 1997). 298 O molusco A. fulica atua como hospedeiro intermediário de Angiostrongylus cantonensis (CHEN, 1935), nematódeo parasita que causa a meningite eosinofílica ou angiostrongilíase meningoencefálica no homem (WALLACE & ROSEN, 1969). Sendo assim, este organismo pode causar relevantes danos em relação à invasão ambiental, exigindo monitoramento adequado, quer no sentido de preservação da saúde pública, quer pelos prejuízos prováveis que o molusco possa causar ao meio ambiente (TELES et al., 1997). Objetivos O presente trabalho pretende diagnosticar a ocorrência, o tamanho da população, locais de maior ocorrência do caramujo A. fulica, na cidade de Penedo, Alagoas. Metodologia As coletas foram realizadas no município de Penedo no período noturno em terrenos baldios e residências, indicadas como de provável ocorrência do gastrópode. As coletas foram mensais em três áreas, sendo área 1 (parte baixa), área 2 (parte central) e área 3 (parte alta) da cidade. Em cada área foram determinadas 3 parcelas, com o auxilio de trena calibrada, denominadas P1, P2 e P3. Estas parcelas mediam 25m2. Os indivíduos foram coletados manualmente com o auxílio de luvas de borracha e todos os EPI’s necessários evitando o contato com os organismos coletados. Os organismos coletados foram etiquetados, acondicionados em sacos plásticos e fixados com formalina a 4%. Em seguida as amostras foram levadas para laboratório onde foi realizada a biometria dos indivíduos, que constou da medida do comprimento e largura da concha. Os organismos também tiveram seu peso mensurado e anotado. Resultados e Discussão A área 2 apresentou a maior densidade entre as três áreas com 211 indivíduos, enquanto na área 1 apenas 10 organismos foram coletados, seguidos pela área 3 com 8 organismos. Os resultados obtidos demonstraram que a densidade de indivíduos foi significativa em locais mais úmidos, enquanto que em regiões secas não houve registro da ocorrência do caramujo. Foi possível observar que as áreas que apresentavam vegetação também estavam mais 299 propicias a presença de caramujos do que as áreas sem vegetação, visto que A. fulica é encontrado em plantações abandonadas, terrenos baldios urbanos, quintais e jardins (Paiva, 2006), sobre material em decomposição e próximo a depósito de lixo (Vasconcellos & Pile, 2001). A área de maior ocorrência do caramujo caracteriza-se ainda pela presença de esgotos e proximidade de áreas de serviço. A temperatura parece ser um fator bastante atuante para a ocorrência do caramujo, já que são considerados organismos herbívoros e de hábitos noturnos, sendo mais ativos nos períodos chuvosos (SHEELA et al., 1998). Os caramujos encontrados apresentaram comprimentos médios de 5,59 cm na área 1, seguidos por organismos da área 2 com 3,81cm e 4,92 cm na área 3. O peso médio para cada área foi de 42g para a área 1, 11g para a área 2 e 13g para a área 3. Tais valores indicam a presença de organismos juvenis, pois segundo COELHO (2005), o caramujo adulto possui concha cônica, de 10 a 15 cm de comprimento podendo seu peso atingir até 200g, sendo os indivíduos mais jovens menores, porém, com concha da mesma cor dos adultos. Conclusão Pode-se concluir que a área 2 apresentou a maior densidade de indivíduos com relação às demais áreas devido a ser uma área com vegetação abundante e presença de lixo próximo aos locais de coleta ao contrario das demais áreas que são locais mais secos e com pouca vegetação. Com relação ao comprimento todas as áreas apresentam apenas indivíduos jovens constatando que a população está próxima a atingir idade reprodutiva sendo este um fator preocupante, pois esses indivíduos são hospedeiros do Angiostrongylus cantonensis. Além disto, a espécie estudada é extremamente dominante competindo com as espécies nativas. Referências COELHO, L. M. 2005 Informe técnico para o controle do caramujo africano (Achatina fulica, Bowdch 1822 em Goiás. Goiânia: AGÊNCIA RURAL.12p. AGENCIA RURAL. Documento, 4. MOONEY, H.A. & CLELAND, E.E. The Evolutionary impact of invasive species. 2001. PNAS, 98(10), 5446-5450. PAIVA, C. do L. (Ed.). Achatina fulica (Moluscos): praga agrícola e ameaça à saúde pública no Brasil. Página lançada em 10 de maio de 1999 e atualizada em 25 de abril de 2004. 300 Disponível em: <http://www.geocities.com/lagopaiva/achat_tr.htm>. Acesso em: 20 mai. 2014. RAUT, S. K. & BARKER, G. M. 2002. Achatina fulica Bowdich and other Achatinidae as pests in tropical agriculture. In: Barker, G. M. (ed.). Molluscs as crop pests. CAB International, Cambridge, Massachussets, EUA, p.55-114. TELES H.M.S & FONTES L.R. 2002. Implicações da introdução e dispersão de Achatina fulica Bowdich,1822 no Brasil. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, 12(1): p 3-5. TELES, H. M. S.; VAZ, J. F.; FONTES, L. R. & DOMINGOS, M. F. Registro de Achatina fulica Bowdich, 1822 ( Mollusca, Gastropoda) no Brasil: caramujo hospedeiro intermediário da angiostrongilíase. Ver. Saúde Pública 31: 310-2, 1997. Union Concerned Scientists (USC) 2001. The science of invasive species. VASCONCELLOS, M. C. de; PILE, E. Ocorrência de Achatina fulica no Vale do Paraíba, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 35, n. 6, p. 582-84, 2001. SHEELA, T.; RINA, K.; THAKUR, S.; KUMAI, R. Seasonal behavior of giant Africa snail Achatina fulica in Bihar. Jornal of Ecotoxicology and Environmental Monitoring, v. 8, p. 153-160, 1998. WALLACE, G.D. & ROSEN, L. 1969. Studies on eosinophilic meningitis. V. Molluscan hosts of Angiostrongylus cantonensis on Pacific Islands. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. (18)2. p. 206-216 301 Semeando educação ambiental: Formação de cidadãos críticos e reflexivos ALCANTARA, M.A.R.1; AQUINO, A.M.1; DIAS, M. D. 1; FARIA, J.H.F. 1; GRECO, G.M.Z.1; MOHALLEM, M. L. 1; MOURÃO, A. C.1; OLIVEIRA, F.C.S.1; OLIVEIRA, J.D.1; OLIVEIRA, T.F. 1; PEREIRA, D.1; RODRIGUES, L.P.S.P. 1;SANTOS, A.S. 1; TORRES, N.K. 1; ZACCARIN, G.H.1; GOUVÊA, C.M.C.P.2. 1 bolsistas e 2tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Introdução As questões ambientais constituem-se como graves problemas globais na contemporaneidade, pois, como os ecossistemas apresentam equilíbrio dinâmico, o ritmo do restabelecimento do equilíbrio ambiental tem-se mostrado incompatível com o ritmo com que as sociedades de consumo têm explorado os recursos do planeta. Assim, a problematização da temática da educação ambiental (EA) nas escolas é socialmente relevante para estimular a reflexão sobre a relação homem-natureza, que vem sendo pautada por valores antropocêntricos e utilitaristas, promovendo o consumismo exagerado e o desenvolvimento econômico desenfreado, sem considerar que os humanos são integrantes da natureza e os graves desequilíbrios ambientais põem em risco nosso habitat (MORAES, 2002). A EA está presente no currículo escolar no ensino fundamental, porém, sua abordagem nem sempre ocorre de forma transversal e interdisciplinar, como recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997; MORAES, 2002). É notório que a EA está sendo tratada de uma forma figurada em algumas instituições escolares, sendo reconhecida apenas em dias comemorativos, como o dia da água e do meio ambiente. É possível verificar que a concepção de EA trabalhada, atualmente, em muitas escolas possui uma visão distante e limitada da efetiva EA, pois não reconhece a influência dos fatores sociais, culturais, econômicos e históricos para a construção dos diversos saberes do meio ambiente (CARVALHO, 2004). Entende-se que desenvolver uma atividade socioambiental no âmbito formal da sala de aula é um desafio para os professores (GOUVÊA, 2006). Tendo em vista as dificuldades de se trabalhar a EA nos moldes formais da escola, as ações deste projeto foram desenvolvidas tendo como base metodológica a Pedagogia de Projetos, sendo que essa estratégia apresenta enfoque globalizado e centrado nas 302 resoluções de problemas significativos. A Pedagogia de Projetos utiliza o conhecimento como um instrumento para a compreensão da realidade, possibilitando a realização de intervenções e não apenas a utilização de conteúdos acumulados, fatos e informações isoladas. Considerase, extremamente, importante que os futuros docentes tenham a oportunidade de intervir no processo de aprendizagem dos alunos por meio da problematização de situações, sem deixar de introduzir novas informações e dar condições para que os alunos adquiram novos conhecimentos. É necessário que o aluno assuma a posição de sujeito ativo e utilize de suas vivências e conhecimentos para a resolução de problemas propostos. Diante desta percepção metodológica, a elaboração dos conteúdos é dada dentro de um contexto que faz sentido para o aluno, podendo ser realizada a partir de diagnósticos. Dentre as perspectivas da Pedagogia de Projetos é possível reconhecer sua fundamentação em uma análise global da realidade, que não apresenta uma sequência rígida, de modo que os estudos dos conteúdos sejam envolvidos diretamente com o desenvolvimento dos alunos. Outros aspectos importantes desta metodologia são o aproveitamento do tempo e o espaço escolar disponíveis e a proposição de atividades mais flexíveis que permitam aos próprios alunos traçarem suas estratégias de aprendizagem (PEREIRA, 2004). Objetivos Diagnosticar as percepções dos alunos em relação ao meio ambiente e problemas vivenciados; proporcionar aos alunos contribuições de âmbito formativo quanto ao desenvolvimento de posturas ambientalmente responsáveis e comprometidas com o desenvolvimento de uma sociedade sustentável; promover a aproximação da comunidade com a Universidade; oportunizar aos integrantes do grupo PET-Biologia da Unifal-MG a vivência de uma postura pedagógica diferenciada e o desenvolvimento de ações que promovam a cidadania plena do público alvo; estimular a expansão da consciência e sensibilidade ambiental entre os participantes do projeto, contribuindo para a formação crítica e reflexiva. Metodologia O trabalho foi desenvolvido com alunos dos sextos anos da Escola Estadual Dr. Napoleão Sales localizada no município Alfenas-MG, sendo duas turmas no ano de 2013 e cinco turmas no ano de 2014. Os alunos apresentavam idade entre 11 e 14 anos. Foram realizadas intervenções mensais, com metodologia participativa ao longo de 2013 com continuidade em 303 2014. A primeira atividade foi realizada para diagnóstico dos principais problemas ambientais locais apontados pelos alunos, sendo realizada por meio de questionário e desenhos, nos quais foi representado o que mais chamava a atenção dos alunos no caminho da casa até a escola. Posteriormente, a temática lixo foi problematizada e desenvolvida, já que este problema foi apresentado pelos alunos como o mais recorrente e que afeta diretamente as atividades cotidianas. Nas intervenções seguintes foram realizadas atividades tais como: composição musical, excursão pela escola para localização do descarte indevido de lixo e a utilização dos “5 S”. Em seguida, foram traçadas metas para cada turma com o objetivo de conscientizar os alunos para o problema do descarte indevido de lixo. A avaliação e elaboração das atividades ocorreram durante todo o processo, utilizando-se atividades de diagnóstico frequentes para a elaboração das atividades. Resultados e discussão Foram realizados intervenções nos anos de 2013 e 2014. No ano de 2013 a análise do questionário de diagnóstico permitiu identificar que para 55,55% dos alunos da sala lilás e 82,14% da sala vermelha, o lixo presente na escola e nas ruas foi o principal problema. Foi possível também identificar outros problemas tais como: presença de animais soltos e terrenos abandonados, com freqüência inferior a 20%. Os dados mostraram que os alunos reconhecem também problemas sociais, sendo que 18,52% da turma vermelha e 29,41% dos alunos da turma lilás apresentaram bar e/ou drogas e/ou pessoas alcoolizadas próximas de casa como problemas. Os desenhos utilizados, como instrumento de diagnóstico, reproduziram os mesmos problemas apontados nos questionários. As músicas compostas pelos discentes, com a temática lixo, descreveram as obrigações do homem para com a natureza e as fotografias obtidas de vários pontos da escola, revelaram o descarte inadequado de lixo em diversos locais. Para 91,18% dos alunos, considerando todas as turmas, esta situação não é apropriada e foi sugerida por eles a mudanças de hábito. O diagnóstico do ano de 2014 revelou que 91,17% dos alunos da turma vermelha, 80% dos alunos da azul, 80,95% da lilás, 78,57% da laranja e 68,57% da amarela constataram a presença de lixo na escola e na proximidade das casas. Os dados demonstraram, que a análise em 2014 apontou que, para 80,95% dos alunos, o lixo é o principal problema. Assim, após a intervenção utilizando-se a metodologia “5 S” os alunos adotaram, imediatamente, uma postura de intolerância em relação à sujeira na sala de aula. Esta metodologia, que visa melhorar a produtividade e desempenho individual e 304 coletivo, foi adotada pela escola, após a intervenção do PET-Biologia e os resultados em relação à limpeza das salas de aula são notórios. Assim, os resultados do presente trabalho destacaram a percepção dos alunos em relação ao ambiente, evidenciaram também que os alunos conseguem diagnosticar problemas locais e escolares ambientais, têm capacidade para traçar soluções e desenvolvem pensamento crítico sobre questões ambientais (CASCINO; OLIVEIRA; JACOBI, 1998; JACOBI, 2003). Dessa forma, fica evidente a necessidade do trabalho de EA em sala de aula e o desenvolvimento deste trabalho foi importante para auxiliar os alunos a refletirem sobre problemas ambientais e ainda para atuarem como atores da mudança comportamental. Conclusão Nota-se a importância da EA no ensino regular brasileiro de forma transversal e interdisciplinar, para o desenvolvimento de posturas socioambientais, neste contexto observaram-se as mudanças comportamentais quando são problematizados alguns danos causados ao ambiente pelos próprios alunos e pela população local e, então, é possível intermediar as mudanças que começam no universo escolar e partem para a prática no ambiente social. Referências BRASIL. Secretaria da educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 126p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 03/06/2014. CARVALHO, I.C.M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. GOUVÊA, G. R. R. Rumos da formação de professores para a educação ambiental. Educ. Rev., n. 27, p. 163-179, 2006. CASCINO, F.; OLIVEIRA, J. F.; JACOBI, P. Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: Secretaria de Meio Ambiente, 1998. 305 JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesq., n. 118, p. 189205, 2003. MORAES, M.C. (org.) Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas: UNICAMP/NIED, 2002. PEREIRA, O. A. Pedagogia de projetos. Janus, v. 1, p. 77-92, 2004. 306 Avaliação da atividade III Simpósio Pernambucano de Biologia Aplicada – Biologia Forense Ana Camily Oliveira da Costa¹; Cynthia Priscylla Leão Pereira¹; Elizandra Gomes dos Santos¹; Rayssa Lima dos Santos¹; Claudia Carolina Ferreira de Oliveira Passos²; Drielly Ferreira de Melo²; Igor Ricardo Mignac Larré²; Karoline Couto Araújo²; Mayara Pereira da Silva Souza²; Raiane Caroline de Paula Pinheiro²; Jaqueline Bianque de Oliveira³ ¹Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e integrante do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu ²Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e egresso do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu ³Doutora em Ciências Veterinárias (UFRRJ), Professor Associado do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Tutora do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu Introdução Regulamentado e custeado pelo Ministério da Educação, o Programa de Educação Tutorial (PET) tem como objetivo principal a melhoria da qualidade acadêmica dos cursos de graduação da respectiva Instituição de Ensino Superior a qual está vinculado. Sob a orientação de um professor tutor, os integrantes dos grupos PET desenvolvem atividades que englobam a tríade universitária – ensino, pesquisa e extensão –, de modo a complementar a formação acadêmica dos estudantes envolvidos de forma direta ou indireta, permitindo ir além dos conteúdos programáticos que integram sua grade curricular (Programa de Educação Tutorial, 2006). Tais atividades possibilitam uma experiência acadêmica diferenciada, com ética e o compromisso social, a partir de uma formação global dos estudantes, de modo a prepará-los para a vida profissional ou para o desenvolvimento de uma carreira acadêmica junto a programas de pós-graduação (Programa de Educação Tutorial, 2006). A aplicação de um questionário avaliativo entre os participantes do minicurso de férias denominado VII Bioenfoque, realizado no mês de maio de 2013, evidenciou a necessidade de uma abordagem mais aprofundada em temas de grande interesse para a formação dos estudantes do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da UFRPE, a saber: Ciências Forenses, Parasitologia, Saúde Pública, Patologia, Biotecnologia, Preservação Ambiental, Legislação e Direito Ambiental, Fisiologia, entre outros (Costa, 2013). A partir deste questionário, o grupo PET-Biologia/UFRPE (sede) decidiu organizar o III Simpósio Pernambucano de Biologia Aplicada (SPBA) em torno do tema Biologia Forense. 307 Dentro das Ciências Forenses, a Biologia Forense engloba os conhecimentos das Ciências Biológicas voltados para a resolução de crimes ambientais ou que atentem contra a vida de humanos e animais (Pinheiro, 2004). Os procedimentos se dão, principalmente, através da análise de amostras biológicas, tais como sangue, saliva, esperma, fio de cabelo, etc (AvelinoFilho, 2014) e de insetos presentes no local. A determinação biológica de paternidade é também uma das aplicações das Ciências Forenses. Objetivos Sendo assim, objetivou-se, com a realização desta atividade, contribuir com a disseminação de conhecimentos na área da Biologia Forense, visando ampliar a formação de Biólogos e estudantes das Ciências Biológicas e de áreas afins. Metodologia A) Do evento O evento foi realizado no período de 20 a 22 de novembro de 2013, com a realização de palestras e mesas redondas que contaram com a participação de peritos criminais do Instituto de Criminalística Tavares Buril e do Laboratório de Genética Forense da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), biólogos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) e da Polícia Federal, professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE), dentre outros. O simpósio contou ainda com uma sessão de apresentação de trabalhos científicos. Os peritos do Laboratório de Genética Forense da SDS-PE, montaram uma cena simulada de um crime, a qual foi visitada pelos participantes durante o evento. O objetivo era a busca e identificação de amostras biológicas e detalhes que pudessem ser analisados e que contribuissem para a resolução dos crimes. A última atividade do evento foi a discussão sobre a cena simulada do crime. A frequência ao evento foi obtida por meio da assinatura das atas, sendo 2 (duas) por turno, totalizando 4 (quatro) por dia. O evento foi gratuito, devendo o participante, para validar sua inscrição, realizar a entrega de alimento – uma lata de leite em pó – que foi destinado à campanha do Natal Solidário da UFRPE. B) Da avaliação da atividade 308 A atividade foi avaliada por meio de um questionário, o qual consistiu de questões abertas e fechadas, de modo a levantar as opiniões dos participantes acerca de vários parâmetros do evento, desde a divulgação até a realização, bem como a respeito de sugestões e demais comentários que julgassem pertinentes à melhoria de eventos vindouros. Resultados e discussão A respeito dos parâmetros gerais do evento, os participantes assinalaram a opção “Bom” para os quesitos “organização do evento” (46%) e “divulgação do evento” (33%). A divulgação recebeu algumas críticas associadas, principalmente, ao esgotamento extremamente veloz das vagas, as quais, infelizmente, eram limitadas devido à estrutura do local disponível para realização da atividade. O evento foi previamente divulgado por meio de cartazes na UFRPE, bem como através de redes sociais e outros meios eletrônicos, e os participantes ou candidatos da lista de espera eram constantemente informados a respeito de todos os detalhes do evento via e-mail. Quando questionados sobre o modo como a informação sobre evento lhes chegou, a maioria dos participantes indicou que se deu via redes sociais (56%), tendo sido, ainda, importante a divulgação por meio de amigos (33%), sejam estes organizadores do evento ou não. Isso indica a importância da adequação dos grupos PET à realidade atual, a fim de estreitar a comunicação com os demais alunos da graduação e criar um canal de comunicação rápido e eficaz utilizando os meios eletrônicos. Foram considerados “Excelentes” os quesitos “conhecimento dos ministrantes em relação aos temas” (79%), “temas abordados” (68%), “programação do evento” (65%) e “adequação das instalações para a realização do evento” (50%). A programação foi criteriosamente escolhida, buscando abranger as subáreas de maior interesse dentro da Biologia Forense, além de criar momentos de discussão a respeito de temas polêmicos – como foi o caso da discussão acerca da criação de um banco de dados genéticos de criminosos. Os ministrantes das palestras e mesas redondas foram extremamente elogiados por sua competência no exercício de sua profissão e, sobretudo, pelo modo como foram passadas as informações, permitindo uma troca de experiências. A respeito dos comentários gerais que os participantes consideraram pertinentes, foi mencionada a necessidade de melhor sinalização do local onde o evento ocorreu, embora os organizadores tenham disponibilizado um mapa indicando o local das palestras e pontos de interesse dos envolvidos (como restaurantes e demais pontos de referência que facilitariam a 309 chegada), visto que havia estudantes de outras instituições, inclusive de outros estados, participando do evento, além dos ministrantes, que, em sua maioria, também desconheciam o local. Ainda neste sentido, foi mencionada uma inquietude em relação ao método adotado para obtenção do certificado de participação, a partir da assinatura das atas de frequência. Parte dos estudantes julgou interessante, ainda, a inclusão de minicursos em eventos vindouros para dar maior magnitude a esses, além de fornecer a oportunidade de lidar com a parte prática da temática em questão. Alguns participantes (26%) fizeram questão de elogiar, em breves palavras, o evento desde sua organização até a qualidade do conteúdo abordado. Por fim, quando questionados sobre o tema que gostariam que fosse abordado na próxima edição do Simpósio Pernambucano de Biologia Aplicada, indicaram diversas áreas, sendo as mais citadas: Biotecnologia, Anatomia e Fisiologia Humana; inovações terapêuticas no tratamento de câncer, HIV/AIDS e doenças neurodegenerativas; Entomologia; Parasitologia; Genética; Patologia Humana; Empreendedorismo na Biologia, etc. Conclusão A abordagem de temáticas de grande carência dentro dos diversos cursos de graduação é um grande desafio a ser enfrentado pelos grupos PET, visto que os estudantes esperam ver tudo o que não tiveram oportunidade de aprender dentro de anos em pouco tempo de abordagem. Em contrapartida, é prazeroso propiciar o contato deste público ávido por conhecimento com temáticas tais atuais como a Biologia Forense, quebrando ideias míticas em sua mente e dando o devido esclarecimento a respeito de áreas que, talvez, possam tornarse, após essa abordagem, sua opção como área a seguir. Sendo assim, o Programa de Educação Tutorial reafirma-se como crucial na melhoria da graduação, alcançando ainda objetivos secundários, como evitar que os estudantes se especializem precocemente, dando-lhes um leque de temas sobre os quais podem aprender e conhecer melhor. Referências AVELINO-FILHO, P.F. Biologia Forense: principais vestígios biológicos. Campo Grande: Portal da Educação, 2014. 310 COSTA, A.C.O.; PEREIRA, C.P.L.; PASSOS, C.C.F.O.; SOUZA, M.P.S.; SANTOS, R.L.; OLIVEIRA, J. B. Avaliação da atividade VII Bioenfoque: controle na qualidade de alimentos. Recife: XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão – JEPEX, 2013. PINHEIRO, M.F. Genética e Biologia Forense, e Criminalística. In: Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Org.). Medicina Legal: Noções gerais sobre outras Ciências Forenses. Porto (Portugal), 2004. p. 19 – 41. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL. Manual de orientações básicas. Brasília: Ministério da Educação, 2006. 311 Curso de Metodologia e Redação Científica: aprendizagem e fortalecimento da coletividade do grupo PET Emily Cavalcanti de Souza¹; Ana Camily Oliveira da Costa¹; Bárbara Schneyder Oliveira Pereira Fonseca¹; Camila Rebeca de Moura Celestino¹; Cynthia Priscylla Leão Pereira¹; Elizandra Gomes dos Santos¹; Jaiane da Silva Nascimento; Jéssica Monique da Silva Amaral¹; Luís Gustavo Souza da Paz¹; Priscilla Santana Silva¹; Rayssa Lima dos Santos¹; Jaqueline Bianque de Oliveira² ¹Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e integrante do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu ²Doutora em Ciências Veterinárias (UFRRJ), Professor Associado do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Tutora do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu Introdução O Programa de Educação Tutorial (PET) é constituído por grupos de alunos vinculados a cursos de graduação, o qual planeja, desenvolve e promove atividades que abrangem as três áreas da tríade universitária (ensino, pesquisa e extensão), com o intuito de somar e ampliar o conhecimento para a formação acadêmica e social, tanto dos integrantes do programa quanto dos graduandos não petianos. As atividades promovidas também favorecem a comunidade fora do âmbito universitário (Programa de Educação Tutorial, 2006). As ações inovadoras, promovidas pelos grupos PET, dão um novo formato a conteúdos importantes que são transmitidos para os alunos durante a graduação. Para uma ampla formação é necessário que haja não apenas transferência de conhecimentos, mas também uma noção consciente e voluntária a respeito das dimensões de um processo formativo, gerando desta forma um alto nível acadêmico dos alunos envolvidos de forma direta ou indireta. É possível entender que o PET é um programa que vai além das atividades realizadas, pois trata-se de uma oportunidade para o petiano estimular ainda mais seu senso de coletividade. Este diferencial do Programa faz com que haja uma maior sociabilização dos componentes entre si e com outros graduandos. O ambiente dos grupos PET, incentiva a inovação a partir de pesquisas, reuniões, debates e atividades externas e internas. A vivência dos grupos de 312 Educação Tutorial é efetivada em diferentes escalas: tutor-petiano; petiano veterano-petiano novato; petiano atual-petiano egresso; petiano-estudante não petiano. Diante da concepção filosófica do que é o PET, todos os eventos e atividades realizadas são decididos e colocados em prática de forma coletiva. Como característica relevante do programa, a aprendizagem do petiano é igualmente importante para o andamento do mesmo. Visando estes dois pontos principais, o PET-Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) promoveu para seus integrantes o Curso de Metodologia e Redação Cientifica, onde os petianos tiveram a oportunidade de aprender com aulas teóricas e práticas, além de alimentar ainda mais a coletividade entre o grupo. Objetivos Desenvolver e aprimorar o nível de qualidade das técnicas para redigir todos os tipos de textos científicos, além de aperfeiçoar o uso da linguagem técnico-científica dos petianos. Metodologia A) Do evento O Curso de Metodologia e Redação Cientifica, ministrado pelo Prof. Geraldo Jorge Barbosa de Moura do Departamento de Biologia da UFRPE, aconteceu no período de 05 a 09 de Maio de 2014. Além dos integrantes do PET-Biologia, também participaram do curso os alunos do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da UFRPE, matriculados na disciplina de Ecologia de Campo, a cargo do professor ministrante do curso. A tutora do PETBiologia/UFRPE, Profa. Jaqueline Bianque Oliveira, além da professora Jozélia Correia, ambas do Departamento de Biologia da UFRPE. Este curso foi realizado na Estação Ecológica de Tapacurá (EET), localizada no município de São Lourenço da Mata, sendo uma área de Mata Atlântica com 776 hectares, destinada a pesquisas ligadas à Zoologia, Ecologia e Botânica. A Estação conta com uma grande biodiversidade de aves, répteis, mamíferos e insetos (Moura et al., 2012). No primeiro dia os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a EET a partir de uma caminhada em grupo a qual possibilitou uma observação alguns exemplares da fauna e da flora daquela área. Ao retornar da caminhada, todos os alunos assistiram a uma aula teórica sobre metodologia cientifica e foram separados grupos para realização de pesquisas. Os 11 integrantes do grupo PET formaram três grupos, sendo dois deles com 4 componentes e um 313 com 3 componentes. Cada um dos grupos precisou escolher um tema o qual seria acessível na área de estudo (EET), que seria trabalhado durante o período do curso. Logo após a escolha dos temas, os grupos apresentaram suas ideias e explanaram o objetivo geral do projeto ao professor ministrante e aos demais participantes. Grupo 1: Ectoparasitos de Rhinela jimi; Grupo 2: Parasitos gastrointestinais de capivaras; Grupo 3: Parasitos com potencial zoonótico em Scinax x-signatus. A partir do segundo dia de curso, os alunos foram a campo para coletas dos seus materiais de estudo e começar as análises necessárias e possíveis de serem feitas naquele local. Ao fim do dia, houve mais uma aula teórica de redação cientifica, onde os alunos tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas sobre a metodologia que estavam utilizando em seus trabalhos. Durante toda a semana, as equipes saíram mais uma vez para coleta e posteriormente começaram a colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas, iniciando a produção da parte escrita do artigo científico. Os petianos assistiram a uma apresentação dos pós-graduandos sobre diferentes tipos de metodologias que podem ser empregadas em estudos na área da Ecologia de Campo. No penúltimo dia de curso, os grupos fizeram as últimas coletas de materiais e de dados, montando desta forma uma apresentação com resultados parciais. À noite, todos os grupos, incluindo os pós-graduandos, apresentaram oralmente seus trabalhos. Ao final de cada apresentação, foi aberto um espaço de debate para comentários, críticas construtivas e elogios. B) Da avaliação da atividade Ao término do Curso de Metodologia e Redação Cientifica um questionário (com questões abertas) avaliativo foi aplicado entre os petianos participantes. A tutora e o professor ministrante também responderam a um questionário sobre suas respectivas avaliações dos petianos no curso. Resultados e discussão Cada um dos três grupos de petianos planejou e organizou seus projetos com o auxílio do professor ministrante na parte de metodologia e redação científica, juntamente com a tutora, especialista na área de Parasitologia. Após uma semana combinando os blocos teóricos e práticos, os integrantes do PET-Biologia apresentaram mini-seminários com algumas análises 314 e resultados parciais, pondo em prática as técnicas de confecção de textos científicos que lhes foram ensinadas. Considerando as respostas dos petianos ao questionário, pode-se perceber que o curso refletiu positivamente nos aspectos individuais e, principalmente, coletivos de todos os petianos, desde os veteranos até os novatos. Quando perguntados sobre quais pontos consideraram como positivos no curso todos os petianos destacaram a união da teoria e da prática, proporcionando assim um melhor aproveitamento das informações obtidas. A troca de conhecimentos entre os graduandos, pós-graduandos e os professores também foi mencionado como algo importante, por haver a interação de diferentes níveis acadêmicos. Como pontos negativos foram citados o curto tempo de duração do curso e a dificuldade da busca bibliográfica na Estação Ecológica de Tapacurá. A tutora do PET-Biologia, avaliou como fatores positivos a dedicação e a disciplina demonstradas no desenvolvimento das atividades, além da compreensão da metodologia “aprender – fazendo”. Ressaltou ainda que todos os petianos, sem exceção, dedicaram-se às atividades e evidenciaram ter aprendido o conteúdo teórico. Para o professor ministrante do curso, mesmo os estudantes estando em período acadêmicos diferentes e com experiências heterogêneas em relação à conceitualização e prática dos métodos científicos, todos apresentaram uma excelente aprendizagem ao término do curso, de forma bastante homogênea. Ele destacou como fatores positivos: o estimulo, dedicação, capacidade de concentração e capacidade de trabalhar em grupo. Em suas considerações finais acerca dos petianos ressaltou que nas atividades presenciadas por ele, todos os integrantes priorizaram de forma adequada as metas a serem alcançada, e continua na expectativa de que esse padrão de qualidade seja mantido na próxima etapa de redação de manuscritos para publicação (parte final do curso, que ainda está em andamento). Visto que todos os integrantes do PET-Biologia são graduandos do Bacharelado em Ciências Biológicas, a Estação Ecológica de Tapacurá foi um lugar ideal para ser realizado o curso de metodologia, pois o local propiciou a pesquisa, oferecendo materiais de estudo bem interessantes aos grupos. Diante de poucos recursos bibliográficos e mínimos conhecimentos na área dos projetos elaborados, a coletividade do grupo PET se sobressaiu a estes empecilhos nos momentos de coleta em campo ou na produção textual. Os petianos ajudaram-se e também foram auxiliados pelos estudantes da pós-graduação, desta forma efetivando a ideia do que é a Educação Tutorial e, que esta vai além de dentro da sala do PET. 315 Ficou evidente que para os integrantes do PET, incluindo a tutora, esta atividade interna do grupo é uma ótima prática didática para ser incluída nos moldes da graduação, inovando mais uma vez a forma de aprendizado dos estudantes. Unir a teoria e a prática pode ser mais interessante e torna mais consistente a fixação de conhecimentos e informações importantes. Conclusão As atividades realizadas internamente são um viés importante para refirmar e aumentar o senso de coletividade entre os integrantes do grupo PET. Com isto, a filosofia da Educação Tutorial se sobressai em todos os momentos de interação dos integrante do grupo. As formas de aprendizagem proporcionadas aos estudantes do PET-Biologia, participantes do curso, foram dinâmicas e práticas mostrando assim que há maneiras diferentes e inovadoras para construir o conhecimento e instruir os estudantes da graduação para produzir artigos científicos, tornando o ensino mais estimulante, além de promover respostas rápidas e bemsucedidas, mesmo daqueles que têm pouca experiência. Referências MOURA, G. J. B., AZEVEDO JUNIOR, S. M., EL-DEIR, A. C. A. A Biodiversidade da Estação Ecológica do Tapacurá - Uma Proposta de Manejo e Preservação. 412. ed. Recife: UFRPE,2012.vol. 1. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL. Manual de orientações básicas. Brasília: Ministério da Educação, 2006. 316 VENENINHOS DA BIO: Trocando conhecimentos sobre animais peçonhentos, plantas tóxicas e fungos venenosos SAGRILO, M.R.1; BRENER, C.E.S.1; MOURA, L.B.1; MACHADO, A.Z.1; JOHN, A.L.W.1; RODRIGUES, L.G.1; CARVALHO, J.D.T.1; SACCOL, L.I.1; WENDER, M.G.1; MACEDO, G.T.1; JESUS, L.C.1; LONDERO, J.E.L.1; OLIVEIRA, J.M.S.2; 1 – Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM 2 - Professor Orientador e Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM Introdução No ano de 2012, foram notificados 143.658 acidentes e 273 mortes causadas por animais peçonhentos no país. Os escorpiões são os responsáveis pela maior ocorrência destes acidentes no Brasil. Nesse ano, houve 65.008 casos de acidentes com escorpiões, ou seja, 45% do total notificado no ano. As serpentes causaram 20% dos acidentes, 18% foram pelas aranhas, 7% pelas abelhas, 3% pelas lagartas e 7% por outros animais. A Unidade Técnica de Vigilância de Zoonoses do Ministério da Saúde realizou um levantamento que indicou um aumento de 157% em notificações de casos de acidentes provocados por animais peçonhentos nos últimos 10 anos. Devido ao processo de urbanização, há um aumento da exposição destes animais, que acabam procurando abrigo em outros ambientes e, muitas vezes, dentro de residências. Com tal aproximação, acidentes são prováveis e podem ocorrer tanto na zona rural quanto urbana. (BRASIL, 2006) Os dados são menos precisos levando-se em consideração as intoxicações por plantas, porém, é possível que este índice seja alto devido o desconhecimento de muitas pessoas a respeito do potencial tóxico da espécie. Plantas das famílias Araceae e Euphorbiaceae, como comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) e coroa-de-cristo (Euphorbia milii) são plantas muito comuns nas residências. Todavia, poucos sabem que elas são tóxicas e, por isso, mesmo nos últimos anos os números de acidentes por intoxicação, especialmente em crianças, têm se elevado. Cerca de 60% dos casos ocorrem com crianças menores de nove anos de idade e 80% desses são acidentais. Há também vários relatos de intoxicação em animais de estimação e aqueles destinados à pecuária (SINITOX, http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home). 317 Com isso, vê-se a necessidade de atividades educacionais que tratem deste tema para o público. A primeira iniciativa do PET Biologia voltada para a temática foi a atividade “Venenos da Bio”, ministrada aos acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O “Veneninhos da Bio” é a adaptação da atividade realizada na UFSM, porém estendida para a comunidade em geral, com ênfase no público infantil. Mesmo que esta temática trate da área da saúde, pode-se abranger, também, atividades de conscientização ambiental, já que a forma com que a criança interpreta tais questões pode influenciar sua relação com o meio ambiente. Objetivos O objetivo do trabalho foi auxiliar os participantes na prevenção de acidentes com organismos nocivos, dando base para o reconhecimento destas espécies, além de ratificar a importância e o papel ecológico do organismo. Objetivos específicos 1. Identificação das espécies. 2. Atitudes a serem tomadas em casos de acidentes. 3. Importância farmacológica das toxinas e venenos. 4. Endemismos das espécies. 5. Preservação de ambientes naturais e de seus predadores. Metodologia A atividade consistiu em três minicursos teórico-práticos no mês de setembro de 2013. O primeiro deles abordou o tema ‘Animais Peçonhentos, sendo subdividido em duas etapas, tendo a primeira abordado serpentes e anuros de interesse médico, para a qual houve participação de uma petiana estagiária no Laboratório de Herpetologia da UFSM. Cabe salientar que o referido laboratório possui ampla experiência na divulgação do assunto. A segunda etapa abordou os artrópodos de interesse médico, e também contou com a participação de uma petiana estagiária no Laboratório Interação Inseto-planta. Além disso, o minicurso contou com auxílio dos demais petianos para preparação da parte prática. 318 O segundo minicurso abordou o tema ‘Fungos Tóxicos’, o qual foi ministrado por integrantes do PET-Biologia. Foram tratados aspectos como: 1) identificação de fungos com potencial tóxico; 2) diferenciação entre fungos comestíveis e não comestíveis; 3) doenças causadas por fungos; 4) perigos da ingestão de alimentos contaminados por fungos. O terceiro minicurso tratou do assunto ‘Plantas Tóxicas’. Realizado por integrantes do PET-Biologia, contou com apoio de um voluntário do Laboratório de Bioquímica Toxicológica para a preparação da apresentação e também na explanação do tema. O minicurso levantou questões relacionadas à: 1) conhecimento das plantas tóxicas mais comuns; 2) perigos da ingestão e contato com plantas de potencial tóxico; 3) sintomas da intoxicação com plantas e 4) medidas que devem ser tomadas em caso de acidentes. Resultados e discussão A atividade alcançou os objetivos propostos tendo seu resultado evidenciado no grande interesse e curiosidade dos alunos sobre os diferentes temas apresentados. O interesse pelo minicurso foi tal que outra turma da escola, em visita a universidade, solicitou ao grupo PET-Biologia a apresentação dos minicursos. Considerando o retrospecto positivo do “Venenos da Bio”, que se tratava de uma atividade voltada apenas para o ensino em nível de graduação, o sucesso do “Veneninhos da Bio” reafirma e salienta a importância da aproximação entre o meio acadêmico e a comunidade. Conclusão A atividade obteve êxito nos seus objetivos, principalmente em informar as pessoas a respeito de espécies tóxicas/peçonhentas/venenosas e o que deve ou não ser feito em caso de acidentes. Contudo, sugere-se que nas próximas execuções do “Veneninhos da Bio” seja aplicado um questionário no início da atividade para uma melhor avaliação e discussão dos resultados após o término dos minicursos. 319 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) - Série A. Normas e Manuais Técnicos. 1ª ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Disponível em <http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>. Acesso em: 10 de junho de 2014 320 BIO NA RUA: Conhecendo a profissão biólogo MOURA, L.B.1; WENDER, M.G.1; JOHN, A.L.W.1; RODRIGUES, L.G.1; CARVALHO, J.D.T.1; SACCOL, L.I.1; SAGRILO, M.R.1; MACHADO, A.Z.1; JESUS, L.C.1; LONDERO, J.E.L.1; MACEDO, G.T.1; BRENER, C.E.S.1; OLIVEIRA, J.M.S.2; 1 – Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM 2 - Professor Orientador e Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM Introdução A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é uma importante instituição que apresenta, atualmente, um total de 314 cursos (Fonte: UFSM). Dentre os vários cursos está o de Ciências Biológicas, vinculado ao Centro de Ciências Naturais e Exatas. O curso de Ciências Biológicas apresenta duas habilitações: Licenciatura ou Bacharelado. A profissão de Biólogo foi regulamentada pela Lei n.º 6.684, sancionada em 03 de setembro de 1979, que criou o Conselho Federal de Biologia (CFBio) e os Conselhos Regionais de Biologia (CRBios). A existência do CFBio e dos CRBios tem permitido ampliar a visibilidade do Biólogo junto à sociedade, como profissional das Ciências Biológicas nos mais variados campos, notadamente, em meio ambiente, saúde, educação, entre outros (Fonte: CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA). O PET (Programa de Educação Tutorial) é desenvolvido por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, tendo como um dos objetivos “estimular a melhoria do ensino de graduação” (FONTE: MANUAL DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS DO PET), procurando integrar ensino, pesquisa e extensão. Visando cumprir com o objetivo citado acima, o PET Biologia UFSM desenvolve desde 2009 a atividade intitulada “Bio na Rua”, uma feira que proporciona a divulgação da profissão do biólogo diante da comunidade, visto o pouco conhecimento da população sobre as áreas de atuação do profissional. Objetivos A atividade teve como objetivo divulgar à comunidade santamariense algumas áreas de atuação da profissão Biólogo, bem como divulgar o curso de Ciências Biológicas e os diversos laboratórios vinculados ao curso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 321 Metodologia A atividade aconteceu na Praça Saldanha Marinho, localizada no centro da cidade de Santa Maria, RS, no dia 10 de novembro de 2013, onde foi montada uma estrutura com cobertura de lona e diversas bancadas e banners para que os laboratórios participantes pudessem divulgar as suas atividades. Foram levados ao local materiais que representassem as atividades dos profissionais biólogos, disponibilizando informações de cunho científico ao público presente no evento. As informações divulgadas foram obtidas por meio de trabalhos de pesquisa e experimentações nos laboratórios da UFSM, desenvolvidos pelos professores e alunos da graduação e pós-graduação. O evento contou com a participação do Laboratório de Biologia Evolutiva, Laboratório de Botânica Estrutural, Laboratório de Herpetologia, Laboratório de Taxonomia Vegetal de Angiospermas, Laboratório de Paleobiologia e Estratigrafia, Laboratório de Ficologia, Herbário do Departamento de Biologia e Grupo Ativamentes. Resultados e discussão Estima-se que cerca de três mil pessoas passaram pelo evento, onde se observou um grande interesse dos visitantes frente às exposições e um grande número de questionamentos às diversas áreas expostas. Realizando essa atividade o PET Biologia proporcionou acesso ao conhecimento produzido na universidade. Atividades que envolveram organismos e estruturas microscópicas foram apresentadas, proporcionando conhecimento e possibilitando às pessoas contato com instrumentos científicos de uso laboratorial. Algumas das atividades apresentadas pelos laboratórios são de suma importância também para a população local e estão diretamente ligadas a ela, como, por exemplo, alguns dos estudos paleontológicos, onde a região central do Rio Grande do Sul, da qual Santa Maria está inserida, é caracterizada como uma das mais ricas em fósseis do Brasil. Outra explanação que pode ser destacada foi uma das do Laboratório de Herpetologia, que esclareceu para a população quais são e como identificar os animais peçonhentos e venenos (bem como aqueles que não o são) que podem ser encontrados na região. Além disso, foi exposto pelos estudantes da área de botânica material proveniente da área de Santa Maria, que se localiza numa região 322 de transição entre os biomas Pampa e Mata Atlântica, apresentando grande diversidade e possibilidades de estudo. Conclusão O “Bio na Rua” promoveu uma maior aproximação entre a comunidade acadêmica e a sociedade, demonstrando as diferentes aplicações do conhecimento e permitindo uma maior sensibilização da população no reconhecimento da profissão biólogo. Referências Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) / UFSM CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA MANUAL DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS DO PET 323 “Uma Mão Lava a Outra”: Projeto de Intervenção e Extensão Comunitária – Resultados Preliminares Cassio José Santos, Daiany Pressato, Debora Crocomo dos Reis, Jessica Dorador Kawashima, Isabela Mello¹, Lígia Berti Mozena, Lucas Lima Argenton, Lucas Monteiro Pereira, Marielle Panelli, Matheus Naville Gutierrez, Priscila Teixeira Tunes, Tamara do Prado Verotti, Luciene Maura Mascarini Serra². PET Ciências Biológicas Botucatu (PET-CBB) – IB UNESP BOTUCATU Introdução O Brasil vivenciou, no decorrer do século passado, crescentes fases de urbanização decorrentes da mudança na economia do país, como a expansão industrial. O êxodo rural que se seguiu exigia uma adequação da infraestrutura das cidades que, mal planejadas, geraram contradições de desigualdades social e econômica. E desde essa época, as contradições se mostraram na marginalização de grande parte da população, no estabelecimento de favelas e de cortiços (Carvalho, 2002). Há inúmeras cidades brasileiras que foram mal planejadas e não foram reorganizadas, sendo ainda divididas em regiões centrais e periféricas. A periferia tende a apresentar uma situação de abandono e precariedade, com evidentes deficiências e dificuldades no suprimento de água para satisfazer as necessidades básicas diárias. O provimento adequado de água, em quantidade e qualidade, é essencial para o desenvolvimento sócio econômico local, com reflexos diretos sobre as condições de saúde e bem estar da população. Condições adequadas de abastecimento de água resultam em melhorias das condições de vida e em benefícios como controle e prevenção de doenças, prática de hábitos higiênicos, conforto e bem-estar, aumento da expectativa de vida e da produtividade econômica. (Razzolini & Günther, 2008) Assim, de acordo com o que foi apresentado e também pela necessidade dos alunos de graduação entrar em contato com essa realidade, o grupo PET-Ciências Biológicas Botucatu (PET-CBB) realiza o Projeto “Uma Mão Lava a Outra”. O grupo entende que buscar a noção da própria comunidade sobre a sua condição de vida é essencial, portanto procura avaliar as informações relatadas pelos próprios moradores como fonte principal de dados do projeto; entendendo também que é com base nestes dados 324 que se deve planejar quaisquer intervenções que se façam necessárias, sendo que o planejamento destas ações deve ter como base o desenvolvimento da autonomia e a compreensão dos moradores sobre as condições de vida que vivem. Resulta daí a necessidade da participação da comunidade para a promoção de sua saúde e de melhorias em sua infraestrutura em relação à água e seus diversos aspectos. O aprimoramento e o amadurecimento do projeto ocorreram de forma gradual por meio de inúmeros debates realizados pelo grupo, possibilitando a construção conjunta e coletiva do conceito de extensão. Objetivos O objetivo do trabalho é relatar o desenvolvimento do Projeto “Uma mão lava a outra”, realizado pelo grupo PET-CBB. O Projeto objetiva identificar os reais problemas de infraestrutura e saúde relacionados à água em uma comunidade periférica e, baseando-se nestes dados, realizar intervenções educacionais e políticas que promovam a organização comunitária e a conscientização sobre saúde e infraestrutura relacionadas à água. Metodologia O projeto iniciou-se com a coleta de dados referentes ao consumo de água em diversos bairros de Botucatu, advindos do IBGE e do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Optou-se por realizar o projeto no distrito de Rubião Júnior por este possuir uma comunidade, em sua maior parte, socioeconomicamente desfavorecida e localizar-se nas adjacências do campus de Rubião Junior – UNESP, Botucatu/SP. Posteriormente o grupo consultou e estudou artigos sobre investigação social para elaborar um questionário a ser aplicado na população alvo. O questionário foi composto por questões abertas e fechadas que abordavam: dados do indivíduo e de seu domicílio, consumo de água da família, hábitos relativos à utilização da água (higiene, tratamento, desperdício) e conhecimento sobre e presença de doenças relacionadas à água. O tamanho amostral do estudo foi de 365 famílias e a amostragem foi estratificada por setor censitário (erro de 5% em relação ao total de moradores do bairro). Para analisar as associações entre as variáveis utilizaremos o teste do qui-quadrado, com p<0,05. O questionário elaborado foi testado (pré-teste) no bairro Jardim Santa Eliza, com características semelhantes às do distrito escolhido (Rubião Junior) e próximo deste. 325 Os questionários definitivos foram confeccionados e aplicados em 2013 e meados de 2014. Em 2014 o projeto terá continuidade com a confecção do banco de dados, a análise estatística, o planejamento e execução da intervenção educativa e política no distrito de Rubião Júnior. Resultados e discussão Até o momento obteve-se apenas resultados preliminares referentes às etapas iniciais do projeto e não ao projeto como um todo, uma vez que estes dependem de execução da intervenção educacional e política. Tais resultados parciais tem grande importância e refletem claramente em melhorias nas etapas que serão realizadas a seguir. Com o preparo e aplicação dos questionários no pré-teste obtivemos informações concretas e nossas impressões pessoais a respeito da comunidade residente no distrito de Rubião Júnior. O questionário inicial foi composto de 36 questões. Com a execução do préteste este questionário inicial foi reavaliado e sua versão definitiva foi estabelecida em 33 questões. A partir do pré-teste pode-se inferir que as questões discursivas recebiam respostas vagas, ou muitas vezes ficavam sem respostas, sendo assim foram priorizadas as questões de múltipla escolha, buscando-se contemplar todas as respostas possíveis. Então, a partir de nossas impressões e experiências pessoais pudemos ajustar a abordagem, linguagem e postura durante as entrevistas futuras. Já as informações dos questionários foram extremamente úteis para uma melhor adequação dos questionários à população alvo e aos nossos objetivos. Foram realizadas 320 entrevistas, sendo estas distribuídas em 7 setores censitários no distrito de Rubião Junior, aplicando os questionários definitivos. Estas entrevistas forneceram ao grupo dados para uma melhor compreensão da população do bairro e das condições socioeconômicas observadas no local. Tais dados ainda estão sendo computados, não nos permitindo discutir precisamente quais as questões e problemáticas encontradas na região do estudo. Com a inserção das respostas de todos os questionários no banco de dados será possível analisar estatisticamente diversos aspectos da comunidade, bem como fazer um levantamento das condições de vida, doenças frequentes, principais problemas de saneamento e abastecimento encontrados no distrito de Rubião Júnior. A análise de todas as informações obtidas nos permitirá realizar uma intervenção adequada e contínua com a comunidade, visando à construção do conhecimento, desconstrução de noções anteriores equivocadas, criação de novos hábitos e integração entre a 326 própria comunidade. Essa construção do conhecimento poderá se dar em vários cenários de prática, como Escolas, Praças e Centros de Saúde e de diferentes formas como rodas de conversa, clubes de mães ou outras formas de integração educacional. Conclusão Com o trabalho de campo (aplicação dos questionários) o grupo PET-CBB pode confirmar as condições socioeconômicas da região de Rubião Júnior, que se mostraram bastante heterogêneas, com problemas de saneamento e de infraestrutura, necessitando de fato uma intervenção educacional e política. Em relação ao grupo tutorial, constatouse que o mesmo desenvolveu habilidades de elaboração de questionários e de comunicação com pessoas externas à comunidade acadêmica bem como a compreensão de como se realiza a extensão universitária. Os integrantes estão agora realizando o estudo de artigos sobre extensão comunitária para o planejamento das intervenções futuras. Referências CARVALHO, E. Cidades brasileiras, crescimento e desigualdade social. Org & Demo (Marília). n.3. p.45-54. 2002. RAZZOLINI, M.T.P. & GÜNTHER, W.M.R. Impactos na Saúde das Deficiências de Acesso a Água. Saúde e Sociedade São Paulo, 17, n.1.p.21-32.2008. 327 DOAÇÃO DE SANGUE: PET CBB E HEMOCENTRO HCFMB UMA PARCERIA EM PROL DA VIDA Cassio José Santos¹, Daiany Pressato, Debora Crocomo dos Reis, Jessica Dorador Kawashima, Isabela Mello, Lígia Berti Mozena, Lucas Lima Argenton, Lucas Monteiro Pereira, Marielle Panelli, Matheus Naville Gutierrez, Priscila Teixeira Tunes, Tamara do Prado Verotti, Luciene Maura Mascarini Serra². PET Ciências Biológicas Botucatu (PET-CBB) – IB UNESP BOTUCATU Introdução O sangue é um produto humano insubstituível sendo utilizado em diversas situações e doenças, como: cirurgias, acidentes e anemias. No mundo inteiro, a demanda por transfusões de sangue tem aumentado à medida que cresce o número de acidentes, violência e doenças. A busca por doadores tem se constituído em uma preocupação constante das autoridades sanitárias. A Organização Mundial de Saúde – OMS preconiza que 3% a 5% da população com idade entre 18 e 65 anos seja doadora voluntária de sangue 1 , objetivando atender a demanda transfusional de cada país. No Brasil, a demanda crescente por sangue e seus derivados se faz sentir de forma cada vez mais preocupante. A quantidade total de doadores de sangue no Brasil corresponde, a cada ano, a menos de 1% da população. O grupo PETCBB, composto por alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Ciências Biomédicas e Nutrição, entendendo que a doação de sangue é um ato extremamente importante e necessário para salvar vidas, iniciou em 2010 uma campanha de doação de sangue em parceria com o Hemocentro de Botucatu, envolvendo todos os integrantes da UNESP do campus de Rubião Jr. e do Lageado: alunos, docentes e servidores técnico-administrativos e demais pessoas da comunidade. Com esta campanha, o grupo procurou atuar na promoção da solidariedade e da cooperação no ambiente universitário, visando aumentar significativamente o estoque de bolsas de sangue do Hemocentro de Botucatu. Objetivos O presente artigo relata a parceria entre o grupo PET-CBB e o Hemocentro do Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB), visando à promoção da cidadania e da solidariedade no ambiente universitário, estimulando a participação dos alunos, professores e servidores 328 técnico-administrativos da UNESP, campus Botucatu, no processo de doação de sangue e seus derivados (medula óssea, plaquetas). Metodologia O Hemocentro é um setor do HCFMB, vinculado à Secretaria da Saúde em parceria com a Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP sendo referência na região centro-oeste do estado de São Paulo. As doações realizadas nesta parceria ocorreram ao longo dos últimos 5 anos (2010 – 2014). Nos quatro primeiros anos, as doações foram realizadas nas salas da Central de Aulas do Instituto de Biociências, onde a equipe multiprofissional do HCFMB se deslocou do Hospital de Clínicas (HC) com toda a infra-estrutura necessária para captação das bolsas de sangue. Foram utilizadas várias salas de aula: duas para triagem de doadores (medição de hematócrito/aferição de pressão e entrevista) e uma para captação do sangue. Além das salas de aula, foram utilizados espaços externos às mesmas para o preenchimento de fichas dos doadores e lanche pré e/ou pós-doação. Na primeira doação de 2014, houve mudança na logística descrita acima, devido a um corte de funcionários do Hemocentro. A campanha passou a ocorrer no próprio Hemocentro e o deslocamento dos doadores para o local passou a ser responsabilidade do grupo de alunos PET-CBB. O transporte dos voluntários ocorreu com um veículo disponibilizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu, saindo do Instituto de Biociências. Em todas as campanhas foram selecionadas anualmente duas datas para a doação, geralmente nos meses de maio e setembro. O período de doação ocorreu das 8 às 16 horas. A rotina das doações segue o padrão do Hemocentro e os doadores são informados previamente dos requisitos necessários para a doação. O grupo PET CBB, nesta parceria, responsabilizou-se pela divulgação do evento (site do IB, facebook, e-mail institucional, divulgação presencial em salas de aula, entrega de panfletos, faixas e cartazes pelo campus), coleta de informação e preenchimento de fichas com informações pessoais de cada um dos possíveis doadores. Resultados e discussão No período em que foram efetuadas as campanhas de doação de sangue obtivemos os seguintes resultados: Em 2012, no dia 8 de maio, foram coletadas 58 bolsas e em 4 de setembro, 51 bolsas. 329 Em 2013, no dia 7 de maio, foram coletadas 36 bolsas e em 5 de novembro, 57 bolsas. Em 2014, nos dias 26 e 27 de maio, foram coletadas 60 e 80 bolsas, respectivamente. Os dados dos anos de 2010 e 2011 não foram disponibilizados pelo Hemocentro. Normalmente, o Hemocentro arrecada cerca de 40 bolsas diárias. Nos dias de doação a média atingiu o número de 57 bolsas diárias, demonstrando a adesão dos universitários e funcionários da UNESP Botucatu à campanha. O número de voluntários que participaram da campanha era superior ao total de bolsas coletadas, porém uma grande parcela dos doadores não se encaixava no perfil necessário para doação, o que acarretou em uma diminuição do total de bolsas doadas. Conclusão De acordo com os resultados, é possível concluir que a parceria entre o grupo PET-CBB e o Hemocentro do HCFMB alcançou seu objetivo, promovendo a cidadania e a solidariedade no ambiente universitário. A parceria gerou aumento significativo no número de bolsas arrecadadas pelo hemocentro comparado à coleta média diária de doações espontâneas. O evento é de grande importância para as partes envolvidas, já que, não somente aumenta o número de bolsas de sangue coletadas, como também origina novos doadores e ajuda na formação dos petianos na realização de eventos, comunicação interpessoal e, no caso dos alunos de Ciências Biomédicas, no conhecimento de uma possível área de atuação. Referências 1. Ministério da Saúde (Brasil). Coordenação de Sangue e Hemoderivados. Informativo COSAH 1998 (1): 4-6. 330 Jogo Presa-Predador: as interações ecológicas em uma abordagem dinâmica Carlito Alves da Silva Júnior¹; Ana Beatriz Souza Martins2; Ana Raquel Colares de Andrade¹; Alex Oliveira de Castro Castelo2; Aline Sombra Santos2; Amanda Kelly da Silva Rodrigues¹; Andreza Maciel Rocha2; Fernanda Cláudia Paes Lima2; Filipe Rolim Farias¹; Jamile Lima Carvalho¹; Larissa Batalha Santos da Silva¹; Leonardo Henrique Coimbra Vieira¹; Lilian Glória Xavier de Souza¹; Luciana Costa Furtado¹; Patrícia Bruna Leite Mendes¹; Rômulo Mesquita Franco¹; Victorya Vieira Gois¹; Maria Izabel Gallão3. ¹Bolsista do PET Biologia UFC; ²Voluntário do PET Biologia UFC; 3Tutora do PET Biologia UFC Introdução O sistema de ensino tradicional vem sendo alvo de críticas nos últimos anos, principalmente em relação à forma de aprendizado. Cada vez mais o modelo de ensino onde o indivíduo constrói seu conhecimento, correlacionando-o ao ambiente interno do sujeito e o poder de desenvolver sua própria aprendizagem, vem ganhando espaço nos ambientes educacionais. Dentro do contexto construtivista, o PET Biologia UFC promove, anualmente, o Curso de Férias, voltado para alunos de ensino médio de escolas públicas. O Curso de Férias tem como objetivo abordar temas relacionados à Ecologia e Evolução no âmbito da construção do próprio conhecimento, utilizando-se de atividades práticas, dinâmicas e também com espaços para a teoria. Uma das atividades realizadas no X Curso de Férias, que ocorreu de 8 a 12 de julho de 2013, foi o jogo presa-predador, que tem como temática as interações ecológicas, com ênfase em predação. Interações ecológicas são as relações dos seres vivos entre si e o meio, em uma comunidade (RADDI, 2013). Os seres vivos de diferentes espécies interagem com o meio abiótico em que vivem e com outros indivíduos que estão presentes no mesmo ambiente. Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam. Essas interações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações; se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas. Outras formas de interações; caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas (CASSINI, 2005). 331 Segundo Odum (1988), as interações ecológicas são classificadas da seguinte forma: neutralismo, competição, amensalismo, parasitismo, comensalismo, protocooperação, mutualismo e predação. Esta última é a abordada no jogo presa-predador. A predação é o tipo de interação na qual uma população afeta adversamente a outra através de um ataque direto, dependendo, entretanto, da outra. Para Begon et al (2007) predação é o consumo de um organismo por outro, em que a presa está viva quando o primeiro predador a ataca. Outra temática trabalhada no desenvolvimento do jogo presa-predador é a de cadeia alimentar que se caracteriza pelo fluxo contínuo de matéria e energia entre os níveis tróficos (cada etapa da cadeia), desde os produtores passando pelos consumidores até os decompositores, que reciclam a matéria utilizada nesse fluxo. Assim, a cadeia alimentar é a transferência desta energia alimentar desde os produtores – autótrofos - por meio de uma série de organismos que consomem e são consumidos, consumidores – heterótrofos (ODUM, 1988). Baseado na necessidade de abordar essa temática de uma maneira mais atrativa e proporcionando aos alunos a oportunidade de construir seus próprios conceitos sobre predação, cadeia alimentar e equilíbrio ecológico, que o jogo foi aplicado no X Curso de Férias. Objetivos Reforçar a aprendizagem de conceitos relacionados a interações ecológicas e cadeia alimentar. Fixar conceitos de predação, cadeia alimentar e equilíbrio ecológico de maneira lúdica e dinâmica. Metodologia Esta atividade consiste de uma representação de uma possível cadeia alimentar, envolvendo 3 (três) componentes: A - plantas (produtores), B - preás (consumidores primários) e C jaguatiricas (consumidores secundários). O material usado nesta atividade consistiu na utilização de fitas de cores diferentes (3 cores distintas), apito e uma tabela para acompanhamento do desenvolvimento do jogo. O grupo foi dividido em 3 (três), deixando, porém, o grupo das plantas com um número ligeiramente maior dos demais, e utilizando o mesmo critério para os preás em relação as jaguatiricas. Foram divididos 30 alunos desta maneira, 15 plantas, 11 preás e 4 jaguatiricas. 332 As plantas ficaram espalhadas pelo pátio, os preás foram dispostos em círculo ficando distantes 5 a 6 metros das jaguatiricas, que também foram dispostas em círculo. Preás e as jaguatiricas estiveram dispostos em círculos concêntricos de forma que as jaguatiricas ficaram no círculo interno. O jogo foi realizado em 10 rodadas. Para dar início a cada rodada, o mediador da atividade apitou uma vez e para terminá-la, duas vezes. Regras e objetivos da atividade: Plantas: As “plantas” deverão ficar espalhadas pelo local escolhido para o jogo e permanecerem nos seus lugares. Quando apanhadas pelos preás, deverão permanecer no local onde foram apanhadas até a próxima rodada e depois ir para o grupo dos preás. Preás: Cada “preá” deve procurar apanhar uma “planta” e evitar ser capturado por uma “jaguatirica”. A única defesa possível dos “preás” é abaixar-se. Abaixando-se, estarão escondidos das “jaguatiricas”. Quando apanhados por uma jaguatirica, os preás deverão permanecer no local onde foram capturados até o término da rodada. Na rodada seguinte, estes preás passarão a serem jaguatiricas. Jaguatirica: Deverão tentar capturar um preá. Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada seguinte, como plantas. Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuarão o sendo. As “plantas” que foram capturadas voltam como “preás”. Os “preás” capturados voltam como “jaguatiricas”. Após a execução da atividade foi proposto um momento de exposição de conceitos de forma oral e dialogada. Por meio de indagações e questionamentos, o mediador procurou estimular a reflexão da atividade pelos estudantes. Em seguida explicou o sentido da atividade e teorizou os termos relações ecológicas e cadeia alimentar. Resultados e discussão Os “preás” e as “jaguatiricas” que não conseguiram alimento voltaram na rodada seguinte, como “plantas”. Com a ausência de alimento os animais morrerão de fome, e diante disso eles começarão a se decompor, tornando a sua matéria orgânica disponível para outros organismos incorporarem, no caso as plantas. Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuaram o sendo. Os animais que são bem sucedidos na captura de alimentos continuam saudáveis, alcançando o seu fitness 333 e assim garantem novos indivíduos para a próxima geração e a manutenção do seu pool gênico. As “plantas” que foram capturadas voltaram como “preás”. Os “preás” capturados voltaram como “jaguatiricas”. Esta regra faz alusão à transferência de matéria. Quando um animal serve de alimento a outros, transfere-lhes a matéria que forma seu corpo e a energia que acumula para realizar as suas funções vitais. Por isso, as plantas capturadas pelos “preás”, voltaram como preás e estes, quando capturados, voltaram como jaguatiricas. Durante as rodadas, foram invertendo-se os papéis, de modo que cada participante permutaria em todos os níveis tróficos. Em momentos do jogo, o número de produtores (plantas), consumidores primários (preás) e secundários (jaguatiricas) variava de modo que, a partir da análise dos dados, seriam apontados os desequilíbrios que ocorrem no ecossistema. Observou-se que os estudantes compreenderam a proposta da atividade respondendo satisfatoriamente as indagações do mediador e após a exposição dos conceitos puderam reforçar seus argumentos. Conclusão Após a discussão das variações que houve durante as rodadas, pode-se inferir a partir da atividade que os estudantes puderam compreender na prática, o funcionamento de um ecossistema e a relação presa-predador, bem como a caracterização de uma cadeia alimentar e sua dinâmica de transferência de matéria. Referências BEGON, M., TOWNSEND, C.R e HARPER, J. L. Ecologia - De indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Ed Artmed, 4 ed., 2007. 752p. CASSINI, Sérvio Túlio. ECOLOGIA: CONCEITOS FUNDAMENTAIS. 2005. 69 f. Curso de Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2005. Disponível em: <http://www.inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tecnologias_Ambientais2005/Ecologia/C ONC_BASICOS_ECOLOGIA_V1.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2014. ODUM, Eugene P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara. 1ª ed., 1988. 434 p. RADDI, Matheus. O que são relações ecológicas? 2013. Disponível em: <http://www.obiologo.eco.br/2013/08/relacoes-ecologicas.html>. Acesso em: 23 jun. 2014. 334 Seminários do PET-Biologia: estratégia metodológica para a formação de graduandos AQUINO; A. M.¹; OLIVEIRA, T. F.¹; OLIVEIRA, F. C. S.¹; MOURÃO, A. C.¹; SANTOS, A. S¹; PEREIRA, D.¹; GRECO, G. M. Z.¹; ZACCARIN, G. H.¹; OLIVEIRA, J. D.¹; FARIA, J. H. F¹; RODRIGUES, L. P. S. P.¹; ALCANTARA, M. A. R.¹; MOHALLEM, M. L.¹; DIAS, M. D.¹; TORRES, N. K.¹, GOUVÊA, C. M. C. P.² 1 2 Integrante, Tutora do PET Biologia da Universidade Federal de Alfenas- MG Introdução A produção acadêmica, a respeito da prática pedagógica universitária, tem demonstrado a complexidade presente nos processos de ensino e aprendizagem, envolvendo professores e estudantes de graduação (MARTINEZ; TACCA, 2009; ZANON; ALTHAUS, 2010). O uso de diversas práticas pedagógicas é sempre importante para a formação discente de qualidade. O processo educativo depende da atitude e do compromisso dos sujeitos para estabelecer processos comunicativos autênticos, considerando os diferentes contextos institucionais, sociais e políticos. Mas, educar também é estar atento às diferentes possibilidades e recursos que a realidade atual apresenta; a diversificação de instrumentos, estratégias e ambientes de ensino-aprendizagem pode aumentar as possibilidades de interação, criar condições para a autonomia, respeitando os diferentes ritmos, momentos e estilos cognitivos (FREIRE, 2003). No ambiente escolar, pode-se fazer uso de diversas estratégias de ensino. Estratégias seriam condutas ou ações utilizadas pelos professores e estudantes para a aquisição do conhecimento. Dentre estas se destacam os seminários, um instrumento muito utilizado no ensino superior, importante e necessário, porque funciona como um mediador fundamental no desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita e produção de fala em contextos formais dentro e fora da escola, além de oportunizar a transposição didática (GIL et al., 2012). De natureza multissemiótica, as exposições orais trabalham competências e habilidades diversas nos alunos. Entre elas se inserem as lexicais, gramaticais, linguísticas, discursivas, situacionais (comunicativas), dialógicas, entre outras, auxiliando o aluno a posicionar-se diante dos outros (ZANON; ALTHAUS, 2010). Assim, espera-se que os alunos façam a pesquisa, estudem o tema, organizem as ideias e aprendam com isso mais do que aprenderiam numa simples aula. Contudo, muitas vezes a 335 falta de planejamento contextualizado e a dificuldade de falar em público, impedem que os seminários atinjam plenamente seus objetivos didáticos. Objetivos Os Seminários do Grupo PET-Biologia visaram aprimorar e desenvolver a oralidade e a postura de seus integrantes perante apresentações públicas. Além de disponibilizar à comunidade acadêmica uma diferente forma de acesso à informação e de integralização curricular. Metodologia Os seminários do PET-Biologia foram realizados semestralmente, na forma de evento registrado na Pró-reitoria de Extensão da UNIFAL-MG, para que pudessem compor o elenco de atividades formativas dos participantes. Os seminários foram ministrados apenas pelos 15 integrantes do grupo PET-Biologia e participaram da atividade, os graduandos dos diversos cursos da Universidade e demais membros da comunidade acadêmica. Os temas dos seminários, nas áreas de ensino, educação, saúde e meio ambiente foram escolhidos pelos integrantes do grupo PET-Biologia, de acordo com seu interesse ou afinidade e foram homologados na reunião do grupo. Após a escolha do tema, pelo petiano, procedeu-se a pesquisa bibliográfica, que foi orientada a ser realizada em livros técnico-científicos e em bases de dados científicas. Os dados obtidos na pesquisa bibliográfica foram organizados e estruturados em registro escrito. Seguiu-se a elaboração da apresentação pública, utilizando-se de recursos audiovisuais como apresentações em PowerPoint e Prezi. A atividade foi avaliada por meio de questionários aplicados aos participantes e os resultados foram transformados em porcentagem. Os itens avaliados incluíram: desempenho dos palestrantes (postura, domínio de conteúdo, didática, administração do tempo); qualidade dos slides: contribuição do seminário para: auxiliar na melhor compreensão do conteúdo abordado, estimular o interesse pelos conteúdos abordados, possibilitar a ampliação dos conhecimentos extra-aula, melhorar o desempenho e motivação para o aprendizado; relevância para a formação; expectativas alcançadas; adequação de carga horária; divulgação; organização; sugestões e críticas. 336 Resultados e discussão Participaram das atividades, assistindo os seminários, 971 acadêmicos dos vários curso da Universidade. A análise dos dados mostrou que 93% dos participantes avaliaram os temas abordados em bom e excelente. A divulgação do evento foi avaliada como bom (40%), médio (32,3%), excelente (11,4%). A programação foi considerada como bom (60%), médio (12,4%), excelente (22,8%). Na organização o resultado foi satisfatório, sendo bom (62%), médio (14%), excelente (23%). E, quanto à avaliação do conhecimento dos palestrantes, para 83% dos ouvintes atingiram as expectativas oferecidas pelo evento. Os resultados mostraram que para maioria dos participantes o evento foi relevante para aprimorar seus conhecimentos extracurriculares. Para os integrantes do PET o evento foi capaz de favorecer a aprendizagem, especialmente, com vistas a reforçar o poder de argumentação, a busca pelo conhecimento, a postura correta e o exercício da fala, além de ser ótimo aliado no combate à timidez e à inibição. Resultados semelhantes foram obtidos por Zanon e Althaus (2010) e segundo Masetto (2003), o seminário é uma excelente técnica quando bem compreendida e adequadamente utilizada. Por isso, vale a pena conhecê-la, praticá-la e permitir que nossos alunos a descubram também. Os seminários do PET-Biologia têm sido uma ferramenta importante que contribui para o desenvolvimento dos alunos de graduação das diversas áreas acadêmicas, visto que, são abordados diferentes temas do conhecimento científico. Esta atividade favorece a formação completa do integrante do grupo PET, pois permite que ele aprimore seus conhecimentos e habilidades com pesquisa, ensino e extensão. É interessante ressaltar que todos os itens da avaliação foram discutidos no grupo PET-Biologia, o que contribuiu para melhorar o desempenho dos membros do grupo e para elaboração de atividade que atenda melhor as expectativas e necessidades da comunidade acadêmica. Conclusão Os resultados permitem concluir que este trabalho contribuiu para a formação dos petianos, proporcionando a melhora da expressão oral e conscientização quanto à importância da preparação prévia quando se trata de uma apresentação pública. Os petianos tiveram a oportunidade de conhecer e apropriarem-se de estratégias de interação com o público e adquiriram mais conhecimento sobre os temas abordados. 337 O público teve a oportunidade de assistir seminários e refletir sobre as temáticas e as características do gênero, o que propiciou aos petianos atuarem como multiplicadores de conhecimentos adquiridos no PET-Biologia. Referências FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. GIL, E. S. et al. Estratégias de ensino e motivação de estudantes no ensino superior. Vita et Sanitas, n. 6, p. 57-81, 2012. MARTINEZ, A. M.; TACCA, M. C. V. R. A complexidade da aprendizagem: destaque ao ensino superior. Campinas: Alínea, 2009. MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Summus, 2003. ZANON, D. P.; ALTHAUS, M. T. M. Possibilidades didáticas do trabalho com o seminário na aula universitária. In: VIII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sul, ANPEDSUL, 2010, Londrina. Disponível http://www.maiza.com.br/adm/producao/34.pdf>. Acesso em: 03 de Jun. 2014. 338 em: < ANÁLISE DA EVASÃO E AÇÕES PREVENTIVAS NO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB). ANDRADE, Michele Francine Muniz¹; GODOI, Danrley de ¹; AUGUSTO, Diônata Willian¹; HEIDEN, Julia Maria¹; LEITEMPERGHER, Lizandra¹; POLI, Manuela¹; SOARES, Vinícius Gabriel Horst¹; HIRANO, Zelinda Maria Braga Hirano²,³. ¹Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Regional de Blumenau; ² Tutora Programa de Educação Tutorial, Universidade Regional de Blumenau; ³ Professora do Departamento de Ciências Naturais Introdução Para TONTINI & WALTER (2011) a evasão de discentes nos cursos universitários é uma realidade que aflige todas as instituições de ensino, sendo mais frequente em instituições privadas. São diversos os motivos pelos quais os acadêmicos são levados a evadir-se de seu curso, pode-se destacar: vocação do aluno em relação ao curso, sua interação com os integrantes deste, expectativa esperada após a graduação, sua percepção sobre a qualidade do curso e/ou o atendimento prestado ao aluno e ainda os de origem financeira (Tontini & Walter, 2011). De modo geral, as instituições públicas e privadas apontam a questão financeira como a principal razão de evasão, declarada abertamente pelos estudantes quando questionados, onde ele julga que o custo benefício para obter um diploma superior não vale mais a pena (Lobo et al., 2007). A grande maioria das Instituições de Ensino Superior (IES) não divulga de forma adequada nem esclarecem as dúvidas sobre bolsas, monitorias e estágios, sendo essas alternativas para custear as mensalidades, além de proporcionar ao acadêmico uma vivência diferenciada na universidade. Contudo, as perdas de estudantes são desperdícios sociais e acadêmicos, resultando em recursos investidos sem o devido retorno e em acúmulo de ociosidade de professores, funcionários, equipamentos e espaço físico (Lobo et al., 2007). Estudos nessa área tem mostrado um interesse inexpressivo de pesquisa no Brasil (Braga, Peixoto & Bogutchi, 2003), sendo amplamente desenvolvida no exterior (Tontini & Walter, 2011). Deste modo, o projeto em questão visou analisar os motivos que levam à evasão no curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional de Blumenau e elaborar oficinas que informem os discentes sobre as formas disponíveis para permanência na IES. 339 Objetivos Este trabalho pretende traçar um perfil da evasão de alunos no curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional de Blumenau (FURB), além de promover o debate sobre os temas de evasão, retenção, orientação acadêmica e outros pontos relevantes, visando à melhoria do curso de Ciências Biológicas da FURB. Metodologia Os dados foram coletados na Universidade Regional de Blumenau que está localizada no centro de Blumenau e atende acadêmicos de inúmeras localidades. Conta hoje com diversos cursos, sendo assim é procurada por alunos das mais diversas classes sociais, estes que muitas vezes necessitam de subsídios para manter-se na graduação ou dependem de transporte intermunicipal, pois residem em outras cidades. A evasão foi analisada no curso de Ciências Biológicas da FURB criado em 1968, com o nome de Curso de História Natural, passando por varias modificações e hoje oferece duas habilitações; licenciatura, num prazo mínimo de oito semestres e bacharel que além da carga horária da licenciatura o aluno deverá cumprir mais 720 horas. Para a realização do presente estudo, estabeleceram-se quatro etapas de atuação. Na primeira etapa constituiu uma pesquisa por meio de um questionário com todos os alunos do curso de Ciências Biológicas e, através deste, foram investigados os motivos que levavam os acadêmicos a desistirem do curso. A ferramenta supracitada buscou informações de uma forma holística como, por exemplo, as condições socioeconômicas e pessoais do acadêmico, além de questões sobre o espaço físico da Universidade assim como a didática e conhecimento dos professores. Na segunda etapa, realizaram-se as analises estatísticas dos questionários, traçando um perfil da evasão no curso. Na terceira etapa houve a realização de três oficinas. No inicio do semestre realizou-se a primeira oficina com os alunos do curso em questão, visando apresentar as formas de ingresso nos diversos tipos de bolsas e programas que a universidade oferece para auxiliar financeira e cientificamente os acadêmicos, após esta etapa o grupo se disponibilizou a auxiliar os alunos para o preenchimento dos documentos requeridos. A segunda oficina foi realizada com os acadêmicos após a publicação dos resultados dos beneficiados com as bolsas, de forma a verificar e auxiliar nos possíveis erros e 340 nas dificuldades que os não beneficiados encontraram para o preenchimento do cadastramento; além disso, pode-se verificar o índice de alunos que ingressaram em programas de bolsas. Na terceira oficina realizou-se um encontro com os pais e convidados dos acadêmicos, onde foi apresentado, o corpo docente, toda infraestrutura da universidade e as atividades desenvolvidas por seus filhos, com o intuito de esclarecer ao publico alvo os benefícios trazidos pelo envolvimento e permanência dos acadêmicos em atividades dentro da universidade. Visando complementar a pesquisa, realizou-se ainda, uma quarta etapa, na qual foram avaliados os resultados obtidos no primeiro ano; destaca-se que as quatro etapas do projeto serão repetidas por cinco anos consecutivos, o que permitirá o acompanhamento semestral da evasão no curso. Resultados e discussão Na primeira oficina, foram abordados 101 alunos em 2013 e 29 alunos em 2014, pois neste ano aplicou-se o questionário apenas para os alunos ingressantes. A partir destes questionários verificou-se que cerca de 70% dos alunos residem em Blumenau, outro fato muito importante, é que mais de 90% dos alunos entrevistados afirmaram estar satisfeitos com o curso que escolheram e se identificam com este. Cerca de 90% dos alunos sentem-se bem integrados com os demais. Estes fatos levam a crer que a distância não é um fator impactante, diretamente, na evasão do curso e que a integração é muito importante para sua permanência na graduação. Quase 100% dos alunos afirmaram que pretendem se formar na FURB e a maioria não deseja trocar de curso. Estas informações nos levam a crer que a evasão do curso é um reflexo da falta de condição dos alunos de se manterem na graduação, salientando a necessidade da IES oferecer mais bolsas para que o estudante permaneça. Nos questionários, foram abordadas duas questões sobre as vantagens e desvantagens do curso. Os aspectos mais votados como vantajosos foram as bolsas/estágios/monitorias e a infraestrutura da universidade. Como desvantagem mais impactante, foi a mensalidade do curso. Acreditamos que este resultado deve-se ao fato de quase 50% dos alunos não estão empregados. Diversos acadêmicos responderam que sua renda ou bolsa não são suficientes para arcar com as despesas universitárias. Com base nos resultados obtidos na segunda oficina, realizada em 2014, que teve o intuito de esclarecer as dúvidas dos alunos que não obtiveram bolsas, podese notar que apenas 52,2% dos alunos inscreveram-se no cadastro socioeconômico da Universidade Regional de Blumenau, cadastro este que pode propiciar aos alunos bolsas de estudo. Deste percentual, 58,3% teve o cadastro aprovado e destes, 66,7% conseguiu algum 341 percentual de bolsa. Dos acadêmicos 41,7% não se inscreveram no cadastro; os pontos levantados foram: a falta de documentação, o fato de não terem alcançado a pontuação mínima e a acusação de omissão de dados econômicos por parte do aluno. A maioria dos alunos apontou que o processo de inscrição correu de forma fácil, enquanto a minoria colocou que estava confuso ou muito extenso. No ano de 2014, o grupo promoveu a terceira oficina, que teve como finalidade atingir não só os alunos, mas também os pais/familiares dos mesmos. Estima-se que 100 pessoas participaram da oficina, onde 35 questionários foram respondidos e aplicados apenas aos pais/familiares. Foram avaliados os seguintes pontos: metodologia, esclarecimento de dúvidas, integração entre os participantes, organização e coordenação do evento (objetividade, coffee breaks, dinâmica, pontualidade), a fim de verificar pontos e/ou sugestões para a melhoria das próximas oficinas; além de questões sobre o corpo docente presente no evento e sua participação ativa no esclarecimento de dúvidas, abordando questões como receptividade dos professores e técnicos dos laboratórios visitados. De uma forma geral obteve-se cerca de 70% de aprovação em todos os quesitos onde o atendimento às expectativas dos participantes com relação à oficina destacou-se, pois 75% dos familiares apontaram como ótimo. É de eximia importância salientar alguns comentários, tais como: “Gostei muito e espero que este encontro aconteça mais vezes ao ano”, “Superou minha expectativa. Este encontro me deu a certeza de que há um investimento no profissional e também no ser humano como um todo. Meus parabéns. Muito obrigado” corroboram a importância da iniciativa. No geral, a oficina foi muito bem avaliada, inclusive houve a solicitação por meio da comunidade de que o evento ocorra mais vezes. Conclusão Percebe-se que a evasão dos estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional de Blumenau está principalmente ligada às dificuldades financeiras para a permanência no curso, já que fatos como residir em outra cidade, identificar-se com o curso e ter uma boa interação com outros acadêmicos, não foram motivos relevantes para a desistência do curso. Vimos que há em muitos casos, desconhecimento de bolsas de pesquisa, monitoria ou estágios, que possibilitariam ajuda financeira para o custeio das mensalidades. Com base nesse fato, fica evidente que a realização de eventos proporcionados aos pais/familiares torna possível o conhecimento da IES em que seus filhos estão inseridos, constituindo uma alternativa no auxílio da redução da evasão, uma vez que os mesmos terão uma visão diferenciada do curso e da universidade e conhecerão as atividades realizadas neste 342 espaço, assim como as bolsas oferecidas dentro da IES. O Programa de Educação Tutorial PET/Biologia/FURB atua como pioneiro na realização desta linha de pesquisa na universidade que está inserido. Desse modo, as atividades serão adaptadas e implementadas na realidade atual do quadro da evasão dos demais cursos de graduação da universidade, a fim de reduzir a evasão dos alunos graças ao sucesso deste projeto realizado pelo grupo. Esta foi uma atividade que possibilitou identificar as causas de evasão do curso, por isso ela será realizada continuamente. Referências BRAGAS, M.M.; PEIXOTO, M. do C.; BOGUTCHI, T.F. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro: o caso de UFMG. Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior, v.8, n.1, 2003. LOBO, R.L.S.F., MOTEJUNAS, P.J., HIPÓLITO, O.; LOBO,M.B.C. M. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, 2007. TONTINI, G.; WALTER, S. A. Como podemos identificar a propensão e reduzir a evasão de alunos de instituições de Ensino Superior? Ações estratégicas e Resultados táticos para instituições do Ensino Superior. XI Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, Florianópolis, p.1-18, 2011. UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO. Catálogo dos Cursos de Graduação. Blumenau, v.2, p.342, 2000/2001. Catálogo. 343 Recepção aos alunos do Curso de Pedagogia da PUC Minas nos laboratórios de Zoologia e Botânica. Amadeus Václav Bicalho Horta Portela¹; Ítalo Moreira Martins¹; Renata Belisário¹; Raquel Aparecida da Silva¹; Ludmilla Ulhôa dos Santos¹; Danielle Costa Cestaro¹; Marina Rodrigues Batista¹; Beatriz Rodrigues Maia¹; José Enemir dos Santos¹. ¹Grupo PET Biologia da PUC Minas. Introdução Analisando o complexo sistema educacional, percebe-se a necessidade de capacitação e qualificação de professores para tentar suprir a escolarização básica brasileira, valorizando, desta forma, esses profissionais. (SCHEIBE & AGUIAR, 1999). As instituições formadoras comumente têm enfrentado problemas relacionados à falta de articulação entre a dicotomia teoria e prática (LELIS, 2001). Neste contexto, ao longo da história do ensino de ciências, o material didático tem sido de grande importância para auxiliar o trabalho dos professores em sala de aula (BORGES & FRACALANZA, 2000). Os alunos do quinto período do Curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais são recebidos anualmente pelo PET Biologia nos laboratórios de Zoologia e Botânica para ampliar seus conhecimentos sobre biologia e práticas em laboratório. Esta atividade é de grande importância para os graduandos de Pedagogia já que estes podem ministrar aulas de ciências; desta forma este reforço no conteúdo prático contribuirá na formação profissional dos mesmos. Objetivos Promover o conhecimento relacionado às áreas de Zoologia e Botânica através do acesso às coleções didáticas dos laboratórios visitados; Elaborar e disponibilizar material didático a ser aplicado pelos futuros pedagogos 344 no Ensino Fundamental. Metodologia Os bolsistas do PET Biologia recepcionaram 40 alunos de duas turmas do quinto período do Curso de Pedagogia nos laboratórios de Zoologia e Botânica do Departamento de Ciências Biológicas. Primeiramente, os graduandos foram informados sobre as normas de funcionamento de laboratórios e as técnicas de preparação e conservação do material zoológico. Em seguida, os alunos foram divididos em grupos por bancadas, as quais continham exemplares de animais invertebrados e vertebrados em via úmida e seca. Em cada bancada um bolsista explicava sobre os materiais expostos e esclareciam possíveis dúvidas sobre os mesmos. Ao final da explicação, os alunos deslocavam-se para outra bancada, permitindo assim um rodízio dos grupos por todas as mesas para contemplar o conteúdo pretendido. No laboratório de Botânica os alunos puderam observar e identificar as técnicas de herbário, as exsicatas, as estruturas morfológicas e anatômicas de plantas superiores e os exemplos de grupos evolutivos. Posteriormente à conclusão da atividade, os petianos entregaram ao representante de turma um CD contendo uma apostila digital elaborada pelos bolsistas sobre o conteúdo trabalhado, além de sugestões de práticas em laboratório que os auxiliem a ministrar aulas. A atividade foi avaliada por meio da aplicação de questionários aos alunos e professores da Pedagogia, com a finalidade de verificar a eficiência da transposição didática. Nestes, os quesitos de organização, produção de material didático, participação do PET e materiais expostos foram classificados através dos seguintes critérios: muito bom (MB), bom (BO), regular (RE) e ruim (RU). Além disso, foi questionado se houve o esclarecimento de mitos pelos monitores. Resultados e Discussão Os questionários foram destinados aos 40 participantes, incluindo os alunos e as professoras das duas turmas de Pedagogia. Dentre as respostas obtidas, quanto à participação do PET e à organização geral da atividade, todos avaliaram como MB; quanto aos materiais biológicos expostos e ao fornecimento da apostila, 38 alunos avaliaram como MB e 2 como BO. Todos os participantes apontaram que algum mito foi esclarecido, a exemplo da diferença entre animais venenosos e peçonhentos, diferenças entre jacaré e crocodilos dentre outros. Os resultados demonstraram que houve interesse dos graduandos tanto pela atividade quanto pela seleção dos tópicos abordados. A entrega da apostila digital contribuiu positivamente para fixar o aprendizado dos conteúdos apresentados, além de auxiliar os futuros pedagogos a 345 ministrar aulas de ciências. Conclusão A visita dos graduandos de Pedagogia aos laboratórios permitiu a melhor compreensão sobre a área de biologia e como esta pode ser abordada no Ensino Fundamental de forma prática e didática. Destaca-se ainda que os assuntos trabalhados contribuem para o crescimento pessoal e para a introdução de novas práticas pedagógicas na graduação, já que muitos dos alunos demonstraram não apresentar conhecimento prévio sobre o tema. Referências BORGES, G. L., FRACALANZA, H. Formação de Professores de Biologia, Material Didático e Conhecimento Escolar. 440p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000. LELIS, A. I. Do Ensino de Conteúdos aos Saberes do Professor: Mudança de Idioma Pedagógico? Educação & Sociedade, n.74, 2001. SCHEIBE, L., AGUIAR. M. A. Formação de profissionais da educação no Brasil: O curso de pedagogia em questão. Educação & Sociedade. n.68, 1999. 346 A Relevância da Identificação, Contenção e Manejo de Animais Peçonhentos: V Curso Teórico-Prático de Animais Peçonhentos. CALLEFE, João Luis Revolta1; FABRIS, Isabella de Almeida1; MENDONÇA, Bárbara Schweizer2; PERES, Bárbara Pimpinato1; FERREIRA, Mayara Chagas1; ASSONI, Amanda Dias 2; ROGATTO, Gabriel Mantelato2; LOPES, Ananda Finco De César1; PEREZ, Vinícius Alan2; DE ALMEIDA, Rodrigo Batista2; BARDELLA, Juliana Pinatti1; DA SILVA, Tatiana Cezar Fernandes1; FERREIRA, Pedro Henrique Leonel1; PASCHOALINI, Débora Rizzo1; DOMINGUES, Paulo Francisco3. 1. Graduando do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, membro do grupo PET-FMVZ/UNESP, Botucatu. 2. Graduando do curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, membro do grupo PET-FMVZ/UNESP, Botucatu. 3. Tutor do PET - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu. Introdução O Brasil é considerado um país continental, e esta vasta quantidade de terras unidas ao seu clima tropical, trazem consigo uma das maiores biodiversidades em fauna do mundo (VIELLIARD, 2004). Dentre toda fauna, destacam-se os animais peçonhentos, com um imenso aporte de espécies, e classificados como tal, por conterem glândulas produtoras de venenos acopladas à um aparelho inoculador, como aranhas, serpentes, escorpiões, entre outros (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2008). A importância do conhecimento sobre a identificação, manejo e contenção desses animais é fundamental, visto que, acidentes de envenenamento por serpentes chegam a vinte mil casos e óbitos chegam até cem casos por ano, relatados ao Ministério da Saúde (RIBEIRO & JORGE, 1997). Segundo Ribeiro et. al. (1998), no período de 1988 a 1993 foram notificados 12.639 casos de acidentes por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo, com 43 óbitos, e isto reforça a grande relevância em conhecer um pouco mais sobre esses animais. As serpentes venenosas (Jararacussu), Crotalus existentes (Cascavel - no Brasil 7,7% dos pertencem acidentes aos ofídicos gêneros Bothrops registrados no Brasil), Lachesis (Surucucu) e Micrurus (Coral verdadeira) (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2008). A maior causadora de acidentes é a Bothrops, responsáveis por cerca de 85% 347 dos casos (RIBEIRO et. al., 1993). Além de serpentes, há grande quantidade de casos de envenenamento por escorpiões, que segundo a Vigilância Ambiental de Saúde (VAS) de Botucatu (2013), relata o crescimento desses casos, chegando à magnitude de 37% dos casos notificados. No Brasil existem cerca de 160 espécies de escorpiões, e as principais responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus. As principais espécies, em Botucatu, causadoras de acidentes graves são: escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião marrom (Tityus bahiensis) (SEULLNER, 2013). Objetivos O presente artigo tem como objetivo relatar a importância em oferecer aos acadêmicos e profiossinais das áreas de biológicas e agrárias, o conhecimento sobre a identificação de diferentes espécies de animais peçonhentos, assim como suas características biológicas, de manejo e contenção. A partir disto, espera-se que o curso contribua com a diminuição de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Metodologia O “V Curso Teórico-Prático de Animais Peçonhentos”, foi realizado pelo grupo do Programa de Educação Tutorial – PET FMVZ, vinculado a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Câmpus de Botucatu, SP. O grupo, que contém 15 membros, foi dividido em comissões de organização, dentre elas: a comissão de divulgação do curso através de mídia impressa em locais dentro da universidade e nas redes socais, outra comissão ficou responsável pelo coffee-break que foi servido aos ouvintes, e a comissão de emissão de certificados, responsável pelo contato com os palestrantes e a pelas inscrições prévias, pois foram oferecidas apenas 40 vagas. O número de vagas é estabelecido pelos profissionais do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos - CEVAP. O curso teve início no dia 23 de maio de 2014, às 18h30min no Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – CEVAP/UNESP, na Fazenda Lageado – Câmpus de Botucatu, com a entrega de materiais e abertura, após isto foi realizada uma palestra intitulada: ”Identificação e acidentes por animais peçonhentos”, ministrada pela Bióloga e pós-graduanda Tauane Vaccas e pelo Biólogo aprimorando Josias Ribeiro Lopes. No dia seguinte, o curso iniciou-se às 8h, com uma prática de contenção e identificação de animais peçonhentos, ministrada pelos dois palestrantes. Para desenvolvimento das atividades práticas 348 os participantes foram divididos em dois grupos: um para o serpentário e outro com escorpiões e aranhas, e após o término das atividades de cada grupo, foram invertidos. Nas atividades práticas foi possível observar os métodos de contenção e identificação dos animais, bem como a extração de veneno em uma Cascavel. Em seguida, houve a visita ao museu de exposição de animais peçonhentos, onde se proferiu sobre as formas de ataque de cada animal e o manejo adequado dos animais. O término do curso foi por volta das 12h, totalizando oito horas de duração. Resultados e discussão O curso teve a participação de 36 pessoas, entre acadêmicos e profissionais. Considera-se que a temática é extremamente relevante, pela ocorrência e altos índices de acidentes com animais peçonhentos no município de Botucatu. Os participantes receberam instruções para captura e manejo de serpentes, e puderam aprimorar os conhecimentos sobre a contenção de serpentes e de outros animais peçonhentos. Na oportunidade, foram apresentados os equipamentos para contenção e manejo de animais peçonhentos. O curso destacou também a importância da preservação ambiental, salientando a função biológica da fauna silvestre, e, sobretudo, orientou sobre o adequado manejo das serpentes, visando à segurança das pessoas, e dos próprios animais mantidos em cativeiro. Este curso ofereceu educação continuada na área de serpentes brasileiras. Para tanto, foram abordados aspectos de Filogenia e classificação (Ecologia, história natural, origem e diversidade, características, reconhecimento e distribuição geográfica), Biologia (Locomoção, habitat, reprodução, dieta e o aparelho de veneno), Manutenção em cativeiro (Métodos de contenção, extração, controle e conservação de veneno). Destaca-se também a realização de visita monitorada no Serpentário do CEVAP. Conclusão Considerando o aumento da casuística e notificações de acidentes por envenenamento e óbito por animais peçonhentos, fundamenta a relevância em promover o conhecimento sobre esses animais, que muitas vezes podem invadir as residências e causar prejuízos à saúde das pessoas ou de animais domésticos, podendo em alguns casos ser fatal. Espera-se que as informações e os conhecimentos adquiridos sobre as características biológicas, identificação, manejo, contenção e aspectos de periculosidade, sejam transmitidas e usadas com a finalidade de reduzir acidentes e mortes, bem como estimular nos participantes uma maior atenção com 349 relação aos animais peçonhentos, pois os profissionais que atuam nas áreas de agrárias e biológicas, podem em algum momento ter que lidar de forma direta ou indireta com esses animais. Os objetivos do curso foram plenamente atingidos por meio do conhecimento adquirido sobre a identificação de diferentes espécies de animais peçonhentos, assim como suas características biológicas, de manejo e contenção. A partir disto, espera-se que o curso contribua com a diminuição de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Referências FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX). Animais peçonhentos. Rio de Janeiro Abril, 2008. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/media/animais_peconhento_1.pdf>. Acesso em: 29 mai. 2014. RIBEIRO, L. A., ALBUQUERQUE, M. J., PIRES DE CAMPOS, V. A. F., KATZ, G., TAKAOKA, N. Y., LEBRÃO, M. L., JORGE, M. T. Óbitos por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo: avaliação de 43 casos, 1988/93. Rev. Assoc. Med. Bras.[online]. 1998, vol.44, n.4, p. 312-318. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0104- 42301998000400010>. Acesso em: 29 mai. 2014. RIBEIRO, L. A., CAMPOS, V. A. F. P., ALBUQUERQUE, M., TAKAOKA, N. Y. Acidente ofídico no Estado de São Paulo. Rev. Assoc. Med. Bras., v.39, p.4-7, 1993. RIBEIRO, L. A., JORGE, M. T. Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de 3.139 casos. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v.30, n.6., Uberaba Nov./Dec., 1997. RIBEIRO, L. A., JORGE, M. T. Acidentes por serpentes peçonhentas do Brasil. AMB. Rev. Assoc. Med. Bras. v.36, n.2, p.66-77, Abril-Junho, 1990. SEULLNER, A. Vigilância Ambiental Orienta Sobre Prevenção De Acidentes Com Escorpiões. Saúde Ambiental. Prefeitura do Município de Botucatu. 2013. Disponível em: <http://www.botucatu.sp.gov.br>. Acesso em: 30 mai. 2014. VIELLARD, J. M. E. A diversidade de sinais e sistemas de comunicação sonora na fauna brasileira. I Seminário Música Ciência Tecnologia. n.1, p.145-152, 2004. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/smct/ojs/index.php/smct/article/view/12/11>. Acesso em: 29 mai. 2014. 350 A percepção da Cidade Universitária (UFMA) quanto à produção, descarte e reutilização de resíduos no campus. Marco Antônio de Menezes Ferreira¹, Andréia de Queiroz dos Santos Abreu Figueiredo¹, Mariana Bonfim Pinto Mendes¹, Aline Duarte Nascimento¹, André Alvares Marques Vale¹, Brenda Hellen Izidio de Paiva¹, Carlos Celso Frazão Saraiva Junior¹, Clarisse Mendes Éleres de Figueiredo¹, Diego Marinho Pereira¹, Elias da Costa Araújo Junior¹, Gustavo Pereira Lima¹, Itaynara Lobato Dutra¹, José Uilian da Silva¹, Leonardo Manir Feitosa¹, Liana de Oliveira Trovão¹, Lucas Pereira Martins¹, Luciana Soares Lima¹, Marta Regina de Castro Belfort¹, Osmann Cid Conde Oliveira¹, Patrício Getúlio Garcia Neto¹, Rafael Antônio Brandão¹, Rafael Rodrigues de Lima¹; Gisele Garcia Azevedo²; ¹ Integrantes do Programa de Educação Tutorial PET/ SeSU/ MEC. Departamento de Biologia. Avenida dos Portugueses, 1966, Cidade Universitária, Bacanga. São Luis, Maranhão, Brasil. CEP: 65080-805. Email: [email protected] ² Tutora do Programa de Educação Tutorial PET/ SeSU/ MEC. PhD. Professora Adjunta IV, Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Maranhão. Avenida dos Portugueses, 1966, Cidade Universitária, Bacanga. São Luis, Maranhão, Brasil. CEP: 65080-805. Telefone: 3272 – 8595. Email: [email protected] Introdução Identificar situações com as quais a comunidade acadêmica se defronta quanto à geração de resíduos é imprescindível para que haja uma elaboração de programas e políticas de gestão sustentável em universidades. A problemática dos resíduos sólidos não está na sua produção em si, já que se trata de um processo natural, mas sim no acúmulo e não tratamento após o descarte. É necessária a participação efetiva do cidadão em todas as etapas de manejo e tratamento de seus próprios resíduos (LIMA, 2005), de maneira a otimizar as ações governamentais e reduzir custos para tratamento destes, agindo de forma local para atingir um bom gerenciamento dos recursos gerados e descartados pela população (DE MELO FILHO, 2005). Universidades podem ser tomadas como estudo de caso de cidades, já que os resíduos produzidos nas Instituições de Ensino Superior (IES) são de características semelhantes aos produzidos nas cidades industriais como um todo. Dentro dos campi são produzidos resíduos 351 urbanos (semelhantes aos domésticos, de restaurantes e de escritórios), industriais (excedentes laboratoriais e metalúrgicos), hospitalares e de obras civis e atividades rurais diversas (DE CONTO, 2010). Sendo assim, ter um perfil dos resíduos produzidos no campus universitário e um plano de ações efetivas pode ser considerado o primeiro passo na solução desta problemática nas cidades e nos estados. Naquilo que tange aos resíduos sólidos, é necessário conhecer de que forma dá-se o enfrentamento e a sensibilização acerca dos impactos, não só ambientais, mas também no âmbito social e ético da comunidade acadêmica envolvida na produção e gestão de resíduos sólidos. Objetivos O presente trabalho objetivou identificar os níveis de conhecimento e percepção ambiental da comunidade acadêmica da Cidade Universitária da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) a respeito da política dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e suas implicações na produção, descarte e reutilização de resíduos sólidos. Metodologia Foram aplicados 509 questionários com estudantes de graduação e pós-graduação, professores e técnicos administrativos da Cidade Universitária durante os anos de 2011 e 2012. Contemplou-se 33 cursos de diferentes áreas do conhecimento, distribuídos nos quatro centros universitários, abrangendo 368 discentes e docentes. Além disso, seis instâncias administrativas foram avaliadas, totalizando 141 entrevistados dentre servidores, técnicos e demais funcionários. Os questionários eram compostos de 6 perguntas objetivas acerca de políticas de reciclagem, coleta seletiva e tratamento de resíduos no campus. Resultados e discussão A partir das respostas fornecidas pelas entrevistas, observou-se um conhecimento satisfatório da política dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) (67,97% conhecem, 31,82% desconhecem e 0,21% não responderam), por parte da comunidade acadêmica. Porém, a partir das análises dos resultados desse projeto, constatou-se que menos da metade dos entrevistados (39,88%) realiza a separação do lixo que produz, apesar de um conhecimento teórico de políticas que otimizem a gestão de resíduos. Nesse contexto, é preciso avaliar aquilo sugerido por De Conto (2010), que trata da adoção de uma “engenharia comportamental” engendrada em boas condutas – individuais e coletivas. Assim, embora elucidada quanto às atuais políticas de descarte e reaproveitamento de lixo, a comunidade acadêmica não parece possuir o incentivo 352 adequado dentro dos vários contextos sociopolíticos em que está inserida. Quando questionados sobre a UFMA de forma mais específica, 85,07% dos entrevistados disseram não considerar que o tratamento do lixo da universidade se dá de forma adequada; 97,05% afirmam não conhecer o destino do lixo produzido no campus e 93,32% participaria de programas que incentivassem a prática dos 3Rs na universidade. Porém, é difícil para a comunidade acadêmica a percepção de ser iniciadora de qualquer movimento socioambiental. Ao partir de uma instância superior, o incentivo ganha escopo de regra e transforma-se em obrigação. É necessária uma ação conjunta que envolva as instâncias administrativas da universidade, pesquisadores e equipe de ação, para que a comunidade acadêmica seja atingida e isso facilite o processo de consolidação do Programa de Gerenciamento de Recursos (PGR) da IES. Conclusão Para que uma intervenção apropriada aconteça, é necessária a adoção de uma política ampla que inclua ações preventivas e articuladas. Estas devem ser capazes de intervir nos processos de educação, encaminhando mudanças de conduta por parte da comunidade acadêmica referentes aos impactos decorrentes das atividades desenvolvidas por ela. É preciso conhecer para agir com êxito, o que remete à importância de primeiro traçar um perfil daquilo que será trabalhado por meio de ações efetivas. Nesse sentido, a Universidade Federal do Maranhão encontra-se num patamar ainda prematuro, embora em crescimento rápido de desenvolvimento estrutural, que deveria ser acompanhado por um amadurecimento da sensibilização ecológica por parte de sua comunidade. Referências DE MELO FILHO, B. O valor econômico e social do lixo de Brasília. Curitiba: Editora da UFPR. 2005. 77 p. DE CONTO, S.M. Gestão de resíduos em universidades: uma complexa relação que se estabelece entre heterogeneidade de resíduos, gestão acadêmica e mudanças comportamentais. In: DE CONTO, S.M. (Org.) Gestão de resíduos em universidades. Caxias do Sul: EDUCS, 2010. 319 p. LIMA, L.M.Q. Remediação de Lixões Municipais: Aplicações da Biotecnologia. São Paulo: Hemus. 2005. 283 p. 353