VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
II Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
30, 31 de outubro e 1o novembro de 2013
Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
ATITUDES DE MULHERES NA MEIA-IDADE FRENTE À REALIZAÇÃO DE
CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA.
Elisabeth Flor de Lemos
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Introdução: O sonho da eterna juventude está presente principalmente em
sociedades ocidentais como o Brasil, onde há uma enorme reverência à beleza
e a juventude, sendo esta, vendida e comprada a “qualquer preço”. Parecendo
estar disponível num par de ampolas de botox, ou num potinho de creme contra
rugas, já que a equação juventude versus beleza é valorizada como modelo de
saúde pelo meio social e cultural. No período de sua vida denominado de
climatério, a mulher tenta usufruir de recursos tecnológicos para manter a
jovialidade do corpo ou de parte dele com a cirurgia plástica estética. Objetivo:
conhecer as atitudes de mulheres na meia idade que realizaram cirurgia plástica
estética. Método: deu-se através de entrevista semiestruturada, com dez
mulheres com idade entre 40 a 59 anos que haviam realizado cirurgia plástica
estética, numa clínica particular localizada na cidade de Florianópolis, SC, os
aspectos éticos foram respeitados, sendo aprovada no CEP sob código
12.238.4.04.III. Os dados foram interpretados segundo análise de conteúdo de
Bardin. Resultados: surgiram três categorias
intituladas: espelho espelho
meu... com que roupa que eu vou?; em busca da felicidade perdida;
preocupação com a aparência: melhorando o corpo real. Os dados
apresentados ajudaram a entender as atitudes nesse universo de mulheres que
estão na meia idade, onde a menopausa parece ser a linha divisória para se
pensar a feminilidade e sua relação com a aparência física; a idade média foi de
51,9 anos e renda de 14,5 salários mínimos mensais. A cirurgia de aumento das
mamas com colocação de prótese mamária e mamoplastia redutora
predominou. Elas justificaram os procedimentos estéticos para diminuírem as
alterações provocadas não somente pelo tempo, mas como forma de minimizar
os efeitos da maternidade e menopausa principalmente nas mamas, as quais
são tradutoras da feminilidade. Elas desejaram sentirem-se mais belas e
sedutoras para usar determinados tipos de roupas como biquíni, tomara que
caia, lingerie, também ensejaram encontrar partes perdidas daquele corpo jovial
que ainda existia em sua imaginação e fotografias, para olharem-se no espelho
sem restrições. Mesmo mencionando medo do câncer de mamas as mulheres
expressaram uma carga afetiva favorável à cirurgia plástica estética, surgindo
sentimentos de felicidade na medida em que a cirurgia resultou em satisfação,
gratificação, diante do novo contorno corporal. O procedimento foi eficaz, afinal
a aparência real deu lugar àquela idealizada, melhorando a autoimagem e
consequentemente a autoestima. Aparentemente, as mudanças na imagem
corporal quando atinge os resultados desejados pelo individuo, provoca ajuste
na imagem real, é como se surgisse uma nova versão da pessoa, o que provoca
modificações no modo de agir do sujeito. No entanto, mesmo tendo noções do
procedimento cirúrgico a que se submeteram, pois referiram terem sido
orientadas pelo profissional de enfermagem, a mulher não deve ser escravizada
pelo pensamento corpocêntrico, uma vez que, procedimentos cirúrgicos sempre
envolvem riscos, resultados insatisfatórios e cuidados, aspectos esses que não
devem ser esquecidos.
Descritores: Atitude. Mulheres. Cirurgia Plástica.
1
Enfermeira. Mestre em Psicologia Social. Professora do Curso de Graduação de
Enfermagem da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). E-mail:
[email protected]
Informações sobre o trabalho: Recorte de um Trabalho de Pesquisa (PUIP-Unisul).
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