Revista do Hospital São Vicente de Paulo Ano 3 • Número 9 • Jan/Fev 2013 EXERCÍCIOS FíSiCOS O que você precisa saber antes de começar CRIANÇAS EM CASA Previna acidentes domésticos CIRURGIA PLÁSTICA Faça sua escolha com segurança Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo Pesquisa e inovação no combate à dengue Um iluminado 2013! Fiocruz firma parceria pioneira para o controle da doença no país Caros amigos, O ano de 2012 marcou a história do HSVP pela perda inestimável da Irmã Mathilde, fundadora desse hospital e grande exemplo de ser humano. Por outro lado, foi também um período em que o HSVP passou por novos processos e superou grandes desafios. Nosso crescimento real de 17% nos deu a certeza de que aprimoramos ainda mais a forma de atender as pessoas e lidar com elas, e de usar a tecnologia em favor da saúde. O profissionalismo e a responsabilidade de todos os nossos colaboradores reforçaram a boa imagem do HSVP no mercado carioca, além de manter presente em nossa rotina os fortes valores vicentinos. Não por acaso, esta edição está recheada de reportagens positivas, que destacam a importância da solidariedade e do respeito ao meio ambiente. Reflexões fundamentais, especialmente em uma época em que o consumismo vazio e exacerbado causa graves prejuízos à vida no planeta Terra. Responsabilidade é palavra de ordem. Não apenas no plano coletivo, mas também na vida pessoal. Por isso, nossa matéria de capa traz conselhos importantes para quem deseja submeter-se a uma cirurgia plástica. Como orientam nossos especialistas, é fundamental conhecer a unidade de saúde, os profissionais e as informações que cercam o ato cirúrgico. Da mesma forma, para sair do sedentarismo e ingressar em uma atividade física regular, também é necessário consultar um profissional especializado para receber conselhos e orientações mais adequados à sua saúde. Nessa época, com a chegada de um novo ano, nosso desejo de paz e fraternidade se amplia. Como muito bem citou Irmã Josefa em sua entrevista, “com solidariedade e atitudes semelhantes poderemos contagiar as pessoas a nossa volta e, somente assim, conseguiremos que 2013 se apresente triunfante e radiante para todos nós”. Esse é também meu desejo a todos. Irmã Marinete Tibério – Diretora Executiva SUMÁRIO Personalidade - Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz Exercícios físicos e sedentarismo Férias saudáveis Menopausa e terapia de reposição hormonal Brasil é referência em cirurgia plástica Consumo consciente Emagrecimento Cirurgia segura Entrevista - Dr. Acyr Cunha (cirurgião pediátrico) HSVP é 100% certificado pela ABNT Hospital São Vicente de Paulo - pág. 2 EXPEDIENTE 3 4,5 6,7 8,9 10,11 12,13 14 15 16,17 19 Hospital São Vicente de Paulo - Rua Dr. Satamini, 333 Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121. FUNDADO EM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5). Conselho Administrativo: Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus Bendine. Conselho Editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora da Qualidade; Eliane Castelo Branco - Diretora Médica; Irmã Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos; Vanderlei Timbó - Coordenador de Qualidade. Edição: Simone Beja. TEXTOS: Andrea Mazilão e Regina Castro. DIAGRAMAÇÃO: Eduardo Samaruga. APOIO EDITORIAL: Claudia Bluvol e Wilson Agostinho. Impressão: Arte Criação O verão é a estação do ano que registra a maior incidência de casos de dengue. Só no ano passado, a doença fez mais de 482 vítimas fatais. No primeiro semestre de 2012, foram registrados cerca de 431mil casos, sendo a maior parte na Região Sudeste. Mas acaba de surgir uma nova esperança para o controle da doença e das sucessivas epidemias que afetam o Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio de sua mais antiga unidade de pesquisa, o Instituto Oswaldo Cruz, firmou uma parceria com cientistas da Universidade Monash, na Austrália, para desenvolver e aplicar em território nacional uma técnica inovadora de combate à dengue. Os pesquisadores australianos descobriram que uma bactéria presente em 70% dos mosquitos, chamada Wolbachia, bloqueia a multiplicação do vírus da dengue no mosquito Aedes aegypti, de forma natural e autossustentável. A nova estratégia de pesquisa faz parte do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, que, por sua vez, integra o esforço internacional, sem fins lucrativos, do programa Eliminate Dengue: Our Challenge (Eliminar a Dengue: Nosso Desafio), que testa o método na Austrália, no Vietnã, na Indonésia e, agora, no Brasil. De acordo com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, no Brasil, o estudo está em sua primeira fase, que se restringe ao ambiente de laboratório. Atualmente, informa ele, o foco é o cruzamento dos mosquitos com a Wolbachia e outros da mesma espécie. A previsão é construir, ainda em 2013, no campus da Fiocruz, uma estrutura de gaiola, de grandes proporções, onde serão realizadas as análises intermediárias. Somente em 2014, ocorrerá o teste de soltura dos mosquitos com Wolbachia em localidades predeterminadas, de acordo com dados entomológicos de cada região. Revista do HSVP: Como estão os estudos? Paulo Gadelha: Até o momento, os estudos comprovaram dois aspectos fundamentais. O primeiro é que, em ambiente de laboratório, a Wolbachia é capaz de bloquear o vírus da dengue no mosquito. O segundo é que os mosquitos com Wolbachia conseguem facilmente predominar em populações locais. Na atual fase, a estratégia será testada em países endêmicos, como Brasil, Vietnã e Indonésia, a fim de se verificar a viabilidade da estratégia entre populações locais de mosquitos. Revista do HSVP: Como a população poderá contribuir para o sucesso do projeto? Paulo Gadelha: A partir da definição das localidades, os moradores serão informados com todo o detalhamento necessário e serão conclamados a aderir ao projeto. Contamos com uma equipe especialmente treinada para esse trabalho de engajamento comunitário. Com a aprovação das autoridades regulatórias e o consentimento dos moradores das localidades selecionadas, deveremos realizar os primeiros testes de campo com soltura dos mosquitos em maio de 2014, ou seja, em época fora do pico de casos. Revista do HSVP: Como será a avaliação do projeto? Paulo Gadelha: Após a soltura dos mosquitos com Wolbachia, a viabilidade do projeto será avaliada e as localidades serão monitoradas por vários meses. O objetivo é verificar se esses mosquitos com Wolbachia conseguirão se estabelecer na natureza. Nas fases seguintes, será avaliado o impacto sobre a incidência de dengue. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3 pneumologia e cardiologia, entre outros. “Utilizamos recursos voltados para eletrotermoterapia, laserterapia, ultrassom, ondas curtas, TENS, crioterapia e cinesioterapia respiratória e motora, entre outros”, afirma Marcus Sena. CUIDADOS COM O CORAÇÃO Exercícios Físicos E Sedentarismo A medida certa para “malhar” com saúde O novo ano chega, reforçando as promessas de uma vida mais saudável. Para quem está acima do peso e/ou quer manter a saúde na pauta de 2013, alimentação equilibrada e exercícios físicos são itens de primeira necessidade. Mas como sair do sedentarismo sem correr riscos? Quais são as doenças preexistentes que exigem cuidados especiais? Quais os exercícios adequados ao seu estilo de vida e à sua faixa etária? Para Marcus Sena, fisioterapeuta do HSVP, muitas pessoas recorrem às academias e praticam atividades físicas sem a devida orientação, com o único objetivo de conquistar – a qualquer preço – o corpo sarado. “Elas colocam em risco a própria saúde. O bom senso deve prevalecer sempre”, destaca. O fisioterapeuta orienta que, antes de iniciar alguma atividade física regular, é fundamental a realização de uma consulta médica para que, após a avaliação de exames, a pessoa saiba sua real condição física e o programa de exercício mais adequado, que deve levar em consideração a interação entre o estilo de vida e o tipo de condicionamento desejado, de acordo com o perfil de cada um. Para os sedentários, informa Marcus Sena, o mais indicado são caminhadas, alongamentos, natação e exercícios relaxantes, como ioga, hidroginásti- Hospital São Vicente de Paulo - pág. 4 ca e tai chi chuan. Já os obesos devem começar devagar, com caminhadas leves até chegar a uma hora por dia: a intensidade deve ser aumentada aos poucos, até que a pessoa consiga correr. O ideal para gestantes, por exemplo, são os exercícios de baixo impacto, com caminhadas leves, natação, hidroginástica, ioga e tai chi chuan. Na terceira idade, são recomendados alongamento, musculação direcionada com peso, hidroginástica, tai chi chuan, pilates e dança. O melhor para as crianças e jovens é escolher o que mais lhes agrada, caso não haja restrições médicas, de acordo com a aptidão física e o condicionamento individual. “Quanto à musculação, o fisioterapeuta faz um alerta: “Quando iniciada cedo demais, pode trazer sérios danos ao desenvolvimento. Ela pode ser feita a partir dos 12 anos, desde que bem supervisionada e sem pretensão de ganhar musculatura, tendo como principais objetivos ganhar condicionamento cardiovascular, flexibilidade e habilidades motoras.” Coordenado pela fisioterapeuta Irmã Maria das Dores da Silva, o Serviço de Fisioterapia do HSVP conta com uma equipe formada por 20 fisioterapeutas, que atuam de acordo com a especialidade de cada unidade. A área oferece serviços para tratamento em terapia intensiva, geriatria, tráumato-ortopedia, neurologia, neonatologia, pediatria, O coração merece atenção especial. Por isso, orienta Mario Ségio Pereira, cardiologista do HSVP, que, quando alguém decide começar a se exercitar, deve, como primeira medida, consultar um clínico geral ou um cardiologista. Nessa consulta, é fundamental conhecer a história familiar e clínica, pregressa e atual, do paciente, focando, principalmente, casos de parentes com história de morte súbita e/ou perda de consciência, sobretudo durante a prática desportiva ou esforços. Após a avaliação clínica inicial, o especialista pode decidir quais exames solicitar, visando a uma segurança maior para a liberação de atividade física adequada. “O exame físico também poderá fornecer informações importantes, como o nível da pressão arterial e se há arritmia e sopros cardíacos. A atividade física regular previne ou melhora recuperação das doenças coronarianas, hipertensão arterial, derrame, doença arterial periférica, obesidade, diabetes do tipo II, osteoporose, osteoartrose, cânceres de cólon, mama, próstata e pulmão, ansiedade e depressão. Portanto, sempre vale a pena, ou melhor, nunca é tarde para praticar exercícios”, ressalta ele. De acordo com o médico, existem, no entanto, algumas doenças que contraindicam a prática desportiva, como infecções ou febre de etiologia obscura, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, angina instável, arritmias cardíacas não controladas, pericardite ou miocardite agudas, bloqueio atrioventricular de alto grau (se não estiver com marca-passo definitivo). “Além dessas, lesões valvares mitral e aórtica severas (sem tratamento adequado), insuficiência cardíaca descompensada, hipertensão arterial e diabetes descompensada, problemas ortopédicos e neurológicos graves também representam risco ao praticante”, informa. trote, bicicleta e natação – por, no mínimo, 30 minutos, 5 a 6 vezes por semana, que podem estar associados a outras atividades. “O treino aeróbio tem de ser incluído. Obviamente, entre não fazer nada e praticar hidroginástica, por exemplo, é melhor praticar apenas a hidroginástica. Mas, sem a associação do exercício aeróbico, o treino sempre será incompleto no que se refere ao benefício cardiopulmonar”, explica. Para o especialista, a maioria das pessoas sabe que é arriscado praticar exercícios sem a avaliação de um profissional, assim como tem conhecimento de que gordura, sal e álcool em excesso, além de, cigarro, obesidade e diabetes associados a excesso de peso, são nocivos à saúde. Mas esse conhecimento nem sempre se reflete em uma mudança de comportamento. “Estamos vendo, inclusive na imprensa leiga, o número alarmante de obesos e diabéticos. Em nossos consultórios, a maioria quase absoluta dos diabéticos são obesos. E esses pacientes nada fazem para mudar essa situação. Vemos as academias cheias, nossas ruas lotadas de caminhantes e corredores, mas esse número ainda é pequeno. Em meu consultório e na prática de realização de teste ergométrico, uma ínfima parcela da população pratica a verdadeira atividade física, com disciplina, regularidade e a inclusão do exercício aeróbio. A maioria nada faz, ou se engana, achando ser suficiente praticar apenas ioga, pilates ou hidroginástica, duas vezes por semana ou mesmo o futebol de final de semana.” EXERCÍCIOS AERÓBICOS são indispensáveis O cardiologista destaca, ainda, que qualquer programa de atividade física deve incluir o exercício aeróbico – caminhada vigorosa, corrida ou Hospital São Vicente de Paulo - pág. 5 Férias Saudáveis Todo cuidado é muito.... necessário para evitar acidentes Dr. Alberto Chacur (CRM 52 33777-2) Pediatra, chefe da Pediatria do HSVP. É orientador de Pediatria na Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. C om a chegada das férias das crianças, é haja um adulto supervisionando, orientando e preciso garantir diversão com seguran- cuidando dela o tempo todo. ça, a fim de evitar imprevistos que podem acabar com os tão esperados dias de des- Segurança dentro de casa canso e brincadeira. Geralmente, os acidentes Em casa, existem ações que podem minimiaumentam nesses meses porque uma grande zar – e muito – os riscos de acidentes. A entraparcela fica sem uma atividade direcionada da de crianças na cozinha - principalmente se e sem um adulto supervisionando. Na escola, no local estiverem sendo preparados alimentos professores e inspetores se encarregam dessas quentes e a proximidade de situações em que tarefas. Já durante o período de descanso escohaja risco de fogo e chama, por exemplo, delar, toda a rotina muda e a garotada corre para vem ser evitadas. É importante ressaltar ainda a diversão. Embora esses momentos de folga que produtos químisejam muito importantes, é necessário “Nos meses de férias, a criançada cos e tóxicos, como medicamentos, arque, ao programáquer é aproveitar. para os pais, tigos de limpeza, -los, os pais pensem a época é também sinônimo de material inflamável também na prevenpreocupação em dobro.” e venenos, devem ção de acidentes. ser armazenados em No Brasil, os chacompartimentos altos, de preferência trancados, mados acidentes domésticos são a principal totalmente fora do alcance das crianças. Tamcausa evitável de morte de crianças com menos bém as escadas e lajes devem ter acesso resde 13 anos. Anualmente, são registradas cerca trito. Já as tomadas têm que ser protegidas ea de cinco mil mortes e 137 mil hospitalizações fiação elétrica não pode ficar exposta em locais devido a quedas, arranhões e traumas, sendo que a maioria desses episódios ocorre dentro onde elas circulem. Da mesma forma, em relação à liberdade, de casa. Em janeiro e julho, há um aumento os responsáveis devem se preocupar com os exnos prontos-socorros dos atendimentos à popucessos. Principalmente os relacionados ao abuso lação infantil por quedas, trânsito, intoxicações do tempo destinado aos aparelhos de televisão, e queimaduras. videogame ou internet. Passar mais de quatro Nos meses de férias, a criançada quer é horas em uma dessas atividades tem várias imaproveitar. No entanto, para os pais, a época plicações, como a obesidade. Aliás, manter o é também sinônimo de preocupação em dobro. cuidado com a alimentação é fundamental. Portanto, como durante todo o ano, é preciso Uma vez no carro, a cadeirinha de criança ter muita atenção com os ambientes nos quais é imprescindível: seja o veículo dos pais, tios, a criança brinca, assim como nos agentes deavós, amigos ou de quem estiver ao volante. sencadeadores de acidentes. Alguns cuidados Isso deve ocorrer mesmo nos pequenos trajetos. são fundamentais para a prevenção. A criança É bom lembrar que o uso de cinto de segurannão deve ficar sozinha. É bom ter sempre em ça é obrigatório e que os pequenos devem ser mente que ela é curiosa, não reconhece o peritransportados sempre no banco traseiro. go e não tem medo. Por isso, é primordial que Hospital São Vicente de Paulo - pág. 6 Nas brincadeiras ao ar livre No parquinho, os pais devem ficar atentos a aspectos como verificar se os brinquedos estão em bom estado, com, no máximo, 1,5 m de altura e um piso que amorteça a queda. São muito comuns acidentes nesses locais em razão da má conservação. Em relação a brincadeiras como soltar pipas e jogar bola, só devem ser permitidas em locais seguros e longe do trânsito e dos fios de alta tensão. Também é necessário garantir que a criança, ao andar de bicicleta, patins ou skate, utilize roupas adequadas e tenha proteção apropriada, como capacete, joelheiras e cotoveleiras. Essas atividades devem ocorrer em locais próprios e seguros. Se a proposta é que a criança comece a praticar algum esporte, ela deve antes passar por um exame médico completo. Por outro lado, o responsável precisa averiguar se o treinador está capacitado a realizar primeiros socorros em caso de acidente. Deixe com esse profissional informações úteis para casos de emergência: telefone para contato, endereço e qualquer informação médica que possa ser importante no trato com as crianças. Desidratação Outra questão que merece cuidado é a desidratação. As atenções para esse problema devem ser redobradas principalmente nas férias de verão. Para que a criança não fique desidratada, garanta que ela está ingerindo bastante líquido. Principalmente na praia e antes, durante e depois da prática esportiva. Quando a opção for colônia de férias ou acampamentos, é indicado que se faça uma investigação para verificar quais os cuidados adotados para prevenir acidentes e se os monitores são capacitados para os primeiros socorros. Os pais também não devem deixar de averiguar a quantidade máxima de crianças - que não deve passar de 15 por monitor. Como agir em caso de acidente Se, apesar desses cuidados, ocorrer algum acidente, é preciso saber agir rápido e com eficiência até a chegada do socorro médico ou até que se possa levar a criança a uma emergência. Em primeiro lugar, é necessário tentar manter a calma e colocar em prática os procedimentos iniciais a serem tomados quando os acidentes ocorrem em casa. Em casos de choque, se a criança estiver presa à corrente elétrica, como uma tomada, é preciso desconectá-la com cuidado, usando um isolante, como uma madeira – pode ser um cabo de vassoura. A seguir, ela deve ser colocada deitada e com pescoço estirado. Chame o socorro médico. Quanto a queimaduras, a área queimada deve ser lavada com água limpa e fresca. Se houver pedaços de roupa no local, corte e tire. Não coloque substâncias, como pasta de dente, porque podem piorar a situação. Leve a criança para o pronto-socorro. Se a criança sofrer corte, não assopre o local porque pode contaminá-lo: comprima-o com um pano limpo. Caso haja grande sangramento, faça um torniquete acima do corte. Limpe com água limpa e fresca. Não coloque nenhuma substância em cima e leve a criança ao pronto-socorro. Evite mexer e locomover a criança se ela tiver uma fratura, pois pode piorar o problema. O mais indicado é chamar o socorro médico. Na fratura de braço, posicione a criança de forma a sentir o mínimo de dor possível e a leve ao pronto-socorro. Tenha sempre em mente: prevenir é sempre o melhor caminho. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 7 Menopausa e Terapia de Reposição Hormonal Especialistas apontam o melhor caminho para a saúde da mulher nessa fase da vida A menopausa, uma importante fase da vida de toda mulher, é motivo ainda de muitas dúvidas e angústias. Segundo a Sociedade Brasileira do Climatério, 75% dos mais de 11 milhões de brasileiras com idade entre 45 e 64 anos sofrem com os efeitos do climatério - entre elas, 8% fazem o tratamento com hormônios. No entanto, ainda existe atualmente um grande debate em torno da terapia de reposição hormonal (TRH). Enquanto cardiologistas, ginecologistas e mastologistas discutem os prós e contras desse tipo de tratamento, pesquisas no mundo inteiro ora apontam para resultados benéficos, ora atestam que a TRH agrava os riscos de doença, como o câncer de mama. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a menopausa como a interrupção da menstruação devido ao término da produção de hormônios femininos e fim da ovulação. Segundo Marco Antônio Gouveia Vieira, ginecologista do HSVP, a diferença entre menopausa e climatério é que a primeira é a parada definitiva da menstruação e o segundo é uma síndrome, com vários eventos. Longe de marcar o fim da sexualidade e Hospital São Vicente de Paulo - pág. 8 representar problemas de saúde, destaca o médico, a menopausa pode ter seus sintomas tratados e controlados com a terapia de reposição hormonal (TRP). Portanto, garante o especialista, “ninguém precisa sofrer”. “A TRH consiste em uma medicação com hormônios femininos. As mulheres que têm útero podem utilizar a combinação de estrógeno (estrogênio) e progesterona, uma vez que o estrógeno isolado pode causar câncer de útero. Já para as mulheres que retiraram o útero, a orientação é que se faça reposição hormonal somente com o estrógeno. A TRH pode ajudar também a mulher a evitar a falta de libido, uma queixa comum na menopausa. Outro importante problema que pode afetar a mulher nessa fase da vida é a osteoporose. Nesse caso, recomenda-se fazer a reposição (quando possível), tomar cálcio, vitamina D e sol, assim como praticar exercícios físicos. O uso de alendronatos, substância que previne perda óssea, caso não se possa fazer a TRH, também é indicado”, orienta o Dr. Marco Antônio. O ginecologista ressalta que a TRH é indicada para todas as mulheres com sintomas que comprometem sua qualidade de vida - desde que sejam avaliadas as situações em que a reposição pode tornar-se danosa e agressiva. Trata-se, enfatiza o especialista, de uma questão de avaliação custo/benefício. Ele exemplifica que essa terapia é contraindicada para mulheres que sofrem de doença hepática ou renal grave, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer de mama (também na história familiar), câncer urogenital, diabetes descompensadas e hipertensão arterial não controlada, entre outras doenças. “Para esses casos, são indicados o uso de fitoterápicos, a prática de exercícios físicos e dietas alimentares. Há ainda os chamados serms, moduladores seletivos de receptor de estrógeno, que atuam como o hormônio em certos tecidos, mas não produzem nenhum efeito danoso em outros, como na mama ou na camada que reveste o útero. O importante é que a mulher pode e deve viver com plenitude o climatério e a menopausa. Para isso, existem algumas dicas básicas, como fazer exercícios físicos, cuidar da alimentação, ter relacionamento afetivo, psíquico e amoroso bem estimulado, evitar estresse e ter sempre alguma ocupação agradável”, destaca o Dr. Marco Antônio. TRH e problemas cardíacos Paralelamente, Aristarco Siqueira, cardiologista do HSVP, fala da relação entre problemas cardíacos e a terapia de reposição hormonal. O especialista informa que o risco de desenvolver cardiopatia isquêmica – um problema que envolve acúmulo de colesterol, cálcio e outras células dentro das artérias – aumenta com a chegada da menopausa. De acordo com ele, os outros fatores de risco de doença coronária – que tendem a piorar com a idade – são a hipertensão arterial e o alto nível de colesterol LDL. No que se refere à TRH como forma de prevenção de doenças cardíacas, o Dr. Aristarco destaca que, atualmente, sabe-se que esse tipo de tratamento não reduz esses riscos. Pelo contrário, pontua o médico, caso seja iniciada em uma idade mais avançada, a TRH pode aumentar as probabilidades de infarto do miocárdio ou mesmo de acidente vascular cerebral. Em razão disso, orienta, ela deve ser ministrada apenas para controlar os sintomas da menopausa. “Hoje o consenso aprovado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomenda o uso rotineiro da TRH como forma de prevenir cardiopatia isquêmica, mas apenas para controlar os sintomas da menopausa, desde que feita de maneira cautelosa e sob supervisão continuada. É importante acentuar também que mulheres que apresentam hipertensão antes do início da menopausa têm uma probabilidade maior de desenvolver doenças cardíacas mais tarde”, diz o Dr. Aristarco. Já a mastologista Joyce Ribeiro, do HSVP, observa que a reposição hormonal sempre foi o principal tratamento para os sintomas causados pela menopausa. No entanto, o que parecia inicialmente uma excelente noticia, diz a médica, virou alvo de numerosos estudos que mostraram, a partir de 2002, um aumento do número de casos de câncer de mama nas mulheres que usavam a TRH, principalmente nas que se submetiam a esse tratamento por mais de cinco anos. Por outro lado, um estudo realizado recentemente, informa a mastologista, mostrou uma discreta redução na taxa de câncer de mama com o uso de estrogênio isoladamente. Entretanto, diz a mastologista, é importante frisar que essa pesquisa utilizou apenas um tipo de estrogênio e não isenta do risco de doenças cardiovasculares. A Dra. Joyce ressalta ainda que a TRH é contraindicada para pacientes com história pessoal e/ou familiar de câncer de mama. Além disso, de acordo com a especialista, pode aumentar a incidência dessa doença, principalmente se usada por mais de cinco anos - assim como acelerar o seu aparecimento em mulheres que já têm predisposição ou alguma lesão precursora. Portanto, afirmou, cabe à paciente e os seus médicos, ginecologista e mastologista, após esclarecimento de riscos e benefícios, decidir a real indicação da reposição. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 9 Ao centro, o especialista Mário Galvão, ladeado pelos cirurgiões de sua equipe: Dr. Marcos Paulo M. Galvão (direita) e Dr. Marcelo Moreira Cardoso Brasil é referência em cirurgias plásticas Mas paciente deve estar atento à qualificação do profissional e da unidade médica C erca de 700 mil cirurgias plásticas são realizadas, anualmente, em todo o território nacional. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), desse total, 80% representam intervenções no sexo feminino e 20% no masculino. Isso faz com que o Brasil seja o segundo país do mundo em número de cirurgias, ficando atrás apenas dos EUA. Entretanto, como destaca o secretário geral da SBCP, Dênis Calazans, não é apenas essa estatística que nos coloca em posição de destaque, mas, fundamentalmente, o reconhecimento científico do Brasil pela comunidade médica internacional: “O Brasil é um celeiro de ciência na cirurgia plástica”, afirma. Com a chegada do verão, assim como nos meses de junho e julho, muitas pessoas aproveitam para fazer a tão sonhada cirurgia plástica. A escolha do profissional e do local para a realização da cirurgia são os primeiros passos para um resultado seguro e bem-sucedido. “Deve-se escolher um profissional portador de título de especialista em cirurgia plástica, membro da SBCP. Além disso, o estabelecimento médico onde ocorrerá a cirurgia plástica deve ter um suporte de assistência, tanto humana quanto estrutural, para situações por vezes imprevisíveis em medicina. Não menos relevante é buscar profissionais com alguma referência”, destaca Calazans. UMA REFERÊNCIA NO RIO DE JANEIRO O Serviço de Cirurgia Plástica do HSVP é reconhecido como um polo de qualidade, concentrando acomodações, tecnologia e profissionais de grande experiência. Esse é o caso, por exemplo, das equipes lideradas pelos cirurgiões Mário Galvão e Mônica Resano. Atuando há 24 anos com cirurgia plástica e cirurgia de mão, a médica Mônica Resano foi também coordenadora do Centro Cirúrgico e gerente médica do HSVP, somando 13 anos em gestão no hospital. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica há 20 anos, a especialista, ao longo de sua carreira, vivenciou igualmente a cirurgia reparadora e a cirurgia estética. “Posso dizer que ambas são igualmente importantes, pois promovem modificações radicais, não só no aspecto físico como também no psicológico dos pacientes, refletindo-se diretamente em seu modo de viver. São procedimentos transformadores, cujos resultados geralmente melhoram a autoestima e a qualidade de vida do paciente.” O mesmo ocorre, segundo a especialista, em relação aos resultados cirúrgicos esperados. “Eles provêm de uma combinação de técnica e habilidade do cirurgião, mas também das condições particulares do paciente. Assim, pessoas excessivamente críticas com sua imagem tendem a esperar resultados impossíveis”, destaca a Dra, Mônica, reforçando que uma boa relação médico-paciente é fundamental para a satisfação com o resultado da cirurgia estética. Ícone da cirurgia plástica no Brasil e no exterior, o cirurgião Mário Galvão acumula 42 anos de profissão. Formado na Inglaterra - onde fez três anos de especialização em cirurgia geral e sete em plástica, participou de numerosas cirurgias reparadoras em ex-combatentes da Segunda Guerra, tornando-se expertise em microcirurgias - procedimento para corrigir grandes defeitos, no qual se transplantam tecidos e órgãos de uma parte do corpo para outra. Suas inovadoras técnicas de cirurgia plástica foram publicadas em periódicos científicos de todo o mundo. Entre elas, estão a mamoplastia e as técnicas de reconstrução facial. No Brasil, em 1981, o Dr. Mário Galvão implantou a área de microcirurgia do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Atuando no HSVP há 31 anos, o especialista lidera, atualmente, uma equipe formada pelos cirurgiões Marcelo Moreira e Marcos Galvão. “Além de cirurgias plásticas, realizamos, no HSVP, cirurgias reparadoras em pacientes com câncer de pele. Fazemos, ainda, reconstrução de mama e de defeitos congênitos, entre outros procedimentos, assim como microcirurgias”, afirma, completando: “Posso garantir que a cirurgia plástica estética é tão importante quanto a reparadora. Muitas vezes, uma pequena ruga faz uma grande diferença na vida de um paciente.” Sua segurança é saúde Antes de uma cirurgia, é necessária uma investigação médica completa, que inclua testes diagnósticos. Parte dessa investigação inclui: • História médica completa, doenças, cirurgias anteriores e presença ou não de alguma complicação; • Existência de algum tipo de alergia e tipo de reação às anestesias anteriores; • Medicação de uso regular, vitaminas, suplementos de ervas, álcool, tabagismo e outras drogas; • Anticoncepcionais orais. Recomendações cirúrgicas são bastante importantes, como: • Parar de fumar; • Suspender certas medicações que poderiam aumentar o risco de sangramento. Como será feita a cirurgia? Onde? No dia da cirurgia, não se esqueça do jejum: • Não ingerir alimentos, bebidas ou quaisquer líquidos. O correto seguimento das medidas pós-operatórias é fundamental para o sucesso da cirurgia. Lembre-se ainda de seguir as recomendações relacionadas aos curativos em casa e não se exponha ao sol. Fonte: site oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Dra. Mônica Resano Hospital São Vicente de Paulo - pág. 10 Hospital São Vicente de Paulo - pág. 11 Consumo Consciente: o caminho para um mundo melhor Foto: Odervan Santiago N esta época em que “ter” é mais valoriza- UMA NOVA CULTURA QUE do do que “ser”, consumir é sinônimo de VALORIZE O CONSUMO bem-estar, status e felicidade. O consumo CONSCIENTE desenfreado de produtos ou serviços desnecessários para a sobrevivência humana não leva em “Todos os produtos demandam matériaconsideração os valores individuais, mas somente -prima e energia para existir e o planeta Terra as aparências. Essa multiplicação do supérfluo - é um só. Se todos os habitantes consumissem que contribui para o processo de degradação das como um norte-americano ou um europeu, relações sociais e do meio ambiente - conduz ao seriam necessários mais quatro planetas Terra desperdício do uso de recursos naturais e energé- para atender a essa demanda. Alguns estudos ticos e agrava os problerevelam que a capamas de geração e pro“Todas as pessoas podem cidade de o planeta cessamento de lixo. Do ajudar a tornar este mundo suprir as nossas atuais ponto de vista cultural e necessidades de mamenos poluído. Nenhum econômico, aprofunda téria-prima e energia os processos de exploesbanjamento é aceitável. já está defasada em ração do trabalho e cria Meio ambiente é sinônimo de 20%. Portanto, impõeirracionalidades como a -se como condição de cuidado, de consciência” indústria bélica. Represobrevivência rever os senta, enfim, um tipo atuais padrões de consumo da humanidade, de comportamento e de ideologia que especialmente da parcela mais abastada da alimenta o processo de degradação sociedade”, afirma André. entre sociedade e natureza. O ambientalista frisa a importância da refleEditor-chefe do programa Cida- xão sobre a urgência de uma nova cultura bades e Soluções, da Globo News, o seada no consumo consciente: “diferente dessa escritor e jornalista André Trigueiro sociedade do consumo egoísta, individualista, alerta que estamos passando por de cada um por si e, talvez, Deus por todos”. A uma crise ambiental sem preceden- diferença entre consumo e consumismo, explica tes na história do planeta. Segundo André, é que o primeiro é favorável à vida, é ele, quem se deixa levar pelos ape- necessário, é bom. No consumismo, explica o los da publicidade na direção do jornalista, existe uma aquisição exagerada de consumo compulsivo, irracional produtos supérfluos. Há desperdício, há excese irresponsável acelera a so, há ostentação. exaustão dos recursos Ocorre que, no planeta, os recursos são fininaturais não renová- tos e nós precisamos fazer bom uso deles para veis, que são fun- que não haja desperdício. “Leva-se para casa damentais à vida. também um pedaço da natureza, de matéria- Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12 Editor-chefe do programa Cidades e Soluções (Globo News) e comentarista da Rádio CBN, o escritor e jornalista André Trigueiro é também o apresentador do programa Sustentável (TV Globo) -prima, de energia. A sociedade de escassez significa conflitos, guerras, disputa. Em um raio de 100 metros ao seu redor, não só no Rio de Janeiro, mas também no mundo, você encontra alguém que passa por privações de ordem material”, observa. Outra questão que merece destaque, diz André, é a ilusão de que bens materiais trazem felicidade e paz. É achar que acumular é o caminho da felicidade. “Não há mais tempo a perder. Ao fim de um período de um ano, a gente já explorou mais de 30% do que a Terra é capaz de suportar em termos de modelo de energia.” Por outro lado, de acordo om o Banco Mundial, informa o jornalista, atualmente, cerca de 20% da humanidade consome 80% dos recursos. FAZENDO A SUA PARTE “Todas as pessoas podem ajudar a tornar este mundo menos poluído. Nenhum esbanjamento é aceitável. Meio ambiente é sinônimo de cuidado, de consciência. Sejamos cuidadosos com a nossa casa. Ela oferece o suficiente para todos. Os físicos quânticos explicam que o universo se divide em redes de fenômenos que interagem e se comunicam o tempo todo, numa relação de interdependência. Estamos todos plugados na teia da vida, num universo onde não existe neutralidade: influenciamos o todo com nossas ações ou omissões. Que sejamos, então, ativos e conscientes na construção de um mundo melhor e mais justo. Um mundo sustentável.”, conclui o jornalista. Uma visão católica do consumismo Ao relacionar a questão do consumo e consumismo com a visão espiritual, a Irmã Josefa Lima, coordenadora da Pastoral da Saúde do HSVP, afirma que atualmente é possível perceber, com muita clareza, que a sociedade encontra-se gravemente transformada. O ser humano, frisa ela, vive em meio a uma mudança radical de conduta, que é fruto da inversão dos valores humanitários fundamentais e da indiferença à religiosidade. “As resoluções e transformações das últimas décadas, como a situação sociocultural, econômica, sociopolítica, ecológica e religiosa no Brasil, levaram a Igreja a traçar as Diretrizes Gerais de Ação Evangelizadora para o período de 2011 a 2015, que ressaltam, entre outros aspectos, o diálogo, o testemunho de comunhão e o combate ao consumismo, afirma.” Com essas diretrizes gerais, diz a Irmã Josefa, espera-se que o homem mude de atitude e se volte para Deus, “o único capaz de preencher o vazio interior que domina o ser humano, criado à sua imagem e semelhança”. A alma, observa a coordenadora da Pastoral, sente uma atração profunda por este Criador Onipotente, que é capaz de preencher os anseios consumistas, fruto da solidão provocada pela ausência ou pelo vazio da presença de Deus. “A sociedade, a raça humana, está se transformando, porque não está pensando em Deus. O consumismo não é outra coisa senão esse vazio que, por sua vez, representa a própria procura por Deus. Com solidariedade e outros valores e atitudes semelhantes, poderemos contagiar as pessoas à nossa volta. E, somente assim, conseguiremos que um novo ano se apresente triunfante, esplêndido, radiante, para nós e para todos ao nosso redor, iluminando o planeta Terra.” Hospital São Vicente de Paulo - pág. 13 Emagrecimento O milagre da vez Ó leo de coco? Chá verde? Quitosana? Semente de chia? É sempre a mesma panaceia. A cada ano, a indústria farmacêutica lança no mercado uma nova fórmula milagrosa para garantir a silhueta dos sonhos. E a resposta de uma grande parcela da população, ávida por emagrecer, sem fazer esforço e com rapidez, é sempre a mesma: uma corrida às farmácias ou às lojas de produtos naturais para adquirir a novidade. Mas até que ponto esses produtos são eficazes e confiáveis? “Grande parte dos produtos que promete emagrecimento “natural, rápido e sem efeitos colaterais” é produzida por laboratórios desconhecidos, sem a devida comprovação científica de sua eficácia. Muitos produtos, até, funcionam como placebos, ou seja, drogas que não têm efeito direto sobre os sintomas”, afirma Ana Belsito, endocrinologista do HSVP. Por motivos como esse, a especialista alerta que, antes de adquirir esses produtos, o consumidor deve checar o laboratório produtor e verificar se há o registro da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, há uma grande legião de consumidores que acredita que, “se bem não faz, mal também não há de fazer”. Ledo engano. Os chamados “produtos naturais” podem, sim, causar efeitos colaterais. Para exemplificar, a Dra. Ana Belsito cita a erva pata-de-vaca, que pode ocasionar hepatotoxicidade. “Vários outros também causam diarreia, alergia, náusea e vômito”, garante a endocrinologista. Segundo a médica, as ervas, embora pareçam inofensivas, têm efeito sacietógeno (promovem uma sensação de saciedade, com o objetivo de reduzir o consumo alimentar) e laxativo. Geralmente, informa a Dra. Ana Belsito, são ingeridas em forma de chá ou refresco e, com isso, aumentam a saciedade pela distensão gástrica. “Dependendo do estado geral do paciente, podem causar indisposição e outros efeitos adversos”, explica. FALTA COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA Na prática clínica, algumas substâncias se mostram positivas para o emagrecimento e a redução da glicemia, como o chá de insulina e o picolinato de cromo. No entanto, não há ainda comprovação científica para que elas sejam comercializadas como medicamento específico de combate à gordura. Para a especialista, a melhor maneira de emagrecer ainda é a boa e conhecida fórmula de sempre: reeducação alimentar e atividade física. “Somente por meio de uma alimentação equilibrada, é possível garantir a manutenção do peso, mesmo sem remédios, de forma prolongada e saudável. A atividade física regular, por sua vez, melhora o tônus muscular e a flacidez, garantindo uma estética satisfatória e melhorando o condicionamento cardiorrespiratório e a massa óssea, garantias indiscutíveis de um envelhecimento de melhor qualidade”, conclui. Dietas milagrosas: coisas que você precisa saber • Não mude ou consuma qualquer tipo de medicamento sem antes consultar um médico especialista – endocrinologista; • O emagrecimento é um processo gradativo e, se ocorrer de forma rápida, pode ser prejudicial à saúde; • Muitas vezes, o peso perdido nessas dietas “milagrosas” não é de gordura, mas de músculos e água; • Essas dietas podem até trazer algum resultado, porém podem ser desastrosas assim que abandonadas, causando o famoso “efeito sanfona”; • As dietas feitas sem prescrição médica podem causar desgaste ao organismo; • Cada pessoa possui suas necessidades nutricionais específicas. CIRURGIA SEGURA Tema sempre em pauta no HSVP A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo, cerca de um milhão de pessoas morrem, anualmente, durante ou após procedimentos cirúrgicos e que a metade dessas mortes poderia ser evitada com a adoção de barreiras de segurança. Por isso, criou o chamado Protocolo de Cirurgia Segura, que consiste na verificação de informações-chave antes de etapas específicas de uma intervenção cirúrgica. Para a superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), Maria Manuela Alves dos Santos, a experiência com os processos de acreditação internacional, já desenvolvidos nos hospitais privados do Brasil, mostra que o principal desafio é estabelecer uma cultura coletiva de segurança, pautada em mecanismos sistematizados e consistentes de controle e verificação das diversas etapas do processo cirúrgico. “O checklist deve ser adotado e praticado como rotina”, explica a especialista. Desde o seu lançamento, em 2008, o protocolo vem sendo adotado pelo HSVP. E como se trata de uma mudança de comportamento, de um processo educativo, a prática é reforçada por sucessivos treinamentos, envolvendo as equipes médicas e assistenciais. Em outubro último, o assunto foi o tema central do II Fórum de Controle de Infecção do HSVP, que reuniu centenas de participantes no Centro de Convenções Irmã Mathilde. Coordenador Médico do Centro Cirúrgico do HSVP, o médico Péricles Romero de Vasconcellos, reforça que a rotina na utilização de checklist contribui efetivamente para a prevenção dos mais frequentes eventos adversos, que poderiam ocorrer no ambiente cirúrgico. Segundo o médico, a checagem de informações é feita em diferentes momentos. “Antes do procedimento anestésico, a Enfermagem faz a confirmação, com o próprio paciente, de seu nome, procedimento e local a ser operado e se há ou não histórico de alergias. São conferidos, ainda, os exames pré-operatórios trazidos pelo paciente; os aparelhos de anestesia e os medicamentos a serem utilizados em sala; se o paciente foi informado dos detalhes cirúrgicos e riscos envolvidos, por meio do Termo de Consentimento Informado; entre outras informações. Todos os serviços do hospital contribuem direta ou indiretamente na segurança do procedimento e, portanto, do paciente”, explica. A verificação das informações continua na sala de cirurgia. “Ao cirurgião, pergunta-se, por exemplo, se há aspectos críticos ou procedimentos fora da rotina comunicados à equipe presente. Ao anestesista, pergunta-se se o paciente possui alguma especificidade que deverá ser considerada”, enumera o especialista. PACIENTE PARTICIPA DO CHECKLIST O coordenador de Qualidade do HSVP, Vanderlei Timbó, observa, ainda, que o paciente tem papel ativo na redução dos riscos cirúrgicos. Para tanto, ele precisa estar preparado e orientado corretamente quanto ao procedimento que será realizado e solicitar a seu médico a aplicação do Termo de Consentimento Informado. “Além disso, o paciente deve solicitar que seja retificada sua identificação (em caso de falha) e dar informações objetivas nas avaliações que precedem a cirurgia”, orienta. A infecção hospitalar é outro importante fator de mortalidade em procedimentos cirúrgicos. No caso do HSVP, afirma Vanderlei Timbó, a questão recebe atenção constante, principalmente do Serviço de Higienização e Controle de Infecção Hospitalar (SHCIH), responsável pelo monitoramento planejamento, educação e aplicação de ações preventivas e corretivas, destinadas a manter as taxas de infecção dentro dos padrões preconizados pelas autoridades de saúde. Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Hospital São Vicente de Paulo - pág. 14 Hospital São Vicente de Paulo - pág. 15 Dr. Acyr Cunha Cirurgião Pediátrico Também em família, o cirurgião externa o amor que sente pelas crianças. “Meus netos são uma grande alegria na minha vida.” Dr. Acyr Cunha ladeado pelos filhos André e Isabel, também cirurgiões pediátricos do HSVP são. Um erro em uma criança é muito mais grave de que em um adulto. Quatro décadas de cuidado com a saúde infantil A história do cirurgião pediátrico Acyr Cunha no HSVP é um exemplo do clássico do ditado popular “há males que vêm para o bem”. O atual chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do HSVP começou a trabalhar no hospital em 17 de abril de 1971. Nesse dia, quando atuava em seu consultório particular, uma situação de emergência mudaria o rumo de sua carreira. Foi procurado por um amigo médico, cuja filha, de sete meses de idade, apresentava uma grave hemorragia. Como não conseguiu vaga para internar a criança no hospital onde costumava operar, o Dr. Acyr aceitou uma indicação para realizar a cirurgia no HSVP. A partir daí, começava uma trajetória de aprendizado, dedicação e crescimento profissional que já dura mais de 40 anos. O médico Acyr Cunha nunca mediu esforços para fazer o que mais gosta: cuidar de crianças. Para conquistar esse pequeno paciente e deixá-lo mais à vontade nos atendimentos, contribuindo para a realização de um diagnóstico preciso, o Dr. Acyr lança mão de vários artifícios. “Crianças têm medo da figura do doutor, vestido de branco e com estetoscópio na mão. Por isso, faço tudo para que elas não desconfiem de que sou médico. Falo com elas do mesmo jeito que elas falam entre si. Trato as crianças de igual para igual. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 16 Com isso, a comunicação fica mais fácil e o tratamento flui melhor”, diz ele, que vem atendendo, com competência e carinho, as diversas crianças que passam por suas mãos mês após mês. Vice-diretor da Associação Movimento Participação Médica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátrica (Cipe) e da Sociedade de Cirurgia Pediátrica do Rio de Janeiro (Ciperj), Dr. Acyr é também uma referência em cirurgias relacionadas aos distúrbios sexuais infantis, recebendo pacientes de vários estados do Brasil. Ciente de sua responsabilidade frente à carreira escolhida, o médico não se furta ao atendimento aos mais necessitados e acumula muitas horas de trabalho também para o serviço social do HSVP. O amor pela profissão já passou para a segunda geração da família. Os filhos André e Isabel são também cirurgiões pediátricos e atuam com o Dr. Acyr no HSVP desde 1999, sendo motivo de orgulho para o médico. Na entrevista a seguir, ele relembra parte de sua história no hospital e a grande sintonia que sempre existiu entre ele e as irmãs enfermeiras e a área de saúde, que realizavam o atendimento hospitalar. Revista HSVP: Como o senhor decidiu dedicar-se à cirurgia infantil? Revista HSVP: O senhor se tornou uma referência também no tratamento de distúrbios do desenvolvimento sexual infantil. Como isso aconteceu? Acyr Cunha: Realmente, foi tudo um acaso do destino. Nunca pensei em trabalhar com crianças. Eu achava que não tinha vocação para cuidar de crianças, que seria difícil entender uma criança, que não sabe exprimir exatamente o que sente. Depois, fui percebendo que a criança passa mensagens. Trato as crianças de igual para igual. Com isso, a comunicação fica mais fácil e o tratamento flui melhor. É um desafio descobrir o que não está totalmente exteriorizado. Mas, se você faz um trabalho de detetive, chega lá. E esse trabalho de detetive me seduziu. Revista HSVP: Na prática, qual é o maior desafio na cirurgia infantil? AC: Um dos maiores desafios para quem atua na área é lidar com as estruturas frágeis e delicadas das crianças. Se, por exemplo, você corta um determinado vaso de um adulto, é relativamente mais fácil emendar. Já na criança, é tudo miudinho, extremamente difícil. É como consertar um relógio. Você pega aquelas ferramentas pequeninas e realiza a cirurgia com lupas que aumentam a imagem em até três vezes. Ou utiliza, na microcirurgia, o microscópio para ter a imagem ampliada em até 10 vezes. Mesmo com esses recursos, é fundamental atuar com preci- AC: Já realizei cirurgias em mais de 200 crianças com distúrbios de desenvolvimento sexual, como a genitália ambígua. Cerca de 80% eram pacientes sociais, cuja família não tinha um tostão no bolso. Mas todos foram atendidos e tratados por mim e pelo hospital da melhor forma possível. Por isso, estou aqui há mais de 40 anos e criei raízes. Nesse sentido, foi muito importante o papel das irmãs, que sempre atuaram na área médica deste hospital com competência e dedicação. A perfeita sintonia no trabalho e o respeito mútuo foram fundamentais. A irmã Rosa Clarizia foi a melhor psicóloga para pacientes com o distúrbio de desenvolvimento sexual que eu já vi. Já as Irmãs enfermeiras prestaram a melhor assistência possível a esses pacientes. Irmã Zenóbia Torres, Irmã Mathilde, Irmã Isabel, Irmã Maria das Dores .... Todas eram as melhores assistentes que poderia ter. Revista HSVP: Desde o início de sua trajetória no HSVP o que mais o marcou? AC: Há duas frases que nunca saíram da minha memória. A Irmã Mathilde disse uma vez que, “nesse hospital, o paciente tem o que necessita, não o que pode pagar”. Já o Dr. Carlos Sá, na inauguração da ala nova do hospital, construída no local onde antes era um bosque, disse que “talvez a única justificativa para derrubar um bosque fosse construir um local para cuidar de vidas”. E é isso o que fazemos de melhor por aqui, cada dia. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 17 HSVP é 100% certificado pela ABNT Por 18 anos consecutivos, a instituição é a única do Rio de Janeiro a manter selo de qualidade NBR/ISO 9001/2008 Os médicos Luis Antônio de Carvalho, Esmeralci Ferreira e Luis Antônio Almeida Campos foram alguns dos especialistas externos convidados para a Jornada Multidisciplinar de 2012 pelo coordenador do evento, o cardiologista Cyro Vargues (da esquerda para a direita) VII Jornada Multidisciplinar Em dezembro, médicos de diferentes especialidades e profissionais da saúde tiveram a oportunidade de debater e se reciclar sobre importantes temas ligados às práticas clínica e cirúrgica. Durante os dois dias da VII Jornada Multidisciplinar estiveram em pauta o tratamento multidisciplinar do idoso; a radiologia intervencionista e a neurologia no tratamento do Alzheimer, além das principais inovações em oftalmologia, ortopedia, cardiologia, hemodinâmica e oncologia. Foram destaque as mesas-redondas sobre cirurgias cardíaca e hemodinâmica, com mediação do coordenador do Serviço de Hemodinâmica do HSVP, o cardiologista Cyro Vargues, e sobre o panorama da cirurgia oncológica, mediada pelo cirurgião Alemar Salomão, coordenador do Serviço de Cirurgia Geral da instituição. Mais de 200 pessoas, profissionais e estudantes, participaram de diferentes momentos do evento, que contou também com palestrantes externos, como Fábio Meira da Silva, enfermeiro da Amil, que falou sobre reabsorção óssea pós-trauma; a psicóloga Maria Cristina Moraes Perdigão, responsável pelo Serviço de Psicologia do Hospital de Câncer I/INCA, que abordou os tratamentos oncológicos e seus efeitos entre pacientes, familiares e equipes de saúde; o médico Luiz Antônio de Carvalho, do Hospital Pró-Cardíaco, que comentou o estágio atual do implante percutâneo de válvula aórtica no Brasil, além dos médicos Luiz Antônio Almeida Campos (UERJ/Hospital da Unimed) e Esmeralci Ferreira (UERJ/Clinica Statuscor), que dissertaram sobre a síndrome coronária aguda, o risco trombótico, o risco hemorrágico, novos antiplaquetários e as guidelines. Dentro do tema Abordagem Multidisciplinar de Feridas, Marcela Lopes, enfermeira da empresa V.A.C. Therapy, mostrou como funciona o Sistema de Terapia V.A.C./Cicatrização Assistida a Vácuo. “Foi mais um ano de positiva troca de conhecimentos”, comemorou o Dr. Cyro Vargues, organizador do evento. Emoção e fé para o conforto dos pacientes O HSVP promoveu, na tarde do dia 18, sua tradicional Cantata de Natal. Desde 2009, sempre em dezembro, funcionários, médicos e voluntários da Pastoral da Saúde percorrem as dependências do hospital cantando músicas sacras e canções natalinas para os pacientes internados, acompanhantes e colaboradores. O coral é regido pelo maestro Márcio Aquino, que acompanha os cantores durante toda a apresentação. “A cada porta que se abre para nossas canções, é possível perceber grande emoção. Cantamos no hospital por cerca de três horas e ensaiamos o ano inteiro para fazer bonito,” conta a secretária da Pastoral da Saúde, Celeste Barcelos, responsável pelo evento. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 18 D esde o ano de 1947, a Organização Internacional para Padronização – ISO (do inglês International Organization for Standardization) – credencia serviços e produtos em todo o mundo, por meio de avaliações que concedem selos de qualidade. Atualmente, a organização está presente em mais de 170 países e já definiu o padrão de qualidade de, pelo menos, 750 mil organizações públicas e privadas. No Brasil, o selo ISO é expedido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e atesta a conformidade dos serviços prestados com os padrões mundiais de qualidade. O Hospital São Vicente de Paulo acaba de receber mais uma renovação ISO 9001/2008, que é válida por mais 3 anos. Com o selo, o HSVP se torna o único hospital em todo o estado do Rio de Janeiro a receber certificação total, válida para todos os serviços de saúde prestados ao cliente. Foram analisados os serviços médicos, de enfermagem, laboratoriais e de imagem, entre outros. A primeira certificação veio em 1994 e, desde então, o HSVP vem adquirindo renovações consecutivas cada triênio. Para Marcelo Dias, analista de Certificação de Sistemas de Gestão da ABNT, a renovação da certificação ISO 9001/2008 representa uma segurança a mais para os pacientes do HSVP, que é o único hospital no Rio de Janeiro a manter renovações ininterruptas desde a primeira aquisição do selo. “Essa continuidade ainda não é frequente em outros hospitais brasileiros”, observa. A CEO do HSVP, Irmã Marinete Tibério, explica que a renovação do selo é decorrente, também, dos constantes investimentos em qualidade, tanto técnica quanto operacional. “Um exemplo disso é a conclusão da implantação do Tasy no hospital”, pontua a diretora. O sistema Tasy é uma plataforma que organiza e dinamiza todo o trabalho interno de uma instituição. Ele contempla módulos de gestão financeira, fluxo de informações internas, recursos humanos e controle dos processos. Sua adoção proporcionou mais integração entre os setores do hospital e a agilidade nos processos, refletindo-se também em qualidade para o paciente. “Ficamos muito felizes por mais essa renovação do ISO, já que ela é fruto de muito trabalho e empenho de todas as nossas equipes. Esse resultado só reforça a nossa política interna e a postura que divulgamos publicamente: a qualidade está em nosso DNA”, finaliza a gestora. Hospital São Vicente de Paulo - pág. 19