ACESSÓRIOS ODONTOLÓGICOS, 4ª edição Linda R. Bartolomucci Boyd MANUAL DE ODONTOPEDIATRIA, 3ª edição Angus C. Cameron Richard P. Widmer MCCRACKEN PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL, 12ª edição Alan B. Carr David T. Brown PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA Leonardo Marchini Jarbas Francisco Fernandes dos Santos AF_Sakaguchi3.indd 1 13ª EDIÇÃO Mantenha-se atualizado neste campo de rápida mudança! De conceitos fundamentais a habilidades avançadas, este texto detalha tudo o que você precisa saber para compreender as bases científicas de seleção de materiais dentários para o planejamento e execução de restaurações. Você aplicará seu conhecimento a cenários clínicos realísticos no conjunto de problemas propostos ao final de cada capítulo, assegurando a você uma vantagem na prática odontológica. Conceitos essenciais e conhecimento prático mais recente — tudo em uma fonte confiável! · Novo projeto e ilustrações em cores fornecem impacto visual mais efetivo, para maior clareza e melhor entendimento. · O conteúdo organizado logicamente enfatiza evidência científica e é apresentado na ordem dos procedimentos clínicos. · Revisões fundamentais refletem os avanços mais recentes na ciência de esmalte, dentina, biofilmes, testes mecânicos, cerâmicas, polímeros e compósitos. Classificação de Arquivo Recomendada ODONTOLOGIA MATERIAIS DENTÁRIOS www.elsevier.com.br/odontologia 13a edição Consulte nosso catálogo completo e últimos lançamentos em www.elsevier.com.br/odontologia MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES SAKAGUCHI | POWERS OCLUSÃO DENTÁRIA: CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES MANUAL DE INSTRUMENTAIS E CRAIG Outros livros da Elsevier em Odontologia: Experimente uma abordagem prática e focada no desenvolvimento de materiais dentários restauradores! CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES RONALD L. SAKAGUCHI, DDS, MS, PHD, MBA Associate Dean for Research and Innovation Professor Division of Biomaterials and Biomechanics Department of Restorative Dentistry School of Dentistry Oregon Health and Science University Portland, Oregon JOHN M. POWERS, PHD Editor The Dental Advisor Dental Consultants, Inc Ann Arbor, Michigan Ronald L. SAKAGUCHI John M. POWERS Professor of Oral Biomaterials Department of Restorative Dentistry and Biomaterials UTHealth School of Dentistry The University of Texas Health Science Center at Houston Houston, Texas TRADUÇÃO DA 13a EDIÇÃO 6/26/12 6:04 PM Craig MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES C0095.indd I 7/9/12 9:09:57 PM C0095.indd II 7/9/12 9:09:57 PM Craig MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES 13a EDIÇÃO EDITADO POR Ronald L. Sakaguchi, DDS, MS, PhD, MBA Associate Dean for Research and Innovation Professor Division of Biomaterials and Biomechanics Department of Restorative Dentistry School of Dentistry Oregon Health and Science University Portland, Oregon John M. Powers, PhD Editor The Dental Advisor Dental Consultants, Inc Ann Arbor, Michigan Professor of Oral Biomaterials Department of Restorative Dentistry and Biomaterials UTHealth School of Dentistry The University of Texas Health Science Center at Houston Houston, Texas C0095.indd III 7/9/12 9:09:57 PM © 2012 Elsevier Editora Ltda. Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby, Inc. um selo editorial Elsevier Inc. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. ISBN: 978-85-352-5511-9 Copyright © 2012, 2006, 2002, 1997, 1993, 1989, 1985, 1980, 1975, 1971, 1968, 1964, 1960 by Mosby Inc., an affiliate of Elsevier Inc. This edition of Craig’s Restorative Dental Materials, Thirteenth Edition by Ronald L. Sakaguchi, John M. Powers. is published by arrangement with Elsevier Inc. ISBN: 978-0-323-08108-5 Capa Studio Creamcrackers Editoração Eletrônica Thomson Digital Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, n° 111 – 16° andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ Rua Quintana, n° 753 – 8° andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Serviço de Atendimento ao Cliente 0800 026 53 40 [email protected] Consulte também nosso catálogo completo, os últimos lançamentos e os serviços exclusivos no site www.elsevier.com.br Nota Como as novas pesquisas e a experiência ampliam o nosso conhecimento, pode haver necessidade de alteração dos métodos de pesquisa, das práticas profissionais ou do tratamento médico. Tanto médicos quanto pesquisadores devem sempre basear-se em sua própria experiência e conhecimento para avaliar e empregar quaisquer informações, métodos, substâncias ou experimentos descritos neste texto. Ao utilizar qualquer informação ou método, devem ser criteriosos com relação a sua própria segurança ou a segurança de outras pessoas, incluindo aquelas sobre as quais tenham responsabilidade profissional. Com relação a qualquer fármaco ou produto farmacêutico especificado, aconselha-se o leitor a cercar-se da mais atual informação fornecida (i) a respeito dos procedimentos descritos, ou (ii) pelo fabricante de cada produto a ser administrado, de modo a certificar-se sobre a dose recomendada ou a fórmula, o método e a duração da administração, e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base em sua experiência pessoal e no conhecimento de seus pacientes, determinar as posologias e o melhor tratamento para cada paciente individualmente, e adotar todas as precauções de segurança apropriadas. Para todos os efeitos legais, nem a Editora, nem autores, nem editores, nem tradutores, nem revisores ou colaboradores, assumem qualquer responsabilidade por qualquer efeito danoso e/ou malefício a pessoas ou propriedades envolvendo responsabilidade, negligência etc. de produtos, ou advindos de qualquer uso ou emprego de quaisquer métodos, produtos, instruções ou ideias contidos no material aqui publicado. O Editor CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ G77 Graig, materiais dentários restauradores / [editado por Ronald L. Sakaguchi, John M. Powers; tradução de Cintia Garcia Cardoso ... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 416p.: il.; 24 cm Tradução de: Graig’s Restorative dental materials, 13th ed. Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-352-5511-9 1. Materiais dentários. I. Craig, Robert G. (Robert George), 1923-. II. Powers, John M., 1946-. III. Sakaguchi, Ronald L. I. Título. 12-3583. C0100.indd iv CDD: 617.695 CDU: 616.314:315.46 6/21/12 6:14:35 PM Revisão Científica e Tradução REVISÃO CIENTÍFICA Roberto Ruggiero Braga Professor Titular do Departamento de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) TRADUÇÃO Caroline Cotes Marinho (Caps. 11 e 14) Mestre e Doutoranda em Odontologia Restauradora (Prótese Dentária) pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP Cintia Garcia Cardoso (Caps. 7, 12 e 13) Especialista em Dentística pela ABO-RJ Mestre em Saúde Pública pela ENSP da Fundação Oswaldo Cruz Fernanda Campos (Cap. 5) Mestre e doutoranda em Odontologia Restauradora (Prótese Dentária) pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP Igor Iuco Castro da Silva (Cap. 6, Apêndice e Índice) Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) Especialista em Gestão de Saúde Pública pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Mestre em Patologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Doutorando em Odontologia pela UFF Marcela Filizola (Cap. 10) Graduada em Língua e Literatura pela PUC-Rio Mariana Marquezan (Cap. 1) Mestre e Doutoranda em Odontologia (Ortodontia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mayra Cardoso (Cap. 15) Doutoranda em Odontologia Restauradora (Prótese Dentária) pela UNESP Mestre em Prótese Dentária pela UERJ Especialista em Prótese Dentária pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) Mônica Tirre de Souza Araújo (Cap. 8) Professora Adjunta de Ortodontia da UFRJ Especialista em Dentística Mestre e Doutora em Odontologia (Ortodontia) v C0105.indd v 6/21/12 6:27:50 PM vi REVISÃO CIENTÍFICA E TRADUÇÃO Rodrigo Tiossi (Caps. 3 e 16) Professor convidado do Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico (ILAPEO) Especialista em Prótese Dental Mestre e Doutor em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP) Pós-doutorando pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP) Sueli Toledo Basile (Cap. 2) Tradutora Consultora Empresarial para Registro de Produtos na ANVISA - Ministério da Saúde. Taís Munhoz (Caps. 4 e 9) Mestre e Doutora em Engenharia de Materiais - Área de Concentração Biomateriais (PEMM-COPPE-UFRJ) C0105.indd vi 6/21/12 6:27:50 PM Colaboradores Roberto R. Braga, DDS, MS, PhD Professor Department of Dental Materials School of Dentistry University of São Paulo São Paulo, SP, Brazil Grayson W. Marshall, DDS, MPH, PhD Distinguished Professor and Chair Division of Biomaterials and Bioengineering Vice-Chair, Department of Preventive and Restorative Dental Sciences School of Dentistry University of California San Francisco San Francisco, California Capítulo 5 Capítulo 13 Capítulo 2 Isabelle L. Denry, DDS, PhD Professor Department of Prosthodontics and Dows Institute for Dental Research College of Dentistry The University of Iowa Iowa City, Iowa Sally J. Marshall, PhD Vice Provost, Academic Affairs Director of the Office of Faculty Development and Advancement Distinguished Professor Division of Biomaterials and Bioengineering Department of Preventive and Restorative Dental Sciences School of Dentistry University of California San Francisco San Francisco, California Capítulo 11 Jack L. Ferracane, PhD Professor and Chair Department of Restorative Dentistry Division Director, Biomaterials and Biomechanics School of Dentistry Oregon Health & Science University Portland, Oregon Capítulo 2 John C. Mitchell, PhD Associate Professor Division of Biomaterials and Biomechanics Department of Restorative Dentistry School of Dentistry Oregon Health and Science University Portland, Oregon Capítulo 6 Sharukh S. Khajotia, BDS, MS, PhD Professor and Chair Department of Restorative Dentistry College of Dentistry University of Oklahoma Health Sciences Center Oklahoma City, Oklahoma Capítulo 6 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 2 Sumita B. Mitra, PhD Partner Mitra Chemical Consulting, LLC West St. Paul, Minnesota David B. Mahler, PhD Professor Emeritus Division of Biomaterials and Biomechanics Department of Restorative Dentistry School of Dentistry Oregon Health and Science University Portland, Oregon Capítulo 9 Capítulo 13 Kiersten L. Muenchinger, AB, MS Program Director and Associate Professor Product Design School of Architecture and Allied Arts University of Oregon Eugene, Oregon Capítulo 10 Capítulo 3 vii C0110.indd vii 6/21/12 6:33:52 PM viii COLABORADORES Carmem S. Pfeifer, DDS, PhD Research Assistant Professor Department of Craniofacial Biology School of Dental Medicine University of Colorado Aurora, Colorado Capítulo 4 Capítulo 5 John M. Powers, PhD Editor The Dental Advisor Dental Consultants, Inc. Ann Arbor, Michigan Professor of Oral Biomaterials Department of Restorative Dentistry and Biomaterials UTHealth School of Dentistry The University of Texas Health Science Center at Houston Houston, Texas Ronald L. Sakaguchi, DDS, MS, PhD, MBA Associate Dean for Research and Innovation Professor Division of Biomaterials and Biomechanics Department of Restorative Dentistry School of Dentistry Oregon Health and Science University Portland, Oregon Capítulo 1 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 12 Capítulo 14 C0110.indd viii 6/21/12 6:33:52 PM Para os muitos mentores e colegas que colaboraram conosco. C0115.indd ix 6/21/12 6:37:37 PM Agradecimentos vários outros da Elsevier por seu trabalho e contribuições ao livro. Por último, agradecemos aos nossos colegas em nossas respectivas instituições por muitos diálogos informais e sugestões oferecidas e às nossas famílias, que se colocaram conosco em nossos computadores até tarde da noite e em muitos finais de semana. Isso verdadeiramente leva uma comunidade a criar uma linha de trabalho como este livro didático e nós agradecemos a todos. Nós somos profundamente gratos a John Dolan, Editor-Executivo da Elsevier, por sua orientação no planejamento inicial e aprovação deste projeto, e a Brian Loher, Editor de Desenvolvimento Sênior da Elsevier, por suas muitas sugestões, apoio e estímulo ao longo do processo do projeto e da escrita do manuscrito. Jodie Bernard e sua equipe de programadores visuais foram surpreendentes na habilidade de criar novas imagens de quatro cores a partir das figuras originais em preto e branco. Nós agradecemos a Sara Alsup, Gerente de Projetos Associada da Elsevier, e sua equipe de editores de texto pela grandiosa melhora de estilo, consistência e legibilidade do texto. Agradecimentos também a Ronald L. Sakaguchi John M. Powers x C0120.indd x 6/21/12 6:42:11 PM Prefácio a de Odontologia da Northwestern University. Os doutores Bill e Sally Marshall foram instrutores para aqueles cursos. Após muitos anos de preceptoria recebida dos doutores Bill Douglas e Ralph DeLong e da Sra. Maria Pintado, da University of Minnesota, Dr. Sakaguchi juntou-se à equipe de pesquisa em biomateriais na Escola de Odontologia de OHSU com os doutores David Mahler, Jack Mitchem e Jack Ferracane. O laboratório de OHSU beneficiou-se de contribuições de muitos professores visitantes, colegas de pós-doutorado e alunos de gradução, incluindo a Dra. Carmem Pfeifer, que conduziu sua pesquisa de doutorado em nosso laboratório. Nossos agradecimentos aos muitos mentores que generosamente contribuíram, direta ou indiretamente, para esta edição do livro. Nós acolhemos os seguintes novos colaboradoa res para a 13 edição e agradecemos a todos por seus esforços e sua experiência: Drs. Bill e Sally Marshall, da University of Califórnia, San Francisco (UCSF); Dr. Sumita Mitra, da Mitra Chemical Consulting, LLC, e muitos anos da 3M ESPE; Dr. Jack Ferracane, da OHSU; Dr. Roberto Braga, da Universidade de São Paulo; Dr. Sharukh Khajotia, da University of Oklahoma; Dra. Carmem Pfeifer, da University of Colorado; e Professor Kiersten Muenchinger, da University of Oregon. Nós também agradecemos aos seguintes autores, citados por suas valorosas contribuições e a refinamentos de conteúdo na 13 edição: Dr. David Mahler, da OHSU; Dr. John Mitchell, da OHSU; e Dra. Isabelle Denry, da University of Iowa (anteriormente, The Ohio State University). A organização desta edição foi modificada bastante para refletir a sequência de conteúdo apresentado a estudantes de graduação em Odontologia da OHSU. Os capítulos foram organizados por procedimentos clínicos principais. O Capítulo 2 apresenta novo conteúdo sobre esmalte, dentina, junção amelodentinária e biofilmes. O Capítulo 3, outro capítulo novo, descreve os conceitos do projeto do produto e suas aplicações na seleção de materiais restauradores e no plano de tratamento. Fundamentos de ciência dos materiais, incluindo a apresentação de propriedades físicas e mecânicas, os conceitos de biomecânica, química de superfície e propriedades ópticas são consolidadas no Capítulo 4. Testes de materiais são discutidos A 13 edição deste livro didático clássico foi reescrita para incluir os desenvolvimentos mais recentes na ciência dos biomateriais dentários e novos materiais para uso clínico. Um de nossos objetivos para esta edição foi incluir mais aplicações e exemplos clínicos, com a esperança de que este livro seja mais útil para os dentistas atuantes na clínica. O livro continua a ser planejado para estudantes de graduação em Odontologia e também propicia uma excelente atualização da ciência de biomateriais dentários e aplicações clínicas de materiais restauradores para estudantes em programas de pós-graduação e residências. O Dr. Ronald L. Sakaguchi é o novo editor-chefe desta edição. Dr. Sakaguchi obteve bacharelado em Cibernética pela University of Califórnia, Los Angeles (UCLA), graduação em Odontologia pela Northwestern University, mestrado em Prótese Dentária pela University of Minnesota e doutorado em Biomateriais e Biomecânica pela Thames Polytechnic (hoje University of Greenwich, Londres). Ele é atualmente Pró-Reitor Associado de Pesquisa e Inovação e professor na Divisão de Biomateriais e Biomecânica no Departamento de Odontologia Restauradora na Oregon Health & Science University (OHSU), em Portland, Oregon. O Dr. John M. Powers é o novo coeditor desta a edição. Ele atuou como editor-chefe da 12 edição e contribuiu com oito edições anteriores. Dr. Powers obteve bacharelado em Química e doutorado em Engenharia Mecânica e Materiais Dentários pela University of Michigan, foi membro de faculdade da Escola de Odontologia da University of Michigan por muitos anos, e atualmente é professor de Biomateriais Orais no Departamento de Odontologia Restauradora e Biomateriais na UTHealth School of Dentistry, The University of Texas Health Science Center, em Houston. Ele foi primeiramente Diretor do Houston Biomaterials Research Center . Dr. Powers é também vice-presidente sênior da Dental Consultants, Inc., e é coeditor de The Dental Advisor. A equipe de editores e autores para esta edição abrange três gerações de pesquisadores e educadores em Odontologia. Dr. Sakaguchi teve seu primeiro contato com a ciência de biomateriais dentários como aluno do primeiro ano na Escola xi C0125.indd xi 6/22/12 10:19:41 AM XII PREFÁCIO no largamente revisado Capítulo 5, que tem maior ênfase em métodos de teste e padronizações contemporâneos. O Capítulo 14, novo nesta edição, é dedicado às técnicas de imagem digital e pro- C0125.indd xii cessamento e aos materiais para esses métodos. Todos os outros capítulos foram reorganizados e atualizados com a ciência e as aplicações mais recentes. 6/22/12 10:19:41 AM Sumário Capítulo 1: O Papel e a Importância dos Materiais Dentários Restauradores, 1 Escopo dos Materiais Utilizados em Odontologia Restauradora, 2 Ciências Básicas Aplicadas aos Materiais Restauradores, 2 Aplicação de Várias Ciências, 3 Futuros Desenvolvimentos em Biomateriais, 3 Capítulo 2: O Ambiente Oral, 5 Esmalte, 6 O Mineral, 8 Dentina, 10 Propriedades Físicas e Mecânicas, 15 A Junção Amelodentinária, 18 Biofilmes Orais e Materiais Dentários Restauradores, 18 Capítulo 3: Critérios para o Desenvolvimento de Materiais Dentários Restauradores, 27 Ciclo de Projeto, 28 Evidências Usadas no Desenvolvimento de Produtos, 29 Odontologia Baseada em Evidências, 29 Evidência do Paciente, 29 Evidências de Laboratório (In Vitro), 30 Criando o Plano, 31 Construindo a Restauração, 33 Capítulo 4: Fundamentos da Ciência dos Materiais, 35 Propriedades Mecânicas, 36 Força, 36 Tensão, 37 Curvas Tensão-Deformação, 39 Viscoelasticidade, 47 Propriedades Mecânicas Dinâmicas, 51 Propriedades Mecânicas de Superfície, 53 Estado Coloidal, 55 Difusão através de Membranas e Pressão Osmótica, 56 Adsorção, Absorção e Sorção, 56 Tensão Superficial e Molhamento, 56 Adesão, 59 Propriedades Ópticas, 59 Propriedades Térmicas, 66 Propriedades Elétricas, 71 Outras Propriedades, 76 Resumo, 77 Capítulo 5: Testes de Materiais Dentários e Biomecânica, 89 Resistência à Compressão, 90 Flexão, 90 Resistência à Flexão, 91 Flexão Permanente, 92 Resistência à Tração Diametral, 92 Resistência ao Cisalhamento, 93 Torção, 93 Resistência à Fadiga, 94 Tenacidade à Fratura, 95 Análise Fractográfica, 95 Resistência ao Rasgamento e Energia de Rasgamento, 96 Dureza, 97 Teste de Dureza Brinell, 97 Teste de Dureza Knoop, 97 Teste de Dureza Vickers, 98 Teste de Dureza Rockwell, 98 Teste de Dureza de Barcol, 99 Teste de Dureza Shore A, 99 Nanoindentação, 99 Desgaste, 100 Tempo de Presa, 101 Definição e Importância, 101 Medição, 101 Análise Mecânica Dinâmica, 102 xiii C0130.indd xiii 6/22/12 10:27:26 AM xiv SUMÁRIO Reologia, 102 Calorimetria Diferencial de Varredura, 102 Técnicas de Espectometria, 103 Picnometria, 104 Métodos de Teste da Resistência de União, 104 Teste de Macrocisalhamento, 105 Teste de Macrotração, 105 Teste de Microtração, 105 Testes de Microcisalhamento, 106 Teste de Push-out, 106 Métodos para Medição da Contração e da Tensão durante a Polimerização de Compósitos resinosos, 106 Dilatômetro de Mercúrio, 106 Disco Aderido, 106 AcuVol, 107 Teste MARC (Managing Accurate Resin Curing), 107 Fator de Configuração Cavitária, 108 Análise de Tensões e Desenho das Estruturas Dentárias, 109 Análise por Elementos Finitos, 109 Testes de Tensão de Polimerização, 110 Tensilômetro, 110 Tensômetro, 110 Análise de Trincas, 110 Especificações para Materiais Restauradores, 111 Especificações da American Dental Association, 112 Programa de Aprovação da American Dental Association, 113 Índice de Especificações e Normas Federais, 113 Capítulo 6: Biocompatibilidade e Reação Tecidual a Biomateriais, 117 Avaliando a Biocompatibilidade, 118 Testes In Vitro, 118 Testes em Animais, 121 Testes de Uso, 122 Correlação entre Testes In Vitro, In Vivo e Testes de Uso, 123 Usando Testes In Vitro, In Vivo e Clínicos Juntos, 124 Normalizações que Regulam a Mensuração da Biocompatibilidade, 125 Biocompatibilidade dos Materiais Dentários, 126 Reações da Polpa, 126 Reações de Outros Tecidos Moles Orais a Materiais Restauradores, 134 C0130.indd xiv Reação do Osso e Tecidos Moles a Materiais de Implante, 137 Sumário, 138 Capítulo 7: Classes Gerais de Biomateriais, 145 Metais e Ligas, 146 Estrutura Química e Atômica dos Metais, 146 Estrutura Atômica, 147 Propriedades Físicas dos Metais, 148 Polímeros, 149 Natureza Básica dos Polímeros, 149 Cerâmicas, 153 Compósitos, 154 Capítulo 8: Materiais Preventivos e Intermediários, 159 Selantes de Fóssulas e Fissuras, 160 Selantes Fotopolimerizáveis, 160 Inibição da Polimerização por Ar, 160 Propriedades dos Selantes, 160 Estudos Clínicos, 162 Aplicação de Selantes, 162 Ionômeros de Vidro como Selantes, 163 Compósitos de Baixa Viscosidade como Selantes, 164 Ionômero de Vidro para Prevenir a Progressão da cárie, 164 Composição e Reação, 164 Propriedades, 165 Ionômero de Vidro Modificado por Resina, 166 Composição e Reação, 166 Propriedades, 166 Manipulação, 166 Ionômeros de Vidro Modificados por Resina como Forradores Cavitários, 167 Hidroxido de Cálcio como Forradores Cavitários, 168 Vernizes Fluoretados, 169 Remineralização, 169 Capítulo 9: Materiais Restauradores – Compósitos e Polímeros, 175 Compósitos Universais, 177 Composição, 177 Reações de Polimerização, 185 Apresentação Comercial, 188 6/22/12 10:27:26 AM SUMÁRIO Propriedades dos Compósitos, 190 Visão Geral, 190 Propriedades Físicas, 190 Propriedades Mecânicas, 193 Propriedades Clínicas, 194 Compósitos para Aplicações Especiais, 196 Compósitos Microparticulados, 196 Compósitos Compactáveis (packable composites), 196 Compósitos de Baixa Viscosidade (flowable composites), 197 Compósitos para Uso Laboratorial, 197 Compósitos para Confecção de Núcleos, 197 Compósitos Provisórios, 198 Ionômeros de Vidro, 198 Componentes e Reação de Presa de Ionômeros de Vidro Convencionais, 198 Cermets, 199 Componentes e Reação de Presa de Ionômeros de Vidro Modificados por Resina, 199 Sistema de Ionômero com Tripla Cura, 200 Nanoionômero, 202 Embalagem dos Ionômeros de Vidro, 202 Aplicações Clínicas dos Ionômeros de Vidro, 204 Propriedades dos Ionômeros de Vidro, 204 Compômeros, 206 Composição e Reação de Presa, 206 Propriedades, 206 Manipulação, 206 Aparelhos Fotopolimerizadores, 206 Visão Geral, 206 Aparelhos de Luz Halógena de Quartzo-Tungstênio-Halogênio, 206 Aparelhos LED, 207 Aplicações dos Polímeros em Prótese, 208 Forma e Composição, 208 Capítulo 10: Materiais Restauradores – Metais, 217 Amálgama, 218 Ligas de Amálgama dentário, 218 Processo de Amalgamação, 223 Propriedades Físicas e Mecânicas, 225 Propriedades do Mercúrio, 229 Adesão do Amálgama, 230 Ligas para Fundição Odontológica, 230 Tipos e Composição, 230 Elementos Metálicos Usados em Ligas Dentárias, 232 C0130.indd xv xv Ligas de Au-Pt-Pd, 244 Ligas de Au-Pd, 245 Ligas Au-Pd-Ag, 245 Ligas Pd-Ag, 245 Ligas Pd-Cu, 245 Ligas de Metais Básicos, 245 Exigências Gerais para Ligas de Metais básicos para Uso Odontológico, 246 Ligas de Cobalto-cromo e Níquel-cromo para Fundição de Próteses Parciais Removíveis, 247 Titânio e Ligas de Titânio, 253 Ligas Forjadas, 257 Ligas de Aço Inoxidável Forjado, 258 Liga Forjada de Níquel-titânio, 260 Liga Forjada de Beta-titânio, 261 Capítulo 11: Materiais Restauradores – Cerâmicas, 275 Classificação das Cerâmicas Odontológicas, 276 Classificação pela Indicação, 277 Classificação pelo Método de Fabricação, 277 Classificação pela Fase Cristalina, 277 Aplicações Gerais das Cerâmicas em Próteses Odontológicas, 277 Coroas e Próteses Parciais Fixas Metalocerâmicas, 277 Coroas, Inlays, Onlays e Facetas Totalmente Cerâmicas, 278 Propriedades Mecânicas e Térmicas das Cerâmicas Odontológicas, 278 Métodos de Tenacificação, 278 Métodos de Teste, 279 Dados Comparativos, 280 Propriedades Ópticas das Cerâmicas Odontológicas, 281 Restaurações Totalmente Cerâmicas, 282 Materiais Totalmente Cerâmicos Sinterizados, 282 Materiais Totalmente Cerâmicos Prensados a Quente, 283 Materiais Totalmente Cerâmicos Produzidos pela Técnica da Colagem (Slip-Cast), 285 Materiais Totalmente Cerâmicos Usináveis, 285 Restaurações Metalocerâmicas, 287 Requisitos de um Sistema Metalocerâmico, 288 União Metalocerâmica, 289 Cerâmicas para Restaurações Metalocerâmicas, 291 6/22/12 10:27:26 AM xvi SUMÁRIO Composição e Fabricação de Porcelanas Odontológicas, 291 Composição, 291 Fabricação, 292 Efeito do Desenho das Restaurações Metalocerâmicas, 293 Falha e Reparo em Restaurações Metalocerâmicas, 293 Capítulo 12: Materiais para Replicação – Moldagem e Fundição, 301 Finalidade dos Materiais de Moldagem, 302 Qualidades Desejáveis, 303 Tipos de Materiais de Moldagem, 304 Hidrocoloides de Alginato, 304 Composição e Química, 305 Proporção e Manipulação, 307 Propriedades, 307 Materiais de Moldagem Elastoméricos, 311 Consistências, 311 Sistemas de Mistura, 311 Técnicas de Moldagem, 312 Composição e Reações, 313 Propriedades de Presa, 315 Propriedades Mecânicas, 318 Molhabilidade e Hidrofilização dos Materiais de Moldagem Elastoméricos, 321 Desinfecção de Moldes Elastoméricos, 322 Relação das Propriedades e Aplicação Clínica, 323 Materiais de Registro Oclusal, 323 Materiais de Registro Elastoméricos, 323 Moldeiras, 324 Materiais para Troquel e Modelo, 324 Qualidades Desejáveis de um Material para Modelo ou Troquel, 324 Gesso Comum e Gesso-pedra, 325 Materiais de Epóxi para Troquel, 325 Comparação de Materiais de Moldagem e de Troquel, 325 Produtos de Gipsita, 326 Natureza Química e Física dos Produtos de Gipsita, 326 Fabricação de Gesso Comum, Pedra e Pedra de Alta Resistência, 326 Reação Química, 328 Propriedades, 330 Tempo de Presa, 330 Viscosidade, 332 C0130.indd xvi Dureza Superficial e Resistência à Abrasão, 333 Reprodução de Detalhes, 334 Expansão de Presa, 334 Manipulação, 335 Revestimentos para Fundição, 336 Propriedades Necessárias em um Revestimento, 336 Composição, 337 Revestimentos Aglutinados por Sulfato de Cálcio, 337 Propriedades dos Revestimentos Aglutinados por Sulfato de Cálcio, 337 Efeito da Temperatura sobre o Revestimento, 337 Expansão de Presa do Revestimento Aglutinado por Sulfato de Cálcio, 339 Revestimento Térmico e Higroscópico para Fundição, 340 Revestimento Térmico-Higroscópico para Fundição de Ouro, 341 Revestimento para Fundição de Ligas de Alto Ponto de Fusão, 341 Revestimento para Soldagem, 343 Revestimento para Restaurações de Cerâmica Pura, 344 Capítulo 13: Materiais para Adesão e Cimentação, 353 Princípios de adesão, 354 Sistemas Adesivos, 355 Adesão a Outros Substratos, 361 Reparo de Restaurações de Compósito, Cerâmica e Metalocerâmica, 362 Classificação e Características dos Agentes de Cimentação, 363 Classificação, 363 Biocompatibilidade, 363 Selamento Interfacial e Atividade Anticariogênica, 363 Adesão, 364 Propriedades Mecânicas, 364 Propriedades de Manipulação e Radiopacidade, 364 Viscosidade e Espessura da Película, 364 Solubilidade, 364 Estética, 364 Cimentos Ácido-base, 365 Cimentos de Óxido de Zinco com Eugenol e Livres de Eugenol, 365 6/22/12 10:27:26 AM xvii SUMÁRIO Ionômero de Vidro, 366 Ionômero de Vidro Modificado por Resina, 368 Cimentos à Base de Resina, 370 Cimento de Resina, 370 Cimentos Resinosos Autoadesivos, 372 Cimentos Resinosos para Restaurações Provisórias, 372 Superfícies e Biocompatibilidade, 389 Liberação de Íons, 389 Superfícies, 389 Alterações de Superfície, 390 Recobrimentos de Superfície, 391 Materiais e Processamento dos Implantes, 392 Desafios e o Futuro, 392 Capítulo 14: Capítulo 16: Imagem e Processamento Digital para Restaurações, 377 Engenharia Tecidual, 397 Sistemas CAD/CAM Odontológicos, 378 Moldagem Digital, 378 Programas de Desenho, 379 Dispositivos de Processamento, 380 Resultados Clínicos, 381 Capítulo 15: Implantes Dentários e Orofaciais, 383 Classificação, 384 Implante Endósseo, 384 Osseointegração e biointegração, 385 Fatores que Afetam o Implante Endósseo, 387 Geometria, 387 Magnitude da Força, 387 Duração da Força, 388 Tipo de Força, 388 Diâmetro do Implante, 389 Comprimento do Implante, 389 C0130.indd xvii Enxerto Autógeno, 398 Enxerto Alógeno, 399 Enxerto Xenógeno, 399 Aloplásticos, 399 Estratégias para Engenharia Tecidual, 401 Injeção de Células, 401 Regeneração Tecidual Guiada, 401 Indução Celular, 402 Células Dentro de Arcabouços Matriciais, 403 Células-Tronco, 404 Biomateriais e Arcabouços, 406 Materiais Biológicos, 406 Materiais Cerâmicos e Vítreos, 406 Materiais Poliméricos, 407 Métodos de Cultura Celular, 408 Tecidos Dentários Originados da Engenharia Tecidual, 408 Apêndice 415 Índice 419 6/22/12 10:27:26 AM C0130.indd xviii 6/22/12 10:27:26 AM C A P Í T U L O 2 O Ambiente Oral S U M Á R I O Biofilmes Orais e Materiais Dentários Restauradores Esmalte O Mineral Dentina Propriedades Físicas e Mecânicas Dificuldades em Testes A Junção Amelodentinária 5 C0010.indd 5 6/20/12 4:14:06 PM 2. O AMBIENTE ORAL A 15 B FIGURA 2-10 A dentina desmineralizada é sensível à umidade, contraindo-se durante a secagem. A, A dentina desmineralizada sofre contração quando é seca com o ar, formando uma camada colapsada de colágeno que é difícil para infiltrar com agentes de união. B, Quando mantida úmida, a rede de colágeno permanece aberta e pode ser penetrada pelos agentes de união. (De Marshall GW, et al: J. Dent. 25, 441-458, 1997). da luz dos túbulos está preenchida com mineral. Após o condicionamento, conforme evidenciado na Figura 2-11,C, a dentina peritubular foi removida, mas os túbulos retêm os tampões de mineral precipitado, que são mais resistentes ao condicionamento. Essa resistência ao condicionamento torna o procedimento adesivo mais difícil. Diversas outras formas de dentina transparente são formadas como resultado de diferentes processos. Uma segunda forma de dentina transparente é consequência de bruxismo. Uma forma adicional de dentina transparente é resultado de envelhecimento, quando a dentina da raiz se torna gradualmente transparente. Além dessas, as lesões cervicais não cariosas (LCNC), com frequência denominadas de lesões de abfração ou de entalhe, formam-se nas junções esmalte-cemento ou esmalte-dentina, normalmente nas superfícies vestibulares. A etiologia dessas lesões não é clara até o momento; sua formação tem sido atribuída à abrasão, à flexão do dente, à erosão ou alguma combinação desses processos. De qualquer forma, essas lesões ocorrem com maior frequência com o envelhecimento, e a dentina exposta se torna transparente quando os túbulos são preenchidos. A Figura 2-12 mostra exemplos de dentina transparente na qual a luz dos túbulos está completamente preenchida. As propriedades da dentina transparente podem diferir de uma para outra, dependendo do processo que levou ao depósito do mineral nos túbulos. Diversos estudos mostraram que as propriedades elásticas da dentina intertubular não são alteradas pelo envelhecimento, embora a estrutura possa se tornar mais susceptível à fratura. De forma similar, C0010.indd 15 lesões de cáries estacionárias conterão dentina transparente denominada muitas vezes de dentina esclerótica, uma terminologia que significa que ela pode ser mais dura do que a dentina normal. Entretanto, outros estudos indicam que as propriedades elásticas da dentina intertubular podem ser inalteradas ou inferiores àquelas apresentadas pela dentina normal. Propriedades Físicas e Mecânicas Variações marcantes nos elementos estruturais da dentina localizados dentro de um mesmo dente significam que as propriedades da dentina podem variar consideravelmente dependendo da localização. Em outras palavras, uma estrutura variável conduz a propriedades variáveis. Tendo em vista que uma das principais funções da estrutura dentária é resistir à deformação sem se fraturar, é interessante conhecer as forças a que são submetidos os dentes durante a mastigação. Mensurações apresentam valores nas pontas das cúspides de cerca de 77 kg distribuídos sobre a área das pontas das cúspides de 0,039 cm2, o que resulta em uma tensão de cerca de 200 MPa. Dificuldades em Testes Na Tabela 2-2, são apresentados valores para algumas propriedades importantes do esmalte e da dentina. A ampla dispersão dos valores encontrados na literatura é notável. Algumas das razões para essas discrepâncias devem ser compreendidas e levadas em consideração na prática, ou ao se estudar a literatura. 6/20/12 4:14:13 PM 16 CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES Trans 10 20 30 40 A B 10 20 30 C 40 FIGURA 2-11 Dentina transparente associada a lesões cariosas. A, Lesão cariosa mostrando zonas de dentina cariosa reveladas por coloração, incluindo a zona transparente acinzentada. B, Microscopia de força atômica (MFA) de dentina transparente cariosa antes do condicionamento. C, Após o condicionamento, a luz dos túbulos permanece preenchida, mesmo quando a dentina peritubular foi removida pelo condicionamento (A de Zheng L, et al.: Eur. J. Oral Sci. 111, 243-252, 2003; B e C de Marshall GW, et al: Dent. Mater. 17, 45-52, 2001b). Em primeiro lugar, dentes humanos são pequenos e, portanto, é difícil obter amostras grandes e fixá-las de tal forma que seja possível medir suas propriedades. Isso torna difícil o uso de testes mecânicos padrões, tais como os testes de tração, compressão ou cisalhamento. Quando dentes são testados em relação a procedimentos adesivos, o problema é ainda mais complicado, e testes especiais foram desenvolvidos para conhecer essas propriedades com maior profundidade. A partir da discussão anterior sobre as variações estruturais, C0010.indd 16 torna-se claro também que testar amostras tão heterogêneas e pequenas significa que as propriedades não serão uniformes. Outro problema é a grande variação na estrutura em ambos os tecidos. Os prismas do esmalte geralmente são alinhados de forma perpendicular à JAD, ao passo que os túbulos dentinários alteram sua densidade numérica com a profundidade, à medida que se aproximam da câmara pulpar. O preparo de uma amostra uniforme, com as estruturas seguindo uma única direção, é desafiador. Além disso, as 6/20/12 4:14:13 PM 2. 19 O AMBIENTE ORAL Esmalte JDE Trincas Dentina A 50 m B 50 m C D Cristais de apatita Esmalte JAD E Dentina FIGURA 2-13 As trincas no esmalte parecem interromper-se na junção amelodentinária (JAD). A, Trincas no esmalte vistas em pequeno aumento. B, As trincas geradas por indentação terminam próximas ou na JAD recortada (na cor laranja). C, Recortes amplos nos molares. D, Recortes menores nos dentes anteriores. E, Cristais de esmalte estão praticamente em contato com os cristais da dentina na JAD, formando uma união opticamente fina, porém funcionalmente ampla. (A, C-E de Marshall SJ, et al: J. European Ceram. Soc. 23, 2897-2904, 2003; B from Imbeni V, et al: Nature Mater. 4, 229-232, 2005). C0010.indd 19 6/20/12 4:14:14 PM C A P Í T U L O 6 Biocompatibilidade e Reação Tecidual a Biomateriais S U M Á R I O Avaliando a Biocompatibilidade Testes In Vitro Testes de Citotoxicidade Testes de Metabolismo Celular ou Função Celular Testes Que Usam Barreiras (Testes Indiretos) Outros Ensaios de Função Celular Ensaios de Mutagênese Testes em Animais Testes de Uso Testes de Irritação da Polpa Dentária Implantes Dentários em Osso Testes Clínicos em Mucosa e Gengiva Correlação entre Testes In Vitro, In Vivo e Testes de Uso Usando Testes In Vitro, In Vivo e Clínicos Juntos Normalizações que Regulam a Mensuração de Biocompatibilidade Especificação n.o 41 ANSI/ADA ISO 10993 Biocompatibilidade dos Materiais Dentários Reações da Polpa Microinfiltração Adesão Dentinária Agentes de União Materiais Resinosos Amálgama e Ligas para Fundição Ionômeros de Vidro Forradores, Vernizes e Cimentos Não Resinosos Agentes Clareadores Reações de Outros Tecidos Moles Orais a Materiais Restauradores Reação do Osso e Tecidos Moles a Materiais de Implante Reações a Materiais de Implante Cerâmicos Reações a Metais e Ligas para Implante Reações a Materiais Reabsorvíveis Resumo 117 C0030.indd 117 6/22/12 9:51:21 AM 138 CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES tecidos sadios por mais de três décadas. Ligas de titânio-alumínio-vanádio (Ti-6Al-4V) também têm sido usadas com sucesso. Essa liga é significativamente mais resistente do que o titânio comercialmente puro (Ti PC), tem melhor resistência à fadiga, mas tem a mesma rigidez desejável e propriedades térmicas do metal comercialmente puro. Embora implantes de titânio e de liga de titânio tenham taxas de corrosão que são marcadamente menores do que outros implantes metálicos, eles liberam titânio no corpo. Atualmente, não há evidência de que a liberação de íons de titânio seja um problema local ou sistêmico. Contudo, permanecem questões sobre o risco representado pelo alumínio e pelo vanádio liberados das ligas. Em tecidos moles, a ligação que o epitélio forma com o titânio é morfologicamente similar àquela formada com o dente, mas essa interface não foi totalmente caracterizada. O tecido conjuntivo aparentemente não se liga ao titânio, mas forma uma interface selada bastante efetiva que limita o ingresso de bactérias e produtos bacterianos. Técnicas estão sendo desenvolvidas para limitar a migração apical do epitélio e a perda de altura óssea ao redor do implante porque isso levará à perda do implante. Peri-implantite é agora uma doença registrada ao redor dos implantes e envolve muitas das mesmas bactérias da periodontite. O papel do material de implante ou dos componentes liberados por ele na progressão da peri-implantite não são conhecidos. Reações a Materiais Reabsorvíveis Inicialmente, a escolha de materiais para implantes na cavidade oral dependeu da disponibilidade comercial do material, com a maioria dos materiais objetivando minimizar a resposta imune ao material implantado. Com a sobrevida dos materiais implantados por mais de décadas, o pensamento predominante começou a mudar, da ênfase de alcançar exclusivamente uma reposta tecidual benigna (ou de tolerância) para a produção de materiais bioativos que pudessem estimular ação e reação controladas no ambiente fisiológico. Continuando nesse sentido, foram desenvolvidos biomateriais reabsorvíveis que exibem degradação e reabsorção química controladas e clinicamente apropriadas. Nesses materiais, o problema da interface tecido-material é resolvida, porque os materiais provocam uma resposta fisiológica para a substituição do material com tecidos regenerados. Um dos exemplos mais antigos desses materiais foi o desenvolvimento de suturas reabsorvíveis. Esses materiais foram compostos de C0030.indd 138 um copolímero de ácido polilático (PLA) e ácido poliglicólico (PGA). Quando implantados no corpo, eles sofrem uma decomposição em CO2 e H2O. No meio da década de 1980, o uso clínico de suturas poliméricas reabsorvíveis se tornou bastante difundido. Logo em seguida, surgiram placas e parafusos reabsorvíveis para fixação de fraturas, membranas de regeneração tecidual guiada e sistemas controlados de liberação de medicamentos. Embora geralmente bem tolerados pelos tecidos in vivo, a reabsorção desses materiais depende do volume de material implantado e, pelo fato de esses materiais se degradarem em subprodutos ácidos, a subsequente queda no pH nos tecidos circundantes pode causar uma resposta inflamatória. Outros materiais poliméricos como policaprolactona e derivados do hialuronato, bem como polímeros naturais como colágenos reticulados, amido e celulose estão atualmente sendo investigados pela sua capacidade de reabsorção in vivo após cumprirem sua função como um implante. RESUMO A biocompatibildiade de um material dentário depende de sua composição, localização e interação com a cavidade oral. Materiais metálicos, cerâmicos e poliméricos causam respostas biológicas diferentes devido às diferenças na composição. Além disso, respostas biológicas diversas desses materiais dependem se eles liberam seus componentes e se esses componentes são tóxicos, imunogênicos ou mutagênicos nas concentrações liberadas. A localização do material na cavidade oral determina, em parte, a sua biocompatibilidade. Materiais que são biocompatíveis em contato com a superfície da mucosa oral podem causar reações adversas se forem implantados subjacentes a ela. Materiais que são tóxicos em contato direto com a polpa podem ser essencialmente inócuos se colocados em dentina ou esmalte. Finalmente, as interações entre o material e o corpo influenciam a biocompatibilidade do material. Uma resposta do material a mudanças de pH, a aplicação de força ou o efeito de fluidos biológicos podem alterar sua biocompatibilidade. Características superficiais de um material podem promover ou dificultar a adesão de bactérias, células do hospedeiro ou moléculas biológicas. Esses efeitos também determinam se o material promoverá retenção de placa, integração com o osso ou adesão à dentina. 6/22/12 9:51:24 AM 6. BIOCOMPATIBILIDADE E REAÇÃO TECIDUAL A BIOMATERIAIS 139 PROBLEMAS SELECIONADOS PR OB LEMA 1 Solução Você tem um grupo de seis materiais, todos os quais podem ser classificados como compósitos posteriores, mas cada um deles tem uma fórmula ligeiramente diferente. Como você poderia determinar qual desses materiais recém-manipulados é o menos tóxico usando testes menos dispendiosos e demorados? Você poderia produzir o material em discos e deixá-lo tomar presa por vários períodos (de um a muitos dias). Depois, o disco correspondente a cada período deveria ser colocado em um poço de cultura celular ou extraído com um solvente que seria colocado no poço de cultura celular. Em seguida, suas opções deveriam ser as mesmas que aquelas apresentadas nas soluções dos Problemas 1 ou 2. Solução Você poderia escolher um teste in vitro direto, usando cultura celular para avaliar os materiais. Com esse teste, discos de dimensões equivalentes são produzidos com os materiais. Os discos devem ser estabilizados na base dos poços da cultura celular. Células então são semeadas nos poços com os materiais e são incubadas em meio de incubação e ambiente apropriados por 24 horas ou mais. Depois, os discos e os poços são observados e fotografados sob um microscópio de contraste de fase, tomando-se nota especialmente dos efeitos citopáticos ao redor de cada disco para determinar os resultados semiquantitativos. PR OB LEMA 2 Se você tem a mesma situação apresentada no Problema 1, mas você quer quantificar seus resultados, quais são suas opções? Solução Você poderia escolher o mesmo modelo de teste como foi usado na solução para o Problema 1, mas você deveria medir a resposta celular quantitativamente em vez da observação visual. Existem duas opções principais: (1) medir a permeabilidade da membrana de células que se mantém ao redor dos discos usando vermelho neutro ou 51Cr ou (2) medir alguns aspectos da biossíntese ou do metabolismo celular (teste do MTT, síntese de DNA, síntese proteica, proteínas totais). Você poderia também escolher algum outro modelo de teste como aquele em que amostras são extraídas por um a três dias em dados volumes de solvente, tendo depois as células tratadas com diluições seriadas desses eluentes. PR OB LEMA 3 Se você encontra a mesma situação no Problema 1, mas quer conhecer o efeito da reação ou do tempo de presa na citotoxicidade do material, como você deveria proceder? C0030.indd 139 PR OBLEM A 4 Você leu um artigo de pesquisa sobre a citotoxicidade in vitro de compósitos que mostra que alguns compósitos são inicialmente muito citotóxicos mas melhoram com o tempo de eluição em saliva artificial, enquanto outros continuam a ser tóxicos. Como você pode interpretar esses resultados em termos de uso clínico dos compósitos? Solução A extrapolação dos testes in vitro para situações clínicas é sempre difícil, mas uma interpretação poderia ser de que os compósitos que melhoram com o tempo in vitro refletem menores riscos a longo prazo do que aqueles que continuam a ser citotóxicos. Contudo, essa linha de raciocínio pode ser perigosa se o material for projetado para liberar uma substância que é tóxica in vitro mas terapêutica in vivo. É esse o caso da liberação de fluoretos a partir de alguns cimentos compósitos e de ionômero de vidro. PR OBLEM A 5 Se você tem uma série de compósitos e quer classificá-los de acordo com a toxicidade que eles devem ter especificamente para os tecidos pulpares, o que você deveria fazer? Solução Você poderia escolher um modelo de teste em que a dentina estivesse intercalada entre o material e o sistema de teste celular. A barreira de dentina poderia alterar os efeitos de componentes liberados do material e mudar a resposta das células pulpares. Sem tal barreira, os compósitos pareceriam mais citotóxicos in vitro do que eles devem ser clinicamente. 6/22/12 9:51:24 AM C A P Í T U L O 14 Imagem e Processamento Digital para Restaurações S U M Á R I O Sistemas CAD/CAM Odontológicos Dispositivos de Processamento Moldagem Digital Resultados Clínicos Programas de Desenho 377 C0070.indd 377 6/21/12 5:05:30 PM 378 CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES SISTEMAS CAD/CAM ODONTOLÓGICOS O CAD/CAM, desenho auxiliado por computador/fabricação auxiliada por computador (do inglês, computer-aided design/computer-aided manufacturing), descreve um processo no qual imagens digitais ou modelos de objetos são criados e utilizados para o desenho e a fabricação de protótipos ou de produtos finais por meio do controle computacional numérico (computer numerical control, CNC) ou outros métodos de fabricação como a estereolitografia. Esse processo tem sido usado por décadas em diversas áreas da indústria e se tornou um método popular na odontologia restauradora para criar moldes, modelos e troquéis, e restaurações provisórias ou finais. Estudos com acompanhamento por 10 anos de um desses sistemas demonstraram bons resultados, os quais têm sido melhorados com cada evolução tecnológica. Os sistemas CAD/CAM odontológicos são compostos por três componentes: 1. Um escâner ou um instrumento de digitalização que transforma a geometria física em dados digitais. 2. Programas que processam os dados escaneados e que criam imagens dos objetos digitalizados. Alguns sistemas então permitem que restaurações sejam projetadas para o objeto digitalizado. 3. Tecnologia de fabricação que transforma os dados digitalizados da restauração em produtos físicos. Os diferentes sistemas utilizam a tecnologia de fabricação no consultório odontológico, no laboratório odontológico ou em uma central remota. Os dois tipos de sistemas CAD/CAM para consultórios odontológicos são de aquisição (moldagem digital) apenas ou de escaneamento e fresagem. Sistemas de aquisição criam moldes digitais pela obtenção de imagens do preparo e depois a enviam em um arquivo digital para um centro onde o modelo é confeccionado, sobre o qual o técnico de laboratório pode fabricar a restauração final. O sistema de escaneamento e fresagem adiciona um dispositivo de fabricação da restauração no próprio consultório ao instrumento de moldagem digital, permitindo que a restauração seja desenhada, confeccionada e entregue em uma única consulta. Para o sistema apenas de aquisição, muitas consultas são necessárias, como na confecção de restaurações indiretas convencionais, e uma restauração provisória é colocada enquanto a restauração definitiva está sendo fabricada pelo técnico de laboratório. Os sistemas de escaneamento e fresagem oferecem a C0070.indd 378 conveniência de, em uma única sessão, realizar o preparo, a moldagem, confecção e instalação, mas inclui um período de espera durante a fresagem da restauração e o custo adicional da unidade de fresagem. Os sistemas CAD/CAM odontológicos apresentam os seguintes benefícios: • Fornecem resultados precisos e consistentes • Possibilitam a visualização do preparo na tela do computador por diversas perspectivas • Permitem ao clínico desenhar a restauração no computador enquanto visualiza a dentição antagonista • Fornecem um método de moldagem limpo e direto, sem a complexidade da utilização dos muitos materiais necessários para a moldagem convencional com materiais elastoméricos • Oferecem visualização e feedback instantâneo para realização imediata de correções • Reduzem o impacto ambiental da eliminação dos materiais necessários para a moldagem convencional Atualmente, existem diversos sistemas odontológicos CAD/CAM no mercado (Tabela 14-1). Dois desses sistemas (CEREC AC, Fig. 14-1, A e E4D Dentist, Fig. 14-1, B) oferecem a opção do desenho e da fresagem no próprio consultório ou em laboratório, pelos técnicos odontológicos. Dois outros sistemas (iTero, Fig. 14-2, A e Lava Chairside Oral Scanner C.O.S., Fig. 14-2, B) produzem moldes digitais que exigem que o desenho e a fresagem sejam realizados em laboratório odontológico ou em centros de fresagem. Todos estes sistemas podem produzir modelos a partir de arquivos digitais. MOLDAGEM DIGITAL Após a finalização do preparo dentário e a realização do afastamento gengival para a visualização das margens do dente, o dente é seco e preparado para o escaneamento. Alguns sistemas de escaneamento exigem o uso de um pó de óxido no dente para eliminar áreas de maior brilho ou contraste óptico da superfície do preparo e melhorar a qualidade do escaneamento. Os digitalizadores utilizam uma série de imagens estáticas ou uma transmissão de imagens sequenciais para capturar a geometria do dente preparado. O CEREC AC com o CEREC Bluecam tem um diodo emissor de luz (LED) azul e um sistema de câmera, e utiliza triangulação ativa para criar imagens da superfície do dente. Imagens estáticas do dente são “montadas” para criar um modelo único em 6/21/12 5:05:30 PM 14. 379 IMAGEM E PROCESSAMENTO DIGITAL PARA RESTAURAÇÕES TABELA 14-1 Sistemas de Moldagem Digital Fonte de luz Número de imagens necessárias Fresagem Fresagem em consultório em laboratório 3M ESPE Lava 3M ESPE (St. Paul, MN) Chairside Oral Scanner C.O.S. LED Vídeo contínuo Não Sim CEREC AC Sirona Dental Systems (Charlotte, NC) Bluecam LED 1-3 Sim Sim E4D Dentist D4D Technologies (Richardson, TX) Laser 9+ Sim Sim iTERO Cadent, Inc. (Carlstadt, NJ) Laser 21 Não Sim Produto Fabricante LED, Diodo emissor de luz. A de diferentes tipos e cores de superfícies sem a necessidade de utilização do agente contraste (pó). Estes escaneamentos são agrupados para formar um modelo 3D único. O iTero utiliza imagens confocais paralelas para criar mapas com 100.000 pontos em 300 profundidades focais espaçadas entre si a cada 50 micrometros. Uma série de 15 a 30 imagens gravam o preparo, o dente antagonista e a relação oclusal. O escâner LAVA C.O.S. é baseado no princípio da “amostragem ativa da frente óptica”, no qual a informação 3D é coletada pelo sistema de imagem de lente única. Três sensores coletam os dados de vídeo de perspectivas diferentes, simultaneamente. Vinte conjuntos de dados 3D são capturados por segundo. Para um modelo volumétrico digital completo, em torno de 2.400 conjuntos de dados 3D ou 24 milhões de dados por arco são reconstruídos. PROGRAMAS DE DESENHO B FIGURA 14-1 Sistemas CAD/CAM para consultório. A, CEREC AC. B, E4D Dentist. (A, Cortesia de Sirona Dental Systems LLC, Charlotte, NC; B, Cortesia de D4D Technologies, Richardson, TX.) 3D. O sistema E4D Dentist utiliza uma varredura em alta velocidade com feixe de laser associada a uma câmera para obter uma série de escaneamentos 3D do dente usando o princípio da triangulação do laser. A utilização do laser permite o escaneamento C0070.indd 379 Cada sistema inclui um programa próprio para a visualização dos dados escaneados e para o desenho da restauração. Uma ampla variedade de restaurações podem ser desenhadas, incluindo inlays, onlays, coroas totais e próteses parciais fixas. Os troquéis e modelos digitalizados podem ser visualizados por qualquer perspectiva, com e sem a dentição antagonista. As restaurações são desenhadas interativamente pelo clínico e pelo computador, adaptando os contornos para se harmonizarem com os dentes antagonistas e adjacentes. Uma “argila” virtual é utilizada para modelar a restauração a perfis de emergência, contatos interproximais e planos oclusais adequados. A dentição antagonista pode ser movida por meio de trajetórias excursivas para promover o desenvolvimento de um perfil de oclusão funcional. 6/21/12 5:05:30 PM C A P Í T U L O 15 Implantes Dentários e Orofaciais S U M Á R I O Classificação Implante Endósseo Osseointegração e Biointegração Fatores que Afetam o Implante Endósseo Geometria Magnitude da Força Duração da Força Tipo de Força Diâmetro do Implante Comprimento do Implante Superfícies e Biocompatibilidade Liberação de Íons Superfícies Alterações de Superfície Recobrimentos de Superfície Materiais e Processamento dos Implantes Desafios e o Futuro 383 C0075.indd 383 6/21/12 5:12:08 PM 384 CRAIG MATERIAIS DENTÁRIOS RESTAURADORES A prática da odontologia restauradora busca devolver a forma e a função da estrutura dentária perdida. Por isso, era esperado que a odontologia seguisse a medicina ortopédica no uso de implantes para ancorar peças protéticas e, como as previsões, isso aconteceu. Em 2010, o mercado mundial de implantes movimentou $3,2 bilhões. Espera-se que em 2015 as vendas alcancem aproximadamente $4,2 bilhões em uma taxa composta de crescimento anual de 6%. Em 2010, a Europa exibiu uma participação no mercado de 42%. Até 2015, a região da Ásia-Pacífico terá a maior taxa de crescimento anual. Os implantes dentários são pilares que servem como substitutos para as raízes de um dente natural perdido. Os implantes devem ser instalados na mandíbula ou na maxila. Quando adequadamente desenhados e instalados, ligam-se ao osso ao longo do tempo e servem como pilares para as próteses dentárias. Os implantes dentários são usados para repor um único dente perdido ou vários dentes, ou para suportar uma prótese total removível. Em todo o mundo, os implantes unitários modernos têm uma taxa de sobrevida após 15 anos de aproximadamente 95%. Os implantes são dispositivos permanentes, cirurgicamente ancorados na cavidade oral, que geralmente proporcionam vantagens significativas em relação a outras opções protéticas fixas ou removíveis. São geralmente mais conservadores do que as próteses fixas tradicionais, pois conservam a estrutura dental, eliminando a necessidade de desgaste dos dentes pilares adjacentes, e favorecem a manutenção de osso saudável na região. CLASSIFICAÇÃO Historicamente, os implantes dentários têm sido classificados de acordo com o seu desenho. O desenho, por sua vez, foi baseado na maneira como eram implantados cirurgicamente. Os três tipos de TABELA 15-1 implantes mais comumente usados nos últimos 40 anos são o implante subperiostal, o implante transósseo e o implante endósseo (Tabela 15-1). Implante Endósseo Os implantes endósseos são, sem dúvida, o tipo mais comum de implante instalado atualmente. Os implantes são instalados diretamente na mandíbula ou maxila (Fig. 15-1). Uma perfuração piloto é realizada no osso alveolar ou basal subjacente (nos casos em que o osso alveolar tenha sido parcial ou totalmente absorvido), e o corpo do implante é inserido neste local. O topo do implante é posicionado de tal forma que fique ligeiramente acima da lâmina cortical ou fique nivelado com a superfície do osso. Normalmente, uma sobrestrutura contendo FIGURA 15-1 Desenhos de implantes endósseos. São mostrados aqui três diferentes desenhos de implantes endósseos. Note que todos eles são implantados diretamente dentro do osso. Embora o desenho em lâmina tenha caído em desuso, as versões cilíndricas e em forma de parafuso continuam sendo os desenhos de implantes mais largamente utilizados. Esquema de classificação dos desenhos de implantes Desenho do Implante Contato com o Osso Composição Localidade de Uso Subperiostal Diretamente na superfície óssea sob os tecidos gengivais; não há penetração óssea Co-Cr-Mo (Vitallium) Maxila e mandíbula Transósseo Transpassa completamente o osso; penetra a tábua óssea cortical duas vezes Titânio ou liga de titânio Apenas mandíbula Endósseo Dentro do osso, penetrando a cortical óssea uma vez Titânio ou liga de titânio Maxila e mandíbula Co-Cr-Mo, Cobalto-cromo-molibidênio C0075.indd 384 6/21/12 5:12:08 PM 15. IMPLANTES DENTÁRIOS E OROFACIAIS um ou vários dentes protéticos se liga ao corpo do implante por meio de um conector que é parafusado diretamente pela mucosa. OSSEOINTEGRAÇÃO E BIOINTEGRAÇÃO Uma questão importante no projeto de um implante é o desenvolvimento de materiais que sejam física e biologicamente compatíveis com o osso alveolar. De forma ideal, o osso deve se integrar ao material, substância ou dispositivo, e remodelar a estrutura óssea ao seu redor, em vez de responder ao material como um corpo estranho, encapsulando-o com tecido fibroso. Sob circunstâncias ótimas, a diferenciação óssea ocorre diretamente adjacente ao material (osseointegração). De forma ideal, essa ossseointegração proporciona uma conexão osso-implante estável, que pode suportar uma prótese dentária e transferir as cargas aplicadas sem concentrar tensões na interface entre o osso e o implante. A osseointegração é hoje formalmente definida como a aproximação íntima do osso a um material de implante (Fig. 15-2). Para se alcançar a osseointegração, o osso deve estar em boas condições, o espaço entre o osso e o implante deve ser menor A 385 do que 10 nm e não deve conter tecido fibroso, e a interface osso-implante deve ser capaz de suportar cargas de uma prótese dentária. Na prática atual, a osseointegração é um requisito absoluto para o sucesso de uma prótese dentária implantossuportada. Para atingir a osseointegração entre um implante e o osso, diversos fatores devem estar corretos. O osso deve ser preparado de uma maneira que não ocorra necrose ou inflamação. Ao implante deve ser permitido cicatrizar por um tempo sem carga. Finalmente, um material apropriado deve ser implantado, pois nem todos os materiais promoverão osseointegração. Nos últimos anos, diversas configurações de superfície foram propostas como maneiras de melhorar a coesividade da interface implante/tecido, maximizar a transferência de carga, minimizar a movimentação relativa entre implante e tecido, minimizar a fibrointegração e a perda e aumentar a vida útil do conjunto. Devido à necessidade de se desenvolver uma interface estável antes do carregamento, esforços vêm sendo empregados no desenvolvimento de materiais e métodos para acelerar a aposição de tecido à superfície do implante. Implantes com superfícies rugosas e coberturas cerâmicas vêm sendo implementados na prática clínica. Além disso, outras técnicas experimentais incluem estimulação elétrica, enxertos ósseos, uso B FIGURA 15-2 Osseointegração e biointegração. A, Na osseointegração o material do implante (à esquerda) e o osso (à direita) estão intimamente próximos um do outro. Esta aproximação deve ser de menos de 10 nm (setas). No espaço entre eles não pode haver tecido conjuntivo. B, Na biointegração, o implante e o osso estão fundidos e contínuos um com o outro. A osseointegração ocorre comumente com ligas de titânio, enquanto a biointegração ocorre com cerâmicas e implantes metálicos revestidos por cerâmica. C0075.indd 385 6/21/12 5:12:09 PM ACESSÓRIOS ODONTOLÓGICOS, 4ª edição Linda R. Bartolomucci Boyd MANUAL DE ODONTOPEDIATRIA, 3ª edição Angus C. Cameron Richard P. Widmer MCCRACKEN PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL, 12ª edição Alan B. Carr David T. Brown PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA Leonardo Marchini Jarbas Francisco Fernandes dos Santos AF_Sakaguchi3.indd 1 13ª EDIÇÃO Mantenha-se atualizado neste campo de rápida mudança! De conceitos fundamentais a habilidades avançadas, este texto detalha tudo o que você precisa saber para compreender as bases científicas de seleção de materiais dentários para o planejamento e execução de restaurações. Você aplicará seu conhecimento a cenários clínicos realísticos no conjunto de problemas propostos ao final de cada capítulo, assegurando a você uma vantagem na prática odontológica. 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