Rodrigo Gral: o ‘Forlán do Nordeste’ Aos 33 anos o atacante Rodrigo Gral tem se firmado como uma das armas do Bahia na tentativa de regressar a elite do futebol brasileiro. Autor dos dois gols no último confronto pela Série B contra o Figueirense que terminou 2 a 2 em Salvador, o “Forlán do Nordeste” tem 7 gols e já está no encalço de Heverton, da Portuguesa, o goleador da competição com 8. Neste bate-papo, o futebolista catarinense fala da realidade do seu clube e de sua readaptação ao futebol brasileiro depois de quase uma década fora do país. A Série B do Brasileiro é um dos campeonatos mais equilibrados e difíceis que você jogou na carreira? É um campeonato difícil, mas já disputei outros com o mesmo nível, mas com condições diferentes. Na série B brasileira todos os jogos são decisivos e há situações em que temos que ter muita concentração, pois cada ponto no final pode fazer muita diferença. Você estava desde 2001 fora do Brasil. Qual foi o aspecto mais complicado na readaptação ao futebol brasileiro? Eu estava no Qatar, onde é somente um jogo por semana e não tem concentração. Aqui são dois jogos por semana com concentração, então isso tem sido complicado. Brasileiros que jogam no Qatar reclamam que sentem falta do fanatismo da torcida nas arquibancadas e que os estádios lá não lotam. Você sentiu falta disso e está impressionado de ter uma torcida como a do Bahia a seu favor? Quem vai pra lá sabe como é o futebol, nenhum lugar é igual ao Brasil em termos de torcida. Mas é lógico que a torcida faz falta porque é ótimo lidar com a paixão do torcedor pelo seu clube. Em outros países a maneira de torcer é diferente, mas para nós jogadores é sempre bom jogar com o estádio cheio. No Campeonato Baiano você acha que a pressão tem atrapalhado o Bahia a quebrar o jejum de títulos contra o Vitória? Foram sete finais perdidas para o Vitória nos últimos dez anos. Como você vivenciou esse drama do Bahia na decisão desse ano? O campeonato terminou com o Vitória na frente com a vantagem de apenas 1 gol, e foi decidido por essa vantagem. Nos clássicos foram duas vitórias para cada lado, mostrando o equilíbrio do confronto. Muitos profissionais que estiveram no Oriente Médio criticam a falta de profissionalismo dos jogadores árabes e a mentalidade dos xeiques de nunca trabalharem com projetos de longo prazo. Você concorda? Sim, concordo plenamente. São impacientes. Você foi companheiro de equipe dos três últimos artilheiros japoneses da J-League: Takahara (2002), Maeda (2009) e Nakayama (2000). Conte como foi jogar com cada um deles. Foi muito bom, são grandes jogadores e amigos que conquistei ao longo do tempo que fiquei no Jubilo. Nakayama é um ídolo por ter feito o primeiro gol da seleção japonesa em Copas do Mundo. Takahara é um jogador com estilo sul americano por ter jogador no Boca Juniors. O Maeda, que é o mais novo entre eles, joguei mais tempo junto e ele evoluiu muito. Fico feliz de ter jogado com eles. Qual foi o melhor treinador que você teve na carreira? O atual, Renato Gaúcho. Ele foi jogador de ataque, na mesma posição que eu. É um cara que tem uma mentalidade nova e que passa segurança pra jogar e se divertir no campo. Você mantém contato com os jogadores que disputaram o Mundial Sub-20 de 99? Sim, alguns jogadores. Ronaldinho (Milan), Juan (Roma), Fernando (Bordeaux) e Edu (Inter/RS). Rodrigo Gral 21 de fevereiro de 1977, em Chapecó, Santa Catarina. 1995-97: Grêmio/RS 1998: Juventude/RS 99: Grêmio/RS 2000: Flamengo 2001: Sport/PE 2001-2005: Jubilo Iwata-JAP 2006: Yokohama Marinos-JAP 2007: Omiya Ardija-JAP 2007/08: Al-Khor-QAT 2008/09: Al-Sadd-QAT 2010 - : Bahia