TELEFONE COM CABO DEREDES REDE por Anderson costa É comum passar num mesmo eletroduto os cabos da rede junto com os de telefonia. Esta é uma solução tecnicamente aceitável e que funciona muito bem, mas existe outra forma de aproveitar melhor os eletrodutos: utilizar o cabeamento de rede também para telefonia, economizando no material e aproveitando melhor a infraestrutura existente. Os cabos de rede mais utilizados atualmente são os do tipo CAT5 e CAT6, que têm 4 pares de condutores. Como a maioria das edificações brasileiras são antigas e foram construidas sem pensar na instalação dos computadores, acabou sendo comum passar os cabos de rede no mesmo eletroduto, junto com os de telefonia. Como nas empresas é comum haver ao menos um ponto de rede e outro de telefone para cada mesa, resultando em um grande número de pontos, também é comum encontrar instalações onde um único eletroduto abriga, por exemplo, 6 cabos de rede e 6 para telefonia, totalizando 12 cabos. É difícil passar tantos cabos num duto de 3/4” e, apesar deste exagero ser tecnicamente viável, o problema é que dificulta a execução e a futura manutenção. Com a técnica que demonstraremos aqui este mesmo duto de 3/4” poderia passar, sem maiores problemas, a abrigar “apenas” 10 cabos de rede que também vão “carregar” o sinal de telefonia. Essa diminuição de 12 para 10 cabos se dá por conta da bitola de cada tipo de cabo, além de ser um valor que considera o limite de segurança necessário para evitar o rompimento da estrutura do cabo ao instalá-lo. Como é feita esta “mágica”? Ocorre que dos 4 pares típicos dos cabos CAT5 / CAT6 apenas dois efetivamente carregam sinais. Os demais 2 pares são utilizados apenas nas redes locais com velocidade igual ou superior a 1 Gbps (“Gigabit Ethernet”) as quais, por enquanto, ainda são minoria nas instalações aqui no Brasil. A idéia, então, é dar um uso alternativo para estes 2 pares que ficam ociosos – utilizálos para carregar o sinal de telefonia. Tudo tem o seu lado bom e também um lado ruim mas, nesse caso, a balança é generosa com o lado bom. Além de permitir aproveitar melhor os eletrodutos existentes, esta pode ser uma solução para levar mais pontos de telefone ou de rede para locais onde esteja difícil passar mais cabos. Revista PnP nº 18 CENÁRIO TÍPICO DAS INSTALAÇÕES A fim de facilitar a explicação imaginemos um cenário de exemplo onde existem 9 computadores, 7 telefones, 1 fax e 1 terminal inteligente. Para quem não sabe, terminal inteligente é um tipo especial de aparelho telefônico o qual, quando acoplado a um PBX e linhas tronco apropriadas fornecidas pela concessionária de telefonia, facilita o atendimento de chamadas e as transferências para os ramais. Compondo a infraestrutura de rede do nosso cenário temos um roteador com switch de 4 portas integrado e outro switch de 8 portas, totalizando assim 12 portas disponíveis para dispositivos de rede. Existe também o modem da internet banda larga, que pode ser ADSL ou Cable, conforme a operadora contratada. Será necessário um armário de cabeamento estruturado, que é onde instalaremos um “patch panel” para fazer a conexão entre os cabeamentos principais e os secundários (aqueles que efetivamente chegam até os computadores e telefones). Ao usarmos 9 portas para os computadores e 2 para o cascateamento entre o switch e o roteador (total de 11 portas) ainda teremos 1 porta de sobra. Para a telefonia, consideraremos que cada computador terá 1 ramal de telefone ao lado, enquanto que a recepção terá três ramais – um para o fax e dois para o terminal inteligente. O fax pode ser ligado em qualquer saída de telefone, mas em nosso exemplo vamos ligá-lo no ramal 8. As figuras 1 e 2 (próximas páginas) ilustram essa nossa instalação fictícia a qual, apesar de já ser o suficiente para a rede de uma pequena empresa, ainda deixa um caminho livre para futuras expansões ou manutenções. Tal cenário pode ser aplicado para edificações térreas ou com dois andares, como um sobrado. Não nos preocuparemos aqui www.revistaPnP.com.br 61